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Carlos Gomes/RS Av. Pe. Estanislau Holeinik CEP: 99825-000 Telefone: (54) 3613-4152 FEVEREIRO 2013 PLANO MUNICIPAL INTEGRADO DE SANEAMENTO BÁSICO ABASTECIMENTO DE ÁGUA, ESGOTAMENTO SANITÁRIO, LIMPEZA URBANA E RURAL E GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS, MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS E DRENAGEM URBANA. PREFEITURA MUNICIPAL DE CARLOS GOMES/RS

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Carlos Gomes/RS

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CEP: 99825-000

Telefone: (54) 3613-4152

FEVEREIRO 2013

PLANO MUNICIPAL INTEGRADO DE SANEAMENTO BÁSICO

ABASTECIMENTO DE ÁGUA, ESGOTAMENTO SANITÁRIO, LIMPEZA

URBANA E RURAL E GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS, MANEJO DE

ÁGUAS PLUVIAIS E DRENAGEM URBANA.

PREFEITURA MUNICIPAL DE CARLOS GOMES/RS

PREFEITURA MUNICIPAL DE CARLOS GOMES

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Sumário 1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................................... 5

2. FUNDAMENTAÇÃO ............................................................................................................................................. 6

3. OBJETIVO GERAL ............................................................................................................................................... 8

Objetivos Específicos ........................................................................................................................................................ 11

4. METODOLOGIA .................................................................................................................................................. 12

Participação Social – Audiências ...................................................................................................................................... 13

Metodologia das Audiências ............................................................................................................................................. 13

Quadro 1 – Audiência Pública realizada na Sociedade Recreativa Cultural Beneficente Agrícola Carlos Gomes,

município de Carlos Gomes/RS. ....................................................................................................................................... 14

Comunidade de Rui Barbosa ............................................................................................................................................. 14

Quadro 2 – Audiência Pública realizada na comunidade Rui Barbosa, município de Carlos Gomes/RS. .................... 15

5. CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO ........................................................................................................... 15

Áreas de Abrangência do Diagnóstico .............................................................................................................................. 15

História ............................................................................................................................................................................... 15

Formação Administrativa .................................................................................................................................................. 17

Região Alto Uruguai .......................................................................................................................................................... 17

População e Características Físicas................................................................................................................................... 17

Figura 1 – Localização do Município de Carlos Gomes/RS. ........................................................................................... 18

Tabela 1 – Distâncias rodoviárias dos municípios que fazem limite com Carlos Gomes/RS. ....................................... 19

Figura 2 – Município da Região da Associação dos Municípios do Alto Uruguai (AMAU), com preenchimento para

identificar o munícipio de Carlos Gomes/RS. .................................................................................................................. 20

Figura 3 – Mapa Rodoviário da região do entorno do município de Carlos Gomes, Rio Grande do Sul. ..................... 21

Perímetro Urbano de Carlos Gomes/RS ........................................................................................................................... 21

Clima .................................................................................................................................................................................. 23

Figura 5 – Zonas climáticas do Rio Grande do Sul conforme classificação de Köpper. ................................................ 24

Figura 6 – Temperatura média anual do Estado do Rio Grande do Sul. ......................................................................... 25

Figura 7 – Precipitação média anual do Estado do Rio Grande do Sul. .......................................................................... 26

Bacia Hidrográfica ............................................................................................................................................................. 26

Figura 8 – Bacia Hidrográfica Apuaê-Inhandava (U10): com destaque em vermelho para o município de Carlos

Gomes/RS. ......................................................................................................................................................................... 27

Rede Hidrográfica.............................................................................................................................................................. 27

Tabela 2 – Bacias Hidrográficas do Município de Carlos Gomes/RS. ............................................................................ 28

Geologia e Geomorfologia ................................................................................................................................................ 28

Figura 9 – Unidades Geomorfológicas do Rio Grande do Sul. ....................................................................................... 29

Altitudes ............................................................................................................................................................................. 30

Tabela 4 – Rede de Drenagem do Município de Carlos Gomes/RS. ............................................................................... 30

Clinografia ......................................................................................................................................................................... 30

Quadro 3 – Classes Clinográficas do Município de Carlos Gomes/RS. .......................................................................... 31

Solo .................................................................................................................................................................................... 31

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Bioma ................................................................................................................................................................................. 33

Figura 10 – Biomas do Brasil: verde escuro (Bioma Mata Atlântica); ocupando desde o Nordeste brasileiro até o

Estado do Rio Grande do Sul. ........................................................................................................................................... 35

Flora ................................................................................................................................................................................... 35

Figura 11 – Caracterização da Floresta Ombrófila Mista ou Floresta com Araucárias. ................................................. 36

Figura 12 – Quatro formações distintas pertencentes à Floresta Ombrófila Mista: 1) Aluvial; 2) Submontana; 3)

Montana; 4) Altomontana. ................................................................................................................................................ 38

Tabela 5 – Flora arbórea e arbustiva característica da região Alto Uruguai: Família, nome popular e espécie com

possível ocorrência no município de Carlos Gomes/RS. ................................................................................................. 38

Fauna .................................................................................................................................................................................. 42

Mastofauna ......................................................................................................................................................................... 42

Tabela 6 – Espécies da mastofauna com possível ocorrência no município de Carlos Gomes/RS. ............................... 44

Ornitofauna ........................................................................................................................................................................ 45

Tabela 7 – Espécies da avifauna registradas e com possível ocorrência no município de Carlos Gomes/RS. .............. 46

Herpetofauna ...................................................................................................................................................................... 49

Ictiofauna ........................................................................................................................................................................... 52

6. DIAGNÓSTICO .................................................................................................................................................... 53

Saneamento Básico do Município de Carlos Gomes/RS ................................................................................................. 53

Abastecimento de Água ..................................................................................................................................................... 54

Figura 13 – Exemplo de como funciona o do processo de implantação de poço artesiano...........................................55

Figura 14 – Exemplo de poço artesiano................................................................................................. ........................55

Esgotamento Sanitário ....................................................................................................................................................... 56

Limpeza Urbana e Rural e Coleta e Destino dos Resíduos Sólidos: Gestão de Resíduos – Resíduos Sólidos Urbanos

(Lixo Doméstico), Resíduos Industriais, Resíduos de Construção Civil e Resíduos Agrícolas ..................................... 57

Figura 15 – Exemplo de implantação e etapas de sanitáerio.........................................................................................58

7. DEFINIÇÃO DOS OBJETIVOS DE CURTO, MÉDIO E LONGO PRAZO .............................................. 61

8. PROPOSTA DE INTERVENÇÃO COM BASE NA ANÁLISE DE DIFERENTES CENÁRIOS

ALTERNATIVOS E ESTABELECIMENTO DE PRIORIDADES ........................................................................ 64

9. PROGRAMAÇÃO FÍSICA, FINANCEIRA E INSTITUCIONAL DA IMPLANTAÇÃO DAS

INTERVENÇÕES DEFINIDAS .................................................................................................................................... 70

10. PROGRAMAÇÃO E CRITÉRIOS DE REVISÃO E ATUALIZAÇÃO .................................................. 74

11. REFERÊNCIAS................................................................................................................................................ 74

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PREFEITURA MUNICIPAL DE CARLOS GOMES

PREFEITO MUNICIPAL

VALDOMIRO ANTONIO PRILLA

VICE-PREFEITO MUNICIPAL

HILÁRIO OSTROWSKI

SECRETÁRIO DA SAÚDE E MEIO AMBIENTE

JEFERSON ARTIFON

MEMBROS DA COMISSÃO DE ACOMPANHAMENTO

ANTONIO CARLOS BIELSKI

TATIANA PAULA ZAWADZKI

JAMILE SYCHOKI

ELABORAÇÃO DO PLANO MUNICIPAL INTEGRADO DE SANEAMENTO

BÁSICO

EQUIPE TÉCNICA

MARILEUDE ARALDI DIDONÉ – Bióloga

MARCELO LUIS DIDONÉ – Engenheiro Agrônomo

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1. INTRODUÇÃO

O município de Carlos Gomes conta com uma estrutura básica, com salão

comunitário, Igrejas, escolas municipais, ginásio municipal, rodoviária, escolas de 2º

grau, casa de cultura, áreas de lazer e recreação. A partir de sua emancipação, a

comunidade de Carlos Gomes busca, cada vez mais, aprimorar o seu desenvolvimento

nos planos sociais, econômicos e ambientais.

Carlos Gomes, atualmente, conta com 1.719 habitantes, destes, maioria habita

em área rural, tornando este município com grandes atividades agrícolas desenvolvidas.

Nesse contexto de crescimento e evolução, Carlos Gomes também enfrenta os grandes

desafios postos para a sociedade brasileira, entre eles a inclusão social igualitária frente

às questões sanitárias e ambientais que pode ser considerada como questão fundamental.

Este desafio colocado ao poder público e à sociedade civil está em propiciar

condições saudáveis à população através do planejamento, com participação popular, de

ações que proporcionem um ambiente equilibrado e serviços de saneamento eficientes e

sustentáveis. Desta forma, não apenas em cumprimento a legislação, mas também

atendendo a um apelo da própria ambiência, Carlos Gomes elabora seu Plano Municipal

Integrado de Saneamento Básico (PMISB).

Para a elaboração do presente Plano destaca-se a importância da participação da

população, que se constitui ferramenta chave para diagnóstico e planejamento dos

serviços de saneamento. A participação da população em processos decisórios é

fundamental para garantir a corresponsabilidade entre órgão público e comunidade.

Durante o desenvolvimento do trabalho a participação se configurou como meta

a ser alcançada e mantida, estimulada durante todo o processo através de estratégias

adequadas, assim como, reuniões, audiências e consultas públicas realizadas em

diferentes momentos do processo de elaboração. Para conseguir uma participação

efetiva da população em todo o processo foi composta a Comissão de Coordenação do

PMISB com entidades representativas dos vários setores da comunidade e do poder

público que tinha como objetivo geral garantir que a população participasse de todas as

etapas do plano, desde a fase do diagnóstico até o relatório final.

Alguns objetivos específicos deste plano contemplam: à divulgação da

elaboração do PMISB; a busca pelo envolvimento da população na discussão das

potencialidades e dos problemas de salubridade e saneamento ambiental e suas

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implicações; a conscientização da sociedade para a responsabilidade coletiva na

preservação e na conservação dos recursos hídricos; o estimulo dos segmentos sociais a

participarem do processo de gestão ambiental.

As atividades desenvolvidas neste plano apreciam Reuniões da Comissão

Executiva com a Comissão de Coordenação do PMISB e Audiências Públicas sendo

utilizadas metodologias participativas para construção de diagnósticos e formulação de

propostas para o enfrentamento das questões apresentadas. As Audiências Públicas

foram realizadas na Sociedade Recreativa Cultural Beneficente Agrícola Carlos Gomes

e Comunidade Rui Barbosa.

A Comunicação e divulgação das reuniões e Audiências Públicas foram

realizadas através das emissoras de rádio local, cartazes e comunicação oral via Agentes

de Saúde e divulgação no site da Prefeitura Municipal de Carlos Gomes de forma a

permitir que a população como um todo estivesse informada e pudesse participar.

2. FUNDAMENTAÇÃO

A Lei Federal nº. 11.445/2007 assim como o Decreto Federal nº. 7217/2010 que

a regulamenta, são responsáveis pela elaboração do presente Plano Municipal Integrado

de Saneamento Básico, referente ao município de Carlos Gomes/RS. A referida Lei

Federal 11.445/2007 abrange o Saneamento Básico com as seguintes conjunturas:

Universalização do acesso;

Integralidade, compreendida como o conjunto de todas as atividades e componentes

de cada um dos diversos serviços de saneamento básico, propiciando à população o

acesso na conformidade de suas necessidades e maximizando a eficácia das ações e

resultados;

Abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo dos

resíduos sólidos realizados de forma adequada à saúde pública e à proteção do meio

ambiente;

Disponibilidade de serviços de drenagem e de manejo das águas pluviais adequados

à saúde pública e à segurança da vida e do patrimônio público e privado;

Adoção de métodos, técnicas e processos que considerem as peculiaridades locais e

regionais;

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Articulação com as políticas de desenvolvimento urbano e regional, de habitação, de

combate à pobreza e de sua erradicação, de proteção ambiental, de promoção da saúde e

outras de relevante interesse sociais voltadas para a melhoria da qualidade de vida, para

as quais o saneamento básico seja fator determinante;

Eficiência e sustentabilidade econômica; utilização de tecnologias apropriadas,

considerando a capacidade de pagamento dos usuários e a adoção de soluções graduais

e progressivas; transparência das ações, baseada em sistemas de informações e

processos decisórios institucionalizados; controle social; segurança, qualidade e

regularidade;

Integração das infraestruturas e serviços com a gestão eficiente dos recursos hídricos.

O saneamento básico adquire a condição de serviço público, cujo acesso deve

ser garantido de forma universal e integral, reafirmando o direito à salubridade

ambiental estabelecido no Estatuto das Cidades (Art. 2º da Lei nº 10.257/2001). Isto

quer dizer que o saneamento básico é compreendido e definido como serviço público,

vinculado à produção de um direito social, à produção e promoção de atividades

essenciais para toda a coletividade.

A universalização do acesso ao saneamento básico com controle social,

continuidade, quantidade e igualdade social, é um desafio que o Poder Público

Municipal de Carlos Gomes, como titular destes serviços, deve assumir como um dos

mais significativos investimentos à inclusão social.

Com desígnio de estabelecer a Política Municipal de Saneamento Básico em

concordância com a Lei Federal nº. 11.445/2007, em termos das funções do Poder

Público no exercício da titularidade dos serviços de saneamento básico, este PMISB

(Plano Municipal Integrado de Saneamento Básico) tem a finalidade de estabelecer as

diretrizes mínimas necessárias para a implantação da Política Municipal de Saneamento

Básico do Município de Carlos Gomes, compreendendo os componentes básicos do

saneamento básico, tal como, o abastecimento de água potável, o esgotamento sanitário,

o recolhimento de resíduos sólidos e a drenagem de águas pluviais.

O Termo de Referência será fundamentado na Lei Federal nº. 11.445/2007 e nas

Leis citadas abaixo:

Lei Federal n° 10.257/2001 – Estatuto das Cidades

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Lei Federal n° 107/2005 – Lei dos Consórcios Públicos Lei Federal n° 8.080/1990 –

Lei Orgânica da Saúde

Lei Federal n° 9.433/1997 – Política Nacional de Recursos Hídricos

Lei Federal n° 11.124/2005 – Lei do Sistema Nacional de Habitação de Interesse

Social

Lei Federal nº 12.305/2010 – Política Nacional de Resíduos Sólidos.

Portaria n° 518/2004 do Min. da Saúde e Decreto n° 5.440/2005 – Que

respectivamente, definem os procedimentos e responsabilidades relativos ao controle da

qualidade da água para o consumo humano, e os mecanismos e instrumentos para a

informação ao consumidor sobre a qualidade da água.

Resolução Recomendada n° 75 de 02/07/09 do Conselho das Cidades, que trata da

Política e do conteúdo Mínimo dos Planos de Saneamento Básico.

