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Ministério da Transparência,
Fiscalização e Controladoria Geral
da União
RELATÓRIO Nº 201600185
QUAL FOI O TRABALHO REALIZADO? Avaliação dos resultados da gestão na 5ª Superintendência Regional da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf / 5ª SR). O presente trabalho foi realizado em Maceió - AL, como forma de subsídio para a emissão de opinião do Controle Interno acerca da gestão da Codevasf no exercício de 2016. Para tanto, foi selecionado o macroprocesso denominado gestão de obras hídricas (acompanhamento e fiscalização).
POR QUE O TRABALHO FOI REALIZADO?
A avaliação foi realizada pelo fato do macroprocesso “gestão de obras hídricas” estar estreitamente relacionado à missão institucional da unidade, qual seja: “promover o desenvolvimento e a revitalização das bacias dos rios São Francisco, Parnaíba, Itapecuru e Mearim com a utilização sustentável dos recursos naturais e estruturação de atividades produtivas para a inclusão econômica e social”.
QUAIS AS CONCLUSÕES ALCANÇADAS? QUAIS RECOMENDAÇÕES FORAM EMITIDAS?
A Codevasf/5ª SR conta com mão de obra qualificada e os veículos e equipamentos necessários ao exercício de sua missão. Contudo, a quantidade de obras fiscalizadas tem sido aquém de sua capacidade operacional. A análise do contrato constante da amostra de auditoria revelou o descumprimento de especificações e atrasos no cronograma por parte da contratada sem a aplicação de sanções pela 5ª SR. Foi recomendada a conclusão de novos estudos e projetos de desenvolvimento regional, bem como uma articulação da Companhia para que estes sejam efetivamente concretizados em obras e demais ações inclusivas. Adicionalmente, foi recomendada uma alocação mais eficiente dos empregados que fiscalizam a execução dos projetos, bem como um acompanhamento mais incisivo dos contratos, inclusive com a aplicação de sanções aos contratados que não cumprem com suas obrigações contratuais.
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Unidade Auditada: CIA DE DESENV.DOS VALES DE S.FRANC.E
PARNAIBA
Exercício: 2015
Processo:
Município: Penedo - AL
Relatório nº: 201600185
UCI Executora: CONTROLADORIA REGIONAL DA UNIÃO NO ESTADO DE
ALAGOAS
_______________________________________________ Análise Gerencial
Senhor Superintendente da CGU-Regional/AL,
Por meio deste relatório, apresentam-se os resultados do trabalho de avaliação dos
resultados da gestão na Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e
Parnaíba (Codevasf), realizado de acordo com os preceitos contidos na Ordem de
Serviço n.º 201600185 e em atendimento ao inciso II do Art. 74, da Constituição
Federal de 1988, de acordo com o qual cabe ao Sistema de Controle Interno:
“comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão
orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal”.
1. Introdução
O presente trabalho foi realizado em Maceió - AL, como forma de subsídio para um
trabalho posterior, que visa a emissão de opinião do Controle Interno acerca da gestão
do exercício de 2016 da Codevasf. Para tanto, foi selecionado o macroprocesso
denominado gestão de obras hídricas (acompanhamento e fiscalização). O
macroprocesso foi selecionado por estar estreitamente relacionado à missão
institucional da unidade, qual seja: “promover o desenvolvimento e a revitalização das
bacias dos rios São Francisco, Parnaíba, Itapecuru e Mearim com a utilização
sustentável dos recursos naturais e estruturação de atividades produtivas para a
inclusão econômica e social”.
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Para este trabalho de avaliação, não houve trabalhos de campo, apenas a realização de
análise documental fornecida pela Companhia e consulta aos sistemas de orçamento e
de contratos do governo federal, em estrita observância às normas de auditoria
aplicáveis ao serviço público federal.
Nenhuma restrição foi imposta à realização dos exames.
2. Resultados dos trabalhos
A abordagem adotada pela CGU objetivou responder às seguintes questões de auditoria,
referentes ao macroprocesso avaliado:
2.1 Os fiscais são sobrecarregados por outras atividades?
Na planilha relativa às obras acompanhadas pelos fiscais, encaminhada pela Codevasf,
existem fiscais que foram responsáveis por até quatro obras, enquanto outros
fiscalizaram apenas uma, conforme detalhado no quadro 2, deste relatório, que também
demonstra os fiscais que tinham cargo de chefia, supervisão ou coordenação, bem como
os que eram sócios gerentes ou responsáveis por empresas. Embora os empregados da
Codevasf sejam vinculados ao regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT),
que não veda o exercício de gerência em sociedade privada, seria necessário comprovar
a compatibilidade de horários entre a administração dessas empresas e o exercício de
suas atividades na Codevasf.
Mediante o Ofício nº 013/5ª SR, de 9 de fevereiro de 2017, encaminhado
eletronicamente a esta CGU-Regional em 14 de fevereiro de 2017, os gestores
apresentaram a seguinte manifestação ao relatório preliminar de auditoria, editada nos
nomes dos servidores, para preservar suas identidades:
“Preliminarmente, informamos que apenas um dos empregados relacionados ficou
responsável por até quatro obras. De maneira geral todos fiscais, incluindo o caso
anterior em especial e os ocupantes de funções de chefia/coordenação/supervisão,
estiveram devidamente assistidos pelos Assistentes Técnicos em Desenvolvimento
Regional M. V. N. de F. e W. M. B., no desempenho do acompanhamento e da
fiscalização das obras/serviços em tela”.
Relativamente aos fiscais que eram responsáveis por empresas privadas, os gestores
anexaram declarações destes informando que suas respectivas empresas não realizavam
transações comerciais, uma delas, desde 2009, e a outra, desde 2002, e que estariam
providenciando a baixa de seus registros na Junta Comercial. Portanto, segundo
informação prestada pelos gestores, os referidos fiscais não exerciam atividades de
gerência de sociedade privada e, portanto, não havia incompatibilidade com os horários
de trabalho destes na Codevasf.
Vale ressaltar, contudo, que as empresas permanecem ativas no cadastro de pessoas
jurídicas da Receita Federal do Brasil.
##/Fato##
2.2 Quais critérios são usados para escolha do fiscal para acompanhar
determinada obra?
Segundo informação prestada pela Superintendência Regional da Codevasf:
“Os fiscais são escolhidos com base na sua formação profissional e experiência, de
modo a estar condizente com o serviço a ser fiscalizado. Após a assinatura do contrato,
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o Gerente Regional da área a qual o contrato estará sob a responsabilidade, indica o
fiscal ao Superintendente Regional, após consulta à unidade subordinada a qual o
técnico a ser indicado está lotado. O Superintendente Regional solicita a designação do
fiscal ao Presidente da Codevasf, que, caso esteja de acordo expede Decisão
designando o fiscal do contrato”.
