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PNEUMONIA ASSOCIADA À VENTILAÇÃO MECÂNICA
PAV
PAV
PAV é a IRA mais prevalente nas UTIs (15%)
25% das infecções adquiridas nas UTIs
No Brasil: 16-20 casos por 1000 vent/d
Incidência tem relação direta com tempo de exposição à ventilação mecânica:
3% ao dia nos primeiros 5 dias
2% ao dia após 5 dias
Mortalidade 20-60%
Aumento do tempo de internação em 12 dias
Aumento do custo em 40.000 dólares/episódio
ANVISA - Medidas de Prevenção de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde2013
PAV
HospedeiroUso prévio
de ATBDispositivos
invasivosAmbiente colonizado
Virulência
do micro-organismo
ANVISA - Medidas de Prevenção de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde2013
COLONIZAÇÃO DAS VIAS AÉREAS
PAV
PAV
Aspiração de secreção
Biofilme
FATORES DE RISCO
Aspiração do Trato respiratório ou GI
• Intubação
• Uso SNG
• Posição supina
• Coma
Uso prolongado de ventilação
• Exposição ao dispositivo
• Transmissão cruzada
Fatores do hospedeiro
• Idade
• Dç de base
• Desnutrição
• Imunossupressão
Colonização por micro-organismos
• UTI
• Uso de ATB
• Dç Pulmonar
ANVISA - Medidas de Prevenção de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde2013
PAV : PREVENÇÃO DE VAP
• Evitar a aspiração de bactérias de orofaringe limitando-se o uso de sedativos e bloqueadores musculares que diminuem o reflexo de tosse
• Pressão do cuff acima de 20 cm H2O
• Aspiração contínua de secreções subglóticas
• Atenção com o circuito do ventilador e possível condensação
ANVISA - Medidas de Prevenção de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde2013
PAV : MEDIDAS DE PREVENÇÃO
Higienização das mãos
Treinamento da equipe multiprofissional
Profilaxia de úlcera de stresse
Profilaxia de TEP
Cabeceira 30-45°
Interrupção da sedação diária
Aspiração subglótica
Higiene oral
ANVISA - Medidas de Prevenção de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde2013
DIAGNÓSTICO
PAV : Pneumonia diagnosticada após 48h de ventilação mecânica
ANVISA – Critérios Diagnóstico de IRAS 2013
DIAGNÓSTICO
ANVISA – Critérios Diagnóstico de IRAS 2013
LEGIONELOSE
Período de incubação de 2-10 dias
Caso confirmado:
Início dos sintomas 10 dias após internação
hospitalar + confirmação laboratorial
Caso provável:
Início dos sintomas entre 2-9 dias de internação hospitalar + confirmação laboratorial
DIAGNÓSTICO
Radiológico Clínico Microbiológico
ANVISA – Critérios Diagnóstico de IRAS 2013
DIAGNÓSTICO RADIOLÓGICO
Paciente sem Dç de base = 1 RX
Paciente com Dç de base = 2 ou + RX seriados
Critérios:
1. Infiltrado persistente, novo, ou progressivo
2. Opacificação
3. Cavitação
ANVISA – Critérios Diagnóstico de IRAS 2013
DIAGNÓSTICO CLÍNICO
Presença de 01 ou mais critérios:
1. Febre T > 37.8°C (sem outra causa)
2. Leucopenia < 4.000 cel/mm3
3. Leucocitose > 12.000 cel/mm3
Presença de 02 ou mais critérios:
1. Surgimento de secreção purulenta, ou amento na quantidade, ou aumento na necessidade de aspiração
2. Piora na P/F, aumento naos parâmetros do ventilador, ou da necessidade de O2
ANVISA – Critérios Diagnóstico de IRAS 2013
DIAGNÓSTICO CLÍNICO
Imunossuprimidos
Presença de 01 ou mais critérios:
1. Febre T > 37.8°C (sem outra causa)
2. Leucopenia < 4.000 cel/mm3
3. Leucocitose > 12.000 cel/mm3
4. Surgimento de secreção purulenta, ou amento na quantidade, ou aumento na necessidade de aspiração
5. Piora na P/F, aumento naos parâmetros do ventilador, ou da necessidade de O2
ANVISA – Critérios Diagnóstico de IRAS 2013
DIAGNÓSTICO MICROBIOLÓGICO
Presença de 01 ou mais critérios:
1. Hemocultura positiva sem outro foco de
infecção
2. BAL ≥ 104-105 ufc/ml - Asp traqueal ≥ 106 ufc/ml
3. Exame histológico com evidência clínica de
infecção
4. Ag + legionela
5. Exames imunológicos com evidência de
infecção para patógenos respiratórios
ANVISA – Critérios Diagnóstico de IRAS 2013
DIAGNÓSTICO MICROBIOLÓGICO
• Aspirado endotraqueal ≥ 106 ufc/ml- Sensibilidade: 38-82% (média= 76%)- Especificidade: 72-82% (média=75%)
• Lavado bronco-alveolar ≥ 104-105 ufc/ml- Sensibilidade: 42-93% (média= 73%)- Especificidade: 45-100% (média=82%)
≥ 103-104 ufc/ml (ATB)
• Escovado protegido ≥ 103 ufc/ml -Sensibilidade: 30-100% (média= 66%)- Especificidade: 50-100% (média=90%)
• Evitar o não tratamento ou tratamento inadequado: falha no momento do início e no esquema adequado aumenta mortalidade;
• Selecionar ATB: conhecer o perfil microbiológico do hospital ou setor (CCIH) e momento em que o paciente adquiriu pneumonia;
• Evitar o uso exagerado de ATB – Utilizar critérios para início e suspensão do tratamento; Ajustar ATB conforme resultados de culturas; reduzir o tempo de tratamento para o mínimo efetivo;
• Aplicar estratégias de prevenção.
