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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO (PPAD) MESTRADO EM ADMINISTRAÇÃO BEATRIZ BARRETO BRASILEIRO LANZA DINÂMICA DE RELACIONAMENTO ENTRE ATORES DE PROJETOS GOVERNAMENTAIS: O CASO DO M-GOV DO PARANÁ CURITIBA 2011

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO (PPAD)

MESTRADO EM ADMINISTRAÇÃO

BEATRIZ BARRETO BRASILEIRO LANZA

DINÂMICA DE RELACIONAMENTO ENTRE ATORES DE PROJETOS GOVERNAMENTAIS: O CASO DO M-GOV DO PARANÁ

CURITIBA 2011

BEATRIZ BARRETO BRASILEIRO LANZA

DINÂMICA DE RELACIONAMENTO ENTRE ATORES DE PROJETOS GOVERNAMENTAIS: O CASO DO M-GOV DO PARANÁ

Dissertação de Mestrado apresentado ao Programa de Pós-Graduação em Administração da Pontifícia Universidade Católica do Paraná.

Orientador: Profa. Dra. Maria Alexandra Viegas Cortez da Cunha.

CURITIBA 2011

Todo este trabalho dedico ao meu pai Moises Luiz Barreto, que está

sempre me espiando.

AGRADECIMENTOS

À professora Maria Alexandra, pelo incentivo ao Mestrado e por aceitar

ser minha orientadora. Ser parceira numa pesquisa apaixonante, na qual

ambas acreditam na utilidade e importância do resultado.

Aos integrantes da banca de qualificação, professores Luiz Carlos

Duclós e Carlos Olavo Quandt, pelas contribuições ao meu projeto.

Às secretárias executivas deste programa, Denise Lorenzini, Priscilla

Veiga Bueno e Denise Rempel, pelo profissionalismo e carinho.

Aos professores Belmiro Valverde Jobim Castor, Carlos Olavo Quandt,

Eduardo Damião da Silva, Evelise Maria Portilho, Kleber Candiotto, Maria

Alexandra Viegas Cortez da Cunha, Paulo Mussi Augusto, Valéria Silva da

Fonseca, Wesley Vieira da Silva. Especial ao Professor Luiz Carlos Duclós,

que nos ensinou a acreditar em nós, não em gênios.

À Celepar pelo auxílio financeiro.

Aos colegas e amigos do Mestrado.

Aos respondentes da minha pesquisa.

Ao Dr. Nizan Pereira, grande incentivador na minha vida profissional e

acadêmica.

À Marisa Villela, Yara Sarmento e Vitoria Sahão, pelo carinho e

incentivo.

Ao Diego Queiroz, June Cruz, Kamylla Lima, Kawana Sato, Silvana

Walter, José Roberto Frega, Cristiano Maciel pela preciosa ajuda.

À Dircema e Arno Krug pelo incentivo, apoio e carinho.

Ao Vagner Diniz. Você foi imperativo quando disse que nós tínhamos a

obrigação de escrever a história do m-Gov do Paraná.

À minha família, na qual cada um ao seu modo, incentivam-me a

perseguir meus objetivos.

À minha base de sustentação, Marcos, Tasso e Manuela. Filha, seu

olhar atento na conferência das matrizes quadradas foi fantástico. Parecia

gente grande! Filho, vou me lembrar sempre das suas palavras “Mamãe, hoje

eu rezei para dar tudo certo com seu Mestrado”.

Aceitamos muitos conceitos porque eles parecem ser as respostas lógicas a

nossas questões. Mas será que fizemos as questões certas?

Harold L. Klawans

A vida é como uma roda gigante; ora a gente está em cima, ora está embaixo.

Jeanete de Moraes Souza

RESUMO

Entre 2000 e 2010, o governo do Estado do Paraná introduziu a telefonia celular na

sua comunicação com o público, assunto do presente estudo. Utilizou-se o Método

Histórico de Mason pelas vantagens oferecidas na compreensão de fenômenos

contemporâneos relacionados ao uso da Tecnologia da Informação (TI). Para

identificar os eventos relevantes, atores, papéis, aspectos de colaboração,

configuração e densidade das relações, utilizou-se a Teoria de Redes. Nos anos 90

o governo eletrônico ganhou força com o uso intensivo da TI na implementação de

políticas públicas, na gestão pública e na prestação de serviços. Ficou claro, então,

que a relação entre o Estado e o cidadão era mais ampla que aquela entre uma

empresa e seus clientes ou parceiros comerciais. Apesar de mais de uma década de

projetos de Governo Móvel (m-Gov) no Brasil e dos números de telefones celulares -

hoje passam dos 200 milhões de aparelhos – eles ainda são pouco usados na

prestação de serviços públicos em massa. Estudos apontam que a razão disso pode

ser a dificuldade de estabelecer relacionamento entre os múltiplos atores do m-Gov.

O resgate da história do m-Gov do Paraná busca: 1) oferecer subsídios aos gestores

do governo eletrônico sobre a relevância dos relacionamentos na construção de

projetos corporativos complexos, como são os de m-Gov; 2) instrumentalizar

políticas públicas, estratégias governamentais e debate acadêmico voltado à

utilização de telefone celular como canal de relacionamento e prestação de serviços.

Percebeu-se que aqueles atores envolvidos com o objetivo de prover serviço ao m-

Gov permaneceram apenas em uma das fases. Os que estavam voltados à

prestação de serviços permaneceram por mais tempo no processo. A relação

contratual comercial tão almejada pelos atores, ocorrida na terceira fase, não foi

suficiente para sustentar o Projeto. A reunião dos atores e discussão conjunta fez

com que o projeto corporativo crescesse – portanto evidencia-se a importância da

institucionalização do e-Gov. As interações mostraram que a dinâmica de

relacionamento entre os atores contribuiu para amadurecer uma ideia, o uso de uma

tecnologia, o amadurecimento e declínio do projeto m-Gov do Paraná.

Palavras-Chave: Governo Eletrônico. Governo Móvel. Teoria de Redes. Dinâmica

de Relacionamento. Método Histórico.

ABSTRACT

This study discusses the experience of the Government of the State of Parana in

using cell phones for delivering services to people, where the idea came from and

how the Mobile Government (m-Gov) project came to light from 2000 to 2010. The

authors used Mason’s Historical Method because of the way it facilitates the

understanding of contemporaneous phenomena related to the use of information

technology (IT). To identify the relevant events, stakeholders, roles, aspects of

collaboration, configuration and density of relationships, we used the Theory of

Networks. In the nineties electronic government (e-Gov) gained strength with the

intensive use of IT in implementing public policy, public management and delivery of

services. At that time it became clear that the relationship between government and

citizens was wider than the relationship between a company and its customers or

business partners. The diversity of business processes and government practices

behind the m-Gov operation is still little known in spite of the fact that the existence

for over a decade of mobile government projects in Brazil today with 202 million of

cell phones countrywide. By making public the history of Parana’s m-Gov, this article

offers information to e-Gov managers on the relevance of relationships and ways of

social capital so complex corporate projects such as mobile government can be built

and implemented. It was noticed that those people involved with the objective of

providing service to m-Gov, resided only on stage. Those who were directed to

provide services remained longer in the Project. The contractual relationship as

desired by commercial actors that occurred in the third stage, was not sufficient to

sustain the project. The meeting of the actors and debate has made the corporate

project grew - and therefore highlights the importance of the institutionalization of e-

Gov. The interactions showed that the dynamic relationship between all stakeholders

contributed to mature an idea, the use of technology, maturity and decline the project

Keywords: electronic government (e-Gov); mobile government, historical method;

information technology (IT).

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Cadeia de valor do governo móvel. ........................................................... 36

Figura 2 - Unidade de análise. .................................................................................. 56

Figura 3 - Estrutura metodológica da pesquisa. ........................................................ 57

Figura 4 - Fases do m-Gov. ....................................................................................... 66

Figura 5 - 1ª fase do m-Gov do Estado do Paraná. ................................................... 68

Figura 6 - 2ª fase do m-Gov do Estado do Paraná. ................................................... 71

Figura 7 - 3ª fase do m-Gov do Estado do Paraná. ................................................... 74

Figura 8 - 4ª fase do m-Gov do Estado do Paraná. ................................................... 75

Figura 9 - 5ª fase do m-Gov do Estado do Paraná. ................................................... 76

Figura 10 - Linha do tempo do m-Gov do Governo do Paraná.................................. 78

Figura 11 - Site do Governo do Paraná em 1999. ..................................................... 79

Figura 12 - Oferta do serviço do CEASA. .................................................................. 81

Figura 13 - A oferta do serviço no site do CCTG. ...................................................... 82

Figura 14 - A oferta do serviço no site da SETP. ...................................................... 90

Figura 15 - Atores internos e externos do m-Gov. ..................................................... 93

Figura 16 - Atores por fases. ................................................................................... 100

Figura 17 - Sociograma dos atores que participaram da 1ª fase do m-Gov. ........... 101

Figura 18 - Natureza do relacionamento dos atores na 1ª fase do m-Gov. ............. 101

Figura 19 - Sociograma dos atores que participaram da 2ª fase do m-Gov. ........... 102

Figura 20 - Natureza do relacionamento dos atores na 2ª fase do m-Gov. ............. 103

Figura 21 - Sociograma dos atores que participaram da 3ª fase do m-Gov. ........... 103

Figura 22 - Natureza do relacionamento dos atores na 3ª fase do m-Gov. ............. 104

Figura 23 - Sociograma dos atores que participaram da 4ª fase do m-Gov. ........... 105

Figura 24 - Natureza do relacionamento dos atores na 4ª fase do m-Gov. ............. 106

Figura 25 - Sociograma dos atores que participaram da 5ª fase do m-Gov. ........... 106

Figura 26 - Natureza do relacionamento dos atores na 5ª fase do m-Gov. ............. 107

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Método Histórico de Mason et al.: sete fases. ......................................... 44

Quadro 2 - Objetivos Declarados dos Atores no m-Gov. .......................................... 98

Quadro 3 - Papeis dos Atores no m-Gov Paraná. ..................................................... 99

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Número de aparelhos celulares no Brasil. ................................................ 37

Tabela 2 - Países da América Latina com maior número de telefones celulares. ..... 39

Tabela 3 - Municípios brasileiros atendidos pela telefonia celular. ............................ 40

Tabela 4 - População brasileira atendida pela telefonia celular. ............................... 40

Tabela 5 - Densidade do relacionamento dos atores. ............................................. 109

Tabela 6 - Resultado da colaboração dos atores. ................................................... 110

LISTA DE ABREVIATURAS

ARS - Análise de Redes Sociais

BANESTADO - Banco do Estado do Paraná

BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento

BRT - Brasil Telecom

CCTG - Centro Cultural Teatro Guaíra

CELEPAR - Companhia de Informática do Estado do Paraná

CGI - Comitê Gestor de Internet do Brasil

CIO - Chief Information Officer

CONIP - Congresso de Informática Pública

DETRAN - Departamento de Trânsito

e-GOV - Governo Eletrônico

FIRJAN - Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro

IAPAR - Instituto Agronômico do Paraná

IPVA - Imposto dos Proprietários de Veículos Automotores

IR - Imposto de Renda

JCP - Junta Comercial do Paraná

m-GOV - Governo Móvel

ONG - Organização Não Governamental

PDA - Assistente Digital Pessoal

PNUD - Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento

PRODEMGE - Companhia de Informática do Estado Minas Gerais

PRODERJ - Companhia de Informática do Estado do Rio de Janeiro

PRODESP - Companhia de Informática do Estado de São Paulo

RENAVAM - Registro Nacional de Veículos Automotores

SAC - Serviço de Atendimento ao Consumidor

SANEPAR - Companhia de Saneamento do Estado do Paraná

SERPRO - Serviço Federal de Processamento de Dados

SETP - Secretaria Estadual de Trabalho e Promoção Social

SMS - Short Message Service

TCLE - Termo Consentimento Livre e Esclarecido

TI - Tecnologia da Informação e Comunicação

13

UNESCO - United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization

WAP - Wireless Application Protocol

W3C - World Wide Web Consortium

3G -Terceira geração

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 17

1.1 PROBLEMA DE PESQUISA ............................................................................... 19

1.2 OBJETIVOS ........................................................................................................ 20

1.3 JUSTIFICATIVAS................................................................................................ 20

1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO ........................................................................... 23

2 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................... 25

2.1 REFORMA DO ESTADO .................................................................................... 25

2.2 GOVERNO ELETRÔNICO ................................................................................. 29

2.3 GOVERNO MÓVEL ............................................................................................ 35

2.4 MÉTODO HISTÓRICO ....................................................................................... 41

2.5 TEORIA DE REDES ........................................................................................... 45

2.5.1 Conceito e caracterização ............................................................................ 45

2.5.2 O Método de Análise de Redes ................................................................... 49

3 METODOLOGIA DA PESQUISA ......................................................................... 51

3.1 POSTURA EPISTEMOLÓGICA .......................................................................... 51

3.2 ESPECIFICAÇÃO DO PROBLEMA .................................................................... 52

3.2.1 Perguntas de pesquisa ................................................................................. 52

3.2.2 Definição constitutiva (DC) e operacional (DO) das variáveis .................. 53

3.2.3 Definições de termos e conceitos ............................................................... 54

3.3 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA .......................................................................... 55

3.3.1 Objeto de estudo........................................................................................... 56

3.3.2 Etapas da pesquisa ...................................................................................... 56

3.3.3 População e amostra .................................................................................... 57

3.3.4 Tipos de dados ............................................................................................. 58

3.3.5 Instrumento de pesquisa ............................................................................. 58

15

3.3.6 Coleta e análise de dados ............................................................................ 59

4 DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS .............................................................. 65

4.1 O PROJETO M-GOV DO ESTADO DO PARANÁ .............................................. 65

4.1.1 Da gênese à institucionalização do e-Gov: prospecção e pré-projeto do m-Gov ....................................................................................................................... 66

4.1.2 Da institucionalização do e-Gov à troca de governo: amadurecimento do m-Gov ....................................................................................................................... 69

4.1.3 Da troca de governo à descontinuidade do e-Gov: fomalização do m-Gov 71

4.1.4 Da descontinuidade do e-Gov à saída da CELEPAR: declínio do m-Gov 74

4.1.5 Da saída da CELEPAR à troca de governo: sobrevivência do m-Gov ..... 75

4.1.6 As cinco fases do projeto ............................................................................ 76

4.2 O PERFIL DOS ATORES DO PROJETO M-GOV DO ESTADO DO PARANÁ .. 79

4.2.1 Atores internos ............................................................................................. 80

Casa Civil ................................................................................................................. 80

Centrais de Abastecimento do Paraná - CEASA .................................................. 81

Centro Cultural Teatro Guaíra - CCTG ................................................................... 82

Companhia de Informática do Paraná - CELEPAR ............................................... 83

Departamento Penitenciário do Estado do Paraná - DEPEN ............................... 83

Departamento de Trânsito do Paraná - DETRAN .................................................. 83

Governo Eletrônico do Estado do Paraná - e-PARANÁ ....................................... 84

Instituto Agronômico do Paraná - IAPAR .............................................................. 85

Junta Comercial do Paraná- JUCEPAR ................................................................. 86

Secretaria de Estado da Administração e Previdência - SEAP ........................... 86

Secretaria de Estado da Comunicação Social - SECS ......................................... 87

Secretaria de Estado da Fazenda - SEFA .............................................................. 88

Secretaria de Estado da Segurança Pública - SESP ............................................ 88

Secretaria de Estado do Trabalho e da Promoção Social - SETP ....................... 89

16

Secretaria Especial de Corregedoria e Ouvidoria Geral - SEOG ......................... 90

4.2.2 Atores externos ............................................................................................ 90

Brasil Telecom / Oi - BRT / OI ................................................................................. 91

Global Telecom / Vivo - GLOBAL/VIVO ................................................................. 91

Sercomtel - SERCOMTEL ....................................................................................... 92

Tim Sul - TIM ............................................................................................................ 92

4.3 OS PAPÉIS DOS ATORES ................................................................................ 93

4.4 DINÂMICA DA PARTICIPAÇÃO DOS ATORES - ASPECTOS DE

COLABORAÇÃO E CONFIGURAÇÃO DAS RELAÇÕES ...................................... 100

4.5 DENSIDADE DO RELACIONAMENTO DOS ATORES .................................... 108

4.6 RESULTADOS DA COLABORAÇÃO ............................................................... 109

4.7 MOTIVOS DA PERMANÊNCIA DO PROJETO ................................................ 111

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 112

5.1 CONTRIBUIÇÕES PARA A TEORIA ................................................................ 116

5.2 CONTRIBUIÇÕES PARA A PRÁTICA .............................................................. 117

5.3 LIMITAÇÕES DA PESQUISA ........................................................................... 117

5.4 PESQUISAS FUTURAS ................................................................................... 118

APÊNDICES ........................................................................................................... 132

ANEXOS ................................................................................................................. 141

17

1 INTRODUÇÃO

Especialmente nos anos 1990, desde a Reforma do Estado, o governo

eletrônico (e-Gov) ganhou força com o uso intensivo de Tecnologia da Informação e

Comunicação (TI) na implementação de políticas públicas, na gestão pública, na

prestação de serviços ao cidadão e na ampliação das práticas democráticas. Nos

anos 2000, surge o Governo Móvel (m-Gov), estratégia de implementação de

serviços públicos disponibilizados em plataformas móveis para prover os cidadãos e

a sociedade, os benefícios e informações a qualquer tempo e em qualquer lugar.

Este trabalho, com o objetivo de investigar a dinâmica de relacionamento entre

atores de projetos governamentais, estudou o projeto m-Gov do Governo do Paraná.

Nessa mesma época, ficou claro que a relação entre o Estado e o cidadão era

mais ampla que a relação entre uma empresa e seus clientes, ou entre seus

parceiros comerciais. Em vários países no mundo, no decorrer da década de 1990 a

privatização do setor de telecomunicações provocou uma massificação de acesso

aos serviços desse segmento econômico. No Brasil, a telefonia móvel, definida

como serviço privado, diferente da telefonia fixa, que foi considerada serviço público

universal, teve grande disseminação após a regulação da modalidade de pagamento

pré-paga.

Em janeiro de 2011, no Brasil, a telefonia móvel tem mais usuários que a

telefonia fixa e vem atingindo todos segmentos da população. O número de

aparelhos celulares é de 202 milhões, e a densidade é de 104,68 aparelhos para

cada 100 habitantes. Esta infraestrutura pode servir de canal de comunicação de

mão dupla, entre o governo e o cidadão, especialmente ao cidadão de baixa renda,

pois o número de aparelhos pré-pagos representa 82,34% do total de telefones

(TELECO1, 2011).

No entanto pesquisas demonstram que o Estado, nas três esferas de

governo, vem timidamente explorando os canais eletrônicos móveis para se

relacionar com os cidadãos, com as empresas e com a sociedade. O governo

poderia utilizar esta infraestrutura para oferecer serviços aos cidadãos proprietários

1 Empresa brasileira de consultoria na área de telecomunicações.

18

dos quase 200 milhões de telefones celulares. E não apenas considerá-la como uma

revolução tecnológica.

A literatura disponível, além de ser precária, não provê uma base teórica

consistente sobre diferentes modelos de gestão de projetos de m-Gov praticados

pelos governos. Também não se encontram registros históricos de como se deu a

construção do processo de gestão e qual a participação dos atores neste processo.

Parece compreensível que exista esta lacuna, tendo em vista que o uso de m-Gov

ainda é recente no Brasil. Por isso conhecer como a adoção desta tecnologia se

deu, constitui uma parte importante para compreender a perspectiva de evolução

futura de um projeto m-Gov ou até mesmo fazer proposições ou alternativas de

modelo de negócios.

Ao final desta pesquisa, percebeu-se que aqueles atores que estavam

envolvidos neste projeto com o objetivo de prover informação ou serviço ao m-Gov,

permaneceram apenas em uma das fases do Projeto m-Gov. Aqueles que estavam

com propósitos firmes em processos de governo, ou seja, voltados à prestação de

serviços sobreviveram ou permaneceram por mais tempo no Projeto. Que a relação

contratual comercial tão almejada pelos atores ocorrida na terceira fase, não foi

suficiente para sustentar o Projeto.

Alguns achados deste trabalho podem servir de insights para gestores de

projetos corporativos de tecnologia em governos. No m-Gov paranaense, a

institucionalização do governo eletrônico, a reunião dos atores e discussão conjunta

dela resultante, fez com que o projeto corporativo crescesse – portanto evidencia-se

a importância da institucionalização. Por outro lado, a institucionalização não

garantiu a continuidade do projeto, ele "morre" sem que tivesse sido abortado, daí a

importância de atores centrais "animando" a continuidade do projeto. A retirada de

um dos atores centrais, a CELEPAR, fez com que a prestação de serviços neste

canal quase fosse encerrada, mas algumas aplicações sobreviveram apesar disso:

seus gestores não permitiram a descontinuidade e no interesse público mantêm o

projeto. Então, novas associações se formam na ausência dos atores centrais,

mesmo quando a área de atuação dos atores não é tecnologia – este é um aspecto

digno de investigação. Uma última observação que, apesar de óbvia, não pode ser

omitida, é a de que projetos corporativos podem ser alavancados ou descontinuados

pelas trocas de governo, e que os responsáveis técnicos por esses projetos devem

prepará-los para as mudanças governamentais.

19

As interações observadas neste estudo mostraram que a dinâmica de

relacionamento entre os atores contribuiu para amadurecer uma ideia, o uso de uma

tecnologia à época pouca explorada, o próprio amadurecimento e declínio do

projeto. Um esforço conjunto propiciou novas perspectivas para o desenvolvimento,

fortalecimento e declínio do projeto m-Gov do Governo do Estado do Paraná.

1.1 PROBLEMA DE PESQUISA

Cada vez mais, a preocupação em prestar serviço com qualidade e agilidade

ao cidadão vem tornando-se uma preocupação de muitos governos, em várias

partes do mundo. Isso ocorre devido ao aumento de exigência dos cidadãos. À

medida que a tecnologia se tornou disponível e barata, atingindo todas as classes

sociais, torna-se necessário oferecer mais serviços em dispositivos móveis, como é

o caso de telefone celular.

O número de telefones celulares no Brasil cresce de forma exponencial: em

dezembro de 2010, era de 202 milhões de aparelhos habilitados (ANATEL, 2010). A

função mais utilizada nestes dispositivos é o SMS (Short Message Service),

representando 58% das funcionalidades usadas (CGI, 2010).

Referindo-se à tecnologias móveis, Diniz e Gregório (2007) escrevem que é

impossível imaginar que os serviços públicos não usarão as vantagens da

mobilidade para dar mais eficiência e qualidade em suas atividades, no intuito de

promover a inclusão, democracia e cidadania.

A disponibilização de serviços neste canal deixou de ser uma função

exclusiva do governo para tornar-se também uma função que envolve a iniciativa

privada, essencialmente as operadoras de telefonia móvel, e o órgão de

regulamentação de telefonia no Brasil.

O Governo Móvel ainda é novo e complexo, implica uma série de dificuldades

e dúvidas para as operadoras de telefonia móvel. Surgem questionamentos tais

como: 1) quem paga a conta - o governo, as operadoras ou o cidadão?; 2) por que o

órgão regulador da telefonia não atua com medidas relativas a reserva de shortcode

exclusivo para uso do governo, bem como tarifas diferenciadas para governo?

Devido à amplitude do tema, particularmente no que concerne ao modelo de

negócio e ao volume de aparelhos celulares, faz-se necessário um estudo mais

20

profundo a respeito do desenvolvimento e do processo de construção de projetos

utilizando telefone celular nos governos.

Visando averiguar a configuração de um projeto m-Gov na prática, o presente

trabalho alicerça-se na seguinte questão: como a dinâmica de relacionamento dos atores contribui para o estabelecimento de um projeto corporativo de governo móvel?

1.2 OBJETIVOS

O objetivo geral deste estudo consiste em investigar como a dinâmica de

relacionamento dos atores contribui para o estabelecimento de um projeto

corporativo de governo móvel.

Em um plano mais detalhado, têm-se como objetivos específicos:

1. conhecer o projeto m-Gov do Governo do Paraná, detalhando os

principais eventos e fases desde o pré-projeto, em 2000, até 2010;

2. identificar quais foram e são os atores relevantes no Projeto m-Gov do

Estado do Paraná no decorrer do período pesquisado;

3. ressaltar os papéis desempenhados pelos atores em cada fase do

Projeto;

4. identificar os aspectos de colaboração e a configuração das relações

entre os atores Projeto m-Gov do Estado do Paraná, de 2000 a 2010;

5. analisar a densidade de colaboração Projeto m-Gov do Estado do Paraná,

de 2000 a 2010;

6. descrever os resultados da colaboração dos atores no período

pesquisado;

7. analisar as causas da persistência do Projeto ao longo do período.

1.3 JUSTIFICATIVAS

O potencial de crescimento dos dispositivos móveis, em especial dos

telefones celulares, sua densidade e sua capilaridade, tem chamado a atenção de

especialistas na área de governo em todo o mundo. Em termos de número de

21

telefones celulares, o Brasil ocupava, em dezembro de 2010, a quinta posição

mundial.

O Brasil é líder, na América Latina, em linhas de telefonia celular habilitadas

(TELECO, 2011). A Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL) divulga que

os 5.565 municípios brasileiros terão serviços de telefonia móvel até 2013, e que em

dezembro de 2010, o número de telefones celulares totalizava 202,9 milhões de

aparelhos (ANATEL, 2010).

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em

dezembro de 2010, a densidade nacional de telefonia móvel era de 104 celulares

por cada 100 habitantes, contrastando com 31,2% dos domicílios que dispunham de

computadores. Desses, somente 23,8% possuíam acesso à internet.

Uma pesquisa do Comitê Gestor de internet do Brasil (CGI, 2009) apontou

que a funcionalidade mais utilizada nos telefones celulares, depois de voz, é o SMS

- tecnologia de envio de mensagens curtas de texto, representando 58% das

funções usadas.

A previsão da ANATEL é que a base de telefones celulares deverá ter um

crescimento exponencial até 2022 e deverá ultrapassar os 320 milhões de aparelhos

habilitados no país (ANATEL, 2009). O boletim eletrônico Fierce Government,

divulgou que Vivek Kundra, CIO do Governo Federal dos EUA reservou US$ 35

milhões do orçamento de tecnologia da informação para computação móvel, por

considerar a computação móvel central para garantir que os serviços públicos sejam

apresentados no contexto tecnológico em que a população norte-americana se

sente mais confortável (FIERCE GOVERNMENT, 2010).

O m-Gov fundamenta-se pela facilidade de uso dos dispositivos portáteis, alta

comunicabilidade, baixo custo de aquisição e, especialmente, pela apropriação tanto

da tecnologia, como do seu uso pelos cidadãos. Em adição a canais tradicionais de

prestação de serviços ao cidadão, este pode ser um caminho para ampliar a

interação entre governo e sociedade.

No Brasil, as iniciativas de m-Gov surgiram ainda no começo deste século. O

Governo do Estado do Paraná foi pioneiro em disponibilizar serviços em telefones

celular. Em 2000 já prospectava serviços nessa plataforma, ofertando serviços de

trânsito, avisos de vagas de trabalho, cotação de produtos hortifrutigranjeiros, alertas

de geada e acesso à programação cultural. Os Estados do Piauí, Alagoas e São

22

Paulo também passaram a ofertar alguns serviços por meio de dispositivos móveis

(DINIZ, 2010).

Apesar de quase uma década de projetos de governo móvel no Brasil e dos

números da penetração dessa tecnologia em todas as camadas da população, estes

dispositivos ainda não são um canal para a disponibilização em massa de serviços

públicos. Em outros países em desenvolvimento, a conclusão é semelhante. No

evento mundial W3C Tecnologias Móveis - seu papel na Promoção do

Desenvolvimento Social, realizado em 2008, cujo objetivo foi compreender os

desafios específicos na disponibilização de serviços por meio de telefonia móvel e

web para populações dos países em desenvolvimento, chegou-se a uma importante

consideração (W3C, 2008). Os participantes concluíram que os governos do mundo

ainda não se deram conta e não utilizam a tecnologia mais elementar abarcada em

todo telefone celular, o SMS (LUCA, 2008).

Estudos têm enfocado que é impossível imaginar que os serviços públicos

não usarão as vantagens da mobilidade para dar mais eficiência e qualidade em

suas atividades, no intuito de promover a inclusão, democracia e cidadania (DINIZ;

GREGÓRIO, 2007).

Estudos de Ferrer e Santos (2004) mostraram que o governo poderia ser mais

eficiente ao entregar os serviços aos cidadãos, com custo menor que as formas

eventuais atualmente empregadas. No Fórum Digital Mundial da União Europeia, foi

apontado que o SMS é a tecnologia mais facilmente acessível às organizações não

governamentais (ONGs), organizações locais, governos e às pessoas que

pretendem prestar serviços móveis (W3C, 2009). No Brasil e no mundo, são

verificadas algumas experiências de sucesso de uso corporativo de m-Gov, porém

há poucas registradas e acessíveis. Também os gestores públicos não dispõem de

estudos adequados à realidade brasileira para subsidiar a implantação de seus

projetos.

Apesar do relativo sucesso de algumas aplicações e dos números crescentes

da telefonia móvel, o m-Gov não evoluiu como um canal privilegiado de prestação de

serviços ao cidadão. Uma das explicações aventadas é a dificuldade de estabelecer

relacionamento entre os múltiplos atores de m-Gov, necessário ao estabelecimento

de um modelo corporativo que se sustente no longo prazo. Projetos de m-Gov

envolvem instituições governamentais como secretarias e autarquias, organizações

de informática do governo (como as companhias de informática estaduais),

23

estruturas de informática departamentais nas secretarias e autarquias, empresas de

telecomunicações, brokers, fornecedores de TI e o ator principal - o cidadão.

