ponto dos concursos - contabilidade geral - prof luiz eduardo

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    1 Roteiro

    a) Introduo apresentao do curso e do contedo da aula.b)Conceito de Contabilidade cincia, campo, objeto e mtodo.

    c) Histrico surgimento, evoluo e situao atual.

    d)Conceito de patrimnio bens, direitos e obrigaes.

    e) Funes da Contabilidade a Contabilidade como um sistema deinformao, seus usurios e seus objetivos.

    f) Princpios e convenes contbeis.

    2 IntroduoDecifra-me ou devoro-te.

    Essa antiga frase, da tragdia Grega dipo Rei escrita por Sfocles,dita pela esfinge a dipo, parece apoderar-se do estudante quando doseu primeiro contato com a Contabilidade. De fato, parece um desafiodecifrar essa estranha linguagem, que mistura palavras e matemtica,em linguagem escrita, parece usar palavras soltas de forma telegrficae, ainda por cima, parece tratar de forma inversa o credor e o devedor.

    Estamos aqui para provar o contrrio, para demonstrar que aContabilidade est apoiada em poucas e claras premissas que, uma vezconhecidas, nos permitem entender (de forma lgica, rpida e fcil)seus detalhes.

    Nossa proposta trabalhar os conceitos contbeis de forma concreta,(1) com referncia realidade conhecida de todos ns, induzindo oaluno ao entendimento dos conceitos e no apenas os apresentando(reduzindo assim ao mximo a necessidade de decorar), (2) deforma ldica o aprendizado tem que ser prazeroso porque a emootem o poder de fixar o conhecimento na memria do estudante (emoutras palavras, o caminho da mente passa pelo corao1) e (3) deforma completa (que permita resolver problemas).

    Seguindo o ensinamento de Aristteles, estamos convictos que no hnada no intelecto que no tenha passado pelos sentidos. Dessa forma,como mtodo, vamos nos valer de vrias metforas, que permitam aoaluno sentir o peso do patrimnio nas mos e ver o valor sendotransferido de um elemento do patrimnio para outro. somente

    1Veja a etmologia da palavra decorar saber com o corao (de cor) no mesmosentido o ingls usa to know by heart (saber com o corao).

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    dessa forma (concreta), a partir da realidade j conhecida, que o alunoapreende conceitos novos com facilidade.

    Assim, uma vez conhecida, a Contabilidade Decifrada no nosdevora. Ao contrrio, somos ns que nos deliciamos com ela: mamocom acar.

    A preparao inclui aulas sobre temas especficos e em grau dedificuldade crescente, que no somente apresentam os conceitosatinentes matria, de forma clara e direta, mas tambm apontam osassuntos de maior relevncia, bem como os detalhes geralmentepedidos nas provas. Ao final de cada aula, com o objetivo deproporcionar uma preparao completa, so recomendadas leituras, denormas e obras referenciadas e, finalmente mas no menos

    importante , so propostas questes de provas anteriores (a maioriada ESAF, de concursos para AFRF, TRF, TCU, AFC e etc., mas tambmde outras bancas), resolvidas e comentadas.

    no processo de resoluo de questes de prova que os conceitosaprendidos sero contextualizados, na interpretao do enunciado, osdetalhes e armadilhas sero detectados e, ainda, os critrios utilizadospelo examinador sero revelados, tornando-se familiares ao estudante.

    Alm do medo do desconhecido, j comentado acima, outra dificuldade,que prejudica o aprendizado da Contabilidade, a tentativa de utilizaode conceitos, por ela tratados, de forma no-rigorosa. Nesse diapaso,

    normal escutar frases EQUIVOCADAS, de pessoas que pensamdominar a Contabilidade, como: (1) Se vendas so receitas, comprasso despesas; (2) Uma empresa estava com lucro, mas comprou umveculo e o lucro foi todo consumido, em compensao houve umaumento do capital, no valor do veculo; (3) No houve receita devenda, pois as mercadorias ainda no foram pagas; (4) Provises soantecipaes de despesa que somente ir ocorrer no futuro; (5)despesas so itens negativos do patrimnio, portanto so passivos ereceitas, ao contrrio, devem ser ativos; (6) Crditos so conceitospositivos do patrimnio, portanto os ativos devem ser representados por

    crditos, ao contrrio, os passivos devem ser representados por dbitos;etc. Todas essas idias, acima, so corriqueiras, MAS ESTOINCORRETAS, e prejudicam o raciocnio contbil. Assim, nossa propostade aprendizado pressupe que o aluno deixe para traz idiaspreconcebidas e abra sua mente para os conceitos que sero colocados.

    Como um ganho paralelo, alm da aprovao no concurso claro, ocorreto entendimento dos fundamentos da Contabilidade permitir aoestudante uma melhor viso do mundo que nos cerca. Assim, ser maisfcil ler o jornal, entender as matrias de economia, negcios, mercadoacionrio e, ainda, os balanos publicados pelas empresas. Porm, no

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    meu entender, o maior ganho paralelo auferido pelo estudante, noaprendizado da Contabilidade, a possibilidade de entender com clareza

    os detalhes da legislao (to importante na atividade diria do Auditor-Fiscal). Afinal de contas, os tributos incidem sobre a renda (lucro, nocaso de pessoas jurdicas), a receita ou o faturamento que soconceitos tratados de forma rigorosa pela Contabilidade e a legislao,ao referenci-los, faz aluso a esses conceitos contbeis.

    Apresentada nossa proposta didtica, passaremos (com alegria econfiana) ao estudo da matria.

    3 Conceito de Contabilidade

    Em vrios livros, encontramos a definio da Contabilidade como a

    cinciaque estuda o patrimnio e que apresenta: (a) a azienda comoseu campo, (b) opatrimniocomo seu objeto e (c) aspartidas dobradascomo o mtodo por ela eleito.

    Nesse sentido, a Resoluo n 774, de 1994, do Conselho Federal deContabilidade dispe, conforme a seguir:

    1 A CONTABILIDADE COMO CONHECIMENTO

    1.2 A Contabilidade como cincia social

    A Contabilidade possui objeto prprio o Patrimnio dasEntidades e consiste em conhecimentos obtidos pormetodologia racional, com as condies de generalidade,

    certeza e busca das causas, em nvel qualitativosemelhante s demais cincias sociais. A Resoluoalicera-se na premissa de que a Contabilidade umaCincia Social com plena fundamentao epistemolgica.Por conseqncia, todas as demais classificaes mtodo, conjunto de procedimentos, tcnica, sistema,arte, para citarmos as mais correntes referem-se asimples facetas ou aspectos da Contabilidade, usualmenteconcernentes sua aplicao prtica, na soluo dequestes concretas.

    No mesmo sentido, o Primeiro Congresso de Contabilistas ocorrido noRio de Janeiro, em 1924 definiu que a Contabilidade a cincia queestuda e pratica as funes de orientao, de controle e de registrorelativos administrao econmica.

    Nem sempre o leitor fica satisfeito com essa colocao, fica faltandouma explicitao desses conceitos, para que se possa transmitir umaidia til queles que iniciam o estudo na rea. A sensao a de que,j de incio, h palavras para decorar sem que se entenda seusignificado.

    Esclareo que, na preparao para concursos pblicos, no h nada deerrado na necessidade de que sejam decorados (memorizados) termos e

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    conceitos. Gosto de utilizar a seguinte frase, bem humorada, parailustrar a questo: no necessrio decorar nada, somente se quiser

    passar no concurso. O que est errado ter que decorar algo que nose entendeu; essa uma tarefa incompatvel com nossa naturezahumana, curiosa e inconformada com a ignorncia. Em nossas vidas,decoramos idiomas inteiros, nmeros compridos (identidade, CPF,endereos, telefones, etc.), portanto, memorizar no exatamente umproblema para ns. O segredo da memorizao , antes de decorar,entender o significado do que vai em seguida ser decorado.

    3.1 Conceito de Cincia

    Para entender o que est acima colocado, antes de qualquer explicao,

    faz-se necessrio conhecer o conceito de cincia. Por cincia, entende-se uma atividade rigorosa de estudo. No uma atividade de estudoqualquer, mas uma atividade rigorosa em que os resultados econcluses alcanados por diversos estudiosos sejam compatveis entresi e apontem em uma mesma direo, servindo para resolver problemase responder questionamentos. O objetivo de qualquer cincia encontrar verdades parciais, que expliquem to somente aquela parteda realidade que a cincia se prope estudar.

    Para adentrar ao conceito de cincia, tambm importante identificar oque ela no , e o que ela no busca:

    a cincia no tem por objetivo encontrar uma verdade completa sobre arealidade e a existncia, que tudo explique isso um problema dafilosofia, notadamente da metafsica, que escapa ao escopo do nossocurso;

    a cincia no procura uma verdade ltima, que no possa ser discutida,desafiada ou derrubada esse seria o conceito de dogma religioso.

    Pois bem, com base no que foi acima colocado, considerado cientficoo conhecimento, rigorosamente alcanado, que explique uma parcela darealidade e que seja passvel de refutao sem ter sido ainda refutado.

    no mbito do conceito de cincia que a Contabilidade se coloca, comouma atividade rigorosa de estudo, conforme j visto. Faz-se entonecessrio identificar o campo e o objeto de estudo da Contabilidade.

    3.2 O Campo e o Objeto de Estudo da Contabil idade

    Por campo, entende-se aquela parcela da realidade estudada por umaou mais cincias. Metaforicamente, considerando-se a realidade comoum grande territrio onde se encontra a humanidade, o campo seria umpequeno terreno a ser conhecido em detalhes por uma ou mais cincias.

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    Interessante notar que um mesmo campo pode ser estudado por maisde uma cincia, diferindo, apenas, o aspecto do campo estudado por

    cada uma. Exemplificativamente, as cincias sociais tm seu estudodirecionado para um mesmo campo: o campo das relaes entre sereshumanos. Assim, a Economia estuda as relaes entre seres humanosdo ponto de vista das necessidades humanas ilimitadas frente arecursos escassos, a Poltica, por outro lado, estuda as relaes entreseres humanos do ponto de vista do poder.

