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GRADUAÇÃO 2011.2 PRÁTICA JURÍDICA I AUTOR: GABRIEL ARAÚJO DE LACERDA

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GRADUAO 2011.2PRTICA JURDICA IAUTOR: GABRIEL ARAJO DE LACERDASumrioPrtica Jurdica ILAWYERING...................................................................................................................................................... 3CALENDRIO (SUJEITO A CONFIRMAO) .................................................................................................................. 5O CLIENTE ...................................................................................................................................................... 6OS PROBLEMAS .................................................................................................................................................. 8TRABALHO INDIVIDUAL ...................................................................................................................................... 17DICRIO .................................................................................................................................................... 18EXERCCIOS .................................................................................................................................................... 36PRTICA JURDICA IFGV DIREITO RIO3LAWYERINGO diploma de bacharel em direito abre diversas possibilidades, talvez at diversas carreiras diferentes.Atualmente, possvel, inclusive, ser um profssional do direito e no exer-cer de todo a profsso de advogado, trabalhando apenas como um autntico cientista social, um pesquisador terico que ganhe a vida no universo acad-mico, pesquisando, escrevendo e lecionando.Mesmo,porm,oschamadosagentesdodireito,emsentidoestrito,tm aberto para suas carreiras um leque de possibilidades.A primeira grande diviso entre carreiras pblicas e privadas. Do lado pblico, o profssional do direito pode ser juiz, promotor, defensor, ou mes-mo funcionrio de alguma agncia de governo.J o agente jurdico na rea privada, por defnio, atua ou em escritrios de advocacia ou em empresas ou grupos de empresas. Os escritrios, por sua vez, cabem em um leque que vai desde pequenas boutiques artesanais, com um um ou dois profssionais e variadas especializaes, at os grandes escri-trios internacionais, com centenas de advogados, organizados como verda-deiras empresas.O objetivo do seminrio justamente tentar mostrar como opera, na vida real,cadaumdessestiposderelaoprofssionaldosagentesdodireitona rea privada.O seminrio ser conduzido a partir de problemas imaginrios, todos de-mandandoalgumaformadeao,sejadoDepartamentoJurdicodeuma empresa,sejadeumescritriodeadvocacia,deportegrande,pequenoou mdio. O professor mobilizar a ajuda de experientes advogados militantes que sero convidados para debates, com atribuio de papeis, um aluno, com aajudadoprofessor,representandoocliente,oconvidadoatuandocomo advogado.O importante no ser a soluo dos problemas, mas sim observar como cada um deles logicamente encaminhado, dentro de um escritrio de ad-vocaciaoudossetoresjurdicosdeumaempresaqueperguntasdevem ser respondidas, que contatos devem ser feitos, que circunstncias devem ser consideradas para chegar ao mais adequada.Em outras palavras no se estar ensinando direito, sua teoria e sua cincia, mas tentando transmitir mecanismos da advocacia, a prtica de uma profsso, associada, desde de suas origens ao patrocnio de interesses privados.O resultado ideal ser mostrar, em vrios cenrios que imitam a realidade, que tipo de reao se espera de um advogado diante da enorme multiplicida-de de situaes de fato em que sua atuao solicitada.O seminrio ser conduzido, em 2011-II em 7 sesses de trs horas, em sextas-feiras consecutivas, ao fnal das quais os alunos sero avaliados.PRTICA JURDICA IFGV DIREITO RIO4A nota ser dada por trs critrios:a)Uma nota individual m um trabalho escrito a ser entregue ao pro-fessor no fnal do curso. Anexo o teor do trabalho.b)Uma nota individual pela participao em aula;c)Uma nota coletiva dada aos integrantes dos grupos que, como ex-plicado mais abaixo, sero formados para resolver cada um dos pro-blemaspropostos.Ostrabalhosdecadagruposeroentreguesna aula imediatamente seguinte.O trabalho relativo penltima aula com convidados (dia 9 de setembro) ser entregue juntamente com o trabalho individual na ltima aula (dia 16 de setembro), que ser uma palestra do professor.Alm dessas notas, ser atribudo um ponto extra aos alunos que vierem a desempenhar algum papel especfco em algum dos problemas propostos. A atribuio de papis ser feita na primeira aula. Os alunos que se dispuserem a representar um papel tero que se preparar lendo antecipadamente e com especial ateno o problema respectivoAs aulas sero conduzidas sob a forma de debates teatralizados em torno dos problemas inseridos na apostila, cobrindo diversas reas do direito. Em cada problema a nfase no ser propriamente na soluo, mas no caminho. Procurar-se- habilitar o estudante a ser capaz de encontrar os mecanismos que permitem, na vida real, lidar com as questes que surgem no dia-a-dia da prtica profssional e observar como profssionais experientes reagem diante dos problemas que lhes so trazidos pelos clientes.Em cada aula ser debatido um problema. Para cada problema ser sele-cionado um grupo que produzir sobre esse problema uma resposta escrita, a ser apresentada turma na aula seguinte.Todos os problemas tero como centro a fgura do cliente. Advogar, af-nal,prestarservioseprestarserviospressupesempreusuriosqueos adquirem e cuja satisfao condio necessria para o sucesso profssional.Parasimplifcaredarcoernciaaoconjunto,foiimaginadoumcliente bsico, um grupo brasileiro de empresas, que trabalha com um departamen-tojurdicointernoequeutilizatambmdiversosescritriosdeadvocacia. Os problemas todos sero do interesse desse grupo e/ou de seus respectivos diretores.PRTICA JURDICA IFGV DIREITO RIO5CALENDRIO (SUJEITO A CONFIRMAO)1. AULA 5 DE AGOSTOProblema: A Cura da Calvcie No haver convidado de fora. O pro-fessor conduzir os debates2. AULA 12 DE AGOSTOProblema: O divrcio de CAT Convidada: Dra. Camila Noronha3. AULA 19 DE AGOSTOProblema: O crime de Tuta Convidado: Dr. Tiago Bottino4. AULA 26 DE AGOSTOA reivindicao trabalhista Convidada: Dra. Ana Paula Vizintini5. AULA 2 DE SETEMBROProblema: Vista eterna para o mar Convidado Dr. lvaro Pessoa6. AULA 9 DE SETEMBROProblema: A empresa de logstica Convidado: Dr. Joaquim Muniz7. AULA 16 DE SETEMBRODilemas ticos na carreira de um advogado Palestra Prof. Gabriel LacerdaPRTICA JURDICA IFGV DIREITO RIO6O CLIENTEAS ORGANIZAES TAPUIA.AsOrganizaes TapuiaforamfundadaspeloSr. Tuxaua Tapuia,que at hoje seu acionista controlador atravs de uma holding pessoal, a Tuxaua Investimentos Ltda. TIL.OpaidoSr.Tuxauafoiumndioqueveiovivernacivilizaoformal quando se casou com a flha de um pequeno lavrador do Estado do Tocan-tins.Dos vrios flhos desse casamento, muitos morreram crianas, um voltou a viver com a tribo, outros fcaram em Tocantins. Apenas o Sr. Tuxaua, em-preendedor por natureza, escolheu outros caminhos: assumiu, ainda muito jovem,agestodopequenoarmazmdesecosemolhadosqueseuspais haviam fundado em Tocantins, com a ajuda dos sogros. Aos poucos, o arma-zm foi crescendo e se expandindo e hoje, aps 50 anos de luta rdua, o Sr. Tuxaua, morando no Rio de Janeiro, comanda uma organizao empresarial que, sem ser gigante, pode ser considerada grande.AsOrganizaes Tapuiacompreendemumaredenacionaldearmazns atacadistas, (Tapuia Armazns Ltda. TAL), um pequeno banco (Banco Ta-puia S.A. BTS), uma agncia de publicidade (Tapuia Publicidade Ltda. TPL), uma agncia de turismo (Tapuia Viagens Ltda. TVL) e uma empre-sa trading (Tapuia Comercial Ltda. TCL). Cada uma dessas atividades exercidaporumaempresaseparada,todascontroladasporumaholding,a Tapuia Holding Ltda. THL. O capital da THL, por sua vez pertence 88% holding pessoal do Sr. Tuxaua Tapuia (a j citada Tuxaua Investimentos Ltda. TIL), sendo os restantes 12% distribudos em partes iguais entre os trs flhos do Sr. Tuxaua e os diretores abaixo citados.OsserviosjurdicosdasOrganizaesTapuiasoconduzidosporum departamento jurdico centralizado, situado no Rio de Janeiro. Este jurdico, alocado no organograma do grupo como um departamento da THL, tem um chefe, o Dr. Rebus Sic Stantibus, advogado antigo, amigo de longa data do Sr. Tuxaua, um sub-chefe, o Dr. Solve et Repete, homem de 40 anos, ambicioso e dinmico, de grande sentido prtico, dois advogados e trs advogadas, todos nafaixaentre25e35anos.Compemfnalmenteaequipe5estagirios, recrutados dentre estudantes das melhores faculdades do Rio de Janeiro.O jurdico das Organizaes Tapuia contrata frequentemente escritrios externos de advocacia para questes pontuais, fora do cotidiano do grupo. Os prprios diretores do grupo por vezes preferem utilizar diretamente advoga-dos externos, sem passar pelo jurdico interno.PRTICA JURDICA IFGV DIREITO RIO7OSr. Tuxauafazquestodemantersuasorganizaessobseudiretoe pessoal comando, na qualidade de Diretor Presidente da THL e da Tapuia Armazns Ltda. (TAL), a empresa que conduz as atividades comerciais. Com o passar dos anos, porm, vai se vendo forado a ceder o poder. auxiliado na administrao da THL por uma diretoria, na qual avulta, como Diretor Exe-cutivo, a fgura de seu flho mais novo, Cacique de Azevedo Tapuia, chamado por suas iniciais C, A e T, pronunciadas como se formassem a palavra gatoemingls.CATformou-seemeconomia,temmestradoemBusiness Administration na Universidade de Harvard. Alm de Diretor Executivo da THL, CAT Diretor Presidente do Banco Tapuia, Diretor Executivo da TAL e scio gerente das outras sociedades do grupo (a agncia de turismo, a agn-cia de publicidade e a trading).Outro dos flhos do Sr. Tuxaua Morubixaba A. Tabajara, apelido Mo-rub, formou-se em matemtica pura. professor universitrio, pesquisador de tecnologia aplicada e exerce o cargo intitulado Diretor de Planejamento da THL, sem funes executivas. Completam a Diretoria da THL mais quatro diretores sem designao, dois deles antigos funcionrios da empresa Sr. Astolpho Pereira e Sr. Benigno Portella, uma diretora, D. Giselle Silva ex-secretria e ex-amante do Sr. Tuxaua, e, fnalmente, o flho mais velho do Sr. Tuxaua, Tuxaua Tapuia Jr., mais conhecido como Tuta. Tuta , na verdade, um autntico playboy. Raramente aparece na empresa, onde, porm, man-tm uma sala e uma secretria para cuidar de seus assuntos pessoais e, natu-ralmente, ganha um salrio generoso.PRTICA JURDICA IFGV DIREITO RIO8OS PROBLEMAS5 de agosto1) A CURA DA CALVCIEO descarecatorUma das namoradas de Tuta, uma jovem biloga de nome Tatiana, desco-briu um processo que acredita ser capaz de curar defnitivamente a calvcie, por meio de um tratamento de injees peridicas no couro cabeludo. Tuta pede a seu irmo CAT que se interesse pela descoberta. CAT, sem muita con-vico, mais por uma questo de cortesia com o irmo, pede ao seu secretrio executivo que redija e envie ao jurdico um memorando, encaminhando lite-ratura recebida de Tatiana. O texto do memorando o seguinte:Do Diretor Executivo:Chefe do Departamento JurdicoDirEx no.53/2010Assunto: Possibilidades de pesquisaData: 16 de fevereiro de 