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1 POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO DIREITORIA DE ENSINO ESCOLA SUPERIOR DE SOLDADOS “CORONEL PM EDUARDO ASSUMPÇÃO” CURSO SUPERIOR DE TÉCNICO DE POLÍCIA OSTENSIVA E PRESERVAÇÃO DA ORDEM PÚBLICA MATÉRIA 16: POLICIA OSTENSIVA UD 04: POLICIAMENTO DE CHOQUE Departamento de Ensino e Administração Divisão de Ensino e Administração Seção Pedagógica Setor de Planejamento ATUALIZADA EM ABRIL DE 2009 PELO 1º TEN PM ANDERSON DA SILVA DIAS BRASIL DA ESSd

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POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO

DIREITORIA DE ENSINO

ESCOLA SUPERIOR DE SOLDADOS

“CORONEL PM EDUARDO ASSUMPÇÃO”

CURSO SUPERIOR DE TÉCNICO DEPOLÍCIA OSTENSIVA E PRESERVAÇÃO

DA ORDEM PÚBLICA

MATÉRIA 16: POLICIA OSTENSIVAUD 04: POLICIAMENTO DE

CHOQUE

Departamento de Ensino e AdministraçãoDivisão de Ensino e Administração

Seção PedagógicaSetor de Planejamento

ATUALIZADA EM ABRIL DE 2009 PELO 1º TEN PM ANDERSON DA SILVA DIAS BRASIL DA ESSd

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ÍNDICE

POLICIAMENTO DE CHOQUE

CONTEÚDO: Pág.

1. CONCEITOS DE CDC ........................................................................................... 021.1 Ordem Pública e Missão da Polícia Militar............................................................. 021.2 Tipos de reuniões de pessoas............................................................................... 022. PROCEDIMENTOS DO POLICIAL MILITAR EM CDC.......................................... 042.1 Prioridade no Emprego dos Meios............................................. ........................... 042.2 Principais Ocorrências de Controle de Distúrbios Civis........................................ 063. PELOTÃO DE CHOQUE....................................................................................... 083.1 Princípios Fundamentais do Pel Chq.................................................................... 083.2 Funções no Pel Chq ............................................................................................. 083.3 Enumeração .......................... ............................................................................... 093.4 Formações ............................................................................................................ 113.5 Comandos .................................. .......................................................................... 154. EQUIPAMENTOS DE CDC ................................................................................... 164.1 Capacete, Perneira, Escudo, Cassetete e Tonfa ......................... .........................165. MUNIÇÃO QUÍMICA .............................................................................................. 175.1 Agentes Químicos ............................................................................................ .....175.2 Granadas ............................................................................................................... 185.3 Munições de Borracha........................................................................................... 196. VIATURAS DE POLICIAMENTO DE CHOQUE ..................................................... 207. EMPREGO DO CÃO E DO CAVALO EM CDC ...................................................... 207.1 Ações de CDC com emprego de cães ............................. ..................................... 207.2 A Tropa Montada no Controle de Distúrbios Civis ................................................ 21Anexo I – Determinações sobre Munição Química – Bol G PM142/01 ....................... 22Anexo II - Estruturação do Comando de Policiamento de Choque ............................. 24BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................... 25

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1. CONCEITOS DE CDC

1.1 Ordem Pública e Missão da Políc ia Militar

O direito de manifestação e o de ir e vir são garantidos pelo mesmo artigo 5ºda Constituição Federal e em tese não há hierarquia entre eles. Mas quando há umconflito entre esses valores constitucionais, um deles está sendo exercido de formaabusiva. O direito de manifestação pode ser exercido, numa situação real, semprejudicar o direito de ir e vir? Se a resposta for não, então o direito à manifestação estásendo exercido de forma abusiva, e nesse caso, a polícia pode e deve intervir, inclusi vecom o uso da força necessária, para garantir o direito violado, mesmo sem ordem formalda Justiça.

Nessa situação surge o conflito entre os direitos, e cabe à Polícia Militar, quetem a missão constitucional de Polícia Ostensiva e Preservação da Ordem P ública,conforme art. 144, § 5º da CF/88, resolver este conflito e garantir a segurança de todaComunidade.

Segundo Hely Lopes Meirelles: "Ordem Pública é a situação de tranqüilidadee normalidade que o Estado assegura – ou deve assegurar – às instituições e a todos osmembros da sociedade, consoante as normas jurídicas legalmente estabelecidas".

Na Polícia Militar do Estado de São Paulo, as Unidades responsáveis pelaatuação em CDC (Controle de Distúrbios Civis), até há pouco tempo eramexclusivamente os Batalhões de Choque, mas atualmente também as Forças Táticaspassaram a ser as tropas especializadas em CDC, em conformidade à Diretriz Nº PM3 -007/02/05 – Programa de Força Tática , que define como Força Tática a “fração de ForçaPatrulha reforçada, treinada para ações táticas de polícia ostensiva e de preservação daordem pública, tais como a prevenção setorizada, com intensificação ou saturaçãolocalizada de policiamento, repressão ao crime organizado ou em locais com alto índicede crimes violentos, ocorrências de vulto, eventos de importância, controle de tumultose ações para restauração da ordem pública de maior magnitude” .

A diretriz também estabelece que a equipe de Força Tática pode sercomposta por 04 ou até 05 policiais “quando for usada em ações de choque”, e tambémdetermina que “o emprego da Força Tática precederá, em princípio, o das OPM dePoliciamento de Choque”, e, sendo assim, a primeira tropa que deve atuar efetivamenteem controle de tumultos e demais ações de choque é a Força Tática do respectivoBatalhão em que atua, sendo que o primeiro patrulheiro que se deparar com esse tipo deocorrência tomará as providências iniciais.

1.2 Tipos de reuniões de pessoas

- Aglomeração: Grande número de pessoas temporariamente re unidas. Geralmente, osmembros de uma aglomeração pensam e agem como elementos isolados e nãoorganizados. A aglomeração poderá resultar da reunião acidental e transitória depessoas, tal como acontece na área c omercial de uma cidade em seu horário detrabalho ou nas estações ferroviárias em determinados instantes.

- Multidão: Aglomeração psicologicamente unificado por interesse comum. A formaçãoda multidão caracteriza-se pelo aparecimento do pronome “nós” entre os membros de

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uma aglomeração; assim, quando um membro de uma aglome ração afirma – “nósestamos aqui para cultura”, “nós estamos aqui para protestar”, podemos também afirmarque a multidão está constituída e não se trata mais de uma aglomer ação.

- Turba: Multidão em desordem. Reunião de pessoas que, sob o estímulo de inte nsaexcitação ou agitação, perdem o senso da razão, e re speito à Lei e passam a obedecera indivíduos que tomam a iniciativa de chefiar ações desatinadas.

- Manifestação: Demonstração, por pessoas reunidas, de sentimento hostil ou simpáticoa determinada autoridade ou a alguma condição ou movimento econômico ou social. E aPasseata é a manifestação em movimento.

