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SEMANÁRIO DA ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO Ano 65 | Edição 3311 | 19 a 25 de agosto de 2020 www.osaopaulo.org.br | R$ 2,00 www.arquisp.org.br | Editorial Como um farol, a vida religiosa ilumina e aponta a direção para Cristo Página 4 Encontro com o Pastor O homem só estará realizado ao se encontrar com Aquele que o projetou Página 2 A população em situação de rua é, sem dúvida, uma das mais vul- neráveis aos impactos da pandemia de COVID-19. As estimativas de crescimento dessa parcela da sociedade nos últimos meses são cons- tatadas nas ruas da região central da capital paulista, onde há maior concentração de pessoas em busca de abrigo e alimento. Nesta edição, O SÃO PAULO mostra como o povo da rua tem viven- ciado não apenas o risco da doença, as dificuldades para seguir as me- didas preventivas, o acesso ao serviço de saúde, mas, ao mesmo tempo, a solidariedade e o apoio que alimentam a esperança de dias melhores. Página 13 Em entrevista ao O SÃO PAULO, por ocasião da Sema- na Nacional da Família, Dom Carlos Lema Garcia, Bispo Au- xiliar de São Paulo, destacou os desafios atuais da família e sua missão evangelizadora como “Igreja doméstica” na transformação da sociedade. Página 12 Com missa na tarde do sá- bado, 15, na Catedral da Sé, presidida pelo Cardeal Sche- rer, foi aberta a semana dedi- cada à vida religiosa consa- grada no Brasil. O Arcebispo ressaltou que os consagrados testemunham a esperança, mesmo nas adversidades. Página 3 Na Solenidade da Assunção de Nossa Senhora, no domingo, 16, o Cardeal Scherer, em mis- sa na Catedral da Sé, lembrou que “em Maria, temos a imagem daquilo que um dia seremos se vivermos como ela viveu”. No sábado, 15, no Vaticano, o Papa afirmou que em Maria está concretizada a meta da ressurrei- ção almejada pela humanidade. Páginas 3 e 18 Assunta à glória celeste em corpo e alma, Maria é sinal da esperança #Semcasa: Pandemia evidencia o sofrimento da população em situação de rua Imagem de Nossa Senhora da Assunção, padroeira da Catedral da Sé, em missa com Dom Odilo Dom Carlos Lema Garcia: ‘Zelar pelas famílias é zelar por toda a Igreja’ Vida religiosa consagrada testemunha ao mundo a fidelidade a Cristo É possível haver equilíbrio entre produtividade e bem-estar social? Bispos repudiam violência sexual e aborto sofrido por criança de 10 anos Desde o início da pandemia, região central de São Paulo registra aumento da população em situação de rua, que se concentra onde as organizações oferecem alguma forma de assistência Páginas 10 e 11 Página 17 Luciney Martins/O SÃO PAULO Luciney Martins/O SÃO PAULO Luciney Martins/O SÃO PAULO Luciney Martins/O SÃO PAULO

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pessoas”, disse em entrevista, no Vaticano, na qual O SÃO PAULO esteve.Página 24

Semanário da arquidioceSe de São Pauloano 65 | Edição 3311 | 19 a 25 de agosto de 2020 www.osaopaulo.org.br | R$ 2,00www.arquisp.org.br |

EditorialComo um farol, a vida religiosa ilumina e aponta a direção para Cristo

Página 4

Encontro com o PastorO homem só estará realizado ao se encontrar com Aquele que o projetou

Página 2

A população em situação de rua é, sem dúvida, uma das mais vul-neráveis aos impactos da pandemia de COVID-19. As estimativas de crescimento dessa parcela da sociedade nos últimos meses são cons-tatadas nas ruas da região central da capital paulista, onde há maior concentração de pessoas em busca de abrigo e alimento.

Nesta edição, O SÃO PAULO mostra como o povo da rua tem viven-ciado não apenas o risco da doença, as dificuldades para seguir as me-didas preventivas, o acesso ao serviço de saúde, mas, ao mesmo tempo, a solidariedade e o apoio que alimentam a esperança de dias melhores.

Página 13

Em entrevista ao O SÃO PAULO, por ocasião da Sema-na Nacional da Família, Dom Carlos Lema Garcia, Bispo Au-xiliar de São Paulo, destacou os desafios atuais da família e sua missão evangelizadora como “Igreja doméstica” na transformação da sociedade.

Página 12

Com missa na tarde do sá-bado, 15, na Catedral da Sé, presidida pelo Cardeal Sche-rer, foi aberta a semana dedi-cada à vida religiosa consa-grada no Brasil. O Arcebispo ressaltou que os consagrados testemunham a esperança, mesmo nas adversidades.

Página 3

Na Solenidade da Assunção de Nossa Senhora, no domingo, 16, o Cardeal Scherer, em mis-sa na Catedral da Sé, lembrou que “em Maria, temos a imagem daquilo que um dia seremos

se vivermos como ela viveu”.No sábado, 15, no Vaticano, o

Papa afirmou que em Maria está concretizada a meta da ressurrei-ção almejada pela humanidade.

Páginas 3 e 18

Assunta à glória celeste em corpo e alma, Maria é sinal da esperança

#Semcasa: Pandemia evidencia osofrimento da população em situação de rua

Imagem de Nossa Senhora da Assunção, padroeira da Catedral da Sé, em missa com Dom Odilo

Dom Carlos Lema Garcia: ‘Zelar pelas famílias é zelar por toda a Igreja’

Vida religiosa consagrada testemunha ao mundo a fidelidade a Cristo

É possível haver equilíbrio entre produtividade e bem-estar social?

Bispos repudiam violência sexual e aborto sofrido por criança de 10 anos

Desde o início da pandemia, região central de São Paulo registra aumento da população em situação de rua, que se concentra onde as organizações oferecem alguma forma de assistência

Páginas 10 e 11 Página 17

Luciney Martins/O SÃO PAULO

Luciney Martins/O SÃO PAULOLuciney Martins/O SÃO PAULO

Luciney Martins/O SÃO PAULO

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2 | encontro com o Pastor/atos da cúria | 19 a 25 de agosto de 2020 | www.osaopaulo.org.brwww.arquisp.org.br

Mantido pela Fundação Metropolitana Paulista • Publicação semanal impressa e online em www.osaopaulo.org.br • Diretor Responsável e Editor: Padre Michelino Roberto • Redator-chefe: Daniel Gomes • Reportagem: Padre Bruno Muta Vivas e Fernando Geronazzo • Auxiliar de Redação: Flavio Rogério Lopes • Revisão: Padre José Ferreira Filho e Sueli Dal Belo • Opinião e Fé e Cidadania: Núcleo Fé e Cultura da PUC-SP • Fotografia: Luciney Martins • Administração e Assinaturas: Maria das Graças Silva (Cássia) • Secretaria de Redação: Jenniffer Silva • Diagramação: Jovenal Alves Pereira • Edição Gráfica: Ana Lúcia Comolatti • Impres-são: S.A. O ESTADO DE S. PAULO • Redação: Rua Manuel de Arzão, 85 - Vila Albertina - 02730-030 • São Paulo - SP - Brasil • Fone: (11) 3932-3739 - ramal 222• Administração: Av. Higienópolis, 890 - Higienópolis - 01238-000 • São Paulo - SP - Brasil • Fones: (11) 3660-3700 e 3760-3723 - Telefax: (11) 3666-9660 • Internet: www.osaopaulo.org.br • Correio eletrônico: [email protected][email protected] (administração) • [email protected] (assinaturas) • Números atrasados: R$ 2,00 • Assinaturas: R$ 45 (semestral) • R$ 78 (anual) • As cartas devem ser enviadas para a avenida Higienópolis, 890 - sala 19. Ou por e-mail • A Redação se reserva o direito de condensar e de não publicar as cartas sem assinatura • O conteúdo das reportagens, artigos e agendas publicados nas páginas das regiões episcopais é de responsabilidade de seus autores e das equipes de comunicação regionais.Semanário da arquidioceSe de São Paulo

A pandemia de COVID-19 colocou em xeque mui-tas certezas a respeito dos projetos humanos,

com frequência tocados em frente de maneira dogmática e cega, mas que se revelam pouco sustentáveis e até ilusórios. A ocasião é, pois, de refle-xão para entender melhor os rumos e os propósitos que devem orientar o tempo que se seguirá à pandemia.

Muitos acham que a pandemia trará um tempo de profundas mu-danças nos comportamentos, na cul-tura e também na vida econômica. É na economia, de fato, que sentimos os reflexos mais imediatos desta crise desencadeada pelo novo co-ronavírus. Muitos empregos foram perdidos e fica a dúvida: eles ainda voltarão a ser oferecidos? O traba-lho remoto e pela internet foi muito ampliado, dispensando trabalhado-res, e grande parte das organizações e estruturas físicas permaneceram voltadas para o trabalho. A vida eco-nômica vai absorver muitas novida-

des, agora praticadas de forma emer-gencial, que poderão, no entanto, se tornar permanentes e trazer grandes mudanças. A pergunta é: as mudan-ças irão beneficiar a todos ou serão conduzidas em proveito de poucos, produzindo grandes massas de no-vos “sobrantes” e excluídos da vida econômica?

Fala-se das mudanças no campo educacional, e parece inevitável que elas venham a se consolidar. Have-rá ainda, no futuro, grandes espaços físicos destinados à educação, com professores e educadores em profu-são, como estávamos acostumados até agora? Ou será que estes serão substituídos por monitores a servi-ço de uma educação cada vez mais tecnificada, impessoal e a distância? É bem possível que tenhamos, em breve, um novo modelo de ensino e educação formal, nas mãos do Esta-do, ou também compartilhado com outros agentes, de forma delegada. Quais as vantagens e os riscos de uma educação cada vez mais contro-lada e monitorada por poucos e po-derosos agentes?

Parece-me, porém, que a pande-mia está levando a refletir, não ape-nas a respeito da organização da vida

social e econômica, como também acerca dos próprios fundamentos que servem de base para a edificação dos projetos humanos nesta vida. Ouço com frequência falar na preca-riedade e insegurança, que caracteri-zam nossa vida neste mundo. Sonha-mos alto, temos projetos grandiosos e investimos nossos melhores esfor-ços para alcançá-los – e nem poderia ser diferente. Tudo, todavia, pode ser posto a perder, de um momento para outro, por agentes incontroláveis pelo homem, ou ainda não contro-lados por ele. E quem coloca todo o sentido de sua vida em tais projetos precários pode acabar de mãos va-zias e frustrado em suas expectativas.

Por isso, já se fala de um retorno à religiosidade e à fé em Deus neste tempo de pandemia. O homem faz novamente a experiência de sua fini-tude, tendo consciência de que não é Deus, mas uma criatura. Descobri-mos que não somos seres imunes às leis da natureza, porque também so-mos parte dela. Tais leis, em grande parte, ainda são desconhecidas pelo homem, e ele se descobre vulnerável até mesmo diante de uma criatura mi-núscula como é um vírus. O homem sabe disso, mas não o leva bastante a

sério. E, então, se pergunta: o sentido da vida se restringe apenas às nossas próprias realizações ou podemos e devemos colocar nossas esperanças em algo mais, que nos supera e que não controlamos por nossa conta?

Nas reflexões que se fazem nestes tempos, reaparece com frequência o conceito da esperança, e não é sem razão. Somos seres de esperança, projetados para frente, para o “ain-da não” e o ainda não conquistado. E não se trata apenas de conquistas humanas, pois elas se mostram insu-ficientes e requerem sempre mais e novas conquistas. Até quando estare-mos projetando a plenitude de nos-sos sonhos nas próprias realizações?

A esse propósito, destaco um pensamento que me pareceu espe-cialmente significativo: o homem, neste mundo, é sempre um proje-to inacabado. E só será plenamente realizado quando se encontrar com Aquele que o projetou. Levar isso a sério não vai desmerecer todas as be-las conquistas humanas neste mun-do, mas lhe confere um sentido novo. Nossa vida neste mundo é orientada pela esperança na sua realização ple-na em Deus, e isso motiva e alimenta nossos sonhos e nosso agir.

caRdEal odilo pEdRo

schERERArcebispo

metropolitanode São Paulo

Somos um projeto inacabado

NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE PÁROCO:Em 16/08/2020, foi nomeado e provi-sionado Pároco da Paróquia São Pe-dro Apóstolo, no bairro Central Parque Lapa, na Região Episcopal Lapa, o Re-verendíssimo Padre Marcos Lourenço Cardoso, RCJ, pelo período de 03 (três) anos.Em 15/08/2020, foi nomeado e provisio-nado Pároco da Paróquia Santa Luzia, no bairro Vila Jaguari, na Região Episco-pal Lapa, o Reverendíssimo Padre Edu-ardo Augusto de Andrade, pelo perío-do de 03 (três) anos.

PRORROGAÇÃO DA NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE PÁROCO:Em 08/08/2020, foi prorrogada a nome-ação e provisão de Pároco da Paróquia Santa Rita de Cássia, no bairro do Pari, na Região Episcopal Belém, do Reveren-díssimo Cônego Celso Pedro da Silva, pelo período de 03 (três) anos.

NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE VIGÁRIO PAROQUIAL: Em 16/08/2020, foi nomeado e provisio-nado Vigário Paroquial da Paróquia São Pedro Apóstolo, no bairro Central Parque Lapa, na Região Episcopal Lapa, o Reverendíssimo Padre Airton Con-ceição Almeida, RCJ.

NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE ADMINISTRADOR PAROQUIAL:Em 15/082020, foi nomeado e provi-sionado Administrador Paroquial, “ad nutum episcopi”, da Paróquia São Paulo Apóstolo, no bairro do Belém, na Re-gião Episcopal Belém, o Reverendíssimo Padre Fabiano Alcides Pereira.

NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE ASSISTENTE PASTORALEm 03/08/2020, foi nomeado e provi-sionado Assistente Pastoral, “ad nutum episcopi”, da Paróquia Nossa Senhora das Graças, no bairro da Vila Califórnia, na Região Episcopal Belém, o Diácono

Permanente Senhor Antônio Leite da Silva, em decreto retroativo a 1º de feve-reiro de 2020.

PRORROGAÇÃO DA NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE CAPELÃO:Em 10/08/2020, foi prorrogada a nome-ação e provisão como Capelão da Cape-la do Hospital Sírio Libanês, no bairro da Bela Vista, na Região Episcopal Sé, do Reverendíssimo Padre Fernando da Silva Moreira, pelo período de 03 (três) anos.

POSSE CANÔNICA:Em 24/07/2020, foi dada a posse canô-nica como Administrador Paroquial da Paróquia Santa Cristina, no Parque Bristol, na Região Episcopal Ipiranga, ao Reverendíssimo Padre Rodrigo Felipe da Silva.

ERRAMOSNa edição 3310 do O SÃO PAULO, na página 3, seção “Atos da Cúria”, no-

ticiamos erroneamente a posse canô-nica dos Padres Ronildo Vasconcelos de Oliveira, OSB, e Robson Medeiros Alves, OSB, como párocos da Paróquia Nossa Senhora da Assunção, na Região Episcopal Lapa. A informação correta, porém, é que estes sacerdotes assumem nesta paróquia o ofício de vigários pa-roquiais, conforme consta na publica-ção a seguir:

POSSE CANÔNICA:Em 26/07/2020, foi dada a posse canôni-ca como Vigário Paroquial da Paróquia Nossa Senhora da Assunção, no bairro Jardim Felicidade, na Região Episcopal Lapa, ao Reverendíssimo Padre Ronildo Vasconcelos de Oliveira, OSB.

Em 26/07/2020, foi dada a posse canôni-ca como Vigário Paroquial da Paróquia Nossa Senhora da Assunção, no bairro Jardim Felicidade, na Região Episcopal Lapa, ao Reverendíssimo Padre Robson Medeiros Alves, OSB.

Atos da Cúria

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www.osaopaulo.org.br

www.arquisp.org.br | 19 a 25 de agosto de 2020 | Geral | 3

O Cardeal Odilo Pedro Scherer, Ar-cebispo de São Paulo, presidiu a missa da solenidade da padroeira da Catedral Me-tropolitana Nossa Senhora da Assunção (Sé), no domingo, 16.

Na homilia, Dom Odilo recordou que essa solenidade foi oficialmente ins-tituída em 1950, pelo Papa Pio XII, ao proclamar a assunção da Virgem Maria aos céus como dogma de fé.

“Desde o início do Cristianismo, fo-ram muitos os sinais da fé de que Ma-ria, a Mãe de Jesus, ao morrer para este mundo, foi elevada em corpo e alma ao céu para estar junto de seu Filho, na gló-ria celeste. Maria é glorificada no céu em corpo e alma e, portanto, a partir desta fé firme e estável da Igreja ao longo dos séculos, o Papa Pio XII, após fazer uma ampla consulta aos bispos do mundo in-teiro, proclamou-a como verdade de fé, a ser professada firmemente por todos”, explicou o Arcebispo.

PROMESSA DE DEUS

O Cardeal destacou, ainda, que, em

Na vigília da Solenidade da Assunção de Nossa Senhora, o Cardeal Odilo Pe-dro Scherer, Arcebispo Metropolitano, presidiu missa na tarde do sábado, 15, na Catedral da Sé, com a participação de re-ligiosos e religiosas, por ocasião da aber-tura da semana dedicada à vida religiosa consagrada na Igreja no Brasil.

A missa também foi realizada na intenção dos falecidos e contaminados pela COVID-19, em ação de graças pelos que se recuperaram da doença e, ainda, no contexto do dia de tomada de cons-ciência do Pacto pela Vida e pelo Brasil, firmado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e outras orga-nizações da sociedade.

MARIA: A GRAnDE COnSAGRADANa homilia, o Arcebispo de São Pau-

lo recordou que Nossa Senhora foi a

Missa com Dom Odilo marca o início da Semana nacional da Vida ConsagradaDAnIEL GOMES

[email protected] consagrada a Deus e que ela colabo-rou plenamente com a obra divina, sendo, por isso, associada a Jesus na glória celeste, ao ser elevada ao céu em cor-po e alma.

O Arcebispo afir-mou que os consagra-dos à vida religiosa devem viver como a Virgem Maria, anun-ciando a esperança fun-dada no Evangelho e nas promessas de Cris-to, e com a meta, assim como todos os cristãos, de chegar à plenitude da vida e da redenção.

Paulo da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB-SP), manifestou sua soli-dariedade às congregações que tiveram religiosos falecidos em razão da CO-VID-19 e cumprimentou os consagrados que exercitam a criatividade para manter as atividades das congregações.

“Deus está nos dando a oportunida-de de experimentar os carismas do jeito que os nossos fundadores experimenta-ram, pois eles viveram situações de crise, enquanto nós, muitas vezes, pegamos o barco já colocado no porto, mais con-fortável, que nos permitiu viver de uma maneira simples. Agora, porém, o desa-fio é maior e, certamente, a renovação da nossa fé vai acontecer”, ressaltou o Coor-denador da CRB-SP.

‘A esperança da salvação realiza-seplenamente na assunção de Maria ao céu’

FERnAnDO [email protected]

“Todos nós estamos sujeitos a essas fragilidades de um mundo que se de-compõe, que não tem em si a sua últi-ma razão de ser”, afirmou o Arcebispo, chamando a atenção para o fato de o homem neste mundo ser sempre “um projeto inacabado”, que clama por al-

cançar a sua perfeição. “Deus não quer nos deixar inacabados, um sonho não realizado, uma promessa frustrada. Não! Em Maria, temos o sinal seguro de que a promessa de Deus é verda-deira. Por isso, a Igreja olha para ela com grande confiança”, completou,

reforçando que o dogma da Assunção de Nossa Senhora não é apenas uma convicção particular, mas é fé de toda a Igreja, inspirada por Deus.

“Em Maria, nós temos a imagem da-quilo que um dia nós seremos se vivermos como ela viveu”, concluiu o Cardeal.

Luciney Martins/O SÃO PAULO

Luciney Martins/O SÃO PAULO

Cardeal Odilo Scherer e religiosa durante o momento da Comunhão

Dom Odilo preside missa na Catedral da Sé na Solenidade da Assunção de Nossa Senhora, dia 16

NOTA DE ESCLARECIMENTOA Arquidiocese de São Paulo, por intermédio da presente nota, vem esclarecer publicamente aos seus colaboradores e a quem de interesse for, em razão da reportagem veiculada na Revista Veja, publica-da e atualizada em 14.08.2020, que não está negociando com a empresa GSC Investimentos qual-quer procedimento de restauro, muito menos uma intitulada “megarreforma” no Edifício Palacete do Carmo, localizado ao lado da Praça da Sé. Diante disso, a Arquidiocese de São Paulo comunica que não autorizou a empresa GSC Investimentos, por quaisquer de seus representantes ou prepostos, a manifestar-se em seu nome, perante órgãos públicos e empresas privadas, sequer angariar patrocí-nios, investidores ou buscar alternativas junto a Terceiros, para quaisquer fins correlatos ao Edifício Palacete do Carmo. Contudo, não se manifestará acerca de projetos arquitetônicos que tenham sido apresentados publicamente com a vênia ou referência de satisfação. Por fim, elucida que o referido edifício tem sido objeto de constante manutenção, obedecidas as restrições impostas pela Pandemia de COVID-19, não estando, portanto, abandonado. São Paulo, 18 de agosto de 2020.

Arquidiocese de São Paulo

SInAIS DE ESPERAnçA nAS SItUAçõES DE CRISE

Dom Odilo recordou, ainda, que

muitas congregações religiosas surgiram como uma resposta da Igreja às urgên-cias próprias de diferentes momentos da História, para anunciar o Evangelho e exercer a caridade cristã aos pobres, ór-fãos, doentes, jovens, nas realidades do mundo da educação, diante dos anseios das famílias e para cuidar da evangeliza-ção e da liturgia, além da vida religiosa contemplativa.

O Arcebispo disse que, nos momen-tos de dificuldades, como o atual, a vida religiosa consagrada sempre foi capaz de se renovar: “Hoje, vivemos diversas cri-ses – na sociedade, na cultura, na moral, na economia, na política, na saúde, e ou-tras situações que afligem a humanidade. Será que podemos esperar o ressurgir da

vida religiosa também neste tem-po, segundo a lógica da ação do Espírito Santo? Eu acredito que sim! E acredito mais ainda porque a vida consagrada religiosa é, na Igreja, testemunha da esperança”.

O Arcebispo revelou estar muito feliz com o trabalho das co-munidades religiosas e das novas formas de vida consagrada que es-tão ao lado dos pobres, doentes e necessitados e, assim, continuam a testemunhar a caridade de Cristo, a misericórdia de Deus e a espe-rança cristã.

A ExEMPLO DOS FUnDADORESAntes do término da missa, o

Padre Rubens Pedro Cabral, OMI, Coordenador do Regional São

Nossa Senhora, antecipou-se aquilo que para todos ainda é promessa e esperança, isto é, a ressurreição final, a par-ticipação na vida com Jesus ressuscitado. “A esperança da salvação realiza-se plenamente na assunção de Maria ao céu”, afirmou.