Considerando que no campo da pesquisa há poucos estudos focando o uso

de serviços móveis por parte do governo brasileiro, este estudo se justifica pela

oportunidade de disponibilizar à academia e ao próprio governo um referencial que

possa servir de base para projetos corporativos de m-Gov. E que este referencial

teórico possa despertar nos gestores públicos a convicção de que as tecnologias

móveis são uma opção de ampliar os canais de prestação de serviço à população.

Ao avançar no conhecimento sobre a dinâmica do relacionamento dos atores

em projetos desta natureza, busca-se dar sua contribuição prática. Os resultados

poderão ser usados por gestores públicos que têm sob sua responsabilidade a

implementação de canais de prestação de serviço ao cidadão, por gestores de TI

que coordenam os projetos de implementação técnica, por empresas de

telecomunicações e serviços correlatos, parceiros no negócio. Também serve para

outras tecnologias em grandes projetos corporativos governamentais.

No contexto teórico, buscou-se estabelecer relação entre os temas estudados

e a Teoria de Redes, tendo em vista que o uso do governo móvel é recente na

administração pública, e não são identificadas na literatura muitas experiências com

o uso do m-Gov, nem estudos ou pesquisas que demonstrem como e o quanto as

redes influenciam na adoção e implementação de projetos, utilizando esta

tecnologia.

Este estudo agrega-se ao atual esforço das áreas de estratégia, análise

organizacional e sistemas de informação por realizar e sociabilizar pesquisa em

análise de redes. Fortalece a temática das redes sociais e organizacionais em

Ciências Sociais. Amplia o conhecimento no contexto de governo móvel, pois o tema

ainda se encontra restrito e concentrado em congressos e seminários focados em

gestão pública e TI.

1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO

Levando-se em conta o problema de pesquisa do trabalho e os objetivos

estabelecidos, o estudo foi dividido em seis capítulos. No primeiro capítulo,

24

apresenta-se um entendimento geral da relevância da proposta de estudo, definindo-

se o problema de pesquisa, a justificativa, os objetivos e a estrutura do trabalho.

O segundo capítulo contém o referencial teórico, abrangendo os principais

tópicos que são objeto de estudos relacionados ao surgimento e evolução do m-Gov

no Brasil. A revisão de literatura aborda a Reforma do Estado, o Governo Eletrônico,

Governo Móvel - definições, cadeia de valor, números no Brasil e na América Latina

sobre telefonia móvel. Este capítulo é finalizado com a Teoria de Redes e com o

Método Histórico de Mason (1997), que serviram como base Teórica desta

investigação.

O capítulo terceiro apresenta a metodologia da pesquisa aplicada no estudo,

inicialmente por meio da questão da pesquisa, seguindo-se com a definição

constitutiva e operacional de termos e variáveis, o delineamento da pesquisa, a

coleta e análise dos dados, o tratamento dos dados e as limitações da pesquisa.

O capítulo quarto apresenta a descrição e análise dos dados. Inicialmente é

apresentada a descrição do caso, com detalhes das cinco fases seguidas na

pesquisa. Após, descreve-se quais os atores que participaram da construção do

Projeto m-Gov do Estado do Paraná, os papéis desempenhados por eles, os

aspectos de colaboração e configuração das relações, a descrição dos resultados da

colaboração dos atores e a análise dos motivos pelo qual o projeto m-Gov do Estado

do Paraná perdura no tempo.

Algumas conclusões dos resultados da pesquisa são apresentadas no

capítulo 5. Ao final, o capítulo 6 encerra o trabalho com comentários sobre as

contribuições e limitações da pesquisa, assim como recomendações e

oportunidades para futuras pesquisas.

25

2 REFERENCIAL TEÓRICO

A fundamentação teórica utilizada para olhar o escopo proposto por esta

pesquisa partiu da premissa de que os atores têm uma relação recíproca e em rede

com a comunidade em que atuam. Essa reciprocidade pressupõe que os atores

moldam a rede à qual pertencem. Pressupõe também que os atores são moldados

por seu ambiente à medida que participam de novas interações, alterando sua

configuração, estrutura e relações de poder, passando a pertencer simultaneamente

a diversas redes.

Para adotar uma abordagem que considera as relações em rede como

premissa, foi utilizada a Teoria de Redes (GRANOVETTER, 1973; WELLMAN, 1988;

WASSERMAN, FAUST, 1994; BORGATTI, 1997), a qual pressupõe que o processo

de inovação emerge e se desenvolve a partir da interação de atores, e não pela

influência das suas características isoladas, sejam elas individuais, sejam

organizacionais.

Antes de apresentar a base da Teoria de Redes, serão introduzidas na próxima

seção algumas definições relacionados a Governo Móvel, tema desta pesquisa.

Para melhor contextualização, é importante apresentar nesta ordem os seguintes

temas: Reforma do Estado; Governo Eletrônico; Governo Móvel, suas definições,

cadeia de valor e os números da telefonia móvel e; o Método Histórico.

2.1 REFORMA DO ESTADO

Segundo Bresser-Pereira, a Reforma do Estado, é um processo histórico cuja

dimensão é proporcional à da sua crise. Iniciou-se nos anos 1970, explodiu nos anos

1980, levou ao ressurgimento do liberalismo e a uma crítica profunda das formas de

intervenção ou de regulação do Estado. Nos anos 90, foi abandonada a ideia do

Estado mínimo e a atenção foi concentrada na Reforma do Estado (BRESSER-

PEREIRA, 1997).

A Reforma do Estado, nos anos 90, constitui-se como um tema bastante

amplo e complexo, por envolver aspectos políticos, econômicos e administrativos. O

resultado pretendido era de um Estado mais eficiente, que respondesse a quem de

26

fato deve responder: o cidadão. Logo seria um Estadó agindo em parceria com a

sociedade e de acordo com os seus anseios, menos voltado para a proteção e mais

para a promoção da capacidade de competição (BRESSER-PEREIRA, 1997).

O problema da capacidade gerencial do Brasil, portanto da reforma

administrativa, passou a ser fundamental, no contexto da Reforma do Estado,

tratando-se de um evento recorrente. Entretanto nos anos 90, verificou-se a

inviabilidade da proposta conservadora de Estado mínimo, e passaram a ser

consideradas abordagens que incluíram maior participação e mais governança.

Trabalhos de Castor e França (1986) apontam as características da

administração pública brasileira. Identificando as disfunções e a fragmentação do

aparato administrativo, quando da multiplicação de agências governamentais, da

impossibilidade do exercício de controle e supervisão ministerial, das dificuldades do

cumprimento de funções essenciais de coordenação governamental, a falência da

política de pessoal, por força da proliferação de regimes jurídicos e salários

diferenciados.

Em um país com tão forte iniquidade e desigualdade social, é impossível

esperar que a reforma do aparelho de Estado se conclua para, somente então,

implementar ações destinadas a equacionar problemas, como por exemplo, levar

serviços a todos os cidadãos. A gravidade dos problemas sociais brasileiros exige

mobilização de recursos potencialmente existentes na sociedade, tornando

imprescindível contar com a participação de outros atores, quer sejam sociais,

políticos, quer empresariais, em ações integradas e inovadoras capazes de

promover o desenvolvimento social, tornando possível multiplicar seus efeitos e a

probabilidade de sucesso (FERRAREZI, 1997).

Nos anos 80, além da crise econômica e das transformações sociais, políticas

e institucionais, a administração pública reagia lenta e insatisfatoriamente, pois

possuía as características do modelo brasileiro de desenvolvimento e administração.

A crença de que o governo deveria conduzir, orientar, disciplinar e impregnar seus

valores no processo de mudança social, acabou por assim enraizar a administração

pública brasileira de quatro fascínios: pela eficiência econômica setorial; pela

uniformidade e pelo controle do ambiente; pela grande escala; e o fascínio pela

modernidade. A visão tradicional do desenvolvimento, alicerçado principalmente pelo

crescimento rápido e sustentado do produto nacional padece de serialismo,

etnocentrismo e dualismo, preconceituosos. Esta visão ignorava os vários os limites

27

da biosfera, do poder e recursos do governo, a capacidade gerencial e os limites à

intrusão na esfera do cidadão (CASTOR; FRANÇA, 1987).

A Reforma do Estado ganhou força com o uso intensivo de Tecnologia da

Informação e Comunicação (TI) na implementação de políticas públicas, na gestão

pública, na prestação de serviços ao cidadão e na ampliação das práticas

democráticas e a relação entre o Estado e o cidadão. Atrelado aos movimentos da

Reforma Administrativa, surge o conceito do governo eletrônico - o uso amplo das TI

pelos governos.

De acordo com Cunha e Miranda (2008), os objetivos das ações de governo

eletrônico dos anos 90 eram, no escopo da Reforma Administrativa, o aumento da

eficiência e da transparência administrativa. Conforme os autores citados, logo no

início do século XXI, percebeu-se o potencial das tecnologias como catalisadoras e

habilitadoras de governança e da promoção de práticas democráticas, assim como

facilitadoras do relacionamento mais eficiente entre governo e cidadão.

Desconhecer a importância do uso das tecnologias da informação e

comunicação é reproduzir a lógica ineficaz e irracional de fragmentação e

isolamento das ações das políticas sociais. Ferrarezi (1997) defende que o Estado

deve lançar as bases estratégicas do desenvolvimento social que permitam

estabelecer o diálogo permanente com a esfera privada e pública não estatal. Mas

ainda hoje o modelo burocrático da administração pública mostra-se incompatível

com as atuais exigências da gestão social e é alterado constantemente em função

de alterações das variáveis políticas e financeiras, caracterizando imprevisibilidade

nos projetos que envolvam o governo.

O atual contexto de alta complexidade e turbulência requer da administração

pública flexibilidade capaz de readaptar, constantemente, o planejamento e a gestão

às condições existentes, sem perder, contudo, a qualidade, a eficácia e eficiência de

suas ações. A dificuldade de promover tal transformação constitui grande desafio da

administração pública face à notória rigidez burocrática da qual se reveste

(FERRAREZI, 1997).

Conforme Ferrarezi (1997), desde a década de 70, o capitalismo vem

mudando sua forma de organização e seu padrão de desenvolvimento. Do Estado-

Nação, que assumia a regulação do mercado e da produção, financiando o

desenvolvimento econômico e as políticas sociais, observa-se um contínuo

enfraquecimento da capacidade de regulação dos estados nacionais sobre as

28

relações com a sociedade e com o mercado. A crise do Estado, aguçada pela crise

econômica mundial, tornou transparente a crise fiscal e abalou fortemente os

conceitos de administração pública, exigindo diversas reestruturações,

principalmente quanto ao gasto com pessoal e invocando a necessidade do

aumento de eficiência e eficácia governamental.

Com a necessidade de um Estado mais flexível capaz de adaptar-se às

mudanças externas, tenta-se introduzir neste cenário a lógica da produtividade e os

modelos gerenciais do setor privado na administração pública, iniciando com a

diminuição do tamanho do Estado e o repasse de algumas funções à iniciativa

privada. Assim, na tentativa de resolução dos problemas e da superação das novas

exigências sociais que ultrapassam as possibilidades de o Estado contemplar,

surgem novos atores na arena pública: iniciativa privada e o terceiro setor, os quais

são reforçados e legitimados pela sociedade. A noção de Estado onipresente e

onipotente, segmentando as relações sociais entre públicas e privadas, só encontra

sentido em sociedades autoritárias. Assim, independentemente da eficiência e

eficácia da ação estatal, o crescimento e proliferação das organizações da

sociedade civil são uma resposta às necessidades e não somente ao padrão de

atuação do Estado (FERRAREZI, 1997).

Ainda segundo a mesma estudiosa, é preciso que o serviço público se torne

permeável à convivência com outros atores sociais que assumem, crescentemente,

papel de formulador, implementador e, em alguns casos, até financiador das

políticas. Isso significa que o núcleo estratégico do Estado deve preparar-se para

mudar suas funções, fortalecendo a capacidade estatal de elaborar e avaliar

políticas com maior grau de integração entre seus diversos aspectos - políticos,

sociais, econômicos - possibilitando maior sustentabilidade aos projetos.

Além disso, o Estado deve estabelecer relações de parceria com as

organizações do Terceiro Setor que sejam adequadas às suas especificidades. Para

tanto, a administração pública deveria desenvolver habilidades específicas, tais

como a articulação e negociação entre agentes públicos e outros atores na

elaboração e gestão; implementação de gerência interinstitucional e

interorganizacional com destaque para a formação de redes.

A possibilidade de o Estado vir a incentivar a mobilização de energias

existentes no tecido social, fora da burocracia estatal e presentes principalmente na

chamada comunidade organizada, para o fim de complementar a prestação de

29

serviços públicos e subsidiar a ação governamental, “é plenamente viável, desde

que o governo se instrumente adequadamente para utilizá-la, seja criando

mecanismos de interfaces e de interlocução com a comunidade organizada”

(CASTOR; FRANÇA, 1986).

A Reforma do Estado abriu caminho para a prática da boa governança, em

que o governo eletrônico passou a ter um papel importante nesta nova forma e

possibilidade de governar, com a participação de uma ampla rede de atores. Alguns

autores definem esta nova forma de atuação como e-governança (CUNHA;

MIRANDA, 2008).

2.2 GOVERNO ELETRÔNICO

Fang (2002) define governo eletrônico como a maneira pela qual os governos

usam as novas tecnologias de informação e comunicação (TIC), particularmente as

aplicações baseadas na internet, visando prover os cidadãos e empresas a um

acesso mais adequado às informações e serviços governamentais, melhorar a

qualidade dos serviços e prover melhores oportunidades à participação nas

instituições democráticas e seus processos.

Para Riecken e Lanza (2007), o conceito de governo eletrônico adotado no

Governo do Estado do Paraná não difere do conceito de governo; mudam apenas as

maneiras e os meios de relacionar-se com o cidadão. Isso se torna importante para

que as tecnologias não criem expectativas exaltadas de seus resultados, mas sim

que se constituam em um processo natural de estender o modo de operar as

informações e serviços governamentais dados os novos meios de comunicação

disponíveis, colocados em um contexto econômico, sociocultural e, mais

recentemente, ambiental, de recursos sempre escassos para necessidades

crescentes.

O governo eletrônico pode ser a oportunidade de impulsionar as instituições

públicas com mais qualidade e melhor custo-benefício nos serviços públicos e

modernizar os canais de comunicação entre cidadãos e governo com novos

mecanismos (RIECKEN; LANZA, 2007). O governo eletrônico tem a capacidade de

criar vantagem competitiva, aliando elementos como informação, conhecimento e

capacidade de inovação, prover instrumentos coletivos de controle e participação

30

política e de criar condições para que o uso dos recursos de tecnologia contribua

para o desenvolvimento do país (SANTOS, 2009).

Verifica-se, desse modo, que na operacionalização do governo eletrônico,

como instrumento para potencializar as ações de governo, utiliza-se não de um, mas

de vários canais de comunicação, nos quais os meios eletrônicos se somam aos

meios tradicionais, com novas formas de interação entre governo e cidadão.

A partir de meados da década de 90, governos brasileiros começaram a

desenvolver sua presença na web. Foi em 1999, que se começou a utilizar, no

Brasil, o termo governo eletrônico, inicialmente no governo federal. Um estudo de e-

Gov efetuado em 2002, pelo Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES),

classificou as iniciativas dos estados da federação e elegeu os sites dos Estados de

Minas Gerais, Paraná, Bahia, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e

São Paulo como as iniciativas mais complexas (FERNANDES; AFONSO, 2001). Em

2002, a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN) também

promoveu um estudo comparativo entre os sites governamentais, mostrando a

presença consolidada dos Estados na internet. Na esfera federal, a entrega da

declaração de imposto de renda pela internet e o projeto da urna eletrônica,

aplicações como referência internacional, também foram iniciados nos anos 90

(CHAHIN et al., 2004).

Segundo Castells (2001), conhecimento e informação foram centrais para

todas as sociedades, o que é novo atualmente é o conjunto de tecnologias da

informação com as quais lidamos, tecnologias para agir sobre a informação e não

apenas a informação para agir sobre a tecnologia, como no passado. Elas estão

transformando o próprio tecido social, permitindo a formação de novas formas de

organização e interação social por meio das redes de informação eletrônicas. A

cultura e a tecnologia dependem da capacidade de conhecimentos e informação

para agirem sobre conhecimentos e informação em uma rede recorrente de

intercâmbios conectados em âmbito global.

O uso da tecnologia para prestar serviço ao cidadão, o governo eletrônico,

torna-se uma realidade presente no cotidiano dos cidadãos e altera a forma de

atuação do governo, refletindo na forma de prover os serviços, exercer a democracia

e administrar o bem público.

Apesar da importância e do reconhecimento das aplicações de governo

eletrônico desenvolvidas no país, existem críticas a respeito da redução da

31

velocidade com que tais iniciativas têm-se expandido. Segundo o relatório United

Nations e-Government Survey, pesquisa sobre a situação mundial no setor de

governo eletrônico, o Brasil ocupa a posição 65 no ranking mundial (UNITED

NATIONS, 2010). Em 2003, este mesmo relatório apresentava o Brasil na 41a

posição (UNITED NATIONS, 2003). Acumulando, portanto, uma perda de 24

posições nos últimos 7 anos. Entre as razões apresentadas para essa queda está

justamente a não ampliação das ações do governo federal relativas aos serviços on-

line para os cidadãos.

O uso da TI para a governança, definida pela UNESCO (2004), abarca

conceitos mais amplos, como o uso da tecnologia apoiando exercício de autoridade

política, econômica e administrativa; a articulação dos cidadãos em defesa aos seus

interesses; direitos e obrigações.

Para os novos modelos de gestão pública, a adoção de programas de

governo eletrônico tornou-se importante para a implementação de mecanismos de

governança no setor público. As redes de governanças incorporam a confluência de

quatro tendências que estão alterando a forma de atuação da gestão pública:

condução de temas de governo por atores da iniciativa privada e da sociedade civil

organizada com a burocracia do estado; estruturação de arranjos de vários órgãos

estatais das três esferas de governo, para prestarem serviços e conduzirem

políticas; os avanços tecnológicos na redução de custos de transação e criação de

novas alternativas de interação, parcerias e colaboração em tempo real com

diferentes organizações; as crescentes demandas dos cidadãos por controle de

suas próprias vidas e por maiores opções de serviços públicos, o que exige maior

investimento em infraestrutura tecnológica, prestados por atores públicos ou

privados (PROCOPIUCK, 2007).

Os programas de governo eletrônico poderiam ser utilizados como força

transformadora nos níveis e funções de governo, ou seja, a governança eletrônica,

que é um subconjunto da governança no setor público, associado diretamente à

implementação de mecanismos de controle e gestão de recursos da tecnologia pela

informação.

As políticas públicas de e-Gov e de TI são instrumentos que podem viabilizar

a governança eletrônica, considerando as dimensões: e-administração pública, e-

democracia e e-serviço público. A fronteira entre estas três dimensões é de difícil

demarcação, por isso é uma divisão conceitual. Ao prestar um serviço de melhor

32

qualidade ao cidadão ou empresa - caracteriza-se como e-serviço público.

Prestando este mesmo serviço, sem privilégios respeito à cidadania, tem-se um

exemplo de e-democracia. Melhorando os processos internos na gestão pública,

com menores custos e maior transparência, caracteriza-se como e-administração

pública (CUNHA et al., 2007).

No contexto da administração pública, a formulação, a implementação de

tarefas do poder público e os direitos dos indivíduos são vistos como consequência

da vontade política predominante, desta forma dos interesses organizados. Segundo

Schneider (2006), só têm significância indireta, pois só exercem influência sobre o

processo político e consequentemente, neste modelo, as políticas são iniciadas,

autocontroladas e controladas pelo governo. No campo do Estado, as redes formam-

se para enfrentar problemas sociais, formular e implementar políticas públicas. A

articulação se dá entre as agências governamentais, redes sociais, iniciativas

privadas ou grupo. Tratando-se exclusivamente das políticas públicas desenvolvidas

no âmbito local, o trabalho em rede significa uma profunda redefinição das políticas

sociais, uma nova composição do papel do Estado e das coletividades (LOYOLA;

MOURA, 1997, p. 53-68).

Em síntese, concorda-se com a definição defendida por Cunha et al. (2007)

que e-administração pública se traduz pela melhoria da gestão de recursos e dos

processos governamentais com o uso de TI, da formulação, implementação e

monitoramento e controle das políticas públicas.

O conceito de governança, inserido no contexto da democracia, defende a

ideia de que as decisões importantes de uma localidade são tomadas por um

conjunto de atores sociais, representados não apenas pelo governo (DANIEL, 1996,

p.21-25). Envolve, portanto, um conjunto complexo de organizações públicas,

privadas e não governamentais. A autonomia política passa a adquirir maior

relevância na medida em que o governo local passa a ter um conceito mais claro,

deve ser tratada de forma independente e deve ser estudada com conceitos e

teorias associadas à democracia, à descentralização, ao federalismo, a relações

intergovernamentais (BLUMM; SOUZA, 1998).

O governo eletrônico sendo, segundo Garcia et al. (2003), como uma nova

forma de pensar a participação popular na gestão pública, como um regime

democrático, emergente e divergente das previsões feitas sobre a democracia, pode

33

ser desenhado para permitir a ampliação do exercício da cidadania, a construção de

um novo espaço de participação do cidadão.

O Informe La Democracia en América Latina (PNUD, 2004) mostra que a

América Latina caracteriza-se por uma convergência de instituições democráticas

eleitorais sofisticadas, porém com condições socioeconômicas precárias, em um

cenário de grande desigualdade. Indica a necessidade de avançar de uma

democracia eleitoral para uma cidadania integral, envolvendo a cidadania política

(eleitoral), a cidadania civil e a cidadania social. A cidadania política abarca o direito

de participar do exercício do poder político como representante ou representado no

corpo político. A cidadania civil envolve os direitos essenciais para a liberdade

individual. E a cidadania social envolve desde o mínimo bem-estar social ao status

de uma pessoa civilizada, conforme os padrões dominantes da sociedade (PNUD,

2004).

Akutsu e Pinho (2002) defendem que a democracia eletrônica vai além de

consultas à população e votação eletrônica. A e-democracia é definida como o uso

das tecnologias de informação e comunicação para melhoria do processo

democrático (CUNHA; CRUZ, 2003), compreendendo a transmissão de informações

dentro do sistema político no qual há três atores importantes: o cidadão, o político e

o administrador público.

A democracia e o uso de meios eletrônicos estão intrinsecamente ligados à

comunicação, em via dupla, entre o cidadão e o Estado, inserindo os poderes

Legislativo, Executivo ou Judiciário, além das empresas e organizações não

governamentais. A democracia associativa, defende Ferrarezi (1997), traz uma nova

noção de sociedade civil com o desenvolvimento de atividades por grupos

empreendedores, que não demandam ao Estado e realizam serviços e políticas com

ou sem recursos públicos, com novas formas de organização e participação social.

Surgem projetos de uso de TI para a ampliação de mecanismos de

participação, transparência e controle social. A internet é vista como facilitadora da

participação democrática e do exercício do controle social. Não é por meio da

tecnologia que se criará a participação, nem o controle social, mas ela poderá

facilitar sua concretização (CUNHA; SOUZA, 2005, p.69-89).

O conceito de e-serviços públicos está relacionado ao acesso e à entrega de

serviços de governo ao cidadão, empresas e a organizações que interagem com o

governo. É a prestação do serviço público por meio de canais digitais de acesso e

34

entrega de soluções eletrônicas, como portais de serviços em sites de governo

(CUNHA, et al., 2007).

Apesar de o principal foco de e-serviços públicos estar apontado para os

sites, há muitos exemplos governamentais do uso de TI na prestação de serviços ao

cidadão. Podem ser citados a instalação de centrais de atendimento integradas,

como o PoupaTempo, em São Paulo, ou SAC, na Bahia; o desenvolvimento de sites

de prestação de serviços, em todos os Estados da Federação, governo federal,

capitais e em grande parte dos grandes municípios do país; o uso de aparelhos

móveis para a prestação de serviços ou informações, trouxe ganhos de tempo e

qualidade no atendimento ao cidadão (CUNHA et al., 2007).

A disponibilização de serviços públicos pelo governo e a universalização do

acesso do cidadão à internet é requisito essencial para o desenvolvimento do

governo eletrônico. A exclusão digital impediu substancialmente a ampliação do

acesso às informações e serviços, mesmo com a disponibilização de infraestrutura

coletivas. A visão estratégica sobre a prestação de serviços parte do foco do

cidadão por diversos meios de acesso, adequando informações e linguagem de

cada mídia. Os variados canais de atendimento devem ser integrados na visão de

um governo multicanal em 360°, disponível 24 horas por dia durante os 7 dias da

semana.

Laila et al. aponta que se não for instalado um processo de institucionalização

das políticas de governo eletrônico, as ações de e-Gov na promoção de

transparência e participação popular nas decisões da administração pública tende a

repetir a baixa efetividade. Em alguns estados da federação não há identificação

coordenada ou priorização de aplicações. O foco de preocupação é aparentemente

circunscrita à forma da organização devem tomar e não qual o papel que esta

organização deve executar (LAIA et., 2011).

A prestação eletrônica do serviço deve incorporar múltiplos canais de

atendimento à escolha do cidadão, e atentar que para esta ampliação auxilie na

universalização e na democratização do acesso da população aos serviços

essenciais. Para tanto, o uso intensivo de TI é imprescindível, tanto quanto

fundamental, que o processo de produção de serviços seja simplificado e integrado

(CUNHA et al., 2007). O desenvolvimento da tecnologia de comunicação sem fio e

de mobilidade possibilitam que serviços de governo eletrônico sejam entregues por

meio de aparelhos móveis. Também permite que se viabilizem mecanismos de

35

consulta à população ou se implementem projetos de uso de tecnologias móveis em

políticas públicas. A esse movimento dá-se o nome de m-Gov, assunto que será

explorado no próximo capítulo.

2.3 GOVERNO MÓVEL

Para contextualizar o termo Governo Móvel serão apresentadas as suas

principais definições, cadeia de valor e os números relevantes da telefonia celular no

Brasil e na América Latina.

A definição nos estudos do mGovLab, da International University of Japan

(KUSHCHU; YU, 2004), é “uma estratégia de implementação de serviços públicos

disponibilizados em plataformas móveis para prover aos cidadãos e à sociedade, os

benefícios e informações a qualquer tempo e em qualquer lugar”. O

desenvolvimento das tecnologias de comunicação sem fio e de mobilidade

possibilita que serviços e aplicações de governo eletrônico sejam entregues por

meio de aparelhos móveis. Pode-se afirmar que essas tecnologias possibilitam o

desenvolvimento de novos e exclusivos serviços e aplicações. A essa migração dos

serviços e aplicações de governo eletrônico para as plataformas móveis, dá-se o

nome de governo móvel ou do inglês, mobile government (DINIZ; GREGÓRIO,

2007). O termo governo móvel pode ser entendido, segundo Cunha et al. (2007), de

três formas: a primeira refere-se à oportunidade que os governos têm de usar

dispositivos móveis, tais como Assistente Digital Pessoal (PDAs), celulares ou

quaisquer outros, como canais de entrega de serviços e informações ao cidadão; a

segunda, à utilização desses aparelhos por agentes públicos nas ações em campo;

e a terceira, à montagem de unidades móveis de atendimento para que o governo

possa aumentar o alcance da prestação dos serviços eletrônicos à população que

vive em lugares sem acesso aos serviços públicos (CUNHA et al., 2007).

Diniz e Gregório (2007) consideram que o m-Gov é uma plataforma essencial

de comunicação entre o governo e o cidadão, a integração da cadeia de valor deste

canal pode ser ainda mais complexa pela falta de clareza de seus atores. A Figura 1

mostra os atores participantes e como funciona a cadeia na entrega de serviços

públicos ao cidadão por meio de dispositivos móveis, segundo os mesmos autores.

36

Figura 1 - Cadeia de valor do governo móvel.

Fonte: Adaptado de DINIZ; GREGÓRIO, 2007.

Nessa cadeia, o governo é o primeiro responsável por gerar a oferta de

serviços, pois trata-se de uma decisão política disponibilizar ou não os serviços em

dispositivos móveis. Insere-se neste elo a instituição que regula o funcionamento

das operadores no país, a Agência Nacional de Telecomunicação - ANATEL. Além

de provedor de conteúdo, o Governo deveria também atuar ativamente como

disseminador do m-Gov na sua estrutura de ação e, além disso, deve ser ele o

contratador do serviço junto às operadoras ou junto ao Broker.

O segundo elo nesta cadeia é a indústria da tecnologia da informação,

podendo ser as companhias de informática do Governo ou mesmo o departamento

de informática da instituição, por serem responsável pelo infraestrutura tecnológica e

desenvolvimento das aplicações para a mobilidade.

No terceiro elo, estão os agregadores ou brokers, empresas que integram e

organizam técnica e financeiramente a rede das diversas operadoras de telefonia

móvel. A entrega dos serviços depende dessa rede; é dessa infraestrutura que os

serviços chegam aos dispositivos móveis dos cidadãos.

As operadoras de telefonia móvel estão inseridas no quarto elo dessa cadeia.

No Brasil, em dezembro de 2010, havia 7 grupos atuando no setor de telefonia

móvel, distribuídos e atuando no território nacional em territórios demarcados pela

ANATEL.

Ao final da cadeia está o cidadão. Se os serviços forem disponibilizados pelos

elos anteriores da cadeia, os cidadãos terão acesso a eles independente de onde

estiverem.

37

Nesta pesquisa sobre o m-Gov paranaense, dadas as restrições de tempo e

recursos, optou-se por não estudar a perspectiva do último elo da cadeia, o cidadão.

Com a grande expansão do uso das tecnologias móveis, os cidadãos

perceberam a importância da rápida obtenção de informações. Essa é a base para o

desenvolvimento das aplicações móveis no governo. Em dezembro de 2010

(TELECO, 2011) havia 202 milhões de telefones celulares no país, significando

assim uma densidade de 104,68 celulares por cada 100 habitantes. A densidade foi

calculada sobre o celulares ativos nas operadoras, com a projeção de população do

IBGE para os meses respectivos, conforme mostra a Tabela 1.

