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Prefeitura Municipal de Paiçandu PROJETO DE LEI PLANO DIRETOR PARTICIPATIVO PAIÇANDU - PR É com satisfação que a Prefeitura entrega a população de Paiçandu a o Projeto de Lei do Plano Diretor Participativo, elaborado a partir de um processo participativo e que será encaminhado à Câmara Municipal de Vereadores. A participação da população demons- trou mais uma vez que o debate com a sociedade para a tomada de decisões sobre o futuro de nossa Cidade é fundamental. As idéias apresentadas e debatidas nas reuni- ões, plenárias e oficinas foram incorporadas ao Projeto, observando sempre os princípios de que queremos uma Cidade planejada para as pessoas, com inclusão social e ter- ritorial, com geração de emprego e renda e gestão democrática. Sabemos que a Lei é um instrumento importante para tornar esses princípios rea- lidade e por isso a revisão do Plano Diretor buscou uma combinação entre o crescimen- to organizado com a preservação ambiental e mais oportunidades para que todas as pessoas possam usufruir dos benefícios gerados pela Cidade. Para isso a Lei está prevendo áreas para verticalização com prédios, novas ruas para o comércio, áreas reservadas para construção de casas populares para atender a necessidade de habitação social, maior fiscalização dos recursos aplicados, mais espaços para instalação de empresas e indústrias, aproveitando o incremento da duplicação da rodovia, entre outras coisas. Agradeço a todas as pessoas, mulhe- res e homens de Paiçandu que contribuíram para a elaboração dessa Lei participando das reuniões e debates, também o empe- nho da equipe técnica da Prefeitura que junto com a equipe do Observatório das Metrópoles da Universidade Estadual de Maringá, conduziram os trabalhos. Convido a todos para ler o Projeto de Lei e participar da audiência pública para sua aprovação. TARCÍSIO MARQUES DOS REIS PREFEITO MUNICIPAL DE PAIÇANDU AUDIÊNCIA PÚBLICA 11 de julho de 2014 19 horas Câmara de Vereadores Paiçandu-Pr Apresentação

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PREFEITURA MUNICIPAL DE PAIÇANDU - PRPROJETO DE LEI PLANO DIRETOR PARTICIPATIVO PAIÇANDU - PR 1Prefeitura Municipal de Paiçandu

PROJETO DE LEIPLANO DIRETOR PARTICIPATIVO PAIÇANDU - PR

É com satisfação que a Prefeitura entrega a população de Paiçandu a o Projeto de

Lei do Plano Diretor Participativo, elaborado a partir de um processo participativo e que será encaminhado à Câmara Municipal de Vereadores.

A participação da população demons-trou mais uma vez que o debate com a sociedade para a tomada de decisões sobre o futuro de nossa Cidade é fundamental. As idéias apresentadas e debatidas nas reuni-ões, plenárias e oficinas foram incorporadas ao Projeto, observando sempre os princípios de que queremos uma Cidade planejada para as pessoas, com inclusão social e ter-ritorial, com geração de emprego e renda e gestão democrática.

Sabemos que a Lei é um instrumento importante para tornar esses princípios rea-lidade e por isso a revisão do Plano Diretor buscou uma combinação entre o crescimen-to organizado com a preservação ambiental e mais oportunidades para que todas as pessoas possam usufruir dos benefícios gerados pela Cidade.

Para isso a Lei está prevendo áreas para verticalização com prédios, novas ruas para o comércio, áreas reservadas para construção de casas populares para atender a necessidade de habitação social, maior fiscalização dos recursos aplicados, mais espaços para instalação de empresas e indústrias, aproveitando o incremento da duplicação da rodovia, entre outras coisas.

Agradeço a todas as pessoas, mulhe-res e homens de Paiçandu que contribuíram para a elaboração dessa Lei participando das reuniões e debates, também o empe-nho da equipe técnica da Prefeitura que junto com a equipe do Observatório das Metrópoles da Universidade Estadual de Maringá, conduziram os trabalhos. Convido a todos para ler o Projeto de Lei e participar da audiência pública para sua aprovação.

TARCÍSIO MARQUES DOS REISPREFEITO MUNICIPAL

DE PAIÇANDU

AUDIÊNCIA PÚBLICA11 de julho de 2014

19 horasCâmara de Vereadores

Paiçandu-Pr

Apresentação

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PREFEITURA MUNICIPAL DE PAIÇANDU - PRPROJETO DE LEI PLANO DIRETOR PARTICIPATIVO PAIÇANDU - PR2

Reuniões da Equipe Técnica da Prefeitura coma a Equipe assessora do Observatório das Metrópoles da Universida-de Estadual de Maringá.

18/9/2013 - Audiência pública de abertura do processo participativo realizada na Câmara de Vereadores com ampla participação da população e indi-cação da Comissão de Acompanhamento, formada por represen-tantes de entidades da Sociedade Civil.

21/9/2013 - Oficina de-bateu a metodologia de trabalho participativo e,

os marcos sociais e políti-cos do Plano Diretor com a Comissão de Acompa-

nhamento.

2/10/2013 – Realizada Audiência Pública que definiu os princípios e políticas do PD.

12/3/2014 – Realiza-ção de Audiência em Água Boa debateu as diretrizes, princípios e o macrozoneamen-to territorial.que cons-tarão no projeto de Lei do Plano Diretor.

28/1/2014 - Oficina aprofundou o debate sobre o macrozonea-mento territorial rea-firmando as decisões já tomadas.

30/10/2013 – Reali-zação de Oficina para debater o levanta-mento da realidade existente a partir dos dados organi-zados pela UEM e das informações da população.

16/10/2013 - Ofici-na realizada para a confirmação dos princípios e políticas que devem constar da nova Lei de Plano Diretor.

ATIVIDADES REALIZADAS

27/11/2013 - Au-diência debateu

os desafios e po-tencialidades de

Paiçandu a partir do diagnóstico

apresentado.

4/12/2013 - Audi-ência – debateu

e definiu as di-retrizes e ma-

crozoneamento que constarão do Projeto de Lei do

Plano Diretor..

7/10/2013 - Reunião da Assessoria da UEM com coordenadores do Orçamento Participativo.

REVISÃO DO PLANO DIRETOR PARTICIPATIVO DO MUNICÍPIO DE PAIÇANDU - PR

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PREFEITURA MUNICIPAL DE PAIÇANDU - PRPROJETO DE LEI PLANO DIRETOR PARTICIPATIVO PAIÇANDU - PR 3

PROJETO DE LEI N. XXX/2014PLANO DIRETOR PARTICIPATIVO DE PAIÇANDU – PR.

JUSTIFICATIVAEste Projeto de Lei altera a Lei n. 1802 de 5 de dezembro

de 2007 que instituiu o Plano Diretor do Município de Paiçandu, a partir da revisão elaborada segundo as exigências de participação popular impostas pelo Estatuto da Cidade.

A opção do Poder Executivo de propor a revisão do PD se enquadra nas hipóteses previstas no art. 4º, §2º do PD vigente e na necessidade de readequação do PD à realidade atual de Paiçandu. Passando a vigorar a partir da aprovação desta Lei sob o nome de “Plano Diretor Participativo de Paiçandu”, com a incorporação dos princípios e diretrizes debatidas e aprovadas nas conferências, audiências e oficinas realizadas no período de agosto de 2013 a

abril de 2014, mediante amplo processo participativo sob a coor-denação da Secretaria de Planejamento da Prefeitura Municipal de Paiçandu, com assessoria da equipe técnica do Observatório das Metrópoles Núcleo da Universidade Estadual de Maringá e com a contribuição de representantes de Entidades da Sociedade Civil de Paiçandu através Comissão de Acompanhamento e da Comissão Técnica da Prefeitura de Paiçandu e fundamentada nas disposições da Constituição Federal, na Lei n. 10.257/2001 – Estatuto da Cida-de, e nas demais disposições da legislação urbanística brasileira.

Vale ressaltar que a presente Proposta de Lei é resultado da revisão do documento anterior, substituindo-o plenamente e, portanto impondo sua revogação a partir da entrada em vigor deste.

PROJETO DE LEI N. XXX/2014

Altera a Lei n. 1802 de 5 de dezembro de 2007 – e estabelece o Plano Diretor Participativo de Paiçandu

TÍTULO 1DOS FUNDAMENTOS

Capítulo IDisposições preliminares

Art. 1º. Esta lei aprova a revisão da Lei n. 1.802 de 5 de dezembro de 2007, que passa a vigorar sob o nome de “Plano Diretor Participativo de Paiçandu”, destinada a incorporar os princípios e diretrizes constantes da Constituição Federal e da Lei n. 10.257/2001 – Estatuto da Cidade.

Parágrafo único: A presente lei é resultado da revisão do documen-to anterior, operada segundo as exigências de participação popular impostas pelo Estatuto da Cidade, substituindo-o plenamente, sendo revogado à partir da entrada em vigor deste.

