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Portugal global Pense global pense Portugal Setembro 2014 // www.portugalglobal.pt Entrevista António Lobo Xavier Reforma do IRC Mais competitividade e internacionalização 6 Destaque Roadshow Portugal Global Capacitação impulsiona exportações 10 Mercados Ventos de mudança na Tunísia 22 Empresas Paladin e Sendys 18

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EntrevistaAntónio Lobo XavierReforma do IRCMais competitividade e internacionalização 6

DestaqueRoadshow Portugal GlobalCapacitação impulsiona exportações 10

MercadosVentos de mudança na Tunísia 22

EmpresasPaladin e Sendys 18

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sumário

Setembro 2014 // www.portugalglobal.pt

Entrevista // 6A reforma do IRC e os seus efeitos na competitividade das empresas e, consequentemente, da economia é o tema em foco na entrevista a António Lobo Xavier, ex-Presidente da Comissão da Reforma do IRC e especialista em Direito Fiscal.

Destaque // 10A AICEP lançou, em Leiria, o Roadshow Portugal Global, uma iniciativa pioneira que, durante um ano, percorrerá diferentes regiões do país, e que visa promover a capacitação empresarial estratégica nas empresas com projectos de exportação ou já envolvidas na actividade exportadora, mas que procuram um conhecimento actualizado e consolidado em matéria de actuação nos mercados.

Empresas // 18 PALADIN: sabores portugueses nos cinco continentes.SENDYS: internacionalização de sucesso em mercados de língua portuguesa.

Mercado // 22Em plena transição para a democracia, com a economia em período de recuperação depois da chamada “Primavera árabe”, a Tunísia é um mercado em crescimento que abre novas oportunidades ao investimento das empresas portuguesas. As análises do Embaixador português na Tunísia, Luís Faro Ramos, e do director do escritório da AICEP naquele país, Nuno Garcia Várzea. Conheça também o testemunho de duas empresas presentes naquele mercado: Secil e Crafil.

Comércio Internacional // 36 A importância das empresas de transitários no processo de exportação numa análise de António Dias, presidente da APAT – Associação dos Transitários de Portugal.

Análise de risco por país – COSEC // 40Veja também a tabela classificativa de países.

Estatísticas // 43Investimento directo e comércio externo.

AICEP Rede Externa // 46

Bookmarks // 48

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EDITORIAL

// Setembro 2014 // Portugalglobal4

As opiniões expressas nos artigos publicados são da res-

ponsabilidade dos seus autores e não necessariamente

da revista Portugalglobal ou da aicep Portugal Global.

A aceitação de publicidade pela revista Portugalglobal

não implica qualquer compromisso por parte desta

com os produtos/serviços visados.

Revista PortugalglobalAv. 5 de Outubro, 101

1050-051 Lisboa

Tel.: +351 217 909 500

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Propriedadeaicep Portugal Global

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NIFiscal 506 320 120

Conselho de Administração

Miguel Frasquilho (Presidente),

José Vital Morgado,

Luís Castro Henriques,

Pedro Ortigão Correia,

Pedro Pessoa e Costa (Vogais).

Directora

Ana de Carvalho

[email protected]

Redacção

Cristina Cardoso

[email protected]

Vitor Quelhas

[email protected]

Colaboram neste número

António Dias, António Lobo Xavier,

António Manuel Brito, Direcção Grandes Empresas

da AICEP, Direcção de Informação da AICEP,

Direcção Internacional da COSEC,

Direcção PME da AICEP, Luís Faro Ramos,

Nuno Garcia Várzea, Olga Benquerença,

Pedro Ortigão Correia.

Fotografia e ilustração

©Fotolia, Rodrigo Marques.

Publicidade

Cristina Valente Almeida

[email protected]

Secretariado

Cristina Santos

[email protected]

Projecto gráfico

aicep Portugal Global

Paginação e programação

Rodrigo Marques

[email protected]

ERC: Registo nº 125362

São dois os temas fortes desta edição: a capacitação empresarial e a reforma do IRC. Ambos convergem no mesmo esforço que é a captação de investi-mento estrangeiro e o desenvolvimen-to estratégico das empresas e da eco-nomia nacionais.

No contexto deste esforço, a exporta-ção e a internacionalização são decisivas para o bom desempenho das empresas, para a consolidação e maturidade do tecido empresarial e para o crescimen-to sustentado da economia do País. É nesta medida que a AICEP aposta nas empresas mais dinâmicas e na gestão empreendedora, disponibilizando vários apoios, entre os quais as suas iniciativas de capacitação empresarial.

É, pois, no sentido de optimizar e di-versificar a sua oferta de capacitação, hoje constituída por produtos como os “ABC mercado”, “Como vender em…”e “Conferências Portugal Global”, perfeitamente identificados e bem aco-lhidos pelo tecido empresarial, em par-ticular pelo universo PME, que a AICEP acaba de lançar, em Leiria, a primeira edição do Roadshow Portugal Global, uma acção de capacitação empresarial descentralizada que se prolongará até Setembro de 2015.

A partir de agora, este Roadshow irá per-correr 11 cidades, uma por mês, até ao próximo ano, criando um ambiente de concretização de estratégias para a inter-nacionalização da economia portuguesa e propício à dinâmica exportadora, tendo em conta as características do tecido em-presarial de cada região. Neste sentido, serão apresentados em cada sessão dois mercados, nomeadamente de diversifi-cação, explorando-se a especificidade de cada um deles na óptica de um maior e melhor conhecimento por parte das em-

presas, bem como do seu potencial em matéria de oportunidades de negócio.

A par do reforço das acções de capacita-ção empresarial estratégica por parte da AICEP, a entrevista de António Lobo Xa-vier, que liderou a comissão de reforma do IRC de 2013 – na qual tive o privilégio de participar –, que lançou as bases da descida progressiva do imposto sobre as empresas, e promoveu a simplificação da estrutura do imposto (o que terá impacto positivo sobre a internacionalização e na competitividade das empresas portugue-sas, bem como sobre o emprego) vem mostrar como as linhas estratégicas da economia portuguesa estão alinhadas e convergem para um resultado comum.

Sabemos que a par das exportações, o investimento é absolutamente prio-ritário para Portugal e que a redução dos custos fiscais das empresas pode ter um natural efeito positivo sobre o crescimento e o emprego, bem como sobre a atractividade do país – porque a reforma do IRC, além de baixar as ta-xas, criou regimes mais simples e mais “amigos” do investimento, portanto mais facilmente reconhecíveis pela co-munidade dos investidores.

Nesta medida, a reforma converge com as políticas da AICEP para atrair inves-timento, consolidar o tecido empresa-rial, fomentar as exportações e interna-cionalizar as empresas, tanto mais que passámos a dispor de mecanismos fis-cais comparáveis aos que existem nos países europeus reconhecidos pelas suas economias prósperas e por consti-tuírem plataformas adequadas e fiáveis

para os negócios internacionais.

MIGUEL FRASQUILHOPresidente do Conselho de Administração da AICEP

Opções estratégicas

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ENTREVISTA

// Setembro 14 // Portugalglobal6

Com uma carreira marcada pela advocacia, a gestão de empresas, a política e o comentário político, e destacado especialista em Direito Fiscal, António Lobo Xavier liderou, a convite do Governo, a comissão de reforma do IRC que lançou as bases da descida progressiva do imposto sobre as empresas, uma reforma abrangente que promove a simplificação do imposto, a internacionalização e a competitividade das empresas portuguesas, bem como o emprego.

ANTÓNIO LOBO XAVIEREX-PRESIDENTE DA COMISSÃO DE REFORMA DO IRC

REFORMA DO IRCCOMO PROMOVER E FACILITAR O INVESTIMENTO

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ENTREVISTA

Portugalglobal // Setembro 14 // 7

A partir de Janeiro de 2014, o IRC baixou dois pontos percentuais, passando de 25 por cento para 23 por cento. O objectivo do Governo é reduzir gradualmente a carga fiscal das empresas e fixá-la entre 17 e 19 por cento até 2016. Esta redução progressiva, para se manter, depende de que factores?

Depende naturalmente da evolução da consolidação orça-mental e do comportamento da economia portuguesa. Mas eu penso que, tendo sido feito esse anúncio e tendo ele sido rodeado de um consenso político tão alargado, só cir-cunstâncias especiais deveriam fazer inflectir um tal plano.

Na Europa comunitária, os Estados-membros estão confrontados com o difícil desafio de terem de equilibrar os seus orçamentos e promover o crescimento económico ao mesmo tempo. Em Portugal, qual o papel que a actual reforma do IRC desempenha neste equilíbrio?

Quando se procura conter o défice, é naturalmente preci-so olhar para as despesas e para as receitas. Eu creio que, do lado da despesa, ainda temos que melhorar bastante, mesmo tendo em conta as balizas marcadas pelo Tribunal Constitucional. No plano das receitas, precisamos de ter em conta os efeitos das modificações da lei fiscal no crescimen-to do produto a médio prazo. Aí, alguns impostos são mais nocivos do que outros, e não existem grandes dúvidas – sal-vo as de natureza ideológica, de que aqui não cuido – de que o imposto sobre as empresas é o que apresenta reflexos mais delicados no crescimento, no sentido de que a sua elevação ou a sua permanência em níveis elevados pode causar danos apreciáveis no stock de capital de um país. Pode-se dizer que a crise e os ajustamentos da Troika criaram uma janela de oportunidade para uma reforma profunda e abrangente do IRC, em benefício da competitividade das empresas portuguesas?

Eu não diria que a crise criou uma janela de oportunidade. O que me parece é que o que vivemos nos últimos dez anos mostrou suficientemente que não funcionaram os modelos de crescimento assentes num “big government”, em matéria de crescimento da despesa pública e do esforço fiscal, e que, mes-mo sem abrandar a preocupação com o ajustamento, chegou o momento de pensar no investimento e nas empresas.

Há quem sublinhe que não existe um estudo que prove as vantagens da redução da taxa do IRC sobre a competitividade, o crescimento e o emprego. Qual o fundamento para as novas medidas em matéria de IRC?

Existem modelos relativos aos efeitos da redução da tribu-tação das empresas sobre o investimento e, consequente-mente, sobre a receita fiscal. O que pode dizer-se é que esses modelos não foram pensados para épocas de grande incerteza no terreno da confiança política, da solidez do sis-tema financeiro e das dívidas soberanas. O nosso tempo é, especialmente na Europa, um tempo pouco estudado ainda. Mas isso não significa que não se deva agir: o inves-timento é absolutamente prioritário para Portugal e, se se

“A reforma do IRC não se limitou a baixar taxas: criaram-se regimes mais simples e mais ‘amigos’ do investimento, mais facilmente reconhecíveis pela comunidade de investidores, e isso tem necessariamente efeitos positivos.”

tomarem as devidas precauções, a redução dos custos fis-cais das empresas pode ter um natural efeito positivo sobre o crescimento e o emprego. Por isso é tão importante ava-liar continuamente o resultado da reforma, para se poder ter sempre a noção do equilíbrio entre o custo (perda de receita) e o benefício (investimento).

Por outro lado, a reforma do IRC não se limitou a baixar taxas: criaram-se regimes mais simples e mais “amigos” do investimento, mais facilmente reconhecíveis pela comuni-dade de investidores, e isso tem necessariamente efeitos positivos, ainda que não sejam quantificáveis, para já.

Sendo o objectivo do Governo continuar a reduzir a taxa de IRC, a principal meta desta medida é posicionar Portugal como um dos países mais competitivos, em termos fiscais, na União Europeia?

Eu diria, pelo menos, que torna Portugal num país que tri-buta os negócios e as empresas de forma equilibrada, tendo em conta as debilidades estruturais da sua economia e a necessidade imperiosa de crescer. A ideia não é fazer de Portugal uma espécie de paraíso fiscal. A ideia é antes a de

atrair investimento para relançar a economia, para que se criem empresas, para que se recorra mais à mão-de-obra qualificada de que dispomos.

Apesar da reforma do IRC, é claro que esta não depende apenas da alteração da lei. É preciso mudar mentalidades, nomeadamente em matéria de relacionamento, entre as empresas e a administração fiscal?

Sim, claro, a pergunta toca na ferida. Sejamos sinceros: se não conseguirmos mudar também o estilo de relação entre as empresas e a administração tributária, esta reforma pode suscitar mais problemas do que vantagens. Tenho a certeza de que o SEAF (Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais) está consciente disso, e que vem actuando em conformida-de com essa preocupação.

Neste sentido, em matéria de IRC existe um código de boas práticas tributárias, no qual as empresas se comprometem a práticas de transparência e rigor?

Para as empresas, as boas práticas equivalem a cumprir a lei e a fornecerem a informação solicitada. Para a AT (Autoridade Tributária), as boas práticas consistem em aplicar a lei com o mínimo de custos para o estado e para os contribuintes,

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ENTREVISTA

// Setembro 14 // Portugalglobal8

tudo. Nesse domínio, a nossa preocupação foi especialmen-te a de simplificar as obrigações fiscais dos contribuintes mais pequenos, criando um regime simplificado opcional. Portanto, em matéria de taxa, vão beneficiar todas as PME que efectivamente pagam impostos. Em acréscimo, aquelas que entrarem no regime simplificado vão ter vantagens não apenas em matéria de carga fiscal mas também de redução do esforço burocrático.

A reforma do IRC contempla um regime de benefício ou taxa fiscal reduzida para as empresas do interior do país?

À comissão não foi pedida a construção de mecanismos de equilíbrio local ou regional, muito menos nos foi proposto que criássemos novos benefícios fiscais.

De que modo esta reforma, no sentido da redução, interage com outros impostos, como o IVA e o IRS, que directa ou indirectamente, afectam as pessoas, as empresas e a economia, e portanto, o consumo e o crescimento?

Do ponto de vista técnico, há vários pontos de contacto entre o IRC e os outros impostos, os quais foram cuida-dos e tratados. Agora não tínhamos mandato para tratar especificamente do IRS ou do IVA. Por vezes, no discurso político ou nos comentários da opinião pública, tem-se a tendência para pensar que o imposto sobre as empresas é uma espécie de imposto sem vítimas. A verdade é bem outra: o IRC é suportado pelas pessoas, em última análise – pelos detentores do capital, é certo, mas também pelos próprios trabalhadores e pelos consumidores. A redução dos custos das empresas tenderá por isso, também, a re-flectir-se positivamente nas pessoas, e muito mais do que correntemente se imagina.

Necessitando o país de uma maior aposta no investimento, é fundamental acarinhar o investimento de que já dispomos e criar condições para novos investimentos pelas empresas locais e atrair capitais estrangeiros. De que modo o novo regime fiscal contribui para o reforço do investimento?

Há sinais de que a curva do investimento, desde o últi-mo trimestre do ano passado, inverteu a sua trajectória negativa, e iniciou uma recuperação. Não há razões para triunfalismos, mas também não acho que se devam des-prezar os bons sinais. No plano das taxas, da simplificação, da redução da litigiosidade, nos novos regimes sobre con-centrações ou sobre a internacionalização, criou-se uma série de mecanismos novos que estão inequivocamente virados para promover e facilitar o investimento interno e o investimento estrangeiro. Mas temos consciência de que os aspectos fiscais são apenas uma pequena parte da alteração da competitividade da nossa economia: é preciso ligar isso com a redução da burocracia, com um melhor funcionamento da justiça, das condições gerais de concor-rência e da regulação. E, como é óbvio, é preciso recuperar a credibilidade do nosso mercado de capitais e das práticas de governance e de gestão das empresas portuguesas.

e com eficiência, resposta pronta, respeito pelos direitos e expectativas, protegendo a confiança. No fundo, tratar os contribuintes como clientes, e não como delinquentes pre-sumidos. Existem algumas experiências no terreno, especial-mente destinadas aos maiores contribuintes, cujo propósito está nesta linha, mas é cedo para se tirarem conclusões sobre os respectivos efeitos.

As empresas – sobretudo as PME – debatem-se ainda com uma dimensão exígua e uma elevada descapitalização, sendo fundamental a sua consolidação empresarial. De que modo a redução do IRC contribuirá para satisfazer esta necessidade?