Tabela 1 - Número de aparelhos celulares no Brasil.

Abril 2009 Dezembro 2009 Abril 2010 Dezembro 2010

Celulares 154.596.643 173.959.368 180.765.438 202.944.033

Pré-pago 81,60% 82,55% 82,36% 82,34%

Densidade 80,98 90,55 93,80 104,68

Crescimento Mês 923.504 4.205.459 1.655.637 5.410.047

0,6% 2,5% 0,9% 2,7%

Crescimento Ano 3.955.240 23.317.965 6.806.070 28.984.665

2,63% 15,48% 3,91% 16,66%

Crescimento em 1 ano

26.853.887 23.317.965 26.168.795 28.984.665

21,02% 15,48% 16,93% 16,66%

Fonte: TELECO e órgãos regulares brasileiros.

Como meio de solucionar os problemas existentes em ambientes como o da

internet, especialistas apostam nas tecnologias móveis como uma forma de facilitar

a aproximação do cidadão ao governo (MOON, 2004). Estas são consideradas uma

novidade, apesar de não serem novas na área de TI. Seu rápido desenvolvimento

permitiu que diversas áreas pudessem ser estendidas para o meio móvel, por

exemplo, o m-Commerce (SADEH, 2002), pelas vantagens principalmente das suas

duas características principais: a mobilidade e a utilização de redes sem fio,

chamadas de wireless. A mobilidade se reflete como o atributo mais importante

dentro das tecnologias móveis.

Muitos países, como Dubai e Singapura, reconhecem a tecnologia dos

dispositivos móveis como a tecnologia do futuro e começam a propor suas primeiras

38

iniciativas de governo móvel. No Estado da Virgínia, Estados Unidos, pioneira no

país a implementar aplicações de m-Gov, foi desenvolvido o My Mobile Virginia,

primeiro portal que realiza serviços de governo por intermédio de dispositivos móveis

(TRIMI; SHENG 2008). Mensagens de texto têm sido utilizadas, por exemplo, no

Departamento de Polícia de Londres, para informar aos cidadãos assuntos

referentes à segurança e alertas de emergência (TRIMI; SHENG, 2008). O governo

das Filipinas oferece serviços por meio de mensagens SMS e WAP5 (Wireless

Application Protocol).

Com relação ao governo móvel no Brasil, são poucas as iniciativas, a maioria

ainda em fase embrionária, como o projeto SMS no Município de São Paulo,

mensagens SMS para alertar pacientes sobre consultas agendadas no Hospital

InCor (MATTAR, 2008). Algumas outras iniciativas conseguiram avançar e foram

implementadas, como a do governo do Estado do Paraná, onde a Secretaria

Estadual de Trabalho e Promoção Social (SETP) envia torpedos SMS com ofertas

de vagas de empregos a trabalhadores cadastrados com perfil compatível com a

vaga requerida. O governo do Estado do Piauí vem oferecendo serviços de m-Gov

por meio do projeto InformaFácil, que se caracteriza por proporcionar aos cidadãos

piauienses informações sobre multas, IPVA, licenciamento de veículos e pontos na

carteira de motorista (MATTAR, 2008). Em 2010, a Prefeitura de Porto Alegre, no

Rio Grande Sul, foi premiada na categoria inovação tecnológica com o projeto Porto

Alegre Móvel. Esta aplicação possibilita ao cidadão acessar diversos serviços de

governo por meio de dispositivos móveis (CONIP, 2010).

O Brasil ocupava em dezembro de 2010, a quinta posição no mundo em

número de celulares. Na América Latina, onde em apenas seis países se

concentram mais de 80% dos aparelhos celulares, o Brasil é líder em linhas de

telefonia celular habilitadas, segundo a Consultoria Teleco (2011), conforme está

detalhado na Tabela 2 a seguir.

39

Tabela 2 - Países da América Latina com maior número de telefones celulares. Milhares 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Brasil 86.210 99.919 120.980 150.641 173.959 202.944.033

México 47.129 57.017 68.241 75.303 83.528

Argentina 22.156 31.510 39.437 46.509 50.410

Colômbia 21.850 29.763 33.941 40.667 40.505

Venezuela 12.496 18.789 23.820 27.084 28.124

Chile 11.270 13.062 13.955 14.797 16.450

Fonte: TELECO e órgãos reguladores brasileiros.

A perspectiva da ANATEL é de que todos os 5.565 municípios brasileiros, até

2013, possuirão serviços de telefonia móvel, conforme está demonstrado nas

Tabelas 3 e 4. Discute-se ainda a criação do serviço Roaming Internacional das

Américas, para viabilizar as ligações de celulares pré-pagos na América do Sul; o

atendimento a serviços de emergência; a Copa das Confederações, em 2013, a

Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016, eventos que terão o Brasil como

sede; e a configuração de rede em terceira geração (3G) para o atendimento a

municípios.

As adições líquidas no acumulado no ano somam 8,8 milhões de celulares e

25,4 milhões nos 12 meses anteriores. A base pós-paga voltou a crescer mais que a

pré em setembro 2010. A participação do pré-pago caiu de 82,62% em janeiro 2010

para 82,14%, em setembro 2010 (TELECO, 2011). A previsão da própria ANATEL é

de que a base de telefones celulares deverá ter um crescimento exponencial até

2022 e deverá ultrapassar os 320 milhões de aparelhos habilitados no país

(ANATEL, 2009).

40

Tabela 3 - Municípios brasileiros atendidos pela telefonia celular.

% 2007 2008 2009* Mar/10* Set/10*

Atendido 65,4% 75,5% 86,3% 86,7% 97,2%

1 prestadora 15,3% 19,5% 29,4% 29,8% 38,3%

2 prestadoras 9,1% 10,2% 11,3% 11,2% 11,9%

3 prestadoras 18,9% 15,2% 13,4% 13,4% 11,8%

4 prestadoras 22,0% 29,7% 31,2% 31,2% 34,0%

5 prestadoras - 0,9% 1,1% 1,1% 1,2%

Não atendido 34,6% 24,5% 13,7% 13,3% 2.8%

Fonte: TELECO e órgãos reguladores brasileiros.

Tabela 4 - População brasileira atendida pela telefonia celular. % 2007 2008 2009* Mar/10* Set/10*

Atendida 91,5% 93,9% 97,0% 97,1% 98,5%

1 prestadora 4,4% 4,5% 7,3% 7,4% 9,4%

2 prestadoras 3,8% 4,3% 4,8% 4,8% 4,8%

3 prestadoras 40,0% 8,5% 6,3% 6,3% 8,0%

4 prestadoras 43,4% 66,6% 69,4% 69,4% 68,1%

5 prestadoras - 10,1% 9,2% 9,2% 9,3%

Não atendida 8,5% 6,1% 3,0% 2,9% 0,5%

Fonte: TELECO e órgãos reguladores brasileiros.

Para reforçar que este crescimento na telefonia móvel não acontece só no

Brasil, foi divulgado no boletim eletrônico Fierce Government, que Vivek Kundra,

CIO do Governo dos Estados Unidos, reservou US$ 35 milhões do orçamento

proposto para tecnologia da informação no nível federal para computação móvel, por

considerá-la central para oferecer serviços públicos no contexto tecnológico norte-

americano.

A Pesquisa do Comitê Gestor de Internet do Brasil (CGI) apontou em 2009

que, cerca de 59% da população possuía telefone celular, destes 35% dispunham

de acesso à internet e somente 5% acessam. Os dados diferem da ANATEL, pois

esta pesquisa não considera telefones habilitados; ela é feita em domicílios em todo

o Brasil. A funcionalidade mais utilizada nestes dispositivos, depois da voz, é o SMS

(Short Message Service) - tecnologia de envio de mensagens curtas de texto,

41

representando 58% das funções usadas. Estes dados apontam para um canal

eletrônico já existente que tem seu uso também apropriado pelo proprietário do

dispositivo, o cidadão. Portanto com esses telefones celulares nas mãos da

população vê-se grande potencial de utilização como canal de entrega de serviços

de Governo.

Os dados demonstrados até o momento, revelam que o Brasil não evoluiu em

m-Gov, enquanto os números da telefonia móvel crescem exponencialmente. Uma

das explicações aventadas é a dificuldade de estabelecer relacionamento entre os

múltiplos atores de m-Gov. As instituições governamentais, como as secretarias e

autarquias, as organizações de informática como as empresas estaduais, as

estruturas de informática departamentais nas secretarias e autarquias, empresas de

telecomunicações, brokers, fornecedores de TI e o ator principal - o cidadão. Este

relacionamento envolve também o estabelecimento de um modelo de negócio que

se sustente no longo prazo.

2.4 MÉTODO HISTÓRICO

A pesquisa documental, caracterizada como histórica, investiga

acontecimentos do passado com o objetivo de avaliar a sua influência no presente

(LAKATOS e MARCONI, 2007; NEUSTADT e MAY, 1996).

É também uma pesquisa orientada a processo, quando se preocupa com a

compreensão de como os projetos evoluem e por que evoluem de certa forma ao

longo do tempo. Pesquisas de processo normalmente lidam com dados

retrospectivos, com base em narrativas sobre o que aconteceu, e sobre quem fez o

quê e quando. São eventos, atividades ou escolhas ordenadas no tempo

(LANGLEY, 1999).

Os métodos históricos de pesquisa podem ser de grande utilidade, quando

oferecem ao pesquisador em administração e negócios a oportunidade de adquirir

uma ampla compreensão das situações e dos contextos nos quais estão inseridas

(O'BRIEN, 2004).

Vizeu (2010) destaca que o interesse em pesquisa com esse método está em

que o resgate dos aspectos históricos e interculturais sobressai à reprodução

ideológica dominante que tende a excluir o passado ou o contexto das teorias e

42

práticas organizacionais. A perspectiva histórica pode contribuir para o avanço na

análise de fenômenos administrativos por meio do enriquecimento e ampliação das

pesquisas, tanto pela adoção de quadro teórico-conceitual constituído a partir da

análise histórica, quanto pela aplicação da pesquisa histórica como método de

análise.

A pesquisa histórica pode contribuir para alicerçar pesquisadores que buscam

novas maneiras de olhar para o objeto pesquisado e estejam comprometidos com

outras epistemologias, expandindo as possibilidades de análise e teorização acerca

do espaço organizacional, objeto de estudo da análise organizacional e de sua

dinâmica (MARTINS, 2001).

Reed defende que as organizações foram racionalmente projetadas para

resolver conflitos entre as necessidades coletivas e as vontades individuais, e seu

processo de ação e criação foi realizado necessariamente por indivíduos em um

específico contexto histórico. Identificar e analisar esse contexto, por meio de quadro

teórico-conceitual constituído com base na perspectiva histórica, contribui para que o

pesquisador evite atribuir caráter histórico e determinístico às suas pesquisas. Ou

seja, utiliza-se conceitos e ideias de uma época para analisar fatos de outro tempo

histórico, provocando distorções metodológicas, distanciando acontecimentos e

sublinhando uma intemporalidade universal (REED, 1999).

Costa et al. (2010), ao dizerem que a aproximação da administração e história

não alcançou ainda o seu potencial ontológico e epistemológico, defendem que tal

quadro pode ser confrontado por meio da identificação do embate paradigmático que

ocorre na área de História e que, nesse caminho de aproximação, transborda para a

Administração. Identificar as visões originadas do acirrado debate entre as

perspectivas da história tradicional e da história nova no campo da Administração

pode contribuir para: a) melhor compreensão dos fenômenos administrativos; b)

formação de pesquisadores mais conscientes de seus métodos de pesquisa e c)

fortalecimento da interdisciplinaridade por meio da criação de vínculos mais fortes

entre as áreas.

Compartilha-se neste estudo com os conceitos de Falcon (1997) e Bloch

(2001), em que o primeiro autor diz que a história não é arte, e sim ciência. Que a

tarefa do historiador não consiste em evocar ou reviver o passado, mas narrar ou

descrever os acontecimentos do passado tal qual eles realmente ocorreram.

Ressalta ainda o debate em torno dos usos e significados do conhecimento histórico

43

e das relações entre política e poder para a compreensão do passado. E o segundo

autor, defende que a história não é uma ciência do passado, mas sim a ciência dos

homens no tempo e cuja relevância reside na importância atribuída ao presente para

a compreensão do passado.

Costa et al. (2010), no artigo Perspectiva Histórica em Administração: novos

objetos, novos problemas, novas abordagens - defendem que poder e política

passam ao domínio das representações sociais e de suas conexões com as práticas

sociais, adquirindo importância e prioridade questões acerca do simbólico, das

representações sociais ou coletivas, dos imaginários sociais, da memória (ou

memórias coletivas), das mentalidades e das práticas discursivas associadas ao

poder. Que essa discussão é transportada para o pensar administrativo quando

começam as apropriações da perspectivas históricas em administração. Os mesmos

autores acreditam que essa incorporação não possa ocorrer de forma ingênua nem

irresponsável, pois cada posição ontológica e epistemológica assumida guia o

pesquisador para diferentes fontes, objetos, problemas e métodos e, assim, a

distintas tentativas de apreensão da realidade organizacional.

Mason et al. (1997) propõem um "método histórico para a pesquisa em

tecnologia de informação", um método voltados especificamente ao uso de TI.

Quando o que se quer saber e de que forma estes fenômenos surgiram ou

evoluíram no tempo, assim como suas implicações no presente, esses autores

defendem que a pesquisa de método histórico oferece vantagens para compreender

fenômenos contemporâneos relacionados ao uso de TI.

Jayo (2010) defende o uso deste método para a diversidade de modelos

praticados na gestão operacional no Brasil, a partir de uma análise retrospectiva.

Segundo o mesmo autor, a análise histórica complementa a produção de um

determinado retrato em modelos de gestão, auxiliando na reconstituição de

diversidade de processos.

Este método consiste na aplicação de sete fases, apresentadas no Quadro 1,

na página seguinte. Para efeitos expositivos são apresentadas sequencialmente,

porém na prática de pesquisa, elas sofrem muitas vezes sobreposições ou

repetições.

44

Fase Descrição

1 Formulação de uma questão de pesquisa

2 Especificação de um domínio de investigação bem definido. Uma firma

individual, ou um grupo de firmas, ou um setor, são exemplos possíveis de

domínios de investigação.

As fronteiras temporais do domínios de investigação (definição de um

período de interesse sobre os qual serão coletados dados) também devem

ser estabelecidas

3 Reunião de evidências, a partir de fontes documentais e demais registros.

Na pesquisa histórica de fenômenos relacionados a TI, dado que em geral

os eventos estudados são relativamente recentes, entrevistas com

envolvidos nos eventos ("testemunhas oculares") costumam constituir uma

importante fonte de dados.

4 Avaliação crítica do material empírico coletado, a fim de verificar a coerência

dos dados.

Isto inclui aplicar lógica básica de forma a verificar a coerência interna do

conjunto de dados, e voltar às fontes para depurar eventuais inconsistências.

5 Identificação de padrões: nesta fase, a pesquisa passa de empírica para

indutiva, e a tarefa do pesquisador consiste em juntar e relacionar os fatos,

identificando a lógica existente entre eles.

6 Escrever o relato: o produto final da abordagem é a produção de um relato

textual, escrito de forma "interessante", porém "apresentado, é claro, de uma

forma que preserve a integridade e a consistência dos dados" (MASON et

al., 1997:317).

7 Situar as contribuições do relato em relação à literatura existente, situado a

forma como ele dialoga com trabalhos prévios. Quadro 1 - Método Histórico de Mason et al.: sete fases.

Fonte: Adaptado de Jayo (2010) utilizado de Mason et al. (1997).

Utilizando este método, procurou-se estudar os processos organizacionais do

Projeto m-Gov do Estado do Paraná, além das histórias corporativas oficiais,

interpretando as estruturas organizacionais existentes não como sendo determinado

por lei, mas sim como resultado de decisões do passado.

45

2.5 TEORIA DE REDES

O interesse na formação de alianças e redes, essencialmente para explorar a

capacitação complementar, deixa claro que as organizações não possuem todos os

recursos e competências à manutenção de sua competividade (CRUZ, 2007).

As redes apresentam em seu processo de formação propriedades

emergentes, que são fenômenos que não se devem à influência dos atores

individuais, mas a interação entre eles. Numa rede, o processo de inovação emerge

do compartilhamento de diferentes conhecimentos, experiências e aprendizados, e

não pela tentativa de copiar as melhores práticas (BERRY, 1997).

2.5.1 Conceito e caracterização

De modo mais abrangente, o conceito de rede, segundo Powell; Smith-Doerr

(1994), pode ser entendido como um conjunto ou laços de relações de indivíduos ou

organizações. Um laço entre atores possui conteúdo (informação e fluxo de

recursos, conselho ou amizade) e forma (força ou intensidade). Granovetter et al.

(2000) definem redes sociais como um conjunto de nós e atores ligados por relações

sociais e Rossoni (2006), como um conjunto finito de atores e as relações entre eles.

O interesse da análise de redes sociais é entender as ligações entre entidades

sociais e as implicações dessas ligações.

Desde 1950, o conceito de redes tem ocupado lugar proeminente em diversos

campos de estudo, como na antropologia, psicologia, sociologia e biologia molecular

(NOHRIA, 1992). As redes sociais, por sua vez, têm sido trabalhadas na dimensão

conceitual, teórica e metodológica por essas ciências que se propuseram a analisá-

las a partir de suas próprias óticas, conferindo-lhes assim um caráter interdisciplinar,

favorecendo de forma substancial o desenvolvimento de conceitos sobre redes.

Entre os primeiros estudos sobre redes sociais destacam-se os do sociólogo

norte-americano Mark Granovetter, destacando os trabalhos The Strenght of Weak

Ties, publicado em 1973, e Getting a Job, editado no ano posterior. Com estas

publicações, esse autor injetou a discussão sobre a importância e o papel das redes

na promoção e acesso a oportunidades na estrutura social e econômica.

46

Nas décadas seguintes, iniciou-se o estudo dos fluxos de informação como

um processo de formação de redes sociais, ou, no termo em inglês networking

process, investigações feitas por economistas e sociólogos. Entre outros, DiMaggio

e Walter Powell passam a analisar, no campo da teoria das organizações, as

relações introspectadas entre redes e informação, num processo de difusão de

práticas organizacionais (DIMAGGIO, 1991). As organizações estão tipicamente

inseridas em redes múltiplas e até sobrepostas.

Para compreender melhor a Teoria de Redes, faz-se necessário esclarecer

alguns conceitos-chave, essenciais para a discussão da análise de redes. Esses

conceitos são: ator, laço, díade, tríade, grupo, relação.

Os indivíduos, as organizações, são entidades sociais caracterizadas como

atores. Os atores são ligados entre si por laços. Esses laços podem ser diversos e

definidos como uma ligação estabelecida entre par de atores, podendo por exemplo,

ser uma transferência de recursos de uma empresa para outra, o envio de uma

mensagem, a escolha de um parceiro, uma relação formal.

Uma díade pode ser entendida como uma ligação ou um relacionamento

estabelecido entre dois atores. Um laço, nesse caso a díade, é inerentemente uma

propriedade de um par de atores, não pertencendo isoladamente a cada ator. Assim,

em vários tipos da análise de redes que se preocupam com o relacionamento em si,

tratam a díade como unidade de análise (WASSERMAN e FAUST, 1994;

WELLMAN, 1988).

Uma tríade é um conjunto de três atores e os possíveis laços entre eles. A

análise de tríade possui importantes implicações para a análise de redes,

especialmente ao peso e ao valor entre essas relações.

Um grupo é a coleção de todos os atores em que seus laços podem ser

medidos. Consiste em um finito conjunto de atores definidos por critérios

conceituais, teóricos ou empíricos em que as medidas da rede são tomadas

(WELLMAN, 1988). Essa relação pode ser definida como a coleção de laços de um

tipo específico entre membros de um grupo.

No contexto dessa Teoria, o aprendizado interorganizacional merece

destaque, de acordo com Nielsen, citado por Pereira e Pedrozo (2003, p. 10): a

reciprocidade se acentua quando existe uma perspectiva de longo prazo. Segurança

e estabilidade encorajam a originar novas maneiras de realizar as tarefas,

promovendo aprendizado, troca de informações e gerando confiança (POWELL,

47

1990). O processo de aprendizagem está diretamente relacionado com a interação

sinérgica entre seus membros. As organizações buscam selecionar recursos

complementares, objetivando a transferência de conhecimento numa rede, que é

usada como canal para transferência de conhecimento e relacionamento de

capacidades. Para que os valores, rotinas e regras sejam amplamente difundidos e

absorvidos pelos atores, é necessário um tempo de aprendizagem suficientemente

capaz de amadurecer não só a maneira de agir dos participantes, mas também a

qualidade e intensidade do relacionamento entre eles (JONES; HESTERLY &

BORGATTI, 1997). Uma parte importante do comportamento das organizações é

inclusive modelada pelo comportamento de outras organizações que servem de

exemplo, e que as informações disponíveis nas redes profissionais e de status

modelam os tipos de comportamento e os padrões tentam alcançar, defendem

Powell e Smith-Doerr (1994).

A Teoria de Redes propõe que todas as organizações podem ser encaradas

como redes sociais e assim precisam ser analisadas. A rede, portanto, vem sendo

idealizada com um formato organizacional democrático e participativo, no qual as

relações interinstitucionais se caracterizam pela não centralidade organizacional e

não hierarquização do poder, tendentes à horizontalidade, complementaridade e

abertas ao pluralismo de ideias e à diversidade cultural. Em contrapartida a esse

pensamento, pode-se dizer que o desafio da coordenação dos empreendimentos em

rede está relacionado ao fato de que as organizações atuam de acordo com lógicas,

valores e normas de conduta.

Segundo Pereira e Meireles (2009), a interdependência social complexa das

redes não pode ser lida a partir da formalização matemática apenas, mas também,

da elaboração de questões sociométricas pertinentes. De acordo com Klein (2002),

as redes de organizações podem possuir características inerentes ao mercado,

como especialização e pressões por ele exercidas, e também são compostas por

aspectos de confiança e informações integradas, tradicionalmente encontradas nas

organizações de estrutura hierárquica.

Observar e reconhecer que as organizações não contemplam em si mesmas

todos os recursos e competências necessárias a uma oferta compatível com a

demanda é um dos fatores que remetem as organizações a firmarem suas ações

articuladas de complementaridade em redes (CRUZ, 2007).

48

Segundo Martes et al. (2006), a estrutura de redes deve ser considerada fator

fundamental para explicar parcela significativa da vida econômica dos indivíduos e

organizações a partir dos anos 1970, pois apresenta uma abordagem alternativa de

desenvolvimento. Powel e Smith-Doerr (1994) destacam a importância do

entendimento de redes como uma forma de governo de relações entre atores

econômicos, pois aproximam indivíduos e organizações em um sistema relacional

em que emerge uma série de interesses convergentes ou não.

De maneira mais ampla, a formação de redes interorganizacionais tem-se

apresentado como um desafio para o estudo científico da administração. Sua

crescente importância e aplicação à Teoria das Organizações demandam a

realização de estudos teórico-empíricos que esclareçam suas dinâmicas, forças,

fraquezas, obstáculos, possibilidades e aplicabilidades (JONES et al., 2003).

As redes apresentam propriedades emergentes, ou seja, fenômenos que não

se devem à influência dos atores individuais e suas características isoladas, mas à

interação entre eles. Martes et al. (2006) afirmam que a perspectiva de redes

permite melhor entendimento do comportamento das organizações num contexto

estratégico. Podendo ser considerada uma característica fundamental da sociedade

moderna, dadas as circunstâncias econômicas em que a competição deixa de ser

um contexto externo, para incorporar um perfil de posicionamento da empresa

dentro da rede, ainda ser utilizada como uma forma de responder de forma

intencional à demanda de vantagem competitiva do mercado.

Para Machado-da-Silva e Coser (2004), essa aproximação entre

organizações por meio de suas relações de geração de riquezas e utilização de

recursos instiga e define sistemas de significação, regras e normas comuns que

todos os envolvidos devem compartilhar. As redes sociais têm seus atores

distribuídos em uma área determinada de forma concentrada, podendo abranger

todos os setores da sociedade de forma colaborativa em prol de um objetivo comum

e voltado ao atendimento de necessidades e expectativas sociais, com

predominância em relações informais entre seus atores.

49

2.5.2 O Método de Análise de Redes

O método da Análise de Redes Sociais (ARS), segundo Pereira e Meireles

(2009), nem sempre é utilizado pelas disciplinas para produzir dados novos, mas re-

dimensiona perspectivas existentes para indagar questões específicas das redes

analisadas. São comuns, portanto, aproximações entre Antropologia, Economia,

Sociologia, Ciência da Computação, Comunicação Social, Administração,

Demografia, Psicologia, Educação, Ciências Cognitivas e Geografia, o que, de certa

maneira, pode gerar um conhecimento novo. É necessário, portanto, um pouco de

perspicácia para tramar olhares complexos sobre todas essas disciplinas, a fim de

instituir particularidades metodológicas que caracterizem a área como possuidora de

pilar epistemológico bem definido.

É preciso saber mais do que o contexto da análise (lugar para onde se olha),

inclusive saber o contexto de realização da mesma (lugar de onde se olha), que

pode afetar as pautas de pesquisa na área. A transdisciplinaridade não é a negação

das disciplinas; pelo contrário, é a inteligente interação entre as mesmas. Desse

ponto de vista, a epistemologia não é o centro da verdade, mas gira em torno do

problema da verdade, perpassando as verdades parciais, reorganizando-se como

saber sem separar-se da reflexão, assim como procede o método da Análise de

Redes Sociais (PEREIRA; MEIRELES, 2009).

O método da Análise de Redes Sociais (ARS) pressupõe que as relações

sociais constituem a unidade básica da sociedade, auxiliam a identificar atributos de

vários tipos, que não devem ser isolados; pelo contrário, o foco deve ser na

interdependência dos indicadores (WASSERMAN; FAUST, 1994; LAZEGA, 2007;

HANNEMAN, 2008; TOMAÉL; MARTELETO, 2006; CABALLERO, 2005; PIZZARO,

2004; MARTELETO, 2001 apud PEREIRA; MEIRELES, 2009).

A ARS, mesmo possuindo características de um método sociológico rigoroso

de modelização, indutivo das estruturas relacionais na sociedade, é flexível, quando

propõe a hibridação entre matrizes diversas para fazer interagir uma série de

elementos conceituais para as novas contribuições advindas dessas interações

(CABALLERO, 2005). Este método é utilizado para a contextualização dos

comportamentos para alcançar a visualização sistemática da dimensão relacional,

às vezes invisível, das conexões sociais de uma sociedade. É um instrumento a

50

serviço da teoria da ação coletiva, que auxilia a redefinir conceitos disciplinares e

produz conhecimento novo, a partir de perspectivas que contextualizam a visão do

próprio pesquisador, oriundo de diferentes áreas; caracteriza-se por buscar em

outras áreas visões complementares para seus problemas, defendem Pereira e

Meireles (2009).

Em redes sociais, dependendo da herança disciplinar do pesquisador, pode-

se fazer uma interpretação simplificada e reduzida da complexidade do objeto de

pesquisa; para neutralizar essa influência, o método da ARS combina uma

abordagem estrutural (de visualização, geração de grafos) com outros métodos de

contextualização da ação em rede. E assim, a interdependência social complexa das

redes, não pode ser lida a partir da formalização matemática, apenas, mas também

da elaboração de questões sociométricas pertinentes. As redes sociais são

consideradas importantes parceiras na construção do conhecimento sobre elas

mesmas; isso implica, afirma Brandão (2008), uma transdisciplinaridade forte, que

conecta a experiência e a vida cotidiana com o saber e as universidades. Assim,

estabelece diálogos para tratar questões como políticas, gestão de tecnologia,

economia mundial e meio ambiente.

51

3 METODOLOGIA DA PESQUISA

Um projeto de pesquisa, do ponto de vista metodológico, se estrutura em

alguns elementos inter-relacionados, entre eles: o método de pesquisa utilizado; as

técnicas de coleta de dados e as técnicas de análise dos dados (MYERS, 2005).

Utilizou-se nesta pesquisa uma postura epistemológica positivista, perspectiva

dominante nos projetos relacionados ao estudo de TI (ORLIKOWSKI; BAROUDI,

1991). Este tipo de pesquisa pressupõe a realidade como um dado objetivo, ou seja,

que pode ser descrito por meio de fatos observáveis e mensuráveis, independente

do pesquisador (MYERS, 1997).

Aborda-se nos capítulos seguintes a forma como a pesquisa se encontra

organizada nas duas etapas, quanto aos métodos e as técnicas de coleta de dados

com a interpretação de dados em cada uma das etapas.

3.1 POSTURA EPISTEMOLÓGICA

Toda pesquisa se baseia em um conjunto de pressupostos epistemológicos,

ainda que não explícito, relacionados à natureza do conhecimento e à maneira como

ele é obtido (MYERS, 1997; HIRSCHLEIM, 1992). As abordagens funcionalistas,

tradicionalmente adotadas em estudos na área de Sistemas de Informação (SI) não

atendem às necessidades de organizações que apresentam grande variedade de

fenômenos (CIBORRA, 2002), como é o caso do Projeto m-Gov do Estado do

Paraná, objeto de estudo desta pesquisa.

Com base nas categorias para classificar uma pesquisa com seus

pressupostos epistemológicos, Orlikowski e Baroudi (1991) apresentam as

perspectivas: positivista, interpretativista e crítica. Embora esta não seja a única

existente na literatura, esta classificação tem sido útil para caracterização das

pesquisas na área de TI e SI (CHEN e HIRSCHEIM, 2004; WALSHAM, 1995; DINIZ

et al., 2006).

