apostila de pneumatologia

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ESPÍRITO SANTO Significação do Espírito Santo §691 "Espírito Santo", este é o nome próprio daquele que adoramos e glorificamos com o Pai e o Filho. A Igreja o recebeu do Senhor e o professa no Batismo de seus novos filhos. O termo "Espírito" traduz o termo hebraico "Ruah", o qual em seu sentido primeiro, significa sopro, ar, vento. Jesus utiliza justamente a imagem sensível do vento para sugerir a Nicodemos a nossa novidade transcendente daquele que é pessoalmente o Sopro de Deus, o Espírito divino. Por outro lado, Espírito e Santo são atributos divinos comuns às três Pessoas Divinas. Mas ao juntar os dois termos, a Escritura, a Liturgia e a linguagem teológica designam a Pessoa inefável do Espírito Santo, sem equívoco possível com os outros empregos dos termos "espírito" e "santo". Trindade e Espírito Santo §253 A Trindade é Una. Não professamos três deuses, mas só Deus em três pessoas: "a Trindade consubstancial". As pessoas divinas não dividem entre si a única divindade, mas cada uma delas é Deus por inteiro: "O Pai é aquilo que é o Filho, o Filho é aquilo que é o Pai, O Espírito Santo é aquilo que são o Pai e o Filho, isto é, um só Deus por natureza". "Cada uma das três pessoas é esta realidade, isto é, a substância, a essência ou a natureza divina" §254 As pessoas divinas são realmente distintas entre si. "Deus é único, mas não solitário". "Pai", "Filho", "Espírito Santo" não são simplesmente nomes que designam modalidades do ser divino, pois são realmente distintos entre si: "Aquele que é o Pai não é o Filho, e aquele que é o Filho não é o Pai, nem o Espírito Santo é aquele que é o Pai ou o Filho". São distintos entre si por suas relações de origem: "E o Pai que gera, o Filho que é gerado, o Espírito Santo que procede". §255 As pessoas divinas são relativas umas às outras. Por não dividir a unidade divina, a distinção real das pessoas entre si reside unicamente nas relações que as referem umas às outras: "Nos nomes relativos das pessoas, o Pai é referido ao Filho, o filho ao Pai, o Espírito Santo aos dois; quando se fala destas três pessoas considerando as relações, crê-se todavia em uma só natureza ou substância'. Pois "tudo é uno [neles] l onde não se encontra a oposição de relação. "Por causa desta unidade, o Pai está todo inteiro no Filho, todo inteiro no Espírito Santo; o Filho está todo inteiro no Pai, todo inteiro no Espírito Santo; o Espírito Santo, todo inteiro no Pai, todo inteiro no Filho" §263 A missão do Espírito Santo, enviado pelo Pai em nome do Filho e pelo Filho "de junto do Pai" (Jo 15,26), revela que o Espírito é com eles o mesmo Deus único. "Com o Pai e o Filho é adorado e glorificado." Blasfêmia contra o Espírito Santo §1864 "Todo pecado, toda blasfêmia será perdoada aos homens, mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada" (Mt 12,31). Pelo contrário, quem a profere é culpado de um pecado eterno. A misericórdia de Deus não tem limites, mas quem se recusa deliberadamente a acolher a misericórdia de Deus pelo arrependimento rejeita o perdão de seus pecados e a salvação oferecida pelo Espírito Santo. Semelhante endurecimento pode levar à impenitência final e à perdição eterna. Cristão templo do Espírito Santo §1197 Cristo é o verdadeiro templo de Deus, "o lugar em que reside a sua glória"; pela graça de Deus, também os cristãos se tornam templos do Espírito Santo, pedras vivas com as quais é construída a Igreja. §1265 O Batismo não somente purifica de todos os pecados, mas também faz do neófito "uma criatura nova", um filho adotivo de Deus que se tornou "participante

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Apostila de Pneumatologia

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ESPRITO SANTO

Significao do Esprito Santo691 "Esprito Santo", este o nome prprio daquele que adoramos e glorificamos com o Pai e o Filho. A Igreja o recebeu do Senhor e o professa no Batismo de seus novos filhos.O termo "Esprito" traduz o termo hebraico "Ruah", o qual em seu sentido primeiro, significa sopro, ar, vento. Jesus utiliza justamente a imagem sensvel do vento para sugerir a Nicodemos a nossa novidade transcendente daquele que pessoalmente o Sopro de Deus, o Esprito divino. Por outro lado, Esprito e Santo so atributos divinos comuns s trs Pessoas Divinas. Mas ao juntar os dois termos, a Escritura, a Liturgia e a linguagem teolgica designam a Pessoa inefvel do Esprito Santo, sem equvoco possvel com os outros empregos dos termos "esprito" e "santo".

Trindade e Esprito Santo253 A Trindade Una. No professamos trs deuses, mas s Deus em trs pessoas: "a Trindade consubstancial". As pessoas divinas no dividem entre si a nica divindade, mas cada uma delas Deus por inteiro: "O Pai aquilo que o Filho, o Filho aquilo que o Pai, O Esprito Santo aquilo que so o Pai e o Filho, isto , um s Deus por natureza". "Cada uma das trs pessoas esta realidade, isto , a substncia, a essncia ou a natureza divina"254 As pessoas divinas so realmente distintas entre si. "Deus nico, mas no solitrio". "Pai", "Filho", "Esprito Santo" no so simplesmente nomes que designam modalidades do ser divino, pois so realmente distintos entre si: "Aquele que o Pai no o Filho, e aquele que o Filho no o Pai, nem o Esprito Santo aquele que o Pai ou o Filho". So distintos entre si por suas relaes de origem: "E o Pai que gera, o Filho que gerado, o Esprito Santo que procede".255 As pessoas divinas so relativas umas s outras. Por no dividir a unidade divina, a distino real das pessoas entre si reside unicamente nas relaes que as referem umas s outras: "Nos nomes relativos das pessoas, o Pai referido ao Filho, o filho ao Pai, o Esprito Santo aos dois; quando se fala destas trs pessoas considerando as relaes, cr-se todavia em uma s natureza ou substncia'. Pois "tudo uno [neles] l onde no se encontra a oposio de relao. "Por causa desta unidade, o Pai est todo inteiro no Filho, todo inteiro no Esprito Santo; o Filho est todo inteiro no Pai, todo inteiro no Esprito Santo; o Esprito Santo, todo inteiro no Pai, todo inteiro no Filho"263 A misso do Esprito Santo, enviado pelo Pai em nome do Filho e pelo Filho "de junto do Pai" (Jo 15,26), revela que o Esprito com eles o mesmo Deus nico. "Com o Pai e o Filho adorado e glorificado."

Blasfmia contra o Esprito Santo1864 "Todo pecado, toda blasfmia ser perdoada aos homens, mas a blasfmia contra o Esprito no ser perdoada" (Mt 12,31). Pelo contrrio, quem a profere culpado de um pecado eterno. A misericrdia de Deus no tem limites, mas quem se recusa deliberadamente a acolher a misericrdia de Deus pelo arrependimento rejeita o perdo de seus pecados e a salvao oferecida pelo Esprito Santo. Semelhante endurecimento pode levar impenitncia final e perdio eterna.Cristo templo do Esprito Santo1197 Cristo o verdadeiro templo de Deus, "o lugar em que reside a sua glria"; pela graa de Deus, tambm os cristos se tornam templos do Esprito Santo, pedras vivas com as quais construda a Igreja.1265 O Batismo no somente purifica de todos os pecados, mas tambm faz do nefito "uma criatura nova", um filho adotivo de Deus que se tornou "participante da natureza divina", membro de Cristo e co-herdeiro com ele, templo do Esprito Santo.

Cristo ungido pelo Esprito Santo1241 A uno com o santo crisma, leo perfumado consagrado pelo Bispo, significa o dom do Esprito Santo ao novo batizado. Este tornou-se um cristo, isto , "ungido" do Esprito Santo, incorporado a Cristo, que ungido sacerdote, profeta e rei.

Desejos do Esprito Santo contrrios aos desejos da carne2541 A economia da lei e da graa desvia o corao dos homens ambio e da inveja e o inicia no desejo do Sumo Bem; instrui-o nos desejos do Esprito Santo, que sacia o corao do homem.O Deus das promessas desde sempre advertiu o homem contra a seduo daquilo que, desde as origens, aparece como "bom ao apetite, agradvel aos olhos, desejvel para adquirir cincia" (cf. Gn 3,6).2542 A Lei confiada a Israel jamais bastou para justificar aqueles que lhe eram sujeitos; antes, tomou-se mesmo o instrumento da "cobia". A inadequao entre o querer e o fazer indica o conflito entre a lei de Deus, que a "lei da razo", e outra lei, "que me acorrenta lei do pecado que existe em meus membros" (Rm 7,23).2543 "Agora, porm, independentemente da Lei, se manifestou a justia de Deus, testemunhada pela lei e pelos profetas, justia de Deus que opera pela f em Jesus Cristo em favor de todos os crem" (Rm 3,21-22). Por isso os fiis de Cristo "crucificaram a carne com suas paixes e concupiscncias" (Gl 5,24); eles conduzidos pelo Esprito e seguem os desejos do Esprito.

Esprito Santo consubstancial ao Pai e ao Filho685 Crer no Esprito Santo , pois, professar que o Esprito Santo uma das Pessoas da Santssima Trindade, consubstancial ao Pai e ao Filho, "e com o Pai e o Filho adorado e glorificado". por isso que se tratou do mistrio divino do Esprito Santo na "teologia" trinitria. Aqui, portanto, s se tratar do Esprito Santo na "Economia" divina.689 Aquele que o Pai enviou a nossos coraes, o Esprito de seu Filho" realmente Deus. Consubstancial ao Pai e ao Filho, ele inseparvel dos dois, tanto na Vida ntima da Trindade como em seu dom de amor pelo mundo. Mas ao adorar a Santssima Trindade, vivificante, consubstancial e indivisvel, a f da Igreja professa tambm a distino das Pessoas. Quando o Pai envia seu Verbo, envia sempre seu Sopro: misso conjunta em que o Filho e o Esprito Santo so distintos, mas inseparveis. Sem dvida, Cristo que aparece, ele, a Imagem visvel do Deus invisvel; mas o Esprito Santo que o revela.

Esprito Santo no Smbolo da f190 O smbolo est, pois, dividido em trs partes: "Primeiro, fala-se da primeira Pessoa divina e da obra admirvel da criao; em seguida, da segunda Pessoa divina e do Mistrio da Redeno dos homens; finalmente, da terceira Pessoa divina, fonte e princpio de nossa santificao". Esses so "os trs captulos de nosso selo (batismal)".

Fins da misso do Esprito Santo1108 O fim da misso do Esprito Santo em toda a ao litrgica colocar-se em comunho com Cristo para formar seu corpo. O Esprito Santo como que a seiva da videira do Pai que produz seus frutos nos ramos. Na liturgia realiza-se a cooperao mais ntima entre o Esprito Santo e a Igreja. Ele, o Esprito de comunho, permanece indefectivelmente na Igreja, e por isso que a Igreja o grande sacramento da Comunho divina que congrega os filhos de Deus dispersos. O fruto do Esprito na liturgia inseparavelmente comunho com a Santssima Trindade e comunho fraterna entre os irmos.

