polÍtica cambial colectÂnea de normas · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão...

152
www.bancokeve.ao POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS EM VIGOR EM 31 DE DEZEMBRO DE 2010 ANGOLA

Upload: hakhue

Post on 23-Nov-2018

219 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

www.bancokeve.ao

POLÍTICACAMBIALCOLECTÂNEA DE NORMASEM VIGOR EM 31 DE DEZEMBRO DE 2010

ANGOLA

Page 2: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

BENGUELA

AGÊNCIA BENGUELA

Rua Aires de Almeida Santos nº 75

Benguela

AGÊNCIA LOBITO

Av. 25 de Abril, Zona Comercial

Lobito - Benguela

AGÊNCIA SECIL

Instalações da Secil Cimentos

Bairro Lobito Velho

Lobito - Benguela

AGÊNCIA SOBA CATUMBELA

Rua da Fábrica Antiga Açucareira Catumbela

Catumbela - Benguela

HUAMBO

AGÊNCIA DO HUAMBO

Rua Trazeiro Lopes Cidade Baixa

Huambo

AGÊNCIA NOCEBO

Zona Industrial do Huambo, Bairro da Chiva

Huambo

HUÍLA

AGÊNCIA LUBANGO

Rua 1º de Agosto nº 26, Bairro comercial

Lubango - Huíla

AGÊNCIA ALFANDEGA LUBANGO

Rua Eng. Torres

Lubango - Huíla

KWANZA SUL

AGÊNCIA CALULO

R/C Rua 11 Novembro

Calulo - Kwanza Sul

POSTO REPARTIÇÃO FISCAL DO LIBOLO

Rua 10 Novembro

Calulo - Kwanza Sul

AGÊNCIA PORTO AMBOIM

Rua Viriato da Cruz

Complexo Industrial da Peskanza

EP.Lt, N/D,R/C

Porto Amboim - Kwanza Sul

AGÊNCIA SUMBE

Av. Joaquim Kapango nº Y-43

Sumbe - Kwanza Sul

AGÊNCIA WAKO KUNGO

Rua 4 de fevereiro

Waco Kungo - Kwanza Su

POSTO ALFANDEGA PORTO AMBOIM

Rua da Marginal, Edificio da Alfandega

Porto Amboim - Kwanza Sul

POSTO REPARTIÇÃO FISCAL DA CELA

Rua 4 de Fevereiro

Waco Kungo - Kwanza Sul

LUANDA

AGÊNCIA AEROPORTO 4 DE FEVEREIRO

Av.21 de Janeiro

Aeroporto Internacional 4 Fevereiro

Terminal de carga aéreo

Maianga - Luanda

POSTO AEROPORTO 4 DE FEVEREIRO

Av.21 de Janeiro

Aeroporto Internacional 4 Fevereiro

Terminal de Passageiros (Partidas)

Maianga - Luanda

AGÊNCIA CACUACO

Rua do Mutobe, Bairro Auto-Vidrul

Cacuaco - Luanda

AGÊNCIA CENTRAL

Rua Rainha Ginga nº 77

Ingombotas - Luanda

AGÊNCIA CIMANGOLA

Instalações da Fábrica da Nova Cimangola

Bairro Kikolo

Cacuaco - Luanda

AGÊNCIA DA CUCA

Rua N´gola Kiluange, Instalações da Cuca

Cazenga - Luanda

AGÊNCIA FILDA

Bairro Tala - Hady

Cazenga - Luanda

AGÊNCIA MACULUSSO

Rua Joaquim Kapango nº 32

Maianga - Luanda

AGÊNCIA NOCAL

Instalações da Nocal, Bairro Hoji Ya Henda

Cazenga - Luanda

AGÊNCIA NOVA VIDA

Rua 55/60, Projecto Nova Vida

Kilamba Kiaxi - Luanda

AGÊNCIA PORTO DE LUANDA

Av. 4 de Fevereiro

Instalações do Porto de Luanda

Sambizanga - Luanda

AGÊNCIA PORTO SECO

Instalações Porto Seco

Viana - Luanda

AGÊNCIA SERPA PINTO

Rua Amilcar Cabral nº 4

Maianga - Luanda

AGÊNCIA SOVINHOS

Instalações Seis Líquidos

Polo Industrial de Viana

Viana - Luanda

AGÊNCIA TALATONA

Rua Pedro de Castro Van-Dunem Loy S/N

Bairro Benfica

Samba - Luanda

AGÊNCIA ZAGOPE

Instalações da BCA, Bairro Kapolo

Kilamba Kiaxi - Luanda

POSTO CORREIOS DE ANGOLA

Av. 4 de Fevereiro, Bairro da Mutamba

Ingombotas - Luanda

NAMIBE

AGÊNCIA ALFANDEGA NAMIBE

Rua da Praia do Bomfim

Namibe

ZAIRE

AGÊNCIA SOYO

Instalações da Base do Kwanda

Soyo - Zaire

Page 3: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização
Page 4: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização
Page 5: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

ÍNDICE

NOTA INTRODUTÓRIA ..................................................................................... 3

LEI Nº 05 / 97, DE 27 DE JUNHO

LEI CAMBIAL ...................................................................................................... 5

COMPRA E VENDA DE MOEDA ESTRANGEIRA

NAS SESSÕES DO BNA

AVISO Nº 10 / 03, DE 22 DE AGOSTO

COMPRA E VENDA DE MOEDA ESTRANGEIRA .................................. 13

AVISO Nº 12 / 03, DE 28 DE AGOSTO

COMPRA E VENDA DE MOEDA ESTRANGEIRA ................................... 17

AVISO Nº 5 / 10 DE 03 DE NOVEMBRO

LIMITE DE EXPOSIÇÃO AO RISCO DE CÂMBIO E OURO ................ 19

INSTRUTIVO Nº 4 / 10, DE 4 DE JUNHO

COMPRA E VENDA DE MOEDA ESTRANGEIRA .................................. 23

OPERAÇÕES DE MERCADORIAS

DECRETO Nº 55 / 00, DE 10 DE NOVEMBRO

OPERAÇÕES DE MERCADORIAS ............................................................. 27

DESPACHO Nº 102 / 09, DE 10 DE JUNHO

FRANQUEAMENTO DE FACTURAS PROFORMA ............................... 33

DECRETO PRESIDENCIAL Nº 265 / 10, DE 26 DE NOVEMBRO

OPERAÇÕES DE MERCADORIAS

PROCEDIMENTOS DE LICENCIAMENTO ............................................. 35

INSTRUTIVO Nº 08 / 99, DE 21 DE MAIO

OPERAÇÕES DE MERCADORIAS ............................................................. 55

OPERAÇÕES DE INVISIVEIS CORRENTES

DECRETO Nº 21 / 98 DE 24 DE JULHO

OPERAÇÕES DE INVISÍVEIS CORRENTES .......................................... 63

INSTRUTIVO Nº 01 / 06, DE 06 DE JANEIRO

OPERAÇÕES DE INVISÍVEIS CORRENTES ............................................ 71

Page 6: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

OPERAÇÕES DE CAPITAIS

DECRETO Nº 23 / 98, DE 24 DE JULHO

OPERAÇÕES DE CAPITAIS ........................................................................ 93

AVISO Nº 04 / 03, DE 7 DE FEVEREIRO

TRANSFERÊNCIA PARA O EXTERIOR DE DIVIDENDOS ................ 101

INSTRUTIVO Nº 01 / 03, DE 7 DE FEVEREIRO

OPERAÇÕES DE CAPITAIS ....................................................................... 105

CASAS DE CAMBIO E OUTRAS ENTIDADES

AVISO Nº 7 / 10 DE 15 DE DEZEMBRO

COMÉRCIO DE CÂMBIOS PELAS UNIDADES HOTELEIRAS ......... 119

INSTRUTIVO Nº 07/2010 DE 10 DE NOVEMBRO

CASAS DE CÂMBIO - REGRAS OPERACIONAIS ................................ 125

OUTROS DIPLOMAS

AVISO Nº 01 / 06, DE 20 DE JANEIRO

ENTRADA E SAÍDA DE MOEDA ESTRANGEIRA NO PAÍS .............. 133

AVISO Nº 03 / 09, DE 5 DE JUNHO

ABERTURA E MOVIMENTAÇÃO DE CONTAS

EM MOEDA NACIONAL E ESTRANGEIRA ........................................... 135

AVISO Nº 3 / 10, DE 03 DE NOVEMBRO

IMPORTAÇÃO, EXPORTAÇÃO E REEXPORTAÇÃO DE NOTAS E

MOEDAS ESTRANGEIRAS E DE CHEQUES DE VIAGENS ............. 139

ANOTAÇÕES SOBRE OS PEDIDOS DE LICENCIAMENTO

DE OPERAÇÕES JUNTO DO BNA .............................................................. 141

Page 7: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

3

NOTA INTRODUTÓRIA

O presente caderno contém uma colectânea das normas cambiais

mais relevantes para os operadores que actuam neste mercado, em

vigor em 31 de Dezembro de 2010. O seu objectivo é o de contribuir

para a divulgação do conhecimento, cada vez mais premente, e ser-

vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a

economia do País.

A sua publicação resulta de uma actualização de um primeiro publi-

cado em Junho de 2009. Os motivos que justificaram esta actualiza-

ção foram:

a) a publicação de novas normas relevantes posteriormente a este

período;

b) a necessidade de se divulgar os modelos das licenças (LIC, LEC e

BAPIC), que fazem parte dos anexos aos respectivos instrutivos,

mas que não estavam disponíveis naquela data; e

c) a necessidade de melhorar a sua organização, através da unifor-

mização dos formatos dos textos, da numeração das páginas e

referenciação para o índice (facilitando a consulta).

O caderno foi desenvolvido primariamente para as actividades de

formação interna do Banco Keve, mas destina-se, de um forma geral,

a todos aqueles que têm que lidar no dia-a-dia com este tema. O

seu conteúdo corresponde unicamente a informação pública – encon-

trando-se a maior parte disponível no sítio do BNA (www.bna.ao),

tendo sido fiel e cuidadosamente transcrito das normas originais.

Não obstante, devido à diversidade de formatos em que estas estão

disponíveis, não pode excluir-se a possibilidade de algum erro.

O índice encontra-se organizado por temas de abordagem da Lei

Cambial e dentro destes por hierarquia das normas (Decretos,

Avisos e Instrutivos) e estas por ano de publicação. Pela sua relevân-

cia no apoio à aplicação prática das normas, foi incluído um capítulo

final que reflecte anotações sobre os pedidos de licenciamento de

operações junto do BNA.

De uma forma geral, as normas encontram-se divididas pelas três

grandes categorias da Balança de Pagamentos: operações de mer-

cadorias, invisíveis correntes (que inclui a transferências privadas

Page 8: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

4 POLÍTICA CAMBIAL - COLECTÂNEA DE NORMAS

Não obstante o caderno ter como referência as normas em vigor em

31 de Dezembro, pela sua importância, optou-se por incluir o Decreto

Presidencial nº 265/10 com entrada em vigor em 1 de Janeiro de 2011

e que revoga o Decreto nº 55/00 (Operações de mercadorias).

Luanda, 28 de Março de 2011

Balança de pagamentos Normas cambiais

Conta corrente

Conta comercial Instrutivo nº 8 / 99 - Mercadorias

Conta de serviços Instrutivo nº 1 / 06 - Oper. comerciais

Conta de rendimentos Instrutivo nº 1 / 06 - Oper.comerciais – nº 9.3.3

Conta de transferências Instrutivo nº 1 / 06 - Oper.priv., trf.unilaterais – nº8

Conta capital e financeira

Transferências de capital

Instrutivo nº1 / 03 - Operações de capital

Investimento directo

Investimento de carteira

Derivados financeiros

Outro investimento

Activos de reserva BNA

Instrutivo nº4 / 10 - Sessões de compra e venda de ME

Aviso nº 5 / 10 - Limite ao risco de câmbio e ouro

e unilaterais) e capitais. Para melhor se entender a relação entre a

regulamentação das normas cambiais emitidas pelo BNA e a Balança

de Pagamentos, apresentamos o seguinte quadro comparativo:

Page 9: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

5

LEI Nº 05 / 97, DE 27 DE JUNHO

LEI CAMBIAL

PREÂMBULO

Considerando que como consequência da reorganização do sistema financeiro, torna-se indispensável actualizar

princípios e normas até ao momento vigentes e que se encontram ultrapassadas, adequando o funcionamento das

instituições financeiras à fase actual do desenvolvimento económico do País.

Neste contexto, visa-se com a presente Lei, rever em profundidade as referidas normas de molde a permitir e

melhor disciplinar as operações cambiais, bem como estabelecer um quadro jurídico-legal básico, e uma regula-

mentação do comércio de câmbios que tenha em conta os legítimos interesses do Estado, e das demais entidades

económicas.

Nestes termos, ao abrigo do artigo 88 da Lei Constitucional, a Assembleia Nacional aprova a seguinte:

LEI CAMBIAL

CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES GERAIS

ARTIGO 1º (OBJECTO)

O presente diploma visa regular os actos e as operações comerciais e financeiras de repercussão efectiva ou

potencial na sua balança de pagamentos.

ARTIGO 2º (ÂMBITO DE APLICAÇÃO)

Fica sujeita ao disposto na presente lei e nos respectivos diplomas complementares ou regulamentares a realiza-

ção de:

a) Operações cambiais;

b) Comércio de câmbios.

ARTIGO 3º (AUTORIDADE CAMBIAL)

O Banco Nacional de Angola, é a autoridade Cambial da República de Angola podendo delegar os seus poderes

noutras entidades relativamente a actividade específicas.

ARTIGO 4º (RESIDÊNCIA CAMBIAL)

1. Para efeitos do presente diploma, consideram-se residentes em território nacional:

a) As pessoas singulares que tiverem residência habitual no País;

Page 10: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

6 POLÍTICA CAMBIAL - COLECTÂNEA DE NORMAS

b) As pessoas colectivas com sede no País;

c) As filiais, sucursais, agências ou quaisquer formas de representação no País de pessoas colectivas com

sede no estrangeiro;

d) Os fundos, institutos e organismos públicos dotados de autonomia administrativa e financeira, com sede

em território nacional;

e) Os cidadãos nacionais diplomatas, representantes consulares ou equiparados, em exercício de funções

no estrangeiro, bem como os membros das respectivas famílias;

f) As pessoas singulares cuja ausência no estrangeiro, por período superior a 90 dias e inferior a um ano,

tiver origem em motivo de estudos ou for determinada pelo exercício de funções públicas.

2. Para efeitos deste diploma, consideram-se não residentes:

a) As pessoas singulares com residência habitual no estrangeiro;

b) As pessoas colectivas com sede no estrangeiro;

c) As pessoas singulares que emigrarem;

d) As pessoas singulares que se ausentarem do país por período superior a um ano;

e) As filiais, sucursais, agências ou quaisquer formas de representação em território estrangeiro de pessoas

colectivas com sede no país;

f) Os diplomatas, representantes consulares ou equiparados, agindo em território nacional, bem como os

membros das respectivas famílias.

3. Ao Banco Nacional de Angola incumbe decidir, em casos especiais, as dúvidas sobre a qualidade de residente

ou não residente de determinada entidade.

CAPÍTULO II - OPERAÇÕES CAMBIAIS

ARTIGO 5º (DEFINIÇÃO)

Consideram-se operações cambiais:

a) a aquisição ou alienação de ouro amoedado, em barra ou em qualquer forma não trabalhada;

b) a aquisição ou alienação de moeda estrangeira;

c) a abertura e a movimentação no País, por residentes ou por não residentes, de contas em moeda

estrangeira;

d) a abertura e a movimentação no País, por não residentes, de contas em moeda nacional;

e) a liquidação de quaisquer transacções de mercadorias, de invisíveis correntes ou de capitais.

Page 11: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

7

ARTIGO 6º (CONCEITO DE MOEDA ESTRANGEIRA)

Para efeito do disposto neste diploma e na legislação que o complementar ou regulamentar, considera-se moeda

estrangeira as notas e moedas metálicas com curso legal nos países de emissão, e quaisquer outros meios de paga-

mento sobre o estrangeiro expressos em moeda ou em unidade de conta utilizadas em compensações ou paga-

mentos internacionais.

ARTIGO 7º (INTERMEDIAÇÃO OBRIGATÓRIA)

As operações cambiais só podem ser realizadas por intermédio de uma instituição financeira autorizada a exercer

o comércio de câmbios.

ARTIGO 8º (COMPENSAÇÃO)

Depende de autorização especial do Banco Nacional de Angola a regularização total ou parcial das transacções

de mercadorias, de invisíveis correntes ou de capitais, por compensação com créditos ou débitos decorrentes de

transacções de idêntica ou diferente natureza.

ARTIGO 9º (ABERTURA E MOVIMENTAÇÃO DE CONTAS)

1. Os residentes cambiais estão autorizados a abrir e movimentar contas em moedas estrangeira junto de insti-

tuições financeiras domiciliadas no território nacional.

2. As pessoas singulares residentes cambiais podem abrir e movimentar contas em moeda estrangeira junto de

instituições financeiras domiciliadas no exterior do país.

3. Os não residentes cambiais podem abrir e movimentar contas em moeda nacional ou estrangeira junto de ins-

tituições financeiras domiciliadas em território nacional.

4. O Banco Nacional de Angola deve definir os termos e condições em que os residentes e não residentes cam-

biais podem ser titulares de contas referidas nos números 1 e 3 do presente artigo.

CAPÍTULO III - COMÉRCIO DE CÂMBIOS

ARTIGO 10º (EXERCÍCIO DO COMÉRCIO DE CÂMBIOS)

1. Entende-se por exercício do comércio de câmbios a realização habitual, por conta própria ou alheia, de opera-

ções cambiais.

2. O exercício do comércio de câmbios depende de autorização especial do Banco Nacional de Angola nos ter-

mos da legislação aplicável.

LEI Nº 05 / 97 - LEI CAMBIAL

Page 12: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

8 POLÍTICA CAMBIAL - COLECTÂNEA DE NORMAS

ARTIGO 11º (CASOS ESPECIAIS)

O Banco Nacional de Angola poderá autorizar que entidades ligadas ao turismo, em especial empresas hoteleiras,

agências de viagens e turismo e lojas francas, realizem nos termos e sob as condições por ele fixadas, operações de

compra de notas estrangeiras, cheques de viagem e outros meios de pagamento aos respectivos clientes.

ARTIGO 12º (DEVER DE INFORMAÇÃO)

As entidades autorizadas a exercer o comércio de câmbios devem enviar ao Banco Nacional de Angola, em confor-

midade com as instruções que por este lhes é transmitidas e nos prazos por eles fixados, os elementos de informa-

ção, estatística ou qualquer outra, que lhes são solicitadas.

CAPÍTULO IV - IMPORTAÇÃO, EXPORTAÇÃO E REEXPORTAÇÃO DE OURO, MOEDA E TÍTULOS DE CRÉDITO

ARTIGO 13º (OPERAÇÕES SOBRE OURO)

1. A importação, exportação e reexportação de ouro amoedado, em barra ou em outras formas não trabalhadas

são da exclusiva competência do Banco Nacional de Angola.

2. Fica sujeito à autorização do Banco Nacional de Angola, nas condições e termos por este determinado, o trân-

sito internacional, no País, de ouro amoedado, em barra ou em outras formas não trabalhadas.

ARTIGO 14º (IMPORTAÇÃO, EXPORTAÇÃO E REEXPORTAÇÃO DA MOEDA)

1. A importação, exportação ou reexportação de notas e moedas metálicas com curso legal no País ou no estran-

geiro, bem como cheques de viagem e outros meios de pagamentos só podem ser efectuadas por instituições

autorizadas a exercer o comércio de câmbios e mediante autorização especial do Banco Nacional de Angola,

ou nos termos e condições por este fixados.

2. O disposto no número anterior é aplicável à exportação de moeda nacional fora de circulação.

ARTIGO 15º (IMPORTAÇÃO, EXPORTAÇÃO OU REEXPORTAÇÃO DE TÍTULOS DE CRÉDITO)

A importação, exportação ou reexportação de títulos de crédito, designadamente acções ou obrigações, efec-

tua-se nos termos da legislação aplicável.

ARTIGO 16º (CONTROLO)

As alfândegas só procederá ao desembaraço aduaneiro de volumes contendo ouro amoedado ou não, notas e

moedas metálicas com o curso legal, cheques de viagens e outros meios de pagamentos assim como os títulos de

crédito bancário, desde que lhes sejam apresentadas a correspondente autorização de importação, exportação ou

reexportação emitidas pelo Banco Nacional de Angola.

Page 13: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

9

ARTIGO 17º (MEDIDAS DE CONJUNTURA)

Em caso de crise ou dificuldade da balança de pagamentos, bem como em caso de perturbações de funciona-

mento no mercado financeiro, poderá o Banco Nacional de Angola após informação ao Governo, estabelecer por

Aviso, restrições ou outros condicionalismos às operações previstas na presente Lei.

CAPÍTULO V - DIPLOMAS COMPLEMENTARES

ARTIGO 18º (OPERAÇÕES DE MERCADORIAS, INVISÍVEIS E DE CAPITAIS)

São definidos por decreto os princípios gerais a que devem obedecer as operações de importação, exportação ou

reexportação de mercadorias, bem como as operações de invisíveis correntes e as de capitais.

CAPÍTULO VI - INFRACÇÕES E SANÇÕES

ARTIGO 19º (TRANSGRESSÕES)

Consideram-se transgressões puníveis nos termos do presente diploma:

a) O exercício do comércio de câmbios, em contravenção ao disposto no artigo 10º da presente Lei;

b) realização de operações em contravenção do disposto nos artigos 7º a 9º e 13º a 15º da presente Lei;

c) a contravenção ao disposto nos diplomas referidos no artigo 18º da presente lei.

ARTIGO 20º (SANÇÕES)

1. A transgressão prevista na alínea a) do artigo 19º da referida lei é punida com multa correspondente de 1.200

UCF a 120.000 UCF.

2. As transgressões previstas nas alíneas b) e c) do artigo 19º da mesma lei são punidas com a multa correspon-

dente de 2.400 UCF a 240.000 UCF.

ARTIGO 21º (GRADUAÇÃO DAS SANÇÕES)

1. O montante da multa nunca pode ser inferior ao benefício económico alcançado pelo agente infractor.

2. Quando o agente condenado por infracção cambial cometer, antes de decorridos 2 anos a contar da condena-

ção, outra infracção cambial, os limites mínimo e máximo da multa aplicável são o dobro dos previstos no artigo

20º da presente Lei.

3. A aplicação das sanções previstas neste diploma não prejudica a responsabilidade tanto penal como discipli-

nar ou civil, que os previstos noutros preceitos legais ou regulamentares.

LEI Nº 05 / 97 - LEI CAMBIAL

Page 14: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

10 POLÍTICA CAMBIAL - COLECTÂNEA DE NORMAS

ARTIGO 22º (RESPONSABILIDADE DAS PESSOAS COLECTIVAS E DIRIGENTES)

1. As pessoas colectivas e as sociedades, ainda que irregularmente constituídas, e as associações sem personali-

dade jurídica, respondem solidariamente pelo pagamento da multa e legais acréscimos, em que foram sancio-

nados os seus dirigentes, empregados ou representantes, pela prática de infracções puníveis nos termos da

presente lei.

2. Os titulares dos órgãos de administração das pessoas colectivas ainda que irregularmente constituídos e das

associações sem personalidade jurídica que podendo fazê-lo, não se tenham oposto à prática da infracção,

respondem individual e subsidiariamente pelo pagamento da multa e legais acréscimos, ainda que tenham

sido dissolvidos ou entrado em liquidação.

ARTIGO 23º (SANÇÕES ACESSÓRIAS)

A transgressão prevista na alínea a) do artigo 19º da presente Lei e bem assim a transgressão prevista na alínea b)

do mesmo artigo, se neste caso houver reincidência, tal como definida no nº 2 do artigo anterior, podem ainda ser

punidas com:

a) Perda a favor do Estado dos bens utilizados ou obtidos com a actividade ilícita;

b) Inibição temporária ou definitiva de funções em órgãos sociais ou de direcção em quaisquer instituições sujeitas

à supervisão do Banco Nacional de Angola;

c) Inibição até 3 anos, para efectuar operações cambiais.

ARTIGO 24º (PRESCRIÇÃO DAS TRANSGRESSÕES)

1. O procedimento por transgressão cambial prescreve 5 anos depois da prática da infracção.

2. As multas e sanções acessórias prescrevem no mesmo prazo, contado da data da decisão condenatória

definitiva.

ARTIGO 25º (INSTRUÇÃO E PROCESSO)

1. Compete ao Banco Nacional de Angola averiguar as transgressões cambiais e instruir os respectivos processos,

podendo efectuar inspecções a quaisquer entidades e apreender os bens utilizados ou obtidos com a activi-

dade ilícita.

2. As autoridades policiais e outras entidades ou serviços públicos devem prestar ao Banco Nacional de Angola a

colaboração que se mostrar necessária.

3. Compete ao Governador do Banco Nacional de Angola a aplicação das multas e demais sanções previstas no

presente diploma.

4. A decisão proferida nos termos do número anterior é susceptível de recurso nos termos gerais de direito.

Page 15: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

11

ARTIGO 26º (DESTINO DAS MULTAS)

O produto das multas reverte a favor do Estado.

ARTIGO 27º (COBRANÇA COERCIVA DAS MULTAS)

1. A cobrança das multas, caso não haja recurso e não sejam pagas voluntariamente, são aplicáveis as disposi-

ções reguladoras das execuções fiscais.

2. A cópia da decisão de aplicação da multa ser de base à execução é remetida ao juízo fiscal competente para o

efeito.

3. Em caso de recurso e condenação definitiva, a cobrança das multas são aplicáveis as disposições reguladoras

do processo de execução por multa a instaurar obrigatoriamente pelo Ministério Público no respectivo tribunal.

CAPÍTULO VII - DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

ARTIGO 28º (REGULAMENTAÇÃO)

1. A regulamentação prevista na presente Lei, deve ser elaborada pelo Governo sob proposta do Banco Nacional

de Angola, no prazo de 90 dias a contar da data da sua publicação.

2. Compete, em geral, ao Banco Nacional de Angola definir os princípios reguladores e os procedimentos a

adoptar nas operações cambiais, bem como publicar ou transmitir as instruções de carácter técnico e outras,

necessárias à boa execução do regime legal das mesmas operações.

3. As instruções a que alude o número anterior entram em vigor a partir da sua publicação ou transmissão, salvo

quando dispuserem em contrário.

4. A presente Lei é aplicável aos investimentos estrangeiros em tudo o que não estiver regulamentado em Lei

Especial.

ARTIGO 29º (REVOGAÇÃO)

1. É revogada toda a legislação que contrarie o disposto no presente Diploma, nomeadamente a Lei nº 9/88, de 2

de Julho.

2. Mantêm-se no entanto em vigor, enquanto não forem substituídas por outras, as normas complementares e

regulamentares vigentes, em tudo o que não contrarie o presente diploma.

ARTIGO 30º (DúVIDAS E OMISSÕES)

As dúvidas e omissões que se suscitam na interpretação e aplicação da presente Lei são resolvidas pela Assembleia

Nacional.

LEI Nº 05 / 97 - LEI CAMBIAL

Page 16: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

12 POLÍTICA CAMBIAL - COLECTÂNEA DE NORMAS

ARTIGO 31º (ENTRADA EM VIGOR)

A presente Lei entra em vigor à data da sua publicação.

Vista e aprovada pela Assembleia Nacional, em Luanda, aos 19 de Fevereiro de 1997.

O Presidente da Assembleia Nacional,

Roberto António Víctor Francisco de Almeida.

Promulgada, aos 23 de Abril de 1997.

Publique-se,

O Presidente da República, José Eduardo dos Santos.

Page 17: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

13

AVISO Nº 10 / 03 DE 22 DE AGOSTO

COMPRA E VENDA DE MOEDA ESTRANGEIRA

Havendo necessidade de se reduzir as distorções no mercado cambial e imprimir uma maior transparência e dina-

mismo nesse segmento do mercado financeiro;

Nestes termos e, ao abrigo das disposições conjugadas do ponto n° 2 do artigo 28º da Lei nº 5/97, de 27 de Junho, e

da alínea a) do ponto n° 2 do artigo 42.” da Lei nº 6/97, de 11 do Julho, Lei do Banco Nacional de Angola.

DETERMINO:

ARTIGO 1º (INSTITUIÇÃO DE SESSÕES)

1. São instituídas sessões, para a realização de operações de compra e venda de moeda estrangeira.

2. Além do Banco Nacional de Angola, participam nas sessões as instituições bancárias autorizadas a exercer o

comércio de câmbios.

3. Nas sessões os participantes podem realizar operações em seu próprio nome e em nome dos seus clientes.

ARTIGO 2. ° (MODALIDADE)

As sessões de compra e venda de moeda estrangeira só poderão ocorrer na modalidade de compra e venda da

referida moeda a taxas de câmbio livremente negociadas entre o Banco Nacional de Angola e as Instituições ban-

cárias participantes.

ARTIGO 3. ° (LIqUIDAÇÃO DAS OPERAÇÕES)

A liquidação das operações de compra e venda de moeda estrangeira a taxas de câmbio livremente negociadas

será realizada entre os participantes no prazo de 2 (dois) dias úteis bancários, devendo o valor em moeda nacional

ser debitado ou creditado nas contas de Reservas Bancárias.

ARTIGO 4. ° (OPERAÇÕES FORA DAS SESSÕES)

1. As instituições bancárias estão autorizadas a negociar moeda estrangeira, a taxas de câmbio livremente esta-

belecidas centre si, com outras Instituições financeiras legalmente autorizadas e com o publico, fora das ses-

sões previstas no artigo n° 1 do presente Aviso, de acordo com a legislação aplicável.

2. As casas de câmbio estão autorizadas a negociar notas e cheques de viagem a taxas de câmbio livremente

estabelecidas, com particulares, com as instituições bancárias e entre si, desde que sejam cumpridas as nor-

mas regulamentares em vigor.

Page 18: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

14 POLÍTICA CAMBIAL - COLECTÂNEA DE NORMAS

3. As instituições bancárias e casas de câmbio devem comunicar diariamente ao Banco Nacional de Angola, de

acordo com as instruções por este dimanadas, as taxas de compra e de venda praticadas e os respectivos

montantes transaccionados.

4. Todas as operações de compra c venda de moeda estrangeira deverão ser objecto de um vinculo jurídico

contratual.

ARTIGO 5º (CUMPRIMENTO DO LIMITE DE POSIÇÃO CAMBIAL)

As instituições bancárias e as casas de câmbio estão sujeitas ao cumprimento diário do limite de posição cambial

fixado pelo Banco Nacional de Angola.

ARTIGO 6º (TAXA DE CÂMBIO DE REFERÊNCIA)

1. O Banco Nacional de Angola calculará a taxa média ponderada resultante das transacções realizadas no dia, no

mercado primário.

2. O método de cálculo da taxa de câmbio de referência será estabelecido pelo Banco Nacional de Angola através

de Instrutivo.

3. A taxa de câmbio de referência prevista no presente artigo, será utilizada não só para efeitos contabilísticos, de

compilações estatísticas, impostos e taxas, mas também para as operações referidas no artigo 7º do presente

Aviso.

4. O Banco Nacional de Angola divulgará diariamente a taxa de câmbio de referência.

ARTIGO 7º (OPERAÇÕES ESPECIAIS)

O Banco Nacional de Angola, nas operações de compra e venda de moeda estrangeira ao Estado, praticará a taxa

de câmbio de referência em vigor, com a cobrança da respectiva comissão de intermediação bancária.

ARTIGO 8º (NORMAS COMPLEMENTARES)

O Banco Nacional de Angola determinará os procedimentos necessários ao cumprimento do disposto neste Aviso,

designadamente os termos e condições do funcionamento das sessões e da liquidação das operações, bem como

fornecerá o modelo de vínculo contratual a utilizar pelas instituições bancárias e casas de câmbio, referido no

ponto no 4 do artigo 4º do presente Aviso.

ARTIGO 9º (REVOGAÇÃO)

Fica revogada toda a regulamentação que contrarie o disposto no presente Aviso, designadamente o Aviso nº 1/99,

de 21 de Maio.

Page 19: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

15

ARTIGO 10º (ENTRADA EM VIGOR)

O presente aviso entra imediatamente em vigor.

Publique-se,

Luanda, aos 22 de Agosto de 2003

O Governador

Amadeu de J. Castelhano Mauricio

AVISO Nº 10 / 03 - COMPRA E VENDA DE MOEDA ESTRANGEIRA

Page 20: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização
Page 21: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

17

AVISO Nº 12 / 03, DE 28 DE AGOSTO

COMPRA E VENDA DE MOEDA ESTRANGEIRA

Considerando que o Aviso nº 10/2003, de 22 de Agosto, institui as sessões para a realização de operações de com-

pra e venda de moeda estrangeira;

Havendo necessidade de se actualizar as normas em vigor relativamente à utilização da moeda estrangeira tran-

saccionada no mercado cambial, em especial, o âmbito da liquidação de operações de importação de mercadorias

em determinadas condições;

Nestes termos, das disposições conjugadas do nº 2 do artigo 28º da Lei nº 5/97, de 27 de Julho, e a alínea a) do nº 2

do artigo 42º da Lei nº 6/97, de 11 de Julho, Lei do Banco Nacional de Angola,

DETERMINO:

ARTIGO 1º

É obrigatório o registo da compra e venda de moeda estrangeira na data da sua contratação, sendo esta data válida

para o cumprimento do limite de posição cambial.

ARTIGO 2º

As divisas adquiridas pelas instituições bancárias, quer ao Banco Nacional de Angola quer aos clientes, deverão ser

aplicadas única e exclusivamente para a liquidação de operações de importação de mercadorias, de capitais e de

invisíveis correntes, assim como para a cobertura de posições cambiais abertas, de acordo com as disposições

regulamentares em vigor.

ARTIGO 3º

1. Só é permitida a emissão de ordens de pagamento para liquidação de mercadorias nos seguintes casos:

a) Para importação de mercadorias no valor até USD 100.000,00 (cem mil dólares dos Estados Unidos da

América);

b) Para importação de mercadorias de qualquer valor desde que a mesma já se encontre no país devendo

para o efeito ser apresentado o respectivo documento alfandegário, o qual deverá ser chancelado pela

instituição bancária interveniente com a indicação expressa das referências da ordem de pagamento.