- Tumulto: Desrespeito ordem, levado a efeito por várias pessoas, em apoio a umdesígnio comum de realizar certo empreendimento, por meio de ação planejada contraquem a elas se possa opor. (o desrespeito à ordem uma perturbação da mesma pormeio de ações ilegais, traduzidas numa demonstração de natureza violenta outurbulenta).

- Distúrbio interno ou civil : Inquietação ou tensão civil que toma forma demanifestação. Situação que surge dentro do país, decorrente de atos de violência oudesordem e prejudicial manutenção da Lei e da ordem. Poderá porvir da ação de umaturba ou originar-se de um tumulto.

Causas dos Distúrbios Civis:

A) Sociais - conflitos raciais, religiosos, exaltação provocada por uma comemor ação,por um acontecimento esportivo ou por outra ativid ade social.B) Econômicas - desnível entre classes sociais, desequilíbrio econômico entre regiões,divergências entre empregados e em pregadores, ou resultam de condições s ociais deextrema privação ou pobreza, as quais poderão induzir o povo à vi olência para obterutilidades necessárias às suas necessidades essenciais.C) Políticas - lutas político-partidárias, divergências ideológicas estimuladas ou não porpaíses estrangeiros, ou da tentativa para atingir o poder político por meios não legais.

Fatores psicológicos que influenciam o comportamento dos indivíduos

a. número: a consciência que os integrantes de uma turba tem de valor numé rico damassa que a constitui influindo -lhes uma sensação de poder e segurança.b. sugestão: nas turbas por sugestão, as idéias se propagam desapercebidas, sem queos indivíduos influenciados raciocinem ou possam contestá -las, aceitam sem discutir aspropostas de um líder influente.c. contágio: pelo contágio as idéias se difundem -se e a influência transmite -se deindivíduos nas turbas. Assim elas tendem sempre a atrair novos manifestantes.d. anonimato: dissolvido na turba, acobertado pelo anonimato o indi víduo poderá perdero respeito próprio e consequentemente sentir -se-á responsável por seus atos, quaisquerque sejam.

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e. novidade: face às circunstâncias novas e desconhecidas sempre o indivíduo reageconforme suas normas de ação habituais. Não encontrando estímulos específicos, quede ordinário controlavam seus atos, deixará de aplicar sua experiência anterior, quecostumava guiá-lo na solução dos problemas cotidianos, seu subconsciente poderá atébendizer a quebra de rotina normal e acolher com satisfação as novas circunstâncias.f. expansão das emoções reprimidas : preconceitos e desejos insatisfeitos,normalmente contidos, expandem -se logo nas turbas concorrendo como perigosoincentivo à prática de desordens, pela oportunidade que tem os indivíduos de rea lizaremafinal, o que sempre almejaram, mas nunca tinham ousado.g. imitação: o desejo irresistível de imitar o que os outros estão fazendo, poderá levar oindivíduo a tornar-se parte integrante de uma turba.

2. PROCEDIMENTOS DO POLICIAL MILITAR EM CONTROLE DE TUMULTOS

O objetivo principal de uma tropa de CDC é a dispersão da multidão , nãosua detenção ou confinamento. A dispersão deve ser calculada de tal forma que dificulteou desanime os indivíduos a outra reunião im ediata.

As reuniões pacificas, legais e autorizadas mesmo com a possibil idade deuma transformação devido a diversos fatores, como por exemplo o exaltamento, nãodevem ser acompanhadas preventivamente no local da oco rrência pela tropaespecializada em CDC, pois a perda de um impacto psicológic o favorável para achegada repentina de uma Tropa de Choque acarretará em maiores dificuldades nadispersão da turba.

O acompanhamento da manifestação, enquanto não necessário ou nãodecidido pelas autoridades competentes o emprego da Tropa de Ch oque e conseqüentedispersão da turba, deve ser executado pelo policiamento de área. Esse policiamentopermanecerá à postos até que, por falta de treinamento especializado, falta de meios earmamentos adequados, efetivo ou outras razões, não possa mais executar o co ntroleda situação.

O policiamento de área que se retirou do quadro tático quando da dispersãodeve ficar a postos para pronta ocupação da área física do confl ito, bem como deveproceder auxílio para detenção de líderes, enquanto a tropa de CDC se reorgani za parapossível outra necessidade de emprego.

2.1 Prioridade no Emprego dos Meios

A Prioridade no Emprego dos Meios é uma seqüência de dez ações quegraduam o uso da força de um pelotão de CDC de forma crescente, visando restaurar aordem pública e dispersar a multidão, onde se aplicam primeiro os meios menosagressivos, passando para o meio seguinte somente se a massa se tornar violenta ounão se dispersar. São eles:

1-PREVER VIAS DE FUGA• O reconhecimento prévio do local do distúrbio é de suma importâ ncia.• Quanto mais caminhos de dispersão forem dados à multidão, mais rapidamente ela se

dispersará.

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• A multidão não deve ser encaminhada em direção ao equipamento e viaturas daTropa, ou em direção à estabelecimentos públicos (pontos sensíveis), a fim de e vitardepredação, ou mesmo para um local sem via de fuga.

2-DEMONSTRAÇÃO DE FORÇA• A Tropa deverá desembarcar em local às vistas dos manifestantes, mas mantendo

distância de segurança em relação ao arremesso de objetos.• A demonstração de força deve ser fe ita através da disposição da tropa em formação

disciplinada, comando por gestos, “batidas” no escudo e num ponto visível.• A finalidade de demonstração de força é provocar efeito psicológico sobre a multidão,

pois o fardamento diferenciado, equipamento, via turas específicas, bem como asformações tomadas pela Tropa, dão uma idéia de organização, disciplina e preparo daTropa.

3-ORDEM DE DISPERSÃO• Deve ser dada pelo Cmt da Tropa através de amplificadores de som (alto -falantes em

vtr ou bons megafones) de mod o a assegurar que todos os componentes da multidãopossam ouvir claramente.

• A proclamação deve ser de modo claro, distinto e em termos positivos. Osmanifestantes não devem ser repreendidos ou desafiados; não havendo apossibilidade de dar a ordem clara a todos mantendo a distância de segurança,solicitar que um representante/líder se aproxime da tropa e repasse a ordem aosdemais.

Exemplo: "Esta manifestação é ilegal, façam suas reivindicações através de outrosmeios, caso contrário a Polícia entrará em ação efetuando detenções".

4-RECOLHIMENTO DE PROVAS• Na verdade, é uma providência que deve ser tomada durante toda a operação.

Consiste em fotografar, filmar ou mesmo gravar fatos ocorridos para posteriorapresentação à justiça.

• As provas devem ser reunidas quanto à identidade dos líderes e seus auxiliares, seusmeios (cartazes, faixas, armas, intenções, etc.).

• Muitas vezes, a simples presença de um fotógrafo atuando junto à Tropa causa umefeito nos manifestantes que temem sua posterior identificação e, os que seaproveitam do anonimato, procurarão se esconder ou abandonar o local.

