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Precaução padrão x contato: qual a diferença em relação à tratamento dos dispositivos no CME

Palestrante: Caroline Lopes Ciofi SilvaDoutora em Ciências da Saúde pela Escola de Enfermagem da USP. Mestre em Ciências da Saúde e graduada em enfermagem pela Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto. Enfermeira sênior do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar do hospital Centro Médico de Campinas.

Moderador: Luiz Carlos da Fonseca e Silva.

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• Relato de surto de ISC relacionadas a cirurgias de artroscopia de ombroe joelho (7 casos em duas semanas) ocasionada por Pseudomonas

aeruginosa;

• Análise retrospectiva dos processos: limpeza da SO, cuidados no pré-operatório, processamentos dos artigos e técnica operatória;

• Acompanhamento presencial de cada etapa do processamento deartigos; análise de contaminação dos artigos canulados (visual eculturas) .

Residuais de tecidos orgânicos no interior dos

lúmens das cânulas

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A perspectiva do

paciente/familiares e a

repercussão do caso

Fonte: https://www.publicintegrity.org/2012/02/22/8207/filthy-surgical-instruments-hidden-threat-americas-operating-rooms

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Profissional do CME/CCDados de IRAS

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Biológicos: Bactérias, fungos, vírus e protozoários

Humano, animal, artrópode, ambiente

Respiratória, genitourinária,

digestiva, pele e placentária

Direta e indireta(objeto inanimado,

vetor, núcleogoticular e pó)

Basicamente as mesmas que as de

saída

Susceptibilidade, resistência e

imunidade (ativa e passiva)

CADEIA EPIDEMIOLÓGICA

DA INFECÇÃO

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Preocupação = orientações e recomendações para controle de transmissão deinfecções para todos os tipos de serviços de saúde, focando prioritariamente nainteração entre pacientes e profissionais da saúde.

PRECAUÇÕES E ISOLAMENTOS

PRECAUÇÃO PADRÃO: conjunto de medidas aplicadas durante o cuidado atodos os pacientes, independentemente do tipo de diagnóstico

PRECAUÇÃO POR TIPO DE TRANSMISSÃO: precauções adicionais, quandoa precaução padrão não é suficiente para interromper a cadeia detransmissão de infecção.

Fonte: CDC, 2007

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Precauções de contato: microrganismos de importância epidemiológica(definidos por cada instituição); drenagem excessiva de feridas ou outrosfluidos corporais; incontinência fecal.

Precauções por gotículas: agentes patogênicos transmitidos por viarespiratória e que não permanecem viáveis em longas distâncias –influenza, coqueluche, meningite meningococócica.

Precauções por aerossóis: agentes patogênicos transmitidos por viarespiratória e que permanecem viáveis em longas distâncias –tuberculose, sarampo, varicela e herpes-zoster.

Fonte: CDC, 2007

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PRECAUÇÕES DE CONTATO

CONTATO DIRETOPESSOA + PESSOA

Ex: profissional da saúde adquiriu herpes após realizar higiene oral em

um paciente com herpes (forma vesicular)

CONTATO INDIRETOPESSOA + PESSOA INTERMEDIÁRIA

PESSOA OU FOMITEEx: mãos de profissionais de saúde

que veiculam microrganismos multirresistentes; produtos para saúde

inadequadamente limpos antes da esterilização e desinfecção

Fonte: CDC, 2007

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Recomendação de início de precaução/isolamento de contato

Microrganismo Antibiótico resistência

Acinetobacter baumanii

Pseudomonas aeruginosa

Ertapenem ou Imipenem ou

Meropenem

Gram negativos (ex: Klebsiella sp, E. coli, Enterobacter,

Proteus)

Ertapenem ou Imipenem ou

Meropenem

Enterococcus sp (VRE) Vancomicina ou Teicoplamina

Staphylococcus aureus (MRSA) Oxacilina ou Vancomicina

Staphylococcus aureus Intermediário à Vancomicina

Suspeita de infecção por Clostridium difficile

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Persistência dos microrganismos nas superfícies

Microrganismo Duração da persistência

Acinetobacter spp 3 dias – 5 meses

Clostridium difficile (esporos) 5 meses

Enterococcus spp. (VRE e VSE) 5 dias – 4 meses

Klebsiella spp. 2 horas - >30 meses

Norovirus 8 horas – 7 dias

Pseudomonas aeruginosa 6 horas – 16 meses (piso seco: 5 semanas)

Staphylococcus aureus, incluindo MRSA 7 dias – 7 meses

Fonte: Kramer et al. BMC Infect Dis, 2006

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Surto relacionado à contaminação por KPC de endoscópios urológicos

(ITU de repetição)(Koo, O’Neill and Elves, 2012)

Surto relacionado à contaminação de circuitos de ventiladores mecânicos

contaminados por VRE (superfície interna e

externa) (Schulz-Stubner et al., 2013)

Surtos relacionados à contaminação dos sistemas de

aspiração contaminados por bactérias resistentes aos

antibióticos (extensão e frasco-coletor) (Kanamori et al., 2017)

Relatos de surtos ocasionados por bactérias resistentes aos antibióticos

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O que fazer diante de tal situação….

