práticas pedagógicas: experiências e vivências em eja

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2013 2013 Educação de Jovens e Adultos Práticas Pedagógicas: experiências e vivências em EJA Práticas Pedagógicas: experiências e vivências em EJA Práticas Pedagógicas: experiências e vivências em EJA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL SÃO BERNARDO DO CAMPO PREFEITURA DA CIDADE MOVA Movimento de Alfabetização de Jovens e Adultos São Bernardo do Campo - SP

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A realização da publicação das “Práticas Pedagógicas: Experiências e Vivências em EJA” se dá pela continuidade de um processo de registro do trabalho que vem sendo desenvolvido. A Rede já havia produzido coletivamente o documento Diretrizes Curriculares e, nesse momento, a intenção da construção deste documento é o de registrar algumas práticas formativas ocorridas no ano de 2012, que tiveram como objetivo abordar a ação educativa, considerando os conhecimentos prévios dos/as educandos/as, seus desejos e expectativas em diálogo com os eixos do conhecimento.

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20132013

Educação de Jovens e Adultos

Práticas Pedagógicas:

experiências e vivências em EJA

Práticas Pedagógicas:

experiências e vivências em EJA

Práticas Pedagógicas:

experiências e vivências em EJA

EDUCAÇÃO PROFISSIONAL

SÃO BERNARDO DO CAMPO

PR EFEITU R A D A C ID A D E

MOVAMovimento de Alfabetização

de Jovens e AdultosSão Bernardo do Campo - SP

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PREFEITURA DE SÃO BERNARDO DO CAMPOSecretaria de Educação

PPráticas Pedagógicas:ráticas Pedagógicas:eexperiências e vivências em EJAxperiências e vivências em EJA

SÃO BERNARDO DO CAMPOPREFEITURA DA CIDADEPREFEITURA DA CIDADE

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Realização: Prefeitura de São Bernardo do CampoSecretaria de Educação

Copyright © 2013 – Prefeitura de São Bernardo do Campo

Organizador: Departamento de Ações EducacionaisDivisão de EJA e Educação Profissional

Projeto Gráfico: Ricardo Ferreira de CarvalhoDiagramação: Ricardo Ferreira de Carvalho

Luiz Edgar de Carvalho

Fotos: Arquivos 2009 a 2012 – Divisão de EJA e Educação Profissional

1ª edição: Abril de 2013

Parceiros do Projeto:

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Escola é... o lugar em que se faz amigos.

Não se trata só de prédios, salas, quadros,Programas, horários, conceitos...

Escola é, sobretudo, genteGente que trabalha, que estuda

Que se alegra, se conhece, se estima.O diretor é gente,

O coordenador é gente,O professor é gente,

O aluno é gente,Cada funcionário é gente.

E a escola será cada vez melhorNa medida em que cada um se comporte

Como colega, amigo e irmão.Nada de ilha cercada de gente por todos os lados,

Nada de conviver com as pessoas e, depois,Descobrir que não tem amizade a ninguém.

Nada de ser como tijolo que forma a parede, indiferente, frio, só.Importante na escola não é só estudar, não é só trabalhar,

É também criar laços de amizade, é criar ambiente de camaradagem,É conviver, é se amarrar nela!

Ora, é lógico...Numa escola assim vai ser fácil

Estudar, trabalhar, crescer, fazer amigos, educar-se, ser feliz.É por aqui que podemos começar a melhorar o mundo.

(Paulo Freire)

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SumárioSumário

Escola é ..................................................... 05

Apresentação ................................................ 09

Introdução ................................................... 15

Por que sistematizar Práticas Pedagógicas? ................ 19Práticas Pedagógicas dialogando com os eixos do conhecimento .......................................... 23

• Memória e Territorialidade .................... 24• Meio Ambiente ................................. 26• Linguagens ...................................... 28

o Linguagem oral ............................ 30o Linguagem escrita ........................ 32o Linguagem matemática ................... 34o Linguagem corporal ....................... 36o Linguagem tecnológica .................... 38

• EJA e o Mundo do Trabalho ................... 40

As práticas em ação ........................................ 41

Palavras Finais .............................................. 83

Bibliografia .................................................. 87

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ApresentaçãoApresentação

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“Ensinar não é transferir conhecimentos, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção”. Paulo Freire

Contextualização do processo formativo

ção de formação é algo específico dos seres humanos, pois, enquanto sujeitos inacabados têm necessidade constante de formação permanente; somos sujeitos históricos e, nes-

se processo, evidencia-se o ato de aprender e ensinar. Como disse Freire, temos consciência da nossa inconclusão e apresentamos o de-sejo da partilha de conhecimentos.

AEsse conceito de educação permanente orientou os encontros

formativos de EJA do ano de 2012 com os diferentes profissionais que faziam parte desta modalidade de educação em São Bernardo do Campo. A preocupação era a de proporcionar momentos de reflexão sobre o processo de ensino e aprendizagem com todos os sujeitos da ação educativa, de modo que ocorresse a práxis, na fidelidade do con-ceito dialógico, e que colocasse o desejo pela procura de sentidos nes-ta ação.

A intenção desta organização se caracteriza em colocar o ambien-te escolar numa constante reflexão sobre a ação educativa para pro-mover análises de quem são os sujeitos com os quais trabalhamos, quais suas expectativas em relação ao processo de aprendizagem e que conhecimentos devem ser abordados com as turmas ao longo de cada ano letivo.

Nesta concepção, que tem seus propósitos numa matriz crítica de

Apresentação

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Apresentação

educação, todo o processo formativo teve como intenção propiciar o protagonismo dos sujeitos no processo de ensino e aprendizagem, pois são os corresponsáveis pela criação de práticas que possibilitam a in-teração entre educando/a e o mundo.

A presente publicação, então, é fruto de reflexão do contexto da sala de aula e da tematização da prática pedagógica, identificando as ações educativas que se mostraram significativas para os/as educan-dos/as no processo de aprendizagem.

Esta sistematização é decorrente do trabalho realizado em nosso documento “Diretrizes Curriculares da EJA”, construído com o coleti-vo da Rede no ano de 2011, que trouxe o debate de concepção de Edu-cação Popular e orientou o processo formativo da Educação de Jovens e Adultos em eixos do conhecimento: Memória e Territorialidade; Meio Ambiente; Cultura e Trabalho e as Linguagens( Oral, Escrita, Corporal, Tecnológica e Matemática).

A partir dos eixos do conhecimento organizados na EJA, retorna-mos para o espaço da sala de aula, em que dialogamos com os contex-tos vividos, observamos o papel dos/as educandos/as e educadores/as na prática didática e analisamos os saberes históricos produzidos. Em seguida conseguimos ampliar a ação político- pedagógica da EJA no que se refere à possibilidade de pautar o debate sobre esses eixos cita-dos acima para percebê-los em significância do contexto que permeia o mundo dos/as educandos/as.

Este é mais um documento de EJA que registra um debate dialó-gico no coletivo sob uma concepção de Educação Popular que aborda a educação como um direito para todos/as na perspectiva da Educação Permanente e Educação Integral.

Assim, foi desenvolvido por e para você educador/a, que reconhe-ceu seu/a educando/a e tem pelo seu fazer um compromisso ético em ofertar uma prática pedagógica que favoreça a análise dos fatos, pro-

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Apresentação

mova a reflexão das questões, possibilite problematizações que apro-ximem os/as educandos/as das suas realidades e fomentem o desejo de mudança.

Esperamos que seja utilizado como um referencial construído a partir do recorte de observação de cada envolvido nesse processo de reflexão e formação. A pesquisa, o estudo e o resultado das dis-cussões foram acolhidos, a ponto de compor uma unidade que tem sua autoria na reflexão dos/as educadores/as de EJA da nossa Rede.

Cleuza Rodrigues Repulho

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IntroduçãoIntrodução

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“Educar é impregnar de sentido o que fazemos a cada instante.” Paulo Freire

realização da publicação das “Práticas Pedagógicas: Experi-ências e Vivências em EJA” se dá pela continuidade de um processo de registro do trabalho que vem sendo desenvolvi-

do. A Rede já havia produzido coletivamente o documento Diretrizes Curriculares e, nesse momento, a intenção da construção deste docu-mento é o de registrar algumas práticas formativas ocorridas no ano de 2012, que tiveram como objetivo abordar a ação educativa, consi-derando os conhecimentos prévios dos/as educandos/as, seus desejos e expectativas em diálogo com os eixos do conhecimento.

A

Assim, cada eixo de conhecimento volta ao debate, na perspectiva de construção de saberes, a partir da tematização de algumas práticas em que a concretização deste propósito reflexivo foi efetivada.

A possibilidade de termos, neste documento, a autoria dos/as educadores/as da Rede permite-nos analisar sua criatividade, organi-zando o conhecimento a partir de problematizações que se fazem pre-sentes no contexto dos/as educandos/as. Os limites que temos quando não observamos essa questão resultam em rigidez num processo de en-sino e aprendizagem que não coloca o/a educando/a em situação cen-tral da ação educativa.

