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Novo Hamburgo | RS 2012 PROJETO DE RECUPERAÇÃO DE ÁREA DEGRADADA (PRAD) AMIGOS DA MATA 1ª ETAPA Sítio São Luiz

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Novo Hamburgo | RS 2012

PROJETO DE RECUPERAÇÃO DE ÁREA DEGRADADA (PRAD) AMIGOS DA MATA

1ª ETAPA Sítio São Luiz

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 4

2 CARACTERIZAÇÃO DA PROPRIEDADE ............................................................. 6

3 DETENTOR ............................................................................................................. 6

4 RESPONSÁVEL TÉCNICO .................................................................................... 6

5 CONSULTOR ......................................................................................................... 6

6 ORIGEM DA DEGRADAÇÃO ................................................................................ 7

6.1 Danos ambientais causados ................................................................................ 7

6.2 Origem do dano ambiental ................................................................................... 7

7 CARACTERIZAÇÃO REGIONAL E LOCAL .......................................................... 7

7.1 Aspectos físicos e biológicos ................................................................................ 7

7.2 Bacia hidrográfica ................................................................................................. 8

8 SITUAÇÃO ATUAL ................................................................................................. 8 8.1 Aspectos físicos .................................................................................................... 8

8.2 Aspectos biológicos .............................................................................................. 8

8.3 Uso atual do solo ................................................................................................ 11

8.4 Vegetação no entorno ........................................................................................ 11

9 FATORES DIFICULTADORES DO PRAD ........................................................... 12

10 OBJETIVO GERAL ............................................................................................. 12

11 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................... 12

12 METODOLOGIA DE IMPLANTAÇÃO ................................................................ 12 12.1 Recomendações ............................................................................................... 17

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13 PLANO OPERACIONAL .................................................................................... 17

14 CRONOGRAMA DAS ATIVIDADES .................................................................. 18

15 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 19

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 20

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1. INTRODUÇÃO

A intensa ocupação da região da Mata Atlântica pode ser

evidenciada pelo grau de devastação da floresta: somente 7% da área original do

bioma continuam intactos, e a floresta está entre as 25 regiões mais ricas em

biodiversidade, mas também uma das mais ameaçadas do mundo. Apesar do

quadro de devastação, a Mata Atlântica compreende ampla variedade de

ecossistemas.

As formações vegetais e ecossistemas associados à Mata Atlântica

cobriam originalmente cerca de 16% do território brasileiro, distribuída integral ou

parcialmente por 17 estados: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São

Paulo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo,

Bahia, Alagoas, Sergipe, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Ceará e Piauí.

O processo de ocupação do Brasil levou este bioma a uma drástica

redução de sua cobertura vegetal original, hoje, disposta esparsamente ao longo da

costa brasileira, no interior das regiões Sul e Sudeste, além de importantes

fragmentos no sul dos estados de Goiás e Mato Grosso do Sul e no interior dos

estados do Nordeste. Mesmo com acentuada devastação, a Mata Atlântica ainda

abriga uma parcela significativa da biodiversidade brasileira, com altíssimos níveis

de endemismo. Estimativas também indicam uma diversidade da fauna bastante

elevada. A Mata Atlântica abriga aproximadamente 7% de todas as espécies do

planeta.

Apesar de ser um bioma de grande riqueza e endemismo de

espécies, observa-se também um elevado número de espécies ameaçadas de

extinção. Em alguns grupos, como o das aves, 10% das espécies encontradas no

bioma se enquadram em alguma categoria de ameaça. No caso de mamíferos, o

número de espécies ameaçadas de extinção atinge aproximadamente 14%.

Em virtude da riqueza biológica e dos níveis de ameaça a que está

submetida, a Mata Atlântica foi indicada por especialistas como sendo uma área

prioritária para a conservação de biodiversidade em todo o mundo, ao lado de outras

24 regiões localizadas em diferentes partes do planeta.

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No Estado do Rio Grande do Sul, da cobertura florestal original,

restam apenas 4,7% de remanescentes florestais pertencentes ao domínio da Mata

Atlântica. No nordeste do Estado, na Bacia do Rio dos Sinos, a cobertura vegetal

também está reduzida a menos de 10% da área original e pertence, em grande

parte, à região fitogeográfica da Floresta Estacional Semidecidual.

