por uma definiÇÃo de comunicaÇÃo pÚblica · associação brasileira de pesquisadores em...

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Associação Brasileir POR UMA DEF Tipolo TOWARDS A DE a methodologica Resumo: O art Comunicação Pú para reconhece empreendidas p investigação que política com viés normativo. As examinadas e co lado, a práticas q do incentivo à entrega de serv contas dos gove Institucional e o u Palavras-chave: Comunicação Ins 1 Trabalho apresentado ao G da Associação Brasileira de Universidade Federal do Rio G 2 Universidade Tecnológica Fe com Auxílio de Pesquisa/Prêm 3 Universidade Federal do P Pesquisa. marquesjamil@gm ra de Pesquisadores em Comunicação e Política Compo www.compolítica.org FINIÇÃO DE COMUNICAÇÃO ogias e experiências brasileir EFINITION OF PUBLIC COMM al model about Brazilian State Edna Miola 2 Francisco Paulo Jamil Marques 3 tigo tem o objetivo de mapear a literatura d ública a fim de propor critérios de classificação er a natureza das diversas iniciativas pelas instituições do Estado brasileiro. Trata-s e problematiza as tensões verificadas entre co s estratégico e comunicação política com viés de iniciativas mantidas na comunicação de E ontribuem para um modelo analítico que contem que podem aproximar cidadãos e representante participação; da melhora nos fluxos administr viços; e do aumento da transparência e da pre ernos; e, de outro, a dimensão estratégica da Co uso das políticas de imagem personalizadas. : Comunicação Pública de Estado; D stitucional Grupo de Trabalho Comunicação Pública e Institu e Pesquisadores em Comunicação e Política (V Grande do Sul, de 10 a 12 de maio de 2017. ederal do Paraná. Doutora em Comunicação (UF mio CAPES de Tese 2013 e Bolsa PIBIC/UTFPR. Paraná. Doutor em Comunicação (UFBA). Bol mail.com olítica O PÚBLICA: ras 1 MUNICATION: e experiences da área de que sirvam midiáticas se de uma omunicação emocrático- Estado são mpla, de um es por meio rativos e a estação de omunicação Democracia; ucional do VI Congresso VII COMPOLÍTICA), na FMG). A pesquisa contou . [email protected] lsista Produtividade em

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Page 1: POR UMA DEFINIÇÃO DE COMUNICAÇÃO PÚBLICA · Associação Brasileira de Pesquisadores em Comunicação e Política ... comunicação; b) qual é a ... que tange à sua natureza

Associação Brasileira de Pesquisadores em Comunicação e Política

POR UMA DEFINIÇÃO DE COMUNICAÇÃO PÚBLICA:

Tipologias e experiências brasileiras

TOWARDS A DEFINITION

a methodological model

Resumo: O artigo tem o objetivo de mapear

Comunicação Pública a fim de propor

para reconhecer a natureza

empreendidas pelas instituições do Estado brasileiro. Trata

investigação que problematiza as tensões

política com viés estratégico e comunicação política com viés democrático

normativo. As

examinadas e contribuem para um modelo analítico que contem

lado, a práticas que podem aproximar cidadãos e representantes por meio

do incentivo à participação; da melhora nos fluxos administrativos e a

entrega de serviços;

contas dos governos

Institucional e o uso das políticas de imagem personalizadas.

Palavras-chave:

Comunicação Institucional

1 Trabalho apresentado ao Grupo de Trabalho da Associação Brasileira de Pesquisadores em Comunicação e Política (VIUniversidade Federal do Rio Grande do Sul2 Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Doutora em Comunicação (UFMG).com Auxílio de Pesquisa/Prêmio CAPES de Tese 2013 e Bolsa PIBIC/UTFPR3 Universidade Federal do Paraná. Doutor em Comunicação (UFBA).Pesquisa. [email protected]

Associação Brasileira de Pesquisadores em Comunicação e Política – Compolítica

www.compolítica.org

POR UMA DEFINIÇÃO DE COMUNICAÇÃO PÚBLICA:

Tipologias e experiências brasileiras

A DEFINITION OF PUBLIC COMMUNICATION

methodological model about Brazilian State

Edna Miola2

Francisco Paulo Jamil Marques3

O artigo tem o objetivo de mapear a literatura da área de

Comunicação Pública a fim de propor critérios de classificação

para reconhecer a natureza das diversas iniciativas

pelas instituições do Estado brasileiro. Trata-se de uma

que problematiza as tensões verificadas entre comunicação

política com viés estratégico e comunicação política com viés democrático

iniciativas mantidas na comunicação de Estado

e contribuem para um modelo analítico que contem

a práticas que podem aproximar cidadãos e representantes por meio

do incentivo à participação; da melhora nos fluxos administrativos e a

entrega de serviços; e do aumento da transparência e da prestação de

contas dos governos; e, de outro, a dimensão estratégica da Comunicação

Institucional e o uso das políticas de imagem personalizadas.

chave: Comunicação Pública de Estado; Democracia;

Comunicação Institucional

apresentado ao Grupo de Trabalho Comunicação Pública e Institucional do VI Congresso da Associação Brasileira de Pesquisadores em Comunicação e Política (VIUniversidade Federal do Rio Grande do Sul, de 10 a 12 de maio de 2017.

dade Tecnológica Federal do Paraná. Doutora em Comunicação (UFMG).Auxílio de Pesquisa/Prêmio CAPES de Tese 2013 e Bolsa PIBIC/UTFPR.

Universidade Federal do Paraná. Doutor em Comunicação (UFBA). Bolsista [email protected]

Compolítica

POR UMA DEFINIÇÃO DE COMUNICAÇÃO PÚBLICA:

Tipologias e experiências brasileiras1

OF PUBLIC COMMUNICATION:

tate experiences

a literatura da área de

critérios de classificação que sirvam

das diversas iniciativas midiáticas

se de uma

comunicação

política com viés estratégico e comunicação política com viés democrático-

na comunicação de Estado são

e contribuem para um modelo analítico que contempla, de um

a práticas que podem aproximar cidadãos e representantes por meio

do incentivo à participação; da melhora nos fluxos administrativos e a

do aumento da transparência e da prestação de

dimensão estratégica da Comunicação

Comunicação Pública de Estado; Democracia;

Comunicação Pública e Institucional do VI Congresso da Associação Brasileira de Pesquisadores em Comunicação e Política (VII COMPOLÍTICA), na

dade Tecnológica Federal do Paraná. Doutora em Comunicação (UFMG). A pesquisa contou . [email protected]

Bolsista Produtividade em

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Associação Brasileira de Pesquisadores em Comunicação e Política

Abstract. The article aims to map the literature on Public Communication in

order to propose classification criteria able to recognize the nature of the

various media initiatives undertaken by institutions of the Brazilian State.

This investigation takes into accoun

communication with strategic, on the one side, bias and political

communication with democratic

model considers: communicative practices that can bring citizens and

representatives closer by encouraging participation; the improvement of

informational flows and the delivery of government services; and the need of

increasing gonverment transparency and accountability; and the strategic

dimension of Institutional Communication drived

personalization.

Keywords: State Public Communication; Democracy; Institutional

Communications

1 Introdução

Verifica-se que os estudos

mostrado proeminentes ao longo das últimas décadas. Diferentes programas de

pós-graduação e eventos científicos

temas caros a tal especialidade,

institucional, da legislação concernente à comunicação de massa ou das

características dos sistemas de radiodifusão. A revisão da literatura

contudo, revela inconsistências conceituais que, muitas v

autor esclareça o que entende por Comunicação Pública para, só então, iniciar a

abordagem do problema de pesquisa que propõe

exemplo, o aprofundamento de análises empíricas e

metodologias que permitam uma melhor

publicidade empreendidas pelo Estado

Identificado tal estorvo,

sistematização de diversas contribuições teóricas, encontrar

definam, de forma a considerar a complexidade do tema, a ideia de Comunicação

Pública, especificamente, aquela sob os auspícios do

Associação Brasileira de Pesquisadores em Comunicação e Política – Compolítica

www.compolítica.org

The article aims to map the literature on Public Communication in

order to propose classification criteria able to recognize the nature of the

various media initiatives undertaken by institutions of the Brazilian State.

This investigation takes into account the tensions between political

communication with strategic, on the one side, bias and political

communication with democratic-normative bias, on the other. Our analytical

model considers: communicative practices that can bring citizens and

es closer by encouraging participation; the improvement of

informational flows and the delivery of government services; and the need of

increasing gonverment transparency and accountability; and the strategic

dimension of Institutional Communication drived to enhance political

State Public Communication; Democracy; Institutional

Communications

estudos brasileiros na área de Comunicação Pública têm se

mostrado proeminentes ao longo das últimas décadas. Diferentes programas de

graduação e eventos científicos reservam espaço cada vez maior

caros a tal especialidade, a exemplo das estratégias de comunicação

institucional, da legislação concernente à comunicação de massa ou das

características dos sistemas de radiodifusão. A revisão da literatura

contudo, revela inconsistências conceituais que, muitas vezes, exigem que cada

autor esclareça o que entende por Comunicação Pública para, só então, iniciar a

abordagem do problema de pesquisa que propõe - o que acaba por dificultar, por

exemplo, o aprofundamento de análises empíricas e o desenvolvimento de

dologias que permitam uma melhor compreensão das estratégias de

publicidade empreendidas pelo Estado e por seus agentes.

Identificado tal estorvo, o objetivo deste artigo consiste em, a partir da

sistematização de diversas contribuições teóricas, encontrar

definam, de forma a considerar a complexidade do tema, a ideia de Comunicação

, especificamente, aquela sob os auspícios do Estado.

