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Por todo o mundo, iguais em direitosA União Europeia apoia a Democracia e os Direitos Humanos em todo o mundo
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“Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.”Artigo 1.º, Declaração Universal dos Direitos Humanos
“A União funda-se nos valores do respeito pela dignidade humana, da liberdade, da democracia, da igualdade, do Estado de direito e do respeito pelos direitos do Homem, incluindo os direitos das pessoas pertencentes a minorias. Estes valores são comuns aos Estados-Membros, numa sociedade caracterizada pelo pluralismo, a não discriminação, a tolerância, a justiça, a solidariedade e a igualdade entre homens e mulheres”.Artigo 2.º, Tratado da União Europeia
capa: © Reporters
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O Instrumento Europeu para a Democracia e os Direitos Humanos
Comprometida com a democracia e os direitos humanos
dentro das suas fronteiras, a União Europeia promove os
direitos humanos e defende aqueles cujos direitos são
violados em todo o mundo. O Instrumento Europeu para a
Democracia e os Direitos Humanos (IEDDH) constitui uma
ferramenta fundamental. Permite que a UE intervenha de
forma directa e rapidamente. As suas acções não estão
sujeitas a aprovação prévia por parte dos governos dos
países envolvidos. Instituído na sua forma actual em 2007,
o IEDDH já apoiou mais de 1300 projectos, que têm ajudado
milhares de pessoas em todas as partes do mundo. O seu
orçamento geral para o período de 2007-2013 é de 1104
milhões de euros. © Panos
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O enquadramento democráticoA democracia e os direitos humanos estão indissociavelmente ligados. Só numa democracia as pessoas podem materializar plenamente os seus direitos humanos; só quando os direitos humanos são respeitados é que a democracia pode prosperar. O IEDDH defende a liberdade de expressão e de associação, o pluralismo político e o controlo democrático.
As eleições livres constituem a pedra angular da democracia representativa. Mas o processo eleitoral foi desacreditado em muitas regiões do mundo.
O IEDDH enviou 35 missões de observação eleitoral para
países em África, no Médio Oriente, Ásia e América Latina,
entre 2007 e 2010.
O IEDDH ajuda a restaurar a confiança no sistema através das suas missões de observação eleitoral. Os observadores da UE observam como decorre a votação e como são contados os resultados. O IEDDH envia frequentemente especialistas antes das eleições para ajudar no recenseamento eleitoral e formar os partidos políticos, os observadores locais e os funcionários, ou para promover a participação eleitoral, especialmente das mulheres.
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RESTAURAR OS DIREITOS
POLÍTICOS
Graças à pressão dos observadores da UE, as eleições parlamentares de 2008 no Bangladeche puseram fim a uma crise política e a um estado de emergência que proibia os partidos políticos. Para as eleições, a UE e outros doadores forneceram ao Bangladeche o seu primeiro sistema electrónico de recenseamento eleitoral. O sistema envolvia a entrega aos eleitores de cartões de identificação com fotografia. A afluência foi elevada. Entre todos os que votaram, 51% eram mulheres. Esses cartões de identificação não permitiram apenas que as mulheres votassem, mas proporcionaram-lhes também um sentido de identidade.
“As mulheres sentem-se finalmente confiantes e seguras porque têm uma identidade oficial. As leis da Constituição do Bangladeche estão finalmente a ser postas em prática.” Hamida Begum, uma dona de casa com 50 anos de idade
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Defender os defensoresOs defensores dos direitos humanos são indivíduos ou grupos que promovem e protegem os direitos humanos e as liberdades fundamentais universalmente reconhecidos. São alvo de ataques e as suas vidas estão muitas vezes em risco.
O IEDDH gastou 14,3 milhões de euros entre 2007 e 2010 para defender os defensores dos direitos humanos e apoiar o seu trabalho em todo o mundo, especialmente em África, no sul do Mediterrâneo, no Cáucaso, na Ásia e na América Latina. O IEDDH financia assistência jurídica, assistência médica e financeira e, se necessário, expatriação do país.