    A Contabilidade, portanto, tem como campo a azienda. Por azienda,entende-se toda entidade organizada passvel de ter um patrimnio(bens, direitos e obrigaes). O termo azienda tem o mesmo radicalque fazenda, no sentido de tesouro e no no sentido de propriedade

    rural veja que o Ministrio da Fazenda responsvel pelaadministrao do Tesouro Nacional (mas no possui bois nem vacas).Repare que a utilizao do conceito de azienda permite que aContabilidade se preocupe com organizaes que no apenas asempresas formalmente constitudas (pessoas jurdicas com finslucrativos), alcanando tambm as empresas informais, as entidadessem fins lucrativos, empresas pblicas, pessoas fsicas e etc2. Dessaforma, enquadram-se, exemplificativamente, no conceito de azienda asindstrias, as empresas comerciais, as empresas prestadoras deservios, os clubes, os templos religiosos, os partidos polticos, aspessoas fsicas e etc.

    Visto que a Contabilidade atividade de estudo sobre as aziendas, restaidentificar seu objeto. Por objeto, entende-se o vis, o ponto de vista, apreocupao principal que a cincia tem ao observar seu campo deestudo. No caso, a Contabilidade apresenta como seu objeto opatrimnio, entendido como o conjunto de bens, direitos e obrigaesreferentes azienda.

    Repare que outras cincias podem tambm se ocupar do estudo deentidades que se enquadrem no conceito de azienda. Um exemplo clarodisso a Administrao, que se ocupa de entidades (aziendas), pormsob o ponto de vista (objeto) da organizao de bens e pessoas. Assim,conclui-se que o objeto que diferencia as cincias.

    2Por Pessoa Fsica, entende-se qualquer ser humano que, tendo personalidade jurdica(sendo sujeito de direitos e obrigaes) pode ser titular de um patrimnio. Por PessoaJurdica, entende-se toda entidade resultante da organizao humana de recursos(humanos e materiais) que, tambm pode ser titular de um patrimnio. Pessoasjurdicas podem ser classificadas em Pessoas Jurdicas de fato (que no estoregularmente constitudas conforme o Direito) ou de Direito (que esto devidamenteformalizadas pelo registro de seus atos constitutivos Estatuto, no caso de umaSociedade Annima ou Contrato Social, no caso de uma Limitada registrados norgo prprio).

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    Apresentadas as definies acima, no podemos deixar de considerarque, na prtica, a Contabilidade est acompanhada de conceitos

    oriundos de outras reas do conhecimento. Isso porque, ainda que ascincias sejam didaticamente separadas e classificadas, cabe referenciarque o conhecimento nico, assim, para aplicao prtica de umacincia (gerao de tecnologia), faz-se necessria uma interao deseus conhecimentos tpicos com outros, o que se entende pormultidisciplinariedade.

    Referindo-se, ao mesmo tempo, aos conceitos de campo e objeto(propriamente dito) da Contabilidade, pelo nome de objeto, temos a jcitada Resoluo n 774, de 1994, do Conselho Federal deContabilidade, dispondo conforme a seguir:

    1.2 O Patrimnio objeto da ContabilidadeO objeto delimita o campo de abrangncia de uma cincia,tanto nas cincias formais quanto nas factuais, das quaisfazem parte as cincias sociais. Na Contabilidade, o objeto sempre o PATRIMNIO de uma Entidade, definido comoum conjunto de bens, direitos e de obrigaes para comterceiros, pertencente a uma pessoa fsica, a um conjuntode pessoas, como ocorre nas sociedades informais, ou auma sociedade ou instituio de qualquer natureza,independentemente da sua finalidade, que pode, ou no,incluir o lucro. O essencial que o patrimnio disponha deautonomia em relao aos demais patrimnios existentes,

    o que significa que a Entidade dele pode dispor livremente,claro que nos limite estabelecidos pela ordem jurdica e,sob certo aspecto, da racionalidade econmica eadministrativa.

    O Patrimnio tambm objeto de outras cincias sociais por exemplo, da Economia, da Administrao e do Direito que, entretanto, o estudam sob ngulos diversos daqueleda Contabilidade, que o estuda nos seus aspectosquantitativos e qualitativos. A Contabilidade busca,primordialmente, apreender, no sentido mais amplopossvel, e entender as mutaes sofridas pelo Patrimnio,tendo em mira, muitas vezes, uma viso prospectiva depossveis variaes. As mutaes tanto podem decorrer daao do homem, quanto, embora quase sempresecundariamente, dos efeitos da natureza sobre opatrimnio.

    Por aspecto qualitativo do patrimnio entende-se anatureza dos elementos que o compem como dinheiro,valores a receber ou a pagar expressos em moeda,mquinas, estoques de materiais ou de mercadorias, etc. Adelimitao qualitativa desce, em verdade, at o grau departicularizao que permita a perfeita compreenso docomponente patrimonial. Assim, quando falamos emmquinas, ainda estamos a empregar um substantivo

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    coletivo, cuja expresso poder ser de muita utilidade, emdeterminadas anlises. Mas a Contabilidade, quandoaplicada a um patrimnio particular, no se limitar s

    mquinas como categoria, mas, dependendo dasnecessidades de controle poder descer a cada mquinaem particular e, mais ainda, aos seus pormenores deforma que sua caracterizao evite a confuso comquaisquer outras mquinas, mesmo de tipo idntico.

    O atributo quantitativo refere-se expresso doscomponentes patrimoniais em valores, o que demanda quea Contabilidade assuma posio sobre o que seja Valor,porquanto os conceitos sobre a matria so extremamentevariados.

    importantssimo lembrar que o conceito de patrimnio juridicamente

    tratado e, assim, revela-se uma relao imbricada entre a Contabilidadee o Direito. Ambos, como cincias sociais, tem seu objeto criado pelohomem (e, conseqentemente, por ele modificvel). Dessa forma, aContabilidade deve estudar o Patrimnio nos termos em que o Direito odefine.

    3.3 O Mtodo da Contabil idade

    Finalmente, o mtodo da Contabilidade. A palavra mtodo, oriunda doGrego, significa caminho que leva a um objetivo. Trata-se de umacomposio de duas palavras: metha e ods. Metha (meta) significa

    objetivo e ods significa caminho (veja-se a palavra odmetro quemede a distncia do caminho percorrido por um automvel e queapresenta o mesmo radical), assim, mtodo a meta que se encontrautilizando um determinado caminho. Muito bem, o mtodo que drigor cincia. Caso contrrio, os resultados alcanados seriamaleatrios e incompatveis trilhando-se caminhos diversos,chegaramos a destinos diferentes. O mtodo se faz necessrio paraafastar as concluses baseadas simplesmente no bom senso, poisduas pessoas usando somente seus bons sensos podem alcanarconcluses completamente diferentes (e, no raro, incompatveis) sobreum mesmo objeto. Ilustrando essa afirmao, Descartes afirma que o

    bom senso a matria mais abundante no Universo (todos acham quepossuem e ainda querem dar um pouco do seu para os outros) e,entretanto, no resolve o problema.

    Na Contabilidade, o mtodo utilizado o mtodo das partidas dobradas(que ser visto em detalhes adiante em nosso curso). Esse mtodoconsiste em considerar que para todo e qualquer item que ingressa nopatrimnio, h um lugar de onde ele proveniente. Ou seja, no hgerao espontnea de patrimnio, mas sim uma origem para todoelemento que se aplica no patrimnio, passando a integr-lo.

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    A partir desse mtodo, so desenvolvidas tcnicas, de escriturao eapurao de demonstraes contbeis, de anlise de demonstraes e

    de verificao da correo das informaes contbeis (auditoria), queresultam na aplicao prtica da cincia e que sero estudadas emnosso curso. Apenas para fins de esclarecimento, faremos a seguir uma rpida apresentao das tcnicas acima referenciadas:

    1)Escriturao consiste na tcnica de registro de fatos contbeis(acontecimentos com relevncia na alterao da composio dopatrimnio) em livros prprios (conhecidos como livros deescriturao);

    2)Demonstraes contbeis (Elaborao) tambm conhecidas comodemonstraes financeiras, consistem quadros e esquemas

    (determinados pela legislao) que tm por objetivo evidenciar asituao patrimonial, o resultado e sua respectiva destinao, bemcomo sua capacidade financeira de curto prazo so elas3:

    a) O Balano Patrimonial BP;

    b)A Demonstrao de Resultados do Exerccio DRE;

    c) A Demonstrao dos Lucros e Prejuzos Acumulados DLPA (quepode ser substituda pela Demonstrao das Mutaes doPatrimnio Lquido DMPL, a que somente as companhias decapital aberto esto obrigadas), e;

    d)A Demonstrao de Origens e Aplicaes de Recursos (DOAR).3)Demonstraes Contbeis (Anlise) tambm conhecida como

    Anlise de Balanos, a Anlise das Demonstraes Financeiras tempor objetivo o estudo e avaliao do patrimnio, atravs dadecomposio e interpretao dos demonstrativos, com vistas comparao (tanto do patrimnio quanto do resultado) com os deoutras entidades, e de outros perodos e, assim, permitindo umatomada de decises mais abalizada.

    4)Auditoria o mtodo de verificao da fidedignidade dasinformaes do patrimnio, registradas no sistema contbil, a

    auditoria pode ser:a) Interna quando realizada por um empregado da prpria

    entidade;

    3Alm dessas demonstraes contbeis determinadas por lei faz-se necessria aelaborao de Notas Explicativas s demonstraes financeiras, que tm por objetivoesclarecer alguns detalhes no explicitados diretamente na respectiva demonstrao.Ainda, algumas empresas podem se desejar apresentar outras demonstraes nodeterminadas em lei, apenas a ttulo de nota explicativa, sendo este o caso daDemonstrao dos Fluxos de Caixa estudada mais adiante neste curso.

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    b)Externa quando realizada por um terceiro, externo entidade, epresumidamente isento denominado Auditor Independente;

    c) Fiscal Realizada por Servidor Pblico (Auditor-Fiscal) com oobjetivo de verificao do correto registro dos fatos contbeis quepossam ensejar fato gerador de tributos.

    4 Histrico da Contabilidade

    4.1 Antiguidade

    A idia de Contabilidade est fortemente ligada idia de patrimnio,no h aquela sem este. Assim, fazendo-se uma anlise histrica daContabilidade, conclui-se que no perodo em que o homem era nmade vivia da caa e da coleta a Contabilidade no tinha a menorimportncia para o ser humano. Isso porque ter patrimnio, antes deser algo desejvel, era um estorvo a ser carregado na difcil caminhadade uma vida nmade (quanto menos fosse carregado, maior as chancesde sucesso e sobrevivncia).

    Isso muda em um momento histrico da maior importncia: no adventoda revoluo agrcola. A revoluo agrcola ocorreu no momento emque o homem percebeu que, se deixasse o resto de sua comida(sementes) na terra, ali surgiria no futuro mais alimento (novosfrutos) para seu sustento. Da mesma forma, caso animais fossem

    guardados em rudimentares cercados, ali eles dariam crias que, nofuturo, serviriam de alimento e vesturio.

