poesias em uberlândia - siomar rodrigues de sousa

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1 POESIAS EM UBERLÂNDIA Siomar Rodrigues de Sousa Esta foto é da Casa da Cultura de Uberlândia, palacete construido na década de 20; Verifica-se na fotografia o contraste do prédio antigo e moderno à esquerda, que é o mais alto da cidade com 35 andares. A Casa da Cultura foi restaurada no ano de 2006, pelo Prefeito Municipal de Uberlândia Odelmo Leão Carneiro, com orientação e administração de Mônica Debs, Secretária Municipal de Cultura. Gráfica Roma 2009

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POESIASEM

UBERLÂNDIA

Siomar Rodrigues de Sousa

Esta foto é da Casa da Cultura de Uberlândia, palacete construido na década de 20; Verifi ca-se na fotografi a o contraste do prédio antigo e moderno à esquerda, que é o mais alto da cidade com 35 andares. A Casa da Cultura foi restaurada no ano de 2006, pelo Prefeito Municipal de Uberlândia Odelmo Leão Carneiro, com orientação e administração de Mônica Debs, Secretária Municipal de Cultura.

gráfi ca roma2009

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Copyright 2009 - Siomar Rodrigues de Sousa

FICHA TÉCNICA

FOTO DA CAPADaniel Nunes

Secretaria de Gestão Estratégica e Comunicação(Prefeitura Municipal de Uberlândia)

REVISÃO ORTOGRÁFICAProf. Tasso de Abreu

(Autor do livro Gramática Explicativa da Língua Portuguesa)

PROJETO GRÁFICOGráfica Roma

EDITORAÇÃO GRÁFICACristiane Oliveira

Tiragem -1.000 exemplares

Todos os direitos em língua portuguesa, no Brasil, reservados de acordo com a lei.Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida ou transmitida de qualquer forma ou por qualquer meio, inclundo fotocópia, gravação ou informação computadorizada, sem permissão por escrito.

Composto e impresso no BrasilPrinted in Brazil

Contato com o autor:Rua Cel. Antônio Alves Pereira, 544 - Centro

CEP 38400-104 - Uberlândia - MG - Brasil - América do SulTel. (34) 9126-0318

SOUSA, Siomar Rodrigues de.POESIAS EM UBERLÂNDIA / Siomar Rodrigues de Sousa - Uberlândia, 2009

346 p.

1. Literatura Brasileira - Poesia. I. Título

ISBN: 978-85-99474-22-8

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O AUTOR DEDICA ESTE LIVRO A TRÊS GRANDES PERSONAGENS DA HISTÓRIA DE UBERLÂNDIA:

RONDON PACHECO

DEPUTADO ESTADUAL E FEDERAL, MINISTRO DA CASA CIVIL (GOVERNO COSTA E SILVA), GOVERNADOR DE MINAS GERAIS (DÉCADA DE 60), E RESPONSÁVEL PELA VINDA DA FIAT AUTO-MÓVEIS, PARA O ESTADO DE MINAS GERAIS.

VIRGÍLIO GALASSI (IN MEMORIAM)

VEREADOR, DEPUTADO FEDERAL, PRESIDENTE DO INCRA, RURALISTA E QUATRO VEZES PREFEITO MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA. ENTROU PARA A HISTÓRIA DO MUNICÍPIO, PELA CONSTRUÇÃO DO CONJUNTO DO PARQUE DO SABIÁ E PELA PRESERVAÇÃO DE IMENSA ÁREA DE 1.800.000 METROS QUADRADOS, INCLUINDO O ESTÁDIO JOÃO HAVELANGE, PARA CERCA DE 65.000 PESSOAS, SENDO UM DOS MAIS BELOS E MODERNOS DO BRASIL.

ALFA VELLASCO DE ANDRADE (IN MEMORIAM)

MULHER INIGUALÁVEL, ExEMPLO DE TERNURA, MEIGUICE, CULTURA, FIDELIDADE E PRINCÍPIOS ÉTICOS TÃO DIFÍCEIS DE ENCONTRÁ-LOS NO MUNDO CONTEMPORÂNEO. ALFA FOI TIA DO AUTOR NO MUNDO TERRESTRE E CONTINUA COMO ANJO PROTETOR DO OUTRO LADO DA ExISTÊNCIA; ELA EM VIDA FOI NA INFÂNCIA DO POETA, A RESPONSÁVEL úNICA PELA SUA INTRODUÇÃO NO AMOR PELA LITERATURA, MúSICA E CINEMA; ELA FOI A SUPREMA FONTE DE INSPIRAÇÃO DO BELO E DE TUDO AQUILO, QUE PERDURA APÓS A MORTE; ELA FOI E SERÁ A LUZ, QUE ILUMINA TODOS OS CAMINHOS NESTA VIDA E EM OUTRAS VIDAS NO UNIVERSO ESTELAR DE DEUS; ELA FOI SEM DúVIDA UMA DAS DEZ MULHERES MAIS IMPORTANTES NA ExISTÊNCIA DO AUTOR. ESTE LIVRO, É FRUTO DE SUA TERNURA E AMOR.

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O POETA E HISTORIADOR SIOMAR RODRIGUES DE SOUSA, PRESTA JUSTA HOMENAGEM AOS TRÊS PODERES MUNICIPAIS; ExECUTIVO, JUDICIÁRIO E LEGISLATIVO NA SEGUINTE FORMA:

EXECUTIVO ODELMO LEÃO CARNEIRO – PREFEITO MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA.

JUDICIÁRIO JOEMILSON DONIZETTI LOPES – DIRETOR DO FORO.

LEGISLATIVO CÂMARA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIAHÉLIO FERRAZ – PRESIDENTE.

ADICIONALDO CARDOSOADRIANO ZAGO CARLITO CORDEIRO CÉLIO MOREIRADELFINO RODRIGUES DOCA MASTROIANO ESTEVÃO BITTAR GILMAR PRADO HÉLIO FERRAZ JERÔNIMA CARLESSO LIZA PRADO

MÁRCIO NOBREMISAC LACERDAMURILO FERREIRANORBERTO NUNESPASTOR LEANDRO PROFESSOR NEIVALDORONALDO ALVESVILMAR REZENDE WILLIAN ALVORADAWILSON PINHEIRO

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DILSON PEREIRA TUBAL SIQUEIRAALAIR MARTINS LUIZ ALExANDRE GARCIALUIZ ALBERTO GARCIA DORIVALDO ALVES DO NACIMENTO ALDORANDO DIAS DE SOUSA ALFREDO REZENDESÉRGIO RIBEIRO CUNHA JOÃO PEDRO GUSTIMDR. MARCO AURÉLIO MASINI DR. ALExANDRE MAGNO NAGHETTTNIMÔNICA DEBS FÁBIO ANTÔNIO POZZIOSMAR A. M. RODRIGUES PAULO FEROLLA DA SILVA

VULTOS NOTÁVEIS DA HISTÓRIA (IN MEMORIAM)

PERSONALIDADES ATUANTES NA HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA

ÂNGELO NAGHETTINI JOÃO NAVES DE ÁVILAOLÍMPIO DE FREITAS COSTA JERÔNIMO ARANTESCLARIMUNDO CARNEIRO JACY DE ASSISMESSIAS PEDREIRO JOÃO EDSON DE MELLOELIAS SIMÃO SÉRGIO DE OLIVEIRA MARQUEZADIB CHUERI MARIO PORTOSEME SIMÃO MILTOM PORTOFERNANDO VILELA GRANDE OTELOTITO TEIxEIRA MARÇAL COSTA OSWALDO DE OLIVEIRA TUBAL VILELA DA SILVANICOMEDES ALVES DOS SANTOS AFRÂNIO RODRIGUES DA CUNHAHOMERO SANTOS JOSÉ FONSECA E SILVASIDNEY RODRIGUES DE SOUSA AUGUSTO CÉSARNELSON CUBERTINO GERALDO LADEIRAEDSON GARCIA NUNES JUCA RIBEIROALExANDRINO GARCIA WALTERCIDES BORGES DE SÁPRIMO CROSARA TONINHO REZENDECIPRIANO DEL FÁVERO JOSÉ GONZAGA DE FREITASNELSON VELLASCO DE ANDRADE FAUSTO GONZAGA DE FREITAS JúLIO ZANATTA SIMENE VELLASCO DE ANDRADE

O AUTOR POETA E HISTORIADOR SIOMAR RODRIGUES DE SOUSA, PRESTA JUSTÍSSIMA HOMENAGEM AOS NOTÁVEIS VULTOS DA HISTÓRIA DE UBERLÂNDIA, QUE ATRAVÉS DE SEUS IDEAIS CONTRIBUÍRAM, PARA O DESENVOLVIMENTO DA MAJESTOSA UBERLÂNDIA, QUE INICIOU O TERCEIRO MILÊNIO COM 700.000 HABITANTES, SENDO UMA DAS MAIS BELAS CIDADES DO BRASIL E DA AMÉRICA LATINA.

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PREFÁCIO

“Verba volant, scripta manent”, é um antigo provérbio latino que significa: “as palavras voam, os escritos permanecem”.

Quando concordei em prefaciar a obra de Siomar Rodrigues de Sousa, fi-lo com satisfação, porque percebi tratar-se de um trabalho maduro, envolvente, colocando-o na condição de figurar entre a plêiade de poetas, do passado e do presente, que enriqueceram e enriquecem até hoje a nossa fértil e bela literatura.

Sóbrio em meus encômios, rígido em minhas decisões, severo em minhas conclusões, jamais concordaria em apor minha assinatura em uma obra na qual não vislumbrasse valor, elegância de estilo e conteúdo poético de primeira categoria. Plagiando Armon de Melo eu diria: “Não sou homem que apenas aponha sua assinatura em papéis e olhe as cousas por alto”. Nada disso. Sou cioso de minhas afirmações e decisões. Por isso aquiesci em prefaciar o livro de Siomar.

E, de mais a mais, consciente da veracidade do provérbio que enceta a presente confirmação de aplauso e solidariedade a meu dileto amigo e destacado poeta de nossa literatura, meu nome, também, estava em jogo.

Li e analisei, minuciosamente a obra de Siomar Rodrigues de Sousa e cheguei à conclusão que era o trabalho de um poeta de alto nível, de profunda sensibilidade, impregnado de emoções que porejam a cada verso de cada um de seus inúmeros poemas.

Como o poeta é livre para criar, não se sujeitando a regras, leis ou princípios, Siomar, utilizando-se dessa prerrogativa, deu asas à sua imaginação e

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abordou – com graça, riqueza de detalhes, euforia e amor – temas ufanistas, históricos, críticos, sociais, saudosistas e passionais, criando uma obra digna de figurar entre as mais destacadas de nossa literatura.

Admiro Siomar. Sempre preocupado com a cultura e a evolução intelectual do Brasil, a par de suas inúmeras contribuições no campo do desenvolvimento cultural, como a fundação da Academia de Letras do Brasil Central, a fundação da Academia de Letras de Uberlândia e de muitas e muitas outras entidades nesse campo, deixou extravasar seu engenho poético, brindando-nos com inúmeras obras, coroadas, agora, com a publicação desse magnífico compêndio de poemas: “É um novo poeta que surge para integrar a constelação dos grandes escritores atuais e de antanho”.

E, utilizando a metonímia, uma das muitas figuras de palavras que enriquecem nossa gramática, reafirmo com convicção, com conhecimento de causa e com muita satisfação: “Vale a pena ler SIOMAR”.

Prof. Tasso de Abreu

• Prof. Tasso de Abreu, é autor do livro (GRAMÁTICA ExPLICATIVA DA LÍNGUA PORTUGUESA)

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DEPOIMENTO

Siomar Rodrigues de Sousa é o poeta com o maior número de obras literárias publicadas no Brasil Central. Sua produção, é diversificada: livros, vídeos, long-play’s, cd’s, posters e dvd’s. Criou estilo único na composição de poemas na América do Sul. Foi líder no Brasil Central na confecção de poemas em discos, vídeos e dvd’s. Pioneiro na formação de grupos literários no Triângulo Mineiro e região. A partir de 1960, com apenas vinte e cinco anos, formou vários partidos políticos em Uberlândia-MG, e com coragem de guerreiro, enfrentou a ditadura militar do General Humberto Castelo Branco. (Foi líder da oposição no Triângulo Mineiro - PMDB). Foi candidato a Deputado Estadual mais novo do Brasil em 1966, e lançou o candidato a Prefeito de Uberlândia Lourival Rodrigues de Sousa, com apenas 21 anos de idade, sendo o mais jovem na história política do Triângulo Mineiro. Em 1998 foi candidato a Prefeito Municipal de Uberlândia-MG. O poeta teve múltiplas atividades; Escritor, empresário, historiador, funcionário público no Governo Federal, Estadual e Municipal; Político, cineasta na produção de vídeos e dvd’s com poemas, som e imagem. Sua poesia é romântica, repleta de ternura, amor e respeito ao ser humano. Nela combate os crápulas, os corruptos, que levaram a falência à sociedade brasileira. O escritor pertence a uma família de desbravadores. Seu pai, Sidney Rodrigues de Sousa, na década de 50, ajudou a construir caminhos, vilas, cidades, transportando mercadorias para Goiás e Mato Grosso. Em 1958 o poeta viajou para Mato Grosso, testemunhou o fato histórico; E verificou que os simples e antigos lugarejos, se transformaram em grandes cidades na região. Seu primo pelo lado paterno, LAURENTINO MARTINS RODRIGUES, em 1943, deu início ao povoado, que em 1953, seria

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emancipado, transformando-se na cidade goiana de GOIANÉSIA, sendo o fundador do Município. O poeta pelo lado materno, descende da família Vellasco, que contribuiu na transformação de Goiás, antiga capital do Estado. Siomar Rodrigues de Sousa, jamais foi conservador. Sempre buscou mudanças a procura de novos valores, para o desenvolvimento do Brasil. Foi como Bartolomeu Bueno da Silva, (o Anhanguera), e Fernão Dias Paes Lemes, um Bandeirante, a procura de novos rumos na construção de um mundo novo. Combatido, amado, perseguido, sempre seguiu avante na conquista de tudo aquilo, que acreditava. Foi derrotado várias vezes na luta desproporcional, mas se erguia e seguia seu objetivo, que seria a conquista do ideal na complementação de seus sonhos. Entre vitórias e derrotas, conseguiu na somatória de tudo, um saldo positivo no desempenho cultural da nação, contribuindo de forma expressiva, para a formação cultural e cívica do povo Brasileiro. Siomar Rodrigues de Sousa nunca foi omisso nas questões sociais do Brasil. É um ser humano que jamais passou despercebido. Foi amado ou odiado, nunca esquecido. É um poeta, que certamente ficará na história literária do Brasil, pela sua poesia, pela sua liderança na construção de novos rumos, para a literatura na região Central do Brasil. Siomar Rodrigues de Sousa, nunca se esquivou nas questões sociais do Brasil, e considera a omissão um crime contra a sociedade, favorecendo sua decomposição. Sempre foi combativo, intransigente na defesa dos menos favorecidos e espoliados. Seu estilo relembra as sábios palavras de Theodoro Roosevelt, filósofo e Ex-Presidente dos Estados Unidos da América do Norte: “È muito melhor arriscar coisas grandiosas, alcançar triunfos e glorias, mesmo expondo-se à derrota, do que formar fila com os pobres de espírito, que nem gozam muito, nem sofrem muito, porque vivem nessa penumbra cinzenta, que não conhece vitória e nem derrota”.

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O poeta fundou várias entidades culturais e a Academia de Letras, Artes e Música da América do Sul no ano de 2000 (Alamas), ainda sem atividade. Visa a fermentação cultural e política da América do Sul. Seu estatuto previa a formação da Confederação de Nações da América do Sul, com moeda única, Parlamento, semelhante à União de Estados da Europa, já com 25 países; Finalmente no ano de 2008 foi criada a UNASUL sonhada pelo autor. O poeta Siomar Rodrigues de Sousa tem um sonho, que seria a criação do Governo Mundial (A união dos Estados Confederados). Povos unidos, sem guerras, exércitos, onde todos recursos seriam aplicados para a paz e felicidade do ser humano na terra. Sua devoção por Brasília é notável, sendo que a maioria de seus títulos literários, leva o nome da nova Capital do Brasil e de seu fundador Juscelino Kubitschek de Oliveira, que em vida, nutria pelo poeta uma enorme admiração, tendo inclusive afirmado: Siomar, em sua poesia encontrei versos de profunda beleza. Siomar Rodrigues de Sousa, é um poeta de mão cheia como disse o escritor Gustavo Dourado, Presidente do Sindicato dos Escritores do Distrito Federal. Ronaldo Cagiano afirmou: Siomar Rodrigues de Sousa é um autor vocacionado, para o oficio, integrando aquela parcela de altruístas, que defendem a poesia com todas as suas armas, como um Quixote a mover o mundo, para defender a poesia. Tasso de Abreu, autor do livro “Gramática Explicativa da Língua Portuguesa” assim se expressou: A obra de Siomar vislumbra valor, elegância de estilo e conteúdo poético de primeira categoria. Bernardo Elis Fleury Curado, da Academia Brasileira de Letras assim se referiu: Siomar, velho amigo de Goiânia e Brasília, poeta e homem realizador, a estima e minha eterna admiração. O poeta e historiador Siomar Rodrigues de Sousa, foi o autor da minuta e da ação no projeto de lei que deu origem ao primeiro tombamento

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histórico de Uberlândia (Prédio da antiga Câmara Municipal e da Prefeitura Municipal). Projeto de lei apresentado pelo vereador Ângelo Cunha Neto e sancionado pelo Prefeito e líder Virgílio Galassi, que inicialmente destinou o imóvel, PARA O MUSEU HISTÓRICO, CULTURAL E POLÍTICO DE UBERLÂNDIA) fundado pelo cientista social Siomar Rodrigues de Sousa em 1978, e oito anos após por motivos não éticos e de ciumeira, tal doação foi cancelada, através de mudança da lei e o imóvel foi destinado, para o município e recebeu o nome de MUSEU HISTÓRICO MUNICIPAL. Siomar é incomum, guerreiro, honesto, valente, transparente e sobretudo gente de bem. Ele é o poeta da nova geração de Brasileiros. A história irá conferir, é só esperar. Sua poesia é como vinho; Quanto mais velha melhor.

TOMÁS ANTÔNIO GONZAGAHistoriador – Poeta

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PENSAMENTOS

“É melhor arriscar coisas grandiosas, alcançar triunfos e glórias, mesmo expondo-se à derrota, do que formar fila com os pobres de espírito que não gozam muito, nem sofrem muito, porque vivem nessa penumbra cinzenta, que não conhece vitória nem derrota”

Theodore F. D. Roosevelt(Ex-Presidente dos Estados Unidos da América do Norte)

O poeta ou o artista, que pratica a cultura no interior do Brasil, sem objetivo econômico, e é movido pelo supremo ideal na transformação do homem e do mundo, pode e deve ser considerado um arcanjo, principalmente pelo fato de que nosso planeta terra, está perdido entre o bem e o mal.

Siomar Rodrigues de Sousa(Fundador da Academia de Letras do Brasil Central)

UBERLÂNDIA - MG

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE PARA OS LEITORES

Os poemas deste livro estão em ordem alfabética como está demonstrado no índice; Eles foram feitos nos últimos cinquenta e cinco anos, iniciados na década de 50 e nem sempre os primeiros são os melhores, devido à ordem alfabética.

O autor

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45 Obras Literárias01 – 10 Poetas no Brasil Central livro 196502 – Poemas (compacto) disco 196703 – Poemas (compacto) disco 196704 – Poemas (acetato) disco 196705 – Poemas (acetato) disco 196706 – Poemas para amar em Brasília livro 197207 – Antologia dos poetas de Brasília LP 197208 – Romance em Brasília LP 197209 – Siomar e Brasília LP 197210 – Primavera em Brasília LP 197211 – Poemas em poster azul quadro 197812 – Poemas em poster verde quadro 197813 – Poemas em poster vermelho quadro 197814 – Poemas em poster preto quadro 197815 – Poesias de Uberlândia – partic. livro 198616 – Poetas do Brasil (Coletânea M. Editora)) livro 199017 – Poemas para o coração vídeo 199618 – Poemas para amar vídeo 199719 – Poemas para sonhar vídeo 199720 – Poemas em êxtase vídeo 199721 – Poetas de Uberlândia vídeo 199822 – Siomar Rodrigues de Sousa vídeo 199823 – Poetas do Brasil vídeo 199824 – 3 poetas em família vídeo 199825 – Poemas para os namorados vídeo 199826 – Poetas de Brasília CD 200127 – Siomar e Caldas Novas CD 200128 – CTC e Caldas Novas CD 200129 – Poetas de Uberlândia CD 200230 – Poemas reunidos (na internet) CD-Rom 200231 – Poemas selecionados livro inédito32 – Siomar e Brasília livro 200233 – Poemas para o coração DVD 200434 – Poemas para amar DVD 200435 – Poemas para sonhar DVD 200436 – Poemas em êxtase DVD 200437 – Poetas de Uberlândia DVD 200438 – Siomar Rodrigues de Sousa DVD 200439 – Poetas do Brasil DVD 200440 – 3 Poetas em família DVD 200441 – Poemas para os namorados DVD 200442 – Poemas para amar a mulher brasileira livro 200843 – Poemas reunidos (60 anos de poesia) livro inédito44 – Minha luta (História Política e Cultural) livro inédito45 – Poesias em Uberlândia livro 2009

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A COMÉDIA DA VIDA

Viveré se embriagar com o canto fúnebreda araponga em tarde fria.

Viveré sentir no espírito a sinfoniado universo, desintegrada em ondas de música...

Viveré beber nos lábios vermelhos de uma donzela,o néctar do amor.

Viveré chorar em pranto junto à mãe,ao contemplar o filho morto.

Viveré sofrer junto à noiva ao vê-la se despedirdo grande amor, na partida para a guerra.

Viveré ajudar toda a humanidade a carregarsua cruz rumo ao futuro promissor.

Viveré chorar a morte de Jesus e acima de tudocompreendê-lo nos seus mistérios.

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Viveré compadecer-se de uma noiva deixada de véue grinalda ao pé do altar.

Viveré ter a magistral ventura de ser paie acima de tudo a suprema graça dada por Deusà mulher de reproduzir o homem à semelhançado pai que está no céu.

Viveré ser perseguido injustamente por alguéme com um sorriso nos lábios saber compreendê-lona sua ignorância e mesmo assim perdoá-lo.

Viveré ter a humildade de reconhecer que todos os seresterão o mesmo fim nos planos da eternidade.

Viveré admirar os movimentos dos animaise amá-los como seres destinados a consciênciamaior.

Viveré ver a doçura de um velho a contemplar seu neto,continuação de sua vida.

Viveré compreender que, após a cova de um cemitériohá um mundo maior a nos esperar.

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Viveré amar Jesus com pureza d’alma.

Viveré estudar, buscando na cultura a luz do espírito.

Viveré sentir o espírito bêbado de amorcom a poesia esparsa das estrelas.

Viveré saber amar os pais, mesmos que por elesnão sejamos compreendidos.

Viveré sofrer, é perdoar, é ser triste, é ser feliz,é ser infeliz, é sentir no íntimo da consciênciaalgo de belo, que vive dentro de nós.

Viveré ser solidário, mesmo quando o defensor do direitoseja o prejudicado.

Viveré ter o segredo de ser feliz como criançae ter a coragem de morrer como homemde bem.

Viveré olhar, para estrelas em noite azule saber o quanto somos pequenos diante de Deus.

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Viveré ter o coração cheio de amore comungá-lo com a fêmea na hóstia da fraternidade.

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A CONQUISTA DA LUA

De repente,tudo se tornou secundário no turbulentomundo da notícia... Vietnam... Oriente Médio...Europa... Ásia.

De repente,como sonho profético a rotina da inversãodos valores cai como castelo de cartas no jogoda sobrevivência da vida, e o macho faz a reversãodos valores; Qual luta medieval, o espírito vence a matéria,a consciência vence a inconsciência, a razão vencea injustiça, a lógica vence a adversidade.

Ohomem luta.

O ser venceu... o espírito venceu...a justiça venceu... a humanidade venceu...a história venceu, o presente venceu o passado,libertando-o da prisão da terra, para a consciência maior naconquista do espaço-tempo.

Acomunidade vibra com turbilhões de manchetes jornalísticasna sensacional notícia... o homem se libertoue desce noutra esfera pela vez primeira, desde o primatada caverna até Cristian Barnard... ele venceu obstáculos.

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E, após milênios de luta, se desprendeu da prisão terrestre,se elevou qual pássaro no espaço, transpondo a barreirada gravitação, a inteligência venceu, se projetando para o desconhecidodas brancas estrelas do universo...luta, sangue na história, o homem luta, o homem mata,o homem vence, o homem cura, o homem sobrevive.

ÉCristóvão Colombo,descobrindo a América como argonauta herói,se projetando na história, qual meteoro perdido no vazioespaço tempo, libertando consciências, para o ideal maior,para sua integração com Deus universal,ajudando-o como diplomata Embaixador, dirigindo outros continentes,filiais minguantes de um modo maior... o universo.

Neil Amstrong,novo Cristóvão Colombo do século xx,novo Fernão de Magalhães navegando noutros maresdesconhecidos, liberando novos horizontes, conquistando novas terrasno espaço sideral, onde o varão plantará uma nova ordemuniversal...é a libertação, é a batalha pela sobrevivência,é o futuro, que convoca para a luta, para o desenvolvimento,é Sócrates gritando do túmulo, avante... avante... avante...humanidade aflita... é Hipocrates avante... avante... avante...na escalada da luta e do trabalho edificante;É a libertação. É a sociedade, procurando Deus nos braçosda eternidade, é Deus, procurando o homem no infinito.É Buda, é Jesus, é Allan Kardek, é Maomé, é Diderot, é Lavoisier,

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é Roberto Fleming, é Galileu Galilei, é Luiz Pasteur,é Giordano Bruno, é Albert Einstein, é Santos Dumont,pulando no túmulo, avante... avante... avante, humanidade conturbada.É a vida, que brada do túmulo, são vozes do além, são mortos,que voltam, ressuscitam na conquista, são espíritos redivivosna História, é a libertação, é a libertação, são defuntos a gritarem no sepulcro... avante... avante... vai homem, integrarno fundo do espaço tua consciência com Deus, que te esperana libertação da terra para, juntos, viajarem para o eternodo cosmo em lua de mel de esperança.

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A CONQUISTA DO AMOR

Querida,quis um dia, no entardecer da existência em festa consumida,amar-te no amor primeiro... quis ofertar-te o melhorde meu coração e, em bandeja de prata inox, ofertar-teum buquê de rosas vermelhas, temperadas com o DNAde minhas moléculas milenares, com lágrimas salgadasde meus olhos cansados nos trilheiros deste mundo louco.

Querono caminhar de meus sonhos, de meus ideais, no iniciar de um novo milênio, dizer-te, que a discórdia, a impessoalidade, a competição, que destroem devem ser demolidas e não a solidariedade das almas sacrossantas, porque o ódio, a obsessão, que ferem, matam e não a ternura dos ideais puros, usada na construção de um mundo novo, onde o homem não seja o bicho destruidor do próprio homem.

Querida,por que pugnar pelo nada, que não constrói,por que minha destruição, se meu único desejo é amar-teno amor primeiro e dar-te minha experiência, meus sonhoscurtidos no êxtase em noite enluarada... quis dar-te minh´almaembriagada pela quietude da noite, pela sinfonia magistraldas estrelas, onde antevejo Deus no DNA e na magnitudedo Universo composto de tudo aquiloque existe no microcosmo de meu corpo formado de átomos,elétrons, e da poeira cósmica, que existe na vastidão estelar

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do infinito, no silêncio do cosmo, na força gravitacional,que rege a organização fantástica do desconhecido.

Querida, queres minha submissão, eu recuso a escravidãodo pensamento, deploro trevas da Idade Média,porque penso que cidadania passa, em primeira instância, pela dignidade do ser, pelos princípios do coletivo Direito;Por isso luto e, na luta justa, sou guerreiro, sou gigante;Meu combustível, meu moto contínuo de energiaé a lembrança de meu irmão mendigo, maltrapilho, faminto, que come na lata do lixo e que dorme sob viadutosna noite fria; Por tudo isso luto e minha voz é a voz e o grito daqueles que não têm o direito sequerde protestar pela exclusão social.

Minhavoz simboliza a luta de milhares de guerreiros,que sucumbiram na história da humanidade, em prolde um orbe solidário, onde o homem não seja o bicho do próprio homem.

Querida,por que tu queres minha destruição, por que o ódio,se venho ajoelhado à teus pés, entregar-te um buquê de rosasvermelhas, e dar-te a bandeira branca da paz, do amor, da poesia, oriunda das brancas estrelas do infinito, que, qual criança travessa vagapela relatividade do espaço tempo de Albert Einstein.

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Queropedir-te perdão por tudo e por nada!...Pedir-te perdão pelo meu amor não correspondido, pelo meu ideal solidário na construção de uma Brasília cultural, fecundada pela determinação incontida de um JK... e quero perdoar-te, também, pelos seus erros infantis, porque tu foste contaminada, pelos vírus da discórdia condicionada, embutida na roda da história, onde o homem destruiu o próprio homemna luta satânica, maquiavélica do viver diário,igualando-se ao animal irracional, só para sobrevivere sobreviver para quê, se tudo termina na laje fria, na solidão dos campanários, na decomposição dos corpos, na morte das vaidades, das ilusões, nas profundezas da terra.

Querida,tu queres minha morte simbólica, minha cabeça, minha puniçãopelo pecado não cometido e por isso lutarei qual guerreiroda história, em legítima defesa da honra, da dignidadede terceiros, de velhos, mendigos, crianças sem teto,cujo último almoço foi ontem na lata de lixo,e, depois de tudo terminado, seguirei pelas vielas do mundo,pelos trilheiros coloridos ou não, pelas encruzilhadas dos caminhospelos desertos secos no coração da humanidade.

Cansado,duas lágrimas de ternura sulcam minha face envelhecida pelos anos, pelas lutas, meus olhos contemplam verdes campinasem festa, onde o bem-te-vi reflete Deus, os pássaros gorjeiama sinfonia da natureza e os namorados se beijamà sombra fresca dos laranjais e aí eu pergunto, para que e por que entre tapas e beijos no amor sepultado.

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A DONZELA

Mércia, são vinte e quatro horas da noite festiva, sombriaE aí te procuro na minh’alma, repleta de alegria;R-ecordo tua face rósea, floreada com néctar e meiguiceC-om a qual sonho desde os primeiros tempos da meniniceI-nda mesmo até os cálidos dias da atualidade.A-mém, amém, glória, virgem santíssima, pela felicidade.

A-lma meiga, santa, gentil, evoluída e bondosa,R-ecordo-me de teu belo sorriso, de tua imagem formosa,A-té mesmo neste momento em que baila no céu a hora tardia,U-m hino de louvor, hosanas de alegria,J-ustos cânticos repletos de mil penhores,O-nde os dedico à angélica princesa dos meus sonhos.

A-gora sim quero, extasiado, dizer-te ao ouvido baixinho,M-archemos unidos, lutemos no recíproco carinhoA-nte Deus e a vida, comungando noss’alma em harmonia...R-ecordando-te sempre, querida, daquele que te fezA-lguns poemas de supremo êxtase;L-indos versos de amor na noite fria.

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A DOR E A POESIA

Coisa estranha a vida!...quando estou feliz, vibrando com tudo, sou vazio,sem poesia, para cantar belezas do mundo em que vivo,na lógica de todas coisas do meio ambiente.

Por que,ó Deus, que o verão não traz música, somentedor, esmagando o peito em sons multiformes?...Por que não música para meu coração, antena do espíritosensível à luz da natureza... por que só a amargura possui melodiana minha sinfonia matinal?...

Ó Jesus, creio que o martírio é filtro purificadorna ascensão, para o céu, para tudo aquilo que é superior.Ó tristeza do planeta adverso, se tu és sonho, se tu és beleza no canto do universo, vem reviver em mim, no corpo e n’alma, para juntos cantarmos na forma do poema as contradições do existir.

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A FORMIGA E O HOMEM

Benditasejas tu, formiga, que no teatro homéricodo universo planetário representas a orgânicainterpretação da vida de tua espécie na evolução biológica.

Pequenoorganismo celular na mecânica do viver,na luta gigante pela sobrevivência físicade teu corpo, tu lutas, tu edificas o futuro de tua organização.

Bendita sejas tu, minha irmã formiga, na luta no picadeiroda existência.

Amotua humildade, amo teus movimentos,amo teu trabalho edificante, amo tua sociedadecomunitária, amo tua fraternidade.

Tu,minha bem amada formiga, irmã dos átomosde meu corpo.

Amo-te;Tu és superior ao homem em sentidos diversos,tu és superior no equilíbrio social, tu és fraternacom teus irmãos de espécie, tu não constróis armaspara destruir teus irmãos; Tu não constróis bombasatômicas, para destruir teu próximo; Teu sistema socialé comunitário e tu trabalhas para o bem comum.

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A HERANÇA DO HOMEM

Ólouca humanidade que sobreviveu a séculose séculos continuando com o espírito na fossa,no lamaçal da ignorância, da imperfeição.

Tu,ó pobre, ó louca humanidade, tu na noitedos milênios despertaste no instinto do primataa chama da consciência no principiar de novaseras do passado.

Tuque venceste a articulação da palavra, instituindoa comunicação entre tua sociedade de primatase estabelecendo a lógica social das leis comunitáriasdo homem.

Tu,ó pobre humanidade, que no despertar da humanaconsciência, luz de todos os caminhos do futuro, forçacriadora da mecânica da história; Tu, ó louca sociedade,tu que criaste a roda, para servir a comunidadee descobriste a pólvora, para destruir a mesmasociedade do macho em perpétua evolução.

Ólouca humanidade, tu que fizeste a imprensa,para divulgar tua obra e tu que inventaste a inquisição,para queimar grandes sábios, estrutura de tudo,que é forte na base da tua civilização.

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A LUTA DO HOMEM

Senhor,como é belo o trabalho do varão, na lutadasobrevivência do existir!...

Comosão contraditórias humanas leis de causa e efeito,regendoa orquestra da vida!...

Senhor,como é filosófico sofrer na caminhada da existência,comum sorriso nos lábios na compreensão superior,sabendo que Deus na alta expressão de sabedoria, colocou ohomem na lei da natureza, para, na suprema luta do viver,se encontrar evoluindo!...

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A NATUREZA DE DEUS

Eusou a humanidade que habita choupanas de barroe pau-a-pique.

Eu sou a caridade vestida de branco, que ronda hospitais,confortando, curando sofredores, aflitos.

Eu sou o amor que desce sobre penitenciárias,levando fraternidade para todos aqueles que vivem na contravenção penal.

Eu sou o perdão que paira sobre campos de batalhas,levando amor para soldados impenitentes.

Eusou a brandura de coração, para os que retornam do pecado.

Eu sou o alimento que habita o estômago do pobre na fomesecular.

Eu sou o sol que surge na manhã sonora, levando calor para homens, na construção do porvir.

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Eusou a lua que, ao anoitecer, traz ternura aos namoradose poetas, na melodia do belo e perfeito.

