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Português Instrumental Fernanda Uchoa

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Português Instrumental

Fernanda Uchoa

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1. CONCEITO DE FONÉTICA Fonética é a parte da Gramática que estuda o sistema fônico da língua: dos fonemas em si, da coexistência dos fonemas na sílaba, da sílaba dentro dos vocábulos, e destes, por sua vez, dentro das frases. Por não ser muito clara a distinção entre FONOLOGIA e FONÉTICA, a Nomenclatura Gramatical Brasileira manteve o termo “Fonética”, ficando assim na linha tradicional. Modernamente, entretanto, prefere-se o nome “Fonologia”. Inicia-se o estudo da fonética pela diferenciação entre letra, fonema e sílaba. 2. LETRA, FONEMA E SÍLABA LETRA Na língua escrita, são utilizados determinados símbolos convencionais, que se denominam letras. O conjunto das letras, sinais gráficos, chama-se alfabeto, abecedário ou abecê. O alfabeto português consta de 26 letras: a, b, c, d, e, f, g, h, i, j, k, l, m, n, o, p, q, r, s, t, u, v, w, x, y, z. FONEMA Fonema é a menor unidade sonora da fala. É o som mais elementar da palavra: frase: Eu o amo ! palavras: “Eu” “o” “amo” ! sílabas: Eu o a-mo ! Fonemas: / E / u / / o / / a / m / o / ! O fonema diferencia uma palavra da outra: Bar Tão sAco Mar São sOco SÍLABA Sílaba é o som, ou o conjunto de sons, emitido num só impulso expiratório. É importante verificar que em cada sílaba deve existir obrigatoriamente uma vogal. A vogal é a alma da sílaba. CONCLUINDO: FONEMA é um elemento sonoro; é realidade acústica; SÍLABA é um fonema ou um conjunto de fonemas que se pronunciam num só esforço expiratório; LETRA é representação gráfica; é realidade visual; é o desenho do som.

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Observe o Exemplo: 1ª sílaba A uma letra e um fonema T 2ª sílaba R três letras e três fonemas I 3ª sílaba T duas letras e dois fonemas O DÍGRAFO Dígrafo é o emprego de duas letras para a representação gráfica de apenas um fonema. São dígrafos: 1. CH: Chave 2. LH: gaLHo 3. NH: niNHO 4. RR: caRRo 5. SS: aSSim 6. QU: Quilo - 7. GU: Guerra - o “U” não é pronunciado 8. SC: naSCer 9. SÇ: deSÇa som de /S/

10. XC: eXCeção Dígrafos Vocálicos são os casos em que as letras “M” ou “N” servem de sinal de nasalidade: AM: campo (cãpo) EM: tempo (tepo) IM: limpo (lipo) OM: tombo (tõbo) UM: jejum (jeju) AN: tanto (tãto) EN: venta (veta) IN: linda (lida) ON: onda (õda) UN: mundo (mudo) Encontros Vocálicos É o encontro de vogais na mesma sílaba ou em sílaba diferente. 1. Ditongo – é o encontro de uma vogal + uma semivogal, ou vice-versa, na

mesma sílaba.

a. Crescente – semivogal + vogal ( lí-rio – gló-ria – in-flu-ên-cia)

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b. Decrescente – vogal + semivogal ( pai – boi – he-rói ) c. Oral – quando a vogal é oral (má-goa – ré-gua) d. Nasal – quando a vogal é nasal ( mãe – fa-la-ram – bem)

2. Hiato – é o encontro de duas vogais em sílabas diferentes.

Sa-ú-de – te-a-tro – ra-i-nha 3. Tritongo – é o encontro de uma semivogal + vogal + semivogal na mesma Sílaba.

a. orais – Paraguai, averigüei, enxaguou b. nasais – enxáguam, águam, enxágüem

Encontros Consonantais É o encontro de consoantes na mesma sílaba ou em sílaba diferentes. Blu-as – pla-to – ad-jun-to – pac-to Acentuação Gráfica Regras de acentuação gráfica: 1. Proparoxítonas

Todas as proparoxítonas são acentuadas: África, Física, Matemática,

2. Paroxítonas São acentuadas as paroxítonas terminadas em: -i (-is) – júri, júris, íris, lápis -u (-us) – bônus, vírus -ã (-ãs) – órfã, órfãs, ímã -um (-uns) – médium, médiuns, álbum, álbuns Ditongos – glória, história, Márcia, régua, órgão -r, -x, -n, -l – mártir – revólver – fênix – pólen – fácil – amável -ps – bíceps – fórceps 3. Oxítonas

São acentuadas todas as oxítonas terminadas em: Vogal [a(s), e(s), o(s)] – café, maracujá, dominó, paletós, amá-lo, dizê-la, repô-las. -em, -ens – armazém, vintém, armazéns, parabéns

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4. Monossílabos Tônicos Terminados em: -a(s), -e(s), -o(s) – pá, pás, pé, pó, lá, dê, vê 5. Ditongos Abertos

-éu, -éi, -ói : chapéu, céu, anéis, carretéis, herói, anzóis 6. Acentuação dos Hiatos

-i(-s), -u(-us): saída, saúde, caíste, país, balaústre.

7. Plural dos verbos – Ter e Vir (e seus derivados) : ele tem – eles têm, ele vem – eles vêm E recebem acento agudo no singular e circunflexo no plural: ele detém – eles detêm, ele intervém – eles intervêm.

Ortografia

O Emprego do h O h é uma letra que se mantém em algumas palavras em decorrência da etimologia ou da tradição ESCRITO do nosso idioma. Algumas regras, quanto ao seu emprego devem ser observadas: a) Emprega-se o h quando a etimologia ou a tradição escrita do nosso idioma assim determina.

homem, higiene, honra, hoje, herói.

b) Emprega-se o h no final de algumas interjeições.

Oh! Ah! c) No interior dos vocábulos não se usa h, exceto: - nos vocábulos compostos em que o segundo elemento com h se une por hífen ao primeiro.

super-homem, pré-história.

- Quando ele faz parte dos dígrafos ch, lh, nh. Ex.: Passarinho, palha, chuva.

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Emprego do s Emprega-se a letra s:

- nos sufixos -ês, -esa e –isa, usados na formação de palavras que indicam nacionalidade, profissão, estado social, títulos honoríficos. Chinês, chinesa, burguês, burguesa, poetisa. - nos sufixos –oso e –osa (qua significa “cheio de”), usados na formação de adjetivos.

delicioso, gelatinosa.

- depois de ditongos.

coisa, maisena, Neusa.

- nas formas dos verbos pôr e querer e seus compostos.

puser, repusesse, quis, quisemos.

- nas palavras derivadas de uma primitiva grafada com s.

análise: analisar, analisado / pesquisa: pesquisar, pesquisado.

Emprego do z Emprega-se a letra z nos seguintes casos:

- nos sufixos -ez e -eza, usados para formar substantivos abstratos derivados de adjetivos.

rigidez (rígido), riqueza (rico).

- nas palavras derivadas de uma primitiva grafada com z.

cruz: cruzeiro, cruzada. / deslize: deslizar, deslizante.

Emprego dos sufixos –ar e –izar. Emprega-se o sufixo –ar nos verbos derivados de palavras cujo radical contém –s, caso contrário, emprega-se –izar.

análise – analisar / eterno – eternizar

Emprego das letras e e i. Algumas formas dos verbos terminados em –oar e –uar grafam-se com e.

perdoem (perdoar), continue (continuar).

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Algumas formas dos verbos terminados em –air, -oer e –uir grafam-se com i.

atrai (atrair), dói (doer), possui (possuir).

Emprego do x e ch.

Emprega-se a letra x nos seguintes casos:

- depois de ditongo: caixa, peixe, trouxa.

- depois de sílaba inicial en-: enxurrada, enxaqueca (exceções: encher, encharcar, enchumaçar e seus derivados).

- depois de me- inicial: mexer, mexilhão (exceção: mecha e seus derivados). - palavras de origem indígena e africana: xavante, xangô.

Emprego do g ou j

Emprega-se a letra g - nas terminações –ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio: prestígio, refúgio. - nas terminações –agem, -igem, -ugem: garagem, ferrugem.

Emprega-se a letra j em palavras de origem indígena e africana:

pajé, canjica, jirau.

Emprego de s, c, ç, sc, ss.

- verbos grafados com ced originam substantivos e adjetivos grafados com cess.

ceder – cessão. / conceder - concessão. / retroceder - retrocesso. / Exceção: exceder - exceção. - nos verbos grafados com nd originam substantivos e adjetivos grafados com ns.

ascender – ascensão / expandir – expansão / pretender – pretensão.

- verbos grafados com ter originam substantivos grafados com tenção.

deter – detenção / conter – contenção.

Por Marina Cabral Especialista em Língua Portuguesa e Literatura Equipe Brasil

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NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO...

Novo Acordo Ortográfico DA Língua Portuguesa Por: Marília Mendes Alfabeto Nova Regra Regra Antiga Como Será

O alfabeto é agora formado por 26 letras

O 'k', 'w' e 'y' não eram consideradas letras do nosso alfabeto.

Essas letras serão usadas em siglas, símbolos, nomes próprios, palavras estrangeiras e seus derivados. Exemplos: km, watt, Byron, byroniano

Trema Nova Regra Regra Antiga Como Será Não existe mais o trema em língua portuguesa. Apenas em casos de nomes próprios e seus derivados, por exemplo: Müller, mülleriano

agüentar, conseqüência, cinqüenta, qüinqüênio, frqüência, freqüente, eloqüência, eloqüente, argüição, delinqüir, pingüim, tranqüilo, lingüiça

aguentar, consequência, cinquenta, quinquênio, frequência, frequente, eloquência, eloquente, arguição, delinquir, pinguim, tranquilo, linguiça.

Acentuação Nova Regra Regra Antiga Como Será

Ditongos abertos (ei, OI) não são mais acentuados em palavras paroxítonas

assembléia, platéia, idéia, colméia, boléia, panacéia, Coréia, hebréia, bóia, paranóia, jibóia, apóio, heróico, paranóico

assembleia, plateia, ideia, colmeia, boleia, panaceia, Coreia, hebreia, boia, paranoia, jiboia, apoio, heroico, paranoico

Obs: nos ditongos abertos de palavras oxítonas e monossílabas o acento continua: herói, constrói, dói, anéis, papéis. Obs2: o acento no ditongo aberto 'eu' continua: chapéu, véu, céu, ilhéu. Nova Regra Regra Antiga Como Será O hiato 'oo' não é mais acentuado

enjôo, vôo, corôo, perdôo, côo, môo, abençôo, povôo

enjoo, voo, coroo, perdoo, coo, moo, abençoo, povoo

O hiato 'ee' não é mais acentuado

crêem, dêem, lêem, vêem, descrêem, relêem, revêem

creem, deem, leem, veem, descreem, releem, reveem

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Nova Regra Regra Antiga Como Será

Não existe mais o acento diferencial em palavras homógrafas

pára (verbo), péla (substantivo e verbo), pêlo (substantivo) , pêra (substantivo) , péra (substantivo) , pólo (substantivo)

para (verbo), pela (substantivo e verbo), pelo (substantivo) , pera (substantivo) , pera (substantivo) , polo (substantivo)

Obs: o acento diferencial ainda permanece no verbo 'poder' (3ª pessoa do Pretérito Perfeito do Indicativo - 'pôde') e no verbo 'pôr' para diferenciar DA preposição 'por' Nova Regra Regra Antiga Como Será Não se acentua mais a letra 'u' nas formas verbais rizotônicas, quando precedido de 'g' ou 'q' e antes de 'e' ou 'I (gue, que, GUI, qui)

argúi, apazigúe, averigúe, enxagúe, enxagúemos, obliqúe

argui, apazigue,averigue, enxague, ensaguemos, oblique

Não se acentua mais 'I e 'u' tônicos em paroxítonas quando precedidos de ditongo

baiúca, boiúna, cheiínho, saiínha, feiúra, feiúme

baiuca, boiuna, cheiinho, saiinha, feiura, feiume

Hífen Nova Regra Regra Antiga Como Será

O hífen não é mais utilizado em palavras formadas de prefixos (ou falsos prefixos) terminados em vogal + palavras iniciadas por 'r' ou 's', sendo que essas devem ser dobradas

ante-sala, ante-sacristia, auto-retrato, anti-social, anti-rugas, arqui-romântico, arqui-rivalidae, auto-regulamentaçã o, auto-sugestão, contra-senso, contra-regra, contra-senha, extra-regimento, extra-sístole, extra-seco, infra-som, ultra-sonografia, semi-real, semi-sintético, supra-renal, supra-sensível

antessala, antessacristia, autorretrato, antissocial, antirrugas, arquirromântico, arquirrivalidade, autorregulamentaçã o, contrassenha, extrarregimento, extrassístole, extrasseco, infrassom, infrarrenal, ultrarromântico, ultrassonografia, suprarrenal, suprassensível

Obs: em prefixos terminados por 'r', permanece o hífen se a palavra seguinte for iniciada pela mesma letra: hiper-realista, hiper-requintado, hiper-requisitado, inter-racial, inter-regional, inter-relação, super-racional, super-realista, super-resistente etc.

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Nova Regra Regra Antiga Como Será

O hífen não é mais utilizado em palavras formadas de prefixos (ou falsos prefixos) terminados em vogal + palavras iniciadas por outra vogal

auto-afirmação, auto-ajuda, auto-aprendizagem, auto-escola, auto-estrada, auto-instrução, contra-exemplo, contra-indicaçã o, contra-ordem, extra-escolar, extra-oficial, infra-estrutura, intra-ocular, intra-uterino, neo-expressionista, neo-imperialista, semi-aberto, semi-árido, semi-automático, semi-embriagado, semi-obscuridade, supra-ocular, ultra-elevado

autoafirmação, autoajuda, autoaprendizabem, autoescola, autoestrada, autoinstrução, contraexemplo, contraindicaçã o, contraordem, extraescolar, extraoficial, infraestrutura, intraocular, intrauterino, neoexpressionista, neoimperialista, semiaberto, semiautomático, semiárido, semiembriagado, semiobscuridade, supraocular, ultraelevado.

Obs: esta nova regra vai uniformizar algumas exceções já existentes antes: antiaéreo, antiamericano, socioeconômico etc. Obs2: esta regra não se encaixa quando a palavra seguinte iniciar por 'h': anti-herói, anti-higiênico, extra-humano, semi-herbáceo etc. Nova Regra Regra Antiga Como Será Agora utiliza-se hífen quando a palavra é formada por um prefixo (ou falso prefixo) terminado em vogal + palavra iniciada pela mesma vogal.

antiibérico, antiinflamató rio, antiinflacioná rio, antiimperialista, arquiinimigo, arquiirmandade, microondas, microônibus, microorgânico

anti-ibérico, anti-inflamató rio, anti-inflacioná rio, anti-imperialista, arqui-inimigo, arqui-irmandade, micro-ondas, micro-ônibus, micro-orgânico

Obs: esta regra foi alterada por conta da regra anterior: prefixo termina com vogal + palavra inicia com vogal diferente = não tem hífen; prefixo termina com vogal + palavra inicia com mesma vogal = com hífen Obs2: uma exceção é o prefixo 'co'. Mesmo se a outra palavra inicia-se com a vogal 'o', NÃO utiliza-se hífen. Nova Regra Regra Antiga Como Será Não usamos mais hífen em compostos que, pelo uso, perdeu-se a noção de composição

manda-chuva, pára-quedas, pára-quedista, pára-lama, pára-brisa, pára-choque, pára-vento

mandachuva, paraquedas, paraquedista, paralama, parabrisa, pára-choque, paravento

Obs: o uso do hífen permanece em palavras compostas que não contêm elemento de ligação e constitui unidade sintagmática e semântica, mantendo o acento próprio, bem como naquelas que designam espécies botânicas e zoológicas: ano-luz, azul-escuro, médico-cirurgiã o, conta-gotas, guarda-chuva, segunda-feira, tenente-coronel, beija-flor, couve-flor, erva-doce, mal-me-quer, bem-te-vi etc.

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Observações Gerais O uso do hífen permanece Exemplos

Em palavras formadas por prefixos 'ex', 'vice', 'soto' Ex-marido, vice-presidente, soto-mestre

Em palavras formadas por prefixos 'circum' e 'pan' + palavras iniciadas em vogal, M ou N

pan-americano, circum-navegação

Em palavras formadas com prefixos 'pré', 'pró' e 'pós' + palavras que tem significado próprio

pré-natal, pró-desarmamento, pós-graduação

Em palavras formadas pelas palavras 'além', 'aquém', 'recém', 'sem'

além-mar, além-fronteiras, aquém-oceano, recém-nascidos, recém-casados, sem-número, sem-teto

Não existe mais hífen Exemplos Exceções Em locuções de qualquer tipo (substantivas, adjetivas, pronominais, verbais, adverbiais, prepositivas ou conjuncionais)

cão de guarda, fim de semana, café com leite, pão de mel, sala de jantar, cartão de visita, cor de vinho, à vontade, abaixo de, acerca de etc.

água-de-colônia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia, ao-deus-dará, à queima-roupa

PARÔNIMOS e HOMÔNIMOS

Parônimos são palavras diferentes no sentido, mas com muita semelhança na escrita e na pronúncia.

Exemplos :

Infligir infrigir Retificar ratificar Vultoso vultuoso

Homônimos são palavras diferentes no sentido, mas que têm a mesma pronúncia. Dividem-se em homônimos perfeitos e homônimos imperfeitos.

Homônimos perfeitos são palavras diferentes no sentido, mas idênticas na escrita e na pronúncia.

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Exemplos :

Homem são (adj.) São João São várias as causas Como vais ? Eu como feijão

Homônimos imperfeitos, que se dividem em :

1. Homônimos homógrafos, quando têm a mesma escrita e a mesma pronúncia, exceto a abertura da vogal tônica.

Exemplos: Almoço (verbo) / Almoço (substantivo)

2. Homônimos homófonos, quando têm a mesma pronúncia mas escrita diferente.

Exemplos :

Apreçar apressar Sessão seção Cessão

Exemplos de Parônimos e Homônimos: Parônimos ( emprego do e ou do i ) Arrear Pôr arreios a Arriar Abaixar Deferimento Concessão Diferimento Adiamento Deferir Conceder Diferir Adiar Delatar Denunciar Dilatar Retardar, estender Descrição Representação Discrição Reserva Descriminar Inocentar Discriminar Distinguir Despensa Compartimento Dispensa Desobriga Destratar Insultar Distratar Desfazer (contrato) Emergir Vir à tona Imergir Mergulhar Emigrante O que sai do próprio país Imigrante O que entra em país estranho Eminência Altura; excelência Iminência Proximidade de ocorrência Eminente Alto; excelente Iminente Que ameaça cair ou ocorrer Emitir Lançar fora de si Imitir Fazer entrar Enfestar Dobrar ao meio na sua Infestar Assolar

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largura Enformar Meter em fôrma,

incorporar Informar Avisar

Entender Compreender Intender Exercer vigilância Lenimento Suavizante Linimento Medicamento para fricções Peão Que anda a pé Pião Espécie de brinquedo Recrear Divertir Recriar Criar de novo Se Pronome átono;

conjunção Si Pronome tônico; nota musical

Vadear Passar a vau Vadiar Passar vida ociosa Venoso Relativo a veias Vinoso Que produz vinho

Parônimos (emprego do o ou do u ) Açodar Instigar Açudar Construir açudes Assoar Limpar (o nariz) Assuar Vaiar Bocal Embocadura Bucal Relativo à boca Comprido Longo Cumprido Executado Comprimento Extensão Cumprimento Saudação Costear Navegar junto à costa Custear Prover as despesas de Cutícula Película Cutícola Que vive na pele Insolação Exposição ao sol Insulação Isolamento Insolar Expor ao sol Insular Isolar Ovular Semelhante a ovo Uvular Relativo à úvula Pontoar Marcar com ponto Pontuar Empregar a pontuação em Roborizar Fortalecer Ruborizar Corar; envergonhar-se Soar Dar ou produzir som;

ecoar Suar Transpirar

Soporativo Que produz sopor (modorra)

Supurativo Que produz supuração

Sortir Abastecer Surtir Originar Torvar Tornar-se carrancudo Turvar Tornar turvo (opaco); toldar Torvo Iracundo, enfurecido Turvo Opaco; toldado Vultoso Volumoso Vultuoso Atacado de vultuosidade

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(congestão na face) Homônimos e parônimos (emprego do grupo sc ) Acender Pôr fogo a Ascender Subir Decente Decoroso; limpo Descente Que desce; vazante Discente Relativo a alunos Docente Relativo a professores Acético Relativo ao vinagre Ascético Relativo ao

ascetismo Asséptico Relativo à assepsia

Homônimos e parônimos (emprego do c, ç, s e ss ) Acento Inflexão da voz; sinal

gráfico Assento Lugar onde a gente se

assenta Acessório Que não é fundamental Assessório Relativo ao assessor Anticé(p)tico Oposto aos céticos Antissé(p)tico Desinfetante Apreçar Marcar ou ver o preço de Apressar Tornar rápido Caçar Perseguir a caça Cassar Anular Cé(p)tico Que ou quem duvida Sé(p)tico Que causa infecção Cegar Fazer perder a vista a Segar Ceifar; cortar Cela Aposento de religiosos Sela Arreio de cavalgadura Celeiro Depósito de provisões Seleiro Fabricante de selas Cenário Decoração de teatro Senário Que consta de seis unidades Censo Recenseamento Senso Juízo claro Censual Relativo ao censo Sensual Relativo aos sentidos Cerração Nevoeiro espesso Serração Ato de serrar Cerrar Fechar Serrar Cortar Cervo Veado Servo Servente Cessação Ato de cessar Sessação Ato de sessar Cessar Interromper Sessar Peneirar Ciclo Período Siclo Moeda judaica Cilício Cinto para penitências Silício Elemento químico Cinemático Relativo ao movimento

mecânico Sinemático Relativo aos estames

Círio Vela grande de cera Sírio da Síria

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Concertar Harmonizar; combinar Consertar Remendar; reparar Corço Cabrito selvagem Corso Natural da Córsega Decertar Lutar Dissertar Discorrer Empoçar Formar poça Empossar Dar posse a Incerto Duvidoso Inserto Inserido, incluído Incipiente Principiante Insipiente Ignorante Intenção ou tenção