5-EMPREGO DE AGENTES QUÍMICOS E ELASTÔMERO• Deve ser destacada a importância da direção do vento, sendo a melhor situação

quando o vento soprar da tropa para a multidão, pois a tropa também sente os efeitosefeitos da munição.

• Recomenda-se usar como munição não-letal as granadas de efeito moral e granadasde gás lacrimogêneo para dispersar a multidão, mas respeitando -se o raio de 10metros em relação às pessoas devido aos estil haços causados pelas granadasexplosivas e mistas.

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• A munição de borracha (elastômero) deve ser utilizada mediante ordem, observando adistância de segurança (mínimo 20 metros) e na região das pernas.

• NUNCA ESQUECER QUE O DISPARO DE ELASTÔMERO NÃO DEVE SERUSADO A ESMO! Diferente do gás lacrimogêneo, que pode ser usado para atingirdiversos transgressores e visa dispersar a multidão, o elastômero somente deve serusado objetivando os mais persistentes, que não foram dispersos pelo gáslacrimogêneo, e esse disparo deve ser visado para as pernas e direcionado a cadaindivíduo, nunca para toda multidão.

6-EMPREGO DE ÁGUA• Jatos de água lançados por meio de veículos especiais (Centurion) ou por meio de

mangueiras de incêndio, sendo empregadas para movimentar a mu ltidão.• Tinta inofensiva poderá ser misturada à água, a fim de que as pessoas sejam

marcadas para identificação posterior, ou mesmo para aumentar o efeito psicológico.• Em dias quentes pode não ter o efeito desejado.

7-CARGA DE CASSETETE De preferência na formação em linha. O cassetete, bem como a verbalização durante a carga, causam forte impacto

psicológico. BEM USADOS OS AGENTES QUÍMICOS E ELASTÔMERO, DIFICILMENTE SERÁ

NECESSÁRIA A CARGA DE CASSETETES , a qual causa grande repercussãonegativa para a instituição, além de expor o policial.

8-DETENÇÃO DE LÍDERES• Deve ser feita de preferência durante a carga de cassetete. Porém sabemos que os

líderes são os primeiros a fugir com o avanço da tropa, daí a necessidade de policiaispara um acompanhamento discre to e detenção posterior.

• Desmoraliza e enfraquece a turba.

9-ATIRADORES DE ELITE• Durante um distúrbio, atiradores de elite, dotados de armas de precisão, procurarão,

mediante ordem, neutralizar elementos que disparem contra a tropa, desde que hajabom campo de tiro, pois não se deve atirar contra a massa.

• Manifestantes armados poderão atirar contra a tropa, de posições de franco -atiradores, como por exemplo, de janelas de edifícios, veículos, ou outros pontosestratégicos.

10-EMPREGO DE ARMA DE FOGO• É a medida a ser tomada pelo comandante de tropa e deve ser utilizada como último

recurso, quando se defronta com ataques armados.• Todo cuidado deve ser tomado para que não sejam atingidos pelos disparos outros

elementos da multidão, para isso devemos ter sem pre um bom campo de tiro.

2.2 Principais Ocorrências de Controle de Distúrbios Civis:

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1) Manifestações• Atuação somente em extrema necessidade se houver quebra da ordem pública, pois

muitas vezes tem caráter pacífico;• Atentar para os locais onde são deixa das as viaturas e apoios;• Necessita de atuação de agentes P -2.• Não devem ser acompanhadas preventivamente pela tropa especializada em CDC,

pois a perda de um impacto psicológico favorável para a chegada repentina de umaTropa de Choque acarretará em maiore s dificuldades na dispersão da turba.

2) Resistência Pacífica• Consiste em permanecer deitado ou sentado no chão com a finalidade de prejudicar a

ação policial.• Necessita o emprego de equipamento especial: espargidor gás pimenta, munição

fumígena, jatos d’água ou tinta, cães, etc.

3) Interdição de via• Quase sempre há vias de fuga;• Apoio dos Bombeiros: barricadas e uso de fogo pelos manifestantes;• Oportunistas (não há muita disposição em resistir), querem chamar atenção do

Governo e Mídia;• Boa forma de util ização de agentes químicos (local aberto).

4) Reintegração de posse• O executor da medida judicial é o Oficial de Justiça, cabe à PM somente dar garantias

para o devido cumprimento da medida judicial da forma mais pacífica e ordeirapossível.

• Atuação nas primeiras horas da manhã (Constituição Federal – só se adentra à casadurante o dia, das 06:00h às 18:00h);

5) Greve• A PM não deve reprimir movimentos reivindicatórios. Deve prevenir e reprimir, isto

sim, a violação da ordem pública;• Lei Nº 7783/89 – Lei de greve: os grevistas não podem impedir o trabalho de quem

não aderir;• Atentado contra a Liberdade de Trabalho - Art 197 do CP - Constranger alguém,

mediante violência ou grave ameaça:I - a exercer ou não exercer arte, ofício, profissão ou indústria, ou a trabalhar ou nãotrabalhar durante certo período ou em determinados dias.II - a abrir ou fechar o seu estabelecimento de trabalho, ou a participar de parede ouparalisação de atividade econômica.

• Sabotagem - Art 202 do CP –- Invadir ou ocupar estabelecim ento industrial, comercialou agrícola, com o intuito de impedir ou embaraçar o curso normal do trabalho, oucom o mesmo fim danificar o estabelecimento ou as coisas nele existentes ou delasdispor.

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6) Ações de CDC em locais de eventos• Pode ser interno ou externo;• É extremamente complicado caso haja necessidade de intervenção (vias de fuga);• A quantidade de pessoas é sempre a maior preocupação;• Cobertura por meios de comunicação;• A atuação da tropa pode ser um fator agravante nestes casos (pisoteamento).

3. PELOTÃO DE CHOQUE

A doutrina de Ações de Choque e de Controle de distúrbios Civis no Brasil é amesma utilizada na Europa, (doutrina alemã ou ofensiva) onde há uma prioridade deemprego de meios, tentando, ao máximo, evitar o confronto Polícia -Manifestante, porisso a importância das diversas munições e granadas; o que não acontece, por exemplo,na doutrina asiática (ou defensiva), onde uma das primeiras ações é o embate corpo acorpo que causa, invariavelmente, ferimentos em ambas ou alguma das partes, a pesardos pesados equipamentos destes policiais.

A doutrina ofensiva, utilizada pela PMESP, preceitua a utilização deequipamentos de proteção individual leves, com o intuito de permitir a movimentação daTropa e pode ser pode ser resumida em: LINHA – BOMBA – AVANÇO. Significa que atropa mantém distância do tumulto evitando o contato físico; utiliza munições não -letaisapós esgotadas as negociações; e avança para direcionar a turba para as vias de fuga.