    A nasceu a idia de propriedade da terra e, conseqentemente, de tudoo que nela estivesse. nesse contexto que surge a Contabilidade.Portanto, desde que o homem passou a possuir bens, ele se preocupoucom o controle desses bens.

    Como ilustrao da Contabilidade, ainda que incipiente, pode ser feitauma aluso situao de pastores que, na antiguidade, levavam, pelamanh, seu rebanho para o pastoreio:

    1)no incio do dia, quando o rebanho saa do cercado, a cada cabeaque passasse pela porteira, era colocada uma pequena pedra em umrecipiente (um vaso de cermica ou uma sacola de couro, porexemplo) repare que no recipiente havia uma REPRESENTAO dopatrimnio, com uma correspondncia biunvoca entre o conjunto deanimais e de pedras guardadas.

    2)Ao final do dia, os animais eram recolhidos ao cercado e era feitauma nova verificao do rebanho, a cada animal que passasse pelaporteira, era retirada uma pedra do recipiente onde elas haviam sidoguardadas pela manh:

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    a) Caso, ao final da entrada do rebanho no cercado, ainda houvessepedrinhas no recipiente, concluir-se-ia que houve extravio ou

    morte de algum animal (com conseqente reduo dopatrimnio);

    b)Caso as pedrinhas do recipiente acabassem sem que todos osanimais tivessem passado pela porteira do cercado, concluir-se-iaque houve nascimento ou que algum animal se agregou aorebanho durante o dia (com conseqente aumento do patrimnio).

    Essa era uma forma ainda muito rudimentar de controle do patrimnio,porque no conseguia identificar a origem (de onde vieram) osaumentos patrimoniais ou os destinos (para onde foram) as reduespatrimoniais. Da mesma forma, no conseguia apresentar de forma

    clara uma eventual troca de elementos no patrimnio (uma troca de umanimal por uma lana, por exemplo, durante o dia seria vista como odesaparecimento de um animal sem identificao de seu destino e osurgimento de um apetrecho sem identificao de sua origem).

    4.2 Renascimento e Grandes Navegaes

    Dando um pulo gigantesco na histria, acompanhando a evoluo daContabilidade, passamos para o perodo do Renascimento e das GrandesNavegaes - um perodo de grandes transformaes culturais,geogrficas, polticas e econmicas. Naquele tempo, com o

    renascimento das cidades e do comrcio, as relaes econmicas sesofisticaram, demandando a criao de mecanismos de controle que asacompanhassem e facilitassem.

    Naquele momento, por exemplo, surgiram idias que deram origem aosttulos de crdito, ao papel moeda e ao sistema financeiro.

    Com o fortalecimento das cidades, entrou em declnio a idia de auto-suficincia dos feudos e, assim, surgiu a necessidade de comrcio, quese organizou na forma de feiras que ocorriam nas diferentes cidades.Um comerciante que quisesse comprar e vender suas mercadorias emoutra cidade tinha que enfrentar uma viagem perigosa carregando

    dinheiro (moedas de ouro) em estradas nas quais haviam bandidos(salteadores). A soluo era deixar seu ouro em uma casa de custdiaeficar com um documento lettera cambiique permitia ao comerciante, aochegar na outra cidade, procurar a respectiva casa de custdia e, l,trocar sua leterra cambii por moedas de ouro, necessrias a suaatividade de comrcio.

    Os proprietrios das casas de custdia rapidamente perceberam que odinheiro nelas depositado ficava l muito tempo, at que o detentor deuma lettera cambii requisitasse sua retirada, e, assim, aproveitavampara durante aquele perodo emprestar o dinheiro a terceiros

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    (cobrando juros); essa atividade, hoje tpica de bancos, deu origem aomoderno sistema financeiro. As lettera cambii, por sua vez deram

    origem aos atuais ttulos de crdito e, posteriormente, ao papel moeda.Nasceu, tambm naquele momento histrico, a idia que deu origem smodernas seguradoras.

    No perodo das grandes navegaes, uma viagem s ndias significavaum enorme investimento e, conseqentemente, um enorme risco. Otermo empresa (hoje ligado idia de pessoa jurdica) tinha osignificado inicial de aventura (da a idia de uma pessoaempreendedora ser aquela que tem capacidade de enfrentar situaesde aventura). No caso de um naufrgio, poder-se-ia perder toda umafortuna, amealhada em geraes. Ocorre que nem toda viagem era

    objeto de naufrgio, ao contrrio, as que retornavam davam aosempreendedores um lucro imenso. Assim, empreendedores se reuniamem associaes de mercadores, ou hansas, que monopolizavamdeterminados trechos de comrcio, e guardavam cada um umpequeno valor (relativamente ao investimento necessrio paraempreender a navegao) para indenizar aquele que, porventura,tivesse seu navio naufragado. Essa atividade , hoje, tpica deseguradoras.

    Consolidou-se, ainda, naquele momento, a utilizao da pessoa jurdica,como sujeito central da atividade de gerao e circulao econmica de

    riquezas.Conforme visto acima, a empresa a atividade (a aventura) e,historicamente at aquele momento, ela foi desempenhada pela pessoa(fsica) do mercador suas economias e seu trabalho eram investidosna atividade e o resultado era diretamente dele. Ocorre que, com asofisticao das relaes econmicas, o esforo patrimonial paraempreender uma aventura passou a ser muito grande para uma pessoasozinha. Dessa maneira, tornou-se necessrio o concurso de vriaspessoas (com vrios patrimnios diferentes) que estivessem dispostas aabrir mo de uma parte de seu prprio patrimnio para coloc-lo na

    empresa (atividade-aventura), que, a partir daquele momento passavaa ter existncia prpria. Essa separao entre o patrimnio dosempreendedores e do empreendimento o fulcro da moderna limitaode responsabilidades das pessoas jurdicas, o que permitiu que asempresas crescessem e, com elas, a economia.

    A necessidade de uma Contabilidade mais refinada ocorreu, portanto,durante esse perodo, do Renascimento e das Grandes Navegaes, emque um empreendedor necessitava levantar um financiamento paraorganizar uma expedio, efetuar negcios em terras distantes, trazer

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    mercadorias de volta para a Europa, vender estas mercadorias, quitar oseu financiamento e apurar o lucro do empreendimento.

    Nesse contexto, fazia-se necessrio um controle do patrimnio quepermitisse acompanhar (passo a passo) as transformaes ocorridas nopatrimnio: (a) a obrigao, contrada, de pagar um financiamento setransformava patrimonialmente em navios, mercadorias e dinheiro;(b) parte do dinheiro se transformava patrimonialmente nacapacidade de ter homens disponveis para trabalhar durante a viagem;(c) outra parte do dinheiro, quando do comrcio nas ndias, setransformava patrimonialmente em especiarias; (d) as especiarias,na volta, eram vendidas na Europa e se transformavam patrimonialmente em dinheiro; (e) o dinheiro, no momento da

    quitao do financiamento, se transformava patrimonialmente naextino da obrigao de pagar o referido financiamento; e (f) o querestava era considerado lucro do empreendimento (aventura).

    Por volta de 1494, um frei italiano chamado Lucca Pacciolli escreveu umlivro chamado Summa Aritmtica, um tratado de lgica e matemticaonde tambm descrevia todos os mtodos de contabilizao que entoexistiam espalhados, seja atravs de relatos verbais que chegaram aoseu conhecimento, seja atravs de livretos que ensinavam como fazeros registros dos bens e das mercadorias que eram negociadas pelosmercadores ou outros negociantes da poca. Lucca Pacciolli teve ogrande mrito de condensar todo esse conhecimento contbil em umnico livro, por isso, considerado o Pai da Contabilidade Moderna. Eleapresentou como mtodo de registro do Patrimnio e de suas mutaes,o denominado Mtodo das Partidas Dobradas (dbitos e crditos).

    4.3 Atualidade

    Hoje, no Brasil, a Contabilidade est regulada pela Lei da S/A, 6.404/76que, mantendo o mtodo das partidas dobradas, adequa o registro doPatrimnio e de suas Mutaes nossa realidade econmica e social. Oartigo 177 da citada Lei das S/A ilustra essa situao, conforme abaixoreproduzido:

    Art. 177. A escriturao da companhia ser mantida emregistros permanentes, com obedincia aos preceitos dalegislao comercial e desta Lei e aos princpios decontabilidade geralmente aceitos, devendo observarmtodos ou critrios contbeis uniformes no tempo eregistrar as mutaes patrimoniais segundo o regime decompetncia.

    Conforme determinado pelo prprio artigo 177 da Lei das S/A, aContabilidade tambm deve obedecer os princpios de Contabilidadegeralmente aceitos. Esses princpios de Contabilidade esto

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    expressamente definidos na Resoluo do Conselho Federal deContabilidade - CFC n 750, de 1993, cujo art. 1oencontra-se a seguir

    reproduzido. Art. 1 Constituem PRINCPIOS FUNDAMENTAIS DECONTABILIDADE (P.F.C.) os enunciados por estaResoluo.

    1 A observncia dos Princpios Fundamentais deContabilidade obrigatria no exerccio da profisso econstitui condio de legitimidade das Normas Brasileirasde Contabilidade (NBC).

    2 Na aplicao dos Princpios Fundamentais deContabilidade h situaes concretas, a essncia dastransaes deve prevalecer sobre seus aspectos formais.

    Ao lado dos princpios de Contabilidade, o CFC determinou a adoo devrias normas brasileiras de Contabilidade tcnicas e profissionais,que vinculam o controle do patrimnio das entidades.

    Ainda, para empresas que se organizem sob a forma de SociedadeAnnimas de Capital Aberto, a Lei das S/A determina que a respectivaContabilidade deva obedecer, tambm (e principalmente) as instruesemanadas pela Comisso de Valores Mobilirios (CVM), conforme constado 3ode seu art. 177, abaixo:

    3 As demonstraes financeiras das companhiasabertas observaro, ainda, as normas expedidas pela

    Comisso de Valores Mobilirios, e sero obrigatoriamenteauditadas por auditores independentes registrados namesma comisso.

    Para entender essa determinao, necessrio explicar o conceito deSociedade Annima de Capital Aberto (ou, simplesmente, CompanhiaAberta).

