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Informativo dos alunos do Colégio Cruzeiro - Jacarepaguá . ano II . número 2 . novembro de 2007 Aqui você começa bem Saúde, educação, dignidade: nossos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. Páginas 7 a 15 Por um mundo melhor Boa notícia Boa notícia Boa notícia Boa notícia Boa notícia O Brasil avançou no combate à mortalidade infantil. Mas ainda há muito a se fazer pág 10 Lanche coletivo dos alunos do 6º ano: comida saudável e conversa inteligente sobre o consumo responsável Inpar Inpar Inpar Inpar Inpar Bem pertinho daqui, uma instituição que se dedica a atender crianças de comunidades pobres precisa de você pág 16 Por um mundo melhor Saúde, educação, dignidade: nossos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. Páginas 7 a 15

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Informativo dos alunos do Colégio Cruzeiro - Jacarepaguá . ano II . número 2 . novembro de 2007

Aqui você começa bem

Saúde, educação, dignidade: nossosObjetivos de Desenvolvimento do Milênio.Páginas 7 a 15

Por um mundomelhor

Boa notíciaBoa notíciaBoa notíciaBoa notíciaBoa notíciaO Brasil avançou no combate à

mortalidade infantil. Mas ainda hámuito a se fazer

pág 10

Lanche coletivo dosalunos do 6º ano:comida saudável econversa inteligente sobreo consumo responsável

InparInparInparInparInparBem pertinho daqui, uma instituição que

se dedica a atender crianças decomunidades pobres precisa de você

pág 16

Por um mundomelhorSaúde, educação, dignidade: nossosObjetivos de Desenvolvimento do Milênio.Páginas 7 a 15

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2 . Bom Dia Cruzeiro

E D I T O R I A LNós podemosNós podemosNós podemosNós podemosNós podemos

Grandes mudanças podem acontecer todos os dias: mudança de cidade, mudança de atitude,mudança de planos. Para que aconteçam, às vezes basta uma decisão. Outras podem exigirgrandes esforços. Mas, o primeiro passo é sempre o mesmo: reconhecer que é hora de mudar.

No ano 2000, os países-membros da ONU perceberam que tinha chegado a hora damudança. Na verdade, eles estavam até atrasados. Catástrofes ambientais, guerras, fome, osproblemas se multiplicavam. Mas essa é daquelas mudanças que exigem esforços enormes.

O documento que reconhece a necessidade desse esforço recebeu o nome de Objetivosde Desenvolvimento do Milênio. Ele estabelece metas para que os governos se empenhemno combate aos grandes problemas decorrentes da desigualdade. Mas não traz uma receitapronta para alcança-las. Por isto, sugestões são bem-vindas.

Nesta edição você vai conhecer o olhar dos alunos sobre as metas do milênio. Até 2015,ano limite estabelecido pelo documento para o alcance das metas, há muito trabalho afazer. Mas o que a pesquisa nos mostra é que precisamos começar desde já. Nossa armasecreta: o conhecimento.

Inspire-se na leitura e descubra, você também, a sua maneira de colaborar para odesenvolvimento humano. Esperamos encontrá-lo em 2015 num mundo melhor.

COLÉGIO CRUZEIRO - JACAREPAGUÁDiretorValdomiro Dockhorn

Vice-DiretoraNorma Benjamin

Coordenadora do 6º ao 8º AnoFátima Lopes Acar

Orientadora Educacional do 6º ao 8º AnoVânia Vasconcelos

Coordenador do 9º Ano e Ensino MédioJoão Aprígio

Orientadora Educacional do 9º Ano eEnsino MédioMaria Cecília Moreira da Costa

BOM DIA CRUZEIROBOM DIA CRUZEIROBOM DIA CRUZEIROBOM DIA CRUZEIROBOM DIA CRUZEIRO é produzidopelos alunos do Colégio Cruzeiro -JPA, sob a orientação de professorese funcionários

RedaçãoAlunos do 4º ao 9ºano e Ensino Médio

EdiçãoCarla Baiense

RevisãoFátima Lopes Acar

Projeto GráficoFabiana Antonini

DiagramaçãoFabiana Antonini

Foto de capa

Carla Baiense

Fotolito e impressãoJulio Bezerra

Tiragem

1.800 exemplares

EXPEDIENTEEXPEDIENTEEXPEDIENTEEXPEDIENTEEXPEDIENTE

SUMÁRIO03Comportamento

Eu, eu mesmo e robô

Projeto Clube de Ciências

04Educação

Júlio Emílio Braz

Ah, fala sério!

Cultura

Quadrinhos

06

Matéria de Capa

Como salvar o planeta?

07

Matéria de Capa

Repensando valores

08

10Matéria de Capa

Vitória brasileira

12Matéria de Capa

Por um mundo sustentável

Matéria de Capa

Tragédia mundial

14

Desenho do aluno Eduardo, turma 64, inspirado no conto “O Bife e a Pipoca”, de Lygia Bojunga

Este projeto tem o apoio dos nossos parceiros

Solidariedade

Ajudar faz bem

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Pio

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José Ricardo

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Bom Dia Cruzeiro . 3Comportamento

Eu, eu mesmo e robôPor Guilherme Pixinine e Jorge Pumar

Nos filmes de Hollywood ou nas fábricas detodo o mundo, um novo personagem vem setornando cada vez mais presente: são os robôs.O avanço da robótica, a ciência que estuda estessistemas, também chegou à internet. O InBot éum software de inteligência artificial para criaçãode personagens virtuais usados para conversarcom os usuários, respondendo como se fossematendentes reais em uma sala de chat.

As respostas dadas pelo programa são criadasa partir de uma personalidade (consciênciasintética) e de uma base de conhecimento orga-nizada pela equipe de escritores e progra-madores. As frases com respostas são escolhidase montadas automaticamente pelo programa deforma tão realística que fazem com que os usuá-

Robô do Compet é especialista em anergia e responde às perguntassobre o tema recorrendo a um poderoso banco de dados, produto das

pesquisas da Petrobras a respeito do assunto.

Por Sandra Mara

O Clube de Ciências tem como objetivo rela-cionar os conteúdos ao cotidiano dos estudan-tes e às outras áreas do conhecimento. Estimulara criatividade, envolvendo o aluno na obser-vação do dia-a-dia.

O processo da curiosidade faz com que o alunopasse de um ser passivo no seu aprendizado paraativo, dentro e fora da escola. Estimula-se umaluno agente, capaz de investigar cientificamentee de buscar respostas aos seus questionamentos.

O Clube de Ciências é uma atividade realizadasemanalmente no laboratório do ColégioCruzeiro, na qual alunos de 6º, 7º e 8º anoestudam um tema.

Projeto Clube de CiênciasNo ano de 2007, os grupos de Clube de

Ciências estudaram temas como Insetos,Química do cotidiano e Química dos alimentos.

O tema InsetosInsetosInsetosInsetosInsetos teve como principal objetivoestudar:

· Variedade de espécies dos insetos,· Como vivem.· Como se locomovem.· Onde está inserido na cadeia alimentar.· Quais insetos encontramos no Colégio

Cruzeiro.Confiram as fotos de algumas atividades.O tema Química do cotidianoQuímica do cotidianoQuímica do cotidianoQuímica do cotidianoQuímica do cotidiano teve como

principal objetivo estudar:· As características químicas e físicas da água· Tensão superficial da água· Poluição da água· Tratamento da água.Confiram as fotos de algumas atividades.O tema Química dos alimentosQuímica dos alimentosQuímica dos alimentosQuímica dos alimentosQuímica dos alimentos teve como

principal objetivo estudar:· Bebidas energéticas· Receitas de baixo custo· Pirâmide alimentar· Sistema digestório.Confiram as fotos de algumas atividades.Dêem uma olhadinha no site do Colégio

Cruzeiro e confiram algumas de nossas aulas.Esperamos vocês no ano que vem!!

Testamos a tensão superficial da água com um clips,para discutir sua utilidade na natureza - 7º ano

O Bicho-Pau é um inseto que tem a facilidade deproteger-se dos predadores por fazer

camuflagem. Na foto, os alunos do 6º anoconhecem o inseto durante a visita à coleção

entomológica da Fundação Oswaldo Cruz

rios do chat fiquem em dúvida: afi-nal, estão conversando com umapessoa ou com um programa decomputador?

