PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO (PPAD)
MESTRADO EM ADMINISTRAÇÃO
BEATRIZ BARRETO BRASILEIRO LANZA
DINÂMICA DE RELACIONAMENTO ENTRE ATORES DE PROJETOS GOVERNAMENTAIS: O CASO DO M-GOV DO PARANÁ
CURITIBA 2011
BEATRIZ BARRETO BRASILEIRO LANZA
DINÂMICA DE RELACIONAMENTO ENTRE ATORES DE PROJETOS GOVERNAMENTAIS: O CASO DO M-GOV DO PARANÁ
Dissertação de Mestrado apresentado ao Programa de Pós-Graduação em Administração da Pontifícia Universidade Católica do Paraná.
Orientador: Profa. Dra. Maria Alexandra Viegas Cortez da Cunha.
CURITIBA 2011
AGRADECIMENTOS
À professora Maria Alexandra, pelo incentivo ao Mestrado e por aceitar
ser minha orientadora. Ser parceira numa pesquisa apaixonante, na qual
ambas acreditam na utilidade e importância do resultado.
Aos integrantes da banca de qualificação, professores Luiz Carlos
Duclós e Carlos Olavo Quandt, pelas contribuições ao meu projeto.
Às secretárias executivas deste programa, Denise Lorenzini, Priscilla
Veiga Bueno e Denise Rempel, pelo profissionalismo e carinho.
Aos professores Belmiro Valverde Jobim Castor, Carlos Olavo Quandt,
Eduardo Damião da Silva, Evelise Maria Portilho, Kleber Candiotto, Maria
Alexandra Viegas Cortez da Cunha, Paulo Mussi Augusto, Valéria Silva da
Fonseca, Wesley Vieira da Silva. Especial ao Professor Luiz Carlos Duclós,
que nos ensinou a acreditar em nós, não em gênios.
À Celepar pelo auxílio financeiro.
Aos colegas e amigos do Mestrado.
Aos respondentes da minha pesquisa.
Ao Dr. Nizan Pereira, grande incentivador na minha vida profissional e
acadêmica.
À Marisa Villela, Yara Sarmento e Vitoria Sahão, pelo carinho e
incentivo.
Ao Diego Queiroz, June Cruz, Kamylla Lima, Kawana Sato, Silvana
Walter, José Roberto Frega, Cristiano Maciel pela preciosa ajuda.
À Dircema e Arno Krug pelo incentivo, apoio e carinho.
Ao Vagner Diniz. Você foi imperativo quando disse que nós tínhamos a
obrigação de escrever a história do m-Gov do Paraná.
À minha família, na qual cada um ao seu modo, incentivam-me a
perseguir meus objetivos.
À minha base de sustentação, Marcos, Tasso e Manuela. Filha, seu
olhar atento na conferência das matrizes quadradas foi fantástico. Parecia
gente grande! Filho, vou me lembrar sempre das suas palavras “Mamãe, hoje
eu rezei para dar tudo certo com seu Mestrado”.
Aceitamos muitos conceitos porque eles parecem ser as respostas lógicas a
nossas questões. Mas será que fizemos as questões certas?
Harold L. Klawans
A vida é como uma roda gigante; ora a gente está em cima, ora está embaixo.
Jeanete de Moraes Souza
RESUMO
Entre 2000 e 2010, o governo do Estado do Paraná introduziu a telefonia celular na
sua comunicação com o público, assunto do presente estudo. Utilizou-se o Método
Histórico de Mason pelas vantagens oferecidas na compreensão de fenômenos
contemporâneos relacionados ao uso da Tecnologia da Informação (TI). Para
identificar os eventos relevantes, atores, papéis, aspectos de colaboração,
configuração e densidade das relações, utilizou-se a Teoria de Redes. Nos anos 90
o governo eletrônico ganhou força com o uso intensivo da TI na implementação de
políticas públicas, na gestão pública e na prestação de serviços. Ficou claro, então,
que a relação entre o Estado e o cidadão era mais ampla que aquela entre uma
empresa e seus clientes ou parceiros comerciais. Apesar de mais de uma década de
projetos de Governo Móvel (m-Gov) no Brasil e dos números de telefones celulares -
hoje passam dos 200 milhões de aparelhos – eles ainda são pouco usados na
prestação de serviços públicos em massa. Estudos apontam que a razão disso pode
ser a dificuldade de estabelecer relacionamento entre os múltiplos atores do m-Gov.
O resgate da história do m-Gov do Paraná busca: 1) oferecer subsídios aos gestores
do governo eletrônico sobre a relevância dos relacionamentos na construção de
projetos corporativos complexos, como são os de m-Gov; 2) instrumentalizar
políticas públicas, estratégias governamentais e debate acadêmico voltado à
utilização de telefone celular como canal de relacionamento e prestação de serviços.
Percebeu-se que aqueles atores envolvidos com o objetivo de prover serviço ao m-
Gov permaneceram apenas em uma das fases. Os que estavam voltados à
prestação de serviços permaneceram por mais tempo no processo. A relação
contratual comercial tão almejada pelos atores, ocorrida na terceira fase, não foi
suficiente para sustentar o Projeto. A reunião dos atores e discussão conjunta fez
com que o projeto corporativo crescesse – portanto evidencia-se a importância da
institucionalização do e-Gov. As interações mostraram que a dinâmica de
relacionamento entre os atores contribuiu para amadurecer uma ideia, o uso de uma
tecnologia, o amadurecimento e declínio do projeto m-Gov do Paraná.
Palavras-Chave: Governo Eletrônico. Governo Móvel. Teoria de Redes. Dinâmica
de Relacionamento. Método Histórico.
ABSTRACT
This study discusses the experience of the Government of the State of Parana in
using cell phones for delivering services to people, where the idea came from and
how the Mobile Government (m-Gov) project came to light from 2000 to 2010. The
authors used Mason’s Historical Method because of the way it facilitates the
understanding of contemporaneous phenomena related to the use of information
technology (IT). To identify the relevant events, stakeholders, roles, aspects of
collaboration, configuration and density of relationships, we used the Theory of
Networks. In the nineties electronic government (e-Gov) gained strength with the
intensive use of IT in implementing public policy, public management and delivery of
services. At that time it became clear that the relationship between government and
citizens was wider than the relationship between a company and its customers or
business partners. The diversity of business processes and government practices
behind the m-Gov operation is still little known in spite of the fact that the existence
for over a decade of mobile government projects in Brazil today with 202 million of
cell phones countrywide. By making public the history of Parana’s m-Gov, this article
offers information to e-Gov managers on the relevance of relationships and ways of
social capital so complex corporate projects such as mobile government can be built
and implemented. It was noticed that those people involved with the objective of
providing service to m-Gov, resided only on stage. Those who were directed to
provide services remained longer in the Project. The contractual relationship as
desired by commercial actors that occurred in the third stage, was not sufficient to
sustain the project. The meeting of the actors and debate has made the corporate
project grew - and therefore highlights the importance of the institutionalization of e-
Gov. The interactions showed that the dynamic relationship between all stakeholders
contributed to mature an idea, the use of technology, maturity and decline the project
Keywords: electronic government (e-Gov); mobile government, historical method;
information technology (IT).
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Cadeia de valor do governo móvel. ........................................................... 36
Figura 2 - Unidade de análise. .................................................................................. 56
Figura 3 - Estrutura metodológica da pesquisa. ........................................................ 57
Figura 4 - Fases do m-Gov. ....................................................................................... 66
Figura 5 - 1ª fase do m-Gov do Estado do Paraná. ................................................... 68
Figura 6 - 2ª fase do m-Gov do Estado do Paraná. ................................................... 71
Figura 7 - 3ª fase do m-Gov do Estado do Paraná. ................................................... 74
Figura 8 - 4ª fase do m-Gov do Estado do Paraná. ................................................... 75
Figura 9 - 5ª fase do m-Gov do Estado do Paraná. ................................................... 76
Figura 10 - Linha do tempo do m-Gov do Governo do Paraná.................................. 78
Figura 11 - Site do Governo do Paraná em 1999. ..................................................... 79
Figura 12 - Oferta do serviço do CEASA. .................................................................. 81
Figura 13 - A oferta do serviço no site do CCTG. ...................................................... 82
Figura 14 - A oferta do serviço no site da SETP. ...................................................... 90
Figura 15 - Atores internos e externos do m-Gov. ..................................................... 93
Figura 16 - Atores por fases. ................................................................................... 100
Figura 17 - Sociograma dos atores que participaram da 1ª fase do m-Gov. ........... 101
Figura 18 - Natureza do relacionamento dos atores na 1ª fase do m-Gov. ............. 101
Figura 19 - Sociograma dos atores que participaram da 2ª fase do m-Gov. ........... 102
Figura 20 - Natureza do relacionamento dos atores na 2ª fase do m-Gov. ............. 103
Figura 21 - Sociograma dos atores que participaram da 3ª fase do m-Gov. ........... 103
Figura 22 - Natureza do relacionamento dos atores na 3ª fase do m-Gov. ............. 104
Figura 23 - Sociograma dos atores que participaram da 4ª fase do m-Gov. ........... 105
Figura 24 - Natureza do relacionamento dos atores na 4ª fase do m-Gov. ............. 106
Figura 25 - Sociograma dos atores que participaram da 5ª fase do m-Gov. ........... 106
Figura 26 - Natureza do relacionamento dos atores na 5ª fase do m-Gov. ............. 107
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Método Histórico de Mason et al.: sete fases. ......................................... 44
Quadro 2 - Objetivos Declarados dos Atores no m-Gov. .......................................... 98
Quadro 3 - Papeis dos Atores no m-Gov Paraná. ..................................................... 99
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Número de aparelhos celulares no Brasil. ................................................ 37
Tabela 2 - Países da América Latina com maior número de telefones celulares. ..... 39
Tabela 3 - Municípios brasileiros atendidos pela telefonia celular. ............................ 40
Tabela 4 - População brasileira atendida pela telefonia celular. ............................... 40
Tabela 5 - Densidade do relacionamento dos atores. ............................................. 109
Tabela 6 - Resultado da colaboração dos atores. ................................................... 110
LISTA DE ABREVIATURAS
ARS - Análise de Redes Sociais
BANESTADO - Banco do Estado do Paraná
BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento
BRT - Brasil Telecom
CCTG - Centro Cultural Teatro Guaíra
CELEPAR - Companhia de Informática do Estado do Paraná
CGI - Comitê Gestor de Internet do Brasil
CIO - Chief Information Officer
CONIP - Congresso de Informática Pública
DETRAN - Departamento de Trânsito
e-GOV - Governo Eletrônico
FIRJAN - Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro
IAPAR - Instituto Agronômico do Paraná
IPVA - Imposto dos Proprietários de Veículos Automotores
IR - Imposto de Renda
JCP - Junta Comercial do Paraná
m-GOV - Governo Móvel
ONG - Organização Não Governamental
PDA - Assistente Digital Pessoal
PNUD - Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
PRODEMGE - Companhia de Informática do Estado Minas Gerais
PRODERJ - Companhia de Informática do Estado do Rio de Janeiro
PRODESP - Companhia de Informática do Estado de São Paulo
RENAVAM - Registro Nacional de Veículos Automotores
SAC - Serviço de Atendimento ao Consumidor
SANEPAR - Companhia de Saneamento do Estado do Paraná
SERPRO - Serviço Federal de Processamento de Dados
SETP - Secretaria Estadual de Trabalho e Promoção Social
SMS - Short Message Service
TCLE - Termo Consentimento Livre e Esclarecido
TI - Tecnologia da Informação e Comunicação
13
UNESCO - United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization
WAP - Wireless Application Protocol
W3C - World Wide Web Consortium
3G -Terceira geração
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 17
1.1 PROBLEMA DE PESQUISA ............................................................................... 19
1.2 OBJETIVOS ........................................................................................................ 20
1.3 JUSTIFICATIVAS................................................................................................ 20
1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO ........................................................................... 23
2 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................... 25
2.1 REFORMA DO ESTADO .................................................................................... 25
2.2 GOVERNO ELETRÔNICO ................................................................................. 29
2.3 GOVERNO MÓVEL ............................................................................................ 35
2.4 MÉTODO HISTÓRICO ....................................................................................... 41
2.5 TEORIA DE REDES ........................................................................................... 45
2.5.1 Conceito e caracterização ............................................................................ 45
2.5.2 O Método de Análise de Redes ................................................................... 49
3 METODOLOGIA DA PESQUISA ......................................................................... 51
3.1 POSTURA EPISTEMOLÓGICA .......................................................................... 51
3.2 ESPECIFICAÇÃO DO PROBLEMA .................................................................... 52
3.2.1 Perguntas de pesquisa ................................................................................. 52
3.2.2 Definição constitutiva (DC) e operacional (DO) das variáveis .................. 53
3.2.3 Definições de termos e conceitos ............................................................... 54
3.3 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA .......................................................................... 55
3.3.1 Objeto de estudo........................................................................................... 56
3.3.2 Etapas da pesquisa ...................................................................................... 56
3.3.3 População e amostra .................................................................................... 57
3.3.4 Tipos de dados ............................................................................................. 58
3.3.5 Instrumento de pesquisa ............................................................................. 58
15
3.3.6 Coleta e análise de dados ............................................................................ 59
4 DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS .............................................................. 65
4.1 O PROJETO M-GOV DO ESTADO DO PARANÁ .............................................. 65
4.1.1 Da gênese à institucionalização do e-Gov: prospecção e pré-projeto do m-Gov ....................................................................................................................... 66
4.1.2 Da institucionalização do e-Gov à troca de governo: amadurecimento do m-Gov ....................................................................................................................... 69
4.1.3 Da troca de governo à descontinuidade do e-Gov: fomalização do m-Gov 71
4.1.4 Da descontinuidade do e-Gov à saída da CELEPAR: declínio do m-Gov 74
4.1.5 Da saída da CELEPAR à troca de governo: sobrevivência do m-Gov ..... 75
4.1.6 As cinco fases do projeto ............................................................................ 76
4.2 O PERFIL DOS ATORES DO PROJETO M-GOV DO ESTADO DO PARANÁ .. 79
4.2.1 Atores internos ............................................................................................. 80
Casa Civil ................................................................................................................. 80
Centrais de Abastecimento do Paraná - CEASA .................................................. 81
Centro Cultural Teatro Guaíra - CCTG ................................................................... 82
Companhia de Informática do Paraná - CELEPAR ............................................... 83
Departamento Penitenciário do Estado do Paraná - DEPEN ............................... 83
Departamento de Trânsito do Paraná - DETRAN .................................................. 83
Governo Eletrônico do Estado do Paraná - e-PARANÁ ....................................... 84
Instituto Agronômico do Paraná - IAPAR .............................................................. 85
Junta Comercial do Paraná- JUCEPAR ................................................................. 86
Secretaria de Estado da Administração e Previdência - SEAP ........................... 86
Secretaria de Estado da Comunicação Social - SECS ......................................... 87
Secretaria de Estado da Fazenda - SEFA .............................................................. 88
Secretaria de Estado da Segurança Pública - SESP ............................................ 88
Secretaria de Estado do Trabalho e da Promoção Social - SETP ....................... 89
16
Secretaria Especial de Corregedoria e Ouvidoria Geral - SEOG ......................... 90
4.2.2 Atores externos ............................................................................................ 90
Brasil Telecom / Oi - BRT / OI ................................................................................. 91
Global Telecom / Vivo - GLOBAL/VIVO ................................................................. 91
Sercomtel - SERCOMTEL ....................................................................................... 92
Tim Sul - TIM ............................................................................................................ 92
4.3 OS PAPÉIS DOS ATORES ................................................................................ 93
4.4 DINÂMICA DA PARTICIPAÇÃO DOS ATORES - ASPECTOS DE
COLABORAÇÃO E CONFIGURAÇÃO DAS RELAÇÕES ...................................... 100
4.5 DENSIDADE DO RELACIONAMENTO DOS ATORES .................................... 108
4.6 RESULTADOS DA COLABORAÇÃO ............................................................... 109
4.7 MOTIVOS DA PERMANÊNCIA DO PROJETO ................................................ 111
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 112
5.1 CONTRIBUIÇÕES PARA A TEORIA ................................................................ 116
5.2 CONTRIBUIÇÕES PARA A PRÁTICA .............................................................. 117
5.3 LIMITAÇÕES DA PESQUISA ........................................................................... 117
5.4 PESQUISAS FUTURAS ................................................................................... 118
APÊNDICES ........................................................................................................... 132
ANEXOS ................................................................................................................. 141
17
1 INTRODUÇÃO
Especialmente nos anos 1990, desde a Reforma do Estado, o governo
eletrônico (e-Gov) ganhou força com o uso intensivo de Tecnologia da Informação e
Comunicação (TI) na implementação de políticas públicas, na gestão pública, na
prestação de serviços ao cidadão e na ampliação das práticas democráticas. Nos
anos 2000, surge o Governo Móvel (m-Gov), estratégia de implementação de
serviços públicos disponibilizados em plataformas móveis para prover os cidadãos e
a sociedade, os benefícios e informações a qualquer tempo e em qualquer lugar.
Este trabalho, com o objetivo de investigar a dinâmica de relacionamento entre
atores de projetos governamentais, estudou o projeto m-Gov do Governo do Paraná.
Nessa mesma época, ficou claro que a relação entre o Estado e o cidadão era
mais ampla que a relação entre uma empresa e seus clientes, ou entre seus
parceiros comerciais. Em vários países no mundo, no decorrer da década de 1990 a
privatização do setor de telecomunicações provocou uma massificação de acesso
aos serviços desse segmento econômico. No Brasil, a telefonia móvel, definida
como serviço privado, diferente da telefonia fixa, que foi considerada serviço público
universal, teve grande disseminação após a regulação da modalidade de pagamento
pré-paga.
Em janeiro de 2011, no Brasil, a telefonia móvel tem mais usuários que a
telefonia fixa e vem atingindo todos segmentos da população. O número de
aparelhos celulares é de 202 milhões, e a densidade é de 104,68 aparelhos para
cada 100 habitantes. Esta infraestrutura pode servir de canal de comunicação de
mão dupla, entre o governo e o cidadão, especialmente ao cidadão de baixa renda,
pois o número de aparelhos pré-pagos representa 82,34% do total de telefones
(TELECO1, 2011).
No entanto pesquisas demonstram que o Estado, nas três esferas de
governo, vem timidamente explorando os canais eletrônicos móveis para se
relacionar com os cidadãos, com as empresas e com a sociedade. O governo
poderia utilizar esta infraestrutura para oferecer serviços aos cidadãos proprietários
1 Empresa brasileira de consultoria na área de telecomunicações.
18
dos quase 200 milhões de telefones celulares. E não apenas considerá-la como uma
revolução tecnológica.
A literatura disponível, além de ser precária, não provê uma base teórica
consistente sobre diferentes modelos de gestão de projetos de m-Gov praticados
pelos governos. Também não se encontram registros históricos de como se deu a
construção do processo de gestão e qual a participação dos atores neste processo.
Parece compreensível que exista esta lacuna, tendo em vista que o uso de m-Gov
ainda é recente no Brasil. Por isso conhecer como a adoção desta tecnologia se
deu, constitui uma parte importante para compreender a perspectiva de evolução
futura de um projeto m-Gov ou até mesmo fazer proposições ou alternativas de
modelo de negócios.
Ao final desta pesquisa, percebeu-se que aqueles atores que estavam
envolvidos neste projeto com o objetivo de prover informação ou serviço ao m-Gov,
permaneceram apenas em uma das fases do Projeto m-Gov. Aqueles que estavam
com propósitos firmes em processos de governo, ou seja, voltados à prestação de
serviços sobreviveram ou permaneceram por mais tempo no Projeto. Que a relação
contratual comercial tão almejada pelos atores ocorrida na terceira fase, não foi
suficiente para sustentar o Projeto.
Alguns achados deste trabalho podem servir de insights para gestores de
projetos corporativos de tecnologia em governos. No m-Gov paranaense, a
institucionalização do governo eletrônico, a reunião dos atores e discussão conjunta
dela resultante, fez com que o projeto corporativo crescesse – portanto evidencia-se
a importância da institucionalização. Por outro lado, a institucionalização não
garantiu a continuidade do projeto, ele "morre" sem que tivesse sido abortado, daí a
importância de atores centrais "animando" a continuidade do projeto. A retirada de
um dos atores centrais, a CELEPAR, fez com que a prestação de serviços neste
canal quase fosse encerrada, mas algumas aplicações sobreviveram apesar disso:
seus gestores não permitiram a descontinuidade e no interesse público mantêm o
projeto. Então, novas associações se formam na ausência dos atores centrais,
mesmo quando a área de atuação dos atores não é tecnologia – este é um aspecto
digno de investigação. Uma última observação que, apesar de óbvia, não pode ser
omitida, é a de que projetos corporativos podem ser alavancados ou descontinuados
pelas trocas de governo, e que os responsáveis técnicos por esses projetos devem
prepará-los para as mudanças governamentais.
19
As interações observadas neste estudo mostraram que a dinâmica de
relacionamento entre os atores contribuiu para amadurecer uma ideia, o uso de uma
tecnologia à época pouca explorada, o próprio amadurecimento e declínio do
projeto. Um esforço conjunto propiciou novas perspectivas para o desenvolvimento,
fortalecimento e declínio do projeto m-Gov do Governo do Estado do Paraná.
1.1 PROBLEMA DE PESQUISA
Cada vez mais, a preocupação em prestar serviço com qualidade e agilidade
ao cidadão vem tornando-se uma preocupação de muitos governos, em várias
partes do mundo. Isso ocorre devido ao aumento de exigência dos cidadãos. À
medida que a tecnologia se tornou disponível e barata, atingindo todas as classes
sociais, torna-se necessário oferecer mais serviços em dispositivos móveis, como é
o caso de telefone celular.
O número de telefones celulares no Brasil cresce de forma exponencial: em
dezembro de 2010, era de 202 milhões de aparelhos habilitados (ANATEL, 2010). A
função mais utilizada nestes dispositivos é o SMS (Short Message Service),
representando 58% das funcionalidades usadas (CGI, 2010).
Referindo-se à tecnologias móveis, Diniz e Gregório (2007) escrevem que é
impossível imaginar que os serviços públicos não usarão as vantagens da
mobilidade para dar mais eficiência e qualidade em suas atividades, no intuito de
promover a inclusão, democracia e cidadania.
A disponibilização de serviços neste canal deixou de ser uma função
exclusiva do governo para tornar-se também uma função que envolve a iniciativa
privada, essencialmente as operadoras de telefonia móvel, e o órgão de
regulamentação de telefonia no Brasil.
O Governo Móvel ainda é novo e complexo, implica uma série de dificuldades
e dúvidas para as operadoras de telefonia móvel. Surgem questionamentos tais
como: 1) quem paga a conta - o governo, as operadoras ou o cidadão?; 2) por que o
órgão regulador da telefonia não atua com medidas relativas a reserva de shortcode
exclusivo para uso do governo, bem como tarifas diferenciadas para governo?
Devido à amplitude do tema, particularmente no que concerne ao modelo de
negócio e ao volume de aparelhos celulares, faz-se necessário um estudo mais
20
profundo a respeito do desenvolvimento e do processo de construção de projetos
utilizando telefone celular nos governos.
Visando averiguar a configuração de um projeto m-Gov na prática, o presente
trabalho alicerça-se na seguinte questão: como a dinâmica de relacionamento dos atores contribui para o estabelecimento de um projeto corporativo de governo móvel?
1.2 OBJETIVOS
O objetivo geral deste estudo consiste em investigar como a dinâmica de
relacionamento dos atores contribui para o estabelecimento de um projeto
corporativo de governo móvel.
Em um plano mais detalhado, têm-se como objetivos específicos:
1. conhecer o projeto m-Gov do Governo do Paraná, detalhando os
principais eventos e fases desde o pré-projeto, em 2000, até 2010;
2. identificar quais foram e são os atores relevantes no Projeto m-Gov do
Estado do Paraná no decorrer do período pesquisado;
3. ressaltar os papéis desempenhados pelos atores em cada fase do
Projeto;
4. identificar os aspectos de colaboração e a configuração das relações
entre os atores Projeto m-Gov do Estado do Paraná, de 2000 a 2010;
5. analisar a densidade de colaboração Projeto m-Gov do Estado do Paraná,
de 2000 a 2010;
6. descrever os resultados da colaboração dos atores no período
pesquisado;
7. analisar as causas da persistência do Projeto ao longo do período.
1.3 JUSTIFICATIVAS
O potencial de crescimento dos dispositivos móveis, em especial dos
telefones celulares, sua densidade e sua capilaridade, tem chamado a atenção de
especialistas na área de governo em todo o mundo. Em termos de número de
21
telefones celulares, o Brasil ocupava, em dezembro de 2010, a quinta posição
mundial.
O Brasil é líder, na América Latina, em linhas de telefonia celular habilitadas
(TELECO, 2011). A Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL) divulga que
os 5.565 municípios brasileiros terão serviços de telefonia móvel até 2013, e que em
dezembro de 2010, o número de telefones celulares totalizava 202,9 milhões de
aparelhos (ANATEL, 2010).
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em
dezembro de 2010, a densidade nacional de telefonia móvel era de 104 celulares
por cada 100 habitantes, contrastando com 31,2% dos domicílios que dispunham de
computadores. Desses, somente 23,8% possuíam acesso à internet.
Uma pesquisa do Comitê Gestor de internet do Brasil (CGI, 2009) apontou
que a funcionalidade mais utilizada nos telefones celulares, depois de voz, é o SMS
- tecnologia de envio de mensagens curtas de texto, representando 58% das
funções usadas.
A previsão da ANATEL é que a base de telefones celulares deverá ter um
crescimento exponencial até 2022 e deverá ultrapassar os 320 milhões de aparelhos
habilitados no país (ANATEL, 2009). O boletim eletrônico Fierce Government,
divulgou que Vivek Kundra, CIO do Governo Federal dos EUA reservou US$ 35
milhões do orçamento de tecnologia da informação para computação móvel, por
considerar a computação móvel central para garantir que os serviços públicos sejam
apresentados no contexto tecnológico em que a população norte-americana se
sente mais confortável (FIERCE GOVERNMENT, 2010).
O m-Gov fundamenta-se pela facilidade de uso dos dispositivos portáteis, alta
comunicabilidade, baixo custo de aquisição e, especialmente, pela apropriação tanto
da tecnologia, como do seu uso pelos cidadãos. Em adição a canais tradicionais de
prestação de serviços ao cidadão, este pode ser um caminho para ampliar a
interação entre governo e sociedade.
No Brasil, as iniciativas de m-Gov surgiram ainda no começo deste século. O
Governo do Estado do Paraná foi pioneiro em disponibilizar serviços em telefones
celular. Em 2000 já prospectava serviços nessa plataforma, ofertando serviços de
trânsito, avisos de vagas de trabalho, cotação de produtos hortifrutigranjeiros, alertas
de geada e acesso à programação cultural. Os Estados do Piauí, Alagoas e São
22
Paulo também passaram a ofertar alguns serviços por meio de dispositivos móveis
(DINIZ, 2010).
Apesar de quase uma década de projetos de governo móvel no Brasil e dos
números da penetração dessa tecnologia em todas as camadas da população, estes
dispositivos ainda não são um canal para a disponibilização em massa de serviços
públicos. Em outros países em desenvolvimento, a conclusão é semelhante. No
evento mundial W3C Tecnologias Móveis - seu papel na Promoção do
Desenvolvimento Social, realizado em 2008, cujo objetivo foi compreender os
desafios específicos na disponibilização de serviços por meio de telefonia móvel e
web para populações dos países em desenvolvimento, chegou-se a uma importante
consideração (W3C, 2008). Os participantes concluíram que os governos do mundo
ainda não se deram conta e não utilizam a tecnologia mais elementar abarcada em
todo telefone celular, o SMS (LUCA, 2008).
Estudos têm enfocado que é impossível imaginar que os serviços públicos
não usarão as vantagens da mobilidade para dar mais eficiência e qualidade em
suas atividades, no intuito de promover a inclusão, democracia e cidadania (DINIZ;
GREGÓRIO, 2007).
Estudos de Ferrer e Santos (2004) mostraram que o governo poderia ser mais
eficiente ao entregar os serviços aos cidadãos, com custo menor que as formas
eventuais atualmente empregadas. No Fórum Digital Mundial da União Europeia, foi
apontado que o SMS é a tecnologia mais facilmente acessível às organizações não
governamentais (ONGs), organizações locais, governos e às pessoas que
pretendem prestar serviços móveis (W3C, 2009). No Brasil e no mundo, são
verificadas algumas experiências de sucesso de uso corporativo de m-Gov, porém
há poucas registradas e acessíveis. Também os gestores públicos não dispõem de
estudos adequados à realidade brasileira para subsidiar a implantação de seus
projetos.
Apesar do relativo sucesso de algumas aplicações e dos números crescentes
da telefonia móvel, o m-Gov não evoluiu como um canal privilegiado de prestação de
serviços ao cidadão. Uma das explicações aventadas é a dificuldade de estabelecer
relacionamento entre os múltiplos atores de m-Gov, necessário ao estabelecimento
de um modelo corporativo que se sustente no longo prazo. Projetos de m-Gov
envolvem instituições governamentais como secretarias e autarquias, organizações
de informática do governo (como as companhias de informática estaduais),
23
estruturas de informática departamentais nas secretarias e autarquias, empresas de
telecomunicações, brokers, fornecedores de TI e o ator principal - o cidadão.
Considerando que no campo da pesquisa há poucos estudos focando o uso
de serviços móveis por parte do governo brasileiro, este estudo se justifica pela
oportunidade de disponibilizar à academia e ao próprio governo um referencial que
possa servir de base para projetos corporativos de m-Gov. E que este referencial
teórico possa despertar nos gestores públicos a convicção de que as tecnologias
móveis são uma opção de ampliar os canais de prestação de serviço à população.
