pode a neurobiologia ensinar algo sobre a consciência?

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  • 7/21/2019 Pode a Neurobiologia ensinar algo sobre a Conscincia?

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    Pode a neurobiologia nos ensinar algo sobre a conscincia?*

    Patricia Smith Churchland

    Introduo

    O sistema nervoso humano apresenta uma lista impressionante decapacidades complexas, incluindo as seguintes: perceber, aprender elembrar, planejar, decidir, realizar aes, assim como as capacidades deestar acordado, adormecer, sonhar, prestar ateno e estar consciente.Embora a neurocincia tenha progredido espetacularmente neste sculo,n!s ainda no compreendemos satis"atoriamente como #ue cada umadessas capacidades emerge das redes de neur$nios.%&!s no entendemoscompletamente como os seres humanos podem ser 'onscientes, da mesma"orma como tambm no entendemos como eles podem andar, correr, subirem (rvores ou praticar salto com vara. E #uando se toma dist)ncia de tudoisso, a conscincia no se revela intrinsecamente mais misteriosa do #ue ocontrole motor. Em contraposio ao desapontamento causado pelaconstatao de #ue um completo entendimento ainda nos escapa, est( ootimismo moderado, baseado principalmente na natureza do progresso j(obtido. *ois a neurocincia cognitiva j( ultrapassou consideravelmente o#ue alguns "il!so"os cticos consideravam poss+vel e parece prov(vel #ue

    esse progresso vai continuar.o assumir #ue a neurocincia pode revelar os mecanismos "+sicos

    subjacentes -s "unes psicol!gicas, eu estou assumindo #ue de "ato ocrebro #ue realiza essas "unes #ue as capacidades da mente humanaso, na verdade, capacidades do crebro humano. Essa suposio,

    juntamente com a concomitante rejeio de almas, esp+ritos cartesianos ou/subst)ncias "antasmag!ricas0 existindo separadamente do crebro, no delirante. o contr(rio, uma hip!tese altamente prov(vel, baseada emevidncias atualmente dispon+veis da "+sica, #u+mica, neurocincia e

    biologia evolucion(ria. o dizer #ue o "isicalismo uma hip!tese, eupretendo en"atizar seu status como uma #uesto emp+rica. Eu no presumo#ue seja uma #uesto de an(lise conceitual, de insighta priori ou de "religiosa, embora eu esteja ciente de #ue nem todos os "il!so"os esto deacordo comigo neste ponto.1

    lm disso, eu estou convencida de #ue a estratgia correta para oentendimento de capacidades psicol!gicas essencialmente reducionista,

    pela #ual eu entendo, em termos gerais, #ue compreender os mecanismos

    23+tulo do original ingls: /'an &eurobiolog4 3each 5s n4thing bout 'onsciousness60. 7n: TheNature of Consciousness, &. 8loc9, O. lanagan ;

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    Em segundo lugar, por /estratgia de pes#uisa reducionista0 eu no#uero dizer #ue haja algo desmerecedor, no cient+"ico ou detest(vel emrelao a descries ou capacidades de n+vel superior. *arece bem !bvio,

    para dar um exemplo, #ue certas propriedades r+tmicas no sistema nervoso

    so propriedades de redes, resultantes dos traos individuais da membranade diversos tipos de neur$nio na rede, juntamente com o modo pelo #ual oconjunto de neur$nios interage. O reconhecimento de #ue algo a "ace dera"at, para dar um outro exemplo, emerge #uase certamente dos per"is deresponsividade dos neur$nios na rede e da maneira como eles interagem.

    &esse contexto, /emergncia0 totalmente respeit(vel e no"antasmag!rica, signi"icando apenas, numa primeira aproximao,/propriedade da rede0. Heterminar precisamente o #ue a propriedade darede, para algum trao particular, exigir( naturalmente bastante es"oroexperimental. lm disso, dado #ue o comportamento neuronal altamentenolinear, as propriedades de rede nunca so uma simples /soma das

    partes0. Elas so alguma "uno alguma "uno complicada daspropriedades das partes. s capacidades de n+vel superior existem de "ato eas descries de n+vel superior so, portanto, necess(rias para especi"ic(las.

