polígrafo 2010_completo_solos florestais

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  • 7/31/2019 Polgrafo 2010_completo_solos florestais

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    UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIACENTRO DE CINCIAS RURAIS

    DEPARTAMENTO DE SOLOS

    SOLOS FLORESTAISAULAS PRTICAS

    Prof. Douglas Rodrigo Kaiser

    Maro de 2010

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    PRTICA 1 APRESENTAO E VISITA AO MUSEU DE SOLOS DO RS

    ObjetivosExpor ao aluno o seu objeto de estudo nesta disciplina, o solo, contextualizando acincia do solo e sua importncia ambiental e para a produo agrcola.

    Contedos trabalhados

    - Visita ao Museu de Solos do Rio Grande do Sul.- O que solo, como formado, sua importncia agrcola e ambiental ;- Fatores e processos de formao dos solos;- Funes ambientais dos solos;- Os solos e a produo agropecuria e florestal;- Importncia do manejo dos solos em uma propriedade rural;

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    PRTICA 2 ROCHAS E MINERAIS

    Objetivos

    Identificar e caracterizar os principais tipos de rochas e seus constituintes minerais, queocorrem no Rio Grande do Sul.

    Mineral

    Mineral: um slido homogneo, de ocorrncia natural, geralmente inorgnico,com composio qumica definida e uma estrutura cristalina (arranjo ordenado de

    ctions e nions). Ex.: Hematita ( -Fe203), Calcita (CaCO3), Diamante (C).

    Rochas

    Rocha: um agregado natural, coerente, multigranular de uma ou mais espciesminerais. Podendo conter ainda, matria orgnica e matria vtrea. A agregao dosminerais na formao das rochas no se d ao acaso, mas obedecem as leis fsicas,qumicas ou fsico-qumicas definidas. Ex.: Granito (constitudo de quartzo, feldspatose micas), Calcrio (constitudo de calcita e dolomita), Arenito (constitudo de quartzo).

    As rochas so o material de origem dos solos, sendo um dos principais fatores deformao ligados a grande variabilidade e diversidade de solos que ocorrem nasuperfcie terrestre.

    O critrio usado para a diviso geral das rochas a origem destas ou seu modode formao. A formao das rochas se d por resfriamento do magma, formando asrochas gneas ou magmticas; consolidao de depsitos sedimentares, originando asrochas sedimentares; e metamorfismo, formando as rochas metamrficas.

    1- Rochas gneas ou magmticas:As rochas gneas ou magmticas soformadas a partir do resfriamento e solidificao de um magma. O magma ummaterial em estado de fuso que se encontra em diferentes profundidades na crosta emanto terrestre.

    Principais propriedades macroscpicas:a) Modo de jazimento:Referem-se s posies (locais) onde as rochas gneas

    se consolidam na litosfera.

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    Rochas gneas extrusivas ou vulcnicas:so rochas formadas pelo resfriamentodo magma em superfcie, caracterizando os derrames de lavas. Apresentam em geraltextura afantica, estruturas vtrea, macia e vesicular. O magma resfria rapidamentequando atinge a superfcie, no havendo tempo para o crescimento dos cristais.

    Rochas Intrusivas:so rochas originadas de magmas que resfriam e solidificamem diferentes profundidades no interior da crosta terrestre.

    b) Granulao ou textura: a avaliao do tamanho dos minerais constituintesde uma rocha. Para efeito prtico e de acordo com o tamanho dos constituintes, asrochas so denominadas:

    Afanticas:rochas de granulao muito fina onde os constituintes minerais so

    dificilmente identificados e/ou distinguidos entre si a olho nu. Em geralapresentam cristais menores que 0,5 mm (Figura 1 a).Fanerticas :rochas cujos minerais constituintes so identificados e distinguidosa olho nu. Em geral apresentam cristais maiores que 0,5mm (Figura 1 b).

    a)b)

    Figura 1- Textura das rochas gneas: a) afantica e b) fanertica.c) Colorao:As rochas gneas podem apresentar minerais claros (flsicos) e/ou

    escuros (mficos) em quantidades variveis. A avaliao da quantidade de mineraisclaros e escuros dar a classificao da rocha quanto ao ndice de Colorao:

    Rochas Leucocratas:rochas onde predominam minerais claros, tais como:quartzo, feldspatos, muscovita. A tonalidade da rocha clara, mesmo que seusminerais configurem rocha textura afantica (Figura 2a). Rochas Melanocratas:rochas onde predominam minerais escuros, tais como:piroxnios, biotita, anfiblios. A tonalidade da rocha escura. (Figura 2b).

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    Rochas Mesocratas:rochas onde os minerais claros e escuros aparecem empropores similares (Figura 2c).

    a) b) c)Figura 2 Classificao das rochas pela colorao: a) leucocrata, b) melanocratas e c)mesocratas.

    d) Composio mineralgica: Para identificar os minerais nas rochas separar-seos claros (flsicos) dos escuros (mficos) :

    Minerais Flsicos:os minerais flsicos mais comuns presentes nas rochasgneas so o quartzo e os feldspato.

    Feldspato ortoclsio (KAlSi3O8): colorao rosadaFeldspato Plagioclsio (CaAl2Si2O8 ou NaAlSi3O8): colorao branca,

    cinza ou esverdeada.Quartzo: brilho vtreo; cor incolor a fum.

    Minerais Mficos:os mais comuns presentes nas rochas gneas so biotita,piroxnios e anfiblios. Apresentam colorao escura.

    e) Teor de slica(SiO2) ou acidez: quanto ao teor de slica as rochas podem serclassificadas em:

    cidas: so rochas que apresentam teor de SiO2 maior que 65% do

    volume total de sua composio qumica. Macroscopicamente so rochas comcontedo de quartzo de mdio a alto (maior que 10%), sendo facilmenteidentificada devida sua abundncia (Figura 3a).

    Bsicas: so rochas onde o teor de SiO2 menor que 52% do volumetotal de sua composio qumica. Macroscopicamente so rochas sem quartzo(Figura 3b).

    Intermedirias:so rochas onde o teor de SiO2 est entre 65 e 52% do

    volume total de sua composio qumica. Macroscopicamente so rochas com

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    pouco quartzo. O quartzo identificado com alguma dificuldade devido ocorrerem quantidades inferiores a 5% (Figura 3c).

    a) b) c)Figura 3 Classificao das rochas quanto ao teor de slica ou acidez : a) cida(granito), b) bsica (basalto) e c) intermediria (sienito).

    f) Estrutura: o arranjo ou a distribuio que os minerais apresentam em umarocha. A estrutura depende tambm do tamanho dos cristais (granulao ou textura).Quanto a sua estrutura, as rochas gneas podem ser classificadas em:

    Vtrea: a rocha apresenta superfcie completamente lisa, geralmente decolorao homognea e sem vestgios de material cristalizado. As superfcies de quebrada rocha so irregulares e com bordas cortantes.

    Macia:quando os minerais so muito pequenos, no sendo possvel identific-los a olho nu. A rocha apresenta seus constituintes muito coerentes, sem interstcios.

    Granular: a estrutura granular pode ser fina ou fanertica. Fina: rochaconstituda por minerais de tamanhos reduzidos, dificilmente distinguveis, exceto pelasensao de aspereza ao tato. Em geral so rochas de colorao escura. Fanertica: rochaconstituda por minerais bem evidentes, sem desenvolvimento preferencial eaproximadamente do mesmo tamanho.

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    Afantica Fanertica

    Porfirtica: caracterizada pela presena de cristais bem desenvolvidos que sedestacam da matriz da rocha pelo tamanho e pela cor. A matriz pode ser caracterizadapor uma massa vtrea ou granular fina.

    Pegmattica:caracterizada pela presena de grandes cristais com dimenses de1, 2, 5 cm ou mais, sem desenvolvimento preferencial. Os minerais nas rochas com essaestrutura so facilmente identificados.

    Vesicular:quando a rocha apresenta um grande nmero de pequenas cavidades(vacolos ou vesculas) ou bolhas formadas durante o rpido resfriamento do magma.

    Amigdalide: a estrutura vesicular cujas vesculas esto parcial ou totalmentepreenchidas por minerais. Este preenchimento pode ser por quartzo, calcita, dolomita,calcednea.

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    2- Rochas sedimentares:so formadas a partir da consolidao de um materialoriginado pela ao de um conjunto de processos que atuam na superfcie da Terra(processos exgenos) e que levam destruio/desagregao de qualquer tipo de

    rocha pr-existente (gnea, sedimentar e metamrfica). Os principais agentes dessesprocessos so a gua, o vento e o gelo, que so responsveis pela gerao do CicloSedimentar (Intemperismo, Eroso e Transporte, deposio e consolidao).

    Principais propriedades macroscpicas:

    a) Granulao ou textura: a avaliao do tamanho dos minerais constituintesde uma rocha. No caso da rocha sedimentar, a textura est intimamente ligada aosconstituintes das rochas preexistentes e materiais que lhe deram origem.De acordo coma escala granulomtrica as rochas sedimentares podem ser:

    Rudceas:onde predomina a frao areia com seixos ou cascalhos(Ex: conglomerados) Arenosas:onde predomina a frao areia sem seixos ou cascalhos.(Ex: arenitos).Siltosas:onde predomina a frao silte (Ex: siltitos).

    Argilosas:onde predomina a frao argila (Ex: argilitos).

    b) Composio mineralgica:Para avaliar a composio mineralgica derochas sedimentares necessrio separar os fragmentos (grnulos), quando houver, docimento. O principal constituinte dos grnulos o quartzo. Os materiais cimentantes soem geral produtos que vieram em soluo e precipitaram entre os grnulos, matriaorgnica ou ainda partculas minerais menores (frao silte e argila, principalmente) que

    preenchem os espaos entre os fragmentos.O cimento normalmente apresenta as seguintes cores:avermelhada a marrom: indicativa da presena de hematita ( -Fe2O3)amarelada: indicativa da presena de goethita (FeOOH)cinza escura a preta: indicativa da presena de matria orgnicaincolor, branca e vrias tonalidades claras:indicativa da presena de calcita,dolomita, slica, argila.

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    c) Estrutura:As principais estruturas das rochas sedimentares so:

    Macia

    Terrosa

    Granular

    Estratificadas em camadas planas paralelas

    Estratificadas em folhas ou placas

    Estratificadas em camadas cruzadas

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    3- Rochas metamrficas:As rochas magmticas e sedimentares podem serlevadas por processos geolgicos a condies diferentes daquelas nas quais seformaram. Estas novas condies podem determinar a instabilidade dos mineraispreexistentes, estveis nas antigas condies. As rochas sofrem ento transformaessob a ao destas novas condies de temperatura, presso, presena de agentes volteisou fortes atritos, adaptando-se a novas condies reinantes. As rochas originadas a partirdestas transformaes so denominadas rochas metamrficas. O conjunto de fenmenosque leva a estas transformaes conhecido como metamorfismo

    O metamorfismo atua sobre rochas preexistentes modificando suas texturas,estruturas e, no obrigatoriamente, a mineralogia. As modificaes observadas emdecorrncia do metamorfismo so reajustes necessrios para que os minerais alcancem aestabilidade nas novas condies do meio em que a rocha foi colocada. importanteobservar que esse processo ocorre sem que haja fuso da rocha preexistente, ou seja astransformaes ocorrem na fase slida. Podem ocorrer tanto a recristalizao dosminerais preexistentes como a formao de novos minerais, graas mudana daestrutura cristalina sob novas condies de presso e temperatura ou a combinaoqumica entre dois ou mais minerais formando um novo mineral.

    Principais propriedades macroscpicas:a) Granulao ou textura: a avaliao do tamanho dos minerais constituintes

    de uma rocha. Para efeito prtico e de acordo com o tamanho dos constituintes, asrochas so denominadas:

    Afanticas:rochas de granulao muito fina onde os constituintes minerais sodificilmente identificados e/ou distinguidos entre si a olho nu. Em geral cristais menoresque 0,5 mm.