Graa do Esprito Santo e justificao1987 A graa do Esprito Santo tem o poder de nos justificar, isto , purificar-nos de nossos pecados e comunicar-nos "a justia de Deus pela f em Jesus Cristo" e pelo batismo.Mas, se morremos com Cristo, temos f de que tambm viveremos com Ele, sabendo que Cristo, uma vez ressuscitado dentre os mortos, j no morre, a morte no tem mais domnio sobre Ele. Porque, morrendo, Ele morreu para o pecado uma vez por todas; vivendo, Ele vive para Deus. Assim tambm vs considerai-vos mortos para o pecado e vivos para Deus em Cristo Jesus (Rm 6,8-11).1988 Pelo poder do Esprito Santo, participamos da Paixo de Cristo, morrendo para o pecado, e da ressurreio, nascendo para uma vida nova; somos os membros de seu Corpo, que a Igreja , os sarmentos enxertados na Videira, que Ele mesmo:Pelo Esprito, temos parte com Deus. (...) Pela participao Esprito, ns nos tornamos participantes da natureza divina. (...) Por isso, aqueles em quem o Esprito habita so divinizados.1989 A primeira obra da graa do Esprito Santo a converso que opera a justificao segundo o anncio de Jesus no princpio do Evangelho: "Arrependei-vos (convertei-vos), porque est prximo o Reino dos Cus" (Mt 4,17). Sob a moo da graa, o homem se volta para Deus e se aparta do pecado, acolhendo, assim, o perdo e a justia do alto. "A justificao comporta a remisso dos pecados, a santificao e a renovao do homem interior."1990 A justificao aparta o homem do pecado, que contradiz o amor de Deus, e lhe purifica o corao. A justificao ocorre graas iniciativa da misericrdia de Deus, que oferece o perdo. A justificao reconcilia o homem com Deus; liberta-o da servido do pecado e o cura.1991 A justificao , ao mesmo tempo, o acolhimento da justia de Deus pela f em Jesus Cristo. A justia designa aqui a retido do amor divino. Com a justificao, a f, a esperana e a caridade se derramam em nossos coraes e -nos concedida a obedincia vontade divina.1992 A justificao nos foi merecida pela paixo de Cristo, que se ofereceu na cruz como hstia viva, santa e agradvel a Deus, e cujo sangue se tornou instrumento de propiciao pelos pecados de toda a humanidade. A justificao concedida pelo Batismo, sacramento da f. Toma-nos conformes justia de Deus, que nos faz interiormente justos pelo poder de sua misericrdia. Tem como alvo a glria de Deus e de Cristo, e o dom da vida eterna:Agora, porm, independentemente da lei, se manifestou a justia de Deus, testemunhada pela lei e pelos profetas, justia de Deus que opera pela f em Jesus Cristo, em favor de todos os que crem pois no h diferena, sendo que todos pecaram e todos esto privados da glria de Deus e so justificados gratuitamente, por sua graa, em virtude da redeno realizada em Cristo Jesus. Deus o exps como instrumento de propiciao, por seu prprio sangue, mediante a f. Ele queria assim manifestar sua justia, pelo fato de ter deixado sem punio os pecados de outrora, no tempo da pacincia de Deus; ele queria manifestar sua justia no tempo presente, para mostrar-se justo e para justificar aquele que tem f em Jesus (Rm 3,21-26).1993 A justificao estabelece a colaborao entre a graa de Deus e a liberdade do homem. Do lado humano, ela se exprime no assentimento da f palavra de Deus, que convida o homem converso, e na cooperao da caridade, no impulso do Esprito Santo, que o previne e guarda.Quando Deus toca o corao do homem pela iluminao do Esprito Santo, o homem no insensvel a tal inspirao, que pode, alis, rejeitar; e, no entanto, ele no pode tampouco, sem a graa divina, chegar pela vontade livre justia diante dele1994 A justificao a obra mais excelente do amor de Deus, manifestado em Cristo Jesus e concedido pelo Esprito Santo. Sto. Agostinho pensa que "a justificao do mpio uma obra maior que a criao dos cus e da terra", pois "os cus e a terra passaro, ao passo que a salvao e a justificao dos eleitos permanecero para sempre". Pensa at que a justificao dos pecadores uma obra maior que a criao dos anjos na justia, pelo fato de testemunhar uma misericrdia maior.1995 O Esprito Santo o mestre interior. Gerando "o homem interior , a justificao implica a santificao de todo o ser:Como outrora entregastes vossos membros escravido da impureza e da desordem para viver desregradamente, assim entregai agora vossos membros a servio da justia, para a santificao. (...) Mas agora, libertos do pecado e postos a servio de Deus, tendes, como fruto, a santificao, e o fim a vida eterna (Rm 6,19-22)2003 A graa antes de tudo e principalmente o dom do Esprito que nos justifica e nos santifica. Mas a graa compreende igualmente os dons que o Esprito nos concede, para nos a associar sua obra, para nos tornar capazes de colaborar com a salvao dos outros e com o crescimento do corpo de Cristo, a Igreja. So as graas sacramentais dons prprios dos diferentes sacramentos. So, alm disso, as graas especiais, chamadas tambm "carismas", segundo a palavra grega empregada por S. Paulo e que significa favor, dom gratuito, benefcio. Seja qual for seu carter, s vezes extraordinrio, como o dom dos milagres ou das lnguas, os carismas se ordenam graa santificante e tm como meta o bem comum da Igreja. Acham-se a servio da caridade, que edifica a Igreja.

Homem templo do Esprito Santo.364 O corpo do homem participa da dignidade da "imagem de Deus": ele corpo humano precisamente porque animado pela alma espiritual, e a pessoa humana inteira que est destinada a tornar-se, no Corpo de Cristo, o Templo do Esprito.Unidade de corpo e de alma, o homem, por sua prpria condio corporal, sintetiza em si os elementos do mundo material, que nele assim atinge sua plenitude e apresenta livremente ao Criador uma voz de louvor. No , portanto, lcito ao homem desprezar a vida corporal; ao contrario, deve estimar e honrar seu corpo, porque criado por Deus e destinado ressurreio no ltimo dia.782 O Povo de Deus tem caractersticas que o distinguem nitidamente de todos os agrupamentos religiosos, tnicos, polticos ou culturais da histria: Ele o Povo de Deus: Deus no pertence, como propriedade, a nenhum povo. Mas adquiriu para si um povo dentre os que outrora no eram um povo: "Uma raa eleita, um sacerdcio rgio, uma nao santa" (1Pd 2,9). A pessoa torna-se membro deste povo no pelo nascimento fsico, mas pelo "nascimento do alto", "da gua e do Esprito" (Jo 3,3-5), isto , pela f em Cristo e pelo Batismo. Este povo tem por Chefe (Cabea) Jesus Cristo (Ungido, Messias); pelo fato de a mesma Uno, o Esprito Santo, fluir da Cabea para o Corpo, ele "o Povo messinico". A condio deste povo a dignidade da liberdade dos filhos de Deus: nos coraes deles, como em um templo, reside o Esprito Santo "Sua lei o mandamento novo de amar como Cristo mesmo nos amou.". a lei "nova" do Esprito Santo. Sua misso ser o sal da terra e a luz do mundo. "Ele constitui para todo o gnero humano o mais forte germe de unidade, esperana e salvao." Finalmente, sua meta "o Reino de Deus, iniciado na terra por Deus mesmo, Reino a ser estendido mais e mais, at que, no fim dos tempos, seja consumado por Deus mesmo".2519 Aos "puros de corao esta prometido ver a Deus face a face e ser semelhantes a Ele. A pureza de corao a condio prvia da viso. Desde j nos concede ver segundo Deus, receber o outro como um "prximo"; permite-nos perceber o corpo humano, o nosso e o do prximo, como um templo do Esprito Santo, uma manifestao da beleza divina.

Incio da vida no Esprito Santo1231 Quando o Batismo das crianas se tornou amplamente a forma habitual da celebrao deste sacramento, esta passou a ser um nico ato que integra de maneira muito resumida as etapas prvias iniciao crist. Por sua prpria natureza, o Batismo das crianas exige um catecumenato ps-batismal. No se trata somente da necessidade de uma instruo posterior ao Batismo, mas do desabrochar necessrio da graa batismal no crescimento da pessoa. E o lugar prprio do catecismo

Invocao da efuso do Esprito Santo1083 Compreende-se ento a dupla dimenso da liturgia crist como resposta de f e de amor s "bnos espirituais" com as quais o Pai nos presenteia. Por um lado, a Igreja, unida a seu Senhor e "sob a ao do Esprito Santo", bendiz o Pai "por seu dom inefvel" (2Cor 9,15) mediante a adorao, o louvor e a ao de graas. Por outro lado, e at a consumao do projeto de Deus, a Igreja no cessa de oferecer ao Pai "a oferenda de seus prprios dons" e de implorar que Ele envie o Esprito Santo sobre a oferta, sobre si mesma, sobre os fiis e sobre o mundo inteiro, a fim de que pela comunho com a morte e a ressurreio de Cristo Sacerdote e pelo poder do Esprito estas bnos divinas produzam frutos de vida "para louvor e glria de sua graa" (Ef 1,6).1196 Os fiis que celebram a Liturgia das Horas unem-se a Cristo, nosso Sumo Sacerdote, por meio da orao dos salmos, da meditao da Palavra de Deus, de cnticos e bnos, a fim de serem associados orao incessante e universal dele, que d glria ao Pai e implora o dom do Esprito Santo sobre o mundo inteiro.1299 No rito romano, o Bispo estende as mos sobre o conjunto dos confirmandos, gesto que, desde o tempo dos Apstolos, o sinal do dom do Esprito. Cabe ao Bispo invocar a efuso do Esprito:Deus Todo-Poderoso, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, que pela gua e pelo Esprito Santo fizestes renascer estes vossos servos, libertando-os do pecado, enviai-lhes o Esprito Santo Parclito; dai-lhes, Senhor, o esprito de sabedoria e inteligncia, o esprito de conselho e fortaleza, o esprito da cincia e piedade - e enchei-os do esprito de vosso temor. Por Cristo Nosso Senhor.1353 Na epiclese ela pede ao Pai que envie seu Esprito Santo (ou o poder de sua bno) sobre o po e o vinho, para que se tornem, por seu poder, o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo, e para que aqueles que tomam parte na Eucaristia sejam um s corpo e um s esprito (certas tradies litrgicas colocam a epiclese depois da anamnese). No relato da instituio, a fora das palavras e da ao de Cristo e o poder do Esprito Santo tornam sacramentalmente presentes, sob as espcies do po e do vinho, o Corpo e o Sangue de Cristo, seu sacrifcio oferecido na cruz uma vez por todas.2670 "Ningum pode dizer 'Jesus Senhor' a no ser no Esprito Santo" (1 Cor 12,3). Cada vez que comeamos a orar a Jesus, o Esprito Santo que, por sua graa proveniente, nos atrai ao caminho da orao. Se Ele nos ensina a orar recordando-nos Cristo, como no orar a Ele mesmo? Por isso, a Igreja nos convida a implorar cada dia o Esprito Santo, sobretudo no incio e no fim de toda ao importante.Se o Esprito no deve ser adorado, como que Ele me diviniza pelo Batismo? E se Ele deve ser adorado, no deve ser o objeto de um culto particular?2671 A forma tradicional para pedir a vinda do Esprito Santo invocar o Pai por Cristo, nosso Senhor, para que nos d o Esprito Consolador. Jesus insiste nesse pedido em seu nome exatamente no momento em que promete o dom do Esprito de Verdade. Mas a orao mais simples e mais direta tambm tradicional: "Vinde, Esprito Santo", e cada tradio litrgica a desenvolveu em antfonas e hinos:Vinde, Esprito Santo, enchei os coraes de vossos fiis e acendei neles o fogo de vosso amor.Rei celeste, Esprito Consolador, Esprito de Verdade, presente em toda parte e plenificando tudo, tesouro de todo bem e fonte da Vida, vinde, habitai em ns, purificai-nos e salvai-nos, Vs, que sois bom!2672 O Esprito Santo, cuja Uno impregna todo o nosso ser, o Mestre interior da orao crist. E o artfice da tradio viva da orao. Sem dvida, existem tantos caminhos na orao quantos orantes, mas o mesmo Esprito que atua em todos e com todos. Na comunho do Esprito Santo, a orao crist se torna orao da Igreja.

Nova lei do Esprito Santo782 O Povo de Deus tem caractersticas que o distinguem nitidamente de todos os agrupamentos religiosos, tnicos, polticos ou culturais da histria: Ele o Povo de Deus: Deus no pertence, como propriedade, a nenhum povo. Mas adquiriu para si um povo dentre os que outrora no eram um povo: "Uma raa eleita, um sacerdcio rgio, uma nao santa" (1Pd 2,9). A pessoa torna-se membro deste povo no pelo nascimento fsico, mas pelo "nascimento do alto", "da gua e do Esprito" (Jo 3,3-5), isto , pela f em Cristo e pelo Batismo. Este povo tem por Chefe (Cabea) Jesus Cristo (Ungido, Messias); pelo fato de a mesma Uno, o Esprito Santo, fluir da Cabea para o Corpo, ele "o Povo messinico". A condio deste povo a dignidade da liberdade dos filhos de Deus: nos coraes deles, como em um templo, reside o Esprito Santo "Sua lei o mandamento novo de amar como Cristo mesmo nos amou.". a lei "nova" do Esprito Santo. Sua misso ser o sal da terra e a luz do mundo. "Ele constitui para todo o gnero humano o mais forte germe de unidade, esperana e salvao." Finalmente, sua meta "o Reino de Deus, iniciado na terra por Deus mesmo, Reino a ser estendido mais e mais, at que, no fim dos tempos, seja consumado por Deus mesmo".

Orar com o Esprito Santo e em conformidade com Esprito Santo2736 Estamos acaso convencidos de que "nem sabemos o que convm pedir" (Rm 8,26)? Pedimos a Deus "os bens convenientes"? Nosso Pai sabe do que precisamos, antes de lho pedirmos, mas espera nosso pedido porque a dignidade de seus filhos est precisamente em sua liberdade. Mas preciso rezar com seu Esprito de liberdade para poder conhecer na verdade o seu desejo.2756 A confiana filial posta prova quando temos o sentimento de no ser sempre ouvidos. O Evangelho nos convida a nos interrogar sobre a conformidade de nossa orao com o desejo do Esprito.