2. As operações de importação que não se enquadrem no estabelecido no número anterior deverão processar-

se através de emissão de cartas de crédito, devendo a sua utilização ser efectuada contra a apresentação de

documentos de embarque.

Page 22: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

18 POLÍTICA CAMBIAL - COLECTÂNEA DE NORMAS

3. Sempre que exigido pelo exportador e a título de pagamento inicial, é permitida a emissão de ordem de paga-

mento, até ao limite máximo de 20% do valor da mercadoria a ser importada no âmbito do estabelecido no

ponto anterior.

ARTIGO 4º

1. Para efeito do disposto no artigo anterior, é permitida a venda de moeda estrangeira para crédito da conta nº

3612- Recursos Vinculados a Operações Cambiais, em sub-conta a criar por cada Banco.

2. A sub-conta referida no ponto nº 1 do presente artigo, deve obedecer ao seguinte regime de movimentação:

A crédito:

Pelos montantes de divisas adquiridas à instituição bancária devidamente autorizada a exercer o comércio de

câmbios;

A débito:

Exclusivamente pelo montante a que o cliente se propõe liquidar ao exterior como resultado da realização da

operação de importação de mercadorias e para o cumprimento do disposto no ponto seguinte do presente

artigo.

3. Se o saldo da sub-conta referida no ponto nº 1 do presente artigo permanecer imobilizado por mais de 60 (ses-

senta) dias e não estiver a servir de garantia de liquidação de alguma operação de importação já realizada, o

Banco procederá à sua compra.

ARTIGO 5º

É revogado o Aviso nº 1/2003 de 07 de Fevereiro.

ARTIGO 6º

O presente Aviso entra imediatamente em vigor.

Publique-se

Luanda, 28 de Agosto 2003

O governador,

Amadeu de J.Castelhano Maurício

Page 23: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

19

AVISO Nº 5 / 10, DE 03 DE NOVEMBRO

LIMITE DE EXPOSIÇÃO AO RISCO DE CÂMBIO E OURO

Havendo necessidade de se regulamentar o limite de exposição ao risco de câmbio e ouro das instituições financei-

ras sujeitas à supervisão do Banco Nacional de Angola;

Nos termos das disposições combinadas da alínea f) do nº 1 do artigo 21º e alínea d) do nº 1 do artigo 51º ambos da

Lei nº 16/10, de 15 de Julho, Lei do Banco Nacional de Angola, conjugados com os artigos 70º e 77º da Lei nº 13/05,

de 30 de Setembro — Lei das Instituições Financeiras, determino:

ARTIGO 1º (LIMITE DE EXPOSIÇÃO AO RISCO CAMBIAL)

Sem prejuízo dos Fundos Próprios Regulamentares exigidos para cobertura do risco de câmbio e ouro estabeleci-

dos em regulamentação específica, a exposição cambial está limitada a 20% dos Fundos Próprios Regulamentares

para as operações activas (longas) e para as posições passivas (curtas).

ARTIGO 2º (DEFINIÇÕES)

Para efeitos do presente Aviso entende-se por:

a) Exposição cambial líquida, a diferença entre a exposição activa ou longa e a exposição passiva ou curta, em

moeda estrangeira ou indexada à variação cambial;

b) Exposição cambial activa ou longa, o somatório dos activos e outros direitos em moeda estrangeira ou indexa-

dos à moeda estrangeira, sujeitos ao risco cambial;

c) Exposição cambial passiva ou curta, o somatório dos passivos e outras obrigações em moeda estrangeira ou

indexados à moeda estrangeira, sujeitos ao risco cambial.

ARTIGO 3º (BASE DE CáLCULO)

1 A exposição ao risco de câmbio e ouro deve ser calculada sobre todas as posições activas e passivas, incluindo

as extrapatrimoniais que resultem em responsabilidades constituídas ou indexadas à moeda estrangeira e

ouro.

2 As posições activas e passivas devem ser informadas pelo valor contabilístico, liquidas das provisões e outros

ajustes.

3 As operações com derivados devem ser informadas pelo valor de mercado, à excepção das operações a termo

que devem ser informadas pelo valor de custo.

4 As garantias prestadas, os compromissos irrevogáveis, as operações cambiais e os serviços prestados por ter-

ceiros devem ser informados pelo valor contabilístico.

Page 24: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

20 POLÍTICA CAMBIAL - COLECTÂNEA DE NORMAS

ARTIGO 4º (CONVERSÃO)

A exposição ao risco de câmbio e ouro deve ser apurada em moeda nacional, mediante conversão dos valores em

moeda estrangeira e ouro das operações, utilizando o câmbio médio de referência do dia.

ARTIGO 5º (REGIME TRANSITÓRIO)

Para permitir a adequação das instituições financeiras ao limite de exposição ao risco de câmbio, deve ser obser-

vado o seguinte cronograma de implementação:

a) A 31 de Dezembro de 2010, a exposição deverá ser de, no máximo, 70% para as posições longas e 40% para as

posições curtas;

b) A 30 de Junho de 2011, a exposição deverá ser de, no máximo, 50% para as posições longas e 30% para as posi-

ções curtas;

c) A 31 de Dezembro de 2011, a exposição deverá ser de, no máximo, 30% para as posições longas e 20% para as

posições curtas;

d) A 30 de Junho de 2012, a exposição deverá ser de, no máximo, 20% para as posições longas e 20% para as posi-

ções curtas.

ARTIGO 6º (PENALIDADES)

1. A não observância do disposto nos artigos 1º e 5º do presente Aviso, sujeita a instituição financeira incumpridora:

a) Ao pagamento de uma multa pecuniária no valor de Kz: 150 000,00 por dia de incumprimento dos referi-

dos limites;

b) Sem prejuízo de outras medidas que possam vir a ser adoptadas, o Banco Nacional de Angola deve

cobrar uma multa pecuniária de 0,25% (vinte e cinco centésimos percentuais diários) calculados sobre

o excesso verificado;

c) As multas pecuniárias devem ser calculadas cumulativamente e, semanalmente, debitadas directa-

mente da conta de reserva bancária da instituição financeira em falta.

2. As instituições financeiras que excederem o limite de exposição cambial estabelecido para as posições longas

ficam impedidas de participarem nos leilões de venda de moeda estrangeira organizados pelo BNA até a sua

regularização.

Page 25: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

21

ARTIGO 7º (NORMA REVOGATÓRIA)

Fica revogada toda a regulamentação que contrarie o presente Aviso, designadamente o Aviso nº 6/07, de 12 de

Setembro.

ARTIGO 8º (ENTRADA EM VIGOR)

O presente Aviso entra de imediato em vigor a partir da data de sua publicação.

Publique-se.

Luanda, aos 10 de Novembro de 2010.

O Governador, José de Lima Massano.

AVISO Nº 5 / 10 - LIMITE DE EXPOSIÇÃO AO RISCO DE CÂMBIO E OURO

Page 26: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização
Page 27: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

23

INSTRUTIVO Nº 04 / 10, DE 04 DE JUNHO

COMPRA E VENDA DE MOEDA ESTRANGEIRA

A regulação sobre a compra e venda de divisas, em conformidade com o artigo 8º do Aviso nº 10/2003, de 22 de

Agosto, revestiu-se de características que a fixaram num contexto histórico que se mostra necessário rever tendo

em atenção um melhor atendimento à procura de divisas e uma gestão adequada do volume de reservas bancárias

livres.

Havendo necessidade de aperfeiçoar os procedimentos referidos, o Banco Nacional de Angola, determina o

seguinte:

1. As instituições financeiras bancárias, abreviadamente Bancos, devem enviar ao Banco Nacional de Angola,

caso ainda não o tenham feito, a documentação conforme ANEXO I, solicitando a sua participação nas ses-

sões de compra e venda de moeda estrangeira através do sistema electrónico em uso, declarando observar

rigorosamente, todas as normas em vigor sobre operações cambiais, e os termos em que autorizam a debitar

a respectiva conta de Reservas Bancárias junto do Banco Nacional de Angola.

2. As sessões de compra e venda de moeda estrangeira são exclusivamente não presenciais e, funcionam, regu-

larmente, nas instalações da sede do Banco Nacional de Angola Av. 4 de Fevereiro nº 151, Luanda, designada-

mente na Sala de Mercado do Departamento de Gestão de Reservas (DGR), por via electrónica, através do

aplicativo informático denominado Sistema de Gestão de Mercado Cambial) (SGMC) ou por telefax ou e-mail,

caso aquele sistema esteja inoperante.

As sessões de compra e venda de moeda estrangeira ocorrerão com frequência regular ou extraordinária que

vierem a ser estabelecidas pelo BNA e terão lugar dentro do período do funcionamento do mercado (9H30

- 15H00).

Para efeitos do disposto no presente Instrutivo, entende-se por sessões não presenciais, aquelas em que não

existe a presença física dos participantes.

3. Requisitos de acesso as sessões de venda de divisas pelo BNA

Para além de outras condições constantes neste instrutivo e em outros diplomas, a participação nas sessões

de venda de divisas pelo BNA fica condicionada à observância dos seguintes requisitos:

3.1 Na apresentação das necessidades, na forma que o Banco Nacional de Angola vier a determinar, os ban-

cos devem assegurar-se que estas estão solventes e compatíveis com a respectiva reserva livre.

3.2 Para efeitos do disposto no número anterior, considera-se reserva bancária livre o saldo das contas

de reservas bancárias em Moeda Nacional, após dedução do montante correspondente a reserva

obrigatória.

3.3 Na apresentação das propostas de compra de divisas, deve o Banco concorrente ao leilão cumprir com

o que previamente vier a ser determinado, por instrumento jurídico próprio, pelo Banco Nacional de

Angola quanto ao limite das propostas em relação a oferta anunciada.

Page 28: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

24 POLÍTICA CAMBIAL - COLECTÂNEA DE NORMAS

3.4 Aos bancos que tenham beneficiado de operações de redesconto no dia anterior à sessão de compra e

venda de divisas, fica vedada a participação no leilão.

3.5 Não é permitida a venda de divisas aos Bancos que se apresentarem com a exposição cambial longa

acima dos limites permitidos pela norma aplicável.

4. Procedimento para a realização das sessões

4.1 As sessões podem ser para compra, para venda ou para compra e venda de divisas.

4.2 Os Bancos estão autorizados a negociar moeda externa fora das sessões à taxa de câmbio livremente

estabelecida entre si, com pessoas singulares ou colectivas, quer sejam clientes ou não, assim como

com as Casas de Câmbio, obedecendo a legislação cambial vigente

4.3 O Banco Nacional de Angola, na qualidade de participante, poderá igualmente comprar e vender moeda

estrangeira, a taxas de câmbio de mercado.

4.4 As sessões de compra e venda de divisas entre o Banco Nacional de Angola e os bancos são realizadas,

sob a forma de leilão ou venda directa.

4.5 As condições de venda de divisas para cada sessão, são anunciadas pelo Banco Nacional de Angola atra-

vés do “SGMC”, nas quais os bancos apresentarão as suas ofertas com montantes e taxas de câmbio

respectivas.

4.6 No caso de inoperância do sistema referido no ponto anterior, o Banco Nacional de Angola poderá utilizar

outros meios de comunicação tais como telefax, email ou entrega física e directa dos documentos exi-

gidos pelo BNA (DGR).

5. Critérios de selecção das propostas

5.1 As sessões de venda de divisas têm por base as propostas apresentadas pelos bancos.

5.2 Após o anúncio da sessão de venda, os bancos podem apresentar propostas pela via previamente defi-

nida, num período máximo de 30 (trinta) minutos, cumprindo as seguintes regras:

5.2.1 O montante das propostas inseridas no leilão não deverá exceder o constante no mapa das neces-

sidades previamente declaradas pelo banco.

5.2.2 Tratando-se de um leilão de venda de divisas pelo Banco Nacional de Angola, são seleccionadas

todas as propostas a partir daquela que oferecer a “taxa de câmbio” mais alta, e todas as outras

subsequentes, em ordem decrescente da taxa de câmbio, até se esgotar o montante total dispo-

nibilizado pelo Banco Nacional de Angola para venda nessa sessão.

5.2.3 O Banco Nacional de Angola reserva-se o direito de excluir as propostas que considere estarem

claramente fora do contexto considerado razoável e compatível aos objectivos da preservação

do equilíbrio macroeconómico.

5.2.4 No caso de um leilão de compra de divisas pelo Banco Nacional de Angola, serão seleccionadas

todas as propostas a partir daquela que apresentar a taxa de câmbio mais baixa e todas as outras

em ordem crescente da taxa de câmbio, até atingir o montante de compra pretendido

Page 29: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

25

5.3 No caso de igualdade de taxas na indicação das propostas e não sendo possível satisfazer a totalidade

dos pedidos, o montante disponível será atribuído em proporção das propostas.

5.4 Terminado o trabalho de apuramento, o Banco Nacional de Angola comunicará 60 minutos depois aos

bancos, o resultado da sessão através do “SGMC” ou outra via de comunicação para que todas os parti-

cipantes possam finalizar as negociações.

5.5 Após conhecimento do resultado do leilão, cada participante deve preencher o “contrato de compra e

venda” (ANEXO lI) em 2 (duas) vias, que serão assinadas por ambas as partes, devendo cada uma ficar

com uma via. No caso das operações realizadas no mercado interbancário, será enviada uma terceira

via para o Banco Nacional de Angola.

5.6 Os lotes a serem negociados nas sessões não deverão ser de valor inferior a USD 500.000,00 (Quinhentos

mil dólares dos E.U.A).

6. Procedimentos para a liquidação das operações

6.1 Para a liquidação das operações de compra e venda de divisas negociadas nas sessões, deve ser obser-

vado o seguinte:

6.1.1 A liquidação dos valores em moeda nacional será efectivada no dia da realização da sessão por

débito ou crédito das contas de reservas bancárias das instituições envolvidas, através do

Sistema de Pagamento em Tempo Real “SPTR”,

6.1.2 A liquidação dos valores em moeda estrangeira será feita pelo vendedor, no prazo de dois dias

úteis bancários, a contar da data da realização da sessão.

6.1.3 Para efeitos do número anterior, o comprador deve fornecer ao vendedor as coordenadas bancá-

rias a fim de se efectuar a transferência de moeda estrangeira.

6.2 Sem prejuízo do Banco Nacional de Angola poder suspender a participação nas operações previstas no

presente Instrutivo, os bancos que não efectuarem a liquidação dos valores referidos no ponto nº 6.1.1,

serão sancionados.

6.3 A sanção referida no ponto anterior corresponde a aplicação de juros calculados sobre o montante

devido, pelos dias a descoberto e a taxa mais elevada do redesconto, agravada de 4 pontos percentuais.

6.4 Sem prejuízo das sanções aplicáveis, nos pontos 6.2 e 6.3, o banco reincidente na infracção mencionada

no número 6.1.1, será suspenso da participação nas sessões por um período não inferior a 3 sessões,

podendo ser agravada na mesma proporção em função da frequência da reincidência.

7. Cálculo da taxa de câmbio de referência e divulgação

7.1 O Banco Nacional de Angola calculará diariamente a taxa de câmbio de referência da seguinte forma:

7.1.1 Quando o Banco Nacional de Angola for apenas comprador, a taxa de câmbio de compra será a

média ponderada das taxas de câmbio por este pagas. A taxa de câmbio de venda da sessão será

calculada com um incremento percentual sobre a taxa de câmbio de compra acima referida.

INSTRUTIVO Nº 04 / 10 - COMPRA E VENDA DE MOEDA ESTRANGEIRA

Page 30: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

26 POLÍTICA CAMBIAL - COLECTÂNEA DE NORMAS

7.1.2 No caso do Banco Nacional de Angola se apresentar na posição de vendedor, a taxa de câmbio de

referência de venda passará a ser a média ponderada das taxas pagas pelos bancos, e a taxa de

compra será calculada com a redução um percentual sobre a taxa de câmbio de venda.

7.2 A partir das taxas de referência acima referidas, o Banco Nacional de Angola publicará a tabela de câm-

bios de referência, que conterá as moedas relevantes para as transacções externas do Pais, bem como

os montantes transaccionados no leilão.

7.3 Na ausência de operações nas sessões de compra e venda de divisas, a tabela a vigorar será a mesma do

dia anterior.

8. As divisas adquiridas nos termos do presente instrutivo, devem ser, obrigatoriamente utilizadas para a realiza-

ção de operações nos termos da legislação em vigor.

9. Os anexos referidos no presente Instrutivo são parte integrante do mesmo.

10. Fica revogado o Instrutivo nº 10/09, de 30 de Setembro.

11. O presente Instrutivo entra de imediato em vigor.

Publique-se

Luanda, aos 04 de Junho de 2010

O Governador

Abrahão Pio dos Santos Gourgel

Page 31: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

27

DECRETO Nº 55 / 00, DE 10 DE NOVEMBRO

OPERAÇÕES DE MERCADORIAS

Havendo necessidade de se proceder a actualização da regulamentação da Lei nº 5/97, de 27 de Junho, relativa-

mente às operações de mercadorias, em conformidade com o consignado no seu artigo 18º.

Nestes termos, ao abrigo das disposições conjugadas da alínea d) do artigo 112º e do artigo 113º, ambos da Lei

Constitucional o Governo decreta o seguinte:

CAPÍTULO I - PRINCÍPIOS GERAIS

ARTIGO 1º (ÂMBITO)

O presente decreto decreto aplica-se às operações de importação, exportação e reexportação de mercadorias

entre a República de Angola e o estrangeiro.

ARTIGO 2º (DEFINIÇÃO)

Para efeitos do presente decreto, consideram-se operações de mercadorias os actos ou contratos entre residen-

tes e não residentes que envolvam a transmissão de direitos de propriedade sobre bens móveis.

ARTIGO 3º (EXTINÇÃO DO LICENCIAMENTO)

1. É extinto o licenciamento das operações de importação, exportação e reexportação de mercadorias.

2. São igualmente extintos os Boletins de Registo de Importação em uso no Ministério do Comércio, à data da

publicação do presente decreto.

ARTIGO 4º (OBRIGATORIEDADE DE REGISTO)

1. É criado o regime de obrigatoriedade de registo das operações de importação, exportação e reexportação de

mercadorias, nos termos do presente diploma e normas complemmentares.

2. É criado o modelo de Registo de Entrada de Mercadorias (REM) e o modelo de Registo de Saída de Mercadorias

(RSM), que fazem parte integrante do presente decreto, os quais constituem a fórmula de registo de todas as

mercadorias que entram ou saem da República de Angola, à excepção dos trânsitos.

ARTIGO 5º (INSPECÇÃO)

A inspecção das mercadorias para a República de Angola deverá ser efectuada nos termos e condições a serem

regulamentadas pelo Ministério das Finanças, após parecer do Ministério do Comércio.

Page 32: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

28 POLÍTICA CAMBIAL - COLECTÂNEA DE NORMAS

ARTIGO 6º (COMPETÊNCIA)

1. Compete ao Ministério do Comércio velar pelo cumprimento do disposto neste diploma e suas normas com-

plementares, bem como proceder à uniformização dos impressos a utilizar, após parecer dos organismos

intervenientes.

2. O Ministério do Comércio, na defesa da produção interna, poderá propor ao Conselho de Ministros a aplicação

de medidas não tarifárias às mercadorias importadas concorrentes da produção interna, sempre que os impe-

rativos da política económica do País assim o exigirem.

CAPÍTULO II - REGISTO

ARTIGO 7º (REGISTO)

1. O objectivo do registo das operações de mercadorias é a recolha de dados que permitam a elaboração de

estatísticas.

2. Para efeito do registo, será utilizado um modelo próprio, denominado Registo de Entrada de Mercadorias (REM),

tratando-se de importação e Registo de Saída de Mercadorias (RSM) quando se tratar de exportação ou reex-

portação, que devem ser compostos de seis vias de A a F.

3. Para facilidade do registo e verificação, a entidade registadora pode determinar o desdobramento em duas ou

mais vias dos exemplares A, C, D e F.

ARTIGO 8º (PROCEDIMENTOS)

1. Ao iniciar o processo de importação, o importador deve remeter uma cópia da factura proforma à entidade

supervisora para preparação do processo de inspecção da mercadoria e outra à respectiva delegação regional

do Ministério do Comércio, para efeito de conhecimento.

2. Para controlo da entrada de divisas resultantes das operações de exportação, no processo de despacho adua-

neiro, torna-se obrigatória a apresentação de comprovativo da capacidade de realização da operação cambial,

emitido por uma instituição bancária domiciliada em território nacional, ou apresentação de documento com-

provativo da dispensa de liquidação, emitido pelo Ministério do Comércio.

3. O impresso de registo de entrada ou de saída de mercadorias deverá ser preenchimento pelo interessado ou

pelo despachante oficial, que o entregará directamente à Alfândega acompanhado dos restantes documentos

para o despacho aduaneiro.

ARTIGO 9º (DESTINO DOS EXEMPLARES DE REGISTO DAS MERCADORIAS)

1. Os exemplares do registo de mercadorias destinam-se:

a) os exemplares A e B às Alfândegas;

b) o exemplar C ao Ministério do Comércio;

Page 33: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

29

c) os exemplares D e E ao requerente;

d) o exemplar F ao Instituto Nacional de Estatística.

2. Os exemplares destinados ao requerente devem ser utilizados:

a) o D para seu arquivo;

b) o E para apresentação à instituição bancária, na altura da realização da correspondente operação cambial.

3. As Alfândegas deverão enviar os respectivos exemplares às entidades referidas nas alíneas b), c) e d) do ponto

1, no prazo de cinco dias úteis, após a realização do despacho aduaneiro.

ARTIGO 10º (RECTIFICAÇÕES)

As alterações aos registos de exportação e reexportação de mercadorias são requeridos pelos interessados às

Alfândegas mediante o preenchimento do respectivo impresso rectificativo com o mesmo número de exemplares

e a distribuição estabelecida no artigo 9º.

ARTIGO 11º (CADASTRO)

O Ministério do Comércio deve possuir, em relação a cada importador e exportador, além dos elementos neces-

sários da sua identificação, o registo dos dados essenciais das operações de comércio externo por eles realizadas.

CAPÍTULO III - DESPACHO ADUANEIRO

ARTIGO 12º (DESEMBARAÇO ADUANEIRO)

1. As Alfândegas não deverão proceder ao desembaraço aduaneiro das mercadorias compreendidas em cada

despacho sem a apresentação do conjunto dos exemplares do modelo de Registo de Entrada ou de Saída de

Mercadorias.

2. A utilização para despacho, pelo exportador, do Registo de Saída da Mercadoria implica a obrigatoriedade de

efectuar a venda das divisas obtidas na operação dentro do prazo fixado no nº 3 do artigo 20º.

ARTIGO 13º (UTILIZAÇÃO DO REGISTO)

1. Cada modelo de registo só deverá servir para um único despacho a ser utilizado uma única vez.

2. A utilização alfandegária do registo de importação, exportação ou reexportação deve ser efectuada por anota-

ção de movimento de mercadorias nos dois exemplares dos modelos de registo de entrada ou saída de merca-

dorias a prencher imediatamente após a conclusão do despacho.

DECRETO 55 / 00 - OPERAÇÕES DE MERCADORIAS

Page 34: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

30 POLÍTICA CAMBIAL - COLECTÂNEA DE NORMAS

CAPÍTULO IV - LIqUIDAÇÃO CAMBIAL

ARTIGO 14º (PROCESSO DE LIqUIDAÇÃO)

1. A liquidação das operações de exportação e reexportação de mercadorias só pode efectuar-se por intermédio

de uma instituição bancária autorizada a exercer o comércio de câmbios em território nacional.

2. A liquidação das operações de importação de mercadorias poderá processar-se da seguinte forma:

a) compra de divisas à uma instituição bancária domiciliada em território nacional;

b) por afectação de contas em moeda externa.

ARTIGO 15º (REALIZAÇÃO DAS OPERAÇÕES CAMBIAIS)

1. Para efeitos de realização das operações cambiais correspondentes à liquidação de importações de merca-

dorias, deverá ser apresentado à instituição bancária, entre outros, documento comprovativo da entrada da

mercadoria no País, ou prova da sua expedição.

2. Quando se tratar de pagamento efectuado contra documento de expedição, o importador é obrigado a apre-

sentar à instituição bancária através da qual efectuou a operação o documento justificativo de entrada da mer-

cadoria no País, no prazo de 90 dias a contar da data de efectivação da operação cambial.

3. Para pagamentos contra documentos de expedição, poderá ser exigido uma garantia de boa execução a ser

prestada por uma instituição bancária, reconhecida pelo banco comercial do importador.

4. É proibida a liquidação de mercadorias destinadas à realização de investimentos directos estrangeiros ou as

que resultem de desembolsos de empréstimos externos.

5. Para efeito de liquidação, o prazo de validade do registo de entrada da mercadoria é de 180 dias prorrogáveis

até 360 contados da data do respectivo despacho aduaneiro.

ARTIGO 16º (DISPENSA DE LIqUIDAÇÃO)

Os registos de saída de mercadorias podem ser efectuados com expressa dispensa de liquidação cambial, desde

que devidamente autorizada pelo Ministério do Comércio e nenhuma dúvida se suscite quanto a não constituí-

rem as operações respectivas uma forma de regularização total ou parcial designadamente por compensação de

outras operações e ainda quando se trate de:

a) exportação de artigos de propaganda e mostruários sem valor, peças e outras mercadorias ou remetidas

em substituição de mercadorias idênticas chegadas impróprias ou avariadas e tara que devem ser pos-

teriormente reenviadas, cujo valor seja incluído no das mercadorias que adicionaram;

b) exportação de artigos destinados à representações diplomáticas, consulares e religiosas, quer para as

suas instalações, quer para as residências oficiais dos respectivos funcionários, quer ainda para efeitos

de propaganda ou representação dos países ou instituições a que se respeitem;

Page 35: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

31

c) exportação de material didáctico, de artigos de culto religioso e de outros bens de consumo duradouro

ou não, oferecidos à instituições sem fins lucrativos, desde que destinados ao exercício das respectivas

actividades;

d) exportação de bens de consumo duradouro ou não, oferecidos a pessoas singulares residentes no

estrangeiro, que, pela sua natureza ou pequeno valor, não sejam de considerar destinados a ulteriores

transacções comerciais ou expediente que visem ocultar a exportação de mercadorias;

e) importação ou exportação de mercadorias provenientes de doações ou ajudas de emergência.

ARTIGO 17º (OUTROS CASOS)

1. O registo de saída de mercadorias com dispensa de liquidação cambial para os casos não previstos no artigo

anterior depende sempre de parecer favorável do Banco Nacional de Angola a ser solicitado pelo interessado

através do Ministério do Comércio.

2. A liquidação das operações de importação, exportação ou reexportação por forma diversa do estabelecido no

artigo 15º depende de autorização especial do Banco Nacional de Angola.

ARTIGO 18º (PRORROGAÇÃO DO PRAZO DE VALIDADE DO REGISTO PARA EFEITO DE LIqUIDAÇÃO)

A prorrogação do prazo de validade do registo de entrada de mercadorias deve ser solicitado pelo interessado à

instituição bancária autorizada a exercer o comércio de câmbios em território nacional, antes de expirado o prazo

de validade original do registo e apenas é concedida mediante parecer favorável do Banco Nacional de Angola.

ARTIGO 19º (PAGAMENTOS DIFERIDOS)

A liquidação das operações de mercadorias a efectuar um ano ou mais após a data do desalfandegamento deve ser

requerido às instituições bancárias nos termos das instruções reguladoras das operações de capitais.

ARTIGO 20º (UTILIZAÇÃO DAS DIVISAS ADqUIRIDAS)

1. As divisas atribuídas ao importador não podem ser utilizadas por forma ou com fins diversos daqueles para que

foi concedida.

2. Caso a importação não se realize, as divisas devem ser revendidas a uma instituição bancária autorizada a exer-

cer o comércio de câmbios no prazo de cinco dias, a contar da verificação daquele facto.

3. Tratando-se de exportação, os titulares dos modelos de registo são obrigados a vender a uma instituição ban-

cária autorizada a exercer o comércio de câmbios a importância total, em divisas, de cada exportação, no prazo

de cinco dias a contar da sua recepção.

4. Mediante autorização do Banco Nacional de Angola, poderá ser permitida a retenção de uma percentagem do

valor de cada partida de exportação de mercadorias, a título de incentivo.

DECRETO 55 / 00 - OPERAÇÕES DE MERCADORIAS

Page 36: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

32 POLÍTICA CAMBIAL - COLECTÂNEA DE NORMAS

5. O Banco Nacional de Angola poderá igualmente autorizar a dedução ao valor total das exportações, as impor-

tâncias de comissões, despesas no estrangeiro, fretes, seguros ou outros encargos legítimos inerentes às ope-

rações efectuadas.

CAPÍTULO V - DISPOSIÇÕES FINAIS

ARTIGO 21º (SANÇÕES)

A violação às normas do presente decreto serão punidas nos termos da Lei nº 5/97, de 27 de Junho.

ARTIGO 22º (INFORMAÇÕES)

Para efeitos do artigo anterior as Alfândegas e o Ministério do Comércio comunicarão entre si e ao Banco Nacional

de Angola as infracções de que tenham conhecimento, praticadas por importadores ou exportadores.

ARTIGO 23º (REVOGAÇÃO)

São revogados todos os diplomas que contrariem o estabelecido no presente decreto, designadamente o Decreto

nº 31/98, de 18 de Setembro e o Decreto nº 5/97, de 10 de Janeiro.

ARTIGO 24º (DúVIDAS E OMISSÕES)

As dúvidas e omissões suscitadas na interpretação e aplicação do presente decreto serão resolvidas pelo Banco

Nacional de Angola.

ARTIGO 25º (ENTRADA EM VIGOR)

O presente decreto entra em vigor após a data da sua publicação.

Visto e aprovado em Conselho de Ministros, em Luanda, aos 28 de Junho de 2000.

Publique-se.

O Presidente da República, José Eduardo dos Santos.

Page 37: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

33

DESPACHO Nº 102 / 09, DE 10 DE JUNHO

FRANqUEAMENTO DE FACTURAS PROFORMA

Considerando que se vêm verificando algumas anomalias no processo de franqueaménto de facturas, enquanto

decorre o trabalho de revisão do Decreto nº 55/00, de 10 de Novembro, sobre as Operações de Importação,

Exportação e Reexportação de Mercadorias;

No uso da faculdade que me conferem as disposições combinadas do nº 3 do artigo 1 14º da Lei Constitucional e da

alínea a) do artigo 4º do Decreto-Lei nº 9/07, de 20 de Julho, determino:

1º As facturas proforma, para além de franqueadas, deverão ser igualmente seladas pelo Ministério do Comércio.

2º As facturas proforma deverão ser franqueadas em quatro vias, sendo uma para o Ministério do Comércio, uma

para a empresa que efectuará a inspecção pré-embarque e duas para o requerente.

3º As facturas proforma destinadas ao requerente devem ser utlizadas:

a) uma para o seu arquivo;

b) uma para entrega à instituição bancária à data da realização da correspondente operação cambial.

4º A via da factura proforma que ficará em posse do requerente, para arquivo, deverá ter um carimbo com os dize-

res «não negociável».

5º A factura proforma franqueada deve servir para um único despacho, a ser utilizada urna única vez.

6º O presente despacho entra imediatamente em vigor.

Publique-se.

Luanda, aos 28 de Abril de 2009.

A Ministra, Maria Idalina de Oliveira Valente.

Page 38: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização
Page 39: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

35

DECRETO PRESIDENCIAL Nº 265 / 10, DE 26 DE NOVEMBRO

OPERAÇÕES DE MERCADORIASPROCEDIMENTOS DE LICENCIAMENTO

Havendo necessidade de tornar mais eficientes os procedimentos administrativos utilizados pela República de

Angola no contexto do comércio internacional, de modo a que o País possa controlar as suas importações, exporta-

ções e reexportações e proceder à indispensável recolha de dados estatísticos;

Considerando que os procedimentos administrativos a serem instituídos devem ser neutros, justos e equitativos,

garantir transparência e evitar arbitrariedades;

Tendo em conta que o licenciamento das importações, exportações e reexportações se reveste de enorme

importância, como forma de implementar o controlo administrativo dessas operações de comércio internacional,

impondo-se ao importador ou ao exportador, em regra, a obrigatoriedade de solicitar à entidade competente auto-

rização prévia para importar ou exportar;

Tendo em conta que, por força da adesão de Angola à Organização Mundial do Comércio (O. M. C.), se torna neces-

sário harmonizar a legislação nacional, incluindo leis, regulamentos e procedimentos administrativos, com as nor-

mas jurídicas que vinculam internacionalmente a República de Angola, nomeadamente com o disposto no Acordo

que cria a O. M. C. e no Acordo Sobre Procedimentos para o Licenciamento de Importações, conforme resulta, res-

pectivamente, do disposto no nº 4 do artigo 16º do Acordo Constitutivo da O. M. C. e no artigo 8º, 2º (a), do Acordo

Sobre Procedimentos para o Licenciamento de Importações;

Considerando que as particulares necessidades comerciais de desenvolvimento e financeiras de Angola, bem

como as condições administrativas e institucionais existentes justificam a criação e implementação de um sistema

específico para o licenciamento de importações, exportações e reexportações.

O Presidente da República decreta, nos termos da alínea l) do artigo 120º e do nº 3 do artigo 125º da Constituição

da República de Angola, o seguinte:

CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES GERAIS

ARTIGO 1º (OBJECTO)

O presente diploma regula os procedimentos administrativos que devem ser observados para o licenciamento

de importações, exportações e reexportações, doravante designados de forma abreviada por Procedimentos de

Licenciamento.