    *ara #u o materialismo eliminativo, ento6 *or#ue a caracterizaoexistente das capacidades de n+vel superior do crebro humano, presente no#ue se chama, na "alta de um termo melhor, de /"ol9 ps4cholog40, podemuito bem ser reconstru+da - medida em #ue o tempo e a neurocincia

    cognitiva avanam. 7sto tambm uma hip!tese emp+rica, em "avor da #ualj( existem evidncias emp+ricas. reconstruo j( est( acontecendo paracategorias como /mem!ria0, /ateno0 e /racioc+nio0.J

    possibilidade de uma reviso no trivial e mesmo a substituio dedescries de n+vel superior j( existentes por categorias de n+vel superiorKneurobiologicamente harmoniosasL o #ue torna o materialismoeliminativo eliminativo.B *or categorias KneurobiologicamenteharmoniosasL eu entendo a#uelas #ue permitem explicaes coerentes eintegradas de todo o crebro, passando por sistemas neurais, grandes redes,

    microredes e neur$nios. penas um estMpido >straw man? a"irmaria #ueno existem capacidades de n+vel superior, #ue no existem "en$menos den+vel superior.N&esse aspecto geral, meu racioc+nio re"lete simplesmente oseguinte "ato: num sentido muito importante, n!s no entendemosexatamente o #ue o crebro realmente "az nesses n+veis mais elevados.ssim, mais ade#uado considerar mesmo nossas mais preciosas intuiessobre a "uno mentecrebro como hip!teses revis(veis, ao invs deencar(las como certezas transcendentais absolutas ou certezasintrospectivamente dadas. O reconhecimento da possibilidade de uma tal

    reviso "az uma enorme di"erena na maneira pela #ual n!s conduzimos

    D

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    experimentos psicol!gicos e neurobiol!gicos, e em como n!s interpretamosos resultados.

    Recusando a Meta Neurobiolgica

    Hurante as Mltimas dcadas, um certo nMmero de "il!so"os temmani"estado restries em relao - meta da pes#uisa reducionista dedescobrir os mecanismos neurobiol!gicos de capacidades

    psicol!gicas, incluindo a capacidade de estar consciente.'onse#uentemente, pode ser Mtil considerar a base de algumas dessasrestries, com o objetivo de determinar se elas justi"icam oabandono da meta ou se elas deveriam en"ra#uecer nossas esperanassobre o #ue poderia ser descoberto acerca da mentecrebro. Eu vouconsiderar a#ui trs classes principais de objees. *ara ser breve,minhas respostas sero extremamente sucintas, sacri"icando osdetalhes em nome do objetivo principal.

    A meta absurda (incoerente)

    5m conjunto de razes para condenar a estratgia de pes#uisareducionista pode ser assim resumido: /Eu simplesmente no possoimaginar #ue ver azul ou o sentimento de dor, por exemplo, poderiaconsistir em algum padro de atividade de neur$nios no crebro0 ou, maisgrosseiramente, /eu no posso imaginar como voc pode se tornarconsciente a partir da carne0. P(, algumas vezes, uma boa ligao entre a

    premissa / inimagin(vel0 e a concluso / imposs+vel0, mas, at onde me permitido dizer, essa ligao uma camada de poeira #ue esconde onMcleo "alacioso do argumento.A

    Hado #ue atualmente entendemos to pouco como o crebro humanoexecuta #uais#uer de suas capacidades, completamente previs+vel #ue n!sdevamos ter di"iculdades em imaginar os mecanismos neurais. Quando acomunidade cient+"ica era comparavelmente ignorante em assuntos comovalncia, eltrons, etc., os "il!so"os naturais no podiam imaginar como se

    poderia explicar a maleabilidade dos metais, a magnetizabilidade do "erro e

    a resistncia - "errugem do ouro, em termos de componentes subjacentes ede sua organizao. t o advento da biologia molecular, muitas pessoas

    pensaram #ue era inimagin(vel e, portanto, imposs+vel, #ue um ser vivopudesse consistir numa organizao particular de molculas /mortas0. /Euno posso imaginar0, diziam os vitalistas, /como se pode obter vidaa partirde matriamorta0.

    Ho ponto de vista de uma consider(vel ignor)ncia, o "racasso emimaginar alguma possibilidade signi"ica apenas isto: um "racasso deimaginao uma capacidade psicol!gica entre outras. Ele no indica

    #ual#uer limitao meta"+sica em relao ao #ue n!s podemos vir acompreender e no pode predizer signi"icativamente nada sobre o "uturo da

    F

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    pes#uisa cient+"ica. p!s re"letir sobre a espantosa complexidade doproblema da termorregulao homeotrmica, eu acho #ue eu no consigoimaginar como o crebro controla a temperatura do corpo em condiesdiversas. Eu suspeito, entretanto, #ue esse um "ato psicol!gico

    relativamente sem interesse, #ue re"lete apenas meu estado atual deignor)ncia. &o um "ato meta"+sico interessante sobre o universo e nemmesmo um "ato epistemol!gico sobre os limites do conhecimentocient+"ico.

    5ma variao da proposta /eu no posso imaginar0 se mani"esta daseguinte maneira: /n!s nunca poderemos saber ...0, / imposs+vel um diaentendermos0 ou /est( para sempre alm da cincia mostrar #ue .../. idia a#ui #ue o "ato de algo ser inconceb+vel diz algo de decisivo sobresua impossibilidade l!gica ou emp+rica. Eu no #uero dizer #ue tais

    propostas so sempre irrelevantes. lgumas vezes elas podem serrelevantes. @as #ue elas aparecem "re#=entemente #uando a cincia est(nos est(gios iniciais do estudo de um "en$meno.