Com o propósito de elucidar esse aspecto, ressalvamos a impor-tância da democracia na organização do currículo, no sentido de todos/as terem o direito de reconstruir os conhecimentos históricos produzidos, de forma contextualizada às questões culturais e políti-cas. A ação educativa frente à organização da prática didática não é algo neutro: sempre apresenta influência de tendências políticas de

Introdução

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Introdução

formação. Nossa intenção é de que os conhecimentos sejam abordados a partir da significância comunitária, sem perder a responsabilidade de efetivar a sistematização dos mesmos em correlação ao diálogo histó-rico do saber.

Refletir sobre boas práticas é perceber que é possível construir conhecimentos que valorizem projetos de sociedade, de seres huma-nos, que primam pela vida e pela justiça.

Em São Bernardo do Campo, a partir das ações formativas, cami-nhamos para um conceito de formação inserida na perspectiva de um currículo que apresenta as seguintes dimensões:

Filosófica : Todos os sujeitos têm condições de decidir sobre suas vivências e experiências e refletir sobre as mesmas de modo a escolher os rumos da sua vida e do coletivo a que pertence. Toda prática pedagógica tem a responsabilidade de respeitar as ques-tões que sustentam a existência humana.

Pedagógica : A organização do conhecimento se faz pela Edu-cação Integral, em que há o levantamento das necessidades éticas, estéticas e técnicas dos/as educandos/as, que devem ser conside-radas na prática pedagógica a partir da articulação da ciência, cul-tura e trabalho, por meio do diálogo, que é um aspecto epistemoló-gico da construção do conhecimento.

Política : As necessidades dos/as educandos/as e da sua comu-nidade propiciam elementos para a construção de um currículo pautado na perspectiva da transformação social.

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Por que sistematizarPor que sistematizar

Práticas Pedagógicas? Práticas Pedagógicas?

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“Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino.” Paulo Freire

objetivo da sistematização das práticas significativas partiu de uma concepção pedagógica, filosófica e política, descrita no documento: “Diretrizes Curriculares da EJA

2012” que reflete a intenção de currículo da EJA de SBC, na qual se concebe a ação educativa para transformação social. Então, esta pu-blicação que está em debate, explicita o fato de que a prática não é neutra e concretiza a proposta curricular em eixos de conhecimen-tos nesta modalidade.

O

Este documento é mais uma ação da Divisão de EJA e Educação Profissional com o coletivo da rede, no sentido de expandir a políti-ca pública da oferta propondo a discussão do fazer pedagógico que assegure o direito à educação de fato, de modo que o respeito às experiências dos/as educandos/as, na concepção Freireana, seja efetivado.

Assim, ao mesmo tempo em que fortalece um propósito de currículo organizado pela integração, orientada a partir da con-cepção crítica de Educação, também enaltece e respeita os/as educadores/as que se libertam de intenções formativas que exclu-em e que se fazem por representações sociais conservadoras da visão de um grupo.

Este respeito aos/as educadores/as enquanto protagonistas da ação educativa se concretiza a partir dos debates realizados em to-das as ações formativas com este coletivo da EJA,em que as refle-xões se apresentam abaixo, relacionadas aos eixos do conhecimento já tratados no documento: “Diretrizes Curriculares de EJA 2012”.

Por que sistematizar Práticas Pedagógicas?

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Por que sistematizar Práticas Pedagógicas?

Assim, apresentamos as análises das formações que apontam as pos-sibilidades de temáticas para cada eixo do conhecimento.

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Por que sistematizar Práticas Pedagógicas?

Práticas pedagógicas dialogando com os eixos do conhecimento

“Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação e reflexão.” Paulo Freire

sta reflexão traz o diálogo que responde à necessidade da rede de ampliarmos a análise das possibilidades da construção do conhecimento pelas dimensões dos Eixos descritos nas “Di-

retrizes Curriculares 2012”. Então, há uma sistematização de práticas pedagógicas organizadas por questões temáticas que podem ser trata-das em cada eixo do conhecimento.

EA opção em tratar esses temas dentro de cada eixo se apresenta

como possibilidade do/a educador/a pensar num processo formativo mais aberto, onde as dúvidas e as indagações, que estão nas realidades sociais e políticas, possam fazer parte da ação educativa.

Dessa forma, os temas aqui apresentados são sugestivos, visto que a autonomia do/a educador/a, direcionada por um profissionalismo ético, dentro de uma posição político-pedagógica crítica é que orienta-rá a organização do processo de ensino e aprendizagem.

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Por que sistematizar Práticas Pedagógicas?

EIXO DO CONHECIMENTO:EIXO DO CONHECIMENTO:Memória e TerritorialidadeMemória e Territorialidade

A memória liga-se à territorialidade de uma população que vive e revive num determinado território, às expressões culturais, artís-ticas e simbólicas de forma compartilhada. Assim, territorialidade, conceito tratado por Milton Santos (1996), e memória se retroali-mentam numa perspectiva histórica, recriando identidades, valores e percursos. Dessa forma, este eixo possibilita aos educandos/as pen-sar nas dimensões da vida, articulando e relacionando diversos co-nhecimentos de forma integral, compreendendo as relações sociais e ambientais que permeiam suas vidas.

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Por que sistematizar Práticas Pedagógicas?

TTemas sugestivosemas sugestivos

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Por que sistematizar Práticas Pedagógicas?

EIXO DO CONHECIMENTO:EIXO DO CONHECIMENTO:MeMeio ambienteio ambiente

A questão ambiental está extremamente presente na vivência hu-mana. Preservar o Meio Ambiente é preservar a vida. O conceito de desenvolvimento sustentável vem sendo disseminado, trazendo a ideia de que os recursos naturais devem ser usados para saciar as necessi-dades do ser humano, sem desperdício, de forma a não esgotá-los para as futuras gerações. A escola precisa estar em consonância com as de-mandas atuais da sociedade, tratar de questões que interferem na vida diária dos/as educandos/as, contribuindo para a formação do ci-dadão participativo e consciente de seu papel na sociedade. Trabalhar com este eixo curricular é propiciar reflexões a respeito da organiza-ção ambiental e levantar estratégias de intervenção humana que ve-nham favorecer uma vida coletiva mais sustentável.

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Por que sistematizar Práticas Pedagógicas?

TTemas sugestivosemas sugestivos

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Por que sistematizar Práticas Pedagógicas?

EIXO DO CONHECIMENTO:EIXO DO CONHECIMENTO:LinguagensLinguagens

Toda linguagem é um modo singular do ser humano se expressar, comunicar e refletir num contexto significativo. A linguagem é uma ação humana, existe antes mesmo da escola, é estética e ética, per-meia a atuação no campo histórico, social e político. Trabalhar com as diferentes linguagens propicia a/ao educanda/o oportunidades diversi-ficadas de ler, sentir, compreender e intervir no mundo; é fator pre-ponderante para a nossa participação social e cultural.

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Por que sistematizar Práticas Pedagógicas?

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Por que sistematizar Práticas Pedagógicas?

Linguagem oral:

A oralidade é uma forma de comunicação muito peculiar ao ser hu-mano, é o ponto de partida para produção e divulgação de conhecimen-tos, é um meio de expressar as ideias, os hábitos, as práticas, as expe-riências de vida. Esta linguagem tem uma relação de proximidade com a linguagem escrita, que se dá com a constituição da alfabetização, que é a construção escrita da expressão oral, trazendo a realidade social da fala com suas variedades e originalidades para a sala de aula.

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Por que sistematizar Práticas Pedagógicas?

TTemas sugestivosemas sugestivos

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Por que sistematizar Práticas Pedagógicas?

Linguagem escrita:

É a possibilidade de comunicação da sociedade letrada. A cons-tituição desta comunicação exige um processo de aprendizagem con-textualizado socialmente, que é a alfabetização. A alfabetização de adultos oferece grandes desafios para o/a educador/a, exigindo cada vez mais a sua compreensão acerca das especificidades dos educandos e educandas da EJA no processo de ensino-aprendiza-gem, fazendo-se necessário que o/a alfabetizador/a se debruce so-bre questões que enfatizem a cultura escrita e a comunicação como prática social da língua.

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Por que sistematizar Práticas Pedagógicas?

TTemas sugestivosemas sugestivos

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Por que sistematizar Práticas Pedagógicas?

Linguagem Matemática:

É uma das linguagens necessárias para homens e mulheres conhe-cerem e se comunicarem com o mundo por meio de ações que exijam cálculo, medição, raciocínio lógico, argumentação e resolução de situa-ções-problemas. Assim, aprender Matemática é um direito básico de todas as pessoas e uma necessidade individual e social do ser humano e, por isso, fundamental na formação de jovens e adultos. Embora não se esgote nela, o conhecimento do adulto sobre a sua realidade é gran-de; afinal, é com esta realidade que ele estabelece a totalidade das suas relações, como sujeito transformador. Trabalhar com a linguagem matemática é trazer para a sala de aula o conhecimento do mundo e traduzi-lo em conhecimento sistematizado.

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Por que sistematizar Práticas Pedagógicas?