2010Anexoestamosencaminhandoliteraturacientfca,produzidapelabiloga Tatiana Voroshenko.Como poder ser observado, a Srta. Voroshenko sugere o desenvolvimento de um novo e revolucionrio projeto, a que ela mesma denomina descarecator, que teria supostamente a possibilidade de deter a evoluo da calvcie.Esta diretoria tem interesse em estudar a possibilidade de incluir a fabricao e comercializao desse produto como uma nova rea do Grupo Tapuia.Paratanto,apreciaramosterdesseDepartamentoJurdicoumbreveesboo das providncias que teriam que ser tomadas caso venha a ser levada adiante a iniciativa, indicando o tempo para sua implementao e seu custo provvel.AtenciosamenteCacique A. TapuiaDiretor ExecutivoEste problema e seu encaminhamento sero debatidos na primeira aula. Paraasegundaaula,umgrupodealunostrarumesbooderesposta.O prprio professor ajudar a procurar solues.PRTICA JURDICA IFGV DIREITO RIO92) O DIVRCIO DE CAT12 de agostoa) A posio de CATCAT suspeita que sua esposa, D. Sheila, o esteja traindo, com seu amigo Ricardo, e vai se consultar com um advogado. Encontrou um recado estra-nho de Ricardo no celular de Sheila. Recentemente, quando Sheila viajou Itlia, supostamente a trabalho, CAT ligou por acaso para Ricardo e soube que ele tambm estava na Europa, de frias.O professor desempenhar o papel de CAT e ser atendido por um advo-gado especializado, com o qual discutir a questo.CATtem35anoseSheila30.Estocasadosh10anos,noregimede comunhoparcial. Tmdoisflhos,ummenino,Pag,com8anoseuma menina, Paraguau, com 6.Naconclusodareunio,deversertomadaumadecisoeotrabalho escrito consistir na minuta de acordo entre o advogado e CAT formalizan-do a contratao do escritrio e descrevendo os procedimentos judiciais que podem ocorrer a adotar. a forma como o profssional atuar em cada um e os honorrios que cobrar.b) A posio da esposa de CATSheila citada por CAT para uma ao, que tende a iniciar as providncias de divrcio. Tambm ela contratar um advogado com o qual negociar um contrato. Sheila ser representada por uma aluna. Uma outra aluna, Amlia, desempenhar o papel de amiga de Sheila, que a assistir como na consulta a um outro advogado de famlia. Na vida real esse advogado no poderia ser o mesmo de CAT. Mas, para efeitos didticos, a profssional convidada far o papel de advogado de CAT e de Sheila.Supe-se que, de fato, Sheila teve um caso com o amigo do casal de nome Ricardo. Considera, porm, que foi algo passageiro e no desejaria terminar o casamento.Sheila trabalha. Tem uma frma de representaes, montada para ela por CAT. Representa uma fbrica italiana de tecidos para estofamento de mveis. Tem ganhos variveis, com uma mdia mensal de cerca de R$ 15.000,00.PRTICA JURDICA IFGV DIREITO RIO103) OS CRIMES DE TUTA19 de agostoTuta, o flho mais velho do Sr. Tuxaua, j se sabe, um autntico play-boy. Criado com as facilidades de menino rico, nunca realmente trabalhou. Com-pletou o segundo grau quase fora, chegou a matricular-se na faculdade de sociologia mas trancou a matrcula. Viajou um ano pela Europa como mochi-leiro. Aparece nos escritrios das Organizaes Tapuia, quando muito, uma vez por semana para apanhar correspondncia e cuidar de assuntos pessoais.Por duas vezes, Tuta j esteve envolvido em pequenos episdios policiais, a primeira por dirigir sob infuncia de lcool, a segunda por urinar na via pblica, enquanto participava de um bloco de carnaval. Na segunda vez, foi fagrado tambm portando maconha. De ambas as situaes saiu-se razoavel-mente bem. Perdeu pontos na carteira e motorista e pagou a multa por dirigir alcoolizado; na segunda vez, compareceu a uma audincia no Juizado Espe-cial criminal e foi obrigado a pagar uma cesta bsica de multa, continuando tecnicamente primrio. Recentemente, porm, Tuta envolveu-se em uma si-tuao complicada. Sua empregada, Valdinete, denunciou-o na Delegacia da Mulher de ter seduzido sua flha, a adolescente Valria que, embora parecesse adulta,tinha,naocasio,apenas13anos.Comosenobastasse Valdinete afrma que Valria est grvida.Tuta recebe uma notifcao para comparecer Delegacia da Mulher e vai pedir orientao ao advogado criminalista que j o atendera nos dois outros problemas. Sua principal alegao que Valria parece fsicamente ter bem mais de 13 anos, disse a ele que tinha 18 e, na verdade, pelo que Tuta pde perceber, j tinha tido vrias experincias sexuais prvias.Na aula, um dos alunos representar o papel de Tuta, consultando-se com o advogado convidado.O grupo destacado para trabalhar com o caso ter que fazer um memo-rando que teria sido preparado pelo advogado a Tuta, resumindo a orientao dada na reunio. Eventuais menes a caminhos alternativos de soluo do problema,envolvendomanobrasilcitas,deverserindicadacomadevida cautela, de forma no comprometedora mas clara.PRTICA JURDICA IFGV DIREITO RIO114) A REIVINDICAO TRABALHISTA26 de agostoOs cinco advogados que trabalham no jurdico das Organizaes Tapuia levam ao Dr. Solve et Repete uma reivindicao: querem ser demitidos, le-vantar o FGTS e serem recontratados como uma sociedade profssional que sepropemaformar.ODr.SolveetRepetetransmiteareivindicaoao Diretor Executivo. CAT no entende bem o problema e pede que seu secre-trio executivo, o Sr. Facttum Meirelles, consulte um escritrio de advocacia que atenda tambm a problemas trabalhistas e produza um memorando com uma recomendao.Na aula o professor, far o papel do Sr. Facttum em uma visita a um es-critrio da advocacia esclarecendo-se sobre o assunto.O trabalho consistir em um memorando, do Sr. Facttum a CAT pro-pondo uma resposta reivindicao.O memorando, por solicitao de CAT, dever conter:a)Descrio exata da reivindicao dos advogados;b)vantagens pretendidas pelos reivindicantes;c) custos e benefcios para as organizaes;d)anlise legal;e)recomendao.PRTICA JURDICA IFGV DIREITO RIO125) VISTA ETERNA PARA O MAR2 de setembroSeguindo o planejamento fscal feito para a sua sucesso causa mortis, o Sr. Tuxaua adquiriu apartamentos, em um Edifcio da Barra da Tijuca, e subs-creveucomessesmesmosimveis(8apartamentosnomesmoedifcio),o edifcio Magnifcent View, quotas de uma nova empresa especialmente forma-da para a aquisio a Tapuia Administrao e Imobilirios Ltda. TAIL.Paraisso,oSr. Tuxauacontratouperitosespecializadosparaproceder avaliaoprvianecessriaincorporao.Nesseprocesso,deu-secontao Sr. Tuxaua que o valor atribudo aos imveis era bastante inferior ao que ele esperava. Observou tambm que comeava a erguer-se em frente ao edifcio Magnifcent View (no terreno onde era antes o campo de golfe de um clube campestre) um enorme edifcio, com 26 andares, a ser chamado Solar Bela Vista, que, uma vez construdo, tiraria dos apartamentos do Sr. Tuxaua a vista direta sobre a praia e o mar.A incorporadora que anunciava o Solar Bela Vista uma empresa de nome BISA.Verifcandoseusguardados,localizouoSr. Tuxauaosprospectosde publicidade, feitos pela empresa que tinha incorporado e construdo o edi-fcio, a mesma Barra Imveis S.A. BISA, prometendo vista eterna para o mar.Lembrava-seoSr. Tuxauaque,aoadquirirosimveisaindanaplanta, tinha perguntado, como seria possvel assegurar que os imveis teriam vista eterna para o mar, se a frente do edifcio Magnifcent View, no estava locali-zada na avenida que corria beira mar mas em uma rua paralela.Foi-lhe ento esclarecido que o terreno entre o edifcio e a avenida da praia eraocupadoporumclubecampestre,depropriedadedaprpriaBISA,o Barra Campo e Golfe Clube (BCGC), clube, alis, que, segundo os anncios delanamentodoedifcio,osproprietriosdoEdifcioMagnifcentView teriam o direito de freqentar gratuitamente e que, ademais havia uma pro-messa formal constante de escritura pblica, de manter esse privilgio (viso do mar) pela Construtora BISA, empresa sria e idnea.ODepto.JurdicodasOrganizaesTapuiapesquisanaJuntaComer-cial e no Registro Civil, e descobre o BCGC fora criado originalmente com aformadeumasociedadecivil,tendocomosciocontroladoraprpria BISA.Descobreaindamais,querecentemente,asquotasdaBISAtinham sido transferidas a pessoas fsicas.Por ltimo o jurdico descobre tambm, que o terreno onde comeou a construo do Solar Bela Vista atualmente atingindo a altura do 6 andar, foi desmembrado do terreno de propriedade do clube e comprado pela BISA.PRTICA JURDICA IFGV DIREITO RIO13Em conversa com um amigo, scio do BCGC, o Sr. Tapuia foi fnalmente informado que, em tumultuada assemblia, os scios aprovaram o desmem-bramento do terreno do clube com sede e a venda da parte desmembrada BISA, em troca de uma compensao fnanceira, conformando-se em reduzir a extenso e o nmero de buracos do campo de golfe.O Dr. Rebus Sic Stantibus diz ao Sr. Tuxaua que, primeira vista, a TAIL, atual proprietria dos apartamentos no Magnifcente View, teria o direito de acionaraBISA.OSr. Tuxaua,indignado,sentindo-sepessoalmentelesado pela BISA, quer ele mesmo assumir o problema, e vai consultar um escritrio de advocacia, de porte mdio, com grande experincia em direito imobilirio.Na aula, um aluno far o papel do Sr. Tuxaua, discutindo com um consul-tor convidado, sobre as alternativas judiciais abertas TAIL e/ou ao prprio Sr. Tuxaua para:a)ressarcir-sedosprejuzos(perdasedanoselucroscessantes)quea construo do Solar Bela Vista acarretar aos proprietrios de aparta-mentos no Magnifcent View, que vo perder a viso do mar, oub)trancar ou impedir, por vias judiciais, que o edifcio seja levantado ou aindac) buscar uma soluo que pudesse ter sido utilizada pelo Sr. Taxaua ou a Tapuia que funcionasse no campo dos direitos reais?Ofocododebateseranecessidadedoadvogadomilitanteconhecera teoria do direito, o processo e, sobretudo ser capaz de traduzir seu saber de forma inteligvel e clara o sufciente, que permita ao seu cliente escolher in-formadamente o caminho que mais lhe convm.PRTICA JURDICA IFGV DIREITO RIO146) A EMPRESA DE LOGSTICA9 de setembroCriao de uma joint venture com um grupo japonsUsando de sua experincia matemtica, Morub um estudioso da logsti-ca. Entende que as empresas e o mundo caminham para uma administrao cientfca, planejada e executada em computadores. Em uma de suas viagens mantmcontatocomempresasdoramoe,fnalmentechegaaumacordo preliminar com um grupo japons para associao. (Texto em anexo).Na volta de sua viagem, Morub submete o texto aprovao da Diretoria daTHL.EncontraalgumasresistnciasporpartedeseuirmoCATque temeque,seformalizadaaassociao,osjaponesespassemaassumiruma ingerncia excessiva nos negcios das Organizaes Tapuia.PorrecomendaodoDr.RebusSicStantibus,decideCATdiscutiro acordopropostocomumgrandeescritriodeadvocacia,representadopor um advogado convidado.Na aula, um aluno, auxiliado, pelo professor, representar CAT em uma reunio com o advogado convidado.Otrabalhoescritodeverserumacartadoescritriodeadvocaciacom sugestes preliminares sobre como conduzir a proposta de associao.PRTICA JURDICA IFGV DIREITO RIO15Carta de IntenoA presente registra e resume o acordo a que a chegaram representantes da Ni-ppon Logistics Ltd., uma sociedade japonesa, com endereo a , Tquio, Japo, (doravantenestedocumentochamadasimplesmenteNippon)eOrganizaes Tapuia, um grupo empresarial brasileiro, endereo a , Rio de Janeiro, Brasil, (doravante neste documento chamadas simplesmente Tapuia), ambas, por vezes, denominadas neste documento conjuntamente como as partes, como segue:1) inteno das partes associarem-se para formar uma empresa para a prestao