Participao do homem na luz e fora do Esprito Santo1704 A pessoa humana participa da luz e da fora do Esprito divino. Pela razo, capaz de compreender a ordem das coisas estabelecida pelo Criador. Por sua vontade, ela capaz de ir, por si, ao encontro de seu verdadeiro bem. Encontra sua perfeio na "busca e no amor da verdade e do bem".

Poder do Esprito de santidade reconhecido nos canonizados828 Ao canonizar certos fiis, isto , ao proclamar solene que esses fiis praticaram heroicamente as virtudes e viveram na fidelidade graa de Deus, a Igreja reconhece o poder do Esprito de santidade que est em si e sustenta a esperana dos fiis, propondo-os como modelos e intercessores. "Os santos e as santas sempre foram fonte e origem de renovao nas circunstncias mais difceis da histria da Igreja." Com efeito, "a santidade a fonte secreta e a medida infalvel de sua atividade apostlica e de seu el missionrio".

Presena e ao do Esprito Santo faculdades do homem1813 As virtudes teologais fundamentam, animam e caracterizam o agir moral do cristo. Informam e vivificam todas as virtudes morais. So infundidas por Deus na alma dos fiis para torn-los capazes de agir como seus filhos e merecer a vida eterna. So o penhor da presena e da ao do Esprito Santo nas faculdades do ser humano. H trs virtudes teologais: a f, a esperana e a caridade.

Renovao do Esprito Santo1215 Este sacramento tambm chamado "o banho da regenerao e da renovao no Esprito Santo" (Tt 3,5), pois ele significa e realiza este nascimento a partir da gua e do Esprito, sem o qual "ningum pode entrar no Reino de Deus" (Jo 3,5).

Revelao do Esprito Santo243 Antes de sua Pscoa, Jesus anuncia o envio de "outro Parclito" (Defensor), o Esprito Santo Em ao desde a criao, depois de ter outrora "falado pelos profetas ele estar agora junto dos discpulos e neles, a fim de ensin-1os e conduzi-los "a verdade inteira" (Jo 16,13). O Esprito Santo assim revelado como outra pessoa divina em relao a Jesus e ao Pai.244 A origem eterna do Esprito revela-se em sua misso tem temporal. O Esprito Santo enviado aos apstolos e Igreja tanto pelo Pai, em nome do Filho, como pelo Filho em pessoa, depois que este tiver voltado para junto do Pai. O envio da pessoa do Esprito aps a glorificao de Jesus revela em plenitude o mistrio da Santssima Trindade.245 A f apostlica no tocante ao Esprito foi confessada pelo segundo Conclio Ecumnico, em 381, em Constantinopla: "Cremos no Esprito Santo, que Senhor e que d a vida; ele procede do Pai". Com isso a Igreja reconhece o Pai como "a fonte e a origem de toda a divindade". Mas a origem eterna do Esprito Santo no deixa de estar vinculada do Filho: "O Esprito Santo que a Terceira Pessoa da Trindade, Deus, uno e igual ao Pai e ao Filho, da mesma substncia e tambm da mesma natureza....Contudo, no se diz que Ele somente o Esprito do Pai, mas ao mesmo tempo o Esprito do Pai e do Filho". O Credo da Igreja do Concilio de Constantinopla, confessa: "Com o Pai e o Filho ele recebe a mesma adorao e a mesma glria"683 "Ningum pode dizer Jesus Senhor a no ser no Esprito Santo" (1Cor 12,3). "Deus enviou a nossos coraes o Esprito de seu Filho que clama: Abb, Pai!" (Gl 4,6). Este conhecimento de f s possvel no Esprito Santo Para estar em contato com Cristo, preciso primeiro ter sido tocado pelo Esprito Santo ele que nos precede e suscita em ns a f. Por nosso Batismo, primeiro sacramento da f, a Vida, que tem sua fonte no Pai e nos oferecida no Filho, nos comunicada intimamente e pessoalmente pelo Esprito Santo na Igreja:O Batismo nos concede a graa do novo nascimento em Deus Pai por meio de seu Filho no Esprito Santo Pois os que tm o Esprito de Deus so conduzidos ao Verbo, isto , ao Filho; mas o Filho os apresenta ao Pai, e o Pai lhes concede a incorruptibilidade. Portanto, sem o Esprito no possvel ver o Filho de Deus, e sem o Filho ningum pode aproximar-se do Pai, pois o conhecimento do Pai o Filho, e o conhecimento do Filho de Deus se faz pelo Esprito Santo.686 O Esprito Santo est em ao com o Pai e o Filho do incio at a consumao do Projeto de nossa salvao. Mas nos "ltimos tempos", inaugurados pela Encarnao redentora do Filho que ele revelado e dado, reconhecido e acolhido como Pessoa. Ento este Projeto Divino, realizado em Cristo, "Primognito" e Cabea da nova criao, poder tomar corpo na humanidade pelo Esprito difundido: a Igreja, a comunho dos santos, a remisso dos pecados, a ressurreio da carne, a Vida Eterna.687 "O que est em Deus, ningum o conhece seno o Esprito de Deus" (1 Cor 2,11). Ora, seu Esprito que o revela nos conhecer Cristo, seu Verbo, sua Palavra viva, mas no se revela a si mesmo. Aquele que "falou pelos profetas" faz-nos ouvir a Palavra do Pai. Mas, ele mesmo, ns no o ouvimos. S o conhecemos no momento em que nos revela o Verbo e nos dispe a acolh-lo na f. O Esprito de Verdade que nos "desvenda o Cristo "no fala de si mesmo". Tal apagamento, propriamente divino, explica por que "o mundo no pode acolh-lo, porque no o v nem o conhece", enquanto os que crem em Cristo o conhecem, porque ele permanece com eles (Jo 14,17).688 A Igreja, comunho viva na f dos apstolos, que ela transmite, o lugar de nosso conhecimento do Esprito Santo: nas Escrituras que ele inspirou; na Tradio, da qual os Padres da Igreja so as testemunhas sempre atuais; no Magistrio da Igreja, ao qual ele assiste; na Liturgia sacramental, por meio de suas palavras e de seus smbolos, na qual o Esprito Santo nos coloca em Comunho com Cristo; na orao, na qual Ele intercede por ns; nos carismas e nos ministrios, pelos quais a Igreja edificada; nos sinais de vida apostlica e missionria; no testemunho dos santos, no qual ele manifesta sua santidade e continua a obra da salvao.

Esprito Santo na Economia da salvao

Ao do Esprito Santo na Economia da salvao685 Crer no Esprito Santo , pois, professar que o Esprito Santo uma das Pessoas da Santssima Trindade, consubstancial ao Pai e ao Filho, "e com o Pai e o Filho adorado e glorificado". por isso que se tratou do mistrio divino do Esprito Santo na "teologia" trinitria. Aqui, portanto, s se tratar do Esprito Santo na "Economia" divina.Ajuda e sustentculo da f94 Graas assistncia do Esprito Santo, a compreenso tanto das realidades como das palavras do depsito da f pode crescer na vida da Igreja:"Pela contemplao e estudo dos que crem, os quais as medi-tam em seu corao", em especial "a pesquisa teolgica que aprofunda o conhecimento da verdade revelada"."Pela ntima compreenso que os fiis desfrutam das coisas espirituais"; "Divina eloquia cum legente crescunt - as palavras divinas crescem com o leitor"."Pela pregao daqueles que, com a sucesso episcopal, recebe-ram o carisma seguro da verdade."152 No se pode crer em Jesus Cristo sem participar de seu Esprito. E o Esprito Santo que revela aos homens quem Jesus. Pois "ningum pode dizer 'Jesus Senhor' a no ser no Esprito Santo" (1 Cor 12,3). "O Esprito sonda todas as coisas, at mesmo as profundidades de Deus... O que est em Deus, ningum o conhece a no ser o Esprito de Deus" (1 Cor 2,10-11). S Deus conhece a Deus por inteiro. Cremos no Esprito Santo porque Ele Deus.A Igreja no cessa de confessar sua f em um s Deus, Pai, Filho e Esprito Santo158 "A f procura compreender": e caracterstico da f o crente desejar conhecer melhor Aquele em quem ps sua f e compreender melhor o que Ele revelou; um conhecimento mais penetrante despertar por sua vez uma f maior, cada vez mais ardente de amor. A graa da f abre "os olhos do corao" (Ef. 1,18) para uma compreenso viva dos contedos da Revelao, isto , do conjunto do projeto de Deus e dos mistrios da f, do nexo deles entre si e com Cristo, centro do Mistrio revelado. Ora, para "tomar cada vez mais profunda a compreenso da Revelao, o mesmo Esprito Santo aperfeioa continuamente a f por meio de seus dons. Assim, segundo o adgio de Santo Agostinho, "eu creio para compreender, e compreendo para melhor crer".175 "Esta f que recebemos da Igreja, ns a guardamos com cuidado, pois sem cessar, sob a ao do Esprito de Deus, guisa de um depsito de grande preo encerrado em um vaso precioso, ela rejuvenesce e faz rejuvenescer o prprio vaso que a contm."683 "Ningum pode dizer Jesus Senhor a no ser no Esprito Santo" (1Cor 12,3). "Deus enviou a nossos coraes o Esprito de seu Filho que clama: Abb, Pai!" (Gl 4,6). Este conhecimento de f s possvel no Esprito Santo Para estar em contato com Cristo, preciso primeiro ter sido tocado pelo Esprito Santo ele que nos precede e suscita em ns a f. Por nosso Batismo, primeiro sacramento da f, a Vida, que tem sua fonte no Pai e nos oferecida no Filho, nos comunicada intimamente e pessoalmente pelo Esprito Santo na Igreja:O Batismo nos concede a graa do novo nascimento em Deus Pai por meio de seu Filho no Esprito Santo Pois os que tm o Esprito de Deus so conduzidos ao Verbo, isto , ao Filho; mas o Filho os apresenta ao Pai, e o Pai lhes concede a incorruptibilidade. Portanto, sem o Esprito no possvel ver o Filho de Deus, e sem o Filho ningum pode aproximar-se do Pai, pois o conhecimento do Pai o Filho, e o conhecimento do Filho de Deus se faz pelo Esprito Santo.684 Esprito Santo, por sua graa, primeiro no despertar de nossa f e na vida nova que "conhecer o Pai e aquele que Ele enviou, Jesus Cristo". Todavia, ltimo na revelao das Pessoas da Santssima Trindade. So Gregrio Nazianzeno, "o Telogo", explica esta progresso pela pedagogia da "condescendncia" divina:O Antigo Testamento proclamava manifestamente o Pai, mais obscuramente o Filho. O Novo manifestou o Filho, fez entrever a divindade do Esprito. Agora o Esprito tem direito de cidadania entre ns e nos concede uma viso mais clara de si mesmo. Com efeito, no era prudente, quando ainda no se confessava a divindade do Pai, proclamar abertamente o Filho e, quando a divindade do Filho ainda no era admitida, acrescentar o Esprito Santo como um peso suplementar, para usarmos uma expresso um tanto ousada... por meio de avanos e de progresses "de glria em glria" que a luz da Trindade resplender em claridades mais brilhantes.