3.1 Princípios Fundamentais do Pel Chq

1 - É indivisível;2 - Todo PM e responsável pela segurança do Pel Chq e pelo colega do lado;3 - Todo PM zela sempre pelo seu equipamento individual e o conhece perfeitamente;4 - O escudeiro sempre tem prioridade sobre os demais PM do Pel Chq;5 - Conhece a missão e todos os objetivos a serem alcançados;6 - Só desembarca mediante ordem de seu Cmt;7 - O Pel só atua quando há visibilidade do terreno e do oponente;8 - Mantém–se sempre distante do oponente (mínimo trinta metros de distância);9 - Atua estritamente dentro da lei e demonstrando autoridade sempre, deixando asquestões sociais ou políticas a cargo das pessoas responsáveis;10 - Age sempre observando os critérios de prioridade de emprego de meios.

3.2 Funções no Pel Chq

O Pel de Chq é organizado de modo q ue cada homem tenha sua funçãodefinida dentro do Pelotão a fim de ter uma flexibilidade tal que lhe permita adaptar -se àsmais diversas situações. O efetivo do Pel de Chq é de 26 homens, podendo variar deacordo com a disponibilidade de pessoal, mas nunca ter um efetivo inferior a 18 homens,conforme o M-08-PM.

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Comandante do pelotão - (1º Ten, 2º Ten ou Asp Of) tem a função de coma ndarefetivamente o pelotão de choque nas ações de controle de tumultos, sendo oresponsável quanto ao seu emprego operacional nos casos em que atue como apoioisoladamente;

Sargento auxiliar – sargento mais antigo, é o auxiliar direto do Comandante depelotão no comando e controle dos h omens durante a ação de controle de tumultos;

Sgt Cmt de Gp: tem a responsabilidade de corrigir e orientar o grupo sob o seucomando para que atuem de forma correta e evitar que ocorra o isolamento doshomens durante a ação;

Escudeiros: responsáveis pela proteção do pelotão, contra arremesso de objetosque possam causar lesões;

Lançadores: encarregados de lançar manualmente munição química em poder doPel Chq;

Atiradores: quando o objetivo a ser atingido pela munição química estiver a umadistância que o lançamento manual não consiga atingi -lo, os atiradores farão oarremesso, utilizando armas especi ais para lançamento de granadas, bem como ouso de munições de elastômero por espingarda calibre 12;

Op. canhão-d'água ou extintor : no caso de tropa embarcada em carro de combate(Centurion) o PM tem por missão operar o canhão d'água; caso a tropa esteja a pé,será o responsável pela condução do extintor de incêndio, visando utilizá -lo parapequenos incêndios ou para o caso de policiais atingidos por coquetel molotov (masverificar o extintor apropriado);

Motorista: é o encarregado da condução, segurança e da manutenção de primeiroescalão da viatura empregada em Controle de Tumultos;

Segurança: é o encarregado da segurança do pelotão, em deslocamento ou não,com arma de proteção coletiva.

Material Logístico: Todos os componentes do Pel portam Cassetete (ou Tonfa),Capacete anti-tumulto (ou balístico), colete balístico e protetor para as pernas. ApenasCmt Pel, Aux Pel e Cmt de Gp portam revólver ou pistola. Escudeiros empunhamescudos de policarbonato ou aramida. Lançadores e atiradores carregam bolsa de lon acom munições químicas e de elastômero, bem como este último a espingarda calibre 12.O Segurança porta arma de proteção coletiva (Submetralhadora ou equivalente).Podem ser adicionados o megafone, binóculos, máscaras contra gases, aríete, alicatepara cadeados e cercas, sacola suplementar de munição, máquina fotográfica oufilmadora, bem como outros equipamentos que auxiliem no cumprimento da missão.

3.3 Enumeração

No Pel Chq, com exceção do Cmt e dos Sgts, cada homem possui um númerode ordem que facilita as formações e o controle do Pelotão. O número de ordem adotadopara os homens do pelotão de choque visa facilitar a execução das formações e ocontrole das frações de tropa. O homem -base (nº 1) facilita os deslocamentos e oposicionamento dos demais membr os do pelotão e a coordenação dos mesmos porparte do comandante e dos sargentos que lhe auxiliam.

A enumeração deve ser feita em voz alta e com vigor, assim que determinadapelo Cmt de Pel ou Sgt auxiliar, para demonstrar a agilidade e determinação do pol icial,servindo também para que o Cmt verifique se falta algum componente ou necessite

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alterar alguma função. Com o comando "pelotão, por funções, enumerar", o escudeiro 01fica em sentido, leva o escudo à frente, levanta o cassetete ao máximo e pronuncia emvoz alta e firme: "escudeiro um!", e posteriormente retorna à posição anterior. Emseguida, o policial a sua direita realiza os mesmos movimentos, mas pronuncia"escudeiro dois!". Na sequência, o policial ao lado esquerdo do escudeiro 01 faz amesma coisa, passando a ser o “escudeiro 03”, sendo seguido pelo policial atrás doescudeiro 01, o “escudeiro 04”, e assim por diante. Ao término dos escudeiros, continua -se a enumeração, sendo, por exemplo, "lançador 13!", e assim por diante. Caso algumpolicial erre sua numeração, ou o faça sem energia, o Cmt determina seu reinício, nãocomo forma de punição, mas para desenvolver o espírito de grupo e vivacidadenecessários a uma tropa que sempre enfrenta situações adversas e é superada emnúmero pelos indivíduos que por vezes resistem à atuação da polícia norestabelecimento da ordem.

Comandante do Pelotão --------------------------------------

Sargento Auxiliar ------------------------------------------------

Sargentos comandantes de grupos -------

Escudeiros -------------------------------

Lançadores ----------------------------------------

Atiradores ------------------------------------------

Segurança ------------------------------------------

Motorista ------------------------------------------------------------------

Homem Extintor/canhão d’água-----------------------------------------------------

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3.4 Formações

1) BÁSICAS: A) POR TRÊS; B) POR DOIS.2) OFENSIVAS: A) LINHA; B) CUNHA; C) ESCALÃO A ESQUERDA; D) ESCALÃO A DIREITA.3) DEFENSIVAS: A) DINÂMICAS: (1) GUARDA ALTA; (2) GUARDA ALTA EMASSADA; (3) ESCUDOS ACIMA; (4) ESCUDOS AO ALTO. B) ESTÁTICAS: (1) GUARDA BAIXA; (2) GUARDA BAIXA EMASSADA.

1) FORMAÇÕES BÁSICAS:A) POR TRÊS: É a formação básica de CDC normalmente utilizada para

deslocamentos e para enumeração do Pel Chq, e também para conferência de efetivo ouformaturas militares. Logo após a enumeração, é aconselhável o pelotão adotar aformação por dois, a comando, a fim de facilitar as demais formações.