Resoluções n° 25 e n° 34 de 2005 do Conselho das Cidades, sobre a participação e

controle social na elaboração e acompanhamento do Plano Diretor do Município.

Resolução CONAMA n° 307/2002 – Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos

para a gestão dos resíduos da construção civil.

Resolução CONAMA n° 283/2001 – Dispõe sobre o tratamento e a disposição final

dos resíduos dos serviços de saúde.

Lei Municipal nº 828/2007 de 13/11/2007 – Dispõe sobre a Política do Meio

Ambiente do Município de Carlos Gomes e dá Outras Providências.

Lei Municipal nº 829/2007 de 13/11/2007 – Institui a Lei de Diretrizes Urbanas do

Município de Carlos Gomes e Dá Outras Providências.

3. OBJETIVO GERAL

Este PMISB tem como objetivo básico a execução composta de instrumentos de

gestão e planejamento para garantir qualidade de vida para a população e melhoria das

condições ambientais do município.

A execução destes serviços, segundo o Art. 3º da Lei Federal nº. 10.257/2001

consistem em:

Sistema de Abastecimento de Água: composto pelas instalações, infraestrutura e

atividades necessárias ao abastecimento público de água potável, desde a adução até as

ligações prediais e respectivos instrumentos de medição.

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Esgotamento Sanitário: composto pelas atividades, infraestrutura e instalações

operacionais de coleta, transporte, tratamento e disposição final adequados de esgotos

sanitários, desde as ligações prediais até o lançamento final no meio ambiente.

Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos: composto por atividades,

infraestrutura e instalações operacionais de coleta, transporte, transbordo, tratamento e

destino final do lixo doméstico, industrial e do lixo originário de varrição e limpeza de

logradouros e vias públicas e recuperação de área degradada, inclusive os resíduos da

construção civil e de saúde.

Drenagem e Manejo de Águas Pluviais Urbanas: composto de atividades,

infraestruturas e instalações operacionais de drenagem urbana de águas, de transporte,

detenção ou retenção para o amortecimento de vazões de cheias, tratamento e

disposição final das águas pluviais drenadas nas áreas urbanas.

Além destes fatores, outros objetivos, segundo o Guia para a Elaboração de

Planos Municipais de Saneamento Básico (2011), também devem ser priorizados:

Promoção da Salubridade Ambiental e da Saúde Coletiva: garantir a qualidade

Ambiental como condição essencial para a promoção e melhoria da saúde coletiva;

garantir um nível razoável de atendimento com sistemas e serviços de saneamento;

promover a recuperação e o controle da qualidade ambiental, garantindo acesso pleno

dos cidadãos aos serviços e sistemas de saneamento.

Proteção dos Recursos Hídricos e Controle da Poluição: garantir a qualidade dos

recursos hídricos superficiais e subterrâneos, principalmente os mananciais destinados

ao consumo humano; garantir um nível razoável de atendimento com sistemas de

drenagem e tratamento dos efluentes; promover a recuperação e o controle da qualidade

dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos, por meio do tratamento e da redução

das cargas de poluentes e da poluição difusa.

Abastecimento de Água às Populações e Atividades Econômicas: assegurar uma

gestão racional da demanda de água, em função dos recursos disponíveis e das

perspectivas socioeconômicas; procurar uma gestão sustentável e integrada dos

mananciais subterrâneos e superficiais; garantir a quantidade de água necessária para o

abastecimento às populações e o desenvolvimento das atividades econômicas; promover

a conservação dos recursos hídricos por meio da redução das perdas nos sistemas ou da

reutilização da água.

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Proteção da Natureza: assegurar a proteção do meio ambiente, com ênfase na

proteção do solo e nos meios aquáticos e ribeirinhos com maior interesse ecológico, a

proteção e recuperação de habitat e condições de suporte das espécies nos meios

hídricos; estabelecer condições adequadas de manejo do solo para evitar degradação;

estabelecer vazões “ecológicas” e evitar a excessiva artificialização do regime

hidrológico dos cursos de água.

Proteção Contra Situações Hidrológicas Extremas e Acidentes de Poluição:

promover a minimização dos efeitos econômicos e sociais das secas por meio de

medidas de gestão em função das disponibilidades de água, impondo restrições ao

fornecimento em situação de seca e promovendo a racionalização dos consumos através

de planos de contingência; promover a minimização dos efeitos econômicos e sociais

das enchentes por meio do ordenamento da ocupação das áreas ribeirinhas sujeitas a

inundações e o estabelecimento de mapas de risco de inundação, a regularização e a

conservação da rede de drenagem; a implantação de obras de controle; promover a

minimização dos efeitos econômicos e sociais de acidentes de poluição via o

estabelecimento de planos de emergência, visando à minimização dos seus efeitos.

Valorização Social e Econômica dos Recursos Ambientais: estabelecer prioridades

de uso para os recursos ambientais e definir a destinação dos diversos resíduos

provenientes da atividade humana; promover a identificação dos locais com aptidão

para usos específicos relacionados ao saneamento ambiental; promover a valorização

econômica dos recursos ambientais, ordenando os empreendimentos no território.

Ordenamento do Território: preservar as áreas de várzea; impor condicionamentos

aos usos do solo por meio da definição de diretrizes de ordenamento e de ocupação;

promover a reabilitação e renaturalização dos leitos de rios e canais; promover o

zoneamento em termos de uso e ocupação do solo.

Normatização Jurídico-Institucional: assegurar a simplificação e racionalização dos

processos de gestão da política e dos sistemas de saneamento básico; promover a

melhoria da coordenação interinstitucional, corrigir eventuais deficiências da legislação

vigente.

Sustentabilidade Econômico-Financeira: promover a sustentabilidade econômica e

financeira dos sistemas de saneamento e a utilização racional dos recursos hídricos,

incentivar dos princípios usuário-pagador e poluidor-pagador.

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Outros Objetivos: aprofundar o conhecimento dos recursos hídricos; promover o

monitoramento quantitativo e qualitativo das águas superficiais e subterrâneos;

promover o estudo e a pesquisa aplicada, criando e mantendo as bases de dados

adequadas ao planejamento e à gestão sustentável dos recursos hídricos; promover a

participação da população através da informação, formação e sensibilização para as

necessidades de proteger os recursos naturais, especificamente os recursos hídricos;

incentivar a implantação de programa de controle de erosão do solo.

Objetivos Específicos

A Lei Federal nº. 11.445/2007 visa abranger o município Carlos Gomes com

uma Política de Saneamento Básico de instrumento de planejamento de longo, curto e

médio prazo, que promova as necessidades presentes e futuras de infraestrutura da

cidade preservando as condições de salubridade socioeconômico-ambiental. Estas

afirmações vão de acordo com as diretrizes para a Definição da Política e Elaboração do

Plano Municipal Integrado de Saneamento Básico (2011), elaborado pelo Ministério das

Cidades – Secretaria Nacional de Saneamento Básico, cujas etapas são dividas em:

Definir as diretrizes e princípios para os serviços de saneamento básico;

Definir modelo de sistema jurídico institucional e os instrumentos de gestão dos

serviços; a forma de sua prestação, as condições a serem observadas nos contratos de

prestação, concessão ou de programa, inclusive as hipóteses de intervenção e de

extinção e retomada dos serviços; os parâmetros de qualidade e eficiência do uso

racional dos recursos naturais e as metas de atendimento;

Estabelecer as condições para a articulação institucional dos atores e da gestão dos

serviços considerando os quatro componentes do saneamento básico;

Definir as normas de regulação e constituir ou designar o ente responsável pela

regulação e fiscalização, bem como os meios para a sua atuação;

Estabelecer as condições de sustentabilidade e equilíbrio econômico financeiro dos

serviços, incluindo o sistema de cobrança, a composição e estrutura das taxas e tarifas, a

sistemática de reajustes e revisões e a política de subsídios;

Estabelecer os parâmetros, as condições e responsabilidades para a garantia do

atendimento essencial da saúde pública;

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Estabelecer garantias e condições de acesso de toda a população à água, em

quantidade e qualidade que assegurem proteção à saúde, observadas as normas relativas

à qualidade da água para o consumo humano, bem como a legislação ambiental e de

recursos hídricos;

Fixar os direitos e deveres dos usuários, observadas a legislação, em particular o

Código de Defesa do Consumidor (Lei Federal n° 8078/1990) e o Decreto n° 5440/05;

Instituir fundo de universalização dos serviços de saneamento básico, estabelecendo

as fontes de recursos, sua destinação e forma de administração, conforme disposto no

Art.13 da Lei Federal n°11.445/2007;

Estabelecer os instrumentos e mecanismos para o monitoramento e avaliação

sistemática dos serviços, por meio de indicadores para: aferir o cumprimento de metas;

a situação de acesso; a qualidade, segurança e regularidade dos serviços; e os impactos

nas condições de saúde e na salubridade ambiental;

Instituir o sistema de informações sobre os serviços articulado ao Sistema Nacional

de Informações em Saneamento (SNIS);

Estabelecer os instrumentos e mecanismos que garantam acesso a informação e a

participação e controle social na gestão da política de saneamento básico, envolvendo as

atividades de planejamento, regulação, fiscalização e avaliação dos serviços, na forma

de conselhos da cidade e similares com caráter deliberativo;

Estabelecer mecanismos de cooperação com outros entes federados para a

implantação da infraestrutura e serviços comuns de saneamento básico;

Prever mecanismos capazes de promover a integração da política de saneamento

básico com as políticas de saúde, meio ambiente, recursos hídricos, habitação e outras

que lhe sejam correlatas;

4. METODOLOGIA

A metodologia de elaboração deste Plano Municipal Integrado de Saneamento

Básico garante a participação social, atendendo ao princípio do controle social que é

previsto na Lei Federal no. 11.445/2007, sendo certificada extensa exposição do Plano

Municipal Integrado de Saneamento Básico e dos estudos que a fundamente a realização

de audiências e consultas públicas, conforme é representado no §5o, Art. 19, Capítulo

IV.

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As etapas seguidas para elaboração deste Plano são consistidas em garantir as

seguintes diretrizes:

Diagnóstico da Situação do Saneamento Básico;

Alternativas para a universalização do Saneamento Básico;

Ações para emergências e contingências;

Mecanismos e procedimentos para a avaliação sistemática da eficiência, eficácia e

efetividade das ações do Plano Municipal Integrado de Saneamento Básico;

Sistema Municipal de Informações em Saneamento Básico;

Aprovação do Plano Municipal Integrado de Saneamento Básico;

Participação Social – Audiências

Para a contemplação da participação social, foram seguidos os seguintes itens:

Participação direta da comunidade por meio de apresentações, debates, pesquisas e

qualquer meio possibilitando a expressão e debate de opiniões individuais ou coletivas,

apresentando caráter democrático e participativo, considerando sua função social;

Participação direta em atividades como audiências públicas, consultas, conferências e

seminários, ou por meio de sugestões ou alegações;

Sensibilização da sociedade para a responsabilidade coletiva na preservação e

conservação dos recursos naturais;

Estímulo aos segmentos sociais a participarem do processo de gestão ambiental;

Metodologia das Audiências

A metodologia das audiências incidiram instrumentos didáticos com linguagem

apropriada, abordando os conteúdos sobre os serviços de saneamento básico:

Promovendo conhecimento por parte da população de Carlos Gomes sobre os

sistemas e serviços;

Avaliando os diagnósticos apresentados;

Introduzindo o conhecimento da realidade local e avaliação dos serviços na área

urbana e rural por parte da população;

Colhendo contribuições e propostas da população;

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Foram realizadas audiências públicas em diversas comunidades do município de

Carlos Gomes/RS. Toda a população foi convidada a participar para discutir, opinar e

sanar dúvidas sobre o PMISB. Foram realizadas audiências nas seguintes localidades:

Sociedade Recreativa Cultural Beneficente Agrícola Carlos Gomes e Comunidade Rui

Barbosa.

Sociedade Recreativa Cultural Beneficente Agrícola Carlos Gomes

A primeira Audiência Pública foi realizada no dia 29 de novembro de 2012, às

10h, na Sociedade Recreativa Cultural Agrícola Carlos Gomes reuniram-se no local a

equipe determinada pela Portaria nº. 634, de 22 de agosto de 2010 e 418, de 31 de

janeiro de 2011, no qual nomeia a comissão de acompanhamento e controle da

elaboração do Plano Municipal Integrado de Saneamento Básico (PMISB) e os

moradores do município.

Relato Fotográfico

a) Audiência na Sociedade Recreativa

Cultural Beneficente Agrícola Carlos

Gomes.

b) Audiência na Sociedade Recreativa

Cultural Beneficente Agrícola Carlos

Gomes.

Quadro 1 – Audiência Pública realizada na Sociedade Recreativa Cultural Beneficente

Agrícola Carlos Gomes, município de Carlos Gomes/RS.

Comunidade de Rui Barbosa

Na comunidade de Rui Barbosa, a Audiência Pública foi realizada no dia 29 de

novembro de 2012, às 15h. Nesta, reuniram-se no local a equipe determinada pela

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Portaria nº. 634, de 22 de agosto de 2010 e 418, de 31 de janeiro de 2011, no qual

nomeia a comissão de acompanhamento e controle da elaboração do Plano Municipal

Integrado de Saneamento Básico (PMISB) para o município de Carlos Gomes e os

moradores da comunidade.

Relato Fotográfico

a) Audiência Pública realizada na

comunidade de Rui Barbosa.

b) Audiência Pública realizada na

comunidade de Rui Barbosa.

Quadro 2 – Audiência Pública realizada na comunidade Rui Barbosa, município de

Carlos Gomes/RS.

5. CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO

Áreas de Abrangência do Diagnóstico

O diagnóstico a seguir descreve vários aspectos e caracterizações do município

de Carlos Gomes/RS.

História

A colonização do atual município de Carlos Gomes se iniciou por volta de

1.907, por intermédio de poloneses, onde os primeiros desbravadores eram imigrantes

oriundos da Polônia, das colônias de São Marcos, Bento Gonçalves, Veranópolis,

Guaporé, Garibaldi e Alfredo Chaves. Todos pioneiros dedicaram-se à agricultura.

Nessa época foi distrito de Passo Fundo.

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As primeiras famílias foram: Babinski, Stodulski, Osowski, Grzybowski, Ziger,

Wilanowski, Pogorgelski, Jakubowski, Sztormowski, Longui, Slussarek, Wojakowski,

Mikowski, Mikoanski, Andres, Wosinski, Meredik, Blasek, Strzelecki e Amadigi.

Vale salientar que quando os primeiros colonizadores chegaram à região

passaram por inúmeras dificuldades, estas foram heroicamente superadas por estes

imigrantes que pouco a pouco foram se adaptando com a língua, cultura e alimentação

local.

Todo legado cultural que veio com os imigrantes poloneses e que estes

perpetuaram para as gerações posteriores, bem como o número expressivo de

descendentes poloneses no município, fez com que algumas pessoas se interessassem

em divulgar o nome do município e de certa forma prestar uma homenagem aos

primeiros imigrantes: pela luta, garra, perseverança e fé que tiveram para povoar e

construir o município.