O município de Novo Hamburgo possui uma área de 224 Km2 e está

localizado a 40Km da capital, Porto Alegre, com altitude de 57m, numa importante

área de transição entre os biomas de Floresta Atlântica e Pampa. A área escolhida

para implementação do PRAD Amigos da Mata localiza-se na área rural do

município de Novo Hamburgo, na Lomba Grande, dentro dos domínios do Sítio São

Luiz, com altitude aproximada de 80m.

O Projeto Amigos da Mata está localizado na Zona de Atividade

Primária (ZAP) do Plano Diretor Urbanístico Ambiental de Novo Hamburgo a uma

distância aproximada de 11 quilômetros da Área de Preservação Ambiental (APA)

Sul do município (APA Lomba Grande), numa área que foi explorada

economicamente até a exaustão da terra e que foi adquirida em julho de 2010 pelo

proprietário do Sítio São Luiz, com o intuito de preservação das suas nascentes, da

biodiversidade, e para promover o retorno de espécies da fauna antes existentes na

região da Lomba Grande e entorno.

Os itens que compõem esse documento seguem listados de acordo

com caracterização da propriedade, detentor, responsável técnico e consultor

ambiental, origem da degradação, caracterização regional e local, a situação atual

da área destinada ao Projeto, os fatores dificultadores PRAD, objetivo geral e

específicos a serem alcançados no decorrer do Projeto, a metodologia de

implantação, o plano operacional que é o cronograma de trabalho e que será revisto

anualmente, e as considerações finais relacionadas ao Projeto de Recuperação de

Área Degradada Amigos da Mata.

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2. CARACTERIZAÇÃO DA PROPRIEDADE

Denominação da Propriedade: Sítio São Luiz Lazer e Turismo Ltda.

Endereço: Estrada Carlos Arthur Scherer, 5500 | Lomba Grande

Município/UF: Novo Hamburgo / RS

Área da propriedade: 52ha

Área do PRAD: 9.396ha

Situação fundiária: propriedade privada

Latitude: 29°47’49” S

Longitude: 51°00’13” O

3. DETENTOR

Nome: Luiz Antônio Daudt

Endereço: Estrada Carlos Arthur Scherer, 5500 | Lomba Grande

Município/UF: Novo Hamburgo / RS

CEP 93490-015

4. RESPONSÁVEL TÉCNICO PELA EXECUÇÃO

Nome: Roberta Daudt

Formação: Tecnólogo em Gestão Ambiental

Endereço: Rua Padre Siqueira, 135, apto 301

Município/UF: Petrópolis / RJ

CEP 25685-220

E-mail: [email protected]

CPF: 559.764.760-15

5. CONSULTOR AMBIENTAL

Nome: Ricardo Braun, PhD

Formação: Biólogo

CRBio: 00.067/02

E-mail: [email protected]

www.ricbraun.wordpress.com

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6. ORIGEM DA DEGRADAÇÃO 6.1 Danos Ambientais Causados

A área do presente estudo sofreu com o desmatamento e

degradação do terreno. A vegetação nativa localizada na área do PRAD Amigos da

Mata foi suprimida e substituída por espécies exóticas, causando um impacto

negativo imediato na fauna silvestre local, e também em algumas áreas, o solo ficou

exposto e suscetível a processos erosivos, amplificados com a introdução de gado

no local.

6.2 Origem dos Danos Ambientais

As áreas destinadas ao PRAD Amigos da Mata foram degradas pelo

homem no decorrer da história, quando a floresta nativa foi suprimida para o

desenvolvimento de atividades econômicas, tais como plantação de mandioca até

1981, plantio de árvores de espécies exóticas que serviam para abastecimento e

geração de energia das caldeiras do curtume Bier Scharlau Cia LTDA com sede em

São Leopoldo de 25 de outubro de 1984 até 15 de agosto de 2001, como também a

área foi utilizada nesse mesmo período para a criação de gado de corte.

