preco de venda e custos ind

Upload: ana-lucia-theobald

Post on 23-Feb-2018

216 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 7/24/2019 Preco de Venda e Custos Ind

    1/16

    PREO DE VENDA

    &

    CUSTOS INDUSTRIAIS

    Prof. David Pereira dos SantosJan/2003

  • 7/24/2019 Preco de Venda e Custos Ind

    2/16

    Sendo o maior objetivo de um negcio o LUCRO, e esse lucro depende do Preo de Vendae doCusto, temos:

    Custo + Lucro= PreoEquao que imperava na revoluo industrial, por volta de 1850.

    Hoje o preo definido pelo mercado, devido a grande competitividade temos:

    Lucro = PreoCusto

    A competio atual exige um conhecimento mais profundo na anlise dos custos, pois a satisfao docliente fundamental, e como o mercado define o preo e o lucro objetivado para remunerar ocapital investido. Sendo assim alteramos a equao acima:

    Preolucro = CustoNa formula acima o Custo que tem que ser admnistrado, controlado e gerenciado de forma quetodos tenham participao, e com o devido conhecimento racionalizar processos, produtos e materiais,diminuindo gradativamente os custos, com isso aumentando os ganhos sem alterar o preo do produto.Os itens referente a qualidade, custos, atendimento ao cliente, moral, segurana, meio ambiente, temque ser gerenciados de forma descentralizada com a participao de todos colaboradores, pois comisso conseguiremos uma Qualidade Total e uma participao da mo de obra direta at o mais altoescalo gerencial.

    CUSTOS INDUSTRIAIS

    A administrao industrial est sujeita a variveis de natureza interna: a estrutura (organograma), asatividades, as pessoas, os objetivos, metas, tecnologia, etc.; e a variveis de natureza externa: asociedade qual a empresa pertence, as organizaes e empresas das quais depende para funcionar ousejam: clientes, fornecedores, concorrentes, sindicatos, etc.

    No ambiente externo: surgem as oportunidades, vantagens, ameaas, assim como os recursos humanos,financeiros e materiais. ainda no ambiente externo que a Empresa vende o seu produto ou o seuservio, descobre novos mercados onde possa aplicar a sua tecnologia. Essa tecnologia desenvolvidainternamente ou adquirida externamente. A estrutura e o comportamento organizacional das empresasso determinados pela tecnologia.Toda empresa precisa adotar uma estratgia, que so opes e escolhas de que as empresas se servemou aes que so definidas para atingir seus objetivos.

    Na definio desta estratgia a empresa precisa analisar as foras internas e externas, seu pontos fortese fracos. As empresas devem sempre aproveitar as suas foras positivas internas e externas.A tecnologia da empresa uma fora positiva interna, portanto a estratgia constitui a maneira pelaqual a empresa pretende atingir seus objetivos, atuando com sua tecnologia.O objetivo da atividade econmica dentro do sistema capitalista o LUCRO. Esse lucro pode ser

    positivo, negativo ou zero.

  • 7/24/2019 Preco de Venda e Custos Ind

    3/16

    Lucro positivo pode ser obtido pela: - 1) Capacidade tecnolgica.2) Eficincia do trabalho e mtodos administrativos, que

    podemos conseguir com:2.1) Definio dos objetivos.2.2) Planejamento.2.3) Organizao.

    2.4) Controle econmico. importante que a organizao saiba o que fazer pra obter o lucro desejado, fixando o que vaiproduzir. As resposta esto implcitas na tecnologia adquirida.Definidos os objetivos, temo em decorrncia do planejamento. O planejamento evita perdas de tempo,de mo de obra, de material e de dinheiro.Para que se possa tomar decises corretas preciso ter um plano. No tendo plano, administra-sediante de fatos. Uma das formas de planejamento o controle oramentrio (budget), que incluitodas as previses relativas a mo de obra, material, despesas diretas e indiretas de fabricao. Contma previso de venda e despesas operacionais. possvel prever a margem de lucro, as perdas, etc. ecomparar resultados tomando medidas necessrias quando os resultados no esto sendo atingidos.A organizao a estrutura de trabalho, dentro da qual as atividades so desenvolvidas. Em geral uma

    empresa se estrutura fundamentalmente em administrao, vendas e produo.O Controle econmico o processo de operao dos resultados, confrontando o real com o planocontido no planejamento. Definido os objetivos da empresa, segue-se conforme o planejamento.