O primeiro nome da comunidade foi Sede dos Polacos pelo fato da maioria dos

habitantes serem descendentes de poloneses. O segundo nome foi Rio do Peixe e o

terceiro Ribeirão Torto. Em 1.935 passa a denominar-se Nova Polônia, e em 31 de

outubro do mesmo ano, através do ato n.º 125, da Intendência de Erechim, é elevada a

categoria de Vila como 11º Distrito de Erechim.

Finalmente, em 1.944, sofre a última mudança nominal passando a chamar-se

Carlos Gomes. Tal nome prende-se à existência de uma Banda Musical que era querida

pela comunidade e tocava músicas do compositor Carlos Gomes.

Em 1.945, passou a ser 9º Distrito de Erechim, e com a emancipação do

município de Gaurama em 1.955 é elevado a 3º Distrito de Erechim. Em 1.959, com a

emancipação de Viadutos, fica sendo o 2º Distrito de Erechim, integrando com a Sede o

novo município.

O município de Carlos Gomes foi criado em 20 de março de 1.992, pela Lei

Estadual nº 9.540, após consulta plebiscitária realizada em 10 de novembro de 1.991.

Foi formado pelo desmembramento de áreas pertencentes ao município de Viadutos e

sua instalação deu-se em 1º de janeiro de 1.993 com a posse do primeiro prefeito, vice-

prefeito e vereadores.

Com o crescimento populacional de cidades próximas a Carlos Gomes, foi

criada a Microrregião de Erechim, reunindo além do município, outras trinta cidades.

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Formação Administrativa

A formação administrativa da Prefeitura Municipal de Carlos Gomes é

constituída por sete Secretarias Municipais, todas subordinadas ao Gabinete do Prefeito

da Prefeitura Municipal.

As Secretarias Municipais são contempladas por: Secretaria Municipal de

Administração e Fazenda; Secretaria Municipal de Agricultura; Secretaria Municipal da

Saúde; Secretaria Municipal de Educação e Cultura; Secretaria Municipal de Obras e

Saneamento; Secretaria Municipal de Assistência Social; e Secretaria Municipal de

Indústria e Comércio.

A formação administrativa ainda contempla com o Gabinete do Prefeito da

Prefeitura Municipal e/ou Secretarias Municipais, com setores, departamentos,

assessoria jurídica, assessoria jurídica, assessoria contábil, repartições etc. Esses órgãos

constituem-se na base gestora de auxílio técnico-administrativo ao Gabinete do Prefeito

Municipal.

Região Alto Uruguai

A região Alto Uruguai possui uma altitude que varia de 400 a 800 m (BUTZKE,

1997). O clima é classificado como subtropical do tipo temperado, com regimes

pluviométricos regulares e com estações bem definidas, temperatura média anual de

17,6 ºC, sendo a mínima registrada para o mês de junho (12,7 ºC) e a máxima para o

mês de janeiro (25,5 ºC).

As chuvas são bem distribuídas ao longo do ano e atingem precipitação média

anual de 1.912,3 mm. Esses elementos associados caracterizam o clima da região como

pertencendo ao tipo Cfb de Köppen (BERNARDI e BUDKE, 2010; CASSOL e PIRAN,

1975).

População e Características Físicas

O município de Carlos Gomes está inserido na Região Noroeste Estado do

Estado Rio Grande do Sul, entre as coordenadas geográficas de Latitude Sul -27,7 º e -

51,9º, é cortada no sentido Leste-Oeste pelo paralelo 51º54’50” e em sentido Norte-Sul

pelo meridiano de 27º43’04” (Figura 1). Carlos Gomes apresenta faixas de altitudes de

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aproximadamente 447m acima do nível do mar. O território municipal tem uma área

total de 83km², representando 0,0309% do estado, 0,0148% da região e 0,001% de todo

território brasileiro.

Figura 1 – Localização do Município de Carlos Gomes/RS.

Fonte: Laboratório de Geoprocessamento e Planejamento Ambiental – URI

Campus de Erechim (2007).

Os limites municipais de Carlos Gomes ocorrem ao Norte com o município de

Viadutos e Maximiliano de Almeida; ao Sul com o município de Centenário; a Leste

com o município de Paim Filho, São João da Ortiga e Maximiliano de Almeida; a Oeste

com o município de Áurea, Centenário e Viadutos (Tabela 1).

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Tabela 1 – Distâncias rodoviárias dos municípios que fazem limite com Carlos

Gomes/RS.

Este município está inserido fisiograficamente em uma porção do extenso

Planalto Meridional do Brasil, é integrante do Conselho Regional de Desenvolvimento

(COREDE) Norte e pertencente à Mesorregião Noroeste Riograndense e a Microrregião

Geográfica de Erechim, tendo esta como polo centralizador para serviços de saúde,

educação e prestação de serviços. Regionalmente é integrante da Associação dos

Municípios do Alto Uruguai (AMAU), entidade que incorpora 32 municípios da região,

conforme é mostrado na Figura 2.

Município Distância

Viadutos 24km

Maximiliano de Almeida 30km

Centenário 12km

Paim Filho 23km

São João da Ortiga 18km

Áurea 20km

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Figura 2 – Município da Região da Associação dos Municípios do Alto Uruguai

(AMAU), com preenchimento para identificar o munícipio de Carlos Gomes/RS.

Fonte: Org. Pommer, S. F. (2009).

O acesso ao município dar-se-á pela RS 126 e RS477 (Figura 3). A população do

município é de 1.719 habitantes (IBGE, 2007), representando uma densidade

demográfica de cerca de 20,7 habitantes/km². Destes, aproximadamente 23% vivem no

meio urbano e 77% no meio rural, caracterizando o município como essencialmente

agrícola. Além disso, o número de homens é ligeiramente superior a de mulheres

(51,5% e 48,5% respectivamente).

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)

Figura 3 – Mapa Rodoviário da região do entorno do município de Carlos Gomes, Rio

Grande do Sul. Fonte: DAER-RS (2009).

Perímetro Urbano de Carlos Gomes/RS

O perímetro urbano do município de Carlos Gomes ocupa uma área de 31,30ha

(Figura 4). A disposição da população no perímetro urbano do Município tem uma

distribuição desordenada, com grandes vazios urbanos e mesclas da atividade produtiva

com áreas residenciais e de lazer.

A cidade é caracterizada pela presença de arquitetura e construções moderna,

isto é, de madeira, alvenaria e mista (alvenaria e madeira). As ruas são largas, asfaltadas

ou calçadas com pedras irregulares de basalto. Existem passeios pavimentos na cidade,

e alguns contemplando arborização. Ainda existem as sedes de comunidades no meio

rural.

Segundo a Confederação Nacional dos Municípios (2011) a infraestrutura de

Carlos Gomes é considerada adequada. Em 2.000 a cidade tinha 493 domicílios, entre

apartamentos, casas e cômodos. Desse total, 472 eram imóveis próprios, sendo 446

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próprios já quitados (90,47%), 26 em aquisição (5,27%) e 13 alugados (2,64%); sete

imóveis foram cedidos, sendo dois por empregador (0,41%) e cinco cedidos de outra

maneira (1,91%). Apenas um foi ocupado de outra forma (0,20%).

Figura 4 – Imagem referente ao perímetro urbano do município de Carlos Gomes/RS.

Fonte: Prefeitura Municipal de Carlos Gomes (2012).

Aspectos Socioeconômicos

O município de Carlos Gomes possui o menor Produto Interno Bruto – PIB da

sua microrregião. De acordo com dados do IBGE (2008), o PIB do município era de

R$19.168,934 mil.

A sua economia baseada na agropecuária é praticada por pequenos agricultores

que também produzem frequentemente: milho, soja, trigo, feijão, bovinos e suínos, etc.

Os produtos mais cultivados são: cana-de-açúcar, cevada, feijão, mandioca, milho e

soja. O setor primário é o maior responsável pela arrecadação municipal, onde várias

propriedades desenvolvem atividades agropecuárias em regime familiar. O setor

industrial, comércio e serviços, isto é, o setor secundário, não é expressivo, porém

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possuem importância econômica para o município pelo fato de gerar mão-de-obra e

renda. Além disso, a maior parte destes setores está acoplada com o setor primário.

Carlos Gomes também se caracteriza por ser um grande produtor de suínos. O

Município conta com aproximadamente 2.467ha de lavouras, sendo que boa parte da

área se encontra como solo exposto, podendo caracterizar áreas em fase final de

colheita.

Com relação à pecuária, contam aproximadamente 4.373 cabeças de gado de

corte, 1.163 cabeças de gado de leite, 1.663 suínos e produção em torno de 856kg de

mel.

A produção agrícola é responsável por uma adição do Valor Interno Bruto de

R$8.742 mil (IBGE, 2004). Enquanto que a indústria obteve uma adição no Valor

Interno Bruto de R$347mil e os serviços R$4.675mil.

Clima

O clima brasileiro pode ser classificado como equatorial, tropical e subtropical,

porém, no Brasil há diferenças climáticas em mesmas regiões. Köppen leva em conta

fatores como relevo, regime de chuvas, temperatura, entre outros, ele representa com

letras as características de temperatura e regime de chuvas nas diversas estações do ano.

Nestas condições, o Brasil está inserido em duas áreas climáticas, sendo que a maior

parte do território esta acima do Trópico de Capricórnio, na zona tropical, e apenas a

região sul e o sul do estado de São Paulo se localizam na zona temperada. Outro fator

destacável do Brasil é a grande e extensa área litorânea, tornando-o um país bastante

úmido.

De acordo com a classificação climática de Köppen, o Rio Grande do Sul está

enquadrado como mesotérmico sempre úmido, ou “Cf”. No estado este tipo é dividido

em duas variedades “Cfa” e “Cfb”. O Cfa possui temperaturas moderadas com chuvas

bem distribuídas e verão quente, nos meses de inverno há ocorrência de geadas sendo a

média de temperatura neste período inferior a 16ºC, no mês mais quente as máximas são

superiores a 30ºC. O Cfb possui temperaturas moderadas com chuva bem distribuída e

verão brando, podem ocorrer geadas tanto no inverno quanto no outono, as médias de

temperatura são inferiores a 20ºC, exceto no verão. No inverno a média é inferior a

14ºC, com mínimas inferiores a 8ºC.

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A variedade Cfb se restringe ao planalto basáltico superior do Rio Grande do Sul

e ao Escudo Sul-Rio-Grandense, enquanto que as demais áreas pertencem à variedade

Cfa. O município de Carlos Gomes é enquadrado no tipo climático Cfa (Figura 5),

mesotérmico do tipo subtropical, que corresponde a regiões onde as temperaturas do

mês mais quente são superiores a 22ºC, podendo atingir 36ºC, e no mês mais frio oscila

de -3ºC a -18ºC, conforme classificação de Köppen.

Figura 5 – Zonas climáticas do Rio Grande do Sul conforme classificação de

Köpper.

Fonte: http://coralx.ufsm.br/ifcrs/clima.htm#classifica (2012)

No que diz respeito às temperaturas médias anuais, o Rio Grande do Sul possui

uma grande variação sazonal, isto é, apresenta verões quentes e inverno rigorosos, com

ocorrência de geadas e precipitação eventual de neve. Nesse contexto, Carlos

Gomes/RS situa-se na faixa de temperatura média anual entre 15ºC e 18ºCº (Figura 6).

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Figura 6 – Temperatura média anual do Estado do Rio Grande do Sul.

Fonte: Atlas Socioeconômico do Rio Grande do Sul (2002).

As precipitações possuem distribuição equilibrada ao longo de todo o ano, isto

se deve em decorrência das massas de ar oceânicas que penetram no Estado. Porém, o

volume de chuvas é diferenciado, ao sul as precipitações médias ficam em torno de

1.299mm a 1.500mm, e ao norte entre 1.500mm a 1.800mm. O noroeste do Rio Grande

do Sul é caracterizado com maiores precipitações. Carlos Gomes localiza-se na região

de precipitação entre 1.900mm a 2.000mm (Figura 7).

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Figura 7 – Precipitação média anual do Estado do Rio Grande do Sul.

Fonte: Atlas Socioeconômico do Rio Grande do Sul (2002).

Bacia Hidrográfica

Segundo a SEMA (2010), Carlos Gomes está inserido na Bacia Hidrográfica

Apuaê-Inhandava (Figura 8). Esta se situa a norte-nordeste do Estado do Rio Grande do

Sul, entre as coordenadas geográficas 27º14’ a 28º45’ de latitude Sul e 50º42’ a 52º26’

de longitude Oeste. A Bacia supracitada abrange a Província Geomorfológica Planalto

Meridional. Possui área de 14.599,12 km² e população aproximada de 355.521

habitantes. O principal uso de água na bacia se destina ao abastecimento público.

O Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica Apuaê-Inhandava - CGBH

(2012) menciona que a Bacia do Rio Uruguai do Rio Uruguai apresenta trecho de

planalto e outro de planície. Seu rio principal, o Rio Uruguai, nasce na Serra do Mar.

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No Brasil serve de fronteira entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, entre o Brasil

e Argentina, e entre Argentina e Uruguai, e desemboca no estuário no Rio da Prata. No

trecho do Brasil, o rio possui um grande potencial hidrelétrico.

Os principais rios que compõem o sistema hidrológico da Bacia Apuaê-

Inhandava são: Rio Uruguai, Rio Socorro, Rio Cerquinha, Arroio Água Branca, Rio

Forquilha, Rio São João Velho, Rio Suçuarana, Rio Bernardo José, Rio Suzana, Rio

Apuaê, Rio Inhandava, Rio Dourado, Arroio Teixeira Soares, Rio Abaúna, Rio Tainhas,

entre outros com porte menor.

Figura 8 – Bacia Hidrográfica Apuaê-Inhandava (U10): com destaque em vermelho

para o município de Carlos Gomes/RS.

Rede Hidrográfica

A rede de drenagem do município de Carlos Gomes é de 145,79km. Segundo

informações Laboratório de Geoprocessamento e Planejamento Ambiental – URI

Campus de Erechim (2007) a área territorial de Carlos Gomes é envolvida por duas

bacias hidrográficas: Bacia do Rio Apuaê-Mirim e Interbacia Rio Apuaê.

A Bacia do Rio Apuaê-Mirim ocupa uma área de 23,48ha, sendo proporcional a

27,85%, e a Interbacia do Rio Apuaê ocupa 60,81ha, sendo proporcional a 72,15%. Os

principais mananciais d’água que fazem parte da bacia supracitada são formados por

diversos pequenos arroios, mais 49 nascentes distribuídas uniformemente por todo o

município, sendo os principais cursos d’água: Lajeado Bonito, Peixinho (Peixoto),

Albino, Bocó, Alice, Torto e Arroio André. O Rio Apuaê-Mirim, conhecido também

como Rio do Peixe e Ligeiro, localiza-se a 1km da cidade.

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As Bacias Hidrográficas que contemplam o município de Carlos Gomes são

apresentadas na Tabela 2.

Tabela 2 – Bacias Hidrográficas do Município de Carlos Gomes/RS.

Nome da Bacia Área (ha) Proporção (%)

Bacia do Rio Apuaê-Mirim 23,48 27,85

Interbacia Rio Apuaê 60,81 72,15

Fonte: Laboratório de Geoprocessamento e Planejamento Ambiental – URI Campus de

Erechim (2007).