Eu sou a bondade que assiste pequenos infantes, nascendo no mundo-escola, jardim da infância, para espíritos em contínua evolução.

Eu sou as estrelas, que brilham no espaço azul de milhões de corpos desconhecidos.

Eusou ternura, amor, caridade, fraternidade,renúncia, perdão, meu nome é Deus.

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A NOIVA E O POETA

A igrejaquieta, úmida e fria,ornamentada de “rosas vermelhas”,ao fundo, aos pés do altar de CRISTO o poeta choraa soluçar.

Cabisbaixoe ajoelhado, reza e no rosto duas lágrimasde sangue a brilhar.

Lábios trêmulos,exclama: Senhor, ó Jesus, ó cordeiro da Galiléia, venhoentregar-te os versos meus, porque a doce amada,música de minha alma, partirá para semprecom outro homem, um desconhecido nos sacrossantoslaços da união matrimonial.

Adeus,Senhor, aqui estão meus poemas, carbonos de meu ser hiper-sensível, lírios, flores, perfumes de meu espírito, porque, partirei para a eternidadedo tempo pelo caminho curto do portal do suicídio.

Louco,desvairado, o poeta caminha, para o altar da Virgem Mariae de joelhos cai aos seus pés.

Nissoos sinos tocam, ouve-se a marcha nupcial.

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De repente...Ei-la, que surge de véu e grinalda, toda vestida de branco,altiva e bela.

Garbosae sorridente, de passos compassados, ao som da marcha nupcial, sob os olhares dos convivas,a noiva entra na igreja ao lado de outro, seu noivo.

No fundo, ajoelhado, o poeta chora lágrimas de tortura vertidaspelas armadilhas da vida e no seu canto perene de morte,se dirige à Virgem Maria, mãe de Jesus.Ó Virgem, não permitas, que ela parta com outroe que se vá para tão longe dos lábios meus,que, outrora, foram a ilusão de meus beijos.

Perdoa-meó santa, errei ao abandoná-la ao léu do desprezo e da amargura e hoje, arrependido,venho suplicar a ajuda tuae prometo ser o melhor dos homense encher os dias de meu anjo de crianças, lírios, flores,perfumes, de amor, de carinho, de felicidadee juro criar os filhos nossos, para a tua divina glória imortal.

Nissoo padre já velho e grisalho pergunta ao noivoRICARDO CASTELO BRANCO, aceitas como legítima esposa tuaa senhorita CRISTINA PINHEIRO?...

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o noivo, serenamente, disse: S I M !...e o padre pergunta afinal: CRISTINA PINHEIRO?...aceitas como legítimo esposo teu,RICARDO CASTELO BRANCO?...

Ouve-seum breve silêncio na igreja!CRISTINA VACILA, CRISTINA HESITA,trêmula e branca a desmaiar, volta os verdes olhos seus,para o altar da Virgem-Maria e contempla o poeta de joelhosa chorar tranqüilamente aos pés da mãe do Nazareno.

A noiva,de véu e grinalda, comovida com duas pérolas verdes,cheias de lágrimas, abandona o noivo ao pé do altare corre pela igreja, cheia de flores ao encontro do verdadeiro amor, príncipe de suas ilusõese rei supremo da catedral de seu coração de moça.

Opadre e os convivas em pânico, aturdidos com o inesperadoabandonam o recinto.

A igreja,quieta, úmida e fria, ornamentada de “rosas vermelhas”...ao fundo, ajoelhados aos pés da Virgem choram e beijam comovidos, A NOIVA E O POETA.

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A ROSA E O POETA

Cristina,rosa vermelha no trilheiro de meu destino.

Venhonos trágicos segundos, na vida conturbada de moço idealista,ofertar-te um poema de sangue, que brotou no oceanode meus sentimentos e na floresta do incompreendido coração,que palpita em meu peito.

Leva-o, minha santa, pela vida afora,como símbolo do sentimento encontrado no cursoda existência.

Cristina, meu amor, estes versos são um buquêde rosas vermelhas colhidas entre os espinhos da alma,onde outrora habitou a flor da paixão,martirizada pela dor da ingratidão.

Cristina,rosa vermelha no trilheiro de meu destino.

Fuibuscar este poema nas cavernas do ser,onde outrora existiu a chama do ideale, no presente, a moradia da renúncia.

Sofro,mas sou feliz, porque na minha consciência

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existe uma compreensão ilimitada das cousas, do mundo e porque, também, a dor, o sofrimento são causas e efeitos,que funcionam em torno da evolução do espírito,caminho de Deus.

Cristina,rosa vermelha no trilheiro de meu destino.

Estes versos são flores, orquídeas, lírios,para os verdes olhos teus, em troca das lágrimas de dor, que estas pérolas verteram pelo sofrimento de teu humildepoeta.

Adeus, rosa vermelha de meu destino.Partirei para sempre de tua imagem, irei correr continentes,ver outros povos, amar outras paisagens e terras diferentes,mas saibas, que no futuro tua figura será a rosa vermelha,que habitará entre os espinhos de meu coração solitário.

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ACRÓSTICO À TEUS OLHOS

Â-ngela, antes, porém, gostaria d’ofertarN-os pequenos versos feitos por Siomar,G-entis, que sempre levarão os amoresE-que te farão desabrochar, como floresL-indos sorrisos recheados de saudadesA-os dias de infinitas felicidades.

M-aria! Oh Maria! Cessai todo o universoA-ntes, para que eu deseje no meu versoR-ios de felicidades à cândida almaI-nda mesmo, que todo o mundo me aplaudaA-s versificações, que dos céus me veio.

P-ereira é o sobrenome d’estudanteE-que nos versos do poeta cantanteR-imarei tuas qualidades no versoE-as proclamarei aos ventos e ao universoI-nda que tenha no meu nome e sobrenomeR-ios de letras, que compõem o teu nomeA-gora desejo-te eternas felicidades.

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ADEUS À INFÂNCIA

Estou triste,porque não mais existeaquele amor, cheio de ardor,que tive por você.

Estou deprimido,porque findou o sonho de minhameninice, repleta de meiguice,de contos,ternuras,travessuras,que apreciavae tanto amava.

Adeus infância minha,tinha por sua imagemum afeto,que levarei pela vidasempreem minha mente,sua recordação querida.

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ALBC E JK

Uberlândia...Capital da cultura, sede da Academia de Letrasdo Brasil Central, escola de civismo, de amor,ao Brasil.

Uberlândia,Capital regional, sede da Academiade Letras do Brasil Central, segunda do Brasilem área geográfica, líder no Triângulo Mineiro,DistritoFederal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul;Patrono o imortal criador de Brasília...Juscelino Kubitschek de Oliveira.

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AMOR E BEIJOS

Meulindo amor, como é bom, sublime e melodioso pensaremtua figura em ondas de amor, dispersas no espaço,sintonizandomeu espírito, que só pensa em tua imagem, vivendo,diae noite, em recordação melódica de ternura e carinho.

Amotua voz, teus olhos, tua boca vermelha em flor,ondemeu ser, disfarçado em andorinha, retorna a teus doceslábios,para roubar beijos quentes.

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AMOR E RENÚNCIA

Cristina,se tu soubesses o carinho supremo que tenhopor teus olhos do tamanho do universo estrelado,tu irias melhor compreender a força potente que reinana catedral de meu ser, que tu não compreendes e nada fazes para compreender; Se tu, amor, pudesses n’um relance mágico no tempo e espaço assimilar a grandeza de meus sentimentose a profundidade de meu ser, que só Deus sabe entenderna luz da lógica e da razão, então tu irias certamente notarque, no jardim de meu coração errante, teria um lugar,para que tu pudesses repousar tua cabeça linda, onde um dia,quem sabe, a luz da humanidade possa habitar; Se tu soubesses,que na catedral florida de meu ser, um desejo supremode amar-te, de encaminhar-te rumo à florida mansão do futuro,onde habita a ventura e felicidade dos gênios e eleitos.

Cristina,sei que teu espírito não pode ainda compreendera essência luminosa de tudo aquilo que existe dentro de mimmesmo, porque se um dia, ao cair de uma tarde morena,o gênio do universo viesse de mansinho a teus ouvidos num sussurro te dizer, Cristina, ele será o universo de teu mundo, a luz, o farol guia de teus passos na terra, creio então,que tu poderias saber tudo aquilo que no meu peito encerra,na santa devoção da renúncia, do perdão.

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Cristina,no supremo momento do clarão da felicidade, tu só tucom duas lágrimas, apenas duas lágrimas em tua face linda,poderias dizer, querido eu te amo tanto, eu te adoro tantoe tu, para todo o sempre, serás o farol, a luz brilhanteno caminho florido de minha existência, querida.

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AMOR, SOMENTE O AMOR

Amor,só tu, amor, tens o direito supremo de penetrarno jardim florido de meu peito, em loucos delírios,e viver, para sempre, no reino encantado da poesia.

Sótu, amor, que desces em longas espirais das brancas estrelasdo infinito em ondas de energia, luz e paz,és capaz de estraçalhar fibras e moléculas de meu coração, em preces de devoção e renúncia, em cântico dos cânticosna sinfônica natureza em noite enluarada.

Sótu, amor, jorrando dos olhos verdes da mulher amada,tens o poder real e sacrossanto de levar lágrimas virgensa meus olhos tristes, fiel escravo da mãe natureza,no seu mais puro êxtase.

Sótu, amor, só tu e ninguém mais, na comédia do mundo,és capaz de transformar meu espírito de mendigo a Reie de Rei a mendigo, de transformar em meu peito o triste no belo e o belo no triste, na lógica reaçãoda mais sublime e terna emoção, o amor.

Sótu, amor, só tu conseguiste a unificação do homem na terra azul, só tu foste capaz de mover a roda da história de encontro ao futuro, só tu foste o fecundador do espírito de Deus, antena de luz e paz, ternura d’alma.

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Sótu, amor, foste o dínamo propulsor do gênio de meu viver;Se vivo é só na louca esperança de um dia poder encontrar-te,em êxtase, na fascinação que produz os lábios vermelhosda loura virgem de olhos azul-atlântico.

Sótu, amor, unificaste o universo e na tua forçagravitacionalgiram todas as brancas estrelas do infinito.

Tufoste para mim, amor, a beleza, o ideal perfeito,o anjo bom de brancas asas que, descendo do céu azulfoste capaz de arrebentar fibras de meu peito solitárioem loucos suspiros de renúncia e perdão.

Sótu, amor, só tu nascerás pela manhã numa canção de luz e paz, sob o gorjeio sinfônico da passarada em festae renascerás triunfante na solidão da madrugada.

Sótu, amor, só tu e ninguém mais foste tanto para mim,quando procurando te encontrei no gorjear do sabiá,em tardes douradas, embriagando-me na tua doce sinfonia;foste o tudo e o nada, quando buscando-te não te encontreina solidão das noites frias e sem luar.

Eu te amo, amor, tu que és ondas de energia e luz,porque eu e tu somos gêmeos, somos unidade em espíritoe carne, na luz infinita e imortal do universo,

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que borda em mil sonhos a força potente e dinâmicade minh’alma pioneira... foste tu, amor, só tu, amor,que habitas o sorriso infantil das rosadas criançasinfantes do futuro, que amo acima de todos os altares, na catedral florida de meus sonhos, perdidos na amplidão do firmamento eterno.

Fostetu, amor, que germinaste o galopar do vento errante,que corre qual louco corcel pelas verdes campinas em festa.

Fostetu, amor, que ao cair das tardes morenas, sob o gorjearda triste araponga, vai levar de mansinho o teu doce beijoàs flores silvestres nos jardins coloridos da serra.

Fostetu, amor, só tu, amor, que fecundaste a natureza, criando vida, multiplicando existência, gerando o presente, o passado e o futuro; Só tu, amor, só tu que nas louras primaveras foste capaz de fecundar verdes campos em flor com teu hálito divino; Só tu borda em mil contrastes a sublimidade dos verdes bosques e tornas o chão salpicado de mil cores, folhas mortas, vermelhas e amarelas, que caem das árvores frondosas no jardim da existência, fonte de todo amor da vida, germe de tudo e do nada; Só tu, amor, no calor de tua humildade levas o fogo da felicidade a todos aqueles que, em tardes musicadas, sob o gorjear da passarada, se querem, se abraçam, se beijam,incendiando o espírito, à sombra fresca dos laranjais.

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Sótu, amor, só tu irás acompanhar-me ao derradeiro abrigoem túmulo frio, onde eu e tu, na unidade da essência universal,fecundaremos com o germe de nosso ser estrelas solitáriasna eternidade do infinito, gerando mil sóis a iluminaremo universo de Deus.

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BOM DIA MEU IRMÃO SOL

Bom dia, meu irmão sol,entra a casa é tua, vem trazer teus raios,para aquecer o peito aturdido pelas intempéries da existência, neste planeta giratório preso na gravitação das leis da mecânica celeste,de outros astros no concerto sinfônico,na infinidade das galáxias perdidas no céu azul de meu Brasil brasileiro.

Bom dia, amigo sol,obrigado por despertar-me o coração de pai,preocupado com o destino do filho, do poeta, do garotão,que vende o sacrifício, o suor do próprio rosto,para levar a bandeira de Hipócrates, da medicina,na cura, para o corpo e espírito.

Bom dia, amigo sol,entra a casa é tua, vem trazer tua energia,tuas vibrações na desintegração de todos os átomos;Vem lembrar-me do filho Marco Aurélio,elétrons de meus elétrons, química de minha química, biologia, e genética de minha genética.

Bom dia, meu irmão sol,entra a casa é tua, vem dizer-me ao pé do ouvidoe às cavernas do cérebro, o quão somos pequenos,infelizes nesta terra de vales e campinas verdes no gorjearde todos os pássaros, no murmurar dos prados e das verdes campinas em festa.

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Bom dia, amigo sol, entra a casa é tua,vá vibrar tua força no íntimo do filho Marco Aurélio;Que a mística de Hipócrates o convoque,para a cura de todos leprosos da alma, infectos do corpo,carro transitório na locomoção do espírito,rumo a outras pátrias perdidas na vastidão de outros sóis,nebulosas, galáxias, buracos negros, sistemas solares,na engenharia mecânica, na força gravitacional,deste mundão de Deus, com trilhões de astros, querendo, invadir a catedral de meu íntimo, para dizer-me: tranqüilize-se, poeta, médium de Deus,teu filho, Marco Aurélio, terá em Hipócrates a bandeira da cura,a missão de extirpar a doença imbecil dos consumistas da matéria perecível, que iludem corações incautos na floresta da existência.

Bom dia, amigo sol, entra a casa é tua, vem fazer-me companhia,neste domingo tranqüilo, onde a poesia entra bêbada, e espontânea pela porta da sala trazendo bálsamo,para cicatrizar feridas deste mundo louco.

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BRASÍLIA, SONHO E REALIDADE

Brasília, passado sonho dos nacionais,paraíso, embora nunca dantes imaginado,desperta agora em concreto inaugurado,através da audácia e coragem finais.

Sonho do passado, embora não edificadoem sua época, mas no momento realizaramsublime obra, que tanto sublimaram,agora pronta e inaugurada.

Em pleno coração do gigante fizeram,grande capital moderna, planejadacom tanta beleza e técnica edificada.

Brasília!... glorioso será teu futuro,que após tanto desejo, luta e sangue,tu nasceste bela no centro do Brasil.

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CAMINHANDO NA CHUVA

Comofantasma de mim mesmo, caminho pela chuva,levando dentro d’alma moça a descrença de um orbe de guerra,onde a sociedade procura sua sobrevivência a custados mais tenebrosos crimes, camuflados sob a capa do poder,força política protetora dos cruentos delitos contra a lógica, o espírito, e sobretudo contra heróis, bravos guerreirosconstrutores do futuro promissor.

Caminhandocomo fantasma de mim mesmo, sob a chuva, que molha meus cabelos revoltos, testemunhas de que passei pelo viverentre lágrimas, sorrisos, prantos.

Caminhandosob a chuva, com a enxurrada rolando pela calçada molhada,com pés cansados de percorrer veredas intermináveisda vida, que nasce, cresce, morre pois tudo se decompõe,nesta paragem onde impera hipocrisia de almas em vias de cósmico resgate.Ó orbe onde a lei maior é força do dinheiro, onde beleza,é privilégio de poucos que, embora sendo minoria, levam na arrancada homérica, bilhões de seres, para evolução cósmica em direção a Deus e a um mundo melhor.

Caminhando,contemplando o céu sem estrelas, em tempo de bomba e guerra;Caminhando sempre sob a água, molhando os cabelos, volto o pensamento para os animais, primos da solidão,que, embora gigantes em seu trabalho são esmagados pelo líquido,

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que traz felicidade a uns e desgraça a outros, como tu, minha formiga amada;Irmã querida de infortúnio no espaço grande, complicado demais, para nossa insignificância perante o desconhecido.

Caminhandona chuva com a cabeça baixa, contemplando a terra palcoda humana fauna, onde o varão evolui tal qual bichosna selva da existência, lutando sempre na campanha do existir.Ó Redentor, que tremenda regra, que dá origem a todas misériase desgraças que existem na terra azul... mas, ó Deus,que estás n’outros hemisférios distantes de nós, sabemos,que esta lei na qual gravitamos em órbita, sem podermos sair, por enquanto é a mesma que rege nossos movimentosperante caminhadas do resgate; Não foi por isso, Senhor,que teu rebento disse na Galiléia, que todos teriam que pecar,mas ai daquele que peca; Deus, ó pai, tu és sábio demais;Até parece que tua inteligência existe há trilhões de anosacima de nós e que tu conheces perfeitamente a história de outrosplanetas, que são similares em todas as galáxias em que haja atividadee que giram gravitacionalmente como perdidas na escuridão do sobrenatural... tu, meu pai, tu és perito demais para seres pequenos como nós, que ainda vivem na pré-infância da razão de tudo.

Tués erudito, humilde, para esta pobre humanidade, que ainda está no jardim da infância do juízo, dos movimentos, diretrizes de tudo que foi criado; Tu és tão lúcido que colocaste ação em tudo e existe até quem diz que matéria é energiacondensada, é ser pré-pensante, que micro-cosmo é fotografia pequenado macro-cosmo onde tu vives e onde tu governas todos nós.

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Ócomo é grande tudo isso, Altíssimo; como somos formigas diante da criação; Tu, meu pai, és tão poderoso que tudo obedece regras semelhantes, tanto na física, como na química onde princípios e fins da evolução do macho são idênticos em tudoe por isso é que Cristo já dizia como testemunho de acontecimentosem outros hemisférios!... Tudo terá, que acontecer mas ai daquelepor quem acontecer; Ó Deus, que sabedoria infinita, que longo caminho teus descendentes, perante o destino, terão que palmilhar,passo a passo, entre lágrimas, sorrisos, caindo em quedas sucessivas,com a cruz nos ombros, levantando, tornando a cair com o peso do pecado, mas levando sempre tua cruz em direção do amanhã,para um dia poderes redimi-los do pecado contra teu próprio sentimento.

Tués tão vivo, Redentor, que colocaste em tudo e em todos os cérebros o castigo para atos que são impróprios a normas sacrossantas da fraternidade, onde todos aqueles que infringem teusensinamentos, são, automaticamente, punidos pelo próprio eu; Ó pai,como tu pensaste em tudo e bolaste tão bem as coisas,que, na somatória de tudo dá tão certinho, acontecendo como tu planejaste;Só mesmo um espírito evoluído em milênios de anos luzseria capaz de tanta perfeição.

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CANÇÃO À UM HERÓI

Meuquerido pai, tu morreste para sempre, para todo o sempre, deixando na terra teus restos mortais, como símbolo de tudo aquilo que tu foste no mundo dos vivos.

Pai,lembro-me quando infante, no palco iluminado da vida,tu sorrindo para mim, sempre no teu otimismo de gigante,dizia-me: avante filho, fé no futuro redentor dos grandes sábios;Tu, pai, ao lembrar-me de ti, meus olhos se enchem de lágrimas,que escorrem pela minha face, que é tua face; Tu te lembras, paicomo todos diziam que eu parecia com tua imagem real de homem, firme nos propósitos, de decisões firmes;Ópai, tu te lembras quando pequenino ainda, no desejo de ter exemplo em tua imagem, eu te dizia: minha barba já está nascendo, ela já está ficando do tamanho do ilimitado que é macro, e que é micro na vida de todos nós; Pai,tu foste humilde, é bem verdade, todos sabem disto,mas todos sabem, também, que tu foste um Napoleão Bonaparteiletrado, mas grande como o herói da história universal; Tu foste um misto de Sócrates, de César, de Marco Aurélio, de Alexandre Magno;Tuainteligência lúcida, como o próprio infinito, era, foi e será para todo o sempre a estrela guia para teus filhos,que vivem neste planeta de loucos incompreendidos na selva ferozda vida.

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Tu,na tua grandeza de ser verdadeiro, ofuscaste com tua luza fraca luz de teus filhos; Tuas virtudes, do tamanho do universo,serão para todos teus filhos um exemplo vivo de amor e carinhonos caminhos da vida; O mundo passa, pai, os dias, os meses passarão,mas tu não passarás; Tu serás sempre o exemplo real solidáriono orbe... oh! porque amamos muito mais, quando perdemos o objetodo amor, que mistérios é a vida, digo isto, pai, porque hoje todosnós, símbolos de teu DNA, sentimos tua falta protetora;Às vezes, pai, penso ser um gigante como tu, mas ó insensatez,ó doce vaidade de parecer-me com o impossível, de ter as virtudes do sacrossanto dentro de mim mesmo.Tu, meu querido pai, morreste para todo o sempre no circolouco dos vivos, deixando na terra restos mortais,como símbolo de tudo aquilo que tu foste e que tu amaste acima de todos os altares;Tu, morreste no físico, é bem verdade, mas tu continuarásvivendo no íntimo de teus filhos... os átomos,as moléculas de teu corpo continuarão a existir no carrode nossa alma, até o dia fatal de nossa existência;Tu, na realidade, não morreste, porque tu e nós somosuma única imagem, somos vários, mas somos unos na gravitaçãocontínua de nossos espíritos.Tu, morreste, pai, e um dia também partirei para o outro lado do viver, como a árvore que, após dar seus frutos, morree deixa de existir; Tu morreste e eu também morrereie então nós dois do outro lado da vida, de mãos dadas correremos o universo estrelado de Deus, cantando glórias da reencarnação.

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CÂNTICO DA MORTE

Deus,ó divino mestre incompreendido, venho após longa caminhadapelas estradas da vida, entregar-te o espírito, o corpo de carne, feitos a tua imagem perfeita, que saíram de tuas mãos imaculadas.

Senhor, há milhares de anos, que meu ser vaga nas trevas da amargura,da ignorância, onde viveu, amou, sofreu, padeceu nas duras jornadas, pisando espinhos na humilhação, no sofrimento e hoje, após séculos de desespero, venho entregar-te meu espírito, que consegue fazer poesia, enquanto homens se matam no Vietnã como feras loucas, famintas.

ÓOnipotente, vaguei pelos milênios em todos caminhos;Sofri, fiz com que outros sofressem, fui realista, pessimista,otimista, mas agora volto aos braços teus perfeitos e sensatos; Retorno como na antiga parábola à casa paterna,para suplicar de joelhos perdão ao pai da terra e do céu,pela loucura que, outrora, habitou meu íntimo.

Senhor,em pranto no choro convulsivo, entrego-te meu íntimo às tuas mãos sagradas.

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Deus,aqui está meu ser no pensamento unificado, este diamante impuro,que será lapidado no filtro das provações, mas que um dia, após a purificação, cintilará junto às brancas estrelas do céu.

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CANTO À FORMIGA

Eute amo, minha irmã pequena formiga,queandas entre verdes folhagensdojardim; Humilde no teu tamanho,tão vigorosa no teu trabalho,quedesempenhas em gestos arquitetônicos.

Eute amo, minha pequena formiga,queentre outras formigas vivem em paznaverdadeira comunidade de trabalho,edificandoo bem comum.

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CANTO À INFÂNCIA

Euamo você, minha querida infância,como a criança ama seu primeiro brinquedo. Tenho,ó minha infância saudosa, um amor pelos diasque você viveu em minh’alma, uma suprema adoração,que fascina até as lágrimas, que banham, em mil cores,meu espírito de moço que outrora foi idealista.

Euamo você, minha querida infância,como a criança ama seu primeiro brinquedo.

Amoesta infância onde vivi momentos alegres, que não voltam jamais no entardecer da existência.

Amoesta idade em que entreguei à namorada primeiraa primeira rosa vermelha; Amo esta infância onde roubei últimas mangasno quintal do vizinho; Amo esta infância, os dias tão saudáveis, que só ao relembrá-los, meus olhos se enchem de lágrimas incolores.

Amoa mim mesmo, na infância refletidanos dias remotos em que eu era o garoto louro

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nas brincadeiras infantis, da antiga igrejinha,altar de minhas saudáveis recordações.

Amoesta infância, estes dias, quando garotinhodescalço, era o diabinho da molecada, cujo apelido era o brigão... o gênio dos moleques de meu grupo.

Amoos momentos tristes da infância, onde tinha um ideal,uma meta a cumprir, um desejo santo pela vidae, na sociedade, uma descrença, uma incompreensão,que torturava meu peito em mil fatias de desespero e morte.

Amoesta linda infância, que me mata o peitonuma saudade voraz.

Amotudo naquela época, que não mais voltaráe que permanecerá nas cinzas do passado,como miragem de uma recordação que amei, amo e amarei.

Amoos moleques que surrei e que perdoeie amo também os moleques que me surraram;Amo o tempo em que tinha cinco anose que pelas duas horas da manhã ia buscar leite,para os bebês, que um dia iriam tornar-se moleques como fui e homem como sou.

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Amoa tristeza de minha vida errante.

Amoa chama de fogo e o entusiasmo que existiramem mim, no menino que fui e no macho que sou, de longas barbas simbólicas.

Amoos tempos relativos de minha infância,onde brincava despreocupado sem bandidos de TV,sem Vietnam, sem tanta maldade, onde os varões eram pacíficos, caridosos, honestos, sadios de alma e corpo.

Amoos dias passados de meu viver,onde havia nos céus papagaios a voar e espaçopara brincar em vez da contradição de hoje em que ao invés da amplidão dos céus, soldados brigam pela sua ocupação na luta de engenhos atômicos.

Amoo espaço de minhas noites estreladas,onde no planeta havia uma esperança de fraternidadee hoje uma ameaça de guerra.

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CANTO AO PASSADO

Infância,ó linda infância, que não volta maisno entardecer da vida.

Ódoce e pura inocência, que um dia foi hóspedeno coração da criança, que fui e que hojejá não mais habita o peito do homem que sou.

Ósublime saudade do primeiro beijo,que dei nos lábios da namorada primeira.

Ódias felizes da infância adormecida,tu foste a sadia estrutura do adolescente,que sou e do idoso que um dia serei.

Tufoste geradora da inspiração, que um dia seria o rouxinolque cantaria em meu espírito na forma da poesia.

Óque recordação tenho das tardes inesquecíveis, vividas junto ao leito do córrego de águas tranqüilas, chupando jabuticabas.

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CANTO DA ALMA SOLITÁRIA

Chora,louco coração que vive em meu solitário peito,chora como criança, na primavera da vida, desta vida, que compreendo na essência de tudo, que sinto e respiro pelas tardes serenas em que meu corpo de carne desfila pelo carnaval tenebroso, como comediante, no teatro cômico do infinito, onde vive a razão de tudo e do nada, como esperança de fé nesta pobre humanidade.

Choracoração de poeta; Podes chorar tranqüilo e mansoe não procures mistérios do mundo, que são múltiplos, oriundos de todos séculos e séculos; Segue teu caminho na trilha da esperança , segue avante no seio da multidão de mil faces, onde cada rosto, cada imagem humana, é um espectro da ilusão e da futura e funérea morte.

Óvida, ó universo de mil contradições, ó amores, ó mistérios; Ó desgraças de espíritos inferiores, ó carnaval da existência,ó teatro humano onde o homem representa um cômico papel de um drama eterno.

Chora,coração, chora tranqüilo e manso, segue teu destino de encontro a Deus, nas paragens relativas do cosmo, onde tu um dia gozarás as delícias de tudo que é perfeito na organização suprema da natureza.

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CEGO DE ESPÍRITO

Senhor,perdão para o poeta, que neste canto de palavras sinfônicas, vem, arrependido e ajoelhado, rogar perdão ao pai universaldo amor e das estrelas, bordando em colorido contrasteas noites de luar do Brasil.

Perdão!...Sou pecador no lamaçal da vida, não vendo o beloque criaste para pobre humanidade sem rumo.

Perdão,ó pai; Suplica-te em lágrimas de sangue o filho que viveu na contravenção de tuas sábias leis, porque a maldade dos homens tornou-me cego no íntimo. Meu ser tornou-se malpela perversidade da sociedade, que fez de meu coraçãoa pedra de gelo.

Enxergo com olhos da carne, mas na verdade sou mutilado.

Quero,Senhor, voltar para minha antiga crença no amor renúncia;Por isso suplico teu perdão, para penetrar na organização perfeita do cosmo, que criaste como redentora escola, para homens sofredores.

ÓOnipotente, sou filho pródigo, voltando para casa paterna.

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CHUVA, AMOR E SOLIDÃO

Querida:a chuva lá fora cai mansamente, tornando o dia tristeeuma solidão louca, qual vulcão em chamas domina o íntimodemim mesmo n’uma obsessão sem proporções.

A tarde está calma, a melancolia me faz sofrer amargamente,meu desejo é estar a teu lado, sentir calor de tua carne,desfrutarnéctar de teus lábios, contemplar teus olhos, beijartuaboca. Minha única vontade é estar nos braços teus n’umdelíriode sexo febril.

Comoé belo e santo o amor; como é funesto estar longe daquelaa quem amamos, que é luz, farol, guia de nosso passos.

Ébela a natureza, a vida, mas a separação, a distância dos corpostortura,mata nossa alma em farrapos de dor e desespero.

Querida: lá fora a chuva cai mansamente e dentro de meu peito tu viveseternamente.

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COMO POSSO SER FELIZ

Comoposso ser feliz, se meus irmãos morrem de fome na África e em todos os recantos do planeta!...

Como posso ser feliz, se os fariseus trocaram Cristo pelo criminoso Barrabás!...

Como posso ser feliz, curtindo água quentede Caldas Novas no sertão imenso de Goiás, enquanto a CPI apura a roubalheira de PC e a lentidão do Impeachement do Presidente Fernando Collor!...

Comoposso ser feliz, enquanto uns vivem em palácios aquecidos e o trabalhador, na enxada, de sol a sol, com salário de fome, para pagar o que comeu ontem.

Enquantoo bicho homem come o próprio homem, escalo a serra verde de Caldas Novas;na cabeça, a filosofia do porquê do homem, da existência; Lá em baixo, o paraíso terrestre em forma de água quente radioativa; Na cabeça, a psicologia no sentidodas contradições, a indagação, a nítida imagem do homem negro, meu irmão distante, na Somália, morrendo de fome, desta miserável fome, que destrói a forma do corpo de osso recoberto de pele, e no céu azul, o urubu esperando sua queda eminente.

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Láembaixo, na serra verde de Caldas Novas,o paraíso de água caliente.

Comoposso ser feliz, curtindo a água quente,e meus irmãos de raça, de luta, no palco deste mundo louco,que será deles, qual seu destino nas longas caminhadas deste planeta contraditório?...

Láembaixo a água quente, o prazer, o êxtase,na África, a morte pela fome...

Como posso ser feliz com tanta contradição!...No momento o delírio, o prazer da água quente;No presente, a fome; No passado, a história...Alexandre Magno,Napoleão Bonaparte, Stalim, Hitler, Jesus Cristo,São Francisco de Assis, o bem e o mal; Na História, luta incessante;No presente, tecnologia massacrando o homem no consumo da imagem... que contradição... que ilusão, se a felicidade está tão próxima na água quente.

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COMUNHÃO DE AMOR

Noitealta; A lua vaga pelo espaço, deixando atrás de siapenumbra, convidando almas santas ao sublime amor.

Duasvozes meigas, como sinfonia da araponga, em tardedesetembro, cortam o vazio sonoro do tempo na lentidãodossegundos; Duas vozes, dois murmúrios em comunhão e delírio,nahóstia do ideal supremo; Te amo querido, te amo virgemde meus sonhos, beija-me, homem luz de minh’alma, beija-me,mulher,melodia de meu coração; Traz tua boca vermelha diantedemeus lábios, deixa-os embriagando-se na fonte puradacarne, que só vive para teu ser e exprimemuma única palavra... te amo.

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CONSELHOS DO ALÉM

Nãofiques tão triste com desventuras...quem não as tem?... Fé em Deus, tranqüilidade,que tudo terá solução. Parece que tudo tem que acontecer não é?...

Observaque nossas dores não são insuportáveis,e não são maiores que de outros seres semelhantes.Tua mãe tinha razão... olha para trás; Sempre há pessoasem situações piores. Quantos estão mutilados! Os cegos trabalham para sobreviverem; Os deficientes, os aidéticos, os prisioneiros, quanto sofrimento não, filho?...Amor em Jesus seria solução, para quase todos os problemas.

Filhonão te preocupes tanto com dificuldades financeiras;Quem não as tem? Os milionários, os banqueiros, os industriais possuem atribulações semelhantes, mas tudo tem solução;Paciência, amor, calma, tranqüilidade, oração, para não piorar ainda mais.

Volta a caminhar, andar de bicicleta, se divertir, que tudo vai melhorar; Faz poesias, ama a natureza, anda de moto pelas vilas nos fins de semana.

Não te preocupes tanto, não sejas tão responsável ao extremo,vive e deixes viver; Preocupar só não adianta nada;Viver e deixar viver dá descontração, quanto ao dinheiro,filho, ninguém é dono de nada, todo império fica velho,e se acaba um dia.

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Vêos milionário do mundo; Irão morrer, tudo ficará na terra azul, ninguém é dono de nada, somos apenas gerentes, nada mais;Quanto sofrimento, quanta dor o homem paga,para acumular riquezas! Tudo ficará aqui,tudo se encerra no túmulo, na laje fria; Ninguém quer saber de nossas dores. Os homens estão preocupados com suas aflições, seu egoísmo;Tudo morre, tudo acaba no túmulo do esquecimento;Só o espírito é eterno e irá continuar até as estrelas do céu azul;Imagina um homem de 80 anos, o tanto que sofreu na existência, nos caminhos da vida. Lutou, chorou, sorriu, fez milhares de coisas. Ficando velho, tudo perde o sentido, as ilusões se foram,só a morte está ali verdadeira, esperando-o, os amigos se foram,os queridos partiram, os ingratos o traíram, os jovens não mais se lembram, nem conheceram seu sofrimento,seu trabalho, sua luta, seu ideal; Aí vem a solidão,o abandono; Perdem-se sonhos, delírios da almalouca, tudo se resume no túmulo, no esquecimento; O resto, é ilusão. Quantos sonhos na adolescência, para depois, na velhice, virar poeira, esquecimento, solidão, abandono; Quanta luta, para quê? por quê? Ah! sim a evolução da alma, os frutos virão no outro mundo, paciência filho meu, velho companheiro de lutas em séculos e séculos;Meu irmão, meu filho, meu amigo, acompanho sua luta, paciência dias felizes virão e do lado de cá sinta a música, que beleza; Beba tudo isto, para tua alma; Se acordar a noite escute isto, que Jesus abençoe sua luta, dias melhores virão, tenha fé, meu irmão,meu amigo, meu camarada na luta dos milênios,rumo à estrada luminosa de nosso pai, que está reinando entre bilhões de galáxias no céu azul repleto de amor, poesia, arte, equilíbrio; Ninguém quer saber de nossas dores.