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E12 E7E9 E6 E3 E2 E4 E5 E8 E10 E11E1

A18 L15 A16 L13 A17L14

M Hex

S

E12

E7

E9

E6

E3

E1

A18

L15

Hex

A17

L14

E2

E4

E5

E8

E10

E11

A16 L13

S

M

B) POR DOIS: É também uma formação básica do pelotão, utilizada paradeslocamento em locais estreitos (corredor de presídios). Assim, o pelotão estando naformação por três, ao comando, o 1º grupo se dividirá deslocando -se os números parespara a direita e os ímpares para a esquerda, infiltrando no 2º e 3º grupos.

2) FORMAÇÕES OFENSIVAS:A) LINHA - É a mais comumente utilizada e servimo -nos dela para fazer recuar a

massa e evacuar determinado local, em direção às vias de fuga. Em formação por três,ao comando correspondente, o escudeiro 01 levanta o cassetete e permanece ou sedesloca para o local determinado, e os escudeiros do 2º grupo do Pel Chq ficamdispostos um o lado do outro, à di reita do homem base; o mesmo procedimento seráadotado pelos escudeiros do 3º Grupo, à esquerda do homem base. Os escudeirosintegrantes do 1º Grupo infiltrar -se-ão no lado esquerdo se forem nº ímpar e no ladodireito forem nº par. Estando o pelotão em for mação por dois, os escudeiros atrás doescudeiro 01 passam a sua esquerda, lado a lado, e os que estão atrás do escudeiro 02passam à direita deste, todos mantendo a distância de um cassetete. Os demaiscomponentes passam à retaguarda dos escudeiros, sendo protegidos e auxiliando-os.

B) CUNHA - Esta formação será utilizada sempre que o objetivo for penetrar na massae dividi-la (na medida em que a divisão a enfraquece). *Cautela em sua utilização, poishaverá contato com a massa, sendo que o contato direto de uma tropa de CDC será emúltimo caso. A disposição dos homens será a mesma do pelotão em linha quanto ànumeração, diferenciando apenas quanto a formação geométrica que terão os PM, nãoum ao lado do outro, mas um a retaguarda (diagonal) do outro de ambos os lados (àesquerda e à direita do homem base) e voltados para a mesma frente, tendo comobases o escudeiro nº 1 e escudeiro nº 2.

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C) ESCALÃO À DIREITA - Tal formação visa direcionar a movimentação da massapara a direita. A posição numérica dos PM permanece a mesma da formação em linhaficando a retaguarda direita do PM a sua frente, todos voltados para o mesmo objetivo.

Frente do pelotão

D) ESCALÃO À ESQUERDA - Idêntico ao anterior, porém sendo para a esquerda.

Frente do pelotão

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3) FORMAÇÕES DEFENSIVAS : são usadas para proteção da tropa contra o arremessode objetos por parte da massa.

A) DINÂMICAS: permitem o deslocamento e defesa ao mesmo tempo. Osdeslocamentos nessas formações se dão com o "passo do esgrimista".

(1) GUARDA ALTA: os escudeiros dispõe-se ombro a ombro com os escudosoferecendo proteção na parte superior do corpo. O restante do pelotão se dispõe àretaguarda dos escudeiros.

(2) GUARDA ALTA EMASSADA : idêntica à anterior, exceto que os três últimosescudeiros de cada extremidade recuam, sem perder a formação do pelotão, tornandouma a formação semelhante a uma meia lua, de forma a proteger também as laterais.

(3) ESCUDOS ACIMA: pelotão por dois, escudeiros com escudos acima da cabeça,sendo que o escudeiro 01 e o 02 mantém a proteção à frente, e demais componentesintercalados com os escudeiros, para serem protegidos de objetos vindo do alto (ex.:reintegração em prédio).

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(4) ESCUDOS AO ALTO : idêntica à anterior, mas nesta todos escudeiros levantam oescudo acima da cabeça, inclusive os 01 e 02. B) ESTÁTICAS: defesa parada. Se necessárias, devem ser rápidas, pois o CDC naPMESP é dinâmico, e parado o pelotão fica vulnerável.

(1) GUARDA BAIXA - os escudeiros dispõem-se ombro a ombro, agachados, comos escudos oferecendo proteção a todo corpo. O restante do pelotão se dispõe àretaguarda dos escudeiros. O cassetete empunha do por esses policiais oferece apoio àparte superior do escudo. Utilizada principalmente para reduzir a silhueta doscomponentes do pelotão, em caso de uso de arma de fogo por algum componente damassa.

(2) GUARDA BAIXA EMASSADA - Os escudos centrais são apoiados ao solo,semelhante à guarda baixa, mas os três escudeiros das extremidades se posicionamacima dos outros seis escudeiros que abaixo formam a base da formação, visando aformar uma proteção maciça, sem espaços entre os es cudos. Geralmente para proteçãoa ataque de coquetel molotov .

3.5 Comandos

Os comandos para as formações podem ser dados de duas forma: por voz ou porgestos, sendo que já houve também por apitos. Possuem, em geral, três tempos:1-ADVERTÊNCIA,2-COMANDO PROPRIAMENTE DITO e3-EXECUÇÃO.O comando propriamente dito divide -se, normalmente, em:

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1-POSIÇÃO,2-FRENTE, e3-FORMAÇÃO.Sendo que quando qualquer um destes é omitido, mantém -se o que foi omitido e muda-se apenas o comando ordenado.Quando da voz de execução, o homem -base levanta o cassetete/tonfa, adota a posiçãoe a frente ordenadas seguidos pelos demais de acordo com a formação.Os principais comandos, por voz, são:Pelotão em linha. Exemplo:

a) advertência: "pelotão"b) posição: "10 passos a frente"c) frente: "frente para tal ponto"d) formação: "em linha"e) execução: "marche marche"

Pelotão em cunha. Exemplo:a) advertência: "pelotão"b) posição: [omitida-mantém a que está]c) frente: "frente à esquerda"d) formação: em cunhae) execução: "marche-marche"

Guardas. Exemplo:a) advertência: "pelotão"b) comando: guarda alta (ou baixa)c) execução: "posição"

Embarque e desembarque. Exemplo:a) advertência: "pelotão"b) comando: "preparar para embarcarc) execução: embarcar (ou desembarcar)

Carga de cassetete. Exemplo:a) advertência: "pelotão"b) comando: "preparar para carga" [abaixam viseiras e levantam cassetetes]c) execução: a tal ponto carga

Frente para a retaguarda. Exemplo:a) advertência: "pelotão"b) comando: "frente para a retaguarda"[escudeiros abrem a guarda para os

demais passarem à retaguarda do pelotão]c) execução: "posição"[escudeiros saltam e giram 90º pela esquerda]

4. EQUIPAMENTOS DE CDC

4.1 Capacete, Perneira, Escudo, Cassetete e Tonfa

Capacete Anti-Tumulto: Casco preto injetado em termoplástico de alta resistência.Visor em policarbonato esférico, basculante com trava aberto e trava fechado e esferasmóveis de travamento Peso Total do capacete 1,00 Kg. Resistente a impactos, mas nãoé balístico (que é mais pesado e feito de aramida).

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Perneira: Corpo injetado em termoplástico. Fixação por elástico e velcro com fivelas.Placa interna anti-impacto.