As novidades introduzidas pela reforma em matéria de con-centrações de empresas constituem, porventura, o seu as-

“No plano das taxas, da simplificação, da redução da litigiosidade, nos novos regimes sobre concentrações ou sobre a internacionalização, criou-se uma série de mecanismos novos que estão inequivocamente virados para promover e facilitar o investimento interno e o investimento estrangeiro.”

pecto mais evidente. Praticamente foram eliminados quase todos os atritos fiscais conhecidos para as diversas formas de consolidação, ao ponto de se poder dizer hoje que Por-tugal dispõe provavelmente do regime europeu mais com-pleto e mais atractivo neste domínio. Em geral, também foram introduzidos alguns incentivos à capitalização, em particular os que resultaram do diálogo entre os deputados da maioria e os do Partido Socialista.

A propósito do novo Código Fiscal do Investimento (CFI). Este confere especial atenção às chamadas empresas startups e aos incentivos a que têm direito de forma automática, no âmbito do Regime Fiscal?

A preocupação essencial do CFI, no qual a AICEP teve um pa-pel decisivo, era a de criar mais simplificação, mais automatis-mos, mais celeridade e menos intervenção discricionária. Creio que o resultado desse esforço é ostensivamente positivo.

Quais são as maiores vantagens da reforma do IRC para as pequenas e médias empresas, quais as condições para dela beneficiarem e quantas PME vão beneficiar da redução fiscal?

Em primeiro lugar, a descida da chamada taxa estatutária dirige-se a todas as empresas, embora exista um adicional dirigido aos contribuintes de maiores dimensões, resultante da discussão na Assembleia da República. A comissão a que presidi não teve qualquer iniciativa para diferenciar os pe-quenos dos grandes, em matéria de taxas e derramas, con-

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ENTREVISTA

Portugalglobal // Setembro 14 // 9

stakeholders – como seja o caso do regime de participation exemption, de patent box ou das sucursais estrangeiras de sociedades com sede e direcção efectiva em Portugal.

Admito que o nosso ordenamento fiscal passe a ser olhado com outros olhos pelos investidores internacionais, e penso mesmo que algumas estruturas externas de grupos nacionais possam regressar ao nosso território, uma vez eliminadas certas constrições conhecidas. É claro que, para isso acontecer, é ne-cessário consolidar a ideia de estabilidade – a convicção de que existe em Portugal um amplo consenso político para dotar a reforma de estabilidade e para avançar com o plano aprovado.

Existe a necessidade de internacionalmente afirmar Portugal como uma jurisdição fiscal estável e competitiva, com medidas tendentes à redução da litigiosidade fiscal. De que modo a actual reforma do IRC vai ao encontro desta necessidade?

A estabilidade não depende da Comissão de Reforma do IRC, naturalmente, depende dos actores políticos. A nós competia essencialmente propor medidas razoáveis e equili-bradas, que pudessem mais facilmente facilitar o consenso. Quanto aos litígios – que constituem realmente um ponto fraco do funcionamento do nosso sistema –, procurámos, desde logo, fazer com que a lei reflectisse de forma mais clara as soluções mais razoáveis já consagradas pela juris-prudência nacional e pelo TJUE (Tribunal de Justiça da União Europeia). Fizemos um grande esforço neste plano, mas só o tempo nos dirá se esse esforço foi eficaz.

No actual contexto económico do país e dos mercados, estas medidas reforçam a internacionalização das empresas portuguesas e a afirmação de Portugal enquanto plataforma global de negócios?

Na parte em que a internacionalização depende da tribu-tação das empresas, foi feito um esforço considerável. Por-tugal, neste domínio, perdia largamente para outras juris-dições europeias, muito procuradas pelos negócios. E não éramos sequer competitivos relativamente ao terreno que

“Com a reforma, passámos a dispor de mecanismos comparáveis com os que existem nas jurisdições europeias conhecidas como constituindo as plataformas ideias para os negócios internacionais, que são reconhecidos pelos principais stakeholders.”

devia constituir a nossa preocupação preponderante – o terreno das relações económicas com Angola, com Moçam-bique e com o Brasil.

Com a reforma, passámos a dispor de mecanismos compa-ráveis com os que existem nas jurisdições europeias conhe-cidas como constituindo as plataformas ideias para os ne-gócios internacionais, que são reconhecidos pelos principais

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DESTAQUE

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A exportação e a internacionalização são decisivas para o bom desempenho das empresas, para o reforço do tecido empresarial, para o prestígio global dos bens e serviços portugueses e para o crescimento sustentado da economia. É neste sentido que a AICEP acaba de dar início, em Leiria, ao Roadshow Portugal Global. Esta iniciativa pioneira, que percorrerá várias cidades e regiões do país, tem como objectivo promover, numa óptica de descentralização, a capacitação empresarial estratégica nas empresas com projectos de exportação ou já envolvidas na actividade exportadora, mas que procuram um conhecimento actualizado, fiável e consolidado em matéria de actuação nos mercados.

ROADSHOW PORTUGAL GLOBAL

A ARTE DE BEM EXPORTAR

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DESTAQUE

Portugalglobal // Setembro 14 // 11

Quais são os objectivos que se querem alcançar com o Roadshow Portugal Global que agora se inicia e que irá percorrer durante os próximos 12 meses várias regiões de Portugal?

O Roadshow Portugal Global surge com o objectivo de dar maior expressão e visibilidade ao desígnio nacional de aumentar as exportações e a interna-cionalização da economia portuguesa, contando com o contributo das várias regiões que serão palco desta iniciativa.

Na realidade, o crescimento das expor-tações representa o sucesso do com-promisso dos agentes económicos, estatais e privados, na recuperação da economia, desempenhando um papel estratégico, neste desafio, a prepara-ção das empresas no âmbito da capaci-tação empresarial realizada pela AICEP.

Com este Roadshow e respectivo pro-grama, a Agência pretende igualmente descentralizar a actividade de capaci-tação empresarial, estendendo as suas acções de sensibilização e informação sobre sectores, mercados e temáticas de comércio internacional para além de Lisboa e Porto, adaptando-as des-te modo às necessidades das empre-sas exportadoras das cidades e regiões contempladas no programa.

Unir descentralizando é um conceito central, e um objectivo que nos move nesta iniciativa, com o qual esperamos

ROADSHOW PORTUGAL GLOBALPARA EXPORTAR E INTERNACIONALIZAR MAIS>PEDRO ORTIGÃO CORREIA, ADMINISTRADOR DA AICEP

O sector de produção automóvel e dos componentes para a indústria automóvel é um dos sectores com maior peso no volume e valor das exportações nacionais. O impacto deste sector no investimento e comércio externo tem, naturalmente, reflexo na actividade desenvolvida pela AICEP.

mobilizar mais empresas portuguesas para a actividade exportadora e para a internacionalização.

Qual vai ser o seu público-alvo e quais serão os distritos abrangidos por esta iniciativa?Focado na realidade empresarial regio-nal, o Roadshow da AICEP percorrerá 12 distritos – percurso que se iniciou em Leiria e que continuará por Braga, Coimbra, Guarda, Aveiro, Faro, Viseu, Bragança, Ponta Delgada, Évora, Lis-boa e Porto – potenciando o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido pelas

Lojas de Exportação, que surgiram com base numa política de descentralização dos serviços, e que se encontram loca-lizadas nestas cidades.

A iniciativa conta desde logo com a participação de forças vivas das regi-ões, como municípios, diversas associa-ções, entidades locais mais relevantes, e de responsáveis da Rede Externa, os quais se deslocarão a Portugal com o objectivo de partilharem a sua experi-ência e consolidarem a proximidade às empresas, agendando, caso necessá-rio, reuniões com as mesmas.

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DESTAQUE

// Setembro 14 // Portugalglobal12

A iniciativa contará também com o apoio dos parceiros da AICEP, como a Caixa Geral de Depósitos, que ajudarão a levar a cabo este projecto e que contribuirão com abordagens a matérias relevantes nos processos de internacionalização.

Esta acção destina-se essencialmente às PME exportadoras, efectivas ou po-tenciais, que estão a analisar os merca-dos na perspectiva da consolidação ou da expansão dos seus negócios, e tam-bém às empresas que procuram conhe-cer melhor as temáticas da exportação e da internacionalização.

Que estrutura terá cada sessão?

Com a finalidade de capacitar as em-presas em matéria de factores críticos de sucesso nos mercados, as sessões terão um ou dois mercados estratégi-cos em foco – tradicionais e de diversi-ficação – em torno dos quais serão de-batidas formas de abordagem, novas oportunidades, cultura de negócios e temáticas de actualidade internacional relevantes para os seus negócios e in-vestimentos internacionais.

Contamos, como habitualmente, com a inestimável participação de empresas que já trabalham com cada mercado, e que deste modo complementam as intervenções dos nossos responsáveis da Rede. A importância destes teste-

“Unir descentralizando é um conceito central, e um objectivo que nos move nesta iniciativa, com o qual esperamos mobilizar mais empresas portuguesas para a actividade exportadora e para a internacionalização.”

A AICEP detém um conhecimento vin-do do terreno que resulta da sua proxi-midade das empresas, nomeadamente através das suas áreas comerciais. O apoio local dado pelas Lojas de Expor-tação e o conhecimento do território e das suas empresas, em matéria de sectores e mercados de exportação, permitem-nos não só preparar acções à medida de cada região, como dar a conhecer às empresas e empreendedo-res locais mercados de diversificação de elevado potencial, nos quais se verifica a tendência ao crescimento de novos sectores e a procura de novos produ-tos, o que representa mais oportuni-dades de negócio para as empresas portuguesas que investem e exportam.

Nesta óptica, os mercados em análise no Roadshow da AICEP foram o Japão e Polónia (já debatidos em Leiria), e serão a França, Moçambique, Estados Unidos da América, Emirados Árabes Unidos, Espanha, Alemanha, Argélia, Reino Unido, Canadá, Angola, Brasil, Colômbia, Peru e México. Os sectores a abordar são aqueles em que Portugal tem oferta consolidada e aqueles que identificamos como tendo potencial de exportação, considerando o trabalho que várias empresas têm vindo a de-senvolver nos mercados.

munhos é crucial, pois representa uma experiência que alicerça a aposta das empresas nos mercados e contribui para evitar riscos que, por vezes, não são fáceis de calcular à partida.

Quais serão os mercados, sectores e temáticas em debate, e qual a sua importância para as empresas destinatárias?

Portugal tem hoje uma oferta consolida-da em sectores tradicionais, de que são exemplo o agro-alimentar, os materiais

de construção, moldes, calçado, casa,

têxteis (lar, vestuário), mas tem também,

e cada vez mais, uma palavra a dizer no

plano internacional no que toca às novas

tecnologias, ao sector da saúde nas suas

mais variadas vertentes, às energias re-

nováveis, para mencionar apenas alguns

com grande tendência de crescimento.

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DESTAQUE

Portugalglobal // Setembro 14 // 13

No contexto da globalização e da cres-cente ligação entre os vários mercados, as empresas tendem a expandir as suas ven-das internacionais. Esta expansão permite o acesso a novos mercados, mais rentá-veis, e ajuda a melhorar a competitivida-de empresarial, gerando novas ideias de negócio e novos produtos graças à ino-vação e às tecnologias mais avançadas, bem como ganhos com economias de escala, o que torna as empresas mais efi-cientes também no mercado doméstico.

É de salientar que a tendência crescen-te das empresas portuguesas para ex-portarem e para se internacionalizarem decorre não só dos constrangimentos do mercado interno, como também do facto de haver mais oportunidades de expansão nos mercados externos.

A internacionalização, no entanto, não será bem sucedida se não houver um planeamento antecipado e bem cuida-do do processo de internacionalização da empresa, o que se torna fundamen-tal para diminuir os riscos e aumentar as vantagens. Esta é, de resto, a tónica presente em todas as acções de capa-citação empresarial levadas a cabo pela AICEP, quer por parte dos seus repre-sentantes nos mercados internacionais, quer pelas empresas portuguesas que, nestas acções, dão testemunho dos seus processos de internacionalização.

Neste sentido, as acções são concebi-das por forma a dotar as empresas de know-how sobre oportunidades de negócio nos mercados, envolvente ma-croeconómica, formas de abordagem e funcionamento dos mesmos, desig-nadamente fornecendo informações

CAPACITAR AS EMPRESAS PARA A INTERNACIONALIZAÇÃOPOR OLGA BENQUERENÇA, DIRECTORA DA CAPACITAÇÃO EMPRESARIAL DA AICEP

Em matéria de comércio internacional e mercados, a capacitação constitui um factor crítico de sucesso, em particular para as PME e para a internacionalização da economia portuguesa.

de práticas bem sucedidas de entrada, consolidação de quotas, investimen-to em mercados de diversificação e/ou tradicionais, bem como informação de natureza social e de cultura de negócios que possa determinar ou contribuir para o sucesso dos negócios internacionais.

Nos últimos anos tem-se assistido a uma procura crescente, por parte das empresas, destas acções de capacita-ção, promovendo a AICEP iniciativas que se adequam às necessidades das empresas, nomeadamente em torno de temáticas incontornáveis na inter-nacionalização, como sejam a Logís-tica, a Marca, a Gestão dos Riscos, a Embalagem, entre outras.

Também os mercados em análise são aqueles que as empresas mais procu-ram. No entanto, há sempre espaço para mercados de diversificação, re-lativamente aos quais muitas empre-sas portuguesas têm capacidade para competir, embora, por vezes, por des-conhecimento, não apontem para eles o seu radar de internacionalização.

Desde o início de 2014 até Agosto, foram realizadas 24 acções, nas quais participa-ram quase duas mil empresas, tendo sido abrangidos 10 mercados. O número cres-cente de participantes, bem como o grau de satisfação das empresas, demonstrado pela sua avaliação positiva – 89 por cento em média – levaram a que a AICEP en-tendesse ser necessário promover mais acções de capacitação, não só em Lisboa e no Porto, mas também noutras cidades com centralidade empresarial.

O Roadshow Portugal Global, que este mês teve a sua primeira edição em Lei-ria, constitui um passo importante na consolidação da política de proximida-de da AICEP relativamente às empre-sas, as quais cada vez mais procuram conhecimento sobre capacitação em-presarial estratégica, com novos merca-dos na mira. O Roadshow chegará a 12 cidades, no decurso de 12 meses, num conjunto de acções que envolvem vá-rias entidades e especialistas, os quais falarão sobre 20 mercados e sobre os sectores mais relevantes da economia portuguesa, tendo como com objectivo tornar Portugal cada vez mais global.

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DESTAQUE

// Setembro 14 // Portugalglobal14

CAPACITAÇÃO EMPRESARIALALAVANCA PARA A COMPETITIVIDADE, EXPORTAÇÃO E INTERNACIONALIZAÇÃO> POR ANTÓNIO MANUEL BRITO, CONSULTOR INTERNACIONAL EM MARKETING E GESTÃO

DE FEIRAS E EVENTOS

“Aprender até morrer” e o “saber não ocupa lugar”, dois sábios provérbios de origem popular, são na realidade representativos da necessidade de o ser humano estar constantemente actualizado com novos conhecimentos e preparado para as mudanças.

O fenómeno da globalização e os no-vos desafios que hoje se apresentam às empresas, requerem o constante co-nhecimento das novas tendências que decorrem deste contexto, de forma a

que estas se adaptem em tempo útil às realidades, desenvolvendo estratégias eficazes de internacionalização.

O estar atento, o compreender as cul-

turas e tradições, o desenvolver estra-tégias de negociação, o entender os mercados em que se pretende actuar, são factores fundamentais para ter sucesso nos negócios além-fronteiras.

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DESTAQUE

Portugalglobal // Setembro 14 // 15

Nesse sentido, os empresários devem adoptar modelos de educação contí-nua e investir na capacitação, pois o mundo muda todos os dias, os ciclos de produtos cada vez são menores e a adequação das estratégias tem tendên-cia a mudar constantemente.

Investir e estar presente em acções de capacitação empresarial é fundamental não só porque permite elevar o net-working com os seus parceiros, mas também porque permite obter novos conhecimentos e mudar atitudes.

Na minha experiência profissional, como formador, assisti à manifestação de atitudes que em nada contribuem para a evolução da pessoa humana, pois o desenvolvimento desta depende da sua capacidade contínua de apren-dizagem e sobretudo de “querer sa-ber” para “saber fazer”.

Atitudes como “não participo porque já sei” ou “não participo porque não quero

que reconheçam que não sei”, não con-tribuem para melhorar a nossa perfor-mance e marcar a diferença, pois deste modo estagnamos no tempo e seremos sem dúvida ultrapassados por quem, com inteligente humildade, reconhece que devemos “aprender até morrer”.