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Os homens estão preocupados com suas aflições, seu egoísmo...tudo morre, tudo acaba no túmulo do esquecimento.Só o espírito é eterno e irá continuar até as estrelas do céu azul.

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CRIANÇA, LUZ DE UM NOVO AMANHECER

Dorme,criança brasileira teu sono tranqüilo, reparadore vislumbra o novo Brasil, gigante entre gigantes,na construção de uma humanidade fraterna.

Dorme,criança brasileira, o sono renovador de energiase imagina a pátria feliz, onde possa haver sempreoportunidade de progresso material, para infantes de hoje,homens do amanhã!...

Dorme,criança brasileira, feliz, tranqüila e sonhacom o grande Brasil, pede a Deus forças, para quando tu cresceres, poderes ajudar gerações velhas na construção da terra prometida.

Dorme, infante brasileiro, para reparar energias no sono profundo,porque a pátria necessitará de tua inteligência fecunda,de teus braços, para arquitetar novas cidades como Brasília,novas transamazônicas, novas indústrias, novas zonas de produção,para implantar no solo amazônico a majestosa civilização do terceiro milênio, onde a espécie humana sentirá o amor e será base estrutural do mundo fraterno.

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Dorme, criança brasileira, infante de hoje, gigante do amanhã,porque o rei sol surgirá no horizonte da nação querida,dissipando trevas, para que o dia seja bonito, cheio de flores,para que tu possas estudar e praticar, no convívio de teu grupo,a forma social unida dos espíritos superiores do terceiro milênio.

Acorda, pioneiro do futuro; O astro de luz brinca lá fora,no terreiro, a espera de tua santidade, para brincar de cirandae festejar na virgindade de tua alma a alegria da vida.

Acorda,pequeno brasileiro, o sol é convite supremopara a festa da existência, onde no esporte tu irás desenvolverteu corpo em energia pura, para ajudar na liderança do novo Brasil,onde tu, criança brasileira, serás símbolo do novo homem no planeta,concretizando palavras de Jesus... “vinde a mim os pequeninos, porque deles será o reino dos céus”.

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CRISTINA

Teamo, Cristina, e enlouqueço ao pensar em tua celestefigura.

Teamo no espírito, na carne que morre e a terraconsome,em cinzas perdidas.

Te amo, Cristina; Peço-te perdão por ter sido infielatua confiança, ao trair-te com outra companheira;Olhapara meu rosto molhado pelas lágrimas de descrença,colorido pelas luzes, que se refletem no asfalto; Contemplaatristeza envolvendo os olhos meus, que te amam e te adoramtanto.

Teamo, virgem imaculada, que empolga os verdes anosete suplico que venhas para o altar do ser onde serásajardineira, que regará rosas vermelhas no jardimfloridode meu coração de vidro.

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CRÍTICA OBJETIVA

Soneto!... mal de ti falem com impureza,que eu te canto, sempre, com orgulho e beleza,porque nos sonhos de poeta carinhoso,revolto-me, sempre, contra o boçal furioso.

Inspiro-me, hoje, nas fontes da pureza, triunfante cantarei a divina natureza,com calor, rima num canto luxurioso,porque desfruto o suave néctar perfumoso.

Das rosas, jasmins e a beleza brasileira;Creio que, doravante, cantarei as alvoradas,no caminho da meiga vida hospitaleira.

Puríssima, serena vida dos prazeres,agora que descrevo paisagens amadas,satisfeito, embora tenha alguns desprazeres.

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DE VOLTA À PÁTRIA SIDERAL

Quelouco desejo de morrer, de abandonaraterra perdida, na amplidão do cosmo.

Quelouco desejo de morrer, de abandonarestetipo de mundo, que não é pátria de origem de minh’almanamoradia do cosmo errante.

Quelouca vontade de morrer, de ver o espíritolivreda matéria, alçando vôo supremo rumo à casapaterna.

Ah!...que instante de delírio no corpo apodrecido,ondeo ser prisioneiro sente libertação final,parapoder beber em vôos a outros planetasaangelical poesia perdida, que vaga pelo universo.

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Ah!...que louca vontade de morrer, de retornar à casapaternae poder beber na fonte pura do amor enlouquecido, todos os êxtases, que empolgam fibras do íntimo.

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DESAGREGAÇÃO SOCIAL(A INGRATIDÃO DOS FILHOS)

Dizia Augusto dos Anjos, o irmão poetanoutras remotas plagas.Vez ninguém assistiu o formidável enterrode sua última quimera, somente a ingratidão,esta pantera, foi sua companheira inseparável,vamos ascenda seu cigarro, a mão, que afaga, é a mesma, que apedreja!...

Eu, pobre poeta contemporâneo, no vermelho sertãoda carne, lastimo, pergunto por que a desagregaçãosocial? Por que a frigidez do íntimo, da sociedade, da família, dos filhos, que mil vezes apunhalam,dilacerando corações, estraçalhando-os em mil pedaços,na dor, que fere, tortura, na provação cruel, insana.

Por que a ingratidão dos filhos? Por que a dor covardecontra pais, de grisalhos cabelos, que após a guerrada criação fantástica, do sacrifício, da renúncia,pugnando contra intempéries do dia-a-dia da existênciaatribulada, e hoje no entardecer dos anos a facada,que tortura, fere, mata.

Dizia o poeta n’outros natais,vez ninguém assistiu o formidável enterrode sua última quimera, somente a ingratidãoesta pantera, foi sua companheira inseparável.

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Por que o desencontro das almas no resgatedas provações? Por que o desamor e não o amor,por que a indiferença e não o encontro de afeto,de ideais, por que a desavença e não a melodiade gêmeas almas na comunhão da ternura,que entorpece espíritos repletos de êxtasede encontro a Deus.

Filhos do mundo curti vossos pais,enquanto é tempo e estão vivos, próximos de vós,enquanto seus corpos estão quentes,sob vossos olhares; Aproximai-vos deles, beijando-osna face sofrida, cansada pelos atropelos do viver;Dizei a eles... pai, eu te amo tanto,perdoe-me pelos erros do passado, do presente,do futuro.

Filhos do mundo, curti vossos pais;Se forem da idade terceira, curti-os o triplo,porque já sofreram por vós, já rezaram, já suplicaram a Deus, para proteger-vos nos tropeçosda eterna caminhada estelar.

Filhos do mundo, o poeta contemporâneo, não o de ontem, suplica amai vossos pais,enquanto estão pertos de vós,porque depois na laje fria do cemitérioserá tarde demais, para pedir perdão pelo desprezo.

Filhos do mundo amai vossos pais, hoje, agora, sempre,e dizei a eles quão grande é vosso amor.

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Filhos do mundo não vos esqueçais de que amanhãsereis pais, avós e podereis também,ser abandonados, nos asilos, na indiferença,que tortura, fere, mata.

Filhos do mundo dizei a vossos pais,hoje, agora, sempre, quão grande é vosso amor,antes, que seja tarde demais,só restando beijá-los na fria rampa dos campanários.

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DEUS, MORTE E UNIVERSO

Deus,Senhor, é nos momentos de tristeza, que venho humilde,ajoelhado, trazer meu ser cansado nas querelas do globo,para buscar, no exemplo vivo da tua imagem santa, a luz a iluminar a consciência conturbada na cegueira de minha razão impura, no lamaçal do orbe descolorido, sem lógica para o nada.

Jesus,é a dor do coração em mil pedaços, em mil fatias no desespero d’alma, que grande contradição é o nascer.

Jesus,nascemos na terra azul em múltiplas encarnações,para redimir o espírito, vindo não sei de que parte, perdido na amplidão do cosmo; Crescemos, ó Onipotente, em dificuldades diversas, atingindo a maturidade e, à medida que envelhecemos, os problemas se triplicam em tudo,será qual nosso débito no passado de outras eras?... Para sermos obrigados a suportar um planeta tão adverso, onde a humanidade desintegrada na sua base, sem destino certo nas caminhadas aflitas, onde o homem tornou-se na necessidade de sobreviver, o mais feroz dos animais; Por que viver neste mundo, Senhor?... Onde a alegria? A paz? A felicidade? Que não tem mais sentido algum!...É o combate pela vida imperando em todas coisas, por que,ó pai, nesta guerra a espécie humana emprega tão baixos instintos?...

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Amor?...onde tu andas, em que hemisfério tu te encontras?... Tu estás perdido no deserto feroz da existência?... Amor tu perdeste a luta para a hostilidade?... Por que procurando-te em tudo, não consigo ver-te em lugar nenhum?... Vasculhei a multidão e vejo-te desfigurado no sofrimento, na amargura!... Jesus, neste momento que sofro, venho trazer meu íntimo, buscando bálsamo em tua inteligência; Tu disseste um dia: vinde a mim, que sou manso, puro de afeto; E hoje venho, humilde, buscar carinho para o ser febril, enfermo.

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DINÂMICA DA EVOLUÇÃO

Ah!...sonhei tanto na vida; Dos sonhos, fiz campo de guerra,ondelutei, qual leão, na selva onde mil funções ocupavamoespírito, à procura do gênio criativo, transformandooviver em luta, na construção de tudo aquilo que é incomumaomacho na terra.

Oh!...quanto sangue e sofrimento o homem paga de tributo,em buscadaquilo que ama e deseja acima de todos altares.

Ah!...quantas lágrimas o varão perde por ser sobrenatural,diferenteno palco do existir.

Oh!...quanta inveja, ciúme e calúnia o homem genial sofre pugnandopelaexistência, na construção de algo melhor, para o padrão culturaldacivilização humana, no palco da história.

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Ah!...quantas lágrimas vertidas na solidão dos séculos, para o homemgêniodeixar sua evolução em todos os tempos.

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ENCONTRO COM DEUS

Deus,ó Deus, que hoje encontro no entardecer da vida.

Perdoa-mea cegueira de que fui vítima,naprofundidade do espaço tempo, dificultando-me encontrá-loelocalizá-lo dentro de mim mesmo.

Ómeus Deus, retorno a teus braçoscomofilho pródigo, voltando à casa paterna,apóspalmilhar as miseráveis estradas do mundo terreno.

Euvolto puro de coração, Senhor, e tu viverás dentro de mimmesmo,para todo o sempre.

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EPOPÉIA REVOLUCIONÁRIA(Transamazônica)

Meu querido Brasil,Tu és supremo gigante das Américas, herói de todas epopéias,na história do Continente Americano. Meu amado Brasil,o México deu ao mundo os majestosos Astecas. O Peru, os Incas,sábios homens do passado e tu, Brasil, tu deste aos povos de toda a terra azul a suprema paz, símbolo puro de nossa democracia.

MeuBrasil verde, amarelo, azul, tu gigante das Américas,soberano, bravo, altivo, forte, tu, nação de heróico passado, tu pátria querida de futuro, que deixou de ser futuro, para ser presente nas sagradas páginas imortais da humanidade democrática universal; Por que tu pátria amadanão mais futuro e sim presente?... Transamazônica, obra do século, odisséia de bravos guerreiros; Tu, transamazônica, que levanta o Brasil da letargia secular para o salto gigante da riqueza, da prosperidade, da felicidade eterna, divina.

Tu,transamazônica, não és apenas estrada entre mil estradas revolucionárias,tu és muito mais, és vida, és calor, és progresso,és desenvolvimento e acima de tudo integração nacional e Sul-Americana.

Outrora,no berço esplêndido da terra mãe, o irmão Índio filho da terra,testemunho do passado, precursor da transamazônica;Ó índios heróis do passado, vós que cortastes o território de Santa Cruz,

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de norte a sul, de leste a oeste, que na continuação na roda da históriaseria o Brasil, símbolo da paz, da solidariedade.Explode na Europa berço das modernas civilizações o ciclo das navegações;Povos deslocam-se dos lares sacrossantos na suprema-aventura; A conquista de outro mares... és a própria luta pela sobrevivência do homem na terra,és a luta pela vida, és a vida, lutando por existir.

Portugal,ó querido Portugal, pai de nossos filhos, avô de nosso progresso,de nossa paz; Tu vieste de mansinho, conquistando nosso índio,na precursora democracia, sangue de nosso povo, conquistaste nosso solo,levando explosão do progresso a todos recantos; Tu, Portugal querido,enviaste o homem branco, para cortar selvas, rios, florestas, conquistando, catequizando, alargando fronteiras na luta, na paz, no amor .

Transamazônica,tu és continuação do bandeirante na penetração, na unificação do vasto Brasil; Tu, transamazônica, criação de homens sábios,valentes heróis de gerações do futuro; Tu, transamazônica, obra do século,de gerações na luta da sobrevivência, tu trarás progresso,riqueza, unificação a este Brasil gigante de todas epopéias do passado, que se tornou presente na organização universal, teu destino é profético, tuas linhas, teus contornos foram traçados pelo alto, pelo pai que está nos céus;Por Deus, arquiteto supremo do destino dos povos, engenheiro sideral da epopéia nos astros, que bordam o sublime azul das noites brasileiras cheias de amor, luz e paz.

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ESPERANDO-TE NA TARDE

Mariana,como te amo na tua mansidão serena, purae por que, minha querida, fizeste-me sofrer tanto?Esperei muito tempo por tua missiva e ela não veio;Todos os dias, durante a matina, ia olhar no térreo do edifíciose tu chegaste refletida em tua epístola e, qual nada!...Tu não vieste e a melancolia, hóspeda de minh’alma solitária,vinha até meu leito no atroz martírio, na saudade de teus doces beijos; Na seqüência da tarde, voltava novamente à portaria, para ver se tua imagem chegara em um envelope cheio de amor, só para mim e para ninguém mais; Mas, tu não apareceste nem pela noite, nem na tarde sonora no gorjeio da passarada.

ÓDeus, venho, Senhor, neste instante de plena tristeza perante vós, porque ela é para mim como canto de humildadee renúncia no som da natureza, onde meu espírito febril veio buscar, na dor funérea, luz para caminhos do futuroem direção ao Onipotente; N’outro dia retornava ao correio, para ver se tu chegaste na tua cartinha falando de paz,de ternura; Mas, qual nada; Tu não vieste trazer a santa alegria,para meu coração errante, bêbado de ternura por teus lábios,somente por teus lábios.

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EU E O MUNDO

Euvim ao mundo beber a poesia, que murmura solta ao ventoe que corre pelas verdes campinas, como criança travessa.

Euvim à vida dos loucos, para buscar para minh’alma errantea dor do sofrimento, ferramenta a burilar o orgulho, que vive dentro de meu peito e para buscar remédio na cura de todos os males oriundos de outras eras do passado.

Euvim ao mundo, eu vim à vida dos humanos,para sofrer no meio ambiente na contradição da terra, onde meu espírito se evoluirá, para as glórias excelsas do Senhor, nas profundezas do infinito.

Eusou a vida, eu vim ao orbe, para trazer aos pobres do íntimo a lógica da imortalidade de tudo e do nada.

Euvim à vida, para chorar em pranto mudo, buscando na dor,no desespero a luz do futuro; Eu vim ao orbe como emissáriodo infinito, para ver todas as coisas, para sentir todos os males.

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Euvim ao planeta, para combater injustiça, para amar fracos e oprimidos na dor pura de seu canto funéreo.

Euvim à terra para beijar os lábios de todas as mulherese para dizer a elas, que eu sou o amor, néctar sublime,para seus corações à procura do louco delírio, que inflame seus espíritos.

Eusou a natureza, que se manifesta em tudo e que dá harmoniaà existência e às coisas.

Eusou a música, que leva doce bálsamo aos corações aflitos.

Eusou os pássaros, que gorjeiam no despontar da lua no céu em festa.

Eusou energia, eu sou amor, que desceu à terra,para fecundar todas as fêmeas num doce canto de luz e paz.

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FILOSOFIA E SEXO

Quandomeus olhos contemplaram teu corpo divinamente belo,mil desejos de puro sexo absorveram frágeis fibras,constituição,conjuntura daquilo que sou, mantendo o espíritoembriagado, cativo.

Quandomeus olhos contemplaram teu corpo divinamente belo, mildesejos absorveram no poeta a poesia abundante, jorrandodacachoeira de mil quedas, que há em cada molécula de meusangue,formando o todo do gênio superior, que habita o miserávelplanetaterra, escola pré-primária dos homens involuídos do séculoxx,na longa escalada d’alma em direção aos turbilhões de esféricasestrelas,existentes na profundidade das galáxias, que bordam noitesazuisdeste Brasil gigante, futuro centro da República Universaldoterceiro milênio, que amo acima de todos altares.

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FLORESTA

Floresta virginal, secular e esverdeada,tranqüila, sombria, singela, perfumada,com a vitória régia, suave em belezaencantando na tua formosa natureza.

Sublime, brilhante despertar da alvorada,onde voam pássaros em revoadaem teus cânticos sinfônicos de beleza,sob luz repleta de incomparável pureza.

Canta sabiá da minha terra brasileira,no lirismo harmonioso do gorjeio,no seio desta imensa pátria hospitaleira.

Grandiosa floresta, criadora da floridae sinfônica fauna variada do teu seio,de espécies douradas, és rainha desta vida.

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GATINHA VIRGEM

Mulher de carne e leite,dá-me tua boca vermelha e dar-te-ei minha almavirgem, que te espera, ansiosa, no êxtase supremo.

Minha donzela:Áureo de Mello, o amigo poeta oriundo do amazonas, já dizia... Meu amor! meu amor! Teus olhos peregrinos,meigos, ternos, ideais, translúcidos, divinos,na lembrança os terei, como uma confissão.

Dorme a noite... o silêncio espreita o meu lucubro...e bela, a fulgurar na treva, só descubro,a lua... o teu olhar dentro de meu coração.

Diz ainda o poeta maior da amazônia,ó tu, que amas em vão e queres ser amada!Tu vês a tua amada, a adamantina e angélica,e termina afirmando:os áureos sonhos meus como o condor andino.

Tués tão bela, que embora sendo poetados anjos, nas verdes campinas em festa,mesmo assim, fui buscar n’outro poeta inspiraçãocaliente, para dizer-te: te amo, meu inesquecível amor.

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GUERRA TOTAL

Aviões cruzam o espaço na escaladada imbecilidade humana... destruição,morte de crianças, soldados, velhos; Decomposição da razão, da consciência, da sabedoria, da paz, da própria humanidade.

Segunda Guerra Mundial;O General agita continentes, aviões cortam o espaço, navios, submarinos sulcam oceanos azuis, morte, loucura, sofrimento, dor, miséria e onde o beijo dos namorados à sombra frescados laranjais? Por quê a guerra e não o amor? Por quê o demônio e não Jesus?Porquê ódio e não solidariedade?...

Segunda Guerra Mundial;Milhões de mortos, órfãos, desagregação da estrutura social em todo o planeta, pais mortos, crianças abandonadas,fim de um ciclo, vitória do egoísmo sobre o amor;Nações querendo poder na sobrevivência, esmagando, destruindo;É competição do homem, do capitalismo selvagem,é tecnologia aplicada, não no progresso, mas no aniquilamento da raça humana.

Doismil anos de história, de evolução material e o antropóide na luta, na pré-história do social, da felicidade, pobre homem, pobre sociedade.

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HERANÇA DE UM AMOR QUE MORREU

Cristina,amor do passado, que um dia, no entardecer da vida,nasceu como flor na primavera florida do coraçãoem festa, mas que um dia morreu como tudo nasce e morre.

Cristina,linda flor vermelha, que surgiu na terra de sanguee que, numa tarde morena, morreu para todo o sempreno inverno da indiferença, da apatia.

Cristina,linda flor, que, ao nascer perfumosa no jardim do ser em festa, trazia uma mensagem de fée esperança, mas que, ao morrer, levou consigoespinhos e restos mortais de um afeto que nasceu e morreu como tudo morre neste mundo aflito.

Cristina,bela virgem, que nasceu e morreu, lindo anjode brancas asas, que trazia na imagem promessade renovação, na construção de uma existência melhor.

Cristina,tu foste na minha vida de gigante incompreendido uma résteade luz; Tu foste no meu viver de Napoleão, de Marco Aurélio,de Júlio César, tudo e o nada, mas levando dentro d’almamoça um mundo de história e uma triste históriado mundo.

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Tufoste, Cristina, um momento no meu viver, apenas um momento nos braços gélidos da eternidade em negra noite escura.

Tuno passado, tiveste por algum tempo o Deusda poesia em teus braços, tão incompreendidos como os meus.

Tutiveste um gigante humilde, com o coração do tamanho do universo,sem saber valorizá-lo, acreditando que o anjo bom, que um dia existiuna tua vida fosse um bárbaro, sem sentimento, sem humanidade.

Oh!como é triste ter Jesus dentro do peito errante e ser incompreendido atrozmente como Pôncio Pilatos.

ÓDeus, como é funesto plantar flor e colher espinhos,na espera da primavera nos verdes campos.Ó Deus, como é sombrio querer dar ternura, não sendo compreendido; Como é funesto vir ao mundo, para dar êxtase e ser crucificado por uma multidão de cegos, que não enxergam o futurode todas as cousas importantes neste planeta aflito.

Cristina,segue tua vida; Quis um dia dar-te humildade e tu,altiva, prepotente, dizias-me: jamais serei humilde,jamais, jamais.

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Cristina,sabes tu que humildade não é covardia, que ser humilde é sersuperior, é ser grande; Olha para a história do mundo, vê Jesus,Buda, Gandhi, Reis do existir, cuja única arma foi a renúncia;Sente também do outro lado na margem da História, Hitler,o orgulho, a prepotência, que nada edificou, apenas destruiu.

Quebelo contraste não, Cristina? O orgulho e a humildade.Segue tua vida e seguirei a minha, segue teu caminho com tua altivez, soberana e seguirei meu destino de poeta no mundo áspero da vida, tendo como meta a perfeição e o futuro.

Adeus,nossos destinos são paralelos e jamais se cruzarãona eternidade das brancas estrelas do infinito.

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HUMILDADE E BELEZA

Como é bela a humildade, brotando na consciência purado homem, após evolução dos milênios nas múltiplas reencarnações.

Óvirtude, tu és luz descendo do universo de Deus em flocosdeêxtase, integrando energia, que surge no interior do homem.

Comoé belo sentir dentro do ser o surgimento d’uma emoçãodiferentede outras emoções, num sentimento com outras proporçõesdevida, no desejo sincero de melhorar internas estruturas,transformandoo orgulho, através do amor ao próximo, seguindo bem de pertonas pegadas da caridade perfeita.

Como é belo e sublime o amor d’alma pura.

Óque doce êxtase, sentir no calor da fraternidadea integração com o próprio espírito de Jesus Cristo.

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HUMILDADE E POBREZA

Meu irmão,mendigo de pão, como sou mendigodetua poesia.

Tuavida, meu companheiroesfarrapado... é um poema de amor,dedor, amargura, renúncia.

Levantaos olhos tristes,meuirmão mendigo, contempla os olhoscastanhosde poeta, que te cantacombravura, sem temor nos verdes camposdapátria amada.

Meunobre irmão, dono da renúncia do mundoelatifundiário da humi1dade, queJesus deixou, para os homens

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eque somente tu foste capaz de senti-laede amá-la com carinho ilimitado.

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ILUSÃO E VIDA

Oque é a vida?..

Por quenascemos neste mundo aflito?...

Por queviver entre sorrisos e lágrimas?..

Por queviver e depois falecer?...

Por que amar e sofrer o abandono após mil beijos?...

Por queexistem trilhões de estrelas perdidas no tempo espaço?...

Por que existe Deus?...

Por quea ambição, se o preço de tudo é decomposição?...

Por queamar e sentir a morte cruel do amor?...Por quea saudade a ferir em mil golpes mortais o peitoofegante?...

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Por quea morte na laje fria?...

Por quea mulher bonita e a balzaquiana horrível?...Por queexistir? O que é a vida?... Por que viver como palhaço,queo homem é na comédia do universo?...

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INFÂNCIA

Ah!...se eu pudesse, num relance do tempo,retornaràqueles dias tão felizes da infância,quenão voltam mais, no entardecer da vida...

Ócomo é triste e melancólico jamais poderbeberna taça da existência aquele êxtase tão puro,queum dia viveu dentro do meu peito.

Ah!...como é belo, como é sublime voltar os olhos,parao passado e ver-me infante no jardimdaexistência, onde tudo é inocência, amor,carinho, meiguice, fraternidade.

Óse eu pudesse, num relance de tempo, renascernum novo corpo de carne e ser criança eternamente...

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INSPIRAÇÃO

Senhor,mil cores, mil espectros, mil alucinaçõesinvadem meu espírito, aprisionando meus pensamentos,numa gravitação que não compreendo e não quero compreender... Senhor o que será isso?...

Oque é Senhor?... essa força magnética, filha do cosmo, bisneta das estrelas, que tenta possuir meu ser?...

Ah!... Senhor, creio na inspiração momentânea,que é poesia, amor, divindade dos santosa iluminar meus passos na estrada da vida.

Inspiração é luz, música do espaço, é cheiro agreste das floresta, é canto de meus irmãos pássaros, gaivotas, colibris perdidos, ignorados no turbilhão do planeta aflito, mortuário, decomposto.

Senhor,eu te louvo, agradeço pela contradição do mundo refletida em meu peito de moço, fazendo com que eu cante, no poema a música que os pássaros gorjeiam nos arvoredos do jardimem que passo pelas sonoras manhãs após café matinal.

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Senhor,amo esse gorjeio Senhor, essa cor, luz, sensação estranha, que servirá na apuração do íntimo de teu filho, como guia onde encontrareio destino de mim mesmo, de minh’alma conturbada.

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INVEJA E BELEZA

Oh!que inveja tenho do beija-flor pretoavermelhadoque, no supremo vôo gracioso, colhe o perfumedasflores estendidas nos verdes campos.

Oh!que inveja tenho da borboleta pretaavermelhadaque, em múltiplas cores enche o mundo de graçaefelicidade; Oh que inveja tenho do canárioque,no canto sinfônico de seu ser, traz poesiadasverdes paisagens dos campos e das campinasem flor.

Oh!que inveja tenho da gaivota que, livrenosares, singra a amplidão dos mares na harmoniadomagistral vôo perfeito.

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Oh!que inveja tenho de Deus, latifundiáriodasterras universais, perdidas na poeira estelar.

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LÁBIOS E BEIJOS

Ah!...quantas mulheres belas passaram em meus braçosquentes, em delírios, em volúpias de carinho e felicidade.

Ah!...quantos lábios beijei, uns vermelhos, outros róseos, outros sem cores, mas foram lábios e foram quentes e hoje,entre mil lábios, que beijei, os meus lábios estão sós.

Ah!...quantos corpos belos passaram em minhas mãose hoje, ao cair da tarde, meu corpo está só,num louco desejo de amar e ser amado.

Ah!...que ilusão é a vida, depois de termos milhõesde prazeres, se no fim da existência estamos sós.

Ah!...quantas almas vinham à minh’almabeber a poesia que ela continha em onda de suspiroe melodia e hoje minh’alma está seca, sem poesia,sem música, sem amor... ela está só.

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LOUCOS DESEJOS

Loucos desejos, suprema inspiração de se embriagar no puroaromadas verdes campinas em festa, reclinadanosonoro som da ventania desvairada.

Ah!...gostaria de ser gaivota, para voar na amplidão dos ares... que vontade de beber perfumes nas verdes campinas!...

Quesublime desejo de ser borboleta,para,no voar harmonioso, beijar ardentementeapureza de uma rosa vermelha!...

Oh!que vontade de ser éter do universoe,na amplidão dos espaços, transformar-me em poemauniversal.

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LUZ DO CORAÇÃO

Cristina,eu te amo, eu te amo muito; Amo teu sorriso,a expressão de teu olhar, amo esta boca linda, perfeita;Amo estes cabelos negros, caindo nos teus ombros, refletindoar de graça magistral na tarde fria.

Cristina,minha querida, tu partiste para longe, fiquei triste,pensando na luz que teu ser deixou dentro do coração, despertando-me para a vida, para o amor sagrado.

Cristina,eu te amo, eu te amo muito. Tu serás sempre meu único amor.

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LUZ E TREVAS

Espírito,irmão de meu espírito nas jornadas incansáveis deste mundo,que não conseguimos compreender na simplicidade de tudo aquilo que somos e que representamos no teatro cômico da humanidade.

Espírito,irmão de meu espírito, somos atores de um drama cruel,de uma comédia, onde a pobre humanidade é peça teatral da qual somos meros instrumentos na dor do infinito, da fecundação do universo, campo de luta e paz, onde terá que desenvolver sua história de romance e sofrimento, nos planos infinitos da eternidade de Deus.

Espírito,irmão de meu espírito na odisséia das estrelas errantes,tu qual deusa da vida, rainha do mundo, surgiste um diacomo meteoro brilhante nas profundidades de meu viver inquieto,trazendo mil ilusões, mil presentes para o natal do menino pobre, que reside dentro da catedral de meu ser, ornamentado de lírios e rosas vermelhas.

Alma de minh’alma,tu chegaste um dia na primavera da existência em festa, prometendo felicidade, qual anjo do Senhor e tu partiste, também, levando consigo o fogo da felicidade, que ainda existia dentro de mim mesmo; Como chegaste, partiste; Como nasceste, morreste, ó vida, ó universo,

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porque tudo nasce, cresce e morre!... por que não nascer e existir para todo o sempre, para a glória do Senhor, que reina no trono dos céus?...A vida é um drama atroz, não, amor?... quando chegaste um dia tu dizias a mim, tu és luz da minha vida,razão única de meu ser incompreendido; Mas, numa tarde, tu partiste como todas as outras que vieram e logo fugiram, para outro destino, seguindo tua estrada na existência adversa,levando tua cruz, símbolo de tua renúnciana terra mãe.

Sim,fomos felizes por algum tempo, mas eis que surge um verme pobre de homem, de crápula, de canalha com máscara de gente, crente, que tem Deus na boca impura e o diabo no coração, exemplo vivo da inveja, da podridão do ser sem rumo certo e ignorado.

Alémdisso, como bons atores no palco iluminado do planeta,continuamos nosso drama; Tu, quando partiste, para os braços meus vieste acreditando amar outra alma e julgavas que poderias amar-me noutro estilo diferente daquele, que empolga e treme de êxtase o íntimo da gente,num cântico de harmonia, luz e paz; Mas ó doce ilusão passageira,como vento errante, que passa no louco galopar da fantasia;Tu não o esqueceste completamente, porque ele, na falta de aptidãopara luta inglória, se identificou com teus problemase tu viste nele tudo que é contrário aos teus sofrimentos de infância incompreendida e por isto tu julgavas que o amava no sentimento profundo.

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Ó Deus, nosso carma é história como campo de prova na redençãodos espíritos infelizes, que perambulam pela Terra em busca do puro e da perfeição.

Tu,amor, pensavas que o amava, mas tua vida é fuga de tua imagem;Teu viver é medo do verdadeiro êxtase,medo de que eu seja a figura do mal,que numa tarde trouxe amargura a teu ser,infante no palco do orbe triste; Mas ó Deus, não, eu sou o amor,que renasce pela manhã, numa canção de luz e paz, sob o gorjeioda passarada em festa, como hino de glória ao Senhor criador de todas as coisas da existência; Eu sou o amor que traz esperança aos corações aflitos, no teatro cômico do mundo; Eu sou médiumda música universal, traduzida para sons melódicos em palavrasde poesia e canto, instrumento perfeito e divino.

Espírito,irmão de meu espírito, se algum dia tu curares o câncer de tua alma moça em fuga, vem, ó alma formosa, para meus braços, beber na luz santa de meu íntimo errante, o bálsamo para teu coração aflito onde tuserás a mais divina das mulheres; Serás, desde então, o lírio branco, nascendo na primavera de meu peito solitário em suspiros de renúncia e perdão.

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LUZ E VIDA

Eusou luz, que brilha nas trevas, iluminandocaminhos aos perturbados pela cegueira do espírito.

Eusou humildade que baila aos olhos da criançaemflor na infância da existência.

Eusou caridade que habita pobres choupanas,ricasde vibrações amigas.

Eusou luz, que brilha nas noites de veludo azuldouniverso; Eu sou a lágrima que corre nas facesdosaflitos e desesperados.

Eusou perfume, que exala das flores,na primaveraem festa; Eu sou vida e consolo, meu nomeéamor na eterna poesia do mundo.

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MELODIA DO MUNDO

Música,ó doce e divina melodia, que entorpecemeucoração e minh’alma em ondas de luz e êxtase.

Euamo a beleza de tudo aquilo que é puro;Euamo tudo no mundo, o canto dos pássarosapequenez da formiga, a forma infinitadouniverso.

Amoa suavidade da música, que traz sons de energia,parao jardim florido de meu coração, onde há poesiaebeleza, tudo de bom e perfeito,ondeo amor é lógica em todos os fins no santuáriodoser.

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MEU CORPO EM CALDAS NOVAS

Bendito sejas tu, meu corpo putrefato, tu que vieste ao mísero planeta trazer dor de seu funéreo canto.

Bendito sejas tu, meu corpo putrefato, que vieste à existência em festa consumida,amar cachoeira de mil quedas nos pequenos córregos de cristalinas águas.

Bendito sejas tu, meu corpo putrefato, que vieste no circo do viver, observar a luta incessante dos homens, na construção do mundo novo.

Bendito sejas tu, meu corpo putrefato, energia cósmica se decompondo na terra azul,retornando a Deus, no êxtase supremo das galáxias.

Bendito sejas tu, meu corpo putrefato,tu que vieste no delírio sentir o derradeiro gozo das águas quentes de Caldas Novas, penetrando, aquecendo moléculas, invadindo estressados poros, ativando circulação do vermelho sangue, explodindo o coração no adeus verdadeiro no sertão goiano.

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MEU GATO HIPPIE

Meu gatinho hippie, herói anônimo de um mundo de gato gente e de gente-gato; Tu, meu bem amado Patrício, te vi nascer, crescer no universo de guerra, de sociedade de consumo; Te amo, meu gato Patrício, porque no teu instinto,fonte primária de vida, és mais evoluído socialmente,que muitos milhões de gente-gato, que vivem por aí construindobombas, destruindo seres semelhantes; Eu te venero,porque tu és o gato hippie, que dedicas tua vida ao amor,quando, pelas tardes morenas, tu andas por aí a paquerar gatasde tua espécie, dando a elas teu sexo na proliferação de outro gato gente, que não pratica luta sanguinária, mas o amor, somente o amor.

Eu te amo, meu gatinho colorido, incógnito construtor da fauna de gato gente e não de gente gato.

Tunasceste meu gatinho há tão pouco tempo e já és inspiração do poeta, que prefere compor versos para ti do que para as hipócritas gatas humanas, que provocam, vendendo ilusão de seu sexo frágil, passageiro.

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MINHA FAMÍLIA

Minha família, meus irmãos são os planetas,nebulosas, galáxias, que bordam estreladas noites do Brasil no esplendor, na magnitudedo incomensurável, na amplidão do sideral espaço,nas profundezas do infinito.