No Brasil, aplicações deste sistemapodem ser experimentadas em sitescomo o do Compet (http://www.conpet.gov.br/ed/). Ed, orobozinho que conversa com osvizitantes, é uma aplicação dainteligência artificial, programadopara interagir e responder a diferentesperguntas das pessoas que visitam seusite. O resultado da interação vaidepender do assunto abordado e daquantidade de informações disponívelnos sistemas a respeito do tema.

Fotos Sandra Mara

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4 . Bom Dia Cruzeiro Educação

As histórias de Júlio Emílio Braz

A visita de Júlio Emilio Braz foi muito inte-ressante. Ele nos contou uma parte da sua vida.Admitimos que, quando chegamos à bibliotecapensamos que ele era um autor “sério”. Mas,quando saímos, tivemos uma idéia diferente: eleera muito engraçado.

Começou sua carreira escrevendo histórias emquadrinhos. Bom, agora escreve livros. Adoramosos que ele trouxe para nos mostrar. Eram dediversos tamanhos, formas, assuntos e línguasdiferentes. Tinha até um em alemão.

O 5º ano leu dois livros escritos por ele: “Amulher que lia com as mãos” e “O grande dilemado pequeno Jesus”. Adoramos! Ajudaram muitoa escrever o nosso livro do ano, que relata opreconceito na sociedade mundial.

Achamos que ele faz uma coisa rara: ela pegafrases do cotidiano, que ouve pela rua, e utilizaem seus livros. Achamos isto fantástico!

Autor de livros que tratam de questões sociais conversa com alunos do 5º

ano sobre literatura e preconceito no paísEntrevista coletiva

Bom Dia Cruzeiro - Você sempre sonhouBom Dia Cruzeiro - Você sempre sonhouBom Dia Cruzeiro - Você sempre sonhouBom Dia Cruzeiro - Você sempre sonhouBom Dia Cruzeiro - Você sempre sonhouem ser escritor?em ser escritor?em ser escritor?em ser escritor?em ser escritor?Júlio Emílio - Júlio Emílio - Júlio Emílio - Júlio Emílio - Júlio Emílio - Não queria ser escritor porquetodo mundo diz que o brasileiro não gosta de ler.Eu sou a prova viva de que estão mentindo. Souescritor há 27 anos. A palavrinha mágica que acabacom o maior projeto de vida é: não dá dinheiro.Mas, quem disse que tem que dar dinheiro?

BDC - BDC - BDC - BDC - BDC - Como você se decidiu pela profissão?Como você se decidiu pela profissão?Como você se decidiu pela profissão?Como você se decidiu pela profissão?Como você se decidiu pela profissão?JE - JE - JE - JE - JE - Virei escritor aos 19 anos. Aos 17 anos, depoisque meu pai levantou acampamento, eu virei ohomem da casa. Era o filho mais velho e ajudava aminha velha, que lavava roupa para fora. Minhamãe, que não foi à escola, mas era muito esperta,falou: filho, se você tiver esperteza e vergonha nacara, não vai ficar sem emprego. Uma editora pertoda minha casa contratou 31 ilustradores para pro-duzir histórias em quadrinhos de terror e não tinhaquem escrevesse. Meu vizinho era office-boy daeditora e me chamou para trabalhar lá.

BDC - Quantos livros você já publicou?BDC - Quantos livros você já publicou?BDC - Quantos livros você já publicou?BDC - Quantos livros você já publicou?BDC - Quantos livros você já publicou?JE - JE - JE - JE - JE - Tenho 138 livros publicados. O brasileiro gostade ler, o que atrapalha é o dinheiro.

BDC - Qual foi o seu primeiro livro?BDC - Qual foi o seu primeiro livro?BDC - Qual foi o seu primeiro livro?BDC - Qual foi o seu primeiro livro?BDC - Qual foi o seu primeiro livro?JE - JE - JE - JE - JE - Aos 16 anos escrevi meu primeiro livro, emvários cadernos, à mão mesmo. Enviei para uma

editora e o editor me mandou uma carta dizendoque eu tinha condições de me tornar um bomescritor, mas que, naquele momento, aindaestava muito “verde”. Falou para eu continuarlendo e escrevendo até apresentar um texto emcondições de ser publicado. Não publiquei olivro, mas ganhei um conselho fundamental.

BDC - Seus livros tratam de que assunto?BDC - Seus livros tratam de que assunto?BDC - Seus livros tratam de que assunto?BDC - Seus livros tratam de que assunto?BDC - Seus livros tratam de que assunto?JE - JE - JE - JE - JE - Tem livros sobre preconceito, realidade emfavelas, suicídio entre jovens, morte para crianças,consumo, corrupção. Ao mesmo tempo temficção científica, histórias de terror, recontos.

BDC - Por que você escolheu o públicoBDC - Por que você escolheu o públicoBDC - Por que você escolheu o públicoBDC - Por que você escolheu o públicoBDC - Por que você escolheu o públicoinfanto-juvenil?infanto-juvenil?infanto-juvenil?infanto-juvenil?infanto-juvenil?JE - JE - JE - JE - JE - Primeiro, porque eu fui uma criança e umadolescente. Parece óbvio, mas tem gente quenão viveu a infância e a adolescência. Eu tive duasinfâncias: até os cinco, morava na roça, tomavabanho pelado no rio, me pendurava no cipó, viao trem passar todo dia às seis da tarde na minhaporta. Depois mudei para a cidade. Até os 12anos morava na favela da Maré.

BDC - Como se cria um livro?BDC - Como se cria um livro?BDC - Como se cria um livro?BDC - Como se cria um livro?BDC - Como se cria um livro?JE - JE - JE - JE - JE - A gente cria do que a gente ouve, do que agente vê. Ou cria daquilo que já viveu. Ninguémcria do nada. No caso de “A mulher que lia com

as mãos”, por exemplo, conheci na escola umamenina cuja mãe era cega. O resto é ficção. Tentome colocar em situações cotidianas e imaginarcomo os personagens agiriam.

BDC - Como você se inspirou para escreverBDC - Como você se inspirou para escreverBDC - Como você se inspirou para escreverBDC - Como você se inspirou para escreverBDC - Como você se inspirou para escrever“O grande dilema do pequeno Jesus”?“O grande dilema do pequeno Jesus”?“O grande dilema do pequeno Jesus”?“O grande dilema do pequeno Jesus”?“O grande dilema do pequeno Jesus”?JE - JE - JE - JE - JE - Há oito anos ouvi esta história numa escola. Aprofessora queria fazer uma peça de Natal e o únicocandidato a Jesus era um menino negro. Na históriaoriginal, a professora, a coordenadora e a diretoraconvenceram o menino de que não daria certo.Fiquei tão marcado pela história que decidi contá-la. Só que na minha história o menino resolve per-guntar às pessoas porque ele não poderia ser Jesus.

BDC - Você sofreu muito preconceito?BDC - Você sofreu muito preconceito?BDC - Você sofreu muito preconceito?BDC - Você sofreu muito preconceito?BDC - Você sofreu muito preconceito?JE - JE - JE - JE - JE - Não sofri muito preconceito porque estudeinuma escola pública, onde havia muitos meninosnegros como eu. Sofri por ser gordo. Mas mecoloco na posição de quem sofre uma injustiça,porque o preconceito é uma baita injustiça.

BDC - Que livro você está escrevendo agora?BDC - Que livro você está escrevendo agora?BDC - Que livro você está escrevendo agora?BDC - Que livro você está escrevendo agora?BDC - Que livro você está escrevendo agora?JE - JE - JE - JE - JE - Um livro na linha de Harry Potter, com magia,com suspense.

BDC - BDC - BDC - BDC - BDC - Como você escreve?Como você escreve?Como você escreve?Como você escreve?Como você escreve?JE - JE - JE - JE - JE - Em máquina de escrever.

Conversa com Júlio Emílio inspirou nosso autores do Livro do Ano “Somos Todos Diferentes”

Carla Baiense

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Bom Dia Cruzeiro . 5Educação

Ah, fala sério!Thalita Rebouças conversa

sobre livros, fãs e

adolescência com os

alunos do 8º anoPor Amanda Espinosa, Guilherme Maggessi e

Matheus Malafaia*

“Tipo assim cara, fala sério! Ninguém merece essa paradade ler! Ler é um saco! Mas, tipo, é até legalzinho uma lidaaqui, outra ali. Mas, pô, só tem texto chato e difícil!”