    Fanerticas: rochas cujos minerais constituintes so identificados e distinguidos olho nu. Em geral apresentam cristais maiores que 0,5 mm.

    b) Composio mineralgica:As rochas metamrficas, em funo do processogentico, possuem minerais que so comuns as rochas gneas (por exemplo, quartzo,feldspato, biotita e muscovita), as rochas sedimentares (por exemplo, calcita, dolomita,quartzo, muscovita) e minerais prprios, formados durante o metamorfismo (clorita,

    sericita, zirconita, granada).

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    c) Estrutura:As principais estruturas das rochas metamrficas so: Macia: caracterstica de rochas que exibem aspecto macio e ausncia de

    elementos lineares ou planares ntidos, indicando amplo domnio da recristalizaosobre a deformao. Ex: mrmores, quartzitos e anfibolitos.

    Gnaissica: resulta da interao das estruturas granulares e xistosas, sendocaracterstica dos gnisses. Estas rochas so constitudas por camadas alternadas ricas

    em minerais equidimensionais (principalmente quartzo, feldspato) e planares ou lineares(principalmente biotita).

    Cataclstica: os minerais apresentam-se na forma de fragmentos angulosos dediversos tamanhos envoltos em uma massa fina Os fragmentos assemelham-se amaterial quebrado por golpes de martelo. Ex: cataclasitos.

    Granular: apresentam minerais bem evidentes aproximadamente de mesmotamanho e ausncia de elementos lineares ntidos ou qualquer orientao Ex: mrmore,anfibolitos.

    Xistosa: uma estrutura caracterstica das rochas que exibem acentuado aspectoplanar e fissilidade ao longo de planos paralelos denominados de xistosidade. Ex:

    muscovita xistos, biotita xistos, talco xistos, clorita xistos, hornblenda xistos, estaurolitaxistos.

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    Quadro auxiliar para identificar rochas gneas Colorao Textura Composio

    mineralgicaEstrutura Teor de

    slicaModo de

    jazimentoOutras

    caractersticasRochas

    Leucocrata Fanertica OrtoclasioQuartzoBiotita

    Granular cida Intrusivo Apresentapouca biotia

    Granitorseo

    Leucocrataa Mesocrata Fanertica OrtoclasioQuartzoBiotita

    Granular cida Intrusivo Granitocinza

    Mesocrata aLeucocrata

    Fanertica OrtoclasioQuartzoPiroxnio

    Granular Intermediria Intrusivo Sienito

    Melanocrata Afantica PlagioclsioPiroxnio

    Macia Bsica Extrusivo Impossvel veros minerais a

    olho nu

    Basalto

    Melanocrata Afantica PlagioclsioPiroxnio

    Vesicular Bsica Extrusivo As vesculaspodem estarpreenchidaspor quartzo,

    dolomita

    Basaltovesicular

    Melanocrata Afantica PlagioclsioPiroxnio

    Amigdalide Bsica Extrusivo Vesculaspreenchidas

    Basaltoamigdalide

    Melanocrata Subfanertica PlagioclsioPiroxnio

    Granular Bsica Intrusivo Diabsio

    Melanocrata Fanertica PlagioclsioPiroxnio

    Granular Bsica Intrusivo Gabro

    Quadro auxiliar para identificar rochas metamrficas Textura Composio mineralgica Estrutura Outras caractersticas RochasFanertica Ortoclsio, quartzo, biotita Gnissica O ortoclasio rosa ou cinza Gnaisse

    Fanertica Muscovita, quartzo Xistosa Rocha de cor brancaamarelada porxido de Fe

    Xisto

    Fanertica Calcita Granular Rocha cristalina Mrmore

    Afantica a Subfanertica Quartzo, Muscovita Macia Rocha clara podendoconter cristais de

    muscovita

    Quartzito

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    6 Atividade prtica

    a) Identifique as rochas e preencha o quadro abaixo de acordo com ascaractersticas macroscpicas apresentadas.

    Identificao Formao Jazimento Textura Estrutura Cor Nome da rocha

    b) Qual a importncia de conhecermos o tipo de rocha que ocorre nas diferentesregies? Cite um exemplo de uma rocha que ocorre em cada regio do estado e quais asprincipais caractersticas que so usadas para diferenciar uma da outra.

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    c) Indique os tipos de rochas que predominam em cala regio ou local indicadopelas letras nas figuras abaixo:

    ( ) Rochas gneas intrusivas( ) Rochas gneas extrusivas( ) Rochas metamrficas( ) Rochas sedimentares de origem marinha( ) Rochas sedimentares de origem erosiva.( ) Regio com elevada concentrao de K em solos jovens( ) Regio com solos recm formados com alto de teor de Fe+++, Ca++ e Mg++ ( ) Regio com predomnio de solos pouco desenvolvidos( ) Regio onde so encontrados solos profundos( ) Formao geolgica mais antiga do estado( ) Formao geolgica mais jovem do estado( ) Regio coberta por grandes derrames vulcnicos.

    A

    B

    C

    D

    A

    BCD

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    7- Referncias

    CLEMENTE, C.A. Curso de especializao em gerenciamento ambiental.

    Apontamentos de aula da disciplina Geologia. Piracicaba: Esalq, 2004. 33p.

    MACHADO, F.B.; MOREIRA, C.A.; ZANARDO, A; ANDRE, A.C.;GODOY, A.M.;FERREIRA, J. A.; GALEMBECK, T.; NARDY, A.J.R.; ARTUR, A.C.; OLIVEIRA,M.A.F.de. Enciclopdia Multimdia de Minerais. [on-line].ISBN: 85-89082-11-3 Disponvel na Internet: http://www.rc.unesp.br/museudpm.

    http://www.geolab.unc.edu/Petunia/IgMetAtlas/mainmenu.html Atlas de Mineralogia(ingls), descries de minerais e rochas

    http://www.webmineral.com Atlas de Mineralogia (ingls), com timas fotos e boasdescries de minerais.

    http://ansatte.uit.no/kku000/webgeology/webgeology_files/brazil/minerals_pt_bra.html

    http://www.museumin.ufrgs.br/porsite.htm

    http://www.rc.unesp.br/museudpmhttp://www.rc.unesp.br/museudpmhttp://www.rc.unesp.br/museudpmhttp://www.geolab.unc.edu/Petunia/IgMetAtlas/mainmenu.htmlhttp://www.geolab.unc.edu/Petunia/IgMetAtlas/mainmenu.htmlhttp://www.webmineral.com/http://www.webmineral.com/http://ansatte.uit.no/kku000/webgeology/webgeology_files/brazil/minerals_pt_bra.htmlhttp://ansatte.uit.no/kku000/webgeology/webgeology_files/brazil/minerals_pt_bra.htmlhttp://ansatte.uit.no/kku000/webgeology/webgeology_files/brazil/minerals_pt_bra.htmlhttp://www.webmineral.com/http://www.geolab.unc.edu/Petunia/IgMetAtlas/mainmenu.htmlhttp://www.rc.unesp.br/museudpm
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    PRTICA 3 MORFOLOGIA DO SOLO

    As caractersticas morfolgicas do solo so o reflexo dos fatores e processos deformao que aturam durante determinado perodo de tempo e o seu conhecimento e a

    identificao so fundamentais para a descrio e classificao dos solos.Objetivos:

    Iniciar o estudo da morfologia do solo, fornecendo subsdios para que os alunosaprendam a conhecer e interpretar as caractersticas morfolgicas de diferentes solos.

    Estudar a morfologia do solo no campo, permitindo aos alunos entenderem ereconhecerem as caractersticas morfolgicas em diferentes solos.

    Contedos trabalhados:

    1- O que perfil do solo e sua importncia no estudo e compreenso dosdiferentes solos;2-relao solo paisagem e variabilidade natural dos solos;3-Mostras no perfil os procedimentos para descrio de um perfil de solo;4-Horizontes e camadas, principais horizontes que compem o solo;

    5-Profundidade do solo: profundidade efetiva e sua relao com a gnese do soloe com o desenvolvimento de plantas;6- Espessura do solo;7- Textura e suas relaes com propriedades qumicas e fsicas;8- Procedimentos para determinao da textura do solo;9- Painel de anlise textural pelo mtodo do tato;

    Elementos de trabalho prtico:1- Horizontes do soloOs horizontes do soloformados pela ao dos processos pedogenticos so

    chamados de horizontes genticos ou pedogenticos. Correspondem ao julgamentoqualitativo do avaliador que considera alteraes resultantes da formao do solo. Osprincipais horizontes pedogenticos so os seguintes:

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    Horizonte O ou H constitudo de material orgnico sobreposto a outros horizontesminerais ou a rocha. O horizonte O formado geralmente em condies de baixatemperatura, enquanto o horizonte H formado geralmente em condies de mdrenagem.

    Horizonte A constitudo de material, encontrado na superfcie ou em seqncia ahorizontes O ou H. Difere-se dos horizontes subseqentes pelo maior acmulo dematria orgnica e translocao de componentes minerais. Apresenta intensa atividadebiolgica e propriedades qumicas, fsicas e biolgicas influenciadas pela matriaorgnica.

    Horizonte E constitudo de material mineral com predomnio de partculas grosseirascomo areia e silte, devido a translocao de argila, ferro, alumnio ou matria orgnicapara horizontes subseqentes. Conhecido como horizonte eluvial.

    Horizonte B constitudo de material mineral encontrado em subsuperfcie, sobhorizontes A, E ou O. o horizonte que apresenta maior expresso dos processospedogenticos, notados pela cor, textura, mineralogia, estrutura e outros aspectos. Emalguns casos caracteriza-se como horizonte iluvial.

    Horizonte C constitudo de material mineral encontrado em subsuperfcie, sobhorizontes A, E ou O. o horizonte que apresenta maior expresso dos processos

    pedogenticos, notados pela cor, textura, mineralogia, estrutura e outros aspectos. Emalguns casos caracteriza-se como horizonte iluvial.

    Horizonte R constitudo de material mineral consolidado, como a rocha. No pode sercortado com uma p, mesmo quando mido.

    2- Horizontes de transioSo horizontes que apresentam caractersticas de dois horizontes principais,

    situados na zona de transio de um para outro. Quanto identificao, aquele horizonteque predominar sobre o outro aparece na frente, por exemplo: horizonte AB, apresentacaractersticas de A e B, entretanto, predomina aquelas de A, sendo considerado A parafins de classificao. Outros exemplos de horizontes transicionais so os seguintes: BA,AC, EB, BE, BC, CB, etc.

    3- Horizontes intermediriosSo horizontes mesclados, podendo ou no ser transicionais, onde pores de

    um horizonte penetram na rea de outro horizonte, sendo possvel identificar as

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    diferentes partes. Estes horizontes so identificados da seguinte maneira: A/B, A/C,B/C, B/C/R. Onde a primeira letra indica o horizonte que ocupa maior volume.

    Simbologia e caractersticas especficas de horizontes e camadas subordinadas do solo(adaptado de Santos et al., 2005)

    Sufixos CaractersticaUso comhorizonte

    pedogentico

    Indicativo de atributoou horizontediagnstico

    b horizonte enterrado H, A, E, B, F recobrimentoc concrees de Fe, Al e Mn A, E, B, C petroplintitaf plintita B, C Hz. plnticog glei A, E, B, C Hz. glei

    i incipiente desenvolvimento doHz. B B Hz. B incipiente

    j tiomorfismo H, A, B, C Material sulfdricok* acumulao de CaCO3 A, B, C -

    m extremamente cimentado em+90% B, C duripan

    n saturao com Na+ trocvel > 15% H, A, B, C carter sdicop revolvido pela arao agrcola H, A uso antrpico

    r rocha branda ou saprolito C contato ltico

    fragmentriot acumulao de argila iluvial B Hz. B textural

    u modificaes ou acumulaesantropognicas H, A -

    v caractersticas vrticas B, C Hz. vrticow intemperismo intenso B Hz. B latosslicox cimentao aparente, reversvel B, C, E Fragip

    A transio entre horizontes descrita quanto ao grau (nitidez) e topografia

    (forma) com que os horizontes se diferenciam no perfil.