ARTIGO 2º (DEFINIÇÕES)

Para efeitos do disposto no presente diploma, entende-se por:

a) «AWB»: designação abreviada de air waybill (carta de porte aéreo);

Page 40: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

36 POLÍTICA CAMBIAL - COLECTÂNEA DE NORMAS

b) «B/L»: designação abreviada de bill of lading (conhecimento de embarque);

c) «Carta de porte aéreo» ou «air waybill»: documento que constitui título negociável e que certifica a recepção de

mercadorias por um transportador ou pelo agente do expedidor e o contrato para o transporte dessas merca-

dorias por via aérea;

d) «CIF»: iniciais da expressão cost, insurance and freight, que significa aposta a um contrato de compra e venda

ou de fornecimento, que o vendedor assume os custos anteriores ao embarque internacional, bem como a

contratação do frete internacional para transportar a mercadoria até ao porto de destino, e ainda o seguro

marítimo contra os riscos de perdas e danos durante o transporte;

e) «Conhecimento de embarque» ou «bill of lading»: documento que constitui título negociável e representativo

das mercadorias nele descritas, certificando a recepção das mercadorias por um transportador ou pelo agente

do expedidor e o contrato para o transporte dessas mercadorias e investindo o legítimo portador não só num

direito de crédito (o direito à entrega das mercadorias), mas também num direito real sobre estas;

f) «DAR»: designação abreviada de Documento de Arrecadação de Receitas;

g) «DLI»: designação abreviada de Documento de Liquidação de Impostos;

h) «Documento Único»: fórmula de declaração de despacho aduaneiro de mercadorias, aprovada pelo Decreto

nº 75/02, de 15 de Novembro, do Conselho de Ministros, com os ajustes introduzidos pelo Decreto executivo

nº 117/06, de 11 de Agosto, do Ministério das Finanças e eventualmente, por outros diplomas posteriores que

venham a ser aprovados;

i) «DU»: designação abreviada de Documento Único;

j) «Exportação»: a saída de mercadoria do território aduaneiro;

k) «Exportador»: todo aquele que, no acto da exportação:

(i) Seja o proprietário de qualquer mercadoria exportada;

(ii) Suporte o risco de qualquer mercadoria exportada;

(iii) Pratique actos como se fosse ele o exportador ou proprietário de qualquer mercadoria exportada;

(iv) Leve ou tente levar qualquer mercadoria para fora do País;

(v) Esteja interessado, de qualquer forma, em qualquer aspecto relativo à mercadoria exportada;

(vi) Actue em nome de qualquer das pessoas referidas nas alíneas (i), (ii), (iii), (iv) ou (v), incluindo nomeada-

mente, o fabricante, fornecedor ou expedidor da mercadoria ou qualquer pessoa que, dentro ou fora do

país, represente ou actue em nome desse fabricante, fornece¬dor ou expedidor;

l) «FOB»: iniciais da expressão free on board, que significa, aposta a um contrato de compra e venda ou de forne-

cimento, que o vendedor se obriga a colocar a coisa vendida a bordo de um navio, sendo o risco e as despesas

até esse momento, mas só até esse momento, da sua responsabilidade;

m) «Importação»: a entrada de mercadoria no território aduaneiro, a ele destinada e procedente de outro território

aduaneiro;

Page 41: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

37

n) «Importação temporária»: é a entrada no consumo do território aduaneiro de mercadorias vindas do exterior

durante um determinado período;

o) «Importador»: todo aquele que, no acto da importação:

(i) Seja o proprietário de qualquer mercadoria importada;

(ii) Suporte o risco de qualquer mercadoria importada;

(iii) Pratique actos como se fosse ele o importador ou proprietário de qualquer mercadoria importada;

(iv) Traga ou tente trazer qualquer mercadoria para o País;

(v) Esteja interessado por qualquer forma na mercadoria importada;

(vi) Actue em nome de qualquer das pessoas referidas nas alíneas (i), (ii), (iii), (iv) ou(v);

p) «Licenciamento»: o conjunto dos procedimentos administrativos utilizados para o licenciamento de operações

de importação, exportação ou reexportação tal como são definidos no presente diploma;

q) «Licenciamento automático e não automático»: é a autorização concedida pelo Ministério do Comércio nos

termos dos artigos 42º e 47º, respectivamente, do presente documento;

r) «Mercadoria» ou «mercadorias»: todos os produtos naturais, matérias-primas, artigos manufacturados, pro-

dutos semi¬acabados, produtos acabados (obras), animais, moedas, substâncias ou outras coisas, incluindo,

nomeadamente, meios de transporte, equipamentos, peças e acessórios, salvo se do contexto resultar outro

sentido;

s) «Operações de comércio internacional»: os actos e ou contratos entre residentes e não residentes que envol-

vam a transmissão do direito de propriedade sobre mercadorias;

t) «Operador de comércio internacional»: consoante o contexto em que a expressão é utilizada, significa o impor-

tador ou o exportador;

u) «País»: a República de Angola;

v) «Pedido de licença»: pedido inicial formulado pelo importador ou exportador, registado no Sistema Integrado

do Comércio Externo — SICOEX, que atesta a sua intenção de importar, exportar ou reexportar determinadas

mercadorias;

w) «Pessoa»: tanto as pessoas singulares, como as pessoas colectivas e outros entes a que a lei reconheça capaci-

dade para praticar actos jurídicos, incluindo, nomeadamente, sociedades comerciais, comerciantes em nome

individual, sociedades civis sob forma comercial, associações e empresas públicas, salvo se do contexto resul-

tar outro sentido;

x) «Procedimentos de licenciamento»: os procedimentos administrativos legalmente definidos para o licencia-

mento de operações de importação, exportação ou reexportação que envolvem a apresentação aos órgãos

competentes do Ministério do Comércio de um pedido e da documentação exigível, distinta dos documentos

aduaneiros, como condição prévia para a autorização de importações, exportações ou reexportações para ou

do território aduaneiro;

DESPACHO PRESIDENCIAL Nº 265 / 10 - OPERAÇÕES DE MERCADORIAS

Page 42: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

38 POLÍTICA CAMBIAL - COLECTÂNEA DE NORMAS

y) «Reexportação»: é a saída de mercadorias do território aduaneiro que não chegaram a ser nele nacionalizadas

ou que estiveram em circulação temporariamente no território aduaneiro;

z) «REI»: designação abreviada de Registo de Exportadores e Importadores;

aa) «Sistema Integrado do Comércio Externo»: sistema informatizado sujeito à tutela do Ministério do Comércio,

que integra as actividades de registo, acompanhamento e controlo das operações de importação, exportação

e reexportação de mercadorias, mediante o fluxo único computadorizado de informações;

bb) «SICOEX»: designação abreviada de Sistema Integrado do Comércio Externo;

cc) «Território aduaneiro»: toda a extensão geográfica sobre a qual a República de Angola exerce a sua soberania.

ARTIGO 3º (REGRAS GERAIS SOBRE OS PRAZOS)

1. Na falta de disposição especial, é de cinco dias o prazo para os interessados requererem qualquer acto ou dili-

gência, deduzirem reclamações, interporem recursos ou exercerem qualquer outro direito ou faculdade legal.

2. O prazo para qualquer resposta conta-se sempre da notificação do acto a que se responde.

3. Salvo disposição legal em contrário, os prazos estabelecidos no presente diploma são contínuos.

4. Quando o prazo para a prática de determinado acto terminar o dia em que os serviços competentes estiverem

encerrados, transfere-se o seu termo para o primeiro dia útil seguinte.

CAPÍTULO II - REGISTO DE EXPORTADORES E IMPORTADORES

ARTIGO 4º (CRIAÇÃO DO REGISTO DE EXPORTADORES E DE IMPORTADORES)

É instituído, junto do Ministério do Comércio, o Registo de Exportadores e de Importadores, doravante referido de

forma abreviada por REI.

ARTIGO 5º (INSCRIÇÃO NO REGISTO DE EXPORTADORES E DE IMPORTADORES)

1. O pedido de inscrição no Registo de Exportadores e de Importadores — REI deve ser formulado em modelo pró-

prio a ser aprovado pelo Ministério do Comércio e instruído pelos interessados com os seguintes documentos,

quando exigíveis:

a) fotocópia autenticada do contrato de sociedade ou dos estatutos;

b) original da certidão actualizada do registo comercial, emitida há não mais de quinze dias em relação à

data do pedido de inscrição no Registo de Exportadores e de Importadores — REI;

c) fotocópia do alvará comercial ou do alvará industrial;

d) cópia autenticada do Documento de Arrecadação de Receitas — DAR, que comprove, consoante os

casos, o pagamento do imposto industrial ou o pagamento do imposto sobre o rendimento do trabalho

do ano anterior ao do pedido de inscrição no Registo de Exportadores e de Importadores — REI;

Page 43: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

39

e) fotocópia autenticada da Acta da Assembleia Geral da qual consta a designação dos membros do órgão

de administração ou do instrumento de representação;

f) fotocópia do cartão de contribuinte fiscal;

g) fotocópia do documento de identificação do representante legal do operador de comércio internacional

com legitimidade para apresentar o pedido de inscrição no Registo de Exportadores e de Importadores

— REI;

h) comprovativo da capacidade para realizar operações cambiais, emitido por uma instituição financeira

bancária domiciliada no território nacional.

2. Se o Ministério do Comércio deferir o pedido de inscrição no REI, emitirá um certificado comprovativo da inscri-

ção e atribuirá ao operador de comércio internacional um nome de usuário e uma senha de acesso ao Sistema

Integrado do Comércio Externo — SICOEX.

3. A inscrição no Registo de Exportadores e de Importadores — REI é activada de forma automática no momento

em que o operador de comércio internacional realize a primeira operação de importação, exportação ou reex-

portação em qualquer ponto conectado do Sistema Integrado do Comércio Externo — SICOEX.

ARTIGO 6º (REJEIÇÃO, SUSPENSÃO OU CANCELAMENTO DA INSCRIÇÃO

NO REGISTO DE EXPORTADORES E DE IMPORTADORES)

1. A inscrição no Registo de Exportadores e de Importadores — REI pode ser rejeitada, suspensa ou cancelada

nos casos em que o importador ou exportador seja punido, com decisão transitada em julgado, pela prática de

infracção fiscal, aduaneira, cambial ou relacionada com o comércio externo.

2. O cancelamento da inscrição que tenha fundamento na prática de infracção fiscal, aduaneira, cambial ou rela-

cionada com o comércio externo constitui facto impeditivo de nova inscrição pelo período de três anos a con-

tar da data em que haja sido decretado o cancelamento.

3. A inscrição no Registo de Exportadores e de Importadores — REI pode ser cancelada a pedido da entidade nele

inscrita.

ARTIGO 7º (ACTUALIZAÇÃO DE DADOS)

1. Os importadores e exportadores devem comunicar ao Ministério do Comércio quaisquer alterações de dados

a eles relativos, para efeitos de actualização do Registo de Exportadores e de Importadores — REI.

2. Até 31 de Janeiro ou 31 de Maio de cada ano, consoante os casos, devem os importadores e os exportadores

entregar ao Ministério do Comércio cópias autenticadas do Documento de Liquidação de Impostos — DLI e do

Documento de Arrecadação de Receitas — DAR que comprovem o pagamento do imposto sobre o rendimento

do trabalho ou do imposto industrial, respectivamente, referente ao ano anterior, para efeitos de fiscalização

do cumprimento das obrigações fiscais do importador ou do exportador e de avaliação da sua capacidade para

realizar operações cambiais.

DESPACHO PRESIDENCIAL Nº 265 / 10 - OPERAÇÕES DE MERCADORIAS

Page 44: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

40 POLÍTICA CAMBIAL - COLECTÂNEA DE NORMAS

ARTIGO 8º (ÂMBITO DO REGISTO)

1. A inscrição no Registo de Exportadores e de Importadores — REI é obrigatória.

2. Estão dispensadas de inscrição no Registo de Exportadores e de Importadores — REI as seguintes entidades:

a) missões religiosas e diplomáticas acreditadas na República de Angola;

b) organizações políticas e sindicais e organizações não governamentais sem fins lucrativos;

c) pessoas singulares relativamente a mercadorias destinadas ao seu uso pessoal ou da sua família, tal como

definidas nas Instruções Preliminares da Pauta Aduaneira dos Direitos de Importação e de Exportação;

d) instituições culturais, recreativas e de utilidade pública social, em relação a mercadorias destinadas

exclusivamente à prossecução do seu objecto estatutário;

e) pessoas que importem mercadorias sem valor comercial, tais como amostras gratuitas, catálogos ou

livros de instruções.

3. Sem prejuízo do disposto em outras disposições legais, as importações, exportações e reexportações realiza-

das pelas entidades referidas nas alíneas a), b)e d) do nº 2 ficam sujeitas ao regime de licenciamento automático.

ARTIGO 9º (NORMAS REGULAMENTARES DA INSCRIÇÃO NO

REGISTO DE EXPORTAÇÃO E DE IMPORTAÇÃO)

Compete ao Ministro do Comércio definir, através de decreto executivo, as normas regulamentares da inscrição no

Registo de Exportadores e de Importadores — REI, bem como os modelos dos formulários do pedido de inscrição,

do certificado comprovativo de inscrição no Registo de Exportadores e de Importadores — REI e de outros que se

revelem necessários.

CAPÍTULO III - SISTEMA INTEGRADO DO COMÉRCIO EXTERNO

ARTIGO 10º (CRIAÇÃO DO SISTEMA INTEGRADO DO COMÉRCIO EXTERNO)

1. É criado, junto do Ministério do Comércio, o Sistema Integrado do Comércio Externo, doravante designado de

forma abreviada por SICOEX.

2. O Sistema Integrado do Comércio Externo — SICOEX é um sistema informatizado que integra as actividades de

registo, acompanhamento e controlo das operações de importação, exportação e reexportação de mercado-

rias, mediante o fluxo único computadorizado de informações.

3. O Sistema Integrado do Comércio Externo — SICOEX está sujeito à tutela do Ministério do Comércio, cabendo

a esta entidade definir, após consulta às Alfândegas e ao Banco Nacional de Angola, as condições de acesso e

utilização do referido sistema informatizado por outras entidades públicas e privadas, bem como coordenar e

controlar tal acesso e utilização.

Page 45: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

41

ARTIGO 11º (ACESSO AO SISTEMA INTEGRADO DO COMÉRCIO EXTERNO)

1. Os importadores e os exportadores podem realizar operações no Sistema Integrado do Comércio Externo —

SICOEX desde que, estando inscritos no Registo de Exportadores e de Importadores — REI, hajam sido previa-

mente habilitados para o efeito pelo Ministério do Comércio.

2. Os bancos autorizados pelo Banco Nacional de Angola a realizar operações cambiais devem comunicar ao

Sistema Integrado do Comércio Externo — SICOEX, em nome e por conta dos importadores e exportadores

que representem, operações sujeitas a licenciamento, desde que para o efeito sejam previamente credencia-

dos pelo Ministério do Comércio.

3. Os órgãos da Administração Pública que tenham atribuições ou competências legais em matéria de comércio

externo devem ser credenciados pelo Ministério do Comércio para aceder ao Sistema Integrado do Comércio

Externo — SICOEX, para se pronunciarem sobre operações de comércio externo que se integrem em área de

sua competência, nomeadamente, em relação à:

a) certificação sanitária e fitossanitária das mercadorias importadas, exportadas ou reexportadas;

b) certificação das coberturas cambiais utilizáveis num determinado período;

c) cumprimento das disposições de direito aduaneiro.

4. O Banco Nacional de Angola, o Ministério dos Transportes, as Alfândegas e o Instituto Nacional de Estatística, por

força das suas atribuições legais, têm acesso imediato ao Sistema Integrado do Comércio Externo — SICOEX.

CAPÍTULO IV - LICENCIAMENTO DE IMPORTAÇÕES, EXPORTAÇÕES E REEXPORTAÇÕES

SECÇÃO I - DISPOSIÇÕES GERAIS

ARTIGO 12º (REGIMES DE LICENCIAMENTO)

1. São os seguintes os regimes de licenciamento:

a) dispensa de licenciamento;

b) licenciamento automático;

c) licenciamento não automático.

2. Sem prejuízo do disposto no artigo 14º, os procedimentos de licenciamento são aplicáveis a todas as mercado-

rias importadas para o território aduaneiro ou dele exportadas ou reexportadas, quer estejam ou não sujeitas a

inspecção pré-embarque.

DESPACHO PRESIDENCIAL Nº 265 / 10 - OPERAÇÕES DE MERCADORIAS

Page 46: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

42 POLÍTICA CAMBIAL - COLECTÂNEA DE NORMAS

ARTIGO 13º (FINALIDADES DO LICENCIAMENTO)

O licenciamento, consoante o seu carácter automático ou não automático, destina-se a:

a) controlar a origem e a qualidade das mercadorias importadas, exportadas ou reexportadas, designada-

mente, sob o ponto de vista sanitário, fitossanitário e de segurança alimentar;

b) garantir a efectiva aplicação das restrições de entrada e de saída de mercadorias no País;

c) permitir o acompanhamento estatístico das importações, exportações e reexportações;

d) facilitar o controlo da saída de divisas do País resultante das operações de importação;

e) facilitar o controlo da entrada no País de divisas resultantes das operações de exportação.

SECÇÃO II - DISPENSA DE LICENCIAMENTO

ARTIGO 14º (IMPORTAÇÕES, EXPORTAÇÕES E REEXPORTAÇÕES DISPENSADAS DE LICENCIAMENTO)

Não estão sujeitas a licenciamento:

a) a importação temporária de mercadorias sujeitas, por lei, a esse regime aduaneiro;

b) a importação de peças e acessórios abrangidos por contrato de garantia;

c) a importação de bens doados, excepto se forem usados;

d) a importação, exportação e reexportação de filmes cinematográficos cuja exploração comercial seja

permitida;

e) a importação de mercadorias necessárias à protecção dos interesses essenciais da segurança do País,

nomeadamente, armas, munições e material de guerra destinados, directa ou indirectamente, a asse-

gurar o aprovisionamento das Forças de Defesa e Segurança;

f) a importação, exportação e reexportação de materiais remetidos para o exterior para fins de testes, exa-

mes e/ou pesquisas, com finalidade industrial ou científica;

g) a importação, exportação e reexportação de amostras;

h) a importação, exportação e reexportação de mercadorias que sejam dispensadas de licenciamento por

expressa disposição legal.

Page 47: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

43

SECÇÃO III - LICENCIAMENTO AUTOMáTICO E NÃO AUTOMáTICO

SUBSECÇÃO I - DISPOSIÇÕES COMUNS

DIVISÃO I - TRAMITAÇÃO DO PEDIDO DE LICENÇA

ARTIGO 15º (PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÕES)

Nas importações, exportações e reexportações sujeitas a licenciamento automático e não automático, o operador

de comércio internacional deve prestar ao Sistema integrado do Comércio Externo — SICOEX, antes do embarque

da mercadoria no País de exportação ou em Angola, consoante os casos, as informações que lhe sejam solicitadas

pelo Ministério do Comércio, pelas Alfândegas, pelo Banco Nacional de Angola ou por outra entidade pública com

competência na matéria.

ARTIGO 16º (APRESENTAÇÃO DO PEDIDO DE LICENÇA)

1. O pedido de licença deve ser apresentado pelo importador ou exportador ao Ministério do Comércio, através

do Sistema Integrado do Comércio Externo — SICOEX, mediante a submissão do correspondente Documento

Único.

2. O importador ou exportador deve descrever, no correspondente campo do Documento Único, o tipo e a natu-

reza da mercadoria, usando para o efeito linguagem e terminologia claras e precisas, em conformidade com

a classificação pautal da mercadoria, de modo a facilitar a sua verificação e comparação com a factura de

aquisição.

3. É dispensada a descrição pormenorizada das peças sobressalentes que acompanham as máquinas e/ou equi-

pamentos importados, contanto que sejam observadas cumulativamente as seguintes condições:

a) as peças sobressalentes devem constar da mesma licença de importação relativa às máquinas e/ou equi-

pamentos a que tais peças se refiram, inclusive com o mesmo Código Pautal;

b) o valor das peças sobressalentes deve estar previsto na documentação relativa à importação e não pode

ultrapassar 10% do valor da máquina e/ou do equipamento a que respeitam.

ARTIGO 17º (MENÇÕES DO PEDIDO DE LICENÇA)

1. O pedido de licença deve ser formulado através da submissão pelo importador ou exportador ao Sistema

Integrado do Comércio Externo — SICOEX do correspondente Documento Único, preenchido de harmonia

com as notas explicativas do Guia do Utilizador, tal como se encontram definidas na legislação aplicável, nome-

adamente, no Decreto nº 75/02, de 15 de Novembro, do Conselho de Ministros, com os ajustes introduzidos

pelo Decreto executivo nº 117/06, de 11 de Agosto, do Ministério das Finanças.

DESPACHO PRESIDENCIAL Nº 265 / 10 - OPERAÇÕES DE MERCADORIAS

Page 48: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

44 POLÍTICA CAMBIAL - COLECTÂNEA DE NORMAS

2. O pedido de licença deve conter as seguintes menções colocadas nos respectivos campos do Documento

Único — DU:

a) Nome e endereço completo do consignador/exportador;

b) Código do consignador/exportador, devendo observar-se o seguinte:

i) em caso de preenchimento do Documento Único — DU para fins de exportação ou reexportação,

deve mencionar-se o número do Registo Geral de Contribuinte — RGC do exportador, atribuído pelo

Ministério das Finanças;

ii) em caso de preenchimento do Documento Único — DU para fins de importação, deve mencionar-se

as referências do exportador, atribuídas pelas Alfândegas de Angola.

c) Nome e endereço completo do consignatário/ /importador;

d) Código do importador, devendo observar-se o seguinte:

i) em caso de preenchimento do Documento Único — DU para fins de importação, deve mencionar-se

o número do Registo Geral de Contribuinte — RGC do importador, atribuído pelo Ministério das

Finanças;

ii) em caso de preenchimento do Documento Único — DU para fins de exportação/reexportação, o

campo 2a deve ficar em branco.

e) Porto de entrada/saída;

f) Peso bruto da mercadoria, expresso em quilogramas;

g) Forma de pagamento;

h) Local de embarque;

i) País de procedência da mercadoria;

j) Descrição e especificação da mercadoria, nomeadamente, quanto ao preço, qualidade, características

técnicas, comerciais, sanitárias e de segurança das mercadorias a importar ou a exportar;

k) Código pautal da mercadoria;

l) Quantidade da mercadoria;

m) País de origem da mercadoria;

n) Peso líquido da mercadoria, expresso em quilogramas;

o) Valor FOB;

p) Frete;

q) Seguro;

r) Outras despesas;

Page 49: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

45

s) Valor CIF;

t) Embalagem e acondicionamento.

3. As menções referidas no nº 2 podem ser periodicamente actualizadas por decreto executivo do Ministro das

Finanças, sob proposta do Ministro do Comércio, sempre que as necessidades do comércio o justificarem.

ARTIGO 18º (DOCUMENTOS A SEREM ANEXADOS AO PEDIDO DE LICENÇA)

Ao pedido de licença deve o importador ou exportador interessado anexar a factura pró-forma redigida em língua

portuguesa, da qual devem constar a data da sua emissão e validade, bem como as menções enunciadas nas alí-

neas a), c), e), f), g), h), i), j), k), l), m), n), o), p), q), r), s)e t) do nº 2 do artigo 17º

ARTIGO 19º (REGISTO DO PEDIDO DE LICENÇA)

1. O registo electrónico do pedido de licença e dos correspondentes documentos anexos, feito pelo importador

ou exportador no Sistema Integrado do Comércio Externo — SICOEX, constitui, para todos os efeitos legais,

registo do pedido de licença.

2. O importador ou exportador é responsável perante o Ministério do Comércio pela veracidade e exactidão das

informações constantes do pedido de licença e dos documentos anexos.

ARTIGO 20º (CORRECÇÃO DO PEDIDO DE LICENÇA)

1. Nenhum pedido de licença pode ser rejeitado com fundamento na existência de erros e ou omissões insignifi-

cantes na documentação, contanto que tais erros e omissões não alterem os dados essenciais nela contidos.

2. Quando se verifiquem erros e/ou omissões no preenchimento do pedido de licença ou inobservância de

procedimentos administrativos previstos para a operação de importação ou exportação das mercadorias, o

Ministério do Comércio deve registar, no próprio Sistema Integrado do Comércio Externo — SICOEX, uma adver-

tência ao importador ou exportador pela qual solicite a correcção de dados e/ou o suprimento de omissões.

3. Não obstante o disposto no nº 2, o Ministério do Comércio pode corrigir e ou completar, oficiosamente, os

dados declarados que não sejam exactos ou que estejam em falta.

4. O pedido de licença apresentado pode ser corrigido e ou completado, mediante solicitação do requerente

apresentado antes de ter sido proferida qualquer decisão pelo Ministério do Comércio e contanto que, estejam

preenchidas outras condições requeridas para o licenciamento.

5. Enquanto não se efectivar a correcção de dados e/ou o suprimento de omissões, os pedidos de licença inexac-

tos ou incompletos permanecerão pendentes e suspender-se-á o prazo para a sua análise.

6. São admitidas, sem a aplicação de qualquer sanção, as correcções de erros e o suprimento de omissões, con-

tanto que o requerente prove que tenha agido sem intenção fraudulenta.

DESPACHO PRESIDENCIAL Nº 265 / 10 - OPERAÇÕES DE MERCADORIAS

Page 50: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

46 POLÍTICA CAMBIAL - COLECTÂNEA DE NORMAS

7. Quando as inexactidões resultem de negligência inconsciente será aplicada ao requerente a pena de

advertência.

8. Em caso de fraude, é aplicável o disposto no artigo 51º

ARTIGO 21º (CANCELAMENTO DO PEDIDO DE LICENÇA)

1. O Ministério do Comércio pode autorizar, a pedido do requerente, o cancelamento ou a anulação de um

pedido de licença já apresentado e aceite, desde que tal pedido seja feito antes da conclusão do processo de

licenciamento.

2. O Sistema Integrado do Comércio Externo — SICOEX cancelará automaticamente o pedido de licença sempre

que o importador ou o exportador não proceda à correcção de dados e/ou ao suprimento de omissões no

prazo de dez dias a contar da data do registo da advertência feita pelo Ministério do Comércio.

3. O cancelamento do pedido de licença ou da licença implica igualmente o cancelamento dos correspondentes

anexos.

4. O cancelamento ou anulação do pedido de licença ou da licença não extingue a obrigação de pagamento das

taxas devidas ao Ministério do Comércio pelos serviços por este prestados nem exclui a aplicação das sanções

correspondentes às infracções praticadas.

ARTIGO 22º (NUMERAÇÃO DO PEDIDO DE LICENÇA)

1. O pedido de licença será numerado pelo Sistema Integrado do Comércio Externo — SICOEX, automática e

sequencialmente por ordem de apresentação.

2. A numeração é feita através da inscrição no campo 41 do Documento Único — DU do número do pedido de

licença de importação, exportação ou reexportação.

ARTIGO 23º (APRECIAÇÃO DO PEDIDO DE LICENÇA)

O pedido de licença deve ser analisado pelos órgãos administrativos que tenham competência legal para se pro-

nunciarem sobre o licenciamento, no prazo máximo de dois dias úteis a contar da data do registo do pedido de

licença.

ARTIGO 24º (CONSULTA DO PROCESSO DE LICENCIAMENTO)

Mediante consulta do Sistema Integrado de Comércio Externo — SICOEX, o importador ou o exportador poderá

obter, em qualquer momento, informações sobre a tramitação do seu pedido de licença.

ARTIGO 25º (SOLICITAÇÃO DE ESCLARECIMENTOS E DOCUMENTOS)

O Ministério do Comércio pode solicitar aos importadores e aos exportadores a entrega de documentos e a presta-

ção de informações adicionais que sejam considerados necessários para a efectivação do licenciamento.

Page 51: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

47

ARTIGO 26º (NOTIFICAÇÃO DA DECISÃO)

A decisão de concessão ou de não concessão de licença será tomada pelo Ministério do Comércio, que notificará

ao requerente através do Sistema Integrado do Comércio — SICOEX, no prazo máximo de cinco dias úteis a contar

da data do registo do pedido de licença.

ARTIGO 27º (CONCESSÃO DA LICENÇA)

1. Concedida a licença, o Ministério do Comércio restitui ao importador ou ao exportador o Documento Único

— DU, com o campo 41 devidamente preenchido, com excepção da via do referido documento destinada ao

Ministério do Comércio, que será por este arquivada para servir de base à reconciliação de dados e informa-

ções no termo do processo de importação, exportação e reexportação.

2. O número da licença inscrito no campo 41 do Documento Único — DU deve ser aposto pelo Sistema Integrado

do Comércio Externo — SICOEX, por meio electrónico, na correspondente factura pró-forma.

3. A via do Documento Único — DU e a cópia da factura pró-forma arquivadas pelo Ministério do Comércio fazem

prova plena quanto aos dados e informações neles contidos e quanto às declarações atribuídas ao importador

ou exportador.

4. As Alfândegas não devem proceder ao desalfandegamento das mercadorias cuja importação esteja sujeita a

licenciamento prévio nem ao processamento da declaração aduaneira para exportação se esta estiver sujeita

a licenciamento prévio, sem a apresentação pelo importador ou exportador da licença de importação ou

exportação emitida pelo Sistema Integrado do Comércio Externo — SICOEX nos termos referidos no presente

diploma.

5. Cada licença de importação, exportação ou reexportação só pode ser utilizada uma única vez na tramitação de

um único despacho aduaneiro.

6. Após a conclusão do despacho aduaneiro, as Alfândegas devem remeter ao Sistema Integrado do Comércio

Externo — SICOEX, por via electrónica, uma cópia do Documento Único — DU de forma a que as entidades

públicas competentes possam efectuar a reconciliação de dados e informações.

7. Com a remessa da cópia do Documento Único — DU a que se refere o nº 6, o Sistema Integrado do Comércio

Externo — SICOEX deve efectuar o cancelamento automático da licença utilizada, de forma a evitar uma nova

utilização.

ARTIGO 28º (NÃO CONCESSÃO DA LICENÇA)

O Ministério do Comércio deve negar autorização do licenciamento sempre que se verifique uma das seguintes

situações:

a) quando se verifiquem erros significativos em relação à documentação relativa à importação ou exporta-

ção em causa;

b) quando existam indícios de fraude ou de negligência por parte do importador, exportador ou seus

representantes.

DESPACHO PRESIDENCIAL Nº 265 / 10 - OPERAÇÕES DE MERCADORIAS

Page 52: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

48 POLÍTICA CAMBIAL - COLECTÂNEA DE NORMAS

ARTIGO 29º (FUNDAMENTAÇÃO DA DECISÃO DE NÃO CONCESSÃO DA LICENÇA)

1. Se o pedido de licença não for deferido, o Ministério do Comércio deve notificar ao requerente, por via electró-

nica, através do Sistema Integrado do Comércio Externo — SICOEX, as razões de facto e de direito que funda-

mentaram a decisão de não concessão da licença.

2. A fundamentação a que se refere o número anterior poderá ser feita através da exposição sucinta dos fun-

damentos de facto e de direito da decisão ou da mera declaração de concordância com os fundamentos de

anteriores pareceres, informações ou propostas que constituirão, neste caso, parte integrante do respectivo

acto.

ARTIGO 30º (IMPUGNAÇÃO DAS DECISÕES DA ENTIDADE LICENCIADORA)

O requerente pode reclamar da decisão de não concessão da licença ou dela interpor recurso nos termos gerais

de direito.

DIVISÃO II - VALIDADE E ALTERAÇÃO DO LICENCIAMENTO

ARTIGO 31º (PRAZO DE VALIDADE DAS LICENÇAS)

1. As licenças automáticas e não automáticas devem ser utilizadas no prazo de 60 dias a contar da data da sua

emissão.

2. Para os efeitos do presente artigo, entende-se por utilização da licença a prática de qualquer acto que traduza

a intenção de realizar a operação de comércio internacional em causa.

3. As licenças automáticas e não automáticas que não sejam utilizadas no prazo fixado no nº 1 caducam

automaticamente.

4. Verificada a caducidade das licenças, o SICOEX procederá ao seu cancelamento automático, devendo as insti-

tuições financeiras bancárias abster-se de proceder à liquidação cambial das operações de comércio interna-

cional em causa.

ARTIGO 32º (PRORROGAÇÃO DO PRAZO DE VALIDADE)

1. Os importadores e os exportadores podem requerer ao Ministério do Comércio a prorrogação do prazo fixado

no nº 1 do artigo 31º

2. O pedido de prorrogação do prazo a que se refere o número anterior deve ser devidamente fundamentado e

ser apresentado ao SICOEX até 15 dias antes do decurso do prazo fixado no nº 1 do artigo 31º

3. A falta de notificação da decisão sobre o pedido de prorrogação do prazo constitui presunção iniludível de

indeferimento tácito do pedido.

Page 53: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

49

ARTIGO 33º (ALTERAÇÃO DO LICENCIAMENTO)

1. Os importadores e os exportadores podem requerer ao Ministério do Comércio a alteração do licenciamento,

em qualquer modalidade, até ao embarque das mercadorias.

2. A alteração do licenciamento está sujeita a novo exame pelos órgãos administrativos que tenham competên-

cia legal para se pronunciarem sobre o licenciamento, cabendo ao Ministério do Comércio decidir a final sobre

a alteração do licenciamento.

3. Não devem ser autorizadas alterações que se traduzam numa modificação substancial da operação de comér-

cio internacional originalmente licenciada.

4. Se deferida, a alteração do licenciamento é efectuada mediante substituição, no Sistema integrado do

Comércio Externo — SICOEX, da licença anteriormente concedida, devendo o importador ou exportador devol-

ver ao Ministério do Comércio as vias do anterior Documento Único em seu poder e submetendo ao Sistema

Integrado do Comércio Externo — SICOEX um novo Documento Único — DU.

ARTIGO 34º (VARIAÇÕES DE VALOR, PESO OU qUANTIDADE)

1. As importações, exportações e reexportações que hajam sido licenciadas não podem ser recusadas devido a

variações insignificantes de valor, peso ou quantidade em relação ao valor, peso ou quantidade designados na

respectiva licença, sempre que tais variações sejam compatíveis com os usos do comércio.

2. Entende-se por variações insignificantes as que não divirjam, para mais ou para menos, em 5% do valor, peso

ou quantidade designados na respectiva licença.

DIVISÃO III - LIqUIDAÇÃO CAMBIAL DAS OPERAÇÕES LICENCIADAS

ARTIGO 35º (ENTIDADES AUTORIZADAS)

A liquidação cambial das operações de importação, exportação ou reexportação de mercadorias que hajam sido

licenciadas só pode ser efectuada por intermédio de instituições financeiras bancárias autorizadas pelo Banco

Nacional de Angola a exercer o comércio de câmbios em território nacional e devidamente registadas no Sistema

Integrado do Comércio Externo — SICOEX.

ARTIGO 36º (MODALIDADES DE LIqUIDAÇÃO CAMBIAL)

As modalidades de liquidação cambial serão definidas em diploma próprio aprovado pelo Banco Nacional de Angola.