O padrão de drenagem do município de Carlos Gomes é dendrítico, isto é,

“arborescente”, se assemelha a troncos e galhos de uma árvore, com densidade média,

pertencente às zonas de erosão de desenvolvimento livre, em áreas com relevo de

moderado a acentuado. Segundo Anderson e Verstappen (1982) e Christofoletti (1980)

estando mais ligada a morfologia do terreno do que a sua estrutura geológica.

A qualidade das águas municipais é considerada satisfatória, proporcionando

boas condições de pesca. As principais fontes poluidoras são os efluentes urbanos e

rurais lançados nos corpos d’água. Também são causas de poluição os dejetos

agropecuários e as erosões de ares agrícolas, acarretado pelo manejo inadequado do uso

do solo e do uso de áreas inadequados em Áreas de Preservação Permanente que

provocam carreamento de particulado em suspensão, tal como, solo, matéria orgânica,

resíduos fertilizantes, agrotóxicos etc. para o interior dos riachos, e consequentemente

assoreando-os e poluindo-os.

Geologia e Geomorfologia

Carlos Gomes está situado no Planalto Meridional do estado do Rio Grande do

Sul (Figura 9), o Planalto Meridional é formado por rochas basálticas decorrentes de um

grande derrame de lavas, ocorrido na era Mesozoica.

Geologicamente está localizado na Bacia Intracratônica do Paraná, estando

situada estratigraficamente na Formação Serra Geral, tendo por base a Formação

Botucatu e, por topo, depósitos quaternários recentes. Esta unidade geomorfológica

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corresponde a relevos em colinas alongadas, com vales de pequeno a médio

entalhamento fluvial, com influência significativa de dissecação gerada pela rede de

drenagem da Bacia Hidrográficado Rio Uruguai.

Trata-se de uma extensão depressão intracratônica deposicional situada na

porção centro-oeste da América do Sul. As rochas aflorantes são constituídas

essencialmente por vulcanitos da Formação Serra Geral, de idade Juro-Cretácea,

dispostos sobre os arenitos da Formação Botucatu, sendo suportadas pelas demais

unidades sedimentares, mesozoicas e paleozoicas da Bacia do Paraná.

Figura 9 – Unidades Geomorfológicas do Rio Grande do Sul.

Fonte: CEPSRM/UFRGS (2001) / SEPLAG/DEPLAN (2008)

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Altitudes

As altitudes de Carlos Gomes variam de 351m a 750m, ocorrendo oito classes

hipsométricas (Tabela 4). As cotas mais baixas situam-se junto às margens do Rio

Apuaê-Mirim, e as mais altas situam-se em vários pontos na região sudoeste do

município, mas prolonga-se por vários pontos do município, com 497,37ha.

Na maior porção do território ocorrem altitudes entre 551m e 650m,

representando um total de 4.056,4ha (48,11%).

Tabela 4 – Rede de Drenagem do Município de Carlos Gomes/RS.

Classes Hipsométricas Área Municipal

(ha) (%)

351m – 400m 2,12 0,03

401m – 450m 1.038,46 12,31

451m – 500m 1.191,59 14,13

501m – 550m 1.644,51 19,51

551m – 600m 2.049,68 24,32

601m – 650m 2.006,72 23,80

651m – 700m 472,81 5,61

701m – 750m 24,56 0,29

Fonte: Laboratório de Geoprocessamento e Planejamento Ambiental – URI Campus de Erechim (2007).

Clinografia

A delimitação das classes clinográficas, segundo estudos da URI – Campus de

Erechim na elaboração da Carta Clinográfica para o município de Carlos Gomes, segue

a metodologia de De Biasi (1994), onde as classes de declividade usadas pelo autor e

adotadas pelo mesmo estudo foram: classe menor de 5%, de 5% a 12%, de 12% a 30%,

de 30% a 47% e, superior a 47%. Cada intervalo de classe possui as características

abaixo:

00│---05%: é representada por relevo plano, sem restrições de uso;

05│---12%: relevo suavemente ondulado, limite máximo para a prática agrícola;

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12│---30%: relevo declivoso com restrições ao uso;

30│---47%: relevo acentuadamente declivoso, destinado para a conservação

permanente;

> 47%: relevo com declives fortemente acentuados, destinado a preservação

permanente.

A topografia do município de Carlos Gomes é caracterizada pelo domínio de

relevo declivoso e acentuadamente declivoso (Quadro 7). A maior extensão territorial,

de 51,23%, apresenta relevo declivoso com declividades de 12 a 30%. Áreas com relevo

plano (00 a 05%) consistem 13,27%. Áreas suavemente onduladas, com declividades de

5 a 12% equivalem a 7,94% das terras. Áreas com declividades entre 30 a 47%,

acentuadamente declivoso, equivalem a 22,81%. Áreas com declives superiores a 47%,

isto é, fortemente acentuados, montanhosas a escarpadas, preenchem 4,75% da área

total do município.

Classes

Clinográficas

Área (ha) Proporção (%) Característica do Relevo

00|---05% 1118,93 13,27 Plano

05|---12% 669,73 7,94 Suavemente Ondulado

12|---30% 4319,65 51,23 Declivoso

30|---47% 1923,29 22,81 Acentuadamente Declivoso

> 47% 398,85 4,75 Fortemente Acentuado

Quadro 3 – Classes Clinográficas do Município de Carlos Gomes/RS.

Fonte: Laboratório de Geoprocessamento e Planejamento Ambiental – URI Campus de Erechim (2007).

Solo

O Rio Grande do Sul caracteriza-se por uma heterogeneidade de tipos de solos,

tendo em vista a grande diversidade dos fatores responsáveis pela formação desses

solos.

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Sob aspecto litológico, no Alto Uruguai há o predomínio do basalto decorrente

das atividades vulcânicas do complexo cristalino, da era mesozoica, no período cretáceo

e inicio do terciário, pertencentes a formação da Serra Geral, do grupo São Bento

(LEINZ e AMARALI, 1978).

A região apresenta predominância do relevo em patamares, como topos

achatados ou aplanados, vales profundos e encaixados e vertentes muito inclinadas,

tendo origem vulcânica. Esse tipo de relevo pode ser evidenciado através da observação

do uso e ocupação do solo, onde os locais planos tanto dos patamares como dos topos

são exaustivamente explorados por atividades agrícolas e pecuárias.

O tipo de solo de Carlos Gomes é do tipo predominantes Círiaco – Brunizém-

Avermelhado raso textura argilosa. De acordo com o Sistema Brasileiro de

Classificação de Solos (SBCS) o solo Ciríaco aparece associado ao Charrua.

O solo Ciríaco-Charrua é decorrente da associação dos solos do tipo

Chernossolo Argilúvico férrico típico (MTf) e o Neossolo Litófico eutrófico

chernossólico (RLe1). O solo Ciríaco é caracterizado por ter relevo ondulado, podendo

ser raso a profundo, com textura argilosa, escuro e com boa fertilidade. O solo Charrua

é um solo pouco desenvolvido, raso, com textura média, ocorrendo em regiões de relevo

fortemente ondulado, com muita pedregosidade.

Esses solos apresentam um relevo bastante acentuado e ondulado, o que acaba

dificultando a mecanização, exigindo práticas conservacionistas intensivas. Geralmente

são solos com pedregosidade e afloramento de rochas, e por terem baixas tolerâncias de

perdas de solo por erosão hídrica, apresentam fortes restrições para culturas anuais,

apresentando-se melhor adaptados à manutenção da vegetação natural.

Utilização do Solo

Carlos Gomes é um município essencialmente agrícola, com grande destaque

para culturas anuais (ex. milho, soja, cana-de-açúcar, feijão e trigo). Também são

cultivados cebola, batata-inglesa, fumo, etc.

O principal uso do solo urbano é para fins de construção de domicílios

residenciais e comercial, contemplando área de 31,3ha. A arborização urbana é bastante

expressiva e com grande número de exemplares de árvores nativas e exóticas, sendo que

recebe especial atenção pelos administradores do município que buscam mantê-la e

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melhorá-la com o plantio de novos exemplares em ruas, praças e áreas verdes da cidade.

Existem as praças e áreas verdes que ocupam o solo urbano melhorando o aspecto da

cidade, bem como extensos canteiros de flores.

O solo municipal é bastante frágil com relação a erosão, ficando ainda mais

fragilizado quando exposto às ocupações inadequadas do solo urbano. Os processos

erosivos ocorrem principalmente em épocas de chuvas intensas e por sobrecargas nas

encostas impermeabilizadas por construções, vibrações de tráfego, retirada da cobertura

vegetal, entre outros.

Ocorre a perda de camadas de solo e o aumento da quantidade de materiais

adicionados às águas correntes, tendo como consequências o desbarrancamento de

terrenos com declividade acentuada, entupimento de bocas de lobo com alagamento,

turvamento das águas dos corpos hídricos que recebem o esgoto pluvial e inundações,

causando imensos transtornos à população e risco de doenças vinculadas a saúde

pública.

Com relação à utilização do solo rural, atualmente quase na sua totalidade

encontra-se sendo cultivada com culturas anuais de inverno e de verão, tal como, milho,

soja, etc. O restante distribui-se no aproveitamento com pecuária, florestas nativas e

exóticas, açudes, banhados e áreas inaproveitáveis.

Bioma

Segundo o Decreto Federal nº.750, de 10 de fevereiro de 1993, a Floresta

Atlântica corresponde “as formações florestais e ecossistemas associados e inseridos no

domínio Mata Atlântica, com as respectivas delimitações estabelecidas pelo Mapa de

Vegetação do Brasil do IBGE: Floresta Ombrófila Densa, Floresta Ombrófila Mista,

Floresta Ombrófila Aberta, Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Estacional

Decidual, manguezais, restingas, campos de altitude, brejos interioranos e encraves

florestais do Nordeste”.

Em toda sua extensão, a Mata Atlântica apresenta uma variedade de formações,

além de englobar um diversificado conjunto de ecossistemas florestais com estruturas e

composições florísticas bastantes diferenciadas, acompanhando as características

climáticas e geográficas. A distribuição da vegetação é influenciada pela distancia do

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oceano, seguido do regime de distribuição de chuvas, da altitude e da duração da

estação seca (OLIVEIRA-FILHO e FONTES, 2000).

Na região de ocorrência dessa floresta, existem grandes diferenças edáficas e

geológicas, sendo o elemento comum à exposição aos ventos úmidos que sopram do

Oceano Atlântico.

A Mata Atlântica engloba vários ecossistemas florestais, com enclaves e

interpenetrações de outros ecossistemas não florestais. Ocorre associada aos

ecossistemas costeiros de mangues, nas enseadas, foz de grandes rios, baías e lagunas de

influência de marés; às restingas, nas baixadas arenosas do litoral; às florestas mistas

com araucárias; e aos campos de altitude e rupestres, entre outros. Em função da

latitude, longitude, relevo e clima, apresentam variações nas formações vegetais sem

perder, no entanto, certa homogeneidade florística (BARBOSA e THOMAS, 2002).

A elevada biodiversidade da Floresta Atlântica é função das variações

ambientais do bioma. Um dos fatores mais importantes que contribui para esta variação

é sua extensão em latitude. Variações altitudinais constituem outro importante fator que

contribui para a ocorrência de alta diversidade biológica, dado que as matas se estendem

do nível do mar a uma altitude de 1.800m. Além disso, as matas do interior diferem

consideravelmente das matas do litoral, proporcionando uma maior variedade de

hábitats e nichos. Estes fatores em conjunto resultam numa diversidade única de

paisagens, que abrigam extraordinária biodiversidade (BARBOSA e THOMAS, 2002;

OLIVEIRA-FILHO e FONTES, 2000).

Abaixo, na Figura 10, são apresentados todos os Biomas que compõem o Brasil.

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Figura 10 – Biomas do Brasil: verde escuro (Bioma Mata Atlântica); ocupando desde o

Nordeste brasileiro até o Estado do Rio Grande do Sul.

Fonte: IBGE (2004)

Flora

A Floresta Ombrófila Mista, característica do município de Carlos Gomes e

região Alto Uruguai, é também conhecida como Floresta de Araucárias (Figura 11). A

concepção da Floresta Ombrófila Mista decorre de diferentes origens, definindo padrões

fitofisionômicos típicos em zona climática caracteristicamente pluvial (CARVALHO,

2010).

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Figura 11 – Caracterização da Floresta Ombrófila Mista ou Floresta com Araucárias.

Fonte: http://araucariavanray.blogspot.com.br/ (2012)

No Brasil, a mistura de representantes das floras tropicais (afro-brasileira) e

temperada (austro-brasileira), com marcada presença de elementos Pinales e Laurales, é

denominado Planalto Meridional Brasileiro, definido pela área de dispersão natural da

Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze, espécie gregária e de alto valor econômico,

paisagístico e ecológico (LEITE e KLEIN, 1990).

Sua área de ocorrência coincide com o clima quente e úmido, sem período

biologicamente seco, com temperaturas médias anuais em torno de 18ºC, mas com 3 a 6

meses em que as temperaturas se mantêm abaixo dos 15ºC (CARVALHO, 2010).

O autor supracitado menciona que seu “clímax climático” encontra-se no

Planalto Meridional Brasileiro, no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e no Paraná,

em terrenos acima de 500m a 600m de altitude, com disjunções em pontos mais

elevados das serras do Mar e da Mantiqueira.

A Floresta Ombrófila Mista, pela composição de araucárias e por sua

abundância, porte e copas corimbiformes (isto é, inflorescência em que as flores se

situam mais ou menos no mesmo plano, embora os pedúnculos possuam tamanho

desigual) imprime o aspecto fitofisionômico próprio desta formação. As floras tropicais

com as quais apresenta relações florísticas são a Floresta Ombrófila Desta e a Floresta

Etacional da Bacia Paraná-Uruguai (TEIXEIRA et al., 1986).

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A Floresta de Araucárias ocorre intercaladamente com áreas savânicas e

estépicas, originando um sistema em mosaico que caracteriza grande parte da paisagem

da Região Sul do país (BACKES, 2001; KLEIN, 1960).

Em toda a parte onde a Floresta de Araucárias estabelece contato com a savana,

números exemplares de araucária dispersam-se, e em regiões onde o fogo ou outros

fatores não impeçam o seu avanço, surgem agrupamentos das espécies demonstrando

seu potencial de dispersão. O fogo, por razões naturais ou antrópicas, pode ter

contribuído para definir tanto a localização como os limites e servido de barreira para a

expansão dos sistemas florestais, pois plântulas e indivíduos juvenis de araucárias

tendem a ser sensíveis a queimadas (PILLAR e QUADROS, 1997).

Na Floresta Ombrófila Mista, a Araucaria angustifolia forma uma cobertura

característica, por vezes contínua, dando a impressão de tratar-se de uma formação

uniestratificada. Porém, sob a cobertura das copas das araucárias, encontram-se outras

espécies de árvores, arbustos, ervas, epífitos e lianas, que variam em abundância e porte

dependendo do local e do estádio de desenvolvimento da comunidade em questão

(KLEIN, 1960).