    Transio entre horizontes - Grau ou nitidez (extrado de Santos et al., 2005)

    Grau ou nitidez Faixa de separao (cm)Abrupta < 2,5

    Clara 2,5 a 7,5Gradual 7,5 a 12,5

    Difusa >12,5

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    Descrio da forma de transio entre horizontes (extrado de Santos et al., 2005)

    Forma outopografia Caractersticas

    Plana Paralela a superfcie, pouco ou nenhuma irregularidade.

    Ondulada Sinuosa, com desnveis em relao a um plano horizontal maislargos que profundos.Irregular Irregular, com desnveis em relao ao plano horizontal maisprofundos que largos.

    Descontnua Descontnua, em que partes de um horizonte esto parcial oucompletamente desconectadas de outras do mesmo horizonte.

    4-Estrutura: Os tipos de estrutura normalmente encontrados no solo soclassificados de acordo com a forma e ao tamanho das unidades estruturais como mostra

    a tabela a seguir.

    Forma

    Tipos (forma e arranjamento dos agregados)

    Laminar

    Prismtica : um tipo que

    predomina a linha vertical

    Blocos : com 3 dimenses da mesma ordem de

    magnitude, distribudas em torno de um ponto.

    Prismtica Colunar Blocos

    angulares

    Blocos

    subangulares

    Forma e aspecto

    arredondado

    granular grumosa

    Muito pequena < 1 mm < 10mm < 10mm < 5 mm < 5 mm < 1 mm < 1 mm

    Pequena 1 a 2 mm 10 a 20 mm 10 a 20 mm 5 a 10 mm 5 a 10 mm 1 a 2 mm 1 a 2 mm

    Mdia 2 a 5 mm 20 a 50 mm 20 a 50 mm 10 a 20 10 a 20 mm 2 a 5 mm 2 a 5 mm

    Grande 5 a 10 mm 50 a 100 mm 50 a 100 mm 20 a 50 20 a 50 mm 5 a 10 mm -

    Muito grande > 10 mm > 100 mm > 100 mm > 50 mm > 50 mm > 10 mm -

    Outra caracterstica avaliada o grau de desenvolvimento da estrutura:

    Fraca: unidades estruturais pouco freqentes em relao ao solo solto.Moderada:unidades estruturais bem definidas e pouco material solto.Forte: unidades estruturais so separadas com facilidade e quase no se observamaterial solto.

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    Tipos de estruturas

    5- Cerosidade

    o aspecto brilhante e ceroso resultante de filmes de argila que recobrem asuperfcie das unidades estruturais.

    Quanto ao grau de desenvolvimento:pode ser fraca, moderada e forte deacordo com maior ou menor nitidez e contraste mais ou menos evidente com as partessem cerosidade.

    Quanto quantidade:pouco, comum e abundante, em funo do revestimentoda superfcie dos agregados.

    Alm da cerosidade, deve-se descrever:Superfcies foscas ou coatings: superfcies ou revestimentos muito tnues e

    pouco ntidos, que no podem ser caracterizados como cerosidade. Estes revestimentosso constitudos por filmes de matria orgnica e mangans (pretos ou quase pretos).

    Superfcies de frico ou slickensides: superfcies alisadas e lustrosas,apresentando estriamento causado pela movimentao e atrito da massa de solo.

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    Ocorrem devido aos movimentos de expanso e contrao da massa de solo resultantedo umedecimento e secagem do solo.

    Superfcies de compresso ou pressure surface: superfcies alisadas semestriamento causadas por compresso na massa de solo em decorrncia da expanso domaterial. Podem apresentar brilho quando midas ou molhadas.

    6- Ndulos e concrees

    A descrio deve incluir informaes sobre quantidade, tamanho, dureza, cor enatureza dos ndulos e concrees.

    Quantidade: Muito pouco: < 5% do volume;

    Pouco: 5 a 10%;

    Freqente: 15 a 40%;

    Muito freqentes: 40 a 80%;

    Dominante: > 80% do volume.

    Tamanho: Pequeno: > 1 cm de dimetro (maior dimenso) ,

    Grande: < 1 cm de dimetro (maior dimenso) .

    O tamanho mdio pode ser indicado entre parnteses isso desejvel seos ndulos so excepcionalmente pequenos (< 0,5 cm) ou grandes (> 2cm).

    Dureza: Macio: pode ser quebrado entre o polegar e o indicador;

    Duro: no pode ser quebrado entre os dedos.

    Forma: esfrica, irregular e angular.

    Cor: utilizar termos simples: preto, branco, vermelho, etc.

    Natureza: a presumvel natureza do material do qual o ndulo ou concreo principalmente formado deve ser dada, por exemplo, concrees ferruginosas

    (compostos de ferro predominante): ferro-magnesianas, gibbsita; carbonato de clcio,etc.

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    7- Presena de razesPretendendo se distinguir as quantidades relativas de razes nos diferentes

    horizontes, anota-se a quantidade de razes (muitas; comuns; poucas; e raras), odimetro de razes (muito finas < 1mm; finas = 1 a 2mm; mdias = 2 a 5mm; grossas =5 a 10mm; e muito grossas > 10mm), e o tipo de razes, como fasciculada ou pivotante.

    8- Descrio geral (caracterizao ambiental)

    a caracterizao de aspectos referentes ao ambiente onde o perfil de solo seencontra, os quais so anotados na seguinte seqncia:

    Perfil:especificar o nmero ou outra identificao de campo;

    Data: anotar dia, ms e ano; Classificao:efetuada segundo o SiBCS (Embrapa, 2006) aps anlise dos dadoscoletados; Localizao: endereo do perfil, informar estrada, municpio e coordenadasgeogrficas; Situao e declive:informar a declividade e cobertura vegetal sobre o perfil; Altitude:determinada em relao ao nvel do mar; Litologia:discriminao das rochas que constituem o substrato no local do perfil desolo; Formao geolgica:especificao da unidade litogentica a que se referem as rochasdo substrato; Perodo:identificao do perodo geolgico referente litologia; Material originrio:natureza do material primitivo do qual o solo se formou; Pedregosidade:refere-se proporo relativa de calhaus e mataces sobre a superfciee, ou, na massa do solo; Rochosidade:refere-se proporo relativa de exposio de rochas do embasamento,na superfcie do terreno;

    Relevo local:refere-se declividade do local onde se encontra o perfil de solo; Relevo regional:diz respeito ao tipo de relevo predominante na regio do perfil emquesto; Eroso:refere-se ao grau de remoo das partes superficiais e subsuperficiais do solo; Drenagem: diz respeito drenagem interna do perfil, expressa pela colorao doshorizontes; Vegetao primria:refere-se vegetao primria ou original do local do perfil; Uso atual:refere-se ao uso atual do solo no local do perfil e nas suas imediaes;

    Clima:tipo de clima conforme a classificao de Kppen;Descrito e coletado por:Nome dos indivduos que efetuaram a descrio e coleta.

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    CAMPUS DA UFSM LOCALIZAO DOS PERFIS DAS AULAS PRTICAS

    CCR

    PERFIL 1

    PERFIL 2

    Biblioteca

    Galpo do Depto.de solos

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    PRTICA 4 MORFOLOGIA DO SOLO

    Objetivos:Continuar o estudo da morfologia do solo, fornecendo subsdios para que os

    alunos aprendam a conhecer e interpretar as caractersticas morfolgicas (cor, textura,estrutura e consistncia) de diferentes solos.

    Contedos trabalhados:a) Cor do solo e sua importncia agrcola e ambiental;b) Determinao da cor do solo coma caderneta de Munsell;c) Textura do solo e sua importncia agrcola e ambiental;

    d) Determinao da textura do solo atravs do tato;e) Consistncia do solo e sua determinao pelo tato;f) Estrutura do solo: formao e caracterizao.

    Elementos de trabalho prtico:

    Cor do solo:para a caracterizao da cor do solo a campo conveniente quebrar

    os agregados ou torres para determinar se a cor a mesma por fora e por dentro doselementos da estrutura. Depois a caracterizao feita (pela comparao com ospadres de cores constantes na caderneta de Munsell) em amostras secas, seca triturada,mida, e mida amassada. Nessa aula os alunos iro determinar a cor (Matiz, valor ecroma) de diferentes amostras de solos com a caderneta e Munsell.

    Matiz: cor do espectro da luz. Estrelacionado com o comprimento de ondade luz.

    Valor: refere-se luminosidade relativada cor.

    Croma: a pureza da cor em relao aocinza.

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    Textura do solo:A textura do solo refere-se ao contedo percentual das fraesareia (partculas com tamanho entre 2 e 0,05 mm), silte (entre 0,05 e 0,002 mm) e argila(menor que 0,002 mm) presentes no solo. A textura do solo nos informa sobre facilidadede mecanizao do solo, suscetibilidade eroso, porosidade, armazenamento de gua,entre outros. Sua determinao no campo se baseia na sensibilidade ao tato:

    Areia:sensao aspereza,no plstico,no pegajoso.Silte:sensao sedosidade, plstico,no pegajoso.Argila:Sensao sedosidade, plstica, pegajosa.Este procedimento requer habilidade e prtica. Sempre que possvel, pegue um

    punhado de solo e umedea-o; aps, esfregue uma poro do solo umedecido paraperceber as distintas sensaes que as partculas nos do. Como o solo normalmentecomposto pelas trs fraes granulomtricas (areia, silte e argila) e raramente porapenas uma dela, teremos uma ou duas sensaes predominantes.

    Para classificar o solo em uma classe textural, utiliza-se o tringulo textural,entrando com os percentuais de areia, silte e argila e assim achando o nome da classe dosolo.

    Tringulo textural:com as 13 classes texturais consideradas pelo Sistema Brasileiro

    de classificao de solos.

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    Consistncia do solo:refere-se caracterstica de resistncia e moldabilidadeque o solo oferece quando esta seco, mido e molhado. A consistncia do solo nosinforma sobre as condies e a facilidade de mecanizao do solo. Sua determinao nocampo se baseia na sensibilidade ao tato:

    a) Solo seco: caracterizada pela dureza ou tenacidade. Para avali-la, deve-se selecionarum torro seco e comprimi-lo entre o polegar e o indicador.

    Solta:no coerente entre o polegar e o indicador.Macia: massa do solo fracamente coerente e frgil quebra-se em materialpulverizado ou gros sob presso muito leve.Ligeiramente dura:fracamente resistente presso, facilmente quebrvel entreo polegar e o indicador.Dura: moderadamente resistente presso, pode ser quebrado nas mos semdificuldade, mas dificilmente quebrvel entre o polegar e o indicador.Muito Dura: muito resistente presso. Somente com dificuldade pode serquebrado nas mos. No quebrvel entre o polegar e o indicador.Extremamente Dura: extremamente resistente presso. No pode serquebrado com as mos.

    b) Solo mido: caracterizada pela friabilidade e determinada num estado de umidadeintermedirio entre o seco e a capacidade de campo. Deve-se umedecer o torro de sololigeiramente e deixar que o excesso de gua seja removido da amostra antes de testar aconsistncia. Depois tentar esboroar na mo uma amostra ligeiramente mida.

    Solta:no coerente.Muito frivel:o torro esboroa-se com presso muito leve, mas agrega-se porcompresso posterior.

    Frivel: o torro esboroa-se facilmente sob presso fraca e moderada entre opolegar e o indicador e agrega-se por compresso posterior.Firme: o material de solo esboroa-se sob presso moderada entre o polegar e oindicador, mas apresenta resistncia distintamente perceptvel.Muito firme: o material de solo esboroa-se sob forte presso; dificilmenteesmagvel entre o polegar e o indicador.Extremamente firme:o material do solo somente se esboroa sob presso muito

    forte, no pode ser esmagado entre o polegar e o indicador e deve serfragmentado pedao por pedao.