    Companhias Abertas so aquelas que para financiar sua atividade oferecem ttulos ao mercado, notadamente aes (ttulos que do direitoa uma frao do patrimnio e dos lucros da empresa) ou debntures(ttulos que do direito a receber um determinado valor pr-determinado em uma data futura definida e que, por vezes soconversveis em aes e/ou do direito participao nos lucros). Apopulao, conforme julgar interessante ou no, pode adquirir essesttulos e, com essa situao, as Companhias Abertas formam seupatrimnio a partir da poupana popular.

    Sendo a arrecadao da poupana popular uma atividade muito sria,do ponto de vista social inclusive com potencial impacto na economia faz-se necessrio um acompanhamento de perto e muito acurado dasituao dessas Companhias Abertas. Assim, elas devem obedecer,alm do disposto na Lei das S/A, o disposto em instrues da CVM.

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    Nem todas as empresas no Brasil esto organizadas juridicamente sob aforma de Sociedade Annima. Ao contrrio, muitas esto organizadas

    como Sociedades Limitadas4

    , sendo que esses dois tipos societriosrepresentam a virtual totalidade das pessoas jurdicas do pas. Averificao de que existem pessoas jurdicas, conseqentementeempresas e, conseqentemente, aziendas que no esto organizadascomo Sociedades Annimas, nos faz questionar se elas deveriam, ouno, obedecer lei das S/A. O art. 1.179 do Cdigo Civil (Lei n10.406, de 2002), determina que sim e, portanto, so subsidiariamenteaplicveis as regras da Lei das S/A, conforme a seguir:

    Lei n 10.406, de 2002 Cdigo Civil

    Art. 970. A lei assegurar tratamento favorecido,diferenciado e simplificado ao empresrio rural e aopequeno empresrio, quanto inscrio e aos efeitos dadecorrentes.

    ...

    Art. 1.179. O empresrio e a sociedade empresria soobrigados a seguir um sistema de contabilidade,mecanizado ou no, com base na escriturao uniforme deseus livros, em correspondncia com a documentaorespectiva, e a levantar anualmente o balano patrimoniale o de resultado econmico.

    1oSalvo o disposto no art. 1.180, o nmero e a espciede livros ficam a critrio dos interessados.

    2o dispensado das exigncias deste artigo o pequenoempresrio a que se refere o art. 970.

    Art. 1.180. Alm dos demais livros exigidos por lei, indispensvel o Dirio, que pode ser substitudo por fichasno caso de escriturao mecanizada ou eletrnica.

    Pargrafo nico. A adoo de fichas no dispensa o uso delivro apropriado para o lanamento do balano patrimoniale do de resultado econmico.

    Mesmo antes da vigncia do atual Cdigo Civil, o Regulamento doImposto de Renda (Decreto 3.000, de 1999 RIR/99) j determinava a

    adoo da Lei das S/A por pessoas jurdicas que optassem pelatributao com base no Lucro Real (sistemtica que determina, comobase de clculo do imposto, o lucro contbil ajustado, por adies,

    4 A diferena bsica entre Sociedades Annimas e Sociedades Limitadas que (1)Sociedades Annimas tambm chamadas simplesmente de Companhias tm seucapital (valor colocado pelos scios na empresa para formao de seu patrimnio)dividido em aes ttulos, sendo que no relevante o titular das aes, que via deregra podem circular e (2) Sociedades Limitadas tm seu capital dividido em cotas(definidas em contrato onde so identificados os scios).

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    excluses e compensaes determinadas ou permitidas pela legislao),conforme art. 251:

    Art. 251. A pessoa jurdica sujeita tributao com baseno lucro real deve manter escriturao com observnciadas leis comerciais e fiscais (Decreto-Lei n 1.598, de1977, artigo 7).

    Pargrafo nico. A escriturao dever abranger todas asoperaes do contribuinte, os resultados apurados em suasatividades no territrio nacional, bem como os lucros,rendimentos e ganhos de capital auferidos no exterior (Lein 2.354, de 29 de novembro de 1954, artigo 2, e Lei n9.249, de 1995, artigo 25).

    Ainda, especificamente para algumas atividades econmicas (como, por

    exemplo, bancos, seguradoras, concessionrias de servios pblicos,etc.), rgos ou entidades da administrao pblica determinam regrasde contabilizao especiais.

    De tudo isso, depreende-se que o estudo do patrimnio hoje encontra-se realizado e cristalizado em regras de aplicao mandatria,conforme ser visto a seguir.

    5 O Patrimnio

    5.1 Definio Tradicional

    O Patrimnio o conjunto de bens, direitos e obrigaes de umaazienda. Conforme j visto, a azienda pode ser considerada comoum ente qualquer (com personalidade ou no) possuidor de umpatrimnio. A Contabilidade, portanto, tanto pode ser utilizada para ocontrole do patrimnio de uma empresa, quanto para o controle dopatrimnio de uma pessoa fsica ou ainda de uma famlia ou de umnegcio informal. O patrimnio, definido como o conjunto de bens,direitos e obrigaes, encontra-se apresentado na Resoluo CFC n774, de 1994, a seguir:

    1.2 -

    Do Patrimnio deriva o conceito de Patrimnio Lquido,mediante a equao considerada como bsica naContabilidade:

    (Bens + Direitos) (Obrigaes) = Patrimnio Lquido

    Quando o resultado da equao negativo, convenciona-se denomin-lo de Passivo a Descoberto.

    O Patrimnio Lquido no uma dvida da Entidade paracom seus scios ou acionistas, pois estes no emprestamrecursos para que ela possa ter vida prpria, mas, sim, osentregam, para que com eles forme o Patrimnio daEntidade.

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    A diferenciao entre o conceito de bens e de direitos no objeto demaiores discusses em livros que tratam da Contabilidade. A razo

    disso que, do ponto de vista quantitativo do patrimnio, um bem e umdireito de mesmo valor so representados da mesma forma.

    Apenas para dar uma idia clara ao aluno que inicia seus estudos narea, importante dizer que:

    a) no a idia de tangibilidade (bem tangvel e direito intangvel), comumente aceita no vocabulrio desprovido depreciso tcnica, que diferencia bens e direitos, pois a bibliografiase refere constantemente a bens intangveis (exemplo, patentesde inveno);

    b)a melhor conceituao/diferenciao para os termos est na idia

    de que os bens so oponveis a toda sociedade (posso exigir detodos que no o utilizem), enquanto um direito oponvel apenasa algum(ns) componente(s) dessa sociedade (tenho o direito deexigir dele(s) e apenas dele(s) que cumpram o que prometeram).

    Obrigaes, por sua vez, consistem em prestaes que outros podemexigir de ns.

    D-se o nome de ATIVO para o conjunto de bens e direitos e o nome dePASSIVO para o conjunto de obrigaes. diferena entre bens/direitose obrigaes (que consiste no valor lquido do patrimnio) d-se o nomede PATRIMNIO LQUIDO.

    Abaixo, apresentamos esquematicamente, o patrimnio, conformedescrito acima.

    Ativo Passivo

    ------------------- Patrimnio Lquido

    Bens e Direitos Obrigaes

    Bens e Direitos (-) Obrigaes

    5.2 Proposta Didtica de Apresentao do Patrimnio

    Acima, encontra-se a definio, e apresentao, de patrimnio que seencontra em qualquer bom livro de Contabilidade. Em nosso curso porm apresentamos uma proposta diferente de representaoconcreta desses conceitos, que permita sua visualizao e,conseqentemente, sua aplicao, com maior facilidade, nos prximostpicos. Nossa proposta de apresentao do patrimnio, portanto, como

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    o conjunto de bens, direitos e obrigaes, est apoiada na metfora dacaixa de areia.

    Seja uma caixa de areia, dessas em que nossas crianas brincam naspraas pblicas durante o dia, em finais de semana (e que os gatosutilizam, durante a noite, como banheiro). Considere que a caixa tenhaum formato quadrado e divida essa caixa ao meio, por uma linhavertical, separando dois lados:

    a) o lado esquerdo representando os bens e direitos componentesdo patrimnio; e

    b)o lado direito representando as obrigaes componentes dopatrimnio, bem como a diferena entre bens/direitos eobrigaes.

    Ora, considerando que o patrimnio representado como se fosse umacaixa de areia e que bens e direitos so itens que aumentam opatrimnio, quanto mais bens e direitos no patrimnio, maior aquantidade de areia na caixa. Assim, metaforicamente, um bem (ou umdireito) pode ser encarado, no patrimnio, como um montinho de areiado lado esquerdo da caixa de areia e, quanto maior for o valor do bem,maior ser o tamanho do referido montinho de areia.

    Ainda considerando que o patrimnio seja representado como uma caixade areia, pelo contrrio, obrigaes seriam itens que reduzem o total dopatrimnio. Assim, obrigaes reduziriam a quantidade de areiaexistente na caixa. Dessa forma, metaforicamente, as obrigaespodem ser vistas, no patrimnio, como buracos feitos na caixinha deareia (de onde foi retirada areia).

    Por fim, o Patrimnio Lquido (que, conforme j visto, no definidocomo uma obrigao), consiste na diferena entre bens/direitos eobrigaes. Porm, observa-se que essa diferena correspondeexatamente ao valor que ao final da existncia da empresa (na extinoda pessoa jurdica) dever ser entregue aos scios. Assim,metaforicamente, entende-se tambm o Patrimnio Lquido como umaobrigao de longussimo prazo e exigibilidade muito pequena, porm como se trata de valor a ser em algum momento entregue a terceiros(scios) pode ser visto tambm como um buraco no patrimnio.Seguindo nosso modelo de apresentao do patrimnio, temos oPatrimnio Lquido (PL) tambm representado por um buraco na areia.

    Repare que a quantidade de areia do montinho que representa o ativo(bens e direitos) exatamente aquela necessria e suficiente parapreencher os buracos representantes do passivo (obrigaes) e dopatrimnio lquido (valor a ser um dia entregue aos scios). Isso est

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    de acordo com a equao fundamental do patrimnio j apresentadaacima: ATIVO (-) PASSIVO (=) PATRIMNIO LQUIDO.

    Abaixo, apresentamos a representao grfica do (1) Ativo (conjunto debens e direitos) como montinhos de areia do lado esquerdo da caixa, do(2) passivo (obrigaes) como buracos na areia do lado direito superiorda caixa e do (3) patrimnio lquido (diferena entre bens/direitos eobrigaes a ser um dia entregue aos scios) tambm como buracosdo lado direito inferior da caixa de areia.

    Ativo Passivo

    ----------------------- Patrimnio Lquido

    Bens e Direitos Obrigaes

    Bens e Direitos (-) Obrigaes

    5.3 Situaes Patrimoniais e Denominao dos Grupos doPatrimnio

    Foi visto que a equao do Patrimnio A- P= PL, onde:

    A = Ativo;P = Passivo;

    PL = Patrimnio Lquido (ou Situao Lquida).