de servios de logstica, mencionados no Anexo I (os servios) Tapuia e a outras empresas, no Brasil e na Amrica do Sul. Essa em-presa(doravantenestedocumentosimplesmentechamadaaJV)ser organizada sob a forma de uma sociedade brasileira, com sede no Rio de Janeiro, tendo como scios Nippon e Tapuia.2) Consideram-se premissas essenciais deste acordo que:a)o capital da JV seja dividido metade/metade entre Tapuia e Nip-pon sendo que Tapuia integralizar sua parte em moeda brasileira; j Nippon integralizar seu aporte, metade pela transmisso JV de sua tecnologia e metade em dlares norte-americanos;b)sejaasseguradoNipponumapercentagemfxaanualsobreos lucros da JV igual a 5% da respectiva receita bruta;c)seja a assegurado Tapuia o controle do capital votante da JV;d)no obstante o item anterior, os atos a seguir indicados no possam ser praticados pela JV sem o consentimento prvio e escrito da Ni-ppon:(i) liquidao, concordata ou qualquer outro ato que implique re-conhecimento de insolvncia;(ii)distribuio aos scios, em cada exerccio, at o quinto exerc-cioapsaconstituiodaempresa,delucrosqueexcedama 50% do montante apurado no balano anual;(iii) escolha de auditores externos;(iv) mudana do objetivo social;e)Tapuia d exclusividade JV para a prestao de servios de logs-ticasempresasde Tapuia,asseguradoumdescontode10%em relao aos valores cobrados de terceiros por servios anlogos.f )A JV tenha em seu nome comercial a palavra Nippon.PRTICA JURDICA IFGV DIREITO RIO163)Aspartescomprometem-sea,noprazode90diasdesuaassinatura, submeter o presente acordo aprovao dos respectivos rgos corpora-tivos competentes, a saber:a)no caso da Nippon, a Diretoria Executiva, em reunio devidamen-te documentada;b)no caso da Tapuia, aprovao devidamente formalizada de sua acionista controladora a Tapuia Holding Ltda.E POR ESTAREM ASSIM JUSTAS E CONTRATADAS FIRMAM ESTE DOCUMENTO, EM DUAS VIAS DE IGUAL TEOR.Tkio, 10 de janeiro de 2011Takeo FurosawaDiretor ExecutivoPor Nippon Logistics Ltd.Morubixaba de Azevedo TapuiaDiretor de PlanejamentoPor Organizaes TapuiaPRTICA JURDICA IFGV DIREITO RIO17TRABALHO INDIVIDUALA SER ENTREGUE IMPRETERIVELMENTEIMPRESSO EM MEIO FSICOAT O DIA16 DE SETEMBRO1)Um resumo da experincia com o seminrio. Descrever as aulas de queparticipou,avali-lascomparativamente.Mencionarogrupo de que participou.Responder s seguintes perguntas:a)Voc chegou a formar alguma preferncia sobre os diversos ti-pos de advocacia apresentados no seminrio? Em caso afrma-tivo, indique qual? Em qualquer caso, apresente os motivos de sua preferncia.b)Que nota voc daria sua participao no curso? Justifque.c)Voc teria alguma sugesto para o aperfeioamento do Semin-rio? Qual? Alguma outra rea ou tipo de advocacia que deveria ser coberto?2)Valendo-se da experincia de qualquer das matrias que voc j es-tudou, imagine um problema, no mesmo estilo dos examinados em aula, para ser includo em futuras edies do curso. Pode escolher qualquer matria, qualquer conjunto de fatos e convidar qualquer profssional que voc conhea. Lembre-se que o importante pro-curar instigar refexo e mostrar turma como um advogado rea-ge, na vida real, s solicitaes de seus clientes. Como sugesto, mas no obrigatoriamente, voc pode utilizar como cliente o Grupo Ta-puia e seus diretores.PRTICA JURDICA IFGV DIREITO RIO18DICRIO1 NOTITIA CRIMINISPreviso legal: Art. 5, II e 3 e 5, do CPP.Prazo: No h.Endereamento: autoridade policial (Delegado de Polcia).Legitimado: o interessado na medida, conforme o caso.Pedido: Medidas que a autoridade policial entender cabveis.2 QUEIXA-CRIMEPreviso legal: art. 41, CPP.Prazo: Em regra, 6 (seis) meses art. 103, CP e art. 38, CPP.Endereamento: A queixa-crime s pode ser oferecida em juzo, ou seja, perante o juiz. Nunca se pode apresentar a queixa ao delegado de polcia ou ao membro do Ministrio Pblico.Legitimado: O ofendido. Caso este seja menor de 18 anos, a queixa deve-r ser oferecida por seu representante legal (pais, tutores, curadores).Em caso de morte do ofendido ou de ter sido declarado ausente por de-cisojudicial,aqueixapoderseroferecidaporseucnjuge,ascendente, descendente ou irmo.Pedido:Sendoumapetioinicial,deveroserrequeridos:(a)orece-bimentodaao;(b)acitaodoquereladoparaseverprocessado;(c)a condenao do querelado nas penas de um ou mais artigos especfcos; (d) a notifcao das testemunhas arroladas.PRTICA JURDICA IFGV DIREITO RIO193 RELAXAMENTO DE PRISO EM FLAGRANTEPreviso legal: art. 5, LXV, da CRFB.Cabimento: O relaxamento de priso em fagrante cabvel quando o fa-grante for realizado de maneira irregular, ou seja, em desconformidade com a lei. Esses casos podem ser de vcio material ou formal na ocasio da lavratura do Auto de Priso em Flagrante (APF) ou quando houver excesso de prazo. Vejamos alguns exemplos:a)Vciosmateriais:quandonohsituaodefagrncia(art.302. CPP), seja pelo lapso de tempo entre a prtica do crime e a priso, apresentao espontnea do suposto autor do fato polcia, fagran-te preparado ou provocado, fagrante forjado.b)Vcios formais: vcios na lavratura do auto (arts. 304 e 306, CPP: inversonaordemdosdepoimentos,ausnciadeassinaturado auto), falta ou excesso no prazo da emisso da nota de culpa, au-sncia do encaminhamento da cpia do auto de priso em fagrante para a Defensoria Pblica, nos moldes do art. 306, CPP.c)Quando o inqurito policial durar mais de 10 dias a contar da pri-so em fagrante (art. 10, CPP).Prazo:opedidopodeserfeitoemqualquermomento,enquantoofa-grante ilegal estiver sendo mantido.Endereamento: ao juiz de 1 instncia.Legitimado: a pessoa submetida priso ilegal.Pedido: Deve ser requerido o relaxamento da priso em fagrante, com a expedio de alvar de soltura.4 LIBERDADE PROVISRIAPreviso legal: art. 5, LXVI, da CRFB.Cabimento: Diferentemente do que ocorre no relaxamento de priso em fagrante,nopedidodeliberdadeprovisriapressupe-seumaprisolegal, mas que no deve ser mantida, se houver a presena dos requisitos que justi-fcam a priso preventiva.PRTICA JURDICA IFGV DIREITO RIO20A liberdade provisria pode ser concedida com ou sem fana.A liberdade provisria ser concedida independentemente de fana, nos casos abaixo:a)Infraes de que o ru se livre solto (so aquelas para as quais seja cominada somente pena de multa ou infraes para as quais o m-ximo da pena privativa de liberdade no exceda 3 (trs) meses. Nes-sescasos,aliberdadeprovisriaobrigatria,excetoseorufor reincidente em crime doloso ou houver prova de que vadio.b)Quando a autoridade judiciria (juiz) verifcar pelo auto de priso emfagrante(APF)queorupraticouofatoacobertadoporex-cludente de ilicitude. Aqui, seja o crime inafanvel ou no, pode (faculdade)ojuizconcederaliberdadeprovisria,independente-mente do pagamento de fana.c)Quandoojuizverifcarenoocorrequalquerdashiptesesque autorizam a priso preventiva (arts. 312 e 313, CPP). Nesse caso, tambm no importa se o crime ou no inafanvel.Aliberdadeprovisriaserobtidacompagamentodefanaquandoo crime for considerado afanvel e o preso preencha determinadas condies:a)Crimesafanveissoaquelescujapenamnimanoultrapasse dois anos. A lei excetua a contraveno de vadiagem que, apesar de a pena cominada ser inferior a dois anos, inafanvel. Excluem-se,ainda,independentementedapena,oscrimesapenadoscom recluso que sejam praticados com violncia ou grave ameaa e os que provoquem clamor pblico. No se admite a fana tambm as prises civil, administrativa ou disciplinar.b)O preso no pode ser reincidente em crime doloso.No haver concesso de nova fana quando o ru houver, no processo, quebrado a fana. E, ainda, absolutamente vedada a fana ao ru que tiver no gozo da suspenso condicional da pena ou de livramento condicional, a no ser que por crime culposo ou contraveno que admita fana.Prazo: o pedido de liberdade provisria pode ser realizado em qualquer momento processual, at o trnsito em julgado.Endereamento: Via de regra, dirigido ao juiz de 1 instncia. A auto-ridade policial somente pode arbitrar a fana no caso de crime punido com PRTICA JURDICA IFGV DIREITO RIO21deteno,masnessecaso,apeacabvelserumsimplesrequerimentoao delegado de polcia.*No pode o delegado conceder a liberdade provisria sem fana ou arbi-trar fana nas infraes punidas com recluso.Legitimado: a pessoa submetida priso.Pedido:Casosejahiptesedeliberdadeprovisriasemfana,deve-se requerer a concesso da liberdade com a expedio do alvar de soltura. J se for caso de fana, pede-se ainda o seu arbitramento.5 RESPOSTA ACUSAO (RITO ORDINRIO E SUMRIO)Previso legal: art. 396, CPP.Cabimento: logo aps a citao do acusado.Prazo: 10 dias, a contar da citao pessoal, por hora certa ou, no caso de citao por edital, do comparecimento do ru ou seu defensor ao processo.Endereamento: ao juiz que tiver recebido a denncia ou a queixa.Legitimado: o acusado.Pedido: Com as recentes alteraes do Cdigo de Processo Penal, a res-postaacusaotemlugardepoisdorecebimentodadennciaeantesda avaliao do juiz sobre a possibilidade de absolvio sumria. Dessa maneira, cabe ao acusado convencer o juiz de que est presente uma das hipteses que autoriza o julgamento antecipado da lide em benefcio do ru (pro reo), sejam elas: atipicidade, excludente de ilicitude, excludente de culpabilidade (exceto inimputabilidade) ou extino da punibilidade.Em todos os casos acima, deve ser pedido ao juiz a absolvio sumria do ru, com fulcro no art. 397 do CPP e ser arroladas testemunhas.6 RESPOSTA ACUSAO (RITO DO JRI)Previso legal: art. 406, CPP.Cabimento: logo aps a citao do acusado.PRTICA JURDICA IFGV DIREITO RIO22Prazo: 10 dias, a contar da citao pessoal, por hora certa ou, no caso de citao por edital, do comparecimento do ru ou seu defensor ao processo.Endereamento:aojuizquetiverrecebidoadennciaouaqueixa,ou seja, ao juiz que preside a primeira fase do procedimento do jri.Legitimado: o acusado.Pedido: Nos termos do art. 406, 3, CPP, na resposta, o acusado po-derargirpreliminaresealegartudoqueinteresseasuadefesa,oferecer documentosejustifcaes,especifcarasprovaspretendidasearrolartes-temunhas, at o mximo de 8, qualifcando-as e requerendo sua intimao, quando necessrio.No h previso, para este rito, de julgamento antecipado da lide (absolvi-o sumria antes da instruo), embora haja corrente doutrinria que enten-de ser cabvel, uma vez que o art. 397 do CPP determina o cabimento por ser parte integrante da fase comum obrigatria a todos os ritos de 1 instncia. Desse modo, nada impede que o advogado opte por argir, neste momento, eventual nulidade (se for relativa, tem que ser argida neste momento mes-mo, sob pena de precluso) ou extino da punibilidade, reservando a tese de defesa (mrito) para o momento posterior instruo criminal, j que esta ir ser realizada.Caso alegue nulidade, o requerimento deve ser a anulao do processo.Se for alegada a extino da punibilidade, pede-se a sua decretao.Caso venha se alegar questo de mrito, o pedido ser: (a) absolvio su-mria (art. 415, CPP); (b) impronncia (art. 414, CPP); (c) desclassifcao (art. 419, CPP); (d) desclassifcao imprpria (art. 413, CPP).7 EXCEO DE INCOMPETNCIAPreviso legal: Art. 95, II, CPP.Cabimento: A exceo de incompetncia tem cabimento quando a ao tiver sido proposta perante juzo incompetente. Veja as regras de competn-cia no art. 69 e seguintes do CPP.Prazo: Se a competncia for relativa (territorial), o prazo o da resposta acusao, sob pena de precluso. J se for caso de incompetncia