É assim que os jovens hoje vêem a literatura? O sucessode escritores como Thalita Rebouças põe em dúvida osenso comum. Com muito humor e criatividade e usandoum vocabulário acessível, Thalita conquistou o públicoadolescente e vendeu milhares de livros por todo o Brasil.

Para falar um pouco da sua carreira e de sua relaçãocom a literatura, convidamos a escritora para umamanhã de bate-papo com os alunos do 8º ano. Oambiente não podia ser mais apropriado. Cercada delivros, na biblioteca do colégio, ela falou, muito àvontade, da sua vida e de seus personagens.

Interessada por livros desde pequena, Thalita um diatomou coragem, abandonou o jornalismo e decidiuinvestir na literatura. A receptividade da família foi,segundo ela, emocionante:

“Você tá maluca, quer morrer de fome!!?” – brinca aescritora, que não se arrepende da escolha.

Foi assim que surgiu “Traição entre amigas”, que nãotinha como público-alvo os jovens. Percebendo que os

adolescentes se identificaram com a história, a escritora resolveu voltar seu trabalho para este tipo deleitor. Mas considera que seus livros são para qualquer idade.

A relação com os fãs é um capítulo à parte na história de Thalita. No site, onde ela recebe e-mails de todos os tipos, responde a perguntas que vão desde o creme de beleza ideal até comose tornar uma modelo.(Veja o texto da fã Juliana Bontempo)

“Acho que os leitores pensam que vivo nesse mundinho fashion dos meus livros”, explica.. Tendo como pano de fundo a Zona Sul do Rio de Janeiro, os shoppings centers e as

“noites cariocas”, seus livros retratam o dia-a-dia de meninas em plena adolescência, comseus conflitos, confusões, dúvidas e descobertas. Tudo com um toque de humor.

Os últimos lançamentos da escritora são “Tudo por um feriado” e “Uma fada veio mevisitar”. Divertidos e descontraídos, os livros falam a linguagem dos adolescentes. Mas, quandoo assunto é escola, expressões como “fala sério” e “tipo assim” não encontram tanta aceitaçãoentre professores e profissionais. Embora não rejeitem uma literatura mais despojada, elesrecomendam ampliar o leque de leitura, conhecendo o maior número possível de estilos,tendências, autores e culturas.

Toda forma de leitura é valida e importante. Alimentar o gosto pelo livrorequer cuidado, critério, mas também o respeito às preferências e boa dosede liberdade na escolha. É papel da escola orientar os alunos e torná-losíntimos de diferentes autores e gêneros textuais. Nesse processo, algunsjovens, inicialmente, resistem ao novo. Habituados a determinados com-portamentos, situações de vida e modalidades de discurso, estranham quan-do encontram em um livro uma perspectiva mais formal.

Apegar-se apenas ao conhecido parece mais fácil e seguro, porém, oincomum é desafiador, traz transformação e abre a mente para novos uni-versos. Acredito no papel do professor estimulando no aluno a leitura deobras diferentes. Com o tempo, o amor ao livro surge e cria em quem lê orefinamento e a delicadeza para a escolha.

Não me preocupo, portanto, com a qualidade dos livros que os jovensescolhem, mas, principalmente, com a responsabilidade e o compromissoda escola de revelar-lhes caminhos amplos de leitura.

Simone Carneiro – professora de Língua Portuguesa

Ler é fundamental

Alunos do 8ºano descobrem

como surgiu aMalu,

personagemprincipal de

alguns dos livrosde Thalita

*Colaboraram Alvaro Pessanha, Amanda Manso, Ana Paula, Carolina Argento, Catherine Barros,Guilherme Abreu e Juliana Bontempo.

Papo de adolescenteEscritora de mais de sete livros, Thalita conquistou o coração de muitos

jovens com sua criatividade e a originalidade de suas histórias. Seus livrosfalam sobre tudo o que jovem pensa e fala. Com humor e a partir de fatos darealidade, a escritora de 32 anos faz as perguntas que surgem na cabeça detodo adolescente e os ensina a falar de suas dúvidas com seus pais de umaforma bem simples.

Thalita Rebouças sempre sonhou em ser escritora e se aprofundarmelhor na literatura, falando sobre o que pensa e o que acredita. Algunsdos seus livros mais famosos são “Fala Sério, Mãe”, “Fala Sério, Professor”,“Fala Sério, Amor”, “Tudo por um pop star”, “Tudo por um namorado”,“Tudo por um feriado” e “Traição entre amigas”.

Como leitora, recomendo um dos livros de que eu mais gostei: “Fala sério,Amor”. Fiquei muito interessada na história, porque, de uma maneira divertidae engraçada, aprendi alguns fatos da vida, que um dia ou outro eu vou ter queencarar. É um livro muito interessante, que todo tipo de leitor pode apreciar!

Juliana Bontempo – Aluna da turma 82

Car

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aien

se

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6 . Bom Dia Cruzeiro Cultura

QuadrinhosGrandes pintores criaram quadros famosos. Maurício de Souza

transformou-os em quadrões, acrescentando seus personagens. Nós

juntamos os alunos da turma 42 para fazer os quadrinhos.Arte sobre fotos: Albertino Peres

O pintor José Ferraz de Almeida Júnior é muitointeressante. Esta obra foi feita em 1891 e se encontrana Pinacoteca do Estado de São Paulo.

Nós estamos num quadro maravilhoso pintado por Botticellichamado “Nascimento da Vênus”. Esse quadro foi pintado sobretela e está na Galeria Delli Uffizi, em Florença, na Itália.

Paul Gauguin nasceu em Paris e viveu muitas aventurasviajando pelo mundo. Ele adorava pintar pinturasbrilhantes e chapadas. Claude Monet nasceu em Paris, em 1840. Ele adorava

pintar mar, oceanos, rios, lagoas e barcos. Ele viveuaté os 86 anos e passou os últimos 10 anos de sua vidapintando quadros em seu jardim aquático

Van Gogh era holandês e nasceu em1853. Ele foi vendedor, professor, livreiro

e pastor, como seu pai. Mas nenhumdestes empregos satisfez Van Gogh, que

um dia resolveu se tornar artista.

Rembrandt, maior artistaholandês, retratouepisódios históricos ecenas bíblicas. Tambémreproduziu retratos depersonagens ricos e pobresde sua época.

Mona Lisa ou La Gioconda é a pinturamais famosa de Leonardo Da Vinci. Opintor começou a obra em 1503 e sóterminou o quadro três a quatro anosdepois. Atualmente está exposta noLouvre, em Paris.

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Bom Dia Cruzeiro . 7Capa

Em vastas regiões do planeta, um enor-me contingente populacional encontradificuldades para obter os recursos básicosde sobrevivência. Faltam alimentos,saneamento, educação, respeito à vida.Nos países mais pobres e nas periferias dasnações mais desenvolvidas, a situação éainda mais grave. Pelos cálculos da ONU,o século XX nos deixou um bilhão depessoas em condições de pobreza extrema.

Cedo ou tarde, pobres e ricos experi-mentam os efeitos da desigualdade pla-netária: problemas urbanos, decorrentesdo crescimento desordenado das cida-des, epidemias, degradação ambiental.

Em 2000, os 191 países-membros daONU decidiram que era hora de mudaressa trajetória. Reunidos em Nova Ior-que, assinaram a Declaração do Milênio.No documento, reconhecem os efeitosdesastrosos que a chamada globalizaçãovem espalhando pelo planeta e com-prometem-se a trabalhar juntos, parareverter esse quadro.

Dessa disposição surgem os oito Obje-tivos de Desenvolvimento do Milênio.Para alcançá-los, foram definidas metasconcretas, como reduzir pela metade, até2015, o percentual de pessoas que vivemcom até U$ 1 por dia. Ou garantir que ascrianças de todo mundo possam concluirao menos um ciclo completo de ensinoprimário. Metas simples, como se vê,direitos fundamentais, negados a milhõesde seres humanos. E, como podemos veri-ficar, longe de serem alcançados.

Nesta edição, selecionamos quatro obje-tivos para uma reflexão. Alunos do 6º, 8º e9º ano discutiram as causas da fome, os efei-tos da degradação ambiental, as alternativaspara deter doenças, os avanços na reduçãoda mortalidade infantil. Nas próximaspáginas estão os resultados desta pesquisa.A primeira contribuição dos cidadãos dofuturo para melhorar a vida no planeta.