    ESTRUTURA DE CUSTOS

    O Lucro o objetivo das atividades industriais, em funo da Receita total (Rt), que o valor brutodas vendas do perodo; e das despesas total (Dt), que Custos da compra de mercadorias + despesasfixas + despesas de comercializao(impostos e comisses sobre vendas).

    L=RtDt

    Rt= L+ Dt

    CUSTO DA PRODUO

    O Custo da produo a soma do custo dos materiais diretos (Cmd) + custo da mo de obra direta(Cmod) + custo das despesas indiretas de fabricao (Cdif)

    Cp= Cmd + Cmod + Cdif

    Cmd: Custo dos materiais diretos=> o custo dos materiais diretamente(matria prima) empregadono produto, deduzindo os impostos embutidos (ICMS e IPI), que sero recuperados.

    Cmod: Custo da mo de obra direta => o custo do trabalhador gasto na fabricao direta doProduto, por exemplo: salrio e encargos do colaborador diretamente envolvido com a

    produo, tais como, serrador + torneiro + fresador, etc.

  • 7/24/2019 Preco de Venda e Custos Ind

    4/16

    Cdif: Custo das despesas indiretas de fabricao=> corresponde ao custo dos demais fatores:

    humanos e materiais que no atuam diretamente na fabricao (nem na mo de direta , nem nocusto do material direto). No existe uma relao evidente entre a despesa indireta de fabricao

    por unidade de produto obtida. o custo da mo de obra indireta + encargos + ferramental +energia eltrica + aluguel + seguros + depreciao, etc.

    CUSTO DAS VENDASCusto das vendas (Cve), pertence ao setor comercial e incide sobre o produto acabado e vendido. Soos gastos com vendas, distribuio , representantes, armazenamento do produto acabado.Iniciam-se no ponto onde terminam os Custos de fabricao, isto , quando o produto estiver completoe a disposio para a venda, encerrando-se normalmente com a entrega do produto ao Cliente.

    CUSTO DA ADMINSTRAO

    A administrao assegura o funcionamento contnuo da empresa. O Custo da administrao (Ca)

    independe da relao custo/volume/lucro. importante, porm, estabelecer uma medida de custo daadministrao por unidade de produto fabricado. Incluem as despesas ocorridas nos escritrios daContabilidade, Tesouraria, Relaes Publicas, Telefones, Despesas tributrias,etc + Despesasfinanceiras que incluem juros e outros gastos incorridos em conexo com o capital emprestado.

    - Despesas de Vendas: ou despesas comerciais, ou ainda despesas de distribuio: so aquelasincorridas no esforo de efetuar vendas, no armazenamento do produto acabado e em suatransferncia para o cliente. Iniciam-se no ponto onde terminam os Custos de Fabricao, isto, quando o produto for completo e encontrar-se a disposio para a venda, encerrando-senormalmente com a entrega do produto ao cliente.

    - Despesas Administrativas: constituem uma classificao geral para cobrir itens no includosnas categorias acima. Tais itens so: despesas incorridas nos escritriosContabilidade,

    Tesouraria e na Administrao global dos negciosRelaes Pblicas, telefones, despesasLegais, tributrias, etc.

    - Despesas financeiras: incluem juros e outros gastos incorridos em conexo com capitalemprestado.

    Sendo assim temos um Custo total (Ct) que depende dos custo vistos acima,

    Ct= Cp + Cve + Ca

    CENTROS DE CUSTO o resultado de uma classificao dos diversos setores da empresa, conforme suas caractersticas deconsumo ou produo.Os setores podem ser subdivididos em sub-setores para facilitar a discriminao dos gastos.Exemplo: cdigo setor

    20.000 Manuteno20.001 Manuteno eltrica20.002 Manuteno Mecnica

    40.000 Usinagem

    40.001 Usinagem leve40.001-XX Torno horizontal .......

    40.002 Usinagem Pesada40.002-XX Torno Vertical ..........

  • 7/24/2019 Preco de Venda e Custos Ind

    5/16

    Os gastos dos centros de custos so levantados atravs de:

    1) Ordens de Servios2) Requisio de materiais ( compras, estoque, etc)3) Relatrios/ fichas de mo de obra (apontamentos)4) Rateios diversos: ar comprimido, energia eltrica, aluguel, etc.

