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Prefeitura Municipal de Santa Maria PMDI – Projeto Santa Maria 2020 Plano Diretor de Saneamento do Município de Santa Maria
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PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO
AMBIENTAL DE SANTA MARIA
Volume V – Avaliação de Sustentabilidade, Plano de
Emergência e Contingência, Modelos de Regulação,
Instrumentação Legal e Mecanismos de Avaliação
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ÍNDICE
1 AVALIAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE DO PLANO ............................................................ 6
1.1. Situação Atual ..................................................................................................... 6
1.2. Receita Projetada Cenário Padrão ...................................................................... 18
1.3. Despesas e Impostos ......................................................................................... 22
1.4. Investimentos ................................................................................................... 25
1.5. Premissas das Modelagens ................................................................................ 44
1.6. Avaliação de Sustentabilidade – Modelos ........................................................... 48
1.7. Relatórios .......................................................................................................... 56
2 PLANO DE CONTINGENCIA E EMERGÊNCIA .................................................................. 60
2.1. Objetivo ............................................................................................................ 60
2.2. Agentes Envolvidos ............................................................................................ 61
2.3. Ações Principais de Controle e de Caráter Preventivo ......................................... 64
2.4. Definição de Emergência .................................................................................... 65
2.5. Tipos de Prejuízo ............................................................................................... 66
2.6. Planos de Emergências ...................................................................................... 68
2.7. Emergências Ambientais .................................................................................... 86
2.8. Sistema Nacional de Defesa Civil ........................................................................ 88
2.9. Programa de Prevenção para Emergência e Desastre .......................................... 89
2.10. Mapas de Área de Risco ..................................................................................... 93
2.11. Considerações Finais .......................................................................................... 94
3 MODELO DE GESTÃO E ESTRUTURA DE REGULAÇÃO ................................................... 95
3.1. Os Serviços de Saneamento Básico ..................................................................... 95
3.2. Serviços de Abastecimento de Água ................................................................... 99
3.3. Serviços de Esgotamento Sanitário ................................................................... 115
3.4. Serviços de Manejo de Resíduos Sólidos e Limpeza Urbana .............................. 121
3.5. Serviços de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais ........................................... 129
3.6. Modelo Jurídico de Prestação de Serviço .......................................................... 132
3.7. Regulação dos Serviços de Saneamento Básico ................................................. 152
4 INSTRUMENTO LEGAL .............................................................................................. 158
4.1. Introdução ...................................................................................................... 158
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4.2. Anexo I ............................................................................................................ 159
4.3. Anexo II ........................................................................................................... 183
5 MECANISMOS DE AVALIAÇÃO .................................................................................. 199
5.1. Introdução ...................................................................................................... 199
5.2. Indicadores do Sistema de Abastecimento de Água .......................................... 199
5.3. Indicadores do Sistema de Esgotamento Sanitário ............................................ 201
5.4. Indicadores de Resíduos Sólidos ....................................................................... 202
5.5. Indicadores de Drenagem ................................................................................ 211
5.5.1 Conceitos ............................................................................................................ 211
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ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1 Estudo de Comparação (Benchmarking) ...................................................................... 13
Tabela 2 Estrutura Tarifária ......................................................................................................... 15
Tabela 3 Tabela de Exponenciais ................................................................................................ 16
Tabela 4 Metas de Cobertura e Gestão dos Serviços .................................................................. 20
Tabela 5 Despesas operacionais ................................................................................................. 23
Tabela 6 Impostos e outras despesas ......................................................................................... 24
Tabela 7 Fontes de Financiamento ............................................................................................. 31
Tabela 8 Modalidades de Financiamentos – Saneamento Para Todos ....................................... 37
Tabela 9 Contrapartida - Orçamento Geral da União ................................................................. 39
Tabela 10 Condições Financeiras - BNDES .................................................................................. 42
Tabela 11 Contrapartida - FEHIDRO ............................................................................................ 43
Tabela 12 Premissas da Modelagem ........................................................................................... 45
Tabela 13 Resíduos sólidos urbanos e limpeza pública .............................................................. 54
Tabela 13 Planos de Emergências - Serviço de Abastecimento de Água ................................... 70
Tabela 14 Planos de Emergências - Serviço de Esgotamento Sanitário ...................................... 72
Tabela 15 Planos de Emergências – Serviços de Limpeza Pública .............................................. 75
Tabela 16 Planos de Emergências – Serviços Relacionados a Resíduos Sólidos Domiciliares .... 78
Tabela 17 Planos de Emergências – Serviços Relacionados a Resíduos Sólidos Inertes ............. 80
Tabela 18 Planos de Emergências – Serviços Relacionados a Resíduos de Serviços de Saúde ... 82
Tabela 19 Planos de Emergências - Sistema de Drenagem e Manejo das Águas Pluviais Urbanas
..................................................................................................................................................... 85
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ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1 Projeção da população atendida ..................................................................................... 6
Figura 2 Economias Faturadas ...................................................................................................... 7
Figura 3 Projeção das Economias Faturadas ................................................................................. 7
Figura 4 Distribuição de usuários .................................................................................................. 8
Figura 5 Consumo Médio Mensal Faturado por Economia........................................................... 9
Figura 6 Base de usuários .............................................................................................................. 9
Figura 7 Distribuição de Receita Direta ....................................................................................... 10
Figura 8 Comparação das despesas de exploração por economia de todos os municípios entre
100 mil e 500 mil habitantes, segundo dados do SNIS 2009, e percentis de eficiência em função
da população ............................................................................................................................... 11
Figura 9 Projeção Aproximada para Santa Maria........................................................................ 14
Figura 10 Fatura Média Típica ..................................................................................................... 17
Figura 11 Receita Obtida ............................................................................................................. 18
Figura 12 Projeção da Receita Água e Esgoto ............................................................................. 20
Figura 13 Despensas Cenário Padrão (milhões de reais) ............................................................ 22
Figura 14 Investimento em esgoto (milhões de R$) ................................................................... 25
Figura 15 Evolução dos investimentos e amortização – Água e Esgoto ..................................... 26
Figura 16 Evolução dos investimentos e amortização – Drenagem ........................................... 27
Figura 17 Balanço dos Investimentos.......................................................................................... 29
Figura 18 Endividamento Circulante v.s. Superávit/Déficit Água e Esgoto (milhões de R$)....... 47
Figura 19 Variação da participação dos fundos de créditos ao longo do projeto ...................... 47
Figura 20 Endividamento Circulante v.s. Superávit/Déficit ........................................................ 49
Figura 21 Variação da participação dos fundos de créditos ao longo do projeto ...................... 49
Figura 22 Fatura Média Típica (R$/mês) Cenário 2: Apresentação Direta do Serviço de Esgoto 50
Figura 23 Proposta de Plano de Gerenciamento de Área de Risco ............................................ 94
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AVALIAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE DO PLANO
1.1. Situação Atual
Nos itens a seguir resumiremos os aspectos mais importantes levados em consideração para a
projeção dos modelos e construção do estudo de sustentabilidade.
1.1.1 População e Demanda
Conforme apresentado nos volumes anteriores, Santa Maria apresenta apenas 45,64% da
população (SNIS 2010) com acesso ao sistema de esgotamento sanitário, este dado faz-se em
proporção aos habitantes atendidos pelo sistema de abastecimento.
Foi apresentado os projetos cujo principal objetivo é a ampliação significativa da cobertura e
atendimento, atingindo 75% de coleta e tratamento do esgoto sanitário nos primeiros 5 anos
de plano, cerca 91% atingindo os 10 anos, e por fim alcançando a universalização dos serviços
de esgotamento sanitário no ano de 2025.
A figura seguinte apresenta a projeção da população atendida par os próximos 20 anos.
Figura 1. Projeção da população atendida
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A figura seguinte mostra o numero de economias faturadas mensalmente durante o período
Janeiro-Dezembro de 2011.
Figura 2 Economias Faturadas
Fonte: Histograma de Medição, Diretoria Comercial CORSAN
A quantidade de economias faturadas oscila entre 83 e 85 mil no período analisado, indicando
que a cobertura de esgoto na região não tem aumentado significativamente.
Nos documentos da CORSAN relativos ao mês base de setembro de 2012, o número de
economias registradas é de 108.820, as quais 19.117 não apresentam consumo. Obtém-se um
índice de habitantes por economia de 2,79 habitantes/economia, no qual foi usado para a
estimação de economias faturadas nos próximos 20 anos.
Figura 3 Projeção das Economias Faturadas
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Para entender a composição da receita atual, é interessante analisar a segmentação da receita
por tipo de usuário (domiciliares, comerciais, industriais e públicos). A figura seguinte
apresenta a quebra da base de usuários de água e esgoto no município segundo os dois
critérios acima mencionados.
Figura 4 Distribuição de usuários
Fonte: Histograma de Medição, Diretoria Comercial CORSAN
É possível concluir que, como é usual em operações de prestação de serviços de utilidade
pública, a grande maioria dos usuários é domiciliar. No entanto, quando consideradas as
diferenças do consumo médio e das tarifas, o peso dos usuários não domiciliares aumenta
consideravelmente sob a ótica de sua contribuição para a receita total.
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Figura 5 Consumo Médio Mensal Faturado por Economia
Fonte: Histograma de Medição, Diretoria Comercial CORSAN
Conforme ilustrado na figura a seguir, os usuários domiciliares representam 91% do cadastro
de economias, porém, o faturamento destes usuários representa apenas 84% da receita total.
A proporção de usuários não domiciliares é de 8,6% concentrando 15,6% da receita.
Figura 6 Base de usuários
Fonte: Distribuição de Receita Janeiro-Junho 2012, Diretoria Comercial, CORSAN
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A receita do serviço de esgoto representa 16% da receita total dos serviços prestados pela
CORSAN.
Figura 7 Distribuição de Receita Direta
1.1.2 Comparação entre os Serviços em cidades semelhantes
Foi feito um estudo de comparação (Benchmarking) entre os serviços prestados pela CORSAN
e os mesmos prestados por outras concessionárias brasileiras, em cidades com características
semelhantes nos quesitos de saneamento.
O estudo de benchmarking é a busca das melhores práticas no mercado, com o objetivo de
conduzir o seu desempenho a um patamar superior. É visto como um processo positivo e
proativo por meio do qual uma empresa examina como outra realiza uma função específica a
fim de melhorar a realização da mesma. É feito com a identificação de resultados superiores,
geralmente mensurados através de métricas ou indicadores. Tais resultados servem de
estímulo para os esforços de melhoria e dão uma garantia que, através de esforços
inteligentes, tais resultados poderão ser igualados.
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Para este estudo em Santa Maria foram coletadas informações da situação atual das
características de saneamento das cidades brasileiras de acordo com os dados fornecidos pelo
SNIS (Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento), com base no ano de 2009. Estes
dados nem sempre correspondem exatamente ao que foi apresentado pela CORSAN para o
desenvolvimento deste plano diretor, porém são os únicos dados válidos e disponíveis para
todas as cidades brasileiras e por este motivo foram considerados apenas no presente estudo
de comparação. Para efeito de comparação foram selecionadas características chaves, que
ajudam a definir o estado de uma concessão de saneamento. O objetivo é comparar as
despesas totais dessas cidades com características semelhantes, para que seja possível realizar
uma avaliação de desempenho da CORSAN no caso de Santa Maria.
Figura 8 Comparação das despesas de exploração por economia de todos os municípios entre 100 mil e 500 mil
habitantes, segundo dados do SNIS 2009, e percentis de eficiência em função da população
Em primeiro lugar, foram selecionadas apenas as cidades com população entre 100 mil
habitantes e 1 milhão de habitantes, e com serviços de água e esgoto, de modo a criar um
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panorama compatível com o de Santa Maria. Os parâmetros chaves utilizados para as
comparações de saneamento e os respectivos valores utilizados na seleção foram:
o Extensão da rede de água (km): entre 500 km e 1.000 km
o Extensão da rede de esgoto (km): entre 100 km e 500 km
o População total atendida com esgotamento sanitário (habitantes): entre
100.000 hab. e 300.000 hab.
o Cobertura de esgoto (%) = (população total atendida com esgoto sanitário
[hab.])/(população total dos municípios com abastecimento de agua,
segundo IBGE [hab.]): entre 30% e 60%.
Além desses parâmetros básicos foi utilizado o dado de Despesa com energia elétrica [R$/ano],
apenas com o fim de filtrar algumas cidades que se distanciavam muito da média encontrada,
visto que um elevado gasto com energia elétrica na rede aumente muito o valor das despesas.
Para este dado, selecionaram-se valores entre R$ 1.000.000,00/ano e R$ 5.000.000,00/ano.
Observa-se que foram escolhidas faixas de valores que podem ser considerados conservadoras
para todos os parâmetros, demostrando que se busca uma comparação com a maior
quantidade possível de municípios com características semelhantes a Santa Maria. Mesmo
assim, chegou-se apenas a 10 cidades que se encaixam nessa descrição. Na tabela abaixo é
possível ver as cidades e seus dados correspondentes:
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Tabela 1. Estudo de Comparação (Benchmarking)
Cidade Concessionária
População
total
[hab.]
Extensão da
rede água
[km]
Extensão da
rede de esgoto
[km]
População total
atendida com
esgotamento
sanitário [hab.]
Cobertura
de esgoto
[%]
Despesa com energia
elétrica [R$/ano}
Despesa de exploração -
DEX [R$/ano]
Santa Maria CORSAN 268.969 788,00 241,00 115.727 43,03% R$ 2.976.952,20 R$ 47.994.583,85
Guarujá SABESP 308.058 715,02 351,97 163.559 53% R$ 3.378.441,15 R$ 46.527.012,22
Carapicuíba SABESP 392.701 567,04 335,45 227.691 58% R$ 4.200.039,06 R$ 38.433.468,90
Itaquaquecetuba SABESP 359.253 799,51 416,94 186.254 52% R$ 2.724.972,42 R$ 36.698.753,06
Embu SABESP 248.722 531,56 243,13 130.587 53% R$ 2.843.874,07 R$ 28.884.777,12
Ribeirão das Neves COPASA 349.307 826,43 295,19 206.334 59% R$ 4.731.256,77 R$ 27.681.119,23
Vitória da Conquista EMBASA 318.901 779,94 356,06 163.120 51% R$ 3.189.473,52 R$ 23.850.901,63
Olinda COMPESA 397.268 677,16 338,50 137.895 35% R$ 4.261.612,64 R$ 22.031.402,30
Petrolina COMPESA 281.851 662,54 450,00 157.943 56% R$ 3.185.467,49 R$ 14.021.402,76
Paulista COMPESA 319.373 571,36 236,94 118.634 37% R$ 3.285.841,69 R$ 13.754.676,05
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Nessa tabela, é possível ver que Santa Maria apresenta o maior valor de Despesa de
exploração entre as cidades selecionadas. Sendo assim, acredita-se que a CORSAN possa
melhorar seu desempenho econômico.
Dessa maneira, foi feita uma projeção aproximada de curto (5 anos) e médio (10 anos) prazo
para o quanto Santa Maria precisa melhorar sua despesa de modo que seja mais compatível
com o quadro apresentado no Brasil. Acredita-se que no curto prazo Santa Maria possa atingir
o valor médio de despesas dessas cidades, que seria R$ 29.987.809,71, reduzindo então suas
despesas em 37,52%. Já para o médio prazo, acredita-se que Santa Maria pode atingir o valor
médio das 5 cidades que apresentam melhor desempenho entre as selecionadas, ou seja o
valor de R$ 20.267.900,39, reduzindo suas despesas em 57,77%.
Aplicando-se esses percentuais encontrados nos últimos valores de despesas fornecidos pela
CORSAN como na tabela DADOS DO MUNICÍPIO DE SANTA MARIA, 2002 a 2011 referente a
ESTRUTURA TARIFÁRIA do documento de DIAGNÓSTICO chegou-se aos seguintes resultados:
Figura 9 Projeção Aproximada para Santa Maria
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1.1.3 Estruturação tarifária atual
A estrutura tarifária utilizada no faturamento dos serviços a partir de julho de 2012 é a
seguinte:
Tabela 2 Estrutura Tarifária
TARIFA CATEGORIA
ÁGUA ESGOTO
PREÇO BASE
SERVIÇO BÁSICO
TARIFA MÍN. SEM
HD
COLETADO PRECO m
3
TRATADO PRECO m
3
SOCIAL
Bica Pública 1,73 6,85 24,15 0,87 1,21
Resid. A e A1 1,46 6,85 21,45 0,73 1,02
m3 excedente 3,61 - - 1,81 2,53
BÁSICA Residencial B 3,61 17,07 53,17 1,81 2,53
EMPRESARIAL
Comercial C1 3,61 17,07 53,17 1,81 2,53
m3 excedente 4,10 - - 2,05 2,87
Comercial 4,10 30,46 112,46 2,05 2,87
Pública 4,10 60,84 142,84 2,05 2,87
Industrial 4,66 60,84 215,65 2,34 3,28
Fonte: Diretoria Comercial, CORSAN
Observações quanto à aplicação da presente estrutura tarifária:
O Preço Básico do m³ de água é variável aplicando-se a Tabela de Exponenciais.
O Valor da água é calculado de acordo com a Fórmula PB x Cn acrescido do Serviço
Básico.
Nas categorias Resid. A e A1, cujo consumo exceder a 10 m³, o Preço Básico do m³
excedente será calculado de acordo com o Preço Básico da categoria Residencial B.
Na categoria C1 cujo consumo exceder a 20 m³, o Preço Básico do m³ excedente será
calculado de acordo com o Preço Básico da categoria Comercial.
O Esgoto será cobrado de acordo com o consumo ou do volume mínimo da categoria.
A tabela de exponenciais da Estrutura Tarifária da CORSAN é a seguinte:
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Tabela 3 Tabela de Exponenciais
Fonte: Diretoria Comercial, CORSAN
Usuários comerciais e indústrias normalmente têm consumo mensal maior e, por
consequência, uma tarifa consideravelmente maior por metro cúbico consumido de água. Na
prática, isto significa que pode haver uma perda de receita substancial caso os usuários não
domiciliares estejam devidamente cadastrados como domiciliares. Portanto, a gestão
comercial do cadastro será um fator chave de sucesso na operação dos serviços.
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1.1.4 Receita Média
É possível estimar a receita média mensal por tipo de usuário a partir da receita total
repassada pela CORSAN para o período de Janeiro-Junho de 2012. A figura a seguir apresenta a
distribuição por tipo de usuário.
É importante ressaltar que foi levado em consideração para a modelagem, o reajuste das
tarifas fixadas pela Agencia Estadual de Regulação de Serviços Públicos (AGERGS) de 6,89%,
com objetivo de compensar as variações da inflação. (Fonte:
http://www.corsan.com.br/node/1019)).
A receita média por tipo de usuário alterna significativamente, portanto a variedade de
usuários pode ter impacto relevante no faturamento total dos projetado.
46,4 110,2
575,6
792,8
35,4 63,5
21,5
48,5
71,2
247,0
5,3 21,2 -
200,0
400,0
600,0
800,0
1.000,0
1.200,0
Comercial 1 Comercial C Industrial Público ResidencialSocial A1
Residencial RB
Fatura Media Típica (R$/mes)
Agua Esgoto
Figura 10 Fatura Média Típica
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Figura 11 Receita Obtida
É possível observar no gráfico acima, a receita do serviço obtido no município é razoavelmente
estável, não apresentando alterações devido à sazonalidade.
1.2. Receita Projetada Cenário Padrão
1.2.1 Água e Esgoto
As metas para o sistema de abastecimento de agua levam em consideração a evolução do
sistema à curto, médio e longo prazo.
Atualmente os serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário, são prestados pela
Companhia Riograndense de Saneamento (CORSAN) através de contrato de concessão, nos
termos da Lei municipal n. 3.987/1996. Segundo informações levantadas no site oficial da
CORSAN, atualmente a companhia estadual abastece mais de 7 milhões de habitantes no Rio
Grande do Sul, o que representa 2/3 da população do Estado, distribuindo-se em mais de 321
municípios.
Desta forma, o município de Santa Maria delegou a competência para a prestação dos serviços
de abastecimento de água à CORSAN, que autorizou “o poder executivo a celebrar contrato
com a Companhia Riograndense de Saneamento (CORSAN), para ampliação e melhoria dos
serviços de abastecimento de água, de coleta, transporte, tratamento e destino final dos
esgotos sanitários da área urbana da sede do município, bem como a realização de obras de
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implantação, ampliação e melhoria dos serviços de abastecimento de água dos núcleos
urbanos dos distritos, nesta data existentes no Município de Santa Maria”.
A partir da análise do contrato de concessão do município de Santa Maria com a CORSAN, que
será apresentado neste documento o Modelo de Gestão e Estrutura de Regulação, antecipa-se
as seguintes informações:
Engloba os serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário;
Prazo de vigência de 20 anos, até 13 de setembro de 2016;
As obras para execução do contrato constam no Programa Estadual de
Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário da CORSAN;
As tarifas praticadas são definidas pela CORSAN, considerando o Conselho de
Consumidores da companhia estadual;
Referente às metas de atendimento, deve-se cumprir com as seguintes obrigações:
a) Atendimento, no mínimo, de 95% da população urbana abastecida
com água;
b) Ampliar o número de economias atendidas com o sistema de
esgotamento sanitário de no mínimo 5% ao ano, até o limite mínimo de 80%
da população urbana da cidade, obedecidas a prioridade indicadas pelo
município, respeitando a viabilidade econômico-financeira e a obtenção de
recursos financeiros necessários a sua execução.
Propõem-se os investimentos necessários para que 100% da população seja atendida pelos
serviços de água e esgoto ao final dos primeiros 8 anos de serviços. Da mesma forma, surgem
como metas de gestão, alcançar um nível de perda de agua real e aparente, calculado em 29%
(real) e 99% (aparente), respectivamente. A tabela seguinte mostra o nível atual destes
indicadores.
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Tabela 4 Metas de Cobertura e Gestão dos Serviços
Água Esgoto Perdas de Agua Valor
1 100% 60% 46% 96,7%
2 100% 64% 43% 97,2%
3 100% 68% 41% 97,6%
4 100% 72% 39% 98,1%
5 100% 75% 37% 98,6%
6 100% 78,5% 35% 99%
7 100% 81,6% 34% 99%
8 100% 84,7% 32% 99%
9 100% 87,7% 30% 99%
10 100% 90,70% 29% 99%
20 100% 100% 29% 99%
Fonte: Contas Públicas do Município, http://www.santamaria.rs.gov.br/transparencia/
A figura a seguir apresenta a receita projetada onde é possível observar o crescimento
acelerado, resultado da evolução destes indicadores.
- 50,0
100,0 150,0 200,0 250,0 300,0 350,0 400,0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21
AÑO
Proyección de Receita Agua y Esgoto(Millones R$/ año)
Total Receita Agua Esgoto
Figura 12 Projeção da Receita Água e Esgoto
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1.2.2 Drenagem e Manejo de Águas Pluviais
Atualmente os serviços de drenagem pluvial são prestados pela própria Administração Pública
direta, através da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços. Não há empresa
contratada para a execução e gestão desses serviços, ficando sob a responsabilidade direta do
Poder Público municipal.
O artigo 29 da Lei federal n. 11.445/2010 estabelece que os serviços públicos de saneamento
básico terão a sustentabilidade econômico-financeira assegurada, sempre que possível,
mediante remuneração pela cobrança dos serviços. Referente ao manejo das águas pluviais
define-se:
III - de manejo de águas pluviais urbanas: na forma de tributos, inclusive taxas, em
conformidade com o regime de prestação do serviço ou de suas atividades.
Não há a possibilidade de ser instituída a cobrança de taxa ou tarifa, devendo esses
serviços ser custeados através dos impostos. Segundo o exposto, utilizando esse
mesmo raciocínio é a lição da doutrina especializada:
“Na mesma linha de raciocínio, trago à colocação mais uma vez os ensinamentos do
professor Toshio Mukai: Os serviços de manejo de águas pluviais urbanas só podem ser
custeados com recursos hauridos de imposto; por ser genérico”. (PICININ, Juliana;
FORTINI, Cristiana (Org.). Saneamento Básico: Estudos e pareceres à luz da Lei nº
11.445/2007. Belo Horizonte: Fórum, 2009. P.171).
No caso do município de Santa Maria, não há a cobrança de taxas ou tarifas pela prestação dos
serviços de drenagem e manejo das águas pluviais, sendo que deverá a Administração Pública
suportá-los mediante os impostos de competência do próprio Município.
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1.3. Despesas e Impostos
As despesas consideradas para a operação dos serviços no município podem ser divididas em
três grandes linhas: despesas operacionais, comerciais, administrativos, custos gerais, e outras
despesas que incluem pagamentos à agência reguladora. Além disto, também os impostos
foram detalhados. A seguinte figura detalha a proporção de cada uma das linhas de custo
mencionadas para o ultimo ano da operação.
Figura 13 Despensas Cenário Padrão (milhões de reais)
141,5
40,1
34,6
60,4
9,4
-
50,0
100,0
150,0
200,0
250,0
300,0
350,0
Ano 20
Agua e Esgoto
AgenciaReguladora
IRPJ + CSLL
PIS/COFINS
Administración eComerciais
Operacionais
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Foram realizados benchmarks para testar as principais estimativas de despesas validadas com
a equipe do projeto.
1.3.1 Despesas Operacionais
A operação dos serviços de água, esgoto e drenagem requer o custo da operação das estações
de tratamento, a manutenção de conexões, redes e no caso da rede da drenagem a limpeza de
drenos. A metodologia utilizada para modelar estas linhas de custos será apresentada a seguir.
A fim de realizar uma análise de sustentabilidade a partir de um modelo mais simplificado, se
optará por modelar as despesas operacionais como custos variáveis em função das principais
dimensões de cada linha. A tabela a seguir apresenta cada linha de custo dos parâmetros
selecionados, a unidade de medida e seu valor para o ano 1. Para a projeção de despesas será
aplicado um Índice Geral de Preços de Mercado (IGPM) de 5,6% anual a partir do histórico
registrado durante o período de 2005-2012 (Fonte: Banco do Brasil).
Tabela 5 Despesas operacionais
Linha de custo das despensas operacionais Parâmetro selecionado Unidade Valor
Manutenção de Redes de água
Operação das ETA’s
Custo por metro de rede instalada
Custo por metro cúbico produzido
R$/m
R$/m3
2.0
1.5
Manutenção de Redes de Esgoto
Operação das ETE’s
Custo por metro de rede instalada
Custo por metro cúbico tratado
R$/m
R$/m3
6,5
1,9
Manutenção das Redes de Drenagem
Limpeza de Redes de Drenagem
Custo por metro de rede instalada
Custo por metro de rede instalada
R$/m
R$/m
3
1,5
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1.3.2 Despesas Indiretas
Para o cenário padrão de água e esgoto, toma-se como ponto de partida os custos indiretos
(administração, gerais e comerciais) repassados pela CORSAN para o ano de 2011, tendo como
resultado um custo por usuário faturado em R$ 150/ano, que para efeitos de projeção destas
despesas foi aplicado um IGPM médio de 5,6 % ano.
Para o caso do serviço de Drenagem e manejo de águas pluviais, não serão considerados estes
tipos de despesas, no entanto já estão consideradas dentro do custo da agência de regulação,
em outras despesas do serviço de água e esgoto.
1.3.3 Impostos e outras Despesas
Existem duas linhas principais de impostos consideradas na análise de sustentabilidade:
Tabela 6 Impostos e outras despesas
Imposto Alíquota Observação
IRPJ + CSLL 34% Aplicado sobre o lucro bruto após gastos financeiros
PIS/COFINS 9,25% Aplicado sobre a receita bruta da operação
Com outras despesas, foram consideradas a Taxa de Regulação e Fiscalização dos Serviços de
Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário que será abordada neste documento
Instrumentação Legal”. O valor da Taxa de Regulação e Fiscalização dos Serviços de
Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário será pago mensalmente pelo respectivo
prestador dos serviços públicos e corresponderá a 2,5% do faturamento bruto mensal dos
serviços regulados.
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1.4. Investimentos
1.4.1 Descrição Geral
O investimento geral proposto para a operação apresentado neste projeto será de
aproximadamente R$1,29 bilhão nos 20 anos de vigência do plano, com grande concentração
dos investimentos (cerca de 90%) destinada a alcançar universalidade dos serviços.
A seguir destacam-se os investimentos propostos para Esgoto Sanitário e Drenagem Pluvial.
1.4.1.1 Esgoto Sanitário
Os investimentos destinados para alcançar as metas de cobertura em esgoto sanitário são de
aproximadamente R$ 307 Milhões, conforme apresentados no volumes anteriores. Sendo que
65% serão utilizados nos primeiros 10 anos.
Figura 14 Investimento em esgoto (milhões de R$)
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Em cifras globais estima-se construir:
340 Kms de tubulação de Esgoto
65.390 ligações de esgoto
2 ETE’s e ampliação da existente
631 kms de rede de drenagem
183.000 m3 de volume anti DSP
95 kms de rede de água
8.340 ligações novas de água
10.898 ligações substituídas
283.937 hidrômetros
Redes rurais de abastecimento de água
Para efeitos de projeção dos investimentos, foi utilizado o Índice Nacional dos Custos da
Construção (INCC) de 7% ao ano do período 2010-2012 (Fonte: www.portalbrasil.net/incc.htm)
Figura 15 Evolução dos investimentos e amortização – Água e Esgoto
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1.4.1.2 Drenagem Pluvial
Os investimentos destinados para alcançar as metas de cobertura em drenagem pluvial são de
aproximadamente R$ 866 Milhões, conforme apresentados nos volumes anteriores.
A figura a seguir apresenta-se a evolução dos investimentos e a amortização dos mesmos ao
longo do plano, nos próximos 20 anos de operação. Para este caso os investimentos em
drenagem foram considerados um período de 20 anos para sua amortização.
Neste caso também foi utilizado o Índice Nacional dos Custos da Construção (INCC) de 7% ao
ano do período 2010-2012 para efeitos de projeção do investimento (Fonte:
www.portalbrasil.net/incc.htm)
-
500,0
1.000,0
1.500,0
2.000,0
2.500,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
DrenagemMillones de R$
Amortizaçao Investimento
Figura 16 Evolução dos investimentos e amortização – Drenagem
1.4.2 Balanço de Investimento
Com a finalidade de estabelecer um nível de evolução sobre os investimentos de esgotos
necessários para alcançar níveis de cobertura estipulados, foi comparado o valor total dos
investimentos realizados pelo operador atual ("Relatório Dados do Município de Santa Maria
Setembro/2012", Diretoria Financeira de Relações com Investidores, Superintendência de
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Contabilidade, CORSAN) em respeito a avaliação do atraso em cobertura do serviço de esgoto.
O atraso nos investimento foi calculado a partir dos investimentos necessários para atingir o
mínimo estabelecido em contrato, representando que a CORSAN deveria ter garantindo o
mínimo de 80 % da população atendida com esgotamento. Os custos unitários são os mesmos
apresentados no volumes anteriores.
A seguir resume os resultados obtidos para a estimação dos investimentos reportados pelo
operador atual para o período de 2002-2004: Os valores foram atualizados utilizando o INCC
dos anos 2002-2012 e assumindo uma vida útil de 10 anos:
Vida útil assumida para os investimentos (VU) 10 anos
A B Ci= Ci+1x(1+Bi) D E=D*C F=E/VU G= Fi+Gi-1 H= Ei+Hi-1 I= Hi-Gi-1
INCC (1)Factor atual ização
monetáriaINVESTIMENTOS (2) INVESTIMENTOS
DEPRECIAÇÃO
ANUAL
DEPRECIAÇÃO
ACUMULADA
INVESTIMENTOS
ACUMULADOS
INVESTIMENTOS
DEPRECIADOS (fina l
do ano com
depreciação)
% % R$ (Corrientes) R$ (ano 2013) R$ (ano 2013) R$ (ano 2013) R$ (ano 2013) R$ (ano 2013)
2002 12,44% 244,28% 1.780.782R$ 4.350.011R$ 435.001R$ 435.001R$ 4.350.011R$ 4.350.011R$
2003 14,76% 217,25% 542.056R$ 1.177.614R$ 117.761R$ 552.763R$ 5.527.625R$ 5.092.624R$
2004 10,94% 189,31% 153.240R$ 290.095R$ 29.009R$ 581.772R$ 5.817.720R$ 5.264.957R$
2005 6,84% 170,64% 2.665.684R$ 4.548.715R$ 454.871R$ 1.036.643R$ 10.366.435R$ 9.784.663R$
2006 5,04% 159,72% 1.625.916R$ 2.596.834R$ 259.683R$ 1.296.327R$ 12.963.269R$ 11.926.625R$
2007 6,03% 152,05% 9.748.172R$ 14.822.268R$ 1.482.227R$ 2.778.554R$ 27.785.537R$ 26.489.210R$
2008 11,96% 143,40% 2.109.868R$ 3.025.646R$ 302.565R$ 3.081.118R$ 30.811.183R$ 28.032.629R$
2009 3,20% 128,09% 1.643.697R$ 2.105.337R$ 210.534R$ 3.291.652R$ 32.916.520R$ 29.835.401R$
2010 7,56% 124,11% 12.461.570R$ 15.466.530R$ 1.546.653R$ 4.838.305R$ 48.383.050R$ 45.091.398R$
2011 7,58% 115,39% 11.814.414R$ 13.632.689R$ 1.363.269R$ 6.201.574R$ 62.015.738R$ 57.177.433R$
2012 7,26% 107,26% -R$ -R$ 6.201.574R$ 62.015.738R$ 55.814.165R$
2013 0,00% 100,00% -R$ -R$ 6.201.574R$ 62.015.738R$ 55.814.165R$
(1) Fonte: Fundacao Getulio Vargas
ANO
(2) Fonte: "Relatório Dados do Município de Santa Maria Setembro/2012", Diretoria Financeira de Relações com Investidores, Superintendência de
Contabilidade, CORSAN.
Por outro lado, foi estimado o valor dos investimentos necessários para atender as metas
estabelecidas de cobertura de serviço de esgoto, cujo valor ascende a R$ 102.805.827,
dividindo-se nos seguintes componentes:
Construção 155,24 kms novos de rede
Construção de 18.688 ramais novos na rede a construir
Suspensão dos recalques atuais e adequação da rede
Construção da ETE Ferreira-Passos das Tropas (Fase I). Qtrat= 90 L/s
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Construção ETE Vacacaí Mirim (Fase I). Qtrat= 90 L/s
A figura a seguir compara os investimento realizados durante o período de 2002-2012 com as
necessidades para atender as metas de cobertura do serviço de esgoto:
R$ -
R$ 20.000.000
R$ 40.000.000
R$ 60.000.000
R$ 80.000.000
R$ 100.000.000
R$ 120.000.000
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
Balance do Valor dos Investimentos
NECESSARIOS ACUMULADOS ( H ) DEPRECIADOS ( I )
Figura 17. Balanço dos Investimentos
1.4.3 Descrição Geral das Fontes de Investimentos
Os recursos de terceiros destinados ao Saneamento Básico, no âmbito do mercado interno de
recursos financeiros, provem em sua maior parte, dos recursos do FGTS, aportes do BNDES e
outras fontes de recursos, como os obtidos pela cobrança pelo uso da água.
Existem, também, outras fontes externas de recursos de terceiros, representadas pelas
agências multilaterais de crédito, tais como: o BIRD (Banco Mundial), BID e JBIC (Banco
Japonês), os mais importantes, de acesso mais restrito aos agentes prestadores dos serviços.
Porém, a fonte primária de recursos para o setor se constitui nas tarifas, taxas e preços
públicos. Estes se constituem na principal fonte de canalização de recursos financeiros para a
exploração dos serviços de abastecimento de água e de esgotamento sanitário, que, além de
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recuperar as despesas de exploração dos serviços, podem gerar um excedente que fornece a
base de sustentação para alavancar investimentos, quer sejam com recursos próprios e/ou de
terceiros.
Nas demais vertentes do saneamento básico, representadas pelos resíduos sólidos e
drenagem, que ainda funciona de forma incipiente no estado em termos de uma organização
mais efetiva visando à melhoria do meio ambiente, deve predominar as taxas, impostos
específicos ou gerais.
Sobre a parcela dos serviços com possibilidades de individualização, coleta doméstica,
hospitalar, industrial e inerte de resíduos, pode ser definido o preço público/taxa/tarifa
específico.
Para a parcela difusa, como, por exemplo, a varrição, poda de árvores, limpeza de jardins e a
drenagem, cuja particularização para um determinado munícipe é de difícil identificação, deve
predominar o financiamento da prestação dos serviços mediante a cobrança de um tributo
especifico e/ou geral.
A seguir apresenta-se um quadro resumo das principais fontes de captação de recursos
financeiros para as ações necessárias no âmbito do Saneamento Básico nos municípios.
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Tabela 7 Fontes de Financiamento
Tarifas, Taxas e Preços Públicos
Transferências e Subsídios
Recursos do FGTS – Fundo de Garantia por Tempo de Serviço.
Recursos da OGU – Orçamento Geral da União
- Ministério das Cidades;
- CEF – Caixa Econômica Federal;
- Entidades Federadas:
- Municípios;
- Estados;
- Distrito Federal;
- Consórcios Públicos; e
- Funasa.
BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social.
FEHIDRO – Fundo Estadual de Recursos Hídricos.
Outras Fontes:
- Mercado de Capitais; e
- Financiamentos Internacionais.
Tarifas, Taxas, Preços Públicos, Transferências e Subsídios
O sistema de tarifas, taxas e preços públicos são as fontes primárias para o financiamento das
ações do Saneamento Básico. As tarifas, taxas e preços públicos devem, além de recuperar os
custos operacionais, gerar um excedente para alavancar investimentos, quer sejam diretos
(recursos próprios) e/ou com financiamentos, para compor a contrapartida de empréstimos e
o posterior pagamento do serviço da dívida.
O sistema de tarifas, taxas e preços públicos tem sempre uma restrição básica na capacidade
de pagamento da população e, além disso, por se tratar de um serviço essencial a ser
estendido a todos os munícipes, deve-se contemplar algum nível de subsídio, os quais
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assumem três modalidades.
Subsídios à oferta, no qual o poder público transfere recursos do orçamento fiscal para
financiar a implantação, expansão ou ampliação dos sistemas de Saneamento Básico, indo até
o financiamento de parte ou do total da operação e manutenção dos sistemas, onde existir
baixa sustentabilidade financeira, o que ocorre, em geral, nos municípios de pequeno porte.
Subsídios à demanda, através do qual o poder público transfere diretamente ao usuário parte
ou toda a cobrança pelos serviços dirigidos a ele, de acordo com critérios de necessidade
estabelecidos a priori. Este é pouco difundido no sistema brasileiro de financiamento do
Saneamento Básico.
Estas duas modalidades de subsídios provem do orçamento fiscal das unidades federadas e,
portanto o financiamento do sistema depende de toda a sociedade que paga impostos.
A outra modalidade são os subsídios cruzados onde os custos dos serviços são rateados entre
os usuários do sistema de Saneamento Básico, em proporções diferentes, mediante critérios
que reproduzam a diferenciação de renda da comunidade beneficiada. Esta modalidade é
bastante utilizada no sistema tarifário dos serviços de abastecimento de água e de
esgotamento sanitário, mediante a classificação dos usuários em categorias e faixas de
consumo.
As diretrizes para a cobrança pelos serviços de Saneamento Básico estão definidas na lei
11.445/07, cujos principais artigos estão listados a seguir:
Art. 29 - Os serviços públicos de saneamento básico terão a sustentabilidade econômico-
financeira assegurada, sempre que possível, mediante remuneração pela cobrança dos
serviços;
I - de abastecimento de água e esgotamento sanitário: preferencialmente na forma de
tarifas e outros preços públicos, que poderão ser estabelecidos para cada um dos
serviços ou para ambos conjuntamente;
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II - de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos urbanos: taxas ou tarifas e outros
preços públicos, em conformidade com o regime de prestação do serviço ou de suas
atividades;
III - de manejo de águas pluviais urbanas: na forma de tributos, inclusive taxas, em
conformidade com o regime de prestação do serviço ou de suas atividades.
§ 1º Observado o disposto nos incisos I a III do caput deste artigo, a instituição das tarifas,
preços públicos e taxas para os serviços de saneamento básico observará as seguintes
diretrizes:
o I - prioridade para atendimento das funções essenciais relacionadas à saúde
pública;
o II - ampliação do acesso dos cidadãos e localidades de baixa renda aos serviços;
o III - geração dos recursos necessários para realização dos investimentos,
objetivando o cumprimento das metas e objetivos do serviço;
o IV - inibição do consumo supérfluo e do desperdício de recursos;
o V - recuperação dos custos incorridos na prestação do serviço, em regime de
eficiência;
o VI - remuneração adequada do capital investido pelos prestadores dos serviços;
o VII - estímulo ao uso de tecnologias modernas e eficientes, compatíveis com os
níveis exigidos de qualidade, continuidade e segurança na prestação dos
serviços;
o VIII - incentivo à eficiência dos prestadores dos serviços.
§ 2o Poderão ser adotados subsídios tarifários (cruzados) e não tarifários (tributos) para
os usuários e localidades que não tenham capacidade de pagamento ou escala econômica
suficiente para cobrir o custo integral dos serviços.
Art. 30. Observado o disposto no art. 29 desta Lei, a estrutura de remuneração e cobrança
dos serviços públicos de saneamento básico poderá levar em consideração os seguintes
fatores:
o I - categorias de usuários, distribuídas por faixas ou quantidades crescentes de
utilização ou de consumo;
o II - padrões de uso ou de qualidade requeridos;
o III - quantidade mínima de consumo ou de utilização do serviço, visando à
garantia de objetivos sociais, como a preservação da saúde pública, o adequado
atendimento dos usuários de menor renda e a proteção do meio ambiente;
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o IV - custo mínimo necessário para disponibilidade do serviço em quantidade e
qualidade adequadas;
o V - ciclos significativos de aumento da demanda dos serviços, em períodos
distintos; e
o VI - capacidade de pagamento dos consumidores.
Art. 31. Os subsídios necessários ao atendimento de usuários e localidades de baixa renda
serão, dependendo das características dos beneficiários e da origem dos recursos:
o I - diretos, quando destinados a usuários determinados, ou indiretos, quando
destinados ao prestador dos serviços;
o II - tarifários, quando integrarem a estrutura tarifária, ou fiscais, quando
decorrerem da alocação de recursos orçamentários, inclusive por meio de
subvenções;
o III - internos a cada titular ou entre localidades, nas hipóteses de gestão
associada e de prestação regional.
Art. 35. As taxas ou tarifas decorrentes da prestação de serviço público de limpeza urbana
e de manejo de resíduos sólidos urbanos devem levar em conta a adequada destinação
dos resíduos coletados e poderão considerar:
o I - o nível de renda da população da área atendida;
o II - as características dos lotes urbanos e as áreas que podem ser neles
edificadas;
o III - o peso ou o volume médio coletado por habitante ou por domicílio.
Art. 36. A cobrança pela prestação do serviço público de drenagem e manejo de águas
pluviais urbanas deve levar em conta, em cada lote urbano, os percentuais de
impermeabilização e a existência de dispositivos de amortecimento ou de retenção de
água de chuva, bem como poderá considerar:
o I - o nível de renda da população da área atendida;
o II - as características dos lotes urbanos e as áreas que podem ser neles
edificadas.
A sustentabilidade financeira dos empreendimentos em Saneamento Básico está fortemente
correlacionada com os conceitos e diretrizes expostas, onde devem estar sempre presente os
aspectos de eficiência, alocativa e técnica, na prestação dos serviços consubstanciados em
bases econômicas de custo de oportunidade, escolhendo-se a tecnologia mais adequada às
possibilidades financeiras da comunidade, cuja finalidade mor consiste na melhoria ambiental
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com reflexos sobre a qualidade de vida e de saúde da população beneficiada.
Recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço “FGTS” (Saneamento Para Todos)
a) Projetos Financiáveis
O Programa Saneamento para Todos financia os projetos abaixo relacionados, divididos em
grupos de acordo com as distintas taxas de juros e prazos de amortização:
GRUPO 1
Abastecimento de Água
Esgotamento Sanitário
Manejo de Águas Pluviais
Tratamento Industrial de Água e Efluentes Líquidos e Reuso de Água
GRUPO 2
Saneamento Integrado
GRUPO 3
Desenvolvimento Institucional
Preservação de Recuperação de Mananciais
Redução e Controle de Perdas
GRUPO 4
Manejo de Resíduos Sólidos
GRUPO 5
Estudos e Projetos
Plano de Saneamento
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b) Fonte de Recursos
Os recursos são provenientes do Orçamento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço
(FTGS) e de recursos de contrapartida aos empréstimos obtidos.
Participantes
Gestor da Operação – Ministério das Cidades
Agente Operador – Caixa Econômica Federal (CEF)
Agente Financeiro – Instituições Financeiras delegadas da CEF
Agente Promotor e Mutuário – Estados, Municípios e Distrito Federal, Entidades da
Administração Indireta, inclusive Empresas Públicas e de Economia Mista.
Agente Garantidor – União, Estados e Municípios e Sociedades de Economia Mista
c) Contrapartida
A contrapartida consiste em recursos e outras fontes próprias do mutuário, financeiros ou não,
destinados a compor o valor dos investimentos.
Abastecimento de Água que é de 10%.
Ao critério do Agente Financeiro poderá ser aceito como contrapartida recursos oriundos das
seguintes fontes:
Cobrança pelo uso da água;
Comitês e Agências de Bacias Hidrográficas;
Fundos destinados ao Saneamento;
Entidades integrantes do Sistema Nacional de Gerenciamento dos Recursos Hídricos.
Restrições
Não serão aceitos como contrapartida os recursos oriundos do Orçamento Geral da União
(OGU) e de Organismos Multilaterais de Crédito, Nacionais e Internacionais;
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d) Condições Financeiras
Tabela 8 Modalidades de Financiamentos – Saneamento Para Todos
Modalidades de Financiamentos Tx.juros %
a. a.