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    c) Solo quando molhado: caracterizada pela plasticidade e pela pegajosidade edeterminada em amostras pulverizadas e homogeneidade, com contedo de gualigeiramente acima ou na capacidade de campo. A quantidade de gua ajustadaadicionando solo ou gua medida que se manipula a amostra.

    Plasticidade: para determinao a campo, rola-se, depois de amassado, omaterial de solo entre o polegar e o indicador e observa-se se pode ser feito oumodelado um fio ou cilindro fino.

    No plstica:quando muito, forma um fio, que facilmente deformado;Ligeiramente plstica:forma-se um fio, que facilmente deformado;Plstica: forma-se um fio, sendo necessria presso moderada para suadeformao;Muito plstica:forma-se um fio, sendo necessria muita presso paradeform-lo.

    Pegajosidade: para avaliao a campo a massa de solo, pulverizada ehomogeneizada, molhada e ento comprimida entre o indicador"e o polegar.

    No pegajosa:aps cessar a presso, no se verifica, praticamente,nenhuma aderncia da massa ao polegar e indicador.Ligeiramente pegajosa:aps cessar a presso, o material adere a ambos

    os dedos, mas desprende-se de um deles perfeitamente. No haprecivel esticamento ou alongamento quando os dedos esto afastados.Pegajosa:aps cessar a compresso, o material adere a ambos os dedose, quando estes esto afastados, tende a alongar-se um pouco e romper-se, em vez de desprender-se de qualquer um dos dedos.Muito pegajosa:aps a compresso, o material adere fortemente aambos os dedos e alonga-se perceptivelmente quando eles esto

    afastados.

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    Estrutura do solo:refere-se ao arranjamento das fraes minerais e orgnicasdo solo em agregados. O formato, o tamanho e a resistncia dos agregados variam emfuno do tipo de solo. As praticas de manejo tambm podem alterar essascaractersticas da estrutura do solo, principalmente na camada superficial.

    Os tipos de estrutura normalmente encontrados no solo so classificados deacordo com a forma e ao tamanho das unidades estruturais como mostra a tabela aseguir:

    Tamanho

    Tipos: forma e arranjamento dos agregados

    Laminar Prismtica Colunar BlocosangularesBlocos

    subangulares Granular

    Tamanho (mm)

    Muito pequena < 1 < 10 < 10 < 5 < 5 < 1

    Pequena 1 a 2 10 a 20 10 a 20 5 a 10 5 a 10 1 a 2

    Mdia 2 a 5 20 a 50 20 a 50 10 a 20 10 a 20 2 a 5Grande 5 a 10 50 a 100 50 a 100 20 a 50 20 a 50 5 a 10

    Muito grande > 10 > 100 > 100 > 50 > 50 > 10

    Quanto ao grau de desenvolvimento a estrutura pode ser classificada como:

    Fraca: unidades estruturais pouco freqentes em relao ao solo solto.

    Moderada:unidades estruturais bem definidas e pouco material solto.Forte: unidades estruturais so separadas com facilidade e quase no se observamaterial solto.

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    d) Atividade prtica:

    a) Identificar a cor (matiz, valor e croma) das amostras de solo com auxlio da cadernetade Munsell.

    Solo Matiz Valor Croma CorSeco mido Seco mido Seco mido Seco mido

    b)Verificar a sensao que as fraes areia, silte e argila de forma isolada proporcionamao tato.

    c) Estimar pela sensao ao tato as fraes areia, silte e argila das amostras de solo edefinir uma classe textural para cada amostra, com auxlio do tringulo textural.

    Solo Areia(%)Silte(%)

    Argila(%)

    Classetextural

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    d) Definir a consistncia do solo molhado para as amostras de solo.

    Solo Plasticidade Pegajosidade

    e) Separar as unidades estruturais das amostras de solo e classific-las de acordo com oformato e o grau de desenvolvimento.

    Solo Forma Grau de desenvolvimento

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    PRTICA 5 MORFOLOGIA DO SOLO: DESCRIO DE UM PERFIL CAMPO

    Objetivos:

    Aplicar os conhecimentos de morfologia do solo e fazer a descrio morfolgicade um perfil de solo campo.

    Contedos trabalhados:a) Identificao e separao dos horizontes do solob) Determinao da cor do solo com a caderneta de Munsell;c) Determinao da textura do solo atravs do tato;d) Determinao da estrutura do solo;e) Consistncia do solo e sua determinao pelo tato;f) Identificar outras caractersticas morfolgicas: cerosidade, concrees etc.g) Coletar amostras de solo de cada horizonte para a determinao da textura emsala de aula.

    Metodologia:a) Seleo do local: deve ser representativo da rea e sempre que possvel, sob

    vegetao natural, permitindo a caracterizao adequada da referida unidade. Para abrira trincheira deve-se atingir a profundidade desde a superfcie at o material de origem,com largura de cerca de 2 m e exposio do perfil ao Sol. Quando em corte de estrada, operfil no deve ter influncia de insolao ou chuva sobre os horizontes. Aps, inicia-seo exame do perfil pela separao dos horizontes e, ou, camadas, que so diferenciadasbasicamente pela variao perceptvel das caractersticas morfolgicas (cor, textura,estrutura, consistncia, etc) avaliadas em conjunto.

    b) Caractersticas morfolgicas internas do perfil do solo (anatmicas): socaractersticas visveis a olho nu ou perceptvel por manipulao. Nesta etapa descreve-se a aparncia do solo, ou mais especificamente, do perfil do solo. As caractersticasmorfolgicas internas do perfil do solo so: espessura e transio entre horizontes, cor,textura, estrutura, porosidade, consistncia, cerosidade, slickensides, ndulos econcrees minerais.

    Material necessrio:p, faca, trena, caderneta de Munsell, gua, sacos plsticos, fichade anotao e manual de descrio e coleta de solo campo.

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    FICHA PARA DESCRIO MORFOLGICA DO SOLO

    Projeto:Perfil N:Classificao:Localizao:Situao de declive:Altitude:Material de origem:Relevo:Eroso:

    Drenagem:Vegetao (primria e atual):Uso atual:Unidade de mapeamento:Clima:Pedregosidade:Rochosidade:Data:Descrito por:

    Horizontes Profundidade(cm)

    Transio entrehorizontes Cor Textura

    Estrutura

    Grau Forma Seco mido Tipo Tamanho Grau dedesenvolvimento

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    FICHA PARA DESCRIO MORFOLGICA DO SOLO

    HorizontesConsistncia

    Cerosidade Razes Porosidade Mosqueados ConcreesSeco mido MolhadoPlasticidade Pegajosidade

    Observaes:

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    Exemplo: Descrio morfolgica da Unidade de mapeamento So Pedro (Brasil,1973)

    CLASSIFICAOARGISSOLO VERMELHO AMARELO textura mdia relevo ondulado subs-

    trato arenito.PALEUDALF (44).DYSTRIC NITOSOLS (12).

    CARACTERSTICAS GERAISEsta unidade de mapeamento caracteriza-se por apresentar solos profundos,

    avermelhados textura superficial arenosa, friveis e bem drenados.So cidos, com saturao de bases baixa a mdia e pobres em matria orgnica

    e na maioria dos nutrientes.Apresentam seqncia de horizonte A, B e C, bem diferenciados com as se-

    guintes caractersticas morfolgicas: Horizonte A profundo, normalmente bruno avermelhado escuro ou brunoescuro; textura franco argilo arenosa e franco arenosa; estrutura fracamentedesenvolvida em blocos subangulares; friveis, no a ligeiramente plstico e no

    a ligeiramente pegajoso. A transio para o horizonte B gradual e plana. Horizonte B profundo com cores avermelhadas; textura argilo arenosa afranco argilo arenosa; estrutura fraca ou mais raramente moderada em blocossubangulares; frivel, ligeiramente plstico e ligeiramente pegajoso.

    Horizonte C formado pelo arenito j bastante decomposto apresentandotextura argilo arenosa ou mais leve, de colorao varivel.

    CARACTERSTICAS QUMICAS

    Capacidade de troca de ctions: O valor T baixo (menor que 5,5cmolc kg-1 de solo) no A, aumentando com a profundidade (at 9,6cmolc kg-1 de solo).

    Saturao de bases. O valor V baixo (menos de 35%) no horizonte A emdio (ao redor de 45%) no horizonte B.

    Bases trocveis. O valor S baixo aumentando com a profundidade (menosde 2cmolc kg-1 de solo no A e mais de 3,0cmolc kg-1 de solo no B). Os teores declcio so dominantes, sendo ligeiramente superiores ao do magnsio no A e o

    dobro ou mais no horizonte B. O potssio normalmente inferior a 0,08cmolc kg-1 de solo.

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    Matria orgnica. So solos pobres em matria orgnica cujos teores sosempre inferiores a 2%

    Fsforo disponvel. So muito pobres em fsforo disponvel, apresentandoteores menores que 3 ppm.

    Alumnio trocvel. O teor de alumnio trocvel est ao redor de 1,0cmolc kg-1 de solo, embora em alguns perfis possam alcanar valore. de 4,0cmolc /kg de soloou mais no horizonte B.

    pH. So solos francamente cidos, com pH gua em torno de 5,0apresentando pequenas variaes para mais ou para menos, ao longo do perfil.

    A relao SiO2 /Al2O3(Ki) ligeiramente superior a 2,2.VARIAES E INCLUSES

    Como variaes, tem-se perfis de solos com horizonte A mais leve (areia fraca)e perfis com transio abrupta para o horizonte B.

    Como incluses, tem-se a ocorrncia em cerca de 20% da rea de solos hi-dromrficos indiscriminados principalmente do grande grupo Gley Pouco Hmico.Tambm pequena ocorrncia de perfis de solos da unidade Santa Maria.DISTRIBUIO GEOGRFICA

    Esta unidade ocorre nos municpios de So Pedro, Santa Maria, Restinga Seca,

    Formigueiro, Jaguari, General Vargas, Cacequi, So Gabriel, So Francisco de Assis,Alegrete Uruguaiana, Quara, Santana do Livramento, Rosrio do Sul. Totalizam umarea de 6.675 km2, o que representa cerca de 2,48% da rea do RS.DESCRIO GERAL DA REA DA UNIDADE

    Material de origem. Solos formados a partir de arenitos.Relevo e altitude. O relevo predominante o ondulado formado por elevaes

    arredondadas com declives em torno de 8 a 10% pendentes em centenas de metros.

    A altitude mdia em que so encontrados situa-se ao redor de 150 metros.Vegetao. A vegetao dominante a de campo grosso apresentando pequena

    cobertura, sendo formados predominantemente porPaspalum notatum eoutrasgramneas secundrias. So bastante infestados de barba-de-bode, (Aristida pallens) eoutras espcies invasoras.

    Clima. Nas reas onde ocorre esta unidade de mapeamento o tipo fundamental o Cfa 2 (33) de Koeppen. A temperatura mdia anual fica compreendida entre 19,2 a

    17,9C. A precipitao mdia anual pode variar de 1404 a 1769mm. As normaismensais so bem distribudas (30).

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    Nesta regio so freqentes perodos secos podendo ter 100mm de dficit decinco vezes cada 10 anos e maior que 300mm l vez cada 10 anos. Perodos secos sofreqentes em novembro, dezembro e janeiro.GRAUS DE LIMITAO AO USO AGRCOLA

    Fertilidade natural: Forte. So solos arenosos pobres em matria orgnicae emnutrientes disponveis.

    Eroso: Moderada a forte. So solos bastante susceptveis eroso devido atextura e ao relevo em que ocorrem.

    Falta d'gua: Moderada, possuem baixa capacidade de reteno de gua. Airrigao mesmo em reas de chuvas normais julgada conveniente (3).