    CUSTO POR ORDEM DE PRODUO1)

    O processo de produo estabelecido com base em um nmero sequencial de ordem deproduo (O.P.)

    2) Todo material direto e mo de obra direta utilizados na O.P. so lanados em documentos ouSistemas informatizados, que contenha o numero da OP.

    3) As despesas indiretas, so lanadas por rateio, utilizando-se como base o valor relativo da mode obra direta por lanamento direto dos valores, dos insumos indiretos e lanados na ordemde produo.

    4) O valor dos produtos em processo, igual a soma dos valores da OP no concludas.

    A ficha de controle da produodeve conter:

    1)

    Seqncia das operaes e mtodos de fabricao (como fazer).2) Centro de custo onde as operaes sero realizadas ( onde fazer).3) Quantidade a ser produzida e tempo padro das operaes (quanto fazer).4) Matria prima, ferramental e dispositivos a serem utilizados ( com que fazer).Qualquer modificao no processo, no tempo, na matria prima, no mtodo, deve serimediatamente comunicada para que se faa correo na ficha de controle da produo.O setor que alimenta dos dados acima o da Engenharia de processos.Concluda o processo da OP acima a ficha de controle, aps utilizao pelo Planejamento deControle da Produo (PCP), tem que ir para o setor de Custopara custear a referida OP.

    MTODO DE CUSTEIO1) Custeio Direto: o termo aplicado ao sistema de custo que aloca somente os custos variveis de

    produo do produto.2) Custeio por absoro: o termo aplicado ao sistema de custo que aloca todos os custos de produo

    do produto.O clculo do custo tem por finalidade:

    a) medir o resultado econmico.b) Facilitar a tomada de medida para a racionalizao industrial.c) Possibilitar a comparao entre processos alternativos.d) Formar adequadamente o preo de venda.e)

    Valorizar os estoques.

    ALOCAO DOS INSUMOS RELATIVOS AO CUSTO DA PRODUO

    CUSTO DO MATERIAL DIRETO (Cmd)

    o custo do material diretamente empregado no produto e de fcil medida.

    Cmd= preo unitrio x peso unitrio x n peas

  • 7/24/2019 Preco de Venda e Custos Ind

    6/16

    A quantidade em peso do material necessrio para se produzir uma pea, tem que ser acrescido osobre-metal.Temos que levar em conta o rendimento, isto , compensar as perdas no processo(=refugo).Exemplo: se tivermos que fabricar 1000 peas, consideramos 10% de perdas, sendo assim aQuantidade inicial (Qi) ser:

    Qi0,10 x Qi = 1000 Qi ( 1- 0,10)=1000Qi=1000/0,90

    O valor a ser considerado para a matria prima tem que ser o preo do material + despesa de frete (3 a5% do Custo da matria prima). Se o material a ser comprado for fob (free on board), isto , ofabricante vende seu produto, mas no entrega, portanto voc paga a despesa do frete.Obs: se o frete estiver incluso no preo, temos CIF (custo incluso no frete), portanto o frete ser porconta e risco do vendedor do produto a ser adquirido.

    CUSTO DAS OPERAES (Co).

    a soma dos custos das diversas operaes necessrias para fabricar a pea.

    Co= Top x ChmTop: tempo da operao ou tempo padro

    Chm: custo hora-mquinaSe o tempo de operao muito pequeno, por exemplo, menor que 10 segundos, podemos utilizar otempo de operao para 10 peas ou 100 peas.

    Top= Tp +Tf

    Tp= Tempo de preparaoTf= tempo de fabricao

    Nota: usar o tempo de preparao para o lote de peas a ser fabricada.Exemplo: preparao 1 hora, para fabricar 6 peas, portanto o tempo de preparao para fabricar (Tp )As 6 peas ser:Tp = 60/6 = 10 minutos

    E se cada pea a ser fabricada demora 2 minutos para ser fabricadaTf=2minutos, ento

    Top = 6 + 2

    Qi=1111 peas

    Top= 8 minutos

  • 7/24/2019 Preco de Venda e Custos Ind

    7/16

    CUSTO DA HORA MQUINA (Chm)

    So os custos da mo de obra direta de fabricao (Cmod), mais os custos das despesas indiretas defabricao ( Cdif) divididas pelo quantidade de horas trabalhadas (ht).

    Chm = Cmod / ht + Cdif / ht.