Prazo de
Amortização (anos)
Prazo de
Carência
(meses)
1. Abastecimento de Água, Esgotamento Sanitário, Manejo
de Águas Pluviais e Tratamento Industrial de Água e
Efluentes Líquidos e Reuso de Água.
6,0 20 48
2. Saneamento Integrado 5,0 20 48
3. Desenvolvimento Institucional, Preservação e
Recuperação de Mananciais, Redução e Controle de
Perdas
6,0 10 48
4. Manejo de Resíduos Sólidos 6,0 15 48
5.Estudos e Projetos e Plano de Saneamento Básico 6,0 5 48
O prazo de carência é contado a partir da assinatura do contrato e poderá ser prorrogado por
até a metade do prazo pactuado originalmente, porém a prorrogação, eventualmente
concedida, será deduzida do prazo de amortização pactuado com mesmo número de meses.
A fonte das informações é a Instrução Normativa n 20 de 10/05/2010, que regulamentou a
Resolução n 476 de 31/05/2005.
e) Encaminhamento
Os encaminhamentos dos pedidos de financiamento são efetuados através da Secretaria de
Saneamento do Ministério das Cidades – Brasília –DF.
Orçamento Geral da União – OGU
Os recursos não onerosos para o município, destinados ao setor de saneamento e contidos no
OGU, são mobilizados por meio de diretrizes contidas no Programa de Aceleração do
Crescimento – PAC2, por meio do Ministério das Cidades e da Fundação Nacional de Saúde -
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FUNASA.
Ministério das Cidades
a) Participantes
Ministério das Cidades – planejar, regular e normatizar a aplicação dos recursos
Caixa Econômica Federal – Operacionalizar o programa
Entes Federados – Municípios, Estados, Distrito Federal e Consórcios Públicos
Para efeito de aplicação dos recursos do PAC2 o país foi dividido em grupos de acordo com a
concentração da população em regiões metropolitanas e porte dos municípios em termos
populacionais.
Grupo 1 – Regiões Metropolitanas e municípios com população superior a 70 mil
habitantes nas regiões Norte, Nordeste e Centro Oeste e superior a 100 mil habitantes
nas regiões Sul e Sudeste.
Grupo 2 – Municípios com população entre 50 a 70 mil habitantes, nas regiões: Norte,
Nordeste e Centro Oeste e Municípios com população entre 50 e 100 mil habitantes nas
regiões Sul e Sudeste.
Grupo 3 – Municípios com população inferior a 50 mil habitantes, em qualquer região.
b) Contrapartida
A contrapartida, como percentagem dos investimentos, é definida para recursos destinados a
Municípios, Estados e ao Distrito Federal em função do IDH – Índice de Desenvolvimento
Humano, de acordo com o quadro a seguir.
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Tabela 9 Contrapartida - Orçamento Geral da União
Descrição % do Investimento IDH
Municípios
2 =0,5
3 > 0,5 e <= 0,6
4 > 0,6 e <= 0,7
8 > 0,7 e <= 0,8
20 > 0,8
Estado e Distrito Federal 10 <= 0,7
15 > 0,7 e <= 0,8
20 > 0,8
c) Encaminhamento
Os pedidos devem ser encaminhados através da Secretaria Nacional de Saneamento do
Ministério das Cidades apoiados na portaria 40 de 31/01/2011, que aprovou o Manual de
Instruções para contratação e execução das ações do Ministério das Cidades inseridas na
segunda fase do PAC2.
Funasa
Os recursos alocados no OGU para a FUNASA aplicar nos setores de abastecimento de água e
esgotamento sanitário, se destinam, prioritariamente, aos municípios com menos de 50 mil
habitantes (censo do IBGE – 2010), exceto os municípios das Regiões Metropolitanas,
mediante os seguintes critérios de priorização:
Municípios que contam com projetos de engenharia devidamente elaborados e com
plena condição de viabilidade das obras;
Municípios que contam com gestão estruturada de serviços públicos de saneamento
básico com entidade ou órgão especializado (autarquia, empresa pública, sociedade de
economia mista, consórcio público) e concessão regularizada, nos caso em que couber;
Complementação de empreendimentos inseridos na primeira fase do Programa de
Aceleração do Crescimento – PAC1;
Empreendimentos que promovam a universalização do abastecimento de água;
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Municípios com elevados riscos de transmissão de doenças relacionadas à falta ou
inadequação das condições de saneamento, em especial, esquistossomose, tracoma e
dengue, conforme classificação do Ministério da Saúde;
Municípios com menores Índices de Desenvolvimento Humano – IDH;
Municípios com menores índices de abastecimento de água;
Municípios com maiores taxas de mortalidade infantil (TMI), segundo dados do Ministério
da Saúde;
Municípios inseridos nos bolsões de pobreza identificados pelo Ministério de
Desenvolvimento Social e Combate à Fome – MDS;
Municípios que possuam Plano Municipal de Saneamento, elaborado ou em elaboração,
nos moldes de lei 11.445/2007;
Municípios com dados atualizados no Sistema Nacional de Informações sobre
Saneamento – SNIS/2009.
As propostas hierarquizadas serão submetidas ao GEPAC – Grupo Executivo do Programa de
Aceleração do Crescimento e pré selecionadas em função da demanda apresentada e da
disponibilidade de recursos constantes das Leis Orçamentárias de 2010 e 2011. Para detalhes
adicionais vide portaria da FUNASA 314 de 14-06-2011.
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES
O BNDES atua no financiamento de projetos e programas do Saneamento Básico atendendo
entidades de direito público e direito privado. A seguir mostra-se uma descrição dos projetos
que são financiáveis, quem pode participar e condições gerais dos financiamentos.
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a) Projetos Financiáveis
Abastecimento de água;
Esgotamento sanitário;
Efluentes e resíduos industriais;
Resíduos sólidos;
Gestão de recursos hídricos (tecnologias e processos, bacias hidrográficas);
Recuperação de áreas ambientalmente degradadas;
Desenvolvimento institucional;
Despoluição de bacias, em regiões onde já estejam constituídos Comitês; e
Macrodrenagem.
b) Participantes
Sociedades com sede e administração no país, de controle nacional ou estrangeiro,
empresários individuais, associações, fundações e pessoas jurídicas de direito público.
c) Contrapartida
A participação máxima do BNDES nos itens financiáveis dos projetos é de 80%, podendo ser
ampliada para 100% nos seguintes casos:
O cliente que tenha arcado com os custos referentes à aquisição do terreno destinado ao
referido projeto, 180 dias anteriores à data de protocolo da Consulta Prévia no BNDES; e
Esteja contemplada uma solução de tratamentos dos resíduos, como compostagem, "mass
burning", aproveitamento energético, plantas de blendagem de resíduos, transformação de
resíduos em matéria-prima, dentre outros.
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d) Condições Financeiras
Tabela 10 Condições Financeiras - BNDES
Custos Financeiros Apoio Direto (*) Apoio Indireto (**)
a) Custo Financeiro (***) TJLP TJLP
b) Remuneração Básica do BNDES 0,9% a.a. 0,9 % a.a.
c) Taxa de Intermediação Financeira (****) - 0,5 %
d) Taxa da Instituição Financeira Credenciada - (*****)
e) Taxa de Risco de Crédito (******) Até 3,57 % a.a.
(*) Operação feita diretamente com o BNDES;
(**) Operação feita por meio de instituição financeira credenciada;
(***) Calculada com base na meta de inflação para o ano seguinte e mais um prêmio de risco;
(****) Somente para grandes empresas. As MPEM’s estão isentas;
(*****) Negociada pelo cliente junto à instituição financeira credenciada; e
(*****) Varia de acordo com o risco de crédito do cliente; e de 1% a. a. para Administração Pública
Direta dos Estados e Municípios.
e) Encaminhamento
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES
Área de Planejamento – AP
Departamento de Prioridades – DEPRI
Av. República do Chile, 100 - Protocolo – Térreo, CEP 20.031-917 - Rio de Janeiro – RJ
Fundo Estadual de Recursos Hídricos – FEHIDRO
Constitui-se numa fonte de recursos financeiros para o Saneamento Básico, principalmente
objetivando recuperação, conservação e proteção dos recursos hídricos.
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a) Projetos financiáveis
São passiveis de financiamento pelo FEHIDRO os projetos abaixo:
Racionalização do uso da água para abastecimento público;
Recuperação de conservação do solo (erosão, assoreamento, degradação, drenagem,
controle de inundações, etc.);
Reflorestamento e reposição vegetal (cabeceiras de mananciais, matas ciliares, etc.);
Educação ambiental; e
Estudos e pesquisas de planejamento e gestão de Recursos Hídricos.
b) Contrapartida
Os recursos podem ser reembolsáveis e não reembolsáveis. Podem pleitear recursos
reembolsáveis: empresas de direito privado com fins lucrativos e usuários de recursos hídricos.
Podem pleitear recursos não reembolsáveis: entidades de direito público, universidades e
entidades privadas sem fins lucrativos.
Tabela 11 Contrapartida - FEHIDRO
Entidades/população Contrapartida (% do empreendimento)
Municípios -
<= 50 mil hab. 2 %
> 50 mil e<= 200 mil hab. 5 %
> 200 mil hab. 10 %
Estados/Entidade privadas com fins lucrativos 10%
c) Condições Financeiras
As taxas de juros cobradas sobre os empréstimos são as seguintes:
TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo) fixada pelo BACEN, acrescida de 1% a. a. para Pessoas
Jurídicas de Direito Público da Administração Direta e Indireta
TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo) fixada pelo BACEN, acrescida de 2% a. a. para
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Concessionárias de Serviços Públicos e Pessoas Jurídicas de Direito Privado.
Existem, ainda, as seguintes remunerações:
Agente Técnico - até 500 mil UFESPs: 0,2% sobre o valor total e acima de 500 mil UFESPs, o
valor de 1000 UFESPs. Após a contratação 1% sobre cada parcela liberada;
Agente Financeiro - Taxa de administração do Fundo – 2% sobre o patrimônio do Fundo;
Taxa de contratação e liberação de contratações não reembolsáveis – 1% sobre cada
liberação; Taxa de contratação e liberação de contratações reembolsáveis – 1,5% sobre
cada liberação.
d) Encaminhamento
O pleiteante de recursos financeiros do FEHIDRO deve iniciar o processo através do Comitê de
Bacias.
Outras Fontes
Além das fontes acima, tarifas, recursos do tesouro das entidades federadas e financiamentos
nacionais, que são as mais visíveis, existem outras com maior dificuldade de acesso que são as
seguintes:
Mercado de Capitais através da venda de títulos da divida pública (debêntures) das
empresas de direito privado, conversíveis ou não em ações e venda de ações no mercado.
No caso a empresa deve ser uma S.A. e abrir o respectivo capital;
Financiamentos Internacionais através de empréstimos oriundos de entidades
multilaterais de crédito – BIRD (Banco Mundial), BID (Banco Interamericano), JBIC (Banco
Japonês), os que mais operam com o Brasil na área de Saneamento Básico. Em geral as
condições financeiras, em termos de taxa de juros, são mais favoráveis se comparados aos
empréstimos do mercado nacional, porém o acesso é limitado a grandes empreendimentos
e sujeitos a riscos cambiais.
1.5. Premissas das Modelagens
A análise de sustentabilidade do cenário padrão descrito na seção 3. Os valores adotados para
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as principais premissas financeiras apresentam-se a seguir.
Tabela 12 Premissas da Modelagem
Premissas
Prazo da operação 20 anos
Metas de atendimento esgoto
5 anos
10 anos
75%
90,70%
Despesas (Cenário Padrão)
Manutenção de Redes de água
Operação de ETA’s
Manutenção de Redes de Esgoto
Operação de ETE’s
Manutenção de Redes de Drenagem
Limpeza de Redes de Drenagem
Indiretos Administrativos e gerais
Gestão Comercial
Taxa de Regulação
2.0 R$/m
Ano 1: R$1.5/m3; Ano 20: R$1,39 /m3
6.5 R$/m
Ano 1: R$1.9/m3; Ano 20: R$1,36 /m3
3 R$/m
1.5 R$/m
100 R$/ usuário faturado
50 R$ / usuário faturado
2.5% / ano sobre Receita Bruta
Financeiras
IGPM
INCC
Custo financeiro (TJLP nominal)
Remuneração Básica
Taxa de Risco de Crédito
Dívida BNDES (TJLP+0,9%+1,5%)
Fundo de reserva
5.6% /anual
7% /anual
5%
0,9%
1,5%
7,4%
12,5% sobre receita bruta anual
É importante ressaltar que os resultados da análise tem somente essência indicativa e
explicativa.
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1.5.1 Modelo de Avaliação
O método de avaliação da sustentabilidade foi baseado no cálculo da Taxa de Retorno da
Alternativa. A taxa mais comum é denominada Taxa Interna de Retorno (TIR) e equivale à taxa
de desconto do fluxo de caixa livre, após pagamento de juros e despesas financeiras, cujo VPL
é igual à zero.
A avaliação do projeto através do cálculo da taxa interna de retorno traz uma série de
vantagens:
A taxa é uma forma simplificada de avaliar o retorno de um projeto
É mais fácil de criar uma referência sobre a taxa de retorno do que sobre o valor
absoluto retornado pelo VPL.
A TIR é a taxa que mais interessa ao operador privado, pois já desconta efeitos de
financiamento e quantifica o seu retorno esperado.
1.5.2 Modelo de Financiamento
Para a modelagem financeira do projeto através do capital do BNDS será considerada um
endividamento e reposição da dívida anualmente.
A figura seguinte mostra a avaliação do endividamento e o superávit/déficit ao longo do
período de operação do projeto para o cenário padrão.
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(200)
(100)
0
100
200
300
400
500
600
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21
Endividamento Circulante Vs Superavit/DeficitÁgua y Esgoto
(Milhões de R$)
Superàvit / (Dèficit) Endevidamento Circulante
Figura 18 Endividamento Circulante v.s. Superávit/Déficit Água e Esgoto (milhões de R$)
Este modelo de financiamento fará com que o operador tenha uma estrutura de capital
variável, começando o período de com alta alavancagem e finalizando apenas com capital
próprio, conforme ilustra a figura da página a seguir para o cenário padrão.
0,0%
20,0%
40,0%
60,0%
80,0%
100,0%
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21
Variação da participacao dos fundos de créditos ao longo do projeto
Figura 19 Variação da participação dos fundos de créditos ao longo do projeto
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1.6. Avaliação de Sustentabilidade – Modelos
O Decreto Federal n. 7.217/2010 estabelece as diversas formar de prestação dos serviços no
setor de saneamento básico. O item de Modelos de Gestão e Estrutura de Regulação
descreverá a fundo cada uma destas alternativas e apresenta uma análise de uma perspectiva
jurídica de cada uma dela.
Para a análise de sustentabilidade relativa à de prestação de serviços de abastecimento de
água, esgotamento sanitário, drenagem pluvial e resíduos sólidos urbanos no município de
Santa Maria, as seções a seguir apresentarão as premissas particulares aplicadas em cada caso
e resultados dos modelos retirados do Capítulo 8 - Relatórios.
1.6.1 Serviços de Água e Esgoto – Cenário Padrão
Quadro 1 Modelo – Água e Esgoto
1 PREMISSAS
PADRÃO
1. Atendimento à Projeção da População e Demanda - Seção 2.1
2. Atendimento às Metas de cobertura e Gestão - Seção 3.1.
3. Utilização da Fatura Média Típica - Seção 2.3
Para este cenário padrão, os resultados da modelagem rendeu uma TIR de 14,0%. Lembrando
que as premissas utilizadas na modelagem independem do modelo de gestão, ou seja,
independem do operador dos serviços.
SISTEMA DE
SANEAMENTO
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Foi analisada de forma independente a sustentabilidade dos Serviços de Água e Esgoto,
projetando suas receitas através das Faturas Medidas Típicas atuais (Seção 2.3). Constatou-se
que o serviço de Esgoto é deficitário diferente do serviço de água, no qual alcança um nível
alto de superávit (TIR>90%), níveis sob influencia do endividamento como demonstra as
figuras seguintes nos primeiros 10 anos de operação:
Figura 20 Endividamento Circulante v.s. Superávit/Déficit
Figura 21 Variação da participação dos fundos de créditos ao longo do projeto
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Baseado na modelagem acima é proposto balancear as tarifas entre os serviços de Água e
Esgoto sob a premissa de manter a Fatura Típica Total para o usuário, como mostra a seguir:
Figura 22 Fatura Média Típica (R$/mês) Cenário 2: Apresentação Direta do Serviço de Esgoto
No capítulo 8 será apresentado o fluxo de caixa do plano, justificando os gráficos
apresentados acima. Vale ressaltar que está é uma modelagem padrão que se utiliza das
faturas atuais para avaliar a sustentabilidade dos investimentos futuros. Caso seja alterado
o modelo de gestão, tendo como exemplo o investimento através de outras fontes de
investimentos, os resultados acima abordados perderão a validade, havendo que ser
realizado um novo modelo específico.
Fatura Média Típica (R$/mês)
Cenário 2: Apresentação Direta do Serviço de Esgoto
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1.6.2 Serviços de Água e Esgoto – Cenário Melhora Eficiência Operacional
Quadro 2 Modelo – Água e Esgoto
2 PREMISSAS
MELHORA
EFICIÊNCIA
OPERACIONAL
1. Atendimento à Projeção da População e Demanda - Seção 2.1
2. Atendimento às Metas de cobertura e Gestão - Seção 3.1.
3. Utilização da Fatura Média Típica - Seção 2.3
4. Atendimento à Projeção de metas de redução de despesas – Seção 2.2
Ano 1: 100%; Ano 5: 62,5%; Ano 10: 57,7%
Para este cenário de melhora de eficiência operacional, os resultados da modelagem rendeu
uma TIR de 31,0%. Lembrando que as premissas utilizadas na modelagem independem do
modelo de gestão, ou seja, independem do operador dos serviços.
Além da sustentabilidade do projeto, a modelagem do incremento na eficiência operacional
abre a possibilidade de estudar um eventual ajuste tarifário sobre os valores aplicados
atualmente, o qual seria objeto de um estudo posterior para estabelecer a metodologia
mais apropriada para a distribuição deste ajuste.
Em relação ao endividamento circulante e o nível de influência da operação, as figuras a
seguir apresentam sua evolução:
SISTEMA DE
SANEAMENTO
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(200)
0
200
400
600
800
1.000
1.200
1.400
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21
Endividamento Circulante Vs Superavit/DeficitÁgua y Esgoto
(Milhões de R$)
Superàvit / (Dèficit) Endevidamento Circulante
0,0%
20,0%
40,0%
60,0%
80,0%
100,0%
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21
Variação da participacao dos fundos de créditos ao longo do projeto
1.6.3 Serviços de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais
De acordo com as premissas adotadas na seção 3.2, concluísse que a contraprestação para o
serviço não é sustentável. Modelou-se uma cobrança de um Imposto para o Manejo de Águas
Pluviais para um horizonte de análise de 20 anos, com uma TIR de 6,7%, porém a aplicação
dessa taxa tornasse inviável, uma vez que não existe legislação que obriga a contribuição do
cidadão. Sugere-se estudar a possibilidade de financiar parte dos investimentos com recurso a
fundo perdido.
Acredita-se ainda que boa parte dos investimentos propostos no plano para as metas à longo
prazo não deverão ser necessários, pois conforme apresentado no Diagnóstico do Sistema
existe muitas redes de drenagem já construídas e não fazem parte do plano por não estarem
cadastradas. Uma vez que haja um programa de recadastramento, teremos a certeza dos
investimentos necessários.
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1.6.4 Resíduos Sólidos Urbanos e Limpeza Pública
A análise de sustentabilidade feita sobre o atual modelo de gestão dos serviços de manejo dos
resíduos sólidos urbanos e limpeza pública.
Atualmente, os serviços de coleta, transporte, transbordo e disposição final dos resíduos
sólidos urbanos são executados pela empresa Revita Engenharia Sustentável S/A, conforme
contrato administrativo celebrado. Ainda, a Prefeitura Municipal de Santa Maria, em parceria
com Associação de Selecionadores de Material Reciclável – ASMAR oferta o serviço de coleta
seletiva, de acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos.
Por tanto não há nenhuma concessionária de serviços públicos na área dos resíduos sólidos
urbanos, sendo que a prestadora de serviços (Revita Engenharia Sustentável S/A) presta os
serviços pelo regime da prestação comum de serviços (contratos regidos pela Lei federal n.
8.666/1993).
Ainda, a Prefeitura Municipal de Santa Maria, em parceria com Associação de Selecionadores
de Material Reciclável – ASMAR oferta o serviço de coleta seletiva, de acordo com a Política
Nacional de Resíduos Sólidos. O resíduo coletado destinado às associações de selecionadores
cadastradas.
Propõe-se realizar um estudo de viabilidade a nível técnico, administrativo e financeiro do
Serviço de Manejo de Resíduos Urbanos e Limpeza Pública que incorpore a análise avaliando a
implantação de um Aterro Municipal ou a construção de uma planta de valorização energética.
Para a análise de sustentabilidade foi levado em conta custos anuais, baseado na premissa de
reforçar o modelo atual de gestão, mediante a prestação dos serviços de coleta e transporte
em áreas exclusivas de serviço através de contratos administrativos com operadores
especializados que vinculem a Associação dos Coletores de Material Recicláveis dentro da
equipe de trabalho. O transbordo e a disposição final permaneceriam com o operador atual,
sem excluir sua participação nos contratados de coleta e transporte nas áreas exclusivas.
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Tabela 13 Resíduos sólidos urbanos e limpeza pública
2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023
Campanhas de comunicação e
conscientização
1,93 2,10 1,00 1,60 1,49 - - - - - -
Coleta de RSD 15,20 15,33 15,45 15,58 15,71 15,84 15,98 16,11 16,25 16,39 16,52
Coleta RSDUR 3,62 3,65 3,71 3,71 3,74 3,77 3,81 3,84 3,87 3,90 3,94
Auditoria Serviço de Limpeza 0,09 - - - - - - - - - -
Mecanização Transferência e apoio
coleta CL
- 1,07 1,07 1,07 1,07 1,07 1,07 1,07 1,07 1,07 1,07
Mecanização serviços de limpeza - 3,69 3,69 3,69 3,69 3,69 3,69 3,69 3,69 3,69 3,69
Total 20,84 25,84 25,66 25,71 24,38 24,55 24,55 24,71 25,05 25,05 25,22
O artigo 29 da Lei federal n. 11.445/2010 estabelece que os serviços públicos de saneamento
básico terão a sustentabilidade econômico-financeira assegurada, sempre que possível,
mediante remuneração pela cobrança dos serviços. Referente à coleta, transporte, transbordo
e disposição final dos resíduos sólidos urbanos define:
II - de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos urbanos: taxas ou tarifas e outros preços
públicos, em conformidade com o regime de prestação do serviço ou de suas atividades;
No caso do município de Santa Maria, há a cobrança das taxas de Limpeza Urbana e apesar da
existência de um tributo denominado Taxa de Serviços Urbanos, de acordo com as
informações repassadas pelo município (Contas Públicas do Município,
http://www.santamaria.rs.gov.br/transparencia/), foi observada a arrecadação somente da
taxa de Limpeza Urbana.
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Figura 23 Recursos Taxas de Limpeza Pública do Município 2009-2012
A análise foi realizada levando em conta o modelo de gestão atual, onde foi identificada a
necessidade da cobrança mensal de uma Taxa por Economia de R$ 16,50 para assegurar a
sustentabilidade econômica dos serviços.
Para distribuir de forma igualitária sua cobrança entre a população, será adaptado como
referencia da classificação dos usuários da CORSAN. Foi aplicada uma matriz de subsídios
cruzados baseadas no impacto sobre a Fatura Média dos Serviços de Água e Esgoto obtendo-se
os seguintes valores para os diferentes tipos de usuários:
Figura 24 Taxa de Serviço de Coleta de Resíduos e Limpeza Urbana (R$/mês)
Como fonte de recursos adicional propõe-se utilizar o recurso gerado através do aterro
municipal, que poderia receber resíduos de outros municípios a um custo determinado. Para a
viabilidade do plano este custo deveria somar cerca de R$ 6,6 milhões.
Recursos Taxas de Limpeza Pública do Município
2009-2012
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1.7. Relatórios
1. CENARIO BASE: SERVICIO AGUA E ESGOTO ACTUAL OPERADOR
Demonstrativo de Resultados
mR$ 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Receita Bruta 88,63 97,35 105,96 115,41 125,79 136,53 148,25 161,02 174,13 188,26 201,63 215,95 231,29 247,74 265,36 284,24 304,48 326,17 349,41 374,31
Receita Líquida 78,22 85,91 93,51 101,85 111,01 120,49 130,83 142,10 153,67 166,14 177,93 190,57 204,12 218,63 234,18 250,85 268,70 287,84 308,35 330,33
Despesas Operacionais -62,39 -64,61 -67,70 -71,16 -75,00 -78,95 -83,27 -87,97 -93,08 -98,60 -102,28 -108,99 -116,14 -123,77 -131,91 -140,59 -149,86 -159,74 -170,29 -181,55
EBITDA 15,83 21,31 25,81 30,69 36,01 41,55 47,56 54,13 60,59 67,54 75,65 81,58 87,97 94,86 102,27 110,25 118,85 128,10 138,06 148,78
% s/Receita 20% 25% 28% 30% 32% 34% 36% 38% 39% 41% 43% 43% 43% 43% 44% 44% 44% 45% 45% 45%
Amortizaçao -2,48 -4,21 -6,02 -7,88 -10,07 -12,57 -14,85 -17,51 -20,63 -25,54 -32,37 -41,76 -51,86 -55,13 -60,37 -64,72 -70,99 -81,13 -102,99 0,00
EBIT 12,54 16,37 19,18 22,32 25,61 28,62 32,32 36,20 39,53 41,53 42,80 39,31 35,57 39,15 41,30 44,89 47,18 46,27 34,32 148,00
%s/Receita 16% 19% 21% 22% 23% 24% 25% 25% 26% 25% 24% 21% 17% 18% 18% 18% 18% 16% 11% 45%
B.A.I. 5,62 7,55 8,25 9,60 19,53 22,14 25,48 29,49 33,46 36,39 38,48 35,31 31,38 34,99 39,77 48,02 55,46 60,83 55,98 177,64
%s/Receita 7% 9% 9% 9% 18% 18% 19% 21% 22% 22% 22% 19% 15% 16% 17% 19% 21% 21% 18% 54%
Lucro Líquido 3,71 4,98 5,44 6,33 12,89 14,61 16,82 19,46 22,08 24,02 25,40 23,30 20,71 23,09 26,25 31,69 36,60 40,15 36,95 117,24
%s/Receita 5% 6% 6% 6% 12% 12% 13% 14% 14% 14% 14% 12% 10% 11% 11% 13% 14% 14% 12% 35%
BAI 5,62 7,55 8,25 9,60 19,53 22,14 25,48 29,49 33,46 36,39 38,48 35,31 31,38 34,99 39,77 48,02 55,46 60,83 55,98 177,64
Amortizaçao 2,48 4,21 6,02 7,88 10,07 12,57 14,85 17,51 20,63 25,54 32,37 41,76 51,86 55,13 60,37 64,72 70,99 81,13 102,99 0,00
- Investimentos -12,84 -34,83 -31,23 -30,71 -29,78 -32,89 -34,92 -29,76 -31,92 -34,25 -49,12 -61,43 -75,12 -70,72 -19,65 -26,18 -17,42 -18,79 -20,27 -21,87
- Investimento Fundo de Reserva -11,08 -1,09 -1,08 -1,18 -1,30 -1,34 -1,46 -1,60 -1,64 -1,77 -1,67 -1,79 -1,92 -2,06 -2,20 -2,36 -2,53 2,08 -2,56 -2,75
Impostos (S/ BAI) 0,00 -1,91 -2,57 -2,80 -3,26 -6,64 -7,53 -8,66 -10,03 -11,38 -12,37 -13,08 -12,00 -10,67 -11,90 -13,52 -16,33 -18,86 -20,68 -19,03
Fluxo de Caixa Livre -15,82 -26,07 -20,61 -17,23 -4,74 -6,16 -3,58 6,99 10,50 14,54 7,68 0,76 -5,81 6,68 66,39 70,68 90,17 106,38 115,46 133,99
Rentabilidade do Proyecto
TIR projecto Neto 14,0%
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2. CENARIO MELHORA DA EFICIÊNCIA OPERACIONAL: AGUA E ESGOTO
Demonstrativo de Resultados
mR$ 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Receita Bruta 88,63 97,35 105,96 115,41 125,79 136,53 148,25 161,02 174,13 188,26 201,63 215,95 231,29 247,74 265,36 284,24 304,48 326,17 349,41 374,31
Receita Líquida 78,22 85,91 93,51 101,85 111,01 120,49 130,83 142,10 153,67 166,14 177,93 190,57 204,12 218,63 234,18 250,85 268,70 287,84 308,35 330,33
Despesas Operacionais -62,39 -59,96 -57,98 -55,86 -53,50 -55,76 -58,21 -60,86 -63,69 -66,71 -69,39 -73,84 -78,58 -83,63 -89,01 -94,75 -100,86 -107,37 -114,31 -121,71
EBITDA 15,83 25,96 35,53 46,00 57,51 64,73 72,61 81,24 89,98 99,42 108,54 116,73 125,53 135,00 145,17 156,10 167,84 180,47 194,04 208,63
% s/Receita 20% 30% 38% 45% 52% 54% 56% 57% 59% 60% 61% 61% 62% 62% 62% 62% 62% 63% 63% 63%
Amortizaçao -2,48 -4,21 -6,02 -7,88 -10,07 -12,57 -14,85 -17,51 -20,63 -25,54 -32,37 -41,76 -51,86 -55,13 -60,37 -64,72 -70,99 -81,13 -102,99 0,00
EBIT 12,54 21,03 28,90 37,63 47,11 51,81 57,38 63,32 68,92 73,42 75,69 74,46 73,13 79,29 84,19 90,73 96,18 98,64 90,30 207,84
%s/Receita 16% 24% 31% 37% 42% 43% 44% 45% 45% 44% 43% 39% 36% 36% 36% 36% 36% 34% 29% 63%
B.A.I. 5,62 12,38 18,65 26,40 43,70 49,39 56,09 63,72 71,52 78,61 83,51 84,62 85,41 94,09 104,05 117,93 131,75 144,00 146,59 276,28
%s/Receita 7% 14% 20% 26% 39% 41% 43% 45% 47% 47% 47% 44% 42% 43% 44% 47% 49% 50% 48% 84%
Lucro Líquido 3,71 8,17 12,31 17,42 28,84 32,59 37,02 42,05 47,21 51,88 55,12 55,85 56,37 62,10 68,67 77,83 86,95 95,04 96,75 182,34
%s/Receita 5% 10% 13% 17% 26% 27% 28% 30% 31% 31% 31% 29% 28% 28% 29% 31% 32% 33% 31% 55%
BAI 5,62 12,38 18,65 26,40 43,70 49,39 56,09 63,72 71,52 78,61 83,51 84,62 85,41 94,09 104,05 117,93 131,75 144,00 146,59 276,28
Amortizaçao 2,48 4,21 6,02 7,88 10,07 12,57 14,85 17,51 20,63 25,54 32,37 41,76 51,86 55,13 60,37 64,72 70,99 81,13 102,99 0,00
- Investimentos -12,84 -34,83 -31,23 -30,71 -29,78 -32,89 -34,92 -29,76 -31,92 -34,25 -49,12 -61,43 -75,12 -70,72 -19,65 -26,18 -17,42 -18,79 -20,27 -21,87
- Investimento Fundo de Reserva -11,08 -1,09 -1,08 -1,18 -1,30 -1,34 -1,46 -1,60 -1,64 -1,77 -1,67 -1,79 -1,92 -2,06 -2,20 -2,36 -2,53 2,08 -2,56 -2,75
Impostos (S/ BAI) 0,00 -1,91 -4,21 -6,34 -8,98 -14,86 -16,79 -19,07 -21,66 -24,32 -26,73 -28,39 -28,77 -29,04 -31,99 -35,38 -40,10 -44,79 -48,96 -49,84
Fluxo de Caixa Livre -15,82 -21,24 -11,85 -3,96 13,72 12,86 17,76 30,81 36,93 43,82 38,36 34,76 31,46 47,42 110,57 118,74 142,69 163,62 177,79 201,82
Rentabilidade do Proyecto
TIR projecto Neto 31,3%
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Inversión (mR$) 7,4 11,4 12,2 13,0 13,9 22,4 41,0 43,8 46,8 50,1 70,9 135,6 145,0 155,0 165,7 177,2 189,4 202,5 216,5 231,5
Demonstrativos de Resultados
mR$ 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Receita 45,67 48,65 51,82 55,20 58,81 62,64 66,74 71,09 75,74 80,69 85,96 91,58 97,57 103,94 110,74 117,98 125,70 133,93 142,69 152,03
EBITDA 45,64 48,58 51,72 55,06 58,61 62,32 66,26 70,45 74,91 79,66 84,49 89,61 95,05 100,83 106,96 113,47 120,40 127,75 135,56 143,86
% s/Receita 100% 100% 100% 100% 100% 99% 99% 99% 99% 99% 98% 98% 97% 97% 97% 96% 96% 95% 95% 95%
EBIT 45,28 48,00 50,88 53,92 57,13 59,43 60,53 61,45 62,11 62,40 60,24 50,40 37,82 21,57 0,19 -28,62 -68,92 -128,95 -229,27 -452,30
%s/Receita 99% 99% 98% 98% 97% 95% 91% 86% 82% 77% 70% 55% 39% 21% 0% -24% -55% -96% -161% -297%
B.A.I. 45,95 49,81 53,67 57,80 62,21 65,67 67,53 68,93 70,13 71,03 69,19 58,15 43,12 24,33 0,23 -31,64 -75,40 -139,33 -244,06 -472,06
%s/Receita 101% 102% 104% 105% 106% 105% 101% 97% 93% 88% 80% 63% 44% 23% 0% -27% -60% -104% -171% -310%
Lucro líquido 30,33 32,87 35,42 38,15 41,06 43,34 44,57 45,49 46,28 46,88 45,66 38,38 28,46 16,06 0,15 -31,64 -75,40 -139,33 -244,06 -472,06
%s/Receita 66% 68% 68% 69% 70% 69% 67% 64% 61% 58% 53% 42% 29% 15% 0% -27% -60% -104% -171% -310%
Rentabilidade do projeto
TIR Líquida Projeto 6,7%
2. CENARIO PADRÃO: DRENAGEM PLUVIAL
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2 PLANO DE CONTINGENCIA E EMERGÊNCIA
O denominado Plano de Ações de Contingência e Emergência, doravante referido como Plano
de Emergência, busca caracterizar as estruturas disponíveis e estabelecer as formas de atuação
da operadora em exercício, tanto em caráter preventivo como corretivo, procurando elevar o
grau de segurança e a continuidade operacional das instalações relacionadas aos serviços de
abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos,
drenagem e manejo das águas pluviais urbanas do município de Santa Maria.
Quanto à operação e manutenção dos sistemas efetuados pela operadora em exercício serão
utilizados mecanismos locais e corporativos de gestão no sentido de prevenir ocorrências
indesejadas através de controles e monitoramentos das condições físicas das instalações e dos
equipamentos, visando minimizar ocorrências de sinistros e interrupções na prestação de tais
serviços.
Em caso de ocorrências atípicas, que extrapolem a capacidade de atendimento local, a
operadora em exercício deverá dispor de todas as estruturas de apoio com mão de obra,
materiais e equipamentos, das áreas de manutenção, gestão, controle de qualidade e de todas
as áreas que se fizerem necessárias, visando à correção dessas ocorrências, para que os
sistemas deste município não tenham a segurança e a continuidade operacionais diminuídas
ou paralisadas.
2.1. Objetivo
O principal objetivo de um Plano de Emergência é assegurar a continuidade dos
procedimentos originais, de modo a não expor a comunidade a impactos relacionados ao meio
ambiente e, principalmente, à saúde pública.
Normalmente, a descontinuidade dos procedimentos se origina a partir de eventos que podem
ser evitados através de negociações prévias, como greves de pequena duração e paralisações
por tempo indeterminado das prestadoras de serviços ou dos próprios trabalhadores.
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Porém, tal descontinuidade também pode ser gerada a partir de outros tipos de ocorrência de
maior gravidade e, portanto, de maior dificuldade de solução, como explosões, incêndios,
desmoronamentos, tempestades, inundações e outros.
Assim, para que um plano de Emergência seja realmente aplicável é necessário,
primeiramente, identificarem-se os agentes envolvidos sem os quais não é possível definirem-
se as responsabilidades pelas ações a serem promovidas.
Além dos agentes, também é recomendável que o Plano de Emergência seja focado para os
procedimentos cuja paralisação pode causar os maiores impactos, relegando os demais para
serem atendidos após o controle total sobre os primeiros.
2.2. Agentes Envolvidos
Tendo em vista a estrutura operacional proposta para o equacionamento dos serviços urbanos
de Santa Maria, podem-se definir como principais agentes envolvidos:
2.1.1 Prefeitura Municipal
A municipalidade se constitui agente envolvido no Plano de Emergência quando seus próprios
funcionários públicos são os responsáveis diretos pela execução dos procedimentos.
Evidentemente que, no caso da Prefeitura Municipal, o agente nem sempre é a própria
municipalidade e sim secretarias, departamentos ou até mesmo empresas autônomas que
respondem pelos serviços envolvidos.
2.1.2 Prestadora de Serviço em Regime Normal
As empresas prestadoras de serviços são consideradas agentes envolvidos quando, mediante
contrato decorrente de licitação pública, seus funcionários assumem a responsabilidade pela
execução dos procedimentos.
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2.1.3 Concessionária de Serviços
As empresas executantes dos procedimentos, mediante contrato formal de concessão ou de
participação público-privada – PPP são igualmente consideradas agentes uma vez que seus
funcionários estão diretamente envolvidos na execução dos procedimentos.
2.1.4 Prestadora de Serviços em Regime de Emergência
As empresas prestadoras de serviços também podem ser consideradas agentes envolvidos
quando, justificada legalmente a necessidade, seus funcionários são mobilizados através de
contrato de emergência sem tempo para a realização de licitação pública, geralmente por
prazos de curta duração.
2.1.5 Órgãos Públicos
Alguns órgãos públicos também passam a se constituir agentes quando, em função do tipo de
ocorrência, são mobilizados para controlar ou atenuar eventuais impactos decorrentes das
ocorrências, como é o caso da FEPAM, do Departamento Estadual de Proteção de Recursos
Hídricos Naturais, da Polícia Ambiental, a CORSAN e outros.
2.1.6 Entidades Públicas
Algumas entidades públicas também são consideradas agentes do Plano a partir do momento
em que, como reforço adicional aos recursos já mobilizados, são acionadas para minimizar os
impactos decorrentes das ocorrências, como é o caso da Defesa Civil, o Corpo de Bombeiros e
outros.
2.1.6.1 Estrutura Organizacional da Defesa Civil
O conhecimento das metas, e dos procedimentos relativos às ações a empreender, são
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fundamentais para que os trabalhos se desenvolvam dentro de uma normalidade em
momento de dificuldade. No site da Defesa Civil http://www.defesacivil.gov.br há a opção dos
cursos à distância.
Existem duas formas de receber verbas da união para defesa civil, uma através de verbas
emergenciais de socorro, outra pelo Sistema de Convênios do Governo Federal (SICONV).
Nesta última, a União repassa verbas pelo SICONV por projetos propostos para prevenção.
Apesar desta alternativa, resultar em possíveis demoras de até um a dois anos, ela se
transforma em uma possibilidade de o município poder através de um planejamento, prevenir
situações de emergência futuras.
Dentre as atividades pretendidas para o grupo de voluntários podemos citar o incentivo a
educação preventiva, a organização e a execução de campanhas, o cadastramento dos
recursos e dos meios de apoio existentes na comunidade, a coordenação e fiscalização do
material estocado e sua distribuição e a promoção de treinamentos simulados. O
desenvolvimento de atividades amplas, eficientes e contínuas de informação e divulgação
sobre a gravidade dos desastres, para as autoridades, áreas setoriais, lideranças comunitárias e
população também é uma meta a ser alcançada através da conscientização e capacitação.
Dentre as ações propostas estão a realização de um estudo das ameaças, classificando e
hierarquizando seus riscos. Além disso, a realização de práticas e simulações periódicas são
apontadas como sendo importantes pela cidadania e pelo grupo de voluntários.
No contexto da elaboração do PLAMSAB, deve-se sugerir a aplicação de recursos para o
desenvolvimento adequado dos projetos de medidas estruturais, para a redução de desastres.
Neste contexto, o programa de remoção de habitações em áreas de risco, tem cunho
estratégico e deve ser incentivado.
Para fazer frente às situações de emergência recomenda-se o planejamento e a seleção dos
locais para abrigos provisórios e acampamentos emergenciais.
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2.3. Ações Principais de Controle e de Caráter Preventivo
As ações para o Plano de Emergências constituem-se basicamente em três períodos:
Preventiva: Desenvolvida no período de normalidade, consistindo na elaboração de planos e
aperfeiçoamento dos sistemas e, também, no levantamento de ações necessárias para a
minimização de acidentes.
Atendimento Emergencial: As ações são concentradas no período da ocorrência, por meio do
emprego de profissionais e equipamentos necessários para o reparo dos danos objetivando a
volta da normalidade. Nesta fase, os trabalhos são desenvolvidos em parceria com órgãos
municipais e estaduais, além de empresas especializadas.
Readequação: Ações concentradas no período, e após o evento, com o objetivo de se adequar
à nova situação, aperfeiçoando o sistema e tornando tal ação como preventiva.
O Plano define uma metodologia para atender aos diversos tipos de ocorrência, viabilizando o
acionamento de pessoal capacitado para o acompanhamento e solução dos problemas, e,
além disto, desenvolvendo ações preventivas que evitam o agravamento de situações de risco.
É recomendável identificar os locais com instalações sujeitas a acidentes, eliminando os
problemas com alteração de caminhamento e desenvolvimento e realizando o
acompanhamento de trabalhos preventivos nas áreas impossibilitadas de adequação.
A seguir são apresentados os principais instrumentos que poderão ser utilizados em Santa
Maria para a adequada operação e manutenção dos sistemas existentes, de maneira
generalizada.
Formulação de leis e outros instrumentos jurídicos para permitir a adoção das ações
em situações de não conformidade;
Legislação específica, definindo atribuições, aspectos e punições para infratores;
Formação de equipes de resposta a situações de emergência;
Planos de divulgação na mídia;
Mobilização social: envolvimento de associações de moradores e outros grupos
representativos constituídos;
Reservas financeiras para: contratação emergencial de empresas para manutenção em
operações emergenciais ou críticas; contratação de serviços especializados em casos
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de emergências ambientais; contratação de serviços de fornecimento e transporte de
água tratada para situações emergenciais;
Decretação de estado de atenção, de emergência ou de calamidade pública, conforme
previsão na legislação específica;
Elaboração de Plano de Emergência para cenários de não conformidade:
o Interrupção total ou parcial dos serviços;
o Suspensão total ou parcial dos serviços;
o Comprometimento operacional das unidades e sistemas existentes.
Mobilização dos agentes;
Avaliação e adaptação de procedimentos com base em resultados de eventos
registrados;
Desenvolvimento de medidas de avaliação de eficiência e eficácia;
Proposição de simulações.
2.4. Definição de Emergência
Dois casos de emergência podem ser tipificados: os desastres e os eventos adversos. Os
desastres são quantificados em função dos danos e prejuízos, em termos de intensidade,
enquanto que os eventos adversos são quantificados em termos de magnitude.
Decreta-se emergência quando há a garantia plena da ocorrência de uma situação anormal,
em uma área do município, que levou o Prefeito a declarar situação de emergência ou estado
de calamidade pública. Decretar a emergência permite ao município o benefício da “alteração
dos processos de governo e da ordem jurídica, no território considerado durante o menor
prazo possível, para restabelecer a situação de normalidade".
O desastre é o resultado de eventos adversos, naturais ou provocados pelo homem, sobre um
ecossistema (vulnerável), causando danos humanos, materiais e/ou ambientais e
consequentes prejuízos econômicos e sociais.
A seguir serão descritas as principais formas e conceitos que definem uma emergência ou
estão associados a ela.
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2.4.1 Desastre
Resultado de eventos adversos, naturais ou provocados pelo homem, sobre um ecossistema
(vulnerável), causando danos humanos, materiais e/ou ambientais e consequentes prejuízos
econômicos e sociais.
Os desastres são quantificados em função dos danos e prejuízos, em termos de intensidade,
enquanto que os eventos adversos são quantificados em termos de magnitude.
2.4.2 Dano
Dano é uma medida que define a intensidade ou severidade da lesão resultante de um
acidente ou evento adverso. Caracteriza-se pela perda humana, material ou ambiental, física
ou funcional, que pode resultar, caso seja perdido o controle sobre o risco.
2.4.3 Situação de Emergência
Reconhecimento (legal) pelo poder público de situação anormal, provocada por desastres,
causando danos superáveis (suportáveis) pela comunidade afetada.
2.4.4 Estado de calamidade pública
Reconhecimento (legal) pelo poder público de situação anormal, provocada por desastres,
causando sérios danos à comunidade afetada, inclusive à incolumidade ou à vida de seus
integrantes.
2.5. Tipos de Prejuízo
Os prejuízos advindos de uma situação de um desastre, dano, emergência ou estado de
calamidade pública podem ser classificados como prejuízos sociais, ambientais ou econômicos.