Art. 2º. O Plano Diretor Participa-tivo de Paiçandu fixa os parâmetros básicos da política municipal de planejamento urbano, norteando as ações de agentes públicos e privados mediante a regulamenta-ção do princípio constitucional da função social da propriedade e dos instrumentos de gestão democrática da cidade.

Art. 3º. Compõe o Plano Diretor Participativo as leis que, direta ou indiretamente, ao tratar de assuntos pertinentes à política urbana mu-nicipal, desenvolvem as diretrizes contidas nesta lei, tais como:

I – Lei de Uso e Ocupação do Solo;

II – Lei de Parcelamento do Solo;III – Código de Posturas;IV – Código de Obras;V – Lei do Perímetro Urbano;VI – Lei de Diretrizes Viárias;VII – Plano de Ação e Investi-

mentos. Art. 4º. Os poderes Executi-

vos e Legislativos orientarão suas ações pelos comandos desta lei, cujas diretrizes deverão ser con-templadas pelo Plano Plurianual, Lei de Diretrizes Orçamentárias, Lei Orçamentária Anual e Plano de Ação e Investimentos, devendo tais normas se adaptar às diretrizes do Plano Diretor Participativo no prazo máximo de 2 anos.

Capítulo IIDos princípios

Art. 5º. São princípios de interpre-tação e aplicação do Plano Diretor Participativo de Paiçandu:

I – função social da cidade e da propriedade;

II – gestão democrática partici-pativa;

III – sustentabilidade.

Seção IDa função social da cidade e da

propriedadeArt. 6º. A função social da cidade

se dará pelo pleno exercício de todos ao direito à cidade, que compreende:

I – a garantia de acesso à terra urbanizada e à moradia digna;

II – o atendimento das necessi-dades básicas do cidadão, mediante promoção do acesso universal a serviços públicos de educação, cultura, saúde, assistência social, saneamento e lazer;

III – o direito à mobilidade urbana

e metropolitana;IV – a adequação do uso e ocu-

pação da propriedade urbana e rural aos parâmetros contidos nesta lei e normas complementares;

V – a concessão de prioridade de atendimento pelas políticas públicas em relação a grupos e pessoas que se encontram em estado de vulnerabilidade social e escassez de direitos.

Art. 7º. Considera-se cumprido o princípio da função social da proprie-dade quando efetivadas as diretrizes estabelecidas pela Constituição Federal, pelo Estatuto da Cidade, e quando atendidas as disposições constantes da presente lei.

Art. 8º. A função social da pro-priedade é elemento fundamental do direito à cidade, disciplinando o direito de propriedade segundo os imperativos do interesse público, de-vendo seu exercício contribuir para o desenvolvimento social mediante a redução das desigualdades decor-rentes do processo de urbanização.

Parágrafo único: a propriedade urbana e rural cumprirá sua fun-ção social quando conjuntamente atender:

I – as determinações constantes do Plano Diretor Participativo e de-mais normas correlatas;

II – as normas de preservação e recuperação ambiental;

III – aos parâmetros urbanísticos definidos na lei de Uso e Ocupação do Solo, garantindo que a intensida-de de uso seja adequada à disponi-bilidade da infraestrutura urbana, de equipamentos e serviços públicos.

Art. 9º. A propriedade rural cum-prirá sua função social quando hou-ver a correta utilização econômica

da terra e a sua justa distribuição, de modo a atender o bem-estar da coletividade, mediante a produtivi-dade e a promoção da justiça social.

Seção II Da gestão democrática

participativaArt. 10. A gestão democrática e

participativa impõe a descentrali-zação do processo de elaboração de políticas, o controle popular das ações do poder público e a efetiva participação social nas tomadas de decisão, mediante a adoção de es-paços institucionalizados de caráter consultivo e deliberativo.

Art. 11. Será respeitada a parti-cipação de entidades organizadas da sociedade civil, bem como a do cidadão individualmente considera-do, em todas as políticas públicas, programas, projetos, planos, diretrizes e prioridades contidas neste Plano, de modo a garantir o controle direto das atividades e o pleno exercício da cidadania.

Seção IIIDa sustentabilidade

Art. 12. O processo de desenvol-vimento de Paiçandu será orientado pelo princípio da sustentabilidade, de modo que sua expansão territorial e econômica se dê à partir do uso racional e responsável dos recursos ambientais e financeiros do município, observando-se a preponderância dos interesses sociais e coletivos.

Capítulo IIIDos objetivos

Art. 13. São objetivos do processo de desenvolvimento municipal:

I – inclusão social;II – desenvolvimento econômico

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PREFEITURA MUNICIPAL DE PAIÇANDU - PRPROJETO DE LEI PLANO DIRETOR PARTICIPATIVO PAIÇANDU - PR4

e territorial;III – descentralização da gestão urbana; IV – integração e mobilidade metropolitana;V – preservação ambiental.

Seção IDa inclusão social

Art. 14. O Plano Diretor Participativo de Pai-çandu tem como objetivo promover a inclusão social mediante a promoção do acesso a bens e serviços a toda a população, através da oferta de moradia, trabalho, renda e estruturação de polí-ticas públicas a serem pautadas pelas diretrizes contidas nesta lei.

Subseção I Do acesso à moradia

Art. 15. É direito de todos o acesso à moradia digna, em local urbanizado, dotado de infraestru-tura e proximidade de serviços públicos, conforme estabelecido no Plano de Habitação de Interesse Social.

Art. 16. Nas políticas públicas de moradia será conferido prioridade de atendimento às pessoas e famílias em situação de vulnerabilidade social.

§ 1º. Inicialmente as famílias com renda mensal de 0 a 2 salários mínimos, e posteriormente as famílias de 2 a 3 salários mínimos, obedecendo à seguinte seqüência de prioridades:

I – Menor renda per capita em domicílios em áreas de risco, insalubres e áreas de preserva-ção, de conflito fundiário, improvisados, rústicos, cômodos alugados ou cedidos (invasões, favelas, barracos, cortiços);

II – Menor renda per capita em domicílios alu-gados ou cedidos em assentamentos precários, domicílios inadequados (famílias conviventes ou densidade excessiva de moradores, deficiência ou carência de infraestrutura urbana e domicílios depreciados ao longo do tempo;

III – Domicílios alugados ou cedidos localizados em bairros precários definidos no diagnóstico;

IV – Domicílios alugados ou cedidos nos de-mais bairros da cidade;

V – Demanda demográfica.Art. 17. Para atendimento do direito à moradia,

deverá o poder público, juntamente com a socie-dade civil, manter plano estruturado de oferta de habitações de interesse social de acordo com as diretrizes e prioridades estabelecidos nesta lei.

Parágrafo único: As habitações de interesse social serão implantadas no perímetro urbano, podendo ser produzidas dentro ou fora de zona específica para tal finalidade.

Art. 18. Nos loteamentos empreendidos a partir da entrada em vigor desta lei será reservada por-centagem da área total destinada para implantação de moradias de interesse social, nos termos da Lei de Uso e Ocupação do Solo.

Subseção IIDa acessibilidade

Art. 19. Deverá o poder público eliminar as barreiras impostas às pessoas com deficiência ou com mobilidade limitada, atendendo às suas necessidades através da adaptação das normas de construção e edificação aplicáveis às obras

públicas e privadas.

Subseção IIIDos serviços públicos

Art. 20. A implantação de equipamentos públi-cos se dará de forma a equilibrar sua distribuição pelo território, devendo ser instalados prioritaria-mente em áreas deficitárias e vulneráveis, obser-vando-se também a situação pessoal e/ou familiar da população em questão.

§ 1º. Para os fins de atendimento prioritário do artigo antecedente, entende-se como equipamen-tos públicos:

I – Escolas;II – Centros de Educação Infantil; III – Unidades Básicas de Saúde;IV – Centros de Referência de Assistência

Social;V – Centros Esportivos;VI - Demais equipamentos e prédios públicos

Seção IIDo desenvolvimento econômico

e territorialArt. 21. O município adotará política de geração

de emprego e renda através de planos de atração de indústrias e fomento ao comércio e serviços e à agricultura familiar.

Art. 22. Como parte da política de favorecimento à indústria serão concedidos benefícios fiscais e territoriais, nos termos de lei complementar e plano específico a serem elaborados no prazo de 2 (dois) anos.

Art. 23. Às indústrias serão reservadas áreas específicas para sua instalação e funcionamento sendo vedada a implantação de empreendimentos industriais em áreas residenciais e rurais, salvo em casos específicos estabelecidos na lei de uso e ocupação do solo.

Art. 24. Deverá ser elaborado no prazo de 2 (dois) anos plano de revitalização e moderniza-ção da estrutura comercial do município, visando revalorização urbanístico-paisagística e integração com a população local.