Propósito Intensão ou tensão

Intensidade

Intercessão Rogo, súplica Interse(c)ção Ponto em que duas linhas se cortam

Laço Laçada Lasso Cansado Maça Clava Massa Pasta Maçudo Indigesto; monótono Massudo Volumoso Paço Palácio Passo Passada Ruço Pardacento; grisalho Russo Natural da Rússia Cessão Doação; anuência Secção ou

seção Corte; divisão Sessão Reunião

Cesta Utensílio de vara, com asas

Sexta Ordinal feminino de seis

Sesta Hora de descanso

Indefesso Incansável Indefeso Sem defesa Infenso Contrário Homônimos e parônimos (emprego do s ou do z) Asado Que tem asas Azado Oportuno Asar Guarnecer com asas Azar Dar azo a; má sorte Coser Costurar Cozer Cozinhar Revezar Substituir

alternadamente Revisar Rever; corrigir

Vês Forma do verbo ver Vez Ocasião

Fúsil Que se pode fundir Fuzil Carabina Fusível Resistência de fusibilidade calibrada

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Homônimos (emprego do s ou do x ) Espiar Espreitar Expiar Sofrer pena ou castigo Espirar Soprar; respirar; estar vivo Expirar Expelir (o ar); morrer Estrato Camada sedimentar; tipo de

nuvem Extrato O que foi tirado de dentro;

fragmento

Esterno Osso do peito Externo Exterior Hesterno Relativo ao dia de ontem

Homônimos e parônimos (emprego do ch ou do x ) Brocha Prego curto de cabeça larga e chata Broxa Pincel Bucho Estômago de animais Buxo Arbusto ornamental Cachão Borbotão; fervura Caixão Caixa grande; féretro Cachola Cabeça; bestunto Caixola Pequena caixa Cartucho Canudo de papel Cartuxo Pertencente à ordem da

Cartuxa Chá Arbusto; infusão Xá Título de soberano no Oriente Chácara Quinta Xácara Narrativa popular em verso Chalé Casa campestre em estilo suíço Xale Cobertura para os ombros Cheque Ordem de pagamento Xeque Incidente no jogo de xadrez;

contratempo Cocha Gamela Coxa Parte da perna Cocho Vasilha feita com um tronco de

madeira escavada Coxo Aquele que manca

Luchar Sujar Luxar Deslocar; desconjuntar Tacha Brocha; pequeno prego Taxa Imposto; preço Tachar Censurar; notar defeito em Taxar Estabelecer o preço ou o

imposto Referência Bibliográfica:

ANDRÉ, Hildebrando A. de, Gramática ilustrada. São Paulo : Moderna, 1990.

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Estrutura das Palavras

Elementos Mórficos ou Morfemas

Elementos Função Radical Identifica o significado básico da palavra Afixos

Morfemas responsáveis pela formação de palavras novas, a parir de um radical. Podem ser Prefixos - colocado antes do radical e Sufixos – colocado depois do radical

Desinências Morfemas caracterizadores das palavras. Indicam gênero e número (nos nomes); número e pessoa, tempo e modo (nos verbos)

Vogal temática Nos verbos, identifica uma das três conjugações; nos nomes, forma grupos com características comuns.

Tema É a união do radical à vogal temática. Vogal (ou consoante) de ligação

É facilitar a pronúncia para que se consiga juntar sufixos a radicais ou um radical a outro. Não fazem parte dos morfemas

Exemplos: Prefixos - feliz – infeliz Sufixos – feliz – felizmente

fazer - refazer pedra – pedreiro Cognatas – são palavras que possuem o mesmo radical. Feliz = infeliz, felizmente, felicidade, infelizmente Jornal = jornaleiro, jornalista, jornais Pedra = pedreiro, pedrada, pedraria Desinências menin-o menin-o-s menin-a-s (nominal) Cantar canta-va-mos canta-sse-s (verbal) Vogal Temática Fal-a-r – Cant-a-r - Vend-e-r Tema Tema Tema Vogal ( ou Consoante) de ligação Gas-ô-metro – pau-l-ada – cafe-t-eira

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Formação das Palavras 1- Derivação Prefixal – colocação de um prefixo ao Radical.

Infeliz desleal

Sufixal – colocação de um sufixo ao Radical.

Felizmente Lealdade Prefixo-sufixal – colocação de um prefixo e um sufixo ao radical.

Infelizmente deslealdade

Parassíntese (Parassintética) – Colocação ao mesmo tempo de um prefixo e um sufixo.

Entristecer desalmado

Regressiva – a palavra nova é obtida pela redução da palavra primitiva.

Botequim – boteco / Português – portuga / Combater – combate / Pescar – pesca / Jantar - janta

Imprópria – mudança de classe gramatical, vai depender do contexto.

Ainda não fiz o jantar. (substantivo) Como será o amanhã. (substantivo) A mulher aranha. (adjetivo) 2- Composição (Dois ou mais radicais se juntam para formar uma palavra)

Justaposição – Colocação de dois radicais ou mais sem a perda de elementos.

Couve-flor / Passatempo / Girassol / salário-família

Aglutinação - Colocação de dois radicais ou mais com a perda de elementos.

Aguardente Planalto Pernalta Petróleo

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Outros processos 3- Hibridismo – são palavras formadas por radicais de línguas diferentes. Automóvel (auto: grego / móvel: latim) Sociologia (sócio: latim / logia: grego) Alcoômetro (álcool: árabe / metro: grego) Burocracia (buro: de bureau francês / cracia: grego ) Sambódromo (samba: língua africana / dromo: grego) 4- Onomatopéia – são palavras que reproduzem os sons ou ruídos. Tique-taque; zunzum; cacarejar; Miar; fonfom; pingue-pongue 5- Abreviação – redução da palavra. Moto (por motocicleta) Foto (por fotografia) Pneu (por pneumático) Abreviatura – pág. (página) m (metro) Fís. (Física) Siglas – PT (Partido dos Trabalhadores) Banespa (Banco do Estado de São Paulo)

S U B S T A N T I V O

É a palavra que dá nome aos seres. Ex.: Colégio, tristeza, rio. Classificação Comum = homem, rio, cão, país Próprio = Manuel, Amazonas, Bidu, França Coletivo = bando (de aves), pinacoteca (de quadros) Formação Primitivo = leite, ferro, terra Derivado = leiteiro, ferradura, terreno Concreto = casa, fada, bruxa, caneta, saci Abstrato = Amor, recordação, coragem, medo Simples = sol, chuva, tempo Composto = girassol, guarda-chuva, passatempo

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Gênero dos substantivos Substantivo Biforme Substantivo Uniforme Gramatical

Masculino = menino, homem, bode, ator Feminino = menina, mulher, atriz, cabra

Comuns-de-dois gêneros cliente, viajante, artista Sobrecomum = ídolo, testemunha, bebê Epiceno = jacaré, cobra, zebra

Masculino = livro, ônibus, apartamento, caderno Feminino = casa, cadeira, porta, janela.

Obs: Comum-de-dois gêneros - o que modifica o gênero é o artigo. Ex.: O cliente, A cliente. Sobrecomum - a diferença de gênero não é especificada, o mesmo substantivo refere-se ao sexo masculino como feminino. ë de acordo com o contexto. EX.: Uma criança do sexo masculino. Epiceno - para a distinção do sexo do animal acrescenta-se a palavra macho ou fêmea. Ex.: O jacaré macho, A cobra fêmea.

GRAU DOS SUBSTANTIVOS

Normal Diminutivo Aumentativo

gato, casa, livro.

Sintético = gatinho, livrinho, casinha Analítico = gato pequeno, casa minúscula, livro pequeno

Sintético = gatão, casarão, livrão Analítico = gato grande, casa enorme, livro imenso

NÚMERO DOS SUBSTANTIVOS

SINGULAR = menina, ator, pão, couve-flor PLURAL = meninas, atores, pães, couves-flores

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A R T I G O S

Determinam os substantivos. Classificação: Definidos = Singular : a, o / Plural : as, os Indefinidos = Singular - uma, um / Plural - umas, uns

A D J E T I V O S

Caracterizam o substantivo. Ex.: A criança levada. O menino agitado.

FLEXÃO DOS ADJETIVOS

Flexão em gênero Biforme = possue duas formas, uma para o masculino e outra para o feminino: Masculino – botão amarelo Feminino – rosa amarela

Uniforme = possue uma só forma para os dois gêneros: Exercício fácil / Tarefa fácil

Flexão em número Singular = Menino estudioso Menina estudiosa Menino surdo-mudo Menina surda-muda Língua latino-americana Povo latino-americano Terno marrom-café

Plural = Meninos estudiosos Meninas estudiosas Meninos surdos-mudos Meninas surdas-mudas Línguas latino-americanas Povos latino-americanos Ternos marrom-café

Flexão em grau Comparativo Superlativo a. de igualdade: Ana é tão esperta quanto sua irmã. b. de superioridade: Ana é mais esperta que sua irmã. c. de inferioridade: Ela é menos esperta que Ana

a. absoluto: analítico: Ana é muito esperta. sintético: Ana é espertíssima. b. relativo: de superioridade: Ela é a mais esperta da classe. de inferioridade Ela é a aluna menos aplicada da classe.

Adjetivos Comparativo Superlativo bom mau grande pequeno

melhor pior maior menor

ótimo péssimo máximo mínimo

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Locuções Adjetivas

São duas ou mais palavras que correspondem a um adjetivo. A navalha viu o reflexo do sol. A navalha viu o reflexo solar. Obs.: 1- Verbete: brasileiro Adj. 1. De, ou pertencente ou relativo ao Brasil. ~V. colonial S. m. 2. O natural ou habitante do Brasil. O dicionário apresenta a palavra brasileira pertencente a mais de uma classe gramatical. Nesse caso, a distinção de classe só se revela pelo contexto. Exemplo: O brasileiro é muito crédulo. (Substantivo) O povo brasileiro é muito crédulo. (Adjetivo) 2- O adjetivo pode ser usado como advérbio: A mãe suspirava suave. (Guimarães Rosa) Suavemente Outros exemplos: Fale sério! Durma tranqüila. 3- a) Bonita roupa b) Grande homem Roupa bonita Homem grande Existem adjetivos, que dependendo de sua posição na frase, mudam o significado da expressão. No exemplo a não houve alteração de significado, já na letra b nem sempre um grande homem é um homem grande e vice-versa.

N u m e r a l

É a palavra que exprime quantidade, ordem, e dá também a idéia de múltiplo ou fração. Há quatro tipos de numerais: Cardinal - um, dois, três, mil... Ordinal - primeiro, segundo, vigésimo... Fracionário - metade, um terço, um nono... Múltiplo - dobro, triplo, quádruplo...

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OBS.: Na designação de capítulos, séculos, papas, monarcas empregam-se os numerais ordinais de um a dez e os numerais cardinais de onze em diante. Século XX Século vinte Papa João XXIII Papa João Vinte e Três Felipe II Felipe Segundo Capítulo IX Capítulo nono

P R O N O M E S É a palavra que : a. Substitui um substantivo b. Acompanha um substantivo Pronomes Pessoais (Pessoas Gramaticais) Retos Oblíquos Eu Me, mim, comigo Tu Te, ti, contigo Ele/Ela Se, si, consigo, o, a, lhe Nós Nos, conosco Vós Vos, convosco Eles/Elas Se, si, consigo, os, as, lhes Pronomes de Tratamento Tipo especial de pronome pessoal. São de segunda pessoa -- referem-se às pessoas com quem falamos -- mas exigem verbo na terceira pessoa. Pronomes Abreviatura Referência Vossa Alteza V.A príncipes, duques Vossa Eminência V. Em.ª Cardeais Vossa Excelência V. Ex.ª Altas autoridades em geral Vossa Magnificência V. Mag.ª Reitores de universidade Vossa Majestade V. M. Reis, imperadores Pronomes Possessivos (idéia de posse) Meu, minha, meus, minhas Teu, tua, teus, tuas Seu, sua, seus, suas Nosso, nossa, nossos, nossas Vosso, vossa, vossos, vossas Seu, sua, seus, suas

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Pronomes Demonstrativos São aqueles que indicam a posição do ser no tempo e no espaço, tendo como referência as pessoas do discurso. Este, esta, estes, estas, isto ( próximo à pessoa que fala) Esse, essa, esses, essas, isso ( próximo à pessoa com quem se fala) Aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo ( distante dos interlocutores) Pronomes Indefinidos São aqueles que se referem à terceira pessoa do discurso de modo vago e impreciso. Variáveis invariáveis Algum, alguma, alguns, algumas Nenhum, nenhuma, nenhuns, nenhumas Todo, toda, todos, todas Outro, outra, outros, outras Muito, muita, muitos, muitas Pouco, pouca, poucos, poucas Certo, certa, certos, certas Vário, vária, vários, várias Quanto, quanta, quantos, quantas Tanto, tanta, tantos, tantas Qualquer, quaisquer Qual, quais um, uma, uns, umas

Algo tudo nada quem alguém ninguém outrem onde alhures algures nenhures cada cada qual

referem-se a coisas referem-se a pessoas referem-se a lugares

Pronomes Relativos São aqueles que se referem-se ao termo antecedente em outra oração. Variáveis Invariáveis o qual, a qual, os quais, as quais que, quem, onde, como cujo, cuja, cujos, cujas quanto, quanta, quantos, quantas

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V E R B O

É a palavra que exprime ação, estado, fato, ou fenômeno da natureza. Flexão em:

a. de número e pessoa

Eu jogo bola. (1ª pessoa do singular) / Nós jogamos bola. (1ª pessoa do plural)

b. de tempo

Jogo bola. ( PRESENTE - Indica um fato atual ou habitual) Joguei bola. (PRETÉRITO - Indica um fato passado) Jogarei bola. (FUTURO - Indica um fato que ainda vai acontecer) c. de modo Jogo bola. (INDICATIVO - Expressa um fato real) Talvez hoje eu jogue bola. (SUBJUNTIVO - Dá ideia de dúvida) Jogue bola. (IMPERATIVO - Indica ordem)

d. Vozes dos verbos

a. Ativa: o sujeito pratica a ação (Netinho comprou o bingo.)

b. Passiva: o sujeito sofre a ação (O bingo foi comprado por Netinho.)

c. Reflexiva: o sujeito pratica e sofre a ação. (Gabi se contou.) Classificação Verbal Regulares – São os que seguem o modelo de sua conjugação: -ar (cantar), -er (vender), -ir (partir). Irregulares – Não acompanham nenhum modelo de conjugação, têm variações no radical ou nas desinências: dar, dizer, pedir, etc. Defectivos – Não são conjugados em todas as formas: demolir, falir, Doer, etc. E também verbos que indicam fenômeno da natureza e vozes de animais. Anômalos – Sofrem profundas modificações na conjugação: ser e ir Abundantes – São os que têm dois ou mais particípios: Nascer - nascido, nato

Tingir - tingido, tinto Auxiliares – Os que se ligam a outros verbos, na formação:

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a. dos tempos compostos: Tenho estudado Havia saído b. das locuções verbais: Eles estão estudando. Fui elogiado pelo professor. Hei de vencer

A D V É R B I O S

É a palavra que modifica o verbo, o adjetivo e o próprio advérbio, indicando circunstância de tempo, modo lugar, negação, intensidade, dúvida, etc. É uma palavra invariável. Principais advérbios: a. lugar -- aqui, ali, lá, acolá, além... b. tempo -- hoje, cedo, ontem, amanhã, já, tarde... c. modo -- bem, mal, assim... e a maioria dos que terminam em -mente: tranqüilamente... d. negação -- não e. intensidade -- pouco, muito, bastante, mais, menos ... f. dúvida -- talvez, acaso, porventura... Locução Adverbial -- é o grupo de palavras com valor de um advérbio: a. Com certeza, ele chegará (Certamente, ele chegará) b. À noite, fazia frio.

I N T E R J E I Ç Õ E S

São palavras invariáveis que traduzem as nossas emoções, os nossos sentimentos. a. Cuidado! olhe o sinal. b. Arre! até que enfim o encontro.

P R E P O S I Ç Ã O

É a palavra que estabelece uma ligação entre duas outras.

Ex.: O bilhete trazia uma declaração de Amor. Algumas Preposições: A contra para sob após ante de perante sobre desde por trás até em sem com entre Combinação (não há perda de fonema): a. Ele foi ao cinema. a (prep.) + o (artigo)

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Contração (há perda de fonema) a. Elas gostam do Recife. de(prep.) + o (artigo) em + o = no em + a = na em + este = neste em + os + nos em + aquele = naquela

de + o = do de + a = da de + este = deste de + os = dos de + aquele = daquele

por + o = pelo por + a = pela por + os = pelos a + a = à a + aquele = àquela

Principais Relações estabelecidas pelas Preposições

Autoria - Esta música é de Roberto Carlos. Lugar - Estou em casa. Tempo -Eu viajei durante as férias. Modo ou conformidade - Vamos escolher por sorteio. Causa - Estou tremendo de frio Assunto - Não gosto de falar sobre política. Fim ou finalidade - Eu vim para ficar Instrumento - Paulo feriu- se com a faca. Companhia - Hoje vou sair com meus amigos. Meio - Voltarei a andar a cavalo. Matéria - Devolva-me meu anel de prata. Posse - Este é o carro de João. Oposição - O Flamengo jogou contra Fluminense. Conteúdo - Tomei um copo de (com) vinho. Preço - Vendemos o filhote de nosso cachorro a (por) R$ 300,00. Origem - Você descende de família humilde. Especialidade - João formou-se em Medicina. Destino ou direção - Olhe para frente!

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C O N J U N Ç Õ E S É a palavra invariável que liga orações ou palavras que têm a mesma função. Ex.: Ele caiu, mas não se machucou.

Quadro das conjunções Coordenadas

Ideia de soma

Ideia contrária

Ideia de escolha

Ideia de conclusão

Ideia de explicação

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Subordinadas

Ideia de causa

Ideia de consequência

Ideia de comparação

Ideia de conformidade

Um fato não impede o outro de acontecer

Ideia de condição

Uma ação acontece ao mesmo tempo em que a outra

Ideia de tempo

Ideia de finalidade

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Sintaxe e Morfossintaxe

Sujeito Ser de quem se fala.

Classificação Simples Só um núcleo -Lucas comprou uma casa.

Composto Mais de um núcleo -Elis e Simone são cantoras. Oculto É identificado pela terminação verbal -Não saímos hoje.

-Pegaste a minha bola? Indeterminado Não se pode ser identificado.

Existem dois casos: 1- Verbo na terceira pessoa 2- Verbo na terceira pessoa + o pronome SE

-Levaram os documentos. -Vive-se muito bem aqui.

Oração sem sujeito

Pode ocorrer oração sem sujeito em: 1- Verbo Haver = existir 2- Verbos Indicando Tempo 3- Verbos Indicando Fenômeno da Natureza

- Havia muitas soluções para o caso. -Faz muito tempo que não o vejo. - Já são três horas? - Choveu bastante hoje.

PREDICADO

É tudo aquilo que é comunicado.

Classificação

Nominal Quando o seu núcleo tem um nome (predicativo do sujeito) e o verbo é de ligação.

- Gabriela é linda

Verbal

Quando o seu núcleo tem um verbo: 1- Verbo Intransitivo (sem complemento) 2- Verbo transitivo Direto (pede complemento sem preposição) 3- Verbo transitivo indireto (pede complemento com preposição) 4- Verbo transitivo direto e indireto (pede complemento sem e com preposição)

- Netinho saiu às pressas. - Manoel comprou um CD. - Manoella gosta de sorvete. - Walter deu um sofá à Marina.

Quando tem um núcleo que é verbo

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Verbo-

Nominal

e outro que é nome.(verbo de ação + predicativo do sujeito)

- Zelita tem uma casa espaçosa.

OBS.: 1- Verbo Transitivo direto tem em seu complemento o objeto direto. Ex.: Gabriela tem uma boneca. objeto direto 2- Verbo transitivo Indireto tem em seu complemento o objeto indireto. Ex.: Manoella cuida do jardim. objeto indireto

ADJUNTO ADNOMINAL

Pode ocorrer no sujeito ou predicado. É o termo (artigo, adjetivo, locução adjetiva, pronome e numeral) que acompanha um núcleo, um substantivo, determinando ou modificando-o. Ex.: O meu irmão caçula tem dois filhos. O filho de Paulo é danado.

COMPLEMENTO NOMINAL

Pode ocorrer no sujeito ou no predicado. É a expressão preposicionada que completa o sentido de um substantivo, adjetivo ou de um advérbio geralmente abstrato. Ex.: A falta de dinheiro atrapalha a vida do brasileiro. A criança tem confiança nos mais velhos.