A hora da mudança

Ilustração do aluno João Vitor, turma 64, inspirada no conto “O Bife e a Pipoca”, de Lygia Bojunga.

§ Erradicar a extrema pobreza e a fome§ Atingir o ensino básico universal§ Promover a igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres§ Reduzir a mortalidade infantil

Em 1990, mais de 1.2 bilhões depessoas – 28% da população domundo em desenvolvimento –viviam em extrema pobreza.Relatório de 2006 dos ObjetivosRelatório de 2006 dos ObjetivosRelatório de 2006 dos ObjetivosRelatório de 2006 dos ObjetivosRelatório de 2006 dos Objetivosde Desenvolvimento do Milêniode Desenvolvimento do Milêniode Desenvolvimento do Milêniode Desenvolvimento do Milêniode Desenvolvimento do Milênio

§ Melhorar a saúde materna§ Combater o HIV/AIDS, a malária e outras doenças§ Garantir a sustentabilidade ambiental§ Estabelecer uma parceria mundial pelo desenvolvimento

Os 8 objetivos do milênioOs 8 objetivos do milênioOs 8 objetivos do milênioOs 8 objetivos do milênioOs 8 objetivos do milênio

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8 . Bom Dia Cruzeiro Capa

Renda da população define qualidade da alimentaçãoNo mundo inteiro, milhões de pessoas vivem com uma renda muito

baixa e têm uma alimentação precária. Aquelas que têm um maior poderaquisitivo se alimentam um pouco melhor. Mas nem sempre é assim. Aspessoas se alimentam mal não apenas por falta de dinheiro, mas tambémpor falta de informação.

No Brasil, segundo pesquisas, 18% da população compram, sema-nalmente, produtos que não são essenciais à sua alimentação. A obesi-

No lanche coletivo os alunos aprenderam que saudável também pode ser gostoso.

dade se tornou uma epidemia, mesmo entre a população mais pobre, queconsome muitos alimentos gordurosos.

Enquanto muitos não têm o que comer, outros desperdiçam. NosEstados Unidos, mais de 90% da população compram, semanalmente,produtos não essenciais. Na Europa, o salário mínimo é, em média, 15%menor do que nos Estados Unidos. O índice de pobreza, no entanto, émenor nos países europeus, onde o consumo é mais consciente. NaEuropa, os alimentos são mais caros, porque não há muitas áreas paracultivo. Os países importam boa parte do que consomem. No Brasil, aocontrário, existe um solo muito rico e o país exporta alimentos.

Produtos como a soja, muito cultivada no país, têm um preço alto poraqui, porque é muito valorizada no mercado externo. A desigualdade socialproduz uma enorme exclusão no Brasil. Milhares de pessoas estão abaixo dalinha da pobreza e não recebem sequer o salário mínimo mensal de R$ 380.

Nos países europeus, apesar dos preços altos, a população pode sealimentar melhor, porque o poder aquisitivo é maior. Na Alemanha, porexemplo, não existe um salário mínimo geral para todos os trabalhadores.Cada profissão tem o seu salário, estabelecido pelo governo ou pelasempresas. Um trabalhador simples recebe, em média, mil Euros, o suficientepara as compras básicas e outras despesas. O lazer é quase todo de graça. Osalemães aproveitam o tempo livre em parques e outras atividades gratuitas.

Em Portugal, o salário mínimo está em torno de 400 Euros, suficientepara comprar 23 cestas básicas naquele país. Este é o salário pago aostrabalhadores com baixa escolaridade.

Pense no seu consumo e no que você joga fora. Trabalhe pela reduçãoda desigualdade social. Faça alguma coisa para erradicar a fome no mundo.

Texto coletivo produzido pela turma 64

Repensando valoresEnquanto milhões de pessoas sofrem com a fome,

outras milhares desperdiçam dinheiro e prejudicam asaúde com uma alimentação inadequada. Pararesolver esta difícil equação são necessários esforçospara tornar menos injusta a distribuição de renda nomundo e mais conscientes os consumidores.

Para entender como se produz a desigualdade, os alu-nos do 6º ano refletiram nas aulas de matemática sobretemas como salário mínimo, custo da cesta básica, polí-ticas de distribuição de alimentos, valor nutricional e con-sumo não essencial. Confira o resultado desse esforço.

*O projeto Repensando Valores foi desenvolvido pela equipe de*O projeto Repensando Valores foi desenvolvido pela equipe de*O projeto Repensando Valores foi desenvolvido pela equipe de*O projeto Repensando Valores foi desenvolvido pela equipe de*O projeto Repensando Valores foi desenvolvido pela equipe deMatemática e coordenado pelas professoras Márcia Leite e Rita Sá.Matemática e coordenado pelas professoras Márcia Leite e Rita Sá.Matemática e coordenado pelas professoras Márcia Leite e Rita Sá.Matemática e coordenado pelas professoras Márcia Leite e Rita Sá.Matemática e coordenado pelas professoras Márcia Leite e Rita Sá.Contou com a colaboração da nutricionista Juliana Iório e doContou com a colaboração da nutricionista Juliana Iório e doContou com a colaboração da nutricionista Juliana Iório e doContou com a colaboração da nutricionista Juliana Iório e doContou com a colaboração da nutricionista Juliana Iório e doprofessor de Educação Ambiental JH.professor de Educação Ambiental JH.professor de Educação Ambiental JH.professor de Educação Ambiental JH.professor de Educação Ambiental JH.

Carla Baiense

Teotônio Roque/Pastoral da Criança

O Ferro, presente em alimentos como fígado, previne anemias e, na gestação, ajuda alevar oxigênio para o bebê. Para melhorar a absorção, a dica é consumir na mesmarefeição vitamina C, encontrada, por exemplo, no suco de laranja.

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Bom Dia Cruzeiro . 9Capa

Eles são práticos e gostosos. Coloridos e chei-rosos, vêm em caixinhas, latas ou embalagensplásticas e trazem o apelo irresistível de produtos“prontos para o consumo”. Os comerciais dizemque são ideais para se comer na praia, no parqueou nos momentos em que “bate uma fominha”.Mas não se engane: os alimentos industrializadoscontêm uma série de ingredientes prejudiciais.

É o caso dos corantes, substâncias que dãocor aos alimentos, encontradas em refrigerantes,biscoitos, sorvetes, balas, sucos de caixinha echicletes. No nosso organismo, estas substânciaspodem provocar desde alergias leves até gravesdistúrbios gastrintestinais.

Outra substância presente nos alimentosindustrializados são os conservantes, usadospara prolongar a vida dos produtos nasprateleiras. Para obter este efeito, a indústriaadiciona ácidos e sal à comida. O sal em excesso,por exemplo, pode causar hipertensão arterial.

Além dos corantes e dos conservantes, fre-qüentemente são usados aromatizantes, quesubstituem os ingredientes naturais nas fórmulas,dando o sabor e o cheiro originais aos alimentos.Muitos fabricantes utilizam os aromatizantes na

composição de seus produtos no lugar de carnes,como no caso dos biscoitos, e de frutas, como nocaso de sucos e sorvetes, para reduzir os custos deprodução e aumentar os lucros da venda.

Outros dois ingredientes bastante utilizadosnos produtos industrializados são os açúcares eas gorduras. Embora não sejam exatamentealimentos prejudiciais, em excesso podemtrazer efeitos colaterais, como aobesidade e a diabetes.

A novidade, agora, em relaçãoaos riscos à saúde causados pelosalimentos processados é a utili-zação de ingredientes transgê-nicos. Os transgênicos são pro-duzidos a partir de sementes ge-neticamente modificadas (ma-nipuladas em laboratório). Essassementes se tornam mais resis-tentes a pragas e dão mais produ-tividade às plantações.

No entanto, não existempesquisas suficientes apontando osefeitos dos transgênicos sobre a saú-de humana. A lei brasileira obriga

os fabricantes a colocarem um aviso aosconsumidores nas embalagens de produtos trans-gênicos. O consumidor é quem vai decidir se querou não consumir alimentos feitos a partir de semen-tes modificadas.

E então, você se arrisca?Texto coletivo produzido pela turma 61

O que é bom para você?

O leite é um alimento essencial à alimentação. Ele é fonte de cálcio eproteína e é consumido em todo o mundo. Segundo a Organização Mundialde Saúde (OMS), um adolescente deve consumir, em média, um litro deleite por dia. Isto significa que, numa família com dois adolescentes, o con-sumo mensal é de 60 litros por mês. Nas famílias maispobres, no entanto, o consumo de leite é insuficiente.