Escudo: Destinados à proteção individual e coletiva do policial quando em controle detumultos, divide-se em: a) Escudos de Policarbonato Transparentes:São construídos por uma chapa de policarbonato transparente retangular e recurvada nosentido longitudinal para dentro. Na zona média de superfície interna está colocada,transversalmente, uma almofad a de espuma de borracha que amortece a energiatransferida ao braço pelos impactos a que o escudo é submetido. Possui uma hastemetálica para empunhadura e uma correia de couro ajustável para maior firmeza noantebraço. No caso de impactos excessivos ele s e quebra sem estilhaçar. Resiste àumidade e quando exposto à chama é auto -extinguível. Pesa 03 Kg.b) Escudos de Aramida (balísticos):Por serem feitos de aramida (kevlar) resistem aos impactos normais e a projéteis dearma de fogo (balístico). Pesa 06 Kg .

Cassetete: Feito de borracha dura com fio de aço flexível em seu interior. Compõe -se depunho e corpo com extremos arredondados. Mede cerca de 58 cm.O cassetete é ummeio mais moderado que o revólver e, usado de forma adequada, ajuda o policial militara desempenhar suas missões dentro das limitações legais. O cassetete não deverá serusado para golpear a cabeça das pessoas.

Tonfa: Feito de fibra plástica (polipropileno), mede 58 cm, com diâmetro de 3 cm e pesa250 g. É dividido em:

a) Parte maior - é aquela formada pelas pontas longa e curta do bastão;b) Parte menor - é aquela que forma um ângulo de 90 graus em relação à parte maior,

por onde se empunha o bastão. Sendo torneada e anatômica permite a realizaçãode movimentos de giros em várias direções, e

c) Parte forte - é a junção da parte maior com a parte menorDestinado ao uso DEFENSIVO nas ações de policiamento, podendo ser utilizado emações de controle de multidões, obedecendo às peculiaridades da situação. Para açõesde CDC é preferível o uso do cassete te, pois para a defesa já existe o escudo.

5. MUNIÇÃO QUÍMICA

5.1 Agentes Químicos

Agente químico é toda substância que, por sua atividade química, produza, quandoempregada para fins militares, ou policiais, um efeito tóxico, fumígeno ou incendiário .-Tóxico: Substância nociva ao organismo e que produz alterações físicas e/ou psíquicasdiversas, podendo causar sérias modificações de comportamento, além de dependência.Também chamada de gás, mesmo estando em outro estado físico. O único agente tóxicousado pela PM é o agente lacrimogêneo.-Fumígeno: Que produza fumaça.

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-Incendiário: Que provoque incêndios em materiais inflamáveis (não utilizado pela PM).

Agentes LacrimogêneosTipo de agente tóxico. Causam dor e irritação nos olhos e atacam as vias aé reassuperiores. Causam efeito inquietante, leve e temporário. Diminuem a capacidadecombativa/operativa do oponente. Em uso na PMESP : CS-Ortoclorobenzilmalononitrilo eOC-Oleoresina de Capsaicina (pimenta).- CS - ORTOCLOROBENZILMALONONITRILO: É formado pelas iniciais de doiscientistas, B.B. Carson e R.W. Stoughton, que o sintetizaram pela primeira vez em 1928.Desde 1959, é o agente padrão para controle de distúrbios do Exército Americano.Comumente usado em granadas. Descontaminação: 5 à 10 minutos.- OC - OLEORESINA DE CAPSAICINA (gás pimenta): Descoberto na década de80/EUA-Canadá. Usado inicialmente pelo FBI. Geralmente usado em espargidores.Descontaminação: 45 minutos.

Medidas de descontaminação dos gases lacrimogêneosDermal:1.1 Voltar-se contra o vento1.2 Lavar a área afetada com água corrente em abundância e sabão neutro, sendo quese for para gás pimenta, pode-se aplicar nas áreas afetadas compressas com álcool1.3 Polvilhar nas áreas afetadas materiais absorventes, tais como talcos e fari nhas1.4 Aplicar nas áreas afetadas, uma solução de bicarbonato de sódio1.5 Aplicar nas áreas afetadas, pomadas suavizantes, à base de Caladrine (Caladryl)1.6 Aplicar nas áreas afetadas, pomadas anestésicas, à base de prilocaína e/oulidocaína1.7 Procurar auxílio médicoOcular:2.1 Voltar-se contra o vento2.2 Lavar os olhos com água corrente (à temperatura ambiente) em abundância2.3 Aplicar nos olhos, compressas com uma solução de ácido bórico (água boricada),2.4 Instilar nos olhos, colírios ane stésicos, à base de lidocaína e/ou prilocaína2.5 Procurar auxílio médico

5.2 Granadas

São artefato bélicos com peso inferior á 01 Kg, que tem como objetivo diminuir acapacidade combativa e operativa do oponente através de 03 meios: EXPLOSÃO,FUMAÇA e MISTO.

1) Granadas explosivas : O impacto psicológico causado pelos efeitos da explosãodiminui a resistência do oponente, coibindo a prática de atos ilegais. Exceto as usadasem espingarda calibre 12, tem mecanismo de acionamento EOT.

NOME EFEITOCARACTE-RÍSTICAS

COR IDENTIFI-CADORA

LANÇA-MENTO

DIST. de SEGALC. MÉDIO

TEMPODE RETARDO

GL 304 Moral Talco inerte Branca Manual 20 m 4,5 segGL 307 Luz e som Misto ofuscante Preta Manual 20 m 4,5 segGL 102 Moral Talco, cal 12 Branca Projet 12 90 m 6 a 10seg

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2) Granadas Fumígenas : São utilizados dois tipos de fumaça:-2.1) LACRIMOGÊNEA: Os efeitos irritantes provocados pelo agente

químico CS ou OC presente nesta Granada causam lacrimejamento abundante,corrimento nasal e irritação do sistema respiratór io, diminuindo a resistência do oponentee obrigando-o a se dirigir para um local arejado para sua pronta recuperação.

NOME EFEITOCARACTE-RÍSTICAS

COR IDENTIFI-CADORA

LANÇA-MENTO

ALCANCE.MÉDIO

TEMPO DERETARDO

GL 201 Lacrim Médio alcance Azul Mosq Fed 80 a 120m 4 a 6 segGL 202 Lacrim Longo alcance Azul Mosq Fed 120a 160m 4 a 6 seg

GL 300T Lacrim 3 cânesters Azul Manual - 3 a 5 segGL 203L Lacrim 5 cânesters Azul Mosq Fed 70 m 4 a 6 seg

-2.2) DE COBERTURA e SINALIZAÇÃO: Tem um emprego tático paraocorrências de Desinterdição de Vias e Reintegração de Posse, pois permite umacamuflagem da Tropa numa situação emergencial. Tem mecanismo de acionamento PSTM.