    Falta de ar Nula. So solos bem drenados, porosos e profundos.Uso de implementos: Ligeira a moderada. So poucos os impedimentos

    mecanizao sendo as principais limitaes relacionadas com os solos hidromrficosassociados ao relevo.USO ATUAL

    Na maior parte da rea esto sendo utilizados com pastagens naturais. Dis-tribudas na rea da unidade so encontradas pequenas lavouras de milho, mandioca,trigo e melancia.

    O reflorestamento com eucalipto tambm bastante encontrado. A maior parteda rea encontra-se com a vegetao natural de pastagens.USO POTENCIAL

    As principais limitaes destes solos dizem respeito a fertilidade natural que baixa, susceptibilidade a eroso e baixa capacidade de reteno de umidade.

    Podem ser cultivadas satisfatoriamente com culturas anuais, podendo seremmecanizadas sem maiores problemas, mas necessitando adubao e correes macias,

    bem como praticas de conservao do solo e da gua. Quando possvel deve ser feita aincorporao de matria orgnica, a fim de melhorar suas propriedades fsicas.

    Utilizao destes solos com culturas perenes ou pastagens cultivadas bastanterecomendvel.

    O melhoramento dos campos atravs da limpeza, manejo adequado, adubao ecorreo aconselhvel.

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    ASSOCIAESOs solos So Pedro tambm ocorrem associados a outros solos constituindo as

    seguintes unidades de mapeamento: ASSOCIAO SO PEDRO SANTA MARIAEsta associao ocorre nos municpios de So Gabriel e Rosrio do Sul ocu-

    pando rea de 255km2 correspondendo a 0,09% da rea do Estado. Nesta associao ossolos So Pedro sempre ocupam o tero superior das coxilhas.

    ASSOCIAO SO PEDRO - AFLORAMENTO DE ROCHASEsta associao ocorre nos municpios de Candelria, Cachoeira do Sul e Jaguari

    ocupando rea de 460km2, correspondendo a 0,17% da rea do Estado. ASSOCIAO SO PEDRO PEDREGAL ESCOBAR

    AFLORAMENTO DE ROCHASEsta associao ocorre nos municpios de Santana do Livramento, Rosrio do

    Sul e Alegrete ocupando rea de l.115km2 correspondendo a 0,41% da rea do Estado. ASSOCIAO SO PEDRO - LIVRAMENTOEsta associao ocorre no municpio de Santana do Livramento ocupando rea

    de 325km2 correspondendo a 0,19% da rea do Estado.

    Perfil RS 135Unidade de mapeamento: SO PEDROLocalizao: A 42km da cidade de Rosrio do Sul, na estrada Rosrio do Sul-Livramento.Situao: Corte de estrada na meia encosta de uma elevao com 5% de declive .Altitude: 200 metros.Relevo: Ondulado com declives em dezenas de metros.

    Material de origem: Arenito.Cobertura vegetal: Campo natural com incidncia de barba-de-bode.Drenagem: Bem drenado.

    A1 0-25cm; bruno amarelado escuro (10YR 3/4, mido); franco arenoso; fracapequena mdia granular; muito poroso; solto, muito frivel, no plstico e nopegajoso; transio difusa e plana; razes abundantes.

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    A2 25-65cm; bruno escuro (7,5YR 3/2, mido); franco arenoso; fraca mdia blocossubangulares; muito poroso; solto, muito frivel, no plstico e no pegajoso;transio difusa e plana; razes abundantes.

    AB 65-l00cm; bruno avermelhado escuro (5YR 3/4, mido); franco argilo arenoso;fraca mdia blocos subangulares; poroso; ligeiramente duro, frivel, ligeiramenteplstico e ligeiramente pegajoso; transio gradual e plana; razes muitas.

    BA 100-130cm; bruno avermelhado escuro (2,5YR 3/4, mido); franco argiloarenoso; moderada pequena e mdia blocos subangulares; poroso; ligeiramenteduro, frivel, ligeiramente plstico e ligeiramente pegajoso; transio gradual eplana; razes poucas.

    BC 130-160cm; vermelho escuro (2,5YR 3/6, mido); mosqueado pouco pequeno eproeminente bruno escuro (10YR 3/3, mido); franco argilo arenoso; moderadapequena blocos subangulares; cerosidade fraca e pouca; poroso; duro, frivel,ligeiramente plstico e ligeiramente pegajoso; transio gradual e plana; razesraras.

    C 160-210 cm+; vermelho (2,5YR 4/6, mido); mosqueado pouco pequeno eproeminente bruno escuro (10YR 3/3, mido); franco argilo arenoso; fracamdia blocos subangulares; cerosidade fraca e pouca; poroso; duro, frivel,

    ligeiramente plstico e ligeiramente pegajoso; razes raras.Obs.: Nos horizontes B2 e B3 foi notada a presena de concrees tipo"chumbo de caa", provavelmente de ferro.

    ANALISE MINERALGICARS 135 So PedroA1 Areias grossa e fina 100% de quartzo vtreo incolor, alguns hialinos,

    desarestados (rolados); traos de: ilmenita, concrees ferruginosas, feldspatosemi-intemperizado, biotita e detritos: fragmentos de raiz e sementes.

    A2 Areias grossa e fina Idem frao areia da amostra anterior.AB Areias grossa e fina Idem frao areia da amostra anterior.BA Areias grossa e fina Idem frao areia da amostra anterior. No se observa a

    ocorrncia de detritos.BC Areias grossa e fina Idem frao areia da amostra anterior.

    C Cascalho 100% de concrees ferruginosas e argilo-ferruginosas comincluses de quartzo; l fragmento de carvo e l fragmento de quartzo.

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    Perfil: RS 135 SO PEDROHorizonte Amostra seca ao ar (%) pH Equivalente

    deumidade

    Smbolo Profundidade(cm)

    Calhaus> 20mm

    Cascalho20-2mm

    Terra fina< 2mm gua KCl

    A1 0-25 0 0 100 5,0 4,1 10A2 25-65 0 0 100 5,0 4,0 11AB 65-100 0 0 100 5,1 4,1 16BA 100-130 0 0 100 5,2 4,0 19BC 130-160 0 0 100 5,2 4,0 18C 160-210+ 0 X 100 5,0 4,0 20

    Ataque por H2SO4 D=1,47 (%)Ki Kr

    Al2O3 / Fe2O3

    P(mg.l-1)SiO2 Al2O3 Fe2O3 TiO2 P2O5 MnO

    5,9 13,5 1,7 0,24 0,05 2,86 2,18 3,09 36,4 4,6 1,8 0,27 0,05 2,36 1,89 4,09

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    Complexo sortivo (cmolc Kg-1) V(%)

    Al(%)Ca++ Mg++ K+ Na+ Valor S Al+++ H+ CTC pH 7

    0,9 0,8 0,08 0,03 1,8 1,1 2,5 5,4 33 381,2 0,5 0,05 0,03 1,8 1,0 2,9 5,7 32 363,1 0,9 0,05 0,04 4,1 1,0 4,1 9,2 45 203,2 1,2 0,10 014 4,6 1,3 3,7 9,6 48 222,0 1,2 0,06 0,03 3,3 1,7 3,2 8,2 40 342,1 0,7 0,06 0,03 2,9 1,9 2,5 7,3 40 40

    Cg Kg-1

    Ng Kg-1

    C/NComposio Granulomtrica g Kg-1

    ArgilaDispersag Kg-1

    Grau deFloculao

    %

    Silte/ Argila

    Areia grossa(2-0,20mm)

    Areia fina(0,20-0,05mm)

    Silte(0,05-0,002mm)

    Argila(

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    PRTICA 6 FATORES E PROCESSOS DE FORMAO DO SOLO

    Objetivo

    Relacionar os fatores e processos de formao do solo com algumascaractersticas morfolgicas externas e internas dos solos caractersticos de umatopossequncia (catena) localizada na Depresso Central.

    Material a ser utilizado

    Trado holands, trena, caderneta de Munsell e frasco com gua.

    Mtodo

    Percorrer uma toposseqncia caracterstica da regio, fazendo no mnimo 4tradagens (conforme figura abaixo) para verificar as caractersticas morfolgicas (cor,textura, espessura) e associar essas caractersticas com os processos de formao decada solo.

    Ponto

    3

    Ponto2

    Ponto

    1

    Topo daCoxilha

    Vrzea

    Ponto

    4

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    Exerccios

    1) Preencha a tabela abaixo com as informaes coletadas.

    Caractersticasdo solo Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3 Ponto 4

    Cor Hz. 1Cor Hz. 2Cor Hz. 3Cor Hz. 4Cor Hz. 5

    Textura Hz. 1Textura Hz. 2Textura Hz. 3Textura Hz. 4Textura Hz. 5

    Espessura Hz. 1Espessura Hz. 2Espessura Hz. 3Espessura Hz. 4Espessura Hz. 5

    Profundidade compresena de gua

    Mosqueados(presena/ausncia)

    Processo deFormao

    2) Qual o significado das cores encontradas em cada horizonte pedognico?

    3) O que caracteriza a presena do lenol fretico nos diferentes pontos?

    4) Quais caractersticas morfolgicas ainda poderiam ser caracterizadas em nossa

    amostragem?

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    5) Leia a descrio de perfil a seguir e responda:

    a. Identifique as caractersticas morfolgicas que esto descritas no horizonte A,relacionando os termos utilizados com sua respectiva caracterstica morfolgica.

    b. Este solo pouco ou bem desenvolvido? profundo ou raso?

    c. Qual uso voc indicaria para este solo?

    Ex. de descrio geral

    Localizao: estrada Porto Lucena Santo Cristo, a 3 km de Porto Lucena, RS.

    Situao: corte de estrada na meia encosta de uma elevao com 25% de declive.

    Altitude: 220m

    Relevo: forte ondulado a montanhoso, vales em V.

    Material de origem: basalto.

    Drenagem: bem drenado.

    Descrio morfolgica

    A 0-20 bruno-avermelhado escuro (5YR 3/2, mido), franco siltoso, fraca, pequena,granular, muito poroso, macio, frivel, ligeiramente plstico a plstico e no pegajoso,presena de pedras na parte inferior do horizonte, transio gradual e plana, razesabundantes. Razes compridas e penetram entre as pedras do hor. R. No horizonte Aocorrem pequenos fragmentos de rochas em decomposio.

    R 20 -110 cm rocha em decomposio constituda por pedras arestadas (basalto) ealgumas arredondadas (basalto amigdalide) que aumentam de tamanho medida que operfil se aprofunda.

    Obs. Na superfcie do solo ocorrem inmeras pedras arredondadas.

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    PRTICA 7 PROPRIEDADES QUMICAS DO SOLO

    Unidades de medida usadas em qumica do solo

    O conhecimento das unidades de medida fundamental para a determinao einterpretao das medidas qumica do solo. Na primeira parte dessa unidade seroapresentadas as principais unidades usadas em cincia do solo, assim como as suastransformaes.

    Reviso: Massa: a quantidade de matria que existe num corpo.Volume: a extenso de espao por um corpo.

    Concentrao: Significa quanto soluto est presente em um volume ou massaespecfica. Mol Mol: a quantidade de matria que contm 6,02 x 1023 entidades. Molaridade ou concentrao molar (M):nmero de moles de uma substnciacontidos em 1 L de soluo (NO em 1 L de solvente). Normalidade (N):n de equivalentes de soluto contido em 1 L de soluo (NOsolvente).

    Eq ou molc: o nmero de gramas de uma substncia (molcula, on ou parinico) que fornece ou reage com o nmero de Avogadro (1 mol).

    Quadro 1-Sistema internacional de unidades (SI).Prefixo Smbolo Fator Prefixo Smbolo Fator

    Giga G 10 deci d 10-

    Mega M 10 Centi c 10-

    Quilo K 10 Mili m 10-

    Hecto H 10 Micro 10-

    Deca da 10 nano n 10-

    Tabela 1- Sistema de unidades utilizado atualmente nas anlises de solo e tecidovegetal.