Em países europeus, a relação entre o valor do saláriomínimo e o custo do litro de leite favorece o consumo.Em Portugal, o mínimo vale 400 Euros e o preço do leite éde 2,50 Euros. Na França, o mínimo é de 1.300 Euros (R$3.348), enquanto o litro do leite custa entre 1 e 2,5 Euros.

Na Suíça, um litro de leite custa 1,70 Francos. Como salário mínimo de 1.886,79 Francos, o equivalente aR$ 3 mil, é possível comprar 1.109 litros de leite pormês. Já na Bélgica, onde o mínimo é de 1.163 Euros, oequivalente a R$ 3.105, uma família média gastaria 34,60Euros para comprar 60 litros de leite. O restante seriausado para as outras despesas.

No Brasil, o salário mínimo é de R$ 380 e o litro doleite custa R$ 1,67. A mesma família gastaria R$ 100,02.Com os R$ 280 restantes daria para pagar as outras despesas?

Se, ao invés de consumir o necessário, a família restringisse o gasto comleite a R$ 60, cada adolescente tomaria apenas metade do que recomenda aOMS. Considerando que nas famílias mais pobres há um número maior decrianças, podemos concluir que o consumo de leite é ainda menor.

Dá para reduzir a fome no mundo?Dá para reduzir a fome no mundo?Dá para reduzir a fome no mundo?Dá para reduzir a fome no mundo?Dá para reduzir a fome no mundo?Em Cuba, o governo decidiu distribuir leite para a população. Além disso,

fixou preços diferentes para os produtos vendidos aos nativos e aos turistas.Em compensação, o nível de renda dos habitantes é muito baixo. Para se ter

uma idéia, as famílias consideradas ricas são as quetêm microondas em casa. O salário mínimo é de 225Pesos, mas não é respeitado em todo o país. Umpedreiro, por exemplo, ganha 25 pesos mensais.

Ainda na América Latina, o salário mínimoargentino é de 960 Pesos (R$ 510). O leite custa, emmédia, 2 Pesos. Dá para comprar o equivalente a 480litros do produto por mês.

Na África do Sul, o mínimo é de 1.830,88 Rands.Em Reais, seria o equivalente a R$ 501,21. O leite custa7 Rands, ou R$ 1,92.

O trabalhador americano tem um mínimo esta-belecido por hora de U$ 5,15. Em média, o mínimomensal será de U$ 1.277. Com esse salário, é possívelcomprar 534 litros de leite, que custa U$ 2,39.

A relação entre renda e custo do leite, um alimentobásico em todo mundo, revela por que a alimentação é precária em muitospaíses. Para reduzir a miséria é preciso aumentar o salário, tornando-ocompatível com o preço dos alimentos. E em casos extremos, é precisodistribui alimentos como o leite, reduzindo a fome no mundo.

Texto coletivo produzido pela turma 62

Consumo de leite no mundo

Eli Pio/Pastoral da Criança

Alimentos naturais: coloridos e saborosos, sem corantes ou aromatizantes.Têm a vantagem adicional de custarem menos que os industrializados.

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10 . Bom Dia Cruzeiro

Consumo essencial é o que a gente precisa parauma alimentação saudável. O não essencial éaquele que não enriquece a alimentação e podemesmo prejudicar a saúde. Nosso corpo precisaingerir uma quantidade diária de nutrientes parater um bom funcionamento. Pães, carnes, frutas,legumes, verduras e cereais fornecem as vitaminas,proteínas e sais minerais de que precisamos.

E os alimentos não essenciais? “É tudo de bom”:biscoitos, balas, sorvetes, batatas-fritas. A lista ébem grande. No entanto, estas guloseimastrazem na sua composição corantes, acidulantese aromatizantes que, além de darem a cor e o saborirresistíveis, também trazem de brinde para oconsumidor o risco de desenvolver várias doenças.

Pesquisam afirmam que 95% da populaçãomais favorecida no Brasil consomem umaquantidade grande de alimentos não essenciais.Isto porque, em geral, os produtos processadostêm um custo maior que os alimentos básicos,como o tradicional feijão e arroz. Nos EstadosUnidos, 95% de toda população se alimenta deprodutos não essenciais.

No Brasil, boa parte da população menos favo-recida consome produtos essenciais. Além de, emgeral, custarem menos, eles fornecem as calorias deque precisam para realizarem suas atividades diárias.

Para ter uma alimentação saudável, coma àvontade saladas, frutas, legumes e cereais. Consumacom moderação leite e derivados e carnes. E tomecuidado com os açúcares, óleos e gorduras. Estesalimentos, em excesso, podem causar doençascomo a diabetes a obesidade e distúrbios cardíacos.Dicas:Dicas:Dicas:Dicas:Dicas:

· Observe as informações nutricionais presentesnas embalagens dos alimentos industrializados.

· Verifique se o alimento possui gordura trans.· Determinados corantes, como o amarelo

tartrazina, podem provocar reações alérgicas,como asma e urticárias.

· Realçadores de sabor, como o glutamatomonossódico, são alvo de grandes controvérsias arespeito dos efeitos que causam no organismo, entreos mais comuns, a enxaqueca. Confira se ele foiadicionado ao produto que você está comprando.

Texto coletivo produzido pela turma 63

Essencial é ter saúdeSalário mínimoSalário mínimoSalário mínimoSalário mínimoSalário mínimo

De acordo com a constituição, é o “saláriomínimo fixado em lei, nacionalmente unificado,capaz de atender às suas necessidades vitaisbásicas e às de sua família, como moradia,alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário,higiene, transporte e previdência social, rea-justado periodicamente, de modo a preservar opoder aquisitivo, vedada sua vinculação paraqualquer fim” (Constituição da RepúblicaFederativa do Brasil, capítulo II, Dos DireitosSociais, artigo 7º, inciso IV).

Seguindo esta definição, o Dieese calculou ovalor do salário mínimo necessário para umafamília de quatro pessoas (dois adultos e duascrianças): R$ 1.797,56, no mês de outubro.

O salário nominal do país, no entanto, é deR$ 380. A Cesta Básica Nacional, que contém aquantidade de calorias e proteínas neces-sárias para um trabalhadio, calculada peloDieese, custaria hoje R$ 194,27, o equivalente a55% do valor do mínimo.

Até 2015, todos os 191 países das Nações Uni-das assumiram o compromisso de realizarem osObjetivos de Desenvolvimento do Milênio, entreeles a redução da mortalidade infantil.

Essa meta tem como objetivo reduzir em doisterços a mortalidade de crianças menores de cincoanos. As taxas de mortalidade do Brasil continuamem declínio, passando de 36,9 por mil nascidosvivos em 1996 para 25,1 em 2006, segundo o IBGE.

Entre os principais motivos da mortalidadeinfantil estão o pouco empenho dos programas deimunização infantil, os conflitos internos e distúr-bios civis nos países, a falta de saneamento básico,a falta de políticas públicas de promoção ao

Vitória brasileiradesenvolvimento das crianças e abaixa renda das famílias. Além disso,os menores de cinco anos são vítimasde doenças como a Aids, a diarréia,doenças respiratórias e cardio-vasculares e a malária, que mata umacriança a cada 30 segundos nomundo. Sendo mais preciso: a mor-talidade infantil é de ordem biológica,sócio-econômica e sócio-ambiental.

A mortalidade infantil atingeprincipalmente países subdesen-volvidos, com precárias condiçõesde saúde, nutrição, saneamentobásico e recursos médicos.

Apesar de o número de criançasque morrem antes dos cinco anoscontinuar muito alto, houve uma re-dução nas últimas décadas. Atual-mente, morrem dois milhões de cri-anças a menos que em 1990 e a pos-sibilidade de que um recém-nascidochegue aos cinco anos aumentou15%. Mas a mortalidade diminuiu umterço a menos que nos anos 80.

As taxas de mortalidade

infantil do país

continuam em declínio,

mas há muito a ser feitoPor Juliana Vianna e Carolina Salomão

Capa

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Bom Dia Cruzeiro . 11

Utilizando oscuidados básicos desaúde, a Pastoral daCriança vemmudando opanorama damortalidade infantilno país. Oacompanhamentocomeça desde agestação e continuaaté que a criançacomplete 5 anos.As líderes verificam opeso, a vacinação e odesenvolvimento dopúblico atendido.