Compolítica

The article aims to map the literature on Public Communication in

order to propose classification criteria able to recognize the nature of the

various media initiatives undertaken by institutions of the Brazilian State.

t the tensions between political

communication with strategic, on the one side, bias and political

normative bias, on the other. Our analytical

model considers: communicative practices that can bring citizens and

es closer by encouraging participation; the improvement of

informational flows and the delivery of government services; and the need of

increasing gonverment transparency and accountability; and the strategic

to enhance political

State Public Communication; Democracy; Institutional

nicação Pública têm se

mostrado proeminentes ao longo das últimas décadas. Diferentes programas de

cada vez maior para debater

a exemplo das estratégias de comunicação

institucional, da legislação concernente à comunicação de massa ou das

características dos sistemas de radiodifusão. A revisão da literatura sobre o assunto,

ezes, exigem que cada

autor esclareça o que entende por Comunicação Pública para, só então, iniciar a

acaba por dificultar, por

o desenvolvimento de

compreensão das estratégias de

deste artigo consiste em, a partir da

sistematização de diversas contribuições teóricas, encontrar parâmetros que

definam, de forma a considerar a complexidade do tema, a ideia de Comunicação

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Associação Brasileira de Pesquisadores em Comunicação e Política

Para isso, o trabalho foi estruturado em duas partes principais. Na primeira

dela, propõe-se mapear

providência nos permite diagnosticar que boa parte da produção na área

por questionamentos (implícitos ou explícitos) acerca de: a) quem

comunicação; b) qual é a natureza do

utilizados; e d) qual é a posição ocupada pelo público no processo comunicativo

No tópico seguinte, o texto

práticos, critérios de classificação das iniciativas de comunic

Estado. Mais exatamente, problematizam

dimensões: 1) a comunicação normativa do ponto de vista democrático, de um lado;

e 2) a comunicação política estratégica, de outro.

A primeira dimensão se refere

Democracia e atenta para as práticas

cidadãos e representantes ao

exemplo, o uso de social media

fluxos administrativos e a entrega de serviços aos cidadãos (especialmente por meio

de práticas de governo eletrônico); e c) aumentar a transparência e a prestação de

contas dos governos (com a abertura e o acesso a bancos de dados

de transparência e propostas que facilitam o cumprimento das leis de acesso à

informação).

A segunda dimensão encontra

medida em que lança mão da comunicação para construir a imagem pública de

instituições da esfera do Estado em busca do assentimento do público e da

construção de relações de confiança

comunicação estratégica, no entanto, não se resume

frequência, testemunha-

políticos) dos recursos midiáticos publicamente

e manter poder político.

Sabendo-se que há uma considerável variedade de vínculos estabelecidos

entre o Estado e o Campo da Comunicação

que, enquanto algumas das experiências práticas mais relevantes têm maior

inclinação à prestação de informação e promoção da participação, outras

Associação Brasileira de Pesquisadores em Comunicação e Política – Compolítica

www.compolítica.org

Para isso, o trabalho foi estruturado em duas partes principais. Na primeira

se mapear a literatura sobre a área da Comunicação Pública.

providência nos permite diagnosticar que boa parte da produção na área

por questionamentos (implícitos ou explícitos) acerca de: a) quem

qual é a natureza do conteúdo produzido; c) quais veículos são

qual é a posição ocupada pelo público no processo comunicativo

, o texto elabora, a partir do exame da literatura e d

, critérios de classificação das iniciativas de comunicação empreendidas pelo

Estado. Mais exatamente, problematizam-se as tensões que envolvem duas

dimensões: 1) a comunicação normativa do ponto de vista democrático, de um lado;

e 2) a comunicação política estratégica, de outro.

A primeira dimensão se refere ao caráter normativo de diferentes

Democracia e atenta para as práticas comunicacionais que visam aproximar

cidadãos e representantes ao: a) incentivar a participação social (mediante

social media e de outras plataformas digitais); b) melhorar os

fluxos administrativos e a entrega de serviços aos cidadãos (especialmente por meio

de práticas de governo eletrônico); e c) aumentar a transparência e a prestação de

contas dos governos (com a abertura e o acesso a bancos de dados

de transparência e propostas que facilitam o cumprimento das leis de acesso à

A segunda dimensão encontra-se vinculada à Comunicação Institucional, na

medida em que lança mão da comunicação para construir a imagem pública de

da esfera do Estado em busca do assentimento do público e da

construção de relações de confiança dos cidadãos no próprio sistema político. A

comunicação estratégica, no entanto, não se resume à dimensão institucional

-se o uso instrumental (por parte de agentes e grupos

recursos midiáticos publicamente disponíveis com vistas a conquistar

se que há uma considerável variedade de vínculos estabelecidos

Campo da Comunicação – a título de ilustração, mencione

algumas das experiências práticas mais relevantes têm maior

inclinação à prestação de informação e promoção da participação, outras

Compolítica

Para isso, o trabalho foi estruturado em duas partes principais. Na primeira

literatura sobre a área da Comunicação Pública. Tal

providência nos permite diagnosticar que boa parte da produção na área se orienta

por questionamentos (implícitos ou explícitos) acerca de: a) quem “faz” a

roduzido; c) quais veículos são

qual é a posição ocupada pelo público no processo comunicativo.

da literatura e de casos

ação empreendidas pelo

se as tensões que envolvem duas

dimensões: 1) a comunicação normativa do ponto de vista democrático, de um lado;

e diferentes Teorias da

que visam aproximar

a) incentivar a participação social (mediante, por

igitais); b) melhorar os

fluxos administrativos e a entrega de serviços aos cidadãos (especialmente por meio

de práticas de governo eletrônico); e c) aumentar a transparência e a prestação de

contas dos governos (com a abertura e o acesso a bancos de dados, portais online

de transparência e propostas que facilitam o cumprimento das leis de acesso à

à Comunicação Institucional, na

medida em que lança mão da comunicação para construir a imagem pública de

da esfera do Estado em busca do assentimento do público e da

no próprio sistema político. A

à dimensão institucional e, com

(por parte de agentes e grupos

com vistas a conquistar

se que há uma considerável variedade de vínculos estabelecidos

a título de ilustração, mencione-se

algumas das experiências práticas mais relevantes têm maior

inclinação à prestação de informação e promoção da participação, outras

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Associação Brasileira de Pesquisadores em Comunicação e Política

evidenciam uma comunicação de natureza

promocional –, destaca-

comunicativos é constante.

Nesse sentido, este artigo propõe aqui uma tipologia que pretende abranger

situações de comunicação que normalme

política estratégica e a comunicação calcada em valores democráticos.

2 Dimensões dos conceitos de Comunicação Pública

Há de se considerar quatro

Comunicação Pública. São justamente tais

os parâmetros utilizados para definir o conceito de Comunicação Pública

isso implique restringir-se

diversos autores (cf. Duarte,

As quatro dimensões enfatizadas pela literatura da área são as seguintes

quem “faz” a comunicação

quais são os veículos utilizados

2.1 Quem “faz” a comunicação

A primeira clivagem identificável na literatura a tratar da Comunicação Pública

se dá na identificação d

contribuições de diversos

cinco “áreas diferentes de conhecimento e atividade profissional

domínio da Comunicação Organizacional, incluindo aí uma perspectiva

mercadológica; (b) a comunicação científica, promovida especialmente pelo Esta

(c) a Comunicação do Estado/governo

de disputa de poder4; e (

civil (e também de organizações identificadas com o terceiro setor

Em outros trabalhos,

limitando a comunicação pública

4 Neste momento, a autora não se preocupa em distinguir comunicação de Estado e de governo, embora a diferencie da comunicação política.

Associação Brasileira de Pesquisadores em Comunicação e Política – Compolítica

www.compolítica.org

evidenciam uma comunicação de natureza puramente personalista e

-se que a tensão a perpassar esses dois tipos de esforços

comunicativos é constante.

este artigo propõe aqui uma tipologia que pretende abranger

situações de comunicação que normalmente se sobrepõem, a saber, a comunicação

política estratégica e a comunicação calcada em valores democráticos.

os conceitos de Comunicação Pública

se considerar quatro aspectos que orientam boa parte dos estudos em

São justamente tais dimensões os responsáveis por delinear

parâmetros utilizados para definir o conceito de Comunicação Pública

se às iniciativas no âmbito do Estado, co

diversos autores (cf. Duarte, (2012b) e Matos (2012a)).

As quatro dimensões enfatizadas pela literatura da área são as seguintes

a comunicação; (2) qual é a natureza do conteúdo que é produzido

s utilizados; (4) o lugar do público no processo

a comunicação

A primeira clivagem identificável na literatura a tratar da Comunicação Pública

dos atores institucionais que a promovem

contribuições de diversos pesquisadores, Brandão (2012), por exemplo,

áreas diferentes de conhecimento e atividade profissional

domínio da Comunicação Organizacional, incluindo aí uma perspectiva

) a comunicação científica, promovida especialmente pelo Esta

) a Comunicação do Estado/governo; (d) a comunicação política como ambiente

; e (e) as práticas comunicativas comunitárias ou da sociedade

e também de organizações identificadas com o terceiro setor

Em outros trabalhos, nota-se uma delimitação mais restrita

limitando a comunicação pública àquela que parte do vetor estatal

Neste momento, a autora não se preocupa em distinguir comunicação de Estado e de governo, embora a diferencie da comunicação política.

Compolítica

puramente personalista e estratégico-

se que a tensão a perpassar esses dois tipos de esforços

este artigo propõe aqui uma tipologia que pretende abranger

nte se sobrepõem, a saber, a comunicação

política estratégica e a comunicação calcada em valores democráticos.

que orientam boa parte dos estudos em

os responsáveis por delinear

parâmetros utilizados para definir o conceito de Comunicação Pública – sem que

, conforme explicaram

As quatro dimensões enfatizadas pela literatura da área são as seguintes: (1)

natureza do conteúdo que é produzido; (3)

o lugar do público no processo comunicativo.