Podem-se determinar dois grupos distintos de comunidades da Floresta

Ombrófila Mista: a) onde as Araucaria angustifolia (araucária) se distribuem de forma

esparsa por sobre bosque contínuo, no qual aparecem de forma significativa a Ocotea

porosa (imbuia), a Nectandra lanceolata, Nectandra megapotamica (canela-preta),

Campomanesia xanthocarpa (guabiroba), Ilex paraguariensis (erva-mate); b) onde as

Araucaria angustifolia (araucária) forma estrato superior bastante denso sobre estrato

composto, basicamente, por Ocotea pulchella (canela-lajeana ou canela-do-brejo),

Nectandra lanceolata (canela-amarela), Ocotea puberula (canela-guaicá), Podocarpus

lambertii (pinho-bravo), Capsicodendron dinisii (pimenteira), e diversas espécies de

Myrtaceae e Aquifoliaceae (CORADIN et al., 2011).

Veloso et al. (1991) citam que a composição florística deste tipo de vegetação

sugere, em face da altitude e latitude do planalto meridional, quatro formações distintas

(Figura 12).

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Figura 12 – Quatro formações distintas pertencentes à Floresta Ombrófila Mista: 1)

Aluvial; 2) Submontana; 3) Montana; 4) Altomontana.

Os autores anteriores citam cada formação como:

a) A floresta Aluvial ocorre em terrenos antigos dos flúvios e a Araucaria angustifolia

está associada com Podocarpus lambertii (pinho-bravo) e Drimys brasiliensis (casca-

de-anta) ou gêneros da família Lauraceae.

b) A floresta submontana ocorre de 50 até mais ou 400m de altitude.

c) A floresta montana ocorre de 400 a mais ou menos 1000m de altitude, caracteriza

com a Araucaria angustifolia associada com Ocotea porosa, formando agrupamentos

bem característicos.

d) A floresta altomontana está situada a mais 1000m de altitude, caracteriza por

indivíduos da espécie Araucaria angustifolia associadas com Podocarpus lambertii,

Cedrela fissilis e gêneros da família Lauraceae e Myrtaceae.

O município de Carlos Gomes, assim como outros do Alto Uruguai, não possui

estudos específicos a nível municipal sobre a quantificação dos exemplares de sua flora

nativa. Portanto, para a representação da Tabela 5 utilizou-se dados referentes ao

ecossistema local, a relato de habitantes, identificação de espécies com levantamento

em campo e bibliografias específicas sobre a vegetação da região.

Tabela 5 – Flora arbórea e arbustiva característica da região Alto Uruguai: Família,

nome popular e espécie com possível ocorrência no município de Carlos Gomes/RS.

Família Espécie Nome Popular

Achantaceae Justicia brasiliana Roth. Justicia-vermelha

Anacardiaceae Schinus terebinthifolius Raddi Aroeira-vermelha

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Anacardiaceae Lithraea brasiliensis Marchand Bugreiro

Annonaceae Rollinia silvatica (St.Hil.) Mart. Araticum

Apocynaceae Tabernaemontana catharinensis DC. Cobrina, jasmim-catavento

Aquifoliaceae Ilex dumosa Reissek. Caúna

Aquifoliaceae Ilex theezans Mart. Congonha

Aquifoliaceae IIlex paraguariensis St.Hil. Erva-mate

Araucariaceae Araucaria Araucaria angustifolia (Bert.) Kuntze Pinheiro-brasileiro

Arecaceae Butia capitata (Mart.) Becc. Butiazeiro

Arecaceae Butia eriosphata (Mart.Ex Drud) Becc. Butiazeiro

Asteraceae Vernonia tweediana Backer. Orelha-de-muda

Asteraceae Baccharis dracunculifolia DC. Vassoura

Asteraceae Baccharis punctulata DC. Vassoura

Asteraceae Baccharis semiserrata DC. Vassoura

Asteraceae Vernonia discolor (Spreng) Less. Vassourão-branco

Bignoniaceae Jacaranda micrantha Cham. Caroba

Bignoniaceae Tabebuia alba (Cham.) Sandw. Ipê-Amarelo

Bignoniaceae Tabebuia avellanedae Lor. ex Griseb Ipê-Roxo

Bombacaceae Chorisia speciosa Saint-Hilaire Paineira

Boraginaceae Patagonula Patagonula americana L. Guajuvira

Boraginaceae Cordia trichotoma (Vell.) Ar. ex Steud. Louro-pardo

Canellaceae Capsicodendron dinisii (Schwacke) Occhioni Pimenteira

Celastraceae Maytenus ilicifolia Mart. ex Reiss Cancorosa

Dicksoniacea Dicksonia sellowiana Hook Xaxim

Erythroxylaceae Erythroxylum deciduum A. St.-Hil. Cocão

Euphorbiaceae Gymnanthes concolor Spreng Laranjeira-do-mato

Euphorbiaceae Sapium glandulosum (L.) Morong Leiteiro, Pau-leiteiro

Euphorbiaceae Sebastiania schottiana (Müll.Arg.) Müll.Arg. Sarandi

Euphorbiaceae Alchornea triplinervia (Spreng) M. Arg. Tanheiro

Fabaceae Holocalyx balansae Micheli Alecrim

Fabaceae Albizia polycephala (Benth,) Killip. Angico-branco

Fabaceae Parapiptadenia rigida (Benth.) Brenan Angico-vermelho

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Fabaceae Myrocarpus frondosus Fr.All. Cabriúva

Fabaceae Erythrina falcata Benth Corticeira-da-Serra

Fabaceae Erythrina crista-galli L. Corticeira-do-Banhado

Fabaceae Machaerium stipitatum Vogel Farinha-seca, Canelado-brejo

Fabaceae Apuleia Apuleia leiocarpa (Vog.) Macbr. Grápia

Fabaceae Inga marginata Willdenow Ingá-feijão

Fabaceae Bauhinia forficata Link. Pata-de-vaca

Fabaceae Calliandra selloi Ham Quebra-foice

Fabaceae Dalbergia frutescens (Vell.) Britton Rabo-de-bugio

Fabaceae Ateleia glazioviana Bailon Timbó

Fabaceae Acacia bonariensis Gill. ex Hook. & Arn Unha-de-gato

Flacourtiaceae Casearia sylvestris SW. Chá-de-bugre

Gramineae Bambusa trinii Ness. Taquaruçu

Lauraceae Nectandra lanceolata Ne.et Mart. ex Ness Canela-amarela

Lauraceae Ocotea Ocotea puberula Ness. Canela-guaicá

Lauraceae Nectandra megapotamica (Spreng.) Mez. Canela-preta

Lauraceae Ocotea odorifera (Vell.) Rohwer Canela-sassafrás

Meliaceae Cabralea canjerana (Vell.) Mart. Canjerana

Meliaceae Trichilia claussenii C. DC Catiguá

Meliaceae Cedrela fissilis Vell. Cedro

Meliaceae Trichilia elegans A. Juss. Pó-de-ervilha

Mimosaceae Mimosa bimucronata (DC.) Kuntze Maricá

Moraceae Sorocea bonplandii. (Baill.) Burger Cincho

Moraceae Ficus luschnathiana (Miq.) Miq. Figueira

Myrsinaceae Myrsine laetevirens (Mez) Arechav. Capororoca

Myrsinaceae Myrsine umbellata Mart. Capororocão

Myrtaceae Psidium cattleianum Sabine. Araçá-amarelo

Myrtaceae Myrcianthes gigantea (D. Legrand) D. Legrand Araçá-do-mato

Myrtaceae Eugenia rostrifolia Legrand. Batinga

Myrtaceae Myrciaria cuspidata O. Berg. Camboim

Myrtaceae Eugenia involucrata D.C. Cerejeira

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Myrtaceae Acca sellowiana (Berg) Burret Goiabeira-da-serra

Myrtaceae Myrcianthes pungens (Berg) Legrand. Guabijú

Myrtaceae Campomanesia xanthocarpa Berg. Guabirobeira

Myrtaceae Eugenia subterminalia DC. Guamirim

Myrtaceae Myrceugenia oxysepala (Bourret) Guamirim

Myrtaceae Plinia trunciflora (O. Berg) Kausel Jaboticabeira

Myrtaceae Eugenia uniflora L. Pitangueira

Myrtaceae Campomanesia guazumaefolia (Cambess.) O. Berg Sete-capotes

Myrtaceae Eugenia pyriformis Cambessedes. Uvaia

Palmae Syagrus romanzoffiana. (Cham.) Glassman Jerivá, coqueiro

Phyllanthaceae Phyllanthus sellowianus (Klotzsch) Müll.Arg. Sarandi-vermelho

Polygonaceae Ruprechtia Ruprechtia laxiflora Meiss Marmeleiro-do-mato

Rosaceae Prunus subcoriacea (Ch. et Hus.) Hoehne Pessegueiro-do-mato

Rutaceae Helietta apiculata Benth. Canela-de-veado

Rutaceae Pilocarpus pennatifolius Lemmaire Jaborandi

Rutaceae Zanthoxylum rhoifolium Lam. Mamica-de-cadela

Rutaceae Balfourodendron riedelianum (Engl.) Engl. Pau-marfim, guatambú

Salicaceae Casearia decandra Jacq. Guaçatunga

Sapindaceae Matayba elaeagnoides Radlk. Camboatá-branco

Sapindaceae Cupania vernalis Camb. Camboatá-vermelho

Sapindaceae Allophylus edulis (A. St. Hill. Ed.) Radlk. Sinon. Chal-Chal

Sapindaceae Diatenopterix Diatenopterix sorbifolia Radlk Maria-preta

Sapindaceae Allophylus guaraniticus Camb. Vacum

Solanaceae Solanum erianthum D.Don Fumo-bravo

Styracaceae Styrax leprosus Hook. & Am. Carne-de-vaca

Tiliaceae Luehea divaricata Mart. Açoita-cavalo

Ulmaceae Trema micrantha (Linnaeus) Bluma. Grandiúva

Verbenaceae Vitex Vitex megapotamica (Spreng.) Tarumã

Winteracea Drimys brasiliensis Miers Casca-d’anta

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As atividades antropogênicas, com destaque para o desmatamento visando à

exploração do solo para utilização agrícola proporcionou vasta alteração na paisagem da

região Alto Uruguai, fato visível no município de Carlos Gomes e muitos outros da

região. Estas ações antrópicas formam um grande mosaico de florestas fragmentadas e

áreas agrícolas. A vegetação nativa do município, formada pela Floresta Ombrófila

Mista e Estepe Gramíneo Lenhosa com Mata de Galeria, tendo como espécies

econômicas a araucária, acoita-cavalo, canjerana, cedro, camboatás, erva-mate, grápia,

louro, etc., está cada vez mais perdendo riqueza e abundância de organismos.

Atualmente, grande parte do território de Carlos Gomes é formado por capoeiras

em diferentes estádios sucessionais vegetativos e fragmentos vegetais com exemplares

em estádio sucessional avançado.

Fauna

O Rio Grande do Sul possui grande riqueza de organismos mastozoológicos,

com mais de 140 espécies registradas. A avifauna do Estado é caracterizada por grande

abundância e riqueza de espécies, sendo até 1.993 registradas 610 espécies de aves, das

quais 466 são nidificantes, isto é, fazem ninho e se abrigam no estado. Destas, 62

espécies são migrantes que não nidificam no Estado, mas que aparecem regularmente,

onde passam períodos variáveis de tempo. Dentro deste contexto, 70 espécies são

classificadas como acidentais, tendo sido registradas raramente, 12 espécies foram

encontradas aqui no passado, mas por falta de informações mais precisas, acredita-se

que estejam extintas no Estado.

Outros grupos de animais que são encontrados no Estado são constituídos por

grupos de répteis, anfíbios, peixes, além de grande abundância e riqueza de insetos,

moluscos e anelídeos, entre muitos outros.

Mastofauna

A mastofauna é representada pelos mamíferos, que devido a seu porte e sua

biologia apresentam grande potencial de vulnerabilidade quanto a impactos

antropogênicos. Este grupo apresenta características ecológicas diferenciadas e sofrem

de maneira indireta a redução e transformação de seu habitat natural, sendo que casos

extremos de ações antrópicas ou naturais podem levar ao desaparecimento de algumas

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espécies. Porém, muitas outras possuem adaptação a novos habitats, por isso, este grupo

também é caracterizado por possuir diversos organismos cosmopolitas.

Os grandes mamíferos registrados que compõe a fauna da região Alto Uruguai

encontram-se em estado crítico ou sensível quanto a sua conservação, este fato se deve

principalmente a grande expansão da agricultura nas últimas décadas e a constante

urbanização das cidades.

Entre os felinos, apenas o Herpailurus yaguarondi, conhecido como gato-

mourisco, não está presente na lista de espécies ameaçadas publicada pelo IBAMA, mas

consta de listagens regionais e sua situação no Rio Grande do Sul é crítica. O Puma

concolor, puma ou leão-baio, tem ocorrência registrada no Rio Grande do Sul,

principalmente ao longo da costa do Rio Uruguai, porém, devido à pressão da caça, da

agricultura e da urbanização, o seu habitat natural tem se reduzido apenas a áreas

protegidas e montanhosas do Estado.

Na região Alto Uruguai, também ocorria duas espécies de primatas, o Alouatta

guariba (bugio) e o Cebus apella (mico-prego). O bugio possui populações que estão

em acentuado declínio, em decorrência da pressão da caça, da agricultura e da

urbanização. Suas populações encontram-se muito isoladas, habitando em fragmentos

vegetais de florestas, impossibilitando fluxo gênico entre os organismos. A situação do

mico-prego é mais estável, esses organismos apresentam necessidades ecológicas

menores, devido ao seu porte comparado a outros primatas da região.

O Sylvilagus brasiliensis, conhecido popularmente como tapiti, é uma espécie

que teve um grande declínio de abundância no nosso Estado, estando restrita a apenas

alguns fragmentos florestais da costa do Uruguai e Planalto Médio. Informações sobre a

comunidade de roedores silvestres podem resultar no registro de espécies ainda não

descritas para a região e ainda no encontro de alguns indivíduos que podem pertencer a

espécies ainda desconhecidas para a ciência.

A comunidade de mamíferos da região do Planalto Médio é bastante

significativa no Estado, não apenas por riqueza de espécies, mas também por incluir

espécies que não mais ocorrem em outras áreas. Entre os marsupiais, ocorrem o

Didelphis albiventris (gambá), Gracilinanus agilis (cuíca-graciosa), Lutreolina

crassicaudata (cuíca-de-calda-grossa), Philander frenata, Caluromys philander,

Monodelphis sorex, além de Monodelphis henseli.

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Alguns registros obtidos recentemente para a região foram indivíduos como

Gracilianus agilis (guaiquica), um marsupial de porte pequeno e de difícil registro in

loco, Dasypus septemcinctus (tatu-mirim) e Cavia aperea (preá), organismos

encontrados nas áreas de borda das florestas de grande porte.

O grande número de predadores é um indicador da riqueza e da abundância da

fauna local pelo fato de que esses animais necessitam de presas para viver.

Também se podem encontrar diversas espécies de morcegos, são encontrados em

residências e nas matas, porém não existe levantamento de espécies ocorrentes.

Abaixo, na Tabela 6, são listadas as possíveis espécies de mamíferos

encontradas no município de Carlos Gomes.