NOME EFEITOCARACTE-RÍSTICAS

COR IDENTIFI-CADORA

LANÇA-MENTO

TEMPO DERETARDO

MB502HC Cobertura hexacloretana Preta Manual 6 a 8 segSS 601 Sinalização Verm/amar/laran Verm/amar/laran Manual 6 a 8 seg

3) MISTAS: São Explosivas e Lacrimogêneas ao mesmo tempo. A explosão da granadafornece o meio para que o Agente Químico possa se propagar no meio. Tem mecanismode acionamento EOT.

NOME EFEITOCARACTE-RÍSTICAS

COR IDENTIFI-CADORA

LANÇA-MENTO

DIST. de SEGALC. MÉDIO

TEMPO DERETARDO

GL 305 Explo+Lacri CS PVC verm Manual 20 m 4,5 segGL 101 Explo+Lacri CS, cal 12 Projét verm Projetor 12 90 m 6 a 10seg

Ainda podem ser usados: Espargidor Pimenta GL-108/OC (proteção individual); Espargidor Pimenta GL-108/OC MAX (pequenos distúrbios); Granadas Explosivas Indoor; Granadas Identificadoras; Jato direto de CS – GL 103 (para espingarda calibre 12).

5.3 Munições de Borracha

São as munições de elastômero (borracha butílica prensada), tambémchamadas de MUNIÇÕES DE IMPACTO CONTROLADOModo de Usar: Deverá ser realizado o disparo visado, com enquadramento na regiãodas cintura para baixo (de preferência nas pernas do oponente), com distância desegurança de 20 (vinte) a 30 (trinta) metros do oponente.

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Utilização: Como o disparo é visado, tem por objetivo diminuir a capacidadecombativa e operativa do oponente definido como tal, ou seja, o o ponente identificado eviolento (geralmente lideranças agressivas) e que proporcionem ameaça real à Tropa.

Tipos de munição de elastômero: AM 403 (Tarugo Único), AM 403/A (TrêsEsferas), e AM 403-P (Precision) – para espingarda calibre 12; AM 404 (Três Es feras) eAM 404 12E (Doze Esferas de Borracha) – para Mosquetão Federal ou “Tru Flight”,calibre 38.1 mm (não recomendada para CDC, devido ao alto grau lesivo).

6. VIATURAS UTILIZADAS NAS MISSÕES DE POLICIAMENTO DE CHOQUE

a) Viaturas "leves": Veículos Blazer, que no caso das Forças Táticas transportam cadaequipe que, desembarcadas, formam o pelotão.b) Microônibus: Pequeno ônibus, com capacidade para 26 passageiros, que foramadaptados com grades protetoras nas janelas para transporte do pelotão de ch oque.c) Viaturas "espinha de peixe": São caminhões que possuem, em seu sentidolongitudinal, dois bancos de madeira com capacidade para acomodar um pelotão dechoque, além do respectivo equipamento sob os mesmos.d) Carro de Controle de Distúrbios Civis ( CCDC) CENTURION: Com capacidade para21 policiais e proteção balística para munição 9mm, o CENTURION possui gradescobrindo as partes envidraçadas, sistema hidráulico de jato d'água e reservatório deágua sistema hidráulico contra incêndio. Devido a suas c aracterísticas, pode ser usadotambém para desmantelar barricadas.

7. EMPREGO DO CÃO E DO CAVALO EM CDC

7.1 Ações de CDC com emprego de cães

A integração de cães na tropa de choque ocorreu naturalmente pela seu altopoder intimidatório. Assim como os cavalos, os cães atuam psicologicamente naspessoas, despertando o temor. Porém a tropa com cães não pode atuar isoladamenteem situações de Controle de Distúrbio Civis, pois não dispõe de proteção coletiva(escudos). Por este motivo, o Pelotão de Canil at ua sempre em apoio a um Pelotão ouCompanhia de Choque convencional.

O cão geralmente é usado em policiamento de eventos, mas é de grandeimportância em revistas de presídios. Em revistas, será utilizado quando o presoapresentar resistência ativa, ou seja , demonstrar uma intenção de confronto, tantosomente físico quanto utilizando objetos como pedaços de madeira, estacas e outrosque possam causar lesões pérfuro -cortantes ou contudentes aos policiais da Equipe deExtração.

O cão deverá adentrar á cela com guia longa, sendo que o PM responsávelpelo animal deverá controlá -lo de forma que o mesmo permaneça, pelo menos, a 01(um) metro do preso. Com a presença intimidatória do Cão, deverá ser dado a ordempara que o preso solte objeto que possa causar lesão e permaneça sentado, com asmãos na cabeça, momento aonde será retirado o cão e será utilizada a célula deextração para imobilizá-lo e retirá-lo.

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O cão também é de grande importância nas revistas ao ser utilizado na áreade contenção (espaço reservado aos presos onde aguardam a realização das revistas àscelas) como fator de intimidação aos detentos, impedindo um possível confronto com ospoliciais.

7.2 A Tropa Montada no Controle de Distúrbios Civis

Os recursos de Tropa Montada, através dos conjuntos P M/Cavalos, pelo portefísico dos solípedes, pelo plano s uperior em que o profissional se situa, pela mobilidadee força emprestada pela formação emassada, atuam estrategicamente, como impactopsicológico, ensejando níveis de inibição e desestímulos ao conf ronto direto. Utiliza-se,para tanto, formações compatíveis com a situação, objet ivando-se basicamente, adispersão, necessário se faz a previsão das vias de escoamento, a fim de evitar -seregistros não desejáveis.

Nas Ações de Controle de Distúrbios Civis , a Tropa Montada real iza, seusdeslocamentos táticos, com espadas desembainhadas, em posição "perfilada", na açãorepressiva, ao galope e carga, sempre na posição de preparação para golpes. A cargada Cavalaria deve ser rápida, segura e decisiva, devidame nte controlada pelo Cmt doPel, fazendo-a com as espadas desembainhadas.

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ANEXO I

Determinações sobre Munição Química - Bol G PM nº 142/01(trechos)

(...)1. quanto à aquisição:a. a Polícia Militar do Estado de São Paulo adota como agentes padrão para o

controle de tumultos, o "CS" (ortoclorobenzalmalononitrilo) e a "OC" (oleoresina decapsicum), agentes químicos subletais, que são adquiridos sob diversas apresentações,definidas conforme as necessidades.

2. quanto à instrução com gás lacrimogêneo:a. fica proibido o uso desses agentes nas instruções realizadas em ambientes

fechados. As instruções deverão ocorrer em ambientes abertos e arejados, quepermitam a rápida descontaminação do local;

b. a instrução com esses agentes não deverá ser ministrada em dias úmidosou após aulas de educação física, maneabilidade e outras que facilitem a transpiraçãocorporal, uma vez que a umidade e o suor facilitam a absorção do componente químico(CS) pelas superfícies epiteliais úmidas;

c. as OPM estão autorizadas a utilizar na instrução a munição químicaestocada e com prazo de 6 (seis) meses para término de sua validade, prevendo oconsumo mensal de 1/6 da munição a vencer, de tal forma que não haja muniçãovencida em estoque;

(...)f. a realização da instrução deve ser supervisionada por um oficial e

ministrada, no mínimo, por um sargento, desde que ambos tenham experiência anteriornesse tipo de exercício, estando preparados tecnicamente para prestar socorro noscasos onde ocorra ação tóxica do agente químico;

g. a instrução para utilização de armas e munições químicas deve serconstante. Nessa instrução o policial deve receber informações técnicas sobre osprodutos, formas de utilização, medidas para descontaminação e possíveis danos físicosque poderão ser causados pelo uso indevido e/ou indiscriminado desses materiais.