ARTIGO 37º (PROCESSO DE LIqUIDAÇÃO CAMBIAL)

1. A realização, pelas instituições financeiras bancárias, de operações cambiais correspondentes à liquidação

de importação de mercadorias depende da verificação da concessão da licença de importação pelo Sistema

Integrado do Comércio Externo — SICOEX, devendo os importadores entregar às instituições financeiras ban-

DESPACHO PRESIDENCIAL Nº 265 / 10 - OPERAÇÕES DE MERCADORIAS

Page 54: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

50 POLÍTICA CAMBIAL - COLECTÂNEA DE NORMAS

cárias uma via do Documento Único que contenha a licença de importação concedida e devendo aquelas ins-

tituições aceder ao Sistema Integrado do Comércio Externo — SICOEX para efeitos de comprovação.

2. As instituições financeiras bancárias devem, em qualquer caso fornecer ao Sistema Integrado do Comércio

Externo — SICOEX o número dos documentos que conferem a titularidade das mercadorias, nomeadamente,

consoante os casos, do AWB ou do B/L, com referência ao correspondente número da licença de importação

das mercadorias e do Documento Único a que tais documentos se refiram.

3. O disposto nos números anteriores é aplicável, com as necessárias adaptações, às operações de exportação e

reexportação de mercadorias sujeitas a licenciamento.

ARTIGO 38º (LIqUIDAÇÃO CAMBIAL SUPERVENIENTE)

A liquidação cambial de operações licenciadas a efectuar depois do desalfandegamento ou do processamento da

declaração aduaneira para exportação deve ser requerida às instituições financeiras bancárias nos termos das ins-

truções reguladoras das operações de capitais.

ARTIGO 39º (UTILIZAÇÃO DAS DIVISAS ADqUIRIDAS)

1. É expressamente proibida a utilização de divisas adquiridas para efeitos de pagamento de importações na

prossecução de fins diversos dos que justificaram a sua atribuição.

2. Se a operação de importação licenciada não se realizar, deve o importador revender as divisas adquiridas a

uma instituição financeira bancária no prazo de cinco dias a contar da data em que se verifique o cancelamento

da licença de importação ou o conhecimento pelo importador da não realização da operação de importação,

sendo relevante para o cômputo do referido prazo o evento que ocorrer em primeiro lugar.

3. A venda de divisas deve ser notificada pelas instituições financeiras bancárias ao Sistema Integrado do

Comércio Externo — SICOEX com referência ao número da licença de importação e do Documento Único — DU

a que respeita a operação.

ARTIGO 40º (AUTORIZAÇÃO ESPECIAL DO BANCO NACIONAL DE ANGOLA)

A liquidação cambial de operações licenciadas de importação, exportação ou reexportação de mercadorias por

forma diversa da estabelecida nos artigos anteriores depende de autorização especial do Banco Nacional de

Angola, que será dada caso a caso e sempre com fundamento em razões ponderosas.

ARTIGO 41º (SUPERVISÃO E FISCALIZAÇÃO)

Compete ao Banco Nacional de Angola, no âmbito das suas competências, supervisionar e fiscalizar o cumpri-

mento das disposições legais aplicáveis à liquidação das operações de importação, exportação e reexportação de

mercadorias previstas no presente capítulo.

Page 55: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

51

SUBSECÇÃO II - LICENCIAMENTO AUTOMáTICO

ARTIGO 42º (NOÇÃO)

O licenciamento automático é a autorização concedida pelo Ministério do Comércio para a importação, exporta-

ção ou reexportação de mercadorias relativamente às quais não existe qualquer restrição de entrada ou saída do

País.

ARTIGO 43º (OPERAÇÕES SUJEITAS A LICENCIAMENTO AUTOMáTICO)

Estão sujeitas a licenciamento automático as operações de importação, exportação ou reexportação das merca-

dorias enumeradas no Sistema Integrado do Comércio Externo — SICOEX, nomeadamente:

a) a importação, exportação e reexportação de mercadorias sujeitas ao regime aduaneiro aplicável ao sector

petrolífero consagrado na Lei nº 11/04, de 12 de Novembro;

b) a importação, exportação e reexportação de mercadorias destinadas a projectos de investimento privado,

desde que devidamente aprovados pela Agência Nacional para o Investimento Privado;

c) a importação, exportação e reexportação de partes, peças e demais componentes aeronáuticos destinados à

manutenção de aeronaves das companhias de bandeira nacional;

d) a importação, exportação e reexportação de mercadorias constantes da lista a aprovar por decreto executivo

conjunto dos Ministros das Finanças e do Comércio.

ARTIGO 44º (ENTIDADES qUE PODEM SOLICITAR LICENÇAS AUTOMáTICAS)

Qualquer pessoa que cumpra os requisitos legais de que depende a realização de operações de importação, expor-

tação ou reexportação de mercadorias sujeitas a licenciamento automático pode solicitar e obter licenças automá-

ticas de importação, exportação ou reexportação.

ARTIGO 45º (APRESENTAÇÃO DO PEDIDO DE LICENÇA)

Os pedidos de licença podem ser apresentados em qualquer dia útil que anteceda o desalfandegamento ou o pro-

cessamento da declaração aduaneira para exportação das mercadorias em causa.

ARTIGO 46º (APROVAÇÃO DO PEDIDO DE LICENÇA)

Os pedidos de licença, quando apresentados de forma completa e adequada, devem ser aprovados no prazo

máximo de três dias úteis a contar da data da sua apresentação e registo no Sistema Integrado do Comércio

Externo — SICOEX.

DESPACHO PRESIDENCIAL Nº 265 / 10 - OPERAÇÕES DE MERCADORIAS

Page 56: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

52 POLÍTICA CAMBIAL - COLECTÂNEA DE NORMAS

SUBSECÇÃO III - LICENCIAMENTO NÃO AUTOMáTICO

ARTIGO 47º (NOÇÃO)

Os procedimentos não automáticos para licenciamento de importações, exportações e reexportações abrangem

todos os procedimentos que não se enquadrem no disposto na dispensa de licenciamento ou no licenciamento

automático, devendo ser aplicados na importação de mercadorias sujeitas ao sistema de contingentação ou a

qualquer outro tipo de restrições.

ARTIGO 48º (OPERAÇÕES SUJEITAS A LICENCIAMENTO NÃO AUTOMáTICO)

1. Estão sujeitas a licenciamento não automático pelo Ministério do Comércio, as operações de:

a) importação, exportação e reexportação de mercadorias enumeradas no Sistema Integrado do Comércio

Externo — SICOEX;

b) importação de mercadorias sujeitas ao sistema de contingentação ou a qualquer outro tipo de restrições;

c) importação de mercadorias destinadas a armazéns afiançados, armazéns gerais ou zonas francas;

d) importação, exportação e reexportação de mercadorias originárias de países com restrições constantes

de resoluções da ONU.

2. O Sistema Integrado do Comércio Externo — SICOEX deve conter a indicação dos órgãos responsáveis pelo

exame prévio do licenciamento não automático, por mercadoria.

ARTIGO 49º (PRAZO PARA DECISÃO)

1. O Ministério do Comércio deve proferir uma decisão sobre os pedidos de licenciamento não automático, que

lhe hajam sido apresentados, no prazo máximo de cinco dias úteis a contar da data da sua apresentação.

2. O prazo referido no nº 1 pode ser prorrogado, uma ou mais vezes, por decisão do Ministério do Comércio, sem-

pre que ocorram razões justificativas.

ARTIGO 50º (PRAZO DE VALIDADE DAS LICENÇAS DE IMPORTAÇÃO)

1. As licenças não automáticas de importação, exportação ou reexportação têm uma validade de 60 dias.

2. Não obstante o disposto no nº 1, o Ministério do Comércio pode fixar prazos de validade das licenças mais alar-

gados sempre que a distância em relação ao lugar de procedência ou de destino das mercadorias o justifique.

Page 57: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

53

CAPÍTULO V - DISPOSIÇÕES SANCIONATÓRIAS

ARTIGO 51º (SANÇÕES)

A violação do disposto no presente diploma será punida, consoante a natureza da infracção, nos termos da Lei nº

1/07, de 14 de Maio, da Lei nº 5/97, de 27 de Junho, do Código Aduaneiro, aprovado pelo Decreto Lei nº 5/06, de 4 de

Outubro, e ou de outras disposições legais que sejam aplicáveis à situação concreta.

ARTIGO 52º (DEVER DE INFORMAÇÃO)

O Ministério do Comércio, as Alfândegas e o Banco Nacional de Angola devem comunicar entre si todas as informa-

ções relativas à prática ou à suspeita de prática de infracções ao disposto no presente diploma.

CAPÍTULO VI - DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

ARTIGO 53º (APLICAÇÃO NO TEMPO)

As operações de importação, exportação e reexportação de mercadorias para ou de Angola que, à data da entrada

em vigor do presente diploma, já estejam em curso, com apresentação de mercadorias e ou de meios de transporte

às alfândegas, ficam sujeitas ao disposto na legislação que estava em vigor na data em que foram iniciadas as for-

malidades aduaneiras.

ARTIGO 54º (NORMAS COMPLEMENTARES)

O Ministro do Comércio, ouvidas as Alfândegas e o Banco Nacional de Angola, deve aprovar as normas complemen-

tares que garantam a efectiva aplicação do presente Decreto e a implementação dos procedimentos relevantes.

ARTIGO 55º (ALTERAÇÕES)

Todas as alterações que de futuro vierem a introduzir-se na matéria contida no presente diploma serão conside-

radas como fazendo parte dele e inseridas no lugar próprio, quer seja por meio de substituição de artigos alterados,

quer pela supressão de artigos inúteis ou pelo adicionamento dos que forem necessários.

ARTIGO 56º (REVOGAÇÃO)

É revogada, a partir da data da entrada em vigor do presente decreto, a legislação relativa às matérias nele reguladas,

bem como aquela que contrarie o que nele se dispõe, nomeadamente o Decreto nº 55/00, de 10 de Novembro.

ARTIGO 57º (DúVIDAS E OMISSÕES)

As dúvidas e omissões que se suscitarem na interpretação e aplicação das normas da Divisão III, relativa à Liquidação

Cambial das Operações Licenciadas, são resolvidas pelo Presidente da República.

DESPACHO PRESIDENCIAL Nº 265 / 10 - OPERAÇÕES DE MERCADORIAS

Page 58: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

54 POLÍTICA CAMBIAL - COLECTÂNEA DE NORMAS

ARTIGO 58º (ENTRADA EM VIGOR)

O presente diploma entra em vigor a partir de 1 de Janeiro de 2011.

Apreciado em Conselho de Ministros, em Luanda, aos 29 de Setembro de 2010.

Publique-se.

Luanda, aos 5 de Novembro de 2010.

O Presidente da República, José Eduardo dos Santos.

Page 59: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

55

INSTRUTIVO Nº 08 / 99, DE 21 DE MAIO

OPERAÇÕES DE MERCADORIAS

Com vista a estabelecer os procedimentos operacionais decorrentes das operações de mercadorias, em confor-

midade com o estipulado no decreto nº 31/98, de 18 de Setembro.

Tendo em conta a vantagem, para todos os intervenientes, na reunião num só diploma das normas reguladoras

destas operações, o Banco Nacional de Angola determina:

1 - OPERAÇÕES DE IMPORTAÇÃO

1.1 Na realização de operações cambiais respeitantes à importação de mercadorias, devem as instituições bancá-

rias, solicitar dos interessados que lhes sejam apresentados os seguintes documentos:

a) Carta do cliente solicitando a realização da operação, na qual conste o número do registo como importa-

dor e o número de contribuinte;

b) Original da correspondente factura proforma, válida por 90 dias, com as seguintes indicações:

• Banco do fornecedor

• o número da sua conta bancária

• o valor CIF da mercadoria

1.2 Ficam isentas de licenciamento as importações de .mercadorias cujo valor não exceda o equivalente a USD

5.000.00 (cinco mil dólares americanos).

1.3 A comunicação das correspondentes operações cambiais referidas nos números anteriores poderá ser reme-

tida ao Banco Nacional de Angola - Direcção de Supervisão Bancária, na forma em que esta venha a estabelecer.

2 -DAS FORMAS DE COBERTURA CAMBIAL

2.1 A cobertura cambial das operações referidas no artigo anterior poderá processar-se da seguinte forma:

a) Venda das divisas pela instituição bancária com base na taxa de câmbio acordada entre as partes;

b) Afectação de contas de depósitos em moeda estrangeira.

2.2 Para realização das operações referidas na anterior alínea b), se a conta em moeda estrangeira estiver numa ins-

tituição bancária domiciliada no País o titular da conta em moeda estrangeira deverá ter em depósito no mínimo

o valor igual à operação que pretende realizar, cabendo ao banco operador cativar os recursos aquando da soli-

citação do cliente.

2.3 Fica dispensada a emissão de qualquer documento por parte do Banco Nacional de Angola ou das instituições

bancárias, para efeitos de licenciamento .

Page 60: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

56 POLÍTICA CAMBIAL - COLECTÂNEA DE NORMAS

3 -DA LIqUIDAÇÃO DAS OPERAÇÕES

3.1 Para cumprimento do disposto no nº 1 do artigo 19º do decreto nº 31/98, de 18 de Setembro, as instituições ban-

cárias só poderão proceder à transferência das divisas para o exterior, mediante a apresentação dos seguintes

elementos:

a) Documento alfandegário que a mercadoria já se encontre no País;

b) Comprovativo da expedição da mercadoria, (conhecimento de embarque, carta de porte aéreo, etc.),

caso a modalidade de pagamento contratada com o exportador estabeleça esta condição;

c) Certificado de inspecção da mercadoria ;

d) Exemplar “E” do boletim de registo de importação;

3.2 As instituições bancárias intervenientes nas operações previstas na alínea a) do anterior número 2.1, devem

efectuar a operação inversa, procedendo à compra das divisas à taxa de câmbio vigente no dia da operação

inicial e registando-as de molde a afectar a sua posição cambial ; se, 90 dias após o início da operação, não for

apresentada pelo importador a documentação referida no número anterior.

4 -DO DOCUMENTO COMPROVATIVO

4.1 Passados 30 dias da data prevista para a entrada da mercadoria no território nacional, deverão as instituições

bancárias solicitar ao importador o respectivo documento comprovativo, designadamente o Mod. 23, caso

este ainda não tenha sido entregue. Este documento poderá ser provisoriamente substituído pelo exemplar “B”

do BRI desde que, emanado pela autoridade aduaneira.

4.2 Trimestralmente as instituições bancárias enviarão ao Banco Nacional de Angola - Direcção de Supervisão

Bancária, a lista das entidades em incumprimento ao disposto no número anterior.

5 -DAS OPERAÇÕES DE EXPORTAÇÃO

5.1 Na realização de operações cambiais respeitantes à exportação de mercadorias, devem as instituições bancá-

rias solicitar aos interessados que lhes sejam apresentados os seguintes documentos:

a) Cópia da correspondente factura;

b) Exemplar “E” do boletim de registo de exportação;

c) Comprovativo da exportação da mercadoria.

5.2 A comunicação das operações cambiais referidas no número anterior) deverá ser remetida ao Banco Nacional

de Angola - Direcção de Supervisão Bancária, na forma que esta vier a estabelecer.

5.3 A liquidação das operações de exportação ou reexportação só pode efectuar-se por intermédio de uma institui-

ção bancária domiciliada em território nacional.

Page 61: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

57

6 - DAS OPERAÇÕES ESPECIAIS

Os pedidos para a liquidação das operações a seguir enumeradas devem ser formulados à instituição bancária, por

carta a acompanhar os elementos justificativos do pedido, que os enviará ao Banco Nacional de Angola:

6.1 LIQUIDAÇAO RESPEITANTE A AJUSTAMENTOS DE VALOR DE MERCADORlAS JÁ DESALFANDEGADAS

Os pedidos respeitantes a transferências para o exterior decorrentes de diferença no peso, quantidade, quali-

dade, preço, análises laboratoriais e erros de facturação devem ser acompanhados de:

a) TRANSFERÊNCIAS AUTÓNOMAS PARA O ESTRANGEIRO

• Carta do ordenador de que conste o valor a transferir, o nome do beneficiário e motivo do pagamento;

• Factura ou documento comprovativo da importância a liquidar;

• Correspondência trocada entre os intervenientes acerca da reclamação apresentada;

• Cópia da factura da mercadoria;

• Exemplar “E” do boletim de importação anotado pela operação cambial efectuada na liquidação da

mercadoria.

b) LIQUIDAÇÃO POR DEDUÇÃO

Tratando-se de exportação de mercadoria ainda não liquidada, aceita-se que a regularização de impor-

tâncias devidas pelos referidos ajustamentos de valor, seja efectuada por dedução ao produto de

cobranças sobre o estrangeiro, devendo nestes casos, o processo ser constituído por:

• Carta do ordenador com indicação do valor a transferir, o nome do beneficiário estrangeiro e motivo do

pagamento;

• Factura ou documento comprovativo da importância a liquidar,

• Cópia da correspondência trocada sobre a operação com o importador; .

• Cópia da factura da mercadoria exportada;

• Cópia do exemplar “E” do boletim de exportação, anotado com a operação cambial principal e com o

valor do ajustamento.

6.2 LIQUIDAÇÃO DE MERCADORIAS ENTRADAS EM DEPÓSITO FRANCO

6.2.1 Os pedidos relativos a transferências para o estrangeiro do pagamento de mercadorias entradas em

depósito franco devem conter o documento alfandegário comprovativo da entrada da mercadoria em

depósito franco

6.2.2 Sempre que a liquidação da mercadoria se efectue antes de emitido o documento referido no número

anterior, os processos deverão conter ainda um dos seguintes elementos:

a) Cópia do pedido de abertura de crédito documentário negociável contra a apresentação de docu-

mento de expedição da mercadoria ou carta de remessa incluindo tal documento, se a liquidação

se processar por uma destas vias;

INSTRUTIVO Nº 08 / 99 - OPERAÇÕES DE MERCADORIAS

Page 62: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

58 POLÍTICA CAMBIAL - COLECTÂNEA DE NORMAS

b) Documento comprovativo da expedição da mercadoria;

c) Documento comprovativo de que a mercadoria já se encontra no País.

6.2.3 Sempre que a liquidação ocorra em prazo superior a um ano a contar da data do desalfandegamento,

deverão ser observadas as disposições reguladoras das operações de capitais.

6.3 INDEMNIZAÇÕES POR DEFICIENTE QUALIDADE DE MERCADORIAS EXPORTADAS

Os pedidos relativos à liquidação de indemnizações reclamadas por importadores no estrangeiro, por defici-

ência de quantidade, qualidade, devem obedecer ao seguinte:

6.3.1 TRANSFERÊNCIAS AUTÓNOMAS, por motivos de a mercadoria exportada já se encontrar integralmente

liquidada.

Documentos necessários para a instrução do processo:

a) Carta do ordenador, explicativa do pagamento a efectuar, indicando o valor a transferir, o nome do

beneficiário estrangeiro e motivo do pagamento;

b) Factura ou cópia de documento comprovativo da importância a liquidar;

c) Cópia da correspondência trocada com o importador da mercadoria acerca da reclamação apre-

sentada, na qual conste o destino dado ou a dar à mercadoria;

d) Cópia da factura da mercadoria exportada;

e) Cópia do documento bancário comprovativo de que o valor da mercadoria exportada foi transfe-

rido para o país;

f) Cópia do boletim de exportação.

6.3.2 INDEMNIZAÇÃO POR DEDUÇÃO NO PRODUTO - cobrança de exportação

Documentos que devem acompanhar o pedido:

a) Cópia da carta do ordenador a transmitir instruções ao seu banco para proceder à dedução;

b) Os elementos constantes das alíneas b), c), d), e) e i), do número anterior.

6.3.3 Quando a mercadoria, objecto de reclamação, tenha voltado ou retorno à posse do exportador, nos ele-

mentos de informação deve constar que a mercadoria em causa já regressou ou regressará ao País, ou

que, pelo” contrário já foi ou será colocada noutro cliente estrangeiro.

6.3.4 Tratando-se de indemnização por dedução a que alude o nº 6.3.2 a importância a anotar pelas institui-

ções de crédito no exemplar “E” dos boletins de exportação será a correspondente ao produto líquido

da cobrança da exportação. Desta anotação constará também o valor da indemnização e a menção de

que a mesma foi liquidada por dedução.

Page 63: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

59

6.4 PRESTAÇÃO DE AVAL BANCÁRIO EM EFEITOS COMERCIAIS

Os pedidos de prestação de aval bancário em efeitos comerciais relativos à importação ou exportação de mer-

cadorias devem conter os elementos seguintes:

a) Carta que o importador ou reexportador dirige à instituição bancária;

b) Factura comercial;

c) Exemplar “E” do boletim de importação ou reexportação e, no caso do boletim ter sido rectificado, o cor-

respondente exemplar ‘IE’.

6.5 GARANTIAS E CONTRAGARANTIAS BANCÁRIAS

6.5.1 Os pedidos de emissão de garantias a prestar em nome de um residente cambial a favor de um não resi-

dente, para operações de mercadorias, devem ser acompanhados dos seguintes elementos:

a) Cópia da carta do agente económico, indicando o valor da garantia, nome e domicílio da entidade

beneficiária e motivos que justificam a prestação da garantia;

b) Indicação do nome e domicílio do banco no estrangeiro, caso haja intervenção deste na prestação

da garantia;

c) Minuta do contrato de garantia;

d) Cópia do boletim de importação ou de exportação, sempre que a operação esteja sujeita a

licenciamento;

e) Cópia do caderno de encargos, da proposta do contrato ou documento equivalente, se se tratar

de prestação de garantia para efeitos de admissão a concurso, aberto no estrangeiro, para o for-

necimento de mercadorias. Tratando-se de documentação volumosa, admite-se a apresenta-

ção apenas da parte que inclua o objecto do concurso, condições de pagamento e prestação de

garantias.

6.5.2 Se se tratar de garantia bancária a prestar a favor de um residente em . nome de um não residente contra-

garantida do exterior, os pedidos devem ser instruídos com os seguintes elementos:

a) Valor da garantia e da contragarantia;

b) Nome e domicílio da entidade não residente, em nome da qual a garantia será prestada;

c) Nome e domicílio da entidade residente beneficiada;

d) Nome e domicílio da entidade não residente que oferece a contragarantia;

e) Indicação dos fins a que se destina a garantia;

f) Cópia do boletim de exportação ou importação, sempre que a operação esteja sujeita a

licenciamento;

g) Cópia do projecto da contragarantia;

h) Cópia da minuta da garantia prestada.

INSTRUTIVO Nº 08 / 99 - OPERAÇÕES DE MERCADORIAS

Page 64: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

60 POLÍTICA CAMBIAL - COLECTÂNEA DE NORMAS

6.5.3 Nos casos de garantia bancária a prestar a favor de um residente em nome de outro residente, a pedido

e sob responsabilidade de entidade não residente, contragarantida no exterior, os pedidos de autoriza-

ção devem ser acompanhados dos elementos referidos no número anterior, com excepção do referido

na alínea b) e ainda com indicação do nome e domicílio do não residente responsável pela prestação da

contragarantia, nome e domicílio do residente em nome do qual a garantia será prestada.

6.5.4 Os pedidos de prestação de garantias destinadas à participação em concursos para o fornecimento de

mercadorias ( bid bond ) dispensam a apresentação dos boletins de importação ou exportação. )

6.5.5 A moeda de emissão das garantias deverá ser uma das admitidas pelas directivas monetárias.

6.5.6 A execução de garantias ou de contragarantias, em que um dos intervenientes seja não residente, está

sujeita às disposições aplicáveis às operações de capitais.

6.5.7 Integram-se no âmbito das presentes instruções as garantias e, bem assim, como as correspondentes

contragarantias referentes a operações de mercadorias, nomeadamente as seguintes:

a) Admissão a concurso para o fornecimento de mercadorias ( bid bond );

b) Bom cumprimento ao prazo estipulado para o pagamento da mercadoria;

c) Caucionamento de pagamentos ou recebimentos antecipados do valor de mercadorias;

d) Caucionamento do valor de mercadorias a desalfandegar em regime de importação ou exporta-

ção temporária;

e) Boa execução de contrato de fornecimento de mercadorias (performance bond).

6.6 LIQUIDAÇÃO DE MERCADORIAS IMPORTADAS EM REGIME TEMPORÁRIO

6.6.1 Os pedidos formulados à instituição bancária para a liquidação de mercadorias importadas em regime

temporário devem conter os seguintes elementos:

a) Carta do importador;

b) Factura comercial;

c) Documento comprovativo da regularização dos direitos aduaneiros.

6.6.2 No caso de a liquidação ser realizada para além de um ano a contar da data do desalfandegamento devem

observar-se as disposições reguladoras das operações de capitais.

6.7 LIQUIDAÇÃO DE MERCADORIAS DESTINADAS A ARMAZÉNS ALFÂNDEGADOS

6.7.1 Os pedidos relativos à liquidação de mercadorias entradas em armazéns alfandegados ou afiançados

devem conter os elementos seguintes:

a) Carta do agente económico a solicitar a realização do pagamento;

b) Factura referente à mercadoria a liquidar;

c) Documento comprovativo da entrada da mercadoria no respectivo entreposto aduaneiro.

Page 65: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

61

6.7.2 Quando a liquidação da mercadoria seja efectuada para além de um ano a contar da data do desalfande-

gamento, devem observar-se as disposições reguladoras das operações de capitais.

7- NORMA REVOGATÓRIA

Ficam revogados os instrutivos nº. 4/95, de 28 de Junho e no nº.3/96, de 28 de Junho, bem como as demais instru-

ções que contraria o presente instrutivo.

8 - DúVIDAS

Quaisquer dúvidas relacionadas com o presente instrutivo devem ser apresentadas à Direcção de Capitais e

Transacções Correntes do Banco Nacional de Angola, para esclarecimento.

9 - ENTRADA EM VIGOR

O presente instrutivo entra imediatamente em vigor.

Publique-se.

Luanda, 21 de Maio de 1999

O Governador

Aguinaldo Jaime

INSTRUTIVO Nº 08 / 99 - OPERAÇÕES DE MERCADORIAS

Page 66: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização
Page 67: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

63

DECRETO Nº 21 / 98, DE 24 DE JULHO

OPERAÇÕES DE INVISÍVEIS CORRENTES

Havendo necessidade de regulamentar a Lei nº 5/97, de 27 de Junho, relativamente às operações de invisíveis cor-

rentes, em conformidade com o consignado no seu artigo 18º.

Nestes termos, ao abrigo das disposições conjugadas da alínea h) do artigo 110º e do artigo 113º, ambos da Lei

Constitucional, o Governo decreta o seguinte:

CAPÍTULO I - PRINCÍPIOS GERAIS

ARTIGO 1º (DEFINIÇÃO)

1. Consideram-se operações de invisíveis correntes as transações, serviços e transferências indicadas em anexo

a este diploma, quando se efectuem entre o território nacional e o estrangeiro ou entre residentes e não resi-

dentes em território nacional.

2. Mediante aviso do Banco Nacional de Angola, podem ser introduzidas alterações no anexo ao presente decreto.

ARTIGO 2º (PRINCÍPIO GERAL)

1. As operações de invisíveis correntes referidas no artigo anterior ficam sujeitas a autorização do Banco Nacional

de Angola, podendo este delegar tal competência em instituições de crédito autorizadas a exercer autorizadas

a exercer o comércio de câmbios.

2. Nenhuma operação de invisíveis correntes será liquidada sem que o beneficiário dos serviços certifique terem

sido efectivamente prestados os correspondentes serviços.

ARTIGO 3º (EXCEPÇÕES)

Mediante aviso do Banco Nacional de Angola e quando a natureza das operações ou da actividade económica o

justificar, mas sempre sem prejuízo do disposto no nº 1 do artigo 8º deste decreto, poderão ser isentas de autoriza-

ção determinadas operações de invisíveis correntes e bem assim a celebração de contratos ou a prática de actos

donde resultem as mesmas operações.

CAPÍTULO II - LICENCIAMENTO

ARTIGO 4º (LICENÇAS)

1. A autorização a que se refere o artigo 2º é concedida mediante a emissão de uma licença em 3 exemplares

marcados de A a C, que poderão ser desdobrados.

Page 68: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

64 POLÍTICA CAMBIAL - COLECTÂNEA DE NORMAS

2. Os exemplares A e B destinam-se ao interessado e o exemplar C ao serviço licenciador.

3. Da licença devem constar os limites e quando for caso disso, as condições da autorização.

ARTIGO 5º (LICENÇAS GLOBAIS)

Quando a natureza da actividade dos interessados o exigir, podem ser concedidas autorizações para entradas por

importâncias globais, desde que referentes à mesma rubrica do anexo do presente decreto e por períodos deter-

minados não superiores a 180 dias.

ARTIGO 6º (PRAZO DE VALIDADE)

1. O prazo de validade das licenças é de 90 dias a contar da data da sua emissão.

2. Pode ser concedido prazo superior ao do número anterior, se tal se justificar pela natureza ou característica da

operação ou em virtude de outras circunstâncias.

3. Ocorrendo razões que o justifiquem e desde que os interessados o requeiram dentro do respectivo prazo de

validade, poderão também ser prorrogadas, uma ou mais vezes, as licenças que não tenham sido utilizadas

total ou parcialmente.

4. Nas hipóteses previstas nos nºs 2 e 3 do presente artigo, não pode exceder-se nunca o prazo total de 180 dias.

5. Decorrido o prazo do número anterior, a liquidação só poderá efectuar-se mediante autorização especial do

Banco Nacional de Angola, à qual deverá ser requerida nos termos das disposições reguladoras das operações

de capitais, quando se tratar de operações de leasing ou transferências de dividendos vencidos.

ARTIGO 7º (DEVOLUÇÃO DOS EXEMPLARES)

Expirado o prazo de validade das licenças e não tendo sido utilizadas total ou parcialmente devem ser devolvidas a

entidade licenciadora os exemplares em poder dos seus titulares, no prazo de 5 dias.

CAPÍTULO III - LIqUIDAÇÃO CAMBIAL

ARTIGO 8º (LIqUIDAÇÃO)

1. A liquidação das operações de invisíveis correntes só poderá efectuar-se por intermédio de instituições auto-

rizadas a exercer o comércio de câmbios.

2. Para efeitos de liquidação deve o interessado apresentar o exemplar B da licença dentro do respectivo prazo

de validade, sendo o mesmo exemplar devidamente anotado pela instituição de crédito e remetido por esta ao

Banco Nacional de Angola na data da utilização ou no dia útil imediato.

3. Não sendo a licença utilizada na totalidade, a instituição de crédito deve comunicar ao Banco Nacional de

Angola, em impresso próprio e no prazo consignado no número anterior, as utilizações parciais.

Page 69: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

65

ARTIGO 9º (INSTRUÇÕES MONETáRIAS)

As operações de invisíveis correntes devem ser efectuadas em moeda constante das instruções monetárias.

ARTIGO 10º (LIqUIDAÇÃO SUJEITA A AUTORIZAÇÃO ESPECIAL)

Depende de autorização especial do Governador do Banco Nacional de Angola, a liquidação de operações de invisí-

veis correntes por forma diversa da estabelecida no artigo 8º, bem como em moeda diversa das mencionadas nas

directivas monetárias a que se refere o artigo anterior.

ARTIGO 11º (UTILIZAÇÃO DAS DIVISAS ADqUIRIDAS)

1. As divisas atribuídas ao titular da licença não podem ser utilizadas por forma ou com fim diverso daquele para

que foi concedida a mesma autorização.

2. Quando não chegue a efectuar-se o pagamento ao exterior, as divisas devem ser revendidas a uma instituição

de crédito autorizada a exercer o comércio de câmbios no prazo de 5 dias a contar do termo da validade da

licença.

3. Quando as divisas provenham do exterior devem ser vendidas a uma instituição de crédito autorizada a exer-

cer o comércio de câmbios no prazo de 5 dias a contar da sua recepção ou o mais tardar dentro do prazo da

validade da licença.

4. Mediante autorização do Banco Nacional de Angola, poderão deduzir-se ao valor total das operações que

envolvam pagamentos do exterior as importâncias de comissões, despesas e outros encargos legítimos ine-

rentes às mesmas operações, desde que devidamente documentados.

ARTIGO 12º (PAGAMENTO AO EXTERIOR)

1. Tendo de efectuar-se pagamentos ao exterior, devem as entidades licenciadoras referidas no nº 1 do artigo 2º

do presente diploma certificar-se de que os mesmos pagamentos são efectivamente devidos e para o efeito

podem exigir as informações e provas consideradas úteis.

2. Tratando-se de transferências para o exterior de rendimentos de capitais, apenas serão considerados os de

capitais legalmente importados e aplicados no território nacional ou de rendimentos reaplicados de capitais

importados.

3. Entende-se por legalmente importados os capitais entrados no país de acordo com as disposições vigentes à

data da sua importação.

DECRETO Nº 21 / 98 - OPERAÇÕES DE INVISÍVEIS CORRENTES

Page 70: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

66 POLÍTICA CAMBIAL - COLECTÂNEA DE NORMAS

CAPÍTULO IV - DISPOSIÇÕES FINAIS

ARTIGO 13º (REVOGAÇÃO)

Fica revogada toda a legislação que contrarie o disposto no presente decreto, designadamente o Decreto nº 13/89,

de 29 de Abril.

ARTIGO 14º (DúVIDAS E OMISSÕES)

As dúvidas e omissões suscitadas pela interpretação e aplicação do presente decreto serão resolvidas pelo Banco

Nacional de Angola.

ARTIGO 15º (BANCO CENTRAL)

As referências ao Banco Nacional de Angola contidas no presente decreto devem ser entendidas como referidas

ao Banco Central.

ARTIGO 16º (ENTRADA EM VIGOR)

O presente decreto entra imediatamente em vigor.

Visto e aprovado pelo Conselho de Ministros.

O Primeiro Ministro, Fernando José de França Dias Van-Dúnem.

Promulgado aos 17 de Junho de 1998.

Publique-se.

O Presidente da República, José Eduardo dos Santos.