Tabela 6 – Espécies da mastofauna com possível ocorrência no município de Carlos

Gomes/RS.

Nome Científico Nome Popular

Cabassous unicinctus (Linnaeus, 1758) Tatu-de-rabo-mole

Cavia aperea (Erxleben, 1777) Preá

Conepatus chinga (Molina, 1782) Zorrilho

Cuniculus paca (Linnaeus, 1766) Paca

Dasyprocta spp. Cutia

Dasypus novemcictus (Linnaeus, 1758) Tatu-galinha

Dasypus septemcinctus (Linnaeus, 1758) Tatu-mulita

Didelphis albiventris (Lund, 1840) Gambá

Eira barbara (Linnaeus, 1758) Irara

Galictis cuja (Molina, 1782) Furão

Hydrochoerus hydrochaeris (Linnaeus, 1766) Capivara

Leopardus tigrinus (Schreber, 1775) Gato-do-mato

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Lepus capensis (Linnaeus, 1758) Lebre-europeia

Mazama americana (Erxleben, 1777) Veado

Mus musculus (Linnaeus, 1758) Camundongo

Myocastor coypus (Molina, 1782) Ratão-do-banhado

Nasua nasua (Linnaeus, 1766) Quati

Oryzomys flavescens (Waterhouse, 1837) Camundongo-do-mato

Ozotoceros bezoarticus (Linnaeus, 1758) Veado-campeiro

Procyon cancrivorus (Cuvier, 1798) Mão-pelada

Pseudalopex gymnocercus (Fischer, 1814) Graxaim

Rattus norvegicus (Berkenhout, 1769) Ratazana

Rattus rattus (Linnaeus, 1758) Rato

Sapajus apella (Kerr, 1792) Macaco-prego

Sciurus ingrami (Thomas, 1901) Esquilo

Tamandua tetradactyla (Linnaeus, 1758) Tamanduá

Ornitofauna

A ornitofauna da Floresta Atlântica, que abrange o leste e sudeste do Brasil, é

caracterizada pela elevada riqueza de abundância de gêneros e de espécies restritas de

alguma área, conhecidas como espécies endêmicas.

O Rio Grande do Sul é caracterizado por possuir grande riqueza de espécies de

aves devido ao fato de apresentar habitats variáveis e situação geográfica encontrada

dentro das zonas de transição entre as florestas do Brasil e dos campos das porções

situadas ao sul do continente.

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As aves possuem grande importância ecológica, elas são consideradas ótimos

indicadores biológicos porque várias espécies podem determinar o grau de conservação

de algum determinado ecossistema.

Nas florestas nativas do município de Carlos Gomes pode-se encontrar as

seguintes aves, conforme seus nomes populares na região: pomba-juriti, pomba-carijó,

sabiá, alma-de-gato, gralha-picaça, tucano, caturrita etc. Em recursos hídricos é

verificada a ocorrência de aves aquáticas, tal como: saracura, jaçanã, galinha-d’água e

marrecas. Na área urbana e agrícola do município é verificada a ocorrência de joão-de-

barro, bem-te-vi, rabo-de-palha, quero-quero, anu-preto, sabiá-de-praia, pomba-rola etc.

Abaixo, na Tabela 7, são apresentadas as espécies de aves registradas e com

possível ocorrência no município de Carlos Gomes.

Tabela 7 – Espécies da avifauna registradas e com possível ocorrência no município de

Carlos Gomes/RS.

Nome Científico Nome Popular

Aramides saracura (Spix, 1825) Saracura

Athene cunicularia (Molina, 1782) Coruja-do-campo

Basileuterus culicivorus (Deppe, 1830) Pula-pula

Brotogeris tirica (Gmelin, 1788) Periquito-rico

Bubucus íbis (Linnaeus, 1758) Garça-vaqueira

Buteogallus meridionalis (Latham, 1790) Gavião-caboclo

Cacicus chrysopterus (Virgors, 1825) Japim-soldado

Carduelis magellanicus (Vieillot, 1805) Pintassilgo

Chaetura cinereiventris (Sclater, 1862) Adorinhão-de-sobre-cinzento

Columba picui (Temminck, 1813) Rolinha-picuí

Columbina minuta (Linnaeus, 1766) Rolinha

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Columbina sp. Pomba-rola

Columbina talpacoti (Temminck, 1810) Rolinha-roxa

Conopophaga lineata (Wied-Neuwied, 1831) Chupa-dente

Crotophaga ani (Linnaeus, 1758) Anu-preto

Crypturellus obsoletus (Temminck, 1815) Inhambú

Cyanocorax caeruleus (Vieillot, 1818) Gralha-azul

Cyanocorax chrysops (Vieillot, 1818) Gralha-picaça

Egretta thula (Molina, 1782) Garça-branca

Elanus leucurus (Vieillot, 1818) Peneira, gavião-peneira

Furnarius rufus (Gmelin, 1788) João-de-barro

Guira guira (Gmelin, 1788) Anu-branco

Jaçana jacana (Linnaeus, 1766) Jaçanã

Legatus leucophaius (Vieillot, 1818) Bentevi-pirata

Leptasthenura setaria (Temminck, 1814) Grimpeiro

Leptotila rufaxilla (Richard & Bernard, 1792) Juriti-gemedeira

Leptotila verreauxi (Bonaparte, 1855) Juriti-pupu

Machetornis rixosus (Vieillot, 1819) Bentevi-do-gado

Megahynchus pitangua (Linnaeus, 1766) Neinei

Megascopus choliba (Vieillot, 1817) Corujinha-do-mato

Melanotrochilus fuscus (Vieillot, 1817) Beija-flor-preto-e-branco

Milvago chimachima (Vieillot, 1816) Carrapateiro

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Milvago chimango (Vieillot, 1816) Chimango

Mimus saturninus (Lichtenstein, 1823) Sabiá-do-campo

Molothrus bonariensis (Gmelin, 1788) Chupim

Myiodynastes maculatus (Statius Müller, 1776) Bentevi-rajado

Myiopsitta monachus (Boddaert, 1783) Caturrita

Myiozetetes similis (Spix, 1825) Bentevizinho-penacho-vermelho

Nothura maculosa (Temminck, 1815) Perdiz

Notiochelidon cyanoleuca (Vieillot, 1817) Andorinha-pequena-de-casa

Nystalus chacuru (Vieillot, 1816) João-bobo

Parula pitiayumi (Vieillot, 1817) Mariquita

Passer domesticus (Linnaeus, 1758) Pardal

Passerina brissonii (Lichtenstein, 1823) Azulão-verdadeiro

Patagioenas picazuro (Temminck, 1813) Pomba-carijó

Penelope obscura (Temminck, 1815) Jacu

Pitangus sulphuratus (Linnaeus, 1766) Bem-te-vi

Plegadis chihi (Vieillot, 1817) Maçarico

Polyborus plancus (Miller, 1777) Caracará

Progne tapera (Linnaeus, 1766) Andorinha

Ramphastos toco (Statius Müller, 1776) Tucano

Rhea americana (Linnaeus, 1758) Ema

Saltator similis (D’Orbigny & Lafresnave, 1837) Trinca-ferro-verdadeiro

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Sicalis flaveola (Linnaeus, 1766) Canário-da-terra

Stephanophorus diadematus (Temminck, 1823) Sanhaço-frade

Tachyphonus coronatus (Vieillot, 1822) Tié-preto

Thamnophilus caerulescens (Vieillot, 1816) Choca-da-mata

Theristicus caudatus (Boddaert, 1783) Curicaca

Thraupis cyanoptera (Vieillot, 1817) Sanhaço-de-encontro-azul

Thraupis sayaca (Linnaeus, 1766) Sanhaço-cinzento

Troglodytes aedon (Vieillot, 1809) Corruira

Turdus amaurochalinus (Cabanis, 1850) Sabiá-poca

Turdus rufiventris (Vieillot, 1818) Sabiá-laranjeira

Tyrannus melancholicus (Vieillot, 1819) Suiriri

Tyrannus savana (Vieillot, 1808) Tesourinha

Vanellus chilensis (Molina, 1782) Quero-quero

Herpetofauna

Répteis

A classificação de répteis é constituída de lagartixas, lagartos e cobras. A fauna

de répteis na região é composta por organismos oriundos das diversas formações da

Floresta Atlântica. A região apresenta uma constituição única de organismos, isto se

deve, pois estes organismos agregam espécies restritas no nosso Estado, na região do

Planalto.

A maioria das espécies de répteis registradas na região é compartilhada com

florestas do norte e nordeste do Rio Grande do Sul e apresenta ampla distribuição nas

Florestas Estacionais e Ombrófilas do Planalto Meridional do Brasil. Esse é o caso da

Bothrops jararaca, conhecida popularmente como jararaca, da Xenodon neuwiedii

(falsa-coral) e da Sibynomorphus ventrimaculatus (dormideira-de-barriga-manchada).

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LEMA (2002), em seu estudo com répteis do Rio Grande do Sul, cita que para a

região Alto Uruguai, há ocorrência de tartarugas de água doce, tal como Trachemys

dorbigni (Tigre d’água), e cágados de água doce, como Phrynops spp. (Cágado-de-

barbelas), Phrynops geoffroanus e Phrynops williamsi, (Cágados-de-ferradura),

Prynops hilarii (Cágado-comum), Acanthochelys spixii (Cágado-preto) e o

Hydromedusa tectifera (Cágado-de-pescoço-comprido). Estes organismos habitam em

ecossistemas aquáticos, portanto são encontrados em nascentes, banhados, rios e lagos.

Além da ocorrência de serpentes e cágados, o autor supracitado comenta que

para a região Alto Uruguai, há ocorrência de outros répteis, tal como pequenos lagartos

e lagartixas. Alguns exemplares que ocorrem são da espécie Stenocercus azurus

(Lagartixa-azul), Teius oculatus (Teju-verde), Tupinambis merianae (Tejuaçu),

Ophiodes cf. oculatus (Cobra-de-vidro-verde) e Ophiodes fragilis (cobra-de-vidro-

dourada), bem como a ocorrência de algumas espécies de Amphisbaena sp. (cobra-de-

duas-cabeças).

Anfíbios

Os anfíbios são organismos caracterizados por possuir duas fases, uma aquática

na qual é atribuída a fase larval, e a segunda fase é terrestre, porém, são dependentes da

água para manter a pele úmida. Schumacher e Hoppe (2001) afirmam que a reprodução

dos anfíbios são divididas em três categorias: ápodes – não possuem patas, possuem

corpo alongado, olhos pequenos e vivem em ambientes úmidos e aquáticos (ex. cobra-

cega); anuros – possuem caldas e patas (ex. sapos e rãs); urodelos – também possuem

cauda e patas, porém corpo alongado (ex. salamandras). Abaixo segue alguns

exemplares que podem ser encontrados na região:

Lema e Martins (2001) citam que a Physalaemus gracilis (Boulenger, 1883) (rã

chorona, gemedeira, chora-chora) é uma espécies relativamente pequena (2-3cm),

apresenta xifisterno fracamente bifurcado, tímpano oculto, mancha preta ocelar lombar,

coloração dorsal parda, variando de escura para clara, faixa preta em cada lado do

corpo, desde o focinho. Na época de acasalamento podem-se encontrar sobre a lâmina

d’água, os ninhos de espuma onde ovos são depositados (ACHAVAL e OLMOS, 2003).

Alimentam-se principalmente de colêmbolos, ácaros e formigas (DA ROSA et a.,

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2002). Estes organismos, no Brasil, ocorrem em Santa Catarina, Paraná, São Paulo e

Rio Grande do Sul (LANGONE, 1994).

Borges-Martins et al. (2007) citam que a Physalaemus cuvieri (Fitzinger, 1826)

(rã-cachorro) possui coloração cinza claro a escuro, possui manchas e linhas escuras na

parte dorsal. Essa espécie é muito comum e possui ampla distribuição no Brasil,

habitando áreas abertas, se reproduzindo em banhados, açudes e em corpos d’água

temporários (KWET e DI-BERNARDO, 1999), pela sua tolerância a ambientes

antropizados, conseguem ocupar vários ecossistemas diferentes (HADDAD e SAZIMA,

1992).

Os autores supracitados referem que a Scinax fuscovarius (Lutz, 1925)

(perereca-das-casas, perereca-de-banheiro) atingem até 40mm, possuem coloração

dorsal pardo-cinzenta a oliva, com lados amarelados e coxas geralmente manchadas

com partes ocultas amareladas. No Brasil, são distribuídos no sudeste e sul.

Lema e Martins (2001) descrevem que o Rhinella icterica (Spix, 1824) (sapo-

comum, sapo-cururu) possui grande porte, com corpo largo, com mais de 160mm de

comprimento. O macho é menor e mais delgado que a fêmea, que é maior e mais

reforçada. A maxila destes indivíduos é projetada sobre a mandíbula. O dimorfismo

cromáticos sexual é bem diferente para os dois sexos, os machos possuem dorso oliva

uniforme somente manchado nas patas posteriores e no tronco adjacente, enquanto a

fêmea possui dorso amarelado ou esbranquiçado, com grandes machas pretas ou

castanhas escuras, maior e mais gorda que ele.

A região fisiográfica do Alto Uruguai possui grande riqueza de espécies de

anfíbios, porém levantamentos ainda são escassos. Algumas espécies possuem ampla

distribuição no Estado, porém, sempre estão associados a formações florestais. Alguns

exemplares encontrados pertencem à espécie Limnomedusa maroglossa (Rã-das-

pedras), Leptodactylus mystacinus (Rã-de-bigode), Rhinella icterica (Sapo-cururu) e

Hyla faber (Sapo-marteleiro).

É importante cunhar que a presença da Rana catesbeiana (Rã-touro), uma

espécie exótica introduzida, em açudes e banhados do município de Carlos Gomes /RS

não pertence à fauna brasileira.

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Ictiofauna

O município de Carlos Gomes/RS não possui levantamento da ictiofauna em

seus corpos hídricos. Entretanto, entre as espécies ocorrentes no Rio Uruguai, destaca-se

como grandes migradoras o Salminus maxillosus (dourado), Prochilodus lineatus

(gramutã), Leporinus spp. (piava), Pseudoplatystoma coruscans (surubim, pintado),

Brycon orbinyanus (bracanjuva) e Pogonopoma sp. (cascudo), sendo que as quatro

primeiras são de grande importância comercial.

Segundo informações relativas à ictiofauna da porção da Bacia do Rio Uruguai

atingida pelas Usinas Hidrelétricas de Itá e Machadinho, registraram 74 espécies de

peixes com vários endemismos para a região (BERTOLETTI et al., 1989). Os autores

anteriores citam que as espécies Diapoma seculiferum (lambari), Leporinus amae

(perna-de-moça), Oligosarcus brevioris (dentudo) e Hypostomus luteus (cascudo-

amarelo) são restritas à região do curso médio do Rio Uruguai.