O IEDDH empreende esforços especiais para ajudar os defensores dos direitos humanos activos em países onde os direitos humanos estão em maior risco. Essas acções são mantidas confidenciais de modo a não comprometer os envolvidos e as suas famílias.
A UE encarrega as suas delegações e missões de controlarem de perto a situação dos defensores dos direitos humanos locais, especialmente as mulheres. É pedido aos diplomatas seniores que :• Elaborem estratégias para apoiar os defensores dos
direitos humanos locais,• Realizem reuniões anuais com os defensores dos direitos
humanos,• Visitem os defensores dos direitos humanos detidos,• Proporcionem o reconhecimento público dos defensores
dos direitos humanos,• Forneçam apoio concreto, incluindo ajuda em situações
de emergência, refúgio ou vistos.
Quando processados, os defensores dos direitos humanos devem ter direito a um julgamento justo e ao devido processo legal. Devem ser feitos todos os esforços para se enviarem observadores aos seus julgamentos.
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“A presença em tribunal de um observador externo é extremamente eficaz e deveria ser mais amplamente utilizada como estratégia de protecção.” Estas foram as palavras de Floribert
Chebeya, um líder activista dos direitos
humanos na República Democrática do
Congo, numa entrevista dada pouco
tempo antes de ser encontrado morto
em Kinshasa, em Junho de 2010.
*Defender os defensores
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Pagar o preço pela torturaO IEDDH gasta mais com a prevenção da tortura e a reabilitação das suas vítimas do que em qualquer outra actividade de direitos humanos. Despendeu 48 milhões de euros em 2007-2010 para financiar 80 projectos. Apesar das leis e convenções nacionais e internacionais, a tortura continua a prevalecer em todo o mundo. Os torturadores gozam frequentemente de impunidade judicial.
O IEDDH proporciona assistência médica e terapêutica às vítimas, presta auxílio a nível de aconselhamento psicológico para as vítimas e as suas famílias, financia a formação clínica e em gestão dos centros de tratamento de vítimas de tortura em África, e dá formação a médicos e advogados sobre como utilizar provas médicas de tortura.
Outros projectos do IEDDH fornecem formação a elementos policiais e militares, assim como às autoridades locais e do sistema judicial, na prevenção da tortura. Também facilitam a criação de mecanismos nacionais de prevenção eficazes para controlar as condições de detenção.
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PREVENÇÃO DA TORTURA NO PERU, EQUADOR E GUATEMALA
Estes países estão numa região cujo passado esteve marcado pela violência política, as violações dos direitos humanos e a utilização sistemática da tortura. A consolidação da democracia na América Latina exige mecanismos de prevenção adequados. O IEDDH financiou um projecto de três anos com ONGs de cada país para formar, aumentar a sensibilização e divulgar as melhores práticas na prevenção da tortura entre as autoridades policiais e militares. Participaram mais de 5500 pessoas visadas.
© Reporters
“A liberdade é o único direito que as pessoas das nossas prisões perderam. Continuam a ter direito a todos os outros.”Aristides Castillo, Instituto Penitenciário Nacional, Peru
Países onde foram apoiados mais de 25 projectos Países onde foram apoiados entre 15 a 24 projectos Países onde foram apoiados entre 5 a 14 projectos Países onde foram apoiados entre 1 a 4 projectos Países sem projectos, ou com projectos não divulgadosMissões de observação eleitoral da UE
Projectos financiados (2007-2010)
O IEDDH no mundo (2007-2010)
Ano Número de
subvenções
Montante
2007-2008 366 11.390.564,96 €
2009 408 97.073.082,31€
2010 465 122.583.195,89 €
Total 1.239 331.046.843,16 €
Países onde foram apoiados mais de 25 projectos Países onde foram apoiados entre 15 a 24 projectos Países onde foram apoiados entre 5 a 14 projectos Países onde foram apoiados entre 1 a 4 projectos Países sem projectos, ou com projectos não divulgadosMissões de observação eleitoral da UE
O IEDDH por temas (2007-2010)250
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Nenhuma impunidade para os violadores dos direitos humanos
A comunidade internacional está empenhada em levar a tribunal os violadores dos direitos humanos. O IEDDH contribui para este esforço através de apoio financeiro ao Gabinete do Alto-comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, o Tribunal Penal Internacional (TPI), o Conselho da Europa e outras entidades.
