políticas públicas: contribuições da análise do comportamento

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Políticas Públicas: Contribuições da Análise do Comportamento João Claudio Todorov Instituto de Educação Superior de Brasília Universidade Católica de Goiás Márcio Borges Moreira Instituto de Educação Superior de Brasília Universidade de Brasília Diogo Conque Seco Ferreira Centro Universitário UniEuro Ricardo Corrêa Martone Universidade de Brasília XVII Encontro Brasileiro de Psicoterapia e Medicina Comportamental – Campinas-SP 28 de Agosto de 2008

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Page 1: Políticas Públicas: Contribuições da Análise do Comportamento

Políticas Públicas: Contribuições da Análise do Comportamento

João Claudio TodorovInstituto de Educação Superior de Brasília

Universidade Católica de Goiás

Márcio Borges MoreiraInstituto de Educação Superior de Brasília

Universidade de BrasíliaDiogo Conque Seco Ferreira

Centro Universitário UniEuroRicardo Corrêa Martone

Universidade de Brasília

XVII Encontro Brasileiro de Psicoterapia e Medicina Comportamental – Campinas-SP28 de Agosto de 2008

Page 2: Políticas Públicas: Contribuições da Análise do Comportamento

ResumoO diagnóstico e enfrentamento de problemas sociais levam-nos, necessariamente, ao seguinte questionamento: Qual seriam as contingências, macrocontingências e metacontingências que deveriam ser criadas, mantidas/incrementadas e/ou extintas para que pudéssemos alcançar alto índice de desenvolvimento humano? O papel da agência governamental parece de fundamental importância quando o assunto é planejamento de práticas culturais. É por intermédio de políticas públicas que o Estado interfere no grupo social, podendo transformar radicalmente comportamentos. Nosso objetivo édiscutir a possibilidade de planejarmos, implementarmos e avaliarmos políticas públicas utilizando nosso conhecimento a respeito do comportamento humano.

Page 3: Políticas Públicas: Contribuições da Análise do Comportamento

Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas

http://crepop.pol.org.br

Page 4: Políticas Públicas: Contribuições da Análise do Comportamento

Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas

Criado em 27 de Agosto de 2005Encerramento do Banco Social de ServiçosProjetos desenvolvidos pelo BSS.

Apoio Psicológico ao Trabalhador em Situação de DesempregoAcompanhamento dos Usuários do Programa De Volta pra Casa Apoio aos Familiares e Egressos do Sistema Penitenciário Atuações dos Psicólogos nos Processos Educacionais Ética na TVMedidas Socioeducativas em Meio Aberto - O Adolescente e o Futuro: Nenhum a Menos http://www.pol.org.br/publicacoes/materia.cfm?id=118&materia=874

Page 5: Políticas Públicas: Contribuições da Análise do Comportamento

Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas

PrincípiosConcebido como resultado de um processo coletivo e democrático, o Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas - CREPOP é um recurso do Sistema Conselhos desenvolvido para dar conta de uma demanda da categoria. Como tal, o trabalho do CREPOP adota como fundamento, os preceitos internacionais dos Direitos Humanos; assim como defende, por meio de procedimentos e tecnologia desenvolvidos coletivamente, a participação direta dos diferentes atores sociais no exercício do Controle Social e na formulação das Políticas Públicas voltadas para o bem comum e para os interesses mais amplos da sociedade.

Page 6: Políticas Públicas: Contribuições da Análise do Comportamento

Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas

FinalidadesSurgiu para oferecer à Psicologia um novo olhar sobre os compromissos com as Políticas Públicas e com os Direitos Humanos. O CREPOP trás como principal propósito ampliar a atuação dos psicólogos e das psicólogas na esfera pública, expandindo a contribuição profissional da Psicologia para a sociedade brasileira e, consequentemente, colaborando para a promoção dos Direitos Humanos no país. Todas as ações do CREPOP caminham no sentido de dar referências para a prática profissional, definindo diretrizes para os(as) psicólogos(as) do Brasil.

Page 7: Políticas Públicas: Contribuições da Análise do Comportamento

Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas

Objetivo geralSistematizar e difundir os conhecimentos e as práticas psicológicas aplicados ao setor público estatal da prestação de serviços e do mercado profissional.