7. CARACTERIZAÇÃO REGIONAL E LOCAL 7.1 Aspectos físicos e biológicos

O Clima da cidade de Novo Hamburgo corresponde ao subtropical,

com verões quentes, invernos curtos, e úmido o ano inteiro. A temperatura se

apresenta entre -2°C e 40°C, com média anual de 19º. O índice pluviométrico fica

em torno dos 1.200mm, com regime de distribuição mais intenso no inverno.

O relevo é pouco acidentado, com morros arredondados e baixos,

bastante vegetado, com espécies de grande porte. As formações rochosas são

compostas de rochas sedimentares e o solo pertence ao nível categórico Argissolo.

A vegetação característica é de Floresta Estacional Semidecidual e

apresenta algumas espécies protegidas pelo alto grau de vulnerabilidade ou perigo

de extinção, tais como as Figueiras (Ficus adhatodifolia, Ficus cestrifolia), Corticeira-

do-banhado (Erythrina cristagalli), Araticum-cagão (Annona cacans), Araucária

(Araucaria angustifolia) e Cabreuva (Myrocarpus frondosus).

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7.2 Bacia Hidrográfica

A bacia hidrográfica a qual o município de Novo Hamburgo está

inserido é a bacia do Rio dos Sinos, com uma área total de 223,50Km2 e dividida em

quatro micro bacias, formadas pelos arroios Pampa, Cerquinha, Luiz Rau e

Gauchinho, responsáveis pela macrodrenagem da cidade.

8. SITUAÇÃO ATUAL 8.1 Aspectos físicos

As áreas destinadas ao PRAD Amigos da Mata está degradada e

com poucas espécies arbóreas. O solo da região é caracterizado como Argissolo e

a vegetação do local é composta principalmente por gramíneas, espécies arbustivas

e fragmentos florestais em estado inicial de recuperação.

8.2 Aspectos biológicos

A vegetação existente no local do PRAD e no entorno é bastante

diversificada e é composta por espécies do bioma Mata Atlântica no Rio Grande do

Sul. Existem exemplares de espécies pioneiras, apresenta poucas espécies

secundárias nativas e observa-se a presença de algumas espécies exóticas. O Sítio

São Luiz, conta com 79 exemplares identificados através de levantamento

fitossociológico pelo método de caminhamento, com identificação das espécies em

campo e coleta de material vegetativo para identificação com auxilio da literatura

quando necessário, listadas a seguir: Aroeira-brava (Lithraea brasiliensis), Aroeira-

salsa (Schinus molle), Aroeira-vermelha (Schinus terebinthifolius), Araticum-cagão

(Annona cacans), Maria-mole (Dendropanax cuneatus), Araucária (Araucaria

angustifolia), Gerivá (Syagrus romanzoffiana), Tucum (Bactris setosa), Sucará

(Dasyphyllum tomentosum), Vassoura (Piptocarpha sp.), Caroba (Jacaranda

micrantha), Ipê-roxo (Handroanthus heptaphyllus), Guajuvira (Cordia americana),

Esporão-de-galo (Celtis iguanaea), Grandiúva (Trema micrantha), Guaraperê

(Lamanonia ternata), Cocão (Erythroxylum argentinum), Cocão (Erythroxylum

deciduum), Tanheiro (Alchornea triplinervia), Laranjeira-do-mato (Gymnanthes

concolor), Mata-olho (Pachystroma longifolium), Pau-leiteiro (Sapium glandulosum),

Branquilo (Sebastiania commersoniana), Pata-de-vaca (Bauhinia forficata),

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Timbaúva (Enterolobium contortisiliquum), Corticeira-do-banhado (Erythrina

cristagalli), Ingá-feijão (Inga marginata), Ingá-ferradura (Inga sessilis), Cabreuva

(Myrocarpus frondosus), Farinha-seca (Machaerium stipitatum), Maricá (Mimosa

bimucronata), Angico (Parapiptadenia rigida), Canafístula (Peltophorum dubium),

Guapuruvú (Schizolobium parahyba), Pau-cigarra (Senna multijuga), Tipuana

(Tipuana tipu), Canela-preta (Nectandra megapotamica), Canela-ferrugem

(Nectandra oppositifolia), Canela-do-brejo (Ocotea pulchella), Paineira (Ceiba

speciosa), Açoita-cavalo (Luehea divaricata), Pixirica (Miconia hyemalis), Pixirica