TTemas sugestivosemas sugestivos

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Por que sistematizar Práticas Pedagógicas?

Linguagem corporal:

A linguagem corporal traz expressões físicas à ação educativa, que se apresentam por diálogos, considerando essa expressão como um direito e como uma produção cultural. Ao valorizar expressões corpo-rais dos sujeitos onde o corpo individual e o corpo coletivo se articu-lam, saindo do sentido do “corpo do trabalho” (postura explorada), para “as corporeidades e experiências dos seus sujeitos” (postura que liberta), tem-se a realização da emancipação na ação educativa. Nesse processo, trabalhar com a Linguagem corporal, com a corporeidade, constitui-se em uma possibilidade de pensar que sentido darmos à con-dição humana e à articulação do corpo individual ao corpo coletivo, for-mando-se dialeticamente.

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Por que sistematizar Práticas Pedagógicas?

TTemas sugestivosemas sugestivos

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Por que sistematizar Práticas Pedagógicas?

Linguagem Tecnológica:

O surgimento de novas linguagens a partir da aproximação das tecnologias da comunicação e informação com as diferentes áreas do conhecimento contribui para a formulação de uma proposta pedagógica que contemple as demandas da sociedade contemporânea. O entendi-mento da tecnologia enquanto linguagem que tem representações assu-me papel preponderante na formação das pessoas para o convívio e a atuação na sociedade. Essa linguagem pauta-se na transformação do contexto pela valorização humana e a expressão da criatividade. A ação educativa da linguagem tecnológica propicia a reflexão sobre a diversidade de fontes de informações, sobre a criticidade, identifica potencialidades e contribui para articular saberes cotidianos, científi-cos, sociais, artísticos e estéticos, que são ações que precisam ser re-alizadas no ambiente escolar a fim de que o/a educando/a possa com-preender que a tecnologia é um canal de libertação e de redescoberta do ser humano.

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Por que sistematizar Práticas Pedagógicas?

TTemas sugestivosemas sugestivos

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Por que sistematizar Práticas Pedagógicas?

EIXO DO CONHECIMENTO:EIXO DO CONHECIMENTO:CulturaCultura e e TrabalhoTrabalho

A educação está ontologicamente ligada ao processo de trabalho, que se realiza por uma produção cultural. Conforme já apresentado nas Diretrizes a concepção que temos de trabalho é aquela que permite ao ser humano produzir sua existência a partir da transformação que faz com a natureza e consigo no coletivo, fato que lhe permite a produção de cultura. Esse processo possibilita a passagem do homem de ser bio-lógico a ser social.

Nesse sentido, a escola é um local que acolhe as pessoas para a convivência social. Como as pessoas são sujeitos históricos elas trazem conhecimentos e sabedorias sobre o mundo, que nas suas relações se-rão trocados e ampliados pela releitura da realidade.

A Educação Libertadora valoriza estas produções culturais e, a partir delas, organiza um processo de ensino aprendizagem que respei-ta a existência humana em todos os seus aspectos. Na especificidade da cultura e trabalho, observa as necessidades éticas, técnicas e esté-ticas na produção e comunicação humanas. Esse processo é amplo, mas é por meio dele que se constrói o conhecimento que importa para se pensar em melhor organização da vida na sociedade.

Por ser tão complexo e pelas observações das práticas pedagógi-cas, esse Eixo se apresenta de forma conjugada, mas, com observa-ções de cada dimensão: Cultura e Trabalho em suas especificidades.

Diagrama “cultura” na 41 e o “trabalho” alterando o centro pra trabalho na pg 42

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Por que sistematizar Práticas Pedagógicas?

TTemas sugestivosemas sugestivos

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Por que sistematizar Práticas Pedagógicas?

TTemas sugestivosemas sugestivos

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As práticas em açãoAs práticas em ação

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“A Educação, qualquer que seja ela, é sempre uma teoria do conhecimento posta em prática.” Paulo Freire

ação docente pautada na metodologia de estudo da realida-de, da organização de temas constituídos em projetos, res-peita a leitura de mundo do/a educando/a, ajudando-o a

descobrir novos saberes, sistematizando e ressignificando os conheci-mentos presentes na sua realidade CULTURAL, SOCIAL E POLÍTICA.

AAo enfatizarmos essa possibilidade de seleção de temas organi-

zados em projetos, reafirmamos que a educação não é neutra, e que a configuração do currículo, nesse propósito, depende do contexto das pessoas, dos interesses e intenções que estão em jogo e dos diferen-tes âmbitos sociais e históricos aos quais estão submetidos, o que im-plicará práticas pedagógicas inclusivas, contextualizadas e integrado-ras.

A prática libertadora proposta por Paulo Freire liga pensamento e ação. Ao refletir sobre o mundo, o homem regula e reorienta sua ação, pois concorda ou discorda do que foi pensado e analisado, dando mar-gem ao surgimento de novas formas de operacionalização. Neste senti-do, os conteúdos articulados aos temas trazem as vivências de situa-ções concretas para o interior das aulas, pois os eixos de conhecimento dialogam com conceitos e conteúdos atuais, estabele-cendo novas relações entre o conhecimento popular (a partir da expe-riência dos sujeitos na relação com o mundo em que vivem) e o conhe-cimento acadêmico, materializando a proposta político-pedagógica da escola na comunidade local.

Pautado na concepção emancipatória e libertadora de currículo, ao

As práticas em ação

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As práticas em ação

trazer este esquema de organização de possibilidades de produção do conhecimento, é imprescindível ao educador/a refletir qual o conheci-mento que importa. O que é significativo para o grupo de educandos/as com o qual ele está atuando?

Por isso, a caracterização do grupo é fundamental como ponto de partida da seleção dos conhecimentos que serão trabalhados, pensa-dos a partir desta concepção, pois não é possível desvincular a educa-ção escolar da visão de mundo de homem e mulher que temos e com a qual convivemos, e que sustenta a nossa prática.

A prática Freireana ressalta o uso da reflexão pedagógica e de referenciais que permitam interrogá-la, defendendo a ideia de que ninguém ensina ninguém, aprendemos em colaboração, que exige do educador/a e do educando/a uma atitude de investigação e pesquisa frente ao conhecimento. Dessa forma, o diálogo e a reflexão são fun-damentais, pois possibilitam a criação, a transformação e a recriação.

Esta proposta exige que se instigue o/a educando/a a dizer o que já sabe sobre o conhecimento e assim reconstruir novos saberes.

Práticas Pedagógicas: experiências e vivências em EJA

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As práticas em ação

Algumas das práticas da rede deAlgumas das práticas da rede de EJA em São Bernardo do CampoEJA em São Bernardo do Campo

As práticas pedagógicas que compõem esta publicação não têm a intenção de se tornarem modelos a serem copiados pelos/as educado-res/as desta e de outras redes de ensino. Elas, as práticas, são, sim, experiências validadas em sala de aula, que possibilitarão a ampliação do repertório dos/as educadores/as para a construção de propostas mais significativas para seus/suas educandos e educandas. É preciso entendê-las, interpretá-las e destacar nelas o que há de essencial, para que tragam ao educando/a conhecimentos e valores capazes de promover a transformação de suas realidades, em seus contextos e em seus projetos de vida.

A sistematização destas práticas foi decorrente do processo for-mativo em que os Eixos do Conhecimento foram tratados a partir da análise da organização didática de alguns educadores/as. Estas organi-zações foram trazidas para esta publicação. O processo de construção foi marcado por idas e vindas, em que observáveis se fizeram presen-tes e as reformulações se apresentaram, inclusive na própria prática pedagógica.

Práticas Pedagógicas: experiências e vivências em EJA

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As práticas em ação

A ARTE NO OLHAR DE CADA UMEMEB: Professor André FerreiraEDUCADOR DA TURMA: Rute Coutinho, Eliete Pereira de SouzaEDUCADOR/A PROJETOS CULTURA E TRABALHO: Mariana

dos S. BezerraTURMA: Alfabetização e Pós-alfabetização

OBJETIVO: Evidenciar, em situações de aprendizagens, a releitura de ques-

tões do cotidiano da vida;Proporcionar aos alunos o conhecimento relacionado à fotografia,

tendo como pano de fundo as obras do fotógrafo Sebastião Salgado e de pintores brasileiros como Tarsila do Amaral, Cândido Portinari e o lituano Lazar Segall, visto que retratam em suas obras questões soci-ais reais e cotidianas;

Despertar a apreciação, o sabor e prazer pela fotografia;Estimular o protagonismo social através da captura de imagens

significativas dentro da comunidade à qual pertence.

SINOPSE: Esse projeto surgiu da necessidade de conhecer mais profunda-

mente o contexto social da comunidade escolar no intuito de valorizar as pessoas como cidadãs, tendo a fotografia como mediadora. Após uma conversa com os/as educandos/as sobre ‘Arte’, que é o tema gera-dor do Projeto Coletivo da escola, notamos que houve interesse relaci-onado ao meio em que vivem e à fotografia. Portanto, pensamos em um projeto que englobasse tanto o conhecimento do bairro, como artistas que retratam o trabalho com fotografias e questões sociais. A foto-grafia se torna a ‘releitura’ que o/a educando/a faz de seu mundo, uti-

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As práticas em ação

lizando outra linguagem que não a fala ou a escrita.

