pneumatologia reformada de verdade

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  • 7/26/2019 Pneumatologia Reformada de Verdade

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    PNEUMATOLOGIA REFORMADA DE VERDADE!DEFINIES E DESAFIOS

    Augustus Nicodemus Lopes

    O que ser "reformao"A primeira questo com a qual nos defrontamos ao abordar o tema desse pequeno ensaio ade definir exatamente sobre o que estamos falando. O nosso assunto gira em torno dacompreenso reformada sobre a pessoa e a obra do Esprito Santo. Mas, o que queremosdizer por reformada!

    "o existe unanimidade entre os que se consideram #erdeiros da $eforma protestante quantoao sentido do termo. %istoricamente, o termo reformados foi usado a princpio indistintamentepara todos os protestantes, cal&inistas, luteranos e z'inglianos. (om as contro&rsias entreeles sobre a (eia, reformados passou a designar z'inglianos e cal&inistas somente, emcontraponto aos luteranos. E com o arrefecimento da import)ncia de *'inglio no cen+rioprotestante, reformados passou a designar os cal&inistas. ortanto, #istoricamente corretoafirmar que um entendimento reformado sobre o Esprito Santo tem a &er primaria e

    basicamente com a teologia cal&inista sobre o Esprito Santo. %o-e em dia, muitas igre-as edenomina/es se utilizam do nome reformada, mesmo que -+ ten#am abandonado emgrande medida partes fundamentais da teologia cal&inista, inclusi&e a pneumatologia. O mesmoacontece com alguns pastores que consideram0se reformados apesar do fato de que no socal&inistas em sua doutrina. Assim, embora para alguns #o-e ser reformado se-a pertencer auma igre-a que #istoricamente descende da reforma protestante, ou ainda manter o espritoreformista que marcou os reformadores, mais exato dizer que o conceito est+ ligado 1sprincipais con&ic/es doutrin+rias dos reformadores, particularmente 1s de 2oo (al&ino.

    (onsequentemente, uma pneumatologia reformada necessariamente aquela adotada pelasigre-as que so #erdeiras do (ristianismo bblico. 3 uma pneumatologia originada nasEscrituras e defendida por Agostin#o, (al&ino, e os puritanos, tendo sua expresso adequadanas confiss/es de f reformadas. 3 uma pneumatologia deri&ada de uma leitura das Escrituras

    a partir dos pressupostos principais que guiaram esses #omens, a comear com o alto apreopelas Escrituras como ala&ra de 4eus, inspirada e infal&el, e 5nica regra de f e pr+tica da6gre-a. 7 luz desta &iso podemos definir pneumatologia reformada como sendo aquelacompreenso da pessoa e da obra do Esprito Santo que parte da re&elao di&ina grafada nasEscrituras, lida e interpretada da 8tica da #ermen9utica reformada, tendo como al&o a gl8ria de4eus e o a&ano do seu reino neste mundo.

    Se considerarmos que apenas os que se mantm leais aos principais pontos da doutrinacal&inista podem ser realmente c#amados de reformados, &erificaremos que so poucos os&erdadeiros reformados. Escre&e o ex0cal&inista (lar: innoc:;

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    O que o Pea#$a%$smoO primeiro desafio &em da +rea teol8gica, representado pelo pelagianismo, #eresia antiga e -+condenada pela 6gre-a, mas -amais erradicada do seu meio. O pelagianismo sustentabasicamente que todo #omem nasce moralmente neutro, e que capaz, por si mesmo, semqualquer influ9ncia externa, de con&erter0se a 4eus e obedecer 1 sua &ontade, quando assim odese-e. ?ma das grandes disputas durante a $eforma protestante &ersou sobre a natureza e a

    extenso do pecado original. Ele afetou Ado somente, ou todo o g9nero #umano! A &ontadedo #omem decado ainda li&re ou escra&izada ao pecado! "o sculo @ el+gio #a&iadebatido ferozmente com Agostin#o sobre este assunto. Agostin#o mantin#a que o pecadooriginal de Ado foi #erdado por toda a #umanidade e que, mesmo que o #omem cado reten#aa #abilidade para escol#er, ele est+ escra&izado ao pecado e no pode no pecar. or outrolado, el+gio insistia que a queda de Ado afetara apenas a Ado, e que se 4eus exige daspessoas que &i&am &idas perfeitas, Ele tambm d+ a #abilidade moral para que elas possamfazer assim. Ele rei&indicou mais adiante que a graa di&ina era desnecess+ria para sal&ao,embora facilitasse a obedi9ncia.