    O ponto importante a#ui #ue v(rias /certezas a priori0 tm serevelado, ao longo da hist!ria, empiricamente inMteis, independentementede #uo !bvias e sinceras elas tenham sido em seu apogeu. impossibilidade do espao ser noeuclidiano, a impossibilidade de linhas

    paralelas convergirem no espao real, a impossibilidade de se terem boasevidncias de #ue alguns eventos so subdeterminados, de #ue algumesteja agora sonhando ou de #ue o universo teve um comeo todas elas

    desapareceram #uando n!s passamos a ter um entendimento mais pro"undode como as coisas so. Ce aprendemos alguma coisa com as v(riasdescobertas cient+"icas contraintuitivas, #ue nossas intuies podem estarerradas. &ossas intuies sobre n!s mesmos e sobre a maneira como n!strabalhamos tambm podem estar erradas. &o h( base na teoria daevoluo, na matem(tica ou em #ual#uer outro lugar para assumir #ueconcepes prcient+"icas sejam concepes cienti"icamente ade#uadas.

    5ma terceira variao do tema /no, no, nunca0 tira conclusessobre como o mundo deve realmente ser, baseadas em propriedades

    lingsticas de certas categorias centrais do modo atual de descrever omundo. *ermitamme dar um exemplo j( desgastado: /a categoria KmentalLtem um signi"icado remoto signi"ica algo completamente di"erente dacategoria K"+sicoL. *ortanto, absurdo "alar do crebro vendo ou sentindo,assim como absurdo "alar da mente tendo neurotransmissores ouconduzindo corrente0. He "ato, esse absurdo categorial li#uida a pr!pria

    possibilidade de #ue a cincia pudesse descobrir #ue sentir dor umaatividade de neur$nios no crebro. O ep+teto /erro categorial0 algumasvezes considerado su"iciente para revelar o !bvio absurdo do reducionismo.

    @uito j( "oi "alado sobre esse assunto,%R

    e eu evitarei uma extensadiscusso da "iloso"ia da linguagem, ressaltando trs breves pontos: >%?

    I

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    bastante exagero supor #ue intuies na "iloso"ia da linguagem possam serum guia con"i(vel para o #ue a cincia pode e no pode descobrir sobre anatureza do universoG >1? os signi"icados mudam - medida em #ue a cincia"az descobertas sobre o #ue so alguns macro"en$menos, em termos de sua

    composio e da din)mica da estrutura subjacenteG >D? improv(vel #ue oscientistas parem suas pes#uisas, #uando in"ormados de #ue suas hip!teses eteorias /soam engraadas0 em relao ao uso corrente. S mais prov(vel #ueeles diro assim: /as teorias podem parecer engraadas para voc, masdeixeme ensinar a cincia #ue est( por detr(s dessas teorias e #ue nos levaa pensar #ue a teoria verdadeira. + ela soar( menos engraada0. *odesenotar #ue parecia engraado para os contempor)neos de 'oprnico dizer#ue a terra um planeta e #ue se moveG parecia engraado dizer #ue o calor movimento molecular, #ue o espao "+sico noeuclidiano ou #ue no h(

    posio espacial absoluta. E assim por diante.Que uma teoria cienti"icamente plaus+vel parea engraada um

    critrio apenas de sua impopularidade, no de sua "alsidade. s descobertascient+"icas de #ue um macro"en$meno um resultado complexo damicroestrutura e de sua din)mica so tipicamente surpreendentes e soamtipicamente engraadas - primeira vista. Obviamente, nada disso evidncia positiva de #ue n!s podemos atingir uma reduo dos "en$menos

    psicol!gicos aos "en$menos neurol!gicos. Cigni"ica apenas #ue, de#ual#uer "orma, parecer engraado no #uer dizer nada.

    ! objetivo inconsistente com a "m#ltipla reali$abilidade%O ponto central dessa objeo #ue se um macro"en$meno pode ser

    o resultado de mais de um mecanismo >organizao e din)mica doscomponentes?, ento ele no pode ser identi"icado com nenhummecanismo, e portanto a reduo do macro"en$meno ao >singular?micro"en$meno subjacente imposs+vel. Essa objeo me parecetotalmente desinteressante para a cincia. *ermitame novamente ignorarimportantes detalhes e simplesmente resumir as principais respostas.