“O que Deus já realizou em Jesus e em Maria realizará por todos aqueles que nesta vida o acolhem e aceitam a sua sal-vação”, enfatizou o Arcebispo, acrescentando que esse misté-rio da fé é ainda mais impor-tante na atual crise pela qual passa a humanidade, que expõe sérias questões sobre o sentido da vida e da existência humana diante das doenças, sofrimen-tos e da própria morte.

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A expressão “conselhos evangélicos” é aplicada para caracterizar aque-les que, na Igreja, assu-

mem o estado de vida religiosa. Por esse compromisso, uma pes-soa assume viver a pobreza, obe-diência e castidade como entrega a Deus e serviço aos irmãos, par-ticularmente os mais pobres. O ato de assumir os conselhos evangéli-cos é também chamado de “profis-são religiosa”, que é feita no final de um período de acompanhamento e discernimento vocacional. A profissão religiosa é a conclusão do processo formativo, e, assim, o religioso ou religiosa está livre dos impedimentos que afastam o fer-vor da caridade e a busca da per-feição de vida e do culto a Deus.

Para representar o que seja a vida religiosa na Igreja, podemos usar duas imagens. Na primeira, a vida religiosa é como um farol, que ilumina e, ao mesmo tempo, aponta uma direção para o segui-mento de Cristo. Ela serve ao cor-po da Igreja, o conjunto dos fiéis, como modeladora da vida cristã, um convite contínuo à santidade. A segunda imagem se refere à mul-tiplicidade dos carismas da vida re-ligiosa, na qual Cristo é o tronco, e as diferentes expressões da vida re-ligiosa, masculina e feminina, são como ramos. O resultado final é como uma árvore frondosa, firme-mente plantada e com abundância de flores e frutos, alimentando a vida da Igreja.

Os frutos da vida religiosa são

comprovados e autenticados pe-los inúmeros santos e santas que marcaram a história da Igreja. Ho-mens e mulheres que não só bus-caram a santidade pessoal, mas contribuíram pela santificação do corpo. Pela oração e pelo apostola-do, eles cuidaram dos doentes, dos órfãos e das viúvas. Trabalharam pela educação, pela saúde, ajudan-do a aliviar os sofrimentos e curar as feridas, tudo pelo Reino e pela dignidade humana. Foram márti-res, pastores, eremitas, pregadores, doutores e doutoras da fé, monges e monjas que, em cada tempo e nas mais diversas culturas, deixaram sua marca e seu nome.

A vida religiosa, no entanto, não vive apenas das glórias do pas-sado; ela também é sinal marcante

nos dias de hoje. Pela vivência dos conselhos evangélicos, nos dife-rentes carismas, as pessoas que consagram suas vidas continuam assumindo o serviço da caridade. Continuam deixando sua marca ao cuidar dos pobres e dos excluí-dos ou rezando intensamente nos mosteiros, nos conventos e nas clausuras, enquanto elevam sacri-fícios de louvor e ação de graças na liturgia. Assim como ontem, o mundo de hoje precisa da presen-ça religiosa, do farol e da árvore frondosa, que mostra uma Igreja comprometida e em saída, atuan-te na construção de uma socieda-de mais justa e solidária. Assim é a vida religiosa que mostra a força da fé e a alegria de ser cristão no mundo.

Conselhos evangélicosEditorial

As opiniões expressas na seção “Opinião” são de responsabilidade do autor e não refletem, necessariamente, os posicionamentos editorais do jornal O SÃO PAULO.

Há poucos dias, ouvi de uma cliente que a sua ideia de advogado como o consorte do criminoso e do corrupto tinha sido desfeita. Ela me disse que o advogado é aquele que ajuda nas necessidades das pessoas. Quanta simplicidade na fala espon-tânea e quão gratificante foi escutar isso!

A Constituição diz que o advoga-do é indispensável à administração da Justiça. O mesmo diz o Estatuto dos Advogados. É que, num Estado democrático de direito, não se faz Jus-tiça com as próprias mãos. Quem a faz valer é o Estado, que pelo uso da força, pode prender, expropriar bens, aplicar medidas socioeducativas, entre outros. Contudo, a linguagem dessa Justiça, isto é, a lei material e proces-sual se especializou de tal modo que o cidadão comum, no mais das vezes, não tem condições de ir diretamente ao Estado pedir que a Justiça lhe seja feita, e necessita, portanto, de um pro-fissional para fazer a intermediação entre si e o Estado, de quem pretende receber a almejada Justiça.

É preciso ter consciência de que o Direito é um meio de mitigar as desi-gualdades para o encontro de soluções justas. São deveres éticos do advogado, dentre outros, atuar com destemor, honestidade, veracidade, lealdade e boa-fé, para enfrentar as desigualda-

Salve Maria, advogada do céu!é a “magnificência de Deus, em que Ele se escondeu”. Essa menina se tor-nou uma “advogada tão poderosa, que não foi jamais repelida; tão habilidosa, que conhece os segredos para ganhar o coração de Deus; tão boa e carido-sa, que não se esquiva a ninguém, por pequeno e mau que seja” (“Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Vir-gem”, de São Luís Maria Grignion de Monfort).

Na humildade, o poder; no amor, a força; no acolhimento, a conquista da confiança; na bondade, a habilida-de. Essas são lições de Nossa Senho-ra aos advogados que pretendem ser uma ponte entre o Poder Judiciário e pessoas injustiçadas, desesperadas, desanimadas que lhes pedem socorro. Nem sempre a Justiça terrena chega a contento, porém o comprometimento, a dedicação, a seriedade e o estudo re-fletem essa atitude cristã na busca da Justiça ao seu assistido, sendo condi-ção essencial à manutenção de uma relação de confiança recíproca.

Neste mês de agosto, em que se homenageia o advogado, possa Nosso Senhor Jesus iluminar, guardar e enco-rajar todos os que se dedicam à causa da Verdade e da Justiça, e que Nossa Senhora, Mãe de Deus, advogada nos-sa, guarde e livre de todo o mal aqueles que a ela se socorrem!

Arte: Sergio Ricciuto Conte

des, a corrupção e a imoralidade. O fundamental, entretanto, está

escondido nas entrelinhas: o advoga-do é quem fala e age em prol daquele que o procura. O que acolhe, auxilia, socorre, apela, argumenta, para que a pretensão de seu cliente seja ouvida e atendida.

Atualmente, há um apelo para que o advogado seja também mediador entre as partes: o que as aproxima, o que as faz dialogar e se colocar no lugar do outro, buscando soluções al-ternativas à lide, tão desgastante e cujo resultado nem sempre satisfaz.

Na oração da Salve Rainha, invoca-

mos a Mãe de Jesus como nossa advo-gada, aquela a quem vamos gemendo e chorando pedir ajuda. Suplicamos, antes de tudo, que volva seu olhar mi-sericordioso a nós. Ora, quem é essa advogada do céu, de quem os santos dizem coisas admiráveis? Quem é essa senhora, amada e venerada nos quatro cantos do mundo e temida até pelos demônios? Aquela que permaneceu oculta toda a sua vida, tão profunda sua humildade: “Deus Pai consentiu que jamais em sua vida ela fizesse al-gum milagre, pelo menos um milagre visível e retumbante”, mas “é a obra- -prima por excelência do Altíssimo”,

DAnIELA JORGE MILAnI

Opinião

Daniela Jorge Milani é mestra e doutora em Filosofia do Direito pela

PUC-SP e advogada em São Paulo.

4 | Ponto de Vista | 19 a 25 de agosto de 2020 | www.osaopaulo.org.brwww.arquisp.org.br

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O Papa Francisco, no encontro com os voluntários, na tarde do domingo, último dia da Jornada Mundial da Juventu-

de (JMJ), no Rio de Janeiro, em 2013, fez uma proposta surpreendente: “Eu peço que vocês sejam revolucionários, que andem contra a corrente; sim, nisto peço que se rebelem: que se rebelem contra esta cultura do provisório que, no fundo, crê que vocês não são capazes de assumir responsabilidades, que não são capazes de amar de verdade. Eu tenho confiança em vocês, jovens, e rezo por vocês. Te-nham a coragem de ‘ir contra a corrente’. Tenham a coragem de ser felizes!”

Ser revolucionários, conforme a pro-posta do Papa, é assumir a responsabili-dade pessoal sem medo. O que significa a cultura do provisório? A tendência a curtir o momento, a encarar tudo na vida como diversão. Vemos hoje muitas pes-soas assim: não querem assumir nenhum compromisso, não querem se prender a nada nem a ninguém. Desejam apenas

viver sem responsabilidade, sem exigên-cias, sem cobranças. Essa tendência se expressa na “filosofia do Zeca Pagodi-nho”: “Deixa a vida me levar...” “Não vou me preocupar com nada, com o futuro, com o que esperam de mim. Se ninguém esquenta com os outros, ninguém está nem aí, por que eu devo ser diferente?” Significa, também, abolir a lei do gosto de capricho: “Só faço o que eu quiser e quando quiser. Não faço nada se não tiver vontade, porque sou autêntico”. Por fim, ser revolucionário como o Papa nos pede exige lutar contra a lei de Calvin: “Egoísta é todo aquele que não pensa em mim”. A lógica do egoísta é simples: “Se ninguém pensa em ninguém, porque eu tenho que ser o único que pensa nos outros, que não garantem as suas coisas?”

O Papa Francisco, ao fazer esta pro-posta audaz, deseja contar com os jovens para mudar as coisas. Todo jovem sente o sincero desejo de um mundo melhor. Pensemos em alguns jovens que muda-ram o mundo. Em primeiro lugar, Ma-ria, a Mãe de Jesus. Era uma jovem de 15 ou 16 anos quando recebeu o convite para a sua vocação à maternidade divi-na. Desde menina, tinha um sonho de agradar a Deus em tudo, desejava viver aberta à contemplação das maravilhas do mundo e costumava estar em oração. Ela aceitou a proposta de Deus, e o mun-do mudou totalmente. A partir do seu ‘sim’ à sua nova missão, o Filho de Deus vem a este mundo. Jesus, o Salvador, en-

tra definitivamente na história humana. O segundo jovem que mudou re-

almente este mundo é seu Filho, Jesus Cristo. Já aos 12 anos, quando ficou no Templo de Jerusalém conversando com os doutores, todos notavam a sabedoria das suas respostas. Jesus mudou o mun-do com a sua vitória sobre o mal, sobre o pecado e, sobretudo, sobre a morte. Jesus era jovem quando instituiu a Eucaristia, quando entregou a sua vida na Cruz, ofe-recendo-se em resgate pelos pecados de todos os homens, reconciliando o Céu e a terra. Ao ressuscitar, abriu definiti-vamente as portas do Céu e restaurou a esperança da vida e da felicidade eterna para todos os homens. Jesus continua sendo o Jovem Salvador do Mundo, o único eternamente jovem, o grande ideal de nossas vidas.

Jovem era o apóstolo João, que se man-teve fiel até o fim, o único dos discípulos a não se afastar de Jesus durante a Paixão, que não teve medo de sofrer represálias por sua proximidade com Nosso Senhor. Dá a cara sem medo, porque ama, porque é um amigo fiel e não vai abandonar Jesus naquela situação. Um jovem que soube su-perar seus ímpetos juvenis, seus desejos de vingança e de reações violentas, e passou a transmitir uma verdade sublime: “Deus é amor” (1Jo 4,8).

Se você tem o desejo de mudar o mundo, a primeira providência é desco-brir o que você tem que mudar em sua vida, mudar dentro de você mesmo, para

que as coisas melhorem. Não nos enga-nemos: é muito fácil se colocar numa postura crítica, apontar os erros e as in-coerências dos outros colegas, dos pro-fessores, dos empresários, dos políticos, do sistema, do governo... Nem você nem eu temos poder ou influência suficiente para mudar o mundo ou a sociedade à nossa volta. Se não conseguimos mudar as pessoas mais próximas – pense nos seus colegas de curso ou de sala –, como mudaremos todo o mundo?

Se nós, porém, nos empenharmos em melhorar como pessoa, o mundo ficará um pouco melhor. Se você tem o costume de se deixar levar pela pregui-ça na hora do estudo e se esforça para se corrigir, enfrenta as matérias e tira me-lhores notas, o mundo já começou a mu-dar. Se você se esforça por dizer sempre a verdade e luta para não admitir uma mentira, por pequena que seja, o mundo terá mais verdade. Se você corrige a sua tendência a criticar, a murmurar e a fazer comentários depreciativos sobre as ou-tras pessoas ou o mundo, nessa medida o mundo melhorou um pouco. Se você se esforça por demonstrar amor a Deus e rezar por aqueles que não rezam e não conhecem a Deus, o mundo está rece-bendo o benefício da sua oração por eles. Pense na quantidade de amigos, colegas e conhecidos seus: talvez não tenham outro modo de se aproximar de Deus a não ser por meio de você, da sua amiza-de, da sua proximidade.

DOM CARLOS LEMA GARCIA

BISPO AUxILIAR DA ARQUIDIOCESE nA

REGIÃO IPIRAnGA E VIGÁRIO EPISCOPAL PARA A EDUCAçÃO E A UnIVERSIDADE

Espiritualidade

BRASiLâNDiA

Jovens revolucionários

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No sábado, 15, em missa realizada ao ar livre, em frente ao Santuário Sião Ja-raguá, aconteceu a ordenação diaconal do seminarista do Instituto Secular dos Padres de Schoenstatt, Rafael Tavares da Mota, pela imposição das mãos de Dom Devair Araújo da Fonseca, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia.

Rafael escolheu como lema diaconal “Assim na terra como no céu”, da oração do Pai Nosso, em que Jesus ensina os discí-pulos a rezar ao Senhor. A escolha indica o propósito do neodiácono em sempre fazer a vontade do Pai.

Estiveram presentes alguns amigos, familiares e Padres do Instituto: Severino Araújo, Marcelo Aravena, Afonso Wos-ny Filho, José Fernando Bonini, Gustavo Hanna Crespo e Pedro Cabello. A missa foi transmitida ao vivo pela internet.

ORDEnADO PARA SERVIRNa homilia, Dom Devair ressaltou que

desde os primórdios da Igreja, o diaconato é um serviço sacramental, feito em benefí-cio do próximo.

O Bispo recordou que naquela data se celebrava o dogma da Assunção da Vir-gem Maria, que também se dispôs a ser-vir: “Maria se doa, se coloca na condição daquela que escuta e sua primeira atitude é colocar-se a serviço. Palavra e o serviço estão unidos, não se separam”, disse, e, di-rigindo-se ao ordenando, complementou:

“Na tua vida como diácono, serás também enviado para muitos lugares, talvez sem vontade, mas lembra-te deste evangelho em que Maria se coloca diante de sua pe-quenez e dá o seu sim. O sim de Maria está embasado na Palavra de Deus e não em suas fraquezas. Assim deve ser conso-lidado teu ministério na vontade de Deus, que hoje te escolheu e chamou, e te con-fere estas graças, muito mais que nas tuas capacidades”, enfatizou.

GRAtIDÃOAo término da missa, já ordenado, o

Diácono Rafael Tavares agradeceu a todos os que passaram em seu caminho desde a infância, incluindo os formadores do se-minário, e especialmente seus pais, e con-tou uma história: “Um menino perguntou aos seus pais como era o céu. Seus pais res-ponderam que era um lugar bonito, com campo florido, com pessoas queridas, lu-gar agradável de viver. Foi impressionan-te como contaram ao menino. O menino imediatamente respondeu: ‘Então, quero ir agora, sem perder tempo!’ e a surpresa para o menino quando seus pais disseram: ‘Ainda não. No tempo de Deus!’ Foi o que mais ouvi e vivi nestes dias”, concluiu.

Presente na ordenação diaconal do fi-lho, Sonia Mota disse em entrevista: “Peço que a Mãe de Deus sempre o conduza, e sempre espalhe essa generosidade, esse calor humano que ele tem com muitas pessoas. Para uma mãe, os dez anos de ca-minho de formação dele não foram fáceis, mas celebrar este dia é indescritível. É uma bênção ele estar rumo ao sacerdócio”.

Dom Devair Araújo da Fonseca ordena diácono no Santuário Sião Jaraguá

SUELI VILARInhOCOLABORAçÃO ESPECIAL PARA A REGIÃO

Alex Formigoni

Seminarista Rafael Tavares da Mota é ordenado diácono por Dom Devair Araújo, no dia 15

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[SÉ] Representantes das equipes da Pastoral da Comuni-cação da Região Sé reuniram-se virtualmente no dia 11, quando partilharam experiências deste tempo de pande-mia e o processo de adaptação e renovação da vida pa-roquial. Participaram os membros dos setores Aclimação (Paróquia Nossa Senhora Rainha dos Apóstolos e São Jo-aquim), Brás (Nossa Senhora Aparecida dos Ferroviários), Cerqueira César (Paróquia Imaculada Conceição) e Santa Cecília (Paróquia Santa Cecília). (por Lívia Miranda)

[belÉm] O Cardeal Scherer presidiu missa, na noite do sábado, 15, na liturgia da Solenidade da Assunção de Nos-sa Senhora, na Capela Assunta Marchetti, na Vila Pruden-te, na memória dos 149 anos do nascimento de Madre Assunta, religiosa italiana, cofundadora da Congregação das Irmãs Missionárias de São Carlos Borromeu (Scalabri-nianas), que viveu na capital paulista e aqui faleceu em 1948. Dom Odilo, na homilia, falou sobre o mês vocacio-nal, e ressaltou que os consagrados ajudam a testemu-nhar o Evangelho e estão dispostos a viver, com muito empenho, o olhar do amor de Deus. (por Fernando Arthur)

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Paróquia São Pedro celebra Semana nacional da Família nas casas

A Semana Nacional da Família, promovida entre os dias 9 e 15, pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e a Pastoral Familiar Nacional, contou com a participação da Região Episcopal Sé no dia 12, às 20h, com a transmissão ao vivo da live “Família e Educação” (Pacto Edu-cativo Global – Papa Francisco).

Os assuntos abordados durante a live foram “Diálogo Família e Escola”, “Família como Espaço

[SANTANA] No domingo, 16, Dom Jorge Pierozan, Bis-po Auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, presidiu a celebração em honra ao padroeiro da Paróquia São Ro-que, no Imirim. Concelebraram os Padres José Chapron, Pároco, e Adriano Robson, com a participação do Diácono Norberto Celestino Pereira. Dom Jorge encerrou a missa com a oração de São Roque, santo protetor dos doentes. Após a celebração, a Paróquia organizou um sistema de almoço delivery, pelo qual os fiéis levaram para casa um kit com macarrão, espeto de carne e bolo.

[belÉm] No domingo, 16, durante a Solenidade da As-sunção de Nossa Senhora, na missa das 11h, nove adultos foram crismados na Paróquia São José do Belém. Alguns deles também receberam o sacramento do Batismo. A celebração, presidida pelo Padre Marcelo Maróstica, Pá-roco, foi acompanhada por fiéis e transmitida pelas redes sociais. O Sacerdote destacou o empenho desses adultos em receber os sacramentos, algo que estava programado para o Sábado Santo, em abril, mas que precisou ser rea-gendado em razão da pandemia de COVID-19.

(por Fernando Arthur)

[SÉ] Com o objetivo de fazer conhecer as histórias e fomentar a devoção dos mais de 150 servos de Deus, veneráveis, beatos e santos que nasceram ou viveram no Brasil, foi lançado, em agosto, o projeto “Brasil: ter-ra de santos”, que pode ser acessado pelo Instagram (@brasil.terradesantos). Trata-se das histórias de santida-de em solo brasileiro, de acordo com a data de memória dos santos – canonizados ou em processo. Lançado no mês das vocações, além de Santa Dulce dos Pobres (13 de agosto), foram publicados detalhes sobre a vida dos ser-vos de Deus Frei Alberto Beretta (10 de agosto) e Dom An-tonio Lustosa (14 de agosto). Entre os conteúdos para este mês está previsto um sobre o processo de beatificação de Dom Luciano Mendes de Almeida. (por Lívia Miranda)

de Bari, na Itália, em 30 de junho de 1942, até o falecimento, aos 64 anos, em 2006. O livro está sendo produzido a partir de depoimen-tos e entrevistas realizados pelo Padre Salvador ao longo de dois anos. Ainda em 2020, o livro deve ser concluído.

“O legado do Padre Tomma-so em obras materiais e espirituais na zona Norte de São Paulo ainda é uma realidade que rende frutos para a construção da Igreja e em fa-vor dos mais necessitados, social e economicamente”, assinalou Padre Salvador Armas. (EF)

No sábado, 15, em missa na Pa-róquia São Domingos Sávio, Setor Pastoral Tremembé, foram recorda-dos os 14 anos da morte do Padre Tommaso Leporale. A celebração foi presidida pelo Padre Salvador

Ruiz Armas e concelebrada pelo Padre Eli Marcel de Abreu, religioso guanelliano, com a participação do Diácono Nilo Carvalho Neto.

Na ocasião, foi lido o segun-do capítulo do livro que está sen-

do preparado sobre a vida e missão do Padre Tommaso. Segundo o Padre Salvador, a obra terá dez capítulos e abor-dará os momentos mar-cantes da vida do Padre Tommaso, desde o seu nascimento, numa pe-quena cidade na região

Pela memória das obras sociais e religiosas do Padre tommaso Leporale

Padre Edimilson reza com a família de Monica e Pedro

A Semana Nacional da Família na Paróquia São Pedro foi marcada pela celebração em três casas do bairro do Tremembé. Entre os dias 11 e 13, o Padre Edimilson Silva, Pároco, celebrou nas residências dos casais Sônia e João; Monica e Pedro; e Eliana e Dircêo, que representaram todas as famílias da comunidade.

Antes da oração e da escuta da Palavra de Deus, o Padre ouviu o relato dos casais, seus familiares e amigos sobre a convivência familiar, a alegria e a ex-periência de Deus. Todas as celebrações foram trans-mitidas ao vivo pela página da Paróquia no Facebook.

Sônia avaliou que a quarentena intensificou a con-vivência em família. “Agora, tenho o privilégio de ter o filho e o marido por perto todos os dias. Dá até pra almoçar e jantar juntos.”

Monica disse que ela e o marido foram evangeliza-dos pelos filhos, Renato e Daniela.

Na casa de Eliana e Dircêo, o relato dos familiares mostrou que o exemplo atravessou gerações. “Desde pequena, sempre ia à missa com os avós. Deus foi sempre presente na nossa família”, contou Betina, filha de Fabiana e neta do casal.

EDMILSOn FERnAnDESCOLABORADOR DE COMUnICAçÃO DA REGIÃO

Semana nacional da Família acontece com atividades on-line

POR CEntRO DE PAStORAL DA REGIÃO SÉ

Amoroso para a Educação”, “Educação e Compromisso Co-munitário”, apresentados por Dom Carlos Lema Garcia, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Ipiranga, Vigário Episco-pal para a Educação e a Universidade e Bispo Referencial para a Pastoral Familiar de São Paulo; pela Irmã Cláudia Chesini, Secretária do Conselho Superior da Associação Nacional de Educação Católica (Anec), pedagoga e coach em Educação, mestra em Engenharia de Produção e especialista em Direito Canônico e Magistério da Igreja sobre a Vida Consagrada; e o professor Gabriel Perissé, mestre em Literatura Brasileira pela USP, doutor em Filosofia da Educação pela USP e doutoran-do em Teologia na PUC-RS.