absoluta, pode ser argida a qualquer momento. Neste ltimo caso, no h precluso e pode ser declarada at mesmo ex of cio pelo juiz.PRTICA JURDICA IFGV DIREITO RIO23Endereamento: ao juiz da causa.Legitimado: o acusado. O autor da ao no pode op-la. O Ministrio Pblico somente poder propor quando estiver na qualidade de fscal da lei, ou seja, na ao penal privada.Pedido: Devem ser requeridas: a vista ao Ministrio Pblico, a declarao de incompetncia do juzo e a remessa dos autos ao juiz competente.8 EXCEO DE LITISPENDNCIAPreviso legal: Art. 95, III, CPP.Cabimento: A exceo de incompetncia tem cabimento quando houver duas aes em curso, em razo do mesmo fato e contra o mesmo acusado.Prazo: Via de regra, esta exceo deve ser alegada no prazo da resposta acusao.Porm,emrazode,nessecaso,nohaverprecluso,podesera mesma argida a qualquer tempo.Endereamento: ao juiz da segunda causa.Legitimados: o acusado ou o MP na qualidade de fscal da lei.Pedido: Devem ser requeridas: a declarao de incompetncia e o arqui-vamento do processo.9 EXCEO DE ILEGITIMIDADE DE PARTEPreviso legal: Art. 95, IV, CPP.Cabimento: A exceo de ilegitimidade de parte cabvel sempre que a ao for proposta por parte ilegtima (legitimidade ad causam titularidade da ao e ad processum capacidade processual).Prazo: Via de regra, esta exceo deve ser alegada no prazo da resposta acusao.Porm,emrazode,nessecaso,nohaverprecluso,podesera mesma argida a qualquer tempo.Endereamento: ao juiz da causa.PRTICA JURDICA IFGV DIREITO RIO24Legitimado: o acusado ou o MP na qualidade de fscal da lei.Pedido: Devem ser requeridas a declarao da ilegitimidade e a anulao do processo desde o incio.10 EXCEO DE COISA JULGADAPreviso legal: Art. 95, V, CPP.Cabimento: A exceo de coisa julgada tem cabimento quando for pro-posta uma ao idntica outra proposta que j foi decida por sentena tran-sitada em julgado.Prazo: Via de regra, esta exceo deve ser alegada no prazo da resposta acusao.Porm,emrazode,nessecaso,nohaverprecluso,podesera mesma argida a qualquer tempo.Endereamento: ao juiz da causa.Legitimado: o acusado ou o MP na qualidade de fscal da lei.Pedido: Devem ser requeridas: a declarao da coisa julgada e o arquiva-mento do processo.11 MEMORIAISPreviso legal: Os memoriais tm previso legal no art. 403, 3, e 404, pargrafo nico, todos do CPP.Osmemoriaisconstituemexceo,porquepodemsubstituirosdebates orais quando houver convenincia pela complexidade do feito e do nmero de rus ou quando, ao fnal da instruo processual, houver necessidade de realizao de diligncias, determinadas pelo juiz a requerimento da parte ou ex of cio pelo juiz.Perceba que no existe previso de memoriais como substituio dos de-bates orais no rito sumrio nem no rito do jri. Entretanto, a doutrina mais abalizada tem se posicionado a respeito dessa possibilidade, uma vez que o disposto para o rito comum ordinrio tem aplicao subsidiria nos demais ritos no que no for confitante.Cabimento: Aps o encerramento da instruo processual, mas se for de-ferida a diligncia eventualmente solicitada, o momento para a apresentao dos memoriais ser aps a realizao da diligncia.PRTICA JURDICA IFGV DIREITO RIO25Prazo: 5 diasEndereamento:aojuizdacausa.Lembre-sedequenoritodojrios memoriais so endereados ao juiz da primeira fase do rito e no ao Tribunal do Jri.Legitimados: o Ministrio Pblico ou o querelante; o assistente de acusa-o, se houver; o acusado.Pedidos:1 Nos memoriais da acusao, o pedido deve ser a condenao do acu-sado.2 Nos memoriais da defesa, o pedido depender da tese de defesa esco-lhida:2.1 se for alegada nulidade processual, o pedido ser a anulao do processo desde o incio ou a partir do ato viciado;2.2 se for alegada a extino da punibilidade, o pedido ser a sua decretao;2.3seadefesaalegarfaltadejustacausa,opedidodeversera absolviodorucombaseemqualquerumdosincisosdoart.386 do CPP;2.4 se for alegada a falta de justa causa relativa, o pedido dever ser a desclassifcao do crime ou a reduo da pena.No jri, em razo do rito escalonado (bifsico) devem ser pedidos:a)Nos memoriais da acusao, o pedido ser a pronncia do ru;b)Nos memoriais da defesa, os pedidos podero ser, conforme o caso:b.1 a anulao do processo, se a defesa alegar nulidade;b.2 a decretao da extino da punibilidade, se esta for a defesa alegada;b.3 a absolvio sumria, se a defesa alegar atipicidade, excludente de ilicitude, excludente de culpabilidade ou a negativa de auto-ria (art. 415, CPP);b.4 a impronncia, quando a defesa alegar falta de prova de auto-ria ou de materialidade (art. 414, CPP).b.5 a desclassifcao, se a defesa alegar a existncia de crime que no seja da competncia do jri (art. 419, CPP).b.6 a desclassifcao imprpria, se a defesa alegar a existncia de crime que seja da competncia do jri, mas que seja mais leve do que o crime descrito na pea acusatria (ex: desclassifcao de homicdio para infanticdio) 413, CPP.PRTICA JURDICA IFGV DIREITO RIO2612 EMBARGOS DE DECLARAOPreviso legal: Os embargos de declarao em face de acrdo tm pre-viso legal no art. 619 do CPP, enquanto que os embargos de declarao nas sentenas encontram previso no art. 382 do CPP.A Lei n 9.099/95, que criou os Juizados Especiais Criminais, prev este recurso no seu art. 83.Os embargos so opostos em pea nica.Cabimento: Este recurso cabvel para sanar ambigidade, obscuridade, contradio ou omisso na sentena ou no acrdo.Prazo: Em regra, 2 dias, No rito sumarssimo, o prazo de 5 dias.Endereamento: ao juiz da causa que proferiu a sentena ou ao relato do acrdo.Legitimados: a defesa e a acusao, inclusive o assistente de acusao, se houver.Pedidos: Deve-se pedir a declarao da sentena ou do acrdo, a fm de ser sanada a obscuridade, ambigidade, omisso ou contradio.13 RECURSO EM SENTIDO ESTRITOPrevisolegal:Art.581eincisosdoCPP.Trata-sedeumroltaxativo (numerus clausus). H previso de RESE tambm no art. 294 do CTB (Lei n 9.503/97).Cabimento: Este recurso cabvel para enfrentar as seguintes decises:a)deciso que rejeitar a denncia ou a queixa: Assim da deciso que as recebe no cabe recurso, por ausncia de previso legal, podendo, entretanto ser combatida por habeas corpus.Ateno: No rito sumarssimo (Lei n 9.099/95), da deciso que rejeitar a denncia ou a queixa cabe apelao com prazo de 10 dias.b)deciso que concluir pela incompetncia do juzo: Do contrrio, da deciso que concluir pela competncia no cabe recurso por ausn-cia de previso legal, cabendo o combate por via de habeas corpus.PRTICA JURDICA IFGV DIREITO RIO27Assim, no rito do Jri, da deciso que desclassifca a infrao para outra que no seja dolosa contra a vida, cabe recurso em sentido estrito (art. 419, CPP).c)Decisoquejulgarprocedentesasexcees,salvoadesuspeio: Ento, das decises de rejeio das excees de incompetncia, sus-peio,ilegitimidade,litispendnciaecoisajulgadanocabene-nhum recurso, mas cabe HC.d)Deciso que impronunciar o ru.e)Deciso que conceder, negar, arbitrar, cassar, julgar idnea a fana ou ainda que julg-la quebrada ou perdido o seu valor.f )Deciso que indeferir o pedido de priso preventiva. Este um re-curso para a acusao. J se for deferido o pedido de priso preven-tiva (PP), a defesa poder impetrar habeas corpus.g)Decisoqueconcederliberdadeprovisriasemarbitramentode fana. Este tambm um recurso da acusao. J se o juiz negar o requerimento de liberdade provisria cabe defesa impetrar habeas corpus.h)Deciso que relaxar a priso em fagrante. Nesse caso, o recurso paraaacusao.Seaprisoemfagranteilegalnoforrelaxada, deve-se impetrar HC.i)Deciso que julgar extinta a punibilidade ou que indeferir o pedido de extino da punibilidade.j)Deciso que conceder ou negar habeas corpus. Nesse caso, o recurso quando a deciso for do juzo de 1 instncia, pois, quando profe-rida pelos tribunais, cabe o Recurso Ordinrio Constitucional.k)Deciso que anular a instruo criminal no todo ou em parte.l)Deciso que incluir ou excluir jurado da lista geral.m)Deciso que denegar a apelao ou julg-la deserta.n)Deciso que ordenar a suspenso do processo por questo prejudi-cial. Neste caso, o recurso para a acusao. Da deciso que indefe-re essa suspenso no h previso de nenhum recurso, podendo ser impetrada a ordem de habeas corpus.o)Deciso do incidente de falsidade.Prazoeforma:ORESEumrecursocompostodeduaspeas,quais sejam: interposio e razes. O prazo para a interposio de 5 dias e para a apresentao das razes de 2 dias. Porm, no caso de recurso contra a deci-so que inclui ou exclui jurado da lista geral, o prazo de 20 dias.PRTICA JURDICA IFGV DIREITO RIO28Endereamento: A interposio dirigida ao juiz da causa que proferiu a deciso. J no caso do recurso contra a deciso que incluir ou excluir jurado da lista geral o endereamento ser para o Presidente do Tribunal.As razes so dirigidas ao Tribunal competente.Legitimados:adefesa,aacusao,inclusiveoassistentedeacusao,se houver, de acordo com o interesse.Pedidos:Napeadeinterposiodeveroserrequeridosorecebimento e o processamento do recurso, alm da reforma da deciso que se recorre e, caso seja mantida a deciso, a remessa ao tribunal. J nas razes, devem ser requeridas: a reforma da deciso recorrida e o seu direito que fora negado na 1 instncia.14 APELAOPreviso legal: Art. 593 e incisos do CPP e art. 82 da Lei n 9.099/95.Cabimento: Este recurso cabvel para enfrentar as seguintes decises: (a) sentenas defnitivas condenatrias ou absolutrias proferidas por juiz singu-lar ou pelo Tribunal do Jri; (b) decises defnitivas ou com fora de defniti-va, para as quais no esteja previsto recurso em sentido estrito; (c) deciso que rejeita a denncia ou a queixa, bem como a deciso que aplica a pena aps o aceite da transao penal, nos casos do rito sumarssimo.Prazo: Este recurso tambm composto por uma pea de interposio e outra de apresentao das razes.O prazo para a interposio , em regra, 5 dias. Porm, no caso de apela-o por assistente de acusao que no est habilitado, o prazo de 15 dias, iniciando o prazo a partir do trmino do prazo para o Ministrio Pblico.O prazo para a apresentao das razes de 8 dias.Ateno: No rito sumarssimo (Lei n 9.099/95), a apelao tem o prazo de 10 dias e a pea de interposio j deve trazer tambm as razes.Endereamento: A interposio dirigida ao juiz da causa que proferiu a sentena. As razes, ao tribunal competente ou Turma Recursal.Legitimados: a defesa e a acusao (MP ou querelante), inclusive o assis-tente de acusao, se houver, conforme os interesses em causa.PRTICA JURDICA IFGV DIREITO RIO29Pedidos: Na interposio devem ser pedidos: (a) o recebimento do recur-so, (b) o seu processamento e (c) a remessa ao tribunal. Nas razes, pede-se a reforma da sentena ou deciso.Vejamos alguns pedidos mais comuns:a)em contrarrazes de apelao, o pedido a manuteno da sentena recorrida;b)se a tese da defesa for alegar alguma causa de nulidade processual, deve-se pedir a anulao do processo a partir do ato nulo;c)se a tese for pedir o reconhecimento da extino da punibilidade, este ser o pedido;d)se a defesa apelar de sentena absolutria, s poder recorrer para alterar o fundamento da absolvio da medida de segurana;e)se a defesa alegar falta de justa causa, pede-se a absolvio.f )Se a defesa alegar a desclassifcao, reduo da pena ou a excluso de alguma agravante ou de causa de aumento de pena, estes sero os pedidos, conforme o caso.g)No Jri, caso se alegue nulidade aps a deciso de pronncia, pede-se a anulao do julgamento.h)No Jri, se for