Sem dúvida que o maior capital de uma empresa está nos seus recursos huma-nos, e que o investir no conhecimento constitui o melhor contributo que uma empresa pode dar para maximizar e rentabilizar os seus recursos, trazer no-vos conhecimentos, promover ideias, potenciar a inovação, e por isso, para a empresa, a capacitação é não só uma acto de liderança, como a melhor apos-ta na competitividade.

Por outro lado, a capacitação empresa-rial permite ainda obter uma mais-valia de grande importância: o relaciona-mento, a possibilidade de incrementar o networking, gerar novos contactos, estabelecer parcerias e novos negócios. Todos sabemos quanto custa conseguir um novo parceiro / cliente e quanto, nesse sentido, temos que investir em

para se poder gerar negócios de longo prazo, assumindo especial relevo neste processo a comunicação intercultural. Não basta conhecer a língua, é neces-sário conhecer a cultura e respeitar a tradição dos povos, recordando que a comunicação não verbal corresponde a quase 60 por cento num processo de comunicação interpessoal. Negociar com um japonês é diferente de comu-nicar com um chinês.

No Brasil, por vezes, nós portugueses, caímos na tentação de acreditar que a língua é por definição a mesma, mas em rigor esta convicção não corres-ponde em nada à realidade: as men-talidades, ou modos de pensar e sentir, as formas de comunicação e a própria percepção do tempo são necessaria-mente diferentes, dada a sua evolução histórica e social específica, nas cultu-ras do hemisfério sul.

Estes são apenas alguns dos aspectos que devemos ter em atenção num processo de internacionalização e que requerem conhecimento e aprendiza-gem constantes, sendo fundamental ter abertura de espírito para respeitar as diferenças e entender a diversidade.

Por outro lado, para estarmos prepara-dos para enfrentar um mundo compe-titivo e concorrencial não basta ter um bom produto/serviço, é preciso saber posicionar-se no mercado e mostrar as vantagens competitivas e diferenciadoras do nosso produto/serviço. É necessário estarmos atentos à mudança, adaptar-nos às novas realidades, adquirir novas valências, e isso só é possível se tivermos a noção de que aprender e conhecer são activos fundamentais e que constituem o melhor investimento que se pode fazer em nós próprios e nos recursos humanos das empresas, principalmente aquelas que apostam na expansão, exportação e internacionalização.

Por último, gostaria de recordar Alvin Toffler que dizia: “os iletrados do Séc. XXI não são aqueles que não sabem ler nem escrever, mas sim aqueles que hoje não têm capacidade para aprender, de-saprender e voltar a aprender”.

[email protected]

“Investir e estar presente em acções de capacitação empresarial é fundamental não só porque permite elevar o networking com os seus parceiros mas também porque permite obter novos conhecimentos e mudar atitudes.”

tempo e dinheiro. Então porque não investir em eventos de relacionamento e capacitação quando podemos com eles obter o melhor dos dois mundos? Mas claro, não basta estar no evento, é preciso saber estar!

A necessidade de conhecimento e de estar atento às oportunidades são ele-mentos fundamentais na vida de uma empresa, principalmente se esta tem projectos de expansão. E, nesta me-dida, conhecer os mercados e a sua forma de negociar, torna-se crucial

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DESTAQUE

// Setembro 14 // Portugalglobal16

O Roadshow Portugal Global, que tem como parceiro o Jornal de Negócios, irá percorrer 12 cidades portuguesas até Setembro do próximo ano, apre-sentando mercados, nomeadamente de diversificação, e respectivas opor-tunidades de negócio, bem como es-tratégias para a internacionalização da economia portuguesa, tendo em conta as características do tecido empresarial de cada região.

Na abertura da sessão, o presidente da AICEP, Miguel Frasquilho, falou da impor-tância desta iniciativa para impulsionar as exportações e a internacionalização das empresas, enfatizando que “o país e os empresários necessitam de apostar cada vez mais nos mercados externos”.

Miguel Frasquilho sublinhou ainda que se “trata de uma iniciativa que tem o objectivo de reforçar a proximidade com as empresas, estendendo as ac-ções de sensibilização e informação so-bre sectores, mercados e temáticas de comércio internacional a todo o territó-rio nacional”. Depois de Leiria, as pró-ximas iniciativas decorrem em Braga, Coimbra e Guarda, ainda este ano, es-tando as restantes previstas para 2015.

Pedro Ortigão Correia, administrador da AICEP, que na sua intervenção de encerramento reiterou a missão da Agência e o seu apoio às empresas na conquista de novos mercados, visitou as empresas mais relevantes da região de Leiria, acompanhado pelos Delega-

ROADSHOW PORTUGAL GLOBAL EM LEIRIAMERCADOS DA POLÓNIA E DO JAPÃO EM FOCOLeiria abriu o ciclo de 12 sessões do Roadshow Portugal Global. A iniciativa, lançada pela AICEP, tem como objectivo apoiar o esforço exportador das empresas e contribuir para a internacionalização da economia portuguesa. O evento, que decorreu no dia 17 de Setembro, nas instalações da NERLEI - Associação Empresarial da Região de Leiria, contou com a presença de mais de duas centenas de empresários e gestores.

dos da Rede Externa José Fernandes (Japão) e Nuno Lima Leite (Polónia), e por Gestores de Cliente da AICEP.

A Polónia e o Japão foram os merca-dos analisados em Leiria, tendo estado presentes, com as suas intervenções, os

As exportações de Portugal para a Polónia – que já se revestem de alguma relevância para a economia portuguesa – represen-taram, em 2013, cerca de 537 milhões de euros, tendo o país sido o 17º maior clien-te de bens e serviços nacionais. Nesta me-dida, Portugal poderá beneficiar, se optar por uma abordagem diferenciadora, na exportação de produtos como carne su-ína, peixe, mariscos e frutas.

Já o mercado japonês, com um dos mais elevados poderes de compra do mun-do, embora seja menos significativo até agora do ponto de vista das exportações portuguesas, revela no entanto bom po-tencial de crescimento, nomeadamente nos têxteis-lar e cerâmica utilitária e ta-bleware. De referir que as exportações portuguesas para o território nipónico ascenderam a 140 milhões de euros em 2013, fazendo deste país o 35º maior cliente de Portugal.

“O país e os empresários necessitam de apostar cada vez mais nos mercados externos.” (Miguel Frasquilho)

responsáveis da AICEP nesses países, que partilharam o seu conhecimento e experiência, aproveitando, igualmente, para se reunirem com os empresários presentes. Na Polónia foi analisado o mercado agro-industrial e no Japão o sector da casa.

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EMPRESAS

// Setembro 14 // Portugalglobal18

Alvo de uma forte renovação nos produtos e na imagem, a PALADIN é a marca internacional de vinagres, molhos e temperos criada pela empresa ribatejana Mendes Gonçalves para estar à venda nos cinco continentes, no seguimento de uma estratégia onde a inovação é factor de sucesso. É objectivo da empresa ser uma marca portuguesa com vocação internacional.

A Mendes Gonçalves, responsável pelo lançamento da nova PALADIN, é uma empresa familiar fundada na Golegã em 1982, onde permanece, que conta com 180 trabalhadores. Produz temperos culi-nários, vinagres e molhos que chegam já a diversos mercados em todo o mundo.

Recentemente, em 2013, a empresa investiu em investigação e desenvolvi-mento com o objectivo de dotar a em-presa com o know-how e a tecnologia

PALADINSABORES PORTUGUESES NOS CINCO CONTINENTES

necessários à criação da nova marca PALADIN e posicioná-la ao nível do melhor que se faz no mundo. A mar-ca foi alvo de uma renovação total, apresentando uma nova imagem, uma nova atitude, novos produtos, um novo packaging e um novo posicionamento: “Temperos de Portugal”.

Além do mercado nacional, onde a PALADIN pretende “incomodar” as grandes multinacionais aqui presentes,

a empresa quer igualmente afirmar-se no mercado externo, tendo, nesse sen-tido, investido no rebranding da mar-ca para alargar território, abrangendo todo o universo de temperos em Portu-gal e no resto do mundo.

Actualmente, e além do português, a Paladin tem versões noutras línguas como o francês/árabe, o espanhol e o inglês/árabe estando com isso prepara-da para se implantar enquanto marca

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EMPRESAS

Portugalglobal // Setembro 14 // 19

MENDES GONÇALVES S.A.Zona Ind. Lote 6 - Apartado 122154-909 Golegã – PortugalTel.: +351 249 979 200

[email protected]

www.paladin.pt

sa com presença internacional, o que exige um investimento continuado ao longo do tempo. A Mendes Gonçal-ves tem uma política de internacio-nalização activa e quer fazer chegar o “gosto português” às cinco partes do mundo, apostando fortemente nas maiores feiras alimentares do mundo, bem como em certificações interna-cionais. O canal HORECA tem sido, e

centrada na Golegã, mas a empresa não exclui a hipótese de vir a produzir além-fronteiras no âmbito do seu pro-jecto de internacionalização.

“A PALADIN é um activo muito rele-vante para a Mendes Gonçalves, já que permite potenciar as matérias-primas da nossa região, a Golegã, e de outros pontos do país, que são transformadas em produtos adaptados e apreciados em diferentes pontos do mundo. Mais do que criarmos emprego, estamos a criar bom emprego, nomeadamente com recurso a técnicos especializados para o nosso departamento de investi-gação, desenvolvimento e inovação”, sublinha Carlos Mendes Gonçalves.

A PALADIN está a crescer a um bom ritmo, acima dos 70 por cento ao ano e pretende quintuplicar as vendas em cinco anos. Em 2013, a empresa registou um volume de negócios da ordem dos 20,6 milhões de euros, aumentando quase 25 por cento face ao ano anterior.

“Além do mercado nacional, onde a PALADIN pretende ‘incomodar’ as grandes multinacionais aqui presentes, a empresa quer igualmente afirmar-se no mercado externo, tendo, nesse sentido, investido no rebranding da marca para alargar território, abrangendo todo o universo de temperos em Portugal e no resto do mundo.”

relevante em vários mercados africa-nos, magrebinos e do Médio Oriente.

“Estamos a fazer uma forte aposta da PALADIN nos mercados africanos, magrebino e do Médio Oriente. São mercados onde ainda existe espaço de crescimento e implantação de marcas que apreciam sabores exóticos, diver-sificados e picantes, e na Paladin dis-pomos de uma vasta gama com estas características. Mas também temos vindo a desenvolver produtos específi-cos para estes mercados, pois só assim podemos conquistar os consumidores locais”, revela Carlos Mendes Gonçal-ves, Administrador e filho do fundador da Mendes Gonçalves.

É pois objectivo da empresa que a PALADIN seja uma marca portugue-

continua a ser, fundamental para a PA-LADIN, que está também presente em diversas cadeias de distribuição que, refere fonte da empresa, acreditam na marca PALADIN, nos seus produtos e na sua capacidade de inovação no segmento dos temperos.

Sublinhe-se que a PALADIN foi a pri-meira marca certificada com o selo “Portugal sou eu” por incorporar nos seus produtos 88 por cento de maté-rias-primas nacionais. A produção está

“É graças à PALADIN que a Mendes Gonçalves é considerada a melhor em-presa do distrito de Santarém”, conclui o mesmo responsável.

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EMPRESAS

// Setembro 14 // Portugalglobal20

A tecnológica portuguesa Sendys aposta na sua internacionalização para os países de língua portuguesa como Angola, Brasil, Cabo Verde e Moçambique, ajustando-se às necessidades específicas de cada mercado que, no conjunto, representam já 40 por cento da facturação total da empresa.

SENDYSINTERNACIONALIZAÇÃO DE SUCESSO EM MERCADOS DE LÍNGUA PORTUGUESA

A Sendys Portugal é uma empresa cem por cento portuguesa que actua no sector das Tecnologias da Informação no desenvolvimento de software de gestão. Dedica-se ao desenvolvimen-to, comercialização, implementação e suporte técnico do Sendys©, um soft-ware de gestão dividido por módulos e concebido em Portugal há 30 anos. Em 1984 foi criado pelo grupo Prológica e, em 2008, o software de gestão SIG – nome inicial – deu lugar ao Sendys, no momento em que o software foi adqui-rido pela empresa Sendys Portugal.

O Sendys consiste num software de gestão concebido para diferentes áre-as empresariais, nomeadamente para o sector financeiro, comercial, recur-sos humanos, produção, logística e imobilizado. Permite a automatização e integração dos processos de arma-zenamento de toda a informação de negócio e, através dos mecanismos de auditing, a informação é processada, monitorizada e disponibilizada da for-ma mais simples, de forma a facilitar a tomada de decisão. As soluções são desenvolvidas para serem implemen-tadas numa perspectiva global ou mo-dular, cobrindo diversas áreas funcio-nais, e podem ser comercializadas no modelo tradicional, SaaS ou cloud.

A internacionalização da Sendys foi um processo natural que decorreu do acom-panhamento a clientes que iniciaram actividade nos mercados de língua por-tuguesa. A empresa de tecnologias de informação viu aí espaço para crescer

e hoje está presente em Angola, Brasil, Cabo Verde e Moçambique, tendo na mira outros mercados da América Latina.

mercados de expressão portuguesa e pediram-nos apoio nesse processo. Ao verificar as potencialidades desses mercados, não só no acompanhamen-to dos nossos clientes, mas também a nível interno, dado o seu potencial de crescimento como países emergentes, a Sendys resolveu avançar com parce-ria locais”, explica Fernando Amaral, director-geral da Sendys.

A estratégia da tecnológica passa pela contínua aposta em países de língua por-tuguesa, países potenciais para a inter-nacionalização da marca e de exportação do software. As necessidades específicas de cada mercado, como a moeda ou processos administrativos próprios, por

“A estratégia da Sendys passa

pela contínua aposta em

países de língua portuguesa,

países potenciais para a

internacionalização da marca

e de exportação do software.”

“A nossa internacionalização foi um processo natural. Alguns dos nossos clientes iniciaram a sua actividade nos

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EMPRESAS

Portugalglobal // Setembro 14 // 21

económicas, e temos observado com atenção a economia dos mercados emergentes, em expansão, e com ele-vado potencial de crescimento, como é o caso da América Latina. O objec-tivo é podermos assumir-nos, a médio prazo, como uma empresa global”, conclui Fernando Amaral.

Refira-se que a empresa aponta como principais vantagens competitivas –que têm permitido um crescimento sustentado – a aposta no apoio direc-to ao cliente e em equipas com eleva-do expertise e experiência, e com ca-pacidade de integração nas áreas dos clientes, sempre diferentes e muitas vezes complexas.

A Sendys fechou 2013 com um volume de negócios de 6,4 milhões de euros, valor que traduz um crescimento de 14 por cento relativamente ao ano ante-rior, sendo 60 por cento da facturação referente ao mercado português e os restantes 40 por cento aos mercados internacionais como Angola, Brasil, Cabo Verde e Moçambique. Ao nível dos recursos humanos, a Sendys cres-ceu cerca de 10 por cento através de processos de recrutamento realizados ao longo de 2013. Actualmente con-ta com 110 colaboradores e mais de 10.000 mil clientes activos.

Entre os principais clientes da Sendys encontram-se: Abreu & Associados, ACAPO, Accenture, Banco Alimentar, Barclays, BPI, Cemusa, Cerb, Conceito, Culturgest, Dom Pedro Hoteis, Edifer, Edimpresa, Endemol, Fundação Orien-te, Galp, Hertz, Jardim Zoológico, Lapa Palace, Listopsis, PriceWaterhouseCoo-pers e Reebok.

SENDYS PORTUGALLeiria:Casal do Cego, Marrazes, Apartado 4067 2410-973 Leiria

Lisboa: Av. Visconde Valmor N.º 66, Piso 11050-242 LisboaTel.: +351 217 900 510Fax: +351 217 900 519

[email protected]

www.sendys.pt

exemplo, mostram como cada empesa deve adaptar-se às realidades locais e, neste contexto, a Sendys investiu já 11 mil horas nos ajustes do software, afir-ma fonte da Sendys acrescentando que o processo de internacionalização tem como objectivo criar um software ade-quado a cada país e consolidar a empre-sa nestes mercados emergentes.