Todos os fiscais escolhidos, inclusive para este contrato auditado, eram analistas de
desenvolvimento regional, cujo cargo é de nível superior. No quadro 1, consta o
resultado da consulta de profissionais ao Conselho Federal de Engenharia e Agronomia
(Confea), realizada para os fiscais das obras relacionadas pela 5ª SR da Codevasf.
Constata-se que todos os nove profissionais elencados possuíam registro no CREA,
sendo oito deles engenheiros civis e um engenheiro agrimensor.
Quadro 1 – Consulta de registro profissional dos fiscais de obras
CPF Fiscal Registro Profissional
***.276.544-** ***0724*** CREA-AL
***.505.724-** ***0675*** CREA-AL
***.419.204-** ***9161*** CREA-AL
***.448.232-** ***2296*** CREA-PA
***.793.405-** ***6391*** CREA-SE
***.458.594-** ***7955*** CREA AL(1)
***.701.085-** ***6702*** CREA-SE
***.538.484-** ***1653*** CREA-PB
***.930.894-** ***3609*** CREA-AL
Notas: (1) Engenheiro Agrimensor ##/Fato##
Fonte: Codevasf – “Contratos de Obras - 5ª SR - 2013 a 2017 - reduzida”; CGU/Ativa/Macros: Consulta
Informações RFB; Consulta de profissional no Confea (disponível em
http://www.confea.org.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=1609. Acesso em 12 de janeiro de 2017)
##/Fato##
2.3 Em quais situações a obra é acompanhada pelo coordenador do contrato, e não
pelo fiscal de obras
Os gestores disponibilizaram o Manual de Contratos da Codevasf, o qual elenca as
seguintes funções de acompanhamento de contratos, das quais citam-se as principais
atribuições:
a) Supervisor de fiscalização de obras – coordenar as equipes de implantação de
obras; acompanhar o fechamento das medições; acompanhar o andamento dos
cronogramas físico e financeiro das obras; orientar a equipe de fiscalização nos serviços
a serem realizados;
b) Fiscal de obras – representar a Codevasf no ambiente da obra; coordenar a equipe
de fiscalização da obra; acompanhar a implantação da obra verificando o cumprimento
do controle de qualidade e o cronograma físico; proceder às medições nos serviços
executados, conferindo-os, atestando-os e encaminhando-os à sede para a remuneração
correspondente; efetuar os registros diários no diário da obra; responder as solicitações
técnicas demandadas pela contratada na implantação das obras, acionando projetistas,
consultoria e a área de estudos e projetos da Codevasf; realizar vistorias de obras
verificando sua conformidade com as normas vigentes e o cumprimento de orientações
técnicas e indicações de segurança; acompanhar os contratos de apoio a fiscalização e a
vigilância na obra;
c) Apoio à fiscalização de obras – apoiar a equipe de fiscalização de obras no
cumprimento do cronograma de fiscalização;
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d) Coordenador de contratos - acompanhar e coordenar os contratos de fornecimento
e prestação de serviços; verificar se a contratada indicou o respectivo preposto; verificar
se a contratada disponibilizou as instalações, equipamentos e recursos humanos
previstos no projeto básico ou termos de referência, para a execução dos fornecimentos
ou serviços; analisar eventuais acréscimos ou supressões de serviços ou materiais, bem
como, os similares propostos pela contratada, de forma a garantir o perfeito
cumprimento do objeto do contrato; atestar notas fiscais/faturas e demais documentos
relacionados à execução do contrato; registrar o acompanhamento físico do contrato em
relatórios específicos, previstos no manual; atualizar as informações do contrato no
Sistema de Gestão de Contratos (Sigec). ##/Fato##
Portanto, a princípio, o fiscal de obras seria o profissional habilitado para fiscalizar
obras (engenheiro ou técnico em edificações), enquanto o coordenador de contratos
acompanharia a execução dos contratos que não são de obras.
Contudo, os gestores informaram que “o Coordenador do Contrato poderá ser
designado para desempenhar ambas as atribuições, cabendo, portanto, aos Fiscais de
Obras a suplementação do acompanhamento e da fiscalização das obras/serviços”.
Para o contrato nº 19500150500452013, que foi objeto da amostra deste trabalho de
auditoria, foi designada uma coordenadora de contratos, o que está coerente com o que
preceitua o manual de contratos da Codevasf, visto que o objeto do referido contrato
não consistia em obra, mas em serviço de elaboração de projetos de engenharia.
##/Fato##
2.4 A CODEVASF tem utilizado profissionais contratados para o exercício das
atividades de fiscalização?
Segundo o Manual de Contratos da Codevasf, subitem 9.2.2.3, “a Codevasf poderá
designar empregado ou contratar terceiro para assistir e subsidiar o Fiscal de Obras
no que se refere a informações pertinentes as suas atribuições, incluindo a realização
de tarefas administrativas ou burocráticas, como atualização de informações do
contrato no SIGEC [...]”. Segundo o subitem 9.4.2 do mesmo Manual, “a Codevasf
manterá, desde o início dos serviços até o seu recebimento definitivo, profissional do
seu quadro técnico, como Fiscal de Obras responsável pelo contrato de obra, e poderá
contratar equipe de Apoio à Fiscalização de Obras para as atividades de campo.
(original sem grifo)
Constatou-se a existência do contrato nº 19500150500292013, cujo objeto era o “apoio
técnico à coordenação, à fiscalização e supervisão técnica de contratos e convênios das
obras e ação social, no âmbito do programa Água para Todos, na jurisdição da 5ª
Superintendência Regional, sediada no Município de Penedo, Estado de Alagoas”,
firmado com a empresa JM Engenheiros Consultores Ltda. (07.321.709/0001-38), cuja
vigência encerrou-se em 24/12/2015.
Foi solicitado o último processo de pagamento do contrato e constatou-se que foram
pagos os serviços de um engenheiro coordenador e quatro engenheiros civis, além de
outros profissionais. O relatório da contratada descreve a fiscalização de obras em
diversos municípios alagoanos, realizadas no âmbito do programa “Água para Todos”,
que incluíam a instalação de cisternas, escavações, solo-cimento e instalação de calhas,
tubos, Kit 3P, bombas e conexões.
