portal novos rumos - cardiologia & medicina interna · 2015. 9. 14. · em junho de 1998 foi criado...

52
NovosRum s Ciência & Saúde ia DR. ROBERTO BASTOS DE QUADROS Cardiologia & Medicina Interna Digital editora novos rumos Ano 17 Junho 2014 - Edição Especial Digital 17 Anos www.novosrumosnews.com.br

Upload: others

Post on 04-Feb-2021

2 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • NovosRum sCiência & Saúdeia

    DR. ROBERTO BASTOS DE QUADROS

    Cardiologia& Medicina Interna

    Digital

    editoranovos rumos

    Ano 17 Junho 2014 - Edição Especial Digital 17 Anoswww.novosrumosnews.com.br

  • www.novosrumosnews.com.br

    Acesse

    Entre em contato! Não perca o próximo nú[email protected]

    ASSINE JÁ!REVISTA NOVOS RUMOS

    CIÊNCIA & SAÚDE

    (51) 3501 2047

    64,R$

    Semestral

    Anual

    Impressa

    Anual

    19,90R$

    Digital

    32,R$

    EDITORA

    Anual

    73,00R$

    Impressa + Digital

  • Em junho de 1998 foi criado o Jornal Novos Rumos, que evoluiu e tornou-se excelência em revista de saúde e qualidade de vida.A Revista Novos Rumos Ciência & Saúde é feita pelos melhores profissionais de diversas áreas, com a proposta de ajudar a atingir um equilíbrio saudável. Já estrelaram nossas capas temas tão variados, sobre ecologia, autoconhecimento, saúde e qualidade de vida.

    A Editora Novos Rumos sente-se privilegiada, e reafirma o compromisso, que é a conscientização e integração do ser humano com ele mesmo e o meio onde vive.

    A diversidade dos assuntos, tratados com credibilidade, no sentido mais amplo possível, é o nosso diferencial. Acreditamos que tratado com seriedade, com-petência e responsabilidade, gera uma força transformadora capaz de ressoar em diversas esferas da vida.

    Temos uma vida hoje e precisamos sonhar com uma vida melhor que queremos ver acontecer amanhã. Todos queremos crescer e progredir, mas nosso desejo de sucesso será tão mais poderoso quanto mais respeitarmos o amanhã, tanto do ponto de vista de nossa herança ambiental e cultural como do futuro de nosso desenvolvimento econômico, social e espiritual.

    Através da Revista Novos Rumos Ciência & Saúde, procuramos contribuir da melhor forma para esse processo e revalorização do ser humano e da natureza. Acreditamos que isso se faz necessário para que trilhemos com sucesso a nossa jornada.

    Para comemorar os 17 anos da Editora Novos Rumos, estamos lançando esse ano uma edição especial digital: “Cardiologia & Medicina Interna com Dr. Roberto Bastos de Quadros”. Boa Leitura!

    Mensagem do presidente

    03 Revista Novos RumosEspecial 17 anos

    Vilson TeixeiraJornalista/EditorPresidente da Editora Novos Rumos

    DR. ROBERTO B. QUADROS | JUNHO 2014 | NOVOS RUMOS

  • ÍNDICE

    04 Revista Novos RumosEspecial 17 anos

    03

    06

    07

    08

    09

    10

    11

    12

    13

    14

    15

    16

    17

    18

    19

    20

    21

    22

    23

    24

    25

    26

    27

    28

    MENSAGEM DO PRESIDENTE

    PERDA DE MASSA MUSCULAR

    INFECÇÕES E DOENÇAS CARDIOVASCULARES

    A MULHER E O ÁLCOOL

    MEDICINA BASEADA EM EVIDÊNCIAS

    INCONTINÊNCIA URINÁRIA

    DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA

    O EXERCÍCIO FÍSICO NA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA

    INSUFICIÊNCIA CORONARIANA CRÔNICA

    DEMÊNCIA

    ENVELHECIMENTO DO SISTEMA CARDIOVASCULAR

    HIPOCONDRIA

    RISCO CARDIOVASCULAR EM ASSINTOMÁTICOS

    O SONO E A SAÚDE

    AVANÇOS DA MEDICINA NO TEMPO

    IATROGENIA

    DOR - IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO

    QUEDAS EM IDOSOS

    COMO EVITAR O INFARTO DO MIOCÁRDIO

    COMPLICAÇÕES TARDIAS NO DIABETES MELITO

    IMUNIDADE

    RISCO CIRÚRGICO EM CARDIOPATAS

    OBESIDADE

    O IDOSO FRAGILIZADO

    29

    30

    31

    32

    33

    34

    35

    36

    37

    38

    39

    40

    41

    42

    43

    44

    45

    46

    47

    48

    49

    50

    51

    PÉ -DIABÉTICO

    SAÚDE DA MULHER APÓS 40 ANOS

    USO ABUSIVO DE SUBSTÂNCIAS

    DOENÇA CORONÁRIA EM MULHERES

    NEFROPATIA DIABÉTICA

    DIABETES MELITO TIPO 1

    DEZ PASSOS PARA A LONGEVIDADE

    ENXAQUECA

    O CORAÇÃO E AS EMOÇÕES

    MORTE SÚBITA

    LESÃO DE VÁLVULA AÓRTICA NO IDOSO

    CARDIOMEGALIA

    SAÚDE A PARTIR DA TERCEIRA IDADE

    OSTEOPOROSE

    BENEFÍCIOS DO EXERCÍCIO FÍSICO

    FATORES DE RISCO PARA DOENÇAS ARTERIAL CORONARIANA

    PREVENÇÃO NA SÁUDE

    O ENVELHECIMENTO E OS EXERCÍCIOS FÍSICOS

    COMPLICAÇÕES AGUDAS DO DIABETES MELITO

    DISLIPIDEMIAS E O DIABETES

    DIABETE MELITO

    DOENÇA ARTERIAL PERIFÉRICA - DAP

    VARIZES

    NOVOS RUMOS | DR. ROBERTO B. QUADROS | JUNHO 2014

    10

    13

    31

    Dr. Roberto B. de Quadros - Cardiologia - Medicina Interna Fone: (51) 9977-3653 - www.robertoquadros.hpnr.com.br

  • Na sua próxima viagem consultenos!

    (51) 3332.8799

    Venha voar com a gente!

    Loja Farrapos TurismoAv. Assis Brasil, 3867 Conj. 301

    Porto Alegre - RS - Brasil

  • Sarcopenia é o termo que designa a perda da massa e da função muscular. A denominação Sarcopenia foi descrita por Irwin Rosenberg para designar este acontecimento ligado ao processo do enve-lhecimento. Nem sempre resulta na perda de peso, pois há, na maioria das vezes um aumento de gordura corporal. Dessa forma, diminuem as fibras musculares de contração substituídas por tecido gorduroso, consequentemente ocorre uma diminuição na força. Há, portanto, diminuição dos músculos contrateis envolvidos na locomoção e no metabolismo. De 30 a 80 anos a perda acumulativa pode chegar a 40%.

    Em grau avançado de perda de massa muscular, ocor-rerá além da incapacidade de levantar peso, por exemplo, 20 a 24 quilos, a dificuldade de deambular por perda a nível dos membros inferiores. O dano pode ser visível até mesmo pelo caminhar a passos curtos, falta de firmeza e o perigo de quedas com consequentes fraturas.

    Os acamados por qualquer tipo de patologia, e tam-bém os que sofreram fraturas, perdem massa muscular dos membros inferiores rapidamente, ocorrendo também diminuição da síntese de proteínas dificultando a recupe-ração dos movimentos.

    Quais são os mecanismos que levam a perda da massa muscular?

    Em princípio fatores genéticos aos quais não podemos interferir. Porem a medicina pode diminuir os danos e até recuperar em boa parte. Os idosos em fase inicial dos pro-cessos da Sarcopenia devem receber nutrição adequada e colocados na prática de exercícios de resistência.

    A avaliação clínica deve estar assentada na possibilida-

    de de presença de patologias principalmente as de origem endócrinas, tireoide, diabetes etc.

    Podemos resumidamente classificar a Sarcopenia em: primária e secundária

    Primária: quando decorrente do processo normal do envelhecimento.

    Secundária: a) Restrição ao leito, inatividade física, sedentarismo relacionado à doença.

    b) Insuficiência cardíaca, doenças endó-crinas, renais e Inflamatórias.

    c) Relacionadas à nutrição ingestão inadequada de energia ou proteínas, distúrbios gastro intestinais, uso de medicamentos que inibem o apetite.

    O diagnóstico da perda de massa muscular é feito em principio pelo exame clínico, seguido conforme ao grau de gravidade, por tomografia, ressonância magnética, densitometria óssea, e avaliação do desempenho físico. A Sarcopenia merece atenção médica por sua significação ao prejuízo ocasionado aos idosos limitando sua indepen-dência, suas possibilidades de objetivos felizes, tornando dependentes de cuidados especiais.

    A Sarcopenia pode ser evitada e até mesmo revertida se quanto mais cedo for usada a intervenção com indicação de alimentação balanceada (indicada por profissionais mé-dicos e nutricionistas em conjunto) propostas indicativas para exercícios físicos ou de reabilitação, aconselhamento psicológico adequado.

    Tanto quanto a Osteoporose a Sarcopenia avança silenciosamente em seu poder destrutivo.

    Por essa razão as pessoas que registrarem aspecto físico decaído merecem acurada investigação.

    06 Revista Novos RumosEspecial 17 anos

    NOVOS RUMOS | DR. ROBERTO B. QUADROS | JUNHO 2014

    Perda da massa muscular

  • Infecções e doenças cardiovasculares

    O fator infeccioso é de grande importância no desenvolvimento das doenças cardio-vasculares.O Endotélio (camada interna que reveste as arteríolas

    do coração) sofrem alterações morfológicas desencade-adas pela elevação do LDL (mau colesterol), pela Hiper-tensão, pela formação de radicais livres.

    Ainda são desencadeantes as descompensações do Diabete Melitus, a obesidade, principalmente a abdomi-nal, os prejuízos do tabagismo, a predisposição genética, etc...

    Porém atualmente é reconhecida como de grande importância o aspecto inflamatório como a chave que abre o ataque ao coração.

    A Chlamydia Pneumiae, o Herpes Vírus, o Haemo plilus Influenza (causadora das gripes), o Helicobater pylori (cau-sadora da gastrite) e outras bactérias agem no Endotélio e nas placas de Ateroma formadas pelas citadas patologias.

    A infecção como fator patológico nas doenças do Coração datam de 1970 e tornam-se cada vez mais plau-síveis do crédito científico. Há um processo auto- imune com formação de antígenos que foram encontrados em placas rotas de ateromas ocasionando uma toxidade desencadeadora de um Infarto do Miocárdio, um Aci-dente Vascular.

    O estudo patológico dos óbitos,por muitas vezes , com raras exceções, demonstraram a presença dos agentes patológicos citados.

    O uso de antibióticos nas doenças cardíacas nem sempre trazem efeito positivo o que abre a discussão da influência dos agentes patogênicos citados.