Page 8: Políticas Públicas: Contribuições da Análise do Comportamento

Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas

Objetivos específicosRegistrar a existência de competências acumuladas na profissão para o setor público estatal.Identificar oportunidades estratégicas de participação da Psicologia na prestação de serviços no âmbito das Políticas Públicas.Identificar as limitações tecnológicas presentes na atuação dos profissionais de Psicologia em Políticas Públicas.Apresentar propostas de ação profissional que respondam a demandas identificadas;Promover o desenvolvimento do conhecimento sobre Políticas Públicas nos meios acadêmico e profissional da PsicologiaConstruir e disponibilizar referências técnicas para o exercício profissional no âmbito das Políticas Públicas;Contribuir para a construção de Políticas Públicas humanizadas, fortalecendo a compreensão da dimensão subjetiva presente nestaspolíticas;Promover a interlocução da Psicologia organizada com os espaços de formulação, gestão e execução em Políticas Públicas.

Page 9: Políticas Públicas: Contribuições da Análise do Comportamento

Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas

ABONG – Associação Brasileira de Organizações não Governamentais

http://www.abong.org.brCâmara Federal

http://www.camara.gov.brDiário Oficial da União

http://www.in.gov.brDIEESE – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos

http://www.dieese.org.brENSP – Escola Nacional de Saúde Pública

http://www.ensp.fiocruz.brIBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

http://www.ibge.gov.brIDHS – Instituto de Desenvolvimento Humano Sustentável

http://www.virtual.pucminas.br/idhsINEP - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais

http://www.inep.gov.brObservatório de Políticas Públicas de Direitos Humanos no Mercosul

http://www.observatoriomercosur.org.uy

Page 10: Políticas Públicas: Contribuições da Análise do Comportamento

Behaviorists for Social Responsibility (BFSR - ABAI)Paul Chance; Tony Biglan; Paul Brandon; Joseph Cautilli;

Ruth DeBar; Karola Dillenburger; Jenny Fischer; Richard Fleming; John Glass; Nancy Hemmes; Daniel

Horan; Mickey Keenan; Edward Korber; Lewis P. Lipsitt; Charles Lyons; Mark Mattaini; Caio Miquel; Leslie Miller; Neal Miller; Sarah Moore; Joe Morrow;

Chris Newland; Susan Peterson; Danielle Pinkus; Patty Polster; Josh Prichard; Richard Rakos; Robin Rumph; Tesa Sansbury; Angela Sanguinetti; Susan

Schneider; Amy Scrima; João Claudio Todorov; Janet Twyman; Jerry Ulman; Stuart Vyse; Todd Ward; Kerin

Weingarten; Pat Williams; Rita Wolpert; Stephen Wong

Page 11: Políticas Públicas: Contribuições da Análise do Comportamento

Implementação e Planejamento de Políticas Públicas

(na visão dos gestores públicos)

Page 12: Políticas Públicas: Contribuições da Análise do Comportamento

Envolve coerção, mas não se limita a ela.

Conjunto de procedimentos formais e informais que expressam relações de poder e que se destinam à resolução pacífica dos conflitos quanto a bens

públicos.

Política

Page 13: Políticas Públicas: Contribuições da Análise do Comportamento

Entrada Saída

Retroação

Entrada – fornece informação para operação (demanda social)Processamento – produz mudanças – mecanismo de conversão de entradas em saídasSaída – resultado, congruente com objetivo do sistemaRetroação/Retroalimentação – compara saída com um critério pré-estabelecido (avaliação)

Políticas Públicas: noção sistêmica

PROCESSAMENTO

Page 14: Políticas Públicas: Contribuições da Análise do Comportamento

Conjunto das decisões e ações relativas àalocação imperativa de valores. Requer diversas ações estrategicamente selecionadas para implementar as decisões tomadas.

A dimensão pública é dada pelo seu caráter imperativo - são decisões e ações revestidas da autoridade soberana do poder público.

Políticas Públicas

Page 15: Políticas Públicas: Contribuições da Análise do Comportamento

Entradas

Meio Ambiente

Entradas: podem expressar demandas e suporte: reivindicações de bens e serviços; de participação no sistema político; de controle da corrupção; de preservação ambiental, de informação política etc.

