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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ
MBA EM GESTÃO E PRODUÇÃO DE RÁDIO E TELEVISÃO
DÉBORA ROSENENTE
INFLUÊNCIA DAS CORES NO CINEMA
CURITIBA
2017
DÉBORA ROSENENTE
INFLUÊNCIA DAS CORES NO CINEMA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao MBA em Gestão e Produção de Rádio e Televisão, da Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas, da Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito para obtenção do grau de especialista. Orientador: Prof.ª Datames Egg.
CURITIBA
2017
RESUMO
O presente trabalho tem como objetivo demonstrar a influência das cores na temática dos filmes. Demonstrando como a mudança das cores altera a percepção da temática pelo ponto de vista dos espectadores. Assim como analisar os sentimentos transmitidos pelas cores aos espectadores. Para a obtenção destes dados foram realizadas pesquisas qualitativas, uma entrevista em profundidade e uma exploratória, com o objetivo de entender as percepções dos espectadores com a mudança das cores. Após a pesquisa foi observada a forma com que cada pessoa é impactada pela diferença de tonalidades nas duas sequências.
Palavras-chave: Estudos das cores. Teoria das cores. Cores no cinema.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
FIGURA 1 – TABELA CROMÁTICA ............................................................................ 8
FIGURA 2 – TONALIDADES NOS FILMES HARRY POTTER..................................13
FIGURA 3 – ABERTURAS HARRY POTTER............................................................14
FIGURA 4 – TONALIDADES NOS FILMES STAR WARS........................................15
FIGURA 5 – ABERTURAS STAR WARS...................................................................16
QUADRO 1: ROTEIRO PESQUISA...........................................................................20
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 4
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .............................................................................. 5
2.1 TEORIAS SOBRE A PERCEPÇÃO DAS CORES ................................................ 6
2.1.1 Teoria de Young-Helmholtz .............................................................................. 6
2.1.2 Teoria de Hering ............................................................................................... 7
2.1.3 Teoria de Ladd Franklin .................................................................................... 7
2.2 DINÂMICA DAS CORES ...................................................................................... 8
2.3 UTILIZAÇÃO DAS CORES ................................................................................... 9
2.4 ANÁLISE DAS CORES NO CINEMA ................................................................. 11
2.4.1 Sequência Harry Potter ................................................................................... 12
2.4.2 Sequência Star Wars ...................................................................................... 14
3 METODOLOGIA DE PESQUISA .......................................................................... 17
3.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA ...................................................................... 17
3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA ................................................................................ 19
3.3 COLETA DE DADOS .......................................................................................... 19
3.4 TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS ......................................................... 19
3.5 LIMITAÇÕES DA PESQUISA ............................................................................. 23
4 CONCLUSÕES ..................................................................................................... 25
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1 INTRODUÇÃO
O trabalho em questão trata da influência que as cores exercem na percepção
do espectador sobre a temática dos filmes. Como base para essa análise foram
utilizadas as sequências de filmes da série Harry Potter e Star Wars.
Dentro do problema de pesquisa que é saber como as cores influenciam na
temática dos filmes na percepção do espectador, foram realizadas pesquisas com
dados primários e secundários. Essas pesquisas tinham como objetivo principal
demonstrar a influência da cor na temática de filmes onde os pesquisados já
conheciam e também em casos onde eles não haviam tido contato com o filme
anteriormente.
Além disso, também foram analisadas as paletas de cores da série de filmes
Harry Potter e Star Wars, que tem características distintas de produção. Com isso
verificando o estilo que cada sequência utilizou em sua produção. E comparando os
sentimentos transmitidos por cada estilo ao espectador e de que forma essa
diferença afeta a percepção das pessoas ao assistir as sequências.
O trabalho conta com 4 capítulos. O primeiro consiste na introdução; o
segundo na fundamentação teórica sobre as cores; o terceiro com a apresentação
das pesquisas realizadas e com o levantamento e análise dos dados das pesquisas;
e o quarto capítulo com a conclusão do tema, percepções e resultados finais.
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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Para entender de que forma as cores influenciam os espectadores deve-se
fazer um breve estudo sobre as cores.
A palavra cor, segundo Farina (2011, p. 01), "refere-se à sensação consciente
de uma pessoa cuja retina se acha estimulada por energia radiante." Ela é uma onda
luminosa que atravessa nossos olhos.
Para Heller (2016, p.17) "usar as cores de maneira bem direcionada nos
poupa tempo e esforço" afinal as cores representam mais do que apenas cores, elas
representam sentimentos e emoções nas pessoas que a veem. A autora ainda
afirma que a sensação causada por determinada cor é associada ao seu contexto.
Ela será absorvida de maneira diferente em ambientes distintos, assim como em
roupas e ou em peças artísticas.