Autor principal da Sagrada Escritura137 A interpretao das Escrituras inspiradas deve antes de tudo estar atenta quilo que Deus quer revelar por intermdio dos autores sagrados para nossa salvao. O que vem do Esprito s plenamente entendido pela ao do Esprito.304 Assim vemos o Esprito Santo, autor principal da Escritura, atribuir muitas vezes aes a Deus, sem mencionar causas segundas. Esta no uma "maneira de falar" primitiva, mas uma forma profunda de lembrar o primado de Deus e o seu senhorio absoluto sobre a histria e o mundo e de assim educar para a confiana nele. A orao dos Salmos a grande escola desta confiana.Concede os dons para todos2003 A graa antes de tudo e principalmente o dom do Esprito que nos justifica e nos santifica. Mas a graa compreende igualmente os dons que o Esprito nos concede, para nos a associar sua obra, para nos tornar capazes de colaborar com a salvao dos outros e com o crescimento do corpo de Cristo, a Igreja. So as graas sacramentais dons prprios dos diferentes sacramentos. So, alm disso, as graas especiais, chamadas tambm "carismas", segundo a palavra grega empregada por S. Paulo e que significa favor, dom gratuito, benefcio. Seja qual for seu carter, s vezes extraordinrio, como o dom dos milagres ou das lnguas, os carismas se ordenam graa santificante e tm como meta o bem comum da Igreja. Acham-se a servio da caridade, que edifica a Igreja.Conduz os cristos unidade738 Assim, a misso da Igreja no acrescentada de Cristo e do Esprito Santo, seno que o Sacramento dela: por todo o seu ser e em todos os seus membros, a Igreja enviada a anunciar e testemunhar, atualizar e difundir o mistrio da comunho da Santssima Trindade (a ser tratado no prximo artigo):Ns todos, que recebemos o nico e mesmo esprito, a saber, o Esprito Santo, unimo-nos profundamente entre ns e com Deus. Pois embora sejamos numerosos separadamente e embora Cristo faa com que o Esprito do Pai e o dele habite em cada um de ns, este Esprito nico e indivisvel reconduz por si mesmo unidade os que so distintos entre si... e faz com que todos apaream como uma s coisa nele mesmo. E, da mesma forma que o poder da santa humanidade de Cristo faz com que todos aqueles em quem ela se encontra formem um s corpo, penso que da mesma maneira o Esprito de Deus que habita em todos, nico e indivisvel, os reconduz todos unidade espiritual.Converte o homem interior1989 A primeira obra da graa do Esprito Santo a converso que opera a justificao segundo o anncio de Jesus no princpio do Evangelho: "Arrependei-vos (convertei-vos), porque est prximo o Reino dos Cus" (Mt 4,17). Sob a moo da graa, o homem se volta para Deus e se aparta do pecado, acolhendo, assim, o perdo e a justia do alto. "A justificao comporta a remisso dos pecados, a santificao e a renovao do homem interior."Educador da vida de orao2623 No dia de Pentecostes, o Esprito da promessa foi derramado sobre os discpulos, "reunidos no mesmo lugar" (At 2,1), esperando-o, "todos unnimes, perseverando na orao" (At 1,14). O Esprito, que ensina a Igreja e lhe recorda tudo o que Jesus disse, vai tambm form-la para a vida de orao.2644 O Esprito Santo, que ensina a Igreja e lhe recorda tudo o que Jesus disse, educa-a tambm para a vida de orao, suscitando expresses que se renovam dentro de formas permanentes: beno, splica, intercesso, ao de graas e louvor.2803 Depois de nos ter posto na presena de Deus, nosso Pai, para ador-lo, am-lo e bendiz-lo, o Esprito filial faz subir de nossos coraes sete pedidos, sete bnos. Os trs primeiros, mais teologais, nos atraem para a Glria do Pai; os quatro ltimos, como caminhos para Ele, oferecem nossa misria sua Graa. "Um abismo grita a outro abismo" (Sl 42,8).Efuso do Esprito Santo nos ltimos tempos2819 "O Reino de Deus justia, paz e alegria no Esprito Santo" (Rm 14,17). Os ltimos tempos, que estamos vivendo, so os tempos da efuso do Esprito Santo. Trava-se, por conseguinte, um combate decisivo entre "a carne" e o Esprito:S um corao puro pode dizer com segurana: "Venha a ns o vosso Reino". E preciso ter aprendido com Paulo para dizer: "Portanto, que o pecado no impere mais em vosso corpo mortal" (Rm 6,12). Quem se conserva puro em suas aes, em seus pensamentos e em suas palavras pode dizer a Deus: "Venha o vosso Reino"Fonte de toda a santidade749 O artigo sobre a Igreja depende tambm inteiramente do artigo sobre o Esprito, que o precede. "Com efeito, aps termos mostrado que o Esprito Santo a fonte e o doador de toda santidade, confessamos agora que foi Ele quem dotou a Igreja de Santidade. "Segundo a expresso dos Padres, a Igreja o lugar "onde floresce o Esprito".Guarda e alma da criao291 "No princpio era o Verbo... e o Verbo era Deus... Tudo foi feito por ele, e sem ele nada foi feito"(Jo 1,1-3). O Novo Testamento revela que Deus criou tudo por meio do Verbo Eterno, seu Filho bem-amado. Nele "foram criadas todas coisas, nos cus e na terra... tudo foi criado por Ele e para Ele antes de tudo e tudo nele subsiste" (Cl 1,16-17). A f da Igreja afirma outrossim a ao criadora do Esprito Santo: Ele o "doador de vida" "o Esprito Criador" ("Veni, Creator Spiritus"), a "Fonte de todo bem".703 A Palavra de Deus e seu Sopro esto na origem do ser e da vida de toda criatura:Ao Esprito Santo cabe reinar, santificar e animar a criao, pois Deus consubstancial ao Pai e ao Filho... A ele cabe o poder sobre a vida, pois, sendo Deus, ele conserva a criao no Pai pelo Filho.Guia dos fiis e dos crentes na verdade79 Assim, a comunicao que o Pai fez de si mesmo por seu Verbo no Esprito Santo permanece presente e atuante na Igreja: "O Deus que outrora falou mantm um permanente dilogo com a esposa de seu dileto Filho, e o Esprito Santo, pelo qual a voz viva do Evangelho ressoa na Igreja e atravs dela no mundo, leva os crentes verdade toda e faz habitar neles abundantemente a palavra de Cristo"91 Todos os fiis participam da compreenso e da transmisso da verdade revelada. Receberam a uno do Esprito Santo, que os instrui e os conduz verdade em sua totalidade.737 A misso de Cristo e do Esprito Santo realiza-se na Igreja, Corpo de Cristo e Templo do Esprito Santo. Esta misso conjunta associa a partir de agora os fiis de Cristo sua comunho com o Pai no Esprito Santo: o Esprito prepara os homens, antecipa-se a eles por sua graa, para atra-los a Cristo. Manifesta-lhes o Senhor ressuscitado, lembra-lhes sua palavra, abrindo-lhes o esprito compreenso de sua Morte e Ressurreio. Torna-lhes presente o mistrio de Cristo, eminentemente na Eucaristia, a fim de reconcili-los, de coloc-los em comunho com Deus, a fim de faz-los produzir "muito fruto".1697 Importa, na catequese, revelar com toda clareza a alegria e as exigncias do caminho de Cristo. A catequese da "vida nova" (Rm 6,4) em Cristo ser: uma catequese do Esprito Santo, Mestre interior da vida segundo Cristo, doce hspede e amigo que inspira, conduz, retifica e fortifica esta vida; uma catequese da graa, pois pela graa que somos salvos, e pela graa que nossas obras podem produzir frutos para a vida eterna; uma catequese das bem-aventuranas, pois o caminho de Cristo se resume s bem-aventuranas, nico caminho para a felicidade eterna, qual o corao do homem aspira; uma catequese do pecado e do perdo, pois, sem reconhecer-se pecador, o homem no pode conhecer a verdade sobre si mesmo, condio do reto agir, e sem a oferta do perdo no poderia suportar essa verdade; uma catequese das virtudes humanas, que faz abraar beleza e a atrao das retas disposies em vista do bem; uma catequese das virtudes crists da f, esperana e caridade, que se inspira com prodigalidade no exemplo dos santos; uma catequese do duplo mandamento da caridade desenvolvido no Declogo; uma catequese eclesial, pois nos mltiplos intercmbios dos "bens espirituais" na "comunho dos santos" que a vida crist pode crescer, desenvolver-se e comunicar-se.1742 Liberdade e graa. A graa de Cristo no entra em concorrncia com nossa liberdade quando esta corresponde ao sentido da verdade e do bem que Deus colocou no corao do homem. Ao contrrio, como a experincia crist o atesta, - sobretudo na orao, quanto mais dceis formos aos impulsos da graa, tanto mais crescem nossa liberdade intima e nossa segurana nas provaes e diante das presses e coaes do mundo externo. Pela obra da graa, o Esprito Santo nos educa liberdade espiritual, para fazer de ns livres colaboradores de sua obra na Igreja e no mundo."Deus de poder e misericrdia, afastai de ns todo obstculo, para que, inteiramente disponveis, nos dediquemos a vosso servio."Inspira e transmite a Revelao76 A transmisso do Evangelho, segundo a ordem do Senhor, fez-se de duas maneiras: oralmente - "pelos apstolos, que na pregao oral, por exemplos e instituies, transmitiram aquelas coisas que ou receberam das palavras, da convivncia e das obras de Cristo ou aprenderam das sugestes do Esprito Santo"; por escrito - "como tambm por aqueles apstolos e vares apostlicos que, sob inspirao do mesmo Esprito Santo, puseram por escrito a mensagem da salvao"81 "A Sagrada Escritura a Palavra de Deus enquanto redigida sob a moo do Esprito Santo".Quanto Sagrada Tradio, ela "transmite integralmente aos sucessores dos apstolos a Palavra de Deus confiada por Cristo Senhor e pelo Esprito Santo aos apstolos para que, sob a luz do Esprito de verdade, eles, por sua pregao, fielmente a conservem, exponham e difundam".105 Deus o autor da Sagrada Escritura. "As coisas divinamente reveladas, que se encerram por escrito e se manifestam na Sagrada Escritura, foram consignadas sob inspirao do Esprito Santo""A santa Me Igreja, segundo a f apostlica, tem como sagrados e cannicos os livros completos tanto do Antigo como do Novo Testamento, com todas as suas partes, porque, escritos sob a inspirao do Esprito Santo, eles tm Deus como autor e nesta sua qualidade foram confiados prpria Igreja."Intercessor pelos homens2634 A intercesso uma orao de pedido que nos conforma de perto com a orao de Jesus. Ele o nico Intercessor junto do Pai em favor de todos os homens, dos pecadores, sobretudo. Ele "capaz de salvar de modo definitivo aqueles que por meio dele se aproximam de Deus, visto que Ele vive para sempre para interceder por eles" (Hb 7,25). O prprio Esprito Santo "intercede por ns... pois segundo Deus que ele intercede pelos santos" (Rm 8,26-27).Intrprete das Escrituras109 Na Sagrada Escritura, Deus fala ao homem maneira dos homens. Para bem interpretar a Escritura preciso, portanto, estar atento quilo que os autores humanos quiseram realmente afirmar e quilo que Deus quis manifestar-nos pelas palavras deles.110 Para descobrir a inteno dos autores sagrados, h que levar em conta as condies da poca e da cultura deles, os "gneros literrios" em uso naquele tempo, os modos, ento correntes, de sentir, falar e narrar. "Pois a verdade apresentada e expressa de maneiras diferentes nos textos que so de vrios modos histricos ou profticos ou poticos, ou nos demais gneros de expresso."111 Mas, j que a Sagrada Escritura inspirada, h outro princpio da interpretao correta, no menos importante que o anterior, e sem o qual a Escritura permaneceria letra morta: "A Sagrada Escritura deve tambm ser lida e interpretada com a ajuda daquele mesmo Esprito em que foi escrita". O Conclio Vaticano II indica trs critrios para uma interpretao da Escritura conforme o Esprito que a inspirou:112 1. Prestar muita ateno "ao contedo e unidade da Escritura inteira". Pois, por mais diferentes que sejam os livros que a compem, a Escritura una em razo da unidade do projeto de Deus, do qual Cristo Jesus o centro e o corao, aberto depois de sua PscoaO corao de Cristo designa a Sagrada Escritura, que d a conhecer o corao de Cristo. O corao estava fechado antes da Paixo, pois a Escritura era obscura. Mas a Escritura foi aberta aps a Paixo, pois os que a partir da tm a compreenso dela consideram e discernem de que maneira as profecias devem ser interpretadas.113 2. Ler a Escritura dentro "da Tradio viva da Igreja inteira". Consoante um adgio dos Padres, "Sacra Scriptura principalius est in corde Ecclesiae quam in materialibus instrumentis scripta a sagrada Escritura est escrita mais no corao da Igreja do que nos instrumentos materiais". Com efeito, a Igreja leva em sua Tradio a memria viva da Palavra de Deus, e o Esprito Santo que lhe d a interpretao espiritual da Escritura ("...segundo o sentido espiritual que o Esprito d Igreja").114 3. Estar atento "a anagogia da f" Por "anagogia da f" entendemos a coeso das verdades da f entre si e no projeto total da Revelao.115 Segundo uma antiga tradio, podemos distinguir dois sentidos da Escritura: o sentido literal e o sentido espiritual, sendo este ltimo subdividido em sentido alegrico, moral e analgico. A concordncia profunda entre os quatro sentidos garante toda a sua riqueza leitura viva da Escritura na Igreja.116 O sentido literal. o sentido significado pelas palavras da Escritura e descoberto pela exegese que segue as regras da correta interpretao. "Omnes sensus fundantur super litteralem - Todos os sentidos (da Sagrada Escritura) devem estar fundados no literal"117 O sentido espiritual. Graas unidade do projeto de Deus, no somente o texto da Escritura, mas tambm as realidades e os acontecimentos de que ele fala, podem ser sinais.1. O sentido alegrico. Podemos adquirir uma compreenso mais profunda dos acontecimentos reconhecendo a significao de-les em Cristo; assim, a travessia do Mar Vermelho um sinal da vitria de Cristo, e tambm do Batismo2. O sentido moral. Os acontecimentos relatados na Escritura devem conduzir-nos a um justo agir. Eles foram escritos "para nossa instruo" (1Cor 10,11)3. O sentido anaggico. Podemos ver realidades e acontecimentos em sua significao eterna, conduzindo-nos (em grego: "anagog"; pronuncie "anagogu") nossa Ptria. Assim, a Igreja na terra sinal da Jerusalm celeste.118 Um dstico medieval resume a significao dos quatro sentidos:Littera gesta docei, quid credas allegoria,moralis quid agas, quo tendas anagogia.A letra ensina o que aconteceu; a alegoria, o que deves crer;a moral, o que deves fazer; a anagogia, para onde deves caminhar.119 " dever dos exegetas esforar-se, dentro dessas diretrizes, por entender e expor com maior aprofundamento o sentido da Sagrada Escritura, a fim de que, por seu trabalho como que preparatrio, amadurea o julgamento da Igreja. Pois todas estas coisas que concernem maneira de interpretar a Escritura esto sujeitas, em ltima instncia, ao juzo da Igreja, que exerce o divino ministrio e mandato do guardar e interpretar a Palavra de Deus"Ego vero Evangelio non crederem, nisi me catholicaeEcclesiae commoveret auctoritas.Eu no creria no Evangelho, se a isto no me levasse a autoridade da Igreja catlica"137 A interpretao das Escrituras inspiradas deve antes de tudo estar atenta quilo que Deus quer revelar por intermdio dos autores sagrados para nossa salvao. O que vem do Esprito s plenamente entendido pela ao do Esprito.Justifica os pecados1997 A graa uma participao na vida divina; introduz-nos na intimidade da vida trinitria. Pelo Batismo, o cristo tem parte na graa de Cristo, cabea da Igreja. Como "filho adotivo", pode doravante chamar a Deus de "Pai", em unio com o Filho nico. Recebe a vida do Esprito, que nele infunde a caridade e forma a Igreja.Luz fora e renovao dos cristos1695 "Justificados em nome do Senhor Jesus Cristo e pelo Esprito de nosso Deus" (1Cor 5,11), "santificados... chamados a ser santos", os cristos se tornaram "templo do Esprito Santo" (1Cor 6,19). Esse "Esprito do Filho" os ensina a orar ao Pai e, tendo-se tornado vida deles, os faz agir para carregarem em si "os frutos do Esprito" pela caridade operante. Curando as feridas do pecado, o Esprito Santo nos "renova pela transformao espiritual de nossa mente", ele nos ilumina e fortifica para vivermos como "filhos da luz" (Ef 5,8), na "bondade, justia e verdade" em todas as coisas (Ef 5,9).1769 Na vida crist, o prprio Esprito Santo realiza sua obra mobilizando o ser inteiro, inclusive suas dores, medos e tristezas, como aparece na Agonia e Paixo do Senhor. Em Cristo, os sentimentos humanos podem receber sua consumao na caridade e na bem-aventurana divina.Mestre de orao741 "O Esprito socorre a nossa fraqueza, pois no sabemos o que seja conveniente pedir; mas o prprio Esprito intercede por ns com gemidos inefveis" (Rm 8,26). O Esprito Santo, artfice das obras de Deus, o Mestre da orao (a ser tratado na quarta parte do Catecismo).2625 Essas oraes so, sobretudo, as que os fiis ouvem e lem nas Escrituras, atualizando-as, porm, principalmente as dos Salmos, a partir de sua realizao em Cristo. O Esprito Santo, que assim lembra Cristo sua Igreja orante, tambm a conduz Verdade plena e suscita formulaes novas que exprimiro o insondvel Mistrio de Cristo atuando na vida, nos sacramentos e na misso de sua Igreja. Essas formulaes se desenvolvero nas grandes tradies litrgicas e espirituais. As formas da orao, como nos so reveladas pelas Escrituras apostlicas cannicas, sero normativas da orao crist.2630 O Novo Testamento contm poucas oraes de lamentao, freqentes no Antigo Testamento. Agora, em Cristo ressuscitado, o pedido da Igreja sustentado pela esperana, embora estejamos ainda na expectativa e devamos nos converter cada dia. Brota de outra profundeza o pedido cristo, que S. Paulo chama de gemidos, os da criao, em "dores de parto" (Rm 8,22), os nossos, tambm " espera da redeno de nosso corpo, pois nossa salvao objeto de esperana" (Rm 8,23-24), enfim, "os gemidos inefveis do prprio Esprito Santo que "socorre nossa fraqueza, pois nem sequer sabemos o que seja conveniente pedir" (Rm 8,26).2650 A orao no se reduz ao surgir espontneo de um impulso interior; para rezar preciso querer. No basta saber o que as Escrituras revelam sobre a orao; tambm indispensvel aprender a rezar. E por uma transmisso viva (a sagrada Tradio) que o Esprito Santo, na "Igreja crente e orante", ensina os filhos de Deus a rezar.2670 "Ningum pode dizer 'Jesus Senhor' a no ser no Esprito Santo" (1 Cor 12,3). Cada vez que comeamos a orar a Jesus, o Esprito Santo que, por sua graa proveniente, nos atrai ao caminho da orao. Se Ele nos ensina a orar recordando-nos Cristo, como no orar a Ele mesmo? Por isso, a Igreja nos convida a implorar cada dia o Esprito Santo, sobretudo no incio e no fim de toda ao importante.Se o Esprito no deve ser adorado, como que Ele me diviniza pelo Batismo? E se Ele deve ser adorado, no deve ser o objeto de um culto particular?2681 "Ningum pode dizer: 'Jesus Senhor', a no ser no Esprito Santo" (1 Cor 12,3). A Igreja nos convida a invocar o Esprito Santo como o Mestre interior da orao crist.2711 Entrar em orao algo anlogo ao que ocorre na Liturgia Eucarstica: reunir" o corao, recolher todo o nosso ser sob a moo do Esprito Santo, habitar na morada do Senhor (e esta morada somos ns), despertar a f, para entrar na Presena daquele que nos espera, fazer cair nossas mscaras e voltar nosso corao para o Senhor que nos ama, a fim de nos 0 entregar a Ele como uma oferenda que precisa ser purificada e transformada.2726 No combate da orao, devemos enfrentar, em ns mesmos e nossa volta, concepes errneas da orao. Algumas vem nela uma simples operao psicolgica; outras, um esforo de concentrao para se chegar ao vazio mental. Algumas a codificam em atitudes e palavras rituais. No inconsciente de muitos cristos, rezar uma ocupao incompatvel com tudo o que eles devem fazer: no tm tempo. Os que procuram a Deus pela orao desanimam depressa, porque ignoram que a orao tambm procede do Esprito Santo e no apenas deles.2766 Jesus, no entanto, no nos deixa uma frmula a ser repetida maquinalmente. Como vale em relao a toda orao vocal, pela Palavra de Deus que o Esprito Santo ensina aos filhos de Deus como rezar a seu Pai. Jesus nos d no s as palavras de nossa orao filial, mas tambm, ao mesmo tempo, o Esprito pelo qual elas se tornam em ns "esprito e vida" (Jo 6,). Mais ainda: a prova e a possibilidade de nossa orao filial consiste no fato de que o Pai "enviou aos nossos coraes o Esprito de seu Filho, que clama: Abba, Pai!" ( 4,6). J que nossa orao interpreta nossos desejos diante de Deus, ainda "aquele que perscruta os coraes", o Pai, quem "sabe qual o desejo do Esprito; pois segundo Deus que ele intercede pelos santos" (Rm 8,27). A orao a Nosso Pai insere-se na misso misteriosa de Filho e do Esprito.Restitui a semelhana divina ao homem720 Finalmente, com Joo Batista o Esprito Santo inaugura, prefigurando-o, o que realizar com e em Cristo: restituir ao homem "a semelhana" divina. O Batismo de Joo era para o arrependimento, o Batismo da gua e no Esprito ser um novo nascimento734 Pelo fato de estarmos mortos, ou, pelo menos, feridos pelo pecado, o primeiro efeito do dom do Amor a remisso de nossos pecados. a comunho do Esprito Santo (2Cor 13,13) que, na Igreja, restitui aos batizados a semelhana divina perdida pelo pecado.