A empresa tem angariado clientes de referência em todos os mercados em que está presente (Angola, Brasil, Cabo Verde e Moçambique) com projectos inovadores, através da aposta na rela-ção directa com o cliente, de um uni-verso alargado de produtos e serviços

gislação e regras existentes, obrigaram a Sendys a fazer uma abordagem di-ferente a este mercado que, tendo um potencial enorme, deve ser interpreta-do de forma rigorosa e gradual.

Segundo a fonte, numa primeira fase, a estratégia da empresa no Brasil pas-sa pela aposta num produto local, através da aquisição de uma empre-sa em São Paulo, com ERP próprio. O volume do investimento ronda os dois milhões de euros e o processo deverá estar concluído em breve. Esta decisão estratégica foi tomada tendo em con-ta a enorme dificuldade em localizar o produto da empresa portuguesa,

de Tecnologias de Informação e da flexibilidade e sentido de compromisso com os resultados. Em 2013, a empre-sa reforçou o seu posicionamento em Angola ao investir mais de meio milhão de dólares num plano de adaptação àquele mercado.

Neste momento, a empresa está foca-da no crescimento nos mercados nos quais já está presente e em cimentar a posição no Brasil. A entrada neste mercado foi criteriosamente planeada, revela a mesma fonte, adiantando ter sido feito um levantamento minucioso das variáveis que têm conduzido a em-presa “a tomadas de decisão conscien-tes e informadas”. A grande dimensão deste país, a par da diversidade de le-

que pretende distribuir alguns dos seus produtos “nas áreas dos proces-sos que não tenham a influência das questões fiscais”.

“Com a consolidação do nosso negó-cio em mercados em África, depois de um longo processo também ele de aprendizagem a novas realidades, a Sendys planeia abraçar novos desafios e atravessar o Atlântico até à América Latina. Ainda que não tenhamos resul-tados deste primeiro semestre, temos a clara noção que foi um período de crescimento para a marca, quer em Portugal, quer nos restantes merca-dos nos quais estamos presentes. Em termos de desafios, o mundo atraves-sa uma fase de grandes mudanças

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MERCADOS

// Setembro 14 // Portugalglobal22

A Tunísia vive um momento de transição para a democracia, com a economia em período de recuperação após uma fase menos positiva derivada da instabilidade criada pela chamada “Primavera árabe”, que teve lugar há pouco mais de 4 anos.Num contexto de mudança, o governo tunisino tem em marcha um ambicioso plano económico visando atrair o investimento estrangeiro para os sectores industrial e de serviços, aumentando assim o leque de oportunidades de negócio para as empresas portuguesas.Um mercado em análise pelo Embaixador português na Tunísia, Luís Faro Ramos, e pelo director do escritório da AICEP naquele país, Nuno Garcia Várzea.

TUNÍSIAMUDANÇAS ALARGAM LEQUE DE OPORTUNIDADES

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MERCADOS

Portugalglobal // Setembro 14 // 23

Em Janeiro de 2011, num inverno que parecia destinado a ser cinzen-to como tantos outros, a Tunísia vi-veu uma mudança que, certamen-te, a marcará para sempre.

O fim da ditadura, saudado com júbilo no país e um pouco por todo o mundo, trouxe um vento fresco de liberdade até então nunca experimentado.

Mas trouxe também, como seria ine-vitável, perturbações sociais e econó-micas que só a passagem do tempo e a progressiva tomada de consciência da importância da estabilidade para o bem-estar colectivo poderão corrigir.

Estamos sensivelmente a meio do quarto ano pós-revolução. O período de tran-sição que se seguiu a Janeiro de 2011 ainda não está concluído, mas há boas e várias razões para pensarmos que os tempos mais próximos serão de acalmia, paz social, e crescimento económico.

Foram dados passos fundamentais no caminho para a democracia, como a aprovação da Constituição e a marca-

SOPRAM VENTOS FAVORÁVEIS NA TUNISIA>POR LUÍS FARO RAMOS, EMBAIXADOR DE PORTUGAL NA TUNÍSIA

piram, embora estejam conscientes de que o caminho não é fácil.

O sucesso português facilita a nossa acção na Tunísia, e a diplomacia eco-nómica não é excepção.

A atracção de investimentos estrangei-ros é neste momento uma prioridade política. E as manifestações de vontade para que mais empresas portuguesas se juntem àquelas que já estão presen-tes neste mercado são constantes.

No final do passado mês de Junho, o Senhor Ministro de Estado e dos Ne-gócios Estrangeiros visitou a Tunísia, acompanhado por uma delegação em-presarial. Realizou-se na ocasião um Conselho de Negócios entre os dois países. No plano institucional, ficou clara a vontade das duas partes em di-namizar a relação bilateral económica.

Mas trata-se apenas de um passo, que poderá e deverá ser complementado com acções concretas de parceria, na Tunísia e em Portugal.

O momento actual é decisivo. Os tuni-sinos saberão compreender, e ajudar, quem decidir investir no país.

Como Embaixador de Portugal na Tu-nísia, assumo como parte da minha actividade quotidiana a promoção de Portugal na área económica. Através de acções, tanto a nível da atracção do investimento estrangeiro como na promoção das empresas portuguesas que se interessam por parcerias sólidas e vantajosas na Tunísia.

Os ventos estão favoráveis para Portugal.

Saibamos, ao estarmos entre os primei-ros, aproveitar as oportunidades.

ção de eleições legislativas e presiden-ciais para o último trimestre deste ano.

Um conjunto de acções determinadas por parte do Governo nas áreas política e de segurança, fazem-nos estar optimis-tas em relação aos próximos desenvolvi-mentos nas áreas económica e social.

Portugal, um parceiro com saber de experiência feitoPor razões que têm a ver com o nosso percurso desde o 25 de Abril de 1974 – com destaque para a transição para a democracia e a adesão à então Comu-nidade Económica Europeia – Portugal é aqui olhado como um exemplo a seguir.

Os responsáveis tunisinos não escondem a sua admiração pelo processo que levou o nosso país, num curto espaço de 40 anos, a alcançar índices de moderniza-ção condizentes com os mais elevados padrões, num contexto de estabilidade política e gozo pleno da Democracia.

Os valores alcançados por Portugal são valores a que os próprios tunisinos as-

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MERCADOS

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Em Janeiro de 2014 foi aprovada a nova constituição da república a que sucedeu a nomeação de um novo Governo pro-visório, de índole tecnocrática, baseado num consenso nacional. Esperam-se eleições livres e universais até ao final de 20141 e, até lá, opções políticas que considerem a actual real situação do país a todos os níveis e procurem levar a Tunísia para o rumo da estabilização e credibilização interna e externa. Em 2011, a Tunísia teve um ano económico muito negativo devido aos efeitos da re-volução, com um crescimento negativo do PIB de menos 2 por cento. O biénio 2012-2013 representou uma recupera-ção face a esse período, com contra-tempos é certo, mas que conduziram, já este ano, ao reajuste das expectativas mais realistas com a aprovação de um orçamento rectificativo e depois de um primeiro semestre de 2014 bastante activo em termos diplomáticos2 orien-tado, sobretudo, para a angariação de apoios financeiros e de parceiros eco-nómicos. Esta segunda metade do ano tem merecido os esforços do executivo na preparação do ambiente para as eleições e na promoção da discussão e concertação para o lançamento de me-didas basilares que relancem a econo-mia num horizonte alargado.

A economia tunisina tem vindo a re-cuperar da recessão que registou em 2011. Desde então o PIB tem vindo a crescer, tendo em 2013 registado um

A Tunísia vive um período único, pós-revolucionário, de transição para a democracia, numa descoberta diária do que é a liberdade após, em 2011, ter acordado com uma revolução, uma “primavera” que veio provocar alterações a diversos níveis e mexeu com a estabilidade da região. Foi o início de um processo, ainda em curso, que interferiu com as pessoas, com a economia, com o sistema político e que vem dando cada vez mais indicações de ter entrado no caminho da estabilidade, tentando o actual Governo provisório criar as condições para a desejada estabilização e recuperação económica.

TUNÍSIAUM MERCADO DE PROXIMIDADE>POR NUNO GARCIA VÁRZEA, DIRECTOR DO ESCRITÓRIO DA AICEP NA TUNÍSIA

aumento de 2,6 por cento face ao pe-ríodo homólogo anterior (3,7 por cen-to em 2012). Houve, durante 2013, um desacelerar de crescimento sobre-tudo devido ao aumento da instabili-dade política, da insegurança, à con-tinuidade das manifestações sociais e à estagnação económica na U.E., principal parceiro da Tunísia. Com um crescimento do PIB estimado para 2014 na ordem dos 3 por cento e de 4,5 por cento para 2015, aumenta a esperança que com a desejada estabi-lidade política, apaziguamento social e aumento da percepção de seguran-ça, o país entre num ambiente estável e onde as medidas para a criação de

investimento e emprego tenham con-dições para dar frutos.

Com uma estrutura de produção do-minada pelos serviços e indústria com 59,4 por cento e 31,2 por cento do PIB, respectivamente, a agricultura, apesar de apenas contribuir com 9,4 por cen-to, consegue representar 10,5 por cen-to das exportações.

A indústria, o turismo e a extracção de fosfatos são muito importantes na eco-nomia tunisina. A abertura da economia ao exterior, realizada ainda durante o re-gime político anterior (1970), promoveu o Investimento Directo Estrangeiro (IDE)

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MERCADOS

Portugalglobal // Setembro 14 // 25

que hoje assume particular importância na criação de emprego e desenvolvi-mento em geral, sendo naturalmente liderado pelos franceses, com cerca de 1.304 empresas, seguida da Itália, Ale-manha e Bélgica com 801, 249 e 201 respectivamente. A distribuição do IDE foca-se sobretudo na indústria (51,9 por cento) e nos serviços (38,5 por cento), abarcando o turismo (8,6 por cento) e a agricultura (apenas um por cento).

Parceiros comerciaisMuito próxima do Sul da Europa, a uma hora de avião, a duas horas e meia de Lisboa e a menos de três horas do Mé-dio Oriente, a Tunísia beneficia de uma posição favorável em termos geoestra-tégicos, pretendendo ser mais que um hub regional entre a Líbia e a Argélia, assumindo-se como uma ponte para a África francófona, aspecto muito valo-rizado pelas conclusões do Conselho de Negócios realizado por Tunísia e Portu-gal em Maio último, à margem da visita do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, elaboradas pelos co-orga-nizadores UTICA3 e AEP4, e que poderá ser também aproveitado em sentido in-verso, beneficiando as empresas tunisi-nas do conhecimento e relacionamento natural que as empresas nacionais têm com os mercados lusófonos.

Parceira da Europa, a Tunísia obteve em 2012 o estatuto de “Advanced Partner” e está actualmente em fase de conclusão

das negociações do Acordo de Comércio-Livre Completo e Aprofundado5 que po-derá, uma vez aprovado, trazer um novo dinamismo e oportunidades a ambos os mercados, tendo por certo um conjunto de impactos a diversos níveis, nomeada-mente, económico, social e ambiental, que trarão oportunidades às empresas europeias e nacionais em particular.

O actual Governo tem tido a preocupa-ção em manter e ampliar a presença do

sibilidade das empresas cem por cento exportadoras poderem aderir ao regime off-shore que as isenta do pagamento de impostos sobre os lucros nos primeiros 10 anos de actividade, continuam a ser factores a ponderar na decisão de investi-mento. Os custos de produção são relati-vamente baixos, com um salário mínimo que ronda os 260 dinares tunisinos8 para um horário de 40 horas semanais, sendo a Tunísia considerada um dos países com trabalhadores melhor qualificados no pa-norama africano.

País vizinho, do sul do Mediterrâneo, a Tunísia mantém um relacionamento comercial estreito com a U.E. que é o seu principal parceiro comercial. Em 2013, 67,8 por cento das importações tunisinas tiveram a sua origem na U.E. e as exportações para este mercado atingiu os 71,3 por cento, representan-do a Tunísia o 32º parceiro comercial da U.E., sendo os principais fornecedores europeus a França (18,3 por cento9), a Itália (14,5 por cento) e a Alemanha (7,2 por cento). Estes países, pela mes-ma ordem, são também os principais importadores deste mercado sucedidos pela Líbia que absorve 5,1 por cento das exportações tunisinas10.

A Tunísia tem assumido relevância, nos últimos anos, enquanto cliente de Portugal. A balança comercial bilateral apresenta um saldo claramente favo-rável ao nosso país. Em 2013 as ex-

investimento estrangeiro. Têm sido pro-curadas vias para promover esse investi-mento que terão levado à elaboração de um projecto de código de investimento e incentivos6 com o objectivo claro de co-locar a Tunísia na rota dos investidores in-ternacionais, abrindo sectores ainda não totalmente liberalizados e criando condi-ções para que a Tunísia seja um mercado de destino de investimento competitivo. A existência de zonas free trade7 e a pos-

“O Governo tunisino acaba de anunciar uma nova política industrial que pretende acelerar a transformação estrutural da indústria (de bens e serviços) consistindo essencialmente na criação de um ambiente favorável ao investimento e na criação de incentivos sectoriais específicos.”

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MERCADOS

// Setembro 14 // Portugalglobal26

portações portuguesas de bens para a Tunísia representaram um recorde nos últimos cinco anos, para onde expor-támos, nesse período, 166,2 milhões de euros, mais 15,8 por cento que o segundo melhor registo verificado em 2010. No mesmo período, Portugal im-portou da Tunísia 20,7 milhões de eu-ros (menos 57,3 por cento face à mé-dia verificada nos últimos cinco anos). Dados que colocaram em 2013 a Tu-nísia como o nosso 88º fornecedor e o nosso 33º cliente e que suportam um saldo positivo da balança comercial de 145,4 milhões de euros e um coeficien-te de cobertura de 799,8 por cento.

A presença portuguesa neste mercado resulta em parte da estratégia expan-sionista de alguns grupos económicos, como a cimenteira Secil, a Sovena ou a Corticeira Amorim, da produção têxtil e confecções como a Silsa, a Scoop ou a Solinhas, e de empresas que comercial e estrategicamente consideram impor-tante a sua presença, como a Dinefer, a Efacec ou a Coba e outras que, por ques-tões pessoais ou fiscais, se foram insta-lando ao longo dos últimos anos. Actu-almente existem 43 empresas de origem portuguesa no mercado tunisino.

A atractividade deste mercado prende-se com as condições actuais mas tam-bém daquelas que se esperam num fu-turo a curto e médio prazo, não apenas pelo exposto mas pelos argumentos das reformas anunciadas pelo governo para o desenvolvimento económico. Os recém-submetidos à Assembleia Projec-tos-Lei das Parcerias Público Privadas e da Energia, bem como o prometido novo Código do Investimento e Incen-tivos ainda em fase final de preparação, englobam reformas há muito esperadas e que representam factores de decisão importantes para o investimento em ge-ral e para o investidor estrangeiro neste mercado, em particular. Figuram entre os sectores visados o da Indústria Ae-ronáutica, Componentes Electrónicos e Automóvel, Têxtil e Confecções, Farma-cêutico, Saúde, Turismo e TIC.

Oportunidades para as empresas portuguesasO Governo tunisino acaba de anunciar uma nova política industrial que preten-de acelerar a transformação estrutural da indústria (de bens e serviços) consis-tindo essencialmente na criação de um ambiente favorável ao investimento e na

criação de incentivos sectoriais específi-cos apresentando um conjunto de pro-jectos públicos a desenvolver nos próxi-mos anos e que considera estruturantes, criadores de emprego e desenvolvimen-to sustentado, apoiados na nova estra-tégia de desenvolvimento adoptada, baseada na economia do conhecimen-to, na competitividade dos sectores pro-dutivos com alto valor acrescentado, na inclusão social e no equilíbrio territorial e nos quais deposita muita esperança no relançamento da economia do país. Tu-nísia – a start up democracy.

Neste contexto, são propostos 22 pro-jectos11 que deverão ser financiados através de cooperação financeira bilate-ral ou multilateral, sendo quatro realiza-dos mediante parcerias público-privadas (PPP). O custo total ascende a 5,7 mil milhões de dinares12, aproximadamente 2,5 mil milhões de euros. Os sectores privilegiados são os da Água com três projectos com um custo total de 640 milhões de dinares, Saúde com três pro-jectos (480 milhões de dinares), Estradas com quatro projectos (1,860 milhões de dinares), Transportes três projectos (550 milhões de dinares), Energia dois projec-tos (1,010 milhões de dinares), Sector Mineiro um projecto (260 milhões de di-nares), TIC um projecto (200 milhões de dinares) e ainda um projecto no sector de Desenvolvimento Sustentável (300 milhões de dinares). O porto de águas profundas em Enfidha, a Zona Logísti-ca de Radés, o Planeamento e Desen-volvimento de “Taparura” e o projecto de Planeamento e desenvolvimento das margens da lagoa “Sebkhat Ben Ghaya-dha” constituem os quatro projectos propostos para as PPP.