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2.5.1 Prejuízos Sociais
Os prejuízos sociais mais importantes relacionam-se com a interrupção do funcionamento ou
com o colapso de serviços essenciais, como:
Assistência médica, saúde pública e atendimento de emergências médico-cirúrgicas;
Abastecimento de água potável;
Alagamentos e cheias urbanas associadas à drenagem pluvial;
Problemas no sistema de esgotos sanitários;
Sistema de limpeza urbana e de recolhimento e destinação do lixo;
Sistema de desinfestação e desinfecção do habitat e de controle de pragas e vetores;
Geração e distribuição de energia elétrica;
Telecomunicações;
Transportes locais e de longo curso;
Distribuição de combustíveis, especialmente os de uso doméstico;
Segurança pública;
Ensino.
Os prejuízos sociais são classificados de acordo com sua prioridade. O nível de Prioridade I está
relacionado com o mau desempenho dos serviços essenciais responsáveis pelo (a):
Assistência médica primária e pela assistência médico-hospitalar;
Atendimento das emergências médico-cirúrgicas;
Abastecimento de água potável;
Esgoto sanitário;
Limpeza urbana e recolhimento do lixo;
Controle de pragas e de vetores.
Vigilância sanitária.
Os prejuízos sociais com nível de prioridade II estão relacionados com o mau desempenho de
serviços essenciais responsáveis pelo (a):
Geração e distribuição de energia elétrica;
Transporte público;
Telecomunicações;
Distribuição de combustíveis, inclusive os de uso doméstico.
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2.5.2 Caracterização dos níveis de prejuízos econômicos
Em função da ponderação percentual entre o montante dos prejuízos econômicos e o produto
interno bruto do município afetado, são estabelecidos quatro níveis de intensidade:
Nível 1 os prejuízos são classificados como pouco vultosos e pouco significativos,
quando representam menos de 5% do PIB municipal;
Nível 2: os prejuízos são classificados como pouco vultosos mas significativos, quando
variam entre 5 e 10% do PIB municipal;
Nível 3: os prejuízos são classificados como vultosos, quando variam entre 10 e 30% do
PIB municipal;
Nível 4: os prejuízos são classificados como muito vultosos, quando ultrapassam 30%
do PIB municipal.
2.6. Planos de Emergências
Considerando os diversos níveis dos agentes envolvidos e as suas respectivas competências e
dando prioridade aos procedimentos cuja paralisação pode causar os maiores impactos à
saúde pública e ao meio ambiente, apresentam-se a seguir os planos de Emergência para cada
tipo de serviço:
2.6.1 Serviços de Abastecimento de Água
Embora o município não opere a estação de tratamento de água atualmente, são
apresentadas as seguintes ações preventivas para o sistema de abastecimento de água,
operado atualmente pela concessionária CORSAN em Santa Maria, o qual deve ser
complementado conforme as intervenções propostas no presente Plano.
Acompanhamento da produção de água através da realização de medições na entrada
e saída da estação de tratamento de água;
Controle de parâmetros dos equipamentos em operação: horas trabalhadas, corrente
elétrica, tensão, consumo de energia, vibração e temperatura;
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Controle de equipamentos de reserva e em manutenção;
Sistema de gerenciamento da manutenção: cadastro dos equipamentos e instalações;
programação de manutenções preventivas; geração e controle de ordens de serviços
de manutenções preventivas e corretivas; registros e históricos das manutenções;
realização de manutenções em equipamentos de alta criticidade;
Manutenção preventiva das bombas do sistema de produção de água em oficina
especializada;
Plano de inspeções periódicas e adequações das adutoras de água bruta;
Acompanhamento das vazões encaminhadas aos setores de distribuição, dos níveis de
reservação, da situação de operação dos conjuntos moto-bomba e das vazões mínimas
noturnas para gerenciamento das perdas, com registros históricos;
Acompanhamento da regularidade no abastecimento por setor de distribuição;
Pesquisa planejada de vazamentos não visíveis na rede de distribuição e ramais de
água;
Acompanhamento geral do estado da hidrometria instalada e manutenção preventiva;
Controle da qualidade da água dos mananciais e das captações subterrâneas e
superficiais;
Manutenção de base de dados e acompanhamento de gestão de riscos ambientais
através dos órgãos competentes;
Controle da qualidade da água produzida com análises de diversos parâmetros nos
sistemas de tratamento de água;
Plano de Ação de Emergência para atuação nos casos de vazamentos de cloro na
estação de tratamento de água;
Plano de Ação para contenção de vazamentos de produtos químicos;
Plano de Ação para atuação em casos de incêndio;
Plano de limpeza e desinfecção dos reservatórios de distribuição de água;
Controle da qualidade da água distribuída, realizado por laboratório especializado,
conforme previsto na Portaria 2.914 do Ministério da Saúde, através de coletas em
diversos pontos da rede de distribuição e na saída do processo de tratamento;
Plano de vistoria e acompanhamento dos sistemas de distribuição de água com
equipes volantes 24 horas por dia.
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Foram identificados na tabela a seguir os principais tipos de ocorrências, as possíveis origens e as ações a serem desencadeadas para o sistema de
abastecimento de água:
Tabela 14 – Planos de Emergências - Serviço de Abastecimento de Água
Ocorrência Origem Plano de Emergências
Falta d´água generalizada
Inundação da captação de água com danificação de equipamentos eletromecânicos / estruturas
Deslizamento de encostas/ movimentação do solo/ solapamento de apoios de estruturas com arrebentamento da adutora de água bruta
Interrupção prolongada no fornecimento de energia elétrica nas instalações de produção de água
Vazamento de cloro nas instalações de tratamento de água
Qualidade inadequada da água do manancial
Ações de vandalismo
Verificação e adequação de plano de ação às características da ocorrência
Comunicação à população / instituições / autoridades / Defesa Civil
Comunicação à Polícia
Comunicação à operadora em exercício de energia elétrica
Deslocamento de caminhões tanque
Controle da água disponível em reservatórios
Reparo das instalações danificadas
Implementação do Plano de Ação de Emergência ao Cloro
Implementação de rodízio de abastecimento
Falta d´água parcial ou localizada
Deficiências de água no manancial em períodos de estiagem
Interrupção temporária no fornecimento de energia elétrica nas instalações de produção de água
Interrupção no fornecimento de energia elétrica em setores de distribuição
Danificação de equipamentos de estações elevatórias de água tratada
Danificação de estruturas de reservatórios e elevatórias de água tratada
Rompimento de redes e linhas adutoras de água tratada
Ações de vandalismo
Verificação e adequação de plano de ação às características da ocorrência
Comunicação à população / instituições / autoridades
Comunicação à Polícia
Comunicação à operadora em exercício de energia elétrica
Deslocamento de frota de caminhões tanque
Reparo das instalações danificadas
Transferência de água entre setores de abastecimento
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2.6.2 Serviços de Esgotamento Sanitário
Embora atualmente o município também não opere a estação de tratamento de esgotos,
serão apresentadas as seguintes ações preventivas para o sistema de esgotamento sanitário,
sob responsabilidade da concessionária CORSAN, o qual deve ser complementado conforme as
intervenções propostas no presente Plano.
Acompanhamento da vazão de esgotos tratados;
Controle de parâmetros dos equipamentos em operação, como horas trabalhadas,
corrente, tensão e consumo de energia;
Controle de equipamentos de reserva e em manutenção;
Sistema de gerenciamento da manutenção: cadastro dos equipamentos e instalações;
programação de manutenções preventivas; geração e controle de ordens de serviços
de manutenções preventivas e corretivas; registros e históricos das manutenções;
Acompanhamento das variáveis de processo da estação de tratamento de esgotos,
com registros históricos;
Inspeção periódica no sistema de tratamento de esgotos;
Manutenção preventiva das bombas do sistema de esgotos em oficina especializada;
Manutenção com limpeza preventiva programada das estações elevatórias de esgoto;
Manutenção preventiva e corretiva de coletores e ramais de esgoto com
equipamentos apropriados;
Acompanhamento sistemático das estações elevatórias de esgoto;
Controle da qualidade dos efluentes: controle periódico da qualidade dos esgotos
tratados na estação de tratamento de esgoto, realizado por laboratório específico e de
acordo com a legislação vigente;
Plano de ação para contenção de vazamentos de produtos químicos;
Plano de vistoria e acompanhamento do sistema de esgotamento sanitário existente
com equipes volantes 24 horas por dia.
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Foram identificados na tabela a seguir os principais tipos de ocorrências, as possíveis origens e as ações a serem desencadeadas para o sistema de esgotamento
sanitário:
Tabela 15– Planos de Emergências - Serviço de Esgotamento Sanitário
Ocorrência Origem Plano de Emergências
Paralisação da ETE
Interrupção no fornecimento de energia elétrica nas instalações
Danificação de equipamentos eletromecânicos / estruturas
Ações de vandalismo
Comunicação à operadora em exercício de energia elétrica
Comunicação aos órgãos de controle ambiental
Comunicação à Polícia
Instalação de equipamentos reserva
Reparo das instalações danificadas
Extravasamentos de esgotos em estações elevatórias
Interrupção no fornecimento de energia elétrica nas instalações de bombeamento
Danificação de equipamentos eletromecânicos / estruturas
Ações de vandalismo
Comunicação à Operadora em exercício de energia elétrica
Comunicação aos órgãos de controle ambiental
Comunicação à Polícia
Instalação de equipamentos reserva
Reparo das instalações danificadas
Rompimento de linhas de recalque, coletores tronco, interceptores e emissários
Desmoronamentos de taludes / paredes de canais
Erosões de fundos de vale
Rompimento de travessias
Comunicação aos órgãos de controle ambiental
Reparo das instalações danificadas
Ocorrência de retorno de esgotos em imóveis Lançamento indevido de águas pluviais em redes
coletoras de esgoto
Obstruções em coletores de esgoto
Comunicação à vigilância sanitária
Execução dos trabalhos de limpeza
Reparo das instalações danificadas
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2.6.3 Serviços de Limpeza Pública e Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos
2.6.3.1 Serviços de Limpeza Pública
Varrição Manual
O principal impacto decorrente da paralisação dos serviços de varrição manual, além da
deterioração do estado de limpeza dos passeios, vias e logradouros públicos, é a intensificação
dos detritos descartados nos pisos que, em decorrência de chuvas, tendem a ser levados pelo
escoamento das águas pluviais para os dispositivos de drenagem superficial. Essa é, quase
sempre, a razão do entupimento das bocas de lobo e galerias e, por consequência, a principal
responsável pelas inundações das áreas urbanas.
Manutenção de Vias e Logradouros
Ao contrário da varrição manual, uma eventual interrupção da manutenção de vias e
logradouros, que engloba as atividades de capina, roçada e pinturas de meio-fios não chega a
ser tão preocupante. Isto se deve principalmente pelo fato destas atividades ocorrerem em
pontos isolados e se acentuarem de forma sazonal, onde a proliferação dos matos e a
sedimentação de areias e poeiras nos baixios estão estritamente relacionadas à época da
maior ocorrência de chuvas.
Embora também possam provocar incômodos à população e entupimento dos dispositivos de
drenagem, os procedimentos de manutenção de vias e logradouros não são necessariamente
contínuos, permitindo que seu Plano de Emergência se limite a uma defasagem na
programação sem maiores prejuízos.
Manutenção de Áreas Verdes
Da mesma forma que a manutenção de vias e logradouros, uma paralisação temporária no
serviço de manutenção de áreas verdes não chega a trazer maiores consequências para a
comunidade. Além disso, este serviço também costuma ser executado de forma sazonal, pois
levam em conta os períodos recomendáveis para a poda de árvores, permitindo que sua
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programação também sofra defasagens sem maiores prejuízos.
Limpeza Pós Feiras Livres
O impacto decorrente da paralisação dos serviços de limpeza pós-feiras livres é idêntico ao da
interrupção da varrição manual, ou seja, além da deterioração do estado de limpeza das vias,
também há a intensificação dos detritos descartados nos pisos que, em decorrência de chuvas,
são levados pelo escoamento das águas pluviais para os dispositivos de drenagem superficial e
podem provocar o entupimento das bocas de lobo e galerias.
Limpeza de Bocas de Lobo e Galerias
O impacto decorrente desta paralisação, embora não incida sobre a deterioração do estado de
limpeza dos passeios, vias e logradouros públicos, pois acaba não sendo visível para os
cidadãos, também é o assoreamento e entupimento dos dispositivos de drenagem superficial.
Assim, da mesma forma como já mencionado para a varrição manual, a dificuldade ou até
impossibilidade de escoamento das águas pluviais pelas bocas de lobo e galerias acaba se
tornando uma das principais responsáveis pelas inundações das áreas urbanas.
Neste caso, depois da região ser inundada, pouco se pode fazer a não ser aguardar as águas
escoarem para se processar a limpeza dos dispositivos, o que torna ainda mais importante a
prevenção, ou seja, a manutenção da limpeza dos mesmos.
Em suma, foram identificados na tabela a seguir os principais tipos de ocorrências, as possíveis
origens e as ações a serem desencadeadas para os serviços de limpeza pública:
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Tabela 16– Planos de Emergências – Serviços de Limpeza Pública
Ocorrência Origem Plano de Emergências
Paralisação dos serviços de varrição manual
Greves de pequena duração;
Paralisações por tempo indeterminado.
Negociação com os trabalhadores;
Mutirão com funcionários municipais que possam efetuar o serviço;
Contratação emergencial de empresas terceirizadas;
Paralisação dos serviços de manutenção de vias e logradouros
Alteração na programação dos serviços;
Paralisação dos serviços de limpeza dos dispositivos de drenagem (bocas de lobo e galerias)
Limpeza dos dispositivos
Manutenção da limpeza, independente da região ter inundado ou não.
Paralisação dos serviços de manutenção de áreas verdes
Quedas de árvores;
Greves de pequena duração;
Paralisações por tempo indeterminado.
Acionamento de equipes de plantão para remoção e liberação da via (caso haja acidente de trânsito);
Acionar os órgãos e entidades responsáveis pelo tráfego;
Em casos com vítimas, acionar o Corpo de Bombeiros;
E, em último caso, acionar a Defesa Civil local ou regional.
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2.6.3.2 Serviços Relacionados aos Resíduos Sólidos Domiciliares
Coleta Domiciliar dos Resíduos Sólidos Domiciliares
O principal impacto decorrente da paralisação da coleta de resíduos sólidos domiciliares, além
da exposição dos sacos de lixo por um tempo não recomendável, que acaba gerando chorume
e maus odores, além de atrair catadores e animais que destroem as embalagens em busca de
materiais e restos de comida, é a possibilidade de serem levados pelas águas pluviais para os
dispositivos de drenagem superficial, drenagens e/ou corpos d’água adjacentes.
Colaborando com o entupimento das bocas de lobo e galerias e o assoreamento dos recursos
hídricos, juntamente com a paralisação da varrição manual, também pode ser considerada
uma das principais responsáveis pelas inundações das áreas urbanas.
Pré-Beneficiamento e/ou Tratamento dos RSD
A paralisação do serviço de triagem e pré-beneficiamento de materiais recicláveis costuma
estar associada à desvalorização do preço de venda desses materiais no mercado consumidor,
sempre que há uma previsão de queda da produção industrial. Para evitar que isto aconteça, é
importante que a cessão das instalações e equipamentos para uso das cooperativas de
catadores tenha em contrapartida a assunção do compromisso por parte deles de receber e
processar os materiais independentemente desse preço de mercado. Por, normalmente,
serem operadas sob forma de cooperativa, raramente ocorrem greves ou paralisações, pois,
além de não receberem salários fixos da municipalidade ou de empresas privadas, os
catadores têm consciência de que são donos do seu próprio negócio e a remuneração está
relacionada à sua produtividade.
O mesmo não costuma acontecer com o serviço de compostagem da matéria orgânica, já que
seu mercado ainda é muito instável e o reaproveitamento está mais ligado à minimização de
resíduos a serem aterrados do que a receitas operacionais. Isto faz com que as usinas de
compostagem sejam operadas pelas próprias municipalidades ou, se houver alavancagem pela
economia de escala, por consórcios intermunicipais.
Disposição Final de Rejeitos dos RSD
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A paralisação do serviço de operação de um aterro sanitário pode ocorrer por diversos fatores,
desde greves até ocorrências que requerem maiores cuidados, ou até mesmo por demora na
obtenção das licenças necessárias para a sobre elevação ou ampliação do aterro.
Embora esta unidade tenha sido até o momento a mais importante para a gestão dos resíduos
sólidos domiciliares, com a diretriz da nova legislação federal de somente permitir a disposição
final dos rejeitos não reaproveitáveis, a tendência é que venha ocupar uma posição de menor
relevância. Com essas novas exigências, tais rejeitos não somente deixarão de ser
ambientalmente tão agressivos devido à redução da matéria orgânica, como também terão
suas quantidades progressivamente diminuídas na medida em que os mercados consumidores
de materiais recicláveis e de composto orgânico forem se consolidando.
Mesmo com todos estes atenuantes, não poder contar com o aterro sanitário bem operado e
com seus efluentes líquidos e gasosos, por menores que sejam, bem controlados, é um
problema preocupante que, sem dúvida nenhuma, exige um Plano de Emergência bem
consistente.
Assim, foram identificados na tabela a seguir os principais tipos de ocorrências, as possíveis
origens e as ações a serem realizadas para os serviços relacionados a resíduos sólidos
domiciliares:
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Tabela 17– Planos de Emergências – Serviços Relacionados a Resíduos Sólidos Domiciliares
Ocorrência Origem Plano de Emergências
Paralisação dos serviços de coleta domiciliar Greves de pequena duração;
Paralisações por tempo indeterminado.
Negociação com os trabalhadores;
Contratação emergencial de empresas terceirizadas.
Paralisação do serviço de pré-beneficiamento e/ou tratamento dos resíduos sólidos domiciliares
Desvalorização do preço de venda dos materiais recicláveis no mercado
Instabilidade do mercado de compostagem da matéria orgânica
Mobilização de equipes municipais de outros setores
Contratação de empresa especializada prestadora de serviço em regime emergencial
Paralisação dos serviços de operação do aterro sanitário
Greves de pequena duração;
Paralisações por tempo indeterminado;
Ocorrências que requerem maiores cuidados;
Demora na obtenção das licenças para elevação e/ou ampliação do aterro.
Contratação emergencial de empresas terceirizadas;
Enviar os resíduos para outra unidade similar existente na região;
Caso ocorra, estancar o vazamento de chorume e transferi-lo para uma ETE;
Acionar a FEPAM e Corpo de Bombeiros, caso haja explosão ou incêndio;
Avisar a FEPAM caso haja ruptura de taludes e bermas;
Seguir orientação do Manual de Gerenciamento de Áreas Contaminadas da FEPAM, se houver contaminação da área.
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2.6.3.3 Serviços Relacionados aos Resíduos Sólidos Domiciliares
Coleta, Transporte, Pré-Beneficiamento e Disposição Final dos RSI
Cabe à municipalidade apenas o gerenciamento dos resíduos sólidos inertes descartados
irregularmente nas vias e logradouros públicos. Porém, para evitar essa prática, é comum a
municipalidade colocar dispositivos à disposição da comunidade, em locais adequados, para o
recebimento desse tipo de resíduos, comumente chamados de “ecopontos”.
Compreendem os serviços de coleta de resíduos sólidos inertes a retirada dos materiais
descartados irregularmente e o recolhimento e translado dos entulhos entregues pelos
munícipes nos “ecopontos”. Portanto, a paralisação do serviço de coleta deste tipo de resíduo
engloba ambos os recolhimentos, bem como a operação dos “ecopontos”.
No que se refere aos serviços de triagem e pré-beneficiamento de entulhos reaproveitáveis e
de operação de aterro de inertes, as interrupções costumam estar associadas a pequenas
greves dos funcionários públicos envolvidos nestes serviços.
No caso do aterro de inertes, a paralisação do serviço também pode ocorrer devido à demora
na obtenção das licenças necessárias para a sobre elevação e/ou a ampliação do aterro já que,
pelas características desse tipo de resíduos, não existem ocorrências com efluentes líquidos e
gasosos. Além disso, com a diretriz da nova legislação federal de somente permitir a disposição
final dos rejeitos não reaproveitáveis, tais materiais que já não são ambientalmente agressivos
ainda terão suas quantidades progressivamente reduzidas na medida em que o mercado
consumidor de agregado reciclado for se consolidando.
Apesar desses atenuantes, justifica-se a necessidade de se dispor este tipo de materiais de
forma organizada num aterro de inertes, para evitar que eles sejam carreados pelas águas de
chuva e acabem se sedimentando nos baixios, assoreando as drenagens e corpos d’água.
Do ponto de vista técnico, a única ocorrência que pode exigir uma maior atenção do Plano de
Emergência é uma eventual ruptura dos taludes e bermas, resultante da deficiência de projeto
e/ou de execução da configuração do aterro, mesmo tendo a massa uma consistência
altamente homogênea ou no recobrimento com gramíneas.
A tabela abaixo mostra os principais tipos de ocorrências, as possíveis origens e as ações a
serem realizadas para os serviços relacionados a resíduos sólidos inertes:
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Tabela 18– Planos de Emergências – Serviços Relacionados a Resíduos Sólidos Inertes
Ocorrência Origem Plano de Emergências
Paralisação dos serviços de coleta, transporte, triagem ou disposição final dos resíduos sólidos inertes
Greves de pequena duração;
Paralisações por tempo indeterminado.
Deslocar equipes de outros setores para suprir a necessidade;
Contratação emergencial de empresas terceirizadas;
Envio dos resíduos para disposição final em outra unidade similar existente na região.
Caso haja ruptura de taludes, recolocar dispositivos de drenagem superficial e repor a cobertura de gramíneas.
Vistorias periódicas para detectar fendas causadas por erosões localizadas.
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2.6.3.4 Serviços Relacionados aos Resíduos de Serviços de Saúde
Coleta, Transporte e Tratamento dos RSS
Com relação aos resíduos de serviços de saúde, constitui dever da municipalidade apenas a
gestão da parcela gerada em estabelecimentos públicos, cabendo aos geradores privados o
equacionamento do restante dos resíduos.
Porém, devido à alta periculosidade no manuseio desse tipo de resíduos, sua coleta,
transporte e tratamento são sempre realizados por equipes treinadas e devidamente
equipadas com os EPI’s (equipamentos de proteção individual) necessários, dotadas de
veículos e materiais especialmente adequados para essas funções.
Logo, a tarefa da municipalidade limita-se ao gerenciamento administrativo do contrato com a
empresa terceirizada, e o risco de descontinuidade se resume a greves ou paralisações da
própria prestadora de serviços ou de seus funcionários.
Por tratar-se de atividades altamente especializadas, que requerem recursos materiais e
humanos especiais, não é recomendável que se desloquem equipes da própria municipalidade
para cobrir qualquer deficiência de atendimento.
Os principais tipos de ocorrências, as possíveis origens e as ações a serem realizadas para os
serviços relacionados a resíduos de serviços de saúde estão na tabela a seguir:
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Tabela 19– Planos de Emergências – Serviços Relacionados a Resíduos de Serviços de Saúde
Ocorrência Origem Plano de Emergências
Descontinuidade da coleta, transporte e tratamento de resíduos de serviços de saúde
Greves de pequena duração;
Paralisações por tempo indeterminado.
Contratação de empresa prestadora destes serviços de forma continua e se necessário, em situação emergencial;
Contratação emergencial de empresa terceirizada especializada, caso haja paralisação dos funcionários.
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2.6.4 Sistema de Drenagem e Manejo das Águas Pluviais Urbanas
Nos termos da Lei nº 11.445 de 05 de Janeiro de 2007, em seu Artigo 2º, item IV, deve ser
disponibilizado em todas as áreas urbanas os serviços de drenagem e de manejo das águas
pluviais adequados à saúde pública e à segurança da vida e do patrimônio público e privado.
Essa mesma Lei estabelece que drenagem e manejo de águas pluviais é o conjunto de
atividades, infraestruturas e instalações operacionais de drenagem urbana de águas pluviais,
de transporte, detenção ou retenção para o amortecimento de vazões de cheias, tratamento e
disposição final das águas pluviais drenadas nas áreas urbanas.
Os sistemas de drenagem urbana e manejo de águas pluviais são projetados e implantados
para permitir o recolhimento e o transporte de uma determinada vazão proveniente de
precipitações atmosféricas que se transformam em chuvas e atingem o solo, escoando sobre o
mesmo até atingirem as entradas dos sistemas de drenagem ou atingirem diretamente as
coleções hídricas. Assim, para o dimensionamento dos sistemas de drenagem e manejo de
águas pluviais, é necessário que se calcule, a partir dos valores das quantidades de chuvas, a
vazão que deva ser escoada pelos mesmos. Por outro lado, as quantidades de chuvas são
variáveis, sendo mais intensas à medida que se considere um maior Período de Retorno. Este
Período de Retorno já foi, anteriormente, considerado como 5, 10, 20 e 50 anos dependendo
do tipo de obra a ser projetado. Desse modo, há muitos sistemas de drenagem urbana que
foram projetados e construídos para esses números de anos. Atualmente, os sistemas de
drenagem devem ser dimensionados para um período de 100 anos, pois a experiência
acumulada ao longo do tempo mostrou essa necessidade.
Os sistemas de drenagem urbana de Santa Maria, incluindo as estruturas de captação e
transporte das águas pluviais e mais os cursos d’água canalizados ou não, que recebem as
descargas das referidas estruturas, podem apresentar deficiência no seu funcionamento nas
situações que podem ser resumidas da seguinte maneira:
Vazões a serem escoadas que ultrapassem os valores utilizados no dimensionamento
das estruturas. Isto pode ocorrer especialmente nos casos de obras mais antigas que
foram dimensionadas considerando menores períodos de retorno;
Ocorrência de um colapso em alguma parte das estruturas, que impeça o escoamento
das águas pluviais;
Existência de alguma seção reduzida nas estruturas ou nos cursos d’água (vão
inadequado de uma ponte ou um bueiro antigo subdimensionado), que impeça o
escoamento das vazões de projeto;
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Entupimento completo ou redução de alguma seção nas estruturas ou nos cursos
d’água provocados por acúmulo de lixo ou de entulho, trazidos e acumulados aí pelo
próprio escoamento das águas pluviais ou por lançamentos clandestinos.
As situações acima representam o que se define como Emergências, isto é, podem ou não
acontecer. Infelizmente, em se tratando de sistemas de drenagem e manejo de águas pluviais
no Brasil, as mesmas podem ser esperadas na maioria dos casos, devendo ser aliviadas com a
utilização de Planos de Emergências elaborados com a finalidade de, em algumas situações,
eliminar a causa da Emergência e em algumas outras, reduzir os seus efeitos. Estas situações
geram como consequência ocorrências que devem ser abrangidas em um Plano de
Emergência, envolvendo ações estruturais e não estruturais, conforme apresentado a seguir.
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Tabela 20– Planos de Emergências - Sistema de Drenagem e Manejo das Águas Pluviais Urbanas
Ocorrência Origem Plano de Emergências
Alagamento localizado
Boca de Lobo e Ramal assoreado/ entupido
Sub dimensionamento da rede existente
Deficiência nas declividades da via pública
Deficiência no engolimento das bocas de lobo
Comunicação à Defesa Civil para verificação dos danos e riscos à população
Comunicação à secretaria de serviços municipais para limpeza da área afetada e desobstrução de redes e ramais
Estudo e verificação do sistema de drenagem existente para corrigir o problema existente
Sensibilização e participação da comunidade através de iniciativas de educação evitando o lançamento de lixo nas vias públicas e nas captações
Inundação ou enchente provocada por transbordamento de córrego
Deficiência no dimensionamento da calha do córrego
Assoreamento
Estrangulamento do córrego por estruturas de travessias existentes
Impermeabilização descontrolada da bacia
Comunicação a Defesa Civil
Comunicação a Secretaria de Desenvolvimento Social
Estudo para controle das cheias nas bacias
Medidas para proteger pessoas e bens situados nas zonas críticas de inundação
Limpeza e desassoreamento dos córregos com utilização de equipamento mecanizado
Estudo para controle de ocupação urbana
Sensibilização e participação da comunidade através de iniciativas de educação evitando o lançamento de lixo nas vias públicas e nas captações
Mau cheiro exalado pelas bocas de lobo Interligação clandestina de esgoto nas galerias
Lixo orgânico lançados nas bocas de lobo
Comunicação à prestadora de serviço para detecção do ponto de lançamento e regularização da ocorrência
Limpeza da boca de lobo
Sensibilização e participação da comunidade através de iniciativas de educação evitando o lançamento de lixo nas vias públicas e esgoto nas captações
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2.7. Emergências Ambientais
A FEPAM tem a atribuição de atender emergências com danos ambientais em todo o Estado
do Rio Grande do Sul, mantendo para isto o Serviço de Emergência Ambiental.
Esta atividade prioritária envolve principalmente vazamentos de produtos químicos,
mortandade de peixes, descarte clandestino de resíduos, acidentes rodoviários, ferroviários e
hidroviários no transporte de produtos perigosos (explosivos, inflamáveis, tóxicos, radioativos
etc.). Também é de sua competência o licenciamento, fiscalização e manutenção de cadastro
atualizado do transporte rodoviário, ferroviário e hidroviário de produtos perigosos e do
comércio varejista de combustíveis (postos de gasolina).
CHAME A QUALQUER HORA DO DIA E DA NOITE
Primeiro: 193 (Bombeiros)
E imediatamente: (0xx55) 9982.7840 (FEPAM)
ACIDENTES AMBIENTAIS (EXEMPLOS):
Derrame de óleo
Acidente com produtos químicos (derrames, incêndios na indústria, no comércio,
depósitos e transporte - em rodovias, ferrovias e hidrovias)
Mortandade de animais (principalmente de peixes em cursos d'água)
Outros, que se caracterizem como acidentes, e que estejam colocando em risco o meio
ambiente e a saúde pública.
QUANDO ACIONAR A FEPAM / CORPO DE BOMBEIROS, INFORME:
Nome do informante/empresa;
Telefone para contato/endereço;
Identificação do produto/ n.º da ONU (nº do produto);
Tipo de veículo acidentado/placa/empresa transportadora/ embalagens;
Detalhes do acidente, como hora e local, condições locais (área atingida, cursos d'água
próximos, riscos à captação d'água etc.) ou equipes de socorro que já estejam na área;
Nome da transportadora/expedidor do produto;
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Condições de tempo no local; - Outros detalhes relativos a cada tipo de episódio.
Para informações (que não se caracterizam como emergência) use:
Fones: (0xx51) 3288. 9451 (Sede - FEPAM)
(0xx55) 3222. 1648 (Regional de Santa Maria - FEPAM)
(0xx55) 3921.7151 (CONDEMA)
Email [email protected] (FEPAM)
[email protected] (Regional Santa Maria – FEPAM)
[email protected] (CONDEMA)
Outros Telefones (0xx51) de Emergência/RS
DERRAME DE ÓLEO (mar, rios)
3226.1711 e 3227.1356 (Capitania dos Portos)
Transporte Rodoviário – Rodovia Estadual:
3339.6799 (PRE)
ACIDENTES COM PRODUTOS QUÍMICOS Transporte Rodoviário – Rodovia Federal:
3371.2021 ou 3371.2153 (PRF)
MORTANDADE DE PEIXES
Transporte Hidroviário:3326.1711 e 3227.1356
(Capitania dos Portos)
3339.4568 e 3339.4219 (PATRAM)
2.7.1 Transportes perigosos
A Lei Estadual n.º 7.877, de 28 de dezembro de 1.983, dispõe sobre o transporte de cargas
perigosas no Estado do Rio Grande do Sul.
Atualmente o Conselho Estadual do Meio Ambiente - CONAMA está estudando modificações
na legislação estadual, através de uma Câmara Técnica Provisória.
O art. 3 desta Lei determina o cadastro das empresas transportadoras junto ao Departamento
do Meio Ambiente (sucedido pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental - FEPAM).
Para o cumprimento no disposto nestas e outras legislações, a Fundação Estadual de Proteção
Ambiental - FEPAM, efetua o licenciamento da operação de "Fontes Móveis de Poluição", que
operam no RGS (mesmo tendo sede em outros estados da federação).
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Legislação Federal:
Decreto n.º 96. 044, de 18 de maio de 1988. Aprova o regulamento para o Transporte
Rodoviário de Produtos Perigosos e dá outras providências.
Download da (Resolução 420, de 12/02/2004. Ministério dos Transportes - Agência Nacional
de Transportes Terrestres) Aprova as Instruções Complementares ao Regulamento do
Transporte Terrestre de Produtos Perigosos.
2.8. Sistema Nacional de Defesa Civil
O Alerta 199 é um projeto que surgiu como uma resposta à necessidade de disponibilizar
novos meios de comunicação que pudessem estimular a conscientização e a mobilização social
e das instituições diretas do SINDEC (Sistema Nacional de Defesa Civil) em casos de
emergência e calamidade pública.
Sua missão é promover a utilização das redes sociais como meios eficazes de comunicação
sobre riscos e emergências e de gerenciamento de desastres. O projeto Alerta 199 é uma
contribuição para tornar a Defesa Civil brasileira mais preparada no que diz respeito à
prevenção e gerenciamento de desastres, e na articulação de informações para a tomada de
decisão em momentos de emergência.
Em tempo real #199:
O Manual para Decretação de Situação de Emergência ou de Estado de Calamidade Pública,
disponíveis no site www.defesacivil.gov.br .
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2.9. Programa de Prevenção para Emergência e Desastre
A Caixa Econômica Federal disponibiliza em seu site no endereço
www1.caixa.gov.br/gov/gov_social/municipal/assistencia_tecnica/categoria/gestao_urbana,
A Caixa Econômica Federal disponibiliza em seu site no endereço:
www1.caixa.gov.br/gov/gov_social/municipal/assistência_tecnica/categoria/gestão_urbana,
informações de programas e oportunidades para o fortalecimento da gestão urbana,
assistência técnica, gestão urbana, prevenção para emergências e desastres, reabilitação de
áreas urbanas centrais e assentamentos precários. Estes programas visam apoiar Estados,
Distrito Federal e Municípios na elaboração e implantação de seus Planos Diretores e
instrumentos de planejamento territorial, em consonância com o Estatuto das Cidades.
Na área da prevenção para emergências e desastres, o intuito é o de promover ações
preventivas e de preparação - estruturais e não estruturais, para reduzir a ocorrência de danos
e prejuízos provocados por desastres naturais.
Na temática da prevenção e preparação para emergências e desastres o enquadramento na
proposta para a solicitação de recursos para o programa os pré-requisitos são:
Seleção da operação pelo Ministério da Integração Nacional – MIN;
Encaminhamento do Plano de Trabalho à CAIXA;
Análise da viabilidade da proposta pela CAIXA.
As modalidades dos programas e das ações são:
PROGRAMA PREVENÇÃO E PREPARAÇÃO PARA EMERGÊNCIAS E DESASTRES
Promove ações preventivas e de preparação - estruturais e não estruturais, para reduzir a
ocorrência de danos e prejuízos provocados por desastres naturais, por meio das Ações
abaixo:
Apoio aos Órgãos Especializados no Combate a Sinistros: fortalecer os Órgãos
Estaduais e Municipais de Defesa Civil, com reaparelhamento e reequipamento dos
Órgãos especializados no combate aos sinistros.
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Apoio à Criação e Implementação de Órgãos Regionais e Municipais de Defesa Civil:
estruturar os órgãos regionais e municipais de defesa civil, com equipamentos e
mobiliário.
Apoio a Obras Preventivas de Desastres: reduzir as perdas e danos devido aos
processos erosivos, aos deslizamentos e as inundações e demais desastres.
PROGRAMA RESPOSTA AOS DESASTRES
Proporciona o restabelecimento da normalidade no cenário do desastre em sua plenitude, os
serviços públicos essenciais, a economia da área afetada, o moral social e o bem-estar da
população, principalmente relacionado com a recuperação de danos causados, e,
prioritariamente, nos casos de situação de emergência e estado de calamidade pública,
quando da ocorrência de desastres naturais e de outras causas, por meio das Ações abaixo
elencadas:
Reabilitação dos Cenários de Desastres: promover a reabilitação das áreas atingidas
por desastres naturais, tais como seca, estiagem, deslizamento, granizo e por outras
causas, como desabamento de edificações, incêndios e rompimento de barragens.
Recuperação de Danos causados por Desastre: restabelecer, em sua plenitude, os
serviços públicos essenciais, a economia da área afetada, o moral social e o bem estar
da população, mediante a execução de obras e serviços de engenharia para construir
e/ou recuperar edificações e infraestrutura danificada ou destruída por desastres.
Contrapartida mínima
Os percentuais de contrapartida estabelecidos para este Programa são os mínimos previstos
na LDO e devem ser observados pelo proponente, conforme abaixo estabelecido:
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No caso de Municípios
3% a 5% do valor de repasse da União, para Municípios com até 50 mil habitantes;
5% a 10% do valor de repasse da União, para Municípios situados nas áreas prioritárias
das regiões de abrangência da SUDAM e da SUDENE e no Centro-Oeste;
10% a 40% do valor de repasse da União, para os demais Municípios.
No caso de Estados e do Distrito Federal
10% a 20%, no caso de operações que beneficiem municípios incluídos nas áreas
prioritárias das regiões de abrangência da SUDAM, SUDENE e no Centro-Oeste;
20% a 40%, para os demais estados.
Atenção
Os limites máximos podem ser ampliados, quando indispensável à consecução do empreendimento
Para os Municípios que se encontrem em situação de emergência ou estado de calamidade
pública, formalmente reconhecidos, em vigência na data da contratação, o percentual mínimo
de contrapartida pode ser reduzido para 1%.
O reconhecimento formal do estado de calamidade pública ou da situação de emergência dá-
se por meio de Portaria do MI, publicada no Diário Oficial da União.
Atendimento às exigências da LRF e da LDO
Para a contratação e liberação de recursos o Proponente Município/Estado deve comprovar:
Regularidade cadastral junto ao INSS;
Exercício da competência tributária;
Cumprimento dos limites constitucionais de aplicação em educação e saúde;
Observância dos limites definidos pela LRF;
Regularidade no pagamento de empréstimos e financiamento ao ente transferidor;
Cumprimento de prazo para publicação do Relatório de Gestão Fiscal;
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Cumprimento de prazo para publicação do Relatório Resumido da Execução
Orçamentária;
Encaminhamento das Contas Anuais à STN;
Previsão orçamentária de contrapartida.
Prestação de contas
Os Estados, Distrito Federal e Municípios que assinarem contratos de repasse deverão
encaminhar à CAIXA Prestação de Contas de acordo com o estabelecido pela IN nº 01/STN/MF,
de 15/01/97, e em conformidade com orientações da CAIXA.
O prazo limite para Prestação de Contas Final é de até 60 dias após o término da vigência do
contrato.
Repasse dos recursos
Os recursos, provenientes da União para a execução dos contratos de repasse, são liberados,
sob bloqueio, na conta corrente vinculada ao contrato, conforme a disponibilidade financeira
do Gestor do Programa e desde que o Contratado atenda às exigências da lei de
Responsabilidade Fiscal.
O saque dos recursos é efetuado após a autorização de início da execução do objeto, com o
ateste, pela área técnica da CAIXA, da execução física da etapa solicitada e/ou aquisição
prevista, conforme cronograma físico-financeiro aprovado, com a comprovação do depósito da
contrapartida financeira correspondente, se for o caso, e mediante a aprovação da Prestação
de Contas Parcial da etapa anterior.
Documentação
O proponente, após prévia seleção do gestor, deve apresentar o Plano de Trabalho junto com
os documentos a seguir elencados, e cumprir o atendimento às exigências da Lei de Diretrizes
Orçamentárias e Lei de Responsabilidade Fiscal:
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Documentação técnica
Projeto Básico - plantas, orçamento detalhado, cronograma físico-financeiro e especificação
técnica dos materiais e serviços a serem executados;
ART de elaboração de todos os projetos;
Comprovação de atendimento às diretrizes de preservação ambiental na área de
intervenção, definidas pelos órgãos responsáveis (quando for o caso);
Declaração de anuência com a solução adotada pela concessionária ou órgão
responsável pela operação e manutenção do serviço ou equipamento (quando for o
caso);
Carta de viabilidade dos órgãos responsáveis pelos serviços de água, esgoto e energia
elétrica (quando for o caso);
Outros documentos, se exigidos pela legislação Estadual ou Municipal.
Documentação Institucional
Termo de Posse, Carteira de Identidade e CPF do Chefe do Poder Executivo ou de seu
representante legal e do representante do interveniente (quando for o caso).
2.10. Mapas de Área de Risco
Um importante ponto de partida para a prevenção de emergências é o levantamento e o
mapeamento hidro geológico das áreas de risco. Este mapeamento é parte de um diagnóstico
da situação e é formatado a partir da utilização de práticas, conhecimentos e tecnologias
disponíveis, destacando-se:
Uma vistoria no local;
A análise geológica e hidrológica do território;
A análise de fotografias aéreas;
A utilização de auxílio de recursos cartográficos;
O estudo das características do solo, cobertura vegetal, ocupação, uso, etc.;
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A comparação temporal dos dados e banco de dados científicos (pluviometria,
recorrência);
O conhecimento obtido pelos técnicos, população no decorrer dos anos.
As informações repassadas pela população em períodos críticos (excesso de chuva) são de
fundamental importância e deverão ser classificadas e analisadas por ocasião do
monitoramento e da atualização dos mapas de áreas de risco.
Por ocasião da gestão das áreas de risco, após o diagnóstico, recomenda-se aos seus
responsáveis perguntar se é possível eliminar o risco no local onde este foi diagnosticado ou se
for necessário retirar as pessoas temporalmente ou em definitivo.
A Figura 25 apresenta esquematicamente uma proposta de um Plano de Gerenciamento de
Áreas de Risco elaborado para o município de Santa Rosa.
Figura 25. Proposta de Plano de Gerenciamento de Área de Risco
2.11. Considerações Finais
As atividades descritas acima são essenciais para propiciar a operação permanente dos
sistemas existentes de Santa Maria. As ações de caráter preventivo, em sua maioria, buscam
conferir segurança aos processos e instalações operacionais evitando descontinuidades.
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Como em qualquer atividade, no entanto, sempre existe a possibilidade de ocorrência de
situações imprevistas. As obras e os serviços de engenharia em geral, e os de saneamento em
particular, são planejados respeitando determinados níveis de segurança em decorrência de
experiências anteriores e expressos na legislação ou em normas técnicas vigentes.
Para o atendimento das situações contingenciais foram criados estes instrumentos, mas para
os novos tipos de ocorrências, que porventura venham a surgir, a Prefeitura Municipal ou a
operadora deve promover a elaboração de novos planos de atuação, em caráter de urgência.
3 MODELO DE GESTÃO E ESTRUTURA DE REGULAÇÃO
3.1. Os Serviços de Saneamento Básico
Os serviços públicos de saneamento básico encontram, desde 2007, um marco regulatório
próprio, consubstanciado na Lei federal n. 11.445, de 5 de janeiro de 2007, que estabelece as
diretrizes para esse setor. São grandes as alterações trazidas pelo referido diploma legal,
posteriormente regulamentado pelo Decreto federal n. 7.217, de 21 de junho de 2010.
Inicialmente, a Lei federal n. 11.445/2007 inovou ao englobar no conceito de saneamento
básico diferentes serviços públicos. É o que extrai do artigo 3º da lei em questão:
Art. 3º Para os efeitos desta Lei, considera-se:
I - saneamento básico: conjunto de serviços, infra-estruturas e instalações
operacionais de:
a) abastecimento de água potável: constituído pelas atividades, infra-
estruturas e instalações necessárias ao abastecimento público de água potável,
desde a captação até as ligações prediais e respectivos instrumentos de
medição;
b) esgotamento sanitário: constituído pelas atividades, infra-estruturas e
instalações operacionais de coleta, transporte, tratamento e disposição final
adequados dos esgotos sanitários, desde as ligações prediais até o seu
lançamento final no meio ambiente;
c) limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos: conjunto de atividades, infra-
estruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, transbordo,
tratamento e destino final do lixo doméstico e do lixo originário da varrição e
limpeza de logradouros e vias públicas;
d) drenagem e manejo das águas pluviais urbanas: conjunto de atividades,
infra-estruturas e instalações operacionais de drenagem urbana de águas
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pluviais, de transporte, detenção ou retenção para o amortecimento de vazões
de cheias, tratamento e disposição final das águas pluviais drenadas nas áreas
urbanas;
Esta definição é importante pois vincula todos os serviços públicos acima listados às regras
jurídicas trazidas pelo novo marco legal do setor do saneamento, trazendo importante
conteúdo jurídico na elaboração dos editais de licitação, na celebração dos contratos e na
própria prestação desses serviços públicos.
Ainda, a Lei federal n. 11.445/2007 equacionou de forma clara os diferentes papéis exercidos
pelos diversos atores do saneamento. O planejamento, a regulação e a prestação dos serviços
foram devidamente separados no novo marco regulatório do setor, de forma a possibilitar a
nítida distinção entre as competências e funções executadas pelos titulares dos serviços, pelos
prestadores e pela entidade de regulação.
Essa ruptura com o modelo então trazido pelo PLANASA, criado ainda na década de 70, que
concentrava funções e competências no âmbito dos prestadores de serviços (especialmente
nas concessionárias estaduais); acaba por ruir diante da Lei federal n. 11.445/2007, que, de
forma precisa e elogiável, recuperou o prisma constitucional da titularidade dos serviços ao
ente Federativo Município. Assim, o planejamento, a regulação e a prestação dos serviços
possuem normas específicas, de modo que, em regra, são executadas por diferentes pessoas
jurídicas.