A primeira clivagem identificável na literatura a tratar da Comunicação Pública

que a promovem. Sistematizando

), por exemplo, aponta

áreas diferentes de conhecimento e atividade profissional”. São elas: (a) o

domínio da Comunicação Organizacional, incluindo aí uma perspectiva

) a comunicação científica, promovida especialmente pelo Estado;

) a comunicação política como ambiente

as práticas comunicativas comunitárias ou da sociedade

e também de organizações identificadas com o terceiro setor).

se uma delimitação mais restrita – em geral,

vetor estatal (DUARTE, 2007a;

Neste momento, a autora não se preocupa em distinguir comunicação de Estado e de governo,

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Associação Brasileira de Pesquisadores em Comunicação e Política

MATOS, 2012b; WEBER, 2007;

2012). Tal recorte, por sua vez,

as concepções de Estado, governo e sociedade a que cada autor se filia

nem todos explicitem tais referências.

Uma dificuldade atribuída a essas lacunas encontra

daquilo que é o Estado –

Estado de direito e como Estado social (

concerne aos governos

que determinam a orientação política de uma

Duarte e Veras (2006) distinguem a

chamada “comunicação

delas – e não os seus respectivos

agentes, muitas vezes,

governamental pode, em certa medida, sobrepor

que tange à sua natureza pública e à função informativa; porém, o objetivo prioritário

dos governos em termos comunicativos

promover a imagem das instituições

Já do ponto de vista prático, argumenta

unicamente ao Estado o domínio da

comunicação do poder público

exclusivamente sob seu domínio, utilizando

publicidade oficial, por exemplo

também terceiriza a própria produção do conteúdo, ao estabelecer contratos com

empresas como agências de comunicação

originalmente públicas,

Estado. Destaque-se, nesse sentido, que,

foram responsáveis pela aquisição de espaços publicitários em meios de terceiros

para a veiculação de publicidade do Governo Federal (

Associação Brasileira de Pesquisadores em Comunicação e Política – Compolítica

www.compolítica.org

; WEBER, 2007; BUCCI, 2008; GIL; MATOS, 2012;

, por sua vez, traz consigo a necessidade de distinguir

concepções de Estado, governo e sociedade a que cada autor se filia

nem todos explicitem tais referências.

Uma dificuldade atribuída a essas lacunas encontra-se na própria definição

– conjunto duradouro de instituições, que

como Estado social (BOBBIO, 1987; GOZZI 1998)

– grupo de pessoas destinado a exercer

que determinam a orientação política de uma determinada sociedade

Duarte e Veras (2006) distinguem a “comunicação pública de

comunicação governamental” destacando as finalidades

seus respectivos promotores da comunicação

, muitas vezes, são os mesmos. Para esses autores, a

pode, em certa medida, sobrepor-se à comunicação de Estado no

que tange à sua natureza pública e à função informativa; porém, o objetivo prioritário

dos governos em termos comunicativos é divulgar ações, construir identidades e

as instituições estatais junto à opinião pública.

Já do ponto de vista prático, argumenta-se não mais ser possível atribuir

unicamente ao Estado o domínio da comunicação pública – sobretudo porque a

o poder público se estende para além daqueles veículos que estão

sob seu domínio, utilizando-se, então, da mídia comercial para a

, por exemplo. Não se pode ignorar, ademais, que o Estado

também terceiriza a própria produção do conteúdo, ao estabelecer contratos com

empresas como agências de comunicação privadas que, ao gerenciarem verbas

originalmente públicas, produzem o conteúdo de acordo com as demandas do

se, nesse sentido, que, nos últimos anos, apenas cinco agências

foram responsáveis pela aquisição de espaços publicitários em meios de terceiros

para a veiculação de publicidade do Governo Federal (FIGURA 1

Compolítica

GIL; MATOS, 2012; KOÇOUSKI,

ade de distinguir quais são

concepções de Estado, governo e sociedade a que cada autor se filia – embora

se na própria definição

, que se manifesta como

GOZZI 1998) – e o que

grupo de pessoas destinado a exercer “o poder político e

determinada sociedade” (LEVI, 1998).

comunicação pública de Estado” da

destacando as finalidades de cada uma

promotores da comunicação, dado que os

autores, a comunicação

se à comunicação de Estado no

que tange à sua natureza pública e à função informativa; porém, o objetivo prioritário

é divulgar ações, construir identidades e

junto à opinião pública.

se não mais ser possível atribuir

sobretudo porque a

se estende para além daqueles veículos que estão

mídia comercial para a

emais, que o Estado

também terceiriza a própria produção do conteúdo, ao estabelecer contratos com

privadas que, ao gerenciarem verbas

produzem o conteúdo de acordo com as demandas do

os últimos anos, apenas cinco agências

foram responsáveis pela aquisição de espaços publicitários em meios de terceiros

1).

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Associação Brasileira de Pesquisadores em Comunicação e Política

FIGURA 1: Distribuição dos investimentos do Governo Federal por Agência Contratada (em milhões de reais) FONTE: Elaboração própria a partir de relatórios gerados a partir do endereço: < http://sistema1.planalto.gov.br/secomweb2/demanda/execucaocontratual

É plausível o argumento adicional de

abrangência maior do que aquela diretamente vinculada ao estado à medida uma

maior abertura do conceito incluiria

oriundas do terceiro setor

por interesses públicos. Tal interpretação propõe, no final das contas, que

“comunicação pública” não mais seja

de seus conteúdos ou pelo

2.2 A natureza do conteúdo

Uma das providências mais recorrentes na literatura

imprecisas – refere-se a associar, de um lado,

ideia de interesse público

a comunicação do seu agente promotor

Estado no processo de produção de

a oportunidade de ampliar

construção de imagem perante à opinião pública)

coletivos, movimentos sociais e o terceiro setor)

investem no chamado marketing social

(MAZZON, 1982; MARCONI,

apreender a perspectiva de

Koçouski (2012) ou Kunsch

pretendem construir.

0,0

50,0

100,0

150,0

200,0

2011

141 SOHO SQUARE COMUNICAÇÃO

NOVA SB COMUNICAÇÃO

Associação Brasileira de Pesquisadores em Comunicação e Política – Compolítica

www.compolítica.org

: Distribuição dos investimentos do Governo Federal por Agência Contratada (em milhões

Elaboração própria a partir de relatórios gerados a partir do endereço: < http://sistema1.planalto.gov.br/secomweb2/demanda/execucaocontratual> Acesso em 07 out. 2015.

ausível o argumento adicional de que a comunicação pública teria

do que aquela diretamente vinculada ao estado à medida uma

maior abertura do conceito incluiria não apenas movimentos sociais

terceiro setor), mas, também, iniciativas privadas movidas

públicos. Tal interpretação propõe, no final das contas, que

“comunicação pública” não mais seja definida por seus agentes, e sim p

elo ethos de sua produção.

conteúdo que é produzido

Uma das providências mais recorrentes na literatura – e também uma das mais

se a associar, de um lado, Comunicação Pública e

úblico. Na esteira do que foi afirmado no item

a comunicação do seu agente promotor permite incluir outras esferas além do

no processo de produção de comunicação de natureza pública

a oportunidade de ampliar o conceito às iniciativas de governo

construção de imagem perante à opinião pública), à sociedade civil

coletivos, movimentos sociais e o terceiro setor) e, mesmo,

marketing social ou marketing relacionado a causas sociai

MARCONI, 2002). A dificuldade, desta vez, reside exatamente em

perspectiva de interesse público que autores como

ou Kunsch (2012) – ou interesse geral, no caso de Zemor (2012)

2012 2013

141 SOHO SQUARE COMUNICAÇÃO LEO BURNETT PUBLICIDADE MATISSE COMUNICAÇÃO DE MARKETING

NOVA SB COMUNICAÇÃO PROPEG COMUNICAÇÃO Total

Compolítica

: Distribuição dos investimentos do Governo Federal por Agência Contratada (em milhões

Elaboração própria a partir de relatórios gerados a partir do endereço: < > Acesso em 07 out. 2015.

que a comunicação pública teria

do que aquela diretamente vinculada ao estado à medida uma

não apenas movimentos sociais (ou experiências

iniciativas privadas movidas, em princípio,

públicos. Tal interpretação propõe, no final das contas, que

definida por seus agentes, e sim pela natureza

e também uma das mais

Comunicação Pública e, de outro, a

item anterior, dissociar

permite incluir outras esferas além do

comunicação de natureza pública, o que nos dá

(quando voltadas à

, à sociedade civil (na forma de

, às empresas que

ou marketing relacionado a causas sociais

reside exatamente em

autores como Bueno (2012);

, no caso de Zemor (2012) –

2014

MATISSE COMUNICAÇÃO DE MARKETING

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Associação Brasileira de Pesquisadores em Comunicação e Política

Parte dos especialistas dedicados a investigar a

pública procura agregar preceitos oriundos da ideia de

2012), mas essas indicações

Outra área de aplicação do conceito de comunicação pública

qual o Estado se destaca como promotor

promoção de comportamentos socialmente desejávei

tradicionalmente, na área da saúde públic

2017) ou nas áreas da segurança pública, trânsito etc

outras temáticas, como aquelas

2012).