    CUSTO DE MO DE OBRA DIRETA (Cmod)

    a soma de todos os salrios de cada centro de custo, onde esto alocadas as mquinas (Torno, Fresa,etc), mais os encargos sociais, dividido pelo total de horas trabalhadas no ms.

    Cmod = ( do salrio dos operadores) . E/ hs.trabalhadas no ms = soma

    E = encargos sociais: agrega ao custos as despesas com 13 salrio, adicional noturno, frias, INPS,etc., varia muito em funo do tamanho da empresa.

    E= 1,9 a 2,0

    Exemplo: Centro de custo 40.002 = Usinagem PesadaMquina: 40.002-01Fresadora Romi

    Horas trabalhadas no ms: (22 dias x 5 homens x 8,5 horas por dia) = 935Salrios / operador = R$ 1000,00 + R$900,00 (encargos) = R$ 1900,00

    Cmod = (1900 x 5) / 935 = 9500 / 935 = R$ 10,16 por hora

    Cmod = R$ 10,16

    CUSTOS DAS DESPESAS INDIRETAS DE FABRICACO (Cdif)

    Estas despesas podem ser fixas ou variveis .Despesas fixas: mo de obra indireta com encargos, aluguel, energia, depreciaes ( mquinas,veculos, dispositivos, modelos, etc), seguros, refeies, viagens, manuteno deveculos, etc.

    Despesas variveis: combustveis, materiais de manuteno, material de consumo, fotocpias,embalagens, etc.

    Algumas empresas incluem nas despesas indiretas de fabricao os servios auxiliares da produocomo: Diretoria, Relaes Humanas (RH), Transporte, Planejamento, Suprimentos, Engenharia,Controle de Qualidade (CQ), Ferramentaria, Manuteno, etc, alocando em cada centro de custo asdespesas devidas e sua mo de obra com encargos.Os custos referentes as despesas indiretas de fabricao dos edifcios que so necessrias para

    manuteno das mquinas dos edifcios, acessrios, ferramental, dispositivos de curta durao,despesas administrativas da rea industrial devidamente rateadas.

  • 7/24/2019 Preco de Venda e Custos Ind

    8/16

    Critrio de Rateio: varivel conforme definio da empresa.Exemplo: se queremos ratear o custo da manuteno, podemos distribuir proporcionalmente aonumero de mquinas dos vrios setores produtivos ou pelas horas trabalhadas de cada setor produtivo(centro de custo).

    Rateio de espao por aluguel:

    Rateio=( valor do aluguel / m da rea produtiva) x rea em m do centro de custo.

    Depreciao: um valor que voc define levando em conta o obsoletismo, desgaste, inadequao do processo,sendo que esse valor mensal ser apropriado para que depois do prazo de depreciao, voc consigavender a mquina usada e consiga comprar uma nova.A depreciao calculada sobre todos os investimentos fixos, e deve ser considerada para que sejaincluda na formao do preo de vendas.Temos que obedecer a legislao fiscal vigente conforme abaixo:

    Equipamento Prazo em anos (meses) Taxa Max. % a. a ( por ms)Eletrnico 5 ( 60) 20 (1,667)

    Maquinas e Equipamentos diversos 10 (120) 10 (0,833)Mveis e Utenslios 10 (120) 10(0,833)

    ferramentas 10 (120) 10(0,833)

    Exemplo: Microcomputador: valor atual : R$ 1500,00Fax : R$ 600,00Torno CNCXXX R$ 100.000,00

    Equipamento ValorR$

    Vida til emanos

    Depreciao mensal%

    Valor R$depreciao mensal

    Microcomputador 1500,00 5 1,667 1500 / 60 = 25,00Fax e Xerox 1200,00 5 1,667 1200 /60 = 20,00Torno CNC 100.000,00 10 0,833 100.000 / 120

    =833,33Total 868,33

    D = ViVf / Vu

    Onde D = depreciaoV = Valor inicial de CompraVu = Vida til conforme tabela acima.Vf = Valor final ( estima-se 10 a 30% do valor inicial de compra), no exemplo acima o

    microcomputador: R$ 1500,00 aps 5 anos, o valor final 0(zero), mas uma maquina CNC aps 10anos, talvez,consigo vend-la por R$30.000,00

  • 7/24/2019 Preco de Venda e Custos Ind

    9/16

    Sendo assim- microcomputador:

    D = ( 1500,000)/60 = R$ 25,00 por ms

    Torno CNC :

    D = (100.00,0030.000)/120 = R$ 583,33 por ms

    No exemplo desse torno CNC prefervel voc optar por um valor mensal de R$ 833,33, que significauma valor final zero, do que presumir uma venda posterior desse torno por R$ 30.000,00 que podeno acontecer.

