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Pragas INICIAIS que comprometem até o fim Pulgões e corós: quais são os danos, como deve ser o manejo, quando e como fazer o controle químico destas importantes pragas do trigo. Os pulgões, inclusive, abrem portas para a entrada de vírus

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  • Pragas INICIAISque comprometem até

    o fimPulgões e corós: quais são os danos, como deve ser o manejo,

    quando e como fazer o controle químico destas importantes pragas dotrigo. Os pulgões, inclusive, abrem portas para a entrada de vírus

  • Várias espécies de afídeos ou pul-gões (Hemiptera, Aphididae)ocorrem na cultura de trigo, depen-dendo da época do ano e da região trití-cola. As mais comuns são o pulgão-ver-de-dos-cereais, Schizaphis graminum(Rondani, 1852); o pulgão-do-colmo-do-trigo ou pulgão-da-aveia, Rhopalosiphumpadi (Linnaeus, 1758); o pulgão-da-fo-lha-do-trigo, Metopolophium dirhodum(Walker, 1849), e o pulgão-da-espiga-do-trigo, Sitobion avenae (Fabricius, 1794).Outras espécies, como o pulgão-preto, Si-pha maydis (passerini, 1860), o pulgão-do-milho, Rhopalosiphum maidis (Fitch,1856), o pulgão-da-raiz, Rhopalosiphumrufiabdominale (Sasaki, 1899) e o pul-gão-amarelo, Siphaflava (Forbes, 1884),podem ocorrer esporadicamente em plan-tas de trigo. Os afídeos apresentam cor-po relativamente pequeno, mole e pirifor-me. O aparelho bucal é do tipo picador-sugador. As antenas são longas e o abdô-men tem dois apêndices característicos(sifúnculos) e uma pequena cauda.

    Tomados em conjunto, os afídeos sãoconsiderados pragas principais da culturade trigo. De modo geral, os citados para acultura de trigo têm como hospedeirosoutros cereais de inverno, como aveia,centeio, cevada, triticale e outras grarní-neas. Tanto pulgões jovens (ninfas) comoadultos alimentam-se da seiva do trigo, queé suscetível ao dano desde a emergênciaaté que os grãos estejam completamenteformados (grão em massa). Os danos dospulgões podem ser ocasionados direta-mente, pela sucção da seiva, consequen-temente no rendimento de grãos, dimi-nuindo seu tamanho, número, peso e opoder germinativo de sementes.

    Um dos principais danos dos afídeos,causado de forma indireta, é a transmis-são de vírus fitopatogênicos que reduzemo potencial de produção do trigo, como oBarley yellow dwaif virus (BYDV), co-mumente denominado Vírus do NanismoAmarelo da Cevada (VNAC), e o Cerealyellow dwaif virus (CYDV) ou Vírus doNanismo Amarelo dos Cereais. Estes ví-rus são disseminados de plantas infecta-das para sadias, exclusivamente pela sali-va do vetor (afídeo). VIroses podem oca-sionar sintomas como nanismo das plan-tas e folhas de coloração amarela intensacom bordas arroxeadas, mais curtas e ere-tas. Em altas infestações de afídeos po-dem ocorrer o amarelecimento e até amorte de plantas, dependendo do tama-

    nho das mesmas.O manejo integrado dos afídeos do tri-

    go, no extremo sul do Brasil, fundamen-tado no controle biológico e no uso crite-rioso do controle químico, se constituinum dos exemplos mais expressivos desucesso em culturas não perenes. O re-sultado do controle biológico superou to-das as expectativas. Certas espécies deparasitoides introduzi das adaptaram-se epassaram a se reproduzir no novo ambi-ente, alterando a situação de desequilibriocaracterizada pelos constantes surtos deafídeos. Esta situação persiste até hoje,mas, pelo caráter dinâmico do controlenatural, o uso de inseticidas não foi total-mente abolido, sendo usado como medi-da emergencial e não mais generalizadacomo era na fase anterior à introduçãodos inimigos naturais dos afídeos.

    Inspeções e tratamento - Os afí-deos são facilmente controlados com in-seticidas diluídos em água e aplicados viapulverização da parte aérea das plantas. Otratamento de sementes com inseticidasapropriados também é tecnicamente viá-vel e apresenta os melhores resultados nocontrole do complexo afídeos/BYDY.Como critério para a tomada de decisãona aplicação de inseticidas para o contro-le de afídeos, em pulverização da parteaérea do trigo, recomenda-se utilizar osparâmetros e critérios apresentados na Ta-bela 1. O nível de infestação deve ser ava-liado por inspeções semanais da lavoura,amostrando-se aleatoriamente locais nabordadura e no interior das lavouras, queproporcionem um resultado médio repre-