    % s explicaes e, portanto, as redues so relativas a dom+nios. &abiologia, por exemplo, pode ser proveitoso destacar primeiro os princ+piosgerais #ue explicam algum "en$meno visto em di"erentes espcies, e entoimaginar como explicar as di"erenas interespec+"icas, para depois, sedesej(vel, explicar di"erenas entre os indiv+duos de uma mesma espcie.ssim , os princ+pios gerais de como coraes ou est$magos "uncionam soimaginados, baseados talvez em estudos de uma Mnica espcie, deixando as

    particularidades para serem resolvidas depois. 'oraes de sapos, demacacos e de humanos "uncionam essencialmente da mesma "orma, mas h(

    tambm di"erenas signi"icativas, alm do tamanho, #ue exigem umaan(lise comparativa. 'onsidere outros exemplos: >a? com a soluo geral

    J

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    princ+pios b(sicos de como o crebro "unciona ainda so muito malcompreendidos.

    F Quais seriam precisamente as conse#=ncias program(ticas do

    argumento da mMltipla realizabilidade6 Ceria #ue a neurocincia irrelevantepara o entendimento da natureza da mente humana6 S !bvio#ue no. Que a neurocincia no necess&ria para o entendimento damente humana6 &o se pode negar, certamente, #ue ela extremamenteMtil. 'onsidere as descobertas relativas ao sono, - vig+lia e ao sonharG asdescobertas relativas aos crebros comissurotomizados >split brains?, -s

    pessoas com leses cerebrais "ocais, - neuroanatomia e - neuro"isiologia dosistema visual, e assim por diante. Ceria talvez #ue n!s no devssemos teresperanas muito grandes6 O #ue se #uer dizer a#ui, precisamente, comKmuito grandeL6 esperana de #ue n!s descobriremos os princ+pios geraisde como o crebro "unciona6 E por #ue seria esta uma esperana muitogrande6

    ! crebro causa a consci'ncia

    Uecusar a meta reducionista e manter, ao mesmo tempo, o dualismo- dist)ncia uma manobra #ue re#uer um grande cuidado. estratgia deVohn Cearle >Cearle, %AA1? dizer #ue apesar do crebro causaros estadosconscientes, #ual#uer identi"icao entre estados conscientes e atividadescerebrais absurda. 3radicionalmente, temse argumentado #ue o m(ximo

    #ue o reducionista pode esperar obter so correlaes entre estadossubjetivos e estados cerebrais, e #ue embora as correlaes possam serevidncia de causalidade, elas no podem ser evidncia de identidade.Cearle tem aderido a essa objeo, dizendo #ue en#uanto as identi"icaesdo tipo a*b, presentes em v(rias (reas da cincia, revelam a realidade portr(s das aparncias, no caso da conscincia a realidade e a aparncia soinsepar(veis no h( realidade em relao - conscincia, a no ser o #ueest( presente - conscincia. &o h(, portanto, reduo alguma a serrealizada.

    Uesumidamente, este o motivo pelo #ual a manobra de Cearle no convincente: ele no avalia por #ue os cientistas optam por identi"icaes,#uando elas acontecem. Hependendo dos dados, as identi"icaes entren+veis distintos >cross-level identiications? por exemplo, a b podemser menos problem(ticas e mais compreens+veis cienti"icamente do #uesupor #ue a causa b, sendo ambos distintos. 7sso pode ser melhorcompreendido atravs de um exemplo.%1

    cincia, como n!s a conhecemos, no diz #ue a corrente eltricaem um "io causada por eltrons em movimento, mas sim #ue ela

    eltrons em movimento. Os genes no so causados por agrupamentos>c!un"s? de pares de base >base-pairs? no H&G elessoagrupamentos de

    N

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    pares de base >embora os agrupamentos estejam, algumas vezes,distribu+dos?. temperatura no causada pela energia cintica molecularGela energia cintica molecular. Ue"lita por um momento sobre acriatividade necess(ria para gerar explicaes #ue mantenham a no-

    identidadee a dependncia causal de >a? corrente eltrica e eltrons emmovimento, >b? genes e agrupamentos de H&, e >c? calor e movimentomolecular. lgum des"amiliarizado com os relevantes dados convergentese com os sucessos explicativos pode supor #ue isso no seja to di"+cil.#ui entra 8ett4 'roc9er na hist!ria.

    Em seu livro de receitas para "orno microondas, 8ett4 'roc9er seo"erece para explicar como "unciona um "orno microondas. Ela diz #ue#uando voc liga o "orno, as microondas agitam as molculas de (gua nacomida, "azendo com #ue elas se movam cada vez mais r(pido. @as elatermina sua explicao a#ui como #ual#uer pro"essor de cincias dosegundo grau sabe #ue ela deveria "azer dizendo talvez #ue /o aumentoda temperatura apenas o aumento da energia cintica das molculasconstituintes06 &o, ela no termina. Ela continua a explicar #ue por causadas molculas moveremse mais r(pido, elas entram mais "re#=entementeem coliso umas com as outras, o #ue aumenta a "rico entre as molculase, como n!s sabemos, a "rico causa calor. 8ett4 'roc9er ainda pensa #ueo calor algo di"erente da energia cintica molecularG algo causado por,mas de "ato independente do movimento molecular.%D*or #ue os cientistastambm no pensam assim6

    Uespondendo de "orma direta, por#ue as explicaes para os"en$menos do calor produo por combusto, pelo sol e em reaes#u+micasG da condutividade, incluindo a condutividade em um v(cuo, avariao da condutividade em materiais distintos, etc. so muito maissimples e mais coerentes, #uando se assume #ue calor energia moleculardas molculas constituintes. gora, tentar ade#uar os dados - suposio de#ue o calor alguma outra coisa causada pelaacelerao do movimentomolecular, como tentar pregar gelia na parede.