(Miconia sellowiana), Pixirica (Miconia sp.), Canjerana (Cabralea canjerana), Cedro

(Cedrela fissilis), Pau-d'arco (Guarea macrophylla), Catiguá (Trichilia claussenii),

Pimenteira (Mollinedia schottiana), Figueira-folha-grande (Ficus adhatodifolia),

Figueira-de folha-miúda (Ficus cestrifolia), Cincho (Sorocea bonplandii), Goiaba-da-

serra (Acca sellowiana), Guabiroba-de-folha-miúda (Campomanesia rhombea),

Guabiroba (Campomanesia xanthocarpa), Cerejeira (Eugenia involucrata), Pitanga

(Eugenia uniflora), Jabuticaba (Myrciaria jaboticaba), Araçá (Psidium cattleianum),

Pariparoba (Piper aduncum), Pariparoba (Piper amalago), Capororoca-de folha-

miúda (Myrsine coriacea), Capororoca (Myrsine lorentziana), Capororocão (Myrsine

umbellata), Carvalho-brasileiro (Roupala brasiliensis), Café-do-mato (Faramea

montevidensis), Café-do-mato (Psychotria sp.), Mamica-de-cadela (Zanthoxylum

fagara), Mamica-de-cadela (Zanthoxylum rhoifolium), Guaçatonga (Casearia

decandra), Chá-de-bugre (Casearia sylvestris), Salseiro (Salix humboldtiana), Chal-

chal (Allophylus edulis), Camboatá-vermelho (Cupania vernalis), Camboatá-branco

(Matayba elaeagnoides), Fumo-bravo (Solanum mauritianum), Coerana (Solanum

pseudoquina), Embira (Daphnopsis racemosa e Embaúba (Cecropia sp).

Foram identificadas no inventário, 38 espécies de plantas arbustivas

e arbóreas consideradas exóticas para o bioma no RS, conforme segue: Cheflera

(Schefflera actinophylla), Ipê Amarelo (Tabebuia chrysotricha), Jacarandá-mimoso

(Jacaranda mimosiifolia), Mamona (Ricinus communis), Caqui (Diospyros kaki),

Acácia (Acacia mearnsi), Leucena (Leucaena leucocephala), Pau-ferro (Caesalpinia

ferrea), Sibipiruna (Caesalpinia peltophoroides), Manduirana (Senna macranthera),

Abacate (Persea Americana), Canela-da-índia (Cinnamomum zeylanicum),

Extremosa (Lagerstroemia indica), Hibisco (Hibiscus rosa-sinensis), Cinamomo

(Melia azedarach), Amora (Morus nigra), Ficus-benjamina (Ficus benjamina),

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Bananeira (Musa sp.), Eucalipto (Eucalyptus grandis), Goiaba (Psidium guajava),

Jambolão (Syzygium cumini), Ligustro (Ligustrum lucidum), Taquara (phyllostachys),

Platano (Platanus sp.), Pinus-elioti (Pinus elliotii), Grevilha (Grevillea sp.), Uva-do-

japão (Hovenia dulcis), Nespera (Eriobotrya japonica), Pêssego (Prunus persica),

Pera (Pyrus communis), Maçã (Malus sp.), Bergamota (Citrus reticulate), Laranja

(Citrus sp.), Limão (Citrus limon), Alamo (Populus sp.), Cartucheira (Datura

suaveolens), Pinheiro-alemão (Cunninghamia lanceolata), Pingo-de-ouro (Duranta

repens).