Nomes do Esprito SantoConsolador1433 Depois da Pscoa, o Esprito Santo "estabelecer a culpabilidade do mundo a respeito do pecado", a saber, que o mundo no acreditou naquele que o Pai enviou. Mas esse mesmo Esprito, que revela o pecado, o Consolador que d ao corao do homem a graa do arrependimento e da converso.Em So Paulo693 Alm de seu nome prprio, que o mais empregado nos Atos dos Apstolos e nas Epstolas, encontram-se em So Paulo as denominaes: o Esprito da promessa (Gl 3,14; Ef 1,13), o Esprito de adoo (Rm 8,15; Gl 4,6), o Esprito de Cristo (Rm 8,11), o Esprito do Senhor (2Cor 3,17), o Esprito de Deus (Rm 8,9.14;15,19; 1Cor 6,11;7,40) e, em So Pedro, o Esprito de glria (1Pd 4,14).Esprito criador291 "No princpio era o Verbo... e o Verbo era Deus... Tudo foi feito por ele, e sem ele nada foi feito"(Jo 1,1-3). O Novo Testamento revela que Deus criou tudo por meio do Verbo Eterno, seu Filho bem-amado. Nele "foram criadas todas coisas, nos cus e na terra... tudo foi criado por Ele e para Ele antes de tudo e tudo nele subsiste" (Cl 1,16-17). A f da Igreja afirma outrossim a ao criadora do Esprito Santo: Ele o "doador de vida" "o Esprito Criador" ("Veni, Creator Spiritus"), a "Fonte de todo bem".Esprito de verdade692 Ao anunciar e prometer a vinda do Esprito Santo, Jesus o denomina o "Parclito", literalmente: aquele que chamado para perto de, "advocatus" (Jo 14,16.26; 15,26; 16,7). "Parclito" habitualmente traduzido por "Consolador", sendo Jesus o primeiro consolador. O prprio Senhor chama o Esprito Santo". Esprito de Verdade".1848 Como afirma S. Paulo: "Onde avultou o pecado, a graa superabundou" (Rm 5,20). Mas, para realizar seu trabalho, deve a graa descobrir o pecado, a fim de converter nosso corao e nos conferir "a justia para a vida eterna, por meio de Jesus Cristo, nosso Senhor" (Rm 5,21). Como o mdico que examina a ferida antes de cur-la, assim Deus, por sua palavra e por seu Esprito, projeta uma luz viva sobre o pecado.A converso requer que se lance luz sobre o pecado; ela con-tm em si mesma o julgamento interior da conscincia. Pode-se ver nisso a prova da ao do Esprito de verdade no mais ntimo do homem, e isso se torna ao mesmo tempo o incio de um novo dom da graa e do amor: "Recebei o Esprito Santo". Assim, nesta ao de "lanar luz sobre o pecado" descobrimos um duplo dom: o dom da verdade da conscincia e o dom da certeza da redeno. O Esprito de verdade o Consolador.2466 Em Jesus Cristo, a verdade de Deus se manifestou plenamente. "Cheio de graa e verdade, Ele a "luz do mundo" (Jo 8,12), a Verdade.".. para que aquele que cr em mim no permanea nas trevas." O discpulo de Jesus "permanece em sua palavra" para conhecer "a verdade que liberta" (Jo 8,32) e santifica. Seguir a Jesus viver do "Esprito da verdade" que o Pai envia em seu nome e conduz " verdade plena" (Jo 16,13). Jesus ensina a seus discpulos o amor incondicional da verdade: "Seja o vosso 'sim', sim, e o vosso 'no', no" (Mt 5,37).

Esprito Santo nome prprio691 "Esprito Santo", este o nome prprio daquele que adoramos e glorificamos com o Pai e o Filho. A Igreja o recebeu do Senhor e o professa no Batismo de seus novos filhos.O termo "Esprito" traduz o termo hebraico "Ruah", o qual em seu sentido primeiro, significa sopro, ar, vento. Jesus utiliza justamente a imagem sensvel do vento para sugerir a Nicodemos a nossa novidade transcendente daquele que pessoalmente o Sopro de Deus, o Esprito divino. Por outro lado, Esprito e Santo so atributos divinos comuns s trs Pessoas Divinas. Mas ao juntar os dois termos, a Escritura, a Liturgia e a linguagem teolgica designam a Pessoa inefvel do Esprito Santo, sem equvoco possvel com os outros empregos dos termos "esprito" e "santo".

Fonte de bondade e Vivifcador291 "No princpio era o Verbo... e o Verbo era Deus... Tudo foi feito por ele, e sem ele nada foi feito"(Jo 1,1-3). O Novo Testamento revela que Deus criou tudo por meio do Verbo Eterno, seu Filho bem-amado. Nele "foram criadas todas coisas, nos cus e na terra... tudo foi criado por Ele e para Ele antes de tudo e tudo nele subsiste" (Cl 1,16-17). A f da Igreja afirma outrossim a ao criadora do Esprito Santo: Ele o "doador de vida" "o Esprito Criador" ("Veni, Creator Spiritus"), a "Fonte de todo bem".Parclito692 Ao anunciar e prometer a vinda do Esprito Santo, Jesus o denomina o "Parclito", literalmente: aquele que chamado para perto de, "advocatus" (Jo 14,16.26; 15,26; 16,7). "Parclito" habitualmente traduzido por "Consolador", sendo Jesus o primeiro consolador. O prprio Senhor chama o Esprito Santo". Esprito de Verdade".

