pneumonias paulo josé zimermann teixeira prof. adjunto dep. clínica médica ufcspa pavilhão...
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Pneumonias
Paulo José Zimermann TeixeiraProf. Adjunto Dep. Clínica Médica UFCSPA
Pavilhão Pereira Filho- Santa Casa de Porto Alegre
Pneumonias Conceito:
Processo inflamatório que compromete a via aérea distal, o alvéolo e o interstício
Pode ser infecciosa ou não infecciosa Infecciosas são as mais comuns:
Vírus Bactérias Fungos Parasitas
Não infecciosas: Agentes físicos Agentes químicos
Pneumonias segundo o local de aquisição:
Pneumonias adquiridas na comunidade Pneumonias associadas à cuidados de saúde Pneumonias adquiridas no hospital Pneumonias associadas à ventilação
mecânica
Pneumonias segundo o tipo de hospedeiro:
Imunocompetente Imunodeprimido
HIV positivo Oncológico Uso de imunossupressores Transplantado de órgão sólido Transplantado de medula óssea
PNEUMONIA ADQUIRIDA NA COMUNIDADE (PAC)
Pneumonias Patógeno chega ao pulmão:
Microaspiração do microorganismo da orofaringe
Inalação do microorganismoDisseminação hematogênica de um foco
extrapulmonarExtensão direta do mediastino e espaço
subfrênico
Essencial para manejo adequado
Diagnóstico correto Reconhecer fatores de risco Avaliar a gravidade da pneumonia Decidir o local de tratamento Escolher o antibiótico
Quando pensar? Presença de sintomas de doença aguda do
trato respiratório inferior: Tosse e um ou mais dos seguintes sintomas:
expectoração, falta de ar, dor torácica manifestações sistêmicas (confusão, cefaléia, sudorese,
calafrios, mialgias, temperatura superior a 37,8º.C) achados focais no exame físico do tórax(pode ser desde
estertores crepitantes até uma síndrome de consolidação)
corroborados pela presença de uma opacidade nova, usualmente vista à radiografia do tórax.
Achados Radiológicos nas Pneumonias
Achados Radiológicos nas Pneumonias
Achados Radiológicos nas Pneumonias
Mortalidade por PAC
Nível de Evidência
Recursos da Evidência
Definição
A Ensaios randômicos e controlados (RCTs)Rica base de dados
A evidência é baseada RCTs, bem delineados, que fornecem um modelo consistente de descobertas na população para a qual a recomendação é feita. A categoria “A” requer números substanciais de estudos, envolvendo número adequado de participantes.
B Ensaios randômicos e controlados (RCTs)Limitada base de dados
A evidência é baseada em estudos de intervenção, que incluem somente um número limitado de pacientes, análises post-hoc ou de subgrupos de RCTs, ou meta-análise de RCTs. Em geral, a categoria “B” é pertinente, quando existem poucos ensaios randômicos, quando eles são pequenos em extensão, quando são realizados em uma população que difere da população-alvo recomendada ou quando os resultados são, de alguma forma,
inconsistentes. C Ensaios não-randômicos
Estudos observacionais
A evidência é baseada em ensaios não-controlados e não-randômicos ou de estudos de observação.
D Consenso entre os participantes do painel
Esta categoria é utilizada somente em casos nos quais o fornecimento de algum tipo de ajuda foi considerado valioso, mas a literatura sobre o assunto foi considerada insuficiente para justificar a colocação em uma das outras categorias. O Painel Consensual é baseado em experiência ou conhecimento clínico que não se enquadram nos critérios acima listados.
Exames de Imagem na PAC
Pacientes com PAC de baixo risco, tratados no ambulatório devem realizar apenas a radiografia de tórax como exame subsidiário. (A)
O padrão radiológico não pode ser usado para predizer o agente causal, ou mesmo separar grupos de agentes. (C)
TC de tórax deve ser realizada quando houver dúvidas sobre a presença do infiltrado pneumônico, para a detecção de complicações e na suspeita de neoplasia. (C)
Exames de Imagem na PAC
Derrames pleurais significativos (com 5,0 cm ou mais, identificado na projeção lateral em ortostatismo) devem ser puncionados.(C)
Radiografia de tórax deve ser repetida após seis semanas do início dos sintomas em fumantes com mais de 50 anos e na persistência dos sintomas ou achados anormais no exame físico. (C)
Avaliação da Troca Gasosa
A saturação periférica de O2 (SpO2) deve ser observada de rotina, antes do uso eventual de oxigênio. (A)
A presença de hipoxemia indica o uso de O2 suplementar e admissão hospitalar. (A)
Exames Laboratoriais na PAC
Etiologia AvaliaçãoPAC Domiciliar Desnecessários Apenas Rx tórax
PAC na Enfermaria
Escarro:Gram e CulturalHemoculturas: 2 amostrasPrimeira amostra sorologiaAntigenúria:Legionela e PneumococoD.P.: Toracocentese
Hemograma,uréia, Transaminases, glicemia, eletrólitos, Gasometria arterial se SatO2<90%Sorologia HIV (fatores de risco ou idade 15-54 anos)
PAC em UTI Todos os acima, broncoscopia ou aspirado traqueal na intubação. Cult. quantitativas
Todos acima, monitoração ventilatória e hemodinâmica
Patógenos mais comuns em Patógenos mais comuns em Pneumonia Adquirida na ComunidadePneumonia Adquirida na Comunidade
Ambulatorial Internados Internados UTIS. pneumoniae S. pneumoniae S. pneumoniae
M. pneumoniae M. pneumoniae Bacilos Gram negativos
C. pneumoniae C. pneumoniae H. Influenzae
Vírus respiratórios Vírus respiratórios Legionella sp.