Seção IIIDa descentralização da gestão urbana

Art. 25. Nos termos dos artigos 10 e 11 do presente Plano, o poder público promoverá a gestão democrática por meio da implantação dos seguintes espaços institucionalizados de gestão e participação popular:

I – Conselho da Cidade de Paiçandu (ConCi-dade Paiçandu);

II – Fundo Municipal de Habitação - FMH;III – Conferências públicas;IV – Audiências públicas;V – Assembléias de planejamento e gestão

territorial.VI – Orçamento Participativo - OP.Art. 26. Será livre a apresentação de propostas

de elaboração, alteração de políticas públicas e normas urbanísticas, inclusive referentes a este Plano, por parte da sociedade civil, a serem discutidas em audiências, conferências públicas, assembléias de planejamento e gestão territorial conforme o temário apresentado.

Subseção I Do Conselho Municipal da Cidade –

ConCidade PaiçanduArt. 27. Fica criado observando o disposto no

Art. 132 desta Lei, o Conselho Municipal da Cidade – ConCidade Paiçandu, órgão consultivo e delibe-rativo essencial ao sistema municipal de desenvol-vimento urbano, composto por representantes da sociedade civil e do poder público, incumbido das seguintes atribuições:

I – avaliar o sistema de desenvolvimento urbano municipal e fiscalizar o cumprimento deste Plano Diretor, elaborando estudos, pareceres, sobre sua execução, de modo a zelar por sua integridade e respeito aos princípios e diretrizes da política urbana nacional;

II – colher, analisar e mediar os interesses de política urbana referentes às diversas localidades do território municipal, de modo a consolidar a gestão democrática por meio do fortalecimento da participação social;

III – propor programas, projetos e políticas no âmbito do sistema municipal de desenvolvimento urbano, elaborados conjuntamente pela sociedade civil e poder público;

IV – coordenar as conferências e audiências públicas municipais, garantindo a participação de todos os segmentos da sociedade;

V – debater e emitir pareceres sobre a elabora-ção e execução do orçamento público municipal, fiscalizando a contemplação das diretrizes da política urbana municipal nas leis orçamentárias do município;

VI – promover a publicidade de seus trabalhos e ações realizadas, bem como fomentar a difusão das informações produzidas pela gestão urbana municipal;

VII – elaborar o seu regimento interno, em harmonia aos princípios e diretrizes gerais e espe-cíficos deste Plano Diretor;

VIII – anteriormente ao encaminhamento ao Poder Legislativo, emitir pareceres sobre qualquer proposta de alteração deste Plano Diretor e demais leis urbanísticas municipais;

XIX – acompanhar a implementação e execu-ção dos instrumentos urbanísticos previstos neste Plano Diretor.

X – gerir o Fundo Municipal de Habitação e seus recursos.

Art. 28. O ConCidade Paiçandu deverá se articular com os demais conselhos participativos municipais.

Art. 29. O ConCidade Paiçandu será paritário, composto por 14 (quatorze) membros titulares e seus suplentes, obedecendo a proporção de 50% das vagas destinadas a representantes da socie-dade civil, e 50% reservadas a membros do poder público, na seguinte distribuição em segmentos:

§ 1º. 7 representantes da sociedade civil:I – 1 representante de movimentos sociais e

associação de moradores.II – 1 representante de entidades sindicais. III – 1 representante de entidades religiosas. IV - 1 representante dos Conselhos Gestores

de Políticas Públicas.V – 1 representante do Distrito de Água Boa.VI – 2 representantes de organizações da

sociedade civil, não contempladas anteriormente.

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PREFEITURA MUNICIPAL DE PAIÇANDU - PRPROJETO DE LEI PLANO DIRETOR PARTICIPATIVO PAIÇANDU - PR 5

§ 2º. 7 representantes do poder público:I –1 representante da Secretaria Municipal de

Planejamento.II – 1 representante da Secretaria Municipal de

Obras.III – 1 representante da Secretaria Municipal

de Fazenda.IV – 1 representante da Secretaria Municipal de

Indústria e Comércio.V – 1 representante da Secretaria Municipal de

Meio Ambiente.VI – 1 representante da Procuradoria JurídicaVII – 1 representante do Poder Legislativo.Art. 30. Os membros do ConCidade Paiçandu

serão eleitos a cada 3 anos, na Conferência de Avaliação do Plano Diretor Participativo.

§ 1º. A renovação dos membros do conselho será de, no mínimo, 50% dos componentes das categorias do poder público e sociedade civil.

§ 2º. Cada conselheiro poderá ter, no máximo, 2 mandatos consecutivos.

§ 3º. Durante a Conferência de Avaliação do Plano Diretor os representantes da sociedade civil serão indicados por cada segmento, e aprovados em plenário,

§ 4º - Para cada membro titular indicado para o Conselho, será indicado um suplente, integrante do respectivo segmento do titular, com o mesmo tempo de mandato do titular.

§ 5º - Os representantes do poder público serão escolhidos e nomeados, através de ato próprio do poder executivo conforme ART. 29 § 2º itens de I a VI, e através de ato próprio do poder legislativo conforme ART. 29 § 2º item VII.

Art. 31. A presidência do ConCidade Paiçandu será definida em eleição, por maioria absoluta dos membros, entre os representantes eleitos, para o mandato de 3 (três) anos.

Art. 32. Todos os interessados, independen-temente de ocuparem vaga de conselheiro, terão garantido o direito à voz nas reuniões do ConCidade Paiçandu, devendo suas manifestações ser regis-tradas nas atas e demais documentos.

Parágrafo único: a todos é garantido o direito à submissão de propostas e sugestões concernentes à política urbana municipal ao ConCidade Paiçan-du, cabendo-lhe o registro, mediante protocolo, e análise em reunião.

Art. 33. O Poder Executivo Municipal garantirá o suporte técnico e operacional exclusivo ao ConCi-dade Paiçandu, necessário ao efetivo desempenho de suas funções

Art. 34. A primeira composição do Conselho Municipal da Cidade – ConCidade Paiçandu, e a elaboração e aprovação de seu regimento interno acontecerão por meio de reunião pública, convo-cada pelo Poder Executivo, no prazo estipulado no Art. 127 desta Lei.

Subseção IIFundo Municipal de Habitação

Art. 35. Fica criado observando os dispostos nos Artigos 128 e 132 desta Lei, o FUNDO MUNICIPAL DE HABITAÇÃO - FMH, constituído de recursos provenientes de:

I - recursos próprios do Município;II - repasses ou dotações orçamentárias da

União ou do Estado do Paraná a ele destinados;

III - empréstimos de operações de financiamen-to internos ou externos;

IV - transferências de instituições privadas;V - transferências de entidades internacionais; VI - transferências de pessoas físicas;VII - acordos, contratos, consórcios e convênios;VIII - receitas provenientes de Outorga Onerosa

do Direito de Construir;IX - receitas provenientes da Concessão do

Direito de Superfície;X - receitas advindas do pagamento de presta-

ções por parte dos beneficiários de programas ha-bitacionais desenvolvidos com recursos do fundo.

XI - receitas advindas do pagamento de multas emitidas pelo órgão municipal competente por falta de licença de funcionamento de atividades.

XII - rendas provenientes da aplicação financei-ra dos seus recursos próprios;

XIII - doações;XIV - outras receitas que lhe sejam destinadas

por lei.Art. 36 O FUNDO MUNICIPAL DE HABITAÇÃO

será gerido pelo Conselho Municipal da Cidade – ConCidade Paiçandu.

Art. 37. Os recursos destinados ao FUNDO MUNICIPAL DE HABITAÇÃO deverão ser utilizados na implementação da Política Municipal de Habita-ção e Política Municipal de Preservação dos Bens Sócio Ambientais, aplicados prioritariamente em infra-estrutura, equipamentos públicos e Habitação de Interesse Social (HIS).

Art. 38. Será destinado à Habitação de Interesse Social a totalidade das receitas citadas nos incisos I a XIV do Artigo 35. desta Lei e no mínimo 30% do restante dos recursos do FUNDO MUNICIPAL DE HABITAÇÃO.

Subseção IIIDas conferências públicas

Art. 39. As conferências públicas são espaços de deliberação popular acerca de propostas refe-rentes a políticas de planejamento urbano dotadas de complexidade e alto grau de interesse público relacionado.

§ 1º. As conferências públicas serão convoca-das pelo prefeito municipal, e presididas por um membro do Conselho da Cidade de Paiçandu - ConCidade Paiçandu, nas hipóteses de obrigato-riedade desta e demais leis complementares, bem como nos casos de propostas submetidas pela sociedade civil e demais situações em que as ne-cessidades de política urbana e gestão democrática o exigir, devendo, em todos os casos, ser ouvido o ConCidade Paiçandu;

§ 1º. As audiências públicas serão organizadas e coordenadas pelo Conselho da Cidade - ConCi-dade Paiçandu.

§ 2º. O ConCidade Paiçandu pode, a qualquer tempo, recomendar ao prefeito municipal a convo-cação de conferência pública.