    Modernos antibióticos parecem com tudo compro-var as citações de infecção (patologia cardíaca).

    Entre as doenças inflamatórias do coração podemos destacar a Miocardite que consiste na inflamação do Miocárdio , músculo do bombeamento do sangue do coração para a circulação geral garantindo a nutrição dos diversos órgãos. As consequências de uma Miocardite, ocasionada por vírus, bactérias ou fungos, são a insu-ficiência cardíaca e alterações dos impulsos elétricos

    causando arritmias. Os vírus Coxsackie B respondem por metade das

    Miocardites, mas virose simples das gripes e resfriados também podem produzir Miocardites, principalmente em presença de pacientes mais vulneráveis como os Diabéticos tipo 2. Outra doença infecciosa que atinge o coração é a Endocardite . É provocada pelo Streptococus Viridaus atingindo na sua maior parte os portadores de problemas de válvula cardíacas como Prolapso Mitral por exemplo.

    Periocardite é o processo inflamatório do Pericárdio (membrana que envolve o coração) pode ser resultante de uma Pneumonia e moléstias infecciosas em gerais. Outras patologias do sistema cardiovascular também ocorrem por efeito de infecções.

    Neste breve artigo procuramos chamar a atenção para os cuidados de avaliações cardiológicas quando exis-te um quadro febril importante com sintomas aparente-mente não comprometedores do Sistema Cardiovascular.

    07 Revista Novos RumosEspecial 17 anos

    DR. ROBERTO B. QUADROS | JUNHO 2014 | NOVOS RUMOS

  • Atualmente as mulheres usam bebidas alcoó-licas na sua maioria. Pode compreender que elas buscando sua independência passaram a exercer o trabalho fora do lar e consequentemente também ampliaram sua vida social. A explosão de anúncios, propa-gandas do prazer de beber proliferam na TV, nos cinemas, teatro, revistas etc.

    Para se ter uma ideia desse incremento, existem estatís-ticas que o consumo da cerveja, por exemplo, atinge mais de 10 bilhões de litros/ano.

    Embora o sexo feminino sofra também as mesmas con-sequências que atingem os homens, Cirrose, por exemplo, deve-se levar em conta que a absorção do álcool (bebidas alcoólicas) é, na mulher diferenciado, pois a concentração da desidrogenase alcoólica é mais baixa do que no homem. Ocorre então que o efeito nocivo atinge rapidamente o cé-rebro. Um copo de cerveja produz o mesmo efeito do que dois copos usados pelo homem. A embriagues é mais fácil ocorrer se não levado em conta este conhecimento.

    Cita-se também que a propensão para induzir à Hiper-tensão Arterial é 40% a mais, e a indução a Osteoporose aumenta ainda mais que essa patologia tende por si, maior incidência na mulher.

    O álcool é também nocivo na menopausa. A maior gra-vidade registra-se, porém na chamada Síndrome Alcoólica Fetal (SAF), ou seja, os relatos dos efeitos nocivos, quando do uso do Álcool (bebidas alcoólicas) ingeridas pela gestante são desde o aborto a grandes patologias.

    Observam também que em relação à dose/peso a mãe tendo 60/70 kg e o feto 100/200 ou 1000 g, existe uma grande desproporção da taxa alcoólica circulante.

    A mulher e o álcoolNão há relatos que registram a dose que ocasiona de-

    terminada patologia no feto, ou embrião. Nem mesmo o trimestre mais perigoso. Geralmente consideram-se o pri-meiro trimestre, porém na realidade a gestante consciente deve abster-se do uso de bebidas durante toda gravidez.

    O quadro clínico da SAF (síndrome Alcoólica Fetal) caracteriza-se pela ação do álcool etílico sobre diversos órgãos do feto ou do embrião. São atingidos um ou vários sistemas orgânicos. Quando atinge o SNC (Sistema Nervoso Central) ocorre Microcefalia (desenvolvimento insuficiente do crânio), massa encefálica com retardo mental, atraso do desenvolvimento motor, distúrbios comportamentais etc..

    No sistema cardiovascular ocorrem más formações cardíacas, entre elas a tetralogia de Fallot com inversão dos vasos comunicantes do coração, chamada Doença Azul por apresentar lábios cianosados (azulados - roxos).

    No aparelho urinário, os Rins estão em forma de ferradura e de menor tamanho.

    No aparelho esquelético alterações como hipotrofia óssea, fibroses.

    Na face podem ocorrer alterações nasais, das orelhas e o chamado Lábio Leporino. Todas as alterações possíveis de ocorrer variam na gravidade das alterações.

    A afirmativa final é bastante confortadora, se a gestante durante toda gravidez não beber, não se instalará a SAF (Síndrome Alcoólica Fetal).

    Nosso intuito neste artigo não é atemorizar, e como todos podem afirmar conhecer lindas crianças saudáveis nascidas de mães com uso de bebidas alcoólicas na gestação, o que declaramos é uma verdade, porém o mais acertado é a atitude risco zero.

    08 Revista Novos RumosEspecial 17 anos

    NOVOS RUMOS | DR. ROBERTO B. QUADROS | JUNHO 2014

  • 09 Revista Novos RumosEspecial 17 anos

    DR. ROBERTO B. QUADROS | JUNHO 2014 | NOVOS RUMOS

    Medicina baseada em evidências

    A medicina baseada em evidências fornece dados estatísticos obtidos por grupos de pesquisadores qualifica-dos que aplicados ao tratamento das doenças, nas prescrições médicas, re-sultam em grande benefício aliviando sofrimentos prolongando a vida.

    Foram analisados efeitos dos me-dicamentos, nas diversas patologias, resultados de exames sanguíneos que definem as doenças ou que indicam o risco do seu acometimento. Também receberam foco em estilos de vida, o sedentarismo, as dietas de alimenta-ção mais saudável, o envelhecimento. Focalizar em um pequeno artigo é uma ousadia, porém proveitosa pois, os lei-tores recebem estimulo para seguir as prescrições e informações adequadas para viver melhor.

    A medicina baseada em evidências completa a cardiologia preventiva primária, quando ainda existe uma patologia. E secundária, quando ela já está presente.

    O fator genético nos esclarece que se o pai ou a mãe sofreram um Infarto do Miocárdio, os filhos tem risco du-plo de serem acometidos da mesma patologia.

    Essa medicina que se baseia em evi-dências fornece dados para diminuir esse risco, e usando conhecimentos já clássicos, por exemplo, os estudos do envelhecimento que se inicia entre 45 e 50 anos do homem e da mulher. Com alterações morfológicas das estruturas das artérias, vasos e órgãos, propicia a indicação de dietas adequadas para evitar ou tratar a Hipertensão Arterial,

    a Obesidade Mórbida, o Sedentarismo e o Tabagismo, procurando normalizar taxas sanguíneas do colesterol, dos triglicerídeos, da glicemia, dos hormô-nios e dosagens sanguíneas que fazem diagnóstico da função renal.

    Valioso é também o conhecimento da dosagem sanguínea da Proteína C Reativa (PCR) que atualmente é um indicador de risco de Infarto, já que essa patologia resulta de um fator Infeccioso. A dosagem da Proteína C Reativa alterada não especifica para diagnostico de risco de Infarto. Outras infecções também elevam suas taxas, porém, associada a outros indicati-vos, como por exemplo, dosagem de tropomina e sintomas do paciente formam as decisões médicas mais eficientes.

    Quanto as dosagens do Colesterol Total LDL (mau colesterol) e HDL (bom colesterol) foi esclarecido que a Terapia Preventiva deve tentar baixar o nível do colesterol a taxas bem menores das que são consi-deradas normais, p o r e x e m p l o, 200 mg/dl seria ideal diminuir a 100 mg/dl, ou pouco mais. Para isso são usadas as estatinas, tais como, Sinvasta-tina, Lovastati-na, Pravastatina, Rosuvastatina, todas aprovadas para evitar even-tos cardiovascu-

    lares, Infarto, AVC. Com referência ao Tabagismo, está relacionado aumento de três vezes no risco do Infarto, e quando associado a Hipertensão Arte-rial, Diabetes e Hipercolesterolemia, o risco passa a ser 20 vezes maior.

    Controlar o Diabetes a Obesidade Mórbida, observando medidas da cintura, em homens até 102 cm, e em mulheres até 88 cm, é considerado básico. A gordura abdominal tende a aumentar os níveis de Triglicerídeos e Colesterol, que já referimos, temos que manter em baixos níveis.

    Muitos pontos referidos acima me-recem mais comentários, porém, este pequeno artigo traz apenas anotações de alerta para manter a Saúde.

    Vamos aproveitar a vida com ali-mentação saudável, exercícios, lazer e aplicação dos conhecimentos da medicina baseada em evidências, da qual registramos pequenos lembretes.

  • 10 Revista Novos RumosEspecial 17 anos

    Incontinência urinária

    É definida como a perda invo-luntária de urina. O Rim filtra o sangue enviado desde o Coração pelo debito cardíaco na per-centagem de 25%, cerca de 180 l/dia dos quais 10% é eliminado na forma de urina. A bexiga acumula a urina e sua musculatura tem a função de controlar por mecanismos hormonais o desejo, ou necessidade de urinar.

    Alterações no conjunto dos órgãos do aparelho urinário por vários fatores ocasionam a Incontinência Urinária, levando a urgência por deficiência do músculo detrusor, que controla os esfíncteres interno e externo.

    Os idosos pelo envelhecimento das estruturas estão mais sujeitos à Urgência Urinária e consequentemen-te Incontinência Urinária. Um terço das mulheres também sofre com essa patologia, e 20% dos homens são atingidos.

    A origem da patologia pode ser primária ou secundária:

    • Primária: quando se origina no próprio aparelho urinário.

    • Secundária: quando originada por outros fatores, tais como o uso de medicamentos (iatro-genia) diuréticos, os anticoli-nérgicos.

    Doenças metabólicas como o Diabetes Melito também podem oca-sionar Incontinência Urinária.

    Doenças do Sistema Nervoso Central causam alterações cognitivas, como o Alzheimer, por exemplo, ou

    doenças Psiquiátricas. De um modo geral podemos ainda

    esclarecer que as mulheres em geral são atingidas por fatores das altera-ções pélvicas sofridas por parto ou alterações hormonais da menopausa.

    Os homens de modo geral são atingidos por afecções prostáticas tais como, hiperplasia prostática (aumento do volume da próstata).

    Tanto o sexo masculino como o feminino pode sofrer a patologia que estamos descrevendo pelo uso abusivo do álcool (bebidas alcoólicas) ou até mesmo pela ingestão abusiva de líquidos.

    Outras causas que podem resultar em Incontinência Urinária, podemos citar infecções urinárias, distúrbios do sono, insuficiência venosa, constipa-ção fecal (fecalomas).

    Devemos citar que muitas cau-sas de Incontinência Urinária são reversíveis (curáveis) ou pelo menos atenuadas por uso de medicamentos apropriados ou por cirurgias. Desta forma na Anamnese (história clinica) devem ser investigados a frequên-cia e o volume urinário, as doenças existentes (Comorbidades) o uso dos medicamentos, o exame físico pélvico ou prostático, exames de sangue da função renal, hemograma, urocultura, ecografia das vias urinárias, medidas do resíduo miccional (volume uriná-rio retido na bexiga após todo ato de urinar), estudo hemodinâmico. No máximo 200 ml podem ficar retidos.

