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Página41 1.Verbos É a palavra que, por si só, indica um fato (ação, estado, fenômeno) e situa-o no tempo. É o termo, na maioria dos casos, essencial do enunciado. MODOS DO VERBO a) Modo Indicativo : expressa atitudes de certeza. As crianças brincam no parque. b) Modo Subjuntivo : expressa atitudes de dúvida, hipótese. Se você não fosse embora, nós nos entenderíamos. c) Modo Imperativo : indica ordem, súplica, etc. Preste atenção, menino! TEMPOS DOS VERBOS São três os tempos fundamentais do verbo: presente, pretérito e futuro. Presente: enuncia o fato como realizado agora, no momento em que se fala. Eu posso passar no Vestibular. Pretérito: indica fotos que aconteceram. Divide-se em Pretérito Imperfeito, Pretérito Perfeito, Pretérito-mais-que- perfeito. Futuro: exprime o fato como posterior a determinado momento. Divide-se em Futuro do Presente e Futuro do Pretérito: CONJUGAÇÃO VERBAL Os verbos estão distribuídos em três grupos, chamados conjugações: 1ª conjugação: terminados em –AR. 2ª conjugação: terminados em –ER. 3ª conjugação: terminados em –IR. Obs: Os verbos terminados em –OR (ex. pôr) são considerados de 2ª conjugação por terem origem no antigo verbo “poer.” FORMAÇÃO DO IMPERATIVO O imperativo não possui a 1ª do singular nem as 3 as pessoas. IMPERATIVO AFIRMATIVO No imperativo afirmativo, a 2ª pessoa do singular (tu) e a 2ª pessoa do plural (vós) derivam do presente do indicativo sem o “S final. As demais pessoas derivam do presente do subjuntivo. Presente do Indicativo Imperativo Afirmativo Eu canto --------------- Tu canta s Canta tu Ele canta Cante você Nós cantamos Cantemos nós Vós cantai s Cantai vós Eles cantam Cantem vocês Presente do Subjuntivo Que eu cante, que tu cantes, que ele cante Que nós cantemos, que vós canteis, que eles cantem IMPERATIVO NEGATIVO Já no imperativo negativo, suas pessoas se equivalem às correspondentes do presente do subjuntivo. Presente do Subjuntivo Imperativo Negativo Que eu cante --------------- Que tu cantes Não cantes tu Que ele cante Não cante você Que nós cantemos Não cantemos nós Que vós canteis Não canteis vós Que eles cantem Não cantem vocês Exercícios 01. Complete as frases com as formas verbais solicitadas entre parênteses: A) Ele não __ __________ (passar, pretérito imperfeito do indicativo) por aqui com freqüência. B) Você sempre _________ (chegar, presente do indicativo) às oito horas? C) Só ficará feliz quando me ________ (ver, futuro do subjuntivo) amanhã. D) Não _________ (odiar, 2ª pessoa plural, imperativo), não ____________ (incendiar, pessoa plural, imperativo), não ___________ (destruir, pessoa plural, Av. Dr. José Rufino, 284 – Estância / Fone: 3254-6503 / www.colegiovisaorecife.com.br

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1. Verbos

É a palavra que, por si só, indica um fato (ação, estado, fenômeno) e situa-o no tempo. É o termo, na maioria dos casos, essencial do enunciado.

MODOS DO VERBO

a) Modo Indicativo: expressa atitudes de certeza.As crianças brincam no parque.

b) Modo Subjuntivo: expressa atitudes de dúvida, hipótese.Se você não fosse embora, nós nos entenderíamos.

c) Modo Imperativo: indica ordem, súplica, etc.Preste atenção, menino!

TEMPOS DOS VERBOS

São três os tempos fundamentais do verbo: presente, pretérito e futuro.Presente: enuncia o fato como realizado agora, no momento em que se fala.Eu posso passar no Vestibular.

Pretérito: indica fotos que já aconteceram. Divide-se em Pretérito Imperfeito, Pretérito Perfeito, Pretérito-mais-que-perfeito.Futuro: exprime o fato como posterior a determinado momento. Divide-se em Futuro do Presente e Futuro do Pretérito:

CONJUGAÇÃO VERBALOs verbos estão distribuídos em três grupos, chamados conjugações: 1ª conjugação: terminados em –AR. 2ª conjugação: terminados em –ER. 3ª conjugação: terminados em –IR. Obs: Os verbos terminados em –OR (ex. pôr) são considerados de 2ª conjugação por terem origem no antigo verbo “poer.”

FORMAÇÃO DO IMPERATIVOO imperativo não possui a 1ª do singular nem as 3as pessoas.

IMPERATIVO AFIRMATIVONo imperativo afirmativo, a 2ª pessoa do singular (tu) e a 2ª pessoa do plural (vós) derivam do presente do indicativo sem o “S” final. As demais pessoas derivam do presente do subjuntivo.

Presente do Indicativo

Imperativo Afirmativo

Eu canto ---------------

Tu canta s Canta tuEle canta Cante você

Nós cantamos Cantemos nós

Vós cantai s Cantai vós

Eles cantam Cantem vocês

Presente do Subjuntivo

Que eu cante, que tu cantes, que ele canteQue nós cantemos, que vós canteis, que eles cantem

IMPERATIVO NEGATIVOJá no imperativo negativo, suas pessoas se equivalem às correspondentes do presente do subjuntivo.

Presente do Subjuntivo

Imperativo Negativo

Que eu cante ---------------

Que tu cantes Não cantes tuQue ele cante Não cante você

Que nós cantemos Não cantemos nós

Que vós canteis Não canteis vós

Que eles cantem Não cantem vocês

Exercícios

01. Complete as frases com as formas verbais solicitadas entre parênteses:

A) Ele não __ __________ (passar, pretérito imperfeito do indicativo) por aqui com freqüência.

B) Você sempre _________ (chegar, presente do indicativo) às oito horas?

C) Só ficará feliz quando me ________ (ver, futuro do subjuntivo) amanhã.

D) Não _________ (odiar, 2ª pessoa plural, imperativo), não ____________ (incendiar, 2ª pessoa plural, imperativo), não ___________ (destruir, 2ª pessoa plural, imperativo), ___________ (fazer, 2ª pessoa plural, imperativo) o bem, ___________ (ajudar, 2ª pessoa plural, imperativo) o próximo, ______________ (contribuir, 2ª pessoa plural, imperativo) para o desenvolvimento econômico do país e para a paz social.

E) _______(dar, 2ª pessoa singular, imperativo) atenção às palavras do mestre e não ___________ (seguir, 2ª pessoa singular, imperativo) os conselhos errados dos que aderiram à subversão.

02. “Para você VIR à cidade , é preciso VIRAR à direita ao VER a Ponte da Amizade.”Frase transformada: Para tu ____ à cidade, é preciso que ______ à

direita quando ______ a Ponte da Amizade.

A) vir – vire - verB) vires – vires – veres

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C) venhas – vires – vejasD) vir – virá – verE) vires – vires – vires

03. Considere as orações:

“Não faça pré-julgamento dos fatos. Analise-os.”

Em que alternativa seus verbos estão corretamente flexionados na 2ª pessoa do singular?

A) Não faz pré-julgamento dos fatos. Analise-os.B) Não faças pré-julgamento dos fatos. Analisa-

os.C) Não fazes pré-julgamento dos fatos. Analisa-

os.D) Não façais pré-julgamento dos fatos. Analisai-

os.E) Não façam pré-julgamento dos fatos.

Analisem-nos.

04. A frase negativa que corresponde a

“Põe nela todo o incêndio das auroras” é:

A) Não põe nela todo o incêndio das auroras.B) Não ponha nela todo o incêndio das auroras.C) Não põem nela todo o incêndio das auroras.D) Não ponhas nela todo o incêndio das auroras.E) Não pondes nela todo o incêndio das auroras.

05. Complete as frases, empregando as formas verbais solicitadas:

A) Quando eu _______(ver, futuro do subjuntivo), tudo farei para que eles não_____________(escapar).

B) ___________(refletir, imperativo) bem, não_________(mentir, imperativo), assim nós sempre acreditaremos em ti.

C) Tomando este xarope, espero que você não _________(tossir, pres. subjuntivo) mais.

06. Através da palavra destacada, determine em que pessoa gramatical está cada uma das frases abaixo. Em seguida, preencha a lacuna com uma das formas de imperativo que estão entre parênteses:

A) _______ para a casa de teus pais. (volte – volta)

B) _______o futuro e serás feliz. (prepara – prepare)

C) Você será chamado, não se _______.(preocupa– preocupes – preocupe)

D) Não ________ a tolice de estudar tanto as vossas lições. (fazei – façai – façais)

E) Tudo que lhe dizem é verdade, por isso ________ aqui. (fica – fique – fiques)

07. (COVEST/1997) Relacione as frases cujos verbos sublinhados estão no mesmo tempo, modo e pessoa gramatical:

1 – Que todo homem é um diabo não há mulher que o negue.

2 – Vem , eu te farei da minha vida participar.3 – Ide em paz, o Senhor vos acompanhe.4 – Estou preso à vida e olho meus

companheiros.5 – Tu não me tiraste a natureza... Tu mudaste a

minha vida.

( ) Cala essa canção soturna.( ) Interrogai-as agora que os reis tremem no

seu trono.( ) Debruço-me na grade da banca e respiro.( ) Trouxeste-a para o pé de mim.( ) Mesmo assim elas procuram um diabo que

as carregue.

A seqüência correta é;A) 3, 2, 4, 5 e 1 D) 1, 4, 5, 3 e 2B) 4, 3, 2, 1,e 5 E) 2, 3, 4, 5 e 1C) 5, 1, 4, 2 e 3

08. (UPE/1998) Observe a frase: “Não acredites naquele que somente te adora nas horas fáceis. Não o ouças. Não recuses, porém, alguma ajuda que te queira dar”.

Substituindo as expressões grifadas por formas afirmativas correspondentes ao mesmo tratamento e modo do verbo utilizados, obter-se-ia, respectivamente:

A) acredite - ouça-o - recuseB) acredites - ouça-lo - recusesC) acredita - ouve-o - recusaD) acreditai - ouvi-o - recusesE) acredita - ouvi-o - recusa

FORMAS NOMINAIS DO VERBOChamam-se formas nominais porque podem desempenhar funções próprias dos nomes substantivos e adjetivos: o comer, água fervendo, carro batido.

Infinitivo: terminação -RPlantar, cavar, amar, comer, fugir.Gerúndio: terminação -NDOPlantando, cavando, amando, comendo.Particípio: terminação -DOPlantado, cavado, amado, comido, fugido

FORMAS RIZOTÔNICAS E ARRIZOTÔNICAS

FORMA RIZOTÔNICA: quando a tonicidade está no radical: falem, escrevo.FORMA ARRIZOTÔNICA: quando a tonicidade não está no radical: escreverei, falarás, falaremos.

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CLASSIFICAÇÃO

Quanto à classificação, os verbos podem ser regulares, irregulares, anômalos, defectivos e abundantes.

REGULARES: seguem um modelo de conjugação, mantendo o mesmo radical.Comprar>> compro, compras, compra, compramos, comprais, compram.

IRREGULARES: sofrem alterações no radical e nas terminações.DIZER - Pres. Indic.: digo, dizes, diz, dizemos, dizeis, dizem.

Entre os irregulares destacam-se os anômalos, como o verbo pôr (sem vogal temática no infinitivo), ser e ir (que apresentam radicais diferentes).

Ser - Pres. Indic.: sou, és, é, somos, sois, são.Ir - Pres. Indic.: vou, vais, vai, vamos, ides, vão.

DEFECTIVOS: não possuem conjugação completa, faltando a eles certos tempos e pessoas.ABOLIR - Pres. Indic.: ----, tu aboles, ele abole, nós abolimos, vós abolis, eles abolem.

Exercícios

09. Nas frases abaixo, seria preciso empregar um verbo defectivo justamente numa das flexões condenadas pela língua culta. Sugira formas de se completar as frases, utilizando sinônimos ou locuções verbais:

A) É possível que se ....................... aquela casa. (demolir)

B) É desejável que se ...................... essa exigência descabida. (abolir)

C) É provável que se ...................... aquele muro. (colorir)

D) É desejável que os novos funcionários se ....................... às necessidades da empresa. (adequar)

E) É indispensável que você ................... meus documentos. (reaver)

F) Se o mercado continuar vacilando economicamente, eu ............... (falir).

ABUNDANTES: apresentam duas ou mais maneiras de exprimir uma dada forma verbal.Aceitar >> aceitado / aceitoAnexar >> anexado / anexoMatar >> matado / mortoSuspender>> suspendido / suspensoBenzer >> benzido / bentoSalvar >> salvado / salvo

LISTA DE ALGUNS VERBOS QUE CAUSAM DÚVIDAS

ABOLIR - Defectivo nas formas em que ao L segue A ou O . Por esse verbo se conjugam demolir, banir, colorir, delinqüir e outros. Pres. Indic.: tu aboles, ele abole, nós abolimos, vós abolis, eles abolem.

ADEQUAR – DefectivoSó é conjugado nas formas ARRIZOTÔNICAS.Pres. Indic:. Adequamos, adequais.

CABER - Irregular.Pres. Indic.: caibo, cabes, cabe, cabemos, cabeis, cabem.

FALIR - Defectivo nas formas em que ao L segue o I.. Pres. Indic.: nós falimos, vós falis.

IR - Anômalo.

Pres. Indic.: vou, vais, vai, vamos, ides, vão.

MOBILIAR - Irregular.

Pres. Indic.: mobílio, mobílias, mobília, mobiliamos, mobiliais, mobíliam.

Pres. Subjuntivo: Que eu mobílie, mobílies, mobílie, mobiliemos, mobílieis, mobíliem.

POLIR - Irregular nas formas rizotônicas, nas quais o O do radical muda em U.Pres. Indic.: pulo, pules, pule, polimos, polis, pulem.Pres. Subjuntivo: pula, pulas, pula, pulamos, pulais, pulam.

PRECAVER - Defectivo. Não se usa nas formas rizotônicas. Não é formado a partir dos verbos ver ou vir.Pres. Indic. : precavemos, precaveis.

PRAZER, ACONTECER, SUCEDER, DOER,OCORRER - Defectivos. SÓ SE USAM NA

3ª PESSOA.Pres. Indic. Praz, acontece, sucede, doe, ocorre.

Pret. imperf. Prazia, acontecia, sucedia, doía, ocorria.

REQUERER - Irregular . É irregular na 1ª e 3ª

pessoas do Presente do Indicativo e no Presente do Subjuntivo. Não se conjuga como o verbo QUERER

Pres. Indic.: requeiro, requeres, requer, requeremos, requereis, requerem.

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REAVER - Defectivo.Conjuga-se por “HAVER", mas só possui as formas que têm a letra V . Pres. Indic. Reavemos, reaveis.Pret. Perf. Indic.: reouve, reouveste, reouvemos, reouvestes, reouveram.

MEDIAR, ANSIAR, REMEDIAR, INCENDIAR,ODIAR - “(MARIO)”ESTES VERBOS MUDAM O “I” DA PENÚLTIMA SÍLABA EM “EI”, NAS FORMAS RIZOTÔNICAS. (Eu medeio, Eu anseio, Eu remedeio, Eu incendeio, Eu odeio).

Os demais verbos terminados em –IAR serão conjugados regularmente: abreviar (abrevio), premiar (premio), alumiar (alumio), copiar (copio), etc.

VALER - Irregular.

Pres. Indic.: valho, vales, vale, valemos, valeis, valem.

VER - Irregular .

Pres. Indic.: vejo, vês, vê, vemos, vedes, vêem.

Seguem a mesma conjugação os verbos rever, prever, antever, etc.

VIR - Irregular.

Pres. Indic.: venho, vens, vem, vimos, vindes, vêm.

Seguem a mesma conjugação os verbos advir, convir, intervir, provir, etc.

VERBOS TERMINADOS EM -EAR

Intercalam um I eufônico nas formas rizotônicas.

Ex: Nomear - Pres. Indic.: nomeio, nomeias, nomeio, nomeamos, nomeais, nomeiem.

Exercícios

10. Preencha o espaço em branco com as formas verbais indicadas:

A) Eu __________ (ansiar, pres. ind.) por melhores dias.

B) A vida _____________ (premiar, pres. ind.) os justos.

C) Ela ______________ (remediar, pres.ind.) a situação.

D) Qual é o pente que te ____________ (pentear, pres.ind.) ?

E) Ela ____________ (estrear, pres.ind.) hoje a peça.

11. Nas frases abaixo, complete as lacunas com a forma verbal conveniente:

A) Ninguém _________ o dinheiro aplicado naquele banco. (reaveu – reouve)

B) Se a polícia __________ na passeata, poderá haver confusão. (intervir – intervier)

C) O aluno _________ um atestado. (requis – requereu)

D) Quando você __________ a ilha, avise-nos. (ver – vir)

E) Quando você ________à ilha, avise-nos.(vier – vir)

F) Se você________ajuda, seria atendido. (requisesse – requeresse)

G) Se ele ________ um acordo, aceitaremos. (propor – propuser)

12. Preencha o espaço em branco com as formas verbais indicadas. Caso não haja a forma pedida, substitua-a por equivalente pelo significado:

A) Eu me ____________ (precaver, pres.ind.) contra a gripe.

B) A criança ____________ (colorir, pres.ind.) todas as figuras.

C) Tu não ____________ (aderir, pres.ind.) a tais idéias?

D) Ele ____________ (reaver, pret.perf. ind.) todos os documentos.

E) Se o comércio não reagir, nós ______________ (falir, pres.ind.).

F) Esperamos que os alunos se _______________ (precaver, pres.subj).

13. Assinale as frases em que há erro na forma verbal:

a. ( ) Não semeies a discórdia.b. ( ) Ainda bem que freiamos.c. ( ) Hoje não ceei.d. ( ) Essa palavra não varia.e. ( ) Não premeio pessoas incompetentes.f. ( ) Se você insistir, eu explodo!g. ( ) O chefe não creu em mim.h. ( ) O decorador mobilia sua própria casa.i. ( ) Sei muito bem o quanto eu valho.

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j. ( ) Ele acha que, a qualquer momento, a empresa fale.

14. Assinale a alternativa em que os verbos estão correta e adequadamente empregados:

A) Quero que vocês tentam novamente e progridam nesses estudos, para que comprovamos a validade dessa nova teoria.

B) Se supormos que eles desistem do projeto na hora da decisão final, talvez devemos providenciar outros profissional que estejam realmente interessados.

C) Será que existem cientistas que retêm o segredo que fará com que, numa bela manhã, acordamos sem a ameaça de guerra atômica?

D) Quando eles proporem o acordo que tanto aguardamos, é necessário que nos comprometemos a cumprir nossa parte.

E) Para que possamos discutir tudo com calma, pretendo vir às cinco horas, a não ser que não dê para sair em tempo e tenha de deixar nosso encontro para mais tarde.

15. Assinale a alternativa que estiver incorreta quanto à flexão verbal:

A) Ele teria pena de mim se aqui viesse e visse o meu estado.

B) Paulo não intervém em casos que requeiram profunda atenção.

C) O que nós propomos a ti, sinceramente, convém-te.

D) Se eles reouverem suas forças, obterão boas vitórias.

E) Não se premiam todos os fracos de coragem.