ADJUNTO ADVERBIAL

Termo que acrescenta uma circunstância a um verbo, a um adjetivo, a outro advérbio ou a toda oração. Ex.: Ontem eu vi um menino correndo. Adj. Adv. de Tempo Ela fala muito e rapidamente Adj. Adv. de modo Adj. Adv. de intensidade

APOSTO Pode ocorrer no sujeito ou no predicado. É uma expressão de valor nominal que explica outro termo que a precede, pode vir entre vírgulas, dois pontos e travessão. Ex.: Walter, meu pai, é muito esforçado. Marina comprou tudo isso: sofá, geladeira e som.

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VOCATIVO

Termo classificado à parte, expressa chamamento, não se relaciona a nenhum outro termo da oração. Pode vir no começo, no meio ou no fim. Ex.: Garçom, a conta por favor. Voa, andorinha.

AGENTE DA PASSIVA

É o termo que pratica a ação do verbo transitivo direto na voz passiva.

Ex.: A casa foi pintada por um homem estranho.

Morfologia (classe)

Sintaxe (função)

1. Substantivo 2. Verbo 3. Artigo 4. Adjetivo (Loc. Adjetiva) 5. Numeral adjetivo 6. Pronome substantivo 7. Advérbio (Loc. Adverbial)

sujeito objeto direto objeto indireto Núcleo do predicativo complemento nominal agente da passiva aposto vocativo Núcleo do predicado verbal e do predicado verbo-nominal adjunto adnominal adjunto adnominal e predicativo adjunto adnominal e predicativo adjunto adnominal e predicativo tem as mesmas funções do substantivo adjunto Adverbial

ATENÇÃO: O substantivo pode exercer funções secundárias de adjunto adnominal (na loc. Adjetiva) e de adjunto adverbial (na loc. Adverbial).

ATENÇÃO: O verbo de ligação relaciona o predicativo ao sujeito.

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8. Preposição 9. Conjunção 10. Interjeição

(conectivo) não tem (conectivo) função Sintática (elemento afetivo, emotivo)

Frase, oração e período. Frase É o enunciado com sentido completo, capaz de fazer uma comunicação. Na frase é facultativo o uso do verbo. Exemplos: - Atenção! - Que frio! - A China passa por dificuldades. As frases classificam-se em: Declarativa: faz uma declaração. “Os olhos luziam de muita vida...” (Machado de Assis) Interrogativa: utiliza uma pergunta. “Entro num drama ou saio de uma comédia?” (Machado de Assis) Exclamativa: expressa sentimento. “Que imenso poeta, D. Guiomar!” (Machado de Assis) Imperativa: dá uma ordem ou pedido. “Chegue-se mais perto...” (Machado de Assis) Optativa: expressa um desejo. "Tomara que você passe na prova". “Vou-me embora.”, o enunciado fornece uma mensagem, porém usou verbo é o que chamamos de oração. Oração É o enunciado com sentido que se estrutura com base em um verbo. Na oração é preciso usar verbo ou locução verbal Exemplos: - A fábrica, hoje, produziu bem. - Homens e mulheres são iguais perante a lei. “- O senhor tem sempre um cumprimento de reserva: vejo que não perdeu o tempo na academia, Vou-me embora.”, o enunciado apresenta uma mensagem em que se utilizou vários verbos é o que chamamos de período. Período É a oração composta por um ou mais verbos. O período classifica-se em:

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Simples: tem apenas uma oração. - “As senhoras como se chamam?” (Machado de Assis) Composto: tem duas ou mais orações. - “Um deles perguntou-lhes familiarmente se iam consultar a adivinha”. (Machado de Assis) Há dois tipos de período composto: 1. PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO As orações coordenadas não mantêm entre si dependência gramatical, são independentes. Existe entre elas, evidentemente, uma relação de sentido, mas do ponto de vista sintático, uma não depende da outra. A essas orações independentes, dá-se o nome de orações coordenadas, que podem ser assindéticas ou sindéticas. A conexão entre as duas primeiras é feita exclusivamente por uma pausa, representada na escrita por uma vírgula. Entre a segunda e a terceira, é feita pelo uso da conjunção "e". As orações coordenadas que se ligam umas às outras apenas por uma pausa, sem conjunção, são chamadas assindéticas. É o caso de "As luzes apagam-se" e "abrem-se as cortinas". As orações coordenadas introduzidas por uma conjunção são chamadas sindéticas. No exemplo acima, a oração "e começa o espetáculo" é coordenada sindética, pois é introduzida pela conjunção coordenativa "e". Exemplo: Corram depressa e saiam pela direita! Ele sabia a verdade mas ela negou tudo. Classificação das Orações Coordenadas Sindéticas De acordo com o tipo de conjunção que as introduz, as orações coordenadas sindéticas podem ser: aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas ou explicativas. a) Aditivas Expressam ideia de adição, acrescentamento. Normalmente indicam fatos, acontecimentos ou pensamentos dispostos em sequência. As conjunções coordenativas aditivas típicas são "e" e "nem" (= e + não). Introduzem as orações coordenadas sindéticas aditivas. Por Exemplo: Discutimos várias propostas e analisamos possíveis soluções. As orações sindéticas aditivas podem também estar ligadas pelas locuções não só... mas (também), tanto...como, e semelhantes. Essas estruturas costumam ser usadas quando se pretende enfatizar o conteúdo da segunda oração. Veja: Chico Buarque não só canta, mas também (ou como também) compõe muito bem.

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Não só provocaram graves problemas, mas (também) abandonaram os projetos de reestruturação social do país. Obs.: como a conjunção "nem" tem o valor da expressão "e não", condena-se na língua culta a forma "e nem" para introduzir orações aditivas. Por Exemplo: Não discutimos várias propostas, nem (= e não) analisamos quaisquer soluções. b) Adversativas Exprimem fatos ou conceitos que se opõem ao que se declara na oração coordenada anterior, estabelecendo contraste ou compensação. "Mas" é a conjunção adversativa típica. Além dela, empregam-se: porém, contudo, todavia, entretanto e as locuções no entanto, não obstante, nada obstante. Introduzem as orações coordenadas sindéticas adversativas. Veja os exemplos: "O amor é difícil, mas pode luzir em qualquer ponto da cidade." (Ferreira Gullar) O país é extremamente rico; o povo, porém, vive em profunda miséria. Tens razão, contudo controle-se. Renata gostava de cantar, todavia não agradava. O time jogou muito bem, entretanto não conseguiu a vitória. c) Alternativas Expressam ideia de alternância de fatos ou escolha. Normalmente é usada a conjunção "ou". Além dela, empregam-se também os pares: ora... ora, já... já, quer... quer, seja... seja, etc. Introduzem as orações coordenadas sindéticas alternativas. Exemplos: Diga agora ou cale-se para sempre. Ora age com calma, ora trata a todos com muita aspereza. Estarei lá, quer você permita, quer você não permita. Obs.: nesse último caso, o par "quer...quer" está coordenando entre si duas orações que, na verdade, expressam concessão em relação a "Estarei lá". É como disséssemos: "Embora você não permita, estarei lá". d) Conclusivas Exprimem conclusão ou consequência referentes à oração anterior. As conjunções típicas são: logo, portanto e pois (posposto ao verbo). Usa-se ainda: então, assim, por isso, por conseguinte, de modo que, em vista disso, etc. Introduzem as orações coordenadas sindéticas conclusivas.

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Exemplos: Não tenho dinheiro, portanto não posso pagar. A situação econômica é delicada; devemos, pois, agir cuidadosamente. O time venceu, por isso está classificado. Aquela substância é toxica, logo deve ser manuseada cautelosamente. e) Explicativas Indicam uma justificativa ou uma explicação referente ao fato expresso na declaração anterior. As conjunções que merecem destaque são: que, porque e pois (obrigatoriamente anteposto ao verbo). Introduzem as orações coordenadas sindéticas explicativas. Exemplos: Vou embora, que cansei de esperá-lo. Vinícius devia estar cansado, porque estudou o dia inteiro. Cumprimente-o, pois hoje é o seu aniversário. 2. PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO Este tipo de período é formado por uma oração principal que é complementada com uma ou mais orações subordinadas. Estas orações poderão exercer a função de sujeito, complemento nominal, adjunto adverbial, adjunto adnominal, etc, dentro da estrutura da oração principal. Exemplo: A polícia sabia que havia pessoas no prédio. Quando eu voltar, farei o jantar. Forma das Orações Subordinadas Observe o exemplo abaixo de Vinícius de Moraes: "Eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto." Oração Principal Oração Subordinada Observe que na Oração Subordinada temos o verbo "existe", que está conjugado na terceira pessoa do singular do presente do indicativo. As orações subordinadas que apresentam verbo em qualquer dos tempos finitos (tempos do modo do indicativo, subjuntivo e imperativo), são chamadas de orações desenvolvidas ou explícitas. Podemos modificar o período acima. Veja: Eu sinto existir em meu gesto o teu gesto. Oração Principal Oração Subordinada

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Observe que a análise das orações continua sendo a mesma: "Eu sinto" é a oração principal, cujo objeto direto é a oração subordinada "existir em meu gesto o teu gesto". Note que a oração subordinada apresenta agora verbo no infinitivo. Além disso, a conjunção que, conectivo que unia as duas orações, desapareceu. As orações subordinadas cujo verbo surge numa das formas nominais (infinitivo - flexionado ou não - , gerúndio ou particípio) chamamos orações reduzidas ou implícitas. 1) ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS A oração subordinada substantiva tem valor de substantivo e vem introduzida, geralmente, por conjunção integrante (que, se). Classificação das Orações Subordinadas Substantivas De acordo com a função que exerce no período, a oração subordinada substantiva pode ser: a) Subjetiva É subjetiva quando exerce a função sintática de sujeito do verbo da oração principal. Observe: É fundamental o seu comparecimento à reunião. Sujeito É fundamental que você compareça à reunião. Oração Principal Oração Subordinada Substantiva Subjetiva Atenção: Observe que a oração subordinada substantiva pode ser substituída pelo pronome " isso". Assim, temos um período simples: É fundamental isso ou Isso é fundamental. Dessa forma, a oração correspondente a "isso" exercerá a função de sujeito. Veja algumas estruturas típicas que ocorrem na oração principal: 1- Verbos de ligação + predicativo, em construções do tipo: É bom - É útil - É conveniente - É certo - Parece certo - É claro - Está evidente - Está comprovado Por Exemplo: É bom que você compareça à minha festa. 2- Expressões na voz passiva, como:

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Sabe-se - Soube-se - Conta-se - Diz-se - Comenta-se - É sabido - Foi anunciado - Ficou provado Por Exemplo: Sabe-se que Aline não gosta de Pedro. 3- Verbos como: convir - cumprir - constar - admirar - importar - ocorrer - acontecer Por Exemplo: Convém que não se atrase na entrevista. b) Objetiva Direta A oração subordinada substantiva objetiva direta exerce função de objeto direto do verbo da oração principal. Por Exemplo: Todos querem sua aprovação no vestibular. Objeto Direto Todos querem que você seja aprovado. (Todos querem isso) Oração Principal Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta As orações subordinadas substantivas objetivas diretas desenvolvidas são iniciadas por: 1- Conjunções integrantes "que" (às vezes elíptica) e "se": Por Exemplo: A professora verificou se todos alunos estavam presentes. 2- Pronomes indefinidos que, quem, qual, quanto (às vezes regidos de preposição), nas interrogações indiretas: Por Exemplo: O pessoal queria saber quem era o dono do carro importado. 3- Advérbios como, quando, onde, por que, quão (às vezes regidos de preposição), nas interrogações indiretas: Por Exemplo:

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Eu não sei por que ela fez isso. c) Objetiva Indireta A oração subordinada substantiva objetiva indireta atua como objeto indireto do verbo da oração principal. Vem precedida de preposição. Por Exemplo: Meu pai insiste em meu estudo. Objeto Indireto Meu pai insiste em que eu estude. (Meu pai insiste nisso) Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta Obs.: em alguns casos, a preposição pode estar elíptica na oração. Por Exemplo: Marta não gosta (de) que a chamem de senhora. Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta d) Completiva Nominal A oração subordinada substantiva completiva nominal completa um nome que pertence à oração principal e também vem marcada por preposição. Por Exemplo: Sentimos orgulho de seu comportamento. Complemento Nominal Sentimos orgulho de que você se comportou. (Sentimos orgulho disso.) Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal e) Predicativa A oração subordinada substantiva predicativa exerce papel de predicativo do sujeito do verbo da oração principal e vem sempre depois do verbo ser. Por Exemplo: Nosso desejo era sua desistência. Predicativo do Sujeito Nosso desejo era que ele desistisse. (Nosso desejo era isso.) Oração Subordinada Substantiva Predicativa Obs.: em certos casos, usa-se a preposição expletiva "de" para realce. Veja o exemplo:

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A impressão é de que não fui bem na prova. f) Apositiva A oração subordinada substantiva apositiva exerce função de aposto de algum termo da oração principal. Por Exemplo: Fernanda tinha um grande sonho: a chegada do dia de seu casamento. Aposto (Fernanda tinha um grande sonho: isso.) Fernanda tinha um grande sonho: que o dia do seu casamento chegasse. Oração Subordinada Substantiva Apositiva 2) ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS Uma oração subordinada adjetiva é aquela que possui valor e função de adjetivo, ou seja, que a ele equivale. As orações vêm introduzidas por pronome relativo e exercem a função de adjunto adnominal do antecedente. Observe o exemplo: Esta foi uma redação bem-sucedida. Substantivo Adjetivo (Adjunto Adnominal) Note que o substantivo redação foi caracterizado pelo adjetivo bem-sucedida. Nesse caso, é possível formarmos outra construção, a qual exerce exatamente o mesmo papel. Veja: Esta foi uma redação que fez sucesso. Oração Principal Oração Subordinada Adjetiva Perceba que a conexão entre a oração subordinada adjetiva e o termo da oração principal que ela modifica é feita pelo pronome relativo que. Além de conectar (ou relacionar) duas orações, o pronome relativo desempenha uma função sintática na oração subordinada: ocupa o papel que seria exercido pelo termo que o antecede. Classificação das Orações Subordinadas Adjetivas Na relação que estabelecem com o termo que caracterizam, as orações subordinadas adjetivas podem atuar de duas maneiras diferentes. Há aquelas que restringem ou especificam o sentido do termo a que se referem, individualizando-o. Nessas orações não há marcação de pausa, sendo chamadas subordinadas adjetivas restritivas. Existem também orações que realçam um detalhe ou amplificam dados sobre o antecedente, que já se encontra suficientemente definido, as quais denominam-se subordinadas adjetivas explicativas.

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Exemplo 1: Jamais teria chegado aqui, não fosse a gentileza de um homem que passava naquele momento. Or Subord Adjetiva Restritiva Nesse período, observe que a oração em destaque restringe e particulariza o sentido da palavra "homem": trata-se de um homem específico, único. A oração limita o universo de homens, isto é, não se refere a todos os homens, mas sim àquele que estava passando naquele momento. Exemplo 2: O homem, que se considera racional, muitas vezes age animalescamente. Oração Subordinada Adjetiva Explicativa Nesse período, a oração em destaque não tem sentido restritivo em relação à palavra "homem": na verdade, essa oração apenas explicita uma ideia que já sabemos estar contida no conceito de "homem" 3) ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS Uma oração subordinada adverbial é aquela que exerce a função de adjunto adverbial do verbo da oração principal. Dessa forma, pode exprimir circunstância de tempo, modo, fim, causa, condição, hipótese, etc. Quando desenvolvida, vem introduzida por uma das conjunções subordinativas (com exclusão das integrantes). Classifica-se de acordo com a conjunção ou locução conjuntiva que a introduz. Observe os exemplos abaixo: Naquele momento, senti uma das maiores emoções de minha vida. Adjunto Adverbial Quando vi a estátua, senti uma das maiores emoções de minha vida. Oração Subordinada Adverbial No primeiro período, "naquele momento" é um adjunto adverbial de tempo, que modifica a forma verbal "senti". No segundo período, esse papel é exercido pela oração "Quando vi a estátua", que é, portanto, uma oração subordinada adverbial temporal. Essa oração é desenvolvida, pois é introduzida por uma conjunção subordinativa (quando) e apresenta uma forma verbal do modo indicativo ("vi", do pretérito perfeito do indicativo). Seria possível reduzi-la, obtendo-se: Ao ver a estátua, senti uma das maiores emoções de minha vida.

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A oração em destaque é reduzida, pois apresenta uma das formas nominais do verbo ("ver" no infinitivo) e não é introduzida por conjunção subordinativa, mas sim por uma preposição ("a", combinada com o artigo "o"). Circunstâncias Expressas pelas Orações Subordinadas Adverbiais a) Causa A ideia de causa está diretamente ligada àquilo que provoca um determinado fato, ao motivo do que se declara na oração principal. "É aquilo ou aquele que determina um acontecimento". Principal conjunção subordinativa causal: PORQUE Outras conjunções e locuções causais: como (sempre introduzido na oração anteposta à oração principal), pois, pois que, já que, uma vez que, visto que. Exemplos: As ruas ficaram alagadas porque a chuva foi muito forte. Como ninguém se interessou pelo projeto, não houve alternativa a não ser cancelá-lo. Já que você não vai, eu também não vou. Por ter muito conhecimento (= Porque/Como tem muito conhecimento), é sempre consultado. (Oração Reduzida de Infinitivo) b) Consequência As orações subordinadas adverbiais consecutivas exprimem um fato que é consequência, que é efeito do que se declara na oração principal. São introduzidas pelas conjunções e locuções: que, de forma que, de sorte que, tanto que, etc., e pelas estruturas tão... que, tanto... que, tamanho... que. Principal conjunção subordinativa consecutiva: QUE (precedido de tal, tanto, tão, tamanho) Exemplos: É feio que dói. (É tão feio que, em consequência, causa dor.) Nunca abandonou seus ideais, de sorte que acabou concretizando-os. Não consigo ver televisão sem bocejar. (Oração Reduzida de Infinitivo) Sua fome era tanta que comeu com casca e tudo. c) Condição Condição é aquilo que se impõe como necessário para a realização ou não de um fato. As orações subordinadas adverbiais condicionais exprimem o que deve ou não ocorrer para que se realize ou deixe de se realizar o fato expresso na oração principal.

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Principal conjunção subordinativa condicional: SE Outras conjunções condicionais: caso, contanto que, desde que, salvo se, exceto se, a não ser que, a menos que, sem que, uma vez que (seguida de verbo no subjuntivo). Exemplos: Se o regulamento do campeonato for bem elaborado, certamente o melhor time será campeão. Uma vez que todos aceitem a proposta, assinaremos o contrato. Caso você se case, convide-me para a festa. Não saia sem que eu permita. Conhecendo os alunos (= Se conhecesse os alunos), o professor não os teria punido. (Oração Reduzida de Gerúndio) d) Concessão As orações subordinadas adverbiais concessivas indicam concessão às ações do verbo da oração principal, isto é, admitem uma contradição ou um fato inesperado. A ideia de concessão está diretamente ligada ao contraste, à quebra de expectativa. Principal conjunção subordinativa concessiva: EMBORA Utiliza-se também a conjunção: conquanto e as locuções ainda que, ainda quando, mesmo que, se bem que, posto que, apesar de que. Observe este exemplo: Só irei se ele for. A oração acima expressa uma condição: o fato de "eu" ir só se realizará caso essa condição for satisfeita. Compare agora com: Irei mesmo que ele não vá. A distinção fica nítida; temos agora uma concessão: irei de qualquer maneira, independentemente de sua ida. A oração destacada é, portanto, subordinada adverbial concessiva. Observe outros exemplos: Embora fizesse calor, levei agasalho. Conquanto a economia tenha crescido, pelo menos metade da população continua à margem do mercado de consumo. Foi aprovado sem estudar (= sem que estudasse / embora não estudasse). (reduzida de infinitivo) e) Comparação

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As orações subordinadas adverbiais comparativas estabelecem uma comparação com a ação indicada pelo verbo da oração principal. Principal conjunção subordinativa comparativa: COMO Por Exemplo: Ele dorme como um urso. Utilizam-se com muita frequência as seguintes estruturas que formam o grau comparativo dos adjetivos e dos advérbios: tão... como (quanto), mais (do) que, menos (do) que. Veja os exemplos: Sua sensibilidade é tão afinada quanto a sua inteligência. O orador foi mais brilhante do que profundo. f) Conformidade As orações subordinadas adverbiais conformativas indicam ideia de conformidade, ou seja, exprimem uma regra, um modelo adotado para a execução do que se declara na oração principal. Principal conjunção subordinativa conformativa: CONFORME Outras conjunções conformativas: como, consoante e segundo (todas com o mesmo valor de conforme). Exemplos: Fiz o bolo conforme ensina a receita. Consoante reza a Constituição, todos os cidadãos têm direitos iguais. Segundo atesta recente relatório do Banco Mundial, o Brasil é o campeão mundial de má distribuição de renda. g) Finalidade As orações subordinadas adverbiais finais indicam a intenção, a finalidade daquilo que se declara na oração principal. Principal conjunção subordinativa final: A FIM DE QUE Outras conjunções finais: que, porque (= para que) e a locução conjuntiva para que. Por Exemplo: Aproximei-me dela a fim de que ficássemos amigos. Felipe abriu a porta do carro para que sua namorada entrasse. h) Proporção

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As orações subordinadas adverbiais proporcionais exprimem ideia de proporção, ou seja, um fato simultâneo ao expresso na oração principal. Principal locução conjuntiva subordinativa proporcional: À PROPORÇÃO QUE Outras locuções conjuntivas proporcionais: à medida que, ao passo que. Há ainda as estruturas: quanto maior... (maior), quanto maior... (menor), quanto menor... (maior), quanto menor... (menor), quanto mais... (mais), quanto mais... (menos), quanto menos... (mais), quanto menos... (menos). Exemplos: À proporção que estudávamos, acertávamos mais questões. Visito meus amigos à medida que eles me convidam. Quanto maior for a altura, maior será o tombo. Lembre-se: À medida que é uma conjunção que expressa ideia de proporção; portanto, pode ser substituída por "à proporção que". Na medida em que exprime uma ideia de causa e equivale a "tendo em vista que" e só nesse sentido deve ser usada. Por Exemplo: Na medida em que não há provas contra esse homem, ele deve ser solto. Atenção: não use as formas “à medida em que” ou “na medida que”. i) Tempo As orações subordinadas adverbiais temporais acrescentam uma ideia de tempo ao fato expresso na oração principal, podendo exprimir noções de simultaneidade, anterioridade ou posterioridade. Principal conjunção subordinativa temporal: QUANDO Outras conjunções subordinativas temporais: enquanto, mal e locuções conjuntivas: assim que, logo que, todas as vezes que, antes que, depois que, sempre que, desde que, etc. Exemplos: Quando você foi embora, chegaram outros convidados. Sempre que ele vem, ocorrem problemas. Mal você saiu, ela chegou. Terminada a festa, todos se retiraram. (= Quando terminou a festa) (Oração Reduzida de Particípio)

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Há também casos em que um mesmo período é composto por COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO. Neste caso, o período possui dois tipos de relação: subordinação e coordenação. No caso abaixo, há uma oração principal, que possui duas orações subordinadas a ela, e estas duas orações são coordenadas entre si. Observe: É bom que ela venha amanhã e traga os livros. Observe que a oração “que ela venha amanhã” não possui nenhum tipo de dependência com a oração “(que ela) traga os livros”. Contudo, ambas são subordinadas à oração principal, iniciada com “É bom que...”.