2.3 Os veículos utilizados

Há também um conjunto importan

pública como a comunicação

públicas. De modo aproximado aos trabalhos sobre

aqui, o que alguns autores denominam

(PERUZZO, 2008; SANT’ANNA

Trata-se de uma estratégia

Pública porque, ao identificar o

comunicação, as dúvidas

formal definido para o(s)

de radiofusão concedidas aos Poderes da União, de estados e municípios (a

exemplo das TVs dos poderes E

Mas os Estados detêm, além de concessões de radiodifusão, um aparato

relevante de veículos que abrangem diferentes

apenas dois tipos de estruturas midiáticas que

destacam-se (a) os aparatos

em rede que podem assumir as funções mais tradicionais de divulgação

atendem a propósitos de

(MARQUES; PEREIRA, 2015)

Mas a definição de com

fontes” (e associada ao Estado)

Associação Brasileira de Pesquisadores em Comunicação e Política – Compolítica

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Parte dos especialistas dedicados a investigar a substância da comunicação

procura agregar preceitos oriundos da ideia de deliberação pública (MATOS,

essas indicações, frequentemente, permanecem vagas

Outra área de aplicação do conceito de comunicação pública

qual o Estado se destaca como promotor – é o patrocínio de campanhas para

promoção de comportamentos socialmente desejáveis, como acontece

na área da saúde pública (MATOS, 2012; MIOLA; MARQUES,

ou nas áreas da segurança pública, trânsito etc. Nessa linha, entram ainda,

, como aquelas vinculadas à comunicação científica

Os veículos utilizados

Há também um conjunto importante de pesquisadores a pensar a comunicação

pública como a comunicação realizada em veículos de propriedade ou gestão

aproximado aos trabalhos sobre radiodifusão,

o que alguns autores denominam “mídia pública” ou

SANT’ANNA, 2009).

estratégia relativamente segura para definir Comunicação

, ao identificar o Estado como patrocinador ou

dúvidas conceituais seriam redimidas de acordo com o

(s) veículo(s). Caberiam, nessa definição, assim

de radiofusão concedidas aos Poderes da União, de estados e municípios (a

s poderes Executivo, Legislativo e Judiciário).

Mas os Estados detêm, além de concessões de radiodifusão, um aparato

de veículos que abrangem diferentes suportes de comunicação. Para citar

apenas dois tipos de estruturas midiáticas que empregam

os aparatos editoriais das imprensas oficiais e (b) as plataformas

que podem assumir as funções mais tradicionais de divulgação

de prestação de serviços via recursos de governo eletrônico

(MARQUES; PEREIRA, 2015).

de comunicação pública como “mídia pública

(e associada ao Estado) não esgota o conceito. Isso porque, prmeiramente,

Compolítica

substância da comunicação

deliberação pública (MATOS,

vagas.

Outra área de aplicação do conceito de comunicação pública – mais uma na

o patrocínio de campanhas para a

s, como acontece,

MIOLA; MARQUES,

Nessa linha, entram ainda,

comunicação científica (BRANDÃO,

te de pesquisadores a pensar a comunicação

em veículos de propriedade ou gestão

radiodifusão, são considerados,

ou “mídia das fontes”

para definir Comunicação

ou mantenedor dessa

de acordo com o estatuto

assim, as emissoras

de radiofusão concedidas aos Poderes da União, de estados e municípios (a

).

Mas os Estados detêm, além de concessões de radiodifusão, um aparato

de comunicação. Para citar

empregam diferentes meios

oriais das imprensas oficiais e (b) as plataformas

que podem assumir as funções mais tradicionais de divulgação ou que

de governo eletrônico

mídia pública” ou “mídia das

Isso porque, prmeiramente,

Page 8: POR UMA DEFINIÇÃO DE COMUNICAÇÃO PÚBLICA · Associação Brasileira de Pesquisadores em Comunicação e Política ... comunicação; b) qual é a ... que tange à sua natureza

Associação Brasileira de Pesquisadores em Comunicação e Política

nem todo o chamado campo público da comunicação

emissoras de radiodifusão citadas

Estado. Iniciativas auto

quaisquer emissoras não

comunitárias, educativas etc.

respectivos interesses, como a

Associação Brasileira das Emissoras Públicas, Educativas e Culturais

2012).

O segundo motivo pelo qual essa definição é incompleta reside no fato de que

nem toda a comunicação

públicas. Isso significaria que

todas as outras formas de comunicação praticadas por meio de contrato de

prestação de serviços por empre

Levantamentos recentes comprovam

investidos em publicidade

meios convencionais (como a televisão) e em

Uma comparação de dados

Presidência da República

publicitários entre 2000 e 2013 demonstra como a aplicação proporcional dos

recursos cresce apenas para t

enquanto decresce para todos os outros meios (

Associação Brasileira de Pesquisadores em Comunicação e Política – Compolítica

www.compolítica.org

campo público da comunicação – no qual se enquadram as

emissoras de radiodifusão citadas – se encontra institucionalmente

niciativas auto-denominadas públicas podem, virtualmente, abranger

emissoras não-comerciais – públicas, estatais, universitárias,

comunitárias, educativas etc. –, assim como as entidades que representam se

, como a Associação Brasileira da Televisão Universitária

Associação Brasileira das Emissoras Públicas, Educativas e Culturais

O segundo motivo pelo qual essa definição é incompleta reside no fato de que

a a comunicação patrocinada pelo Estado é veiculada

Isso significaria que uma definição restritiva acabaria deixando

todas as outras formas de comunicação praticadas por meio de contrato de

prestação de serviços por empresas privadas de comunicação.

Levantamentos recentes comprovam que parte considerável

investidos em publicidade governamental no âmbito federal está concentrada

meios convencionais (como a televisão) e em veículos comerciais de radiodifusão

dados produzidos pela a então Secretaria de

Presidência da República (SECOM) sobre a distribuição dos investimentos

publicitários entre 2000 e 2013 demonstra como a aplicação proporcional dos

recursos cresce apenas para televisão, internet e mídia exterior (excetuado

enquanto decresce para todos os outros meios (FIGURA 2).

Compolítica

no qual se enquadram as

institucionalmente associado ao

podem, virtualmente, abranger

públicas, estatais, universitárias,

assim como as entidades que representam seus

Associação Brasileira da Televisão Universitária ou a

Associação Brasileira das Emissoras Públicas, Educativas e Culturais (MIOLA,

O segundo motivo pelo qual essa definição é incompleta reside no fato de que

é veiculada em emissoras

uma definição restritiva acabaria deixando descobertas

todas as outras formas de comunicação praticadas por meio de contrato de

considerável dos recursos

governamental no âmbito federal está concentrada em

comerciais de radiodifusão.

ecretaria de Comunicação da

distribuição dos investimentos

publicitários entre 2000 e 2013 demonstra como a aplicação proporcional dos

elevisão, internet e mídia exterior (excetuado outdoor),

Page 9: POR UMA DEFINIÇÃO DE COMUNICAÇÃO PÚBLICA · Associação Brasileira de Pesquisadores em Comunicação e Política ... comunicação; b) qual é a ... que tange à sua natureza

Associação Brasileira de Pesquisadores em Comunicação e Política

FIGURA 2: Distribuição percentual dos investimentos em Mídia FONTE: Elaboração própria a partir dos dados publicados pela SECOM, disponível em: < http://www.secom.gov.br/pdfsos-orgaos-indireta-todas-as-empresas.pdf> Acesso em 26 mar. 2016

Quando se observa a distribuição entre as plataformas (

que a publicidade na Televisão dobrou no período (de 715 milhões para 1,5 bilhão

de reais).

FIGURA 3: Investimento em Mídia

5 Total Geral - Administração Direta (Todos os órgãos) + Indireta (Todas as acompanham a tabela original informam que: “1) Valores correntes de investimentos em Mídia (veiculações) obtidas pelo processamento de cópias de pedidos de inserção (PIs) e indexados pelo índice IGPM-FGV: índice médio, ano a ano. Ín

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

2000 2001 2002

Televisão Jornal

0

500

1.000

1.500

2.000

2.500

2000 2001 2002

Televisão

Revista

Cinema

Associação Brasileira de Pesquisadores em Comunicação e Política – Compolítica

www.compolítica.org

percentual dos investimentos em Mídia - Governo Federal (Poder Executivo)Elaboração própria a partir dos dados publicados pela SECOM, disponível em: <

http://www.secom.gov.br/pdfs-da-area-de-orientacoes-gerais/midia/total-administracaoempresas.pdf> Acesso em 26 mar. 2016

Quando se observa a distribuição entre as plataformas (FIGURA

elevisão dobrou no período (de 715 milhões para 1,5 bilhão

Investimento em Mídia - Governo Federal (Poder Executivo) (em milhões de reais)

Administração Direta (Todos os órgãos) + Indireta (Todas as Empresas). As notas que acompanham a tabela original informam que: “1) Valores correntes de investimentos em Mídia (veiculações) obtidas pelo processamento de cópias de pedidos de inserção (PIs) e indexados pelo

FGV: índice médio, ano a ano. Índice médio do ano base 2014: 550,408; 2) Informação

2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Jornal Rádio Revista Internet Outdoor Cinema

2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Jornal Rádio

Internet Outdoor

Mídia exterior Total geral (em milhões de reais)

Compolítica

Governo Federal (Poder Executivo)

Elaboração própria a partir dos dados publicados pela SECOM, disponível em: < administracao-direta-todos-

FIGURA 3), percebe-se

elevisão dobrou no período (de 715 milhões para 1,5 bilhão

(em milhões de reais)5

Empresas). As notas que acompanham a tabela original informam que: “1) Valores correntes de investimentos em Mídia (veiculações) obtidas pelo processamento de cópias de pedidos de inserção (PIs) e indexados pelo

dice médio do ano base 2014: 550,408; 2) Informação

2010 2011 2012 2013

Cinema Mídia exterior

2010 2011 2012 2013

Total geral (em milhões de reais)

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Associação Brasileira de Pesquisadores em Comunicação e Política

FONTE: Elaboração própria a partir dos dados disponibilizados pela http://www.secom.gov.br/pdfsos-orgaos-indireta-todas-as-empresas.pdf> Acesso em 26 mar. 2016

Uma sequência de dados diferente,

investimentos em mídia, mas apenas somente os

Governo Federal às Agências de Publicidade e

comunicação, mostra que

recursos investidos em publicidade televisiva. Cresce

investimentos em internet (entre 2013 e 2014, houve um incremento de 272% nessa

área).