Políticas Públicas

PlanejamentoPOLÍTICASPÚBLICAS

Saída

Ação

Page 16: Políticas Públicas: Contribuições da Análise do Comportamento

Grande parte da atividade política dos governos se destina à tentativa de

satisfazer as demandas que lhes são dirigidas pelos atores sociais ou

aquelas formuladas pelos próprios agentes do sistema político, ao mesmo

tempo que articulam os apoios necessários.

Políticas Públicas

Page 17: Políticas Públicas: Contribuições da Análise do Comportamento

Públicos e privados

Públicos - exercem funções públicas e mobilizam recursos associados a estas funções: os políticos (posição resulta de

mandatos eletivos) e os burocratas (devem sua posição à ocupação de cargos que requerem conhecimento especializado e que se situam em um sistema de carreira pública. Controlam recursos de autoridade e informação).

Atores Políticos

Page 18: Políticas Públicas: Contribuições da Análise do Comportamento

Privados Empresários - grande capacidade de influir nas políticas públicas,

pois afetam economia do país. Podem se manifestar como atores individuais isolados ou como atores coletivos).

Trabalhadores – poder resulta da ação organizada (sindicados eventualmente ligados a partidos, ONGs e igrejas). Dependendo da importância estratégica do setor onde atuam, podem dispor de maior ou menor poder de pressão.

Agentes InternacionaisFinanceiros; organizações ou governos de países com os quais se

mantêm relações de troca importantes. Atores transnacionalizados.

Atores Políticos

Page 19: Políticas Públicas: Contribuições da Análise do Comportamento

Mídia

Agentes formadores de opinião, que possuem capacidade de mobilizar ação de outros atores. Poder de formar a agenda

de demandas públicas, de chamar atenção do público para problemas

diversos, de mobilizar indignação popular.

Atores Políticos

Page 20: Políticas Públicas: Contribuições da Análise do Comportamento

O Comportamento do Brasiliense na Faixa de Pedestre

Plano do GovernoEm julho de 1995, o Governo do Distrito Federal (GDF) criou o Programa de Segurança para o Trânsito.

Implementação de 10 medidas de ação: entre elas estava priorizar a circulação de pedestres e ciclistas.

Em outubro de 1996, o GDF alterou e ampliou o Programa de Segurança para o Trânsito, transformando-o no Programa Paz no Trânsito.

12 medidas: incluindo as ações de criar instrumentos de participação da cidadania no combate à violência no trânsito e organizar campanhas de publicidade para a conscientização dos cidadãos sobre o problema do trânsito.

Machado, 2007

Page 21: Políticas Públicas: Contribuições da Análise do Comportamento

O Comportamento do Brasiliense na Faixa de Pedestre

Correio Braziliense

No intervalo entre a criação dos dois Programas do GDF, o Correio Braziliense lançou a Campanha pela Paz no Trânsito (agosto de 1996).

1995: 117 notícias sobre trânsito - 1996: o dobro do número de notícias.

Segundo semestre de 1996: acidente envolvendo o filho do Ministro do Transportes e início da série de reportagens sobre a violência do trânsito.

Início da Campanha pela Paz no Trânsito.

Mobilização e envolvimento de toda a sociedade brasiliense: Caminhada pela Paz no Trânsito, no dia 15 de setembro de 1996.

A passeata reuniu mais de 25 mil pessoas vestidas de branco no Eixo Rodoviário Sul, o Eixão.

Machado, 2007

Page 22: Políticas Públicas: Contribuições da Análise do Comportamento

0102030405060708090

100

Jane

iroFev

ereiro Abri

lMaioJu

nho

Julho

Agosto

Setembro

Outubro

Novem

broDez

embro

Figura 1: Freqüência de notícias sobre trânsito divulgadas pelo Correio Brasiliense, por mês, no ano de 1996.

MESES

FREQ

UÊN

CIA

Machado, 2007

Page 23: Políticas Públicas: Contribuições da Análise do Comportamento

O Comportamento do Brasiliense na Faixa de Pedestre

Mídia (Correio Braziliense, Rede Globo e Jornal de Brasília)Grande divulgação sobre a nova prática: mobilização da população para a adesão à campanha do respeito à faixa.