O Município possui função central nesse contexto, pois, como regra, é o titular dos serviços de
saneamento básico. Assim, cabe a este, nos termos do artigo 9º da Lei federal n. 11.445/2007:
planejar os serviços, através da elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico;
prestar diretamente ou autorizar a delegação dos serviços;
definir o ente responsável pela sua regulação e fiscalização dos serviços;
adotar parâmetros para a garantia do atendimento essencial à saúde pública, inclusive quanto ao volume mínimo per capita de água para abastecimento público, observadas as normas nacionais relativas à potabilidade da água;
fixar os direitos e os deveres dos usuários;
estabelecer mecanismos de controle social;
estabelecer sistema de informações sobre os serviços, articulado com o Sistema Nacional de Informações em Saneamento; e
intervir e retomar a operação dos serviços delegados, por indicação da entidade reguladora, nos casos e condições previstos em lei e nos documentos contratuais.
Tem-se, desta forma, que o Município detém função central na definição do setor do
saneamento no Brasil.
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É bem verdade que o Supremo Tribunal Federal, nas Ações Diretas de Inconstitucionalidade
(ADI) n. 1.842/RJ e n. 2.077/BA, reconheceu a titularidade conjunta (compartilhada) entre o
Estado e os municípios pertencentes à região metropolitana instituída por lei estadual, nos
termos do artigo 25, § 3º da Constituição da República. Extrai-se excerto do voto do Ministro
Gilmar Mendes:
“A titularidade do serviço de saneamento básico, relativamente à distribuição
de água e coleta de esgoto, é qualificada por interesse comum e deve ser
concentrada na Região Metropolitana e na Microrregião, nos moldes do art.
25, § 3º, da Carta Magna, respeitando a condução de seu planejamento e
execução por decisões colegiadas dos municípios envolvidos e do Estado do Rio
de Janeiro.
Frise-se que não se veda a concessão do serviço por meio de lei estadual ou o
controle de sua execução por meio de agência reguladora no âmbito estadual,
mas estas providências devem ser dirigidas a partir de decisão em que os
municípios e o estado federado tenham participado conjuntamente.” (p. 47, do
voto do Min. Gilmar Mendes, na ADI n. 1.842/RJ)”
Assim, poderá o Estado, mediante lei específica, disciplinar, em conjunto com os municípios
envolvidos, o planejamento, a prestação e a regulação dos serviços de saneamento básico nas
regiões metropolitanas, nos termos da decisão do Supremo Tribunal Federal. Todavia,
permanecem sérias dúvidas de como se dá, efetivamente, essa participação conjunta entre
Estado e municípios na definição dos serviços de saneamento, situação esta que certamente
será enfrentada novamente pelos Tribunais pátrios.
De qualquer forma, a decisão do Supremo Tribunal Federal nas ADI’s n. n. 1.842/RJ e n.
2.077/BA somente ratificou a competência originária dos municípios como titulares dos
serviços de saneamento no atual regime constitucional no Brasil, podendo os Estados, nas
regiões metropolitanas, compartilhar estas competências com os entes municipais.
Portanto, enquanto não pertencente a nenhuma região metropolitana no Estado do Rio
Grande do Sul, não restam dúvidas quanto à competência integral e absoluta do município de
Santa Maria na organização e definição das políticas públicas no setor do saneamento básico.
Todos os serviços de saneamento básico deverão ser prestados ao cidadão dentro de
determinadas diretrizes, verdadeiros princípios norteadores da atividade desenvolvida pelo
Poder Público ou por ele delegada. Nesse sentido, caminhou bem a Lei federal n. 11.445/2007
ao estabelecer diversos princípios fundamentais na prestação de qualquer dos serviços de
saneamento (art. 2º):
universalização do acesso;
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integralidade, compreendida como o conjunto de todas as atividades e componentes de cada um dos diversos serviços de saneamento básico, propiciando à população o acesso na conformidade de suas necessidades e maximizando a eficácia das ações e resultados;
abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos realizados de formas adequadas à saúde pública e à proteção do meio ambiente;
disponibilidade, em todas as áreas urbanas, de serviços de drenagem e de manejo das águas pluviais adequados à saúde pública e à segurança da vida e do patrimônio público e privado;
adoção de métodos, técnicas e processos que considerem as peculiaridades locais e regionais;
articulação com as políticas de desenvolvimento urbano e regional, de habitação, de combate à pobreza e de sua erradicação, de proteção ambiental, de promoção da saúde e outras de relevante interesse social voltadas para a melhoria da qualidade de vida, para as quais o saneamento básico seja fator determinante;
eficiência e sustentabilidade econômica;
utilização de tecnologias apropriadas, considerando a capacidade de pagamento dos usuários e a adoção de soluções graduais e progressivas;
transparência das ações, baseada em sistemas de informações e processos decisórios institucionalizados;
controle social;
segurança, qualidade e regularidade; e
integração das infra-estruturas e serviços com a gestão eficiente dos recursos hídricos.
Desta forma, independentemente da modelagem jurídica da prestação dos serviços, ponto
este que será abordado adiante; o certo é que os serviços devem ser prestados dentro de
determinadas regras e princípios, que a própria Lei de Diretrizes Nacionais do Saneamento
fixou.
São importantes normativas que acabam por contribuir na solução técnica, econômica, social e
jurídica dos conflitos existentes no setor. É o caso, por exemplo, do princípio da “eficiência e
sustentabilidade econômica”, que exige que a prestação dos serviços de saneamento dê-se de
forma eficaz, racional e com o menor custo possível, posto que todo o sistema deve guardar
um equilíbrio entre as receitas e despesas (investimentos, custeio e margem de lucro, quando
existente), a fim de manter os serviços com viabilidade operacional, segurança, qualidade e
universalmente à disposição de qualquer cidadão.
Ademais, os serviços de saneamento básico são fundamentais para a sociedade, sendo certo
falar-se no dever do Poder Público em mantê-los efetivamente à disposição da sociedade de
forma ininterrupta (princípio da continuidade do serviço público).
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Portanto, o setor do saneamento básico guarda, atualmente, um denso campo normativo que
deve ser observado pelos titulares dos serviços públicos quando das atividades de
planejamento, prestação ou regulação dos serviços de abastecimento de água, esgotamento
sanitário, manejos de resíduos sólidos urbanos, limpeza pública e drenagem pluvial.
Passa-se, assim, a abordar cada serviço público inserido no conceito do saneamento básico.
3.2. Serviços de Abastecimento de Água
Os serviços de abastecimento de água são caracterizados pelas “pelas atividades, infra-
estruturas e instalações necessárias ao abastecimento público de água potável, desde a
captação até as ligações prediais e respectivos instrumentos de medição” (art. 3º, I, “a” da Lei
federal n. 11.445/2007).
Por sua vez, o Decreto federal n. 7.217/2010 (art. 4º) dá maior detalhamento do escopo dos
serviços de abastecimento de água, englobando a reservação de água bruta, a captação, a
adução de água bruta, o tratamento de água, a adução de água tratada, a reservação de água
tratada e a distribuição mediante ligação predial.
Todos os bens efetivamente necessários para a prestação dos serviços estão envoltos no
conceito de sistema de abastecimento de água, pois fundamentais para a operacionalização
dos serviços. Tratam-se de bens públicos de uso especial, caracterizados pela destinação
específica a serviço ou estabelecimento do Poder Público (art. 99, II do Código Civil).
A qualidade dos serviços também é situação das mais importantes, na medida em que a
prestação dos serviços deve dar-se em respeito ao cidadão/usuário. O cidadão, na qualidade
de usuário dos serviços públicos de saneamento, tem para si avocadas às normas de proteção
do consumidor (Lei federal n. 8.078/1990), sem prejuízo dos direitos assegurados pela
legislação municipal, pelos contratos e pelas normas de regulação expedidas pela própria
agência (art. 23 da Lei federal n. 11.445/2007).
Ainda, o produto principal (água potável) deve ser fornecido dentro de padrões de qualidade
definidos pelo Ministério da Saúde. Nesse sentido, todo prestador de serviço de
abastecimento de água deve entregar a água dentro dos padrões de potabilidade para
consumo humano fixadas pela Portaria/MS n. 2.914/2011, que assim estabelece:
Art. 2º. Esta Portaria se aplica à água destinada ao consumo humano
proveniente de sistema e solução alternativa de abastecimento de água.
Parágrafo único. As disposições desta Portaria não se aplicam à água mineral
natural, à água natural e às águas adicionadas de sais, destinadas ao consumo
humano após o envasamento, e a outras águas utilizadas como matéria-prima
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para elaboração de produtos, conforme Resolução (RDC) nº 274, de 22 de
setembro de 2005, da Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (ANVISA).
Assim, deve o prestador de serviço de abastecimento de água realizar uma série de análises
laboratoriais para o controle da qualidade da água (cloro, flúor, turbidez, coliformes totais e
fecais, metais, etc), sem, contudo, afastar a responsabilidade dos órgãos de vigilância sanitária
municipal, estadual e federal. Esta previsão encontra-se expressamente inserida no Decreto
federal n. 7.217/2010, em seu artigo 5º, § 1º:
Art. 5º (caput)
§ 1º A responsabilidade do prestador dos serviços públicos no que se refere ao
controle da qualidade da água não prejudica a vigilância da qualidade da água
para consumo humano por parte da autoridade de saúde pública.
Como o produto “água potável” detém intima relação com a saúde pública, é fundamental que
os prestadores de serviços tenham planos de emergência e contingência em caso de eventual
fornecimento de água fora dos padrões de potabilidade estabelecidos na Portaria/MS n.
2.914/2011, a fim de afastar qualquer risco à saúde pública.
Outro tema de grande importância para o município de Santa Maria é a definição da
obrigatoriedade de conectar as edificações urbanas à rede pública de abastecimento de água,
evitando que o sistema seja alimentado por outras fontes de água, sem controle de
quantidade e qualidade. Dispõe o artigo 6º e 7º do Decreto federal n. 7.217/2010:
Art. 6º Excetuados os casos previstos nas normas do titular, da entidade de
regulação e de meio ambiente, toda edificação permanente urbana será
conectada à rede pública de abastecimento de água disponível.
§ 1º Na ausência de redes públicas de abastecimento de água, serão admitidas
soluções individuais, observadas as normas editadas pela entidade reguladora
e pelos órgãos responsáveis pelas políticas ambiental, sanitária e de recursos
hídricos.
§ 2º As normas de regulação dos serviços poderão prever prazo para que o
usuário se conecte à rede pública, preferencialmente não superior a noventa
dias.
§ 3º Decorrido o prazo previsto no § 2º, caso fixado nas normas de regulação
dos serviços, o usuário estará sujeito às sanções previstas na legislação do
titular.
§ 4º Poderão ser adotados subsídios para viabilizar a conexão, inclusive a
intradomiciliar, dos usuários de baixa renda.
....................
Art. 7º A instalação hidráulica predial ligada à rede pública de abastecimento
de água não poderá ser também alimentada por outras fontes.
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§ 1º Entende-se como sendo a instalação hidráulica predial mencionada no
caput a rede ou tubulação de água que vai da ligação de água da prestadora
até o reservatório de água do usuário.
§ 2º A legislação e as normas de regulação poderão prever sanções
administrativas a quem infringir o disposto no caput.
§ 3º O disposto no § 2º não exclui a possibilidade da adoção de medidas
administrativas para fazer cessar a irregularidade, bem como a
responsabilização civil no caso de contaminação de água das redes públicas ou
do próprio usuário.
§ 4º Serão admitidas instalações hidráulicas prediais com objetivo de reúso de
efluentes ou aproveitamento de água de chuva, desde que devidamente
autorizadas pela autoridade competente.
Deveras, a obrigação da conexão da residência urbana à rede pública de abastecimento de
água, além do caráter de segurança do sistema, possui um viés econômico muito forte para a
sustentação econômico-financeira dos serviços. Isso porque as soluções individuais e
alternativas, a exemplo da perfuração de poço artesiano, acabam por inviabilizar, muitas
vezes, o retorno financeiro necessário diante da alocação de vultosos recursos financeiros para
a implantação e operação dos serviços.
Ademais, o cálculo para a definição das tarifas cobradas dos usuários parte, justamente, do
número de economias e da quantidade de água micromedida (consumida). Ora, permitir que o
cidadão não conecte sua residência à rede pública de abastecimento de água acarreta
prejuízos diretos a própria coletividade, que se verá impossibilitada de ter um serviço seguro,
com modicidade tarifária e economicamente sustentável. Enfim, há que se aplicar o comando
normativo estampado nos artigos 6º e 7º do Decreto federal n. 7.217/2011.
3.2.1 Modelo Atual de Prestação dos Serviços
Atualmente os serviços de abastecimento de água são prestados pela Companhia
Riograndense de Saneamento (CORSAN), sociedade de economia mista estadual, criada em 21
de dezembro de 1965 e oficialmente instalada em 28 de março de 1966. Segundo informações
colhidas no site oficial da CORSAN, atualmente a companhia estadual abastece mais de 7
milhões de gaúchos, o que representa 2/3 da população do Estado, distribuídos em mais de
321 localidades.
Desta forma, pela atual sistemática, o município de Santa Maria delegou a competência para a
prestação dos serviços de abastecimento de água à CORSAN, através da Lei municipal n. 3.987,
de 25 de julho de 1996, que autorizou “o poder executivo a celebrar contrato com a
Companhia Riograndense de Saneamento (CORSAN), para ampliação e melhoria dos serviços
de abastecimento de água, de coleta, transporte, tratamento e destino final dos esgotos
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sanitários da área urbana da sede do município, bem como a realização de obras de
implantação, ampliação e melhoria do serviços de abastecimento de água dos núcleos urbanos
dos distritos, nesta data existentes no Município de Santa Maria.”.
Estabelece o artigo 2º da Lei municipal n. 3.987/1996:
Art. 2º O Contrato de Concessão a que se refere o artigo anterior obedecer o instrumento
padrão da CORSAN, cuja minuta em anexo passa fazer parte integrante da presente Lei. (sic)
Portanto, a prestação dos serviços públicos dá-se por contrato de concessão, isto é, os serviços
públicos de abastecimento de água são prestados por conta e risco da CORSAN, que se
remunera através da cobrança de tarifas públicas.
No item 3.2.3 analisar-se-á o contrato administrativo celebrado entre o município de Santa
Maria e a CORSAN, bem como o atual Plano Tarifário praticado pela concessionária estadual.
3.2.2 Base Legislativa Municipal
No que toca a base legislativa municipal, em busca ao sistema de consulta à legislativa
municipal (http://www.santamaria.rs.gov.br/legisis/), foram encontradas poucas normas
relacionadas com os serviços públicos de abastecimento de água.
Dentre as normas existentes, cita-se a Lei complementar municipal n. 34, de 29 de dezembro
de 2004, que dispõe sobre a Política de Desenvolvimento Urbano e sobre o Plano Diretor de
Desenvolvimento Urbano Ambiental do Município de Santa Maria. Da referida lei retira-se:
Art. 22. Os objetivos, as diretrizes e as estratégias para o Saneamento Básico
são:
XII. Promover parcerias com órgãos públicos e entidades privadas para
viabilizar e avaliar novos investimentos e soluções de saneamento, visando
garantir a sustentabilidade ambiental; (sic)
I. Buscar programas de investimentos e apoio logístico, através das políticas e
programas destinados ao saneamento ambiental, elaboradas em nível
estadual, nacional e internacional;
II. Elaborar projetos integrados de saneamento básico;
III. Induzir a reforma e a melhoria da eficiência dos prestadores públicos de
serviços, tornando-os autofinanciáveis e capazes de melhorar a qualidade da
prestação dos serviços;
IV. Assegurar água potável para toda população do município de Santa Maria;
V. Assegurar a vazão, a regularidade, a ampliação e a qualidade no sistema de
abastecimento de água e no sistema de tratamento de esgotos;
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VI. Estabelecer metas progressivas de ampliação do sistema de abastecimento
de água e de tratamento de esgotos, priorizando as Macrozonas Urbanísticas
que enfatizam o modelo de cidade linear, mediante entendimentos com a
concessionária;
VII. Garantir a qualidade das águas do Aquífero Arenito Basal Santa Maria
pertencente ao Aquífero Guarani;
VIII. Despoluir cursos d’água, através da redução progressiva da poluição dos
afluentes aos corpos d’água pelo controle de cargas difusas;
IX. Estabelecer metas progressivas de redução de perdas da rede de
abastecimento;
X. Racionalizar a cobrança pelo consumo da água e reduzir as perdas por meio
da instalação progressiva de hidrômetros individuais ou outra tecnologia de
medição em condomínios;
XI. Elaborar e aplicar instrumentos de desestímulo ao consumo inadequado e
de restrição ao uso da água potável aos consumidores que não requeiram
padrões de potabilidade na água a ser consumida, sensibilizando a mudança
de padrões de consumo;
XII. Priorizar a implementação de sistemas de captação de águas pluviais para
utilização em atividades que não impliquem em consumo humano, como
descargas sanitárias, irrigação de áreas ajardinadas e de parques, lavagens de
pisos e de veículos, entre outros;
XIII. Assegurar a total separação do sistema público de abastecimento de água
potável com sistemas alternativos, incentivando a construção de cisternas;
XIV. Promover a adoção de novas tecnologias, aplicadas ao uso da
permacultura e a ecotécnica em sistema individual, estimulando
principalmente o uso de mecanismo de descarga sanitária diferenciado para o
esgoto cloacal;
XV. Propor padronização de grelhas em bocas-de-lobo e sua sucessiva
adaptação a esta padronização;
XVI. Formular política de controle de cargas difusas, priorizando a preservação
e recuperação dos mananciais existentes degradados pelo lançamento de
resíduos sólidos e de esgotos clandestinos domésticos e industriais;
XVII. Garantir a inclusão, nos programas de monitoramento ambiental dos
órgãos estaduais, de rede de controle e monitoramento de cargas difusas em
mananciais existentes para abastecimento;
XVIII. Criar e manter atualizado cadastro das redes e instalações;
XIX. Criar exigências de controle de geração e tratamento de resíduos para
empreendimentos potencialmente geradores de cargas poluidoras, articulado
ao controle de vazões de drenagem;
XX. Priorizar a implantação de soluções alternativas ou novos sistemas de
tratamento de esgotos e de abastecimento de água reaproveitável;
XXI. Reservar áreas estratégicas para instalação de sistemas de tratamento de
esgoto cloacal, conforme microbacias existentes;
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XXII. Promover o saneamento rural.
Ainda, possui relevância a Lei complementar municipal n. 72, de 04 de novembro de 2009, que
institui a Lei de Uso e Ocupação do Solo, Parcelamento, Perímetro Urbano e Sistema Viário do
Município de Santa Maria. Da referida legislação, retira-se:
Art. 47. A infra-estrutura básica para os parcelamentos em geral, de
responsabilidade do loteador, deve ser constituída, no mínimo, dos seguintes
itens, salvo as exceções previstas nesta mesma lei:
I. Vias de circulação pavimentadas;
II. Rede de energia elétrica para abastecimento dos lotes;
III. Rede de iluminação pública;
IV. Rede de escoamento das águas pluviais;
V. Rede de água potável e esgoto sanitário;
VI. Arborização das vias públicas;
VII. Espaços livres de uso público;
VIII. Espaços destinados aos equipamentos comunitários e urbanos.
§ 1º Se tecnicamente não houver condições de implantação de rede de esgoto
cloacal, em decorrência da inexistência de redes coletoras e estação de
tratamento fora da área do parcelamento, o Município pode exigir a
implantação de estação de tratamento própria ou a adoção de solução
alternativa para a coleta e tratamento do esgoto, de acordo com as normas da
Concessionária, desde que ambientalmente adequada, em parcelamentos de
até 50.000m² (cinqüenta mil metros quadrados).
§ 2º Após o recebimento do sistema adotado, o Município será responsável por
sua manutenção.
Portanto, em que pese às legislações acima mencionadas tratarem sobre alguns pontos
importantes do abastecimento de água, o certo é que o município carece de um melhor
regramento legislativo sobre o tema, a exemplo da existência de uma Política Municipal de
Saneamento Básico, que discipline de maneira mais detalhada os serviços na área do
saneamento básico.
3.2.3 Contratos Administrativos Vigentes
Os serviços de abastecimento de água, conforme já exposto, são prestados pela CORSAN
através de contrato de concessão, nos termos da Lei municipal n. 3.987/1996. Referido
contrato consta como anexo ao mencionado Diploma legal do município de Santa Maria,
constituindo-se em um “instrumento padrão da CORSAN”, conforme consta da própria Lei
municipal n. 3.987/1996.
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Da análise do contrato de concessão do município de Santa Maria com a CORSAN, retiram-se
as seguintes informações:
Engloba os serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário;
Prazo de vigência de 20 anos, até 13 de setembro de 2016;
As obras para execução do contrato constam do Programa Estadual de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário da CORSAN;
As tarifas praticadas são definidas pela CORSAN, ouvido o Conselho de Consumidores da companhia estadual;
As concessionárias devem cumprir com as seguintes obrigações: a) Atendimento, no mínimo, de 95% da população urbana abastecida com água; b) Contratar a elaboração do projeto para construção de barragem de acumulação
de água bruta, num prazo de 12 (doze) meses após a assinatura do presente contrato de concessão (13/09/1996);
c) Iniciar a construção das obras da barragem de acumulação de água bruta num prazo máximo de 24 (vinte e quatro) meses a partir da assinatura do presente contrato, concluindo-a, num prazo de 60 meses após o início das obras;
d) Elaborar os projetos de reformulação do sistema de distribuição de água tratada da cidade de 24 (vinte e quatro) meses após a assinatura do presente contrato de concessão;
e) Substituir as redes de distribuição de água que se encontram obsoletas ou inservíveis e ramais prediais em idênticas condições, mediante cronograma de obras a ser fixado de comum acordo entre as partes;
f) Participar em parceria com a CONCEDENTE, na execução de obras do sistema de abastecimentos de água do distrito de Arroio do Sol, cuja implantação far-se-á em etapas a serem fixadas em comum acordo entre as partes, com início em 60 dias e conclusão em prazo de 12 meses;
g) Obter os mananciais e executar as obras dos sistemas de abastecimento de água de no mínimo 80% dos núcleos urbanos distritais, em um prazo de 96 meses;
h) Priorizar junto com o CONCEDENTE as bacias a serem atendidas em futuras ampliações do sistema de coleta de esgotos sanitários, objetivando sanear o meio ambiente e despoluir as sangas dentro da área urbana, respeitando a viabilidade econômico-financeira dos investimentos;
i) Elaborar Projeto Executivo para viabilizar a implantação de esgotamento sanitário, contemplando drenagem urbana, em Camobi, em parceria com o CONCEDENTE, num prazo máximo de 12 meses após a assinatura do presente;
j) Ampliar o número de economias atendidas com o sistema de esgotamento sanitário de no mínimo 5% (cinco por cento) ao ano, até o limite mínimo de 80% (oitenta por cento) da população urbana da cidade, obedecidas as prioridade indicadas pelo CONCEDENTE, respeitada a viabilidade econômico-financeira, e a obtenção de recursos financeiros necessários a sua execução;
k) A CONCESSIONÁRIA obriga-se a manter no mínimo o índice de esgotamento sanitário existente à época da assinatura do presente;
l) Assessorar e colaborar com a Secretaria de Saúde e Meio Ambiente do Município no controle de qualidade das águas que se destinem ao abastecimento de comunidades do Município;
m) A partir da assinatura do presente contrato as obras de novas redes de água e de esgotamento sanitário deverão, preferencialmente serem feitas na área do passeio público e não mais no leito da via pública, respeitados os pressupostos técnicos e econômicos;
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n) Instalar hidrantes de acordo com as Normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, com participação e acompanhamento do Corpo de Bombeiros.
O Município participa com 15% dos custos das obras de ampliação ou melhoria dos sistemas de abastecimento de água e esgotamento sanitário, com exceção dos núcleos urbanos distritais, cujo percentual é de 25%;
A extinção do contrato dá-se por acordo entre as partes, pelo inadimplemento contratual ou por termo, sendo que em qualquer situação a rescisão contratual somente se efetiva após integral indenização à concessionária dos investimentos realizados;
Solução dos conflitos mediante juízo arbitral.
Pelo estudo do contrato de concessão, percebe-se que o mesmo incorre nas mesmas falhas
características do setor do saneamento antes da Lei federal n. 11.445/2007. Isto porque o
contrato de concessão, incialmente, não cumpre com todas as regras estabelecidas pela Lei
federal n. 8.987/1995 (Lei de Concessões e Permissões Públicas), a exemplo da definição da
base e composição tarifária, da relação de bens reversíveis, das penalidades, dos critérios para
o cálculo e da forma de pagamento das indenizações devidas à concessionária, entre outros
(art. 23, da Lei federal n. 8.987/1995).
Adverte-se que quando da assinatura do contrato com a CORSAN, já vigorava a Lei federal n.
8.987/1995, que rege as concessões e permissões de serviço público no Brasil. Em suma, há
descumprimento da ordem legal imposta pela legislação nacional, de modo que o contrato
celebrado guarda falhas que deveriam ter sido sanadas ao longo da sua vigência.
Enfim, o contrato de concessão vigente guarda inconsistências jurídicas, pois ausentes
elementos fundamentais para o devido controle, regulação e fiscalização dos serviços
concedidos à CORSAN, especialmente com relação à amortização dos investimentos realizados
pela concessionária ao longo da concessão e à manutenção do equilíbrio econômico-financeiro
dos serviços delegados. Ademais, as metas de investimento e os indicadores de qualidade e
eficiência não foram previamente definidos pelo município de Santa Maria, em contramão ao
interesse coletiva da sociedade local.
Tem-se, no caso concreto, a mesma situação vivenciada por municípios de outros estados da
Federação, que firmaram, ao longo das últimas quatro décadas, instrumentos contratuais que
não resguardavam o interesse e o direitos do município frente à concessionária estadual.
De outra banda, o artigo 11 da Lei federal n. 11.445/2007 estabelece as condições para a
celebração do contrato de programa com a concessionária estadual, verbis:
Art. 11. São condições de validade dos contratos que tenham por objeto a
prestação de serviços públicos de saneamento básico:
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I - a existência de plano de saneamento básico;
II - a existência de estudo comprovando a viabilidade técnica e econômico-
financeira da prestação universal e integral dos serviços, nos termos do
respectivo plano de saneamento básico;
III - a existência de normas de regulação que prevejam os meios para o
cumprimento das diretrizes desta Lei, incluindo a designação da entidade de
regulação e de fiscalização;
IV - a realização prévia de audiência e de consulta públicas sobre o edital de
licitação, no caso de concessão, e sobre a minuta do contrato.
§ 1º Os planos de investimentos e os projetos relativos ao contrato deverão ser
compatíveis com o respectivo plano de saneamento básico.
§ 2º Nos casos de serviços prestados mediante contratos de concessão ou de
programa, as normas previstas no inciso III do caput deste artigo deverão
prever:
I - a autorização para a contratação dos serviços, indicando os respectivos
prazos e a área a ser atendida;
II - a inclusão, no contrato, das metas progressivas e graduais de expansão dos
serviços, de qualidade, de eficiência e de uso racional da água, da energia e de
outros recursos naturais, em conformidade com os serviços a serem prestados;
III - as prioridades de ação, compatíveis com as metas estabelecidas;
IV - as condições de sustentabilidade e equilíbrio econômico-financeiro da
prestação dos serviços, em regime de eficiência, incluindo:
a) o sistema de cobrança e a composição de taxas e tarifas;
b) a sistemática de reajustes e de revisões de taxas e tarifas;
c) a política de subsídios;
V - mecanismos de controle social nas atividades de planejamento, regulação e
fiscalização dos serviços;
VI - as hipóteses de intervenção e de retomada dos serviços.
§ 3º Os contratos não poderão conter cláusulas que prejudiquem as atividades
de regulação e de fiscalização ou o acesso às informações sobre os serviços
contratados.
§ 4º Na prestação regionalizada, o disposto nos incisos I a IV do caput e nos §§
1º e 2º deste artigo poderá se referir ao conjunto de municípios por ela
abrangidos.
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Tal sistemática vigorará para a celebração de qualquer contrato na área de saneamento
básico, inclusive com as concessionárias estaduais. Portanto, para celebrar-se novo contrato
com a CORSAN, dentro das regras vigentes (Leis federais n. 8.987/1995 e 11.445/2007),
necessário que o município de Santa Maria tenha (i) o Plano Municipal de Saneamento e (ii)
uma agência reguladora responsável pela regulação e fiscalização dos serviços. A atual
sistemática de contratação da CORSAN não guarda amparo na lei, devendo ser sanada pela
Administração Pública.
Eventuais irregularidades, falhas na prestação dos serviços e descumprimentos das metas
estabelecidas no contrato atualmente em vigor devem ser imediatamente notificadas pela
Prefeitura Municipal à CORSAN, antes mesmo da existência de agência de regulação no
Município, em respeito aos princípios que regem os serviços públicos (eficiência, modicidade
tarifária, segurança, qualidade, entre outros).
3.2.4 Fontes de Receita
Para fazer frente ao custeio da prestação dos serviços e aos investimentos necessários para a
modernização e ampliação do sistema de abastecimento de água, são necessárias receitas
financeiras, advindas da cobrança de tarifas públicas dos usuários do serviço.
Esta previsão, além de prevista na própria Lei federal n. 8.987/1995, encontra amparo na Lei
federal n. 11.445/2007, que assim reza:
Art. 29. Os serviços públicos de saneamento básico terão a sustentabilidade
econômico-financeira assegurada, sempre que possível, mediante
remuneração pela cobrança dos serviços:
I - de abastecimento de água e esgotamento sanitário: preferencialmente na
forma de tarifas e outros preços públicos, que poderão ser estabelecidos para
cada um dos serviços ou para ambos conjuntamente;
Questão polêmica trava-se sobre a natureza da remuneração dos serviços de abastecimento
de água e esgotamento sanitário, especialmente porque o Superior Tribunal de Justiça
caminhava no sentido da natureza da contraprestação dos serviços ser de natureza tributária,
ou seja, haveria a necessidade de serem instituídas taxas. Atualmente, após o Supremo
Tribunal Federal firmar posição no sentido da incidência das tarifas públicas como forma de
contraprestação pelos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário (RE-AgR n.
201.630 e RE n. 464.952/MS), o Superior Tribunal de Justiça tem assim se posicionado:
PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO.
SÚMULA N.º 282, DO STF. CONTRAPRESTAÇÃO PELOS SERVIÇOS DE ÁGUA E
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ESGOTO. NATUREZA JURÍDICA. NÃO-TRIBUTÁRIA. PREÇO PÚBLICO.
JURISPRUDÊNCIA DO STJ CONTRÁRIA À DO STF. REVISÃO QUE SE IMPÕE.
1. A natureza jurídica da contraprestação pelos serviços de fornecimento de
água e esgoto por concessionária do Poder Público, sobre se caracteriza como
tarifa ou taxa, constitui-se a matéria controvertida nos presentes autos.
2. A jurisprudência do E. STJ é no sentido de que a natureza jurídica do valor
cobrado pelas concessionárias de serviço público de água e esgoto é tributária,
motivo pelo qual a sua instituição está adstrita ao Princípio da Estrita
Legalidade, por isso que somente por meio de “lei em sentido estrito” pode
exsurgir a exação e seus consectários. Nesse sentido os seguintes arestos:
(RESP n.º 848.287/RS, Rel. Min. José Delgado, DJ de 14.09.2006; RESP n.º
830.375/MS, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJ de 30.06.2006; RESP n.º
782270/MS, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJ de 07.11.2005; RESP n.º
818.649/MS, Rel. Min. José Delgado, DJ de 02.05.2006; RESP n.º 690.609/RS,
Rel. Min. José Delgado, DJ de 19.12.2005)
3. O Colendo STF, não obstante, vem decidindo, reiteradamente, tratar-se de
tarifa ou preço público, consubstanciando, assim, contraprestação de caráter
não-tributário (Acórdãos: RE-ED 447536/ SC - Relator(a): Min. CARLOS
VELLOSO, DJ 26-08-2005, EDcl no RE n.º 456.048/SC, Rel. Min. Carlos Velloso,
DJ de 06.09.2005, e Decisões monocráticas: AG n.º 225.143/SP, Rel. Min.
Marco Aurélio, DJ de 23.02.1999; RE n.º 207.609/DF, Rel. Min. Néri da Silveira,
DJ de 19.09.1999, RE n.º 424.664/SC, Rel. Min. Cézar Peluso, DJ de 04.10.2004,
RE n.º 330.353/RS, Rel. Min. Carlos Brito, DJ de 10.05.2004, AG n.º 409.693/SC,
Rel. Min. Cézar Peluso, DJ de 19.05.2004, AG n.º 480.559/SC, Rel. Min. Cézar
Peluso, DJ de 19.05.2004, RE n.º 488.200/MS, Rel. Min. Eros Grau, DJ de
13.09.2006, RE n.º 484.692/MS, Rel. Min. Eros Grau, DJ de 29.05.2006, RE n.º
464.952/MS, Rel. Min.ª Ellen Gracie, DJ de 23.03.2006)
4. "...não obstante a sua obrigatoriedade, a contraprestação ao serviço de
esgotamento sanitário não tem caráter tributário. Trata-se, na realidade, de
tarifa, não dependendo, portanto, da edição de lei específica para sua
instituição ou majoração. (RE n.º 464.952/MS, Rel. Min.ª Ellen Gracie, DJ de
23.03.2006) É inviável o processamento do Recurso Especial quando ausente o
prequestionamento da questão nele versada.
5. A jurisprudência do E. STF uniformizou-se no sentido de considerar a
remuneração paga pelos serviços de água e esgoto como tarifa, afastando,
portanto, seu caráter tributário, ainda quando vigente a Constituição
anterior (RE n.º 54.491/PE, Rel. MIn. Hermes Lima, DJ de 15.10.1963)
6. A interposição do recurso especial impõe que o dispositivo de Lei Federal tido
por violado, como meio de se aferir a admissão da impugnação, tenha sido
ventilado no acórdão recorrido, sob pena de padecer o recurso da imposição
jurisprudencial do prequestionamento, requisito essencial à admissão do
mesmo, o que atrai a incidência do enunciado n.° 282 da Súmula do
STF.Ausência de prequestionamento do art. 13, da Lei n.º 8.987/95.
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7. Recurso especial provido, em razão da necessária revisão da jurisprudência
desta Corte Superior para adequá-la ao entendimento do E. STF, afastando-se
o caráter tributário da contraprestação pelos serviços de água e esgoto, com
inversão dos ônus sucumbenciais. (STJ, RESP n. 887.908/MS, rel. Min. Luiz Fux,
julgado em 14/8/2007)
Assim, tanto do Superior Tribunal de Justiça quanto o Supremo Tribunal Federal se
manifestaram pela remuneração dos serviços de abastecimento de água através da cobrança
de tarifa pública.
Ainda, as Diretrizes Nacionais do Saneamento Básico estabelecem importantes comandos
normativos a respeito da composição, estruturação e cobrança das tarifárias necessárias para
financiar os serviços de abastecimento de água:
Art. 29 (caput)
§ 1º Observado o disposto nos incisos I a III do caput deste artigo, a instituição
das tarifas, preços públicos e taxas para os serviços de saneamento básico
observará as seguintes diretrizes:
I - prioridade para atendimento das funções essenciais relacionadas à saúde
pública;
II - ampliação do acesso dos cidadãos e localidades de baixa renda aos
serviços;
III - geração dos recursos necessários para realização dos investimentos,
objetivando o cumprimento das metas e objetivos do serviço;
IV - inibição do consumo supérfluo e do desperdício de recursos;
V - recuperação dos custos incorridos na prestação do serviço, em regime de
eficiência;
VI - remuneração adequada do capital investido pelos prestadores dos
serviços;
VII - estímulo ao uso de tecnologias modernas e eficientes, compatíveis com os
níveis exigidos de qualidade, continuidade e segurança na prestação dos
serviços;
VIII - incentivo à eficiência dos prestadores dos serviços.
§ 2º Poderão ser adotados subsídios tarifários e não tarifários para os usuários
e localidades que não tenham capacidade de pagamento ou escala econômica
suficiente para cobrir o custo integral dos serviços.
................
Art. 30. Observado o disposto no art. 29 desta Lei, a estrutura de remuneração
e cobrança dos serviços públicos de saneamento básico poderá levar em
consideração os seguintes fatores:
I - categorias de usuários, distribuídas por faixas ou quantidades crescentes de
utilização ou de consumo;
II - padrões de uso ou de qualidade requeridos;
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III - quantidade mínima de consumo ou de utilização do serviço, visando à
garantia de objetivos sociais, como a preservação da saúde pública, o
adequado atendimento dos usuários de menor renda e a proteção do meio
ambiente;
IV - custo mínimo necessário para disponibilidade do serviço em quantidade e
qualidade adequadas;
V - ciclos significativos de aumento da demanda dos serviços, em períodos
distintos; e
VI - capacidade de pagamento dos consumidores.
No caso concreto do município de Santa Maria, as tarifas decorrentes dos serviços de
abastecimento de água são estabelecidas pela CORSAN, conforme estrutura tarifária abaixo
constante:
Fonte: http://www.corsan.com.br/sites/default/files/conteudo/Estrutura_Tarifaria.pdf
Segundo informações colhidas no site da CORSAN, o preço base do m³ de água é variável
aplicando-se a Tabela de Exponenciais, que congrega os diferentes volumes de consumo por
categoria de usuário. O valor da água é calculado de acordo com o resultado da multiplicação
entre o preço base e o consumo constante na Tabela de Exponenciais, acrescido do custo de
serviço básico.
Percebe-se que a estrutura tarifária aplicada pela CORSAN encontra amparo no artigo 8º do
Decreto federal n. 7.217/2010, que estabelece que a remuneração pela prestação dos serviços
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públicos de abastecimento de água pode ser fixada com base no volume consumido de água,
podendo ser progressiva, em razão do consumo.
Ainda em pesquisa realizada junto ao site da CORSAN (www.corsan.com.br), retira-se notícia a
respeito do aumento tarifário a partir de julho de 2013:
Agergs aprova reajuste nas tarifas da Corsan
A Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos (Agergs) fixou reajuste
nas tarifas para a Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) em
reunião extraordinária do conselho superior, nesta semana. O índice aprovado,
de 6,89%, é baseado na aplicação de uma cesta de índices no cálculo de
realinhamento tarifário anual, com o intuito de compensar as variações da
inflação. Os novos valores entram em vigor em 1º de junho de 2013, mas só
serão aplicados nas faturas emitidas a partir de 1º de julho. (disponível em:
http://www.corsan.com.br/node/1019, acessado em 30/05/2013)
Além das tarifas, os serviços públicos de abastecimento de água contam com receitas
acessórias, a exemplo da Tabela de Serviços aplicada pela CORSAN, decorrente de serviços
acessórios ao fornecimento de água potável. A listagem e os valores das receitas acessórias
podem ser obtida em consulta ao site da concessionária estadual de água e esgoto:
http://www.corsan.com.br/sites/default/files/conteudo/Tabela_de_Receitas_Indiretas.pdf.
Conforme informações constantes na Tabela abaixo, em 2011 a CORSAN obteve receita bruta
de R$ 86.754.774,61 (receitas operacionais e receitas indiretas) com a cobrança de tarifa pelo
fornecimento de água potável no município de Santa Maria, sendo que o lucro líquido seria de
11.382.707,27. Observa-se, no período analisado (10 anos), o lucro acumulado foi de
R$ 19.032.299,09, o que comprova a sustentabilidade do sistema se analisarmos o período de
10 anos.
Descrição/ Período 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
nº de funcionários 113,00 111,00 113,00 110,00 106,00 109,00 129,00 127,00 90,00 94,00
nº de economias agua 75.841,00 76.925,00 77.795,00 79.861,00 81.162,00 82.142,00 85.170,00 88.290,00 92.515,00 106.551,00
nº de economias esgoto 38.405,00 39.193,00 39.595,00 40.281,00 40.843,00 41.624,00 42.266,00 43.917,00 44.891,00 47.909,00
Extensão de rede - m 684.363,00 684.363,00 684.363,00 779.428,00 779.428,00 779.848,00 779.848,00 779.848,00 779.848,00 779.848,00
1- Receitas operacionais 26.758.009,85 30.200.060,36 34.815.935,29 38.689.561,35 41.302.927,34 45.099.468,08 50.141.419,39 56.843.607,36 73.473.636,57 86.754.774,61
2- Receitas indiretas 223.647,26 245.030,20 200.307,60 539.556,32 392.552,17
3- (1+2) Receitas totais 26.758.009,85 30.423.707,62 35.060.965,49 38.889.868,95 41.842.483,66 45.492.020,25 50.141.419,39 56.843.607,36 73.473.636,57 86.754.774,61
4- Despesas operacionais 12.832.106,32 16.642.299,47 16.123.657,40 18.147.112,17 19.073.788,03 18.513.168,24 22.772.049,17 41.033.371,70 46.879.946,20 45.516.281,37
5- Despesas indiretas 10.675.992,80 1.074.740,59 11.778.398,27 13.684.710,60 14.524.775,45 13.899.965,10 6.304.213,71 8.729.802,86 8.252.489,93 12.476.379,72
6- (4+5) Despesas totais 23.508.099,12 27.389.440,06 27.902.055,67 32.111.822,77 33.598.563,48 32.413.133,24 29.076.262,88 49.763.174,56 55.132.436,13 57.992.661,09
7- (3-6 ) Resultado 3.249.910,73 3.034.267,56 7.158.909,82 6.778.046,18 8.243.920,18 13.078.886,91 21.065.156,51 7.080.432,80 18.341.200,44 28.762.113,52
8- Investimentos 1.780.781,94 542.056,22 153.239,74 2.665.683,87 1.625.915,71 9.748.172,19 2.109.868,39 1.643.697,05 12.461.569,89 11.814.414,17
9- Serviços da divida bb 2.990.230,27 3.110.245,77 3.201.472,32 3.273.639,71 3.354.686,26 3.415.845,31 3.455.060,08 3.505.980,29 3.520.206,48 3.552.624,53
10- Serviço divida banrisul 155.643,30 218.152,49 242.025,44
Serviço da divida CEF 1.741.190,11 1.810.951,69 1.865.826,89 1.908.785,05 1.957.290,42 1.994.465,67 1.952.724,41 1.982.987,83 1.992.744,52 2.012.367,55
12- (9+10+11) Serv. divida total 4.887.063,68 5.139.349,94 5.309.324,66 5.182.424,76 5.311.976,68 5.410.310,98 5.407.784,49 5.488.968,12 5.512.951,00 5.564.992,08
13- (8+12) Total investimentos e dívidas 6.667.845,62 5.681.406,16 5.462.564,40 7.848.108,63 6.937.892,39 15.158.483,17 7.517.652,88 7.132.665,17 17.974.520,89 17.379.406,25
Lucro -3.417.934,89 -2.647.138,60 1.696.345,42 -1.070.062,45 1.306.027,79 -2.079.596,26 13.547.503,63 -52.232,37 366.679,55 11.382.707,27
19.032.299,09Lucro total Acumulado
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Os dados apresentados fornecidos pela própria concessionaria apresentam algumas
discrepâncias com aqueles publicados pelo IBGE (SNIS) e devem ser olhados com extrema
circunspeção. Posta esta ressalva, podemos observar o seguinte:
O serviço da dívida (juros) é mais ou menos constante desde 2002, significando que existe uma dívida permanente de aproximadamente 65 milhões de reais (considerando uma taxa de juros média de 8,5%) que não chega a ser abatida. A concessão está chegando ao seu término (2016), seria de esperar portanto que o serviço da dívida fosse nulo ou pouco significativo. No entanto, a pesar do investimento não ter acompanhado as necessidades de cobertura em esgotamento sanitário, encontramos que uma dívida muito significativa está sendo imputada ao município de Santa Maria. Acrescenta-se que é difícil saber até que ponto está dívida corresponde a investimentos realizados em Santa Maria ou se se trata de uma parcela do serviço da dívida global da CORSAN contabilmente afetado ao município.
As receitas mais que triplicaram em 10 anos enquanto número de economias apenas aumentou de 50%: a receita por economia de água passou de R$ 352 em 2002 para R$ 814 em 2011.
A despesa operacional se quadriplicou enquanto que a extensão da rede aumentou menos de 10% (passou de R$ 18.760 por km de rede em 2002 a R$ 74.349 em 2012);
Significa isto que:
O reajuste tarifário ocorrido nos últimos 10 anos fez com que a tarifa aumentasse uma média de 8,7% ao ano (o IPC-A no mesmo período subiu 5,9% por ano, em média), o mesmo ocorrendo com a despesa operacional, mas de forma mais acentuada;
Este aumento foi importante para equilibrar as contas, no entanto parece hoje haver um lucro importante (mais de 11 milhões, ou 13% do faturamento) que poderia ser incrementado substancialmente se se melhorasse a eficiência e resolvesse a questão da dívida;
É possível ainda ver com um pouco mais de detalhe a composição da despesa da
concessionária na tabela abaixo que apresenta os dados para os seis primeiros meses de 2012.
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Despesas por natureza do 1o Semestre de 2012
Fonte: CORSAN
Analisando o quadro anterior, das despesas, note-se que existem três descrições que devem
ser mais bem detalhadas, pois representam aproximadamente 62% das despesas totais
realizadas em Santa Maria e Camobi:
Item Descrição da Despesa Valor (R$)
1 Despesas totais realizadas no primeiro semestre de 2012 26.511.826,61
2 Conta 700 – Despesas Indiretas Transferidas 7.311.352,47
3 Conta 800 – Custos Indiretos Capitalizados 4.993.172,09
4 Conta 900 – Serviços Internos 4.098.351,04
5 Total das contas 700, 800 e 900 16.402.875,60
6 Porcentagem do item 5 sobre o item 1 61,87%
As informações sobre as receitas, repassadas pela CORSAN, estão agrupadas e somam as
receitas dos municípios de Santa Maria e Camobi.
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Receitas por conta do 1o Semestre de 2012
Fonte: CORSAN
Segundo as informações demonstradas, no primeiro semestre de 2012 as receitas auferidas
pela CORSAN alcançaram o valor de R$ 41.374.500,01 enquanto que as despesas o total de R$
26.511.826,61. O valor de superávit foi de R$ 15.062.673,40, que corresponde a 36,23% da
receita.