As cores assumem papéis diferentes quando relacionadas aos nossos
sentimentos e influências culturais. Farina (2011, p.2) afirma que em determinados
contextos elas podem assumir sensações positivas, e em outros, elas podem ser
negativas. As cores podem produzir grandes impressões nos sentidos humanos,
elas podem perturbar ou estimular determinados impulsos e desejos.
Para demonstrar sua importância Farina (2011, p.13) diz que:
A cor exerce uma ação tríplice: a de impressionar, a de expressar e a de construir. A cor é vista: impressiona a retina. E sentida: provoca uma emoção. E é construtiva: pois, tendo um significado próprio tem valor de símbolo e capacidade, portanto, de construir uma linguagem própria que comunique a ideia.
Sendo assim o impacto que a cor gera não pode se dar apenas pela
sensação que ela causa, mas sim ao uso que se fará dela.
Quando a cor é adequada ao fim proposto não é necessário um
conhecimento aprofundado do espectador sobre o assunto, a própria cor irá
transmitir seu sentido. Como afirma Farina (2011, p.14) "seu valor de expressividade
a torna um elemento importante na transmissão de ideias." Afinal a cor tem um
poder sinestésico sobre a emotividade humana.
A atitude de um indivíduo por determinada cor se modifica por influência do
meio em que vive, educação, idade e cultura, como afirma Farina (2011, 25) cada
pessoa capta os detalhes do mundo em que vive de forma diferente e com isso tem
6
sensações distintas ao ser exposto pelo mesmo elemento. Qualquer coisa que
provoque uma reação de sentido é um estímulo e quando um indivíduo responde a
determinado estímulo significa que ele o diferenciou dos demais.
Pode-se dizer que a cor é um evento psicológico. A física explica que a luz é
incolor, e adquire cor quando passa pela estrutura do espectro visual. E com isso
Farina (2011, p.60) conclui "que a cor não é matéria, nem uma luz, mas uma
sensação." E para a comunicação, diz-se que para a cor existir é necessário:
a) Emissor: objeto, cuja superfície reflete a luz;
b) Codificador: condições físicas do objeto para refletir a luz;
c) Canal: raio de luz;
d) Mensagem: cor;
e) Decodificador: aparelho visual do indivíduo;
f) Receptor/intérprete: cérebro do indivíduo.
A cor somente existe em função do indivíduo que a percebe e da existência
de luz e do objeto que a reflete, sendo a impressão que os raios de luz refletida
produzem no órgão da visão que produzem sensações. E a capacidade de o olho
humano registrar a existência de uma cor dá-se o nome de luminância, como explica
Farina (2011, p.61).
2.1 TEORIAS SOBRE A PERCEPÇÃO DAS CORES
Para explicar as cores muitas teorias foram levantadas durante os anos, a
seguir são apresentadas as mais aceitas pelos estudiosos.
2.1.1 Teoria de Young-Helmholtz
Hermann Von Helmholtz e Thomas Young procuraram explicar a existência
de três cores primárias não na natureza da luz, mas na constituição do homem.
Como explica Farina (2011, p.51):
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A maior parte dos fenômenos relacionados com a percepção da cor pode ser explicada pela existência, no olho humano, de três cones receptores, ou estímulos de excitação, sensíveis à luz, um para cada uma das três cores primárias. São chamados valores triestímulos fisiológicos ou psicofisiológicos, que correspondem a percepção azul-violeta, verde e vermelho-alaranjada do olho humano normal, isto é: cones receptores que reagem, respectivamente, ao azul-violeta, verde e ao vermelho-alaranjado.
O ciano é formado quando os receptores verde e azul-violeta reagem
simultaneamente e com a mesma intensidade. Já o amarelo é formado ao verde e
vermelho-alaranjado reagirem. A sensação de cor é produzida pelo processo de
mescla aditiva de cores. Segundo esta teoria, a estimulação desses três tipos de
cones diversos vai produzir cem mil ou mais sensações diferentes de cor no cérebro.
2.1.2 Teoria de Hering
A teoria de Ewald Hering, defende a existência de três tipos de cones de
dupla ação. Um deles é sensível as luzes azul e amarela, outro às verde e vermelha
e o último seria estimulado pelo preto e branco.
Farina (2011, p.52) explica que:
Para Hering, existem realmente três cores primárias: vermelho, cujo negativo é o verde; amarelo, tendo por negativo o azul; e um terceiro processo primário acromático: o branco e o preto. Este atua como fator de luminosidade.
Ainda afirma que as cores azul, verde e preta recompõem a substancia das
células, que é destruída pelo amarelo, vermelho e branco.