alegada deciso contrria a deciso dos jurados ma-nifestamente contrria s provas dos autos, pede-se que o ru seja submetido a novo julgamento pelo jri.i)No Jri, se a sentena do juiz presidente for contrria lei expressa ou deciso dos jurados; se houver erro ou injustia em relao aplicao da pena ou da medida de segurana, pede-se que o tribu-nal corrija a sentena ou que altere a pena.15 EMBARGOS INFRINGENTES E DE NULIDADEPreviso legal: Art. 609 e pargrafo nico do CPP.Cabimento: Este recurso cabvel quando o acrdo for contrrio de-fesa, desde que proferido em sede de apelao, recurso em sentido estrito ou agravo em execuo e desde que a votao no tenha sido unnime.Infringentes so os embargos que tratam de matria substantiva (mate-rial); de nulidade so os embargos que versam sobre matria processual.Prazo: 10 dias.PRTICA JURDICA IFGV DIREITO RIO30Endereamento: Esse recurso composto de uma pea de interposio e de uma pea para apresentao de razes, sendo a de interposio endereada aorelatordoacrdoembargadoeadeapresentaoderazesaomesmo Tribunal que proferiu o acrdo. Veja que, neste caso, o recurso no vai para a instncia superior.Legitimados: um recurso privativo da defesa.Pedidos:Napeadeinterposio,deve-sepedirorecebimento,bem comooprocessamentodorecurso.Nasrazes,pede-seoacolhimentodo voto vencido.16 CARTA TESTEMUNHVELPreviso legal: art. 639 do CPP.Cabimento: A Carta Testemunhvel tem cabimento no combate deci-so que denegar ou negar seguimento a recurso em sentido estrito e agravo em execuo. O cabimento residual, tendo em vista que, se couber outro recurso, no caber a Carta Testemunhvel.Prazo: 48 horas, para a interposio e dois dias para as razes.Endereamento: Como a Carta Testemunhvel composta por duas pe-as, a interposio dirigida ao escrivo do cartrio e as razes ao tribunal competente.Legitimado: quem interps o recurso denegado.Pedido: Na interposio, pede-se ao escrivo que remeta os autos ao tri-bunal. Nas razes, pede-se que o tribunal determine ao juzo a quo receba o recurso antes denegado. Caso a carta esteja devidamente instruda, poder o juzo ad quem julgar diretamente o prprio mrito do recurso antes obstado.17 AGRAVO DE INSTRUMENTOPreviso legal: arts. 544 e seguintes do CPC e art. 28 da Lei n 8.038/90.Cabimento: No processo penal, este recurso tem cabimento contra a de-ciso que denegar o recurso extraordinrio e o recurso especial.PRTICA JURDICA IFGV DIREITO RIO31Prazo: 5 dias (Smula 699 do STF).Endereamento: Como o Agravo de Instrumento composto por duas peas, a interposio dirigida ao Presidente de origem e as razes, ao STJ ou STF, conforme seja denegao de Resp ou Rext, respectivamente.Legitimado: quem interps o recurso denegado.Pedido: O pedido deve ser o julgamento do recurso denegado.18 AGRAVO REGIMENTALPreviso legal: Regimento Interno do STF (art. 317) e Regimento Inter-no do STJ (art. 258).Cabimento:Esterecursotemcabimentocontraadecisodorespectivo Presidente, Turma ou relator.Prazo: 5 dias.Endereamento: Ao prolator do despacho impugnado.Legitimado: quem est prejudicado com o despacho agravado.Pedido: O pedido deve ser a reconsiderao da deciso e, na impossibili-dade, a submisso do agravo ao rgo competente para julgar o feito.19 RECURSO ESPECIALPreviso legal: Art. 105, III, a, b e c, da CRFB e arts. 26 a 29 da Lei n 8.038/90.Cabimento: Este recurso cabvel nos casos em que a deciso no com-porta mais recurso ordinrio, quando a deciso contrariar ou negar vigncia a tratado ou lei federal, julgar vlido ato de governo local contestado em face de lei federal ou der lei federal interpretao diversa da que lhe tenha atri-budo outro tribunal.Prazo: 15 dias.PRTICA JURDICA IFGV DIREITO RIO32Endereamento: Esse recurso composto de uma pea de interposio e de uma pea para apresentao de razes, sendo a de interposio endereada ao presidente do Tribunal que proferiu a deciso recorrida e a de apresentao de razes ao STJ.Legitimados: MP, assistente de acusao, querelante e defesa.Pedidos: Neste recurso deve-se pedir a reforma da deciso que se recorre e o provimento das razes.20 RECURSO EXTRAORDINRIOPreviso legal: Art. 102, III, a, b, c e d, da CRFB e arts. 26 a 29 da Lei n 8.038/90.Cabimento: Este recurso cabvel nos casos em que a deciso no com-porta mais recurso ordinrio, quando a deciso contrariar dispositivo consti-tucional, julgar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal, julgar vlida leiouatodegovernolocalcontestadoemfacedaConstituiooujulgar vlida lei local contestada em face de lei federal. Com a EC 45/04, um novo requisito passou a ser exigido: a demonstrao da repercusso geral das ques-tes constitucionais debatidas in casu.Prazo: 15 dias.Endereamento: Esse recurso composto de uma pea de interposio e de uma pea para apresentao de razes, sendo a de interposio endereada ao presidente do Tribunal que proferiu a deciso recorrida e a de apresentao de razes ao STF.Legitimados: MP, assistente de acusao, querelante e defesa.Pedidos: Neste recurso deve-se pedir a reforma da deciso que se recorre e o provimento das razes, a fm de que no seja ferida a Constituio Federal.21 HABEAS CORPUSPrevisolegal:Art.5,LXVIII,daConstituioFederalearts.647e seguintes do CPP.PRTICA JURDICA IFGV DIREITO RIO33Cabimento: Sempre que algum sofrer ou se achar na iminncia de so-frer coao ou violncia liberdade de locomoo, em virtude de ilegalidade ou abuso de poder. No art. 648 do CPP, encontramos hipteses de coao ilegal: (a) quando no houver justa causa; (b) quando algum estiver preso por mais tempo do que determina a lei; (c) quando quem ordenar a coao no tiver competncia para faz-lo; (d) quando houver cessado o motivo que autorizou a coao; (e) quando no se admitir fana, nos casos em que a lei prev; (f ) quando o processo for manifestamente nulo; (g) quando extinta a punibilidade.No cabe HC: (a) contra priso civil; (b) durante o estado de stio (art. 138, CF); (c) contra priso disciplinar militar (art. 142, 2,CF); (d) contra omisso de relator de extradio, se fundado em fato ou direito estrangeiro cuja prova no constava dos autos, nem foi ele provocado a respeito (Smula 692 do STF); (e) contra deciso condenatria pena de multa ou relacionada a processo em trmite por infrao penal cuja pena pecuniria seja a nica co-minada (Smula 693 do STF); (f ) contra a imposio da pena de excluso de militar ou de perda de patente ou de funo pblica (Smula 694 do STF); (g) quando extinta a pena privativa de liberdade (Smula 695 do STF).Prazo: No h.Endereamento: autoridade imediatamente superior autoridade co-atora. Se a autoridade coatora for delegado de polcia, o HC deve ser encami-nhado ao juiz de 1 instncia. Se a autoridade coatora for membro do Ministrio Pblico que atua na primeira instncia, o HC dirigido ao Tribunal (Estadual ou Federal, con-forme o caso). Se a autoridade coatora for juiz de 1 instncia, a competncia para jul-gar o HC do Tribunal (Estadual ou Federal, conforme o caso). Se a autoridade coatora for o Tribunal Estadual ou o Tribunal Regional Federal, o HC ser encaminhado ao STJ. Se o paciente for Governador de Estado ou Distrito Federal ou membro do Tribunal de Justia Estadual ou membro do Tribunal Regional Federal ou membrodo TribunalRegionalEleitoralou,ainda,membrodoMinistrio Pblico da Unio, o HC deve ser impetrado no STJ. Se a autoridade coatora for o STJ (ou quando o paciente for membro do STJ), a competncia ser do STF.PRTICA JURDICA IFGV DIREITO RIO34 Se a autoridade coatora for particular, o HC ser julgado pelo juiz de 1 instncia. Se a autoridade coatora for a Turma Recursal, o HC ser encaminhado ao TJ ou TRF (por entendimento do STF, embora no esteja revogada ex-pressamente a Smula 690 do STF).Legitimados:qualquerpessoapodeimpetrarHC(mesmosemadvoga-do).Pedidos: De um modo geral, o pedido do HC deve ser a solicitao pelo juzo das informaes autoridade coatora e a posterior concesso da ordem. Entretanto, outros pedidos especfcos iro variar conforme a situao:a)SeoHCforimpetradoporfaltadejustacausa,sejapelainexis-tncia do crime ou de culpabilidade, seja pela existncia de escusa absolutria, deve-se pedir o trancamento da ao ou do inqurito policial,conformeocaso.Juntamentecomessepedido,pode-se requerer a revogao da priso com a expedio do alvar de soltura ou de contramandado de priso.b)Caso o paciente esteja preso por mais tempo do que a lei determina, o pedido deve ser a liberdade do paciente com a expedio do alvar de soltura.c)Na hiptese do art. 548, VIII, do CPP (coao ordenada por auto-ridadeincompetente),pede-sealiberdade(ouasuamanuteno, se estiver solto) com a expedio de alvar de soltura ou de contra-mandado de priso.d)Se j no houver o motivo que ensejou a coao, pede-se a liberdade do paciente com a expedio do alvar de soltura ou do contraman-dado de priso, conforme o caso.e)Se for negada a fana, quando cabvel, pede-se o seu arbitramento com a expedio de alvar de soltura ou contramandado de priso, se pertinente for.f )Quando o processo for manifestamente nulo, pede-se a anulao da ao, de acordo com o momento processual da nulidade (a partir do ato viciado ou ab initio). Se a nulidade for somente da sentena, esse deve ser o pedido. Juntamente com esse pedido, pode-se reque-PRTICA JURDICA IFGV DIREITO RIO35rer a revogao da priso com a expedio do alvar de soltura ou de contramandado de priso.g)Se houver extino da punibilidade, pede-se a decretao da mes-ma.Sehouvernecessidade,conformeocaso,cumulativamente com esse pedido, pode-se requerer a revogao da priso com a ex-pedio do alvar de soltura ou de contramandado de priso.h)NocasodeHCpreventivo,pede-se,almdopedidogenrico,a expedio de um salvo-conduto.Em qualquer caso de HC, h possibilidade de pedido liminar sempre que houver a presena do fumus boni iuris e o periculum in mora.PRTICA JURDICA IFGV DIREITO RIO36EXERCCIOS32 EXAME DE ORDEM 2 FASE PENALPea processualLcio,policialfederalacusadodeextorquir,noexercciodesuasfunes, determinada quantia em dinheiro de servidor pblico federal, encontra-se tem-porariamente preso h 15 dias, por deciso do juzo da 41. Vara Criminal da Comarca da Capital do Rio de Janeiro, lavrada nos seguintes termos: Os autos do inqurito policial autorizam a suspeita de participao do indiciado Lcio na prtica do crime de extorso (art. 158, caput, do CP). Dessa forma, tendo em vis-ta a grande comoo causada pelo crime na sociedade, assim como a necessidade de salvaguarda da imagem do Poder Judicirio ante a opinio pblica, como r-go responsvel pela poltica de segurana pblica, decreto a priso temporria do indiciado, pelo prazo de 30 dias. Expea-se mandado de priso em seu desfavor.Como advogado de Lcio, redija a pea processual adequada ao caso, in-vocando todos os fundamentos jurdicos relevantes situao apresentada.1 questoFlvio foi denunciado pelo Ministrio Pblico pela prtica do crime a que se refere o artigo 302 da Lei n. 9.503/1997. Segundo a denncia, a causa do crime foi conduta imprudente de Flvio, que trafegava em velocidade muito superior velocidade mxima permitida no local do crime. Ao receber os autos conclusos para sentena, o juiz imediatamente condenou Flvio, com base em depoimento judicial, por conduta negligente, consubstanciada na ausncia de manuteno de seu automvel nas condies ideais de segurana. A decisotransitou em julgado para o Ministrio Pblico. O advogado de Flvio po-ca apelou da sentena com fundamento exclusivo