3.3. Serviços de Esgotamento Sanitário
Os serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário são serviços públicos
umbilicalmente interligados, cuja prestação, mesmo que não se confunda, detém íntima
relação de dependência uma para com a outra, seja sob o viés técnico, econômico ou jurídico.
Isto porque o serviço de esgotamento sanitário pode ser compreendido como uma
prolongação do serviço de abastecimento de água, caso compreendamos o fornecimento de
água potável como cíclico (captação, tratamento, distribuição, coleta, tratamento e disposição
final).
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De qualquer forma, os serviços de esgotamento sanitário são compostos pelas atividades,
infra-estruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, tratamento e disposição final
adequados dos esgotos sanitários, desde as ligações prediais até o seu lançamento final no
meio ambiente, conforme definição dada pelo artigo 3º, inciso I, “b” da Lei federal n.
11.445/2007.
Por sua vez, o Decreto federal n. 7.217/2010 detalha com maior precisão o escopo dos serviços
de esgotamento sanitário:
Art. 9º Consideram-se serviços públicos de esgotamento sanitário os serviços
constituídos por uma ou mais das seguintes atividades:
I - coleta, inclusive ligação predial, dos esgotos sanitários;
II - transporte dos esgotos sanitários;
III - tratamento dos esgotos sanitários; e
IV - disposição final dos esgotos sanitários e dos lodos originários da operação
de unidades de tratamento coletivas ou individuais, inclusive fossas sépticas.
§ 1º Para os fins deste artigo, a legislação e as normas de regulação poderão
considerar como esgotos sanitários também os efluentes industriais cujas
características sejam semelhantes às do esgoto doméstico.
§ 2º A legislação e as normas de regulação poderão prever penalidades em
face de lançamentos de águas pluviais ou de esgotos não compatíveis com a
rede de esgotamento sanitário.
A Resolução n. 357, de 17 de março de 2005, do Conselho Nacional de Meio Ambiente
(CONAMA), dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e
dá outras providências. Esta normativa deve ser observada pelos prestadores de serviços, seja
pelo viés do cumprimento de normativa de proteção ambiental, seja em respeito à qualidade
dos serviços a serem prestados à sociedade.
Desta forma, assim como ocorre com a potabilidade da água fornecida (Portaria/MS n.
2.914/2011), a Resolução/CONAMA n. 357/2005 deve ser fielmente cumprida pelo
responsável pelo tratamento e disposição final dos esgotos sanitários, sob pena de, tratando-
se de prestador privado de serviços, rescisão contratual pela prestação ineficiente dos serviços
públicos delegados.
A obrigatoriedade da conexão da residência à rede pública de esgotamento sanitário também
é obrigatória, como regra, pela atual base legislativa do setor do saneamento. Nesse sentido,
cita-se o artigo 11 do Decreto federal n. 7.217/2010:
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Art. 11. Excetuados os casos previstos nas normas do titular, da entidade de
regulação e de meio ambiente, toda edificação permanente urbana será
conectada à rede pública de esgotamento sanitário disponível.
§ 1º Na ausência de rede pública de esgotamento sanitário serão admitidas
soluções individuais, observadas as normas editadas pela entidade reguladora
e pelos órgãos responsáveis pelas políticas ambientais, de saúde e de recursos
hídricos.
§ 2º As normas de regulação dos serviços poderão prever prazo para que o
usuário se conecte a rede pública, preferencialmente não superior a noventa
dias.
§ 3º Decorrido o prazo previsto no § 2º, caso fixado nas normas de regulação
dos serviços, o usuário estará sujeito às sanções previstas na legislação do
titular.
§ 4º Poderão ser adotados subsídios para viabilizar a conexão, inclusive
intradomiciliar, dos usuários de baixa renda.
Assim, tem-se que a conexão às redes públicas de abastecimento de água e esgotamento
sanitário é, como regra, obrigatória a toda a população urbana.
Como já mencionado anteriormente, a conexão da residência urbana às redes públicas de
fornecimento de água e coleta dos esgotos sanitários objetivam resguardar a segurança do
sistema como um todo, além de possuir um viés econômico muito forte para a sustentação
financeira dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário.
Ademais, os serviços de saneamento básico não permitem, como outros serviços públicos
(transporte coletivo, táxi, energia elétrica, etc), que o Poder Público possa facultar seu uso ou,
ao menos, sua ligação às estruturas operacionais existentes. Os serviços de saneamento são
marcados por uma forte carga de “interesse coletivo”, onde todos têm o interesse de que cada
indivíduo se valha desses importantes serviços para o bem-estar e proteção da comunidade.
Não há lógica em permitir-se, por exemplo, que um cidadão opte por utilizar ou não dos
serviços de coleta e tratamento dos esgotos sanitários produzidos em sua residência, pois tal
faculdade viola o interesse da sociedade em ver 100% dos esgotos serem coletados e tratados
com segurança e eficiência.
Desta forma, assim como ocorre com os serviços de abastecimento de água, salvo previsão em
contrário na legislação municipal ou nas normas de regulação, é obrigatória a conexão da
residência à rede pública de esgotamento sanitário, nos termos da Lei federal n. 11.445/2007
(art. 45) e do Decreto federal n. 7.217/2011 (art. 11).
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3.3.1 Modelo Atual de Prestação de Serviço
Nos mesmos moldes do item 3.2.1 desta Seção, o município de Santa Maria delegou à CORSAN
(Lei municipal n. 3.987/1996), através de contrato de concessão, a responsabilidade pela
prestação dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário.
Aplicam-se aqui as mesmas considerações tecidas no item em referência, sendo desnecessária
a replicação das informações e das considerações acima tecidas.
3.3.2 Base Legislativa Municipal
A mesma base legislativa municipal existente para os serviços abastecimento de água vigora
para os serviços de esgotamento sanitário.
Assim, destacam-se a Lei complementar municipal n. 34, de 29 de dezembro de 2004, que
dispõe sobre a Política de Desenvolvimento Urbano e sobre o Plano Diretor de
Desenvolvimento Urbano Ambiental do Município de Santa Maria; e a Lei complementar
municipal n. 72, de 04 de novembro de 2009, que institui a Lei de Uso e Ocupação do Solo,
Parcelamento, Perímetro Urbano e Sistema Viário do Município de Santa Maria.
Deste último Diploma legal (LC n. 72/2009), destaca-se importante regra concernente à
implementação de loteamentos no município de Santa Maria, quando da ausência de rede
pública de esgotamento sanitário na área a ser loteada:
Art. 47. (caput)
§ 1º Se tecnicamente não houver condições de implantação de rede de esgoto
cloacal, em decorrência da inexistência de redes coletoras e estação de
tratamento fora da área do parcelamento, o Município pode exigir a
implantação de estação de tratamento própria ou a adoção de solução
alternativa para a coleta e tratamento do esgoto, de acordo com as normas da
Concessionária, desde que ambientalmente adequada, em parcelamentos de
até 50.000m² (cinqüenta mil metros quadrados).
§ 2º Após o recebimento do sistema adotado, o Município será responsável por
sua manutenção.
Tal previsão legal requer grandes cuidados por parte da Prefeitura Municipal e da própria
prestadora de serviços (atualmente a CORSAN), especialmente com relação aos projetos e às
diferentes tecnologias passíveis de serem utilizadas nos loteamentos. É preciso que se busque
uma padronização quando da instalação desses equipamentos, bem como que se esclareça a
responsabilidade pela manutenção e operação dos sistemas de tratamento inseridos dentro
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do loteamento, inclusive com a definição de responsável técnico e rotineira fiscalização por
parte dos órgãos ambientais, de vigilância sanitária e da própria agência de regulação.
Enfim, é preciso que essa permissão (art. 47, §§ 1º e 2º da LC n. 72/2009) não acarrete o
descontrole operacional desses sistemas, muito menos o uso de tecnologias inapropriadas ou
incompatíveis com o interesse da municipalidade e da própria prestadora dos serviços.
Assim, fundamental que o Poder Público se atente para este fato, bem como mantenha o
controle e a fiscalização sobre os equipamentos de coleta e tratamento dos esgotos sanitários.
3.3.3 Contratos Administrativos Vigentes
Nos mesmos moldes do item 3.2.3 desta Seção, o município de Santa Maria celebrou contrato
de concessão com a CORSAN, conforme autorização inserida na Lei municipal n. 3.987/1996.
O tema já foi objeto de análise no item em referência, sendo desnecessária a replicação das
informações e das considerações acima tecidas.
3.3.4 Fontes de Receita
O artigo 29, inciso I, “a” da Lei federal n. 11.445/2007 estabelece que os serviços de
esgotamento sanitário terão sua sustentabilidade econômico-financeira assegurada, sempre
que possível, mediante a cobrança de tarifas e outros preços públicos, tal qual ocorre com os
serviços de abastecimento de água.
É usual no setor do saneamento básico a cobrança pelos serviços de esgotamento sanitário ser
vinculada à cobrança dos serviços de fornecimento de água potável, isto é, calcular o custo dos
serviços pelo montante pago pelo usuário no consumo de água potável. Tal prática encontra
amparo no artigo 10 do Decreto federal n. 7.217/2010:
Art. 10. A remuneração pela prestação de serviços públicos de esgotamento
sanitário poderá ser fixada com base no volume de água cobrado pelo serviço
de abastecimento de água.
No caso da CORSAN, atual concessionária dos serviços públicos de abastecimento de água e
esgotamento sanitário, há duas tarifas no que toca aos esgotos sanitários: uma para coleta e
outra para tratamento. Assim está configurada a estrutura tarifária da CORSAN:
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Fonte: http://www.corsan.com.br/sites/default/files/conteudo/Estrutura_Tarifaria.pdf
Percebe-se que a CORSAN desmembrou, no seu plano tarifário, os serviços de esgotamento
sanitário (coleta e tratamento), certamente para não obstar a cobrança das tarifas de coleta
dos esgotos sanitários quando ainda não existente o efetivo tratamento dos esgotos
sanitários. Desta forma, permite-se a alocação de receitas em bairros ou localidade em que já
há a rede pública instalada, sem estar concluída a Estação de Tratamento de Esgotos (ETE).
Ainda, os valores constantes dos serviços de coleta e tratamento dos esgotos sanitário,
somados, representam 120% do valor de preço base do m³ de água consumido.
Por fim, como já exposto no item 3.2.4, a partir de julho de 2013 a CORSAN efetivará o
reajuste de 6,89% sobre o Plano Tarifário vigente, conforme notícia constante no site da
própria concessionária (disponível em: http://www.corsan.com.br/node/1019, acessado em
30/05/2013).
Conforme dados já constantes neste Plano, a CORSAN arrecadou, entre outubro de 2011 e
outubro de 2012, a importância de R$ 13.960.333,25 com as tarifas de esgotamento sanitário
em Santa Maria.
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3.4. Serviços de Manejo de Resíduos Sólidos e Limpeza Urbana
A Lei federal n. 12.305, de 2 de agosto de 2010 instituiu a Política Nacional de Resíduos
Sólidos, trazendo uma marco regulatório para o setor e profundas inovações de ordem técnica,
ambiental, econômica, social e jurídica.
O conceito de “resíduo sólido” resta devidamente caracterizado na nova legislação nacional,
abarcando todo “material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades
humanas em sociedade, a cuja destinação final se procede, se propõe proceder ou se está
obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem como gases contidos em
recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública
de esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnica ou economicamente
inviáveis em face da melhor tecnologia disponível”.
A Lei federal n. 12.305/2010, aprofundamento a definição do escopo de aplicação da sua base
normativa, classifica os resíduos sólidos como:
Art. 13. Para os efeitos desta Lei, os resíduos sólidos têm a seguinte
classificação:
I - quanto à origem:
a) resíduos domiciliares: os originários de atividades domésticas em residências
urbanas;
b) resíduos de limpeza urbana: os originários da varrição, limpeza de
logradouros e vias públicas e outros serviços de limpeza urbana;
c) resíduos sólidos urbanos: os englobados nas alíneas “a” e “b”;
d) resíduos de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços: os
gerados nessas atividades, excetuados os referidos nas alíneas “b”, “e”, “g”,
“h” e “j”;
e) resíduos dos serviços públicos de saneamento básico: os gerados nessas
atividades, excetuados os referidos na alínea “c”;
f) resíduos industriais: os gerados nos processos produtivos e instalações
industriais;
g) resíduos de serviços de saúde: os gerados nos serviços de saúde, conforme
definido em regulamento ou em normas estabelecidas pelos órgãos do
Sisnama e do SNVS;
h) resíduos da construção civil: os gerados nas construções, reformas, reparos e
demolições de obras de construção civil, incluídos os resultantes da preparação
e escavação de terrenos para obras civis;
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i) resíduos agrossilvopastoris: os gerados nas atividades agropecuárias e
silviculturais, incluídos os relacionados a insumos utilizados nessas atividades;
j) resíduos de serviços de transportes: os originários de portos, aeroportos,
terminais alfandegários, rodoviários e ferroviários e passagens de fronteira;
k) resíduos de mineração: os gerados na atividade de pesquisa, extração ou
beneficiamento de minérios;
II - quanto à periculosidade:
a) resíduos perigosos: aqueles que, em razão de suas características de
inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade, patogenicidade,
carcinogenicidade, teratogenicidade e mutagenicidade, apresentam
significativo risco à saúde pública ou à qualidade ambiental, de acordo com lei,
regulamento ou norma técnica;
b) resíduos não perigosos: aqueles não enquadrados na alínea “a”.
Parágrafo único. Respeitado o disposto no art. 20, os resíduos referidos na
alínea “d” do inciso I do caput, se caracterizados como não perigosos, podem,
em razão de sua natureza, composição ou volume, ser equiparados aos
resíduos domiciliares pelo poder público municipal.
Deveras, a Política Nacional de Resíduos Sólidos traz importantes inovações ao setor,
podendo-se destacar os acordos setoriais, a logística reversa e a necessidade da elaboração de
planos de resíduos sólidos por cada ente da Federação (União, estados, Distrito Federal e
municípios). Toda a lógica da Lei federal n. 12.305/2010 parte da seguinte ordem de
prioridade:
não geração;
redução;
reutilização;
reciclagem;
tratamento dos resíduos sólidos; e
disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos.
Ainda, dá-se grande relevância ao máximo aproveitamento econômico e ambiental dos
resíduos produzidos, sendo que a reciclagem, a compostagem e o aproveitamento enérgico
são temas centrais na Política Nacional de Resíduos Sólidos.
Dentro desse cenário, os resíduos sólidos urbanos merecem especial atenção dos municípios
brasileiros, pois compete a estes o processo de gestão desde a coleta até sua disposição final.
A Lei federal n. 11.445/2007 estabelece que:
Art. 3º Para os efeitos desta Lei, considera-se:
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I - saneamento básico: conjunto de serviços, infra-estruturas e instalações
operacionais de:
c) limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos: conjunto de atividades, infra-
estruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, transbordo,
tratamento e destino final do lixo doméstico e do lixo originário da varrição e
limpeza de logradouros e vias públicas;
O Decreto federal n. 7.217/2010 especifica as atividades envoltas nos serviços de manejo dos
resíduos sólidos urbanos:
Art. 12. Consideram-se serviços públicos de manejo de resíduos sólidos as
atividades de coleta e transbordo, transporte, triagem para fins de reutilização
ou reciclagem, tratamento, inclusive por compostagem, e disposição final dos:
I - resíduos domésticos;
II - resíduos originários de atividades comerciais, industriais e de serviços, em
quantidade e qualidade similares às dos resíduos domésticos, que, por decisão
do titular, sejam considerados resíduos sólidos urbanos, desde que tais resíduos
não sejam de responsabilidade de seu gerador nos termos da norma legal ou
administrativa, de decisão judicial ou de termo de ajustamento de conduta; e
III - resíduos originários dos serviços públicos de limpeza pública urbana, tais
como:
a) serviços de varrição, capina, roçada, poda e atividades correlatas em vias e
logradouros públicos;
b) asseio de túneis, escadarias, monumentos, abrigos e sanitários públicos;
c) raspagem e remoção de terra, areia e quaisquer materiais depositados pelas
águas pluviais em logradouros públicos;
d) desobstrução e limpeza de bueiros, bocas de lobo e correlatos; e
e) limpeza de logradouros públicos onde se realizem feiras públicas e outros
eventos de acesso aberto ao público.
Tem-se que os resíduos sólidos urbanos abarcam uma séria de materiais e substancias do dia-
a-dia da sociedade, que necessitam, nos termos da Política Nacional de Resíduos Sólidos, ter
destinação final ambientalmente adequada (art. 3º, VII, da Lei federal n. 12.305/2010):
Art. 3º (caput)
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VII - destinação final ambientalmente adequada: destinação de resíduos que
inclui a reutilização, a reciclagem, a compostagem, a recuperação e o
aproveitamento energético ou outras destinações admitidas pelos órgãos
competentes do Sisnama, do SNVS e do Suasa, entre elas a disposição final,
observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos
à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos;
Aqui reside um ponto crucial da nova legislação brasileira. A prática atualmente ainda reinante
no Brasil é a de depositar os resíduos sólidos urbanos em lixões ou, quando existentes, em
aterros sanitários. Todavia, é ainda incipiente a prática de separação e reciclagem de materiais
e, principalmente, de tratamento desses resíduos, com o necessário aproveitamento
energético.
Pelas normas estabelecidas na Política Nacional de Resíduos Sólidos, somente os rejeitos
poderão ser depositados em aterros sanitários, conforme se observa pela definição dada pela
Lei federal n. 12.305/2010:
Art. 3º (caput)
VIII - disposição final ambientalmente adequada: distribuição ordenada de
rejeitos em aterros, observando normas operacionais específicas de modo a
evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos
ambientais adversos;
Ademais, a própria Lei federal n. 12.305/2010 estabeleceu o prazo de 4 anos para a disposição
final ambientalmente adequada dos rejeitos, isto é, a partir de agosto de 2014 somente os
rejeitos podem ser destinados aos aterros sanitários, sendo obrigação dos municípios a prática
da reciclagem e do tratamento dos resíduos sólidos urbanos, com o devido aproveitamento
energético.
3.4.1 Modelo Atual de Prestação de Serviço
Atualmente, os serviços de coleta, transporte, transbordo e disposição final dos resíduos
sólidos urbanos são executados pela empresa Revita Engenharia Sustentável S/A, conforme
contrato administrativo celebrado. Conforme informações já constantes nesse Plano e
disponíveis também no site da Prefeitura Municipal
(http://www.santamaria.rs.gov.br/index.php?secao=noticias&id=283), a empresa é
responsável pela coleta seletiva (material reciclável), convencional (lixeiras) e dos contêineres,
todos com destinação adequada do resíduo em área licenciada ambientalmente. Ainda, a
empresa presta o serviço de coleta de inservíveis (sofás, mesas, geladeiras, etc). Pela execução
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dos serviços, o contrato prevê, conforme valores definidos em licitação pública, a
remuneração de R$ 10.709.666,40, para o período de 12 meses.
Ainda, a Prefeitura Municipal de Santa Maria, em parceria com Associação de Selecionadores
de Material Reciclável – ASMAR, oferta o serviço de coleta seletiva, de acordo com a Política
Nacional de Resíduos Sólidos. O resíduo coletado destinado às associações de selecionadores
cadastradas. Essa iniciativa contribui para o sustento das famílias beneficiadas pelo programa e
promove melhorias nas condições ambientais do município.
Portanto, não há nenhuma concessionária de serviços públicos na área dos resíduos sólidos
urbanos, sendo que a prestadora de serviços (Revita Engenharia Sustentável S/A) presta os
serviços pelo regime da prestação comum de serviços (contratos regidos pela Lei federal n.
8.666/1993).
Desta forma, os bens, equipamentos e o aterro sanitário pertencem a referida empresa
contratada, que recebe contrapartida mensal da Prefeitura Municipal pela prestação dos
serviços.
Esta situação merece ser melhor planejada pelo Município, na medida em que eventual
rescisão contratual ou falência da atual prestadora de serviço acarreta a uma situação
preocupante para a municipalidade: não há aterro sanitário municipal. Isto é, corre-se o risco
dos resíduos sólidos urbanos não terem local apropriado para sua disposição final em caso de
falência da empresa ou rescisão contratual. Há que se realizar um plano de emergência e
contingência no que toca a prestação desses serviços públicos.
3.4.2 Modelo Atual de Prestação de Serviço
O município de Santa Maria possui leis e decretos correlatos com o tema dos resíduos sólidos
e da limpeza urbana, conforme pesquisa realizada no site oficial da Prefeitura Municipal:
Lei n. 3.084/1988 - Torna obrigatória a colocação de coletores de lixo em pontos da cidade;
Lei n. 3.388/1991- Dispõe sobre a coleta seletiva do lixo produzido nos órgãos públicos;
Lei n. 4.311/2000 - Determina a colocação de cestos de coleta de lixo nos veículos de transporte coletivo de Santa Maria e dá outras providências;
Lei n. 4.559/2002 - Institui o dia do reciclador e da reciclagem de lixo no município de Santa Maria;
Lei n. 4.653/2003 - Dispõe sobre a obrigatoriedade da rede pública municipal promover ações educativas quando à coleta seletiva de lixo reciclável;
Lei 4.970/2007 - Dispõe sobre a obrigatoriedade da colocação de faixas reflexivas em caçambas estacionárias de entulho do tipo "brooks" e em contêineres para lixo e dá outras providências;
Lei n. 4.983/2007 - Considera de Utilidade Pública Municipal a ARSELE – Associação de Reciclagem Seletiva de Lixo Esperança e dá outras providências;
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Lei n. 5.149/2008 - Dispõe sobre a promoção de ações preventivas e educativas quanto à coleta de lixo reciclável, no município de Santa Maria e dá outras providências;
Decreto n. 146/2009 - Aprova o Plano Integrado de Gerenciamento dos resíduos da construção civil de Santa Maria.
Percebe-se a ausência de lei municipal definindo uma política municipal específica para o setor
dos resíduos sólidos, disciplinando as inúmeras obrigações estabelecidas pelas Leis federais n.
11.445/2007 e n. 12.305/2010.
Desta forma, percebe-se uma grande margem para a atividade legiferante no setor dos
resíduos sólidos e limpeza urbana no município de Santa Maria.
3.4.3 Contratos Administrativos Vigentes
Conforme já exposto, atualmente vigora o contrato administrativo celebrado entre o
município de Santa Maria e a empresa Revita Engenharia Sustentável S/A, celebrado sob a
égide da Lei federal n. 8.666/1993.
Tal contrato tem como objeto a coleta seletiva (material reciclável), convencional (lixeiras) e
dos contêineres, todos com destinação adequada do resíduo em área licenciada
ambientalmente. Ainda, a empresa presta o serviço de coleta de inservíveis (sofás, mesas,
geladeiras, etc). Pela execução dos serviços, o contrato prevê, conforme valores definidos em
licitação pública, a remuneração de R$ 10.709.666,40 para o período de 12 meses.
3.4.4 Fontes de Receita
Estabelece a Lei federal n. 11.445/2007:
Art. 29. Os serviços públicos de saneamento básico terão a sustentabilidade
econômico-financeira assegurada, sempre que possível, mediante
remuneração pela cobrança dos serviços:
II - de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos urbanos: taxas ou tarifas e
outros preços públicos, em conformidade com o regime de prestação do serviço
ou de suas atividades;
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Portanto, o legislador nacional não definiu uma única forma de contraprestação pelos serviços
ofertados de manejo de resíduos sólidos urbanos e limpeza urbana, prevendo a instituição de
taxa ou tarifa pública.
No que toca ao manejo dos resíduos sólidos, a imensa maioria dos municípios adota a
cobrança de taxa (tributo) para a remuneração dos serviços públicos ofertados em prol da
população. Sobre o tema, já decidiu o Supremo Tribunal Federal a respeito da legalidade da
instituição de taxa para remunerar os serviços de coleta de resíduos sólidos:
IPTU – PROGRESSIVIDADE. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal
sedimentou-se no sentido de ser constitucional a progressividade nas alíquotas
do Imposto Predial e Territorial Urbano estabelecida mediante lei municipal em
período posterior à Emenda Constitucional nº 29/2000. Precedentes: Recursos
Extraordinários nºs 423.768/SP e 586.693/SP. TAXA DE COLETA DE LIXO
DOMICILIAR – BASE DE CÁLCULO – METRO QUADRADO –
CONSTITUCIONALIDADE – PRECEDENTE DO PLENÁRIO E VERBETES
VINCULANTES – CONVICÇÃO PESSOAL – RESSALVA. Na dicção da ilustrada
maioria, é constitucional lei que prevê o cálculo da taxa de coleta de lixo
domiciliar a partir da metragem quadrada do imóvel. Precedente: Recurso
Extraordinário nº 232.393-1/SP. Verbetes Vinculantes nºs 19 e 29 no mesmo
sentido. (STF, AI n. 629.959 AgR/PR, Relator Min. Marco Aurélio, julgado em
21/08/2012)
A decisão do Supremo Tribunal Federal encontra-se em perfeita harmonia com o Decreto
federal n. 7.217/2010, que versa sobre as variáveis na definição do montante necessário para
custear os serviços de manejo dos resíduos sólidos:
Art. 14. A remuneração pela prestação de serviço público de manejo de
resíduos sólidos urbanos deverá levar em conta a adequada destinação dos
resíduos coletados, bem como poderá considerar:
I - nível de renda da população da área atendida;
II - características dos lotes urbanos e áreas neles edificadas;
III - peso ou volume médio coletado por habitante ou por domicílio; ou
IV - mecanismos econômicos de incentivo à minimização da geração de
resíduos e à recuperação dos resíduos gerados.
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Diferentemente ocorre com a instituição de taxa para remunerar os serviços de limpeza
urbana, posto que tais serviços devem ser custeados através dos impostos, conforme já definiu
o Supremo Tribunal Federal:
AGRAVO REGIMENTAL. TRIBUTÁRIO. TAXA DE LIMPEZA PÚBLICA. EXAÇÃO QUE
TAMBÉM REMUNERA O SERVIÇO DE LIMPEZA DE LOGRADOUROS PÚBLICOS.
INCONSTITUCIONALIDADE. Esta Corte fixou entendimento no sentido da
invalidade da remuneração do serviço universal e indivisível de limpeza de
logradouros públicos por meio de taxa. Hipótese em que o Tribunal de origem
concluiu que a exação remunera tanto o serviço de remoção de lixo domiciliar
quanto o serviço de limpeza de vias e logradouros. Impossibilidade de
conclusão diversa ante o óbice da Súmula 280/STF e da falta de cópia da
legislação municipal nos autos. Agravo regimental a que se nega provimento.
(STF, RE n. 540951 AgR/SP, Relator Min. Joaquim Barbosa, julgado em
28/08/2012)
Portanto, os serviços de limpeza urbana devem ser custeados através da arrecadação dos
impostos, não sendo constitucional a instituição da taxa de limpeza pública.
No caso do município de Santa Maria, os serviços de coleta de resíduos sólidos urbanos são
remunerados através de tributo, denominado de Taxa de Serviços Urbanos, nos termos do
Código Tributário Municipal (Lei complementar municipal n. 02/2001):
DA TAXA DE SERVIÇOS URBANOS
SEÇÃO I
DA INCIDÊNCIA
Art. 96. A taxa de serviços urbanos é devida pelo proprietário do imóvel,, o
titular do domínio útil ou seu possuidor a qualquer título, cuja zona seja
beneficiada, efetiva ou potencialmente, pelos serviços de:
a) coleta de lixo;
b) conservação de pavimentação e serviços correlatos;
c) prevenção e combate a incêndios;
SEÇÃO II
DA BASE DE CÁLCULO E ALÍQUOTAS
Art. 97. A taxa é diferenciada em função da natureza do serviço e calculada por
alíquotas fixas, tendo por base o valor da UFM (Unidade Fiscal Municipal) do
Município, na forma da Tabela VI, anexa, relativamente a cada economia
predial ou territorial.
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SEÇÃO III
DO LANÇAMENTO E ARRECADAÇÃO
Art. 98. O lançamento da taxa de serviços urbanos será feito anualmente e sua
forma de arrecadação e prazo para pagamento poderão coincidir com o
imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana.
§ 1° - Nos casos em que o serviço seja instituído no decorrer do exercício, a taxa
será cobrada e lançada a partir do mês seguinte ao do início da prestação dos
serviços, em guia fornecida pela Prefeitura Municipal.
§ 2º - Quando constatada divergência entre os dados cadastrados e a situação
fática, será cobrada a diferença da taxa a partir do mês seguinte ao da
constatação.
§ 3º - Sobre os terrenos especificados no caput do artigo 12, até o recebimento
por parte do Município das obras de infraestrutura, não incidem as taxas de
serviços urbanos.
Desta forma, o município de Santa Maria segue o padrão dos demais municípios brasileiros
quanto à remuneração dos serviços de manejos dos resíduos sólidos urbanos através de taxa
municipal (tributo).
3.5. Serviços de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais
Os serviços de drenagem pluvial também integram o rol das atividades inseridas no conceito
de saneamento básico, sendo-lhe aplicáveis os princípios e as regras trazidas pela Lei federal n.
11.445/2007.
Todavia, é certo que os serviços de drenagem pluvial ainda não mereceram a devida atenção
nos seminários, congressos e obras até agora produzidas com base no novo marco regulatório.
Na área jurídica, praticamente inexistem artigos ou obras específicas sobre o tema dos
serviços públicos de drenagem pluvial, na medida em que os serviços de abastecimento de
água, esgotamento sanitário e manejo de resíduos sólidos possuem mais atração dos juristas
diante da existência de inúmeros contratos administrativos (terceirização, concessão comum e
PPP) e da efetiva contraprestação pecuniária por parte do usuário. Enfim, os serviços públicos
de drenagem e manejo das águas pluviais ainda são carentes de melhor compreensão e
estudos jurídicos no Brasil.
De qualquer forma, a Lei federal n. 11.445/2007 traz um regramento jurídico mínimo a
respeito desses serviços públicos. Define a lei que a drenagem e manejo das águas pluviais
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urbanas caracteriza-se pelo “conjunto de atividades, infra-estruturas e instalações operacionais
de drenagem urbana de águas pluviais, de transporte, detenção ou retenção para o
amortecimento de vazões de cheias, tratamento e disposição final das águas pluviais drenadas
nas áreas urbanas.” (art. 3º, I, “d”).
Por sua vez, o Decreto federal n. 7.217/2010 especifica quais as atividades estão abrangidas
pelos serviços de drenagem e manejo das águas pluviais:
Art. 15. Consideram-se serviços públicos de manejo das águas pluviais urbanas
os constituídos por uma ou mais das seguintes atividades:
I - drenagem urbana;
II - transporte de águas pluviais urbanas;
III - detenção ou retenção de águas pluviais urbanas para amortecimento de
vazões de cheias, e
IV - tratamento e disposição final de águas pluviais urbanas.
Ainda, disciplina a Lei federal n. 11.445/2007 que os serviços públicos de saneamento básico
serão prestados com disponibilidade, em todas as áreas urbanas, de serviços de drenagem e
de manejo das águas pluviais adequados à saúde pública e à segurança da vida e do
patrimônio público e privado.
3.5.1 Modelo Atual de Prestação dos Serviços
Atualmente os serviços de drenagem pluvial são prestados pela própria Administração Pública
direta, através da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços. Não há empresa
contratada para a execução e gestão desses serviços, ficando sob a responsabilidade direta do
Poder Público municipal.
3.5.2 Base Legislativa Atual
Em pesquisa à base de legislação do município de Santa Maria, destacam-se as seguintes
normas que abordam em seu corpo o tema da drenagem e manejos das águas pluviais:
Lei complementar municipal n. 34, de 29 de dezembro de 2004, que dispõe sobre a Política de Desenvolvimento Urbano e sobre o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental do Município de Santa Maria; e
Lei complementar municipal n. 72, de 04 de novembro de 2009, que institui a Lei de Uso e Ocupação do Solo, Parcelamento, Perímetro Urbano e Sistema Viário do Município de Santa Maria.
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Destaca-se a previsão, no artigo 47 da Lei complementar municipal n. 72/2009, da necessidade
dos parcelamentos urbanos preverem uma infraestrutura mínima para sua constituição,
dentre as quais está a elaboração de rede de escoamento das águas pluviais.
Portanto, em que pese as legislações acima mencionadas tratarem sobre alguns pontos
importantes da drenagem e do manejo das águas pluviais, o certo é que o município carece de
um melhor regramento legislativo sobre o tema, assim como ocorre com os demais serviços na
área do saneamento básico.
3.5.3 Contratos Administrativos Vigentes
Como já aduzido no item 3.5.1, os serviços de drenagem pluvial são prestados pela própria
Administração Pública direta, através da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços, de
modo a inexistir contratos administrativos para a execução e gestão desses serviços.
A Administração Pública vale-se de terceiros para a execução de obras estruturantes, quando
necessário, sem que haja, no entanto, qualquer espécie de delegação desses serviços a
terceiros privados ou à estrutura da Administração Pública indireta (autarquia, fundação
pública, empresa pública ou sociedade de economia mista).
3.5.4 Fontes de Receita
Preceitua o artigo 29 da Lei federal n. 11.445/2010:
Art. 29. Os serviços públicos de saneamento básico terão a sustentabilidade
econômico-financeira assegurada, sempre que possível, mediante
remuneração pela cobrança dos serviços:
III - de manejo de águas pluviais urbanas: na forma de tributos, inclusive taxas,
em conformidade com o regime de prestação do serviço ou de suas atividades.
Por sua vez, o artigo 16 do Decreto federal n. 7.217/2010 permite a cobrança pela prestação
do serviço público de manejo de águas pluviais urbanas, devendo-se levar em conta, em cada
lote urbano, o percentual de área impermeabilizada e a existência de dispositivos de
amortecimento ou de retenção da água pluvial, bem como poderá considerar o nível de renda
da população da área atendida e as características dos lotes urbanos e as áreas que podem ser
neles edificadas.
Ocorre que, a exemplo dos serviços de limpeza urbana, os serviços de drenagem e manejo das
águas pluviais guardam nítida natureza de universalidade e indivisibilidade, ou seja, não
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permitem quantificar e individualizar sua prestação para cada cidadão, diferentemente do que
ocorre com os serviços de abastecimento de água, esgotamento sanitário e manejo dos
resíduos sólidos urbanos.
Enfim, não há a possibilidade de ser instituída a cobrança de taxa ou tarifa, devendo esses
serviços ser custeados através dos impostos. Nesse mesmo sentido é a lição da doutrina
especializada:
Na mesma linha de raciocínio, trago à colocação mais uma vez os ensinamentos do professor
Toshio Mukai: Os serviços de manejo de águas pluviais urbanas só podem ser custeados com
recursos hauridos de impostos , por ser genérico”. (PICININ, Juliana; FORTINI, Cristiana (Org.).
Saneamento Básico: Estudos e pareceres à luz da Lei nº 11.445/2007. Belo Horizonte: Fórum,
2009. P.171)
No caso do município de Santa Maria, não há a cobrança de taxas ou tarifas pela prestação dos
serviços de drenagem e manejo das águas pluviais, sendo que deverá a Administração Pública
suportá-los mediante os impostos de competência do próprio Município.
3.6. Modelo Jurídico de Prestação de Serviço
Os serviços de saneamento básico podem ser prestados sob diferentes modelagens jurídicas,
conforme a definição da política pública adotada pela Administração Pública. Atualmente o
ordenamento jurídico brasileiro propicia interessantes instrumentos contratuais para a
prestação dos serviços, todos díspares entre si e com características bem peculiares.
Dentro desse prisma, é importante que o presente planejamento traga as possíveis
modelagens jurídicas para o setor do saneamento, especificando os prós e contras para os
serviços de abastecimento de água, esgotamento sanitário, manejo dos resíduos sólidos
urbanos, limpeza urbana e drenagem e manejos das águas pluviais.
Nesse sentido caminha o Decreto federal n. 7.217/2010, que estabelece as diversas formas de
prestação dos serviços no setor do saneamento básico:
Art. 38. O titular poderá prestar os serviços de saneamento básico:
I - diretamente, por meio de órgão de sua administração direta ou por
autarquia, empresa pública ou sociedade de economia mista que integre a sua
administração indireta, facultado que contrate terceiros, no regime da Lei no
8.666, de 21 de junho de 1993, para determinadas atividades;
II - de forma contratada:
a) indiretamente, mediante concessão ou permissão, sempre precedida de
licitação na modalidade concorrência pública, no regime da Lei no 8.987, de 13
de fevereiro de 1995; ou
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b) no âmbito de gestão associada de serviços públicos, mediante contrato de
programa autorizado por contrato de consórcio público ou por convênio de
cooperação entre entes federados, no regime da Lei n. 11.107, de 6 de abril de
2005; ou
III - nos termos de lei do titular, mediante autorização a usuários organizados
em cooperativas ou associações, no regime previsto no art. 10, § 1º, da Lei n.
11.445, de 2007, desde que os serviços se limitem a:
a) determinado condomínio; ou
b) localidade de pequeno porte, predominantemente ocupada por população
de baixa renda, onde outras formas de prestação apresentem custos de
operação e manutenção incompatíveis com a capacidade de pagamento dos
usuários.
Parágrafo único. A autorização prevista no inciso III deverá prever a obrigação
de transferir ao titular os bens vinculados aos serviços por meio de termo
específico, com os respectivos cadastros técnicos.
Pode-se resumir as formas de prestação dos serviços da seguinte maneira:
Todas as formas acima previstas no Direito Administrativo podem, em tese, ser utilizadas
como modelo jurídico para a prestação dos serviços de saneamento básico1.
1 Existem diferentes formas de classificação da prestação direta e indireta dos serviços públicos.
José dos Santos Carvalho Filho (in Manual de Direito Administrativo. 26ª ed. São Paulo: Atlas, 2013. p.
347), por exemplo, coloca a execução descentralizada como forma indireta de prestação dos serviços,
diferentemente do que está disposto no esquema acima trazido. Adotou-se a forma de prestação direta,
indireta e por gestão associada por melhor retratar as diferenças jurídicas quanto ao tema.
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Independentemente da forma de prestação dos serviços, a titularidade (competência
constitucional) dos serviços nunca é transferida (outorgada ou negociada) para terceiros. O
que pode haver, somente, é a transferência da execução dos serviços, mas, nunca, a
competência material (titularidade), que no caso do saneamento é dos municípios.
Desta forma, passa-se a analisar cada uma dessas modelagens jurídicas de prestação dos
serviços públicos.
3.6.1 Prestação Direta
A prestação direta dos serviços é caracterizada pela própria Administração Pública
executando, sob sua responsabilidade, os serviços públicos, mediante seu pessoal e sua
estrutura, podendo utilizar-se de terceiros para auxiliar nas tarefas intermediárias à prestação
dos serviços.
Essa prestação direta pode dar-se de maneira centralizada ou descentralizada, conforme a
seguir exposto.
3.6.1.1. Prestação Centralizada
A Administração Pública pode valer-se de seus próprios órgãos internos para a prestação dos
serviços públicos no setor do saneamento básico. Nessa modelagem, os serviços ficam sob
responsabilidade direta da Administração Pública, que, através de seu quadro de servidores
públicos e equipamentos (bens públicos), executa os serviços em prol da coletividade.
Tal prestação dos serviços públicos dá-se de forma centralizada em decorrência, justamente,
da própria Administração Pública (Secretarias, Diretorias, Departamentos, etc) ser a executora
material das ações voltadas ao fornecimento dos serviços públicos envolvidos. Esse é o viés
positivo dessa maneira de prestação dos serviços, pois a responsabilidade e o controle da
prestação dos serviços dá-se pelo próprio corpo funcional do Poder Público, que detém todas
as informações e know-how dos serviços.
Todavia, o ponto negativo para esta modelagem de prestação dos serviços encontra-se
materializada justamente no fato de alguns serviços públicos necessitarem de constante
inovação tecnológica, de grande controle operacional e de forte eficiência na sua prestação.
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No Brasil têm-se experiências concretas da prestação dos serviços de forma direta. No setor de
abastecimento de água e esgotamento sanitário, cita-se o caso do município de Porto Alegre,
que presta os serviços através do Departamento Municipal de Águas e Esgotos (DMAE).
Enfim, a qualidade e eficiência da prestação dos serviços dependerá da atuação da própria
estrutura da Administração Pública, pois a esta cabe a responsabilidade de, mediante seus
corpo funcional e seus equipamentos, materializar os serviços aos cidadãos.
3.6.1.2. Prestação Descentralizada
Pode a Administração Pública, diante da necessidade de executar ações e serviços complexos e
de grande interesse para a sociedade, criar estruturas jurídicas próprias para a consecução dos
seus objetivos. No processo de descentralização, o Poder Público delega, por lei, para uma
nova pessoa jurídica, por ele mesmo criada, a responsabilidade para a prestação de
determinadas atividades.
O fundamento jurídico encontra guarida no artigo 37, inciso XIX, da Constituição da República:
Art. 37 (caput)
XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a
instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação,
cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua
atuação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Assim, pode a Administração Pública de qualquer ente Federativo criar autarquia, empresa
pública, sociedade de economia mista ou fundação para a prestação de determinado serviço
público ou atividade econômica.
Têm-se exemplos muito conhecidos, como é o caso, no âmbito da União Federal, da Empresa
Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), responsável pelos serviços postais. No âmbito do
saneamento básico, cita-se como exemplo a Companhia Riograndense de Saneamento
(CORSAN), sociedade de economia mista criada pelo Estado do Rio Grande do Sul.
Ainda, é muito comum a existência de autarquias municipais de abastecimento de água e
esgotamento sanitário, chamadas comumente de SAMAE ou SIMAE, como ocorre com os
municípios de Piracicaba/SP e Jaraguá do Sul/SC. No Rio Grande do Sul, cita-se o município de
Pelotas, que, através Sistema Autônoma de Saneamento de Pelotas (SANEP), descentralizou
(i) a captação, o tratamento e a distribuição de água potável, (ii) a coleta e destinação do lixo,
(iii) a coleta e o tratamento de esgotos sanitários e (iv) a drenagem urbana.
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A vantagem da prestação descentralizada dos serviços públicos mostra-se presente na
possibilidade do Poder Público, através de pessoa jurídica criada especificamente para este
fim, continuar como o efetivo responsável pela materialização dos serviços, mantendo a
expertise, as informações e o controle direto da prestação dos serviços à sociedade. Tal como
ocorre na prestação centralizada, os serviços são prestados pelo próprio Poder Público, através
de estrutura descentralizada e criada especificamente para esta finalidade.
Esta modalidade de prestação de serviços públicos mostra-se mais interessante em relação à
prestação centralizada, na medida em que as autarquias, empresas públicas, sociedades de
economia mista e fundações gozam de maior independência e autonomia funcional em
relação aos órgãos da Administração Direta.
Todavia, aqui se fazem presentes os mesmos pontos negativos existentes no âmbito da
prestação centralizada de serviços públicos, na medida em que os serviços mais especializados,
a exemplo do tratamento e disposição final dos resíduos sólidos, requerem constante avanço
tecnológico, pessoal qualificado e controle ambiental muito rígido.
É claro que existem experiências exitosas no Brasil, como é o caso da PETROBRAS, sociedade
de economia mista criada pela União Federal e responsável por atividades de grande
complexidade tecnológica e intenso risco ambiental (extração e refino de petróleo, entre
outras atividades).
Entretanto, também existem experiências negativas no país, como é o caso de muitas
concessionárias estaduais de abastecimento de água e esgotamento sanitário, que operam
sistemas arcaicos e sem o devido controle operacional, com perdas físicas e financeiras
incompatíveis com o setor2.
O município pode prestar de forma descentralizada os serviços na área do saneamento básico
através de pessoa jurídica criada especificamente para este fim, propiciando maior
independência e autonomia funcional na prestação material desse importante serviço à
coletividade. Todavia, a exemplo da prestação direta, necessitará de corpo funcional
altamente preparado e capacitado para enfrentar as complexidades e as responsabilidades
ambientais inerentes aos serviços públicos em questão.
2 Basta analisarmos os dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento
(SNIS), do Ministério das Cidades, que aponta perdas médias superiores a 40% nos sistemas de abastecimento de água geridos por concessionárias estaduais de água e esgoto.
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Em suma, são pontos positivos dessa modelagem de prestação dos serviços:
criação de pessoa jurídica específica para a prestação dos serviços, com autonomia administrativa e orçamentária;
as receitas são direcionadas diretamente à pessoa jurídica responsável pelos serviços, sem “misturar-se” com o orçamento geral do Município;
os serviços ficam sob controle e responsabilidade do Poder Público, retendo o conhecimento e a experiência.
Por sua vez, são pontos negativos:
dificuldades na obtenção de recursos para ampliação e modernização das estruturas físicas e operacionais;
os investimentos ficam atrelados ao grau de endividamento do Município; os serviços, como regra, não são prestados com a mesma eficiência da iniciativa
privada; há o risco de inchaço administrativo da máquina pública; o risco da prestação dos serviços permanece com o Poder Público.
3.6.2 Prestação Indireta
A prestação dos serviços pode também dar-se por terceiros, isto é, por pessoas jurídicas que
não compõe a estrutura do ente Federativo titular dos serviços públicos. Trata-se das
concessões comuns, das parcerias público-privadas e das permissões de serviços públicos.
3.6.2.1. Concessão Comum
Estabelece o artigo 175 da Constituição da República:
Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob
regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de
serviços públicos.
Parágrafo único. A lei disporá sobre:
I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços
públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as
condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou permissão;
II - os direitos dos usuários;
III - política tarifária;
IV - a obrigação de manter serviço adequado.