    Não podemos esquecer de citar que a Insuficiência Cardíaca Conges-tiva, no qual o Miocárdio Muscular do Coração não consegue cumprir sua função.

    Devido ao constrangimento e de-pressão ocasionada pela Incontinência Urinária, não podemos na entrevista médica esquecer de interrogar nosso consultante em relação a esta pato-logia.

    Nesse artigo não descrevemos as causas Congênitas de Incontinência Urinária, que são as más formações, as quais já vêm desde o nascimento.

    NOVOS RUMOS | DR. ROBERTO B. QUADROS | JUNHO 2014

  • A DPOC caracteriza-se por obs-trução do ar, que, por meio da respiração, deveria circular, suficientemente nos alvéolos pulmonares.

    Atinge pessoas de meia idade e idosos e está entre as cinco maiores causas de mortalidade mundial.

    A doença pulmonar obstrutiva crônica é em grande parte preventiva. O tabagismo (vício de fumar) está entre as principais causas da sua etiologia.

    É também resultante da poluição at-mosférica, substancias químicas em locais de trabalho e na mineração. Causada ainda por alergias.

    A DPOC doença pulmonar obstru-tiva crônica constitui-se das formas de Bronquite Crônica e Enfisema Pulmonar, separadamente ou nos dois aspectos.

    Bronquite crônica é um estado inflama-tório dos brônquios, com tosse produtiva (com catarro na maioria dos dias, por pelo menos 3 meses em 2 anos consecutivos).

    O Enfisema Pulmonar caracteriza-se

    Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC)

    por destruição das paredes dos alvéolos (unidades respiratórias dos pulmões), criando espaços mortos para a função respiratória.

    Os fumantes devem ser aconselhados, com ajuda médica ao abandonar o vício através de uma programação: médicos – medicação e decisão firme de abandonar o vicio de fumar.

    A DPOC cujos sintomas clássicos são dispneia, fadiga, tosse, em seus graus di-versos, quando está na forma de bronquite, é mais fácil de ser tratada de que quando existe o Enfisema.

    Para programação dos exercícios físicos na DPOC devemos classificá-la de acordo com os sintomas e manifestações clínicas e a intolerância aos esforços.

    A observação clínica, os exames la-boratoriais, o RX de pulmão devem ser acrescidos à Espirometria, (que mede a ca-pacidade respiratória), ao teste ergométri-co progressivo a esforços dará indicativos para a programação reabilitadora.

    As mudanças dos níveis arteriais de oxigênio podem ser avaliadas com o Oxi-metro, colocado em um dedo.

    É necessário verificar a coexistência de outras patologias, sendo dada uma aten-ção aos que forem Cardiopatas.

    Os programas de reabilitação objeti-vam ensinamentos da função respiratória e a movimentação que melhorem os mús-culos envolvidos nessa função.

    O seguimento com medicação prescri-ta, os exercícios executados darão alívio a sintomatologia dispneia, tosse, fadiga, etc.

    A persistência do tratamento e exe-cução dos exercícios indicados, afastará o paciente das urgências hospitalares e o portador da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica vivera mais tranqüilo, mais saudá-vel, participando da vida familiar social etc.

    Neste artigo chamamos a atenção dos leitores que a temida DPOC já não obriga a ficar em repouso absoluto, vendo a vida passar sem dela participar.

    11 Revista Novos RumosEspecial 17 anos

    DR. ROBERTO B. QUADROS | JUNHO 2014 | NOVOS RUMOS

  • As estruturas e cavidades internas do coração são revestidas por um conjunto de fibras musculares constituindo o chamado miocárdio.Quando ele perde sua capacidade de bombear o sangue para a circulação geral fica estabelecida a insuficiência cardíaca.

    Várias são as causas da insuficiência cardíaca, prevalecendo doença das coronárias, patologias de válvulas cardíacas, a hipertensão arterial e outras.

    Conforme a gravidade dos sintomas, a New York Heart Association – NYHA classifica:• Classe I: os sintomas (dispnéia, por exemplo) só se manifestam em esforço

    muito intenso.• Classe II: os portadores da IC (Insuficiência Cardíaca) apresentam sintomas ao

    esforço normal.• Classe III: esforços menores já trazem a manifestação.• Classe IV: mesmo em repouso absoluto.Atualmente o tratamento médico com inibidores da enzima angiotensina, betabloquea-

    dores, espirolactona tem demonstrado eficiência. No entanto, quando as fibras dos músculos esqueléticos do tórax e membros estão atrofiados, há um agravamento da IC (Insuficiência Cardíaca). Quanto maior a atrofia, mais graves são os sintomas da insuficiência.

    Hambrecht R. em duas análises publicadas na revista J. Am: Col. Card e Circulation consta-tou que após seis meses de exercícios prescritos os portadores de IC (Insuficiência Cardíaca) passavam para uma classificação melhor (por exemplo, da Classe III para Classe II).

    Para a prescrição dos exercícios é usado o Teste Ergométrico em esteira ou bicicleta er-gométrica. No teste ergométrico é submetido a esforços físicos com resultados analisados nos gráficos registrados.

    O TE (Teste Ergométrico) é executado com segurança nos portadores de IC (Insuficiência Cardíaca) e durante sua realização são mantidos os medicamentos em uso.

    Naturalmente o cardiologista excluirá da possibilidade de execução do teste ergomé-trico os casos contraindicados: portadores de embolia pulmonar, doenças febris graves e portadores de insuficiência instável.

    Cada análise do TE (Teste Ergométrico) indicará tipos de exercícios apropriados a melhorar a musculatura esquelética do tórax e membros.

    Os objetivos das observações descritas acima foram ressaltar esses fatores importantes a serem observados no tratamento de IC (Insuficiência Cardíaca) além do tratamento com medicamentos.

    O exercício físico nainsuficiência cardíaca

    12 Revista Novos RumosEspecial 17 anos

    NOVOS RUMOS | DR. ROBERTO B. QUADROS | JUNHO 2014

  • 13 Revista Novos RumosEspecial 17 anos

    Quando as artérias coronarianas não recebem O2 (oxigênio) suficiente para seu metabolismo, ocasio-nando disfunção do Miocárdio (parte muscular), o coração perde a capacidade de manter a normalidade da circulação sanguínea. Fica, então, estabelecido o quadro clínico de INSUFICI-ÊNCIA CORONARIANA a Angina.

    Os sintomas em seu maior grau são: dor no peito (dor – pré cardial) acompanhada de Dispneia (falta de ar) e até mesmo Sín-cope (queda abrupta ao solo).

    As artérias Coronarianas podem estar comprometidas por pla-cas de Ateromas (células fibrosas de lipídeos e cristais de colesterol).

    Elas podem ser Estáveis (fixas) ou Instáveis (sujeitas a processos inflamatórios).

    Contribui para a formação da cardiopatia Coronariana a com-posição sanguínea.

    Quando os eritrócitos (glóbulos vermelhos) estão com defici-ência de hemoglobina, o transporte do oxigênio fica prejudicado.

    Porém independente da presença de placas de Ateroma, as coronárias podem sofrer “espasmos” (contrações) que diminuem o lúmen (espaço vazio interno por onde corre o sangue, ocasionando quadro de dor anginosa.

    A maioria dos processos isquêmicos com obstruções por placas só são sintomáticas quando elas obstruem 70 a 80% de coronária. Por essa razão pode registrar-se o evento de um Infarto Silencioso, ou seja, um pequeno infarto só detectado num eletrocardiograma feito por qualquer motivo, por exemplo, em uma revisão médica sem sintomatologia.

    Na ocasião do Infarto Silencioso, o paciente pode ter sentido como uma “má digestão” ou um “mal estar”.

    Sabemos também que a Hipertensão Arterial é causa frequente de cardiopatia isquêmica.

    No sexo feminino a deficiência de estrogênio pode ocasionar infarto.

    O fumo desempenha papel muito importante na formação de placas de Ateromas.

    Atualmente considera-se a possibilidade de infecção, processos inflamatórios nas coronárias. É citada a bactéria Chlamídia, Pneu-monia e a Proteína C reativa.

    O diabetes melito participa em grande parte nos riscos de processos anginosos.

    A Cardiopatia Coronariana Anginosa pode ser melhor definida conforme a classificação Canadense da seguinte forma.

    • Classe I – não há limitação de espécie alguma para qual-quer atividade.

    • Classe II – as atividades habituais como caminhar, movimentar-se, sofrem discreto desconforto.

    • Classe III – ocorre dor anginosa ao caminhar duas ou três quadras, ou até mesmo poucos metros, ou subir poucos degraus de uma escadaria.

    • Classe IV – ocorre desconforto e dor a menor movimen-tação.

    Assim, em termos gerais, quanto mais leve o esforço que de-sencadeia sintomas mais grave e o grau da Cardiopatia.

    O diagnóstico dito “ouro” é com a Cinecoronariográfica que permite o estudo e registro das placas de ateromas. Este método é reservado para quadros clínicos que tem prognóstico sugesti-vo da necessidade de cirurgia cardiovascular (Revasculização).

    Na atualidade exis-te tratamento medica-mentoso eficiente para tratamento da Corona-riopatia Anginosa está-vel (sem muitas crises frequentes).

    É necessário que as recomendações da Medicina Preventiva sejam observadas, ou seja, além do controle dos riscos enumerados, evite–se o stress, o se-dentarismo e o vicio de fumar: tabagismo.

    Insuficiência coronariana crônica

    DR. ROBERTO B. QUADROS | JUNHO 2014 | NOVOS RUMOS

  • É um estado no qual o individuo perde em definitivo a Cognição – capacidade de entender o que está a sua volta.

    Desde já devemos ressaltar que este acontecimento não está na dependência do envelhecimento normal no qual o cérebro produz alterações nas funções da audição, visão, paladar e olfato.

    O cérebro na avançada idade sofre atrofia na massa cerebelar ocasionando interferências que dificultam ouvir, ver e distinguir sabores dos alimentos e a de-licadeza dos perfumes, mas ainda assim pode conviver com os que estão a sua volta. Na Demência, porém, que é a 4ª casa que leva ao óbito podem ser registradas as seguintes alterações:

    Afasia – dificuldade para dizer a pala-vra certa ao que lhe for perguntado.

    Apraxia – incapacidade de caminhar, tomar banho, vestir-se, desempenhar tare-fas musculares, necessitando cuidadores familiares e ou mais profissionais.

    Agnosia – incapacidade de reconhe-cer; identificar objetos mesmo podendo tocalos. Surge incapacidade de execução de trabalhos que era exímio, assim quem cozinhava e preparava refeições já não sabe nem os princípios mais elementares para esse objetivo.

    Existem vários tipos de Demência que recebem classificação pelo exame físico, testes psicológicos, exames laboratoriais, exames de imagem. Podemos classifica-las em Primárias e Secundárias:

    Primárias – Alzheimer, demência fronto temporal.