Correio Braziliense: diversas notícias, principalmente durante o mês de março de 1997, alertando a população sobre a nova prática (cumprimento da lei) e as campanhas educativas que vinham sendo feitas.

Manchetes das notícias podem ter funcionado como:

Estímulos discriminativos (Sds);

Regras (estímulos alteradores de função);

Operações estabelecedoras,

para o comportamento de motoristas e pedestres.

Machado, 2007

Page 24: Políticas Públicas: Contribuições da Análise do Comportamento

Brasília, 2006

Machado, 2007

Page 25: Políticas Públicas: Contribuições da Análise do Comportamento

Problema é incluído na agenda governamental (reconhecimento da demanda

Formulação de alternativas

Implementação

Avaliação

Fases do processo decisório

Page 26: Políticas Públicas: Contribuições da Análise do Comportamento

Análise do Comportamento e Políticas Públicas

Força Tarefa em Políticas Públicas(1988) - ABA

Investigação de como a Análise do Comportamento e seus praticantespodem se inserir no contexto de suainvestigação, implementação e avaliação. (Fawcett e cols, 1988)

Page 27: Políticas Públicas: Contribuições da Análise do Comportamento

Como nos inserimos?

Desenvolvimento de análisesconceituais pertinentes para o problema em questão.

Posicionar o objeto de estudos dentro de uma perspectiva analíticocomportamental,

Direcionar a atenção das discussões para o cerne da questão.Problemas relativos ao jargão técnico

Page 28: Políticas Públicas: Contribuições da Análise do Comportamento

Disponibilizar (e produzir) informações de resultados empíricosrelevantes para a questão;

Parceria entre analistas do comportamento e gestores públicos e demais atores do sistema políticoViabilizar, através da análise das contingências de suporte locais, a implementação de intervenções de largaescala

Page 29: Políticas Públicas: Contribuições da Análise do Comportamento

Informar os atores participantes do processo políticoQuatro características do processo:

Trabalho em equipe multidisciplinar;Atenção com a linguagem!!!Presteza na coleta e análise de dadosDiscussão da validade das implicaçõesdas pesquisas

Page 30: Políticas Públicas: Contribuições da Análise do Comportamento

Tornando a ação mais efetivaAssociações profissionais como atores políticos

AMA, APA, ABA, CFP, SBP…ABPMC???

Focar em pesquisa analítico comportamentalcom influência direta sobre questões políticasConsequências de se envolver em questões de políticas públicas

Perda da objetividade científicaPerda do emprego!!!

Page 31: Políticas Públicas: Contribuições da Análise do Comportamento

Avaliação experimental de uma política pública: o caso da legislação para cadeira de segurança para crianças (Fawcett, 1988 – JABA)

Delineamento de linha de base múltiplaSete Estados norte-americanos (com datas de implementação diferentes)Observações/Registros antes e depois da implementação

Page 32: Políticas Públicas: Contribuições da Análise do Comportamento

Avaliação experimental de uma política pública: o caso da legislação para cadeira de segurança para crianças (Fawcett, 1988 – JABA)

Page 33: Políticas Públicas: Contribuições da Análise do Comportamento

Avaliação experimental de uma política pública: o caso da legislação para cadeira de segurança para crianças (Fawcett, 1988 – JABA)

Problemas metodológicos/limitaçõesPrecisa ser analista do comportamento para fazer um trabalhos desses?Qual a contribuição em da análise do comportamento?Exemplo de experimento natural

Page 34: Políticas Públicas: Contribuições da Análise do Comportamento

Metacontingência e Macrocontingências(conceitos organizadores/descritivos)

Page 35: Políticas Públicas: Contribuições da Análise do Comportamento

O produto cultural e o efeito cultural são redundantes

A CB

A CB

A CB

Produto e efeito

Repetições desta entidadecultural específica ao longo

do tempo

•Glenn (1986) Metacontnigencies in Walden II•Glenn (1988) Contingencies and Metacontingencies: Toward a Synthesis of Behavior Analysis and Cultural Materialism