A Tunísia é um país francófono e bas-tante ocidentalizado no contexto Norte de África/Árabe que vê Portugal, em alguns aspectos, como um modelo e, sobretudo, como um país europeu. O potencial surge em várias áreas mas é a industrial onde o nosso exemplo de ino-vação e competitividade mais desperta a atenção das entidades públicas e priva-das tunisinas.

Há espaço para crescimento em termos de exportações de bens e serviços, bem como em Investimento Directo existin-

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MERCADOS

Portugalglobal // Setembro 14 // 27

do oportunidades que vamos identifi-cando, nomeadamente, nos Serviços, sobretudo os relacionados com o Am-biente e a Água, Construção / Projecto / Fiscalização e Engenharia. A existência de financiamentos externos a este tipo de investimentos permite a abertura de concursos internacionais. Entre um rol de áreas promissoras, a área do Ambiente em particular, pela manifesta falta de so-

1 - 26 de Outubro previsivelmente.

2 - Durante os primeiros 5 meses do ano, o PM Mehdi Jomâa multiplicou os contactos a alto nível e as recen-tes viagens a Alger, Rabat, Abou Dhabi, Riyad, Doha e Washington são exemplo dos esforços diplomáticos com o claro objectivo de angariar apoios financeiros.

3 - Union tunisienne de l’industrie, du commerce et de l’artisanat.

4 - AEP - Associação Empresarial de Portugal, Câmara de Comércio e Indústria.

5 - ALECA - Accord de libre-échange complet et appro-fondi.

6 - Ainda não aprovado à data.

7 - Parcs d’Activités Economiques de Bizerte e Parcs d’Activités Economiques de Zarzis.

8 - Para horário de 48 horas semanais 301 TDN, cerca de 113 e 131 Euros respectivamente.

9 - Quota de mercado importações tunisinas.

10 - Institut National de la Statistique (INS)

11 - Informação mais detalhada poderá ser solicitada junto da AICEP.

12 - À excepção dos realizados em PPP.

13 - Em 2012 a contribuição das TIC para o PIB foi de 7,5% e emprega mais de 30.000 profissionais.

anúncio do objectivo de, em 2030, 30 por cento da energia eléctrica ser pro-duzida a partir de fontes renováveis, sendo que a produção actual apenas corresponde a 3 por cento. A parte mais significativa desta produção será implementada, estando o Governo a ultimar regulamentação que facilite e promova este tipo de investimentos.

Governança e e-governance apesentam muitas necessidades neste domínio. A reorganização dos procedimentos e processual da administração, promo-vendo a optimização dos recursos dis-poníveis, tem sido uma preocupação latente do Governo actual que, inclusi-vamente, considera que as Tecnologias de Informação e Comunicação vêm desempenhando um papel crucial no desenvolvimento económico e social13 evidenciado no desenvolvimento do parque tecnológico de Sfax para o qual procura um parceiro estratégico.

No sector da Saúde, verifica-se um dé-fice razoável de camas e muitas carên-cias no interior e sul do país, existindo o grande objectivo governativo em alargar e melhorar a assistência médica à ge-

de dessalinização de água, estações de recolha, selecção e reciclagem de resídu-os sólidos urbanos e resíduos industriais são exemplos das necessidades premen-tes de um país como a Tunísia.

O sector das Energias Renováveis co-meça agora a ganhar importância após a promulgação da Lei da Energia e do

neralidade da população, em particular às zonas do interior. Em certas áreas da medicina com maior grau de complexi-dade, Portugal pode constituir uma ofer-ta complementar, angariando doentes para tratamento em Portugal. A oferta de serviços de saúde está relativamente desenvolvida no país, nomeadamente na oferta privada, sendo no conjunto África

e Médio Oriente o primeiro “destino de saúde”, que registou em 2013 cerca de 376 mil pacientes estrangeiros, gerando exportações dos serviços de saúde na or-dem dos 490 milhões de dinares e mais de mil milhões de dinares em bens e ser-viços complementares.

A excelente relação institucional entre os dois países, a proximidade geográfi-ca e cultural, os acordos bilaterais com Portugal e os estabelecidos com a U.E., as necessidades que o país tem para crescer de forma sustentável e inclusi-va, o apoio que tem obtido por parte dos grandes financiadores internacio-nais como o FMI, BM, BERD e BAD, en-tre outros, o papel que desempenha na região, nomeadamente, nas relações com a Líbia e na África francófona, re-únem as condições para que os empre-sários portugueses também apostem neste mercado vizinho.

AICEP TunísiaAmbassade du Portugal – Section Commerciale

2, Rue Sufétula1002, Tunis-Belvédère - TunísiaTel.: +216 71 797 166

+216 71 798 901Fax: +216 71 799 476

[email protected]

“A existência de zonas free trade e a possibilidade das empresas cem por cento exportadoras poderem aderir ao regime off-shore que as isenta do pagamento de impostos sobre os lucros nos primeiros 10 anos de actividade, continuam a ser factores a ponderar na decisão de investimento.”

luções, poderá ser uma das que melho-res condições tem para ser aproveitada pela capacidade técnica portuguesa. Es-tações de tratamento de água, estações

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MERCADOS

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• Uma boa preparação na abordagem ao mercado é fundamental.

• Obtenção de informação prévia sobre o mercado, sectores, região e empre-sas é um imperativo; o domínio do francês ou árabe por parte dos repre-sentantes comerciais das empresas que pretendam negociar com este mercado deve ser uma realidade; a comunicação deve ser realizada, pelo menos, em francês.

• Nos casos de investimento, o acon-selhamento jurídico é também reco-mendável.

CONSELHOS ÚTEIS NA ABORDAGEM AO MERCADO

• Participação em Feiras, sobretudo as sectoriais, para ganho de visibilidade da oferta. A Tunísia é um mercado que ainda valoriza esta forma de

• A visita regular do mercado pode assumir uma grande importância e é recomendável. Na organização de missões é importante atender ao calendário local; períodos religiosos como o ramadão poderão ser menos propícios à celebração de negócios.

• O convite aos potenciais clientes/parceiros para visitar Portugal e as nossas unidades produtivas contribui significativamente para o estreitar da

• Racionalizar a logística e o transporte das mercadorias é um aspecto impor-tante uma vez que não há linha ma-rítima directa entre portos portugue-ses e tunisinos, o que pode provocar prazos de entrega superiores aos de empresas concorrentes de outros pa-íses como Espanha, Itália ou França.

comunicação/presença e a participa-ção nestes eventos é um sinal claro da disponibilidade e interesse, sendo o contacto pessoal estabelecido de imediato, factor muito importante na cultura de negócios da Tunísia. Deve privilegiar-se o contacto pesso-al em primeiro lugar e, se tal não for possível, o contacto telefónico ou vídeo-conferência.

• A abordagem inicial por e-mail é de-saconselhável. Esta forma de comu-nicação deve ser utilizada enquanto ferramenta de suporte aos contactos já estabelecidos, sendo por vezes importante complementar o e-mail

com um telefonema de modo a que o emissor se certifique da abertura da correspondência em tempo útil.

confiança, sendo por vezes um factor preponderante.

• O processo de decisão não é geralmen-te imediato, pelo que importa acompa-nhar o processo com proximidade.

• A Tunísia, apesar de africano, é um país do Norte de África magrebino e mediterrânico, geograficamente muito próximo da Itália e da generalidade da Europa do sul mediterrânico, estando culturalmente bastante identificado com a França. Os parceiros / importado-res, por norma, são viajados e informa-dos sobre diversas realidades e ofertas.

• Manter contacto com a Embaixada / AICEP, informando e solicitando cola-boração se necessário.

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PARA SABER MAIS VÁ A NOVOBANCO.PT

Nascer com mais de 2 milhõesde clientesé um bom começo: Começou uma nova vida na vida do seu

banco. Com con�ança renovada e com tudo o que já havia de bom, a começar por si, nosso cliente. Mas não só: começamos também com uma rede de mais de 600 balcões em todo o país, um gestor que sabe o seu nome, os produtos e serviços certos, os canais diretos que já usa (na internet e pelo telefone) os meios de pagamento que já utiliza (cartões de débito, crédito e cheques) e a competência de 6 mil colaboradores empenhados em fazer ainda melhor o que já faziam bem: servir os seus mais de 2 milhões de clientes empresariais e particulares. Se é um deles, obrigado pela sua confiança. Tê-lo connosco é o melhor começo que podemos desejar.

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MERCADOS

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A Secil, SA foi fundada em 1930 e é ge-neralizadamente reconhecida como uma referência industrial em Portugal. Em Janeiro de 2000 adquiriu a Société des Ciments de Gabès (SCG), uma das prin-cipais cimenteiras tunisinas, localizada no Sul do país. Nestes últimos 13 anos a Secil investiu, além do preço inicial de compra de 250 milhões de euros, cerca de 70 milhões de euros na concretização de um ambicioso programa de moder-nização das instalações industriais, para dotar a fábrica de modernas tecnologias que aumentará a sua competitividade.

A presença da Secil na Tunísia é estratégi-ca, visando o longo prazo, para satisfazer não só as necessidades do mercado local como também viabilizar a actividade ex-portadora, em coordenação com outras unidades do grupo Secil nas várias geo-grafias em que se encontra presente.

Além do aumento da capacidade de produção, da preparação para a uti-

SECILINVESTIMENTO NA SOCIÉTÉ DES CIMENTS DE GABÈS

TESTEMUNHO DE EMPRESAS

A Secil está na Tunísia desde 2000, onde adquiriu uma das principais cimenteiras do país num investimento estratégico e de longo prazo. Em 2013, a Tunísia representou 30 por cento da produção total de cimento da Secil.

lização de combustíveis alternativos para diminuir a factura energética, e da instalação de filtros de despoeiramento em vários locais do perímetro fabril, foi montado, já em 2012, um novo sistema de armazenamento, ensacagem e pale-tização de produto. Em consequência destes investimentos, a capacidade de produção aumentou para dois milhões de toneladas de cimento por ano.

Ao longo deste período, a Secil tem continuado a investir na Tunísia no sec-tor do cimento e produtos derivados, através da aquisição de empresas de betão pronto, pré-fabricação de arte-factos de cimento e comercialização de materiais de construção, também na região Sul, em Sfax e Zarzis.

Para além dos investimentos tecnológi-cos e industriais, a Secil tem investido na formação dos recursos humanos tu-nisinos, tanto nas áreas técnicas como

SecilCompanhia Geral de Cal e Cimento, SA

Av. Forças Armadas 125-7º1600-070 Lisboa - PortugalTel.: +351 217 927 100Fax: +351 217 936 200

[email protected]

www.secil.pt

comportamentais, para poder opti-mizar os equipamentos e fornecer ao mercado produtos e serviços diferen-ciados e com maior valor acrescentado.

O mercado da Tunísia representou em 2013, para a Secil, cerca de 30 por cen-to da sua produção de cimento e 16 por cento do seu volume de negócios.

Além da Tunísia, a Secil está presente em Portugal, Cabo Verde, Angola, Lí-bano e Brasil.

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MERCADOS

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A Crafil – Fios e Linhas Têxteis, Lda. iniciou a sua actividade em 2004, em Riba de Ave (Famalicão), tendo desde cedo sido incentivada a explorar mercados externos como a Tunísia e Marrocos, países onde o seu principal cliente nacional começou a subcontratar mão-de-obra e a colocar grande parte das suas produções.

A empresa comercializa linhas e fios em algodão e poliéster para a confecção têxtil e tem na rapidez e na eficácia da resposta aos seus clientes os factores-chave de um sucesso que colocou a Crafil no topo dos distribuidores de li-nha de confecção em Portugal. A Cra-fil aposta igualmente na celebração de parcerias com os seus principais clientes.

Para a Tunísia, onde está presente desde 2006, a Crafil exporta sobretu-do fios para linhas de 100 por cento poliéster. A empresa espera obter uma facturação de 500 mil euros em 2014, valor que representa 30 por cento das vendas, segundo refere fonte da Crafil.Sobre o investimento da Crafil no mer-

CRAFILA CRESCER NO MERCADO TUNISINO

A Crafil comercializa fios para confecção têxtil de qualidade e está presente desde 2006 na Tunísia, mercado onde tem registado um crescimento constante não obstante

a instabilidade verificada na região.

cado tunisino, a mesma fonte afirma que a empresa está atenta à evolução da situação política no país, designada-mente a aprovação de uma nova cons-

CRAFILFios e Linhas Têxteis, Lda.

Rua Joaquim Ferreira Júnior, s/n, Apartado 44765-909 Riba de Ave – PortugalTel.: +351 252 938 001

+351 252 938 234

[email protected]

http://crafil.pt

ter ‘stocks’ elevados”, aponta a mes-ma fonte.

Apesar do sucesso alcançado no mer-cado da Tunísia, a Crafil tem-se depa-rado com algumas dificuldades a nível do sistema bancário e da justiça, que afirma serem lentos, e nos serviços al-fandegários, que considera serem com-plexos e burocráticos.

“Aconselhamos as empresas que pre-tendam investir neste mercado a ter muito cuidado, pois a instabilidade na região (Líbia, Iraque e outros) pode fa-cilmente expandir-se à Tunísia”, conclui a mesma fonte.

“A Crafil está atenta à evolução da situação política na Tunísia, designadamente a aprovação de uma nova constituição, que levou a empresa portuguesa a adoptar uma postura prudente em termos de estratégia para o futuro.”

tituição, que levou a empresa portu-guesa a adoptar uma postura prudente em termos de estratégia para o futuro.

“Para sermos competitivos somos obrigados a um grande investimento em ‘stocks’, para assim conseguirmos fazer entregas com a mesma rapidez dos nossos concorrentes. Contudo de-vido à instabilidade é muito arriscado

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MERCADOS

// Setembro 14 // Portugalglobal32

BALANÇA BILATERAL - COMÉRCIO DE BENS

2009 2010 2011 2012 2013 Var %a 13/09

2013 Jan/Jun

2014 Jan/Jun

Var %b 14/13

Expedições 116.742 143.569 143.284 114.766 166.215 11,9 81.040 71.465 -11,8

Chegadas 19.100 111.711 25.992 65.716 20.783 123,2 13.129 7.283 -44,5

Saldo 97.643 31.858 117.292 49.050 145.433 -- 67.911 64.182 --

Coef. Cobertura (%) 611,2 128,5 551,3 174,6 799,8 -- 617,3 981,3 --

Fonte: INE - Instituto Nacional de Estatística Unidade: Milhares de eurosNotas: (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2009-2013 (b) Taxa de variação homóloga 2013-20142009 a 2011: resultados definitivos; 2012 resultados provisórios; 2013 e 2014: resultados preliminares

Em 2013, a Tunísia foi o 32º cliente dos bens portugueses, ocupando a 73ª posição enquanto fornecedor de Por-tugal. No primeiro semestre deste ano, verificou-se uma diminuição quer das exportações quer das importações rela-tivamente a idêntico período de 2013, com a Tunísia a posicionar-se no 33º lu-gar do ranking de clientes e na 88ª po-sição como fornecedor. De registar que a diminuição das importações portu-guesas da Tunísia foi muito acentuada neste período (menos 44,5 por cento).

Em termos de estrutura das exportações, dados do INE relativos a 2013 indicam que 65,9 por cento das exportações portuguesas para a Tunísia foram alcan-çadas com o contributo de um conjunto de quatro categorias de produtos: ma-térias têxteis (22,3 por cento do total), combustíveis minerais (22,1 por cento), vestuário (12,4 por cento) e pastas celu-lósicas e papel (10,1 por cento).

Máquinas e aparelhos, madeira e cor-tiça, plásticos e borracha e veículos e outro material de transporte são outros grupos de produtos exportados para o mercado tunisino.