    Secundária – doenças cerebrovascu-

    Demêncialares, tumores, infecções, hidrocefalia, etc..

    Existe Demência sem comprometi-mento estrutural do sistema nervoso, assim as originadas por tóxicos ou metabólicos são as provenientes, por exemplo; de drogas, medicamentos ou doenças meta-bólicas endócrinas, doenças da tireoide e pâncreas (Diabetes).

    Trataremos neste pequeno artigo, refe-renciar apenas a Demência por Alzheimer, que é responsável por 60% dos casos de Demência com alteração estrutural no cérebro.

    Embora pesquisadores em todo mun-do insistam em pesquisas, algumas es-peranças surgem para o tratamento, mas atualmente as medicações existentes são caras e de efeito muito pequeno, retardan-do a evolução da doença somente quando usados em altas doses e nos primeiros sintomas (o que nem sempre é fácil definir).

    O que sabemos atualmente, é que a do-ença de Alzheimer é produzida por excesso de uma proteína - Proteína ß Amiloide, que destrói neurônios e sinapses (conexões en-tre neurônios) possivelmente também por ocorrência de um processo inflamatório.

    Quais são os fatores de risco para a doença de Alzheimer:

    a. Idade - embora possa surgir antes, a idade mais atingida é a partir de 65 anos.

    b. Depressão – estados depressivos também tem uma contribuição, intensificando a sintomatologia.

    c. Sexo - a incidência é maior nas mulheres.

    d. Lesões cranianas.e. Osteoporose - parece estar pre-

    sente por um fator idade, não como fator predisponente.

    A fase inicial da doença de Alzhei-mer registra-se por uma dificuldade de executar tarefas, principalmente as mais complexas, ainda que haja uma longa experiência. Nessa fase há também perda e impossibilidade de achar objetos de uso comum. Há nervosismos e inquietação.

    Numa fase mais avançada há redução da memória recente (principalmente) e confusão nos períodos dos acontecimen-tos da memória recente.

    Registra-se nesse mesmo tempo a diminuição do vocabulário, maneira de expressar os desejos, hostilidade com pa-lavras e até com agressões físicas.

    No grau mais avançado desconhe-cimento ou confusão em relação aos familiares e tipo de ligação consigo. Períodos de Mutismo (não falar nada, até não respondendo as perguntas diretas que lhe sejam feitas). Desconhecimento do dia, mês e ano. Repetição de palavras sem nexo, incontinência urinaria e fecal, havendo necessidade de uso de fraldas.

    Nesse período tudo deve ficar com cuidadores que quando possível sejam profissionais treinados.

    A família é atingida na sua estrutura, devendo ler e se possível comparecer a palestras em relação à doença de Alzheimer.

    No Delirium há cura, na doença de Alzheimer podemos minimiza-la, mas estamos na busca de deter sua marcha atemorizante.

    14 Revista Novos RumosEspecial 17 anos

    NOVOS RUMOS | DR. ROBERTO B. QUADROS | JUNHO 2014

  • 15 Revista Novos RumosEspecial 17 anos

    O envelhecimento consiste num processo involuntá-rio iniciado depois da plena maturidade psíquica e física do homem ou da mulher.É fenômeno normal e inevitável.O óbito por causas cardiovasculares alcança mais de 50%

    dos registros.Dessa forma julgamos oportuno conhecer as modificações

    morfológicas, estruturais e bioquímicas que se processam no aparelho cardiovascular com o envelhecimento, pois o coração e os vasos cardiovasculares desempenham o importante objetivo de alimentar as funções de todos outros órgãos.

    Assim se processam a respiração, a digestão, a excreção dos metabólitos, as funções hormonais da tireoide, cérebro, pâncreas, fígado, rins, etc..

    Varias teorias tentam explicar o envelhecimento e a morte, a chamada Finitude.

    Neste artigo não tentaremos descrever essas teorias. O termo Finitude atrai discussões éticas, filosóficas e religiosas.

    O coração sofre alterações volumétricas e no Pericárdio (membrana que o envolve) são notados espessamentos e depósito de gordura. No Miocárdio músculos que consistem as paredes das cavidades aurículas e ventrículos também se formam depósitos de colágeno e gordura, reduzindo desta forma o número dos Miócitos (células que mantém o trabalho cardíaco). Os ventrículos, cavidades inferiores do coração, engrossam suas paredes.

    A Aorta altera seu formato, torna-se calibrosa e desen-rolada em forma anormal. Diminui desta forma a frequência Cardíaca. Nas aurículas, cavidades superiores do coração,

    também chamadas de Átrios, surgem alterações nas válvulas, a Mitral que conduz o sangue para o ventrículo esquerdo e para a circulação geral sofre calcificação resultando, por vezes em reflexo (retorno parcial do sangue à Aurícula).

    As artérias coronárias tornam-se sinuosas e sujeitos à Aterosclerose (formação de Ateromas, placas de gordura, mau colesterol).

    Clinicamente as alterações relacionadas acima não são sin-tomáticas, na maioria das vezes o idoso tem vida com poucas restrições, às próprias da velhice normal.

    Existe necessidade, da conscientização das pessoas jo-vens e principalmente após os 40-50 anos, praticarem uma prevenção observando hábitos de vida ativa, evitando o sedentarismo, praticar exercícios e utilizar alimentação ade-quada, indicada por um médico ou nutricionista. Evitando a obesidade que propicia o surgimento do Diabetes Melito, a Hipertensão Arterial, e consequentemente a predisposição ao Infarto, Acidente Vascular Cerebral.

    Se assim proceder chegará ao envelhecimento normal do aparelho cardiovascular como um idoso sadio.

    Vale a pena citar a frase de autoria de Orlando Orfei, citada no livro “Hora da Virada”:

    “Quando acordo sinto como se tivesse 20 anos, sento então em minha cama e a sensação de ter 50 anos, mas ao levantar meu corpo desperta para seus 80 anos”.

    Cada tópico deste meu artigo necessitaria ampliações, porém não desejo tomar o tempo dos meus leitores para que possam sair a caminhar, praticar exercícios, dançar, viver.

    Envelhecimento do sistema cardiovascular

    DR. ROBERTO B. QUADROS | JUNHO 2014 | NOVOS RUMOS

  • É um sentimento depressivo que faz a pessoa crer--se dominada por uma doença mesmo depois de realizadas várias consultas médicas com exames comprovando inexistência da patologia presumida.

    O diagnóstico de Hipocondria fica definido quando as queixas persistem num período mínimo de seis meses. Por exemplo, o Hipocondríaco afirma: -” Tenho uma bola dura no estômago, é um tumor, um câncer.” Efetuado exame médico, até os mais sofisticados, comprovada a saúde, normalidade do aparelho digestivo o Hipocondríaco passará a consultar muitos outros médicos, não abandonando sua “DOENÇA”.

    Este estado Hipocondríaco permanecerá por anos a fio, talvez até avançada idade. Na verdade o Hipocondríaco é um Psicopata – tipo de personalidade, não um doente mental, mas sim um queixoso de pequenas frustrações que não encontra alegria ou prazer. Inveja os que enxerga rindo, felizes e bem sucedidos no mundo, e indaga a si mesmo:

    “- Por que ser um doente, um infeliz acometido de tão terrível sentimento, não encontrando um médico que me cure? “ O que descrevemos é um exemplo.

    Cada Hipocondríaco localizará sua doença em órgãos diferentes, procurando especialistas de várias áreas da saúde: Endocrinologista, Neurologista, Cardiologista, etc. Na verdade deveria encaminhar-se a um Psicólogo, ou até mesmo um Psiquiatra, quando sua ansiedade transformar-

    -se em uma verdadeira depressão. Descontente com sua vida, com sua “doença” imaginada, não existente, torna-se agressivo aos que com ele convive e com terceiros.

    O quadro Hipocondríaco geralmente inicia-se aos 20 ou 30 anos. Em consultórios médicos cerca de 6% dos con-sultantes são Hipocondríacos. Devemos esclarecer que os portadores de dores crônicas, portadores de lesões muscu-loesqueléticas, ou outras patologias diagnosticadas, podem ser queixosas, mas não caracterizadas como Hipocondríacos.

    Nós médicos não devemos desprezar as queixas de um suposto Hipocondríaco. Ao contrário, mostrar carinho e atenção e detalhar esclarecimentos em pontos dos exames que o consultante apóia sua certeza. O esclarecimento das dúvidas é fundamental e, com certeza, todo consultante, devido ao estresse da vida atualmente seja ou não um Hi-pocondríaco, merece a atenção do médico para o aspecto psicológico que envolve qualquer tratamento.

    O Hipocondríaco deve ser tratado com enfoque indivi-dual ou em grupos de médicos, Psicólogos.

    Todo consultante merece inteira atenção.Meu ponto de vista, assim aprendi com meus mestres e

    com a vida: Cada palavra, cada assunto apresentado, cada queixa do consultante é importante para o diagnóstico correto.

    Hipocondria

    16 Revista Novos RumosEspecial 17 anos

    NOVOS RUMOS | DR. ROBERTO B. QUADROS | JUNHO 2014

  • A Incidência de Infarto do Miocárdio (IM) e Acidente Vascular Cerebral (AVC) ocorre em 40% a 50% de pessoas sem sintomas prévios.Essa realidade é razão suficiente para que sejam feitas avalia-

    ções para quantificar o risco cardiovascular dos assintomáticos (pessoas que não sentem dor no peito (dor pré-cordial), falta de ar ( dispnéia ) etc.).

    Denominamos prevenção primária as avaliações dos riscos sujeitos a desenvolver um evento cardiovascular de gravidade.

    A prevenção primária tem inicio na primeira consulta obten-do-se pela Anamenese (histórico dos antecedentes) cardiovas-culares de familiares (Herança Genética), registram-se os dados do consultante: Idade, sexo, raça, doenças prévias até a data da consulta, tipo de atividade profissional que exerce (ou exerceu), hábitos de vida: pratica de atividade física (academia ou pratica de esportes); vida sedentária (caminhar pouco, sempre sentado ou deitado). Estado psicológico: de bem com a vida (bom humor), de mal com a vida (irritado ou deprimido).

    Registram-se as patologias até a data da consulta, curadas ou em tratamentos, anotam-se medicamentos em uso com as respec-tivas doses. A seguir o exame físico: medida da pressão arterial, ausculta cardíaca, pulmonar, apalpação da tireoide, abdômen, etc.

    Colhidas essas informações os riscos cardiovasculares classi-ficam-se em: Não modificáveis e modificáveis:

    - Fatores predisponentes não mutáveis:a) Quando o pai ou um irmão sofreu infarto, morte súbita ou

    AVC antes dos 55 anos.b) Quando mãe ou irmã sofrem evento cardiovascular antes

    dos 65 anos.c) Raça – Negra: mais sujeito a hipertensão, Japonês: sujeito

    ao AVC.d) Sexo – O Homem aumenta o risco a partir dos 45 anos e

    na idade avançada.A Mulher a partir dos 55 anos ou após menopausa (parada

    total das menstruações) em qualquer idade.- Predisponente Mutável:a) Obesidade: Excesso de tecido adiposo com o aumento de

    peso superior a 25% do estimado como normal para a altura e principalmente acumulada na cintura.