2.1.3 Teoria de Ladd Franklin
Segundo Farina (2011, p.52), para a psicóloga americana Christine Ladd
Franklin, a visão da cor é um fenômeno de evolução. O homem primitivo apenas
distinguia o branco, preto e cinzento. Ocorreu uma evolução e ele passou a ser
sensível a ondas de luz que produzem a sensação do amarelo e a ondas que
produzem a sensação do azul. E em uma nova evolução estes cones passam a ser
sensíveis ao vermelho e ao verde.
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2.2 DINÂMICA DAS CORES
Ao se tratar das cores temos duas principais divisões para apresentá-las, são
as cores cromáticas e as cores acromáticas.
Farina (2011, p.62 e 63) explica que as sensações visuais acromáticas são
aquelas que apresentam apenas a dimensão da luminosidade, ou seja, elas não são
cores. Nelas estão inclusas todas as tonalidades entre o branco e o preto, como o
cinza-claro, o cinza e o cinza-escuro. Formando a escala acromática, ou escala de
cinza. Já as sensações visuais cromáticas representam todas as cores do espectro
solar. São experiências visuais, denominadas violeta, índigo, azul, verde, amarelo,
laranja e vermelho. A Figura 1 apresenta a escala de cores cromáticas.
FIGURA 1 – TABELA CROMÁTICA
FONTE: A AUTORA, 2017.
Ao se referir a cor não se pode deixar de tratar das três características
específicas que definem as sensações representadas por elas, que são o tom, a
saturação e a luminosidade.
Tom é aquilo que normalmente denominamos de cor. Nesta denominação se
incluem as cores primárias e as compostas. Sendo assim tom é a variação
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qualitativa da cor, como explica Farina (2011, p.70). Ao acrescentar branco e preto,
ou seja, cinza, a uma cor ela terá uma tonalidade definida, já ao acrescentar branco
se terá uma matiz e ao acrescentar preto um sombreado. Farina (2011, p.71) explica
que quando não se acrescenta nem preto nem branco a uma cor, mas ela está
dentro do comprimento de onda que lhe corresponde no espectro solar, tem-se uma
cor saturada. Já a luminosidade é a capacidade da cor de refletir a luz branca que
há nela.
Ao se tratar de cor o contraste é grande aliado na criação de sensações,
apesar do uso de tons da mesma gama produzir um efeito agradável ele pode não
refletir o sentimento desejado. E para isso o uso do contraste pode produzir uma
harmonia que pode despertar a atenção do telespectador, assim como causar
tensão, como explana Farina (2011, p.74).
Para criar diversas sensações ainda são utilizados os contrastes de cores
quentes, que derivam do vermelho-alaranjado, e as cores frias, que derivam do azul-
esverdeado.
Mas para isso deve-se levar em consideração o contexto social e psicológico
que cada pessoa vive, sempre lembrando que estes fatores influenciam nas
percepções dos indivíduos. E para que a utilização da cor seja assertiva em seu
objetivo é necessário analisar muito bem o contexto em que seu público-alvo vive.
Como explica Farina (2011, p.96) "as cores constituem estímulos psicológicos para a
sensibilidade humana" e com isso muitas preferências se baseiam em associações
ou experiências tidas no passado.
2.3 UTILIZAÇÃO DAS CORES
As cores podem ter várias interpretações, elas dependem do sentido que está
sendo proposto. Ao se tratar das sensações acromáticas, o branco, segundo Heller
(2012, p. 156 a 170) pode significar o bem, a perfeição, a ressurreição e a inocência,
porém em alguns países o branco é considerado a cor do luto, dos mortos e dos
espíritos. Na culinária o branco, quando utilizado com o azul, remete a produtos
congelados. A sua utilização também pode remeter a ambientes esterilizados e
muito limpos. Já preto, que é a ausência de luz, pode significar luto, ilegalidade e
brutalidade, além de ser a cor da elegância, a preferida no mundo da moda e dos
mais conservadores. Ela também pode representar o azar, o egoísmo, a culpa e as
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coisas más. O cinza, que é a junção do branco e preto, é considerada uma cor sem
caráter por Heller (2012, p. 269) "o nobre branco está sujo e o poderoso preto está
enfraquecido", é conformista, porém insensível e cruel. Ela também representa a cor
da velhice, do esquecimento e do passado, além da pobreza e modéstia.
Nas sensações cromáticas o vermelho remete a alimentação, ao amor, a
sedução, ao sangue e a vida. Segunda Farina (2011, p. 99) a cor tem grande poder
no fluxo sanguíneo das pessoas, além de causar tensão muscular, por isso, é
considerada uma cor bastante excitante para o olhar, sendo muito utilizada na
publicidade para chamar atenção. A cor ainda pode remeter ao perigo e ao proibido,
levando até ao imoral.