No primeiro semestre de 2014 registou-se uma ligeira alteração nesta estrutura

RELACIONAMENTO PORTUGAL – TUNÍSIA

A Tunísia tem assumido, nos últimos anos, alguma relevância enquanto cliente de Portugal. A balança comercial bilateral apresenta um saldo claramente favorável ao nosso país.

onde deixa de constar o grupo dos com-bustíveis minerais. De assinalar a forte subida das exportações das pastas celu-lósicas e papel – mais 49,5 por cento –, grupo que assume o segundo lugar dos bens mais exportados e confirma o au-mento registado nos últimos anos.

Igualmente de assinalar o aumento de 42 por cento das exportações do grupo máquinas e aparelhos que, nos primei-ros seis meses deste ano, foi o quarto mais exportado.

Segundo o INE, em 2012, 407 empre-sas portuguesas exportaram bens para a Tunísia (346 em 2008).

Dados do GEE – Gabinete de Estratégia e Estudos do Ministério da Economia re-lativos a 2013 indicam que 53 por cento das exportações para a Tunísia de pro-dutos industriais transformados incidi-ram em produtos classificados como de baixa tecnologia, seguindo-se os produ-tos de média-baixa intensidade tecno-lógica (31,2 por cento, de média-alta tecnologia (14,5 por cento) e de alta intensidade tecnológica (1,4 por cento).

Relativamente às importações portugue-sas com origem na Tunísia, os grupos dos produtos agrícolas (36,5 por cento

do total), da madeira e cortiça (12,4 por cento), dos químicos (12,3 por cento) e dos metais comuns (10 por cento) foram os mais representativos em 2013, totali-zando no seu conjunto 61,2 por cento das compras portuguesas neste merca-do. Dos restantes grupos de produtos, destacam-se ainda as matérias têxteis, os plásticos e borracha, as peles e couros e as máquinas e aparelhos.

No primeiro semestre deste ano, Por-tugal importou da Tunísia produtos em madeira e cortiça, metais comuns, agrí-colas e matérias têxteis.

BANCO CENTRAL DA TUNÍSIA

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PROGRAMA +INOVAÇÃO +INDÚSTRIAAO SERVIÇO DA INOVAÇÃO NOS SETORES TRADICIONAIS DA ECONOMIA NACIONAL

O Programa +Inovação +Indústria destina-se a aumentar a capacidade de inovação empresarial dos setores mais tradicionais, através da criação de start-ups e spins-off, por quadros técnicos empresariais e investigadores do Sistema Científico e Tecnológico Nacional, que venham a desenvolver, produtos e serviços inseridos nas cadeias de valor industriais.

Os projetos selecionados pela Portugal Ventures beneficiarão de um investimento de capital até 1.5M€, aplicado por tranches, mediante o cumprimento de objetivos de execução do plano de negócios.

• Com produtos, pelo menos, já em fase de Protótipo

• Com potenciais clientes com interesse manifestado

• Com potencial à escala global

• Baseados em I&D e/ou competências que constituam barreiras relevantes à competição

• De promotores com experiência na atividade, tecnologia e/ou mercados

• Modelo de negócio previamente definido

• Equipa de gestão identificada

• Agro - industrial (inclui produção agrícola, transformação, packaging e distribuição)

• Moda (inclui têxtil e calçado)

• Florestal (inclui papel, madeiras e cortiças)

• Habitat (inclui cerâmica, mobiliário, produtos metálicos e construção)

• Química (inclui plásticos e matérias primas para indústria)

• Tecnologias de Produção (inclui maquinaria, sistemas produtivos e moldes)

• Mobilidade (inclui componentes para veículos de transporte)

• Plataforma online no site da Portugal Ventures em www.portugalventures.pt

• Candidaturas da primeira chamada estão abertas de 15 de setembro a 15 de outubro

• Novas chamadas de projetos com uma regularidade trimestral

Alguns dos fundos de capital de risco geridos pela Portugal Ventures são cofinanciados pela União Europeia através do FINOVA, que tem comparticipação dos programas operacionais COMPETE e POR LISBOA e é gerido pela PME Investimentos.

Que projetos procuramos? Em que setores? O processo:

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MERCADOS

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ENDEREÇOS ÚTEIS

TUNÍSIA EM FICHAChefe do Estado: Moncef Marzouki

Primeiro-Ministro: Mehdi Jomaa

Data da actual Constituição: Aprovada nova Constituição em Janeiro de 2014.

Principais Partidos Políticos: Hizb al-Nahda (Partido Islâmico); Congrès pour la République; Ettakatol (Partido Democrático do Trabalho e das Liberdades); Aridha Chaabia (Petição Popular); Mouvement des Démocrates Socialistes; Parti Démocratique Progressiste; Pole Démocratique Moderniste; Ndaa Tounes. As próximas eleições legislativas e presidenciais estão previstas para 2014 (26 de Outubro e 23 de Novembro, respectivamente).

Capital: Tunes (1.003 mil de habitantes em 2011, excluindo subúrbios).

Outras cidades importantes: Sfax (945 mil habitantes), Sousse (622 mil), Kairouan (565 mil), Bizerte (552 mil) e Gabès (366 mil).

Religião: Cerca de 98% da população é muçulmana.

Língua: A língua oficial é o árabe, existindo uma minoria que fala Berbere. O francês é amplamente utilizado pela maioria da população.

EMBAIXADA DA REPÚBLICA DA TUNÍSIA EM PORTUGALRua Rodrigo Rebelo, 161400-318 Lisboa – PortugalTel.: +351 213 010 330Fax: +351 213 016 [email protected]

EMBAIXADA DE PORTUGAL EM TUNES2, Rue Sufétula1002, Tunis-Belvédère – TunísiaTel.: +216 71 893 981 /

+216 71 788 189Fax: +216 71 791 [email protected]

CHAMBRE DE COMMERCE ET D’INDUSTRIE DE TUNIS31, Ave. de Paris1000 Tunis – TunísiaTel.: +216 71 247 322Fax: +216 71 354 [email protected]

UNION TUNISIENNE DE L’INDUSTRIE, DU COMMERCE ET DE L’ARTISANAT - UTICALot 7, CitéEl khadhra1003 Tunis - TunísiaTel.: +216 71 142 000Fax: +216 71 142 [email protected]

CENTRE DE PROMOTION DES EXPORTATIONS – CEPEXCentre Urbain NordBP 2251080 Tunis - TunísiaTel.: +216 71 234 200 /

+216 71 235 218 / +216 71 234 015

Fax: +216 71 237 325 [email protected]

AGENCE DE PROMOTION DE L’INDUSTRIE – API63, Rue de Syrie1002 Tunis-Belvédère - TunísiaTel.: +216 71 792 144Fax: +216 71 782 [email protected]

AGENCE DE PROMOTION DES INVESTISSEMENTS AGRICOLES - APIA62, Rue Alain Savary1003 Tunis El Khadra - TunísiaTel.: +216 71 771 300Fax: +216 71 796 [email protected]

AGENCE DE PROMOTION DE L’INVESTISSEMENT EXTÉRIEUR - FIPARue Slahedinne El Ammami – Centre Urbain Nord1004 Tunis - TunísiaTel.: +216 71 752 540Fax: +216 71 231 [email protected]

Unidade monetária: Dinar tunisino (TND)

1 EUR = 2,2969 TND (BdP – final de Julho

de 2014)

Risco País:

Risco político - CCC

(AAA = risco menor; D = risco maior)

Risco de estrutura económica - B

Risco geral – CCC

“Ranking” em negócios: Índice - 5,47

(10 = máximo)

”Ranking” geral – 67º (entre 82 mercados)

Risco de crédito: 4

(1 = risco menor; 7 = risco maior)

(COSEC – Julho 2014)

Fuso horário: GMT +1 hora

Fontes: The Economist Intelligence Unit

(EIU), Banco de Portugal e COSEC.

Área: 162 155 km2

População: 10,9 milhões de habitantes

(estimativa 2013)

Densidade populacional: 66,8 hab./km2

(estimativa 2013)

Designação oficial: República da Tunísia

Tunísia

Tunes

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COMÉRCIO INTERNACIONAL

// Setembro 14 // Portugalglobal36

A LOGÍSTICA NO PROCESSO DE EXPORTAÇÃOAS EMPRESAS TRANSITÁRIAS NA LOGÍSTICA GLOBAL> POR ANTÓNIO DIAS, PRESIDENTE DE DIRECÇÃO DA APAT - ASSOCIAÇÃO DOS TRANSITÁRIOS

DE PORTUGAL

De facto, as exportações assumem nos dias de hoje um papel fulcral no desenvolvimento económico-financeiro do país, e por maioria de razão, também os agentes envolvidos nesse processo se tornaram peças fundamentais no cresci-mento da economia.

O processo de exportação inerente à compra e venda in-ternacional de mercadorias é um processo complexo que envolve a celebração de diversos contratos com diferentes

A importância do comércio internacional é sobejamente conhecida, tendo este sido, nos últimos anos, amplamente estimulado a nível interno por se revelar uma das grandes alavancas da economia portuguesa.

operadores e o contacto com uma multiplicidade de enti-dades oficiais, desde que a mercadoria sai das instalações do produtor/vendedor no país de origem até ao momento em que a mercadoria é entregue ao destinatário/comprador.

Em rigor, o processo de exportação é permanentemente confrontado com a necessidade de se conhecer, interpretar e aplicar legislação de diversas áreas quer a nível nacional quer a nível internacional. Para além da complexidade da

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COMÉRCIO INTERNACIONAL

Portugalglobal // Setembro 14 // 37

compra e venda internacional propriamente dita, o comércio internacional encerra ainda em si uma diversidade de riscos que convém também conhecer e saber gerir.

A afirmação “não há comércio sem transportes” traduz uma profunda realidade e torna-se cada vez mais actual e mais evidente na era da globalização que vivemos.

Na verdade, a globalização da economia só é possível desde que haja transportes eficientes que permitam aos produtores colocarem as suas mercadorias nos locais de consumo man-tendo intacta a sua qualidade, aos melhores preços e dentro de prazos razoáveis. Ora, quanto mais o comércio foi crescen-do e expandindo os seus mercados, mais o sector dos trans-portes precisou de se adaptar às novas exigências de modo a garantir uma distribuição eficiente e segura das mercadorias.

É precisamente na tentativa de encontrar as melhores solu-ções para o exportador/importador e de diminuir alguns dos riscos inerentes ao comércio internacional que as empresas transitárias são chamadas a intervir. Como parceiros estraté-gicos que são, as empresas transitárias são também facilita-dores do comércio internacional, uma vez que, através das redes em que estão inseridas, estabelecem contactos regula-res e estreitos com os mais diversos mercados internacionais. Conhecedoras dos diversos mercados a nível mundial, as

empresas transitárias são sem dúvida uma peça fundamental em toda a cadeia logística do processo de exportação.

Com efeito, as empresas transitárias como agentes económi-cos da maior valia no comércio internacional, fazem o plane-amento das necessidades de transporte das mercadorias dos seus clientes – Importadores e Exportadores – e oferecem a solução logística adequada a cada caso concreto.

É no agrupamento/desagrupamento das mercadorias e na escolha do meio de transporte mais conveniente que reside a especificidade do transitário, resultando numa justificada mais-valia económica que o transitário disponibiliza aos seus clientes.

Desde a entrega ou recolha das mercadorias dos clientes, da sua triagem, planificação, paletização e agrupamentos em unidades de carregamento – contentores, caixas móveis, semi-reboques – ao encaminhamento para o modo de trans-porte mais adequado – marítimo, aéreo, terrestre, multimodal –, o contributo dos transitários para uma maior economia de custos e preservação do meio ambiente é uma realidade.

Ao desenvolver a operação porta-a-porta, numa cadeia de transportes integrada e consentânea com a crescente utili-zação pelo mercado de técnicas de externalização, o transi-tário afirma-se como especialista da organização do trânsito internacional, com responsabilidade da operação logística, nos vários pontos de ruptura de carga, sejam eles portos, aeroportos ou terminais.

A APAT – Associação dos Transitários de Portugal representa cerca de 254 das empresas transitárias – titulares de alvará emitido pelo IMT - Instituto da Mobilidade e dos Transportes – que empregam cerca de cinco mil colaboradores e gera-ram, em 2013, um volume de negócio de cerca de 1.350 milhões de euros.

Como acontece noutras áreas, o tecido empresarial neste sector é caracterizado por um pequeno número de grandes empresas e uma maioria de PME, para além de um peque-no número de grandes empresas quase todas multinacionais mas onde também se destacam alguns grupos nacionais.

Deve contudo dizer-se que, apesar da primeira regulamen-tação do nosso sector ter ocorrido em 1983, temos entre as nossas associadas empresas bicentenárias, o que prova que esta actividade apesar de regulada apenas a partir dos anos 80, tem sido desde sempre um factor importante para a di-namização da economia.

Tradicionalmente, as empresas mais antigas, no início, ti-nham um papel preponderante na área do transporte maríti-mo e da navegação, tendo depois evoluído para o transporte aéreo e rodoviário.

Importa também referir que sendo esta actividade comple-mentar do transporte internacional de mercadorias, é óbvio que é preciso que estes fluxos sejam efectivos e constantes para que as empresas produzam a oferta de serviços a que

“A afirmação ‘não há comércio sem transportes’ traduz uma profunda realidade e torna-se cada vez mais actual e mais evidente na era da globalização que vivemos.”

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COMÉRCIO INTERNACIONAL

// Setembro 14 // Portugalglobal38

se obrigam. Ou seja, não havendo transacções internacio-nais não há transportes e consequentemente os serviços do transitário são muito menos procurados.

No comércio internacional, onde o transporte representa o elo mais importante de toda a cadeia logística, o encami-nhamento das mercadorias do fornecedor na origem até ao destinatário no país de consumo, tendo em conta os pa-drões e condicionamentos impostos pelo mercado, através da utilização de alternativas fiáveis é a mais importante das tarefas desempenhadas pelas empresas transitárias.

Para atingir este resultado, que não pode ser dissociado do conceito de “just in time”, o papel da empresa transitária na planificação, organização e coordenação do transporte internacional é, em nosso entender, o elemento indispen-sável que transforma as complexas operações inerentes ao comércio internacional em mais fáceis, mais rápidas e fiáveis.

Definida a fase de preparação, segue-se a opção pelos vários modos de transporte, que será tomada tendo em conta os diversos factores que a influenciam – natureza da merca-doria, peso e volume, destino, etc.; nesta fase, a selecção por um único modo de transporte (estrada, mar, via aérea, caminho de ferro) ou combinação de qualquer destes será determinante para o resultado pretendido.

Na óptica da operacionalidade, podemos afirmar que a em-presa transitária é na verdade um Operador de Transporte

Multimodal (OTM), tendo em conta que as mercadorias po-dem ser, e regra geral são, carregadas em diferentes modos de transporte organizado por uma única entidade.

Contudo, esta afirmação merece um esclarecimento, do ponto de vista legal, tendo em conta um factor determinan-te: a responsabilidade.

Com efeito, a empresa Transitária assume a mesma respon-sabilidade que cabe ao Transportador que foi utilizado, o que pode trazer algumas desvantagens quando não é possí-vel determinar com clareza o segmento do transporte onde ocorreu a avaria.

É o que resulta expressamente do artº 15º do Estatuto legal da actividade transitária – Decreto-Lei n.º 255/99, de 7 de Julho, alterado pela Lei n.º 5/2013, de 22 de Janeiro.

Para ultrapassar esta dificuldade e devido ao facto da “Con-venção das Nações Unidas para o Transporte Internacional Multimodal de Mercadorias”, de 1980, não estar em vigor na Ordem Jurídica Internacional, a CNUCED/UNCTAD tem vindo a desenvolver a ideia do OTM cujo estatuto básico as-senta nas Regras extraídas desta Convenção.

Nos termos desta regulamentação, o transporte multimodal é assim organizado por uma única entidade, que assume a responsabilidade em toda a cadeia de transporte, e é titula-do por um único documento.

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COMÉRCIO INTERNACIONAL

Portugalglobal // Setembro 14 // 39

“Na cadeia dos transportes o transitário é um elo fundamental. Da concepção do transporte ao seu desenvolvimento, da inovação à concretização, o transitário no transporte gera riqueza e abre novos mercados.”