    Assim, uma Situao Lquida Superavitria ocorre quando o PL > 0, ouseja, A > P, conforme apresentado abaixo:

    Ativo Passivo

    Patrimnio Lquido

    Adicionalmente, uma Situao Lquida Nula - ocorre quando o PL = 0, ouseja, A = P, conforme representado a seguir:

    Ativo Passivo

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    Finalmente, uma Situao Lquida deficitria denominada tambmpassivo a descoberto ocorre quando o PL < 0, ou seja, A < P, de

    acordo com o quadro abaixo.5

    Ativo Passivo

    Patrimnio lquido

    Exemplos de equaes do Patrimnio:Ativo passivo Obs.:

    Bens e direitos = Obrigaes + P.L. A=P+PL Situao lquida positiva - A > P

    Bens e direitos = Obrigaes A=P Situao lquida nula (compensada) - PL = 0

    Bens e direitos < Obrigaes A=P-PL Passivo a descoberto-Situao negativa (deficitria) - A < P

    Bens e direitos = P.L. A=PL A empresa no tem passivo exigvel - P = 0

    Bens e direitos = 0 < Obrigaes A=0 Passivo a descoberto-A empresa no tem bens nem direitos

    Uma ltima informao, muito valiosa, para o aprendizado e oentendimento dos grupos que integram o patrimnio, a de que oAtivo, o Passivo e o Patrimnio Lquido (assim como o diabo) soconhecidos por vrios nomes. Essa situao deriva do fato da

    Contabilidade, como uma cincia social, ter evoludo ao longo de vriossculos e acompanhado o vocabulrio tpico de cada poca; assim, coma evoluo da linguagem, foram assimilados pela Contabilidade vriosdiferentes vocbulos para designar um mesmo conceito. O valor desseconhecimento reside no fato de que a leitura de textos sobre aContabilidade fica altamente facilitado; mas no s isso, a resoluode questes de prova tambm facilitada pela possibilidade de uma

    5 A demonstrao da situao lquida do patrimnio do lado esquerdo

    consiste numa definio dada pelo CFC na NBC-T (Norma Brasileira deContabilidade Tcnica) de n 03 conceito, estrutura e nomenclaturadas demonstraes contbeis. Tal norma, em seu item 3.2.2.13determina que, no caso de Patrimnio Lquido negativo, seu valor deveser demonstrado aps o ativo, conforme a seguir transcrito.

    3.2.2.13 No caso do patrimnio lquido ser negativo, serdemonstrado aps o Ativo, e seu valor final denominado dePassivo a Descoberto.

    O item 3.2.2.13 foi alterados pela Resoluo CFC n 847,de 16 de junho de 1999.

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    melhor interpretao do respectivo enunciado. Dessa forma, vamos aostermos:

    a) O Ativo.- O Ativo definido como o conjunto de bens e direitos.

    - Adicionalmente, o Ativo conhecido pelo nome dePatrimnio Bruto, isso porque se o Patrimnio Lquido oAtivo descontado do Passivo, o Ativo sem o desconto doPassivo o Patrimnio Bruto.

    - O Ativo tambm conhecido como o Total das Aplicaes(ou o Total de Recursos Aplicados no Patrimnio ou,ainda, simplesmente,Aplicaes); isso porque os valores

    que a empresa recebe (seja dos scios na forma decapital, seja de terceiros na forma de emprstimos efinanciamentos ou, ainda, em funo de sua prpriaatividade na forma de receitas) so aplicados naaquisio de bens e direitos. Portanto, o Ativo o totalde bens e direitos aplicado na formao do patrimnio daempresa.

    - O ativo, finalmente, conhecido tambm como o Totaldos Investimentos (ou o Total de Recursos Investidos noPatrimnio ou, ainda, simplesmente, Investimentos6);isso porque os valores que a empresa recebe (seja dosscios na forma de capital, seja de terceiros na forma deemprstimos e financiamentos ou, ainda, em funo desua prpria atividade na forma de receitas) soinvestidos na aquisio de bens e direitos. Portanto, oAtivo o total de bens e direitos investido no patrimnioda empresa.

    b) O passivo.

    - O Passivo definido como o conjunto de obrigaes, quedevem ser adimplidas pela empresa.

    - O termo Passivo tambm utilizado pela Lei das S/A (art.178) de forma genrica, identificando o conjunto formado

    6 Notar os termos em ingls, que tanto influenciam nosso estudo. Os americanosutilizam o termo investment para designar o ativo (nesse sentido ver, no tpico deAnlise de Balanos, o ndice Return on Investment que significa a comparaoentre o lucro da empresa e seu Ativo). Uma ltima observao a de que o termoinvestimento, entendido como o ativo, no se confunde com a expresso AtivoPermanente Investimento, constante da Lei 6.404, de 1976 (Lei das S/A), e querepresenta um subgrupo do Ativo e que ser estudado em tpico especfico destecurso.

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    pelo Passivo propriamente dito (Passivo Exigvel), pelosResultados de Exerccios Futuros (itens do patrimnio que

    apresentam caractersticas de Passivo Exigvel e tambmde Patrimnio Lquido e que ser estudado em detalhesem tpico prprio, quando do estudo de lanamentos edo Balano Patrimonial adiante nesse cursos) e peloPatrimnio Lquido.7

    - O Passivo (Conjunto de Obrigaes) tambm conhecidopelo termo Passivo Exigvel ou, ainda, simplesmenteExigibilidades.

    - Finalmente, o Passivo pode ser referenciado, ainda, comoCapital de Terceiros, numa referncia ao fato de que

    representa valor dado empresa por terceiros (e que,por via de conseqncia, dever ser devolvido em algummomento futuro).

    c) O Patrimnio lquido

    - o Patrimnio Lquido (definido como a diferena entre oAtivo e o Passivo) tambm pode ser referenciado comoCapital Prprio, numa referncia ao fato de querepresenta valor dado empresa pelos prprios scios ouacionistas ou, ainda, pela prpria empresa emdecorrncia de suas atividades.

    - O Patrimnio Lquido, ainda, pode ser referenciado pelotermo Situao Lquida do Patrimnio.

    - Finalmente, o Patrimnio Lquido, quando tiver seu valornegativo pode ser referenciado pelo termo Passivo aDescoberto.

    Abaixo, apresentamos quadro esquemtico com as possveisdenominaes para os trs grandes grupos componentes do patrimnio(Ativo, Passivo e Patrimnio Lquido), em consonncia com nossaproposta didtica de apresentao dos patrimnio.

    7O fato de um mesmo termo ser utilizado com mais de um sentido no um problemadesconhecido de ns. Afinal de contas, desde que aprendemos a nos comunicar, nosdeparamos com ele: existe banco de sentar e banco de depositar dinheiro; existemanga de camisa e manga de comer (fruta). Ora, a distino dos possveis sentidosda palavra depende do contexto em que ela se encontra e da interpretao dada a elepelos sujeitos da comunicao (escritor e leitor). Assim, em uma questo de prova, ainterpretao faz parte de sua resoluo e, caso seja possvel mais de umainterpretao a um termo do texto do enunciado, necessrio resolver a questo duasvezes, utilizando ambas as possveis interpretaes, para verificar qual delas resultaem uma e apenas uma das respostas constantes das cinco alternativas da questo. Aoutra possvel interpretao, conseqentemente, deve ser descartada.

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    Passivo em

    Sentido

    Amplo

    (Conforme a

    Lei das S/A -

    art. 178)

    Obs: * O Passivo a Descoberto (PL negativo) representado do lado esquerdo do patrimnio (aps o ativo)

    Ativo Passivo

    --------------------------- Patrimnio Lquido

    Total dos Investimentos Exigibilidades

    Capital Prprio

    Patrimnio Bruto

    Bens e Direitos

    Total das Aplicaes

    Investimentos

    Aplicaes

    Situao lquida do Patrimnio

    Passivo a Descoberto (se negativo) *

    Obrigaes

    Passivo Exigvel

    Capital de Terceiros

    Bens e Direitos (-) Obrigaes

    6 Funes da Contabilidade

    6.1 A Contabi lidade Como um Sistema de Informaes

    A Contabilidade considerada do ponto de vista de sua finalidade como um sistema de informao. Para entender essa assertiva, necessrio elucidar os conceitos de (1) sistema e de (2) informao.

    Nesse sentido, citamos a Pronunciamento do Ibracon (InstitutoBrasileiro de Contadores), aprovado pela CVM (Comisso de ValoresMobilirios) atravs da Deliberao n 29, de 1986, a seguirreproduzida, em parte:

    Anexo Deliberao n 29 de 05 de Fevereiro de 1986.

    ESTRUTURA CONCEITUAL BSICA DA CONTABILIDADE -OBJETIVOS DA CONTABILIDADE

    A Contabilidade , objetivamente, um sistema deinformao e avaliao destinado a prover seus usurioscom demonstraes e anlises de natureza econmica,financeira, fsica e de produtividade, com relao entidade objeto de contabilizao.

    Compreende-se por sistema de informao um conjuntoarticulado de dados, tcnicas de acumulao, ajustes eeditagens de relatrios que permite:

    a) tratar as informaes de natureza repetitiva com omximo possvel de relevncia e o mnimo de custo;

    b) dar condies para, atravs da utilizao deinformaes primrias constantes do arquivo bsico,juntamente com tcnicas derivadas da prpriaContabilidade e/ou outras disciplinas, fornecer relatrios deexceo para finalidades especficas, em oportunidadesdefinidas ou no.

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    6.1.1 Conceito de Sistema

    Por sistema entende-se um conjunto de partes relacionadas. Um

    exemplo clssico de sistema o relgio (conjunto de peas, todasrelacionadas entre si atravs de engrenagens, alavancas e roldanas).Nesse sentido, a Contabilidade tambm pode ser vista como umsistema, j que ela composta por um conjunto de (1) dados (relativosao patrimnio), de (2) tcnicas de registros de fatos ocorridos nopatrimnio (denominados tecnicamente de lanamentos), deacumulao e de preparao de demonstrativos e (3) de demonstraes todos relacionados entre si.