    ENERGIA ELTRICA:

    em funo da potncia dos motores instalados em cada setor produtivo, consideradas tambm ashoras trabalhadas.

    Cee = Cm x Cue x K

    Cee = Custo energia eltricaCm = capacidade do motor em KW

    Cue = custo unitrio de energia (R$/ KWh)K = fator de utilizao em horas

    MATERIAIS AUXILIARES: o custo referente a materiais de manuteno, material de consumo, ferramental, etc, e pode seralocadas em:

    - Na conta do setor requisitante, que so os gastos obtidos atravs de requisio, comopor exemplo, rebolos usados somente no setor de retfica.

    - Rateio proporcional: so materiais, equipamentos de uso pessoal e de trabalho geral.Exemplo: empilhadeira, empilhadeirista; material de escritrio usado pelo pessoal dosetor.

    Nestes casos deve-se fazer o rateio proporcional as horas trabalhadas de cada centro de custoprodutivo. Troca de um rolamento no torno: o custo do rolamento + mo de obra dos mecnicos de

    manuteno sero lanadas no centro de custo do torno (Centro de custo que requisitou o servio).

    CUSTOS DOS SETORES DE APOIO

    Tambm podem ser consideradas despesas indiretas de fabricao (Cdif), os custos com setores:- Diretoria Industrial- R.H.Recursos Humanos, Segurana, Transporte- Planejamento e controle da produo ( PCP)- Suprimentos- Engenharia de processos- Engenharia de produto

    -

    Controle de qualidade- Manuteno e ferramentaria

  • 7/24/2019 Preco de Venda e Custos Ind

    10/16

    As despesas com mo de obra e materiais destes centros de custos so rateadas entre cada centro decusto produtivo em funo das horas trabalhadas de cada centro de custo.Aps estas definies podemos calcular o custo das peas produzidas: Custo da Produo (Cp):

    Cp = Cmd + Cmod + Cdif

    CUSTO DO PRODUTO E PREO DE VENDAS

    Aps todas essas colocaes vamos calcular o custo de um produto:Exemplo: Flange do tubo - desenho: 100480

    Material : ao inox 304Quantidade : 4 peas (j considerado o rendimento:Qi)

    Peso unitrio: 2 kg ( com sobre-metal)Preo unitrio: R$ 10,00 / kgOperaes : torno e fresa

    Tempo total / pea: 30 minutos ( tempo de preparao + tempo de fabricao = Top).

    Custo hora mquina do setor de usinagem : Chm= R$ 30,00 / hora ,sendo 28,00 relativo a mode obra direta e 2,00 relativo a despesas indiretas de fabricao: Cdif.

    Clculo do custo do material direto : Cmd

    Cmd = preo unitrio x peso unitrio

    Cmd = 10,00 x 2 = R$ 20,00

    Neste custo tem que ser considerado o sobre-metal e a perda (sucata) no processo de usinagem.

    Custo da mo de obra direta: CmodCmod = Chm x Top

    Cmod = 30,00 x 0,5 h (=30 min.)

    Cmod = R$ 15,00Sempre temos que levar em conta o rendimento, isto , se precisamos de 3 peas,consideramos os10% de perda = 3,3 peas, portanto 4 peas.

    Qi = Q + 0,1 x Qi

    3 = Qi ( 10,1) Qi = 3 / 0,9 Qi = 3,3

    Custo Unitrio:

    Cp = Cmd + (Cmod + Cdif)

    Cp = 20,00 + 30,00Cp = R$ 50,00

    Custo para 4 peas = R$ 200,00

  • 7/24/2019 Preco de Venda e Custos Ind

    11/16

    O clculo do Custo hora mquina (Chm) em funo da mo de obra direta, somente deve serconsiderado o pessoal direto pertencente ao centro de custo produtivo referente aquela operao ousetor, no caso acima: usinagem. As horas trabalhadas do encarregado, lder, etc, lotados no setor, temque ser lanadas como custo das despesas indiretas de fabricao ( Cdif) .