No entanto, o objetivo de reduzir em dois ter-ços a mortalidade de crianças menores de cincoanos só deve ser atingido em 2045, ou seja 30 anosdepois do prazo da Nações Unidas. Se os avançosda década de 80 se mantivessem nos anos poste-riores, morreriam menos um milhão de criançasem 2003, segundo o PNUD, que destaca a lenti-dão na redução da mortalidade neonatal.

Tanto no caso das crianças como no das mães,a maioria das mortes poderia ser evitada comintervenções de baixo custo para evitar as doen-ças contagiosas e as infecções sistemáticas.

Todos os anos, 11 milhões de bebês morremde causas diversas. É um número escandaloso,mas que vem caindo desde 1980, quando asmortes somavam 15 milhões. Os indicadores demortalidade infantil falam por si, mas o caminhopara se atingir o objetivo dependerá de muitos evariados meios, recursos, políticas e programas,dirigidos não só às crianças, mas a suas famíliase comunidades também.

- Identificar as gestantes da comunidade-alvo e se certificar de que elasestão fazendo o exame pré-natal sistematicamente.

- Promover, a cada dois meses, um encontro para orientar às gestantes dacomunidade-alvo sobre gestação saudável e cuidados com o bebê.

- Identificar, na comunidade-alvo, os bebês desnutridos e submetidos a outrosagravos, a fim de dar orientação às famílias sobre os tratamentos necessários.

- Entrar em contato com as líderes da Pastoral da Criança que atuam nacomunidade-alvo e levantar as maiores dificuldades encontradas, visando auma ação conjunta a cada dois meses.

- Monitorar as cadernetas de saúde das crianças, a fim de orientar as mãesquanto à necessidade e ao direito de exigir que sejam preenchidas nas unidadesde atendimento à criança.

- Organizar encontros a respeito da prevenção de acidentes domésticos,para famílias da comunidade-alvo.

- Realizar, a cada quatro meses, atividades educativas para adolescentes, emuma escola da comunidade-alvo, sobre maternidade e paternidade responsável.

- Mobilizar a comunidade-alvo para participar das campanhas da vacina-ção, assegurando que todas as crianças sejam atendidas.

A ONU elegeu 8 jeitos de reduzir a mortalidade em nível mundial:A ONU elegeu 8 jeitos de reduzir a mortalidade em nível mundial:A ONU elegeu 8 jeitos de reduzir a mortalidade em nível mundial:A ONU elegeu 8 jeitos de reduzir a mortalidade em nível mundial:A ONU elegeu 8 jeitos de reduzir a mortalidade em nível mundial:

Mortalidade no Mundo em 2005Mortalidade no Mundo em 2005Mortalidade no Mundo em 2005Mortalidade no Mundo em 2005Mortalidade no Mundo em 2005

Arquivo/Pastoral da Criança

Capa

Reinaldo Okita/Pastoral da Criança Reinaldo Okita/Pastoral da Criança

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12 . Bom Dia Cruzeiro

Por um mundo sustentávelCapa

Para garantir a

continuidade da vida, os

países se comprometeram

a rever sua maneira de

tratar o lixo, gerar energia e

conciliar vida com

crescimento econômico

A degradação ambiental vem aumen-tando devido às práticas inconseqüentes porparte do ser humano. Porém, dizer “serhumano” é subjetivo diante da proporçãoreal dos fatos. Quando se diz “ser humano”separa-se em duas classes principais: o maisfavorecido e o menos favorecido. Leva-se emconta o empresário afortunado que despejaos resíduos de sua fábrica no meio ambiente,mas, também, se deve ter em mente omorador da favela, o cidadão humilde, quedespeja esgoto doméstico nos rios.

A chamada pobreza é um grande fato dedegradação ambiental. Todavia, não se deveculpar os pobres de criarem uma máfia dapoluição ou algo do gênero, pois essas atitudesestão ligadas às deficiências sociais e culturais.Ou seja, essas pessoas são conseqüências damacrocefalia urbana, da carência do sistemade ensino, da saúde publica deficiente e doalto índice de desemprego.

Essas deficiências geram práticas ambien-tais degradantes e inconseqüentes. Estas práti-cas não são grandes feitos, são pequenos deta-lhes do dia-a-dia. Pode começar com um sim-ples vazamento de lixo de forma inadequada,transformando os mananciais e o ambienteao redor em um verdadeiro lixão, atolado emdetritos. Mas também diz respeito à ecologia

Matriz energética é uma representaçãoquantitativa de recursos energéticos oferecidos poruma região ou país. É uma análise indispensávelpara futuros projetos de uma nação, mostra comclareza a disponibilidade de fontes de energia(recursos naturais), possibilitando a utilização eprodução adequadas desse recurso tão importanteno contexto socioeconômico de um país.

Na China, a matriz energética é baseada nocarvão, que exige elevados gastos na área dostransportes e compromete toda a malha ferro-viária chinesa, apesar dos fortes investimentosneste setor. Este é um dos motivos pelo qual aChina procura sua “nuclearização”. Os governan-tes do país também priorizam a energia nuclearpor ter um grande papel na corrida espacial. Para

humana. A falta de planejamento familiar eausência do uso de métodos anticoncepcio-nais provocam um grande aumento popula-cional. E quanto mais gente, mais lixo.

Essa gente toda provoca, por sua vez, umaumento de moradias, agravando a macro-cefalia urbana e o desmatamento de áreasflorestais, especialmente encostas de morros.Outra questão importante é o uso do solo nasáreas rurais. Por falta de informação, muitosagricultores acabam utilizando recursosrudimentares, que favorecem e aumentam odesgaste do solo de maneira abusiva.

Degradação ambiental e pobreza. Então,assim como a pobreza causa também adegradação ambiental, esta, por sua vez,provoca doenças, que só agravam a pobrezae seus efeitos, como o aumento da mortali-dade infantil.

Como manter o crescimento sem apagar o planeta?o país, isto significa um grande passo para setornar uma futura potência mundial em cercade 50 anos, o maior objetivo chinês.Estados Unidos: um problema?Estados Unidos: um problema?Estados Unidos: um problema?Estados Unidos: um problema?Estados Unidos: um problema?

Nos Estados Unidos, as emissões de CO2 nosetor de energia elétrica cresceram 27,5% entre1990 e 2004. As emissões provenientes do usodo carvão cresceram 24,7%, do gás 67,3% e doóleo foram reduzidas em 3,5%.

O presidente George Bush se recusou a aderirao Protocolo de Quioto. Preferiu tomar pro-videncias internas, que não comprometam aatual estrutura de seu modelo econômico e ocrescimento da economia americana ouprovoque abalo no parque industrial dos EUA,mantendo suas fontes originais de energia.

Dentre as fontes de energia utilizadas estão 106usinas nucleares espalhadas por todo o territórioamericano, que geram cerca de 20% de toda aenergia elétrica produzida no país (2,5 vezes dototal produzido pelo Brasil com todas as fontesem conjunto). Isto evitaria a emissão de quase500 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera.E o Brasil?E o Brasil?E o Brasil?E o Brasil?E o Brasil?

O Brasil tem uma enorme gama de fontes deenergias, muitas delas ainda pouco exploradas,como a energia eólica e a biomassa. Historicamente,o governo tem investido em fontes de energia comoo álcool, através do programa pró-alcool, iniciadoem 1975. Há também investimentos em biodiesel,extraído, por exemplo, da mamona, fornecendouma nova fonte de renda para seus produtores.

Lagoas da Barra e de Jacarepaguá se afogam no lixo quevem tanto dos condomínios de luxo quanto das favelas

Garantir a sustentabilidade ambientalGarantir a sustentabilidade ambientalGarantir a sustentabilidade ambientalGarantir a sustentabilidade ambientalGarantir a sustentabilidade ambiental

Metas:Metas:Metas:Metas:Metas:

- Integrar a sustentabilidade às políticas.

- Reduzir à metade a população sem água.

- Até 2020, melhorar a vida de 100 milhões

de habitantes de bairros degradados.

Arquivo pessoal

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Bom Dia Cruzeiro . 13

1

Capa

A palavra lixo vem do latim ́ ´lix“, que signifi-ca sujeira, imundície, coisas sem valor. Na lin-guagem técnica, lixo são todos os materiais sólidosdescartados pela atividade humana. Conside-rando isso, pode-se dividir o lixo em duas partesdistintas: o lixo orgânico e o inorgânico.