Exercícios

1. (UF-MG) Em todas as alternativas, o termo em negrito exerce a função de sujeito, exceto em:

a) Quem sabe de que será capaz a mulher de seu sobrinho? b) Raramente se entrevê o céu nesse aglomerado de edifícios. c) Amanheceu um dia lindo, e por isso todos correram às piscinas. d) Era somente uma velha, jogada num catre preto de solteiros. e) É preciso que haja muita compreensão para com os amigos.

2. (FMU) Em "Eu era enfim, senhores, uma graça de alienado.", os termos da oração grifados são respectivamente, do ponto de vista sintático:

a) adjunto adnominal, vocativo, predicativo do sujeito b) adjunto adverbial, aposto, predicativo do objeto c) adjunto adverbial, vocativo, predicativo do sujeito d) adjunto adverbial, vocativo, objeto direto e) adjunto adnominal, aposto, predicativo do sujeito

3. (PUC) "O homem está imerso num mundo ao qual percebe ..." A palavra em negrito é:

a) objeto direto preposicionado b) objeto indireto c) adjunto adverbial d) agente da passiva e) adjunto adnominal

4. (CESGRANRIO) Assinale a frase cujo predicado é verbo-nominal:

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a) "Que segredos, amiga minha, também são gente ..." b) "... eles não se vexam dos cabelos brancos ..." c) "... boa vontade, curiosidade, chama-lhe o que quiseres ..." d) "Fiquemos com este outro verbo." e) "... o assunto não teria nobreza nem interesse ..."

5. (UC-MG) A classificação dos verbos sublinhados, quanto à predicação, foi feita corretamente em:

a. "Não nos olhou o rosto. A vergonha foi enorme." - transitivo direto e indireto b. "Procura insistentemente perturbar-me a memória." - transitivo direto c. "Fiquei, durante as férias, no sítio de meus avós." - de ligação d. "Para conseguir o prêmio, Mário reconheceu-nos imediatamente." - transitivo

indireto e. "Ela nos encontrará, portanto é só fazer o pedido." - transitivo indireto

6. (UF-UBERLÂNDIA) "Ele observou-a e achou aquele gesto feio, grosseiro, masculinizado." Os termos sublinhados são:

a) predicativos do objeto b) predicativos do sujeito c) adjuntos adnominais d) objetos diretos e) adjuntos adverbiais de modo

7. (MACK) Em "E quando o brotinho lhe telefonou, dias depois, comunicando que estudava o modernismo, e dentro do modernismo sua obra, para que o professor lhe sugerira contato pessoal com o autor, ficou assanhadíssimo e paternal a um tempo", os verbos assinalados são, respectivamente:

a. transitivo direto, transitivo indireto, de ligação, transitivo direto e indireto b. transitivo direto e indireto, transitivo direto, transitivo indireto, de ligação c. transitivo indireto, transitivo direto e indireto, transitivo direto, de ligação d. transitivo indireto, transitivo direto, transitivo direto e indireto, de ligação e. transitivo indireto, transitivo direto e indireto, de ligação, transitivo direto

8. (PUC) Em: "Os sururus em família têm por testemunha a Gioconda", as expressões sublinhadas são:

a) complemento nominal - objeto direto b) predicativo do objeto - objeto direto c) objeto indireto - complemento nominal d) objeto indireto - objeto indireto e) complemento nominal - objeto direto preposicionado 9. (UF-MG) Na frase: "Maria do Carmo tinha a certeza de que estava para ser mãe", a oração destacada é:

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a) subordinada substantiva objetiva indireta

b) subordinada substantiva completiva nominal c) subordinada substantiva predicativa

d) coordenada sindética conclusiva

e) coordenada sindética explicativa

10. (FM-SANTOS) A segunda oração do período? "Não sei no que pensas", é classificada como: a) substantiva objetiva direta d) coordenada explicativa

b) substantiva completiva nominal e) substantiva objetiva indireta

c) adjetiva restritiva

11. (MACK) "Na ‘Partida Monção’, não há uma atitude inventada. Há reconstituição de uma cena como ela devia ter sido na realidade." A oração sublinhada é: a) adverbial conformativa b) adjetiva c) adverbial consecutiva d) adverbial proporcional e) adverbial causal

12. (AMAN) No seguinte grupo de orações destacadas: 1. É bom que você venha. 2. Chegados que fomos, entramos na escola. 3. Não esqueças que é falível. Temos orações subordinadas, respectivamente: a) objetiva direta, adverbial temporal, subjetiva

b) subjetiva, objetiva direta, objetiva direta

c) objetiva direta, subjetiva, adverbial temporal d) subjetiva, adverbial temporal, objetiva direta

e) predicativa, objetiva direta, objetiva indireta

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13. (UF-PR) Na oração "Pássaro e lesma, o homem oscila entre o desejo de voar e o desejo de arrastar", Gustavo Corção empregou a vírgula: a) por tratar-se de antíteses

b) para indicar a elipse de um termo

c) para separar vocativo

d) para separar uma oração adjetiva de valor restritivo

e) para separar aposto

14. (EPCAR) "Bem-aventurado, pensei eu comigo, aquele em que os afagos de uma tarde serena de primavera no silêncio da solidão produzem o torpor dos membros." No período em apreço, usaram-se vírgulas para separar: a) uma oração pleonástica b) uma oração coordenada assindética c) um adjunto deslocado

d) elementos paralelos

e) uma oração intercalada

REGÊNCIA

A sintaxe de regência estuda as relações de dependência das palavras nas orações e das orações no período. Ela divide-se em nominal(estuda o regime dos substantivos, adjetivos e advérbios) e verbal(estuda o regime dos verbos).

REGÊNCIA NOMINAL

É estabelecida por preposições que ligam um termo regido ou subordinado a um termo regente ou subordinante. Como já foi dito, o termo regente é sempre um nome, entendido como tal o substantivo, o adjetivo e o advérbio.

Termo Regente Preposição Termo Regido

Disposição(substantivo) para viajar.

Nocivo(adjetivo) à saúde.

Favoravelmente(advérbio) a todos.

Relação de regências de alguns nomes:

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aceito a; adequado a; abrigado de; afável com, para com; alheio a; amante de; amigo de; amoroso com, para com; análogo a; ansioso de, por; anterior a; aparentado com; apto para, a; avaro de; avesso a; ávido de; bacharel em; benéfico a; bom para; caritativo com, para como; caro a; certo de; cheio de; cheiro a, de; compreensível a; comum a, de; conforme com, a; constante em; contíguo a; contrário a; devoto de; dócil a; doente de; doutor em; fácil de; favorável a; entendido em; erudito em; generoso com; hábil em; hostil a; ida a; idêntico a; idôneo para; leal a; lento em; liberal com; manco de; manso de; mau com, para, para com; mediano de, em; necessário a; nobre de, em, por; oblíquo a; oposto a; pálido de; pertinaz em; possuído de; querido de, por; rijo de; sábio em; tardo a; temeroso de; único em; útil a, para; vazio de.

REGÊNCIA VERBAL

Dá-se quando o termo regente é um verbo e este se liga a seu complemento por uma preposição ou não. Aqui é fundamental o conhecimento da transitividade verbal.

A preposição, quando exigida, nem sempre aparece depois do verbo. Às vezes, ela pode ser empregada antes do verbo, bastando para isso inverter a ordem dos elementos da frase (Na rua dos Bobos, residia um grande poeta). Outras vezes, ela deve ser empregada antes do verbo, o que acontece nas orações iniciadas pelos pronomes relativos (O ideal a que aspira é nobre).

Regência de alguns verbos:

o ACONSELHAR (TD e I)

Ex.: Aconselho-o a tomar o ônibus cedo / Aconselho-lhe tomar o ônibus cedo

o AGRADAR

No sentido de acariciar ou contentar (pede objeto direto - não tem preposição).

Ex.: Agrado minhas filhas o dia inteiro / Para agradar o pai, ficou em casa naquele dia.

No sentido de ser agradável, satisfazer (pede objeto indireto - tem preposição "a").

Ex.: As medidas econômicas do Presidente nunca agradam ao povo.

o AGRADECER

TD e I, com a prep. A. O objeto direto sempre será a coisa, e o objeto indireto, a pessoa.

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Ex.: Agradecer-lhe-ei os presentes / Agradeceu o presente ao seu namorado

o AGUARDAR (TD ou TI)

Ex.: Eles aguardavam o espetáculo / Eles aguardavam pelo espetáculo.

o ASPIRAR

No sentido sorver, absorver (pede objeto direto - não tem preposição)

Ex.: Aspiro o ar fresco de Rio de Contas.

No sentido de almejar, objetivar (pede objeto indireto - tem preposição "a")

Ex.: Ele aspira à carreira de jogador de futebol

Observação não admite a utilização do complemento lhe. No lugar, coloca-se a ele, a ela, a eles, a elas. Também observa-se a obrigatoriedade do uso de crase, quando for TI seguido de substantivo feminino (que exija o artigo)

o ASSISTIR

No sentido de ver ou ter direito (TI - prep. A).

Ex.: Assistimos a um bom filme / Assiste ao trabalhador o descanso semanal remunerado.

No sentido de prestar auxílio, ajudar (TD ou TI - com a prep. A)

Ex.: Minha família sempre assistiu o Lar dos Velhinhos. / Minha família sempre assistiu ao Lar dos Velhinhos.

No sentido de morar é intransitivo, mas exige preposição EM.

Ex.: Aspirando a um cargo público, ele vai assistir em Brasília..

Observação não admite a utilização do complemento lhe, quando significa ver. No lugar, coloca-se a ele, a ela, a eles, a elas. Também observa-se a obrigatoriedade do uso de crase, quando for TI seguido de substantivo feminino (que exija o artigo)

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o ATENDER

Atender pode ser TD ou TI, com a prep. a.

Ex.: Atenderam o meu pedido prontamente. / Atenderam ao meu pedido prontamente.

No sentido de deferir ou receber (em algum lugar) pede objeto direto

No sentido de tomar em consideração, prestar atenção pede objeto indireto com a preposição a

Observação se o complemento for um pronomes pessoal referente a pessoa, só se emprega a forma objetiva direta (O diretor atendeu os interessados ou aos interessados / O diretor atendeu-os)

o CERTIFICAR (TD e I)

Admite duas construções: Quem certifica, certifica algo a alguém ou Quem certifica, certifica alguém de algo.

Observação observa-se a obrigatoriedade do uso de crase, quando o OI for um substantivo feminino (que exija o artigo)

Certifico-o de sua posse / Certifico-lhe que seria empossado / Certificamo-nos de seu êxito no concurso / Certificou o escrivão do desaparecimento dos autos

o CHAMAR

TD, quando significar convocar.

Ex.: Chamei todos os sócios, para participarem da reunião.

TI, com a prep. POR, quando significar invocar.

Ex.: Chamei por você insistentemente, mas não me ouviu.

TD e I, com a prep. A, quando significar repreender.

Ex.: Chamei o menino à atenção, pois estava conversando durante a aula / Chamei-o à atenção.

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Observação A expressão "chamar a atenção de alguém" não significa repreender, e sim fazer se notado (O cartaz chamava a atenção de todos que por ali passavam)

Pode ser TD ou TI, com a prep. A, quando significar dar qualidade. A qualidade (predicativo do objeto) pode vir precedida da prep. DE, ou não.

Ex.: Chamaram-no irresponsável / Chamaram-no de irresponsável / Chamaram-lhe irresponsável / Chamaram-lhe de irresponsável.

o CHEGAR, IR (Intrans.)

Aparentemente eles têm complemento, pois quem vai, vai a algum lugar e quem chega, chega de. Porém a indicação de lugar é circunstância (adjunto adverbial de lugar), e não complementação.

Esses verbos exigem a prep. A, na indicação de destino, e DE, na indicação de procedência.

Observação Quando houver a necessidade da prep. A, seguida de um substantivo feminino (que exija o artigo a), ocorrerá crase (Vou à Bahia)

No emprego mais freqüente, usam a preposição A e não EM

Ex.: Cheguei tarde à escola. / Foi ao escritório de mau humor.

Se houver idéia de permanência, o verbo ir segue-se da preposição PARA.

Ex.: Se for eleito, ele irá para Brasília.

Quando indicam meio de transporte no qual se chega ou se vai, então exigem EM.

Ex.: Cheguei no ônibus da empresa. / A delegação irá no vôo 300.

o COGITAR

Pode ser TD ou TI, com a prep. EM, ou com a prep. DE.

Ex.: Começou a cogitar uma viagem pelo litoral / Hei de cogitar no caso / O diretor cogitou de demitir-se.

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o COMPARECER (Intrans.)

Ex.: Compareceram na sessão de cinema. / Compareceram à sessão de cinema.

o COMUNICAR (TD e I)

Admite duas construções alternando algo e alguém entre OD e OI.

Ex.: Comunico-lhe meu sucesso / Comunico meu sucesso a todos.

o CUSTAR

No sentido de ser difícil será TI, com a prep. A. Nesse caso, terá como sujeito aquilo que é difícil, nunca a pessoa, que será objeto indireto.

Ex.: Custou-me acreditar em Hipocárpio. / Custa a algumas pessoas permanecer em silêncio.

No sentido de causar transtorno, dar trabalho será TD e I, com a prep. A.

Ex.: Sua irresponsabilidade custou sofrimento a toda a família

No sentido de ter preço será intransitivo

Ex.: Estes sapatos custaram R$50,00.

o DESFRUTAR E USUFRUIR (TD)

Ex.: Desfrutei os bens de meu pai / Pagam o preço do progresso aqueles que menos o desfrutam

o ENSINAR - TD e I

Ex.: Ensinei-o a falar português / Ensinei-lhe o idioma inglês

o ESQUECER, LEMBRAR

Quando acompanhados de pronomes, são TI e constroem-se com DE.

Ex.: Ela se lembrou do namorado distante. Você se esqueceu da caneta no bolso do paletó.

Constroem-se sem preposição (TD), se desacompanhados de pronome.

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Fernanda Uchôa 55

Ex.: Você esqueceu a caneta no bolso do paletó. Ela lembrou o namorado distante.

o FALTAR, RESTAR E BASTAR

Podem ser intransitivos ou TI, com a prep. A.

Ex.: Muitos alunos faltaram hoje / Três homens faltaram ao trabalho hoje / Resta aos vestibulandos estudar bastante.

o IMPLICAR

TD e I com a prep. EM, quando significar envolver alguém.

Ex.: Implicaram o advogado em negócios ilícitos.

TD, quando significar fazer supor, dar a entender; produzir como conseqüência, acarretar.

Ex.: Os precedentes daquele juiz implicam grande honestidade / Suas palavras implicam denúncia contra o deputado.

TI com a prep. COM, quando significar antipatizar.

Ex.: Não sei por que o professor implica comigo.

Observação Emprega-se preferentemente sem a preposição EM (Magistério implica sacrifícios).

o INFORMAR (TD e I)

Admite duas construções: Quem informa, informa algo a alguém ou Quem informa, informa alguém de algo.

Ex.: Informei-o de que suas férias terminou / Informei-lhe que suas férias terminou

o MORAR, RESIDIR, SITUAR-SE (Intrans.)

Seguidos da preposição EM e não com a preposição A, como muitas vezes acontece.

Ex.: Moro em Londrina / Resido no Jardim Petrópolis / Minha casa situa-se na rua Cassiano.

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Fernanda Uchôa 56

o NAMORAR (TD)

Ex.: Ela namorava o filho do delegado / O mendigo namorava a torta que estava sobre a mesa.

o OBEDECER, DESOBEDECER (TI)

Ex.: Devemos obedecer às normas. / Por que não obedeces aos teus pais?

Observação Verbos TI que admitem formação de voz passiva

o PAGAR, PERDOAR

São TD e I, com a prep. A. O objeto direto sempre será a coisa, e o objeto indireto, a pessoa.

Ex.: Paguei a conta ao Banco / Perdôo os erros ao amigo.

Observação As construções de voz passiva com esses verbos são comuns na fala, mas agramaticais

o PEDIR (TD e I)

Quem pede, pede algo a alguém. Portanto é errado dizer Pedir para que alguém faça algo.

Ex.: Pediram-lhe perdão / Pediu perdão a Deus.

o PRECISAR

No sentido de tornar preciso (pede objeto direto).

Ex.: O mecânico precisou o motor do carro.

No sentido de ter necessidade (pede a preposição de).

Ex.: Preciso de bom digitador.

o PREFERIR (TD e I)

Não se deve usar mais, muito mais, antes, mil vezes, nem que ou do que.

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Fernanda Uchôa 57

Ex.: Preferia um bom vinho a uma cerveja.

o PROCEDER

TI, com a prep. A, quando significar dar início ou realizar.

Ex.: Os fiscais procederam à prova com atraso. / Procedemos à feitura das provas.

TI, com a prep. DE, quando significar derivar-se, originar-se ou provir.

Ex.: O mau-humor de Pedro procede da educação que recebeu. / Esta madeira procede do Paraná.

Intransitivo, quando significar conduzir-se ou ter fundamento.

Ex.: Suas palavras não procedem! / Aquele funcionário procedeu honestamente.

o QUERER

No sentido de desejar, ter a intenção ou vontade de, tencionar (TD)

Ex.: Quero meu livro de volta / Sempre quis seu bem

No sentido de querer bem, estimar (TI - prep. A).

Ex.: Maria quer demais a seu namorado. / Queria-lhe mais do que à própria vida.

o RENUNCIAR

Pode ser TD ou TI, com a prep. A.

Ex.: Ele renunciou o encargo / Ele renunciou ao encargo

o RESPONDER

TI, com a prep. A, quando possuir apenas um complemento.

Ex.: Respondi ao bilhete imediatamente / Respondeu ao professor com desdém.

Observação Nesse caso, não aceita construção de voz passiva.

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TD com OD para expressar a resposta (respondeu o quê?)

Ex.: Ele apenas respondeu isso e saiu.

o REVIDAR (TI)

Ex.: Ele revidou ao ataque instintivamente.

o SIMPATIZAR E ANTIPATIZAR (TI)

Com a prep. COM. Não são pronominais, portanto não existe simpatizar-se, nem antipatizar-se.

Ex.: Sempre simpatizei com Eleodora, mas antipatizo com o irmão dela.

o SOBRESSAIR (TI)

Com a prep. EM. Não é pronominal, portanto não existe sobressair-se.

Ex.: Quando estava no colegial, sobressaía em todas as matérias.

o VISAR

No sentido de ter em vista, objetivar (TI - prep. A)

Ex.: Não visamos a qualquer lucro. / A educação visa ao progresso do povo.

No sentido de apontar arma ou dar visto (TD)

Ex.: Ele visava a cabeça da cobra com cuidado / Ele visava os contratos um a um.

Observação se TI não admite a utilização do complemento lhe. No lugar, coloca-se a ele (a/s)

Sinopse: o São estes os principais verbos que, quando TI, não aceitam LHE/LHES

como complemento, estando em seu lugar a ele (a/s) - aspirar, visar, assistir (ver), aludir, referir-se, anuir.

o Avisar, advertir, certificar, cientificar, comunicar, informar, lembrar, noticiar, notificar, prevenir são TD e I, admitindo duas construções: Quem informa, informa algo a alguém ou Quem informa, informa alguém de algo.

o Os verbos transitivos indiretos na 3ª pessoa do singular, acompanhados do pronome se, não admitem plural. É que, neste caso, o se indica sujeito

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Fernanda Uchôa 59

indeterminado, obrigando o verbo a ficar na terceira pessoa do singular. (Precisa-se de novas esperanças / Aqui, obedece-se às leis de ecologia)

o Verbos que podem ser usados como TD ou TI, sem alteração de sentido: abdicar (de), acreditar (em), almejar (por), ansiar (por), anteceder (a), atender (a), atentar (em, para), cogitar (de, em), consentir (em), deparar (com), desdenhar (de), gozar (de), necessitar (de), preceder (a), precisar (de), presidir (a), renunciar (a), satisfazer (a), versar (sobre) - lista de Pasquale e Ulisses.