H. influenzae H. influenzae S. aureus
Legionella spp.
Patógenos atípicos e PAC
22
28
21 20
0
5
10
15
20
25
30
EUA/Canada Europa AmLatina Asia/Africa
AtípicosM.pneumoniaeC.pneumoniaeL.pneumophila
%
Arnold FW et al., Am J Respir Crit Care Med 2007; 175:1086-93
Critério de Gravidade CURB-65CConfusãoonfusãoUUréia > 50 mg/dlréia > 50 mg/dlRRespiração espiração 30/ min 30/ minPPressão Arterial (S < 90 mmHg e Dressão Arterial (S < 90 mmHg e D 60 mmHg) 60 mmHg)IIdade dade 65 anos 65 anos
0 ou 10 ou 1 22 3 ou mais3 ou mais
GRUPO 1GRUPO 1 Mortalidade baixoMortalidade baixo
(1,5%)(1,5%)(n= 324, morreram 5)(n= 324, morreram 5)
GRUPO 2GRUPO 2Mortalidade IntermediáriaMortalidade Intermediária
( 9,2%)( 9,2%)(n= 184, morreram 17)(n= 184, morreram 17)
GRUPO 3GRUPO 3Mortalidade AltaMortalidade Alta
(22%)(22%)(n=210, morreram 47)(n=210, morreram 47)
AmbulatorialAmbulatorial InternaçãoInternação InternaçãoInternaçãoManejar como Manejar como Pneumonia GravePneumonia Grave
Lim WS et al. Thorax 2003;58:377-382Lim WS et al. Thorax 2003;58:377-382
CConfusãoonfusãoRRespiração espiração 30/ min 30/ minPPressão Arterial (S < 90 mmHg e Dressão Arterial (S < 90 mmHg e D 60 60 mmHg)mmHg)65 anos65 anos
00 1-21-2 3 ou mais3 ou mais
GRUPO 1GRUPO 1 Mortalidade baixaMortalidade baixa (1,5%)(1,5%)
GRUPO 2GRUPO 2Mortalidade IntermediáriaMortalidade Intermediária
( 9,2%)( 9,2%)
GRUPO 3GRUPO 3Mortalidade AltaMortalidade Alta (22%)(22%)
AmbulatorialAmbulatorial InternaçãoInternação InternaçãoInternaçãoManejar como Manejar como Pneumonia GravePneumonia Grave
Critério de Gravidade CRB-65
PAC: Fatores de risco para patógenos específicos
Residentes em asilos. Doença cardiorrespiratória subjacente. Comorbidades múltiplas. Antibioticoterapia recente.
Bacilos Gram-negativos entéricos
PAC: Fatores de risco para patógenos específicos
Doença pulmonar estrutural. Corticóides (prednisona: > 10 mg/d). Antibióticos de largo espectro (> 7 dias, nos últimos 30 dias). Desnutrição.
Pseudomonas aeruginosa
Tratamento da PAC A seleção do esquema terapêutico inicial para
pacientes com PAC considera os microorganismos de maior prevalência. (C)
Não há evidência definitiva que comprove a superioridade de esquemas terapêuticos com cobertura para os patógenos atípicos realizada de forma sistemática, com exceção dos casos de pneumonias por Legionella sp. (B)
PAC ambulatorial: considera a alta proporção de agentes sensíveis a betalactâmicos no Brasil e a falta de dados definitivos quanto à cobertura sistemática de bactérias atípicas em PAC não grave. (B)
Indivíduos adultos com PAC de leve a moderada gravidade podem ser efetivamente tratados com antibióticos ministrados por um período igual ou inferior a sete dias. (A)
Tratamento da PAC
Tratamento da PAC
AmbulatorialAmbulatorial
previamente hígidospreviamente hígidos
Doenças associadasDoenças associadasAntibióticos – 3 mesesAntibióticos – 3 meses
BetalactâmicosBetalactâmicos††
FluorquinolonasFluorquinolonas‡‡ou betalactâmicosou betalactâmicos+ macrolídeos+ macrolídeos
Internados não gravesInternados não graves Fluorquinolonas ou betalactâmicos Fluorquinolonas ou betalactâmicos + macrolídeos+ macrolídeos
MacrolídeosMacrolídeos
Tratamento da PAC
Internados na UTIInternados na UTI
ComCom risco para risco para PseudomonasPseudomonas
Betalactâmico + Fluorqui-Betalactâmico + Fluorqui-nolona ou Macrolídeosnolona ou Macrolídeos
Betalactâmicos*Betalactâmicos*+ Quinolona**+ Quinolona**
SemSem risco para risco para PseudomonasPseudomonas
*Cefalosporina de 4ª.geração, Piperacilina/Tazobactam
** Ciprofloxacina
Reavaliar o paciente em 72 horas após início do tratamento.