Mediante os Ofícios 153/5ª SR, de 27 de dezembro de 2016 e 006/5ª SR, de 17 de
janeiro de 2017, os gestores responderam que na 5ª Superintendência Regional, a
responsabilidade pela fiscalização da obra é exercida por empregado do quadro
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funcional da própria Codevasf, não havendo profissional terceirizado contratado para tal
fim, e que o contrato em tela “teve como objetivo: acompanhamento das obras,
retificações e complementações dos Projetos Básicos, aprovação de detalhamentos
construtivos, verificação dos serviços, organização dos beneficiários e identificação de
novos beneficiários, ação social e apoio à Codevasf nos trabalhos de
georreferenciamento”.
A consulta ao Sistema Integrado de Administração de Serviços Gerais (SIASG) para os
contratos da 5ª Superintendência Regional da Codevasf, revelou que, até
dezembro/2016, não houve nova contratação nos moldes do contrato nº
19500150500292013.
##/Fato##
2.5 A aplicação da técnica pelos fiscais é suficientemente adequada à detecção de
problemas e inconsistências nos valores a serem pagos?
O contrato analisado não se referia a uma obra, mas a serviço de engenharia que
consiste na “elaboração de projetos básicos de sistemas de abastecimento d'água para
consumo humano e aproveitamento hidroagrícola em comunidades rurais difusas
localizadas nos municípios de Pariconha, Delmiro Gouveia e Água Branca – AL”.
Contudo, a análise dos processos de pagamento desse contrato revela que a fiscalização
solicitou os respectivos boletins de medição e memórias de cálculo dos itens medidos,
bem como as certidões de regularidade fiscal, trabalhista e previdenciária, e os
comprovantes de recolhimento do imposto sobre serviços, das contribuições
previdenciárias e do FGTS dos empregados da contratada. Houve a emissão de notas
técnicas, contendo a análise dos projetos apresentados e recomendando ajustes por parte
da contratada.
Diante do exposto, considera-se que, para o contrato em tela, a aplicação da técnica
pelos coordenadores do contrato foi suficientemente adequada à detecção de problemas
e inconsistências nos valores a serem pagos. #/Fato##
2.6 São fornecidos veículos e equipamentos para atuação dos fiscais?
O contrato em tela não tem como objeto uma obra, mas um conjunto de projetos de
engenharia.
Contudo, vale ressaltar que consta do item E00 do boletim de medição a
“disponibilização de carro para fiscalização tipo hatch 1.4 flex, com seguro, gasolina,
lubrificantes e manutenção inclusos”.
Foi solicitada a relação de veículos e equipamentos disponíveis para utilização pelos
fiscais, que foi encaminhada pelos gestores mediante o Ofício nº 006/5ª SR, de 17 de
janeiro de 2017. Ainda segundo os gestores, além dos equipamentos existentes, foram
adquiridos, para 2017:
“• 10 (dez) novos computadores;
• 06 (seis) carros novos (Alugados);
• 01 (um) Novo Software para a Topografia;
• 01 (um) GPS, Montana 650, com fotografia georreferenciada;
• 02 (dois) Rádios Transceptor Portátil Bidirecional (Digital e Analógico);
• 01 (um) Nível Eletrônico com leitura por código de barras;
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• 02 (duas) miras de alumínio de 5m;
• 02 (dois) Tripés de alumínio com trava rápida na parte superior e trava de
borboleta na parte inferior;
• 02 (dois) prismas circular 64 mm com garfo de metal e alvo articulável
constante (offset) 0 mm e -30mm”.
Os gestores consideram que as condições para o exercício da fiscalização de obras são
suficientes.
A análise da documentação fornecida pela Codevasf mostra que o quantitativo e tipos
de equipamentos disponíveis atualmente para a 5ª SR da Codevasf, são suficientes,
considerando o número de obras que a Superintendência fiscaliza atualmente.
##/Fato##
2.7 Qual o tempo semanal que um fiscal de obra pode se dedicar à fiscalização "in
loco" de um contrato?
Os gestores informaram que o fiscal pode se dedicar à fiscalização em tempo integral,
contudo, a análise do quadro 2, deste Relatório, demonstra que os fiscais exercem outras
atividades dentro da Codevasf, como chefias, coordenações e supervisões, bem como
fora da Companhia, tendo em vista que dois dos fiscais relacionados são
administradores de empresas privadas.
Mediante o Ofício nº 013/5ª SR, de 9 de fevereiro de 2017, encaminhado
eletronicamente a esta CGU-Regional em 14 de fevereiro de 2017, os gestores
apresentaram manifestação ao relatório preliminar de auditoria, informando que “a
fiscalização em tempo integral não está ligada à mudança de domicílio do empregado
para o local da obra. O termo apenas se refere a autonomia que o fiscal tem programar
suas inspeções”.
##/Fato##
2.8 Qual a estrutura proporcionada ao fiscal para permanecer realizando suas
atividades de campo (ex.: diárias, passagens, alojamento, escritório, pessoal de
apoio etc.)?
Além dos veículos e equipamentos disponibilizados, os fiscais recebem diárias.
Até o final do exercício de 2015, estava vigente o contrato nº 19500150500292013, de
pessoal terceirizado, cujo objeto era o “apoio técnico à coordenação, à fiscalização e
supervisão técnica de contratos e convênios das obras e ação social, no âmbito do
programa Água para Todos, na jurisdição da 5ª Superintendência Regional, sediada no
Município de Penedo, Estado de Alagoas e que, segundo informações dos gestores,
“teve como objetivo: acompanhamento das obras, retificações e complementações dos
Projetos Básicos, aprovação de detalhamentos construtivos, verificação dos serviços,
organização dos beneficiários e identificação de novos beneficiários, ação social e
apoio à Codevasf nos trabalhos de georreferenciamento”.
Constatou-se que o referido contrato não foi renovado e, segundo os gestores, não
houve nova contratação de serviços dessa natureza.
##/Fato##
2.9 Existem procedimentos mínimos a serem cumpridos para a liberação dos
valores a serem efetivamente pagos?
Segundo os gestores, os critérios são os seguintes:
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“Medição dos itens contratados na planilha orçamentária e verificação deles com o
Caderno de Encargos (Especificações Tecnicas. Critérios de Medição e Pagamento
etc.).”
##/Fato##
2.10 Os fiscais têm formação técnica ou superior na área de construções?
Segundo os gestores:
“Os fiscais designados para os contratos de execução de obras desta Superintendência,
conforme planilha dos anexos 1 e 2, são engenheiros habilitados tecnicamente,
portanto, para o desempenho da função atribuída”.