Considerando que a postura epistemológica adotada influencia o processo de

investigação do pesquisador (DE VILLERS, 2005), considerou-se adequado adotar

uma postura mais assentada nos pressupostos positivistas. Segundo Myers (1997),

52

pressupõe que a realidade de um dado objetivo pode ser descrita por meio de

eventos observáveis e mensuráveis, independentes do pesquisador. As

características citadas da perspectiva adotada pelo pesquisador, representam

apenas as mais marcantes desta linha. Assim, defende-se que esta classificação

compartilha características de outras abordagens epistemológicas, como por

exemplo, as da interpretativista.

O pesquisador, mesmo tendo adotado uma perspectiva positivista, registra a

sua crença da não neutralidade da pesquisa, até porque o mesmo participou - ainda

que não diretamente - do Projeto de Governo Eletrônico do Estado do Paraná, do

final de 2001 a meados de 2006, projeto que abarcava o objeto de análise desta

pesquisa.

3.2 ESPECIFICAÇÃO DO PROBLEMA

Com as considerações apresentadas, pretende-se analisar neste estudo, sob

uma perspectiva histórica e por meio da análise de redes sociais, o seguinte

problema: como a dinâmica de relacionamento dos atores contribuiu para o estabelecimento de um projeto corporativo de governo móvel.

3.2.1 Perguntas de pesquisa

Com vista a verificar como a dinâmica de relacionamento dos atores

contribuiu para o estabelecimento de um projeto corporativo de governo móvel,

elaboraram-se as seguintes questões específicas de pesquisa, as quais

direcionaram este estudo:

1. Quais os principais eventos considerando o uso de dispositivos móveis

ocorridos no governo do Estado Paraná, de 2000 a 2010?

2. Quais são os atores relevantes no Projeto m-Gov do Estado do Paraná

neste período?

3. Quais são os papéis desses atores no Projeto m-Gov do Estado do

Paraná neste período?

53

4. Quais são os aspectos de colaboração e a configuração das relações

entre os atores neste Projeto?

5. Qual é a densidade das relações entre os atores?

6. Quais os resultados da colaboração dos atores?

7. Quais são os motivos por que o Projeto m-Gov do Estado do Paraná

perdura no tempo?

3.2.2 Definição constitutiva (DC) e operacional (DO) das variáveis

EVENTO

DC: expressão do latim que significa, ser ou constituir fato de importância na

vida social ou em outros âmbitos. Atividade dos mais diferentes tipos reunindo

pessoas (ANDRADE, 1999). Segundo o Dicionário Aurélio, acontecimento com

característica principal de propiciar uma ocasião extraordinária ao encontro de

pessoas, com finalidade específica (2010).

DO: para compreensão do evento serão consideradas as mudanças

significativas durante o período estudado, representados, por exemplo, por:

mudança de governo, mudança de legislação, troca de gestor, tomada de decisão.

Os eventos escolhidos serão aqueles considerados mais relevantes no exame da

pesquisa documental e nas entrevistas.

ATOR

DC: indivíduos, grupos de indivíduos, organizações, comunidades,

corporações. Redes podem ser formadas por atores do mesmo tipo, chamadas

unimodais, ou podem ser multimodais formadas por atores de diferentes tipos

(SOUZA; QUANDT, 2008).

DO: será considerada a organização/instituição participante do projeto de m-

Gov do Estado do Paraná.

NATUREZA DO RELACIONAMENTO

DC: é a mesma definição de elos relacionais, que são tipos de relação que

estabelece uma conexão ou troca de fluxos entre dois atores (SOUZA; QUANDT,

2008).

54

DO: será representada pelos interesses ou objetivos pelos quais os atores

participaram do Projeto m-Gov do Estado do Paraná, como, por exemplo,

institucional, de parceria, contratual, aprendizagem

DENSIDADE

DC: cálculo da proporção de linhas em um gráfico relacionado ao número

máximo de linhas possíveis. Matematicamente pode variar de 0 a 1 (SOUZA;

QUANDT, 2008).

DO: a proporção de conexões representadas pelas organizações estudadas

ou atores.

CENTRALIDADE

DC: são três as medidas comumente utilizadas: centralidade de grau;

centralidade de proximidade; e centralidade de intermediação (HANNEMAN;

RIDDLE, 2005).

DO: será considerada a centralidade de grau, definida pelo número de laços

adjacentes de um ator com relação aos outros na rede.

3.2.3 Definições de termos e conceitos

GOVERNO ELETRÔNICO

DC: Riecken e Lanza (2007) esclarecem o termo governo eletrônico, é a

maneira pela qual os governos usam as novas tecnologias de informação e

comunicação (TI) para proverem aos cidadãos e empresas um acesso mais

adequado às informações e serviços governamentais.

GOVERNO MÓVEL

DC: Governo móvel é a maneira pela qual o governo presta serviço ao

cidadão, às empresas e à sociedade em geral, utilizando todos os tipos de

tecnologias móveis (CUNHA; MIRANDA, 2008). Nesta pesquisa foi considerado

somente o uso de telefone móvel, especialmente a tecnologia SMS.

55

BROKER

DC: Broker é um terceiro operacional que realiza a venda em nome de uma

ou mais indústrias, podendo ou não realizar outras atividades logísticas como

armazenagem, entrega, cobrança e serviços de pós-venda (SEADI, 2004). Assim,

nesta pesquisa os brokers são empresas homologadas junto às operadores de

telefonia móvel, com conexão direta com essas operadoras, fazendo com que as

mensagens SMS trafeguem de forma curta e segura.

3.3 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA

O objetivo geral e os objetivos específicos do presente estudo mostram a

relação existente com a dimensão exploratória. Segundo Gil (1991), estudos

exploratórios têm como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema

pesquisado, para torná-lo mais explícito.

Estudos sobre m-Gov são ainda relativamente escassos na literatura. O

fenômeno de uso de tecnologia móvel na entrega de serviços públicos também é

novo. Assim, um estudo exploratório foi considerado mais adequado.

Esta pesquisa tem caráter qualitativo. A análise qualitativa (o estudo de caso),

por sua vez, permite a construção do caso, registrando o que mudou na vida das

organizações. Qualitativamente falando, só pode ser compreendido por meio de

entrevistas em profundidade aplicadas aos envolvidos.

Ao comparar o método do estudo de caso com outros métodos, Yin (1988)

afirma que para definir-se o método a ser usado, é preciso analisar as questões que

são colocadas pela investigação. De modo específico, este método é adequado para

responder às questões “como” e “por que”, que são questões explicativas e tratam

de relações operacionais que ocorrem ao longo do tempo com maiores frequências

ou incidências.

O período selecionado para esta pesquisa foi de 2000 a 2010. Em 2000,

iniciaram-se os primeiros movimentos de m-Gov no Governo do Paraná e em 2010,

ainda eram encontradas empresas estatais no Paraná utilizando o m-Gov.

56

3.3.1 Objeto de estudo

A unidade de análise é o Projeto de m-Gov do Estado do Paraná; portanto,

estudo de caso único. A Figura 2 mostra que, neste projeto, diversas organizações

desenvolveram ações.

Figura 2 - Unidade de análise.

Fonte: A autora.

3.3.2 Etapas da pesquisa

A pesquisa deste trabalho foi executada e encontra-se organizada em duas

etapas. A primeira, está associada ao primeiro objetivo específico, conhecer o

projeto do m-gov. A segunda etapa está associada aos demais objetivos específicos

com focos temporais distintos. Embora evidentemente as duas etapas partilhem da

mesma perspectiva epistemológica, elas apresentam diferenças no que diz respeito

ao emprego de métodos, técnicas de coleta e técnicas de análise de dados. O

percurso percorrido pela pesquisa quanto a estes aspectos pode ser visto de forma

sintética na Figura 3 a seguir.

57

Figura 3 - Estrutura metodológica da pesquisa.

Fonte: Inspirado em Jayo, 2010.

3.3.3 População e amostra

Vergara (1997) define população como um conjunto de elementos (empresas,

produtos, pessoas, por exemplo) que possuem as características que serão objeto

de estudo.

A população deste estudo compreende as instituições públicas ou privadas

que participaram do m-Gov do Estado do Paraná.

A amostra, conforme Contandriopoulos (1999), é um subconjunto de

indivíduos da população alvo. Desse modo, as características da amostra devem ser

as mesmas que as da população alvo. A amostra extraída da população foi do tipo

intencional. Richardson (1985) explica que ela se relaciona intencionalmente de

acordo com certas características que foram estabelecidas no plano e nas perguntas

de pesquisa formuladas.

Foram entrevistados os técnicos e os gestores das organizações que

participaram do Projeto m-Gov do Estado do Paraná. Importante ressaltar que os

atores são as instituições e não pelas pessoas que as representavam ou

representam.

A população são todas as organizações participantes do projeto, públicas, as

estatais públicas do Governo do Paraná e organizações da iniciativa privada.

58

No início dos trabalhos esperava obter uma amostra, mas ao final da

pesquisa obteve-se um censo, ou seja, foram entrevistadas todas as organizações

participantes do Projeto m-Gov do Paraná: CASA CIVIL, CCTG, CEASA, CELEPAR,

DEPEN, DETRAN, e-PARANÁ, IAPAR, JUCEPAR, POLÍCIA CIVIL, SEAP, SECS,

SEFA, SEOG, SETP, BRT, GLOBAL, SERCOMTEL, TIM e VIVO. Totalizando vinte

atores.

3.3.4 Tipos de dados

Os dados coletados na presente pesquisa foram de dois tipos: primários e

secundários. De acordo com Martins (1990, p.45), os dados e informações coletados

em publicações são denominados dados secundários; portanto exigem a

identificação precisa da fonte. Martins (1999, p.48) destaca que os dados primários

são aqueles obtidos diretamente com o informante por meio de instrumentos

(questionários ou entrevistas).

Portanto os dados secundários foram colhidos por meio de pesquisas em

documentos internos das instituições pesquisadas, reportagens publicadas em

jornais e em revistas, artigos publicados em congressos e outros.

Por sua vez, os dados primários do presente estudo foram obtidos por meio

de entrevistas e questionários.

3.3.5 Instrumento de pesquisa

Com vistas a atingir os objetivos propostos, foram utilizados os instrumentos:

pesquisa documental, entrevista e questionário. Para obtenção dos dados

secundários, foi utilizada a pesquisa documental; a lista que enumera os

documentos consultados encontra-se no ANEXO II. Para coletar os dados primários,

foram utilizados entrevista (APÊNDICE B) e questionário (APÊNDICE C). O roteiro

para as entrevistas, na concepção de Fachin (1993, p.58), consiste em um elenco de

questões que são apreciadas e submetidas a certo número de pessoas com o intuito

de obterem-se respostas para a coleta de informações. Frega (2009) pontua que a

59

entrevista qualitativa, com seu caráter construcionista, baseia-se fortemente na

construção de significado.

3.3.6 Coleta e análise de dados

Neste trabalho, a coleta de dados compreendeu duas etapas, com formas e

abordagens distintas, porém complementares. Na etapa 1 foi realizado um estudo

exploratório de natureza qualitativa, com pesquisa documental e entrevistas em

profundidade. A etapa 2, com abordagem também qualitativa no que diz respeito ao

questionário.

O objetivo da etapa 1 foi descrever o projeto m-Gov do Governo do Paraná

construindo a sua linha do tempo, e da etapa 2, colher informações para o estudo da

dinâmica de relacionamento e também confirmar (ou não) as informações coletadas

na etapa1.

Os documentos foram analisados por meio da técnica de análise documental,

que, conforme Richardson (1985, p.184), trabalha sobre os documentos, sendo

essencialmente temático, tendo como finalidade a determinação fiel dos fenômenos

sociais. As entrevistas foram transcritas e analisadas por meio da técnica de análise

de conteúdo. Os questionários foram analisados com o software UCINET.

Os procedimentos de coleta e análise dos dados estão detalhados nos itens

apresentados a seguir.

3.3.6.1 Etapa 1: Conhecer o Projeto m-Gov (análise documental e entrevista)

A observação de documentos deve ser cuidadosamente utilizada; não devem

ser tomados como registros literais de eventos ocorridos. Para Yin (2005), o uso

mais importante de documentos, em estudo de casos, é corroborar e valorizar as

evidências originadas de outras fontes. Neste estudo, para a pesquisa documental

foi dada permissão por escrito para observar documentos administrativos.

As informações foram extraídas dos websites e bases de dados das

organizações; arquivos digitais; documentos em papel, tais como: matérias na

imprensa, descrição de projetos, relatórios, atas de reuniões, contratos e convênios

60

formais; textos e artigos publicados em revista e em jornais, emails impressos e em

formato digital, documentos internos da empresas participantes do Projeto m-Gov do

Estado do Paraná. Esses dados secundários serviram de fonte de consulta para

descrição do caso e triangulação das informações.

Os 54 documentos pesquisados estão listados no Anexo II, datados de 2000

a 2009. Foram encontrados 5 documentos sem registro de data, mas pelo seu

conteúdo foi possível situá-los em um período. Trata-se de dados retrospectivos que

ajudaram a conhecer e reconhecer acontecimentos importantes na constituição dos

diferentes eventos identificados no período pesquisado.

Nessa primeira etapa, com o objetivo de identificar e descrever os principais

eventos ocorridos no Governo do Estado do Paraná, no período de 2000 a 2010,

analisaram-se acontecimentos, tomadas de decisão, escolhas pessoais ou

institucionais que tenham influenciado a construção do Projeto m-Gov do Estado do

Paraná. Caracterizaram-se os eventos relevantes, diferentes acontecimentos que

influenciaram o processo de formação do Projeto de m-Gov do Estado do Paraná,

no período de 2000 a 2010.

A etapa 1 foi desenvolvida com base no Método Histórico de Mason. A

questão de pesquisa foi formulada (Fase 1 do método), especificou-se um domínio

de investigação e o período (Fase 2) neste caso o projeto m-Gov do Paraná no

período da sua concepção em 2000, até dezembro de 2010, e reuniu-se o material a

partir do qual se coletaram as evidências (Fase 3).

A Fase 4 do método de Mason et al. (1997) consiste na avaliação crítica do

material coletado, o que envolveu uma leitura detalhada de todo o material (fontes

documentais, transcrições de entrevistas e notas do pesquisador) a fim de identificar

lacunas de informação ou contradições no conjunto dos dados. Em algum casos,

voltou-se a entrar em contato com os entrevistados, por telefone ou e-mail, a fim de

sanar dúvidas, atualizar informações e esclarecer contradições encontradas no

conjunto dos dados.

Por fim, a análise indutiva do material - juntando e relacionando os eventos,

de acordo com o previsto na Fase 5 do método - permitiu a elaboração de um relato

(Fase 6), que é apresentado no capítulo 5 deste trabalho. Também foi elaborada a

figura da Linha do Tempo, um quadro que resume a história dos 11 anos do projeto.

61

Para conseguir confirmar e ou corrigir discrepâncias encontradas na pesquisa

documental, considerou-se conveniente utilizar entrevistas semiestruturadas com os

principais atores do projeto.

Para a realização das entrevistas, a pesquisadora prestou aos participantes,

previamente, esclarecimentos sobre os objetivos e justificativas da pesquisa, os

quais estão detalhados no Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).

Estes documentos foram assinados por ambos, pesquisadora e respondente.

Foram entrevistados 6 profissionais, identificados na pesquisa documental

como atores atuantes e relevantes no processo de criação e construção do Projeto

m-Gov do Governo do Paraná. As entrevistas ocorreram no período de 29 de julho a

21 de setembro de 2010. A duração das entrevistas foi de 35 minutos a 2 horas e 20

minutos, com transcrição de 56 páginas.

As entrevistas foram semiestruturadas com perguntas abertas e fechadas,

geradas a partir de uma matriz analítica (APÊNDICE A). Foram conduzidas de forma

pessoal, para evitar constrangimento dos entrevistados, com o auxílio de uma

estagiária de iniciação científica, sempre com a presença e supervisão da

pesquisadora, quando se buscou capturar aspectos complexos das questões

abordadas, naturalmente. As entrevistas foram realizadas no período de 02 de

agosto a 20 de setembro de 2010. Os gravações foram imediatamente transcritas.

Exceto na primeira entrevista, foi possível realizar a gravação de áudio e

vídeo. Para superar os problemas técnicos da 1a entrevista, foram feitas anotações

detalhadas, durante e imediatamente após a entrevista, para manter nos registros o

seu conteúdo com a maior fidelidade possível.

Para a seleção dos entrevistados, além dos nomes encontrados na pesquisa

documental, utilizou-se também a técnica Bola de Neve recomendada por Atkinson e

Flint (2001): nas primeiras entrevistas pediu-se a indicação de outros atores. A

técnica Bola de Neve, foi necessária uma vez que, no início do processo de coleta,

embora fossem conhecidos alguns atores, não se dispunha de informação sobre

quais os atores relevantes seriam entrevistados.

As seis entrevistas realizadas com os participantes do projeto pesquisado

estão listadas no Anexo III. Os nomes dos entrevistados foram omitidos e

substituídos por Entrevistados 1 a 6, para preservar suas identidades.

As interações com os entrevistados não se restringiram ao momento da

entrevista, adotando a prática de manter contato com os entrevistados - por telefone,

62

e-mail ou pessoal para sanar dívidas, complementar ou corrigir informações, as

quais foram agregadas ao material coletado ou transcrito. As informações que

careceram de retorno aos entrevistados foram principalmente aquelas relacionadas

à data dos eventos e aos tipos de tecnologias empregados. Também foram sanadas

dúvidas quanto a informações conflitantes encontradas na pesquisa documental. As

entrevistas serviram também para confirmar os eventos levantados na pesquisa

documental.

3.3.6.2 Etapa 2: dinâmica de relacionamento entre atores do projeto m-Gov

(questionários)

Dinâmica de relacionamento são as prováveis mudanças ocorridas na

estrutura (tamanho, densidade, atores) de relacionamentos em determinada

espaciotemporalidade (Moody, 2004).

Os dados primários, desta etapa, foram coletados com os técnicos e gestores

das organizações governamentais em estudo, para permitir entender as opiniões e

percepções da realidade organizacional.

O questionário foi validado por dois especialistas, fora do grupo de amostra. O

objetivo desta validação foi verificar a sua objetividade e fidedignidade.

Para o preenchimento dos questionários, a pesquisadora prestou

esclarecimentos sobre os objetivos e justificativas da pesquisa, os quais estão

detalhados no Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Estes

documentos foram assinados por ambos, pesquisadora e respondente.

O questionário foi estruturado de forma que o respondente indicasse com qual

ou com quais atores a sua instituição se relacionou em cada fase do Projeto m-Gov

do Estado do Paraná. Para orientar ou situar o correspondente, foi mostrada

pessoalmente, ou enviada via correio eletrônico, a figura da Linha do Tempo do m-

Gov, elaborada na primeira etapa desta pesquisa. O respondente também indicou o

motivo dessa relação, ou seja, qual ou quais objetivos da empresa ao participar

deste projeto.

Cada respondente preencheu um questionário pela sua participação em cada

fase. A condição básica para responder ao questionário era de que o respondente

(gestor ou técnico) tivesse participando do projeto naquela fase. Se o respondente

63

participou de todas as fases, pôde responder então por todas as fases do

questionário. Houve casos em que o ator teve respondentes diferentes, cada um

respondendo pela fase do projeto de que participou. Para um respondente que não

estava em Curitiba, foi enviado via correio eletrônico, o questionário e a figura da

Linha do Tempo. Além das instruções constando no questionário, foi efetuada uma

reunião prévia por telefone para certificar-se do entendimento do respondente

quanto à forma de responder às questões. Neste caso, o respondente enviou o

questionário, via correio tradicional.

A relação dos atores, teve base na lista prévia levantada na etapa 1 da

pesquisa e os possíveis motivos de interação são oriundos dos principais objetivos

de cada ator mapeados também na etapa 1 com a pesquisa documental e

entrevistas.

Nessa etapa de coleta de dados foram enviados quarenta e dois (42)

questionários. Os primeiros (5 deles) foram impressos e levados pessoalmente pela

pesquisadora, que foram respondidos e assinados pelos respondentes. Devido ao

tempo despendido em conversas durante estes questionários, em média 1 hora e

meia, optou-se por enviar os questionários, ligar em seguida para confirmar o

recebimento e o tempo para retorno. No corpo do e-mail foi enviado instruções e

anexado três arquivos (Questionário, Linha do Tempo do m-Gov e o TCLE).

Para os questionários não retornados em 2 dias via e-mail, por intervenção da

pesquisadora solicitaram-se respostas por telefone, ou seja, as perguntas foram

feitas pela pesquisadora, e as respostas dadas pelos respondentes foram anotadas.

Houve um caso em que, dada a discrepância das respostas com as

informações encontradas na pesquisa documental e entrevistas, foi retornado via

telefone ao respondente para reconsiderações. Neste caso, as informações

reconsideradas foram anotadas no mesmo documento preenchido pelo respondente.

Foram recebidos quarenta e dois (42) questionários respondidos, total da

amostra formada pelos representantes de cada uma das organizações aqui

representados como atores, os quais responderam ao questionário no número de

vezes que participaram em cada fase do projeto, ou seja, de quantas etapas

participaram. As respostas aos questionários permitiram confirmar os atores e suas

relações com outros atores, e também possibilitou aferir outras características da

rede, como o mapeamento dos elos, dinâmica de relacionamento, os nós e as

formas de interação entre os envolvidos.

64

Com relação à forma de análise dos dados, o estudo compreende duas

formas distintas de análise: análise de conteúdo simples e software de análise de

redes sociais. Análise de Conteúdo Simples: trata-se da análise do conteúdo

apresentado pelo questionário propriamente dito, não havendo nenhum tratamento

específico sobre os dados coletados (RICHARDSON, 1989). Software de análise de

redes sociais: trata-se do software UCINET 6.289 for Windows. O sistema evidencia

os aspectos relacionais dos atores, dinâmica de relacionamento, envolvidos na

estrutura de redes, possibilitando, por meio da estruturação de uma matriz,

identificar atores, suas estruturas e objetivos de interação (BORGATTI et al., 2002).

Esta metodologia de análise utiliza gráficos para análise de forma descritiva e

matrizes quadradas ou retangulares, também conhecidas como sociomatrizes (x). As

matrizes permitem a visualização de relações e padrões que dificilmente seriam

percebidos nos sociogramas de pontos e linhas. Nas matrizes, as linhas (y)

representam os elos enviados, enquanto as colunas (z) representam os elos

recebidos. Os elos enviados e recebidos possuem importantes implicações nos

cálculos de graus de centralidade local e global e na identificação de subgrupos na

rede. Para montar as matrizes foi agrupado por proximidade de significado a

natureza dos relacionamentos declarados pelos atores na segunda etapa da

pesquisa. Do total de 18 (dezoito) diferentes motivos coletados, foram formatados

em três tipos de natureza de relacionamento: 1) relação contratual, comercial; 2)

relação de parceria, aprendizagem, prospecção; 3) relação institucional, legal.

65

4 DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

Este capítulo compreende a descrição e a análise dos dados coletados.

Divide-se em quatro seções, sendo que na primeira traça-se o perfil dos atores

participantes do Projeto m-Gov do Estado do Paraná. Na segunda seção são

demonstradas as fases da construção do Projeto m-Gov do Estado Do Paraná. Na

terceira seção os papéis desempenhados pelos atores em cada fase da construção

do projeto. Na quarta são apresentados os aspectos de colaboração e configuração

das relações. Na quinta seção apresentam-se os resultados da colaboração dos

atores. Na sexta evidenciam-se os motivos da permanência do projeto m-Gov do

Estado do Paraná.

4.1 O PROJETO M-GOV DO ESTADO DO PARANÁ

O Projeto m-Gov do Estado do Paraná passou por fases distintas,

influenciadas por acontecimentos políticos ou escolhas tomadas por gestores

durante a sua existência. Para descrevê-lo adequadamente, compreendeu-se que

era preciso entender as influências e o contexto de cada fase. Optou-se por construir

uma Linha do Tempo para representar de forma detalhada e visual a história do m-

Gov do Estado do Paraná.

Para caracterizar o início de cada fase foi utilizado o critério de evento, ou

seja, uma escolha, atividade, projeto ou acontecimento que tenha influenciado

fortemente na condução desse projeto.

O primeiro evento ocorreu com as primeiras conversas e prospecções na

CELEPAR em 2000. O segundo grande evento foi em 2001, com a

institucionalização do Programa de e-Gov no Governo do Paraná, o e-PARANÁ. O

terceiro evento foi a troca de governo estadual. O quarto evento foi a

descontinuidade do Programa de e-Gov. O quinto e último evento, que teve forte

influência no Programa de m-Gov do Estado do Paraná, foi a saída da CELEPAR do

projeto m-Gov.

Nota-se que essas fases tiveram durações distintas, umas mais curtas, outras

mais longas, sobretudo porque o critério utilizado para identificar foi um

66

acontecimento influente, e não o tempo ou período de duração da fase. As fases e

suas nominações estão mostradas na Figura 4, e cada uma delas detalhadas nas

seções a seguir.

Figura 4 - Fases do m-Gov.

Fonte: A autora.

4.1.1 Da gênese à institucionalização do e-Gov: prospecção e pré-projeto do m-Gov

A fase inicial do Projeto m-Gov do Estado do Paraná iniciou-se em 2000, na

Gerência de Prospecção de Tecnologia da CELEPAR (GPT), setor responsável

naquela época por estudar e prospectar novas tecnologias para uso das instituições

do Governo do Paraná. À época, estava iniciando no Brasil o uso do telefone celular.

Este projeto nasceu sem objetivo pré-determinado, prazo e orçamento definidos,

características inerentes à fase de projetos em prospecção. A fase foi marcada por

parcerias, nas quais as empresas envolvidas estavam interessadas na telefonia

celular, especialmente nas tecnologias WAP e SMS. Os parceiros percebiam o seu

potencial, porém não sabiam ainda como utilizá-las.

Os papéis dos atores foram definidos com o desenvolvimento do processo. A

CELEPAR, como responsável pela guarda e provimento da infraestrutura das bases

de dados do governo, assumiu o papel de prospecção. Para suprir a parte do

conhecimento e da infraestrutura técnica e legal que não possuía, chamou as

67

operadoras de telefonia móvel que atuavam no território paranaense para

participarem do projeto. Em 2000, a operadora de telefonia móvel GLOBAL e a TIM

aceitaram o convite para serem parceiros no projeto. Mesmo sendo a GLOBAL a

primeira a participar das conversas técnicas e prospecção, foi a TIM que de fato

bancou o primeiro protótipo.

Depois, a TIM também assumiu o papel de Broker, de aglutinadora, ou seja,

por meio da sua base tecnológica, distribuía entregava as informações para as

demais operadoras, e essas para os proprietários dos aparelhos celulares

cadastrados para receberem informações do Governo. Não se esperava que esse

papel fosse exercido por uma empresa de telecomunicações. Na equipe de técnicos

envolvidos, delineava-se que a CELEPAR faria este papel.

Os papéis dos parceiros eram definidos à medida que o projeto avançava.

Contudo a definição desses papéis não os incomodava, que o propósito e a

prioridade era aprender a fazer.

Quanto à escolha dos serviços que seriam eleitos para o teste no telefone

celular, não havia à época, qualquer tipo de prioridade na escolha desses serviços.

Partia-se, em princípio, dos serviços que já estavam disponíveis na internet.

O primeiro serviço a ser disponibilizado, em caráter experimental, foi o

consulta às multas de trânsito do DETRAN. A tecnologia utilizada foi WAP -

protocolo para aplicações sem fio - embarcada em alguns modelos de telefone

móveis. O serviço permitia a consulta de débitos de veículos, incluindo multas de

trânsito e débitos de IPVA - Imposto dos Proprietários de Veículos Automotores -,

bastando informar o número do RENAVAM, o número de identificação dos veículos

registrados nos sistemas de todos os DETRAN’s interligados em sistema nacional.

Este serviço teve repercussão, muita procura e matérias em jornais, no

Estado do Paraná e outros estados da federação, como por exemplo, o Rio de

Janeiro. Os usuários, além dos proprietários individuais de automóveis automotores,

eram também, em grande parte, os despachantes de serviços de trânsito.

É importante destacar que o fato de ser se apresentar o protótipo - a ideia do

projeto do uso do telefone celular funcionando na prática - mudou a dinâmica do

processo de adoção desta tecnologia, tanto dos atores governamentais quanto dos

da iniciativa privada.

68

Nesse período, havia falta de cobertura do serviço de telefonia móvel celular

em algumas regiões do Estado do Paraná, notadamente aquelas em áreas de difícil

acesso e em áreas rurais.

Nessa fase, iniciou-se a discussão por parte dos técnicos e gestores da

CELEPAR, e também do DETRAN, sobre ao que chamamos hoje de usabilidade do

equipamento e também do alto custo do tráfego das informações aos usuários.

Notou-se que não havia, à época, expectativas de faturamento financeiro. A parceria

concentrava-se em explorar aquela nova tecnologia e identificar oportunidades.

Esse período, que se iniciou em 2000 e foi encerrado com a

institucionalização do governo eletrônico, em 26 de março de 2001, que foi

caracterizado por ações cooperativas, por parcerias, marcadas por prospecção,

aprendizado, descobertas, experimentos, sendo este arranjo informal. Não se

encontrou, portando, entre os atores dessa fase - CELEPAR, DETRAN, GLOBAL e

TIM - preocupação em estabelecer relações comerciais ou contratuais entre eles.

A Figura 5 resume a fase 1 do projeto.

Figura 5 - 1ª fase do m-Gov do Estado do Paraná.

Fonte: A autora.

69

4.1.2 Da institucionalização do e-Gov à troca de governo: amadurecimento do m-Gov

O segundo evento significativo, que foi utilizado para demarcar o início de

uma nova fase foi a formalização do Governo Eletrônico (e-Gov) do Governo do

Estado do Paraná (e-PARANÁ). A sua institucionalização aconteceu em 26 de

março de 2001, por meio do Decreto Estadual n° 3.769, publicado no Diário Oficial

n° 5.954, de 27 de março de 2001. Este acontecimento oficializou a prática de

Governo Eletrônico, iniciada em 1995 por uma equipe da Companhia de Informática

do Estado - CELEPAR.