    O Homem deve ter no máximo 102 Cm de cintura, a mulher 88 Cm.

    Nota:Atualmente existem outros cálculos mais usados para avalia-

    ção da obesidade inclusive qual o peso de gordura ou de massa muscular. Nutricionistas avaliam perfeitamente e podem indicar a dieta adequada para combater a obesidade e quando indicado a prática de exercícios físicos. O Cardiologista ou um médico que indicar o combate a obesidade mais o nutricionista prescrevendo um programa eficaz.

    b) Sedentarismo: É fator de risco modificável e combatê-lo com indicação de exercícios programados para cada pessoa conforme também indicado para o obeso e o diabético, é de grande valia.

    c) Diabete: O Portador dessa patologia já tem risco duplicado para complicações cardiovasculares. O Diabético deve procurar o melhor controle dos níveis glicêmicos (açúcar no sangue).

    d) Hipertensão: É fator de risco maior modificável uma vez estabelecido um tratamento rígido adequado a cada pessoa.

    e) Tabagismo: O fumante de cigarro ou mesmo charuto tem duas vezes maior risco cardíaco do que o não fumante. É porem um fator de risco modificável desde que haja vontade do usuário do fumo em abandoná-lo.

    f) Níveis de colesterol LDL (mau colesterol), acima do normal, acima de 200 mg-dl devem ser combatidos com medicamentos e alimentação adequada. Estudos recentes tendem a dar maior importância a este fator porem, em nossa opinião creio que é cedo para abandonar este indicativo de risco.

    Atualmente na prevenção de evento cardiovascular, infarto (IM) ou acidente vascular cerebral (AVC), além das observações acima citadas merecem cuidados de exames conforme o grau de risco da seguinte maneira:

    Baixo risco: Ausência de um risco maior, reavaliação a posterior.Risco intermediário: Com vários fatores predisponentes,

    exames imediatos de acordo com os indicativos encontrados.Risco elevado: Os portadores de vários ou quase todos os

    fatores que relacionamos são candidatos a intervenção intensiva nos fatores de risco, usando os métodos de exames invasivos ou não conforme cada caso.

    Este artigo, de modo muito resumido pretende contribuir para o conhecimento de nossos leitores, lembrando que atitude de Bom Humor e Otimismo sempre contribui para o estado de melhor saúde a despeito da ocorrência de qualquer dos fatores de risco citados.

    Risco cardiovascular em assintomáticos

    17 Revista Novos RumosEspecial 17 anos

    DR. ROBERTO B. QUADROS | JUNHO 2014 | NOVOS RUMOS

  • Atualmente o tempo neces-sário para atendimento das obrigações profissionais fami-liares e sociais desvaloriza erroneamente a utilidade do Sono. É comum a observação pronunciada: “ Não posso perder tempo dormindo.”

    O Sono é, porém, absolutamente ne-cessário à saúde física e mental. Faz parte de um terço de nosso viver! É formado por um ritmo de comandos do cérebro de fases alternadas, com duração em torno de 90 minutos.

    A primeira fase, com atividade lenta (registrado com aparelho eletroencefalo) é denominada NREM, na qual os olhos não se movimentam.

    Na segunda fase, REM, ocorrem estí-mulos de frequência rápida, na qual são observados movimentos oculares.

    É errôneo julgar que durante o sono o cérebro “descansa”. Ao contrário, trabalha como um computador prodigioso que nesta fase REM analisa os acontecimentos do dia, armazenando, na memória, o que for útil e apagando, deletando, o inútil.

    Durante o sono são mantidos os senti-dos da visão, tato e audição. Tanto é assim que a claridade, focos luminosos, a pro-núncia do nome da pessoa em seu ouvido e o leve perpassar de um toque na pele a

    O sono e a saúdefazem despertar.

    Nosso organismo tem por comando cerebral um ciclo de sono, chamado Cir-cadiano da hora de dormir e despertar, ou seja ‘sono – vigília’.

    Ele é variável de pessoa para pessoa de acordo com a necessidade individual de cada um e necessariamente mantendo a alternância Sono Lento NREM Sono Rápido (REM) Sono Lento : totalizan-do 8 ou 6 horas as que forem necessárias para cumprir sua missão.

    Na infância é distribuído ao organismo infantil o hormônio do crescimento.

    Enquanto dorme está crescendo, de-senvolvendo e amadurecendo o cérebro.

    O sono controla na Homeostase os níveis sanguíneos e elementos nutritivos e hormônios nos adultos, zelando pela saú-de. Há também liberação de Merotonina, resultando na melhor defesa imunológica às infecções.

    O metabolismo do glicogênio no sono é ativado levando beneficio aos diabéticos.

    A ansiedade e a depressão são com-batidas por liberação de serotonina e dopamina.

    Os profissionais que trabalham em turnos semanais alternados com horário diurno e noturnos têm ciclos do sono modificados, havendo maiores desgastes.

    Distúrbios do sono, como cochilos involuntários durante o dia, diminuem na próxima noite o ciclo normal do sono descontando no período lento. Isso não é saudável. Devemos registrar a influência das dores em geral e principalmente as de doenças crônicas articulares e musculares que prejudicam o ritmo normal do sono, levando a maior desgaste orgânico.

    Os distúrbios de respiração durante o sono Hipoapneias ( pausas curtas de respiração) e Apneia (pausas prolongadas da respiração) são de gravidade.

    A Apneia é uma causa muito presen-te nas estatísticas de morte súbita. Para apneia deve ser procurado tratamento especializado.

    Existem muitos distúrbios do sono que merecem comentários. Por exemplo, a tão incomoda insônia.

    A privação prolongada do sono, em experimentos com animais, registraram a morte após 120 horas. No ser humano deve ter também consequências muito graves.

    Dormir bem faz parte dos cuidados para a vida saudável e longa.

    E os sonhos? Eles são objeto até de estudos psicanalistas!

    Bom sono e bons sonhos!

    18 Revista Novos RumosEspecial 17 anos

    NOVOS RUMOS | DR. ROBERTO B. QUADROS | JUNHO 2014

  • As doenças nas eras primitivas eram atribuídas a castigo dos Deuses punindo os pecados cometidos. Artima-nhas do Diabo, o mau olhado, a feitiçaria receberam a mesma designação.

    Hipócrates que viveu nos anos 400 a.C deu cunho de ciência a medicina declarando que fatores orgânicos, externos e inclusi-ve ambientais eram os causadores das doenças. Corajosamente declarou que as Epilepsias tinham origem em causas físicas e não sobrenaturais como eram classificadas. Com justa razão podemos considerar Hipocrates o pai da medicina.

    Nos anos 1533 Andreas Vesalius, na Universidade de Paris, des-contente com os apontamentos de anatomia que vasculhou, viu necessidade de buscar por si mesmo esmiuçar cadáveres obtidos em cemitérios e cadafalsos, e com auxilio de artistas do desenho detalhar ossos, músculos e veias criando assim uma anatomia de grande valor.

    Outro fato importante ocorreu em 1628 com a descrição da circulação sanguínea por Willian Harvey, cujo estudo hoje aperfeiçoado permite entender a Fisiologia (Funcionamento normal dos órgãos) e a Fisiopatologia (Funcionamento doentio).

    Os avanços da medicina prosseguiram no século XX com Claude Bernard isolando e produzindo hormônios (testosterona, cortisona e outros). Atualmente a endocrinologia oferece vários tratamentos destacando-se a Insulina hormônio elaborada no Pâncreas, que foi isolada em 1922 por Banting e Best e que con-trola o metabolismo dos açúcares até a formação do glicogênio.

    O Diabetes patologia da disfunção pancreática que avassala o mundo passou a ser entendido e passível de tratamento. A vacinação contra a Varíola por Edward Jenner em 1796 propiciou a descoberta de várias outras vacinas que acabam com grandes epidemias possibilitando, na atualidade a prevenção da maioria das doenças infecciosas. Por exemplo, das Hepatites A, B e C somente

    essa última não tem vacina.A terrível HIV (AIDS), já possível de tratamento, está em fase de

    buscas. Por enquanto não há imunização e continua sua expansão nas regiões de extrema pobreza, como na África e em lugares insa-lubres. Sua expansão alimenta-se também e em grande proporção entre os viciados em drogas como o Crack.

    De grande importância para a medicina foi à descoberta por Pasteur nos últimos 20 anos do século XX, da intervenção dos micróbios causadores de doenças.

    A descoberta da Penicilina por Fleming e os novos antibióticos armam a medicina, especialmente quando associadas a medidas de saneamento ambiental e a aplicação de nutrição orientada para utilização das vitaminas e complementos adequados a pre-servação da Saúde.

    De tudo que acima citamos o valor não seria tão expressivo se as patologias não curáveis por medicamentos, antibióticos e vacinas, tais como lesões tumorais que necessitam serem _ extirpadas cirurgicamente não tivessem tido a descoberta da anestesia nos anos 1840 e se os processos de diagnóstico não tivessem evoluído desde o RX simples às imagens de Tomografia e Ressonância Magnética.

    Nos avanços da medicina no tempo, chegamos aos dias atuais, onde vemos grande batalha visando a cura do Câncer, e da posição de retirada da cirurgia de tumores em variadas localizações, quan-do indicado o bom uso da radioterapia e quimioterapia tomaram vulto com existir de cura a vários tipos de câncer.

    Atualmente existem experiências com retirada de uma célula do tecido cancerígeno e usá-la após um preparo transformá-la em uma célula revolucionada com poder de combater o câncer destruindo os tecidos atingidos.

    Este assunto, no entanto merece um artigo a parte.

    Avanços da medicina no tempo

    19 Revista Novos RumosEspecial 17 anos

    DR. ROBERTO B. QUADROS | JUNHO 2014 | NOVOS RUMOS

  • É o dano ocasionado involuntariamente ao portador de uma ou mais patologias por uso inadequado de um medicamento ou manuseio incorreto.Este acontecimento resulta, muitas vezes por Anamenese

    (História Clínica) distorcida.Os pacientes, principalmente idosos, mas não tão somente

    eles, não informam um ou mais medicamentos em uso e uma nova prescrição médica acrescentando novas drogas medica-mentosas, resultarão em uma interação ou combinação adversa entre eles.

    Os resultados prejudiciais são Iatrogênicos. O envelheci-mento, processo natural e inevitável altera funções orgânicas entre elas a mucosa interna do estômago, e o suco gástrico não tem perfeita eficiência na absorção dos medicamentos. O efeito farmacológico de cada medicamento é, portanto diferente dos mais jovens e a interação entre eles pode facilmente causar Iatrogenia.

    O Metabolismo que é o processo de assimilação dos ali-mentos e elementos ingeridos, inclusive medicamentos, sofre eliminação dos resíduos não aproveitáveis por processo deno-minado Catabolismo é regido por particularidades individuais, tais como sexo, idade, peso.