Minha família,meus irmãos são toda a humanidade, que habita nosso planeta azul formado com milhões de cachoeiras,dando toque de ternura nos caminhos duros desta sideral caminhada, sofrida, que tortura, fere, mata.

Minha família, meus irmãos, são os miseráveis, que habitam favelas imundas na periferia das cidades.

Minha família,meus irmãos são mendigos, excluídos, abandonados, velhinhos em esquecidos abrigos, crianças dos orfanatos, deserdados, abandonados por pais também abandonados na competição do capital egoísta.

Minha família,meus irmãos são pássaros na orquestra das sinfonias,dando toque mágico no espetáculo da criação,da existência nas trilhas do imponderável .

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Minha família,são os excluídos, não amados, estropiados, proletários do magro salário da fome,da escravidão.

Minha família,meus irmãos são prisioneiros de penitenciárias, imundas, criminosos, filhos da criminosa sociedade,estuprados no humano egoísmo.

Minha família,meus irmãos, são frutos da contradição do existir, são todos aqueles que sofrem nos hospitais, presídios, catástrofes;São todos aqueles que, sofrendo, fizeram-me padecer na cumplicidade do viver, no palco do universo tão infinito na pequenez de insignificantes almas, pobres demais.

Minha família,meu pai, minha mãe, meu irmão são astros solitários do céu azul, são nebulosas, galáxias, que dão ternura na imensidão do universo.

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MISTÉRIO E EXISTÊNCIA

Ómundo, que não compreendo nas caminhadasintermináveis deste planeta, palco das provaçõesredentoras do espírito, albatroz dos grandes vôos rumo à pátriasideral, mansão do Onipotente, pai de todas as coisas.

Vidaque não compreendo na essência de tudo aquilo, que o orbe encerra, quatro letras, que encerram a filosofia da eternidade; Quanto sofrimento!Quanta felicidade encontrada no curso da existência,na peregrinação da terra de conflitos entre objetos e fatos!

Noglobo encerra a inversão, unidade de tudo e do nada;Parece que Jesus, ao criar, colocou no meio de tudo a razãoe a lei, que funcionam, governando todos mecanismos. Viver é sofrer, é ser feliz, é sorrir, é chorar em pranto mudo,no hemisfério, no silêncio da paz, do amor... é sentir o universoarrebentar-se em festa em nosso peito altivo e forte; Viver é ser poeta,para absorver nos sons tristes da natureza a imagem de Cristo refletindo em tudo que nos cerca.

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MORTE

Que me importa a morte,se viverei na eternidade de outras vidas,no palco estelar do supremo infinitoa bilhões de anos luz.

Que me importa a morte!...Os vermes famintos devorando a putrefata carnede bilhões de células, de trilhões de átomos, partículas, elétrons, prótons, nêutrons decompostos, desintegrados.

Que me importa a morte,se vim à terra forasteiro, vivendo, sendo feliz,infeliz, beijando intocados lábios de mulheresfecundas no pioneiro sexo.

Que me importa a morte,se vim à existência consumida; Fui pai, talvezimperfeito, mas clonei na fêmea do equivocado sonho,dois seres, que vieram ao planeta resgatarpassado culposo.

Morte!... Que me importa a morte,se minh’alma viverá pós-túmulo, no gravitacionaléter se deslumbrando no supremo magnetismo do espaçosideral.

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Que me importa a morte,com famintos vermes, consumindo meu putrefato corpo,se meu espírito irá desencarnar triunfante,rumo ao infinito, para beber na sinfônica orquestrados astros, a música natural da criação, embriagandomeu ser na ternura d´alma sideral.

Que me importa a morte,se sou eterno, filho de Deus, bisnetoda perdida sinfonia, oriunda do solitário orvalhodas esquecidas estrelas na gravitação fantásticado universo.

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MORTE E VIDA

Quandoeu morrer, não chorem por mim todos aqueles que não souberam amar-me em vida.

Quandoeu morrer, permita Deus que meu corpo seja exposto em céu aberto, no gozo do perfume dos verdes campos deste Brasil, que amo acima de todos altares.

Quandoeu morrer, não chorem por mim todos aqueles,que em vida não souberam beber na fonte purade meus versos o consolo para seus males.

Quandoeu morrer, permita Deus que as células de minha carne possam se desintegrar em átomos e que os átomos se desintegrem em ondas de energia e luz.

Quandoeu morrer, permita Deus que os pássaros no canto fúnebrede sua sinfônica melodia, venham até meu leito derradeirodespedirem se do poeta no mais lindo concerto orquestral,de seu canto belo e puro.

Quandoeu morrer, permita Deus que os lábios vermelhosda mulher amada venham outra vez trazer o calor da despedida

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e que ela possa, num gesto de amor supremo, beijar-me com seus lábios ainda quentes.

Quandoeu morrer, permita Deus que meu espírito se embriague na doce melodia fúnebre de Chopin ou no gorjeio triste da passarada.

Quandoeu morrer, permita Deus que eu seja para os que ficam no mundo dos vivos o mesmo homem e que não arranjem falsas virtudes, para o pecador que fui outrora na vida.

Quandoeu morrer, permita Deus que um cortejo de arapongasentoe ao derredor de meu túmulo solitário a dor de seu canto.

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MULHER

Teamo, mulher, e enlouqueço ao pensar em tua celeste figura.

Te amo no espírito, na carne que morre, e a terra consomeem cinzas perdidas.

Teamo, mulher, peço-te perdão por ter sido infielatua confiança, ao trair-te com outra companheira;Olha,para meu rosto molhado pelas lágrimas de descrençaecolorido pelas luzes que se refletem no asfalto, contemplaatristeza envolvendo os olhos meus, que te amam e te adoramtanto.

Teamo, virgem imaculada, que empolgam os verdes anosete suplico que venhas para o altar do ser onde serás ajardineira, que regarás rosas vermelhas no jardimfloridode meu coração de vidro.

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MULHER DE CABELOS LOUROS

Eute amo, mulher de quadris largos e espáduas longas, na eternidade de mim mesmo.E vejo-a, sempre, no perpetuar do dia, vestida de minissaia,trajada de vestido amarelo, descendo pela passarela da avenidarecanto e moradia de minhas esperanças imorredouras.

Tu,mulher de quadris largos e espáduas longas,por que me atormentas com teu corpo de carne branca como neve esculpida na supremacia do belo?...

Seie compreendo teu convencimento,que empolga teus olhos verdes e sofro com isso, meu amor.

Massou feliz, porque o martírio que tu me causas é transitório e um dia, no futuro, tu, fêmea de cabelos louros, virá amar-me,envolvida pela graça da simpatia, do êxtase sincero e, neste dia, tu serás a santa imortal, o anjo bom de brancas asas, que adorareide joelhos no altar de meu coração, catedral de meus sentimentos, relíquia de meu espírito.

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MULHER E SOLIDÃO

Mulherquando tu estiveres em teu quarto de dormire a ilusão da existência não habitarmais a tela de teu pensamento e a emoção não invadirteu coração, não chores, abra a janela,e deixe o sol penetrar na tua intimidade reale ele inundará tua vida com o frenético calorda divina felicidade eterna.

Mulherquando tu sentires bela, altaneira, pioneira,seja humilde, para que o amor resida no teu íntimo,e que teu homem possa amá-la, qual santa no altar do coração,dando-te o paraíso na própria terra e no lar perfeito.

Mulherquando tu estiveres em teu quarto de dormire a solidão for tua companheira, olha para teu ventre,sinta-se como deusa, porque tua carne é o receptáculoda própria vida; Obras a janela, veja-te refletidano céu estrelado onde Deus é supremo e te esperana eternidade do universo estelar.

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MUNDO CÃO

Mundocão: cão da vida é o homem prisioneiroda existência na luta da sobrevivência.

Mundocão: cão da vida é o homem escravo de tudo e de todos, cativo de si mesmo na obscuridade, no trampolim do sepulcro.

Mundocão: cão da vida é o homem prisioneiroda sociedade na evolução histórica das gerações obscuras.

Mundocão: onde o homem crê ser príncipe das cousas,de seu destino superior, onde nada mais é senão a cadeia de laços inferiores, que o prende à escravidão.

Mundo cão: onde a fêmea, na fingida fraqueza física e em lágrimas falsas, domina o pobre macho,príncipe do nada e súdito da rainha mulher, que somente nas glândulas da ilusão de seu sexo (que ela mesmasabe que é impuro e sem valor superior), escraviza, na razão inferior das coisas, o homem, centro gravitacionaldo universo humano.

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MUNDO HIPÓCRITA

Quehipocrisia é a vida no laboratório humano da terra!

Quemundo repleto de hipocrisia, de gente falsa, podre, doente, contaminando a todos aqueles que têm consciência pura no lamaçal do viver!

Quehipocrisia é a vida no laboratório humano da terra! Quemundo complexo, onde o mal predomina sempre, nos caminhos da vida, em todas verticais e horizontais em que haja o homem!

Quepura hipocrisia é a existência onde a podridãoe o mal corromperam todos os caminhos e murcharam todas as flores da existência!

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MÚSICA CELESTE

Turbilhõesde sentimentos invadem meu espírito, vindos não seideque mundo ou de que planeta perdido na poeira cósmica.

Vibrações magnéticas, em ondas espirais, oriundas do espaço tempo,atravésdas ondulações produzidas pela desintegração do átomo,vertidas em éter, substância universal, invadem loucamentemeupeito, em formação de poesia, envolvida na mais sublime dasmúsicas.

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NASCIMENTO DO AMOR

DoceMariana, que vieste um dia trazer som de melodia,para meu coração na primavera da vida.

Ó bela criatura, tu com teus olhos verdes como ondasdo mar brasileiro... vieste trazer afeto a meu espírito já descrente da loucura no êxtase do amor.

Nossaafeição nasceu na simplicidade da própria naturezaem festa consumida; Eu te vi no momento primeiro e desde então senti no peito, que te amava como nunca amei mulher alguma; Tu foste última esperança de carinho na eternidade do viver.

Ó querida, tu chegaste de mansinho no meu íntimo, para nunca mais sair e nele viver para todo o sempre.

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NASCIMENTO E RESSURREIÇÃO

Filho,no instante em que este poema borbulha no espírito de teu pai, tu vives etapa última de fecundação dentro de tua mãe, que te espera com lágrimas de alegria nos olhos, já descoloridos no sofrimento do mundo.

Tuterminas, filho meu, o ciclo de nove meses onde teus olhos na vez primeira sentirão presença da luz solar.

Que te espera na terra, filho meu?... será a felicidade?...o amor?... a provação?... Qual tua missão no planeta?...será o sofrimento ou tua contribuição no desenvolvimentoda humanidade?...

Tua mãe e teu pai te esperam com braços estendidos, como a noite espera o dia, como a natureza esperando a primavera.

Suplicamosa Deus, filho pioneiro, que tu sejas inteligentee que sejas construtivo no amor, na cultura, no trabalho, contribuindo no progresso humano e que tu sejas luz brilhante, iluminando nossos corações, para fraternidade maior daqueles que te fecundaram a luz da vida.

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NEUZA TEU NOME É TERNURA

Mulher...teu nome é ternura de Mona Lisa rediviva,poema de carne e osso, que caminhas nas tardes brasileiras,na árdua luta da reconstrução social, nesta nação dilaceradapelos abutres, corruptos, vermes do imperialismo de Bushe outras aves de rapina na sangrenta história colonialdo Brasil.

Mulher...teu meigo sorriso encantado na agregação cidadã,na Rua da Alegria, na Santa Mônica, levando felicidadea infantes carentes, provocados pela criminosa injustiçados homens, oriunda da podridão dos abutres de todas as eras.

Teusorriso, ah teu mágico sorrisocomo o sol dissipando trevas na noite escura,refletindo em todos os seres o amor sereno,puro, angélico.

Mulher...ternura, meiga, guerreira, sangue quente,na gigantesca luta da sobrevivência humana,pugnando bravamente na construção do existir,na Revista Perfil Médico, criando, transformando,agregando diversidades do ser humano,na meta magistral da existência em festa.

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Mulher...de carne e osso, poema que contagia, encanta nos gestosde compreensão, de carinho com os desvalidos da sorteno viver diário, no caminho de todos os caminhos,na luta de todas as lutas, secando lágrimas incoloresno rosto dos infortunados, dos não amados,vítimas da pecadora sociedade na exclusão social.

Mulher...teu nome é ternura de Mona Lisa rediviva,comovendo, encantando todos os espíritos na terra azulde mil cachoeiras, perdidas nos verdes valesnas terras mineiras em noite estrelada.

Mulher...ternura, meiga, guerreira, sangue quente,caminhando tranqüila, serena entre verdes pinheiros,na sinfônica e mágica floresta do Parque Sabiá,no teu bairro, próximo a Rua da Alegria, que construístepara crianças carentes do material, sobretudo do amor,que tu, só tu sabes agregar através do sorriso ternura,de Mona Lisa rediviva em Uberlândia, terra do amor, da luz,do sol.

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NOSTALGIA

Por que,nostalgia, tu me fazes sofrer?por que tu me trazes tristeza, cores funestasparameus olhos?...

Por quenostalgia, solidão, se a tarde é tão belaepássaros gorjeiam sinfonia do amor?...

Ah!...já sei: a tristeza é a irmã gêmea da belezaetu, ó nostalgia, és a própria poesia,queo mundo encerra.

Setu és poesia sublime, vem-se apossar da minh’almaemgritos de alegria e êxtase.

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FOTOS HISTÓRICAS DE UBERLÂNDIA

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Antiga locomotiva movida a lenha e vapor, estacionada na antiga cidade de Uberabinha, que deu origem a moderna Uberlândia de hoje com mais de 700.000 habitantes. A locomotiva partia de Campinas, SP com parada final em Araguari, MG; De Araguari seguia para Goiás em outra composição. No local da estação da Mogiana (Uberabinha), existe hoje o Terminal Central de ônibus urbano. (Década de 30)Foto de Ângelo Naghettini / Osvaldo Naghettini (Arquivo Público de Uberlândia)

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Antigo Forum de Uberlandia.Foto de Ângelo Naghettini / Osvaldo Naghettini (Arquivo Público de Uberlândia)

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Teatro São Pedro inaugurado em 1909.Foto de Ângelo Naghettini / Osvaldo Naghettini (Arquivo Público de Uberlândia)

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Estação da Mogiana (Década de 30).Foto de Ângelo Naghettini / Osvaldo Naghettini (Arquivo Público de Uberlândia)

Av. João Pinheiro (Década de 50).Foto de Ângelo Naghettini / Osvaldo Naghettini (Arquivo Público de Uberlândia)

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Av. Afonso Pena (Década de 50).Foto de Ângelo Naghettini / Osvaldo Naghettini (Arquivo Público de Uberlândia)

Av. João Pinheiro esquina da Rua Machado de Assis (Década de 50).Foto de Ângelo Naghettini / Osvaldo Naghettini (Arquivo Público de Uberlândia)

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Av. Afonso Pena com Rua Santos Dumont (Década de 50). Foto de Ângelo Naghettini / Osvaldo Naghettini (Arquivo Público de Uberlândia)

Trecho da Av. Floriano Peixoto em frente a Praça da República.Foto de Ângelo Naghettini / Osvaldo Naghettini (Arquivo Público de Uberlândia)

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Vista da cidade (Década de 50).Foto de Ângelo Naghettini / Osvaldo Naghettini (Arquivo Público de Uberlândia)

Av. Afonso Pena entre Rua Goiás e Santos Dumont.Foto de Ângelo Naghettini / Osvaldo Naghettini (Arquivo Público de Uberlândia)

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Trecho Av. João Pinheiro (Década de 50).Foto de Ângelo Naghettini / Osvaldo Naghettini (Arquivo Público de Uberlândia)

Av. Afonso Pena esquina com Rua Goiás (Década de 50).Foto de Ângelo Naghettini / Osvaldo Naghettini (Arquivo Público de Uberlândia)

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Av. João Pessoa esquina com Av. João Pinheiro (Década de 50).(No local deste antigo prédio, existe hoje o Mini-Shopping OK, que pertence ao empresário brasiliense Luis Estevão).

Foto de Ângelo Naghettini / Osvaldo Naghettini (Arquivo Público de Uberlândia)

Av. Afonso Pena esquina com Rua Duque de Caxias.Foto de Ângelo Naghettini / Osvaldo Naghettini (Arquivo Público de Uberlândia)

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Igreja Nossa Senhora do Rosário (Distrito de Miraporanga)Foto de Ângelo Naghettini / Osvaldo Naghettini (Arquivo Público de Uberlândia)

Av. Afonso Pena esquina com Rua Duque de Caxias (Década de 50).Foto de Ângelo Naghettini / Osvaldo Naghettini (Arquivo Público de Uberlândia)

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Vista da cidade - 1º plano Estação da Mogiana. (Década de 50).Foto de Ângelo Naghettini / Osvaldo Naghettini (Arquivo Público de Uberlândia)

Vista da Cidade (Década de 50).Foto de Ângelo Naghettini / Osvaldo Naghettini (Arquivo Público de Uberlândia)

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Vista da cidade (Década de 50).Foto de Ângelo Naghettini / Osvaldo Naghettini (Arquivo Público de Uberlândia)

Capela do Rosário de Miraporanga (Foto do ano de 2009).Foto de Ângelo Naghettini / Osvaldo Naghettini (Arquivo Público de Uberlândia)

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FOTOS E DOCUMENTOS DO POETASIOMAR RODRIGUES DE SOUSA

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O autor em 1966 com apenas 26 anos de idade, foi fundador em Uberlândia, MG, do partido político MDB, atual PMDB e líder da oposição no Triângulo Mineiro ao regime militar do General Humberto Castelo Branco e candidato a Deputado Estadual mais novo do Brasil; Neste ano foi o responsável pelo lançamento de Lourival Rodrigues de Sousa a Prefeito Municipal de Uberlândia, MG, sendo o mais jovem candidato a Prefeito na história de Uberlândia, Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba.

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O poeta Siomar Rodrigues de Sousa, entrega em 1972 “A COMENDA CASTRO ALVES” da Academia de Letras do Brasil Central ao Prefeito Municipal de Uberlândia Virgílio Galassi.

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Em 1976 em Uberlândia, MG, o poeta Siomar Rodrigues de Sousa (o primeiro a esquerda), recebe do Presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira, ofício aceitando convite, para ingressar na Academia de Letras do Brasil Central.

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Busto na Praça Tubal Vilela em Uberlândia, MG, do escritor e Presidente do Brasil Juscelino Kubistchek; A foto se encontra ao lado de outros documentos do poeta Siomar Rodrigues de Sousa no “MEMORIAL JK”, ao lado do túmulo do Estadista maior das Américas.

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O Presidente fundador da Academia de Letras do Brasil Central (a direita) no recinto do fórum de Uberlândia no momento em que deu posse em Sessão Solene, ao escritor Cel. PM - Alcino Lagares Côrtes Costa, como membro efetivo na entidade. No ano de 1992, houve a posse do Acadêmico Ten. Cel. Carlos Alberto Sant`ana Pedroso e do escritor, hoje Major-PM-Gilberto Protásio.

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Em 1971 o autor embarca na capital do Paraguai em avião da Lan Chile com destino a Antofagasta no deserto de Atacama no norte do Chile na América do Sul.

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Ofício do Presidente Juscelino Kubitscheck de Oliveira, para o poeta e historiador Siomar Rodrigues de Sousa, tecendo apreciação sobre os livros do escritor e demonstrando a importância da cultura no interior do Brasil.

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Foto do autor com o Presidente Juscelino Kubistcheck de Oliveira e alguns documentos expostos no Memorial JK em Brasília, DF.

O autor (ao centro) recebendo a “COMENDA AUGUSTO CÉSAR”, a mais expressiva honraria na cidade de Uberlândia, MG. A esquerda o Vereador Joaquim Victor e a direita o advogado Dr. Marco Aurélio Masini de Sousa.

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O escritor e Governador do Distrito Federal José Roberto Arruda, no dia do lançamento do seu livro sobre a vida e obra do cineasta baiano Glauber Rocha. Neste momento assinou o requerimento aceitando o convite, para ingressar na Academia de Letras do Brasil Central.

O autor ao lado do acadêmico Aécio Neves no ano de 2007, no momento em que aceitou o convite, para ingressar na Academia de Letras do Brasil Central, com sede em Uberlândia, MG. Seu avô o Presidente Tancredo Neves foi membro da entidade.

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A esquerda o poeta Siomar Rodrigues de Sousa ao lado do Dr. Edson Garcia Nunes, fundador da TV Triângulo, hoje TV Integração (1986).

A direita o autor em outubro de 2008, no momento em que deu posse ao acadêmico Jirair Aran Megueriam, como membro efetivo da Academia de Letras do Brasil Central, com sede em Uberlândia, MG.

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Sidney Rodrigues de Sousa, pai do autor (1920)

O autor ao lado dos filhos; A esquerda Marco Aurélio Masini de Sousa e a direita Alexandre Magno Masini de Sousa (1977).

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O autor em 1972 presidindo a Sessão Solene de posse de vários escritores na Academia de Letras. Ao fundo da esquerda para a direita o Prefeito Municipal Virgílio Galassi, o Ministro Homero Santos e o Diretor do Forum de Uberlandia, MG.

O poeta Siomar Rodrigues de Sousa e o escritor Chico Anísio, durante encontro nacional em Brasília, DF.

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A direita o autor ao lado do Ministro Homero Santos no recinto da Câmara Municipal de Uberlândia, MG (1986).

O autor a esquerda ao lado do escritor Plínio Salgado, líder político brasileiro, fundador do Partido Integralista (1972).

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O autor em 1996 na cidade de Ituiutaba, MG, presidindo a Sessão Solene, na instalação da Academia de Letras, Artes e Música de Ituiutaba, onde foi o fundador da entidade.

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O CUSTO DA SOBREVIVÊNCIA

Quantocusta caro a sobrevivência na terradoespírito, em vias de resgate no teatrocósmicodas alma humanas.

Oh!quantas lágrimas, quantos sofrimentosem mil guerras, crimes, calúnias, invejas!...Oh!quanto o homem deixa na sua breve passagemnasestradas espinhosas da vida!...

Quantotributo o macho paga na terra para sobreviver!...Quantosbilhões de lágrimas vertidas e quantos trilhõesdemoedas esparsas!...

Oh!quanto sacrifício para viver, sendoque na somatória de tudo, no balanço final,só

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nos resta como herança, como prêmio, um túmulonalaje escura e fria.

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O FILHO PRÓDIGO VOLTANDO PARA DEUS

Háem mim, Senhor, um coração que não pensa,uma alma que sente e murmura com vibrações da natureza,nas mil contradições, que a terra mãe encerra.

Háem mim, Senhor, a bondade do santo e maldade do demônio;Existe, no meu peito febril, a humildade do cordeiro e a energiado leão, na luta de sobrevivência dos átomos e moléculas de mim mesmo.

Háem mim, Jesus, a pureza da criança e a perversidadedo homem bicho, antropóide na evolução secular do tempoe do espaço ilimitado.

Háem mim, Cristo, o ideal supremo de criar, multiplicandoo bem e desejo incontido de destruir! Há em mim, Senhor,o amor e o ódio, a limpidez e a impureza. Há em mim, Redentor,o incomum afeto pela donzela e ao mesmo tempo o desdémpela fragilidade de sua conduta. Ah! Onipotente, como a moral,é tão frágil nas mulheres! Por que elas são tudo e o nada?Por que são deusas da virgindade e do carinho? E por que vive nelasa hipocrisia? como tudo é hipócrita neste mundo adverso.

Seguindo,ó criador, nas estradas poeirentas deste planeta primitivo,caminhando sempre perante os empecilhos, que encontramos alheio a nossa vontade fraca de não mais querer viver.

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Andando sempre na chuva, que molha tranqüilamente os cabelos revoltos na luta do globo, viajando pelos desertos da atividade, mirando astros mansos no céu azul em noite dourada, percorrendo a solidão da cidade onde o homem animal acuado como fera entre feras, pelejando, para continuar a viver e vivendo, para mais tarde, morrer, como tudo deixa de existir na comédia da existência.

Háem mim onipotente admiração por tudo aquilo,que criaste e há em mim também o desprezo por tudo aquilo,que vejo contaminando a substância e beleza de todas as coisas.

Há em mim admiração pelos santos, que constroem a paze indiferença pelos crápulas, que corrompem a razãoe os ensinamentos de Cristo, que faleceu, para exemplificar à comunidade a forma correta de se conduzir e de seguir, para o eterno sideral!

Háem mim, Jesus a contemplação pelas leis, que regem o concertomusical dos astros; Há em mim, pobre ser cansado nas querelas do existir, o entusiasmo por tudo aquilo, que brota e envelhece e a suprema desgraça de sentir, que tudo se extingue após nascer dando lugar a contínua transformação de tudo e do nada;Por que nascer? Por que vegetar e morrer, para transformar?Caminhando pelas montanhas e pelas serras verdes dos picos altos, querendo ser Deus, para alcançar a grandeza de todas as coisas, que não compreendo no meu cérebro incompreendido.

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Háem mim, Senhor, a fantástica vontade de não mais querer viver,é o coração a gritar dentro do corpo, é o anseio de voltar, para a casa paterna, é o ser, que revolta na carne, desejando as estrelas,o infinito; É o filho, que sofreu nas jornadas do ignoto, que aprendeu amar a Cristo e que retorna ao lar despido do orgulho, que entorpecia o íntimo, que vegetando pelos caminhos afora perdeu nas ruas, nas sarjetas a vaidade. É o novo homem diplomado pela Universidade da vida,ó Senhor, perdoa-me por ter pecado contra leis de Moisés, nos milênios das encarnações do orbe, onde meu próprio ser tentou cumprir missões, que o destino confiou.

Caminhandopelo universo, sigo humilde com o espírito cabisbaixo de vergonha, de ser minúsculo diante da grandeza de tudo, que foi criado e da pequeninês de minh’alma errante.

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O HOMEM DE PEQUIM

Amo-te,meu irmão antropóide das cavernas,tu que, na alvorada dos séculos e séculos,foste precursor da consciência humana na históricaevolução dos tempos milenários, despertando no instintodo animal, que tu foste a suprema inteligênciado homem no perpetuar dos tempos.

Amo-te,meu irmão troglodita de Pequim.

Amo-te,ó troglodita antropóide de todas as erase de todos instintos do passado, na negra noite dos milênios, na ascensão histórica da raça humana.

Tufoste, meu irmão troglodita do passado,o princípio de tudo no limiar da existência; Tu serás o fim relativo de tudo na catástrofe das civilizações e serás tudo, após a tempestade dos grupos humanos, onde teu instinto purificado na mais santa das consciências, elevará o padrão cultural do antropóide do século xx, para o amor universal.

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O HOMEM E A MULHER

Delonge contemplo teu vulto, que chegou a mim atravésdo éter tempo espaço...

Tu, solitária, observavas vários ângulos do ambiente à procurade algo em que teus olhos se prendessem e eu, poeta de sonhosilimitados, gostaria que tu estivesse próxima a mim e que o delírio do sexo unisse nossas solidões, nossos corpos acumulados de energia sônica.

Desejariaver-te em meu leito, para beijar-te os seios de bicos rosados e dizer-te tu és a mais bela de todas fêmeas,que tiveram a grande ventura de deitar teu corpo macioao lado do poeta de bilhões de sonhos inacabadose profundamente sexuais.

Se tu pudesse, mulher de muitos amores, estares junto a mimneste instante, tua carne e a minha renderiam a natureza mãeo mais expressivo quadro, que a vida pode oferecer;O homem e a mulher reproduzindo a criação!...

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O HOMEM E A VIDA

Ah!...quanta luta pela sobrevivência da vida!...

Ohomem lutaohomem sofreohomem amaohomem venceohomem é vencido.

Oh!...quanta vida na vida do homemequanta morte na vida do homem!...

Oh!...que mil contradições na guerra do macho,quefaz guerra para viver e não sabe por que vive!...

Ah!...quanta luta pela sobrevivência da existência!...

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Ohomem sofreohomem viveohomem amaohomem vence e não sabe por que vence e por que vive.

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O HOMEM E O GIGANTE

Ah!...sei que um dia morrerei, serei esquecido,que meu corpo putrefato será decompostoem rico pó de átomos, que após desintegrados,serão convertidos em éter que iluminará o espaço tempo em ondas de energia.

Ah!...sei que um dia morrerei, serei esquecido e que meu espírito, liberto do corpo, alçará o vôo majestoso no infinito, rumo ao orbe maior nas profundezas do universo estrelado.

Ah!...sei que um dia morrerei, serei esquecido,que minha matéria será enterrada na laje fria,mas minha suprema glória será a de ter passadopela vida, não em brancas nuvens, mas após ter deixadona terra a marca heróica de um magistral poema,imagem do supremo pensamento do varão sobre a Terra.

Ah!...como é belo, fantástico o homem passar pela vidae deixar gravada na luta histórica dos povos a contribuiçãode sua alma na construção do globo terráqueo.

Ah!...como é glorioso ser gigante diante da posteridade e deixar assinalada na tábua da história humanaa perfeição do coração materializado na forma de um poemade amor.

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O HOMEM E O MUNDO

Ah!...Senhor Deus, senhor do infinito, que mundo estranho,que estranho mundo este em que bilhões de homens nascem, morrem como plantas, como o nada, multiplicado à potência suprema do absoluto nada.

Ah!...Senhor Deus, Senhor do infinito, porque o espírito,nasce, cresce, se multiplica e decompõe;Porque o macho cria; porque se destrói;Porque o varão trabalha, sofre, é feliz; Porque sorri, e é cruel, por que existir, se o destino de todos é a morte? Porque o corpo suprema obra de Deus,ó pai, se o final de tudo é decomposição, é morte, o nada.

Ah!... Senhor Deus, dai-me teu amor eu te suplico tuas asas, para voar, e correr loucamente, para o infinito das estrelasem noite enluarada.

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O IRMÃO POBRE

Eu te amo, mendigo, meu irmão, que na pobreza santa és a própria poesiado mundo na adversidade da existência, dilacerando a pobrecarnede teu pequeno corpo, sofrendo indiferença de todosaqueles,que não compreendem tua miséria, que no sentido das contradições é música, poesia, amor.

Tuamado irmão, és vida no termo exato da palavra, és fontedetoda filosofia, és estrutura de revolução, és a própriamisériada sociedade refletida, és câncer, chaga dos homens,que crucificaram tua carne em farrapos de dor.

Tumeu irmão, és tudo, és poesia, és melodia, és o própriosofrimento,és justiça crucificada.

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O LÍRIO

Cristina,pálida donzela de olhos preguiçosos,que à tarde encontro pela rua onde passo,fitando-me com os grandes olhos azuis, sonhadores,qual santa, etérea fugidia do paraíso distante.

Cristina,pálida donzela de olhos preguiçosos,o que pensas?... 0 que sonhas?...ah, já sei; Pensas em teu encantado príncipee sonhas com teus amores, teus amores de fada.

Cristina,que à tarde encontro pela rua onde passo,trazendo na imagem a virgindade pura dos jovens anos;No sorriso, o mavioso canto dos passarinhos errantese nos lábios róseos, o sonho das mil e uma noites.

Cristina,pálida donzela de olhos preguiçosos,que à tarde encontro pela rua onde passo,quando volto das brancas praias de Icaraí,por que me fitas assim, que queres, que pedes?que suplicas?Ah, já sei! o teu olhar traduziu-me em nota compassivao que queres, o que pedes, o que suplicas!

Cristina,descobri o teu segredo, enfim tudo aquilo que suplicas

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em teu olhar!... Tu queres uma poesia, um poema de amor,para tuas noites de insônia... vem, então, apanhá-lo,guarda-o, é teu; Eu o fiz para teus cabelos revoltos.

Cristina,ó pálida donzela de cabelos ruivos,que à tarde encontro pela rua onde passo, ouve agora meu segredo, o meu segredo de poeta,não posso, não consigo.

Já vaguei pelo céu qual pássaro errante, pelo oceano,qual nau perdida, pelos píncaros do Himalaia,pelas terras da França, pelo desertos do Saara;Já supliquei, já implorei à deusa dos meus pobrescantos e não consigo esculpir um poema, que traduza o reflexoda formosa imagem tua. Na verdade não sou poeta,não sei poetar cousa alguma, porque aquele que modelarem palavras a virgindade dos anos teus, será o maiordos poetas, o melhor dos filósofos.

Cristina,ó pálida donzela de olhos preguiçosos,que à tarde encontro pela rua onde passo;Não sou poeta, não sei poetar cousa alguma,mas mesmo sendo assim, vou dar-te um sábio conselho,que vale por mil poemas de amor,olha para teus olhos, para teu coração,olha para tua alma, olha para teu ser,olha enfim, ó santa donzela, para o espelhoe verás o mais belo dos poemas de amor.

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O MENDIGO

Trovão,trovão, raios, coriscos, trovoada, céu nublado, dia inquieto,vento frio, vento louco, que faz tremer o casebre de barroe o rancho de pau a pique.

Lá fora, chove a cântaros;A enxurrada vermelha corre pela ruaindo levar à criança brasileira,que brinca de barco a doçura de ser jovem,a ambição de ser almirante e a tristeza ao mendigo,que passa molhando pés frios, pés doentes,pés cansados à procura do certo e do ignoto,pés ensangüentados, que sofrem nas árduas caminhadas das longes terras; À procura do grão de comida,que sacie a fome milenar, do alimentoque sustém a alma triste e acabrunhada,que sofre, padece, chora e murmurae que vaga pelas tardes morenas de meu Brasilincompreendido, em busca da compreensão do Deus cósmico,do Deus, que diz porque vive n’agonia ardente,enquanto outros somente outros são felizes.

Mendigo, ó mendigo, ó alma astral,tu, que me fazes sofrer nas noites de meteoros vagabundos, nas noites compridas de insônia, nas noites de fulgor de estrelas, ambicionando-me querer ter força cósmica,para libertar-te do sub-mundo, que atormenta lírica alma tua.

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Ó mendigo,ó filho divino do tempo e do espaço,noivo ultrajado das noites estreladas,esposo desgraçado da dor do infinito,bisneto esquecido dos deuses antigos,ó plebeu errante de feições rudes e olhar inquieto, que se arrasta na enxurrada contorcido pela miséria alheia,levando nas encurvadas costas a tara da sociedade pecadora,e, nas feições rústicas, o preço da desgraça dos longos anos.

Levanta-te,pobre irmão! Coragem, ergue-te, caminha, olha, que a vida é bela e que o futuro encerra, surpresas e segredos mil de esperanças belas.

Ergue-te para o futuro, ergue-te para a luta das forças contrárias,embainha, qual GANDHI, redentor dos fracos e dos oprimidos, a espada da lógica e da razão, a espada dos justos e dos simples,que nos teus olhos encerra.

Levanta-te,plebeu de outrora; Ergue-te, homem do passado,deixa, que a enxurrada carregue o apetrecho de ex-mendigo, que leve o pecado da comunidade cruel,e a recordação da sub-sociedade, deixa a infelicidade,porque tu és a presente glória,porque tu és o anjo da redenção humana,porque já se ouve o tropel do pobre, que Deus colocou no mundo,para redimir o humilde e para construir base histórica nos tempos siderais.

