pneumopatias ocupacionais

35
PNEUMOPATIAS OCUPACIONAIS DR. JOSE HENRIQUE CASTRIOTO DE CUNTO – SESI PETRÓPOLIS

Upload: jose-henrique-c-de-cunto

Post on 12-Apr-2017

463 views

Category:

Health & Medicine


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Pneumopatias ocupacionais

PNEUMOPATIAS OCUPACIONAISDR. JOSE HENRIQUE CASTRIOTO DE CUNTO – SESI PETRÓPOLIS

Page 2: Pneumopatias ocupacionais

PNEUMOCONIOSESPneumo = pulmão Conion = pó Ose = estado de

DEPENDEM DA: NATUREZA E PROPRIEDADES DO AGENTE

INALADO

CONCENTRAÇÃO DO AGENTE E DURAÇÃO DA EXPOSIÇÃO

SUCEPTIBILIDADE INDIVIDUAL

Page 3: Pneumopatias ocupacionais

CLASSIFICAÇÃOClassificação das doenças respiratórias laborais:1. Doença respiratória ocupacional – a natureza do trabalho

causa o adoecimento2. Doença respiratória relacionada com trabalho – há

necessidade de comprovação do nexo causal

Classificação de Schilling:I- trabalho como causa necessária → silicose, asbestoseII- trabalho como contributivo → asma brônquica III- trabalho como provocador de distúrbio latente ou agravador

de doença estabelecida → rinite alérgica

Page 4: Pneumopatias ocupacionais

CLASSIFICAÇÃOClassificação em relação à latência: Longa - pneumoconioses e o câncer de pulmão - exposição acumulativa ou dose-dependente - tempo de exposição - concentração do agente na fração respirada Curta - disfunção reativa das vias aéreas e pneumonite de hipersensibilidade - agentes irritantes ou sensibilizantes

Page 5: Pneumopatias ocupacionais

TIPOS DE SUBSTÂNCIAS INALÁVEISAerossol solução coloidal em que a fase dispersora é gasosa e a fase dispersa é sólida ou líquida

Fibras partículas com relação comprimento/diâmetro ≥ 3:1. Deposição depende do diâmetro ≤ 3 µm

Poeiras são produzidas pela quebra ou degradação mecânica de material sólido, que se encontra em suspensão no ar, na forma de particulado esférico ou na forma de fibra

Fumos são óxidos metálicos formados a partir do aquecimento e fusão do respectivo metal. Tamanho médio de 0,1 a 0,4 µm

Fumaças são produtos complexos de materiais orgânicos carbonáceos, sendo constituídas de gases, fumos, vapores e poeiras

Page 6: Pneumopatias ocupacionais

Tamanho médio das partículas em suspensão no ar (Parkes WR. Occupational Lung Disorders. 1994)

Grãos de areiaPólensPoeira de cimentoEsporos de ActinomicesPoeira industrial de rochas

moídas (asbestos, sílica livre)Fumaça de cigarroFumos metálicos (de solda)

200 a 2000 µm10 a 100 µm4 a 10 µm0,6 a 2,5 µm1 a 10 µm

0,1 a 1 µm0,1 a 4 µm

Page 7: Pneumopatias ocupacionais

TOXOCINÉTICARETENÇÃO DE PARTÍCULAS PELAS VIAS AÉREAS

NASO-FARINGE: 5 – 30 µ TRAQUÉIA-BRÔNQUIOS-BRÔNQUIOLOS: 1 – 5 µ ALVÉOLOS: < 1 µ

Page 8: Pneumopatias ocupacionais

SILICOSE Pneumoconiose mais comum Principal causa de invalidez entre as doenças respiratórias

ocupacionais Agente etiológico principal é o quartzo Inalação de sílica livre ou do dióxido de silício Silicose, DPOC, Câncer de pulmão, Insuficiência Renal,

aumento do risco de Tuberculose pulmonar e Doenças do colágeno

Não tem tratamento

Page 9: Pneumopatias ocupacionais

SILICOSEOcupações expostas: Mineração de ouro PedreiraIndústria cerâmica Jateamento de areiaFábrica de vidros refratários e de louças Fundição de ferro Cavadores de poços no Nordeste

Page 10: Pneumopatias ocupacionais

DOENÇAS RELACIONADAS AO ASBESTOS

Comercialmente conhecido como amianto (quase 30 variedades).