Ao avançar no conhecimento sobre a dinâmica do relacionamento dos atores
em projetos desta natureza, busca-se dar sua contribuição prática. Os resultados
poderão ser usados por gestores públicos que têm sob sua responsabilidade a
implementação de canais de prestação de serviço ao cidadão, por gestores de TI
que coordenam os projetos de implementação técnica, por empresas de
telecomunicações e serviços correlatos, parceiros no negócio. Também serve para
outras tecnologias em grandes projetos corporativos governamentais.
No contexto teórico, buscou-se estabelecer relação entre os temas estudados
e a Teoria de Redes, tendo em vista que o uso do governo móvel é recente na
administração pública, e não são identificadas na literatura muitas experiências com
o uso do m-Gov, nem estudos ou pesquisas que demonstrem como e o quanto as
redes influenciam na adoção e implementação de projetos, utilizando esta
tecnologia.
Este estudo agrega-se ao atual esforço das áreas de estratégia, análise
organizacional e sistemas de informação por realizar e sociabilizar pesquisa em
análise de redes. Fortalece a temática das redes sociais e organizacionais em
Ciências Sociais. Amplia o conhecimento no contexto de governo móvel, pois o tema
ainda se encontra restrito e concentrado em congressos e seminários focados em
gestão pública e TI.
1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO
Levando-se em conta o problema de pesquisa do trabalho e os objetivos
estabelecidos, o estudo foi dividido em seis capítulos. No primeiro capítulo,
24
apresenta-se um entendimento geral da relevância da proposta de estudo, definindo-
se o problema de pesquisa, a justificativa, os objetivos e a estrutura do trabalho.
O segundo capítulo contém o referencial teórico, abrangendo os principais
tópicos que são objeto de estudos relacionados ao surgimento e evolução do m-Gov
no Brasil. A revisão de literatura aborda a Reforma do Estado, o Governo Eletrônico,
Governo Móvel - definições, cadeia de valor, números no Brasil e na América Latina
sobre telefonia móvel. Este capítulo é finalizado com a Teoria de Redes e com o
Método Histórico de Mason (1997), que serviram como base Teórica desta
investigação.
O capítulo terceiro apresenta a metodologia da pesquisa aplicada no estudo,
inicialmente por meio da questão da pesquisa, seguindo-se com a definição
constitutiva e operacional de termos e variáveis, o delineamento da pesquisa, a
coleta e análise dos dados, o tratamento dos dados e as limitações da pesquisa.
O capítulo quarto apresenta a descrição e análise dos dados. Inicialmente é
apresentada a descrição do caso, com detalhes das cinco fases seguidas na
pesquisa. Após, descreve-se quais os atores que participaram da construção do
Projeto m-Gov do Estado do Paraná, os papéis desempenhados por eles, os
aspectos de colaboração e configuração das relações, a descrição dos resultados da
colaboração dos atores e a análise dos motivos pelo qual o projeto m-Gov do Estado
do Paraná perdura no tempo.
Algumas conclusões dos resultados da pesquisa são apresentadas no
capítulo 5. Ao final, o capítulo 6 encerra o trabalho com comentários sobre as
contribuições e limitações da pesquisa, assim como recomendações e
oportunidades para futuras pesquisas.
25
2 REFERENCIAL TEÓRICO
A fundamentação teórica utilizada para olhar o escopo proposto por esta
pesquisa partiu da premissa de que os atores têm uma relação recíproca e em rede
com a comunidade em que atuam. Essa reciprocidade pressupõe que os atores
moldam a rede à qual pertencem. Pressupõe também que os atores são moldados
por seu ambiente à medida que participam de novas interações, alterando sua
configuração, estrutura e relações de poder, passando a pertencer simultaneamente
a diversas redes.
Para adotar uma abordagem que considera as relações em rede como
premissa, foi utilizada a Teoria de Redes (GRANOVETTER, 1973; WELLMAN, 1988;
WASSERMAN, FAUST, 1994; BORGATTI, 1997), a qual pressupõe que o processo
de inovação emerge e se desenvolve a partir da interação de atores, e não pela
influência das suas características isoladas, sejam elas individuais, sejam
organizacionais.
Antes de apresentar a base da Teoria de Redes, serão introduzidas na próxima
seção algumas definições relacionados a Governo Móvel, tema desta pesquisa.
Para melhor contextualização, é importante apresentar nesta ordem os seguintes
temas: Reforma do Estado; Governo Eletrônico; Governo Móvel, suas definições,
cadeia de valor e os números da telefonia móvel e; o Método Histórico.
2.1 REFORMA DO ESTADO
Segundo Bresser-Pereira, a Reforma do Estado, é um processo histórico cuja
dimensão é proporcional à da sua crise. Iniciou-se nos anos 1970, explodiu nos anos
1980, levou ao ressurgimento do liberalismo e a uma crítica profunda das formas de
intervenção ou de regulação do Estado. Nos anos 90, foi abandonada a ideia do
Estado mínimo e a atenção foi concentrada na Reforma do Estado (BRESSER-
PEREIRA, 1997).
A Reforma do Estado, nos anos 90, constitui-se como um tema bastante
amplo e complexo, por envolver aspectos políticos, econômicos e administrativos. O
resultado pretendido era de um Estado mais eficiente, que respondesse a quem de
26
fato deve responder: o cidadão. Logo seria um Estadó agindo em parceria com a
sociedade e de acordo com os seus anseios, menos voltado para a proteção e mais
para a promoção da capacidade de competição (BRESSER-PEREIRA, 1997).
O problema da capacidade gerencial do Brasil, portanto da reforma
administrativa, passou a ser fundamental, no contexto da Reforma do Estado,
tratando-se de um evento recorrente. Entretanto nos anos 90, verificou-se a
inviabilidade da proposta conservadora de Estado mínimo, e passaram a ser
consideradas abordagens que incluíram maior participação e mais governança.
Trabalhos de Castor e França (1986) apontam as características da
administração pública brasileira. Identificando as disfunções e a fragmentação do
aparato administrativo, quando da multiplicação de agências governamentais, da
impossibilidade do exercício de controle e supervisão ministerial, das dificuldades do
cumprimento de funções essenciais de coordenação governamental, a falência da
política de pessoal, por força da proliferação de regimes jurídicos e salários
diferenciados.
Em um país com tão forte iniquidade e desigualdade social, é impossível
esperar que a reforma do aparelho de Estado se conclua para, somente então,
implementar ações destinadas a equacionar problemas, como por exemplo, levar
serviços a todos os cidadãos. A gravidade dos problemas sociais brasileiros exige
mobilização de recursos potencialmente existentes na sociedade, tornando
imprescindível contar com a participação de outros atores, quer sejam sociais,
políticos, quer empresariais, em ações integradas e inovadoras capazes de
promover o desenvolvimento social, tornando possível multiplicar seus efeitos e a
probabilidade de sucesso (FERRAREZI, 1997).
Nos anos 80, além da crise econômica e das transformações sociais, políticas
e institucionais, a administração pública reagia lenta e insatisfatoriamente, pois
possuía as características do modelo brasileiro de desenvolvimento e administração.
A crença de que o governo deveria conduzir, orientar, disciplinar e impregnar seus
valores no processo de mudança social, acabou por assim enraizar a administração
pública brasileira de quatro fascínios: pela eficiência econômica setorial; pela
uniformidade e pelo controle do ambiente; pela grande escala; e o fascínio pela
modernidade. A visão tradicional do desenvolvimento, alicerçado principalmente pelo
crescimento rápido e sustentado do produto nacional padece de serialismo,
etnocentrismo e dualismo, preconceituosos. Esta visão ignorava os vários os limites
27
da biosfera, do poder e recursos do governo, a capacidade gerencial e os limites à
intrusão na esfera do cidadão (CASTOR; FRANÇA, 1987).
A Reforma do Estado ganhou força com o uso intensivo de Tecnologia da
Informação e Comunicação (TI) na implementação de políticas públicas, na gestão
pública, na prestação de serviços ao cidadão e na ampliação das práticas
democráticas e a relação entre o Estado e o cidadão. Atrelado aos movimentos da
Reforma Administrativa, surge o conceito do governo eletrônico - o uso amplo das TI
pelos governos.
De acordo com Cunha e Miranda (2008), os objetivos das ações de governo
eletrônico dos anos 90 eram, no escopo da Reforma Administrativa, o aumento da
eficiência e da transparência administrativa. Conforme os autores citados, logo no
início do século XXI, percebeu-se o potencial das tecnologias como catalisadoras e
habilitadoras de governança e da promoção de práticas democráticas, assim como
facilitadoras do relacionamento mais eficiente entre governo e cidadão.
Desconhecer a importância do uso das tecnologias da informação e
comunicação é reproduzir a lógica ineficaz e irracional de fragmentação e
isolamento das ações das políticas sociais. Ferrarezi (1997) defende que o Estado
deve lançar as bases estratégicas do desenvolvimento social que permitam
estabelecer o diálogo permanente com a esfera privada e pública não estatal. Mas
ainda hoje o modelo burocrático da administração pública mostra-se incompatível
com as atuais exigências da gestão social e é alterado constantemente em função
de alterações das variáveis políticas e financeiras, caracterizando imprevisibilidade
nos projetos que envolvam o governo.
O atual contexto de alta complexidade e turbulência requer da administração
pública flexibilidade capaz de readaptar, constantemente, o planejamento e a gestão
às condições existentes, sem perder, contudo, a qualidade, a eficácia e eficiência de
suas ações. A dificuldade de promover tal transformação constitui grande desafio da
administração pública face à notória rigidez burocrática da qual se reveste
(FERRAREZI, 1997).
Conforme Ferrarezi (1997), desde a década de 70, o capitalismo vem
mudando sua forma de organização e seu padrão de desenvolvimento. Do Estado-
Nação, que assumia a regulação do mercado e da produção, financiando o
desenvolvimento econômico e as políticas sociais, observa-se um contínuo
enfraquecimento da capacidade de regulação dos estados nacionais sobre as
28
relações com a sociedade e com o mercado. A crise do Estado, aguçada pela crise
econômica mundial, tornou transparente a crise fiscal e abalou fortemente os
conceitos de administração pública, exigindo diversas reestruturações,
principalmente quanto ao gasto com pessoal e invocando a necessidade do
aumento de eficiência e eficácia governamental.
Com a necessidade de um Estado mais flexível capaz de adaptar-se às
mudanças externas, tenta-se introduzir neste cenário a lógica da produtividade e os
modelos gerenciais do setor privado na administração pública, iniciando com a
diminuição do tamanho do Estado e o repasse de algumas funções à iniciativa
privada. Assim, na tentativa de resolução dos problemas e da superação das novas
exigências sociais que ultrapassam as possibilidades de o Estado contemplar,
surgem novos atores na arena pública: iniciativa privada e o terceiro setor, os quais
são reforçados e legitimados pela sociedade. A noção de Estado onipresente e
onipotente, segmentando as relações sociais entre públicas e privadas, só encontra
sentido em sociedades autoritárias. Assim, independentemente da eficiência e
eficácia da ação estatal, o crescimento e proliferação das organizações da
sociedade civil são uma resposta às necessidades e não somente ao padrão de
atuação do Estado (FERRAREZI, 1997).
Ainda segundo a mesma estudiosa, é preciso que o serviço público se torne
permeável à convivência com outros atores sociais que assumem, crescentemente,
papel de formulador, implementador e, em alguns casos, até financiador das
políticas. Isso significa que o núcleo estratégico do Estado deve preparar-se para
mudar suas funções, fortalecendo a capacidade estatal de elaborar e avaliar
políticas com maior grau de integração entre seus diversos aspectos - políticos,
sociais, econômicos - possibilitando maior sustentabilidade aos projetos.
Além disso, o Estado deve estabelecer relações de parceria com as
organizações do Terceiro Setor que sejam adequadas às suas especificidades. Para
tanto, a administração pública deveria desenvolver habilidades específicas, tais
como a articulação e negociação entre agentes públicos e outros atores na
elaboração e gestão; implementação de gerência interinstitucional e
interorganizacional com destaque para a formação de redes.
A possibilidade de o Estado vir a incentivar a mobilização de energias
existentes no tecido social, fora da burocracia estatal e presentes principalmente na
chamada comunidade organizada, para o fim de complementar a prestação de
29
serviços públicos e subsidiar a ação governamental, “é plenamente viável, desde
que o governo se instrumente adequadamente para utilizá-la, seja criando
mecanismos de interfaces e de interlocução com a comunidade organizada”
(CASTOR; FRANÇA, 1986).
A Reforma do Estado abriu caminho para a prática da boa governança, em
que o governo eletrônico passou a ter um papel importante nesta nova forma e
possibilidade de governar, com a participação de uma ampla rede de atores. Alguns
autores definem esta nova forma de atuação como e-governança (CUNHA;
MIRANDA, 2008).
2.2 GOVERNO ELETRÔNICO
Fang (2002) define governo eletrônico como a maneira pela qual os governos
usam as novas tecnologias de informação e comunicação (TIC), particularmente as
aplicações baseadas na internet, visando prover os cidadãos e empresas a um
acesso mais adequado às informações e serviços governamentais, melhorar a
qualidade dos serviços e prover melhores oportunidades à participação nas
instituições democráticas e seus processos.
Para Riecken e Lanza (2007), o conceito de governo eletrônico adotado no
Governo do Estado do Paraná não difere do conceito de governo; mudam apenas as
maneiras e os meios de relacionar-se com o cidadão. Isso se torna importante para
que as tecnologias não criem expectativas exaltadas de seus resultados, mas sim
que se constituam em um processo natural de estender o modo de operar as
informações e serviços governamentais dados os novos meios de comunicação
disponíveis, colocados em um contexto econômico, sociocultural e, mais
recentemente, ambiental, de recursos sempre escassos para necessidades
crescentes.
O governo eletrônico pode ser a oportunidade de impulsionar as instituições
públicas com mais qualidade e melhor custo-benefício nos serviços públicos e
modernizar os canais de comunicação entre cidadãos e governo com novos
mecanismos (RIECKEN; LANZA, 2007). O governo eletrônico tem a capacidade de
criar vantagem competitiva, aliando elementos como informação, conhecimento e
capacidade de inovação, prover instrumentos coletivos de controle e participação
30
política e de criar condições para que o uso dos recursos de tecnologia contribua
para o desenvolvimento do país (SANTOS, 2009).
Verifica-se, desse modo, que na operacionalização do governo eletrônico,
como instrumento para potencializar as ações de governo, utiliza-se não de um, mas
de vários canais de comunicação, nos quais os meios eletrônicos se somam aos
meios tradicionais, com novas formas de interação entre governo e cidadão.
A partir de meados da década de 90, governos brasileiros começaram a
desenvolver sua presença na web. Foi em 1999, que se começou a utilizar, no
Brasil, o termo governo eletrônico, inicialmente no governo federal. Um estudo de e-
Gov efetuado em 2002, pelo Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES),
classificou as iniciativas dos estados da federação e elegeu os sites dos Estados de
Minas Gerais, Paraná, Bahia, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e
São Paulo como as iniciativas mais complexas (FERNANDES; AFONSO, 2001). Em
2002, a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN) também
promoveu um estudo comparativo entre os sites governamentais, mostrando a
presença consolidada dos Estados na internet. Na esfera federal, a entrega da
declaração de imposto de renda pela internet e o projeto da urna eletrônica,
aplicações como referência internacional, também foram iniciados nos anos 90
(CHAHIN et al., 2004).
Segundo Castells (2001), conhecimento e informação foram centrais para
todas as sociedades, o que é novo atualmente é o conjunto de tecnologias da
informação com as quais lidamos, tecnologias para agir sobre a informação e não
apenas a informação para agir sobre a tecnologia, como no passado. Elas estão
transformando o próprio tecido social, permitindo a formação de novas formas de
organização e interação social por meio das redes de informação eletrônicas. A
cultura e a tecnologia dependem da capacidade de conhecimentos e informação
para agirem sobre conhecimentos e informação em uma rede recorrente de
intercâmbios conectados em âmbito global.
O uso da tecnologia para prestar serviço ao cidadão, o governo eletrônico,
torna-se uma realidade presente no cotidiano dos cidadãos e altera a forma de
atuação do governo, refletindo na forma de prover os serviços, exercer a democracia
e administrar o bem público.
Apesar da importância e do reconhecimento das aplicações de governo
eletrônico desenvolvidas no país, existem críticas a respeito da redução da
31
velocidade com que tais iniciativas têm-se expandido. Segundo o relatório United
Nations e-Government Survey, pesquisa sobre a situação mundial no setor de
governo eletrônico, o Brasil ocupa a posição 65 no ranking mundial (UNITED
NATIONS, 2010). Em 2003, este mesmo relatório apresentava o Brasil na 41a
posição (UNITED NATIONS, 2003). Acumulando, portanto, uma perda de 24
posições nos últimos 7 anos. Entre as razões apresentadas para essa queda está
justamente a não ampliação das ações do governo federal relativas aos serviços on-
line para os cidadãos.
O uso da TI para a governança, definida pela UNESCO (2004), abarca
conceitos mais amplos, como o uso da tecnologia apoiando exercício de autoridade
política, econômica e administrativa; a articulação dos cidadãos em defesa aos seus
interesses; direitos e obrigações.
Para os novos modelos de gestão pública, a adoção de programas de
governo eletrônico tornou-se importante para a implementação de mecanismos de
governança no setor público. As redes de governanças incorporam a confluência de
quatro tendências que estão alterando a forma de atuação da gestão pública:
condução de temas de governo por atores da iniciativa privada e da sociedade civil
organizada com a burocracia do estado; estruturação de arranjos de vários órgãos
estatais das três esferas de governo, para prestarem serviços e conduzirem
políticas; os avanços tecnológicos na redução de custos de transação e criação de
novas alternativas de interação, parcerias e colaboração em tempo real com
diferentes organizações; as crescentes demandas dos cidadãos por controle de
suas próprias vidas e por maiores opções de serviços públicos, o que exige maior
investimento em infraestrutura tecnológica, prestados por atores públicos ou
privados (PROCOPIUCK, 2007).
Os programas de governo eletrônico poderiam ser utilizados como força
transformadora nos níveis e funções de governo, ou seja, a governança eletrônica,
que é um subconjunto da governança no setor público, associado diretamente à
implementação de mecanismos de controle e gestão de recursos da tecnologia pela
informação.
As políticas públicas de e-Gov e de TI são instrumentos que podem viabilizar
a governança eletrônica, considerando as dimensões: e-administração pública, e-
democracia e e-serviço público. A fronteira entre estas três dimensões é de difícil
demarcação, por isso é uma divisão conceitual. Ao prestar um serviço de melhor
32
qualidade ao cidadão ou empresa - caracteriza-se como e-serviço público.
Prestando este mesmo serviço, sem privilégios respeito à cidadania, tem-se um
exemplo de e-democracia. Melhorando os processos internos na gestão pública,
com menores custos e maior transparência, caracteriza-se como e-administração
pública (CUNHA et al., 2007).
No contexto da administração pública, a formulação, a implementação de
tarefas do poder público e os direitos dos indivíduos são vistos como consequência
da vontade política predominante, desta forma dos interesses organizados. Segundo
Schneider (2006), só têm significância indireta, pois só exercem influência sobre o
processo político e consequentemente, neste modelo, as políticas são iniciadas,
autocontroladas e controladas pelo governo. No campo do Estado, as redes formam-
se para enfrentar problemas sociais, formular e implementar políticas públicas. A
articulação se dá entre as agências governamentais, redes sociais, iniciativas
privadas ou grupo. Tratando-se exclusivamente das políticas públicas desenvolvidas
no âmbito local, o trabalho em rede significa uma profunda redefinição das políticas
sociais, uma nova composição do papel do Estado e das coletividades (LOYOLA;
MOURA, 1997, p. 53-68).
Em síntese, concorda-se com a definição defendida por Cunha et al. (2007)
que e-administração pública se traduz pela melhoria da gestão de recursos e dos
processos governamentais com o uso de TI, da formulação, implementação e
monitoramento e controle das políticas públicas.
O conceito de governança, inserido no contexto da democracia, defende a
ideia de que as decisões importantes de uma localidade são tomadas por um
conjunto de atores sociais, representados não apenas pelo governo (DANIEL, 1996,
p.21-25). Envolve, portanto, um conjunto complexo de organizações públicas,
privadas e não governamentais. A autonomia política passa a adquirir maior
relevância na medida em que o governo local passa a ter um conceito mais claro,
deve ser tratada de forma independente e deve ser estudada com conceitos e
teorias associadas à democracia, à descentralização, ao federalismo, a relações
intergovernamentais (BLUMM; SOUZA, 1998).
O governo eletrônico sendo, segundo Garcia et al. (2003), como uma nova
forma de pensar a participação popular na gestão pública, como um regime
democrático, emergente e divergente das previsões feitas sobre a democracia, pode
33
ser desenhado para permitir a ampliação do exercício da cidadania, a construção de
um novo espaço de participação do cidadão.
O Informe La Democracia en América Latina (PNUD, 2004) mostra que a
América Latina caracteriza-se por uma convergência de instituições democráticas
eleitorais sofisticadas, porém com condições socioeconômicas precárias, em um
cenário de grande desigualdade. Indica a necessidade de avançar de uma
democracia eleitoral para uma cidadania integral, envolvendo a cidadania política
(eleitoral), a cidadania civil e a cidadania social. A cidadania política abarca o direito
de participar do exercício do poder político como representante ou representado no
corpo político. A cidadania civil envolve os direitos essenciais para a liberdade
individual. E a cidadania social envolve desde o mínimo bem-estar social ao status
de uma pessoa civilizada, conforme os padrões dominantes da sociedade (PNUD,
2004).
Akutsu e Pinho (2002) defendem que a democracia eletrônica vai além de
consultas à população e votação eletrônica. A e-democracia é definida como o uso
das tecnologias de informação e comunicação para melhoria do processo
democrático (CUNHA; CRUZ, 2003), compreendendo a transmissão de informações
dentro do sistema político no qual há três atores importantes: o cidadão, o político e
o administrador público.
A democracia e o uso de meios eletrônicos estão intrinsecamente ligados à
comunicação, em via dupla, entre o cidadão e o Estado, inserindo os poderes
Legislativo, Executivo ou Judiciário, além das empresas e organizações não
governamentais. A democracia associativa, defende Ferrarezi (1997), traz uma nova
noção de sociedade civil com o desenvolvimento de atividades por grupos
empreendedores, que não demandam ao Estado e realizam serviços e políticas com
ou sem recursos públicos, com novas formas de organização e participação social.
Surgem projetos de uso de TI para a ampliação de mecanismos de
participação, transparência e controle social. A internet é vista como facilitadora da
participação democrática e do exercício do controle social. Não é por meio da
tecnologia que se criará a participação, nem o controle social, mas ela poderá
facilitar sua concretização (CUNHA; SOUZA, 2005, p.69-89).
O conceito de e-serviços públicos está relacionado ao acesso e à entrega de
serviços de governo ao cidadão, empresas e a organizações que interagem com o
governo. É a prestação do serviço público por meio de canais digitais de acesso e
34
entrega de soluções eletrônicas, como portais de serviços em sites de governo
(CUNHA, et al., 2007).
Apesar de o principal foco de e-serviços públicos estar apontado para os
sites, há muitos exemplos governamentais do uso de TI na prestação de serviços ao
cidadão. Podem ser citados a instalação de centrais de atendimento integradas,
como o PoupaTempo, em São Paulo, ou SAC, na Bahia; o desenvolvimento de sites
de prestação de serviços, em todos os Estados da Federação, governo federal,
capitais e em grande parte dos grandes municípios do país; o uso de aparelhos
móveis para a prestação de serviços ou informações, trouxe ganhos de tempo e
qualidade no atendimento ao cidadão (CUNHA et al., 2007).
A disponibilização de serviços públicos pelo governo e a universalização do
acesso do cidadão à internet é requisito essencial para o desenvolvimento do
governo eletrônico. A exclusão digital impediu substancialmente a ampliação do
acesso às informações e serviços, mesmo com a disponibilização de infraestrutura
coletivas. A visão estratégica sobre a prestação de serviços parte do foco do
cidadão por diversos meios de acesso, adequando informações e linguagem de
cada mídia. Os variados canais de atendimento devem ser integrados na visão de
um governo multicanal em 360°, disponível 24 horas por dia durante os 7 dias da
semana.
Laila et al. aponta que se não for instalado um processo de institucionalização
das políticas de governo eletrônico, as ações de e-Gov na promoção de
transparência e participação popular nas decisões da administração pública tende a
repetir a baixa efetividade. Em alguns estados da federação não há identificação
coordenada ou priorização de aplicações. O foco de preocupação é aparentemente
circunscrita à forma da organização devem tomar e não qual o papel que esta
organização deve executar (LAIA et., 2011).
A prestação eletrônica do serviço deve incorporar múltiplos canais de
atendimento à escolha do cidadão, e atentar que para esta ampliação auxilie na
universalização e na democratização do acesso da população aos serviços
essenciais. Para tanto, o uso intensivo de TI é imprescindível, tanto quanto
fundamental, que o processo de produção de serviços seja simplificado e integrado
(CUNHA et al., 2007). O desenvolvimento da tecnologia de comunicação sem fio e
de mobilidade possibilitam que serviços de governo eletrônico sejam entregues por
meio de aparelhos móveis. Também permite que se viabilizem mecanismos de
35
consulta à população ou se implementem projetos de uso de tecnologias móveis em
políticas públicas. A esse movimento dá-se o nome de m-Gov, assunto que será
explorado no próximo capítulo.
2.3 GOVERNO MÓVEL
Para contextualizar o termo Governo Móvel serão apresentadas as suas
principais definições, cadeia de valor e os números relevantes da telefonia celular no
Brasil e na América Latina.
A definição nos estudos do mGovLab, da International University of Japan
(KUSHCHU; YU, 2004), é “uma estratégia de implementação de serviços públicos
disponibilizados em plataformas móveis para prover aos cidadãos e à sociedade, os
benefícios e informações a qualquer tempo e em qualquer lugar”. O
desenvolvimento das tecnologias de comunicação sem fio e de mobilidade
possibilita que serviços e aplicações de governo eletrônico sejam entregues por
meio de aparelhos móveis. Pode-se afirmar que essas tecnologias possibilitam o
desenvolvimento de novos e exclusivos serviços e aplicações. A essa migração dos
serviços e aplicações de governo eletrônico para as plataformas móveis, dá-se o
nome de governo móvel ou do inglês, mobile government (DINIZ; GREGÓRIO,
2007). O termo governo móvel pode ser entendido, segundo Cunha et al. (2007), de
três formas: a primeira refere-se à oportunidade que os governos têm de usar
dispositivos móveis, tais como Assistente Digital Pessoal (PDAs), celulares ou
quaisquer outros, como canais de entrega de serviços e informações ao cidadão; a
segunda, à utilização desses aparelhos por agentes públicos nas ações em campo;
e a terceira, à montagem de unidades móveis de atendimento para que o governo
possa aumentar o alcance da prestação dos serviços eletrônicos à população que
vive em lugares sem acesso aos serviços públicos (CUNHA et al., 2007).
Diniz e Gregório (2007) consideram que o m-Gov é uma plataforma essencial
de comunicação entre o governo e o cidadão, a integração da cadeia de valor deste
canal pode ser ainda mais complexa pela falta de clareza de seus atores. A Figura 1
mostra os atores participantes e como funciona a cadeia na entrega de serviços
públicos ao cidadão por meio de dispositivos móveis, segundo os mesmos autores.
36
Figura 1 - Cadeia de valor do governo móvel.
Fonte: Adaptado de DINIZ; GREGÓRIO, 2007.
Nessa cadeia, o governo é o primeiro responsável por gerar a oferta de
serviços, pois trata-se de uma decisão política disponibilizar ou não os serviços em
dispositivos móveis. Insere-se neste elo a instituição que regula o funcionamento
das operadores no país, a Agência Nacional de Telecomunicação - ANATEL. Além
de provedor de conteúdo, o Governo deveria também atuar ativamente como
disseminador do m-Gov na sua estrutura de ação e, além disso, deve ser ele o
contratador do serviço junto às operadoras ou junto ao Broker.
O segundo elo nesta cadeia é a indústria da tecnologia da informação,
podendo ser as companhias de informática do Governo ou mesmo o departamento
de informática da instituição, por serem responsável pelo infraestrutura tecnológica e
desenvolvimento das aplicações para a mobilidade.
No terceiro elo, estão os agregadores ou brokers, empresas que integram e
organizam técnica e financeiramente a rede das diversas operadoras de telefonia
móvel. A entrega dos serviços depende dessa rede; é dessa infraestrutura que os
serviços chegam aos dispositivos móveis dos cidadãos.
As operadoras de telefonia móvel estão inseridas no quarto elo dessa cadeia.
No Brasil, em dezembro de 2010, havia 7 grupos atuando no setor de telefonia
móvel, distribuídos e atuando no território nacional em territórios demarcados pela
ANATEL.
Ao final da cadeia está o cidadão. Se os serviços forem disponibilizados pelos
elos anteriores da cadeia, os cidadãos terão acesso a eles independente de onde
estiverem.
37
Nesta pesquisa sobre o m-Gov paranaense, dadas as restrições de tempo e
recursos, optou-se por não estudar a perspectiva do último elo da cadeia, o cidadão.
Com a grande expansão do uso das tecnologias móveis, os cidadãos
perceberam a importância da rápida obtenção de informações. Essa é a base para o
desenvolvimento das aplicações móveis no governo. Em dezembro de 2010
(TELECO, 2011) havia 202 milhões de telefones celulares no país, significando
assim uma densidade de 104,68 celulares por cada 100 habitantes. A densidade foi
calculada sobre o celulares ativos nas operadoras, com a projeção de população do
IBGE para os meses respectivos, conforme mostra a Tabela 1.
Tabela 1 - Número de aparelhos celulares no Brasil.