IMPRESSÕES: O Projeto foi realizado de forma bastante prazerosa pelos edu-

candos/as do Alfa e Pós Alfabetização da EJA. A professora Mariana, do curso de Customização, juntamente com as professoras Rute Couti-nho e eu, Eliete S. Pereira, desenvolvemos o trabalho que, apesar de ter sido bem detalhado e minucioso, não causou dificuldade para os educandos/as, que ficaram entusiasmados com o processo, pois envol-via a releitura do contexto em que viviam. Isto os deixou muito curio-sos para ver o trabalho finalizado.

O desenvolvimento consistiu primeiramente em estudos e análises de diversas obras de alguns autores, dentre eles, as obras da autora Tarsila do Amaral. Em seguida, o quadro “Operários” foi selecionado para releitura por remeter à vivência de muitos educandos/as do gru-po e ter a ver com o contexto da comunidade escolar.

Em meio ao processo de desenvolvimento do Projeto, fizemos um passeio à Pinacoteca de São Paulo, onde os educandos/as ficaram sur-presos e entusiasmados/as com grandes descobertas do “mundo da arte” e de obras da referida autora, como também de quadros e escul-turas de outros autores estudados em sala de aula.

A realização do trabalho auxiliou muito no aprendizado dos/as educandos/as de todas as formas, pois trabalhamos as diversas áreas do conhecimento baseadas no Projeto conforme este foi sendo desen-volvido.

Com a análise do Projeto em conjunto com a turma, no término do trabalho, chegamos à conclusão de que para se obter um final compen-sador, é preciso disciplina e dedicação de todos os envolvidos, pois, como pudemos perceber, são muitas pessoas trabalhando num mesmo espaço que tem que ter começo, meio e fim, de forma harmoniosa.Práticas Pedagógicas: experiências e vivências em EJA

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Page 49: Práticas Pedagógicas: experiências e vivências em EJA

As práticas em ação

DESENVOLVIMENTO DO PROJETO: Estudo sobre vida e obra do artista e escolha das fotografias

para comentar.Reflexão sobre as questões sociais envolvidas nas fotografias.Escolha de outros artistas e pintores para a realização do estudo

de vida e obra.Caminhada pelo bairro para registro fotográfico.Apresentação dos trabalhos desenvolvidos em seminários.Exposição das fotografias na Mostra Cultural da Escola.

EIXOS DO CONHECIMENTO TRABALHADOS: Linguagens: Oral e Escrita e Tecnologia da Informação.Memória e Territorialidade.Meio Ambiente.Cultura e Mundo do Trabalho.

Práticas Pedagógicas: experiências e vivências em EJA

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Educandos/as em atividade de Artes.

Page 50: Práticas Pedagógicas: experiências e vivências em EJA

As práticas em ação

RETRATANDO AS MEMÓRIASEMEB: Marcos Rogério da RosaEDUCADORES/AS DA TURMA: Adriane de Oliveira Fernandes,

Angelina Socorro Scarpin Batista e Sandra Cristina SilvestreTURMA: Alfabetização

OBJETIVO: Realizar uma releitura das memórias da vida dos educandos/as,

em análise crítica articulando com leitura e produção de textos narra-tivos, tendo como temática a memória dos/as educandos/as.

SINOPSE: O trabalho foi realizado a partir da necessidade de reconheci-

mento dos saberes dos/as educandos/as, valorizando e reconhecendo suas memórias, entrelaçando-as com a História, colocando esses edu-candos como construtores da própria história.

IMPRESSÕES: O desenvolvimento do trabalho deu-se através da construção de

duas atividades concomitantemente. Uma era tratar a memória dos/as educandos/as como fonte de recuperação da história de vida, suas re-lações com a sociedade e suas implicações com o contexto de vida de cada um. Aqui trabalhou-se com a produção de textos a partir do filme “Narradores de Javé”, onde todos/as se colocaram quanto aos senti-mentos e impressões sobre o trecho assistido.

Houve contação de histórias, leituras compartilhadas, escritas co-letivas e trabalho de revisão.

Práticas Pedagógicas: experiências e vivências em EJA

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Page 51: Práticas Pedagógicas: experiências e vivências em EJA

As práticas em ação

Já em outra atividade evidenciou-se a utilização de réguas, co-nhecimento de formas geométricas e conhecimentos de costura, como coser e dar acabamentos.

No desenvolvimento do trabalho, os/as educandos/as apresenta-ram dificuldades no manuseio dos instrumentos de medida, sendo esta uma ocasião para diversas retomadas do processo de aprendizagem e construção de conhecimentos. Aos poucos foi acontecendo a apropria-ção das formas geométricas, da utilização dos instrumentos de medi-das e também das habilidades de costura.

Ao resgatar diferentes memórias, contar, ouvir ler e produzir textos, valorizou-se as diferentes histórias de vida, respeitando o ou-tro como ele é, enriquecendo e fortalecendo o grupo.

O uso das tecnologias, como os netbook’s, para digitação e regis-tro dos textos promoveu trocas entre os/as educandos/as, permitindo o desenvolvimento de habilidades na utilização das mesmas e afirman-do o acesso.

A avaliação dos/as educandos/as foi positiva, sendo possível per-ceber o envolvimento nas atividades propostas; a colcha, enquanto re-sultado final, foi motivo de surpresa e emoção por ter finalizado um trabalho belo e inusitado.

DESENVOLVIMENTO DO PROJETO: Ouvir e contar memórias no grupo;Analisar cada história no lugar de sujeito histórico;Escrever, ler, reler e revisar os textos produzidos;Digitar as produções;Traçar formas geométricas com a utilização dos conhecimentos

matemáticos.

Práticas Pedagógicas: experiências e vivências em EJA

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Page 52: Práticas Pedagógicas: experiências e vivências em EJA

As práticas em ação

EIXOS DE CONHECIMENTO TRABALHADOS: Linguagens Oral e Escrita, Matemática e Tecnologia da Infor-

mação.

Práticas Pedagógicas: experiências e vivências em EJA

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Educanda em atividade com utilização de ré-gua, conhecimento de formas geométricas, corte e colagem.

Page 53: Práticas Pedagógicas: experiências e vivências em EJA

As práticas em ação

“DE CONTO EM CONTO “- HISTÓRIAS DE TRADIÇÃO ORAL

EMEB: Lopes Trovão e EMEB Salvador GoriEDUCADOR DA TURMA: Jair Rodrigues da SilvaPROFESSORA PARCEIRA: Maria Helena (EMEB Salvador Gori)EDUCADOR/A PROJETOS CULTURA E TRABALHO: Sidnei de

Oliveira (educador musical – EMEB Lopes Trovão)TURMA: Alfabetização e Pós-alfabetização

OBJETIVO: O projeto De Conto em Conto visa valorizar todo o saber de mun-

do e experiência que os/as educandos/as da Educação de Jovens e Adultos adquiriram ao longo de suas trajetórias. Para tanto, recorre-mos aos contos de tradição oral, como instrumento primeiro para tal empreitada. Quem não conhece uma história que lhe foi confiada há muito tempo por pais, avós e outros parentes? É a partir dessa ques-tão que iniciamos essa aventura, em busca de recolher os contos guar-dados para sempre em nós. Quando perguntamos sobre o conto, quere-mos também saber da cultura e da ancestralidade das pessoas, saber de sua história de vida, dando a esta o merecimento devido.

SINOPSE: Este projeto surge pela percepção de que os/as educandos/as

gostam muito de contar sobre suas histórias de vida. Com a intenção de contribuir com a formação dos/as educandos/as da EJA, cooperan-do para sua cidadania e inclusão aos meios de produção cultural, tem-se as observações para o levantamento, usando possibilidade de regis-tro e análise.

Práticas Pedagógicas: experiências e vivências em EJA

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Page 54: Práticas Pedagógicas: experiências e vivências em EJA

As práticas em ação

IMPRESSÕES: A escolha deste projeto se deu, principalmente, porque meus edu-

candos/as têm muito a contribuir, trazendo para a sala de aula seus conhecimentos de mundo e experiências reais de vida.

Foi, e é necessário, ouvir as experiências, as histórias de vida de cada educando/a e atribuir a estas a importância devida.

Sendo minha sala com perfil diversificado, tendo alguns educan-dos em processo de alfabetização e outros já alfabetizados, realiza-mos este projeto pela necessidade maior dos/as educandos/as:

LEREM, ESCREVEREM E COMPREENDEREM MELHOR O MUN-DO E A SOCIEDADE DA QUAL PARTICIPAM.