na insufcincia das provas para a condenao.Considerando essa situao hipottica, responda, de forma fundamenta-da, s seguintes perguntas.a)A sentena dada pelo juiz vlida? Por qu?b)Na sustentao oral do apelo interposto junto ao Tribunal, qual seria o pedido a ser formulado na tribuna pelo advogado de Flvio? Por qu?PRTICA JURDICA IFGV DIREITO RIO372 questoCaio foi denunciado pelo Ministrio Pblico Federal pela suposta prtica dos crimes tipifcados no artigo 1, III, da Lei n. 8.137/1990, e no artigo 297 do Cdigo Penal, em concurso material (artigo 69 do CP). Segundo nar-ra essa denncia, Caio teria emitido nota fscal falsa, utilizando-a para reduzir tributo por ele devido, o que causou ao errio prejuzo no valor de R$ 20,00.Tal falsidade foi considerada grosseira pelos auditores fscais, que a detec-taramprimeiravista,lavrandoautodeinfrao,quefoiimpugnadoad-ministrativamente,nohavendoathojedecisodefnitivanaesferafscal acerca da constituio do crdito tributrio.Na qualidade de advogado constitudo por Caio, exponha, de forma fun-damentada,todasastesesdefensivasquepodemserinferidasdasituao hipottica apresentada.3 questoLuiz, mdico cirurgio, realizou inciso abdominal em Lenidas. Aps o procedimento cirrgico, o paciente, como de praxe, foi encaminhado ao cen-trodetratamentointensivo(CTI)paraacompanhamentops-operatrio, onde permaneceu sob os cuidados de Dulio, mdico responsvel pelo CTI do hospital. Dulio, no entanto, resolveu ir ao Maracan para assistir fnal do campeonato estadual. Para tanto, deixou o paciente aos cuidados da m-dica Sandra, membro de sua equipe h mais de cinco anos e a quem conhe-cia por sua competncia e experincia. Sandra, ento, reconheceu Lenidas como autor de um estupro de que fora vtima.Alimentada por sentimento de vingana, Sandra colocou em uma ampola remdio letal e a entregou enfermeira Poliana, sob o argumento de que se tratavaderemdiocurativo,quedeveriaserimediatamenteministradoao paciente. Lenidas veio a falecer em virtude da droga letal.Considerando a situao hipottica apresentada, responda seguinte per-gunta. Quais seriam, respectivamente, as teses defensivas dos advogados de Luiz, Dulio, Sandra e Poliana?PRTICA JURDICA IFGV DIREITO RIO384 questoElisa, inconformada com o fato de ter sido abandonada no altar por Jorge, contratou um detetive particular para descobrir se o seu ex-noivo tinha uma amante. Passados sete meses, Elisa obteve a confrmao de que Jorge vinha mantendo relao amorosa com Ana, com quem, inclusive, estava residindo.Transtornada,imediatamenteapsterrecebidoanotcia,Elisaescreveu uma carta para Jorge, referindo-se a Ana como destruidora de lares, meretriz e interesseira.Ao chegar em casa, Ana viu a carta sobre a cmoda e, antes que Jorge a tivesse aberto, decidiu viol-la, a fm de ler o que Elisa havia escrito. Ao se deparar com as referncias desairosas feitas na correspondncia, Ana decidiu oferecer queixa-crime contra Elisa, imputando-lhe a prtica do crime de in-jria, instruindo-a apenas com a carta escrita pela querelada.Combasenessasituaohipottica,responda,deformafundamentada, seguintepergunta:ainicialacusatriaaptaadarincioaumprocesso criminal?5 questoO Ministrio Pblico denunciou Jos, imputando-lhe a prtica do crime previsto no artigo 213, combinado com o artigo 224, alnea a, ambos do C-digo Penal. A denncia foi feita porque Jos manteve conjuno carnal com Maria, ento com treze anos de idade, em troca de pagamento em dinheiro. No curso da instruo processual, apurou-se que Maria, apesar da pouca ida-de, era pessoa esclarecida em matria sexual, possua boa situao fnanceira, pois se prostitua desde os onze anos e, antes da cpula, contou a Jos a sua idade real.Na qualidade de advogado de defesa constitudo por Jos, exponha, fun-damentadamente, todas as teses defensivas que podem ser inferidas da situa-o hipottica apresentada.33 EXAME DE ORDEM 2 FASE PENALPea processualEm 7/8/2005, Caio foi condenado, pelo Juzo da 9 Vara Federal Criminal da Seo Judiciria do Rio de Janeiro, a pena de dois anos de recluso e multa pela prtica do crime previsto no artigo 171, 3, do Cdigo Penal, porque teriarecebido,fraudulentamente,benefcioprevidencirio,novalordeR$ 5.000,00, em prejuzo do INSS, por meio de saque da quantia no caixa ban-PRTICA JURDICA IFGV DIREITO RIO39crio, com o uso de documento de identidade que pertencia a benefcirio j falecido. O fato ocorreu em 8/5/2004. A sentena determinou o cumprimen-to da pena em regime aberto, negando expressamente a sua substituio por pena restritiva de direitos por considerar que o ru no preenchia o requisito do artigo 44, III, do Cdigo Penal, por se encontrar indiciado em outros in-quritos por fatos anlogos. O apelo interposto pela defesa de Caio teve pro-vimento negado pela 3 Turma do Tribunal Regional Federal da 2 Regio, pormaioriadevotos.Naocasio,restouvencidoodesembargadorfederal Tcio, que (A) acolhia a preliminar de nulidade da sentena pela ausncia de exame pericial no documento utilizado por Caio; (B) no mrito, reformava a sentena condenatria para absolver Caio por insufcincia de provas para a condenao, a qual foi baseada no testemunho judicial da autoridade policial que ofciou na fase do inqurito, informando ter chegado a Caio por meio de denncia annima, corroborada por confsso policial, sendo certo que Caio foi submetido pelo juzo a reconhecimento pelo caixa do banco, de acordo com o procedimento previsto no artigo 226 do Cdigo de Processo Penal, que restou negativo; (C) autorizava a substituio da pena por pena restriti-va de direitos, mesmo havendo na folha de antecedentes criminais de Caio diversas anotaes relativas a inquritos policiais, em andamento, por outras fraudes contra o INSS.Redija a pea processual adequada situao descrita, invocando todos os fundamentos jurdicos pertinentes. Ao fnal, assine como advogado, utilizan-do o nome Jos da Silva, inscrio OAB/RJ 0001.1 questoO astucioso Joo, pretendendo que seu desafeto Carlos levasse uma surra em razo de desentendimentos anteriores, induziu-o a agredir lvaro, pessoa queJoosabiaserextraordinariamenteforte,truculentaeversadaemartes marciais.Carlos,ento,tentouagredirlvarocomsocos,masfoirepelido com um nico golpe que o derrubou e lhe causou traumatismo craniencef-lico, o que resultou em risco de morte. A inteno de Joo foi a de lesionar Carlos, em nenhum momento assumindo o risco de produzir a sua morte.Considerando a situao hipottica narrada, esclarea, citando os institu-tos jurdico-penais pertinentes, se houve:a)a prtica de algum crime por parte de Joo;b)concurso de agentes, na hiptese.PRTICA JURDICA IFGV DIREITO RIO402 questoIagoeOteloassociaram-seepromoveramaintroduo,noPas,de 100.000 pacotes de cigarros destinados exclusivamente exportao. Os ci-garrosforamadquiridosnoParaguaidoimportadorHamlet.IagoeOtelo cruzaram a fronteira na cidade de Foz do Iguau PR, onde venderam a mer-cadoria para Desdmona, pelo valor de R$ 1.000.000,00. Apurou-se, tam-bm, que Iago guardara, dentro de um cofre, em sua casa, os R$ 500.000,00 que lhe couberam, ao passo que Otelo depositara R$ 250.000,00 na conta corrente de sua namorada e comprara aes de empresas de energia, petrleo e minerao, no valor de R$ 250.000,00. Essas aes foram, posteriormente, trocadas por um apartamento na Tijuca, registrado em nome de um primo de Otelo.Considerandoasituaohipotticaacima,esclarea,deformajuridica-mente fundamentada:a)quais foram os crimes praticados por Iago e Otelo;b)qual o juzo criminal competente para processar e julgar os fatos descritos.3 questoHattori Hanzo teve decretada sua priso temporria no curso de um in-qurito em que se investigava o crime de sonegao fscal (artigo 1 da Lei 8.137/90) praticado por uma quadrilha de fraudadores. Segundo os policiais que realizaram a investigao, Hattori Hanzo era o intermedirio da quadri-lha,aquelequecaptavaclientelainteressadaembenefciar-sedasfraudese contatava os servidores pblicos responsveis por implementar a fraude nos sistemas de dados do INSS.Ao ser preso, Hattori Hanzo foi interrogado pela autoridade policial, oca-sio em que se recusou a prestar depoimento, invocando seu direito consti-tucional de permanecer em silncio. Passados quinze dias da priso, a auto-ridade policial no lograra obter nenhuma prova do crime nem indcios da autoria de outros criminosos. Assim, no dcimo quinto dia, a autoridade po-licial retornou cela de Hattori Hanzo e indagou-lhe se pretendia continuar a exercer seu direito de calar ou preferia prestar novo depoimento e colaborar com a justia. Hattori Hanzo prestou um novo depoimento, no qual confes-sou as fraudes que praticara, apontando, inclusive, os co-autores. Com base nessedepoimento,foramfeitasnovasinvestigaes,descobrindo-seprovas que no teriam sido descobertas sem que Hattori Hanzo tivesse colaborado com sua confsso.PRTICA JURDICA IFGV DIREITO RIO41Considerandoasituaohipotticaacimanarrada,responda,deforma juridicamente fundamentada, aos seguintes questionamentos.a) vlido o segundo depoimento prestado em sede policial por Hat-tori Hanzo?b)As provas obtidas podero servir de suporte ao oferecimento de de-nncia contra os outros co-autores do crime?4 questoJoo foi condenado a 12 anos de recluso pela prtica de crime de homic-dio doloso qualifcado contra a vtima Paulo e a dois meses de deteno pela prtica do crime de leso corporal culposa contra a vtima Maria, ambos os fatosresultantesdaexplosodeumabombacaseiradetonadaporJoo.O magistrado, ao proferir seu decreto condenatrio, fez incidir a norma estam-pada no caput do artigo 70 do Cdigo Penal, tornando a pena de Joo def-nitiva, em 14 anos de priso. Para tanto, ele usou o seguinte critrio: 12 anos pelo cometimento do crime de homicdio, aumentados em 1/6, em razo da regra do caput do artigo 70 do Cdigo Penal.Na condio de advogado contratado para elaborar as razes de apelao de Joo, exponha, de forma juridicamente fundamentada, tese defensiva no que diz respeito unicamente ao quantum de pena aplicado.5 questoLear possui trs flhas Goneril, Regan e Cordlia , que, encontrando-se com ele em local pblico, no dia 5/3/2007, chamaram-no, em razo de desa-venasfamiliares,deserdado,p-de-chinelo,p-rapado,napresenade outras pessoas. Lear, inconformado com as ofensas assacadas contra si, consti-tuiu advogado que ajuizou queixa-crime, no dia 5/9/2007, contra todas as trs flhas de Lear, imputando-lhes o crime de injria (artigo 140 do Cdigo Penal).Durante a fase de instruo processual, Lear celebrou suas bodas de ouro matrimoniaiscomgrandefesta,paraaqualconvidousomenteGonerile Regan. A primeira aceitou o convite, comparecendo ao evento e se reconci-liando com o pai. A segunda no aceitou o convite, tendo optado por manter rompidas suas relaes com Lear.Na qualidade de advogado constitudo por Cordlia, exponha, de forma juridicamentefundamentada,asduastesesjurdicasdefensivasquepodem ser inferidas do enunciado da questo.PRTICA JURDICA IFGV DIREITO RIO4234 EXAME DE ORDEM 2 FASE PENALPea processualO Ministrio Pblico ofereceu denncia contra Alexandre Silva, brasilei-ro, casado, taxista, nascido em 21/01/1986, pela prtica de infrao prevista no art. 121, caput, do CP.Consta,nadenncia,que,nodia10/10/2006,aproximadamentes21 horas,emviapblicadacidadedeBrasliaDF,oacusadoteriaefetuado um disparo contra a pessoa de Filipe Santos, que, em razo dos ferimentos, veio a bito.No laudo de