A análise do quadro 1, deste Relatório, demonstra que, dos nove fiscais de obras da 5ª
Superintendência Regional da Codevasf, informados em planilha encaminhada pelos
gestores, oito eram engenheiros civis e um era engenheiro agrimensor e, portanto,
tinham formação superior na área de obras civis e ou de projetos de irrigação, principal
negócio da Companhia.
##/Fato##
2.11 Os sistemas fornecem informações atualizadas sobre as medições? - O que
comprova que o fiscal tem realizado as visitas "in situ" para análise das medições?
Segundo os gestores:
“Desde 2007, foi institucionalizado pela Codevasf o ‘Sistema de Gestao de Contratos e
Convênios – SIGEC’, cujo manual consta do anexo 4, que é alimentado até o quinto dia
útil do mês pelo respectivo fiscal designado ou quando haja a ocorrência de qualquer
fato digno de registro. No SIGEC são fornecidas informações atualizadas sobre as
medições.
Dentre as atribuições do fiscal de obras, preconizada no subitem 9.2.2.2, alínea ‘c’ do
manual de contrato (anexo 3), está a de informar o acompanhamento físico do contrato,
por meio do Relatório de Acompanhamento Físico do Contrato (Anexo E) que contem
fotos, relatório este presente nas medições, o que comprova suas visitas "in situ" para
análise das medições.”
Foram solicitados os últimos Relatórios de Acompanhamento Físico de Contratos, para
as obras que estavam em execução, e constatou-se a existência de registros fotográficos
dessas obras, à época da fiscalização, o que seria uma evidência de que o fiscal teria
realizado a vistoria “in situ”. Contudo, a confirmação de tais registros fotográficos
depende de uma inspeção às obras por parte da CGU, o que não faz parte do escopo
deste trabalho.
##/Fato##
2.12 As inconsistências apontadas pelos fiscais têm sido comunicadas à empresa,
apuradas e regularizadas?
Mediante o Ofício nº 153/5ª SR, de 27 de dezembro de 2016, os gestores informaram
que:
“As inconsistências na execução do objeto do contrato nº 5.045.00/2013 são
comunicadas à contratada através de reuniões e envio de correspondências, conforme
apresentado no anexo 5”.
Porém, contrariando o que foi afirmado pelos gestores, a análise do Parecer Técnico nº
02/16-DCC, de 22 de junho de 2016, emitido pela coordenadora do contrato, demonstra
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que a empresa contratada vinha entregando os projetos com falhas, que eram
identificadas pela fiscalização do contrato, mas não eram plenamente corrigidas, ou
seja: “As falhas e distorções dos projetos persistem, sendo os mesmos do início dos
trabalhos e já corrigidos pela fiscalização, demonstrando a falta de zelo por parte da
Contratada e atrasando o desenvolvimento do objeto contratado”.
Mediante o Ofício nº 013/5ª SR, de 9 de fevereiro de 2017, encaminhado
eletronicamente a esta CGU-Regional em 14 de fevereiro de 2017, os gestores
apresentaram a seguinte manifestação ao relatório preliminar de auditoria:
“Esclarecemos que, de fato, com relação as inconsistências na execução do contrato
5.045.00/2013, a recomendação da Coordenadora do instrumento era para que fosse
aplicada as sanções contratuais, porém, a Superintendência Regional,
administrativamente, no intuito de não perder os recursos aplicados e evitar a
frustração pela não execução do objeto pactuado, bem como na tentativa de sanar as
pendências sem recorrer a esfera judicial, manteve, dentro da legalidade,
entendimentos com a contratada, visando a concessão de oportunidade para conclusão
dos projetos, em conformidade com as especificações técnicas.
Todos os aditivos de prazos foram devidamente justificados no processo e, no momento,
a empresa está atendendo as recomendações da Codevasf apresentadas nas notas
técnicas dos integrantes do grupo de trabalho constituído para análise e aprovação dos
projetos.
Ressalta-se que os projetos destinam-se a implantação de sistemas de abastecimento
d’água para consumo humano e aproveitamento hidroagrícola em cerca de 100
comunidades rurais difusas nos municípios de Pariconha, Delmiro Gouveia e Água
Branca, região fortemente castigada pela longa estiagem que está dizimando o rebanho
e as culturas agrícolas.
A paralisação do contrato sem a conclusão do objeto levaria a perda dos serviços
executados, a necessidade de nova alocação de recursos em montante superior a R$
2.000.000,00 (dois milhões de reais) e, também, um período muito longo para realizar
nova licitação, contratação e execução do objeto, retardando, sobremaneira, a
implantação dos empreendimentos, fato que ocasionaria prejuízos irreparáveis a
população a ser beneficiada”.
##/Fato##
2.13 A Codevasf tem aplicado sanções nas situações de descumprimento do
pactuado no contrato, planilha orçamentária e especificações técnicas?
Os gestores informaram que:
“São seguidas nos contratos da 5ª Superintendência Regional e, especificamente em
relação ao contrato em pauta, as rotinas indicadas no documento ‘Procedimento para
Aplicação de Sanções ao Contratado’ (anexo 6), não tendo culminado, até o presente,
na etapa de aplicação de sanções, uma vez que as inconsistências vêm sendo
resolvidas, quando da apresentação das notificações à contratada”.
Porém, contrariando o que foi afirmado pelos gestores, a análise do Parecer Técnico nº
02/16-DCC, de 22 de junho de 2016, emitido pela Coordenadora do Contrato,
demonstra que a empresa contratada vinha entregando os projetos com falhas, que eram
identificadas pela fiscalização do contrato, mas não eram plenamente corrigidas, ou
seja: “As falhas e distorções dos projetos persistem, sendo os mesmos do início dos
trabalhos e já corrigidos pela fiscalização, demonstrando a falta de zelo por parte da
Contratada e atrasando o desenvolvimento do objeto contratado”.
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A conclusão do Parecer foi pela aplicação de multa contratual, conforme transcrito a
seguir:
“Com base na análise realizada, esta coordenação mantém o seu entendimento quanto
à intenção de aplicar as penalidades previstas no instrumento contratual à empresa
COHIDRO Consultoria Estudos e Projetos Ltda., por atraso no cronograma do projeto
objeto do contrato n.º 5.045.00/2013, conforme previsto na Cláusula Dez do contrato
firmado, que o atraso, na execução dos fornecimentos e serviços, inclusive dos prazos
parciais constantes do cronograma físico, constitui inadimplência passível de aplicação
de multa”.
Dessa forma, a despeito do descumprimento das especificações do Termo de Referência
e dos prazos para apresentação e correção dos projetos, a contratada não recebeu as
sanções da Codevasf, que limitou-se a adverti-la.