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Levanta-te,ergue-te, caminha, mendigo de passadas eras;Olha que surge no poente o sol do porvir e da justiça, prevendo o futuro que desponta no tempo e no espaço;Ergue-te, poeta da humildade, poeta da desgraça e do sofrimento, porque tu és qual Jesus, herói da nova caminhada redentora,d’uma nova humanidade harmônica e feliz.

Levanta-te,ergue-te, poeta da humildade,limpa a lama de teu rosto rústico,enxuga a lágrima que corre pela tua ossuda face,troca o passado por esperanças d’uma nova era,que já galopa, qual corcel, pelo vale da pátria brasileira e pelos verdes campos do Brasil sem fim,anunciando, qual arcanjo de clarim e revoada tremenda,a previsão da nova época, a época do humilde e do justo;Troca tua lágrima pela metralha da futura lógicae serve-te dela na defesa da razão e da verdade,porque mais vale a justiça do humilde,que mil leis do bacharel do exibicionismo cruel.

Levanta-te,ergue-te, homem espoliado da humanidade infeliz, sofredora, descrente e desnutrida, que tem no estômago o micróbio, a chaga e o tumor maligno da injustiça cruel e insana.

Levanta-te,ergue-te, poeta da humildade, poeta da desgraça e do sofrimento,parte para a perfeição de meu Brasil, de meu Brasil Brasileiro,

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tal qual Ari Barroso em líricos versos cantou,porque há no solo gentil do universo o hospital de sofredores,que vagam qual vampiros da fome crônica e secular.

Tu,ó mendigo, tu que, cabisbaixo, caminhas nas tardes brasileiras,nos becos escuros, nas vielas estreitas, nas ruas encurvadas,cansado de sofrer, cansado de vagar por aqui, por acolá,tombas morto no funéreo chão de poeira densa,ao lado da lata de lixo, que foi teu último almoço,sempre esfarrapado, esquecido como foi,mas a alma tua, desprezada pelos miseráveis grandes, se desprendeu da matéria, soltando os corpóreos laços,e voou, voou pelo céu azul-anil de mil cores belas,quais andorinhas, canários, colibris, nas tardes morenas de meu Brasil verde-amarelo,de minha pátria querida.

Vai-te, voa, sofredor das longas caminhadas,voa, alma incompreendida e pura,voa pelo campo esverdeado da pátria querida,voa ao encontro de Deus, do pai de esperanças altas,voa para a mansão de Gandhi, Jesus, Sócrates,Platão e Buda, para o palácio dos justos,para a catedral dos humildes.

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O MISTÉRIO DO AMOR

Cristina,forte espírito no cômico teatro da vidaem provações que virão no futuro; Tua alma geniosa de mil facetas, em virtudes coloridas no azul da perfeiçãoe de mil defeitos descoloridos na luz de tudo aquilo que não consigo compreender.

Óflor silvestre, ó lírio dos verdes vales em flor;Ó doce alma rica de poesia, dentro da profundidade de si mesma;Ó dourada borboleta graciosa, ó grande espírito que exteriormentesó exprime o símbolo da prepotência, da imperfeição de tudo,mas, ó doce criatura que só eu consigo saber que, dentro de tuaalma moça, brilha a luz rósea do amor, ó vida, ó mundo, ó universo, ó mistérios da existência; Ó amor,tu que chegas ao alvorecer do dia e tu que partes nos braços gélidosda noite escura sem dizer ao menos um triste adeus;Um adeus de despedida na derradeira vez.

ÓCristina, perdão por tudo e por nada, perdão por não compreender-te na tua alma diferente; Perdãopor não assimilar as cousas da existência,porque não tenho no íntimo a malícia dos infelizes, para conheceras pessoas, hóspedes transitórios desta terra aflita; Meu sercósmico não é destas paragens terrenas, destes campos em flor silvestre, ele veio de outras eras, de outras estrelas, que bordam as noites azuis do Brasil.

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minh’alma pioneira veio de outras plagas onde a leimaior é o amor; Perdão, Cristina, não sou deste planeta, sou de outras pátrias, de outros orbes, meu íntimo é filhoda natureza; Ele é filho de outros sóis que bordam galáxiasestreladas de mil espaços no infinito, que tu não vislumbras na tua alma jovem à procura de um ideal maior; Ó Deus, obrigado pelas lágrimasde sangue, que escorrem pela face de sulcos indefinidos; Obrigado por tudo. Sei que o sofrimento é filtro que purifica a alma para os braços da eternidade.

Adeus,Cristina, tu foste para mim tudo afinal;Tu não acreditavas que eu te amava, mas tu és para mim como o vento é para a natureza primaveril;Tu foste bálsamo e foste doença; Foste luz e trevas... amor e ódio; Foste renúncia e orgulho, foste meiga e agressiva; Enfim tu foste a mistura de tudo aquilo que procuro na mulher amada dos sonhos meus; Tu és vida,tu és o ar que respiro, tu és o infinito em que vivo numa canção de amor, luz e paz.

Obrigado,ó pai que estás nos céus, por tudo aquilo que obtenho com guerranesta vida e por tudo aquilo que perco somente após brava luta,de um ser, que sabe o que quer da existência; Obrigado, Deus,seguirei pelo universo com lágrimas virgens, escorrendo nos sulcos de minha faceque um dia deixarão de existir para sempre, para todo o sempre.

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Vemcorrer, ó lágrimas saudosas, em meu rosto; Eu te espero como o dia espera a noite, no canto da natureza; Ó lágrimas, ó diamantes do coração, ó dor nos suplícios da carne, da provação redentora.

Obrigado,Senhor, por estas lágrimas doloridas, que farão, no futuro, meu espírito a mais bela andorinha, no majestoso vôo rumo à eternidade do cosmo, pátria mãe de minh’alma bêbada de amor, somente de amor.

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O PESCADOR DE ALMAS

Senhor, ó Senhor, tu vieste ao mundo trazer exemplopuro de tua santa humildade, que na noite dos séculos perduramno coração de todos aqueles, que levam no espírito a chama acesa de teu divino amor.

Senhor,volto a teus ensinamentos, depois de palmilhar estradas de sofrimento, retorno ó Onipotente, humilde, puro, disposto como tu, caminhando nas ruas da Galiléia, pregando fraternidade e pescando almas, para teu eterno reino.

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O POBRE

Mísero germem, que no útero fecunda,que vive, nasce, cresce, sofre e vagabunda,pelos meandros de amarguras desta vida,em dores e aflições pela terra desflorida.

Que tristeza! Que agonia! Que alma moribunda,da plebe errante, que vaga pela vida; Inundade agonias, dores, cansaços, de angústia vertidaem prantos pelos tristes caminhos desta vida.

Míseros germens, que vagam pelo universo,esfarrapados, famintos, em penúrias e sofrimentos,vagando, quais gênios titãs neste mundo adverso.

Pelo berço do mundo, pelo berço da França,vagam os pobres em lamúrios, angústias e lamentos,vivendo pelos rústicos caminhos de esperança.

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O POETA E A MORTE

Senhor,ó Jesus, tua vida foi quase em vão e tuas parábolas são apenas um marco histórico na formação dos homens.

Jesus,mestre, Senhor, sou homem morto, para a existênciaem sociedade, porque Senhor na verdade a chama do idealmurchou, para todo o sempre no jardim de meu ser,estraçalhado pelo bicho homem na selva da vida,picadeiro de sofrimentos e dores redentoras.

Souhomem vivo, mas tenho só corpo mecânico em movimento,que precisa de alimento, para nutrir força e energia,mas na realidade sou fantasma de mim mesmo,sou poeta sem poesia, corpo sem vida, sou um morto Senhor.

Tenho vida, mas estou morto, tive ideal, chama ardente d’alma,mas sou morto, tenho talento, sou marginalizado pela inversãode valores no cruel imperialismo, sangrento, atroz,matéria abundante, que ofusca e confunde almas inferiores.

Tenhocoração, ó Jesus, mestre, Senhor, mas não tenho amor,porque o bicho homem não admite fraternidade universal,que tu pregaste nas ruas desertas da Galiléia.

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Tenhocorpo, cérebro, alma, mas sou morto, para o viver,e a única vida, que tenho são os frenéticos versosdo coração desfigurado, que ofuscadamente canta,para o universo estelar de Deus.

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O POETA E O PROTESTO

Século xx século do protesto...

Todo mundo protesta, o artista protesta, o povo protesta,a juventude protesta, o pobre protesta, o rico protesta,o padre protesta, o fiel protesta, o bispo protesta,o papa protesta, o soldado protesta.

Tudo é protesto.

Século xx século do protesto.

O político protesta, a prostituta protesta, a virgem protesta, o tarado protesta, o criminoso protesta, o jogador protesta, o Presidente protesta, o Juiz protesta, o Promotor protesta,o delegado protesta, contra velhice protesto, contra morte protesto,o crente protesta, o operário protesta, o rico protesta.

Século xx século do protesto.

Todo mundo protesta.

Tudo é protesto.

Sou poeta também protesto, contra o Play-Boy protesto,contra a espoliação protesto, contra a velhice protesto, contra a morte protesto, contra o racismo protesto,contra o burguês protesto, contra o oportunista protesto, contra a prostituição do dinheiro protesto,

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contra os ladrões protesto, contra o arcaico protesto,contra os conservadores protesto.

Século xx século do protesto.

Tudo é protesto.

contra a guerra do Vietnã protesto, contra a guerra atômica protesto, contra a guerra fria protesto,contra a injustiça protesto, contra a escravidão protesto.

Século xx Século do protesto.

Tudo é protesto... sou poeta, também protesto.

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O POETA E O SANFONEIRO

Opoeta cabisbaixo sente sons inundandoo vazio espaço na praça das Minas Gerais.

O sanfoneiro, velho negro, 83 anos,roubando da minúscula sanfona a melodiaque entorpece e chora no íntimo, estraçalhando o coração, cansado de guerra, desengano na emoção do poeta, transformando sons em poesia natural na manhã sonora.

O poeta, ajoelhado como querendo agradecera providência pelo momento de êxtase,indaga para o pobre cego, poesia sonora na carne pobree miserável, o que tu achas da vida, da existência? O sanfoneiro cego, esquelético responde...bela... bela.

O poeta se cala, duas lágrimas sulcama face umedecendo o rosto na secura do ar.

Eo poeta indaga a si próprio! O velho se vira,para sobreviver, ganhar um vintém, milhares de jovens, se drogam, não trabalham, se matam, são infelizes.

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Ovelho sanfoneiro, luta, é feliz, crê na suntuosidade da vida;Que indagação!... Que contradição!

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O POETA JURADO

OPromotor brada a todos ares, argumenta, gesticula,incrimina e pede condenação do réu !...

Aolado o Réu sentado entre dois policiais, símbolos do Estado, que rege, qual maestro, a sinfonia da norma e conduta social.

Oprimido pela circunstância do cruel momento, o acusado, jovem ainda,vive horas de agonia sabendo, que seu futuro está na vontadede apenas sete jurados, que representam a sociedade,que, embora benéfica, construtiva, pode gerar, dando origem ao crime.

Que milhões de imagens, deverá passar pelo cérebro do pobre homem, que sentado com mãos em forma de oração espera que pessoas desconhecidas decidam se deve viver livre,para sempre ou se permanecerá entre grades de ferro, sentindo os anos se passarem e seus cabelos se tornarem grisalhosna contagem de segundos séculos.

Na Tribuna do Júri, o poeta sente o Promotor acusandoe representando a nação, que solicita punição; N’outro extremoo advogado de defesa no visível suor rolando pela face de mil sucos suplica absolvição!...

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O poeta criado para cantar a beleza da vida, o gorjear dos pássaros soltos no céu azul se sente prisioneiro da consciência... normas sociais mandam condenar.Deusdá exemplo não julgueis, para que não sejais julgados.O poeta durante quatorze horas no Tribunal pensa;Será a condenação? Será a liberdade? Qual o justo? Qual o injusto? suplica a Deus!

Senhor,o que fazer, dai-me, mestre, sabedoria a fim de que possadesempenhar difícil tarefa! Mostra-me, ó onipotente, a trilhaa seguir! então surge a voz d’alma sussurrando nos ouvidos do poeta... pena mínima... pena mínima...e as palavras de Jesus retornam ao cérebro lembrando não te esqueças jamais, não julgueis, para que não sejais julgados.

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O POETA SOLITÁRIO

Deus! ó Deus! Tu és testemunho de minha tristeza,porque vivo vagando pelo mundo afora e pela vida,qual veleiro sem leme, perdido num mar de impureza,navegando pelas profundas vagas desta dor merecida.

Sob os olhos teus radiantes de suprema beleza,vago pelo mundo à procura da poesia perdida,que, solta, baila pelos países e pela natureza,desde os píncaros do Himalaia à Pátria querida.

Há vários milênios que percorro o mundo e o universo,vagando, Senhor Deus, também pela Suíça e pela França,na incerteza vaga de ver-te e dedicar-te este verso.

Tresloucado desde então vago na esperança,de um dia encontrar-te pelo céu azul distantee, juntos, vagarmos pelas estrelas no mesmo instante.

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O QUE É A VIDA

O que é a vida?Por queO homem vive, chora, sorri e sofre?...

Por queexiste a fome, esta peste negra, assassinademil ambições que não levaria a nenhum caminho?...Oque é a vida?estebarco frágil nas ondas caudalosasdeum oceano sem praias, sem sombras de palmeiras?...

Oque é a vida?Por que o homem sofre há tantos séculosàprocura de uma saída para decifrar a incógnitadaconsciência humana! O que é a vida?Multiplicandociências, triplicando-se em indagações!

Oque é a vida?por quechora a criança à luz da existência?

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Oque é a vida?por que os pardais, os canários coloridoscomo primavera em flor.

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O RETORNO DE DEUS À TERRA

Deus!...Senhor!...De todos universos, desça de teu pedestal,senta-te neste banco de rústica madeira, vamos conversar,Senhor, sobre o porquê da vida, que se multiplica em tudo na harmonia, na desarmonia, contraste da própria natureza.

Deus!...Senhor!...há muito tempo que desejo bater um papo com teu vulto,sei que não negarás, porque tu és humilde, compreenderás a suprema vontade, que tenho em decifrar a incógnitados porquês!

Deus!...vamos entrar, entre a casa é tua, é tosca é bem verdade, senta-te no pequeno banco, que já mandarei servir café à brasileira.

Deus!... Senhor!...Perdoa-me inquiri-lo frente a frente, de homem para homem, sobre o porquê da razão, da lógica, do gorjeio dos pássaros em tarde fria de setembro.

Por que,Senhor, a guerra sangrenta? Por que a morte?O sofrimento, as estrelas, o sol, a chuva, a miséria?por que pequena formiga na luta do labor diário.

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Deus!...Senhor de todos mistérios, venha dialogar com teu filho poeta, diz-me de forma simples mas objetiva o porquê de tudo que criaste, sobretudo o porquê da existência conturbada neste planeta louco, onde a humanidade neurótica vive aturdida pela poluição de tudo que é ruim.

Deus!... Senhor!...entra a casa é tua, senta-te na cadeira de mil anos,perdoa a sujeira, o teto mal coberto, vazando água por todos os lados;Vamos entrando, Senhor Deus, mas perdoa a singeleza de tudo que tenho, o fogão, pobre coitado movido a lenha, que acabou ontem, perdoa, Senhor, a televisão que não tenho, o rádio que não existe e que a loja levou por falta de pagamento.

Deus!... Senhor!...Entra a casa é tua, vamos assentar, que mandareipreparar o cafezinho que sustenta, quando falta o pão de cada dia.Senta-te Senhor, eu te suplico, o lar é pobre, não tem TV, não tem geladeira, não tem nada, mas fica conosco Senhor, porque vivemos neste mísero barraco sem portas, sem ar condicionado.Só temos Senhor, amor, muito amor, para te dar neste orbe aflito.Senhor entra e fica morando conosco eternamente.

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O RETORNO DO AMOR

Naexistência em festa consumida, após percorreros caminhos nos longos anos da terra aflitae conturbada acreditava,que não mais o amor, este êxtasedas almas superiores viesse habitar meu espírito desfiguradopela insensatez de um orbe, que nunca consegui compreender,tendo como essência a lógica de tudo e do nada.

Tu,amor, vieste um dia, no entardecer do corpo, trazer a doçurada alegria a meu peito solitário, qual barco perdidona amplidão dos mares no mundo adverso.

Tu,como anjo sobrenatural, apareceste diante dos olhos meuscomo cometa em céu estrelado no viver consumido.

Mariana,que na tarde vieste ser deusa encantada, do íntimo que habita dentro de mim mesmo; Como tudo nasce no decorrer de cada momento;Tu nasceste em mim, como lírio brotandono esplendor da natureza em canto melódico na canção abençoada do existir, como hino de glória ao Senhor, pai de todas as coisas.

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Tu,nas manhãs de meu gênio sem platéia, surgiste para mimcomo o sol aparece para o globo trazendo nos seus fortes raios,fonte de vida; Tu vieste dissipando trevas, multiplicando calor,que invade meu peito em loucos delírios de renúncia e perdão.

Tuchegaste em meu ser, e desejo, que tu vivas, para todo sempreno jardim cheio de melodias na catedral de meu coração.

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O RIO UBERABINHA NO PRAIA CLUBE

No borbulhar das águas mansas e serenas,que murmuram no berço de espumas morenas,no leito de pequenas marés, que desmaias,qual espumas alvas indo as praias.

No caprichoso borbulhar das correntes terrenas,sob o visual crepúsculo de cores amenas,que bailam sobre ondas até as praias,na indiferença dos rústicos seres, que te vaiam.

Já é noite, sob o céu estrelado, águas tranqüilas,dormem no escasso veio de pedras cristalinas,que jazem inertes no fundo do leito em filas.

A noite já está finda, resplandece a alvorada,o rio escoa mansamente nas vias da Tubalina,numa manhã primaveril repleta de passarada.

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O TOURO E O TOUREIRO

Eusou o toureiro vestido de negro, que no centro da arena enfrenta o tourotruculento, agressivo, voraz, 100% instinto,QI ZERO.

Eusou o toureiro, que caminha pelas vielas estreitasdos longos trilheiros desta louca humanidade,onde a hipocrisia, a inveja, a falta de ética apodreceu todos corações, decompondo todos corpos, inúteis no pus virulento.

Eusou o toureiro, que usa espada de metale sangra o touro de mil quilos, na dança macabra da morte decomposta.

Eusou o toureiro, humilde, fragilidade aparente,que usa o QI, para liquidar o forte touro,que, na força bruta, o animal investe contra o vermelho pano e não contra o toureiro.

Eusou o toureiro, que segue pelas madrugadasdesde planeta confuso, evitando o impuro touro,que existe no político corrupto, que suga o dinheiro sagrado do povo,que evitaria morte de milhões de crianças, de velhos esqueléticos.

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Eusou o toureiro, que nas ditaduras militares ou não, evita o cheiro putrefato de todos aqueles,que ignoram o real direito dos seres humanos.

Eusou o toureiro, que chora ao contemplar o pobre irmão, cuja lata de lixo foi teu último almoço.

Eusou o toureiro, que por opção ama oprimidos,mas Deus espera-me em teus braços do outro lado da existência, e tu, touro, animal, uma tonelada de QI ZERO, jaz no chão, decomposto, morto, destruído pela frágil aparência, que engana.

Tufoste, simbólico touro, neste poema primitivo...meu gratuito inimigo na inveja insana.foste a força brutal, o poder de mil kilos,mas foste vencido como todos aqueles,que vivem na penumbra da noite escura da ignorância.

Eusou o toureiro vestido de negro,que no centro do estádio enfrenta o touro truculento,agressivo, valente, 100% instinto...QI ZERO.

Tués o touro, sou o toureiro no picadeiro solitário;Vem touro, vamos dançar o ballet da inteligência,

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o tango de mil passos, a música antiga da ópera de Pequim, o sapateado da melodia flamenca, o bailar perdido das gerações esquecidas;O toureiro atinge o touro, que cai ferido, cansado, vencido,e a platéia colérica...olé...olé...olé.

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O VAZIO E O NADA

Senhor,que cansaço invade meu ser deprimido pela guerra incessante, cotidiana, que a sociedade trava em si na luta pela sobrevivência do corpo putrefato de carne, que logo após a destruição será decomposto, consumido por outros organismos, que brigam entre si no palco orgânico de exigências!

Jesus,que loucura é a vida e que valor o homem paga na manutenção do vulto, que somos em troca de quê?E para quê? Se o preço de tudo é morte, bicho papão,vampiro da ilusão passageira. Senhor, como débil nas querelas do mundo, venho entregar-te meu espírito fatigado, a teu afeto,na esperança de encontrar bálsamo, para cicatrizar feridas abertas pela impureza do existir.

Cristo,há quanto tempo ando a tua procura desde terras distantes,em busca de algo, que pudesse explicar a mim mesmo a origem e fim de tudo aquilo que sou.

Ondeestás, amor, que não te encontro no coração seco da pobrehumanidade, só me restando buscar-te no túmulo estelar de Deus.

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ORAÇÃO A JESUS

Senhor!...transforme meu ser no instrumento de tua paz!...onde houver crime, que eu leve o amor da poesia;Onde houver ofensa, que eu leve concórdia das almas superiores;Onde houver discórdia, que eu leve esperança...onde houver dúvidas, que eu leve fé do evangelho perfeito no amor;Onde houver erros, que eu leve a palavra dos apóstolos da humanidade; Onde houver desespero, que eu leve poesia, que existe na natureza no gorjear dos pássaros;Onde houver tristeza, que eu leve música existente, nas estrelas, nos sons das pequenas cachoeiras e riachos de águas cristalinas.

Ondehouver trevas, que eu leve o canto luminoso dos poetas, que passaram por este planeta terra, pregando paz e entendimento entre homens.

Ó mestre, dai-me inspiração, para levar sons, da minha poesia, para que ela seja bálsamo para corações aflitos, para meus irmãos que vivem na sarjeta, excluídos do convívio humano.

Permite-meó pai, que minha poesia embale corações generosos,para paz, amor, solidariedade entre povos.

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ORAÇÃO ÀS ÁGUAS QUENTES DE CALDAS NOVAS

Obrigado, Senhor,pelas águas quentes de Caldas Novas, que aquecem todos os seres em prazere êxtase.

Obrigado, Senhor,pelas águas quentes de Caldas Novas,que penetram na carne do corpo,trôpego que, hoje, procura cura, para o stress, que fere e mata.

Obrigado, Senhor,pelas águas quentes de Caldas Novas, que infiltram no corpo, gerandoorgasmo de prazer e êxtase,sentidos no verde sertão de Goiás.

Obrigado, Senhor,pelas águas quentes de Caldas Novas, oriundas da terra goiana, grávidade energia curadora.

Obrigado, Senhor,pelas águas quentes de Caldas Novas,que agitam o coração, vitalizama existência como hino de glóriana criação infinita de Deus.

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ORAÇÃO ÀS ESTRELAS

Cem trilhões de estrelas estão no concerto musical do universo, no dinâmico movimento de corpos luminosos,repletos de bilhões de vidas orgânicas e inorgânicas,na transformação magistral da misteriosa razão do existir, no mundo tão complexo que só entendemos na radiação psíquica do pensamento,interligado a Deus na sua grandeza milenar.

Cemtrilhões de estrelas estão no concerto musicalem bilhões de sistemas solares, galáxias, no ballet musical na perfeição cósmica,que, no movimento sideral repleto de luz, paz e guerra,geram existência, morte, transformação complementando a beleza misteriosa da existência.

No céu azul das madrugadas deste Brasil,observando o Cruzeiro do Sul, absorvido pela luminosidade das estrelas em noite enluarada, sob o êxtase da sinfonia universal, que ronda infinitos espaços, extasiado pela harmonia da gravidade, procuro Deus na velocidade das ondas siderais; Minh’alma de poeta, corre pelos fins do universo, penetro nas entranhas do anti-universo, também com trilhões de estrelas.

Sonho...penetro noutros universos existentes aos trilhões no espaço exterior e, quanto mais viajo pelo desconhecido no relativo tempo,sinto que todos elementos componentes na poeira dos astros, existem no DNA de meu corpo putrefato, que é micro de tudo aquilo, na composição dos astros.

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ORAÇÃO AOS MÉDICOS

Médicos,missionários de Deus... missionários da paz...aliviando dores, confortando corações, restituindo vigor a corpos enfermos, para o êxtase da existência consumida,gerando esperança, para famílias no amor de um novo tempo.

Médicos,trajados de impecável branco, consultores nos dramas da alma,do dilacerado corpo, tentando cura, alívio na suprema dor,que tortura, fere, estraçalha o espírito nos tortuosos caminhosde múltiplas vidas, neste planeta azul diáfano,gravitando na órbita solar, na orquestra das brancas estrelas...no teatro das galáxias, no imponderável, no mistériode todos os mistérios, que entorquece o íntimo do poeta,no néctar de todos os néctares, na taça do amor sublime de Deus.

Médicos,receitando, cirurgiões extirpando fétidos tumores,e o soldado na covardia atroz, destruindo o Iraque,o Afeganistão... o antropóide as gêmeas torres de New Yorq,matando inocentes seres, na tara da sociedade enlouquecida.

Médicos,brancos sapatos, missionários na cura, arautos da nova era,apóstolos do novo tempo, neste milênio terceiro,enquanto no Oriente Médio, existe o homem-bomba,a criança-bomba, a mulher-bomba, decompondo-se em mil pedaços,esquecendo o Cristo do amor, que pregou no deserto da Galiléia:“Amai-vos uns aos outros como vos amei”.

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Médicos,filhos de Hipocrates, plantonistas na noite indormida, escura, fria, assistindo moribundos corpos, estuprados na dor do mundo,no cósmico carma das provações terrestres, seculares, milenares.

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ORAÇÃO DE AMOR

Cristina,primavera de meus jovens anos após longa jornadanos trilheiros da tristeza, da amargura, da desilusão,do sofrimento; Volto para teus braços levando novo coraçãotransplantado na tecnologia do desenvolvimento...

Tu,na incompreensão justificada de tua alma, levou-me miséria na taça de infortúnio, mas tens o perdão de minh’alma,criada, para ser humilde, para perdoar sempre a todos aqueles,que não entendem a grandeza dos meus sentimentos.

Cristina, ajoelhado perante tua imagem, venho te agradecer por tudo aquilo que fizeste de mal, dificultando-me passos nas estradasdo viver diário, mas oferecendo-me condições psico-materiaisde abater imperfeição, que inundava o sub-consciente, gerando um novo corpo, onde habita outro espírito diferente daquele, que conheceste.

Cristina,música, melodia de minha existência, após longas caminhadaspelos espinhos do destino, retorno, para trazer-te um poema de amor em forma de oração, traduzindo valor contrário da desgraça, que me proporcionaste, fazendo acontecimento histórico na formação do ser, modificando o orgulho em favor da humildade, a vaidade pessoal em renúncia, caridade, fraternidade.

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Adeus,Cristina, para todo o sempre, parto para o futuro levando tua imagem dentro do jardim cheio de rosas vermelhas existente,no coração, como recordação do grande amor, que outrora existiu e hoje só restam cinzas e nada mais.

Adeus,parto para nunca mais voltar; Seguirei novas jornadas neste mundo aflito, para glória do ser ou, mesmo, para cova friado cemitério, no esquecimento de todos aqueles, que em vidanão souberam beber a pureza de meus poemas, mas deixo, para teus lábios vermelhos, este poema oração como símbolo fraternal, como néctar do último beijo que te dei.

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ORAÇÃO DE POETA

ÓJesus meigo, santo, estou triste, venho até vós,para confessar a solidão, que invade o viver de meu espírito poetae imaculado.

Senhor,ó pai universal de amor e fraternidade, Deus dos miseráveis dos desgraçados da sorte do viver infindo, tende piedade desta alma virgem querendo se desencarnar voando até vós, para beijar os santos pés, que sofreram nas árduas caminhadas da Galiléia.

Senhor, ó pai meigo, sublime, sinto a presença do vosso amor,através do éter universal, imploro de joelhos o perdão para o filho vosso, cujo corpo quer morrer, cuja alma quer se libertar do carro de carne, para voar na essência do cosmo, que vós criastes, para a grandeza dos homens, vivendo com o ser naufragado nas trevas da incompreensão do viver.

Jesus,perdão para o filho vosso, que palmilhou nas trevas do destino,mas arrependido retorna à vossa fraternidade angélica e que ao se libertar da carne de átomos voará,para a grandeza do cosmo distante, para existir, sentir no âmagodo ser a beleza , que vós criastes, para homens cegos nas blasfêmias da vida, não enxergando vosso exemplo.

Senhor,ó Jesus, meu pai, pai de meus filhos futuros,

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permiti, que o íntimo se liberte da carne cansada na gradativa evolução do átomo à molécula, da molécula ao corpo de sangue, para receber na fonte sacrossanta de vossos lábios imortaisa fraternidade universal; Ó Jesus, pai do ser residente no corpo de carne, habitação de mil humanidades microbianas, que partirão como eu do simples átomo atravessando a molécula, para a suprema perfeição do belo no relativo espaço tempo.

Ó Jesus, perdão para o filho vosso exilado no mísero planeta, refugiado na dor, na amargura, redimindo erros de outras eras do passado.Jesus esta alma quer se libertar da prisão, para a eternidade das estrelas, nos confins do cosmo, para amar, sentir, idolatrar o belo e imortal, que vós criastes, para seres cegos.

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ORAÇÃO DO SOLDADO FERIDO

Senhor Milbombas explodem na terra ferindo meu corpo, torturando meu cérebro, que já não pensa e não distingue o que é certo e o que é errado.

Senhor Granadasiluminam a noite sem estrelas, destruindo a matéria, que envolve meu espírito martirizado.

Senhor Ódivino mestre incompreendido, que morreu na cruzde madeira, para nos salvar; Tende piedade Senhordeste pobre soldado retalhado na carne por inimigos,que nem conheço, que nunca vi e que não sei por queestão expostos contra mim no campo da mesma batalha.

Senhor Duaslágrimas escorrem pelo meu rosto misturado com areia, lodo, sangue herdado de minha mãe, pobre coitada, que padece pelo sofrimento do filho perdidoa tantas milhas de distância.

Senhor Por queminha figura franzina, golpeada pela baionetado herói desconhecido, que tornou-se adversáriopelo imperativo de que força Senhor?Que não consigo compreender.

Senhor Por quea guerra? A desunião da humanidade? A miséria?

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A destruição? A fome? Por que a bomba sem corE não o amor? Por que a hostilidade e não o beijo febrildos namorados a sombra fresca das laranjeiras?Por que a carnificina e não a sinfonia melódica do gorjeardos pássaros? Por que o fogo queimando tudo e não o canto harmônico do bem-te-vi nas tardes musicadas de setembro? Por que a morte? Se o homem poderia ao invés dela plantar a vida e a beleza se multiplicando pelos vales em longas campinas e nos verdes bosques!Por que a aflição? Se o homem poderia se extasiar ao som dos córregos de mil cachoeiras de arco-íris.

Senhor Perdão,Senhor, pelos irmãos guerreiros, que matei e que não sei por que morreram pelas minhas mãos sangrentas mas inocentes.Senhor?Ó Jesus, sei, que a energia, que sustenta meu vulto já não mais suporta o peso da vida e que a morte se aproxima de mim como fantasma em noite escura!... Senhor, não permita que a guerra esta peste negra, assassina vá levar a penúria a qualquer um de meus semelhantes em Deus criador do mundo.

Senhor Encomendona morte meu espírito ao pai, que está no céu e espero,a nova oportunidade de minh’alma aflita voltar na reencarnação,para pagar débitos adquiridos no combate, que destruiu a chama do amor e da caridade dentro do coração desfigurado.

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ORAÇÃO ESPONTÂNEA

Senhor Apóso sofrimento do espírito nas árduas caminhadas das longes terras,onde paguei últimas promissórias de meu débito perante a natureza,venho, humilde, cabisbaixo, entregar-te ó Senhor a essência de minha razão, matéria pura, desintegrada em energia cósmica, corpo, perispiritual do pai, que reina no teatro do infinito.

Senhor Caminhandona sombra fresca das mangueiras, das laranjeiras em flor, com a alma torturada na vã filosofia, tento compreender o sentido da vida no palco sangrentodesta terra, onde a pior guerra é aquela, que se trava na consciência do bicho homem.

Senhor Por campinas, serras verdes, picos altos e córregos de mil cachoeiras sigo, tentando decifrar a incógnitada trindade divina, o porquê da energia do átomo,do espaço, do tempo, de Deus, o porquê da existência,onde nada se perde, tudo se transforma segundo o irmãoLavoisier!...

Senhor Caminhandopelas campinas, serras verdes, picos altose córregos de mil cachoeiras na vã filosofia,chego à límpida compreensão de meu espírito após pagar débitos com juros, correção monetária, que tinha para com este mísero planeta.

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Senhor Meuser já terminou o curso primeiro no jardim da infânciae, hoje já cansado, mendigo do amor celeste, venho trazer meu espírito, apto para o vestibular à esferasuperior onde a base e estrutura de tudo é o afeto, a doçura,o encanto, a poesia, que solta passeia, qual gaivota,surfando mares verdes nas águas azuis de mil oceanos.

Senhor Desejoque meu espírito arrebente os grilhões, que o prendem à carne, retornando à mansão do pai, perdida na eternidade das estrelas brancasque bordam o azul atlântico do céu brasileiro.

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ORGANIZAÇÃO SOCIAL DA FORMIGA

Te amo, querida irmã formiga, curvada na dordodestino, buscando alimento para tua sobrevivência,quete permitirá ser hóspede deste mísero planeta.

Teamo, irmã formiga, porque tu és pura, liberal, mais progressista, que muita gente, que anda por aí com arinsolentede Rei, mas que na verdade não passam de míseros seresfétidos.

Amo-te,minha formiga, quando tu passas pelo chão carregada depedaços de folhas verdes junto com outras formigas, numaverdadeira organização social.

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ORGULHO, RENÚNCIA E HUMILDADE

Desderemotas eras do passado, na época das cavernas, no corpo de homo sapiens, desenvolvem-se no instinto animal a consciência primitiva, no embrião do ser, evoluindo-se nos milênios sucessivos a chama da razão, da justiça.

Dia a dia nos sofrimentos da sobrevivência, o instinto se aprimoravaem busca do porvir, da felicidade, atravessando séculos de evolução carnal, dando-se a purificação d’alma; Na difícil conquista e entre lágrimas ardentes, bradava-mea voz da consciência em ondas de orgulho, egoísmo, nas encarnaçõesdos milênios, em padecimentos infernais; Dizia-me voz angelical;Humildade...humildade... humildade... continuando hóspede de sucessivos séculos, perambulando pela terra, escola de almas inferiores e trilheiro das estrelas brilhantes do céu.

Sempreuma voz a relembrar... humildade... humildade... humildade, segue, caminha,e apesar de tudo na escuridão dos séculos o orgulho vencia a razão, a inconsciência superava a consciência na peregrinação da terra, exílio de almas infelizes carentes de luz.

Já no século xx, século das coletivas provações, continuava a provação na senda da expiação, na prisão do orbe a mesma voz dizendo-me,renúncia... humildade... renúncia... mas o orgulho, germe inferior

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murmurava-me na tela do pensamento, riqueza, fortuna, glória na terra,esta é a vida e em conturbações exclamava, Deus ajuda-me, dê-me forças, coragem, para continuar a jornada no caminho espinhoso do viver diário.