§ 3º. Convocada a conferência pública, deverá se abrir prazo mínimo de 30 (trinta) dias para rea-lização das inscrições

§ 4º. Será obrigatória a viabilização de enca-minhamento de propostas e sugestões por parte da sociedade civil nos 20 (vinte) primeiros dias do prazo a que se refere o parágrafo anterior

Art. 40. Nos casos de alteração do Plano Diretor Participativo de Paiçandu, seja por meio de pro-

postas oriundas do poder público ou da sociedade civil, será obrigatoriamente realizada conferência pública.

Art. 41. Obrigatoriamente as conferências pú-blicas, serão realizadas, em data, local e horário acessíveis, a população e precedidas por reuniões preparatórias e debates quando necessárias e a complexidade do temário proposto exigir.

Art. 42. A conferência pública terá uma com-posição de participantes proporcional a 50% para os poderes públicos municipais e 50% para a sociedade civil.

Subseção IVDas audiências públicas

Art. 43. As audiências públicas são espaços destinados à publicização e debate de propostas referentes a elaboração de políticas públicas urba-nas, tendo caráter consultivo, gerando a legitimação necessária para os atos do poder público relacio-nados ao planejamento urbano.

§ 1º. As audiências públicas serão convocadas pelo prefeito municipal, ou pelo Conselho da Cidade - ConCidade Paiçandu, e presidida por um membro do ConCidade Paiçandu.

§ 2º. O ConCidade Paiçandu pode, a qualquer tempo, recomendar ao prefeito municipal a convo-cação de audiência pública.

§ 3º. As audiências públicas serão organizadas e coordenadas pelo Conselho da Cidade - ConCi-dade Paiçandu.

Art. 44. Obrigatoriamente as audiências pú-blicas, serão realizadas, em data, local e horário acessíveis, a população.

Art. 45. Todas as informações pertinentes à proposta a ser discutida em audiência pública será previamente divulgada, obrigatoriamente em meio virtual, sem prejuízo de anúncio em outros meios de comunicação, em prazo mínimo de 30 (trinta) dias antes da data marcada para a audiência.

Parágrafo único: para a mesma audiência será obrigatoriamente oportunizada a submissão de propostas, até o vigésimo dia do prazo referido no caput deste artigo, por parte da sociedade civil, sendo-lhes conferida igualdade de tratamento quando dos debates.

Art. 46. Aos resultados das audiências públicas, será conferido publicidade obrigatoriamente em meio virtual, sem prejuízo da publicação em outros meios de comunicação

Subseção V Assembléias de planejamento e

gestão territorial.Art. 47. As Assembléias de Planejamento e

Gestão Territorial serão convocadas com o objetivo de consultar a população das Unidades Territoriais de Planejamento sobre as questões urbanas e de gestão orçamentária relacionadas àquela territoria-lidade, de forma a ampliar o debate e dar suporte à tomada de decisões do Poder Executivo e do Con-selho Municipal da Cidade – ConCidade Paiçandu.

§ 1º. Assembléias de Planejamento e Gestão Territorial serão convocadas pelo prefeito municipal, ou pelo Conselho da Cidade - ConCidade Paiçandu.

Art. 48. Dentre outras, as Assembléias de Plane-jamento e Gestão Territorial terão como atribuições:

I - discutir as propostas do plano plurianual,

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PREFEITURA MUNICIPAL DE PAIÇANDU - PRPROJETO DE LEI PLANO DIRETOR PARTICIPATIVO PAIÇANDU - PR6

da lei de diretrizes orçamentárias e do orçamento anual, para sua aprovação pela Câmara Municipal;

II - dar subsídio para a avaliação do Plano Diretor Participativo, conforme previsto nesta Lei.

Seção IVDa integração e mobilidade metropolitanaArt. 49. O poder público poderá implantar

sistema de transporte coletivo municipalizado ou concedido, que atenderá toda a extensão territorial do município, contemplando inclusive os moradores de áreas urbanas e distrital.

§ 1º. A implantação do sistema deverá prever os benefícios a estudantes e idosos de acordo com legislação federal e estadual.

§ 2º. As políticas públicas de transporte e mobilidade urbana deverão respeitar normas de acessibilidade, promovendo a inclusão de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida.

§ 3º. Deverá ser conferido prioridade à elabo-ração de políticas e planos de incentivo ao uso de meios de transporte não motorizados, através da implantação de Plano Cicloviário.

Art. 50. É de responsabilidade do poder público municipal a elaboração de plano de integração metropolitana de transporte coletivo.

Art. 51. Lei de Diretrizes Viárias estabelecido por lei deverá promover a integração viária, levando em conta as necessidades de desenvolvimento territo-rial do município e sua peculiaridade de membro de Região Metropolitana de Maringá.

Seção VDa preservação ambiental

Art. 52. Deverá o Plano Diretor Municipal fixar as áreas de preservação ambiental, bem como as áreas de risco para a população, nas quais a ocupação será proibida ou limitada, de acordo com Lei de Uso e Ocupação do Solo.

Art. 53. Será implantado sistema universal de coleta de lixo, cabendo ao poder público pro-gressivamente adotar métodos de coleta seletiva, buscando favorecer cooperativas de reciclagem e reaproveitamento de resíduos.

Art. 54. Plano Municipal de Resíduos Sólidos deverá implantar sistema sócio e ambientalmente adequado de destinação e tratamento do lixo pro-duzido no município

Art. 55. O sistema de saneamento deverá aten-der a toda extensão urbana do município, observan-do os critérios de prioridade contidos neste Plano.

Parágrafo único: A concessionária dos servi-ços de saneamento básico deverá providenciar a retirada da Estação de Tratamento de Esgoto da área urbana do município observando os prazos estabelecidos no Plano de Saneamento Básico.

TÍTULO 2 DO ORDENAMENTO TERRITORIAL

Capítulo IDisposições preliminares

Art. 56. A classificação do solo urbano segundo critérios de zoneamento constitui a divisão básica para efeitos urbanísticos e determina os regimes específicos de aproveitamento e gestão segundo a realidade consolidada e o destino previsto pelo Plano Diretor Participativo para as distintas áreas.

Art. 57. Constituem diretrizes da gestão físico-

-territorial do município:I – promoção da ocupação dos vazios urbanos,

ordenando e direcionando a expansão urbana;II – manutenção dos usos peculiares às áreas

rurais e urbanas, através de um processo integra-tivo;

III – controle, preservação e recuperação dos recursos ambientais do município;

IV – combate à subutilização de imóveis urba-nos e rurais;

V – implantação de política de expansão territo-rial responsável, em consonância com as diretrizes das leis municipais de planejamento urbano;

Capítulo IIDo macrozoneamento

Art. 58. A demarcação fundamental jurídico-ter-ritorial do município se dará através da definição de macrozonas, diferenciadas entre si por critérios relativos a seus modos de ocupação e uso, tendo como objetivo orientar o sistema de zoneamento e demais parâmetros urbanísticos. O Macrozone-amento tem como objetivo fixar as regras funda-mentais de ordenamento territorial, orientando o sistema de zoneamento na forma de seus usos e ocupação do solo.

Art. 59. O macrozoneamento de Paiçandu con-siste na delimitação de macrozonas apresentadas no Anexo I desta lei.

Art. 60. Conforme o Anexo I, integrante desta lei, o macrozoneamento é definido por:

I. Macrozona Urbana CentralII. Macrozona Urbana ResidencialIII. Macrozona Urbana Industrial III. I Macrozona Urbana Industrial IIII. II Macrozona Urbana Industrial IIIV. Macrozona Urbana de Proteção AmbientalV. Macrozona Urbana de ContençãoVI. Macrozona Urbana de Ocupação EspecialVII. Macrozona Urbana de Intervenção Urba-

nísticaVIII. Macrozona Urbana de Consolidação Re-

sidencial EspecialIX. Macrozona Rural X. Macrozona Rural de Ocupação Integrada.

Seção I Da Macrozona Urbana Central

Art. 61. A Macrozona Urbana Central corres-ponde a porção central da malha urbana onde há a maior concentração de atividades de comércio e prestação de serviços, ocupação residencial consolidada sobre o traçado original e servida por infraestrutura que pode ser aproveitada de forma satisfatória.

Art. 62. A Macrozona Urbana Central tem o objetivo de orientar e induzir as políticas públicas, valorizando o seu patrimônio sejam elas privadas ou não, manter o uso residencial sem que haja o predomínio ou sua inteira inibição pelo uso não residencial, além de garantir o caráter de centrali-dade da cidade.

Seção II Da Macrozona Urbana Residencial

Art. 63. A Macrozona Urbana Residencial cor-responde pela predominância de uso residencial nas diversas formas de ocupação, resultantes

do processo de loteamentos, da implantação de conjuntos habitacionais, cooperativas e/ou con-sórcios imobiliários.

Art. 64. A Macrozona Urbana Residencial tem o objetivo de manter a caracterização de zona residencial, consolidando o padrão estabelecido e criar vínculos com vias comerciais de forma ordenada, para a perfeita convivência priorizando a atividade residencial.

