pre e proto historia peninsular

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Epipaleolítico /Mesolítico do Ocidente Peninsular Diferentes contextos e interpretações Epipaleolítico /Mesolítico Cronologia: entre 10.000 a 6.000 a.C.; Modo de vida: grupo de caçadores- recolectores num vasto território , mas necessitando de uma área relativamente circunscrita para a sua autossuficiência porque tem abundancia em termos de alimento ( animais pequeno medio porte , conseguindo assim caçar de forma fácil , e o clima mais temperado leva à multiplicação de árvores e temos o aparecimento das aveleiras, que se vai tornar importante para no consumo humano); água do mar sobe, a fauna diversifica-se e multiplica-se, é mais fácil pescar por as aguas não estão tao frias/geladas (como nos rios….) Diversidade cultural: maior diversidade cultural, maior especificidade da cultura das comunidades que são o Produto de diferentes “nichos” /territórios ambientais;

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Page 1: Pre e Proto Historia Peninsular

Epipaleolítico /Mesolítico do Ocidente Peninsular

Diferentes contextos e interpretações

Epipaleolítico /Mesolítico

Cronologia: entre 10.000 a 6.000 a.C.;Modo de vida: grupo de caçadores-recolectores num vasto

território, mas necessitando de uma área relativamente circunscrita para a sua autossuficiência porque tem abundancia em termos de alimento ( animais pequeno medio porte , conseguindo assim caçar de forma fácil , e o clima mais temperado leva à multiplicação de árvores e temos o aparecimento das aveleiras, que se vai tornar importante para no consumo humano); água do mar sobe, a fauna diversifica-se e multiplica-se, é mais fácil pescar por as aguas não estão tao frias/geladas (como nos rios….)

Diversidade cultural: maior diversidade cultural, maior especificidade da cultura das comunidades que sãoo Produto de diferentes “nichos” /territórios

ambientais;o Produto de diferentes tradiçoes históricas;o Produto de novas formas de interação (interação

entre diferentes comunidades vizinhas , partilhando novidades exteriores no fim do Paleolítico);

o diferentes perceção do meio;o Alterações na estratégia de povoamento ( como elas

vao explorar e ocupar o território, mais acampamentos sazonais/ maior amplitude cronológica de ocupação. Ocupam, grutas, planícies, que vao sendo ocupadas e reocupadas, começam a

Page 2: Pre e Proto Historia Peninsular

estabelecer-se nesses locais laços que vão marcando o território.

o Estão normalmente em grutas, margens de rios, litoral, ar livre. Há uma repetição de ocupação do mesmo local ou zona

o Aparecimento das primeiras necrópoles (grande novidade)

Povoamento e subsistência o Caça de animais de pequeno e médio porteo Recoleção de animas e plantas e frutos o Recoleção crustáceos e de moluscos o Pesca

Economia de largo espectro Sazonalidade planeada permite uma

maior diversidade de recursos e uma dieta mais variada.

Estratégia de povoamento o Características gerais

Diversidade de locais e ambientes (sazonal) Fraca expressividade de estruturas (lareiras,

covachos, sepulturas, etc); Fraca expressividade artecfatual; Aproveitamento dos recursos de forma

oportunista Tendência a uma menor mobilidade no fim do

Mesolítico

Interpretaçoes

As necrópoles revelam diminuição da mobilidade;

Page 3: Pre e Proto Historia Peninsular

A associação aos animais revela “paridade com o mundo animal”

Analise dos ossos revela stress alimentar, problemas dentários, esperança media de vida curta

o Novas formas de exploração do meio de interação e de percepção do meio.

Povoamento e subsistência (…) o Primeiros animais domesticados: o cao , grande

importância para estas comunidades e com grande permanência deste animal, houve uma habituação entre o homem e o cão.

Distribuição das jazidas na Galiza 1. Abrigos sob rocha (calcários, graníticos e xistos)

exemplos: Abrigo granítico de Vale de Cerdeiras, serra do Carvalho, Vieira do Minho

2. Grutas (calcárias) Ex. Gruta de Aljustrel/Casal do Papagaio (Fátima)400 m de altitude (a 40 km do litoral de então):• datada entre finais do X e finais do IX milénios AC (Pré-Boreal); •caça de animais de médio porte (veado, coelho, lebre);•recolecção de caracóis terrestres;•presença de moluscos e de crustáceos de estuário;• modos de vida semelhantes às comunidades litorais ribeirinhas;• contacto com a zona litoral através de vias de comunicação naturais (vales);Ex. Gruta da Buraca Grande (Pombal)

Page 4: Pre e Proto Historia Peninsular

•datada de inícios do VIII a meados do VII milénios AC (já no fito-clima Atlântico).

3. Estação ao ar livre (Planalto do Prazo, Vila Nova de Foz Côa)

a. Acampamentos na plataforma litoral b. Acampamentos em ambientes fluviais e estuário c. Planaltos

São frequentes ocupações sazonais complementares

(Ver power point localizações)

Subsistência

Continuidades com o paleolítico Superior:o Possiveis ligações com áreas ocupadas desde o

Paleolitico Superior;o Modo de vida similar ao das comunidades paleolíticas

com pequenos grupos de caçadores-recolectores-pescadores.

Diferenças:o Desenvolvimento de uma economia de largo espectro

(combinação de recursos marinhos, fluviais e continentais);

o Maior diversidade de recursos alimentares;o Aumento da importância dos recursos marinhos;o Mobilidade em territórios mais pequenos, ou áreas

circunscritas;o Mobilidade planeada de caracter sazonal mais

efectiva;o Aparecimento de cemitérios (fase final)o Primeiros animais domesticados: o cão.