    sentativo da densidade de pulgões.Corós - Os corós (Coleoptera, Me-

    Lolonthidae) são larvas de insetos de soloque apresentam desenvolvimento holome-tabólico (ovo, larva, pupa e adulto). Apre-sentam o corpo em forma de "C", de coresbranquiçada, com a cabeça e os três pa-res de pernas mais escuros. As espéciesassociadas ao trigo são nativas e sua im-portância econômica cresceu a partir dosanos 80. A espécie DiLoboderus abderus(Sturm, 1826) é citada como praga de tri-go desde a década de 1950, enquanto quePhyllophaga triticophaga (Moron & Sal-vadori, 1998) foi registrada mais recente-mente. De modo geral, quanto maior apopulação de corós-pragas, maiores sãoo potencial de danos e a dificuldade decontrole. Densidades superiores ao nívelde ação ou nível de controle (Tabela 2)implicam no emprego de maiores dosesde inseticidas, diminuindo a probabilidadede sucesso e de retomo econômico paraa prática de controle. Eventualmente, ocontrole pode ser aplicado apenas nas man-chas de ataque (reboleiras).

    Por se tratarem de insetos de ciclo lon-go, para o manejo dos corós é fundamen-tal que seja feito o monitoramento perió-dico das áreas, tanto no inverno como no

  • TRIGO

    Tabela 1 - Pulgões: monitoramento e critérios para tomada de decisão no controle

    Espécies Mon itoramento(2) Tomada de decisão (média)Pulgão-verde-dos-cereais Contagem direta (emergência ao afilhamento) 10% de plantas infestadas com pulgões(Schizaphis graminuni1))Pulgão-do-colmo Contagem direta (elongação ao emborrachamento) Média de 10 pulgões/afilho

    (Rhopalosiphum padi)Pulgão-da-folha

    (Metopolophium dirhodum) Contagem direta (espigamento ao grão em massa) Média de 10 pulgões/espigae Pulgão-da-espiga

    (Sitobion avenae)(lidenominado Rhopalosiphum graminum pelo Ministério da Agricultura

    (2imínimo de 10 pontos amostrais por talhão

    verão, visando constatar o início e a evo-lução das infestações e identificar e quan-tificar as espécies. O monitoramento deveser feito ao longo de todo o ano, antes dasemeadura, pela abertura de trincheiras, du-rante o desenvolvimento das plantas e apósa colheita das culturas, observando a ocor-rência de sintomas em plantas (morte deplântulas ou de afilhos, desenvolvimentoreduzido) e eventuais perdas na produtivi-dade. Esses registros sistemáticos em re-lação aos corós e seus danos permitem omapeamento das infestações e a elabora-ção de histórico da área, que facilitará oplanejamento da lavoura e as decisões demanejo. A correta identificação das espéci-es de corós presentes nas lavouras é es-sencial, uma vez que nem todos os coróspresentes no solo são rizófagos. Os co-rós-pragas diferem quanto à biologia e aoshábitos alimentares, apesar de poderemocorrer simultaneamente.

    A ocorrência de corós num determi-nado momento não dá certeza de que osmesmos continuarão ocorrendo nas sa-fras seguintes. Isso vai depender do ciclobiológico, da espécie de coró e da morta-lidade natural que ocorrer. As populaçõesde corós flutuam naturalmente em fun-ção de inimigos naturais (entomopatóge-nos e agentes entomófagos) e de condi-ções ambientais (clima, alimento, etc.) des-

    favoráveis à sobrevivência de ovos, lar-vas, pupas e adultos. Microrganismoscausadores de doenças (fungos, bactéri-as, etc.) constituem um dos mecanismosmais importantes de controle biológiconatural de corós no sul do país.

    No caso específico de Diloboderusabderus, que requer restos culturais paracumprir, normalmente, seu ciclo biológi-co, culturas de inverno que proporcionampouca disponibilidade de palha no perío-do de oviposição do inseto (verão) desfa-vorecem o estabelecimento ou o cresci-mento populacional na área, em longo pra-zo. Assim, o sistema no qual se cultivamleguminosas (ervilhaca, tremoço, etc.) oucrucíferas (colza) no inverno e milho noverão é menos adequado para o desen-volvimento de Diloboderus abderus do quea sucessão aveia preta/soja. No caso dePhyllophaga triticophaga, em decorrên-cia do ciclo biológico de dois anos, o usoda área pode ser planejado para minimizardanos, como, por exemplo, produzindogrãos no ano com menor risco e palha,pasto, adubo verde, etc., no ano mais su-jeito ao ataque de corós.