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• Guideline para manejo dos microrganismos resistentes aos antibióticos nos serviços de saúde (CDC, 2006 - atualizado em 2017).� Seguir recomendações para limpeza, desinfecção e esterilização.

• Guideline para redução de bactérias gram-negativas resistentes aos antibióticos (ESCMID, 2014)� Necessidade de implementação de protocolos específicos para limpeza e desinfecção de endoscópios

e artigos de assistência ventilatória.

• Guideline para desinfecção e esterilização em serviços de saúde (CDC, 2008)� Utilizar procedimentos padrão de limpeza, desinfecção e esterilização para artigos contaminados com

sangue ou fluidos corporais de pessoas infectadas/colonizadas, com exceção dos príons.

O que dizem os principais guidelines?

GARANTA A QUALIDADE DO PROCESSAMENTO, DE ACORDO COM A CLASSIFICAÇÃO DO ARTIGO

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Mecanismos de resistência aos antibióticos

Maior tolerância aos desinfetantes ou termorresistência

Fonte: CDC, 2007

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Contaminação

Colonização (detectável ou não)

Infecção

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PRECAUÇÃO PADRÃOHIGIENE DAS MÃOS

EPI

ETIQUETA RESPIRATÓRIA MATERIAIS PERFUROCORTANTES

ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS

ARTIGOS E EQUIPAMENTOS

HIGIENE DO AMBIENTE

Fonte: http://www.saude.sp.gov.br/cve-centro-de-vigilancia-epidemiologica-prof.-alexandre-vranjac/areas-de-vigilancia/infeccao-hospitalar/plano-estadual-prevencao-e-controle-de-bacterias-multiresistentes-bmr.

PRECAUÇÃO PADRÃO NO CME

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PRECAUÇÕES DE CONTATO EPI NO CME

Fonte: CVE; ANVISA, 2012; Graziano, Ciofi-Silva, Almeida, 2016..

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Precauções-padrão no CME: Higiene das mãos

- Área limpa • Antes e após vestir as luvas• Início e final do turno de trabalho• Antes e após ter acesso à unidade

Quando?- Inspeção - Montagem - Acondicionamento

INDICAÇÕES JÁ ESTABELECIDAS

INDICAÇÕES ADICIONAISManipulação com luvas ou higienização das mãos a cada 1 hora (avaliação da contaminação microbiana,

ATP e residual de proteína)

Fonte: Pires et al., 2016; Costa, et al, 2017.

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Precauções-padrão no CME: Higiene das mãos

- Área suja Quais são as oportunidades de higienização das mãos?1. Antes e após retirar paramentação;2. Após colocar artigos na lavadora;3. Após tocar nas superfícies.

Qual é a frequência de higienização dos EPI?Comprovação de contaminação dos EPI e contaminação das mãos após a retirada(Lemmer et al, 2017; Otter et al., 2016)

BIOSSEGURANÇA + TRANSFERÊNCIA DE MICRORGANISMOS

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Precauções-padrão no CME: Higiene das mãos

Quantos pontos para higiene das mãos existem no

seu CME?

Seus colaboradores

sabem todos os passos para a

higienização das mãos?

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• CME: área crítica (alta transmissão de infecção ou onde se realizam procedimentos de risco)

�Limpeza concorrente: 3x/dia

�Limpeza terminal: no máximo a cada 15 dias

• Quais superfícies devem ser higienizadas?

�Áreas mais frequentemente tocadas: bancadas, maçanetas, portas das lavadoras...

�Sugestão: criação de um check-list e definição de responsabilidades.

Precauções-padrão no CME: Higiene do ambiente

Fonte: ANVISA, 2012.

https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/chamadas/informe_tcnico_40_esterilizacao_de_produtos_-_unidades_da_atencao_basica_da_secretaria_municipal_de_saude_sp_ago_2012_1447334237.pdf

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http://www.aborlccf.org.br/memorial_descritivo_detalhes.asp?id=143

Precauções-padrão no CME: Higiene do ambiente – contaminação das pias

Fonte: Tacconelli et al., 2014; Shaw et al., 2018.

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Recados para levar para casa!

• Rotinas de processamento de artigos utilizados por pacientes em precaução de contato não precisam ser alteradas ;

• Garanta a qualidade de todas as etapas do processamento de artigos;

• Selecione desinfetantes/saneantes, com eficácia comprovada, de acordo com o perfil epidemiológico do serviço;

• Institua rotinas de higiene das mãos e higiene do ambiente em CME.

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Contato: [email protected]