Tecnologia lítica

Page 5: Pre e Proto Historia Peninsular

o Tradição microlítica Núcleos laminares, lamelas Em sílex (trapézios e crescentes) Em quartzo

o Tradiçao macrolitica ( Picos) Artefacto sobre lasca: buril Caracteristicas gerais

Manutenção de tecnicas anteriores; Maior diversidade de artefactos; Aproveitamento oportunista dos recursos Artefactos em quartzo/ sílex / osso / chifre Artefactos sobre seixos rolados em

quartzitoPraticas funerárias

o Caracteristicas: Diversos locais (grutas e acampamentos de ar

livre) Existencia de necropoles do fim do

Epipaleolitico/Mesolitico; Diversas estruturas. Covachos/ fossas ovais e

deposições sobre o solo Diversos ritos:

Inumação em decúbito lateral e dorsal Utilização de colorantes (ocre) ; Adornos realizados com colares e de

braceletes efetuados com conchas; Diversas oferendas de animais

o Interpretações: As necrópoles revelam diminuição da

mobilidade

Page 6: Pre e Proto Historia Peninsular

A associação aos animais revela “ paridade com o mundo animal”;

A análise dos ossos revela stress alimentar, problemas dentários, esperança média de vida curta, etc.;

Novas formas de interação e percepçao do meio

o Localização: Enterramentos /necrópoles em grutas Enterramentos/ necrópoles em acampamentos

de ar livre: concheiros Enterramentos e necrópoles de inumação

em grutao Cantábriao Astúriaso Estremadura: Casal do Papagaio

(Ourém) e Cova do Ladrão (Soure) o Algarve

Necropoles de inumação em concheiros: estuário do Tejo:o Salvaterra de Magos, Santarém;o Cova da Onça- mais de 32 individuos;o Cabeço da Amoreira – mais de 10

individuos, enterramento de cao (?);o Cabeço de Arruda – mais de 10

individuos, cavalo;o Moita do Sebastiao – mais de 10

individuos. Necrópoles de inumação em concheiros:

estuário do Sado

Page 7: Pre e Proto Historia Peninsular

o Arapouco - 32 indivíduos e fauna malacológica;

o Vale de Romeiras (Alcácer do Sal) – 25 indivíduos; enterramento em decubito lateral

o Poças de S. Bento – 15 indivíduos;o Várzea da Mó - 1 indivíduo

Necrópoles de inumação em concheiros: Alentejo litoral (costa vicentina)o Fiais (Odemira);o Samouqueira I (Porto Covo) - 2

indivíduos, cão;Arte Epipaleolítica

o Cronologia: Epipaleolitico e Neolitico

o Caracteristicas:o Rotura com arte Paleolítico o Diversos locais ( grutas, abrigos, e rochas ao ar livre) o Essencialmente pintada o Arte Levantina motivos: Arqueiros

Arte Epipaleolítica o Temática:

•cenas de caça; •representações isoladas de cervos, cabras, bovinos, javalis e cavalos.•arqueiros ou homens em cenas de luta ou de dança;• cenas de recoleção;• figuras femininas, etc.

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Essencialmente pintada, geralmente monocromática (vermelho, castanho, e branco e negro, em pequena quantidade);

Dimensões das figuras: média (10 a 20cm), mas há figuras de grandes dimensiones (50 cm) e figuras diminutas (2 cm).

Representam novas formas de interação e de perceção do meio

Tema III 1.1

As comunidades do Neolítico Antigo e a problemática da

“neolitização” da Península Ibérica

Cronologia: (Neolítico Antigo) P. Ibérica

o Entre VII / VI a meados do V milénio a.C.Condições climáticas:

o Otimo climático (clima temperado e húmido com episódios frios) – crescimento do bosque (forte expansão)

Características gerais: o Diferentes formas de interação destas comunidades

com o espaço, o clima, a flora e fauna, havendo assimetrias por toda a Península Ibérica.

Page 9: Pre e Proto Historia Peninsular

o Economia de largo espectro (caça – pesca – recoleção)

o Plantas agrícolas e de animais domésticos embora a agricultura e a pastorícia seja, ainda minoritária na subsistência das comunidades (ainda há comunidades epipaleolíticas com comunidades já mais avançadas, próprias do neolítico)

Muitas das comunidades deste tempo vao adotar estes processos, estas maneiras de viver e comportar com o espaço de forma assimétrica na peninsula Ibérica, umas comunidades adotam processos típicos do neolitico mais rápido que outras comunidades.

o Alguma agricultura de leguminosas o Introdução mas pouco significativa de trigo e cevada;o Alguma pastorícia (caprinos, suínos, ovinos)

dependendo da comunidade podemos ter várias combinações destas espécies vai resultar numa utilização diferencial destes recursos, de região para região

o Aparecimento da cerâmica Cardial => origem ao longo das margens do mar Mediterrâneo, apesar disso é pouca a utilização da cerâmica uma vez que era um produto de prestígio, usando apenas em situações especiais Uso cerimonial

o Artefactos em pedra polida ( de forma generalizada) exemplos: machados, moinhos manuais… )

o Continuidade de artefactos em pedra lascada (micrólitos, pontas de seta, etc… )

o Aparecimento da cestaria

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o Aparecimento de novos artefactos ( não se generaliza) um exemplo desses novos artefactos é a colher em osso.

(pagina 468 – estruturas, 472/473o Povoados de curta duração devido precisamente à

fraca quantidade de material arqueológico disperso por uma tao grande área Exemplo Povoado lavra I

o Valada do mato e Xarez 12 claros sinais de sedentarização

o Duas estratégias de subsistência distintas Estratégia a partir de habitats de base, ocupados

provavelmente durante o todo o ano em função do ciclo agricola

Sitios ocupados temporariamente/sazonalmente por grupos que ai se estabeleciam para explorar uma banda muito estreita mas particularmente rica dos recursos naturais disponíveis 479

Neolítico Medio/Finalo Cronologia: região onde começa mais cedo o neolítico

antigo data-se cerca do VI milénio até cerca de metade do V milénio

o Na Península Ibérica: Generaliza-se a economia mais produtiva

desaparecem as comunidades epipaleoliticas, e todas as comunidades conhecem o neolítico.