Para valorizar ainda mais este ato, recorri ao mestre Paulo Freire:“A leitura do mundo precede a leitura da palavra.”Todos nós estávamos mais do que aptos a participar deste proje-

to, pois o que não nos falta é a leitura do mundo. O projeto ocorreu de fevereiro a junho de 2012. O mais importante de todo o processo foi acompanhar intimamente a construção de conhecimento de cada edu-cando/a., Nesse semestre alguns deles aprenderam a ler e escrever, outros que já eram alfabetizados lendo diferentes gêneros textuais se posicionando e discutindo suas opiniões e escrevendo seus primeiros textos autorais. A expectativa é que eles avancem ainda mais em suas aprendizagens.

Nossa preocupação está em formar leitores e escritores que efe-tivamente escrevam e leiam e, sobretudo, contribuam para um mundo menos excludente. Queremos semelhantemente valorizar as memórias das pessoas e sua história de vida. O grande interesse com que reali-zamos todo este processo de escrita e oralidade nos rendeu o livro “De Conto em Conto”, livro este que contém Histórias de Tradição Oral expressas por seus/suas autores/as. Seus contos são essencial-mente carregados de significados de uma existência inteira de luta Práticas Pedagógicas: experiências e vivências em EJA

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Page 55: Práticas Pedagógicas: experiências e vivências em EJA

As práticas em ação

pela vida, pela família e, agora, pelo sonho necessário da educação, este bem inalienável e de direito de todo ser humano, que, se não foi conquistado na juventude e infância, vem, agora, de forma emocionan-te, pois a cada nova descoberta dos/as educandos/as não é raro ver olhos cheios d’água.

Professor Jair Rodrigues/julho de 2012.

DESENVOLVIMENTO DO PROJETO: Perfil da Turma – Composta de educandos de diferentes níveis de

aprendizado alfa e pós; suas maiores expectativas estão em aprender a ler e escrever de maneira eficiente e realizar diferentes cálculos para, enfim, poderem participar dos e terem acesso aos meios e tec-nologias de nosso mundo. Grande mudança na sala se deu no sentido da autoestima, confiança pela releitura das suas histórias e pela conquis-ta da leitura e da escrita.

ETAPA 1 - Compartilhar uma história com os educandos/as, esta pode ser

lida ou contada.- Conceituar o que são as Histórias de Tradição Oral junto aos

educandos/as. Saber o que eles sabem sobre essas histórias. Pergun-tar que histórias eles conhecem. E escrever um painel de forma coleti-va sobre o tema.

* É importante compartilhar uma história com os educandos em cada etapa do projeto.

ETAPA 2 - Compartilhar uma história com os educandos/as; esta pode ser

lida ou contada.Trabalhar a escrita dos contos com os/as educandos/as, o que

Práticas Pedagógicas: experiências e vivências em EJA

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Page 56: Práticas Pedagógicas: experiências e vivências em EJA

As práticas em ação

pode ser feito em duplas.* Esta etapa pode se estender por quantas aulas forem necessá-

rias para realizar as escritas. É importante saber que se algum/a edu-cando/a quiser reescrever alguma história que foi lida e/ou contada pelo/a professor/a isso pode ser realizado em parceria entre ambos, ou seja, professor e educando.

ETAPA 3 - Compartilhar uma história com os educandos, esta pode ser lida

ou contada. - Realizar a gravação em vídeo com os/as educandos/as comparti-

lhando suas histórias.Nessa etapa realizamos um encontro com todos os envolvidos no

processo na EMEB Salvador Gori. A intenção era compartilhar históri-as de tradição e histórias de vida. Houve a participação do educador Sidnei regendo todos, num coral a partir da música “Sítio do Pica-Pau Amarelo” da autoria de Gilberto Gil.

ETAPA 4 - Compartilhar uma história com os/as educandos/as; esta pode

ser lida ou contada.- Produzir uma breve biografia com os/as educandos/as, para ser

anexada ao livro.- Confeccionar o livro de histórias com os contos dos/as educan-

dos/as. - Editar os vídeos das contações.

ETAPA 5 - Como fechamento do projeto, realizamos o lançamento do livro

com a presença dos/as educandos/as envolvidos. Além de apresentar o Práticas Pedagógicas: experiências e vivências em EJA

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Page 57: Práticas Pedagógicas: experiências e vivências em EJA

As práticas em ação

livro e o processo vivenciado, houve um sarau no qual os/as educandos/as puderam ler seus contos e compartilhar suas “palavras vivas”, suas experiências de vida. Nessa etapa o educador musical Sid-nei nos acompanhou com a realização de um coral, utilizando a música “Sítio do Pica-Pau Amarelo” de Gilberto Gil.

Como etapa final, fechamos o projeto entregando um exemplar do livro para cada um dos/as educandos/as participantes.

EIXOS DO CONHECIMENTO TRABALHADOS: Linguagem oral e escrita, Memória e Territorialidade

Práticas Pedagógicas: experiências e vivências em EJA

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Atividade de “Contação de Histórias”

Page 58: Práticas Pedagógicas: experiências e vivências em EJA

As práticas em ação

TECENDO HISTÓRIASEM: Nair da Silva PrataEDUCADOR DA TURMA: James Pereira RuizTURMA: Alfabetização e Pós-alfabetização

OBJETIVOS: Promover a integração de conhecimentos, vinculando-os a uma

proposta de formação profissional dos/as educandos/as.Possibilitar ao/a educando/a adquirir conhecimentos de elevação

e qualificação profissional acerca da tapeçaria para que, de acordo com seu interesse, possa também ter uma fonte de renda.

SINOPSE: O planejamento e percurso deste projeto foi possível ao perceber

o desejo que os/as educandos/as mostravam em ter uma qualificação e também com a oportunidade de aprender a ler e escrever. Em respeito a este aspecto, a possibilidade de executar a qualificação profissional em tapeçaria se sustentou no conceito de educação integral, em que a dimensão técnica do conhecimento que seria trabalhado passou a ser reconhecida como possibilidade para a ampliação dos saberes pela ar-ticulação da cultura e da ciência, assim como também elevar a autoes-tima dos/as educandos/as. O Projeto teve sua importância pautada na questão do trabalho não apenas como fonte de renda, mas como mani-festação de uma necessidade, inerente ao homem, de produzir, suprir suas necessidades econômicas e também manifestar sua criatividade.

Este Projeto teve como foco o ensino da arte da tapeçaria por meio da integração dos conhecimentos a partir dos quatro eixos da EJA: meio ambiente, linguagens, cultura e mundo do trabalho, memória e territorialidade.

Práticas Pedagógicas: experiências e vivências em EJA

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Page 59: Práticas Pedagógicas: experiências e vivências em EJA

As práticas em ação

IMPRESSÕES: O/a educador/a, durante o processo de ensino-aprendizagem,

deve tornar significativo cada conteúdo desenvolvido, para que, dessa forma, o/a educando/a perceba a relação existente entre os mesmos com sua própria história de vida e suas necessidades pessoais e pro-fissionais. Esta prática não anula e nem fragmenta os saberes histori-camente construídos, mas torna-os significativos e faz dos/as educan-dos/as agentes de sua própria formação.

Esta é a função da escola, valorizar conhecimentos prévios dos/as educandos/as, contextualizando-os e promovendo, na medida do possí-vel, a inclusão social por meio do trabalho e da cultura. Situações coti-dianas – como tecer um tapete -, envolvem conhecimentos de cálculo, estimativa, o uso de medidas de comprimento, números decimais, de-senvolvem a criatividade e permitem questionamentos de ordem social sobre o mundo do trabalho.

Com essa orientação da ação educativa, os/as educandos/as de-monstraram interesse na confecção dos trabalhos manuais e participa-ram nas discussões e nas atividades integradas a eles. A história não parou por aí; outras pessoas da comunidade foram atraídas até a esco-la por conta dos trabalhos demonstrados pelos/as educandos/as, pois eles/as faziam seus tapetes no ponto de ônibus, em seus horários de folga e chamavam, assim, a atenção de terceiros. A partir de cada um que chegava a riqueza aumentava.

DESENVOLVIMENTO DO PROJETO: Socialização em sala de aula dos diferentes tipos de tapetes que

os/as educandos/as conheciam e os diferentes pontos utilizados na tecelagem: arraiolo, agulha mágica (ponto russo) e cruz de malta.

Sistematização e apresentação do projeto aos/as educandos/as.

Práticas Pedagógicas: experiências e vivências em EJA

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Page 60: Práticas Pedagógicas: experiências e vivências em EJA

As práticas em ação

Articulação da confecção dos tapetes com os conteúdos nos eixos de conhecimento da EJA:

- Memória e Territorialidade: Comparação a produção artesanal presente em São Bernardo do

Campo com o seu local de origem.Identificação de atividades artesanais que já presenciou ou já re-

alizou.Caracterização da necessidade que algumas localidades têm de

desenvolver o trabalho artesanal de acordo com suas experiências de vida e características do local.