Seção IIIDa Macrozona Urbana Industrial

Art. 65. A Macrozona Urbana Industrial corres-ponde a parte do território urbano onde a logística é a principal ferramenta para desenvolvimento da atividade de indústria, comércio e ou serviços correlatos.

Art. 66. A Macrozona Urbana Industrial tem o objetivo de estabelecer um intercâmbio econômico, social com os setores do município e região, poten-cializar a logística, controlar e garantir a qualidade ambiental, além da obrigatoriedade em manter a se-gurança para cada tipologia de atividade exercida.

Art. 67. A Macrozona Urbana Industrial possui duas macrozonas distintas:

I. Macrozona Urbana Industrial I II. Macrozona Urbana Industrial II

Subseção I Da Macrozona Urbana Industrial I

Art. 68. A Macrozona Urbana Industrial I equivale a porção do território urbano onde há a concentra-ção de terrenos com lotes voltados à Rodovia PR 323, partes já consolidados em forma de parce-lamentos industriais e outros em forma de gleba.

Art. 69. A Macrozona Urbana Industrial I objetiva a sua implementação sem tirar o caráter de uma zona industrial. Os estabelecimentos deverão se manter garantindo baixo risco ambiental em função da localização conjunta com bairros estritamente residenciais.

Subseção IIDa Macrozona Urbana Industrial II

Art. 70. A Macrozona Industrial II faz parte da área urbana onde se localizam as glebas lindeiras à Rodovia PR 323, ainda sem a definição de parcela-mentos em forma de loteamentos, compreendidos por estabelecimentos que podem gerar de signifi-cativos riscos ambientais, desde que devidamente controlados e licenciados.

Art. 71. A Macrozona Urbana Industrial II tem o objetivo de implementar gradativamente um parque industrial de forma sustentável, utilizando as ferra-mentas disponíveis perante a legislação municipal e Estatuto da Cidade.

Seção IV Da Macrozona Urbana de

Proteção AmbientalArt. 72. A Macrozona Urbana de Proteção Am-

biental corresponde às áreas estabelecidas como unidade de conservação, áreas de mananciais, áre-as ao redor dos córregos e ribeirões, das nascentes sejam elas intermitentes ou não e reservas nativas.

Art. 73. A Macrozona Urbana de Proteção Ambiental tem como objetivo orientar as políticas públicas no sentido de controlar, preservar, recupe-

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rar, compatibilizar, se for o caso, da biodiversidade, da morfologia do solo do município. A proteção ambiental deverá se estender em toda área do município, mapeadas e gravadas em forma de lei.

Seção VDa Macrozona Urbana de Contenção

Art. 74. A Macrozona Urbana de Contenção cor-responde à área de terras em forma de gleba, ainda preservada a atividade de agricultura, localizada próxima à área de terras urbanizada e propensa a receber alterações físico territoriais pressionada pela ocupação urbana.

Art. 75. A Macrozona Urbana de Contenção tem o objetivo de manter as características atuais de uso até que o município crie mecanismos de ocupação demandada pela necessidade de ampliar e ajustar à implementação de novos loteamentos para fins residenciais. A inclusão de zonas de interesse social para essa Macrozona, bem como a especificação desse índice, deverá ser especificada em Lei de parcelamento do solo no processo da aprovação do parcelamento. Essa medida trata-se de um dos instrumentos de inclusão social e contrapartida para ocupação urbana.

Seção VIDa Macrozona Urbana de

Ocupação EspecialArt. 76. Macrozona Urbana de Ocupação Es-

pecial corresponde à porção do território urbano ocupado por edificações ou usos especiais que requerem atenção especial por sua peculiaridade nas questões ambientais, tais como cemitério, es-tações de tratamento de esgoto. São necessários estudos para uso e ocupação no seu entorno.

Art. 77. A Macrozona Urbana de Ocupação Especial tem como objetivo assegurar o perfeito funcionamento dos equipamentos já existentes e permitir a ocupação urbana no seu entorno de forma compatível.

Seção VIIDa Macrozona Urbana de Intervenção

UrbanísticaArt. 78. A Macrozona Urbana de Intervenção

Urbanística equivale à faixa de terras lindeira à linha férrea com 50,00m (cinquenta metros) de largura a partir do seu eixo, demarcadas conforme o anexo I do mapa de Macrozoneamento, destinadas à instalação de parque linear.

Art. 79. A Macrozona Urbana de Intervenção Urbanística tem como objetivo orientar as políticas públicas no sentido de incentivar a implantação de equipamentos comunitários, compatibilizando de forma sustentável com o seu entorno.

Seção VIIIDa Macrozona Urbana de Consolidação

Residencial EspecialArt. 80. A Macrozona Urbana de Consolidação

Residencial Especial equivale ao quadrilátero urbano do Distrito de Água Boa, consolidada pela ocupação predominantemente residencial.

Art. 81. A Macrozona Urbana de Consolidação Residencial Especial tem por objetivo manter as características residenciais, implementar a infra-estrutura urbana, criar mecanismos de incentivo

ao uso comercial ou de prestação de serviços concomitantes à residência, agregando valores ao distrito, resgatar o perfil com características rurais, vocacionando seu turismo local.

Seção IX Da Macrozona Rural

Art. 82. A Macrozona Rural corresponde toda porção do município não urbanizada e não inserida no perímetro urbano.

Art. 83. A Macrozona Rural tem como objetivo ordenar e monitorar o uso e ocupação da área rural com o controle de agrotóxicos; incentivar ati-vidades agrossilvipastoris e ao manejo ambiental; implementar o turismo local; ordenar o controle da exploração e do comércio da reserva aquífera de forma sustentável.

Seção XDa Macrozona Rural de Ocupação Integrada.

Art. 84. A Macrozona Rural de Ocupação Inte-grada corresponde à região de terras não urbani-zadas ainda e compreendidas pela linha férrea e rodovia PR 323, a Estrada da Destilaria e Estrada Santo Antônio.

Art. 85. A Macrozona Rural de Ocupação In-tegrada tem o objetivo de ordenar e monitorar a ocupação de forma a integrar as atividades eco-nômicas do meio rural e do urbano, utilizando-se das ferramentas do plano econômico, da lei de parcelamento e uso e ocupação do solo específicas da macrozona.

Capítulo IIIDos Setores Especiais

Art. 86. Os Setores Especiais são áreas do município que exigem tratamentos especiais na definição de seus parâmetros de uso do solo, em especial a faixa de terras de 150,00m de cada lado a partir do eixo da rodovia PR 323, denominado de Setor Rodoviário.

Art. 87. Os Setores Especiais tem como objetivo o ordenamento para instalação de atividades que envolvem a utilização direta do eixo rodoviário como meio de logística. Não podendo ser permitidos usos para fins residenciais, o setor deverá sofrer tributa-ção assim que o lote for cadastrado como urbano, ficando o remanescente como rural.

TÍTULO 3 DO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO

Art. 88. As diretrizes de uso e ocupação do solo refletem as características gerais definidas pelo macrozoneamento e política territorial municipais, definindo o regime de aproveitamento das diversas porções do território.

Art. 89. A ocupação do solo será delimitada pela adoção dos seguintes parâmetros:

I – coeficientes de aproveitamento;II – taxas máximas de ocupação e impermea-

bilização;III - dimensões mínimas de lote; IV – afastamentos obrigatórios;V – alturas máximas das edificações;VI – número máximo de pavimentos;Art. 90. O parcelamento do solo será disciplina-

do por lei específica, sendo vedado, em qualquer hipótese, o parcelamento para outros fins que aqueles estabelecidos pelo macrozoneamento

urbano e demais parâmetros fixados por esta lei e normas correlatas e de acordo com o ANEXO 1.

TÍTULO 4DOS INSTRUMENTOS DE

DESENVOLVIMENTO MUNICIPALArt. 91. São instrumentos institucionais de de-

senvolvimento municipal:I – lei de ação e investimentos, plano plurianual,

lei de diretrizes orçamentárias e lei de orçamento anual;

II – lei de uso e ocupação do solo;III – lei de parcelamento do solo;IV – lei de diretrizes viárias;V – planos de desenvolvimento territorial, eco-

nômico e social, setoriais ou gerais;VI – demais planos definidos por esta lei.Art. 92. São instrumentos jurídicos urbanísticos

de desenvolvimento:I – parcelamento, edificação ou utilização com-

pulsórios; II – IPTU progressivo no tempo;III – desapropriação com pagamento em títulos

da dívida pública;IV – direito de preempção;V – outorga onerosa do direito de construir;VI – operações urbanas consorciadas;VII – transferência do direito de construir; VIII – estudo prévio de impacto de vizinhança

(EIV);IX – zonas especiais de interesse social (ZEIS).