Page 36: Políticas Públicas: Contribuições da Análise do Comportamento

O produto cultural e o efeito cultural são separados

A CB

A CB

A CB

Produtocultural

Efeitocultural

Repetições desta entidadecultural específica ao

longo do tempo

•Glenn & Malott (2004) Complexity ans Selection: Implications for Organizational Change

Page 37: Políticas Públicas: Contribuições da Análise do Comportamento

Consequências Consequências individuaisindividuais e e culturaisculturais nãonão podempodem ser ser redundantesredundantes

ProdutoP1+P2+P3

Conseqüênciacultural de

seleção

CA B

P2

CA B

P1

CA B

P3

1

2

3

Efeito sobre o ambiente externo

Baixacomplexidade

Altacomplexidade

Repetições destaentidade

cultural específica aolongo do tempo

Page 38: Políticas Públicas: Contribuições da Análise do Comportamento

Acumulação de contingênciascomportamentais similares ao longo do tempo

1

2

3

Produtoacumulado

CA B

CA B

CA B

Seleção do comportamento

individual ao longo do

tempo

Problema social

Práticacultural

Malott & Glenn (2006) Targets of Intervention in Cultural and Behavioral Change

Page 39: Políticas Públicas: Contribuições da Análise do Comportamento

Baixos índices de acidentes de

transito

Altos índices de acidentes de

transito

CP1

XX

XX

CP2

Y

YY

Y

Decisõesdo Forum

CC3

ZZ

ZZ

CC4

W

W

WW

Metacontingência de curta duração

Macrocontingência

Práticasculturais

Produtosocial:problema

Contingênciascomportamentaisentrelaçadas

Produtoagregado

Mudanças no ambiente externo

Práticasculturaisalteradas

CP3

Z

ZZ

CP4

W

W

WW

Z

Dep. de Trânsito eproduto

Igreja e produto

Mídia e produto

Polícia e produto

UnB e produto

CP1- Não respeitas a faixa (motoristas) CC3- Mudando a prática cultural CP3- Respeito à faixa (motoristas) (drivers)CP2- Atravessar fora da faixa (pedestres) CC4- Mudando a prática cultural CP4- Atravessar na faixa (pedestres)

Macrocontingência

Machado, 2007

Page 40: Políticas Públicas: Contribuições da Análise do Comportamento

Adaptado de Glenn & Malott (2004)

Page 41: Políticas Públicas: Contribuições da Análise do Comportamento

Empreendimentos Solidários e Psicologia

http://www.fbes.org.br/

O vídeo e parte do material apresentado podem ser acessados no site do Fórum Brasileiro de

Economia Solidária:

http://www.mte.gov.br/ecosolidaria/cons_default.aspConselho Nacional de Economia Solidária - CNES

http://www.mte.gov.br/ecosolidaria/secretaria_nacional.aspSecretaria Nacional de Economia Solidária

Page 42: Políticas Públicas: Contribuições da Análise do Comportamento

Economia SolidáriaConceito

“um conjunto de atividades econômicas de produção, distribuição, consumo, poupança e crédito, organizadas sob a forma de autogestão, isto é, pela propriedade coletiva dos meios de produção de bens ou prestação de serviços, pelaparticipação democrática nas decisões dos membros da organização ou empreendimento e pela distribuição eqüitativa dos resultados do trabalho”

Page 43: Políticas Públicas: Contribuições da Análise do Comportamento

Concepções e práticas fundadas em relações de colaboração solidáriaInspirada por valores culturais que colocam o ser humano como sujeito e finalidade da atividade econômicaAmbientalmente sustentávelSocialmente justa

Economia SolidáriaPrincípios/Fundamentos

Page 44: Políticas Públicas: Contribuições da Análise do Comportamento

Esta prática de produção, comercialização, finanças e consumo privilegia a autogestão, a cooperação, o desenvolvimento comunitário, a satisfação das necessidades humanas, a justiça social, a igualdade de gênero, a segurança, o cuidado com o meio ambiente e a responsabilidade com as gerações, presente e futuras, construindo uma nova forma de inclusão social.