CRASE

Palavra crase provém do grego (krâsis) e significa mistura. Na língua portuguesa, crase é a fusão de duas vogais idênticas, mas essa denominação visa a especificar principalmente a contração ou fusão da preposição a com os artigos definidos femininos ( a, as) ou com os pronomes demonstrativos a, as, aquele, aquela, aquilo, aquiloutro, aqueloutro.

Para saber se ocorre ou não a crase, basta seguir três regras básicas:

01) Só ocorre crase diante de palavras femininas, portanto nunca use o acento grave indicativo de crase diante de palavras que não sejam femininas.

Ex.

O sol estava a pino. Sem crase, pois pino não é palavra feminina. Ela recorreu a mim. Sem crase, pois mim não é palavra feminina. Estou disposto a ajudar você. Sem crase, pois ajudar não é palavra feminina.

02) Se a preposição a vier de um verbo que indica destino (ir, vir, voltar, chegar, cair, comparecer, dirigir-se...), troque este verbo por outro que indique procedência (vir, voltar, chegar...); se, diante do que indicar procedência, surgir da, diante do que indicar destino, ocorrerá crase; caso contrário, não ocorrerá crase. Ex.

Vou a Porto Alegre. Sem crase, pois Venho de Porto Alegre. Vou à Bahia. Com crase, pois Venho da Bahia.

03) Se não houver verbo indicando movimento, troca-se a palavra feminina por outra masculina; se, diante da masculina, surgir ao, diante da feminina, ocorrerá crase; caso contrário, não ocorrerá crase. Ex.

Assisti à peça. Com crase, pois Assisti ao filme. Paguei à cabeleireira. Com crase, pois Paguei ao cabeleireiro. Respeito as regras. Sem crase, pois Respeito os regulamentos.

Casos especiais:

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01) Diante das palavras moda e maneira, das expressões adverbiais à moda de e à maneira de, mesmo que as palavras moda e maneira fiquem subentendidas, ocorre crase. Ex.

Fizemos um churrasco à gaúcha. Comemos bife à milanesa, frango à passarinho e espaguete à bolonhesa. Joãozinho usa cabelos à Príncipe Valente.

02) Nos adjuntos adverbiais de modo, de lugar e de tempo femininos, ocorre crase. Ex. à tarde, à noite, às pressas, às escondidas, às escuras, às tontas, à direita, à esquerda, à vontade, à revelia... 03) Nas locuções prepositivas e conjuntivas femininas ocorre crase. Ex. à maneira de, à moda de, às custas de, à procura de, à espera de, à medida que, à proporção que... 04) Diante da palavra distância, só ocorrerá crase, se houver a formação de locução prepositiva, ou seja, se não houver a preposição de, não ocorrerá crase. Ex.

Reconheci-o a distância. Reconheci-o à distância de duzentos metros.

05) Diante de pronomes possessivos femininos, é facultativo o uso do artigo, então, quando houver a preposição a, será facultativa a ocorrência de crase. Ex.

Referi-me a sua professora. Referi-me à sua professora.

06) Após a preposição até, é facultativo o uso da preposição a, portanto, caso haja substantivo feminino à frente, a ocorrência de crase será facultativa. Ex.

Fui até a secretaria. Fui até à secretaria.

07) A palavra CASA:

A palavra casa só terá artigo, se estiver especificada, portanto só ocorrerá crase diante da palavra casa nesse caso.

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Ex.

Cheguei a casa antes de todos. Cheguei à casa de Ronaldo antes de todos.

08) A palavra TERRA: Significando planeta, é substantivo próprio e tem artigo, conseqüentemente, quando houver a preposição a, ocorrerá a crase; significando chão firme, solo, só tem artigo, quando estiver especificada, portanto só nesse caso poderá ocorrer a crase. Ex.

Os astronautas voltaram à Terra. Os marinheiros voltaram a terra. Irei à terra de meus avós.

EXERCÍCIO DE REGÊNCIA VERBAL

1. Assinale a alternativa certa quanto à regência:

a) A peça que assistimos foi muito boa. b) Estes são os livros que precisamos. c) Esse foi um ponto que todos se esqueceram. d) Guimarães Rosa é o escritor que mais aprecio. e) O ideal que aspiramos é conhecido por todos.

2. Observa o verbo que se repete: "aspirou o ar" e "aspirou à glória". Tal verbo:

a) Apresenta a mesma regência e o mesmo sentido nas duas orações. b) Embora apresente regências diferentes, tem sentido equivalente nas duas orações. c) Poderia vir regido de preposição também na primeira oração sem que se modificasse o sentido dela. d) Apresenta regência e sentidos diferentes nas duas orações. e) Embora tenha o mesmo sentido nas duas orações, apresenta regências diferentes em cada uma delas.

3. Em todas as alternativas, o pronome destacado é reflexivo, exceto em:

a) Você não SE dá o justo valor b) Admira-ME que o doutor não o conheça. c) Transferimo-NOS definitivamente para esta cidade. d) Alonguei-ME demais no meu relato. e) Sentem-SE frustrados emotivamente.

4. Assinale a frase onde a regência do verbo assistir está errada.

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a) Assistimos um belo espetáculo de dança a semana passada. b) Não assisti à missa. c) Os médicos assistiram os doentes durante a epidemia. d) O técnico assistiu os jogadores.

5. Indique a alternativa correta:

a) Preferia brincar do que trabalhar. b) Preferia mais brincar a trabalhar. c) Preferia brincar a trabalhar. d) Preferia brincar à trabalhar. e) Preferia mais brincar que trabalhar.

6. O projeto _____________ estão dando andamento é incompatível _______________ tradições da firma.

a) de que - com as b) a que - com as c) que - às

d) à que - às e) que - com as

7. Assinale a alternativa incorreta quanto a regência verbal:

a) Ele custará muito para me entender. b) Hei de querer-lhe como se fosse minha filha. c) Em todos os recantos do sítio, as crianças sentem-se felizes, porque aspiram ar puro. d) O presidente assiste em Brasília há quatro anos. e) Chamei-lhe sábio, pois sempre soube decifrar os enigmas da vida.

8. Em todas as alternativas, a regência está correta, exceto em:

a) Preferia-me às outras sobrinhas, pelo menos nessa época. b) Você chama isso de molecagem, Zé Lins. c) Eu lhe acordo antes que meu marido se levante. d) De Barbacena, lembro-me do frio e da praça. e) Um implica o outro que, por sua vez, implica um terceiro.

9. A mãe não __________ bem, nem ______________ bem; isso talvez explique seu ___________ humor.

a) o queria - lhe tratava - mau b) o queria - o tratava - mau c) lhe queria - lhe tratava - mau d) lhe queria - o tratava - mau e) lhe queria - o tratava - mal

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10. Assinale o item em que a regência do verbo PROCEDER contraria a norma da língua.

a) O juiz procedeu ao julgamento. b) Não procede este argumento. c) Procedo um inquérito. d) Procedia de uma boa família. e) Procede-se cautelosamente em tais situações.

A carta comercial (Modelo moderno )

Uma empresa não é moderna se continuar com sua "comunicação dirigida escrita" (CDE) nos moldes antigos. As grandes empresas já possuem o "Manual de Redação", para que haja uniformidade na comunicação escrita. Para Enéas Barros, "não se pode insistir na velha tecla, segundo a qual a carta comercial é mero veículo de informação, simples atividade-meio, sem qualquer outra implicação no mundo dos negócios (...) Ela faz parte integrante de todo um sistema de comunicação, com o seu emissor, com sua mensagem e com seu receptor. Está, conseqüentemente, sujeita a toda a engrenagem, a todos os dispositivos, a todos os requisitos indispensáveis à comunicação para propagar, agrupar, propor negócios e criar imagem". A carta comercial pode ser remetida pelo correio ou telefax.

Chappel e Read elencam alguns fatores de influência da carta comercial:

1. resposta imediata indica que a firma é eficiente; 2. se a carta for bom definida, o destinatário se disporá a pensar que está lidando com uma organização metódica; 3. se o leitor compreender o que está escrito, ele será grato, fazendo seu pedido à companhia do autor da carta

A carta comercial corre dois riscos:

1. como todo texto escrito, ele é irrecorrível, não dá para harmonizar ou explicar como na comunicação oral, pelo telefone, por exemplo; 2. o volume de correspondência recebida nas empresas é grande, a carta pode ser mal lida, mal interpretada e motiva nova carta como resposta, ampliando a burocracia empresarial. Por isso, para os grandes negócios, clientes especiais, prefere-se a conversa por telefone. Se você estiver com vontade de se aprofundar no assunto ou ter uma visão mais moderna da comunicação escrita em sua empresa, recomendo a leitura do livro lançado em 1995 "Comunicação Dirigida e Escrita na Empresa", de Cleuza G. Gimenes Cesca, pela Summus Editorial,

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Reproduzo aqui um modelo tradicional de carta comercial com comentários para cada item. Alguns deles constam do livro "Comunicação Dirigida e Escrita na Empresa", de Cleuza G. Gimenes Cesca, Summus Editorial:

MODELO ANTIGO

TIMBRE Rua X - Porto Alegre - caixa postal, 47 - ..........

Porto Alegre, 6 de novembro de 1996.

A (1) Fernando de Barros & Cia. Ltda. Av. Rio Branco, 123 - conj. 7 Rio de Janeiro - RJ (2)

Prezados Senhores: (3)

(4)............................Em resposta (5) à solicitação feita pelo escritório de V.Sas., representado, em nossa cidade, pelo Sr. Marcelo Silveira, informamos que seguiram, via aérea, dez (10) (6) caixas dos medicamentos pedidos.

(4)............................Outrossim (7), comunicamos que a duplicata no. 0860133, no Banco da Amizade S.A., emitida por V.Sas, em 3 de outubro do corrente ano, já foi encaminhada, em 29 de outubro (8) p.p. (9) ao Departamento de Cobrança, para as providências cabíveis (10).

(4)............................Sem mais que se apresenta no momento (11), subscrevemo-nos (12)

Atenciosamente

_______________________________ (13) Tiago Almeida Diretor

Comentários sobre o modelo antigo

1. Elimina-se a preposição "A", desnecessária no caso. 2. Elimina-se o endereço do destinatário, uma vez que ele consta do envelope. 3. Suprimem-se os dois pontos na invocação. 4. Não é necessário marcar o parágrafo. Basta deixar espaço duplo vertical, indicando-o.

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Fernanda Uchôa 65

5. Retirar a expressão "em resposta", porque o destinatário sabe que se está respondendo a algo. 6. Suprime-se o número 10, uma vez que a palavra dez já está mencionada. 7. Expressão desnecessária. 8. A data em que o título foi encaminhado é um dado desnecessário. 9. Dispensa-se a expressão próximo passado, porém dentro do próprio mês, é aconselhável. 10. "...para providências cabíveis..." é uma expressão desnecessária, considerada como tapa-margem. A margem direita da carta comercial não precisa ser uniforme. 11. Um fecho óbvio como este é desnecessário, pois, se houvesse algo mais, seria acrescentado à carta. Há secretárias que consideram pouco caso do emissor a falta do fecho. 12. Expressão desnecessária, porque está implícita no final. 13. Não se usa mais a pauta para a assinatura do remetente.

MODELO NOVO

A carta ficaria assim:

TIMBRE Rua X - Porto Alegre - caixa postal, 47 ......

Porto Alegre, 6 de novembro de 1995. (A)

Fernando de Barros & Cia. Ltda. (B)

Senhores (C)

À solicitação feita pelo escritório de V.Sas., representado, em nossa cidade, pelo Sr. Marcelo Silveira, informamos que seguiram, via aérea, dez caixas dos medicamentos pedidos.

Comunicamos que a duplicata no. 086013 foi encaminhada ao Departamento de Cobrança.(D)

Atenciosamente(E)

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Tiago Almeida (F) Diretor

Estrutura da carta comercial

a) local e data b) destinatário c) vocativo d) contexto ou assunto e) despedida f) assinatura Modelos de abertura de ata Após Cabeçalho: Ata da Assembléia Geral Ordinária (ou Extraordinária) de ...../...../....., Coloca-se. Aos........dias do mês de .................. de ................., às .................horas, na sede social da......, na Rua ..........................................n° ....................., Recife, PE , reuniram-se. ........................... Modelos de fechos de ata ......................nada mais havendo a tratar, o Sr. Presidente encerrou a sessão às .....................horas. lavrei a presente ata que subscrevo e vai assinada pelo Senhor residente depois de lida, junto com todos os presentes. Recife, .............de.....................de .................., Pernambuco. _____________________________ _____________________________ Assinatura do Presidente Assinatura do Secretário Assinatura dos presentes:

DECLARAÇÃO

Declaramos (para os devidos fins) que o Sr.............................................................. , portador da Carteira de Trabalho

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n°......................................... da série............................................., foi nosso funcionário no período de................................... Informamos, ainda, que o referido empregado, durante o tempo em que aqui trabalhou, exerceu sua função a contento, não havendo nada que possa desaboná-lo. Por ser a expressão da verdade, firmamos a presente declaração.

Recife,....................de..................................de.......................

___________________________________________________ Assinatura

CARTA COBRANÇA Recife, 3 de Janeiro de 2007 Prezado(a) Cliente: João de Deus Ainda não registramos o pagamento da última fatura mensal do seu cartão nº 0000000000012, na hipótese do não pagamento o seu nome/CPF será incluído nos órgão de proteção ao crédito (SPC/Serasa) Caso sua situação já esteja regularizada, favor desconsiderar está comunicação. Atenciosamente Loja Esquenta não

CARTA SIMPLES DE TROCA Recife, 02 de Janeiro de 2007. Senhor Gerente Manoel Carlos Departamento de Vendas Solicito a troca de uma televisão comprada no dia 27/12/2006, nota fiscal 2606, cód. 1234 nesse estabelecimento, onde a mesma apresentou o seguinte defeito: imagem cortada e com muito chiado ao ligá-la. No aguardo da troca. Atenciosamente. Flávia Manuella.

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RELATÓRIO

Documento que contém um relato completo e objetivo do cumprimento do estágio. Contém visitas, experiências vividas e observações técnicas realizadas pelo aluno e visa fornecer informações relativas às experiências que adquiriu

O relatório de visita técnica deve conter:

a) Descrição física do local visitado b) Data da visita c) Objetivo da visita d) Observações feitas pelo visitante e) Conclusões resultantes da observação do visitante

MODELO DE CAPA – RELATÓRIO

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MODELO DE FOLHA DE ROSTO DO RELATÓRIO

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MODELO DE VERSO DA FOLHA DE ROSTO

Conceito de Documentos Oficiais e Modelos

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Atestado Declaração Procuração Requerimento Ofício Portaria Modelos de Protocolos Para Remessa de Fac-Símile Documentos em geral Orçamento Autorização Parecer Abaixo-Assinado Exemplo de um Relatório Simples De: CIPA Para: Divisão de Pessoal Assunto: acidente no Pátio de Manobras – João da Silva – 20/03/003 – 16h O funcionário foi atropelado quando descarregava um caminhão com material , tendo quebrado um braço e tido várias escoriações leves Recomenda-se que não haja mais trânsito de veículos pesados durante o horário de descarregamento dos caminhões. João Simplício Encarregado

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MODELOS DE RECIBOS RECIBO Nº Valor RECEBI(EMOS) DE

ENDEREÇO

A IMPORTÂNCIA DE

REFERENTE A

RECEBIMENTO ATRAVÉS DE CHEQUE

CHEQUE Nº BANCO AGÊNCIA

NOME EMITENTE DATA

ENDEREÇO ASSINATURA

CPF/CGC/RG

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MODELO DE PROCURAÇÃO

Eu, _________________________ portador da RG n.º _____________ órgão emissor

________, Brasileiro, solteiro e domiciliado à rua ________________________, nº

____,aptº____, bairro ____________ _______________, na cidade de

_____________________ Ba, nomeio e

constituo o meu bastante procurador _____________________________,

portador da RG nº ____________, órgão emissor _______, Brasileiro, solteiro residente

e domiciliado à rua _________________________, bairro

____________________,n.º_____, aptº____, na cidade de

______________________- AM, para______________ junto ao

__________________.

Manaus , ____/____/____

Ass.____________________________________________________________ Observação: Toda Procuração deve ser Registrada em Cartório. A maioria dos Cartórios já dispõe de Modelos de Procuração que podem ser adaptados aos diversos fins.

PROCURAÇÃO AD JUDICIA ET EXTRA Por este instrumento de mandato.... (nome)...., constitui seu(s) procurador(es)...., com os poderes conferidos pela cláusula ad judicia et extra, podendo, também, confessar, desistir, transigir, firmar acordos, dar e receber quitação, enfim, praticar todos os atos que sejam necessários ao bom desempenho do presente mandato, que tem como finalidade específica...., podendo o mandatário substabelecer com ou sem reserva de poderes. Local e data. Assinatura. PROCURAÇÃO AD JUDICIA ET EXTRA O abaixo assinado.... (apontar o nome ou a qualificação completa do mandante)...., por este instrumento de procuração, constitui seu bastante procurador.... (qualificação completa, com endereço do escritório)...., inscrito na OAB sob nº...., Seção de...., com todos os poderes pertinentes à procuração geral para o foro, bem como para receber a citação inicial, confessar, reconhecer a procedência do pedido, transigir, desistir, renunciar ao direito sobre que se funda a ação, receber, dar quitação e firmar

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compromisso, a fim de ingressar em juízo para... (historiar a finalidade da outorga do mandato)..., podendo, inclusive, substabelecer. Local e data Assinatura Colocar nº do CPF PROCURAÇÃO AD JUDICIA ET EXTRA .... (nome)...., pelo presente instrumento de mandato, nomeia e constitui seu procurador.... (nome e qualificação)...., advogado inscrito na OAB sob nº...., e RG nº...., com escritório.... (endereço)...., a quem confere amplos poderes para atuação no foro em geral, com a cláusula ad judicia et extra, em qualquer juízo, instância ou tribunal, estando o mandatário autorizado a propor contra quem de direito as competentes ações ou a defendê-lo nas adversas, seguindo umas e outras até final decisão, usando dos recursos legais e acompanhando-os, conferindo-lhe, também, poderes especiais para confessar, transigir, desistir, firmar compromissos, receber e dar quitações, agindo separada ou conjuntamente, podendo substabelecer no presente mandato, com ou sem reserva de poderes, em especial para.... (motivo específico de outorga do mandato).... Local e data. Assinatura.

OFÍCIO Recife,...../........./.......... (Fls. .2 do Ofício n!! 524/SG-PR, de 27.2.91). Sr...................................................

Os estudos técnicos elaborados pelo órgão federal de proteção ao índio serão publicados juntamente com as informações recebidas dos órgãos públicos e das entidades civis acima mencionadas.

Como Vossa Excelência pode verificar, o procedimento estabelecido assegura que a decisão a ser baixada pelo Ministro da Justiça sobre os limites e a demarcação de terras indígenas seja informada de todos os elementos necessários, inclusive daqueles assinalados em sua carta, com a necessária transparência e agilidade. Atenciosamente, __________________________________________ (Nome e cargo do signatário)

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Universidade Federal de Minas Gerais Nome da UG

Belo Horizonte, 24 de agosto de 2015. Ofício Senhor Carlos Vítor Delamonica Procurador Geral da UFMG Informamos a V. Sa., que a proposta de convênio com a SESu visando a liberação de recursos para a “Nome do Programa” no valor de R$ valor(valor em extenso), objeto da Mensagem 595/04, foi aprovada por esta Nome da UG, nos termos da Resolução nº 10/97, do Conselho Universitário. Atenciosamente,

Nome do Responsável pela UG Cargo

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MODELO DE MEMORANDO

MEMORANDO

MEMORANDO N.º .......... - SEMED Em, 10 de janeiro de 2000.

De: Secretário Municipal de Educação

Para: Superintendente da Área de Informática

Assunto: Administração e Instalação de microcomputadores.

Nos termos do “Plano Geral de Informatização”, solicito a Vossa Senhoria

verificar a possibilidade de que sejam instalados três microcomputadores neste setor.

2. Sem esclarecer maiores detalhes técnico, acrescento, apenas que o ideal

seria que o equipamento fosse dotado de disco rígido e de monitor padrão “.....”

Quanto a ....... de banco de dados.

3. O treinamento de pessoal para..... a cargo da Seção de Treinamento do

....., cuja chefia já manifestou seu acordo a respeito.

4. Devo mencionar, por fim, que a informatização..... na qualidade dos

serviços prestados.

Atenciosamente

Nome,

Secretário Municipal de Educação

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MODELO DE ATESTADO

MODELO DE ATESTADO MÉDICO QUE DEVE SER APRESENTADO PELO CANDIDATO PARA REALIZAÇÃO DO

EXAME DE CAPACITAÇÃO FÍSICA

ATESTADO

Atesto, a fim de fazer prova junto ao Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro, que o Sr. _____________________________, encontra-se em perfeitas condições de saúde, estando apto a participar do Exame Físico constante do Concurso Público para a Graduação de Cabo Bombeiro Militar Auxiliar de Saúde.