Dá-me ó Senhor, oportunidade de conquistar o céu e a mesma voz guia de meus passos... fé... fé... que conseguirás um dia alcançara mansão dos bem aventurados.

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ORIGEM DO ESPÍRITO

Do cosmo, Deus contempla a virgem terra,do corpo teu se expandindo éter cristalino, que o espaço tempo povoa em magistral hino,sinfônico do belo, que o universo encerra.

Do imaculado éter de Cristo ao átomo da terra, associando a molécula ao organismo sovino,o instinto meu surgiu, infante a esperada tri-bilionária era evolutiva do bovino.

Fui éter, energia, átomos, molécula associada, orgânica matéria Darwiniana, primitivo organismo,na razão lógica da transformação condicionada.

Do éter do Redentor à reação do átomo nativopelo fator físico/químico sobressaiu o diamante,da consciência do eu, para ser Cristo doravante.

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PARQUE SARA KUBITSCHEK

Benditosejas tu, Parque Sara Kubitschek, tua grama verde, tuas árvores coloridas, onde o poeta respira seu ar puro nas tardesmusicadas de setembro na primavera em festa,onde o sabiá gorjeia seu êxtase, embriagando corações apaixonados no supremo amor profundo.

Benditosejas tu, Parque Sara Kubitschek, com tuas mangueiras, tua sombra acolhedora, onde crianças procuram paz nas manhãs de domingo quente, nas revoadas da passarada, gorjeando no delírio a sinfonia natural de Deus.

Benditosejas tu, Parque Sara Kubitschek, com teus patos, pássaros, corujas, insetos, com teus pedestres caminhando sempre; O velho,o jovem, a grávida mulher, todos buscando refrigério,para almas aturdidas no planeta decomposto.

Benditosejas tu, Parque Sara Kubitschek, com teus lagos, teus PM’s a cavalo, teus restaurantes, teu forró noturno nas madrugadas de mil amores.

Benditosejas tu, Parque Sara Kubitschek,sob sonoro som da magistral orquestra sinfônica,na suprema regência do gênio Sílvio Barbato,

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reencarnação de Mozart regendo “marcha triunfal”de Verdi, néctar dos deuses, motivando sublimidadena cura do stress que tortura o corpo enlouquecidona dor, no desespero da existência consumida,na taça do infortúnio.

Benditosejas tu, Parque Sara Kubitschek, com tuas cascatas artificiais, tuas cristalinas águas, que vêm, tranqüilas, como deusa dos caminhos, enchendo vida de sonho e sonho de vida.

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POEMA À MINHA MORTE

Quandoeu morrer, permita Deus que a terra esteja na primavera em flor e que meu túmulo seja ornamentado de rosas vermelhas,de lírios e flores silvestres.

Quandoeu morrer, permita Deus, que meus versos, música de meu ser incompreendido,continuem a levar aos corações das virgens, o consolo e a compreensão.

Quandoeu morrer, desejo que o mundo seja mais humanoe que as crianças rosadas continuem a brincar no picadeiroda vida, comédia do universo.

Quandoeu morrer, permita Deus que o planeta seja mais justo,e não permita que haja com outros homens a injustiçaque fui testemunha em vida.

Quandoeu morrer e minha carne apodrecida for devoradapelos meus irmãos os micróbios, permita Deus que ela sejanutritiva e tenha bom paladar, que dê bons frutos e seja rica em vitaminas e sais minerais e não contenha o germe,que gera a podridão da carne em corpo vivo.

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Quandoeu morrer, permita Deus que meu espírito se transforme em meteoro brilhante e vá navegar, qual turista, por outros planetas super-habitados à procura da santa mulher,que um dia amei na Grécia antiga e hoje reside na mansão de Albert Einsten.

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POEMA AO FILHO MARCO AURÉLIO

Marco Aurélio,filho querido, filho da minha carne, filho de meus átomos,filho de meu espírito, biologia de meu ser, molécula de minhasmoléculas.

Marco Aurélio,neste momento a saudade invade cavernas do ser,se transformando em poesia natural, espontânea,que, materializada no papel em forma de palavras, traduzem toda a ternura do papai poeta, para você.

Filhoquerido, espelho de mim mesmo, biologia de meu corpo,ó criança feliz, meu coração se invade de amor,quando recordo-me de você na candura de seus sete anos, exclamando: papai, estou feliz por causa do clube... tudo isto, é para mim o maior de todos poemas, a melhor de todas as sinfonias.

Sintoque ser pai é ser Deus, criando vida, transfigurando a face do mundo, no hino supremo do amor, germinando todas as coisas.

Contemplono esplendor de sua figura de criança, extremamente bela na carne; Antevejo futuro promissor onde você com doçura do ser e criatividade da inteligência, contribuindo, para evolução da humana espécie, sobre o berço esplêndido da criação.

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Marco Auréliofilho querido, filho de meu ser, filho de meus átomosque são o próprio universo repleto de bilhões de estrelas,circundadas de trilhões de planetas, habitados por mil humanidades, oriundas do supremo pai, criador de todos os mistérios do ilimitado.

Marco Aurélio,filho querido, filho de meus átomos, filho de meu ser,você é tudo para mim, é poesia, é a própria beleza de Deus vertida em forma de filho.

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POEMA AO PALÁCIO DO COMÉRCIO

'Palácio do Comércio!...estrutura de ferro e cimento, que representa o idealmaior da classe empresarial na consolidação de Brasília,imagem suprema do Brasil adulto, que, a largos passos, caminha para implantar na terra semi-virgem da amazônia a fraternaconsciência do terceiro milênio.

Palácio do Comércio!...estrutura de ferro e cimento, que une empresáriosna homérica batalha do povo brasileiro em centralizar no Planalto Central técnicas hodiernas da administração nacional.

Palácio do Comércio!...símbolo dos Bandeirantes do comércio de Brasília,que compreenderam, desde o início, a importância da nova Capital,no conserto competitivo econômico social entre grandes naçõesdo globo terrestre.

Palácio do Comércio!...espelho da consolidação do homem no sertão bravio da pátria, concretizando hercúlea luta dos líderes da Associação Comercial do Distrito Federal, missionária do progresso material, tão necessário à ascensão espiritualda raça humana.

Palácio do Comércio!...teu nome é amor, porque entre tuas paredes sagradasirão se reunir elite econômica cultural e política do Brasil moderno, para traçar nas jornadas do futuro o destino desta nação tropical,berço de “TIRADENTES” herói histórico de nossa democracia.

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POEMA DE UMA VIAGEM

Que noite!... Que alegriaquando viajamos pela noite fria,contemplando paisagem forageirada querida pátria brasileira.

Que noite!... Que alegria!...corria a perua velozmente ao encontro da brisa fresca, serena; Num certotrecho da estrada estacionamos, para contemplarmosa lua tão bela e formosa.

A caminho, sob o céu, que o astro clareava,sob o luar pálido ao longe se avistavamas luzes que cintilavam pelo espaço afora, da cidade de Monte Alegre de Minas Gerais.

Com a face em êxtase de contentamento,penetramos pela cidade sob fraca luz,entre flerte de virgem donzela no Clube Literário,Recreativo, onde deixei no coração da donzelao espectro de sublime poesia, que surgiu na telado pensamento, espontaneamente.

Ó Monte Alegre, pelo berço de tuas ruas passouo poeta, que um dia teus salões encantou.Ó Monte Alegre, cidade minha, com este verso teu nomeressoará um dia pelo mundo distante junto ao nomedo poeta, que se julga filho teu.

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POEMA DO VEREADOR DE UBERLÂNDIA

Vereador,combativo, triplicando idéias, projetos de leis,no objetivo maior do povo, na suprema construçãoda história do futuro de Uberlândia, líder maior na verde regiãodo cerrado no Triângulo Mineiro.

Vereador,combativo no presente, passado e futuro, arquitetodo progresso forjado no bronze da história Municipal,no sacrossanto ideal de servir o operário,no suor, no vermelho sangue de memoráveis lutas,nas indormidas madrugadas, na incompreensão de poucos...no aplauso das multidões de eleitores , do povo,sempre presente, nunca indiferente.

Vereador,combativo ou não, eloquente orador, silencioso, nunca omisso,inflamado na tribuna, articulador nos bastidores,prudente nas comissões, esplêndido nos comícios,transparente na TV, intransigente no mandato,pugnando na defesa do desamparado trabalhador das periferiasda metrópole, projetando estilhaços de progresso,para o Triângulo Mineiro, berço dos nativos índios Kaiapós,antecessores do homem branco na vila de Uberabinha,hodierna, triunfante Uberlândia de hoje, centenária, lídermaior na penetração do Bandeirante no interior da pátria,rumo à Pirenópolis, à Vila Boa de Goiás, à Poxoréu, à Cuiabá,a procura da verde esmeralda, do ouro, do secular diamante,

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perdido no fundo dos primitivos rios seculares.

Vereador,combativo, herdeiro do bandeirante Bartolomeu Bueno da Silva,o “Anhanguera”, plantador de sonhos, de cidades, arquiteto do amanhã,artífice do porvir, precursor de Brasília ao encontro da verdefloresta amazônica, pulmão do planeta terra,esperança do terceiro milênio.

Vereador,combativo no passado, guerreiro destemido no iniciar do século xxno Parlamento Municipal projetando a coletiva felicidade,na excelsa história do povoado de Uberabinha.Vereador,do século xxI, combativo, pouco importando o partido,se é PT, PMDB, PSDB, DEMOCRATAS, PSB, PSC ou PP,todos irmanados na defesa do proletariado,do humilde, do excluído, na suprema edificaçãodo bem social, do cidadão, pobre ou rico, mestiço ou branco.

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POEMA INACABADO

Quandocriança infante na existência, milhões de dúvidasperturbavam o espírito... trilhões de indagações vasculhavamo ser a indagar...

Senhor,por que vivo e choro, por que sou ora feliz, ora triste,por que murmuro nos meus longos poemas a angústia de algo superior,que vive dentro de mim mesmo.

Por quea dor, crucificando o interior da criança rosada de outrorae do homem de hoje; Cresci, Senhor, na elasticidade do tempo espaçoe indagações continuaram a ser cruz dos padecimentos.

Senhor,ó pai, tu que deste aos famintos na terra esperança, fée o amor, que move montanhas; Diz-me, ó onipotente, por que existo na terra, vale de lágrimas, prisão onde a pobrehumanidade aflita paga, nas promissórias, débitos da imperfeição;E onde seres com mil ódios de vidas passadas aprendem na dor do sofrimento, a lição de caridade, renúncia, humildade.Quandocriança, infante na terra, não compreendia a razão do viver,mil tribulações faziam da minh’alma farrapos de incertezas...mas um dia, n’uma tarde onde o gorjear dos pássaros se perdiamna mobilidade das vibrações do éter, o espírito guia residenten’outra escala de vida superior, veio chamar meu pobre ser atravésda abençoada luz da providência, para dizer-me o motivo de minhasindagações constantes.

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Desmaiandono esporte, meu espírito imortal elevou-se no espaço sentindo-sea lei de gravidade, que rege esferas do alto, moradia dos bem aventuradosservidores de Deus; E eis que, elevando-me no éter, ouço nas profundezas do infinito o som da música, que empolga trazendo bálsamo, para cicatrizar dores cruciais oriundas da imperfeição e então surgiu, para mim descrente daquilo que não compreendia, o guia espiritual, vestido de cor cinza numa tranqüilidade, como se a morte fosse passaporte para outro tipo de existência;Disse-me, então, o guia: filho tu nasceste para humildade na caridade do Senhor; Vai, volta, a tua abençoada casa paterna, berço de tuas provações,porque tu nasceste no ambiente certo, causa funcional de mil problemas na reação perfeita da lei de causa e efeito refletida;Volta, filho meu, à terra, deixa de lado considerações passageirasdos homens; Vem para a vanguarda da nova doutrina pregar a luz do evangelho do Senhor, porque, filho, tu na virtude, na provação nasceste na presente encarnação, para desenvolver dentro de ti mesmo a luz da humildade.

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POEMA PARA O GOVERNO MUNDIAL

Meu sonhoé ver a ONU se transformar no Governo Mundial...um Parlamento universal, para todas nações...um Primeiro Ministro... um Ministério voltado,para o bem estar do homem... o Ministério da felicidade,o Ministério da criança, do idoso, a desmobilização dos grupos armados, os recursos da guerra em trilhões de dólares, retornando às forças da paz, para fraternidade, igualdade, solidariedade, sonho maior da Revolução Francesa.

Meu sonhoé ver todos povos comemorando o amor,os jovens se beijando à sombra fresca dos laranjais,nas verdes campinas em festa, no puro êxtase da carne e do espírito.

Meu sonhoé o amor natural, onde igrejas não serão necessárias,porque o planeta terra com seus lírios, rios, flores, cachoeiras em arco-íris será única catedral, onde cristianismo não será só teoria, mas amor na prática do viverde todos os dias, onde o Vaticano e o Papa serão peças secularesde museu, de um passado distante, repleto de cruéis contrastes.

Meu sonho é ver o homem dirigindo sua agressividade natural,para brancas estrelas em noite enluarada,observando galáxias, nelas procurando sua integração maior com o Criador, na energia, essência magnética de Deus.

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Meu sonhoé ver a ONU se transformar no Governo Mundial;Um Parlamento universal, para todos povos,onde nações serão Estados do Governo planetário...um só corpo, uma só cabeça, um só Parlamento,um só dirigente, para todas raças... um Primeiro Ministro,Ministérios, para o bem estar dos seres... o Ministério da felicidadeonde os excluídos serão seres prioritários.

Meu sonhoé destruição da máquina de guerra,é sentir que o homem não tem medo do outro homem,e ver trilhões de dólares dos exércitos vertidos,para a construção de um mundo novo, voltado para paz,para igualdade, solidariedade, fraternidade.

Meu sonhoé ver o bem vencendo o mal, o sol eliminando trevas na noite fria, aquecendo corpos esqueléticos, maltrapilhos, esquecidos pela egoísta sociedade de valores invertidos.

Meu sonho, é o de Simóm Bolívar, Ganhy, Alexandre Magno da Macedônia,meu sonho, é o de Sócrates, Platão, de todos os veneráveis vultos do passado, que moveram a roda da história de encontro a integração do Microcosmo com o Macrocosmo na catedral dos sonhos e dos eleitos, no êxtase do amor, somente do amor.

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POEMA PARA O PARQUE DA CIDADE

Parqueda cidade Sara Kubitschek, suntuoso, belo, magistral, reestruturado por Joaquim Roriz, Governador, JK de Luziânia, tocador de obras maior nas verdes campinas no Planalto Central.

Parqueda cidade, magnífico, belo, magistral, onde famílias no stress do dia a dia,buscam o refrigério, para almas aturdidas na luta da sobrevivência dura e cruel.

Parqueda cidade, magnífico, belo, magistral,oito quilômetros de êxtase, de verde, de árvores coloridas na noite estrelada de mil sonhos, onde o poeta busca nas caladas da noite a poesia pura de Brasília; Terra de JK, meu amigo, meu líder, meu guia, meu herói.

Parqueda cidade, magnífico, belo, magistral,e que o Governador Roriz, com pinceladasde artista o transforma com árvores do cerrado,entre os mais belos do mundo, qual Nova Yorkna suntuosidade do meio ambiente,tornando a existência mais bela, mais poética,para que filhos de JK tenham mais amorà nova Capital, centro de luz, para o Amazonas,onde se desenvolverá a Capital do Terceiro Milênio,projetando solidariedade, luz, amor, para o coração da humanidade.

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POESIA DO MUNDO

Eusou o vento que ruge nos camposverdese nos bosques em flor.

Eusou o canto sinfônico dos pássaros,nasolidão das florestas e das laranjeiras.

Eusou o perdão que traduz consoloaosaflitos.

Eusou a araponga no seu canto fúnebre.

Eusou o pobre que dorme ao relentoecome o pão da miséria.

Eusou a dor, o sofrimento, a felicidade.

Eusou a brancura das estrelas

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quedormem na eternidade do espaço.

Eusou a meiguice, ternura das crianças.

Eusou a imagem de Jesus, pregando nas ruas da Galiléia,

Eu sou a vida, meu nome é a poesia do mundo.

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POESIA E NATUREZA

Teamo, poesia natural, no mágico toque da passaradaemfesta.

Te amo, poesia dos tranqüilos bosques verdes, no cheiro forteda natureza misteriosa e bela.

Teamo, poesia, música universal, empolgando o viver do espírito,que habita meu corpo na mais pura das emoções.

Te amo, ó poesia da minh’alma universal.

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POESIA UNIVERSAL

Quatrilhões de poemas universais, perdidos na elasticidadedo tempo espaço, vem até a antena do espírito na vibraçãoforte das vias telepáticas.

Vemó poesia, desce dos píncaros de teu regaço, ou de onde tu estejas, seja onde for, na garganta do pássaro, no gorjear sinfônicoou na ternura das crianças, que sorriem, choram, murmuram...desce do suave canto do colibri até meu íntimo; Vem poesia do beija-flor, da pureza do lírio, do sofrimento do homem pobre.

Vem,ó sublime poesia, desce de onde estiveres, da humildade do santo, do lamúrio da mãe, que perde filhos na guerra suja.

Ópoesia, vem à mim, teu irmão, que é músicanas ondulações do amor, do sentimento; Te amo poesia universal, que mora no coração da mulher adormecida.

Teamo, poesia, refletida na beleza, na tristeza dos pequenos córregos de águas cristalinas.

Teamo, mendigo, que na poesia de teu padecimento traduzes profundafilosofia social.

Teamo, ó vida, ó justiça, ó fraternidade, ó liberdade, inspiração dos justos.

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POR QUÊ?...

Por queexiste o homem, a vida, as estrelas?...

Por queo universo, o elefante e a formiga?...

Por queo pássaro multicor e por que a cobra tambémmulticor?...

Por quea vida e a morte?...

Por quea vaidade e a humildade?...

Por queo forte, por que o fraco?...

Por quea borboleta no vôo graciosoepor que o cisne na suprema majestade da perfeiçãono belo...

Por quea vida e por que a morte?...

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POR QUE O VIVER DIÁRIO

Quandocriança infante da vida, brincando no picadeiro iluminado do mundo, perguntava a mim mesmo, por que vivo?Qual a razão do viver diário? E a incerteza, hóspeda da dúvida,invadia a consciência em desespero, torturando sentimentos da criança,que fui e do homem de longas barbas; Dúvida... mais dúvidas, porque vivo qual barco sem leme no turbilhão de ondasnos mares da existência; Dúvida mais dúvida e que faço neste mísero planeta? Por que vivo nesta selva humana onde o macho luta pelo pão diário e são os próprios bichos, animais racionais a construírem seu futuro?

Por quevivo, o que vim fazer neste orbe,Deus por que desci dos píncaros do espaço, para viver no Brasil onde a principal lei é a inveja e inversão dos sacrossantos valores?Por que, Senhor ó pai, que estás nos céus, perdi-me em incertezas descendo do universo infinito onde o amor é lei maior,a fraternidade é ordem social e nesta terra em que vivo a lei é traição,inveja, calúnia, inversão dos santos valores, onde a virtude santificada,é o império do dinheiro, da fortuna?

Mas,bradou-me uma dia a voz da consciência: tu vives, filho bem amado, para desenvolver, na taça do infortúnio, humildade, asa, que conduzirá teu espírito a Deus, a morada celeste; Tu vives ser adorado, para deixar no mundo réstia de luz inundando de suave clareza a todos aqueles, que tem olhos e são cegose na selva do viver ainda não enxergam o caminho de Deus.

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POR QUE VIVER

Oque é a vida?...

Por quenascemos neste mundo aflito?...

Por queviver entre sorrisos e lágrimas?...

Por queviver e depois morrer?...

Por queamar e sofrer o abandono após mil beijos?...

Por queexistem trilhões de estrelas perdidas no espaço?...

Por queexiste Deus?...

Por quea ambição se o preço de tudo é morte?...

Por queamar e sofrer a morte cruel do amor?...

Por que

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a saudade ferindo em mil golpes mortais o peitoofegante?...

Por quea morte na laje fria?...

Por quea mulher bonita e a coitada da mulher horrível?...

Por queviver, o que é a vida?... Por que viver como palhaço,queo homem é na comédia do universo?...

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PREDESTINAÇÃO

Soupoeta, tenho n’alma gênio diferentedotipo comum dos mortais, que perambulam pelo planetasemterem, no espírito, luz santa do ideal superior, construindona vida algo de verdadeiro, para tempos do futuro.

Soupoeta, trago dentro de mim, chama, energiadoprogresso espiritual na humildade refletida.

Soupoeta incompreendido pelas multidões ignorantes daquiloqueserei para o futuro, e que vivem com o ser atordoadopela cegueira da infantilidade terrena; Mas amo o viver,porqueser poeta é ser amante de tudo que é belo, é ter n’almaestilhaçosdo universo, é possuir dentro do peito o mistério do infinito,do imortal.

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Soupoeta, tenho no íntimo o gênio, que nas noitesdeluar, de mãos dadas com Deus, sai passeando pelas nebulosasdo espaço comum.

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QUIS DIZER-TE UM DIA

Quisbeijar-te a face mui linda, levar meus lábiosloucos em delírio à tua boca vermelha e dizer-te tu ésmeu único amor, razão infinita de meu viver de poeta, que vaga, qual nau perdida na amplidão do universo.

Quisdeitar meu corpo junto ao teu corpo, para que eles fizessem unificados o sexo, o respeito, que a carne merece.

Quispossuir-te n’alma bela, que chora, murmura nos trilheirosconturbados deste mundo aflito e dizer-te tu és o espírito gêmeo,cuja afinidade absorveu meus pensamentos, minha poesia,que livre corre como córrego na cascata de meu pensar, fazendo cachoeira de mil quedas em meu coração agoniado.

Quisna aurora da vida ofertar-te tudo de bom, que o homem pode oferecer à mulher amada; Mas ó mísero planeta, cujos ideais são paralelos, não se encontrando jamais na distância do tempo espaço.

Quisbeijar-te a face rubra de inocência e dizer-te tu és tudo!...a luz, as estrelas, mas ó sonhos na aurora da existência, que não voltam jamais no entardecer dos anos.

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RENÚNCIA

Cristina,meu amor, filosofia humilde de minha existência.

Certanoite de meteoros e estrelas no céu, dormia o sono perene do esquecimento e o meu espírito envolto nas trevasda semi-inconciência, esquecia em breves momentosos problemas do homem na luta pela vida,entre o desespero dos povos e nações.

Cansadopelas querelas do mundo, busquei, também no repouso, a fuga de tua imagem sagrada, para os olhos meus, mas na dormência noturna, descanso do corpo,não pude por nenhuma forma esquecer os lábios teus e tua figura, que, envolvida pela graça da simpatia, da ternura,veio até meu leito trazer o diálogo de tua alma,para a minha alma no êxtase supremo do sonho imaculado.

Cristina,quis esquecer-te um dia,mas as forças do sentimento foram superioresà minha resistência e continuei amando-te no silêncio,na humildade.

Teuespírito, após tanto tempo no perpetuar do sofrimento, veio despertar-me para a sublimidade do afeto, da recordação.

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Queroagradecer a visita de teu ser ao meu tranqüilo sonho na recordação e confesso, de olhos molhados em prantoe dor, que apesar dos anos que se perderamnas cinzas do passado, eu te amo mais que tudo,acima de tudo.

Aunião física de nossos corpos, na supremacia de marido e mulher,tornou-se inevitavelmente impossível pelas circunstâncias das provações da vida.

Mas creio que, no meu ser, tu serás sempre rainha,única e entre rosas vermelhas, lírios,e flores de meu coração; Tu serás a jardineira,que, nas tardes de primavera, regarás com lágrimasvirgens de teus olhos verdes as roseiras do altarde meu ser, catedral de meus sonhos.

Cristina meu êxtase, beija-flor de minha poesia, após turbulência do quotidiano, no viver do além túmulo, irei buscar-te na desencarnação, para, embriagados de tesão, vivermos na eternidade das brancas estrelas do céu.

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RETORNO A CASA PATERNA

Ah!...quero morrer e ter o espírito liberto do corpo de carne podre e decomposta,alçando o vôo gigante, qual branco albatroz nas manhãs de ouro, retornando à casa paterna perdida na vastidão infinita e estrelada do universo.

Ah!...quero morrer e ter o gozo supremo de voar livre pelo céu estrelado, consciente da grandeza do mundo e da força potente do espírito pioneiro.

Ah!...quero morrer e deixar tudo na terra maternal,desde o amor nutrido pelas lindas mulheres nos verdes campos em flor, até mesmo a mecânica lírica de meus poemas, loucos delíriose símbolos do gênio, que habita dentro de mim mesmo,na santa esperança de que eles levem o amor supremo de minh’almaa todos aqueles que vegetam no deserto da vida, sem terem, jamais se enlouquecido na fonte pura do bendito e sacrossanto amor.

Ah!...quero morrer e, com a força potente do espírito pioneiro,navegar, qual barco ligeiro sob a brisa fresca do ar, louco,sem destino certo, para sentir o barulho do vento nas longascampinas em festa, para beber o néctar de todas as flores,se embriagando com o perfume de todos os lírios e em porto segurobeijar, na sombra dos laranjais, os lábios vermelhos da fêmea amada,cujo único vestido é a própria pele macia da carne em corpo vivo.

Ah!...quero morrer e ter o espírito febril em festa, na magistral

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despedida do meu último abrigo terrestre bem amado e querido,ouvindo no estampido estridente do espaço vazio, o bater de asas sonorodos brancos cisnes na triste despedida, além do majestoso vôo das louras borboletas em tempo consumido e, no momento derradeiro,ouvir no gorjear da passarada a melodia orquestral de seu fúnebre canto,num último grito da homérica despedida.

Ah!...quero morrer e navegar pelos planetas do infinitoe em todas as terras habitadas da poeira estelar quero embriagar o espírito nos lábios de todas as cândidas donzelas do cosmo, na comunhão, na hóstia do amor puro e angélico.

Ah!...quero morrer e ter o espírito liberto do corpode carne podre e decomposta, atravessando mil esferase mil ilhas no espaço e, num repente heróico, fugir velozda gravitação cósmica, onde a luz correndo pelo espaço-tempoa trezentos mil quilômetros por segundo, viaja durante bilhões de anos-luz na órbita do universo material e curso de Albert Einstein.

Ah!... quero morrer e deixar tudo na terra, desde o delírio nutridopelas virgens belas do mundo e, num gesto heróico, romper a gravitação dos corpos materiais do universo, atingindo a anti-matéria, energia pura onde DEUS é imaterial na existênciadas contradições humanas, é átomo desintegrado, é éter rarefeitoé luz do núcleo profundo do micro-cosmo, espelho do macro-cosmo,repleto de brancas estrelas, campo de GUERRA E PAZ na eterna evoluçãosecular do homem.

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RETORNO À PÁTRIA SIDERAL

Quelouco desejo de morrer, de abandonar a terra perdidana amplidão do cosmo.

Quelouco desejo de morrer, de fugir deste tipo de mundo,que não é a pátria de origem de minh’alma na moradia do cosmoerrante.

Quelouca vontade de morrer, de ver o espírito livre da matéria,alçando o supremo vôo ruma a casa paterna.

Ah!...que instante de delírio no corpo apodrecido,onde o espírito prisioneiro sente a libertação final,para beber em vôos cósmicos a outros mundos a angelicalpoesia perdida, que vaga pelo estelar universo.

Ah!...que louca vontade de morrer e retornar à casa paterna,e poder beber na fonte pura do amor todas as delícias,todos os êxtases, que empolgam as sonoras fibras do espírito.

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RETORNO À UBERLÂNDIA

Uberlândia!...Uberlândia!... Quantas vezes, quis odiar-teporalguns filhos teus, poderosos, terem perseguido injustamenteopoeta, que desde criança te amou na suprema profundidaded’alma.

Uberlândia!...Uberlândia!... O tempo venceu, conseguiu apagar velhas imagensque cegam levando o espírito ao desespero.

Uberlândia!... Uberlândia!... Como posso deixar de amar-te no amorinfinito,se foi em teu solo, que contemplei na vez primeira,imagemdo filho redentor.

Uberlândia!...Uberlândia!... Como posso esquecer-te se um dia voltarei, paramorrer em teu solo querido!....

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REVOLUÇÃO, REVOLUÇÃO, REVOLUÇÃO

Bombassimbólicas explodem na manhã sonora de Minas Gerais,terra de Tomas Antônio Gonzaga, de Aleijadinho,de Marília de Dirceu, dos inconfidentes.

Bombassimbólicas explodem pelos recantos de Minas Gerais,berço da história, do civismo, da paz, do amor.

Vejabrasileiros na tela do passado!... Magalhães Pinto,líder do movimento civil, é a revolução, que surge no horizonte azul;São homens que partem para luta com seus corpos valentesna reestruturação das bases sociais do povo e de nosso símboloverde amarelo a tremular no mastro altivo, imponente.

Bombassimbólicas explodem na clara manhã de 31 de março;São mineiros a gritarem para a nação... liberdade de ação, de pensamento, de empresa e os netos de D. João VI respondem à convocação de guerra. Do Ceará desponta Castelo Branco,do Rio Grande do Sul, Costa e Silva, do Pará, Jarbas Passarinho,de Uberlândia, Triângulo Mineiro, Rondon Pacheco.

Bombassimbólicas explodem na manhã sonora de 31 de março;São os filhos de Tiradentes no brado de alerta; Acorda Brasil,

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é a revolução, não de baionetas, bombas, canhões, foguetes; É a revolução da massa, da comunicação, da educação, da política,da estrutura arcaica no despontar do céu límpido do país predestinado,território de Cláudio Manoel da Costa, de Tomaz Antônio Gonzaga.

Bombassimbólicas explodem na manhã sonora de meu Brasil,onde pássaros gorjeiam mais nas tardes musicadas das florestas; É a seqüência de tudo, primeiro Castelo Branco, austero, firme, depois Costa e Silva, Emílio Garrastazú Médice, o gaúcho, vindo dos pampas, aparecendo no tempo como soldadoverde-amarelo, como D. Pedro I, guerreiro da evolução cósmica.

Bombassimbólicas explodem pelos planaltos e planícies,é a revolução do espírito; Siga avante Presidente Médice,leve nossa pátria, para o lugar, que Deus reservou no concerto das nações Latino-Americanas, meta do terceiro milênio,era de Cristo para o coração dos homens.

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SANTOS POETAS(À Cristiane Oliveira)

Bilacprimoroso, supremo poeta perfeito,límpido estilo fecundando minh’alma no eterno fogoda poesia, que entorpece fibras do corpo enlouquecido.

Augusto dos Anjos,poeta dos horrores, na ternura imorredourados anjos, das almas eleitas, fazendo-me sofrerpor teus lamúrios, sofrimentos, desejos vãos.

Gonçalves Dias,sonoro poeta de minha infância perdidanas cavernas do passado redivivo.

Camões,ó Camões, fecundo Camões, aventureirode todos mares bravios ou não, fecundandocorações no estelar infinito, de tudo e do nada.

Shakespeare,Rei dos Reis, Imperador dos Imperadores no sonoroverso,preciso, fecundo, poeta da perfeição no estilo,na técnica do cirúrgico verso; Obrigado irmãona arte fecundando minh’alma do passado ao presentecruel, insano.

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Jesus, poeta da ternura, da solidariedade, poeta dos versos não feitos, poeta do exemplo do amor fecundo.

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SAUDADE

Tue eu querida separados no espaço-tempo.Eu aqui curtindo dor da distância de nossos corpos na tristeza voraz, que corta o peito e faz tremer o espírito;No murmúrio, que enlouquece o ser no sentimento puro e manso, que somente grandes almas são capazes de sentir;No êxtase do amor humanidade.

Saudade,simples palavra, que traduz tudo aquilo que sentimos dentro d’alma, fazendo com que olhos vertam lágrimas incolores na recordação da santa pessoa, que todos amamos.

Saudade,doce lembrança da imagem amada, uma flor, uma foto, uma carta, que chega trazendo ternura, emoção, empolgando fibras do íntimo, na onda de tudo aquilo, que sensibiliza nosso interior.

Saudade, melodia de sons, que envolve todos aqueles que se amam,um lenço branco, um adeus, uma despedida, o tempo,os minutos e mais tarde, na reminiscência de um beijo, lágrimas por aquela a quem tanto amamos nos caminhos do mundo.

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SAUDADE E TRISTEZA

Senhor,tu foste o mestre a quem sempre confiei minhas alegrias, saudades, tristezas e, hoje, qual gênio maligno, desce sobre meu peito comprimido uma dor tão grande,um desespero d’alma; A morte nos prenúncios da intuição invade meu pobre ser e, cansado, comunico-te com tua luz através do poema, que desce manso, tranqüilo na inspiração momentânea.

Senhor,é dor, é recordação de um amor incompreendido, são soluços, são lágrimasoriundas de ingratidão daquela, que muito amei.É a saudade, este sentimento puro de irmandadesocial, é o amor, que germinou e deu frutos no jardim de meu coração sensível, é como se tivesse sido Senhor crucificado na carne de meu peito.

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SER POETA

Serpoeta é ter n’alma a pureza imaculada dos anjos.

Serpoeta é ser médium da música universal,que ronda os movimentos das brancas estrelas do céu.

Serpoeta é saber compreender e amar as mulheres com ternura ilimitada.

Serpoeta é compadecer das lágrimas fingidas de uma fêmea banal.

Serpoeta é sentir-se bêbado de amor diante dos lábios róseos da donzela amada.

Serpoeta é amar a luta heróica de uma formiga no labor diário.

Serpoeta é saber extrair do canto melódico dos pássaros inspiração santa de um poema.

Serpoeta é respeitar o sofrimento de todos aqueles, que sentem a dor pungente da fome.

Serpoeta é saber rir junto às crianças ao contemplar o palhaço no picadeiro.

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Serpoeta é sofrer junto a uma noiva, que perdeu o bem amado nas misérias da guerra.

Serpoeta é ter no espírito um gênio superior ao tipo comum dos mortais.

Ser poeta é valorizar todos aqueles que carregam o valor n’alma e desprezam todos aqueles que levam no íntimo o câncer inflamado da calúnia.

Serpoeta é chorar com a mãe, contemplando o filho morto.

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SILVIO BARBATO(Regente mágico na Sinfônica de Brasília)

- Falecido no ano de 2009 no acidente aéreo com o avião da Air France no Oceano Atlântico Norte -

Teatro Nacional Cláudio Santoro, repleto, completamente lotado; Noite de gala, a orquestra composta, compenetrada, o público impaciente.

Omaestro Silvio Barbato penetra no recinto, o êxtase contagia o ar;Erecto, no elegante porte se curva, reverenciando refinada sociedade.

Tuacabeça verticalmente se levanta, rápida no característico porte;Mãos entreabertas em forma de cruz; Se concentra, a batuta dá o toque, a orquestra explode, violoncelos, violinos, flautas, oboés, clarinetes no frenesido belo, que entorpece corações eleitos.

No palco Rigoletto, o tenor, a sopranona suprema força de Verdi, do gênio sobrenatural,que um dia habitou o mísero planeta azul,no contraste da miséria, da opulência na existência decomposta.