    Agostin#o te&e sucesso refutando el+gio, mas o pelagianismo no morreu. @+rias formas depelagianismo recorreram periodicamente atra&s dos sculos. =utero escre&eu um li&ro AEscra&ido da @ontade em resposta a uma diatribe de Erasmo, onde o mesmo defendia

    conceitos pelagianos. =utero acredita&a que Erasmo era um inimigo de 4eus e da religio(rist por causa do ensino dele sobre o pecado original. 3 bom notar que o (atolicismomedie&al, sob a influ9ncia de Aquino, adotara um semi0pelagianismo, mesmo que naantigidade #ou&esse re-eitado o pelagianismo puro. "este sistema, acredita&a0se que o#omem coopera&a com a graa de 4eus para a sal&ao.

    "o sculo B@666, uma forma no&a e le&emente modificada de pelagianismo, apareceu, que foi oarminianismo. Existem algumas diferenas entre as duas posi/es, mas ambas so sinergistasCo #omem coopera para sua sal&aoD e mantm o mesmo conceito de f Cuma decisopuramente #umana de receber a 2esus (risto, e no como um dom misericordioso de 4eusD.

    A $%fu&%'$a e ()ares F$%%e*

    "o sculo B6B, o e&angelista americano (#arles >randison inneF rea&i&ou o puropelagianismo. Ele repudiou abertamente quase todas as principais doutrinas cal&inistasCmesmo que ten#a sido ordenado na 6gre-a resbiterianaD, em particular a doutrina de pecadooriginal e da depra&ao total. 3 um gra&e erro #ist8rico e teol8gico considerar inneF comoreformado Calguns, exagerando, diga0se, nem dese-am consider+0lo como e&anglicoD. Ametodologia e&angelstica de inneF te&e tanto 9xito, que ele se tornou um modelo para ose&angelistas mais recentes. Embora o e&angelicalismo americano no ti&esse aceitadointegralmente o pelagianismo de inneF, abraou, entretanto, sua metodologia, uma forma desemi0pelagianismo que infectou a alma da sua teologia at o dia de #o-e. @+rios mo&imentosnasceram conscientemente da teologia de inneF, como a teoria do go&erno moral.

    Amea+as , ou-r$%a o Es./r$-o Sa%-oO pelagianismo, em suas &ariadas formas contempor)neas, ameaa a doutrina reformada do

    Esprito Santo especialmente nas +reas da regenerao e da c#amada eficaz, das seguintesmaneiras;

    aD $eduz a regenerao do pecador a uma deciso de sua pr8pria &ontade. inneF re-eitou aidia de que a regenerao fosse um milagre, uma transformao sobrenatural produzida pelaao soberana do Esprito no corao dos eleitos. ara ele, regenerao era a deciso dopecador em se &oltar para 4eus e obedec90lo. "o poderia #a&er nen#uma transformaomiraculosa, pois no #a&ia o que transformar, -+ que o pecador moralmente capaz deobedecer a 4eus. Ap8s a negao de pecado original, foi somente um passo para que inneFnegasse a doutrina da regenerao sobrenatural. O sermo mais popular de inneF, pregadona 6gre-a da $ua do arque, em Goston, foi intitulado Os ecadores 4e&em Mudar os r8prios(ora/es. ara ele, no #+ nada na religio que ultrapasse os poderes ordin+rios de natureza.$eligio obra do #omem, disse ele. (onsiste to somente no emprego apropriado dos

    poderes naturais. 3 somente isso e nada mais

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    bD $eduz a c#amada eficaz do Esprito Santo a uma mera persuaso moral. ara inneF, aobra do Esprito limita0se ao exerccio de influ9ncias morais no pecador, mas a con&erso emsi ... ato do pr8prio pecador, afirma ele em sua

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    O .ra#ma-$smo re$#$osoA outra filosofia o pragmatismo. Seu popularizador, o psic8logo americano Nilliam 2ames,afirmou que idias #umanas eram &erdadeiras se funcionassem ou fossem 5teis para resol&erproblemas. 2+ que o funcionamento e utilidade das idias &ariam de contexto para contexto,segue0se que a &erdade relati&a. "o dizer de rancis Sc#aeffer, um sistema de pensamentoque faz das conseq9ncias pr+ticas de uma crena o critrio supremo da sua &erdade. O

    pragmatismo dominou rapidamente a cultura americana e estendeu0se para alm das suasfronteiras. Adotar as coisas que realmente preser&am a paz indi&idual e uma situaofinanceira confort+&el, sem qualquer preocupao com princpios fixos de certo ou errado e&identemente a idia que controla procedimentos internacionais, domsticos e indi&iduais.rincpios absolutos tem pouco ou nen#um lugar no pensamento ocidental moderno.