A oficialização do e-Gov no Governo do Paraná deu suporte legal para o

envolvimento e integração das secretarias e órgãos do Governo. Nesse ato, criou-se

também o Comitê Executivo de Governo Eletrônico, com o objetivo de formular

políticas, estabelecer diretrizes e articular ações de implantação e operação de

projetos, como, por exemplo, do m-Gov.

Foi observado na pesquisa documental e confirmado nas entrevistas, que

este período iniciou-se em 2001 e durou até 2003 - com a troca de equipe do

governo estadual. Nesse período foram observados os seguintes acontecimentos e

os papéis que os atores exerciam: houve disseminação do m-Gov na estrutura do

Governo por meio das reuniões dos Grupos de Trabalho2 nos quais oficialmente

havia representantes todas os órgãos do Governo do Estado; juntou-se ao esforço

de institucionalizar e firmar o m-Gov de forma pró-ativa os representantes da CASA

CIVIL E SEOG. Foram identificados nove projetos ou testes de oferta de serviço ao

cidadão ou à estrutura interna do governo; foram iniciadas discussões de viabilidade

comercial do projeto e a apresentação da primeira proposta para contratação

corporativa do serviço SMS; houve o envolvimento da coordenação de atendimento

da CELEPAR com o objetivo de tornar o SMS uma linha de serviço a ser oferecida

corporativamente aos órgãos do Estado.

O segundo serviço testado no Projeto m-Gov do Estado do Paraná foi com a

Secretaria de Estado da Segurança Pública (SESP). Esse projeto era conhecido por

2 Nesse período havia 5 grupos de trabalho de e-Gov: Certificação Digital, Inclusão Digital, Normas e

Padrões, Serviços e Software Livre. A periodicidade das reuniões era mensal.

70

“Policial Online ”, utilizado pelo policial de trânsito em serviço nas ruas e nas

rodovias. Esta aplicação, em função da natureza da atividade policial, era restrito e

de uso exclusivo aos integrantes da Polícia Civil do Paraná. Por meio do telefone

celular, o policial inseria o número do Registro Geral (RG) da pessoa abordada, para

obter informações sobre antecedente criminal ou mandado de prisão. Para obter

informações sobre roubo ou furtos de carro, informava ao sistema o número da

placa do veículo abordado.

Tecnicamente, a aplicação para disponibilizar esse serviço, foi considerada

simples pelos atores internos (CELEPAR e DETRAN) e pelo ator externo (TIM).

Porém os mesmos entrevistados declararam que essa aplicação utilizando a

tecnologia WAP era considerada difícil e onerosa para os proprietários de telefone

móvel. Difícil porque as limitações das aplicações WAP, à época, era a velocidade

de transmissão, tamanho e capacidade gráfica da tela e a dificuldade de digitação

no aparelho celular.

Encontrada esta primeira dificuldade, e prevendo que em se tratando de

governo, haveria dificuldades para implantar a tecnologia WAP; os técnicos da

CELEPAR e da TIM converteram a mesma aplicação para a tecnologia SMS. Assim,

a informação requerida pelo usuário do telefone era retornada por meio de uma

mensagem curta de texto, o SMS ou torpedo, o que a tornava menos onerosa que a

tecnologia WAP – na qual o usuário deveria navegar na internet.

Foi nessa fase que os atores governamentais intensificaram as parcerias com

os provedores da informação e também começaram a preocupar-se com a

viabilidade comercial do projeto. Nesse período, foi apresentada a primeira proposta

comercial para viabilizar o m-Gov do Governo do Paraná.

O fato apontado como o consolidador das ações neste período foi a

institucionalização do e-Gov no Estado (março de 2001), reforçando a representação

formal das instituições governamentais, apoiando e discutindo corporativa e

institucionalmente o m-Gov.

Mesmo sendo a prioridade determinada pelo provedor da informação (a

adesão se dava pelo interesse do provedor da informação); esta foi a fase em que

houve a participação do maior número de atores (governo e iniciativa privada),

totalizando 15 (quinze). E também foi a fase que mais houve projetos, totalizando 8

(oito): a SEFA testou o sistema provendo dois serviços: IPVA e ICMS; o DEPEN

participou com um projeto para uso restrito dos diretores e juízes, com informações

71

sobre a lotação carcerária; o IAPAR com o sistema de Alerta a Geadas, destinados

aos cafeicultores principalmente da região norte do Estado, grande produtora de

café do Paraná. A geada fora de época mostrou a importância do serviço; a

POLÍCIA CIVIL testou o sistema na prática, consultando via telefone celular, a

situação dos veículos e condutores abordados em blitz periódicas; a SETP

convocando os candidatos a emprego no projeto chamado Aviso de Oportunidade

de Emprego; a CEASA, com o projeto Cotação de hortifrutigranjeiros. A criação de

um telecentro nas dependências da instituição para apoiar o m-Gov foi decisivo para

a divulgação e adesão dos produtores ao serviço; o DETRAN por sua vez,

permanece neste projeto, agora com a tecnologia SMS.

Esta fase foi, portanto, a que teve maior número de atores e projeto, houve

sinergia entre os órgãos de comunicação do governo para divulgação do projeto,

capitaneado pelo e-PARANÁ e pela CELEPAR.

O seu resumo está mostrado na Figura 6.

Figura 6 - 2ª fase do m-Gov do Estado do Paraná.

Fonte: A autora.

4.1.3 Da troca de governo à descontinuidade do e-Gov: fomalização do m-Gov

Com a posse, em janeiro de 2003, do governador eleito em 2002, observou-

se que houve especial atenção dos gestores do primeiro escalão ao Portal do

72

Governo. Neste Portal estão os serviços prestados pelo governo ao cidadão, às

empresas e a ele próprio.

Para atender a demanda de mais serviços requisitados pelos cidadãos,

empresários e pelo próprio governador, exigido cada vez mais o uso de tecnologia

que não onerasse o Estado e tivesse um espaço curto de desenvolvimento e

implantação. Segundo foi apurado na pesquisa, o m-Gov fortaleceu-se nesse

processo, por apresentar essas características.

Em abril de 2004, o Governo do Paraná decidiu utilizar serviços SMS de

forma corporativa e com isonomia, ou seja, com todas as operadoras que atuavam

no Estado, para dar maior abrangência à prestação de serviços públicos por meio

desse canal. Os membros do Grupo de Trabalho do e-PARANÁ discutiram aspectos

contratuais com a TIM, VIVO, CLARO, BRT e NEXTEL. A SERCOMTEL, CLARO E

NEXTEL, embora convidadas a discutir, não se interessaram.

A ideia, à época, segundo os entrevistados, era firmar um contrato com cada

uma das operadoras, mas desde que seguissem um padrão definido pelo Governo.

Houve inclusive, uma carta- consulta às instituições do Estado. Esse padrão teve

como princípio não inviabilizar a prestação dos serviços para qualquer das

operadoras, mas ao mesmo tempo definir alguns pontos de interesse específico do

Governo, como, por exemplo, a definição de preços dos serviços, que o Governo

entendia ser sua prerrogativa estabelecer (sempre respeitando as condições

normais de remuneração da operadora). Redigiram minuta desse contrato, que

passou por análise da área Jurídica da CELEPAR, e todas as operadoras tomaram

conhecimento dos principais pontos desse contrato, para análise e sugestões. Os

trabalhos, coordenados por um funcionário da CELEPAR, visavam estruturar a

prestação dos serviços SMS como uma linha de serviços da CELEPAR. Esperava-

se com esse modelo de contrato incluir aspectos considerados essenciais pelas

operadoras, desde que não conflitassem com interesses do Governo.

Com o encerramento, em 31 de março de 2004, da parceria informal com a

TIM (distribuía gratuitamente os SMS para todas as operadoras atuantes no Estado

do Paraná), o Grupo de Trabalho do Governo Eletrônico “Serviços”, juntando todos

esses esforços, liderou a discussão e o encaminhamento da aquisição corporativa

de SMS para o Governo. O fato que marcou o uso corporativo de m-Gov no Governo

do Paraná, foi o Pregão Eletrônico Nº. 218/2005. Essa licitação pública teve por

objeto a contratação de empresas especializadas em telecomunicações, as

73

operadoras de telefonia móvel, legalmente autorizadas pela Agência Nacional de

Telecomunicação – ANATEL -, com o fim de prestação de serviço de envio de

Mensagem Curtas de Texto – SMS - para usuários da telefonia móvel no Paraná. A

proposta permitiu a contratação de três das operadoras atuantes no Estado: TIM,

VIVO e BRT, que respondiam por 78% dos usuários de telefonia móvel. Conforme

lotes especificados naquele edital, as operadores atuantes no Estado eram cinco:

BRT, TIM, CLARO, VIVO e SERCOMTEL. Naquela época, o número anual estimado

de mensagens SMS era de 1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) para a totalidade

dos lotes, e seria distribuído de acordo com o número de clientes de cada

operadora, cadastrados nos sistemas do Poder Executivo do Estado.

Esse projeto, chamado Uso Corporativo do SMS no Governo do Paraná,

ganhou o 9º Prêmio Excelência em Informática Pública, em 2006, na categoria

Iniciativa de Sucesso do CONIP - Congresso de Informática Pública. Nesse mesmo

ano, o projeto foi convidado e apresentado no evento Government Technology Event

(GTEC), em Otawa - Canadá.

Mais três novos serviços aderiram ao projeto nessa fase: a JUCEPAR com o

andamento de processos; a SEAP com a agenda do Gabinete do Secretário. Ambos

a título experimental; a SECS com o resumo das notícias diárias do Governo do

Estado.

Para atender ao projeto m-Gov, agora formalizado no Governo, foi

desenvolvido na CELEPAR - Divisão de Governo Eletrônico -, um sistema chamado

e-Torpedo, que centralizava, distribuía e controlava todas as movimentações de

SMS no Estado do Paraná.

O resumo desse período está mostrado na Figura 7.

74

Figura 7 - 3ª fase do m-Gov do Estado do Paraná.

Fonte: A autora.

4.1.4 Da descontinuidade do e-Gov à saída da CELEPAR: declínio do m-Gov

Em 2006, com a troca da coordenação responsável pela operacionalização do

Governo Eletrônico, as reuniões dos Grupos de Trabalho do e-PARANÁ foram

interrompidas. Mesmo não havendo nenhum ato formal, o projeto corporativo do uso

de m-Gov foi descontinuado, o contrato licitado em 2007, que era renovável

anualmente, não foi renovado em 2009.

Em 2006, o CCTG aderiu ao projeto, com a programação cultural e

promoções do cartão fidelidade Teatro Guaíra.

O fato marcante neste período, mais precisamente em 2009, foi a saída da

CELEPAR, apontada na pesquisa documental e confirmada nas entrevistas, como o

ator essencial nesse projeto. A TIM apontada como uma ator importante, parceiro na

criação, desenvolvimento e manutenção do projeto m-Gov, também saiu do projeto

nessa fase. Por estes dois grandes fatos, essa fase foi denominada pela autora de O

Declínio do m-Gov.

O resumo desse período, com seus atores e principais eventos, está

mostrado na Figura 8.

75

Figura 8 - 4ª fase do m-Gov do Estado do Paraná.

Fonte: A autora.

4.1.5 Da saída da CELEPAR à troca de governo: sobrevivência do m-Gov

A SETP e o CCTG necessitando e não querendo que a prestação do serviço

interrompido pela CELEPAR acabasse, adaptaram a infraestrutura tecnológica para

suportar e manter o projeto em funcionamento. Com a não renovação do contrato

para a aquisições dos SMS, somente a operadora VIVO continuou no processo, ou

seja, o serviço passou a ser disponibilizado somente para o proprietários de telefone

celular dessa operadora. Somente os serviços de Aviso de Oportunidade de

Emprego e Programação Cultural do Teatro Guaíra eram ofertados aos cidadãos.

O resumo desse período está mostrado na Figura 9.

76

Figura 9 - 5ª fase do m-Gov do Estado do Paraná.

Fonte: A autora.

4.1.6 As cinco fases do projeto

Fenômenos sociais e organizacionais são multifacetados, isto é, podem ser

descritos a partir de múltiplas dimensões (SANCHEZ, 1993). Nesse sentido, o

núcleo de uma linha do tempo está na capacidade do pesquisador de selecionar,

dentre os muitos atributos por meio dos quais os fenômenos podem ser descritos,

um grupo de atributos críticos que serão usados como critério de comparação e

agrupamento (GREGOR, 2006: 623).

Percebe-se que o início de cada fase desse projeto foi marcado por um

evento relevante. Na primeira fase, o próprio início do projeto; na segunda, a

institucionalização do governo eletrônico; a terceira, troca de governo; a quarta, a

interrupção dos grupos de trabalho e do comitê executivo de e-gov, e por fim, a

saída da CELEPAR do projeto.

O número de projetos em cada fase mudou. Na primeira fase, houve dois

projetos piloto; na segunda fase – oito projetos; na terceira fase - oito projetos; na

quarta fase - dois projetos; e na quinta fase – dois projetos.

77

O processo de contratação, desenvolvimento, implementação, controle e

remuneração do Projeto m-Gov do Estado do Paraná era feito de forma diferente em

cada empresa do Governo ou, na fase 4, muito semelhante, devido ao contrato já

estabelecido com a CELEPAR. Nas primeiras fases não havia contratação; o

processo se dava de forma informal. A Linha do Tempo do Projeto m-Gov do Estado

do Paraná, desde o início em 2000 até novembro de 2010, está mostrada na Figura

10.

78

Figura 10 - Linha do tempo do m-Gov do Governo do Paraná. Fonte: A autora.

79

4.2 O PERFIL DOS ATORES DO PROJETO M-GOV DO ESTADO DO PARANÁ

O Governo do Paraná destacou-se na área de governo eletrônico no advento

da internet comercial no Brasil, em 1995. Nesse ano, foi o primeiro a lançar no país

um site com o domínio gov.br, com informações da Companhia de Energia Elétrica

(COPEL), Companhia de Saneamento (SANEPAR), Departamento de Trânsito

(DETRAN) e Banco do Estado do Paraná (BANESTADO). Em 1999, este site com o

nome Rede Cidadão recebeu o prêmio Melhor Site de Governo na Internet, no V

Congresso de Informática Pública Conip, realizado em São Paulo. A página principal

do site do Governo do Estado do Paraná em 1999 está mostrado na Figura 11.

Figura 11 - Site do Governo do Paraná em 1999.

Fonte: BateByte, 1999.

Desde a sua criação, a iniciativa encontrou-se alicerçada no tripé: inserção de

serviços, acesso à internet e alfabetização digital. Na sua institucionalização em

2001, formalizada por meio do Decreto n° 3.769, mostrado no Anexo IV, o Governo

Eletrônico do Governo do Paraná teve como princípios a transparência na

administração pública e a preocupação com a inclusão do cidadão paranaense aos

novos serviços de informação. Novos canais de acesso aos serviços e informações

públicas por meio da internet e dispositivos móveis apoiavam esses princípios.

As iniciativas de m-Gov no Brasil aconteceram em 2001; o Governo do

Estado do Paraná foi o pioneiro. Apresenta até hoje o maior conjunto de aplicações

utilizando telefone celular. Em 2006, foi premiado como destaque do ano na

80

categoria de Iniciativas de Sucesso, evento promovido pelo CONIP - Congresso de

Informática Pública. A unidade de análise dessa pesquisa é o Projeto m-Gov do

Estado do Paraná. Para compreendê-lo corporativamente, as entrevistas e

questionários foram aplicados a dois grupos de organizações: atores internos e

atores externos ao Governo do Estado do Paraná.

Os dois grupos das organizações pesquisadas e seus atores são detalhados

nas seções seguintes, e ao final, são apresentados na Figura 15.

4.2.1 Atores internos

Os atores internos são organizações do Governo do Paraná que se

envolveram no projeto de m-Gov. São as organizações: Casa Civil, Centro Cultural

Teatro Guaíra – CCTG, Centrais de Abastecimentos do Paraná – CEASA,

Companhia de Informática do Paraná – CELEPAR, Departamento Penitenciário –

DEPEN, Departamento de Trânsito do Paraná – DETRAN, Secretaria Executiva de

Governo Eletrônico – e-PARANÁ, Instituto Agronômico do Paraná – IAPAR, Junta

Comercial do Paraná – JUCEPAR, Polícia Civil, Secretaria de Estado da

Administração e Previdência – SEAP, Secretaria de Estado da Comunicação Social

– SECS, Secretaria de Estado da Fazenda – SEFA, Secretaria Especial de

Corregedoria e Ouvidoria Geral – SEOG e Secretaria Estadual do Trabalho e da

Promoção Social – SETP. A seguir, uma pequena descrição do seu envolvimento

com o projeto, seja prestando serviços por SMS à população, seja executando

função relevante.

Casa Civil

A Casa Civil do Estado do Paraná desempenha atividades como: a

assistência direta e imediata ao Governador na sua representação civil e as relações

públicas com autoridades civis e políticas e com a Assembleia Legislativa; cerimonial

público; planejamento, a coordenação e a organização do relacionamento do Poder

Executivo Estadual; encaminhamento de projetos de leis e vetos ao Poder

Legislativo; coordenação dos Escritórios de Representação do Governo; preparação

81

de projetos de atos normativos e o controle do trâmite de projetos de Lei na

Assembleia Legislativa (PARANÁ, 2010a).

A Casa Civil teve, desde a criação do Governo Eletrônico em 2001 até 2006,

representação formal no Comitê Executivo de Governo Eletrônico e presença formal

e ininterrupta nos Grupos de Serviços de e-Gov.

Centrais de Abastecimento do Paraná - CEASA

As Centrais de Abastecimentos do Paraná – CEASA, são responsáveis desde

1975 pelas operações destinadas à comercialização de produtos hortigranjeiros,

pescados e outros perecíveis (PARANÁ, 2010b).

Desde 1996 dispõe, em sua página na internet www.pr.gov.br/ceasa,

informações diárias das cotações de preços praticadas no atacado dos produtos

hortifrutigrangeiros. De 2002 a 2007, passou a oferecer esse serviço via telefone

celular sistema SMS para produtores, atacadistas e comerciantes de suas unidades.

A filial estudada nesta pesquisa foi a unidade da cidade de Curitiba.

Figura 12 - Oferta do serviço do CEASA.

Fonte: CEASA, 2010.

82

Centro Cultural Teatro Guaíra - CCTG

O Centro Cultural Teatro Guaíra – CCTG - é uma autarquia vinculada à

Secretaria Estadual de Cultura do Estado do Paraná. Foi criado em 1955, com a

finalidade de promover o desenvolvimento das artes cênicas, da música, da dança e

a apresentação de espetáculos artístico-culturais. Mantém quatro grandes

estruturas, as quais se denominam de corpos estáveis, que são: o Balé Teatro

Guaíra, Guaíra 2 Cia de Dança, Escola de Dança Teatro Guaíra e Orquestra

Sinfônica do Paraná (PARANÁ, 2010c).

A partir de 2006, intensificou o uso da tecnologia da informação e

comunicação para atendimento e prestação de serviço ao público, em quatro

grandes projetos: 1) a venda de ingressos pela internet; 2) o uso do m-Gov,

enviando a programação dos espetáculos por meio do telefone celular; 3) o uso de

blogs para suas grandes produções; e 4) o uso de mailing e twitter para

comunicação com os seus usuários.

Figura 13 - A oferta do serviço no site do CCTG.

Fonte: CCTG, 2010.

83

Companhia de Informática do Paraná - CELEPAR

A Companhia de Informática do Paraná – CELEPAR -, é a mais antiga

empresa pública de informática no país. É uma sociedade de economia mista, criada

pela Lei Estadual 4.945, de 30 de outubro de 1964. Como empresa de capital

fechado, seu acionista majoritário é o Estado do Paraná. A sua missão é aproximar

administração pública e sociedade, provendo soluções de tecnologia da informação

e comunicação para toda a estrutura do governo do Estado (PARANÁ, 2010d).

A CELEPAR teve papel fundamental na prospecção, desenvolvimento e

implantação do m-Gov. Também teve importante atuação na operacionalização da

Secretaria Executiva do Governo Eletrônico, desde o início do projeto em 2000, até

2006.

Departamento Penitenciário do Estado do Paraná - DEPEN

O Departamento Penitenciário do Estado do Paraná – DEPEN - é

subordinado à Secretaria de Estado da Segurança, da Justiça e da Cidadania. No

seu âmbito de atuação estão: a administração do sistema penitenciário; a

coordenação, a supervisão e o controle da atuação dos estabelecimentos penais e

das demais unidades integrantes do sistema penitenciário; a adoção de medidas

que visem ao aperfeiçoamento do pessoal do sistema penitenciário, bem como à

promoção da educação formal e profissionalizante dos presos (PARANÁ, 2010e).

O DEPEN participou do m-Gov do Estado do Paraná, em 2002, com o serviço

Policia Online, com base na tecnologia WAP.

Departamento de Trânsito do Paraná - DETRAN

O Departamento de Trânsito do Paraná – DETRAN -, órgão vinculado à

Secretaria de Estado da Segurança Pública, tem a missão de planejar, coordenar,

fiscalizar, controlar e executar a política de trânsito, cumprir e fazer cumprir a

legislação de trânsito no âmbito do Estado do Paraná. As suas principais atividades

84

são o registro de veículos automotores e a habilitação de condutores. Para a

prestação de serviços ao cidadão, o DETRAN utiliza na sua estrutura de

atendimento um modelo funcional com base em Circunscrições Regionais de

Trânsito – Ciretran -, distribuídas pelo o Estado, e Postos de Serviços de Trânsito a

elas vinculadas. Para ampliar sua capilaridade pelo Estado, utilizam as unidades

volantes informatizadas, chamadas Detran Móvel (PARANÁ, 2010f).

O DETRAN foi o primeiro a utilizar o serviços de m-Gov no Governo do

Paraná. Em 2001, fez parte da fase de prospecção deste projeto utilizando a

tecnologia WAP, e em seguida utilizando a tecnologia SMS.

Governo Eletrônico do Estado do Paraná - e-PARANÁ

O Programa de Governo Eletrônico do Estado do Paraná – e-PARANÁ -

abarca o Comitê Executivo de Governo Eletrônico e Secretaria Executiva de

Governo Eletrônico.

O Comitê Executivo de Governo Eletrônico foi criado em 26 de março de

2001, oficializando assim, a função de um grupo informal na CELEPAR, que desde

1995, participava das discussão de políticas sobre e-Gov. Este Comitê foi espelhado

no do Governo Federal, criado no mesmo ano, com o objetivo de formular políticas,

estabelecer diretrizes e articular as ações de implantação e operação do sistema do

e-Paraná. São membros permanentes deste Comitê: o Chefe da Casa Civil, alguns

Secretários de Estado, o Presidente e o Diretor Técnico da Companhia de

Informática do Paraná – CELEPAR, o Titular da Ouvidoria Geral do Estado e os

Diretores Gerais das Secretarias de Estado.

Entre as principais atribuições do e-Paraná estão a de aprimorar a qualidade

dos serviços da administração pública estadual, especialmente no tocante à maior

eficiência, publicidade, legalidade, impessoalidade e finalidade. E ampliar o acesso

da população a tais serviços por meio das tecnologias de informação. É ainda

responsável pelas funções de estabelecer diretrizes e propor projetos e novos

serviços; definir padrões de qualidade do atendimento aos usuários em geral;

regulamentar a obrigatoriedade da oferta de informações e serviços; propor

melhorias e ações correlatas, incluindo aquelas relacionadas à ampliação do acesso

da população aos serviços.

85

A Secretaria Executiva de Governo Eletrônico foi oficializada em 2001,

quando da criação do Comitê Executivo de Governo Eletrônico. Essa Secretaria foi

operacionalizada pela CELEPAR, desde a sua criação, até junho de 2006. Primeiro,

pela equipe informal de governo eletrônico e, a partir de 2004, pela Divisão de

Governo Eletrônico da CELEPAR. Entre outras, tinha a função de dar suporte aos

grupos técnicos de Governo Eletrônico no âmbito do Governo do Paraná: formar e

formalizar os Grupos de Trabalho; convocar as reuniões desses grupos e do Comitê

Executivo de Governo eletrônico; fazer a atas dessas reuniões e distribuí-las ao

membros dos grupos; criar e manter atualizado o site do Governo Eletrônico do

Paraná. À CELEPAR cabe exercer as atribuições de Secretaria Executiva e prover o

apoio técnico-administrativo necessário ao funcionamento do Comitê (PARANÁ,

2010d).

Instituto Agronômico do Paraná - IAPAR

O Instituto Agronômico do Paraná – IAPAR - é o órgão de pesquisa de

embasamento tecnológico para políticas públicas de desenvolvimento rural. Está

vinculado à Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná. Sua

missão é promover o desenvolvimento da agropecuária paranaense por meio da

geração de conhecimento científico e tecnológico adequado à realidade social e

econômica dos produtores, para produção de produtos para a agroindústria. O

IAPAR é sediado em Londrina e possui dois polos regionais de pesquisa, um em

Curitiba e outro em Ponta Grossa.

O IAPAR fez parte do grupo pioneiro a utilizar o m-Gov, com o serviço Alerta

Geada. Este serviço consistia em enviar informações sobre a previsão de geadas no

Estado do Paraná aos produtores cadastrados. O cadastro era feito via internet, e

seus usuários eram principalmente os produtores de café (PARANÁ, 2010g). As

mensagens SMS eram enviadas diariamente. Essas informações eram

disponibilizadas também por telefone por meio de um Disque Geada e também por

email, sem ônus para os usuários.

86

Junta Comercial do Paraná- JUCEPAR

A Junta Comercial do Paraná – JUCEPAR - possui funções e atribuições

específicas singulares e peculiares ante o contexto da Administração Pública de

execução do Registro de Empresas, sob a vinculação administrativa da Secretaria

de Estado da Indústria do Comércio e Assuntos do Mercosul. Tem a finalidade de

conferir a existência legal, publicidade e segurança aos atos orgânicos das firmas

individuais e sociedades mercantis, garantindo, de outro lado, o exercício normal da

atividade dos agentes auxiliares do Registro de Empresas como, por exemplo, os

leiloeiros, tradutores públicos e armazéns gerais. Realiza registro e cadastramento

das empresas mercantis no âmbito do Estado do Paraná, dando-lhes personalidade

jurídica para que possam atuar legalmente perante o ordenamento jurídico

(PARANÁ, 2010h)

A JUCEPAR participou do Projeto m-Gov do Estado do Paraná em 2006, com

o serviço Andamento do Processo, via SMS, disponibilizado às empresas

previamente cadastradas no sistema.

Secretaria de Estado da Administração e Previdência - SEAP

A Secretaria de Estado da Administração e da Previdência – SEAP - é um

órgão da administração direta do poder executivo. Sua missão é servir de apoio

logístico aos programas, ações e serviços prestados pelo Governo do Paraná. Suas

principais atribuições abrangem a gestão de: pessoas, incluindo o sistema de

assistência à saúde do servidor; da frota oficial de veículos automotores; de

compras; documental; do patrimônio móvel e imóvel. Atua em conjunto com todos os

órgãos da administração direta, indireta e autárquica do Poder Executivo do Estado

do Paraná (PARANÁ, 2010i).

A SEAP participou do projeto m-Gov em 2002, como provedora de conteúdo,

no projeto Andamento de Processo. Desde 2005 é responsável pela licitação para

compra de SMS pelo Estado.

87

Secretaria de Estado da Comunicação Social - SECS

A Secretaria de estado da Comunicação Social – SECS - tem a missão de

planejar, coordenar a execução e dirigir as atividades relativas à área de

comunicação social do Estado, abrangendo todas as unidades da administração

direta e indireta. Entre as suas atividades estão: assessorar o Governador do Estado

no relacionamento com a imprensa local, nacional e estrangeira, visando à

centralização e ordenamento de intercâmbio de informações entre o Governo e a

Sociedade; coordenar e controlar a divulgação das ações administrativas e políticas

do Governo por meio de campanhas publicitárias e orientar sua programação

financeira; estabelecer diretrizes de Comunicação Social a serem observadas pelas

unidades setoriais de imprensa do Poder Executivo; divulgar as atividades da

administração direta e indireta do Estado; realizar pesquisas no sentido de manter o

Governador do Estado ciente do comportamento da opinião pública a respeito das

atividades governamentais; planejar, organizar e executar programas de

conferências, palestras, seminários, exposições, congressos e mesas redondas,

sobre assuntos de interesse do Estado; manter controle referente a campanhas

publicitárias e matérias divulgadas pelos veículos de comunicação, efetuadas pelos

órgãos da administração direta e indireta do Estado; coordenar e controlar a

divulgação das atividades do Estado do Paraná por meio da redação de notícias

para utilização por jornais, rádios, televisões e de reportagens e documentários em

texto, fotografias, audiovisuais e videotapes; programar a cobertura dos eventos em

que o Estado participar; manter o arquivo de notícias e fotografias, slides e

comentários da imprensa de todo o País sobre as atividades do Estado, para fins de

consulta e estudo; prestar à comunidade, as informações de que necessitar sobre as

atividades do Estado; organizar programas de visitas a diversas repartições públicas

e às obras da Administração (PARANÁ, 2010j).

Em 2005, a SECS participou do Projeto m-Gov com o serviço Últimas Notícias

da AEN. A AEN é a Agência de Notícias do Estado do Paraná. Em 23 de fevereiro

de 2005, inaugurou um novo site com o destaque para o serviço m-Gov.

88

Secretaria de Estado da Fazenda - SEFA

A Secretaria de Estado da Fazenda – SEFA-, órgão da administração direta

do Governo do Paraná, é responsável pelo planejamento, comando, execução e

orientação normativa da política fiscal e do sistema financeiro estadual. Entre suas

atribuições estão a de fornecer ao Poder Executivo estadual os recursos financeiros

necessários à consecução de seus objetivos, gerir valores do Estado, repassar à

administração informações imprescindíveis à sua gestão e de fortalecer e ampliar os

setores da economia paranaense (PARANÁ, 2010k).

