princípio da precaução - Ética em medicina

15
“… antes prevenir que remediar…” PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO

Upload: lenise-parreira

Post on 02-Aug-2015

100 views

Category:

Health & Medicine


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Princípio da precaução - Ética em Medicina

“…antes prevenir que remediar…”

PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO

Page 2: Princípio da precaução - Ética em Medicina

PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO?

Não se deve adiar uma medida,

mesmo na ausência de evidência científica que o

comprovem

quando há boas razões para se acreditar que é melhor ser aplicada

Page 3: Princípio da precaução - Ética em Medicina

“Atrevimento”

Precaução

“Antes prevenir que remediar”

“Better safe than sorry”

Page 4: Princípio da precaução - Ética em Medicina

“Atrevimento”

Precaução

“Antes prevenir que remediar”

“Better safe than sorry”

Page 5: Princípio da precaução - Ética em Medicina

PRECAUÇÃO VS PREVENÇÃO

IncertezaIgnorânciaCuidado

- Consequências possíveis apenas muito tempo depois- Vontade da sociedade maior do que os conhecimentos acerca de- Possibilidade de lesões secundárias muito graves e irreversíveis

Causas/ consequências conhecidas

“Antes prevenir que remediar”

Page 6: Princípio da precaução - Ética em Medicina

PRINCÍPIOS DA PRÁTICA CLÍNICA

Princípio da

Precaução

Princípio da não-

maleficiência

Princípio da Beneficiência

Princípio da Autonomia

Princípio da Justiça

Distributiva

Aplicação das decisões para benefício do doente

Capacitar o doente para poder e saber compreender a decisão

Aplicação para todos

Page 7: Princípio da precaução - Ética em Medicina

PRINCÍPIOS DA PRÁTICA CLÍNICA

Princípio da

Precaução

Princípio da não-

maleficiência

“quando evito dano intencional, já estou a

fazer o bem”

Tomar decisões que se pensam

ser melhores, mesmo não

havendo certezas

Page 8: Princípio da precaução - Ética em Medicina

…HISTORICAMENTE

Princípio alemão “Vorsorgeprinzip”

(Princípio do “Visionário”)

Ter uma atitude imaginativa, de antecipação, pro-activa, de modo a prevenir ou contornar um risco ou uma consequência; em vez de continuar a analisar de valem ou não a pena

Mais tarde aplicado às questões ambientais (década de 1970)

Aceite como justificação legal para decisões no Tratado de Amsterdão (Artigo 174)

Page 9: Princípio da precaução - Ética em Medicina

AS CRÍTICAS

Na Declaração do Rio em 1992 escrevia-se:

“Where there are threats of serious or irreversible damage, lack of full scientific certainty shall not be used as a reason for postponing cost-effective measures to prevent environmental degradation”

Sabe-se que A (aquecimento global) é lesivo para o meio ambiente

Sabe-se que A (aquecimento global) é lesivo para o meio ambiente

Suspeita-se que x (emissão de CO2) provoca A

Mas ainda não temos provas científicas suficientes

Conclui-se, segundo o PP, que

devemos banir x, mesmo que se venha a confirmar não causar A

Conclui-se, segundo o PP, que

devemos banir x, mesmo que se venha a confirmar não causar A

Page 10: Princípio da precaução - Ética em Medicina

QUESTÕES

Como é que podemos saber quais as consequências de um acto a longo prazo?

Estamos realmente a prevenir que algo lesivo aconteça?

O custo moral/perda de um bem será justificado na ausência de provas ou evidência da sua perigosidade?

Que outras práticas estão a criar malefícios enquanto nos concentramos em banir outra específica?

Muitos acreditam que alimentos geneticamente modificados são

seguros. Estes devem realmente modificar a sua opinião sem a

presença de provas?

Page 11: Princípio da precaução - Ética em Medicina

OPINIÕES FAVORÁVEIS

“Mais vale prevenir que remediar”

Em 1854, John Snow, removeu o abastecimento de água para cessar a propagação da cólera. Só 30 anos mais tarde é que Koch isolou a Vibrio Cholerae na água.