Também foram observados e inventariadas 57 espécies de

representantes da fauna de vertebrados, sendo 30 de avifauna, 11 mamíferos, 9

répteis, 4 anfíbios e 3 peixes em áreas do Sítio São Luiz, a saber: Lambari

(Astyanax), Traíra (Hoplias malabaricus), Tilápia (Tilapia rendali), Sapo-cururu

(Rhinella icterica), Rã (Leptodactylus sp.), Rã (Hypsiboas sp.), Rã-touro (Rana

catesbeiana), Cágado-comum (Phrynops hilarii), Tigre-d’água (Trachemys dorbigni),

Cobra-cipó-comum (Philodryas olfersii), Coral-falsa (Oxyrhopus sp.), Coral-

verdadeira (Micrurus sp.), Lagartixa-das-casas (Hemidactylus mabouia), Lagarto

(Tupinambis merianae), Jararaca (Bothrops jararaca), Cruzeira (Bothrops alternatus),

Graxaim-do-mato (Cerdocyon thous), Gambá-orelha-branca (Didelphis albiventris),

Lebre (Lepus sp.), Bugio-ruivo (Alouatta guariba clamitans), Ratão-do-banhado

(Myocastor coypus), Preá (Cavia aperea), Ouriço-cacheiro (Coendou prehensilis),

Camundongo (Mus musculus), Ratazana (Rattus norvegicus), Caxinguelê (Sciurus

aestuans), Tatu-galinha (Dasypus novemcinctus), Gavião-carijó (Rupornis

magnirostris), Beija-flor-dourado (Hylocharis chrysura), Urubu-de-cabeça-preta

(Coragyps atratus), Quero-quero (Vanellus chilensis), Jaçanã (Jacana jacana),

Rolinha-picui (Columbina picui), Martim-pescador-verde (Chloroceryle amazon), Anu-

preto (Crotophaga ani), Anu-branco (Guira guira), Alma-de-gato (Piaya cayana),

Aracuã (Ortalis guttata), Saracura-do-mato (Aramides saracura), Cambacica

(Coereba flaveola), Canário-da-terra (Sicalis flaveola), Coleirinho (Sporophila

caerulescens), Tico-tico (Zonotrichia capensis), Fim-fim (Euphonia chlorotica), João-

de-barro (Furnarius rufus), Asa-de-telha (Agelaioides badius), Vira-bosta (Molothrus

bonariensis), Pardal (Passer domesticus), Corruíra (Troglodytes musculus), Sabiá-

laranjeira (Turdus rufiventris), Risadinha (Camptostoma obsoletum), Neinei

(Megarynchus pitangua), Bem-te-vi (Pitangus sulphuratus), Saíra-preciosa (Tangara

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preciosa), Tapirucu-de-cara-pelada (Phimosus infuscatus), Pica-pau-verde-barrado

(Colaptes melanochloros), Coruja-buraqueira (Athene cunicularia).

Apesar de não ter sido realizado um levantamento específico dos

invertebrados, observa-se a presença de populações de crustáceos de água doce

no córrego que cruza a propriedade, sendo um importante bioindicador da boa

qualidade da água e da excelente conservação dos corpos hídricos do local, a

saber: Parastacus brasiliensis e Aegla sp.

8.3 Uso atual do solo

A área destinada ao PRAD Amigos da Mata é utilizada por meio de

trilhas já estabelecidas para educação ambiental de crianças, jovens e adultos que

visitam o Sítio São Luiz, e para o plantio de mudas de espécies nativas do bioma

Mata Atlântica do RS.

8.4 Vegetação no entorno

Nas áreas do entorno são encontrados vários fragmentos de matas

com uma grande variedade de espécies nativas da Floresta Atlântica presentes no

estado do RS. Também são encontrados fragmentos de mata de eucalipto

(Eucalyptus sp.). pinheiros (Pinus sp.), e acácia-negra (Acacia mearnsii).

Figura 1: imagem de satélite Google Earth (set/2012), em vermelho área do PRAD.

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9. FATORES DIFICULTADORES DO PRAD

As principais dificuldades que poderão se apresentar são, ataque de pragas nas

mudas já plantadas, perda de exemplares em virtude das geadas no inverno.

10. OBJETIVO GERAL

Recuperação de área degradada no Sítio São Luiz Lazer e Turismo Ltda, por meio

do Projeto Amigos da Mata.

11. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

1. Criar do site para desenvolvimento do Projeto. www.amigosdamata.eco.br;

2. Lançar o site através das redes sociais para fins de Educação Ambiental e

plantio de mudas;

3. Fomentar as visitas das Escolas para fins de Educação Ambiental;

4. Desenvolver aula de campo;

5. Restabelecer a cobertura vegetal com espécies de Mata Atlântica do RS;

12. METODOLOGIA DE IMPLANTAÇÃO

A recuperação total da área destinada para a primeira etapa do

PRAD Amigos da Mata será realizada através do plantio de mudas nativas do bioma

Mata Atlântica, utilizando-se o sistema de sucessão devido a eficácia comprovada

em recuperação de áreas degradadas. No primeiro e segundo ano, será feita

associação de espécies pioneiras e secundárias, na proporção de 50%

respectivamente. Após o segundo ano de execução do Projeto, quando as mudas

pioneiras e secundárias plantadas já estiverem desenvolvidas, serão inseridas

espécies de mudas nativas climácicas, como forma a minimizar o stress desse tipo

planta que não suporta receber muita luz. O plantio será dividido entre as 4 áreas

destinadas para o Projeto, dentro da área total de 9.396ha, com sistema de rodizio

entre as espécies selecionadas para o plantio em cada uma das 4 áreas. As

espécies climácicas também farão rodízio entre as áreas destinadas para o plantio,

propiciando que em todas as áreas, sejam plantadas todas as espécies destinadas

ao PRAD. O plantio será feito com espaçamento entre as mudas de 2m x 2m,

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conforme esquema de plantio mostrado na figura 2. As mudas serão doadas pela

Secretaria Municipal de Agricultura em parceria com a Secretaria de Meio Ambiente

de Novo Hamburgo, também adquiridas através de parcerias | doações, realizadas

através do site do Projeto Amigos da Mata (www.amigosdamata.eco.br) e parcerias

firmadas diretamente com Pessoa Jurídica (PJ) e Pessoa Física (PF), como forma

de compensar emissões de carbono.

Figura 2: Esquema do plantio e de distribuição das mudas na área do PRAD.

As atividades relacionadas ao plantio das mudas na área do PRAD

seguirão conforme abaixo relacionado:

• Proteção das áreas através do Isolamento, evitando-se assim possíveis

fatores de degradação (entrada de animais e de pessoas não autorizadas);

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• Combate e monitoramento das formigas cortadeiras se presentes no terreno e

áreas do entorno com antecedência de 1 mês do plantio, durante e após o

plantio;

• Seleção de espécies Nativas de Mata Atlântica para cada área de plantio,

conforme especificado abaixo:

Área Verde | Bem-te-vi 1. Angico (Parapiptadenia rigida) | secundária

2. Ingá-feijão (Inga marginata) | secundária

3. Pata-de-vaca (Bauhinia forficata) | pioneira

4. Guajuvira (Cordia americana) | pioneira

5. Jabuticaba (Myrciaria jaboticaba) | climácica

Figura 3: área Verde | Bem-te-vi para implementação do PRAD.

Área Amarela | Sabiá-cica 1. Araucária (Araucaria angustifolia) | secundária

2. Canafístula (Peltophorum dubium) | pioneira

3. Cerejeira (Eugenia involucrata) | secundária tardia

4. Pitanga (Eugenia uniflora) | pioneira

5. Canela-preta (Nectandra megapotamica) | climácica

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Figura 4: área Amarela | Sabiá-cica para implementação do PRAD.

Área Azul | Sanhaçu-cinzento

1. Araçá (Psidium cattleianum) | pioneira

2. Chal-chal (Allophylus edulis) | pioneira

3. Sete-capotes (Campomanesia guazumifolia) | secundária

4. Araticum-cagão (Annona cacans) secundária

5. Ipê-roxo (Handroanthus heptaphyllus) | climácica

Figura 5: área Azul | Sanhaçu-cinzento para implementação do PRAD.