Abril 2009 Dezembro 2009 Abril 2010 Dezembro 2010
Celulares 154.596.643 173.959.368 180.765.438 202.944.033
Pré-pago 81,60% 82,55% 82,36% 82,34%
Densidade 80,98 90,55 93,80 104,68
Crescimento Mês 923.504 4.205.459 1.655.637 5.410.047
0,6% 2,5% 0,9% 2,7%
Crescimento Ano 3.955.240 23.317.965 6.806.070 28.984.665
2,63% 15,48% 3,91% 16,66%
Crescimento em 1 ano
26.853.887 23.317.965 26.168.795 28.984.665
21,02% 15,48% 16,93% 16,66%
Fonte: TELECO e órgãos regulares brasileiros.
Como meio de solucionar os problemas existentes em ambientes como o da
internet, especialistas apostam nas tecnologias móveis como uma forma de facilitar
a aproximação do cidadão ao governo (MOON, 2004). Estas são consideradas uma
novidade, apesar de não serem novas na área de TI. Seu rápido desenvolvimento
permitiu que diversas áreas pudessem ser estendidas para o meio móvel, por
exemplo, o m-Commerce (SADEH, 2002), pelas vantagens principalmente das suas
duas características principais: a mobilidade e a utilização de redes sem fio,
chamadas de wireless. A mobilidade se reflete como o atributo mais importante
dentro das tecnologias móveis.
Muitos países, como Dubai e Singapura, reconhecem a tecnologia dos
dispositivos móveis como a tecnologia do futuro e começam a propor suas primeiras
38
iniciativas de governo móvel. No Estado da Virgínia, Estados Unidos, pioneira no
país a implementar aplicações de m-Gov, foi desenvolvido o My Mobile Virginia,
primeiro portal que realiza serviços de governo por intermédio de dispositivos móveis
(TRIMI; SHENG 2008). Mensagens de texto têm sido utilizadas, por exemplo, no
Departamento de Polícia de Londres, para informar aos cidadãos assuntos
referentes à segurança e alertas de emergência (TRIMI; SHENG, 2008). O governo
das Filipinas oferece serviços por meio de mensagens SMS e WAP5 (Wireless
Application Protocol).
Com relação ao governo móvel no Brasil, são poucas as iniciativas, a maioria
ainda em fase embrionária, como o projeto SMS no Município de São Paulo,
mensagens SMS para alertar pacientes sobre consultas agendadas no Hospital
InCor (MATTAR, 2008). Algumas outras iniciativas conseguiram avançar e foram
implementadas, como a do governo do Estado do Paraná, onde a Secretaria
Estadual de Trabalho e Promoção Social (SETP) envia torpedos SMS com ofertas
de vagas de empregos a trabalhadores cadastrados com perfil compatível com a
vaga requerida. O governo do Estado do Piauí vem oferecendo serviços de m-Gov
por meio do projeto InformaFácil, que se caracteriza por proporcionar aos cidadãos
piauienses informações sobre multas, IPVA, licenciamento de veículos e pontos na
carteira de motorista (MATTAR, 2008). Em 2010, a Prefeitura de Porto Alegre, no
Rio Grande Sul, foi premiada na categoria inovação tecnológica com o projeto Porto
Alegre Móvel. Esta aplicação possibilita ao cidadão acessar diversos serviços de
governo por meio de dispositivos móveis (CONIP, 2010).
O Brasil ocupava em dezembro de 2010, a quinta posição no mundo em
número de celulares. Na América Latina, onde em apenas seis países se
concentram mais de 80% dos aparelhos celulares, o Brasil é líder em linhas de
telefonia celular habilitadas, segundo a Consultoria Teleco (2011), conforme está
detalhado na Tabela 2 a seguir.
39
Tabela 2 - Países da América Latina com maior número de telefones celulares. Milhares 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Brasil 86.210 99.919 120.980 150.641 173.959 202.944.033
México 47.129 57.017 68.241 75.303 83.528
Argentina 22.156 31.510 39.437 46.509 50.410
Colômbia 21.850 29.763 33.941 40.667 40.505
Venezuela 12.496 18.789 23.820 27.084 28.124
Chile 11.270 13.062 13.955 14.797 16.450
Fonte: TELECO e órgãos reguladores brasileiros.
A perspectiva da ANATEL é de que todos os 5.565 municípios brasileiros, até
2013, possuirão serviços de telefonia móvel, conforme está demonstrado nas
Tabelas 3 e 4. Discute-se ainda a criação do serviço Roaming Internacional das
Américas, para viabilizar as ligações de celulares pré-pagos na América do Sul; o
atendimento a serviços de emergência; a Copa das Confederações, em 2013, a
Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016, eventos que terão o Brasil como
sede; e a configuração de rede em terceira geração (3G) para o atendimento a
municípios.
As adições líquidas no acumulado no ano somam 8,8 milhões de celulares e
25,4 milhões nos 12 meses anteriores. A base pós-paga voltou a crescer mais que a
pré em setembro 2010. A participação do pré-pago caiu de 82,62% em janeiro 2010
para 82,14%, em setembro 2010 (TELECO, 2011). A previsão da própria ANATEL é
de que a base de telefones celulares deverá ter um crescimento exponencial até
2022 e deverá ultrapassar os 320 milhões de aparelhos habilitados no país
(ANATEL, 2009).
40
Tabela 3 - Municípios brasileiros atendidos pela telefonia celular.
% 2007 2008 2009* Mar/10* Set/10*
Atendido 65,4% 75,5% 86,3% 86,7% 97,2%
1 prestadora 15,3% 19,5% 29,4% 29,8% 38,3%
2 prestadoras 9,1% 10,2% 11,3% 11,2% 11,9%
3 prestadoras 18,9% 15,2% 13,4% 13,4% 11,8%
4 prestadoras 22,0% 29,7% 31,2% 31,2% 34,0%
5 prestadoras - 0,9% 1,1% 1,1% 1,2%
Não atendido 34,6% 24,5% 13,7% 13,3% 2.8%
Fonte: TELECO e órgãos reguladores brasileiros.
Tabela 4 - População brasileira atendida pela telefonia celular. % 2007 2008 2009* Mar/10* Set/10*
Atendida 91,5% 93,9% 97,0% 97,1% 98,5%
1 prestadora 4,4% 4,5% 7,3% 7,4% 9,4%
2 prestadoras 3,8% 4,3% 4,8% 4,8% 4,8%
3 prestadoras 40,0% 8,5% 6,3% 6,3% 8,0%
4 prestadoras 43,4% 66,6% 69,4% 69,4% 68,1%
5 prestadoras - 10,1% 9,2% 9,2% 9,3%
Não atendida 8,5% 6,1% 3,0% 2,9% 0,5%
Fonte: TELECO e órgãos reguladores brasileiros.
Para reforçar que este crescimento na telefonia móvel não acontece só no
Brasil, foi divulgado no boletim eletrônico Fierce Government, que Vivek Kundra,
CIO do Governo dos Estados Unidos, reservou US$ 35 milhões do orçamento
proposto para tecnologia da informação no nível federal para computação móvel, por
considerá-la central para oferecer serviços públicos no contexto tecnológico norte-
americano.
A Pesquisa do Comitê Gestor de Internet do Brasil (CGI) apontou em 2009
que, cerca de 59% da população possuía telefone celular, destes 35% dispunham
de acesso à internet e somente 5% acessam. Os dados diferem da ANATEL, pois
esta pesquisa não considera telefones habilitados; ela é feita em domicílios em todo
o Brasil. A funcionalidade mais utilizada nestes dispositivos, depois da voz, é o SMS
(Short Message Service) - tecnologia de envio de mensagens curtas de texto,
41
representando 58% das funções usadas. Estes dados apontam para um canal
eletrônico já existente que tem seu uso também apropriado pelo proprietário do
dispositivo, o cidadão. Portanto com esses telefones celulares nas mãos da
população vê-se grande potencial de utilização como canal de entrega de serviços
de Governo.
Os dados demonstrados até o momento, revelam que o Brasil não evoluiu em
m-Gov, enquanto os números da telefonia móvel crescem exponencialmente. Uma
das explicações aventadas é a dificuldade de estabelecer relacionamento entre os
múltiplos atores de m-Gov. As instituições governamentais, como as secretarias e
autarquias, as organizações de informática como as empresas estaduais, as
estruturas de informática departamentais nas secretarias e autarquias, empresas de
telecomunicações, brokers, fornecedores de TI e o ator principal - o cidadão. Este
relacionamento envolve também o estabelecimento de um modelo de negócio que
se sustente no longo prazo.
2.4 MÉTODO HISTÓRICO
A pesquisa documental, caracterizada como histórica, investiga
acontecimentos do passado com o objetivo de avaliar a sua influência no presente
(LAKATOS e MARCONI, 2007; NEUSTADT e MAY, 1996).
É também uma pesquisa orientada a processo, quando se preocupa com a
compreensão de como os projetos evoluem e por que evoluem de certa forma ao
longo do tempo. Pesquisas de processo normalmente lidam com dados
retrospectivos, com base em narrativas sobre o que aconteceu, e sobre quem fez o
quê e quando. São eventos, atividades ou escolhas ordenadas no tempo
(LANGLEY, 1999).
Os métodos históricos de pesquisa podem ser de grande utilidade, quando
oferecem ao pesquisador em administração e negócios a oportunidade de adquirir
uma ampla compreensão das situações e dos contextos nos quais estão inseridas
(O'BRIEN, 2004).
Vizeu (2010) destaca que o interesse em pesquisa com esse método está em
que o resgate dos aspectos históricos e interculturais sobressai à reprodução
ideológica dominante que tende a excluir o passado ou o contexto das teorias e
42
práticas organizacionais. A perspectiva histórica pode contribuir para o avanço na
análise de fenômenos administrativos por meio do enriquecimento e ampliação das
pesquisas, tanto pela adoção de quadro teórico-conceitual constituído a partir da
análise histórica, quanto pela aplicação da pesquisa histórica como método de
análise.
A pesquisa histórica pode contribuir para alicerçar pesquisadores que buscam
novas maneiras de olhar para o objeto pesquisado e estejam comprometidos com
outras epistemologias, expandindo as possibilidades de análise e teorização acerca
do espaço organizacional, objeto de estudo da análise organizacional e de sua
dinâmica (MARTINS, 2001).
Reed defende que as organizações foram racionalmente projetadas para
resolver conflitos entre as necessidades coletivas e as vontades individuais, e seu
processo de ação e criação foi realizado necessariamente por indivíduos em um
específico contexto histórico. Identificar e analisar esse contexto, por meio de quadro
teórico-conceitual constituído com base na perspectiva histórica, contribui para que o
pesquisador evite atribuir caráter histórico e determinístico às suas pesquisas. Ou
seja, utiliza-se conceitos e ideias de uma época para analisar fatos de outro tempo
histórico, provocando distorções metodológicas, distanciando acontecimentos e
sublinhando uma intemporalidade universal (REED, 1999).
Costa et al. (2010), ao dizerem que a aproximação da administração e história
não alcançou ainda o seu potencial ontológico e epistemológico, defendem que tal
quadro pode ser confrontado por meio da identificação do embate paradigmático que
ocorre na área de História e que, nesse caminho de aproximação, transborda para a
Administração. Identificar as visões originadas do acirrado debate entre as
perspectivas da história tradicional e da história nova no campo da Administração
pode contribuir para: a) melhor compreensão dos fenômenos administrativos; b)
formação de pesquisadores mais conscientes de seus métodos de pesquisa e c)
fortalecimento da interdisciplinaridade por meio da criação de vínculos mais fortes
entre as áreas.
Compartilha-se neste estudo com os conceitos de Falcon (1997) e Bloch
(2001), em que o primeiro autor diz que a história não é arte, e sim ciência. Que a
tarefa do historiador não consiste em evocar ou reviver o passado, mas narrar ou
descrever os acontecimentos do passado tal qual eles realmente ocorreram.
Ressalta ainda o debate em torno dos usos e significados do conhecimento histórico
43
e das relações entre política e poder para a compreensão do passado. E o segundo
autor, defende que a história não é uma ciência do passado, mas sim a ciência dos
homens no tempo e cuja relevância reside na importância atribuída ao presente para
a compreensão do passado.
Costa et al. (2010), no artigo Perspectiva Histórica em Administração: novos
objetos, novos problemas, novas abordagens - defendem que poder e política
passam ao domínio das representações sociais e de suas conexões com as práticas
sociais, adquirindo importância e prioridade questões acerca do simbólico, das
representações sociais ou coletivas, dos imaginários sociais, da memória (ou
memórias coletivas), das mentalidades e das práticas discursivas associadas ao
poder. Que essa discussão é transportada para o pensar administrativo quando
começam as apropriações da perspectivas históricas em administração. Os mesmos
autores acreditam que essa incorporação não possa ocorrer de forma ingênua nem
irresponsável, pois cada posição ontológica e epistemológica assumida guia o
pesquisador para diferentes fontes, objetos, problemas e métodos e, assim, a
distintas tentativas de apreensão da realidade organizacional.
Mason et al. (1997) propõem um "método histórico para a pesquisa em
tecnologia de informação", um método voltados especificamente ao uso de TI.
Quando o que se quer saber e de que forma estes fenômenos surgiram ou
evoluíram no tempo, assim como suas implicações no presente, esses autores
defendem que a pesquisa de método histórico oferece vantagens para compreender
fenômenos contemporâneos relacionados ao uso de TI.
Jayo (2010) defende o uso deste método para a diversidade de modelos
praticados na gestão operacional no Brasil, a partir de uma análise retrospectiva.
Segundo o mesmo autor, a análise histórica complementa a produção de um
determinado retrato em modelos de gestão, auxiliando na reconstituição de
diversidade de processos.
Este método consiste na aplicação de sete fases, apresentadas no Quadro 1,
na página seguinte. Para efeitos expositivos são apresentadas sequencialmente,
porém na prática de pesquisa, elas sofrem muitas vezes sobreposições ou
repetições.
44
Fase Descrição
1 Formulação de uma questão de pesquisa
2 Especificação de um domínio de investigação bem definido. Uma firma
individual, ou um grupo de firmas, ou um setor, são exemplos possíveis de
domínios de investigação.
As fronteiras temporais do domínios de investigação (definição de um
período de interesse sobre os qual serão coletados dados) também devem
ser estabelecidas
3 Reunião de evidências, a partir de fontes documentais e demais registros.
Na pesquisa histórica de fenômenos relacionados a TI, dado que em geral
os eventos estudados são relativamente recentes, entrevistas com
envolvidos nos eventos ("testemunhas oculares") costumam constituir uma
importante fonte de dados.
4 Avaliação crítica do material empírico coletado, a fim de verificar a coerência
dos dados.
Isto inclui aplicar lógica básica de forma a verificar a coerência interna do
conjunto de dados, e voltar às fontes para depurar eventuais inconsistências.
5 Identificação de padrões: nesta fase, a pesquisa passa de empírica para
indutiva, e a tarefa do pesquisador consiste em juntar e relacionar os fatos,
identificando a lógica existente entre eles.
6 Escrever o relato: o produto final da abordagem é a produção de um relato
textual, escrito de forma "interessante", porém "apresentado, é claro, de uma
forma que preserve a integridade e a consistência dos dados" (MASON et
al., 1997:317).
7 Situar as contribuições do relato em relação à literatura existente, situado a
forma como ele dialoga com trabalhos prévios. Quadro 1 - Método Histórico de Mason et al.: sete fases.
Fonte: Adaptado de Jayo (2010) utilizado de Mason et al. (1997).
Utilizando este método, procurou-se estudar os processos organizacionais do
Projeto m-Gov do Estado do Paraná, além das histórias corporativas oficiais,
interpretando as estruturas organizacionais existentes não como sendo determinado
por lei, mas sim como resultado de decisões do passado.
45
2.5 TEORIA DE REDES
O interesse na formação de alianças e redes, essencialmente para explorar a
capacitação complementar, deixa claro que as organizações não possuem todos os
recursos e competências à manutenção de sua competividade (CRUZ, 2007).
As redes apresentam em seu processo de formação propriedades
emergentes, que são fenômenos que não se devem à influência dos atores
individuais, mas a interação entre eles. Numa rede, o processo de inovação emerge
do compartilhamento de diferentes conhecimentos, experiências e aprendizados, e
não pela tentativa de copiar as melhores práticas (BERRY, 1997).
2.5.1 Conceito e caracterização
De modo mais abrangente, o conceito de rede, segundo Powell; Smith-Doerr
(1994), pode ser entendido como um conjunto ou laços de relações de indivíduos ou
organizações. Um laço entre atores possui conteúdo (informação e fluxo de
recursos, conselho ou amizade) e forma (força ou intensidade). Granovetter et al.
(2000) definem redes sociais como um conjunto de nós e atores ligados por relações
sociais e Rossoni (2006), como um conjunto finito de atores e as relações entre eles.
O interesse da análise de redes sociais é entender as ligações entre entidades
sociais e as implicações dessas ligações.
Desde 1950, o conceito de redes tem ocupado lugar proeminente em diversos
campos de estudo, como na antropologia, psicologia, sociologia e biologia molecular
(NOHRIA, 1992). As redes sociais, por sua vez, têm sido trabalhadas na dimensão
conceitual, teórica e metodológica por essas ciências que se propuseram a analisá-
las a partir de suas próprias óticas, conferindo-lhes assim um caráter interdisciplinar,
favorecendo de forma substancial o desenvolvimento de conceitos sobre redes.
Entre os primeiros estudos sobre redes sociais destacam-se os do sociólogo
norte-americano Mark Granovetter, destacando os trabalhos The Strenght of Weak
Ties, publicado em 1973, e Getting a Job, editado no ano posterior. Com estas
publicações, esse autor injetou a discussão sobre a importância e o papel das redes
na promoção e acesso a oportunidades na estrutura social e econômica.
46
Nas décadas seguintes, iniciou-se o estudo dos fluxos de informação como
um processo de formação de redes sociais, ou, no termo em inglês networking
process, investigações feitas por economistas e sociólogos. Entre outros, DiMaggio
e Walter Powell passam a analisar, no campo da teoria das organizações, as
relações introspectadas entre redes e informação, num processo de difusão de
práticas organizacionais (DIMAGGIO, 1991). As organizações estão tipicamente
inseridas em redes múltiplas e até sobrepostas.
Para compreender melhor a Teoria de Redes, faz-se necessário esclarecer
alguns conceitos-chave, essenciais para a discussão da análise de redes. Esses
conceitos são: ator, laço, díade, tríade, grupo, relação.
Os indivíduos, as organizações, são entidades sociais caracterizadas como
atores. Os atores são ligados entre si por laços. Esses laços podem ser diversos e
definidos como uma ligação estabelecida entre par de atores, podendo por exemplo,
ser uma transferência de recursos de uma empresa para outra, o envio de uma
mensagem, a escolha de um parceiro, uma relação formal.
Uma díade pode ser entendida como uma ligação ou um relacionamento
estabelecido entre dois atores. Um laço, nesse caso a díade, é inerentemente uma
propriedade de um par de atores, não pertencendo isoladamente a cada ator. Assim,
em vários tipos da análise de redes que se preocupam com o relacionamento em si,
tratam a díade como unidade de análise (WASSERMAN e FAUST, 1994;
WELLMAN, 1988).
Uma tríade é um conjunto de três atores e os possíveis laços entre eles. A
análise de tríade possui importantes implicações para a análise de redes,
especialmente ao peso e ao valor entre essas relações.
Um grupo é a coleção de todos os atores em que seus laços podem ser
medidos. Consiste em um finito conjunto de atores definidos por critérios
conceituais, teóricos ou empíricos em que as medidas da rede são tomadas
(WELLMAN, 1988). Essa relação pode ser definida como a coleção de laços de um
tipo específico entre membros de um grupo.
No contexto dessa Teoria, o aprendizado interorganizacional merece
destaque, de acordo com Nielsen, citado por Pereira e Pedrozo (2003, p. 10): a
reciprocidade se acentua quando existe uma perspectiva de longo prazo. Segurança
e estabilidade encorajam a originar novas maneiras de realizar as tarefas,
promovendo aprendizado, troca de informações e gerando confiança (POWELL,
47
1990). O processo de aprendizagem está diretamente relacionado com a interação
sinérgica entre seus membros. As organizações buscam selecionar recursos
complementares, objetivando a transferência de conhecimento numa rede, que é
usada como canal para transferência de conhecimento e relacionamento de
capacidades. Para que os valores, rotinas e regras sejam amplamente difundidos e
absorvidos pelos atores, é necessário um tempo de aprendizagem suficientemente
capaz de amadurecer não só a maneira de agir dos participantes, mas também a
qualidade e intensidade do relacionamento entre eles (JONES; HESTERLY &
BORGATTI, 1997). Uma parte importante do comportamento das organizações é
inclusive modelada pelo comportamento de outras organizações que servem de
exemplo, e que as informações disponíveis nas redes profissionais e de status
modelam os tipos de comportamento e os padrões tentam alcançar, defendem
Powell e Smith-Doerr (1994).
A Teoria de Redes propõe que todas as organizações podem ser encaradas
como redes sociais e assim precisam ser analisadas. A rede, portanto, vem sendo
idealizada com um formato organizacional democrático e participativo, no qual as
relações interinstitucionais se caracterizam pela não centralidade organizacional e
não hierarquização do poder, tendentes à horizontalidade, complementaridade e
abertas ao pluralismo de ideias e à diversidade cultural. Em contrapartida a esse
pensamento, pode-se dizer que o desafio da coordenação dos empreendimentos em
rede está relacionado ao fato de que as organizações atuam de acordo com lógicas,
valores e normas de conduta.
Segundo Pereira e Meireles (2009), a interdependência social complexa das
redes não pode ser lida a partir da formalização matemática apenas, mas também,
da elaboração de questões sociométricas pertinentes. De acordo com Klein (2002),
as redes de organizações podem possuir características inerentes ao mercado,
como especialização e pressões por ele exercidas, e também são compostas por
aspectos de confiança e informações integradas, tradicionalmente encontradas nas
organizações de estrutura hierárquica.
Observar e reconhecer que as organizações não contemplam em si mesmas
todos os recursos e competências necessárias a uma oferta compatível com a
demanda é um dos fatores que remetem as organizações a firmarem suas ações
articuladas de complementaridade em redes (CRUZ, 2007).
48
Segundo Martes et al. (2006), a estrutura de redes deve ser considerada fator
fundamental para explicar parcela significativa da vida econômica dos indivíduos e
organizações a partir dos anos 1970, pois apresenta uma abordagem alternativa de
desenvolvimento. Powel e Smith-Doerr (1994) destacam a importância do
entendimento de redes como uma forma de governo de relações entre atores
econômicos, pois aproximam indivíduos e organizações em um sistema relacional
em que emerge uma série de interesses convergentes ou não.
De maneira mais ampla, a formação de redes interorganizacionais tem-se
apresentado como um desafio para o estudo científico da administração. Sua
crescente importância e aplicação à Teoria das Organizações demandam a
realização de estudos teórico-empíricos que esclareçam suas dinâmicas, forças,
fraquezas, obstáculos, possibilidades e aplicabilidades (JONES et al., 2003).
As redes apresentam propriedades emergentes, ou seja, fenômenos que não
se devem à influência dos atores individuais e suas características isoladas, mas à
interação entre eles. Martes et al. (2006) afirmam que a perspectiva de redes
permite melhor entendimento do comportamento das organizações num contexto
estratégico. Podendo ser considerada uma característica fundamental da sociedade
moderna, dadas as circunstâncias econômicas em que a competição deixa de ser
um contexto externo, para incorporar um perfil de posicionamento da empresa
dentro da rede, ainda ser utilizada como uma forma de responder de forma
intencional à demanda de vantagem competitiva do mercado.
Para Machado-da-Silva e Coser (2004), essa aproximação entre
organizações por meio de suas relações de geração de riquezas e utilização de
recursos instiga e define sistemas de significação, regras e normas comuns que
todos os envolvidos devem compartilhar. As redes sociais têm seus atores
distribuídos em uma área determinada de forma concentrada, podendo abranger
todos os setores da sociedade de forma colaborativa em prol de um objetivo comum
e voltado ao atendimento de necessidades e expectativas sociais, com
predominância em relações informais entre seus atores.
49
2.5.2 O Método de Análise de Redes
O método da Análise de Redes Sociais (ARS), segundo Pereira e Meireles
(2009), nem sempre é utilizado pelas disciplinas para produzir dados novos, mas re-
dimensiona perspectivas existentes para indagar questões específicas das redes
analisadas. São comuns, portanto, aproximações entre Antropologia, Economia,
Sociologia, Ciência da Computação, Comunicação Social, Administração,
Demografia, Psicologia, Educação, Ciências Cognitivas e Geografia, o que, de certa
maneira, pode gerar um conhecimento novo. É necessário, portanto, um pouco de
perspicácia para tramar olhares complexos sobre todas essas disciplinas, a fim de
instituir particularidades metodológicas que caracterizem a área como possuidora de
pilar epistemológico bem definido.
É preciso saber mais do que o contexto da análise (lugar para onde se olha),
inclusive saber o contexto de realização da mesma (lugar de onde se olha), que
pode afetar as pautas de pesquisa na área. A transdisciplinaridade não é a negação
das disciplinas; pelo contrário, é a inteligente interação entre as mesmas. Desse
ponto de vista, a epistemologia não é o centro da verdade, mas gira em torno do
problema da verdade, perpassando as verdades parciais, reorganizando-se como
saber sem separar-se da reflexão, assim como procede o método da Análise de
Redes Sociais (PEREIRA; MEIRELES, 2009).
O método da Análise de Redes Sociais (ARS) pressupõe que as relações
sociais constituem a unidade básica da sociedade, auxiliam a identificar atributos de
vários tipos, que não devem ser isolados; pelo contrário, o foco deve ser na
interdependência dos indicadores (WASSERMAN; FAUST, 1994; LAZEGA, 2007;
HANNEMAN, 2008; TOMAÉL; MARTELETO, 2006; CABALLERO, 2005; PIZZARO,
2004; MARTELETO, 2001 apud PEREIRA; MEIRELES, 2009).
A ARS, mesmo possuindo características de um método sociológico rigoroso
de modelização, indutivo das estruturas relacionais na sociedade, é flexível, quando
propõe a hibridação entre matrizes diversas para fazer interagir uma série de
elementos conceituais para as novas contribuições advindas dessas interações
(CABALLERO, 2005). Este método é utilizado para a contextualização dos
comportamentos para alcançar a visualização sistemática da dimensão relacional,
às vezes invisível, das conexões sociais de uma sociedade. É um instrumento a
50
serviço da teoria da ação coletiva, que auxilia a redefinir conceitos disciplinares e
produz conhecimento novo, a partir de perspectivas que contextualizam a visão do
próprio pesquisador, oriundo de diferentes áreas; caracteriza-se por buscar em
outras áreas visões complementares para seus problemas, defendem Pereira e
Meireles (2009).
Em redes sociais, dependendo da herança disciplinar do pesquisador, pode-
se fazer uma interpretação simplificada e reduzida da complexidade do objeto de
pesquisa; para neutralizar essa influência, o método da ARS combina uma
abordagem estrutural (de visualização, geração de grafos) com outros métodos de
contextualização da ação em rede. E assim, a interdependência social complexa das
redes, não pode ser lida a partir da formalização matemática, apenas, mas também
da elaboração de questões sociométricas pertinentes. As redes sociais são
consideradas importantes parceiras na construção do conhecimento sobre elas
mesmas; isso implica, afirma Brandão (2008), uma transdisciplinaridade forte, que
conecta a experiência e a vida cotidiana com o saber e as universidades. Assim,
estabelece diálogos para tratar questões como políticas, gestão de tecnologia,
economia mundial e meio ambiente.
51
3 METODOLOGIA DA PESQUISA
Um projeto de pesquisa, do ponto de vista metodológico, se estrutura em
alguns elementos inter-relacionados, entre eles: o método de pesquisa utilizado; as
técnicas de coleta de dados e as técnicas de análise dos dados (MYERS, 2005).
Utilizou-se nesta pesquisa uma postura epistemológica positivista, perspectiva
dominante nos projetos relacionados ao estudo de TI (ORLIKOWSKI; BAROUDI,
1991). Este tipo de pesquisa pressupõe a realidade como um dado objetivo, ou seja,
que pode ser descrito por meio de fatos observáveis e mensuráveis, independente
do pesquisador (MYERS, 1997).
Aborda-se nos capítulos seguintes a forma como a pesquisa se encontra
organizada nas duas etapas, quanto aos métodos e as técnicas de coleta de dados
com a interpretação de dados em cada uma das etapas.
3.1 POSTURA EPISTEMOLÓGICA
Toda pesquisa se baseia em um conjunto de pressupostos epistemológicos,
ainda que não explícito, relacionados à natureza do conhecimento e à maneira como
ele é obtido (MYERS, 1997; HIRSCHLEIM, 1992). As abordagens funcionalistas,
tradicionalmente adotadas em estudos na área de Sistemas de Informação (SI) não
atendem às necessidades de organizações que apresentam grande variedade de
fenômenos (CIBORRA, 2002), como é o caso do Projeto m-Gov do Estado do
Paraná, objeto de estudo desta pesquisa.
Com base nas categorias para classificar uma pesquisa com seus
pressupostos epistemológicos, Orlikowski e Baroudi (1991) apresentam as
perspectivas: positivista, interpretativista e crítica. Embora esta não seja a única
existente na literatura, esta classificação tem sido útil para caracterização das
pesquisas na área de TI e SI (CHEN e HIRSCHEIM, 2004; WALSHAM, 1995; DINIZ
et al., 2006).
Considerando que a postura epistemológica adotada influencia o processo de
investigação do pesquisador (DE VILLERS, 2005), considerou-se adequado adotar
uma postura mais assentada nos pressupostos positivistas. Segundo Myers (1997),
52
pressupõe que a realidade de um dado objetivo pode ser descrita por meio de
eventos observáveis e mensuráveis, independentes do pesquisador. As
características citadas da perspectiva adotada pelo pesquisador, representam
apenas as mais marcantes desta linha. Assim, defende-se que esta classificação
compartilha características de outras abordagens epistemológicas, como por
exemplo, as da interpretativista.