Efeitos carcinogênico (pulmão e mesotelioma) e fibrogênico (Asbestose)

Doenças podem aparecer mesmo após o afastamento da exposição

LEI ESTADUAL RJ 1080/92: PROÍBE FABRICAÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO DO ASBESTO CRISOTILA

Page 11: Pneumopatias ocupacionais

DOENÇAS RELACIONADAS AO ASBESTOS

Exposição direta: atividade extrativista (Goiás). Exposição indireta: residir nas imediações

Ocupações expostas: Indústria de transformaçãoConstrução civilIsolamento térmico de caldeiras/tubulaçõesManutenção de fornos

Page 12: Pneumopatias ocupacionais

OUTRAS PNEUMOCONIOSESBERILIOSETRABALHADORES DE CARVÃOEXPOSIÇÃOA METAIS DUROSBARITOSEESTANOSEROCHA FOSFÁTICA

Page 13: Pneumopatias ocupacionais

PNEUMONITE DE HIPERSENSIBILIDADE Envolvimento é principalmente bronquiolar Mais de 300 antígenos:1. Agentes microbianos (bactérias, fungos e amebas);2. Proteínas animais3. Substâncias químicas de baixo peso molecular

Não está associada à alergia

Page 14: Pneumopatias ocupacionais

PNEUMONITE DE HIPERSENSIBILIDADEOcupações expostas: Pulmão do fazendeiro Bagaçose Fabricação de queijos Frequentadores de saunas Trabalhadores em ambiente com ar condicionado e/ou umidificado Fabricação de detergentes Indústria de alimentos Granjeiros Trabalho em biotério Suberose (cortina mofada) Sulfato de cobre (vinícola)

Page 15: Pneumopatias ocupacionais

ASMA OCUPACIONALDuas definições: Asma Ocupacional e Asma agravada pelo trabalho

Início dos sintomas após entrada no local de trabalho

Associação entre sintomas e trabalho

40% sintomático em 2 anos e 20% sintomático após 10 anos de exposição

Page 16: Pneumopatias ocupacionais

Agentes mais comuns causadores de ART e tipo de atividade profissional associada ( Chang-Yeung M. Occupational asthma. NJEM. 1995; 333(2):107-12)

ALTO PESO MOLECULAR Cereais (padeiros, trabalhadores de moinhos)

Látex (profissionais de saúde)

BAIXO PESO MOLECULAR Formaldeído (trabalhadores de hospital, borracha, calçados)

Persulfato (cabelereiros)

Drogas (farmacêuticos, laboratoristas)

Isocianatos (pintores, instaladores de isolante térmico, espuma, borracha, plástico)

Page 17: Pneumopatias ocupacionais

FUMOS METÁLICOSFumos são partículas formadas em processos de combustão ou fusão de metais.

Fusão = Fundir - Passagem de um corpo do estado sólido ao líquido

Combustão = Queimar - Estado de um corpo que arde produzindo luz e calor

Page 18: Pneumopatias ocupacionais

FUMOS METÁLICOS As fontes dos fumos metálicos são o metal base, o

revestimento metálico da peça de trabalho, o eletrodo e os agentes fundentes associados com o sistema de soldagem, em particular, (soldas MIG e TIG, eletrodo, plasma). Os fumos são agentes provenientes das operações de solda (elétrica)

São exalados devido ao aquecimento dos metais em fusão e da queima do eletrodo e de seu revestimento protetor

Page 19: Pneumopatias ocupacionais

FUMOS METÁLICOSEstes fumos se inalados ao longo do tempo poderão causar: doença pulmonar obstrutiva febre de fumos metálicos intoxicação especifica de acordo com o tipo de metal

manipulado

OBS: Pelos riscos que envolvem os soldadores, o controle ambiental dos locais de solda é de suma importância.

Page 20: Pneumopatias ocupacionais

FUMOS DE SOLDA1- FLUORETOS

Fluorose = Doença grave e incapacitante que leva a uma calcificação dos ligamentos.