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    Elemento Unidade de medidaClcio (Ca) cmolc /dmMagnsio (Mg) cmolc /dmAlumnio (Al) cmolc /dmEnxofre (S) mg /dmFsforo (P) mg /dm3 Potssio (K) mg /dmCobre (Cu) mg /dmZinco (Zn) mg /dmBoro (B) mg /dm3 Ferro (Fe) mg /dmMangans (Mn) mg /dmSdio (Na) mg /dmMatria orgnica (MO) %

    Tabela 2-Converso de unidades antigas para as unidades do sistema internacional(SI).

    Unidade antiga Unidades do sistema internacional(SI)

    Fator deconverso

    Solos% g/kg; g/dm ; g/l 10

    ppm mg/kg; mg/dm ; mg/l 1meq/100 cm3 ou meq/100 g ou meq/l cmolc /dm3 ou cmolc /kg ou cmolc /l 1meq/100 cm ou meq/100 g ou meq/l cmolc /dm ou cmolc /kg ou cmolc /l 10

    Plantas% g/kg 10

    ppm mg/kg 1

    Onde:1 ppm = 1g/ml = 1 mg/dm3 1 cmolc /dm3 = 1 cmolc /kg = 1 meq/100 ml = 1 meq/100 cm3 = 10 mmolc /dm3 = 10 mmolc /kg

    Propriedades qumicas

    O solo um sistema trifsico, formado por uma frao slida (mineral e

    orgnica), uma frao lquida e uma gasosa. As reaes qumicas e fsico-qumicasocorrem principalmente na frao coloidal do solo, que representada pela argila e

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    matria orgnica do solo. Os componentes minerais que fazem parte da frao argila sobastante variveis, devido gnese do solo. Os principais componentes minerais dafrao argila so os xidos de ferro e alumnio e os argilominerais (Caulinita,Montmorilonita, Vermiculita etc.). na frao coloidal do solo que ocorre a formaode cargas eltricas que so responsveis pela reteno e troca de nutrientes e outroselementos qumicos. As cargas eltricas podem ser permanentes devido as substituiesisomrficas ou variveis, em funo da alterao do pH do meio. A capacidade de osolo reter e disponibilizar nutrientes e elementos txicos esta diretamente ligado anatureza dos argilominerais e da matria orgnica que compe a frao coloidal e do pHdo meio. A acidez do solo esta ligada a atividade dos ons hidrognio na soluo do soloe a concentrao de alumnio.

    As principais propriedades qumicas utilizadas para caracterizar o solo ediferenciar um solo de outro so a acidez ativa, acidez potencial, soma de bases, asaturao de bases, a capacidade de troca de ctions (CTC), a saturao de alumnio.

    1- Acidez ativa: devida aos ons H+ que esto dissociados na soluo do solo. expressa pelo pH: - log [H+] = 1/log [H+].

    2- Acidez potencial: representado pela soma de H + Al adsorvido no solo.3- Soma de bases (S):representa a soma de clcio, magnsio, sdio e potssio,

    que so os principais ctions que esto no solo. O resultado expresso em cmolc /kg.

    S= Ca + Mg + K + Na

    4- CTC efetiva ou a pH do solo: representada pela soma de bases mais o

    alumnio. O resultado expresso em cmolc /kg.

    CTCefetiva= Ca + Mg + K + Na + Al ouCTCefetiva= S + Al

    5- CTC potencial ou a pH 7: representada pela soma de bases mais oalumnio e hidrognio. O resultado expresso em cmolc /kg.

    CTCpotencial= Ca + Mg + K + Na + Al + H ouCTCpotencial= S+ H+ Al

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    6- Saturao de bases (V):representa quanto da CTC potencial ocupada porbases.

    100(%)7

    xCTC

    S V pH

    7- Saturao de alumnio (m):representa quanto da CTC efetiva do solo ocupada por alumnio.

    100(%) xCTC

    Alm

    efetiva

    8- Carter do solo: esta relacionado com a saturao de bases e por alumnio:Eutrfico: V > 50%Distrfico: V< 50%lico: m > 50 %

    9- Interpretao dos valores de pH em gua, soma de bases (S), CTC potencial,saturao de bases (V), saturao de alumnio (m) e para o teor de matria orgnica dosolo (MO).

    Interpretao pH gua S(cmolc kg-1)

    CTC potencial(cmolc kg-1)

    V(%)

    m(%)

    MO(%)

    Muito baixo 80 > 20 > 4,5

    Fonte: ROLAS, 2007.

    10-Com base nos resultados das anlises realizadas em nossas amostras de solopreviamente coletadas e tambm em resultados de anlises realizadas durante oLevantamento de Reconhecimento dos Solos do Estado do Rio Grande do Sul, faa osclculos, complete as tabelas e responda as questes.

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    a) Solo A: Latossolo

    Hor. Prof.

    (cm)

    Composio granulomtrica (g Kg-1)Areia grossa Areia fina silte argila

    A 0-40 70 60 250 620

    B1 40-80 50 40 190 720B2 80-120 50 40 170 740B31 120-170 40 140 150 770B32 170-210+ 40 50 160 750

    Hor Complexo sortivo Cmolc Kg- V

    (%)m

    (%)Ca+2 Mg+2 K+ Na+ S Al+3 H+ CTCef CTCpH7,0

    A 1,7 1 0,39 0,01 2,2 6,6B1 1,2 0,4 0,04 0,01 2,4 6,1B2 1,1 0,5 0,04 0,02 2,5 5,7B31 0,8 0,3 0,04 0,02 3,0 4,7B32 0,6 0,4 0,04 0,02 2,7 4,1

    Hor pH C (g Kg -1) M. O. (g Kg -1) P (mg L -1) Carter

    A1 5,3 12,3 2B1 5,4 5,3 1B2 5,4 5,1 1B31 5,4 3,1 1B32 5,5 3,3 1

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    b) Solo B: Vertissolo

    Hor. Prof.(cm)Composio granulomtrica (g Kg-1)

    Areia grossa Areia fina silte argilaA 0-15 30 20 430 520

    B 15-70 20 10 310 660C 70-120+ 50 50 30 590

    Hor. Complexo sortivo Cmolc Kg-1 V(%)

    Al(%)Ca+2 Mg+2 K+ Na+ S H Al+3 CTCef CTCpH7,0

    A 31,1 11,7 0,73 0,22 12,7 0B 38,6 15,3 0,16 0,47 8 0C 37,4 16,8 0,09 0,66 1,6 0

    Hor. pH gua C (g Kg-1) M. O. (g Kg-1) P (mg L-1) Carter

    A 5,3 56,4 3

    B 5,7 33,3 1

    C 6,7 4,4 7

    c) Solo C: Neossolo

    Hor. Prof.

    (cm)

    Composio granulomtrica (g Kg-1)

    Areia grossa Areia fina silte argilaA 0-20 140 140 620 110R 20-110 250 190 410 150

    Hor. Complexo sortivo Cmolc Kg-1 V(%)

    Al(%)Ca+2 Mg+2 K+ Na+ S H Al+3 CTCef CTCpH7,0

    A 33 5,4 0,56 0,04 6,6 0,2R 32,9 6,7 0,45 0,07 5,6 0,2

    Hor. pH gua C (g Kg-1) M. O. (g Kg-1) P (mg L-1) CarterA 5,8 22 31R 6,0 9,3 34

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    d) Solo D: Argissolo

    Hor. Prof.(cm)Composio granulomtrica (g Kg -1)

    Areia grossa Areia fina silte argila A11 0-25 430 300 120 150

    A12 25-65 460 320 100 120 A3 65-100 340 260 110 290

    B1 100-130 300 240 110 350

    B2 130-160 290 270 120 320

    B3 160-210+ 260 270 120 350

    Hor. Complexo sortivo Cmol c Kg-1 V

    (%)

    m

    (%)Ca + Mg+ K+ Na + S H+ Al+

    CTCef CTC

    A11 0,9 0,8 0,08 0,03 2,5 1,1 A12 1,2 0,5 0,05 0,03 2,9 1,0

    A3 3,1 0,9 0,05 0,04 4,1 1,0

    B1 3,2 1,2 0,10 014 3,7 1,3

    B2 2,0 1,2 0,06 0,03 3,2 1,7

    B3 2,1 0,7 0,06 0,03 2,5 1,9

    Hor. pH gua C (g Kg -1) M. O. (g Kg -1) P (mg L -1) Carter

    A11 5,0 6,9 6,9 3

    A12 5,0 6,9 6,9

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    e) Solo E: Neossolo

    Hor.Prof.

    (cm)

    Composio granulomtrica g Kg -1

    Areia silte argila

    A 0-30 884 30 86

    C1 30-55 902 11 87

    C2 55-90 898 16 86

    C3 90-150+ 897 15 88

    Hor. Complexo sortivo Cmol c Kg-

    V% Al%Ca+2

    Mg+2

    K+

    Na+

    S H Al+3

    CTCef CTC

    pH7,0

    A 0,7 0,2 0,103 - 2,7 0,6

    C1 0,4 0,1 0,021 - 1,6 0,7

    C2 0,4 0,1 0,036 - 1,3 0,6

    C3 0,4 0,1 0,015 - 1,2 0,7

    Hor. pH C (g Kg-1

    )M. O. (g Kg -1) P (mg L -1)

    Carter

    gua

    A 4,7 0,3 10,5

    C1 4,4 0,2 3,2

    C2 4,6 0,2 6,3

    C3 4,6 0,2 5,5

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    f) Solo F: Planossolo

    Hor. Prof.(cm)Composio granulomtrica g Kg-1

    Areia grossa Areia fina silte argilaA1 0-30 210 430 260 90

    A2 30-45 210 430 280 100E 45-65 210 460 290 40B 65-120 130 310 220 380

    Hor Complexo sortivo Cmolc Kg- V

    (%)

    m

    (%)Ca+2 Mg+2 K+ Na+ S H+ Al+3 CTCef CTC

    pH7,0A1 0,7 0,6 0,06 0,09 3,3 1,7A2 0,3 0,2 0,03 0,09 1,7 1,4E 0,2 0,1 0,02 0,05 1,2 0,6B 7,5 2,6 0,13 0,52 2,9 1,3

    Hor pH gua C (g Kg -1) M. O. (g Kg -1) P (mg L -1) Carter

    A1 5,0 7,4 1

    A2 5,0 2,5 1

    E 5,3 1,0 1

    B 5,4 1,4 1

    1- A partir dos dados gerados classifique os horizontes quanto m, V, MO e CTC.2 Como so geradas e quais os tipos de cargas eltricas do solo?3- Por que o solo fica cido? Explique o que acidez ativa e acidez potencial.4- O que significa o poder tampo do solo? 5 Faa uma relao entre as caractersticas qumicas e a textura do solo.6 Qual dos solos apresenta maior grau de intemperismo? Por qu?

    7- Faa uma relao entre o grau de intemperismo e as caractersticas qumicas dossolos.8- Considerando apenas o horizonte A, qual dos solos apresenta melhor fertilidade?9- Pelas caractersticas apresentadas, qual o tipo de argilomineral que voc esperaencontrar em cada solo?10 Qual desses solos apresenta melhor potencial e representa menor risco decontaminao do lenol fretico se receber a aplicao de dejetos lquido de sunos? Por

    qu?11 Qual desses solos apresenta maior potencial para uso agrcola e florestal? Por qu?

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    PRTICA 8 PROPRIEDADES FSICAS DO SOLO: DENSIDADE DEPARTCULAS, DENSIDADE DO SOLO, POROSIDADE, ESPAO AREO E

    UMIDADE DO SOLO

    1 Densidade de partculas ou densidade real (Dp)

    A densidade de partculas ou real do solo refere-se ao volume de slidos de umaamostra de solo sem considerar a porosidade. Por definio, entende a densidade departculas como sendo a relao entre a massa de uma amostra de solo e o volumeocupado pelas suas partculas slidas. uma caracterstica especfica do solo e varia deacordo com a composio do solo, no sendo possvel ser alterada pelo manejo do solo.