PRINCÍPIOS PARA O MANEJO DE VAP
ANVISA – Critérios Diagnóstico de IRAS 2013
CPIS
Correlação entre achados:
Clínica+radiológico+fisiológico+microbiológico
Sensibilidade 77% X especificidade de 42%
Acima de 6 forte indício de PAV
Avaliar de 3/3 dias
Se pontuação< 6 = descontinuar terapia
Singh N. Am J Resp Crit Care Med 2000; 162:505-511
CPIS
Singh N. Am J Resp Crit Care Med 2000; 162:505-511
CPIS
ECIP > 6 ECIP 6
Antibioticoterapia5 a 7 dias
Antibioticoterapiareavaliar em 3 dias
ECIP 6ECIP >6
Tratar como pneumonia Considerar suspensão de ATB
Singh N. Am J Resp Crit Care Med 2000; 162:505-511
MANEJO
FALHA TERAPÊUTICA
Micro-organismo diferente ou MR
Complicação
Outro diagnóstico
CLASSIFICAÇÃO
PAV
Precoce
< 4 dias de VM
Pneumococo
H. Influenzae
Tardia
> 4 dias de VM
Com ou sem fator de risco
MR
CASO CLÍNICO
• Paciente idoso, internado há 30 dias em UTI devido a AVE, sob TQT + VM, já tendo apresentando um episódios de VAP prévio, apresenta nova imagem radiológica confirmada em TC de tórax, febre e leucocitose, além de alterações na secreção pulmonar.
CASO CLÍNICO
• Diagnóstico provável?
– Nova VAP
• Fatores de risco para algum germe?
– P. aeruginosa
• Qual ATB empírico?
– Cefepime x pipetazo x imipenem ou meropenem
ETIOLOGIA
• PH associada ou não a VM pode ser causada por uma série de patógenos, podendo ser polimicrobiana
• Infecções virais ou fúngicas são raras exceto em pacientes imunocomprometidos
• BGNs são patógenos frequentes
ETIOLOGIAG
RA
M - K. pneumoniae
P. aeruginosa
E. Coli
Acinetobacter sp.
Serratiamarcescens
GR
AM
+ S. aureus MSSA
S.aureus MRSA
S. pneumoniae
TRATAMENTO
TRATAMENTO
Terapia combinada
Tratamento de infecções por MR
Utilizar mais de 1 ATB de classes diferentes
Promover sinergismo para potencializar o mecanismo de ação das drogas
Melhorar penetração da droga no sítio de infecção
Encurta o tempo de terapia
Diminuição de indução de resistência
Proporciona alta cura clínica
TICARCILINA + ÁC. CLAVULÂNICO
Espectro: similiar as demais, porém também ativa contra P. aeruginosa, Acinetobacter baumannii, S. maltophilia, e Bacterioides fragilis
Atualmente 60% cepas hospitalares R a estas sozinhas advento das associações com IBL
Bactericida
Altas [ ] em pleura, bile e rins; baixas [ ] em ossos, escarro e LCR (porém > em MBA)
Eliminação renal
TICARCILINA + ÁC. CLAVULÂNICO
• Reações adversas: reação cruzada com penicilinas, alteração na coagulação, hipocalemia, coombs falso +.
• Posologia:
- 3,1g de 4/4 ou 6/6h
- Infecções graves 200-300mg/kg/dia de 4/4 ou de 6/6h
PIPERACILINA TAZOBACTAM
Espectro: similar as demais, porém também ativa contra P. aeruginosa, Acinetobacter baumannii, Serratia spp., Klebsiella spp.