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Portanto, as concessões e permissões guardam autorização constitucional e atualmente são
regidas pela Lei federal n. 8.987/1995. O jurista Celso Antônio Bandeira de Mello define com
clareza o instituto da concessão pública:
Concessão de serviço público é o instituto através do qual o Estado atribui o
exercício de um serviço público e alguém que aceita prestá-los em nome
próprio, por sua conta e risco, nas condições fixadas e alteráveis
unilateralmente pelo Poder Público, mas sob garantia contratual de um
equilíbrio econômico- financeiro, remunerando-se pela própria exploração do
serviço, em geral e basicamente mediante tarifas cobradas diretamente dos
usuários do serviço. (BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Curso de Direito
Administrativo. 30 ed. São Paulo, Malheiros Editores, 2013. p.718)
Nesse mesmo sentido caminho as lições de Marcos Juruena Villela Souto, para quem:
As concessões são contratos de natureza tipicamente administrativa, através
dos quais a Administração – poder concedente – transfere ao particular –
concessionário – a realização e exploração, por sua conta e risco, de uma obra
ou serviço público, cabendo a este o direito de remunerar-se através da
cobrança de uma tarifa, paga pelo usuário do serviço. (SOUTO, Marcos Juruena
Villela. Direito administrativo nas concessões, terceirizações, convênios,
consórcios e acordos, outras formas de gestão associada. 5ª Edição. Rio de
Janeiro: Lumen Juris, 2004)
Portanto, as concessões comuns, regidas pela Lei federal n. 8.987/1995, são marcadas pela
delegação, por conta e risco, da prestação de determinado serviço público a um particular, que
será remunerado através de tarifa pública, apta a manter o equilíbrio econômico financeiro do
contrato de concessão. Em suma, os serviços são prestados nos termos definidos pelo Poder
Público, sendo que ao particular cabe prestá-los dentro de um equilíbrio financeiro, definido
quando da realização da licitação pública.
A concessão dos serviços geralmente dá-se por período longo de tempo, sendo comum a
adoção do prazo de 30 anos. Como são contrato de longa duração, é fundamental que haja um
constante e hígido controle dos serviços prestados e das receitas auferidas pelo
concessionário, para que se mantenha o equilíbrio econômico-financeiro do contrato. Não
pode o concessionário sofrer prejuízo ou auferir lucro em desconformidade com a licitação
pública e o contrato de concessão celebrado.
O viés positivo das concessões públicas é a possibilidade dos serviços serem prestados com
maior qualidade e eficiência pelo concessionário privado, com a alocação de recursos públicos
na ampliação e modernização dos bens necessários. É o caso vivenciado, no Brasil, dos serviços
portuário, rodoviário e de energia elétrica.
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Enfim, o modelo das concessões públicas necessita, para seu sucesso, de fiscalização e
controle pelo Poder Público, para que se mantenham cumpridas as regras estabelecidas no
contrato administrativo. Esse é o viés negativo das concessões públicas, pois caso inexistente
essa atuação da Administração Pública haverá perda da qualidade e eficiência dos serviços
ofertados ao cidadão. Aqui as agências de regulação detêm papel decisivo para o sucesso
desse modelo de prestação dos serviços.
Na área do saneamento, são inúmeros os municípios que delegaram para grupos privados a
responsabilidade pela prestação dos serviços públicos. Dá-se como exemplo o município de
Campo Grande/MS, que delegou os serviços de abastecimento de água e esgotamento
sanitário ao concessionário privado; e o município de Itajaí/SC, que delegou os serviços de
coleta e disposição final dos resíduos sólidos urbanos.
Nesses exemplos, o município continua senhor dos serviços públicos, pois não delega a
titularidade dos mesmos, passando o concessionário a prestar os serviços, por sua conta e
risco, mediante a cobrança de tarifa pública, nos termos estabelecidos pelo contrato de
concessão.
No que toca ao instituto da permissão, o artigo 2º, inciso IV da Lei federal n. 8.987/1995 trata-
a como “a delegação, a título precário, mediante licitação, da prestação de serviços públicos,
feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade para seu
desempenho, por sua conta e risco.”.
Deveras, no atual cenário da Lei federal n. 8.987/1995, os institutos da permissão e concessão
mostram-se muito próximos e de difícil distinção, conforme bem abordado pelo jurista José
dos Santos Carvalho Filho:
Realmente, como concluiu o mais alto Pretório, é mais lógico admitir-se que
entre a permissão e a concessão não mais se vislumbrem diferenças do que
tentar identificar pontos distintivos incongruentes, inócuos e não convincentes.
(op. cit., p. 421)
Diante desse cenário de difícil conceituação e definição do instituto da permissão, os contratos
de longo prazo no setor do saneamento estão sendo firmados sob o manto da concessão
pública.
Ademais, a própria Lei federal n. 11.445/2007 dá regramento jurídico para a realização da
concessão dos serviços no setor do saneamento:
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Art. 11. São condições de validade dos contratos que tenham por objeto a
prestação de serviços públicos de saneamento básico:
I - a existência de plano de saneamento básico;
II - a existência de estudo comprovando a viabilidade técnica e econômico-
financeira da prestação universal e integral dos serviços, nos termos do
respectivo plano de saneamento básico;
III - a existência de normas de regulação que prevejam os meios para o
cumprimento das diretrizes desta Lei, incluindo a designação da entidade de
regulação e de fiscalização;
IV - a realização prévia de audiência e de consulta públicas sobre o edital de
licitação, no caso de concessão, e sobre a minuta do contrato.
§ 1º Os planos de investimentos e os projetos relativos ao contrato deverão ser
compatíveis com o respectivo plano de saneamento básico.
§ 2º Nos casos de serviços prestados mediante contratos de concessão ou de
programa, as normas previstas no inciso III do caput deste artigo deverão
prever:
I - a autorização para a contratação dos serviços, indicando os respectivos
prazos e a área a ser atendida;
II - a inclusão, no contrato, das metas progressivas e graduais de expansão dos
serviços, de qualidade, de eficiência e de uso racional da água, da energia e de
outros recursos naturais, em conformidade com os serviços a serem prestados;
III - as prioridades de ação, compatíveis com as metas estabelecidas;
IV - as condições de sustentabilidade e equilíbrio econômico-financeiro da
prestação dos serviços, em regime de eficiência, incluindo:
a) o sistema de cobrança e a composição de taxas e tarifas;
b) a sistemática de reajustes e de revisões de taxas e tarifas;
c) a política de subsídios;
V - mecanismos de controle social nas atividades de planejamento, regulação e
fiscalização dos serviços;
VI - as hipóteses de intervenção e de retomada dos serviços.
§ 3º Os contratos não poderão conter cláusulas que prejudiquem as atividades
de regulação e de fiscalização ou o acesso às informações sobre os serviços
contratados.
§ 4º Na prestação regionalizada, o disposto nos incisos I a IV do caput e nos §§
1º e 2º deste artigo poderá se referir ao conjunto de municípios por ela
abrangidos.
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Assim, as concessões públicas mereceram tratamento especial pelo legislador nacional, por se
tratar de instituto muito importante na prestação dos serviços públicos, especialmente na área
do saneamento básico, onde são vultosos os investimentos necessários para universalizar e
modernizar os bens e serviços existentes. Há um déficit no setor que pode ser suprimido
através do processo de concessão dos serviços, nos termos da Lei federal n. 8.987/1995 e da
Lei federal n. 11.445/2007.
Em suma, são pontos positivos dessa modelagem de prestação dos serviços:
delega para a iniciativa privada os riscos da prestação dos serviços; não há necessidade de criar-se pessoa jurídica e prover-se cargos ou empregos
públicos; compete ao concessionário a cobrança das tarifas públicas e a alocação de
recursos para a realização das obras e modernizações previstas no contrato de concessão;
o Poder Público pode focar suas funções na cobrança de resultados e na qualidade da prestações dos serviços.
Por sua vez, são pontos negativos da concessão comum:
o conhecimento e a experiência dos serviços ficam com a concessionária; caso não haja controle e fiscalização pelo Poder Público, há uma tendência de
perda da qualidade e eficiência na prestação dos serviços ao longo da concessão;
o equilíbrio econômico-financeiro da concessão exige acompanhamento e auditoria constantes da agência de regulação, especialmente quanto à amortização dos bens reversíveis.
3.6.2.2. Parceria Público-Privada
A parceria público-privada (PPP) tem disciplina na Lei federal n. 11.079/2004 e é caracterizada
como sendo um “contrato administrativo de concessão, na modalidade patrocinada ou
administrativa.” (art. 2º).
Assim, a PPP é espécie do gênero “concessão pública”, sendo-lhe, inclusive, aplicáveis algumas
regras da Lei federal n. 8.987/1995, conforme disposto no artigo 3º da Lei federal n.
11.079/2004. Portanto, na parceria público-privada também há a delegação por conta e risco
da prestação dos serviços. Todavia, este risco é compartilhado entre o parceiro público (Poder
Concedente) e o parceiro privado (concessionário). A doutrina especializada caminha nesse
sentido quanto à definição do escopo da PPP:
Dentro dos objetivos da lei, pode o contrato de concessão especial sob regime
de parceria público-privada ser conceituado como o acordo firmado entre a
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Administração Pública e pessoa do setor privado com o objetivo de
implantação ou gestão de serviços públicos com eventual execução de obras ou
fornecimentos de bens, mediante financiamento do contratado,
contraprestação pecuniária do Poder Público e compartilhamento dos riscos e
dos ganhos entre os pactuantes. (CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual
de Direito Administrativo. 26ª ed. São Paulo: Atlas, 2013.p.428)
Duas são as modalidades de parceria público-privada:
a) Concessão patrocinada: é a concessão de serviços públicos ou de obras públicas de que trata a Lei n. 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, quando envolver, adicionalmente à tarifa cobrada dos usuários contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado; e
b) Concessão administrativa: é o contrato de prestação de serviços de que a Administração Pública seja a usuária direta ou indireta, ainda que envolva execução de obra ou fornecimento e instalação de bens.
Portanto, na concessão patrocinada a remuneração do parceiro privado dá-se mediante a
cobrança de tarifa dos usuários mais um valor pago pelo parceiro público. Por sua vez, na
modalidade da concessão administrativa a remuneração do parceiro privado advém do
pagamento realizado pelo parceiro público, sem a cobrança de tarifa pública. Esta diferença é
crucial quanto ao regime das concessões comuns (Lei federal n. 8.987/1995).
Este fato traz uma importante conclusão: a PPP mostra-se interessante quando a arrecadação
das tarifas não cobrir os custos e os investimentos para a delegação dos serviços sob o viés da
concessão comum. Em outras palavras, o regime da concessão comum é mais benéfico para a
Administração Pública, pois (i) delega os serviços por conta e risco exclusivamente do
concessionário e (ii) não impõe a obrigação de alocação de recursos públicos para remunerar o
particular.
Portanto, o instituto da PPP é fundamental para a delegação daqueles serviços em que (i) as
tarifas não cobrem os custos e investimentos necessários para a universalização e (ii) seja
impossível ou inviável a cobrança de tarifa pública. É o caso dos serviços de saneamento
básico, especialmente de drenagem pluvial e limpeza urbana, onde não é possível a instituição
de tarifa pública, conforme já abordado anteriormente (serviço universal e indivisível). A PPP
também pode ser muito útil nos serviços de esgotamento sanitário e manejo de resíduos
sólidos urbanos nos pequenos e médios municípios, onde a densidade população não é capaz
de custear, mediante tarifas módicas, os altos investimentos necessários.
Uma das principais caraterística da parceria público-privada é o compartilhamento dos riscos
entre o Poder Público (parceiro público) e o contratado (parceiro privado). É o que se extrai do
artigo 5º, inciso III da Lei federal n. 11.079/2004:
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Art. 5º As cláusulas dos contratos de parceria público-privada atenderão ao
disposto no art. 23 da Lei no 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, no que couber,
devendo também prever:
III – a repartição de riscos entre as partes, inclusive os referentes a caso
fortuito, força maior, fato do príncipe e álea econômica extraordinária;
Para José dos Santos Carvalho Filho3, tecendo comentários sobre as parcerias público-privadas,
“outra característica consiste no compartilhamento dos riscos, assim entendido o fato de que o
Poder concedente deve solidarizar-se com o parceiro privado no caso da eventual ocorrência de
prejuízos ou outra forma de déficit, (...).”
Em interessante material a respeito das parcerias público-privadas, o Governo do Estado de
Minas Gerais lançou o Manual de Padronização de Regras Chave de Parcerias Público-Privadas,
consolidando a posição de vanguarda de Minas Gerais no tocante ao tema das PPP’s. Do
referido manual, retiram-se valiosas considerações da experiência mineira4:
“Uma das etapas essenciais da construção de uma PPP é a alocação de riscos,
tendo em vista serem contratos de longo prazo e, por isso, sujeitos a inúmeras
influências temporais. Nesse sentido, a vantagem de se tentar definir os riscos
da concessão e os responsáveis por cada evento é que podemos nos prevenir
para minimizar os impactos negativos de episódios danosos.
Para melhor alocar os riscos, deve-se buscar sempre relacioná-los a quem
tenha condições efetivas de lidar com ele. Além disso, pode-se utilizar a
alocação de riscos como forma de incentivo a um melhor desempenho do
parceiro privado (de modo a fazer com que ele tome todos os cuidados
necessários para mitigar aqueles riscos especificamente alocados sob sua
responsabilidade).
Os riscos em PPP variam dependendo das peculiaridades de cada projeto, mas,
geralmente, se resumem nas seguintes categorias: regulatório, político,
financeiro, de desenho, de construção, de operação, de manutenção, de
demanda, legal, ambiental, inflação, de força maior.
Todavia, não se pode esquecer que a alocação dos riscos impacta diretamente
no equilíbrio econômico-financeiro do contrato, e que a atribuição de um risco
ao parceiro privado provavelmente acarretará um aumento do custo do
contrato, uma vez que aquele risco deverá ser contabilizado pelo futuro
concessionário como um possível custo do projeto. Sendo assim, além de se
atribuir o risco a quem efetivamente pode lidar com ele, deve-se alocar o risco
a quem pode lidar com o problema a um menor custo.”
3 in Manual de Direito Administrativo. 26ª. São Paulo: Atlas, 2013. p. 432.
4 disponível em: www.ppp.mg.br, acessado em 22 de julho de 2013. p. 89.
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Desta forma, o compartilhamento dos riscos entre os parceiros público e privado objetiva
diminuir o custo do capital na alocação do projeto ou na prestação do serviço licitado, na
medida em que o parceiro privado vê-se liberado de certos riscos tradicionalmente impostos
ao mesmo nas concessões comuns. É o caso, por exemplo, (i) da não realização das obras
previstas no contrato que estão sob responsabilidade do Poder Público, (ii) das alterações no
cronograma de construção por iniciativa do Poder Concedente e (iii) das alterações dos índices
de desempenho.
Deveras, grande parte desses riscos pode ser enquadrada na teoria do fato do príncipe, do
caso fortuito e da força maior, conforme o caso concreto, devendo restar devidamente
previstas e esmiuçadas na minuta do contrato que acompanha o edital de licitação.
Em suma, são pontos positivos dessa modelagem de prestação dos serviços:
delega para a iniciativa privada grande parcela dos riscos da prestação dos serviços;
não há necessidade de criar-se pessoa jurídica e prover-se cargos ou empregos públicos;
compete ao parceiro privado a responsabilidade pela alocação de recursos para a realização das obras e modernizações previstas no contrato celebrado;
no caso da impossibilidade da cobrança de tarifas públicas, como é o caso dos serviços de drenagem pluvial e limpeza urbana (indivisibilidade e generalidade dos serviços), há a possibilidade de delegação dos serviços através da PPP na modalidade administrativa;
o Poder Público pode compartilhar eventuais ganhos adicionais na PPP; o Poder Público pode focar suas funções na cobrança de resultados e na
qualidade da prestações dos serviços.
Por sua vez, são pontos negativos da parceria público-privada:
o conhecimento e a experiência dos serviços ficam com o parceiro privado; caso não haja controle e fiscalização pelo Poder Público, há uma tendência de
perda da qualidade e eficiência na prestação dos serviços ao longo do contrato; o equilíbrio econômico-financeiro da concessão exige acompanhamento e
auditoria constantes da agência de regulação, especialmente quanto à amortização dos bens reversíveis;
a PPP ainda é pouco compreendida pela Administração Pública e pelos órgãos de fiscalização, o que enseja dificuldades adicionais para sua efetivação.
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3.6.3 Gestão Associada
A gestão associada de serviços públicos encontra suporte constitucional no artigo 214, que
assim reza:
Art. 241. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios disciplinarão
por meio de lei os consórcios públicos e os convênios de cooperação entre os
entes federados, autorizando a gestão associada de serviços públicos, bem
como a transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e bens
essenciais à continuidade dos serviços transferidos. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
A gestão associada de serviços públicos pode ser compreendida como o “exercício das
atividades de planejamento, regulação ou fiscalização de serviços públicos por meio de
consórcio público ou de convênio de cooperação entre entes federados, acompanhadas ou não
da prestação de serviços públicos ou da transferência total ou parcial de encargos, serviços,
pessoal e bens essenciais à continuidade dos serviços transferidos.” (art. 2º. IX, do Decreto
federal n. 6.017/2007)
A Lei de Diretrizes Nacionais do Saneamento Básico é clara em permitir a prestação dos
serviços sob a forma da gestão associada de serviços públicos (art. 241 da Constituição da
República):
Art. 8º Os titulares dos serviços públicos de saneamento básico poderão
delegar a organização, a regulação, a fiscalização e a prestação desses
serviços, nos termos do art. 241 da Constituição Federal e da Lei no 11.107, de
6 de abril de 2005.
Portanto, a gestão associada apresenta-se como mais uma alternativa para o setor do
saneamento básico e pode se dar de duas formas: convênio de cooperação ou consórcio
público. Ambos os institutos encontram disciplina na Lei federal n. 11.107/2005 e no seu
Decreto federal n. 6.017/2007.
3.6.3.1. Convênio de Cooperação
O convênio de cooperação, nos termos do artigo 2º, inciso VIII do Decreto federal n.
6.017/2007, é um “pacto firmado exclusivamente por entes da Federação, com o objetivo de
autorizar a gestão associada de serviços públicos, desde que ratificado ou previamente
disciplinado por lei editada por cada um deles.”
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Portanto, o convênio de cooperação nada mais representa do que a instrumentalização entre
dois ou mais entes da Federação que se unem com o objetivo de celebrarem um acordo para o
planejamento, a regulação, a fiscalização ou a prestação dos serviços públicos.
Esta prática encontra grande regramento no setor do saneamento básico, nos termos da Lei
federal n. 11.445/2007 e do Decreto federal n. 7.217/2010, justamente porque fundamenta o
processo de contratualização das concessionárias estaduais responsáveis pelos serviços de
abastecimento de água e esgotamento sanitário.
Nesse processo, o município celebra convênio de cooperação com o respectivo Estado para a
gestão associada dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário através de
sociedade de economia mista pertencente à Administração Pública estadual. Passo seguinte, o
município celebra contrato de programa com essa concessionária estadual, delegando a
prestação dos serviços por conta e risco desta última, que se remunerará através da cobrança
de tarifas públicas.
Deveras, o modelo acima citado é muito próximo ao regime das concessões públicas, sendo
que a especificidade reside no fato da contratação dar-se por dispensa de licitação (art. 24,
XXVI da Lei federal n. 8.666/1993) e existir uma comunhão de interesses e responsabilidades
entre os entes conveniados.
É bem verdade que existem questionamentos na doutrina especializada quanto à celebração
de contratos de programa por dispensa de licitação pública, conforme se extrai das lições de
Marcos Juruena Villela Souto e Rafael Véras de Freitas:
Desse modo, resta evidente que, por se tratar de disciplina que envolve a
prestação de serviços públicos, há expressa limitação de que tal prerrogativa
seja transferida, sem licitação, para pessoa jurídica de direito privado, ainda
que se trate de sociedade de economia mista ou empresa pública – entes com
personalidade jurídica de direito privado integrantes da Administração
Indireta, posto que a essas entidades deve ser conferido tratamento jurídico
próprio das empresas privadas (art. 173, §1º,I da CRFB). (Prestação dos
Serviços de Saneamento Básico: Contratos de Programa. in PHILIPPI JUNIOR,
Arlindo; GALVÃO JUNIOR, Alceu de Castro (Org.). Gestão de Saneamento
básico: abastecimentos de água e esgotamento sanitário. Barueri, São Paulo.
Manole, 2012. P. 15)
Recentemente, o Tribunal de Justiça do Paraná julgou ação movida pelo Município de Maringá
em face da SANEPAR (concessionária estadual), expondo posição no sentido da necessidade de
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prévia licitação pública (art. 175 da CRFB) para a contratação da referida concessionária
estadual. Cita-se ementa e parte do julgado:
AÇÃO CIVIL PÚBLICA. CONTRATO DE CONCESSÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS DE
SANEAMENTO BÁSICO (ÁGUA E ESGOTO). PRAZO DE TRINTA ANOS. ADITIVO,
CELEBRADO APÓS A VIGÊNCIA DA LEI FEDERAL N.º 8.987/1995,
PRORROGANDO ESSE PRAZO CONTRATUAL. INADMISSIBILIDADE. NULIDADE.
ALEGADA PRESCRIÇÃO QUINQUENAL. INOCORRÊNCIA. RETOMADA DOS
SERVIÇOS PELO PODER CONCEDENTE SOMENTE DEPOIS DE SER A
CONCESSIONÁRIA INDENIZADA (AMORTIZAÇÃO DOS INVESTIMENTOS
REALIZADOS). CONSEQUÊNCIA LÓGICA DA PRETENSÃO DEDUZIDA EM JUÍZO.
RECURSO DE APELAÇÃO PARCIALMENTE CONHECIDO E, NA PARTE CONHECIDA,
DESPROVIDO.
(...)
Ainda, convém registrar que a Lei Federal n.º 8.987/1995, além de especial, é
posterior à Lei de Licitações, de modo que não há que se falar em dispensa de
licitação com fundamento no art. 24, inc. VIII, da Lei Federal n.º 8.666/1993.
Por conseguinte, inexorável a declaração de nulidade de parte da cláusula
primeira do aditivo contratual n.º 186, celebrado em 26.06.1996, no que toca a
prorrogação do contrato de concessão.
Em decorrência disso, afigura-se consequência lógica a retomada, pelo
segundo apelado, dos serviços públicos em questão, haja vista que o contrato
de concessão se findou em 27.08.2010. (TJPR, Apelação Cível n. 867.874-2, rel.
Des Xisto Pereira)
De qualquer forma, o que se vivencia no Brasil é a celebração de contratos de programa entre
os municípios e as concessionárias estaduais de água e esgoto por dispensa de licitação
pública, com fundamento em convênio de cooperação previamente celebrado entre o
município e o respectivo estado da Federação (art. 24, XXVI da Lei federal n. 8.666/1993). Esta
prática tem sido aceita pela grande parcela dos Tribunais pátrios, sem prejuízo das posições
antes destacadas em sentido contrário.
Ainda, a celebração do contrato de programa deve obedecer aos requisitos estabelecidos no
artigo 11 da Lei federal n. 11.445/2007, a exemplo da existência de plano de saneamento
básico, de estudo comprovando a viabilidade técnica e econômico-financeira da prestação
universal e integral dos serviços, nos termos do respectivo plano de saneamento básico; de
normas de regulação que prevejam os meios para o cumprimento das diretrizes estabelecidas
e de prévia audiência e consulta públicas sobre a minuta do contrato de programa.
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Portanto, o convênio de cooperação viabiliza a união de dois ou mais entes da Federação com
o objetivo de, conjuntamente, solucionarem o planejamento, a regulação, a fiscalização ou a
prestação de serviços públicos, a exemplo dos serviços na área do saneamento básico.
3.6.3.2. Consórcio Público
Os consórcios públicos partem da mesma perspectiva do convênio de cooperação, qual seja, a
união de entes da Federação para a gestão associada de serviços públicos. Todavia, aqui os
entes da Federação não celebram mero convênio, mas criam nova pessoa jurídica, composta
por estes entes da Federação.
Nos termos do artigo 2º, inciso I do Decreto federal n. 7.217/2010, o consórcio público é
“pessoa jurídica formada exclusivamente por entes da Federação, na forma da Lei n. 11.107, de
2005, para estabelecer relações de cooperação federativa, inclusive a realização de objetivos
de interesse comum, constituída como associação pública, com personalidade jurídica de
direito público e natureza autárquica, ou como pessoa jurídica de direito privado sem fins
econômicos.”
Desta forma, os municípios podem constituir consórcio público para as atividades de
planejamento, de regulação, de fiscalização ou até de prestação dos serviços públicos, nos
termos do artigo 8º da Lei federal n. 11.445/2007.
Ademais, o consórcio público pode ser instituído com o objetivo de gestão dos serviços, isto é,
congregar dois ou mais entes da Federação para que em conjunto definam como se dará a
prestação dos serviços, sendo permitido, inclusive, que promovam a concessão dos serviços
nos seus territórios. Este modelo mostra-se ideal para os pequenos e médios municípios, que,
individualmente, não se apresentam viáveis ao processo de concessão comum. Unidos,
ganham capilaridade e densidade demográfica, o que permite o melhor equacionamento dos
interesses de todos os entes consorciados.
Sobre o tema, válidas as considerações de Fernando Vernalha Guimarães:
Os consórcios públicos foram introduzidos no direito brasileiro a partir da Lei nº
11.107, que regulamentou o art. 241 da Constituição Federal. São pessoas
jurídicas de direito público ou privado, criadas por lei específica, formadas
associativamente a partir da conjunção de duas ou mais pessoa políticas para
a gestão associada de serviços públicos. Como sujeitos de direitos, podem ser
encarregados da gestão e prestação de serviços públicos.
Alias, é indubitável que, assim como se passa com as autarquias, quando
formatados com personalidade jurídica de direito público, os consórcios
públicos são aptos a receber competências próprias das pessoas politicas,
pondo-se na condição de exercitar ou de compartilhar funções atribuições de
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poder concedente de serviços públicos (sempre se pressupondo reserva da
titularidade do serviço público às pessoas politicas sujeitos dos consórcios
públicos).
Os consórcios públicos podem ser uma relevante alternativa na configuração
de concessões (e PPPs), envolvendo a convergência de interesses de municípios
brasileiros. Configuram-se um instrumento de conjugação de esforços para
viabilizar o uso do modelo concessionário por municípios individualmente
destituídos de condições adequadas de fiscalização e controle tutelar sobre a
execução da concessão de serviços públicos. (in Concessão de serviço público.
São Paulo: Saraiva,2012. P. 165)
Com relação aos resíduos sólidos urbanos, Marcos Paulo Marques Araújo faz importantes
colocações sobre o tema:
Uma vez que o Município é o titular do serviço de limpeza urbana e manejo de
resíduos sólidos de RSU, é possível afirmar que poderá prestá-lo, direta ou
indiretamente, pela via concessão ou permissão (art.30, inc. V e art. 175 da
CF/88), sem prejuízo de promover a terceirização das suas atividades materiais,
sempre mediante prévio processo licitatório, exceto nas hipóteses de dispensa
ou inexigibilidade de licitação. Acrescente-se, ainda, que poderá contratar
consorcio público ou firmar convenio de cooperação com outros entes da
Federação para promover a gestão associada desses serviços e,
posteriormente, concretizá-la mediante contrato de programa, segundo as
normas da Lei nº 11.107/05, Lei de Consórcios Públicos (LCP) e do Decreto nº
6.017/07, que regulamentou. (in Serviço de limpeza urbana à luz da Lei de
Saneamento Básico: regulação e concessão da disposição final de lixo. Belo
Horizonte: Fórum, 2008. P. 176)
Assim, os consórcios públicos mostram-se, a exemplo das concessões, da PPP e do convênio de
cooperação, como importante ferramenta para a prestação dos serviços públicos na área do
saneamento básico. São vários os arranjos jurídicos possíveis de serem trabalhados no âmbito
da Lei dos Consórcios Públicos (Lei federal n. 11.107/2005), podendo o consórcio ser o
prestador material do serviço público ou seu mero gestor, permitindo, inclusive, que o
consórcio público celebre o contrato de concessão ou de PPP em nome dos entes
consorciados.
Em suma, são pontos positivos da gestão associadas de serviços públicos:
dá-se efetividade ao Federalismo de cooperação, com a união dos entes da Federação para a consecução de objetivo comum;
o conhecimento e a experiência dos serviços ficam com o Poder Público, através da Administração Direta ou Indireta dos entes da Federação;
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ganha-se escala (custo/benefício) com a prestação dos serviços através da gestão associada (convênio de cooperação e consórcio público).
Por sua vez, são pontos negativos da gestão associada de serviços públicos:
dificuldades na obtenção de recursos para ampliação e modernização das estruturas físicas e operacionais;
os investimentos ficam atrelados ao grau de endividamento do Município/Estado;
os serviços, como regra, não são prestados com a mesma eficiência da iniciativa privada;
há o risco de inchaço administrativo da máquina pública; o risco da prestação dos serviços permanece com o Poder Público; no caso de celebração de convênio de cooperação entre o Município e o Estado
para a contratação (contrato de programa) da concessionária estadual de abastecimento de água e esgotamento sanitário (CORSAN), há necessidade das metas estarem devidamente estabelecidas, sob pena de novamente não serem realizados os investimentos necessários para a universalização dos serviços.
3.6.4 Conclusão
São variados os modelos jurídicos de prestação dos serviços na área do saneamento básico. A
prestação direta (centralizada e descentralizada), a prestação indireta (concessão comum,
permissão e parceria público-privada) e a gestão associada de serviço público (convênio de
cooperação e consórcio público) são formas de prestação dos serviços devidamente
permitidas e disciplinadas no ordenamento jurídico brasileiro.
Não existe o melhor modelo jurídico. Todos são aptos ao sucesso e ao fracasso. Há que se
analisar caso a caso, município a município, para se compreender qual o melhor modelo
jurídico frente a cada realidade.
Para as situações em que são necessários vultosos investimentos para a implementação ou
regularização dos serviços prestados, onde a Administração Pública não detém os recursos
necessários para tanto, as concessões e as PPP’s mostram-se como caminho muito
interessante para a solução dos problemas, especialmente pela agilidade da iniciativa privada
na viabilização dos recursos e na realização das obras necessárias.
Por sua vez, em municípios onde os serviços públicos não requerem grandes investimentos, a
prestação pode dar-se através de autarquia municipal, a fim de manter maior controle do
Poder Público em setor tão importante para a sociedade, a exemplo do fornecimento de água
potável.
Para os pequenos municípios, a formação de consórcio público é imperioso instrumento para
ganho de escala e equacionamento dos problemas comuns.
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Ainda, cada modelo antes apresentado detém pontos positivos e negativos em relação aos
demais, conforme já abordado anteriormente, cabendo ao Chefe do Poder Executivo a tomada
da decisão de qual o melhor modelo para cada serviço público.
No caso de Santa Maria, todos os modelos jurídicos podem ser utilizados pela Administração
Pública para a prestação dos serviços.
A criação de autarquia municipal para a prestação de quaisquer dos serviços de saneamento
básico apresenta-se como interessante modelo para o município de Santa Maria,
especialmente pelo fato de permitir que a Administração Pública possa arrecadar as tarifas e
prestar, através de seu próprio corpo funcional, os serviços em prol da sociedade. Nesse
modelo, todo o conhecimento, a informação e a expertise dos serviços permanecem com a
Administração Pública, situação esta que não ocorre quando os serviços são delegados para
terceiros (concessão comum ou PPP).
Observou-se ainda, que é possível identificar sustentabilidade e viabilidade do sistema através
das tarifas arrecadadas (Água e Esgoto) se analisado na escala temporal de 10 anos (2002-
2011), visto que em alguns anos o sistema gerou prejuízo.
Se nos referimos à etapa 7, fica claro que com a estrutura tarifaria atual e os investimentos
requeridos para atingir as metas de cobertura de serviço definidas, a concessão dos serviços
de água e esgoto de Santa Maria é uma operação financeiramente sustentável:
- Para um cenário conservador em que se mantém a despesa operacional atual, ou seja, sem
melhoria da eficiência operacional, a Taxa Interna de Retorno (TIR) do projeto fica em mais de
15% (valor nominal, ou seja, contando inflação);
- Considerando a hipótese realista de melhoria de eficiência (redução da despesa operacional
para valores comparáveis com os de cidades brasileiras de características semelhantes, com
melhor desempenho), o valor da TIR aumenta para 31%.
A título de comparação, o BNDES Project Finance exige, para financiar um projeto, uma TIR
mínima de 8% em termos reais, ou seja, aproximadamente 15% em valor nominal. Significa
isto que um projeto com uma TIR de 15%, é um projeto sustentável, e até rentável para o
BNDES. Uma TIR de 31% em valor nominal corresponde a uma TIR de 23% em valor real e
portanto triplicaria o limiar de rentabilidade exigido pelo BNDES. Não é portanto exagerado
afirmar que a concessão de água e saneamento em Santa Maria é um negócio que tem um
potencial de elevada rentabilidade, sempre que sua gestão seja eficiente.
Ademais, nada obsta que a autarquia municipal terceirize parcela dos serviços inerentes ao
abastecimento de água, esgotamento sanitário, manejo dos resíduos sólidos e drenagem
pluvial, tendo em vista a complexidade técnica e operacional de determinadas atividades. Tal
prática é comum nas autarquias municipais em funcionamento, que acabam por terceirizar,
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por exemplo, os serviços de leitura e faturamento de água e esgoto ou a disposição final dos
resíduos sólidos urbanos (aterro sanitário).
Feitas estas considerações, ao escolher os modelos adequados à realidade do Município,
devem-se atentar a necessidade da alocação de vultosos recursos nos sistemas de saneamento
básico, pois se estes requererem significativos investimentos em curto prazo, muito difícil de
serem alcançados somente através do orçamento do Poder Público municipal, será necessária
a contratação de operações de crédito junto ao BNDES ou outros agentes financeiros.
Importante destacar que as metas, os investimentos e os indicadores estabelecidos neste
Plano de Saneamento Básico deverão ser cumpridos pelos prestadores de serviços públicos.
Este fato detém grande relevância especialmente nos serviços de abastecimento de água e
esgotamento sanitário, onde as concessionárias estaduais, a exemplo da CORSAN, procuram
impor um cronograma próprio de investimentos, sem observância das regras previstas em
cada Plano Municipal de Saneamento Básico.
Compete à Administração Pública impor o cumprimento de todos os termos do Plano
Municipal de Saneamento Básico, não dispondo de discricionariedade para alterar ou
sobrestar o cumprimento das metas, dos investimentos e das demais obrigações previstas no
planejamento municipal.
Existe uma questão importante, relacionado com a escolha do modelo de prestação de
serviço. Pelo contrato de concessão atual, Santa Maria sofre um défice de investimento
estimado em R$ 45 milhões (ver etapa 7), correspondente à diferença entre o valor dos
investimentos realizados depreciados e o valor estimado dos investimentos que deviam ter
sido realizados por contrato. Ressaltamos que este valor é uma estimação, baseada na pouca
informação existente e não deve ser tomado como exato.
Em suma, há que se implementar um modelo de prestação dos serviços que possa, de forma
eficiente e sustentável, cumprir com os objetivos, as metas, os indicadores e as obrigações
impostas neste Plano Municipal de Saneamento Básico.
3.7. Regulação dos Serviços de Saneamento Básico
Com o advento da Lei n. 11.445, em 5 de janeiro de 2007, abre-se no Brasil mais um campo de
regulação dos serviços públicos: o saneamento básico. A regulação apresenta-se como um dos
eixos centrais da Política Nacional de Saneamento Básico, juntamente com os planos
municipais de saneamento e os prestadores dos serviços públicos.
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A atividade de regulação pode ser compreendida como sendo a função administrativa
desempenhada pelo Poder Público para normatizar, controlar e fiscalizar as atividades
econômicas ou a prestação de serviços públicos por particulares.
As atividades de regulação são geralmente exercidas por agências independentes, sob a forma
de autarquias especiais, que gozam de autonomia administrativa, orçamentária e decisória.
Para Bandeira de Mello (op, cit., 2013, p. 169-170), “as agências reguladoras são autarquias
sob regime especial, ultimamente criadas com a finalidade de disciplinar e controlar certas
atividades.”
Nesse cenário regulatório relativamente consolidado no Brasil, em que inúmeros setores da
economia já sofrem regulação estatal (energia elétrica, petróleo, saúde, aviação, entre outras),
os serviços públicos de saneamento básico também passam a ser regulados.
A regulação dos serviços de saneamento básico encontra disciplina na Lei federal n.
11.445/2007, que assim estabelece:
Art. 9º O titular dos serviços formulará a respectiva política pública de
saneamento básico, devendo, para tanto:
II - prestar diretamente ou autorizar a delegação dos serviços e definir o ente
responsável pela sua regulação e fiscalização, bem como os procedimentos de
sua atuação;
Percebe-se que a regulação dos serviços de saneamento é obrigatória, devendo cada
município estabelecer quem executará as atividades de regulação e fiscalização.
Deveras, a regulação, nos termos do artigo 22 da Lei federal n. 11.445/2007, objetiva:
estabelecer padrões e normas para a adequada prestação dos serviços e para a satisfação dos usuários;
garantir o cumprimento das condições e metas estabelecidas;
prevenir e reprimir o abuso do poder econômico, ressalvada a competência dos órgãos integrantes do sistema nacional de defesa da concorrência; e
definir tarifas que assegurem tanto o equilíbrio econômico e financeiro dos contratos como a modicidade tarifária, mediante mecanismos que induzam a eficiência e eficácia dos serviços e que permitam a apropriação social dos ganhos de produtividade.
Ainda, compete à entidade de regulação dos serviços no setor do saneamento básico expedir
normas relacionadas com o escopo técnico, econômico e social, nos termos do artigo 23 da Lei
federal n. 11.445/2007:
Art. 23. A entidade reguladora editará normas relativas às dimensões técnica,
econômica e social de prestação dos serviços, que abrangerão, pelo menos, os
seguintes aspectos:
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I - padrões e indicadores de qualidade da prestação dos serviços;
II - requisitos operacionais e de manutenção dos sistemas;
III - as metas progressivas de expansão e de qualidade dos serviços e os
respectivos prazos;
IV - regime, estrutura e níveis tarifários, bem como os procedimentos e prazos
de sua fixação, reajuste e revisão;
V - medição, faturamento e cobrança de serviços;
VI - monitoramento dos custos;
VII - avaliação da eficiência e eficácia dos serviços prestados;
VIII - plano de contas e mecanismos de informação, auditoria e certificação;
IX - subsídios tarifários e não tarifários;
X - padrões de atendimento ao público e mecanismos de participação e
informação;
XI - medidas de contingências e de emergências, inclusive racionamento;
Tem-se, desta forma, que a agência de regulação possui papel decisivo no setor do
saneamento básico, especialmente diante do seu caráter normatizador e fiscalizador. É através
da regulação que o Poder Público acompanhará, monitorará e penalizará as atividades e
condutas do prestador dos serviços públicos e o cumprimento dos contratos celebrados.
Ainda, compete à entidade de regulação a análise e autorização dos pleitos de reajuste e
revisão tarifária praticados no setor do saneamento básico.
Nesse cenário, mostra-se fundamental a existência de agência de regulação devidamente
estruturada e capaz de enfrentar a complexidade da definição da base tarifária dos serviços na
área do saneamento básico.
Isto porque a composição das tarifas leva em consideração uma gama de informações
econômicas, financeiras e contábeis, além, claro, da verificação do cumprimento das metas
estabelecidas no contrato celebrado ou na legislação do ente titular.
No caso da CORSAN, por exemplo, para a definição da base tarifária a ser aplicada em Santa
Maria, faz-se necessárias as seguintes informações mínimas:
custo direto e indireto, por categoria, dos serviços prestados;
investimentos realizados em bens reversíveis;
amortização e depreciação da base de bens reversíveis;
taxa interna de remuneração (TIR) sobre os investimentos reconhecidos pela agência;
fluxo de caixa da concessionária;
receitas diretas e indiretas auferidas;
histograma do volume de água consumido e faturado;
previsão dos custos e investimentos a curto, médio e longo prazo.
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Ressalta-se que todas essas informações devem ser inerentes ao município de Santa Maria,
isto é, não podem englobar a companhia estadual como um todo, pois a Lei federal n.
11.445/2007 caminha no sentido da separação dos registros contábeis para fins de
individualização da base tarifária. Cita-se o artigo 18 da Lei de Diretrizes Nacionais do
Saneamento:
Art. 18. Os prestadores que atuem em mais de um Município ou que prestem
serviços públicos de saneamento básico diferentes em um mesmo Município
manterão sistema contábil que permita registrar e demonstrar,
separadamente, os custos e as receitas de cada serviço em cada um dos
Municípios atendidos e, se for o caso, no Distrito Federal.
Parágrafo único. A entidade de regulação deverá instituir regras e critérios de
estruturação de sistema contábil e do respectivo plano de contas, de modo a
garantir que a apropriação e a distribuição de custos dos serviços estejam em
conformidade com as diretrizes estabelecidas nesta Lei.
Dentro dessa seara de competências, os prestadores de serviços públicos de saneamento
básico deverão fornecer à entidade reguladora todos os dados e informações necessários para
o desempenho de suas atividades, na forma das normas legais, regulamentares e contratuais
(art. 25 da Lei federal n. 11.445/2007). A esses documentos deverá a agência dar publicidade e
elaborar relatórios de acompanhamento dos serviços, zelando pelo interesse da coletividade.
Por fim, ainda compete a entidade reguladora a verificação do cumprimento dos planos de
saneamento por parte dos prestadores de serviços (art. 20, par. único, da Lei federal n.
11.445/2007).
3.7.1 Regulação Atual dos Serviços
Atualmente, o município de Santa Maria não possui entidade de regulação constituída, nem
promoveu a delegação para qualquer outra agência de regulação já constituída.
Desta forma, inexiste a regulação dos serviços de abastecimento de água, esgotamento
sanitário, manejo de resíduos sólidos, limpeza urbana e drenagem e manejo das águas pluviais
em Santa Maria, o que prejudica a fiscalização da qualidade, da eficiência e do cumprimento
das metas assumidas nos contratos celebrados pela municipalidade, a exemplo do contrato de
concessão celebrado com a CORSAN.
Assim, nos termos do artigo 9º, inciso II da Lei federal n. 11.445/2007, deverá o Município ciar
uma entidade de regulação ou delegar para que alguma agência já constituída executar as
atividades de regulatórias dos serviços de saneamento básico.
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3.7.2 Modelo de Regulação dos Serviços
Inicialmente, é importante destacar que as atividades de regulação somente podem ser
desenvolvidas por entidades que detenham determinadas características organizacionais.
Estabelece o artigo 21 da Lei federal n. 11.445/2007 que o exercício da função de regulação
atenderá aos seguintes princípios da independência decisória, incluindo autonomia
administrativa, orçamentária e financeira da entidade reguladora, devendo a entidade de
regulação primar pela transparência, tecnicidade, celeridade e objetividade das decisões.
Quanto aos modelos de regulação possíveis no ordenamento jurídico pátrio, os mesmos estão
consolidados no artigo 31 do Decreto federal n. 7.217/2010, que reza:
Art. 31. As atividades administrativas de regulação, inclusive organização, e de
fiscalização dos serviços de saneamento básico poderão ser executadas pelo
titular:
I - diretamente, mediante órgão ou entidade de sua administração direta ou
indireta, inclusive consórcio público do qual participe; ou
II - mediante delegação, por meio de convênio de cooperação, a órgão ou
entidade de outro ente da Federação ou a consórcio público do qual não
participe, instituído para gestão associada de serviços públicos.
§ 1º O exercício das atividades administrativas de regulação de serviços
públicos de saneamento básico poderá se dar por consórcio público constituído
para essa finalidade ou ser delegado pelos titulares, explicitando, no ato de
delegação, o prazo de delegação, a forma de atuação e a abrangência das
atividades a ser desempenhadas pelas partes envolvidas.
§ 2º As entidades de fiscalização deverão receber e se manifestar
conclusivamente sobre as reclamações que, a juízo do interessado, não tenham
sido suficientemente atendidas pelos prestadores dos serviços.
Do artigo em questão retira-se que a regulação pode dar-se, basicamente, de três maneiras
distintas:
Criação de agência de regulação municipal;
Criação de agência de regulação no formato de consórcio público;
Delegação para agência de outro ente Federativo ou de consórcio do qual não participe.
Em todos os formatos já existem experiências concretas e exitosas no Brasil.
No caso da agência de regulação municipal (autarquia municipal em regime especial), citam-se
os exemplos dos municípios de Cachoeiro de Itapemirim/ES (Agência Municipal de Regulação
dos Serviços Públicos Delegados - AGERSA) e de Joinville/SC (Agência Municipal de Regulação e
Serviços de Água e Esgoto - AMAE).
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No âmbito da regulação através de consórcio público, cita-se o exemplo da Agência
Reguladora Intermunicipal de Saneamento (ARIS), atualmente formada por 155 municípios
catarinenses, com sede em Florianópolis e precursora na regulação na forma consorciada no
Brasil. Esta agência consorcial regula e fiscaliza todos os serviços de saneamento básico nos
municípios consorciados.
Por fim, tem-se a possibilidade de delegação das atividades regulatórias para agência já
constituída por outro ente da Federação. Esta é a prática adotada pela maioria dos municípios
brasileiros, que delegam a responsabilidade da regulação para a agência de regulação
pertencente ao respectivo estado da Federação. Em regra, as concessionárias estaduais têm
sido reguladas pelas agências reguladoras estaduais, numa busca dos estados da Federação
deixarem tanto a prestação quanto a regulação dos serviços sob sua responsabilidade.
No Rio Grande do Sul, existe a Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados
do Rio Grande do Sul (AGERGS), autarquia criada em 09 de janeiro de 1997 na forma da Lei
estadual n. 10.931, dotada de autonomia financeira, funcional e administrativa, com sede em
Porto Alegre. A AGERGS atua nas áreas de saneamento, energia elétrica, pólos de concessões
rodoviárias, hidrovias, irrigação, transportes intermunicipais de passageiros e estações
rodoviárias. A AGERGS não regula os serviços de manejo dos resíduos sólidos urbanos, limpeza
pública e drenagem e manejos das águas pluviais.