IMPESSOAIS

IMPESSOAIS são aqueles verbos conjugados apenas na 3ª pessoa do singular, que não apresentam sujeito. Geralmente indicam fenômenos da natureza. São também impessoais os verbos haver, no sentido de existir, e o verbo fazer no sentido de tempo decorrido. Aparecem normalmente:

a) Nas orações existenciais com o verbo haver.Há muita gente na sala.Havia milhares de pessoas no recinto.

b) Nas orações que exprimem fenômenos naturais:Chove pouco em algumas regiões do Nordeste.Ventou muito durante o dia.

c) Nas orações onde o verbo fazer indica tempo decorrido:

Faz dias que não os vejo.

VERBO PRINCIPAL X VERBO AUXILIAR

Verbo Principal: é aquele que, na frase, conserva o seu sentido verdadeiro, real.Ex: Algumas pessoas liam.Verbo Auxiliar: é aquele que se liga a um verbo principal para formar os tempos compostos e as locuções verbais.

LOCUÇÃO VERBAL: é a combinação de dois verbos. O primeiro é auxiliar e o segundo é o verbo principal, o qual pode estar no infinitivo, no gerúndio ou no particípio. Eu virei buscar o envelope.A menina foi saindo bem devagar pelos corredores.

TRANSITIVIDADE A classificação de um verbo como

intransitivo ou transitivo depende da oração ou do contexto em que ele surge.

Ele lê mal. (verbo intransitivo)

VERBO INTRANSITIVO É o verbo que não exige um elemento sobre

o qual recaia a ação, ou seja, não necessita de complemento por ter sentido completo.

Ele caiu feio no chão.

VERBO TRANSITIVO DIRETO Necessita de um complemento verbal

(objeto direto) sem preposição. Ele comprou feijão. VTD OD

VERBO TRANSITIVO INDIRETO São verbos que necessitam de complemento

iniciado por preposição (objeto indireto) para completar o seu sentido.

Ela gosta DE feijão . VTI OIVERBO TRANSITIVO DIRETO E INDIRETO São todos os verbos que apresentam dois

complementos: um deles sem preposição (OD) e outro com preposição (OI).

Joana prefere as festas AO estudo . VTDI OD OI

VOZES VERBAIS

Vozes do verbo são as formas que estes assumem para indicar a relação de atividade, passividade ou, simultaneamente, ambas as coisas. São três: ativa, passiva e reflexiva.

ATIVA

O sujeito é agente, isto é, geralmente exerce a ação expressa pelo verbo. Observe:

O presidente acabou com aquela nação.

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PASSIVA

O sujeito é paciente, ou seja, sofre ou recebe a ação pelo verbo.

Aquela nação foi destruída pelo mau presidente.

A voz passiva pode apresentar-se de duas formas: analítica e sintética.

ANALÍTICA: formada pelo verbo auxiliar SER seguido do particípio do verbo principal.

As meninas foram beneficiadas no concurso.

Os barcos serão consertados pelos pescadores.

SINTÉTICA: o verbo principal apresenta-se conjugado na 3ª pessoa, acompanhado do pronome apassivador SE.

Consertam-se barcos de pescadores.

Ainda não se consertou o carro de corrida.

Apenas os verbos transitivos vão para a voz passiva. Em orações com verbos intransitivos, transitivos indiretos ou de ligação, a voz passiva não ocorre.

Vendem-se casas.

Casas são vendidas.

Deram-se os presentes aos filhos.

Os presentes foram dados aos filhos

Precisa-se de encanador.

Vive-se bem lá.

Formas que não aceitam

Era-se feliz.

a voz passiva

VOZ PASSIVA E PASSIVIDADE

É preciso não confundir voz passiva com passividade. Voz passiva é a forma especial em que se apresenta o verbo (forma analítica ou sintética) para indicar que a pessoa recebe a ação.

Ele foi visitado pelos amigos / Alugam-se bicicletas.

Passividade é o fato de a pessoa receber a ação verbal. Pode ser traduzida não só pela voz passiva, mas também pela voz ativa , se o verbo tiver sentido passivo)

Os criminosos receberam o castigo merecido.

O jogador sofreu uma falta.

REFLEXIVA

O sujeito é, ao mesmo tempo, agente e paciente: pratica e sofre a ação expressa pelo verbo.

O homem feriu-se com a faca.

Exercícios

16. Ao lado de cada questão, indique a letra do código correspondente à voz do verbo:

(A) VOZ ATIVA(B) VOZ PASSIVA(C) VOZ REFLEXIVA

( ) O Brasil foi descoberto por Pedro Álvares Cabral.

( ) João machucou-se repentinamente.( ) Precisa-se de bons vendedores.( ) Vendem-se ingressos para o espetáculo.( ) A fazenda foi invadida pelos sem-terra.( ) A máquina tricolor fez muitos gols.( ) O homem levou vários tiros no peito.( ) Talvez os resultados sejam divulgados

hoje.( ) O cidadão apanhou da vida.( ) Derrubou-se a casa.

17. Distinga, nos exemplos abaixo, os verbos transitivos (VT) dos verbos intransitivos (VI):

( ) Voltou o padre para casa.( ) João comprou feijão.( ) Os consumidores procuraram os preços

baixos.( ) Mostraram-lhe o papel.( ) Já vem a noite.( ) O amigo lhe propôs um problema.( ) Os fiéis desobedeceram às ordens.( ) Andam os patos sem sapatos.( ) A população rumava para o rio.( ) Nós desconfiamos de vocês.

EXERCÍCIOS DE VESTIBULARES

18. Aponte a alternativa em que o verbo reaver está correto:

A) Aquele dinheiro, é necessário que você reavenha.

B) Faz-se necessário que você reaveja aquele dinheiro.

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C) Era necessário que ele reavesse aquele dinheiro.

D) É preciso que você reava aquele dinheiro.E) Foi necessário, e ele reouve aquele

dinheiro.

19.“Se ele ______(ver) o nosso trabalho, ______(fazer) um elogio”.

A) ver – fará D) visse – faráB) ver – fazerá E) vir – faráC) vir – faria

20. Considerando a necessidade de correlação entre tempos e modos verbais, assinale a alternativa em que ela foge às normas da língua escrita padrão.

A) A redação de um documento exige que a pessoa conheça uma fraseologia complexa e arcaizante.

B) Para alguns professores, o ensino de língua portuguesa será sempre melhor, se houver domínio das regras de sintaxe.

C) O ensino de Português tornou-se mais dinâmico depois que textos de autores modernos foram introduzidos no currículo.

D) O ensino de Português já sofrera profundas modificações, quando se organizou um Simpósio Nacional para discutir o assunto.

E) Não fora a coerção exercida pelos defensores do purismo lingüístico, todos teremos liberdade de expressão.

21. Observe:“...estava aqui há cinco anos .” Qual alternativa não substituiria corretamente a oração sublinhada?

A) ... já transcorrem cinco anos.B) ... deve fazer cinco anos. C) ... já devem ter passado cinco anos. D) ... fazem cinco anos. E) ... deve haver cinco anos.

22. “Depois de duas horas de estudo da noite, havia reza na capela.”

Em qual das alternativas “haver” apresenta o mesmo emprego e o mesmo sentido que no fragmento acima?

A) De cá, nenhum ruído. Os de lá houveram-se bem durante o colóquio.

B) Ninguém havia feito quaisquer comentários. C) Todos quietos, pois houveram por bem

acatar as sugestões.D) Haviam sido dados todos os esclarecimentos

sobre o caso.

E) Alguém protestou... Houve reações estranhas durante o encontro.

23. Preencha as lacunas com um dos verbos entreparênteses.

1) O advogado ______ na questão entre posseiros e índios. (interviu - interveio)2) Os deputados ______ -se por causa de

questões indianistas. (desavieram - desaveram)3) O que seria dos latifundiários se os índios_____ suas terras? (reouvessem - reavessem)4) Os ecologistas _____ com bons olhos as causas indígenas. (vêem - vêm)

A seqüência correta é:A) interviu / desavieram / reouvessem / vêemB) interviu / desaveram / reouvessem / vêmC) interveio / desavieram / reavessem / vêmD) interveio / desaveram / reavessem / vêemE) interveio / desavieram / reouvessem / vêem

24. Os verbos que aparecem nos enunciados abaixo estão corretamente flexionados em:

A) As influências africanas manteram-se, principalmente, em relação às palavras. Quem se propor a estudar as línguas faladas na América pode constatar isso.

B) A ama negra interviu junto ao filho do senhor branco, abrandando-lhe a linguagem. Não pôde ser diferente, creiamos.

C) Muitas palavras do português provieram do contacto com línguas estrangeiras. Os brasileiros nem sempre se precavêm diante de influências lingüísticas estrangeiras.

D)Propusemo-nos a analisar a língua sem preconceitos e vimos que as influências estrangeiras são inevitáveis.

Passeemos pelo seu vocabulário e creiamos nisso.

E) Influências estrangeiras também norteam o destino das línguas. Assim crêem os estudiosos dos fatos que intervêem na história das línguas.

25. As formas verbais dos enunciados a seguir estão corretamente empregadas.

0-0) Os nordestinos, por provirem de uma região estigmatizada, sofrem, em geral, muitos preconceitos por parte dos habitantes de outras regiões.

1-1) Os índios, ao sobreviverem nas cidades para onde se deslocam, descaracterizam-se

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culturalmente e se vêm estigmatizados pela origem étnica.

2-2) Ninguém nos argúi com mais perseverança do que a própria consciência, ao sermos preconceituosos.

3-3) As mulheres enterteram-se em seus trabalhos domésticos durante séculos e só recentemente foram à luta.

4-4) As mulheres poderão dá um grande contributo à sociedade, participando ativamente na luta pelos direitos humanos.

26. Para regular a flexão dos verbos, a norma padrão estabelece certos paradigmas que devem ser mantidos nos usos formais da língua. Com base nesse princípio, analise a adequação das formas verbais usadas abaixo aos referidos paradigmas.

0-0) O mentiroso interviu na conversa para noticiar que o avião tinha caído. Os olhos da imaginação também têem poder de visibilidade.

1-1) O escritor que impuser sua própria visão da realidade não convém à estética da arte literária. A imaginação é que provê tudo!

2-2) Os colegas se manteram crédulos diante dos fatos imaginados e narrados. Eles crêm na força da expressão.

3-3) Para a criação literária, quem propor a supremacia do real sobre o imaginado está equivocado. Convêm que todos não se esqueçam disso!

4-4) Não esperem que creamos apenas na realidade. Passeiamos pela ficção e esperamos que o sonho se adeque às nossas pretensões.

27. Quanto aos usos previstos pela norma padrão, no que se refere à flexão das formas verbais, estão corretos os enunciados seguintes.

0-0) Os simpatizantes da literatura manteram, em todas as épocas da história, o interesse pelas narrativas dos guerreiros.

1-1) O rumo da história não interveio no apreço atribuído à literatura pela sociedade.

2-2) Se as novas gerações verem na literatura uma referência prestigiosa, o gosto pela cultura letrada ganhará impulso.

3-3) Os autores contemporâneos vêem com preocupação as tendências que vêm assumindo as manifestações literárias modernas.

4-4) Se o ser humano se dispor a resgatar o valor da literatura como produção artística, é possível esperar um mundo mais racional.

TEXTO 1 O conjunto de mais de 300 peças do módulo Imagens do Inconsciente expostas na Mostra do Redescobrimento representa uma reafirmação da importância das obras criadas em confinamentos psiquiátricos na história da arte brasileira. Mais que isso, a mostra é um reconhecimento importante da luta da Dra. Nise da Silveira (1906-1999). Sua causa continua a ser defendida por um grupo crescente de psiquiatras e psicanalistas que prosseguem com a bandeira da humanização no tratamento de pacientes com distúrbios mentais. Essa exibição valoriza a mensagem de vida da psiquiatra alagoana que substituiu eletrochoques pelo estímulo à criatividade.

28. Julgue as afirmações abaixo relativas ao texto II, utilizando (V) para afirmações verdadeiras e (F) para as falsas.

1. O conjunto de mais de 300 peças do módulo Imagens do Inconsciente expostas na Mostra do Redescobrimento - o termo em destaque classifica-se morfologicamente como adjetivo e exerce, no texto, a função de qualificar o substantivo "peças".

2. "...Mais que isso, a mostra é um reconhecimento importante da luta da Dra. Nise da Silveira (1906-1999)"... - tem-se em destaque um pronome. Quanto a sua importância textual, faz-se presente para demonstrar a expressão que retoma: "uma reafirmação da importância das obras criadas em confinamentos psiquiátricos na história da arte brasileira."

3. "...Mais que isso, a mostra é um reconhecimento importante da luta da Dra. Nise da Silveira (1906-1999)"... - o termo em destaque é um substantivo proveniente de verbo, fato que caracteriza uma derivação regressiva.

4. "...Sua causa continua a ser defendida por um grupo crescente de psiquiatras...." - Percebe-se que o termo em negrito é um pronome que, textualmente, indica a detentora da causa: " A Mostra do Redescobrimento".

5. "... Essa exibição valoriza a mensagem de vida da psiquiatra alagoana..." - a passagem em negrito é iniciada por um pronome que mostra ao leitor de qual exibição está sendo feito um comentário: " A Mostra do Redescobrimento".

A seqüência correta encontra-se na alternativa:A) V V V F F B) V V F F F C) F F F F VD) V F V F F E) F V V F V

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TEXTO 2Estava no Brasil A cooperação foi similar à da Operação Condor, só que estritamente dentro da lei e a favor da democracia. No último fim de semana, a Polícia Federal deteve em Foz de Iguaçu, no Paraná, o general paraguaio Lino Oviedo, havia meses foragido, e cuja prisão preventiva com fins de extradição tinha sido pedida pelo Paraguai. No apartamento no qual se escondia, foram encontrados um revólver calibre 38, dez telefones celulares e uma peruca. Oviedo, que já comandou uma tentativa de golpe em 1996, é acusado de tramar o assassinato do vice-presidente de seu país, Luis María Argana, no ano passado. Preso, ele poderá ser extraditado para o Paraguai, onde goza de grande simpatia popular e nenhuma do governo. Com sua fama de golpista, Oviedo é o principal suspeito de ter planejado a última quartelada para derrubar o governo do presidente Luis González Macchi, há um mês. É um abacaxi para os paraguaios. Se livre e clandestino, é um incômodo para o governo; dentro de uma prisão no Paraguai, Oviedo é um perigo ainda maior, pois estará mais próximo e à vista de seus seguidores. O governo brasileiro não podia deixar de prender o general paraguaio. Um dos compromissos dos países-membros do MERCOSUL é a adesão ao regime democrático. Dar cobertura a golpistas, como Oviedo, não é um alento à democracia. O destino do general no Brasil está nas mãos do Supremo Tribunal Federal, responsável por julgar o pedido de extradição. (Veja, 21/6/2000, com adaptações.)

29. Com relação às idéias e às informações do texto, julgue os itens abaixo.

1. Deduz-se do texto que a Operação Condor foi ilegal.

2. O governo paraguaio solicitou à Polícia Federal do Brasil a prisão do general Lino Oviedo por não ter corporação suficientemente equipada para fazê-lo.

3. Não há acusações suficientes e fundamentadas que sustentem a prisão do general. Para o povo, ele é apenas um perseguido político.

4. A prisão do general, segundo o texto, não constitui alívio para o governo paraguaio, embora atenda aos anseios do governo desse país.

5. A ação da Polícia Federal está de acordo com os compromissos assumidos pelos países-membros do MERCOSUL, entre os quais o Brasil e o Paraguai se inserem.

30. Em cada um dos itens seguintes, foi feita a

reescrita de um período do texto. Julgue-os quanto à manutenção do sentido original e à correção gramatical.

1. Segundo período: Foi detido, na semana passada, em Foz do Iguaçu, no Paraná, o general Lino Oviedo, que tinha sua prisão preventiva decretada pelo governo paraguaio.

2. Terceiro período: Encontraram-se, no apartamento em que se escondia, um revólver calibre 38, dez telefones celulares e uma peruca.

3. Quarto período: Acusa-se Oviedo, que, em 1996, já comandou uma tentativa de golpe, de tramar, no ano passado, o assassinato do vice-presidente de seu país, Luis María Argana.

4. Quinto período: Ele poderá ser extraditado e, preso, levado para o Paraguai, lugar onde goza de grande simpatia popular e nenhuma do governo.

5. Último período: O destino do general no Brasil, que é responsável por julgar o pedido de extradição, está nas mãos do Supremo Tribunal Federal.

TEXTO 3Escrever exige estudo sério.A idéia de que algumas indicações e truques rápidos de última hora podem solucionar problemas de produção de textos tem enganado os apressados e enriquecido muitos donos de escola e cursinhos.

Muitos professores oferecem uma espécie de formulário do que seria um bom texto para que o estudante preencha as lacunas, acreditando que prescrever esse procedimento é promover o ensino da escrita.

Fórmulas pré-fabricadas de textos e “dicas” isoladas apenas contribuem para a montagem de um texto defeituoso, truncado, artificial, em que a voz do autor se anula para dar lugar a clichês, chavões, frases feitas e pensamentos alheios.

A autoria vem das escolhas pessoais dentro das possibilidades da língua. Escrever bem é o resultado de um percurso constituído de muita prática, muita reflexão e muita leitura. É uma ação em que o sujeito se envolve de forma total, com sua bagagem de conhecimentos e experiências sobre o mundo e sobre a linguagem. Não existem esquemas prévios ou roteiros infalíveis que possam substituir tal envolvimento. É a voz do indivíduo que orienta o texto.

Exercícios esporádicos de produção de pequenos trechos não formam um bom redator. É necessário escrever sempre, escrever sobre assuntos diversos, escrever com diversos objetivos, escrever em diversas situações.

Associadas a muita prática, as “dicas” fornecidas a partir de dificuldades reais vivenciadas na

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produção de textos podem ser úteis, esclarecedoras, iluminadoras. Quando estão isoladas de uma prática intensa, não ajudam em nada.(Lucília Garcez. Técnica de Redação – o que é preciso saber para bem escrever. São Paulo: Martins Fontes, 2002, pp. 5-6. Adaptado.)

31. A idéia central do texto apóia a concepção de que:

A) faltam bons escritores porque não existem bons manuais de orientação teórica.

B) a competência em escrita se fundamenta na apreensão de orientações casuais.

C) escrever supõe atividades reiteradas e diversificadas de prática e experiência.

D) os problemas de produção de texto restringem-se à falta de esquemas prévios.

E) “orientações” de como escrever, mesmo isoladas da prática, são decisivas.

32. Uma análise da forma como o conteúdo foi desenvolvido no texto nos leva a interpretá-lo como um texto:

1) narrativo, o que se evidencia pela mudança na forma dos tempos verbais.

2) expositivo: o que se evidencia pela continuidade e unidade de um tema em foco.

3) injuntivo, o que se evidencia pela seqüência de procedimentos indicados.

4) argumentativo, o que se evidencia pela defesa explícita de um ponto de vista.

Estão corretas:A) 1 e 3 apenasB) 1 e 4 apenasC) 2 e 3 apenasD) 2 e 4 apenasE) 1, 2, 3 e 4

33. A autora afirma que: “A autoria [dos textos] vem das escolhas pessoais dentro das possibilidades da língua.” Nessa afirmação está contida a idéia de que:

A) quem escreve é totalmente autônomo para tomar suas decisões.

B) não existem limites para as criações pessoais do escritor.

C) existem raras possibilidades lingüísticas de escolhas pessoais.

D) a língua constitui um parâmetro que regula seus usos.