Monitoramento = fluoreto urinário no periódico

Page 21: Pneumopatias ocupacionais

FUMOS DE SOLDA2- COBRE

Risco só para para quem tem a “Doença de Wilson” Não se faz monitoramento e nem vigilância à saúde

Page 22: Pneumopatias ocupacionais

FUMOS DE SOLDA3- CROMO

Se houver alto teor de cromo no material (aço inox por exemplo chega a 20 a 25%) há alto risco de haver exposição excessiva ao Cromo hexavalente (cancerígeno Grupo 1 da IARC)

Monitoramento biológico = Pode-se fazer monitoramento através de Cromo urinário no periódico

Page 23: Pneumopatias ocupacionais

FUMOS DE SOLDA4- ALUMINIO

De pouco significado toxicológico. Poderia haver fibrose pulmonar em casos raros

Não existe monitoramento biológico

Page 24: Pneumopatias ocupacionais

FUMOS DE SOLDA5- FERRO

Siderose

Não há importância como tóxico sistêmico

Page 25: Pneumopatias ocupacionais

FUMOS DE SOLDA6- MAGNÉSIO

Febre dos fumos metálicos Não tem importância como tóxico sistêmico e não tem

monitoramento biológico

Page 26: Pneumopatias ocupacionais

FUMOS DE SOLDA7- CÁDMIO

Em materiais que tenham altos teores deste metal deve-se tomar cuidado extremo

Extremamente lesivo para pulmão (enfisema do cádmio) e para os rins com proteinúria e IRC. Também causa descoloração do colo dos dentes e anosmia

Monitoramento = Cd urinário no admissional, periódico e demissional (Cd-U > 5 g/g. cret.) = intoxicação

Page 27: Pneumopatias ocupacionais

FUMOS DE SOLDA8- NÍQUEL

O aço inox também tem também elevados teores deste metal ( até 15%)

Provoca febre dos fumos metálicos e sensibilização cutânea (alergia)

É cancerígeno na refinação de níquel, (grupo 1 da IARC), mas na solda ??

Não há monitoramento biológico previsto na NR-7

Page 28: Pneumopatias ocupacionais

FUMOS DE SOLDA9- MANGANÊS

Provoca Manganismo, que é uma doença grave incapacitante e irreversível(Parkinson Mangânico)

Não há monitoramento biológico previsto na NR-7. O Mn-U é um indicador ruim pois varia muito entre as pessoas

Page 29: Pneumopatias ocupacionais

FUMOS DE SOLDA10- ZINCO

As chapas galvanizadas emitem grande quantidade de fumos de zinco, mesmo em solda a ponto. O zinco em forma de fumos de zinco irritantes e potentes causadores de febre dos fumos metálicos

Não há indicadores biológico no Brasil, e é um indicador de difícil execução

Page 30: Pneumopatias ocupacionais

FUMOS DE SOLDA11- TITÂNIO

Atóxico

Page 31: Pneumopatias ocupacionais

FUMOS DE SOLDA12- CHUMBO

É raro de ser encontrado em solda por arco elétrico. Pode ser usado com maçarico e seu risco é proporcional a temperatura de aquecimento

Na brasagem (“solda eletrônica”) com liga de estanho/chumbo a liberação de fumos de Pb é muito pequena tendo em vista a baixa temperatura envolvida no processo

Em casos da exposição existir, deve-se realizar o monitoramento biológico através do Pb-S e ALA-U no admissional, periódico e demissional

Page 32: Pneumopatias ocupacionais

COMPOSTOS ORGÂNICOS VOLÁTEIS

GASOLINA (EXPOSIÇÃO BREVE/INFREQUANTE)

BENZENO (CARCINOGÊNICO)

OZÔNIO (SINTOMAS BANAIS)

Page 33: Pneumopatias ocupacionais

ÓLEO MINERAL PNEUMONIA LIPOÍDICA (ASPIRAÇÃO)

Page 34: Pneumopatias ocupacionais

USE OS EQUPAMENTOS ADEQUADOS EPC´s – Instalar sistema de ventilação local exaustora, nas

operações de soldagem, captando o contaminante no momento em que ele se forma, (exaustão p/ fumo metálico da solda)

EPI´s – Uniforme, (calça, camisa, botina), luvas raspa de couro, creme de proteção, óculos de proteção, avental raspa de couro, máscara (8801 3M)

Page 35: Pneumopatias ocupacionais