    Ce voc est( disposto a aderir - termodin)mica cal!rica, poss+vel,

    atravs de um es"oro muito grande, conseguir um arranjo, embora sejaimprov(vel #ue voc v( atrair disc+pulos. 'ontudo, o custo extremamentealto, em termos de coerncia com o resto das teorias cient+"icas e comoutras observaes. @as por #ue valeria a pena pagar o preo6 3alvez uma

    pessoa obstinada resolva manter intocada a intuio de #ue o calor / o +ueele e no uma outra coisa.0 Olhando retrospectivamente e sabendo o #uesabemos agora, a idia de #ue algum de"enderia com unhas e dentes a/intuio do calor0 parece uma perda de tempo.

    &o caso em #uesto, eu estou predizendo #ue o poder explicativo, a

    coerncia e a economia "avorecero a hip!tese de #ue a conscincia apenas algum padro de atividade de neur$nios. *ode ser #ue eu esteja

    A

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    errada. Ce eu o estiver, no ser( por#ue uma intuio baseada naintrospeco imut(vel, mas sim por#ue a cincia nos leva numa direodi"erente. Ce eu estiver certa, e certos padres de atividade cerebral foremarealidade por tr(s da experincia, este "ato em si no muda minha

    experincia, de "orma #ue eu >meu crebro? passe repentinamente a vermeu crebro como um scanner de resson)ncia magntica ou umneurocirurgio poderia vlo. Eu continuarei a ter experincias da "ormahabitual, embora meu crebro precise ter v(rias experincias e se submetera muita aprendizagem, de "orma #ue eu possa entender a realidade neuronaldelas.

    inalmente, tentando impedir o avano do dualista, a idia de #uetem #ue haver uma base de /aparncia0 subjetiva, sobre a #ual asdescobertas relativas - realidadeaparncia devem repousar ligeiramenteestranha. *arece um pouco como insistir #ue /em baixo0 no pode serrelativo - posio espacial #ue algum ocupaG em baixo em baixo. Oucomo insistir #ue o tempo no pode ser relativo, #ue ou dois eventosacontecem ao mesmo tempo ou no. Os seres humanos so produtos daevoluoG os sistemas nervosos desenvolveramse dentro do contexto decompetio pela sobrevivncia na luta para obter comida, "ugir do perigo,lutar e reproduzir. O modelo #ue o crebro tem do mundo exterior seaper"eioa atravs da avaliao das v(rias distines entre realidade eaparncia em resumo, atravs da razo cr+tica comum e da cincia. &anatureza das coisas, bem prov(vel #ue o modelo #ue o crebro tem de seu

    mundo interno tambm permita descobertas relativas - aparncia e -realidade. O crebro no se desenvolveu para conhecer a natureza do solcomo um "+sico a conhece e nem para conhecer a si pr!prio como conheceo neuro"isiologista. *orm, nas devidas circunst)ncias, ele poder( de algummodo conheclas.%F

    ! problema est& alm de nossa dbil intelig'ncia

    7nicialmente, essa a"irmao parece ser um modesto reconhecimentode nossas limitaes. &a verdade, ela uma poderosa predio baseada no

    em s!lidas evidncias, mas numa pro"unda ignor)ncia >@c

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    Rastreando os Mecanismos Neurais da #onscincia

    ,ncontrando uma via de acesso

    &a neurocincia, existem muitos dados de n+veis superiores,relevantes para a conscincia. Os "en$menos de blindsig!t, !emineglect,crebros comissurotomizados >split brains? e anosognosia >inconscinciade d"icit? representam grandes restries para a re"lexo te!rica. lgunsestudos cuidadosos, utilizando a resson)ncia magntica nuclear >U@7? e atomogra"ia por emisso de p!sitrons >3E*?, tm nos permitido ligar tiposespec+"icos de perdas "uncionais a regies particulares do crebro.%J 7ssonos ajuda a restringir a srie de estruturas a considerar na seleo para umamicro explorao preliminar.

    *or exemplo, o hipocampo pode ter parecido um prov(vel candidatoa exercer um papel central na conscincia por#ue ele uma regio detremenda convergncia de "ibras de diversas (reas do crebro. Entretanto,n!s agora sabemos #ue a perda bilateral do hipocampo, embora dani"i#ue acapacidade de aprender novas coisas, no implica em perda de conscincia.