A live contou também com uma mensagem do Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano. Houve o sor-teio de alguns exemplares dos livros “Querido Papa Francis-co” e “Sabedoria das Idades”. A íntegra do encontro virtual pode ser vista neste link: https://cutt.ly/4fq3S9W.

No mesmo dia, às 15h, aconteceu o Terço das Famílias, também conduzido por um dos casais da Pastoral Familiar da Região Sé, Leandro e Regina, pertencentes à Paróquia São Cristóvão. A íntegra pode ser acessada no link a seguir: https://cutt.ly/Zfq3CKi.

Casal Leandro e Regina, durante o Santo Terço

Pascom da Capela Madre Assunta

Reprodução

Gabriel Castro

Telma Feleto

Fernando Arthur

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BELÉM

LAPA

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No sábado, 15, o Padre Eduardo Augusto de Andra-de tomou posse como Pároco da Paróquia Santa Luzia, na Vila Jaguari, Setor Pastoral Pirituba, durante missa presidida por Dom José Benedito Cardoso, Bispo Auxi-liar da Arquidiocese na Região Lapa, com a presença de fiéis e transmissão on-line.

No começo da celebração, Dom José saudou o novo

Pároco e pediu aos fiéis que o auxiliem no serviço de evangelização. Em seguida, foi feita a leitura do decreto de nomeação de tomada de posse do Sacerdote, para o período de três anos.

Após a homilia, o Padre Eduardo fez a renovação de suas promessas sacerdotais e, depois, o Bispo entregou- -lhe as chaves da igreja e do sacrário.

Antes da bênção final, Padre Eduardo agradeceu a presença de Dom José, dos demais padres, diáconos, fa-miliares e fiéis, e a acolhida recebida.

No sábado, 15, em missa na Paróquia São Paulo Após-tolo, no Belenzinho, Dom Luiz Carlos Dias, Bispo Auxi-liar da Arquidiocese na Região Belém, deu posse ao Padre Fabiano Alcides Pereira como Administrador Paroquial. Concelebraram os Padres Marcelo Maróstica Quadro, Coordenador Regional de Pastoral; Kiyoharu Ojima e Reginaldo Donatoni. Houve a participação presencial dos fiéis e a transmissão da missa pelas redes sociais.

O decreto de nomeação foi lido pelo Padre Marcelo Maróstica, Pároco da Paróquia São José do Belém, que aproveitou para agradecer ao Padre Fabiano o tempo em que atuou como Vigário naquela Paróquia.

Dom Luiz Carlos Dias, na homilia, falou sobre os dogmas de Nossa Senhora – naquele dia se recordava

o dogma da Assunção da Virgem Maria – e exortou to-dos a, assim como ela, dizer sim ao chamado de Deus, algo que naquele momento era reafirmado pelo Padre Fabiano.

Na sequência, o novo Administrador Paroquial re-novou as promessas sacerdotais e recebeu as chaves da igreja e do sacrário, os símbolos dos sacramentos do Ba-tismo e da Penitência e fez seu juramento de fidelidade diante de Dom Luiz.

Ao final da missa, Padre Fabiano foi saudado por uma paroquiana, em nome de toda a comunidade de fiéis e, depois, agradeceu a todos os que participaram da missa. “Faremos desta paróquia tão bonita, bonita como templo, também bonita porque você é membro vivo, alegre e autêntico dela, um lugar de irradiação missio-nária e da espiritualidade cristã do encontro com Jesus”, disse, ao dirigir-se aos paroquianos.

Em missa presidida por Dom José Benedito Cardoso, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa, no domingo, 16, na Paróquia São Pe-dro Apóstolo, Setor Pastoral Lapa, foi empossado como Pároco o Padre Marcos Lourenço Cardoso, que antes exercera a função de Vigário Paro-quial.

No começo da celebração, o Bispo saudou o Sacerdote e os fiéis presentes e aqueles que acompanhavam a trans-missão on-line. A todos pediu que auxiliem o Padre Marcos no serviço de evangelização. Na sequência, foi feita a leitura do decreto de nomeação de tomada de posse do novo Pároco. Após a homilia, no rito de posse, o Pá-

roco fez a renovação de suas promes-sas sacerdotais e, em seguida, recebeu as chaves da igreja e do sacrário.

Antes da bênção final, o Padre Marcos agradeceu a presença de to-dos. Nessa missa também houve a apresentação do Padre Airton Con-ceição de Almeida como Vigário Pa-roquial.

Dom José dá posse ao Padre Marcos Lourenço como pároco da Paróquia São Pedro Apóstolo

Padres renovam promessas sacerdotais, no domingo,16

Padre Eduardo Augusto renova suas promessas sacerdotais

Padre Fabiano Pereira diante de Dom Luiz Carlos Dias

Padre Eduardo Augusto assume a Paróquia Santa LuziaBEnIGnO nAVEIRA

COLABORADOR DE COMUnICAçÃO DA REGIÃO

Dom Luiz dá posse a administrador da Paróquia São Paulo ApóstoloFERnAnDO ARthUR

COLABORADOR DE COMUnICAçÃO DA REGIÃO

Katiuscia Teodoro

Benigno Naveira

Luiz ivanov

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Comportamento

As opiniões da seção “Fé e Cidadania” são de responsabilidade do autor e não refletem, necessariamente,

os posicionamentos editoriais do O SÃO PAULO.

Fé e Cidadania

Além das fake news, as redes sociais são bem pródigas em oferecer outra coisa: linchamentos virtuais. Como o rastilho de pólvora que se con-some num feixe de luz, vídeos e imagens correm o mundo e, em questão de minutos, pessoas co-muns ou famosas têm a vida exposta, atacada, arruinada.

Não falo dos casos graves, com crimes envolvi-dos. Lembro aqui situações apenas constrangedo-ras, não raramente infelizes, cuja repercussão, tra-balhada e refundida na fantasia coletiva, exagera em muito a importância que cada evento teria a uma análise mais fria e desapaixonada.

As pessoas boas e honradas também têm lá seus dias de fúria. Cometem erros. Falam ou fazem o que normalmente não falariam ou fariam.

José Ortega y Gasset perguntava: “Quem neste mundo não tem sua parcela de razão?” E pergunto eu: “Quem não chega em algum momento a per-dê-la?”

É preciso cuidado para não amplificar situações incômodas, conferindo ar de crime ao que não é.

Quando a situação envolve alguém de certa im-portância, é um prato cheio para o sensacionalis-mo, midiático ou vulgar. A objetividade da situação é deixada de lado, entram em cena os lugares-co-muns, as lutas de classe, os ressentimentos privados que se satisfazem na execração pública e nas osten-tações da moralidade ofendida.

É um fato que se confirma ao mais leve passar de olhos nos comentários sobre qualquer notícia: há pessoas cujo único prazer é eleger as vítimas da imolação diária, numa homenagem inconsciente aos antigos sacrifícios humanos.

Os que desejam agir com justiça e dignidade re-ais devem estar de olhos abertos para não se verem envolvidos nesse mimetismo expiatório.

Num tempo em que as banalidades se alçaram a valores sacrossantos, muito aproveita não piorar situações feias nem enxovalhar a honra alheia a propósito de um ato irrefletido ou de uma palavra mal pensada. Ainda que, informada por algum in-teresse geral até justificável, a confusão não pode se transformar na cruzada particular do anonimato ressentido.

Mesmo diante de uma situação estranha, des-gostosa e geradora de compreensível indignação, compete a cada um de nós o exercício fiel das artes do discernimento, do bom senso e da empatia em relação aos envolvidos, todos.

A História mostra, de modo prodigioso, que a alegada defesa da Justiça fez muita gente ser tritura-da pelos pilões da ingratidão e do rancor.

Li certa vez algo mais ou menos assim: des-confio do soldado que defende violentamente sua bandeira sem, antes, se esforçar minimamente para entender a do seu inimigo.

A regra de ouro é não fazermos aos outros o que não gostaríamos que fizessem a nós, pois o lincha-dor de hoje pode ser o linchado de amanhã.

Paulo Henrique Cremoneze é advogado, professor de Direito, mestre em Direito internacional

pela Universidade Católica de Santos (SP) e vice-presidente da União dos Juristas Católicos de São Paulo (Ujucasp)

Linchamentos virtuais

PAULO hEnRIQUE CREMOnEZE

SIMOnE RIBEIRO CABRAL FUZARO

Eis que esta realidade de isolamento social, de suspen-são de atividades presenciais em escolas, cursos livres etc., trouxe para todos nós um grande desafio: a internet se tor-nou, ao mesmo tempo, nossa maior aliada e nossa maior adversária!

Explico: o que seria de nós nesta pandemia sem a in-ternet? Não conseguiríamos ter contato com as pessoas, não conseguiríamos ver nossos entes queridos que estão distantes neste momento, as empresas e o comércio teriam paralisado completamente, as aulas seriam impossíveis, enfim, a dificuldade seria ainda maior do que a que esta-mos vivendo.

Por outro lado, nós, pais e mães de crianças e adoles-centes, vínhamos num movimento de busca de equilíbrio no uso dos eletrônicos – e especialmente da internet – pe-los nossos filhos. Já era muito comum casais buscando não oferecer telas aos seus filhos antes dos 3 anos de idade, ou fazê-lo por tempo bem restrito. Também muitos artigos e estudos vinham sendo publicados, conscientizando os pais de adolescentes a respeito do perigo da dependência dos eletrônicos, causando quadros de ansiedade, depres-são e até mesmo de alterações neurológicas semelhantes às encontradas nos dependentes químicos. A busca por informações e estratégias para usar a rede com equilíbrio estava numa linha crescente e, da noite para o dia, a rea-lidade mudou completamente e, quase tudo o que se faz, especialmente em termos de estudos, acontece on-line ou, no mínimo, diante de uma tela!

Crianças de 1 a 5 anos, ainda na Educação Infan-til, foram expostas a uma grande rotina de atividades on-line para sua faixa etária. Os alunos de Fundamental 1 e 2 chegam a ter períodos semelhantes aos presen-ciais, diante dos computadores. Tornou-se quase essen-cial nas casas um número maior de aparelhos conecta-dos à rede, para que os pais pudessem trabalhar; e os filhos, estudar. As casas se transformaram em espaços multifuncionais: além de lares, escolas, escritórios...

Não é exagero dizer que crianças e adolescentes estão expostos, a maior parte do tempo, a situações de “co-nectividade” intensa.

Não é por isso que vamos perder de vista tudo aquilo que sabemos sobre os problemas que o excesso de expo-sição aos eletrônicos pode gerar, não é mesmo? Por isso, vamos encarar esta realidade com o olhar crítico que ela merece: sim, precisamos da internet e dos eletrônicos mais do que em nossas rotinas anteriores, mas não iremos per-mitir, por isso, que os nossos filhos sejam ou venham a ser prejudicados. Lembrem-se: o mesmo remédio que cura, mata. Tudo é uma questão de dosagem.

Vamos nos dedicar a criar momentos de brincadeiras e passatempos que não estejam relacionados ao mun-do digital, vamos resgatar jogos de tabuleiros, de cartas, leituras em família, músicas, enfim, vamos proporcionar aos nossos filhos experiências diferentes das quais estão imersos por necessidade. Vamos ficar atentos ao volume de atividades e de aulas virtuais propostas pelas escolas: será que estão sendo efetivas ou somente estão cumprindo o papel de entregar aquilo que foi contratado em tempos anteriores à pandemia?

Não esqueçam que há um limite saudável para a ex-posição às telas: o excesso pode causar nas crianças e adolescentes distúrbios do sono, de humor e cognitivos (sobrecarga sensorial, falta de sono restaurador, hiperes-timulação do sistema nervoso, estados depressivos, níveis de atividade física reduzidos, atenção dispersa, esgota-mento de reservas mentais, desenvolvimento emocional atrofiado).

Estamos todos cansados, é verdade. O amor a nossos filhos, nossas maiores riquezas, porém, com certeza servi-rá de combustível para encontrarmos saídas criativas para essa “sinuca de bico” em que fomos colocados. Lembrem-se: quanto maior o obstáculo, maior o crescimento que nos traz e muito, muito maior, a alegria de o superarmos. Nossos filhos, mesmo que não saibam, contam com isso.

Simone Ribeiro Cabral Fuzaro é fonoaudióloga e educadora. Mantém o site www.simonefuzaro.com.br. instagram: @sifuzaro.

Crianças, adolescentes e eletrônicos em tempos de pandemia

nior, o Padre Israel Mendes e o Padre Valdenício Antônio Silva, Pároco.

Diversas paróquias realizaram programações diárias, com temáticas diversificadas, palestras, formações, Adoração ao Santíssimo Sacramen-to e celebrações eucarísticas, como a Paróquia Nossa Senhora Aparecida, Setor Anchieta, que organizou duas palestras: uma com Stela Reginato, psicóloga, com o tema “Namoro cas-to”; e outra com o casal Benê e Nonô,

“(...) Temo, sobretudo, por minha alma que certamente não escapará a seu destino de espectadora das imolações inferiores que estão por vir.” – León Bloy, “Nas Trevas”

iPiRANGASemana da Família é realizada com diversas ações

PADRE JOÃO PAULO RIZEkCOLABORAçÃO ESPECIAL PARA A REGIÃO

Entre os dias 9 e 15, aconteceu em toda a Região Ipiranga a Semana da Família, organizada pela Pastoral Fa-miliar de cada paróquia, a partir do tema proposto pela Conferência Na-cional dos Bispos do Brasil (CNBB): “Eu e minha casa serviremos ao Se-nhor” (Josué 24,15).

A abertura, no dia 10, foi organi-zada pela Pastoral Familiar Regional e marcada pelo tema “Amados e cha-mados por Deus”.

A programação do primeiro dia, transmitida ao vivo pelo Facebook da Pastoral Familiar Regional, co-meçou com o Santo Terço, na Pa-róquia Nossa Senhora das Mercês, Setor Anchieta, às 15h, conduzido pelo casal Margarida e Donizete Abreu e o Frei José Maria Mohomed Júnior, Assessor da Pastoral Fami-liar, e o Padre Israel Mendes, Asses-sor da Pastoral Vocacional. Às 20h,

fundadores da Comunidade Cató-lica Famílias Novas do Imaculado Coração de Maria, sobre a temática “Sexo no matrimônio”.

As atividades seguiram rígidos protocolos sanitários, sendo que as presenciais contaram com um núme-ro reduzido de pessoas. Palestras, ora-ções do Terço e missas foram trans-mitidas ao vivo pelas redes sociais

(Colaborou: Coordenação Regional Pastoral da Família)

houve a Santa Missa, na Pa-róquia São José, Setor Ipiranga, presidida por Dom Carlos Lema Garcia, Bispo Auxiliar da Arquidio-cese na Região Ipiranga. Con-celebraram o Frei José Maria Mohomed Jú-

Semana da Família acontece com ações presenciais e on-line

Arquivo pessoal

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Você Pergunta

Hoje respondo a esta inquietação da Maria das Dores Soares, de São Paulo: “Ao comungar, vejo que algumas pessoas saem mastigando o corpo de Cristo e acho in-correto isso. Quando fiz o Catecismo, há 50 anos, aprendi que devemos levar a hós-tia à boca e deixar sentir Jesus no nosso in-terior. Mastigar o corpo de Cristo eu acho horrível. Estou errada?”

Maria, Maria! Vamos lembrar a ins-tituição da Eucaristia? Leia na Bíblia, no Evangelho segundo São Mateus, no ca-pítulo 26, versículos 26-28. Lá nós lemos que: “Durante a refeição, Jesus tomou o pão, benzeu-o, partiu-o e o deu aos dis-cípulos, dizendo: ‘Tomai e comei, isto é o meu corpo’. Tomou depois o cálice, rendeu graças e deu a eles, dizendo: ‘Tomai e bebei dele todos, porque isto é o meu sangue, o sangue da Nova Aliança, derramado por muitos homens em remissão dos pecados’”.

Repare, Maria, que Jesus foi bem cla-ro: “Tomai e comei!”, “Tomai e bebei”. Je-sus quis ser pão feito de trigo plantado, colhido, triturado e transformado em pão, que é comido, mastigado e engolido. Foi Jesus quem quis assim. Deixar a hós-tia se dissolver na boca? Pode ser. E mas-tigar a hóstia? Tudo bem! Fazemos o que Jesus mandou: tomar e comer. E comer implica mastigar.

O mesmo se diga em relação à comu-nhão com as próprias mãos. Jesus partiu

o pão e o distribuiu aos apóstolos, e não consta que Ele colocou o pão diretamente na boca deles. Na primeira celebração eu-carística celebrada por Jesus, a comunhão foi nas mãos.

Se você desejar comungar sem mas-tigar, ou comungar recebendo na boca, tudo bem. Não se sinta mal quando vir al-guém comungando com as próprias mãos e mastigando o corpo de Cristo, que quis ser pão para nos alimentar. Fique com Deus, minha irmã.

Existe um jeito certo de comungar?PADRE CIDO PEREIRA

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A crise provocada pelo novo corona-vírus na área da Educação afetou cerca de 1,3 bilhão de crianças e jovens, o que representa quase 80% dos estudantes do mundo. No Brasil, a maior parte dos estados continua com aulas a distância, com exceção do Amazonas, em sua capi-tal, Manaus, que retomou o ensino pre-sencial no dia 11 deste mês

Um estudo realizado pela Rede CoVida (Ciência, Informação e Solidariedade) e publicado no site https://covid19br.org, ligado ao Minis-tério da Saúde e à Fundação Oswaldo Cruz, aponta que, no Brasil, o fecha-mento das unidades escolares dificulta a continuidade do aprendizado e aumenta as desigualdades, afetando de forma des-proporcional os estudantes em situação de vulnerabilidade social.

Segundo a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), desde o início da pandemia de COVID-19, 188 países já fecharam totalmente os seus sistemas educacionais.

No Brasil, de acordo com o último Censo Escolar da Educação Básica, do Instituto Brasileiro de Estudos e Pesqui-sas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), em 2019 estavam matriculados cerca de 47,8 milhões de estudantes nas 180,6 mil escolas de educação básica. Os estudan-tes matriculados em escolas públicas eram cerca de 38,7 milhões, o que repre-sentava 80,9% do total de matriculados, concentrados principalmente na área ur-bana (88,7%).

O mesmo estudo mostra que apenas 63,4% das escolas públicas no Brasil pos-suem acesso à internet, enquanto que en-tre as instituições de ensino particulares o percentual chega a 96%.

Em entrevista ao site UOL, publicada em 5 de abril, Lucia Delagnello, diretora- -presidente do Centro de Inovação para a Educação Brasileira (CIEB), afirmou que os países que conseguiram se adap-tar da melhor forma foram aqueles que

A pandemia afeta mais as crianças em fase de alfabetização?

nAyÁ FERnAnDESESPECIAL PARA O SÃO PAULO

já tinham experiência no uso de tecno-logia na Educação, como China, Cinga-pura e Estônia.

Para ela, uma das formas de recupe-rar o ano letivo na pós-pandemia é flexi-bilizar o currículo estabelecido para cada ano escolar, e, “em vez de cumpri-lo à risca, identificar e selecionar quais con-teúdos e habilidades são mais essenciais e trabalhar com eles”, disse Lucia.

CORRIDA DESIGUALCarolina Moreira Felicori, professora

de Língua Portuguesa e psicopedagoga clínica, atende crianças, adolescentes e adultos com dificuldade de aprendiza-gem em leitura e escrita. Em entrevista ao O SÃO PAULO, ela falou sobre a di-ficuldade que as crianças em fase de alfa-betização – por volta dos 6 anos de idade – terão para superar todo o ano perdido em 2020.

“Cresceu significativamente o nú-mero de pais que buscam atendimento durante a pandemia. A maior parte de-les não sabe como ajudar os filhos nesta fase. O meu trabalho tem sido de auxílio com técnicas personalizadas, para que as crianças possam evoluir no processo de alfabetização, mas também tranquilizar os pais”, disse Carolina.

Ao ser perguntada sobre o tempo médio que uma criança pode demorar para recuperar o ano escolar e se esse tempo costuma chegar a até três anos, a psicopedagoga disse que sim. “Claro que tudo vai depender da rede de apoio que essas crianças terão e se as escolas serão capazes de adaptar os currículos”, expli-cou.

Para ela, crianças menos favorecidas economicamente, e, ainda, com menos acesso a livros e recursos tecnológicos, terão, sim, mais dificuldades. “Se as crianças forem aprovadas e o currículo não mudar, ou seja, se uma criança que está no 1º ano do Ensino Fundamental em 2020 for para o 2º ano, em 2021, sem retomar atividades do 1º ano, as dificul-dades e o tempo para alfabetização irão se prolongar por anos.

“As famílias com dificuldades fi-nanceiras estão preocupadas em man-ter a alimentação e as contas em dia. Infelizmente, para muitas famílias, a educação dos filhos não é prioridade. Além disso, algumas não têm internet, ou, se têm, é apenas por redes móveis, o que não é suficiente para acessar, de forma satisfatória, as plataformas como Google Classroom ou Google Meet.

DICAS PARA OS PAIS! Leia sempre com seu filho (ler ajuda as crianças a adquirir pa-lavras novas, e a aquisição do vocabulário é o primeiro passo para a alfabetização); Não tenha pressa (uma criança de 4 ou 5 anos não precisa, ne-cessariamente, reconhecer to-das as letras do alfabeto); Peça ajuda (ao perceber que seu filho não evolui no processo de aprendizagem, não tenha ver-gonha de pedir ajuda; muitas vezes, a qualidade é mais im-portante do que a quantidade de atividades realizadas); Não confie em qualquer um (a pandemia fez nascer vários ca-nais de YouTube e perfis do Ins-tagram com dicas para pais, mas muitos deles mais atrapalham do que ajudam); Não se desespere (cada criança tem seu tempo e vive um pro-cesso diferente); Não ceda às pressões sociais (comparações entre crianças da mesma idade não são benéficas e podem até atrapalhar).

Dicas elaboradas a partir da entrevista com Carolina Moreira Felicori.

MUDAnçA nO DIA A DIAE a experiência de Carolina vai além

do atendimento às famílias que a procu-ram. Ela decidiu tirar o filho, de 6 anos, de uma escola particular para matriculá-lo em uma escola pública e ser, ela mesma, a responsável por sua alfabetização.

“Não estávamos conseguindo con-ciliar nosso trabalho com a realização das atividades propostas pela escola. Meu filho ficava nervoso e não estava evoluindo nada no processo de alfabe-tização. Então, percebi que, dedicando 50 minutos por dia a ele, com ativida-des personalizadas, surtia mais resulta-do. Então, resolvi tirá-lo da escola par-ticular”, explicou.

A professora, porém, disse também que, mesmo com boa vontade e tempo disponível, nem todos os pais estão ap-tos para esse processo. “Para que uma criança aprenda a ler, vários fatores pre-cisam estar associados. Além da técnica, a personalização e, sobretudo, o conta-to”, avaliou.