Rio de Janeiro, ________ de ___________________ de 2000.

Atestado

Atesto que conheço o Sr....,brasileiro, solteiro, nascido em, ....de...de......, na cidade de Manaus, filho de........e........., portador da Carteira de Identidade n°........., residente e domiciliado nesta cidade, na rua............, n°...., nada sabendo em desabono à sua conduta, até a data.

Manaus, de.................de 2004

José.....

(Firmas reconhecidas em cartório)

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CARTA DE RECOMENDAÇÃO

Para:

Atenção a:

De:

Assunto: Carta de recomendação

Prezados Senhores,

Temos a satisfação de recomendar o Sr. digite o nome de quem será recomendado, nosso funcionário durante indicar o período, para o emprego em questão.

Ressaltamos que se trata de um excelente profissional, tendo desempenhado sua função com eficiência e lealdade durante o período em que trabalhou conosco, não havendo nada, portanto, que o desabone.

Atenciosamente,

nome de quem assina cargo ou função

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REQUERIMENTO

Local e Data

EXMO. SR. PREFEITO MUNICIPAL

(Dar espaço de 40/1)

Nome da entidade (qualificação completa e a do seu representante legal), vem, mui respeitosamente, requerer a V. Exa. Que se digne mandar isentá-la do recolhimento do Imposto Sobre Serviços pelo que, junta os documentos abaixo relacionados:

Termos em que, pede deferimento.

Data

Assinatura do presidente.

ANEXOS: (os documentos relacionados do 1° ao 7° do item 10.6).

OBS.: Quando indicarmos para cada requerimento, (qualificação completa), queremos recomendar: na hipótese de tratar-se de pessoa física - nome, nacionalidade, estado civil, profissão, número da cédula de identidade e do CIC e residência;na hipótese de tratar-se de pessoa jurídica - a denominação ou razão social da entidade, localização da sede, número do CGC/MF, representada neste ato por: nome, nacionalidade, estado civil, profissão, número da cédula de identidade e do CIC e cargo que exerce.

EDITAL DE CONVOCAÇÃO

Pelo presente Edital, ficam convocados os senhores delegados dos Sindicatos filiados, membros do Conselho de Representante desta Federação, que se encontram no gozo de seus direitos, observada a legislação vigente e as normas estatuária' aplicáveis, para se reunirem em Assembléia Geral Extraordinária, do dia...........de.................... de .............., na sede da entidade, sita na Av.............................................. , conjuntos...................... , Recife (PE) , em observância aos termos do Edital de Convocação de eleições para escolha de Juízes Classistas e respectivos suplentes, do Tribunal Regional do Trabalho da II Região, publicado no DOE, no dia..............de ...............................de ...................................... . Recife,.............................de......................de............................... ______________________________________ Assinatura

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EDITAL DE CONVOCAÇÃO PARA ASSEMBLÉIA PELO SÍNDICO

Ficam os senhores condôminos do Edifício............, sito na rua........., nº ....., convocados para comparecer à Assembléia Geral Ordinária (ou Extraordinária), a se realizar no .... (indicar o local na conformidade da Convenção), às .... horas do dia ...., a fim de deliberarem sobre a matéria da seguinte ordem do dia:

a) ...........

b) ...........

c) ...........

Se não houver número em primeira convocação, instalar-se-á a Assembléia em segunda, com qualquer número, às ... horas (mencionar a hora, com intervalo de 30 minutos da primeira).

Local e data ....

EDITAL MS/CNPq/FAPES – Nº 13/2006

Seleção pública de projetos de pesquisa e desenvolvimento tecnológico prioritário para o Sistema Único de Saúde - SUS O Ministério da Saúde, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e o Governo do Estado do Espírito Santo, por intermédio da Fundação de Apoio à Ciência e Tecnologia do Espírito Santo - FAPES e em parceria com a Secretaria de Saúde do Estado do Espírito Santo - SESA, tornam público o presente Edital e convocam os interessados a apresentarem propostas para obtenção de apoio financeiro do Programa Pesquisa para o SUS: gestão compartilhada em saúde, nos termos aqui estabelecidos. 1. INFORMAÇÕES GERAIS 2. CARACTERÍSTICAS OBRIGATÓRIAS 3. APRESENTAÇÃO E ENVIO DAS PROPOSTAS 4. ANÁLISE E JULGAMENTO 5. RESULTADO DO JULGAMENTO 6. DOS RECURSOS ADMINISTRATIVOS

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RECIBO DE SINAL PARA VENDA DE CASA

RECIBO $ 700.000,00

Recebi do Sr. Tolentino Falcão Prateado a importância de $ 700.000,00 (setecentos mil dólares) como sinal de compra e princípio de pagamento da venda que lhe faço de uma casa, situada na Rua das Hortênsias Azuis, n° 23, no bairro das Flores, nesta cidade, Estado de São Paulo. O preço da venda é de $ 1.100.000,00 (h um milhão e cem mil dó- lares), dos quais $ 700.000,00 (setecentos mil dólares) ora pagos e recebidos; o restante, ou seja $ 400.000,00 (quatrocentos mil dólares) será pago pelo Sr. Prateado da seguinte forma: $ 200.000,00 (duzentos mil dólares), dentro de 30 dias, ou .seja, 10 de março de .199. .. .; e $ 200.000,00 (duzentos mil dólares), dentro de 60 dias, ou seja 10 de abril de 199. .., quando será lavrada a escritura.

____________________________________________ Assinatura

Exercícios

1- Que acha da palavra coisa na redação comercial?

2- Qual a introdução mais adequada em uma carta comercial?

3- Qual o fecho mais adequado em uma carta comercial?

4- Cite o fecho antiquado na carta comercial.

5- O que acha do uso do pronome SEU/SUA na Carta Comercial?

6- Substituir a locução em que aparece verbo auxiliar por um verbo próprio (ou seja, que dispensa o uso do auxiliar):

a) Foi recomendado o uso do cinto de segurança para motoristas da

empresa. b) Durante a aula foi lida uma carta de Mário de Andrade a Manuel Bandeira. c) A empresa foi autuada pelo INSS. d) Como o jogador tinha reclamado do juiz, foi expulso da partida. e) O empresário estava perdido entre muitos papéis financeiros. f) O vendedor foi notificado da devolução das mercadorias. g) Nunca a empresa tinha vendido tanto o jornal durante o mês de fevereiro. h) A secretária havia lido o jornal logo cedo. i) O diretor havia comunicado sua viagem uma semana antes. j) Tem sido comemorado o aniversário do presidente no sítio do Dr. Marcelo.

7- Precisar as seguintes frases (para fazer uso o método da exatidão).

a) Há dias não vejo Dr. Malaquias. b) Semana atrás o presidente veio ao escritório.

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c) O diretor voltará às atividades normais dentro de alguns dias. d) Quase todos os empregados do departamento estarão presentes na festa

de fim de ano. e) Muitos colegas do Dr. Manoel foram visitá-lo em sua casa. f) O presidente falou com o diretor poucos minutos. g) Dentro de alguns minutos o gerente estará no escritório. h) Todo mundo conhece Dr. Saturnino. i) O presidente está instalado numa sala enorme. j) A secretária escreveu um imenso relatório

INTERPRETAÇÃO DE TEXTO TEXTO I A Intolerância Religiosa Os últimos anos têm sido marcados, dentre outros fatos, pela fúria recíproca dos diversos segmentos da hipocrisia religiosa. Feito um verme tardio do flagelo patrocinado pelas “Santas Inquisições” que o catolicismo “defecou” ao longo da Idade Média, surge agora a não menos inescrupulosa Igreja Universal do Reino de Deus, ávida por também extorquir dinheiro dos incautos. A primeira vendia o perdão; a segunda, a prosperidade. Mas ambas, em última análise, descaradamente se locupletam da ignorância para, a partir daí, erguerem seus palácios e proporcionarem fortunas aos seus proprietários. Definitivamente, possuir uma seita religiosa é muito melhor do que ser dono de garimpo. O lucro é maior e não precisa pagar imposto. Esta polarização que a mídia massifica é “de brincadeirinha”. Uma nova “guerra santa”, dizem eles. “Um tratado de patifaria”, penso eu. O certo é que religião, quando se organiza, é para tirar dinheiro de alguém. Fé não tem nada a ver com essa palhaçada, Deus é uma metáfora e não há, por certo, nenhuma necessidade de que sejamos “filiados” a qualquer “sindicato teológico de última hora” para que se chegue a ele. O Deus pai verdadeiro não se interessa por dinheiro. Cristo, quando aqui esteve, nunca extorquiu dinheiro de quem quer que seja. O mundo é aqui. Inferno e céu são duas figuras de retórica. Religião, em excesso, é atraso de vida. Trabalhar ainda é a grande “sacada” para quem quer prosperar com honestidade. Padres, pastores ou o que quer que seja, ao ludibriarem a boa fé dos seus fiéis, não são melhores que os seus colegas punguistas que fazem ponto na feira do Ver-o-peso. Enquadram-se, todos eles, perfeitamente no artigo 171 do Código Penal Brasileiro. E, por falar nisso, aonde anda o falido Poder Público brasileiro que se omite convenientemente diante de mais esta óbvia apropriação indébita. Enfim, penso que a verdadeira intolerância religiosa deveria realmente existir. Mas, a partir de nós, contra esta malta que achincalha o nome de senhor Deus pai verdadeiro. Até porque “na casa do Senhor não existe Satanás. Xô, Satanás !” Francy Oliveira

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1. O fragmento que melhor sintetiza a mensagem central do texto proposto, é:

a) Esta polarização que a mídia massifica é “de brincadeirinha”... b) O mundo é aqui. Inferno e céu são duas figuras de retórica .... c) Mas, ambas, em última análise, descaradamente se locupletam da ignorância para,

a partir daí, erguerem seus palácios... d) Penso que a verdadeira intolerância religiosa deveria realmente existir. Mas, a partir

de nós ... e) Aonde anda o Poder Público, que se omite, convenientemente, diante de mais este

óbvio peculato ? 2. Uma alternativa, dentre as apresentadas, transcreve algo que não se pode deduzir,

a partir de uma leitura crítica do texto.

a) inferno e céu não são, geograficamente, estágios materiais. b) o autor deixa transparecer, clara e objetivamente, sua postura agnóstica. c) Deus não é material. d) possuir (no sentido real de posse) uma seita religiosa é um investimento meramente

capitalista. e) a mídia massifica uma briga ferrenha entre determinadas religiões que, em verdade,

inexiste. 3. Acerca do que se capta do texto, só é correto afirmar:

a) que o dinheiro arrecadado pelas igrejas deveria ser reinvestido na formação

teológica de padres, pastores ou o que quer que seja. b) os punguistas que fazem ponto na feira nada têm a ver com as atividades de certos

padres e pastores. c) o Poder Público deveria agir contra padres e pastores com o mesmo rigor que age (

quando age) contra os punguistas que fazem ponto na feira. d) quando pregam na feira, padres pastores ou o que quer que seja não são melhores

do que os punguistas que agem neste mesmo logradouro. e) padres, pastores, punguistas ou o quer que seja achincalham o nome de Deus pai

verdadeiro. 4. A expressão: “Religião, em excesso, é atraso de vida.”, segundo a conotação que o

texto sugere, significa.

a) que certas religiões não pregam a verdadeira “palavras de Deus”, segundo o texto original contido na Bíblia Sagrada.

b) que Deus nunca autorizou que se utilizasse o seu santo nome para extorquir dinheiro de quem quer que seja.

c) o sectarismo sugerido por certas religiões afasta o “fiel” da verdadeira trilha que leva ao Deus pai verdadeiro.

d) que, ao aceitarem a chantagem sentimental imposta por certas religiões, os “fiéis incautos”, inadvertidamente, contribuem para o recrudescimento da “guerra santa”.

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e) que qualquer religião, se levada aos raios do fanatismo compulsivo, traz prejuízos às obrigações normais de um cidadão comum.

5. A afirmação categórica de que “o mundo é aqui” significa, segundo a ótica do texto: a) que inferno e céu são estágios a serem cumpridos em vida. b) que o Deus pai verdadeiro simplesmente não existe. c) que inferno e céu são estágios localizados em outros mundos materiais. d) que não adianta ter fé, posto que Deus é apenas uma metáfora. e) que a verdadeira fé deixou de existir com o fim do flagelo patrocinado pela “Santa

Inquisição”. 6. Uma leitura errada do texto nos levaria a afirmar, exceto que:

a) ter fé não significa, em absoluto, obrigação de sustentar a “boa vida” de padres,

pastores ou quem quer que seja. b) a massificação desta “briguinha” das religiões, feita pela imprensa, é só uma “jogada

de Marketing para esclarecer o “fiel incauto” sobre a necessidade de optar por uma religião qualquer.

c) o flagelo patrocinado pela Santa Inquisição é uma clara referência ao gesto ateísta de Martinho Lutero, quando desafiou os poderes do catolicismo em praça pública.

d) “Sindicato teológico de última hora” é uma alusão que o autor faz aos segmentos da igreja católica que aditam a “Teologia da Libertação”.

e) “Religião, quando se organiza, é para tirar dinheiro de alguém.” Significa que os pungiste que fazem ponto na feira aplicam os seus golpes, devidamente disfarçados de padres, pastores ou o que quer que seja.

Leia o texto II para responder às questões de 1 a 3. Texto II O tempo não é experiência. Pode ser esclerose. Numa visão ligeira, envelhecer seria um caminhar no sentido do futuro - o que não corresponde à verdade. Caminhar em direção ao futuro é a característica do jovem, ocorrendo envelhecimento quando se inicia o processo inverso: a volta ao passado, sua preservação, dele se fazendo sempre mais dependente. No que envelhece, o risco é o 5 hábito - a infindável repetição daquilo que foi antes uma resposta criadora. O perigo é a tensão inerente ao passado em buscar perpetuar-se, oferecendo as mesmas respostas a questões que agora são outras. Esta, a ameaça do passado. Mas há outro ângulo. O passado não se acumula somente sob a forma de hábito, mas, virtualmente, introduz a possibilidade da memória. E se o hábito faz com que se 10 repitam mecanicamente respostas caducas, a memória é o potencial criador sempre disponível com o qual a história pode contar. O jovem está, num certo limite, livre de um passado que ameace escravizá-lo - simplesmente por não existir ou por não ter atingido a intensidade necessária. Na aparência - como se isso não dependesse de uma posição do espírito - sendo o Brasil um país jovem, estaríamos menos próximos 15 dos perigos da esclerose. Mas com o que podemos contar? Já foi dito, de resto, ser o Brasil um país sem memória. Nosso

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ceticismo destruiria esta consideração - no sentido de levar em conta - com relação ao passado. Parece que estamos condenados a sempre partir do zero. (GOMES, Roberto. Crítica da Razão Tupiniquim. Porto Alegre, RS: Mercado Aberto, 7ª ed. 1984) 1. Após uma leitura atenta do fragmento, julgue os itens a seguir, quanto aos aspectos da compreensão e interpretação. a) O autor estabelece uma visão antitética em relação ao conceito usual de tempo. b) Envelhecimento é a dependência em relação ao passado. c) Pode-se inferir que o jovem, para manter-se fiel a suas características, preserva incólumes os valores herdados dos antepassados. d) Hábito e memória excluem-se, na medida em que o hábito é pura repetição, enquanto a memória abre possibilidades criadoras. 2. Julgue os itens em relação à teoria lingüística e normas gramaticais. a) Na linha 8, a próclise do pronome em não se acumula é facultativa. b) As duas ocorrências da partícula se, no segundo parágrafo, linhas 8 e 9, equivalem-se no plano morfossintático. c) Num certo limite, linha 12, está entre vírgulas por ser expressão internalizada em uma oração. d) O agente da ação verbal no último período do texto, linha 17, é indeterminado. 3. Julgue os itens a seguir, em relação aos aspectos semânticos e estilísticos. a) Experiência, esclerose, passado, futuro e envelhecer, no texto, pertencem ao mesmo campo semântico. b) Virtualmente, na linha 9, poderia ser substituído por potencialmente ou factivelmente, sem alterar substancialmente o sentido do texto. c) "Sendo o Brasil um país jovem", linha 14, instaura uma condição concessiva em relação à oração seguinte. d) Ceticismo, linha 16, liga-se semanticamente a sem memória, na linha 16. Leia o texto III para responder às questões 4 e 5. Texto III Periodização da Filosofia Não se pode afirmar que a história do pensamento filosófico obedeça a uma evolução linear, de tal modo que cada posição atingida pelos grandes pensadores no plano epistemológico, ético, metafísico, estético, etc., condicione o desenvolvimento sucessivo. Em primeiro lugar, há uma multiplicidade de áreas diversas de indagação e, a não ser em casos bem raros, raramente surgem pensadores geniais capazes de abrangê-las de maneira sincrônica ou unitária, marcando pontos cardeais da história das idéias. O que

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prevalece, em geral, são contribuições especializadas que cuidam de determinado campo de pesquisa, não se devendo esquecer que essas indagações setoriais podem, às vezes, repercutir sobre o curso do pensamento geral, inspirando novos paradigmas, ou seja, pressupostos fundamentais que passam a condicionar as meditações subseqüentes. Como se vê, as linhas de indagações filosóficas resultam de preferências individuais dos pensadores assim como de fatores das mais diversificadas configurações, não sendo possível, pois, afirmar que as várias correntes de pensamento se entrelacem ou atuem umas sobre as outras. Há até mesmo hipóteses em que determinadas escolas ou círculos de pensamento são tão ciosos de suas convicções que chegam a olhar com desprezo as demais perquirições, como se deu, por exemplo, em certos momentos do escolasticismo medieval; no apogeu do naturalismo positivista da passada centúria; no predomínio ideológico do marxismo que, no dizer de Raymond Aron, foi "o ópio dos intelectuais"; ou, em tempos mais recentes, a corrente do positivismo lógico, alguns de cujos mentores chegaram a considerar meaningless, isto é, desprovido de sentido tudo que não se ajustasse a seus parâmetros.

(Miguel Reale Jr. - O Estado de São Paulo - Jun/98)

4. A primeira instância da interpretação textual situa-se na esfera da compreensão dos significados vocabulares e organizacionais. Atentando para esta afirmação, julgue os itens a seguir segundo os critérios semânticos e estilísticos. a) "Multiplicidade de áreas diversas de indagação", linha 6, trata do caráter unívoco do conhecimento e, por conseguinte, do objeto da filosofia. b) "abrangê-las de maneira sincrônica", linha 5, é o mesmo que visão superficial sobre o objeto do conhecimento. c) A partícula pois, linha 11, instaura uma circunstância explicativa entre duas afirmações que a circundam. d) O autor utiliza-se de um registro predominantemente metafórico, dificultando a apreensão das idéias que veicula.

5. Considerando que paráfrase é o desenvolvimento de um texto conservando-se suas idéias originais, expressas por palavras diferentes, julgue os itens a seguir, caso sejam ou não paráfrases de segmentos do texto II.

a) A progressão do pensamento filosófico não se sujeita a parâmetros evolutivos lineares.

b) Raros filósofos conseguem abarcar simultaneamente diferentes campos da perquirição filosófica.

c) O pensamento geral é modificado por paradigmas fundamentais.

d) A crença de que as várias correntes de pensamento se excluem é confirmada pela individualidade do pensamento filosófico ocidental.

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Responda as questões de 1 a 10 de acordo com o texto abaixo: O primeiro dever passado pelo novo professor de português foi uma descrição tendo o mar como tema. A classe inspirou-se, toda ela, nos encapelados mares de Camões, aqueles nunca dantes navegados; o episódio do Adamastor foi reescrito pela meninada. Prisioneiro no internato, eu vivia na saudade das praias do Pontal onde conhecera a liberdade e o sonho. O mar de Ilhéus foi o tema de minha descrição. Padre Cabral levara os deveres para corrigir em sua cela. Na aula seguinte, entre risonho e solene, anunciou a existência de uma vocação autêntica de escritor naquela sala de aula. Pediu que escutassem com atenção o dever que ia ler. Tinha certeza, afirmou, que o autor daquela página seria no futuro um escritor conhecido. Não regateou elogios. Eu acabara de completar onze anos. Passei a ser uma personalidade, segundo os cânones do colégio, ao lado dos futebolistas, dos campeões de matemática e de religião, dos que obtinham medalhas. Fui admitido numa espécie de Círculo Literário onde brilhavam alunos mais velhos. Nem assim deixei de me sentir prisioneiro, sensação permanente durante os dois anos em que estudei no colégio dos jesuítas. Houve, porém, sensível mudança na limitada vida do aluno interno: o padre Cabral tomou-me sob sua proteção e colocou em minhas mãos livros de sua estante. Primeiro "As Viagens de Gulliver", depois clássicos portugueses, traduções de ficcionistas ingleses e franceses. Data dessa época minha paixão por Charles Dickens. Demoraria ainda a conhecer Mark Twain, o norte-americano não figurava entre os prediletos do padre Cabral. Recordo com carinho a figura do jesuíta português erudito e amável. Menos por me haver anunciado escritor, sobretudo por me haver dado o amor aos livros, por me haver revelado o mundo da criação literária. Ajudou-me a suportar aqueles dois anos de internato, a fazer mais leve a minha prisão, minha primeira prisão.