    &o est(gio em #ue estamos, conseguir descartar alguma coisa em simesmo um valioso avano. &!s sabemos tambm #ue certas estruturas dotronco cerebral, como o locus cereleus >W'?, so indiretamente necess(rias,mas no so parte do mecanismo da conscincia. O W' desempenha um

    papel noespec+"ico no surgimento da conscincia, mas no um papel

    espec+"ico na conscincia de conteMdos particulares, como a conscincia,num dado momento, da cor do cu matutino ao invs do som dos regadoresda grama. Os dados podem ser "ascinantes, mas a #uesto permanece:como n!s podemos passar de um conjunto de dados intrigantes paraexplicaes genu+nas do mecanismo b(sico6 'omo n!s podemos comear6

    o pensar sobre esse problema, eu tenho recebido uma grandein"luncia de rancis 'ric9. Cua abordagem b(sica simples: se n!s vamosresolver o problema, n!s devemos trat(lo como um problema cient+"ico,#ue vai ser en"rentado do mesmo como n!s en"rentamos outros problemas

    cient+"icos di"+ceis. 'omo #ual#uer outro mistrio cient+"ico, o #ue n!s#ueremos uma pista experimental relevante. &!s #ueremos encontrar um"io #ue, #uando puxado, ir( revelar muito mais. *ara obter isso, n!s

    precisamos "ormular hip!teses test(veis, #ue possam conectar macroe"eitoscom microdin)mica.

    O problema #ue en"rentamos o seguinte: encontrar "en$menospsicol!gicos #ue >a? tenham sido razoavelmente bem estudados pelapsicologia experimentalG >b? estejam relacionados a dados de leses depacientes humanos e a dados de precisas microleses animaisG >c? estejam

    relacionados a regies cerebrais bem conhecidas pela neuroanatomia e pelaneuro"isiologia e >d? cuja conectividade com outras regies cerebrais esteja

    %%

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    bem estabelecida. hip!tese de trabalho #ue se uma pessoa est(consciente de um est+mulo, seu crebro ser( di"erente em algum aspecto,#uando comparado com a condio em #ue ela est( acordada e atenta, masinconsciente do est+mulo. 5ma estratgia promissora caar essas

    di"erenas, tendo como guia dados de estudos de leses, da 3E*, de estudosmagnetoence"alogr("icos >@E

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    hip!tese de 'ric9Estando imerso no rico contexto dos detalhes entre os v(rios n+veis,

    'ric9 esboou uma hip!tese relativa -s estruturas neurais #ue, segundo ele,tornam as di"erenas salientes, dependendo do animal estar ou no

    visualmente consciente do est+mulo.%B

    Cupese #ue a integrao derepresentaes atravs de redes neurais espacialmente distribu+das aunidade na apercepo, por assim dizer realizada por uma /ligao0>binding? temporal, a saber, uma sincronia nas respostas dos neur$niosrelevantes. He um modo muito geral, a sugesto de 'ric9 a seguinte: >%?os c!rtices primitivos >(reas visuais X%, X1G (reas somatosensoriais C%, C1,etc.? so centrais para a conscincia sensorial, como, por exemplo, aconscincia visual. 7sso se encaixa com os dados relativos a leses, comdados recentes da 3E* >Yossl4n et al. %AAD? e tambm com dados declulas simples >single cell? >Wogothetis e Cchall %ANA?G >1? dentro das

    primeiras (reas corticais sensoriais, as clulas piramidais da camada I epossivelmente da camada J desempenham o papel central.

    t #ue ponto essa uma boa idia6 *arte de sua atrao devese ao"ato dela apoiarse em estruturas b(sicas. &a biologia, a soluo para

    problemas di"+ceis sobre o mecanismo podem ser enormemente "acilitadaspela identi"icao de estruturas cr+ticas. tendncia a estar inconsciente de est+mulos em

    v(rias modalidades no lado es#uerdo do corpo?, agnosia simult)nea>incapacidade de ver v(rias coisas simultaneamente? e anosognosia

    %D

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    >inconscincia de d"icits como a paralisia, a cegueira, o discursoatrapalhado, etc.?.

    Em terceiro lugar, n!s temos aprendido muita coisa com asanormalidades e a manipulao do ciclo CCX, juntamente com sua ligao a

    propriedades cerebrais espec+"icas. Em #uarto lugar, algumas das mudanasglobais de estado no ciclo CCX, vistas por macrotcnicas, tm sidorelacionadas, atravs de microtcnicas, a interaes entre circuitosespec+"icos do c!rtex e circuitos subcorticais, especialmente circuitos emv(rias estruturas centrais do t(lamo. Em #uinto lugar, e maisespeci"icamente, alguns dados magnetoence"alogr("icos revelam umarobusta "orma de onda de FR Pz durante a vig+lia e o sonho.%A de"inio ea amplitude muito atenuada durante o sono e a amplitude moduladadurante a vig+lia e o sonho. an(lise magnetoence"alogr("ica da "orma daonda nos revela #ue tratase de uma onda #ue se move na direo )ntero

    posteior do crebro, cobrindo a dist)ncia num tempo de aproximadamente%1 a %D milisegundos. lguns dados celulares sugerem #ue essas

    propriedades din)micas emergem de circuitos neurais particulares e de suaspropriedades din)micas.