Arquivo pessoal

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10 | reportagem | 19 a 25 de agosto de 2020 | www.osaopaulo.org.brwww.arquisp.org.br

Nas três últimas edições, o jor-nal O SÃO PAULO apresentou reportagens sobre as mudanças e adaptações feitas por empresas e trabalhadores para manter suas ati-vidades diante da atual pandemia de COVID-19. A adoção do tele-trabalho, o maior laço de confiança entre as partes e a revisão de metas produtivas são algumas destas situ-ações que tendem a permanecer no mundo pós-pandemia.

Para encerrar esta série, ouvimos líderes de grupos e movimentos re-lacionados ao mundo do trabalho, bem como analistas da área, e pedi-mos que respondessem à pergunta a seguir, cuja síntese das respostas pu-blicamos abaixo e a íntegra pode ser lida em www.osaopaulo.org.br:

Diante dos impactos da pan-demia de COVID-19 na socieda-de, quais são os compromissos de trabalho que devem ser assumidos para garantir a produtividade e se manter o respeito à vida familiar do trabalhador?

À procura do equilíbrio entre a produtividade e o bem-estar social

DAnIEL [email protected]

A virtualização das relações de tra-balho e o deslocamento do espaço de seu exercício para o local familiar pode acarretar uma remoção dos limites de espaço/tempo para o trabalho. Percebe- -se que muitas pessoas estão trabalhan-do por mais tempo e com qualidade inferior pela ausência de concentração ou do estabelecimento de uma corre-ta organização do tempo. Da mesma forma, existem inúmeros testemunhos e relatos que confirmam um ganho ou manutenção de produtividade com a modalidade home office.

Não existem segredos nem respos-tas mágicas: funciona aqui a premis-sa do equilíbrio e do respeito por um tempo definido de dedicação ao tra-balho – mesmo nos casos em que se trabalha por entregas. Esse respeito é uma decisão inteligente para todos, co-laboradores e acionistas, uma vez que o equilíbrio e o período de descanso são fundamentais para a oxigenação da mente e do corpo.

O trabalho compõe a vida, o traba-lho não é a vida. Pessoas que respeitam o tempo e sabem deixar as coisas para o dia seguinte quando chega o mo-mento de parar estão construindo um ambiente de trabalho harmonioso, sus-tentável e saudável para todos. Todos já provamos a sensação de se estender demais em algum desafio ou urgência e comprovar, ao fim, que um dia a mais ou a menos não teria feito diferença na

O empresário tem agora a missão de rever a estrutura de seu negócio, avaliar as adaptações necessárias para manter seu funcionamento, preparar sua equipe para os novos modelos de trabalho/atendimento, oferecer segurança no ambiente de trabalho, minimizando o risco de contamina-ção para proteger o trabalhador e suas famílias e tranquilizar os clientes para que possam voltar a consumir.

Agora, mais do que nunca, os em-presários devem fazer uma gestão profissional de seu negócio. Verifica-mos, neste período de pandemia, que os empresários que possuíam mais controle a respeito de sua produção, vendas, estoques, caixa, entre outros, tiveram melhores condições de en-frentamento da crise do que aqueles que administravam seus negócios de forma mais orgânica e intuitiva. Saber fazer a gestão do seu negócio é impor-tante para crescer e, neste momento em especial, para sobreviver. A boa notícia é que o conhecimento e as ha-bilidades para uma boa gestão podem ser aprendidos e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Em-presas (Sebrae) apoia os empresários dos pequenos negócios com diversos programas, capacitações e consulto-rias que podem contribuir para seu desenvolvimento.

Guilherme Campos, diretor administrativo-financeiro do Sebrae-SP.

‘O empresário tem agora a missão de rever a estrutura de seu negócio’

A pandemia de COVID-19 conti-nua provocando reflexões e transfor-mações em todos os níveis de relações na sociedade, mas, mesmo nesse novo contexto, o papel dos empreendedo-res e das empresas não mudou. Espe-ra-se que possam continuar gerando empregos, inovação e desenvolvimen-to nas regiões e segmentos em que atuam. Agora, porém, incluindo, de forma mais sensível, as preocupações com o bem-estar de suas equipes e de seus clientes.

‘Está comprovado que ter equilíbrio gera muito mais eficiência e soluções’

entrega e os sacrifícios vividos por esses prolongamentos e excessos não foram reversíveis. A conta chega: vida pessoal fragilizada, saúde debilitada. Não vale a pena. Inteligente nos dias de hoje é ter equilíbrio: está comprovado que isso gera muito mais eficiência e soluções.

A Economia de Comunhão oferece essa diretriz de equilíbrio às compa-nhias que a ela aderem como propósito e ampara seu sistema de gestão, justa-mente no equilíbrio de sete dimensões necessárias, quais sejam: (1) sobrevi-vência financeira; (2) resultados com-partilhados; (3) fidelidade à missão e valores; (4) compromisso com a cida-dania; (5) harmonia e relacionamento interno; (6) desenvolvimento contínuo; (7) intercâmbio de experiências.

Maria Helena Fonseca Faller, presidente da Associação Nacional por uma

Economia de Comunhão (Anpecom)

Pixabay

Sebrae Arquivo pessoal

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A repentina chegada de um vírus que se alastrou por todo o mundo for-çou uma rápida mudança na vida de toda a humanidade.

Não levar trabalho para casa, literal-mente, deixou de ser possível: agora o trabalho foi para dentro das casas, em muitos casos a empresa mudou de en-dereço e passou a fazer parte das famí-lias, de todas as famílias, dos colabora-dores, empresários, empreendedores, as famílias passaram a participar do dia a dia dos trabalhadores que foram reclu-sos dentro de seus lares.

Os filhos já não saíram de casa para ir às escolas e passaram a “trabalhar” lado a lado com seus pais, trazendo enorme mudança na rotina de todos.

A ADCE/UNIAPAC procurou, por meio de mensagens e orientações, ins-pirar as lideranças a serem proativas e humanistas, cuidando de organizar as urgentes alterações, dando suporte ne-cessário para o novo tipo de trabalho, com o intuito de preservar a vida de seus colaboradores. Em contrapartida, estas empresas conseguiram melhor resposta, engajamento e compromisso

por parte dos seus colaboradores. Foram importantes as orientações

de como agir com equilíbrio na busca do bem comum, respeitando-se os direitos de ambos os lados, transformando o momento caótico numa oportunidade de acolher e viver os ensinamentos do Cristo, por meio do amor ao próximo, e, mais ainda, colaborar com as neces-sidades urgentes da comunidade onde estão suas instalações, e, como sempre, tendo um olhar cuidadoso com o meio ambiente.

Empresários e lideranças que agi-ram dessa forma notaram que a produ-tividade não foi impactada, e contaram com forte apoio da comunidade em que estão trabalhando.

Desde 1961, a ADCE/UNIAPAC está presente no Brasil, e realiza um in-cansável trabalho de motivar e inspirar o meio empresarial, mediante palestras, cursos, consultorias, disseminando va-lores, tendo como base o Ensinamento Social Cristão.

Gigi Cavalieri e Marcos Velletri, respectivamente, presidente e diretor da Associação de Dirigentes

Cristãos de Empresa de São Paulo (ADCE-SP)

Quando se fala em produtividade e respeito ao trabalhador, estamos diante de uma relação de valores que divide a sociedade, cujas classes possuem dife-rentes importâncias, mas que são facetas de uma mesma moeda.

Há muito tempo se propaga a ideia clássica do trabalhador hipossuficien-te, que necessita de certa proteção legal para contrabalançar o poder de direção do empregador, o que é ainda uma reali-dade na nossa sociedade. Também é ver-dade hodiernamente, porém, que diante da natural conscientização e atuação sindical não se pode generalizar e sim-plesmente rotular o empregado como vulnerável.

Oportuno mencionar que a Cons-tituição prevê que a exploração direta da atividade econômica se dará essen-cialmente pela atividade empresarial e que a livre iniciativa deve ser protegida, conforme se extrai dos artigos 170 e 173. Ainda, só se pode falar na “busca de ple-no emprego” se existir empregador, ou seja, o Estado tem o dever de zelar pela atividade econômica privada.

Os processos de produção são co-tidianamente transformados, e uma das apreensões foi o avanço das novas tecnologias nos postos de trabalho em detrimento da pessoa. Com o passar do tempo, observou-se que os trabalhado-res foram capacitados e passaram a ocu-par outros espaços.

O mundo do trabalho foi desastro-samente impactado pela pandemia de COVID-19: desemprego em massa, em-presas fechando e com a consequente re-dução da atividade econômica, deixa-se de gerar riqueza para satisfazer as neces-sidades humanas.

Com o surgimento da pandemia,

O constante magistério social da Igreja prega que o homem, todo ho-mem, deve ter plena consciência de sua dignidade transcendente. A dignidade é o seu supremo bem e, por conseguinte, deve ser irradiada necessariamente no ambiente de trabalho. A reorganização da sociedade que, decerto, consistirá em exigência ou subproduto da grave crise provocada pela pandemia, só pode ter validade se partir desse pressuposto da dignificação do homem que trabalha.

Os compromissos de trabalho devem ser fruto da negociação, e não da neces-sidade desesperada e desesperadora dos milhões que forem e ainda serão atingi-dos pelo desemprego na pandemia; de-vem ser costurados sob a solidária e coe-rente parceria entre o capital e o trabalho, para que se coloque como alvo a busca de uma sociedade mais justa.

A restauração e o aperfeiçoamento da ordem social, consoante à feliz expressão da encíclica Quadragesimo Anno, exige que os compromissos com a produtivi-dade não se sobreponham ao necessário respeito aos direitos ao descanso, a um ambiente de trabalho seguro e hígido e

Em primeiro lugar, como cidadão, e, sobretudo, como cristão, afirmo que o nosso maior compromisso é com a defe-sa, a proteção e a promoção da vida e da dignidade humana.

Temos várias dimensões deste com-promisso, individual e coletivo:

Garantia da sobrevivência, seja no que se refere à geração de postos de trabalho, seja com medidas que visem a combater a precarização das relações trabalhistas. Pela primeira vez em nossa história, pelos dados oficiais, o núme-ro de desocupados é maior do que o de ocupados.

Cuidado mútuo: cuidar de nós mes-mos e cuidar dos outros, com muita so-lidariedade, seguindo o que diz a ciência para conter o avanço desta pandemia, que tem trazido tanta dor a nosso povo.

‘É necessário que as empresas desenvolvam novas habilidades em seus empregados’

houve a necessidade do isolamento so-cial, o que restringiu a atividade em grupo e evidenciou o trabalho na mo-dalidade home office. Isso fez com que muitas empresas adotassem o esquema do trabalho remoto, com o trabalhador cumprindo as suas tarefas em sua casa.

Essa modalidade de trabalho apre-senta desafios que deverão se ajustar, não obstante argumentos a favor ou contra, permitindo maior liberdade e autonomia ao empregado, com redução de custos para a empresa.

A empresa deve disponibilizar todas as ferramentas, respeitar horários e arcar com as despesas para concretizar o te-letrabalho. O empregado necessitará se adaptar, implantando uma rotina e evi-tar interferências externas.

Para que haja um bom resultado, é necessário que as empresas desenvolvam novas habilidades em seus empregados, ou seja, capacitando-os. Da mesma for-ma, uma visão mais suscetível do Poder Judiciário e bom senso aos advogados, evitando-se demandas abusivas.

Vitor Manoel Castan, advogado especialista em Direito do Trabalho pela Universidade de São

Francisco-SP e em Direito Constitucional pela CESUSC-SC e mestre em Direito das Relações Sociais pela PUC-SP.

‘Uma solidária e coerente parceria entre o capital e o trabalho’

a um sistema coordenado de fixação de metas e objetivos.

Para que recursos humanos e mate-riais sejam mobilizados de modo eficien-te, cumpre ter em mira o objetivo maior da dignificação da pessoa do trabalhador e do desenvolvimento econômico, social e cultural. Enfim, um trabalho solidário há de permitir, a um só tempo, progresso individual e incremento dos empreendi-mentos. Só assim, a vacina social contra a pandemia terá prazo de validade perene.

Wagner Balera, mestre, doutor, livre-docente e professor titular de Direitos

Humanos na Faculdade de Direito da PUC-SP

‘Inspirar as lideranças a serem proativas e humanistas’

‘A vida em primeiro lugar!’No Brasil, as vítimas já ultrapassaram 110 mil pessoas, sendo mais de 27 mil em nosso estado.

Exigir dos empregadores – público e privado – o cumprimento dos protocolos de garantia de saúde e segurança dos tra-balhadores.

Cobrar do poder público a adoção de medidas para garantir o bem comum. Isso, neste momento, significa saneamen-to básico, isolamento social, manutenção da suspensão das aulas, renda mínima para todos não terem que sair de casa, despejo zero, veto a corte de energia e água durante a pandemia, em resumo, o que for necessário para a preservação da vida, em especial a dos mais vulneráveis, dado que a COVID-19 atinge e é mais le-tal, sobretudo, entre os mais pobres, que são negros e moram nas periferias, em sua grande maioria. O índice de contágio na periferia é quatro vezes maior do que em regiões de maior poder aquisitivo. To-das as vidas importam.

Que o Deus da vida e da esperança nos fortaleça e nos encoraje para que pos-samos, juntos, superar este momento tão difícil de tanta dor e morte. Afinal, quan-tas famílias neste momento estão choran-do seus entes queridos...

Paulo Cesar Pedrini, Coordenador da Pastoral Operária da Arquidiocese de São Paulo

ADCE-SP Arquivo pessoal

Arquivo pessoal

Luciney Martins/O SÃO PAULO

Luciney Martins/O SÃO PAULO

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Dom Carlos Lema Garcia

Bispo Auxiliar de São Paulo e Refe-rencial da Coordenação Pastoral para Família e Vida na Arquidiocese de São Paulo, Dom Carlos Lema Garcia desta-cou o valor da instituição familiar para a Igreja e para a sociedade, no contexto da Semana Nacional da Família, come-morada entre os dias 9 e 15, que teve como tema “Eu e minha casa servire-mos ao Senhor” (Josué 24,15).

Em entrevista ao O SÃO PAULO, Dom Carlos, que também é Vigário Episcopal para a Educação e a Univer-sidade, chamou a atenção para os atu-ais desafios enfrentados em relação às famílias e sua missão evangelizadora. Confira:

O SÃO PAULO – O TEMA DESTA SE-MANA NACiONAL DA FAMíLiA GA-NHOU UM NOVO DESTAqUE NO ATU-AL CONTExTO DE PANDEMiA?

Dom Carlos Lema Garcia – Sem dúvida. O isolamento social ressaltou a importância da família, uma vez que nos confinamos com aquelas pessoas com as quais convivemos mais proxi-mamente. Essa tem sido uma oportu-nidade para que os filhos descubram mais o universo dos pais e vice-versa. De igual modo, o casal compreende mais a rotina cotidiana um do outro, especialmente em relação às tarefas domésticas, cuja responsabilidade, na maior parte das vezes, recai mais sobre as mulheres. É claro que essa é uma si-tuação que, esperamos, seja provisória. De certa maneira, porém, contribui para que o ambiente do convívio fami-liar e seus detalhes sejam mais valori-zados.

iNCLUSiVE EM RELAçãO àS EVENTU-AiS DiFiCULDADES...

De fato, quando convivemos inten-samente com uma pessoa, sobressaem as qualidades e defeitos, o modo de ser de cada um, o que pode provocar atritos. Isso é natural e deve ser enca-rado como oportunidade para que haja um esforço de crescimento no amor. O amor não é simplesmente gostar daqui-lo que a pessoa tem de bom. Se esse for o único critério, não seria o verdadeiro amor. Quando apenas aquilo que o ou-tro tem de bom e de belo me agrada, trata-se de um critério egoísta. O que deve acontecer na família é o oposto. A convivência mais estreita deve estimu-lar os esposos a amarem um ao outro como eles, de fato, são.

ESSE PERíODO TAMBÉM RESSALTA ALGUMAS FRAGiLiDADES, DESAFiOS

OU SiTUAçõES qUE COLOCAM EM RiSCO O BEM-ESTAR DAS FAMíLiAS. qUAiS O SENHOR APONTA?

Realmente, são vários os desafios. Um desses é de ordem econômica, pois formar e sustentar uma família no nosso tempo pressupõe um esforço muito grande. Infelizmente, há muitas famílias impactadas diretamente pela fragilidade econômica, o que implica preocupação com a educação dos fi-lhos, a saúde, a segurança, enfim, no seu desenvolvimento.

Outro desafio é o ambiente. Cada vez mais, é preciso tomar consciência de que os filhos não aprendem as coisas apenas dentro de casa, mas estão sob a influência do ambiente à sua volta, como a escola, a vizinhança etc. Às ve-zes, os pais se questionam: “Nós demos uma boa educação aos nossos filhos e, agora, eles seguiram por um caminho oposto. Onde erramos?” O grande de-safio é cultivar uma sintonia tal com os filhos para que eles, ao terem contato com alguma realidade desconhecida, sejam capazes de ter consciência do que seus pais pensam a esse respeito e, assim, possam discernir sobre como agir. Isso é o resultado de uma forma-ção muito sólida. Eu diria mais, é resul-tado de uma unidade forte construída entre pais e filhos.

Para enfrentar essas demandas, contudo, é preciso ter consciência de outro grande desafio, talvez o que mais fragiliza as famílias na atualidade. São muitas as realidades de famílias mo-noparentais, por diversas razões. São mães ou pais que criam seus filhos sozinhos, sem a presença da figura complementar. Sabemos que é muito importante a presença e atuação tanto

do pai quanto da mãe no desenvolvi-mento de uma pessoa. Nem sempre, porém, isso foi possível, por uma série de circunstâncias.

COMO APOiAR E ACOMPANHAR ES-SAS SiTUAçõES DE FRAGiLiDADE?

Penso que aí entram os outros âm-bitos da sociedade, da comunidade, da Igreja. É importante ter consciência de que as famílias não devem enfrentar suas dificuldades sozinhas. Além da comunidade eclesial em si, há aquela formada pelas famílias amigas e próxi-mas. Uma família não pode se preocu-par apenas com a sua proteção e fechar os olhos para o que acontece fora. Não é apenas uma questão social, tem a ver com uma responsabilidade cristã de-corrente do fato de serem membros do corpo místico de Cristo. Os problemas dos outros também são meus, no senti-do de que não podemos ser indiferen-tes aos sofrimentos dos outros.

Também podemos dizer que a es-cola tem um papel importante nesse processo de colaboração com as famí-lias, por mais que não seja sua função primordial. Em muitos casos, é na es-cola que se identificam as situações de fragilidade e desagregação familiar.

EM RELAçãO à iDEiA DE “iGREJA DO-MÉSTiCA”, É iMPORTANTE qUE A FA-MíLiA TOME CONSCiêNCiA DE SUA MiSSãO EVANGELizADORA?

Certamente. Isso, cada vez mais, é necessário. Esse é, inclusive, um dos desafios que identificamos no sínodo arquidiocesano, quando os dados le-vantados mostram que a porcentagem de famílias que se dizem católicas e participam da vida eclesial é signifi-

cativamente pequena. Dificilmente o padre, sozinho, conseguirá alcançar essas famílias sem a colaboração de outras famílias. É preciso, portanto, que as famílias tomem consciência e assumam o seu papel evangelizador. E isso diz respeito a todos os membros. Por exemplo, quando um pai pede aju-da a outro em relação a seus filhos, às vezes, não pode interferir diretamente na situação, mas, por meio da amiza-de e do elo entre seus filhos, pode ser possível ajudar. Nesse sentido, espe-cialmente as famílias que têm boa for-mação cristã devem assumir a missão de ajudar as famílias com as quais se re-lacionam. Há famílias que dificilmente vão buscar a ajuda de um sacerdote ou algum movimento eclesial, por se tratar de uma realidade distante deles, mas há famílias próximas que podem dar apoio, amparo, e ser um meio pelo qual possam não apenas superar suas dificuldades pontuais, como também se aproximar da vida de fé. Isso é uma forma de apostolado que se dá por meio da amizade, da convivência, da presença. Essa é a missão dos cristãos leigos.

A FAMíLiA É TAMBÉM UM LUGAR ONDE NASCEM OUTRAS VOCAçõES PARA A iGREJA?

Com certeza. Zelar pelas famílias é zelar por toda a Igreja. O fenômeno da vocação é, geralmente, muito precoce. Mesmo que alguém tome a decisão com uma certa idade, na maioria dos casos, o desejo de fazer algo por Deus brota na adolescência, na pré-adoles-cência. Essa pequena semente pode germinar devido ao bom ambiente fa-miliar do qual fazem parte. As famílias que cultivam com zelo, além da fé, a preocupação pelo próximo, a generosi-dade, a doação, ajudam no desabrochar de uma vocação. Quando uma criança se acostuma a olhar para os outros, a se doar e a se preocupar com seus pro-blemas, pode sentir ecoar dentro de si um chamado para ofertar a vida intei-ra a serviço de Deus e do próximo por meio da vida religiosa, sacerdotal ou mesmo o compromisso laical vivido com maior exigência.

A família é o projeto humano mais valioso que existe, mais do que o pro-jeto profissional, educacional ou so-cial. A família é, pois, uma realidade que transcende esta vida. O melhor bem que devemos desejar para nossas famílias é que estejam perto de Deus. É um caminho que leva não somente à felicidade deste mundo, mas à vida eterna. Não é fácil edificar uma famí-lia, mas é o que de mais precioso exis-te na vida.

As opiniões expressas na seção “Com a Palavra” são de responsabilidade do entrevistado e não refletem, necessariamente, os posicionamentos editoriais do jornal O SÃO PAULO.

‘A família é o projeto humano mais valioso que existe’

FERnAnDO [email protected]

Luciney Martins/O SÃO PAULO

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Na sexta-feira, 21, comemora-se o Dia Nacional da Habitação. Em 2020, o direito fundamental a um lugar para ha-bitar dignamente ganhou uma especial relevância quando as autoridades sanitá-rias ressaltam que, enquanto não houver uma vacina ou tratamento eficaz para a COVID-19, o lugar mais seguro para se proteger dessa pandemia é em casa.

Esse fato levanta uma questão sobre a situação daquelas pessoas que não têm como morar e, portanto, não conseguem se proteger da pandemia. Um estudo re-alizado pelo Instituto de Pesquisa Eco-nômica Aplicada (Ipea), publicado em junho, revela que a população em situ-ação de rua no Brasil chegou a cerca de 222 mil brasileiros em março deste ano e indicou uma tendência de aumento com a crise econômica acentuada pela pande-mia de COVID-19.

A análise constatou que a maioria das pessoas em situação de rua (81,5%) está em municípios com mais de 100 mil habitantes, principalmente das regiões Sudeste (56,2%), Nordeste (17,2%) e Sul (15,1%). Na capital paulista, segundo o Censo da População em Situação de Rua 2019, encomendado pela Prefeitura, há 24.344 pessoas nessa condição. No en-tanto, as entidades pastorais e organi-zações sociais que trabalham com essa população já contestavam tais números e questionavam a metodologia do Censo. E, com a pandemia, o crescimento é per-cebido pelo aumento da demanda por atendimento.

nAS RUAS Basta circular pelas ruas do centro

da cidade para perceber o significativo crescimento da população sem moradia. Isso também se deve ao fato de ter havi-do uma concentração dessas pessoas nas proximidades dos locais onde há servi-

ços de atendimento e, sobretudo, distri-buição de alimentos.