FIGURA 4: Distribuição dos investimentos do Governo Federal por meio contratado (em milhões de reais) FONTE: Elaboração própria a partir de relatórios gerados a partir do endereço: < http://sistema1.planalto.gov.br/secomweb2/demanda/execucaocontratual>

Observa-se, ainda,

relatórios da SECOM e que, se reconhece, carece de especificidade) também

apresentam uma tendência de crescimento (embora caiam levemente no ano de

2014).

gerada a partir de dados fornecidos pelo Instituto para Acompanhamento da Publicidade acordo com a previsão de utilização de espaços publicitários nos períodos, atualizada em 12/03/2015; 3) Os valores não incluem: publicidade legal, produção e patrocínio; 4) Os valores de 2014 são correntes (nominais)”. 6 Na Publicidade, essa é a denominação para aquele tipo de meio que não se enquadra nas demais classificações, envolvendo desde inserções não cintervenções e mobiliário urbano (OGDEN e CRESCITELLI, 2007; BARBAN et al., 2001), até, acredita-se, o uso de dispositivos móveis no envio de mensagens

0,0

30,0

60,0

90,0

120,0

150,0

180,0

2011

Associação Brasileira de Pesquisadores em Comunicação e Política – Compolítica

www.compolítica.org

Elaboração própria a partir dos dados disponibilizados pela SECOM, disponível em: < http://www.secom.gov.br/pdfs-da-area-de-orientacoes-gerais/midia/total-administracao

empresas.pdf> Acesso em 26 mar. 2016

Uma sequência de dados diferente, que considera não o cômputo geral

investimentos em mídia, mas apenas somente os pagamentos efetuados pelo

Governo Federal às Agências de Publicidade e a outros prestadores de serviços de

comunicação, mostra que, entre 2013 e 2014 (FIGURA 4), houve diminuição dos

recursos investidos em publicidade televisiva. Cresceram, por outro lado, os

investimentos em internet (entre 2013 e 2014, houve um incremento de 272% nessa

Distribuição dos investimentos do Governo Federal por meio contratado (em milhões de

FONTE: Elaboração própria a partir de relatórios gerados a partir do endereço: < http://sistema1.planalto.gov.br/secomweb2/demanda/execucaocontratual> Acesso em 07 out. 2015

, ainda, que os meios “alternativos”6 (denominação adotada nos

relatórios da SECOM e que, se reconhece, carece de especificidade) também

apresentam uma tendência de crescimento (embora caiam levemente no ano de

gerada a partir de dados fornecidos pelo Instituto para Acompanhamento da Publicidade acordo com a previsão de utilização de espaços publicitários nos períodos, atualizada em 12/03/2015;

valores não incluem: publicidade legal, produção e patrocínio; 4) Os valores de 2014 são

Na Publicidade, essa é a denominação para aquele tipo de meio que não se enquadra nas demais classificações, envolvendo desde inserções não convencionais em mídia exterior, a exemplo de intervenções e mobiliário urbano (OGDEN e CRESCITELLI, 2007; BARBAN et al., 2001), até,

se, o uso de dispositivos móveis no envio de mensagens Short Message Service (

2012 2013

Televisão Revista Rádio

Mídia Exterior Mídia alternativa Jornal

Internet Cinema Total

Compolítica

SECOM, disponível em: < administracao-direta-todos-

que considera não o cômputo geral dos

pagamentos efetuados pelo

outros prestadores de serviços de

, houve diminuição dos

m, por outro lado, os

investimentos em internet (entre 2013 e 2014, houve um incremento de 272% nessa

Distribuição dos investimentos do Governo Federal por meio contratado (em milhões de

FONTE: Elaboração própria a partir de relatórios gerados a partir do endereço: < Acesso em 07 out. 2015

(denominação adotada nos

relatórios da SECOM e que, se reconhece, carece de especificidade) também

apresentam uma tendência de crescimento (embora caiam levemente no ano de

gerada a partir de dados fornecidos pelo Instituto para Acompanhamento da Publicidade - IAP, e de acordo com a previsão de utilização de espaços publicitários nos períodos, atualizada em 12/03/2015;

valores não incluem: publicidade legal, produção e patrocínio; 4) Os valores de 2014 são

Na Publicidade, essa é a denominação para aquele tipo de meio que não se enquadra nas demais onvencionais em mídia exterior, a exemplo de

intervenções e mobiliário urbano (OGDEN e CRESCITELLI, 2007; BARBAN et al., 2001), até, Short Message Service (SMS).

2014

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Associação Brasileira de Pesquisadores em Comunicação e Política

Quando se trata de plataformas de comunicação digital em rede, a variedade

de possibilidades para a veiculação de conteúdos de interesse de instituições do

Estado é ainda maior. Os portais institucionais

excelência, meios que serv

experiências participativas ou que promovam a transparência. A pesquisa nessa

área é profícua em termos de abordagens e já apresenta certa consolidação

(MARQUES, 2008).

Um levantamento próprio mostra que a ma

de conteúdo online. Em alguns casos, há, inclusive, redundância, uma vez que

verifica-se a existência

conteúdo acerca da mesma instância

dessas ferramentas, além de

organizações do Estado publicam

hospedados nos portais do governo, mas

sociais digitais (a exemplo do Twitter, do Facebook e do YouTube

materiais produzidos ou publicar conteúdos exclusivos

FIGURA 5: Utilização de plataformas digitais de comunicação em rede Federal8

7 A Presidência da República, por exemplo, contava, na época do levantamento, com os seguintes perfis no Twitter: @blogplanalto@sgovpr. No Facebook, havia os perfis 8 A coleta de dados sobre o uso de plataformasFederal contou com a colaboração da bolsista de Iniciação Científica (UTFPR) Ykeuti Silva. Órgãos analisados

Outras redes sociais

Site 2

Blog

Tumblr

Google+

Slideshare

SoundCloud

Instagram

Flickr

Facebook

Youtube

Site

Twitter

Associação Brasileira de Pesquisadores em Comunicação e Política – Compolítica

www.compolítica.org

do se trata de plataformas de comunicação digital em rede, a variedade

de possibilidades para a veiculação de conteúdos de interesse de instituições do

é ainda maior. Os portais institucionais, por exemplo,

que servem desde iniciativas de Governo Eletrônico até

experiências participativas ou que promovam a transparência. A pesquisa nessa

área é profícua em termos de abordagens e já apresenta certa consolidação

Um levantamento próprio mostra que a maioria das instâncias estatais dispõe

de conteúdo online. Em alguns casos, há, inclusive, redundância, uma vez que

de mais de um site/blog publicando o mesmo tipo de

mesma instância 7 . É interessante observar que a

dessas ferramentas, além de razoavelmente difundida, é também variada. As

stado publicam, com frequência, materiais em

hospedados nos portais do governo, mas, simultaneamente, lançam mão de redes

exemplo do Twitter, do Facebook e do YouTube

ou publicar conteúdos exclusivos (FIGURA

plataformas digitais de comunicação em rede por órgãos do Governo

A Presidência da República, por exemplo, contava, na época do levantamento, com os seguintes @blogplanalto; @dilmabr; @Governo_Federal; @imprensaPR

@sgovpr. No Facebook, havia os perfis PalacioDoPlanalto; portalbrasil dados sobre o uso de plataformas digitais em rede pelos órgãos do Poder Executivo

Federal contou com a colaboração da bolsista de Iniciação Científica (UTFPR) Órgãos analisados entre janeiro e março de 2016: Agência Nacional do Petróleo

2

3

3

3

7

8

9

11

21

29

30

32

Compolítica

do se trata de plataformas de comunicação digital em rede, a variedade

de possibilidades para a veiculação de conteúdos de interesse de instituições do

, por exemplo, constituem, por

iniciativas de Governo Eletrônico até

experiências participativas ou que promovam a transparência. A pesquisa nessa

área é profícua em termos de abordagens e já apresenta certa consolidação

ioria das instâncias estatais dispõe

de conteúdo online. Em alguns casos, há, inclusive, redundância, uma vez que

blog publicando o mesmo tipo de

É interessante observar que a adoção

difundida, é também variada. As

materiais em sites próprios,

lançam mão de redes

exemplo do Twitter, do Facebook e do YouTube) para replicar os

FIGURA 5).

por órgãos do Governo

A Presidência da República, por exemplo, contava, na época do levantamento, com os seguintes @imprensaPR; @casacivilbr;

digitais em rede pelos órgãos do Poder Executivo Federal contou com a colaboração da bolsista de Iniciação Científica (UTFPR) Gabriela Mayumi

Nacional do Petróleo; Banco

32

34

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Associação Brasileira de Pesquisadores em Comunicação e Política

FONTE: Elaboração própria

Uma última preocupação relativa aos veículos acionados na comunicação

pública se refere ao possível uso político da distribuição de recursos.

forma que qualquer iniciativa na área da comunicação

pautar, em princípio, pela eficácia

meio à mensagem e à audiência a que se destina. Há dois tipos de abordagem que

desafiam essa premissa. A primeira delas, apresentada como publicamente

justificável, defende a necessidade de

modo a fortalecer os veículos pequenos

implique na distribuição arbitrária de recursos,

“republicano”, uma vez que

de grandes redes de comunicação nacional de modo a obter delas

não, uma cobertura favorável ao governo. Uma vez que são essas redes que detém

a maior parcela da audiência,

especulação.

2.4 O(s) público(s) da comunicação

Observar a posição

considerar um parâmetro adicional para

Pública.

Um dos clássicos n

comunicação (de Estado, na perspectiva do autor)

do emissor: “Ao mesmo tempo

autoridade das instituições públicas, ele protest

Central; Controladoria Geral da UniãoMinistério da Cultura; Ministério da DefesaNacional; Ministério da JustiçaEnergia; Ministério do Desenvolvimento AgrárioMinistério do Planejamento; Ministério das Relações ExterioresSecretaria de Assuntos EstratégicosMulheres; Secretaria de Relações InstitucionaisRousseff (em sites de redes sociais)9 Sobre a ideia de “pulverização” e sua influência em políticas de comunicação governamentais recentes no Brasil, ver http://www.meioemensagem.com.debate-sobre-controle-social.html. Acesso em 30 de abril de 2017.