O tenor surpreende no perfeito talento redivivo da suave música, consolando corações na dor, no desengano do mundo.

Asoprano no palco de branco puro, com sua sonoridade de anjo, estraçalhando o íntimo dos seres, penetrando no peito, explodindo átomos em formação, acelerando adrenalina,

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DNA no vermelho sangue, na delícia do belo,provocando êxtase de todos êxtases, orgasmo de todos orgasmos.

Suavoz de veludo, de seda macia, contagiando todos os ares na emoção, na meiguice, na melodia do sonoro canto, o poeta, mudo, divagando no distante passado, relembrando amores perdidosna remota infância.

Nocanto sublime, magnífico, cirúrgico, sobretudo no harmonioso timbre do puro amor, embriagando todos seres dilacerados pelo terror de New York.

Aturdidono gozo, no delírio do encanto, o poeta esquece tudo, viaja pelo relativo tempo do interior de si mesmo, na catedral dos perdidos sonhos.

Omaestro Silvio Barbato, embriagado pela música; O poeta sentindo o sompenetrando nas entranhas d’alma, frenética, enlouquecida.

Omaestro clonado, para a música, vibrando energiasno fantástico show do existir, no elo perfeito do sonho real, sobrenatural.

Silvio Barbato,Mozart reencarnado no toque ritmado, regendo sinfônica orquestra;O próprio universo em festa na magia do teatro.É Verdi, Chopin, Beethoven, Carlos Gomes, Bach,incorporados em Silvio Barbato, dando força na expressão angelical da sinfonia,no canto magistral do tenor, da soprano em noite musicada no delírio dos Deuses.

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SIOMAR E O MAR

Opoeta contempla imensidão fantásticadomar.

Opoeta no mistério da sua existênciaeo mar na complexidade da vida marinha.

Doismundos, o do poeta e o mar.

O poeta na sensibilidade do existir, o mar...ah!o mar azul, o mar verde, o mar de águassalgadas.Omundo submerso, diversidade da vida,trilhõesde moléculas, o inexplicável.

Nouniverso estrelado trilhões de planetas;Quantoscom mares?... na repetição do que existeaqui!...

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O poeta buscando nas cavernas do espíritoasensibilidade também inexplicável.

A noitecobre as águas do mar; A poesia germinanocoração do poeta.

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SOFRIMENTO, AMOR E SAUDADE

Senhor,tu foste o mestre a quem sempre confiei minhas alegrias,saudades,tristezas e hoje, qual gênio maligno, desce sobre o peitoumador tão grande, uma obsessão d’alma; A morte, no prenúnciodosentimento, invadiu este pobre ser e o espírito cansado escreveecomunica com tua luz através do poema, que desce tranqüilodeminh’alma moça.

Senhor,é a recordação de um grande amor incompreendido;Sãosoluços d’alma, chorando pela boneca louca, que me faz sofrerepadecer.

Ésaudade, Senhor, provocando sentimento puro de irmandadesocial,é o amor, que germinou e deu frutos no meu coração sensível,éCristo crucificado em meu peito.

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SOLIDÃO DE POETA

Diasanto, frio, sombrio.

Diade tristeza, solidão, onde tudo pára, na imobilidade do espaço tempo.

Dia triste, dia de solidão, a sensibilidade do cosmo estraçalha meu peito; Os pássaros vêm trazer-me a sinfonia melódica de seu canto e os pobres, esfarrapados, ricos de poesia, embalam num doce êxtase o espírito, que habita meu corpo de átomos.

Diasanto, dia sem sol, amargurado, cabisbaixo, quase sem movimentos, recolho-me ao quarto minguado de poeta, eterna moradia.

Notoca disco, Ave Maria vibra, moléculas do ar, Jonny Mathis,magistralmente canta a suprema obra do homem.

De olhos fechados, viajo para a eternidade de mim mesmo, sinto dentro da catedral do meu peito o gorjear dos pássaros.

Diasanto, frio, sombrio.

Chora,coração de poeta, vai buscar na fonte do passado real, recordações da infância cheia de metas, objetivos a vencer na existência.

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Duaslágrimas escorrem pela face, de barba cerrada, do homem,que um dia foi menino de rua e que tinha um ideal a cumprir.

Viajandopelo interior de mim mesmo, contemplo o passado, vejo-me criança inquieta, feliz, sorridente, jogando bola com outros infantes sujos de barro na praça da igrejinha, ouvindo sábios conselhos do Padre Abidon, luz, farol, guia dos garotos sujos de barro na era em que tudo era bonito, colorido.

Ótempos felizes que não voltam jamais no entardecer do viver, que são estrutura do menino que fui, do homem barbado que sou.

Com olhos fechados, vejo-a debruçada na janela do pensamento,trajada de vestido amarelo, a fêmea, que amei aos doze anose que foi a doçura de meu viver.

Ótempos felizes da infância querida, porque se foram e não voltam jamais!

Diasanto, dia de sol, de barbas alongadas, caminho para a eternidade de mim mesmo e vejo-me criança a brincarde bola na antiga igrejinha do Padre Abidon.

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SONHO

Cristina,tenho por teus olhos verdes um grande amor torturandoefazendo o coração sofrer numa nostalgia sem fim.

Cristina,esta noite tive um sonho lindo, em que me vi trajadodenoivo te esperando ao pé do altar.

Cristina,sonhei que tu disseste o Sim e que poderíamos ser felizespara sempre.

Cristina,quis um dia ser eternamente teu, pai dos filhos geradospor teu lindo corpo.

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SONHO DE AMOR

Cristina,corno és tão bela e tão formosatão meiga, tão cândida, tão virtuosa.

No instante primeiro,que teu rosto vi sorrindo,o triste palco deste mundotornou-se qual paraíso lindo,porque vi na imagem tua a donzelade meu sonho primeiro,que nas noites de luar vinha ao meu leitocompanheiro,trazer o afeto, alimento de meu gêniosedento de poeta,que sem carinho não vive, apenas pelas terrasdistante vegeta,sem rumo, sem destino, vagando,qual passarinho errante, pelos límpidos céusazuis à procura de uma alma santa,que possa amar e adorar minh’almasanta de poeta.

Cristina,tu certamente lembras do precioso dia,que a lua solitária vagava pelo espaço aforae que te prometi uma bela poesia,qual presente jubilosopelos quinze anos teus.

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Cristina,meu doce amor,vem repousar, criança,no meu virtuoso peito,a inocência angélica, virginalde teus jovens anos,que perdida está no berço do perigosoe traiçoeiro leito desta vida, desta gente,ora feliz, ora vil e pecadora, vivendo em orgiase bacanais troianos, que sempre aos meus sensíveis olhos oferece.

Vem morar, soberana princesa,no palácio de meu peito onde te esperovestido de príncipe, de anjo e poeta,ao lado de Deus num altar de cristal,esperando a união de nossos espíritos puros, embriagados de êxtase.

Cristina,minha querida, aqui estão travessa rainha de meusvelhos cantos, estes pobres versos meus,que compus com o coração chorando,diante dos meigos e róseos lábios teus.

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SONHOS DE TERNURA

Quisamar-te no amor dos anjos e dizer-te,que tu serias deusa no altar de meus devaneios,desejos e quimeras.

Quis dizer-te, alma minha de minh’alma, clone genéticode meus delírios incontidos, fotografia de dois seres unos no celestial amor, que só anjosdos altos píncaros siderais conhecem na retidão do puro, do sobrenatural.

Quisdizer-te no íntimo pioneiro, que meus olhos contemplam teus olhos; Tu serás companheira nos caminhos deste planeta, duro, cruel; Serei teu guia nos momentos de desespero. Tu serás ternura dos seres perfeitos, secando lágrimas de sangue nos olhos meus.

Quisamar-te e beber tuas virgem lágrimas, com beijos quentes de ternura, devoção dos seres superiores.

Quisdeitar-me a teu lado, sentir o calor de teu corpo quente, beijar-te na tua face de pele branca, fina, macia, qual seda chinesa, para dizer-te: Tu és única na terra, nas estrelas; Serás mãe dos filhos meusnos tortuosos caminhos do mundo aflito em noite fria, escura.

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Quisacordar-me pela manhã, no raiar do novo dia, senti-la nos meus braços cansados, nos desenganos do orbe aflito e dizer-te: tu serás sonho de meu sonho, carne de minha carne, sonoridade na doce poesia, êxtase de todos os êxtases, néctar de todos os néctares.

Quisacordar todos os dias e entregar-te uma vermelha rosa molhada pelo orvalho da madrugada, como prova, veneração de minhadevoção, ternura de meu sexo incontido.

Quisarrancar meu coração de poeta incompreendido,para entregar-te o sangue quente de meu corpoestelar, como testemunha do louco orgasmo de minha devoção.

Quis,nos sonhos meus, acordar todos os dias, todos os anos e tê-la sorrindo a meu lado,no sinfônico gorjear do bem-te-vi na manha sonora,para entregar-te um buquê de vermelhas rosas,perfumadas pelo orvalho das madrugadas, abençoadaspelo supremo néctar das brancas estrelas, para dizer-te:tu, só tu foste única, verdadeira; Tua ternura,teu coração iluminou meus caminhos neste planetaconturbado.

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Sonhei,na aurora da existência consumida, amar-te no amor profundo, mas na contradição do terrestre carma, tua alma estava distante milhões de anos-luz de minh’alma, na evolução de valores da terra, das estrelas pioneiras, e aí vivi o sofrimento, a provação, que tortura, fere, mata sonhos,mil sonhos, foram só sonhos, nada mais do que sonhos!

Foi belo enquanto durou. Só sonhos nada mais do que sonhos desfeitos nas tardes frias.

Quepena! Que cruel fatalidade! Quis amar-te, esforcei-me,mas nossos espíritos desiguais, estão separadospor milhares de anos-luz, na relatividade de Albert Einstein.Creio que um dia encontrarei noutras existências o anjo sonhado,para juntos navegarmos como cosmonautaspelas bilhões de galáxias no espaço estelar.

Tu foste sonhos, só sonhos, nada mais do que sonhosdesfeitos, nas tardes frias na união do eterno carma,que purifica todos os seres no filtro da reencarnarão.

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SONHO E DECOMPOSIÇÃO

Que loucura o sonho, o ideal da existência em festa consumida, oriundos da luta de suor, de sangue, sob sol inclemente do meio dia!

Quedifícil mover a roda da história,rumo ao futuro promissor no mundo desconhecido!

Quanto sangue, sofrimento, infortúnio, para avançar sempre, cumprindo o determinismo da própria evolução do homem na terra fértil.

Penetrar,conquistar, progredir, competir na loucura insana de um orbe desestruturado nas contradições.

Milhões, bilhões de corpos insepultos, putrefatos,nas guerras conseqüentes da mortífera tecnologiade destruição, do terror, da decomposição.

Quantaslutas, vitórias, derrotas nos verdes vales,nos desertos, na infertilidade do coração humano.

Milsofrimentos, alegrias, padecimentos, nos trilheiros do micro planetana constelação das galáxias, nos estelares agrupamentos,

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nas imensidões dos espaços relativos, siderais.

Porqueo sonho, devaneio, ideal, tudo se encerra na morte, no túmulo frio, no campanário solitário.

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SONHO E GLÓRIA

Sonheium dia na aurora da vida ser um grande homem, um pioneiro, íntegro, incomum, destacando-se na luta da sobrevivência física.

Sonheium dia e do sonho, do ideal fiz minha arma de luta; Lutei, venci, fui vencido, chorei, e fiz com que outros chorassem sobre o peso de minha glória; Mas eis que o destino reservava outro caminho diferente de todos aqueles, que um dia arquitetei nas tardes sonhadoras da infância.

Sonhei,como muitos sonham ser alguém, ser patriota,ser líder de uma geração perdida pelo monopólio do poder, mas quis o imprevisto na luz visual da clarividência,que eu me tornasse um dia não um líder, não um orgulhoso de tronos falsos do futuro mas, que a imortalidade da renúncia, moralidade, ética, habitasse, para sempre, dentro de meu peito, outrora apartamento de mil ilusões tardias na realidade da existência.

Sonhei um dia, na aurora do viver, ser forte, valente e na glória o pedestal do porvir, mas ah!... o destinocom suas garras e peças na encruzilhada dos caminhos,fez-me um pretensioso na teia da ilusão passageira.

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SONHO E VIDA Ah!...existem nos sonhos da juventude em flordesejos incontidos de êxtase e glória passageiros,habitando a mecânica positiva do ser evolutivo,na força potencial suprema, incontida.

Ah!...mas eis que no mundo das leis humanas de sobrevivência, a matéria vence o espírito provocando a lei das inversões do verdadeiro valor, onde o capital financeiro substitui o gêniona escala dos valores sociais.

Ah!...Quanta penúria há neste planeta miserável!...Oh!...quantos sonhos, quantas lágrimas vertidas por causa do vil metal, bússola que registra o fenômeno provocado pela sobrevivência do homem;Quantas dores, quantos sofrimentos, sob a capa da renúncia, do disfarce.

Ah!...Quanto lamurio, quanta beleza, quanta ciência,quanta poesia, oh! quanta arte perversa!...

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TE AMO QUERIDA

Teamo, querida Cristina,e jamais esquecerei o calor deteus beijos ardentes em chamas.

Teamo tanto que chego a chorar aolembrar-me de tua cândida imagem.

Teamo tanto que ao passar pelo jardim, vejo-teentre outras flores na tua majestadederainha.

Te amo tanto que ao admirar as ondas dorio que passa no fundo da colina,vejo-terefletida nas águas tranqüilas.

Teamo tanto, querida, que ao contemplar o céuazulem noite enluarada, vejo-te refletida nas estrelas.

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TERCEIRA PONTE NO LAGO SUL(Poesia no concreto)

Brasília - DF

Pontedo lago sul, suprema estrutura de cimento, de concreto, sinfonia estilizada de curvas, cortando o espaço, querendo atingir estrelas no céu azul de Brasília, canteiro de obras no coração da pátria em festa rediviva.

Pontedo lago sul, suprema estrutura de ferro,oriunda da determinação de fé, na hercúleavontade do Governador Roriz, moderno JK do cerrado, na sacrossanta missão de concretizar Brasília no Planalto Central, projetando luz, fé, esperança, para o sofrido povo brasileiro.

Pontedo lago sul, suprema poesia no concreto estilizado,sinfonia de curvas, de amor explodindo coraçõesem noite enluarada; Incontida determinação de Roriz,Governador, hodierno JK no terceiro milênio, projetando luz,para o coração do Amazonas.

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TERNURA, CHARME E O POETA

Teunome é ternura, charme, elegância, posturaimaculada de mulher de bem com a vida,com tua pele macia como seda chinesa,bem tratada no belo rosto esculpidopor fídias nos remotos tempo da Grécia...de Sócrates, de Píndaro, gênios do perfeito.

Teucorpo torneado, sensual, perfeito na geometriado incalculável; Teus seios sem efeito gravitacional,no lugar certo, na moldura do conjunto arquitetônico;Teus poros na tua pele aveludada transpirando emoçãoda existência em festa, refletida no teu vultogracioso de fêmea, destas, que ainda usam vestidopróprio da mulher, que está deixando de existir.

Tuna penumbra da pista de dança do Castelli Hall,teus olhos fechados, sentindo a italiana música,invadindo teu ventre, que entorpece o coraçãodo poeta, no êxtase de todos os êxtases,no cântico de todos os cânticos.

Teusolhos semi-fechados, teu espírito extasiado,navegando, mirando estrelas, levitando por outrasgaláxias, sentindo a ternura da criação divina,que somente seres privilegiados poderão sentir.

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Teucorpo é ternura, charme, elegância, postura;Obrigado por existir, motivando este poema,comovendo a lírica emoção do poeta,no charme de todos os charmes,no êxtase de todos os êxtases,no cântico de todos os cânticos.

Tusó tu provoca-me no platônico devaneio,meus lábios vermelhos beijando tua boca esculpida,charmosa, rosada, paralela no eterno beijo de Romeu e Julieta,refletindo o êxtase universal da criação divina.

Tusó tu, fêmea de meus solitários cantos,leva-me a triplos orgasmos, vertendo lágrimas de cristaisa minha face ornamentada de diamantes, projetando novas coresaos olhos meus, castanhos, cor de mel, pedindo tudo,suplicando teu amor no leito macio do devaneio,no sonho de todos os sonhos imaculados do poetaem noite fria, eu dizendo-te tu serás minha e tu dizendo-me,serei tua, para sempre, para todo o sempre, nesta vidae em outras existências, perdidas na eternidade do universoestelar de Deus.

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TERRORISMO EM NEW YORK

Por queo atentado a New York e não paz solidária entre homens penitentes?

Por queo atentado a New Yorke não o beijo febril dos namorados à sombra fresca das laranjeiras?

Por queo atentado a New Yorke não o gorjear dos bem-te-vis em tardes douradas na primavera quente?

Por queo atentado a New Yorke não o canto triste da araponga em tarde fria?

Por queo atentado a New York e não o murmurar dos pequenos córregos na queda de mil cachoeiras no espetáculo de luz e cor?

Por queo atentado a New York e não tua boca vermelha,beijando minha boca no supremo festival da carne macia enlouquecida?

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TEUS OLHOS... TEU CORPO

Tute lembras, quando mirando teus cabelos e tua boca eu disse.

Quisbeijar-te os lábios n’um beijo do tamanho de um século e dizer-te, que entre milhões de mulheres, tu és divina, única, sobretudo inspiradora de um santo poema de amor.

Mirando-tecom meu espírito puro de poeta eu disse,farei versos, para tua face perfeita como ondas verdes dos mares do sul.

Tuficaste no salão, esguia, charmosa, com teu corpoarquitetônico, modelado em linhas da Grécia de Alexandre Magno,permitindo contraste com a magistral Vera Fischer.

Tu,no recinto, feminina em vestido branco, qual noiva sedutora,a teu lado o potente mustang vermelho de oito cilindros; Ah! Tu com tua face celestial e eu a pensar, qual a forte imagem, ela ou o mustang...Será ela? Será ele?

Fuiembora e tu ficaste no evento, teu vulto acompanhou-me ao leito, sonhei com teu sexo, disse para mim mesmo, que mulher! Que tesão!que visão! Que paixão!

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Ah!...teu olhar, teu sorriso neste rosto bonito, no conjunto desta carne macia,deliciosa.

Ah!...teus olhos verdes mansos como ondas dos mares do sul.

Ah!...teu corpo, teu bumbum magnífico, arredondado,provocando o querer guerreiro, que existe em mim.

Ah!...fêmea fatal, Cleópatra reencarnada, motivando a adrenalina do vermelho sangue, na erupção do vulcão em meu peito,estraçalhando o coração colorido do artista, na terra azul de mil cachoeiras.

Tufoste uma emoção, um êxtase na Sexta Feira,um sonho, uma ilusão passageira e na quarta- feira,a fria realidade na frigidez do mármore,do ser humano inconseqüente; Tu ficaste no passado,foste um momento, apenas um momento, um milésimo de segundona relatividade do espaço tempo e minh’alma milenarseguirá por outros caminhos, contemplando outros olhos verdes,como ondas dos mares do sul.

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TRANSFORMAÇÃO

Por quevirei poeta se na própria infânciaa poesia não sensibilizava minh’a1ma.

Coisainteressante a vida e suas improvisações.

Certavez no palco da existência, desmaiando no esporte,tive real prova da continuidade da vida após a morte no túmulo.

Emtranse em memória rediviva, tomei conhecimento de meu papel na comédia da vida e da vida de mim mesmo.

Disse-meo guia do espírito, para mil surpresas do descrente que fui;Tu vives, filho meu, para desenvolver teu serna senda da humildade, escola de grandes esperanças do futuro, e tu, filho meu, como sublimação do viver, tu terás a poesia como companheira do futuro.

Por quevirei poeta se na própria infância a poesia não era irmã de minh’alma,não sensibilizava meu ser.

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TRANSPLANTE DE CORAÇÃO

Cristina,te amo loucamente, êxtase, volúpia de tudo que tortura atrozmente.

Cristina,te amo, meu coração já não resiste a um colapsocardíaco, porque, quando te vejo altiva, bela, trajada de vestidoamarelo, ele pulsa rápido, devagar, dispara, incendeia, arde de amor e desespero.

Cristina,te amo mas não posso deixar a existência por este sentimento,que tenho por tua alma; Para viver suplicarei a DR. Christian Barnard o transplante de coração, porque o atual está morto de amor, as fibras já não mais resistem ao impacto de tua beleza.

Precisoviver, o coração não suporta mais, despedaçado pela sensação febril, que tua boca vermelha proporciona.

Quero,querida Cristina, um coração de preto a bater no peitode homem branco e então serão dois a te amar; Eu e o negroque viverá em meu peito.

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TRISTEZA

Deus! Ó Deus! Que vida triste e amargurada,a que surge desde sempre à madrugada,nesta alma onde habitam os ruídos da sinfonia,dos Deuses ou dos murmúrios do próprio dia.

Deus! Ó Deus! Que vida triste, amargurada,a que me busca no leito e na alvorada,desde muito cedo nos raios do novo dia,que me traz sempre a mesma agonia.

Desta vida triste, que padeço dia a dia,sem que ao menos baile o espectro da alegria,nest’alma titã, que pela terra vaga.

Ó Deus! cessa os ruídos de todo o universo,deixa-me captar nesta angústia o verso,da dor fremente, que outrora tanto amava.

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TRISTEZA E DÚVIDA( Ao amigo Alceu Santos)

Tristeza; Névoa cinzenta invadindo o ser, vibrando átomos de meu espírito, ora feliz, triste, conturbado entre dúvidas de ideal sadio ou de complexo devastador, que punge dentro do peito, qual punhal ferindo, maltratando.

Tristeza, dor d’alma matando, ferindo fibrasdo coração, cansado de viver no picadeiro deste mundo loucoe cruel onde a humanidade representa no universo papel dramático, na comédia da existência, n’uma provação incompreendida.

Tristeza,destruindo o íntimo do comediante, que fui, do homem, de agora no caminho da perfeição, no trilheiro de Deus

Tristeza,vem depressa, devora-me o corpo, para que possa ressurgir na eternidade das estrelas.

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UBERLÂNDIA MEU AMOR( Ao Prefeito de Uberlândia Odelmo Leão Carneiro)

Uberlândia,meu amor primeiro, metrópole que me viu nascer,engatinhar e dar passos primeiros pelos caminhosfloridos da existência em festa.

Uberlândia,terra da infância pura, da juventude,dos loucos amores, dos primeiros beijos, dos derradeiros sonhos.

Uberlândia, capital do Triângulo Mineiro, líder regional na cultura, na medicina, na política, pioneira nos arranha-céus, cortando o vazio do espaço tempo de Albert Einstein, querendo atingir estrelas.

Uberlândia,bela cidade de avenidas suntuosas, verdes árvores,repletas de pássaros, gorjeando ao amanhecer do novo dia,na orquestra sonora e viva na natureza de Deus.

Uberlândia,terra de minha infância perfeita, da juventude,dos loucos amores, dos primeiros beijos, dos derradeiros sonhos.

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Uberlândia,centenária Uberlândia, cidade do progresso, encruzilhada de rodovias interligando o Brasil de Norte a Sul, de Leste a Oeste.

Uberlândia,charmosa capital regional, com o majestoso Praia Clube,o exuberante parque sabiá, a praça Tubal Vilela, a Catedral,o Estádio Juca Ribeiro, o imponente palácio do Fórum.

Uberlândia,magistral, divina, metrópole com belos edifícios, cortando o céu, atingindo estrelas.

Uberlândia,meu amor primeiro, que me viu nascer, engatinhar e dar passos primeiros pelos caminhos floridos da existência em festa.

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UMA CRIANÇA SONHA

Dormecriança e esquece a dor secular,que atormenta o organismo de teu corpo,esquece de que tu és vítima da miséria atroz,na organização social imperfeita da sociedade,nas peripécias do mal comum, somente a todos aqueles,que, como tu, nasceram subdesenvolvidos sem nenhuma oportunidade de vencer e condenados a viverem, para sempre, no sub-mundo da incompreensão.

Dorme,criança, esquece teu destino infeliz,que a terra reservou na estrutura de tudo aquilo,que tu não compreendes, para esclarecer a alma tua,porque tu sofres, porque a miséria habita teu corpinho franzino, sub-nutrido.

Dorme,infante da miséria, da dor; Esquece que tu na selvado macho nunca terás oportunidade santa, objetiva, para te tornares senhor de tua fome milenar.

Dorme,criança e sonha, que tu vives num mundo puro,onde sempre haja remédio, para curar teus males do corpo e do espírito e onde tenha humildade, para extirpar de tua alma o cancro do complexo em que tu vives.

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Dorme,criança e sonha que tu estás num planeta bomque tenha tudo aquilo que transforme teu corpinho frágil no homem forte e robusto.

Dorme,criança e sonha que tu és feliz, para sempre.

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UNIVERSO DE MIL CORPOS

Souo universo de mil corpos estranhos,cujoselementos explodem, diuturnamente, no carro cansado,que conduz meu ser etéreo na direção de outros corpostambém estranhos, que se confundem na amplidão curvado espaço-tempo de Albert Einstein.

Sou o universo desintegrado em carne podre decomposta,retornando ao átomo, microcosmo, refúgio de Deus no mínimo dos mínimos.

Souuniverso complexo, refletindo na irmã naturezaa epopéia da criação no conflito dos mundos,que se devoram entre si na competição de todasas relatividades.

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VALORES INVERTIDOS

Senhor,ó Deus do universo criador de tudo aquilo, que é beloeempolga os mais puros sentimentos do ser.

Senhor,por que vim ao mundo dos vivos de carne e mortosdeespíritos, por que vim habitar este planeta onde imperainversãodos valores em cadeias de obsessões?...

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VERDES CAMPOS

Ah!...se pudesse neste momento estar junto à um córrego de águas tranqüilas, sentindo a grandeza da criação universal.

Ah!...como seria belo beber na fonte pura da natureza a poesia, que solta, pelos verdes campos contamina os ares, com néctar do divino amor desintegrado em ondas de calor e luz.

Ah!...se pudesse neste momento estar junto aos verdes campos e nele ver Deus refletido.

Ah!...se pudesse na hora derradeira da vida, morrer junto a um córrego de águas límpidas, sonoras, absorvendo o doce aroma dos vales no último vôo rumo ao infinito.

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VERSOS À FLÁVIO

Dorme,criança infante da vida, o perene sono do esquecimento,onde tu encontrarás repouso para teu espírito,que no futuro será redenção da sociedade, ora vil, infeliz, pecadora.

Dorme,criança, dorme, infante do futuro,o sono tranqüilo que, humildes e justos merecem, porque na tua alma, santa talvez possa se encontrar a chavepara decifrar enigmas do futuro; As fórmulas, que poderão resolver o problema cruciante da humanidade sem destino.

Dorme,criança, para quando tu acordares teres coragem para enfrentar as dores do mundo, lamentos, desgraças nos caminhos do destino, porque tu precisas, minha criança linda, da solidariedade na luta de teu ideal, que poderá ser redentora para os aflitos.

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VERSOS À PANTERA DO DIOGO

Comoventeé assistir a pantera, negra como a noite, ser mãe de onze filhotes em único parto.

Que mistério é a existência, que incógnita, é a maternidade, que fantástico contemplar a reprodução do animal em série de filhos,negros como mãe, olhinhos semi-abertos, pequenos, dando primeiros passos, tentando sugar leite no peitinho já murcho da mãe, olhar humilde de parteira, cúmplice na mecânica existencial do próprio universo.

Comovente,contrastante o viver onde o maior cérebro,prêmio Nobel do mundo não consegue criare movimentar uma única ameba, um olho e a pantera, toda preta, irracional, analfabeta, sem nunca freqüentar escola de cão, consegue parir,no mundão de Deus, criaturas com pernas, dentes,pelos aveludado de cor negra como a noite.

Quemagnífico o existir do irracional!...Se engravidar multiplicando, xerocando imagem,sem entender de genética, química, biologia, bioquímica.

Impressionante,a reprodução dos seres, filosofia do contraste, o homem vai a lua, corta ares e mares, com máquinas nucleares possantes;

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Transplanta órgãos, troca corações, semi Deus,incompetente na policopiação e gestação sem usar barrigas de aluguel.

Conflitante,o homem racional constrói bombas atômicas;Destrói, mutila, levando morte e a pantera irracional reproduz vidana intimidade de sua espécie, estraçalhando, encantando o coração colorido do poeta.

Pantera...antes de ser mãe, altiva, esbelta, bonita e agora, pagando o preço da maternidade; Olhos cansados, andar capenga, peitos murchos, renúncia nos olhos, transparecendo a glória, que só mães sentem em procriar, gerando onze filhotes, exército de seres sentindo os primeiros raios do sol no canil, quintal do irmão Sólon, do sobrinho Diogo.

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VERSOS À PÁTRIA

Bandeirabrasileira, pedaço de pano, que é o auriverdependão da pátria, inspiração para o Brasil unificado.

Bandeirabrasileira, bandeira de minha pátria, tu verde-azul-amarela branca, tu que és idolatrada pelos teus filhos, que nasceram no teu solo gentil sentindo glória, que tu deste a teus filho no passado.

Bandeirabrasileira, verde pendão da pátria querida, pedaço de pano verde-amarelo tremulando no escasso mastro altiva,bela, fazendo o peito do povo tremer de êxtase na simbolizada família brasileira.

Bandeirabrasileira, murmurando sonora ao vento o êxtase a todos filhos, que nasceram na cidade, no campo nas verdes matas; Bandeira brasileira, se tu soubesses o amor, que despertas no coração do poeta, que te canta, enaltecendo nas cordas líricas do verso,traduzindo na sonoridade a forma de tua perfeição.

Bandeirabrasileira, símbolo do Brasil no presente, super-gigante no futuro, levanta pois Brasil deste sono secular, pois teu destino, é nobre, tua missão é pura, santificada, porque serás suprema perfeição nas gerações futuras, em teu solo nascerão a juventude de cultos homens, que darão à pátria, luz do saber e o sonhado paraíso da perfeição, onde homens amarão a sociedade na lei maior do amor social.

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VERSOS A UM ANJO(À irmã Silene de Andrade e Sousa)

Rejane,um doce encanto e recordação suave envolve o íntimo do poeta ao voltar os olhos meus, para tua imagem meiga, serena.

Sinto,ó música de minh’alma, que o êxtase da naturezainvade meu ser hiper-sensível ao contemplar-te bela nas tardesmorenas, vestida de amarelo, debruçada à janela de tua casa.

Tu,Rejane, és a própria encarnação do bem, da fraternidade universal que Cristo pregou, para os homens nas ruas poeirentas da Galiléia; Fiz no passado, querida, promessa a mim mesmode jamais fazer versos a mulher alguma, mas confesso que minha razão não resistiu à tentação sem fim, e quando teu poeta morrer, partindo para sempre deste mísero planeta, não te esqueças jamais de vir beber na fonte desta vibraçãopositiva, o consolo fraterno para teus dias do futuro,que certamente não serão só de flores mas também de espinhos.

Adeus,meu inesquecível amor, seguirei, para sempre, levando no âmagodeste coração sincero tua santa figura, relíquia da catedralde meus sonhos.

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VERSOS À UM FUTURO FILHO(Ao filho Dr. Alexandre Magno Masini de Sousa)

Meu filho, meu adorado filho,tu que ainda não vieste à vida,tu que já foste filho do tempo e do espaço,tu que já foste átomo e molécula desintegradadentro do vazio e da amplidão do cosmo,tu que já foste partícula elétrica do universo, tu que ainda não fôste-gerado no cômico teatro do vivere que dormirás no útero virgem da donzela.

Meu filho, meu adorado filho,tu que és adorado e amado antes da comédia física,tu que és velho como os antigos deuses,tu que já viveste no Sudão, no Iraque, na Rússia e no Egito,tu que já sofreste nas caminhadas longas do passado.tu que já foste rico, plebeu, desgraçado, feliz e hipócritanas etapas compridas das encarnações remotase no berço das sucessivas vidas de outras eras,tu que foste átomo e serás espírito fecundadono seio virginal da donzela e que serás amado pela mãe,que ambos desconhecemos.

Meu filho, meu adorado filho,germe do espaço, filho das forças cosmonais,filho oculto do Deus, que não conheces e queteu pobre pai ignora, dentro da filosofiado universo indecifrável;Tu que és filho incógnito do incompreensível

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e produto das complicações do vazio da existência;Tu que virás ao planeta terra e indagarás ao teu pai:“Pai, por que vivo? qual a razão da vida minha? por que sintoo palpitar do sentimento dentro do meu peito juvenil?”então teu pai responderá que também procura o significadodo significado, daquilo que tu também procuras, filho meu.e então ambos em prantos, procuraremos, nas jornadas do futuro,a decifração do nada e a filosofia das forças incompreendidas,porque creio, filho meu, que a vida continua e o espírito sobrevive,além do frio cemitério da terra e além da transitória matéria,que é apenas o carro condutor da alma, que se desenvolveatravés dos tempos vindouros do futuro.

Meu filho, meu adorado filho,eu te amo, antes de te ver na comédia humana,porque acredito ter-te amado noutras planetárias encarnações,noutras eras, talvez longínquas da história remotae que latejam no inconsciente do ser, que Deus deu-meno limiar da existência.

Meu filho, filho meu,tu que és anjo de Deus e que aguardas a vindoura hora,para nascer no mundo da miséria e do sofrimentoe para se prostituir no mundo dos egoístas cruéis,no qual os homens precisam ser feras,para viverem num mundo de feras,tal qual Augusto dos Anjos em líricos versos cantou.

Meu filho, meu adorado filho,tu que vais ser filho e vais ser paie vais sentir na carne o espinho agudoda sociedade prostituída.

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Meu filho, meu adorado filho,tu que foste filho do espaço e do trovão,tu que foste filho das forças do cosmoe do oculto Deus;O teu pai espera-te no planeta,para guiar-te na escuridãoe nas trevas dos espíritos cruéisduma humanidade sem rumo certoe ignorado.

Filho meu, ó filho humilde de minh’alma,filho dos átomos, que rodopiarão no corpo meu,teu pai espera-te para te beijar e guiar no certo caminho,para acariciar os olhinhos teus, os cabelos teuse quando te sentires adulto sê forte, sê meigo, sê gentil,para enfrentar a social-doença do injusto mundo,de misérias, de calúnias, de crimese não te deixes corromper com os miseráveis,com os prostitutos da corrupção,com os corrompedores da comunidade,com os injustos, com os malfeitores,com os vaidosos, com os ricos e com os egoístas.

Sê, filho meu, amigo do pobre que redimea humildade e a beleza de tudo que é belo...sê amigo dos animais, que são irmãos teus,no processo rotineiro da evolução cosmonal.

Ama os animais, ama a água, ama o espaço, ama tudo,filho meu, porque tudo e todos são irmãos teuse estão, como tu, dentro das leis científicas da evolução

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do viver, porque tudo se cria e evoluidentro do conceito da lógica e da razão.

E quando estiveres grande estuda bastante, filho meu,para clarear a alma tua, única herança do túmulo da terra,porque o estudo clareia a alma, filho meu, que resides no espaço;Sê, filho meu, um poeta, um astrônomo, um músico, um filósofoou mesmo um pobre homem, mas honesto, porque os pobressão os anjos que Deus colocou no mundo, para fazer a redençãodos humildes e dos justos.