Lucena e Kulander (1992) citam que há seis espécies endêmicas do Alto e

Médio Uruguai, pertencentes ao gênero Crenicichla (joaninha). Entre os dados

existentes para a Bacia do Rio Uruguai somente uma espécie exótica foi citada, a

Cyprinus carpio (carpa). A ocorrência dessa espécie se deve a sua utilização em grande

escala na piscicultura e às eventuais fugas dos locais de criação. O risco para as

comunidades aquáticas em relação a essa espécie é pequeno, pois além de apresentar

habito iliófago, isto é, se alimentam de detritos e sedimentos na água, forrageando junto

ao fundo de locais de águas lênticas, onde há abundância de alimento, essa espécie

exige sítios de reprodução colonizados por macrófitas, fato raro no Rio Uruguai. Porém,

podem surgir em reservatórios onde ocorra eutrofização (excesso de nutrientes na água)

de corpos d’água, promovendo expansão das populações desta espécie.

Segundo relato de moradores, os principais organismos encontrados são:

joaninha, cará, cascudo, jundiá, mabari, palometa, tambicu (dente-de-cachorro), traíra,

etc.

A ictiofauna representada pelos peixes de água doce é encontrada nos riachos e

rios que banham o município: Rio Passo Fundo, Rio Erechim, Rio Cravo, Rio Facão,

Arroio Inhapuçá e Arroio Iguré, bem como em açudes ou barragens existentes em

diversas propriedades rurais.

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É importante salientar que a introdução de espécies exóticas em ambientes

naturais pode causar desequilíbrios ecológicos, comprometendo as comunidades

nativas, seja através da competição por alimento, ou por predação de organismos

aquáticos, ocasionando a perda de biodiversidade dos ecossistemas naturais.

6. DIAGNÓSTICO

Carlos Gomes é um município de pequeno porte, possuindo 395 habitantes que

vivem na área urbana e 1.324 na área rural. No município, por localiza-se no interior do

Alto Uruguai e por possuir principalmente atividades agrícolas, os jovens saem para os

grandes centros em busca de melhores condições de educação e de empregos. A faixa

etária alta predominante no município é um indicador de que a população de Carlos

Gomes foi criada e educada em um período em que a consciência ambiental ainda era a

de desmatar, desbravar, construir, plantar e edificar.

A cidade tem na avenida principal pavimentação asfáltica com redes de coleta de

água pluvial, contando com sarjeta, bueiro e tubulação subterrânea. O município não

possui empresas, como fábricas de móveis, indústrias metalomecânica, alimentícias,

etc., somente empresas prestadoras de serviços (posto de combustível, oficinas

mecânicas, chapeamento, elétricas, lavagens de automóveis, caminhões e tratores).

Porém, como citado anteriormente, a atividade principal é a agricultura.

Os aspectos climáticos, topográficos e de classes de uso e capacidade do solo

favorecem as explorações agrícolas e pecuárias, sendo que grande parte da área é

agricultável. A topografia em sua maioria pouco acidentada e os solos de boa fertilidade

natural, bem drenados e profundos, facilita a ocupação massiva do espaço municipal.

Saneamento Básico do Município de Carlos Gomes/RS

A partir das premissas da Lei Federal nº. 11.445/2007 cita que o processo de

saneamento básico abrange o abastecimento de água, o esgotamento sanitário, a limpeza

urbana, o manejo de resíduos sólidos e a drenagem e o manejo de águas pluviais

urbanas.

Dentro das diretrizes apresentadas, o saneamento básico pode ser definido como

o conjunto de medidas adotadas em um município para melhorar a vida e a saúde dos

habitantes impedindo que fatores físicos de efeitos nocivos possam prejudicar a

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população no seu bem-estar físico, mental e social. Desta forma o saneamento básico

está intimamente ligado às condições de saúde da população, garantindo acesso aos

serviços, instalações ou estruturas que cita a lei, além de envolver medidas de educação

da população em geral e a conservação, preservação e respeito pelo meio ambiente.

Abastecimento de Água

O abastecimento de água da área urbana do município de Carlos Gomes é

realizado pelos poços artesianos da sede e uma associação ABAGE (Abastecimento de

Água de Carlos Gomes) e na área rural o abastecimento acontece por fontes naturais e

por poços artesianos onde cada comunidade é responsável pelos seus. A Prefeitura

Municipal auxilia o abastecimento de água com materiais, análise de água, etc., porém,

não é a responsável pelo abastecimento. Carlos Gomes não possui Estação de

Tratamento de Água – ETA. E nascentes área rural +_ 10%

Um poço artesiano é denominado quando as águas fluem naturalmente do solo,

em um aquífero confinado, sem a necessidade de bombeamento. A profundidade é,

geralmente, maior do que um poço convencional, e suas águas possuem uma pureza

microbiológica maior e com mais sais minerais. Em sua utilização normal para o uso

residencial, as águas são captadas através de canos. A Figura 13 e Figura 14 mostra um

exemplo de poço artesiano.

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Figura 13 – Exemplo de como funciona o do

processo de implantação de poço artesiano.

Fonte: http://www.potencialmg.com.br/poco/ (2012)

Figura 14 – Exemplo de poço artesiano.

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Segundo a FAMURS (2000), dos 493 domicílios, 96,6%, possuem poço

artesiano ou nascente na propriedade, somente 0,4% recebem água da rede e 3% de

outra forma. Algumas propriedades tanto em área urbana e rural estão localizadas

próximas aos corpos hídricos que compõem o município, então, consequentemente (por

falta de conscientização e educação ambiental) acabam despejando resíduos para dentro

ou próximo aos riachos e comprometendo a qualidade da água.

Adjunto a estes fatores, deve-se realizar campanhas de educação ambiental que

englobem a conscientização da população de forma que os ecossistemas naturais fiquem

protegidos de ações antropogênicas, consequentemente preservando a qualidade da água

dos corpos hídricos municipais.

Esgotamento Sanitário

A Prefeitura Municipal de Carlos Gomes é responsável pelo esgotamento

sanitário municipal. No município chama à atenção algumas residências sem

esgotamento sanitário adequado, com lançamento direto na rede pluvial, na rua e ainda

diretamente no próprio terreno, indicando a fragilidade do sistema de saúde pública

frente à precariedade do sistema de esgotamento sanitário. O volume aproximado de

esgoto lançado por meio de rede pluvial para fora do perímetro urbano é grande, porém

não se tem um valor estimado. Sabe-se que este é conduzido para riachos sem

denominação especial e que margeiam a cidade, às vezes não recebendo nenhum

tratamento especial, podendo transformar ou comprometer alguns trechos dos recursos

hídricos.

Ocorrem sérios problemas com relação ao esgoto doméstico e águas servidas,

pois existem ligações clandestinas de sumidouros diretamente na rede de drenagem da

área urbana. O poder público está procurando coibir estas ações, porém, sendo de difícil

controle, vindo a prejudicar a população. Os dados abaixo indicam como práticas de

esgotamento mais comum à fossa rudimentar, como mostra a Tabela 8.

Tabela 8 – Dados referentes ao esgotamento sanitário do município de Carlos Gomes.

Esgotamento Sanitário Domicílios (n.º) Porcentagem (%)

Rede geral de esgoto e pluvial 8 1,63

Fossa séptica 130 26,36

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Fossa rudimentar 224 45,43

Rio, lago 77 15,62

Outro escoadouro 45 9,13

Sem banheiro/sanitário 9 1,83

Total 493 100%

Fonte: FAMURS, 2000.

A coleta, o tratamento e a disposição ambientalmente adequada do esgoto

sanitário são fundamentais para a melhoria do quadro de saúde da população de Carlos

Gomes. Investimentos em saneamento básico têm um efeito direto na redução dos

gastos públicos com serviços de saúde.

Limpeza Urbana e Rural e Coleta e Destino dos Resíduos Sólidos: Gestão de Resíduos

– Resíduos Sólidos Urbanos (Lixo Doméstico), Resíduos Industriais, Resíduos de

Construção Civil e Resíduos Agrícolas

O município de Carlos Gomes possui combate e fiscalização ao despejo

inadequado de resíduos sólidos urbanos e sistema de coleta seletiva do lixo, possui

aterro sanitário somente para recepção de lixo orgânico. Um aterro sanitário é definido

como um aterro de resíduos sólidos urbanos, adequado para a receptação de resíduos de

origem doméstica, varrição de vias públicas, comércio, etc. A Figura 15 mostra como é

gerenciada a implantação de um aterro sanitário municipal. O lixo reciclável é destinado

para cooperativa de reciclagem de outro município.

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Figura 15 – Exemplo de implantação e etapas de aterro sanitário.

Fonte: http://www.rc.unesp.br/ (2012)

Existem problemas com relação ao lixo que fica espalhado na área urbana e

deposição de dejetos em comunidades rurais (área rural), este causado pela população

que não está consciente dos problemas relacionados ao destino inadequado de resíduos

sólidos urbanos.

As pessoas ainda jogam este tipo de resíduo nas ruas e terrenos baldios,

causando grande impacto visual e poluição ambiental. Os resíduos despejados em locais

inadequados (ao longo de vias de acesso, terrenos baldios, cursos d’água, vegetação

ribeirinha, etc.) caracterizam-se como móveis e utensílios velhos, roupas velhas, restos

de materiais de construção, restos de limpeza de terrenos, lixos domésticos, entre

outros. Este fato evidencia a falta de consciência ecológica de alguns setores da

população que não respeitam os locais específicos destinados ao depósito de lixo.

Para a manutenção da coleta de resíduos tem-se observado algumas intempéries:

resistências de pessoas da comunidade em fazer separação adequada; não recolhimento

do lixo no meio rural; em alguns momentos há disposição do lixo em locais

inadequados causando poluição do meio ambiente; deposição ou queima inadequada de

lixo inorgânico, etc.

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As melhores formas de amenizar estas dificuldades são por meio de campanhas

de educação ambiental sobre conscientização e preservação do meio ambiente, sobre

efeitos causados pela má destinação de resíduos sólidos (ex. proliferação de vetores e

pragas urbanas) e a importância da destinação e separação adequada dos mesmos.

A Tabela 9, segundo dados do IBGE/SIDRA (2000) apresenta o destino dos

resíduos sólidos da população de Carlos Gomes.

Tabela 9 – Destino dos resíduos sólidos da população de Carlos Gomes/RS.

Destinação dos resíduos Domicílios Porcentagem (%)

Coleta por serviço de limpeza 13 2,63

Coletado em caçamba de serviço de limpeza 98 19,84

Queimado 224 45,33

Enterrado 87 17,54

Jogado em terreno baldio ou logradouro 38 7,70

Jogado em corpos hídricos 4 0,81

Outro destino 29 5,88

Total 493 100%

Fonte: IBGE/SIDRA (2000).

Não há depósito para destino final de resíduos industriais, os quais são

recolhidos por empresas especializadas que atuam no município a partir de negociações

e consórcios intermunicipais com outros municípios, que após recolhido, destinam os

resíduos adequadamente.

Sobre a questão dos resíduos de construções civis, vale salientar que com a

expansão da área urbana municipal e consequente regularização e ampliação de

loteamentos urbanos (apesar de ainda não ser um problema no município), poderá

ocorrer um cenário de alteração em Carlos Gomes, considerando que na prestação de

serviços não existem grandes empresas construtoras. Portanto, conforme caminhar a

demanda socioeconômico municipal, torna-se muito importante o município se adequar

para realizar a disposição final destes resíduos adequadamente.

Sobre o controle de resíduos e embalagens de produtos agroquímicos, não há

posto de recebimento desse material no município. Outro problema referente aos

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resíduos agrícolas é destinação final inadequada de alguns moradores das comunidades

rurais.

Controle de Águas Pluviais e Drenagem Urbana

A rede pluvial e de drenagem urbana do município é composta basicamente de

sarjeta, bueiro e tubulação subterrânea que conduzem a água das chuvas para fora da

cidade. Está presente na maior parte da área urbanizada, sendo que a tubulação

subterrânea predomina na área central.

Degradação de Recursos Hídricos

A degradação dos corpos hídricos do município de Carlos Gomes é causada por

várias intempéries que interagem, potencializando os efeitos negativos nos ecossistemas

aquáticos.

Os cultivos de monoculturas, mesmo considerando que uma grande parte dos

agricultores pratica o plantio direto, atingem vastas áreas as quais não protegem o solo,

o que leva a erosão e o assoreamento dos corpos d’água.

Esta mesma agricultura faz com que os produtores rurais ampliem as áreas de

cultivo, direcionando-as para as Áreas de Preservação Permanente, isto é, para as

margens de riachos e realização de drenagem de áreas de banhados.

Associada ao tipo de agricultura, ou nos casos das margens de corpos hídricos

mais próximos ao perímetro urbano e também dentro dele, a proliferação de

loteamentos unifamiliares torna um dos principais geradores de renda do município,

suscetível a uma série de agressões que deverão ser gerenciadas de tal forma que

possam fazer com que exista o equilíbrio entre a expansão urbana e a preservação dos

ecossistemas naturais.

Diminuição das Áreas de Floresta Nativa e Ciliar

O município de Carlos Gomes perdeu grande parte da vegetação natural devido

aos extensos pinheirais existentes em seu território. A vegetação arbórea encontra-se

distribuída em todo o território municipal, principalmente localizada em áreas de maior

declive, inacessíveis ou inapropriadas para a agricultura, na forma de fragmentos

remanescentes.

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No meio rural a retirada da vegetação natural torna mais evidente a necessidade

de proteção da flora nativa, uma vez que a mesma está gradativamente sendo substituída

por espécies exóticas e com valor comercial. Esta degradação da flora nativa acaba

induzindo a fauna a ocupar áreas cada vez menores, criando condições adversas e

restritas para a reprodução e posterior fluxo gênico destes organismos e deixando os

corpos hídricos suscetíveis há contaminações externas.

7. DEFINIÇÃO DOS OBJETIVOS DE CURTO, MÉDIO E LONGO PRAZO

ABASTECIMENTO DE ÁGUA POTÁVEL

Curto Prazo

Identificar soluções definitivas para o problema da água potável do município.

Desenvolver medidas para valorização dos recursos humanos.

Ampliar gradativamente o acesso de água potável a toda população.

Promover a Educação Ambiental.

Identificar e promover soluções referentes aos corpos hídricos contaminados.

Identificar e promover tratamento e a disponibilidade de água adequada.

Contemplar campanhas de conscientização, fiscalização e monitoramento do solo

agrícola.

Promover à recomposição vegetal das Áreas de Preservação Permanente.

Médio Prazo

Fiscalizar a qualidade da água distribuída.

Garantir água potável a toda população.

Longo Prazo

Garantir alternativas para sanar carências de abastecimento, abonando o

fornecimento de água a toda população urbana e rural.

Promover a qualidade dos serviços de abastecimento de água potável a toda

população de Carlos Gomes.

Garantir a proteção da flora nativa que abrange o município, pois a preservação da

mesma auxilia na preservação dos recursos naturais, incluindo os ecossistemas

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hídricos.

ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Curto Prazo

Sanar problemas de corpos hídricos contaminados a céu aberto.

Garantir melhoria e distribuição de fossas sépticas e sumidouros existentes.

Promover a Educação Ambiental.

Eliminar o despejo inadequado de esgoto.

Realizar o tratamento de esgoto em área rural e urbana.

Garantir a preservação de fossas sépticas e sumidouros.

Fornecer esgotamento sanitário aceitável a todas as residências.

Terminar com o problema de ligações clandestinas de sumidouros.