Apenas na tenda montada no Largo São Francisco pelo Serviço Franciscano de Solidariedade (Sefras), são distribuídas 2.400 refeições todos os dias. A entidade, que antes da pandemia distribuía 300 re-feições, no salão do convento dos francis-canos, teve que transferir o atendimento para a rua devido ao aumento da procura.

Na fila que começa a se formar no fim da manhã para a distribuição do al-moço, é possível ver pessoas de todas as idades e realidades. Muitas delas vivem em barracas no entorno do convento ou nas ruas próximas da Praça da Sé. Há mulheres com crianças e muitas outras pessoas que tinham uma moradia, mas, por perderem o emprego ou a única fon-te de renda, especialmente no mercado informal, não viram outra alternativa a não ser as ruas.

SEM ALtERnAtIVASEric Rodrigo Reis Pereira, 28, é um

desses exemplos. Ele trabalhava em uma rede de fast-food quando, em março, a empresa reduziu seu salário e sua jorna-da de trabalho pela metade. Sem condi-ções de pagar o aluguel da casa em que morava, o jovem não viu outra alternati-va a não ser a rua e, consequentemente, deixou o emprego.

“Eu nunca dormi na rua. Na verdade, nós não podemos dizer que consegui-mos dormir; no máximo, descansamos quando tem alguém acordado para vi-giar o entorno. Mas, pelo menos aqui, eu tenho como me alimentar”, contou Pereira ao O SÃO PAULO.

Marcelo Luiz Borba, 47, já havia viven-ciado a situação de rua no passado. Porém, alguns anos atrás, morava sozinho em um quarto alugado. Depois de um longo perí-odo de desemprego, começou a trabalhar como motorista por aplicativo. Semanas depois, porém, teve início a quarentena na cidade e ele, consequentemente, perdeu a

clientela. “Tive que deixar o quarto e de-volver o carro que havia alugado, e voltei para a rua”, contou.

COROnAVÍRUS

A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), informou que, de abril a julho, 286 pes-soas em situação de rua foram diagnos-ticadas com a COVID-19. Destas, 28 morreram.

Frei João Paulo Gabriel, Coordenador da Tenda do Sefras no Largo São Fran-cisco, destacou ao O SÃO PAULO que, quando se imaginava que haveria um surto incontrolável, o número de casos confirmados de COVID-19 na popula-ção em situação de rua pode ser conside-rado relativamente baixo. Isso, contudo, não diminui a situação de vulnerabilida-de dessas pessoas e o impacto da pande-mia em suas vidas. O Frade, assim como os demais voluntários que atendem essa população, não sabe quais são os reais fatores que impediram a ocorrência de mais casos, mas apontou algumas possi-bilidades, como, por exemplo, o fato de as pessoas em situação de rua já viverem naturalmente um distanciamento social que, paradoxalmente, pode tê-las prote-gido.

“Nós estamos cuidando uns dos ou-tros, sempre passando álcool em gel, usando máscaras. Às vezes, alguns ir-mãos não usam, principalmente os que estão alcoolizados. Mas nós cobramos e insistimos para que se cuidem. Se nós não nos cuidarmos, ninguém fará isso por nós”, afirmou Borba.

Também não pode ser descartada a subnotificação dessa população, uma vez que não há testagem de assintomáti-cos e os exames só são feitos por aqueles que apresentam sintomas e procuram atendimento médico, que, inclusive, é outro grande problema. Se o acesso ao sistema de saúde já era difícil, agora pio-rou. A Prefeitura informou que existem

unidades para atendimento próprio da população em situação de rua. Tanto os voluntários quanto os próprios necessi-tados destacam, contudo, que o atendi-mento não é suficiente.

hIGIEnE E ACOLhIDA

Por mais que haja esforço, manter os cuidados de higiene é a maior dificulda-de. Embora a Prefeitura tenha disponibi-lizado locais com banheiros, chuveiros e até máquinas de lavar roupas, ainda são insuficientes para a demanda.

Quanto aos locais públicos de acolhi-da, que foram ampliados neste período, a maior reclamação da população de rua é que, além de não haver vagas suficientes, estão funcionando em regime de “qua-rentena”, o que impede que as pessoas voltem depois de sair. “Isso dificulta para que possamos procurar emprego e tentar deixar essa situação”, observou Pereira.

ESPERAnçA

Borba testemunhou que viu muitas pessoas que conseguiram deixar as ruas graças ao auxílio emergencial. Nem todos, porém, conseguiram receber o benefício, como ele e Pereira. Eles estão confiantes na retomada gradual das atividades para que consigam uma oportunidade de trabalho. “Temos que ter fé que tudo isso vai passar. Deus vai nos ajudar”, afirmou.

Ao destacar o impacto da pandemia na população de rua, Frei João Paulo en-fatizou: “Se, por um lado, a maioria não contraiu a doença, por outro foi atingida diretamente por suas consequências e levará muito mais tempo para sair dela”.

Além da Tenda do Sefras, há outros serviços de atendimento para a popu-lação em situação de rua na cidade, a maioria no centro, como o Projeto Vida Nova, da Missão Belém, na Praça da Sé; a Casa de Oração do Povo da Rua, na Luz; e pontos de atendimento, fruto de uma parceria entre várias entidades, dentre elas, a Pastoral do Povo da Rua.

A pandemia daqueles que não têm uma casa para ficar

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Page 14: #Semcasa: Pandemia evidencia o sofrimento da população em ... · grada no Brasil. O Arcebispo ressaltou que os consagrados testemunham a esperança, mesmo nas adversidades. Página

14 | Balanço | 19 a 25 de agosto de 2020 | www.osaopaulo.org.brwww.arquisp.org.br

À Administração da Associação Comunitária e Beneficente Padre José Augusto Machado Moreira São Paulo - SP

Opinião

Examinamos as demonstrações financeiras da Associação Comunitária e Benefi-cente Padre José Augusto Machado Moreira (“Entidade”), que compreendem o ba-lanço patrimonial em 31 de dezembro de 2019 e as respectivas demonstrações dos resultados (superávit e/ou déficit), dos resultados abrangentes, das mutações do patrimônio líquido e dos fluxos de caixa para o exercício findo nessa data, bem como as correspondentes notas explicativas, incluindo o resumo das principais políticas contábeis.

Em nossa opinião, as demonstrações financeiras acima referidas, apresentam ade-quadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira da Associação Comunitária e Beneficente Padre José Augusto Machado Moreira em 31 de dezembro de 2019, o desempenho de suas operações e os seus fluxos de caixa para o exercício findo nessa data, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil e com a interpretação técnica ITG 2002 (R1) - Entidades sem fins lucrativos.

Base para opinião

Nossa auditoria foi conduzida de acordo com as normas brasileiras e internacionais de auditoria. Nossas responsabilidades, em conformidade com tais normas, estão descritas na seção a seguir intitulada Responsabilidades do auditor pela auditoria das demonstrações financeiras. Somos independentes em relação à Entidade de acordo com os princípios éticos relevantes previstos no Código de Ética Profissional do Contador e nas normas profissionais emitidas pelo Conselho Federal de Contabi-lidade, e cumprimos com as demais responsabilidades éticas de acordo com essas normas. Acreditamos que a evidência de auditoria obtida é suficiente e apropriada para fundamentar nossa opinião.

Responsabilidades da Administração e da governança pelas demonstrações financeiras

A Administração é responsável pela elaboração e adequada apresentação das de-monstrações financeiras de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil e com a interpretação técnica ITG 2002 (R1) - Entidades sem fins lucrativos, e pelos

controles internos que ela determinou como necessários para permitir a elaboração de demonstrações financeiras livres de distorção relevante, independentemente se causada por fraude ou erro.

Na elaboração das demonstrações financeiras, a Administração é responsável pela avaliação da capacidade da Entidade continuar operando, divulgando, quando apli-cável, os assuntos relacionados com a sua continuidade operacional e o uso dessa base contábil na elaboração das demonstrações financeiras, a não ser que a Ad-ministração pretenda liquidar a Entidade ou cessar suas operações, ou não tenha nenhuma alternativa realista para evitar o encerramento das operações.

Os responsáveis pela governança da Entidade são aqueles com responsabilidade pela supervisão do processo de elaboração das demonstrações financeiras.

Responsabilidades do auditor pela auditoria das demonstrações financeiras

Nossos objetivos são obter segurança razoável de que as demonstrações financei-ras, tomadas em conjunto, estão livres de distorção relevante, independentemente se causada por fraude ou erro, e emitir relatório de auditoria contendo nossa opinião. Segurança razoável é um alto nível de segurança, mas não uma garantia de que a auditoria realizada de acordo com as normas brasileiras e internacionais de audito-ria sempre detectam as eventuais distorções relevantes existentes. As distorções podem ser decorrentes de fraude ou erro e são consideradas relevantes quando, individualmente ou em conjunto, possam influenciar, dentro de uma perspectiva razoável, as decisões econômicas dos usuários tomadas com base nas referidas demonstrações financeiras.

Como parte da auditoria realizada de acordo com as normas brasileiras e inter-nacionais de auditoria, exercemos julgamento profissional e mantemos ceticismo profissional ao longo da auditoria. Além disso:

• Identificamos e avaliamos os riscos de distorção relevante nas demonstrações financeiras, independentemente se causada por fraude ou erro, planejamos e executamos procedimentos de auditoria em resposta a tais riscos, bem como obtemos evidência de auditoria apropriada e suficiente para fundamentar nossa opinião. O risco de não detecção de distorção relevante resultante de fraude é maior do que o proveniente de erro, já que a fraude pode envolver o ato de burlar os controles internos, conluio, omissão ou representações falsas intencionais. ·

• Obtemos entendimento dos controles internos relevantes para a auditoria para planejarmos procedimentos de auditoria apropriados às circunstâncias, mas, não, com o objetivo de expressarmos opinião sobre a eficácia dos controles internos da Entidade. ·

• Avaliamos a adequação das políticas contábeis utilizadas e a razoabilidade das estimativas contábeis e respectivas divulgações feitas pela Administração.

• Concluímos sobre a adequação do uso, pela Administração, da base contábil de continuidade operacional e, com base nas evidências de auditoria obtidas, se existe incerteza relevante em relação a eventos ou condições que possam levan-tar dúvida significativa em relação à capacidade de continuidade operacional da Entidade. Se concluirmos que existe incerteza relevante, devemos chamar aten-ção em nosso relatório de auditoria para as respectivas divulgações nas demons-trações financeiras ou incluir modificação em nossa opinião, se as divulgações forem inadequadas. Nossas conclusões estão fundamentadas nas evidências de auditoria obtidas até a data de nosso relatório. Todavia, eventos ou condições fu-turas podem levar a Entidade a não mais se manter em continuidade operacional.

• Avaliamos a apresentação geral, a estrutura e o conteúdo das demonstrações contábeis, inclusive as divulgações e se as demonstrações financeiras represen-tam as correspondentes transações e os eventos de maneira compatível com o objetivo de apresentação adequada.

Comunicamo-nos com os responsáveis pela governança a respeito, entre outros aspectos, do alcance planejado, da época da auditoria e das constatações signifi-cativas de auditoria, inclusive as eventuais deficiências significativas nos controles internos que identificamos durante nossos trabalhos.

São Paulo, 4 de junho de 2020.

Numeric Contadores S/S. – CRC 2SP026415/O-0

Eduardo Nunes de Carvalho Contador CRC-1-SP-152980/O-4

Associação Comunitária e Beneficente Padre José Augusto Machado MoreiraRelAtóRiO dOs AuditORes independentes sOBRe As demOnstRAções finAnceiRAs

Disponibilidades e aplicações financeirasEstas contas são registradas ao custo acrescido dos rendimentos auferidos até a data do balanço, de acordo com as taxas pactuadas com os bancos, até o limite de seu valor de mercado.

Demais ativosOs demais ativos são apresentados pelo menor valor entre o valor de custo, in-cluindo, conforme aplicável, os rendimentos e as variações monetárias auferidas, ou de realização.

ImobilizadoAvaliado pelo custo de aquisição, deduzido das depreciações acumuladas igualmente corrigidas e são depreciadas de acordo com as taxas mencionadas na nota explicativa 6. A Administração da Entidade promoveu a revisão e avaliação das taxas de depre-ciação e entende que os percentuais utilizados pela Entidade são adequados para representar a vida útil dos bens, bem como constatou que não há ativos registrados contabilmente por um valor superior àquele passível de ser recuperado por uso ou por venda. Com referência ao Pronunciamento Técnico CPC nº 6 (R2) relativa à Norma In-ternacional IFRS 16 que trata do arrendamento mercantil sobre bens, a Administração indica que não se enquadra nas regras em função de que todos os pagamentos dos aluguéis estão lastreados com os convênios firmados com a Prefeitura Municipal de São Paulo, sendo pois plenamente reembolsados pelos valores pagos.

Passivo circulanteOs passivos circulantes estão demonstrados pelos valores conhecidos ou calculá-veis, acrescidos, quando aplicável, dos correspondentes encargos e das variações monetárias incorridas, previstas contratual ou legalmente.

Apuração do superávitO superávit (déficit) do exercício é apurado em conformidade com o regime de competência. Os recursos provenientes de parcerias e convênios são contabili-zados como receitas quando aplicados nos projetos; em decorrência, os montan-tes ainda não utilizados ficam registrados no passivo circulante, representando a parcela que ainda deverá ser aplicada nos projetos, acrescida dos rendimentos financeiros auferidos de sua aplicação. As receitas de doações e contribuições vo-luntárias são contabilizadas quando recebidas. As despesas com projetos, assim como as demais despesas e receitas são contabilizadas observando o regime de competência de exercícios.

3 disponibilidadesBancos conta movimento e caixa ........................... 31/12/2019 31/12/2018Caixa .......................................................................... 3.395 4.191Banco Bradesco - C/C 62-0 ........................................ 1 1Banco Bradesco - C/C 62566 ..................................... 57.907 6.963Banco do Brasil - C/C 42814-0 CEI ............................ - 1.759Banco do Brasil - C/C 42812-4 CEI ............................ 1.863 1.663Banco do Brasil - C/C 46011-7 Jd Três Marias .......... 32.156 14.833Banco do Brasil - C/C 46009-5 CEI Santo Dias ......... 9.720 3.456Banco do Brasil - C/C 46008-7 CEI S. Francisco ....... 21.736 -Banco do Brasil - C/C 46010-9 CEI Peq. Heróis ........ 114.044 53.880Banco do Brasil - C/C 46087-7 MSE .......................... - 2.296Banco do Brasil - C/C 46067-2 CCA JD ..................... - 50Banco do Brasil - C/C 46166-0 NCI ............................ - 87Banco do Brasil - C/C 46167-9 NCI RIO ................... - 1.773Banco do Brasil - C/C 46088-5 MSE .......................... - 6.547Banco do Brasil - C/C 46101-6 MSE DIAS ................. - 322Banco do Brasil - C/C 46103-2 ILPI ........................... - 2.313Banco do Brasil - C/C 46066-4 SASF ........................ - 1.544Banco do Brasil - C/C 46104-0 ................................... - 3.567Banco do Brasil - C/C 46082-6 CCA .......................... - 4.544Banco do Brasil - C/C 46102-4 CJ SÃO ..................... - 3.696Banco do Brasil - C/C 46081-8 CCA .......................... - 257Banco do Brasil - C/C 46111-3 CDCM........................ - 1.499Banco do Brasil - C/C 46637-9 NAISPD .................... - 3.788Banco do Brasil - C/C 46687-5 NAISPD .................... - 45Banco do Brasil - C/C 47225-5 CCA .......................... - 100

Banco do Brasil - C/C 47311-1 PNAE CEI ................. 97 139Banco do Brasil - C/C 47714-1 ................................... 100 --Banco do Brasil - C/C 47715-X SPVV ITAQUERA ..... 100 -Banco do Brasil - C/C 47716-8 SPVV SÃO MATEUS 300 -Totais ......................................................................... 241.419 119.313

Aplicações financeiras ............................................. 31/12/2019 31/12/2018Aplicações - Banco Bradesco - C/P 62 ...................... 27.489 120.406Aplicações - Banco Bradesco - C/P 1000604-0 ......... 101.160 86.046Aplicações - Banco Bradesco - C/P 1000605-8 ......... 57.588 47.769Banco Bradesco - INVEST Fácil 62-0 ........................ - 3.106Aplicações - Banco do Brasil C/P – 19028 ................. 10 9Aplicações - Banco do Brasil C/P – 30559 var 01 ...... 79 76Aplicações - Banco do Brasil C/P - 30559 var 51 ....... 18.566 1.429.591Aplicações - Banco do Brasil C/P - 30560 var 51 ....... 3.599.912 3.929.335Aplicações - Banco Santander – 0884 ....................... 6.628 478Aplicações - Banespa C/P 21106 ............................... 93 88BB Curto Prazo Automático 30559 ............................. 23.231 213BB Curto Prazo Automático 30560 ............................. 727.230 1.009.954Banco do Brasil - C/P 42813-2 ................................... 3.884 3.529Banco Bradesco DI Hiper Fundo – 62566-3 ............... 108 106Banco Bradesco - C/P 1004316-6 .............................. 74.237 38.063Banco do Brasil C/P 46087-7 VAR 51 ........................ 20.490 10.250Banco do Brasil C/P 46091-5 VAR 51 ........................ 47.847 39.910Banco do Brasil C/P 46090-7 VAR 51 ........................ 55.647 16.834Banco do Brasil C/P 46089-3 VAR 51 ........................ 39.935 30.480Banco do Brasil C/P 46103-2 VAR 51 ........................ 113.825 60.525Banco do Brasil C/P 46082-6 VAR 51 ........................ 12.563 10.171Banco do Brasil C/P 46066-4 VAR 51 ........................ 65.311 41.285Banco do Brasil C/P 46165-2 VAR 51 ........................ 32.025 9.174Banco do Brasil C/P 46104-0 VAR 51 ........................ 107.517 81.852Banco do Brasil C/P 46168-7 VAR 51 ........................ 4.204 13.216Banco do Brasil C/P 46109-1 VAR 51 ........................ 86.912 54.130Banco do Brasil C/P 47225-5 VAR 51 ........................ 13.517 2.667Banco do Brasil C/P 46101-6 VAR 51 ........................ 44.711 20.869Banco do Brasil C/P 46102-4 VAR 51 ........................ 18.247 13.366Banco do Brasil C/P 46067-2 VAR 51 ........................ 1.910 837Banco do Brasil C/P 46088-5 VAR 51 ........................ 46.162 14.643Banco do Brasil C/P 46110-5 VAR 51 ........................ 53.447 25.724Banco do Brasil C/P 46012-5 VAR 51 ........................ 77.718 43.716Banco do Brasil C/P 46167-9 VAR 51 ........................ 11.086 2.316Banco do Brasil C/P 46166-0 VAR 51 ........................ 5.801 7.040Banco do Brasil C/P 46111-3 VAR 51 ......................... 34.657 14.826Banco do Brasil C/P 46081-8 VAR 51 ........................ 298 21.854Banco do Brasil C/P 46112-1 VAR 51 ........................ 66.385 39.157Banco do Brasil C/P 46638-7 VAR 51 ........................ 82.136 48.028Banco do Brasil C/P 46687-5 VAR 51 ........................ 40.520 13.966Banco do Brasil C/P 46637-9 VAR 51 ........................ 20.388 12.539Banco do Brasil C/P 46168-7 VAR 51 ........................ 3.466 877Banco do Brasil C/P 46088-5 VAR 51 ........................ - 15.176Banco do Brasil C/P 46638-7 VAR 51 ........................ 26.536 86Banco do Brasil C/P 46165-2 VAR 51 ........................ 662 525Banco do Brasil C/P 46167-9 VAR 51 ........................ 2.129 137BB Renda Fixa 500 – Residência ............................... 7.964 10.602BB Renda Fixa 500 – CEI JD III ................................. - 4.613BB Renda Fixa 500 – CCA ......................................... 2.918 536BB Renda Fixa 500 – CCA JD DAS ........................... 3.159 427BB Renda Fixa 500 – CCA CARLOS ......................... 12.685 184BB Renda Fixa 500 – CJ SÃO ................................... 1.372 439BB Renda Fixa 500 – MSE ARTE DE ........................ 4.577 723BB Renda Fixa 500 – DESPERTAR DO ................... 25.671 184BB Renda Fixa 500 – MSE DIAS ............................... 4.569 275

BAlAnçO pAtRimOniAl31 de dezembro de 2019 e 2018 (em reais)

ATIVO 2019 2018Circulante Caixa e equivalentes de caixa (nota 3)........................ 6.280.938 7.518.443 Contas a receber (nota 4 e 8) ...................................... 1.269.943 977.608 Outras contas a receber (nota 5) ................................. 2.026.725 565.533 9.577.606 9.061.584Não circulante Imobilizado (nota 6) ..................................................... 276.908 299.955 276.908 299.955TOTAL DO ATIVO ............................................................ 9.854.514 9.361.539

PASSIVOCirculante Fornecedores e contas a pagar (nota 7) ..................... 28.657 210.127 Tributos a recolher (nota 7) ......................................... 225.135 302.111 Obrigações trabalhistas (nota 7).................................. 418.434 313.257 Provisões trabalhistas (nota 7) .................................... 4.032.725 3.519.146 Adiantamentos de projetos (nota 8)............................. 2.670.910 3.010.329 Provisão para contingências e outros passivos (nota 9) ... 1.609.913 1.375.195 8.985.774 8.730.165Patrimônio líquido Patrimônio social (nota 10) .......................................... 868.740 631.374 868.740 631.374TOTAL DO PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO ............ 9.854.514 9.361.539

As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras.

demOnstRAções dOs ResultAdOs, ResultAdOs ABRAnGentes e dAs mutAções nO pAtRimÔniO lÍQuidO

Exercícios findos em 31 de dezembro de 2019 e 2018 (em reais)

2019 2018Receita operacional Contribuições, convênios e parcerias (nota 11) ........... 53.456.869 48.336.316 Doações, serviços líquidos e outros (nota 11) ............. 11.643.670 11.341.910 65.100.539 59.678.226Custos dos convênios e parcerias (nota 11) .................... (64.566.330) (59.250.831)Resultado bruto .............................................................. 534.209 427.395

Despesas operacionais Despesas com serviços profissionais .......................... (64.419) (101.278) Despesas com pessoal................................................ (89.748) (91.866) Despesas de ocupação, manutenção e utilidades ...... (100.958) (99.658) Demais despesas administrativas ............................... (267.441) (52.530) (522.566) (354.332)