E) as possibilidades oferecidas pela língua anulam as escolhas pessoais.

34. Falar em “Exercícios esporádicos de produção de pequenos trechos” implica falar em exercícios:

A) irrelevantes.B) inconsistentes.C) improvisados.D) eventuais.E) simplificados.

35. Observe o trecho seguinte: “Associadas a muita prática, as “dicas” fornecidas a partir de dificuldades reais vivenciadas na produção de textos podem ser úteis”. Também estaria ortograficamente correto o uso da locução verbal em:A) As “dicas” fornecidas a partir de dificuldades

reais vivenciadas na produção de textos já podem está disponíveis.

B) Os alunos já podem vê as “dicas” fornecidas a partir de dificuldades reais vivenciadas na produção de textos.

C) As “dicas” fornecidas a partir de dificuldades reais vivenciadas na produção de textos devem dá uma boa fundamentação..

D) Os alunos – podem crê – já têm as “dicas” fornecidas a partir de dificuldades reais vivenciadas na produção de textos.

E) As “dicas” fornecidas a partir de dificuldades vivenciadas na produção de textos devem estar disponíveis no material apresentado.

36. Observe o trecho seguinte: “Exercícios esporádicos de produção de pequenos trechos não formam um bom redator. É necessário escrever sempre, escrever sobre assuntos diversos, escrever com diversos objetivos, escrever em diversas situações.” A repetição da palavra sublinhada nesse trecho:

A) indica que se trata de um texto opinativo.B) aproxima a linguagem da norma não-padrão.C) desempenha uma função enfática e

reiterativa.D) compromete a qualidade estilística do texto.E) revela a dimensão literária do texto em

apreço.

37. Aparecem palavras formadas com a presença de um prefixo que expressa sentido de negação na alternativa:

A) exercícios esporádicos.B) roteiros infalíveis.C) prática intensa.D) dicas iluminadoras.E) a voz do indivíduo.

TEXTO 4

PALAVRAA palavra PALAVRAé cheia de mistérios,azedume e doçura,liberdade e prisão,verdade e mentira,alegria e tristeza,vôo livre e perigo.(Elias José. O jogo das palavras mágicas. São Paulo: Paulinas, 2000.).

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38. O poeminha de Elias José:

A) se centra numa perspectiva unilateral da linguagem.

B) considera a palavra na sua totalidade paradoxal.

C) concebe a linguagem como uma realidade não-complexa.

D) atribui à linguagem uma função de inteira explicitude.

E) julga a palavra

TEXTO 5

39. Interpretando a tira, não se pode concluir que:

A) para a criança, a tarefa sistemática de estudar e aprender implica trabalho e esforço continuado.

B) uma criança é capaz de estabelecer relações lógicas de causa e efeito, como no presente texto.

C) o direito à educação é tão consistente que nem pessoas muito especiais poderiam acabar com ele.

D) um princípio universal pode conflitar com interesses particulares, subjetivos e imediatos.

E) o direito à educação é um direito eventual e relativamente aceito até mesmo pelas crianças.

2. Pronome

Pronome é a palavra variável em gênero, número e pessoa que representa o ser ou ao ser se refere.Ex.: Ele saiu. / Visitei-o. Entre os pronomes, existem os que acompanham os substantivos (pron. adjetivos) e os que substituem os substantivos (pron. substantivos). Alguém escondeu a minha calça. (Pron. subst.) (Pron. adj)

Eu desejo aquela mulher. (Pron. subst.) (Pron. adj)

CLASSIFICAÇÃO

Pessoais : eu, tu, ele/ela, nós, vós, eles/elas e as formas oblíquas e de tratamento.

Possessivos: meu, teu, seu, vosso.Demonstrativos: aquele, aquela, este, estaRelativos: o qual, cujo, onde, quem, que,

quanto.Indefinidos: alguns, alguém, ninguém, nada,

algo, outro, todoInterrogativos: que, quem, qual, usados em

frases interrogativas.

PRONOMES PESSOAIS

Os pronomes pessoais variam de acordo com as funções que exercem nas orações, dividindo-se em pronomes do caso reto e do caso oblíquo.

NÚMERO PESSOA CASO RETO

SINGULAR1ª EU

2ª TU

3ª ELE / ELA

PLURAL1ª NÓS

2ª VÓS

3ª ELES / ELAS

NÚMERO PESSOA OBLÍQUO ÁTONOSem preposição

OBLÍQUO TÔNICOCom preposição

SINGULAR1ª me mim

2ª te Ti

3ª o, a, lhe, se si,ele

PLURAL1ª nos nós

2ª vos vós

3ª os, as, lhes, se

si, eles

1. Associados a verbos terminados em -r, -s ou -z, os pronomes oblíquos o, a, os, as assumem as formas lo, la, los, las.

Ex: prender + o = prendê-lo ajudemos + a = ajudemo-la fez + o = fê-lo2. Associados a verbos terminados em ditongo nasal (-am, -em, -ão, -õe), os pronomes oblíquos o, a, os, as assume a seguinte forma:Ex: trazem + o = trazem-no dão + os = dão-nos3. Na função de complemento, usam-se os pronomes oblíquos e não os pronomes retos.Avisei-o do fato.Faltaram-lhe modos.

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4. Os pronomes pessoais do caso reto devem ser empregados na função sintática de sujeito. Considera-se errado o seu emprego como complemento.

Chamei ele . (errado) / Chamei-o . (certo)Eu comprei a casa. (certo)

As formas retas eu e tu só podem funcionar como sujeito. Considera-se errado o seu emprego como complemento.Nunca houve problemas entre eu e tu. (errado)Nunca houve problemas entre mim e ti. (certo)

Obs 1: Quando precedidas de preposição, não se usam as formas retas eu e tu. Ninguém sairá sem eu. (errado) Ninguém sairá sem mim. (certo)Obs 2: Poderão ser empregadas as formas retas eu e tu mesmo precedidas por preposição quando essas formas funcionarem como sujeito de um verbo no infinitivo. Isso é para eu ler. Deram os biscoitos para tu comeres.

5. Os pronomes retos (exceto eu e tu), quando precedidos de preposição, passam a funcionar como oblíquos. Somente nesse caso, considera-se correto seu emprego como complemento.Assiste a ele julgar o fato.Informaram a nós os danos causados.

PRONOMES DE TRATAMENTO

Também chamados de formas de tratamento, fazem parte de uma categoria dos pronomes pessoais. São eles:

Pronome Abreviatura Emprego Vossa Alteza V. A. Príncipes e

duquesVossa Eminência

V. Emª. Cardeais

Vossa Excelência

V. Exª. Altas autoridades em geral e bispos

Vossa Magnificência

V. Magª. Reitores de universidades

Vossa Reverendíssima

V. Rev Sacerdotes

Vossa Santidade

V. S. Papa

Vossa Senhoria V. Sª. Funcionários graduados

Vossa Majestade

V.M. Reis, imperadores

1. Esses pronomes são da 2ª pessoa, mas se usam com as formas verbais e os pronomes possessivos de 3ª pessoa.Ex: “Vossa Majestade pode partir tranqüilo para a sua expedição”.2. Esses pronomes devem vir precedidos de vossa, quando nos dirigimos à pessoa representada pelo pronome, e, por sua, quando falamos dessa pessoa.Outros: você, vocês (no trato familiar), o Senhor (Sr.) e a Senhora (Sra.) (no tratamento de respeito).

PRONOMES POSSESSIVOS

São aqueles que indicam posse com relação às três pessoas do discurso. Exercem, sintaticamente, a função de adjuntos adnominais.

NÚMERO PESSOA Pronomes Possessivos

SINGULAR1ª meu, minha, meus,

minhas2ª teu, tua, teus, tuas

3ª seu, sua, seus, suas

PLURAL1ª nosso, nossa, nossos,

nossas2ª vosso, vossa, vossos,

vossas3ª seu, sua, seus, suas,

PRONOMES DEMONSTRATIVOS

Indicam o lugar ou a posição dos seres com relação às três pessoas do discurso. Exercem, assim como os possessivos, a função de adjunto adnominal.

Pronomes Demonstrativos1ª pessoa Este, esta, estes, estas, isto2ª pessoa Esse, essa, esses, essas, isso

3ª pessoa Aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo

São também pronomes demonstrativos : o (quando equivale a aquele, aquela, aquilo), mesmo, próprio (como pronomes de reforço - ex: Ele mesmo tomou o lugar), tal (=este, esse, isso, etc) - ex: Não havia razão para tal procedimento)

PRONOMES INDEFINIDOS

Referem-se à 3ª pessoa do discurso, designando-a de forma vaga, imprecisa, indeterminada. São pronomes indefinidos:

Algo, qualquer, alguém, ninguém, outrem, quem, algum, nenhum, todo e toda (desacompanhados de artigo), certo (antes de nomes).

Exemplos:Qualquer coisa que fizer será bom.

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Acreditam em tudo que fulano diz ou sicrano escreve.Vocês estão certos (adjetivo) / Não gosto de certas coisas.

PRONOMES RELATIVOS

Representam nomes já mencionados, com os quais estão relacionadas. Geralmente retomam um termo antecedente da oração, projetando-o numa outra oração. São eles: que (= o qual, a qual, os quais, as quais), quem, qual, quais, cujo, cuja, cujos, cujas, onde, quanto, quanta, quantos, quantas.Pagamos as contas. As contas estavam atrasadas.Pagamos as contas que estavam atrasadas.

1. O pronome relativo quem é empregado com referência a pessoas e sempre vem precedido de preposição.Ex: Sejamos gratos a Deus, a quem tudo devemos.

2. Os pronomes cujo, cuja sempre indicam posse e podem ser desdobrados em um complemento que também indica posse. Exemplos: "Devemos socorrer João, cuja casa se incendiou" (a casa de João se incendiou) ou "A mala, cuja chave foi perdida" (a chave da mala foi perdida).

3. Onde é usado para indicar lugar e significa em que, no qual e é usado com verbos que não dão idéia de movimento.Ex:Este é o lugar onde vivo.Exerce, sintaticamente, a função de adjunto adverbial

PRONOMES INTERROGATIVOS

Aparecem em frases interrogativas. Como os pronomes indefinidos, referem-se de modo impreciso à 3ª pessoa do discurso.Ex: Quantos vêm? Quem é você?

Exercícios

01. As frases abaixo são freqüentes na língua coloquial e familiar. Reescreva-as de acordo com o padrão culto da língua.

A) O espião viu ela ontem pela manhã._______________________________________

B) Eu encontrei ele no Estádio do Maracanã._______________________________________

C) O rapaz deixou alguns produtos para mim vê._______________________________________

D) Está tudo certo entre eu e você._______________________________________

E) Eu trouxe ele aqui pra dá uma força pros garotos.

_______________________________________

02. Assinale a série de pronomes que completa adequadamente as lacunas do seguinte período:

"Os desentendimentos existentes entre ______ e ______ advêm de uma insegurança que a vida estabeleceu para ________ traçar um caminho que vai de _______ a _______."

A) mim - ti - eu - mim - ti B) mim - ti - mim - mim - tu C) eu - ti - mim - mim – tuD) eu - tu - eu - mim - tuE) eu - ti - eu - mim - ti

03. Dadas as sentenças:A. Ela comprou um livro para mim ler.B. Nada há entre mim e ti.C. Adamastor, gostaria de falar consigo.

Verificamos que está (ão) correta (s):A) a sentença A D) a sentença BB) a sentença C E) as sentenças A e BC) todas as sentenças

04. Substituindo o complemento do verbo PÔR, no texto abaixo, pelo pronome oblíquo correspondente, teremos:"Pus a xícara em cima da mesa, e dei por mim a beijar doidamente a cabeça do menino". (M. de Assis - D. Casmurro)

A) Pus-la B) Pus-lhe C) Pus-a D) Pu-la E) Pu-lhe

05. Atente para os fragmentos do compositor Gonzaguinha:

“A dama de lilás me (1) machucando o coração.”“Primeiro você me (2) azucrina”“Me (3) entorta a cabeça E me (4) deixa na boca Um gosto amargo de fel..”

O pronome ME está empregado com valor possessivo nos casos:

A) 1 e 2 B) 2 e 3 C) 3 e 4D) 1, 3 e 4 E) 2, 3 e 4

06. Leia o texto abaixo e analise as afirmações sobre os termos em destaque:

Que minhas primeiras palavras diante deste Parlamento Mundial sejam de confiança na capacidade humana de vencer desafios e evoluir para formas superiores de convivência no interior das nações e no plano internacional. Em nome do povo brasileiro, reafirmo nossa crença nas Nações Unidas. Seu papel na promoção da paz e da justiça permanece

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insubstituível. Rendo homenagem ao Secretário-Geral, Kofi Anam, por sua liderança na defesa de um mundo que é irmanado pelo respeito ao direito internacional e pela solidariedade entre as nações. O aperfeiçoamento do sistema multilateral é a contraparte necessária do convívio democrático no interior das nações. Toda nação comprometida com a democracia, no plano interno, deve zelar para que, também no plano externo, os processos decisórios sejam transparentes, legítimos, representativos.

1. Textualmente, o emprego do pronome possessivo "nossa" remete à crença dos países membros das Nações Unidas.

2. O pronome possessivo "seu" retoma textualmente de forma clara o referente "povo brasileiro". Já o pronome "sua" expressa o detentor da liderança: Kofi Anan.

3. "... na defesa de um mundo que é irmanado pelo respeito ao direito internacional." - o pronome em destaque pode ser trocado pelas expressões "o qual" e "a qual", sem prejuízo para o sentido do período.

4. " Toda nação comprometida..." - o termo em negrito destaca uma idéia de totalidade, ou seja, possui um sentido determinado.

Está (ão) incorreta (s) a (s) alternativa (s):A) 2, 3, 4. D) 1, 3, 4B) 1, 4 E) 2, 3 C) 1, 2, 3, 4

07. “... os presos, por mais hediondos que tenham sido seus crimes, merecem, sim, tratamento digno e humano. Mas não merecem um micrograma que seja de privilégios, entre eles o de determinar onde cada um deles fica preso.” – nesse segmento de texto há uma série de vocábulos que se referem a elementos anteriores. O item em que a correspondência entre os dois não está perfeita é:

A) “...por mais hediondos QUE tenham sido...” – seus crimes;

B) “... entre ELES ...” – privilégios;C) “... O de determinar ...” - privilégios;D) “... um micrograma QUE seja ...” –

micrograma;E) “... o de determinar onde cada um DELES...’ –

presos;

TEXTO 1

A água-viva se desidrata e morre em contato com a água salgada devido a sua formação orgânica. Isso decorre porque os organismos marinhos invertebrados, como a água-viva, anêmonas-do-mar e corais, possuem seu meio intracelular praticamente igual ao meio externo (isotonia) que é a água do mar. Isso permite a esses animais marinhos viverem perfeitamente nessas condições.

08. Identifique o(s) termo(s) a que se refere cada um dos pronomes destacados no texto I.

sua: _______________________________________

isso: _______________________________________

seu: _______________________________________

que: _______________________________________

Isso:_______________________________________

esses animais marinhos:_______________________________________

09. Substitua as expressões sublinhadas por vocábulos relatores.

Enfiar-se debaixo de um carro e tentar consertar um carro em movimento não é uma sensação que mecânico nenhum experimentou. Mas enfiar-se debaixo de um carro e tentar consertar um carro em movimento é a tarefa de uma doutora em Física. Uma doutora em Física, com mais cinco astronautas, vai tentar consertar o telescópio Hubble a 540 quilômetros de altura. Consertado, o telescópio Hubble, vai gerar imagens do espaço ainda mais revolucionárias.

10. Leia com atenção o texto que se segue, associando os elementos sublinhados aos seus referentes textuais.

Sentado diante do computador em seu laboratório, numa zona industrial nas verdejantes colinas perto de San Diego, Califórnia, Kenneth Edgett estava atônito. O jovem geólogo não conseguia conter a euforia diante de sua tarefa. Naquele instante ele era o responsável pela recepção e checagem das milhares de imagens que estavam sendo enviadas – à razão de 5 mil pixels por segundo! – pela Mars Global Surveyvor (MGS), a sonda operacional que atualmente ronda o planeta vermelho. Na solidão de seu laboratório, Edgett era o único habitante da Terra a testemunhar essa nova fase de Marte.O mundo fantástico que se desdobrava diante de seus olhos não era, como ele mesmo colocou, o “Marte de nossos pais”. Ou seja, aquele era um planeta bem diferente do revelado pelas missões Viking dos anos 70 ou pelas últimas missões com poucos bem-sucedidos alguns anos antes. Edgett dedicara muitos dos seus 34 anos aguçando sua percepção de Marte, mas confessou que, mesmo para ele, essas novas informações eram realmente chocantes. “Muitas das paisagens que se vêem não fazem sentido. É algo de arrepiar, de nos deixar boquiabertos!”, comenta o pesquisador na manhã em que o encontrei pela

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primeira vez (...) (Kathy Sawyer. National Geographic Brasil)

TEXTO 2As condições sociais da população brasileira sofreram um retrocesso nos últimos vinte anos. O forte aumento das taxas de desemprego e dos índices de violência fizeram com que a exclusão social voltasse a crescer após ter diminuído entre 1960 e 1980. A constatação faz parte do Atlas da Exclusão Social no Brasil (vol.2, Cortez), publicação feita por pesquisadores da PUC, USP e UNICAMP, sob a coordenação do secretário municipal do trabalho de São Paulo. O estudo revela que, de 1980 a 2000, aumentou o número de estados com alto índice de exclusão social - passou de 15 para 17. Em 1960, eram 21 os estados com condições consideradas ruins. Em 2000, a parcela de excluídos era equivalente a 47,3% de uma população de 170milhões de pessoas. Em 1980, o total era 42,6% de 120 milhões, e, em 1960, 49,3% de 70 milhões. (...)

11. Julgue os itens seguintes de acordo com o texto 2:

1. Para reforçar a coesão textual, seria correto empregar, no início do terceiro período do texto, o pronome demonstrativo Essa em lugar do artigo indefinido "A".

2. A vírgula após "(vol.20, Cortez)" (l.5) é dispensável, porque isola um termo que explica o antecedente.

3. Em "a parcela de excluídos era equivalente a 47,3% de uma população de 170milhões de pessoas" - “a 47,3%” seria correto introduzir o sinal indicativo de crase em "a".

4. O "estudo" revela que, de 1980 a 2000, aumentou o número de estados - a palavra estudo retoma coesivamente o referente Atlas da Exclusão Social no Brasil (vol.2, Cortez).

5. O "... estudo revela que, de 1980 a 2000, aumentou o número de estados..." - o pronome relativo em destaque retoma o termo “estudo”.

TEXTO 3O Brasil que come ajudando o Brasil que tem fome

“Vamos criar as condições para que todas as pessoas no nosso país possam comer decentemente três vezes ao dia, todos os dias, sem precisar de doações de ninguém. O Brasil não pode mais continuar convivendo com tanta desigualdade. Precisamos vencer a fome, a miséria e a exclusão social. Nossa guerra não é para matar ninguém – é para salvar vidas”.

12. Considerando o texto acima, julgue os itens seguintes:

1. A frase de abertura apresenta uma ambigüidade que se traduz na seguinte leitura: Brasileiros comem ajudando brasileiros que têm fome. Para evitar essa ambigüidade, a expressão que come deveria estar entre vírgulas.