Actualmente, a actividade transitária é regulada pelo já referido Decreto-Lei n.º 255/99, de 7 de Julho, que foi alterado pela Lei n.º 5/2013, de 22 de Janeiro. Não obs-tante a actividade transitária só poder ser exercida por empresas titulares de alvará emitido pelo IMT, o acesso a esta actividade está muito mais facilitado não sendo pre-sentemente exigida a existência de um Director Técnico qualificado e conhecedor da actividade. Ora isto veio ine-vitavelmente potenciar a existência de todo o género de

para competir em novos mercados, oferecendo a garantia de correspondentes que operam nesses países, com conhecimento específico das realidades próprias de cada espaço económico.

Na cadeia dos transportes o transitário é um elo fundamen-tal. Da concepção do transporte ao seu desenvolvimento, da inovação à concretização, o transitário no transporte gera riqueza e abre novos mercados.

Os argumentos de que dispõe o transitário – oferta global de transportes para todo o mundo, numa óptica integra-da, com a utilização das técnicas mais avançadas – permite constituir-se como verdadeiro parceiro de negócios do ex-portador/importador.

Em Portugal, a eficiência da cadeia logística enquadrada pe-las empresas transitárias tem permitido ganhos de susten-tabilidade acrescidos sem os quais o incremento das nossas exportações, sobretudo nos recentes anos de crise económi-ca em que o país tem estado mergulhado, não teria tido a expressão que foi conseguida.

Os Transitários têm sido, por isso, nos últimos anos, e em nosso entender, uma alavanca de progresso nas trocas co-merciais do nosso país não só por conseguirem oferecer eficientes soluções de transporte aos exportadores, como inclusive por lhes apontarem novos mercados para as suas mercadorias, de que são exemplos o norte de Africa e o Mé-dio e Extremo Oriente.

APATAssociação dos Transitários de Portugal

Av. Duque d’Ávila, nº 9 – 7º1000-138 Lisboa - PortugalTel.: +351 213 187 100Fax: +351 213 187 109

[email protected]

www.apat.pt

prestadores de serviço, alguns infelizmente menos qualifi-cados do que o desejável.

De modo a atribuir uma maior credibilidade aos seus asso-ciados, a APAT aprovou em Assembleia Geral a atribuição de um Certificado de Excelência, que pretende distinguir as empresas transitárias que reúnem determinados requisitos que permitem conferir uma maior fiabilidade, segurança e confiança ao mercado. Este Certificado de Excelência tem a validade de um ano e é renovado mediante a comprovação da manutenção dos requisitos exigidos.

Para além da regulamentação legal atrás mencionada, as empresas transitárias regem também a sua actividade e os serviços que prestam pelas Cláusulas Contratuais Gerais aprovadas pela APAT em Outubro de 2000 e aplicáveis por força do Decreto-Lei n.º 255/99, de 7 de Julho.

Mais do que ideólogos da nova vaga dos transportes, os transi-tários têm apresentado ao tecido produtivo nacional condições

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// Setembro 14 // Portugalglobal40

COSECNo âmbito de apólices individuais

Políticas de cobertura para mercados de destino das exportações portuguesas

ANÁLISE DE RISCO - PAÍS

África do Sul* C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária (decisão casuística).

AngolaC Caso a caso.

M/L Garantia soberana. Limite total de responsabilidades.

Arábia Saudita C Carta de crédito irrevogável

(decisão casuística).

M/L Caso a caso.

ArgéliaC Sector público: aberta sem res-

trições. Sector privado: eventual exigência de carta de crédito irrevogável.

M/L Em princípio. exigência de garan-tia bancária ou garantia soberana.

Argentina T Caso a caso.

BareinC Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária.

BenimC Caso a caso, numa base muito

restritiva.

M/L Caso a caso, numa base muito restritiva, e com exigência de garantia soberana ou bancária.

Brasil* C Aberta sem condições restritivas.

M/L Clientes soberanos: Aberta sem condições restritivas. Outros Clien-tes públicos e privados: Aberta, caso a caso, com eventual exigência de garantia soberana ou bancária.

Cabo Verde C Aberta sem condições restritivas.

M/L Eventual exigência de garantia bancária ou de garantia soberana (decisão casuística).

Camarões T Caso a caso, numa base muito

restritiva.

Cazaquistão

Temporariamente fora de cobertura.

China* C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária.

Colômbia C Carta de crédito irrevogável.

M/L Caso a caso, numa base restritiva.

Costa do Marfim T Decisão casuística.

Costa Rica C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

Cuba T Fora de cobertura.

Egipto C Carta de crédito irrevogável

M/L Caso a caso.

Emirados Árabes Unidos C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária (decisão casuística).

EtiópiaC Carta de crédito irrevogável.

M/L Caso a caso numa base muito restritiva.

Filipinas C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

GanaC Caso a caso numa base muito

restritiva.

M/L Fora de cobertura.

GeórgiaC Caso a caso numa base restritiva,

privilegiando-se operações de pequeno montante.

M/L Caso a caso, numa base muito restritiva e com a exigência de contra garantias.

Guiné-Bissau T Fora de cobertura.

Guiné Equatorial C Caso a caso, numa base restritiva.

M/L Clientes públicos e soberanos: caso a caso, mediante análise das garantias oferecidas, desig-nadamente contrapartidas do petróleo. Clientes privados: caso a caso, numa base muito restri-tiva, condicionada a eventuais contrapartidas (garantia de banco comercial aceite pela COSEC ou contrapartidas do petróleo).

Hong-Kong C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

Iémen C Caso a caso, numa base restritiva.

M/L Caso a caso, numa base muito restritiva.

Índia C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária.

Indonésia C Caso a caso, com eventual

exigência de carta de crédito irre-vogável ou garantia bancária.

M/L Caso a caso, com eventual exi-gência de garantia bancária ou garantia soberana.

Irão T Fora de cobertura.

Iraque T Fora de cobertura.

Jordânia C Caso a caso.

M/L Caso a caso, numa base restritiva.

Koweit C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária (decisão casuística).

Líbano C Clientes públicos: caso a caso

numa base muito restritiva. Clientes privados: carta de crédito irrevogável ou garantia bancária.

M/L Clientes públicos: fora de cober-tura. Clientes privados: caso a caso numa base muito restritiva.

Líbia T Fora de cobertura.

Lituânia C Carta de crédito irrevogável.

M/L Garantia bancária.

Macau C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

Malásia C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

Malawi C Caso a caso, numa base restritiva.

M/L Clientes públicos: fora de co-bertura, excepto para operações de interesse nacional. Clientes privados: análise casuística, numa base muito restritiva.

Marrocos* C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária ou garantia soberana.

Martinica C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

México* C Aberta sem restrições.

M/L Em princípio aberta sem restrições. A eventual exigência de garantia bancária, para clientes privados, será decidida casuisticamente.

Moçambique C Caso a caso, numa base restritiva

(eventualmente com a exigência de carta de crédito irrevogável, garan-tia bancária emitida por um banco aceite pela COSEC e aumento do prazo constitutivo de sinistro).

M/L Aumento do prazo constitutivo de sinistro. Sector privado: caso a caso numa base muito restritiva. Operações relativas a projectos geradores de divisas e/ou que admitam a afectação prioritária de receitas ao pagamento dos créditos garantidos, terão uma ponderação positiva na análise do risco; sector público: caso a caso numa base muito restritiva.

Montenegro C Caso a caso, numa base restritiva.

privilegiando-se operações de pequeno montante.

M/L Caso a caso, com exigência de ga-rantia soberana ou bancária, para operações de pequeno montante.

Nigéria C Caso a caso, numa base restritiva

(designadamente em termos de alargamento do prazo consti-tutivo de sinistro e exigência de garantia bancária).

M/L Caso a caso, numa base muito restritiva, condicionado a eventuais garantias (bancárias ou contraparti-das do petróleo) e ao alargamento do prazo contitutivo de sinistro.

Oman C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária (decisão ca-suística).

Panamá C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

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Portugalglobal // Setembro 14 // 41

Políticas de cobertura para mercados de destino das exportações portuguesas

No âmbito de apólices globais

Na apólice individual está em causa a cobertura de uma única transação para um determinado mercado. enquanto a apólice global cobre todas as transações em todos os países para onde o empresário exporta os seus produtos ou serviços.

As apólices globais são aplicáveis às empresas que vendem bens de consumo e intermédio. cujas transações envolvem créditos de curto prazo (média 60-90 dias). não excedendo um ano. e que se repetem com alguma frequência.

Tendo em conta a dispersão do risco neste tipo de apólices. a política de cobertura é casuística e. em geral. mais flexível do que a indicada para as transações no âmbito das apólices individuais. Encontram-se também fora de cobertura Cuba. Guiné-Bissau. Iraque e S. Tomé e Príncipe.

COSEC Companhia de Seguro de Créditos. S. A.Direcção Internacional

Avenida da República. 581069-057 LisboaTel.: +351 217 913 832 Fax: +351 217 913 839

ANÁLISE DE RISCO - PAÍS

[email protected] www.cosec.pt

Paquistão Temporariamente fora de cobertura.

Paraguai C Carta de crédito irrevogável.

M/L Caso a caso, numa base restritiva.

Peru C Aberta sem condições restritivas.

M/L Clientes soberanos: aberta sem condições restritivas. Clientes públicos e privados: aberta, caso a caso, com eventual exigência de garantia soberana ou bancária.

Qatar C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária (decisão casuística).

Quénia C Carta de crédito irrevogável.

M/L Caso a caso, numa base restritiva.

República Dominicana C Aberta caso a caso, com eventual

exigência de carta de crédito irrevo-gável ou garantia bancária emitida por um banco aceite pela COSEC.

M/L Aberta caso a caso com exigência de garantia soberana (emitida pela Secretaria de Finanzas ou pelo Ban-co Central) ou garantia bancária.

Roménia C Exigência de carta de crédito

irrevogável (decisão casuística).

M/L Exigência de garantia bancária ou garantia soberana (decisão casuística).

Rússia C Sector público: aberta sem restri-

ções. Sector privado: caso a caso.

M/L Sector público: aberta sem restri-ções, com eventual exigência de garantia bancária ou garantia sobe-rana. Sector privado: caso a caso.

S. Tomé e Príncipe C Análise caso a caso, numa base

muito restritiva.

Senegal C Em princípio. exigência de

garantia bancária emitida por um banco aceite pela COSEC e eventual alargamento do prazo constitutivo de sinistro.

M/L Eventual alargamento do prazo constitutivo de sinistro. Sector público: caso a caso, com exigên-cia de garantia de pagamento e

transferência emitida pela Autori-dade Monetária (BCEAO); sector privado: exigência de garantia bancária ou garantia emitida pela Autoridade Monetária (preferência a projectos que permitam a alocação prioritária dos cash-flows ao reembolso do crédito).

Sérvia C Caso a caso, numa base restritiva,

privilegiando-se operações de pequeno montante.

M/L Caso a caso, com exigência de garantia soberana ou bancária, para operações de pequeno montante.

Singapura C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

Síria T Caso a caso, numa base muito

restritiva.

Suazilândia C Carta de crédito irrevogável.

M/L Garantia bancária ou garantia soberana.

Tailândia C Carta de crédito irrevogável

(decisão casuística).

M/L Não definida.

Taiwan C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

Tanzânia T Caso a caso, numa base muito

restritiva.

Tunísia* C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária.

Turquia C Carta de crédito irrevogável.

M/L Garantia bancária ou garantia soberana.

Ucrânia C Clientes públicos: eventual

exigência de garantia soberana. Clientes privados: eventual exigência de carta de crédito irrevogável.

M/L Clientes públicos: eventual exigência de garantia soberana. Clientes privados: eventual exigência de garantia bancária.Para todas as operações, o prazo constitutivo de sinistro é definido caso a caso.

Uganda C Caso a caso, numa base muito

restritiva.

M/L Fora de cobertura.

Uruguai C Carta de crédito irrevogável

(decisão casuística).

M/L Não definida.

Venezuela C Clientes públicos: aberta caso

a caso com eventual exigência de garantia de transferência ou soberana. Clientes privados: aberta caso a caso com eventual exigência de carta de crédito irrevogável e/ou garantia de transferência.

M/L Aberta caso a caso com exigência de garantia soberana.

Zâmbia C Caso a caso, numa base muito

restritiva.

M/L Fora de cobertura.

ZimbabweC Caso a caso, numa base muito

restritiva.

M/L Fora de cobertura.

Advertência:

A lista e as políticas de cobertura são indicativas e podem ser alteradas sempre que se justifique. Os países que constam da lista são os mais representativos em termos de consultas e responsabilidades assumidas. Todas as operações são objecto de análise e decisão específicas.

Legenda:

C Curto Prazo

M/L Médio / Longo Prazo

T Todos os Prazos

* Mercado prioritário.

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A Portugalglobal e a COSEC apresentam-lhe uma Tabela Clas-sificativa de Países com a graduação dos mercados em função do seu risco de crédito. ou seja. consoante a probabilidade de cumprimento das suas obrigações externas. a curto. a médio e a longo prazos. Existem sete grupos de risco (de 1 a 7). corres-

pondendo o grupo 1 à menor probabilidade de incumprimento e o grupo 7 à maior.As categorias de risco assim definidas são a base da avaliação do risco país. da definição das condições de cobertura e das taxas de prémio aplicáveis.

Tabela classificativa de paísesPara efeitos de Seguro de Crédito à exportação

Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5 Grupo 6 Grupo 7

Hong-KongSingapura *Taiwan

Arábia SauditaBotswanaBruneiChina •EAUa

GibraltarKoweitLituâniaMacauMalásiaOmanTrind. e Tobago

África do Sul •ArgéliaBahamasBarbadosBrasil •Costa RicaDep/ter Austr.b

Dep/ter Din.c

Dep/ter Esp.d

Dep/ter EUAe

Dep/ter Fra.f

Dep/ter N. Z.g

Dep/ter RUh

FilipinasIlhas MarshallÍndiaIndonésiaMarrocos •MauríciasMéxico •MicronésiaNamíbiaPalauPanamáPeruQatarRússiaTailândiaUruguai

ArubaBareinBulgáriaColômbia El SalvadorRoméniaTunísia •Turquia

AngolaAzerbeijãoCazaquistãoCroáciaDominicana. Rep.GabãoGanaGuatemalaJordâniaLesotoMacedóniaNigériaPapua–Nova GuinéParaguaiS. Vic. e Gren.Santa LúciaVietnameZâmbia

AlbâniaAnt. e BarbudaArméniaBangladeshBelizeBeninBolíviaButãoCabo VerdeCamarõesCambojaComores CongoDominicaEgipto

FidjiGeórgiaHondurasKiribatiMoçambiqueMongóliaMontenegroNauruNepal QuéniaSamoa Oc.SenegalSérvia Sri LankaSuazilândiaSuriname TanzâniaTimor-LesteTurquemenistãoTuvaluUgandaUzbequistãoVanuatu

AfeganistãoArgentinaBielorussiaBósnia e HerzegovinaBurkina FasoBurundiCent. Af. Rep.ChadeCongo. Rep. Dem.Coreia do NorteC. do MarfimCuba • DjibutiEquadorEritreiaEtiópiaGâmbiaGrenadaGuianaGuiné EquatorialGuiné. Rep. daGuiné-Bissau • HaitiIemenIrão •Iraque •JamaicaKosovoLaosLíbanoLibériaLíbiaMadagáscarMalawiMaldivasMali MauritâniaMoldávia Myanmar

Nicarágua Níger PaquistãoQuirguistãoRuandaS. Crist. e NevisS. Tomé e Príncipe •Salomão Seicheles Serra LeoaSíria Somália SudãoSudão do Sul TadzequistãoTogo Tonga UcrâniaVenezuelaZimbabué

Fonte: COSEC - Companhia de Seguro de Créditos. S.A.* País pertencente ao grupo 0 da classificação risco-país da OCDE. Não é aplicável o sistema de prémios mínimos.

• Mercado de diversificação de oportunidades • Fora de cobertura • Fora de cobertura. excepto operações de relevante interesse nacional

a) Abu Dhabi. Dubai. Fujairah. Ras Al Khaimah. Sharjah. Um Al Quaiwain e Ajma b) Ilhas Norfolk c) Ilhas Faroe e Gronelândiad) Ceuta e Melilha e) Samoa. Guam. Marianas. Ilhas Virgens e Porto Rico

f) Guiana Francesa. Guadalupe. Martinica. Reunião. S. Pedro e Miquelon. Polinésia Francesa. Mayotte. Nova Caledónia. Wallis e Futuna

g) Ilhas Cook e Tokelau. Ilhas Niveh) Anguilla. Bermudas. Ilhas Virgens. Cayman. Falkland. Pitcairn. Monserrat. Sta.