Vale ressaltar que o contrato tinha vigência inicial até 5 de outubro de 2015, sendo
prorrogado pelo segundo e terceiro termos aditivos até 30 de setembro de 2016 e,
atualmente, consta no sistema de compras governamentais do governo federal o final de
vigência em 31 de janeiro de 2017, sem que a Codevasf tenha apresentado justificativas
e um novo termo aditivo para essa prorrogação.
Mediante o Ofício nº 013/5ª SR, de 9 de fevereiro de 2017, encaminhado
eletronicamente a esta CGU-Regional em 14 de fevereiro de 2017, os gestores
apresentaram a seguinte manifestação ao relatório preliminar de auditoria:
“As especificações dos contratos são cumpridas, porém, em defesa do interesse
público, com o objetivo de atingir a conclusão do objeto pactuado, evitar a perda dos
recursos disponibilizados, retardar a implantação do empreendimento e, até mesmo,
inviabilizar a sua execução, atendendo todos os critérios de legalidade, foram buscadas
soluções para permitir a contratada finalizar os projetos, atendendo as recomendações
técnicas da Codevasf. Os projetos elaborados estão em análise pelo Grupo de Trabalho
e as correções estão sendo efetuadas pela contratada. Caso a empresa não atenda às
recomendações serão aplicadas as sanções pertinentes”.
Ressalta-se que, em fevereiro/2017, os gestores continuam afirmando que “as correções
estão sendo efetuadas pela contratada”, a despeito da entrega dos referidos projetos ter
sido prevista, inicialmente, para 5 de outubro de 2015.
##/Fato##
2.14 O "as built" da obra tem sido exigido junto às empresas e devidamente
arquivado?
Não se aplica ao contrato em tela, tendo em vista que o objeto deste consiste na
elaboração de projetos básicos de abastecimento de água para consumo humano e
aproveitamento hidroagrícola de comunidades rurais difusas, localizadas em diversos
municípios do sertão alagoano, com suprimento hídrico pelo Canal do Sertão.
Portanto, não se trata de uma obra e, sendo assim, não existe a possibilidade de
elaboração de “as built”.
##/Fato##
2.15 Existem procedimentos a serem cumpridos para o recebimento da obra? Estes
procedimentos têm sido realizados? As obras têm sido formalmente recebidas? As
garantias têm sido devolvidas apenas após o recebimento das obras?
Embora o objeto do contrato constante da amostra desta auditoria não seja uma obra,
mas um serviço de elaboração de projetos, vale ressaltar que a Codevasf dispõe de
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procedimentos para encerramento dos contratos que se assemelham ao recebimento de
obras, detalhados no subitem 9.8 do Manual de Contratos da Companhia.
O contrato em tela ainda não foi concluído, tendo previsão de final de vigência para 29
de janeiro de 2017. Portanto, ainda não pôde ser encerrado pela Codevasf.
Segundo os gestores:
“O contrato em pauta está em fase de execução e será recebido quando do término da
sua vigência, por comissão designada para este fim, quando será expedido o “termo de
encerramento físico do contrato”.
#/Fato##
3. Conclusão
Verificou-se, por meio do presente trabalho, que o macroprocesso finalístico Gestão de
Obras Hídricas (acompanhamento e fiscalização) apresenta os seguintes aspectos que
contribuem para o alcance da missão da unidade: disponibilidade de veículos,
equipamentos e mão de obra qualificada para a execução das ações de fiscalização.
Por outro lado, verificou-se que os seguintes aspectos constituem obstáculos para o
atingimento da sua missão: baixa quantidade de obras fiscalizadas, descumprimento de
especificações do contrato e atrasos no cronograma por parte da contratada sem a
aplicação de sanções pela Codevasf/5ª SR.
Nesse contexto, conclui-se que, para que a unidade cumpra adequadamente a sua missão
institucional, é necessário que sejam concluídos novos estudos e projetos de
desenvolvimento regional e que estes sejam efetivamente concretizados em obras e
demais ações inclusivas, de modo que a Codevasf possa cumprir a sua missão de
“promover o desenvolvimento e a revitalização das bacias dos rios São Francisco,
Parnaíba, Itapecuru e Mearim com a utilização sustentável dos recursos naturais e
estruturação de atividades produtivas para a inclusão econômica e social”.
Adicionalmente, como forma de aperfeiçoamento de suas rotinas de trabalho,
recomenda-se uma alocação mais eficiente dos empregados que fiscalizam a execução
desses projetos, bem como um acompanhamento mais incisivo dos contratos, inclusive
com a aplicação de sanções aos contratados que não cumprem com suas obrigações
contratuais.
As recomendações registradas neste relatório serão acompanhadas por meio do Plano de
Providências Permanente da Unidade.
Maceió/AL, 06 de março de 2017.
Relatório supervisionado e aprovado por:
_____________________________________________________________
Superintendente da Controladoria Regional da União no Estado de Alagoas
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_______________________________________________ Ordem de Serviço nº 201600185
1 GESTÃO OPERACIONAL
1.1 Avaliação dos Resultados da Gestão
1.1.1 Avaliação dos Resultados da Gestão
1.1.1.1 INFORMAÇÃO
Redução no número de obras fiscalizadas nos exercícios de 2015 e 2016,
evidenciada pela diminuição do montante pago em diárias aos fiscais.
Fato
Constatou-se que o montante pago em diárias aos fiscais nos exercícios de 2015 e 2016
correspondeu a um montante inferior ao que havia sido pago aos mesmos fiscais apenas
no exercício de 2014, embora, segundo dados extraídos do Siasg, houvesse nove obras
em execução em 2014, contra dezenove que estariam em execução em 2016, o que seria
um indício de que os servidores responsáveis pela fiscalização estariam deixando de se
deslocar até as obras.
Mediante o Ofício nº 006/5ª SR, de 17 de janeiro de 2017, os gestores informaram que:
“As obras estão sendo executadas em municípios próximos a nossa sede administrativa
em Penedo/AL e ao Escritório de Apoio Técnico de Delmiro Gouveia/AL, como também
em razão da paralisação de alguns instrumentos, tais como: 5.071.00/2013,
5.074.00/2013, 5.065.00/2013, 5.084.00/2013 e 5.116.00/2013”.
Mediante o Ofício nº 013/5ª SR, de 9 de fevereiro de 2017, encaminhado
eletronicamente a esta CGU-Regional em 14 de fevereiro de 2017, os gestores
apresentaram a seguinte manifestação ao relatório preliminar de auditoria:
“Os analistas que estão com maior número de instrumentos para fiscalizar possuíam
no máximo dois de maior complexidade e os demais de baixa complexidade, como é o
caso da pavimentação de ruas e os termos de compromisso para implantação de
sistemas de abastecimento d’água que, inclusive, foram encerrados sem execução dos
seus objetos pelas prefeituras correspondentes.