O amarelo remete a alimentação nos sabores refrescantes, ácidos e amargos,
e é a combinação mais utilizada com o vermelho para expressar a sensação de
fome. O amarelo é utilizado para representar a recreação, jovialidade e otimismo,
mas em paralelo pode ser a cor da inveja, do ciúme e da hipocrisia. A sua luz e
iluminação também são ligadas a riqueza, ao ouro e a inteligência, como explica
Heller (2012, p. 86).
A cor laranja que é conhecida nos dias de hoje deriva do vermelho
amarelado. O laranja, assim como o vermelho e o amarelo, remete a alimentação,
porém enquanto o vermelho leva a sensação de doçura e o amarelo a sensação de
acidez, o laranja remete ao agridoce, que é a mistura dos dois. Ela é a cor do puro
sabor, segundo Heller (2012, p. 183). Além de ser a cor do exótico e da
sociabilidade.
Dentre todas as cores, Heller (2012, p.23) diz que o azul "é a cor predileta de
46% dos homens e 44% das mulheres". É considerada a cor da simpatia, da
harmonia e da fidelidade, entretanto dentre todas as cores é considerada a mais fria
e que dá um efeito de distante e infinito. Além de dar uma aparência sofisticada e
sóbria, segundo Farina (2011, p. 102).
O verde resulta na mistura das cores amarelo e azul, e tende a sensação de
descanso e relaxamento. Além de representar a natureza, a vida, a saúde e a
esperança, porém Heller (2012, p. 114) explica que a cor também pode representar
tudo que é venenoso e horripilante.
A cor violeta deriva da mistura de vermelho e azul, e segundo Heller (2012, p.
193) o que determina a simbologia da cor é a união dos opostos. Ela representa o
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poder, e a vaidade, assim como a violência e a magia, porém também está ligada a
teologia, a penitência e a sobriedade.
A mistura de branco com vermelho resulta na cor rosa, que tem uma ligação
muito forte com o feminino, delicado e inocente, como explica Farina (2011, p.105).
Esta cor representa principalmente o charme, a gentileza e o carinho, além de
remeter a infância, gentileza e suavidade.
A cor marrom é a mais frequentemente rejeitada, segundo Heller (2012, p.
255) "Para 17% das mulheres e 22% dos homens, o marrom é "a cor" que mais
desagrada.". Ela é relacionada com o desagradável, o feio e o mal-amado, podendo
representar até a burrice e a preguiça, porém também remete ao aconchego e ao
amor secreto. A utilização de sépia e pátina é muito utilizada em representações do
passado. Na culinária é a cor dos alimentos cozidos e de sabor forte, como carnes
bem assadas e um café recém coado. Ela ainda pode representar a pobreza e falta
refinamento.
Muito mais do que uma cor, o dourado, é sinônimo de riqueza, poder e luxo.
Ela representa para as pessoas um sonho, a felicidade. O valor agregado ao
dourado traz um sentimento de status e fama, como diz Heller (2012, p.232) "O
vencedor recebe a medalha de ouro.", e isso faz com que as pessoas o desejem.
Todos os símbolos de poder são dourados. Já a cor prateada remete ao requinte e
modernidade. Esta é uma cor sempre comparada ao dourado, porém com
características distintas, enquanto o dourado lembra o brilho e o sol, o prata remete
ao frio e a lua. Farina (2011, p. 106) diz que " A cor ouro simboliza o valor ideal, e a
cor prata, o valor material" e desta forma a cor é associada também ao dinheiro.
2.4 ANÁLISE DAS CORES NO CINEMA
As sequências analisadas foram as dos filmes Harry Potter, oito filmes, e Star
Wars, 6 filmes, cada uma com características de cor distintas. A seguir pode-se
analisar as características de cada uma separadamente, para entender suas
peculiaridades.
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2.4.1 Sequência Harry Potter
A sequência de oito filmes produzidos para o universo Harry Potter, derivam
dos 7 livros escritos por Joanne Kathleen Rowling. Os filmes foram lançados entre
os anos de 2001 e 2011. Steve Kloves foi o responsável pelo roteiro dos 8 filmes
juntamente com J.K. Rowling.
Os filmes contam a história de Harry Potter, o menino que sobreviveu ao
maior ataque bruxo da história da comunidade mágica. Mostra seus anos na Escola
de Magia e Bruxaria de Hogwarts e os perigos que teve que enfrentar nas tentativas
de voltar ao poder de Lord Voldemort. Culminando na batalha do século entre ele e
o vilão.
A direção dos filmes mudou durante o desenrolar da saga, Chris Columbus foi
o responsável por A Pedra Filosofal e A Câmara Secreta, Alfonso Cuarón cuidou de
O Prisioneiro de Azkaban, Mike Newell de O Cálice de Fogo e David Yates foi
responsável por A Ordem da Fênix, O Enigma do Príncipe e Relíquias da Morte
parte I e II.