No sul da P. Ibérica temos o desenvolvimento da agricultura cerealífera Maior sedentarização (povoados um pouco maiores, com mais estruturas de madeira, etc)

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No norte são ainda muito “seminómadas” (temos uma maior pastorícia e agricultura de leguminosas e surgimento de uma pequena agricultura cerealífera)

o Povoamentos (povoados) Áreas próximas de afloramentos impressivos

(portanto áreas de fácil identificação) Nas áreas mais a sul:

Zona de Évora Barrocalinho, Reguengos Monsaraz Valada do mato, Évora

o Localizam-se no meio de rochas que marcam a paisagem

Estruturas: muito rudimentares, vestígios arqueológicos documentam algumas lareiras, restos de animais, sementes comunidades ainda pequenas

Artefactos: Cerâmica Cardial Povoados de fossos: Juromenha, Alandroal

(começou no neolítico antigo, e desenvolveu-se no neolítico/final)

Aparecimento de cabanas (fundo delas encontram-se vestígios de cerâmica)

Aparecimento do trigo Comunidades agrícolas e pastoras (maior

peso) Sedentarização Outros exemplos: Águas frias , Alentejo No norte temos maior numero de

povoados mas ainda são muito rudimentares

Page 12: Pre e Proto Historia Peninsular

Nesta altura também se dá um aumento demográfico

Tema III 1.5

Menires, Alinhamentos, recintos de menires

Primeira arquitectura monumental (criação de cenários artificiais)

Neolítico antigo (Alentejo) o Apesar de serem comunidades móveis, funcionam

com marcos territoriais. Ou podiam também ser pontos de encontro de comunidades/ podiam ser também lugares cerimoniais, localizam-se perto de locais de enterramentos

o Temos uma maior intensidade na zona do País Basco, na Cantábria, e no sudoeste (Alentejo)

o Será um fenómeno essencialmente Atlântico que deve estar relacionado com interações com comunidades essencialmente comerciais, que faziam

Navegação por cabotagem(de sul para norte e vice versa)

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Morfologia comparada dos menires. A: Vale Maria do Meio (Évora, Portugal); B: Vale d'El Rei (Mora, Portugal); C: Monte da Tera (Mora, Portugal); D: Menires isolados da Cantábria (seg. Molinero, 2000).

Estes monumentos tinham grande valor colectivo, simbólico porque se gastava, tempo, recursos e energia para erigir estes monumentos.

Portanto vamos ter:o Menires decorados, reaproveitados

Exemplos: Menir de Navalcán foi encontrada na entrada da câmara do dólmen de Navalcán, Toledo, Espanha

Decuraçao em serpentiforme Estes menires podem ter muitos

significados :o Ideias ligadas ao sobrenatural, mas

cada um destes monumentos era

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utilizado e simbolizava sempre algo diferente;

Exemplo: Menir de Bulhõa, Reguengos de Monsaraz (menir soleiforme)o Noroeste peninsular

1. Pedra Alta de Limia, Ourense2. Pedra Chantana, Lugo3. Pedrafita de Cristal, Corunha 4. S. Paio de Antas, Esposende

( simbologia fálica, inclinação produzida por polimento)

Normalmente estão situados em colinas, vales, planaltos, ou seja, de onde são vistos, e têm grande visibilidade a partir deles.

Determinados afloramentos rochosos podem considerar-se menireso Exemplo:

1. Menires da Barreira, Sintra/ Menir da Rocha dos Namorados, Évora

o Alinhamentos (conjuntos de menires alinhados) Alinhamentos de Lavajo, Alcoutim (Sudoeste da

Peninsula ibérica Zona Cantabrica, Sudoeste e Pais basco.

o Recintos de menires – Cromeleques (conjunto de menires de planta circular ou oval)

Construção de processo de adição (portanto teve de haver um planeamento ou não podem como já era um lugar de sentido vai lhe acrescentar novos sentidos novos significados) cada menir pode ser uma oferenda, cada menir normalmente tem um significado próprio.

Sítios que permanecem durante milénios Desde do neolítico inicial até ao final.

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Normalmente estão ligados ao culto lunar/solar Exemplo: Cromeleque dos Almendres

Estes dois monumentos são fruto de:

Processo arquitectonico aditivo (evolução construtiva com diferentes tipos de menires, monumentos megalíticos não funerários, foram os primeiros a pontoar a paisagem do neolítico, primeiro que os monumentos tumulares.

Tema III 1.4 O Neolítico. Contextos e Práticas funerárias. O Sudoeste Peninsular.

Templos Tumulos Encontramos também ossários (deposições secundárias)

Monumentos proto-megaliticos (pequenas camaras, cobertas de pequenos montículos , normalmente são camaras fechadas) Exemplos : Chaminé, Montemor o Novo

Tojal, Montemor o NovoDiversidade de soluções arquitectonicas e de ritos (Ver power point)A Micrólitos e contas de colar B Raros micrólitos, pontas de seta abundantes, placas de xistoC Micrólitos abundantes, pontas de seta raras, contas de colar

Dólmenes de câmara e de corredor curto Anta 3 da Herdade dos Gorginos, Monte das Vidigueiras

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Dólmenes de câmara e de corredor longo (Neolítico Médio e Final)

Anta 2 do Olival da Pega, Reguengos Pormenor de um dos primeiros esteios do corredor, em

xisto e com covinhas

Dólmenes de grandes câmaras e de corredor longo (V / IV milénio)Anta Grande do Zambujeiro, Évora

Templos túmulos que não feitos para qualquer um, são normalmente monumentos em fossa ou em gruta.