    Exemplo de formao de preos: para um produto comprado, esse valor hipottico, por exemplouma pea comprada por R$ 5,00 (ou um livro).

    Custo unitrio : R$ 5,00Deduzir o ICMS ( imposto de circulao de mercadorias) embutido no custo: 18%R$ 5,00R$ 0,90 (ICMS) = R$ 4,10Margem bruta:47 % ( parmetro admissvel para recuperao do valor aplicado), no nosso caso

    47% valor varivel em funo do mercado, valor usual na industria: 30 a 35% nocomrcio por volta de 50%.

    4,10 4,10PV = = = 13,581- (0,2281+ 0,47) 0,302

    PV = 13,58

    Despesas variveis : 22,81% sendo: ICMS : 18 %Cofins 2%Contrib. Social 0,96%

    PIS 0,65%IRPJ(L. Presumido) * 1,20%Comisso de vendas X % ( 5 a 10 %, varivel)

    Total 22,81% (com comisso de vendas = 0)

    Os impostos acima relacionados incidem sobre o faturamento. Suas alquotas e incidncias devem serpesquisadas por ocasio dos investimentos, j que so passveis de alteraes pelas autoridadesgovernamentais

    * Obs: Imposto de renda sobre pessoa Jurdica calculado pelo critrio do lucro presumido. Aempresa poder optar pelo critrio do lucro real quando o imposto corresponder a 15% do lucroapurado, alm da contribuio social de 8 %; neste caso estar obrigada a efetuar escrituraomercantil por profissionais habilitados, elaborar balanos e apurao do resultados mensais.

    PONTO DE EQUILIBRIOCorresponde a quantidade mnima (Qo) a partir da qual , o produto produzido e vendido ter lucro, etambm ao nvel de faturamento para que a empresa possa cobrir, exatamente seus custos , ou seja,atingir um lucro operacional igual a zero .Acima do ponto de equilbrio, a empresa ter LUCROe abaixo dele, acarretar PREJUIZO.

  • 7/24/2019 Preco de Venda e Custos Ind

    12/16

    A frmula para clculo do PONTO DE EQUILIBRIO :

    Despesa FixaPONTO DE EQUILIBRIO=

    (margem de contribuio)

    (Receita operacional)

    Despesas fixas:So aquelas que independem do faturamento da empresa ou do volume de vendas. So necessrias,

    para que a empresa, tenha uma base mnima de apoio administrativo, para tornar vivel o seu negcio.So despesas fixas:

    - o aluguel do imvel, necessrio para a instalao do empreendimento.- o aluguel de equipamentos, no includos no investimento inicial,como mquina

    de cpias (xerox), linha telefnica, etc.- o pr-labore dos scios, que no deve ser confundido com lucro lquido, ou sobra liqui-

    da, pois a remunerao pela prestao de servios dos scios.- o salrio do pessoal contratado, acrescido dos encargos sociais, que giram em torno de

    80% a 100 % da folha de cada funcionrio.- a depreciao dos mveis, mquinas e instalaes.- As despesa com gua, energia, telefone.- Honorrios do contador- Despesas de manuteno, materiais de limpeza e materiais de escritrio.- As demais despesas mensais.

    Para ilustrar nosso estudo vamos montar hipoteticamente umaLIVRARIA, com todos osdados utilizados acima.

    Despesas GeraisFixas:especificao Valor

    Aluguel do imvel 500,00Pr-labore 1000,00Aluguel de equipamentos 300,00Salrios e encargos 360,00

    Depreciaes 45,00gua, luz, fone 160,00Honorrios do contador 100,00Manuteno / mat. limpeza 100,00Materiais de escritrio 50,00Outras despesas 85,00Total 2700,00

  • 7/24/2019 Preco de Venda e Custos Ind

    13/16

    CUSTOS E DESPESAS VARIVEIS

    Custo de Aquisio de Mercadorias

    Para se adequar o investimento inicial em mercadorias, o empreendedor dever fazer uma pesquisa,afim de detectar os itens de maior giro no mercado. Essa pesquisa poder ser efetuada com base naconcorrncia , nas necessidades de mercado e regio, e at mesmo considerando os itens mais

    ofertados junto s editoras.Procuramos, para esse estudo, manter um estoque inicial mnimo, afim de no elevar em demasia oinvestimento inicial.