- Linguagens: - Linguagem Matemática:Pesquisa de custos dos materiais necessários para a confecção

dos tapetes;Utilização de registros escritos de valores de acordo com o siste-

ma monetário brasileiro;Interpretação de gráficos que tratem do desemprego;Construção de tabelas simples sobre preços dos materiais utiliza-

dos na tapeçaria;Levantamento de estratégias de como obter o menor custo para o

desenvolvimento da atividade (pesquisa de preço);Resolução de situações-problemas com operações que envolvem o

sistema monetário;Utilização de medidas de comprimento.- Linguagem Corporal:Identificação de danos causados à saúde provenientes de postura

inadequada, movimentos repetitivos e sedentarismo.- Linguagem Tecnológica:Pesquisa nos meios tecnológicos (internet) imagens,

Práticas Pedagógicas: experiências e vivências em EJA

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Page 61: Práticas Pedagógicas: experiências e vivências em EJA

As práticas em ação

Vídeos ou reportagens sobre produção de tapetes.- Linguagem Escrita e Oral:Produção de listas de objetos artesanais e objetos produzidos industrialmente;Produção de texto sobre a memória que tem do trabalho (experi-

ências pessoais);Participação ativa de debates que enfatizaram as questões sobre

o mundo do trabalho;Análise e argumentação sobre os modos de produção capitalista e

socialista.

- Cultura: Identificação de como são produzidos os objetos artesanais nas

diferentes culturas (orientais, africanas e indígenas - ameríndios)Conhecimento da biografia e obra de Esther Mahlangu e o con-

texto cultural em que viveu;Identificação das diferentes culturas, de onde provêm os tipos

de pontos (arraiolo, cruz de malta e agulha mágica);

- Meio Ambiente: Diferenciação entre trabalho manual e industrial e seus impactos

para o meio ambiente;Análise da questão do consumo desmedido e desnecessário com a

produção excessiva de lixo;Identificação de alternativas atuais para a resolução do problema

do lixo nas grandes áreas metropolitanas (incineradores, lixões, ater-ros sanitários etc.).

- Mundo do Trabalho: Valorização da importância do trabalho manual para o desenvolvi-

Práticas Pedagógicas: experiências e vivências em EJA

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Page 62: Práticas Pedagógicas: experiências e vivências em EJA

As práticas em ação

mento da economia;Caracterização do modo de produção socialista como possibilidade

de diminuição da desigualdade social;Valorização do trabalho artístico ou artesanal como manifestação

da subjetividade do ser, diferenciando-o da alienação do trabalho nas linhas de produção;

Entendimento do artesanato como uma possibilidade de geração de renda.

Produto Final: Tapetes produzidos pelos/as educandos/as, que posteriormente foram expostos no IV HAJA EJA.

EIXOS DE CONHECIMENTO TRABALHADOS: Linguagens: Oral e Escrita,Matemática; Memória e Territorialida-

de; Meio Ambiente; Cultura e Mundo do Trabalho.

Práticas Pedagógicas: experiências e vivências em EJA

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Educandos/as no desenvolvimento do projeto.

Page 63: Práticas Pedagógicas: experiências e vivências em EJA

As práticas em ação

CAIXAS ELETRÔNICOSEMEB: Antônio Pereira CoutinhoEDUCADOR DA TURMA: Patrícia Inês FaveraniTEMA DO TRABALHO: Tecnologia da InformaçãoTURMA: Alfabetização e Pós-alfabetização

OBJETIVO: Desenvolver autonomia dos/as educandos/as frente às ferramen-

tas da tecnologia da informação.

SINOPSE: Esta prática pedagógica é fruto de um trabalho de observação das

falas dos/as educandos/as em relação às dificuldades enfrentadas no mundo letrado, dentre elas, o acompanhamento da evolução tecnológica.

IMPRESSÕES: Os/as educandos/as relatam em suas conversas sobre a necessi-

dade da apropriação da leitura e da escrita para se tornarem mais au-tônomos nas tarefas cotidianas, entre as quais aquelas que estão rela-cionadas com a evolução das ciências tecnológicas. Em uma ida ao banco, por exemplo, são elencadas dificuldades na utilização das fun-ções do caixa eletrônico, onde a falta de informação e a dificuldade de manuseio da máquina se tornam fatores de exclusão e de dependência da disposição de terceiros para que sejam efetuadas as operações ne-cessárias. Dessa forma surgiu a ideia da atividade do caixa eletrônico, com a intenção de trabalhar as dificuldades dos/as educandos/as, pos-sibilitando uma interação com o uso da máquina.

Ao tratar de conhecimentos específicos de forma significativa e contextualizada, como aparecem na prática social, a possibilidade de

Práticas Pedagógicas: experiências e vivências em EJA

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Page 64: Práticas Pedagógicas: experiências e vivências em EJA

As práticas em ação

interação, mesmo que simbólica, com esse instrumento de transação bancária os aproximou da realidade que lhes parecia distante, tor-nando-os mais confiantes para a realização desta tarefa.

DESENVOLVIMENTO DO PROJETO: Levantamento das expectativas dos/as educandos/as para a

aprendizagem das funções de um caixa eletrônico.Construção do caixa eletrônico.Apresentação das funções de um caixa eletrônico.Atividades diversas de Língua Portuguesa envolvendo palavras re-

lacionadas às operações bancárias.Resolução de situações-problemas envolvendo questões bancárias,

a partir das dúvidas dos/as educandos/as.Atendimento individualizado dos/as educandos/as para auxílio nas

operações.Preenchimento de envelopes de depósito em dinheiro e cheque.Escuta das experiências a partir da aprendizagem conquistada.

EIXOS DE CONHECIMENTO TRABALHADOS: Linguagens: Oral e Escrita, Matemática e Tecnologia da Infor-

mação.

Práticas Pedagógicas: experiências e vivências em EJA

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Educanda experimentando sua aprendizagem.

Page 65: Práticas Pedagógicas: experiências e vivências em EJA

As práticas em ação

SUSTENTABILIDADEEMEB: Profª Janete Mally Betti SimõesEDUCADORA DA TURMA: Robervania Lima MessiasTURMA: Alfabetização

OBJETIVO: Acolher as expectativas dos/as educandos/as em relação ao uso

da energia elétrica. Ampliar os conceitos sobre sustentabilidade, de-senvolvendo práticas de economia de consumo de energia nas situações cotidianas de todos/as. Promover mudança no comportamento pela conscientização de nossas atitudes e de nosso papel enquanto cidadãos dentro da sociedade.

SINOPSE: A proposta tem início com uma discussão com os/as educandos/as

sobre energia elétrica e suas implicações no cotidiano de todos. Foi re-alizada através do levantamento e registro de conhecimentos prévios dos/as educandos/as em sala de aula, tendo continuidade em pesquisas realizadas no laboratório de informática, pela internet e em leituras de jornais, revistas e livros. Levantou-se diagnóstico, houve confecção de cartazes e a elaboração de atividades sobre a temática, que resul-taram em debates relacionados à sustentabilidade numa sociedade consumista e insustentável.

A prática pedagógica está relacionada com a temática da Susten-tabilidade, que é o Projeto maior da escola, e tem por objetivo estudar a atuação do ser humano sobre os bens naturais ou não.

IMPRESSÕES: A oportunidade de observar a expectativa dos/as educandos/as

sobre a temática ambiental que acontece bem próxima de nossas vi-

Práticas Pedagógicas: experiências e vivências em EJA

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Page 66: Práticas Pedagógicas: experiências e vivências em EJA

As práticas em ação

vências cotidianas permite o reconhecimento, com eles, do nosso papel transformador da sociedade e, por estarem em uma turma de alfabe-tização, buscam, justamente, o aprimoramento de seus conhecimentos e a ampliação do acesso à informação que, entre outras necessidades, lhes permitirá uma maior entrada e participação no mundo do trabalho.

DESENVOLVIMENTO DO PROJETO: Análise da questão ambiental que faz parte do nosso cotidiano.Debates, pesquisas e discussões sobre energia elétrica para am-

pliação de conhecimentos sobre o tema.Levantamento de dados relacionados ao consumo de energia elé-

trica.Trocas de conhecimentos e partilha das hipóteses dos/as educan-

dos/as para promover o avanço de suas aprendizagens, confrontando conceitos espontâneos com conhecimentos científicos.

Elaboração de um plano de economia de energia elétrica para as casas, monitoramento e discussão de dados.

Elaboração de cartazes.Acesso às temáticas do Evento Rio mais 20.

EIXOS DO CONHECIMENTO TRABALHADOS: Linguagens: Oral e Escrita e Matemática; Meio Ambiente.

Práticas Pedagógicas: experiências e vivências em EJA

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Educandos e educandas em Roda de Conversa

Page 67: Práticas Pedagógicas: experiências e vivências em EJA

As práticas em ação

MULHERES E A COMPREENSÃO DA QUESTÃO DE IGUALDADE DE GÊNEROS

MOVIMENTO DE ALFABETIZAÇÃO - MOVAEDUCADORAS DA TURMA: Andréa Rocha Peres e Eliana de

Deus MoreiraTURMA: Alfabetização e Pós-alfabetização

OBJETIVO: Promover a aquisição da leitura e da escrita através do desenvol-

vimento da temática da história da evolução da mulher na sociedade. Promover a aproximação dos/as educandos /as do universo musical, poético, teatral e cinematográfico como fonte de entretenimento e de informação sobre o tema. Discutir as desigualdades sociais, políticas, econômicas e raciais com relação às mulheres.