Gravuras e pinturas em monumentos megalíticos do Sudoeste peninsular ( neolítico medio/final)o Exemplos: Huerta de las Monjas, Valencia de

Alcántarao Gravuras :

Trincones 1, Santiago de Alcántarao Idolos e estelas em monumentos megalíticos

Lagunita III, Santiago de Alcántara

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Temas gravados em monumentos megalíticos e pintados/gravados ao ar livre no Tejo Internacional

Diversidade de soluções arquitectónicas e de ritos o Oferendas

Trincones I, Santiago de Alcántara Báculos comuns nos monumentos megalíticos

funerários.Neolítico Médio/Final: o fenómeno megalítico tumularInterpretações: Cenários artificiais que alteram o território; Reflexo de alterações de âmbito ideológico, social e económico em relação aos períodos anteriores; Nova concepção do universo:

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Afastamento do homem em relação ao meio; Aumento do sentido de pertença a um determinado lugar; Valorização do papel do ancestral/antepassado e do cadáver como elemento aglutinador das comunidades e legitimador da ocupação do território.

Lugares de memória, de reunião e de cerimónias tendentes à manutenção da identidade grupal; Lugares de negociação e de manipulação do poder.

Práticas funerárias e contextos noroeste peninsular (tema III 1.4.a)

Grutas calcárias (oriente da galiza, e do norte de Portugal)

Abrigos graníticos Estruturas simples abertas no solo

Todos os fenómenos megalíticos do norte da peninsula ibérica começam a partir do neolítico medio/final (finais do 5º a finais do 4º milénios a.C.)Exemplos:Mamoa do Mezio 6, ArcosMamoa de Rei , GalizaArquinha da Moura, Tondela (ver power point) Dólmenes de câmara fechada

o Mamoa 1 da Cruzinha, Esposende o Meninas do Crasto, Baiãoo Casa da Orca das Corgas da Matança, Fornos de

Algodres. Dólmenes de câmara aberta

o Alto da Portela do Pau 2, Melgaço

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(ver power point, até diapositivo 12) Necropoles megalíticas

o Planalto de Castro Loreiro (fronteira Portugal, Galiza)

Neolítico Médio/Final (finais do 5º a finais do 4º milénios a.C.)

Dólmenes de corredor que integram monumentos anteriores: o culto aos antepassados

o Exemplo: Mamoa 1 da Cruzinha sob o tumulus da Mamoa

2, EsposendeGravuras e pinturas nestes monumentos atras referidos

o Exemplos: Antropomorfos A coisa/ “ The Think”

o Exemplos: Dólmen das Antelas

Oliveira de Frades Oferendas: artefactos líticos talhados Oferendas: artefactos líticos, polidos( exemplos: Machado,

Enxó, machadinho)Artefactos de adorno (contas de colar) Recipientes cerâmicos para oferendas de sólidos ou

líquidosRecipientes sub- cilíndricos ou hemisféricos Oferendas de minerais e rochas: o valor simbólico e a

propriedade das pedras ( Cristal de quartzo, bola de granitoo Seixos do rio /Cantos rodadoso Onde? -> Dólmen de 2 da Lameira de Cima, Penedono

Oferendas de seixos rolados/cantos rolados o Idolos sobre seixo do rio/canto rodado

Dólmen de 1 da Lameira de Cima, Penedono Chan de Castiñeiras I/Mamoa do Rei, Galiza Dólmen de Dombate, Corunha Mina da Parxubeira, Galiza

Page 20: Pre e Proto Historia Peninsular

Interpretações:Cenários artificiais que alteram o território; Reflexo de alterações de âmbito ideológico, social e económico em relação aos períodos anteriores;

Nova concepção do universo: o Afastamento do homem em relação ao meio; o Aumento do sentido de pertença a um determinado

lugar; o Valorização do papel do ancestral/antepassado e do

cadáver como elemento aglutinador das comunidades e legitimador da ocupação do território.

Lugares de memória, de reunião e de manutenção de identidade grupal;

Lugares de negociação e de manipulação do poder.

Os mais antigos eram mais pequenos e mais fechados; Nas áreas montanhosas praticamente não há oferendas já

no litoral é exatamente ao contrário, há imensas oferendas;

Machados e enchós feitas de pedra rara (Anfibolito) estamos perante grandes intercâmbios de pedra no neolítico

Há poucos monumentos megalíticos na Extremadura Portuguesa.

Modelos de Neolitização da P.I

Page 21: Pre e Proto Historia Peninsular

Modelos: 1.Difusionista ( Colonização Pioneira )

o Este e Sudeste de Espanha (J. Fortea Pérez, B. Martí Oliver, J. Bernabeu Aubán, Juan-Cabanillas);

o -Centro ocidental português e Sudoeste - Estremadura e Algarve ocidental (João Zilhão);

o -Nordeste português - região do Alto Côa por ( António Faustino de Carvalho).

2.Endogenista o -Centro ocidental português - Estremadura

portuguesa (Joaquina Soares e Carlos Tavares da Silva).

3. Aculturação ( modelo percolativo ou capilar) o -Norte de Portugal (S. O. Jorge); o -Alto Douro e Norte de Portugal (Sérgio Monteiro

Rodrigues.)

1.Modelo Difusionista (Colonização Pioneira) Este e Sudeste de Espanha (Finais do VII, inícios do VI milénios AC)

Difusão da cerâmica cardial através do mar mediterrâneo

Cerâmica cardial da Gruta de la Sarsa, Valência Centro e sul de Portugal - Estremadura e

Algarve ocidental (2ª metade do VI milénio AC) João Zilhão Pressupostos:

Page 22: Pre e Proto Historia Peninsular

-deslocações planeadas e conscientes de grupos humanos através da navegação por cabotagem originários da área mediterrânica da Península Ibérica; -inovações introduzidas rapidamente o que implica rutura com modo de vida Mesolítico; -reprodução dos “traços culturais” de origem - “pacote neolítico completo”. introdução de espécies animais domésticas (ovicaprinos);o introdução da agricultura de cereais;o descontinuidade morfológica dos

esqueletos e nutricional; o introdução da cerâmica; o novas práticas funerárias.