Seção IDo parcelamento, edificação ou utilização

compulsóriosArt. 93. Os imóveis, urbanos e rurais, não uti-

lizados, subutilizados, tanto edificados como não edificados, bem como aqueles utilizados de forma inadequada aos parâmetros urbanísticos da área em que se encontra, serão objetos de parcelamen-to, a edificação e utilização compulsória, conforme disciplinado nos artigos 5º e 6º do Estatuto da Ci-dade. Estão sujeitos à aplicação dos instrumentos:

I – o imóvel urbano com área igual ou superior a 2.000 m² (dois mil metros quadrados), com coe-ficiente de aproveitamento igual a zero;

II – o conjunto de imóveis urbanos contíguos ou não, de um único proprietário registrado, com coeficiente de aproveitamento igual a zero, cuja somatória das áreas registradas seja superior a 3.000 m² (três mil metros quadrados);

III – o imóvel urbano com área igual ou supe-rior a 2.000 m² (dois mil metros quadrados), cujo coeficiente de aproveitamento não atinja o mínimo definido para a macrozona onde se situa;

IV – o conjunto de imóveis urbanos contíguos ou não, de um único proprietário registrado, cuja somatória das áreas registradas seja superior a 3.000 m² (três mil metros quadrados) e cujo co-eficiente de aproveitamento de cada imóvel não atinja o mínimo definido para a macrozona onde este se situa;

V – a edificação desocupada há mais de 2 (dois) anos, independentemente da área construída.

§ 1º. É dever do poder público municipal proce-der à aplicação do instrumento previsto nesta seção sempre que verificadas as condições descritas no caput deste artigo.

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PREFEITURA MUNICIPAL DE PAIÇANDU - PRPROJETO DE LEI PLANO DIRETOR PARTICIPATIVO PAIÇANDU - PR8

§ 2º Ficam excluídos da obrigação estabelecida no caput deste artigo, após comprovação técnica pelo órgão municipal competente e aprovação pelo Conselho da Cidade, os imóveis:

I - utilizados para a instalação das seguintes atividades econômicas:

a) estações aduaneiras;b) terminais de logística;c) transportadoras;d) garagem de veículos de transporte de pas-

sageiros.II - exercendo função ambiental essencial;III - considerados de interesse sócio-ambiental;IV - ocupados por clubes sociais ou de lazer ou

associações de classe;V - integrantes de massa falida;VI - com produção agrícola familiar sem o uso

de agroquímicos, cujo proprietário resida no local e não possua outra propriedade na área urbana do município.

Art. 94. Constatando-se imóvel não utilizado não edificado ou subutilizado, proceder-se-á à notifica-ção do proprietário do imóvel, que terá no máximo 1 (um) ano para submeter ao órgão competente pedido de aprovação e execução de parcelamento ou edificação.

§ 1º. Frustrada por 2 (duas) vezes a tentativa de notificação do proprietário, proceder-se-á à notificação por edital

§ 2º. Aprovado o pedido de aprovação e exe-cução de parcelamento ou edificação, terá o pro-prietário no máximo 2 (dois) anos para dar início às obras do empreendimento.

§ 3º. As notificações a que se refere este artigo deverão ser averbadas no cartório de registro de imóveis.

Art. 95. Em se tratando de imóveis edificados não utilizados o proprietário será notificado para que em 1 (um) ano promova a sua ocupação.

Seção II Do IPTU progressivo no tempo

Art. 96. Em caso de descumprimento das condições e dos prazos previstos nos artigos 61, 62, 63, 64, 65, 66, 67, 68, 69, 70 e 71 desta lei, o Poder Executivo Municipal procederá à aplicação do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) Progressivo no Tempo, mediante majoração da alíquota pelo prazo de cinco anos consecutivos, conforme disposições constantes da Lei Federal nº. 10.257/2001, o Estatuto da Cidade.

§ 1º. O valor da alíquota a ser aplicado a cada ano será fixado na lei específica e não excederá a duas vezes o valor referente ao ano anterior, respeitada a alíquota máxima de quinze por cento.

§ 2º. É vedada a concessão de isenções ou de anistia relativas à tributação progressiva de que trata este artigo.

Art. 97. O IPTU Progressivo no Tempo poderá ser aplicado somente:

I. Macrozona Central;II. Macrozona Residencial; III. Macrozona Industrial I.Art. 98. Caso a obrigação de parcelar, edificar

ou utilizar não seja atendida em 5 (cinco) anos, o Poder Executivo Municipal:

I – Manterá a cobrança da alíquota máxima, até que se cumpra a obrigação prevista no artigo

93 desta lei;II – Poderá proceder à desapropriação do imó-

vel, com pagamentos em títulos da dívida pública, conforme previsto na Seção III desta lei.

Seção IIIDa desapropriação com títulos

da dívida públicaArt. 99. Decorridos 5 (cinco) anos de cobrança

do IPTU progressivo sem que o proprietário tenha cumprido a obrigação de parcelamento, edificação ou utilização, o Município poderá proceder à desa-propriação do imóvel, com pagamento em títulos da dívida pública.

§ 1º. Os títulos da dívida pública terão prévia aprovação pelo Senado Federal e serão resga-tados no prazo de até dez anos, em prestações anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais de seis por cento ao ano.

§ 2º. O valor real da indenização:I – refletirá o valor venal do imóvel estabelecido

pela Planta Genérica de Valores, descontado o montante incorporado em função das obras reali-zadas pelo Poder Executivo Municipal na área onde o mesmo se localiza após a primeira notificação de que trata o Art. 94 desta Lei;

II – Não computará expectativas de ganhos, lucros cessantes e juros compensatórios.

§ 3º. Os títulos de que trata este artigo não terão poder liberatório para pagamento de tributos.

§ 4º. O Município procederá ao adequado aproveitamento do imóvel no prazo máximo de cinco anos, contado a partir da sua incorporação ao patrimônio público.

§ 5º. O aproveitamento do imóvel poderá ser efetivado diretamente pelo Poder Público ou por meio de alienação ou concessão a terceiros, ob-servando-se, nesses casos, o devido procedimento licitatório.

§ 6º. Ficam mantidas para o adquirente de imóvel nos termos do § 5o as mesmas obrigações de parcelamento, edificação ou utilização previstas nesta Lei.

Seção IVDo direito de preempção

Art. 100. Em área definida no macrozoneamento urbano poderá o poder público exercer o direito de preempção, que lhe confere a preferência de aquisição de imóvel urbano objeto de alienação onerosa entre particulares, nos termos dos artigos 25 a 27 do Estatuto da Cidade, sempre que o poder público necessitar de áreas para:

I – Constituição de reserva fundiária;II – Regularização fundiária;III – Execução de programas e projetos habita-

cionais de interesse social;IV – Ordenamento e direcionamento da expan-

são urbana;V – Implantação de equipamentos urbanos e

comunitário;VI – Criação de espaços públicos e de lazer e

áreas verdes;VII – Criação de unidades de conservação ou

proteção de outras áreas de interesse ambiental;VIII – Proteção de áreas de interesse histórico,

cultural e paisagístico. Art. 101. Sem prejuízo da definição obrigatória

em macrozonas, deverá o poder público especifi-car quais imóveis sobre os quais poderá exercer o direito de preempção.

§ 1º. Os proprietários dos imóveis sujeitos ao exercício do direito de preempção deverão ser obrigatoriamente notificados desta possibilidade;

§ 2º. Proceder-se-á à publicidade da incidência do direito de preempção por meio da averbação obrigatória no cartório de registro de imóveis junto à matrícula do imóvel.

Art. 102. Exercido o direito de preempção, o imó-vel adquirido deverá obrigatoriamente ser utilizado para os fins prioritários contidos nesta lei.

Parágrafo único: nos termos do parágrafo úni-co do art. 26 do Estatuto da Cidade, a cada área demarcada para exercício do direito de preempção corresponderá uma ou mais ação prioritária definida no Plano Diretor Participativo.

Seção VDa outorga onerosa do direito de construir

Art. 103. A outorga onerosa do direito de cons-truir permite ao proprietário a construir acima do limi-te estabelecido pelo coeficiente de aproveitamento básico, nunca podendo ultrapassar o coeficiente máximo permitido, mediante a contrapartida a ser paga ao poder público.

§ 1º. Para os efeitos desta lei, coeficiente de aproveitamento (CA) é o índice obtido pela relação entre a área edificável e a área do terreno, que define o potencial construtivo do lote.

§ 2º. A lei de Uso e Ocupação do Solo defi-nirá os limites máximos a serem atingidos pelos coeficientes de aproveitamento, considerando a proporcionalidade entre a infraestrutura existente e o aumento de densidade esperada em cada área.

Art. 104. A outorga onerosa de alteração de uso do solo é a faculdade concedida ao proprietário de imóvel urbano, para que este, mediante contrapar-tida ao poder público municipal, possa modificar ou expandir os usos previstos para o imóvel na lei municipal de uso e ocupação do solo.