    CUSTO DE AQUISIO DE MERCADORIAS

    (exemplo hipottico)

    EspecificaoExemplo

    % R$Material escolar 50 1669,00Material de escritrio/informtica 30 1000,00Armarinhos para presente 20 670,00

    Sub total 3339,00ICMS (crdito) 601,02

    Total 100 2737,98

    DESPESAS DE COMERCIALIZAO

    Com visto acima so despesas de Comercializao ou Variveis, isto , aquelas que variamproporcionalmente ao volume de vendas, ou seja, os impostos e comisses de vendas.Executando-se as Micro-Empresas, que esto isentas do ICMS, do PIS e do Imposto de Renda PessoaJurdica, portanto, sujeitas s alquotas que se seguem:

    Cofins 2%Contribuio Social 0,96%

    As demais empresas, esto sujeitas s seguintes alquotas:ICMS 18%COFINS 2%CONTR. SOCIAL 0,96%PIS 0,65%IRPJ (Lucro Presumido)* 1,20%COMISSO DE VENDAS X %

    Sobre os impostos acima e * vale a mesma nota colocada no exemplo anterior: Exemplo deformao de preos.

  • 7/24/2019 Preco de Venda e Custos Ind

    14/16

    PREO DE VENDAS

    Para a obteno do preo de vendas dos produtos, necessrio, em primeiro lugar, conhecer ocusto unitrio, as despesas de comercializao,e a porcentagem de margem bruta desejada.

    No se deve esquecer, que existe, para qualquer que seja o ramo escolhido, o fator limitante de preos,que a concorrncia. Se o nosso preo estiver maior que o da concorrncia, com certeza deixaremos

    de vender.O preo de venda dos produtos, pode ser obtido, atravs da frmula:

    CUSTO UNITRIO (deduzido ICMS)PREO DE VENDAS =

    1- (% Despesas Variveis + % Margem bruta desejada)

    A margem bruta, includa na frmula, envolve o lucro lquido e a cobertura das despesas fixas, queforam agrupadas, devido s dificuldades de natureza prtica, de se ratear estas ltimas, para cada

    produto. Essa Margem bruta tambm e conhecida como Margem de contribuio.Para efeito de controle de gastos com despesas fixas, pode-se apurar a representatividade das despesas

    fixas em relao ao faturamento bruto, ou seja, quanto do faturamento est sendo consumido pelasdespesas fixas, dividindo-se o total das despesas fixas pelo faturamento.

    Receita operacional: compreende o valor bruto das vendas no perodo. Para o exemplo, estamosconsiderando a venda dos produtos adquiridos, de acordo com o quadro IV, pg...., por ser inicio dasatividades.

    Com a Solidificao do negcioe a definio da clientela, ser possvel dimensionar quaisitens sero os mais procurados no estabelecimento, e conseqentemente, aqueles itens que se deve

    priorizar.

    Especificao Exemplo% Valor

    Livros diversos 69,5 10.457,00Revistas 20% 3035,00Jornais 7,5 1138,00

    Total 15.176,00

    Lucro liquido:Finalmente voc esta em condies de saber o nvel do lucro do seu empreendimento. Esta uma

    informao de grande importncia para qualquer empresrio, pois, da efetiva existncia de lucros,depende a continuidade do negcio.Para voc apurar o lucro liquido, so necessrios seguintes passos e informaes , que seroapresentadas num quadro denominado : Demonstrao dos Resultados.Passo a: reunir as informaes do faturamento ou receita operacional e dos custos j determinadosanteriormente;Passo b: calcular os custos de comercializao, lembrando que, neste exemplo, eles foram projetadoscomo 22,81% do faturamento;Passo c: calcular o lucro operacional, qual a diferena entre a receita operacional e o custo total. Ocusto total, neste caso, formado pelo custo de aquisio, mais despesas acessrias includas no preode custo. Como exemplo, se para transportar as mercadorias for cobrado frete, este deve ser includo

    no custo unitrio.