2. Para ter mais coesão, os três últimos períodos do texto poderiam ser introduzidos, respectivamente, pelas seguintes expressões: Entretanto, Portanto, Afinal.

3. Subentende-se a 1ª pessoa do plural como agente das ações expressas por todos os verbos presentes no texto.

4. As duas primeiras orações do primeiro período mantêm entre si uma relação sintático-semântica de finalidade.

5. A frase de abertura apresenta duas orações que iniciam argumentação de restrição.

TEXTO 4 - Profissão de fé.(...)Invejo o ourivesQuando escrevo:Imito o amorCom que ele, em ouro, o alto-relevoFaz de uma flor.Imito-o. E, pois, nem de CarraraA pedra firo:O alvo cristal, a pedra rara,O ônix prefiro.Por isso, corre, por servir-me,Sobre o papelA pena, como em prata firmeCorre o cinzel.(...)Porque o escrever – tanta perícia,Tanta requer,Que ofício tal... nem há notíciaDe outro qualquer.(Olavo Bilac. Poesia. Rio de Janeiro: Agir, s/d. Fragmento).

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TEXTO 5 Escrever é um ato que exige empenho...Muitas pessoas acreditam que aqueles que redigem com desenvoltura executam essa tarefa como quem respira, sem a menor dificuldade, sem o menor esforço. Não é assim. Escrever é uma das atividades mais complexas que o ser humano pode realizar. Faz rigorosas exigências à memória e ao raciocínio. A agilidade mental é imprescindível para que todos os aspectos envolvidos na escrita sejam articulados, coordenados, harmonizados de forma que o texto seja bem sucedido.Conhecimentos de natureza diversa são acessados para que o texto tome forma. É necessário que o redator utilize simultaneamente seus conhecimentos relativos ao assunto que quer tratar, ao gênero adequado, à situação em que o texto é produzido, aos possíveis leitores, à língua e suas possibilidades estilísticas.Portanto, escrever não é fácil e, principalmente, escrever é incompatível com a preguiça.A tarefa pode ir ficando paulatinamente mais fácil para profissionais que escrevem muito, todos os dias, mas mesmo esses testemunham que escrever é um trabalho exigente, cansativo e, muitas vezes, frustrante.Sempre queremos um texto ainda melhor do que o quechegamos a produzir e poucas vezes conseguimos manter na linguagem escrita todas as sutilezas da percepção original acerca de um fato ou um pensamento.O que admiramos na literatura é justamente essa especificidade, essa possibilidade de expandir pela palavra escrita emoções, pensamentos, sensações, significados, que nós, leigos, não conseguimos traduzircom propriedade. (Lucília H. do Carmo Garcez. Técnica de redação – o que é preciso saber para bem escrever. São Paulo: Martins Fontes, 2001. Fragmento).

13. Correlacionando os dois textos, quanto a aspectos de seu conteúdo e de sua organização, podemos concluir que:

A) o trecho do poema: “torce, aprimora, alteia, lima a frase” poderia encontrar uma justificativa, no texto 2, em “Sempre queremos um texto ainda melhor do que o que chegamos a produzir”.

B) se “Escrever é uma das atividades mais complexas que o ser humano pode realizar”, para o poeta, escrever tem a simplicidade de quem desenha uma flor.

C) nos dois textos, a visão do poeta e a do escritor comum, sobre o resultado de seus ofícios, coincidem enquanto ambos crêem ser possível alcançar o sucesso pleno e a forma perfeita.

D) o centro da discussão, em ambos os textos, é a aprendizagem da escrita, que, ao jeito do ourives, se assenta sobre a exploração de habilidades inatas e naturais.

E) enquanto, para o poeta, a escrita requer perícia, e perfeição, para o outro autor, a ‘desenvoltura’ na tarefa de escrever é privativa dos profissionais da escrita.

14. Explorando aspectos morfossintáticos de ocorrências dos textos 1 e 2, podemos afirmar que:

A) na primeira estrofe do poema, o pronome ‘ele’ retoma a referência anterior feita a ‘o amor’.

B) em “Imito-o”, o pronome ‘o’ retoma a referência anterior feita a ‘o ourives’.

C) a palavra ‘pena’ tem, no texto 1, um duplo sentido, embora prevaleça o sentido simbólico do árduo esforço de quem escreve.

D) Em: “A agilidade mental é imprescindível”, os dois sufixos sublinhados têm o mesmo sentido.

E) Em: “escrever é incompatível com a preguiça”, o prefixo que aparece na palavra sublinhada equivale, em sentido, ao que aparece na palavra “injetável”.

TEXTO 6As crianças trabalhadorasA mão-de-obra infantil na TV cresce a cada dia, o que, parece, não incomoda ninguém. Embora já existam naopinião pública sinais de recusa à exploração do trabalho de crianças nas olarias, nas carvoarias ou na agricultura, a participação de atores mirins em propagandas, assim como nas novelas e nos filmes, não é encarada como trabalho. É como se fosse uma premiação. Qualquer mãe ficaria orgulhosa de ter o seu filhinho fazendo papel de mamífero numa campanha de leite. Ela dificilmente entenderia a coisa como um tipo de exploração injusta. Para o senso comum, estar na televisão é participar do estrelato, e, no estrelato, acredita-se, não há relações trabalhistas.O fato é que o público aceita e aplaude os programas e as propagandas estrelados por crianças. Como, por exemplo, aquelas de crianças anunciando as vantagens de um automóvel. Mas, então, quer dizer que alunos de jardim de infância funcionam para vender até produtos para consumidores adultos? Sim, os publicitários já sabem disso há tempos: crianças pesam, e muito, na decisão de compra dos adultos. Pais compram carros e outras mercadorias na esperança de comprar junto a admiração do filho. Quanto aos filhos, motivados

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pela TV, repercutem a propaganda dentro de casa: “Compra, paiê!”. Provavelmente, a aparição episódica em propagandas não seja prejudicial à criança. Proibi-la poderia ser umaviolência. Mas o telespectador e a sociedade não devem esquecer que se trata de um trabalho, que deve ser tratado e regulado enquanto tal. Enxergar esse tipo de trabalho com um pouco menos de glamour contribuiria bastante para atenuar essa consentida mercantilização da infância.O poeta Drummond sonhou com uma canção que pudesse acordar os homens e adormecer as crianças. Atualmente, o uso de meninos e meninas na TV faz o contrário: desperta (e instrumentaliza) o consumismo nas crianças para inebriar os adultos.(Eugênio Bucci. Veja, 26/03/97. Adaptado).

15. Como tema central, o Texto se desenvolve a partir da idéia de que:

A) trabalhos pesados e exploração injusta, como aqueles realizados em olarias e em carvoarias, não devem estar acessíveis à mão-de-obra infantil.

B) a utilização da mão-de-obra infantil em propagandas televisivas, desde que seja episódica e bem-humorada, não comporta maiores riscos.

C) a aquisição de bens materiais constitui uma estratégia dos pais para ganhar a admiração das crianças, tática que é explorada também pela TV.

D) falta uma percepção mais coerente da sociedade acerca de toda atividade que pode caracterizar ônus trabalhista para o mundo infantil.

E) o estrelato televisivo alcança o ápice de seu glamour quando mobiliza o poder das crianças para despertar o desejo de consumo dos adultos.

16. Uma expressão que poderia representar a síntese do conteúdo veiculado no Texto seria:

A) regulamentação do estrelato.B) instrumentalização do consumo.C) repercussão da propaganda.D) obrigações trabalhistas.E) mercantilização da infância.

17. Na verdade, a crítica maior expressa no Texto se dirige:

A) à violência de certos encargos infantis.B) ao senso comum em vigor na sociedade.C) às programações da televisão brasileira.D) aos anúncios que instigam o consumismo.E) à falta de glamour dos programas infantis.

18. O sucesso na compreensão de um texto deve-se, entre outros fatores, à identificação do sentido que as palavras atualizam. Observe os fragmentos abaixo e analise os comentários feitos a propósito do sentido de algumas palavras.

1) Provavelmente, a aparição episódica em propagandas não seja prejudicial à criança. (Uma aparição episódica é uma aparição fortuita).

2) Enxergar esse trabalho com um pouco menos de glamour contribuiria para atenuar essa consentida mercantilização da infância. (Atenuar significa abrandar, amenizar, suavizar).

3) Mas o telespectador e a sociedade não devem esquecer que se trata de um trabalho, que deve ser tratado e regulado enquanto tal. (Quer dizer, como atividade sujeita a obrigações e restrições).

4) desperta (e instrumentaliza) o consumismo nas crianças para inebriar os adultos. (Inebriar os adultos quer dizer deixá-los atentos, vigilantes).

Estão corretos os comentários que aparecem nas alternativas:

A) 1, 2 e 3 apenas B) 1, 2 e 4 apenasC) 3 e 4 apenas D) 2 e 3 apenasE) 1, 2, 3 e 4

19. “Sim, os publicitários já sabem disso há tempos: crianças pesam, e muito, na decisão de compra dos adultos.” Qual a razão para o uso dos dois pontos nesse trecho? É que o autor pretendeu indicar que faria em seguida:

A) uma enumeração. B) uma correção.C) uma citação. D) uma explicação.E) uma intercalação.

TEXTO 7Petição ao presidenteCaríssimo presidente, é com enorme constrangimento que lhe escrevo esta carta, a pedido de minha filha. Ela se entusiasmou com a informação de que o seu governo prepara-se para dar socorro financeiro a alguns bancos (sem falar na redução de impostos) e passou a achar que tem o mesmo direito.Alega que acaba de nascer seu segundo filho e que asdespesas inevitáveis vão deixá-la “na maior dureza”. Tentei argumentar que esse linguajar é inadequado. Se ela ao menos dissesse que está passando por “uma crise de liquidez”, como certos bancos, seria mais facilmente atendida. Mas não adianta, presidente. O linguajar da moçada de hoje é esse mesmo. Também procurei demonstrar que o pedido dela é injusto.Afinal, ela é professora, profissão que, no Brasil, como o sr. bem sabe, goza de salários elevadíssimos e privilégios sem conta.Já os bancos, coitados, estão sofrendo muito. Só os nove maiores grupos privados tiveram, em 1993, um lucro líquido de apenas US$1 bilhão. Como conseguem fazer para sobreviver é algo que não entendo.Mas minha filha definitivamente não tem a mesma consciência social e argumentou: “se os bancos podem, eu também posso. Afinal, a lei é igual para todos”.

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Não sei onde ela aprendeu conceitos tão subversivos, meu Deus. Deve ter sido algum professor de esquerda, desses empenhados em destruir os pilares da organização social e política brasileira. Só falta agora essa menina pretender passar pela alfândega sem a revisão de bagagem de praxe, justo no seu governo, presidente, que, nesse ponto, é da maior inflexibilidade, não é?Por mais que argumentasse, não consegui demovê-la. Por isso, estou sendo obrigado a enviar-lhe esta carta. Só o faço porque tenho certeza de que o senhor está em posição de me entender. Sabe, melhor do que ninguém, que coração de pai é como seu governo em relação aos bancos: absolutamente incapaz de resistir ao menor pranto.Certo de sua compreensão, aguardo um socorro tão rápido quanto o que está para ser concedido aos bancos. (Clóvis Rossi. Folha de São Paulo, 29/6/94).

20. O Texto contém “uma mistura de vozes”, no sentido de que são feitas remissões a falas de diferentes sujeitos. Analise os trechos abaixo para identificar a que sujeitos esses trechos remetem.

1) “seu governo prepara-se para dar socorro financeiro a alguns bancos” (Remete à voz da informação pública)

2) “as despesas inevitáveis vão deixá-la “na maior dureza”. (Remete à voz da filha)

3) “O linguajar da moçada de hoje é esse mesmo.” (É a voz do emitente da carta)

4) “se os bancos podem, eu também posso.” (É a voz do emitente da carta)

Estão corretas:A) 1, 2 e 3 apenas B) 1, 3 e 4 apenasC) 1, 2 e 4 apenas D) 2 e 3 apenasE) 1, 2, 3 e 4

21. Para a bem-sucedida interpretação do Texto 7 é necessário que identifiquemos o tom em que ele está escrito. Na verdade, trata-se de um texto expresso em um tom:

A) metafórico; por isso, as idéias veiculadas têm que ser apreendidas no seu valor figurado, simbólico ou analógico.

B) de ironia; daí que cada informaç=ão tem que ser entendida exatamente ao contrário do que está dito na superfície do texto.

C) literal ou denotativo: o que está dito expressa um significado básico, sem sentidos figurados ou dependentes do contexto.

D) de objetividade; os dados apresentados têm que ser entendidos como exatos, correspondentes a um contexto de verdade.

E) particular ou privado; ao longo de todo o texto, apenas a voz do emitente da mensagem se faz ouvir; o texto não é polifônico.

22. Os conectores cumprem a função de ligar partes do texto exprimindo, ao mesmo tempo,

relações de sentido. Analise nos trechos abaixo a natureza dessas relações semânticas.

1) “seu governo prepara-se para dar socorro financeiro a alguns bancos.” (relação de finalidade)

2) “Como conseguem fazer para sobreviver é algo que não entendo.” (relação de causa)

3) “Por mais que argumentasse, não consegui demovê-la.” (relação de concessão)

4) “coração de pai é como seu governo em relação aos bancos: absolutamente incapaz de resistir ao menor pranto.” (relação de condição)

5) “aguardo um socorro tão rápido quanto o que está para ser concedido aos bancos.” (relação de comparação)

Estão corretas:A) 1, 2, 3 e 5 apenasB) 1, 3 e 4 apenasC) 1, 3 e 5 apenasD) 2 e 3 apenasE) 1, 2, 3, 4 e 5

TEXTO 8Não saber se comunicar na sua língua natal é uma dos maiores limitações que uma nação pode proporcionar a um filho seu que não foge à luta. É também um dos maiores insultos a um povo heróico cujo brado retumbante ninguém entende, nem ele mesmo. Gabriel, o Pensador, na música "Pátria que me pariu", insinua que o Brasil age como uma prostituta, põe filhos no mundo, porém não os ampara. Não lhes proporciona as mínimas condições para conquistar sua liberdade com braços fortes e nem desafiar o peito à própria morte. É a nação cujos militares proclamaram o AI-5 no dia dos cegos e durante 20 anos cegos ficamos e vesgos estamos. É o país dos deserdados da lucidez e da ética. A pátria mãe gentil não proporciona aos seus filhos desamparados um sonho intenso, um raio vívido de esperança. Se proporciona, eles não vêem. (Luiz Cláudio Jubilato. Texto publicado no sitehttp://www.ondeir.rec.br/artigos. Excerto.)

23. Sobre o texto e sua organização geral, é correto afirmar que:

1) há, nele, uma clara intenção de resgatar a memória de um determinado símbolo nacional.

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2) a alusão feita a um cantor popular tem o objetivo de reforçar os argumentos apresentados pelo autor.

3) há referência a fatos da vida política brasileira, ocorridos no passado.

4) é um texto cujos argumentos se apóiam, principalmente, em dados quantitativos.

Está(ão) correta(s):A) 3 apenas B) 3 e 4 apenasC) 4 apenas D) 1, 2, 3 e 4E) 1, 2 e 3 apenas

24.

1. “O Brasil age como uma prostituta, põe filhos no mundo, porém não os ampara.”

2. “A pátria mãe gentil não proporciona aos seus filhos desamparados um sonho intenso, um raio vívido de esperança. Se proporciona, eles não vêem.”

Nesses enunciados, os termos destacados sereferem, respectivamente, a:

A) prostituta e sonho.B) filhos e filhos.C) mundo e raio.D) filhos e raio vívido de esperança.E) o Brasil e desamparados.

TEXTO 9João Grilo: Apesar de ser um sertanejo pobre e amarelo, sinto perfeitamente que estou diante de uma grande figura. Não quero faltar com o respeito a uma pessoa tão importante, mas se não me engano aquele sujeito acaba de chamar o senhor de Manuel.Manuel: Foi isso mesmo, João. Esse é um de meus nomes, mas você pode me chamar também de Jesus, de Senhor, de Deus... Ele gosta de me chamar Manuel ou Emanuel, porque pensa que assim pode se persuadir de que sou somente homem. Mas você, se quiser, pode me chamar de Jesus.João Grilo: Jesus?Manuel: Sim.João Grilo: Mas, espere, o senhor é que é Jesus?Manuel: Sou.João Grilo: Aquele Jesus a quem chamavam Cristo?Jesus: A quem chamavam, não, que era Cristo. Sou, por quê?João Grilo: Porque...não é lhe faltando com respeito não, mas eu pensava que o senhor era muito menos queimado.SUASSUNA, Ariano. O auto da compadecida. Rio de Janeiro: Agir, 1996. p. 146-7.

25. Após a leitura, verifique as afirmações a seguir.

I. João Grilo, como humilde sertanejo, expressa um profundo respeito pela figura do poder religioso.

II. João Grilo, que se diz pobre e amarelo, nunca soube quem era Jesus.

III. Jesus pode ser invocado sob muitos nomes; no entanto, isso não afeta a sua identidade.

IV. João Grilo, ao falar “menos queimado”, dá-se conta de que a imagem que tinha de Jesus não correspondia àquela que se lhe apresentava, então.

V. As falas de João Grilo sugerem que ele era despojado de qualquer tipo de preconceito.

A afirmativa é verdadeira apenas nos itensA) I e II. B) II e III. C) II, III e IV. D) III, IV e V E) I, III e IV.

TEXTO 10

-- Tua mãe, tua avó, tua bisavó, Bento. Por que só mulheres nessa tua ascendência?-- Elas eram sempre mais corajosas que os homens.Filipa sorriu:-- É sempre assim.Ele calou, detestando-se pelo que falara. Sabia o quanto era verdadeira a ousadia das mulheres, o quanto eram covardes os homens na sua família. Ele próprio, às vezes, diante de Filipa, não se sentia uma criança?Ela continuou:-- E ademais, Bento: te acreditas a salvo, porque atravessaste o mar, porque estás a meses de barca do alcance da Inquisição. Tanta ingenuidade assoma os limites da asneira. Deixa que eu te repita mais uma vez, meu caro Bento: os braços da Inquisição são como os braços de um polvo. Lembras aquele que vimos sobre as pedras do mar, em Olinda?Ele lembrava.-- Numerosos, longos, podendo se esticar, se espalhar além do corpo. E sabes que o corpo da Santa Inquisição é enorme, uma coisa apodrecida e unida à massa da Igreja. E, apesar de podre, a mais forte, a mais poderosa.Ele reagiu:-- Mas não chegarão aqui. O interesse da coroa é que esta parte do mundo seja povoada. Cristãos-velhos ou novos, judeus ou não, importa que se multipliquem as cabeças e os braços para a lavoura.FERREIRA, Luzilá Gonçalves

26. Analise as seguintes afirmações.

I. As mulheres da família de Bento se evidenciavam como atuantes e destemidas, e ele tinha consciência disso.

II. Bento, na sua natural ingenuidade, ignora a força paralela que a mulher exerce.

III. Filipa desacreditava na possibilidade de que, um dia, a Inquisição pudesse chegar ao Brasil.

IV. Segundo Bento, os cristãos velhos ou os recém-convertidos, com suas proles, povoariam o País.

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V. O texto 10, que trabalha um tema histórico, denota a dificuldade, no Brasil colonial, para se acolherem novos judeus.

Assinale a alternativa que contempla as afirmativas corretas.A) I e II. B) II, III e V. C) III, IV e V. D) I e IV. E) II e IV.