O pesquisador, mesmo tendo adotado uma perspectiva positivista, registra a
sua crença da não neutralidade da pesquisa, até porque o mesmo participou - ainda
que não diretamente - do Projeto de Governo Eletrônico do Estado do Paraná, do
final de 2001 a meados de 2006, projeto que abarcava o objeto de análise desta
pesquisa.
3.2 ESPECIFICAÇÃO DO PROBLEMA
Com as considerações apresentadas, pretende-se analisar neste estudo, sob
uma perspectiva histórica e por meio da análise de redes sociais, o seguinte
problema: como a dinâmica de relacionamento dos atores contribuiu para o estabelecimento de um projeto corporativo de governo móvel.
3.2.1 Perguntas de pesquisa
Com vista a verificar como a dinâmica de relacionamento dos atores
contribuiu para o estabelecimento de um projeto corporativo de governo móvel,
elaboraram-se as seguintes questões específicas de pesquisa, as quais
direcionaram este estudo:
1. Quais os principais eventos considerando o uso de dispositivos móveis
ocorridos no governo do Estado Paraná, de 2000 a 2010?
2. Quais são os atores relevantes no Projeto m-Gov do Estado do Paraná
neste período?
3. Quais são os papéis desses atores no Projeto m-Gov do Estado do
Paraná neste período?
53
4. Quais são os aspectos de colaboração e a configuração das relações
entre os atores neste Projeto?
5. Qual é a densidade das relações entre os atores?
6. Quais os resultados da colaboração dos atores?
7. Quais são os motivos por que o Projeto m-Gov do Estado do Paraná
perdura no tempo?
3.2.2 Definição constitutiva (DC) e operacional (DO) das variáveis
EVENTO
DC: expressão do latim que significa, ser ou constituir fato de importância na
vida social ou em outros âmbitos. Atividade dos mais diferentes tipos reunindo
pessoas (ANDRADE, 1999). Segundo o Dicionário Aurélio, acontecimento com
característica principal de propiciar uma ocasião extraordinária ao encontro de
pessoas, com finalidade específica (2010).
DO: para compreensão do evento serão consideradas as mudanças
significativas durante o período estudado, representados, por exemplo, por:
mudança de governo, mudança de legislação, troca de gestor, tomada de decisão.
Os eventos escolhidos serão aqueles considerados mais relevantes no exame da
pesquisa documental e nas entrevistas.
ATOR
DC: indivíduos, grupos de indivíduos, organizações, comunidades,
corporações. Redes podem ser formadas por atores do mesmo tipo, chamadas
unimodais, ou podem ser multimodais formadas por atores de diferentes tipos
(SOUZA; QUANDT, 2008).
DO: será considerada a organização/instituição participante do projeto de m-
Gov do Estado do Paraná.
NATUREZA DO RELACIONAMENTO
DC: é a mesma definição de elos relacionais, que são tipos de relação que
estabelece uma conexão ou troca de fluxos entre dois atores (SOUZA; QUANDT,
2008).
54
DO: será representada pelos interesses ou objetivos pelos quais os atores
participaram do Projeto m-Gov do Estado do Paraná, como, por exemplo,
institucional, de parceria, contratual, aprendizagem
DENSIDADE
DC: cálculo da proporção de linhas em um gráfico relacionado ao número
máximo de linhas possíveis. Matematicamente pode variar de 0 a 1 (SOUZA;
QUANDT, 2008).
DO: a proporção de conexões representadas pelas organizações estudadas
ou atores.
CENTRALIDADE
DC: são três as medidas comumente utilizadas: centralidade de grau;
centralidade de proximidade; e centralidade de intermediação (HANNEMAN;
RIDDLE, 2005).
DO: será considerada a centralidade de grau, definida pelo número de laços
adjacentes de um ator com relação aos outros na rede.
3.2.3 Definições de termos e conceitos
GOVERNO ELETRÔNICO
DC: Riecken e Lanza (2007) esclarecem o termo governo eletrônico, é a
maneira pela qual os governos usam as novas tecnologias de informação e
comunicação (TI) para proverem aos cidadãos e empresas um acesso mais
adequado às informações e serviços governamentais.
GOVERNO MÓVEL
DC: Governo móvel é a maneira pela qual o governo presta serviço ao
cidadão, às empresas e à sociedade em geral, utilizando todos os tipos de
tecnologias móveis (CUNHA; MIRANDA, 2008). Nesta pesquisa foi considerado
somente o uso de telefone móvel, especialmente a tecnologia SMS.
55
BROKER
DC: Broker é um terceiro operacional que realiza a venda em nome de uma
ou mais indústrias, podendo ou não realizar outras atividades logísticas como
armazenagem, entrega, cobrança e serviços de pós-venda (SEADI, 2004). Assim,
nesta pesquisa os brokers são empresas homologadas junto às operadores de
telefonia móvel, com conexão direta com essas operadoras, fazendo com que as
mensagens SMS trafeguem de forma curta e segura.
3.3 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA
O objetivo geral e os objetivos específicos do presente estudo mostram a
relação existente com a dimensão exploratória. Segundo Gil (1991), estudos
exploratórios têm como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema
pesquisado, para torná-lo mais explícito.
Estudos sobre m-Gov são ainda relativamente escassos na literatura. O
fenômeno de uso de tecnologia móvel na entrega de serviços públicos também é
novo. Assim, um estudo exploratório foi considerado mais adequado.
Esta pesquisa tem caráter qualitativo. A análise qualitativa (o estudo de caso),
por sua vez, permite a construção do caso, registrando o que mudou na vida das
organizações. Qualitativamente falando, só pode ser compreendido por meio de
entrevistas em profundidade aplicadas aos envolvidos.
Ao comparar o método do estudo de caso com outros métodos, Yin (1988)
afirma que para definir-se o método a ser usado, é preciso analisar as questões que
são colocadas pela investigação. De modo específico, este método é adequado para
responder às questões “como” e “por que”, que são questões explicativas e tratam
de relações operacionais que ocorrem ao longo do tempo com maiores frequências
ou incidências.
O período selecionado para esta pesquisa foi de 2000 a 2010. Em 2000,
iniciaram-se os primeiros movimentos de m-Gov no Governo do Paraná e em 2010,
ainda eram encontradas empresas estatais no Paraná utilizando o m-Gov.
56
3.3.1 Objeto de estudo
A unidade de análise é o Projeto de m-Gov do Estado do Paraná; portanto,
estudo de caso único. A Figura 2 mostra que, neste projeto, diversas organizações
desenvolveram ações.
Figura 2 - Unidade de análise.
Fonte: A autora.
3.3.2 Etapas da pesquisa
A pesquisa deste trabalho foi executada e encontra-se organizada em duas
etapas. A primeira, está associada ao primeiro objetivo específico, conhecer o
projeto do m-gov. A segunda etapa está associada aos demais objetivos específicos
com focos temporais distintos. Embora evidentemente as duas etapas partilhem da
mesma perspectiva epistemológica, elas apresentam diferenças no que diz respeito
ao emprego de métodos, técnicas de coleta e técnicas de análise de dados. O
percurso percorrido pela pesquisa quanto a estes aspectos pode ser visto de forma
sintética na Figura 3 a seguir.
57
Figura 3 - Estrutura metodológica da pesquisa.
Fonte: Inspirado em Jayo, 2010.
3.3.3 População e amostra
Vergara (1997) define população como um conjunto de elementos (empresas,
produtos, pessoas, por exemplo) que possuem as características que serão objeto
de estudo.
A população deste estudo compreende as instituições públicas ou privadas
que participaram do m-Gov do Estado do Paraná.
A amostra, conforme Contandriopoulos (1999), é um subconjunto de
indivíduos da população alvo. Desse modo, as características da amostra devem ser
as mesmas que as da população alvo. A amostra extraída da população foi do tipo
intencional. Richardson (1985) explica que ela se relaciona intencionalmente de
acordo com certas características que foram estabelecidas no plano e nas perguntas
de pesquisa formuladas.
Foram entrevistados os técnicos e os gestores das organizações que
participaram do Projeto m-Gov do Estado do Paraná. Importante ressaltar que os
atores são as instituições e não pelas pessoas que as representavam ou
representam.
A população são todas as organizações participantes do projeto, públicas, as
estatais públicas do Governo do Paraná e organizações da iniciativa privada.
58
No início dos trabalhos esperava obter uma amostra, mas ao final da
pesquisa obteve-se um censo, ou seja, foram entrevistadas todas as organizações
participantes do Projeto m-Gov do Paraná: CASA CIVIL, CCTG, CEASA, CELEPAR,
DEPEN, DETRAN, e-PARANÁ, IAPAR, JUCEPAR, POLÍCIA CIVIL, SEAP, SECS,
SEFA, SEOG, SETP, BRT, GLOBAL, SERCOMTEL, TIM e VIVO. Totalizando vinte
atores.
3.3.4 Tipos de dados
Os dados coletados na presente pesquisa foram de dois tipos: primários e
secundários. De acordo com Martins (1990, p.45), os dados e informações coletados
em publicações são denominados dados secundários; portanto exigem a
identificação precisa da fonte. Martins (1999, p.48) destaca que os dados primários
são aqueles obtidos diretamente com o informante por meio de instrumentos
(questionários ou entrevistas).
Portanto os dados secundários foram colhidos por meio de pesquisas em
documentos internos das instituições pesquisadas, reportagens publicadas em
jornais e em revistas, artigos publicados em congressos e outros.
Por sua vez, os dados primários do presente estudo foram obtidos por meio
de entrevistas e questionários.
3.3.5 Instrumento de pesquisa
Com vistas a atingir os objetivos propostos, foram utilizados os instrumentos:
pesquisa documental, entrevista e questionário. Para obtenção dos dados
secundários, foi utilizada a pesquisa documental; a lista que enumera os
documentos consultados encontra-se no ANEXO II. Para coletar os dados primários,
foram utilizados entrevista (APÊNDICE B) e questionário (APÊNDICE C). O roteiro
para as entrevistas, na concepção de Fachin (1993, p.58), consiste em um elenco de
questões que são apreciadas e submetidas a certo número de pessoas com o intuito
de obterem-se respostas para a coleta de informações. Frega (2009) pontua que a
59
entrevista qualitativa, com seu caráter construcionista, baseia-se fortemente na
construção de significado.
3.3.6 Coleta e análise de dados
Neste trabalho, a coleta de dados compreendeu duas etapas, com formas e
abordagens distintas, porém complementares. Na etapa 1 foi realizado um estudo
exploratório de natureza qualitativa, com pesquisa documental e entrevistas em
profundidade. A etapa 2, com abordagem também qualitativa no que diz respeito ao
questionário.
O objetivo da etapa 1 foi descrever o projeto m-Gov do Governo do Paraná
construindo a sua linha do tempo, e da etapa 2, colher informações para o estudo da
dinâmica de relacionamento e também confirmar (ou não) as informações coletadas
na etapa1.
Os documentos foram analisados por meio da técnica de análise documental,
que, conforme Richardson (1985, p.184), trabalha sobre os documentos, sendo
essencialmente temático, tendo como finalidade a determinação fiel dos fenômenos
sociais. As entrevistas foram transcritas e analisadas por meio da técnica de análise
de conteúdo. Os questionários foram analisados com o software UCINET.
Os procedimentos de coleta e análise dos dados estão detalhados nos itens
apresentados a seguir.
3.3.6.1 Etapa 1: Conhecer o Projeto m-Gov (análise documental e entrevista)
A observação de documentos deve ser cuidadosamente utilizada; não devem
ser tomados como registros literais de eventos ocorridos. Para Yin (2005), o uso
mais importante de documentos, em estudo de casos, é corroborar e valorizar as
evidências originadas de outras fontes. Neste estudo, para a pesquisa documental
foi dada permissão por escrito para observar documentos administrativos.
As informações foram extraídas dos websites e bases de dados das
organizações; arquivos digitais; documentos em papel, tais como: matérias na
imprensa, descrição de projetos, relatórios, atas de reuniões, contratos e convênios
60
formais; textos e artigos publicados em revista e em jornais, emails impressos e em
formato digital, documentos internos da empresas participantes do Projeto m-Gov do
Estado do Paraná. Esses dados secundários serviram de fonte de consulta para
descrição do caso e triangulação das informações.
Os 54 documentos pesquisados estão listados no Anexo II, datados de 2000
a 2009. Foram encontrados 5 documentos sem registro de data, mas pelo seu
conteúdo foi possível situá-los em um período. Trata-se de dados retrospectivos que
ajudaram a conhecer e reconhecer acontecimentos importantes na constituição dos
diferentes eventos identificados no período pesquisado.
Nessa primeira etapa, com o objetivo de identificar e descrever os principais
eventos ocorridos no Governo do Estado do Paraná, no período de 2000 a 2010,
analisaram-se acontecimentos, tomadas de decisão, escolhas pessoais ou
institucionais que tenham influenciado a construção do Projeto m-Gov do Estado do
Paraná. Caracterizaram-se os eventos relevantes, diferentes acontecimentos que
influenciaram o processo de formação do Projeto de m-Gov do Estado do Paraná,
no período de 2000 a 2010.
A etapa 1 foi desenvolvida com base no Método Histórico de Mason. A
questão de pesquisa foi formulada (Fase 1 do método), especificou-se um domínio
de investigação e o período (Fase 2) neste caso o projeto m-Gov do Paraná no
período da sua concepção em 2000, até dezembro de 2010, e reuniu-se o material a
partir do qual se coletaram as evidências (Fase 3).
A Fase 4 do método de Mason et al. (1997) consiste na avaliação crítica do
material coletado, o que envolveu uma leitura detalhada de todo o material (fontes
documentais, transcrições de entrevistas e notas do pesquisador) a fim de identificar
lacunas de informação ou contradições no conjunto dos dados. Em algum casos,
voltou-se a entrar em contato com os entrevistados, por telefone ou e-mail, a fim de
sanar dúvidas, atualizar informações e esclarecer contradições encontradas no
conjunto dos dados.
Por fim, a análise indutiva do material - juntando e relacionando os eventos,
de acordo com o previsto na Fase 5 do método - permitiu a elaboração de um relato
(Fase 6), que é apresentado no capítulo 5 deste trabalho. Também foi elaborada a
figura da Linha do Tempo, um quadro que resume a história dos 11 anos do projeto.
61
Para conseguir confirmar e ou corrigir discrepâncias encontradas na pesquisa
documental, considerou-se conveniente utilizar entrevistas semiestruturadas com os
principais atores do projeto.
Para a realização das entrevistas, a pesquisadora prestou aos participantes,
previamente, esclarecimentos sobre os objetivos e justificativas da pesquisa, os
quais estão detalhados no Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).
Estes documentos foram assinados por ambos, pesquisadora e respondente.
Foram entrevistados 6 profissionais, identificados na pesquisa documental
como atores atuantes e relevantes no processo de criação e construção do Projeto
m-Gov do Governo do Paraná. As entrevistas ocorreram no período de 29 de julho a
21 de setembro de 2010. A duração das entrevistas foi de 35 minutos a 2 horas e 20
minutos, com transcrição de 56 páginas.
As entrevistas foram semiestruturadas com perguntas abertas e fechadas,
geradas a partir de uma matriz analítica (APÊNDICE A). Foram conduzidas de forma
pessoal, para evitar constrangimento dos entrevistados, com o auxílio de uma
estagiária de iniciação científica, sempre com a presença e supervisão da
pesquisadora, quando se buscou capturar aspectos complexos das questões
abordadas, naturalmente. As entrevistas foram realizadas no período de 02 de
agosto a 20 de setembro de 2010. Os gravações foram imediatamente transcritas.
Exceto na primeira entrevista, foi possível realizar a gravação de áudio e
vídeo. Para superar os problemas técnicos da 1a entrevista, foram feitas anotações
detalhadas, durante e imediatamente após a entrevista, para manter nos registros o
seu conteúdo com a maior fidelidade possível.
Para a seleção dos entrevistados, além dos nomes encontrados na pesquisa
documental, utilizou-se também a técnica Bola de Neve recomendada por Atkinson e
Flint (2001): nas primeiras entrevistas pediu-se a indicação de outros atores. A
técnica Bola de Neve, foi necessária uma vez que, no início do processo de coleta,
embora fossem conhecidos alguns atores, não se dispunha de informação sobre
quais os atores relevantes seriam entrevistados.
As seis entrevistas realizadas com os participantes do projeto pesquisado
estão listadas no Anexo III. Os nomes dos entrevistados foram omitidos e
substituídos por Entrevistados 1 a 6, para preservar suas identidades.
As interações com os entrevistados não se restringiram ao momento da
entrevista, adotando a prática de manter contato com os entrevistados - por telefone,
62
e-mail ou pessoal para sanar dívidas, complementar ou corrigir informações, as
quais foram agregadas ao material coletado ou transcrito. As informações que
careceram de retorno aos entrevistados foram principalmente aquelas relacionadas
à data dos eventos e aos tipos de tecnologias empregados. Também foram sanadas
dúvidas quanto a informações conflitantes encontradas na pesquisa documental. As
entrevistas serviram também para confirmar os eventos levantados na pesquisa
documental.
3.3.6.2 Etapa 2: dinâmica de relacionamento entre atores do projeto m-Gov
(questionários)
Dinâmica de relacionamento são as prováveis mudanças ocorridas na
estrutura (tamanho, densidade, atores) de relacionamentos em determinada
espaciotemporalidade (Moody, 2004).
Os dados primários, desta etapa, foram coletados com os técnicos e gestores
das organizações governamentais em estudo, para permitir entender as opiniões e
percepções da realidade organizacional.
O questionário foi validado por dois especialistas, fora do grupo de amostra. O
objetivo desta validação foi verificar a sua objetividade e fidedignidade.
Para o preenchimento dos questionários, a pesquisadora prestou
esclarecimentos sobre os objetivos e justificativas da pesquisa, os quais estão
detalhados no Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Estes
documentos foram assinados por ambos, pesquisadora e respondente.
O questionário foi estruturado de forma que o respondente indicasse com qual
ou com quais atores a sua instituição se relacionou em cada fase do Projeto m-Gov
do Estado do Paraná. Para orientar ou situar o correspondente, foi mostrada
pessoalmente, ou enviada via correio eletrônico, a figura da Linha do Tempo do m-
Gov, elaborada na primeira etapa desta pesquisa. O respondente também indicou o
motivo dessa relação, ou seja, qual ou quais objetivos da empresa ao participar
deste projeto.
Cada respondente preencheu um questionário pela sua participação em cada
fase. A condição básica para responder ao questionário era de que o respondente
(gestor ou técnico) tivesse participando do projeto naquela fase. Se o respondente
63
participou de todas as fases, pôde responder então por todas as fases do
questionário. Houve casos em que o ator teve respondentes diferentes, cada um
respondendo pela fase do projeto de que participou. Para um respondente que não
estava em Curitiba, foi enviado via correio eletrônico, o questionário e a figura da
Linha do Tempo. Além das instruções constando no questionário, foi efetuada uma
reunião prévia por telefone para certificar-se do entendimento do respondente
quanto à forma de responder às questões. Neste caso, o respondente enviou o
questionário, via correio tradicional.
A relação dos atores, teve base na lista prévia levantada na etapa 1 da
pesquisa e os possíveis motivos de interação são oriundos dos principais objetivos
de cada ator mapeados também na etapa 1 com a pesquisa documental e
entrevistas.
Nessa etapa de coleta de dados foram enviados quarenta e dois (42)
questionários. Os primeiros (5 deles) foram impressos e levados pessoalmente pela
pesquisadora, que foram respondidos e assinados pelos respondentes. Devido ao
tempo despendido em conversas durante estes questionários, em média 1 hora e
meia, optou-se por enviar os questionários, ligar em seguida para confirmar o
recebimento e o tempo para retorno. No corpo do e-mail foi enviado instruções e
anexado três arquivos (Questionário, Linha do Tempo do m-Gov e o TCLE).
Para os questionários não retornados em 2 dias via e-mail, por intervenção da
pesquisadora solicitaram-se respostas por telefone, ou seja, as perguntas foram
feitas pela pesquisadora, e as respostas dadas pelos respondentes foram anotadas.
Houve um caso em que, dada a discrepância das respostas com as
informações encontradas na pesquisa documental e entrevistas, foi retornado via
telefone ao respondente para reconsiderações. Neste caso, as informações
reconsideradas foram anotadas no mesmo documento preenchido pelo respondente.
Foram recebidos quarenta e dois (42) questionários respondidos, total da
amostra formada pelos representantes de cada uma das organizações aqui
representados como atores, os quais responderam ao questionário no número de
vezes que participaram em cada fase do projeto, ou seja, de quantas etapas
participaram. As respostas aos questionários permitiram confirmar os atores e suas
relações com outros atores, e também possibilitou aferir outras características da
rede, como o mapeamento dos elos, dinâmica de relacionamento, os nós e as
formas de interação entre os envolvidos.
64
Com relação à forma de análise dos dados, o estudo compreende duas
formas distintas de análise: análise de conteúdo simples e software de análise de
redes sociais. Análise de Conteúdo Simples: trata-se da análise do conteúdo
apresentado pelo questionário propriamente dito, não havendo nenhum tratamento
específico sobre os dados coletados (RICHARDSON, 1989). Software de análise de
redes sociais: trata-se do software UCINET 6.289 for Windows. O sistema evidencia
os aspectos relacionais dos atores, dinâmica de relacionamento, envolvidos na
estrutura de redes, possibilitando, por meio da estruturação de uma matriz,
identificar atores, suas estruturas e objetivos de interação (BORGATTI et al., 2002).
Esta metodologia de análise utiliza gráficos para análise de forma descritiva e
matrizes quadradas ou retangulares, também conhecidas como sociomatrizes (x). As
matrizes permitem a visualização de relações e padrões que dificilmente seriam
percebidos nos sociogramas de pontos e linhas. Nas matrizes, as linhas (y)
representam os elos enviados, enquanto as colunas (z) representam os elos
recebidos. Os elos enviados e recebidos possuem importantes implicações nos
cálculos de graus de centralidade local e global e na identificação de subgrupos na
rede. Para montar as matrizes foi agrupado por proximidade de significado a
natureza dos relacionamentos declarados pelos atores na segunda etapa da
pesquisa. Do total de 18 (dezoito) diferentes motivos coletados, foram formatados
em três tipos de natureza de relacionamento: 1) relação contratual, comercial; 2)
relação de parceria, aprendizagem, prospecção; 3) relação institucional, legal.
65
4 DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
Este capítulo compreende a descrição e a análise dos dados coletados.
Divide-se em quatro seções, sendo que na primeira traça-se o perfil dos atores
participantes do Projeto m-Gov do Estado do Paraná. Na segunda seção são
demonstradas as fases da construção do Projeto m-Gov do Estado Do Paraná. Na
terceira seção os papéis desempenhados pelos atores em cada fase da construção
do projeto. Na quarta são apresentados os aspectos de colaboração e configuração
das relações. Na quinta seção apresentam-se os resultados da colaboração dos
atores. Na sexta evidenciam-se os motivos da permanência do projeto m-Gov do
Estado do Paraná.
4.1 O PROJETO M-GOV DO ESTADO DO PARANÁ
O Projeto m-Gov do Estado do Paraná passou por fases distintas,
influenciadas por acontecimentos políticos ou escolhas tomadas por gestores
durante a sua existência. Para descrevê-lo adequadamente, compreendeu-se que
era preciso entender as influências e o contexto de cada fase. Optou-se por construir
uma Linha do Tempo para representar de forma detalhada e visual a história do m-
Gov do Estado do Paraná.
Para caracterizar o início de cada fase foi utilizado o critério de evento, ou
seja, uma escolha, atividade, projeto ou acontecimento que tenha influenciado
fortemente na condução desse projeto.
O primeiro evento ocorreu com as primeiras conversas e prospecções na
CELEPAR em 2000. O segundo grande evento foi em 2001, com a
institucionalização do Programa de e-Gov no Governo do Paraná, o e-PARANÁ. O
terceiro evento foi a troca de governo estadual. O quarto evento foi a
descontinuidade do Programa de e-Gov. O quinto e último evento, que teve forte
influência no Programa de m-Gov do Estado do Paraná, foi a saída da CELEPAR do
projeto m-Gov.
Nota-se que essas fases tiveram durações distintas, umas mais curtas, outras
mais longas, sobretudo porque o critério utilizado para identificar foi um
66
acontecimento influente, e não o tempo ou período de duração da fase. As fases e
suas nominações estão mostradas na Figura 4, e cada uma delas detalhadas nas
seções a seguir.
Figura 4 - Fases do m-Gov.
Fonte: A autora.
4.1.1 Da gênese à institucionalização do e-Gov: prospecção e pré-projeto do m-Gov
A fase inicial do Projeto m-Gov do Estado do Paraná iniciou-se em 2000, na
Gerência de Prospecção de Tecnologia da CELEPAR (GPT), setor responsável
naquela época por estudar e prospectar novas tecnologias para uso das instituições
do Governo do Paraná. À época, estava iniciando no Brasil o uso do telefone celular.
Este projeto nasceu sem objetivo pré-determinado, prazo e orçamento definidos,
características inerentes à fase de projetos em prospecção. A fase foi marcada por
parcerias, nas quais as empresas envolvidas estavam interessadas na telefonia
celular, especialmente nas tecnologias WAP e SMS. Os parceiros percebiam o seu
potencial, porém não sabiam ainda como utilizá-las.
Os papéis dos atores foram definidos com o desenvolvimento do processo. A
CELEPAR, como responsável pela guarda e provimento da infraestrutura das bases
de dados do governo, assumiu o papel de prospecção. Para suprir a parte do
conhecimento e da infraestrutura técnica e legal que não possuía, chamou as
67
operadoras de telefonia móvel que atuavam no território paranaense para
participarem do projeto. Em 2000, a operadora de telefonia móvel GLOBAL e a TIM
aceitaram o convite para serem parceiros no projeto. Mesmo sendo a GLOBAL a
primeira a participar das conversas técnicas e prospecção, foi a TIM que de fato
bancou o primeiro protótipo.
Depois, a TIM também assumiu o papel de Broker, de aglutinadora, ou seja,
por meio da sua base tecnológica, distribuía entregava as informações para as
demais operadoras, e essas para os proprietários dos aparelhos celulares
cadastrados para receberem informações do Governo. Não se esperava que esse
papel fosse exercido por uma empresa de telecomunicações. Na equipe de técnicos
envolvidos, delineava-se que a CELEPAR faria este papel.
Os papéis dos parceiros eram definidos à medida que o projeto avançava.
Contudo a definição desses papéis não os incomodava, que o propósito e a
prioridade era aprender a fazer.
Quanto à escolha dos serviços que seriam eleitos para o teste no telefone
celular, não havia à época, qualquer tipo de prioridade na escolha desses serviços.
Partia-se, em princípio, dos serviços que já estavam disponíveis na internet.
O primeiro serviço a ser disponibilizado, em caráter experimental, foi o
consulta às multas de trânsito do DETRAN. A tecnologia utilizada foi WAP -
protocolo para aplicações sem fio - embarcada em alguns modelos de telefone
móveis. O serviço permitia a consulta de débitos de veículos, incluindo multas de
trânsito e débitos de IPVA - Imposto dos Proprietários de Veículos Automotores -,
bastando informar o número do RENAVAM, o número de identificação dos veículos
registrados nos sistemas de todos os DETRAN’s interligados em sistema nacional.
Este serviço teve repercussão, muita procura e matérias em jornais, no
Estado do Paraná e outros estados da federação, como por exemplo, o Rio de
Janeiro. Os usuários, além dos proprietários individuais de automóveis automotores,
eram também, em grande parte, os despachantes de serviços de trânsito.
É importante destacar que o fato de ser se apresentar o protótipo - a ideia do
projeto do uso do telefone celular funcionando na prática - mudou a dinâmica do
processo de adoção desta tecnologia, tanto dos atores governamentais quanto dos
da iniciativa privada.
68
Nesse período, havia falta de cobertura do serviço de telefonia móvel celular
em algumas regiões do Estado do Paraná, notadamente aquelas em áreas de difícil
acesso e em áreas rurais.
Nessa fase, iniciou-se a discussão por parte dos técnicos e gestores da
CELEPAR, e também do DETRAN, sobre ao que chamamos hoje de usabilidade do
equipamento e também do alto custo do tráfego das informações aos usuários.
Notou-se que não havia, à época, expectativas de faturamento financeiro. A parceria
concentrava-se em explorar aquela nova tecnologia e identificar oportunidades.
Esse período, que se iniciou em 2000 e foi encerrado com a
institucionalização do governo eletrônico, em 26 de março de 2001, que foi
caracterizado por ações cooperativas, por parcerias, marcadas por prospecção,
aprendizado, descobertas, experimentos, sendo este arranjo informal. Não se
encontrou, portando, entre os atores dessa fase - CELEPAR, DETRAN, GLOBAL e
TIM - preocupação em estabelecer relações comerciais ou contratuais entre eles.
A Figura 5 resume a fase 1 do projeto.
Figura 5 - 1ª fase do m-Gov do Estado do Paraná.
Fonte: A autora.
69
4.1.2 Da institucionalização do e-Gov à troca de governo: amadurecimento do m-Gov
O segundo evento significativo, que foi utilizado para demarcar o início de
uma nova fase foi a formalização do Governo Eletrônico (e-Gov) do Governo do
Estado do Paraná (e-PARANÁ). A sua institucionalização aconteceu em 26 de
março de 2001, por meio do Decreto Estadual n° 3.769, publicado no Diário Oficial
n° 5.954, de 27 de março de 2001. Este acontecimento oficializou a prática de
Governo Eletrônico, iniciada em 1995 por uma equipe da Companhia de Informática
do Estado - CELEPAR.