-Os primeiros colonos estabeleceram-se em “ enclaves neolíticos” na costa atlântica 1. entre Mondego e a bacia do Tejo - Centro 2. no Sudoeste do Algarve - Sul áreas desocupadas, similares ao mediterrâneo ocidental Este modelo implica:

-co-habitação (relativamente pacífica) entre as comunidades exógenas do Neolítico Inicial e as

Page 23: Pre e Proto Historia Peninsular

endógenas do Mesolítico que persistem nas suas áreas de ocupação tradicionais;

- neolitização mais tardia das regiões limítrofes. Que gradualmente e por contato as populações mesolíticas adotam o “novo estilo de vida” - a economia produtora. - o desaparecimento das comunidades mesolíticas e a generalização do processo de neolitização entre os finais do VI e inícios do V milénios AC.

2. Modelo Endogenista (Joaquina Soares e Carlos Tavares da Silva) Valoriza os dados existentes desde o vale do Mondego até ao Algarve, com especial ênfase para a costa do sudoeste alentejano ;

-Emergência do neolítico como evolução das populações mesolíticas autótones, sem a intervenção de grupos exógenos de migrantes;

-Processo interno despoletado pela dinâmica económica e social das populações do final do Mesolítico face ao contato com as inovações tecnológicas e económicas neolíticas , adotadas através da circulação das populações

Page 24: Pre e Proto Historia Peninsular

mesolíticas pela plataforma litoral e pelos grandes rios peninsulares; - Contactos à distância adoção seletiva das

caraterísticas neolíticas ritmos distintos de adopção conforme as necessidades dos diversos grupos.

O pacote neolítico não é adotado existem grandes assimetrias regionais. -O Neolítico Antigo em Portugal não constitui rupura com o Mesolítico final: -continuidade no padrão locativo dos habitats; -prolongamento de tecnologias; -continuidade de condições de subsistência; -similitude nas estratégias de mobilidade .

3. Aculturação (modelo percolativo/capilar) Norte de Portugal (S. O. Jorge, 1999); Alto Douro e Norte de Portugal (Sérgio Monteiro Rodrigues)

Valorizam os vestígios do Norte de Portugal e de áreas interiores de Portugal como as gravuras rupestres do vale do Tejo, Gruta do Escoural, Alentejo, etc.

Page 25: Pre e Proto Historia Peninsular

Partem de duas grandes questões: 1.Os dados do VI e inícios do V milénios AC

indiciadores de Neolitização indiciarão mudanças estruturais nas populações locais por forma a existir uma real economia de produção no Neolítico Antigo?

2. Estes indicadores serão sinal de descontinuidade económica e social com o Mesolítico?

Resumindo e concluindo:

-processo de neolitização foi efectuado pelas populações “indígenas” mesolíticas ; - o acesso às novidades faz-se através da elevada mobilidade supra-regional (terrestre, fluvial e por navegação de cabotagem); -as novidades (agricultura, pastorícia, cerâmica, pedra polida, novas conceções do mundo) circulam no quadro de trocas/intercâmbio; -a aceitação ou receção das novidades pode não ser funcional mas efectuada em termos de prestígio social: -as novas técnicas teriam, assim, um caráter de exceção; (estatuto raro e prestigiante)

Page 26: Pre e Proto Historia Peninsular

-a sua integração dar-se-ia de forma diferenciada;

animais domesticados são muito raras; - ausência de cereais e de provas diretas de uma agricultura de cereais; - ausência de povoados sedentários com um sistema de vida aldeão; - especialização funerária em gruta não pode servir para falar de sedentarização; - não se conhece nenhum sítio onde as caraterísticas de neolítico existam em simultâneo no litoral português - “os enclaves neolíticos” no litoral atlântico são desprovidos de fundamento. Assim: não há provas arqueológicas para sustentar o modelo colonial e difusionista do pacote neolítico;

-não há dados para suportar uma real economia de produção no Neolítico Antigo português.

Calcolitico peninsular

Cronologia Finais IV milénio a.C. – 2300/2200 a.C ( III milénioo

Page 27: Pre e Proto Historia Peninsular

Condições climáticas: neo-glaciação, alteração no clima

Arrefecimento do clima em relação à fase anterior, temperaturas mais frias, arrefecimento das águas do mar, período mais ventoso, e seco durando até aos inícios do Bronze medio

Portanto, os solos secam = menos férteis Mesmo assim não há recessão agricola Condições melhores no sul do que no norte

Comunidades vao se alterar/adaptar, o ambiente vai

influenciar mas não determinar o desenvolvimento das comunidades deste tempo,

as populações desenvolvem a agricultura e a criação de gado,

Agricultura Aparecimento de novas sementes, resistentes a

essas alterações Uso do arado cada vez mais populações usam o

arado Aumento populacional , surgimento povoados mais

sedentarizados [maior estabilidade] isto mais para o Sul da P.I

No Noroeste, as comunidades introduzem espécies de trigo, pequeno aumento da agricultura, mas as povoações ainda não muito sedentárias / ou não sedentárias num longo período de tempo = Tendencia para a mobilidade (pouco conhecimento do arado), devido ao próprio terreno.