    'omo tudo isso se relaciona6 'om base nesses dados e cientes dosv(rios dados de n+veis superiores, Uodol"o Wlin(s e colaboradores >%AA%,%AAD? levantaram a hip!tese de #ue a organizao "undamental subjacente -conscincia e as mudanas observadas no padro CCX so pares deosciladores conectados, #ue se conectam ambos ao t(lamo e ao c!rtex. &o

    entanto, cada um deles se conecta a populaes celulares distintas, deacordo com seu pr!prio estilo de conectividade particular >"igura J.1?. 5ma/"am+lia0 de osciladores conecta os neur$nios numa estrutura tal)micaconhecida como nMcleo intralaminar uma estrutura com "orma de%&'(), cujos neur$nios chegam at as camadas superiores do c!rtex para"ornecer uma espcie de ventilao altamente regular para toda a super"+ciecortical. outra /"am+lia0 de osciladores conecta os neur$nios aos nMcleostal)micos de in"ormao espec+"ica de modalidade >nMcleos @C?,originando na retina ou na c!clea, por exemplo, (reas corticais

    especializadas em modalidade >p. ex. X1, C1?. Hurante o sono pro"undo, osneur$nios intralaminares, #ue se projetam para o c!rtex, cessam seucomportamento de FR Pz.

    Hurante o sono pro"undo e o sonho, os sinais externos ao c!rtex socanalizados pelo nMcleo reticular do t(lamo.

    Em termos gerais, a idia #ue a segunda /"am+lia0 de osciladores"ornece o conteMdo >visual, somatosensorial, etc.?, en#uanto #ue a primeira"ornece o contexto de integrao. &o sono pro"undo, os osciladoresencontramse desconectadosG no sonho eles esto conectados, mas o

    circuito de oscilao @C no responde a sinais externos da peri"eriaG na

    %F

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    vig+lia, os osciladores esto conectados e o circuito @C responde aos sinaisexternos.

    Quais so os e"eitos de leses na estrutura tal)mica intralaminar6 Oprincipal per"il de pe#uenas leses unilaterais a negligncia

    >inconscincia? de todos os est+mulos #ue se originam no lado oposto docorpo. Weses bilaterais resultam em /inanio0, ou seja, o paciente noinicia nenhum comportamento e #uase no responde a est+mulos sensoriaisou a #uestes. lguns estudos animais mostram basicamente o mesmo

    per"il.*or outro lado, leses nas regies espec+"icas de modalidade do

    t(lamo ocasionam perdas espec+"icas de modalidade na conscincia aconscincia visual, por exemplo, ser( perdida, mas a conscincia de sons,to#ues, etc. pode permanecer normal. 'uriosamente, osmagnetoence"alogramas >@E@C e intralaminar? interconectamse

    principalmente na camada cortical />ver "igura J.1?. Ho #ue n!s podemosdizer atualmente, essas coneces parecem ser o principal meio pelo #ual

    os osciladores esto conectados. possibilidade levantada a#ui #ue asincronia temporal dos neur$nios #ue carregam sinais sobre est+mulosexternos, hipotetizada por 'ric9, pode ser comandada pelo circuito corticalintralaminar. s coneces entre as estruturas do tronco cerebral e o nMcleointralaminar poderiam desempenhar um papel na modulao da excitao edo estado de alerta.

    @uitas #uestes aparecem agora. *or exemplo, como as estruturascentrais da conscincia se relacionam com o comportamento6 >Ou, comoHennett perguntaria, /o #ue acontece em seguida60?1R @ais

    especi"icamente, #uais so as coneces entre o nMcleo intralaminar e asestruturas motores, e entre a camada I dos c!rtices sensoriais e asestruturas motores6 s projees do nMcleo intralaminar ao c!rtexcingulado desempenham um papel na ateno6 Essas so #uestesmotivadas por dados independentes. convergncia de hip!teses serve, claro, como est+mulo. &o entanto, bom lembrar #ue ela pode tambm nosremeter aos conselhos proverbiais. sabedoria nos aconselha a manter umotimismo moderado.