Com relação a redução no valor pago em diárias, destaca-se que as obras realizadas
na região de Penedo e de Delmiro Gouveia, onde estão lotados os respectivos fiscais,
geralmente, não são passíveis de pagamento de diárias por ocasião das fiscalizações,
haja vista que as elas são realizadas num único período e retorno no horário de
trabalho.
A análise dos locais de execução das 13 obras fiscalizadas pela Codevasf em 2015 e
2016, revela que oito delas ocorreram em Pão de Açúcar, Olho d’Água Grande, Santana
do Ipanema, Batalha, Junqueiro e Arapiraca, municípios para os quais houve o
pagamento de diárias.
O fato é que realmente houve menos visitas às obras, restando verificar se essas foram
reduzidas em função da menor complexidade das obras ou maior eficiência da
fiscalização da Codevasf, ou se foi por paralisação das obras ou, ainda, por conta de
contingenciamento de recursos.
##/Fato##
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1.1.1.2 CONSTATAÇÃO
Falhas na distribuição, entre os fiscais, do quantitativo de obras a serem
fiscalizadas.
Fato
Constatou-se uma distribuição desigual no número de obras fiscalizadas, havendo
fiscais que foram responsáveis por até quatro obras, enquanto outros fiscalizaram
apenas uma, conforme detalhado no Quadro 2, que também demonstra os fiscais que
tinham cargo de chefia, supervisão ou coordenação, bem como os que eram sócios
gerentes ou responsáveis por empresas privadas.
Quadro 2 – Fiscais de obras contratadas, no período de 2013 a 2017, na Codevasf
CPF Fiscal Obras
Fiscaliz.
Obras em
Execução Função Outras Observações
***.276.544-** 1 1 Chefe de Unidade -
***.505.724-** 1 1 Supervisor II -
***.419.204-** 1 0
S/Atividade
Funcao -
***.448.232-** 1 0 Coordenador -
***.793.405-** 2 2
S/Atividade
Funcao -
***.458.594-**
1 0 S/Atividade
Funcao
É responsável, sócio adminis-
trador da empresa Canavieira
Serviços Gerais Ltda. - ME
(05.273.349/0001-10), que se
encontra ativa no CNPJ. A
empresa não tem contratos nem
recebeu ordens bancárias de
entes do governo federal.
***.701.085-**
1 0 Chefe
É responsável, sócio adminis-
trador da empresa Simel Estru-
turas Metálicas Ltda.
(00.128.452/0001-53), que se
encontra ativa no CNPJ. A
empresa não tem contratos nem
recebeu ordens bancárias de
entes do governo federal.
***.538.484-** 1 0 Supervisor -
***.930.894-** 4 2 Chefe de Unidade -
Fonte: Codevasf – “Contratos de Obras - 5ª SR - 2013 a 2017 - reduzida”; e CGU/Ativa/Macros: Consulta
pagamentos e Consulta informações RFB. ##/Fato##
##/Fato##
Causa
Baixa quantidade de obras fiscalizadas pela Codevasf/5ª SR, nos exercícios de 2015 e
2016, resultando num número insuficiente para distribuir entre os fiscais
Os gestores informaram que os fiscais que ficaram com menos obras para fiscalizar
estavam alocados em outras atividades dentro da Companhia.
##/Causa##
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Manifestação da Unidade Examinada
Mediante o Ofício 006/5ª SR, de 17 de janeiro de 2017, os gestores apresentaram os
seguintes esclarecimentos:
“A Gerência Regional de Infraestrutura desenvolve, além da coordenação e fiscalização
dos contratos, estudos e projetos para execução de empreendimentos, infraestrutura e
demais ações voltadas ao desenvolvimento regional, por meio das seguintes estruturas
orgânicas:
I - Unidade Regional de Estudos e Projetos, a qual compete: elaborar estudos e projetos
de desenvolvimento regional.
II - Unidade Regional de Implantação e Acompanhamento de Projetos, a qual compete:
programar, implementar, coordenar, supervisionar, acompanhar e fiscalizar a
implantação dos projetos regionais de infraestrutura.
Desta forma, os profissionais envolvidos em apenas um contrato, estão engajados,
também, em outras atividades, tais quais: na identificação de áreas in loco,
levantamentos topográficos, desenhos técnicos, especificações, orçamentos detalhados,
cronogramas, entre outros documentos que compõem o Projeto Básico.
Além dos trabalhos voltados à elaboração dos projetos básicos dos contratos em
vigor, bem como participação nas comissões de Licitação, seguem abaixo
fiscalizações de contratos (anexo 7):”
N. R. B
Contrato
5.050.00/2015 Fiscalização
Construção de pavimentação, em
paralelepípedo, da Avenida Brasil (Bairro
Cacimbinhas) e da Rua da Rodagem (Povoado
Tabuleiro do Negros), localizadas no
município de Penedo, na área de atuação da 5ª
SR, Estado de Alagoas.
Contrato
5.037.00/2014 Fiscalização
Construção e recuperação de uma passagem
molhada sobre o Riacho Raposo, que liga os
Núcleos I e II da COOPENEDO, no
município de Penedo, na área de atuação da 5ª
Superintendência Regional, no Estado de
Alagoas.
Convênio
5.006.00/2016 Fiscalização
Pavimentação da estrada de ligação da
comunidade de Bom Sucesso à comunidade
de Santa Terezinha - 2ª Etapa.
Convênio
5.034.00/2013 Fiscalização
Pavimentação da estrada de ligação da
comunidade de Bom Sucesso à comunidade
de Santa Terezinha - 1ª etapa, no município de
Coruripe - AL.
Contrato
0.044.00/2013 Fiscalização
Fornecimento, transporte e instalação de
26.021 cisternas, em polietileno, com
capacidade de 16.000 litros, para acumulação
de água de chuva, visando ao abastecimento
de comunidades rurais difusas, no estado de
Alagoas.
R. T. L.
Contrato
5.022.00/2014 Fiscalização
Construção de pavimentação em
paralelepípedo das ruas Joaquim Vieira -
Povoado Capela, Roberto Vieira – Bairro
Santa Cecília e Clovis Peixoto - Bairro Santa
Luzia, no município de Penedo - AL, área de
atuação da 5ª Superintendência Regional.