    Os alimentos absorvem elementos essenciais ao bom fun-cionamento de todos os órgãos por processo enzimáticos e os resíduos são eliminados pelos órgãos de excreção rins, intestinos, pele e pulmões. Igualmente medicamentos passarão por esses mecanismos metabólicos sofrendo interferências já indicadas. Na realidade o ideal seria o uso não somente com a indicação de doses generalizadas, mas sim variáveis, mesmo numa patologia de acordo com o estudo especifico de cada individuo.

    A medicina já está introduzindo medicamentos para trata-mento Oncológicos (câncer) por técnicas de produção medica-mentos chamados inteligentes (Nanotecnologia), que agirão na doença do indivíduo e não só no tipo de câncer. Estamos longe ainda da execução deste processo para aplicação na clínica em geral. Seria, porém o ideal que a prescrição médica cumprisse o requisito de ser própria para a doença de um determinado, único paciente.

    Como podemos reconhecer o surgimento da Iatrogenia? • Por alterações no quadro clinico da pessoa desde pro-

    cessos alérgicos demonstráveis na pele, até surgimento de hipotensão arterial, confusão mental, insuficiência renal aguda e até mesmo a possibilidade de óbito.

    Como pode ser evitada a Iatrogenia?• Em primeiro lugar uma cuidadosa Anamenese (História

    clínica) do consultante na primeira consulta. Sua cultura, sua capacidade de comunicar-se com seu meio ambien-te, sua moradia, sua família, genética (patologias comuns de seus antecedentes.

    Peso: baixo peso e obesidade são fatores de alerta para a prescrição, uso do fumo, álcool em excesso, etc..

    Diante do doente, em primeiro lugar nós médicos segundo os ensinamentos de Hipócrates não podemos ocasionar o mal. Diante de doentes agitados, deprimidos, usar todos meios pos-síveis não só para não causar Iatrogenia corporal, como também para transmitir tranqüilidade, compreensão e encorajamento para o entendimento das prescrições, horários de usar os me-dicamentos, etc..

    Descrevemos acima conceitos de Iatrogenia, levando em conta a consulta ambulatorial.

    A Iatrogenia em ambiente hospitalar é um capítulo à parte por sua complexidade, múltiplas equipes, variados tipos de exames necessariamente usam de métodos invasivos, etc..

    Todos profissionais de saúde estão em sua principal atividade atentos e desejosos através de suas atividades, propiciarem o bom estado de saúde a todos.

    Iatrogenia

    20 Revista Novos RumosEspecial 17 anos

    NOVOS RUMOS | DR. ROBERTO B. QUADROS | JUNHO 2014

  • 21 Revista Novos RumosEspecial 17 anos

    A OMS (Organização Mundial da Saúde) defi-niu a dor como uma “experiência sensorial e emocional desagradável, associada a dano presente ou potencial, ou descrita em termos de tal dano”. É uma experiência individual, cada um suporta ou sente com seu limiar. Ou seja, para um mesmo dano cada indivíduo reage em grau diferente, por exemplo, se afir-marmos que certa lesão, um indivíduo diz ser de grau 10 de intensidade (insuportável) o outro para idêntica lesão, já sendo mais estruturado emocionalmente responderá que a dor é intensidade 5 ou 6 (leve a moderada).

    A dor é uma sensação penosa e desagradável, classi-ficável como ponto absoluto de ser avaliada.

    Em uma primeira classificação podemos defini-la como aguda, instalação súbita de curta duração e de mais fácil identificação. Exemplo, dor em aperto na região central do tórax, ou no tórax com sensação de morte iminente, leva a primeira hipótese estarmos em presença de um infarto do Miocárdio.

    É evidente que as medidas comprobatórias da primeira impressão terão que ser executadas: ECG (Eletrocardio-grama), Enzimas CPK (Creatina Fosfoquinase e outras enzimas), citar, Raios-X Tórax, etc..

    As dores abdominais conforme suas localizações nos levam a perspectiva de um diagnóstico de úlcera gástrica, pancreatite, apendicite, etc..

    Podemos definir a dor como somática, como localiza-ção exata com alívio ou aumento da intensidade com o motivo, por exemplo: dor de fratura óssea, ou dano de um músculo de uma perna. Terá ao movimento um aumento na intensidade.

    Visceral quando pode ser localizada na região do estomago ou em qualquer parte do abdomen, indicando com outros sintomas, por exemplo: cólicas ou vômitos,

    sua origem. Dores parecidas com choques, ferroadas, acompanha-

    das de alterações na movimentação de membros, braços ou pernas, e alterações do sensório (perda do equilíbrio, perda de fala) amparam-se para um diagnóstico do sistema nervoso central, AVC, por exemplo.

    As dores podem se tornar crônicas, duração acima de três meses, mesmo com medicação apropriada, por exemplo, na presença de alteração nas vértebras da co-luna ou na presença de hérnia de disco. Nesses casos as dores crônicas, em determinados movimentos podem se identificar e tornaram-se agudas.

    A dor merece sempre ser observada e por vezes não é re-ferida pelo doente. Os idosos por vezes não querendo serem denominados de “irritantes”, ”chatos”, temendo repressão de familiares ou até uma internação hospitalar e um isolamento da família, procuram esconder suas dores. Ou se a dor for de grau leve a moderada, de 1 a 6, 7, o idoso registra com uma frase: - “Isto é natural na idade em que estou”.

    Os portadores de demência de qualquer tipo, não conseguem formalizar ou descrever a dor sofrida. Podem demonstrar por alterações do humor.

    A terapêutica da dor pode ser feita por analgésicos sim-ples, por exemplo, dipirona e anti-inflamatórios e quando a dor é intensa os opioides (codeína) e até mesmo morfina (principalmente empregada nos tratamentos oncológicos).

    Nos idosos sempre o tratamento é feito pelo menos inicialmente por doses baixas (geralmente metade da dose do adulto de até 60 anos).

    Combater a dor deve ser o principal objetivo do mé-dico para pós-diagnóstico, se possível obter a cura ou ao menos confortar, suavizar o sofrimento dando segurança também aos familiares.

    Dor – Importância da avaliação

    DR. ROBERTO B. QUADROS | JUNHO 2014 | NOVOS RUMOS

  • As quedas em idosos necessitam da avaliação das causas determi-nantes, se patológicas ou acidentais. Assim temos desmaios: perda passageira dos sentidos de sustentação dos músculos. Sincopes: quando a perda da consciência é mais prolongada, originadas de alterações encefálicas, convulsões epiléticas, e ou de outra classificação neurológica, são também causas de quedas tonturas, sensação de desequilíbrio e vertigens que além da tontura os objetos, móveis e paredes parecem girar.

    Também causas cardíacas as arritmias, as metabólicas -> distúrbios dos níveis de glicose na corrente sanguínea (Diabéticos). Causas não patológicas, acidentais, fatores ambientais, caminhos, trajetos sem ou com má iluminação do quarto ao WC – Banheiro, ou a cozinha. Os idosos muitas vezes com insônia ou atendendo necessidades fisiológicas usando calçados, chinelos deformados ou sujos nas solas, nesse deslocamento caem.

    Devemos considerar, também, os distúrbios visuais ou uso de óculos de graduação errada. O uso de medicamentos tranqüilizantes ou indutores do sono ou qualquer tipo de drogas que altere o sensório (a capacidade de ava-liação ambiental).

    As quedas ocasionam graves conseqüências, traumas físicos, fraturas (que-bra dos ossos), luxação (deslocamento de articulações). A mais temida é a fratura do quadril a qual estão sujeitos os idosos com osteoporose (ossos pouco densos, fracos), pois poderão necessitar de cirurgia para colocar uma prótese femural.

    As quedas, principalmente quando repetitivas necessitam de ampla ava-liação médica, inclusive neurológica para diagnóstico e tratamento. Mesmo quando as quedas não causam conseqüências físicas registram-se as psicoló-gicas: medo de cair e o idoso evita de deambular. Registrando-se batidas na cabeça há sempre necessidade de RX Crânio, pois pode ocorrer um Hematoma Subdural (sangue na região craniana). Nessas ocasiões os sintomas, na forma de vômitos e cefaléia poderão ocorrer por vezes após 15 dias ou até mesmo um ou dois meses após a queda. Dessa forma os familiares devem procurar revisão médica neurológica.

    Os idosos estão sujeitos a quedas por desidratação, por desnutrição, anemia ou alterações articulares principalmente dos tornozelos. O envelhecimento normal também diminui os reflexos dos idosos e contribuem para quedas. Como a maioria das quedas de idosos sucede nos seus próprios domicílios há neces-sidade de evitar pisos lisos derrapantes e de tapetes e objetos caídos no chão.

    Os idosos com problemas necessitam dos mesmos cuidados que as crianças quando começam a caminhar.

    Quedas em idosos

    22 Revista Novos RumosEspecial 17 anos

    NOVOS RUMOS | DR. ROBERTO B. QUADROS | JUNHO 2014

  • Todas as doenças são no mínimo difíceis de suportar, porém, com o avanço da medicina muitas são curáveis ou controladas permitindo uma vida praticamente normal.

    O Infarto do Miocárdio é muito temido por sua ocorrência sú-bita podendo levar ao óbito ou a graves sequelas na dependência da extensão e localização da Isquemia que provoca necrose de tecido da massa muscular do Miocárdio.

    De modo geral quando a parte inferior: Ventrículo da Base é atingido aumenta a gravidade.

    Devemos, porém ressaltar que o Infarto pode ser prevenido e até mesmo evitado. Estudos médicos e dados estatísticos ressaltam os cuidados e pontos a observar.

    Podem ser classificados como: risco maior, predisponentes e condicionais. O primeiro fator de risco maior é o tabagismo (vício de fumar). A presença da nicotina e os milhares de componentes do cigarro na circulação sanguíneas dos hipertensos portadores de taxas anormais, elevada do chamado mau colesterol (LDL), com baixas taxas do colesterol (HDL) somado a presença do Diabetes Melitos, principalmente na idade avançada constitui-se em uma verdadeira bomba armada para explodir uma ocorrência de Infarto do Miocárdio.

    O combate intensivo ao uso do cigarro deve ser o foco principal para desarmar a “bomba”. Não adianta dispensar 20 ou 30 cigarros e passar a fumar 2 charutos ao dia, o perigo continua.

    Os riscos predisponentes devem considerar em primeiro plano a obesidade.

    Os parâmetros de obesidade abdominal nos homens, circun-ferência da cintura maior de 102 cm e nas mulheres maiores de 88 cm registram a periculosidade.

    No tocante a obesidade deve ser considerada, principalmente que a ingestão de calorias está sendo superior as necessidades do organismo.

    Resumindo: muita energia fornecida para pouca atividade física. Recorda-se aqui a necessidade de prática de exercícios físicos. Para cada indivíduo o médico mais o nutricionista devem prescrever quantificação e qualificação dos exercícios.