    Nos solos os valores da densidade de partcula variam, em mdia, entre os valoresde 2,3 a 3,0 g cm-3. Essa variao ocorre em funo da composio mineralgica dosolo (Tabela 1). O valor mdio da densidade de partculas fica prximo a 2,65 g cm-3.Os solos com baixos teores de xidos de ferro apresentam densidade de partculasprximo a 2,65 g cm-3, enquanto q solos altamente intemperizados e ricos em xidos deferro apresentam valores de densidade de partculas prximo a 3 g cm-3. Os solosorgnicos apresentam densidade de partculas prximo a 1,92 g cm-3.

    Tabela 1 densidade de partculas de minerais que fazem parte da composio do solo.

    MINERAL Dp (g cm- )

    CAULINITA 2.60-2.68MONTMORILONITA 2.20-2.70ALBITA 2.60-2.62APATITA 3.17-3.23BIOTITA 2.70-3.10

    CALCRIO 2.80-2.90GIBSITA 2.30-2.40GOETHITA 4.37HALOISITA 2.55-2.56MAGNETITA 5.18QUARTZO 2.65-2.66HEMATITA 4.90-5.30MATRIA ORGNICA 0.60-1.00MDIA GERAL DO SOLO 2,65

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    Metodologia:

    Na determinao da densidade de partculas necessrio obter o valor da massada amostra de solo e depois o volume dos slidos presentes. A massa obtida porsimples pesagem em balana analtica. Quanto ao volume, pode ser obtido pelo mtododo balo volumtrico, como descrito a seguir

    Materiais1 balo volumtrico de 50 ml1 bureta de 50 ml1 funil1 tubo de lcool1 balana de preciso

    Procedimento1- Pesar 20 g de TFSA (Terra fina seca ao ar)2- Colocar em balo volumtrico de 50 ml com funil3- encher uma bureta com 50 ml de lcool absoluto (etlico)

    4- escorrer lcool da bureta para o balo at mais ou menos a metade do volumedo balo.5- agitar o balo para completo umedecimento das partculas, evitando apermanncia de bolhas de ar.6- atravs da mesma bureta, completar o volume do balo at a linha de aferio.7- anotar o volume de lcool gasto.8- calcular o volume das partculas ou slidas (Vp), pela diferena de 50 ml

    volume lcool gasto. Obs.: 1 ml = 1 cm9- calcular a densidade de partculas (dp), dividindo TFSE pelo Vp.

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    Clculos:

    Va

    Mb Mbs Dp 50 , onde:

    Dp: densidade de partculas (g cm-3)Mbs: massa do balo + soloMb: massa do baloVa: volume de lcool gasto

    Resultados:Hz. TFSA (g) TFSE (g) f Va (ml) Vp Dp

    TFSA: terra fina seca ao ar, TFSE: terra fina seca em estufa. Vp: volume das partculas.

    Questesa) Quais as causas das variaes da densidade de partculas nos solos?b) Porque a densidade de partculas no utilizada para determinar a massa de um

    hectare a uma profundidade conhecida?

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    2-Densidade do solo (Ds)

    A densidade do solo pode ser definida como sendo a relao existente entre amassa de uma amostra de solo seca a 105 C e a soma dos volumes ocupados pelaspartculas e pelos poros (Volume da amostra).

    A densidade geralmente aumenta com a profundidade do perfil, pois, as pressesexercidas pelas camadas superiores sobre as subjacentes, provocam o fenmeno dacompactao, reduzindo a porosidade. A movimentao de material fino(principalmente argila) dos horizontes superiores para os inferiores, por eluviao,tambm contribui para a reduo do espao poroso e aumento da densidade dessascamadas. Nos solos minerais os valores da densidade do solo variam de 1, 1 a 1,8 g cm-3 enquanto que em solos orgnicos esses valores encontram-se entre 0,6 a 0,8 g cm-3.

    Em condies de lavoura os valores da densidade do solo so alterados pelascondies de manejo impostas ao solo. O trfego de mquinas agrcolas e o pisoteioanimal em condies de alta umidade aumentam a densidade do solo pelo processo decompactao (Figura 1).

    Figura 1- Compactao do solo pelo pisoteio animal e pelo trfego de mquinasagrcolas.

    A compactao do solo em reas agrcolas pode ocorrer em diferentes posiesdo perfil do solo, dependendo da umidade em que o solo se encontra e das pressesexercida sobre ele. Em reas sob cultivo convencional (Lavrao e gradagem) a camadacompactada normalmente se localiza prxima aos 25 cm de profundidade, enquanto que

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    em lavouras sob plantio direto fica prxima aos 10 cm e em reas sob pastagem nacamada superficial (Figura 2).

    a- Solo bem estruturadob- Solo com compactao a 25 cm de profundidade P-de -arado. c- Solo com compactao a 10 cm de profundidade P-de plantio direto. d- Solo com compactao superficial P-de-vaca.

    Figura 2-Localizao das camadas compactadas em funo do uso do solo.

    Com o aumento da densidade do solo, devido compactao, ocorre a reduona quantidade e continuidade dos poros, o que reduz a infiltrao de gua no solo, a

    aerao e dificulta o crescimento das razes das plantas (Figura 3) comprometendo ocrescimento e a produtividade das culturas agrcolas.

    Figura 3 -Crescimento do sistema radicular de feijoeiro em rea sob plantio direto comsolo bem estruturado (a) e em solo compactado (b).

    Atualmente a pesquisa tem definido alguns valores de densidade do solo que soconsiderados restritivos ao crescimento das razes das culturas agrcolas. Os valores dedensidade considerados crticos variam conforme a classe textural do solo, e soapresentados a seguir:

    a) b)

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    Tabela 2 Valores de densidade do solo considerados restritivos ao crescimentoradicular das culturas agrcolas ( Reichert et al., 2003).

    Classe textural Densidade do solo(g cm-3)Argiloso 1,30 1,40

    Franco argiloso 1,40 1,50Franco arenoso 1,70 1,80Franco siltoso 1,56

    Metodologia:Para a determinao da densidade do solo necessrio obter o valor da massa da

    amostra de solo com sua estrutura (agregados + poros) preservada e depois o volumetotal da amostra. A coleta das amostras realizada com anis metlicos com volumeconhecido. Esses anis so inseridos no solo sem altera a estrutura natural do solo. Amassa obtida por simples pesagem em balana analtica.

    Materiais:Anel volumtricoExtratorFacaMarteloLataFita crepeRgua

    Procedimento:1) Introduzir o anel no solo com auxlio do extrator e do martelo (Figura 3).2) Ajustar o volume do solo ao volume do anel3) Colocar o solo do anel dentro da lata ou manter no prprio anel.4) Pesar o conjunto anel + solo mido e deixar secar em estufa a 105C durante 24

    horas.5) Pesar o conjunto anel + solo seco

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    Figura 3- Procedimento de coleta de solo com estrutura preservada para adeterminao da densidade do solo.

    Clculo:

    Vs MSS

    Ds

    Onde:Ds: densidade do solo (g cm-3)MSS: massa do solo seco (g)Vs: volume do solo ou do anel (cm-3)

    Questesa) Quando a densidade do solo aumenta, o espao poroso aumenta, diminui ou

    permanece constante? Por qu?b) Como a matria orgnica, a textura e a compactao afetam a densidade dos

    solos?

    3- Porosidade total do solo ( PT)

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    A porosidade do solo representada pelos espaos do solo ocupados por guae/ou ar. Entre os agregados do solo formam-se os poros maiores conhecidos comomacroporos e no interior dos agregados formam-se os poros menores conhecido pormicroporos. Os macroporos so os principais responsveis pela infiltrao de gua e aaerao do solo e os microporos so responsveis pela reteno da gua no solo. Nafigura 4 apresentado um anel de solo em corte, onde se observa os poros formadosentre os agregados do solo.

    Figura 4- Corte de uma amostra de solo com estrutura preservada, mostrando aestrutura do solo (agregados + macroporos + microporos).

    Metodologia

    Microporos

    Macroporo

    Agregados

    Macroporo ocupado por ar e gua

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    A porosidade total pode ser determinada saturando-se com gua uma amostra desolo coletada com anel. Inicialmente a amostra saturada e pesada e em seguida secaem estufa por 48 horas a 105 C para obter-se a massa seca de solo. Pela diferena entrea massa de solo saturado e a massa do solo seco, sabe-se o volume de gua que estavano interior dos poros do solo.

    A porosidade total de um solo tambm pode ser calculada em funo dadensidade do solo e da densidade das partculas do solo.

    Clculos:

    100(%) X Dp

    Ds DpPt

    Dp Ds

    cmcmPt 1)( 33

    Onde :Pt : porosidade total do solo em % ou cm3cm-3

    Dp : densidade de partculas (g cm-3)Ds : densidade do solo (g cm-3)

    4-Umidade gravimtrica (Ug)

    A umidade gravimtrica do solo representa a massa de gua contida por unidadede massa do solo. Para a sua determinao necessrio coletar uma amostra de solo,pesar a amostra mida, secar em estufa a 105 C por 48 horas e pesar a amostra seca.

    Clculo :

    100(%) X MSS

    MSS MSU Ug

    MSS

    MSS MSU ggUg )( 1

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    Onde :Ug : umidade gravimtrica ( % ou g/g)MSU : massa do solo mido (g)MSS : massa do solo seco

    5 - Umidade volumtrica ()

    A umidade volumtrica do solo representa o volume de gua contido porunidade de volume do solo. Para a sua determinao necessrio coletar uma amostrade solo com estrutura preservada em anel metlico, pesar a amostra mida, secar emestufa a 105 C por 48 horas e pesar a amostra seca.

    Clculo:

    100(%) X Vt

    MSS MSU

    Vt MSS MSU

    cmcm )( 33

    UgxDscmcm )( 33

    Onde:

    : umidade volumtrica (% ou cm3cm-3)MSU: massa do solo mido (g)MSS: massa do solo seco (g)Vt; volume total da amostra ou do anel (cm3)

    Ug: umidade gravimtrica do solo (g g-1

    )Ds: densidade do solo (g cm-3)

    OBS: 1 g de gua: 1 cm3

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    6- Espao areo (Ea)

    O espao areo do solo representado pelo volume de poros que esta ocupado por ar.

    Clculo:

    Pt EA(%)

    Onde:EA: espao areo (%)

    Pt: porosidade total (%): umidade volumtrica (%)

    7- Exerccios

    1- Foram coletadas amostras de solo com estrutura preservada em anis metlicos emduas reas de lavoura, em diferentes profundidades. O solo do local classificado como

    Argissolo Vermelho Amarelo e apresenta textura franca arenosa at os 50 cm deprofundidade. Sabendo-se que a densidade de partculas desse solo de 2,65 g cm-3, e oanel utilizado apresenta 5,7 cm de dimetro e 4 cm de altura, faa os clculossolicitados nas tabelas abaixo e responda as questes.

    rea 1

    Profundidade(cm)

    N doanel

    Volumedo anel

    (cm3

    )

    Massa do anel+ solo mido

    Massa do anel+ solo seco

    Massado anel

    Massa dosolo mido

    Massa do soloseco

    g 0-5 1 265,98 237,90 85,375-10 2 288,96 262,41 85,48

    10-20 3 286,97 260,7 84,6120-30 4 279,30 252,23 85,47

    30-40 5 280,99 253,46 84,21

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    Profundidade(cm)

    Ds(g cm-3)

    Ug(g/g)

    Ug(%) (cm3cm-3) (%)

    PT(cm3cm-3)

    PT(cm3cm-3)

    EA(cm3cm-3)

    EA(%)

    0-55-10

    10-2020-3030-40

    Area 2

    Profundidade(cm)

    N doanel

    Volumedo anel(cm3)

    Massa do anel+ solo mido

    Massa do anel+ solo seco

    Massado anel

    Massa dosolo mido

    Massa do soloseco

    g 0-5 1 259.06 231.98 85.125-10 2 261.85 233.91 85.31

    10-20 3 268.57 241.75 84.5820-30 4 281.38 254.65 85.37

    30-40 5 277.23 250.74 85.21

    Profundidade

    (cm)Ds

    (g cm-3)Ug

    (g/g)Ug(%) (cm3cm-3) (%)

    PT(cm3cm-3)

    PT(cm3cm-3)

    EA(cm3cm-3)

    EA(%)

    0-5

    5-1010-20

    20-3030-40

    a) Qual das reas estudadas apresenta maiores problemas de compactao? Quais ascamadas de solo mais compactadas (profundidade)?

    b) Os valores de densidade nas camadas consideradas compactadas representam algumrisco para o crescimento das razes das plantas?

    c) Qual a massa de solo contida em 1 ha da rea 1 e 2 na profundidade de 0 a 5 cm?