No seu âmbito de ação, estão: a análise e a avaliação permanente da

economia do Estado; a formulação e execução da política e da administração

tributária, econômica, fiscal e financeira do Estado; as medidas de controle interno e

a coordenação das providências exigidas pelo controle externo da administração

tributária, econômica, fiscal e financeira do Estado; os estudos e pesquisas para

previsão da receita, bem como as providências executivas para a obtenção de

recursos financeiros de origem tributária e outros (SEFA, 2010).

A SEFA teve uma experiência com m-Gov entre os anos de 2001 e 2002, com

dois serviços; na arrecadação de IPVA e ICMS, na qual foi utilizada a tecnologia

WAP.

Secretaria de Estado da Segurança Pública - SESP

A Secretaria Estadual da Segurança Pública do Paraná – SESP- é

responsável por supervisionar e dirigir as atividades das polícias Civil, Militar e

Científica, além do Detran e do Departamento de Inteligência do Paraná, com ações

na área da segurança pública para o bem-estar dos cidadãos. Seu foco de ação

para a aproximação com a comunidade é desempenhada com apoio do policiamento

comunitário. Nesse órgão são criadas, definidas e implementadas as políticas

públicas de prevenção e combate à criminalidade no Estado do Paraná (PARANÁ,

2010l).

A Polícia Civil é um dos órgãos pioneiros no uso de m-Gov no Governo do

Paraná, com o Projeto Policial Online. Esse serviço baseava-se no uso de um

89

telefone celular com a tecnologia WAP, no qual o policial em serviço na rua

consultava a placa do veículo abordado e obtinha o retorno com informação se o

veículo era furtado ou não. Este serviço foi desenvolvido, implementado e testado

entre os anos de 2001 e 2002.

Secretaria de Estado do Trabalho e da Promoção Social - SETP

A Secretaria Estadual do Trabalho e da Promoção Social – SETP - tem a

missão no âmbito do Estado do Paraná de definição de diretrizes, formulação,

coordenação e implantação de programas para a política pública do trabalho,

emprego e renda no âmbito do Sistema Público de Trabalho, Emprego e Renda.

Administra ainda os serviços de recrutamento, seleção e colocação de trabalhadores

no mercado de trabalho. Seu público-alvo é o conjunto de empregadores à procura

de mão de obra e de trabalhadores a procura de emprego. Possui 227 agências no

Estado do Paraná, cujos serviços são gratuitos (PARANÁ, 2010m).

O serviço de governo móvel foi disponibilizado em julho de 2002, com a

finalidade de convocar trabalhadores cadastrados para concorrer a uma

oportunidade de trabalho. As mensagens são enviadas de forma imediata por meio

das operadoras de telefonia atuantes no Estado do Paraná. O cadastro dos

trabalhadores à procura de emprego era feito pessoalmente ou via internet, nas 227

agências ou por meio do site da SETP. A partir de 2008, por decisão política, a

SETP deixou de utilizar o fax-símile, o telefone fixo ou celular e correios tradicional

ou eletrônico, para a convocar os candidatos pré-selecionados. Assim, a partir dessa

data até 2009, a instituição passou a utilizar somente a tecnologia SMS nas fase de

pré-convocação e convocação dos trabalhadores.

90

Figura 14 - A oferta do serviço no site da SETP.

Fonte: SETP, 2010.

Secretaria Especial de Corregedoria e Ouvidoria Geral - SEOG

A Secretaria Especial de Corregedoria e Ouvidoria Geral – SEOG - foi a

primeira Ouvidoria Estadual criada no Brasil, em março de 1991. A Secretaria atua

como um elo entre os cidadãos e o Estado. A instituição é o canal de comunicação

direto com a população, que pode fazer reclamações, solicitações, denúncias,

sugestões e elogios sobre a prestação de serviços públicos referentes ao Poder

Executivo estadual. O órgão procura ouvir, orientar, esclarecer e, na medida do

possível, solucionar as demandas trazidas pela população. Fiscaliza e inspeciona os

procedimentos na administração pública estadual. Além disso, assume funções de

planejar, organizar, orientar e executar auditorias e análises de custo no âmbito das

secretarias, autarquias e empresas públicas estaduais, acompanhando e sugerindo

a implementação de políticas públicas (PARANÁ, 2010n).

Em 2001, a SEOG tornou-se um ator importante no apoio e disseminação do

Projeto m-Gov do Estado do Paraná.

4.2.2 Atores externos

Os atores externos são as organizações que participaram ou participam do

projeto m-Gov do Estado do Paraná e que não fazem parte da estrutura do governo.

91

São as operadoras de telefonia móvel que atuaram ou atuam no território do Estado

do Paraná: BRT (Brasil Telecom), GLOBAL, SERCOMTEL, TIM e VIVO.

É importante fazer três observações sobre a operadoras de telefonia celular:

1) a operadora Vivo adquiriu em dezembro 2002 a Global Telecom. Considerou-se

nesta pesquisa as duas nominações na fase em que cada uma participou do projeto.

Aparece também a Global/Vivo em referência ao período de negociação da

empresa; 2) a operadora OI adquiriu a BRT em 2009, por isso não aparece na

pesquisa. Quando aconteceu essa fusão, a BRT não estava mais participando do

Projeto m-Gov do Estado do Paraná; 3) a operadora CLARO não foi identificada

nesta pesquisa como ator importante no Projeto m-Gov do Estado do Paraná,

apesar de ser uma das cinco operadoras que atuam no território paranaense.

Brasil Telecom / Oi - BRT / OI

A empresa de telecomunicações OI adquiriu em 2009 a Brasil Telecom, e a

partir daí passou a operar em todos os Estados do País e no Distrito Federal.

Ocupava em novembro de 2010, a quarta posição em números de aparelho celular,

com 37 milhões e 358 mil, com 19,51% do mercado nacional.

A BRT participou da parceira do projeto m-Gov do Estado do Paraná, de 2006

a 2007, quando a licitação de SMS pela SEAP.

Global Telecom / Vivo - GLOBAL/VIVO

A Vivo, com cobertura nacional desde 2009, joint venture controlada pela

Telefonica e Portugal Telecom foi formada em dezembro de 2002 a partir de 7

prestadoras de celular, incluindo a Global Telecom. A Vivo é uma das cinco

operadoras que atuam no Estado do Paraná, em novembro de 2010 tinha 57

milhões e 714 mil aparelhos celular habilitados, o que correspondia a 30,14% do

market share nacional.

As primeiras conversas e propostas técnicas para uso do celular pelo

Governo do Paraná foram realizados com GLOBAL. No entanto, os primeiros testes

92

e protótipos desse projeto não foram realizados com a GLOBAL, pois a parceira não

evoluiu.

Sercomtel - SERCOMTEL

A SERCOMTEL Celular, operadora de telecomunicações em Londrina, região

norte do Estado do Paraná, foi criada em 1998. Foi a primeira empresa de telefonia

celular da América Latina a operar com tecnologia digital. Até final de 2010, a sua

cobertura era de 98% na área urbana e superior a 75% na área rural de Londrina.

Controlada pela Prefeitura Municipal de Londrina e a Companhia de Energia Elétrica

do Paraná – COPEL -, possuía 77 mil aparelhos celular, correspondendo a 0,04% do

mercado brasileiro (SERCOMTEL, 2010).

Em 2003, foi parceira do Projeto m-Gov do Estado do Paraná no projeto

Alerta a Geadas.

Tim Sul - TIM

A Telecom Itália Mobile - TIM - é uma empresa de telefonia móvel que atua

em todos os Estados desde 1998. Em novembro de 2002, algumas de suas

subsidiárias foram reestruturadas mediante a troca de ações da Telesc Celular e da

CTMR Celular por ações da Telepar Celular. Em julho de 2003, teve sua

denominação social alterada para TIM Sul S.A. Em agosto de 2009, adquiriu 100%

da Intelig e passou a oferecer soluções integradas e customizadas para os

mercados residencial, corporativo, governo e operadoras com abrangência nacional

e internacional. Segundo a ANATEL, em setembro de 2010 a TIM alcançou 46

milhões e 947 mil aparelhos celular, correspondendo a 24,52% do mercado,

ocupando assim a 3ª posição no país. No sul do país, Paraná, Santa Catarina e

região de Pelotas, no Rio Grande do Sul, é representa pela TIM Sul.

A TIM Sul foi a primeira parceira privada no desenvolvimento do Projeto m-

Gov do Estado do Paraná, onde permaneceu até 2009.

93

Figura 15 - Atores internos e externos do m-Gov.

Fonte: A autora.

4.3 OS PAPÉIS DOS ATORES

Segundo Diniz e Gregório (2007) os papéis dos atores na cadeia de valor de

m-Gov deveriam ser: gerar a oferta de serviços (Governo), regulamentar o

funcionamento das operadoras no país (ANATEL); criar e manter a infraestrutura

tecnológica e desenvolvimento das aplicações para a mobilidade (indústria da

tecnologia da informação e as companhias de informática do governo); integrar e

organizar técnica e financeiramente a rede das diversas operadoras de telefonia

móvel (agregadores ou brokers). A seguir o relato dos papéis encontrados nesta

pesquisa, os quais concordam e, inclusive complementam os papéis encontrados

por esses autores.

Os atores declararam seus objetivos, as intenções das organizações para se

inserirem no Projeto m-Gov do Estado do Paraná, em cada uma das cinco fases já

apresentadas. O desafio nesta pesquisa foi elencar os desafios declarados pelos

atores e qual foi, de fato, o seu papel desempenhado em cada fase.

Ressalta-se que, no início do projeto não havia determinação e nem

preocupação com o papel que cada ator iria desempenhar. A primeira fase, portanto,

foi marcada por prospecção e aprendizagem.

O CCTG desempenhou o papel de Provedor de Conteúdo e na sua entrada

no projeto m-Gov na fase 3, continuou com este papel na fase 4 e, na fase 5 além

94

deste papel passou a desempenhar o de Contratador de SMS (VIVO) em razão da

não renovação do contrato corporativo de SMS pelo Estado. Ressalta-se que o

papel Contratador de SMS era desempenhado nas fases anteriores (3 e 4) pela

SEAP, no entanto esse papel, quando desempenhado pela SEAP, era mais

abrangente, o contrato era corporativo, ou seja, abarcava a compra de SMS para

todo o Estado.

O CCTG declarou que seus objetivos na fase 5 eram: trocar experiências,

aprender com os parceiros; fortalecer e reduzir custos para a organização; agilizar o

processo e a qualidade de atendimento ao cidadão. O que chamou a atenção foi a

declaração do ator que seu objetivo nesta fase foi ganhar dinheiro para a

organização. Este objetivo não havia sido ainda declarado por nenhum ator interno,

ou seja, que pertence ao governo. A justificativa do ator foi que sua instituição faz

parcerias com os produtores externos, os quais visam ao lucro, sendo assim, o

CCTG com o uso do m-Gov visa ao aumento do número da venda de ingressos e,

consequentemente o aumento da receita tanto para o CCTG, quanto para o

parceiro.

A CELEPAR, por sua vez, também alterou o seu papel durante a sua

participação no projeto m-Gov. Nas fases 1 e 2, desempenhou dois papéis, o de

Desenvolver de Solução e o de Provedor de infraestrutura. Na Fase 3, assumiu e

acumulou o seu terceiro papel, o de Broker. Este papel de integração e organização

técnica e financeira das diversas operadoras de telefonia móvel e os fornecedores

do conteúdo do governo, aconteceu em decorrência da formalização do contrato

corporativo de compra de SMS ao Estado. Era esperado no processo de licitação

ocorrido na fase 3, a inserção de mais um ator nessa rede, ou seja, de uma empresa

especializada da iniciativa privada que desempenhasse o papel de Broker. Como

isso não ocorreu, a CELEPAR assumiu esse papel.

A VIVO, por sua vez, desempenhou o mesmo papel durante todas as cinco

fases do projeto, o de Fornecedor de SMS. Nas fases 1 e 2, como fornecedor de

SMS à CELEPAR; na fase 3 e 4 para todo o Estado; e na fase 5 como fornecedor de

SMS somente para o CCTG. Ressalta-se que este foi o único ator que participou de

todas as fases do projeto m-Gov, totalizando 11 anos de participação no projeto.

Iniciou com o nome GLOBAL, passou por uma fusão comercial durante a fase 2, e

na fase 3 continuou no processo com o nome VIVO.

95

A SEAP participou de três fases neste projeto. Na fase 2, desempenhou o

papel de Fornecedor de Conteúdo para um serviço em teste chamado Andamento

de Processo. Na fase 3, desempenhou um papel totalmente distinto da fase anterior,

o de Contratador de SMS como formalizador do contrato corporativo de SMS para o

Estado. A SEAP desempenhava esse papel em decorrência da sua função na

estrutura do Governo e também pela sua participação formal e ativa no Programa de

Governo Eletrônico (e-Paraná), no do grupo de trabalho Serviços. Na fase 4,

continuou desempenhando o mesmo papel da fase anterior, no entanto trabalhando

apenas na renovação do contrato com as operadoras de telefonia móvel.

A SETP, por sua vez, participou do projeto m-Gov desempenhando quatro

papéis distintos. Ressalta-se que esse ator foi o que desempenhou maior número de

papéis na sucessão das fases do projeto m-Gov. Nas fases 2, 3 e 4 desempenhou o

papel de Provedor de Conteúdo, contudo na fase 5 assumiu mais 3 papéis em

função da saída da CELEPAR e da TIM do projeto m-Gov. Os papéis assumidos

nesta fase foram: 1) Provedor de infraestrutura, que era o papel da CELEPAR; 2)

Desenvolvedor de solução, papel também da CELEPAR; e 3) Broker, papel

desempenhado pela TIM nas fases 2 e 3 e, pela CELEPAR na fase 4.

A TIM, que manteve seus dois papéis, o de Fornecedor de SMS e o de Broker

nas fases 1, 2 e 3. Com a formalização do m-Gov na fase 4 desempenhou o papel

de Fornecedor de SMS. Nessa fase, o papel de Broker passou a ser desempenhado

pela CELEPAR. Permaneceu com essa função na quarta fase. Na quinta fase não

mais participou mais do Projeto.

Ao final da pesquisa nota-se a existência de seis papéis desempenhados

pelos vinte atores que participaram do projeto m-Gov durante os 11 anos de sua

existência. Nota-se também que os papéis desempenhados por esses atores

sofreram alterações conforme a sucessão das fases.

Ressalta-se que para prosseguir utilizando o sistema m-Gov, o CCTG

compartilha o seu contrato de SMS com a SETP e a SETP, por sua vez, compartilha

a sua estrutura e distribui os SMS para ambos. Desta vez, com apenas uma

operadora, com interrupção dos serviços oferecidos aos usuários de outras

operadoras.

O papel Disseminador do m-Gov, emergiu na fase 2, com os atores e-

PARANÁ, CASA CIVIL e SEOG. Percebeu-se que a emersão aconteceu com a

institucionalização do e-Gov no Governo do Paraná, em 2001, o e-Paraná, com as

96

reuniões do grupos de trabalho e da sua atuação de forma transversal na estrutura

formal do Estado.

Em síntese, com as informações coletadas na pesquisa documental, nas

entrevistas e nos questionários, chegou-se a seis papéis: 1) Contratador de SMS;

2) Provedor de Conteúdo; 3) Disseminador do m-Gov; 4) Desenvolvedor de Solução; 5) Broker; 6) Fornecedor de SMS.

Cabe ressaltar que se compartilha da ideia de que qualquer processo de

classificação ou de categorização pode apresentar problemas, induzindo o leitor a

ver as relações estabelecidas como estanques. No entanto este procedimento

permite uma melhor visualização da questão exposta.

Percebeu-se que o papel desempenhado pelo e-Paraná não era reconhecido

como desempenhado por ele, e sim pela CELEPAR. Na aplicação dos questionário

ficou evidente essa percepção principalmente por parte dos atores externos. A

Secretaria Executiva do Programa de Governo Eletrônico do Estado do Paraná (e-

Paraná) era desempenhado pelos funcionários da CELEPAR, portando quem não

fazia parte do Governo não tinha desta diferença.

Os Quadros 6 e 7 mostram de forma condensada, os objetivos declarados e

os papéis desempenhados pelos atores que participaram do Projeto m-Gov do

Estado do Paraná.

97

FASE 1 FASE 2 FASE 3 FASE 4 FASE 5

BR

T

Trocar experiências. Fortalecer o m-Gov. Fortalecer organização. Ganhar dinheiro. Agilizar atendimento. Identificar oportunidades Mobilizar parceiros. Disseminar m-Gov. Descobrir uso do m-Gov. Fazer acordos. Fidelizar governo.

CA

SA C

IVIL

Fortalecer o m-Gov. Fortalecer organização. Agilizar atendimento. Mobilizar parceiros. Disseminar m-Gov.

Trocar experiências. Fortalecer o m-Gov. Fortalecer organização. Agilizar atendimento. Mobilizar parceiros. Disseminar m-Gov. Descobrir uso do m-Gov.

CC

TG

Trocar experiências. Fortalecer o m-Gov. Construir modelo m-Gov.

Trocar experiências. Fortalecer organização. Reduzir custos. Agilizar atendimento. Prover conteúdo.

Trocar experiências. Fortalecer organização. Reduzir custos. Ganhar dinheiro. Agilizar atendimento.

CEA

SA

Trocar experiências. Fortalecer o m-Gov. Agilizar atendimento. Prover conteúdo. Identificar oportunidades Mobilizar parceiros. Disseminar m-Gov. Fazer acordos.

Fortalecer o m-Gov. Fortalecer organização. Reduzir custos. Agilizar atendimento. Prover conteúdo. Identificar oportunidades Mobilizar parceiros. Disseminar m-Gov. Fazer acordos.

CEL

EPA

R

Trocar experiências Fortalecer organização. Agilizar atendimento. Identificar oportunidades Mobilizar parceiros. Descobrir uso do m-Gov. Fazer acordos. Desenvolver sistema. Prover infraestrutura. Prospectar novas tecnologias.

Trocar experiências. Fortalecer organização. Fortalecer o m-Gov. Reduzir custos. Agilizar atendimento. Identificar oportunidades Disseminar m-Gov. Mobilizar parceiros. Descobrir uso do m-Gov. Fazer acordos. Desenvolver sistema. Prover infraestrutura. Inovar. Construir modelo m-Gov.

Desenvolver sistema. Prover infraestrutura.

DEP

EN Fortalecer organização.

Identificar oportunidades Descobrir uso do m-Gov.

DET

RA

N Trocar experiências

Agilizar atendimento.

Fortalecer organização. Agilizar atendimento. Prover conteúdo. Identificar oportunidades Descobrir uso do m-Gov. Fazer acordos.

e-PA

RA

Trocar experiências. Fortalecer o m-Gov. Fortalecer organização. Agilizar atendimento. Identificar oportunidades Mobilizar parceiros. Disseminar m-Gov. Descobrir uso do m-Gov. Fazer acordos.

Trocar experiências. Fortalecer organização. Fortalecer o m-Gov. Agilizar atendimento. Prover conteúdo. Identificar oportunidades Disseminar m-Gov. Mobilizar parceiros. Descobrir uso do m-Gov. Fazer acordos. Construir modelo m-Gov.

GLO

BA

L VI

VO

Fortalecer organização. Ganhar dinheiro Identificar oportunidades Mobilizar parceiros. Descobrir uso do m-Gov. Prospectar novos mercados..

Fortalecer organização. Ganhar dinheiro. Identificar oportunidades Mobilizar parceiros. Descobrir uso do m-Gov. Prospectar novos mercados.

Trocar experiências. Fortalecer o m-Gov. Fortalecer organização. Ganhar dinheiro. Agilizar atendimento. Identificar oportunidades Mobilizar parceiros. Disseminar m-Gov. Descobrir uso do m-Gov. Fornecedor de SMS. Construir modelo m-Gov.

Trocar experiências, aprender com os parceiros. Fortalecer o m-Gov. Fortalecer organização. Ganhar dinheiro. Agilizar atendimento. Identificar oportunidades Mobilizar parceiros. Disseminar m-Gov. Descobrir uso do m-Gov. Construir modelo m-Gov.

Fornecedor de SMS.

98

IAPA

R

Trocar experiências. Fortalecer organização. Ganhar dinheiro. Identificar oportunidades Mobilizar parceiros. Descobrir uso do m-Gov. Desenvolver sistema. Prover infraestrutura..

Trocar experiências. Fortalecer organização. Agilizar atendimento. Prover conteúdo. Identificar oportunidades Mobilizar parceiros. Descobrir uso do m-Gov. Fazer acordos.

JU

CEP

AR

Provedor de conteúdo. Participar a nível de teste.

P. C

IVIL

Trocar experiências. Fortalecer organização. Agilizar atendimento. Prover conteúdo. Descobrir uso do m-Gov.

SEA

P

Trocar experiências. Agilizar atendimento. Prover conteúdo. Identificar oportunidades .

Fortalecer o m-Gov. Reduzir custos. Agilizar atendimento. Fazer acordos.

Participar apenas, por imposição hierárquica ou legal.

SEC

S

Fortalecer o m-Gov. Reduzir custos. Agilizar atendimento. Prover conteúdo. Identificar oportunidades Disseminar m-Gov.

SEFA

Trocar experiências. Fortalecer organização. Agilizar atendimento. Prover conteúdo. Identificar oportunidades Descobrir uso do m-Gov.

SEO

G

Fortalecer o m-Gov. Fortalecer organização. Agilizar atendimento. Mobilizar parceiros. Disseminar m-Gov.

Fortalecer o m-Gov. Fortalecer organização. Agilizar atendimento. Mobilizar parceiros. Disseminar m-Gov. Fazer acordos.

SER

CO

MTE

L Trocar experiências. Fortalecer organização. Agilizar atendimento. Prover conteúdo. Identificar oportunidades Descobrir possíveis uso do telefone celular

SETP

Fortalecer organização. Agilizar atendimento. Prover conteúdo. Descobrir uso do m-Gov. Inovar.

Agilizar atendimento. Provedor de conteúdo. Construir modelo m-Gov.

Reduzir custos. Agilizar atendimento. Prover conteúdo.

Reduzir custos. Agilizar atendimento.

TIM

Fornecedor de SMS. Broker .

Trocar experiências. Fortalecer o m-Gov. Fortalecer organização. Ganhar dinheiro. Agilizar atendimento. Identificar oportunidades Mobilizar parceiros. Fazer acordos.

Fortalecer o m-Gov. Fortalecer empresa. Ganhar dinheiro.

Ganhar dinheiro.

Quadro 2 - Objetivos Declarados dos Atores no m-Gov. Fonte: A autora.

99

FASE 1 FASE 2 FASE 3 FASE 4 FASE 5 BR

T Fornecedor de SMS.

CASA

CI

VIL Disseminador do m-Gov. Disseminador do m-Gov.

CCTG

Provedor de conteúdo. Provedor de conteúdo. Provedor de conteúdo. Contratador de SMS.

CEAS

A

Provedor de conteúdo. Provedor de conteúdo.

CELE

PAR

Desenvolvedor de solução. Provedor de infraestrutura.

Desenvolvedor de solução. Provedor de infraestrutura.

Desenvolvedor de solução. Provedor de infraestrutura. Broker.

Desenvolvedor de solução. Provedor de infraestrutura. Broker.

DEPE

N

Provedor de conteúdo.

DETR

AN

Provedor de conteúdo. Provedor de conteúdo.

e-PA

RANÁ

Disseminador do m-Gov. Disseminador do m-Gov.

GLOB

AL V

IVO

Fornecedor de SMS. Fornecedor de SMS. Fornecedor de SMS. Fornecedor de SMS. Fornecedor de SMS.

IAPA

R Provedor de conteúdo.

POLÍ

CIA

CIVI

L Provedor de conteúdo.

JUCE

PAR

Provedor de conteúdo.

SEAP

Provedor de conteúdo. Contratador de SMS. Contratador de SMS.

SECS

Provedor de conteúdo.

SEFA

Provedor de conteúdo.

SEOG

Disseminador do m-Gov. Disseminador do m-Gov.

SERC

OM

TEL Fornecedor de SMS.

SETP

Provedor de conteúdo. Provedor de conteúdo. Provedor de conteúdo.

Provedor de conteúdo. Provedor de infraestrutura. Desenvolvedor de solução. Broker.

TIM

Fornecedor de SMS. Broker.

Fornecedor de SMS. Broker.

Fornecedor de SMS Broker. Fornecedor de SMS.

Quadro 3 - Papeis dos Atores no m-Gov Paraná. Fonte: A autora.

100

4.4 DINÂMICA DA PARTICIPAÇÃO DOS ATORES - ASPECTOS DE

COLABORAÇÃO E CONFIGURAÇÃO DAS RELAÇÕES

A segunda etapa da pesquisa consistiu em produzir um mapeamento dos

atores relevantes que participaram do Projeto m-Gov no Governo do Estado do

Paraná e detalhar a sua participação de cada fase do processo de construção deste

projeto.

A Figura 16 mostra as inserções, as permanências e as saídas desses atores

nas cinco fases do Projeto. No total foram 20 (vinte) atores distintos, ressaltando que

a GLOBAL passou por três nominações distintas: GLOBAL, GLOBAL/VIVO e VIVO

mas contou como 1 (um) ator.

Figura 16 - Atores por fases.

Fonte: A autora.

Nota-se na primeira fase, período iniciado em 2000 e que perdurou até 2001,

o qual foi nominado de Da Gênese à Instituição do e-Gov, caracterizado por

Prospecção e Pré-projeto, a presença de quatro atores: CELEPAR, DETRAN,

GLOBAL e TIM. O sociograma na Figura 17 serve para mostrar visualmente os

atores que participaram da fase 1, Prospecção e Pré-projeto do m-Gov.

101

CELEPAR

DETRAN

GLOBAL

TIM

Figura 17 - Sociograma dos atores que participaram da 1ª fase do m-Gov. Fonte: A autora.

É importante observar que nesta fase a CELEPAR foi o ator central; foi ela

quem idealizou e conduziu o projeto m-Gov, até por conta da sua posição

estratégica no governo – é responsável pelas instalações, equipamentos, software,

guarda e segurança dos dados do Governo Estadual. Nessa fase, portanto,

DETRAN, GLOBAL e TIM foram atores periféricos.

Ao analisar os atores pela natureza do relacionamento, percebe nessa fase

que não houve entre os atores relação contratual ou comercial. No entanto os quatro

atores tiveram uma relação de parceria, aprendizado e participação recíproca

durante a fase de prospecção do Projeto m-Gov. No que tange ao relacionamento

institucional e legal, houve interação somente com os atores DETRAN E CELEPAR.

A Figura 18 ilustra visualmente a natureza do relacionamento dos atores

nessa fase.

Relação de parceria, aprendizagem, prospecção Relação institucional, legal

Figura 18 - Natureza do relacionamento dos atores na 1ª fase do m-Gov. Fonte: A autora.

102

Na segunda fase, período iniciado em 2001 e que perdurou até 2003, o qual

foi nominado de Da Institucionalização do e-Gov à Troca de Governo, caracterizado por Amadurecimento do m-Gov, a pesquisa apontou a participação

de quinze (15) atores. São eles: CELEPAR, CASA CIVIL, CEASA, DEPEN,

DETRAN, e-PARANÁ, GLOBAL/VIVO, IAPAR, POLÍCIA CIVIL SEAP, SEFA, SEOG,

SETP, SERCOMTEL e TIM. O sociograma mostrado na Figura 19 com os atores

que participaram ilustra visualmente a fase 2, Amadurecimento do m-Gov.

CASA CIVIL

CEASA

CELEPAR

DEPEN

DETRAN

e-PARANÁ

GLOBAL/VIVO

IAPAR

POLÍCIA CIVIL

SEAP

SEFASEOG SERCOMTEL

SETP

TIM

Figura 19 - Sociograma dos atores que participaram da 2ª fase do m-Gov. Fonte: A autora.

Percebe-se a permanência dos quatro atores que participaram da fase

anterior: CELEPAR, DETRAN, GLOBAL e TIM. Portanto nesta fase juntaram-se ao

projeto mais onze atores. A CELEPAR e o e-PARANÁ continuam sendo os atores

centrais nesta fase.

Analisando pela natureza do relacionamento, percebe-se que não houve

ainda relação contratual ou comercial almejada pelos atores nessa fase. A parceria e

aprendizado ainda foram os grandes motivos para o relacionamento entre os atores.

Nessa fase, a relação institucional ou legal entre os atores se intensificou, a

SERCOMTEL permaneceu um pouco isolada desse relacionamento, o que pode ser

explicado pela sua localização geográfica e seus parceiros - todos sediados em

Londrina ao norte do Estado do Paraná.

A Figura 20 ilustra visualmente a natureza do relacionamento dos atores

nessa fase.

103

Relação de parceria, aprendizagem, prospecção Relação institucional, legal

Figura 20 - Natureza do relacionamento dos atores na 2ª fase do m-Gov.

Fonte: A autora.

Na terceira fase, que iniciou com a troca do governo estadual em 2003 e se

encerrou em 2006 com a descontinuidade do programa de governo eletrônico,

caracterizada como Formalização do m-Gov, fizeram parte 14 atores: BRT, CASA

CIVIL, CCTG, CEASA, CELEPAR, DETRAN, e-PARANÁ, JUCEPAR, SEAP, SECS,

SEOG, SETP, TIM e VIVO. O sociograma mostrado na Figura 21 com os atores que

participaram ilustra visualmente a fase 3, Amadurecimento do m-Gov.

BRTCASA CIVIL

CCTG

CEASA

CELEPAR e-PARANÁ

JUCEPAR

SEAP

SECS

SEOG SETP

TIM

VIVO

Figura 21 - Sociograma dos atores que participaram da 3ª fase do m-Gov.

Fonte: A autora.