3. quanto ao emprego:a. o "CS" e a "OC" são armas químicas subletais, utilizadas para o controle de

tumultos e na detenção de indivíduos agressivos. Devem ser empregados depo is deesgotadas as negociações verbais e antes do recurso da força física ou letal. Osrespectivos produtos devem ser empregados sempre em locais abertos, arejados, afavor do vento e que permitam a rápida descontaminação, após a ação policial;

b. no caso da utilização dos agentes em forma de espargidor, a distânciamínima entre o agente agressor e o policial militar deve ser de no mínimo 1,5 metros. Nocaso da utilização na forma de granadas explosivas confeccionadas com corpo deplástico duro, a distância mínima recomendada é de 10 (dez) metros, devido apossibilidade de estilhaços provenientes da carcaça;

c. é contra indicada sua utilização em locais fechados, salvo no caso deextrema necessidade para desalojar possíveis agressores, devendo optar -se porgranadas de corpo de borracha, tanto de "CS" como de "OC". No caso de altasconcentrações é importante que o policial esteja munido de máscara contra gases, além

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de estar preparado tecnicamente para socorrer aqueles em que a ação tóxica do produtoatinja níveis tóxicos de forma pronunciada;

d. a utilização de granada fumígena, em situações de dispersão de agentesagressores em ambientes fechados, deverá ser muito bem avaliada, inclusive com omapeamento de rota de fuga, visto que muito de sua toxicidade ness es ambientesprovém da liberação de monóxido de carbono e monóxido de nitrogênio por elasproduzidos;

e. a utilização do "CS" de forma indiscriminada pode levar a dermatites,eczemas, podendo ocorrer, em casos extremos, óbito;

f. o uso da "OC" ou "gás pime nta" é recomendado para imobilização imediatado agente agressor em flagrante ato de tentativa de agressão, pois diminui a capacidadecombativa/operativa do agressor, em razão do grande desconforto físico. Devido a suaalta capacidade irritativa poderão oc orrer reações individualizadas exacerbadas,caracterizadas por desconforto físico extremamente aflitivo, dificuldades respiratórias,além das normalmente esperadas e até mesmo ao óbito, quando utilizado de formaindiscriminada;

g. em vista do exposto, é fu ndamental que, após a sua utilização, sejarealizado um processo de descontaminação e suporte às pessoas que sofreram a açãoda "OC" ou "gás pimenta", sendo recomendado pela Diretoria de Saúde os seguintesprocedimentos:

1. deve-se proceder a descontaminação das pessoas atingidas, retirando -asdo ambiente impregnado pela substância e levando -as para local arejado;

2. caso o tempo de exposição ao produto tenha provocado queimaduras,procurar auxílio médico com urgência. Enquanto o auxílio não for prestado, d everá serlavado o local das queimaduras com grande quantidade de água corrente, aplicando -se,no caso de o agente ser o "CS", solução a 10% de bicarbonato de sódio. Nos olhos,pode-se utilizar solução de ácido bórico;

3. nas irritações dermais por "OC", d eve-se utilizar pomadas de anestésicos(xilocaina e/ou lidocaina) para amenizar os efeitos dolorosos;

4. caso a resposta orgânica do indivíduo se traduza apenas em desconfortoesperado (abundante lacrimejamento, com irritação ocular), além de pequena irrit açãodérmica, instilar nos olhos solução de ácido bórico e lavar a pele irritada com águacorrente, seguida de solução de bicarbonato de sódio a 10%;

5. nos casos acima enumerados, é importante, além dos procedimentosdescritos, a procura de auxílio médico para tratamento especializado.

h. fica proibido aos oficiais e Praças desta Polícia Militar, em quaisquerdependências das OPM ou locais sujeitos à administração policial militar, conduzir,portar ou fazer uso de munição química particular , além de outros aparelhos destinadosa produzir paralisação momentânea ou irritação da mucosa em seres humanos, taiscomo instrumentos de choque, "spray", espargidor de gás e similares, mesmo os de livrecomércio;

i. a proibição a que se refere o item anterior, estende -se ao interior dasviaturas policiais militares, bem como aos policiais militares, em serviço ou não, quandouniformizados.

(...)

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ANEXO II

Estruturação do Comando de Policiamento de ChoqueDecreto nº 53.733, de 27 de novembro de 2008

Artigo 19 - São Órgãos Especiais de Execução, sediados na Capital,subordinados ao Subcmt PM:

I - Comando de Policiamento de Choque (CPChq), sediado na Capital,força reserva do Comando Geral para emprego em missões extraordinárias de políciaostensiva e de preservação da o rdem pública no território estadual;

(...)Artigo 20 - Ao Comando de Policiamento de Choque (CPChq) subordinam -

se as seguintes Unidades de Policiamento:I - 1º Batalhão de Polícia de Choque “Tobias de Aguiar” (1º BPChq - Tobias

de Aguiar), sediado na Capital, responsável, em todo o Estado, pela execução de açõesde controle de distúrbios civis e de contraguerrilha urbana e, supletivamente, de açõesde policiamento motorizado;

II - 2º Batalhão de Polícia de Choque (2º BPChq), sediado na Capital,responsável, em todo o Estado, pela execução de ações de controle de distúrbios civis ede contra-guerrilha urbana e, supletivamente, de ações de policiamento em eventosartísticos, culturais, desportivos e outros e de ações de policiamento motorizado;

III - 3º Batalhão de Polícia de Choque (3º BPChq), sediado na Capital,responsável, em todo o Estado, pela execução de ações de controle de distúrbios civis ede contra-guerrilha urbana e, supletivamente, de ações de policiamento motorizado;

IV - 4º Batalhão de Polícia de Choque (4º BPChq), sediado na Capital,responsável, em todo o Estado, pela execução de ações de controle de distúrbios civis ede contra-guerrilha urbana e rural e, supletivamente, de ações de policiamentomotorizado, de ações de policiamento com cães e de ações e operações táticasespeciais;

V - Regimento de Polícia Montada “9 de Julho” (RPMon - 9 de Julho),sediado na Capital, responsável, em todo o Estado, pela execução de ações de controlede distúrbios civis e de contra -guerrilha urbana e rural e, supletivamente, de ações depoliciamento montado.

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BIBLIOGRAFIA

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- Site da Condor S.A. Indústria Química - www.condornaoletal.com.br