  • 7/24/2019 Preco de Venda e Custos Ind

    15/16

    Demonstrao dos Resultados:

    Item especificao exemploValor %

    1 Receita operacional 15176,00 100

    2 Custo das mercadorias 6396,00 42,453 Despesas comerciais 3461,65 22,814 Despesas fixas 3794,00 25,005 Custos totais (2+3+4) 13651,65 89,966 Lucro liquido (1-5) 1524,35 10,047 Margem de contribuio (1- (2+3))_ 5318,35 35,048 Ponto de equilbrio (4/(7/1)) 10827,63 71,35

    Observe-se que, pelo quadro acima: Demonstrao dos Resultados, a lucratividade da empresaatingiu 10,04% (item ).Esse resultado foi obtido dividindo-se o lucro liquido pela receita operacional.Alm disso, calculou-se tambm a margem de contribuio, que a diferena entre a receitaoperacional e os custos variveis (item 7).Conhecendo-se a margem de contribuio, possvel calcular o ponto de equilbrio, parmetro muitoimportante para o empresrio. Atravs dele, pode-se projetar, antecipadamente, se o volume de vendasa ser atingido, est dentro do aceitvel para inicio do empreendimento.

    Investimento inicial:O investimento inicial, formado pelo investimento fixo inicial (balces, prateleiras e demais mveis eutenslios), j colocados no acima, acrescido do investimento necessrio para formao do capital degiro dos primeiros meses de atividade.

    O capital de giro composto pelo estoque inicial de mercadorias, pela necessidade de manuteno dasdespesas fixas, e de outras despesas, tais como o registro da empresa na Junta Comercial, Prefeitura,etc. e mais uma reserva para gastos imprevistos.

    a- o estoque inicial de mercadorias foi estimado nas vendas do primeiro ms;b- as despesas de abertura e registro da empresa, foram estimados em r$ 1000,00c- a reserva para gastos imprevistos corresponde a 5% do total do investimento em capital de giro

    (valor estimado).d- Para este exemplo, no foi considerado a necessidade de contratao de pessoal para rea de

    vendas, que pelo porte da empresa, seria desempenhado apenas pelo empreendedor.

    Demonstrao do investimento inicial:

    item especificao valores1 Investimento fixo 5950,002.1 Capital de giro 12594,00

    2.2 Estoque inicial 7800,002.3 Despesas fixas 3794,002.4 Outras despesas 1000,003 Sub total (1 + 2) 18544,004 Imprevistos (5% do item 2.1) 630,00

    5 Total 3 + 4 19174,00

  • 7/24/2019 Preco de Venda e Custos Ind

    16/16

    Deste modo, o investimento inicial para a constituio de uma Livraria, neste exemplo, hipottico,atingiria r$ 19.174,00, sendo r$ 5.950,00 de investimento inicial e os restantes r$ 13.224,00 paracapital de giro e imprevistos.

    Remunerao do Capital:Taxa de retorno do investimento:

    O resultado de qualquer empreendimento est relacionado ao capital aplicado, e pode ser calculadopela relao abaixo:

    Lucro lquidoRC = ---------------------------

    Capital investido

    R$ 1.524,35No nosso exemplo RC= --------------- = 7,95%

    R$ 19.174,00

    O resultado deve ser comparado com a taxa real de juros de ativos financeiros, como Caderneta dePoupana, CDB entre outros.Se a empresa for instalada em regies onde no h forte sazonalidade, como praias, montanhas, etc., arentabilidade deve ser calculada com base na estimativa de lucros anuais.

    Prazo de retorno de investimento:Tambm se faz necessrio, saber em quanto tempo ser recuperado o capital inicial investido noempreendimento.Para isto, devemos dividir o valor inicialmente investido, pelo lucro liquido mensal apurado.

    19174,00

    Pr ret = ------------------------ = 12,6 meses1524,35

    Os dados acima mostra que antes de iniciar um empreendimento temos que :- Analisar se o retorno do investimento compensa, comparando com os ndices econmicos

    divulgados, como Caderneta de Poupana e o tempo que demora para o retorno desseinvestimento, dividindo o Lucro liquido pelo Capital investido.

    - Verificar se a atividade exige um conhecimento tcnico especfico.- Pesquisa de mercado para verificar a potencialidade da regio.

    O exemplo da Livraria utilizou o critrio de custo direto, mas existe tambm o Custo por absoro,ou seja para a formao de preo, rateiam-se as despesas fixas.

    Todos os clculos utilizados nessa apostila so de pagamentos a vista, se for a prazo, convert-lospara a vista.

    Bibliografia: Guia prtico: Como montar uma LivrariaSEBRAE , 2a.ed.1995CustosSEBRAEna pequena Industria e Comrcio.Custos Industriaisapostila do Prof. Rui Antonio Bismara Gomes, 1989

    Planilha de custos diretos e indiretos da Fabrica de Ao Paulista1990