    Os sistemas podem ser de dois tipos: abertos ou fechados. Sistemasfechados so aqueles que no apresentam trocas com o meio em que se

    inserem. O exemplo mais contundente de sistema fechado o exemplodo relgio (do antigo relgio de corda), que no necessita de dadosexternos para calibrar e direcionar seu funcionamento uma vez dadacorda, ele funciona de forma independente do meio em que se encontra.Ao contrrio, sistemas abertos so aqueles que tm seu funcionamentoinfluenciado pelo meio externo e que, tambm, influenciam o meio ondese encontram. O exemplo mais claro de sistema aberto o exemplo doorganismo unicelular (que tanto altera a situao de seu meio decultura, quanto influenciado por modificaes nele). Segundo essecritrio, a Contabilidade seria classificada como um sistema aberto,

    sofrendo influncia de vrias outras disciplinas (direito, economia,administrao, matemtica financeira, estatstica, etc.) e nelasinfluenciando.

    6.1.2 Conceito de Sistema de Informao

    A informao pode ser conceituada como a matria prima da tomadade decises ou como o dado manipulado, para a tomada de decises.Veja que a idia central no conceito de informao a preparao paraa tomada de decises. Um dado qualquer pode no ser consideradocomo informao, quando ele no logra permitir ao usurio tomar

    decises a partir dele. Em outro contexto, este dado (geralmentecomparado a outros) alcana o status de informao, quando passa ainfluir na tomada de deciso por parte do usurio.

    Com base no conceito acima, podemos definir Sistema de Informao,conjunto de partes relacionadas destinadas a permitir/facilitar a tomadade decises, por parte do usurio. Compreende-se, portanto, porsistema de informao um conjunto articulado de dados, tcnicas deacumulao, ajustes e editagens de relatrios que permite:

    a) tratar as informaes de natureza repetitiva com o mximopossvel de relevncia e o mnimo de custo;

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    b)dar condies para, atravs da utilizao de informaes primriasconstantes do arquivo bsico, juntamente com tcnicas derivadas

    da prpria Contabilidade e/ou outras disciplinas, fornecerrelatrios de exceo para finalidades especficas, emoportunidades definidas ou no.

    Nesse diapaso, a Contabilidade como um sistema de informao sedestina a prover seus usurios com demonstraes e anlises denatureza econmica, financeira, fsica e de produtividade, com relao entidade objeto de contabilizao.

    Finalmente, cabe questionar o tipo de deciso a que a informaocontbil se destina. So, basicamente, dois tipos de deciso: acerca dacomposio do patrimnio e acerca de sua modificao (crescimento ou

    decrscimo). Isso importante e j foi questo de prova em concurso!Assim, as informaes geradas pelo sistema contbil devemdesempenhar duas funes: (1) a funo administrativa, de controlar opatrimnio; e (2) a funo econmica, de apurar o resultado (rdito).

    6.1.3 O Usurio do Sistema Contbi l de Informao

    Conceitua-se como usuriotoda pessoa (fsica ou jurdica, no importa)que tenha interesse na avaliao da situao (controle do patrimnio) edo progresso (apurao do rdito) de determinada entidade, seja talentidade empresa, ente de finalidades no lucrativas, ou mesmo

    patrimnio familiar.Os usurios classificam-se em dois tipos bsicos: o usurio interno e ousurio externo. O usurio interno aquele que tem acesso (inclusivefsico) detalhado entidade (azienda) e, assim, pode avaliar seupatrimnio (tambm) diretamente. Um exemplo de usurio internoseria o prprio administrador da entidade. O usurio externo, por suavez, aquele que, sem acesso direto entidade, tem interesse emconhecer e acompanhar a evoluo de seu patrimnio. Como exemplosde usurio externos temos investidores, credores, clientes, governo, etc.

    O usurio interno tem interesse na informao contbil para tomar

    decises como, por exemplo, admitir ou demitir pessoal, aumentar ouno salrios, incrementar (ou reduzir) a produo de determinadamercadoria, investir (ou no) na construo de mais uma planta,adquirir (ou no) mais uma mquina, contratar (ou no) um servio.

    O usurio externo tem interesse na informao contbil por vriosmotivos:

    a) o investidor, que precisa ter uma viso clara do patrimnio deuma empresa para decidir se deve utilizar suas economias paraadquirir direitos (aes ou cotas de capital) sobre o patrimnio e,

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    conseqentemente, sobre o lucro de uma empresa ou, ainda,se, ao contrrio, deve desfazer-se dessas aes/cotas;

    b)o credor que precisa verificar a capacidade de pagamento daempresa para, calculando o risco de inadimplncia, poder estipulara taxa de juros;8

    c) os fornecedores que da mesma forma que os credores emgeral precisam verificar a capacidade da empresa de pagar pelosbens adquiridos;

    d)os clientes que precisam verificar a partir do patrimnio deuma empresa sua capacidade de honrar a entrega dos bensadquiridos;

    e) o Estado

    que, a partir dos dados contbeis das empresas,consegue:

    a. avaliar a necessidade de fomento de uma ou outraatividade;

    b. consegue identificar os aumentos patrimoniais, que ensejamfatos geradores de tributos.

    Ora, ainda que a Contabilidade (como sistema de informaes) seja umavaliosa ferramenta para o usurio interno, ela muito mais valiosa parao usurio externo, que necessita conhecer o patrimnio de umaentidade (azienda) sem acesso direto a ela, restando o sistema contbil

    de informao como sua janela para conhecimento do patrimnio daentidade. Por esse motivo, fica eleito o usurio externo comousuriopreferencial da Contabilidade. Por via de conseqncia, soconsiderados usurios secundrios os administradores (de todos osnveis) da entidade.

    6.1.4 A Natureza Fsica e Econmica/Financeira da InformaoContbil

    A Contabilidade, como um sistema de informaes, para cumprir seuobjetivo, deve municiar o usurio de informaes no somente sobre o

    valor do patrimnio, mas tambm sobre a qualidade fsica dessepatrimnio. Somente com a viso completa, possvel a tomada dedecises.

    Informao de natureza econmica deve ser sempre entendida, emlargos traos, como a informao relativa ao patrimnio como um todo.

    8Ao contrrio do que pode se pensar, hoje ningum vai para a cadeia por no pagaruma dvida. Assim, o que garante o pagamento da dvida a existncia de patrimnio(por parte do devedor) para saldar a obrigao. Ora, na inexistncia de patrimnio, ocredor fica prejudicado.

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    Assim, fluxos de receitas e despesas (demonstrao do resultado, porexemplo), bem como o capital e o patrimnio, em geral, so dimenses

    econmicas da Contabilidade.Por outro lado, a dimenso financeira da Contabilidade representa umapequena parte do patrimnio (representada por moeda). Assim, osfluxos de caixa, de capital de giro, por exemplo, caracterizam adimenso financeira.

    Ainda, a informao de natureza fsica constitui um importantedesdobramento dentro da evoluo da teoria dos sistemas contbeis,pois as mais recentes pesquisas sobre evoluo de empreendimentostm revelado que um bom sistema de informao e avaliao no poderepousar apenas em valores monetrios, mas dever incluir, na medida

    do possvel, mensuraes de natureza fsica tais como: quantidadesgeradas de produtos ou de servios, nmero de depositantes emestabelecimentos bancrios, e outras que possam permitir melhorinferncia da evoluo do empreendimento por parte do usurio.

    Finalmente, a informao de natureza de produtividade compreende autilizao mista de conceitos valorativos (financeiros no sentido restrito)e quantitativos (fsicos no sentido restrito) como, por exemplo: receitabruta per capita, depsitos por clientes, lucro por produto produzido,gasto por empregado, etc.

    Em que pese a importncia crescente das informaes fsicas (e,

    conseqentemente, de produtividade), as informaes de naturezaeconmica e financeira que constituem o ncleo central daContabilidade. O sistema de informao, todavia, deveria ser capaz de,com mnimo custo, suprir as dimenses fsicas e de produtividade. Naevidenciao principal (demonstraes contbeis publicadas), todavia,as dimenses fsicas e de produtividade consideram-se acessrias.

    6.1.5 A Interao entre a Contabilidade e Outras Disciplinas,Necessria ao Alcance de seus Objetivos

    O objetivo principalda Contabilidade, portanto, o de permitir, a cada

    grupo principal de usurios, a avaliao da situao econmica efinanceira da entidade, num sentido esttico, bem como fazerinferncias sobre suas tendncias futuras. Em ambas as avaliaes,todavia, as demonstraes contbeis constituiro elemento necessrio,mas no suficiente. Sob o ponto de vista do usurio externo, quantomais a utilizao das demonstraes contbeis se referir explorao detendncias futuras, mais tender a diminuir o grau de segurana dasestimativas. Quanto mais a anlise se detiver na constatao dopassado e do presente, mais acrescer e avolumar a importncia dademonstrao contbil.

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    Isto no quer dizer que as demonstraes contbeis no se adaptam sfinalidades provisionais, mas apenas que avaliar tendncias pode

    implicar divisar ou admitir configuraes econmicas, sociais einstitucionais novas, para o futuro, em que no se permite estimar comrazovel acurcia os resultados das operaes, pois a previso dasprprias operaes insegura. A Contabilidade pode, sim, ajudar aavaliao de tendncias se:

    a) as conjunturas do passado se repetirem, mesmo que numaperspectiva monetria diferente (inflao ou deflao, semalterao profunda do mercado); ou

    b)o agente (usurio) conseguir transformar o modelo informativocontbil num modelo preditivo, o que somente ser possvel

    dentro do esquema mental de conhecimento e da sensibilidade doprevisor. O modelo informativo-contbil e o modelo preditivo soduas peas componentes, no mutuamente exclusivas do processodecisrio.

    Os objetivos da Contabilidade, pois, devem ser aderentes, de algumaforma explcita ou implcita, quilo que o usurio considera comoelementos importantes para seu processo decisrio. No tem sentido ourazo de ser a Contabilidade como uma disciplina "neutra", que secontenta em perseguir esterilmente uma "sua" verdade ou beleza. Averdade da Contabilidade reside em ser instrumento til para a tomada

    de decises pelo usurio, tendo em vista a entidade.H algumas dcadas, notadamente a partir da virada dos anos 60 paraos anos 70 do sculo passado, o estudo da Contabilidade foi fortementeinfluenciado por conceitos de outras disciplinas, a saber:

    a) Estatstica, permitindo o tratamento de sries de informaescontbeis no tempo relacionando-as e gerando informaes deinferncia do comportamento do patrimnio no futuro;

    b)Micro-Economia, notadamente a Teoria da Firma, trazendo novasabordagens para os problemas de fixao de preo, determinaoda quantidade a ser produzida, etc.;

    c) Administrao, no que tange a decises sobre viabilidade deinvestimentos, etc.;

    d)Matemtica Financeira, trabalhando o valor do dinheiro no tempo.