Jorge Amado 1. Padre Cabral, numa determinada passagem do texto, ordena que os alunos: a)façam uma descrição sobre o mar; b)descrevam os mares encapelados de Camões; c)reescrevam o episódio do Gigante Adamastor;. d)façam uma descrição dos mares nunca dantes navegados; e)retirem de Camões inspiração para descrever o mar. 2. Segundo o texto, para executar o dever imposto por Padre Cabral, a classe toda usou de um certo: a)conhecimento extraído de "As viagens de Gulliver"; b)assunto extraído de traduções de ficcionistas ingleses e franceses; c)amor por Charles Dickens; d)mar descrito por Mark Twain; e)saber já feito, já explorado por célebre autor.

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3.Apenas o narrador foi diferente, porque: a) lia Camões; b) se baseou na própria vivência; c) conhecia os ficcionistas ingleses e franceses; d) tinha conhecimento das obras de Mark Twain; e) sua descrição não foi corrigida na cela de Padre Cabral. 4.O narrador confessa que no internato lhe faltava: a) a leitura de Os Lusíadas; b) o episódio do Adamastor; c) liberdade e sonho; d) vocação autêntica de escritor; e) respeitável personalidade. 5.Todos os alunos apresentaram seus trabalhos, mas só foi um elogiado, porque revelava: a) liberdade; b) sonho; c) imparcialidade; d) originalidade; e) resignação. 6. Por ter executado um trabalho de qualidade literária superior, o narrador adquiriu um direito que lhe agradou muito: a) ler livros da estante de Padre Cabral; b) rever as praias do Pontal; c) ler sonetos camonianos; d) conhecer mares nunca dantes navegados; e) conhecer a cela de Padre Cabral. 7. Contudo, a felicidade alcançada pelo narrador não era plena. Havia uma pedra em seu caminho: a) os colegas do internato; b) a cela do Padre Cabral; c) a prisão do internato; d) o mar de Ilhéus; e) as praias do Pontal. 8. Conclui-se, da leitura do texto, que: a) o professor valorizou o trabalho dos alunos pelo esforço com que o realizaram; b)o professor mostrou-se satisfeito porque um aluno escreveu sobre o mar de Ilhéus;

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c) o professor ficou satisfeito ao ver que um de seus alunos demonstrava gosto pela leitura dos clássicos portugueses; d) a competência de saber escrever conferia, no colégio, tanto destaque quanto a competência de ser bom atleta ou bom em matemática; e) graças à amizade que passou a ter com Padre Cabral, o narrador do texto passou a ser uma personalidade no colégio dos jesuítas. 9. O primeiro dever... foi uma descrição... Contudo nesse texto predomina a: a) narração; b) dissertação; c) descrição; d) linguagem poética; e) linguagem epistolar. 10. Por isso a maioria dos verbos do texto encontra-se no: a) presente do indicativo; b) pretérito imperfeito do indicativo; c) pretérito perfeito do indicativo; d) pretérito mais que perfeito do indicativo; e) futuro do indicativo. Releia a primeira estrofe e responda as questões de 11 a 13 Cheguei, Chegaste, Vinhas fatigada E triste, e triste e fatigado eu vinha. Tinhas a alma de sonhos povoada. E a alma de sonhos povoada eu tinha. 11. À ordem alterada, que o autor elabora no texto, em busca da eufonia e ritmo, dá-se o nome de: a) antítese; b) metáfora; c) hipérbato; d) pleonasmo; e) assíndeto. 12. E a alma de sonhos povoada eu tinha. Na ordem direta fica: a) E a alma povoada de sonhos eu tinha. b) E povoada de sonhos a alma eu tinha. c) E eu tinha povoada de sonhos a alma. d) E eu tinha a alma povoada de sonhos. e) E eu tinha a alma de sonhos povoados.

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13. Predominam na primeira estrofe as orações: a) substantivas; b) adverbiais; c) coordenadas; d) adjetivas; e) subjetivas. Releia a segunda estrofe para responder as questões de 14 a 17: E paramos de súbito na estrada Da vida: longos anos, presa à minha A tua mão, a vista deslumbrada Tive da luz que teu olhar continha 14. O objetivo preso (presa) refere-se a: a) estrada; b) vida; c) minha mão; d) tua mão; e) vista. 15. Coloque nos espaços em branco os verbos ao lado corretamente flexionados no imperativo afirmativo, segunda pessoa do singular. .................................(parar) na estrada da vida; ........................(manter) a luz de teu olhar a) pára – mantém b) paras – manténs c) pare – mantenha d) pares – mantenhas e) parai – mantende 16. Tive da luz que teu olhar continha. Com luz no plural teríamos que escrever assim: a) Tive das luzes que teu olhar continha. b) Tive das luzes que teus olhares continha. c) Tive das luzes que teu olhar continham. d) Tive das luzes que teus olhares continham. e) Tiveram das luzes que teus olhares continham.

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17. Tive da luz que teu olhar continha. A oração destacada, em relação ao substantivo luz, guarda um valor de: a) substantivo; b) adjetivo; c) pronome; d) advérbio; e) aposto. Releia as duas últimas estrofes para responder as questões de 18 a 20: Hoje, segues de novo... Na partida Nem o pranto os teus olhos umedece, Nem te comove a dor da despedida. E eu, solitário, volto a face, e tremo, vendo o teu vulto que desaparece Na extrema curva do caminho extremo. 18.Sujeito do verbo umedecer (umedece): a) a partida; b) os teus olhos; c) tu; d) ela; e) o pranto. 19. O verbo comover (comove) refere-se no texto (e por isso concorda com ela) à palavra: a) o pranto; b) a dor; c) teus olhos; d) te; e) partida. 20. Assinale a alternativa onde aparece um verbo intransitivo. a) Hoje seques de novo. b) Nem o pranto os teus olhos umedece. c) Nem te comove a dor de despedida. d) E eu, solitário, volto a face. e) Vendo o teu vulto.

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Crase > EXERCÍCIOS SOBRE CRASE

Use, quando necessário, a crase e escrevam dentro dos parênteses, à esquerda, apalavra - SIM (S) no caso de o "A" ser craseado e a palavra NÃO (N) no caso de o "A" não ser craseado.

01 ( ) O funcionário veio a chamado do Diretor

02 ( ) De 1970 a 1975 estiveram por conta do Governo

03 ( ) Dei a ela todo o dinheiro disponível

04 ( ) O professor foi a casa

05 ( ) Prestou significativas homenagens a Caxias

06 ( ) Remeto, anexo, a V. Exa. o relatório dos acontecimentos

07 ( ) A folha 57 verifica-se que o termo é outro

08 ( ) O diretor do DETRAN foi, ontem, a Petrópolis

09 ( ) A namorada estava em frente a janela

10 ( ) São válidas as emendas a tinta encarnada

11 ( ) As questões foram distribuídas as candidatas inscritas

12) ( ) O anteprojeto foi enviado a Câmara

13) ( ) Agrediram o sargento a tiro

14) ( ) Foi feito o pagamento a vista

15) ( ) O requerimento não tem direito a remuneração

16) ( ) Maria chegou a hora certa

17) ( ) Comprei um motor a gasolina

18) ( ) Élton tinha um romance a publicar

19) ( ) A procissão foi para a igreja

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Fernanda Uchôa 93

20) ( ) A família foi aquele sítio

Escrevam dentro do parêntesis, à esquerda, a letra "C" no caso de a crase estar certa e "E" no caso de a crase estar errada.

21 ( ) Eis a matéria referente às provas

22 ( ) Esta história está ligada à dos Jesuítas

23 ( ) As pessoas da família foram morrendo uma à uma

24 ( ) A sua figura, Maria, me vem à lembrança

25 ( ) Os professores ofereceram livros às alunas aplicadas

26 ( ) Escreveram um belíssimo poema à Brasília

27 ( ) O funcionário será submetido à inspeção

28 ( ) O soldado foi ferido à metralhadora

29 ( ) O deputado, falou, ontem, às classes trabalhadoras

30 ( ) Refiro-me à mulher da pensão

31 ( ) O tribunal negou provimento àquele agravo

32 ( ) Vendi à casa de Pedro

33 ( ) O prêmio coube às jovens vitoriosas

34 ( ) Lápis é um objeto destinado à escrita

35 ( ) Comprei à sua casa

36 ( ) Quanto à aplicação do aviso...

37 ( ) Homenagens à gloriosa Joana D'Arc

38 ( ) Manuel e Pedro ficaram de frente à frente

39 ( ) Os livros foram remetidos às unidades militares.

40 ( ) Estes livros se destinaram às meninas pobres.

41 ( ) 1 O documento foi encaminhado a esta repartição

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Fernanda Uchôa 94

( ) 2 Ele estava a espera da namorada.

( ) 3 Dê a ela o dinheiro que está sobre a mesa

42 ( ) 1 Manuel trabalha de Segunda à Sábado

( ) 2 O homem entregou-se a apatia.

( ) 3 Literatura a Machado de Assis

43 ( ) 1 A brilhante professora Léia ofereço...

( ) 2 Giovani tem multas à pagar.

( ) 3 Os bandoleiros andam a rédea solta.

44 ( ) 1 O coronel foi promovido a general.

( ) 2 É esta soma a transportar.

( ) 3 Irei, Domingo, à Belém das belas mangueiras.

45 ( ) 1 Vendas somente à varejo.

( ) 2 Falei, ontem, a dona da casa.

( ) 3 As folhas 12 e 13 do processo consta que...

46 ( ) 1 Ela aspirava à alegria de viver.

( ) 2 O relógio batia à certa hora.

( ) 3 O desenho foi feito a pena.

47 ( ) 1 O Estado obedece à disposição estatutária

( ) 2 A Maria José foi à igreja.

( ) 3 Em resposta à carta que você me escreveu, informo.

48 ( ) 1 À ti desejo felicidades.

( ) 2 José, Pedro, Antônio foram à Quitandinha.

( ) 3 O preso foge às declarações

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Fernanda Uchôa 95

49 ( ) 1 A firma tem caminhões a frete.

( )2 O juiz atendeu a exigência processual

( ) 3 A correspondência está sujeita a selo

Colocação Pronominal

Em função da posição do pronome em relação ao verbo, classifica-se:

próclise - antes do verbo (Nada se perde) mesóclise - no meio do verbo (Dirigir-lhe-emos a palavra) ênclise - depois do verbo (Fugiram-nos as palavras)

A regra geral diz que se deve colocar o pronome enclítico, desde que não haja fator de próclise ou seja um dos futuros do indicativo, com atenção aos casos especiais.

São fatores de próclise: o Oração negativa, desde que não haja pausa entre o verbo e as palavras

de negação

Ex.: Ninguém se mexe / Nada me abala.

Observação

Se a palavra negativa preceder um infinitivo não-flexionado, é possível a ênclise: Calei para não magoá-lo

o Frases exclamativas (começadas por palavras exclamativas) e optativas (desejo)

Ex.: Deus te guie / Quanto sangue se derramou inutilmente!

o Conjunção subordinativa

Ex.: Preciso de que me responda algo / O homem produz pouco, quando se alimenta mal

Observação

A elipse da conjunção não dispensa a próclise: Quando passo e te vejo, exalto-me

o pronome ou palavras interrogativas

Ex.: Quem me viu ontem? / Queria saber por que te afliges tanto

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o pronome indefinido, demonstrativo e relativo

Ex.: Alguém me ajude a sair daqui / Isso te pertence / Ele que se vestiu de verde está ridículo

o advérbio (não seguido de vírgula) e numeral ambos

Ex.: Aqui se vê muita miséria ¹ Aqui, vê-se muita miséria / Ambos se olharam profundamente.

Observação

Se o sujeito estiver logo antes do verbo, a próclise será facultativa. Este fator, entretanto, não pode quebrar o princípio dos fatores de próclise.

Ex.: Ele se feriu ou ele feriu-se / O homem se recupera ou o homem recupera-se

Ninguém me convencerá / Tudo se fez por uma boa causa

Por questão de eufonia, pode-se preferir a próclise ao invés da ênclise, quando o sujeito vier antes do verbo

Ex.: "Cada dia lhe desfolha um afeto" (Alexandre Herculano) / Você viu-o / Você o viu

Uso de mesóclise: o Respeitados os princípios de próclise, far-se-á mesóclise caso o verbo

esteja nos tempos futuros do indicativo.

Ex.: dar-te-ia = daria + te / dar-te-ei = darei + te

o Diante da platéia, cantar-se-ia melhor / Os amigos sinceros lembrar-nos-ão um dia.

Usa-se ênclise: o Em início da frase ou após sinal de pontuação. o Casos não proclíticos e não mesoclíticos em geral. o Nas orações imperativas afirmativas

Ex.: Procure suas colegas e convide-as

o Junto ao infinitivo não flexionado, precedido da preposição a, em se tratando dos pronomes o/a (s)

Ex.: Todos corriam a escutá-lo com atenção / Ele começou a insultá-la / Nem sei se nos tornaremos a vê-los novamente

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Fernanda Uchôa 97

o Estando o infinitivo pessoal regido da preposição para, é indiferente a colocação do pronome oblíquo antes ou depois do verbo, mesmo com a presença do advérbio não

Ex.: Silenciei para não irritá-lo / Silenciei para não o irritar

Formas infinitas e locuções verbais o Formas finitas (???):

infinitivo - regra geral = ênclise (Viver é adaptar-se)

Admite-se também a próclise se o infinitivo não-flexionado vier precedido de preposição ou palavra negativa (para te servir / servir-te, não o incomodar / incomodá-lo)

Observação

Se o pronome for o/a (s) e o infinitivo regido da preposição a, é obrigatória a ênclise / Se o infinitivo vier flexionado, prefere-se a próclise (desde que não inicie o período) .

gerúndio - regra geral = ênclise

A próclise é obrigatória se: o gerúndio vier precedido da preposição em ou se o gerúndio vier precedido de advérbio que o modifique diretamente, sem pausa (Em se tratando de colocação pronominal, sei tudo!).

particípio

Sem auxiliar não admite próclise ou ênclise e sim a forma oblíqua regida de preposição.

Ex.: Concedida a mim a preferência, farei por merecê-la.

o Locuções verbais: Aux. + infinitivo (podem os pronomes, conforme as circunstâncias,

estar em próclise ou ênclise, ora ao verbo auxiliar, ora à forma nominal)

Ex.: Devo calar-me / devo-me calar / devo me calar - Não devo calar-me / não me devo calar / não devo me calar.

Observação

Mesmo com fator de próclise, a ênclise no infinitivo é correta.

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Aux. + preposição + infinitivo (Há de acostumar-se / há de se acostumar - Não se há de acostumar / não há de acostumar-se).

Aux. + gerúndio (podem os pronomes, conforme as circunstâncias, estar em próclise ou ênclise, ora ao verbo auxiliar, ora à forma nominal):

Ex.: Vou-me arrastando / vou me arrastando / vou arrastando-me - Não me vou arrastando / não vou arrastando-me.

Observação

Com fator de próclise, o pronome não pode aparecer entre os verbos.

Aux. + particípio (os pronomes se juntam ao auxiliar e jamais ao particípio, de acordo com as circunstâncias.

Ex.: Os amigos o tinham prevenido / os amigos tinham-no prevenido - Nunca a tínhamos visto antes.

COLOCAÇÃO PRONOMINAL 1. Nas frases abaixo os pronomes oblíquos átonos estão colocados inadequadamente

ou de acordo com a língua falada. Reescreva-as, colocando os pronomes conforme orientação da norma culta. Justifique.

a. Embora mantivesse-o preso, a polícia tinha certos cuidados. b. Lhe disse poucas e boas. c. Os restos de comida lhe representaram um banquete. d. Muitos julgavam-no o líder de nossa turma. e. Nada ajudá-lo-á nessa fase de rebeldia. f. Me solicitaram os documentos necessários para a internação no hospital. g. Venderia-lhe um carro tão cheio de defeitos? h. Nunca procurei-o para pedir favores. i. Quanto custa-me dizer isso! j. Em tratando-se de Matemática, não pergunte nada a ele. k. Venderão-se as casas.

2. Introduza o pronome oblíquo átono dos parênteses nas locuções verbais e tempos

compostos. a. O brasileiro precisa habituar a ler mais. (se) b. O sol ia tornando cada vez mais forte. (se) c. Ninguém comentava sobre o que havia passado naquela ocasião. (se) d. Não quiseram dizer nada sobre o acontecido. (me) e. Você há de acostumar nessa nova casa. (se) f. Voltei a encontrar depois de muitos anos. (o)

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g. Devo contar tudo. (lhe) h. Tudo devo contar. (lhe) i. Não havia lembrado desse fato. (me) j. Eu já havia esquecido de apagar o fogo. (me)

Concordância nominal

Nada mais é que o ajuste que fazemos aos demais termos da oração para que concordem em gênero e número com o substantivo Teremos que alterar, portanto, o artigo, o adjetivo, o numeral e o pronome.

Além disso, temos também o verbo, que se flexionará à sua maneira, merecendo um estudo separado de concordância verbal.

REGRA GERAL: O artigo, o adjetivo, o numeral e o pronome, concordam em gênero e número com o substantivo.

- A pequena criança é uma gracinha. - O garoto que encontrei era muito gentil e simpático.

CASOS ESPECIAIS: Veremos alguns casos que fogem à regra geral, mostrada acima.

a) Um adjetivo após vários substantivos

1 - Substantivos de mesmo gênero: adjetivo vai para o plural ou concorda com o substantivo mais próximo.

- Irmão e primo recém-chegado estiveram aqui. - Irmão e primo recém-chegados estiveram aqui.

2 - Substantivos de gêneros diferentes: vai para o plural masculino ou concorda com o substantivo mais próximo.

- Ela tem pai e mãe ouros. - Ela tem pai e mãe loura.

3 - Adjetivo funciona como predicativo: vai obrigatoriamente para o plural.

- O homem e o menino estavam perdidos. - O homem e sua esposa estiveram hospedados aqui.

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b) Um adjetivo anteposto a vários substantivos

1 - Adjetivo anteposto normalmente: concorda com o mais próximo.

Comi delicioso almoço e sobremesa

Provei deliciosa fruta e suco.

2 - Adjetivo anteposto funcionando como predicativo: concorda com o mais próximo ou vai para o plural.

Estavam feridos o pai e os filhos.

Estava ferido o pai e os filhos.

c) Um substantivo e mais de um adjetivo

1- antecede todos os adjetivos com um artigo.

Falava fluentemente a língua inglesa e a espanhola.

2- coloca o substantivo no plural.

Falava fluentemente as línguas inglesa e espanhola.

d) Pronomes de tratamento

1 - sempre concordam com a 3ª pessoa.

Vossa santidade esteve no Brasil.

e) Anexo, incluso, próprio, obrigado

1 - Concordam com o substantivo a que se referem.

As cartas estão anexas. A bebida está inclusa. Precisamos de nomes próprios. Obrigado, disse o rapaz.

f) Um(a) e outro(a), num(a) e noutro(a)

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Fernanda Uchôa 101

1 - Após essas expressões o substantivo fica sempre no singular e o adjetivo no plural.

Renato advogou um e outro caso fáceis. Pusemos numa e noutra bandeja rasas o peixe.

g) É bom, é necessário, é proibido

1- Essas expressões não variam se o sujeito não vier precedido de artigo ou outro determinante.

Canja é bom. / A canja é boa. É necessário sua presença. / É necessária a sua presença. É proibido entrada de pessoas não autorizadas. / A entrada é proibida.

h) Muito, pouco, caro

1- Como adjetivos: seguem a regra geral.

Comi muitas frutas durante a viagem. Pouco arroz é suficiente para mim. Os sapatos estavam caros.

2- Como advérbios: são invariáveis.

Comi muito durante a viagem. Pouco lutei, por isso perdi a batalha. Comprei caro os sapatos.

i) Mesmo, bastante

1- Como advérbios: invariáveis

Preciso mesmo da sua ajuda. Fiquei bastante contente com a proposta de emprego.

2- Como pronomes: seguem a regra geral.

Seus argumentos foram bastantes para me convencer. Os mesmos argumentos que eu usei, você copiou.

j) Menos, alerta

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Fernanda Uchôa 102

1- Em todas as ocasiões são invariáveis.

Preciso de menos comida para perder peso. Estamos alerta para com suas chamadas.

k) Tal Qual

1- “Tal” concorda com o antecedente, “qual” concorda com o consequente.

As garotas são vaidosas tais qual a tia. Os pais vieram fantasiados tais quais os filhos.

l) Possível

1- Quando vem acompanhado de “mais”, “menos”, “melhor” ou “pior”, acompanha o artigo que precede as expressões.

A mais possível das alternativas é a que você expôs. Os melhores cargos possíveis estão neste setor da empresa. As piores situações possíveis são encontradas nas favelas da cidade.

m) Meio

1- Como advérbio: invariável.

Estou meio insegura.

2- Como numeral: segue a regra geral.

Comi meia laranja pela manhã.

n) Só

1- apenas, somente (advérbio): invariável.

Só consegui comprar uma passagem.

2- sozinho (adjetivo): variável.

Estiveram sós durante horas.

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Fernanda Uchôa 103

Silepse Leia a seguinte sentença: “Quando a gente é novo, gosta de fazer bonito.” (Guimarães Rosa)

Neste período, o escritor usou o adjetivo “novo” concordando com o sexo da pessoa que fala (masculino) e não com a palavra gente (feminino). Este é um exemplo de silepse, figura de sintaxe ou construção que se caracteriza por concordar com a ideia que se quer transmitir, não com os termos que aparecem na oração.

Essa figura de construção classifica-se em três tipos:

1. Silepse de pessoa: “Enfim, lá em São Paulo todos éramos felizes graças ao seu trabalho...” (Rubem Braga)

Ocorre a silepse em “éramos”, que está na primeira pessoa do plural, quando, em sua construção normal, deveria estar na terceira pessoa do plural.