    O cardiologista avalia as condições do seu paciente hipertenso, obeso e com níveis excessivos das gorduras, mau colesterol e trigli-cerídeos e se presente os níveis glicêmicos patológicas (Diabetes). Dietas especiais devem ser prescritas por nutricionista da equipe. Ainda nos fatores de risco predisponentes devemos observar à história familiar de doença Artério Coronária, a raça, o estilo de vida, o estresse (ou stress) a que está sujeito nosso avaliado. O car-diologista dispõe de meios de avaliação capazes de dar segurança a pratica de exercícios mesmo no cardíaco com patologias severas.

    E na avaliação no consultório, após amplo e detalhado histórico (Anamenese) e pontuação dos riscos cardíacos.

    Atualmente além da descrição acima feita, exames sanguíneos como Proteína C Reativa, que indica existência de possíveis focos inflamatórios no organismo podem prevenir e evitar o Infarto do Miocárdio.

    O conceito atual do Infarto do Miocárdio menciona a possibi-lidade de uma infecção em Ateroma (massa de gordura em região arterial coronária) podendo ocasionar a ocorrência patológica tão temida.

    Prevenir é sempre melhor do que corrigir. Evite o cigarro (e ou charuto) verifique os riscos mencionados, faça atividade física, alimente-se adequadamente.

    Diga não ao infarto.

    Como evitar o infarto do miocárdio

    23 Revista Novos RumosEspecial 17 anos

    DR. ROBERTO B. QUADROS | JUNHO 2014 | NOVOS RUMOS

  • Relacionamos, em artigo anterior (Novos Rumos, agosto 2009) as complicações agudas do Diabetes Melito. Descreveremos a seguir, resumidamente, as complicações tardias, as que surgem no decurso de alguns anos da patologia.

    A profilaxia dessas complicações é baseada, principalmente, no controle rigorosos das taxas glicêmicas, controle da higiene bucal e da pele. As infecções dentárias e gengivais produzem elevação das taxas glicêmicas. A pele deve receber hidratação adequada, evitando o ressecamento e o surgimento de feridas.

    As feridas, nos diabéticos, são de difícil cicatrização. Confor-me sua localização, por exemplo nos pés, pode levar à gangrena (morte dos tecidos) e por vezes a ocorrência de amputação de pé e até mesmo uma perna.

    Complicações ocularesO diabético, mesmo não observando alterações de visão,

    deve consultar oftalmologista uma vez ao ano. O interesse maior é evitar a Retionopatia Diabética, na qual ocorre micro aneuris-mas, oclusão de capilares, pequenas hemorragias e diminuição da acuidade visual.

    O diagnóstico de Retinopatia diabética é de extrema impor-tância, pois prenuncia o aparecimento de Nefropatia diabética, sobre a qual daremos mais detalhes.

    Estudos mostram que a Retinopatia diabética está intima-mente associada à elevação da glicemia. Essa comprovação registra-se por ser a Retinopatia encontrada em outras patologias que elevam secundariamente a glicemia.

    Para evitar o surgimento da Retinopatia diabética é neces-sário, além do controle glicêmico, o tratamento da hipertensão arterial e das Dislipidemias (colesterol e triglicérides elevados).

    Ainda com referência às complicações oculares, são de importância as cataratas. Trata-se de opacificações do crista lino, com função de focalizar as imagens. Essas opacificações constituem as chamadas “cataratas” que prejudicam a visão e que são 20 vezes mais comuns em diabéticos.

    GlaucomaQuando o nervo óptico, responsável pela visão, fica preju-

    dicado, surge o Glaucoma, doença lentamente progressiva e grande causa de cegueira. Seguramente 50% ou mais das causas de cegueira devem ser atribuídos ao diabetes.

    Os rins e o diabetesNefropatia Diabética

    Da mesma forma que os olhos são atingidos pelo diabetes, os rins também sofrem prejuízos. A primeira alteração ocorre na função renal e alteração na filtração renal, ocasionando, a prin-cípio, uma hiperfunção renal com perda de proteínas pelos rins. A nefropatia diabética está estabelecida quando a microalbumi-nuria (albumina na urina) atinge 30mg/24 horas de creatinina até 299mg/24 horas de albumina (Mioralbuminuria). Quando atinge cifras de 3000mg/24 horas de creatina temos a Macroalbuminuria.

    Acima de 500mg/24 horas estabelece-se a insuficiência renal. É o caso no qual o paciente vai a Hemodiálise (filtração renal por máquinas) em duas a três vezes por dia por tempo indeterminado, chegando ao ponto desse procedimento não resolver mais e o paciente necessitar de transplante renal.

    Neuropatia Diabética Denominamos assim o envolvimento do sistema nervoso

    pelo diabetes.A neuropatia diabética pode ocasionar fraqueza, diminuição de

    movimento de músculos, diminuição de sensibilidade em braços e pernas, com formigamento, dor e queimação, ausência de reflexos. Pode ocorrer ainda a Neuropatia Autonômica quando atinge a inervação de órgãos como coração, estômago, bexiga etc. Quando atinge o coração teremos arritmias, taquiarritmias e até mesmo o Infarto Silencioso. Infarto silencioso é que se registra somente num eletrocardiograma após algum tempo em que o paciente sentir um mal estar inexplicável, mas não entendido como infarto. Às vezes nem procura recursos médicos. Tempos após, ao fazer um eletrocardiograma aparece o registro no traçado.

    Quanto ao estômago, as alterações neuropáticas são tradu-zidas em má digestão, intestino preso, dor abdominal. Alteração na bexiga tem a denominação de bexiga Neurogênica, perde na capacidade de contração, perdendo a capacidade de eliminar adequadamente a urina acumulados. A urina estagnada é causa de infecções urinárias.

    Registramos algumas complicações tardias do Diabetes Melito com a finalidade de despertar a atenção para os cuidados de um rigoroso tratamento, sob todas as formas possíveis, e evidenciando a necessidade de bom entendimento entre médico e paciente.

    Complicações tardias no diabetes melito

    24 Revista Novos RumosEspecial 17 anos

    NOVOS RUMOS | DR. ROBERTO B. QUADROS | JUNHO 2014

  • Imunidade

    A imunidade no ser humano é a capacidade de não ser contaminado por agentes infecciosos; bactérias, vírus, fungos e para-sitas transmissores de patologias quando em contato com portadores em fase de transmissão.

    Esses elementos uma vez ingressos em um organismo passam a denominação de Antigenos. Para neutralizá-los criam-se Anti-corpos que possuem natureza protéi-ca criados por linfócitos A e B da corrente linfática da pessoa afetada ou injetados artificialmente por meio de vacinas.

    A imunidade classifica-se em: a. Congenita-naturalb. AdquiridaDescrevemos a primeira. Natural-congenita: como a que a pes-

    soa por fatores genéticos ou por transmis-são de mãe para filho, torna-se possuidor.

    As medidas de proteção contra doenças infecciosas começaram no sec. XVIII com a descoberta por Edward Jenner da vacina contra a varíola.

    Atualmente por meio das vacinas foi er-radicada a maioria das doenças mais serias que assolavam a humanidade.

    Naturalmente que há necessidade de ampliar meios de saneamento, controle ambiental e definidos calendários de va-cinação.

    As vacinas são preparadas a partir de micro- organismos mortos ou inativos ou

    micro organismos vivos atenuados por formol, calor ou outra substancias, mas que injetados no sangue do vacinado anula o efeito dos antígenos imunizando da patologia respectiva.

    Há um exemplo de doença simples que pode ter resultado gravíssimo se a vacina-ção não for feita em idade apropriada. É o caso da Rubéola , doença infecto contagio-sa exantematica benigna causada por um vírus causando manchas avermelhadas na pele, com poucos sintomas mas quando atinge a mulher nos três primeiros meses de gravidez, pode infectar o feto e se vier a nascer apresentará malformações (con-genitas), cardíacas, oculares ou cerebrais e até retardo mental.

    A prevenção de tão temeroso aconteci-mento é a vacinação da menina na infância ou se isso não ocorrer na idade fértil quando poderá entrar em período gestacional (não quando já estiver grávida).

    Como mencionamos a maioria das doenças infecto contagiosas são possíveis de prevenção; a Difteria, a Paralisia Infantil, as Hepatites A e B, etc.

    Não dispomos ainda de vacina para a Hepatite C a qual como sabemos pode instalar-se numa pessoa e permanecer por 10 ou 20 anos sem manifestação, podendo, no entanto ocasionar Cirrose Hepática e ou Câncer de Fígado.

    A Hepatite C está associada à epidemia do uso de drogas intravenosas, ao alcoo-

    lismo e ao sexo promíscuo. O alcoolismo associado à Hepatite C é um determinante do surgimento da Cirrose.

    Também a AIDS, síndrome da imuno-deficiência adquirida, causada pelo vírus HIV ainda não possui vacina.

    Muito recente foi lançado no mercado americano um medicamento via oral pretendendo combater a AIDS porem não se trata de uma imunização. Seu uso será mais útil como um ¨auxiliar¨ entre grupos já com contágio.

    Com relação ao vírus influenza (gripe) que há mais ou menos 40 anos causou mais de 50 milhões de mortes, esta na atualidade tendo um combate acirrado ao vírus H1N1, anteriormente denominada suína por disseminar-se entre os suínos, hoje se transmite de homem para homem e modificada anualmente por haver sempre mutação do vírus.

    Nossos leitores certamente acompa-nham a luta que esta em andamento com a vacinação em massa.

    Neste nosso resumido comentário em relação à imunológica foi reativar o conhe-cimento de que as descobertas das vacinas abriram um caminho importante em defesa da vida. Nós médicos e profissionais da saúde devemos, acompanhar com zelo nossos consultantes, incentivando- os a permanecerem saudáveis e felizes.

    25 Revista Novos RumosEspecial 17 anos

    DR. ROBERTO B. QUADROS | JUNHO 2014 | NOVOS RUMOS

  • Os portadores de cardiopatias quando recebem indicação para cirurgia em órgão diferenciado do aparelho cardiovascular, por exemplo, estomago, vesícula, rins e próstata necessitam criteriosa avaliação do risco/beneficio. Como ocorrerá seu trans e pós-operatório? Como ficará sua situação cardiológica?

    Existem critérios já estabelecidos: • Paciente com infarto do miocárdio em evolução devem

    primeiro recuperar-se transferindo a cirurgia proposta para 30 ou 60 dias e passar por nova e rigorosa ava-liação.

    Portadores de estenose aórtica e portadores de placas de ateroma nas carótidas são classificados com altíssimo risco. Igualmente cardíacos com arritmias instáveis não passíveis de correção medicamentosa fazem parte desse grupo de altíssimo risco.

    Portadores de angina instável que sofrem dores anginosas importantes e frequentes classificam-se na tabela de periculo-sidade alta.

    Hipertensos severos, principalmente com déficit de bom-beamento, com insuficiência cardíaca devem ser compensados. Obesos principalmente portadores de diabetes melito e idosos acima de 70 anos correm risco acima de 15% ou mais.

    O Diabético tipo 2 tratado com medicamentos via oral, 3 a 4 dias antes da internação devem passar ao uso de insulina inje-tável e revisados no hospital, devem alcançar níveis normais da glicemia, entre 80 a 120 mg/de. Se submetidos à cirurgia pós-alta hospitalar voltam ao uso de medicamentos via oral.