exame cadavrico acostado aos autos, os peritos do Instituto Mdico Legal registraram a seguinte concluso: morte decorrente de anemia aguda, devido a hemorragia interna determinada por transfxao do pulmo por ao de instrumento perfurocontundente (projtil de arma de fogo).Consta da folha de antecedentes penais de Alexandre, um inqurito poli-cial por crime de porte de arma, anterior data dos fatos e ainda em apurao.No interrogatrio judicial, o acusado afrmou que, no horrio dos fatos, encontrava-se em casa com sua esposa e dois flhos; que s saiu por volta das 22 horas para comprar refrigerante, oportunidade em que foi preso quando adentrava no bar; que conhecia a vtima apenas de vista; que no responde a nenhum processo.Na instruo criminal, Paulo Costa, testemunha arrolada pelo Ministrio Pblico, em certo trecho do seu depoimento, disse que era amigo de Filipe, que aparentemente a vtima no tinha inimigos; que deve ter sido um assal-to; que estava a aproximadamente cinqenta metros de distncia e no viu o rosto da pessoa que atirou em Filipe, mas que certamente era alto e forte, da mesma compleio fsica do acusado; que no tem condies de reconhecer com certeza o ora acusado.AndrGomes,tambmarroladopelaacusao,dissequeanoiteestava muito escura e o local no tinha iluminao pblica; que estava prximo da vtima, mas havia bebido; que hoje no tem condies de reconhecer o autor dos disparos, mas tem a impresso de que o acusado tinha o mesmo porte fsico do assassino.Breno Oliveira, policial militar, testemunha comum, afrmou que prendeu o acusado porque ele estava prximo ao local dos fatos e suas caractersticas fsicas correspondiam descrio dada pelas pessoas que teriam presenciado os fatos; que, pela descrio, o autor do disparo era alto, forte, moreno claro, vestia cala jeans e camiseta branca; que o cu estava encoberto, o que deixava a rua muito escura, principalmente porque no havia iluminao pblica; que, na delegacia, o acusado permaneceu em silncio; que a arma do crime no foi encontrada.PRTICA JURDICA IFGV DIREITO RIO43Mara Silva, esposa de Alexandre, arrolada pela defesa, confrmou, em seu depoimento, que o marido permanecera em casa a noite toda, s tendo sado para comprar refrigerante, oportunidade em que foi preso e no mais voltou para casa; que s tomou conhecimento da acusao na delegacia e, de ime-diato, disse ao delegado que aquilo no era possvel, mas este no acreditou; que o acusado vestia cala e camiseta clara no dia dos fatos; que Alexandre um bom marido, trabalhador e excelente pai.Aps a audincia, o juiz abriu vista dos autos ao Ministrio Pblico, que requereu a pronncia do ru nos termos da denncia.Com base na situao hipottica apresentada, redija, na qualidade de ad-vogadodeAlexandre,apeaprocessual,privativadeadvogado,pertinente defesa do ru; inclua a fundamentao legal e jurdica, explore a tese de-fensiva cabvel nesse momento processual e date a petio no ltimo dia do prazo para protocolo, considerando que a intimao ocorra no dia 3/3/2008, segunda-feira.1 questoJosfoipresoemfagrantepelaprticadecrimederoubo.Concludo no prazo previsto em lei, o inqurito policial foi encaminhado ao juiz, que considerou a priso em fagrante legal e remeteu-o ao Ministrio Pblico. O representantedoMinistrioPblico,apsdezdiasdevistas,noofereceu denncia, tendo solicitado que os autos fossem encaminhados delegacia de polcia para o cumprimento de mais diligncias. O requerimento foi deferido pelo juiz, que manteve a priso de Jos.Considerandoasituaohipotticaacima,redijaumtextodissertativo, avaliandoalegalidadedaprisodeJoseindicando,justifcadamente,que medida judicial seria a mais adequada para impugnar essa priso.2 questoPedro,nascidonodia16/10/1980,foiindiciadopelasubtraodeum automvel Fiat, no valor de R$ 7.000,00, que foi vendido em outro estado daFederao.Ofatoocorreuem20/8/2001.Adennciafoirecebidaem 25/10/2007, imputando a Pedro a prtica da conduta descrita no art. 155, 5, do CP. O interrogatrio judicial ocorreu um ms depois, na presena dodefensor,oportunidadeemquePedronegouaautoriadodelito,tendo indicado sua sogra como testemunha. Foi dada vista dos autos defesa para se manifestar no prazo legal.Considerando a situao hipottica apresentada, redija um texto disserta-tivo, indicando:PRTICA JURDICA IFGV DIREITO RIO44a)a pea, privativa de advogado, que deve ser apresentada;b)a preliminar que deve ser argida, com a devida justifcativa.3 questoJlio foi condenado a doze anos de recluso em regime integralmente fe-chado, pela prtica de homicdio qualifcado pela torpeza. Apenas a defesa do acusado recorreu, por entender que a deciso dos jurados foi manifestamente contrria prova dos autos. O tribunal ad quem deu provimento ao recurso e determinou que Jlio fosse submetido a novo jri.Com base na situao hipottica apresentada e no princpio constitucional da soberania dos veredictos, redija, na qualidade de advogado de Jlio, um texto,orientando-oarespeitodaaplicaodoprincpiononreformatioin pejus, no novo julgamento, em relao aos jurados e ao juiz presidente.4 questoMaria, primria e com bons antecedentes, aps encontrar na rua uma fo-lha de cheque em branco pertencente a Joaquim, dirigiu-se a uma loja de ele-trodomsticos, onde, mediante falsifcao da assinatura no cheque, adquiriu diversos aparelhos eletroeletrnicos no valor de R$ 3.000,00, tendo retirado os objetos no momento da compra.Com base na situao hipottica descrita, tipifque a conduta de Maria e aponte o procedimento processual penal cabvel espcie.5 questoCarlos lesionou Messias em uma briga. Os dois foram conduzidos dele-gacia de polcia, que os encaminhou ao Juizado Especial Criminal. Frustrada aconciliao,MessiasapresentourepresentaocriminalcontraCarlos.O representante do Ministrio Pblico fez a proposta de transao penal, que no foi aceita. A ao penal foi iniciada e, ao fnal, Carlos foi absolvido por ter agido em legtima defesa prpria. A deciso transitou em julgado. Passa-dos dois meses, Carlos recebeu um mandado de citao relativo a processo em curso junto ao tribunal do jri, no qual a denncia narra o mesmo fato, Messias, fgurando como vtima e a acusao de tentativa de homicdio.Com base na situao hipottica apresentada, redija um texto dissertativo, especifcando:PRTICA JURDICA IFGV DIREITO RIO45a)aprovidncia,privativadeadvogado,quedeveseradotadanesse processo pelo advogado de Carlos e seu fundamento;b)os requisitos e a conseqncia do acolhimento dessa medida.35 EXAME DE ORDEM PENALPea processualMariano Pereira, brasileiro, solteiro, nascido em 20/1/1987, foi denuncia-do pela prtica de infrao prevista no art. 157, 2., incisos I e II, do Cdi-go Penal, porque, no dia 19/2/2007, por volta das 17 h 40 min, em conjunto com outras duas pessoas, ainda no identifcadas, teria subtrado, mediante o emprego de arma de fogo, a quantia de aproximadamente R$ 20.000,00 de agncia do banco Zeta, localizada em Braslia DF.Constanadennciaque,nodiadosfatos,osautoressedirigiramato local e convenceram o vigia a permitir sua entrada na agncia aps o horrio de encerramento do atendimento ao pblico, oportunidade em que anuncia-ram o assalto.Alm do vigia, apenas uma bancria, Maria Santos, encontrava-se no local e entregou o dinheiro que estava disponvel, enquanto Mariano, o nico que estavaarmado,apontavasuaarmaparaovigia.Fugiramemseguidapela entrada da agncia.Duranteoinqurito,ovigia,ManoelAlves,foiouvidoedeclarou:que abriuaportaporqueumdosladresdissequeerairmodafuncionria; que, aps destravar a porta e o primeiro ladro entrar, os outros apareceram e no conseguiu mais travar a porta; que apenas um estava armado e fcou apontando a arma o tempo todo para ele; que nenhum disparo foi efetuado nem sofreram qualquer violncia; que levaram muito dinheiro; que a agncia estava sendo desativada e no havia muito movimento no local.O vigia fez retrato falado dos ladres, que foi divulgado pela imprensa, e, porintermdiodeumadennciaannima,apolciaconseguiuchegarat Mariano. O vigia Manoel reconheceu o indiciado na delegacia e faleceu antes de ser ouvido em juzo.Regularmente denunciado e citado, em seu interrogatrio judicial, acom-panhadopeloadvogado,Marianonegouaautoriadodelito.Adefesano apresentou alegaes preliminares.Durante a instruo criminal, a bancria Maria Santos afrmou: que no consegue reconhecer o ru; que fcou muito nervosa durante o assalto porque PRTICA JURDICA IFGV DIREITO RIO46tem depresso; que o assalto no demorou nem 5 minutos; que no houve violncia nem viu a arma; que o Sr. Manoel faleceu poucos meses aps o fato;que ele fez o retrato falado e reconheceu o acusado; que o sistema de vi-gilncia da agncia estava com defeito e por isso no houve flmagem; que o sistema no foi consertado porque a agncia estava sendo desativada; que o Sr. Manoel era meio distrado e ela acredita que ele deixou o primeiro ladro entrar por boa f; que sempre fcava at mais tarde no banco e um de seus 5 irmos ia busc-la aps as 18 h; que, por fcar at mais tarde, muitas vezes fechava o caixa dos colegas, conferia malotes etc.; que a quantia levada foi de quase vinte mil reais.O policial Pedro Domingos tambm prestou o seguinte depoimento em juzo: que o retrato falado foi feito pelo vigia e muito divulgado na imprensa; que, por uma denncia annima, chegaram at Mariano e ele foi reconhe-cido; que o ru negou participao no roubo, mas no explicou como com-prouumamotonovavistajqueestdesempregado;queosassaltantes provavelmente vigiaram a agncia e notaram a pouca segurana, os horrios e hbitos dos empregados do banco Zeta; que no recuperaram o dinheiro; que nenhuma arma foi apreendida em poder de Mariano; que os outros autores no foram identifcados; que, pela sua experincia, tem plena convico da participao do acusado no roubo.Na fase de requerimento de diligncias, a folha de antecedentes penais do ru foi juntada e consta um inqurito em curso pela prtica de crime contra o patrimnio.Na fase seguinte, a acusao pediu a condenao nos termos da denncia.Emfacedasituaohipotticaapresentada,redija,naqualidadede advogado(a) de Mariano, a pea processual, privativa de advogado, pertinen-te defesa do acusado. Inclua, em seu texto, a fundamentao legal e jur-dica, explore as teses defensivas possveis e date no ltimo dia do prazo para protocolo, considerando que a intimao tenha ocorrido no dia 23/6/2008, segunda-feira.1 questoAsplnio, funcionrio pblico federal, no horrio de expediente, solicitou a Tarso a quantia de R$ 2.000,00, em espcie, como condio para extraviar autos de processo criminal. Nesse momento, Asplnio foi preso em fagrante, antes de extraviar o processo que se encontrava na seo onde est lotado.Sabe-se, ainda, que Asplnio primrio e tem bons antecedentes.Com base na situao hipottica apresentada, responda, de forma funda-mentada, s perguntas a seguir.PRTICA JURDICA IFGV DIREITO RIO47a)Asplnio cometeu crime afanvel?b)Que pedido, privativo de advogado, deve ser formulado para Aspl-nio ser solto?2 questoLaurofoidenunciadoe,posteriormente,pronunciadopelaprticados crimes previstos no art. 121, 2., incisos II e IV, em concurso material com o art. 211, todos do Cdigo Penal Brasileiro (CPB). Em 24/6/2008, Lauro foi regularmente submetido a julgamento perante o tribunal do jri. A tese denegativadeautorianofoiacolhidapeloconselhodesentenaeLauro foi condenado pelos dois crimes, tendo o juiz fxado a pena em 16 anos pelo homicdio