Art. 105. A outorga onerosa do direito de cons-truir e a outorga onerosa de alteração de uso do solo serão permitidas somente:

I – Na Macrozona Urbana Central;II - Nas Macrozonas Urbanas Industriais I e II; III – Nas áreas em Macrozona Urbana Resi-

dencial com potencial de verticalização, conforme definido na Lei de Uso e Ocupação do Solo.

Art. 106. A lei municipal específica estabelecerá as condições a serem observadas para outorga onerosa do direito de construir e de alteração de uso do solo, determinando no mínimo:

I – os procedimentos administrativos neces-sários;

II – a fórmula de cálculo para cobrança;III – os casos passíveis de isenção de paga-

mento da outorga;IV – a contrapartida do beneficiário. Art. 107. Os recursos obtidos com a adoção da

outorga onerosa do direito de construir e outorga onerosa de alteração de uso do solo serão desti-nados, ao Fundo Municipal de Habitação.

Seção VIDas operações urbanas consorciadas

Art. 108. O poder público municipal poderá envolver a iniciativa privada, Governo Federal e

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Estadual, moradores e usuários do local, movimen-tos sociais e entidades diversas na implementação de operação urbana consorciada, destinada a pro-mover transformação urbanística, socioeconômica e/ou ambiental em área delimitada no município.

Art. 109. O projeto de operação urbana consor-ciada será aprovado por lei específica, devendo conter, no mínimo:

I – definição da área a ser atingida;II – programa básico de ocupação da área;III – programa de atendimento econômico e

social para a população diretamente afetada pela operação;

IV – finalidades da operação;V – estudo prévio de impacto de vizinhança;VI – contrapartida a ser exigida dos proprietá-

rios, usuários permanentes e investidores privados em função da utilização dos benefícios urbanísticos concedidos;

VII – a forma de controle da operação, obriga-toriamente compartilhado com representação da sociedade civil;

VIII – a natureza dos incentivos a serem con-cedidos aos proprietários, usuários permanentes e investidores privados.

Art. 110. Uma vez aprovada a lei que implemen-ta a operação urbana consorciada, a área em ques-tão não poderá ser utilizada em desacordo com as determinações do plano específico aprovado.

Seção VII Da transferência do direito de construirArt. 111. Lei municipal, baseada no Plano Dire-

tor Participativo, poderá autorizar o proprietário de imóvel urbano, privado ou público, a exercer em outro local, ou alienar, mediante escritura pública, o direito de construir previsto no plano diretor ou em legislação urbanística dele decorrente, quando o referido imóvel for considerado necessário para fins de:

I – implantação de equipamentos urbanos e comunitários;

II – preservação, quando o imóvel for conside-rado de interesse histórico, ambiental, paisagístico, social ou cultural;

III – servir a programas de regularização fundiá-ria, urbanização de áreas ocupadas por população de baixa renda e habitação de interesse social.

§ 1º. A mesma faculdade poderá ser concedi-da ao proprietário que doar ao Poder Público seu imóvel, ou parte dele, para os fins previstos nos incisos I a III do caput.

§ 2º. A lei municipal referida no caput esta-belecerá as condições relativas à aplicação da transferência do direito de construir.

Seção VIIIDo estudo de impacto de vizinhança

Art. 112. Os empreendimentos e atividades pri-vados ou públicos, geradores de impacto, depende-rão da elaboração e da aprovação de Estudo prévio de Impacto de Vizinhança (EIV) para obter licenças ou autorizações de construção, ampliação ou fun-cionamento junto ao Poder Executivo Municipal.

Art. 113. São considerados empreendimentos geradores de impacto todos aqueles destinados ao uso não residencial que ocupem área superior

a 800m2. Art. 114. São considerados empreendimentos

e atividades geradoras de impacto, independente da área construída:

I. Terminais de transporte de carga ou de pas-sageiros;

II. Garagens de veículos de transporte de pas-sageiros;

III. Estação de tratamento de água ou efluentes;IV. Aterro sanitário e outros depósitos de resí-

duos sólidos;V. Centrais de abastecimento, centros comer-

ciais e afins;VI. Depósito de produtos agropecuários, equi-

pamentos, mercadorias;VII. Postos de venda de combustível;VIII. Depósitos de gás liquefeito de petróleo

(GLP)IX. Indústria ou depósito de explosíveis, infla-

máveis, tóxicos e afins;X. Criação ou comércio de animais (víveres),XI. Indústria ou comércio de ossos, sangue e

outros produtos extraídos de animais;XII. Fábricas de carvão, olarias, serrarias;XIII. Extração de minérios;XIV. Estádios;XV. Casas noturnas, clubes recreativos e clubes

de pesca (pesque e pague);XVI. Condomínios;XVII. Templos religiosos;XVIII. Presídios;XIX. Cemitérios.§ 1º. Outros empreendimentos e atividades po-

tencialmente geradores de impacto serão definidos na Lei de Uso e Ocupação do Solo.

§ 2º. A exigência de elaboração de Estudos de Impacto de Vizinhança tem por

finalidade a identificação de elementos que possam causar danos e ou

alteração no ambiente socioeconômico natural ou construído.

§3º. A instalação dos diferentes usos e ativida-des na área rural do Município

observará a regulamentação da legislação competente.

Art. 115. Para definição de outros empreendi-mentos ou atividades causadores de impacto de vizinhança, não previstos na presente Lei, deverão ser observados, pelo menos, a presença de um dos seguintes fatores:

I. Interferência significava na infra-estrutura ou prestação de serviços públicos;

II. Alteração significativa da paisagem em que se insere;

III. Alteração significativa da qualidade de vida em sua área de influência, afetando as práticas so-ciais cotidianas, a saúde, a segurança, a locomoção e ou bem-estar da

população;IV. Necessidade de parâmetros urbanísticos

especiais.Art. 116. O Estudo de Impacto de Vizinhança

(EIV) deverá contemplar os efeitos positivos e negativos do empreendimento ou atividade quanto à qualidade de vida da população residente ou usuária da área e suas proximidades, incluindo a análise, no mínimo, das seguintes questões:

I. Uso e ocupação do solo e dinâmica das ativi-dades socioeconômicas;

II. Infraestrutura básica, incluindo o consumo de água e de energia elétrica, bem como a geração de resíduos sólidos e líquidos;

III. Equipamentos comunitários, como de saúde e educação;

IV. Práticas sociais cotidianas da população afetadas pela implantação do empreendimento;

V. Ventilação e iluminação naturais;VI. Paisagem urbana, patrimônio natural e

cultural;VII. Adensamento populacional;VIII. Valorização imobiliária;IX. Sistema de circulação e transportes incluin-

do, entre outros, a demanda por transporte público, geração de tráfego, estacionamento, carga e des-carga, embarque e desembarque;

X. Poluição da água, sonora e do ar por partí-culas ou gases;

XI. Trepidação, insalubridade, periculosidade e riscos à segurança pública.

Parágrafo Único. A definição da área de influ-ência do empreendimento fará parte do Estudo de Impacto de Vizinhança, podendo variar entre a escala do entorno imediato, a escala da cidade ou distrito e a escala do Município.

Art. 117. Como condição para aprovação dos empreendimentos ou atividades de impacto, o Po-der Executivo Municipal deverá solicitar alterações e complementações no mesmo a fim de eliminar ou minimizar os impactos negativos a serem gerados, bem como a execução de medidas mitigadoras, por meio de melhorias para o Município, tais como:

I. Ampliação e ou implementação das redes de infraesturtura básica – água tratada,

drenagem pluvial, energia elétrica, tratamento de esgoto;

II. Ampliação e adequação do sistema viário – pavimentação, equipamentos e

sinalização;III. Proteção acústica uso de filtros e outros pro-

cedimentos que minimizem incômodos causados pela poluição sonora, hídrica e do ar;

IV. Cotas de emprego e cursos de capacitação, entre outros;

V. Área de terreno ou área edificada para im-plantação de equipamentos comunitários;

VI. Implementação de transporte coletivo mu-nicipal;

VII. Viabilização da construção de unidades de Habitação de Interesse Social.

Parágrafo Único. A aprovação do empreendi-mento ficará condicionada ainda à assinatura do Termo de Compromisso pelo interessado, no qual este se comprometerá a arcar integralmente com as despesas decorrentes da implantação das me-didas mitigadoras e demais exigências apontadas pelo Poder Executivo Municipal.

Art. 118. O Estudo Prévio de Impacto de Vizi-nhança, bem como as proposições para eliminação ou minimização dos impactos a serem gerados, deverão ser submetidos à apreciação.

Seção IXDas zonas especiais de interesse social - ZEIS

Art. 119. Zonas Especiais de Interesse Social

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PREFEITURA MUNICIPAL DE PAIÇANDU - PRPROJETO DE LEI PLANO DIRETOR PARTICIPATIVO PAIÇANDU - PR10

- ZEIS - são áreas do território destinadas priori-tariamente à produção de Habitação de Interesse Social para população de baixa renda, destinadas também à recuperação urbanística e à regulariza-ção fundiária, incluindo a provisão de equipamentos sociais e culturais e espaços públicos.