Além da direção dos filmes, outra coisa que mudou durante os anos foram as
escalas cromáticas utilizadas nos filmes, no início as tonalidades utilizadas variavam
em escalas de contrastes mais quentes, puxando para o alaranjado e para o
marrom. Com o passar dos filmes a escala de cores foi dominada por cores mais
frias e sombrias, puxando para tons de azul e preto. Com a aproximação do fim da
sequência os filmes voltaram a ter escalas mais claras, mas sempre puxando para o
azul e verde, para manter sensação de frieza, mas com um tom menos sombrio. Na
Figura 2 pode-se observar a diferença de tonalidades no momento do clímax de
cada filme. Na linha da esquerda estão os quatro primeiros filmes e na linha da
direita os últimos 4 quatro filmes.
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FIGURA 2 – TONALIDADES NOS FILMES HARRY POTTER.
FONTE: A AUTORA, 2017.
Esta diferença nas cores se deu para demonstrar o amadurecimento dos
personagens, além de frisar que a guerra bruxa se aproximava cada vez mais,
deixando um clima sombrio aos últimos filmes. Essa diferença de escalas pode ser
percebida na vinheta inicial da própria Warner Bros. Pictures, como pode-se
observar na Figura 3. Na linha da esquerda estão as aberturas dos quatro primeiros
filmes e na linha da direita dos outros quatro.
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FIGURA 3 – ABERTURAS HARRY POTTER.
FONTE: A AUTORA, 2017.
2.4.2 Sequência Star Wars
Os filmes de Star Wars foram produzidos em uma sequência diferente do que
se é habitual no cinema. Os episódios IV, V e VI foram lançados antes dos episódios
I, II e III. E após vários anos está sendo lançada a terceira trilogia, até o momento
apenas o episódio VII foi para as telas de cinema, tendo previsão para o ano de
2018 o lançamento do episódio VIII.
O enredo de Star Wars mostra como os Jedi lutam para acabar com uma
força maligna quando um dos seus, Anakin Skywalker, se rende para o lado negro
da força, se tornando Darth Vader. Os Jedi lutam para salvar a galáxia e se veem
enfrentando Darth Vader, que se tornou muito forte. Como a sequência de filmes é
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diferente, o público primeiramente viu a queda de Darth Vader nos episódios IV, V e
VI, e depois foram apresentados ao passado, enquanto ele ainda era Anakin
Skywalker, onde acontece sua ascensão, nos episódios I, II e III.
A sequência teve 3 diretores. George Luccas, além de ser o principal roteirista
de toda a sequência, dirigiu os filmes Episódio I – A Ameaça Fantasma, Episódio II –
Ataque dos Clones, Episódio III – A Vingança dos Shit e o Episódio IV - Uma Nova
Esperança, o Episódio V – O Império Contra-Ataca foi dirigido por Irvin Kershner, já
o Episódio VI – O Retorno de Jedi por Richard Marquand e o último filme já lançado
o Episódio VII – O Despertar da Força por J.J. Abrams.
A coloração dos filmes, mesmo tendo um estilo diferente de sequências, se
mantem com o mesmo padrão em todos eles. Ela tem tons mais claros e quentes
em seu início e tons mais sombrios e frios no clímax da história. E isso se mantem
como padrão para todos os filmes. A Figura 4 mostra o clímax de cada filme e como
sua coloração permanece a mesma em todos.
FIGURA 4 – TONALIDADES NOS FILMES STAR WARS.
FONTE: A AUTORA, 2017.
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Além da escala cromática ser a mesma em todos os filmes, as suas aberturas
são exatamente iguais, mudando apenas o texto introdutório, utilizando a mesma
fonte e cores, como mostra a Figura 5.
FIGURA 5 – ABERTURAS STAR WARS.
FONTE: A AUTORA, 2017.
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3 METODOLOGIA DE PESQUISA
Os tipos de pesquisa apresentados a seguir são os mais adequados para que
os dados necessários fossem obtidos. Com estas pesquisas foram obtidos dados
sobre como as cores afetam a percepção dos telespectadores sobre a temática das
sequências de filmes da série Harry Potter e Star Wars.
Para iniciar a metodologia de pesquisas, é necessário conhecer os tipos
utilizados e suas formas de aplicação. Marconi (2008, p. 1) apresenta que para se
desenvolver um projeto de pesquisa deve-se selecionar e definir o problema para a
investigação, seguido da coleta de dados, para ao final realizar sua análise e
tabulação. Sendo assim, a pesquisa é um procedimento formal, que é utilizado para
conhecer a realidade ou verdades parciais do objeto pesquisado. Para que estes
objetivos sejam atingidos existem diversos tipos de pesquisa, que variam de acordo
com o problema de pesquisa.