Nota-se nessa fase que a CASA CIVIL, CEASA, CELEPAR, DETRAN, e-

PARANÁ, SEAP, SEOG, SETP, TIM e VIVO, são os atores da fase anterior que

permaneceram no processo. E desses, a CELEPAR, DETRAN, TIM e VIVO são os

atores que permanecem desde o início do projeto.

104

Nessa fase, portanto, juntaram-se ao projeto quatro novos atores: BRT,

CCTG, JUCEPAR e SECS. E retiraram-se do projeto nesta fase 5 atores, são eles:

DEPEN, IAPAR, POLÍCIA CIVIL, SEFA e SERCOMTEL.

O ator SEAP participou nessa fase com um papel de contratador corporativo

de SMS para o Estado, diferente da sua participação na segunda fase, onde

participou sendo fornecedor de serviço utilizando o m-Gov.

Pela natureza do relacionamento, nessa fase surgiu a relação contratual,

comercial do Projeto m-Gov, pelo modelo de negócio adotado a CELEPAR e a

SEAP firmaram contrato com as operadoras de telefonia móvel (BRT,

GLOBAL/VIVO e TIM). A CELEPAR por sua vez, fornecia aos atores participantes

do Projeto nessa fase a sua quota de SMS. Em consequência desse contrato

corporativo a SEAP passou a ser, junto com a CELEPAR e e-PARANÁ, um ator

central na relação institucional e legal. A relação de parceria e aprendizado

continuou sendo forte nesta fase.

A Figura 22 ilustra visualmente a natureza do relacionamento dos atores

nessa fase.

Relação contratual, comercial Relação de parceria, aprendizagem, prospecção

Relação institucional, legal

Figura 22 - Natureza do relacionamento dos atores na 3ª fase do m-Gov. Fonte: A autora.

105

Na quarta fase, que iniciou com a descontinuidade do programa de governo

eletrônico em junho de 2006 e encerrou em 2009 com a saída da CELEPAR.

Fizeram parte desta fase seis atores: CCTG, CELEPAR, SEAP, SETP, TIM e VIVO.

O sociograma mostrado na Figura 23 com os atores que participaram ilustra a

fase 4, Declínio do m-Gov.

CCTG CELEPAR

SEAP

SETPTIM VIVO

Figura 23 - Sociograma dos atores que participaram da 4ª fase do m-Gov.

Fonte: A autora.

Nota-se a saída da CELEPAR e da TIM, atores que estavam desde o início do

projeto m-Gov, em 2000, apontados na pesquisa documental e nas entrevistas como

atores relevantes e essenciais na construção e manutenção do Projeto m-Gov do

Estado do Paraná. Além também, da BRT, CASA CIVIL, CEASA, DETRAN, e-

PARANÁ, JUCEPAR, SECS, SEOG. Constata-se que essa foi a fase da qual maior

número de retiraram do processo, no total de oito.

A relação contratual ou comercial continuou havendo nessa fase, por força do

contrato de contratação de SMS, porém sem a participação dos atores mencionados

acima, os quais se retiraram do Projeto. O DEPEN ficou isolado, o que se explica

pois participou do projeto apenas como teste. No que tange à relação legal aqui os

papéis mostram-se bem delineados: a CELEPAR como empresa técnica se

relacionava tecnicamente com as operadoras, e esta comercialmente com a SEAP.

A Figura 24 ilustra visualmente a natureza do relacionamento dos atores

nessa fase.

106

Relação contratual, comercial Relação institucional, legal

Figura 24 - Natureza do relacionamento dos atores na 4ª fase do m-Gov. Fonte: A autora.

Na última fase estudada, que iniciou com a saída da CELEPAR, em 2009, e

permanece até a presente data, quando já definida a troca de governo no Estado,

permaneceram 3 atores: CCTG, SETP e VIVO. O sociograma mostrado na Figura 25

com os atores que participaram ilustra visualmente a fase 5, Sobrevivência do m-Gov.

CCTG

SETP VIVO

Figura 25 - Sociograma dos atores que participaram da 5ª fase do m-Gov. Fonte: A autora.

Nota-se que, com saída da CELEPAR, a SETP adaptou e assumiu a

infraestrutura e o sistema para distribuição e controle da distribuição de mensagens

SMS, papel desempenhado pela CELEPAR. E o CCTG assumiu o papel

desempenhado pela SEAP, o da contratação dos SMS, porém assinando contrato

somente com a VIVO.

107

Assim a SETP e CCTG assumiram os papéis antes desempenhados pela

CELEPAR e SEAP, ou seja, a CCTG assumiu contrato de SMS e a SETP assumiu o

papel de manutenção e distribuição das mensagens.

É importante observar que, na declaração dos gestores dessas duas

organizações, elas fizeram acordo institucionais para poderem manter-se com o

sistema ativo. Assim, o CCTG compartilhou o contrato de SMS com a SETP, e a

SETP por sua vez, compartilhou a sua infraestrutura e sistema de m-Gov e gerencia

a distribuição das mensagens do CCTG.

Na relação comercial, ficou clara que esta aconteceu somente entre o CCTG

e a VIVO, pois quando da não renovação do contrato corporativo o CCTG firmou

contrato direto com a VIVO para a aquisição de SMS. E na relação institucional ou

legal houve interação com os três atores que ainda permaneceram no Projeto.

A Figura 26 ilustra visualmente a natureza do relacionamento dos atores

nessa fase.

Relação contratual, comercial Relação institucional, legal

Figura 26 - Natureza do relacionamento dos atores na 5ª fase do m-Gov. Fonte: A autora.

108

4.5 DENSIDADE DO RELACIONAMENTO DOS ATORES

Na análise dos 11 anos do Projeto m-Gov, 2000 a 2010, identificou-se a

participação de 20 atores na rede, com densidade bastante variável, de 0,001 a 0,2

(de uma escala de 0 a 1). Ao comparar os dados estatísticos da natureza do

relacionamento contratual, comercial, que iniciou na fase 3 do Projeto, percebe-se

um aumento da densidade desta fase de 0.0702 para 0.0848. No entanto na fase 5,

a densidade diminui consideravelmente, de 0.0848 para 0.0117, quase 8 vezes.

Na relação parceria, aprendizado e prospecção, que ocorreu na três

primeiras fases do Projeto, a densidade aumentou consideravelmente da fase 1 para

a fase 2 (de 0,0585 para 0,1930), e da fase 2 para a fase 3 permaneceu

relativamente estável, 0,1930 e 0,1901, respectivamente. Da fase 3 para a fase 4

desapareceu.

E na relação institucional, legal, que ocorreu nas 5 fases do projeto, a

densidade foi bastante variável: aumentou consideravelmente da fase 1 para a fase

2 (0,0117 para 0,2836); da fase 2 para a 3 permaneceu exatamente igual (0,2836);

da fase 3 para 4 diminuiu de 0,2836 para 0,0526; e da fase 4 para a fase 5 diminuiu

de 0,0526 para 0,02340. No entanto a densidade em 2010 ficou mais alta do que a

do início do projeto nesta natureza de relacionamento.

Ao comparar a densidade e os motivos pelos quais os atores se inseriram no

Projeto na segunda fase, percebe-se que a institucionalização do e-Gov foi um

evento catalisador para a ampliação de atores e projetos de m-Gov. Percebe-se

também na terceira fase onde se formou uma rede mais densa, que CELEPAR na

relação parceria, aprendizagem, prospecção foi muito importante, contudo na

relação comercial, contratual não foi expressiva.

A Tabela 5 mostra nas cinco fases do Projeto a densidade do relacionamento

dos atores pela natureza do relacionamento.

109

Tabela 5 - Densidade do relacionamento dos atores.

NATUREZA DO RELACIONAMENTO / FASES FASE1 FASE2 FASE3 FASE4 FASE5

RELAÇÃO CONTRATUAL, COMERCIAL. SR* SR 0.0702 0.0848 0.0117

RELAÇÃO DE PARCERIA, APRENDIZAGEM, PROSPECÇÃO. 0.0585 0.1930 0.1901 SR SR

RELAÇÃO INSTITUCIONAL, LEGAL. 0.0117 0.2836 0.2836 0.0526 0.0234

Gerado por UCINET 6.289 Copyright (c) 1992-2010 Analytic Technologies * SR – Sem relacionamento

Fonte: A autora.

4.6 RESULTADOS DA COLABORAÇÃO

Verificou-se que houve interação entre os atores, notadamente na 2ª e 3ª

fases do Projeto m-Gov do Estado do Paraná, numa estrutura de rede voltada a

disseminar e fortalecer o uso corporativo SMS no Governo do Paraná.

Na fase 1, foram dois projetos testados com tecnologia WAP e SMS. Estes

dois protótipos foram executados com a CELEPAR, DETRAN E TIM, sendo o

DETRAN o fornecedor da informação ao serviço.

Na fase 2, o número de projetos utilizando o telefone celular foi mais

abundante. Foram encontrados mais sete projetos, além do projeto do DETRAN

iniciado na fase anterior: 1) IPVA/SEFA; 2) ICMS/SEFA; 3) População

Carcerária/DEPEN; 4) Alerta a Geadas/IAPAR; 5) Polícia Online/POLÍCIA CIVIL; 6)

Aviso de Emprego/SETP e; 7) Cotação/CEASA. Dos oito projetos, cinco deles

utilizaram tecnologia WAP e 3 projetos utilizaram SMS.

Na fase 3, foram encontrados oito projetos: 1) e-Processo/JUCEPAR; 2)

Agenda do Gabinete/SEAP; 3) Multas/DETRAN; 4) Notícias/SECS; 5)

Cotação/CEASA; 6) Reunião/e-PARANÁ; 7) Aviso de Emprego/SETP; 8)

Programação Cultural/CCTG.

110

Além disso, percebeu-se nesta fase 3, maior número de ações na

disseminação do m-Gov nos órgãos Estado do Paraná. Nesse período foi

concretizada a licitação para compras corporativa de SMS. Em 2006 a CELEPAR

conquistou um prêmio nacional pelo conjunto do projeto de m-Gov, o qual foi

chamado pelo Grupo de Trabalho do e-PARANÁ de Uso corporativo de SMS no

Governo do Paraná.

Na fase 4, foram encontrados somente dois projetos: Aviso De

Emprego/SETP e Programação Cultural/CCTG, sendo os serviços oferecidos

somente aos clientes da operadora VIVO para os clientes cadastrados nestas duas

instituições

Na fase 5, foram encontrados os mesmos dois projetos da fase 2, ou seja,

Aviso De Emprego/SETP e Programação Cultural/CCTG, com um arranjo diferente

da fase anterior, ou seja, a SETP hospedando e dando manutenção na infraestrutura

e no sistema m-Gov, e o CCTG contratando SMS diretamente com a operadora e

compartilhando-os com a SETP.

E ao final, observando o resultado da colaboração dos atores, resumido na

Tabela 6, evidencia-se que a institucionalização do governo eletrônico, a reunião dos

atores e discussão conjunta dela resultante, fez com que o projeto corporativo

tivesse mais resultados práticos, mais projetos implementados.

Tabela 6 - Resultado da colaboração dos atores. FASE1

2000 FASE2 2001

FASE3 2003

FASE4 2006

FASE5 2009

Número de atores

4 11 14 6 3

Número de projetos

2 7 8 2 2

Evento Predominante

∆Projeto de prospecção m-Gov

∆Institucionalização e-Gov. ∆Sinergia entre as Instituições.

∆Formalização do m-Gov. ∆Influência política.

∆Interrupção do e-Paraná. ∆Saída da CELEPAR ∆Influência política

∆Iniciativa da STP e CCTG em manter o Projeto

Fonte: A autora.

111

4.7 MOTIVOS DA PERMANÊNCIA DO PROJETO

No decorrer deste trabalho foram observados a movimentação dos atores, as

entradas, as saídas, os motivos e interesses dessas movimentações. Notadamente

a partir da 4a fase, quando essa movimentação de saída intensificou, de atores que

estavam desempenhando papéis essenciais para manutenção do projeto

(CELEPAR, SEAP e o e-PARANÁ), imaginou-se que o projeto de extinguiria. Isso

não aconteceu.

Com o objetivo firme de agilizar o processo e a qualidade de atendimento ao

cidadão (critério perseguido pela SETP desde a fase anterior), os atores SETP e

CCTG mantiveram o serviço em funcionamento. Juntaram esforços e mantiveram o

Projeto m-Gov, ainda que não no nível alcançado na fase 3. Com o processo de

aprendizado teve condições técnicas de assumir o conhecimento e a operação do

sistema. Os atores que permaneceram foram aqueles que tiveram forte motivação

para estar nesse projeto, aqueles ligados ao processo, ao negócio do governo.

Aqueles que permaneceram tinham isso muito claro. Assim o motivo principal da

permanência do projeto era o de agilizar o processo e a qualidade de atendimento

ao cidadão.

Numa rede, a reciprocidade se acentua quando existe a perspectiva a longo

prazo, além da qualidade e intensidade de relacionamento entre os atores. Foi

percebido um amadurecimento na relação dos atores CCTG e SETP; o tempo de

aprendizagem foi suficiente para amadurecer a maneira de agir desses atores assim

com perspectiva a longo prazo de manter esta tecnologia para prestação de serviço

aos cidadãos. Eles tinham claro e se mantiveram firme no propósito de prestar

melhor serviço ao cidadão e agilizar o processo de atendimento ao cidadão por meio

da tecnologia SMS.

O processo de aprendizagem estava diretamente relacionado com a interação

sinérgica entre seus membros (JONES; HESTERLY & BORGATTI, 1997); foi

percebida sinergia nos gestores do CCTG e SETP, e também conhecimento técnico

para absorver e manter o sistema m-Gov para manter os seus propósitos.

112

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao concluir este trabalho, achamos pertinente lembrar os objetivos desta

pesquisa: 1) conhecer o projeto m-Gov do Governo do Paraná, detalhando os

principais eventos e fases desde o pré-projeto, em 2000, até 2010; 2) identificar

quais foram os atores relevantes no Projeto m-Gov do Estado do Paraná no decorrer

do período pesquisado; 3) ressaltar os papéis desempenhados pelos atores em

cada fase do Projeto; 4) identificar os aspectos de colaboração e a configuração das

relações entre os atores Projeto m-Gov do Estado do Paraná, de 2000 a 2010; 5)

analisar a densidade de colaboração Projeto m-Gov do Estado do Paraná, de 2000 a

2010; 6) descrever os resultados da colaboração dos atores no período pesquisado;

e 7) analisar as causas da persistência do Projeto ao longo do período.

Do primeiro objetivo, detalhamento os principais eventos e atores, separamos,

caracterizamos e delimitamos as fases deste projeto, identificando cinco fases do

projeto m-Gov do Paraná: 1) da gênese à institucionalização - prospecção e pré-

projeto do m-Gov; 2) da institucionalização do e-Gov à troca de governo -

amadurecimento do m-Gov; 3) da troca de governo à descontinuidade do e-Gov -

fomalização do m-Gov; 4) da descontinuidade do e-Gov à saída da CELEPAR -

declínio do m-Gov; 5) da saída da CELEPAR à troca de governo - sobrevivência do

m-Gov. Como contribuição principal, geramos a Linha do Tempo do m-Gov no

Governo do Paraná (ver página 77).

No segundo objetivo, identificamos os atores relevantes durante os 11 anos

deste projeto. Ao final houve a participação de 20 atores diferentes. Desses 8

participaram apenas de uma fase (BRT, DEPEN, IAPAR, JUCEPAR, POLÍCIA CIVIL,

SEFA, SECS, SERCOMTEL); 5 atores de duas fases (CEASA, CASA CIVIL,

DETRAN, e-PARANÁ, SEOG); uma de três fases (CCTG); quatro de 4 fases

(CELEPAR, SEAP,SETP e TIM). Apenas um ator, a VIVO participou de todas as

fases. Ao final do período pesquisado havia somente três atores: CCTG, SETP e

VIVO.

No terceiro objetivo, identificamos seis papéis desempenhados pelos 20

atores: 1) Contratador de SMS; 2) Provedor de conteúdo; 3) Disseminador do m-

Gov; 4) Desenvolvedor de solução; 5) Broker; 6) Fornecedor de SMS (ver Quadro 3,

página 98).

113

No quarto objetivo, no qual identificamos os aspectos de colaboração e a

configuração das relações entre os atores nas 5 fases. Na primeira fase os atores

envolvidos queriam descobrir as facilidades da nova tecnologia, prospectar,

descobrir maneiras de utilizá-las a serviço do governo. Não tinham, nessa fase,

interesses comerciais. Na segunda fase, percebeu-se que a VIVO e a TIM tinham

percepções distintas na segunda fase do projeto m-Gov: uma queria ganhar

dinheiro, enquanto a outra privilegiava fazer acordos institucionais. A SEOG e a

CASA CIVIL tinham percepções parecidas: declararam estar interessadas em

fortalecer e disseminar o projeto m-Gov nos órgãos do Estado. O e-PARANÁ e

CELEPAR estavam muito próximos dos seus objetivos, que eram fortalecer o Projeto

m-Gov e agilizar o processo e a qualidade de atendimento ao cidadão. Houve nessa

fase um fator motivador para usar a nova tecnologia: muitos atores se envolveram

num esforço para discutir e descobrir uma maneira de usá-la corporativamente. Na

terceira fase, alcançou-se a formalização do m-Gov com a contratação corporativa

de SMS para o Governo: o projeto serviu de referência para o Governo Federal a

outros Estados, e ganhou um prêmio Nacional. Entretanto na quarta fase, com a

saída do e-PARANÁ, o projeto m-Gov começou a dar sinais de declínio: dos 16

atores da fase anterior, nessa permaneceram apenas 6 atores. Por fim, na 5a e

última fase analisada neste trabalho, mesmo com apenas 3 atores o projeto se

manteve.

No quinto objetivo, ao analisarmos a densidade de colaboração, percebemos

que na terceira fase formou-se uma rende mais densa, na qual a CELEPAR na

relação parceria, aprendizagem, prospecção foi muito importante; contudo na

relação comercial, contratual não foi expressiva. Isto pode significar que esse ator

fomentou parcerias na área de aprendizagem e prospecção técnicas. Inferimos, ao

comparar a densidade e os motivos pelos quais os atores se inseriram no Projeto na

segunda fase, que a institucionalização do e-Gov foi um evento catalisador para a

ampliação de atores e projetos de m-Gov.

No sexto objetivo, descrevemos os resultados da colaboração dos atores no

período pesquisado, os quais somaram 21 projetos, sendo que o maior número

aconteceu na fase 3, com 8 projetos, seguido de 7 projetos, na fase 2 (ver Tabela 6).

E no sétimo objetivo, analisamos as causas da persistência dos atores nesse

Projeto e concluímos que os atores que permaneceram foram aqueles que estavam

114

ligados ao negócio do governo e tiveram condições técnicas para fazê-lo por que

passaram por um processo de aprendizagem ao longo do processo.

Gostaríamos de salientar que o Método Histórico seria suficiente para essas

conclusões, mas a análise obtida com o auxílio do software UCINET melhorou o

potencial descritivo do trabalho.

De modo geral, percebeu-se que aqueles atores que estavam envolvidos

neste projeto com o objetivo de prover informação ou serviço ao m-Gov,

permaneceram apenas em uma das fases do Projeto m-Gov. E aqueles que

estavam com propósitos firmes em processos de governo, ou seja, voltados à

prestação de serviços, sobreviveram ou permaneceram por mais tempo no Projeto.

Percebemos ainda que a relação contratual comercial, tão almejada pelos atores

ocorrida na terceira fase, não foi suficiente para sustentar o Projeto.

Alguns achados deste trabalho podem servir de insights para gestores de

projetos corporativos de tecnologia em governos. No m-Gov paranaense, a

institucionalização do governo eletrônico, a reunião dos atores e discussão conjunta

dela resultante fizeram com que o projeto corporativo crescesse – portanto

evidencia-se a importância da institucionalização. Por outro lado, a intitucionalização

não garantiu a continuidade do projeto: ele "morreu" sem que tivesse sido abortado,

daí a importância de atores centrais "animando" a continuidade do projeto. A retirada

de um dos atores centrais, a CELEPAR, fez com que a prestação de serviços neste

canal quase fosse encerrada, mas algumas aplicações sobreviveram apesar disso;

seus gestores não permitiram a descontinuidade, e, no interesse público, manteve o

projeto. Então, novas associações se formam na ausência dos atores centrais,

mesmo quando a área de atuação dos atores não era tecnologia – este é um

aspecto digno de investigação. Uma última observação que, apesar de óbvia, não

pode ser omitida, é a de que projetos corporativos podem ser alavancados ou

descontinuados pelas trocas de governo, e que os responsáveis técnicos por esses

projetos devem prepará-los para as mudanças governamentais.

As interações observadas neste estudo mostraram que a dinâmica de

relacionamento entre os atores contribuiu para amadurecer uma ideia: o uso de uma

tecnologia, à época pouca explorada, o próprio amadurecimento e declínio do

projeto. Um esforço conjunto propiciou novas perspectivas para o desenvolvimento,

fortalecimento e declínio do projeto m-Gov do Governo do Estado do Paraná.

115

O grau de atingimento do objetivo de um projeto depende da rede de

relacionamento, do papel exercido pelos atores. Os atores, tantos os internos como

os externos ao governo, apesar de terem aprendido uns com os outros, não

conseguiram compartilhamento institucional, não conseguiram fortalecer o Projeto.

Mesmo que haja reposição de atores sociais em determinada rede, um

projeto pode continuar a existir desde que na dinâmica desses relacionamentos, em

algum momento, tenha ocorrido aprendizagem, como por exemplo conhecimento da

tecnologia. A SETP com o domínio da tecnologia foi crucial para a sobrevivência do

projeto.

A continuidade do ator na rede depende de uma orientação a longo prazo. A

VIVO, único ator que participou de todas as fases do Projeto, persistiu

consistentemente em dois objetivos: descobrir uso para o m-Gov e mobilizar

parceiros.

A Teoria de Redes defende que a reciprocidade se acentua quando existe

uma perspectiva de longo prazo, que segurança e estabilidade encorajam a originar

novas maneiras de realizar tarefas, promovendo aprendizado, troca de informações

e gerando confiança (POWELL, 1990). Isto foi constatado nas fases 2 e 3, quando

os atores sentiram estabilidade no Projeto m-Gov do Paraná, notadamente na

institucionalização do e-Gov e formalização do m-Gov.

Este trabalho se propôs a expandir o conhecimento disponível sobre governo

móvel no Brasil; e explicar como a dinâmica de relacionamento dos atores contribuiu

para o estabelecimento de um projeto corporativo de m-Gov no Estado do Paraná.

Para isto a pesquisa: (i) mapeou os eventos e fases ocorridos durante o processo de

construção do Projeto m-Gov do Estado Paraná, de 2000 a 2010; (ii) mapeou os

atores relevantes no Projeto m-Gov do Estado do Paraná nesse período; mapeou os

papéis desempenhados pelos atores em cada fase do Projeto m-Gov do Estado do

Paraná; (iii) explicou a dinâmica do relacionamento entre os atores em cada fase

uma das cinco fases do Projeto m-Gov do Estado do Paraná; (iv) mostrou os

resultados da colaboração dos atores no Projeto m-Gov do Estado do Paraná nesse

período; e (v) investigou os motivos por que o projeto m-Gov do Estado do Paraná

perdurou no tempo.

Percebeu-se especialmente nas fases 2 e 3, com atores desempenhando o

papel de disseminador do projeto, que não basta ter uma solução de m-Gov; é

116

preciso pensar e implantar a estratégia de disseminação do projeto, onde o Governo

é o gerador de conteúdo, e o cidadão então o consumidor dessas informações.

Percebeu-se também que a institucionalização do e-Gov não garantiu a

continuidade do projeto, ele "morre" sem que tivesse sido abortado, daí a

importância de atores centrais "animando" a continuidade do projeto. A retirada de

um dos atores centrais, a CELEPAR fez com que a prestação de serviços neste

canal quase fosse encerrada, mas algumas aplicações sobreviveram apesar disso,

seus gestores não permitiram a descontinuidade e no interesse público mantêm o

projeto. Então, novas associações se formam na ausência dos atores centrais,

mesmo quando a área de atuação dos atores não é tecnologia – este é um aspecto

digno de investigação. Uma última observação que, apesar de óbvia, não pode ser

omitida, é a de que projetos corporativos podem ser alavancados ou descontinuados

pelas trocas de governo, e que os responsáveis técnicos por esses projetos devem

prepará-los para as mudanças governamentais.

A principal contribuição que este estudo pretende dar é de expansão do

conhecimento sobre o processo de formação e gestão de projetos de m-Gov, assim

como a compreensão de como ocorre a dinâmica dos relacionamentos entre os

atores de projetos corporativos em governos, na adoção de uma nova tecnologia.

Amplia o conhecimento no contexto de governo móvel, pois o tema ainda se

encontra restrito e concentrado em congressos e seminários focados em gestão

pública e TI.

5.1 CONTRIBUIÇÕES PARA A TEORIA

É necessário ressaltar que a contribuição teórica deste trabalho precisa e

deve ser aprofundada por meios de novas pesquisas, para o refinamento e ajustes,

e então poder servir como ferramenta para análise na construção de modelos de

negócio em m-Gov.

Assim, sugere-se que acrescente, na cadeia de valor sugerido por Diniz e

Gregório (2007), mais dois papéis para o Governo: 1) Contratador corporativo de

SMS e Disseminador do m-Gov. E que o papel de contratador seja exercido pelo

órgão que exerce a função de contratação corporativa de serviços, como por

117

exemplo, a de telefonia; 2) o papel de disseminador do m-Gov seja exercido por

órgão responsável pelas políticas públicas de governo eletrônico.

5.2 CONTRIBUIÇÕES PARA A PRÁTICA

O trabalho contribuiu para melhor instrumentalizar políticas públicas,

estratégias governamentais e o debate acadêmico voltado à utilização de telefone

celular como canal de relacionamento e entrega de serviços públicos aos cidadãos.

O mérito desta pesquisa está, em particular, no resgate da história do Projeto

de m-Gov do Estado do Paraná, o qual tem servido de referência a governos

brasileiros e sobre o qual não havia qualquer registro disponível para consulta.

Compartilha-se a diversidade ainda pouco conhecida de processos negociais e

práticas governamentais subjacentes à operação deste canal. Com base nisso,

oferecem-se subsídios para os gestores de governo eletrônico acerca da relevância

dos relacionamentos e de formas de capital social para a construção de projetos

corporativos complexos, como são os de governo móvel.

Os resultados obtidos desta pesquisa podem oferecer subsídios para os

gestores de governo eletrônico acerca da relevância dos relacionamentos e de

formas de capital social para a construção de projetos corporativos complexos como

são os de governo móvel.

Por fim, este trabalho organizou as ideias, fatos e atividades, ocorridos um

período de 11 anos no projeto m-Gov do Governo do Paraná, que poderá auxiliar

gestores em processos decisórios, recompilando dados, modelando problemas,

selecionando alternativas e revisando decisões na área de m-Gov.

5.3 LIMITAÇÕES DA PESQUISA

Para Vergara (1997), todo método tem suas possibilidades e suas limitações.

É saudável antecipar-se às interpretações críticas que o leitor poderá fazer ao

trabalho, explicitando quais as limitações que o método escolhido oferece, mas que

ainda assim, o justificam como o mais adequado aos propósitos da sua investigação.

118

Embora se tenha procurado alcançar o maior rigor possível nos

procedimentos e na análise empregados, a presente pesquisa apresenta limitações.

A principal limitação deste trabalho, por se tratar de uma pesquisa longitudinal e por

um período longo, é que parte da pesquisa foi baseada na memória das pessoas

que participaram do projeto estudado. Isso aconteceu especialmente na primeira

etapa da pesquisa. Na segunda etapa, esse viés foi amenizado, pois a pesquisa

documental executada antes das entrevistas serviu para confirmar ou refutar as

informações conflitantes.

Da mesma forma, a pesquisa se focou nos atores instituições e não as

pessoas, deixando assim considerar os relacionamentos pessoais que podem ter

influências positivas ou negativas durante o processo de construção do projeto

estudado.

Cada respondente possui crenças, referências, percepções diferentes; assim

é provável que, ao responder, o ator o tenha feito com a percepção diferente

daquele que teria declarado à época do evento. E isso pode ter influenciado,

especialmente na natureza do relacionamento declarado, nos critérios de

classificação dos atores nas cinco fases do Projeto.

Outra limitação é que este é um fenômeno relativamente recente no contexto

brasileiro e mundial, o que enseja a conveniência de reunir uma maior quantidade de

observações.

5.4 PESQUISAS FUTURAS

Certamente, todo o resultado aqui apresentado poderá ser melhor detalhado,

contestado e aprofundado por futuras pesquisas. Em especial, sugere-se: i) replicar

o estudo em outros governos de diferentes esferas, no Brasil ou no Exterior; ii)

continuar este estudo longitudinal, verificando como esse projeto se comporta no

tempo; iii) acrescentar outros indicadores que possam medir resultados, como por

exemplo, volume de SMS utilizados.

Outra sugestão relevante para continuidade desta pesquisa consiste em

desenvolver um estudo que permita avaliar e comparar outros projetos de m-Gov no

Brasil e, mais importante, em seu alcance social propor um ou vários modelos de

negócios de m-Gov que possam servir de referência.

119

Este é um trabalho empírico com história isolada. A sugestão é que em outras

pesquisas desenvolvam a história comparada numa perspectiva mais global,

reconhecendo que eventos do passado são úteis para identificação e escolhas de

oportunidades atuais e futuras. Assim, outros pesquisadores poderão aproximar-se

de uma posição integracionista, direcionando o seu foco tanto nas intercessões e

conjunções da análise histórica, quanto no estudo de formas particulares de

organização e processos, redefinindo o campo de estudo como sendo humanístico e

científico ao mesmo tempo (SAUERBRONN; FARIA, 2006, p. 6).

Aqui está historiado o projeto de m-Gov do Governo do Estado do Paraná.