    "o de&emos, portanto, pensar que o pragmatismo um fenmeno ocidental. Seu princpiofundamental inerente ao corao #umano. ?ma das K premissas b+sicas do substratofilos8fico e religioso da Psia, por exemplo, pode ser resumida neste par+grafo; 3 direito decada pessoa religiosa aceitar e praticar qualquer maneira de &i&er que ac#ar 5til ao seu modode pensar e 1s suas circunst)ncias sociais peculiares.

    Desaf$os o Pura$smo e o Pra#ma-$smo .ara a ou-r$%a o Es./r$-o Sa%-o

    O pluralismo e o pragmatismo andam geralmente de mos dadas. Onde o conceito de &erdadeabsoluta deixa de existir CpluralismoD, as pessoas e as organiza/es passam a orientar as suasdecis/es em termos daquilo que mais satisfaz as suas necessidades CpragmatismoD. Acombinao destas duas filosofias aparece claramente em &+rios mo&imentos presentes nasigre-as e&anglicas, e representam um no&o desafio ao cristianismo em geral e aos cal&inistasem particular. A pergunta que as pessoas fazem com relao ao cristianismo no se ele a&erdade ou no, mas simplesmente se funciona. Elas querem saber se &ai mudar a &ida delaspara mel#or, se (risto realmente poderoso para transform+0las, e pode dar0l#es paz, alegria,esperana e prop8sito 1s suas exist9ncias.

    Ambas as filosofias trazem srios desafios a alguns aspectos da pessoa e obra do EspritoSanto;

    QD Ruanto 1 extenso da operao ou ati&idade sal&adora do Esprito Santo. O cal&inismoensina uma distino nas opera/es do Esprito Santo, que est+ relacionada com os conceitosde graa comum e de graa especial. A graa comum refere0se 1 atuao do Esprito Santo nomundo em geral, preser&ando &alores morais e trazendo benefcios materiais, sobre todos os#omens indistintamente de suas crenas religiosas. A graa especial refere0se 1 operaosal&adora do Esprito, restrita apenas aos eleitos, regenerando0os, iluminando0os esantificando0os pelo E&angel#o de (risto. O pluralismo religioso ameaa esse conceito, poisensina que o Esprito de 4eus age sal&adoramente em todos os #omens indistintamente desuas religi/es, sem se restringir ao )mbito do cristianismo. ?m exemplo de pluralista cristoque defende esse ponto o ex0cal&inista (lar: innoc:.

    HD Ruanto 1 relao entre a ala&ra e o Esprito. O cal&inismo ensina a relao indissol5&el

    entre a atuao do Esprito Santo e a ala&ra de 4eus. O Esprito atua graciosamente atra&sda ala&ra por sua &ez, a ala&ra funciona como critrio para recon#ecermos a ati&idade doEsprito, em contraste com a ati&idade de espritos malignos ou do esprito #umano. Opluralismo e o pragmatismo ameaam este conceito. O primeiro, porque di&orcia a atuaosal&adora do Esprito da &erdade bblica, como &imos no item anterior. E o segundo porenfatizar a &alidade de experi9ncias religiosas 1 parte de seus conte5dos teol8gicos,ameaando assim da mesma forma a relao entre o Esprito e a ala&ra.

    ID Ruanto 1 soberania do Esprito de 4eus em con&erter pecadores e aumentar a 6gre-a.Segundo o ensino cal&inista, o aumento da 6gre-a atra&s da con&erso de pecadores umaobra soberana do Esprito Santo, atra&s dos meios secund+rios que 4eus mesmo determinou.A 6gre-a de&e e&angelizar ardorosamente, dependendo porm da operao soberana doEsprito Santo quanto aos resultados. O pragmatismo representa um desafio para essacon&ico cal&inista, pois enfatiza o emprego de mtodos, estratgias e tcnicas tiradas domar:eting secular e de ci9ncias sociais como sociologia e psicologia, atra&s das quais a igre-a

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    poder+ crescer. O sucesso ou fracasso de igre-as locais no aumentar o n5mero de seusmembros relacionado, no 1 soberania do Esprito de 4eus, mas ao uso desses mtodos.Embora cal&inistas defendam o plane-amento das ati&idades mission+rias e e&angelsticas da6gre-a, t9m entretanto srias reser&as quanto ao plane-amento de resultados, uma estratgiaque faz parte do pragmatismo do moderno mo&imento de crescimento de igre-as.

    I%fu&%'$a #e%era$0aa o .ura$smo e o .ra#ma-$smo e%-re os .ro-es-a%-esO pluralismo e o pragmatismo t9m infectado o cristianismo mundialmente. O tema da sal&aoem outras religi/es foi discutido recentemente na Assemblia >eral do (onclio Mundial de6gre-as. O relat8rio apresentado trouxe debate consider+&el. ?ma consulta teol8gica na suapatrocinada pelo (M6, composta por HL te8logos, trouxe as seguintes conclus/es;

    Atra&s da #ist8ria, pessoas tem encontrado a 4eus no contexto de &+rias religi/es e culturasdiferentes.