3.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA
Para que se possa ter uma base de dados concreta sobre o assunto serão
realizadas duas pesquisas qualitativas. A primeira sendo uma pesquisa de entrevista
em profundidade e a segunda uma pesquisa exploratória.
Segundo Bauer e Gaskell (2008, p. 22) a pesquisa qualitativa é mais aberta,
evita números e conta com interpretações dos dados coletados. O modelo mais
conhecido para aplicação da pesquisa é a entrevista em profundidade. Sendo assim,
esse tipo de pesquisa depende da análise do pesquisador, porém ele é refém de
questionários, ao perceber pontos importantes ele pode mudar o rumo da pesquisa.
A pesquisa exploratória possui um caráter flexível, aproximando o
entrevistador do problema a ser explorado. Segundo Gil (2010, p. 27), a maneira de
coletar os dados se sucede de diversas formas, mas geralmente envolve
levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas que tiveram experiência prática
com o assunto e análise de exemplos que estimulem a compreensão. Por contar
com uma característica maleável, a pesquisa exploratória se torna, na maioria dos
casos, inominado. Entretanto elas podem ser identificadas por meio das pesquisas
bibliográficas e estudos de caso.
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A pesquisa descritiva se desenvolve a partir da análise, observação, registros
e suas variáveis sem a interferência da manipulação por parte do pesquisador.
Cervo (2007, pp. 61 e 62) cita que nesta modalidade de pesquisa, procura-se
descobrir com a maior precisão possível, frequência com que um fenômeno ocorre,
sua relação e conexão com outros, sua natureza e suas características. Atribui-se
também a análise de diversas situações e relações que ocorrem na vida social,
política, econômica e tudo o que permeia o comportamento humano, tanto
isoladamente como de grupos e comunidades.
Após ser selecionado o tipo da pesquisa deve-se definir a população e
amostra da mesma. População ou Universo segundo Marconi (2008, p. 27) “É o
conjunto de seres animados ou inanimados que representam pelo menos uma
característica em comum.” E amostra “É uma porção ou parcela, convenientemente
selecionada do universo (população), é um subconjunto do universo.” A população e
amostra variam de acordo com o problema da pesquisa.
Com a delimitação do assunto, definição dos objetivos, formulação do
problema, população e amostra definidos a etapa seguinte é a coleta de dados.
Como explica Cervo (2007, pp. 50 a 53) a mesma pode acontecer de diversas
maneiras, porém em todos os modelos deve-se levar em consideração o objetivo da
pesquisa e a finalidade de cada pergunta.
Ao término da coleta de dados segue-se a fase da tabulação. Para as
entrevistas em profundidade e pesquisa de observação Gaskell (2008, p. 85) explica
que devem ser gravadas e transcritas, após serão feitas várias leituras com
marcações e comentários no texto para ajudar na interpretação mais profunda dos
dados.
Os tipos de pesquisa utilizados em campo irão demonstrar como as cores
afetam a percepção dos telespectadores sobre a temática dos filmes da série Harry
Potter e Star Wars. Os formatos de pesquisa escolhidos baseiam-se no problema de
pesquisa e pretende saná-lo. Os resultados serão decupados, analisados e
interpretados elencando um direcional para que se possa criar uma percepção desta
influência sobre os telespectadores.
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3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA
A entrevista em profundidade será realizada com uma população de 20
pessoas, de idades variadas, divididas em grupos. Sendo uma mostra de 5 pessoas
que já assistiram aos filmes Harry Potter, 5 que já assistiram a sequência de filmes
Star Wars, 5 que já assistiram ambas as sequências e 5 pessoas que não tiveram
contato com nenhuma das sequências.
Na pesquisa exploratória serão analisadas as respostas da entrevista em
profundidade.
3.3 COLETA DE DADOS
Com base na definição da seleção de amostra citada será possível identificar
como as cores influenciaram cada uma das pessoas sobre os filmes. Na entrevista
serão mostrados frames dos filmes com as cores originais e também com as cores
alteradas. Para poder analisar que tipo de sentimentos elas transmitem ao
telespectador e se é possível perceber as mudanças de escalas cromáticas na
sequência Harry Potter, além da permanência da escala na sequência Star Wars.
3.4 TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS
Por meio da entrevista em profundidade serão analisadas as reações dos
participantes ao serem apresentados a cenas já conhecidas, indagando-lhes sobre a
cor de cada uma. Para que se possa analisar o sentimento que paletas de cores
diferentes transmitem ao telespectador. Para que a coleta dos dados fosse possível
o seguinte roteiro foi utilizado.