Também auxilia ad hoc os tribunais internacionais criados para lidar com situações específicas pós-conflito e a cooperação entre tribunais internacionais e nacionais. O IEDDH financia a formação de advogados dos direitos humanos, em particular daqueles que trabalham com o TPI.
© Reporters
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*O HOMICÍDIO LEGAL NÃO É JUSTIÇA
Morte à pena de morte
É difícil obter dados fiáveis sobre o número de execuções em todo o mundo. A ONU, baseando-se em informações recolhidas por organizações dos direitos humanos, afirma que foram efectuadas entre 2390 e 5727 execuções em 2008. Todas as estimativas concluem que a China efectua mais execuções seguida, a uma distância considerável, pelo Irão.
O IEDDH apoia as ONG que defendem a abolição da pena de morte em questões como:• introdução de uma moratória como um passo rumo à
abolição,• redução do número de crimes puníveis com a morte e
exclusão da pena capital para os doentes mentais e os menores de idade,
• evitar a execução de inocentes através de uma melhoria dos procedimentos legais e de maior possibilidade de um julgamento justo,
• melhorar as condições de detenção dos prisioneiros no corredor da morte,
• sensibilizar e influenciar a opinião pública contra a pena de morte.
Todos os países da União Europeia aboliram a pena de morte, considerada desumana e ineficaz como elemento dissuasor da criminalidade. Através do IEDDH, a União Europeia apoia os esforços para limitar a sua utilização e, eventualmente, aboli-la em
todo o mundo.
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Os direitos das mulheres e das crianças
A UE fez do empoderamento das mulheres e da igualdade de género numa prioridade dos direitos humanos. Isto significa : • reforçar o seu papel social,
económico e político, • eliminar a discriminação contra as
mulheres e acabar com a violência (frequentemente sexual) e o tráfico de seres humanos,
• mudar as práticas tradicionais, culturais e sociais e os tabus que as mantêm numa posição de inferioridade,
• dar-lhes um maior poder de influência na prevenção e resolução de conflitos.
Quanto às crianças, o IEDDH propõe-se proteger as crianças contra o trabalho infantil, a exploração sexual, a violência doméstica e o tráfico humano. Uma segunda preocupação é evitar que as crianças sejam usadas como soldados, para além de proporcionar tratamentos, educação e formação profissional às crianças envolvidas em conflitos armados, a fim de as reabilitar e reintegrar na sociedade.
A discriminação contra as mulheres e as raparigas pode assumir muitas formas. Um projecto do IEDDH no Iémen pretende adiar a idade do casamento das raparigas ao matriculá-las nas escolas e ao reduzir a pobreza extrema em algumas áreas rurais onde são muitas vezes entregues por motivos financeiros. No Iémen, um quarto das raparigas casam entre os 10 e os 14 anos de idade.
© iStockphoto
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Proteger os grupos minoritários
O IEDDH ajuda as organizações da sociedade civil a defender os direitos das minorias e de outros grupos vulneráveis, assim como a tentar acabar com o racismo e a xenofobia. Os grupos de risco incluem minorias étnicas e religiosas, migrantes, povos indígenas, membros das comunidades gay e lésbica, e pessoas portadoras de deficiência. O IEDDH financiou 207 projectos contra a discriminação e o racismo, entre 2007 e 2010, no valor de 33,5 milhões de euros.
© iStockphoto
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Fazer mais pelos direitos dos trabalhadores
Os salários, as condições laborais e a representação dos trabalhadores estão frequentemente na origem de violações dos direitos económicos e sociais. As crises económicas colocam a concretização dos direitos económicos, sociais e culturais sob uma pressão crescente. O IEDDH financiou 99 projectos para apoiar os direitos económicos e sociais no valor de 17 milhões de euros, em 2007-2010.