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    2- Foram coletadas amostras de solo com estrutura preservada em anis metlicos emduas reas de uma lavoura no municpio de Cruz Alta-R. A rea 1 mantida sob plantiodireto a 10 anos e a rea 2 foi escarificada. O solo do local classificado comoLatossolo Vermelho e apresenta textura muito argilosa. Sabendo-se que a densidade departculas desse solo de 2,70 g cm-3, faa os clculos solicitados nas tabelas abaixo eresponda as questes.rea 1:

    Profundidade(cm)

    N doanel

    Volumedo anel(cm3)

    Massa do anel+ solo mido

    Massa do anel+ solo seco

    Massado anel

    Massa dosolo mido

    Massa do soloseco

    g 0-5 1 71.412 230.12 198.43 97.55

    5-10 2 71.317 239.56 207.24 97.53

    10-20 3 69.324 227.5 195.81 93.7620-30 4 71.157 228.1 192.92 96.98

    Profundidade(cm)

    Ds(g cm-3)

    Ug(g/g)

    Ug(%) (cm3cm-3) (%)

    PT(cm3cm-3)

    PT(cm3cm-3)

    EA(cm3cm-3)

    EA(%)

    0-55-1010-2020-30

    rea 2:Profundidade

    (cm)N doanel

    Volumedo anel(cm3)

    Massa do anel+ solo mido

    Massa do anel+ solo seco

    Massado anel

    Massa dosolo mido

    Massa do soloseco

    g 0-5 1 68.789 220.17 188.95 92.795-10 2 74.322 237.52 205.37 98.8

    10-20 3 71.564 235.26 204.19 99.41

    20-30 4 68.432 213.06 183.05 90.23

    Profundidade(cm)

    Ds(g cm-3)

    Ug(g/g)

    Ug(%) (cm3cm-3) (%)

    PT(cm3cm-3)

    PT(cm3cm-3)

    EA(cm3cm-3)

    EA(%)

    0-55-1010-2020-30

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    a) Qual das reas estudadas apresenta maiores problemas de compactao? Quais ascamadas de solo mais compactadas (profundidade)?

    b) Os valores de densidade nas camadas consideradas compactadas representam algumrisco para o crescimento das razes das plantas?

    c) Qual a massa de solo contida em 1 ha da rea 1 e 2 na profundidade de 0 a 5 cm?

    3- As amostras de solo abaixo foram coletadas com estrutura preservada em anis

    metlicos em uma rea de pastagem, no municpio de Iju- RS. Os agricultores do localacredita que o solo de sua rea esteja compactado. O solo do local classificado comoLatossolo Vermelho e apresenta textura argilosa. Sabendo-se que a densidade departculas desse solo de 2,70 g cm-3, faa os clculos solicitados nas tabelas abaixo einterprete os resultados.

    Profundidade(cm)

    N doanel

    Volume

    do anel(cm3)

    Massa do anel

    + solo mido

    Massa do anel

    + solo seco

    Massa

    do anel

    Massa do

    solo mido

    Massa do soloseco

    g 0-5 1 73.189 246.5 112.16 99.16

    5-10 2 71.853 235.56 108.87 95.0310-20 3 72.564 237.4 107.41 98.85

    20-30 4 70.709 227.65 101.9 93.1

    Profundidade(cm)

    Ds(g cm-3)

    Ug(g/g)

    Ug(%) (cm3cm-3) (%)

    PT(cm3cm-3)

    PT(cm3cm-3)

    EA(cm3cm-3)

    EA(%)

    0-5

    5-1010-2020-30

    a) A rea apresenta problemas de compactao?

    b) O que poderia ser feito para evitar a compactao do solo?

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    PRTICA 9 GUA NO SOLO: RETENO, ARMAZENAMENTO EDISPONIBILIDADE

    1- Adsoro e capilaridade

    O solo o armazenador de gua para as plantas e ajuda a regular o ciclohidrolgico no ambiente. na gua do solo que esto dissolvidos a grande maioria dosnutrientes essenciais as plantas. A capacidade de o solo reter e armazenar gua estadiretamente ligada as suas caractersticas pedogenticas (textura e mineralogia) eestruturais (distribuio de poros). Solos mais argilosos normalmente possuem maiorcapacidade de armazenar gua por apresentarem uma maior rea superficial de suaspartculas (ASE) e uma maior quantidade de poros.

    A adsoro e a capilaridade so as formas com que a gua fica retida entre aspartculas e poros do solo. A adsoro ocorre devido s foras de coeso entre asmolculas de gua e as partculas do solo e pela adeso entre as molculas de gua. Acapilaridade um fenmeno que ocorre em meios porosos, devido s foras de coeso,adeso e a tenso superficial entre o lquido e o ar. A interao entre essas foraspermite que ocorra a ascenso da gua em tubos capilares bastante finos. Essa ascensoocorre ate haver um equilbrio entre a fora capilar e a fora do peso da coluna de guae a gravidade (Figura 1).

    Figura 1- Adsoro de gua e capilaridade entre as partculas do solo.

    gua adsorvida

    gua capilar

    Partculas do solo

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    Em funo do equilbrio entre essas foras possvel estabelecer uma relaomatemtica entre elas, conhecida como equao fundamental da capilaridade. Atravsdessa equao possvel estimar o dimetro dos tubos capilar se for conhecida a alturade ascenso ou pode-se estimar a altura de ascenso se o dimetro dor conhecido(Figura 2).

    g

    h

    Adeso

    Coeso

    Pressoatmosfrica

    Pressosubatmosfrica

    Fora da gravidade (Fg):massa de gua x gFg: ( x r2 x h) x d x g

    Fora de adeso + coeso (Fac):permetrodo tubo x tenso superficial da gua

    Fac: 2 x r x cos x

    Equao da capilaridade:( x r2 x h) x d x g = 2 x r x cos x

    gd r h

    x x

    x cos2

    No solo o fenmeno da capilaridade ocorre nos poros, que so semelhantes atubos capilares, mas com formato irregular. Quanto menor o dimetro dos poros, maiorser a ascenso capilar da gua no interior do solo (Figura 3).

    Figura 3- Fenmeno da capilaridade em tubos e no interior dos poros do solo.

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    Exerccios:a) Qual o dimetro de um tubo capilar, cuja ascenso de gua atingiu 80 cm? Sabe-seque a densidade da gua (d) igual a 1000 g cm-3, a acelerao da gravidade (g) de

    981 cm s2 e a tenso superficial () da gua de 711 dinas cm-1.

    b) Um tubo capilar de vidro de raio 0,1 mm foi inserido numa cuba com gua. Qual aaltura de ascenso da gua no tubo? A densidade da gua de 1000 kg m-3, a aceleraoda gravidade de 9,8 x 10-4 m s2 e a tenso superficial da gua de 0,07194 N m-1.

    c) Ascenso capilar da gua em colunas de solo: observar como ocorre a ascenso dagua nas trs colunas com solos de diferentes texturas.

    1-Soloargiloso

    2-Soloarenoso

    3- Solo comgradiente textural

    Horizonte A(Franco arenoso)

    Horizonte E(Arenoso)

    Horizonte Bt(Argiloso)

    d) Em qual solo ocorre maior ascenso? Como o gradiente textural interfere nacapilaridade? Faa uma relao entre a textura e estrutura do solo com a capilaridade.

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    2- Reteno e armazenamento de gua no solo

    O solo um sistema trifsico, constitudo por uma frao slida, lquida egasosa. A frao gasosa e a lquida constituda pela gua so variveis em funo dosciclos de umedecimento e secagem a qual o solo submetido. O contedo de guaretido no solo (umidade do solo) pode ser obtido pela relao entre o volume de gua eo volume de solo (umidade volumtrica) ou pela relao entre a massa de gua e amassa de solo (umidade gravimtrica). O contedo de gua pode ser avaliado pelacoleta de amostras de solo com anis metlicos (umidade volumtrica) ou pela coleta deamostras deformadas (umidade gravimtrica) ou ainda podem-se utilizar equipamentoseletrnicos que fornecem diretamente a umidade volumtrica que o solo apresenta emdeterminado momento. Os equipamentos mais eficientes para a medida do contedo degua no solo so os TDR (Time Domain Reflectometry) (Figura 4).

    Figura 4- Equipamento de TDR (a) e sondas instaladas no perfil do solo (b).

    Para conhecermos o total de gua armazenada em uma determinada camada desolo necessrio sabermos o contedo de gua retido (umidade volumtrica) e aespessura da camada. A partir dessas informaes, temos que transformar o contedo degua em uma lmina de gua e, assim, saberemos quantos milmetros de gua estoarmazenadas nessa camada de solo. Para transformar o contedo de gua em lmina degua armazenada, basta multiplicar o contedo volumtrico de gua pela espessura dacamada de solo (Figura 5).

    a) b)

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    5 cm

    gua

    Slidos+ar

    x

    Y

    H = 12,75 mm

    Figura 5- Amostra de solo e lmina total de gua armazenada.

    Massa de solo mido: 332 gMassa de solo seco: 281 gVolume do anel: 200 cm-3

    Portanto, nessa amostra de solo temos 12,75 mm de gua total armazenada.

    3- Disponibilidade de gua as plantas

    A capacidade de o solo reter gua depende da sua textura e da estrutura, e aquantidade de gua retida varivel no tempo, de acordo com a distribuio da

    precipitao e dos ciclos de secagem do solo. No entanto, nem toda a gua armazenada

    3200281332

    cm33255,0 cmcm

    )5255,0(h 33 cm xcmcm mmcmcmcm 75,12275,1275,1 23

    AR

    GUA

    SLIDOS

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    no solo disponvel para as plantas. Isso ocorre porque logo aps as chuvas, o excessode gua drena livremente no perfil, principalmente aquela gua que ocupa os porosmaiores no solo, onde o efeito da capilaridade menor. Essa gua que drenarapidamente chamada de gua gravitacional e, portanto, como drena rapidamente,no fica disponvel para as plantas. Outra parte de gua fica retida fortemente entre aspartculas slidas do solo, de forma que a planta no consegue absorve-la para as suasnecessidades fisiolgicas. Assim, podem-se dividir os limites de disponibilidade degua para as plantas em limite superior ou capacidade de campo e limite inferior o uponto de murcha permanente (Figura 6).

    gua prontamentedisponvel

    guadisponvel

    guaindisponvel

    Drenagem do excesso de gua(Sada de gua)

    gua perdida porEvapotranspirao

    (Sada de gua)

    Capacidade de campo

    Ponto de murchapermanente

    gua disponvelpara as plantas

    Chuva ou irrigao

    Entrada da gua no solo

    Figura 6 Limites de disponibilidade de gua no solo para as plantas.A capacidade de campo a quantidade de gua que fica retida aps a infiltrao

    da gua das chuvas ou irrigao. A capacidade de campo atingida 2 a 3