Smbolos do Esprito Santogua694 A gua. O simbolismo da gua significativo da ao do Esprito Santo no Batismo, pois aps a invocao do Esprito Santo ela se torna a sinal sacramental eficaz do novo nascimento: assim como a gestao de nosso primeiro nascimento se operou na gua, da mesma forma tambm a gua batismal significa realmente que nosso nascimento para, a vida divina nos dado no Esprito Santo Mas "batizados em um s Esprito" tambm "bebemos de um s Esprito" (1Cor 12,13): o Esprito , pois tambm pessoalmente a gua viva que jorra de Cristo crucificado como de sua fonte e que em ns jorra em Vida Eterna.1137 O Apocalipse de So Joo, lido na liturgia da Igreja, revela-nos primeiramente "um trono no cu e, no trono, algum sentado": "o Senhor Deus" (Is 6,1). Em seguida, o Cordeiro, "imolado e de p" (Ap 5,6): Cristo crucificado e ressuscitado, o nico sumo sacerdote do verdadeiro santurio, o mesmo "que oferece e oferecido, que d e que dado". Finalmente, "o rio de gua da vida (...) que saa do trono de Deus e do Cordeiro" (Ap 22,1), um dos mais belos smbolos do Esprito Santo2652 O Esprito Santo "a gua viva" que, no corao orante, "jorra para a Vida eterna". Ele que nos ensina a haurir essa gua na prpria fonte: Cristo. Ora, existem na vida crist fontes em que Cristo nos espera para nos dessedentar com o Esprito Santo.Dedo de Deus700 O dedo. "E pelo dedo de Deus que (Jesus) expulsa os demnios." Se a Lei de Deus foi escrita em tbuas de pedra "pelo dedo de Deus" (Ex 31,18), a "letra de Cristo", entregue aos cuidados dos apstolos" escrita com o Esprito de Deus vivo no em tbuas de pedra, mas em tbuas de carne, nos coraes" (2Cor 3,3). O hino "Veni, Creator Spiritus" (Vem, Esprito criador) invoca o Esprito Santo como "dedo da direita paterna" (digitus paternae dexterae).Fogo696 O fogo. Enquanto a gua significa o nascimento e a fecundidade da Vida dada no Esprito Santo o fogo simboliza a energia transformadora dos atos do Esprito Santo O profeta Elias, que "surgiu como um fogo cuja palavra queimava como uma tocha" (Eclo 48,1), por sua orao atrai o fogo do cu sobre o sacrifcio do monte Carmelo, figura do fogo do Esprito Santo que transforma o que toca. Joo Batista, que caminha diante do Senhor com o esprito e o poder de Elias" (Lc 1,17), anuncia o Cristo como aquele que "batizar com o Esprito Santo e com o fogo" (Lc 3,16), esse Esprito do qual Jesus dir "Vim trazer fogo terra, e quanto desejaria que j estivesse acesso (Lc 12,49). sob a forma de lnguas "que se diriam de fogo" o Esprito Santo pousa sobre os discpulos na manh de Pentecostes e os enche de Si. A tradio espiritual manter este simbolismo do fogo como um dos mais expressivos da ao do Esprito Santo No extingais o Esprito" (1Ts 5,19).697 A nuvem e a luz. Estes dois smbolos so inseparveis nas manifestaes do Esprito Santo Desde as teofanias do Antigo Testamento, a Nuvem, ora escura, ora luminosa, revela o Deus vivo e salvador, escondendo a transcendncia de sua Glria: com Moiss sobre a montanha do Sinai, na Tenda de Reunio e durante a caminhada no deserto; com Salomo por ocasio da dedicao do Templo. Ora, estas figuras so cumpridas por Cristo no Santo Esprito Santo. este que paira sobre a Virgem Maria e a cobre "com sua sombra", para que ela conceba e d luz Jesus. No monte da Transfigurao, ele que "sobrevm na nuvem que toma" Jesus, Moiss e Elias, Pedro, Tiago e Joo "debaixo de sua sombra"; da Nuvem sai uma voz que diz: "Este meu Filho, o Eleito, ouvi-o sempre" (Lc 9,34-35). finalmente essa Nuvem que "subtrai Jesus aos olhos" dos discpulos no dia da Ascenso e que o revelar Filho do Homem em sua glria no Dia de sua Vinda.Luz699 A mo. E impondo as mos que Jesus cura os doentes e abenoa as criancinhas. Em nome dele, os apstolos faro o mesmo. Melhor ainda: pela imposio das mos dos apstolos que o Esprito Santo dado. A Epstola aos Hebreus inclui a imposio das mos entre os "artigos fundamentais" de seu ensinamento. A Igreja conservou este sinal da efuso onipotente do Esprito Santo em suas epicleses sacramentais.Nuvens555 Por um instante, Jesus mostra sua glria divina, confirmando, assim, a confisso de Pedro. Mostra tambm que, para "entrar em sua glria" (Lc 24,26), deve passar pela Cruz em Jerusalm. Moiss e Elias haviam visto a glria de Deus sobre a Montanha; a Lei e os profetas tinham anunciado os sofrimentos do Messias. A Paixo de Jesus sem dvida a vontade do Pai: o Filho age como servo de Deus. A nuvem indica a presena do Esprito Santo: "Tota Trinitas apparuit: Pater in voce; Filius in homine, Spiritus in nube clara - A Trindade inteira apareceu: o Pai, na voz; o Filho, no homem; o Esprito, na nuvem clara":Vs vos transfigurastes na montanha e, porquanto eram capazes, vossos discpulos contemplaram vossa Glria, Cristo Deus, para que, quando vos vissem crucificado, compreendessem que vossa Paixo era voluntria e anunciassem ao mundo que vs sois verdadeiramente a irradiao do Pai.697 A nuvem e a luz. Estes dois smbolos so inseparveis nas manifestaes do Esprito Santo Desde as teofanias do Antigo Testamento, a Nuvem, ora escura, ora luminosa, revela o Deus vivo e salvador, escondendo a transcendncia de sua Glria: com Moiss sobre a montanha do Sinai, na Tenda de Reunio e durante a caminhada no deserto; com Salomo por ocasio da dedicao do Templo. Ora, estas figuras so cumpridas por Cristo no Santo Esprito Santo. este que paira sobre a Virgem Maria e a cobre "com sua sombra", para que ela conceba e d luz Jesus. No monte da Transfigurao, ele que "sobrevm na nuvem que toma" Jesus, Moiss e Elias, Pedro, Tiago e Joo "debaixo de sua sombra"; da Nuvem sai uma voz que diz: "Este meu Filho, o Eleito, ouvi-o sempre" (Lc 9,34-35). finalmente essa Nuvem que "subtrai Jesus aos olhos" dos discpulos no dia da Ascenso e que o revelar Filho do Homem em sua glria no Dia de sua Vinda.Pomba535 A vida pblica de Jesus tem incio com seu Batismo por Joo no rio Jordo. Joo Batista proclamava "um batismo de arrependimento para a remisso dos pecados" (Lc 3,3). Uma multido de pecadores, de publicanos e soldados, fariseus e saduceus e prostitutas vem fazer-se batizar por ele. Jesus aparece, o Batista hesita, mas Jesus insiste. E Ele recebe o Batismo. Ento o Esprito Santo, sob forma de pomba, vem sobre Jesus, e a voz do cu proclama: "Este o meu Filho bem-amado" (Mt 3,13-17). a manifestao ("Epifania") de Jesus como Messias de Israel e Filho de Deus.701 A pomba. No fim do dilvio (cujo simbolismo est ligado ao batismo), a pomba solta por No volta com um ramo novo de oliveira no bico, sinal de que a terra de novo habitvel. Quando Cristo volta a subir da gua de seu batismo, o Esprito Santo, em forma de uma pomba, desce sobre Ele e sobre Ele permanece. O Esprito desce e repousa no corao purificado dos batizados. Em certas igrejas, a santa Reserva eucarstica conservada em um recipiente metlico em forma de pomba (o columbarium) suspenso acima do altar. O smbolo da pomba para sugerir o Esprito Santo tradicional na iconografia crist.Selo698 O selo um smbolo prximo ao da uno. Com efeito, Cristo que "Deus marcou com seu selo" (Jo 6,27) e nele que tambm o Pai nos marca com seu selo. Por indicar o efeito indelvel da uno do Esprito Santo nos sacramentos do batismo, da confirmao e da ordem, a imagem do selo ("sphragis") tem sido utilizada em certas tradies teolgicas para exprimir o "carter" indelvel impresso por estes trs sacramentos que no podem ser reiterados.1295 Por esta uno, o confirmando recebe "a marca", o seio do Esprito Santo O selo o smbolo da pessoa, sinal de sua autoridade, de sua propriedade sobre um objeto - assim, os soldados eram marcados com o selo de seu chefe, e os escravos, com o de seu proprietrio; o selo autentica um ato jurdico ou um documento e o torna eventualmente secreto.1296 Cristo mesmo se declara marcado com o selo de seu Pai. Tambm o cristo est marcado por um selo: "Aquele que nos fortalece convosco em Cristo e nos d a uno Deus, o qual nos marcou com um selo e colocou em nossos coraes o penhor do Esprito" (2Cor 1,21-22; Cf Ef 1,13; 4,30). Este selo do Esprito Santo marca a pertena total a Cristo, o colocar-se a seu servio, para sempre, mas tambm a promessa da proteo divina na grande provao escatolgica.Uno695 A uno. O simbolismo da uno com leo tambm significativo do Esprito Santo, a ponto de tomar-se sinnimo dele. Na iniciao crist, ela o sinal sacramental da confirmao, chamada com acerto nas Igrejas do Oriente de "crismao". Mas, para perceber toda a fora deste simbolismo, h que retomar uno primeira realizada pelo Esprito Santo: a de Jesus. Cristo ("Messias" a partir do hebraico) significa "Ungido" do Esprito de Deus. Houve "ungidos" do Senhor na Antiga Aliana de modo eminente o rei Davi. Mas Jesus o Ungido de Deus de uma forma nica: a humanidade que o Filho assume totalmente "ungida do Esprito Santo". Jesus constitudo "Cristo" pelo Esprito Santo A Virgem Maria concebe Cristo do Esprito Santo, que pelo anjo o anuncia como Cristo por ocasio do nascimento dele e leva Simeo a vir ao Templo para ver o Cristo do Senhor; Ele que plenifica o Cristo o poder dele que sai de Cristo em seus atos de cura e de salvao. finalmente Ele que ressuscita Jesus dentre os mortos. Ento, constitudo plenamente "Cristo" em sua Humanidade vitoriosa da morte, Jesus difunde em profuso o Esprito Santo at "os santos" constiturem, em sua unio com a Humanidade do Filho de Deus, "esse Homem perfeito... que realiza a plenitude de Cristo" (Ef 4, 13): "o Cristo total", segundo a expresso de Santo Agostinho.