Resultado operacional antes do resultado financeiro 11.643 73.063Receitas financeiras ......................................................... 267.785 213.413Despesas financeiras ....................................................... (42.062) (50.214)Superávit do exercício ...................................................... 237.366 236.262Outros resultados abrangentes ........................................ - -Total do resultado abrangente do exercício...................... 237.366 236.262Patrimônio líquido no início do exercício .......................... 631.374 395.112Patrimônio líquido no final do exercício ............................ 868.740 631.374

As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras.

demOnstRAçÃO dOs fluXOs de cAiXAExercícios findos em 31 de dezembro de 2019 e 2018 (em reais)

2019 2018ATIVIDADES OPERACIONAIS Superávit (déficit) apurado........................................... 237.366 236.262 Valores que não afetam o caixa Depreciações e amortizações ..................................... 62.078 59.790 299.444 296.052 Variação de contas a receber ...................................... (292.335) (123.611) Variação de outras contas a receber ........................... (1.461.192) 93.634 Variação de fornecedores e contas a pagar ................ (181.470) (294.658) Variação de tributos a recolher .................................... (76.976) 279.910 Variação de obrigações e provisões trabalhistas ........ 618.756 (1.662.695) Variação de adiantamento de projetos ........................ (339.419) 1.140.095 Variação de provisões e outros passivos .................... 234.718 1.375.195TOTAL DAS ATIVIDADES OPERACIONAIS .................. (1.198.474) 1.103.922ATIVIDADES DE INVESTIMENTO Compras de ativo imobilizado...................................... (39.031) (30.193)TOTAL DAS ATIVIDADES DE INVESTIMENTO ............. (39.031) (30.193)CAIXA GERADO NO PERÍODO ...................................... (1.237.505) 1.073.729Variação de caixa, bancos e aplicações financeiras Disponibilidades no fim do exercício ........................... 6.280.938 7.518.443 Disponibilidades no início do exercício ........................ 7.518.443 6.444.714VARIAÇÃO ....................................................................... 1.237.505 1.073.729

As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras.

nOtAs eXplicAtiVAs Às demOnstRAções finAnceiRAs31 de dezembro de 2019 e 2018 (em reais)

1 Contexto operacionalFundada em 1º/7/1991, a Associação Comunitária e Beneficente Padre José Augusto Machado Moreira é uma associação sem fins lucrativos e organização social, de direito privado, constituída por tempo indeterminado. De caráter filantró-pico, educacional, cultural e de promoção humana e social, tem por objetivo favo-recer o atendimento gratuito a crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos por meio da formação e defesa humana, incluindo:a) Preparo profissional, técnico, social, educacional, cultural, sem distinção de gê-

nero, cor, raça, credo religioso, político e condição social;b) Serviços na área de Assistência Social, Educação, Saúde, Esporte, Cultura, Ha-

bitação, Trabalho, Meio Ambiente e Jurídico na defesa dos direitos individuais, difusos e coletivos;

c) Promoção do desenvolvimento global e participativo da comunidade; ed) Participação e integração com outras organizações, redes, fóruns, fundações

públicas e privadas.Sediada em São Paulo e registrada sob o CNPJ 65.887.382/0001-62, foi decla-rada de utilidade pública municipal pelo Decreto nº 42.980 de 14/3/2003, estadu-al pelo Decreto nº 47.418 de 22/12/2002 e federal pela Portaria MJ nº 2.276 de 17/12/2002, processo 08015.013341/2002-68. Possui cadastro na Coordenadoria do Desenvolvimento Comunitário de São Paulo, registro CNAS via Processo nº 44006.002575/202-52 de 10/12/2004, Certificado de Matrícula de Organização de Assistência Social 24.75, CEBAS via Processo nº 71010.002643/2006, COMAS Inscrição nº 606/2012 P. M. S. P., CMDCA da P. M. S. P. nº 355/1994, CONSEAS nº 0437/SP/2001, cadastro na Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social nº 5242, matrícula da SAS nº 14.1019, CRCE 1217/2012, matrícula SMADS nº 24.75 e CENTS – Cadastro Único de Entidades Parceiras do Terceiro Setor via Processo nº 2013.0165214-4.

2 Apresentação das demonstrações financeiras e principais práticas contábeis adotadasa) Base de apresentação. As demonstrações financeiras foram elaboradas de

acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil, aplicáveis a associações sem fins lucrativos, as quais abrangem a legislação societária, os Pronuncia-mentos, as Orientações e as Interpretações emitidas pelo Comitê de Pronun-ciamentos Contábeis (CPC), com destaque para o NBC (Norma Brasileira de Contabilidade) ITG 2002 – Entidade sem Finalidade de Lucros, aprovado pela Resolução de nº 1.409/2014 do Conselho Federal de Contabilidade.

b) Base de mensuração. As demonstrações financeiras são preparadas pelo custo histórico.

c) Moeda funcional e de apresentação. Essas demonstrações financeiras são apresentadas em Real, moeda funcional da Entidade. Todas as informações financeiras apresentadas em Real foram arredondadas para o valor mais próxi-mo, exceto quando indicado de outra forma.

d) Uso de estimativas e julgamento. As demonstrações financeiras incluem várias estimativas; entre elas, aqueles referentes à determinação das vidas úteis do ativo imobilizado e sua recuperabilidade nas operações, avaliações de ativos financeiros pelo seu valor justo e pelo método de ajuste a valor presente, assim como análise dos demais riscos na determinação das demais provisões neces-sárias para passivos contingentes e similares. Por serem estimativas é possível que os resultados reais possam apresentar variações.

e) Principais práticas contábeis. As principais práticas contábeis adotadas para a elaboração das demonstrações financeiras são resumidas a seguir:

Ativos financeiros e passivos financeirosA Entidade possui instrumentos financeiros não-derivativos como caixa e equi-valentes de caixa, outros recebíveis e contas a pagar. A Entidade não efetuou transações envolvendo instrumentos financeiros para fins de reduzir seu grau de exposição a riscos de mercado, de moeda e taxas de juros. Não foram desenvol-vidas transações envolvendo instrumentos financeiros com o objetivo de espe-culação. A Entidade em 31 de dezembro de 2019 e 2018 não possuía saldos de ativos financeiros mantidos para negociação ou designado ao valor justo por meio de ganhos e perdas.

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Associação Comunitária e Beneficente Padre José Augusto Machado MoreiraBB Renda Fixa 500 – 46087-7 MSE .......................... 13.489 268BB Renda Fixa 500 – 46090-7 MSE .......................... 34.346 10.080BB Renda Fixa 500 – 46103-2 ILPI ............................ 8.110 764BB Renda Fixa 500 – 46066-4 SASF ......................... 3.281 119BB Renda Fixa 500 – 46111-3 CDCM MARGARIDA . 328 -BB Renda Fixa 500 – 46010-9 CEI ............................ 5.762 348BB Renda Fixa 500 – 46109-1 SAICA ........................ 2.796 1.787BB Renda Fixa 500 – 46112-1 SPVV ......................... 2.731 2.776BB Renda Fixa 500 – 46012-5 SPVV ......................... 4.046 136BB Renda Fixa 500 – 46009-5 CEI ............................ - 4.031BB Renda Fixa 500 – 46008-7 CEI ............................ 3.171 25.169BB Renda Fixa 500 – 46110-5 SAICA ........................ 5.223 724BB Renda Fixa 500 – 46110-5 SAICA ........................ 37.199 -BB Renda Fixa 500 – 46110-5 SAICA ........................ 1.186 -

9 Contingências e processosAo longo do período de novembro/2012 a junho/2013 a Entidade recolheu guias de INSS – cota patronal, apesar da condição de filantropia ter sido provada. Posteriormente, a Entidade entrou com pedido de restituição PER/DCOMP dos valores recolhidos a maior e totalizando R$ 1.872.965,31 em bases históricas. Os pedidos foram efetuados entre outubro/2015 e maio/2016 e a Receita Federal tem o prazo de cinco anos para analisar o pedido e proceder à efetiva devolução dos valores. Já a Prefeitura do Município de São Paulo moveu catorze processos contra a Entidade para reaver os valores repassados a projetos para custeio da cota patronal do INSS. O somatório destes processos totaliza R$ 2.176.945. Em 2018 a Receita Federal ressarciu R$ 1.375.195, estando, pois, este valor lançado como provisão para contingências. Tal valor recebido foi devidamente devol-vido à Prefeitura do Município de São Paulo em 7/6/2019 mediante ação consignatória processo 1026425-24.2019.8.26.0053 na 13ª Vara da Fazenda Pública e em 26/8/2019 foram depositados R$ 29.718 a título de correção monetária proveniente do investimento específico. Processos avaliados com chances possíveis de êxito por parte da defesa. Ainda assim, optou-se por aprovisionar R$ 197.000 para coberturas dos custos que poderão incidir no próximo ano.

Em aberto constam processos trabalhistas com chances possíveis de êxito por parte da defesa. Se trata dos processos: 1000955-02.2019.5.02.0605 avaliado em R$ 8.000, 1000536-92.2018.5.02.0612 avaliado em R$ 16.000 e 1000305-86.2018.5.02.0605 avaliado em R$ 10.000. Foram aprovisionados R$ 8.000 para coberturas dos valores a serem pagos por acordo em 2020.

Provisão para contingências ........................................................................................ 31/12/2019 31/12/2018INSS patronal – custas e provisão complementar .......................................................... 197.000 1.375.195INSS patronal – valores depositados em juízo ................................................................ 1.404.913 -Provisões trabalhistas ..................................................................................................... 8.000 -Totais .............................................................................................................................. 1.609.913 1.375.195

10 Patrimônio socialAs rendas geradas pela Entidade são empregadas integralmente nos seus objetivos sociais comentados na Nota 1. Em caso de extinção da Entidade, que se dará somente em caso de Lei e por decisão de Assembleia Geral, desde que convocada com essa finalidade, os bens patrimoniais serão obrigatoriamente doados para outra associação sem fins lucrativos, de objetivos semelhantes.

11 Receitas e custos dos projetos de fundos restritos e outras receitas

BB Renda Fixa 500 – 46110-5 SAICA ........................ 63.903 -BB Renda Fixa 500 – 46110-5 SAICA ........................ 442 -BB Renda Fixa 500 – 46110-5 SAICA ........................ 2.335 -BB Renda Fixa 500 – 46110-5 SAICA ........................ 7.347 -BB Renda Fixa 500 – 46110-5 SAICA ........................ 4.642 -Totais ......................................................................... 6.039.519 7.399.130

Caixas e equivalentes de caixa ............................... 31/12/2019 31/12/2018Bancos conta movimento e caixa ............................... 241.419 119.313Aplicações financeiras ................................................ 6.039.519 7.399.130Totais ......................................................................... 6.280.938 7.518.443

Por tratar-se de operações de alta liquidez, que são prontamente conversíveis em um montante conhecido de caixa e que estão sujeitas a um insignificante risco de mudan-ça de valor, tais aplicações foram consideradas como disponibilidades.

4 Contas a receber 31/12/2019 31/12/2018Serviços faturados a receber ...................................... - -Serviços executados a faturar (nota 8) ....................... 1.269.943 977.608Totais ......................................................................... 1.269.943 977.608

5 Outras contas a receber e pedidos de restituição de valores 31/12/2019 31/12/2018Adiantamentos trabalhistas ........................................ 534.382 502.813Créditos tributários e outros ....................................... 87.430 62.720Depósitos judiciais ...................................................... 1.404.913 -Totais ......................................................................... 2.026.725 565.533

6 imobilizado Vida Útil Saldo em Adições Saldo em Adições Saldo em (anos) 31/12/2017 31/12/2018 31/12/2019Máquinas e equipamentos 10 233.502 2.109 235.611 5.617 241.228Móveis e utensílios 10 400.095 24.266 424.361 27.004 451.365Veículos e utilitários 4 92.960 - 92.960 - 92.960Computadores e periféricos 4 180.081 3.818 183.899 6.410 190.309Equipamentos – celulares 4 4.069 - 4.069 - 4.069Custo histórico 910.707 30.193 940.900 39.031 979.931

Máquinas e equipamentos (132.790) (19.087) (151.877) (19.399) (171.276)Móveis e utensílios (178.478) (36.312) (214.790) (40.003) (254.793)Veículos e utilitários (91.560) (1.400) (92.960) - (92.960)Computadores e periféricos (175.453) (2.230) (177.683) (2.242) (179.925)Equipamentos – celulares (2.874) (761) (3.635) (434) (4.069)Depreciação acumulada (581.155) (59.790) (640.945) (62.078) (703.023)Total 329.552 (29.597) 299.955 (23.047) 276.908

7 Fornecedores, contas a pagar e obrigações trabalhistas por projetos

8. Adiantamento de projetos

CCA Construindo um Sonho – Secretaria Municipal de As-sistência e Desenvolvimento Social SMADS-PMSP.Síntese: Centro para crianças e adolescentes com 120 va-gas para serviço de convivência e fortalecimento de vínculos (SCFV) na Rua Dom Giocondo Grotti, 367, São Rafael, CEP 08311-120. O programa está ligado ao Termo de Convênio 379/SMADS/2013-RI, Termo de Aditamento nº 001/2016 e Processo nº 2012.0.173.993.0., sendo renovado por meio de termo de colaboração nº 179/SMADS/2018 – processo SEI nº 6024.2018/0000145-0. Valor da verba já corrigido, por meio do dissídio de 4%, referente Portaria SMADS no. 24, de 13/6/2018. Período: 1/5/2018 a 30/4/2023 Valor contratual: R$ 41.555,52 por mês.

CCA Jardim das Rosas – Secretaria Municipal de Assistên-cia e Desenvolvimento Social SMADS-PMSP.Síntese: Centro para crianças e adolescentes com 120 va-gas para serviço de convivência e fortalecimento de vínculos (SCFV) na Rua Sebastião Marchesoni, 47, Jardim das Rosas, CEP 03909-070. O programa está ligado ao Termo de Convênio 204/SMADS/2015-RI, Termo de Aditamento nº 002/2018 e Pro-cesso nº 2015.0.206.436.3, assinado em 4/10/2018. Período: 1/11/2015 a 31/10/2020 Valor contratual: R$ 42.624,88 por mês.

CCA Carlos Marighela – Secretaria Municipal de Assistên-cia e Desenvolvimento Social SMADS-PMSP.Síntese: Centro para crianças e adolescentes com 180 vagas para serviço de convivência e fortalecimento de vínculos (SCFV) na Travessa Malva Pavão, 132-A, Jardim São Francisco, CEP

08311-350. O programa está ligado ao Termo de Colaboração nº 308/SMADS/2019 Processo SEI nº 6024.2019/000.4986-1, assinado em 31/10/2019. Período: 28/10/2019 a 27/10/2024 Valor contratual: R$ 59.805,58 por mês.

CCA Padre Moreira – Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social SMADS-PMSP.Síntese: Centro para crianças e adolescentes com 120 va-gas para serviço de convivência e fortalecimento de vínculos (SCFV) na Rua Fernandes Tourinho, 182 – Jardim Vera Cruz, CEP 08330-120. O programa está ligado ao Termo de Convênio 122/SMADS/2013-RI, Termo de Aditamento nº 001/2018 e Pro-cesso nº 2013.0.004.101.0, rescindido em 01/08/2018. Tendo novo Termo de Colaboração nº 365/SMADS/2018, processo SEI 6024.2017/0003015-6, assinado em 6/8/2018. Período: 01/08/2018 a 31/07/2023 Valor contratual: R$ 39.247,08 por mês. CCA Reino Encantado – Secretaria Municipal de Assistên-cia e Desenvolvimento Social SMADS-PMSP.Síntese: Centro para crianças e adolescentes com 120 vagas para serviço de convivência e fortalecimento de vín-culos (SCFV) na Rua Touro, 132 – São Mateus CEP 08331-030. O programa está ligado ao Termo de Colaboração 600/SMADS/2018, processo SEI 6024.2018/0003332-7, assinado em 27/12/2108. Período: 09/12/2018 a 08/12/2023 Valor contratual: R$ 39.247,08 por mês.

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Associação Comunitária e Beneficente Padre José Augusto Machado MoreiraCDCM Mulher Cidinha Kopcak – Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social SMADS-PMSP.Síntese: Centro de defesa e de convivência da mulher com 110 vagas na Rua Margarida Cardoso dos Santos, 500, CEP 03961-010. O programa está ligado ao Termo de Convênio 358/SMADS/2013-RI, Termo de Aditamento nº 001/2018 e Proces-so nº 2013-0.004.296.2, rescindido em 01/07/2018. Tendo novo Termo de Colaboração nº 315/SMADS/2018, Processo SEI 6024.2017/0003065-2, assinado em 12/7/2018. Período: 01/07/2018 a 30/06/2023 Valor contratual: R$ 35.144,18 por mês.

CDCM Margarida Maria Alves – Secretaria Municipal de As-sistência e Desenvolvimento Social SMADS-PMSP.Síntese Centro de defesa e de convivência da mulher com 100 vagas na Rua Margarida Cardoso dos Santos, 500, CEP 03961-010. O programa está ligado ao Termo de Colaboração 330/SMADS/2018, processo SEI nº 6024.2017/0003451-8, as-sinado em 13/7/2018. Período: 01/07/2018 a 30/06/2023. Valor contratual: R$ 29.904,99 por mês.

CJ São Francisco – Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social SMADS-PMSP.Síntese: Operação e manutenção dos espaços de convivência, e fortalecimento de vínculos para crianças, adolescentes, jo-vens e idosos com 120 vagas na Rua Dom Giocondo Grotti, 457, São Rafael, CEP 08311-120. O programa está ligado ao Termo de Convênio/Colaboração 007/SMADS/2015-RI, Termo de Aditamento nº 001/2016 e Processo nº 2015.0.236.241.0. Termo de Adaptação do termo de Convênio ao termo de cola-boração processo SIMPROC nº 2015.0.236.241-0; e Termo de Aditamento 001/2017, relacionado ao Termo de Convênio/Cola-boração no. 07/SMADS/2016, Processo no. 2015.0.236.241.0, assinado em 10/1/2018. Valor da verba já corrigido, por meio do dissídio de 4%, referente Portaria SMADS no. 24, de 13/6/2018. Período: 1º/2/2016 a 31/1/2021 Valor contratual: R$ 47.522,96 por mês, R$ 338,03

fonte estadual e o restante municipal.

ILPI São Mateus – Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social SMADS-PMSP.Síntese: Instituição de longa permanência para idoso com 30 vagas na Av. Satélite, 298/308, Cidade Satélite, CEP 08330-480. O programa está ligado ao Termo de Colaboração no. 049/SMADS/2016 e Processo nº 2015.0.325.093.4. Termo de Adap-tação do termo de convênio ao Termo de Colaboração proces-so SIMPROC nº 2015.0.325.093-4, Termo de Aditamento nº 001/2018, assinado em 9/5/2018Período: 20/4/2018 a 19/4/2021 Valor contratual: R$ 110.394,82 por mês, R$ 3.748,00

fonte federal e R$ 106.646,82 municipal.

NAISPD I Novos Horizontes -Secretaria Municipal de Assis-tência e Desenvolvimento Social SMADS-PMSP.Síntese: Núcleo de Apoio à Inclusão Social para Pesso-as com Deficiência com 80 vagas na Rua Oanani, 07 - Ita-quera, CEP:03576-030. O programa está ligado ao Termo de Colaboração nº 185/SMADS/2018, Processo SEI nº 6024.2018/0000266-9, assinado em 8/5/2018. Valor da verba já corrigido, por meio do dissídio de 4%, referente Portaria SMADS no. 24, de 13/6/2018. Período: 01/05/2018 a 30/04/2023 Valor Contratual: R$ 52.017,91 por mês.

Sendo R$ 42.598,62 Fonte Municipal e R$ 9.419,29 Estadual

NAISPD II Super Ação -Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social SMADS-PMSP.Síntese: Núcleo de Apoio à Inclusão Social para Pessoas com Deficiência com 40 vagas na Rua Liderança, 78- Ita-quera, CEP:08220-600. O programa está ligado ao Ter-mo de Colaboração nº 175/SMADS/2018, Processo SEI nº 6024.2018/0000268-5, assinado em 16/5/2018. Valor da ver-ba já corrigido, por meio do dissídio de 4%, referente Portaria SMADS no. 24, de 13/6/2018. Período: 01/05/2018 a 30/04/2023 Valor Contratual: R$ 28.937,16 por mês

MSE Arte de Viver (São Rafael) – Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social SMADS-PMSP.Síntese: Serviço de medidas socioeducativas em meio aberto com 120 vagas na Rua Júlio César Moreira, 524 – Jardim Ro-dolfo Pirani, CEP 08310-160. O programa está ligado ao Ter-mo de Convênio 064/SMADS/2015-RI, Termo de Aditamento 004/2017 e Processo nº 2015.0. 043.130.0. Termo de adapta-ção do termo de convênio ao termo de colaboração, processo SIMPROC nº 2015.0.043.130.0. Termo de aditamento 001/2018 e processo nº 2015.0.043.130.0, assinado em 6/9/2018. Período: 1º/7/2015 a 30/06/2020 Valor contratual: R$ 60.680,70 por mês.

MSE Despertar do Amanhã – Secretaria Municipal de Assis-tência e Desenvolvimento Social SMADS-PMSP.Síntese: Serviço de medidas socioeducativas em meio aber-to com 90 vagas na Rua Aranha de Vasconcelos, 244, Jardim Nossa Senhora do Carmo, CEP 08275-090. O programa está ligado ao Termo de Convênio 129/SMADS/2014-RI, Termo de Aditamento nº 001/2017 e Processo nº 2014.0.200.633.7. Termo de Adaptação do Termo de Convênio ao Termo de Colaboração processo SIMPROC nº 2014.0.200.633-7. Ter-mo de Aditamento 001/2018 processo nº 2014.0.200.633-7, assinado em 12/12/2018. Termo de Aditamento 001/2019 ao Termo de Colaboração 263/SMADS/2019 processo SEI nº 6024.2019/0001388-3, assinado em 24/10/2019. Período: 1º/9/2014 a 31/8/2024 Valor contratual: R$ 58.159,81 por mês.

MSE Dias Melhores – Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social SMADS-PMSP.Síntese: Serviço de medidas socioeducativas em meio aber-to com 60 vagas na Rua Simão Cerqueira, 75, Iguatemi, CEP 08371-240. O programa está ligado ao Termo de Convênio 124/SMADS/2015-RI, Termo de Aditamento no. 003/2017 e Processo nº 2012.0.346.406.8. Termo de Adaptação do Termo de Convênio ao Termo de Colaboração processo SIMPROC nº 2012.0.345.406-8. Termo de Aditamento 001/2018, processo nº 2012.0.346.406-8, assinado em 6/9/2018 Período: 14/7/2015 a 13/07/2020 Valor contratual: R$ 38.650,49 por mês.

MSE Vila Formosa – Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social SMADS-PMSP.Síntese: Serviço de medidas socioeducativas em meio aberto com 90 vagas na Rua Coronel José Lopes Toledo, 451, Vila Antonieta, CEP 03475-010. O programa está ligado ao Ter-

mo de Convênio 131/SMADS/2015-RI, Termo de Aditamen-to no. 003/2017 e Processo nº 2015.0.125.173.9. Termo de Adaptação do Termo de Convênio ao Termo de Colaboração processo SIMPROC nº 2015-0.125.173-9. Termo de Adita-mento 001/2018, processo nº 2015.0.125.173-9, assinado em 13/9/2018. Período: 14/7/2015 a 13/07/2020 Valor contratual: R$ 49.773,84 por mês, R$ 14.214,71

fonte estadual e R$ 35.559,13 municipal.