    O preparo convencional do solo, comaração e gradagens, durante muito tem-po, foi tido corno um dos principais mé-todos de controle de pragas de solo, po-rém é prática incompatível com o plantio

    Tabela 2 - Corós: monitoramento e critériospara tomada de decisão no controle

    Espécies Monitoramento* Tomada de decisão(médias)

    l,;oro-das-pastagens Amostragem de SOlO(Diloboderus abderus) e (trincheiras de 50-100 cm

    Corá-do-trigo x 25 cm x 20 cm de 5 corás/m2(Phy/lophaga triticophaga) profundidade) antes da

    semeadura'operação a ser realizada antes do plantio

    direto. O fato de os corós serem polífa-gos limita o uso da rotação de culturascomo método de controle. Certas cultu-ras, porém, como a aveia-preta, são me-nos danificadas e, se cultivadas sem ex-pectativa de retorno financeiro direto(plantio para proteção de solo contra aerosão, produção de palha, alimentaçãoanimal, melhoria de solo, etc.), tolerammaior nível populacional de corós.

    Tratamento de sementes - Pela efi-ciência e pela facilidade de aplicação, o tra-tamento de sementes com inseticidas é ométodo de controle químico mais indica-do para controle de corós em cereais deinverno. Entretanto, além da escolha doinseticida e da dose adequada, o tratamen-to de sementes pode não proporcionar oresultado esperado se aplicado isoladamen-te, fora do contexto de MIE Por outro lado,a viabilidade econômica do tratamento desementes depende do potencial de produti-vidade da lavoura. Assim, o tratamento desementes com inseticidas para controle decorós deve ser aplicado integrado com asdemais práticas do MIP, em especial coma realização de monitoramento e amostra-gens para identificação das espécies e de-terminação da densidade de infestação (ní-vel de ação ou de controle).

    A pulverização de inseticidas em áreatotal, antes da semeadura ou mesmo apósa emergência das plantas, não é recomen-dada por apresentar resultados inconstan-tes. Além disso, para que pudesse ter al-gum efeito dependeria do coró presente(profundidade, comportamento, galerias,etc.) e da ocorrência de chuva em quanti-dade adequada, logo após a aplicação, quetransportasse o inseticida para dentro dosolo. Além disso, o grande inconvenientedessa prática é o seu amplo impacto (al-tas doses e em área total) sobre organis-mos não visados. ~

  • PRÊMIO ANDEF

    Os difusores daSUSTENTABILIDADE

    A Associação Nacional de DefesaVegetal (Andef) entregou no fi-nal de junho os prêmios da 15"Edição do Prêmio Andef, em grande ceri-mônia no Esporte Clube Sírio, em SãoPaulo. Os contemplados são de sete cate-gorias: Profissionais, Campo Limpo, Co-

    PROFISSIONAISAristeu Rocha, da Arysta.Patrícia de Carvalho Guerra, Basf.Fabiano Murta, Bayer.Alison de Santi Rampazzo, Dow.Eduardo Henrique Barros, DuPont.Leonardo Vitti Brusantin, FMC.Suellen Sarah Drumond Linhares, lhara.Jeferson Cira Gomes Beck, Monsanto.Cleyton Nascimento, Syngenta.

    CAMPO LIMPOCearpa, Primavera do Leste.Frafam e Fei, Ituverava.Coplacana, Piracicaba.Arasul, Araranguá.

    COOPERA VISMOCoplana: Aplique certo - Boas práticasagrícolas.Coopercitrus: Música nasescolas - Responsabilidade social.Camda: Colabore agricultor -Responsabilidade ambiental.

    REVENDAS E DISTRIBUIDORESDefagro: Plantando Tecnologia - Boaspráticas agrícolas.3 Tentos: Semeando para ummundo melhor - Responsabilidade Social.Sinagra: Semana Socioambiental-Responsabilidade ambienta!.

    PRÊMIO ESPECIAL REVENDAS EDISTRIBUIDORESAgro AmazôniaEducar: Segurança e Saúde.Contribuindo com o Rio Verde,Onça Parda, Amor e Ação.

    INDÚSTRIAArysta: Programa Aplique Bem(Grupo Pão de Açúcar) - Boas práticasagrícolas.FMC: Plantando o 7. Árvore da Vida-Responsabilidade social.Basf: Mata Viva. Atlas Ambiental -Responsabilidade ambiental.

    operativismo, Revendas e Distribuidores,Prêmio Especial para Revendas e Distri-buidores, Indústria e Jornalismo. "Anoapós ano, vemos que os participantes bus-cam melhorar e adaptar seus projetos àsnecessidades do homem e do campo. Nos-so objetivo é fomentar ações de educação

    no campo visando à sustentabilidade doagronegócio brasileiro", declara José An-nes Marinho, gerente de educação da An-def. A reportagem "Agricultura praticadacom respeito à água", veiculada na ediçãode março pela revista A Granja, foi a ven-cedora na Categoria Mídia Impressa.

    JORNALISMOMídia Eletrônica - MarianaAranha, Canal Rural:Integração Lavoura- Pecuária-FlorestaMídia Impressa - Leandro MarianiMittmann, A Granja:

    Agricultura praticada comrespeito à água [iJ

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