Promessa proftica do EspritoDesde o incio702 Desde o comeo at a "plenitude do tempo", a misso conjunta do Verbo e do Esprito do Pai permanece escondida, mas est em ao. O Esprito de Deus prepara a o tempo do Messias, e os dois, sem serem ainda plenamente revelados, j so prometidos, a fim de serem esperados e acolhidos quando se manifestarem. E por isso que, quando a Igreja l o Antigo Testamento, procura nele o que o Esprito, "que falou pelos profetas (Smbolo de Niceno-Constantinopolitano: DS 150), quer falar-nos a respeito de Cristo.Por "profetas", a f da Igreja entende aqui todos aqueles que o Esprito Santo inspirou para o anncio de viva voz e na redao dos livros sagrados, tanto do Antigo como do Novo Testamento. A tradio judaica distingue a Lei (os cinco primeiros livros ou Pentateuco), os Profetas (nossos livros denominados histricos e profticos) e os Escritos (sobretudo sapienciais, em particular os Salmos).Jesus Cristo727 Toda a misso do Filho e do Esprito Santo na plenitude do tempo est contida no fato de o Filho ser o Ungido do Esprito do Pai desde a sua Encarnao: Jesus o Cristo, o Messias. Todo o segundo capitulo do Smbolo da f deve ser lido sob esta luz. Toda a obra de Cristo misso conjunta do Filho e do Esprito Santo Aqui mencionaremos somente o que diz respeito promessa do Esprito Santo feita por Jesus e o dom do Esprito pelo Senhor glorificado.728 Jesus no revela plenamente o Esprito Santo enquanto Ele mesmo no glorificado por sua Morte e Ressurreio. Contudo, sugere-o pouco a pouco, mesmo em seus ensinamentos s multides, quando revela que sua Carne ser alimento para a vida do mundo sugere-o tambm a Nicodemos, Samaritana e aos que participam da festa dos Tabernculos. A seus discpulos, fala dele abertamente a propsito da orao do testemunho que devero dar.729 somente quando chega a Hora em que vai ser glorificado que Jesus promete a vinda do Esprito Santo, pois sua Morte e Ressurreio sero o cumprimento da Promessa feita aos Apstolos: o Esprito de Verdade, o Parclito, ser dado pelo Pai a pedido de Jesus; Ele ser enviado pelo Pai em nome de Jesus; Jesus o enviar de junto do Pai, pois ele procede do Pai. O Esprito Santo vir, ns o conheceremos, Ele estar conosco para sempre, Ele permanecer conosco; Ele nos ensinar tudo e nos lembrar de tudo o que Cristo nos disse, e dele dar testemunho; conduzir-nos- verdade inteira e glorificar a Cristo. Quanto ao mundo, confundi-lo- em matria de pecado, de justia e de julgamento.730 Finalmente chega a Hora de Jesus. Jesus entrega seu esprito nas mos do Pai momento em que, por sua Morte, e, vencedor da morte, de maneira que, "ressuscitado dos mortos pela Glria do Pai" (Rm 6,4), d imediatamente o Esprito Santo, "soprando" sobre seus discpulos. A partir dessa Hora, a misso de Cristo e do Esprito passa a ser a misso da Igreja: "Como o Pai me enviou, tambm eu vos envio" (Jo 20,21)Joo Batista717 "Houve um homem enviado por Deus. Seu nome era Joo" (Jo 1,6). Joo "repleto do Esprito Santo, ainda no seio de sua me" (Lc 1,15.41) por obra do prprio Cristo que a Virgem Maria acabava de conceber do Esprito Santo A "visitao" de Maria a Isabel tomou-se, assim, "visita de Deus ao seu povo".718 Joo "Elias que deve vir": o Fogo do Esprito habita nele e o faz "correr adiante" (na qualidade de "precursor") do Senhor que vem. Em Joo, o Precursor, o Esprito Santo conclua a obra de "preparar para o Senhor um povo bem-disposto" (Lc 1, 17).719 Joo "mais do que um profeta". Nele, o Esprito Santo conclui a tarefa de "falar pelos profetas". Joo encerra o ciclo dos profetas inaugurado por Elias. Anuncia a iminncia da Consolao de Israel, a "voz" do Consolador que vem. Como far o Esprito de Verdade, "ele vem como testemunha, para dar testemunho da Luz" (Jo 1,7). Aos olhos de Joo o Esprito realiza, assim, as "pesquisas dos profetas" e o "desejo" dos anjos: "Aquele sobre quem vires o Esprito descer e permanecer o que batiza com o Esprito Santo Eu vi e dou testemunho de que ele o Filho de Deus... Eis o Cordeiro de Deus" (Jo 1,33-36).720 Finalmente, com Joo Batista o Esprito Santo inaugura, prefigurando-o, o que realizar com e em Cristo: restituir ao homem "a semelhana" divina. O Batismo de Joo era para o arrependimento, o Batismo da gua e no Esprito ser um novo nascimentoMaria721 Maria, a Me de Deus toda santa, sempre Virgem, a obra prima da misso do Filho e do Esprito na plenitude do tempo pela primeira vez no plano da salvao e porque o seu Esprito a preparou, o Pai encontra a Morada em, que seu Filho e seu Esprito podem habitar entre os homens. E neste sentido que a Tradio da Igreja muitas vezes leu, com relao a Maria, os mais belos textos sobre a Sabedoria: Maria decantada e representada na Liturgia como o "trono da Sabedoria". Nela comeam a manifestar-se as "maravilhas de Deus" que o Esprito vai realizar em Cristo e na Igreja.722 O Esprito Santo preparou Maria com sua graa. Convinha que fosse "cheia de graa" a me daquele em quem "habita corporalmente a Plenitude da Divindade" (Cl 2,9). Por pura graa, ela foi concebida sem pecado como a mais humilde das criaturas; a mais capaz de acolher o Dom inefvel do Todo-Poderoso. com razo que o anjo Gabriel a sada como a "filha de Sio": "Alegra-te". a ao de graas de todo o Povo de Deus, e portanto da Igreja, que ela faz subir ao Pai no Esprito Santo em seu cntico, enquanto traz em si o Filho Eterno.723 Em Maria, o Esprito Santo realiza o desgnio benevolente do Pai. pelo Esprito Santo que a Virgem concebe e d luz o Filho de Deus. Sua virgindade transforma-se em fecundidade nica pelo poder do Esprito e da f.724 Em Maria, o Esprito Santo manifesta o Filho do Pai tornado Filho da Virgem. Ela a Sara ardente da Teofania definitiva: repleta do Esprito Santo, ela mostra o Verbo na humildade de sua carne, e aos Pobres e s primcias das naes que ela o d a conhecer.725 Finalmente, por Maria o Esprito Santo comea a pr em Comunho com Cristo os homens, "objetos do amor benevolente de Deus", e os humildes so sempre os primeiros a receb-lo: os pastores, os magos, Simeo e Ana, os esposos de Can e os primeiros discpulos.726 Ao final desta misso do Esprito, Maria torna-se a "Mulher", nova Eva, "me dos viventes", Me do "Cristo total". nesta qualidade que ela est presente com os Doze, "com um s corao, assduos orao" (At 1,14), na aurora dos "ltimos tempos" que o Esprito vai inaugurar na manh de Pentecostes, com a manifestao da Igreja.Pentecostes731 No dia de Pentecostes (no fim das sete semanas pascais), a Pscoa de Cristo se realiza na efuso do Esprito Santo, que manifestado, dado e comunicado como Pessoa Divina: de sua plenitude, Cristo, Senhor, derrama em profuso o Esprito.732 Nesse dia revelada plenamente a Santssima Trindade. A partir desse dia, o Reino anunciado por Cristo est aberto aos que crem nele; na humildade da carne e na f, eles participam j da comunho da Santssima Trindade. Por sua vinda e ela no cessa, o Esprito Santo faz o mundo entrar nos "ltimos tempos", o tempo da Igreja, o Reino j recebido em herana, mas ainda no consumado:Vimos a verdadeira Luz, recebemos o Esprito celeste, encontramos a verdadeira f: adoramos a Trindade indivisvel, pois foi ela quem nos salvou.Espera do Messias e do seu Esprito711 "Eis que vou fazer uma coisa nova" (Is 43,19): duas linhas profticas vo desenhar-se, uma levando para a espera do Messias, a outra para o anncio de um Esprito Novo, e ambas convergindo no pequeno Resto, o povo dos Pobres, que aguarda na esperana a "consolao de Israel" e "a libertao de Jerusalm" (Lc 2,25.38).Vimos anteriormente como Jesus realiza as profecias que lhe dizem respeito. Limitamo-nos aqui quelas em que aparece mais a relao entre o Messias e seu Esprito.712 Os traos do rosto do Messias esperado comeam aparecer no Livro do Emanuel ("quando Isaias teve a viso da Glria" de Cristo: Jo 12,41), em especial em Is 11,1-2:Um ramo sair do tronco de Jess,um rebento brotar de suas razes:sobre ele repousar o esprito do Senhor,esprito de sabedoria e de inteligncia,esprito de conselho e de fortaleza,esprito de conhecimento e de temor do Senhor.713 Os traos do Messias so revelados sobretudo nos cantos do Servo. Esses cantos anunciam o sentido da Paixo de Jesus e indicam, assim, a maneira como ele derramar o Esprito Santo para vivificar a multido: no partindo de fora, mas desposando nossa "condio de escravo" (Fl 2,7). Tomando sobre si nossa morte, ele pode comunicar-nos seu prprio Esprito de vida.714 por isso que Cristo inaugura o anncio da Boa Nova, fazendo sua esta passagem de Isaias (Lc 4,18-19):O Esprito do Senhor est sobre mim,porque ele me ungiupara evangelizar os pobres;curar aos de corao ferido;enviou-me para proclamar a remisso aos presos,e aos cegos a recuperao da vista,para restituir a liberdade aos oprimidose para proclamar um ano de graa do Senhor.715 Os textos profticos diretamente referentes ao envio do Esprito Santo so orculos em que Deus fala ao corao de seu Povo na linguagem da promessa, com as tnicas do "amor e da fidelidade"', cujo cumprimento So Pedro proclamar na manh de Pentecostes. Segundo essas promessas, nos "ltimos tempos" o Esprito do Senhor renovar o corao dos homens, gravando neles uma Lei Nova; reunir e reconciliar os povos dispersos e divididos; transformar a criao primeira; e Deus habitar nela com os homens na paz.716 O Povo dos "pobres" os humildes e os mansos, totalmente entregues aos desgnios misteriosos de seu Deus, os que esperam a justia no dos homens, mas do Messias - finalmente a grande obra da misso escondida do Esprito Santo durante o tempo das promessas para preparar a vinda de Cristo. a sua qualidade de corao, purificado e iluminado pelo Esprito, que se exprime nos Salmos. Nesses pobres, o Esprito prepara para o Senhor "um povo bem-disposto".Na criao703 A Palavra de Deus e seu Sopro esto na origem do ser e da vida de toda criatura:Ao Esprito Santo cabe reinar, santificar e animar a criao, pois Deus consubstancial ao Pai e ao Filho... A ele cabe o poder sobre a vida, pois, sendo Deus, ele conserva a criao no Pai pelo Filho.704 "Quanto ao homem, Deus o modelou com as prprias mos [isto , o Filho e o Esprito Santo] (...) e imprimiu na carne modelada sua prpria forma, de modo que at o que fosse visvel tivesse a forma divina."Plenitude dos tempos717 "Houve um homem enviado por Deus. Seu nome era Joo" (Jo 1,6). Joo "repleto do Esprito Santo, ainda no seio de sua me" (Lc 1,15.41) por obra do prprio Cristo que a Virgem Maria acabava de conceber do Esprito Santo A "visitao" de Maria a Isabel tomou-se, assim, "visita de Deus ao seu povo".718 Joo "Elias que deve vir": o Fogo do Esprito habita nele e o faz "correr adiante" (na qualidade de "precursor") do Senhor que vem. Em Joo, o Precursor, o Esprito Santo conclua a obra de "preparar para o Senhor um povo bem-disposto" (Lc 1, 17).719 Joo "mais do que um profeta". Nele, o Esprito Santo conclui a tarefa de "falar pelos profetas". Joo encerra o ciclo dos profetas inaugurado por Elias. Anuncia a iminncia da Consolao de Israel, a "voz" do Consolador que vem. Como far o Esprito de Verdade, "ele vem como testemunha, para dar testemunho da Luz" (Jo 1,7). Aos olhos de Joo o Esprito realiza, assim, as "pesquisas dos profetas" e o "desejo" dos anjos: "Aquele sobre quem vires o Esprito descer e permanecer o que batiza com o Esprito Santo Eu vi e dou testemunho de que ele o Filho de Deus... Eis o Cordeiro de Deus" (Jo 1,33-36).720 Finalmente, com Joo Batista o Esprito Santo inaugura, prefigurando-o, o que realizar com e em Cristo: restituir ao homem "a semelhana" divina. O Batismo de Joo era para o arrependimento, o Batismo da gua e no Esprito ser um novo nascimento721 Maria, a Me de Deus toda santa, sempre Virgem, a obra prima da misso do Filho e do Esprito na plenitude do tempo pela primeira vez no plano da salvao e porque o seu Esprito a preparou, o Pai encontra a Morada em, que seu Filho e seu Esprito podem habitar entre os homens. E neste sentido que a Tradio da Igreja muitas vezes leu, com relao a Maria, os mais belos textos sobre a Sabedoria: Maria decantada e representada na Liturgia como o "trono da Sabedoria". Nela comeam a manifestar-se as "maravilhas de Deus" que o Esprito vai realizar em Cristo e na Igreja.722 O Esprito Santo preparou Maria com sua graa. Convinha que fosse "cheia de graa" a me daquele em quem "habita corporalmente a Plenitude da Divindade" (Cl 2,9). Por pura graa, ela foi concebida sem pecado como a mais humilde das criaturas; a mais capaz de acolher o Dom inefvel do Todo-Poderoso. com razo que o anjo Gabriel a sada como a "filha de Sio": "Alegra-te". a ao de graas de todo o Povo de Deus, e portanto da Igreja, que ela faz subir ao Pai no Esprito Santo em seu cntico, enquanto traz em si o Filho Eterno.723 Em Maria, o Esprito Santo realiza o desgnio benevolente do Pai. pelo Esprito Santo que a Virgem concebe e d luz o Filho de Deus. Sua virgindade transforma-se em fecundidade nica pelo poder do Esprito e da f.724 Em Maria, o Esprito Santo manifesta o Filho do Pai tornado Filho da Virgem. Ela a Sara ardente da Teofania definitiva: repleta do Esprito Santo, ela mostra o Verbo na humildade de sua carne, e aos Pobres e s primcias das naes que ela o d a conhecer.725 Finalmente, por Maria o Esprito Santo comea a pr em Comunho com Cristo os homens, "objetos do amor benevolente de Deus", e os humildes so sempre os primeiros a receb-lo: os pastores, os magos, Simeo e Ana, os esposos de Can e os primeiros discpulos.726 Ao final desta misso do Esprito, Maria torna-se a "Mulher", nova Eva, "me dos viventes", Me do "Cristo total". nesta qualidade que ela est presente com os Doze, "com um s corao, assduos orao" (At 1,14), na aurora dos "ltimos tempos" que o Esprito vai inaugurar na manh de Pentecostes, com a manifestao da Igreja.727 Toda a misso do Filho e do Esprito Santo na plenitude do tempo est contida no fato de o Filho ser o Ungido do Esprito do Pai desde a sua Encarnao: Jesus o Cristo, o Messias. Todo o segundo capitulo do Smbolo da f deve ser lido sob esta luz. Toda a obra de Cristo misso conjunta do Filho e do Esprito Santo Aqui mencionaremos somente o que diz respeito promessa do Esprito Santo feita por Jesus e o dom do Esprito pelo Senhor glorificado.728 Jesus no revela plenamente o Esprito Santo enquanto Ele mesmo no glorificado por sua Morte e Ressurreio. Contudo, sugere-o pouco a pouco, mesmo em seus ensinamentos s multides, quando revela que sua Carne ser alimento para a vida do mundo sugere-o tambm a Nicodemos, Samaritana e aos que participam da festa dos Tabernculos. A seus discpulos, fala dele abertamente a propsito da orao do testemunho que devero dar.729 somente quando chega a Hora em que vai ser glorificado que Jesus promete a vinda do Esprito Santo, pois sua Morte e Ressurreio sero o cumprimento da Promessa feita aos Apstolos: o Esprito de Verdade, o Parclito, ser dado pelo Pai a pedido de Jesus; Ele ser enviado pelo Pai em nome de Jesus; Jesus o enviar de junto do Pai, pois ele procede do Pai. O Esprito Santo vir, ns o conheceremos, Ele estar conosco para sempre, Ele permanecer conosco; Ele nos ensinar tudo e nos lembrar de tudo o que Cristo nos disse, e dele dar testemunho; conduzir-nos- verdade inteira e glorificar a Cristo. Quanto ao mundo, confundi-lo- em matria de pecado, de justia e de julgamento.730 Finalmente chega a Hora de Jesus. Jesus entrega seu esprito nas mos do Pai momento em que, por sua Morte, e, vencedor da morte, de maneira que, "ressuscitado dos mortos pela Glria do Pai" (Rm 6,4), d imediatamente o Esprito Santo, "soprando" sobre seus discpulos. A partir dessa Hora, a misso de Cristo e do Esprito passa a ser a misso da Igreja: "Como o Pai me enviou, tambm eu vos envio" (Jo 20,21)E.27.27.9 Nas teofanias707 As Teofanias (manifestaes de Deus) iluminam o caminho da promessa, desde os patriarcas at Moiss e de Josu at as vises que inauguram a misso dos grandes profetas. A tradio crist sempre reconheceu que, nessas Teofanias, o Verbo de Deus se fazia ver e ouvir, revelado e ao mesmo tempo "oculto" na Nuvem do Esprito Santo708 Esta pedagogia de Deus aparece especialmente no dom da Lei, a qual foi dada como um "pedagogo" para conduzir o Povo a Cristo. Mas sua impotncia para salvar o homem privado da "semelhana" divina e do conhecimento maior que ela d do pecado suscitam o desejo do Esprito Santo Os gemidos dos Salmos atestam isto.No reino e no exlio709 A Lei, sinal da promessa e da aliana, deveria ter regido o corao e as instituies do povo nascido da f de Abrao. "Se ouvirdes minha voz e guardardes minha aliana... sereis para mim um reino de sacerdotes e uma nao santa" (Ex 19,5-6). Mas, depois de Davi, Israel sucumbe tentao de tornar-se um reino como as demais naes. Ora, o Reino, objeto da promessa feita a Davi, ser obra do Esprito Santo; ele pertencer pobres segundo o Esprito.710 O esquecimento da Lei e a infidelidade Aliana desembocam na morte: o Exlio, aparentemente fracasso das Promessas, mas, na realidade, fidelidade misteriosa do Deus salvador e incio de uma restaurao prometida, mas segundo o Esprito. Era preciso que o Povo de Deus sofresse essa purificao; o Exlio j traz a sombra da Cruz no Projeto de Deus, e o Resto dos pobres que volta de l uma das figuras mais transparentes da Igreja.Promessa feita a Abrao705 Desfigurado pelo pecado e pela morte, o homem continua sendo " imagem de Deus", imagem do Filho, mas "privado da Glria de Deus", privado da "semelhana". A promessa feita a Abrao o inaugura a Economia da salvao, no fim da qual o prprio Filho assumir "a imagem" e a restaurar na "semelhana" com o Pai, restituindo-lhe a Glria, o Esprito "que d a vida".706 Contra toda esperana humana, Deus promete a Abrao a uma descendncia, como fruto da f e do poder do Esprito Santo Nela sero abenoadas todas as naes da terra. Esta descendncia ser Cristo, no qual a efuso do Esprito Santo far "a unidade dos filhos de Deus dispersos". Ao comprometer-se por juramento, Deus j se compromete a dar seu Filho bem-amado e "o Esprito da promessa... que prepara a redeno do Povo que Deus adquiriu para si".