No baixo Lima Condições mais frias nas montanhas, as populações descem para zonas de vertentes, ou mais próximas do vale. E portanto próximas da água.

o Abrigos /afloramentos graníticos

Page 28: Pre e Proto Historia Peninsular

1. Encontra-se cabanas encostadas à pedra proporcionando um abrigo natura contra o frio. Povoados mais pequenos.

No sul o Encontramos na planície e planaltos

(estremadura) de grande envergadura (centenas de pessoas)

1. Margens do Guadiana, nos sedimentos do período do calcolítico verifica-se que houve uma contaminação do rio devido a metais pesados 1ª poluição Ambiental

A floresta reduziu, foi substituída por plantas novas, e com vista a ganhar espaço para agricultura, e para combustível para a nova metalurgia que vai aparecer;

Metalurgia do Cobre (principalmente o sul) [grandes reservas]

Exploração intensiva. No norte não há grandes jazidas de cobre ou é

um cobre difícil de extrair mas como houve intercambio entre norte e sul, ou das minas de Astúrias (bronze inicial e medio) aparecem objectos acabados ou ainda por acabar em alguns locais no norte.

IV – Arquitecturas monumentais o NW – povoados povoado da Pastoria, Chaves

povoado de S. Lourenço, Chaves1. Parte baixa das vertentes e em

linhas de água2. Planaltos de baixa altitude3. Colinas nos próprios vales

Page 29: Pre e Proto Historia Peninsular

4. Com abundancia de afloramentos graníticos que formam abrigos e em fendas alargadas

Tamega: as comunidades aproveitavam estes abrigos para instalarem as suas cabanas;

Restos materiais líticos, cerâmicos, algumas ossadas; algumas sementes; objectos metálicos , em pedra ( ponta seta, pedra lascada só desaparece na idade do bronze) e para raspar as peles temos as laminas

Pesos de tear, e cerâmica campaniforme Recintos monumentos povoados ou recintos cerimoniais

o Distribuiçao peninsular Há como um corredor, na raia Portuguesa,

possibilitando e que foi e será sempre uma via de circulação liga o Norte ao Sul (bacia do Douro até ao Tejo) Circulam ideias, formas de viver e estar, metais, tecnologias e pessoas.

o 2 tipos de Arquitectura monumental Em pedra: (Alto douro / Sudeste de Espanha /

Nordeste Transmontano) Em terra, madeira, ou em negativo (em fosso) [zona

atlântica, noroeste, Alentejo, Andaluzia, Sudoeste peninsular:

2 tipos mistura de construção em pedra e em negativo

Varios fossos ou cabanas, com rampa, por vezes em paliçadas e em troncos de árvore.

Estremadura portuguesa: - Vila Nova de S. Pedro, Azambuja, (estrutura imponente em pedra)

Zona do Alentejo – pobre em pedra e por isso são feitos em material perecível

o Inovador O que aparece?

Em pedra:

Page 30: Pre e Proto Historia Peninsular

o Grandes muralhas (muro)o Torres? = Palcos /pódioso Fundos de cabanas (parte superior mais

ou menos em argilao Bastiões (metade de torreão)

Zambujal, Torres (enorme visibilidade e veem para muito longe)

o Cabanas em argilao Varios panos de muralha

Leccia, Oeiras. o São excepção

Algarveo Cerco de sntra justa, Alcoutim, Faro

Sudoeste de Espanha Alto Douro – Foz Coa, Castanheiro do Vento

-->Em negativo perecível Perdigões, Reguengos de Monsaraz na rede de

povoamento calcolítico (IV inícios do II milénio A.C.

Calcolitico – Bronze inicial Alentejo grande investimento

Porto Torrão – Fureira do Alentejo Recinto da Forca

Contextos e Praticas funerárias Nordeste Peninsula ibérica o Contextos:

1. Monumentos de tradição megalítica2. Reutilização de monumentos megalíticos 3. Reutilização dos espaços em frente de monumentos

megalíticos4. Cista sem tumuli 5. Enterramentos em grutas ou abrigos6. Enterramentos em pequenas estruturas pétreas em

recintos ou povoados calcoliticos Calcolitico do NW Peninsular

o Monumentos de tradição megalítica

Page 31: Pre e Proto Historia Peninsular

Camaras cistoides (tendência rectangular ) Camaras definidas por circulo de pequenos pódios Camaras em fossa Montículos/tumuli artificiais baixos, pequenos em

diâmetro e pouco perceptiveisEx. Guidoiro – Areoso, Pontevedra – Ilha de Arousa

o Oferendas: Recipientes cerâmicos Objetos de cobre: pontas de tipo Palmela e punhais Vasos campaniformes

Calcolitico NW o Reutilização de monumentos megalitcos:

Utilização das camaras; Utilização dos corredores (mais comum) Construção de estruturas inseridas nos tumuli.

Deposição de cerâmicas de tipo Penha, ex. Cotogrande 5, Galiza

Deposição de cerâmicas campaniforme Ex. Portela do Pau 2, Castro Laboreiro

o Reutilização de espaços em frente de monumentos megalíticos:

Estruturas em fossa ou subterrâneas; Manipulação de cerâmicas Penha; Manipulação de vasos campaniformes; Manipulação de outros objectos.

Fragmento campaniforme encontrado à frente da Mamoa 5 do Leandro, Maia (perto de uma fossa e de cerâmica Penha) Vasos, fragmentos funcionam como relíquias

Enterramentos em cistas sem tumuli (Agro de Nogueira, Lugo)o Vale da Cerva, Pocinho, Vila Nova de Foz Côa (cistas sde

inumação) Enterramentos em gruta ou abrigo

o Abrigo granítico do Fragao da Pitorga, Chaveso Lorga de Dine, Bragança

Page 32: Pre e Proto Historia Peninsular

Estruturas em recintos monumentais ou povoados fortificados calcolíticos

o Ossos humanos manipuladoso Castelo Velho de Freixo de Numão

Interpretações:o Alteração do papel social da morte, do cadáver e da

arquitetura funerária;o Perda de importância do culto dos ancestrais e término das

construções monumentais dedicadas aos mortos;o Desenvolvimento dos enterramentos individuais;o Os corpos enterrados nos grandes dólmenes ou no território

dos antepassados seriam agentes nos processos de apropriação e de incorporação do passado na nova cosmovisão;

o Os novos referentes na paisagem passam a ser os recintos ou povoados monumentais de fossos e muros.