Art. 120. São objetivos das ZEIS:I - garantir o acesso à moradia para parcelas da

população que não têm condições econômicas de adquirir habitação por meio do mercado;

II - implantar serviços e infraestrutura urbana nas áreas não atendidas onde sejam implantados projetos de Habitação de Interesse Social;

III - garantir o direito à cidade e qualidade de vida urbana para todos os que nela moram e trabalham.

Art. 121. As Zonas Especiais de Interesse Social serão regulamentadas pela Lei de Uso e Ocupação do Solo no prazo previsto no Art. 129 desta Lei.

TÍTULO 5DO SISTEMA DE AVALIAÇÃO E REVISÃO DO

PLANO DIRETOR PARTICIPATIVOArt. 122. O sistema de avaliação e revisão do

Plano Diretor Participativo de Paiçandu será rea-lizado por meio de conferências públicas, sob a coordenação do ConCidade Paiçandu.

Art. 123. A avaliação do Plano Diretor Participa-tivo deverá ser feita a cada 3 (três) anos, a contar da data da publicação desta lei, tendo por objetivo o diagnóstico da eficácia e efetividade das diretri-zes contidas nesta lei e nos demais instrumentos de planejamento urbano, bem como a análise das ações tomadas para concretização dos mesmos e eleição de membros do Conselho da Cidade -

ANEXO 1 - Tabela: Uso e Ocupação do Solo nas Macrozonas

Macrozonas Uso Área mínima (lote)

Coeficiente mínimo

Coeficiente máximo

- Urbana Central - Residencial- Não residencial- Misto

300,00m² 10% do coef. Máximo da zona 2

- Urbana Residencial - Predominantemente Residencial- Não residencial - Misto

300,00m² 10% do coef. Máximo da zona 1

- Urbana - Industrial 1- Industrial 2

- Industrial- Comércio e serviços compatíveis a zona

1.000,00m² 10% do coef. Máximo da zona 1

- Urbana- Ocupação Especial

- Atividades institucionais compatíveis a zona 1.000,00m² --------------- 1

- Urbana- Contenção

- Predominantemente Residencial- Misto

300,00m² 10% do coef. Máximo da zona 1

- Urbana- Intervenção Urbanística

- Equipamento urbano- Uso público

------------ ------------ 1

- Urbana- Proteção Ambiental

- Compatível com controle, recuperação e con-servação do Fundo de Vale

----------- ------------ ------------

- Urbana - Consolidação Residencial

- Qualificação residencial/não residencial/mista 300,00m² 10% do coef. Máximo da zona 1

- Rural - Compatível com atividades rurais 20.000,00m² --------------- Definir na lei de uso do solo- Rural- Ocupação Integrada

- Compatível com ocupação de incentivo ao turismo

20.000,00m² --------------- Definir na lei de uso do solo

- Setor Rodoviário - Compatível com atividades rodoviárias 10.000,00m² 10% do coef. Máximo da zona Definir na lei de uso do solo

ConCidade Paiçandu.Art. 124. A cada 10 (dez) anos será promovida

a avaliação completa do Plano Diretor Participativo, processo no qual será levado a debate e delibe-ração popular propostas que levem em conta o resultado das análises efetuadas.

TÍTULO 6 DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 125. O Plano Diretor Participativo poderá ser alterado ou revisado pela Conferência da Cidade de Paiçandu, conforme o Art. 40 desta Lei.

Art. 126. São parte integrante desta Lei os seguintes Anexos:

I - Anexo 01 – Mapas com a delimitação do macrozoneamento urbano;

II - Anexo 02 - Mapas com a delimitação do macrozoneamento e perímetros urbanos;

III – Anexo 03 - Tabela: Uso e Ocupação do Solo nas Macrozonas.

Art. 127. O Poder Executivo Municipal deverá realizar a Reunião Pública que trata o artigo 34 desta Lei no prazo máximo de 5 (cinco) meses contado da publicação desta Lei.

Art. 128. O Poder Executivo Municipal regula-mentará por Decreto Municipal o Fundo Municipal de Habitação – FMH, no prazo de 06 (seis) meses após a publicação desta Lei.

Art. 129. O Poder Executivo Municipal enca-minhará, no prazo de 10 (dez) meses a contar da data da publicação desta Lei, para apreciação e deliberação da Câmara Municipal os seguintes projetos de Lei:

I - Lei de Uso e Ocupação do Solo;II - Lei de Parcelamento do Solo;

III - Lei do Perímetro Urbano;IV - Lei das Diretrizes Viárias;V - Código de Obras;VI - Código de Posturas;Art. 130. O Poder Executivo Municipal deverá

elaborar, no prazo de 06 (seis) meses a partir da data da aprovação desta Lei o Plano de Ação e Investimentos para o Município, contendo os programas e ações governamentais que serão elaborados com base nas políticas e diretrizes definidas por esta Lei e deverão fundamentar a Lei do Orçamento Municipal, a Lei de Diretrizes Orçamentárias e o Plano Plurianual.

Art. 131. O não cumprimento dos princípios e regras dispostos nesta Lei, por ação ou omissão, configura descumprimento da função social da cidade, podendo incorrer no crime de improbidade administrativa de acordo com a Lei 8.429, de 02 de junho de 1992, sem prejuízo do disposto na Lei Federal nº 10.257/2001, principalmente:

I. Não incorporar os princípios, objetivos, políticas e diretrizes estabelecidas nesta Lei ao Plano Plurianual, Lei de Diretrizes Orçamentárias e o Orçamento Anual;

II. Não convocar a Conferência da Cidade no prazo estabelecido por esta Lei.

Art. 132. As demais Leis pertinentes à matéria desta Lei deverão ser readequadas às disposições contidas no Plano Diretor Participativo de Paiçandu ora aprovado, no prazo de 10 meses contados a partir da aprovação desta Lei.

Art. 133. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 134. Revogam-se as disposições em con-trário.

Page 11: Prefeitura Municipal de Paiçandu PROJETO DE LEI · definidos na lei de Uso e Ocupação do Solo, garantindo que a intensida-de de uso seja adequada à disponi-bilidade da infraestrutura

PREFEITURA MUNICIPAL DE PAIÇANDU - PRPROJETO DE LEI PLANO DIRETOR PARTICIPATIVO PAIÇANDU - PR 11

ANEXO 2 MACROZONEAMENTO URBANO

REVISÃO DO PLANO DIRETOR PARTICIPATIVO DE PAIÇANDU - MACROZONEAMENTO URBANO

Fonte: Prefeitura Municipal de PaiçanduElaboração: Observatório das Metrópoles, Núcleo Regional de Maringá

Corpos Hídricos

Linha FérreaPerímetro UrbanoMacrozona Central

Macrozona Residencial

Macrozona Industrial 1

Macrozona Industrial 2

Macrozona de ProteçãoAmbiental

Macrozona de Contenção

Macrozona de OcupaçãoEspecial

Macrozona de IntervençãoUrbanística Perímetro Municipal

Macrozona RuralMacrozona de ConsolidaçãoResidencial Especial

Macrozona Rural deOcupação Integrada

Setor Rodoviário .Macrozona deHIS

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PREFEITURA MUNICIPAL DE PAIÇANDU - PRPROJETO DE LEI PLANO DIRETOR PARTICIPATIVO PAIÇANDU - PR12

Esse Projeto de Lei do Plano Diretor Participativo de Paiçandu foi elaborado mediante amplo processo participativo com a realização de Audiências Públicas e Ofi-cinas sob a coordenação da Secretaria de Planejamento da Prefeitura Municipal de Paiçandu, com assessoria da equipe técnica do Observatório das Metrópoles Núcleo da Universidade Estadual de Maringá e com a contribuição de representantes de Entidades da Sociedade Civil de Paiçandu através Co-missão de Acompanhamento e da Comissão Técnica da Prefeitura de Paiçandu.

Observatório das Metrópoles Núcleo/UEM

ANEXO 3MACROZONEAMENTO MUNICIPAL

REVISÃO DO PLANO DIRETOR PARTICIPATIVO DE PAIÇANDU - MACROZONEAMENTO MUNICIPAL

Fonte: Prefeitura Municipal de PaiçanduElaboração: Observatório das Metrópoles, Núcleo Regional de Maringá

Corpos Hídricos

Linha FérreaPerímetro UrbanoMacrozona Central

Macrozona Residencial

Macrozona Industrial 1

Macrozona Industrial 2

Macrozona de ProteçãoAmbiental

Macrozona de Contenção

Macrozona de OcupaçãoEspecial

Macrozona de IntervençãoUrbanística Perímetro Municipal

Macrozona RuralMacrozona de ConsolidaçãoResidencial Especial

Macrozona Rural deOcupação Integrada

Setor Rodoviário .Macrozona deHIS

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