TEXTO 11

27. O humor provocado pela tira deve-se:

A) à exploração do sentido obscuro e polissêmico de algumas palavras e expressões.

B) à ingenuidade teórica e irrelevância pedagógica da questão lingüística levantada pelo menino.

C) à inconsistência gramatical da análise sintática relativa à frase construída por Mafalda.

D) à confusão entre a análise que se pode fazer sobre a língua e seu uso em contextos de comunicação.

E) à impropriedade sintático-semântica do exemplo artificialmente criado pela menina.

3. Sintaxe da Oração

TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO E PREDICATIVO

Sujeito: é o termo que exprime o ser a respeito do qual se declara ou se indaga alguma coisa.Predicado: é aquilo que se declara a respeito do sujeito. Em sua formação é obrigatória a presença de um verbo ou locução verbal.

TIPOS DE SUJEITO

Os sujeitos podem ser determinados ou indeterminados. Há ainda orações que não têm sujeito.

SUJEITO SIMPLES Apresenta apenas um núcleo.João comeu uma fruta.

SUJEITO COMPOSTOApresenta mais de um núcleo.O menino e o pai são unidos.

Obs: Nem sempre há necessidade de explicitar o sujeito de uma oração, seja porque já figura numa oração contígua, seja porque a desinência do verbo claramente o indica. Diz-se, então, que o sujeito está elíptico, ou oculto por elipse. Estou sozinho. Saímos com Ana.

SUJEITO INDETERMINADOOcorre quando não se quer ou não se pode identificar a quem claramente o predicado da oração se refere. Há duas maneiras de se identificar o sujeito de uma oração:

A) o verbo é colocado na 3ª pessoa do plural, sem referência a nenhum termo identificado anteriormente, nem aos pronomes “eles” ou “elas”.Telefonaram para você hoje de manhã.

B) o verbo surge acompanhado do pronome “se”, que atua como índice de indeterminação do sujeito. Essa construção ocorre com verbos que não apresentam complemento direto - VERBOS INTRANSITIVOS, TRANSITIVOS INDIRETOS E DE LIGAÇÃO. O verbo obrigatoriamente fica na terceira pessoa do singular.

Vive-se melhor nas cidades pequenas.Precisa-se de professores competentes.Tratava-se de questões delicadas.Em nossa terra não se vive senão de política.

SUJEITO INEXISTENTEOcorre com verbos impessoais. São eles:

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A) Verbos que exprimem fenômenos da natureza:Anoiteceu calmamente ontem.

Obs: Quando usados de forma figurada, esses verbos podem ter sujeito determinado: Trovejei raiva para todos os lados. B) Os verbos estar, fazer, haver e ser nas frases em que se relacionam com a expressão de tempo ou fenômeno natural:Está cedo.Já é tarde.Faz meses que não o vimos.

O verbo ser, em alguns casos, concorda na 3ª pessoa do plural, fato que não altera a sua impessoalidade. São duas horas.Daqui até em casa são sete quilômetros.C) O verbo haver, quando exprime existência ou acontecimento:Há boas notícias para você.Deve ter havido muitos episódios naquela viagem.

O verbo HAVER (no sentido de existir) e outros impessoais transmitem a impessoalidade aos verbos que, com eles, formam locução verbal. Não possuem sujeito, então, as orações abaixo:Deve haver um problema.Vai chover à tarde.Pode fazer cinco anos que não chove.Há de haver fatos.Mantêm-se sempre na 3ª pessoa do singular. Muitas outras construções há que ocorrem sem sujeito possível. Aqui não está bom. Vai para 4 anos que ele viajou. Onde lhe dói? Passa das seis horas.

TIPOS DE PREDICADO

Os predicados podem ter como núcleo um verbo ou um nome. Há também predicados que têm um verbo e um nome como núcleos ao mesmo tempo.PREDICADO VERBAL: o núcleo é sempre um verbo.Os estudantes participaram das manifestações.Nada mais podia ser feito naquela situação.

PREDICADO NOMINAL: o núcleo é um nome ligado ao sujeito por um verbo de ligação. O núcleo do predicado nominal é o predicativo do sujeito.A vida é frágil.Nós permanecemos quietos.

PREDICADO VERBO-NOMINAL: os núcleos são dois: um verbo e um nome predicativo que pode

referir-se ao sujeito ou a um complemento verbal.Os excursionistas voltaram exaustos.

Consideramos inaceitável a proposta.

Casos de predicado verbo-nominal:Verbo intransitivo + predicativo do sujeito: Ela viajou insatisfeita.Verbo transitivo direto + predicativo do sujeito: Ela comprou um carro endividada.

PREDICATIVO

Termo que, através de um verbo de ligação, relaciona-se ao sujeito ou ao objeto da oração atribuindo-lhes uma qualidade, uma característica ou um estado.A viagem foi monótona.Alguns participantes permaneciam calmos.O medo torna covardes os homens.O professor conversou com o nervoso aluno.

QUANTO À ANÁLISE DO PREDICATIVO:a) Às vezes, o verbo de ligação pode estar oculto na oração.Os atletas terminaram a corrida (e estavam) exaustos.

b) Quando se tratar de predicativo do objeto, note que nem sempre a estrutura da oração mostra claramente o verbo de ligação.A vitória deixou famoso o piloto.

Exercícios

01. Há uma inversão na ordem natural dos termos da oração em:

A) “Fecha os olhos...”B) “Escuta a água nos vidros...”C) “Não anuncia nada.”D) “Renascerão as cidades submersas?”.”E) ”Os homens submersos voltarão?”

02. Até ontem, já ....... duas mil pessoas desabrigadas em todo o estado, e muitas mais ....... se ........as chuvas torrenciais.

A) existiam - haverá - continuarB) existiam - haverão - continuaremC) existia - haverá - continuarD) existia - haverão - continuaremE) existiam - haverá - continuarem

03. Explique a diferença que existe entre o emprego do verbo haver nas orações "Havia muitas estrelas" e "Haviam contado muitas estrelas".Observando essa diferença, empregue o verbo haver nas orações abaixo, mantendo o mesmo tempo em que foram construídas as orações indicadas no item “a”:

I - Quando pequenos, .................................. participado de muitos jogos.

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II - No lugar onde construíram aquele conjunto residencial, ..........................apenas casas comerciais.

TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO

Os termos integrantes da oração são os complementos verbais (objeto direto e indireto), o complemento nominal e o agente da passiva.

COMPLEMENTOS VERBAISHá dois tipos de complementos verbais: o objeto direto e o objeto indireto.

OBJETO DIRETOÉ o termo da oração que, sem a presença de preposição, relaciona-se a um verbo transitivo direto, complementando-lhe o sentido e servindo de receptor do processo verbal.

Características:1) O objeto direto não apresenta preposição.Muitos torcedores vaiaram o goleiro.

2) A oração que tem objeto direto admite a passagem para a voz passiva analítica.Todos discutiram o acordo. (voz ativa)O acordo foi discutido por todos. (voz passiva analítica)

3) Os pronomes O, A, OS, AS atuam como objetos diretos, ou seja, complementos de verbos transitivos diretos. Comuniquei minhas conclusões aos colegas presentes.Comuniquei- as aos colegas presentes

(objeto direto) Avisei os presentes. Avisei- os . (objeto direto)

OBS: Ocasionalmente, o objeto direto pode vir precedido de preposição, não exigida obrigatoriamente pelo verbo. Dá-se, assim, o objeto direto preposicionado. Os casos principais são:O objeto direto é um pronome pessoal tônico:

Assim, tu prejudicas a ti e a ela.A mulher amava mais a ele do que aos

outros.Quando se quer evitar ambigüidade nas

construções:Matou ao homem o leão.Convence ao pai o filho amado.

Com nomes próprios ou comuns que se referem a pessoas, visando principalmente à expressão de sentimentos ou à eufonia da frase:

Eu amo a Deus. Judas traiu a Cristo. O dinheiro atrai a pequenos e grandes.Em certas construções enfáticas:

O homem sacou da espada.

Quando soube do caso, fugiu.

OBJETO INDIRETOÉ o termo da oração que, por intermédio de preposição, relaciona-se a um verbo transitivo indireto, complementando-lhe o sentido e servindo de receptor do processo verbal.

Características:

1) O objeto indireto sempre é iniciado por preposição.

Algumas pessoas desconfiaram da situação. Elas precisam de você.

2) Os pronomes lHE, lHES atuam, geralmente como objetos indiretos. Comuniquei-lhes minhas conclusões. Todos lhe obedecem. Contei-lhe o segredo.

OBS: Os pronomes me, te, se, nos e vos podem atuar como objetos diretos ou indiretos, de acordo com a transitividade verbal. Elegeram-me representante da classe. (O.D) Mostraram-me um mundo inusitado. (=Mostraram a mim) (O.I) Isto te pertence. (=Isto pertence a ti) (O. I) Ele nos chama. (=Ele chama por nós) (O.D)

OBS: Por motivos expressivos, podem surgir os chamados OBJETOS PLEONÁSTICOS: tanto o objeto direto como o objeto indireto podem ser colocados em destaque, no início da oração, sendo depois repetidos por um pronome pessoal na posição onde deveriam naturalmente estar.Sua carta, releio-a sempre com prazer.Aos amigos, dedica-lhes o melhor de si.O bem, muito o querem.

COMPLEMENTO NOMINAL

Característica: 1) Relaciona-se ao nome que ele completa sempre através de uma preposição.

Faça uma cuidadosa leitura do texto.Há um amigo descontente com nossa atitude.Tenho confiança em Deus.

O complemento nominal não se relaciona diretamente com o verbo da oração, e sim com um nome que pode desempenhar as mais diversas funções. A preservação da biodiversidade é necessária às gerações futuras.- núcleo do sujeito: preservação- complemento nominal: da biodiversidade- núcleo do predicativo do sujeito: necessária- complemento nominal: às futuras gerações.

O pronome oblíquo LHE pode atuar como complemento nominal: Tenho-lhe uma justificada admiração. (Tenho uma justificada admiração por você)

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Exercícios

04. Leio o texto abaixo re responda as questões propostas:

(...) a cabeça da menina flamejava. Sentada nos degraus de sua casa, ela suportava. Ninguém na rua... E como se não bastasse seu olhar submisso e paciente, o soluço a interrompia de momento a momento, abalando o queixo que se apoiava conformado na mão.(...) O que a salvava era uma bolsa velha de senhora, com alça partida. Segurava-a com um amor conjugal já habituado, apertando-a contra os joelhos.

A) Dê a função sintática dos termos destacados:

ela: ___________________________________

Ninguém:______________________________

(O soluço) a: _____________________________________

(o que a salvava):___________ __________________________

uma bolsa velha de senhora: _____________________________________

Segurava –a:______________________________________

Apertando-a:_____________________________________

B) Quanto aos pronomes em negrito “a salvava”, “segurava-a”, apertando-a “, a quem eles se referem no texto?_______________________________________

AGENTE DA PASSIVA

Característica:

É o elemento que pratica a ação verbal quando a frase está na voz passiva. Em geral, o agente da passiva apresenta a preposição pelo e mais raramente a preposição de.O armazém foi destruído por um incêndio.

TRANSFORMAÇÃO DA VOZ ATIVA EM PASSIVA:

Sujeito da voz ativa - passa a ser o agente da passiva.Objeto direto da ativa - passa a ser o sujeito da passiva.Verbo transitivo direto - assume a forma de locução verbal.Os alpinistas alcançaram o topo da montanha.O topo da montanha foi alcançado pelos alpinistas.

AS VOZES VERBAIS

Há três vozes verbais: a voz ativa, a passiva e a reflexiva. Na voz ativa, o sujeito é, normalmente, o agente do processo verbal.

Na voz passiva, o sujeito é o paciente do processo verbal. Na reflexiva, o sujeito age sobre si mesmo, sendo ao mesmo tempo agente e paciente do processo verbal.

Ao lado dessa forma de voz passiva analítica (formada com um verbo auxiliar), está a passiva sintética.

A voz passiva sintética (ou pronominal ou reflexiva) não é acompanhada do complemento de agente, como acontece na construção passiva com auxiliar + particípio. Ela tem como ponto de partida uma oração na voz ativa cujo sujeito está indeterminado. Para formá-la, utiliza-se o pronome se , que recebe o nome de pronome apassivador ou partícula apassivadora.

O verbo na voz passiva sintética concorda em número e pessoa com o sujeito da oração:Vendeu-se aquela casa. / Venderam-se aquelas casas.Divulgou-se o resultado. / Divulgaram-se os resultados.

TRANSFORMAÇÃO DA VOZ PASSIVA SINTÉTICA PARA A VOZ ATIVASe a voz passiva é indicada pelo pronome apassivador se, para passar à voz ativa, basta excluir este pronome e pôr o verbo no plural, se já não estiver:Voz passiva sintética Voz ativaAlugam-se casas. --------- Alugam casas.Vende-se um carro. --------- Vendem um carro.Compra-se um terreno------Compram um terreno.

Frases como:“A adolescente recebeu uma agressão” / “O homem recebeu um tapa” , apresentam-se na voz ativa. Apenas os verbos transmitem idéia de passividade. Lembre-se de que a voz passiva aparece ou na forma sintética (VTD+se; VTDI+se) ou na analítica (verbo auxiliar + particípio do verbo principal)

Não confunda o predicado nominal com o predicado verbal na voz passiva:a. A casa está destruída. (Predicado nominal – o verbo exprime estado e é de ligação. Logo, destruída é um predicativo do sujeito).b. A casa foi destruída. (Predicado verbal – o verbo exprime ação, fato ocorrido a casa, além de caracterizar a voz passiva analítica).

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TERMOS ACESSÓRIOS E O VOCATIVO

ADJUNTO ADVERBIAL

O adjunto adverbial é representado por um advérbio, uma locução adverbial ou uma expressão adverbial.

Algumas circunstâncias expressas pelos adjuntos adverbiais:

. AFIRMAÇÃO: Sim, efetivamente estive lá.

. DÚVIDA: Talvez a vida melhore.

. FIM, FINALIDADE: Prepararam-se para o exame.. MEIO: Viajei de trem.. COMPANHIA: Foi acampar com alguns amigos.. INSTRUMENTO: Os astronautas agarraram o satélite com as próprias mãos.. INTENSIDADE: Tem sido uma crise bastante prolongada.. LUGAR: Vou à praia. Estou no meu quarto.. MODO: Agiu com determinação. Receberam-nos afetuosamente.. NEGAÇÃO: Não se fazem certas coisas.. TEMPO: A repartição funciona das 8h às 11h. Partiram em janeiro.

ADJUNTO ADNOMINAL (PLANA)É o termo que caracteriza um substantivo sem a intermediação de um verbo. É representado por PRONOMES ADJETIVOS, LOCUÇÃO ADJETIVAS ADJETIVOS, NUMERAIS e ARTIGOS,.

Peguei seu óculos, mas não o perdi.Ela possui uma língua de víbora.O homem sofre com a dor de fígado. PRONOMES ÁTONOS COMO ADJUNTOS ADNOMINAIS Os pronomes átonos podem funcionar na frase com o valor de possessivos. Em tal caso são analisados como adjuntos adnominais dos substantivos a que se referem. Levaram-me o dinheiro. (meu dinheiro) Não lhe conheço os defeitos. (seus defeitos) Corrigiu-nos os erros. (nossos erros) A bebida anulou-me a razão. (minha razão) A mulher acariciou-lhe a face. (a face dele) Ninguém lhe ouvia as rezas. (as rezas dele).

APOSTO

A função do aposto é explicar, esclarecer, identificar de maneira mais exata ou resumir um nome da oração ao qual ele se refere.

O aposto é empregado principalmente para:

A. Explicar um termo anterior Petrópolis, cidade carioca, é muito bonita.B. Enumerar um termo anterior. Um outro país está fora da Copa do Mundo

de Futebol: a Argentina.C. Resumir um termo anterior Primos, tios, padrinhos, todos compareceram.D. Especificar um termo anterior O rio Tietê atravessa o estado de São Paulo.

VOCATIVO

Vocativo é o termo da oração usado para chamar, pelo nome, apelido, característica, o ser com quem se fala. Na escrita, o vocativo aparece sempre isolado por vírgulas.

Amigo, venha visitar-me no próximo domingo.Senhor presidente, pedimos que se

comporte de forma condizente com a importância de seu cargo.

DIFERENÇAS ENTRE ADJUNTO ADNOMINAL E COMPLEMENTO NOMINAL

ADJUNTO ADNOMINALSomente se refere a SUBSTANTIVOS (concretos e

abstratos);É o agente da ação expressa pelo nome;Pode indicar posse ou possuidor.

COMPLEMENTO NOMINAL

Somente se refere a SUBSTANTIVOS ABSTRATOS, ADJETIVOS e a ADVÉRBIOS.

É o paciente da ação expressa pelo nome.NUNCA indica posse ou possuidor.

Exercícios

05. Classifique as locuções abaixo sublinhadas em adjunto adnominal (AA) ou em complemento nominal (CN), colocando entre parênteses a sua resposta:

( ) A ofensa do torcedor irritou o juiz.( ) As ondas do mar atingirão a costa. ( ) A invasão da floresta ocorreu em abril

último.( ) A casa de João desapareceu do mapa.( ) Eu estava a favor, contrariamente a todos.( ) A terra dos indígenas foi demarcada.( ) Voltei ao banco, que estava cheio de

policiais.( ) A apresentação dos documentos é

necessária.( ) O conserto da rua foi aprovado pelo

prefeito.( ) Ela agiu contrariamente à vontade do

grupo.( ) A intervenção do cantor foi inesperada.

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( ) A moça perdeu a carteira de identidade. ( ) A confiança nos irmãos ajudou-o a sair do buraco.( ) A confiança dos irmãos ajudou-o a sair do buraco.( ) Um oficial de justiça veio procurá-lo.( ) Aquele homem era o rei da mentira.( ) Encontraram vários pacotes de dinheiro.

06. Na passagem "Serve-se comida natural", quanto à voz do verbo e à função da palavra SE, temos, respectivamente:

A) voz reflexiva e pronome reflexivo.B) voz ativa e índice de indeterminação do

sujeito.C) voz reflexiva e pronome apassivador.D) voz ativa e pronome reflexivoE) voz passiva e pronome apassivador.

07. Assinale a frase que não está na voz passiva.

A) O atleta foi estrondosamente aclamado.B) Serve-se comida natural.C) Fizeram-se apenas os reparos mais

urgentes.D) Escolheu-se, infelizmente, o homem errado.E) Entreolharam-se agressivamente os dois

competidores.