O Esprito Santo e MariaMaria preparada pelo Esprito Santo493 Os Padres da tradio oriental chamam a Me de Deus "a toda santa" ("Panhagia"; pronuncie "pan-hagua"), celebram-na como "imune de toda mancha de pecado, tendo sido plasmada pelo Espirito Santo, e formada como uma nova criatura". Pela graa de Deus, Maria permaneceu pura de todo pecado pessoal ao longo de toda a sua vida.721 Maria, a Me de Deus toda santa, sempre Virgem, a obra prima da misso do Filho e do Esprito na plenitude do tempo pela primeira vez no plano da salvao e porque o seu Esprito a preparou, o Pai encontra a Morada em, que seu Filho e seu Esprito podem habitar entre os homens. E neste sentido que a Tradio da Igreja muitas vezes leu, com relao a Maria, os mais belos textos sobre a Sabedoria: Maria decantada e representada na Liturgia como o "trono da Sabedoria". Nela comeam a manifestar-se as "maravilhas de Deus" que o Esprito vai realizar em Cristo e na Igreja.722 O Esprito Santo preparou Maria com sua graa. Convinha que fosse "cheia de graa" a me daquele em quem "habita corporalmente a Plenitude da Divindade" (Cl 2,9). Por pura graa, ela foi concebida sem pecado como a mais humilde das criaturas; a mais capaz de acolher o Dom inefvel do Todo-Poderoso. com razo que o anjo Gabriel a sada como a "filha de Sio": "Alegra-te". a ao de graas de todo o Povo de Deus, e portanto da Igreja, que ela faz subir ao Pai no Esprito Santo em seu cntico, enquanto traz em si o Filho Eterno.O Esprito Santo autor da encarnao do Verbo em Maria456 Com o Credo niceno-constantinopolitano, respondemos, confessando: "E por ns, homens, e para nossa salvao, desceu dos cus e se encarnou pelo Espirito Santo, no seio da Virgem Maria, e se fez homem"484 A Anunciao a Maria inaugura a "plenitude dos tempos" (Gl 4,4), isto , o cumprimento das promessas e das preparaes. Maria convidada a conceber aquele em quem habitar "corporalmente a plenitude da divindade" (Cl 2,9). A resposta divina sua pergunta "Como se far isto, se no conheo homem algum?" (Lc 1,34) dada pelo poder do Esprito: "O Esprito Santo vir sobre ti" (Lc 1,35).485 A misso do Esprito Santo est sempre conjugada e ordenada do Filho. O Esprito Santo enviado para santificar o seio da Virgem Maria e fecund-la divinamente, ele que "o Senhor que da a Vida", fazendo com que ela conceba o Filho Eterno do Pai em uma humanidade proveniente da sua.486 Ao ser concebido como homem no seio da Virgem Maria, o Filho nico do Pai "Cristo", isto e, ungido pelo Espirito Santo desde o incio de sua existncia humana, ainda que sua manifestao s se realize progressivamente: aos pastores, aos magos, a Joo Batista, aos discpulos. Toda a Vida de Jesus Cristo manifestar, portanto, "como Deus o ungiu com o Esprito e com poder" (At 10,38).

Esprito Santo e Cristo

Esprito Santo e mistrio de Cristo1099 O Esprito e a Igreja cooperam para manifestar o Cristo e sua obra de salvao na liturgia. Principalmente na Eucaristia, e analogicamente nos demais sacramentos, a liturgia memorial do Mistrio da Salvao. O Esprito Santo a memria viva da Igreja.1104 A liturgia crist no somente recorda os acontecimentos que nos salvaram, como tambm os atualiza, toma-os presentes. O mistrio pascal de Cristo celebrado, no repetido; o que se repete so as celebraes; em cada uma delas sobrevm a efuso do Esprito Santo que atualiza o nico mistrio.Esprito Santo em comunho com Cristo1286 "A diversidade litrgica pode ser fonte de enriquecimento, mas pode tambm provocar tenses, incompreenses reciprocas e at mesmo cismas. Neste campo, claro que a diversidade no deve prejudicar a unidade. Esta unidade no pode exprimir-se seno na fidelidade f comum, aos sinais sacramentais que a Igreja recebeu de Cristo, e comunho hierrquica. A adaptao s culturas requer uma converso do corao e, se necessrio, a ruptura com hbitos ancestrais incompatveis com a f catlica."Esprito Santo na orao de Cristo2600 O Evangelho segundo S. Lucas destaca a ao do Esprito Santo e o sentido da orao no ministrio de Cristo. Jesus ora antes dos momentos decisivos de sua misso: antes de o Pai dar testemunho dele por ocasio do Batismo e da Transfigurao e antes de realizar por sua Paixo o plano de amor do Pai. Ora tambm antes dos momentos decisivos que daro incio misso dos Apstolos: antes de escolher e chamar os Doze, antes que Pedro o confesse como "Cristo de Deus e para que a f do chefe dos Apstolos no desfalea na tentao. A orao de Jesus antes das aes salvficas que realiza a pedido do Pai uma entrega, humilde e confiante, de sua vontade humana vontade amorosa do Pai.Esprito Santo na ressurreio648 A Ressurreio de Cristo objeto de f enquanto interveno transcendente do prprio Deus na criao e na histria. Nela, as trs Pessoas Divinas agem ao mesmo tempo, juntas, e manifestam sua originalidade prpria. Ela aconteceu pelo poder do Pai que "ressuscitou" (At 2,24) Cristo, seu Filho, e desta forma introduziu de modo perfeito sua humanidade - com seu corpo - na Trindade. Jesus definitivamente revelado "Filho de Deus com poder por sua Ressurreio dos mortos segundo o Esprito de santidade" (Rm 1,4). So Paulo insiste na manifestao do poder de Deus pela obra do Esprito que vivificou a humanidade morta de Jesus e a chamou ao estado glorioso de Senhor.Esprito Santo no ministrio de Cristo535 A vida pblica de Jesus tem incio com seu Batismo por Joo no rio Jordo. Joo Batista proclamava "um batismo de arrependimento para a remisso dos pecados" (Lc 3,3). Uma multido de pecadores, de publicanos e soldados, fariseus e saduceus e prostitutas vem fazer-se batizar por ele. Jesus aparece, o Batista hesita, mas Jesus insiste. E Ele recebe o Batismo. Ento o Esprito Santo, sob forma de pomba, vem sobre Jesus, e a voz do cu proclama: "Este o meu Filho bem-amado" (Mt 3,13-17). a manifestao ("Epifania") de Jesus como Messias de Israel e Filho de Deus.555 Por um instante, Jesus mostra sua glria divina, confirmando, assim, a confisso de Pedro. Mostra tambm que, para "entrar em sua glria" (Lc 24,26), deve passar pela Cruz em Jerusalm. Moiss e Elias haviam visto a glria de Deus sobre a Montanha; a Lei e os profetas tinham anunciado os sofrimentos do Messias. A Paixo de Jesus sem dvida a vontade do Pai: o Filho age como servo de Deus. A nuvem indica a presena do Esprito Santo: "Tota Trinitas apparuit: Pater in voce; Filius in homine, Spiritus in nube clara - A Trindade inteira apareceu: o Pai, na voz; o Filho, no homem; o Esprito, na nuvem clara":Vs vos transfigurastes na montanha e, porquanto eram capazes, vossos discpulos contemplaram vossa Glria, Cristo Deus, para que, quando vos vissem crucificado, compreende