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    bserva+es #onclusivas

    Quando se olha as #uestes pelo lado misterioso dos "en$menos, assolues podem parecer imposs+veis e talvez at mesmo indesej(veis. Ho

    lado da compreenso, entretanto, as solues parecem #uase !bvias edi"+ceis de serem perdidas de vista. *or #ue, poderseia imaginar, demoroutanto tempo para se conceber #uais so os elementos6 'omo algum to

    brilhante como rist!teles p$de deixar de perceber a plausibilidade da idiade ristarco de #ue a 3erra era uma es"era #ue se move em torno do sol6 sverdades mais pro"undas so muito "(ceis de serem despercebidas, claro,assim como muito "(cil para n!s despercebermos o #ue #uer #ue expli#ue

    por #ue os animais dormem e sonham, e o #ue o autismo. Os problemasso di"+ceis para a neurocincia e para a psicologia experimental, mas -medida #ue vamos caminhando e #ue novas tcnicas aumentam o acessonoinvasivo aos processos cerebrais globais de seres humanos, asintuies mudam. O #ue hoje nos parece !bvio "oi uma grande novidade

    para a gerao anteriorG o #ue parece con"uso para a nossa imaginao tran#=ilamente absorvido pela nova gerao de estudantes de p!sgraduao. Quem pode nos dizer com certeza se todas as nossas #uestessobre a conscincia podem ou no ser eventualmente respondidas6En#uanto isso, recompensador ver algum progresso ver algumas#uestes mudarem seu status de @istrios Que C! *odemos 'ontemplarcom Espanto para *roblemas Helicados Que Estamos 'omeando a

    Heci"rar.

    Reerncias %ibliogr,icas

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    *ress

    %N

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    %Notas

    'on"erncia presidencial pro"erida na ocasio da JBaUeunio nual da merican *hilosophical ssociation, diviso do*ac+"ico, em Co rancisco, 'ali"!rnia, no dia 1J de @aro de %AAD

    %Xer a nossa discusso em The Computational 1rain, 'hurchland and Cejno[s9i >%AA1?.11

    Em relao a opinies concordantes, ver tambm rancis 'ric9 >%AAF?G *aul 'hurchland >%ANA?G Haniel Hennett>%AA%?G O[en lanagan >%AA1?G Tilliam W4can >%ANB?G Vohn Cearle >%AA1?.DD'omo *. C. 'hurchland e 3. V. Cejno[s9i argumentaram em >%ANA?.FF*ara uma excelente discusso do reducionismo, #ue inclui muitas das complexidades com as #uais eu no estou me

    preocupando muito neste momento, ver Ccha""ner >%AAD?.II *. C. 'hurchland >%ANJ?,Neurophilosoph2.JJ Xer 'hurchland e Cejno[s9i >%AA1?G *aul @. 'hurchland >%AADa?.BBOu, o #ue n!s temos pre"erido mas decidimos no dizer, /o #ue torna o materialismo revisionista revisionista0 >*. C.'hurchland %ANB?. Xer tambm *. @. 'hurchland >%AAD?. *ara uma caracterizao parecida, mas de certa "ormadi"erente, ver 8ic9le >%AA1?.NN7bid. Xer tambm *. @. 'hurchland e *. C. 'hurchland >%AAR?.A*or exemplo, 'olin @c%AAR?.%RXer, por exemplo, e4erabend >%AN%?.%%

    Xer tambm O[en lanagan >%AA1, %AAI?.%1&a seguinte discusso, as idias so, em sua maior parte, de *aul 'hurchland >%AADa?. *ara essa discusso, ver /8ett4'roc9erLs 3heor4 o" @ind: Uevie[ o" Vohn CearleLs The 4ediscover2 of the 5ind0,.ondon 4evie6 of 1oo7s>%AAI?.%D*aul 'hurchland "ez essa descoberta em nossa cozinha, h( cerca de oito anos atr(s. *areceunos um caso t+pico dealgum #ue no entende realmente a explicao cient+"ica. o invs de utilizar ade#uadamente a teoria datermodin)mica, 8ett4 'roc9er misturaa desajeitadamente com uma velha concepo, como se a velha concepo no

    precisasse ser modi"icada. lgum #ue pensasse #ue a eletricidade "osse causadapor eltrons em movimento, contariauma hist!ria compar(vel - de 8ett4 'roc9er: /a voltagem "ora os eltrons a se moverem atravs do "io e, assim"azendo, eles prouduzem um aumento na eletricidade est(tica, de modo #ue as "a+scas passam a pular de eltron aeltron, por todo o "io.0 Quando eu entretenho audincias de cientistas com a explicao KmicroondasL de 8ett4, os risostornamse aud+veis.%FXer *aul 'hurchland >%AADb?.%IXer a discusso convincente e mais detalhada de Haniel Hennett sobre a recusa de @cHennett %AA%?%J

    Xer especialmente P. Hamasio e . U. Hamasio >%AAR?G P. Hamasio >%AA%?G . U. Hamasio >%AAF?G arah >%AAD?.%BEssa hip!tese levantada em 'ric9 e Yoch >%AAR? e em 'ric9 >%AAF?.%NXer tambm minha discusso em *. C. 'hurchland >%ANB?.%AXer Wlin(s e *ar >%AA%?.1RHennett >%AA%?