    Cardíacos com problemas de válvulas para submeterem-se a outra cirurgia necessitam em primeiro lugar fazer a correção valvar principalmente se essa for a válvula aórtica.

    Casos de cirurgia não cardíaca de grande emergência, sem possibilidade de transferência os cuidados cardiológicos serão os mais avançados possíveis. De modo geral os hipertensos e cardiopatas encaminhados à cirurgia não cardiovascular devem manter medicamentos anti-hipertensivos. O uso de antibióticos é necessário por vezes para evitar a endocardite infecciosa (in-fecção de válvula cardíaca).

    A avaliação do cardiopata para cirurgia não cardíaca passa desde o primeiro passo por uma anamnese (história clínica), os registros de todos os antecedentes patológicos e exames tais

    como hemograma completo que avaliará um estado de anemia (no caso terá que ser corrigida) ou um estado infeccioso a tratar.

    O tempo de coagulação sanguínea merece especial atenção em pacientes sujeitos à trombose venosa (os portadores de varizes em membros inferiores).

    A avaliação tomara decisões de exames para o fumante, o portador de hipotireoidismo e doenças hepáticas ou renais.

    Toda complexidade de exames necessários serão executados para maior segurança, visando diminuir o risco cirúrgico.

    Resumindo devemos citar os procedimentos de menor risco em cardiopatas:

    • endoscopia gástrica;• cirurgia de catarata;• cirurgias não invasivas de abdômen;• cirurgia de mama;• cirurgias ambulatoriais de pequeno porte.Relacionamos acima os apontamentos mais importantes

    referentes ao assunto.Os cardiopatas devem, porém confiar que com o avanço das

    técnicas cirúrgicas e aparelhos disponíveis, os riscos cirúrgicos nas últimas décadas, diminuíram acentuadamente.

    Risco cirúrgico em cardiopatas

    26 Revista Novos RumosEspecial 17 anos

    NOVOS RUMOS | DR. ROBERTO B. QUADROS | JUNHO 2014

  • Obesidade

    É classificada como causa ou fator de risco em diversas patologias.A obesidade tem múltiplas possíveis

    causas e o fator genético é ainda objeto de pesquisas para o pleno entendimento.

    Devem, também, serem considerados fatores psicológicos, sociais e erros na qualidade e quantidade da alimentação.

    É comum o consumo exagerado de calorias em relação ao gasto energético.

    Importante ressaltar, ainda, a depres-são, a ansiedade e a compulsão alimentar como agentes causadores (veja “Comer Compulsivo”, artigo da Dra . Sandra Q. Marenco, nutricionista, em Novos Rumos nº 131 de maio de 2009).

    São ainda causas de obesidade al-gumas doenças endócrinas, como hi-potireodismo e neurológicas (lesões do hipotálamo).

    De grande importância clínica é a Síndrome Metabólica, que consiste em obesidade com gordura acumulada predo-minantemente no abdômen; hipertensão e dislipidemias (triglicerídios elevados, colesterol HDL (bom colesterol) reduzidas.

    Esta síndrome tem alto risco cardiovas-cular e acompanhada de Diabetes Melitus tipo 2, mesmo sem altas taxas glicêmicas, predispõe ao infarto do miocárdio.

    Para avaliar a obesidade, alguns cálcu-los como IMC (índice de massa corpórea = peso em quilogramas / altura ao qua-drado) classificam em obesidade de grau I = obesidade; grau 1 números = 30 a 34,4; grau II = 35,9 a 39,9; grau III = acima de 40, obesidade mórbida.

    Essa fórmula não é perfeita, por não

    diferenciar gordura de músculos. É usa-do para cálculos mais exato de gordura corporal o plicômetro (compasso) com o qual se efetua medidas das pregas cutâ-neas (ou dobras) no tríceps, abdômen e coxas. Até o percentual de 16% existe distribuição correta de gordura (não há obesidade), acima de 16% diagnostica-se a obesidade.

    Também em medida da circunferência abdominal, no homem 94 a 102 cm existe risco médico de infarto ou acidente vascu-lar. Acima de 102 cm há alto risco.

    Para a mulher, 80 cm a 88 cm médio risco, acima de 88 cm alto risco.

    Até mais ou menos 35/ 40 anos, por questão hormonal - testosterona e hor-mônio do crescimento, o corpo tende a ganhar músculos. Após 40 anos, perde 200 grs por ano de músculo e ganha cerca de 500grs de gordura, fato que explica a tendência a engordar. O gasto energético torna-se então menor (ou seja, não gasta tantas calorias para manter as funções dos órgãos).

    As considerações que registramos neste artigo convidam a que procure-se uma alimentação adequada (se possível com orientação de um nutricionista ou médicos endocrinologistas), para comba-ter rigorosamente a obesidade, que traz tantos riscos.

    Combater o stress, a inatividade com exercícios físicos orientados e procurar ter em meta que a reeducação alimentar é tarefa não para um ou dois meses, mas sim para toda vida, são atitudes que au-xiliam bastante.

    27 Revista Novos RumosEspecial 17 anos

    DR. ROBERTO B. QUADROS | JUNHO 2014 | NOVOS RUMOS

    A Organização Mundial de Saúde (OMS) classifica a obesidade como um dos maiores problemas de saúde mundial, principalmente

    nos Estados Unidos e países emergentes

  • O avanço das ciências em geral e os conhecimentos aplicados com a medicina, somados aos métodos indicados para uma boa nutrição e estilos saudáveis de viver, não conseguirão impedir que idosos estejam fragilizados.

    Definimos como idoso fragilizado aquele que apresenta perda ponderal não intencional associada a maior possibilidade de morte. A perda de peso é regis-trada à custa de massa muscular, ocasionando dificuldade de movimentação e até mesmo da marcha. O caminhar é mais lento, sem firmeza, vacilante, com riscos de queda.

    Este desequilíbrio não está associado aos processos normais do envelheci-mento.

    Os idosos fragilizados apresentam, além do emagrecimento, à custa do déficit muscular, também perda de tecido ósseo (osteopenia) tornando-se sujeitos a osteoporose ou, ao menos alvos de fraturas.

    Grande parte dos idosos fragilizados é também portadora de patologias crônicas, distúrbios do metabolismo, tais como diabetes, hipertensão, alterações hormonais da tireoide, etc.

    É comum a presença de anemia importante, mais severa do que a natural no envelhecimento.

    As razões muitas vezes estão associadas à falta de apetite (anorexia). E esta pode estar relacionada à sensação de desvalia (sentir-se inferiorizado em relação ao seu ambiente familiar).

    O idoso fragilizado é poliqueixoso, menciona dores por todos os órgãos e mús-culos do corpo, não condizentes com qualquer patologia definida. Usa ou quer usar muitos medicamentos não necessários às patologias realmente existentes.

    Insônia e distúrbios do sono estão presentes. Estão incapacitados para a vida e na maioria complexados, julgam-se em situação muito inferior à realidade.

    É necessário que os médicos e todos que convivem com os idosos, nos cui-dados a eles, tenham em mente a presença de um quadro depressivo.

    É importante que os profissionais de saúde, médicos de qualquer especia-lidade, em sua avaliação clínica, questionem com tato e carinho as condições ambientais do idoso.

    Tem ele ideias que não mais vale a pena viver? Julga que a morte seria bem vinda? Das suas tristezas quais não são inteiramente justificáveis? Das queixas quais se condizem com patologias existentes?

    O médico, analisando os exames de sangue, os gráficos (eletrocardiograma, etc.) os de imagem e analisando o perfil psicológico do idoso, tem necessidade de descartar, ou confirmar, a presença de um quadro depressivo inicial ou uma depressão maior com distúrbios hormonais e neuro cerebrais, já quadro de depressão maior.

    O quadro depressivo mascarado por sintomas físicos já necessita de cuidados psicológicos, e fármacos antidepressivos e na depressão maior com distúrbios hor-monais e neuro cerebrais as avaliações neurológica e psiquiátrica são necessárias.

    O médico, atendendo o idoso com competência profissional, atenção carinho-sa, observando os tópicos aqui comentados, ainda que muito sumariamente, con-segue obter benefícios inigualáveis à integridade da saúde do idoso fragilizado.

    Familiares e amigos constituem ponto importantíssimo de colaboração ao êxito.

    O Idoso Fragilizado

    28 Revista Novos RumosEspecial 17 anos

    NOVOS RUMOS | DR. ROBERTO B. QUADROS | JUNHO 2014

  • 29 Revista Novos RumosEspecial 17 anos

    O conceito de pé diabético é conferido às alterações surgidas, em membro inferior do paciente diabético, tais como feridas, infecções, ulcerações, colorações pálidas ou avermelhadas da pele, acrescentadas ou não a alterações de sensibilidade (perda de tato, dor, dormências).

    De modo geral apresentadas após 10 a 15 anos da evolução da patologia.

    Como a explosão do numero de diabéticos aumenta a cada ano julgamos de bom arbítrio alertar para alguns cuidados que por vezes não são observados devidamente.

    Estatísticas registram que 15% dos diabéticos podem sofrer as conseqüências do pé diabético e deles 70% estarão sujeitos a amputação do membro afetado por gangrena.

    Importante ainda salientar, que o diagnostico do tipo 2, não insulina dependente, tratado por anti diabéticos orais (é o mais atingido por pé diabético) em muitas ocasiões só é registrado 2 a 3 anos pós evolução, ficando neste período sem tratamento.

    Acontece que sintomas comuns a outras patologias tais como urinar varias vezes a noite (nicturia) que é um dos apresentados nos diabéticos, são considerados por ingestão de muitos líquidos ou tomados como uma infecção urinaria.

    Fatores que desenvolvem o pé diabético são principalmente:

    1. Descuido no controle das taxas glicêmicas, mantidas anor-mais por uso inadequado de medicamentos prescritos e alimentação inadequada.

    Pé diabético 2. Manutenção de gordura no sangue, mau colesterol (LDL)

    e triglicerídeos.3. Evolução de uma neuropatia diabética, afecção da iner-

    vação motora e sensitiva dor nos membros inferiores associada à deficiência vascular.

    Os fatores acima citados propiciam o surgimento das feridas, ulcerações, dormências, alterações do tato, coloração da pele, pé diabético.

    Na forma acima exposta que cuidados alem dos citados deve ter o diabético?

    Alem do uso adequado dos medicamentos e alimentação - die-ta de preferência individualizada, monitorização (medida freqüente da glicemia), é importante a higiene.

    O diabético deve observar diariamente os membros inferiores, principalmente os pés; manter as unhas aparadas, evitar cortar cutículas, causar ferimentos que serão porta de entrada para infecções por fungos e bactérias. Unhas encravadas devem me-recer tratamento especializado por podólogo. Lavar os pés com água morna (não quente), na presença de calos, espessamentos da epiderme que surgem com o atrito por uso inadequado por calçado, sapato apertado ou mesmo por problema de articulação do tornozelo. Calos comuns podem ser tratados com uso das chamadas “ pedra pomes”.

    A hidratação da pele é necessidade básica.Todos os fatores acima mencionados são importantes e