120

REFERÊNCIAS

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132

APÊNDICES

133

APÊNDICE A – MATRIZ ANALÍTICA DINÂMICA DE RELACIONAMENTO ENTRE ATORES DO PROJETO M-GOV: O CASO DO GOVERNO DO PARANÁ PERÍODO DE ANÁLISE: 2001 a 2010 EVENTOS: 2000-2001, 2001-2003, 2003-2005, 2005-2010 ATORES: atributo DINÂMICA DE RELACIONAMENTO: interna e externa

TÍTULO TEMA OBJETIVOS QUESTIONÁRIO

Din

âmic

a de

rela

cion

amen

to e

ntre

ato

res

de u

m m

odel

o de

neg

ócio

de

m-G

ov

atores e atributos identificar atores e

atributos

idade, sexo, formação, ano,

instituição,

cargo/função, período

histórico m-Gov Identificar

conhecimento sobre

o projeto m-Gov

1) O que você lembra sobre o

histórico da formação do

projeto, os principais envolvidos

no processo e a proposta

original do Projeto de Governo

Móvel?

Acontecimentos identificar

acontecimentos por

ocasião da

implantação

2) O que você pode relatar

sobre os acontecimentos do m-

Gov e a que períodos se

referem?

3) Como eram e/ou são

estabelecidas as prioridades, os

novos projetos e os objetivos do

Projeto de Governo Móvel? E

como funciona e/ou funciona?

Organização identificar objetivos

da organização da

visão do objetivo

geral do projeto

4) Qual o objetivo da

organização a qual você

representa, na participação no

Projeto de Governo Móvel?

4) Na sua visão, qual o objetivo

geral do Projeto de Governo

Móvel?

dinâmica de

relacionamento

verificar a dinâmica

de relacionamento

entre atores

5) Como ocorrem as interações

entre os participantes do Projeto

de Governo Móvel?

134

6) Como ocorrem as interações

entre agentes externos (como a

comunidade, novas

organizações, etc.)?

7) Quais são as formas de

comunicação entre os membros

do Projeto de Governo Móvel?

8) Que tipo de dependência

existiu e/ou existe na

organização que você

representa com as demais

participantes do Projeto de

Governo Móvel?

9) As interações no Projeto de

Governo Móvel, ocorrem mais

entre organizações ou entre

pessoas?

entrada,

permanência e

saída dos

participantes

analisar a

rotatividade, a

densidade/envolvime

nto dos participantes

10) Em relação ao número de

participantes no Projeto de

Governo Móvel, como funciona

a entrada e saída?

11) Qual é a rotatividade dos

participantes?

12) Na sua visão, a existência

do Projeto de Governo Móvel

tem gerado quais

benefícios/malefícios em prol do

governo e da comunidade em

geral?

13) Que sugestões daria para

melhor funcionamento do m-

Gov?

135

APÊNDICE B – ROTEIRO DE ENTREVISTA

Ator:

Período do envolvimento entrevistado no projeto:

ID entrevistado: .. Idade:.................... Sexo: M ( ) F ( )

Formação:............................................Ano:.......... Instituição:..........................

Cargo/Função:.....................................................................Período:................

Tempo de permanência na função:...................................................................

1) O que você lembra sobre o histórico da formação do projeto, os principais

envolvidos no processo e a proposta original do Projeto de Governo Móvel?

2) O que você pode relatar sobre os acontecimentos do m-Gov e a que períodos

se referem?

3) Quais são os papéis desses atores nos projetos de m-Gov do Governo do

Estado do Paraná nesse período?

4) Como ocorreu o processo de desenvolvimento do projeto na Celepar?

5) Como eram estabelecidas as prioridades, os novos serviços para o Projeto de

Governo Móvel?

6) Como era o processo para implementação nos projetos de m-Gov do Governo

do Estado do Paraná ?

7) Como ocorreu o processo de divulgação, capacitação e difusão da

possibilidade de uso de telefonia celular para o governo?

8) Quais foram os fatos marcantes que alteraram a condução do projeto?

9) Na sua percepção, qual o papel da organização que você representava, na

participação no Projeto de Governo Móvel?

10) Como ocorriam as interações entre os participantes do Projeto de Governo

Móvel?

11) Que tipo de dependência existiu na organização que você representava com

os demais participantes do Projeto de Governo Móvel?

12) Alguma outra observação que você queira acrescentar neste m-Gov no

Paraná, que não tenha sido contemplada nesta entrevista?

Curitiba, / /2010.

136

APÊNDICE C – QUESTIONÁRIO APLICADO NA 2ª FASE DA PESQUISA

O presente questionário tem o objetivo de contribuir para um estudo que visa entender a dinâmica de relacionamento dos atores para identificar como a rede formada contribuiu para o estabelecimento de um projeto corporativo de m-Gov no Estado do Paraná.

As questões de 1 a 3 serão respondidas pela participação em cada fase (mostrada abaixo) que a

organização tenha participado. As demais serão respondidas pela participação em geral da empresa

neste projeto.

Todas as respostas podem ser de múltipla escolha. .

Para melhor compreensão, a Linha do Tempo do m-Gov do Estado do Paraná será mostrada

previamente ao respondente.

FASES DO PROJETO M-GOV DO ESTADO DO PARANÁ:

FASE 1 - Da Gênese à Institucionalização do e-Gov - de 2000 a 2001.

FASE 2 - Da Institucionalização do e-Gov à Troca de Governo - 2001 a 2003.

FASE 3 - Da Troca de Governo à Descontinuidade do e-Gov - 2003 a 2006.

FASE 4 - Da Descontinuidade do e-Gov à Saída da CELEPAR - 2006 a 2009.

FASE 5 - Da Saída da CELEPAR à Troca de Governo - de 2009 a 2010.

Sua contribuição é essencial para realização e para a qualidade desta pesquisa.

Organização que representava ou representa: ......................................................................

A organização que você representava ou representa participou da (s) fase (s): ( ) Fase 1 ( ) Fase 2 ( ) Fase 3 ( ) Fase 4 ( ) Fase 5

Cargo (s) em cada fase:

.................................................................................................................................................

.................................................................................................................................................

.............................................,. ............. de novembro de 2010.

137

1) Nas fases indicadas, a sua organização participou do Projeto m-Gov do Estado do Paraná, junto com: Fase 1 Fase 2

INSTITUIÇÃO (ATOR ) Contato (s) INSTITUIÇÃO (ATOR ) Contato (s)

( ) CELEPAR ( ) CELEPAR

( ) DETRAN ( ) CASA CIVIL

( ) GLOBAL ( ) CEASA

( ) TIM ( ) DEPEN

( ) Outros. Cite ( ) DETRAN

( ) e-PARANÁ

( ) GLOBAL/VIVO

( ) IAPAR

( ) POLÍCIA CIVIL

( ) SEAP

( ) SEFA

( ) SEOG

( ) SETP

( ) SERCOMTEL

( ) TIM

( ) Outros. Cite

Fase 3 Fase 4

INSTITUIÇÃO (ATOR ) Contato (s) INSTITUIÇÃO (ATOR ) Contato (s)

( ) BRT ( ) CCTG

( ) CASA CIVIL ( ) CELEPAR

( ) CCTG ( ) SEAP

( ) CEASA ( ) SETP

( ) CELEPAR ( ) TIM

( ) JUCEPAR ( ) VIVO

( ) e-PARANÁ ( ) Outros. Cite

( ) SEAP

( ) SECS

( ) SEOG

( ) SETP

( ) TIM

( ) VIVO

( ) Outros. Cite

138

Fase 5

INSTITUIÇÃO (ATOR ) Contato (s)

( ) CCTG

( ) SETP

( ) VIVO

( ) Outros. Cite

2) Nas fases apontadas acima, os objetivos da sua organização em participar do Projeto m-Gov do Estado do Paraná foram/são: (para cada fase da qual participou)

Objetivo Fase

1 2 3 4 5

Trocar experiências, aprender com os parceiros.

Fortalecer o projeto m-Gov.

Fortalecer a minha organização.

Reduzir custos para a organização que eu represento.

Ganhar dinheiro para a organização que eu represento.

Agilizar o processo e a qualidade de atendimento ao cidadão.

Prover a informação/serviço ao projeto m-Gov.

Participar apenas, porque foi uma imposição hierárquica ou legal.

Identificar oportunidades.

Mobilizar parceiros.

Disseminar projeto m-Gov.

Descobrir possíveis uso do telefone celular para uso do governo.

Fazer acordos institucionais com os parceiros.

Desenvolver sistema e infraestrutura para m-Gov.

Outro. Qual?.....................................................................................................

Outro. Qual?.....................................................................................................

139

3) Para sua organização, quais fatores serviram para fortalecer o Projeto m-Gov do Estado do Paraná?

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

( ) Confiança, reputação e cooperação da CELEPAR.

( ) Capacidade de mobilização do e-Gov.

( ) Envolvimento dos gestores no processo.

( ) Pró-atividade dos coordenadores do projeto.

4) Para sua organização, quais fatores serviram para enfraquecer o Projeto m-Gov do Estado do Paraná? ...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

( ) A saída da CELEPAR do projeto.

( ) A não atuação do e-Gov.

( ) A falta de envolvimento dos gestores (da sua instituição) no processo.

( ) A falta de perfil dos coordenadores do projeto corporativo para o Estado.

5) Para sua organização, quais as principais dificuldades enfrentadas no Projeto m-Gov do Estado do Paraná? ...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

( ) Falta de informação e visão dos gestores ao cenário da telefonia móvel .

( ) Falta de interesse dos gestores em discutir modelo de negócio.

( ) Integrar as iniciativas de m-Gov,com os demais atores.

( ) Fazer com que as iniciativas se tornem corporativas.

( ) Criar um grande projeto que centralize todas as iniciativas relacionado a m-Gov.

( ) O projeto m-Gov não tem desafios, porque não serve pra nada.

140

6) Para sua organização, quais foram os ganhos oriundos da atuação de parceiros na estrutura do Projeto m-Gov do Estado do Paraná?

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

( ) Desenvolvimento de um sistema de informação único.

( ) Organização de um projeto padronizado para uso corporativo.

( ) Menor custo do SMS - ganho em escala.

( ) Aprendizagem de novas formas de enviar mensagens.

( ) Maior comprometimento e participação da comunidade em geral.

( ) Maior mobilização para a estrutura de m-Gov.

( ) Comercialização centralizada dos SMS.

( ) Aumento do respeito do governo aos cidadãos.

7) Comentários gerais sobre as causas do Projeto m-Gov do Estado do Paraná não ter continuado. .................................................................................................................................................

.................................................................................................................................................

.................................................................................................................................................

.................................................................................................................................................

.................................................................................................................................................

.................................................................................................................................................

.................................................................................................................................................

.................................................................................................................................................

.................................................................................................................................................

.................................................................................................................................................

.................................................................................................................................................

.................................................................................................................................................

.................................................................................................................................................

.................................................................................................................................................

.................................................................................................................................................

.................................................................................................................................................

.................................................................................................................................................

.................................................................................................................................................

141

ANEXOS

142

ANEXO A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO - TCLE TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Eu, ................................................................................,brasileiro (a), ..........(idade), ..........................(profissão), residente a ............................................................................................, Curitiba, PR, RG..........................SSP-....., estou sendo

convidado a participar de um estudo denominado.DINÂMICA DE RELACIONAMENTO ENTRE ATORES DO PROJETO M-GOV: O CASO DO GOVERNO DO PARANÁ, cujos objetivos e justificativas são: este é um trabalho que estuda a dinâmica

de relacionamento entre atores em projetos de governo móvel no Governo do Estado do Paraná no período de 2000 a 2010. Utiliza-se a Teoria de Redes, identificando-se os eventos relevantes, os principais atores, os papeis desses

atores, os aspectos de colaboração, a configuração das relações, a densidade e análise dos motivos por que essas colaborações perduram ou não no tempo. No contexto teórico, este trabalho busca estabelecer relação do m-gov com

a Teoria de Redes, fortalecendo a temática de redes sociais e organizacionais em Ciências Sociais. Para a prática, seus resultados podem auxiliar governos a implementar projetos de uso de tecnologia, especialmente de tecnologia

móvel. A minha participação no referido estudo será no sentido de fornecer informações sobre a implementação do projeto

m-gov no Governo do Paraná, no período de 2000 a 2010. Fui alertado de que, da pesquisa a se realizar, posso esperar alguns benefícios, tais como: o resultado desta pesquisa

pode auxiliar governos a implementar projetos de uso de tecnologia, especialmente de tecnologia móvel; esta pesquisa pode ser um importante documento para o regaste da história do Governo Móvel do Estado do Paraná.

Recebi, por outro lado, os esclarecimentos necessários sobre os possíveis desconfortos e riscos decorrentes do estudo,

levando-se em conta que é uma pesquisa, e os resultados positivos ou negativos somente serão obtidos após a sua

realização.

Estou ciente de que minha privacidade será respeitada, ou seja, meu nome ou qualquer outro dado ou elemento que

possa, de qualquer forma, me identificar, será mantido em sigilo.

Também fui informado de que posso me recusar a participar do estudo, ou retirar meu consentimento a qualquer

momento, sem precisar justificar, e de, por desejar sair da pesquisa. Foi-me esclarecido, igualmente, que eu posso optar por

métodos alternativos, que são: não gravar a entrevista, seja em vídeo ou áudio ou vídeo.

Os pesquisadores envolvidos com o referido projeto são: BEATRIZ BARRETO BRASILEIRO LANZA, MARIA ALEXANDRA CUNHA e DIEG0 KOZAK DE QUEIROZ, e com eles poderei manter contato pelos telefones .(41) 9228-4645,

3078-1255 e FONE 3271-1634

É garantido a mim o livre acesso a todas as informações e esclarecimentos adicionais sobre o estudo e suas

conseqüências, enfim, tudo o que eu queira saber antes, durante e depois da minha participação.

Enfim, tendo sido orientado quanto ao teor de todo o aqui mencionado e compreendido a natureza e o objetivo do já

referido estudo, manifesto meu livre consentimento em participar, estando totalmente ciente de que não há nenhum valor

econômico, a receber ou a pagar, por minha participação.

De igual maneira, caso ocorra algum dano decorrente da minha participação no estudo, serei devidamente indenizado,

conforme determina a lei.

Em caso de reclamação ou qualquer tipo de denúncia sobre este estudo devo ligar para o CEP PUCPR (41) 3271-

2292 ou mandar um email para [email protected]

Curitiba, de novembro de 2010.

_______________________________________

______________________________________ BEATRIZ BARRETO BRASILEIRO LANZA

143

ANEXO B – DOCUMENTOS CONSULTADOS

Documentos consultados na Fase 1 da Pesquisa

No Nome da Publicação Tipo de Documento

Título do Documento Autor Data da publicação

Meio de publicação

1. Revista Bate Byte Boletim de Ocorrências de Furtos e Roubos de Veículo

Neiva Maria Mikos D'Avila e Ricardo Costa Guiraud

30/05/2000 Digital

2. SECOP 2001 e Seminário Brasil-Reino Unido Cidadania na Sociedade da Informação

e-Paraná - Governo Eletrônico do Paraná

Danilo Scalet e Edison Luis Gomes Mendes

2001 Impresso e Digital

3. Celepar - Acervo pessoal DETRAN/PR Disponibiliza serviço WAP

2001 Impresso e Digital

4. Revista Bate Byte - no 119 M-Government: Cases do Paraná e potencial uso no setor público do Brasil.

Luiz Fernando Ballin Ortolani

04/2002 Impresso e digital

5. Jornal Paraná Online Cafeicultor vai receber alerta de geada pelo celular

05/07/2002 Digital

6. Jornal Folha de Londrina Celular vira ferramenta para prevenir geada

06/07/2002 Digital

7. Jornal Folha de Londrina Aviso de geada vai agora pelo telefone cellular. Serviço é pioneiro no Brasil e agiliza o repasse de informações importantes para a agropecuária.

11/07/2002

Di

gital

8. Jornal O Estado do Paraná Informação sobre carros no cellular. Dois milhões de motoristas paranaenses já podem

07/08/2002 Digital

9. Revista Bate Byte Concurso de Propostas de Uso de Tecnologia da Informação no Govenro do Paraná

Antonio Mitio Sato 09/2002 Impresso e digital

10. Revista Bate Byte - no124 Serviços Via Celular auxiliam produtores e motoristas do Paraná

Elisângela Ribas Godoy

09/2002 Digital

11. Agência de Notícias Estado do Paraná

Comitê de Governo Eletrônico do Paraná tem sua primeira reunião

28/04/2003 Digital

12. Apresentação em evento – acervo pessoal

Ceasa - World Submit Maria Alexandra Cunha 02/10/2003

13. Livro em formato doc Sercomtel: Marca de Pioneirismo

Mário Jorge

de Oliveira Tavares

15.12.2003 Digital

14. Celepar - Acervo pessoal Discussão de política comercial SMS

entre 2003 -2005

Digital

15. Celepar - Acervo pessoal Contrato de prestação de serviços SMS

2004 Impresso e Digital

16. TIM Sistema de Transporte de Dados

2004 Digital

17. Congresso Anual de Tecnologia da Informação -CATI 2004

Telefone celular e governo eletrônico: o caso da tecnologia SMS no Paraná

Hugo Eduardo Simião e Maria Alexandra Cunha

2004 Impresso e Digital

18. Celepar - Acervo pessoal Questões a serem esclarecidas com a TIM

12/03/2004 Digitall

19. Celepar - Acervo pessoal SMS - Situação Atual 12/03/2004 Digital

20. Celepar - Acervo pessoal PR_SMS_Requisitos 11/08/2004 Digital 21. Celepar - Acervo pessoal PR_SMS_Volumes 11/08/2004 Digital 22. Celepar - Acervo pessoal Condições para contratação

de serviços SMS pelo Governo do Paraná e Potencial de Serviços

13/10/2004 Impresso e Digital

23. Celepar - Acervo pessoal Interesse SESP em SMS 15/1/2004 Digital 24. e-Gov - Acervo pessoal Uso de SMS no âmbito do

Governo do Estado do Paraná 25/10/2004 Impresso e

Digital 25. Celepar - Acervo pessoal SMS - Por que através da

CELEPAR? entre 2004

e 2006 Digital

26. Celepar - Acervo pessoal Aplicações potenciais no Governo do Paraná

17/12/2004 Digital

144

27. Celepar - Acervo pessoal Proposta de modelo de negócio para SMS no Governo do Paraná

entre 2004 - 2006

Digital

28. Celepar - Acervo pessoal Solicitação de uso de mensagens eletrônicas - SMS

2005 Impresso e Digital

29. Ouvidoria Estadual - Acervo pessoal

SMS - Uma nova ferramenta a serviço de políticas públicas.

14/02/2005 Impresso e Digital

30. SECS/AEN Entra no ar o novo portal da Agência Estadual de Notícias

Comunicação

23/02/2005

Digital

31. Celepar - Acervo pessoal E-Torpedo - etapa 3 05/2005 Impresso e Digital

32. Celepar - Acervo pessoal e-Torpedo 06/2005 Impresso e Digital

33. SEAP/e-GOV - Acervo pessoal

Edital Pregão Contração 08/2005 Digital

34. SEAP/e-GOV - Acervo pessoal

Edital Pregão Contratação SMS – Complementar

23//08/2005 Digital

35. SEAP/e - Acervo pessoal PREGÃO ELETRÔNICO Nº. 218/2005

11/08/2005 Digital

36. Celepar - Acervo pessoal Projeto e-Torpedo - emissão/recepção de torpedos

11/2005 Impresso e Digital

37. Jornal Gazeta do Povo Chance de emprego chega ao celular.

Marco Sanchotene entre 2005-2006

Impresso

38. Brasil Telecom Guia de Conexão - de transporte SMS para o envio de informações e produtos

entre 2005 - 2006

Digital

39. e-Gov - Acervo pessoal Apresentação Projeto m-Gov Paraná no Conip

2006 Digital

40. Normas para uso de SMS - Acervo pessoal

Normas para uso de SMS no âmbito do Governo do Paraná

e-Gov PR - Grupo Normas e Padrões

04/2006 Digital

41. GTEC Week – Otawa - Canadá

The Corporate uses of SMS in the Government of Paraná

Beatriz Lanza e Walter Gonçalves

04/2006 Impresso

42. e-Gov - Acervo pessoal O Grande Vencedor do Prêmio CONIP de Excelência - Iniciativa de Sucesso, com o projeto

07/08/2006 Digital

43. Decision Report e-Gov contra o Desemprego Bruno Ferrari e Graça Sermoud

02/01/2006 Digital

44. Entrevista ao Informativo Prestando Conta RJ - Acervo pessoal

Mobile Government Thiago Figueiredo La Vega Duarte

2006 Digital

45. Celepar - Acervo pessoal Mobile Government- a experiência do Governo do Paraná e Celepar

21/06/2006 Digital

46. Celepar - Acervo pessoal Respondendo questões de pesquisador do Maranhão

6/09/2006 Digital

47. Artigo apresentado no CONEGOV - Acervo pessoal

Uso Corporativo do Sms No Governo do Paraná.

LANZA, B. B. HOLLANDA, G. A. de GONÇALVES, W.

30/10/2006 Digital

48. Comentário de materia publicada - Acervo pessoal

"Privatização foi o impulso" do caderno de Informática

20/11/2006 Digital

49. Gazeta Mercantil Celular liga o governo ao cidadão

Ana Carolina Saito 23/04/2007 Impresso e Digital

50. Position paper W3C França - Acervo pessoal-

Seminário W3C "Tecnologias Móveis: seu papel na Promoção do Desenvolvimento

Beatriz Barreto Brasileiro Lanza

18/04/2008 Digital

51. Apresentação em evento - Acervo pessoal

Africa Perspective on the Role of Mobile Technologies in Fostering Social and Economic Development

Beatriz Barreto Brasileiro Lanza

01/04/2009 Digital

52. Instituto CONIP - Acervo pessoal

Fatores alavancadores e obstáculos" à mobilidade no governo

Vagner Diniz 19/08/09 Digital

53. Celepar/TIM- Acervo pessoal

Contrato de suporte de rede e envio de SMS - Contrato

genérico Digital

54. Celepar/BRT - Acervo pessoal

Contrato de Mensagens de Texto - Global Telecom

genérico Digital

145

ANEXO C – RELAÇÃO DOS ENTREVISTADOS NA 1a ETAPA Entrevistas com Técnicos e Gestores de m-Gov no Governo do Paraná

Instituição Entrevistado Cargo Data Entrevista

Celepar Entrevistado 1 Analista de Sistemas 02/08/2010

Celepar Entrevistado 2 Diretor 20/08/2010

Celepar Entrevistado 3 Analista de Suporte 24/08/2010

Celepar Entrevistado 4 Assessor da Diretoria 31/08/2010

Celepar Entrevistado 5 Coordenador de

Atendimento

20/09/2010

Celepar Entrevistado 6 Coordenador de

Atendimento

20/09/2010

146

ANEXO D – DECRETO No 5.954

147

ANEXO E – EMAIL QUESTIONÁRIO Prezado (Respondente,)

Em primeiro lugar muito obrigada pelo seu apoio.a esta pesquisa

Você está respondendo pelo ator: e-PARANÁ. Nas fases: 2 e 3.

Estou anexando três documentos:

1) Questionário - para ser respondido e devolvido via email.

2) Linha do tempo m-Gov - para servir de apoio ao questionário

3) TCLE - para ser preenchido, assinado e devolvido em papel (objeto da pesquisa e garantia da sua privacidade)

Eu agradeço muitíssimo a sua participação e estou à disposição para esclarecer quaisquer dúvidas.

Abraço

Bia Lanza

9228-4645

3304-7918

3 anexos — Baixar todos os anexos

APÊNDICE C –

QUESTIONÁRIO.doc

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Linha do tempo m-

Gov PR.pdf

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TCLE padrão

m-Gov.doc

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148

ANEXO F – NATUREZA DO RELACIONAMENTO

FASE

1

C1 TROCAR EXPERIÊNCIAS, APRENDER COM OS PARCEIROS. C2 FORTALECER A MINHA ORGANIZAÇÃO. C3 GANHAR DINHEIRO PARA A ORGANIZAÇÃO QUE EU REPRESENTO. C4 AGILIZAR O PROCESSO E A QUALIDADE DE ATENDIMENTO AO CIDADÃO. C5 PROVER A INFORMAÇÃO/SERVIÇO AO PROJETO M-GOV. C6 IDENTIFICAR OPORTUNIDADES. C7 MOBILIZAR PARCEIROS. C8 DESCOBRIR POSSÍVEIS USO DO TELEFONE CELULAR.

C9 FAZER ACORDOS INSTITUCIONAIS COM OS PARCEIROS. C10 DESENVOLVER SISTEMA E INFRAESTRUTURA PARA M-GOV. C11 INOVAÇÃO. C12 PROSPECTAR NOVOS MERCADOS. C13 DESEMPENHAR PAPEL DE BROKER

FASE

2

C1 TROCAR EXPERIÊNCIAS, APRENDER COM OS PARCEIROS. C2 FORTALECER O PROJETO M-GOV. C3 FORTALECER A MINHA ORGANIZAÇÃO. C4 GANHAR DINHEIRO PARA A ORGANIZAÇÃO QUE EU REPRESENTO. C5 AGILIZAR O PROCESSO E A QUALIDADE DE ATENDIMENTO AO CIDADÃO. C6 PROVER A INFORMAÇÃO/SERVIÇO AO PROJETO M-GOV. C7 IDENTIFICAR OPORTUNIDADES. C8 MOBILIZAR PARCEIROS.

C9 DISSEMINAR PROJETO M-GOV. C10 DESCOBRIR POSSÍVEIS USO DO TELEFONE CELULAR. C11 FAZER ACORDOS INSTITUCIONAIS COM OS PARCEIROS. C12 DESENVOLVER SISTEMA E INFRAESTRUTURA PARA M-GOV. C13 INOVAÇÃO. C14 PROSPECTAR NOVOS MERCADOS. C15 SMS COMO BASE DE UMA LINHA DE SERVIÇO C16 DESEMPENHAR PAPEL DE BROKER

FASE

3

C1 TROCAR EXPERIÊNCIAS, APRENDER COM OS PARCEIROS. C2 FORTALECER O PROJETO M-GOV. C3 FORTALECER A MINHA ORGANIZAÇÃO. C4 REDUZIR CUSTOS PARA A ORGANIZAÇÃO QUE EU REPRESENTO. C5 GANHAR DINHEIRO PARA A ORGANIZAÇÃO QUE EU REPRESENTO. C6 AGILIZAR O PROCESSO E A QUALIDADE DE ATENDIMENTO AO CIDADÃO. C7 PROVER A INFORMAÇÃO/SERVIÇO AO PROJETO M-GOV. C8 IDENTIFICAR OPORTUNIDADES.

C9 MOBILIZAR PARCEIROS. C10 DISSEMINAR PROJETO M-GOV. C11 DESCOBRIR POSSÍVEIS USO DO TELEFONE CELULAR. C12 FAZER ACORDOS INSTITUCIONAIS COM OS PARCEIROS. C13 DESENVOLVER SISTEMA E INFRAESTRUTURA PARA M-GOV. C14 INOVAÇÃO. C15 MAIOR FIDELIZAÇÃO AO GOVERNO C16 PARTICIPAR A NÍVEL DE TESTE. C17 CONSTRUIR UM MODELO DE NEGÓCIO M-GOV. C18 DESEMPENHAR PAPEL DE BROKER.

FASE

4

C1 TROCAR EXPERIÊNCIAS, APRENDER COM OS PARCEIROS. C2 FORTALECER O PROJETO M-GOV. C3 FORTALECER A MINHA ORGANIZAÇÃO. C4 REDUZIR CUSTOS PARA A ORGANIZAÇÃO QUE EU REPRESENTO. C5 GANHAR DINHEIRO PARA A ORGANIZAÇÃO QUE EU REPRESENTO. C6 AGILIZAR O PROCESSO E A QUALIDADE DE ATENDIMENTO AO CIDADÃO. C7 PROVER A INFORMAÇÃO/SERVIÇO AO PROJETO M-GOV. C8 PARTICIPAR APENAS, POR IMPOSIÇÃO HIERÁRQUICA OU LEGAL.

C9 IDENTIFICAR OPORTUNIDADES. C10 MOBILIZAR PARCEIROS. C11 DISSEMINAR PROJETO M-GOV. C12 DESCOBRIR POSSÍVEIS USO DO TELEFONE CELULAR. C13 DESENVOLVER SISTEMA E INFRAESTRUTURA PARA M-GOV. C14 CONSTRUIR UM MODELO DE M-GOV. C15 DESEMPENHAR PAPEL DE BROKER

FASE

5

C1 TROCAR EXPERIÊNCIAS, APRENDER COM OS PARCEIROS. C2 FORTALECER O PROJETO M-GOV. C3 FORTALECER A MINHA ORGANIZAÇÃO. C4 REDUZIR CUSTOS PARA A ORGANIZAÇÃO QUE EU REPRESENTO. C5 GANHAR DINHEIRO PARA A ORGANIZAÇÃO QUE EU REPRESENTO. C6 AGILIZAR O PROCESSO E A QUALIDADE DE ATENDIMENTO AO CIDADÃO. C7 PROVER A INFORMAÇÃO/SERVIÇO AO PROJETO M-GOV. C8 IDENTIFICAR OPORTUNIDADES.

C9 MOBILIZAR PARCEIROS. C10 DISSEMINAR PROJETO M-GO. C11 DESCOBRIR POSSÍVEIS USO DO TELEFONE CELULAR. C12 DESENVOLVER SISTEMA E INFRAESTRUTURA PARA M-GOV. C13 DESENVOLVER UM MODELO DE M-GOV C14 FIRMAR CONTRATO COMERCIAL DE SMS C15 COMPARTILHAR SISTEMA E INFRAESTRUTURA PARA M-GOV. C16 COMPARTILHAR CONTRATO DE SMS C17 DESEMPENHAR PAPEL DE BROKER