Médio Prazo

Garantir a proteção dos mananciais tanto subterrâneos como superfícies que serão

utilizados para esgotamento sanitário.

Caracterizar, controlar e prevenir os riscos de atividades antrópicas lesivas aos

corpos hídricos utilizados no esgotamento sanitário.

Longo Prazo

Garantir esgotamento sanitário adequado para toda a população de Carlos Gomes.

Disponibilizar fossa séptica e sumidouro adequado a toda a população de Carlos

Gomes.

Garantir coleta, tratamento e disposição ambientalmente adequada do esgoto

sanitário.

LIMPEZA URBANA E RURAL E MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Curto Prazo

Desenvolver e aperfeiçoar o combate e fiscalização do despejo inadequado de

resíduos sólidos urbanos e programa de coleta seletiva de lixo.

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Garantir a limpeza de resíduos sólidos na área urbana e rural.

Conscientizar a população através de campanhas de Educação Ambiental.

Garantir a fiscalização regularmente do órgão competente.

Médio Prazo

Promover a coleta de resíduos sólidos agrícolas.

Longo Prazo

Modernizar o tratamento, reciclagem e disposição final dos resíduos sólidos à

realidade resultante do desenvolvimento socioeconômico municipal e a necessidade

de melhoria progressiva da qualidade ambiental.

Garantir a proteção dos recursos hídricos que percorrem o município para que não

ocorra o despejo inadequado de resíduos sólidos nos mesmos.

Conscientizar toda a população sobre a preservação do meio ambiente, sobre

efeitos causados pela contaminação de lixo doméstico e a importância da

destinação adequada dos mesmos.

Criação de locais adequados para despejo de resíduos de construções civis.

MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS E DRENAGEM URBANA

Curto Prazo

Realizar a prevenção e o controle de possíveis alagamentos.

Promover estruturas que favoreçam a retenção do escoamento superficial e que

favoreçam a infiltração e percolação da água no solo.

Garantir a fiscalização e monitoramento referente ao lançamento de resíduos

diretamente em redes pluviais.

Médio Prazo

Longo Prazo

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8. PROPOSTA DE INTERVENÇÃO COM BASE NA ANÁLISE DE

DIFERENTES CENÁRIOS ALTERNATIVOS E ESTABELECIMENTO DE

PRIORIDADES

ABASTECIMENTO DE ÁGUA POTÁVEL

Curto Prazo

Modernização do modelo de gestão de forma que seja acessível a toda a população

de Carlos Gomes.

Buscar sempre a formação profissional dos agentes envolvidos na gestão dos

sistemas exigidos.

Acompanhar e garantir o abastecimento de água potável conforme ocorra o

desenvolvimento municipal.

Realizar projetos que visem a Educação Ambiental junto à população referente à

preservação e ao abastecimento de água potável.

Desenvolver programas de conscientização ambiental junto à população rural e

urbana referente ao prejuízo socioeconômico que ações antropogênicas acarretam

nos corpos hídricos e consequentemente diminuem a qualidade da água.

Realizar o monitoramento de possíveis trechos de corpos hídricos contaminados

com efluentes domésticos e resíduos sólidos.

Realizar o monitoramento e o tratamento de água adequadamente em todos os

poços artesianos do município.

Campanhas de conscientização, fiscalização e monitoramento com objetivo de

proteger o solo agrícola, que por fatores antrópicos de má utilização podem

acarretar erosão e assoreamento dos córregos, comprometendo a qualidade da água.

Realizar projetos que visem à recomposição vegetal das Áreas de Preservação

Permanente.

Atendimento das exigências urgentes da população urbana e rural referente à água

potável, buscando evitar o desabastecimento de água em períodos de longa

estiagem.

Realização de análise e cloração periódica nos poços e fontes que abastecem a

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população, principalmente em poços localizados em áreas rurais que necessitam de

tratamento periódico.

Visitas in loco para verificar potenciais de poluição que possam comprometer a

integridade ecológica dos mananciais hídricos.

Mapeamento de fontes naturais e possibilitar a proteção, o tratamento e a

canalização dessas até as residências.

Implantação de novos poços artesianos de forma que contemple a comunidade

rural e urbana.

Manutenção periódica e modernização de poços artesianos já consolidados.

Reformas em sistemas de abastecimento de água potável que necessitem de

manutenção e começar a execução dos novos sistemas requeridos.

Reforço da fiscalização dos órgãos competentes.

Criação de programa de formação profissional para a gestão técnica dos sistemas

de abastecimento de água.

Despoluição de riachos que possuem influência de atividades antropogênicas de

forma que promova a integridade da biota aquática e a qualidade da água.

Programa de formação e conscientização para agricultores, produtores de aves, de

gado de leite e corte, e de suínos, mais especificamente os que residem em áreas de

nascentes.

Médio Prazo

Realizar fiscalização buscando melhorar o controle e a distribuição evitando

desperdícios.

Abastecer a população com água potável através da modernização de poços

artesianos antigos e comprometidos e de preservação de mata ciliar e corpos

hídricos.

Criar formas de proteger o tratamento e a canalização das fontes naturais até as

residências.

Designar campanha de sensibilização da população para questões de qualidade e

racionalização do uso da água, bem como respeito e preservação aos ecossistemas

naturais.

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Regularização ambiental de poços artesianos junto ao órgão competente.

Longo Prazo

Garantir a proteção, o tratamento e a canalização das fontes naturais até as

residências.

Realizar o plantio de vegetação nativa em Áreas de Preservação Permanente.

ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Curto Prazo

Recuperar e realizar a canalização de trechos hídricos comprometidos a céu aberto

em área urbana e perto de residências em zona rural.

Recuperar e ampliar estruturas físicas e trocas de fossas sépticas e sumidouros

existentes.

Implantar, em residências desprovidas (ex. poço negro), fossas sépticas e

sumidouros, com filtro anaeróbico, adequados.

Promover a Educação Ambiental junto à população referente ao esgotamento

sanitário adequado e a importância do mesmo para saúde pública.

Fiscalizar e monitorar para que não ocorram despejos de esgoto diretamente nos

corpos hídricos que percorrem o município.

Fiscalizar, monitorar, reparar e modernizar fossas sépticas e sumidouros que

sofram de transbordamento ou que estão localizadas em solos permeáveis.

Aderir formas para sanar com problemas referentes à relação ao esgoto doméstico

atual e ligações clandestinas de sumidouros.

Recuperar e ampliar estruturas físicas e trocas de tubulações obsoletas.

Implantação de etapas adequadas à demanda social e às condições técnicas.

Reforço da fiscalização dos órgãos competentes.

Criação de programa de formação profissional para a gestão técnica dos sistemas

de esgotamento sanitário

Médio Prazo

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Ampliação das estruturas físicas de tubulações.

Proteger os mananciais tanto subterrâneos como superfícies que serão utilizados

para esgotamento sanitário.

Fiscalizar e monitorar ações e atividades antropogênicas que possam comprometer

os corpos hídricos municipais.

Longo Prazo

Recuperação e ampliação (conforme ocorra o crescimento populacional – rural e

urbano – do município) das estruturas físicas de tubulações que possam estar

comprometidas ou danificadas.

Construção de uma Estação de Tratamento de Efluentes – ETE, com rede de coleta

em toda área urbana.

Construção e modernização de fossas sépticas e sumidouros, com filtro anaeróbico,

em todas as residências do setor urbano.

Construção e modernização de fossas sépticas e sumidouros em todas as

comunidades rurais.

LIMPEZA URBANA E RURAL E MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Curto Prazo

Modernização do modelo de gestão.

Realizar constantemente a limpeza de resíduos sólidos em área urbana e rural de

Carlos Gomes.

Realizar a Educação Ambiental de forma que a comunidade rural se conscientize

da importância de conduzir os resíduos sólidos e agrícolas para o destino correto,

de forma que não contaminem os ecossistemas naturais.

Realizar campanhas de Educação Ambiental para que a população urbana se

conscientize da importância de conduzir o lixo seco ao destino correto, de forma

que não contaminem os corpos hídricos com resíduos sólidos e que contribuam

para a limpeza urbana.

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Realizar campanhas de Educação Ambiental para alertar toda a população referente

à associação da proliferação de vetores e pragas com a falta de limpeza do

ambiente e o manejo inadequado dos resíduos sólidos.

Realizar a fiscalização do órgão competente referente à limpeza urbana rural e

manejo de resíduos sólidos, tampouco a deposição de lixo em locais impróprios e a

queima inadequada de lixo orgânico.

Realizar a coleta de embalagens de agrotóxico-agroquímicos e lixos sólidos em

áreas agrícolas regularmente, contemplando todas as comunidades.

Reforço da fiscalização dos órgãos competentes.

Criação de programa de formação profissional para a gestão técnica dos sistemas

de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos.

Inserção de catadores e de cooperativas em atividades de coleta e de reciclagem.

Terminar com os problemas com relação ao lixo que fica espalhado na área urbana

e rural do município.

Médio Prazo

Implantação de programas de reaproveitamentos de resíduos sólidos coletados.

Longo Prazo

Criação de uma usina de triagem de lixo e aterro sanitário municipal.

Caso seja possível e abundantemente necessário, construir depósito para destino

final de resíduos industriais.

Criação de um local específico para depósito de resíduos de construções civis.

Criação de posto, ou depósito, de recebimento de resíduos agrícolas.

MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS E DRENAGEM URBANA

Curto Prazo

Realização de medidas mitigadoras para o fato de ocorrer problemas pontuais ou

difusos de alagamentos no município.

Oferecer continuidade no processo de manejo de águas pluviais e de drenagem

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urbana.

Proteção dos mananciais tanto subterrâneos como superfícies e nascentes, olhos

d’água e as faixas marginais de proteção de águas superficiais.

Campanhas para reutilização de águas pluviais.

Fiscalização e monitoramento com possíveis problemas referentes ao lançamento

de resíduos diretamente em redes pluviais.

Médio Prazo

Longo Prazo

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9. PROGRAMAÇÃO FÍSICA, FINANCEIRA E INSTITUCIONAL DA IMPLANTAÇÃO DAS INTERVENÇÕES DEFINIDAS

AÇÃO

VALOR R$

PROGRAMA

FONTE DE FINANCIAMENTO e ou

RESONSABILIDADE

PERÍODO ABASTECIMENTO DE ÁGUA

POTÁVEL

UNIÃO ESTADO MUNICIPIO POPULAÇÃO

Realizar análise e cloração periódica nos

poços e fontes que abastecem a população

10.000,00 PMISB X Anual

Visitas in loco para verificar potenciais de

poluição, contatos com dejetos e aberturas

que possibilitem a entrada de vetores nos

poços e fontes.

5.000,00 X Anual

Mapear e proteger as fontes naturais com

canalização dessas até as residências

150.000,00 MMA, Sec

Estado do Meio

Ambiente

X X X X Até dez

2016

Licenciar e perfurar 4 poços artesianos 100.000,00 Sec estado X X X Até

dezembro de

2016

Realizar a manutenção e a modernização

dos poços artesianos existentes.

Reavaliação do Plano Tarifário do

abastecimento de água urbano

0,00 X Até

dezembro de

2013

Criação de programa de formação

profissional para a gestão técnica dos

sistemas de abastecimento de água.

10.000,00 X Anual

Formação de agricultores e produtores de 12.000,00 X A cada 2

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aves, de gado de leite e corte para

importância de atividade orientada para a

preservação

anos

Criação de campanha de sensibilização da

população para questões de qualidade,

racionalização do uso da água e de

adimplência do pagamento, bem como

respeito e preservação aos ecossistemas

naturais.

1.200,00 X Constante

Recomposição vegetal de mananciais 10.000,00 X X X Constante

Despoluição de riachos em parceria com

entidades e escolas

X X Constante

ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Implantação de redes e estações de

tratamento de efluentes adequadas à

demanda social e às condições técnicas.

5.000.000,00 FUNASA X X Até dez de

2022.

Reforço da fiscalização dos órgãos

competentes, especificamente a relativa à

liberação de construções.

0,00 X Frequente

implantação de soluções de esgotamento

sanitário em aglomerados rurais e

indígenas – fossas sépticas

200.000,00 FUNASA SEC

ESTADO

X X X Até dez

2016

Criação de programa de formação

profissional para a gestão técnica dos

sistemas de esgotamento sanitário

10.000,00 PMISB X Anual

Lançamento de campanha de sensibilização

da população para questões da saúde,

vetores, poluição dos mananciais hídricos.

10.000,00 PMISB X X Anual

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Recuperação e ampliação (conforme ocorra

o crescimento populacional – rural, urbano

e indígena – do município) das estruturas

físicas e trocas de tubulações obsoletas.

50.000,00 FUNASA X X A partir da

implantação

do sistema

LIMPEZA URBANA E MANEJO DE

RESÍDUOS SÓLIDOS

Reforço da fiscalização dos órgãos

competentes.

0,00 PMISB X X Frequente

Criação de programa de formação

profissional para a gestão técnica dos

sistemas de limpeza urbana e manejo de

resíduos sólidos.

10.000,00 PMISB X Frequente

Implantação de programas de

aproveitamentos dos materiais coletados

para fins comerciais. Construção de galpão

e criação de cooperativa

170.000,00 Secr. Estado e

Municipio

X X 2014

Lixeiras na área urbana e na reserva

indígena

25.000,00 PMISB X

Criação/construção ou melhoria da

operação do aterro sanitário.

280.000,00 FUNASA X X 2015

Implantação de uma campanha de

sensibilização à população para questões

de saúde, vetores e pragas urbanas e

poluição dos corpos hídricos.

10.000,00 PMISB X X Anual

Implantação de programas de

aproveitamentos dos materiais coletados

para fins comerciais.

10.000,00 PMISB X Anual

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MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS E

DRENAGEM URBANA

Estabelecimento de zoneamento, com

restrições à ocupação conforme o risco de

inundação na área determinada.

0,00 PMISB X Frequente

Campanha de reaproveitamento de água

pluvial

0,00 PMISB Frequente

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10. PROGRAMAÇÃO E CRITÉRIOS DE REVISÃO E ATUALIZAÇÃO

O presente Plano Municipal Integrado de Saneamento Básico Integrado do

Município de Carlos Gomes apresenta objetivos e metas de curto, médio e longo prazo.

Os objetivos de curto prazo deverão ser atendidos em aproximadamente dois ou três

anos. Nesse mesmo período, novas demandas poderão surgir, o que torna imperativa a

revisão periódica deste documento. Sugere-se a revisão em períodos de, no máximo,

quatro em quatro anos, o que vai atender as necessidades ambientais bem como aos

propósitos de novos administradores eleitos nesse mesmo período.

11. REFERÊNCIAS

ACHAVAL, F. e OLMOS, A. Anfíbios y Reptiles del Uruguay. Montevideo, Graphis,

v.2, 136p., 2003.

ANDERSON, P. S. e VERSTAPPEN, H. T. Aspectos Básicos da Fotointerpretação. In

ANDERSON, P. S., Fundamentos para Fotointerpretação. Rio de Janeiro: Sociedade

Brasileira de Cartografia, 53p., 1982.

BACKES, A. Determinação da idade e regeneração natural de uma população de

Araucaria Angustifolia (Bertol.) Kuntze em um povoamento florestal localizado no

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