Praticas funerárias do Calcoliticas do Sudoeste e Sul Peninsular. o Monumentos de Falsa Cúpula o Hipogeuso Aleas Cobertaso Cistaso Fossas abertas no substracto.

1. Monumentos de Falsa Cupula – Tholoi Grande investimento construtivo, cobertos de montículos, sem

grandes esteios ( 1 ou 2 individuos) Sul da P.I Camara e corredor longo ou curto, coberto por montículo artificial

(mamoa) Estes são construídos com pequenas lajes e a cobertura é feita por

pedra de alvenaria (sobrepostas umas sobre as outras 1 a 4 individuos e ocorre a reutilização do sitio Deposições primarias e secundarias / sem disposição anatómica Exemplos: Anta 2 de Comenda e Anta 2 de Olival da Pega

o Querem conferir monumentalidade;

Page 33: Pre e Proto Historia Peninsular

o Proximidade física aos antigos monumentos megalíticos mantem simbologia

o Oferendas: Objectos de tradição lítica e neolítica (pontas de seta) Placas de xisto Recipientes cerâmicos (alteram-se) /contas de colar Vaso campaniforme (taças ) Ceramica oculada (motivos oculares) – objectos em

ossso, cerâmica Pontas de seta ( base concava) Oferendas – conchas

2. Hipogeus

Camaras subterrâneas (abertura em cima para oxigenação)/ante-camaras / corredor subterrâneo (pode subir ligeiramente)

Monumentos subterrâneos , alguns com corredores, e camara, o estrato rochoso tem de ser mole fácil de escavar na rocha (calcário) , enterramentos colectivos

Exemplo: Hipogeu de S. Pedro de Estoril 1

Localização :o Extremadura PT; zonas calcarias, talvez até à zona do

mondego Oferendas:

o Espiral em ouroo Ídolos em osso o Punhal em cobreo Braçal de arqueiro

Microlitos (crescentes /triângulos) Pontas de seta triangular Laminas Vasos campaniformes Vasos de pe alto Contas de colar

Page 34: Pre e Proto Historia Peninsular

Espirais em ouro Braçais de arqueiro Botao de osso Representação de coelhos Goivas

Cistas

Fossas abertas no substracto

Álea coberta são raros , camara e corredor indiferenciado

Tumba de Canada del Carrascal (Mairena del Alcor, Sevilla)

Taças campaniformes

Fossa de Aerenero Soto, San Martin (Fossa abertas no saibro)

Interpretações:

Alteração do papel social da morte, do cadáver e da arquitetura funerária;

Perda de importância do culto dos ancestrais e término das construções monumentais dedicadas aos morte;

Os novos referentes na paisagem passam a ser os recintos ou povoados monumentais de fossos e muros;

Desenvolvimento dos enterramentos individuais;

Os corpos enterrados nos grandes dólmenes ou no território dos antepassados seriam agentes nos processos de apropriação e de incorporação do passado na nova cosmovisão

Page 35: Pre e Proto Historia Peninsular

Idade do Bronze

Condições climáticas:

Comunidades ainda com clima neo-glaciar Bronze médio e final

Bronze final ( finais II milénio 1200-1100 a.C. e inícios I milénio 700-500 a.C.)

É um período de aquecimento climático que vai perdorar até idade do ferro até cerca do século V e VI a.C. (temperaturas similares ou mais quentes que os do nossos dias)

Ferro recente Período de arrefecimento

Actividades Humanas:

Antropização do meio muito elevado As condições climáticas condicionam a actividade

humana: Generalização da sedentarização Metalurgia e floresta altamente explorada Generalização da agricultura e pecuária Bronze final favorável à navegação (Fenicios)

A generalização do sistema agro-silvo-pastoril Agricultura cerealífera com leguminosas Generalização da pastorícia (todos os animais)

domesticação dos equidios, galinácios (patos e galinhas)

Generalização do arado (em arado) Introdução do milho miúdo (crescimento rápido,

bom para situações de fome) Introdução da aveia ( alimentar o gado)

o Povoados sedentários (mais visíveis, maior numero e maiores povoados

Metalurgia do Bronze

Cronologia

Page 36: Pre e Proto Historia Peninsular

Bronze Médio (Norte Peninsular) Bronze Final (totalidade da Península Ibérica) Utilização do cadinho Produção de artefactos

o Moldes: cerâmica, -pedra, -metal, -em cera perdida

Produção de artefactos

Bronze Final: moldes em metal produção em série

Artefactos

• Bronze Médio

• -pouco diversificados;

• -pouco numerosos.

• Bronze Final

• -muito diversificados: armas, utensílios; adornos; litúrgicos (divisões subjectivas);

• -mais numerosos do que anteriormente.

Bronze Médio:

Machados planos (similares aos do Calcolítico) Machados planos de tipo Bujões/Barcelos Machado de talão sem argolas Espadas

Bronze Médio/Final:

Machado de talão com uma argola

Pontas de lança

Bronze Final: machado de talão com duas argolas (típico do NW)

Page 37: Pre e Proto Historia Peninsular

Bronze Final: machados de alvado (típico do NW)

Bronze Final: machados de apêndice (típico do SW e Sul peninsular)

Punhais / ponta de seta/ espadas (língua de carpa) / foices de talão//// carros/suportes /// taças

o Las Peiros e Calaceiteo Baiões, Viseu

Fúrculas ou garfos = vale travesso, Montalegre Espetos (articulados) ou ganchos de carne Caldeiros (de Lois, Léon) Braceletes e aros Fíbulas fíbula de dupla mola, fíbula de enrolamento no arco Alfinetes Bronze Final

Bronze medio pouco diversificados e pouco numerosos

Bronze Final muito diversificados: armas, utensílios, adornos liturgicos (divisões subjectivas) mais numerosos do que anteriormente

Contextos:

Bronze médio:

• Depósitos (rios, nascentes, zonas aluvionares, fendas, sob

penedos); Depósito de Hío, Pontevedra ; Vale Travesso, Montalegre

• Representações em estelas (SW peninsular).