Associação Brasileira de Pesquisadores em Comunicação e Política – Compolítica

www.compolítica.org

Uma última preocupação relativa aos veículos acionados na comunicação

pública se refere ao possível uso político da distribuição de recursos.

qualquer iniciativa na área da comunicação, a seleção dos canais deve se

pela eficácia – em outras palavras, a melhor adequação do

meio à mensagem e à audiência a que se destina. Há dois tipos de abordagem que

desafiam essa premissa. A primeira delas, apresentada como publicamente

defende a necessidade de “pulverizar” os investimentos

modo a fortalecer os veículos pequenos9. A segunda alternativa,

implique na distribuição arbitrária de recursos, tem caráter

uma vez que significa, mesmo que de forma implícita,

grandes redes de comunicação nacional de modo a obter delas

uma cobertura favorável ao governo. Uma vez que são essas redes que detém

a maior parcela da audiência, trata-se de uma afirmação que se dá no plano da

da comunicação

Observar a posição ocupada pelo público no processo comunicativo significa

considerar um parâmetro adicional para distinguir o caráter

Um dos clássicos nessa área de pesquisa, Pierre Zemór, reserva ao público da

comunicação (de Estado, na perspectiva do autor) a clássica posição passiva diante

Ao mesmo tempo em que ele [o cidadão] respeita e se submete à

autoridade das instituições públicas, ele protesta sobre a falta de informação, ou

Controladoria Geral da União; Fazenda; Governo Federal; IBAMAMinistério da Defesa; Ministério da Educação; Ministério da Integração

Ministério da Justiça; Ministério da Saúde; Ministério das CidadesMinistério do Desenvolvimento Agrário; Ministério do Esporte; Ministério do Meio Ambiente

Ministério do Trabalho; Ministério dos TransportesMinistério das Relações Exteriores–Itamaraty; Portal Brasil (Ministério da Saúde)Secretaria de Assuntos Estratégicos; Secretaria de Direitos Humanos; Secretaria de Políticas para as

Secretaria de Relações Institucionais; Planalto; e órgãos assessores da presidência: (em sites de redes sociais); Imprensa Presidência.

Sobre a ideia de “pulverização” e sua influência em políticas de comunicação governamentais recentes no Brasil, ver http://www.meioemensagem.com.br/home/midia/2013/05/20/secom

social.html. Acesso em 30 de abril de 2017.

Compolítica

Uma última preocupação relativa aos veículos acionados na comunicação

pública se refere ao possível uso político da distribuição de recursos. Da mesma

a seleção dos canais deve se

em outras palavras, a melhor adequação do

meio à mensagem e à audiência a que se destina. Há dois tipos de abordagem que

desafiam essa premissa. A primeira delas, apresentada como publicamente

os investimentos públicos de

. A segunda alternativa, embora também

tem caráter, digamos, menos

, mesmo que de forma implícita, comprar o apoio

grandes redes de comunicação nacional de modo a obter delas, diretamente ou

uma cobertura favorável ao governo. Uma vez que são essas redes que detém

uma afirmação que se dá no plano da

comunicativo significa

distinguir o caráter da Comunicação

de pesquisa, Pierre Zemór, reserva ao público da

a clássica posição passiva diante

respeita e se submete à

falta de informação, ou

IBAMA; IBGE; INCRA; IPEA; Ministério da Integração

Ministério das Cidades; Ministério de Minas e Ministério do Meio Ambiente;

Ministério dos Transportes; Ministério Turismo; Portal Brasil (Ministério da Saúde); Receita Federal;

Secretaria de Políticas para as ; e órgãos assessores da presidência: Dilma

Sobre a ideia de “pulverização” e sua influência em políticas de comunicação governamentais br/home/midia/2013/05/20/secom-defende-

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Associação Brasileira de Pesquisadores em Comunicação e Política

sobre suas mensagens mal construídas, incompletas ou mal

1995). O mesmo pesquisador

do serviço público”, que pode demandar informações (instruções) ou r

qualidade do material disponível. Conforme sintetiza Koçouski,

O suposto “clientecontribui para a manutenção daquela estrutura. E, além disso, acumula a função de eleitor, com poder de decidir quem será o seu futuro “fornecedor”. O desafio da comunicação pública, portanto, é acionar o receptor, ou seja, o lado do "cidadãoreceptor" (KOÇOUSKI, 2012, p. 75).

A questão é que a própria instância da recepção não se esgota nesse tipo

compreensão – pelo menos desde os anos 1970 (HALL, 2003).

armadilha conceitual acerca da ideia de “recepção”

mais, o lugar dos cidadãos na constituição do debate público.

haveria uma demanda específica

da comunicação: criar espaços para o debate, alimentá

pertinentes à participação e, mais importante, mas também mais

críticas e intervenções dos cidadãos.

normativas, alguns espaços

apontados como exemplo de

permitem um diálogo menos assimétrico entre Estado e cidadãos.

contudo, que essas experiências funcionam e

que outros (COELHO e NOBRE, 2004; AVRITZER e NAVARRO, 2003; AVRITZER,

2004). Assim, conselho

contribuído para a inclusão dos diversos públicos nos processos comunicativos

voltados para a melhoria das condições de vida da população (GIL; MATOS,

2012)10.

3 Comunicação Pública de Estado como experiência democrática

10 É pertinente também o debate sobre a participação nas emissoras públicas de comunicação, trazido por Miola (2015).

Associação Brasileira de Pesquisadores em Comunicação e Política – Compolítica

www.compolítica.org

sobre suas mensagens mal construídas, incompletas ou mal divulgadas

O mesmo pesquisador também destaca o papel do cidadão quanto

do serviço público”, que pode demandar informações (instruções) ou r

do material disponível. Conforme sintetiza Koçouski,

O suposto “cliente-cidadão” segundo ele, é no mínimo comparável a um acionista que contribui para a manutenção daquela estrutura. E, além disso, acumula a função de

poder de decidir quem será o seu futuro “fornecedor”. O desafio da comunicação pública, portanto, é acionar o receptor, ou seja, o lado do "cidadãoreceptor" (KOÇOUSKI, 2012, p. 75).

A questão é que a própria instância da recepção não se esgota nesse tipo

pelo menos desde os anos 1970 (HALL, 2003).

acerca da ideia de “recepção”, Matos (2012b)

o lugar dos cidadãos na constituição do debate público.

a específica direcionada ao próprio Estado

da comunicação: criar espaços para o debate, alimentá-lo com informações

pertinentes à participação e, mais importante, mas também mais

críticas e intervenções dos cidadãos. Embora estas soem

alguns espaços participativos existentes há algumas décadas

apontados como exemplo de instituições (de caráter público

permitem um diálogo menos assimétrico entre Estado e cidadãos.

experiências funcionam em alguns setores de políticas mais do

(COELHO e NOBRE, 2004; AVRITZER e NAVARRO, 2003; AVRITZER,

conselhos de políticas, especialmente, na área da Saúde, têm

a inclusão dos diversos públicos nos processos comunicativos

voltados para a melhoria das condições de vida da população (GIL; MATOS,

Comunicação Pública de Estado como experiência democrática

É pertinente também o debate sobre a participação nas emissoras públicas de comunicação,

Compolítica

divulgadas” (ZEMÓR,

papel do cidadão quanto “usuário

do serviço público”, que pode demandar informações (instruções) ou reclamar da

cidadão” segundo ele, é no mínimo comparável a um acionista que contribui para a manutenção daquela estrutura. E, além disso, acumula a função de

poder de decidir quem será o seu futuro “fornecedor”. O desafio da comunicação pública, portanto, é acionar o receptor, ou seja, o lado do "cidadão-

A questão é que a própria instância da recepção não se esgota nesse tipo de

pelo menos desde os anos 1970 (HALL, 2003). Superando a

(2012b) discute, uma vez

Nessa perspectiva,

próprio Estado enquanto promotor

lo com informações

pertinentes à participação e, mais importante, mas também mais difícil, abrir-se às

como expectativas

existentes há algumas décadas são

instituições (de caráter público-comunicativo) que

permitem um diálogo menos assimétrico entre Estado e cidadãos. Ressalte-se,

m alguns setores de políticas mais do

(COELHO e NOBRE, 2004; AVRITZER e NAVARRO, 2003; AVRITZER,

, na área da Saúde, têm

a inclusão dos diversos públicos nos processos comunicativos

voltados para a melhoria das condições de vida da população (GIL; MATOS,

Comunicação Pública de Estado como experiência democrática

É pertinente também o debate sobre a participação nas emissoras públicas de comunicação,

Page 14: POR UMA DEFINIÇÃO DE COMUNICAÇÃO PÚBLICA · Associação Brasileira de Pesquisadores em Comunicação e Política ... comunicação; b) qual é a ... que tange à sua natureza

Associação Brasileira de Pesquisadores em Comunicação e Política

Se o tópico anterior se preocupou em mapear a

Comunicação Pública, o objetivo desta seção é discutir as tensões e aproximações

entre a comunicação normativa do ponto de vista democrático, de um lado, e a

comunicação política estratégica, de outro.

Tal forma de construção do

motivações que levam o

funções democráticas que esta pode assumir.

discute as motivações

processos administrativos; eficiência na prestação de serviços públicos; informação,

educação e cultivo de condutas

exemplo, em saúde, segurança, trânsito

comunicação estratégica, a

dos próprios gestores.