SINOPSE: Ao trabalhar ao longo do ano os saberes individuais de cada edu-

cando/a, descobriu-se a necessidade de se aprofundar o assunto sobre a igualdade de gêneros, pois havia muitas dúvidas e preconceitos nas relações entre mulheres e homens. Para ampliar as discussões e pro-mover uma mudança nesta situação, passamos a trabalhar a questão de gênero estudando as leis, poesias, músicas, reportagens e outros su-portes sobre o tema.

Posteriormente, em contato com a Secretaria de Desenvolvimento Social e Cidadania, houve a possibilidade da elaboração de um ciclo de palestras onde foi possível o esclarecimento de dúvidas e o acesso a serviços e informações que permitiram o aprofundamento da pesquisa em sala de aula.

Práticas Pedagógicas: experiências e vivências em EJA

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Page 68: Práticas Pedagógicas: experiências e vivências em EJA

As práticas em ação

IMPRESSÕES: O Ciclo de Palestras desenvolvido com a parceria da SEDESC foi o

disparador para a continuidade da ação educativa, na qual trabalha-mos, em cada tema, a alfabetização, a leitura e o uso do dicionário, fa-zendo acontecer a multidisciplinaridade do estudo.

Ao término de cada aula era realizada uma avaliação do que apren-demos e era feito o planejamento da próxima aula. Em atividades como a da paródia, por exemplo, é possível observar nas frases do texto o que cada um aprendeu e do que se apropriou sobre o assunto, o quanto de avanço ocorreu, quais hipóteses foram modificadas e os novos sa-beres. Ao final do processo, educandas da sala fizeram novos docu-mentos pessoais e também exames médicos de prevenção que acharam necessários.

Houve, enfim, mudanças em cada educando/a desta comunidade, inclusive da educadora que aprendeu muito durante o processo.

DESENVOLVIMENTO DO PROJETO: Estimular cada educanda/o a pensar e contar para o grupo uma

história pessoal sobre uma mulher que conhecera no decorrer da vida. Este foi o ponto de partida para a construção da ideia de que todos nós conhecemos uma mulher especial. Quem é ela? Qual é o nome dela? O que ela faz? Como a conheceu?...

Apresentação de reportagens sobre maus tratos domésticos, suas estatísticas e discussão sobre o assunto. Rodas de conversa sobre a Lei “Maria da Penha”. Atividades de leitura e escrita. Elaboração de um texto coletivo que contemplou a ideia principal do grupo.

Elaboração de uma semana inteira de discussões com a sala de aula e a comunidade do entorno sobre politicas públicas existentes na cidade que envolvem a questão de gênero.

Práticas Pedagógicas: experiências e vivências em EJA

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Page 69: Práticas Pedagógicas: experiências e vivências em EJA

As práticas em ação

EIXOS DO CONHECIMENTO TRABALHADOS: Linguagens: Oral e Escrita Memória e TerritorialidadeCultura

Práticas Pedagógicas: experiências e vivências em EJA

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Mova em atividade

Page 70: Práticas Pedagógicas: experiências e vivências em EJA

As práticas em ação

EXERCITANDO A CIDADANIAEMEB: Helena Zanfelici da SilvaEDUCADORA DA TURMA: Eliana Gonçalves dos SantosTURMA: Alfabetização e Pós-alfabetização

OBJETIVO: Favorecer o processo de construção do conhecimento de forma

contextualizada, considerando os eixos do conhecimento das Diretri-zes Curriculares, promovendo um trabalho coletivo e interativo a par-tir das necessidades dos/as educandos/as.

SINOPSE: Ao iniciar o ano letivo, no momento da caracterização das turmas,

conversando, observando, fazendo perguntas, debatendo opiniões e provocando a participação dos/as educandos/as, percebemos, nos as-suntos relacionados ao bairro onde vivem, que eram muitas as reclama-ções sobre o transporte oferecido na região para outros pontos e ser-viços da cidade. Analisando as questões, foram elaboradas várias sugestões de projeto de estudo para a turma, concluindo que, de fato, o momento sugeria um debate sobre cidadania.

IMPRESSÕES: A ação educativa foi desenvolvida pela produção de pesquisa atra-

vés de fotos, depoimentos, entrevistas e legendas sobre a problemáti-ca do transporte no bairro do Riacho Grande. Produziu-se também, de maneira coletiva, uma paródia, contando de forma bem-humorada o ca-minho percorrido pelos/as educandos/as para enfrentar o problema. Também foram utilizados vídeos e até a organização de um ‘abaixo-assinado’ na comunidade com o propósito de solucionar a situação.

Práticas Pedagógicas: experiências e vivências em EJA

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Page 71: Práticas Pedagógicas: experiências e vivências em EJA

As práticas em ação

O processo permitiu, entre outros encaminhamentos, a possibili-dade de elaborar perguntas que de fato problematizavam a realidade dos/as educandos/as e os chamavam para a solução do problema, cor-responsabilizando-os enquanto sujeitos de suas conquistas e aler-tando-os para a identificação do impacto da ação dos homens e mulhe-res sobre a natureza.

DESENVOLVIMENTO DO PROJETO: ● Cada etapa foi desenvolvida respeitando-se o ritmo do grupo

que não havia, ainda, vivenciado a elaboração de um projeto. Foi preci-so planejá-lo e retomá-lo em cada momento em que as adversidades se fizeram presentes.

● Conhecimentos tratados:A história do Riacho Grande – passado e presente.

- Linguagem Escrita e Oral ● Escrita ou reescrita das etapas da pesquisa pelos alunos em pa-

res, aproveitando a diversidade de saberes.● Pesquisa de fotos de locais turísticos e curiosidades que fazem

parte do bairro, completando com legendas.● Construção de uma carta coletiva relacionando os problemas de

transporte enfrentado pelos munícipes.● Descrição do tipo de texto, no topo de cada título, indicando

seu gênero.● Construção de um abaixo-assinado para solicitação de ônibus

circular para o bairro.● Descrição dos serviços essenciais ofertados na região: super-

mercados, bancos, subprefeitura, biblioteca municipal, UBS, UPA, cor-reio, lotérica etc.

Práticas Pedagógicas: experiências e vivências em EJA

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Page 72: Práticas Pedagógicas: experiências e vivências em EJA

As práticas em ação

- Linguagem Matemática ● Pesquisa dos números que indicam o tamanho do Riacho Grande,

sua população atual e quilômetros percorridos por cada aluno para mi-grar.

● Receitas típicas do bairro, levando em consideração o fato de ser um ponto turístico e rodeado por vários pesqueiros e clubes que in-cluem quantidades, porções, frações etc.

● Distância do bairro para chegar ao local desejado (UPA, super-mercado mais próximo, lotérica mais próxima, banco mais próximo).

● Exemplificação de gastos com passagens, cesta básica, vestuá-rio, entre outros.

- Linguagem Corporal ● Os alunos pesquisaram e elaboraram atividades que foram mais

vivenciadas e que fizeram parte do passado e/ou do presente no bair-ro (jogos, danças, atividades físicas).

● Os alunos elegeram uma brincadeira, história ou música de infância que ficou na memória de cada um, apresentando-as e descre-vendo-as.

- Linguagem Tecnologia da Informação ● Pesquisa na internet, utilização dos netbooks para edição dos

textos da pesquisa, uso de celulares para fotografar, calcular, telefo-nar, utilização da filmadora e da máquina fotográfica, Google Earth para visualização dos mapas, preparação de apresentações no Power Point.

- Eixo Meio Ambiente ● Pesquisa da represa que banha o subdistrito (área de

manancial).Práticas Pedagógicas: experiências e vivências em EJA

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As práticas em ação

● Comparação do território (sudeste) em que se localiza o Estado com os de origem dos alunos (sudeste/nordeste) e outros territórios brasileiros (biomas brasileiros).

● Descrição do clima do Riacho Grande.● Saúde e meio ambiente: o que devemos priorizar? A comunidade

participa ativamente de caminhadas pelo bairro (estrada da Yakult), plantio de mudas, reciclagem (vários eco-pontos distribuídos pelo bair-ro).

● Sustentabilidade nos dias de hoje é possível?● Eco Escola no Parque Estoril.● Rodoanel: problemas e soluções.

- Eixo Cultura e Trabalho ● Possibilidades de trabalho e renda ofertados na região a que

pertenciam e as oportunidades encontradas na região atual.● Fotos legendadas com narração pessoal de alunas. (boia-fria, se-

ringueira etc).● Entrevista com morador questionando sobre o porquê da neces-

sidade de um ônibus circular para o bairro.● Análise de provérbios populares (texto memorizado) que são

mais conhecidos na região atual e na região a que pertencem e que propiciam o pensar passivo.

Entrevista com um motorista ou cobrador que faça o itinerário do bairro.