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QUADRO 1: ROTEIRO PESQUISA.
Qual a sua idade?
Qual sua orientação sexual?
Você já assistiu a sequência de filmes Star Wars?
Você já assistiu a sequência de filmes Harry Potter?
Ao assistir a sequência de filmes Star Wars você sente alguma mudança em
suas cores no decorrer dos filmes?
Você acha que as seguintes imagens fazem parte do mesmo filme? (Imagens
do filme I, IV e V respectivamente)
Porque?
O que te chamou a atenção ao saber que são imagens de filmes diferentes?
Ou como soube que eram de filmes diferentes?
Ao assistir a sequência de filmes Harry Potter você sente alguma mudança
em suas cores no decorrer dos filmes?
Você acha que as seguintes imagens fazem parte do mesmo filme? (Imagens
do filme IV, VIII e II respectivamente)
Porque?
O que te chamou a atenção ao saber que são imagens de filmes diferentes?
Ou como soube que eram de filmes diferentes?
Você conhece o personagem das imagens abaixo? (Imagens do filme II, IV, II
e III respectivamente)
Qual a característica principal deste personagem?
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A cor que foi utilizada nestas imagens reflete esta característica?
E se estas cores fossem utilizadas?
Você consegue perceber alguma semelhança entre as imagens? (Aqui se
explica o porquê da estranheza com o vermelho, para demonstrar o porquê da
tonalidade utilizada realmente, que mostra a tranquilidade do Yoda)
Você conhece o personagem das imagens abaixo? (Imagens do filme III e V
respectivamente)
Você consegue perceber alguma semelhança entre as duas imagens?
Qual a característica principal deste personagem?
A cor que foi utilizada nestas imagens reflete esta característica? Porquê?
(Aqui se explica porque os tons de marrom demonstram esta característica)
Você conhece o personagem das imagens abaixo? (Imagens do filme I, V e VI
respectivamente)
Você percebe alguma diferença nas imagens? Quais?
Você conhece o personagem das imagens abaixo? (Imagens do filme V, VI e
IV respectivamente)
Qual a característica principal deste personagem?
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A cor que foi utilizada nestas imagens reflete esta característica? Porquê?
Ao sentir este material, que cor você acha que ele tem? (Esta é uma pergunta
que meche com tato do entrevistado)
Imagem ilustrativa
Porque você acha que imaginou esta cor para este objeto? (Neste momento
será explicado a relação que a pessoa fez com o capacete de Darth Vader)
FONTE: A AUTORA, 2017.
Com estas perguntas foram analisadas as respostas individualmente e
obtidos os seguintes resultados. Ao serem apresentados as imagens do filme Star
Wars e questionados se era do mesmo filme, apenas 2 pessoas afirmaram não ser,
as demais acreditaram se tratar do mesmo filme com a justificativa de ar cor dos dois
ser muito parecida, que é o que acontece na sequência, em todos os clímax dos
filmes sempre puxa para a tonalidade de preto, que faz contraste com a cor dos
sabres de luz que variam de personagem para personagem, os que afirmaram não
ser o mesmo alegaram conhecer as sequencias muito bem e não terem dúvidas de
que eram filmes diferentes, apesar da cor ser muito parecida. Já ao serem
indagados sobre a imagem que mostra o filme Harry Potter, todos afirmaram ser
filmes diferentes, e a principal justificativa foi a diferença de cor, mesmo sendo o
clímax dos 3 filmes apresentados eles são completamente diferentes, os
entrevistados inconscientemente perceberam esta mudança mesmo sem saber o
motivo.
Ao serem indagados sobre conhecer o personagem Yoda, mesmo os 10
entrevistados que não assistiram a sequência Star Wars afirmaram conhece-lo.
Afirmaram que a principal característica do personagem é ser um sábio e um
personagem que passa tranquilidade, porem com as cores puxando para o vermelho
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não era esta a impressão que era passada. Ao verem as cores originais, mas ainda
sem saber que eram as cores originais, preferiram aquela combinação, e após
optarem por ela como a que melhor representa o Mestre Yoda obtiveram uma
explicação de que a combinação do verde com tons mais frios de azul transmitem
paz e tranquilidade e com isso aquela era a melhor combinação para representar o
personagem.
Quando foram apresentados a Molly Weasley, apenas 3 pessoas não sabiam
de quem se tratava, porem estas pessoas disseram que ela parecia uma pessoa
muito amável e carinhosa ao observar as imagens. Os demais deram características
similares, porem acrescentaram a valentia da personagem como uma característica
marcante dela. Ao serem questionados sobre a cor, eles acreditam representar bem
a personagem, pois é acolhedor e a personagem remete carinho. Após isso foi feita
uma explicação sobre o uso do marrom e tons de amarelo para demonstrar afeto.