3.1 Dimensão democrátic

A comunicação de Estado desempenha um papel importante na consecução

da democracia. Mais do que delimitar ou caracterizar o conceito

pública como aquela que tem lastro

KUNSCH, 2012; MONTEIRO, 2007; NOVELLI,

que modo as iniciativas na área podem contribuir para

do jogo democrático (BOBBIO, 2002; HELD, 1987; HABERMAS, 1997).

A interface entre a comunicação e a democracia

normativas relevantes para o

autores se mostram atentos a

representantes por meio do incentivo à

outras plataformas digitais);

serviços (especialmente por meio de práticas de governo eletrônico);

transparência e da prestação de contas dos governos (com a abertura e o acesso a

bancos de dados, portais online de tran

facilitem o cumprimento das leis de acesso à info

Uma definição possível para a Comunicação Pública de Estado calcada na

Teoria Democrática (HELD, 1987; BOBBIO, 2002; PRZEWORSKI

Associação Brasileira de Pesquisadores em Comunicação e Política – Compolítica

www.compolítica.org

Se o tópico anterior se preocupou em mapear a literatura sobre a área da

Comunicação Pública, o objetivo desta seção é discutir as tensões e aproximações

entre a comunicação normativa do ponto de vista democrático, de um lado, e a

comunicação política estratégica, de outro.

Tal forma de construção do argumento permite observar que existem

que levam o Estado a investir na comunicação, bem como diversas

funções democráticas que esta pode assumir. Nos tópicos a seguir, o trabalho

democrático-normativas que redundam em

processos administrativos; eficiência na prestação de serviços públicos; informação,

educação e cultivo de condutas preventivas que sejam revertidas em

saúde, segurança, trânsito e outras áreas.; e, do

comunicação estratégica, a construção da imagem de instituições da esfera estatal e

.1 Dimensão democrático-normativa da comunicação de Estado

A comunicação de Estado desempenha um papel importante na consecução

da democracia. Mais do que delimitar ou caracterizar o conceito

como aquela que tem lastro no interesse público (KOÇOUSKI, 2012;

KUNSCH, 2012; MONTEIRO, 2007; NOVELLI, 2006), é fundamental

que modo as iniciativas na área podem contribuir para aperfeiçoar valores e práticas

(BOBBIO, 2002; HELD, 1987; HABERMAS, 1997).

A interface entre a comunicação e a democracia indica

para o entendimento da comunicação de E

autores se mostram atentos a práticas que podem aproximar cidadãos e

por meio do incentivo à participação (com o uso de

outras plataformas digitais); da melhora nos fluxos administrativos e a entrega de

serviços (especialmente por meio de práticas de governo eletrônico);

a prestação de contas dos governos (com a abertura e o acesso a

bancos de dados, portais online de transparência e demais oportunidades

facilitem o cumprimento das leis de acesso à informação).

Uma definição possível para a Comunicação Pública de Estado calcada na

(HELD, 1987; BOBBIO, 2002; PRZEWORSKI

Compolítica

literatura sobre a área da

Comunicação Pública, o objetivo desta seção é discutir as tensões e aproximações

entre a comunicação normativa do ponto de vista democrático, de um lado, e a

argumento permite observar que existem diferentes

, bem como diversas

Nos tópicos a seguir, o trabalho

dam em: melhoria nos

processos administrativos; eficiência na prestação de serviços públicos; informação,

que sejam revertidas em melhorias, por

e, do ponto de vista da

construção da imagem de instituições da esfera estatal e

da comunicação de Estado

A comunicação de Estado desempenha um papel importante na consecução

da democracia. Mais do que delimitar ou caracterizar o conceito comunicação

(KOÇOUSKI, 2012;

é fundamental observar de

aperfeiçoar valores e práticas

(BOBBIO, 2002; HELD, 1987; HABERMAS, 1997).

indica contribuições

entendimento da comunicação de Estado. No caso, os

práticas que podem aproximar cidadãos e

participação (com o uso de social media, e

fluxos administrativos e a entrega de

serviços (especialmente por meio de práticas de governo eletrônico); do aumento da

a prestação de contas dos governos (com a abertura e o acesso a

demais oportunidades que

Uma definição possível para a Comunicação Pública de Estado calcada na

(HELD, 1987; BOBBIO, 2002; PRZEWORSKI et al.; 1989;

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Associação Brasileira de Pesquisadores em Comunicação e Política

HABERMAS, 1987) prevê, portanto, que os esforços na área devem ter como função

contribuir no incremento de

prestação de contas b) p

e d) informação e promoção

direitos.

Transparência e accountability

O primeiro dos princípios a se

de Estado é o valor associado à

vinculado às democracias representativas

acompanhar as ações dos governantes e o uso dos recursos públicos

2014; GOMES et al. 2015)

oferta de informações relativas às suas ações depende

repositórios informacionais e dos

Ainda associada à transparência, encontra

da prestação de contas, necessária também

representação democrática.

nomeadamente) permite que,

condições de avaliar seus representantes e

1999). Para isso, as campanhas eleitorais

comunicação de massa tanto para a divulgação promovida pelos candidatos quanto

para a própria cobertura jornalística

ressaltados ou descortinados elementos do jogo político que são do interesse dos

eleitores.

Participação

Os momentos participativos

modelos normativos de democracia liberal

demandas por intervenções mais constantes e que ultrapassem as barreiras do voto

mostram-se crescentes.

patrocinada pelo Estado

das esferas de decisão política

Associação Brasileira de Pesquisadores em Comunicação e Política – Compolítica

www.compolítica.org

vê, portanto, que os esforços na área devem ter como função

no incremento dea um ou mais dos seguintes aspectos:

participação política; c) prestação de serviços aos cidadãos;

) informação e promoção do debate público, inclusive no âmbito da defesa dos

ransparência e accountability

O primeiro dos princípios a ser normativamente contemplado pela

Estado é o valor associado à transparência. Tal princípio,

às democracias representativas, propicia aos cidadãos

as ações dos governantes e o uso dos recursos públicos

2015). Inclusive a própria legislação que vincula os governos à

de informações relativas às suas ações depende, de modo irreversível

repositórios informacionais e dos dispositivos de comunicação.

à transparência, encontra-se a ideia da responsabilização e

da prestação de contas, necessária também aos processos de legitimação da

representação democrática. O conceito de accountability (em sua forma

permite que, em momentos eleitorais, os cidadãos estejam em

condições de avaliar seus representantes e tomar decisões (PRZEWORSKI

. Para isso, as campanhas eleitorais – que dependem cada vez mais da

comunicação de massa tanto para a divulgação promovida pelos candidatos quanto

a própria cobertura jornalística – constituem momentos-chave

descortinados elementos do jogo político que são do interesse dos

participativos são predominantemente eleitorais em diferentes

modelos normativos de democracia liberal (HELD, 1987). Verifica

por intervenções mais constantes e que ultrapassem as barreiras do voto

crescentes. A função participativa que a comunicação mediática

patrocinada pelo Estado desempenha pode contribuir para aproximar os cidadãos

das esferas de decisão política e tornar mais legítimas as políticas públicas

Compolítica

vê, portanto, que os esforços na área devem ter como função

a um ou mais dos seguintes aspectos: a) transparência e

) prestação de serviços aos cidadãos;

, inclusive no âmbito da defesa dos

r normativamente contemplado pela comunicação

, fundamentalmente

cidadãos a oportunidade de

as ações dos governantes e o uso dos recursos públicos (MARQUES,

que vincula os governos à

de modo irreversível, dos

se a ideia da responsabilização e

aos processos de legitimação da

em sua forma vertical,

momentos eleitorais, os cidadãos estejam em

PRZEWORSKI et al.,

que dependem cada vez mais da

comunicação de massa tanto para a divulgação promovida pelos candidatos quanto

chave nos quais são

descortinados elementos do jogo político que são do interesse dos

predominantemente eleitorais em diferentes

Verifica-se, porém, que as

por intervenções mais constantes e que ultrapassem as barreiras do voto

que a comunicação mediática

pode contribuir para aproximar os cidadãos

e tornar mais legítimas as políticas públicas

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Associação Brasileira de Pesquisadores em Comunicação e Política

(MARQUES, 2010). Em

políticas enceta a capacidade de

necessita para avaliar o desempenho do Estado, bem como para conhecer

instâncias presenciais de participação disponíveis

conferências públicas, os conselhos de políticas públicas.

Prestação de serviços

A prestação de servi

Estado enquanto provedor de certas atividades

público. Em segundo lugar, a ideia da racionalização da administração

publica também suscita a preocupação com o ap

comunicação, dos processos geridos no

são oferecidas recentemente

Trata-se, de um lado, de utilizar a comunicação para aumentar ou melhorar o acesso

àqueles serviços que são de responsabilidade do Estado (ligados

educação, por exemplo

administrativos internos.

3.2 Dimensão estratégica da comunicação de Estado

A segunda dimensão da comunicação de

daquela de caráter democrático, tem vínculo mais estreito com a conquista e a

manutenção do poder

política11. Em outras palavras

construção de imagens e

instituições envolvidos na disputa pelo consentimento do público

GOMES, 2004; WEBER,

abrange, então, tanto a

NETO, 2010), necessária

quanto aquela versão anti 11 Esclarece-se que a ideia de estrinteresse público ou privado estratégia valorativamente, em parte, contrária ao interesse público levando em conta as refhabermasianas sobre a ação comunicativa (HABERMAS, 1989).

Associação Brasileira de Pesquisadores em Comunicação e Política – Compolítica

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outras palavras, o uso dos media por parte das instituições

políticas enceta a capacidade de facilitar o fluxo da informação que o público

necessita para avaliar o desempenho do Estado, bem como para conhecer

instâncias presenciais de participação disponíveis – tais como as audiências, as

conferências públicas, os conselhos de políticas públicas.