Une-te com os justos, para fazer a justiça dos tempos finaise apocalípticos, cantados na Bíblia de Jesus Crucificadoe aparta-te dos retrógrados, dos homens, que vivemcom o espírito dentro das trevas da incompreensão.

Meu filho, meu adorado filho,quando tu fores velho, pai, avô e bisavô,perdoa o teu pai que já morreu,e que não te deu o suficiente para viveres corno um sábioe então, do outro lado da vida, eu te esperarei,para nós dois procurarmos o porquê da existênciae, juntos, representarmos no cósmico teatro do viver“A nova comédia humana”.

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VERSOS À UM INFORTUNADO

Mendigo,te amo como a natureza e a mulher de rosto purode seios bem formados.

Teamo, pobre irmão, porque tu és poeta nato, analfabeto,que tem poesia mas não sabe escrever, músico primitivo,sem compor, pintor genioso não sabendo pintar,gênio inculto cuja arte é o sentimento; Tu és anjo vestidode pobreza nas vestes carnais do mundo, que ninguém entendee é prisão de inferiores espíritos.

Levantaos olhos, irmão mendigo de pão, como seu mendigo de tua poesia,que invade o ser... deixa que contemple a renúncia de teu coração,filtrada na pureza de teus olhos tristes; Consola-te irmão,sofre com paciência, carrega firme a cruz de tua vida, porque no término da longa jornada, espíritos superiores do além túmulo te esperam no infinito, do outro lado do deserto dos vivos,junto a Jesus na missa cantada em réquiem.

Teamo, mendigo, rei em outras encarnações nos palácios frenéticosda monarquia.

Te amo, supremo homem do passado, mendigo no presente redimindopromissórias de culpa nas vestes de maltrapilho sofredor.

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Teamo, irmão, que andas nas ruas à procura do alimento na lata de lixo, fazendo acalmar micróbios perecíveis de teu estômago ulceroso.

Mendigo, te amo, como amo a mulher loura de cabelos longos caídos no corpo de carne macia.

Adeus,irmão de jornada, poeta de sentimento, irmão nas metas do futuro redentor; Adeus, segue teu caminho, pede tuas esmolas, seguirei meu trilheiro na terra, cantando-te em versosimortais até o dia em que nos encontraremos no céu cheio de estrelasbrancas, qual diamantes, trazendo luz às trevas e então cantaremos a glória imortal de Deus.

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VÉU DE NOIVA DO RIO CLARO( Aos amigos Lauristom de Oliveira e Leila Pioli de Oliveira)

Águasde abril, águas do Rio Claro, águas de Deus,que verticalmente caem em cachoeira, formando espetáculos de luz e cor em forma de arco-íris, projetando estilhaços e fragmentos de música com sonoridade da orquestrauniversal da natureza.

Águas cristalinas, águas de abril, águas abençoadas,águas germinadas, que preguiçosamente correm no leito de pedras perfiladas em forma de oração, que, associadas ao gorjear dos pássaros,produzem a tranqüilidade misteriosa do existir.

Águas de abril, águas do Rio Claro, águas do amor, tu que em forma de oração e renúncia corres tão límpida pela terra grávida e fecundada, se desintegrando em milhões de átomos na cachoeira de mil ruídos, no cenário das verdes campinas em festa.

Águasde abril, águas do amor, águas grávidas de energia e luz sonora,que espedaçadas na queda vertical de mil centímetros,no véu de noiva, que milhões de virgens mulheres sonham possuirna noite do tempo, na gravitação de núpcias e sexo.

Águas de abril, águas do Rio Claro, que desintegradas em átomoscaem em queda magistral, pinceladas, orquestradas pelos sonsmusicados da mãe natureza, estraçalhando o coração do poeta no partoindolor deste poema renúncia.

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VIBRAÇÕES D’ALMA

DeusSenhor, ó pai, que louco desejo de arrebentar-se a fibra que o elo do espírito enlaça a dor vivente da carne.

Ó pai que estás no céu, que suprema vontade da inteligência se libertar da expressão da carne, hospital de resgate das culpas do passado, redimindo, no filtro da dor e do desespero, dívidas de causa e efeito.

ÓDeus, que desejo no despertar d’alma, de abandonar a prisão do corpo, libertando cadeiasde provações do ser e alçar vôo majestoso,rumo ao infinito no despertar da consciênciade tudo aquilo, que fui nas encarnações do passado.

Quelouco desejo da alma alçar vôonas brancas asas da virtude, rumo à mansão dos bem-aventurados; Que louco desejo de sentir o ser na amplidão dos mares de estrelas;Que louco desejo de partir rumo ao desconhecido ao encontro da poesia universal; Que louco desejo de beber no espaço o perfume desintegrado do éter, que inunda a amplidão do cosmo.

DeusSenhor, que louco desejo de arrebentar-se a fibra do espírito na dor vivente da carne.

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Quevontade suprema de voar até outras vidas, noutras esferas, que vontade de se embriagar com a beleza do cosmo no êxtase das galáxias.

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VIBRAÇÕES DO COSMO

Vibrações espirais vindas do cosmo em ondaseletromagnéticas,sintonizam forças proporcionais do espírito; São ondas dispersasdo universo, é energia desintegrada no laboratório do cosmo,émúsica dos astros, é poesia solta viajando na eternidadedas estrelas.

Vibrações, espirais, ondas eletromagnéticas fogem da sintonizaçãotelepáticado pensamento, dispersas no espaço-tempo de Einstein,vãolevar a outro poeta, n’outra paisagem, a doce melodiamusicaldo infinito na forma real, suprema da imaculada poesia.

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VIDA E SOFRIMENTO

Viveré nascer, é crescer, é estudar, é sofrer no palco da existência,é ter o coração retalhado em mil fatias de dor e desespero.

Viveré voltar os olhos para o céu em noite estrelada e indagar a Deus: O pai por que viver?

Por que,o macho no berço dos séculos e séculos sem ter um destino certo no mundo de dor e sofrimento?

Por que,ó Deus, ó Senhor do infinito, nascer na terra?se o bicho homem desaparecerá nos vestígios da morte.

Por queo varão vem à terra, ama, sofre e faz com que outros sofram na dor e provação, qual a razão de bilhões de vidas, retornando ao pó, à desintegração, ao átomo.

Deus,ó Senhor pai de todas as coisas, se não posso compreender tudo no mistério de tua criação, deixo no poema oração duas lágrimas de humildade.

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VIETNÃ SEM ESTRELAS

Bombasexplodem, iluminando noites do Vietnã sem estrelas,onde crianças sofrem na carne o cancro, a moléstia da humanidade podre e decomposta no pus virulento. Bombas,mil bombas, onde pequenos infantes na dança macabra da morte, se corrompem no lamaçal do impuro leito d’uma sociedade viciada, que apodreceu bases da própria história do bicho homem.

Bombas,bombas e mais bombas! Só bombas e onde está o sorriso da gurizada?onde o gorjeio da passarada, a farra das cigarras nos sonoros dias de primavera

Bombas,só bombas e onde vive o amor?a doçura, o néctar de todas coisas, que sensibilizam a alma?onde os namorados de beijos febris em tardes douradas?

Bombas,iluminam a terra do povo, que desconhece o sol e a chama da paz, somente da paz.

Bombas,só bombas e nos lábios das pessoas a mentira, a hipocrisia,a cobiça e as falsas promessas de liberdade e na prática fogo,fome, miséria, destruição.

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Bombas,guerras, tiros, sangue, canhões e onde a florbrotando espontânea pelas verdes campinas e serras recortadaspor córregos de mil cachoeiras?

Bombas,só bombas destruindo cidades, povoados, vilas, campos,ceifando vidas, que nasceram e que iriam nascer! bombas tirando o ideal do coração do antropóide do século xx, que trocou cavernas por palacetes, veículos domésticos pelos aviões a jato,a canoa pelo transatlântico, a terra pela lua, a vida pela morte.

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VÔO AO INFINITO

Oh!...que louco desejo de ver meu espíritoabandonar o corpo no último abrigo, alçando qual condoro vôo do infinito, rumo às estrelas,que bordam em mil traços os mistérios do cosmo.

Quelouco desejo, como diz meu irmão o poeta,de ver em meu peito arrebentar-se a fibra,que o ser enlaça a dor vivente, em busca de novos horizontes, em que a alma possa buscar no êxtase do belo, inspiração de novos cantos,de novas harmonias, para materializar na forma do poema as contradições do universo.

Oh!...que louco desejo de arrebentar-se a fibra,que o ser enlaça a dor vivente, oh! que loucoimpulso de alçar o vôo dos gigantes, vencendo a barreira da gravitação e com a potência da vontade ultrapassar os limites do impenetrável, em busca d’uma compreensão maior à procura de novos valores, de novos conceitos da vida, de novas humanidades, onde a única regraseja fraternidade e a única lei o amor perfeito e a finalidade de tudo esteja no bem comum.

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VOZ DO ALÉM

Meuirmão, que a paz de Jesus,mestree Senhor, viva dentro de vós.

Meuirmão, sou do além túmulo,jánão mais vivo no mundo dos vivos,porquejá transpus a barreira da carne;Vivo no mundo do espírito e volto à terradosvivos, para trazer até vós outros a sementedoamor, que deverá novamente ser plantadanoíntimo de cada homem, que esqueceu o solidárioqueredime e purifica.

QueDeus vos abençoe, meu irmão, tenho que partir,porquea dor, o desespero, a aflição humana,meespera, meu nome é caridade.

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VOZ DO ÍNTIMO

Nodespertar da consciência do ser brada-mena tela do pensamento a indagação;Quevim fazer neste mísero planeta?Avoz do íntimo diz-me; Tu vives filho meu,para despertar nas profundezas do íntimo a chama da humildade no amor fraterno.

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BIOGRAFIA

SIOMAR RODRIGUES DE SOUSA, nasceu em Uberlândia, Minas Gerais, Brasil, no dia 10 de Setembro de 1940.

Filho de Sidney Rodrigues de Souza (in memoriam) e Simene de Andrade e Sousa (in memoriam). Cursou o primeiro grau no Colégio Estadual de Uberlândia, o segundo grau no Colégio Brasil Central no Triângulo Mineiro, curso concluído em 1962 nas cidades de Belo Horizonte e Rio de Janeiro.

Em 1963 foi para La Paz, capital da Bolívia, para na Universidade iniciar Engenharia. Seguiu, para esta nação na comitiva do ex-Presidente do Brasil, estadista Juscelino Kubitschek de Oliveira, construtor de Brasília e maior chefe de Estado da América Latina.

Em 1970, foi Diretor da Associação Comercial do Distrito Federal, se destacando na luta, para consolidação da nova Capital do Brasil, e para que Brasília pudesse possuir sua própria representação política no Congresso Nacional.

Em 1972 terminou o curso de História no CEUB (Centro Universitário de Brasília) dedicando-se, como historiador, a pesquisa histórica na América do Norte, Central e Sul (México, Guatemala, El Salvador, Honduras, Costa Rica, Panamá, Nicarágua, Venezuela, Bolívia, Argentina, Uruguai, Chile e Paraguai).

Em 1973 iniciou Direito na Universidade do Distrito Federal (UDF).

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SIOMAR RODRIGUES DE SOUSA, começou a trabalhar aos cinco anos de idade na fazenda, logo depois no comércio, em bancos, companhia aérea, transportadora, emissoras de rádio, jornais, publicidade, máquinas de escritório, hotéis, material de construção etc. (Foi micro-empresário, empregado e servidor público).

Em 1965 em Uberlândia-MG, foi fundador do MDB (Movimento Democrático Brasileiro), atual PMDB e durante a Ditadura Militar do General Humberto Castelo Branco, foi o candidato a Deputado Estadual mais novo do Brasil, ficando na suplência. Em 1986, foi candidato a Deputado Federal, ocupando a suplência. Em 1989 foi candidato a Prefeito Municipal de Uberlândia-MG, pelo Partido Democrata Cristão (PDC), atual PSDC, onde era líder e Presidente. Foi fundador do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB-1986) e Partido Social Cristão (PSC-1988).

Em 1986 foi membro da COBAL (Ministério da Agricultura). No ano de 1990 pertenceu ao gabinete de Virgílio Galassi (Prefeito Municipal de Uberlândia).

No ano de 2002 foi nomeado pelo vice-Governador do Distrito Federal, Benedito Domingos, para a presidência do Partido Progressista Brasileiro (PPB) da 11ª Zonal (Cruzeiro, Octogonal, Sudoeste e Capital Federal); e neste ano candidato a Deputado Federal pelo Distrito Federal.

SIOMAR RODRIGUES DE SOUSA, é autor de 45 obras literárias, sendo um dos autores mais editados no Brasil Central.

Em 1965 publicou seu primeiro livro, “10 POETAS NO BRASIL CENTRAL” com tiragem de 2.000 exemplares e no mesmo ano funda em Uberlândia-MG a ACADEMIA DE LETRAS DO BRASIL

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CENTRAL, que viria a ter em seu quadro grandes nomes da literatura Brasileira: Juscelino Kubitschek de Oliveira, Bernardo Élis Fleury Curado e Tancredo Neves. A ALBC possui ainda na sua relação de membros natos, importantes nomes da literatura regional: Jacy de Assis, João Edson de Mello, Ernane Fidelis dos Santos, Elza Teixeira de Freitas, etc.

Em 1970 foi líder no Brasil Central, na gravação de poemas em disco onde editou nove LP´s, e em 1998, novamente líder, fora pioneiro na região na gravação de poemas em vídeo, onde em apenas dois anos completou nove vídeos. No ano de 2004 foi pioneiro gravando nove DVD’s (os primeiros no centro do Brasil).

Em 1978 fundou em Uberlândia-MG, a Academia de Letras de Uberlândia, destinada à nova geração de escritores da cidade e região. Fundou recentemente a Academia de Letras, Artes e Música de Ituiutaba, Minas Gerais, e ainda outras entidades culturais.

SIOMAR RODRIGUES DE SOUSA, motivado pelo ideal de Simon Bolívar, criou no ano de 2.000 a ACADEMIA DE LETRAS, ARTES E MÚSICA DA AMÉRICA DO SUL (ALAMAS), que visa a integração cultural e política da América do Sul. A entidade está devidamente registrada no Cartório em Brasília, ainda sem atividade e o fundador articula apoio do Governo, para a grande empreitada. No ano de 2008, os presidentes da América do Sul fundaram a UNASUL, tornando real e efetivo a união política das nações da América do Sul; Com a criação da UNASUL, o sonho e o ideal do autor acima mencionado fica mais próximo de se tornar realidade.

Nos anos de 2000 e 2001 foi membro do Conselho de Cultura do Distrito Federal, eleito para representar os escritores da Capital do Brasil e nomeado pelo Governador Joaquim Roriz.

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É membro em Brasília da Associação Nacional de Escritores (ANE), do Sindicato dos Escritores do Distrito Federal e da Casa do Poeta do Brasil-DF.

É sócio Correspondente da Academia de Letras, Artes e Música de Caldas Novas (GO), onde iniciou os primeiros movimentos de união dos escritores mineiros e goianos.

No ano de 2006, foi eleito em Assembléia Cultural, para representar os escritores de Uberlândia-MG na CAS (COMISSÃO DE AVALIAÇÃO E SELEÇÃO) de projetos culturais da Prefeitura Municipal.

No ano de 2007 foi eleito, para o Conselho Municipal de Cultura de Uberlândia-MG.

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ACADEMIA DE LETRAS DO BRASIL CENTRAL(44 ANOS DE HISTÓRIA NO BRASIL CENTRAL)

(Setembro de 1965)

ALBC – Fundada em setembro de 1965FUNDADOR – Siomar Rodrigues de SousaPATRONO – Juscelino Kubitschek de OliveiraSEDE – Uberlândia-MGSUB-SEDE – Brasília-DF

MEMBROS EFETIVOS E FALECIDOS

1

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3

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5

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7

Juscelino Kubitschek de Oliveira(nome nacional)

Olavo Bilac(nome nacional)

Augusto dos Anjos(nome nacional)

Álvares de Azevedo(nome nacional)

J.G. de Araújo Jorge(nome nacional)

Tomás Antônio Gonzaga(nome nacional)

Jorge Beltrão(nome nacional)

Siomar Rodrigues de Sousa

Fernando da Costa Tourinho Neto+ Jaci de Assis

Newton Egídio Rossi

Euler Pompeu Campos

Terezinha Lila Lein Machado

Aécio Neves da Cunha+ Genesco Ferreira Bretas+ Sérgio de Oliveira Marquez

Elza Teixeira de Freitas

Uberlândia-MG

Brasília-DF

Uberlândia-MG

Brasília-DF

Uberlândia-MG

Uberlândia-MG

Belo Horizonte-MGCaldas Novas-GOUberlândia-MG

Uberlândia- MG

CADEIRAS

PATRONOS DASCADEIRAS

MEMBROS EFETIVOSE EX-ACADÊMICOS

CIDADE /RESIDÊNCIA

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Bernardo Élis Fleury Curado(nome nacional)

Vinícius de Morais(nome nacional)

Dinah Silveira de Queiroz(nome nacional)

Fernando Pessoa(nome nacional)

Maria Dalvaci Dantas(nome nacional)

Mário de Andrade(nome nacional)

Cecília Meireles(nome nacional)

Eurico Silva(nome regional)

Lycidio Paes(nome regional)

Casimiro de Abreu(nome nacional)

Carlos Drumond de Andrade(nome nacional)

Castro Alves(nome nacional)

Jarbas Gonçalves Passarinho

Jirair Aram Meguerian+ Gastão Pinto Batinga+ João Edson de Mello

Suzana Heitor Caram

Durval Garcia

Maria Expedita Rezende+ Altair Alves Ferreira

José Roberto Arruda+ Nelson Mendes Evangelista+ João Alamy Filho

Ivete Rosa

Sebastião Eurípedes dos Santos+ João Manuel Tannús

+ Luiz Fernando Quirino+ Lycidio Paes

Alcino Lagares Côrtes Costa

José Domingos Ferreira

Celso Corrêa dos Santos

Brasília-DF

Brasília-DFUberlândia-MGUberlândia-MG

Uberlândia-MG

Uberlândia-MG

Uberlândia-MGItuiutaba-MG

Brasília-DFUberlândia-MGAraguari-MG

Uberlândia-MG

Uberlândia- MGUberlândia- MG Uberlândia- MGUberlândia- MG

Belo Horizonte-MG

Uberlândia-MG

Uberlândia-MG

CADEIRAS

PATRONOS DASCADEIRAS

MEMBROS EFETIVOSE EX-ACADÊMICOS

CIDADE /RESIDÊNCIA

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Machado de Assis(nome nacional)

Yeda Schmaltz(nome nacional)

Manuel Bandeira(nome nacional)

Mário Palmério(nome nacional)

Don Alexandre Gonçalves do Amaral(nome nacional)

Raquel de Queiroz(nome nacional)

Tobias Barreto(nome nacional)

Francisco Cândido xavier(nome nacional)

Cláudio Manoel da Costa(nome nacional)

Alphonsus de Guimarães(nome nacional)

Alphonsus de Guimarães Filho(nome nacional)

Fernando Henrique Cardoso+ Juscelino Kubitschek de Oliveira+ Tancredo de Almeida Neves+ Ulisses Guimarães

Anita Godoy+ José Marçal Costa

+ Arnaldo Setti

Sônia Maria Ferreira+ Nelson Carneiro

Jair Humberto Rosa

Madalena Gontijo Borges

Valdomiro Baríani Ortêncio

Carlos Alberto Santana Pedroso

+ Abdala Mameri

Antônio Severino Muniz

Luiz de Aquino Alves Neto

São PauloBrasília-DF

Brasília-DFBrasília-DF

Uberlândia-MGUberlândia-MG

Brasília-DF

Goiânia-GOBrasília-DF

Ituiutaba-MG

Uberlândia-MG

Goiânia-GO

Uberlândia-MG

Araguari-MG

Uberlândia- MG

Goiânia-GO

CADEIRAS

PATRONOS DASCADEIRAS

MEMBROS EFETIVOSE EX-ACADÊMICOS

CIDADE /RESIDÊNCIA

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José Pereira Lira(nome nacional)

Fritz Teixeira Salles(nome regional)

Luiz Otávio(nome regional)

Eça de Queiroz(nome nacional)

José Sarney(nome nacional)

João do Valle Maurício(nome nacional)

Aurélio Buarque de Hollanda(nome nacional)

João Ferreira(nome nacional)

José de Alencar(nome nacional)

Humberto Campos(nome nacional)

Padre Antônio Vieira(nome nacional)

Jorge Amado(nome nacional)

Ricardo Bastos Machado

Gabriel Nascente

Estevão Keclevich

Martha de Freitas Pannunzio

José Sarney

Elias Murad

Zulmira Maria de Castro Baptista+ Tito Teixeira

Maria Ivonete Santos Silva

+ Altamiro Dantas Ruas

Adriana Maria Neves Pedroso+ Jerônimo Arantes

Ernane Fidélis dos Santos

+ Geraldo França de Lima

Uberlândia-MG

Goiânia-GO

Goiânia-GO

Uberlândia-MG

Brasília-DF

Brasília-DF

Uberlândia-MG

Uberlândia-MG

Uberlândia-MG

Uberlândia-MG

Uberlândia-MGUberlândia-MG

Belo Horizonte-MG

Rio de Janeiro-RJ

CADEIRAS

PATRONOS DASCADEIRAS

MEMBROS EFETIVOSE EX-ACADÊMICOS

CIDADE /RESIDÊNCIA

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Érico Veríssimo(nome nacional)

Adonias Filho(nome regional)

Rui Barbosa(nome nacional)

Anatole Ramos(nome nacional)

Graciliano Ramos(nome nacional)

Fagundes Varela(nome nacional)

Júlio Salussi(nome nacional)

Jarbas Passarinho(nome nacional)

Gregório de Mattos Guerra(nome nacional)

Cruz e Souza(nome nacional)

Pandiá Calógeras(nome nacional)

Monteiro Lobato(nome nacional)

Manuel Tibúrcio Nogueira

Onivaldo Carlos Paiva

Antônio Pereira da Silva

+ José Batista Coury

Gerson Abrão

Oscar Virgílio Pereira+ J.G. de Araújo Jorge

Carlos Albuquerque

José Lucindo Pinheiro

Maria Izabel de Albuquerque Lima+ Celso de Assis Noronha

Wilson de Castro Ferreira+ Edelweis Teixeira

Aluísio Silva Novais

Ituiutaba-MG

Uberlândia-MG

Uberlândia-MG

Uberlândia-MG

Ituiutaba-MG

Uberlândia-MGRio de Janeiro-RJ

Goiânia-GO

Uberlândia-MG

Caldas Novas-GO

Uberlândia-MG

Uberlândia-MGUberaba-MG

Ituiutaba-MG

CADEIRAS

PATRONOS DASCADEIRAS

MEMBROS EFETIVOSE EX-ACADÊMICOS

CIDADE /RESIDÊNCIA

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Plínio Salgado(nome nacional)

Ivam Lintz(nome nacional)

Euclides da Cunha(nome nacional)

Pietro Ubaldi(nome nacional)

Tristão de Athaíde(nome nacional)

Siomar Rodrigues de Sousa(fundador da ALBC)

Hermes Lima(Ministro STF)

Clóvis Ramalhete(Ministro STF)

Nelson Hungria(Ministro STF)

José Paulo Sepúlveda Pertence(Ministro STF)

Marco Aurélio de Mello(Ministro STF)

José Nery da Silveira(Ministro STF)

Sebastião Lintz

Luiz César Raniero Spini

+ Bernardo Élis Fleury Curado

Públio Chaves+ Rubens de Souza Carvalho

Fernando Mendes Viana

Alexandre Magno Masini de Sousa

César Pereira da Silva Machado

Uberlândia-MG

Uberlândia-MG

Goiânia-GO

Ituiutaba-MG Uberlândia-MG

Brasília-DF

Brasília-DF

Belo Horizonte-MG

CADEIRAS

PATRONOS DASCADEIRAS

MEMBROS EFETIVOSE EX-ACADÊMICOS

CIDADE /RESIDÊNCIA

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Antônio de Oliveira Mello(nome regional)

João Edson de Mello(nome regional)

Sérgio de Oliveira Marques(nome regional)

João Manuel Tannús(nome regional)

Ernane Fidélis dos Santos(nome regional)

José Marçal Costa(nome regional)

Altair Alves Ferreira(nome regional)

Tito Teixeira(nome regional)

João Alamy Filho(nome nacional)

Edelweis Teixeira(nome regional)

Edson Prata (nome regional)

Edgard Carone(historiador)

Caio Prado Júnior(historiador)

Maria das Graças Nunes

Breno Linhares Lintz

Omar Silva da Costa

Uberlândia-MG

Uberlândia-MG

Ituiutaba-MG

CADEIRAS

PATRONOS DASCADEIRAS

MEMBROS EFETIVOSE EX-ACADÊMICOS

CIDADE /RESIDÊNCIA

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Roberto C. Simonsem(economista)

Sérgio Buarque de Hollanda(historiador)

Nelson Werneck Sodré(historiador)

Celso de Mello(Ministro STF)

Hélio Vianna(historiador)

Sidney Rodrigues de Sousa(pai do fundador da ALBC)

Celso Furtado(nome nacional)

Nelson Carneiro(Senador)

Wilson Castro Ferreira(nome regional)

José Honório Rodrigues(historiador)

Carlos Fernando Mathias de Sousa(Ministro do STJ)

Oliveira Lima(historiador)

CADEIRAS

PATRONOS DASCADEIRAS

MEMBROS EFETIVOSE EX-ACADÊMICOS

CIDADE /RESIDÊNCIA

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Geraldo França Lima(ALB)

Darcy Ribeiro(ABL)

Fernando Henrique Cardoso(Ex-Presidente da República)

Jacy de Assis(nome regional)

Jerônimo Arantes(nome regional)

Elza Teixeira de Freitas(nome regional)

Martha Helena Masini (nome regional)

Marco Aurélio Masini de Sousa(nome regional)

Alexandre Magno Masini de Sousa(nome regional)

Rosângelo Rodrigues Miranda

Uberlândia-MG

CADEIRAS

PATRONOS DASCADEIRAS

MEMBROS EFETIVOSE EX-ACADÊMICOS

CIDADE /RESIDÊNCIA

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Siomar rodrigueS de SouSa

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MEMBROS CORRESPONDENTES

ESCRITORES

1 – Gilberto Protásio Reis_____ Belo Horizonte (Major da Polícia Militar) 2 – Eliete Drumond _________ Rio de Janeiro-RJ 3 – Divaldo Suruagy ________ Governador do Estado de Alagoas 4 – Marcel Brasil Capibiribi __ Promotor de Justiça de Goiás5 – José Luiz Amzalak_______ Goiânia-GO6 – Geraldo Dias da Cruz_____ Goiânia-GO, Ex- Gerente do Banco do Brasil7 – José Barbosa Filho _______ Vereador Senador Canêdo-GO Membro da UBE -Goiás8 – Angoni Tarragô Belon ____ Rio Grande do Sul – Cel PM

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PoeSiaS em uberlândia

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 1FICHA TÉCNICA 2DEDICAÇÃO DO LIVRO A TRÊS GRANDES PERSONAGENS DA HISTÓRIA DE UBERLÂNDIA 3HOMENAGEM AOS TRÊS PODERES MUNICIPAIS 5HOMENAGEM AOS NOTÁVEIS VULTOS DA HISTÓRIA DE UBERLÂNDIA 7PREFÁCIO 9DEPOIMENTO 11PENSAMENTOS 15RELAÇÃO E QUANTIDADE DE OBRAS PUBLICADAS DO AUTOR 16

AA COMÉDIA DA VIDA 17 A CONQUISTA DA LUA 21A CONQUISTA DO AMOR 24A DONZELA 27A DOR E A POESIA 28A FORMIGA E O HOMEM 29A HERANÇA DO HOMEM 30A LUTA DO HOMEM 31A NATUREZA DE DEUS 32A NOIVA E O POETA 34A ROSA E O POETA 37ACRÓSTICO À TEUS OLHOS 39ADEUS À INFÂNCIA 40ALBC E JK 41

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Siomar rodrigueS de SouSa

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AMOR E BEIJOS 42AMOR E RENúNCIA 43AMOR, SOMENTE O AMOR 45

BBOM DIA MEU IRMÃO SOL 49BRASÍLIA, SONHO E REALIDADE 51

CCAMINHANDO NA CHUVA 52CANÇÃO A UM HERÓI 55CÂNTICO DA MORTE 57CANTO À FORMIGA 59CANTO À INFÂNCIA 60CANTO AO PASSADO 63CANTO DA ALMA SOLITÁRIA 64CEGO DE ESPÍRITO 65CHUVA, AMOR E SOLIDÃO 66COMO POSSO SER FELIZ 67COMUNHÃO DE AMOR 69CONSELHOS DO ALÉM 70CRIANÇA, LUZ DE UM NOVO AMANHECER 73CRISTINA 75CRÍTICA OBJETIVA 76

DDE VOLTA À PÁTRIA SIDERAL 77DESINTEGRAÇÃO SOCIAL 79DEUS, MORTE E UNIVERSO 82DINÂMICA DA EVOLUÇÃO 84

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PoeSiaS em uberlândia

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EENCONTRO COM DEUS 86EPOPÉIA REVOLUCIONÁRIA 87ESPERANDO-TE NA TARDE 89EU E O MUNDO 90

FFILOSOFIA E SExO 92FLORESTA 93

GGATINHA VIRGEM 94GUERRA TOTAL 95

HHERANÇA DE UM AMOR QUE MORREU 96HUMILDADE E BELEZA 99HUMILDADE E POBREZA 100

IILUSÃO E VIDA 102INFÂNCIA 104INSPIRAÇÃO 105INVEJA E BELEZA 107

LLÁBIOS E BEIJOS 109LOUCOS DESEJOS 110LUZ DO CORAÇÃO 111LUZ E TREVAS 112LUZ E VIDA 115

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Siomar rodrigueS de SouSa

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MMELODIA DO MUNDO 116MEU CORPO EM CALDAS NOVAS 117MEU GATO HIPPIE 118MINHA FAMÍLIA 119MISTÉRIO E EXISTÊNCIA 121MORTE 122MORTE E VIDA 124MULHER 126MULHER DE CABELOS LOUROS 127MULHER E SOLIDÃO 128MUNDO CÃO 129MUNDO HIPÓCRITA 130MÚSICA CELESTE 131

NNASCIMENTO DO AMOR 132NASCIMENTO E RESSURREIÇÃO 133NEUZA, TEU NOME É TERNURA 134NOSTALGIA 136

FOTOS HISTÓRICAS DE UBERLÂNDIA 137 a 150FOTOS E DOCUMENTOS DO POETA 151 a 166SIOMAR RODRIGUES DE SOUSA

OO CUSTO DA SOBREVIVÊNCIA 167O FILHO PRÓDIGO VOLTANDO PARA DEUS 169O HOMEM DE PEQUIM 172O HOMEM E A MULHER 173O HOMEM E A VIDA 174

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PoeSiaS em uberlândia

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O HOMEM E O GIGANTE 176O HOMEM E O MUNDO 177O IRMÃO POBRE 178O LÍRIO 179O MENDIGO 181O MISTÉRIO DO AMOR 185O PESCADOR DE ALMAS 188O POBRE 189O POETA E A MORTE 190O POETA E O PROTESTO 192O POETA E O SANFONEIRO 194O POETA JURADO 196O POETA SOLITÁRIO 198O QUE É A VIDA 199O RETORNO DE DEUS À TERRA 201O RETORNO DO AMOR 203O RIO UBERABINHA NO PRAIA CLUBE 205O TOURO E O TOUREIRO 206O VAZIO E O NADA 209ORAÇÃO À JESUS 210ORAÇÃO ÀS ÁGUAS QUENTES DE CALDAS NOVAS 211ORAÇÃO ÀS ESTRELAS 212ORAÇÃO AOS MÉDICOS 213ORAÇÃO DE AMOR 215ORAÇÃO DE POETA 217ORAÇÃO DO SOLDADO FERIDO 219ORAÇÃO ESPONTÂNEA 221ORGANIZAÇÃO SOCIAL DA FORMIGA 223ORGULHO, RENúNCIA E HUMILDADE 224ORIGEM DO ESPÍRITO 226

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Siomar rodrigueS de SouSa

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PPARQUE SARA KUBITSCHEK 227POEMA À MINHA MORTE 229POEMA AO FILHO MARCO AURÉLIO 231POEMA AO PALÁCIO DO COMÉRCIO 233POEMA DE UMA VIAGEM 234 POEMA DO VEREADOR DE UBERLÂNDIA 235POEMA INACABADO 237POEMA AO GOVERNO MUNDIAL 239POEMA PARA O PARQUE DA CIDADE 241POESIA DO MUNDO 242POESIA E NATUREZA 244POESIA UNIVERSAL 245POR QUE?... 246POR QUE O VIVER DIÁRIO 247POR QUE VIVER 248PREDESTINAÇÃO 250

QQUIS DIZER-TE UM DIA 252

RRENúNCIA 253RETORNO À CASA PATERNA 255RETORNO À PÁTRIA SIDERAL 257RETORNO À UBERLÂNDIA 258REVOLUÇÃO, REVOLUÇÃO, REVOLUÇÃO 259

SSANTOS POETAS 261SAUDADE 263

Page 343: Poesias em Uberlândia - Siomar Rodrigues de Sousa

PoeSiaS em uberlândia

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SAUDADE E TRISTEZA 264SER POETA 265SILVIO BARBATO – REGENTE MÁGICO 267SIOMAR E O MAR 269SOFRIMENTO, AMOR E SAUDADE 271SOLIDÃO DE POETA 272SONHO 274SONHO DE AMOR 275SONHO DE TERNURA 277SONHO E DECOMPOSIÇÃO 280SONHO E GLÓRIA 282SONHO E VIDA 283

TTE AMO QUERIDA 284TERCEIRA PONTE DO LAGO SUL 285TERNURA, CHARME E O POETA 286TERRORISMO EM NEW YORK 288TEUS OLHOS... TEU CORPO 289TRANSFORMAÇÃO 291TRANSPLANTE DE CORAÇÃO 292TRISTEZA 293TRISTEZA E DúVIDAS 294

UUBERLÂNDIA MEU AMOR 295UMA CRIANÇA SONHA 297UNIVERSO DE MIL CORPOS 299

VVALORES INVERTIDOS 300

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VERDES CAMPOS 301VERSOS À FLÁVIO 302VERSOS À PANTERA DO DIOGO 303VERSOS À PÁTRIA 305VERSOS À UM ANJO 306VERSOS À UM FUTURO FILHO 307VERSOS À UM INFORTUNADO 311VÉU DE NOIVA DO RIO CLARO 313VIBRAÇÕES D’ALMA 314VIBRAÇÕES DO COSMO 316VIDA E SOFRIMENTO 317VIETNÃ SEM ESTRELAS 318VÔO AO INFINITO 320VOZ DO ALÉM 321VOZ DO ÍNTIMO 322

BIOGRAFIA DO AUTOR 323MEMBROS DA ACADEMIA DE LETRAS DO BRASIL CENTRAL EM ATIVIDADE E JÁ FALECIDOS. 327

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