Bronze final:

• Depósitos (rios, nascentes, zonas aluvionares, fendas, sob

penedos);

• Representações em estelas (SW) e estátuas-menires (NW).;

• Povoados/recintos;

Page 38: Pre e Proto Historia Peninsular

Estelas do SW estela/ estátuas menires ( S. joao de ver (bronze final)

Interpretações:

Actividade de carácter mágico-ritual

Símbolos de poder

Símbolos de prestígio

A Idade do Bronze Final. Estratégias e características de povoamento no Centro e SW peninsular

Beira Interior

(Região mais a sul da Península Ibérica rica em estanho)

-Povoamento do Bronze Inicial e Médio: desconhecido

-Povoamento do Bronze Final : em áreas elevadas “Montes-Ilhas“, de difícil acesso, na bordadura de grandes vias fluviais ou corredores de circulação nas proximidades de jazidas de estanho

Exemplos: Montes-Ilhas ( Alegrios, Moreirinha) ///// Castelejo 7

Sitios altos, controle visual da paisagem e perto de jazida de jazida de estanho ou recursos mineiros) Vias de circulação importantes

(Bronze do Sudoeste (SW)]

Bronze Inicial e Médio: colinas pouco elevadas e rodeadas de solos agrícolas com profusão de estruturas em negativo ( Torre Velha, Serpa)

Estruturas em fossa abertas no substrato

Bronze Final:

1. povoados em altitude (colinas, montes, esporões elevados) na bordadura de vias de circulação naturais, com muralhas. ( Coroa do

Page 39: Pre e Proto Historia Peninsular

Frande, valverde, Évora)(Castro dos Ratinhos, Moura direcionados pastorícia

2. povoados em colinas de baixa altitude com profusão de estruturas em negativo)( Outeiro do Circo fossa aberta no solo , direciona-se para agricultura , com o tempo deslocam-se para outros lugares, porque os solos agriculas se esgotam.

excelente visibilidade

Argila de revestimento de cabanas ou cercas efetuadas com ramos: face interna com negativos de ramos

Apesar de serem áreas distintas e com funções distintas completam-se uma à outra.

Estratégias e características de povoamento - Noroeste (NW)

Bronze Inicial e Médio - colinas e outeiros existentes em vales abertos e com boas condições agrícolas; - colinas ou outeios na plataforma litoral com boas condições agrícolas; - colinas, outeiros ou plataformas em vertentes abrigadas de áreas serranas; - alvéolos (zonas depresionárias) em planatos ; - áreas de cumeada abrigadas por afloramentos(acampamentos); - pequenos acampamentos no litoral.

Bronze Final -o mesmo tipo de povoados do Bronze Inicial e Médio; - aumento considerável de povoados em esporões de altitude

Bronze Inicial – colinas e outeiros existentes em vales abertos e com boas condições agriculas ( NW) exemplo: Povoado das Boucinhas (Ponte de Lima) , (transição do 3º para o 2º milénios a.C.)

Page 40: Pre e Proto Historia Peninsular

o Bouça da Mocegueira rodeada por afloramentos e em áreas com abrigos

Bronze Médio (colinas e outeiros em altitude (NW) Lugar de Cimalha, Felgueiras e vale sobranceiro; Quinta do Rapido –barcelos

o Acampamentos -> Penedos Grandes, Arcos de Valdevezo Planaltos Corga do Carropo, Terras do Bouro

Bronze medio/finalo Colinas e outeiros em vales— Pego Braga

Bronze final (colinas e outeiros em altitude ( acampamentos)o Penedos grandes , Arcos de Valdevezo Colinas em vales Lugar do Corgo - Vila do Conde

o Santo Estevão da Facha, Ponte de Limao Santinha, Amares

o Esporoes de altitude S. Julião. Vila Verde

Estruturas em fossa com varias funcionalidades (depósito cerâmico, Lugar do Corgo, Vila do Conde)

Estruturas Bronze Inicial - fossa com depósito de conchas

o Bronze Inicial, Médio e Final - estruturas em fossa e valadoso Bronze Inicial, Médio e Final - estruturas em fossa. o Estas tendem a aparecerem agrupadas, por vezes com

grandes espaços vazios entre os diferentes grupos. São frequentes os buracos de poste nas imediações.

Lugar da Cimalha - Felgueiraso Estruturaso Bronze Médio/Final – buracos de poste, valados e

pavimentos de cabanas circulares Lugar do Corgo - Vila do CondeEstruturas

o Bronze Médio/Final – buracos de poste delimitando uma cabana retangular

Lugar do Corgo - Vila do CondeEstruturaso Bronze Médio e Final – valado e agrupamentos de fossas

Lugar do Corgo - Vila do CondeEstruturas

Page 41: Pre e Proto Historia Peninsular

o Bronze Médio e Final – fossos Lugar do Corgo - Vila do Conde

o Estruturaso Bronze Médio e Final – fossos Pego, Bragao Estruturaso Bronze Final – vala de fundação de uma paliçada Segunda

muralhao Muralha da plataforma superioro Estruturas de lugares de altitudeo Bronze Final –muralhas, fossos, paliçadas, buracos de poste, o Cabanas delimitadas por alinhamentos de pedra,

pavimentos) . As fossas são raras S. Julião, Fundos de cabanas

o Estruturas de lugares de altitudeo Bronze Final – muralhas, fossos, paliçadas, buracos de poste,

cabanas delimitadas por alinhamentos de pedra, cabanas com lajeados, pavimentos de argila compactada, etc. ) . As fossas são raras .

o S. Julião -- Bronze Final – um lugar de excepção