Page 71: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

67

ANEXO A qUE SE REFERE O PONTO 1 DO ARTIGO 1º - OPERAÇÕES DE INVISÍVEIS CORRENTES

CLASSE 1 (TRANSPORTES)

1. Fretes aéreos, marítimos, fluviais ou terrestres relativos a mercadorias.

2. Afretamento de navios, aeronaves ou de qualquer outro material de transporte.

3. Passagens aéreas, marítimas, fluviais ou terrestres, incluindo os portes de bagagens e separados de bagagens.

4. Receitas ou despesas portuárias ou aeroportuárias de abastecimento ou outras, como sejam as respeitantes

ao abastecimento de navios e aeronaves, a taxas de serviço de portos e aeroportos e as cargas ou descargas

de mercadorias.

5. Receitas ou despesas alfandegárias e de armazenagem de mercadorias e separados de bagagens.

6. Lucros ou encargos relativos ao trânsito de mercadorias.

7. Reparações de navios e aeronaves ou de qualquer outro material de transporte.

8. Reclassificação ou conversão de navios de qualquer outro material de transporte.

9. Outras receitas ou despesas relativas a transportes e de natureza semelhante a das anteriores, como sejam

as respeitantes a encargos com equipagens de navios e aeronaves ou condutores de outro material circulante,

com a circulação de veículos automóveis ou como o seu estacionamento ou garagens ou instalações similares,

bem como os relacionados com a circulação e transporte de mercadorias.

CLASSE 2 (SEGUROS)

1. Prémios e indemnizações de seguros ou resseguros relativos ao trâfego de mercadorias.

2. Prémios e indemnizações de seguros ou resseguros referentes ao transporte de bagagens e separados de

bagagens.

3. Prémios e indemnizações de seguros ou resseguros relativos a material de transporte.

4. Prémios e indemnizações de outros seguros ou resseguros, com excepção das prestações devidas por segu-

radoras em relação com contrato de seguros directos de vida a menos que se trate da liquidação de pensões e

rendas devidas pelos mesmos seguradores.

CLASSE 3 (VIAGENS)

1. Despesas de viagens e estadias de turistas.

2. Viagens de negócios, serviço, estudo, saúde ou por motivos familiares.

DECRETO Nº 21 / 98 - OPERAÇÕES DE INVISÍVEIS CORRENTES

Page 72: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

68 POLÍTICA CAMBIAL - COLECTÂNEA DE NORMAS

CLASSE 4 (RENDIMENTO DE CAPITAIS)

1. Lucros de sucursais ou agências de empresas transportadoras.

2. Dividendos e outros rendimentos das participações no capital social de quaisquer empresas.

3. Juros de títulos de dívida ou privada.

4. Juros de empréstimos de depósitos à ordem, com pré-aviso ou a prazo e de outros créditos, qualquer que seja

a sua natureza.

5. Rendas de prédios rústicos ou urbanos.

6. Lucros resultantes da execução da contratos de empresas construtoras.

7. Outros lucros resultantes da exploração de empresas não indicados nos números precedentes.

CLASSE 5 (COMISSÕES E CORRETAGENS)

1. Comissões e corretagens comerciais.

2. Comissões e corretagens devidas por operações de bolsa de fundos.

3. Comissões e despesas bancárias, como sejam prémios de desconto, de transferência ou de cobrança, comis-

sões de guarda de valores e taxas de aluguer de cofres-portes.

4. Outras comissões e despesas de natureza semelhante às anteriores.

CLASSE 6 (DIREITOS DE PATENTE, MARCAS, ETC.)

1. Despesas com o registo de patentes, marcas, modelos desenhos e inventos.

2. Direitos de autor.

3. Direitos de licença ou cessão de patentes, marcas, modelos, desenhos ou inventos.

CLASSE 7 (ENCARGOS ADMINISTRATIVOS, DE EXPLORAÇÃO E OUTROS)

1. Receitas e encargos de exploração e comerciais, incluindo os de empresas de transportes aéreos ou de outras

empresas transportadoras não contados em outras classes de invisíveis correntes.

2. Liquidações periódicas das contas das administrações dos Correios e Telecomunicações, bem como de quais-

quer empresas de transporte colectivo ou de comunicações.

3. Despesas com reparação, montagem ou transformação de mercadorias.

4. Despesas resultantes de assistência técnica prestada à produção e à comercialização de quaisquer mercado-

rias, como sejam as de consulta e deslocação de peritos, de elaboração de planos, de controlos de fabrico, de

estudos de mercado e de formação de pessoal diverso.

Page 73: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

69

5. Despesa de representação e publicidade.

6. Participações de agências e sucursais nos encargos gerais das sedes sociais e vice-versa.

7. Constituição de cauções e outros encargos de empresas construtoras.

8. Despesas de aluguer e outras relativas a filmes impressionados.

9. Despesas de reparação e conservação de prédios urbanos.

10. Reembolsos relativos a anulação de contratos e a pagamentos indevidos.

11. Outras receitas, despesas ou reembolsos de natureza semelhante a dos anteriores.

CLASSE 8 (SALáRIOS E OUTRAS DESPESAS POR SERVIÇOS PESSOAIS)

1. Salários, vencimentos, honorários e gratificações devidos por quaisquer pessoas singulares ou colectivas em

virtude de serviços prestados.

2. Quotização para instituição de previdência social.

3. Indemnizações de seguros sociais, pensões e rendas devidas por instituições de previdência social.

CLASSE 9 (OUTROS SERVIÇOS E PAGAMENTOS DE RENDIMENTOS)

1. Assinatura de revistas, jornais e outras edições.

2. Quotizações para sociedades científicas, culturais, desportivas e de recreio.

3. Prémios científicos, literários e artísticos e de prémios e ganhos desportivos.

4. Receitas e encargos resultantes da prestação de outros serviços ou correspondentes a outros rendimentos

que pela sua natureza não estejam abrangidos pelas classes precedentes e respectivos números.

CLASSE 10 (TRANSFERÊNCIAS PRIVADAS)

1. Pensões e rendas estabelecidas a favor de ou por quaisquer residentes.

2. Salários e outras remunerações de migrantes a favor de familiares seus para efeitos de manutenção.

3. Subsídios e remessas de auxílio familiar com carácter acidental.

4. Outras transferências de natureza análoga a das anteriores, com carácter permanente ou acidental, como

sejam donativos e subsídios concedidos por instituições de assistência social e bolsa de estudo outorgadas

por sociedades culturais.

DECRETO Nº 21 / 98 - OPERAÇÕES DE INVISÍVEIS CORRENTES

Page 74: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

70 POLÍTICA CAMBIAL - COLECTÂNEA DE NORMAS

CLASSE 11 (ESTADO E PESSOAS DE DIREITO PúBLICO)

1. Emolumentos e despesas consulares.

2. Encargos com representações diplomáticas.

3. Contribuições periódicas ou acidentais por pessoas de direito público para instituições e organismos nacionais,

estrangeiros ou internacionais de qualquer natureza.

4. Impostos, taxas, multas, despesas judiciais e indemnizações legais.

5. Liquidação de pensões e rendas por pessoa de direito público.

6. Despesas de carácter militar, com excepção das correspondentes de importações ou exportações de equipa-

mentos e outro material militar.

7. Despesas de aluguer, reparação ou consertação de imóveis por pessoas de direito público.

8. Outras despesas e transferências de ou a pessoas de direito público de natureza análoga a das anteriores.

O Primeiro Ministro, Fernando José de França Dias Van-Dúnem.

O Presidente da República, José Eduardo dos Santos.

Page 75: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

71

INSTRUTIVO Nº 01 / 06, DE 06 DE JANEIRO

OPERAÇÕES DE INVISÍVEIS CORRENTES

Através do Instrutivo nº 04/03, de 7 de Fevereiro foram estabelecidos os procedimentos operacionais decorrentes

das transacções que se enquadram na categoria de invisíveis correntes, previstos no Decreto nº 21/98, de 24 de

Julho;

Havendo necessidade de se proceder a ajustes ao referido diploma com vista a imprimir uma maior dinâmica

nas transacções e transferências das operações que se enquadram nesta categoria, o Banco Nacional de Angola

determina:

1 - DEFINIÇÃO

Consideram-se operações de invisíveis correntes, as transacções, serviços e transferências, relacionadas com

transportes, seguros, viagens, rendimentos de capitais, comissões e corretagens, direitos de patentes e marcas,

encargos administrativos e de exploração, salários e outras despesas por serviços pessoais, outros serviços e paga-

mentos de rendimentos, transferências privadas transferências do Estado e de pessoas jurídicas de direito público

quando se efectuarem entre o território nacional e o estrangeiro ou entre residentes e não residentes.

2 - APRESENTAÇÃO DOS PEDIDOS

Os pedidos de transferências relativas as operações de invisíveis correntes devem ser submetidos às instituições

bancárias nos seguintes termos:

a) Carta do interessado mencionando os elementos essenciais da operação a efectuar, designadamente identifi-

cação do requerente, beneficiário, natureza da operação, finalidade, montante da mesma, moeda de liquida-

ção e país de destino.

b) Originais dos documentos específicos de cada operação, conforme os pontos 8 e 9 do presente instrutivo.

3 - REALIZAÇÃO DAS OPERAÇÕES DE INVISIVEIS CORRENTES

3.1 Ficam as instituições bancárias autorizadas a realizar, sem prévia autorização do Banco Nacional de Angola, as

seguintes operações:

3.1.1 Transferências privadas de caracter unilateral, nos termos do presente instrutivo.

3.1.2 Operações cambiais de invisíveis correntes, de carácter comercial, que não ultrapassem o valor equi-

valente a USD 300.000,00 (trezentos mil dólares dos Estados Unidos da América) 1,desde que sejam

decorrentes de contratos até ao mesmo valor.

3.1.2.1 Operações de invisíveis correntes da mesma natureza, que beneficiem a mesma entidade, e cujo

somatório anual ultrapasse o montante equivalente a USD 300.000,00 (trezentos mil dólares

dos Estados Unidos da América) 1, é considerado parcelamento da operação de montante supe-

rior, portanto está sujeita a licenciamento prévio do Banco Nacional de Angola.

Page 76: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

72 POLÍTICA CAMBIAL - COLECTÂNEA DE NORMAS

3.1.2.2 A realização de operações de invisíveis correntes, designadas por operações comerciais, de valor

superior a USD 300.000,00 (trezentos mil dólares dos Estados Unidos da América) 1, ficam sujei-

tas à autorização e licenciamento prévio do Banco Nacional de Angola.

3.2 As operações do Estado relativas a duodécimos das embaixadas, bolseiros, representações comerciais e mili-

tares, cooperação, Junta Nacional de Saúde, viagens, ficam dispensadas do licenciamento prévio do Banco

Nacional de Angola bastando, para a sua execução, a apresentação do respectivo contravalor.

3.3 As casas de câmbio estão igualmente autorizadas a realizar sem prévia autorização do Banco Nacional de

Angola, as operações privadas de caracter unilateral, decorrentes do seu objecto social, nos termos do pre-

sente Instrutivo e demais legislação em vigor.

4 - COBERTURA CAMBIAL DAS OPERAÇÕES

A cobertura cambial das operações referidas no número anterior, deve efectuar-se da forma seguinte :

a) Por afectação de contas de depósitos em moeda externa.

b) Venda de divisas pela instituição bancária à taxa de câmbio livre acordada entre as partes.

c) Após a afectação e/ou venda das divisas pela instituição bancária, a operação sobre o exterior deverá

realizar-se no prazo de 48 horas e caso não se verifique tal situação a operação inversa deverá ser reali-

zada nos termos da regulamentação em vigor.

5 - COMUNICAÇÃO AO BANCO NACIONAL DE ANGOLA DAS OPERAÇÕES CAMBIAIS DE

INVISIVEIS CORRENTESREALIZADAS PELAS INSTITUÇÕES FINANCEIRAS

5.1 As instituições bancárias e casas de câmbio remeterão, ao Banco Nacional de Angola, Departamento de

Supervisão das Instituições Financeiras, a relação das operações de invisíveis correntes efectuadas, na forma

que este vier a estabelecer.

5.2 As instituições bancárias, continuarão a remeter ao Banco Nacional de Angola, Departamento de Controlo

Cambial, no próprio dia ou no dia útil imediato em que se verificar a realização da operação cambial, o exemplar

“ B” do BAPIC, devidamente anotado.

6 - REGISTO DAS OPERAÇÕES E ARqUIVO DOS RESPECTIVOS PROCESSOS

6.1 As instituições financeiras procederão ao registo ordenado das operações de invisíveis correntes que efectua-

rem, mediante a atribuição a cada processo de um número de ordem anual, diferenciando os pagamentos dos

recebimentos.

6.2 O registo poderá ser efectuado em mapa, livro ou suporte informático. Cada processo deve ser constituído pelo

conjunto de todos os documentos que serviram de base à realização da liquidação cambial da respectiva ope-

ração e arquivado por ordem numérica. O prazo de guarda destes processos será de dez (10) anos, a contar da

data da transferência dos recursos.

1 - Alteração introduzida pelo Instrutivo nº 1 / 2010, de 16 de Março.

Page 77: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

73

7 - CLASSIFICAÇÃO DAS OPERAÇÕES DE INVISÍVEIS CORRENTES

As operações acima descritas são classificadas conforme se segue:

• Operações Privadas e Transferências Unilaterais;

• Operações Comercias;

8 - SISTEMATIZAÇÃO DAS OPERAÇÕES PRIVADAS E TRANSFERÊNCIAS UNILATERAIS

As operações que integram esta rubrica destinam-se à cobertura dos gastos, no exterior do país, dos empregados

de pessoas colectivas do sector público e privado, de pessoas singulares e de transferências que, pelo seu carácter

unilateral, não implicam a contrapartida de fornecimento de bens ou serviços pelo beneficiário do pagamento e

nem se caracterizam como remessas de capital.

8.1 Enquadram-se neste tipo de operações as seguintes sub-rubricas:

a) Viagens em negócios, serviço, formação;

b) Fins educacionais, científicos ou culturais;

c) Tratamento de saúde;

d) Outras viagens de carácter pessoal

e) Manutenção de pessoas físicas

f) Contribuições a entidades de classe

8.2 Procedimentos para a realização das operações privadas e transferências unilaterais

8.2.1 Operações Privadas

8.2.1.1 As operações que integram esta rubrica destinam-se à cobertura dos gastos, no exterior do país,

dos empregados de pessoas colectivas do sector público e privado, bem como de pessoas singu-

lares que se desloquem ao exterior em viagem de carácter privado, e é composta pelas seguintes

sub-rubricas:

a) negócios, serviço ou formação;

b) fins educacionais, científicos ou culturais;

c) Outras viagens de carácter pessoal

d) tratamento de saúde;

8.2.1.2 As pessoas singulares residentes podem comprar moeda estrangeira para os fins acima, na forma

estabelecida neste Instrutivo, observada a legalidade da transacção. Para o efeito devem ser exi-

gidos os seguintes documentos:

INSTRUTIVO Nº 01 / 06 - OPERAÇÕES DE INVISÍVEIS CORRENTES

Page 78: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

74 POLÍTICA CAMBIAL - COLECTÂNEA DE NORMAS

a) Negócios, serviço ou formação

Apresentação de bilhete de passagem, passaporte com visto de entrada no país de des-

tino, quando for o caso e o despacho de autorização da saída da entidade empregadora.

b) Fins educacionais, científicos ou culturais

Apresentação do comprovativo de matrícula ou carta-convite em estabelecimentos no

exterior onde serão desenvolvidos os respectivos programas, com indicação do prazo de

duração dos mesmos.

c) Tratamento de saúde

As despesas para tratamento de saúde serão ressarcidas por meio de ordem de paga-

mento a favor da instituição ou do médico prestador da assistência, no exterior, mediante

a apresentação de factura ou nota de débito.

d) Outras viagens de carácter pessoal

Apresentação de prova de embarque, ou seja, passaporte com visto de entrada no país de

destino, e o bilhete de passagem, se for o caso.

8.2.1.3 O limite mensal das transferências para o exterior, por pessoa, não cumulativo, segundo as

sub-rubricas que compreendem as operações privadas, fica estabelecido em USD 15,000.00, ou

valor equivalente em outra moeda, não podendo exceder o total de USD 60,000.00 no período

de 12 meses.

8.2.2 Transferências Unilaterais

Integram esta rubrica aquelas transferências que, pelo seu carácter unilateral, não implicam a contra-

partida de fornecimento de bens ou serviços pelo beneficiário do pagamento e nem se caracterizam

como remessas de capital.

a) Contribuições a entidades de classe

Remessas ao exterior, por pessoas singulares ou pessoas colectivas, destinadas ao pagamento

de taxas de admissão ou contribuições associativas a entidades de classe, no exterior.

As transferências referidas no parágrafo anterior só poderão ser efectuadas por ordem de paga-

mento ou cheque, mediante a apresentação de factura, nota de débito ou documento equiva-

lente, que contenha pelo menos o nome da entidade de classe no exterior, valor. da remessa e

período a que se reporta o pagamento, caso se trate de contribuições periódicas.

b) Manutenção de pessoas físicas

Transferências para o exterior até ao montante equivalente a USD 15.000,00 ( Quinze mil dóla-

res dos Estados Unidos da América) ou valor equivalente em outra moeda, por pessoa física,

não podendo exceder o total de USD 60,000.00 no período de 12 meses, para despesas com

a manutenção de angolanos ou estrangeiros residentes no exterior que sejam ascendentes ou

descendentes em linha directa em primeiro grau de residentes no país, mediante apresentação

de atestado de residência e de documentos comprovativos da relação familiar. Incluem-se nessa

sub-rubrica transferências resultantes de decisão judicial.

Page 79: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

75

8.3 A transferência de recursos de que trata este Instrutivo implica, nos termos da legislação vigente, a assumpção

da responsabilidade pela legitimidade da documentação apresentada ao estabelecimento bancário onde se

efectue a operação cambial.

8.4 Aos bancos cabe estabelecer a perfeita identificação dos seus clientes, assegurar de que as indicações e evi-

dências produzidas pelos seus clientes correspondam aos propósitos de cada remessa, bem como verificar

as responsabilidades das partes envolvidas e a legalidade das operações, mantendo o registo das operações

efectuadas em cada sub-rubrica, por cliente, pelo prazo de 12 meses.

8.5 O Banco Nacional de Angola examinará caso a caso, as situações que justificadamente requeiram a remessa

de recursos adicionais, podendo, excepcionalmente, autorizar a transferência de fundos acima dos limites

estabelecidos.

9 - OPERAÇÕES COMERCIAIS

Constituem esta rubrica as operações de invisíveis correntes relativas aos direitos e obrigações de residentes

sobre não residentes resultantes de contratos ou acordos de carácter comercial.

9.1 PEDIDOS DE APROVAÇÃO DE CONTRATOS E RESPECTIVAS TRANSFERÊNCIAS RELATIVAS AS OPERAÇÕES

COMERCIAIS

9.1.1 Para efeitos de aprovação do contrato, o cliente residente cambial deve remeter a instituição bancária

intermediária da operação os seguintes documentos:

• Factura comercial referente ao período dos serviços prestados;

• Cópia da carta da aprovação do contrato pelo Banco Nacional de Angola, quando aplicável;

• Outros documentos que o Banco Nacional de Angola considere necessários para a análise do processo.

9.2 APRECIAÇÃO DOS PEDIDOS DE LICENCIAMENTO DAS OPERAÇÕES COMERCIAIS

9.2.1 Os processos de operações de invisíveis correntes referidos no ponto 9.1, serão previamente apreciados

pelo Banco Nacional de Angola, e caso o pedido ali formulado se apresente de modo deficiente ou com

elementos insuficientes, o Banco Nacional de Angola notificará a instituição bancária no prazo de oito

(08) dias úteis, a partir da data da recepção do mesmo para a supressão das irregularidades ou para a

prestação de informações adicionais.

9.2.2 A rejeição do pedido devidamente fundamentada, será comunicada por escrito à instituição bancária

pelo Banco Nacional de Angola, no prazo de quinze (15) dias úteis a partir da data da recepção.

9.2.3 A comunicação da aprovação do contrato referido no ponto 9.2.1. é efectuada por ofício à respectiva

instituição bancária igualmente no prazo de 15 dias úteis a partir da data da recepção, mediante o qual

deve ser efectuado o pedido de licenciamento sem prejuízo dos restantes documentos identificados

no ponto 9.3 “Sistematização das Operações Comerciais”.

9.2.4 Nenhum pedido de licenciamento será autorizado, se a operação que lhe deu origem resultar de um con-

trato que não tenha sido previamente aprovado pelo Banco Nacional de Angola.

INSTRUTIVO Nº 01 / 06 - OPERAÇÕES DE INVISÍVEIS CORRENTES

Page 80: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

76 POLÍTICA CAMBIAL - COLECTÂNEA DE NORMAS

9.2.5 As instituições bancárias autorizadas a exercer o comércio de câmbios apenas poderão proceder à venda

das divisas e/ou à sua transferência para o exterior, de acordo com o pedido, em presença do Boletim de

Autorização de Pagamentos de Invisíveis Correntes (BAPIC).

9.3 SISTEMATIZAÇÃO DAS OPERAÇÕES COMERCIAIS

9.3.1 TRANSPORTES

A. PAGAMENTO AO EXTERIOR ORDENADO PELO IMPORTADOR OU EXPORTADOR AO

TRANSPORTADOR OU AO FORNECEDOR DA MERCADORIA

Esta operação apenas se justifica no caso da mercadoria ter sido fornecida na base CIF ou C&F a

comprovar pela factura ou contrato de compra e documento de importação em vigor, respectivo.

1. TRANSPORTE Já EFECTUADO

• Factura ou nota de despesas do transportador;

• Cópia respectiva do documento de importação/exportação em vigor;

• Factura comercial da mercadoria, caso não conste do conhecimento de embarque ou carta

de porte o custo do frete;

• Cópia não negociável do conhecimento de embarque ou carta de porte aéreo ou terrestre.

2. PAGAMENTO ANTECIPADO

• Factura pró-forma do frete, telex, fax ou carta que refira as condições do transporte;

• Cópia respectiva do documento de importação/exportação em vigor;

Nesta situação de pagamento o requerente fica obrigado a apresentação no prazo de noventa

(90) dias de:

• Factura definitiva do frete;

• Cópia não negociável do conhecimento de embarque ou carta de porte aéreo ou terrestre.

3. FRETAMENTO DE NAVIO PELO IMPORTADOR OU EXPORTADOR

• Carta de fretamento devidamente assinada pelas partes contratantes, ou telex que estipule

as condições de fretamento;

• Autorização da competente entidade oficial de Angola que deu o seu acordo ao fretamento

do navio;

• Nota de cálculo do valor a transferir;

• Cópia do documento de importação/exportação em vigor;

Page 81: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

77

• Cópias não negociáveis dos conhecimentos de embarque ou manifesto de carga que confir-

mem a efectiva realização do transporte e justeza do frete pago;

No caso de os últimos documentos não se encontrarem disponíveis devem ser apresentados

no prazo de noventa (90) dias.

B. PAGAMENTO ORDENADO POR AGENTES TRANSITáRIOS OU DE NAVEGAÇÃO

1. AGENTES TRANSITáRIOS

• Extracto da conta corrente;

Por conta corrente entende-se o documento escritural onde o agente lança as receitas e as

despesas do navio ou qualquer outro meio de transporte. Este documento deve, em relação a

cada pedido apresentado ter ligação com o extracto anterior fornecido, revelando uma certa

continuidade.

• Manifestos de carga ou conhecimentos de embarque (no caso de transporte marítimo) ou

cartas de porte aéreo ou terrestre, justificativos dos lançamentos a crédito da conta corrente

das importâncias mais significativas.

• Eventuais notas de débito se as houver.

• Quando se tratar de uma operação isolada, é suficiente a factura do expedidor estrangeiro,

acompanhada do respectivo titulo comprovativo do transporte.

2. AGENTES DE NAVEGAÇÃO

• Conta corrente entre o agente de navegação e o armador estrangeiro;

Este elemento deve, em relação a cada caso apresentado, ter ligação com o extracto anterior-

mente fornecido, se o houver.

• Conta de escala (“disbursement account”)

As contas de escala têm na maioria dos casos duas componentes, a da despesa (encargos

com o navio no porto de escala) e da receita (fretes recebidos de entrada e/ou saída, consti-

tuindo o saldo o valor a transferir;

• Manifesto de carga ou conhecimento de embarque relativos aos fretes cobrados em Angola

(inward freights) ou fretes de entrada ou de importação e (outward freghts) ou fretes de saída

ou de exportação;

• Nota de cálculo do valor a transferir.

Podem as competentes entidades angolanas exigir dos agentes de navegação a prova anteci-

pada do armador do navio estrangeiro para fazer face a despesas de escala, mediante trans-

ferência bancária obrigatória do exterior, sem permissão do encontro de contas com o valor

dos fretes cobrados.

INSTRUTIVO Nº 01 / 06 - OPERAÇÕES DE INVISÍVEIS CORRENTES

Page 82: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

78 POLÍTICA CAMBIAL - COLECTÂNEA DE NORMAS

C. FRETAMENTO DE NAVIOS ESTRANGEIROS POR AGENTESTRANSITáRIOS OU AGENTES DE

NAVEGAÇÃO

• Nota do cálculo do valor a transferir.

• Contrato/carta de afretamento, devidamente assinada pelas partes contratantes estipulando as

condições de fretamento.

• Autorização da entidade oficial angolana competente.

Os tipos de afretamentos de navios usuais são:

• Afretamento a tempo (mês, trimestre, semestre,ano);

• Afretamento a viagem (uma ou mais viagens no mesmo percurso), com taxa global (Lupsum)

por viagem;

• Por carga (taxa paga por peso, medida ou modalidade)

O afretamento ou aluguer de navios em regime de locação financeira constitui uma

operação de capital.

D. FRETAMENTO DE AVIÕES (VÔOS CHARTERS)

• Nota de cálculo do valor a transferir,

• Contrato de afretamento devidamente assinada pelas partes contratantes, estipulando as

condições de afretamento;

• Autorização da competente entidade oficial angolana.

O afretamento ou aluguer de aviões em regime de locação financeira constitui uma

operação de capital.

E. PASSAGENS MARÍTIMAS

• Lista nominal dos passageiros;

• Relação demonstrativa do valor a transferir.

F. PASSAGENS AÉREAS

1. PAGAMENTOS ORDENADOS POR EMPRESAS DE NAVEGAÇÃO AÉREA ESTABELECIDAS

EM ANGOLA

• Carta da empresa com a discriminação por rubrica do movimento de receitas e de despesas refe-

rentes ao período a que respeita o pedido de transferência;

• Extracto da conta bancária, que deverá apresentar saldo suficiente para fazer face ao valor que

se pretende transferir.

2. PAGAMENTOS ORDENADOS POR OUTRAS ENTIDADES

• Carta do ordenador explicativa dos motivos porque suporta o encargo;

• Factura ou nota de débito desse encargo.

Page 83: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

79

G. PROVISÃO PARA DESPESAS DE ESCALA DE NAVIOS ANGOLANOS EM PORTOS ESTRANGEIROS

Estas operações poderão ser autorizadas apenas com base na carta do ordenador, com valores esti-

mados, condicionando-se a autorização, à apresentação oportuna dos documentos justificativos

dos gastos efectivamente feitos.

H. OUTROS ENCARGOS DA RUBRICA “TRANSPORTES” A JUSTIFICAR MEDIANTE APRESENTAÇÃO

DE FACTURAS OU NOTAS DE DÉBITO E EVENTUAL RECIBO PASSADO PELO COMANDANTE OU

RESPONSáVEL DO NAVIO OU AVIÃO

• Despesas de abastecimento no estrangeiro a navios ou aviões;

• Despesas de reparação de navios ou aviões;

• Taxas portuárias e aeroportuárias;

• Taxas alfandegárias;

• Despesas de trânsito ou armazenagem de mercadorias ou peças;

• Despesas de sobrestadias de navios “demeurage”, à carga ou descarga, decorrentes de condição

expressa de carta de afretamento e com apresentação obrigatória da “time sheet”;

• Ganhos provenientes de subestadia (despatch-money), justificados de forma idêntica à sobrestadia.

Trata-se de tempo ganho à carga ou descarga, de acordo com o contrato de transporte, carta de

afretamento, “adenda” a esta e folha de cálculo “time sheet”.

9.3.2 SEGUROS

A. PAGAMENTO DE PRÉMIOS DE SEGURO EFECTUADOS NO ESTRANGEIRO, RELATIVOS A

MERCADORIAS, POR CONTA DE IMPORTADORES

• Contrato ou nota de encomenda da mercadoria que contenha as condições da respectiva transac-

ção, designadamente quanto ao local e forma de efectivação do seguro;

• Factura do prémio de seguro ou recibo da própria seguradora;

• Cópia do modelo de registo de entrada da mercadoria;

• Parecer favorável da competente entidade oficial angolana.

B. PAGAMENTO DE INDEMNIZAÇÃO DE SEGUROS RESPEITANTE AO TRáFEGO DE MERCADORIAS

1. qUANDO REqUERIDO PELO EXPORTADOR

• Prova documental de que o requerente (residente) recebeu da seguradora nacional a verba que

pretende transferir a favor do cliente estrangeiro;

• Apólice do seguro ou cópia do certificado;

• Nota de cálculo do valor da indemnização a transferir;

INSTRUTIVO Nº 01 / 06 - OPERAÇÕES DE INVISÍVEIS CORRENTES

Page 84: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

80 POLÍTICA CAMBIAL - COLECTÂNEA DE NORMAS

• Factura da mercadoria;

• Relatório da entidade encarregada de analisar os prejuízos, sempre que existam;

• Prova de que foi recebido o valor da mercadoria exportada a que respeita a indemnização;

2. qUANDO REqUERIDO PELA SEGURADORA

• Documento justificativo do valor a transferir passado pela empresa beneficiária do pagamento;

• Apólice de seguro;

• Factura da mercadoria;

• Parecer da entidade oficial angolana competente;

• Relatório (“survey report”) da entidade encarregue de analisar os prejuízos, sempre que existam.

Se o relatório (“survey report”) estabelecer o valor da indemnização, é suficiente este elemento

acompanhado de carta esclarecedora da operação da empresa seguradora.

C. PAGAMENTO DE PRÉMIOS DE SEGUROS POR PARTICULARES (SEGURO PESSOAL FEITO NO

ESTRANGEIRO)

• Documentos justificativos do valor a transferir passado pela empresa beneficiária do pagamento;

• Apólice de seguro.

D. PAGAMENTOS POR EMPRESAS DE PRÉMIOS DE SEGUROS PESSOAIS

• Carta explicativa do encargo a liquidar;

• Documento (recibo, factura) justificativo do valor do prémio de seguro.

E. RESSEGUROS

Estes pagamentos respeitam a negócios de resseguros entre companhias do ramo.

• Carta da companhia resseguradora estrangeira de que conste o valor devido;

• Extracto da conta corrente;

• Cópia do contrato de resseguro;

• Parecer da entidade oficial angolana competente.

9.3.3 RENDIMENTOS DE CAPITAIS

A. LUCROS E DIVIDENDOS

Para efeitos de transferências de lucros ou dividendos, os interessados deverão submeter à institui-

ção de crédito o respectivo pedido acompanhado dos seguintes documentos:

• Prova de residência cambial dos accionistas;

• Comprovativo do cumprimento das obrigações fiscais emitido pelo Ministério das Finanças;

Page 85: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

81

• Cópia do balanço e demonstração de resultados do exercício ou exercícios em causa, devida-

mente publicado e com o parecer da empresa de auditoria independente bem como os anexos das

demonstrações financeiras para cada exercício;

• Declaração emitida pelo auditor confirmando que os lucros são resultado do exercício ou exercícios

em causa e resultam de operações relacionadas com a actividade da empresa indicando se os lucros

foram apurados antes ou após quaisquer transferências exigidas pela legislação em vigor;

• Comprovativo da confirmação do cumprimento dos termos da autorização do investimento emitido

pela entidade de tutela;

• Tratando-se de uma sociedade, deve juntar-se o comprovativo do competente órgão social, ou a

Acta da Assembleia Geral que deliberou a distribuição dos lucros;

• No acto da autorização da transferência de lucros e dividendos, o Banco Nacional de Angola emitirá

o respectivo BAPIC, remetendo-o à respectiva instituição de crédito, para execução à taxa de câm-

bio do mercado;

• Os pedidos de transferência de dividendos deverão ser remetidos ao Banco Nacional de Angola até

ao fim do 1º semestre do ano seguinte ao exercício a que digam respeito;

• O Banco Nacional de Angola poderá exigir que quaisquer dos documentos referidos no presente

Instrutivo sejam previamente autenticados pelo notário.

B. JUROS DE TÍTULOS DE DÍVIDA PúBLICA OU PRIVADA

• Carta da instituição financeira onde os títulos se encontram depositados com a indicação do nome

do proprietário ou titular, do número de título e do cálculo do valor a transferir.

C. JUROS DEVIDOS POR PAGAMENTO DIFERIDO DE MERCADORIAS IMPORTADAS RESULTANTE

DO CRÉDITO COMERCIAL A CURTO PRAZO.

• Factura ou nota de débito dos juros;

• Nota de cálculo do valor facturado ou debitado, se daqueles documentos não constar;

• Esclarecimento dos motivos do pagamento de juros;

• Cópia dos boletins de registo de importação ou documentos equivalentes e facturas das mercado-

rias cujo pagamento a prazo originou a formação de juros.

D. RENDIMENTOS DE PRÉDIOS RúSTICOS E URBANOS

• Carta do requerente, explicativa do pagamento a efectuar, com indicação da importância a transferir

e do modo como foi determinada, nome e domicílio do beneficiário, natureza do rendimento e perí-

odo a que se refere;

• Documento comprovativo de que o beneficiário da transferência é não residente cambial;

• Cópia da escritura comprovativa da propriedade do prédio;

INSTRUTIVO Nº 01 / 06 - OPERAÇÕES DE INVISÍVEIS CORRENTES

Page 86: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

82 POLÍTICA CAMBIAL - COLECTÂNEA DE NORMAS

• Cópia do contrato de arrendamento, no caso de se tratar de prédio rústico, ou cópia de documento

visado pelo Ministério das Finanças, quando se trate de prédio urbano;

• Cópia do recibo justificativo do último pagamento devido da contribuição predial ou documento

comprovativo da sua isenção;

• Prova da importação de capitais para aquisição dos prédios rústicos ou urbanos ou indicação da

forma como foram adquiridos e justificação dos motivos por que não houve lugar à importação de

capitais.