De qualquer forma, todos os modelos são aptos e válidos para o exercício da regulação e
fiscalização dos serviços na área do saneamento básico.
O modelo de agência de regulação municipal tende a ser o mais eficaz para a proteção dos
interesses do município, na medida em que seus técnicos e sua estrutura estarão
integralmente voltados para a regulação dos serviços prestados em Santa Maria. Em
contrapartida, tende a ser o modelo mais oneroso de regulação, isto é, suas taxas de regulação
serão, em regra, superiores as praticadas pelas agências nos modelos consorciada ou estadual.
A regulação por consórcio público e pela AGERGS tem a questão do ganho de escala como
ponto forte, pois como englobam vários municípios seu custo de regulação é menor do que o
praticado pela agência municipal, se comparado o valor por economia ou o valor por habitante
envolvido. Em contraponto, esses modelos não conseguem acompanhar, diariamente, a
qualidade e eficiência dos serviços prestados em cada município envolvido, pois a regulação
dá-se num cenário mais amplo e a fiscalização in loco é realizada de forma espaçada
(trimestralmente, semestralmente ou anualmente).
A AGERGS pratica, atualmente, uma taxa de regulação de 0,5% sobre o faturamento bruto dos
serviços regulados de abastecimento de água e esgotamento sanitário nos municípios
regulados (informações obtidas em: www.agergs.rs.gov.br). As agências de regulação
municipais têm aplicado uma taxa de regulação em torno de 1,5 a 3% sobre o faturamento
bruto dos serviços prestados.
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No caso do município de Santa Maria, conforme dados financeiros de faturamento dos
serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário constante neste Plano, a receita
de água e esgoto ultrapassa, anualmente, o montante de R$ 100 milhões, de modo que há,
sem dúvidas, a viabilidade financeira assegurada para a criação de uma agência de regulação
municipal, com a instituição de taxa de regulação não superior a 2,5% do faturamento dos
serviços regulados.
Cabe, diante desses elementos, à Administração Pública averiguar qual desses modelos é mais
interessante para a realidade do município de Santa Maria, principalmente diante do atual
cenário de qualidade dos serviços e do custo hipotético de manutenção dessa agência, sendo
certo que a agência reguladora municipal estará muito mais próxima e concatenada com os
problemas vivenciados pela sociedade local.
4 INSTRUMENTO LEGAL
4.1. Introdução
Dentro do prisma de criação de uma agência de regulação municipal em Santa Maria,
importante a elaboração de um anteprojeto de lei que vislumbre as atribuições, a estrutura
funcional, os órgãos internos e suas competências, o custeio da agência, as penalidades
cabíveis de imputação, entre outros temas correlatos ao funcionamento de uma agência de
regulação.
Desta forma, o Anexo I contém proposta de anteprojeto de lei de criação da Agência de
Regulação dos Serviços de Saneamento Básico de Santa Maria – ARSAMA, autarquia municipal
em regime especial e responsável pela regulação e fiscalização dos serviços relacionados ao
saneamento básico.
Por sua vez, no Anexo II consta o anteprojeto de lei da Política Municipal de Saneamento
Básico de Santa Maria. Esta lei disciplinará a respeito do Plano Municipal de Saneamento
Básico, da Conferência Municipal de Saneamento Básico, do Conselho Municipal de
Saneamento Básico e do Sistema Municipal de Informações em Saneamento Básico, a partir
das regras já estabelecidas pela legalização nacional.
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Têm-se, assim, dois anteprojetos de lei de suma importância para a municipalidade, que
proporcionarão importante mecanismo legal para a efetivação das políticas públicas no setor
do saneamento em Santa Maria.
4.2. Anexo I
Anteprojeto de Lei n. XX, de XX de junho de 2013.
Cria a Agência de Regulação dos Serviços de
Saneamento Básico de Santa Maria – ARSAMA e dá
outras providências.
O Prefeito Municipal de Santa Maria, no exercício de suas atribuições, faz saber que a Câmara
de Vereadores de Santa Maria aprovou e ele sanciona a presente lei:
Capítulo I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1º Fica criada a Agência de Regulação dos Serviços de Saneamento Básico de Santa Maria -
ARSAMA, entidade integrante da Administração Pública municipal indireta, submetida ao
regime autárquico especial, vinculada ao Gabinete do Prefeito Municipal, dotada de poder de
polícia e de autonomia administrativa, financeira e orçamentária, com a finalidade de
estabelecer as políticas e desenvolver ações voltadas para a regulação, o controle e a
fiscalização dos serviços públicos de abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza
pública, manejo dos resíduos sólidos e drenagem pluvial no Município de Santa Maria.
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§ 1º Para fins de aplicação da presente lei, considera-se prestador de serviços o
concessionário, permissionário, terceirizado ou qualquer órgão ou pessoa jurídica integrante
do Poder Público que preste quaisquer dos serviços públicos elencados no caput deste artigo.
§ 2º A ARSAMA terá sede e foro na cidade de Santa Maria/SC.
Capítulo II
DAS ATRIBUIÇÕES E COMPETÊNCIAS
Art. 2º À Agência compete adotar as medidas necessárias para o atendimento do interesse
público e para o desenvolvimento sustentável da prestação dos serviços de saneamento
básico, atuando com independência, imparcialidade, eficiência, legalidade, impessoalidade,
publicidade, cabendo-lhe especialmente:
I - promover a regulação, o controle e a fiscalização da prestação dos serviços de saneamento
básico, observando os dispositivos legais, contratuais e conveniais existentes, exercendo o
correspondente poder de polícia em relação à prestação dos serviços regulados, impondo
sanções e medidas corretivas, quando for o caso;
II - regular a prestação dos serviços públicos de saneamento básico, através da fixação de
normas, regulamentos e instruções relativos, no mínimo:
a) aos padrões e indicadores de qualidade dos serviços regulados;
b) aos requisitos operacionais e de manutenção dos sistemas;
c) às metas progressivas de expansão e de qualidade dos serviços e os respectivos prazos;
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d) ao regime, estrutura e níveis tarifários, bem como aos procedimentos e prazos de sua
fixação, reajuste e revisão;
e) à medição, faturamento e cobrança de serviços;
f) ao monitoramento dos custos;
g) à avaliação da eficiência e eficácia dos serviços prestados;
h) ao plano de contas e mecanismos de informação, auditoria e certificação;
i) aos subsídios tarifários e não tarifários;
j) aos padrões de atendimento ao público e mecanismos de participação e informação; e
k) às medidas de contingências e de emergências, inclusive racionamento.
III - buscar o equilíbrio econômico-financeiro dos contratos de concessão e permissão, com
modicidade das tarifas e justo retorno dos investimentos;
IV - requisitar à Administração e aos prestadores dos serviços públicos municipais regulados, as
informações convenientes e necessárias ao exercício de sua função regulatória, guardando o
sigilo legal, quando for o caso, bem como determinar diligências que se façam necessárias ao
exercício de suas atribuições;
V - moderar, dirimir ou arbitrar conflitos de interesses entre o Poder Público e as prestadoras
de serviços e entre estas e os consumidores, no limite das atribuições previstas em lei;
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VI - permitir o amplo acesso dos interessados às informações sobre a prestação dos serviços
públicos regulados e sobre as suas próprias atividades, salvo quando protegidos pelo sigilo
legal;
VII - avaliar os planos e programas de metas e investimentos dos prestadores de serviços,
visando garantir a adequação desses programas à continuidade da prestação dos serviços em
conformidade com as metas e disposições contidas no Plano Municipal de Saneamento Básico,
nos contratos celebrados e nos demais instrumentos legais da Política Municipal de
Saneamento Básico;
VIII - realizar audiências e consultas públicas referentes à prestação dos serviços públicos
regulados;
IX - manifestar-se sobre as propostas de alterações dos instrumentos contratuais,
apresentadas pelos prestadores de serviços públicos, para subsidiar as decisões da
Administração Pública;
X - analisar e aprovar os Manuais de Serviços e Atendimento propostos pelos prestadores de
serviços públicos regulados;
XI - analisar e conceder a revisão e o reajuste das tarifas, mediante estudos apresentados pelas
prestadoras de serviços, bom como autorizar o aditamento dos contratos de saneamento
básico;
XII - manifestar-se sobre as propostas de legislação e normas que digam respeito ao
saneamento básico;
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XIII - prestar informações, quando solicitadas, ao Conselho Municipal de Saneamento Básico e
ao Conselho de Regulação, bem com interagir com os mesmos na busca da maior
transparência, eficiência e qualidade dos serviços prestados à população;
XIV - realizar, semestralmente, na forma prevista em regulamento, audiências públicas com o
intuito de informar sobre a qualidade dos serviços e o cumprimento ou não dos marcos
regulatórios e indicadores estabelecidos para os serviços de saneamento básico prestados à
população;
XV - celebrar convênios e firmar contratos para a execução de suas competências;
XVI - arrecadar e aplicar suas receitas;
XVII - elaborar seu Regimento Interno;
XVIII - elaborar e fazer cumprir o Código de Ética pertinente à atuação dos seus dirigentes e
servidores públicos; e
XIX - decidir sobre as matérias de sua competência, nos termos da legislação vigente.
Capítulo III
DA ATIVIDADE E FISCALIZAÇÃO
Art. 3º O exercício das atividades de regulação, controle e fiscalização da prestação dos
serviços de saneamento básico far-se-á segundo os dispositivos desta lei e dos seus
regulamentos, das demais normas legais pertinentes, bem como dos instrumentos de
delegação e contratualização.
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Art. 4º Os atos da ARSAMA deverão ser sempre acompanhados de exposição formal dos
motivos que os justifiquem.
Art. 5º As minutas dos atos normativos serão submetidas ao Conselho de Regulação, para
abertura de consulta e audiência pública.
Art. 6º Qualquer usuário dos serviços terá o direito de peticionar à Agência.
Capítulo IV
DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL
Art. 7º A ARSAMA terá a seguinte estrutura administrativa:
I – Diretoria Geral;
II - Diretoria de Abastecimento d e Água e Esgotamento Sanitário;
III – Diretoria de Drenagem pluvial e Resíduos Sólidos;
IV – Diretoria Jurídica;
V – Ouvidoria e,
VI – Conselho de Regulação.
§ 1º O cargo de Diretor-Presidente, de Diretor de Administração e Finanças, de Diretor
Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário, de Diretor de Drenagem Pluvial e Resíduos
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Sólidos, de Diretor Jurídico e os membros do Conselho de Regulação da ARSAMA serão
preenchidos por profissionais nomeados pelo Prefeito Municipal, após sabatina e aprovação
de cada indicado pela Câmara Municipal de Vereadores, observados os requisitos da presente
lei.
§ 2º O provimento e a exoneração são de responsabilidade do Prefeito Municipal, observado o
disposto nesta lei.
§ 3º O cargo de será preenchido por livre nomeação e exoneração do Diretor-Presidente da
ARSAMA, e não gozará de mandato.
Art. 8º A Diretoria Geral será exercida pelo Diretor-Presidente, sendo este a autoridade pública
revestida dos poderes legais para exercer a regulação, o controle e a fiscalização da prestação
dos serviços de saneamento de competência do Município, dirigindo, para esse fim, a
estrutura executiva da ARSAMA.
Art. 9º Os Diretores, o Ouvidor e os membros do Conselho de Regulação da ARSAMA deverão
satisfazer, simultaneamente, as seguintes condições:
a) ser brasileiro;
b) possuir reputação ilibada;
c) não ter contas públicas rejeitadas, quando do exercício de cargos públicos;
d) possuir formação completa de terceiro grau e elevado conhecimento e experiência no setor
do saneamento básico;
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e) não ter relação de parentesco, por consanguinidade ou afinidade, em linha reta ou
colateral, com dirigente, administrador ou conselheiro de empresa regulada pela ARSAMA, ou
com pessoa que detenha mais de 1% (um por cento) do capital social da empresa regulada.
Art. 10. É vedado aos Diretores, aos membros do Conselho de Regulação e aos demais agentes
públicos da ARSAMA prestar serviços, direta ou indiretamente, no setor do saneamento
básico, bem como possuir interesses particulares que conflitem com os interesses públicos da
Agência.
§ 1º A infringência ao disposto no caput implicará em perda do mandato e/ou exoneração do
cargo, sem prejuízo de outras sanções cíveis, administrativas ou criminais cabíveis.
§ 2º A posse dos ocupantes de cargos e funções na ARSAMA implica em prévia assinatura de
termo de compromisso, cujo conteúdo mínimo expresse:
I - a não participação, direta ou indireta, em atividades de gestão, consultoria ou assessoria aos
prestadores de serviços regulados pela ARSAMA, desde a posse até 6 (seis) meses após a
desvinculação das funções junto à Agência; e
II - a não utilização de informações privilegiadas obtidas devido ao exercício do cargo, sob pena
de incorrer em improbidade administrativa.
Art. 11. O Diretor-Presidente, o Diretor de Administração e Finanças, o Diretor de
Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário, o Diretor de Drenagem Pluvial e Resíduos
Sólidos e o Diretor Jurídico da ARSAMA terão, inicialmente, mandato de, respectivamente, 5
(cinco) anos, 3 (três) anos e de 2 (dois) anos, no caso dos dois últimos Diretores.
§ 1º Os referidos Diretores poderão ser reconduzidos ao cargo apenas uma vez, para o
exercício de mandato de 4 (quatro) anos.
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§ 2º Vagando os cargos de quaisquer Diretores da ARSAMA, seu preenchimento dar-se-á pelo
período de tempo restante do mandato do antecessor, atendidas as exigências e qualificações
necessárias para o exercício da função.
§ 3º Ultrapassado o primeiro período de mandato, nos termos do caput deste artigo, o
mandato subsequente será de 4 (quatro) anos.
Art. 12. Considerada a relevância dos serviços a serem executados pela ARSAMA, os Diretores
e membros do Conselho de Regulação da ARSAMA serão inamovíveis até que se encerre seu
mandato.
§ 1º Somente poderá haver a exoneração dos Diretores e membros do Conselho de Regulação
da ARSAMA, nos casos de:
I - comprovação, através de processo administrativo, de que a sua permanência no cargo possa
comprometer a integridade e independência da ARSAMA;
II - prática de ato de improbidade administrativa ou a violação do Código de Ética ou
descumprimento das obrigações previstas nesta lei; e
III - em virtude de renúncia, de condenação judicial ou de processo administrativo disciplinar.
§ 2º - Cabe ao Prefeito Municipal instaurar o processo administrativo que será conduzido por
comissão especial, cabendo ao mesmo determinar o afastamento preventivo, quando for o
caso, assim como proferir o julgamento.
Art. 13. Compete à Diretoria Geral:
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I - dirigir as atividades da ARSAMA, praticando todos os atos de gestão necessários;
II - nomear profissionais de notório conhecimento para o exercício dos cargos de dirigentes
integrantes da estrutura do órgão, nos termos desta lei;
III – elaborar as minutas das resoluções e encaminhá-las para aprovação do Conselho de
Regulação, bem como expedir instruções para o cumprimento das normas e regras existentes;
IV - definir a revisão e o reajuste dos valores das tarifas e demais preços públicos decorrentes
da efetiva prestação dos serviços de saneamento básico;
V - determinar e aplicar sanções e penalidades às prestadoras de serviços de saneamento
básico, pelo descumprimento das disposições normativas, contratuais ou legais, sempre
assegurado o contraditório e a ampla defesa;
VI - representar a ARSAMA ativa e passivamente, judicial ou extrajudicialmente, podendo
firmar contratos ou convênios;
VII - aceitar a cessão de servidores para o exercício das funções na ARSAMA;
VIII - elaborar a Prestação de Contas e o Relatório de Atividades da ARSAMA;
IX - ordenar as despesas e realizar a movimentação financeira e bancária dos recursos da
ARSAMA;
X - autorizar as compras e elaborar os processos de licitação, podendo delegar tais
competências nos termos definidos no Regimento Interno;
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XI - aprovar o Regimento Interno, após ouvido o Conselho de Regulação.
Art. 14. A Diretoria de Administração e Finanças é órgão da estrutura da ARSAMA, com
natureza técnica e será dirigida pelo Diretor de Administração e Finanças.
Art. 15. Compete à Diretoria de Administração e Finanças:
I - coordenar, supervisionar e controlar a execução de todas as atividades relativas às ações de
administração e de gestão financeira e orçamentária da ARSAMA;
II - orientar as unidades gestoras da ARSAMA, quanto aos procedimentos administrativos e
financeiros;
III - coordenar e supervisionar as atividades relacionadas à arrecadação e movimentação de
recursos financeiros da ARSAMA, de acordo com a legislação em vigor;
IV - elaborar e encaminhar, para apreciação do Diretor Presidente, a programação
orçamentária anual;
V - instruir e encaminhar ao Diretor Presidente a prestação anual de contas da ARSAMA;
VI - elaborar contratos, convênios, acordos e outros instrumentos legais para a execução das
atividades da ARSAMA.
Art. 16. A Diretoria Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário é órgão da estrutura da
ARSAMA, com natureza técnica e será dirigida pelo Diretor de Abastecimento de Água e
Esgotamento Sanitário.
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Art. 17. Compete à Diretoria Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário:
I - propor ao Diretor Presidente normas para a regulação dos serviços de na respectiva área de
atuação;
II - realizar pesquisas e estudos econômicos e qualitativos do mercado, referentes aos serviços
regulados pela ARSAMA na respectiva área de atuação;
III - coordenar, fiscalizar e controlar a qualidade e eficiência dos serviços prestados de
abastecimento de água e esgotamento sanitário, bem como o cumprimento das metas
estabelecidas;
IV - desenvolver e gerenciar um sistema de informações, com todos os dados a respeito dos
serviços regulados, que permita o acompanhamento dos serviços regulados;
V - encaminhar ofício para instauração de processo administrativo pelo Diretor Presidente,
quando verificado indícios de irregularidades na prestação dos serviços, e emitir parecer para a
aplicação das penalidades cabíveis; e
VI - executar ações voltadas a dar cumprimento aos objetivos, às competências e às normas
expedidas pela ARSAMA para os serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário.
Art. 18. A Diretoria de Drenagem Pluvial e Resíduos Sólidos é órgão da estrutura da ARSAMA,
com natureza técnica e será dirigida pelo Diretor de Drenagem Pluvial e Resíduos Sólidos.
Art. 19. Compete à Diretoria de Drenagem Pluvial e Resíduos Sólidos:
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I - propor ao Diretor Presidente normas para a regulação dos serviços na respectiva área de
atuação;
II - realizar pesquisas e estudos econômicos e qualitativos do mercado, referentes aos serviços
regulados pela ARSAMA na respectiva área de atuação;
III - coordenar, fiscalizar e controlar a qualidade e eficiência dos serviços prestados de
drenagem pluvial e manejo dos resíduos sólidos, bem como o cumprimento das metas
estabelecidas;
IV - desenvolver e gerenciar um sistema de informações, com todos os dados a respeito dos
serviços regulados, que permita o acompanhamento dos serviços regulados;
V - encaminhar ofício para instauração de processo administrativo pelo Diretor Presidente,
quando verificado indícios de irregularidades na prestação dos serviços, e emitir parecer para a
aplicação das penalidades cabíveis; e
VI - executar ações voltadas a dar cumprimento aos objetivos, às competências e às normas
expedidas pela ARSAMA para os serviços de drenagem pluvial e manejo dos resíduos sólidos.
Art. 20. A Diretoria Jurídica é órgão da estrutura da ARSAMA, com natureza técnica e será
dirigida pelo Diretor Jurídico.
Art. 21. Compete à Diretoria Jurídica:
I – elaborar estudos e pareceres e revisar as minutas de normas e resoluções relacionadas às
competências e aos interesses da ARSAMA;
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II – representar judicialmente a ARSAMA judicialmente, apresentando defesas, ações, recursos
e quaisquer outras medidas necessárias à manutenção dos interesses da ARSAMA;
III – manifestar-se nos processos administrativos da ARSAMA antes do seu julgamento pela
autoridade competente; e
IV - articular-se com a Procuradoria Geral do Município para a realização de ações e medidas
que resguardem os interesses da ARSAMA.
Art. 22. A Ouvidoria é órgão da estrutura da ARSAMA, vinculada ao Diretor Presidente, com
natureza técnica e será dirigida pelo Ouvidor Geral.
Parágrafo único. Compete à Ouvidoria:
I - atuar junto aos usuários, aos prestadores de serviços e aos órgãos públicos com o propósito
de dirimir dúvidas e intermediar soluções nas divergências entre os mesmos;
II - registrar reclamações e sugestões da população sobre os serviços públicos regulados pela
ARSAMA, após não atendimento pela prestadora do serviço de saneamento básico;
III - encaminhar as reclamações dos usuários dos serviços regulados aos respectivos
prestadores de serviços, acompanhando e cobrando a solução do problema; e
IV - executar outras atividades correlatas ou que lhe venham a ser atribuídas.
Art. 23. O Conselho de Regulação é órgão de participação institucionalizada da sociedade no
processo de regulação e fiscalização dos serviços de saneamento básico.
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§ 1º. O Conselho de Regulação, órgão de natureza técnica, é a instância máxima de decisão e
deliberação dos assuntos relacionados à regulação e fiscalização dos serviços de saneamento
básico.
§ 2º. Compete ao Conselho de Regulação:
I - julgar os recursos contra as decisões administrativas exaradas pelo Diretor Presidente,
incluindo as relativas à revisão e ao reajuste dos valores das tarifas e demais preços públicos
decorrentes da efetiva prestação dos serviços de saneamento básico, bem como referente às
sanções aplicadas aos prestadores de serviços pelo cometimento de infrações;
II - deliberar sobre as questões afetas às atividades de regulação e fiscalização encaminhadas
pelo Diretor Presidente;
III – aprovar as Resoluções da ARSAMA encaminhadas pelo Diretor Presidente, após consulta e
audiência pública; e
IV – tomar conhecimento de todas as ações e atividades desenvolvidas pela ARSAMA, podendo
solicitar esclarecimentos e informações ao Diretor Presidente.
§ 3º. As decisões tomadas pelo Conselho de Regulação serão colegiadas e públicas, pela
maioria absoluta dos conselheiros presentes.
Art. 24. O Conselho de Regulação será composto por 3 (três) conselheiros, nomeados pelo
Prefeito Municipal, após sabatina e aprovação da indicação pela Câmara Municipal de
Vereadores.
§ 1º Os membros do Conselho de Regulação devem ser brasileiros, com reputação ilibada e
notório conhecimento, sendo vedada a participação daqueles que tiveram rejeitadas as contas
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quando do exercício de cargos ou funções públicas, ou que tiveram condenação criminal ou
por ato de improbidade, sem prejuízo das demais exigências constantes desta lei.
§ 2º O Conselho de Regulação será composto por 1 (um) representante da Administração
Pública municipal, 1 (um) representante da sociedade civil organizada, 1 (um) representante
de entidade profissional de classe, com mandato inicial, respectivamente, de 4 (quatro) anos, 3
(três) anos e 2 (dois) anos, sem direito à recondução.
§ 3º Ultrapassado o primeiro período de mandato, este será de 4 (quatro) anos.
§ 4º Os membros do Conselho de Regulação não perceberão qualquer remuneração pelo
exercício das funções, sendo consideradas suas atividades como de grande relevância para o
Município de Santa Maria.
Capítulo V
DO FINANCIAMENTO E REGIME FINANCEIRO
Art. 25. Para fazer frente às despesas de criação e operação da Agência, ficam criadas a Taxa
de Regulação e Fiscalização dos Serviços de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário e
a Taxa de Regulação e Fiscalização dos Serviços de Manejo de Resíduos Sólidos.
Art. 26. A Taxa de Regulação e Fiscalização dos Serviços de Abastecimento de Água e
Esgotamento Sanitário é devida pelo exercício das atividades de regulação e fiscalização dos
serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário.
Parágrafo único. O valor da Taxa de Regulação e Fiscalização dos Serviços de Abastecimento de
Água e Esgotamento Sanitário será paga mensalmente pelo respectivo prestador dos serviços
públicos e corresponderá a 1,5% do faturamento bruto mensal dos serviços regulados.
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Art. 27. A Taxa de Regulação e Fiscalização dos Serviços de Manejo dos Resíduos Sólidos é
devida pelo exercício, total ou parcial, das atividades de regulação e fiscalização dos serviços
de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destinação final do lixo doméstico e do lixo
originário da variação e limpeza de logradouros e vias públicas.
Parágrafo único. O valor da Taxa de Regulação e Fiscalização dos Serviços de Manejo dos
Resíduos Sólidos será paga mensalmente pelo respectivo prestador dos serviços públicos e
corresponderá a 2,5% do faturamento bruto mensal dos serviços regulados.
Art. 28. Constituem receitas da ARSAMA, dentre outras:
I - dotações do orçamento geral do Município, créditos especiais e repasses que lhe forem
conferidos;
II - recursos provenientes de convênios, acordos ou contratos celebrados com órgãos ou
entidades federais, estaduais e municipais, empresas públicas ou privadas, nacionais ou
estrangeiras, e organismos internacionais;
III - doações, legados, subvenções e contribuições de qualquer natureza realizadas por
entidades não reguladas;
IV - o produto de emolumentos, taxas, preços e indenizações relativas ao exercício das funções
do poder regulatório;
V - rendimentos de operações financeiras que realizar com recursos próprios;
VI - o produto resultante da venda ou aluguel de bens móveis ou imóveis de sua propriedade;
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VII - o produto da alienação de bens incorporados ao seu patrimônio;
VIII - rendas eventuais.
Art. 29. A fixação das dotações orçamentárias da Agência na Lei do Orçamento Anual e sua
programação orçamentária e financeira de execução deverão observar os limites legais para
movimentação e empenho.
Art. 30. Observadas as normas legais do regime financeiro das autarquias, os recursos serão
administrados diretamente pela ARSAMA, através de contas bancárias movimentadas pela
assinatura conjunta do Diretor Presidente e do Diretor de Administração e Finanças.
Capítulo VI
DAS NORMAS GERAIS DE REGULAÇÃO
Art. 31. As atividades de regulação e fiscalização da prestação dos serviços públicos serão
realizadas de acordo com as disposições legais vigentes, bem como com base no Plano
Municipal de Saneamento Básico, nos contratos celebrados e nos demais instrumentos
jurídicos de delegação ou prestação de serviços públicos.
Art. 32. A ARSAMA exercerá suas atribuições através da fixação de resoluções e instruções
para a prestação regular dos serviços, a fim de resguardar os princípios fundamentais do
saneamento básico, em especial os elencados pela Lei federal n. 11.445/2007 e pela Lei federal
n. 12.305/2010.
Art. 33. Pelo descumprimento das leis, contratos e normas instituídas pela ARSAMA, poderão
ser aplicadas as seguintes sanções aos prestadores de serviços de saneamento básico:
I - advertência escrita;
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II – multa pecuniária entre R$ 1.000,00 (mil reais) e R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais);
III - suspensão de obra ou atividade; e
IV - intervenção administrativa.
§ 1º As sanções previstas neste artigo poderão ser aplicadas cumulativamente e serão
regulamentadas por resolução da ARSAMA.
§ 2º As multas aplicadas serão revertidas em favor do Fundo Municipal de Saneamento Básico
ou, na ausência deste, à própria ARSAMA, devendo ser utilizadas, preferencialmente, na
elaboração de políticas de educação ambiental.
Art. 34. Todas as infrações serão apuradas em processo administrativo, resguardado o
contraditório e a ampla defesa, devendo constar os elementos necessários para a identificação
da natureza da infração, o tipo e a graduação das sanções, observados os princípios da
razoabilidade e proporcionalidade.
Art. 35. As sanções serão aplicadas diretamente pelo Diretor Presidente, em decisão
fundamentada, atendidas as disposições normativas e/ou contratuais que as originaram,
assegurado o contraditório e a ampla defesa ao infrator.
§ 1º Das sanções aplicadas pelo Diretor Presidente caberá recurso, com efeito suspensivo, ao
Conselho de Regulação da ARSAMA, no prazo de 30 (trinta) dias.
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§ 2º As normas regimentais poderão estabelecer situações em que o recurso interposto não
possuirá efeito suspensivo, nos casos de risco à saúde pública, à ordem social e econômica ou
à segurança da população.
§ 3º Todos os recursos serão gratuitos e deverão ser protocolados no prazo, na forma e nas
condições estabelecidas em resolução da ARSAMA.
§ 4º Todo processo decisório da ARSAMA obedecerá aos princípios da legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade, razoabilidade, proporcionalidade e economia
processual.
Capítulo X
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 36. A ARSAMA fica responsável pelo controle e pela fiscalização dos contratos em vigência
de prestação de serviços nas áreas do saneamento básico, inclusive o celebrado com a
Companhia Riograndense de Saneamento - CORSAN, assumindo todas as prerrogativas de
regulação previstas nesta lei.
Art. 37. As atividades a cargo da Agência serão exercidas pelos agentes descritos no Plano de
Cargos e Vencimento (Anexo Único), que serão submetidos ao regime estatutário e
previdenciário vigente no Município de Santa Maria, respeitadas as disposições
constitucionais.
Parágrafo único. As funções dos cargos públicos poderão ser desenvolvidas por servidores
públicos efetivos pertencentes aos quadros da Administração Direta ou Indireta municipal,
através da cessão de servidores.
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Art. 38. Fica o Poder Executivo autorizado a remanejar, transferir ou utilizar saldos
orçamentários para esta Agência, caso necessário.
Parágrafo único. Para o atendimento das despesas decorrentes desta lei, fica o Poder
Executivo autorizado a abrir crédito especial para cobrir as despesas decorrentes da instalação
da ARSAMA, observados os dispositivos legais que regem a matéria.
Art. 39. Esta lei será regulamentada, no que couber, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias,
contados da sua publicação.
Art. 40. Fica autorizado o Chefe do Poder Executivo e o Diretor-Presidente da ARSAMA,
enquanto não estruturada tecnicamente a Agência, a celebrar convênio de cooperação técnica
e financeira com outra entidade de regulação já constituída nos limites do Estado do Rio
Grande do Sul.
Art. 41. Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em
contrário.
Santa Maria, XX de junho de 2013.
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ANEXO ÚNICO
Plano de Cargos e Vencimentos
Quadro de Cargos Comissionados
Cargo Público Quantidade Jornada
Diretor-Presidente 01 40 horas
Diretor de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário
01 40 horas
Diretor de Drenagem Pluvial e Resíduos Sólidos
01 40 horas
Diretor Jurídico
Ouvidoria 01 40 horas
Quadro de Cargos Efetivos
Cargo Público Quantidade Jornada
Contador 01 40 horas
Engenheiro 03 40 horas
Economista 01 40 horas
Analista de Regulação e Fiscalização
02 40 horas
Agente Administrativo 04 40 horas
Descrição das Funções dos Cargos
Cargo: Diretor Presidente
Habilitação exigida: ensino superior completo e notório conhecimento do setor do saneamento básico
Funções exercidas: responsável legal pela ARSAMA e aquelas elencadas no artigo 13 desta lei
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Cargo: Diretoria de Administração e Finanças
Habilitação exigida: ensino superior completo nas áreas do Direito, Administração ou Contabilidade e registro válido no respectivo órgão de classe
Funções exercidas: aquelas elencadas no artigo 15 desta lei
Cargo: Diretoria de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário
Habilitação exigida: ensino superior completo nas áreas da Engenharia Sanitária, Engenharia Química ou Engenharia Ambiental e registro válido no respectivo órgão de classe
Funções exercidas: aquelas elencadas no artigo 17 desta lei
Cargo: Diretoria de Drenagem Pluvial e Resíduos Sólidos
Habilitação exigida: ensino superior completo nas áreas da Engenharia Sanitária, Engenharia Química ou Engenharia Ambiental e registro válido no respectivo órgão de classe
Funções exercidas: aquelas elencadas no artigo 19 desta lei
Cargo: Procuradoria Jurídica
Habilitação exigida: ensino superior completo em Direito e registro válido na Ordem dos Advogados do Brasil
Funções exercidas: aquelas elencadas no artigo 21 desta lei
Cargo: Ouvidoria
Habilitação exigida: ensino superior completo e registro válido no respectivo órgão de classe
Funções exercidas: aquelas elencadas no artigo 22 desta lei
Cargo: Contador
Habilitação exigida: ensino superior completo em Contabilidade e registro válido no Conselho Regional de Contabilidade
Funções exercidas: registrar, controlar, gerenciar e administrar atos e fatos contábeis, bem suas obrigações acessórias, elaborando demonstrações contábeis e financeiras, sempre em adequação e respeito ao orçamento da agência
Cargo: Engenheiro
Habilitação exigida: ensino superior completo em Engenharia, cuja habilitação junto ao respectivo Conselho de classe profissional permita o desempenho as funções do cargo
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Funções exercidas: elaborar, supervisionar, coordenar e orientar tecnicamente estudos, planejamentos, projetos referentes ao controle sanitário do ambiente, à captação e distribuição de água, ao tratamento de água, esgoto e resíduos, ao controle de poluição, à drenagem, à higiene e ao
conforto de ambiente, bem como seus serviços afins e correlatos; realizar vistorias, perícias, avaliações, arbitramentos, laudos e pareceres técnicos nas áreas antes especificadas
Cargo: Economista
Habilitação exigida: ensino superior completo em Economia e registro válido no Conselho Regional de Economia
Funções exercidas: realizar estudos, notas técnicas e pareceres relacionados com a competência da agência; analisar balancetes, fluxos de caixa, ativos, passivos, entre outros elementos para o acompanhamento da receitas e despesas das concessionárias e prestadoras de serviços públicos; elaborar cálculos e provisões de reajuste e revisão tarifária, além daquela competências inerentes ao exercício da profissão e relacionadas com o escopo de atuação da agência
Cargo: Analista de Fiscalização e Regulação
Habilitação exigida: ensino superior completo e registro válido no respectivo órgão de classe
Funções exercidas: prestar apoio, fornecer suporte e desenvolver, implementar e executar, internamente ou em campo, programas, projetos, processos, sistemas, produtos e serviços para a agência, cujas soluções
implicam níveis elevados de complexidade, articulação e tecnicidade e que possam contribuir para a efetividade e sustentabilidade da regulação dos serviços de saneamento básico
Cargo: Agente Administrativo
Habilitação exigida: ensino médio completo
Funções exercidas: executar os serviços de suporte operacional nas áreas de recursos humanos, administração, contabilidade, regulação e fiscalização, devendo, para tanto, elaborar relatórios, planilhas e demais ações de expediente, bem como executar as ações requeridas pelos superiores hierárquicos
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4.3. Anexo II
PROJETO DE LEI Nº ............................./EXECUTIVO
Estabelece a Política Municipal de Saneamento Básico cria o Sistema Municipal e institui o Plano Municipal de Saneamento.
CAPÍTULO I
DA POLÍTICA MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO
Seção I
Das Disposições Preliminares
Art. 1º A Política Municipal de Saneamento Básico reger-se-á pelas disposições desta lei, de seus regulamentos e das normas administrativas deles decorrentes e tem por finalidade assegurar a proteção da saúde da população e a salubridade do ambiente urbano e rural, além de disciplinar o planejamento e a execução das ações, obras e serviços de saneamento básico do Município.
Art. 2º Para os efeitos desta lei considera-se:
I saneamento básico: conjunto de serviços, infraestruturas e instalações operacionais de:
a) abastecimento de água potável: constituído pelas atividades, infraestruturas e instalações necessárias ao abastecimento público de água potável, desde a captação até as ligações prediais e respectivos instrumentos de medição;
b) esgotamento sanitário: constituído pelas atividades, infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, tratamento e disposição final adequados dos esgotos sanitários, desde as ligações prediais até o seu lançamento final no meio ambiente;
c) limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos: conjunto de atividades, infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destino final do lixo doméstico e do lixo originário da varrição e limpeza de logradouros e vias públicas;
d)drenagem e manejo das águas pluviais urbanas: conjunto de atividades, infraestruturas e instalações operacionais de drenagem urbana de águas pluviais, de transporte, detenção ou retenção para o amortecimento de vazões de cheias, tratamento e disposição final das águas pluviais drenadas nas áreas urbanas.
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II universalização: ampliação progressiva do acesso de todos os domicílios ocupados ao saneamento básico;
III controle social: conjunto de mecanismos e procedimentos que garantem à sociedade informações, representações técnicas e participações nos processos de formulação de políticas, de planejamento e de avaliação relacionados aos serviços públicos de saneamento básico;
IV subsídios: instrumento econômico de política social para garantir a universalização do acesso ao saneamento básico, especialmente para populações e localidades de baixa renda;
V localidade de pequeno porte: vilas, aglomerados rurais, povoados, núcleos, lugarejos e aldeias, assim definidos pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE.
Art. 3º Os recursos hídricos não integram os serviços públicos de saneamento básico.
Parágrafo único. A utilização de recursos hídricos na prestação de serviços públicos de saneamento básico, inclusive para disposição ou diluição de esgotos e outros resíduos líquidos, é sujeita a outorga de direito de uso, nos termos da Lei nHYPERLINK "http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9433.htm"oHYPERLINK "http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9433.htm" 9.433, de HYPERLINK "http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9433.htm"8HYPERLINK "http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9433.htm" de janeiro de 1997, da Lei Estadual nº 9.748, de 30 de novembro de 1994, e suas normas regulamentadoras.
Art. 4º Não constitui serviço público a ação de saneamento executada por meio de soluções individuais, desde que o usuário não dependa de terceiros para operar os serviços, bem como as ações e serviços de saneamento básico de responsabilidade privada, incluindo o manejo de resíduos de responsabilidade do gerador.
Art. 5º Os resíduos originários de atividades comerciais, industriais e de serviços cuja responsabilidade pelo manejo não seja atribuída ao gerador pode, por decisão do poder público, após ouvido o Conselho Municipal de Saneamento Básico, ser considerado resíduo sólido urbano.
Art. 6º Para os efeitos desta Lei, o serviço público de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos urbanos é composto pelas seguintes atividades:
I. de coleta, transbordo e transporte dos resíduos relacionados na alínea “c” do inciso I do caput do art. 2º desta Lei;
II. de triagem para fins de reuso ou reciclagem, de tratamento, inclusive por compostagem, e de disposição final dos resíduos relacionados na alínea “c” do inciso I do caput do art. 2º desta Lei;
III. de varrição, capina e poda de árvores em vias e logradouros públicos e outros eventuais serviços pertinentes à limpeza pública urbana.
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Art. 7º Compete ao Município organizar e prestar direta ou indiretamente os serviços de saneamento básico de interesse local.
Parágrafo único. Os serviços de saneamento básico deverão integrar-se com as demais funções essenciais de competência municipal, de modo a assegurar prioridade para a segurança sanitária e o bem-estar de seus habitantes.
Art. 8º O município poderá delegar a organização, a regulação, a fiscalização e a prestação dos serviços de saneamento básico, nos termos do art. 241 da Constituição Federal, da Lei nº 11.107, de 6 de abril de 2005 e da Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007.
§ 1º As atividades de regulação e fiscalização dos serviços de saneamento básico poderão ser exercidas:
I. por órgão ou entidade de ente da Federação a que o município tenha delegado o exercício dessas competências por meio de convênio de cooperação entre entes da Federação, obedecido o disposto no art. 241 da Constituição Federal;
II. por consórcio público integrado pelos titulares dos serviços; e
III. por autarquia municipal em regime especial.
§ 2º No exercício das atividades de planejamento dos serviços a que se refere o § 1º deste artigo, o município poderá receber cooperação técnica do Estado e basear-se em estudos fornecidos pelos prestadores.
§ 3º A prestação de serviços públicos de saneamento básico no município poderá ser realizada por:
I. órgão, autarquia, fundação de direito público, consórcio público, empresa pública ou sociedade de economia mista municipal ou estadual, na forma da legislação;
II. empresa a que se tenha concedido os serviços, nos termos do art. 175 ou 241 da Constituição da República.
Seção II
Dos Princípios
Art. 9º A Política Municipal de Saneamento Básico orientar-se-á pelos seguintes princípios:
I. universalização do acesso;
II. integralidade, compreendida como o conjunto de todas as atividades e componentes de cada um dos diversos serviços de saneamento básico, propiciando à população o acesso na conformidade de suas necessidades e maximizando a eficácia das ações e resultados;
III. abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos domiciliares realizados de formas adequadas à saúde pública e à proteção do meio ambiente;
IV. disponibilidade, em todas as áreas urbanas, de serviços de drenagem e
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de manejo das águas pluviais adequados à saúde pública e à segurança da vida e do patrimônio público e privado;
V. adoção de métodos, técnicas e processos que considerem as peculiaridades locais e regionais;
VI. articulação com as políticas de desenvolvimento urbano e regional, de habitação, de combate à pobreza e de sua erradicação, de proteção ambiental, de promoção da saúde e outras de relevante interesse social voltadas para a melhoria da qualidade de vida, para as quais o saneamento básico seja fator determinante;
VII. eficiência e sustentabilidade econômica;
VIII. utilização de tecnologias apropriadas, considerando a capacidade de pagamento dos usuários e a adoção de soluções graduais e progressivas;
IX. transparência das ações, baseada em sistemas de informações e processos decisórios institucionalizados;
X. controle social;
XI. segurança, qualidade e regularidade;
Seção III
Dos Objetivos
Art. 10. São objetivos da Política Municipal de Saneamento Básico:
I. contribuir para o desenvolvimento e a redução das desigualdades locais, a geração de emprego e de renda e a inclusão social;
II. priorizar planos, programas e projetos que visem à implantação e ampliação dos serviços e ações de saneamento básico nas áreas ocupadas por populações de baixa renda;
III. proporcionar condições adequadas de salubridade sanitária às populações rurais e de pequenos núcleos urbanos isolados;
IV. assegurar que a aplicação dos recursos financeiros administrados pelo poder público dê-se segundo critérios de promoção da salubridade sanitária, de maximização da relação benefício-custo e de maior retorno social;
V. incentivar a adoção de mecanismos de planejamento, regulação e fiscalização da prestação dos serviços de saneamento básico;
VI. promover alternativas de gestão que viabilizem a auto sustentação econômica e financeira dos serviços de saneamento básico, com ênfase na cooperação com os governos estadual e federal, bem como com entidades municipalistas;
VII. promover o desenvolvimento institucional do saneamento básico, estabelecendo meios para a unidade e articulação das ações dos diferentes agentes, bem como do desenvolvimento de sua organização, capacidade técnica, gerencial, financeira e de recursos humanos, contempladas as especificidades locais;
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VIII. fomentar o desenvolvimento científico e tecnológico, a adoção de tecnologias apropriadas e a difusão dos conhecimentos gerados de interesse para o saneamento básico;
IX. minimizar os impactos ambientais relacionados à implantação e desenvolvimento das ações, obras e serviços de saneamento básico e assegurar que sejam executadas de acordo com as normas relativas à proteção do meio ambiente, ao uso e ocupação do solo e à saúde.
Seção IV
Das Diretrizes Gerais
Art. 11. A formulação, implantação, funcionamento e aplicação dos instrumentos da Política Municipal de Saneamento Básico orientar-se-ão pelas seguintes diretrizes:
I. valorização do processo de planejamento e decisão sobre medidas preventivas ao crescimento caótico de qualquer tipo, objetivando resolver problemas de dificuldade de drenagem e disposição de esgotos, poluição e a ocupação territorial sem a devida observância das normas de saneamento básico previstas nesta lei, no Plano Municipal de Saneamento Básico e demais normas municipais;
II. adoção de critérios objetivos de elegibilidade e prioridade, levando em consideração fatores como nível de renda e cobertura, grau de urbanização, concentração populacional, disponibilidade hídrica, riscos sanitários, epidemiológicos e ambientais;
III. coordenação e integração das políticas, planos, programas e ações governamentais de saneamento, saúde, meio ambiente, recursos hídricos, desenvolvimento urbano e rural, habitação, uso e ocupação do solo;
IV. atuação integrada dos órgãos públicos municipais, estaduais e federais de saneamento básico;
V. consideração às exigências e características locais, à organização social e às demandas socioeconômicas da população;
VI. prestação dos serviços públicos de saneamento básico orientada pela busca permanente da universalidade e qualidade;
VII. ações, obras e serviços de saneamento básico planejados e executados de acordo com as normas relativas à proteção ao meio ambiente e à saúde pública, cabendo aos órgãos e entidades por elas responsáveis o licenciamento, a fiscalização e o controle dessas ações, obras e serviços, nos termos de sua competência legal;
VIII. incentivo ao desenvolvimento científico na área de saneamento básico, a capacitação tecnológica da área, a formação de recursos humanos e a busca de alternativas adaptadas às condições de cada local;
IX. adoção de indicadores e parâmetros sanitários e epidemiológicos e do nível de vida da população como norteadores das ações de
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saneamento básico;
X. promoção de programas de educação sanitária;
XI. estímulo ao estabelecimento de adequada regulação dos serviços;
XII. garantia de meios adequados para o atendimento da população rural dispersa, inclusive mediante a utilização de soluções compatíveis com suas características econômicas e sociais peculiares;
XIII. adoção de critérios objetivos de elegibilidade e prioridade, levando em consideração fatores como nível de renda e cobertura, grau de urbanização, concentração populacional, disponibilidade hídrica, riscos sanitários, epidemiológicos e ambientais.
CAPÍTULO II
DO SISTEMA MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO
Seção I
Da Composição
Art. 12. A Política Municipal de Saneamento Básico contará, para execução das ações dela decorrentes, com o Sistema Municipal de Saneamento Básico, que passa a ser instituído pela presente lei.