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Área Vermelha | Beija-flor 1. Cedro (Cedrela fissilis) | secundária tardia

2. Cocão (Erythroxylum deciduum) | pioneira

3. Aroeira-vermelha (Schinus terebinthifolius) | pioneira

4. Guabiroba (Campomanesia xanthocarpa) | secundária

5. Figueira-de folha-miúda (Ficus cestrifolia) | climácica

Figura 6: área Vermelha | Beija-flor para implementação do PRAD.

• Preparação do terreno / abertura de linhas através de roçado, segundo curvas

de níveis;

• Abertura das covas;

• Mistura da terra resultante da abertura da cova com esterco de curral curtido,

torta de mamona ou outro fertilizante orgânico, em uma proporção de até 20%

do volume da cova antes do plantio das mudas;

• Preenchimento da cova com mistura. Abre-se uma coveta com as mesmas

dimensões do torrão. Coloca-se a muda nessa coveta, completando-se os

espaços vazios ao seu redor com o restante da mistura.

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• Se a extremidade da raiz principal da muda estiver torcida, ela deverá ser

podada, bem como as raízes laterais.

• O colo da muda (zona que separa o caule da raiz) deverá ficar no nível da

superfície do terreno, evitando-se amontoar terra sobre o caule (tipo vulcão).

• Acomodar parte da terra após o plantio em forma de coroa ao redor da muda,

com um raio mínimo de 20 cm (um palmo), propiciando um melhor

armazenamento da água de chuva.

• Amarrar as mudas à hastes de bambu com um fio de juta ou borracha em

forma de 8 invertido nos primeiros meses de vida.

12.1 Recomendações • Combate periódico das formigas cortadeiras, caso surjam, durante o primeiro

ano;

• Realização de limpezas de manutenção num raio mínimo de 60 centímetros

ao redor das mudas (roçadas e coroamento) até o 3o ano após o início do

plantio, para manter as mudas livres de plantas invasoras e evitar a

competição entre espécies. O mato capinado (serapilheira) deverá ser

deixado sobre o solo;

• Adubação no início do segundo ano, de preferência no período chuvoso;

• Irrigação em caso de estiagem;

• Verificação das espécies plantadas quanto ao ataque de pragas e doenças;

• Replantio de mudas em caso de perdas;

13. PLANO OPERACIONAL

O Plano Operacional é um cronograma de trabalho que será revisto

anualmente, e onde são descritas as Atividades (A) que irão contribuir com o

alcance dos Resultados (R) . Os Resultados a serem alcançados constituem os

Objetivos Específicos do Projeto.

No Plano Operacional, além das Atividades (A) e Resultados (R),

estão descritos os indicadores (I) do desenvolvimento do Projeto, os responsáveis

pelo desenvolvimento das Atividades (A) e o cronograma subdividido em meses.

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14. CRONOGRAMA DAS ATIVIDADES

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15. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A recuperação de áreas degradadas utilizando-se cobertura

vegetal deve levar em consideração não somente a importância de se

conhecer as espécies nativas, como também o emprego de espécies já

existentes nos fragmentos de mata localizados próximo da área de

implementação do Projeto, que servirão como fonte de propágulos de

espécies nativas.

É de conhecimento que a extração da vegetação nativa dá

início a maioria dos processos erosivos. Esse fato ressalta a importância da

reposição florestal para contensão dos processos erosivos iniciais na área do

PRAD, além da recuperação da fertilidade do solo, devido as antigas

atividades agrícolas e comerciais exploradas pelos antigos donos da terra.

É importante frisar que uma área vizinha ao Projeto (área

Beija-flor) encontra-se degradada e precisa ser recuperada em acordo de

parceria, aja vista passar um córrego na região e cujas margens encontram-

se desmatadas.

O emprego de vegetação não só traz estabilização para o

solo, manutenção e preservação dos recursos hídricos evitando-se o

assoreamento dos mesmos, como promove o retorno da fauna para a região

e o aumento das relações interespecíficas (relação planta-animal), além de

possibilitar o processo natural de sucessão ecológica. Também apresenta

uma solução estética mais agradável aos olhos, principalmente em uma

região explorada com o turismo ecológico e pedagógico, caso da área de

implementação do PRAD. Sem contar a adequação aos conceitos

perseguidos por muitos profissionais, o do desenvolvimento sustentável.

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