9.3.4 COMISSÕES E CORRETAGENS

A. SOBRE MERCADORIAS EXPORTADAS, VENDA OU PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS A NÃO RESIDENTES

• Cópia da nota de débito emitida pelo beneficiário ou nota de crédito do ordenador ou extracto de

conta corrente das comissões;

• Cópia de documento bancário comprovativo de que o valor da exportação de mercadorias ou servi-

ços foi transferido para Angola;

• Cópia dos modelos de registo de saída de mercadorias ou documentos equivalentes e da taxa de

comissões acordada entre vendedor (exportador) e agente, de que deve ser feita prova mediante

apresentação de contrato de representação comercial.

B. OPERAÇÕES EFECTUADAS POR DEDUÇÃO AO VALOR DAS EXPORTAÇÕES

• Factura da mercadoria;

• Cópia das instruções do requerente ou banco comercial interveniente na operação de cobrança do

valor da exportação.

C. COMISSÕES SOBRE FRETAMENTO DE NAVIOS

• Carta de afretamento do navio, de que deve constar a comissão (brockerage) do agente (broker);

• Nota de cálculo da comissão ou nota de débito do beneficiário.

D. COMISSÕES SOBRE RECEITAS TURÍSTICAS

• Contrato de representação comercial;

• Documento justificativo do valor a liquidar (factura, nota de débito ou “statement”);

• Prova do recebimento do exterior das receitas cambiais sobre as quais incide a comissão.

9.3.5 REGISTO E DIREITOS DE PATENTES, MARCAS, ETC. ( Royalties)

• Cópia da carta de aprovação prévia do contrato emitida pelo Banco Nacional Angola;

• Mapa das vendas ( mensal, trimestral etc...) sujeitas aos encargos contratuais;

• Nota de cálculo do valor a transferir;

Page 87: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

83

• Indicação do período a que o pagamento se refere, quando se tratar de transferências regulares e

sucessivas;

• Documento justificativo do valor em dívida, designadamente nota de crédito, nota de débito ou

factura;

• Cópia do documento comprovativo do pagamento do imposto de capitais sobre as importâncias

sujeitas a essa tributação.

9.3.6 ENCARGOS ADMINISTRATIVOS, DE EXPLORAÇÃO E OUTROS

A. DESPESAS DE REPARAÇÃO, MONTAGEM OU TRANSFORMAÇÃO DE MERCADORIAS

• Factura dos serviços prestados;

• Cópia da carta de aprovação do contrato de assistência técnica emitida pelo Banco Nacional de

Angola.

• Cópia do documento comprovativo do pagamento do imposto de capitais, ou documento da com-

petente entidade isentando do pagamento do imposto.

B. ASSISTÊNCIA TÉCNICA À PRODUÇÃO E ÀCOMERCIALIZAÇÃO DE MERCADORIAS

• Factura ou nota de débito do beneficiário estrangeiro;

• Cópia da carta de aprovação do contrato de assistência técnica emitida pelo Banco Nacional de

Angola;

• Mapa de produção ou de vendas;

• Indicação do período a que reporta a importância a liquidar;

• Cópia do documento comprovativo do pagamento do imposto de capitais, ou documento da com-

petente entidade isentando do pagamento do imposto.

C. DESPESAS DE REPRESENTAÇÃO E DE PUBLICIDADE

• Factura ou nota de débito do beneficiário estrangeiro;

• Cópia da carta de aprovação prévia do contrato emitida pelo Banco Nacional de Angola.

D. RECEITAS OU DESPESAS DE ALUGUER E OUTRAS RELATIVAS A FILMES

1. PAGAMENTO INICIAL DO EXCLUSIVO DE EXIBIÇÃO

• Cópia da carta de aprovação do contrato emitida pelo Banco Nacional de Angola;

2. PAGAMENTO DO RENDIMENTO

• Extracto sequencial da conta do rendimento produzido pelo filme;

• Nota de cálculo do valor a transferir;

• Indicação do período a que respeita o rendimento para transferência das receitas das exibições.

INSTRUTIVO Nº 01 / 06 - OPERAÇÕES DE INVISÍVEIS CORRENTES

Page 88: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

84 POLÍTICA CAMBIAL - COLECTÂNEA DE NORMAS

E. REEMBOLSOS DEVIDOS À ANULAÇÃO DE CONTRATOS E A PAGAMENTOS INDEVIDOS

• Cópia da carta de aprovação do contrato emitida pelo Banco Nacional de Angola;

Prova de pagamento objecto do pedido de anulação;

• Demonstração do cálculo do valor a reembolsar.

9.3.7 COBRANÇA E LIqUIDAÇÃO DE INSTRUMENTOS DE PAGAMENTO SACADOS SOBRE O EXTERIOR POR

SERVIÇOS PRESTADOS POR RESIDENTES CAMBIAIS

A cobrança e liquidação de instrumentos de pagamento sacados sobre o exterior, i.e. cheques, vouchers

de cartões de crédito, letras de câmbio, ou quaisquer outros normalmente aceites no mercado interna-

cional, resultante do pagamento de serviços prestados por residentes cambiais, deverá ser efectuada

sempre por intermediação de uma instituição financeira domiciliada em território nacional.

10 - A falta de cumprimento dessas instruções constitui uma infracção punível nos termos da lei cambial e da lei

das instituições financeiras.

11 - As dúvidas e omissões resultantes da interpretação do presente instrutivo são resolvidas pelo departamento

de controlo cambial do banco nacional de angola.

12 - Ficam revogados o instrutivo nº 4/03, de 7 de Fevereiro e demais disposições complementares que contra-

riem o presente instrutivo.

13 - O presente instrutivo entra imediatamente em vigor.

Publique-se

Luanda, 06 de Janeiro de 2005

O Governador

Amadeu de J. Castelhano Maurício

Page 89: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

85

BOLETIM DE AUTORIZAÇÃO DE PAGAMENTO

DE INVISÍVEIS CORRENTES Nº

Proc. Nº

Domicílio

Domicílio

MO

D. 3

01. 0

10

Descrição e �ns da Operação

B. I. nº , de , Arquivo de/ /

Requerente

Bene�ciário

Clas. Est.

De�nição- Classe

.ª Propriedade

País de Destino

Moeda de liquidação

Valor.ª, nº

Válido até

BANCO NACIONAL DE ANGOLA

/ /

ABANCO NACIONAL DE ANGOLA

INSTRUTIVO Nº 01 / 06 - OPERAÇÕES DE INVISÍVEIS CORRENTES

Page 90: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

86 POLÍTICA CAMBIAL - COLECTÂNEA DE NORMAS

Este exemplar destina-se ao titular da autorização e não é válido

para a operação de liquidação, na qual somente poderá ser utilizado,

o exemplar B, deste boletim.

Não se efectuando a operação autorizada, deverá o titular devolver à

autoridade cambial os exemplares A e B deste boletim, ou apenas o

exemplar B, quando tenha sido parcialmente utilizado.

Page 91: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

87

BOLETIM DE AUTORIZAÇÃO DE PAGAMENTO

DE INVISÍVEIS CORRENTES Nº

Proc. Nº

Domicílio

Domicílio

MO

D. 3

01. 0

10

Descrição e �ns da Operação

B. I. nº , de , Arquivo de/ /

Requerente

Bene�ciário

Clas. Est.

De�nição- Classe

.ª Propriedade

País de Destino

Moeda de liquidação

Valor.ª, nº

Válido até

BANCO NACIONAL DE ANGOLA

/ /

BBANCO NACIONAL DE ANGOLA

INSTRUTIVO Nº 01 / 06 - OPERAÇÕES DE INVISÍVEIS CORRENTES

Page 92: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

88 POLÍTICA CAMBIAL - COLECTÂNEA DE NORMAS

Anotação (a)

(a) - Para averbamento por parte da(s) instituição (ões) de Crédito que realizar(em) a(s) operação(ões), com os elementos essenciais desta(s), devendo a(s) mesma(s) instituição(ões) de crédito, no próprio dia em que se veri�car a utilização ou no dia útil imediato, enviar este exemplar à autoridade cambial, se se tratar da última utilização, ou comunicar, em impressso próprio, a(s) utilização(ões) parcial(ais) averbada(s). Tratando-se de autorização parcelada, o averbamento das utilizações parciais deverá ser feito na quadrícula correspondente ao mês de utilização.

JANEIROJULHO

FEVEREIROAGOSTO

MARÇOSETEMBRO

ABRILOUTUBRO

MAIONOVEMBRO

JUNHODEZEMBRO

Page 93: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

89

BOLETIM DE AUTORIZAÇÃO DE PAGAMENTO

DE INVISÍVEIS CORRENTES Nº

Proc. Nº

Domicílio

Domicílio

MO

D. 3

01. 0

10

Descrição e �ns da Operação

B. I. nº , de , Arquivo de/ /

Requerente

Bene�ciário

Clas. Est.

De�nição- Classe

.ª Propriedade

País de Destino

Moeda de liquidação

Valor.ª, nº

Válido até

BANCO NACIONAL DE ANGOLA

/ /

CBANCO NACIONAL DE ANGOLA

INSTRUTIVO Nº 01 / 06 - OPERAÇÕES DE INVISÍVEIS CORRENTES

Page 94: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

90 POLÍTICA CAMBIAL - COLECTÂNEA DE NORMAS

BOLETIM DE AUTORIZAÇÃO DE PAGAMENTO

DE INVISÍVEIS CORRENTES Nº

Proc. Nº

Domicílio

Domicílio

MO

D. 3

01. 0

10

Descrição e �ns da Operação

B. I. nº , de , Arquivo de/ /

Requerente

Bene�ciário

Clas. Est.

De�nição- Classe

.ª Propriedade

País de Destino

Moeda de liquidação

Valor.ª, nº

Válido até

BANCO NACIONAL DE ANGOLA

/ /

DBANCO NACIONAL DE ANGOLA

Page 95: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

91

BOLETIM DE AUTORIZAÇÃO DE PAGAMENTO

DE INVISÍVEIS CORRENTES Nº

Proc. Nº

Domicílio

Domicílio

MO

D. 3

01. 0

10

Descrição e �ns da Operação

B. I. nº , de , Arquivo de/ /

Requerente

Bene�ciário

Clas. Est.

De�nição- Classe

.ª Propriedade

País de Destino

Moeda de liquidação

Valor.ª, nº

Válido até

BANCO NACIONAL DE ANGOLA

/ /

D1BANCO NACIONAL DE ANGOLA

INSTRUTIVO Nº 01 / 06 - OPERAÇÕES DE INVISÍVEIS CORRENTES

Page 96: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

92 POLÍTICA CAMBIAL - COLECTÂNEA DE NORMAS

BOLETIM DE AUTORIZAÇÃO DE PAGAMENTO

DE INVISÍVEIS CORRENTES Nº

Proc. Nº

Domicílio

Domicílio

MO

D. 3

01. 0

10

Descrição e �ns da Operação

B. I. nº , de , Arquivo de/ /

Requerente

Bene�ciário

Clas. Est.

De�nição- Classe

.ª Propriedade

País de Destino

Moeda de liquidação

Valor.ª, nº

Válido até

BANCO NACIONAL DE ANGOLA

/ /

D2BANCO NACIONAL DE ANGOLA

Page 97: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

93

DECRETO Nº 23 / 98, DE 24 DE JULHO

OPERAÇÕES DE CAPITAIS

Havendo necessidade de regulamentar a Lei nº 5/97, de 27 de Junho, no que se refere às operações de capitais em

conformidade com o estabelecido no seu artigo 18º;

Nestes termos, ao abrigo das disposições conjugadas da alínea h) do artigo 110º e do artigo 113º, ambos da Lei

Constitucional, o Governo decreta o seguinte:

CAPÍTULO I - PRINCÍPIOS GERAIS

ARTIGO 1º (DEFINIÇÕES)

1. Consideram-se operações de capitais:

a) os contratos e outros actos jurídicos, mediante os quais se constituam ou transmitam direitos ou obriga-

ções entre residentes e não residentes, mencionados em anexo ao presente diploma;

b) as transferências entre o território nacional e o estrangeiro enumeradas no mesmo anexo e bem assim as

que se destinem aos fins ou decorram dos actos mencionados em tal anexo.

2. Mediante aviso do Banco Nacional de Angola, podem ser introduzidas alterações no anexo a este decreto.

ARTIGO 2º (PRINCÍPIOS GERAIS)

1. As operações de capitais referidas no artigo anterior ficam sujeitas à autorização do Banco Nacional de Angola,

podendo este delegar tal competência em instituições de crédito autorizadas a exercer o comércio de câmbios.

2. A autorização dos actos referidos no artigo 1º nº 1, alínea a) envolve a autorização das correspondentes trans-

ferências e de outros actos necessários à sua execução.

ARTIGO 3º (INVESTIMENTO ESTRANGEIRO)

A importação de capitais destinados à realização de investimentos estrangeiros, efectuada nos termos da legisla-

ção aplicável, será oficiosamente registada pelo Banco Nacional de Angola.

CAPÍTULO II - LICENCIAMENTO

ARTIGO 4º (REqUERIMENTO)

1. Com o requerimento da autorização a que se refere o artigo 2º devem ser fornecidos todos os elementos de

informação ou de prova necessários à identificação dos intervenientes na operação, bem como os dos seus

direitos e obrigações e à determinação da natureza e valor da mesma operação.

Page 98: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

94 POLÍTICA CAMBIAL - COLECTÂNEA DE NORMAS

2. Não sendo o interessado residente em território nacional, deve o requerimento ser apresentado por pessoa ou

entidade residente munida dos adequados poderes de representação.

3. Para instrução do processo de operações de capitais, o Banco Nacional de Angola poderá exigir dos interes-

sados, sempre que o considerar necessário, esclarecimentos, informações ou provas adicionais, bem como

solicitar pareceres de quaisquer organismos oficiais.

ARTIGO 5º (LICENÇAS)

1. A autorização a que se refere o artigo 2º é concedida mediante a emissão de uma licença em 3 exemplares,

marcados de A a C, que poderão ser desdobrados.

2. Os exemplares A e B destinam-se ao interessado e o exemplar C à entidade emissora.

3. Da licença deve constar sempre o respectivo prazo de validade e quando for caso disso o plano e prazos inter-

médios da operação ou os limites e condições da autorização.

ARTIGO 6º (PRAZO DE VALIDADE)

1. O prazo de validade das licenças é de 180 dias.

2. Pode ser concedido prazo superior ao do número anterior se tal se justificar pela natureza ou características da

operação ou em virtude de outras circunstâncias.

3. Ocorrendo razões que o justifiquem e desde que os interessados o requeiram dentro do respectivo prazo de

validade, poderão ser prorrogadas ou revalidadas uma ou mais vezes as licenças que não tenham sido utiliza-

das total ou parcialmente.

ARTIGO 7º (CONTRATOS E OUTROS ACTOS JURÍDICOS)

1. Tratando-se de contratos e outros actos jurídicos mencionados no artigo 1º, nº 1, alínea a), constantes de docu-

mentos autênticos ou autenticados, devem os mesmos celebrar-se dentro do prazo de validade da licença e

mediante prova da liquidação cambial.

2. Ainda que os actos referidos no número anterior não devem constar de documento autêntico ou autenticado,

a prova da liquidação cambial é obrigatória para efectuar-se os registos e inscrições públicas dos mesmos

actos.

3. O estabelecido nos números anteriores não dispensa o cumprimento do que se dispõe no artigo 14º deste

decreto.

4. A prorrogação ou revalidação das licenças a que se refere o artigo 6º, nº 3, pode ser concedida, quer para a prá-

tica do acto autorizado, quer somente para a liquidação da operação de importação ou exportação de capitais.

5. A licença será emitida sem o exemplar B quando for prorrogada ou revalidada apenas para a prática do acto

autorizado, sem o exemplar A quando for prorrogada ou revalidada só para efeitos de liquidação.

Page 99: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

95

ARTIGO 8º (DEVOLUÇÃO DOS EXEMPLARES)

1. Expirado o prazo de validade das licenças e não tendo sido utilizadas as autorizações total ou parcialmente

devem ser devolvidos os exemplares em poder dos seus titulares, no prazo de 5 dias, à entidade licenciadora.

2. No mesmo prazo e à mesma entidade devem os interessados justificar a falta de liquidação correspondente

a contratos e outros actos jurídicos, efectivamente celebrados ou praticados, abrangidos em autorizações de

importação ou exportação de capitais que hajam obtido.

3. Nas hipóteses previstas nos números precedentes, é aplicável o disposto no nº 3 do artigo 4º deste decreto.

ARTIGO 9º (OPERAÇÕES DE MERCADORIAS E INVISÍVEIS CORRENTES)

Sempre que uma operação de capitais corresponder a uma operação de mercadorias ou de invisíveis correntes, a

correspondente licença de autorização só será emitida mediante apresentação do exemplar E da licença de mer-

cadorias ou do exemplar B da licença da operação de invisíveis correntes.

CAPÍTULO III - LIqUIDAÇÃO

ARTIGO 10º (LIqUIDAÇÃO)

1. A liquidação das operações de importação ou exportação de capitais só pode efectuar-se por intermédio

duma instituição de crédito autorizada a exercer o comércio de câmbios.

2. Para efeitos da liquidação, deve o interessado apresentar o exemplar B da licença dentro do respectivo prazo

de validade, sendo o mesmo exemplar anotado pela instituição de crédito e remetido por esta ao Banco

Nacional de Angola na data da utilização ou no dia útil imediato.

3. Não sendo o exemplar B utilizado pela totalidade, a instituição de crédito deve comunicar ao Banco Nacional

de Angola, em impresso próprio e no prazo consignado no número anterior, as utilizações parciais.

ARTIGO 11º (INSTRUÇÕES MONETáRIAS)

As operações de capitais devem ser liquidadas com observância do disposto nas instruções do Banco Nacional de

Angola, sendo as importações de capitais liquidadas nas moedas ali indicadas para a exportação de mercadorias e

as exportações de capitais nas moedas previstas para a importação de mercadorias.

ARTIGO 12º (LIqUIDAÇÃO SUJEITA A PRÉVIA AUTORIZAÇÃO)

1. Depende da autorização especial do Banco Nacional de Angola a liquidação de operações de capitais por

forma diversa da estabelecida no artigo 10º.

2. Depende da autorização especial a conceder pelo Governador do Banco Nacional de Angola a liquidação de

operações de capitais em moeda diversa das mencionadas nas instruções monetárias a que se refere o artigo

anterior.

DECRETO Nº 23 / 98 - OPERAÇÕES DE CAPITAIS

Page 100: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

96 POLÍTICA CAMBIAL - COLECTÂNEA DE NORMAS

ARTIGO 13º (UTILIZAÇÃO DAS DIVISAS ADqUIRIDAS)

1. As divisas atribuídas ao titular da licença de importação ou exportação de capitais não podem ser utilizadas por

forma ou com fins diversos daqueles para que foi concedida a mesma autorização.

2. Caso não se chegue a efectuar o pagamento ao exterior, as divisas devem ser revendidas a uma instituição de

crédito autorizada a exercer o comércio de câmbios no prazo de 5 dias a contar da verificação desse facto ou,

o mais tardar, nos 5 dias posteriores ao termo da validade da licença.

3. Quando as divisas provenham do exterior, devem ser vendidas a uma instituição de crédito autorizada a exer-

cer o comércio de câmbios no prazo de 5 dias a contar da sua recepção ou, o mais tardar, dentro do prazo de

validade da licença.

4. Mediante autorização do Banco Nacional de Angola, poderá deduzir-se do valor total das operações de impor-

tação de capitais as importâncias de comissões, despesas e outros encargos legítimos inerentes às mesmas

operações.

ARTIGO 14º (ACTOS, REGISTOS E AVERBAMENTOS)

1. Os notários e quaisquer outras entidades que intervenham na elaboração, registo, inscrição ou averbamento

de documentos autênticos ou autenticados relativos aos actos e contratos referidos no artigo 1º, nº 1 alínea a),

do presente decreto devem transcrever nos mesmos o número, a data e a entidade que emite a licença exigida

pelo interessado mediante apresentação da prova de liquidação cambial.

2. Ficam sujeitas ao disposto no número anterior as sociedades comerciais relativamente ao averbamento ou

registo de títulos de acções ou obrigações que tenham sido objecto de operações abrangidas pelo presente

decreto.

3. Até ao dia 15 de cada mês as entidades referidas no nº 1 do presente artigo devem dar conhecimento ao Banco

Central dos actos por elas realizados e dos registos efectuados durante o mês anterior relativos a operações

de capitais abrangidas pelo presente decreto.

4. O Banco Central poderá transmitir às entidades referidas nos números anteriores as instruções que julgar

oportunas.

5. A falta de observância do estabelecido nos nºs 1 e 2 ou das determinações a que alude o nº 3 do presente artigo

será punida como contravenção, nos termos da Lei nº 5/97, de 27 de Junho.

CAPÍTULO IV - DISPOSIÇÕES FINAIS

ARTIGO 15º (REVOGAÇÃO)

São revogados todos os decretos que contrariem o estabelecido no presente decreto, designadamente o Decreto

nº 11/89, de 29 de Abril.

Page 101: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

97

ARTIGO 16º (DúVIDAS E OMISSÕES)

As dúvidas e omissões que se suscitarem na interpretação e aplicação do presente decreto serão resolvidas pelo

Banco Nacional de Angola.

ARTIGO 17º (BANCO CENTRAL)

As referências ao Banco Central contidas no presente decreto devem ser entendidas como feitas ao Banco

Nacional de Angola.

ARTIGO 18º (ENTRADA EM VIGOR)

O presente decreto entra imediatamente em vigor.

Visto e aprovado pelo Conselho de Ministros, em Luanda, aos 27 de Março de 1998.

O Primeiro Ministro, Fernando José de França Dias Van-Dúnem.

Promulgado aos 26 de Junho de 1998.

Publique-se

O Presidente da República, José Eduardo dos Santos.

DECRETO Nº 23 / 98 - OPERAÇÕES DE CAPITAIS

Page 102: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

98 POLÍTICA CAMBIAL - COLECTÂNEA DE NORMAS

ANEXO A qUE SE REFERE O PONTO 2 DO ARTIGO 1º - OPERAÇÕES DE CAPITAIS

CLASSE 1 (OPERAÇÕES CORRENTES DE CAPITAIS A CURTO PRAZO)

1. Emissão e reembolso, total ou parcial, de título de dívida pública, de obrigações emitidas por entidades priva-

das e de outros títulos de natureza semelhante a prazo não superior a um ano.

2. Subscrição e compra ou venda de títulos de dívida pública, de obrigações emitidas por entidades privadas e de

outros títulos de natureza semelhante a prazo não inferior a um ano.

3. Concessão e reembolso, total ou parcial, de empréstimos, qualquer que seja a forma, a natureza ou o título des-

tes, quando por prazo não superior a um ano, com excepção dos empréstimos de natureza exclusivamente

civil.

4. Constituição de cauções ou execução de garantias quando realizadas por períodos não superiores a um ano.

5. Pagamento de indemnizações nos termos de contratos de seguro de créditos, quando o prazo destes contra-

tos não exceder um ano.

6. Outras operações de natureza semelhante à das anteriores, desde que o respectivo prazo de vencimento não

exceda um ano.

CLASSE 2 (OPERAÇÕES CORRENTES DE CAPITAIS A MÉDIO E LONGO PRAZOS)

1. Criação de novas empresas ou de quaisquer sucursais das já existentes.

2. Participação de capital de empresas ou de sociedades civis ou comerciais, qualquer que seja a forma de que se

revista.

3. Constituição de contas em participação ou associações de terceiros a partes ou quotas de capital social.

4. Aquisição total ou parcial de estabelecimentos.

5. Aquisição de imóveis.

6. Transferência de valores resultantes da venda ou liquidação de posições adquiridas de conformidade com os

nºs 1 a 5 anteriores.

7. Emissão de acções de quaisquer empresas ou sociedades e emissão e reembolso total ou parcial de títulos

de dívida pública, de obrigações emitidas por entidades privadas e de outros títulos de natureza semelhante a

prazo superior a um ano.

8. Subscrição e compra ou venda de acções de quaisquer empresas ou sociedades e de títulos de dívida pública,

de obrigações emitidas por entidades privadas e de outros títulos de natureza semelhante a prazo superior a

um ano.

9. Concessão e reembolso total ou parcial de empréstimos e outros créditos, qualquer que seja a forma, a natu-

reza ou títulos destes, quando por prazo superior a um ano, com excepção dos empréstimos e outros créditos

de natureza exclusivamente civil.

Page 103: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

99

10. Constituição de cauções ou execução de garantias, quando realizadas por períodos superiores a um ano.

11. Pagamento de indemnizações, nos termos de contratos de seguro de créditos, quando o prazo destes contra-

tos exceder um ano.

12. Outras operações de natureza semelhante à das anteriores, desde que o respectivo prazo de vencimento

exceda um ano.

CLASSE 3 (MOVIMENTO DE CAPITAIS DE CARáCTER PESSOAL)

1. Doações, constituições de dote e concessão ou pagamento de empréstimos de natureza exclusivamente civil.

2. Pagamento de prestações devidas por seguradores resultantes de contratos de seguro de vida, com excepção

do pagamento de pensões e rendas.

3. Transferências de importâncias adquiridas por herança ou legado ou do produto da liquidação de bens adqui-

ridos por igual título.

4. Transferência de capitais relacionados com a migração de pessoas nacionais ou estrangeiras, quando da

entrada ou da saída.

5. Transferência de fundos bloqueados em contas abertas em nome de residentes no estrangeiro.

6. Outras transferências de natureza semelhante à das anteriores.

O Primeiro Ministro, Fernando José de França Dias Van-Dúnem.

DECRETO Nº 23 / 98 - OPERAÇÕES DE CAPITAIS

Page 104: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização
Page 105: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

101

AVISO Nº 04 / 03, DE 7 DE FEVEREIRO

TRANSFERÊNCIA PARA O EXTERIOR DE DIVIDENDOS

A Lei nº 15/94, de 23 de Setembro, do Investimento Estrangeiro, no seu artigo 8º nº 2 determina que ao investidor

estrangeiro é garantido o direito de transferir para o exterior, nos termos da legislação cambial, os dividendos ou

lucros distribuídos, após dedução das amortizações legais e dos impostos devidos tendo em conta as respectivas

participações no capital próprio do investidor estrangeiro;

Havendo necessidade de se estabelecer os termos e condições da supracitada transferência ;

Nestes termos e ao abrigo das disposições combinadas do nº 4 do artigo 37º da Lei nº 1/99, de 23 de Abril, e do

artigo 58º da Lei nº 6/97, de 11 de Julho;

DETERMINO:

CAPITULO I - DISPOSIÇÕES GERAIS

ARTIGO 1º (ÂMBITO)

O presente aviso estabelece os procedimentos necessários para que o investidor estrangeiro, nos termos da legis-

lação cambial, transfira para o exterior os dividendos ou lucros distribuídos, após as deduções legais e pagamento

dos impostos devidos.

ARTIGO 2º (AUTORIZAÇÃO)

A operação referida no artigo anterior, é autorizada pelo Banco Nacional de Angola, através da emissão do Boletim

de Autorização de Pagamento de Invisíveis Correntes (BAPIC) respectivo, mediante o qual será aquirida a moeda

estrangeira bem como sua liquidação ao exterior.

ARTIGO 3º (SUSPENSÃO DA AUTORIZAÇÃO)

As transferências anuais de lucros e dividendos a que se reporta o artigo anterior, poderão excepcionalmente ser

suspensas, ou escalonadas no tempo, por decisão do Governador do Banco Nacional de Angola, se pelo seu elevado

montante forem susceptíveis de provocar e/ou agravar sensivelmente as dificuldades da balança de pagamentos.

ARTIGO 4º (REINVESTIMENTO)

Compete ao Instituto de Investimento Estrangeiro autorizar os pedidos de reinvestimento, exceptuando-se aque-

les referentes às instituições financeiras e os abrangidos pelo Artigo 19 da Lei nº 15/94, cuja competência é do

Banco Nacional de Angola.

Page 106: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

102 POLÍTICA CAMBIAL - COLECTÂNEA DE NORMAS

O Instituto de Investimento Estrangeiro dará conhecimento ao Banco Nacional de Angola das autorizações de rein-

vestimento concedidas.

CAPITULO II - PROCEDIMENTOS

ARTIGO 5º (REqUISITOS)

1. Para efeitos de transferências de lucros ou dividendos, os interessados deverão submeter à Instituição de

Crédito o respectivo pedido acompanhado dos seguintes documentos:

a) Comprovativo do cumprimento das obrigações fiscais emitido pelo Ministério das Finanças;

b) Cópia do balanço e demonstração de resultados do exercício ou exercícios em causa com o parecer

da empresa de auditoria independente, que opere no País devidamente legalizada pelo Ministério das

Finanças, para cada exercício;

c) Declaração emitida pelo auditor confirmando que os lucros são resultado do exercício ou exercícios em

causa e resultam de operações relacionadas com a actividade da empresa indicando se os lucros foram

apurados antes ou após quaisquer transferências exigidas pela legislação em vigor;

d) Comprovativo da confirmação do cumprimento dos termos da autorização do investimento emitido pela

entidade de tutela;

e) Tratando-se de uma sociedade, deve juntar-se o comprovativo do competente órgão social, ou a Acta da

Assembleia geral que deliberou a distribuição dos lucros;

f) No acto da autorização da transferência de lucros e dividendos, o Banco Nacional de Angola emitirá o

respectivo BAPIC, remetendo-o à respectiva instituição de crédito, para execução à taxa de câmbio do

mercado, ou por afectação às contas de deposito à ordem em moeda estrangeira.

2. Os pedidos de transferência de dividendos deverão ser remetidos ao Banco Nacional de Angola até ao fim do

1º semestre do ano seguinte ao exercício a que digam respeito.

3. Os documentos referidos nas alíeas a) e e) devem ser previamente autenticados por notário.

4. Sem prejuízo do cumprimento da obrigatoriedade de autorização e licenciamento pelo Banco Nacional de

Angola, os processos relativos a entidades sujeitas a regimes cambiais especiais devem reger-se pela regula-

mentação aplicável.

5. Os pedidos de transferência de lucros e dividendos referentes a actividade das instituições financeiras devem

ser submetidos ao Banco Nacional de Angola -Direcção de Supervisão Bancária.

ARTIGO 6º (PRAZO)

Após a recepção do pedido, referido no artigo anterior, o Banco Nacional de Angola deverá apreciá-lo e pronun-

ciar-se sobre o assunto no prazo de 30 dias.

Page 107: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

103

ARTIGO 7º (REJEIÇÃO DO PEDIDO)

A rejeição do pedido, devidamente fundamentada, é comunicada formalmente ao interessado pelo Banco Nacional

de Angola.

ARTIGO 8º (CORRECÇÃO DO PEDIDO)

Se o pedido apresentado , não cumprir com as formalidades exigidas no presente aviso, o Banco Nacional de Angola

notificará o interessado, para suprir a irregularidade.

ARTIGO 9º (CADUCIDADE DA LICENÇA)

O BAPIC mencionado no artigo 2º do presente aviso caduca no prazo de 90 dias, findo os quais poderá ser prorro-

gado a pedido do interessado.

CAPITULO III - SANÇÕES

ARTIGO 10º (SANÇÕES)

Sem detrimento de outras sanções previstas na legislação em vigor, as violações ao presente aviso são passíveis

das sanções constantes da Lei nº 5/97, de 27 de Junho.

CAPITULO IV - DISPOSIÇÕES FINAIS

ARTIGO 13º (PEDIDOS ANTERIORES)

O presente aviso não se aplica aos processos correspondentes a exercícios anteriores ao ano 2002.

ARTIGO 14º (ENTRADA EM VIGOR)

Este aviso entra imediatamente em vigor.

Publique-se

Luanda, 7 de Fevereiro de 2003

O governador

Amadeu de J. Castelhano Maurício

AVISO Nº 04 / 03 - TRANSFERÊNCIA PARA O EXTERIOR DE DIVIDENDOS

Page 108: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização
Page 109: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

105

INSTRUTIVO Nº 01 / 03, DE 7 DE FEVEREIRO

OPERAÇÕES DE CAPITAIS

Com vista a estabelecer os procedimentos para o licenciamento e a realização das operações de capitais, em con-

formidade com o estipulado no Decreto nº 23/98, de 24 de Julho, o Banco Nacional de Angola determina:

1 - DEFINIÇÃO

Consideram-se operações de capitais, os contratos e outros actos jurídicos, mediante os quais se constituam ou

transmitam direitos ou obrigações entre residentes e não residentes, abrangendo operações de crédito de prazo

superior a um ano, operações de investimento estrangeiro e os movimentos de capitais de carácter pessoal.

2 - DO LICENCIAMENTO PRÉVIO

2.1 De acordo com o artigo 2º do decreto nº 23/98, de 24 de Julho, as operações de capitais estão sujeitas a licen-

ciamento prévio do Banco Nacional de Angola.

2.2 Os pedidos relativos a operações de capitais devem ser submetidos pelos interessados às instituições bancá-

rias, para encaminhamento ao Banco Nacional de Angola, devendo estes serem acompanhados da documen-

tação específica referida no nº 6 do presente instrutivo, sobre a sistematização das operações.

2.3 O Banco Nacional de Angola emitirá a licença de importação de capitais (LIC) ou a licença de exportação de

capitais (LEC), em três exemplares de A a C que poderão ser desdobrados. Os exemplares A e B, destinam-se

ao interessado e o exemplar C, a entidade emissora.

2.4 Anexam-se modelos da LIC/LEC e impresso de utilização parcial, que fazem parte integrante deste instrutivo.

3 - DOS PEDIDOS DE IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO DE CAPITAIS

3.1 Os pedidos de transferência relativos às operações de capitais devem ser submetidos às instituições bancárias,

nos seguintes termos:

a) Carta do interessado mencionando os elementos essenciais da operação a efectuar, designadamente,

identificação do requerente e beneficiário, indicação da natureza e finalidade da operação, montante

da mesma, moeda de liquidação e país de destino ou origem dos fundos.

b) Originais dos documentos específicos de cada operação, conforme o ponto nº 6, da sistematização das

operações.

4 - DAS FORMAS DE COBERTURA CAMBIAL

4.1 A cobertura cambial das operações de exportação de capitais poderá processar-se da seguinte forma:

Page 110: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

106 POLÍTICA CAMBIAL - COLECTÂNEA DE NORMAS

a) Venda pela instituição bancária com base na taxa de câmbio acordada entre as partes;

b) Afectação de contas de depósito em moeda estrangeira.