CAMPANHA ROUPAS LIMPAS
O IEDDH apoia a Campanha Roupas Limpas (CRL) que defende os direitos dos trabalhadores em países produtores de vestuário na Ásia. Quando compramos um par sapatos de desporto por 100 euros oriundo de uma fábrica asiática com exploração humana, apenas 50 cêntimos de euro são para os salários dos trabalhadores. Nada é investido na melhoria das condições. É aqui que a entra a CRL, uma rede de organizações sindicais e ONG da Europa e da Ásia.
Já actuou em mais de 250 casos com resultados positivos: salários mais elevados, melhores condições de saúde e de segurança, reintegração de trabalhadores despedidos, sindicatos reconhecidos e a libertação de activistas presos.
© Reuters
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Pioneiro na educação sobre os direitos humanos
O IEDDH foi o precursor do primeiro mestrado europeu em direitos humanos no Centro Inter-universitário para os Direitos Humanos e Democratização, em Veneza. Os licenciados trabalham junto de organizações internacionais, dos governos nacionais ou de grupos da sociedade civil em todo o mundo. Actualmente, o IEDDH também financia cursos de mestrado regionais no Sudeste Europeu, África, Ásia-Pacífico e América Latina.
Centro Interuniversitário Europeu para os Direitos Humanos e a Democratização – Veneza, Itália
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Regimes de apoio por paísO IEDDH concluiu que os pequenos regimes de apoio por país organizados e geridos pelas delegações locais com parceiros locais funcionam bem. Podem responder directamente às necessidades locais e criar uma voz local mais forte para proteger a democracia e os direitos humanos. Estes regimes de apoio por país podem variar entre 10 000 e 300 000 euros.
Estes regimes serão usados com mais frequência no futuro. Cerca de 100 delegações vão lançar convites à apresentação de propostas ao abrigo dos regimes de apoio por país, em 2011-2013. Isto representa mais um terço do que em 2008-2009.
O objectivo geral é reforçar o papel da sociedade civil na promoção da democracia e dos direitos humanos de acordo com as prioridades locais.
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O IEDDH PODE TRABALHAR PARA SISe pensa que o IEDDH pode ajudar a sua organização ou o seu projecto, deve contactar a delegação da UE no seu país, ou candidatar-se directamente a um subsídio da UE, em Bruxelas. Os convites locais e internacionais à apresentação de propostas solicitam regularmente o envio de candidaturas. Nenhum projecto é demasiado pequeno para ser tido em consideração.https://webgate.ec.europa.eu/europeaid/online-services/index.cfm?do=publi.welcome
Uma rede de serviços de assistência de emergência para os defensores dos direitos humanos em todo o mundo encontra-se disponível em :http://ec.europa.eu/europeaid/what/human-rights/human-rights-defenders_en.htm
Mais informações sobre o IEDDH e a política da UE em matéria de direitos humanos e democracia em :Instrumento Europeu para a Democracia e os Direitos Humanos : www.eidhr.eu
Sítio Web da EuropeAid : http://ec.europa.eu/europeaid/index_en.htm
Página da EuropeAid sobre democracia e direitos humanos : http://ec.europa.eu/europeaid/what/human-rights/index_en.htm
Missões de observação eleitoral da UE : http://eueom.eu/
Serviço Europeu para a Acção Externa : http://www.eeas.europa.eu
Comissão Europeia Gabinete de Cooperação EuropeAid – Unidade D1B-1049 BruxelasBé[email protected]
Consciente da importância da democracia e dos direitos humanos dentro das suas fronteiras, a União Europeia está empenhada em fortalecer estes princípios em todo o mundo. Esta actividade é parte integrante das suas relações de trabalho normais com os países parceiros. Para reforçar esta actividade, a UE desenvolveu uma ferramenta específica para este efeito: o Instrumento Europeu para a Democracia e os Direitos Humanos (IEDDH).
Este folheto conta a sua história.
www.eidhr.eu
doi:10.2841/1980
MN
-30-
11-1
45-P
T-C