O lixo orgânico é composto por resíduos bio-degradáveis, como papel, restos de comida e re-jeitos de seres vivos.

Já o lixo inorgânico é tudo que não possuiorigem biológica ou que foi criado pela atividadehumana, que não é facilmente reabsorvido pelanatureza.

O lixo inorgânico subdivide-se em residencial,comercial (que pode conter materiais orgâni-cos), industrial, hospitalar e nuclear.

Muito do lixo industrial é tóxico e altamentenocivo à natureza e às pessoas. É o caso de mate-riais como plásticos, óleos, ácidos, metais pesa-dos, ligas e vidro.

Já o lixo hospitalar e o nuclear são classifica-dos como lixo altamente tóxico, por conteragentes patogênicos (no caso do lixo hospitalar),e serem radioativos.

O destino do lixo tem sido muito discutido.Afinal, qual o melhor meio de eliminá-lo?

Atualmente, o lixo doméstico (domiciliar ecomercial) normalmente é despejado em lixões

Destino do lixo: quem produz, para onde vai?nos subúrbios das cidades oué incinerado. Masestas são práticas cada vez mais questionadaspor suas implicações ecológicas.

O lixo hospitalar contaminado com microor-ganismos deve ser incinerado, enquanto mate-riais que tiveram longa exposição a raios-X de-vem ter o mesmo fim que o lixo nuclear: isola-mento total do mundo, ficando permanente-mente confinados, uma vez que continuam aemitir radiação ainda por muito tempo.

Cada país dá o seu fim ao lixo. Todos têm oseu modo de fazê-lo, diferenciando –se quantoao seu tratamento.

Os países industrializados são os que mais pro-duzem lixo, e os que mais reciclam também. Te-mos que nos conscientizar de que é necessáriodar soluções adequadas ao problema.

A incineração polui o ar. Os aterros contami-nam o solo. Qual será a resposta?

Os especialistas dizem que a melhor soluçãoa longo prazo é, simplesmente, diminuir a quan-tidade de lixo produzido, reciclar mais e usarmateriais biodegradáveis no dia-a-dia.

Temos de estar dispostos a salvar o nossoplaneta da degradação total!!!!!

E como dizia Lavoisier...“Na natureza, nada se cria, nada se perde,

tudo se transforma”.

Reciclar, reaproveitar:Reciclar, reaproveitar:Reciclar, reaproveitar:Reciclar, reaproveitar:Reciclar, reaproveitar:· O Japão reutiliza 50% do seu lixo e rea-

proveita a água do chuveiro e do vaso sani-tário. Lá, não há lixões. O lixo que não é reci-clado é mandado para outros países quecobram pelo serviço.

· Os EUA recuperam 11% do seu lixo, produ-zindo um faturamento anual de U$ 120 bilhões.

· A Europa Ocidental recicla 30% do seulixo. Na Espanha, uma cidade transformamontanhas de lixo em energia para iluminar50 mil casas.

· No Brasil, apenas metade do lixo pro-duzido é recolhido. A outra metade fica espa-lhada pelas ruas, rios e terrenos baldios.

Destino do lixo do Brasil:Destino do lixo do Brasil:Destino do lixo do Brasil:Destino do lixo do Brasil:Destino do lixo do Brasil:· 34% vão para os aterros sanitários.· 63% vão ser despejados em rios, áreas

alagadas e terrenos baldios pelas própriascompanhias de coleta.

· Apenas 3% são reciclados.· Apesar de todos os problemas, o Brasil

consegue ser o terceiro país no mundo quemais recicla latas de alumínio, com 61% daslatas recicladas, o que é um avanço.

A geografia privilegiada do Brasil vemfornecendo a maior fonte de energia utilizada peloparque industrial do país: a hidrelétrica. Com ameta ambiciosa de crescimento do atual governo,reforçada pelo lançamento do PAC (Plano deAceleração do Crescimento), a expansão doparque energético tornou-se uma questão crucial.

A definição de áreas para construção de novasusinas, no entanto, não é um consenso nogoverno. O Ibama aprovou a construção de duasusinas hidrelétricas no estado de Rondônia,perto da Bolívia, porém, com restrições. Asconstrutoras que vencerem as licitações seguirão33 exigências para reduzir o impacto ambientaldos projetos. Uma das usinas, Santo Antônio,leiloada em outubro deste ano, só produziráenergia em 2012, enquanto a outra, Jirau, seráleiloada no início de 2008.

Houve muita polêmica em torno dos projetos,pois a ministra-chefe da casa civil, Dilma Roussef,teve uma opinião contrária à da ministra do meioambiente, Marina Silva, que destacava a preo-

Brasil: alternativas para crescercupação ambiental. Após discussões, foi decididoque as construtoras terão que construir canais paraos peixes migratórios, demolir os paredões deconcreto erguidos durante a construção e mo-nitorar o comportamento dos peixes para evitar odesaparecimento de espécies.

Apesar da quantidade de energia que produ-zirão, o governo terá que investir em outrasusinas e em outras fontes além da hidrelétrica.

Textos produzidos pelos alunos do 9º ano para oSeminário Metas do Milênio, sob a coordenação dosprofessores Rosalina Magalhães e Fábio Cerbella.

Toda poluição vem das indústrias, quei-madas, usinas de geração de energia elétrica,refinarias, fábricas de pasta e de papel, side-rúrgicas, cimenteiras e indústrias química ede adubos. E não podemos esquecer de umafonte muito grande que hoje em dia é indis-pensável: os automóveis. Eles também sãoresponsáveis por grande parte da emissão degases poluentes na atmosfera.

Oferta de energia no mundoOferta de energia no mundoOferta de energia no mundoOferta de energia no mundoOferta de energia no mundo

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14 . Bom Dia Cruzeiro Capa

Tragédia mundial

A Aids vem afligindo o mundo de modo assus-tador pelo fato de ter se espalhado de modorápido através de todo o planeta. Apesar dosavanços em matéria de tratamento preventivo,o número de soropositivos aumentou para 39,5milhões em 2007, dois milhões e seiscentos mila mais que em 2004.

A cada dia, 11 mil pessoas são contaminadaspelo vírus, num total de 4,3 milhões por ano, oque significa 400 mil a mais que há dois anos,segundo relatório da ONU.

O continente que contém mais casos de Aidsé a África, chegando a existir países onde a cadatrês pessoas duas têm a doença. A Áfricasubsaariana é a região mais castigada pelaepidemia mundial, com 65% do total mundialde soropositivos e 72% de mortes por Aids, ouseja, 2,1 milhões de óbitos.

Segundo cientistas, o enfraquecimento dosistema imunológico causado pela infecção doHIV provocou um aumento nas taxas de

Apesar dos esforços dos

grupos de combate à

doença, a situação

não melhorou nos

últimos anos

infecção da malaria e possivelmente facilitou aexpansão da doença na África. Da mesma forma,sugerem que outras infecções, como a tuber-culose e doenças sexualmente transmitidas,também podem ter contribuído para a propa-gação do HIV na África.

As principais iniciativas para deter o avançoda doença são as campanhas de conscientizaçãoda população. Elas procuram esclarecer aimportância do uso de preservativos e seringas

descartáveis.Em 1988, a Organização Mun-

dial de Saúde (OMS) instituiu ODia Mundial de Combate à Aids,para mobilizar as pessoas na lutacontra a doença. O dia marcadopara mobilização universal ésempre 1º de dezembro.

Na maioria dos países, esse diajá se tornou um evento anual, queconta com a participação dediversos segmentos da população.

Além disso, algumas inicia-tivas de grupos e empresas vêmtentando amenizar o sofrimentodos doentes. O cantor Bono Vox,da banda de rock U2, as em-presas American Express, Gap e

Como a Aids chegou até nós?Como a Aids chegou até nós?Como a Aids chegou até nós?Como a Aids chegou até nós?Como a Aids chegou até nós?Estima-se que as primeiras infecções ocor-

reram na África, na década de 1930, quandocaçadores africanos feridos sujaram-se comsangue infectado ao carregarem animais. Ovírus espalhou-se primeiro nas áreas rurais,migrando para as cidades durante a urbani-zação da África, nos anos de 1960.

Só em 1980 apareceram casos de doençasoportunistas ligadas à síndrome em homosse-xuais nas cidades de São Francisco, Los Angelese Nova Iorque. Dois anos depois surgiram osprimeiros casos de contaminação mãe–filho epor transfusão de sangue. No mesmo ano foramregistrados casos no Brasil.