Helena. Ascensão. Tristão da Cunha. Turks e Caicos

NOTAS

COSECTABELA CLASSIFICATIVA DE PAÍSES

// Setembro 14 // Portugalglobal42

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INVESTIMENTO DIRECTO DO EXTERIOR EM PORTUGAL 2013 tvh

2013/122013

Jan/Jul2014

Jan/Jultvh 14/13

Jan/Jultvh 14/13

Jul/Jultvc 14/14 Jul/Jun

IDE bruto 30.109 -36,8% 15.399 17.777 15,4% -17,1% 15,4%

IDE desinvestimento 27.764 -31,7% 16.025 11.562 -27,9% -30,2% 18,7%

IDE líquido 2.345 -66,5% -626 6.215 1092,7% 212,9% -8,1%

IDE Intra UE 28.061 -36,8% 14.201 12.160 -14,4% -19,3% 17,6%

IDE Extra UE 2.048 -36,8% 1.198 5.617 368,7% 19,2% -4,3%

Unidade: Milhões de euros

IDE Intra UE 93,2% -- 92,2% 68,4% -- -- --

IDE Extra UE 6,8% -- 7,8% 31,6% -- -- --

% Total IDE bruto

INVESTIMENTO DIRECTO COM O EXTERIOR

IDPE bruto - Destinos 2014 (Jan/Jul) % Total tvh 14/13 IDPE bruto - Sector 2014 (Jan/Jul) % Total tvh 14/13

Países Baixos 59,1% 86,9% Act. Financeiras e de Seguros 85,3% 120,6%

Alemanha 9,3% 293,4% Comércio 5,3% 50,5%

Suíça 8,4% 5425,1% Ind. Transformadoras 2,5% -51,0%

Espanha 7,3% -2,5% Construção 2,0% 33,6%

Luxemburgo 5,0% 627,9% Electricidade, Gás, Água 1,4% 125,7%

>PRINCIPAIS DADOS DE INVESTIMENTO (IDE E IDPE). EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES.

INVESTIMENTO e COMÉRCIO EXTERNO

IDE bruto - Origem 2014 (Jan/Jul) % Total tvh 14/13 IDE bruto - Sector 2014 (Jan/Jul) % Total tvh 14/13

Brasil 19,8% 3246,7% Act. Financeiras e de Seguros 40,6% 168,4%

Espanha 15,6% -20,4% Comércio 21,8% -33,7%

França 13,4% -9,5% Ind. Transformadora 17,3% -22,3%

Alemanha 8,9% -20,3% Act. Consultoria e Técnicas 2,8% 13,8%

Luxemburgo 8,8% 103,1% Act. Informação e Comunicação 2,1% -41,7%

2011 Dez 2012 Dez 2013 Dez 2013 Jun 2014 Jun tvh 14/13 Jun/Jun

Stock IDE 86.428 90.783 93.168 90.155 97.650 8,3%

Stock IDPE 55.823 57.639 59.378 59.320 60.568 2,1%

Unidade: Milhões de euros Fonte: Banco de Portugal

INVESTIMENTO DIRECTO DE PORTUGAL NO EXTERIOR 2013 tvh

2013/122013

Jan/Jul2014

Jan/Jultvh 14/13

Jan/Jultvh 14/13

Jul/Jultvc 14/14 Jul/Jun

IDPE bruto 14.048 -12,0% 4.790 9.136 90,7% 78,6% 5,0%

IDPE desinvestimento 12.973 -16,4% 3.766 5.573 48,0% 23,9% -63,7%

IDPE líquido 1.075 138,5% 1.024 3.563 247,8% 296,0% 177,6%

IDPE Intra UE 9.561 46,2% 4.201 7.806 85,8% 93,9% 11,9%

IDPE Extra UE 867 -60,4% 589 1.330 125,7% -32,5% -54,3%

Unidade: Milhões de euros

IDPE Intra UE 68,1% -- 87,7% 85,4% -- -- --

IDPE Extra UE 31,9% -- 12,3% 14,6% -- -- --

% Total IDPE bruto

ESTATÍSTICAS

Portugalglobal // Setembro 14 // 43

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ESTATÍSTICAS

// Setembro 14 // Portugalglobal44

COMÉRCIO INTERNACIONAL

BENS (Exportação) 2013 tvh 2013/12

2013 Jan/Jul

2014 Jan/Jul

tvh 14/13 Jan/Jul

tvh 14/13 Jul/Jul

tvc 14/14 Jul/Jun

Exportações bens 47.266 4,5% 28.076 28.331 0,9% 1,3% 5,2%

Exportações bens UE 33.235 3,5% 19.887 20.391 2,5% 1,7% 4,4%

Exportações bens Extra UE 14.032 7,2% 8.189 7.940 -3,1% 0,1% 7,4%

Unidade: Milhões de euros

Exportações bens UE 70,3% -- 70,8% 72,0% -- -- --

Exportações bens Extra UE 29,7% -- 29,2% 28,0% -- -- --

Unidade: % do total

Exp. Bens - Clientes 2014 (Jan/Jul) % Total tvh 14/13 Exp. Bens - Var. Valor (14/13) Meur Cont. p. p.

Espanha 23,8% 1,8% Reino Unido 224 0,8

Alemanha 12,3% 3,7% França 126 0,4

França 12,2% 3,8% Alemanha 125 0,4

Angola 6,0% 1,0% Espanha 122 0,4

Reino Unido 6,0% 15,3% Bahamas 72 0,3

EUA 4,2% 4,8% Bélgica -130 -0,5

Países Baixos 4,0% -1,5% Marrocos -126 -0,4

Exp. Bens - Produtos 2014 (Jan/Jul) % Total tvh 14/13 Exp. Bens - Var. Valor (14/13) Meur Cont. p. p.

Máquinas, Aparelhos 14,5% 0,3% Veículos, Out. Mat. Transp. 188 0,7

Veículos, Outro Mat. Transp. 11,8% 6,0% Vestuário 172 0,6

Metais Comuns 8,0% 2,1% Plásticos, Borracha 134 0,5

Combustíveis Minerais 7,7% -25,5% Calçado 111 0,4

Plásticos, Borracha 7,4% 6,8% Combustíveis Minerais -751 -2,7

SERVIÇOS 2013 tvh 2013/12

2013 Jan/Jul

2014 Jan/Jul

tvh 14/13 Jan/Jul

tvh 14/13 Jul/Jul

tvc 14/14 Jul/Jun

Exportações totais de serviços 20.565 7,7% 11.348 11.905 4,9% 3,3% 29,3%

Exportações serviços UE 14.063 7,3% 7.651 8.099 5,9% 1,3% 25,9%

Exportações serviços extra UE 6.502 8,5% 3.697 3.806 2,9% 7,8% 37,2%

Unidade: Milhões de euros

Exportações serviços UE 68,4% -- 67,4% 68,0% -- -- --

Exportações serviços extra UE 31,6% -- 32,6% 32,0% -- -- --

Unidade: % do total

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ESTATÍSTICAS

Portugalglobal // Setembro 14 // 45

BENS (Importação) 2013 tvh 2013/12

2013 Jan/Jul

2014 Jan/Jul

tvh 14/13 Jan/Jul

tvh 14/13 Jul/Jul

tvc 14/14 Jul/Jun

Importações bens 56.906 0,9% 33.015 34.280 3,8% 3,0% 6,4%

Importações bens UE 40.959 1,6% 23.431 25.483 8,8% 3,4% 7,8%

Importações bens Extra UE 15.947 -0,8% 9.584 8.797 -8,2% 2,2% 2,9%

Unidade: Milhões de euros

Importações bens UE 72,0% -- 71,0% 74,3% -- -- --

Importações bens Extra UE 28,0% -- 29,0% 25,7% -- -- --

Unidade: % do total

Imp. Bens - Fornecedores 2014 (Jan/Jul) % Total tvh 14/13 Imp. Bens - Var. Valor (14/13) Meur Cont. p. p.

Espanha 31,9% 5,1% Alemanha 583 1,8

Alemanha 12,6% 15,6% Espanha 528 1,6

França 7,2% 9,8% França 219 0,7

Itália 5,4% 9,1% Itália 154 0,5

Países Baixos 5,1% 6,3% Rússia -248 -0,8

Reino Unido 2,9% 6,1% Camarões -322 -1,0

Angola 2,9% -46,1% Angola -842 -2,5

Imp. Bens - Produtos 2014 (Jan/Jul) % Total tvh 14/13 Imp. Bens - Var. Valor (14/13) Meur Cont. p. p.

Combustíveis Minerais 17,8% -7,0% Veículos, Outro Mat. Transp. 788 2,4

Máquinas, Aparelhos 14,7% 6,8% Máquinas, Aparelhos 321 1,0

Veículos, Outro Mat. Transp. 10,8% 27,1% Plásticos, Borracha 146 0,4

Químicos 10,4% 2,4% Vestuário 131 0,4

Agrícolas 10,4% -1,6% Combustíveis Minerais -458 -1,4

SERVIÇOS 2013 tvh 2013/12

2013 Jan/Jul

2014 Jan/Jul

tvh 14/13 Jan/Jul

tvh 14/13 Jul/Jul

tvc 14/14 Jul/Jun

Importações totais de serviços 10.639 2,2% 6.180 6.800 10,0% 12,2% 12,4%

Importações serviços UE 7.785 2,4% 4.495 5.014 11,6% 8,7% 7,7%

Importações serviços extra UE 2.855 1,6% 1.686 1.786 6,0% 22,0% 26,1%

Unidade: Milhões de euros

Importações serviços UE 73,2% -- 72,7% 73,7% -- -- --

Importações serviços extra UE 26,8% -- 27,3% 26,3% -- -- --

Unidade: % do total

Fontes: INE/Banco de Portugal Notas e siglas: Meur - Milhões de euros Cont. - Contributo para o crescimento das exportações p.p. - Pontos percentuais tvh - Taxa de variação homóloga tvc - Taxa de variação em cadeia n.d. - Não disponível

PREVISÕES 2014 : 2015 (tvh real %) 2013 2014 1º S FMI CE OCDE BdP Min. Finanças

INE INE Abril 14 Maio 14 Maio 14 Junho 14 Abril 14

PIB -1,4 0,9 1,2 : 1,5 1,2 : 1,5 1,1 : 1,4 1,1 : 1,5 1,2 : 1,5

Exportações Bens e Serviços 6,4 2,7 5,5 : 5,5 5,7 : 5,7 4,5 : 5,1 3,8 : 6,1 5,7 : 5,7

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// Setembro 14 // Portugalglobal4646

S. Francisco

Toronto

Cidade do México

Bogotá

Nova Iorque

Haia

BruxelasDublin

Londres

Paris

Milão

Barcelona

Praia

Rabat

São Paulo

Lima

Rio de Janeiro

Santiago do Chile

Buenos Aires

Argel

Zurique

Oslo

Madrid

Caracas

Panamá

Carlos [email protected]

Jorge [email protected]

Luís [email protected]

João Pedro PereiraÁFRICA DO [email protected]

Raul TravadoCANADÁ[email protected]

Miguel Porfí[email protected]

Rui Boavista [email protected]

REDE EXTERNA

Carlos [email protected]

Álvaro CunhaMÉ[email protected]

Eduardo [email protected]

Manuel [email protected]

[email protected]

Miguel FontouraREINO [email protected]

Armindo RiosCABO [email protected]

Rui [email protected]

Gonçalo Homem de MelloBÉ[email protected]

António SilvaFRANÇ[email protected]

João Renano HenriquesARGÉ[email protected]

Miguel CrespoCOLÔ[email protected]

Fernando CarvalhoMOÇ[email protected]

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Portugalglobal // Setembro 14 // 4747

Copenhaga

BerlimHaia

Bruxelas

Luanda

Maputo

PretóriaGaborone

Windhoek

Tunes

Abu Dhabi

Estocolmo

Zurique

Moscovo

VarsóviaPraga

BudapesteViena

Bratislava

Liubliana Bucareste

BakuPequim

Nova Deli

Xangai

Tóquio

Macau Hong Kong

Guangzhou

Jacarta

Atenas

Tripoli

RiadeDoha

Ancara

Kuala Lumpur

Singapura

Eduardo Souto MouraSUÉ[email protected]

Nuno Lima LeitePOLÓ[email protected]

Maria José RézioRÚ[email protected]

Joaquim Pimpã[email protected]

Ana Isabel DouglasÁ[email protected]

João Guerra [email protected]

Pedro Macedo Leã[email protected]

AO SERVIÇO DAS EMPRESAS

Celeste [email protected]

Laurent ArmaosGRÉ[email protected]

Manuel Couto [email protected]

Nuno Vá[email protected]

Maria João LiewMALÁ[email protected]

Maria João Bonifá[email protected]

João CardimINDONÉ[email protected]

Filipe [email protected]

José Joaquim FernandesJAPÃ[email protected]

Alexandra Ferreira [email protected]

João RodriguesÍ[email protected]

Pier Franco SchiavoneITÁ[email protected]

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Vivemos hoje numa sociedade da in-formação e do conhecimento, também caracterizada por ser uma sociedade em rede, onde a dependência da informação e interdependência entre organizações são uma realidade. Os gestores das or-ganizações em geral e das empresas em particular, cada vez mais consideram a informação como um recurso estratégico fundamental para o sucesso das suas ac-tividades. Gerir é tomar decisões, e para tomar boas decisões há que possuir boa informação. Quase todos os tipos de pro-fissionais necessitam de utilizar sistemas de informação nas suas actividades diá-rias, e, em muitos casos, são chamados a participar na implementação dos mes-mos. O domínio dos principais conceitos relativos a tecnologias da informação já não é só para os informáticos, pois estas tecnologias estão sempre presentes no nosso dia-a-dia, quer em termos profis-sionais quer particulares.

BOOKMARKS

Caminhos do Exportador é um livro único. Em primeiro lugar, porque é es-crito por quem tem trilhado os muitos e diversos caminhos da exportação e não por um teórico. Em segundo, por-que aborda o tema na perspectiva das PME, que são as que mais necessitam deste tipo de orientação para cumprir em razoável segurança o caminho das pedras. Em terceiro, porque exemplifica as inúmeras situações que podem ocor-rer quando se vai para outros mercados. E em quarto, porque é bem-humorado – algumas das histórias vividas pelo au-tor são verdadeiramente deliciosas. Para qualquer PME exportadora, Caminhos do Exportador é um livro obrigatório, porque lhe fará poupar muito tempo e dinheiro, além de evitar muitos erros.(Nicolau Santos)

José Manuel Fernandes é licenciado em Engenharia Mecânica pela FEUP/

INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO ORGANIZACIONAL

CAMINHOS DO EXPORTADORESTRATÉGIAS DE INTERNACIONALIZAÇÃO

Universidade do Porto e bacharel em Electrotecnia e Máquinas pelo ISEP. Co-meçou a trabalhar na indústria de bens de equipamento e transaccionáveis, tendo-se mais tarde especializado em áreas ligadas à produtividade, controle numérico, gestão de investimentos em ambiente CNC pela ADEPA, em França, e gestão empresarial pelo CIFAG / IAP-MEI. É autor de vários artigos sobre es-tratégia político-empresarial em sema-nários económicos, além de conferen-cista. Em 1978, fundou a FREZITE, uma multinacional de matriz portuguesa.

Autores: Bráulio Alturas

Editor: Ed. Sílabo

Nº de páginas: 224

Ano: 2013

Preço: 16,80€

Autor: José Manuel Fernandes

Editor: Actual Editora

Nº de páginas: 178

Ano: 2014

Preço: 14,90€

Este livro é destinado a estudantes e a profissionais não informáticos, com necessidades de formação especializa-da em sistemas de informação, bem como em ferramentas informáticas aplicadas à sociedade da informação e do conhecimento.Bráulio Alexandre Barreira Alturas (ISC-TE – Instituto Universitário de Lisboa, Portugal). É doutorado em Organização Gestão de Empresas com especializa-ção em Marketing, Mestre em Ciências Empresariais com especialização em Sistemas de Informação de Gestão e Li-cenciado em Organização e Gestão de Empresas, pelo ISCTE-IUL. Actualmente é Professor Auxiliar do ISCTE-IUL.

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