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IGREJA DE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA KIBALA Por estas imagens pode constatar-se a grande transformação que a igreja sofreu este ano. ANTES DEPOIS

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Page 1: Por estas imagens pode constatar-se a grande transformação que a igreja … · 2011. 11. 28. · te realizado. Com a presença de Sua Excelência Reverendíssima, o Arcebispo, a

IGREJA DE NOSSASENHORA DE FÁTIMA

KIBALA

Por estas imagens pode constatar-se a grande transformação que a igreja sofreu este ano.

ANTES

DEPOIS

Page 2: Por estas imagens pode constatar-se a grande transformação que a igreja … · 2011. 11. 28. · te realizado. Com a presença de Sua Excelência Reverendíssima, o Arcebispo, a

Assim, foi encontrada uma solução provisória para celebrar as Santas Eucaristias que passaram a decorrer numa das salas de aula da escola primária. Mais tarde, com o aumento da assistência, houve a necessidade de mudar as celebrações para uma sala maior. Naquela capela-escola, eram incessantes os pedidos das senho-ras da vila da Kibala pela ajuda de Nossa Senhora. Assim foi durante todos os dias do mês de Maria, em Maio de 1955.

Apenas três meses depois, a 8 de Agosto de 1955, o sonho dos habitantes foi finalmen-te realizado. Com a presença de Sua Excelência Reverendíssima, o Arcebispo, a igreja da vila da Kibala foi inaugurada. Uma grande multidão de pessoas, desde autoridades, a crianças, nativos e europeus, presenciou a benzedura da igreja e a celebração da primeira Missa Santa.

A Missa foi acompanhada de cânticos, primorosamente cantados por um grupo de senhoras, meninas e crianças. Com o templo repleto de fiéis, o Arcebispo fez uma vibrante locução na qual se congratulava com o facto da Kibala ter realizado o seu sonho: uma nova igreja.

Infelizmente, a alegria da população iria mostrar-se de curta duração. Durante o conflito armado que se viveu no país, por mais de 40 anos, a igreja de Nossa Senhora de Fátima não foi poupada. As imagens foram destruídas e o altar ficou desfeito. Com a saída dos missio-nários a degradação da igreja foi-se acentuando: o tecto estava degradado, as paredes rachadas, a escada destruída e o sino, recebido em 25 de Dezembro de 1956, tinha deixado de tocar. Apenas a cruz não tinha sido atingida pelas balas.

Apesar das adversidades e constantes retrocessos, os missionários nunca deixaram de assistir a comunidade assim como todos os seus fiéis.

HISTÓRIA DA IGREJA DE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA, CIDADE DA KIBALA

Erguer uma igreja na vila sempre foi o desejo dos habitantes da Kibala, mas a concreti-zação desse sonho seria muitas vezes adiada. O primeiro passo para a construção da igreja de Nossa Senhora de Fátima ocorreu a 24 de Março de 1929, dia em que foi abençoado o lançamento da primeira pedra. Infeliz-mente, apesar desta cerimónia, que contou com a presença do alto-comissário, a igreja nunca foi erguida. Mesmo assim, a esperança e o desejo dos habitantes de ter o seu local de adoração mantiveram-se intactos.

Desta forma, a 2 de Novembro de 1931, dia de todos os defuntos, organiza-se uma nova cerimónia para benzer uma nova primeira pedra, para uma igreja que, novamente, ficaria embargada.

Algum tempo mais tarde, uma nova tentativa foi feita e os alicerces, nos quais assenta a actual igreja, chegaram mesmo a ser construídos. Mas, mais uma vez, a construção não avançou.

Em Junho de 1952, um dos artigos do apostolado refere uma nova tentativa de constru-ção de uma capela na vila. Nesse artigo pode ler-se que se espera, com a cooperação de todos, desde o Administrador até à comissão de meninas e senhoras, constituída para o efeito, que a construção desta tão desejada igreja avance por fim.Apesar de não terem uma igreja, a população da Kibala não estava abandonada, contando com a ajuda da equipa missionária e dos bispos Dom Moisés Alves de Pinho e Manuel Gabriel Nunes para a orientação espiritual que desejavam.

Também os desígnios e profundos desejos da reconstrução da igreja, jamais esmore-ceram, mantendo-se como uma vontade expressa de toda a comunidade e particular-mente dos paroquianos que se mantiverem firmes na sua fé e confiança em Deus.

E como a fé tudo pode, fruto do espírito missionário, de crença, esperança e na ajuda ao próximo, a mesma foi, finalmente, em 2011, reerguida por obra e graça do Senhor que encaminhou e inspirou algumas pessoas de boa vontade que se pronti-ficaram a levar a cabo essa gigantesca tarefa de reconstruir essa Casa de Deus.

Infelizmente não foi possível recuperar a igreja antiga, face ao seu avançado estado de degradação estrutural. A única área parcialmente aproveitada foi o campanário. A igreja foi demolida, dando lugar a uma nova igreja, com uma capacidade de 250 lugares, contra os 70 lugares da igreja original. Houve no entanto, a preocupação de manter o traçado arquitectónico original.

Na linha da frente dos fiéis que para o memoravel feito contribuíram esteve, a família Martins, com uma longa ligação histórica à Missão Católica de Nossa Senhora das Dores da Kibala, que, com grande sacrifício pessoal e espírito de missão, permitiu tornar realidade o sonho de devolver o templo à sua graça original.

Com muito empenho, crença no sucesso deste processo e uma visão clara da importância que este espaço de culto tem para as populações da Kibala, os membros desta família foram fundamentais para devolver à Igreja de Nossa Senhora de Fátima, neste tempo de Paz e Reconciliação, o esplendor que os conflitos militares tinham ensombrado.

O exemplo da família Martins, uma verdadeira demonstração de fé e confiança na sagrada missão de levar a palavra de Deus a mais pessoas, deve ser recordado. O nome desta família ficará por isso indelevelmente ligado à história da igreja de Nossa Senhora de Fátima e aos caminhos que o seu culto trilhará através dos tempos, na senda de um aprofundamento da fé cristã, do espírito de generosidade e amor ao próximo.

Fica aqui por isso, uma menção ao seu contributo, que significou, para os fiéis da Kibala, uma oportunidade de expressar a sua fé em condições mais dignas da sua devoção.