Contrato
0.119.00/2013 Fiscalização
Execução dos serviços de
georreferenciamento, incluindo o cadastro
físico, jurídico, agrícola e socioeconômico dos
imóveis situados nas áreas de influência dos
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Projetos de Irrigação, Itiúba, Boacica e
Marituba, com área total aproximada de
10.200 hectares.
V. P. R. C.
Termo de
Compromisso
5.071.00/2013
Fiscalização
Implantação de 03 sistemas simplificados de
abastecimento de água em áreas rurais no
Município de Ouro Branco, Estado de
Alagoas.
Termo de
Compromisso
5.074.00/2013
Fiscalização Implantação de 03 sistemas simplificados de
abastecimento de água em áreas rurais no
Município de Piranhas, Estado de Alagoas.
Termo de
Compromisso
5.065.00/2013
Fiscalização
Implantação de 03 sistemas simplificados de
abastecimento de água em áreas rurais no
Município de Água Branca, Estado de
Alagoas
Termo de
Compromisso
5.084.00/2013
Fiscalização
Implantação de 03 sistemas simplificados de
abastecimento de água em áreas rurais no
Município de Senador Rui Palmeira, Estado
de Alagoas
Contrato
0.072.00/2012 Fiscalização
Execução de obras e serviços relativos ao
sistema de esgotamento sanitário no município
de Olho D´Água do Casado, (Lote II), no
Estado de Alagoas, onde o prazo de vigência é
contado a partir da data registrada na Ordem
de Serviço, após a publicação no diário
Oficial.
M. O. S. G.
Termo de
Compromisso
0.072.00/2011
Fiscalização
Conjugação de esforços para o
desenvolvimento de atividades de interesse
comum abrangendo o repasse de recursos,
pela Codevasf à Secretaria do Estado de
Infraestrutura - SEINFRA, para
complementação e/ou implantação do sistema
de esgotamento sanitário do Município de
Piaçabuçu, no Estado de Alagoas
Contrato
5.116.00/2013 Fiscalização Construção de uma casa de farinha no
Povoado Konrad no município de Penedo.
Nota: Os nomes foram abreviados para preservar a identidade dos fiscais.
Mediante o Ofício nº 013/5ª SR, de 9 de fevereiro de 2017, encaminhado
eletronicamente a esta CGU-Regional em 14 de fevereiro de 2017, os gestores
apresentaram a seguinte manifestação ao relatório preliminar de auditoria:
“Para indicação de um determinado técnico para exercer a fiscalização do contrato são
observados vários critérios, além do número de instrumentos de que ele já é
responsável. A escolha envolve, também, a competência, grau de complexidade da obra,
disponibilidade para deslocamento e a lotação do empregado.
Com relação a lotação do empregado, destaca-se que os analistas (Fiscais) são lotados
em 3 (três) gerências distintas: Infraestrutura, Irrigação e Revitalização. Dessa forma,
normalmente, procura-se indicar o técnico que esteja lotado na gerência a qual a obra
está vinculada, podendo haver exceções.
É importante destacar que são classificados como “Analista em Desenvolvimento
Regional” todos os profissionais de nível superior, com exceção dos assessores jurídicos
e analistas em comunicação. Assim temos na relação de Analistas – engenheiros civis,
agrônomos, mecânicos, elétricos, administradores, contadores, economistas, etc.
A Codevasf por não dispor de equipe especializada para realização de estudos básicos
de campo e laboratório contrata a elaboração de projetos de maior complexidade e que
necessitam de estudos técnicos especializados”.
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Relativamente aos fiscais que eram responsáveis por empresas privadas, os gestores
anexaram declarações destes informando que suas respectivas empresas não realizavam
transações comerciais, uma delas, desde 2009, e a outra, desde 2002, e que estariam
providenciando a baixa de seus registros na Junta Comercial. Portanto, segundo
informação prestada pelos gestores, os referidos fiscais não exerciam atividades de
gerência de sociedade privada e, portanto, não havia incompatibilidade com os horários
de trabalho destes na Codevasf.
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
Os gestores informaram outros compromissos aos quais os fiscais que não exerciam
chefia e não estavam acompanhando obras, no segundo semestre de 2016, estrariam
vinculados.
A manifestação apresentada pelos gestores não elide a constatação, tendo em vista que a
análise expedita realizada por esta equipe da CGU, aponta que, a princípio, também há
um desequilíbrio na distribuição desses outros compromissos, havendo empregados que
assumiram apenas um, além da obra que já fiscalizavam, enquanto outros chegaram a
assumir mais quatro compromissos, além das obras que fiscalizavam.
Vale ressaltar que, em 2016, existiam 68 analistas em desenvolvimento regional lotados
na Codevasf/5ª SR, e que a Companhia contrata empresas terceirizadas para a
elaboração de projetos básicos e executivos de obras. Assim, os analistas estariam
disponíveis para as atividades de fiscalização e de estudos e elaboração dos projetos de
desenvolvimento regional. Contudo, embora tenham mencionado esta atividade em sua
manifestação, os gestores não listaram os estudos e projetos desenvolvidos ao longo dos
exercícios de 2015 e 2016, nem mesmo quando do envio de suas manifestações ao
relatório preliminar de auditoria.
Os gestores também não apresentaram um mapeamento do quadro de analistas, de modo
a informar quantos eram engenheiros, quantos eram administradores, ou contadores, ou
economistas etc., de modo a evidenciar o quantitativo de analistas disponíveis para a
elaboração de estudos e projetos, atividade crucial para o cumprimento da missão da
Companhia.
##/AnaliseControleInterno##
Recomendações:
Recomendação 1: Avaliar a atual distribuição de atividades entre os analistas em
desenvolvimento regional, bem como entre os empregados ocupantes dos demais cargos
previstos no plano de carreira da Companhia, como os assistentes técnicos e auxiliares
operacionais, de modo a garantir uma distribuição mais equilibrada, evitando ociosidade
da mão-de-obra qualificada.
Recomendação 2: Garantir as condições necessárias para a elaboração de novos estudos
e projetos e articular para a efetiva implantação dos projetos já elaborados, refletindo-se
no desenvolvimento regional e no cumprimento da missão da Codevasf.
1.1.1.3 CONSTATAÇÃO
Ausência de aplicação de sanções à contratada, a despeito de falhas nas
especificações dos produtos e atrasos no cronograma de entrega.
Fato
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Mediante análise do processo relativo ao contrato nº 19500150500452013,
especificamente quanto ao Parecer Técnico nº 02/16-DCC, de 22 de junho de 2016,
emitido pela Coordenadora do Contrato, constatou-se que a empresa contratada vinha
descumprindo prazos e especificações exigidas, quando da entrega de seus produtos
parciais. De acordo com o citado Parecer:
“As falhas e distorções dos projetos persistem, sendo os mesmos do início dos
trabalhos e já corrigidos pela fiscalização, demonstrando a falta de zelo por parte da
Contratada e atrasando o desenvolvimento do objeto contratado”.