    Isso no retirou a identidade da Contabilidade, mas permitiu que elaalcanasse seus objetivos de forma mais adequada.

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    6.1.6 Evidenciao e Prevalncia da Essncia Sobre a Forma

    Para a consecuo desse objetivo da Contabilidade, e dentro

    principalmente do contexto companhia aberta/usurio externo, doispontos importantssimos se destacam:

    1) As empresas precisam dar nfase evidenciao de todas asinformaes que permitem a avaliao da sua situao patrimonial e dasmutaes desse seu patrimnio e, alm disso, que possibilitem arealizao de inferncias perante o futuro.

    - As informaes no passveis de apresentao explcita

    nas demonstraes propriamente ditas devem, ao lado

    das que representam detalhamentos de valores

    sintetizados nessas mesmas demonstraes, estar

    contidas em notas explicativas ou em quadros

    complementares.

    - Essa evidenciao vital para se alcanar os objetivos

    da Contabilidade, havendo hoje exigncias no sentido

    de se detalharem mais ainda as informaes (por

    segmento econmico, regio geogrfica etc.). Tambminformaes de natureza social passam cada vez mais

    a ser requisitadas e supridas.

    2) A Contabilidade possui um grande relacionamento com os aspectosjurdicos que cercam o patrimnio, mas, no raro, a forma jurdica podedeixar de retratar a essncia econmica. Nessas situaes, deve aContabilidade guiar-se pelos seus objetivos de bem informar, seguindo,se for necessrio para tanto, a essncia ao invs da forma.

    - Por exemplo, a empresa efetua a cesso de crditos aterceiros, mas fica contratado que a cedente poder vir

    a ressarcir a cessionria pelas perdas decorrentes de

    eventuais no pagamentos por parte dos devedores.

    Ora, juridicamente no h ainda dvida alguma na

    cedente, mas ela dever atentar para a essncia do

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    fato e registrar a proviso para atentar a tais possveis

    desembolsos.

    - Ou, ainda, uma empresa vende um ativo, mas assume

    o compromisso de recompr-lo por um valor j

    determinado em certa data. Essa formalidade deve

    ensejar a contabilizao de uma operao de

    financiamento (essncia) e no de compra e venda

    (forma).

    - Noutro exemplo, um contrato pode, juridicamente,

    estar dando a forma de arrendamento a uma

    transao, mas a anlise da realidade evidencia tratar-

    se, na prtica, de uma operao de compra e venda

    financiada. Assim, consciente do conflito

    essncia/forma, a Contabilidade fica com a primeira.

    Essas caractersticas de evidenciaoou de divulgao (disclosure)e deprevalncia da essncia sobre a forma cada vez mais se firmam comoprprias da Contabilidade, dados seus objetivos especficos.

    7 Princpios e Convenes Contbeis

    J foi visto o que a Contabilidade (cincia que se ocupa do estudo dopatrimnio). Foi visto tambm o conceito de patrimnio (e suarepresentao grfica). Foram vistos, ainda, os objetivos daContabilidade. Em suma, at agora nos preocupamos em definir o quee para que falta, ento, definir COMO. Este o objeto do presente

    tpico da matria: iniciar o aluno na maneira como a Contabilidadeestuda o patrimnio, e como ela cumpre seus objetivos, de controle dopatrimnio e de apurao do resultado.

    Isso realizado a partir dos Princpios Fundamentais de Contabilidade edas Convenes Contbeis.

    Importante notar que, mais do que uma questo certa em prova, oconhecimento dos Princpios Fundamentais de Contabilidade (e suacorreta aplicao), permite que o pensamento flua, de maneira lgica,fazendo com que o estudante conclua por si vrias determinaes

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    especficas da Contabilidade, evitando a necessidade de memorizao(decoreba). Assim, devemos ter o maior cuidado no estudo desse

    tema, pois o assunto aqui tratado ser referenciado ao longo de todonosso curso.

    7.1 Princpios Fundamentais de Contabilidade

    O conceito clssico de princpio o de algo que aponta para umasituao desejada.

    Por exemplo, se eu digo: Por princpio, eu procuro fazer as refeiesem casa, isso significa que a situao por mim desejada a de que eutenha uma vida que me permita fazer as refeies em casa. Ocorre quenada impede que, em um dia especial, de trabalho intenso por

    exemplo eu venha a fazer as refeies em um restaurante ou, ainda,em um final de semana, eu almoce em uma churrascaria com amigos ea famlia.

    Vejam que um princpio pode deixar de ser aplicado em sua plenitude,quando se choca com outro princpio. Nos exemplos acima, eu possoeventualmente deixar de fazer refeies em casa porque tambm tenhopor princpio no chegar atrasado no trabalho aps o horrio dealmoo ou, ainda, porque eu tambm tenho por princpio manter umavida social agradvel.

    Assim, um princpio (em sua concepo clssica) no de aplicao

    integral, mas preferencial e parcial, de maneira a contemporizar aaplicao de outros princpios.

    Ora, a idia de princpio difere da idia de regra. Regra algo quesempre deve ser aplicado, quando ocorre a situao a que ela se refere.Por exemplo, proibido instituir ou majorar tributo sem lei anterior queo defina (com exceo do II, do IE, do IPI, do IOF, dos impostosextraordinrios de guerra e do emprstimo compulsrio motivado porguerra externa ou sua iminncia). Repare que no possvel deixar decumprir essa regra, porque proibido.

    Aqui, entra a idia de princpio contbil: Os princpios fundamentais deContabilidade so apresentados como o entendimento predominanteacerca da essncia da teoria da Contabilidade. Os PrincpiosFundamentais de Contabilidade se enquadram muito melhor no conceitode regras, pois sua observao obrigatria, conforme se depreende doart. 1oda Resoluo CFC n 753, de 1993, abaixo:

    RESOLUO CFC N. 750/93

    Dispe sobre os Princpios Fundamentais de Contabilidade(P.F.C.)

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    O CONSELHO FEDERAL DE CONTAB I L I DAD E, noexerccio de suas atribuies legais e regimentais,

    CONS IDERANDO que a evoluo da ltima dcada na

    rea da Cincia Contbil reclama a atualizao substantivae adjetiva dos Princpios Fundamentais de Contabilidade aque se refere a Resoluo CFC 530/81.

    RESOLVE:

    CAPTULO I

    DOS PRINCPIOS E DE SUA OBSERVNCIA

    Art. 1 Constituem PRINCPIOS FUNDAMENTAIS DECONTABILIDADE (P.F.C.) os enunciados por estaResoluo.

    1 A o b s e r v n c i a d o s P r i n cp i o s F u n d am e n t a i s d e

    Con t a b i l i d a d e ob r i g a t r i a n o e x e r cc i o d a p r o f i s soe c o n s t i t u i c o n d io d e l e g i t i m i d a d e d a s N o rm a sB r a s i l e i r a s d e C o n t a b i l i d a d e (NBC). (grifos natranscrio).

    Assim, v-se que os Princpios Fundamentais de Contabilidade so deobservncia obrigatria. A caracterstica principal dos princpiosfundamentais de Contabilidade a obrigatoriedade de sua observncia.Adicionalmente, frisa-se que, na aplicao dos princpios, a essnciadeve prevalecer sobre a forma. Cuidado, isso foi questo de provatambm!

    Os princpios fundamentais de Contabilidade, portanto, apresentadoscomo o entendimento predominante acerca da essncia da teoria daContabilidade, so enumerados conforme art. 3o da Resoluo CFC n750, de 1993, abaixo:

    CAPTULO II

    DA CONCEI TUA O , DA AM PL I TUDE E DAENUM ERA O

    Art. 2 Os Princpios Fundamentais de Contabilidaderepresentam a essncia das doutrinas e teorias relativas Cincia da Contabilidade, consoante o entendimentopredominante nos universos cientfico e profissional de

    nosso Pas. Concernem, pois, Contabilidade no seusentido mais amplo de cincia social, cujo objeto oPatrimnio das Entidades.

    Art. 3 So Princpios Fundamentais de Contabilidade:

    1) o da ENTIDADE;

    2) o da CONTINUIDADE;

    3) o da OPORTUNIDADE;

    4) o do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL;

    5) o da ATUALIZAO MONETRIA;

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    6) o da COMPETNCIA e

    7) o da PRUDNCIA.

    Importante, na absoluta maioria dos concursos da ESAF dos ltimos dezanos, na prova de Contabilidade, pelo menos uma questo versavasobre princpios contbeis. Assim, alm de entender seu significado,para resolver a questo necessrio memorizar quais so os princpios9(evitando sempre memorizar o que no se entende, pormmemorizando os conceitos j entendidos e cuja memorizao se faznecessria). Uma idia, por ns proposta para este curso, a de seutilizar mnemnicos (pequenas siglas simples e, na maioria das vezes,bem humorada) que nos ajudem a memorizar conceitos complexos.

    No caso dos Princpios Fundamentais de Contabilidade, para sua

    memorizao, imaginem a situao de um casal de namorados quebriga porque ela descobriu que ele havia feito algo de errado. Aps umperodo de separao, ela prope uma reconciliao. Mas o rapaz, quesabe que a namorada ciumenta e vingativa, tem medo dareconciliao; deseja voltar, mas tem medo. Ento, ele diz: Eco!Reato com prudncia!

    E C O Re Atu Com Prudncia um mnemnico que referencia o nomedos Princpios Fundamentais de Contabilidade:

    Entidade

    Continuidade

    Oportunidade

    Registro pelo valor original

    Atualizao monetria

    Competncia

    Prudncia

    Passemos, ento, a seguir, ao estudo de cada um dos princpios acimarelacionados.

    7.1.1 O Princpio da Entidade

    Pelo princpio da entidade, o patrimnio dos scios no se confunde como patrimnio da empresa.

    Cabe precisar o alcance do termo empresa, utilizado acima. Apersonalidade est umbilicalmente ligada aptido para ter patrimnio

    9Conforme j foi dito, no necessrio decorar, somente se quiser passar na prova,seno, a soluo tentar o prximo concurso (imaginem sempre que a prova deverser feita COM CONSULTA - consulta memria).

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    (nos termos de nossa legislao, personalidade a capacidade decontrair obrigaes e exercer direitos inerente s pessoas fsicas e

    jurdicas ao tempo que Patrimnio o conjunto de bens, direitos eobrigaes de uma pessoa). Assim, as pessoas jurdicas adquirempersonalidade quando podem ter patrimnio (e vice-versa). Ora, umapessoa jurdica nada mais do que o veculo jurdico de uma atividade(aventura empresa). Assim, em nosso curso, utilizaremos o nomeempresa para referenciar qualquer azienda que tenha suacontabilidade regrada pela Lei das S/A e, portanto, obedea aosprincpios fundamentais de contabilidade quando do registro de seupatrimnio.