Giorgio Armani e o músico Bobby Shriver lan-çaram a marca Red, que irá reverter parte de suasreceitas para financiar iniciativas de combate àAids na África.

A receita obtida com as vendas dos produtoscriados pelas empresas envolvidas com a marcaRed serão destinados ao Fundo Global para oCombate a Aids, Tuberculose e Malária. Segundoo Fórum Econômico, o setor privado contribuihoje com menos de 1% das necessidades derecursos do Fundo Global.

Na África, que concentra maior número de doentes, 50% das vítimas da Aids são mulheres

Relatório ONU

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Bom Dia Cruzeiro . 15Capa

Hoje no Brasil e no mundo muitas doenças estão surgindo e outrasaumentando a sua incidência. Alguns dos fatores responsáveis por isso sãoa falta de condições sociais, pouco acesso à informação e à saúde pública.

Uma das doenças que mais cresce nos países mais pobres é a Tuberculose.Estima-se 8,7 milhões de novos casos de Tuberculose por ano no mundo. NoBrasil, a incidência aumentou de 101 casos, em 1999, para 1.299, em 2007.

Já a diabetes tem mais casos nos países desenvolvidos. Está na lista dascinco doenças de maior índice de morte no mundo. De acordo com a Organi-zação Mundial de Saúde, havia, em 2006, cerca de 171 milhões de diabéticos.

O câncer de mama é o mais temido pelas mulheres. Foram diagnos-ticados 402.190 novos casos em 2003. Destes, 41.610 foram de mama, comcerca de 9.335 óbitos.

A médica Rossana Corbo Ramalho de Mello, professora e especialista doInstituto Nacional do Câncer (Inca), explica que apesar da importância damamografia na detecção precoce do câncer de mama, ela ainda não estádisponível gratuitamente para a grande maioria das mulheres, principalmenteas de classes menos favorecidas. Por isto, é de extrema importância a campanhade prevenção do câncer de mama, dando ênfase ao auto-exame, que dependeapenas de orientação às mulheres.

“Deve-se fazer com que o exame mamográfico esteja disponível de formagratuita a toda a população feminina e que haja locais onde estes casos,uma vez diagnosticados, sejam tratados’’, avalia a médica.

Desigualdade: falta saúde em muitos países

A Malária mata 2 milhões de pessoas por ano, uma taxa só comparável à daAids, e afeta mais de 500 milhões de pessoas todos os anos. A Africa Subsaariana éa região com maior incidência da doença. Segundo a OMS, a malária mata umacriança africana a cada 30 segundos.

No Brasil, os índices de malária foram de 613.241 casos somente na regiãoAmazônica em 2000. Esse índice diminuiu para 540.047 casos anuais dentro daregião, em 2006.

A malária é transmitida pela picada das fêmeas de mosquitos do gêneroAnopheles, em regies rurais e semi-rurais, mas pode ocorrer em reas urbanas,principalmente em periferias. O mosquito da malária só sobrevive em áreas queapresentem médias das temperaturas mínimas superiores a 15°C.

Uma vez infectado pelo plasmodium, o doente pode ter dores de cabeça,fadiga, febre e náuseas. Tem acessos periódicos de calafrios e febre intensos quecoincidem com a destruição maciça de hemcias. A morte pode ocorrer a cadacrise de malária maligna.

Há um plano concreto para reduzir a doença, que tem como foco soluçõesrelativamente simples, porém comprovadas, como diagnóstico da doença em seusestágios iniciais, o combate aos mosquitos transmissores através do fornecimentode cortinados tratados com inseticidas e de borrifação domiciliar aos moradores deáreas endêmicas, bem como a oferta gratuita de medicamentos efetivos contra amalária. Esta proposta de ação foi desenvolvida pela Força-tarefa sobre HIV/Aids,Malária, Tuberculose e Acesso a Medicamentos Essenciais do Projeto Milênio dasNações Unidas.

Os cuidados primários de saúde aprendidos na infância, ou seja,educação alimentar e educação sanitária, são a base para uma das melhoresformas de prevenção de doenças. Além disso, a melhor qualidade de vidae a melhoria de serviços educacionais e hospitalares também participamem grande parte da prevenção e tratamento dessas doenças. Por isso, aprincipal solução para o problema é a mais eficiente distribuição de rendae o investimento em escolas e hospitais.

Tuberculose: áreas escurasTuberculose: áreas escurasTuberculose: áreas escurasTuberculose: áreas escurasTuberculose: áreas escurasconcentram 80% dos casosconcentram 80% dos casosconcentram 80% dos casosconcentram 80% dos casosconcentram 80% dos casos

Malária: a doença das florestas

Textos produzidos durante o seminário Metas do Milênio: combater a Aids, a Malária eoutras doenças, desenvolvido pelos alunos do 8º Ano sob orientação dos professores deBiologia Rosalina Magalhães e Fábio.

MaláriaMaláriaMaláriaMaláriaMaláriano Brasilno Brasilno Brasilno Brasilno Brasil

Calor e humidade sãoas condições ideais

para a proliferaçãodo mosquito

Anopheles,transmissor da

Malária

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16 . Bom Dia Cruzeiro

Ajudar faz bemSolidariedade

No Inpar, crianças

recebem atenção e

cuidados para o pleno

desenvolvimentoPor Amanda Pimenta e Matheus Malafaia

Diariamente, milhares de mães de comunidadespobres saem de suas casas e vão para o trabalho,deixando seus filhos pequenos muitas vezes sozinhosou com os irmãos mais velhos. São famílias queencontram dificuldades para oferecer os cuidados maisbásicos às crianças, como alimentação. O trabalho doInstituto Presbiteriano Álvaro Reis (Inpar) é dedicado acrianças neste tipo de situação.

Atualmente, ele atende a 220 crianças e adolescentesdas comunidades de Cidade de Deus, Gardênia Azul eRio das Pedras. Divididas em dois períodos, manhã eda tarde, crianças a partir de três anos recebem ali-mentação, estudo, lazer e ensino religioso, moni-toradas por professores e voluntários.

Alunos e professores do Colégio Cruzeiro fizeramuma visita à instituição levando uma proposta deparceria. O objetivo é fornecer não só os materiaisnecessários para as atividades da instituição, comotambém doar atenção, carinho e tempo às criançasatendidas. A proposta é uma continuidade do projeto“Se Doar”, iniciado na escola há dois anos.

Contar histórias, brincar de roda, pintar, conversar.Tudo é uma troca: as crianças ganham a atenção e oscuidados de que precisam. Os voluntários aprendem adar valor às coisas simples.

“O Inpar é um lugar onde eu divido conhecimentos,onde ensino e aprendo com as crianças”, diz a diretorada instituição, Dona Sônia.

Participaram da visita ao Inpar os alunos Fernanda Milani, Bárbara Van Erven, Liz Marques,Clara Klein, Amanda Pimenta e Matheus Malafaia acompanhados dos professores JoséRicardo, de Geografia, Flávia Carvalho, de História e da orientadora Vânia Vasconcellos.

O Inpar fica localizado na Rua Edgard Werneck, bem próximo do Colégio Cruzeiro. Vale apena visitar a instituição e doar um pouco do que você pode oferecer. Quem sabe na próximavisita, você possa estar lá. Fique atento às iniciativas que o Colégio vai programar para auxiliara instituição e participe também desta experiência. Todo mundo ganha.História vem de longeHistória vem de longeHistória vem de longeHistória vem de longeHistória vem de longe

O Inpar tem 97 anos e foi fundado na cidade de Valença, em 1910. Na época, atendia aosórfãos, filhos de pais que morreram durante o surto de Febre Amarela. No Rio de Janeiro, o Barãoda Taquara cedeu em 1923 a casa em que foi instalada a instituição. Além do casarão principal,que guarda o estilo de construção da época, a intituição conta com prédios anexos, onderealiza as atividades com as crianças, e ainda tem campo de futebol. Hoje, ela funciona emregime de creche, no mesmo espaço, atendendo crianças carentes e também às famílias, quenão tem onde deixar os filhos durante o dia.

Alunos efuncionários do

Colégio Cruzeiropassaram a tarde

com as criançasatendidas pelo

Instituto

Crianças se divertem com a visita do Colégio Cruzeiro

Fotos José Ricardo