Práticas Pedagógicas: experiências e vivências em EJA

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As práticas em ação

EIXOS DO CONHECIMENTO TRABALHADOS: Linguagens: Oral e Escrita,Matemática, Corporal e Tecnológica.Memória e TerritorialidadeMeio Ambiente.Cultura e Mundo do Trabalho

Práticas Pedagógicas: experiências e vivências em EJA

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Diagnóstico da realidade

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As práticas em ação

HOMENS E MULHERES NA CONSTRUÇÃODO MUNDO E CONSTRUÇÃO DE SI

EM: Madre Celina PolciEIXO TECNOLÓGICO DA CONSTRUÇÃO CIVIL EDUCADORA DA TURMA: Miriam Capitânio MacagnaniEDUCADOR DA TURMA NO EIXO TECNOLÓGICO: Ednélio de

Jesus SantosTURMA: Alfabetização e Pós-alfabetização integrado ao curso

de Alvenaria

OBJETIVO: Caracterizar as formas de ocupação do espaço urbano por meio do

resgate das diferentes formas de moradia, considerando estes espa-ços enquanto local de pertencimento e de identidade.

Utilizar os conhecimentos sistematizados pelos homens para com-preender as especificidades da construção civil, bem como, através deles, resolver situações-problemas pertinentes a esse trabalho.

Discutir sobre o mundo do trabalho.Ler, escrever e produzir textos.

SINOPSE: Integrar conhecimentos técnicos contidos nas aulas de qualifica-

ção profissional de alvenaria com os do curso de elevação de escolari-dade, com o propósito de contemplar as expectativas dos/as educan-dos/as em relação à sua formação, foi o desafio proposto por este projeto.

Os conteúdos desenvolvidos tiveram o objetivo de reflexão e de aprendizagem, partindo dos saberes trazidos pelos/as educandos/as (senso comum) para a resolução dos desafios apresentados nas aulas

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As práticas em ação

práticas de alvenaria, produzindo-se assim um conhecimento formal (sistematizado) sobre os tipos de construção de moradias, o resgate de memórias, a ocupação do espaço territorial e o sentimento de pertencimento a este ou àquele local. Estudou-se sobre as questões ambientais e de sustentabilidade. Medidas, cálculos, orçamentos, formas geométricas, noções estéticas, saúde e segurança no traba-lho.

IMPRESSÕES: As Diretrizes Curriculares contemplam quatro eixos formativos:

Memória e Territorialidade, Linguagens, Meio Ambiente e Cultura e Trabalho que orientam este projeto. No eixo das linguagens, o empre-go da etno-matemática, (nomenclatura um tanto desconhecida na esfe-ra pedagógica), após uma formação para educadores/as, passou a cir-cular e promover um movimento de ressignificação entre nós, fazendo-nos refletir sobre a forma como nossos educandos/as transformam em conceitos as questões matemáticas e como a matemática está pre-sente em nossas vidas. Os/as educandos/as se consideram desprovi-dos de conhecimento, pois seus saberes nunca foram valorizados. En-tendemos que o papel da escola é o de reconhecer esses saberes trazidos pelos/as educandos/as e sistematizá-los enquanto conheci-mento formal historicamente construído.

O estudo da aplicação de cálculos para o assentamento de reves-timentos que utilizaram formas geométricas para seu corte e encaixe, criando novas perspectivas e inspirações estéticas, despertou os/as educandos/as para a necessidade de repensar o valor do trabalho e da valorização do preço cobrado por ele. A possibilidade de realizá-lo de uma forma diferenciada e obter melhores remunerações convenceu-os de que a atividade braçal pode e deve ser associada ao planejamento, criatividade, reflexão e sustentabilidade.Práticas Pedagógicas: experiências e vivências em EJA

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As práticas em ação

DESENVOLVIMENTO DO PROJETO: ● Apresentação aos educandos/as da proposta de integração da

elevação de escolaridade com curso de alvenaria;● Roda de conversas, resgatando as memórias pessoais relaciona-

das às diferentes moradias e posterior registro;● Utilização de textos para a leitura, interpretação e discussão;● Visualização de imagens no computador sobre diferentes for-

mas de construção de moradias;● Apreciação das obras de Vik Muniz abordando a questão da sus-

tentabilidade;● Utilização de vídeos sobre a questão da água e do lixo, relacio-

nados à ocupação urbana;● Construção de material didático para simular cálculo, recorte e

visualização estética para o assentamento de revestimento e piso;● Desenho e interpretação de plantas simples;● Visitas técnicas: Museu do Café (observação da arquitetura,

evolução do transporte, importância para o povoamento da região do ABC, proximidade litorânea para condições de ocupação e exportação de produtos); Usina de Reciclagem (questão do lixo e economia refe-rente ao cooperativismo) e atividades culturais (Bonde Samba, Semi-nário da EJA e da Educação Profissional e HAJA EJA);

● Assentamento de piso, levantamento e revestimento de pare-des, confecção de blocos decorativos com mosaico para a utilização no jardim da escola;

● Realização do canteiro de temperos no jardim da escola.

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As práticas em ação

EIXOS DE CONHECIMENTO TRABALHADOS: Linguagens Oral e Escrita, Matemática e Tecnologia da Informa-

ção.Meio Ambiente.Cultura e Trabalho.

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Educandos e educandas da EM Madre Celina Polci

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As práticas em ação

QUEM SOMOS NÓS?EMEB: Isidoro BatistinEDUCADORA DA TURMA: Selma Cristina da SilvaTURMA: Alfabetização

OBJETIVO: Contemplar as expectativas de aprendizagem da leitura e da es-

crita dos/as educandos/as do grupo, através da valorização de seus percursos de vida, principalmente com o reconhecimento de seus sabe-res e experiências.

SINOPSE: Ao aproximar as expectativas dos/as educandos/as dos conheci-

mentos históricos construídos, tornamos significativas as suas apren-dizagens, contextualizando-as e dando a elas um lugar de importância para a transformação de nossas realidades.

IMPRESSÕES: Ao considerar o desejo dos alunos de aprender a ler e a escrever

e poder fazer destas ferramentas um instrumento de inclusão social, era preciso desencadear um processo que os motivasse a participar e não se fragilizar diante das possíveis dificuldades. Então, por onde co-meçar? Como envolvê-los? Quais temas escolher para elaborar as ati-vidades? Com estes e outros questionamentos surgiu esta proposta: iniciar com as expectativas, anseios e desejos de cada um. Fazer com que inicialmente contem sobre suas frustrações, conquistas e necessi-dades. Sonhos e ideais de futuro. E, ao falarem, escrevam e leiam so-bre suas ideias.

No início, o registro seria a sistematização destas produções, mas

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As práticas em ação

posteriormente as imagens também se tornaram significativas e im-portantes para cada um deles/as. Então, outra forma de trabalho foi a pesquisa pela fotografia que foi utilizada como uma recordação deste processo.

DESENVOLVIMENTO DO PROJETO: Conversas, relatos e leitura de textos sobre a infância, adoles-

cência, vida adulta e mundo do trabalho.Registro das produções.

EIXOS DO CONHECIMENTO TRABALHADOS: Linguagens: Oral e Escrita Cultura e Mundo do Trabalho.

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Educandos e educandas em atividade

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Palavras finaisPalavras finais

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ais um passo foi dado na construção da proposta curri-cular da EJA. Foi um processo permeado por um traba-lho coletivo, em que todos os protagonistas da EJA ti-

veram possibilidade de se fazer ouvir.

MNada como trazer à baila as práticas pedagógicas dos profes-

sores, valorizando o trabalho em sala de aula e evidenciando que a Educação é uma construção coletiva.

Em cada prática, é possível ver uma concepção crítico-emanci-patória, na qual a realidade concreta dos/as educando/as se faz presente e com embasamento das Diretrizes Curriculares da EJA, no trabalho com eixos do conhecimento, apresentando possibilida-des de uma ação educativa com significância.

Esta publicação pretende ser mais uma contribuição no direcio-namento da ação educativa para a EJA de São Bernardo do Campo, mais um passo que sinaliza o quanto a construção coletiva é primor-dial na Educação e o quanto as escolas estão comprometidas no de-senvolvimento da qualidade do processo educativo.

A sistematização dessas práticas materializa o esforço de toda a EJA (professores, equipes gestoras e equipe técnica) em registrar a prática pedagógica que oportuniza aos educandos/as a perspectiva da Educação Integral, em que as dimensões da Ciên-cia, Cultura e Trabalho estão presentes, reconhecendo o sujeito na sua integralidade, proporcionando-lhe uma formação completa para a leitura do mundo e preparando-o para o pleno exercício da cidadania.

Palavras finais

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Palavras finais

Que em 2013 possamos seguir essa toada e nos fortalecer cada vez mais a fim de que possamos reparar uma dívida histórica que impediu aos sujeitos da EJA o acesso à Educação de qualidade.

“HAJA EJA em São Bernardo do Campo”

"Todo futuro é a criação que se faz pela transformação do pre-sente." Paulo Freire- 1979

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BibliografiaBibliografia

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SÃO BERNARDO DO CAMPO

PR EFEITU R A D A C ID A D E

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