TEXTO 1A escola de oito anosO ensino de primeiro grau, com duração de oito séries, foi criado no Brasil em 1971 pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB –, com caráter deobrigatoriedade e de gratuidade na escola pública.Essa lei, reflexo da luta pela ampliação do número de anos de escolaridade obrigatória, pela expansão da rede pública, pela oferta de vagas, provocou demandas como a construção de prédios, a distribuição de merenda escolar, a compra de livros didáticos.Assim, se a tônica da política educacional brasileira recaiu, durante anos, sobre a expansão das oportunidades de escolarização, hoje ela é posta na necessidade de revisão do projeto educacional do país, de modo a concentrar a atenção na qualidade do ensino e da aprendizagem.Uma análise breve do que ocorreu ao longo dessas últimas décadas revela que as portas das escolas foram abertas para as camadas populares sem a devida preparação das mudanças que ocorreriam. Abandonadas à própria sorte, sem os investimentos necessários, tanto em recursos humanos como em recursos materiais, muitas escolas ficaram atônitas, sem clareza de qual seria sua função.Não tendo um projeto claro, pouco a pouco, baixaram-se as expectativas dos objetivos a serem atingidos por se prejulgar que a clientela era “fraca”; simplificaram-se os conteúdos, mas sem alterá-los significativamente; as metodologias preferenciais foram aquelas em

que se poderia tornar tudo mais “fácil e simples”, para avaliação usaram-se os mesmos referenciais e indicadores de outros tempos e de outras circunstâncias.Limitando-se quase sempre a transmitir alguns conhecimentos, de relevância por vezes questionável e de forma bastante rudimentar, as escolas foram se distanciando da possibilidade de fazer com que seus alunos tivessem condições de compreender as transformações à sua volta ou de interpretar a massa de informações com que se deparam diariamente.Assim, apontadas como responsáveis pelo fracasso escolar dos alunos vindos de meios desfavorecidos – múltipla repetência, abandono dos estudos etc. – não receberam, em contrapartida, colaboração efetiva para enfrentar os problemas causados pela vulnerabilidade social desses meninos e meninas.(Parâmetros Curriculares Nacionais. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília. MEC/SEF, 1998, p. 35-36. Adaptado).

08. Todo discurso se constrói em função de uma finalidade qualquer. No Texto , a finalidade pretendida foi:

1) defender a política educacional brasileira, cujos ideais buscam a expansão das oportunidades de escolarização.

2) propor maiores investimentos de recursos humanos e de recursos materiais que assegurem estabilidade às escolas.

3) oferecer elementos para uma análise sobre a situação da escola após a implementação da LDB.

4) ressaltar que os alunos vindos de meios desfavorecidos carecem de uma maior colaboração do Estado.

Está(ao) correta(s):A) 1 e 2 apenas D) 4 apenasB) 1 e 3 apenas E) 1, 2, 3 e 4C) 3 apenas

09. O Texto, centrado na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, focaliza sobretudo:

A) as conseqüências da falta de preparação das escolas para as mudanças propostas.

B) as demandas provocadas, no que se refere à ampliação dos anos de escolaridade.

C) o despreparo escolar das camadas populares, sem investimentos e largadas à própria sorte.

D) a metodologia que se deve preferir para as escolas que recebem uma clientela mais fraca.

E) a adequada transmissão de conhecimentos, com referenciais e indicadores seguros e atualizados.

10. Entre as informações contidas no texto, consta a declaração de que:

A) as camadas populares não se prepararam para as novas propostas do governo.

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B) as metodologias das escolas foram alteradas de forma relevante e significativa.

C) os objetivos a serem atingidos pela escola revelaram-se ousados, mas simplificados.

D) os referenciais usados para a avaliação escolar se mantiveram, apesar de o tempo ser outro.

E) o fracasso escolar dos alunos vindos de meios desfavorecidos é um dado questionável.

11. Releia o seguinte parágrafo: “Assim, se a tônica da política educacional brasileira recaiu, durante anos, sobre a expansão das oportunidades de escolarização, hoje ela é posta na necessidade de revisão do projeto educacional do país, de modo a concentrar a atenção na qualidade do ensino e da aprendizagem.” Nele, o autor:

A) diferencia os objetivos da política educacional brasileira antes e atualmente.

B) dá uma visão política de como evoluíram as oportunidades de escolarização.

C) questiona o projeto educacional do país que vigora nos tempos presentes.

D) declara em que consiste a expansão das oportunidades de escolarização.

E) reafirma a necessidade de se ampliar o ideal de universalização da escola brasileira.

12. Releia o fragmento: Não tendo um projeto claro, pouco a pouco, baixaram-se as expectativas dos objetivos a serem atingidos por se prejulgar que a clientela era “fraca”. As aspas que aparecem em: a clientela era “fraca”, têm a função de indicar que:

A) se trata de um emprego distante do nível formal exigido pela língua escrita.

B) se trata de uma palavra com sentido figurado: uma espécie de metáfora.

C) o trecho corresponde a uma citação de um outro texto, de autoria reconhecida.

D) a palavra tem vários significados, e seu uso aqui tem um sentido literal.

E) se reconhece como inadequado o significado da palavra aspeada nesse contexto.

TEXTO 2

CAPÍTULO VDA EDUCAÇÃO ESPECIALArt. 58. Entende-se por educação especial, para efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais.

§ 1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio, especializado, na escola regular, para atender às peculiaridades da clientela da educação especial.

§ 2º O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular.

§ 3º A oferta de educação especial, dever constitucional do Estado, tem início na faixa etária de zero a seis anos, durante a educação infantil.Fragmento do texto da Lei 9394/96, de 20 de dezembro de 1996.

13. No texto , a oferta da educação especial é dada como:

A) um dever garantido pela nossa Constituição.B) um direito restrito às crianças que não podem

freqüentar a escola.C) um dever da Escola.D) um direito exclusivo das crianças de 0 a 6

anos.E) um dever dos pais.

14. O trecho “para atender às peculiaridades da clientela da educação especial” (§ 1º do texto ) indica:

A) adição B) finalidade. C) oposição.D) causa. E) tempo.

15. No mesmo trecho da questão, “peculiaridades da clientela da educação especial” significa:

A) querelas da clientela da educação especial.B) deficiências da clientela da educação

especial.C) disponibilidades da clientela da educação

especial.D) desejos da clientela da educação especial.E) particularidades da clientela da educação

especial.

16. No trecho: “O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular.” (§ 2º), o termo sublinhado se refere a:

A) condições. B) serviços. C) alunos.D) integração. E) função.

TEXTO 3

O problema do uso das ciências

Uma das características mais novas da ciência está em que as pesquisas científicas passaram a fazer parte das forças produtivas da sociedade, isto é, da economia. A automação, a informatização, a telecomunicação determinam formas de poder econômico, modos de organizar o trabalho industrial e os serviços, criam profissões e ocupações novas, destroem profissões e ocupações antigas, introduzem a velocidade na produção de mercadorias e em seu consumo, modificando padrões industriais, comerciais e estilos de vida. A ciência tornou-se parte integrante e indispensável da atividade econômica. Tornou-se agente econômico e político.

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Além de fazer parte essencial da atividade econômica, a ciência também passou a fazer parte do poder político. Não é por acaso, por exemplo, que os governos criem ministérios e secretarias de Ciência e Tecnologia e que destinem verbas para financiar pesquisas civis e militares. Do mesmo modo que as grandes empresas financiam pesquisas e até criam centros e laboratórios de investigação científica, também os governos determinam quais ciências serão desenvolvidas e, nestas, que pesquisas serão financiadas.Essa nova posição das ciências na sociedade contemporânea, além de indicar que é mínimo ou quase inexistente o grau de neutralidade e de liberdade dos cientistas, indica também que o uso das ciências define os recursos financeiros que nelas serão investidos.

A sociedade, porém, pouco tem lutado pelo direito de interferir nas decisões de empresas e governos quando estes decidem financiar um tipo de pesquisa em vez de outro. Dessa maneira, o campo científico torna-se cada vez mais distante da sociedade.

Um exemplo da luta social para interferir nas decisões sobre as pesquisas e seus usos encontra-se nos movimentos ecológicos, no novo movimento da genética e em muitos movimentos sociais ligados a reivindicações de direitos. De modo geral, porém, a ideologia cientificista tende a ser muito mais forte do que esses movimentos, os quais, em decorrência dos poderes econômicos, políticos e militares envolvidos, tendem a limitar o seu poder de ação. (Marilena Chauí, Convite à Filosofia, 2003, pp. 239-240. Adaptado.)

17. Leia o Texto 3 e procure apreender pontos centrais de seu conteúdo global e de seus objetivos comunicativos.

I. O objetivo central do texto é possibilitar a reflexão sobre as condições sociais de se promover, no momento atual, o desenvolvimento da ciência.

II. A idéia central que perpassa todo o texto concerne às implicações econômicas e políticas que interferem nos destinos e nos usos do conhecimento científico.

III. O tópico central, no desenvolvimento do texto, se bifurca em dois subtópicos. A expressão ‘Além de’, no início do segundo parágrafo, constitui a marca dessa divisão.

IV. O texto se omite quanto à análise das repercussões que podem ter as novidades científicas. Ou seja, os fatos são vistos fora de suas possíveis implicações.

V. Segundo a autora, a interferência da sociedade nos destinos da ciência, apesar da ação de diferentes movimentos, parece gozar apenas de limitados poderes.

A afirmativa é verdadeira apenas nos itens

A) II, III e IV. B) II e IV. C) I, II e III.D) I, II, III e V. E) IV e V.

18. Existem informações contidas no Texto 3 que apóiam determinadas conclusões, tais como:

I. Nem sempre a pesquisa científica constituiu uma das forças produtivas da sociedade, o que, de certa forma, concedia à ciência maior autonomia frente ao poder econômico.

II. A mobilidade com que o mundo das profissões se manifesta é decorrência também da constante renovação no âmbito das descobertas científicas.

III. A investigação científica representa um domínio social independente e, como tal, afirma seu destino e define seus objetivos acima de qualquer contingência histórica.

IV. Os cientistas, nas sociedades contemporâneas, experimentam as garantias da neutralidade da ciência, pelo que têm assegurado o livre arbítrio sobre seus objetos de estudo.

V. A intervenção da sociedade sobre os usos das invenções científicas tende a ser enfraquecida pelo poder de ação das ideologias que cercam o universo da ciência.

Assinale a alternativa que apresenta as afirmativas corretas.

A) II, III e IV, apenas. B) I, III e IV, apenas. C) III, IV e V, apenas. D) II e V, apenas. E) I, II e V, apenas.

19. Certos fragmentos cumprem, em determinados pontos do texto 3, diferentes funções. Analise como estão descritas abaixo algumas dessas funções.

I. O fragmento “A ciência tornou-se parte integrante e indispensável da atividade econômica. Tornou-se agente econômico e político” cumpre a função de sintetizar a idéia principal do primeiro parágrafo.

II. O fragmento: “Não é por acaso que”, no segundo parágrafo, expressa a convicção de que há um fundamento para o que foi afirmado no segmento anterior do texto. Sinaliza, então, uma relação de causa e conseqüência.

III. Os fragmentos: “além de indicar” e “indica também”, no terceiro parágrafo, mostram que esse parágrafo se constrói à volta de uma relação semântica de adição. Mais de um argumento é, portanto, apresentado no parágrafo.

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IV. No fragmento: “A sociedade, porém, pouco tem lutado”, a expressão sublinhada indica que a direção dos argumentos apresentados se mantém. Não existem, pois, sentidos contrários na linha argumentativa em torno da qual o texto se desenvolve.

V. O fragmento “em decorrência dos poderes econômicos”, no último parágrafo, tem a função de explicitar a causa dos fatos anteriormente mencionados. Dessa forma, tem também um valor coesivo ou de articulação entre partes do texto.

Assinale a alternativa que apresenta as afirmativas corretas.

A) I, II, III e V, apenas. B) I, III e IV, apenas. C) II, IV e V, apenas. D) II e V, apenas. E) I, II e V, apenas.

TEXTO 4

“– Haveis de entender, começou ele, que a virtude e o saber têm duas existências paralelas, uma no sujeito que as possui, outra no espírito dos que o ouvem ou contemplam. Se puserdes as mais sublimes virtudes e os mais profundos conhecimentos em um sujeito solitário, remoto de todo contato com outros homens, é como se eles não existissem. Os frutos de uma laranjeira, se ninguém os gostar, valem tanto como as urzes e plantas bravias, e, se ninguém os vir, não valem nada; ou, por outras palavras mais enérgicas, não há espetáculo sem espectador.” (Machado de Assis, O segredo do bonzo, In: Obra completa, Rio de Janeiro: 1997.)

20. As idéias contidas no fragmento da obra de Machado ressaltam que:

I. As coisas ganham sentido se tiverem uma destinação externa a si mesmas. Daí a referência a “existências paralelas”.

II. Sem interação humana, a virtude e o saber se anulam; são como frutos cujo sabor ninguém experimenta.

III. Um sujeito solitário rejeita todo contato remoto com outros homens; “é como se eles não existissem.”

IV. Como as urzes e as plantas bravias, a virtude e o conhecimento são facilmente perceptíveis por quem os tem.

V. A existência da virtude e do conhecimento exige a dimensão social da partilha; isto é, exige comunhão e público.

Estão corretas as afirmações que constam nos itensA) I e II, apenas. B) I, III e IV, apenas. C) III, IV e V, apenas. D) II e V, apenas. E) I, II e V, apenas.

TEXTO 5Tanto duvidaram dele, da teoria daquele jovem gênio musical, que ele resolveu provar pra si mesmo, empiricamente, a teoria de que não existem animais selvagens. Que os animais são tão ou mais sensíveis do que os seres humanos. E que são sensíveis sobretudo ao envolvimento da música, quando esta é competentemente interpretada. Por isso, uma noite, esgueirou-se sozinho pra dentro do Jardim Zoológico da cidade e, silenciosamente, se aproximou da jaula dos orangotangos. Começou a tocar baixinho, bem suave, a sua magnífica flauta doce, ao mesmo tempo em que abria a porta da jaula. Os macacões quase que não pestanejaram. Se moveram devagarinho, fascinados, apenas pra se aproximar mais do músico e do som. O músico continuou as volutas de sua fantasia musical enquanto abria a jaula dos leões. Os leões, também hipnotizados, foram saindo, pé ante pé, com respeito que só têm os grandes aficionados da música. E assim a flauta continuou soando no meio da noite, mágica e sedutora, enquanto o gênio ia abrindo jaula após jaula e os animais o acompanhavam, definitivamente seduzidos, como ele previra. Uma lua enorme, de prata e ouro, iluminava os jacarés, elefantes, cobras, onças, tudo quanto é animal de Deus ali reunido, envolvidos na sinfonia improvisada no meio das árvores. Até que o músico, sempre tocando, abriu a última jaula do último animal – um tigre. Que, mal viu a porta aberta, saltou sobre ele, engolindo músico e música – e flauta doce de quebra. Os bichos todos deram um oh! de consternação. A onça, chocada, exprimiu o espanto e a revolta de todos: -- Mas, tigre, era um músico estupendo, uma música sublime! Por que fez isso? E o tigre, colocando as patas em concha nas orelhas, perguntou: -- Ahn? O quê, o quê? Fala mais alto, pô!Moral: os animais também têm deficiências humanas.FERNANDES, Millôr. 100 fábulas fabulosas. Rio de Janeiro: Record, 2003. p. 127-128.

21. Em relação ao texto 5, observe os fragmentos e analise o que se propõe.

I. “E que são sensíveis sobretudo ao envolvimento da música, quando esta é competentemente interpretada.”

- A expressão destacada completa o termo sobretudo, que, por sua vez, possui função intensificadora do sentido expresso pelo verbo.

II. “Começou a tocar baixinho, bem suave, a sua magnífica flauta doce...” - O sinal indicativo da crase, antes do pronome possessivo, é opcional; assim, sua omissão não compromete o sentido pretendido. No

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fragmento acima, a alternativa da crase opcional não existe.

III. “...que ele resolveu provar pra si mesmo, empiricamente, a teoria de que não existem animais selvagens.” - O segmento grifado complementa o sentido da forma verbal destacada em negrito.

IV. “Tanto duvidaram dele, da teoria daquele jovem gênio musical, que ele resolveu provar pra si mesmo...”

O segmento destacado mantém com o anterior uma relação que expressa a idéia de concessão.

V. “Que, mal viu a porta aberta, saltou sobre ele...”

A palavra em destaque, entre outros sentidos, passa a idéia de proporcionalidade.

Assinale a alternativa que contempla a(s) afirmativa(s) correta(s).

A) I, II e IV. B) II, III e V. C) I, III, IV e V. D) I, apenas. E) II, apenas.

22. Analise, ainda, os comentários feitos a partir de certos aspectos gramaticais do texto 5.

I. “Por isso, uma noite, esgueirou-se sozinho pra dentro do Jardim Zoológico da cidade...”

A palavra agüentar apresenta trema. Confrontando-a com “esgueirou-se”, percebe-se, em ambas, a perfeita correspondência entre letra e som.

II. “...fascinados, apenas pra se aproximar mais do músico e do som.”

O termo sublinhado revela um registro característico da língua informal e imprime ao enunciado um caráter de espontaneidade.

III. “E que são sensíveis sobretudo ao envolvimento da música, quando esta é competentemente interpretada.”

Nesse fragmento, o uso da vírgula serve para destacar a informação principal veiculada no segmento sublinhado.

IV. “Até que o músico, sempre tocando, abriu a última jaula do último animal - um tigre.”

Como recurso de sinalização, o travessão se apresenta, neste enunciado, para indicar a fala de “viva voz” do tigre que se envolve na trama do relato.

V. “Os bichos deram um oh! de consternação.” A exclamação feita pelos animais, no

fragmento acima, expressa uma atitude de assentimento.

Assinale a alternativa que contempla a(s) afirmativa(s) correta(s).A) I, II e IV. B) II, III e V. C) I, III e IV D) II, apenas.E) III, apenas

4. Sintaxe do Período

Antes de se iniciar esse assunto, vale ressaltar que período é uma frase organizada em uma ou mais orações e terá tantas orações quanto for o número de verbos ou locuções verbais.

Período Simples : é aquele formado por apenas uma oração.Período Composto: é aquele formado por duas ou mais orações.

CLASSIFICAÇÃO

As relações que se estabelecem entre as orações do período composto são de três tipos:Subordinação: relação que liga uma oração principal a uma ou mais de uma oração subordinada.Coordenação: relação entre orações independentes, do mesmo valor.Coordenação e Subordinação: relação entre orações subordinadas e coordenadas entre si.

PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO

As orações subordinadas podem ser:

SUBSTANTIVAS: exercem função de substantivo.

Ele admitiu que foi derrotado (b) (a) Oração principal (b) Oração subordinada – desempenha a função de objeto direto da oração anterior.

ADJETIVAS : exercem função de adjetivo.

A mulher que trabalha é independente. (a) (b) (a)

Oração principal Oração subordinada (= adjunto adnominal)ADVERBIAIS : exercem função de advérbio. Viajamos quando podemos. (a) (b)

(a) Oração principal(b) Oração subordinada (= adjunto adverbial)

ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS

Apresentam o valor de um substantivo e, sintaticamente, a função de sujeito, objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, predicativo do sujeito e aposto. Elas podem apresentar-se em forma desenvolvida ou reduzida de infinitivo.

Para mais fácil reconhecimento da função sintática de uma oração substantiva, podemos substituí-la pelo pronome demonstrativo ISTO: a função que couber ao pronome indicará a função exercida pela oração.

CLASSIFICAÇÃO

SUBJETIVAS

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Toda vez que a oração principal apresentar os casos abaixo, a oração subordinada substantiva será subjetiva:

1. Verbo de ligação + predicativo;2. Verbo unipessoal (constar, parecer,

convir, interessar, etc.);3. Verbo na voz passiva.

É conveniente que você regresse.No relatório consta que ele faltou.Foi divulgado que você retornaria.

OBJETIVAS DIRETAS

A oração desempenha função de objeto direto.A prefeitura exigiu que tudo fosse pago.Veja se ele está bem de saúde.