5 - DOS DEVERES

5.1 DE COMUNICAÇÃO AO BANCO NACIONAL

5.1.1 As instituições bancárias deverão remeter ao Banco Nacional de Angola, Direcção de Supervisão Bancária,

a relação das operações de capitais efectuadas na forma que esta vier a estabelecer.

5.1.2 Devem as instituições bancárias autorizadas a exercer o comércio de câmbios, anotar o exemplar “ B”

da(s) LIC/LEC emitida(s) pelo Banco Nacional de Angola, por cada operação de capital cambialmente

realizada, nos termos e condições constantes no exemplar ‘B” e remetê-lo ao Banco nacional de Angola,

Direcção de Capitais e Transacções Correntes, no dia útil imediato ao da efectivação da operação.

5.1.3 Quando ao abrigo da mesma LIC/LEC se efectuar mais do que uma operação cambial, a comunicação

ao Banco Nacional de Angola deve processar-se através do impresso de utilização parcial ( Modelo 301-

034) devidamente preenchido, que é parte integrante deste instrutivo.

5.1.4 No caso das operações de crédito, mencionadas no ponto 6 A) o exemplar “B” ou o impresso de utiliza-

ção parcial a remeter ao Banco Nacional de Angola deverá ser acompanhado do respectivo plano de

reembolso.

5.2 DO ARQUIVO DA DOCUMENTAÇÃO

5.2.1 As instituições bancárias devem constituir processo para arquivo e registo das operações de capitais que

efectuarem, mediante a atribuição de um número de ordem sequencial e anual a cada processo, com

diferenciação das entradas e saídas de capitais.

5.2.2 O registo poderá ser efectuado em mapa, livro ou suporte informático e cada processo deve ser constitu-

ído pelo conjunto dos documentos que serviram de base à realização da operação cambial e arquivado

por ordem numérica, pelo prazo mínimo de 10 anos.

6 - DA SISTEMATIZAÇÃO DAS OPERAÇÕES

As operações de capitais, para efeito de licenciamento são sistematizadas em três categorias:

A) Operações de crédito;

B) Operações de investimento estrangeiro;

C) Movimentos de capitais de carácter pessoal.

A) OPERAÇÕES DE CRÉDITO

Não há qualquer responsabilidade ou compromisso vinculativo do Banco Nacional de Angola na sua liquidação

ao exterior, destinando-se o licenciamento, apenas ao registo das operações.

Page 111: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

107

I. CRÉDITO COMERCIAL

1. O crédito comercial corresponde ao que é concedido directamente pelo fornecedor ao comprador.

Está associado a uma operação de transacções correntes, mercadoria ou serviços e a respectiva liqui-

dação processa-se para além de um ano a contar da data do despacho alfandegário, no caso de impor-

tação de mercadorias, ou da data da factura ou contrato para a prestação de serviços.

2. A documentação exigida para apreciação deste tipo de operações é a mesma que justifica a operação

de mercadorias ou invisíveis subjacentes, acrescida do acordo ou contrato de concessão de crédito por

parte do fornecedor ao comprador.

II. FINANCIAMENTOS EXTERNOS DESTINADOS À LIqUIDAÇÃO DE IMPORTAÇÕES

1. Enquadram-se nesta rubrica os financiamentos de prazo superior a um ano, a mutuar pelos importado-

res nacionais junto de instituições financeiras não residentes, destinados à liquidação de mercadorias

ou de serviços, que tenham sido efectuados de acordo com as disposições legais e regulamentares em

vigor.

2. A contratação de financiamentos externos em moeda estrangeira destinados à liquidação de importa-

ções de mercadorias e/ou serviços, e a realização das operações cambiais que lhe estiverem associadas,

deverão obedecer aos seguintes limites e condições:

a) O seu valor não pode exceder o montante da liquidação da importação, deduzida de quaisquer

pagamentos eventualmente já efectuados;

b) A utilização de financiamento deve ocorrer na data prevista para a liquidação da importação, ou

seja, a tomada dos fundos deverá coincidir com a data da liquidação contratual da operação

associadas;

c) Os fundos obtidos apenas podem ser aplicados na liquidação da operação associada;

d) Os financiamentos serão sempre contratados por prazo definido. No caso da sua prorrogação,

refinanciamento ou reembolso antecipado, deverá ser dado conhecimento do facto ao Banco

Nacional de Angola.

3. Além dos documentos justificativos do valor da mercadoria ou dos serviços e da demonstração da sua

efectiva importação ou realização, o processo deverá incluir o contrato ou acordo de mútuo.

III. CRÉDITOS E EMPRÉSTIMOS FINANCEIROS EXTERNOS

1. Enquadram-se nesta rubrica a contratação de créditos e empréstimos financeiros externos de prazo

superior a um ano, não contemplados no número anterior.

2. Os pedidos de autorização para operações desta natureza, a formular através de carta, deve ser acom-

panhada do respectivo contrato de financiamento com os elementos caracterizadores da operação,

designadamente:

a) Identificação do mutuário, do(s) mutuantes(s), bem como do seu agente, caso exista;

INSTRUTIVO Nº 01 / 03 - OPERAÇÕES DE CAPITAIS

Page 112: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

108 POLÍTICA CAMBIAL - COLECTÂNEA DE NORMAS

b) Valor global, natureza da operação e esquema de utilização e reembolsos (data, montantes e

moedas),

c) Condições financeiras propostas (taxas de juro, comissões e outros encargos);

d) Termos e condições de eventuais garantias ou outras operações associadas;

e) Objectivo(s) da operação e aplicação(ões) a dar aos fundos ou aos créditos;

f) Quaisquer outros elementos considerados de interesse para apreciação da operação.

B) OPERAÇÕES DE INVESTIMENTO ESTRANGEIRO

1. São consideradas operações de investimento estrangeiro os actos previstos na legislação aplicável.

2. Os fundos correspondentes a realização do investimento deverão dar entrada numa instituição de

crédito domiciliada no território nacional, creditada numa conta em moeda externa, aberta especifica-

mente para o acompanhamento da realização do investimento. Esta conta não deve ter outros movi-

mentos que não os previstos no documento de aprovação do investimento emitido pela entidade com-

petente, devendo ser saldada logo que o investimento tenha sido totalmente realizado.

3. Nos termos do artº 3º do Decreto de capitais é obrigatório o registo oficioso do investimento estran-

geiro no Banco Nacional de Angola no prazo de 120 dias a contar da data da emissão do documento

referido no ponto 2

4. Para efeito de registo os interessados deverão submeter a uma instituição de crédito o respectivo

pedido acompanhado dos seguintes documentos:

a) Cópia do documento de aprovação do investimento emitido pela entidade competente

b) Cópia do bordereaux bancário e do extracto de conta, emitido pela instituição bancária domici-

liada no território nacional, comprovando a recepção e depósito da moeda estrangeira a favor do

investimento, quando este seja feito através de moeda estrangeira;

c) Documento em vigor das Alfândegas comprovando a entrada dos bens, quando a forma de reali-

zação deste for feita através da importação de

d) equipamento, maquinaria e outros bens materiais previstos no respectivo certificado de

autorização;

e) Certificado de inspecção comprovando o valor dos bens;

f) Autorização da entidade competente, no caso da realização do capital ser efectuado através de

reinvestimento de dividendos ou de lucros;

g) No caso da realização do capital ser efectuado através do direito de utilização de patentes e mar-

cas o seu valor será determinado nos termos constantes do documento de aprovação emitido

pela entidade competente.

Page 113: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

109

5. No caso das operações associadas ao investimento estrangeiro nomeadamente suprimentos, presta-

ção de garantias internas, créditos internos, aceitação de garantias externas, operações de saneamento

financeiro, alienação total ou parcial e dissolução de sociedades deverá ser presente o documento de

autorização emitida pela entidade competente.

6. Após a recepção dos documentos, a instituição de crédito deverá remeter de imediato o processo ao

BNA.

7. Para o registo da realização do investimento o Banco Nacional de Angola emitirá a respectiva LIC, que

deverá ser anotada pelo valor realizado nos termos previstos no ponto 5.

8. A falta do registo no prazo estipulado no nº1, determina o não reconhecimento do direito à exportação

de lucros ou dividendos bem como a reexportação do capital investido.

9. Às instituições financeiras aplica-se o previsto na legislação específica, bem como os pontos 4 e 5.

C) MOVIMENTO DE CAPITAIS DE CARáCTER PESSOAL

1. Consideram-se operações de capital de carácter pessoal as transferências ou transacções de e para o

estrangeiro, relativas a:

a) Doações, dotes e empréstimos de natureza exclusivamente civil;

b) Pagamento de prestações devidas por seguradoras resultantes de contratos de seguro directo

de vida, com excepção de pensões e rendas que são classificadas como operações de invisíveis

correntes;

c) Transferência de fundos bloqueados em contas abertas em nome de residentes no estrangeiro. .

2. Carece de prévia autorização do Banco Nacional de Angola a realização das operações de capitais iden-

tificadas no número anterior, e outras similares eventualmente não referidas, com excepção dos seguin-

tes movimentos de capitais.

a) Doações provenientes do exterior;

b) Heranças e legados, exclusivamente para pessoas singulares domiciliadas em território nacional;

3. Estas operações podem ser livremente realizadas pelas instituições bancárias autorizadas a exercer o

comércio de câmbios, com conhecimento ao Banco Nacional de Angola.

7 - NORMA REVOGATÓRIA

Ficam revogados o instrutivo nº 9/99 de 21 de Maio e demais disposições que contrariem o presente instrutivo.

INSTRUTIVO Nº 01 / 03 - OPERAÇÕES DE CAPITAIS

Page 114: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

110 POLÍTICA CAMBIAL - COLECTÂNEA DE NORMAS

8 - ENTRADA EM VIGOR

O presente Instrutivo entra imediatamente em vigor.

Publique-se

Luanda, 7 de Fevereiro de 2003

O Governador

Amadeu de J. Castelhano Maurício

Page 115: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

111

LICENÇA DE IMPORTAÇÃODE CAPITAIS A

L. I. C. Nº

DESCRIÇÃO DA OPERAÇÃO

CRÉDITO EXTERNO BANCO AVALISTAS

COM AVAL DO ESTADO

COM GARANTIA BANCÁRIA

SEM GARANTIA BANCÁRIA

FIXA

VARIÁVEL

BASE

SPREAD

PRAZO DE UTILIZAÇÃO

PRAZO DE REEMBOLSO

ANOS MESES

TAXA DE JURO

RELACIONADO COM O L.E.C.

CONDIÇÕES VINCULATIVAS ESPECIAIS

REQUERENTE

NOME

DOMICÍLIO

LOCALIDADE

PAÍS

REQUERENTE

NOME

DOMICÍLIO

LOCALIDADE

PAÍS

REPRESENTADO POR

NOME MOEDA CONTRATUAL

DOMICÍLIO

LOCALIDADE

SEGURADORA:

MO

D. 3

01-0

35

CÓDIGO ESTATÍSTICODATA

DO CONTRATO

OPERAÇÃOCURTO PRAZO 1

M/L PRAZO

MOEDAS (S)

MONTANTE CONTRATUAL. . . ,

2

1 %

%

%

1SIM

BANCO NACIONAL DE ANGOLAD.T.C.

2NÃO

2

3

1

DATA DE EMISSÃO

AUTORIZADO NOS TERMOS DO DEC. Nº 11/89 DE 29 DE ABRIL

DATA DE VALIDADE

2

INSTRUTIVO Nº 01 / 03 - OPERAÇÕES DE CAPITAIS

Page 116: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

112 POLÍTICA CAMBIAL - COLECTÂNEA DE NORMAS

LICENÇA DE IMPORTAÇÃODE CAPITAIS B

L. I. C. Nº

DESCRIÇÃO DA OPERAÇÃO

CRÉDITO EXTERNO BANCO AVALISTAS

COM AVAL DO ESTADO

COM GARANTIA BANCÁRIA

SEM GARANTIA BANCÁRIA

FIXA

VARIÁVEL

BASE

SPREAD

PRAZO DE UTILIZAÇÃO

PRAZO DE REEMBOLSO

ANOS MESES

TAXA DE JURO

RELACIONADO COM O L.E.C.

CONDIÇÕES VINCULATIVAS ESPECIAIS

REQUERENTE

NOME

DOMICÍLIO

LOCALIDADE

PAÍS

REQUERENTE

NOME

DOMICÍLIO

LOCALIDADE

PAÍS

REPRESENTADO POR

NOME MOEDA CONTRATUAL

DOMICÍLIO

LOCALIDADE

SEGURADORA:

MO

D. 3

01-0

35

CÓDIGO ESTATÍSTICODATA

DO CONTRATO

OPERAÇÃOCURTO PRAZO 1

M/L PRAZO

MOEDAS (S)

MONTANTE CONTRATUAL. . . ,

2

1 %

%

%

1SIM

BANCO NACIONAL DE ANGOLAD.T.C.

2NÃO

2

3

1

DATA DE EMISSÃO

AUTORIZADO NOS TERMOS DO DEC. Nº 11/89 DE 29 DE ABRIL

DATA DE VALIDADE

2

Page 117: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

113

Pela instituição de crédito autorizada a exercer o comércio de câmbios por intermédio da qual se realizar(em) a(s) operação(ões) cambial(ais), com a indicação dos elementos essenciais desta(s), devidamente autenticada(s) A comunicação ao B.N.A. (DTC) da realização da(s) referida(s) operação(ões) deve ser efectuada no prazo de 5 dias a contar da data da efectivação da(s) mesma(s), mediante a remessa:

1 - do exemplar “B” deste boletim, no caso de haver lugar somente a uma operação cambial;

2 - de impressos de utilização parcial - Mod. 301-035 devidamente preenchidos, na eventualidade de se efectuar mais de uma operacão cambial.

(a)

ANOTAÇÃO (a)

INSTRUTIVO Nº 01 / 03 - OPERAÇÕES DE CAPITAIS

Page 118: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

114 POLÍTICA CAMBIAL - COLECTÂNEA DE NORMAS

LICENÇA DE IMPORTAÇÃODE CAPITAIS C

L. I. C. Nº

DESCRIÇÃO DA OPERAÇÃO

CRÉDITO EXTERNO BANCO AVALISTAS

COM AVAL DO ESTADO

COM GARANTIA BANCÁRIA

SEM GARANTIA BANCÁRIA

FIXA

VARIÁVEL

BASE

SPREAD

PRAZO DE UTILIZAÇÃO

PRAZO DE REEMBOLSO

ANOS MESES

TAXA DE JURO

RELACIONADO COM O L.E.C.

CONDIÇÕES VINCULATIVAS ESPECIAIS

REQUERENTE

NOME

DOMICÍLIO

LOCALIDADE

PAÍS

REQUERENTE

NOME

DOMICÍLIO

LOCALIDADE

PAÍS

REPRESENTADO POR

NOME MOEDA CONTRATUAL

DOMICÍLIO

LOCALIDADE

SEGURADORA:

MO

D. 3

01-0

35

CÓDIGO ESTATÍSTICODATA

DO CONTRATO

OPERAÇÃOCURTO PRAZO 1

M/L PRAZO

MOEDAS (S)

MONTANTE CONTRATUAL. . . ,

2

1 %

%

%

1SIM

BANCO NACIONAL DE ANGOLAD.T.C.

2NÃO

2

3

1

DATA DE EMISSÃO

AUTORIZADO NOS TERMOS DO DEC. Nº 11/89 DE 29 DE ABRIL

DATA DE VALIDADE

2

Page 119: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

115

LICENÇA DE EXPORTAÇÃODE CAPITAIS AL. E. C. Nº

DESCRIÇÃO DA OPERAÇÃO

CRÉDITO EXTERNOBANCO AVALISTAS

COM AVAL DO ESTADO

COM GARANTIA BANCÁRIA

SEM GARANTIA BANCÁRIA

FIXA

VARIÁVEL

BASE

SPREAD

PRAZO DE UTILIZAÇÃO

ANOS MESES

TAXA DE JURO

RELACIONADO COM O LEC

CONDIÇÕES VINCULATIVAS ESPECIAIS

REQUERENTE

NOME

DOMICÍLIO

LOCALIDADE

PAÍS

DESTINATÁRIO

NOME

DOMICÍLIO

LOCALIDADE

PAÍS

REPRESENTADO POR

NOME MOEDA CONTRATUAL

DOMICÍLIO

LOCALIDADE

SEGURADORA:

MO

D. 3

01-0

34

CÓDIGO ESTATÍSTICODATA

DO CONTRATO

OPERAÇÃOCURTO PRAZO 1

M/L PRAZO 2

MOEDA (S)

MONTANTE CONTRATUAL. . . ,

SIM

BANCO NACIONAL DE ANGOLADCC

NÃO

PRAZO DE REEMBOLSO

DATA DE EMISSÃO

AUTORIZADO NOS TERMOS DO DEC. Nº 11/89 DE 25 DE ABRIL

DATA DE VALIDADE

1

2

1 2

3

1

2

3

%

%

%

1

2

INSTRUTIVO Nº 01 / 03 - OPERAÇÕES DE CAPITAIS

Page 120: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

116 POLÍTICA CAMBIAL - COLECTÂNEA DE NORMAS

LICENÇA DE EXPORTAÇÃODE CAPITAIS BL. E. C. Nº

DESCRIÇÃO DA OPERAÇÃO

CRÉDITO EXTERNOBANCO AVALISTAS

COM AVAL DO ESTADO

COM GARANTIA BANCÁRIA

SEM GARANTIA BANCÁRIA

FIXA

VARIÁVEL

BASE

SPREAD

PRAZO DE UTILIZAÇÃO

ANOS MESES

TAXA DE JURO

RELACIONADO COM O LEC

CONDIÇÕES VINCULATIVAS ESPECIAIS

REQUERENTE

NOME

DOMICÍLIO

LOCALIDADE

PAÍS

DESTINATÁRIO

NOME

DOMICÍLIO

LOCALIDADE

PAÍS

REPRESENTADO POR

NOME MOEDA CONTRATUAL

DOMICÍLIO

LOCALIDADE

SEGURADORA:

MO

D. 3

01-0

34

CÓDIGO ESTATÍSTICODATA

DO CONTRATO

OPERAÇÃOCURTO PRAZO 1

M/L PRAZO 2

MOEDA (S)

MONTANTE CONTRATUAL. . . ,

SIM

BANCO NACIONAL DE ANGOLADCC

NÃO

PRAZO DE REEMBOLSO

DATA DE EMISSÃO

AUTORIZADO NOS TERMOS DO DEC. Nº 11/89 DE 25 DE ABRIL

DATA DE VALIDADE

1

2

1 2

3

1

2

3

%

%

%

1

2

Page 121: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

117

Pela instituição de crédito autorizada a exercer o comércio de câmbios por intermédio da qual se realizar(em) a(s) operação(ões) cambial(ais), com a indicação dos elementos essenciais desta(s), devidamente autenticada(s).

A comunicação ao B.N.A. (DCC) da realização da(s) referida(s) operação(ões) deve ser efectuada no prazo de 5 dias a contar da data da efectivação da(s) mesma(s), mediante a remessa:

1 - do exemplar “B” deste boletim, no caso de haver lugar somente a uma operação cambial;

2 - de impressos de utilização parcial - Mod. 301-034 devidamente preenchidos, na eventualidade de se efectuar mais de uma operacão cambial.

(a)

ANOTAÇÃO (a)

INSTRUTIVO Nº 01 / 03 - OPERAÇÕES DE CAPITAIS

Page 122: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

118 POLÍTICA CAMBIAL - COLECTÂNEA DE NORMAS

LICENÇA DE EXPORTAÇÃODE CAPITAIS CL. E. C. Nº

DESCRIÇÃO DA OPERAÇÃO

CRÉDITO EXTERNOBANCO AVALISTAS

COM AVAL DO ESTADO

COM GARANTIA BANCÁRIA

SEM GARANTIA BANCÁRIA

FIXA

VARIÁVEL

BASE

SPREAD

PRAZO DE UTILIZAÇÃO

ANOS MESES

TAXA DE JURO

RELACIONADO COM O LEC

CONDIÇÕES VINCULATIVAS ESPECIAIS

REQUERENTE

NOME

DOMICÍLIO

LOCALIDADE

PAÍS

DESTINATÁRIO

NOME

DOMICÍLIO

LOCALIDADE

PAÍS

REPRESENTADO POR

NOME MOEDA CONTRATUAL

DOMICÍLIO

LOCALIDADE

SEGURADORA:

MO

D. 3

01-0

34

CÓDIGO ESTATÍSTICODATA

DO CONTRATO

OPERAÇÃOCURTO PRAZO 1

M/L PRAZO 2

MOEDA (S)

MONTANTE CONTRATUAL. . . ,

SIM

BANCO NACIONAL DE ANGOLADCC

NÃO

PRAZO DE REEMBOLSO

DATA DE EMISSÃO

AUTORIZADO NOS TERMOS DO DEC. Nº 11/89 DE 25 DE ABRIL

DATA DE VALIDADE

1

2

1 2

3

1

2

3

%

%

%

1

2

Page 123: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

119

AVISO Nº 7 / 10, DE 15 DE DEZEMBRO

COMÉRCIO DE CÂMBIOS PELAS UNIDADES HOTELEIRAS

A Lei nº 5/97, de 27 de Junho, ao estabelecer o Regime Cambial Geral do País, prevê no artigo 11º a faculdade da

concessão de autorização para o exercício parcial do comércio de câmbios a ser realizado, a título profissional, por

operadores cuja actividade comercial não financeira principal, possa implicar a realização de operações de compra

de notas e moeda estrangeira, cheques de viagem e outros meios de pagamento, nomeadamente as empresas

hoteleiras, agências de viagem e de turismo e lojas francas;

Assim e, convindo regulamentar a supracitada matéria;

No uso da competência que me é conferida pelo artigo 11º da Lei nº 5/97, de 27 de Junho e pela alínea f) do nº 1 do

artigo 51º da Lei nº 16/10, de 15 de Junho, determino:

ARTIGO 1º (OBJECTO)

1 O presente aviso tem por objecto regular a realização de operações de compra de notas e moeda estrangeira,

cheques de viagem e outros meios de pagamento, pelas empresas previstas no artigo seguinte.

2 As operações previstas no número anterior apenas podem ser realizadas para uso exclusivo dos seus clientes.

3 Fica expressamente proibida a venda de notas e moeda estrangeira e cheques de viagem e outros meios de

pagamento pelas entidades referidas no artigo seguinte.

ARTIGO 2º (ÂMBITO)

1. Sujeitam-se à aplicação do presente aviso as seguintes entidades:

a) empresas hoteleiras;

b) agências de viagens e turismo;

c) lojas francas.

2. Para efeitos do disposto no presente aviso, entende-se por empresas hoteleiras os estabelecimentos defini-

dos no artigo 9º do Decreto Lei nº 6/97, de 15 de Agosto.

ARTIGO 3º (LICENCIAMENTO)

O licenciamento do exercício da actividade previsto no presente aviso depende da autorização do Banco Nacional

de Angola.

Page 124: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

120 POLÍTICA CAMBIAL - COLECTÂNEA DE NORMAS

ARTIGO 4º (INSTRUÇÃO DO PROCESSO)

1. Para efeitos do disposto no artigo anterior, o pedido de licenciamento deve ser instruído e entregue no Banco

Nacional de Angola / Departamento de Supervisão das Instituições Financeiras acompanhado dos seguintes

elementos:

a) cópia autenticada do alvará da actividade comercial principal;

b) certificado, emitido pela entidade competente, de que a requerente se acha legalmente constituída e

autorizada a exercer a sua actividade;

c) estatutos publicados em Diário da República;

d) relação dos membros do órgão de administração ou gerência e dos membros do Conselho Fiscal ou

Auditor de Contas, acompanhada dos documentos de identificação pessoal e profissional e o certifi-

cado de registo criminal;

e) declaração de compromisso de honra, de cada um dos membros do órgão de administração ou gerência

e dos membros do Conselho Fiscal ou Auditor de Contas, assegurando que nem eles, nem as socieda-

des ou empresas cujo controlo tenham assegurado ou de que tenham sido administradores, directores

ou gerentes foram declaradas em estado de insolvência ou falência;

f) cópia do cartão de contribuinte;

g) estimativa dos montantes em moeda estrangeira a adquirir no primeiro período anual de exercício de

actividade;

h) condições do seu exercício, nomeadamente em termos de segurança.

2. O Banco Nacional de Angola poderá solicitar aos requerentes outros elementos que considere adequados à

instrução do processo de autorização.

ARTIGO 5º (PROCEDIMENTOS DO ACTO DE COMPRA)

No acto de compra de notas e moeda estrangeira e cheques de viagem ou outros meios de pagamento aos seus

clientes, de acordo com o disposto no artigo 2º do presente aviso, as empresas hoteleiras, as agências de viagem e

turismo, bem como as lojas francas, devem emitir os respectivos recibos no qual deve constar:

a) nome do cliente;

b) número do documento de identificação do cliente;

c) valor;

d) identificação da moeda;

e) taxa de câmbio aplicada;

f) data da operação;

g) assinatura do cliente.

Page 125: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

121

ARTIGO 6º (TAXAS DE CÂMBIO)

As empresas hoteleiras, agências de viagens e turismo e lojas francas devem praticar nas suas operações de com-

pra de notas e moedas estrangeira e cheques de viagem taxas livremente negociadas.

ARTIGO 7º (INFORMAÇÃO AO PúBLICO)

As empresas hoteleiras, agências de viagens e turismo e lojas francas devem afixar em local bem visível e de fácil

acesso ao público a tabela de câmbios praticada nas operações com a clientela, incluindo as despesas que incidem

sobre as mesmas.

ARTIGO 8º (DEVERES DE INFORMAÇÃO)

1. As empresas hoteleiras, agências de viagens e turismo e lojas francas devem:

a) enviar, mensalmente, ao Departamento de Supervisão de Instituições Financeiras do Banco Nacional de

Angola os elementos de informação estatística sobre as operações realizadas de acordo com o mapa

em anexo;

b) disponibilizar quaisquer outras informações que lhes forem solicitadas nos termos que o Banco Nacional

de Angola determinar.

2. Os elementos referidos no número anterior devem ser enviados para o e-mail do Departamento de Supervisão

de Instituições Financeiras ([email protected]), até ao dia oito do mês seguinte a que se refira a informação.

ARTIGO 9º (CADUCIDADE DA LICENÇA)

1. A licença concedida nos termos do artigo 3º caduca nos seguintes termos:

a) se o requerente a ela expressamente renunciar;

b) se não iniciar a actividade principal no prazo de um ano a contar da data da referida autorização;

c) se durante o período de três meses a entidade requerente não prestar ao Banco Nacional de Angola a

informação prevista na alínea a) do nº 1 do anterior artigo 8º;

d) se a entidade requerente for dissolvida.

2. Sempre que a entidade requerente pretender reiniciar a actividade deverá formular novo pedido de obtenção

de licença ao Banco Nacional de Angola.

ARTIGO 10º (ARqUIVO)

As empresas hoteleiras, agências de viagens e turismo e lojas francas devem manter em arquivo físico e/ou digitali-

zado as cópias dos documentos e elementos respeitantes às suas operações por um período de 10 anos.

AVISO Nº 7 / 10 - COMÉRCIO DE CÂMBIOS PELAS UNIDADES HOTELEIRAS

Page 126: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

122 POLÍTICA CAMBIAL - COLECTÂNEA DE NORMAS

ARTIGO 11º (INFRACÇÕES)

1. A violação das disposições imperativas do presente aviso, bem como as normas complementares ao mesmo,

são puníveis com:

a) advertência;

b) multa pecuniária em moeda nacional correspondente a um valor entre 1200UCF a 120 000UCF, devendo

o montante de cada UCF corresponder ao valor definido em diploma aplicável;

c) inibição temporária da licença concedida nos termos do artigo 3º do presente aviso;

d) revogação da licença.

2. As sanções previstas no nº 1 do presente artigo podem ser aplicadas cumulativamente.

3. As empresas hoteleiras, agências de viagens e turismo e lojas francas, no âmbito do objecto definido no pre-

sente aviso, regem-se, em especial, pelas normas do mesmo, directivas e instruções estabelecidas ao seu

abrigo, pela Lei nº 5/97 — Lei Cambial e, subsidiariamente, pelas normas regulamentares aplicáveis.

ARTIGO 12º (ENTRADA EM VIGOR)

O presente aviso entra em vigor na data da sua publicação.

Publique-se.

Luanda, aos 7 de Dezembro de 2010.

O Governador, José de Lima Massano.

Page 127: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

123

4084 DIÁRIO DA REPÚBLICA

Compras de Câmbio — Volumes Diários e Taxas Praticadas

Dia

01

02

03

04

05

06

07

08

09

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

23

24

25

26

27

28

29

30

31

Total

USD Euro Outras moedas

ValorTaxa de

câmbio

ValorTaxa de

câmbio

Equivalente em USDTaxa de câmbio

(Média)

O Governador, José de Lima Massano.

O. E. 760 — 12/237 — 1500 ex. — I. N.-E. P. — 2010

Empresa:

N.º Identificação pessoa colectiva: Mês/ano:

O Governador, José de Lima Massano.

AVISO Nº 7 / 10 - COMÉRCIO DE CÂMBIOS PELAS UNIDADES HOTELEIRAS

Page 128: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização
Page 129: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

125

INSTRUTIVO Nº 07 / 2010, DE 10 DE NOVEMBRO

CASAS DE CÂMBIO - REGRAS OPERACIONAIS

Considerando a necessidade de se incrementar a transparência das operações realizadas no mercado de câmbio

manual mediante adequação da norma que regula os termos e condições em que as Casas de Câmbio podem rea-

lizar a compra e venda de notas e moedas estrangeiras e cheques de viagem;

Nos termos das disposições combinadas da alinea f) do número 1 do artigo 21º0 e alínea d) do número 1 do artigo

51º ambos da Lei nº 16/10. de 15 de Julho, Lei do Banco Nacional de Angola, conjugados com os artigos 70º e 77º da

Lei nº 13/05, de 30 de Setembro - Lei das Instituições Financeiras:

DETERMINO:

ARTIGO 1º (OBJECTO)

O presente Diploma tem por objecto regular os termos e condições em que as Casas de Câmbio podem realizar a

compra e venda de notas e moedas estrangeiras e cheques de viagem.

ARTIGO 2º (OPERAÇÕES DE COMPRA E VENDA)

1. A compra de notas e moeda estrangeira e cheques de viagem pelas Casas de Câmbio às instituições financei-

ras bancárias fica limitada ao montante mensal equivalente a 10 (Dez) vezes o valor dos seus fundos próprios.

2. Sem prejuízo do estabelecido no número anterior, as Casas de Câmbio estão autorizadas a comprar notas e

moedas estrangeiras e cheques de viagem, a taxas livremente negociadas, de pessoas singulares, residentes

ou não residentes, sendo obrigatória a identificação do respectivo vendedor.

3. As operações de venda de notas e moedas estrangeiras e cheques de viagem são realizadas exclusivamente

com pessoas singulares residentes, até ao montante de USD 15.000,00 (quinze mil dólares dos Estados Unidos

da América), ou o seu equivalente em outra moeda estrangeira, mediante apresentação do bilhete de passa-

gem e do passaporte com visto de entrada no País de destino, se for o caso.

4. Para além dos documentos acima referidos, no caso de estrangeiro residente é necessária a apresentação do

cartão de estrangeiro residente passado pela competente entidade migratória.

5. As Casas de Câmbio localizadas em áreas fronteiriças onde vigorem Acordos de Livre Circulação e Supressão

de Vistos estão autorizadas a dispensar a apresentação do Visto e do bilhete de passagem previsto no número

3 do presente artigo, aos clientes que pretendam viajar via terrestre, sendo contudo necessária a apresentação

de Passaporte.

6. Estão igualmente dispensadas da apresentação dos documentos referidos nos números 3 e 4 do presente

artigo, as operações de venda de notas e moedas estrangeiras e cheques de viagem até ao montante de USD

5.000,00 (cinco mii dólares dos Estados Unidos da América), por cliente, sendo contudo necessária a apre-

sentação de documento de identificação. designadamente Bilhete de identidade, Passaporte ou Cartão de

Estrangeiro Residente.

Page 130: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

126 POLÍTICA CAMBIAL - COLECTÂNEA DE NORMAS

ARTIGO 3º (SISTEMA INFORMáTICO)

O sistema informático das Casas de Câmbio deve ser suficientemente robusto de forma a garantir que o aplicativo

de contabilidade seja compatível com o plano de contas das instituições financeiras e permita que a emissão de

recibos tenha reflexo directo na sua contabilidade.

ARTIGO 4º (EMISSÃO DE RECIBO)

Na realização das operações de compra e venda de notas e moedas estrangeiras e cheques de viagem, de qual-

quer valor, as casa de câmbios devem emitir os respectivos recibos, fazendo constar o nome do clientes o valor, a

moeda, a taxa de câmbio, a data da operação, numero do documento de identificação do cliente e a sua assinatura.

ARTIGO 5º (DEVER DE INFORMAÇÃO)

As Casas de Câmbio devem afixar, em local bem visível e de fácil acesso ao público, a tabela de câmbios praticada

nas operações com a clientela, incluindo as despesas que incidem sobre as mesmas.

ARTIGO 6º (CONTABILIDADE)

As Casas de Câmbio devem proceder ao registo contabilístico das suas operações, nos termos do Plano de Contas

das Instituições Financeiras em vigor, adoptando as rubricas que atendam a essas operações no formato definido

pelo Banco Nacional de Angola, conforme o anexo nº 2, que é parte integrante deste Instrutivo.

ARTIGO 7º (ENVIO DE INFORMAÇÃO)

1. As Casas de Câmbio devem remeter mensalmente os Mapas das Operações Cambiais, reportando as compras

e vendas detalhadas da instituição conforme o anexo nº 1, que é parte integrante deste Instrutivo.

2. Nos mapas referidos no número anterior devem ser detalhadas as compras e vendas relativas ao mês de

reporte, incluindo as compras e vendas de moeda estrangeira e cheques de viagem às instituições financeiras

bancárias e ao público.

3. As Casas de Câmbio devem remeter trimestralmente o balancete reportando a posição global da instituição.

4. Os documentos referidos nos números anteriores do presente artigo devem ser enviados em formato XML

para o e-mail do Departamento de Supervisão de Instituições Financeiras ([email protected]) ou entregue atra-

vés de outro dispositivo informático, até ao dia 08 (oito) do mês seguinte a que se refere a informação.