Art. 13. O Sistema Municipal de Saneamento Básico fica definido como o conjunto de agentes institucionais que no âmbito das respectivas competências, atribuições, prerrogativas e funções, integram-se, de modo articulado e cooperativo, para a formulação das políticas, definição de estratégias e execução das ações de saneamento básico.
Art. 14. O Sistema Municipal de Saneamento Básico é composto dos seguintes instrumentos:
I. Plano Municipal de Saneamento Básico;
II. Conferência Municipal de Saneamento Básico;
III. Conselho Municipal de Saneamento Básico.
IV. Sistema Municipal de Informações em Saneamento Básico.
Seção II
Do Plano Municipal de Saneamento Básico
Art. 15. Fica instituído o Plano Municipal de Saneamento Básico, destinado a articular, integrar e coordenar recursos tecnológicos, humanos, econômicos e financeiros, com vistas ao alcance de níveis crescentes de salubridade ambiental.
Art. 16. O Plano Municipal de Saneamento Básico conforme volumes I, IIA, IIB, III, IV e V, anexo, contempla um período de 20 (vinte) anos e contém, dentre outros, os seguintes elementos:
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I. diagnóstico da situação e de seus impactos nas condições de vida, utilizando sistema de indicadores sanitários, epidemiológicos, ambientais e socioeconômicos e apontando as causas das deficiências detectadas;
II. objetivos e metas de curto, médio e longo prazos para a universalização, admitidas soluções graduais e progressivas, observando a compatibilidade com os demais planos setoriais;
III. programas, projetos e ações necessárias para atingir os objetivos e as metas, de modo compatível com os respectivos planos plurianuais e com outros planos governamentais correlatos, identificando possíveis fontes de financiamento;
IV. ações para emergências e contingências;
V. mecanismos e procedimentos para a avaliação sistemática da eficiência e eficácia das ações programadas;
VI. identificação dos obstáculos de natureza político-institucional, legal, econômico- financeira, administrativa, cultural e tecnológica que se interpõem à consecução dos objetivos e metas propostos, e os meios para superá-los;
VII. caracterização e quantificação dos recursos humanos, materiais, tecnológicos, institucionais e administrativos necessários à execução das ações propostas.
§ 1º O Plano Municipal de Saneamento Básico foi executado com base em estudos fornecidos pelos prestadores de cada serviço.
§ 2º O município fará a consolidação e compatibilização dos planos específicos de cada serviço.
§ 3º O Plano Municipal de Saneamento Básico deve ser compatível com os planos das bacias hidrográficas em que estiverem inseridos, caso venham a existir.
§ 4º O Plano Municipal de Saneamento Básico será avaliado anualmente e revisado no primeiro ano do mandato do Prefeito Municipal, anteriormente ao encaminhamento do Plano Plurianual ao Poder Legislativo.
§ 5º A revisão do Plano Municipal de Saneamento Básico e a discussão dos estudos que as fundamentou serão realizadas por meio da Conferência Municipal de Saneamento Básico, sendo assegurada a ampla divulgação de seus resultados.
§ 6º A delegação de serviço de saneamento básico não dispensa o cumprimento pelo prestador do respectivo Plano Municipal de Saneamento Básico em vigor à época da delegação.
§ 7º O Plano Municipal de Saneamento Básico engloba integralmente o território do município.
Art. 17. Na avaliação e revisão do Plano Municipal de Saneamento Básico, tomar-se-á por base o relatório sobre a salubridade ambiental do município.
§ 1º O relatório referido no “caput” do artigo será publicado até 30 de março de cada ano e reunirá os diagnósticos de salubridade ambiental de cada localidade.
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§ 2º O regulamento desta lei estabelecerá os critérios e prazos para elaboração e aprovação do relatório.
Art. 18. O processo de revisão do Plano Municipal de Saneamento Básico dar-se-á com a participação da população e do Conselho Municipal de Saneamento Básico.
Parágrafo único. A divulgação do presente Plano Municipal de Saneamento Básico e dos estudos que o fundamentou ocorreu por meio da disponibilização integral de seu conteúdo a todos os interessados, inclusive por meio da rede mundial de computadores - Internet e por audiências públicas.
Seção III
Da Conferência Municipal de Saneamento Básico
Art. 19. A Conferência Municipal de Saneamento Básico, parte integrante do processo de revisão do Plano Municipal de Saneamento Básico, contará com a representação dos vários segmentos sociais e será convocada pelo Chefe do Poder Executivo.
§ 1º Preferencialmente serão realizadas pré-conferências de saneamento básico como parte do processo e contribuição para a Conferência Municipal de Saneamento Básico.
§ 2º A Conferência Municipal de Saneamento Básico terá sua organização e normas de funcionamento definidas em regimento próprio.
Seção IV
Do Conselho Municipal de Saneamento Básico
Art. 20. O Município criará em até 180 dias após a aprovação da presente lei, o Conselho Municipal de Saneamento Básico, órgão colegiado de caráter consultivo do Sistema Municipal de Saneamento Básico.
Seção V
Do Fundo Municipal de Saneamento Básico
Art. 21. O Município poderá criar um Fundo Municipal Próprio de Saneamento Básico destinado a financiar, isolada ou complementarmente, os instrumentos e ações da Política Municipal de Saneamento Básico previstos nesta lei.
Seção VI
Sistema Municipal de Informações em Saneamento Básico
Art. 22. Fica instituído Sistema Municipal de Informações em Saneamento Básico, que possui como objetivos:
I. coletar e sistematizar dados relativos às condições da prestação dos serviços públicos de saneamento básico;
II. disponibilizar estatísticas, indicadores e outras informações relevantes
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para a caracterização da demanda e da oferta de serviços públicos de saneamento básico;
III. permitir e facilitar o monitoramento e avaliação da eficiência e da eficácia da prestação dos serviços de saneamento básico.
§ 1º As informações do Sistema Municipal de Informações em Saneamento Básico são públicas e acessíveis a todos, devendo ser publicadas por meio da internet.
§ 2º O Sistema Municipal de Informações em Saneamento Básico será regulamentado em 180 dias, contados da publicação desta lei.
CAPÍTULO III
DIREITOS E DEVERES DOS USUÁRIOS
Art. 23. São direitos dos usuários dos serviços de saneamento básico prestados:
I. a gradativa universalização dos serviços de saneamento básico e sua prestação de acordo com os padrões estabelecidos pelo órgão de regulação e fiscalização;
II. o amplo acesso às informações constantes no Sistema Municipal de Informações em Saneamento Básico;
III. a cobrança de taxas, tarifas e preços públicos compatíveis com a qualidade e quantidade do serviço prestado;
IV. o acesso direto e facilitado ao órgão regulador e fiscalizador;
V. ao ambiente salubre;
VI. o prévio conhecimento dos seus direitos e deveres e das penalidades a que podem estar sujeitos;
VII. a participação no processo de elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico, nos termos do artigo 19 desta lei;
VIII. ao acesso gratuito ao manual de prestação do serviço e de atendimento ao usuário.
Art. 24. São deveres dos usuários dos serviços de saneamento básico prestados:
I. o pagamento das taxas, tarifas e preços públicos cobrados pela Administração Pública ou pelo prestador de serviços;
II. o uso racional da água e a manutenção adequada das instalações hidrossanitárias da edificação;
III. a ligação de toda edificação permanente urbana às redes públicas de abastecimento de água e esgotamento sanitário disponíveis;
IV. o correto manuseio, separação, armazenamento e disposição para coleta dos resíduos sólidos, de acordo com as normas estabelecidas pelos órgãos da Administração Pública municipal;
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V. primar pela retenção das águas pluviais no imóvel, visando a sua infiltração no solo ou seu reuso;
VI. colaborar com a limpeza pública, zelando pela salubridade dos bens públicos e dos imóveis sob sua responsabilidade.
VII. participar de campanhas públicas de promoção do saneamento básico.
Parágrafo único. Nos locais não atendidos por rede coletora de esgotos, é dever do usuário a construção, implantação e manutenção de sistema individual de tratamento e disposição final de esgotos, conforme regulamentação do poder público municipal, promovendo seu reuso sempre que possível.
CAPÍTULO IV
PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS
Art. 25. A prestação dos serviços de saneamento básico atenderá a requisitos mínimos de qualidade, incluindo a regularidade, a continuidade e aqueles relativos aos produtos oferecidos, ao atendimento dos usuários e às condições operacionais e de manutenção dos sistemas, de acordo com as normas regulamentares e contratuais.
Art. 26. Toda edificação permanente urbana será conectada às redes públicas de abastecimento de água e de esgotamento sanitário disponíveis e usufruirá do serviço de limpeza urbana e manejo de resíduos, sujeita ao pagamento das tarifas e de outros preços públicos decorrentes da conexão e do uso desses serviços.
§ 1º Na ausência de redes públicas de água e esgotos, serão admitidas soluções individuais de abastecimento de água e de tratamento e disposição final dos esgotos sanitários, observadas as normas editadas pela entidade reguladora e pelos órgãos responsáveis pelas políticas ambiental, sanitária e de recursos hídricos.
§ 2º A instalação hidráulica predial ligada à rede pública de abastecimento de água não poderá ser também alimentada por outras fontes.
Art. 27. Em situação crítica de escassez ou contaminação de recursos hídricos que obrigue à adoção de racionamento, declarada pela autoridade gestora de recursos hídricos, o ente regulador poderá adotar mecanismos tarifários de contingência, com objetivo de cobrir custos adicionais decorrentes, garantindo o equilíbrio financeiro da prestação do serviço e a gestão da demanda.
Art. 28. Os prestadores de serviços de saneamento básico deverão elaborar manual de prestação de serviço e atendimento ao usuário e assegurar amplo e gratuito acesso ao mesmo.
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CAPÍTULO V
ASPECTOS ECONÔMICOS E SOCIAIS
Art. 29. Os serviços públicos de saneamento básico terão a sustentabilidade econômico-financeira assegurada, mediante remuneração pela cobrança dos serviços:
I. de abastecimento de água e esgotamento sanitário: preferencialmente na forma de tarifas e outros preços públicos, que poderão ser estabelecidos para cada um dos serviços ou para ambos conjuntamente;
II. de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos urbanos: taxas ou tarifas e outros preços públicos, em conformidade com o regime de prestação do serviço ou de suas atividades;
III. de manejo de águas pluviais urbanas: na forma de tributos, inclusive taxas, em conformidade com o regime de prestação do serviço ou de suas atividades.
Parágrafo único. Observado o disposto nos incisos I a III do caput deste artigo, a instituição das tarifas, preços públicos e taxas para os serviços de saneamento básico observará as seguintes diretrizes:
I. prioridade para atendimento das funções essenciais relacionadas à saúde pública;
II. ampliação do acesso dos cidadãos e localidades de baixa renda aos serviços;
III. geração dos recursos necessários para realização dos investimentos, objetivando o cumprimento das metas e objetivos do serviço;
IV. inibição do consumo supérfluo e do desperdício de recursos;
V. recuperação dos custos incorridos na prestação do serviço, em regime de eficiência;
VI. remuneração adequada do capital investido pelos prestadores dos serviços;
VII. estímulo ao uso de tecnologias modernas e eficientes, compatíveis com os níveis exigidos de qualidade, continuidade e segurança na prestação dos serviços;
VIII. incentivo à eficiência dos prestadores dos serviços.
Art. 30. Observado o disposto no art. 36 desta Lei, a estrutura de remuneração e cobrança dos serviços públicos de saneamento básico poderá levar em consideração os seguintes fatores:
I. categorias de usuários, distribuídas por faixas ou quantidades crescentes de utilização ou de consumo;
II. padrões de uso ou de qualidade requeridos;
III. quantidade mínima de consumo ou de utilização do serviço, visando à garantia de objetivos sociais, como a preservação da saúde pública, o
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adequado atendimento dos usuários de menor renda e a proteção do meio ambiente;
IV. custo mínimo necessário para disponibilidade do serviço em quantidade e qualidade adequadas;
V. ciclos significativos de aumento da demanda dos serviços, em períodos distintos; e
VI. capacidade de pagamento dos usuários.
Art. 31. As taxas ou tarifas decorrentes da prestação de serviço público de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos urbanos devem levar em conta a adequada destinação dos resíduos coletados e poderão considerar:
I. o nível de renda da população da área atendida;
II. as características dos lotes urbanos e as áreas que podem ser neles edificadas;
III. o peso ou o volume médio coletado por habitante ou por domicílio.
Art. 32 A cobrança pela prestação do serviço público de drenagem e manejo de águas pluviais urbanas deve levar em conta, em cada lote urbano, os percentuais de impermeabilização e a existência de dispositivos de amortecimento ou de retenção de água de chuva, bem como poderá considerar:
I. o nível de renda da população da área atendida;
II. as características dos lotes urbanos e as áreas que podem ser neles edificadas.
Art. 33. Os reajustes de tarifas de serviços públicos de saneamento básico deverão ser realizados a cada 12 (doze) meses, de acordo com as normas legais, regulamentares e contratuais.
Art. 34. As revisões tarifárias compreenderão a reavaliação das condições da prestação dos serviços e das tarifas praticadas, objetivando a distribuição dos ganhos de produtividade com os usuários e a reavaliação das condições de mercado, ou para adequar o equilíbrio econômico-financeiro.
§ 1º As revisões tarifárias terão suas pautas definidas pelas respectivas entidades reguladoras e os prestadores dos serviços.
§ 2º Poderão ser estabelecidos mecanismos tarifários de indução à eficiência, inclusive fatores de produtividade, assim como de antecipação de metas de expansão e qualidade dos serviços.
§ 3º Os fatores de produtividade poderão ser definidos com base em indicadores de outras empresas do setor.
§ 4º A entidade de regulação poderá autorizar o prestador de serviços a repassar aos usuários custos e encargos tributários não previstos originalmente e por ele não administrados, nos termos da Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995.
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Art. 35. As tarifas serão fixadas de forma clara e objetiva, devendo os reajustes e as revisões serem tornados públicos com antecedência mínima de 30 (trinta) dias com relação à sua aplicação.
Parágrafo único. A fatura a ser entregue ao usuário final deverá obedecer a modelo estabelecido pela entidade reguladora, que definirá os itens e custos que deverão estar explicitados.
Art. 36. Os serviços de saneamento básico poderão ser interrompidos pelo prestador nas seguintes hipóteses:
I. situações de emergência que atinjam a segurança de pessoas e bens;
II. necessidade de efetuar reparos, modificações ou melhorias de qualquer natureza nos sistemas;
III. negativa do usuário em permitir a instalação de dispositivo de leitura de água consumida, após ter sido previamente notificado a respeito;
IV. manipulação indevida de qualquer tubulação, medidor ou outra instalação do prestador, por parte do usuário; e
V. inadimplemento do usuário dos serviços de saneamento básico, do pagamento das tarifas, após ter sido formalmente notificado.
§ 1º As interrupções programadas serão previamente comunicadas ao regulador e aos usuários.
§ 2º A suspensão dos serviços prevista nos incisos III e V do caput deste artigo será precedida de prévio aviso ao usuário, não inferior a 30 (trinta) dias da data prevista para a suspensão.
§ 3º A interrupção ou a restrição do fornecimento de água por inadimplência a estabelecimentos de saúde, a instituições educacionais e de internação coletiva de pessoas e a usuário residencial de baixa renda beneficiário de tarifa social deverá obedecer a prazos e critérios que preservem condições mínimas de manutenção da saúde das pessoas atingidas, de acordo com as normas do órgão de regulação.
Art. 37. Os valores investidos em bens reversíveis pelos prestadores constituirão créditos perante o Município, a serem recuperados mediante a exploração dos serviços, nos termos das normas regulamentares e contratuais e, quando for o caso, observada a legislação pertinente às sociedades por ações.
§ 1º Não gerarão crédito perante o Município os investimentos feitos sem ônus para o prestador, tais como os decorrentes de exigência legal aplicável à implantação de empreendimentos imobiliários e os provenientes de subvenções ou transferências fiscais voluntárias.
§ 2º Os investimentos realizados, os valores amortizados, a depreciação e os respectivos saldos serão anualmente auditados e certificados pela entidade reguladora.
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§ 3º Os créditos decorrentes de investimentos devidamente certificados poderão constituir garantia de empréstimos aos delegatários, destinados exclusivamente a investimentos nos sistemas de saneamento objeto do respectivo contrato.
CAPÍTULO VI
REGULAÇÃO E FISCALIZAÇÃO
Art. 38. Nos termos do artigo 9º, inciso II da Lei federal n.
11.445/2007, deverá o Município ciar uma entidade de regulação ou delegar para que
alguma agência já constituída executar as atividades de regulatórias dos serviços de
saneamento básico.
A regulação e fiscalização dos serviços de saneamento básico serão realizadas por órgão administrativo com autonomia administrativa, orçamentária e financeira, gozando de independência decisória perante os demais órgãos da Administração Pública.
Art. 39. São objetivos da regulação:
I. estabelecer padrões e normas para a adequada prestação dos serviços e para a satisfação dos usuários;
II. garantir o cumprimento das condições e metas estabelecidas;
III. definir tarifas que assegurem tanto o equilíbrio econômico e financeiro dos contratos como a modicidade tarifária, mediante mecanismos que induzam a eficiência e eficácia dos serviços e que permitam a apropriação social dos ganhos de produtividade.
Art. 40. A entidade reguladora editará normas relativas às dimensões técnica, econômica e social de prestação dos serviços, que abrangerão, pelo menos, os seguintes aspectos:
I. padrões e indicadores de qualidade da prestação dos serviços;
II. requisitos operacionais e de manutenção dos sistemas;
III. as metas progressivas de expansão e de qualidade dos serviços e os respectivos prazos;
IV. regime, estrutura e níveis tarifários, bem como os procedimentos e prazos de sua fixação, reajuste e revisão;
V. medição, faturamento e cobrança de serviços;
VI. monitoramento dos custos;
VII. avaliação da eficiência e eficácia dos serviços prestados;
VIII. plano de contas e mecanismos de informação, auditoria e certificação;
IX. subsídios tarifários e não tarifários;
X. padrões de atendimento ao público e mecanismos de participação e informação;
XI. medidas de contingências e de emergências, inclusive racionamento;
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§ 1º As normas a que se refere o caput deste artigo fixarão prazo para os prestadores de serviços comunicarem aos usuários as providências adotadas em face de queixas ou de reclamações relativas aos serviços.
§ 2º As entidades fiscalizadoras deverão receber e se manifestar conclusivamente sobre as reclamações que, a juízo do interessado, não tenham sido suficientemente atendidas pelos prestadores dos serviços.
Art. 41. Em caso de gestão associada ou prestação regionalizada dos serviços, o Município poderá adotar os mesmos critérios econômicos, sociais e técnicos da regulação adotados para a área de abrangência da associação ou da prestação.
Art. 42. Os prestadores dos serviços de saneamento básico deverão fornecer à entidade reguladora todos os dados e informações necessárias para o desempenho de suas atividades, na forma das normas legais, regulamentares e contratuais.
§ 1º Incluem-se entre os dados e informações a que se refere o caput deste artigo aquelas produzidas por empresas ou profissionais contratados para executar serviços ou fornecer materiais e equipamentos específicos.
§ 2º Compreendem-se nas atividades de regulação dos serviços de saneamento básico a interpretação e a fixação de critérios para a fiel execução dos contratos, dos serviços e para a correta administração de subsídios.
CAPÍTULO VII
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 43. Os órgãos e entidades municipais da área de saneamento básico serão reorganizadas para atender o disposto nesta lei, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias a contar da data de sua publicação.
Art. 44. O Poder Executivo regulamentará esta lei no prazo de 180 (cento e oitenta) dias, a contar da data de sua publicação.
Art. 45. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 46. Revogam-se as disposições em contrário.
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JUSTIFICATIVA ao Projeto de Lei nº __________/Executivo, que
Estabelece a Política Municipal de Saneamento Básico e dá outras providências.
Senhora Presidenta,
Senhores Vereadores:
No dia 21/jun/2010 o presidente Luiz Inácio Lula Silva assinou o Decreto nº 7.217 ( http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Decreto/D7217.htm ) que regulamenta a Lei 11.445, conhecida como Lei do Saneamento Básico. O Regulamento é necessário para definir e assegurar juridicamente o efetivo investimento no setor.
A Lei 11.445/07 ( http://www.planalto.gov.br/ccivil/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11445.htm ) foi sancionada em 2007, após quase dez anos de discussões no Congresso Nacional e é considerada um marco regulatório para o setor, prevendo que os serviços públicos de saneamento serão prestados com base no princípio da universalização do acesso: ao Abastecimento de Água; Esgotamento Sanitário; Limpeza Urbana e ao manejo dos Resíduos Sólidos Domiciliares de forma adequada considerando à proteção da Saúde Pública e do Meio Ambiente.
Para tanto os municípios devem elaborar seus Planos Municipais de Saneamento Básico-PMSB (documento técnico que apresenta diagnóstico detalhado utilizado como referência para a assinatura de contratos com concessionárias, definidas tarifas e contrapartidas: identificadas às deficiências e necessidades por meio de indicadores; estudos financeiros para prestação do serviço; entidade regulatória e de fiscalização designadas; mecanismos de avaliação sistemática; metas de curto, médio e longo prazos para a universalização do sistema).
O PLAMSAB é um dos instrumentos da Política de Saneamento Básico do município que deve definir as funções de gestão dos serviços públicos de saneamento e estabelecer a garantia do atendimento essencial à saúde pública, os direitos e deveres dos usuários, o controle social, sistemas de informação, entre outros. Dessa forma, os titulares dos serviços públicos de saneamento que não dispuserem dessa Política instituída, deverão formulá-la, concomitantemente, à elaboração e implementação do PMSB.
É importante destacar que o artigo 26 do Decreto nº 7.217/2010 dispõe que a partir do exercício financeiro de 2014, a existência de plano de saneamento básico, elaborado pelo titular dos serviços, será condição para o acesso a recursos orçamentários da União ou a recursos de financiamentos geridos ou administrados por órgão ou entidade da administração pública federal.
Pela relevância da matéria, esperamos o apoio dos nobres Edis para a
rápida aprovação deste projeto de lei.
Santa Maria, …..... de novembro de 2014.
Cezar Augusto Schirmer
Prefeito Municipal
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5 MECANISMOS DE AVALIAÇÃO
5.1. Introdução
A Lei Federal de Saneamento Nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007, estabelece em seu Artigo 19.
que os diagnósticos da situação dos serviços públicos de saneamento básico deverão utilizar
sistema de indicadores sanitários, epidemiológicos, ambientais e socioeconômicos, como
forma de avaliar a evolução da eficiência das ações programadas pelos planos municipais de
saneamento básico.
Certamente, os indicadores são ferramentas valiosas na formulação de uma base de referência
para o exame da evolução da qualidade dos serviços de saneamento. Entretanto, é
indispensável observar que não há ainda, na grande maioria dos municípios, uma rotina
consolidada de levantamento dos parâmetros necessários para determinação de indicadores5.
Assim, neste trabalho propõe-se a adoção de indicadores, conquanto de relevância
indiscutível, que apresentam facilidade de procedimentos para a sua apuração e rápida
utilização.
5.2. Indicadores do Sistema de Abastecimento de Água
Os indicadores propostos para os serviços de abastecimento de água e de esgotos sanitários
são:
5.2.1 Indicador de Cobertura do Serviço de Água
Tem a finalidade de quantificar o percentual de economias com disponibilidade de acesso ao
sistema de abastecimento de água. O período desejável para sua apuração é o anual.
Ica=[(Era+Dda)*100/Dt*(100-Pdfa+Pdda)]*100, onde:
5 As dificuldades do SNIS – Sistema Nacional de Informações de Saneamento em obter os dados dos
operadores e as dificuldades adicionais de checagem da sua confiabilidade são um bom exemplo dos desafios que
envolvem a própria disseminação das práticas de cálculo dos indicadores.
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Ica: Indicador de Cobertura do Serviço de Água (%)
Era: economias residenciais ativas (ligadas ao sistema) (un.)
Dda: domicílios com disponibilidade de rede de água, mas não ativos (un.)
Dt: domicílios totais na área de atendimento (un.)
Pdfa: percentual de domicílios urbanos fora da área de atendimento (%)
Pdda: percentual de domicílios rurais dentro da área de atendimento (%)
5.2.2 Indicador de Qualidade de Água Distribuída
Este indicador permite avaliar o atendimento da qualidade da água distribuída conforme a
Portaria n.º 2.914/2011, do Ministério da Saúde6. A frequência de apuração sugerida é mensal.
Iqa=100*(%Aad-49)/51, onde:
Iqa: Indicador de Qualidade de Água Distribuída
%Aad: porcentagem de amostras consideradas adequadas no mês crítico do período de
atualização.
5.2.3 Indicador de Controle de Perdas
Avalia valores de perda de água por ramal de distribuição, expressa em L/Ramal*Dia. O
período sugerido para apuração é mensal.
Icp=[(Ve-Vs)-Vc)/Laa]*100, em que:
Icp: Indicador de Controle de Perdas (L/ramal*dia)
6 Esta portaria estabelece os procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e vigilância da qualidade da
água para consumo humano e seu padrão de potabilidade.
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Ve: volume de água entregue (L/dia)
Vs: volume de água de uso social e operacional (L/dia)
Vc: volume de água de consumo (L/dia)
Laa: ligações ativas de água (un.)
5.2.4 Indicador da utilização da Infraestrutura de Produção de Água
Tem por objetivo mensurar a capacidade ociosa da Estação de Tratamento de Água, a ser
avaliada anualmente.
Iua=Qp*100/CapETA, onde:
Iua: Indicador da Utilização da Infraestrutura de Produção de Água (%)
Qp: vazão produzida (L/s)
CapETA: capacidade da ETA (L/s)
5.3. Indicadores do Sistema de Esgotamento Sanitário
5.3.1 Indicador de cobertura do serviço de esgoto sanitário
Visa a quantificar o percentual de economias com disponibilidade de acesso ao sistema de
esgotos sanitários. O período desejável para sua apuração é o anual.
Ice=[(Ere+Dde)*100/Dt*(100-Pdfe+Pdde)]*100, sendo que:
Ice: Indicador da Cobertura do Serviço de Esgoto (%)
Ere: economias residenciais ativas (ligadas) no sistema de esgoto (un.)
Dde: domicílios com disponibilidade do sistema, mas não ligados (un.)
Dt: domicílios totais na área de atendimento (un.)
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Pdfe: percentual de domicílios urbanos fora da área de atendimento (%)
Pdde: percentual de domicílios rurais dentro da área de atendimento (%)
5.3.2 Indicador de Tratamento de Esgoto
Este indicador permite quantificar, percentualmente, as economias residenciais ligadas à
coleta cujos esgotos recebem tratamento. Seu período de apuração sugerido é anual.
Ite=EaETE*100/Eae, em que:
Ite: Indicador de Tratamento de Esgotos
EaETE: economias residenciais ativas à ETE, ou seja, cujos esgotos recebem tratamento (un.)
Eae: economias residenciais ativas à rede de esgotos (un.)
5.3.3 Indicador da utilização da infraestrutura de tratamento
O indicador avalia, percentualmente, a capacidade ociosa da Estação de Tratamento de
Esgotos. O período de apuração sugerido é anual.
Iue=Qt*100/CapETE, onde:
Iue: Indicador da Utilização da Infraestrutura de Tratamento de Esgotos (%)
Qt: vazão tratada (L/s)
CapETE: capacidade da ETE (L/s)
5.4. Indicadores de Resíduos Sólidos
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A proposição dos indicadores de resíduos sólidos procurou levar em conta a diversidade de
aspectos e de tipos de resíduos que envolvem os serviços de limpeza pública e de manejo de
resíduos sólidos.
Além disso, propõe-se que, ao invés de se usar média aritmética para o cálculo do Irs -
Indicador de Resíduos Sólidos, seja promovida uma média ponderada dos indicadores, por
meio de pesos atribuídos de acordo com a sua importância para a comunidade, a saúde
pública e o meio ambiente.
Para a ponderação, sugere-se que sejam levados em conta os seguintes pesos relativos a cada
um dos indicadores que, através de seu somatório, totalizam 10.
Ivm - Indicador do Serviço de Varrição das Vias: p=1,0;
Icr - Indicador do Serviço de Coleta Regular: p=1,5;
Ics - Indicador do Serviço de Coleta Seletiva: p=1,0;
Irr - Indicador do Reaproveitamento dos RSD: p=1,0;
Iqr - Indicador da Destinação Final dos RSD: p=2,0;
Isr - Indicador de Saturação do Tratamento e Disposição Final dos RSD: p=1,0;
Iri - Indicador do Reaproveitamento dos RSI: p=0,5;
Idi - Indicador da Destinação Final dos RSI: p=0,5;
Ids - Indicador do Manejo e Destinação dos RSS: p=1,5;
Irs=(1,0*Ivm+1,5*Icr+1,0*Ics+1,0*Irr+2,0*Iqr+1,0*Isr+0,5*Iri+0,5*Idi+1,5*Ids)/10
Caso, para este município, as informações necessárias para geração de quaisquer indicadores
não estejam disponíveis, seu peso deve ser deduzido do total para efeito do cálculo do Irs.
A conceituação dos indicadores e a metodologia para a estimativa de seus valores encontram-
se apresentadas a seguir.
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5.4.1 IVM – Indicador do Serviço de Variação das Vias
Este indicador quantifica as vias urbanas atendidas pelo serviço de varrição, tanto manual
quanto mecanizada, onde houver, sendo calculado com base no seguinte critério:
Em que:
Ivm: Indicador do Serviço de Varrição das Vias
%Vm mín:% da km de varrição mínimo = 10% das vias urbanas pavimentadas
%Vm max: % de km de varrição máximo = 100% das vias urbanas pavimentadas
%Vm atual: % de km de varrição praticado em relação ao total das vias urbanas pavimentadas
5.4.2 ICR – Indicador do Serviço de Coleta Regular
Este indicador quantifica os domicílios atendidos por coleta de resíduos sólidos domiciliares,
sendo calculado com base no seguinte critério:
Sendo:
%Dcr= Porcentagem de domicílios atendidos
Duc= Total dos domicílios urbanos atendidos por coleta de lixo
Dut= Total dos domicílios urbanos
5.4.3 ICS – Indicador do Serviço de Coleta Seletiva
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Este indicador quantifica os domicílios atendidos por coleta seletiva de resíduos sólidos
recicláveis, também denominada lixo seco, sendo calculado com base no seguinte critério:
Em que:
Ics: Indicador do Serviço de Coleta Seletiva
%CS mín: % dos domicílios coletados mínimo = 0% dos domicílios municipais
%CS Max: % dos domicílios coletados máximo = 100% dos domicílios municipais
%CS atual: % dos domicílios municipais coletados em relação ao total dos domicílios municipais
5.4.4 IRR – Indicador de Reaproveitamento dos RSD
Este indicador traduz o grau de reaproveitamento dos materiais reaproveitáveis presentes nos
resíduos sólidos domiciliares e deve sua importância à obrigatoriedade ditada pela nova
legislação federal referente à Política Nacional dos Resíduos Sólidos, sendo calculado com base
no seguinte critério:
Em que:
Irr: Indicador de Reaproveitamento de Resíduos Sólidos
%rr mín: % dos resíduos reaproveitados mínimo = 0% do total de resíduos sólidos gerados no
município
%rr máx: % dos resíduos reaproveitados máximo = 60% do total de resíduos sólidos gerados no
município
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%rr atual: % dos resíduos reaproveitados em relação ao total dos resíduos sólidos gerados no
município
5.4.5 IQR – Indicador de Destinação Final dos RSD
Este indicador, denominado de IQR - Índice de Qualidade de Aterro de Resíduos, é
normalmente utilizado pelos órg~]aos ambientais para avaliar as condições dos sistemas de
disposição de resíduos sólidos domiciliares. O índice IQR é apurado com base em informações
coletadas nas inspeções de cada unidade de disposição final e processadas a partir da
aplicação de questionário padronizado. Em função de seus respectivos IQRs, as instalações são
enquadradas como inadequadas, controladas ou adequadas, conforme quadro abaixo:
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Quadro 3 – Indicador da Destinação Final dos RSD
IQR Enquadramento
0,0 a 6,0 Condições Inadequadas (I)
6,1 a 8,0 Condições Controladas (C)
8,1 a 10,0 Condições Adequadas (A)
Importa, no caso, a pontuação do sítio de destinação final utilizado pelo município. Observe-se
que a Política Nacional dos Resíduos Sólidos através da Lei Federal nº 12.305, de 02 de agosto
de 2010, que passou a exigir que os rejeitos não reaproveitáveis dos resíduos sólidos urbanos
sejam destinados unicamente a aterros sanitários.
5.4.6 ISR – Indicador de Saturação do Tratamento e Disposição Final dos RSD
Este indicador demonstra a capacidade restante dos locais de disposição e a necessidade de
implantação de novas unidades de disposição de resíduos, sendo calculado com base nos
seguintes critérios:
Em que:
n = tempo em que o sistema ficará saturado (anos)
O nmín e o nmáx são fixados conforme apresentado abaixo:
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Quadro 4 – Indicador de Saturação do Tratamento e Disposição Final dos RSD
Faixa da População nmín Isr nmáx Isr
Até 20.000 hab.
≤ 0 0
n ≥ 1
100 20.001 a 50.000 hab. n ≥ 2
De 50.001 a 200.000 hab n ≥ 3
Maior que 200.000 hab n ≥ 5
5.4.7 IRI – Indicador de Reaproveitamento dos RSI
Este indicador traduz o grau de reaproveitamento dos materiais reaproveitáveis presentes na
composição dos resíduos sólidos inertes e, embora também esteja vinculado de certa forma à
obrigatoriedade ditada pela nova legislação federal referente à Política Nacional dos Resíduos
Sólidos, não tem a mesma importância do reaproveitamento dos RSD, sendo calculado com
base no seguinte critério:
Sendo que:
Iri: Indicador de Reaproveitamento de Resíduos Sólidos Inertes
%Ri mín: % dos resíduos reaproveitados mínimo = 0% do total de resíduos sólidos inertes
gerados no município
%Ri máx: % dos resíduos reaproveitados máximo = 60% do total de resíduos sólidos inertes
gerados no município
%Ri atual: % dos resíduos inertes reaproveitados em relação ao total dos resíduos sólidos
inertes gerados no município
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5.4.8 IRI – Indicador de Destinação Final dos RSI
Este indicador possibilita avaliar as condições dos sistemas de disposição de resíduos sólidos
inertes que, embora ofereça menores riscos do que os relativos à destinação dos RSD, se não
forem bem operados podem gerar o assoreamento de drenagens e acabarem sendo, em
muitos casos, responsáveis por inundações localizadas, sendo calculado com base no seguinte
critério:
Em que:
Idi: Indicador de Disposição Final de Resíduos Sólidos Inertes
IQI: Índice de qualidade de destinação de inertes, atribuído à forma/unidade de destinação
final utilizada pelo município para dispor seus resíduos sólidos inertes e estimado de acordo
com os seguintes critérios:
Quadro 5 – Índice de Qualidade de Destinação de Inertes
Operação da Unidade Condições IQI
Sem triagem prévia / sem configuração topográfica / sem drenagem superficial inadequadas 0,00
Com triagem prévia / sem configuração topográfica / sem drenagem superficial inadequadas 2,00
Com triagem prévia / com configuração topográfica / sem drenagem superficial Controladas 4,00
Com triagem prévia / com configuração topográfica / com drenagem superficial Controladas 6,00
Com triagem prévia / sem britagem / com reaproveitamento Adequadas 8,00
Com triagem prévia / com britagem / com reaproveitamento Adequadas 10,00
Caso o município troque de unidade e/ou procedimento ao longo do ano, seu IQI final será a
média dos IQIs das unidades e/ou procedimentos utilizados, ponderada pelo número de meses
em que ocorreu a efetiva destinação em cada um deles.
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5.4.9 IDS – Indicador do Manejo e Destinação dos RSS
Este indicador traduz as condições do manejo dos resíduos dos serviços de saúde, desde sua
forma de estocagem para conviver com baixas frequências de coleta até o transporte,
tratamento e disposição final dos rejeitos, sendo calculado com base no seguinte critério:
Em que:
Ids: Indicador de Manejo de Resíduos de Serviços de Saúde
IQS: Índice de Qualidade de Manejo de Resíduos de Serviços de Saúde, estimado de acordo
com os seguintes critérios:
Quadro 6 – Índice de Qualidade de Manejo de Resíduos de Serviços de Saúde
Operação da Unidade Condições IQS
Com baixa frequência e sem estocagem refrigerada / sem transporte adequado /
sem tratamento licenciado / sem disposição final adequada dos rejeitos tratados
Inadequadas 0,00
Com baixa frequência e com estocagem refrigerada / sem transporte adequado /
sem tratamento licenciado / sem disposição final adequada dos rejeitos tratados
Inadequadas 2,00
Com frequência adequada / sem transporte adequado / sem tratamento
licenciado / sem disposição final adequada dos rejeitos tratados
Controladas 4,00
Com frequência adequada / com transporte adequado / sem tratamento
licenciado / sem disposição final adequada dos rejeitos tratados
Controladas 6,00
Com frequência adequada / com transporte adequado / com tratamento
licenciado / sem disposição final adequada dos rejeitos tratados
Adequadas 8,00
Com frequência adequada / com transporte adequado / com tratamento
licenciado / com disposição final adequada dos rejeitos tratados
Adequadas 10,00
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Caso o município troque de procedimento/unidade ao longo do ano, o seu IQS final será a
média dos IQSs dos procedimentos/unidades utilizados, ponderada pelo número de meses em
que ocorreu o efetivo manejo em cada um deles.
5.5. Indicadores de Drenagem
5.5.1 Conceitos
Tomando-se como referência que o indicador deve englobar parâmetros mensuráveis, de fácil
aquisição e disponibilidade, e ser aderente aos conceitos de drenagem, o primeiro aspecto
será o da avaliação em separado dos subsistemas de micro e macrodrenagem, lembrando que
o primeiro refere-se à drenagem de pavimentos que recebem as águas da chuva precipitada
diretamente sobre ele e dos lotes adjacentes, e o segundo considera os sistemas naturais e
artificiais que concentram os anteriores. Assim, pode-se dizer que a microdrenagem é uma
estrutura direta e obrigatoriamente agregada ao serviço de pavimentação e deve sempre ser
implantada em conjunto com o mesmo, de forma a garantir seu desempenho em termos de
segurança e de condições de tráfego (trafegabilidade da via) e ainda sua conservação e
durabilidade (erosões, infiltrações etc.).
Tal divisão é importante porque na microdrenagem utilizam-se elementos estruturais (guias,
sarjetas, bocas-de-lobo, tubos de ligação, galerias e dissipadores), cujos critérios de projeto
são diferentes dos elementos utilizados na macrodrenagem (galerias, canais, reservatórios de
detenção, elevatórias e barragens), notadamente quanto ao desempenho. Enquanto na
microdrenagem admitem-se, como critério de projeto, as vazões decorrentes de eventos com
período de retorno de dois, cinco, dez e até 25 anos, na macrodrenagem projeta-se tendo
como referência os eventos de 50 ou cem anos e até mesmo valores superiores. Da mesma
forma, as necessidades de operação e manutenção dos sistemas são distintas, no que se refere
à frequência de inspeções, capacidade dos equipamentos e especialidade do pessoal para
execução das tarefas de limpeza, desobstrução, desassoreamento etc.
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Quanto aos critérios de avaliação dos serviços devem ser consideradas os aspectos:
institucionalização, porte/cobertura do serviço, eficiência técnica e gestão. A seguir, explica-se
cada uma delas:
5.5.1.1 Institucionalização
A gestão da drenagem urbana é uma atividade da competência municipal e tende a compor o
rol de serviços obrigatórios que o Executivo é obrigado a prestar, com importância ainda maior
nos grandes aglomerados urbanos. Sua institucionalização como serviço dentro da estrutura
administrativa e orçamentária indicará o grau de desenvolvimento da administração municipal
com relação ao setor. Assim, deve-se considerar os seguintes aspectos indicadores do grau de
envolvimento da estrutura do Município com a implantação e gestão dos sistemas de micro e
macrodrenagem:
Quadro 7 – Indicadores de Drenagem – Institucionalização
MICRODRENAGEM MACRODRENAGEM
Existência de padronização para projeto viário e
drenagem pluvial
Existência de plano diretor urbanístico com tópicos relativos
à drenagem
Serviço de verificação e análise de projetos de
pavimentação e/ou loteamentos Existência de plano diretor de drenagem urbana
Estrutura de inspeção e manutenção da drenagem Legislação específica de uso e ocupação do solo que trata de
impermeabilização, medidas mitigadoras e compensatórias
Monitoramento de chuva Monitoramento de cursos d’água (nível e vazão)
Registro de incidentes envolvendo microdrenagem Registro de incidentes envolvendo a macrodrenagem
Este indicador pode, a princípio, ser admitido como ‘seco’, isto é, a existência ou prática do
quesito analisado implica na valoração do mesmo. Posteriormente, na medida em que o índice
for aperfeiçoado, o mesmo pode ser transformado em métrico para considerar a qualidade do
instrumento institucional adotado.
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5.5.1.2 Porte/Cobertura do Serviço (C)
Este critério considera o grau de abrangência relativo dos serviços de micro e macrodrenagem
no município, de forma a indicar se o mesmo é universalizado. Para o caso da microdrenagem,
representa a extensão de ruas que têm o serviço de condução de águas pluviais lançados sobre
as mesmas de forma apropriada, através de guias, sarjetas, estruturas de captação e galerias,
em relação à extensão total de ruas na área urbana.
No subsistema de macrodrenagem, o porte do serviço pode ser determinado por meio da
extensão dos elementos de macrodrenagem nos quais foram feitas intervenções em relação à
malha hídrica do município (até terceira ordem). Por intervenções, entendem-se as galerias-
tronco, que reúnem vários subsistemas de microdrenagem, e também os elementos de
drenagem naturais, como os rios e córregos, nos quais foram feitos trabalhos de canalização,
desassoreamento ou dragagem, retificação, revestimento das margens, regularização,
delimitação das áreas de APP, remoção de ocupações irregulares nas várzeas etc.
5.5.1.3 Eficiência do Sistema (S)
[Este critério pretende captar o grau de atendimento técnico, isto é, se o serviço atende às
expectativas quanto ao seu desempenho hidráulico em cada subsistema. A forma de avaliação
deve considerar o número de incidentes ocorridos com os sistemas em relação ao número de
dias chuvosos e à extensão dos mesmos.
A consideração de um critério de área inundada também pode ser feita, em uma segunda
etapa, quando estiverem disponíveis de forma ampla os cadastros eletrônicos municipais e os
sistemas de informatização de dados.
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5.5.1.4 Eficiência da Gestão (G)
A gestão do serviço de drenagem urbana, tanto para micro como para macro, deve ser
mensurada em função da relação entre as atividades de operação e manutenção dos
componentes e o porte do serviço.
Quadro 8 – Indicadores de Drenagem – Eficiência da Gestão
MICRODRENAGEM MACRODRENAGEM
Número de bocas-de-lobo limpas em relação ao total
de bocas-de-lobo
Extensão de córregos limpos/desassoreados em relação
ao total
Extensão de galerias limpas em relação ao total de
bocas-de-lobo
Total de recursos gastos com macrodrenagem em
relação ao total alocado.
Total de recursos gastos com microdrenagem em
relação ao alocado no orçamento anual para
microdrenagem
5.5.1.5 Cálculo do Indicador
O indicador deverá ser calculado anualmente, a partir de informações das atividades realizadas
no ano anterior. Os dados deverão ser tabulados em planilha apropriada, de forma a permitir a
auditoria externa, conforme o exemplo a seguir. O cálculo final do indicador será a média
aritmética dos indicadores de micro e macrodrenagem, com resultado final entre [0-10].
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Quadro 9 – Cálculo do Indicador – Microdrenagem
C MICRODRENAGEM Valor
Inst
itu
cio
nal
izaç
ão
I1 Existência de padronização para projeto viário e drenagem pluvial 0,5 0,5
I2 Serviço de verificação e análise de projetos de pavimentação e/ou
loteamentos 0,5 0,5
I3 Estrutura de inspeção e manutenção da drenagem 0,5 0,5
I4 Existência de monitoramento de chuva 0,5 0,5
I5 Registro de incidentes envolvendo microdrenagem 0,5 0,5
Co
ber
tura
C1 Extensão total de ruas com serviço de microdrenagem, em km
(guias, sarjetas e bocas-de-lobo)
C2 Extensão total de ruas do Município (km)
Efic
iên
cia
S1 Numero de dias com incidentes na microdrenagem (alagamento
de via até 30 cm, refluxo pelos PVs e Bls)
S2 Numero de dias com chuva no ano
Ges
tão
G1 Número de bocas-de-lobo limpas
G2 Total de bocas-de-lobo
G3 Total de recursos gastos com microdrenagem
G4 Total alocado no orçamento anual para microdrenagem
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Quadro 9 – Cálculo do Indicador – Microdrenagem (Continuação)
C MACRODRENAGEM Valor
Inst
itu
cio
nal
izaç
ão
I1 Existência de plano diretor urbanístico com tópicos relativos à
drenagem 0,5 0,5
I2 Existência de plano diretor de drenagem urbana 0,5 0,5
I3 Legislação específica de uso e ocupação do solo que trata de
impermeabilização, medidas mitigadoras e compensatórias 0,5 0,5
I4 Monitoramento de cursos d’água (nível e vazão) 0,5 0,5
I5 Registro de Incidentes envolvendo a macrodrenagem 0,5 0,5
Co
ber
tura
C1 Extensão de intervenções na rede hídrica do município
C2 Extensão da rede hídrica do município
Efic
iên
cia
S1
Número de dias com incidentes na de macrodrenagem
(transbordamento de córregos, derrubada de pontes,
solapamento de margem etc .Bls)
S2 Número de dias com chuva no ano
Ges
tão
G1 Total aplicado na limpeza de córregos / estruturas de
macrodrenagem em geral
G2 Total de recursos alocados para macrodrenagem
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