Economia SolidáriaPrincípios/Fundamentos

Page 45: Políticas Públicas: Contribuições da Análise do Comportamento

Economia SolidáriaManifestações (alguns exemplos)

coletivos informais;associações;cooperativas de produção, de consumo solidário ou de serviços;organizações e grupos de crédito solidário e fundos rotativos;redes de empreendimentos, produtores e consumidores; Grupos e clubes de trocas solidárias e mercados de trocas solidárias com ou sem uso de moeda social;recuperação de empresas pela autogestão;estabelecimento de cadeias solidárias de produção, comercialização e consumo;organização econômica de comunidades tradicionais (quilombolas, povos indígenas,etc.);cooperativas habitacionais autogestionárias;grupos culturais; agroindústrias familiares, entre outras iniciativas, seja no urbano, no meio rural, respeitando a questão de gênero, raça e etnia.

Page 46: Políticas Públicas: Contribuições da Análise do Comportamento

Rede Solidária

indivíduos

Economia Solidária (relações)

Rede SolidáriaMicro-práticas culturaisCulturais (Planejamento Cultural & Políticas Públicas)

Page 47: Políticas Públicas: Contribuições da Análise do Comportamento

Economia Solidária – Alguns dadosVem crescendo de maneira muito rápida no Brasil e em diversos outros países.14.956 empreendimentos em 2005 no Brasil1.250.000 trabalhadoresMovimenta mais de R$ 500.000.0000,00 por mês

Associações - 54%Grupos informais - 33%Cooperativas - 11%

No Brasil, 70% dos empreendimentos foram criados entre 1990 e 2005.Extensa variedade de produtos e serviços em todo o território nacional.

Page 48: Políticas Públicas: Contribuições da Análise do Comportamento

Atlas da Economia Solidário no Brasil

http://www.mte.gov.br/empregador/economiasolidaria/conteudo/atlas.asp

Page 49: Políticas Públicas: Contribuições da Análise do Comportamento

Atlas da Economia Solidário no Brasil

http://www.mte.gov.br/empregador/economiasolidaria/conteudo/atlas.asp

Page 50: Políticas Públicas: Contribuições da Análise do Comportamento

Atlas da Economia Solidário no Brasil

http://www.mte.gov.br/empregador/economiasolidaria/conteudo/atlas.asp

Page 51: Políticas Públicas: Contribuições da Análise do Comportamento

Atlas da Economia Solidário no Brasil

http://www.mte.gov.br/empregador/economiasolidaria/conteudo/atlas.asp

Page 52: Políticas Públicas: Contribuições da Análise do Comportamento

Atlas da Economia Solidário no Brasil

http://www.mte.gov.br/empregador/economiasolidaria/conteudo/atlas.asp

Page 53: Políticas Públicas: Contribuições da Análise do Comportamento

Preocupação com a Qualidade de Vida e Meio Ambiente

Quanto à preocupação com a qualidade de vida e o meio-ambiente4.280 (28,6%) empreendimentos afirmam oferecer produtos orgânicos ou livres de agrotóxicos4.754 (31,8%) afirmam realizar reaproveitamento dos resíduos

Page 54: Políticas Públicas: Contribuições da Análise do Comportamento

Economia Solidária & Políticas Públicas

A Economia Solidária não pode ser vista como residual, subordinada ou, quando muito, como compensatória aos impactos das crises do capitalismo. Também não deve ser confundida com as ações de responsabilidade social das empresas capitalistasO estabelecimento de políticas públicas de fomento àEconomia Solidária torna-se parte da construção de um Estado Republicano e Democrático, pois reconhece a existência destes sujeitos sociais (historicamente organizados, porém excluídos); de novos direitos de cidadania e de novas formas de produção, reprodução e distribuição social

Page 55: Políticas Públicas: Contribuições da Análise do Comportamento

Economia Solidária & Políticas Públicas

A política de Economia Solidária deve ser uma política de desenvolvimento sustentável, com participação democrática comunitária e popular; portanto, não relegada às políticas de corte assistencial ou compensatório, e sim, integrada a estas, como alavanca emancipatória, também, para os atuais beneficiários daquela política.