qualifcado e, em 3 anos, pela ocultao de cadver. O Ministrio Pblico no recorreu da deciso. A defesa fcou inconformada com o resul-tado do julgamento, por entender que havia prova da inocncia do ru em relao aos dois crimes e que a pena imposta foi injusta.Considerando a situao hipottica apresentada, indique, com os devidos fundamentos jurdicos:a)o recurso cabvel defesa de Lauro;b)a providncia jurdica cabvel na hiptese de o juiz denegar o recurso.3 questoEm 11/1/2008, Celso foi preso em fagrante pela prtica do crime previsto no art. 213 do Cdigo Penal. Regularmente processado, foi condenado a 6 anos de recluso, em regime inicialmente fechado. Somente a defesa recorreu da deciso e, logo aps a interposio do recurso, Celso fugiu da priso.Considerando essa situao hipottica, redija um texto dissertativo acerca dasituaoprocessualdeCelso,indicando,comadevidafundamentao legal e com base nos princpios constitucionais:a)o recurso interposto pela defesa;b)a possibilidade de conhecimento e de julgamento do recurso inter-posto em face da fuga de Celso.4 questoJos acusado da prtica de pedoflia. Na denncia, o Ministrio Pblicoarrolou, entre as testemunhas, Jlia, me de uma das vtimas. H notcia nos autos de que algumas mes recebiam dinheiro ou drogas para permitir que PRTICA JURDICA IFGV DIREITO RIO48as vtimas se encontrassem com o acusado. Durante a oitiva de Jlia, testemu-nha compromissada, o promotor de justia fez perguntas acerca de seu poss-vel conhecimento e consentimento em relao aos fatos narrados na denncia.Considerando a situao hipottica apresentada, responda, de forma funda-mentada, se Jlia obrigada a responder s perguntas formuladas pela acusa-o, abordando, necessariamente, o fato de ela ser testemunha compromissada.5 questoO detento Getlio envolveu, com fo eltrico, o pescoo de Paulo Tirso, policialmilitarquetrabalhanocomplexopenitencirio,eoameaoucom estilete, exigindo ser transferido do pavilho A para o pavilho B.Emfacedasituaohipotticaapresentada,responda,fundamentada-mente, s seguintes perguntas:a)Que crime foi praticado pelo detento Getlio?b)Que procedimento/rito processual deve ser observado?36 EXAME DE ORDEM 2 FASE PENALPea processualOdilon Coutinho, brasileiro, com 71 anos de idade, residente e domicilia-do em Rio Preto da Eva AM, foi denunciado pelo Ministrio Pblico, nos seguintes termos:No dia 17 de setembro de 2007, por volta das 19 h 30 min, na cidade e comarca de Manaus AM, o denunciado, Odilon Coutinho, juntamente com outro no identifcado, imbudos do propsito de assenhoreamento de-fnitivo, quebraram a janela do prdio onde funciona agncia dos Correios e de l subtraram quatro computadores da marca Lunation, no valor de R$ 5.980,00; 120 caixas de encomenda do tipo 3, no valor de R$ 540,00; e 200 caixas de encomenda do tipo 4, no valor de R$ 1.240,00 (cf. auto de avalia-o indireta s fs.).Assim agindo, incorreu o denunciado na prtica do art. 155, 1. e 4., incs. I e IV, do Cdigo Penal (CP), combinado com os arts. 29 e 69, todos doCP,motivopeloqualoferecidaapresentedenncia,requerendo-seo processamento at fnal julgamento.O magistrado recebeu a exordial em 1. de outubro de 2007, acolhendo a imputao em seus termos. Aps o interrogatrio e a confsso de Odilon PRTICA JURDICA IFGV DIREITO RIO49Coutinho, ocorridos em 7 de dezembro de 2007, na presena de advogado ad hoc, embora j houvesse advogado constitudo no intimado para o ato, a instruo seguiu, fase em que o magistrado, alegando que o fato j estava sufcientemente esclarecido, no permitiu a oitiva de uma testemunha arro-lada, tempestivamente, pela defesa. O policial Jediel Soares, responsvel pelo monitoramento das conversas telefnicas de Odilon, foi inquirido em juzo, tendoesclarecidoque,inicialmente,aescutatelefnicaforarealizadapor conta, segundo ele, porque havia diversas denncias annimas, na regio de Manaus, acerca de um sujeito conhecido como Vov, que invadia agncias dos Correios com o propsito de subtrair caixas e embalagens para us-las no trfco de animais silvestres. Jediel e seu colega Nestor, nas diligncias por eles efetuadas, suspeitaram da pessoa de Odilon, senhor de longa barba branca, e decidiram realizar a escuta telefnica.Superada a fase de alegaes fnais, apresentadas pelas partes em fevereiro de 2008, os autos foram conclusos para sentena, em maro de 2008, tendo o magistrado, com base em toda a prova colhida, condenado o ru, de acordo com o art. 155, 1. e 4., incs. I e IV, do CP, pena privativa de liberdade de 8 anos de recluso (a pena-base foi fxada em 5 anos de recluso), cumula-da com 30 dias-multa, no valor de 1/30 do salrio mnimo, cada dia. Fixou, ainda,paraOdilonCoutinho,ruprimrio,oregimefechadodecumpri-mento de pena. O Ministrio Pblico no interps recurso.Emfacedasituaohipotticaacimaapresentada,naqualidadede advogado(a) constitudo(a) de Odilon Coutinho, e supondo que, intimado(a) dasentenacondenatria,voctenhamanifestadoseudesacordoemrela-o aos termos da referida deciso e que, em 13 de outubro de 2008, tenha sido intimado(a) a apresentar as razes de seu inconformismo, elabore a pea processualcabvel,endereando-aaojuzocompetente,enfrentandotodas as matrias pertinentes e datando o documento no ltimo dia do prazo para apresentao.1 questoPietro, acusado de ter atropelado fatalmente Jlia, esposa de Maurcio, foi absolvido, aps o regular trmite processual, por falta de provas da autoria. Inconformado,Maurciocontinuouainvestigarofatoe,cercadeumano aps o trnsito em julgado da deciso, conseguiu reunir novas provas da au-toria de Pietro.Considerandoasituaohipotticaapresentada,naqualidadede advogado(a) consultado(a) por Maurcio, elabore parecer acerca da possibi-lidadedeMaurciosehabilitarcomoassistentedaacusaoedePietroser novamente processado.PRTICA JURDICA IFGV DIREITO RIO502 questoIvan,CaioeLuiz,reunidosnaresidnciadeCaio,emSoJosPR, planejaram subtrair, mediante grave ameaa, bens e valores da agncia de um banco privado localizado em Piraquara PR. Para tanto, ainda em So Jos, adquiriram armas de uso restrito e, na cidade de Curitiba PR, subtraram, sem grave ameaa ou violncia pessoa, o automvel que, posteriormente, foi utilizado durante a ao.Consumado o crime, os agentes foram presos em fagrante, aps persegui-o policial, no municpio de Quatro Barras PR.Considerando a situao hipottica acima apresentada e supondo que to-dos os municpios mencionados sejam sede de comarca da justia estadual, responda, com o devido fundamento legal, s perguntas a seguir.a)Que crimes cometeram Ivan, Caio e Luiz?b)Qual o juzo competente para julg-los?3 questoEnilton,brasileiro,com23anosdeidade,casado,previamentecombi-nado com Lcia, brasileira, solteira, com 19 anos de idade, e tendo contado com o apoio efetivo desta, enganou Sofa, brasileira, com13 anos de idade, dizendo-se curandeiro, e, a pretexto de cur-la de uma suposta sncope, com ela manteve conjuno carnal consentida, o que acarretou a perda da virgin-dade da adolescente.Ato contnuo, enquanto Lcia segurava a adolescente, Enilton, contra a vontadedagarota,praticavavriosatoslibidinososdiversosdaconjuno carnal, o que provocou, embora inexistente a inteno de lesionar, a incapa-cidade de Sofa, por mais de 30 dias, para as ocupaes habituais.Considerando a situao hipottica apresentada, tipifque a(s) conduta(s) de Enilton e Lcia.4 questoJos, policial militar responsvel pelo controle do trnsito, abordou Gon-alo, pedindo-lhe que retirasse o veculo da via por este estar mal estacionado, oportunidade em que Gonalo retrucou-lhe: Quero ver o militarzinho bor-ra-botas que homem para me fazer tirar o carro!. Jos conduziu Gonalo at a delegacia mais prxima, onde a autoridade efetuou os procedimentos cabveis e encaminhou as partes para o juzo criminal competente. Na audi-PRTICA JURDICA IFGV DIREITO RIO51ncia preliminar, Gonalo confrmou as ofensas proferidas e pediu desculpas a Jos, que as aceitou, ocorrendo a conciliao nos termos previstos em lei.Em face da situao hipottica apresentada e considerando que Gonalo no tenha antecedentes criminais, responda, de forma fundamentada, s per-guntas a seguir.a)Que crime Gonalo praticou?b)Em face do crime praticado, o representante do Ministrio Pblico tem legitimidade para tomar alguma providncia legal?5 questoPenlope,grvidade6meses,foiatingidapordisparodearmadefogo efetuado por Teobaldo, cuja inteno era matar a gestante e o feto. Socorrida porpopulares,avtimafoilevadaaohospitale,emdecorrnciadasleses sofridas,perdeuorimdireito.Oprodutodaconcepoveioaomundoe, alguns dias depois, em virtude dessas circunstncias, morreu.Considerando a situao hipottica apresentada, tipifque a(s) conduta(s) de Teobaldo.37 EXAME DE ORDEM 2 FASE PENALPea processualAlessandro, de 22 anos de idade, foi denunciado pelo Ministrio Pblico como incurso nas penas previstas no art. 213, c/c art. 224, alnea b, do C-digo Penal, por crime praticado contra Geisa, de 20 anos de idade. Na pea acusatria, a conduta delitiva atribuda ao acusado foi narrada nos seguintes termos:No ms de agosto de 2000, em dia no determinado, Alessandro dirigiu-se residncia de Geisa, ora vtima, para assistir, pela televiso, a um jogo de futebol. Naquela ocasio, aproveitando-se do fato de es-tarasscomGeisa,odenunciadoconstrangeu-aamantercomele conjuno carnal, fato que ocasionou a gravidez da vtima, atestada em laudo de exame de corpo de delito. Certo que, embora no se tenha valido de violncia real ou de grave ameaa para constranger a vtima a com ele manter conjuno carnal, o denunciando aproveitou-se do fato de Geisa ser incapaz de oferecer resistncia aos seus propsitos libidi-nosos assim como de dar validamente o seu consentimento, visto que defciente mental, incapaz de reger a si mesma.PRTICA JURDICA IFGV DIREITO RIO52Nos autos, havia somente a pea inicial acusatria, os depoimentos pres-tadosnafasedoinquritoeafolhadeantecedentespenaisdoacusado.O juizda2. VaraCriminaldoEstadoXXrecebeuadennciaedeterminou a citao do ru para se defender no prazo legal, tendo sido a citao efeti-vada em 18/11/2008. Alessandro procurou, no mesmo dia, a ajuda de um profssional e outorgou-lhe procurao ad juditia com a fnalidade especfca de ver-se defendido na ao penal em apreo.Disse,ento,aseuad-vogado que no sabia que a vtima era defciente mental, que j a namorava havia algum tempo, que sua av materna, Romilda, e sua me, Geralda, que moram com ele, sabiam do namoro e que todas as relaes que manteve com a vtima eram consentidas. Disse, ainda, que nem a vtima nem a famlia dela quiseram dar ensejo ao penal, tendo o promotor, segundo o ru, agido porcontaprpria.Porfm,Alessandroinformouquenohaviaqualquer prova da debilidade mental da vtima.Emfacedasituaohipotticaapresentada,redija,naqualidadede advogado(a) constitudo(a) pelo acusado, a pea processual, privativa de ad-vogado, pertinente defesa de seu cliente. Em seu texto, no crie fatos novos, inclua a fundamentao legal e jurdica, explore as teses defensivas e date o documento no ltimo dia do prazo para protocolo.1 questoRoberto e outras pessoas organizaram e participaram da marcha da ma-conha, passeata com o objetivo de conscientizar parlamentares a respeito da tesededescriminalizaodousodessasubstnciaentorpecente.Nodiada passeata, policiais militares prenderam Roberto em fagrante, tendo o delega-do o indiciado pela prtica de apologia ao crime.Considerandoasituaohipotticaapr