MSE Espaço, Juventude e Cidadania (São Mateus) – Secre-taria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social SMADS-PMSP.Síntese: Serviço de medidas socioeducativas em meio aberto com 105 vagas na Rua Ângelo de Cândia, 952, São Mateus, CEP 03958-000. O programa está ligado ao Termo de Convê-nio 74/SMADS/2015-RI, Termo de Aditamento nº 003/2017 e Processo nº 2015.0.043.124.5, Termo de Aditamento 001/2018; 002/2018; e 003/2018 processo nº 2015.0.043.124.5, assinado em 7/12/2108. Valor da verba já corrigido, por meio do dissídio de 4%, referente Portaria SMADS no. 24, de 13/6/2018.Período: 1º/7/2015 a 30/6/2020 Valor contratual: R$ 60.912,51 por mês, R$ 8.151,87

fonte estadual e R$ 52.760,64 municipal

MSE Ermelino Matarazzo – Secretaria Municipal de Assis-tência e Desenvolvimento Social SMADS-PMSP.Síntese: Serviço de medidas socioeducativas em meio aber-to com 120 vagas na Rua Antônio Bonici, 331, Jardim Mata-razzo, CEP 03811-060. O programa está ligado ao Termo de Convênio/Colaboração 125/SMADS/2016, Processo nº 2016.0.084.925.0. Termo de aditamento 001/2018, processo nº 2016.8.084.925.0, assinado em 5/7/2018. Valor da verba já cor-rigido, por meio do dissídio de 4%, referente Portaria SMADS no. 24, de 13/6/2018. Período: 13/07/2016 a 12/07/2021 Valor contratual: R$ 59.977,14 por mês, R$ 14.000,00

fonte estadual e R$ 45.977,14 municipal.

NCI Iguatemi – Secretaria Municipal de Assistência e De-senvolvimento Social SMADS-PMSP.Síntese: Serviço em núcleo de convivência de idosos com 100 vagas na Rua Padre Jósimo Morais Tavares, 56, Jar-dim Alto Alegre, CEP 08381-710. O programa está ligado ao Termo de Convênio 569/SMADS/2013-RI, em Termo de Colaboração nº 569/SMADS/2013, Processo SIMPROC nº 2013-0.233.339-5 e Processo SEI no. 6024.2018/0009630-2, assinado em 8/2/2019 Período: 1º/1/2019 a 31/12/2023 Valor contratual: R$ 17.557,13 por mês.

NCI Pro Morar Rio Claro – Secretaria Municipal de Assistên-cia e Desenvolvimento Social SMADS-PMSP.Síntese: Serviço em núcleo de convivência de idosos com 100 vagas na Rua Cinira Polônio, 371, Conjunto Pro Morar Rio Claro, CEP 08385-320. O programa está ligado ao Termo de Convênio 562/SMADS/2013-RI, Termo de Colaboração nº 562/SMADS/2013, Processo SIMPROC nº 2013.0.233.348.4; e Ter-mo de Colaboração no. 027/SMADS/2019, Processo SEI no. 6024.2018/0009447-4, assinado em 8/2/2019. Período: 1º/1/2019 a 31/12/2023 Valor contratual: R$ 17.557,13 por mês.

PAIF/SASF São Rafael – Secretaria Municipal de Assistên-cia e Desenvolvimento Social SMADS-PMSP.Síntese: Serviço de proteção integral à família do serviço de assistência social à família para 1.000 famílias na Rua Cinira Polônio, 371, Conjunto Pro Morar Rio Claro, CEP 08385-320. O programa está ligado ao Termo de Convênio 087/SMADS/2016-RI, Termo de adaptação do Termo de Convênio ao Ter-mo de Colaboração processo SIMPROC nº 2016.0.053.050-4. Termo de Aditamento 001/2018 processo nº 2016.0.053.050.4, assinado em 9/5/2018. Valor da verba já corrigido, por meio do dissídio de 4%, referente Portaria SMADS no. 24, de 13/6/2018 Período: 1º/05/2016 a 30/4/2021 Valor contratual: R$ 58.336,85 por mês.

Residência Inclusiva – Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social SMADS-PMSP.Síntese: Serviço de acolhimento institucional para jovens e adultos com 10 vagas na Rua Embaixador Ildefonso Falcão, 90, São Mateus, CEP 03964-020 e outras 10 vagas na Car-los Vivaldi, 575, São Mateus, CEP 03965-030. O programa está ligado ao Termo de Convênio 220/SMADS/2015, Termo de Aditamento nº 001/2017 e Processo nº 2015.0.197.549.4. Termo de adaptação do Termo de Convênio ao Termo de Co-laboração processo SIMPROC nº 2015.0.197.549.4. Termo de Aditamento 001/2018. Processo nº 2015.0.197.549.4, assinado em 8/10/2018. Período: 16/11/2015 a 15/11/2020 Valor contratual: R$ 157.189,53 por mês.

SAICA São Mateus – Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social SMADS-PMSP.Síntese: Serviço de acolhimento institucional para crianças, jovens e adolescentes com 15 vagas na Rua Professor Brasí-lio Barni, 222, São Mateus, CEP 03959-050. O programa está ligado ao Termo de Convênio 111/SMADS/2015-RI, Termo de Aditamento 001/2017 e Processo nº 2016.0.043.735.0. Termo de Adaptação do Termo de Convênio ao Termo de Colaboração processo SIMPROC nº 2016.0.043.735.0. Termo de aditamento 001/2018; 002/2018; e 003/2018 processo nº 2016.0.043.735.0, assinado em 13/11/2018. Período: 22/6/2016 a 21/6/2021 Valor contratual: R$ 68.038,36 por mês.

SAICA Caminhando Juntos – Secretaria Municipal de As-sistência e Desenvolvimento Social SMADS-PMSP.Síntese: Serviço de acolhimento institucional para crianças, jo-vens e adolescentes com 15 vagas na Rua Juçaral, 352, Para-da XV de Novembro, CEP 08246-106. O programa está ligado ao Termo de Convênio 201/SMADS/2016, Termo de Aditamento 001/2017 de 17/5/2017 e Processo nº 2016.0.120.538.0. Termo de Adaptação do termo de Convênio ao Termo de Colaboração processo SIMPROC nº 2016.0.120.538.0. Termo de Aditamento 001/2018; e 002/2018 processo nº 2016.0.120.538.0, assinado em 8/11/2018; Período: 1º/12/2016 a 30/11/2021 Valor contratual: R$ 84.304,85 por mês.

SAICA Jardim de Flores – Secretaria Municipal de Assistên-cia e Desenvolvimento Social SMADS-PMSP.Síntese: Serviço de acolhimento institucional para crianças, jovens e adolescentes com 20 vagas na Rua Victorio San-tim, 653, Itaquera,CEP 08290-000.O programa está ligado ao

Termo de Colaboração nº470/SMADS/2018, Processo SEI nº 6024.2018/0001563-9, assinado em 12/9/2018. Período: 1º/9/2018 a 31/8/2023 Valor contratual: R$ 87.494,74 por mês.

SAICA Girassol – Secretaria Municipal de Assistência e De-senvolvimento Social SMADS-PMSP.Síntese: Serviço de acolhimento institucional para crianças, jo-vens e adolescentes com 15 vagas na Rua Bramante Buffoni, 60, Ermelino Matarazzo, CEP 03807-440.O programa está li-gado ao Termo de Colaboração nº242/SMADS/2019, Processo SEI nº 6024.2019/000.0114-1, assinado em 16/8/2019. Período: 31/7/2019 a 30/7/2024 Valor contratual: R$ 71.226,11 por mês.

SPVV Itaquera - Secretaria Municipal de Assistência e De-senvolvimento Social SMADS-PMSP.Síntese: Serviço de Proteção Social às Crianças e Adolescen-tes Vítimas de Violência, com 110 vagas na rua Sábado D`Ân-gelo nº 2085 – 1º Andar, Itaquera, CEP:08210-790. O programa está ligado ao Termo de Colaboração 312/SMADS/2018, Pro-cesso SEI n º6024.2017/0003452-6, assinado em 16/7/2018. Período: 1º/7/2018 a 30/6/2023 Valor Contratual: R$ 47.519,37

SPVV Estrelas da Terra - Secretaria Municipal de Assistên-cia e Desenvolvimento Social SMADS-PMSP.Síntese: Serviço de Proteção Social às Crianças e Adolescen-tes Vítimas de Violência, com 110 vagas na rua Joaquim Gou-veia Franco, nº 847, São Mateus, CEP:03961-020. O programa está ligado ao Termo de Colaboração 351/SMADS/2018, Pro-cesso SEI nº 6024.2017/0003631-6, assinado em 16/7/2018. Período: 10/07/2018 a 09/07/2023 Valor Contratual: R$ 51.399,37

CAPS e SRT unificados pela SMS-PMSP.Desde o final de 2018, a Secretaria Municipal de Saúde unificou em instrumento único os convênios CAPS – centro de aten-ção psicossocial e SRT – serviços de residência terapêutica. Ligados ao Convênio nº 001/2017 – CPCSS/SMS.G, Processo 2016-0.276.093-0 foram celebrados Termo Aditivo 004/2018 de 26/12/2018, Termo Aditivo 005/2019 de 4/4/2019, 006/2019 de 1º/7/2019, Termo Aditivo 007/2019 de 2/102019, Termo Aditivo 008/2020 de 2/1/2020, Termo Aditivo 009/2020 de 2/4/2020 e Termo Aditivo 010/2020 de 20/7/2020, tendo neste trimestre o repasse de R$ 2.476.474,90 mensal.

CAPS Liberdade de Escolha – Secretaria Municipal de Saú-de SMS-PMSP.Síntese: Centro de atenção psicossocial com portas a aber-tas, sito a Rua Joaquim Gouveia Franco nº 150, São Mateus, CEP 03961-020. O programa está ligado ao Termo de Con-vênio 008/SM2/208 e Processos nº 2007-0.376.536-8, 2009-0.066.799-7, 2012.0.285.586.1; e Termo Aditivo no. 002/2017, referente ao convênio no. 001/2017 – CPCSS\SMS, assinado 27/12/2017. Valor da verba já corrigido, por meio do dissídio de 4%, referente Portaria SMADS nº 24, de 13/6/2018. Períodos renovados até 30/9/2020. Período: 1º/1/2018 a 30/9/2020

CAPS AD São Miguel - Secretaria Municipal de Saúde SMS-PMSP.Síntese: Centro de atenção psicossocial com portas a abertas, sito a Rua Parioto nº 345, Vila Jacuí, CEP 08060-030. O progra-ma está ligado ao Termo de Convênio 008/SM2/208 e Proces-sos nº 2007-0.376.536-8, 2009-0.066.799-7, 2012.0.285.586.1; e aditivos. Valor da verba já corrigido, por meio do dissídio de 4%, referente Portaria SMADS no. 24, de 13/6/2018 Período: 1º/1/2018 a 30/9/2020

CAPS Itaquera – Secretaria Municipal de Saúde SMS-PMSP.Síntese: Centro de atenção psicossocial com portas a abertas, sito a na Rua Benedito Coelho Neto nº 163, Itaquera, CEP 08295-010. O programa está ligado ao Termo de Convênio 008/SM2/208 e Processos nº 2007-0.376.536-8, 2009-0.066.799-7, 2012.0.285.586.1 e aditivos. Período: 1º/1/2018 a 30/9/2020

CAPS Adulto III São Mateus – Secretaria Municipal de Saú-de SMS-PMSP.Síntese: Centro de atenção psicossocial com portas a abertas, sito a na Rua Joaquim Gouveia Franco nº 928, São Mateus, CEP 03961-020. O programa está ligado ao Termo de Convê-nio nº 001/2017-SMS.G com atividades similares para o ano de 2017 e pela verba de custeio de R$ 25.469.906,46. Período: 1º/1/2018 a 30/9/2020

SRT – Secretaria Municipal de Saúde SMS-PMSP (São Ma-teus I, São Mateus II, São Mateus III, Itaquera, São Miguel I e São Miguel II).Síntese: Serviço de residência terapêutica - ligado ao Programa Municipal de Saúde Mental, Álcool e Drogas - para empenho em cinco unidades: São Mateus I, São Mateus II, São Mateus III, Ita-quera, São Miguel I e São Miguel II. O programa está ligado ao Termo de Convênio 001/2017/-SMS.G, Termos Aditivos 016/2016, 017/2016 e 018/2016 de 17/5/2017 e Processo nº 2016-0.276.093-0. Pela verba de Custeio no valor de R$ 26.652.610,68. Período: 1º/1/2018 a 30/9/2020.

CEI Pequenos Heróis – Secretaria Municipal de Educação SME-PMSP.Síntese: Centro de educação infantil com 343 vagas para crian-ças de 0 a 3 anos (103 no berçário) na Rua Júlia Grisi nº 107, Jardim São Roberto, CEP 03978-520. O programa está ligado ao Termo de Colaboração 4382017/DRE-SM/2017-RPI, Pro-cesso SEI nº.6016.2017/0043754-6, assinado em 1º/2/2019.Período: 1º/1/2018 a 1º/1/2023 Valor contratual: R$ 206.392,10 por mês.

CEI Santos Dias – Secretaria Municipal de Educação SME-PMSP.Síntese: Centro de educação infantil com 75 vagas na Rua Miguel Miranda, 9, Parque São Rafael, CEP 08311-200. O programa está ligado ao Termo de Colaboração no. 6962017/DRE-SM/2017-RPP, Processo SEI nº 6016.2017/0050751-0. Valor da verba já corrigido, por meio do dissídio de 4%, referen-te Portaria SMADS no. 24, de 13/6/2018. Período: 1º/1/2018 a 1º/1/2023 Valor contratual: R$ 54.283,18 por mês.

CEI Jardim São Francisco – Secretaria Municipal de Edu-cação SME-PMSP.Síntese: Centro de educação infantil com 193 vagas (66 crian-ças no berçário) na Travessa Idade Madura, nº 58, Jardim São Francisco, CEP 08311-480. O programa está ligado ao Termo de Colaboração no. 7162017/DRE-SM/2017-RPI, Processo SEI no. 6016.2017/0050772-2, assinado em 18/12/2017. Valor da verba já corrigido, por meio do dissídio de 4%, referente Porta-ria SMADS no. 24, de 13/6/2018. Período: 1/1/2018 a 1/1/2023 Valor contratual: R$ 119.632,83 por mês.

CEI Jardim Três Marias I – Secretaria Municipal de Educa-ção SME-PMSP.Síntese: Centro de educação infantil com 220 vagas (74 de berçário) na Avenida José Velho Barreto, 429, Parque Co-lonial, CEP 03968-080. O programa está ligado ao Termo de Colaboração 452/DRE-SM/2017-RI, Processo SEI nº 6016.207/0043753-8, assinado em 18/12/2017. Período: 1º/1/2018 a 1º/1/2023 Valor contratual: R$ 124.579,82 por mês.

PNAE Jardim São Francisco – Secretária Municipal da Edu-cação SME-PMSPSíntese: Programa nacional de alimentação escolar com 193 crianças de até três anos (66 em berçário) Travessa Idade Ma-dura, nº 58, Jardim São Francisco, CEP 08311-480. O progra-ma está ligado ao Processo nº 2015-0.301.948-5, Dotação 16.24.12.306.3010.2801.33504100.02. Período: 1º/1/2018 a 1º/1/2023 Valor contratual: R$ 41.302,00.

PNAE Jardim Três Marias I – Secretaria Municipal de Edu-cação SME-PMSP.Síntese: Programa nacional de alimentação ecolar com 220 vagas (74 de berçário) na Avenida José Velho Barreto, 429, Parque Colonial, CEP 03968-080. O programa está ligado ao Termo de repasse PNAE/SME/DRE nº 77/2018, Processo SEI nº 6016.2018/0047945-3, Dotação 16.10.12.365.3010.2.825.3.3.50.39.00.00 Período: 1º/1/2018 a 1º/1/2023 Valor contratual: R$ 40.874,30.

12 Responsabilidades da Entidade para com os convênios firmados e recursos recebidos

Os instrumentos celebrados com seus financiadores indi-cam, em geral, como responsabilidade da Entidade: executar os projetos dentro das premissas técnicas estipuladas nas propostas encaminhadas; comprovar a sua execução por documentos fiscais válidos, dentro do orçamento aprovado e executado tempestivamente no período de financiamen-to; manter escrituração contábil específica dos atos e fatos relativos à execução do convênio; responder pelo vínculo empregatício ou contratual de seus colaboradores; respon-sabilizar-se por todos os encargos decorrentes das ativida-des, inclusive os trabalhistas, previdenciários, sociais, fiscais e comerciais deles resultantes; prestar contas da execução destes projetos aos financiadores; identificar o nome do fi-nanciador em caso de divulgação ou publicidade externa do projeto; e devolver recursos eventualmente não aplicados até o final de vigência do convênio.

13 imunidade tributária, gratuidade, subvenção e contrapartidaA Entidade está imune do imposto de renda, da contribui-ção social e dos impostos estaduais e municipais de acordo com os dispositivos da Constituição da República Federati-va do Brasil e do Código Tributário Nacional – CTN, tendo em vista que ela: • Não distribui parcela de seu patrimônio, ou de suas ren-

das, a título de lucro ou participação no resultado; • Não remunera seus dirigentes, conselheiros, associados,

instituidores, benfeitores, ou equivalentes, em razão das competências, funções ou atividades que lhes são atribuí-das estatutariamente;

• Aplica integralmente no país os recursos para manutenção dos seus objetivos institucionais; e

• Mantém escrituração regular de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidade que asseguram sua exatidão.

A Entidade exerceu gratuidade plena em suas atividades no período, bem como honrou contrapartida por meio do uso de imóveis em comodato em seus projetos, confor-me demonstrado na nota explicativa 9. Como filantrópica, usufruiu de imunidade das contribuições sociais confor-me segue e contabilizada conforme demonstrada na nota explicativa 9:

Descrição 31/12/2019 31/12/2018Base de cálculo da folha de pagamento e serviços 42.364.709 41.197.850Alíquota INSS como se devido fosse 25,5% 25,5%Subvenção usufruída do INSS 10.803.001 10.629.045

A Prefeitura Municipal de São Paulo confirmou a isenção do ISS por meio de comunicado da 53ª Lista publicada no Diário Oficial de São Paulo – DOSP de 7/2/2015, página 14.

14 eventos subsequentesA Administração da Entidade avaliou os eventos sub-sequentes à data do balanço até o dia 4/6/2020, após data de conclusão do trabalho de campo de auditoria, e entende que não houve eventos que possam alterar as demonstrações financeiras apresentadas. Eventos sub-sequentes são eventos ocorridos entre a data das de-monstrações financeiras e a data do relatório do auditor independente.

Desde meados de fevereiro de 2020 em diante o impacto da pandemia do COVID-19 se mostra mais evidente de forma a reduzir drasticamente as operações na Economia Mun-dial. A Administração está acompanhando e tomando as medidas necessárias em defesa da saúde dos colaborado-res e da continuidade das atividades e não vislumbra riscos à continuidade de seus negócios. Não é possível mensurar ou antecipar os eventuais impactos econômico-financeiros futuros decorrentes da pandemia do COVID-19.

Francisco Marsulo Neto Gersino Rodrigues Froes Janilson das Neves Pinheiro Presidente Tesoureiro Contador CPF 575.672.638-15 CPF 088.932.848-04 CPF 918.047.288-53 CRC 1SP156.862/O-9

Page 17: #Semcasa: Pandemia evidencia o sofrimento da população em ... · grada no Brasil. O Arcebispo ressaltou que os consagrados testemunham a esperança, mesmo nas adversidades. Página

www.osaopaulo.org.brwww.arquisp.org.br | 19 a 25 de agosto de 2020 | Pelo Brasil/Pelo mundo | 17

Sob o argumento de manter a soberania nacional, o governo chinês tem perseguido aqueles que o criticam, como é o caso do empresário de mídia Jimmy Lai.

Na noite de 11 de agosto, a polícia chinesa liberou da cadeia, sob fiança, Lai, seus dois filhos, Ian e Timothy, e a ativista pró-democracia Agnes Chow.

Jimmy Lai e seus filhos haviam sido presos no início da semana passada sob a acusação de conluio com forças

estrangeiras e conspiração contra a nova lei chinesa de se-gurança nacional. Agnes Chow, por sua vez, fora acusada de incitar a intervenção de forças estrangeiras por meio de suas postagens na internet.

O empresário de mídia tem 72 anos, é católico e pai de cinco filhos. Fundou a Next Digital e o jornal Apple Daily, o mais conhecido periódico anti-Pequim de Hong Kong. Ele também é conhecido por apoiar personalidades cató-licas que têm criticado o governo chinês, principalmente após a aprovação da nova lei, em vigor desde 30 de junho.

A nova lei de segurança para Hong Kong, aprovada

pelo governo chinês, proíbe, em teoria, atos de secessão, subversão, terrorismo e conluio com forças estrangeiras que coloquem em risco a soberania nacional.

O governo chinês tem reprimido protestos, e o traba-lho de jornalistas, muitos deles, inclusive, já foram multa-dos. Além disso, foram anunciadas sanções contra orga-nizações internacionais que atuam no país denunciando os abusos cometidos em Hong Kong e o genocídio da população Uigur, por meio de esterilização, aborto e pla-nejamento familiar forçados.

Fontes: Crux e Religión en Libertad

GUStAVO CAtAnIA RAMOSESPECIAL PARA O SÃO PAULO

nova lei de segurança amplia repressão a dissidentes na ChinaChina

Em 12 de agosto, um grupo armado do Estado Islâmico da Província da Áfri-ca Central, braço do Estado Islâmico, to-mou o controle do porto de Mocímboa da Praia, em Moçambique, e derrotou o exército local. Foi a primeira vez que os terroristas conseguiram conquistar e man-ter um posto tão estratégico. Esse braço do Estado Islâmico está, desde ao menos 2017, presente na província moçambicana de Cabo Delgado, localizada no norte do país, na fronteira com a Tanzânia.

No dia seguinte, a ministra dos Negó-cios Estrangeiros e Cooperação, Verônica Macamo, disse que o país “enfrenta uma

ameaça de terrorismo violento e extre-mismo que, se não for contido, poderia se difundir”, atingindo toda a África me-ridional.

O porto de Mocímboa da Praia é im-portante para o desenvolvimento econô-mico de Moçambique. Aos menos dois grandes projetos de investimento na re-gião dependem do porto para o forneci-mento dos materiais necessários. O grupo francês Total está empenhado na constru-ção de duas plantas de extração de gás em uma península a 60km de Mocímboa da Praia. Também há um projeto da empresa norte-americana ExxonMobil.

O exército de Moçambique presente em Cabo Delgado é mal equipado e está lutando para expulsar os terroristas islâmi-

cos com o auxílio de mercenários russos e sul-africanos.