A oficialização do e-Gov no Governo do Paraná deu suporte legal para o
envolvimento e integração das secretarias e órgãos do Governo. Nesse ato, criou-se
também o Comitê Executivo de Governo Eletrônico, com o objetivo de formular
políticas, estabelecer diretrizes e articular ações de implantação e operação de
projetos, como, por exemplo, do m-Gov.
Foi observado na pesquisa documental e confirmado nas entrevistas, que
este período iniciou-se em 2001 e durou até 2003 - com a troca de equipe do
governo estadual. Nesse período foram observados os seguintes acontecimentos e
os papéis que os atores exerciam: houve disseminação do m-Gov na estrutura do
Governo por meio das reuniões dos Grupos de Trabalho2 nos quais oficialmente
havia representantes todas os órgãos do Governo do Estado; juntou-se ao esforço
de institucionalizar e firmar o m-Gov de forma pró-ativa os representantes da CASA
CIVIL E SEOG. Foram identificados nove projetos ou testes de oferta de serviço ao
cidadão ou à estrutura interna do governo; foram iniciadas discussões de viabilidade
comercial do projeto e a apresentação da primeira proposta para contratação
corporativa do serviço SMS; houve o envolvimento da coordenação de atendimento
da CELEPAR com o objetivo de tornar o SMS uma linha de serviço a ser oferecida
corporativamente aos órgãos do Estado.
O segundo serviço testado no Projeto m-Gov do Estado do Paraná foi com a
Secretaria de Estado da Segurança Pública (SESP). Esse projeto era conhecido por
2 Nesse período havia 5 grupos de trabalho de e-Gov: Certificação Digital, Inclusão Digital, Normas e
Padrões, Serviços e Software Livre. A periodicidade das reuniões era mensal.
70
“Policial Online ”, utilizado pelo policial de trânsito em serviço nas ruas e nas
rodovias. Esta aplicação, em função da natureza da atividade policial, era restrito e
de uso exclusivo aos integrantes da Polícia Civil do Paraná. Por meio do telefone
celular, o policial inseria o número do Registro Geral (RG) da pessoa abordada, para
obter informações sobre antecedente criminal ou mandado de prisão. Para obter
informações sobre roubo ou furtos de carro, informava ao sistema o número da
placa do veículo abordado.
Tecnicamente, a aplicação para disponibilizar esse serviço, foi considerada
simples pelos atores internos (CELEPAR e DETRAN) e pelo ator externo (TIM).
Porém os mesmos entrevistados declararam que essa aplicação utilizando a
tecnologia WAP era considerada difícil e onerosa para os proprietários de telefone
móvel. Difícil porque as limitações das aplicações WAP, à época, era a velocidade
de transmissão, tamanho e capacidade gráfica da tela e a dificuldade de digitação
no aparelho celular.
Encontrada esta primeira dificuldade, e prevendo que em se tratando de
governo, haveria dificuldades para implantar a tecnologia WAP; os técnicos da
CELEPAR e da TIM converteram a mesma aplicação para a tecnologia SMS. Assim,
a informação requerida pelo usuário do telefone era retornada por meio de uma
mensagem curta de texto, o SMS ou torpedo, o que a tornava menos onerosa que a
tecnologia WAP – na qual o usuário deveria navegar na internet.
Foi nessa fase que os atores governamentais intensificaram as parcerias com
os provedores da informação e também começaram a preocupar-se com a
viabilidade comercial do projeto. Nesse período, foi apresentada a primeira proposta
comercial para viabilizar o m-Gov do Governo do Paraná.
O fato apontado como o consolidador das ações neste período foi a
institucionalização do e-Gov no Estado (março de 2001), reforçando a representação
formal das instituições governamentais, apoiando e discutindo corporativa e
institucionalmente o m-Gov.
Mesmo sendo a prioridade determinada pelo provedor da informação (a
adesão se dava pelo interesse do provedor da informação); esta foi a fase em que
houve a participação do maior número de atores (governo e iniciativa privada),
totalizando 15 (quinze). E também foi a fase que mais houve projetos, totalizando 8
(oito): a SEFA testou o sistema provendo dois serviços: IPVA e ICMS; o DEPEN
participou com um projeto para uso restrito dos diretores e juízes, com informações
71
sobre a lotação carcerária; o IAPAR com o sistema de Alerta a Geadas, destinados
aos cafeicultores principalmente da região norte do Estado, grande produtora de
café do Paraná. A geada fora de época mostrou a importância do serviço; a
POLÍCIA CIVIL testou o sistema na prática, consultando via telefone celular, a
situação dos veículos e condutores abordados em blitz periódicas; a SETP
convocando os candidatos a emprego no projeto chamado Aviso de Oportunidade
de Emprego; a CEASA, com o projeto Cotação de hortifrutigranjeiros. A criação de
um telecentro nas dependências da instituição para apoiar o m-Gov foi decisivo para
a divulgação e adesão dos produtores ao serviço; o DETRAN por sua vez,
permanece neste projeto, agora com a tecnologia SMS.
Esta fase foi, portanto, a que teve maior número de atores e projeto, houve
sinergia entre os órgãos de comunicação do governo para divulgação do projeto,
capitaneado pelo e-PARANÁ e pela CELEPAR.
O seu resumo está mostrado na Figura 6.
Figura 6 - 2ª fase do m-Gov do Estado do Paraná.
Fonte: A autora.
4.1.3 Da troca de governo à descontinuidade do e-Gov: fomalização do m-Gov
Com a posse, em janeiro de 2003, do governador eleito em 2002, observou-
se que houve especial atenção dos gestores do primeiro escalão ao Portal do
72
Governo. Neste Portal estão os serviços prestados pelo governo ao cidadão, às
empresas e a ele próprio.
Para atender a demanda de mais serviços requisitados pelos cidadãos,
empresários e pelo próprio governador, exigido cada vez mais o uso de tecnologia
que não onerasse o Estado e tivesse um espaço curto de desenvolvimento e
implantação. Segundo foi apurado na pesquisa, o m-Gov fortaleceu-se nesse
processo, por apresentar essas características.
Em abril de 2004, o Governo do Paraná decidiu utilizar serviços SMS de
forma corporativa e com isonomia, ou seja, com todas as operadoras que atuavam
no Estado, para dar maior abrangência à prestação de serviços públicos por meio
desse canal. Os membros do Grupo de Trabalho do e-PARANÁ discutiram aspectos
contratuais com a TIM, VIVO, CLARO, BRT e NEXTEL. A SERCOMTEL, CLARO E
NEXTEL, embora convidadas a discutir, não se interessaram.
A ideia, à época, segundo os entrevistados, era firmar um contrato com cada
uma das operadoras, mas desde que seguissem um padrão definido pelo Governo.
Houve inclusive, uma carta- consulta às instituições do Estado. Esse padrão teve
como princípio não inviabilizar a prestação dos serviços para qualquer das
operadoras, mas ao mesmo tempo definir alguns pontos de interesse específico do
Governo, como, por exemplo, a definição de preços dos serviços, que o Governo
entendia ser sua prerrogativa estabelecer (sempre respeitando as condições
normais de remuneração da operadora). Redigiram minuta desse contrato, que
passou por análise da área Jurídica da CELEPAR, e todas as operadoras tomaram
conhecimento dos principais pontos desse contrato, para análise e sugestões. Os
trabalhos, coordenados por um funcionário da CELEPAR, visavam estruturar a
prestação dos serviços SMS como uma linha de serviços da CELEPAR. Esperava-
se com esse modelo de contrato incluir aspectos considerados essenciais pelas
operadoras, desde que não conflitassem com interesses do Governo.
Com o encerramento, em 31 de março de 2004, da parceria informal com a
TIM (distribuía gratuitamente os SMS para todas as operadoras atuantes no Estado
do Paraná), o Grupo de Trabalho do Governo Eletrônico “Serviços”, juntando todos
esses esforços, liderou a discussão e o encaminhamento da aquisição corporativa
de SMS para o Governo. O fato que marcou o uso corporativo de m-Gov no Governo
do Paraná, foi o Pregão Eletrônico Nº. 218/2005. Essa licitação pública teve por
objeto a contratação de empresas especializadas em telecomunicações, as
73
operadoras de telefonia móvel, legalmente autorizadas pela Agência Nacional de
Telecomunicação – ANATEL -, com o fim de prestação de serviço de envio de
Mensagem Curtas de Texto – SMS - para usuários da telefonia móvel no Paraná. A
proposta permitiu a contratação de três das operadoras atuantes no Estado: TIM,
VIVO e BRT, que respondiam por 78% dos usuários de telefonia móvel. Conforme
lotes especificados naquele edital, as operadores atuantes no Estado eram cinco:
BRT, TIM, CLARO, VIVO e SERCOMTEL. Naquela época, o número anual estimado
de mensagens SMS era de 1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) para a totalidade
dos lotes, e seria distribuído de acordo com o número de clientes de cada
operadora, cadastrados nos sistemas do Poder Executivo do Estado.
Esse projeto, chamado Uso Corporativo do SMS no Governo do Paraná,
ganhou o 9º Prêmio Excelência em Informática Pública, em 2006, na categoria
Iniciativa de Sucesso do CONIP - Congresso de Informática Pública. Nesse mesmo
ano, o projeto foi convidado e apresentado no evento Government Technology Event
(GTEC), em Otawa - Canadá.
Mais três novos serviços aderiram ao projeto nessa fase: a JUCEPAR com o
andamento de processos; a SEAP com a agenda do Gabinete do Secretário. Ambos
a título experimental; a SECS com o resumo das notícias diárias do Governo do
Estado.
Para atender ao projeto m-Gov, agora formalizado no Governo, foi
desenvolvido na CELEPAR - Divisão de Governo Eletrônico -, um sistema chamado
e-Torpedo, que centralizava, distribuía e controlava todas as movimentações de
SMS no Estado do Paraná.
O resumo desse período está mostrado na Figura 7.
74
Figura 7 - 3ª fase do m-Gov do Estado do Paraná.
Fonte: A autora.
4.1.4 Da descontinuidade do e-Gov à saída da CELEPAR: declínio do m-Gov
Em 2006, com a troca da coordenação responsável pela operacionalização do
Governo Eletrônico, as reuniões dos Grupos de Trabalho do e-PARANÁ foram
interrompidas. Mesmo não havendo nenhum ato formal, o projeto corporativo do uso
de m-Gov foi descontinuado, o contrato licitado em 2007, que era renovável
anualmente, não foi renovado em 2009.
Em 2006, o CCTG aderiu ao projeto, com a programação cultural e
promoções do cartão fidelidade Teatro Guaíra.
O fato marcante neste período, mais precisamente em 2009, foi a saída da
CELEPAR, apontada na pesquisa documental e confirmada nas entrevistas, como o
ator essencial nesse projeto. A TIM apontada como uma ator importante, parceiro na
criação, desenvolvimento e manutenção do projeto m-Gov, também saiu do projeto
nessa fase. Por estes dois grandes fatos, essa fase foi denominada pela autora de O
Declínio do m-Gov.
O resumo desse período, com seus atores e principais eventos, está
mostrado na Figura 8.
75
Figura 8 - 4ª fase do m-Gov do Estado do Paraná.
Fonte: A autora.
4.1.5 Da saída da CELEPAR à troca de governo: sobrevivência do m-Gov
A SETP e o CCTG necessitando e não querendo que a prestação do serviço
interrompido pela CELEPAR acabasse, adaptaram a infraestrutura tecnológica para
suportar e manter o projeto em funcionamento. Com a não renovação do contrato
para a aquisições dos SMS, somente a operadora VIVO continuou no processo, ou
seja, o serviço passou a ser disponibilizado somente para o proprietários de telefone
celular dessa operadora. Somente os serviços de Aviso de Oportunidade de
Emprego e Programação Cultural do Teatro Guaíra eram ofertados aos cidadãos.
O resumo desse período está mostrado na Figura 9.
76
Figura 9 - 5ª fase do m-Gov do Estado do Paraná.
Fonte: A autora.
4.1.6 As cinco fases do projeto
Fenômenos sociais e organizacionais são multifacetados, isto é, podem ser
descritos a partir de múltiplas dimensões (SANCHEZ, 1993). Nesse sentido, o
núcleo de uma linha do tempo está na capacidade do pesquisador de selecionar,
dentre os muitos atributos por meio dos quais os fenômenos podem ser descritos,
um grupo de atributos críticos que serão usados como critério de comparação e
agrupamento (GREGOR, 2006: 623).
Percebe-se que o início de cada fase desse projeto foi marcado por um
evento relevante. Na primeira fase, o próprio início do projeto; na segunda, a
institucionalização do governo eletrônico; a terceira, troca de governo; a quarta, a
interrupção dos grupos de trabalho e do comitê executivo de e-gov, e por fim, a
saída da CELEPAR do projeto.
O número de projetos em cada fase mudou. Na primeira fase, houve dois
projetos piloto; na segunda fase – oito projetos; na terceira fase - oito projetos; na
quarta fase - dois projetos; e na quinta fase – dois projetos.
77
O processo de contratação, desenvolvimento, implementação, controle e
remuneração do Projeto m-Gov do Estado do Paraná era feito de forma diferente em
cada empresa do Governo ou, na fase 4, muito semelhante, devido ao contrato já
estabelecido com a CELEPAR. Nas primeiras fases não havia contratação; o
processo se dava de forma informal. A Linha do Tempo do Projeto m-Gov do Estado
do Paraná, desde o início em 2000 até novembro de 2010, está mostrada na Figura
10.
79
4.2 O PERFIL DOS ATORES DO PROJETO M-GOV DO ESTADO DO PARANÁ
O Governo do Paraná destacou-se na área de governo eletrônico no advento
da internet comercial no Brasil, em 1995. Nesse ano, foi o primeiro a lançar no país
um site com o domínio gov.br, com informações da Companhia de Energia Elétrica
(COPEL), Companhia de Saneamento (SANEPAR), Departamento de Trânsito
(DETRAN) e Banco do Estado do Paraná (BANESTADO). Em 1999, este site com o
nome Rede Cidadão recebeu o prêmio Melhor Site de Governo na Internet, no V
Congresso de Informática Pública Conip, realizado em São Paulo. A página principal
do site do Governo do Estado do Paraná em 1999 está mostrado na Figura 11.
Figura 11 - Site do Governo do Paraná em 1999.
Fonte: BateByte, 1999.
Desde a sua criação, a iniciativa encontrou-se alicerçada no tripé: inserção de
serviços, acesso à internet e alfabetização digital. Na sua institucionalização em
2001, formalizada por meio do Decreto n° 3.769, mostrado no Anexo IV, o Governo
Eletrônico do Governo do Paraná teve como princípios a transparência na
administração pública e a preocupação com a inclusão do cidadão paranaense aos
novos serviços de informação. Novos canais de acesso aos serviços e informações
públicas por meio da internet e dispositivos móveis apoiavam esses princípios.
As iniciativas de m-Gov no Brasil aconteceram em 2001; o Governo do
Estado do Paraná foi o pioneiro. Apresenta até hoje o maior conjunto de aplicações
utilizando telefone celular. Em 2006, foi premiado como destaque do ano na
80
categoria de Iniciativas de Sucesso, evento promovido pelo CONIP - Congresso de
Informática Pública. A unidade de análise dessa pesquisa é o Projeto m-Gov do
Estado do Paraná. Para compreendê-lo corporativamente, as entrevistas e
questionários foram aplicados a dois grupos de organizações: atores internos e
atores externos ao Governo do Estado do Paraná.
Os dois grupos das organizações pesquisadas e seus atores são detalhados
nas seções seguintes, e ao final, são apresentados na Figura 15.
4.2.1 Atores internos
Os atores internos são organizações do Governo do Paraná que se
envolveram no projeto de m-Gov. São as organizações: Casa Civil, Centro Cultural
Teatro Guaíra – CCTG, Centrais de Abastecimentos do Paraná – CEASA,
Companhia de Informática do Paraná – CELEPAR, Departamento Penitenciário –
DEPEN, Departamento de Trânsito do Paraná – DETRAN, Secretaria Executiva de
Governo Eletrônico – e-PARANÁ, Instituto Agronômico do Paraná – IAPAR, Junta
Comercial do Paraná – JUCEPAR, Polícia Civil, Secretaria de Estado da
Administração e Previdência – SEAP, Secretaria de Estado da Comunicação Social
– SECS, Secretaria de Estado da Fazenda – SEFA, Secretaria Especial de
Corregedoria e Ouvidoria Geral – SEOG e Secretaria Estadual do Trabalho e da
Promoção Social – SETP. A seguir, uma pequena descrição do seu envolvimento
com o projeto, seja prestando serviços por SMS à população, seja executando
função relevante.
Casa Civil
A Casa Civil do Estado do Paraná desempenha atividades como: a
assistência direta e imediata ao Governador na sua representação civil e as relações
públicas com autoridades civis e políticas e com a Assembleia Legislativa; cerimonial
público; planejamento, a coordenação e a organização do relacionamento do Poder
Executivo Estadual; encaminhamento de projetos de leis e vetos ao Poder
Legislativo; coordenação dos Escritórios de Representação do Governo; preparação
81
de projetos de atos normativos e o controle do trâmite de projetos de Lei na
Assembleia Legislativa (PARANÁ, 2010a).
A Casa Civil teve, desde a criação do Governo Eletrônico em 2001 até 2006,
representação formal no Comitê Executivo de Governo Eletrônico e presença formal
e ininterrupta nos Grupos de Serviços de e-Gov.
Centrais de Abastecimento do Paraná - CEASA
As Centrais de Abastecimentos do Paraná – CEASA, são responsáveis desde
1975 pelas operações destinadas à comercialização de produtos hortigranjeiros,
pescados e outros perecíveis (PARANÁ, 2010b).
Desde 1996 dispõe, em sua página na internet www.pr.gov.br/ceasa,
informações diárias das cotações de preços praticadas no atacado dos produtos
hortifrutigrangeiros. De 2002 a 2007, passou a oferecer esse serviço via telefone
celular sistema SMS para produtores, atacadistas e comerciantes de suas unidades.
A filial estudada nesta pesquisa foi a unidade da cidade de Curitiba.
Figura 12 - Oferta do serviço do CEASA.
Fonte: CEASA, 2010.
82
Centro Cultural Teatro Guaíra - CCTG
O Centro Cultural Teatro Guaíra – CCTG - é uma autarquia vinculada à
Secretaria Estadual de Cultura do Estado do Paraná. Foi criado em 1955, com a
finalidade de promover o desenvolvimento das artes cênicas, da música, da dança e
a apresentação de espetáculos artístico-culturais. Mantém quatro grandes
estruturas, as quais se denominam de corpos estáveis, que são: o Balé Teatro
Guaíra, Guaíra 2 Cia de Dança, Escola de Dança Teatro Guaíra e Orquestra
Sinfônica do Paraná (PARANÁ, 2010c).
A partir de 2006, intensificou o uso da tecnologia da informação e
comunicação para atendimento e prestação de serviço ao público, em quatro
grandes projetos: 1) a venda de ingressos pela internet; 2) o uso do m-Gov,
enviando a programação dos espetáculos por meio do telefone celular; 3) o uso de
blogs para suas grandes produções; e 4) o uso de mailing e twitter para
comunicação com os seus usuários.
Figura 13 - A oferta do serviço no site do CCTG.
Fonte: CCTG, 2010.
83
Companhia de Informática do Paraná - CELEPAR
A Companhia de Informática do Paraná – CELEPAR -, é a mais antiga
empresa pública de informática no país. É uma sociedade de economia mista, criada
pela Lei Estadual 4.945, de 30 de outubro de 1964. Como empresa de capital
fechado, seu acionista majoritário é o Estado do Paraná. A sua missão é aproximar
administração pública e sociedade, provendo soluções de tecnologia da informação
e comunicação para toda a estrutura do governo do Estado (PARANÁ, 2010d).
A CELEPAR teve papel fundamental na prospecção, desenvolvimento e
implantação do m-Gov. Também teve importante atuação na operacionalização da
Secretaria Executiva do Governo Eletrônico, desde o início do projeto em 2000, até
2006.
Departamento Penitenciário do Estado do Paraná - DEPEN
O Departamento Penitenciário do Estado do Paraná – DEPEN - é
subordinado à Secretaria de Estado da Segurança, da Justiça e da Cidadania. No
seu âmbito de atuação estão: a administração do sistema penitenciário; a
coordenação, a supervisão e o controle da atuação dos estabelecimentos penais e
das demais unidades integrantes do sistema penitenciário; a adoção de medidas
que visem ao aperfeiçoamento do pessoal do sistema penitenciário, bem como à
promoção da educação formal e profissionalizante dos presos (PARANÁ, 2010e).
O DEPEN participou do m-Gov do Estado do Paraná, em 2002, com o serviço
Policia Online, com base na tecnologia WAP.
Departamento de Trânsito do Paraná - DETRAN
O Departamento de Trânsito do Paraná – DETRAN -, órgão vinculado à
Secretaria de Estado da Segurança Pública, tem a missão de planejar, coordenar,
fiscalizar, controlar e executar a política de trânsito, cumprir e fazer cumprir a
legislação de trânsito no âmbito do Estado do Paraná. As suas principais atividades
84
são o registro de veículos automotores e a habilitação de condutores. Para a
prestação de serviços ao cidadão, o DETRAN utiliza na sua estrutura de
atendimento um modelo funcional com base em Circunscrições Regionais de
Trânsito – Ciretran -, distribuídas pelo o Estado, e Postos de Serviços de Trânsito a
elas vinculadas. Para ampliar sua capilaridade pelo Estado, utilizam as unidades
volantes informatizadas, chamadas Detran Móvel (PARANÁ, 2010f).
O DETRAN foi o primeiro a utilizar o serviços de m-Gov no Governo do
Paraná. Em 2001, fez parte da fase de prospecção deste projeto utilizando a
tecnologia WAP, e em seguida utilizando a tecnologia SMS.
Governo Eletrônico do Estado do Paraná - e-PARANÁ
O Programa de Governo Eletrônico do Estado do Paraná – e-PARANÁ -
abarca o Comitê Executivo de Governo Eletrônico e Secretaria Executiva de
Governo Eletrônico.
O Comitê Executivo de Governo Eletrônico foi criado em 26 de março de
2001, oficializando assim, a função de um grupo informal na CELEPAR, que desde
1995, participava das discussão de políticas sobre e-Gov. Este Comitê foi espelhado
no do Governo Federal, criado no mesmo ano, com o objetivo de formular políticas,
estabelecer diretrizes e articular as ações de implantação e operação do sistema do
e-Paraná. São membros permanentes deste Comitê: o Chefe da Casa Civil, alguns
Secretários de Estado, o Presidente e o Diretor Técnico da Companhia de
Informática do Paraná – CELEPAR, o Titular da Ouvidoria Geral do Estado e os
Diretores Gerais das Secretarias de Estado.
Entre as principais atribuições do e-Paraná estão a de aprimorar a qualidade
dos serviços da administração pública estadual, especialmente no tocante à maior
eficiência, publicidade, legalidade, impessoalidade e finalidade. E ampliar o acesso
da população a tais serviços por meio das tecnologias de informação. É ainda
responsável pelas funções de estabelecer diretrizes e propor projetos e novos
serviços; definir padrões de qualidade do atendimento aos usuários em geral;
regulamentar a obrigatoriedade da oferta de informações e serviços; propor
melhorias e ações correlatas, incluindo aquelas relacionadas à ampliação do acesso
da população aos serviços.
85
A Secretaria Executiva de Governo Eletrônico foi oficializada em 2001,
quando da criação do Comitê Executivo de Governo Eletrônico. Essa Secretaria foi
operacionalizada pela CELEPAR, desde a sua criação, até junho de 2006. Primeiro,
pela equipe informal de governo eletrônico e, a partir de 2004, pela Divisão de
Governo Eletrônico da CELEPAR. Entre outras, tinha a função de dar suporte aos
grupos técnicos de Governo Eletrônico no âmbito do Governo do Paraná: formar e
formalizar os Grupos de Trabalho; convocar as reuniões desses grupos e do Comitê
Executivo de Governo eletrônico; fazer a atas dessas reuniões e distribuí-las ao
membros dos grupos; criar e manter atualizado o site do Governo Eletrônico do
Paraná. À CELEPAR cabe exercer as atribuições de Secretaria Executiva e prover o
apoio técnico-administrativo necessário ao funcionamento do Comitê (PARANÁ,
2010d).
Instituto Agronômico do Paraná - IAPAR
O Instituto Agronômico do Paraná – IAPAR - é o órgão de pesquisa de
embasamento tecnológico para políticas públicas de desenvolvimento rural. Está
vinculado à Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná. Sua
missão é promover o desenvolvimento da agropecuária paranaense por meio da
geração de conhecimento científico e tecnológico adequado à realidade social e
econômica dos produtores, para produção de produtos para a agroindústria. O
IAPAR é sediado em Londrina e possui dois polos regionais de pesquisa, um em
Curitiba e outro em Ponta Grossa.
O IAPAR fez parte do grupo pioneiro a utilizar o m-Gov, com o serviço Alerta
Geada. Este serviço consistia em enviar informações sobre a previsão de geadas no
Estado do Paraná aos produtores cadastrados. O cadastro era feito via internet, e
seus usuários eram principalmente os produtores de café (PARANÁ, 2010g). As
mensagens SMS eram enviadas diariamente. Essas informações eram
disponibilizadas também por telefone por meio de um Disque Geada e também por
email, sem ônus para os usuários.
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Junta Comercial do Paraná- JUCEPAR
A Junta Comercial do Paraná – JUCEPAR - possui funções e atribuições
específicas singulares e peculiares ante o contexto da Administração Pública de
execução do Registro de Empresas, sob a vinculação administrativa da Secretaria
de Estado da Indústria do Comércio e Assuntos do Mercosul. Tem a finalidade de
conferir a existência legal, publicidade e segurança aos atos orgânicos das firmas
individuais e sociedades mercantis, garantindo, de outro lado, o exercício normal da
atividade dos agentes auxiliares do Registro de Empresas como, por exemplo, os
leiloeiros, tradutores públicos e armazéns gerais. Realiza registro e cadastramento
das empresas mercantis no âmbito do Estado do Paraná, dando-lhes personalidade
jurídica para que possam atuar legalmente perante o ordenamento jurídico
(PARANÁ, 2010h)
A JUCEPAR participou do Projeto m-Gov do Estado do Paraná em 2006, com
o serviço Andamento do Processo, via SMS, disponibilizado às empresas
previamente cadastradas no sistema.
Secretaria de Estado da Administração e Previdência - SEAP
A Secretaria de Estado da Administração e da Previdência – SEAP - é um
órgão da administração direta do poder executivo. Sua missão é servir de apoio
logístico aos programas, ações e serviços prestados pelo Governo do Paraná. Suas
principais atribuições abrangem a gestão de: pessoas, incluindo o sistema de
assistência à saúde do servidor; da frota oficial de veículos automotores; de
compras; documental; do patrimônio móvel e imóvel. Atua em conjunto com todos os
órgãos da administração direta, indireta e autárquica do Poder Executivo do Estado
do Paraná (PARANÁ, 2010i).
A SEAP participou do projeto m-Gov em 2002, como provedora de conteúdo,
no projeto Andamento de Processo. Desde 2005 é responsável pela licitação para
compra de SMS pelo Estado.
87
Secretaria de Estado da Comunicação Social - SECS
A Secretaria de estado da Comunicação Social – SECS - tem a missão de
planejar, coordenar a execução e dirigir as atividades relativas à área de
comunicação social do Estado, abrangendo todas as unidades da administração
direta e indireta. Entre as suas atividades estão: assessorar o Governador do Estado
no relacionamento com a imprensa local, nacional e estrangeira, visando à
centralização e ordenamento de intercâmbio de informações entre o Governo e a
Sociedade; coordenar e controlar a divulgação das ações administrativas e políticas
do Governo por meio de campanhas publicitárias e orientar sua programação
financeira; estabelecer diretrizes de Comunicação Social a serem observadas pelas
unidades setoriais de imprensa do Poder Executivo; divulgar as atividades da
administração direta e indireta do Estado; realizar pesquisas no sentido de manter o
Governador do Estado ciente do comportamento da opinião pública a respeito das
atividades governamentais; planejar, organizar e executar programas de
conferências, palestras, seminários, exposições, congressos e mesas redondas,
sobre assuntos de interesse do Estado; manter controle referente a campanhas
publicitárias e matérias divulgadas pelos veículos de comunicação, efetuadas pelos
órgãos da administração direta e indireta do Estado; coordenar e controlar a
divulgação das atividades do Estado do Paraná por meio da redação de notícias
para utilização por jornais, rádios, televisões e de reportagens e documentários em
texto, fotografias, audiovisuais e videotapes; programar a cobertura dos eventos em
que o Estado participar; manter o arquivo de notícias e fotografias, slides e
comentários da imprensa de todo o País sobre as atividades do Estado, para fins de
consulta e estudo; prestar à comunidade, as informações de que necessitar sobre as
atividades do Estado; organizar programas de visitas a diversas repartições públicas
e às obras da Administração (PARANÁ, 2010j).
Em 2005, a SECS participou do Projeto m-Gov com o serviço Últimas Notícias
da AEN. A AEN é a Agência de Notícias do Estado do Paraná. Em 23 de fevereiro
de 2005, inaugurou um novo site com o destaque para o serviço m-Gov.
88
Secretaria de Estado da Fazenda - SEFA
A Secretaria de Estado da Fazenda – SEFA-, órgão da administração direta
do Governo do Paraná, é responsável pelo planejamento, comando, execução e
orientação normativa da política fiscal e do sistema financeiro estadual. Entre suas
atribuições estão a de fornecer ao Poder Executivo estadual os recursos financeiros
necessários à consecução de seus objetivos, gerir valores do Estado, repassar à
administração informações imprescindíveis à sua gestão e de fortalecer e ampliar os
setores da economia paranaense (PARANÁ, 2010k).