Em frases interrogativas indiretas, as orações subordinadas substantivas objetivas diretas podem ser introduzidas pela conjunção integrante se e por pronomes ou advérbios interrogativos.Ninguém soube se ele foi ao trabalho.Ninguém sabe como tudo aconteceu.Ninguém sabe onde é o shopping.Ninguém sabe quanto custa o tratamento.

OBJETIVAS INDIRETASA oração desempenha função de objeto indireto.Seus amigos confiam em que você vença.Aconselha-o a que trabalhe mais.

COMPLETIVAS NOMINAISPossuem a função de complemento nominal de um substantivo ou adjetivo da oração principal.Estava ansioso por que voltasses.Sou favorável a que o prendam.

PREDICATIVASExercem função de predicativo do sujeito da oração principal.Nossa preocupação era que chovesse.O fato é que eles não trabalham.

APOSITIVASServem de aposto.Só desejo uma coisa: que sejam felizes.__________________________________

EXERCÍCIOS:

01. Classifique as orações subordinadas substantivas de acordo com o seguinte código:

S – subjetivaOD – objetiva direta

_____ O rei berrou que estava cheio dos sermões da rainha._____Convém que você fuja imediatamente._____Conta-se que naquela torre habita uma bruxa._____Contam que naquela torre habita uma bruxa._____É provável que ele chegue ainda hoje._____Parece que eles chegaram à cidade._____Ela afirmou categoricamente que o episódio não era verdadeiro._____Comenta-se que poucos foram reprovados.

02. Anteponha aos períodos OI quando houver oração substantiva objetiva indireta e CN se ocorrer completiva nominal.

_____Tenho a certeza de que Valdir irá ajudá-la muito._____Joana agarrava-se loucamente à esperança de que Dedé haveria de voltar._____Eles agora se convenceram de que o estudo é indispensável.

03. Assinale a alternativa cuja oração é predicativa:

A) É claro que eles não virão.B) Acontece que ela sumiu.C) Sabe-se que a notícia não é verdadeira.D) Parece que tudo mudou.E) O certo foi que tudo morreu.

04. Assinale o único item em que a oração sublinhada não exerce a mesma função.

A) Ignora-se como se deu o acontecimento.B) Argumenta-se que o país não tem tecnologia

competitiva.C) Já se percebia que o tempo estava nublado.D) Esqueça-se de que ainda há problemas.E) Sabia-se que seria impossível a vitória da

seleção do Chile.

05. Em “É possível que comunicasses sobre política”, a segunda oração é:

A) subordinada substantiva objetiva direta.B) subordinada substantiva predicativa.C) subordinada substantiva apositiva.D) subordinada substantiva subjetiva.E) principal.

06. Classifique a oração subordinada nessa passagem de Drummond: “Meu pai dizia que os amigos são para as ocasiões”.

A) subordinada substantiva objetiva indiretaB) subordinada substantiva objetiva diretaC) subordinada substantiva completiva nominalD) subordinada substantiva predicativaE) subordinada substantiva conclusiva.

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07. Na frase: “Suponho que nunca teria visto um homem”, a subordinada é:

A) substantiva predicativaB) substantiva completiva nominalC) substantiva objetiva diretaD) substantiva subjetivaE) substantiva apositiva

ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS

Apresentam o valor de um adjetivo, pois quase sempre modificam um termo antecedente a elas. Funcionam, sintaticamente, como adjunto adnominal e, às vezes, como se fossem um aposto explicativo.

CLASSIFICAÇÃO

EXPLICATIVAS

Explicam ou esclarecem, à maneira de aposto, o termo antecedente, atribuindo-lhe uma qualidade que lhe é inerente ou acrescentando-lhe uma informação. Na escrita, a adjetiva explicativa é sempre isolada por vírgulas.Deus, que é bom, perdoa sempre.A casa, cujo dono viajou, foi vendida.

RESTRITIVAS

Não aparece isolada por vírgulas e serve para restringir o sentido de seu antecedente.O homem que trabalha é útil à sociedade.Pedra que rola não cria limo.

Exercícios

08. Ponha as orações adjetivas entre colchetes e escreva E para explicativas e R para restritivas:

_____A mãe, que era surda, estava na sala com ela._____Ela reparou nas roupas curiosas que as crianças usavam._____Ele próprio desculpou a irritação com que lhe falei._____É preciso gozarmos a vida, que é breve._____Tem nas faces o branco das areias com que lhe falei._____Esse professor de que falo era um homem magro e triste._____Onde está a vela do veleiro que o mar engoliu?_____ Era a máquina mais complicada que ele conhecia.

09. Classifique a oração subordinada que aparece no seguinte período: “O presidente, que sempre foi gentilíssimo, acolheu-o afavelmente”.__________________________________________________________________________________________________________________

10. “Meu pai, que havia arrancado três dentes, não pôde viajar naquele dia”.A oração destacada classifica-se como:

A) adverbial temporalB) substantiva predicativaC) adjetiva restritivaD) substantiva apositivaE) Adjetiva explicativa

11. Assinale a alternativa em que há uma oração subordinada adjetiva:

A) Sinto que tudo isso possui uma riqueza invisível.

B) Por causa da forte claridade que iluminava o terreiro, as figuras dos negros tinham expressões sinistras.

C) Que acontece aos pensamentos, mesmo aos melhores, depois que partem, depois que se desprendem de nós?

D) Por aqui ainda se conhece a fruta-pão, a jaca, o sapoti, o cambucá, mas receio que não seja por muito tempo.

E) Uma vez que a vida é sem fim, inutilmente o relógio marca o dia e a noite.

ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS

As orações subordinadas adverbiais exercem a função de adjunto adverbial em relação à oração principal de que dependem. Normalmente, são introduzidas pelas seguintes conjunções e locuções conjuntivas:

CONJUNÇÕES:

CAUSAIS: porque, visto que, já que, como, etc.

CONCESSIVAS: embora, conquanto, ainda que, mesmo que, posto que, por mais que, por menos que, se bem que, nem que, etc.

CONDICIONAIS: se, caso, salvo se, contanto que, a menos que, etc.

COMPARATIVAS: tal como, como, quanto (mais...) do que, (menos...) do que, (tanto) quanto, etc.

CONFORMATIVAS: como, conforme, segundo, consoante.CONSECUTIVAS: que (precedido de tal, tão, tanto, tamanho), de sorte que, de maneira que, de modo que, sem que, etc.

FINAIS: a fim de que, para que, que (=para que).

PROPORCIONAIS: à proporção que, ao passo que, à medida que, quanto mais, etc.

TEMPORAIS: quando, enquanto, logo que, assim que, depois que, até que, mal (= logo que), etc.

As orações subordinadas adverbiais classificam-se de acordo com a circunstância que exprimem, e essas circunstâncias recebem

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os mesmos nomes das conjunções e locuções conjuntivas subordinativas acima esquematizadas. São elas:

CAUSALIndica o motivo determinante da realização ou não-realização do que se declara na oração principal:As ruas foram alagadas porque o rio transbordou.Como não se planejou a obra, os trabalhos falharam.

CONCESSIVA

Expressa um fato que poderia opor-se à realização de outro fato principal, mas que não influenciará no cumprimento deste.

Josefa vestia-se bem, embora fosse pobre.Beba, nem que seja um pouco.

CONDICIONAL

Apresenta a circunstância de que depende a realização do fato principal. Tais orações devem expressar:Um fato de realização impossível:Se eu tivesse dinheiro, comprar-lhe-ia uma casa.

Um fato cuja realização é possível, provável ou desejável.Se você não vier, ficaremos tristes.

Desejo, esperança, pesar:Se a gente for mais humano, o mundo será melhor.Se a gente não envelhecesse...

COMPARATIVA

Contém fato ou ser comparado a fato ou ser mencionado na oração principal. A conjunção mais empregada é como; além dela, utilizam-se com muita freqüência as estruturas tão...como, mais (do) que, menos (do) que.Ele era arrastado pela vida como uma folha pelo vento.Sua disposição é tão mole como uma papa.

Obs: É freqüente, nas orações comparativas, a omissão de verbo que já apareceu na oração principal:Ninguém o conhece melhor do que eu (o conheço).

CONFORMATIVA

Esse tipo de oração traduz a conformidade de um pensamento com o pensamento contido na oração principal.As coisas não são como dizem.Fiz o bolo como ensina a receita.Como se costuma fazer nesses casos, o pai levou a filha à igreja.

CONSECUTIVA

A oração consecutiva exprime o resultado de uma ação intensificada na oração principal. Em seu tipo mais característico apresenta-se encabeçada pela conjunção "que" precedida das partículas de intensidade tão, tal, tanto, tamanho - algumas vezes subentendidas.Minha mão tremia tanto que mal podia escrever.Ontem estive doente, de sorte que não saí.

FINAL

Indica a finalidade daquilo que se declarou na oração principal.Afastou-se depressa para que não o víssemos.Forçaram a porta para conseguir sair.Fiz-lhe sinal que se calasse.

PROPORCIONAL

Denota aumento ou diminuição que se faz paralelamente, no mesmo sentido ou em sentido contrário, a outro aumento ou diminuição.À medida que se vive, mais se aprende.À proporção que subíamos, o ar ia ficando rarefeito.

TEMPORAL

Traz à cena um acontecimento ocorrido antes de outro, depois de outro, ou ao mesmo tempo que outro.Venha somente quando quiser.Desde que o mundo existe, sempre houve guerras.Não devemos falar enquanto comemos.

Exercícios

12. Assinale a alternativa em que as orações destacadas nos períodos abaixo estão corretamente classificadas:

“ Nunca a vi desde que me entendo por gente, e do tempo de garoto não guardo a menor lembrança dela.”

“... como não pode passar sem o meu trabalho, vai me levar também.”

“ Se excluirmos o aspecto reivindicatório, isso era algo parecido com o que fazem os ratos.”

A) adverbial causal, adverbial causal, adverbial comparativa

B) adverbial temporal, adverbial comparativa, adverbial comparativa

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C) adverbial temporal, adverbial causal, adverbial condicional

D) adverbial concessiva, adverbial comparativa, adverbial condicional

E) adverbial causal, adverbial conformativa, adverbial condicional

13. Leia, com atenção, os períodos abaixo:

I. Caso haja justiça social, haverá paz.II. Embora a televisão ofereça imagens

concretas, ela nem sempre fornece uma reprodução fiel da realidade.

III. Como todas aquelas pessoas estavam juntas, não se escutou um único ruído.

Assinale a alternativa que apresenta, respectivamente, as circunstâncias indicadas pelas orações destacadas:

A) tempo, concessão, comparaçãoB) tempo, causa, concessãoC) condição, conseqüência, comparaçãoD) condição, concessão, causaE) concessão, causa, conformidade

14. A circunstância indicada pelo trecho destacado não está adequada em:

A) Como se vê, a pesquisa do Dr. Zisman é muito importante. (conformação)

B) Os bebês são considerados pigmeus, desde que não apresentem três quilos de peso. (condição)

C) Os bebês são tão pequenos, que são considerados pigmeus. (conseqüência)

D) Caso eu saiba a causa do seu choro, eu lhe darei atenção. (causa)

E) Ainda que sejamos um país subdesenvolvido, não podemos aceitar que nasçam tantas crianças subnutridas. (concessão)

15. Leia o texto e julgue se a afirmativa abaixo está correta (C) ou errada (E).

“ Dito isto, expirei às duas horas da tarde de uma sexta-feira do mês de agosto de 1869, na minha bela chácara de Catumbi quando[1] tinha uns sessenta e quatro anos, rijos e prósperos; era solteiro, possuía cerca de trezentos contos e fui acompanhado ao cemitério por onze amigos. Quando[2], porém, tiveres chegado a essa idade, podes pensar como eu.” (fragmento do Texto 9 adaptado para esta questão)______ Nas orações grifadas acima, a conjunção “quando” apresenta-se duas vezes, exprimindo, todavia, relações semânticas diferentes.

PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO

No período composto por coordenação as orações não têm função sintática. Na

coordenação, ligam-se orações com o mesmo valor.Conforme a natureza das relações que as ligam, as orações independentes coordenadas classificam-se da mesma forma pela qual se classificam as conjunções coordenativas:

ADITIVAS: e, nem, mas também, etc.

ADVERSATIVAS: mas, porém, todavia, contudo, entretanto, ao passo que, não obstante, etc.

ALTERNATIVAS: ou, ou....ou, ora...ora, já...já, quer....quer, etc.

CONCLUSIVAS: logo, portanto, por isso, pois (após o verbo), etc.

EXPLICATIVAS: que , porque, porquanto, pois (antes do verbo), etc.

As orações coordenadas podem apresentar-se com conjunção (sindéticas) ou sem conjunção (assindéticas). As coordenadas sindéticas podem ser:

ADITIVAS: exprimem soma de idéias.O agricultor colheu o trigo e o vendeu.Parou e pensou.

ADVERSATIVAS: revelam oposição, ressalva, contraste de idéias.Muito já foi prometido, mas pouco foi feito.A cidade não é bonita, contudo agrada.

ALTERNATIVAS: revelam idéias que se alternam ou se excluem.Ou você corre ou abandona a corrida.

CONCLUSIVAS: revelam a conclusão de um raciocínio. As árvores balançam, logo está ventando. O mal é irremediável; deves, pois, conformar-te.

EXPLICATIVAS: revelam uma justificativa para ordem ou hipótese contidas na oração anterior.Não dirija bêbado, pois pode se matar.Não o perturbe, que ela precisa trabalhar.

Exercícios

16. No trecho: “Um romance, pois, pode começar como o autor quiser”, a palavra destacada:

A) tem sentido explicativo e pode ser substituída por porque

B) tem sentido adversativo e pode ser substituída por mas

C) tem sentido conclusivo e pode ser substituída por portanto

D) tem sentido explicativo e pode ser substituída por mas também

E) tem sentido conclusivo e pode ser substituída por todavia

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17. No trecho “a nossa língua (...) não está em perigo de desaparecimento, muito menos de mistura”, a expressão sublinhada expressa, e de forma enfática, uma relação de:

A) adição. B) oposição. C) concessão. D) explicação. E) conclusão.

18. No trecho: ”Uma atitude mais construtiva é, pois, reconhecer os fatos, aceitar nossa língua como ela é”, a expressão destacada:

A) sinaliza oposição e equivale a ‘no entanto’.B) indica conclusão e equivale a ‘portanto’.C) inicia uma explicação e equivale a ‘que’.D) exprime temporalidade e equivale a ‘logo’.E) expressa comparação e equivale a ‘como’.

ORAÇÕES REDUZIDAS

São aquelas que não apresentam conjunções, sendo introduzidas por um verbo em uma de suas formas nominais (infinitivo, gerúndio, particípio). Classificam-se da mesma forma que as orações desenvolvidas.

Não convém procederes assim. Não convém que procedas assim.Oração subordinada substantiva subjetiva, reduzida de infinitivo.

Mesmo oprimidos, não cederemos. [Embora sejamos oprimidos, não cederemos.]Oração subordinada adverbial concessiva, reduzida de particípio.

Exercícios

19. Nos períodos abaixo estão destacadas as orações reduzidas. Classifique-as, de acordo com a forma verbal, em:

RG – reduzida de gerúndioRI – reduzida de infinitivoRP – reduzida de particípio

A) Concluído o teatro, haverá uma grande festa de inauguração. ( )

B) Encontramos, na feira, um rapaz distribuindo folhetos de propaganda. ( )

C) Seria necessário, agora, refazer todos os cálculos. ( )

20. Classifique as orações reduzidas em destaque:

A) Só te falta uma coisa: seres mais humilde.______________________________________

B) Deixai vir a mim as criancinhas.______________________________________

C) Havia, na esquina, uma velha vendendo flores.

______________________________________

D) É necessário partires imediatamente.______________________________________

E) Chegando à estação, compraremos os bilhetes.

______________________________________

F) Viam-se flores caindo.______________________________________

21. Leia atentamente o período: “Eu vi um elefante andando na rua”.Note que o uso inadequado da oração reduzida torna-o ambíguo. Explique a ambigüidade contida no período.____________________________________________________________________________

22. Em relação ao trecho:“... e no fim declarou-me que eu tinha medo de que você me esquecesse” as orações destacadas são, respectivamente:

A) subordinada substantiva objetiva indireta, subordinada substantiva objetiva direta

B) subordinada substantiva predicativa, subordinada substantiva objetiva direta

C) subordinada substantiva objetiva direta, subordinada substantiva completiva nominal

D) subordinada substantiva objetiva direta, subordinada substantiva objetiva indireta.

E) subordinada substantiva subjetiva, subordinada substantiva predicativa.

23. Sobre o trecho:

“ A questão era conseguir o Engenho Vertente, com o seu riacho que poderia descer em nível para irrigação das terras que dariam flor-de-cuba para uma Catunda ” , é correto afirmar:

A) há duas orações subordinadas adjetivas, introduzidas pelo pronome relativo que

B) há, respectivamente, uma oração subordinada substantiva, introduzida pela conjunção integrante que, e uma oração subordinada adjetiva, introduzida pelo pronome relativo que

C) a primeira oração é subordinada adverbial final

D) a última oração é subordinada adverbial final

E) o verbo descer marca o início de uma oração subordinada adverbial reduzida de infinitivo

24. “Como não se portava bem, disse-lhes palavras ásperas, pois é justo que se dêem todas as honras ao ilustre visitante”. A oração grifada é:

A) comparativa B) conformativaC) substantiva objetiva direta D) temporalE) causal

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TEXTO 1Ali vive uma comunidade que fala um idioma apenas assemelhado ao português, tantas são as gírias internas.

25. No texto acima, seria incorreto substituir o trecho assinalado por:

A) já que as gírias internas são muitas.B) que constituem tantas gírias internas.C) porque são muitas as gírias internas.D) de tantas que são as gírias internas.E)uma vez que há muitas gírias internas.

TEXTO 2- Falar português não é difícil – me diz um francês residente no Brasil -, o diabo é que, mal consigo aprender, a língua portuguesa já ficou diferente. Está sempre mudando.E como! No Brasil as palavras envelhecem e caem como folhas secas. Ainda bem a gente não conseguiu aprender uma nova expressão, já vem o pessoal com outra.Não é somente pela gíria que a gente é apanhado. (Aliás, já não se usa mais a primeira pessoa, tanto do singular como do plural: tudo é ‘a gente’.) A própria linguagem corrente vai-se renovando, e a cada dia uma parte do léxico cai em desuso. É preciso ficar atento, para não continuar usando palavras que já morreram, vocabulário de velho que só velho entende.Os que falariam ainda em cinematógrafo, auto-ônibus, aeroplano, estes também já morreram e não sabem. Mas uma amiga minha, que vive preocupada com este assunto, me chama a atenção para os que falam assim:- Assisti a uma fita de cinema com um artista que representa muito bem.Os que acharem natural esta frase, cuidado! Não saberão dizer que viram um filme com um ator que trabalha bem. E irão ao banho de mar em vez de ir à praia, vestidos de roupa de banho em vez de calção ou biquíni, carregando guarda-sol em vez de barraca. Comprarão um automóvel em vez de comprar um carro, pegarão um defluxo em vez de um resfriado, vão andar no passeio em vez de passear na calçada e percorrer um quarteirão em vez de uma quadra. Viajarão de trem de ferro acompanhados de sua esposa ou sua senhora em vez de sua mulher.

A lista poderia ser enorme, mas vou ficando por aqui, pois entre escrever e publicar há tempo suficiente para que tudo que eu disser caia em desuso – é dito e feito.(Fernando Sabino, Folha de S. Paulo, 13/04/1984).