Atividade restaurada pelas associações com inibidores de beta-lactamases
Ligação protéica 20 a 40%
Penetração ruim em LCR (<10% mesmo MBA)
Eliminação renal e biliar
CARBAPENÊMICOS
Meropenem
Pouco mais ativo para Gram –
Imipenem
Mais ativo para Gram +
Ertapenem
Sem atividade para Acinetobacter e Pseudomonas
CARBAPENÊMICOS
• Estrutura química bicíclica
• Diferem da penicilinas por possuirem um anel pentagonal não-saturado ligado ao anel beta-lactâmico
• Mec. de Ação: Inibem a parede celular bacteriana
IMIPENEM/CILASTATINA
• Apresenta efeito pós-antibiótico
• Cilastatina inativa enzimas renais responsáveis pelo metabolismo do imipenem e que adm sozinho causava nefrotoxicidade
• Não tem absorção VO, apenas parenteral
• Distribuição por todos os tecidos, atinge cerca de 20% do nível sérico em LCR de pacientes com meningite
• Eliminação renal
IMIPENEM/CILASTATINA
• Carbapenêmico com mais amplo espectro de ação, age contra cocos e bacilos gram positivos e gram negativos: Streptococcus, Enterococo, Pneumococo, Estafilococo Oxa-S, Hemófilos, Gonococo, Meningococo, Enterobactérias, Pseudomonas e anaeróbios
• Resistência intrínseca : S. maltophilia, Burkholderia cepacia, Chlamydia, Mycoplasma e Mycobacterium
IMIPENEM/CILASTATINA
• Dose: 500mg IV 6/6h (máx 4g/d)
• Principais paraefeitos são TGI, porém raramente reações alérgicas, elevação transaminases, e convulsão em 2% dos pacientes com fatores predisponentes
MEROPENEM
• Distribuição tecidual e Espectro similares ao imipenem, porém com maior potência contra BGN como a P. aeruginosa
• Não tem absorção VO, apenas parenteral e sofre eliminação renal
• Paraefeitos similares ao imipenem (< convulsão)
• Dose: 500mg a 1g 8/8h (máx 6g/d)
ERTAPENEM
• Meia vida mais prolongada que demais
• Não tem atividade contra P. aeruginosa E acinetobacter
• Ligação protéica 95%
• Eliminação renal
• Dose: 1g uma vez ao dia
CARBAPENÊMICOSNOVA GERAÇÃO
Atividade contra MRSA e VRE, com perda de atividade contra P. aeruginosa
• (Doripenem)
• Biapenem
• Panipenem
• Razupenem
• Tebipenem
• Tomopenem
AZTREONAM
• Monobactâmico
• Inibe a síntese da parede celular
• Bactericida
• Administrado por IV ou IM
• Eliminação renal
• Boa penetração tecidual
• Alternativa para alérgicos à penicilinas e cefalosporinas
• Infecções graves não utilizar como monoterapia
AZTREONAM
• Espectro de ação: Gram-
• Não atua em Gram + ou anaeróbios
• Reações adversas: 2 a 7% dos casos reações locais, rash e aumento das transaminases.
• Doses: – Dose habitual: 1g q8h ou q12h
– ITU: 500mg q12h
– P. aeruginosa: 2g q6h ou q8h
– Meningoencefalites 2g q6h
POLIMIXINAS
Polipeptídeo
Mecanismo de ação:
Ação de detergente catiônicos
Atuam na membrana externa e cintoplasmática
Provocam ruptura da membrana
São bactericidas!
Efeito adverso:
Neurotoxicidade e Nefrotoxixcidade
POLIMIXINAS
Polipeptídeo
Polimixina A,B,C D e E
Polimixina E = Colistina (colistimetato sódico)
Espectro de ação : GRAM –
Não são ativas contra GRAM + ou fungos
Não penetra no SNC
Depuração hepática e renal
POLIMIXINAS
POLIMIXINA E
Colistina (Colistimetato Sódico)
D-leucina na posição 6
Pró droga
Menos efeito adverso
Menor potência
Dose:
- Colistina base 2-5 mg/kg/dia de 8/8h
- Colistimetato 2-3milhões de ui de 8/8h
POLIMIXINA B
Forma ativa da droga
Farmacocinética mais favorável
Cl de Cr do sangue diferente do da droga
Dose:
3mg/kg/d
1mg= 10.000 ui
JCID 2013. Population Pharmacokynetics of Intravenous Polymyxin B in Critically ill Patients: Implicationfor Selection of Dosage Regimens
OBRIGADA!!