No seu âmbito de ação, estão: a análise e a avaliação permanente da
economia do Estado; a formulação e execução da política e da administração
tributária, econômica, fiscal e financeira do Estado; as medidas de controle interno e
a coordenação das providências exigidas pelo controle externo da administração
tributária, econômica, fiscal e financeira do Estado; os estudos e pesquisas para
previsão da receita, bem como as providências executivas para a obtenção de
recursos financeiros de origem tributária e outros (SEFA, 2010).
A SEFA teve uma experiência com m-Gov entre os anos de 2001 e 2002, com
dois serviços; na arrecadação de IPVA e ICMS, na qual foi utilizada a tecnologia
WAP.
Secretaria de Estado da Segurança Pública - SESP
A Secretaria Estadual da Segurança Pública do Paraná – SESP- é
responsável por supervisionar e dirigir as atividades das polícias Civil, Militar e
Científica, além do Detran e do Departamento de Inteligência do Paraná, com ações
na área da segurança pública para o bem-estar dos cidadãos. Seu foco de ação
para a aproximação com a comunidade é desempenhada com apoio do policiamento
comunitário. Nesse órgão são criadas, definidas e implementadas as políticas
públicas de prevenção e combate à criminalidade no Estado do Paraná (PARANÁ,
2010l).
A Polícia Civil é um dos órgãos pioneiros no uso de m-Gov no Governo do
Paraná, com o Projeto Policial Online. Esse serviço baseava-se no uso de um
89
telefone celular com a tecnologia WAP, no qual o policial em serviço na rua
consultava a placa do veículo abordado e obtinha o retorno com informação se o
veículo era furtado ou não. Este serviço foi desenvolvido, implementado e testado
entre os anos de 2001 e 2002.
Secretaria de Estado do Trabalho e da Promoção Social - SETP
A Secretaria Estadual do Trabalho e da Promoção Social – SETP - tem a
missão no âmbito do Estado do Paraná de definição de diretrizes, formulação,
coordenação e implantação de programas para a política pública do trabalho,
emprego e renda no âmbito do Sistema Público de Trabalho, Emprego e Renda.
Administra ainda os serviços de recrutamento, seleção e colocação de trabalhadores
no mercado de trabalho. Seu público-alvo é o conjunto de empregadores à procura
de mão de obra e de trabalhadores a procura de emprego. Possui 227 agências no
Estado do Paraná, cujos serviços são gratuitos (PARANÁ, 2010m).
O serviço de governo móvel foi disponibilizado em julho de 2002, com a
finalidade de convocar trabalhadores cadastrados para concorrer a uma
oportunidade de trabalho. As mensagens são enviadas de forma imediata por meio
das operadoras de telefonia atuantes no Estado do Paraná. O cadastro dos
trabalhadores à procura de emprego era feito pessoalmente ou via internet, nas 227
agências ou por meio do site da SETP. A partir de 2008, por decisão política, a
SETP deixou de utilizar o fax-símile, o telefone fixo ou celular e correios tradicional
ou eletrônico, para a convocar os candidatos pré-selecionados. Assim, a partir dessa
data até 2009, a instituição passou a utilizar somente a tecnologia SMS nas fase de
pré-convocação e convocação dos trabalhadores.
90
Figura 14 - A oferta do serviço no site da SETP.
Fonte: SETP, 2010.
Secretaria Especial de Corregedoria e Ouvidoria Geral - SEOG
A Secretaria Especial de Corregedoria e Ouvidoria Geral – SEOG - foi a
primeira Ouvidoria Estadual criada no Brasil, em março de 1991. A Secretaria atua
como um elo entre os cidadãos e o Estado. A instituição é o canal de comunicação
direto com a população, que pode fazer reclamações, solicitações, denúncias,
sugestões e elogios sobre a prestação de serviços públicos referentes ao Poder
Executivo estadual. O órgão procura ouvir, orientar, esclarecer e, na medida do
possível, solucionar as demandas trazidas pela população. Fiscaliza e inspeciona os
procedimentos na administração pública estadual. Além disso, assume funções de
planejar, organizar, orientar e executar auditorias e análises de custo no âmbito das
secretarias, autarquias e empresas públicas estaduais, acompanhando e sugerindo
a implementação de políticas públicas (PARANÁ, 2010n).
Em 2001, a SEOG tornou-se um ator importante no apoio e disseminação do
Projeto m-Gov do Estado do Paraná.
4.2.2 Atores externos
Os atores externos são as organizações que participaram ou participam do
projeto m-Gov do Estado do Paraná e que não fazem parte da estrutura do governo.
91
São as operadoras de telefonia móvel que atuaram ou atuam no território do Estado
do Paraná: BRT (Brasil Telecom), GLOBAL, SERCOMTEL, TIM e VIVO.
É importante fazer três observações sobre a operadoras de telefonia celular:
1) a operadora Vivo adquiriu em dezembro 2002 a Global Telecom. Considerou-se
nesta pesquisa as duas nominações na fase em que cada uma participou do projeto.
Aparece também a Global/Vivo em referência ao período de negociação da
empresa; 2) a operadora OI adquiriu a BRT em 2009, por isso não aparece na
pesquisa. Quando aconteceu essa fusão, a BRT não estava mais participando do
Projeto m-Gov do Estado do Paraná; 3) a operadora CLARO não foi identificada
nesta pesquisa como ator importante no Projeto m-Gov do Estado do Paraná,
apesar de ser uma das cinco operadoras que atuam no território paranaense.
Brasil Telecom / Oi - BRT / OI
A empresa de telecomunicações OI adquiriu em 2009 a Brasil Telecom, e a
partir daí passou a operar em todos os Estados do País e no Distrito Federal.
Ocupava em novembro de 2010, a quarta posição em números de aparelho celular,
com 37 milhões e 358 mil, com 19,51% do mercado nacional.
A BRT participou da parceira do projeto m-Gov do Estado do Paraná, de 2006
a 2007, quando a licitação de SMS pela SEAP.
Global Telecom / Vivo - GLOBAL/VIVO
A Vivo, com cobertura nacional desde 2009, joint venture controlada pela
Telefonica e Portugal Telecom foi formada em dezembro de 2002 a partir de 7
prestadoras de celular, incluindo a Global Telecom. A Vivo é uma das cinco
operadoras que atuam no Estado do Paraná, em novembro de 2010 tinha 57
milhões e 714 mil aparelhos celular habilitados, o que correspondia a 30,14% do
market share nacional.
As primeiras conversas e propostas técnicas para uso do celular pelo
Governo do Paraná foram realizados com GLOBAL. No entanto, os primeiros testes
92
e protótipos desse projeto não foram realizados com a GLOBAL, pois a parceira não
evoluiu.
Sercomtel - SERCOMTEL
A SERCOMTEL Celular, operadora de telecomunicações em Londrina, região
norte do Estado do Paraná, foi criada em 1998. Foi a primeira empresa de telefonia
celular da América Latina a operar com tecnologia digital. Até final de 2010, a sua
cobertura era de 98% na área urbana e superior a 75% na área rural de Londrina.
Controlada pela Prefeitura Municipal de Londrina e a Companhia de Energia Elétrica
do Paraná – COPEL -, possuía 77 mil aparelhos celular, correspondendo a 0,04% do
mercado brasileiro (SERCOMTEL, 2010).
Em 2003, foi parceira do Projeto m-Gov do Estado do Paraná no projeto
Alerta a Geadas.
Tim Sul - TIM
A Telecom Itália Mobile - TIM - é uma empresa de telefonia móvel que atua
em todos os Estados desde 1998. Em novembro de 2002, algumas de suas
subsidiárias foram reestruturadas mediante a troca de ações da Telesc Celular e da
CTMR Celular por ações da Telepar Celular. Em julho de 2003, teve sua
denominação social alterada para TIM Sul S.A. Em agosto de 2009, adquiriu 100%
da Intelig e passou a oferecer soluções integradas e customizadas para os
mercados residencial, corporativo, governo e operadoras com abrangência nacional
e internacional. Segundo a ANATEL, em setembro de 2010 a TIM alcançou 46
milhões e 947 mil aparelhos celular, correspondendo a 24,52% do mercado,
ocupando assim a 3ª posição no país. No sul do país, Paraná, Santa Catarina e
região de Pelotas, no Rio Grande do Sul, é representa pela TIM Sul.
A TIM Sul foi a primeira parceira privada no desenvolvimento do Projeto m-
Gov do Estado do Paraná, onde permaneceu até 2009.
93
Figura 15 - Atores internos e externos do m-Gov.
Fonte: A autora.
4.3 OS PAPÉIS DOS ATORES
Segundo Diniz e Gregório (2007) os papéis dos atores na cadeia de valor de
m-Gov deveriam ser: gerar a oferta de serviços (Governo), regulamentar o
funcionamento das operadoras no país (ANATEL); criar e manter a infraestrutura
tecnológica e desenvolvimento das aplicações para a mobilidade (indústria da
tecnologia da informação e as companhias de informática do governo); integrar e
organizar técnica e financeiramente a rede das diversas operadoras de telefonia
móvel (agregadores ou brokers). A seguir o relato dos papéis encontrados nesta
pesquisa, os quais concordam e, inclusive complementam os papéis encontrados
por esses autores.
Os atores declararam seus objetivos, as intenções das organizações para se
inserirem no Projeto m-Gov do Estado do Paraná, em cada uma das cinco fases já
apresentadas. O desafio nesta pesquisa foi elencar os desafios declarados pelos
atores e qual foi, de fato, o seu papel desempenhado em cada fase.
Ressalta-se que, no início do projeto não havia determinação e nem
preocupação com o papel que cada ator iria desempenhar. A primeira fase, portanto,
foi marcada por prospecção e aprendizagem.
O CCTG desempenhou o papel de Provedor de Conteúdo e na sua entrada
no projeto m-Gov na fase 3, continuou com este papel na fase 4 e, na fase 5 além
94
deste papel passou a desempenhar o de Contratador de SMS (VIVO) em razão da
não renovação do contrato corporativo de SMS pelo Estado. Ressalta-se que o
papel Contratador de SMS era desempenhado nas fases anteriores (3 e 4) pela
SEAP, no entanto esse papel, quando desempenhado pela SEAP, era mais
abrangente, o contrato era corporativo, ou seja, abarcava a compra de SMS para
todo o Estado.
O CCTG declarou que seus objetivos na fase 5 eram: trocar experiências,
aprender com os parceiros; fortalecer e reduzir custos para a organização; agilizar o
processo e a qualidade de atendimento ao cidadão. O que chamou a atenção foi a
declaração do ator que seu objetivo nesta fase foi ganhar dinheiro para a
organização. Este objetivo não havia sido ainda declarado por nenhum ator interno,
ou seja, que pertence ao governo. A justificativa do ator foi que sua instituição faz
parcerias com os produtores externos, os quais visam ao lucro, sendo assim, o
CCTG com o uso do m-Gov visa ao aumento do número da venda de ingressos e,
consequentemente o aumento da receita tanto para o CCTG, quanto para o
parceiro.
A CELEPAR, por sua vez, também alterou o seu papel durante a sua
participação no projeto m-Gov. Nas fases 1 e 2, desempenhou dois papéis, o de
Desenvolver de Solução e o de Provedor de infraestrutura. Na Fase 3, assumiu e
acumulou o seu terceiro papel, o de Broker. Este papel de integração e organização
técnica e financeira das diversas operadoras de telefonia móvel e os fornecedores
do conteúdo do governo, aconteceu em decorrência da formalização do contrato
corporativo de compra de SMS ao Estado. Era esperado no processo de licitação
ocorrido na fase 3, a inserção de mais um ator nessa rede, ou seja, de uma empresa
especializada da iniciativa privada que desempenhasse o papel de Broker. Como
isso não ocorreu, a CELEPAR assumiu esse papel.
A VIVO, por sua vez, desempenhou o mesmo papel durante todas as cinco
fases do projeto, o de Fornecedor de SMS. Nas fases 1 e 2, como fornecedor de
SMS à CELEPAR; na fase 3 e 4 para todo o Estado; e na fase 5 como fornecedor de
SMS somente para o CCTG. Ressalta-se que este foi o único ator que participou de
todas as fases do projeto m-Gov, totalizando 11 anos de participação no projeto.
Iniciou com o nome GLOBAL, passou por uma fusão comercial durante a fase 2, e
na fase 3 continuou no processo com o nome VIVO.
95
A SEAP participou de três fases neste projeto. Na fase 2, desempenhou o
papel de Fornecedor de Conteúdo para um serviço em teste chamado Andamento
de Processo. Na fase 3, desempenhou um papel totalmente distinto da fase anterior,
o de Contratador de SMS como formalizador do contrato corporativo de SMS para o
Estado. A SEAP desempenhava esse papel em decorrência da sua função na
estrutura do Governo e também pela sua participação formal e ativa no Programa de
Governo Eletrônico (e-Paraná), no do grupo de trabalho Serviços. Na fase 4,
continuou desempenhando o mesmo papel da fase anterior, no entanto trabalhando
apenas na renovação do contrato com as operadoras de telefonia móvel.
A SETP, por sua vez, participou do projeto m-Gov desempenhando quatro
papéis distintos. Ressalta-se que esse ator foi o que desempenhou maior número de
papéis na sucessão das fases do projeto m-Gov. Nas fases 2, 3 e 4 desempenhou o
papel de Provedor de Conteúdo, contudo na fase 5 assumiu mais 3 papéis em
função da saída da CELEPAR e da TIM do projeto m-Gov. Os papéis assumidos
nesta fase foram: 1) Provedor de infraestrutura, que era o papel da CELEPAR; 2)
Desenvolvedor de solução, papel também da CELEPAR; e 3) Broker, papel
desempenhado pela TIM nas fases 2 e 3 e, pela CELEPAR na fase 4.
A TIM, que manteve seus dois papéis, o de Fornecedor de SMS e o de Broker
nas fases 1, 2 e 3. Com a formalização do m-Gov na fase 4 desempenhou o papel
de Fornecedor de SMS. Nessa fase, o papel de Broker passou a ser desempenhado
pela CELEPAR. Permaneceu com essa função na quarta fase. Na quinta fase não
mais participou mais do Projeto.
Ao final da pesquisa nota-se a existência de seis papéis desempenhados
pelos vinte atores que participaram do projeto m-Gov durante os 11 anos de sua
existência. Nota-se também que os papéis desempenhados por esses atores
sofreram alterações conforme a sucessão das fases.
Ressalta-se que para prosseguir utilizando o sistema m-Gov, o CCTG
compartilha o seu contrato de SMS com a SETP e a SETP, por sua vez, compartilha
a sua estrutura e distribui os SMS para ambos. Desta vez, com apenas uma
operadora, com interrupção dos serviços oferecidos aos usuários de outras
operadoras.
O papel Disseminador do m-Gov, emergiu na fase 2, com os atores e-
PARANÁ, CASA CIVIL e SEOG. Percebeu-se que a emersão aconteceu com a
institucionalização do e-Gov no Governo do Paraná, em 2001, o e-Paraná, com as
96
reuniões do grupos de trabalho e da sua atuação de forma transversal na estrutura
formal do Estado.
Em síntese, com as informações coletadas na pesquisa documental, nas
entrevistas e nos questionários, chegou-se a seis papéis: 1) Contratador de SMS;
2) Provedor de Conteúdo; 3) Disseminador do m-Gov; 4) Desenvolvedor de Solução; 5) Broker; 6) Fornecedor de SMS.
Cabe ressaltar que se compartilha da ideia de que qualquer processo de
classificação ou de categorização pode apresentar problemas, induzindo o leitor a
ver as relações estabelecidas como estanques. No entanto este procedimento
permite uma melhor visualização da questão exposta.
Percebeu-se que o papel desempenhado pelo e-Paraná não era reconhecido
como desempenhado por ele, e sim pela CELEPAR. Na aplicação dos questionário
ficou evidente essa percepção principalmente por parte dos atores externos. A
Secretaria Executiva do Programa de Governo Eletrônico do Estado do Paraná (e-
Paraná) era desempenhado pelos funcionários da CELEPAR, portando quem não
fazia parte do Governo não tinha desta diferença.
Os Quadros 6 e 7 mostram de forma condensada, os objetivos declarados e
os papéis desempenhados pelos atores que participaram do Projeto m-Gov do
Estado do Paraná.
97
FASE 1 FASE 2 FASE 3 FASE 4 FASE 5
BR
T
Trocar experiências. Fortalecer o m-Gov. Fortalecer organização. Ganhar dinheiro. Agilizar atendimento. Identificar oportunidades Mobilizar parceiros. Disseminar m-Gov. Descobrir uso do m-Gov. Fazer acordos. Fidelizar governo.
CA
SA C
IVIL
Fortalecer o m-Gov. Fortalecer organização. Agilizar atendimento. Mobilizar parceiros. Disseminar m-Gov.
Trocar experiências. Fortalecer o m-Gov. Fortalecer organização. Agilizar atendimento. Mobilizar parceiros. Disseminar m-Gov. Descobrir uso do m-Gov.
CC
TG
Trocar experiências. Fortalecer o m-Gov. Construir modelo m-Gov.
Trocar experiências. Fortalecer organização. Reduzir custos. Agilizar atendimento. Prover conteúdo.
Trocar experiências. Fortalecer organização. Reduzir custos. Ganhar dinheiro. Agilizar atendimento.
CEA
SA
Trocar experiências. Fortalecer o m-Gov. Agilizar atendimento. Prover conteúdo. Identificar oportunidades Mobilizar parceiros. Disseminar m-Gov. Fazer acordos.
Fortalecer o m-Gov. Fortalecer organização. Reduzir custos. Agilizar atendimento. Prover conteúdo. Identificar oportunidades Mobilizar parceiros. Disseminar m-Gov. Fazer acordos.
CEL
EPA
R
Trocar experiências Fortalecer organização. Agilizar atendimento. Identificar oportunidades Mobilizar parceiros. Descobrir uso do m-Gov. Fazer acordos. Desenvolver sistema. Prover infraestrutura. Prospectar novas tecnologias.
Trocar experiências. Fortalecer organização. Fortalecer o m-Gov. Reduzir custos. Agilizar atendimento. Identificar oportunidades Disseminar m-Gov. Mobilizar parceiros. Descobrir uso do m-Gov. Fazer acordos. Desenvolver sistema. Prover infraestrutura. Inovar. Construir modelo m-Gov.
Desenvolver sistema. Prover infraestrutura.
DEP
EN Fortalecer organização.
Identificar oportunidades Descobrir uso do m-Gov.
DET
RA
N Trocar experiências
Agilizar atendimento.
Fortalecer organização. Agilizar atendimento. Prover conteúdo. Identificar oportunidades Descobrir uso do m-Gov. Fazer acordos.
e-PA
RA
NÁ
Trocar experiências. Fortalecer o m-Gov. Fortalecer organização. Agilizar atendimento. Identificar oportunidades Mobilizar parceiros. Disseminar m-Gov. Descobrir uso do m-Gov. Fazer acordos.
Trocar experiências. Fortalecer organização. Fortalecer o m-Gov. Agilizar atendimento. Prover conteúdo. Identificar oportunidades Disseminar m-Gov. Mobilizar parceiros. Descobrir uso do m-Gov. Fazer acordos. Construir modelo m-Gov.
GLO
BA
L VI
VO
Fortalecer organização. Ganhar dinheiro Identificar oportunidades Mobilizar parceiros. Descobrir uso do m-Gov. Prospectar novos mercados..
Fortalecer organização. Ganhar dinheiro. Identificar oportunidades Mobilizar parceiros. Descobrir uso do m-Gov. Prospectar novos mercados.
Trocar experiências. Fortalecer o m-Gov. Fortalecer organização. Ganhar dinheiro. Agilizar atendimento. Identificar oportunidades Mobilizar parceiros. Disseminar m-Gov. Descobrir uso do m-Gov. Fornecedor de SMS. Construir modelo m-Gov.
Trocar experiências, aprender com os parceiros. Fortalecer o m-Gov. Fortalecer organização. Ganhar dinheiro. Agilizar atendimento. Identificar oportunidades Mobilizar parceiros. Disseminar m-Gov. Descobrir uso do m-Gov. Construir modelo m-Gov.
Fornecedor de SMS.
98
IAPA
R
Trocar experiências. Fortalecer organização. Ganhar dinheiro. Identificar oportunidades Mobilizar parceiros. Descobrir uso do m-Gov. Desenvolver sistema. Prover infraestrutura..
Trocar experiências. Fortalecer organização. Agilizar atendimento. Prover conteúdo. Identificar oportunidades Mobilizar parceiros. Descobrir uso do m-Gov. Fazer acordos.
JU
CEP
AR
Provedor de conteúdo. Participar a nível de teste.
P. C
IVIL
Trocar experiências. Fortalecer organização. Agilizar atendimento. Prover conteúdo. Descobrir uso do m-Gov.
SEA
P
Trocar experiências. Agilizar atendimento. Prover conteúdo. Identificar oportunidades .
Fortalecer o m-Gov. Reduzir custos. Agilizar atendimento. Fazer acordos.
Participar apenas, por imposição hierárquica ou legal.
SEC
S
Fortalecer o m-Gov. Reduzir custos. Agilizar atendimento. Prover conteúdo. Identificar oportunidades Disseminar m-Gov.
SEFA
Trocar experiências. Fortalecer organização. Agilizar atendimento. Prover conteúdo. Identificar oportunidades Descobrir uso do m-Gov.
SEO
G
Fortalecer o m-Gov. Fortalecer organização. Agilizar atendimento. Mobilizar parceiros. Disseminar m-Gov.
Fortalecer o m-Gov. Fortalecer organização. Agilizar atendimento. Mobilizar parceiros. Disseminar m-Gov. Fazer acordos.
SER
CO
MTE
L Trocar experiências. Fortalecer organização. Agilizar atendimento. Prover conteúdo. Identificar oportunidades Descobrir possíveis uso do telefone celular
SETP
Fortalecer organização. Agilizar atendimento. Prover conteúdo. Descobrir uso do m-Gov. Inovar.
Agilizar atendimento. Provedor de conteúdo. Construir modelo m-Gov.
Reduzir custos. Agilizar atendimento. Prover conteúdo.
Reduzir custos. Agilizar atendimento.
TIM
Fornecedor de SMS. Broker .
Trocar experiências. Fortalecer o m-Gov. Fortalecer organização. Ganhar dinheiro. Agilizar atendimento. Identificar oportunidades Mobilizar parceiros. Fazer acordos.
Fortalecer o m-Gov. Fortalecer empresa. Ganhar dinheiro.
Ganhar dinheiro.
Quadro 2 - Objetivos Declarados dos Atores no m-Gov. Fonte: A autora.
99
FASE 1 FASE 2 FASE 3 FASE 4 FASE 5 BR
T Fornecedor de SMS.
CASA
CI
VIL Disseminador do m-Gov. Disseminador do m-Gov.
CCTG
Provedor de conteúdo. Provedor de conteúdo. Provedor de conteúdo. Contratador de SMS.
CEAS
A
Provedor de conteúdo. Provedor de conteúdo.
CELE
PAR
Desenvolvedor de solução. Provedor de infraestrutura.
Desenvolvedor de solução. Provedor de infraestrutura.
Desenvolvedor de solução. Provedor de infraestrutura. Broker.
Desenvolvedor de solução. Provedor de infraestrutura. Broker.
DEPE
N
Provedor de conteúdo.
DETR
AN
Provedor de conteúdo. Provedor de conteúdo.
e-PA
RANÁ
Disseminador do m-Gov. Disseminador do m-Gov.
GLOB
AL V
IVO
Fornecedor de SMS. Fornecedor de SMS. Fornecedor de SMS. Fornecedor de SMS. Fornecedor de SMS.
IAPA
R Provedor de conteúdo.
POLÍ
CIA
CIVI
L Provedor de conteúdo.
JUCE
PAR
Provedor de conteúdo.
SEAP
Provedor de conteúdo. Contratador de SMS. Contratador de SMS.
SECS
Provedor de conteúdo.
SEFA
Provedor de conteúdo.
SEOG
Disseminador do m-Gov. Disseminador do m-Gov.
SERC
OM
TEL Fornecedor de SMS.
SETP
Provedor de conteúdo. Provedor de conteúdo. Provedor de conteúdo.
Provedor de conteúdo. Provedor de infraestrutura. Desenvolvedor de solução. Broker.
TIM
Fornecedor de SMS. Broker.
Fornecedor de SMS. Broker.
Fornecedor de SMS Broker. Fornecedor de SMS.
Quadro 3 - Papeis dos Atores no m-Gov Paraná. Fonte: A autora.
100
4.4 DINÂMICA DA PARTICIPAÇÃO DOS ATORES - ASPECTOS DE
COLABORAÇÃO E CONFIGURAÇÃO DAS RELAÇÕES
A segunda etapa da pesquisa consistiu em produzir um mapeamento dos
atores relevantes que participaram do Projeto m-Gov no Governo do Estado do
Paraná e detalhar a sua participação de cada fase do processo de construção deste
projeto.
A Figura 16 mostra as inserções, as permanências e as saídas desses atores
nas cinco fases do Projeto. No total foram 20 (vinte) atores distintos, ressaltando que
a GLOBAL passou por três nominações distintas: GLOBAL, GLOBAL/VIVO e VIVO
mas contou como 1 (um) ator.
Figura 16 - Atores por fases.
Fonte: A autora.
Nota-se na primeira fase, período iniciado em 2000 e que perdurou até 2001,
o qual foi nominado de Da Gênese à Instituição do e-Gov, caracterizado por
Prospecção e Pré-projeto, a presença de quatro atores: CELEPAR, DETRAN,
GLOBAL e TIM. O sociograma na Figura 17 serve para mostrar visualmente os
atores que participaram da fase 1, Prospecção e Pré-projeto do m-Gov.
101
CELEPAR
DETRAN
GLOBAL
TIM
Figura 17 - Sociograma dos atores que participaram da 1ª fase do m-Gov. Fonte: A autora.
É importante observar que nesta fase a CELEPAR foi o ator central; foi ela
quem idealizou e conduziu o projeto m-Gov, até por conta da sua posição
estratégica no governo – é responsável pelas instalações, equipamentos, software,
guarda e segurança dos dados do Governo Estadual. Nessa fase, portanto,
DETRAN, GLOBAL e TIM foram atores periféricos.
Ao analisar os atores pela natureza do relacionamento, percebe nessa fase
que não houve entre os atores relação contratual ou comercial. No entanto os quatro
atores tiveram uma relação de parceria, aprendizado e participação recíproca
durante a fase de prospecção do Projeto m-Gov. No que tange ao relacionamento
institucional e legal, houve interação somente com os atores DETRAN E CELEPAR.
A Figura 18 ilustra visualmente a natureza do relacionamento dos atores
nessa fase.
Relação de parceria, aprendizagem, prospecção Relação institucional, legal
Figura 18 - Natureza do relacionamento dos atores na 1ª fase do m-Gov. Fonte: A autora.
102
Na segunda fase, período iniciado em 2001 e que perdurou até 2003, o qual
foi nominado de Da Institucionalização do e-Gov à Troca de Governo, caracterizado por Amadurecimento do m-Gov, a pesquisa apontou a participação
de quinze (15) atores. São eles: CELEPAR, CASA CIVIL, CEASA, DEPEN,
DETRAN, e-PARANÁ, GLOBAL/VIVO, IAPAR, POLÍCIA CIVIL SEAP, SEFA, SEOG,
SETP, SERCOMTEL e TIM. O sociograma mostrado na Figura 19 com os atores
que participaram ilustra visualmente a fase 2, Amadurecimento do m-Gov.
CASA CIVIL
CEASA
CELEPAR
DEPEN
DETRAN
e-PARANÁ
GLOBAL/VIVO
IAPAR
POLÍCIA CIVIL
SEAP
SEFASEOG SERCOMTEL
SETP
TIM
Figura 19 - Sociograma dos atores que participaram da 2ª fase do m-Gov. Fonte: A autora.
Percebe-se a permanência dos quatro atores que participaram da fase
anterior: CELEPAR, DETRAN, GLOBAL e TIM. Portanto nesta fase juntaram-se ao
projeto mais onze atores. A CELEPAR e o e-PARANÁ continuam sendo os atores
centrais nesta fase.
Analisando pela natureza do relacionamento, percebe-se que não houve
ainda relação contratual ou comercial almejada pelos atores nessa fase. A parceria e
aprendizado ainda foram os grandes motivos para o relacionamento entre os atores.
Nessa fase, a relação institucional ou legal entre os atores se intensificou, a
SERCOMTEL permaneceu um pouco isolada desse relacionamento, o que pode ser
explicado pela sua localização geográfica e seus parceiros - todos sediados em
Londrina ao norte do Estado do Paraná.
A Figura 20 ilustra visualmente a natureza do relacionamento dos atores
nessa fase.
103
Relação de parceria, aprendizagem, prospecção Relação institucional, legal
Figura 20 - Natureza do relacionamento dos atores na 2ª fase do m-Gov.
Fonte: A autora.
Na terceira fase, que iniciou com a troca do governo estadual em 2003 e se
encerrou em 2006 com a descontinuidade do programa de governo eletrônico,
caracterizada como Formalização do m-Gov, fizeram parte 14 atores: BRT, CASA
CIVIL, CCTG, CEASA, CELEPAR, DETRAN, e-PARANÁ, JUCEPAR, SEAP, SECS,
SEOG, SETP, TIM e VIVO. O sociograma mostrado na Figura 21 com os atores que
participaram ilustra visualmente a fase 3, Amadurecimento do m-Gov.
BRTCASA CIVIL
CCTG
CEASA
CELEPAR e-PARANÁ
JUCEPAR
SEAP
SECS
SEOG SETP
TIM
VIVO
Figura 21 - Sociograma dos atores que participaram da 3ª fase do m-Gov.
Fonte: A autora.