A conclusão do Parecer foi pela aplicação de multa contratual, conforme transcrito a
seguir:
“Com base na análise realizada, esta coordenação mantém o seu entendimento quanto
à intenção de aplicar as penalidades previstas no instrumento contratual à empresa
COHIDRO Consultoria Estudos e Projetos Ltda., por atraso no cronograma do projeto
objeto do contrato n.º 5.045.00/2013, conforme previsto na Cláusula Dez do contrato
firmado, que o atraso, na execução dos fornecimentos e serviços, inclusive dos prazos
parciais constantes do cronograma físico, constitui inadimplência passível de aplicação
de multa”.
A análise da documentação e dos processos de pagamento do contrato, revelam que, a
despeito do descumprimento das especificações do Termo de Referência e dos prazos
para apresentação e correção dos projetos, a contratada não recebeu as sanções da
Codevasf, que se limitou a adverti-la.
Vale ressaltar que o contrato tinha vigência inicial até 5 de outubro de 2015, sendo
prorrogado pelo segundo e terceiro termos aditivos até 30 de setembro de 2016 e,
atualmente, consta no sistema de compras governamentais do governo federal o final de
vigência em 31 de janeiro de 2017, sem que conste no processo o novo termo aditivo e a
justificativa para essa última prorrogação.
##/Fato##
Causa
Conduta leniente dos gestores.
##/Causa##
Manifestação da Unidade Examinada
Mediante o Ofício nº 013/5ª SR, de 9 de fevereiro de 2017, encaminhado
eletronicamente a esta CGU-Regional em 14 de fevereiro de 2017, os gestores
apresentaram a seguinte manifestação ao relatório preliminar de auditoria:
“Esclarecemos que, de fato, com relação as inconsistências na execução do contrato
5.045.00/2013, a recomendação da Coordenadora do instrumento era para que fosse
aplicada as sanções contratuais, porém, a Superintendência Regional,
administrativamente, no intuito de não perder os recursos aplicados e evitar a frustração
pela não execução do objeto pactuado, bem como na tentativa de sanar as pendências
sem recorrer a esfera judicial, manteve, dentro da legalidade, entendimentos com a
contratada, visando a concessão de oportunidade para conclusão dos projetos, em
conformidade com as especificações técnicas.
Todos os aditivos de prazos foram devidamente justificados no processo e, no
momento, a empresa está atendendo as recomendações da Codevasf apresentadas nas
notas técnicas dos integrantes do grupo de trabalho constituído para análise e aprovação
dos projetos.
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Ressalta-se que os projetos destinam-se a implantação de sistemas de abastecimento
d’água para consumo humano e aproveitamento hidroagrícola em cerca de 100
comunidades rurais difusas nos municípios de Pariconha, Delmiro Gouveia e Água
Branca, região fortemente castigada pela longa estiagem que está dizimando o rebanho
e as culturas agrícolas.
A paralisação do contrato sem a conclusão do objeto levaria a perda dos serviços
executados, a necessidade de nova alocação de recursos em montante superior a R$
2.000.000,00 (dois milhões de reais) e, também, um período muito longo para realizar
nova licitação, contratação e execução do objeto, retardando, sobremaneira, a
implantação dos empreendimentos, fato que ocasionaria prejuízos irreparáveis a
população a ser beneficiada”.
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
Não houve comprovação de que o contrato nº 19500150500452013 foi devidamente
concluído e todos os projetos entregues até 31 de janeiro de 2017, data do último aditivo
registrado no Siasg.
Ao contrário do que informam os gestores, a aplicação de sanções à contratada não
deveria implicar em rescisão contratual, paralisação ou abandono do projeto, mas na
aplicação da multa prevista na cláusula dez do contrato, no percentual de 0,1% (um
décimo por cento) do valor do contrato, por dia de atraso. Somente em caso de reiterado
descumprimento do contrato é que caberia a rescisão, com aplicação das sanções
previstas no art. 87, incisos III e IV da lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, ou seja,
suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de contratar com a
Administração por até dois anos e, caso perdurassem os motivos determinantes da
punição, declaração de inidoneidade da empresa para licitar ou contratar com a
Administração Pública.
Os gestores informaram que “os projetos destinam-se a implantação de sistemas de
abastecimento d’água para consumo humano e aproveitamento hidroagrícola em cerca
de 100 comunidades rurais difusas nos municípios de Pariconha, Delmiro Gouveia e
Água Branca, região fortemente castigada pela longa estiagem que está dizimando o
rebanho e as culturas agrícolas”, e que a paralisação do contrato demandaria nova
licitação, “retardando, sobremaneira, a implantação dos empreendimentos, fato que
ocasionaria prejuízos irreparáveis a população a ser beneficiada”
Vale ressaltar, mais uma vez, que a vigência original do contrato era até 5 de outubro de
2015. Caso a empresa tenha entregue todos os projetos, atendendo a todas as
especificações exigidas no contrato, em 31 de janeiro de 2017, data final de vigência do
último aditivo, o atraso na execução desse contrato terá sido de 484 dias, ou seja, o
atraso na execução do referido contrato submeteu as comunidades citadas pelos gestores
a uma espera adicional de um ano e meio em relação ao que estava originalmente
previsto, numa região fortemente castigada pela longa estiagem que está dizimando o
rebanho e as culturas agrícolas. Enquanto isso, a Cohidro teve direito ao reajuste anual
do contrato com base no Índice Nacional de Custos da Construção (INCC), sem ter
recebido as penalidades pelo atraso na conclusão do contrato.
##/AnaliseControleInterno##
Recomendações:
Recomendação 1: Garantir a atuação tempestiva no sentido de advertir e, em caso de
não atendimento da advertência, aplicar as devidas sanções aos contratados que não
cumprirem as cláusulas dos respectivos contratos ou descumprirem os prazos
estabelecidos no cronograma contratual.
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Recomendação 2: Caso a Cohidro não tenha apresentado todos os projetos previstos no
contrato nº 5.045.00/2013 (Siasg nº 19500150500452013) até o dia 31 de janeiro de
2017, ou estes, caso apresentados, não atendiam às especificações do referido contrato,
aplicar as sanções previstas na cláusula dez do contrato em tela, ou seja, multa de 0,1%
(um décimo percentual) do valor atualizado do contrato, por dia de atraso.