• Inverno nuclear

• Deplecção da camada do ozono

• Aquecimento global

• Epidemias

• Pandemias

• Alterações do pool de genes humano

Page 12: Princípio da precaução - Ética em Medicina

É NECESSÁRIO CONSIDERAR:

os benefícios de um agente;

a sua natureza;

a sua quantidade;

a sua distribuição;

quem poderá afectar;

quais as alternativas;

quais os objectivos políticos.

Page 13: Princípio da precaução - Ética em Medicina

Acids, adhesives, aerosol, cans, aftershave, air freshners, alcoholic beverages, ammonia, antifreeze, antiseptic salves and ointments, arts and crafts supplies, automatic dishwasher detergent, automotive products, bathtub and tile cleaners, batteries, birth control pills, bleach, boric acid, bubble bath, bath oils and bath salts, cell phones, charcoal fire starter, cigarettes and cigars, cleaning solution, cleansers, cologne and perfume, cooking, wine, cosmetics, denture cleaner, detergent, disinfectant, drain cleaner, dry-cleaning fluid, dye, epsom salts, fabric softener, face cream, felt-tip markers, fertilizers, fire salts, flaking or peeling paint, flavoring extracts, flea powder, furniture polish, gasoline, grease remover, hair tonics, ink, insulation, kerosene, lawn treated with chemicals, laxatives, lead pencils, lighter fluids, lime and quicklime, liniment, lye, matches, meat tenderizer, medicine, metal cleaners, mothballs, flakes and sprays, camphor, mouthwash, nail polish and remover, ointments and wipes, oven cleaner, over the counter medicines, aspirin, paint stripper, paint thinner, paint, stains and varnishes, pens, permanent-wave preparations, peroxide, pesticides and hebicides, pet food, pet medicine and vitamins, petroleum products, plant seeds and bulbs, powders, including baby, face or body, plant food and fertilizers, prescription medicines, prewash treatments, rodent and insect poisons, rust removers, razors and blades, rug cleaners, seasoning salts, shaving cream, scouring powder, shampoo and hair rinse, shoe polish, skin lotions, stain remover, suntan lotion and oil, soap and soap powders, sulfuric acid for car batteries, swimming pool chemicals, tobacco, toilet bluer, toilet cleaner, turpentine, toothpicks, typewriter correction fluid, vinegar, vitamins and minerals especially iron, wart remover, water softener salt, weed killer, window cleaner, wood preservatives

EM CASA

CELL PHONES

NAIL POLISH AND REMOVER

CAR BATTERIES

Page 14: Princípio da precaução - Ética em Medicina

EUROPEAN ENVIRONMENT AGENCY

Dar resposta à ignorância e incerteza

Procurar as falhas do conhecimento científico

Justificar sempre prós e contras

Avaliar alternativas e procurar outras soluções

Considerar os interesses e valores sociais

Aplicar medidas de precaução sempre que existirem argumentos razoáveis

Reduzir obstáculos institucionais à acção e aprendizagem

Reduzir obstáculos interdisciplinares da aprendizagem

Utilizar conhecimento local para além do especializado

Considerar as condições reais

Independência económica e política

Monitorizar “avisos precoces”

Page 15: Princípio da precaução - Ética em Medicina

BIBLIOGRAFIA

Martuzzi M. The precautionary principle: in action for public health. Occup Environ Med, 2007 64:569-570

Hughes J. How not to criticize the precautionary principle. Journal of Medicine and Philosophy, 2006 31:447-464

Holm S, Takala T. High hopes and automatic escalators: a critique of some new arguments in bioethics. J Med Ethics, 2007 33:1-4

Goldstein B. Problems in applying the precautionary principle to public health. Occup Environ Med, 2007 64:571

Peterson M. The precautionary principle is incoherent. Risk Analysis, 2006, vol.26, 3:595-601

Peterson M. The precautionary principle should not be used as a basis for decision-making. EMBO reports, 2007, vol.8, 4:305-308

Basili M, Franzini M. Understanding the risk of an avian flu pandemic: rational waiting or precautionary failure? Risk Analysis, 2006, vol.26, 3:617-630

Jarosinska D, Gee D. Children’s environmental health and the precautionary principle. Int J Hyg Environ Health, 2007 210:541-546

Petrenko A, McArthur D. Between same-sex marriages and the large hadron collider: making sense of the precautionary principle. Sci Eng Ethics, 2009

http://www.eea.europa.eu/publications/signals-2001