1. Silepse de número: “Ninguém que comprar. Se ainda estamos aberto é por honra da firma”. (José J. Veiga)

Ocorre a silepse em “aberto”, que está no singular, quando em sua normal construção deveria estar no plural, concordando com o verbo “estamos”.

1. Silepse de gênero: “Já vem chegando o sol, e São Paulo desperta, a princípio tímida, e logo agressiva e barulhenta”.

Ocorre a silepse em tímida, que está no feminino (fazendo referência à cidade), quando em sua normal construção deveria estar no masculino.

A silepse é um recurso estilístico muito utilizado em textos literários, na oralidade. Ela consiste em estabelecer uma concordância com palavras ou noções pressupostas na frase, não com palavras explícitas.

Veja outros exemplos de silepse:

“Vossa Majestade parece cansado”. (concorda com “ele” – masculino - silepse de gênero)

“O pessoal ficou apavorado e saíram correndo”. (concorda com “todos” – plural – silepse de número)

“Os brasileiros gostamos de futebol”. (concorda com nós – primeira pessoa – silepse de pessoa)

“E todos seguimos para o salão de estudos”. (José Lins do Rego) (concorda com nós – primeira pessoa – silepse de pessoa)

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Fernanda Uchôa 104

“Rio de Janeiro continua maravilhosa, agitada e violenta” (concorda com a cidade – feminino – silepse de gênero)

REFERÊNCIAS

SAVIOLE, Francisco Platão. Gramática em 44 lições. 15 ed. São Paulo, Ática, p. 406.

TUFANO, Douglas. Estudos de Língua Portuguesa – Minigramática. São Paulo, Moderna, 2007.

CONCORDÂNCIA VERBAL Sujeito simples = o verbo concorda em número e pessoa com o sujeito simples. ( O menino trabalha na fábrica; Nós gostamos de crianças.). Sujeito composto antes do verbo = escrito antes do verbo, o sujeito composto admite o verbo no plural. (O pai e o filho levantavam cedo.). Sujeito composto depois do verbo = escrito depois do verbo, o sujeito composto admite o verbo no plural ou em concordância com o sujeito mais próximo. (Levantavam ou levantava cedo o pai e o filho). Sujeito composto de pessoas gramaticais diferentes = sendo o sujeito composto de pessoas gramaticais diferentes, o verbo concordará no plural e na pessoa gramatical que prevalecer sobre as outras. A 1ª pessoa prevalece sobre a 2ª e a 3ª; a 2ª pessoa prevalece sobre a 3ª. (Eu, tu e ela dizemos a lição. Tu e ela fizestes a lição). Casos especiais de concordância verbal:

Sujeitos ligados por "ou" = o verbo concorda com o sujeito mais próximo se houver idéia de retificação. Neste caso, comumente os núcleos vêm isolados por uma vírgula e são de números diferentes - O menino, ou os meninos mataram as galinhas. Os meninos, ou o menino matou as galinhas. O verbo concorda no plural se houver participação de todos os sujeitos no processo verbal - Saia daí que uma faísca ou um estilhaço poderão atingi-lo em cheio. O verbo concordará no singular se houver idéia de exclusão de um dos sujeitos do processo verbal - O Brasil ou a Holanda ganhará o próximo campeonato mundial de futebol.

Sujeitos resumidos por "tudo", "nada", "ninguém" = o verbo concordará no singular quando, numa relação de sujeitos, após o último vier escrita uma das formas pronominais acima citadas - Pobres, ricos, sábios, ignorantes, ninguém está satisfeito.

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Fernanda Uchôa 105

Sujeito coletivo = o verbo concordará no singular com o sujeito coletivo escrito no singular também - O rebanho comeu toda a ração.

Sujeito representado por pronome de tratamento = o verbo concordará na 3ª

pessoa sendo o sujeito um pronome de tratamento - Vossa Senhoria deseja informação?

Sujeito representado por nome próprio com forma de plural = verbo no plural, se o nome próprio admitir artigo no plural - Os Estados Unidos defendem os direitos humanos. Verbo no singular, se o nome próprio admitir artigo no singular - O Amazonas é muito grande. Verbo no singular se o nome próprio não admitir anteposição de artigo - Campinas fica perto de Jundiaí.

Concordância do verbo ser = apresentando uma sintaxe irregular de concordância, o verbo ser pode deixar de concordar com o sujeito para concordar com o predicativo nos seguintes casos:

Sendo o sujeito um dos pronomes tudo, o, isto, isso, aquilo, e o predicativo uma palavra no plural = Tudo eram recordações. Isto são alegrias.

Sendo o sujeito um substantivo inanimado no singular e o predicativo uma palavra no plural = O mundo são ilusões. A roupa eram uns trapos. Nota = sendo o sujeito um nome de pessoa ou um pronome pessoal, a concordância será normal. Por exemplo: O filho(ele) era as alegrias do casal.

Sendo o sujeito uma palavra de sentido coletivo = A maioria eram crianças órfãs.

Sendo o predicativo uma forma de pronome pessoal = O herdeiro sois vós.

Na indicação de horas, datas, distância, sendo o verbo ser impessoal = São duas

horas. Eram oito de maio. Nota = nestes casos, o verbo ser concorda com a expressão numérica.

Concordância dos verbos dar, bater e soar = os três verbos concordam normalmente com o sujeito em relação às horas. Neste caso, o sujeito é representado pela palavra horas, badaladas ou relógio. Por exemplo: Deram quatro horas o relógio da igreja. Deram cinco horas. Soaram seis horas no relógio da praça. Concordância do verbo parecer = na sequência em que há o verbo parecer + infinitivo de outro verbo, apenas um deles é que ficará no plural, não os dois. Por exemplo: Os astros parecem caminhar no firmamento. Os astros parece caminharem no firmamento. EXERCÍCIOS CONCORDÂNCIA VERBAL

1 - Em "todos os brasileiros aprendemos que Pedro Américo foi o maior pintor brasileiro"(Manuel Bandeira), verifica-se uma :

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Fernanda Uchôa 106

a) silepse de número

b) silepse do sujeito

c) silepse de pessoa

d) concordância de atração

e) concordância afetiva

2. Em todas as frases abaixo houve concordância ideológica. Numere de acordo:

A - silpse de gênero

B - silepse de número

C - silepse de pessoa

1 - ( ) Dizem que os capixabas somos hospitaleiros

2 - ( ) Giovanni é uma criança

3 - ( ) Ali ficamos esperando alguns amigos

4 - ( ) - Vós estais enganado

5 - ( ) Manoel é um banana

6 - ( ) os quatro fomos ao hospital

7 - ( ) Senhor Deputado. V. Exa. é muito capcioso

8 - ( ) Os mineiros somos muitos sacrificados

9 - ( ) A gente pergunta a si mesmo o que é a vida.

3. Às questões de 1 a 6, responda ( C ) se estiver correta e ( E ) se estiver errada :

1

1 - Estudei as literaturas francesa e inglesa ( )

2 - Estudei a literatura francesa e a inglesa( )

3 - Estudei a literatura francesa e inglesa ( )

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Fernanda Uchôa 107

2

1 - Magda ficou meio tonta com o uísque. ( )

2 - Magda ficou meia tonta com o uísque. ( )

3 - Magda e Luís ficaram muito tontos com o uísque. ( )

3

1 - Ela mesmo contou toda a história. ( )

2 - Ela mesma contará tudo. ( )

3 - Elas próprias mandaram sair todos. ( )

4

1 - É proibida a entrada. ( )

2 - É proibido entrada. ( )

3 - É proibido a entrada. ( )

5

1 - O rapaz cometeu um crime de leso-pátria. ( )

2 - o rapaz cometeu um crime de lesa-pátria. ( )

3 - Havia menas penas que esperávamos. ( )

6

1 - É necessária paciência, meus caros jovens. ( )

2 - Segue anexa uma carta de crédito. ( )

3 - Mais atenção e menos conversa - é o lema do bom motorista de coletivo. ( )

4. A flexão masculina do ADJETIVO só é admissível em:

a) Vi o mercado e as ruas apinhadas de gente

b) Enviam-lhe anexas as folhas de pagamento.

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c) É necessária a paciência.

d) Entrego-lhe inclusas as cópias solicitadas

e) É proibida a entrada.

5. Em "Refiro-me à religião verdadeira", a propósito da concordância nominal, deve-se afirmar que há.

a) concordância lógica

b) erro de concordância

c) concordância ideológica

d) concordância adjetiva

e) concordância por atração

6. Todas as concordâncias estão corretas, exceto:

a) É meio-dia e meia

b) É necessário serenidade.

c) É preciso banir os pseudos-patriotas.

d) Isto é crime de lesa-pátria.

e) Elas ficaram todas molhadas

7. Assinale a concordância incorreta.

a) Tomei apenas meia garrafa de coca-cola

b) As alunas ficaram meio confusas com a história.

c) Você não deve ser um homem de meias palavras

d) Vocês mesmos, rapazes, devem estudar mais.

e) Preciso de um aluno e uma aluna habilidosas.

8. Nas frases abaixo, a palavra grifada é sempre adjunto adnominal. Assinale a única em que há erro de concordância nominal:

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a) Eu não tolero meias palavras.

b) Faças o favor de bater com menos força.

c) Eles adquiriram bastante posses.

d) Comprou dois vestidos creme

9. Nas frases abaixo, a palavra adjetiva grifada é sempre predicativo. Assinale aquela em que há erro de concordância.

a) aceito como verdadeiras essas declarações

b) os sindicatos tiveram reconhecidos o seu direito.

c) Deixou bem claras as suas intenções.

d) Com o tempo tornaram-se visíveis os seus erros.

e) Pediu-me que tornasse pública sua reclamação

Linguagem Denotativa X Linguagem Conotativa

Na linguagem coloquial, ou seja, na linguagem do dia-a-dia, usamos as palavras conforme as situações que nos são apresentadas. Por exemplo, quando alguém diz a frase "Isso é um castelo de areia", pode atribuir a ela sentido denotativo ou conotativo. Denotativamente, significa "construção feita na areia da praia em forma de castelo"; conotativamente, "ocorrência incerta, sem solidez". Denotação: É o uso do signo em seu sentido real. (Colhi uma flor do jardim.) Conotação: É o uso do signo em sentido figurado, simbólico. (Sua filha é mesmo uma flor!)

Para Aristóteles, o homem é um animal político (social e cívico), pois somente ele é dotado de linguagem. Animais têm voz, exprimindo dor e prazer. Só homem possui palavra, exprimindo e possuindo, em comum com outros homens, valores que viabilizam vida social e política. Para Platão a linguagem é um pharmakon : remédio, veneno e cosmético.

Linguagem é "instrumento graças ao qual o homem modela seu pensamento, seus sentimentos, suas emoções, seus esforços, sua vontade e seus atos, o instrumento graças ao qual ele influencia e é influenciado, a base mais profunda da sociedade humana"

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Funções da Linguagem

Para melhor compreensão das funções de linguagem, torna-se necessário o estudo dos elementos da comunicação.

Elementos da comunicação: emissor - emite, codifica a mensagem receptor - recebe, decodifica a mensagem mensagem - conteúdo transmitido pelo emissor código - conjunto de signos usado na transmissão e recepção da mensagem referente - contexto relacionado a emissor e receptor canal - meio pelo qual circula a mensagem Obs.: As atitudes e reações dos comunicantes são também referentes e exercem influência sobre a comunicação. Cada um destes componentes é trabalhado por uma função de linguagem. Vejamos sucintamente: 1) Função emotiva: é a do emissor, centrada na 1ª pessoa do singular, no “eu”, subjetivamente. 2) Função conativa: é a do receptor, centrada na 2º pessoa, no “tu”; busca atuar sobre a imagem do receptor, persuadindo-o mediante o uso das palavras e de verbos no imperativo. 3) Função fática: é a do canal, serve apenas para manter o contato e ver se o receptor está realmente entendendo o emissor. 4) Função metalingüística: é a do código (no nosso caso, a língua portuguesa brasileira); usada quando temos de explicar a própria linguagem, como estou fazendo agora. 5) Função poética: é a da mensagem; privilegia o significante e o significado e depende dos recursos usados pelo autor do texto (envolvendo muito a conotação). 6) Função referencial: é a do referente, centrada na 3ª pessoa, no assunto; a intenção é apenas transmitir a informação, objetivamente (envolvendo a denotação).

Claro que em um texto pode haver mais de uma função pois elas não são excludentes. A linguagem referencial ocorre quando o referente, ou seja, o assunto, é posto em destaque. Se o assunto é posto em destaque, o texto há de ser objetivo e claro, sem margem a duplas interpretações (como ocorre com a linguagem conotativa). Como o principal é passar a informação, o texto será escrito em 3ª pessoa – como vemos na maioria das teses científicas e textos jornalísticos. Por isso em uma

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dissertação o que predomina é a função referencial, aquela que visa passar o assunto da forma mais precisa possível. Figuras de linguagem Os recursos de linguagem usados para expressar uma idéia, uma sensação ou para retratar a realidade.

Sempre que uma questão abordar uma pergunta sobre o uso da linguagem denotativa, observe se o texto ou a palavra está no seu sentido literal ou figurado – no caso do texto, veja o que predomina. Já na redação, você deve sempre privilegiar a linguagem denotativa: a linguagem figurada não é bem-vinda em um texto referencial, como é o caso de Carta Comercial. Texto Literário X Texto Não Literário Texto Literário João Gostoso Uma noite Chegou num bar Bebeu Cantou Dançou Depois se atirou na lagoa Morreu afogado (Bandeira, 1974) Texto Não Literário João Gostoso era carregador de feira livre e morava no morro da Babilônia num barracão sem número. Uma noite ele chegou ao bar vinte de Novembro. Bebeu Cantou Dançou Depois se atirou na lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado.

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Inocente ou culpado?

Ele se livrou da armação

Conta uma lenda, que na Idade Média, um religioso foi injustamente acusado de ter assassinado uma mulher. Na verdade, o autor do crime era uma pessoa influente do reino e, por isso, desde o primeiro momento se procurou um bode expiatório, para acobertar o verdadeiro assassino.

O homem foi levado a julgamento, já temendo o resultado: a forca. Ele sabia que tudo iria ser feito para condená-lo e que teria poucas chances de sair vivo desta história.

O juiz, que também estava combinado para levar o pobre homem à morte, simulou um julgamento justo, fazendo uma proposta ao acusado para que provasse sua inocência. Disse o juiz:

- Sou de uma profunda religiosidade e por isso vou deixar sua sorte nas mãos do Senhor: vou escrever em um papel a palavra INOCENTE e em outro a palavra CULPADO. Você pegará um dos papéis e aquele que você escolher será o seu veredicto.

Sem que o acusado percebesse, o juiz preparou os dois papéis com a palavra CULPADO, fazendo assim, com que não houvesse alternativa para o homem. O juiz colocou os dois papéis em uma mesa e mandou o acusado escolher um. O homem, pressentindo a armação, fingiu se concentrar por alguns segundos a fim de fazer a escolha certa, aproximou-se confiante da mesa, pegou um dos papéis e rapidamente colocou-o na boca e engoliu. Os presentes reagiram surpresos e indignados com tal atitude. E o homem, mais uma vez demonstrando confiança, disse:

- Agora basta olhar o papel que se encontra sobre a mesa e saberemos que engoli aquele em que estava escrito o contrário.

Autor desconhecido

O monge mordido

Cada um na sua

Um monge e seus discípulos iam por uma estrada e, quando passavam por uma ponte, viram um escorpião sendo arrastado pelas águas. O monge correu pela margem do rio, meteu-se na água e tomou o bichinho na mão. Quando o trazia para fora, o bichinho o picou e, devido à dor, o homem deixou-o cair novamente no rio. Foi então à margem, tomou um ramo de árvore, adiantou-se outra vez a correr pela margem, entrou no rio, colheu o escorpião e o salvou. Voltou o monge e juntou-se aos discípulos na estrada . Eles haviam assistido à cena e o receberam perplexos e penalizados.

- Mestre deve estar muito doente! Porque foi salvar esse bicho ruim e venenoso? Que se afogasse! Seria um a menos! Veja como ele respondeu à sua ajuda, picou a mão que o salvara! Não merecia sua compaixão!

O monge ouviu tranqüilamente os comentários e respondeu: - Ele agiu conforme sua natureza e eu de acordo com a minha.

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Coesão e coerência

Um sonho de simplicidade

Então, de repente, no meio dessa desarrumação feroz da vida urbana, dá na gente um sonho de simplicidade. Será um sonho vão? Detenho-me um instante, entre duas providências a tomar, para me fazer essa pergunta. Por que fumar tantos cigarros? Eles não me dão prazer algum; apenas me fazem falta. São uma necessidade que inventei. Por que beber uísque, por que procurar a voz de mulher na penumbra ou os amigos no bar para dizer coisas vãs, brilhar um pouco, saber intrigas? Uma vez, entrando numa loja para comprar uma gravata, tive de repente um ataque de pudor, me surpreendendo assim, a escolher um pano colorido para amarrar ao pescoço. Mas, para instaurar uma vida mais simples e sábia, seria preciso ganhar a vida de outro jeito, não assim, nesse comércio de pequenas pilhas de palavras, esse ofício absurdo e vão de dizer coisas, dizer coisas... Seria preciso fazer algo de sólido e de singelo; tirar areia do rio, cortar lenha, lavrar a terra, algo de útil e concreto, que me fatigasse o corpo, mas deixasse a alma sossegada e limpa. Todo mundo, com certeza, tem de repente um sonho assim. É apenas um instante. O telefone toca. Um momento! Tiramos um lápis do bolso para tomar nota de um nome, de um número... Para que tomar nota? Não precisamos tomar nota de nada, precisamos apenas viver sem nome, nem número, fortes, doces, distraídos, bons, como os bois, as mangueiras e o ribeirão. (Rubem Braga, 200 crônicas escolhidas) A coesão integra um dos requisitos imprescindíveis à construção de todo e qualquer texto. Há, portanto, alguns elementos que funcionam como principais agentes nesse processo, com vistas a fazer com que a mensagem se materialize de forma clara e precisa. Coesão são as ligações concretas que dão coerência aos elementos de uma mensagem. Toda produção textual se organiza em torno de um elemento de referência, que lhe dá coesão. A coerência é responsável pelo sentido do texto. Envolve não só aspectos lógicos e semânticos, mas também cognitivos, na medida em que depende do partilhar de conhecimentos entre os interlocutores. Um discurso é aceito como coerente quando apresenta uma configuração conceitual compatível com o conhecimento de mundo do recebedor. O conhecimento de mundo é importante, não menos importante é que esse conhecimento seja partilhado pelo produtor e receptor do texto. O produtor e receptor do texto devem ter conhecimento comum. EXERCÍCIO SOBRE COESÃO E COERÊNCIA

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1. o texto que ora se evidencia a seguir carece de elementos de coesão e sua principal tarefa é apontá-los, tendo como base os exemplos sugeridos. Muito suor, pouca descoberta. O trabalho do arqueólogo tem emoções, sim. ---------não pense em Indiana Jones, bandidos e tesouros. É verdade------- os arqueólogos passam um bom tempo em lugares excitantes, como pirâmides e ruínas. ---------as emoções acontecem mesmo é nos laboratórios, --------- ---------- identificam a importância das coisas que acharam nos sítios arqueológicos. -------------, é preciso persistência para encarar a profissão, -------------os resultados demoram, e muita gente passa a vida estudando sem fazer grandes descobertas. No Brasil, é necessário fazer pós-graduação, ---------não há faculdade de Arqueologia. --------, é preciso gostar de viver sem rotina, -------------o arqueólogo passa meses no laboratório e outros em campo. O prêmio é fazer descobertas que mudam a história. (Super for Kids, nº 1)

2. Atenha-se ao enunciado linguístico ora expresso, identificando os elementos coesivos presentes neste: O lide da secretária Uma das grandes dificuldades que o repórter tem, ao apurar uma notícia pelo telefone, é conseguir passar pela telefonista/secretária. Invariavelmente, elas fazem três perguntas ao interlocutor, que funcionam como uma espécie de lide: “quem deseja?” “de onde?”, “pode adiantar o assunto?”, com frequência completadas pelo fatal “não se encontra”, que até hoje não descobri de que língua é. 3. Apresenta-se a seguir uma anedota de Ziraldo. Analise-a e, em seguida, responda: A mãe chega na varanda e encontra o maluquinho ensinando palavrões pro papagaio: - Maluquinho, que é que você está fazendo, menino? - Ora, mãe, tou ensinando pro papagaio as palavras que ele não deve dizer. (O livro do riso do Menino maluquinho. 2.ed. São Paulo: Melhoramentos,2000.p.74) Na anedota há uma incoerência, a qual se caracteriza como intencional. a) Identifique-a. .

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b) Justifique o porquê de ela assim se caracterizar. 4. Com base no exercício anterior, comente acerca da importância da coerência textual. 5. (Unicamp-SP) Observe que nos trechos abaixo, a ordem que foi dada às palavras, nos enunciados, provoca efeitos semânticos (de significado) “estranhos”. Fazendo sucesso com a sua nova clínica, a psicóloga Iracema Leite Ferreira Duarte, localizada na Rua Campo Grande, 159. Embarcou para São Paulo Maria Helena Arruda, onde ficará hospedada no luxuoso hotel Maksoud Plaza. (Notícias da coluna social do Correio do Mato Grosso) Escolha um dos trechos, diga qual é a interpretação “estranha” que ele pode ter, e reescreva-o de forma a evitar o problema.