Na imagem do personagem Harry Potter todos afirmaram saber de quem se
tratava. Porém não souberam falar com clareza quais as diferenças nas imagens
além da passagem de idade do personagem. E com isso foi explicado a eles a
evolução de cores dos filmes, que iniciaram com tons mais quentes, foram para os
tons frios e sombrios e terminaram com os tons mais frios.
Ao chegar na imagem de Darth Vader, todos sabiam de quem se travava e
logo relataram que as cores utilizadas na imagem reflete perfeitamente sua
característica de maldade, porem para as 10 pessoas que já tiveram contato com o
filme afirmarem que o personagem não é de todo mal. Na questão do tato, ao serem
colocados em contato com o material eles o descreveram como gelado, brilhante e
de cor preta, ao serem indagados do motivo eles falaram que esta é a sensação que
o material passa, porém ficaram muito surpresos ao ver que na verdade ele era um
material azul. E após a explicação de que seu repertorio recém adquirido os fez
pensar que o material era preto em decorrência ao capacete de Darth Vader.
3.5 LIMITAÇÕES DA PESQUISA
Para a realização da pesquisa exploratória algumas dificuldades foram
encontradas. Por se tratar de uma pesquisa complexa que trata não apenas de
respostas diretas, mas da reação dos pesquisados, a pesquisa foi focada em suas
respostas, tanto escritas quanto faladas e não em suas reações, pois são
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necessários alguns equipamentos que os pesquisadores não tiveram acesso. Porém
mesmo com estas dificuldades foi possível ter resultados satisfatórios.
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4 CONCLUSÕES
Com esta pesquisa foi possível analisar as cores de duas sequências distintas
e entender a sensação que elas causam nos telespectadores, que mesmo sem
terem conhecimentos técnicos e não saberem ao certo o motivo pelo qual isto
ocorre, são impactados pelas cores utilizadas. Além de poder entender que estas
técnicas afetam as sequências de formas diferentes. No caso dos filmes da série
Harry Potter a mudança de tonalidades afeta a trajetória do personagem, mostrando
seu amadurecimento e criando um vínculo com seus telespectadores. Já na
sequência Star Wars o que ocorre é este mesmo vinculo, porem de uma forma
diferente, fazendo com que o telespectador espere pelos momentos principais do
filme e saiba exatamente a sequência que cada fato vai decorrer.
Mesmo com características opostas as duas sequências utilizaram as cores
de forma satisfatória, mostraram que mesmo utilizando técnicas diferentes a forma
com que se mexe com a tonalidade afeta a forma com que o público interpreta a
sequência. Cada personagem tem suas características distintas e as cores utilizadas
em cada um é de extrema importância, pois além da interpretação de cada ator a
forma que ele é apresentado em sua coloração final faz toda a diferença, como foi
observado no personagem Yoda, que representa a serenidade e em todas suas
cenas aparece com tons de azul e verde.
A má utilização das cores pode descaracterizar toda uma sequência, se o tom
utilizado não for o adequado ao fim e o telespectador não tiver um repertório
formado para absorver aquela informação a cena pode ser interpretada de forma
errônea por eles. Por isso o estudo da cor é de extrema importância na hora de se
representar algo, e não somente as cores mas a realidade que seu público vive
também, para que se possa ser mais assertivo ao fim proposto.
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REFERÊNCIAS
BAUER, Martin W, GASKELL, George (editores); tradução de Pedrinho A. Guareschi. Pesquisa Qualitativa com texto, imagem e som: Um manual prático. 7ª edição. São Paulo: Vozes, 2008.
CERVO, Amado Luiz, BERVIAN, Pedro Alcino, SILVA, Roberto da. Metodologia científica. 6ª edição. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.
FARINA, Modesto. Psicodinâmica das Cores em Comunicação. 6ª edição. São Paulo: Blucher, 2011.
Ficha Técnica Filmes Harry Potter. Disponível em: <https://filmow.com/harry-potter-e-as-reliquias-da-morte-parte-2-t15696/ficha-tecnica/>. Acessado em: 02 de
dezembro de 2016.
Ficha Técnica Filmes Star Wars. Disponível em: <https://filmow.com/star-wars-episodio-iv-uma-nova-esperanca-t1068/ficha-tecnica/>. Acessado em: 02 de dezembro de 2016.
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5ª edição. São Paulo: Atlas, 2010.
HELLER, Eva. A Psicologia das Cores. 1ª edição. São Paulo: Gustavo Gili, 2013.
MARCONI, Maria de Andrade. Técnicas de Pesquisa: planejamento e execução. 7ª edição. São Paulo: Atlas, 2009.