Diante de um paciente com suspeita de fracasso terapêutico deve-se revisar a história clínica e os resultados dos estudos microbiológicos iniciais. A reavaliação microbiológica pode ser feita com técnicas não-invasivas e/ou invasivas. (C)
Fracasso Terapêutico na PAC
Prevenção vacinal da PAC
Todos os indivíduos com idade ≥50 anos, bem como aqueles de maior risco de complicações associadas à gripe devem receber vacina anti-Influenza de vírus morto. (A)
A vacina anti-pneumocócica deve ser aplicada nos indivíduos imunocomprometidos e nos idosos residentes em asilos. (B)
PNEUMONIA ADQUIRIDA NA HOSPITAL
Pneumonia adquirida no Hospital
Definida como a pneumonia que se instala 48 a 72 horas após a internação hospitalar.
Também é considerada como de natureza hospitalar a pneumonia que ocorrer 48 a 72 horas após a alta.
Pneumonia associada a ventilação mecânica quando ocorre após a intubação
Pneumonia adquirida no
HospitalPatogênese
Fatores do Hospedeiro Fatores Exógenos
Colonização com Bactéria PatogênicaOrofaringe Estômago
Aspiração
PNEUMONIA
Fatores Maiores (RC>3,0) Trauma Queimadura Doença neurológica Tempo de ventilação
mecânica (>10 dias ) Broncoaspiração
presenciada Colonização do trato
respiratório por bacilos Gram-negativos
Uso de PEEP ( > 7,5 cmH2O )
Fatores Menores (RC 1,5 a 3,0 ) Doença cardiovascular Doença respiratória Doença gastrointestinal Cirurgia torácica ou
abdominal Administração de
bloqueadores neuromusculares
Tabagismo ( > 20 maços-anos )
Hipoalbuminemia na admissão
( Alb < 2,2 g/dL )
Pneumonia adquirida no Hospital
PAH/PAVM CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS:
Febre > 38o C Progressão ou surgimento de novo infiltrado
pulmonar no Rx de tórax Leucocitose ou leucopenia Secreção traqueal purulenta
Johanson et al.,1972
MÉTODOS DIAGNÓSTICOS: Não Invasivos
Aspirado endotraqueal
Invasivos: Fibrobroncoscopia
PAH/PAVM
Maior gravidade dos pacientesMaior grau de imunocomprometimento Desenvolvimento de novas tecnologiasMaior resistência na comunidadeDificuldade em aderir aos programas
do SIHUso indevido de antimicrobianos
Patógenos ResistentesPatógenos Resistentes
PAH/PAVM
Suspeita clínico-radiológica
de PAH/PAV
Considerar a presença de fatores de risco para patógenos resistentes
Obter secreção respiratória para cultura quantitativa
Baixo risco
< 5 dias no hospital
Sem uso de ATB nos últimos 15 dias.
Sem outros fatores de risco
Alto risco
5 dias no hospital Com uso de ATB nos últimos 15 dias.
Outros fatores risco: neurocirurgia, corticóide, VM prolongada, SARA
Manejo do paciente com PAH/PAV
Manejo do paciente com PAH/PAV
Patógenos Prováveis
S. pneumoniae, H influenzae , S. aureus Oxa-S, Enterobactérias sensíveis ( E. coli, K pneumoniae, Enterobacter sp, S. marcescens)
Patógenos Prováveis
Pseudomonas aeruginosa, Acinetobacter sp., Stenotrophomonas maltophilia, Enterobactérias multiresistentes, S aureus Oxa-R
-Betalactâmico + inibidor de betalactamases não anti-pseudomonas
- Fluoroquinolonas
- Cefalosporina de 3ª geração não anti-pseudomonas
Drogas anti-pseudomonas:
Betalactâmicos + inibidores de betalactamases
Cefalosporinas de 4ª. Geração
Carbapenêmicos
Quinolona*
Aminoglicosídeos**
Monobactâmicos**
Drogas anti-estafilocócicas:
Glicopeptídeos, Oxazolidinonas ou Estreptograminas
Considere padrão local de resistência