26. Está em consonância com o texto 2 a seguinte idéia:

A) a instabilidade do vocabulário, verificada na língua portuguesa, decorre da introdução, nessa língua, de uma grande quantidade de gírias.

B) a língua com que as pessoas se comunicam cotidianamente preserva suas formas de uso, a fim de possibilitar a intercomunicação social.

C) devemos atentar para as novas palavras que são introduzidas na língua a todo momento; do contrário podemos ser incompreendidos.

D) a dificuldade identificada na língua portuguesa é conseqüência do uso corrente de palavras e expressões que já caíram em desuso.

E) o uso de palavras como ‘cinematógrafo’, ‘auto-ônibus’, ‘aeroplano’, dentre outras, revela, no Brasil de hoje, um esforço de adequação cultural.

27. “No Brasil as palavras envelhecem e caem como folhas secas.” Com essa afirmação, o autor corrobora uma das características presentes em todas as línguas, que é:

A) a efemeridade de seu vocabulário.B) a longevidade de sua estrutura.C) a precariedade de suas regras.D) a dificuldade de sua nomenclatura.E) a instabilidade de sua ortografia.

28. O autor do texto 2 constata que “já não se usa mais a primeira pessoa, tanto do singular como do plural: tudo é ‘a gente’”. Sobre os usos dos pronomes pessoais, no português brasileiro, analise as afirmações a seguir.

1) A forma ‘a gente’, que tem prevalecido em relação a ‘nós’, é uma das marcas do uso informal da língua.

2) Uma construção como ‘nós estudamos’ apresenta duas marcas de ‘pessoa’, uma das quais se encontra inserida na forma verbal.

3) Podemos afirmar que a forma ‘vós’, para designar a segunda pessoa do plural, foi, na língua corrente, substituída pela forma ‘vocês’.

4) Nos usos do Brasil, convivem duas formas de segunda pessoa do singular: ‘tu’ e ‘você’.

Estão corretas:A) 1 e 4 apenas D) 2, 3 e 4 apenasB) 1 e 3 apenas E) 1, 2, 3 e 4C) 2 e 3 apenas

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29. Analisando a função dos elementos do texto 2, destacados abaixo, podemos dizer que eles expressam uma noção temporal.

1) O diabo é que, mal consigo aprender, a língua portuguesa já ficou diferente.

2) Ainda bem a gente não conseguiu aprender uma nova expressão, já vem o pessoal com outra.

3) Aliás, já não se usa mais a primeira pessoa, tanto do singular como do plural: tudo é ‘a gente’.

4) E irão ao banho de mar em vez de ir à praia...

5) A lista poderia ser enorme, mas vou ficando por aqui, pois entre escrever e publicar há tempo suficiente...

Está(ão) correta(s) apenas:A) 1 B) 3, 4 e 5 C) 1 e 2 D) 3 e 4 E) 1, 2 e 4

TEXTO 3

O que é arte, afinal?

As muitas respostas possíveis para a pergunta sobre o que define arte variam imensamente ao longo da história. Durante muito tempo, a arte foi entendida como a representação do belo. Mas o que é o belo? O que essa palavra significa para nós, ocidentais, hoje, e o que significou para os povos do Oriente ou para os europeus que viveram na Idade Média? Na Antiguidade, por exemplo, o belo estava condicionado ao conceito de harmonia e proporção entre as formas. Por esse motivo, o ideal de beleza entre os gregos ganha forma na representação dos seres humanos, vistos como modelo de perfeição. No século XIX, o Romantismo adotará os sentimentos e a imaginação como princípio da criação artística. O belo desvincula-se da harmonia das formas. Do século XX em diante, diferentes formas de conceber o significado e o modo do fazer artístico impuseram novas reflexões ao campo da arte. Desde então, ela deixa de ser apenas a representação do belo e passa a expressar também o movimento, a luz, ou a interpretação geométrica das formas existentes, ou até a recriá-las. Em alguns casos, chega a enfrentar o desafio de representar o inconsciente humano. Por tudo isso, a arte pode ser entendida como a permanente recriação de uma linguagem. Afirma-se também, entre tantas outras possibilidades, como meio de provocar a reflexão no observador sobre o lugar da própria arte na sociedade de consumo ou sobre a relação entre o próprio observador e o objeto observado. Ou seja, a arte pode ser uma provocação, um espaço de reflexão e de interrogação.

Toda criação pressupõe um criador que filtra e recria a realidade e nos permite sua interpretação. A arte, desse ponto de vista, é também o reflexo do artista, de seus ideais, de seu modo de ver e de compreender o mundo. Ou seja, como todo artista está sempre inserido em um tempo, em uma cultura, com sua história e suas tradições, a obra que produz será sempre, em certa medida, a expressão de sua época, de sua cultura. Seria possível acrescentar outras observações, sobre os diversos significados que pode assumir a arte, a cada obra analisada. No entanto, a reflexão feita até aqui é suficiente para dar a medida dos muitos horizontes que a arte nos abre e das realizações que ela possibilita como forma de representação. (Maria Luiza M. Abaurre; Marcela Pontara. Literatura Brasileira – tempos leitores e leituras. São Paulo: Moderna, 2005, pp., 5-

30. Os sentidos das intenções comunicativas expressos no texto 3 nos levam a reconhecer certos elementos de sua composição e construção textual.

I. A forma de composição do texto 3 e as funções comunicativas previstas para ele constituem indicação de que se trata de um texto do tipo expositivo, pertinente aos gêneros da divulgação didática.

II. Predomina, no texto 3, a função referencial, embora se possa reconhecer a presença de elementos da linguagem expressiva e metalingüística. O uso de pronomes de primeira pessoa do plural – significando a inclusão do autor na interação – é um dos sinais dessa expressividade.

III. As alusões históricas a diferentes épocas da cultura universal implicam o recurso ao princípio da intertextualidade, uma vez que põem em cena informações advindas de outras fontes e perspectivas.

IV. As perguntas que aparecem no título e no início do 3º. parágrafo têm um caráter retórico, pois não pressupõem a obtenção de uma informação desconhecida. Esse recurso é inadequado para um texto expresso em linguagem culta formal.

V. No texto 3, os recursos gráficos usados para destacar certos segmentos pretendem enfatizar tópicos mais relevantes do tema tratado. Funcionam, assim, como indicações de pontos salientes para o entendimento global do texto.

A afirmativa é verdadeira apenas nos itens:

A) I, II, III e V. B) I, II e III. C) II, III e IV. D) I, II, IV e V. E) IV e V.

31. Considerando aspectos globais da coerência e da coesão do texto, são aceitáveis as seguintes considerações.

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I. A unidade temática do texto é assegurada por diferentes recursos lingüísticos. A repetição de palavras como ‘arte’, ‘belo’, ‘criação’, entre outras, funciona como um desses recursos, pois expressa a reiteração de um mesmo ponto.

II. No desenvolvimento do texto, o autor optou por desmembrar o tema global, adotando uma perspectiva histórica. O início do 4º., do 5º. e do 6º. parágrafos são pistas desse desmembramento.

III. Pelo percurso do texto, é possível perceber a uniformidade de critério com que o significado da arte foi assentado. De fato, o lugar da arte na sociedade impõe uma visão unilateral da linguagem e de seus observadores.

IV. A relação entre arte e fatores contextuais aparece no texto como eventual; na verdade, a arte é definida como uma forma de representação que se coloca fora das dependências sócio-históricas e culturais.

V. Os ideais artísticos são criações humanas, desde que se limitem ao âmbito do consciente; pertencem, portanto, ao repertório das concepções humanas que regulam a produção dos sentidos objetivos.

Assinale a alternativa que apresenta as afirmativas corretas.

A) I, II, III, IV e V. B) I, II, IV e V, apenas C) I e II apenas. D) I, II e III, apenas. E) I, III e IV, apenas.

32. Como estratégia de manutenção da unidade temática do texto, podemos destacar os seguintes fragmentos e seus respectivos efeitos de sentido.

I. No fragmento: “As muitas respostas possíveis para a pergunta sobre o que define arte variam imensamente ao longo da história.”, o termo grifado funciona como intensificador do verbo ‘define’, embora dele esteja distante.

II. No fragmento: “Ou seja, a arte pode ser uma provocação”, a expressão sublinhada anuncia a ocorrência de uma paráfrase do trecho anterior. A paráfrase, de fato, tende a ocorrer em textos de natureza explicativa.

III. No trecho: “como todo artista está sempre inserido em um tempo, em uma cultura, com sua história e suas tradições, a obra que produz será sempre, em certa medida, a expressão de sua época, de sua cultura”, o fragmento sublinhado expressa um sentido de causalidade.

IV. Em: “A arte, desse ponto de vista, é também o reflexo do artista”, o fragmento sublinhado delimita o âmbito a partir do qual o que é afirmado pode ser considerado como verdadeiro.

V. A expressão sublinhada, em: “No entanto, a reflexão feita até aqui é suficiente para dar a medida dos muitos horizontes que a arte nos abre”, indica que este segmento apresenta

algum tipo de oposição em relação ao conteúdo do segmento anterior.

Estão corretas as afirmações que constam nos itens:

A) I e II, apenas. B) I, II e V, apenas. C) II, III e IV, apenas. D) II, III, IV e V, apenas E) III, IV e V, apenas

TEXTO 4O maiúsculo e o minúsculo(1) É lastimável quando alguém simplifica em demasia as realidades complexas: perde a proporção dos fatos e se põe a fazer afirmações desprovidas de qualquer fundamento. Enquanto essas simplificações permanecem nos limites estritos do idiossincrático, parece não haver maiores problemas, afinal cada um acredita naquilo que bem lhe apraz. Contudo, quando essas simplificações ultrapassam tais limites e começam a sustentar ações com repercussão para além do idiossincrático, a situação se torna, no mínimo, preocupante.(2) É o que tem ocorrido ultimamente com certa discussão em torno da língua. Nessa área, há, sem dúvida, questões maiúsculas a serem enfrentadas. O Brasil precisa desencadear um amplo debate com vista à elaboração de uma nova política lingüística para si, superando os efeitos deletérios de uma situação ainda muito mal resolvida entre nós.(3) Essa nova política deverá, entre outros aspectos, reconhecer o caráter multilingüe do país (o fato de oportuguês ser hegemônico não deve nos cegar para as muitas línguas indígenas, européias e asiáticas que aqui se falam, multiplicidade que constitui parte significativa do patrimônio cultural brasileiro). Ao mesmo tempo, deverá reconhecer a grande e rica diversidade do português falado aqui, vencendo, de vez, o mito da língua única e homogênea.(4) Será preciso incluir, nessa nova política, um combate sistemático a todos os preconceitos lingüísticos que afetam nossas relações sociais e que constituem pesado fator de exclusão social. E incluir, ainda, um incentivo permanente à pesquisa científica da complexa realidade lingüística nacional e à ampla divulgação de seus resultados, estimulando com isso, por exemplo, um registro mais adequado, em gramáticas e dicionários, da norma-padrão real, bem como das demais variedades do português, viabilizando uma comparação sistemática de todas elas, como forma de subsidiar o acesso escolar (hoje tão precarizado) ao padrão oral e escrito.(5) Apesar de termos essas tarefas maiúsculas à frente, foi uma questão minúscula que, a partir de uma grosseira simplificação dos fatos, acabou por tomar corpo em prejuízo de todo o resto: a presença de palavras da língua inglesa em nosso cotidiano.

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(6) Uma observação cuidadosa e honesta dos fatos nos mostra que, proporcionalmente ao tamanho do nosso léxico (composto por cerca de 500 mil palavras), esses estrangeirismos não passam de uma insignificante gota d’água (algumas poucas dezenas) num imenso oceano.(7) Mostra-nos ainda mais (e aqui um dado fundamental): muitos deles, pelas próprias ações dos falantes, estão já em pleno refluxo (a maioria terá, como em qualquer outra época da história da língua, vida efêmera).(Carlos Alberto Faraco. Folha de S. Paulo. 13/05/2001.)

33. A compreensão global dos sentidos e das intenções identificáveis no texto nos leva a destacar os seguintes pontos:

I. O autor desenvolve seu texto sob a perspectiva de uma dicotomia, embora seu propósito comunicativo seja o de defender a inconsistência e a irrelevância de um dos lados da questão.

II. Uma metáfora, expressa desde o título, sustenta sua argumentação. Nesse quadro metafórico, ganham relevo o plurilingüismo da realidade brasileira e seu caráter diversificado.

III. Fruto de uma visão reducionista, a incorporação ao léxico português de estrangeirismos assumiu um caráter de questão fundamental, encobrindo problemas maiores da realidade lingüística nacional.

IV. Segundo o autor, devem ter prioridade, no âmbito das ações lingüísticas relevantes, as questões que, apesar de parecerem periféricas, se fundamentam em uma percepção de caráter idiossincrático.

V. Os ideais de uma língua nacional única e homogênea constituem um dos principais objetivos a serem pretendidos, como forma de assegurar a continuidade do patrimônio cultural brasileiro.

A afirmativa é VERDADEIRA apenas nos itens:

A) I, II e III.B) I, II e IV. C) II, III e IV.D) III, IV e V.E) I, IV e V.

34. Para a manutenção da unidade temática do texto A e de sua coerência, o autor lançou mão de diversos recursos léxico-gramaticais, conforme passamos a comentar em seguida.

I. No âmbito da coesão por conjunções e expressões adverbiais, merece destaque o emprego de contudo (1º. parágrafo – sentido de concessão), de ao mesmo tempo (3º parágrafo – sentido de tempo anterior) e de como (final do último parágrafo – sentido de causalidade).

II. Algumas retomadas referenciais, como em “tais limites”, “ampla divulgação de seus resultados”, “estimulando com isso”, “esses estrangeirismos”, “comparação sistemática

de todas elas”, funcionam como nós da seqüência coesiva do texto. Nessa dimensão, portanto, os pronomes desempenham um papel fundamental.

III. O paralelismo à vista no período com que se inicia o quarto parágrafo (“Será preciso incluir, nessa nova política, um combate sistemático a todos os preconceitos lingüísticos que afetam nossas relações sociais e que constituem pesado fator de exclusão social.”) também representa um recurso sintático-semântico da coesão e da coerência do texto.

IV. A expressão “nova política” foi repetida no texto. Essa recorrência teve como função marcar a concentração do texto em um dos tópicos abordados. Dessa forma, a repetição de palavras destaca-se como um dos recursos que promovem a continuidade do texto.

V. A metáfora do penúltimo parágrafo reitera a idéia de que a inclusão de palavras estrangeiras no léxico do português não representa uma das tarefas mais significativas da lingüística no Brasil.

Assinale a alternativa que apresenta apenas as afirmativas CORRETAS.

A) I, III, IV e V. B) I, II e III. C) III, IV e V. D) I, II e V. E) II, III, IV e V.

35. Apoiados no contexto global em que o texto se desenvolve, podemos admitir, para as palavras destacadas, as seguintes interpretações:

I. “limites estritos do idiossincrático”: quer dizer, limites estritos do pessoal, daquilo que é peculiar a cada um; o prefixo ‘idio’ aponta para isso.

II. “efeitos deletérios de uma situação”: isto é, efeitos imprevisíveis ou eventuais que decorrem de uma situação particular.

III. “preconceitos lingüísticos que afetam nossas relações”: quer dizer, que comprometem, que expõem a perigo nossas relações.

IV. “acesso escolar (...) precarizado”: ou seja, acesso escolar que se tornou inconsistente, minguado, insuficiente; a composição morfológica da palavra nos leva a esse sentido.

V. “muitos deles (...) estão em pleno refluxo”: isto é, muitos deles retrocedem; o prefixo ‘re’, que aparece também em ‘refluir’, tem esse sentido de ‘mover-se para trás’.

Estão CORRETAS as afirmações que constam apenas nos itens:

A) I e II. B) I, II e V. C) I, IV e V. D) II, III e IV.

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E) III, IV e V.

36. A análise das funções discursivas de algumas passagens pontuais do texto 4 nos leva às seguintes considerações:

I. Em: “É lastimável quando alguém simplifica as realidades complexas: perde a proporção dos fatos e se põe a fazer afirmações desprovidas de (...) fundamento.”, o segmento destacado expressa o efeito da circunstância anteriormente referida.

II. Em: “Enquanto essas simplificações permanecem nos limites estritos do idiossincrático, parece não haver maiores problemas”, o autor começa por estabelecer uma circunstância de causa para o que é afirmado.

III. Em: “Essa nova política deverá, entre outros aspectos, reconhecer o caráter multilingüe do país”, está em negrito uma expressão adverbial pela qual o autor pretende generalizar sua afirmação.

IV. O segmento “Apesar de termos essas tarefas maiúsculas à frente” funciona como um sinalizador de que a argumentação em curso vai mudar de direção. Ou seja, outra perspectiva da questão vai entrar em cena.

V. No início do parágrafo final, a expressão ainda mais expressa, além de adição, um sentido de que a informação seguinte tem uma relevância maior que a informação do parágrafo anterior.

Estão CORRETAS as afirmações que constam apenas nos itens:

A) I e II. B) I, II e V. C) II, III, IV e V. D) II, III e IV. E) I, IV e V.

37. O Texto 4 traz referências à questão da variação lingüística. Quanto ao desenvolvimento desse tema, e com base nas informações dadas no texto, analise as seguintes considerações.

I. O Brasil pode ser reconhecido como um espaço geográfico-cultural que abarca línguas de diferentes origens, embora o português seja, no país, a língua dominante.

II. A hegemonia do português de que fala o texto 4 significa a superioridade intrínseca dessa língua em relação às outras aqui faladas. As línguas indígenas, por exemplo, são línguas mais pobres que o português.

III. Os preconceitos lingüísticos têm funcionado como fatores de discriminação social. Isso se deve ao fato de que existem grandes simplificações em torno das questões lingüísticas, concretamente, em torno das variedades do português.

IV. Pesquisas científicas poderiam fundamentar uma compreensão mais consistente da complexa realidade lingüística nacional, a

qual não se deve render a simplificações peculiares a determinados grupos sociais.

V. A visão de uma língua única e homogênea, com uma norma-padrão devidamente registrada, poderia subsidiar um ensino mais satisfatório e relevante da língua portuguesa.

Estão CORRETAS apenas as considerações feitas nos itens:.

A) I e II. B) I, III e IV. C) I e IV. D) I e V. E) III, IV e V.

TEXTO 5 em latim“porta” se diz “janua”e “janela” se diz “fenestra”a palavra “fenestra”não veio para o portuguêsmas veio o diminutivo de “janua”,“januela”, “portinha”que deu nossa “janela”“fenestra” veiomas não como esse ponto da casaque olha o mundo lá fora,de “fenestra”, veio “fresta”,o que é coisa bem diversa.Já em inglês“janela” se diz “window”porque por ela entrao vento (“wind”) frio do nortea menos que a fechemoscomo quem abreo grande dicionário etimológicodos espaços interiores. (Paulo Leminski,

09. O poema, em sua simbologia, pretende ressaltar que:

1) as palavras têm uma trajetória histórica e podem transitar de uma língua para outra.

2) as palavras vindas de outras línguas diminuem a força comunicativa da língua que as recebe.

3) as palavras de uma língua refletem diferentes aspectos da comunidade em que é falada.

Está(ão) correta(s):A) 1, 2 e 3 B) 1 e 2 apenas C) 1 e 3 apenasD) 2 apenas E) 3 apenas

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