A prestação de serviços diz respeito, primeiramente, ao entendimento do

provedor de certas atividades, bens e direitos que são de domínio

Em segundo lugar, a ideia da racionalização da administração

cita a preocupação com o aprimoramento, a partir da

comunicação, dos processos geridos no âmbito estatal. Contribuições nesse sentido

recentemente pela literatura a tratar de governo eletrônico (ou

de utilizar a comunicação para aumentar ou melhorar o acesso

àqueles serviços que são de responsabilidade do Estado (ligados

por exemplo) e, de outro, contribuir para a melhoria dos processos

estratégica da comunicação de Estado

A segunda dimensão da comunicação de Estado, que acontece par a par

daquela de caráter democrático, tem vínculo mais estreito com a conquista e a

por parte de determinados grupos ou personalidades da

Em outras palavras- tratam-se de iniciativas que têm por finalidade a

construção de imagens e de representações sociais favoráveis aos agentes e

envolvidos na disputa pelo consentimento do público

GOMES, 2004; WEBER, 2007; 2009). Essa dimensão da comunicação de

então, tanto a Comunicação Institucional (ERBOLATO, 1986; MACHADO

, necessária aos processos legitimação das instituições públicas

quanto aquela versão anti-normativa das políticas de imagem na comunicação de

se que a ideia de estratégia aqui empreendida não ignora que toda a ação interesse público ou privado – pode ser construída estrategicamente. Porém, o trabalho considera a estratégia valorativamente, em parte, contrária ao interesse público levando em conta as refhabermasianas sobre a ação comunicativa (HABERMAS, 1989).

Compolítica

por parte das instituições

a informação que o público

necessita para avaliar o desempenho do Estado, bem como para conhecer as

tais como as audiências, as

ao entendimento do

bens e direitos que são de domínio

Em segundo lugar, a ideia da racionalização da administração da res

rimoramento, a partir da

mbito estatal. Contribuições nesse sentido

literatura a tratar de governo eletrônico (ou e-gov).

de utilizar a comunicação para aumentar ou melhorar o acesso

àqueles serviços que são de responsabilidade do Estado (ligados à saúde ou à

) e, de outro, contribuir para a melhoria dos processos

stado, que acontece par a par

daquela de caráter democrático, tem vínculo mais estreito com a conquista e a

por parte de determinados grupos ou personalidades da

iniciativas que têm por finalidade a

representações sociais favoráveis aos agentes e

envolvidos na disputa pelo consentimento do público (BURKE, 1994;

2007; 2009). Essa dimensão da comunicação de Estado

(ERBOLATO, 1986; MACHADO

os processos legitimação das instituições públicas,

imagem na comunicação de

atégia aqui empreendida não ignora que toda a ação – seja ela de pode ser construída estrategicamente. Porém, o trabalho considera a

estratégia valorativamente, em parte, contrária ao interesse público levando em conta as reflexões

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Associação Brasileira de Pesquisadores em Comunicação e Política

governos, que é o uso de recursos públicos que deveriam ser investidos em

campanhas de orientação

particularista (GIL; MATOS, 2014)

De certo ponto de vista,

por meio da participação dos cidadãos, mas por meio da persuasão.

Nesse sentido, é importante ressaltar que se parte da premissa de que, nas

práticas comunicativas dos atores políticos, convivem dimensões estratégicas

(voltadas para assegurar a

estabilidade do sistema político

debate e a participação dos cidadãos,

direitos, além da oferta de serviços públicos. Ambas as práticas contribuem para a

legitimidade aos governos.

4. Apontamentos conclusivos

É inevitável retomar as preocupações levantadas quanto à instrumentalização

da comunicação de Estado para a promoção de atores ou

histórico brasileiro de uso particularista dos aparatos de comunicação estatais, não

são poucos os autores que alertam para tais desvios (BRANDÃO, 2012; GIL;

MATOS, 2012). Essas preocupações redundam, inclusive, nas discussões sobr

radiodifusão pública, havendo esforços teóricos para distingui

estatal (BUCCI, 2008; MIOLA, 2015).

De fato, a instrumentalização da comunicação de Estado em discursos

estratégicos particularistas constitui uma corrupção da comunicaçã

governamental/institucional e a intensidade e a frequência com que agentes públicos

acionam esses recursos com finalidades privadas (associadas a vantagens

eleitorais) torna esse fenômeno impossível de ser ignorado do ponto de vista

analítico.

Do ponto de vista metodológico, esses discursos podem ser identificados

retórica mercadológica, na qual prevalecem recursos como

e apresentação de atributos; e (b)

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www.compolítica.org

o uso de recursos públicos que deveriam ser investidos em

campanhas de orientação para que seja promovida a propaganda política

GIL; MATOS, 2014).

De certo ponto de vista, nesses casos, trata-se de construir legitimidade não

por meio da participação dos cidadãos, mas por meio da persuasão.

é importante ressaltar que se parte da premissa de que, nas

práticas comunicativas dos atores políticos, convivem dimensões estratégicas

voltadas para assegurar a confiança nas instituições e para contribuir com a

estabilidade do sistema político) e também uma dimensão normativa, que promove o

debate e a participação dos cidadãos, bem como a transparência e a

ferta de serviços públicos. Ambas as práticas contribuem para a

legitimidade aos governos.

Apontamentos conclusivos

É inevitável retomar as preocupações levantadas quanto à instrumentalização

da comunicação de Estado para a promoção de atores ou grupos políticos. Dado o

histórico brasileiro de uso particularista dos aparatos de comunicação estatais, não

são poucos os autores que alertam para tais desvios (BRANDÃO, 2012; GIL;

Essas preocupações redundam, inclusive, nas discussões sobr

radiodifusão pública, havendo esforços teóricos para distingui

estatal (BUCCI, 2008; MIOLA, 2015).

De fato, a instrumentalização da comunicação de Estado em discursos

estratégicos particularistas constitui uma corrupção da comunicaçã

governamental/institucional e a intensidade e a frequência com que agentes públicos

acionam esses recursos com finalidades privadas (associadas a vantagens

eleitorais) torna esse fenômeno impossível de ser ignorado do ponto de vista

e vista metodológico, esses discursos podem ser identificados

retórica mercadológica, na qual prevalecem recursos como slogans

e apresentação de atributos; e (b) no discurso personalista, aquele centrado nos

Compolítica

o uso de recursos públicos que deveriam ser investidos em

a propaganda política de ênfase

se de construir legitimidade não

por meio da participação dos cidadãos, mas por meio da persuasão.

é importante ressaltar que se parte da premissa de que, nas

práticas comunicativas dos atores políticos, convivem dimensões estratégicas

e para contribuir com a

a dimensão normativa, que promove o

a transparência e a garantia de

ferta de serviços públicos. Ambas as práticas contribuem para a

É inevitável retomar as preocupações levantadas quanto à instrumentalização

grupos políticos. Dado o

histórico brasileiro de uso particularista dos aparatos de comunicação estatais, não

são poucos os autores que alertam para tais desvios (BRANDÃO, 2012; GIL;

Essas preocupações redundam, inclusive, nas discussões sobre a

radiodifusão pública, havendo esforços teóricos para distingui-la da radiodifusão

De fato, a instrumentalização da comunicação de Estado em discursos

estratégicos particularistas constitui uma corrupção da comunicação

governamental/institucional e a intensidade e a frequência com que agentes públicos

acionam esses recursos com finalidades privadas (associadas a vantagens

eleitorais) torna esse fenômeno impossível de ser ignorado do ponto de vista

e vista metodológico, esses discursos podem ser identificados (a) na

slogans, frases de efeito

o discurso personalista, aquele centrado nos

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Associação Brasileira de Pesquisadores em Comunicação e Política

atores, em lugar dos posicionamentos ou projetos políticos (BARROS; MIOLA, 2015;

HOLTZ-BACHA, 2016; SCAMMELL, 2016).

Ao tratar do “estado da arte” da pesquisa em Comunicação Pública no Brasil, o

presente trabalho identificou certas recorrências analíticas

embora não se apresentem na forma aqui organizada

questionamentos sobre quem

conteúdo, que veículos

processo comunicativo.

metodológico em razão, ora de sobreposições, ora de imprecisões conceituais.

A literatura revisada

perspectivas em parte alheias a trabalhos nessa área. Em outras palavras, rediscutir

a Comunicação Pública a partir de princípios democrático

do discurso pragmático da Comunicação Institucional, de outro,

modelo conceitual e metodológico inovador.

Associação Brasileira de Pesquisadores em Comunicação e Política – Compolítica

www.compolítica.org

sicionamentos ou projetos políticos (BARROS; MIOLA, 2015;

BACHA, 2016; SCAMMELL, 2016).

o tratar do “estado da arte” da pesquisa em Comunicação Pública no Brasil, o

trabalho identificou certas recorrências analíticas –

bora não se apresentem na forma aqui organizada, trazem

questionamentos sobre quem “faz” a comunicação pública, qual é a natureza

veículos são utilizados e qual é o lugar ocupado pelo

Essas dimensões não chegam a constituir um programa

metodológico em razão, ora de sobreposições, ora de imprecisões conceituais.

literatura revisada pode oferecer contribuições preciosas quando

em parte alheias a trabalhos nessa área. Em outras palavras, rediscutir

a Comunicação Pública a partir de princípios democrático-normativos, de um lado, e

do discurso pragmático da Comunicação Institucional, de outro, pode resultar em um

e metodológico inovador.

Compolítica

sicionamentos ou projetos políticos (BARROS; MIOLA, 2015;

o tratar do “estado da arte” da pesquisa em Comunicação Pública no Brasil, o

preocupações que,

trazem indícios de

qual é a natureza do seu

upado pelo público no

dimensões não chegam a constituir um programa

metodológico em razão, ora de sobreposições, ora de imprecisões conceituais.

pode oferecer contribuições preciosas quando associada a

em parte alheias a trabalhos nessa área. Em outras palavras, rediscutir

normativos, de um lado, e

pode resultar em um

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