    O princpio da entidade determina que se reconhea o patrimnio como

    objeto da Contabilidade e afirma a necessidade de diferenciao de umpatrimnio particular no universo de patrimnios existentes. Logo, opatrimnio de uma entidade no se confunde com o de seus scios ouproprietrios. O Princpio da Entidade determinado pelo art. 4o daResoluo CFC n 750, de 1993, abaixo:

    Art. 4 O Princpio da ENTIDADE reconhece o Patrimniocomo objeto da Contabilidade e afirma a autonomiapatrimonial, a necessidade da diferenciao de umPatrimnio particular no universo dos patrimniosexistentes, independentemente de pertencer a umapessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ouinstituio de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem

    fins lucrativos. Por conseqncia, nesta acepo, oPatrimnio no se confunde com aqueles dos seus sciosou proprietrios, no caso de sociedade ou instituio.

    Pargrafo nico O PATRIMNIO pertence ENTIDADE,mas a recproca no verdadeira. A soma ou agregaocontbil de patrimnios autnomos no resulta em novaENTIDADE, mas numa unidade de natureza econmico-contbil.

    7.1.1.1 Autonomia patrimonial

    A autonomia patrimonial uma idia absolutamente necessria para o

    desenvolvimento de nossa economia que est baseado na empresa,como figura central da produo e circulao de bens. Ora, com aprocura dos ganhos de escala (menor custo e, conseqentemente, maiorlucro quando se produz e vende grandes quantidades), tornou-seinteressante fazer grandes investimentos e, assim, ficou quaseimpossvel alcanar o nvel de investimento desejado com a participaode apenas uma pessoa. Ao contrrio, a conjugao de esforospatrimoniais de vrias pessoas que permitiram o nvel deinvestimento, produo e circulao de bens tpico da empresa emnossa atualidade. Sendo a empresa o resultado de uma conjugao de

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    esforos patrimoniais de vrias pessoas, seus bens, direitos e obrigaesno podem pertencer diretamente a nenhum de seus proprietrios

    (scios ou acionistas), mas a todos. Assim, pela idia de autonomiapatrimonial, os bens, direitos e obrigaes colocados na empresa a elapertencem. Por via de conseqncia, os proprietrios (scios ouacionistas), que no so diretamente titulares dos bens, direitos eobrigaes (patrimnio) da empresa, tm direito a uma frao idealdesse patrimnio, representada por aes ou quotas.

    O patrimnio deve revestir-se do atributo de autonomia em relao atodos os outros Patrimnios existentes, pertencendo a uma Entidade, nosentido de sujeito suscetvel aquisio de direitos e obrigaes. Porconseqncia, a Entidade poder ser desde uma pessoa fsica, ou

    qualquer tipo de sociedade, instituio ou mesmo conjuntos de pessoas,tais como famlias; empresas; governos, nas diferentes esferas dopoder; sociedades beneficentes, religiosa, culturais, esportivas, de lazer,tcnicas; sociedades cooperativas; fundos de investimento e outrasmodalidades afins.

    Na prtica, nem sempre fcil separar o patrimnio da empresa(afetado atividade) daquele de seus scios. Para ilustrar uma situaoem que essa dificuldade evidente, citamos o exemplo de um mini-mercado, que vende verduras e hortalias, e em cujo segundo andar (nosobrado), h a residncia do casal de proprietrios. Imagine que, nacozinha do sobrado haja verduras e hortalias sendo preparadas para oalmoo e que, no trreo, haja verduras e hortalias idnticas venda.O sistema contbil de informaes tem que ter critrios seguros paraseparar (do ponto de vista patrimonial) o valor desses duasverduras/hortalias (aquela que est no trreo, venda, e que pertence empresa, daquela que est no sobradoe pertence aos scios).

    Isso no quer dizer que no seja possvel que um scio/acionista tome odinheiro que estiver no caixa da empresa para, por exemplo, pagar oalmoo no restaurante da esquina. O que o princpio da entidadedetermina que caso isso acontea, o sistema contbil de informaes,deve manter em seus registros relativos ao patrimnio da empresa: (1)a sada de dinheiro do caixa e (2) o surgimento do direito de exigir queo scio/acionista devolva este dinheiro empresa.

    No caso de sociedades, a Contabilidade no se importa que sejamsociedades de fato ou que estejam revestidas de forma jurdica, emboraesta ltima circunstncia seja a mais usual.

    7.1.1.2 O carter jurdico do patrimnio

    O Patrimnio, na sua condio de objeto da Contabilidade, , nomnimo, aquele juridicamente formalizado como pertencente Entidade.

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    A garantia jurdica da propriedade indissocivel desse princpio, pois a nica forma de caracterizao do direito ao exerccio de poder sobre o

    mesmo Patrimnio, vlida perante terceiros. Sem autonomiapatrimonial fundada na propriedade, os demais Princpios Fundamentaisperdem o seu sentido, pois passariam a referir-se a um universo delimites imprecisos.

    O patrimnio nico (visto como um conjunto de itens de umaentidade), embora possa ser decomposto para fins de apresentao.Patrimnio e personalidade da entidade so conceitos que estovinculados inexiste patrimnio pertencente a um rgo ou a umdepartamento. A diviso somente aceita a ttulo de controle(especialmente nas reas de custos e de oramento, onde trabalha-se,

    muitas vezes, com controles divisionais, que podem serextraordinariamente teis, porm no significam a criao de novasEntidades, precisamente pela ausncia de autonomia patrimonial).

    7.1.1.3 A soma ou agregao de patrimnios no resultaem nova entidade

    Entidades sob um nico controle, ou grupos econmicos, em que peseapresentem demonstraes financeiras consolidadas, no so um novopatrimnio pelo fato de que no consistem em um sujeito de direitos eobrigaes.

    As demonstraes contbeis consolidadas, apresentando a posiopatrimonial e financeira, resultado das operaes, as origens eaplicaes de recursos ou os fluxos financeiros de um conjunto deEntidades sob controle nico, so peas contbeis de grande valorinformativo para determinados usurios, embora isso no signifique aexistncia de uma nova entidade consolidada.

    Cuidado, este simples conceito tambm j foi questo de prova!

    7.1.2 O Princpio da Continuidade

    O princpio da continuidade determina que, na Contabilidade, deve ser

    considerada a continuidade ou no da entidade, bem como sua vidadefinida ou provvel quando da classificao e avaliao das mutaespatrimoniais, quantitativas e qualitativas.

    Uma vez iniciada a vida da empresa, espera-se que ela continueindefinidamente, todavia, a continuidade influencia o valor econmicodos bens e direitos e, em muitos casos, o valor ou o vencimento dasobrigaes, especialmente quando a extino da Entidade tem prazodeterminado, previsto ou previsvel.

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    Em palavras simples, e exemplificando, a empresa deve ser entendidacomo uma bicicleta, que somente fica em p se estiver funcionando (em

    movimento). Assim, o patrimnio da empresa deve ser registradosegundo a seguinte idia: tudo aquilo que se adquire (e passa a fazerparte do patrimnio) vale o quanto foi pago; isso porque esse valordeve ser comparado com aquele auferido quando da venda paraterceiros e, com isso apurado o eventual lucro ou prejuzo. Agora, setemos a informao clara de que a empresa est para terminar suasatividades: (1) o critrio antes apresentado no tem valor e oselementos que entraram no patrimnio no devem mais ser registradospelo valor por eles pago, mas sim por aquele que pode ser auferidonuma venda (pois tudo dever ser vendido, para pagamento dasdvidas) e (2) as obrigaes que tiverem data futura de exigibilidade

    devero ser registradas como devidas at no mximo a data queespera ser aquela em que a empresa terminar suas atividades.

    O Princpio da Continuidade determinado pelo art. 5oda Resoluo CFCn 750, de 1993, abaixo:

    Art. 5 A CONTINUIDADE ou no da ENTIDADE, bemcomo sua vida definida ou provvel, devem serconsideradas quando da classificao e avaliao dasmutaes patrimoniais, quantitativas e qualitativas.

    1 A CONTINUIDADE influencia o valor econmico dosativos e, em muitos casos, o valor ou o vencimento dos

    passivos, especialmente quando a extino da ENTIDADEtem prazo determinado, previsto ou previsvel.

    2 A observncia do Princpio da CONTINUIDADE indispensvel correta aplicao do Princpio daCOMPETNCIA, por efeito de se relacionar diretamente quantificao dos componentes patrimoniais e formaodo resultado, e de constituir dado importante para aferir acapacidade futura de gerao de resultado.

    7.1.2.1 Efeitos da quebra da continuidade no patrimnio

    O patrimnio da Entidade, na sua composio qualitativa e quantitativa,

    depende das condies em que provavelmente se desenvolvero asoperaes da Entidade. A suspenso de suas atividades pode provocarefeitos na utilidade de determinados ativos, com perda, at mesmointegral, de seu valor. A queda no nvel de ocupao pode, tambm,provocar efeitos semelhantes.

    A situao-limite na aplicao do Princpio da CONTINUIDADE aquelaem que h a completa cessao das atividades da Entidade. Nessasituao, determinados ativos, como, por exemplo, os valores diferidos,

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    deixaro de ostentar tal condio, passando condio de despesas10,em face da impossibilidade de sua recuperao mediante as atividades

    operacionais usualmente dirigidas gerao de receitas. Mas atmesmo ativos materiais, como estoques, ferramentas ou mquinas,podem ter seu valor modificado substancialmente. As causas dalimitao da vida da Entidade no influenciam o conceito dacontinuidade; entretanto, como constituem informao de interessepara muitos usurios, quase sempre so de divulgao obrigatria,segundo norma especfica. No caso de provvel cessao da vida daEntidade, tambm o passivo afetado, pois, alm do registro dasexigibilidades, com fundamentao jurdica, tambm devem sercontemplados os provveis desembolsos futuros, advindos da extinoem si.

    Na condio de Princpio, em que avulta o atributo da universalidade, acontinuidade aplica-se no somente situao de cessao integral dasatividades da Entidade, classificada como situao-limite no pargrafoanterior, mas tambm queles casos em que h modificao no volumede operaes, de forma a afetar o valor de alguns componentespatrimoniais, obrigando ao ajuste destes, de maneira a ficaremregistrados por valores lquidos de realizao.

    O Princpio da Continuidade, semelhana do