5. As Casas de Câmbio devem remeter anualmente o balanço e as demonstrações dos resultados do exercício

até ao dia 30 de Abril do ano subsequente.

6. Sem prejuízo do estabelecido no número anterior, as Casas de Câmbio devem publicar anualmente o balanço

e as demonstrações dos resultados do exercício, em jornal de grande circulação ou rede internacional de com-

putadores (internet), com acesso generalizado e gratuito, até ao dia 30 de Abril do ano subsequente.

Page 131: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

127

7. As Casas de Câmbio devem nomear um interlocutor habilitado a responder a eventuais questões sobre as

informações reportadas ao Banco Nacional de Angola.

8. As Casas de Câmbio devem assegurar a disponibilidade permanente do interlocutor designado. procedendo

obrigatoriamente à nomeação de um substituto, definitivo ou temporário, em caso de impedimento do interlo-

cutor designado.

ARTIGO 8º (AUDITORIA EXTERNA)

1. As Casas de câmbios devem submeter anualmente as suas demonstrações financeiras a auditoria externa, a

ser realizada por um auditor independente.

2. O auditor independente deve reportar à Supervisão das Instituições Financeiras do Banco Nacional de Angola,

os trabalhos desenvolvidos e respectivos resultados, as infracções e factos que possam afectar a continui-

dade da actividade da Casa de Câmbio.

3. Para efeitos do presente artigo. o auditor independente pode ser uma empresa de auditoria devidamente

autorizada, perito contabilista ou contabilista devidamente inscrito na Ordem dos Contabilistas e Peritos

Contabilistas.

ARTIGO 9º (DEVER DE ARqUIVO)

1. Os documentos solicitados nas operações de compra e venda de moeda estrangeira e cheques de viagem

devem ser fotocopiados pela Casa de Câmbio e anexados aos recibos comprovativos da operação para efei-

tos de arquivo.

2. As Casas de Câmbio devem manter em arquivo fisico ou digitalizado as cópias dos documentos e elementos

respeitantes às suas operações por 10 (dez) anos e separados por agências.

3. As Casas de Câmbio devem manter um sistema de segurança, das informações descritas no nº anterior deste

artigo, de forma a assegurar a protecção, confidencialidade e recuperação das mesmas.

4. O sistema de segurança deve ser periodicamente submetido a testes de robustez, revisões e actualizações,

incorporando procedimentos relacionados com novos riscos ou riscos anteriormente não identificados.

ARTIGO 10º (PENALIZAÇÕES)

1. O não cumprimento dos prazos referentes ao envio das informações periódicas, estabelecidos pelo Banco

Nacional de Angola. é punível por cada dia de atraso, sendo aplicável a cada documento uma multa corres-

pondente a 1% (um por cento) do capital social minimo definido para as casas de câmbio, divididos por 360

(trezentos e sessenta) dias.

2. Sem prejuízo de outras medidas que possam vir a ser adoptadas. as casas de câmbio que excederem o limite

mensal equivalente ao montante de 10 (Dez) vezes o valor dos fundos próprios nas operações de compra de

notas e moeda estrangeira e cheques de viajem, ficam obrigadas ao pagamento de uma multa pecuniária no

valor de 5% sobre o valor do excesso verificado.

INSTRUTIVO Nº 07 / 2010 - CASAS DE CÂMBIO - REGRAS OPERACIONAIS

Page 132: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

128 POLÍTICA CAMBIAL - COLECTÂNEA DE NORMAS

ARTIGO 11º (REGIME TRANSITÓRIO)

As casas de câmbio em funcionamento devem adequar os seus procedimentos às disposições do presente instru-

tivo, no prazo de 60 (sessenta) dias a contar da data da sua entrada em vigor.

ARTIGO 12º (DúVIDAS E OMISSÕES)

Para esclarecimento das dúvidas e omissões que resultarem da interpretação deste normativo as Casas de Câmbio

podem contactar o Banco Nacional de Angola, na sua sede ou Delegações Regionais, ou ainda, através de contacto

via e-mail do Departamento de Supervisão de Instituições Financeiras ([email protected]).

ARTIGO 13º (NORMA REVOGATÓRIA)

Ficam revogados os Instrutivos nº02/2003, de 07 de Fevereiro e nº 12/2003. de 28 de Agosto.

ARTIGO 14º (ENTRADA EM VIGOR)

O presente instrutivo entra em vigor 30 (trinta) dias após a sua publicação.

Publique-se

Luanda, 10 de Novembro de 2010

O Governdor

José de Lima Massano

Page 133: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

129

ANEXO 01 AO INSTRUTIVO Nº 07 / 2010

CASAS DE CAMBIO - MAPA DE OPREAÇÕES CAMBIAIS (POSIÇÃO MENSAL - REMESSA AO BNA)

COMPRAS DE MOEDAS ESTRANGEIRAS AO PÚBLICO

Público VendedorMoeda

Símbolo Valor em ME Equivalente em Kwanzas

TOTAL

VENDAS AO PÚBLICO NO PERIODO

SEGMENTOS VENDAS

Quantidade Operações Equivalente em USD

Até USD 5.000,00

Superior a USD 5.000,00

TOTAIS

Elaborado

Assinaturas Responsável

COMPRAS DE MOEDAS ESTRANGEIRAS ÀS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS BANCÁRIAS

Banco VendedorMoeda

Símbolo Valor em ME Equivalente em Kwanzas

TOTAL TOTAL DOS FUNDOS PRÓPRIOS (capital + reservas + resultados)

LIMITE COMPRAS (10 VEZES F. PRÓPRIOS) EXCESSO / DEFEITO

DENOMINAÇÃO DA CASA DE CÂMBIO:MÊS:

ANEXO 1 AO INSTRUTIVO Nº 07 / 2010

Page 134: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

130 POLÍTICA CAMBIAL - COLECTÂNEA DE NORMAS

ANEXO 02 AO INSTRUTIVO Nº 07 / 2010

CO

NTA

SIC

A

SA

LDO

ES

PE

CIF

ICA

ÇÕ

ES

PR

AZ

OS

MO

ED

AS

SE

TO

R IN

ST.

RE

S. C

AM

BIA

L

1 ACTIVO

1.10 DISPONIBILIDADES

1.10.10 Caixa

1.10.30 Disponibilidades em Instituições Financeiras

1.20 APLICAÇÕES DE LIQUIDEZ

1.20.10 Operações no Mercado Monetário Interfinanceiro

1.20.40 Aplicações em Ouro e Outros Metais Preciosos

1.30 TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS

1.30.10 Mantidos para Negociação

1.30.20 Disponíveis para venda

1.30.30 Mantidos até o Vencimento

1.60 OPERAÇÕES CAMBIAIS

1.60.10 Proveitos por Compra e Venda de Moedas Estrangeiras a Receber

1.60.20 Outros Valores

1.60.90 (.) Provisões Específicas para Perdas

1.80 OUTROS VALORES

1.80.10 Outros valores de Natureza Social ou Estatutária

1.80.20 Outros Valores de Natureza Fiscal

1.80.30 Outros Valores de Natureza Cível

1.80.40 Outros Valores de Natureza Administrativa e de Comercialização

1.90 IMOBILIZAÇÕES

1.90.10 Imobilizações Financeiras

1.90.20 Imobilizações Corpóreas

1.90.30 Imobilizações Incorpóreas

2 PASSIVO

2.20 CAPTAÇÕES PARA LIQUIDEZ

2.20.10 Operações no Mercado Monetário Interfinanceiro

2.30 CAPTAÇÕES COM TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS

2.30.10 Títulos e Valores Mobiliários Emitidos ou Endossados

2.60 OPERAÇÕES CAMBIAIS

2.60.10 Custos por Compra e Venda de Moedas Estrangeiras a Pagar

2.60.20 Outras Obrigações

2.80 OUTRAS OBRIGAÇÕES

2.80.10 Outras Obrigações de Natureza Social ou Estatutária

2.80.20 Outras Obrigações de Natureza Fiscal

2.80.30 Outras Obrigações de Natureza Cível

2.80.40 Outras Obrigações de Natureza Administrativa e de Comercialização

Page 135: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

131ANEXO 2 AO INSTRUTIVO Nº 07 / 2010

CO

NTA

SIC

A

SA

LDO

ES

PE

CIF

ICA

ÇÕ

ES

PR

AZ

OS

MO

ED

AS

SE

TO

R IN

ST.

RE

S. C

AM

BIA

L

2.90 PROVISOES PARA RESPONSABILIDADES PROVAVEIS

2.90.10 Provisões para Responsabilidades Prováveis de Natureza Social ou Estatutária

2.90.20 Provisões para Responsabilidades Prováveis de Natureza Fiscal

2.90.30 Provisões para Responsabilidades Prováveis de Natureza Cível

2.90.40 Administrativa e de Comercialização

2.90.70 Provisões para Responsabilidades Prováveis com Fundos de Pensõesde Reforma e de Sobrevivência Patrocinados

2.90.90 Provisões para Responsabilidades Prováveis na Prestação deGarantias

4 FUNDOS PRÓPRIOS

4.10 CAPITAL SOCIAL

4.10.10 Capital Social

4.10.20 Aumentos de Capital Social

4.10.30 (.) Reduções de Capital Social

4.10.40 (.) Capital a Realizar

4.20 RESERVA DE ACTUALIZAÇÃO MONETÁRIA DO CAPITAL SOCIAL

4.20.10 Reserva de Actualização Monetária do Capital Social

4.30 RESERVAS E FUNDOS

4.30.10 Reserva Legal

4.30.20 Reserva Especial

4.30.30 Fundo Social

4.30.80 Outras Reservas

4.30.90 Outros Fundos

4.40 RESULTADOS POTENCIAIS

4.40.10 Ajustes ao Valor Justo em Activos Financeiros Disponíveis para Venda

4.40.60 Reservas de Reavaliação

4.40.90 Encargos Fiscais Incidentes sobre os Resultados Potenciais

4.50 RESULTADOS TRANSITADOS

4.50.10 Lucros ou Prejuízos Transitados

4.60 (-) DIVIDENDOS ANTECIPADOS

4.60.10 Dividendos Pagos Antecipadamente

4.70 RESULTADO DA ALTERAÇÃO DE CRITÉRIOS CONTABILÍSTICOS

4.70.10 Resultado da Alteração de Critérios Contabilísticos

4.80 (-) ACÇOES OU QUOTAS PROPRIAS EM TESOURARIA

4.80.10 ACÇOES OU QUOTAS PROPRIAS EM TESOURARIA

Page 136: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

132 POLÍTICA CAMBIAL - COLECTÂNEA DE NORMAS

CO

NTA

SIC

A

SA

LDO

ES

PE

CIF

ICA

ÇÕ

ES

PR

AZ

OS

MO

ED

AS

SE

TO

R IN

ST.

RE

S. C

AM

BIA

L

5 RESULTADOS

5.10 RESULTADO OPERACIONAL

5.10.10 Resultado de Intermediação Financeira

5.10.75 Resultados com Mercadorias, Produtos e Outros Serviços

5.10.80 Outros Custos e Proveitos Operacionais

5.10.90 Resultado da Actualização Monetária

5.20 RESULTADO NÃO OPERACIONAL

5.20.10 Ganhos e Perdas nas Imobilizações

5.20.20 Resultado na Alienação de Imobilizações

5.20.80 Outros Ganhos e Perdas Não Operacionais

5.20.90 Provisão para Redução no Valor Recuperável

5.30 ENCARGOS SOBRE O RESULTADO CORRENTE

5.30.10 Impostos sobre o Resultado

5.30.20 Participações no Resultado

5.30.30 Contribuições sobre o Resultado

5.90 APURAMENTO DO RESULTADO

5.90.10 Apuramento do Resultado

9 CONTAS EXTRAPATRIMONIAIS

9.10 CONTAS DE CONTROLO

9.10.10 Responsabilidades de Terceiros

9.10.20 Responsabilidades perante Terceiros

9.10.30 Títulos e Valores Mobiliários

9.10.50 Responsabilidades por Prestação de Serviços

9.10.60 Operações Cambiais

9.10.90 Outras Contas de Controlo

9.20 RESPONSABILIDADES POR VALORES CONTIGENTES

9.20.10 Contingências Activas

9.20.20 Contingências Passivas

9.99 EXTRAPATRIMONIAIS

9.99.10 Devedores e Credores por Responsabilidades Extrapatrimoniais

Preenchimento obrigatório, caso exista informação.

Preenchimento não-obrigatório na primeira fase.

Page 137: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

133

AVISO Nº 01 / 06, DE 20 DE JANEIRO

ENTRADA E SAÍDA DE MOEDA ESTRANGEIRA NO PAÍS

Determina que o conceito de residência cambial é o previsto no artigo 4º da Lei nº 5/97 de 27 de Junho - Lei Cambial.

- Revoga toda a regulamentação que contrarie o presente aviso, designadamente o Aviso nº 10/99, de 21 de Maio e o

Aviso nº 7/03, de 2 de Julho.

Considerando a necessidade de se evitar problemas de índole interpretativa no que concerne à entrada e saída de

moeda estrangeira no País;

Convindo precisar e estabelecer novos procedimentos sobre a matéria;

No uso da competência que me é atribuída pelo artigo nº 42º da Lei nº 6/97, de 11 de Julho, Lei do Banco Nacional

de Angola e nos termos do artigo nº 3 da Lei nº 5/97, de 27 de Julho;

DETERMINO:

ARTIGO 1º (ÂMBITO)

Para efeitos do presente Aviso o conceito de residência cambial é o previsto no artigo 4º da Lei nº 5/97, de 27 de

Junho – Lei Cambial.

ARTIGO 2º (RESIDENTES CAMBIAIS)

1. Apenas é permitido às pessoas residentes cambiais saírem do País com moeda estrangeira, livremente, com a

quantia de USD 15.000,00 (Quinze Mil Dólares do Estados Unidos da América), ou o seu equivalente em outra

moeda estrangeira.

2. É permitido às pessoas residentes cambiais entrarem em território nacional com valores em moeda estrangeira

que exceda o montante previsto no número anterior, ou o seu equivalente em outra moeda estrangeira, sendo

obrigatória a declaração da entrada da respectiva moeda e origem que deverá ser feita junto da Alfândega.

ARTIGO 3º (NÃO RESIDENTES CAMBIAIS)

1. Às pessoas não residentes cambiais, é exigida a declaração de valores, que deve ser feita junto da Alfândega,

à entrada em território nacional, sempre que o mesmo exceda o montante de USD 15.000,00 (Quinze Mil

Dólares dos Estados Unidos da América), ou o seu equivalente em outra moeda estrangeira.

2. É permitido às pessoas não residentes cambiais saírem do território nacional com valores em moeda estran-

geira que excedam o montante previsto no número anterior, ou o seu equivalente em outra moeda estrangeira,

desde que seja apresentada a cópia da declaração prestada à Alfândega, por ocasião da sua entrada, até ao

limite do valor declarado na mesma.

Page 138: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

134 POLÍTICA CAMBIAL - COLECTÂNEA DE NORMAS

ARTIGO 4º (SANÇÕES)

O não cumprimento do estabelecido no presente Aviso, é sancionado ao abrigo da legislação aplicável em vigor,

nomeadamente do artigo 19º e seguintes da Lei nº 5/97, de 27 de Junho – Lei Cambial.

ARTIGO 5º (REVOGAÇÃO)

Fica revogada toda a regulamentação que contrarie o presente Aviso, designadamente o Aviso nº 10/99, de 21 de

Maio e o Aviso nº 07/03, de 02 de Julho.

ARTIGO 6º (ENTRADA EM VIGOR)

Este Aviso entra imediatamente em vigor.

Publique-se

Luanda, 10 de Janeiro de 2006

Governador

Amadeu de J. Castelhano Maurício

Page 139: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

135

AVISO Nº 03 / 09, DE 5 DE JUNHO (REVOGA O AVISO Nº 4 / 99, DE 21 DE MAIO)

ABERTURA E MOVIMENTAÇÃO DE CONTAS EM MOEDA NACIONAL E ESTRANGEIRA

ASSUNTO:

Havendo necessidade de se definirem os termos e condições em que as entidades residentes e não residentes

cambiais podem ser titulares de contas em moeda estrangeira e em moeda nacional , conforme dispõem os núme-

ros 1, 2 e 3 do artigo 9º da Lei nº 5/97, de 27 de Junho;

No uso da competência que me é conferida pelo n.4 do artigo 9º da Lei n.5/97, de 27 de Junho, conjugado com o

artigo 58 da Lei n. 6/97, de 11 de Julho, Lei do Banco Nacional de Angola,

DETERMINO:

ARTIGO 1º (RESIDÊNCIA CAMBIAL)

1. De acordo com artigo 4º da Lei nº5/97, de 27 de Junho, Lei Cambial, e para efeitos do presente Aviso, conside-

ram-se residentes em território nacional:

a) As pessoas singulares que tiverem residência habitual no País;

b) As pessoas colectivas com sede no País;

c) As filiais, sucursais, agências ou quaisquer formas de representação no País de pessoas colectivas com

sede no estrangeiro;

d) Os fundos, institutos e organismos públicos dotados de autonomia administrativa e financeira, com sede

em território nacional;

e) Os cidadãos nacionais diplomatas, representantes consulares ou equiparados, em exercício de funções

no estrangeiro, bem como os membros das respectivas famílias;

f) As pessoas singulares nacionais cuja ausência no estrangeiro, por período superior a 90 dias e inferior a 1

ano, tenha origem em motivo de estudos ou seja determinada pelo exercício de funções públicas.

2. Consideram-se não residentes:

a) As pessoas singulares com residência habitual no estrangeiro;

b) As pessoas colectivas com sede no estrangeiro;

c) As pessoas singulares que emigrarem;

d) As pessoas singulares que se ausentarem do País por período superior a um ano;

e) As filiais, sucursais, agências ou quaisquer formas de representação em território estrangeiro de pessoas

colectivas com sede no País;

Page 140: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

136 POLÍTICA CAMBIAL - COLECTÂNEA DE NORMAS

f) Os diplomatas, representantes consulares ou equiparados, agindo em território nacional, bem como os

membros das respectivas famílias.

3. Ao Banco Nacional de Angola incumbe decidir, em casos especiais, as dúvidas sobre a qualidade de residente

ou não residente de determinada entidade.

ARTIGO 2º (CONTAS EM MOEDA ESTRANGEIRA E EM MOEDA NACIONAL)

1. As instituições bancárias domiciliadas no território nacional, legalmente autorizadas a exercer o comércio de

câmbios, podem abrir contas de depósitos à ordem e a prazo em moeda estrangeira e em moeda nacional , em

nome de residentes e de não residentes cambiais, de acordo com os termos e condições definidos no pre-

sente Aviso.

2. Para efeitos do número anterior as contas a prazo vencerão juros a taxas livremente negociadas.

3. As instituições bancárias podem remunerar as contas de depósito a ordem.

ARTIGO 3º (MOVIMENTAÇÃO DAS CONTAS)

A movimentação das contas referidas no nº 1 do artigo anterior devem obedecer aos seguintes regimes :

1. PARA NÃO RESIDENTES CAMBIAIS

a) Conta em Moeda Estrangeira

A Crédito

- Pela importação de meios de pagamento sobre o exterior;

- Pelo depósito de receitas provenientes da sua actividade no País quando expressamente autori-

zado pelo Banco Nacional de Angola;

- Pelos juros negociados.

A Débito

- Pelo levantamento ou venda de moeda estrangeira;

- Pelo pagamento de despesas a entidades residentes e não residentes;

- Pelo repatriamento de valores devidamente autorizados pelo Banco Nacional de Angola.

b) Conta em Moeda Nacional

A Crédito

- Pela venda de meios de pagamento sobre o exterior, provenientes da conta em moeda estrangeira;

- Pelo depósito de receitas provenientes da sua actividade no País quando expressamente autori-

zado pelo Banco Nacional de Angola.

- Pelos juros negociados.

Page 141: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

137

A Débito

- Pelo levantamento de numerário

- Pelo pagamento de despesas locais.

2. CONTAS EM MOEDA ESTRANGEIRA PARA RESIDENTES CAMBIAIS

a) Pessoas Singulares

A Crédito

- Pelo depósito de moeda estrangeira em espécie ou de qualquer instrumento normalmente aceite

no mercado financeiro internacional e juros que resultem da aplicação desses valores.

A Débito

- Pelo levantamento ou venda de moeda estrangeira.

- Pela emissão de qualquer instrumento normalmente aceite no mercado financeiro internacional,

para liquidação de operações de importação de mercadorias, invisíveis correntes e capitais reali-

zados pelo próprio depositante, de acordo com a legislação cambial em vigor.

b) Pessoas Colectivas

A Crédito

- Pelo depósito de moeda estrangeira em espécie ou de qualquer instrumento normalmente

aceite no mercado financeiro internacional, resultantes do exercício da sua actividade, e juros

que decorram da aplicação desses valores.

A Débito

- Pela realização de operações desde que respeitado o disposto nos regulamentos sobre opera-

ções de mercadorias, invisíveis correntes e de capitais.

- Pelo levantamento ou venda de moeda estrangeira.

ARTIGO 4º (ANULAÇÃO DAS CONTAS DO TIPO A E B)

1. As contas do tipo A existentes à data da entrada em vigor do presente Aviso devem ser anuladas, sendo os res-

pectivos saldos convertidos e creditados na conta em moeda externa de não residente.

2. As contas do tipo B assumem as características das contas em moeda nacional para não residentes definida

neste Aviso.

ARTIGO 5º (CONTAS TITULADAS POR ORGANISMOS DO ESTADO)

1. As instituições bancárias domiciliadas no território nacional só devem abrir contas em moeda estrangeira em

nome de Organismos do Estado, mediante a apresentação do documento comprovativo da autorização do

Ministério das Finanças.

AVISO Nº 03 / 09 - ABERTURA E MOVIMENTAÇÃO DE CONTAS

Page 142: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

138 POLÍTICA CAMBIAL - COLECTÂNEA DE NORMAS

ARTIGO 6º (DISPOSIÇÕES COMPLEMENTARES)

1. Não é permitida a emissão de cheques para as contas em moeda estrangeira.

2. É proibida a existência de saldos devedores nas contas em moeda estrangeira de residentes e de não residen-

tes, bem como nas contas em moeda nacional tituladas por não residentes.

3. É permitida a transferência de valores de entre as contas, em moeda estrangeira previstas no ponto 2 do artigo

3º do presente Aviso.

4. É proibida a transferência de valores entre as contas em moeda estrangeira de residentes a favor de não resi-

dentes sem a autorização prévia do Banco Nacional de Angola.

5. Compete às instituições bancárias fixar o valor para aceitação da abertura das contas a que se refere o pre-

sente Aviso.

ARTIGO 7º (PROVA DE RESIDÊNCIA)

A instituição bancária deve exigir os documentos que se considere necessários à prova de residência cambial do

titular da conta.

ARTIGO 8º (INFRACÇÕES)

As infracções ao disposto no presente Aviso são puníveis, nos termos da Lei Cambial e da Lei das Instituições

Financeiras.

ARTIGO 9º (NORMA REVOGATÓRIA)

É revogada toda a regulamentação que contrarie o presente Aviso, designadamente o Aviso Nº 04/99, de 21 de Maio.

ARTIGO 10º (DúVIDAS E OMISSÕES)

As dúvidas e omissões que se suscitarem na interpretação e aplicação do presente Aviso são resolvidas pelo Banco

Nacional de Angola, através do Departamento de Controlo Cambial.

ARTIGO 11º (ENTRADA EM VIGOR)

O presente Aviso entra de imediato em vigor.

Publique-se

Luanda, aos 18 de Maio de 2009

O Governador, Abrahão Pio dos Santos Gourgel

Page 143: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

139

AVISO Nº 3 / 10, DE 03 DE NOVEMBRO

IMPORTAÇÃO, EXPORTAÇÃO E REEXPORTAÇÃO DE NOTAS E MOEDAS ESTRANGEIRAS E DE CHEqUES DE VIAGENS

Havendo necessidade de se proceder à alteração da periodicidade da prestação de informação relativa à importa-

ção, exportação e reexportação de notas e moedas estrangeiras e de cheques de viagens, conforme estabelecido

no Aviso nº 11/99, de 21 de Maio, nomeadamente o artigo 2º do mencionado diploma;

No uso da faculdade que me é conferida pelo artigo 40º da Lei nº 16/10, de 15 de Julho, determino:

1. O ARTIGO 2º DO AVISO Nº 11/99, DE 21 DE MAIO, PASSA A TER A SEGUINTE REDACÇÃO:

ARTIGO 2º (COMPETÊNCIA)

1 As instituições bancárias estão autorizadas, no âmbito do seu objecto social, a importar notas e moedas estran-

geiras, bem como cheques de viagens, sem prévia autorização do Banco Nacional de Angola, devendo a ins-

tituição informar semanalmente, ao Departamento de Supervisão das Instituições Financeiras — DSI, o mon-

tante das operações efectuadas no período.

2 A exportação ou reexportação de notas e moedas estrangeiras, bem como de cheques de viagens, pelas insti-

tuições bancárias, fica condicionada à autorização prévia, caso a caso, do Governador do Banco Nacional de

Angola, que poderá delegar tal competência ao Departamento de Controlo Cambial — DCC.

ARTIGO 3º (REVOGAÇÃO)

Fica revogado o artigo nº 2 do Aviso nº 11/99, de 21 de Maio.

ARTIGO 4º (ENTRADA EM VIGOR)

O presente Aviso entra de imediato em vigor.

Publique-se.

Luanda, aos 3 de Novembro de 2010.

O Governador, José de Lima Massano.

Page 144: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização
Page 145: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

141

ANOTAÇÕES SOBRE OS PEDIDOS DE LICENCIAMENTO DE OPERAÇÕES JUNTO DO BNA

As seguintes anotações decorrem da experiência do Banco Keve no pedido de licenciamento de operações assim

como de reuniões tidas com o BNA para se poder levar por diante a boa execução das operações e o seu licencia-

mento mais célere. Consideramos que estas anotações constituem um valioso suporte para a aplicação prática

das normas cambiais relativas às operações de mercadorias, invisíveis e capitais.

ASPECTOS GERAIS A TER EM ATENÇÃO

• Deve haver mais rigor por parte dos clientes no que concerne à apresentação correcta dos documentos e pos-

terior envio para licenciamento de mercadorias, capitais e invisíveis correntes, bastando para isso que sejam

incluídos todos os documentos obrigatórios.

• Os contratos de prestação de serviços devem conter sempre o objectivo dos serviços, data, prazo, forma de

pagamento, montante e data fim, não devendo ser serviços “eternos”.

• Os pedidos de licenciamento que envolvam capitais e invisíveis correntes do mesmo cliente, tem de ser solici-

tados em separado.

• Todos os pedidos de licenciamento devem fazer constar o nº da conta em M.E. a debitar.

• Os pedidos de prorrogarão de BAPIC’s e licenças de importação/exportação de capitais devem enviar ainda

dentro do prazo de validade:

• BAPIC’s: 90 dias

• LIC/LEC: 180 dias

OPERAÇÕES DE MERCADORIAS

1. PAGAMENTO ANTECIPADO - MERCADORIAS DE VALOR IGUAL OU INFERIOR A US$ 100.000,00

Neste caso o importador não tem ainda o Documento Único (D.U.) pelo que, na ordem de pagamento apresen-

tada ao banco deverá apresentar:

• Factura pró-forma franqueada (original)

• Pedido de pagamento com uma declaração de responsabilidade, conforme exemplo abaixo apresentado:

“Nos termos do disposto no Artigo 15 do Decreto nº 55/00 de 10 de Novembro, comprometendo-nos,

desde já a entregar o comprovativo da expedição da mercadoria e a factura comercial definitiva tão logo

que os recebermos do fornecedor, assim como os restantes documentos, incluindo o Documento Único,

no prazo máximo de 90 dias a contar da data de efectivação da operação cambial.”

Page 146: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

142 POLÍTICA CAMBIAL - COLECTÂNEA DE NORMAS

2. MERCADORIAS COM D.U.’S COM DATA DE EMISSÃO SUPERIOR A 180 DIAS

O Decreto nº 55/00, relativo ao licenciamento das operações de mercadorias, estabelece as seguintes regras:

a) o prazo do DU de 180 dias (nº 5 do artigo 15º).

b) este prazo pode ser prorrogado até 360 dias - desde que autorizado (nº 5 do artigo 15º).

c) Expirado o prazo de validade original, a prorrogação apenas é concedida mediante parecer favorável do

BNA (art.º 18).

d) A liquidação de operações há mais de um ano após a data de desalfandegamento, deve ser requerido às

instituições bancárias nos termos dos regulamentos das operações de capitais (art.º 19).

OPERAÇÕES DE INVISIVEIS CORRENTES

1. DEFINIÇÃO

Transacções, serviços e transferências relacionadas com Transportes, seguros, viagens, rendimentos de capi-

tais, comissões e corretagens, direitos de patentes e marcas, encargos administrativos e de exploração, salá-

rios e outras despesas por serviços pessoais, outros serviços e pagamentos de rendimentos, transferências

privadas, transferências do Estado e de pessoas jurídicas de direito público quando se efectuarem entre um

residente e não residente.

2. DOCUMENTOS NECESSáRIOS PARA A APROVAÇÃO DOS CONTRATOS

Assunto Documentos

Para todos os contratos • Contrato na versão portuguesa assinado por ambas as partes

• Constituição da empresa (cópia do Diário da República Escritura

notarial da entidade residente)

• Obrigações fiscais (cópia Documento de Arrecadação de Receitas e

• Declaração do Rendimento da Colecta do exercício anterior (Modelo 1)

Contratos de afretamento • Documento da Direcção Nacional de Aviação Civil (DNAC)

• Nota de cálculo do valor a transferir

Salários • Cópia do visto de trabalho dos expatriados

• Recibo de salário/factura

Agência de viagens • Mapa discriminativo por rubrica a que se reporta o pedido de

transferência

• Cópia do alvará da agência de viagens

• Extracto da conta bancária, que deverá apresentar saldo suficiente para

fazer face ao valor que se pretende transferir

Page 147: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

143

3. ELEMENTOS ESSENCIAIS qUE DEVEM CONSTAR NO CONTRATO

a) Entidade residente

b) Entidade não residente

c) Valor do contrato

d) Vigência

e) Condições de pagamento

f) Desdobramento do valor do contrato

g) Data de assinatura do contrato

h) Garantias

4. LISTA DE REqUISITOS NECESSáRIOS PARA APROVACAO DOS CONTRATOS DE ASSISTENCIA TÉCNICA:

a) Data de assinatura

b) Prazo de vigência

c) Condições de pagamento

d) Garantias

e) Obrigações fiscais - Declaração de colecta de rendimentos Modelo 1

Em caso de isenção do imposto industrial, apresentar o documento de arrecadação de receitas (DAR)

relativo ao imposto sobre rendimentos do trabalho e imposto de selo

f) Listagem dos trabalhadores expatriados, categoria, salário mensal a auferir

g) Vistos de trabalho actualizados

h) Documentação de constituição da empresa

ANOTAÇÕES SOBRE OS PEDIDOS DE LICENCIAMENTO DE OPERAÇÕES JUNTO DO BNA

Page 148: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

144 POLÍTICA CAMBIAL - COLECTÂNEA DE NORMAS

OPERAÇÕES DE CAPITAIS

DOCUMENTOS NECESSáRIOS PARA A APROVAÇÃO

1. OPERACOES DE MERCADORIAS

• DAR - Documento de Arrecadação de Receitas dos Últimos trimestres;

• B.L;

• DU - Documento Único da Alfandega (DU);

• Nota de Desalfandegamento emitida pelo Serviço Nacional das Alfandegas (SNA);

• Carta do Conselho Nacional Carregadores (CNC);

• Escritura Notarial;

• Declaração de rendimento de colecta correspondente ao ano (Modelo 1);

• Facturas.

2. DIVIDENDOS

• Comprovativo do cumprimento das obrigações fiscais emitido pelo Ministério das Finanças;

• Cópia do Balanço e Demonstração de Resultados do exercício ou exercícios em causa com o parecer, para

cada exercício, da empresa de auditoria independente, que opere no País devidamente legalizada pelo

Ministério das Finanças;

• Declaração emitida pelo Auditor confirmando que os lucros são resultado do exercício ou exercícios em

causa e resultam de operações relacionadas com a actividade da empresa indicando se os lucros foram

apurados antes ou após quaisquer transferências exigidas pela legislação em vigor;

• Comprovativo da confirmação do cumprimento dos termos da autorização do investimento emitido pela

entidade de tutela;

• Comprovativo do competente Órgão social ou a Acta da Assembleia Geral que deliberou a distribuição dos

lucros.

3. CONTRATOS DE EMPRÉSTIMOS

• Identificação do mutuário do(s) mutuante(s), bem como do seu agente, caso exista;

• Valor global, natureza da operação e esquema de utilização e reembolso (data, montantes e moeda);

• Condições financeiras propostas (taxas de juro, comissões e outros encargos);

• Termos e condições de eventuais garantias ou outras operações Associadas;

Page 149: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

145

• Objectivo(s) da operação e aplicação(ões) a dar aos fundos de créditos;

• Quaisquer outros elementos considerados de interesse para apreciação da operação.

4. PEDIDO DE PRORROGAÇÃO DE LIC E LEC

Os pedidos de prorrogarão dos Licenças de Importação/Exportação (LIC/LEC) devem ser enviadas ainda den-

tro do prazo de validade (180 dias).

Para os contratos de empréstimo, devem ser enviados juntamente com o pedido de renovação da licença os

seguintes documentos:

• Bordereaux bancários demonstrativo das utilizações e/ou reembolsos;

• Anexo B da licença com a chancela (carimbo) da instituição bancária das utilizações e/ou reembolsos

ocorridos no período.

ANOTAÇÕES SOBRE OS PEDIDOS DE LICENCIAMENTO DE OPERAÇÕES JUNTO DO BNA

Page 150: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização
Page 151: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização
Page 152: POLÍTICA CAMBIAL COLECTÂNEA DE NORMAS · vir de apoio na aplicação prática nesta área tão fundamental para a economia do País. A sua publicação resulta de uma actualização

www.bancokeve.ao

Research Team:

João Fonseca (coordenação)

José Eduardo Silva

Francisco Ribeiro

Francisco Luemba

[email protected]

O Banco Keve apoia na luta contra o HIV/SIDA