Page 56: Políticas Públicas: Contribuições da Análise do Comportamento

Economia Solidária & Políticas Públicas

As políticas de fomento à Economia Solidária devem

Considerar a diversidade dos sujeitos e protagonistas desta economia, a diversidade de suas organizações e demandasPermitir acesso universalizado, com os instrumentos e mecanismos dos programas focalizados nos setores mais necessitados, atingindo patamares cada vez mais sustentáveis de desenvolvimento e pertencimento social.Promover a redistribuição de renda, bens e recursos e que permitam acesso aos direitos sociais, promovendo o desenvolvimento sustentável e solidário.

Page 57: Políticas Públicas: Contribuições da Análise do Comportamento

Analisando a economia solidária

Economia Solidária como modo de produção alternativoPropósitos de uma análise

Compreender fenômenos sociais à luz do conhecimento científico para a suareplicação e avaliação.

Como podemos proceder?Avaliando a Economia Solidária por meioda Análise do ComportamentoPara onde devemos olhar?

Page 58: Políticas Públicas: Contribuições da Análise do Comportamento

Cooperativa comoMetacontingência

Contingênciascomportamentaisentrelaçadas

ProdutoAgregado

MERCADO

CULTURANTE

Page 59: Políticas Públicas: Contribuições da Análise do Comportamento

Características

Contigências entrelaçadasRelações de produção diferenciadas

Produto AgregadoConstituido a partir da atuação individual de cada membro da cooperativa.Não apenas o resultado do somatório daatividade de sues membros

MercadoAgente selecionador de Culturantes

Page 60: Políticas Públicas: Contribuições da Análise do Comportamento

Contexto de competição

O mercadoseleciona osCulturantes

Se Y > X, haveráfortalecimento do CulturanteEMPRESA e o consequentedesmantelamentodo CulturanteCOOPERATIVA

Contingênciascomportamentaisentrelaçadas-COOPERATIVA

Valor X MERCADO

Contingênciascomportamentaisentrelaçadas -EMPRESA

Valor Y MERCADO

Page 61: Políticas Públicas: Contribuições da Análise do Comportamento

E porque devemos insistir emcooperativas?

Noções de Psicopatologia do TrabalhoOrganização do trabalho como fonte de sofrimento do trabalhador

Skinner (1990) e as relações entre as condições de produção e os problemasatuais enfrentados pelos seres humanos

Alienação no Trabalho resultante do modode produção capitalista

Page 62: Políticas Públicas: Contribuições da Análise do Comportamento

Incubadoras de cooperativas

Papel das Universidades na incubação e gestação dos atores da economia solidáriaCriação de ambiente gerencial propício para as atividades iniciais de entrelaçamento dascontigências individuais que mantem o comportamento dos membros de cooperativasCortegoso (2007) e a análise das práticas dasincubadoras tecnológicas de cooperativaspopulares

Page 63: Políticas Públicas: Contribuições da Análise do Comportamento

Papel da incubadora

Definição dos objetivos do processo de IncubaçãoInício e fimFoco nas condições iniciais de trabalho

Organização inicial do grupo em relação aoempreendimento solidário e suas características geraisDeterminar as condições de sucesso do empreendimento, bem como facilitar seu alcanceDeterminação das condições de manutenção e fortalecimento das contingências básicas constituíntesdo Culturante

Deixadas ao acaso,as contigências tendem a se desmantelar.

Experiências de Vasconcelos (2008) e Barfknecht, Merlo e Nardi (2006)

Page 64: Políticas Públicas: Contribuições da Análise do Comportamento

Contingências de suporte

Noção de contigências de suporteEfeito atrasado do produto agregado

Manutenção ou fortalecimento das contingências individuais formadorasdos Culturantes

Envolver todos os membros do empreendimento na sua manutenção

Page 65: Políticas Públicas: Contribuições da Análise do Comportamento

O olhar do analista do comportamentosobre este fenômeno

Identificação das classes de comportamentos dos atores da economia solidária.

Avaliação funcional de seus comportamentosAnálise das condições de formação das cooperativasAnálise das contigências de manutenção do comportamento dos cooperativadosAnálise das condições de seleção: o mercado

Identificação das necessidades e orientações do mercadoEstratégias de sensibilização do consumidor aosprodutos da economia solidária.

Page 66: Políticas Públicas: Contribuições da Análise do Comportamento

Obrigado! Fim!