Nota-se nessa fase que a CASA CIVIL, CEASA, CELEPAR, DETRAN, e-
PARANÁ, SEAP, SEOG, SETP, TIM e VIVO, são os atores da fase anterior que
permaneceram no processo. E desses, a CELEPAR, DETRAN, TIM e VIVO são os
atores que permanecem desde o início do projeto.
104
Nessa fase, portanto, juntaram-se ao projeto quatro novos atores: BRT,
CCTG, JUCEPAR e SECS. E retiraram-se do projeto nesta fase 5 atores, são eles:
DEPEN, IAPAR, POLÍCIA CIVIL, SEFA e SERCOMTEL.
O ator SEAP participou nessa fase com um papel de contratador corporativo
de SMS para o Estado, diferente da sua participação na segunda fase, onde
participou sendo fornecedor de serviço utilizando o m-Gov.
Pela natureza do relacionamento, nessa fase surgiu a relação contratual,
comercial do Projeto m-Gov, pelo modelo de negócio adotado a CELEPAR e a
SEAP firmaram contrato com as operadoras de telefonia móvel (BRT,
GLOBAL/VIVO e TIM). A CELEPAR por sua vez, fornecia aos atores participantes
do Projeto nessa fase a sua quota de SMS. Em consequência desse contrato
corporativo a SEAP passou a ser, junto com a CELEPAR e e-PARANÁ, um ator
central na relação institucional e legal. A relação de parceria e aprendizado
continuou sendo forte nesta fase.
A Figura 22 ilustra visualmente a natureza do relacionamento dos atores
nessa fase.
Relação contratual, comercial Relação de parceria, aprendizagem, prospecção
Relação institucional, legal
Figura 22 - Natureza do relacionamento dos atores na 3ª fase do m-Gov. Fonte: A autora.
105
Na quarta fase, que iniciou com a descontinuidade do programa de governo
eletrônico em junho de 2006 e encerrou em 2009 com a saída da CELEPAR.
Fizeram parte desta fase seis atores: CCTG, CELEPAR, SEAP, SETP, TIM e VIVO.
O sociograma mostrado na Figura 23 com os atores que participaram ilustra a
fase 4, Declínio do m-Gov.
CCTG CELEPAR
SEAP
SETPTIM VIVO
Figura 23 - Sociograma dos atores que participaram da 4ª fase do m-Gov.
Fonte: A autora.
Nota-se a saída da CELEPAR e da TIM, atores que estavam desde o início do
projeto m-Gov, em 2000, apontados na pesquisa documental e nas entrevistas como
atores relevantes e essenciais na construção e manutenção do Projeto m-Gov do
Estado do Paraná. Além também, da BRT, CASA CIVIL, CEASA, DETRAN, e-
PARANÁ, JUCEPAR, SECS, SEOG. Constata-se que essa foi a fase da qual maior
número de retiraram do processo, no total de oito.
A relação contratual ou comercial continuou havendo nessa fase, por força do
contrato de contratação de SMS, porém sem a participação dos atores mencionados
acima, os quais se retiraram do Projeto. O DEPEN ficou isolado, o que se explica
pois participou do projeto apenas como teste. No que tange à relação legal aqui os
papéis mostram-se bem delineados: a CELEPAR como empresa técnica se
relacionava tecnicamente com as operadoras, e esta comercialmente com a SEAP.
A Figura 24 ilustra visualmente a natureza do relacionamento dos atores
nessa fase.
106
Relação contratual, comercial Relação institucional, legal
Figura 24 - Natureza do relacionamento dos atores na 4ª fase do m-Gov. Fonte: A autora.
Na última fase estudada, que iniciou com a saída da CELEPAR, em 2009, e
permanece até a presente data, quando já definida a troca de governo no Estado,
permaneceram 3 atores: CCTG, SETP e VIVO. O sociograma mostrado na Figura 25
com os atores que participaram ilustra visualmente a fase 5, Sobrevivência do m-Gov.
CCTG
SETP VIVO
Figura 25 - Sociograma dos atores que participaram da 5ª fase do m-Gov. Fonte: A autora.
Nota-se que, com saída da CELEPAR, a SETP adaptou e assumiu a
infraestrutura e o sistema para distribuição e controle da distribuição de mensagens
SMS, papel desempenhado pela CELEPAR. E o CCTG assumiu o papel
desempenhado pela SEAP, o da contratação dos SMS, porém assinando contrato
somente com a VIVO.
107
Assim a SETP e CCTG assumiram os papéis antes desempenhados pela
CELEPAR e SEAP, ou seja, a CCTG assumiu contrato de SMS e a SETP assumiu o
papel de manutenção e distribuição das mensagens.
É importante observar que, na declaração dos gestores dessas duas
organizações, elas fizeram acordo institucionais para poderem manter-se com o
sistema ativo. Assim, o CCTG compartilhou o contrato de SMS com a SETP, e a
SETP por sua vez, compartilhou a sua infraestrutura e sistema de m-Gov e gerencia
a distribuição das mensagens do CCTG.
Na relação comercial, ficou clara que esta aconteceu somente entre o CCTG
e a VIVO, pois quando da não renovação do contrato corporativo o CCTG firmou
contrato direto com a VIVO para a aquisição de SMS. E na relação institucional ou
legal houve interação com os três atores que ainda permaneceram no Projeto.
A Figura 26 ilustra visualmente a natureza do relacionamento dos atores
nessa fase.
Relação contratual, comercial Relação institucional, legal
Figura 26 - Natureza do relacionamento dos atores na 5ª fase do m-Gov. Fonte: A autora.
108
4.5 DENSIDADE DO RELACIONAMENTO DOS ATORES
Na análise dos 11 anos do Projeto m-Gov, 2000 a 2010, identificou-se a
participação de 20 atores na rede, com densidade bastante variável, de 0,001 a 0,2
(de uma escala de 0 a 1). Ao comparar os dados estatísticos da natureza do
relacionamento contratual, comercial, que iniciou na fase 3 do Projeto, percebe-se
um aumento da densidade desta fase de 0.0702 para 0.0848. No entanto na fase 5,
a densidade diminui consideravelmente, de 0.0848 para 0.0117, quase 8 vezes.
Na relação parceria, aprendizado e prospecção, que ocorreu na três
primeiras fases do Projeto, a densidade aumentou consideravelmente da fase 1 para
a fase 2 (de 0,0585 para 0,1930), e da fase 2 para a fase 3 permaneceu
relativamente estável, 0,1930 e 0,1901, respectivamente. Da fase 3 para a fase 4
desapareceu.
E na relação institucional, legal, que ocorreu nas 5 fases do projeto, a
densidade foi bastante variável: aumentou consideravelmente da fase 1 para a fase
2 (0,0117 para 0,2836); da fase 2 para a 3 permaneceu exatamente igual (0,2836);
da fase 3 para 4 diminuiu de 0,2836 para 0,0526; e da fase 4 para a fase 5 diminuiu
de 0,0526 para 0,02340. No entanto a densidade em 2010 ficou mais alta do que a
do início do projeto nesta natureza de relacionamento.
Ao comparar a densidade e os motivos pelos quais os atores se inseriram no
Projeto na segunda fase, percebe-se que a institucionalização do e-Gov foi um
evento catalisador para a ampliação de atores e projetos de m-Gov. Percebe-se
também na terceira fase onde se formou uma rede mais densa, que CELEPAR na
relação parceria, aprendizagem, prospecção foi muito importante, contudo na
relação comercial, contratual não foi expressiva.
A Tabela 5 mostra nas cinco fases do Projeto a densidade do relacionamento
dos atores pela natureza do relacionamento.
109
Tabela 5 - Densidade do relacionamento dos atores.
NATUREZA DO RELACIONAMENTO / FASES FASE1 FASE2 FASE3 FASE4 FASE5
RELAÇÃO CONTRATUAL, COMERCIAL. SR* SR 0.0702 0.0848 0.0117
RELAÇÃO DE PARCERIA, APRENDIZAGEM, PROSPECÇÃO. 0.0585 0.1930 0.1901 SR SR
RELAÇÃO INSTITUCIONAL, LEGAL. 0.0117 0.2836 0.2836 0.0526 0.0234
Gerado por UCINET 6.289 Copyright (c) 1992-2010 Analytic Technologies * SR – Sem relacionamento
Fonte: A autora.
4.6 RESULTADOS DA COLABORAÇÃO
Verificou-se que houve interação entre os atores, notadamente na 2ª e 3ª
fases do Projeto m-Gov do Estado do Paraná, numa estrutura de rede voltada a
disseminar e fortalecer o uso corporativo SMS no Governo do Paraná.
Na fase 1, foram dois projetos testados com tecnologia WAP e SMS. Estes
dois protótipos foram executados com a CELEPAR, DETRAN E TIM, sendo o
DETRAN o fornecedor da informação ao serviço.
Na fase 2, o número de projetos utilizando o telefone celular foi mais
abundante. Foram encontrados mais sete projetos, além do projeto do DETRAN
iniciado na fase anterior: 1) IPVA/SEFA; 2) ICMS/SEFA; 3) População
Carcerária/DEPEN; 4) Alerta a Geadas/IAPAR; 5) Polícia Online/POLÍCIA CIVIL; 6)
Aviso de Emprego/SETP e; 7) Cotação/CEASA. Dos oito projetos, cinco deles
utilizaram tecnologia WAP e 3 projetos utilizaram SMS.
Na fase 3, foram encontrados oito projetos: 1) e-Processo/JUCEPAR; 2)
Agenda do Gabinete/SEAP; 3) Multas/DETRAN; 4) Notícias/SECS; 5)
Cotação/CEASA; 6) Reunião/e-PARANÁ; 7) Aviso de Emprego/SETP; 8)
Programação Cultural/CCTG.
110
Além disso, percebeu-se nesta fase 3, maior número de ações na
disseminação do m-Gov nos órgãos Estado do Paraná. Nesse período foi
concretizada a licitação para compras corporativa de SMS. Em 2006 a CELEPAR
conquistou um prêmio nacional pelo conjunto do projeto de m-Gov, o qual foi
chamado pelo Grupo de Trabalho do e-PARANÁ de Uso corporativo de SMS no
Governo do Paraná.
Na fase 4, foram encontrados somente dois projetos: Aviso De
Emprego/SETP e Programação Cultural/CCTG, sendo os serviços oferecidos
somente aos clientes da operadora VIVO para os clientes cadastrados nestas duas
instituições
Na fase 5, foram encontrados os mesmos dois projetos da fase 2, ou seja,
Aviso De Emprego/SETP e Programação Cultural/CCTG, com um arranjo diferente
da fase anterior, ou seja, a SETP hospedando e dando manutenção na infraestrutura
e no sistema m-Gov, e o CCTG contratando SMS diretamente com a operadora e
compartilhando-os com a SETP.
E ao final, observando o resultado da colaboração dos atores, resumido na
Tabela 6, evidencia-se que a institucionalização do governo eletrônico, a reunião dos
atores e discussão conjunta dela resultante, fez com que o projeto corporativo
tivesse mais resultados práticos, mais projetos implementados.
Tabela 6 - Resultado da colaboração dos atores. FASE1
2000 FASE2 2001
FASE3 2003
FASE4 2006
FASE5 2009
Número de atores
4 11 14 6 3
Número de projetos
2 7 8 2 2
Evento Predominante
∆Projeto de prospecção m-Gov
∆Institucionalização e-Gov. ∆Sinergia entre as Instituições.
∆Formalização do m-Gov. ∆Influência política.
∆Interrupção do e-Paraná. ∆Saída da CELEPAR ∆Influência política
∆Iniciativa da STP e CCTG em manter o Projeto
Fonte: A autora.
111
4.7 MOTIVOS DA PERMANÊNCIA DO PROJETO
No decorrer deste trabalho foram observados a movimentação dos atores, as
entradas, as saídas, os motivos e interesses dessas movimentações. Notadamente
a partir da 4a fase, quando essa movimentação de saída intensificou, de atores que
estavam desempenhando papéis essenciais para manutenção do projeto
(CELEPAR, SEAP e o e-PARANÁ), imaginou-se que o projeto de extinguiria. Isso
não aconteceu.
Com o objetivo firme de agilizar o processo e a qualidade de atendimento ao
cidadão (critério perseguido pela SETP desde a fase anterior), os atores SETP e
CCTG mantiveram o serviço em funcionamento. Juntaram esforços e mantiveram o
Projeto m-Gov, ainda que não no nível alcançado na fase 3. Com o processo de
aprendizado teve condições técnicas de assumir o conhecimento e a operação do
sistema. Os atores que permaneceram foram aqueles que tiveram forte motivação
para estar nesse projeto, aqueles ligados ao processo, ao negócio do governo.
Aqueles que permaneceram tinham isso muito claro. Assim o motivo principal da
permanência do projeto era o de agilizar o processo e a qualidade de atendimento
ao cidadão.
Numa rede, a reciprocidade se acentua quando existe a perspectiva a longo
prazo, além da qualidade e intensidade de relacionamento entre os atores. Foi
percebido um amadurecimento na relação dos atores CCTG e SETP; o tempo de
aprendizagem foi suficiente para amadurecer a maneira de agir desses atores assim
com perspectiva a longo prazo de manter esta tecnologia para prestação de serviço
aos cidadãos. Eles tinham claro e se mantiveram firme no propósito de prestar
melhor serviço ao cidadão e agilizar o processo de atendimento ao cidadão por meio
da tecnologia SMS.
O processo de aprendizagem estava diretamente relacionado com a interação
sinérgica entre seus membros (JONES; HESTERLY & BORGATTI, 1997); foi
percebida sinergia nos gestores do CCTG e SETP, e também conhecimento técnico
para absorver e manter o sistema m-Gov para manter os seus propósitos.
112
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao concluir este trabalho, achamos pertinente lembrar os objetivos desta
pesquisa: 1) conhecer o projeto m-Gov do Governo do Paraná, detalhando os
principais eventos e fases desde o pré-projeto, em 2000, até 2010; 2) identificar
quais foram os atores relevantes no Projeto m-Gov do Estado do Paraná no decorrer
do período pesquisado; 3) ressaltar os papéis desempenhados pelos atores em
cada fase do Projeto; 4) identificar os aspectos de colaboração e a configuração das
relações entre os atores Projeto m-Gov do Estado do Paraná, de 2000 a 2010; 5)
analisar a densidade de colaboração Projeto m-Gov do Estado do Paraná, de 2000 a
2010; 6) descrever os resultados da colaboração dos atores no período pesquisado;
e 7) analisar as causas da persistência do Projeto ao longo do período.
Do primeiro objetivo, detalhamento os principais eventos e atores, separamos,
caracterizamos e delimitamos as fases deste projeto, identificando cinco fases do
projeto m-Gov do Paraná: 1) da gênese à institucionalização - prospecção e pré-
projeto do m-Gov; 2) da institucionalização do e-Gov à troca de governo -
amadurecimento do m-Gov; 3) da troca de governo à descontinuidade do e-Gov -
fomalização do m-Gov; 4) da descontinuidade do e-Gov à saída da CELEPAR -
declínio do m-Gov; 5) da saída da CELEPAR à troca de governo - sobrevivência do
m-Gov. Como contribuição principal, geramos a Linha do Tempo do m-Gov no
Governo do Paraná (ver página 77).
No segundo objetivo, identificamos os atores relevantes durante os 11 anos
deste projeto. Ao final houve a participação de 20 atores diferentes. Desses 8
participaram apenas de uma fase (BRT, DEPEN, IAPAR, JUCEPAR, POLÍCIA CIVIL,
SEFA, SECS, SERCOMTEL); 5 atores de duas fases (CEASA, CASA CIVIL,
DETRAN, e-PARANÁ, SEOG); uma de três fases (CCTG); quatro de 4 fases
(CELEPAR, SEAP,SETP e TIM). Apenas um ator, a VIVO participou de todas as
fases. Ao final do período pesquisado havia somente três atores: CCTG, SETP e
VIVO.
No terceiro objetivo, identificamos seis papéis desempenhados pelos 20
atores: 1) Contratador de SMS; 2) Provedor de conteúdo; 3) Disseminador do m-
Gov; 4) Desenvolvedor de solução; 5) Broker; 6) Fornecedor de SMS (ver Quadro 3,
página 98).
113
No quarto objetivo, no qual identificamos os aspectos de colaboração e a
configuração das relações entre os atores nas 5 fases. Na primeira fase os atores
envolvidos queriam descobrir as facilidades da nova tecnologia, prospectar,
descobrir maneiras de utilizá-las a serviço do governo. Não tinham, nessa fase,
interesses comerciais. Na segunda fase, percebeu-se que a VIVO e a TIM tinham
percepções distintas na segunda fase do projeto m-Gov: uma queria ganhar
dinheiro, enquanto a outra privilegiava fazer acordos institucionais. A SEOG e a
CASA CIVIL tinham percepções parecidas: declararam estar interessadas em
fortalecer e disseminar o projeto m-Gov nos órgãos do Estado. O e-PARANÁ e
CELEPAR estavam muito próximos dos seus objetivos, que eram fortalecer o Projeto
m-Gov e agilizar o processo e a qualidade de atendimento ao cidadão. Houve nessa
fase um fator motivador para usar a nova tecnologia: muitos atores se envolveram
num esforço para discutir e descobrir uma maneira de usá-la corporativamente. Na
terceira fase, alcançou-se a formalização do m-Gov com a contratação corporativa
de SMS para o Governo: o projeto serviu de referência para o Governo Federal a
outros Estados, e ganhou um prêmio Nacional. Entretanto na quarta fase, com a
saída do e-PARANÁ, o projeto m-Gov começou a dar sinais de declínio: dos 16
atores da fase anterior, nessa permaneceram apenas 6 atores. Por fim, na 5a e
última fase analisada neste trabalho, mesmo com apenas 3 atores o projeto se
manteve.
No quinto objetivo, ao analisarmos a densidade de colaboração, percebemos
que na terceira fase formou-se uma rende mais densa, na qual a CELEPAR na
relação parceria, aprendizagem, prospecção foi muito importante; contudo na
relação comercial, contratual não foi expressiva. Isto pode significar que esse ator
fomentou parcerias na área de aprendizagem e prospecção técnicas. Inferimos, ao
comparar a densidade e os motivos pelos quais os atores se inseriram no Projeto na
segunda fase, que a institucionalização do e-Gov foi um evento catalisador para a
ampliação de atores e projetos de m-Gov.
No sexto objetivo, descrevemos os resultados da colaboração dos atores no
período pesquisado, os quais somaram 21 projetos, sendo que o maior número
aconteceu na fase 3, com 8 projetos, seguido de 7 projetos, na fase 2 (ver Tabela 6).
E no sétimo objetivo, analisamos as causas da persistência dos atores nesse
Projeto e concluímos que os atores que permaneceram foram aqueles que estavam
114
ligados ao negócio do governo e tiveram condições técnicas para fazê-lo por que
passaram por um processo de aprendizagem ao longo do processo.
Gostaríamos de salientar que o Método Histórico seria suficiente para essas
conclusões, mas a análise obtida com o auxílio do software UCINET melhorou o
potencial descritivo do trabalho.
De modo geral, percebeu-se que aqueles atores que estavam envolvidos
neste projeto com o objetivo de prover informação ou serviço ao m-Gov,
permaneceram apenas em uma das fases do Projeto m-Gov. E aqueles que
estavam com propósitos firmes em processos de governo, ou seja, voltados à
prestação de serviços, sobreviveram ou permaneceram por mais tempo no Projeto.
Percebemos ainda que a relação contratual comercial, tão almejada pelos atores
ocorrida na terceira fase, não foi suficiente para sustentar o Projeto.
Alguns achados deste trabalho podem servir de insights para gestores de
projetos corporativos de tecnologia em governos. No m-Gov paranaense, a
institucionalização do governo eletrônico, a reunião dos atores e discussão conjunta
dela resultante fizeram com que o projeto corporativo crescesse – portanto
evidencia-se a importância da institucionalização. Por outro lado, a intitucionalização
não garantiu a continuidade do projeto: ele "morreu" sem que tivesse sido abortado,
daí a importância de atores centrais "animando" a continuidade do projeto. A retirada
de um dos atores centrais, a CELEPAR, fez com que a prestação de serviços neste
canal quase fosse encerrada, mas algumas aplicações sobreviveram apesar disso;
seus gestores não permitiram a descontinuidade, e, no interesse público, manteve o
projeto. Então, novas associações se formam na ausência dos atores centrais,
mesmo quando a área de atuação dos atores não era tecnologia – este é um
aspecto digno de investigação. Uma última observação que, apesar de óbvia, não
pode ser omitida, é a de que projetos corporativos podem ser alavancados ou
descontinuados pelas trocas de governo, e que os responsáveis técnicos por esses
projetos devem prepará-los para as mudanças governamentais.
As interações observadas neste estudo mostraram que a dinâmica de
relacionamento entre os atores contribuiu para amadurecer uma ideia: o uso de uma
tecnologia, à época pouca explorada, o próprio amadurecimento e declínio do
projeto. Um esforço conjunto propiciou novas perspectivas para o desenvolvimento,
fortalecimento e declínio do projeto m-Gov do Governo do Estado do Paraná.
115
O grau de atingimento do objetivo de um projeto depende da rede de
relacionamento, do papel exercido pelos atores. Os atores, tantos os internos como
os externos ao governo, apesar de terem aprendido uns com os outros, não
conseguiram compartilhamento institucional, não conseguiram fortalecer o Projeto.
Mesmo que haja reposição de atores sociais em determinada rede, um
projeto pode continuar a existir desde que na dinâmica desses relacionamentos, em
algum momento, tenha ocorrido aprendizagem, como por exemplo conhecimento da
tecnologia. A SETP com o domínio da tecnologia foi crucial para a sobrevivência do
projeto.
A continuidade do ator na rede depende de uma orientação a longo prazo. A
VIVO, único ator que participou de todas as fases do Projeto, persistiu
consistentemente em dois objetivos: descobrir uso para o m-Gov e mobilizar
parceiros.
A Teoria de Redes defende que a reciprocidade se acentua quando existe
uma perspectiva de longo prazo, que segurança e estabilidade encorajam a originar
novas maneiras de realizar tarefas, promovendo aprendizado, troca de informações
e gerando confiança (POWELL, 1990). Isto foi constatado nas fases 2 e 3, quando
os atores sentiram estabilidade no Projeto m-Gov do Paraná, notadamente na
institucionalização do e-Gov e formalização do m-Gov.
Este trabalho se propôs a expandir o conhecimento disponível sobre governo
móvel no Brasil; e explicar como a dinâmica de relacionamento dos atores contribuiu
para o estabelecimento de um projeto corporativo de m-Gov no Estado do Paraná.
Para isto a pesquisa: (i) mapeou os eventos e fases ocorridos durante o processo de
construção do Projeto m-Gov do Estado Paraná, de 2000 a 2010; (ii) mapeou os
atores relevantes no Projeto m-Gov do Estado do Paraná nesse período; mapeou os
papéis desempenhados pelos atores em cada fase do Projeto m-Gov do Estado do
Paraná; (iii) explicou a dinâmica do relacionamento entre os atores em cada fase
uma das cinco fases do Projeto m-Gov do Estado do Paraná; (iv) mostrou os
resultados da colaboração dos atores no Projeto m-Gov do Estado do Paraná nesse
período; e (v) investigou os motivos por que o projeto m-Gov do Estado do Paraná
perdurou no tempo.
Percebeu-se especialmente nas fases 2 e 3, com atores desempenhando o
papel de disseminador do projeto, que não basta ter uma solução de m-Gov; é
116
preciso pensar e implantar a estratégia de disseminação do projeto, onde o Governo
é o gerador de conteúdo, e o cidadão então o consumidor dessas informações.
Percebeu-se também que a institucionalização do e-Gov não garantiu a
continuidade do projeto, ele "morre" sem que tivesse sido abortado, daí a
importância de atores centrais "animando" a continuidade do projeto. A retirada de
um dos atores centrais, a CELEPAR fez com que a prestação de serviços neste
canal quase fosse encerrada, mas algumas aplicações sobreviveram apesar disso,
seus gestores não permitiram a descontinuidade e no interesse público mantêm o
projeto. Então, novas associações se formam na ausência dos atores centrais,
mesmo quando a área de atuação dos atores não é tecnologia – este é um aspecto
digno de investigação. Uma última observação que, apesar de óbvia, não pode ser
omitida, é a de que projetos corporativos podem ser alavancados ou descontinuados
pelas trocas de governo, e que os responsáveis técnicos por esses projetos devem
prepará-los para as mudanças governamentais.
A principal contribuição que este estudo pretende dar é de expansão do
conhecimento sobre o processo de formação e gestão de projetos de m-Gov, assim
como a compreensão de como ocorre a dinâmica dos relacionamentos entre os
atores de projetos corporativos em governos, na adoção de uma nova tecnologia.
Amplia o conhecimento no contexto de governo móvel, pois o tema ainda se
encontra restrito e concentrado em congressos e seminários focados em gestão
pública e TI.
5.1 CONTRIBUIÇÕES PARA A TEORIA
É necessário ressaltar que a contribuição teórica deste trabalho precisa e
deve ser aprofundada por meios de novas pesquisas, para o refinamento e ajustes,
e então poder servir como ferramenta para análise na construção de modelos de
negócio em m-Gov.
Assim, sugere-se que acrescente, na cadeia de valor sugerido por Diniz e
Gregório (2007), mais dois papéis para o Governo: 1) Contratador corporativo de
SMS e Disseminador do m-Gov. E que o papel de contratador seja exercido pelo
órgão que exerce a função de contratação corporativa de serviços, como por
117
exemplo, a de telefonia; 2) o papel de disseminador do m-Gov seja exercido por
órgão responsável pelas políticas públicas de governo eletrônico.
5.2 CONTRIBUIÇÕES PARA A PRÁTICA
O trabalho contribuiu para melhor instrumentalizar políticas públicas,
estratégias governamentais e o debate acadêmico voltado à utilização de telefone
celular como canal de relacionamento e entrega de serviços públicos aos cidadãos.
O mérito desta pesquisa está, em particular, no resgate da história do Projeto
de m-Gov do Estado do Paraná, o qual tem servido de referência a governos
brasileiros e sobre o qual não havia qualquer registro disponível para consulta.
Compartilha-se a diversidade ainda pouco conhecida de processos negociais e
práticas governamentais subjacentes à operação deste canal. Com base nisso,
oferecem-se subsídios para os gestores de governo eletrônico acerca da relevância
dos relacionamentos e de formas de capital social para a construção de projetos
corporativos complexos, como são os de governo móvel.
Os resultados obtidos desta pesquisa podem oferecer subsídios para os
gestores de governo eletrônico acerca da relevância dos relacionamentos e de
formas de capital social para a construção de projetos corporativos complexos como
são os de governo móvel.
Por fim, este trabalho organizou as ideias, fatos e atividades, ocorridos um
período de 11 anos no projeto m-Gov do Governo do Paraná, que poderá auxiliar
gestores em processos decisórios, recompilando dados, modelando problemas,
selecionando alternativas e revisando decisões na área de m-Gov.
5.3 LIMITAÇÕES DA PESQUISA
Para Vergara (1997), todo método tem suas possibilidades e suas limitações.
É saudável antecipar-se às interpretações críticas que o leitor poderá fazer ao
trabalho, explicitando quais as limitações que o método escolhido oferece, mas que
ainda assim, o justificam como o mais adequado aos propósitos da sua investigação.
118
Embora se tenha procurado alcançar o maior rigor possível nos
procedimentos e na análise empregados, a presente pesquisa apresenta limitações.
A principal limitação deste trabalho, por se tratar de uma pesquisa longitudinal e por
um período longo, é que parte da pesquisa foi baseada na memória das pessoas
que participaram do projeto estudado. Isso aconteceu especialmente na primeira
etapa da pesquisa. Na segunda etapa, esse viés foi amenizado, pois a pesquisa
documental executada antes das entrevistas serviu para confirmar ou refutar as
informações conflitantes.
Da mesma forma, a pesquisa se focou nos atores instituições e não as
pessoas, deixando assim considerar os relacionamentos pessoais que podem ter
influências positivas ou negativas durante o processo de construção do projeto
estudado.
Cada respondente possui crenças, referências, percepções diferentes; assim
é provável que, ao responder, o ator o tenha feito com a percepção diferente
daquele que teria declarado à época do evento. E isso pode ter influenciado,
especialmente na natureza do relacionamento declarado, nos critérios de
classificação dos atores nas cinco fases do Projeto.
Outra limitação é que este é um fenômeno relativamente recente no contexto
brasileiro e mundial, o que enseja a conveniência de reunir uma maior quantidade de
observações.
5.4 PESQUISAS FUTURAS
Certamente, todo o resultado aqui apresentado poderá ser melhor detalhado,
contestado e aprofundado por futuras pesquisas. Em especial, sugere-se: i) replicar
o estudo em outros governos de diferentes esferas, no Brasil ou no Exterior; ii)
continuar este estudo longitudinal, verificando como esse projeto se comporta no
tempo; iii) acrescentar outros indicadores que possam medir resultados, como por
exemplo, volume de SMS utilizados.
Outra sugestão relevante para continuidade desta pesquisa consiste em
desenvolver um estudo que permita avaliar e comparar outros projetos de m-Gov no
Brasil e, mais importante, em seu alcance social propor um ou vários modelos de
negócios de m-Gov que possam servir de referência.
119
Este é um trabalho empírico com história isolada. A sugestão é que em outras
pesquisas desenvolvam a história comparada numa perspectiva mais global,
reconhecendo que eventos do passado são úteis para identificação e escolhas de
oportunidades atuais e futuras. Assim, outros pesquisadores poderão aproximar-se
de uma posição integracionista, direcionando o seu foco tanto nas intercessões e
conjunções da análise histórica, quanto no estudo de formas particulares de
organização e processos, redefinindo o campo de estudo como sendo humanístico e
científico ao mesmo tempo (SAUERBRONN; FARIA, 2006, p. 6).
Aqui está historiado o projeto de m-Gov do Governo do Estado do Paraná.