A situação trágica da Província tem sido denunciada pelo Bispo de Pemba, ca-pital de Cabo Delgado, o brasileiro Dom Luiz Fernando Lisboa.

Em julho, durante uma videoconfe-rência de um simpósio missionário a se-minaristas, organizado pela Arquidioce-se de São Paulo, Dom Luiz recordou que, em 2017, fundamentalistas islâmicos começaram a atacar aldeias mais distan-tes dos grandes centros urbanos, postos policiais e estradas, queimando as casas e decapitando os habitantes. Os ataques aumentaram e passaram a atingir locais mais povoados. A estimativa seria de mais de 1,1 mil mortos e ao menos 200

mil deslocados pelo medo e pela destrui-ção de suas casas.

O resultado é um quadro de calamida-de pública, com crianças que vagam pelos bosques após fugirem de suas vilas, piora no combate às epidemias – que, de tem-pos em tempos, afligem a região – e uma quantidade enorme de pessoas que procu-ram alimento e moradia.

Nesta semana, em entrevista à Agência Fides, Dom Luiz fez um apelo à comuni-dade internacional por ajuda: “Precisamos de alimentos, remédios, roupas, coberto-res, todo o auxílio necessário para ajudar os deslocados”. Segundo o Bispo, a Dio-cese também deu início a uma campanha por meio da Caritas Pemba para esse fim.

Fonte: Agência Fides

Moçambiqueterrorismo avança na Província de Cabo Delgado

JOÃO FOUtOESPECIAL PARA O SÃO PAULO

Representantes do episcopado brasileiro se manifestaram sobre o caso da menina de 10 anos, que, em decorrência de um abuso sexual, estava grávida de cinco meses e sofreu um aborto induzi-do no domingo, 16. A menor, de São Mateus (ES), foi transferida para um hospital em Recife (PE), após decisão judicial, para interrupção da gestação.

Em um artigo, o Bispo de Rio Grande (RS) e Presidente da Comissão Episcopal para a Vida e a Família, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Ricardo Hoepers, questio-nou a decisão judicial e ressaltou que as vidas das duas crianças deveriam ser preservadas.

Ele salientou que existia laudo técnico, assim como suporte profissional e um hospital disposto

Bispos repudiam violência sexual e aborto sofrido por criança de 10 anos

FERnAnDO [email protected]

sódio consistiu em dois crimes hediondos. “A violência sexual é terrível, mas a violência do aborto não se ex-plica, diante de todos os recursos existentes e colocados à disposição para garantir a vida das duas crianças. As omissões, o silêncio e as vozes que se levantam a favor de tamanha violência exigem uma profunda reflexão sobre a concepção de um ser humano”, afirmou.

O Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, enfatizou que os injustificáveis abusos sofridos pela

menina desde seus 6 anos são fatos “absoluta-mente detestáveis”. No entanto, ele questionou se a solução encontrada foi a mais viável. “Natural-mente, um fato como este choca, e as soluções simplistas também chocam”, afirmou, reforçan-do que era preciso procurar uma saída que, na medida do possível, salvasse as duas vidas.

A Presidência do Regional Sul 1 da CNBB, que reúne os bispos do estado de São Paulo, também repudiou “a tortura física e psicológica” vivida pela vítima da violência sexual e o abor-to de uma vida inocente, enfatizando que, ao sofrimento dessa criança, foi acrescentado outro trauma. “É oportuno perguntar: uma tragédia é capaz de solucionar outra tragédia?”, diz a nota.

A MORtE nÃO É A SOLUçÃO

O Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro e Secre-a garantir a continuidade da gestação com segurança para a menina e o bebê. “De repente, uma transferência, de um es-tado para o outro, e toda uma mobilização para que o abor-to fosse realizado. Nas mãos de quem ficou a tutela dessa menina? Quem decidiu tudo por ela?”, questionou o Bispo.

DUPLA VIOLÊnCIA

Para Dom Walmor Oliveira de Azevedo, Arcebispo de Belo Horizonte (MG) e Presidente da CNBB, o epi-

tário-Geral da CNBB, Dom Joel Portella Amado, tam-bém lamentou o fato e enfatizou: “Quando um povo se dá por satisfeito com a morte, na verdade, ele se tornou, ao mesmo tempo, vítima e carrasco”.

“Não temos como recuperar a vida do bebê aborta-do. Não temos como devolver à menina-mãe tudo que lhe foi tirado”, acrescentou Dom Joel, concluindo que “a vida é a única resposta que se pode esperar de uma so-ciedade madura”.

Reprodução

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SEntIDO DESSA FEStAA festa da Assunção é celebrada

tanto na Igreja do Ocidente quanto do Oriente (os cristãos orientais falam de “dormição” de Maria). Para a Igreja Ca-tólica, ela foi instituída pelo Papa Pio XII, em 1950, que proclamou a assun-ção como dogma de fé. “Terminado o curso de sua vida terrena, [ela] foi as-sunta à glória celeste em alma e corpo”, diz o texto da constituição apostólica Munificentissimus Deus.

Portanto, cristãos em todo o mun-do creem que Maria, por ser preserva-da do pecado, terminou sua vida sen-do levada aos céus para que cumprisse plenamente a promessa de seu Filho, Jesus, “tornando-se sinal de consola-ção e segura esperança para a igreja

Papa: Assunta em corpo e espírito, Maria é esperança do Paraíso

FILIPE DOMInGUESESPECIAL PARA O SÃO PAULO

peregrina”, conforme reza o Missal Romano.

A Assunção de Maria antecipa o que a Igreja define como “ressurreição da carne”, ou seja, a noção de que no fim dos tempos todos serão unidos ao seu corpo. Conforme descreve o site italiano Familia Cristiana, a solenidade pode ser considerada a principal festa mariana, pois celebra sua entrada no Paraíso.

O QUE nOS ACOnSELhA MARIA?No Angelus, ainda no sábado, o

Papa Francisco comparou a chegada de Maria aos céus com uma das maio-res conquistas humanas, que é a ida do homem à Lua. Citando a constituição dogmática do Concílio Vaticano II, Lu-men gentium, firmada pelo Papa Paulo

VI, ele disse que “Maria brilha como sinal de segura esperança e de conso-lação pelo Povo de Deus em caminho”.

Isso porque, “em Maria, a meta é al-cançada e nós temos, diante dos olhos, o motivo para o qual caminhamos: não para conquistar coisas aqui de baixo, que desaparecem, mas para conquistar a pátria lá de cima, que é para sempre”.

Francisco lembra, ainda, as primei-ras palavras de Maria no Evangelho: “A minha alma magnifica o Senhor” (Lc 1,46). E explica que “magnificar” quer dizer “engrandecer, fazer grande”. Por isso, “Maria engrandece o Senhor”.

“Quantas vezes nós nos deixamos dominar pelas dificuldades e absor-ver pelos medos! Nossa Senhora não, porque coloca Deus como primeira grandeza da vida”, disse o Pontífice.

têm sede de esperança: esperança de paz, de justiça, esperança de uma vida digna”, disse.

O Papa rezou, em especial, pelas ví-timas de ataques terroristas na Nigéria. Ele também demonstrou preocupação com a instabilidade social no Egito, na Etiópia e no Sudão. No domingo, Fran-cisco declarou que continua rezando pelo Líbano, onde recentemente uma explosão deixou centenas de mortos e milhares de feridos.

Ele também comentou que a situa-ção de Belarus é delicada - o país vive sob uma longa ditadura e as eleições parecem ter sido fraudadas, segundo a comunidade internacional. O Papa pediu “diálogo” para evitar a violência. Para eles, o Papa pediu “proteção de Nossa Senhora, Rainha da Paz”.

Vatican Media

Papa Francisco: ‘Maria brilha como sinal de segura esperança e de consolação pelo Povo de Deus’

Do céu, Maria nos dá o exem-plo da “meta” a ser alcançada. Assim refletiu o Papa Francisco na Solenidade da Assunção de Nossa Senhora, no sábado, 15. Na oração do Angelus, ele falou sobre essa tradicional festa da Igreja, que celebra o dia em que Maria, Mãe de Deus, subiu ao céu não só em espírito, mas tam-bém em corpo.

“Maria colocou o pé no Para-íso: não foi só em espírito, mas também com o corpo, com a to-talidade de si mesma”, recordou o Papa. “Esse passo da pequena Virgem de Nazaré foi um gran-de salto avante da humanidade”, pois “um de nós vive no Céu com o corpo, e isso nos dá esperança”.

“A alegria [de Maria] nasce da presença de Deus que nos aju-da, que é próximo a nós. Porque Deus é grande e, sobretudo, por-que olha para os pequenos.”

Francisco convidou a Igreja a nunca esquecer de agradecer a Deus “pelas grandes coisas que realiza”, como fez Maria, pelo menos uma vez ao dia. “‘Ben-dito é o Senhor’ é uma pequena oração de louvor. Isso é louvar o Senhor”, acrescentou. “O cora-ção, com essa pequena oração, se dilatará, a alegria aumentará.”

MÃE DA ESPERAnçAO Papa também mencionou

o título “Mãe da esperança” atri-buído a Maria e que ele mesmo incluiu nas ladainhas. “Invoca-mos a sua intercessão por todas as situações no mundo que mais

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21º DOMiNGO DO TEMPO COMUM23 DE AGOSTO DE 2020

‘O que ligares na terra será ligado nos céus’

PADRE JOÃO BEChARA VEntURA

Liturgia e Vida

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O Filho de Deus veio ao mundo para res-tabelecer a ligação entre terra e Céu. A na-tureza divina uniu-se admiravelmente à na-tureza humana no momento em que Ele se encarnou no ventre da Virgem Maria. Deu-se, então, a união a que chamamos “hipostá-tica”: humanidade e divindade foram unidas sem confusão e distintas sem separação na única Pessoa de Cristo. Ele é perfeito Deus e perfeito homem. Crendo Nele, cremos em Deus; adorando-O, adoramos a Deus; unidos a Ele, unimo-nos a Deus; conhecendo-O, co-nhecemos o próprio Deus.

Esse “casamento” entre divindade e huma-nidade, que se dá em Cristo, transborda para a vida dos cristãos. O chamado “estado de graça santificante” consiste numa participa-ção nessa união entre Céu e terra que ocorre na Pessoa de Jesus. Quem é batizado e está li-vre de pecado mortal, se liga a Deus por meio Dele, o Mediador entre o Céu e a terra! Na missa, enquanto põe uma gota d’água no cá-lice, o sacerdote recorda esta realidade: “Pelo mistério desta água e deste vinho, possamos participar da divindade do vosso Filho, que se dignou assumir a nossa humanidade”.

O Senhor morreu na Cruz para propagar a todo o mundo essa nova “ligação”. Suspenso entre o céu e a terra, com os braços abertos em atitude de Sacerdote eterno, Ele se colocou como “ponte” – Pontífice – entre os homens e Deus. Por isso, instituiu o sacerdócio e a Eu-caristia na Última Ceia. A missa é o intercâm-bio de dons no qual oferecemos pão, vinho, nossos trabalhos, alegrias, dores, orações; e Cristo, por sua vez, oferece-se a Si mesmo e apresenta nossas oferendas ao Pai. Ela perpe-tua o Sacrifício e a Presença do Senhor, qual verdadeira “escada de Jacó” que eleva a terra ao Céu e traz o Céu à terra.

A Igreja existe para ligar os homens a Deus! Isso se dá pela pregação do Evangelho; a transmissão da doutrina da fé; o perdão dos pecados no Batismo e na Confissão; as ora-ções por vivos e mortos; as indulgências… Os apóstolos e, de modo especial, São Pedro – que tem primazia entre os Doze – foram enviados para levar a todos a comunhão que eles já possuíam com o Mestre. A Pedro, o Se-nhor disse: “Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que ligares na terra será liga-do nos céus; e tudo o que desligares na terra, será desligado nos céus” (Mt 16,19).

Como consequência misteriosa da união entre Céu e terra realizada em Cristo, a co-munhão com o Altíssimo agora passa tam-bém pela comunhão com Pedro, os Apóstolos e seus legítimos sucessores. Sem a comunhão com sujeitos visíveis de carne e osso, não subiríamos às alturas do Deus invisível. O “poder das chaves”, dado a Pedro e aos suces-sores, lhes permite perdoar ou reter; ligar ou desligar; acolher ou excomungar; confirmar ou anatematizar. Não se trata de um “pedá-gio” para o Céu, tampouco de um exercício arbitrário de autoridade. É um encargo pesa-díssimo que tem como fim exercer a justiça e a misericórdia de Deus já na terra, com ver-dade, com temor, e em vista da eternidade.

No quarto domingo do mês de agosto, a Igreja recorda a vocação dos catequistas. Responsáveis por in-troduzir na fé e gerarem os filhos de Deus no seio da Igreja, os catequis-tas são membros indispensáveis do Corpo de Cristo porque cumprem a missão deixada por Ele a todos os batizados: “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16,15).

Em junho deste ano, o Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização divulgou um novo Di-retório para a Catequese, com o ob-jetivo de promover e explicitar, com mais clareza, a natureza e os objetivos da Catequese.

Nos capítulos III e IV, o Diretório expõe a vocação do catequista e a for-mação que deve receber, respectiva-mente. São capítulos importantes para uma compreensão profunda dessa vo-cação e dos requisitos necessários para exercê-la frutuosamente, de acordo com a Tradição da Igreja sobre o tema.

O CAtEQUIStAO Diretório, ao definir a vocação

do catequista, nota que a tarefa de anunciar o Evangelho pertence a todos os cristãos em virtude de seu Batismo, que os associa a Cristo e à missão dei-xada por Ele à sua Igreja. Entretanto, alguns cristãos são chamados a cola-borar com o anúncio do Evangelho de uma maneira específica, com um maior comprometimento dentro das comunidades e com uma especial co-laboração com os bispos, os maiores responsáveis pela evangelização, por serem sucessores dos Apóstolos.

Esses cristãos são os catequistas, que podem ser ordenados, religiosos ou leigos. Essa atividade é fruto de um “chamamento particular de Deus, que, acolhido na fé, o habilita para o serviço da transmissão da fé”. Quando fiel ao seu chamado, o catequista é ins-

A vocação do catequistaGUStAVO CAtAnIA RAMOS

ESPECIAL PARA O SÃO PAULOtrumento de Cristo para levar os fiéis para a plena comunhão com Deus, que se dá, sempre, no seio da Igreja.

Por esse motivo, o catequista deve estar sempre em união com os sacer-dotes e bispos, que são os primeiros responsáveis pela Catequese e pelo ministério da Palavra. A partir da “fé e unção batismal do catequista, em co-laboração com o Magistério de Cristo e como servo da ação do Espírito San-to”, o documento aponta três caracte-rísticas essenciais desse ministério.

Na primeira delas, o catequista é “testemunha da fé e guardião da memória de Deus”. Ele é testemunha porque, antes de pregar o Evangelho, deve ter uma experiência íntima e pessoal com Cristo, para que, com sua vida, torne-se sinal para os ou-tros. É guardião da memória de Deus porque mantém viva a mensagem evangélica por meio das gerações e deve transmiti-la com fidelidade e sem alterações.

Na segunda característica, o cate-quista é “mestre e mistagogo”, que tem a tarefa de ensinar o conteúdo da fé e de “guiar até o mistério dessa mes-ma fé”, para que a Catequese não seja apenas a transmissão de um conteúdo puramente intelectual, mas tenha im-pacto em todas as dimensões da vida humana.

Por fim, o catequista é “acompa-nhador e educador”. Ele deve acom-panhar de perto os catequizandos, ter “competências educativas, saber edu-car e entrar nas dinâmicas do ama-durecimento humano”. Deve ter pa-ciência e profundo amor àqueles que lhe foram confiados, sem, entretanto, tolher a sua liberdade.

A FORMAçÃO DO CAtEQUIStANo capítulo IV, o Diretório aponta

as competências que o catequista deve possuir para exercer bem a sua ativi-dade e como ele deve ser formado.

A formação dos catequistas deve ser uma prioridade da Igreja, pois eles frequentemente são a porta de entra-

da da Igreja para muitos fiéis. Por isso, o processo formativo não deve englo-bar apenas a instrução intelectual dos catequistas sobre a doutrina, a moral e os sacramentos da Igreja. A ação for-mativa deve fazer com que o catequis-ta interiorize as verdades de fé que irá ensinar. É um processo que acontece no íntimo do catequista e “toca pro-fundamente a sua liberdade”.

O catequista precisa tomar cons-ciência de sua alta vocação, para que responda a ela de maneira adequada. Deve fomentar em si uma “espiritua-lidade missionária e evangelizadora” e conceber a sua missão como um meio para crescer em amor a Deus.

Além disso, a formação intelectual é de suma importância. Um bom cate-quista procura conhecer a história da Revelação descrita nas Sagradas Escri-turas e o núcleo essencial da mensa-gem e da experiência cristã: o Símbolo da fé, a liturgia, os sacramentos, a vida moral e a oração.

Por essa razão, o Diretório aponta três dimensões essenciais na formação dos catequistas: a dimensão do “ser”, do “saber” e do “saber fazer”. Na do “ser”, ele é chamado a testemunhar vi-vamente a força do Evangelho. Na di-mensão do “saber”, deve conhecer a fé católica e, também, o contexto social de seus catequizandos, para conhecer o melhor modo de transmiti-la.

Por último, na dimensão do “saber fazer”, o catequista necessita tornar-se um educador e um comunicador, que transmite o Evangelho com compe-tência, coerência e dedicação, usando uma linguagem clara e adaptada.

Todas essas dimensões não podem ser consideradas separadamente, mas numa profunda correlação. “É bom que o trabalho de formação esteja atento a não acentuar uma dimensão em relação à outra, mas que procure, pelo contrário, favorecer um desen-volvimento equilibrado, intervindo sobre os aspectos em que houver la-cunas mais evidentes”, recomenda o Diretório.

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Novo Diretório de Catequese, lançado em junho, aponta que o catequista é ‘testemunha da fé e guardião da memória de Deus’

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www.osaopaulo.org.brDiariamente, no site do jornal O SÃO PAULO, você pode acessar notícias sobre a Igreja e a sociedade em São Paulo, no Brasil e no mundo. A seguir, algumas notícias e artigos publica-dos recentemente.

Cristo, enquanto os confia aos nossos cuidados, para que, ao reconhecermos sua idoneidade, possamos chamá-los como candidatos comprovados e con-sagrá-los ao serviço de Deus e da Igreja pelo especial dom do Espírito Santo”, acrescentou.

CULtIVAR O ChAMADO

O Arcebispo recordou aos semina-ristas que, pelo sacramento da Ordem, eles serão encarregados de continuar no mundo a missão salvadora desempe-nhada por Cristo. “Associados oportu-namente ao nosso ministério, servirão à Igreja e edificarão pela Palavra e pelos sacramentos as comunidades cristãs a que forem enviados”, sublinhou.

Por fim, Dom Odilo reforçou que, ao serem oficialmente admitidos como candidatos às ordens sacras, eles devem cultivar mais intensamente sua vocação com a ajuda dos meios oferecidos pela comunidade eclesial.

SERVIDORES DA CASA DE DEUS

Ao se referir à comemoração do aniversário da dedicação da capela do seminário, o Cardeal refletiu sobre o significado das igrejas e locais de cul-to. Salientou que não são simplesmente “salas de oração”, mas lugares onde se manifesta a presença de Deus, que re-cordam à humanidade que “Ele está no meio de nós”.

Por essa razão, os templos são con-

sagrados e dedicados a Deus como re-conhecimento de seu significado sagra-do como lugares do encontro com Ele.

Aos futuros padres, o Arcebispo recomendou que se preparem para ser “servidores da casa de Deus, fiéis admi-nistradores daqueles que são o templo vivo de Deus, a Igreja”.

nOVO PASSO

Para os candidatos ao sacerdócio, a admissão marca o processo forma-tivo por meio do compromisso e do propósito formal feito diante da Igreja, em nome do Arcebispo. O seminaris-ta Felipe destacou que esse rito reforça “o sentido de pertença à Igreja, que o acolhe para responder ao chamado de Deus para se configurar, cada vez mais, a Cristo, e poder servir ao próximo, so-bretudo àqueles que mais necessitam do amor de Deus”.

O seminarista Claudinês comple-mentou que essas etapas da formação são sempre uma oportunidade para re-novar a oferta de amor a Deus, a que são chamados a fazer. “Temos consciên- cia de que somos humanos e limitados, mas buscamos corresponder à vontade de Deus com a entrega da nossa vida”, disse.

“Este novo passo dado nos chama a uma dedicação ainda maior no cultivo da vocação e a nos prepararmos bem para poder servir à Igreja”, concluiu o seminarista Álvaro.

Seminaristas da Arquidiocese são admitidos como candidatos às ordens sacras

FERnAnDO [email protected]

COVID-19: para o seu bem e pela vida do próximo, proteja-se!https://cutt.ly/FfwpahY

Papa Francisco envia carta aos religiosos e religiosas do Brasilhttps://cutt.ly/qfwpdgo

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Luciney Martins/O SÃO PAULO

Prefeitura de São Paulo

Cardeal Scherer, Arcebispo Metropolitano, preside rito de admissão de três seminaristas como candidatos as ordens sacras, dia 14

O Cardeal Odilo Pedro Scherer, Ar-cebispo de São Paulo, presidiu na noite da sexta-feira, 14, a missa solene do 7º aniversário da dedicação da capela do Seminário de Teologia Bom Pastor, no Ipiranga. Na celebração, também aconteceu o rito de admissão de três se-minaristas como candidatos às ordens sacras. No processo formativo para o sacerdócio, esse rito antecede a ordena-ção diaconal dos futuros padres.

Foram admitidos os seminaristas Álvaro Moreira Gonçalves, 26, Claudi-nês Venâncio da Silva, 41, e Felipe Ba-tista da Silva, 29.

Concelebraram a Eucaristia o Reitor do Seminário de Teologia, Padre Cícero Alves de França; o Vice-Reitor, Padre Everton Fernandes de Moraes; e padres colaboradores. Também participaram da missa os demais seminaristas da casa de formação, sendo que os familiares e amigos dos candidatos acompanharam a cerimônia pelas mídias digitais.

OPERÁRIOS DA MESSE

Ao refletir sobre o significado dessa celebração, Dom Odilo ressaltou que os seminaristas, ao darem esse novo passo rumo ao sacerdócio, atenderam ao ape-lo do Senhor para que envie “operários para a sua messe”.

“Conhecendo, portanto, a solicitu-de do Senhor para com seu rebanho e considerando as necessidades da Igreja, eles se sentem preparados para responder generosamente ao Senhor que os chama, dizendo como o profeta: ‘Eis-me aqui, envia-me’, confiantes no próprio Senhor, no qual depositam a esperança de serem fiéis à sua vocação”, afirmou o Arcebispo.

O Cardeal Scherer destacou, ainda, que o chamado do Senhor é reconhe-cido e comprovado pelos mesmos si-nais que na vida cotidiana manifestam a vontade de Deus às pessoas sensatas. “O Senhor conduz e assiste com sua graça aqueles que escolhe para par-ticipar do sacerdócio hierárquico de

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