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    O que o %eo.e%-e'os-a$smoor neopentecostalismo quero dizer aqueles mo&imentos surgidos em dcadas recentes, queso desdobramentos do pentecostalismo cl+ssico do incio do sculo, mesmo queabandonaram algumas de suas 9nfases caractersticas e adquiriram marcas pr8prias, como9nfase em re&ela/es diretas, curas, batal#a espiritual, e particularmente uma maneirasobrenaturalista de encarar a realidade espiritual.

    A #ermen9utica destes mo&imentos caracterizada por uma leitura das Escrituras e darealidade sempre em termos da ao sobrenatural de 4eus. 4eus percebido somente emtermos de sua ao extraordin+ria. ara o neopentecostal tpico, 4eus o guia na &ida di+riaatra&s de impulsos, son#os, &is/es, pala&ras profticas, e d+ solu/es aos seus problemassempre de forma miraculosa, como liberta/es, li&ramentos, exorcismos e curas. A doutrinaque define, mais que qualquer outra, as igre-as e&anglicas no Grasil #o-e, a crena emmilagres. 3 claro que no estou dizendo que crer em milagres se-a errado. O que estoudizendo que, na #ora que a crena em milagres contempor)neos e di+rios passa a ser acaracterstica maior da igre-a e&anglica, algo est+ errado.

    Desaf$os .ara a ou-r$%a o Es./r$-o Sa%-oA #ermen9utica sobrenaturalista do neopentecostalismo representa um desafio para a

    identidade reformada pois tende a menosprezar uma das doutrinas tpicas do cal&inismo, que a pro&id9ncia de 4eus. artindo das Escrituras, os reformados usam o termo pro&id9ncia parase referir 1 ao de 4eus, pelo seu Esprito, agindo no mundo atra&s de pessoas ecircunst)ncias da &ida para atingir seus prop8sitos. Esses meios no so inter&en/esmiraculosas ou extraordin+rias de 4eus na &ida #umana, mas simplesmente meios naturaissecund+rios. Os cal&inistas recon#ecem que 4eus inter&m miraculosamente neste mundo,mas sempre em regime de exceo. "ormalmente, ele age atra&s dos meios naturais.

    O neopentecostalismo, por enfatizar a ao sobrenatural e miraculosa de 4eus no mundo Caqual no negamos, diga0seD, acaba por negligenciar a import)ncia da operao do EspritoSanto atra&s de meios secund+rios e naturais. Essa neglig9ncia torna0se mais sria quandonos conscientizamos que o Esprito normalmente trabal#a atra&s de meios secund+rios e

    naturais para sal&ar os pecadores. Acredito no ser difcil de pro&ar que a esmagadora maioriados cristos foram sal&os atra&s de meios naturais V como o testemun#o de algum, a leiturada Gblia, a pregao da ala&ra V e no atra&s de inter&en/es miraculosas eextraordin+rias, como foi a con&erso de aulo.

    (omo resultado do sobrenaturalismo neopentecostal, as igre-as reformadas por ele afetadastendem a considerar os meios naturais como sendo espiritualmente inferiores. ?m bomexemplo a tend9ncia de no se tomar remdios, como sendo falta de f. ?m outro resultado a diminuio da pregao do E&angel#o como meio de sal&ao dos pecadores, e a 9nfasenos milagres como meio e&angelstico. Assim, a obra do Esprito na 6gre-a e no mundo atra&sdos meios naturais secund+rios negligenciada, com gra&es e perniciosos efeitos nas &idasdos que abraam a cosmo&iso neopentecostal.

    (o%'us1oEsses desafios 1 identidade reformada quanto 1 ao do Esprito Santo -+ se encontrampresentes em nosso meio, e prometem persistir por ainda muito tempo. Alguns dos mo&imentoscontempor)neos que trazem no bo-o de seus pressupostos e de sua metodologia essesdesafios, continuam a crescer no Grasil, e a influenciar as igre-a reformadas. Essesmo&imentos, como o rea&i&alismo, crescimento de igre-as, batal#a espiritual e ecumenismoforam as igre-as reformadas a rea&aliar o que cr9em quanto 1 ao do Esprito na 6gre-a e nomundo. O desafio que faamos isso procurando cada &ez mais conformar essas crenas como ensino das Escrituras Sagradas, a ala&ra de 4eus, e com a nossa tradio cal&inista.

    onte; $e&ista ides $eformata

    Augustus Nicodemus Lopes, doutor em "o&o

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    >raduao Andre' 2umper, So aulo.E0Mail; anlopesWmac:enzie.brweb-evangelismo

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