120
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133
APÊNDICE A – MATRIZ ANALÍTICA DINÂMICA DE RELACIONAMENTO ENTRE ATORES DO PROJETO M-GOV: O CASO DO GOVERNO DO PARANÁ PERÍODO DE ANÁLISE: 2001 a 2010 EVENTOS: 2000-2001, 2001-2003, 2003-2005, 2005-2010 ATORES: atributo DINÂMICA DE RELACIONAMENTO: interna e externa
TÍTULO TEMA OBJETIVOS QUESTIONÁRIO
Din
âmic
a de
rela
cion
amen
to e
ntre
ato
res
de u
m m
odel
o de
neg
ócio
de
m-G
ov
atores e atributos identificar atores e
atributos
idade, sexo, formação, ano,
instituição,
cargo/função, período
histórico m-Gov Identificar
conhecimento sobre
o projeto m-Gov
1) O que você lembra sobre o
histórico da formação do
projeto, os principais envolvidos
no processo e a proposta
original do Projeto de Governo
Móvel?
Acontecimentos identificar
acontecimentos por
ocasião da
implantação
2) O que você pode relatar
sobre os acontecimentos do m-
Gov e a que períodos se
referem?
3) Como eram e/ou são
estabelecidas as prioridades, os
novos projetos e os objetivos do
Projeto de Governo Móvel? E
como funciona e/ou funciona?
Organização identificar objetivos
da organização da
visão do objetivo
geral do projeto
4) Qual o objetivo da
organização a qual você
representa, na participação no
Projeto de Governo Móvel?
4) Na sua visão, qual o objetivo
geral do Projeto de Governo
Móvel?
dinâmica de
relacionamento
verificar a dinâmica
de relacionamento
entre atores
5) Como ocorrem as interações
entre os participantes do Projeto
de Governo Móvel?
134
6) Como ocorrem as interações
entre agentes externos (como a
comunidade, novas
organizações, etc.)?
7) Quais são as formas de
comunicação entre os membros
do Projeto de Governo Móvel?
8) Que tipo de dependência
existiu e/ou existe na
organização que você
representa com as demais
participantes do Projeto de
Governo Móvel?
9) As interações no Projeto de
Governo Móvel, ocorrem mais
entre organizações ou entre
pessoas?
entrada,
permanência e
saída dos
participantes
analisar a
rotatividade, a
densidade/envolvime
nto dos participantes
10) Em relação ao número de
participantes no Projeto de
Governo Móvel, como funciona
a entrada e saída?
11) Qual é a rotatividade dos
participantes?
12) Na sua visão, a existência
do Projeto de Governo Móvel
tem gerado quais
benefícios/malefícios em prol do
governo e da comunidade em
geral?
13) Que sugestões daria para
melhor funcionamento do m-
Gov?
135
APÊNDICE B – ROTEIRO DE ENTREVISTA
Ator:
Período do envolvimento entrevistado no projeto:
ID entrevistado: .. Idade:.................... Sexo: M ( ) F ( )
Formação:............................................Ano:.......... Instituição:..........................
Cargo/Função:.....................................................................Período:................
Tempo de permanência na função:...................................................................
1) O que você lembra sobre o histórico da formação do projeto, os principais
envolvidos no processo e a proposta original do Projeto de Governo Móvel?
2) O que você pode relatar sobre os acontecimentos do m-Gov e a que períodos
se referem?
3) Quais são os papéis desses atores nos projetos de m-Gov do Governo do
Estado do Paraná nesse período?
4) Como ocorreu o processo de desenvolvimento do projeto na Celepar?
5) Como eram estabelecidas as prioridades, os novos serviços para o Projeto de
Governo Móvel?
6) Como era o processo para implementação nos projetos de m-Gov do Governo
do Estado do Paraná ?
7) Como ocorreu o processo de divulgação, capacitação e difusão da
possibilidade de uso de telefonia celular para o governo?
8) Quais foram os fatos marcantes que alteraram a condução do projeto?
9) Na sua percepção, qual o papel da organização que você representava, na
participação no Projeto de Governo Móvel?
10) Como ocorriam as interações entre os participantes do Projeto de Governo
Móvel?
11) Que tipo de dependência existiu na organização que você representava com
os demais participantes do Projeto de Governo Móvel?
12) Alguma outra observação que você queira acrescentar neste m-Gov no
Paraná, que não tenha sido contemplada nesta entrevista?
Curitiba, / /2010.
136
APÊNDICE C – QUESTIONÁRIO APLICADO NA 2ª FASE DA PESQUISA
O presente questionário tem o objetivo de contribuir para um estudo que visa entender a dinâmica de relacionamento dos atores para identificar como a rede formada contribuiu para o estabelecimento de um projeto corporativo de m-Gov no Estado do Paraná.
As questões de 1 a 3 serão respondidas pela participação em cada fase (mostrada abaixo) que a
organização tenha participado. As demais serão respondidas pela participação em geral da empresa
neste projeto.
Todas as respostas podem ser de múltipla escolha. .
Para melhor compreensão, a Linha do Tempo do m-Gov do Estado do Paraná será mostrada
previamente ao respondente.
FASES DO PROJETO M-GOV DO ESTADO DO PARANÁ:
FASE 1 - Da Gênese à Institucionalização do e-Gov - de 2000 a 2001.
FASE 2 - Da Institucionalização do e-Gov à Troca de Governo - 2001 a 2003.
FASE 3 - Da Troca de Governo à Descontinuidade do e-Gov - 2003 a 2006.
FASE 4 - Da Descontinuidade do e-Gov à Saída da CELEPAR - 2006 a 2009.
FASE 5 - Da Saída da CELEPAR à Troca de Governo - de 2009 a 2010.
Sua contribuição é essencial para realização e para a qualidade desta pesquisa.
Organização que representava ou representa: ......................................................................
A organização que você representava ou representa participou da (s) fase (s): ( ) Fase 1 ( ) Fase 2 ( ) Fase 3 ( ) Fase 4 ( ) Fase 5
Cargo (s) em cada fase:
.................................................................................................................................................
.................................................................................................................................................
.............................................,. ............. de novembro de 2010.
137
1) Nas fases indicadas, a sua organização participou do Projeto m-Gov do Estado do Paraná, junto com: Fase 1 Fase 2
INSTITUIÇÃO (ATOR ) Contato (s) INSTITUIÇÃO (ATOR ) Contato (s)
( ) CELEPAR ( ) CELEPAR
( ) DETRAN ( ) CASA CIVIL
( ) GLOBAL ( ) CEASA
( ) TIM ( ) DEPEN
( ) Outros. Cite ( ) DETRAN
( ) e-PARANÁ
( ) GLOBAL/VIVO
( ) IAPAR
( ) POLÍCIA CIVIL
( ) SEAP
( ) SEFA
( ) SEOG
( ) SETP
( ) SERCOMTEL
( ) TIM
( ) Outros. Cite
Fase 3 Fase 4
INSTITUIÇÃO (ATOR ) Contato (s) INSTITUIÇÃO (ATOR ) Contato (s)
( ) BRT ( ) CCTG
( ) CASA CIVIL ( ) CELEPAR
( ) CCTG ( ) SEAP
( ) CEASA ( ) SETP
( ) CELEPAR ( ) TIM
( ) JUCEPAR ( ) VIVO
( ) e-PARANÁ ( ) Outros. Cite
( ) SEAP
( ) SECS
( ) SEOG
( ) SETP
( ) TIM
( ) VIVO
( ) Outros. Cite
138
Fase 5
INSTITUIÇÃO (ATOR ) Contato (s)
( ) CCTG
( ) SETP
( ) VIVO
( ) Outros. Cite
2) Nas fases apontadas acima, os objetivos da sua organização em participar do Projeto m-Gov do Estado do Paraná foram/são: (para cada fase da qual participou)
Objetivo Fase
1 2 3 4 5
Trocar experiências, aprender com os parceiros.
Fortalecer o projeto m-Gov.
Fortalecer a minha organização.
Reduzir custos para a organização que eu represento.
Ganhar dinheiro para a organização que eu represento.
Agilizar o processo e a qualidade de atendimento ao cidadão.
Prover a informação/serviço ao projeto m-Gov.
Participar apenas, porque foi uma imposição hierárquica ou legal.
Identificar oportunidades.
Mobilizar parceiros.
Disseminar projeto m-Gov.
Descobrir possíveis uso do telefone celular para uso do governo.
Fazer acordos institucionais com os parceiros.
Desenvolver sistema e infraestrutura para m-Gov.
Outro. Qual?.....................................................................................................
Outro. Qual?.....................................................................................................
139
3) Para sua organização, quais fatores serviram para fortalecer o Projeto m-Gov do Estado do Paraná?
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
( ) Confiança, reputação e cooperação da CELEPAR.
( ) Capacidade de mobilização do e-Gov.
( ) Envolvimento dos gestores no processo.
( ) Pró-atividade dos coordenadores do projeto.
4) Para sua organização, quais fatores serviram para enfraquecer o Projeto m-Gov do Estado do Paraná? ...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
( ) A saída da CELEPAR do projeto.
( ) A não atuação do e-Gov.
( ) A falta de envolvimento dos gestores (da sua instituição) no processo.
( ) A falta de perfil dos coordenadores do projeto corporativo para o Estado.
5) Para sua organização, quais as principais dificuldades enfrentadas no Projeto m-Gov do Estado do Paraná? ...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
( ) Falta de informação e visão dos gestores ao cenário da telefonia móvel .
( ) Falta de interesse dos gestores em discutir modelo de negócio.
( ) Integrar as iniciativas de m-Gov,com os demais atores.
( ) Fazer com que as iniciativas se tornem corporativas.
( ) Criar um grande projeto que centralize todas as iniciativas relacionado a m-Gov.
( ) O projeto m-Gov não tem desafios, porque não serve pra nada.
140
6) Para sua organização, quais foram os ganhos oriundos da atuação de parceiros na estrutura do Projeto m-Gov do Estado do Paraná?
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
( ) Desenvolvimento de um sistema de informação único.
( ) Organização de um projeto padronizado para uso corporativo.
( ) Menor custo do SMS - ganho em escala.
( ) Aprendizagem de novas formas de enviar mensagens.
( ) Maior comprometimento e participação da comunidade em geral.
( ) Maior mobilização para a estrutura de m-Gov.
( ) Comercialização centralizada dos SMS.
( ) Aumento do respeito do governo aos cidadãos.
7) Comentários gerais sobre as causas do Projeto m-Gov do Estado do Paraná não ter continuado. .................................................................................................................................................
.................................................................................................................................................
.................................................................................................................................................
.................................................................................................................................................
.................................................................................................................................................
.................................................................................................................................................
.................................................................................................................................................
.................................................................................................................................................
.................................................................................................................................................
.................................................................................................................................................
.................................................................................................................................................
.................................................................................................................................................
.................................................................................................................................................
.................................................................................................................................................
.................................................................................................................................................
.................................................................................................................................................
.................................................................................................................................................
.................................................................................................................................................
142
ANEXO A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO - TCLE TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu, ................................................................................,brasileiro (a), ..........(idade), ..........................(profissão), residente a ............................................................................................, Curitiba, PR, RG..........................SSP-....., estou sendo
convidado a participar de um estudo denominado.DINÂMICA DE RELACIONAMENTO ENTRE ATORES DO PROJETO M-GOV: O CASO DO GOVERNO DO PARANÁ, cujos objetivos e justificativas são: este é um trabalho que estuda a dinâmica
de relacionamento entre atores em projetos de governo móvel no Governo do Estado do Paraná no período de 2000 a 2010. Utiliza-se a Teoria de Redes, identificando-se os eventos relevantes, os principais atores, os papeis desses
atores, os aspectos de colaboração, a configuração das relações, a densidade e análise dos motivos por que essas colaborações perduram ou não no tempo. No contexto teórico, este trabalho busca estabelecer relação do m-gov com
a Teoria de Redes, fortalecendo a temática de redes sociais e organizacionais em Ciências Sociais. Para a prática, seus resultados podem auxiliar governos a implementar projetos de uso de tecnologia, especialmente de tecnologia
móvel. A minha participação no referido estudo será no sentido de fornecer informações sobre a implementação do projeto
m-gov no Governo do Paraná, no período de 2000 a 2010. Fui alertado de que, da pesquisa a se realizar, posso esperar alguns benefícios, tais como: o resultado desta pesquisa
pode auxiliar governos a implementar projetos de uso de tecnologia, especialmente de tecnologia móvel; esta pesquisa pode ser um importante documento para o regaste da história do Governo Móvel do Estado do Paraná.
Recebi, por outro lado, os esclarecimentos necessários sobre os possíveis desconfortos e riscos decorrentes do estudo,
levando-se em conta que é uma pesquisa, e os resultados positivos ou negativos somente serão obtidos após a sua
realização.
Estou ciente de que minha privacidade será respeitada, ou seja, meu nome ou qualquer outro dado ou elemento que
possa, de qualquer forma, me identificar, será mantido em sigilo.
Também fui informado de que posso me recusar a participar do estudo, ou retirar meu consentimento a qualquer
momento, sem precisar justificar, e de, por desejar sair da pesquisa. Foi-me esclarecido, igualmente, que eu posso optar por
métodos alternativos, que são: não gravar a entrevista, seja em vídeo ou áudio ou vídeo.
Os pesquisadores envolvidos com o referido projeto são: BEATRIZ BARRETO BRASILEIRO LANZA, MARIA ALEXANDRA CUNHA e DIEG0 KOZAK DE QUEIROZ, e com eles poderei manter contato pelos telefones .(41) 9228-4645,
3078-1255 e FONE 3271-1634
É garantido a mim o livre acesso a todas as informações e esclarecimentos adicionais sobre o estudo e suas
conseqüências, enfim, tudo o que eu queira saber antes, durante e depois da minha participação.
Enfim, tendo sido orientado quanto ao teor de todo o aqui mencionado e compreendido a natureza e o objetivo do já
referido estudo, manifesto meu livre consentimento em participar, estando totalmente ciente de que não há nenhum valor
econômico, a receber ou a pagar, por minha participação.
De igual maneira, caso ocorra algum dano decorrente da minha participação no estudo, serei devidamente indenizado,
conforme determina a lei.
Em caso de reclamação ou qualquer tipo de denúncia sobre este estudo devo ligar para o CEP PUCPR (41) 3271-
2292 ou mandar um email para [email protected]
Curitiba, de novembro de 2010.
_______________________________________
______________________________________ BEATRIZ BARRETO BRASILEIRO LANZA
143
ANEXO B – DOCUMENTOS CONSULTADOS
Documentos consultados na Fase 1 da Pesquisa
No Nome da Publicação Tipo de Documento
Título do Documento Autor Data da publicação
Meio de publicação
1. Revista Bate Byte Boletim de Ocorrências de Furtos e Roubos de Veículo
Neiva Maria Mikos D'Avila e Ricardo Costa Guiraud
30/05/2000 Digital
2. SECOP 2001 e Seminário Brasil-Reino Unido Cidadania na Sociedade da Informação
e-Paraná - Governo Eletrônico do Paraná
Danilo Scalet e Edison Luis Gomes Mendes
2001 Impresso e Digital
3. Celepar - Acervo pessoal DETRAN/PR Disponibiliza serviço WAP
2001 Impresso e Digital
4. Revista Bate Byte - no 119 M-Government: Cases do Paraná e potencial uso no setor público do Brasil.
Luiz Fernando Ballin Ortolani
04/2002 Impresso e digital
5. Jornal Paraná Online Cafeicultor vai receber alerta de geada pelo celular
05/07/2002 Digital
6. Jornal Folha de Londrina Celular vira ferramenta para prevenir geada
06/07/2002 Digital
7. Jornal Folha de Londrina Aviso de geada vai agora pelo telefone cellular. Serviço é pioneiro no Brasil e agiliza o repasse de informações importantes para a agropecuária.
11/07/2002
Di
gital
8. Jornal O Estado do Paraná Informação sobre carros no cellular. Dois milhões de motoristas paranaenses já podem
07/08/2002 Digital
9. Revista Bate Byte Concurso de Propostas de Uso de Tecnologia da Informação no Govenro do Paraná
Antonio Mitio Sato 09/2002 Impresso e digital
10. Revista Bate Byte - no124 Serviços Via Celular auxiliam produtores e motoristas do Paraná
Elisângela Ribas Godoy
09/2002 Digital
11. Agência de Notícias Estado do Paraná
Comitê de Governo Eletrônico do Paraná tem sua primeira reunião
28/04/2003 Digital
12. Apresentação em evento – acervo pessoal
Ceasa - World Submit Maria Alexandra Cunha 02/10/2003
13. Livro em formato doc Sercomtel: Marca de Pioneirismo
Mário Jorge
de Oliveira Tavares
15.12.2003 Digital
14. Celepar - Acervo pessoal Discussão de política comercial SMS
entre 2003 -2005
Digital
15. Celepar - Acervo pessoal Contrato de prestação de serviços SMS
2004 Impresso e Digital
16. TIM Sistema de Transporte de Dados
2004 Digital
17. Congresso Anual de Tecnologia da Informação -CATI 2004
Telefone celular e governo eletrônico: o caso da tecnologia SMS no Paraná
Hugo Eduardo Simião e Maria Alexandra Cunha
2004 Impresso e Digital
18. Celepar - Acervo pessoal Questões a serem esclarecidas com a TIM
12/03/2004 Digitall
19. Celepar - Acervo pessoal SMS - Situação Atual 12/03/2004 Digital
20. Celepar - Acervo pessoal PR_SMS_Requisitos 11/08/2004 Digital 21. Celepar - Acervo pessoal PR_SMS_Volumes 11/08/2004 Digital 22. Celepar - Acervo pessoal Condições para contratação
de serviços SMS pelo Governo do Paraná e Potencial de Serviços
13/10/2004 Impresso e Digital
23. Celepar - Acervo pessoal Interesse SESP em SMS 15/1/2004 Digital 24. e-Gov - Acervo pessoal Uso de SMS no âmbito do
Governo do Estado do Paraná 25/10/2004 Impresso e
Digital 25. Celepar - Acervo pessoal SMS - Por que através da
CELEPAR? entre 2004
e 2006 Digital
26. Celepar - Acervo pessoal Aplicações potenciais no Governo do Paraná
17/12/2004 Digital
144
27. Celepar - Acervo pessoal Proposta de modelo de negócio para SMS no Governo do Paraná
entre 2004 - 2006
Digital
28. Celepar - Acervo pessoal Solicitação de uso de mensagens eletrônicas - SMS
2005 Impresso e Digital
29. Ouvidoria Estadual - Acervo pessoal
SMS - Uma nova ferramenta a serviço de políticas públicas.
14/02/2005 Impresso e Digital
30. SECS/AEN Entra no ar o novo portal da Agência Estadual de Notícias
Comunicação
23/02/2005
Digital
31. Celepar - Acervo pessoal E-Torpedo - etapa 3 05/2005 Impresso e Digital
32. Celepar - Acervo pessoal e-Torpedo 06/2005 Impresso e Digital
33. SEAP/e-GOV - Acervo pessoal
Edital Pregão Contração 08/2005 Digital
34. SEAP/e-GOV - Acervo pessoal
Edital Pregão Contratação SMS – Complementar
23//08/2005 Digital
35. SEAP/e - Acervo pessoal PREGÃO ELETRÔNICO Nº. 218/2005
11/08/2005 Digital
36. Celepar - Acervo pessoal Projeto e-Torpedo - emissão/recepção de torpedos
11/2005 Impresso e Digital
37. Jornal Gazeta do Povo Chance de emprego chega ao celular.
Marco Sanchotene entre 2005-2006
Impresso
38. Brasil Telecom Guia de Conexão - de transporte SMS para o envio de informações e produtos
entre 2005 - 2006
Digital
39. e-Gov - Acervo pessoal Apresentação Projeto m-Gov Paraná no Conip
2006 Digital
40. Normas para uso de SMS - Acervo pessoal
Normas para uso de SMS no âmbito do Governo do Paraná
e-Gov PR - Grupo Normas e Padrões
04/2006 Digital
41. GTEC Week – Otawa - Canadá
The Corporate uses of SMS in the Government of Paraná
Beatriz Lanza e Walter Gonçalves
04/2006 Impresso
42. e-Gov - Acervo pessoal O Grande Vencedor do Prêmio CONIP de Excelência - Iniciativa de Sucesso, com o projeto
07/08/2006 Digital
43. Decision Report e-Gov contra o Desemprego Bruno Ferrari e Graça Sermoud
02/01/2006 Digital
44. Entrevista ao Informativo Prestando Conta RJ - Acervo pessoal
Mobile Government Thiago Figueiredo La Vega Duarte
2006 Digital
45. Celepar - Acervo pessoal Mobile Government- a experiência do Governo do Paraná e Celepar
21/06/2006 Digital
46. Celepar - Acervo pessoal Respondendo questões de pesquisador do Maranhão
6/09/2006 Digital
47. Artigo apresentado no CONEGOV - Acervo pessoal
Uso Corporativo do Sms No Governo do Paraná.
LANZA, B. B. HOLLANDA, G. A. de GONÇALVES, W.
30/10/2006 Digital
48. Comentário de materia publicada - Acervo pessoal
"Privatização foi o impulso" do caderno de Informática
20/11/2006 Digital
49. Gazeta Mercantil Celular liga o governo ao cidadão
Ana Carolina Saito 23/04/2007 Impresso e Digital
50. Position paper W3C França - Acervo pessoal-
Seminário W3C "Tecnologias Móveis: seu papel na Promoção do Desenvolvimento
Beatriz Barreto Brasileiro Lanza
18/04/2008 Digital
51. Apresentação em evento - Acervo pessoal
Africa Perspective on the Role of Mobile Technologies in Fostering Social and Economic Development
Beatriz Barreto Brasileiro Lanza
01/04/2009 Digital
52. Instituto CONIP - Acervo pessoal
Fatores alavancadores e obstáculos" à mobilidade no governo
Vagner Diniz 19/08/09 Digital
53. Celepar/TIM- Acervo pessoal
Contrato de suporte de rede e envio de SMS - Contrato
genérico Digital
54. Celepar/BRT - Acervo pessoal
Contrato de Mensagens de Texto - Global Telecom
genérico Digital
145
ANEXO C – RELAÇÃO DOS ENTREVISTADOS NA 1a ETAPA Entrevistas com Técnicos e Gestores de m-Gov no Governo do Paraná
Instituição Entrevistado Cargo Data Entrevista
Celepar Entrevistado 1 Analista de Sistemas 02/08/2010
Celepar Entrevistado 2 Diretor 20/08/2010
Celepar Entrevistado 3 Analista de Suporte 24/08/2010
Celepar Entrevistado 4 Assessor da Diretoria 31/08/2010
Celepar Entrevistado 5 Coordenador de
Atendimento
20/09/2010
Celepar Entrevistado 6 Coordenador de
Atendimento
20/09/2010
147
ANEXO E – EMAIL QUESTIONÁRIO Prezado (Respondente,)
Em primeiro lugar muito obrigada pelo seu apoio.a esta pesquisa
Você está respondendo pelo ator: e-PARANÁ. Nas fases: 2 e 3.
Estou anexando três documentos:
1) Questionário - para ser respondido e devolvido via email.
2) Linha do tempo m-Gov - para servir de apoio ao questionário
3) TCLE - para ser preenchido, assinado e devolvido em papel (objeto da pesquisa e garantia da sua privacidade)
Eu agradeço muitíssimo a sua participação e estou à disposição para esclarecer quaisquer dúvidas.
Abraço
Bia Lanza
9228-4645
3304-7918
3 anexos — Baixar todos os anexos
APÊNDICE C –
QUESTIONÁRIO.doc
126K Visualizar Baixar
Linha do tempo m-
Gov PR.pdf
430K Visualizar Baixar
TCLE padrão
m-Gov.doc
28K Visualizar Baixar
148
ANEXO F – NATUREZA DO RELACIONAMENTO
FASE
1
C1 TROCAR EXPERIÊNCIAS, APRENDER COM OS PARCEIROS. C2 FORTALECER A MINHA ORGANIZAÇÃO. C3 GANHAR DINHEIRO PARA A ORGANIZAÇÃO QUE EU REPRESENTO. C4 AGILIZAR O PROCESSO E A QUALIDADE DE ATENDIMENTO AO CIDADÃO. C5 PROVER A INFORMAÇÃO/SERVIÇO AO PROJETO M-GOV. C6 IDENTIFICAR OPORTUNIDADES. C7 MOBILIZAR PARCEIROS. C8 DESCOBRIR POSSÍVEIS USO DO TELEFONE CELULAR.
C9 FAZER ACORDOS INSTITUCIONAIS COM OS PARCEIROS. C10 DESENVOLVER SISTEMA E INFRAESTRUTURA PARA M-GOV. C11 INOVAÇÃO. C12 PROSPECTAR NOVOS MERCADOS. C13 DESEMPENHAR PAPEL DE BROKER
FASE
2
C1 TROCAR EXPERIÊNCIAS, APRENDER COM OS PARCEIROS. C2 FORTALECER O PROJETO M-GOV. C3 FORTALECER A MINHA ORGANIZAÇÃO. C4 GANHAR DINHEIRO PARA A ORGANIZAÇÃO QUE EU REPRESENTO. C5 AGILIZAR O PROCESSO E A QUALIDADE DE ATENDIMENTO AO CIDADÃO. C6 PROVER A INFORMAÇÃO/SERVIÇO AO PROJETO M-GOV. C7 IDENTIFICAR OPORTUNIDADES. C8 MOBILIZAR PARCEIROS.
C9 DISSEMINAR PROJETO M-GOV. C10 DESCOBRIR POSSÍVEIS USO DO TELEFONE CELULAR. C11 FAZER ACORDOS INSTITUCIONAIS COM OS PARCEIROS. C12 DESENVOLVER SISTEMA E INFRAESTRUTURA PARA M-GOV. C13 INOVAÇÃO. C14 PROSPECTAR NOVOS MERCADOS. C15 SMS COMO BASE DE UMA LINHA DE SERVIÇO C16 DESEMPENHAR PAPEL DE BROKER
FASE
3
C1 TROCAR EXPERIÊNCIAS, APRENDER COM OS PARCEIROS. C2 FORTALECER O PROJETO M-GOV. C3 FORTALECER A MINHA ORGANIZAÇÃO. C4 REDUZIR CUSTOS PARA A ORGANIZAÇÃO QUE EU REPRESENTO. C5 GANHAR DINHEIRO PARA A ORGANIZAÇÃO QUE EU REPRESENTO. C6 AGILIZAR O PROCESSO E A QUALIDADE DE ATENDIMENTO AO CIDADÃO. C7 PROVER A INFORMAÇÃO/SERVIÇO AO PROJETO M-GOV. C8 IDENTIFICAR OPORTUNIDADES.
C9 MOBILIZAR PARCEIROS. C10 DISSEMINAR PROJETO M-GOV. C11 DESCOBRIR POSSÍVEIS USO DO TELEFONE CELULAR. C12 FAZER ACORDOS INSTITUCIONAIS COM OS PARCEIROS. C13 DESENVOLVER SISTEMA E INFRAESTRUTURA PARA M-GOV. C14 INOVAÇÃO. C15 MAIOR FIDELIZAÇÃO AO GOVERNO C16 PARTICIPAR A NÍVEL DE TESTE. C17 CONSTRUIR UM MODELO DE NEGÓCIO M-GOV. C18 DESEMPENHAR PAPEL DE BROKER.
FASE
4
C1 TROCAR EXPERIÊNCIAS, APRENDER COM OS PARCEIROS. C2 FORTALECER O PROJETO M-GOV. C3 FORTALECER A MINHA ORGANIZAÇÃO. C4 REDUZIR CUSTOS PARA A ORGANIZAÇÃO QUE EU REPRESENTO. C5 GANHAR DINHEIRO PARA A ORGANIZAÇÃO QUE EU REPRESENTO. C6 AGILIZAR O PROCESSO E A QUALIDADE DE ATENDIMENTO AO CIDADÃO. C7 PROVER A INFORMAÇÃO/SERVIÇO AO PROJETO M-GOV. C8 PARTICIPAR APENAS, POR IMPOSIÇÃO HIERÁRQUICA OU LEGAL.
C9 IDENTIFICAR OPORTUNIDADES. C10 MOBILIZAR PARCEIROS. C11 DISSEMINAR PROJETO M-GOV. C12 DESCOBRIR POSSÍVEIS USO DO TELEFONE CELULAR. C13 DESENVOLVER SISTEMA E INFRAESTRUTURA PARA M-GOV. C14 CONSTRUIR UM MODELO DE M-GOV. C15 DESEMPENHAR PAPEL DE BROKER
FASE
5
C1 TROCAR EXPERIÊNCIAS, APRENDER COM OS PARCEIROS. C2 FORTALECER O PROJETO M-GOV. C3 FORTALECER A MINHA ORGANIZAÇÃO. C4 REDUZIR CUSTOS PARA A ORGANIZAÇÃO QUE EU REPRESENTO. C5 GANHAR DINHEIRO PARA A ORGANIZAÇÃO QUE EU REPRESENTO. C6 AGILIZAR O PROCESSO E A QUALIDADE DE ATENDIMENTO AO CIDADÃO. C7 PROVER A INFORMAÇÃO/SERVIÇO AO PROJETO M-GOV. C8 IDENTIFICAR OPORTUNIDADES.
C9 MOBILIZAR PARCEIROS. C10 DISSEMINAR PROJETO M-GO. C11 DESCOBRIR POSSÍVEIS USO DO TELEFONE CELULAR. C12 DESENVOLVER SISTEMA E INFRAESTRUTURA PARA M-GOV. C13 DESENVOLVER UM MODELO DE M-GOV C14 FIRMAR CONTRATO COMERCIAL DE SMS C15 COMPARTILHAR SISTEMA E INFRAESTRUTURA PARA M-GOV. C16 COMPARTILHAR CONTRATO DE SMS C17 DESEMPENHAR PAPEL DE BROKER