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1 Plano Local de Habitação de Interesse Social Prefeitura Municipal de Valinhos

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Plano Local de Habitação de

Interesse Social Prefeitura Municipal de Valinhos

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Apresentação Pela primeira vez na história de Valinhos, elabora-se um Plano

de Habitação que, articulado ao Plano Diretor, apresenta um

diagnóstico completo da situação habitacional na cidade, define as

diretrizes, estratégias, linhas de ação e programas, estabelecendo as

metas para o atendimento das necessidades habitacionais do

município.

A Lei 3842/2004, que instituiu o Plano Diretor do Município,

estabelece, em seu artigo 7º, os objetivos gerais da política urbana

como “estabelecer o regime urbanístico, levando em conta o pleno

desenvolvimento da função social do Município, a distribuição mais

justa e racional dos serviços públicos no Município, a criação de

melhores condições de vida, o desenvolvimento econômico e a

preservação do meio ambiente natural e construído, de forma a

assegurar a constante melhoria do bem-estar de seus habitantes.”,

ratificando o artigo 6º da Constituição Federal que consagra o direito

à moradia digna, “... garantir o direito universal à moradia digna,

democratizando o acesso a terra e aos serviços públicos de

qualidade”. A mesma Lei estabelece os objetivos e as diretrizes para

a política municipal de habitação e, para o cumprimento dessas fun-

ções, o Poder Executivo Municipal ora elabora o Plano Municipal de

Habitação.

A questão do acesso a condições dignas e estáveis de moradia

mediatiza o cotidiano de uma população, com reflexos em vários

outros determinantes do desenvolvimento humano, social e

econômico dos cidadãos do município.

Conceber programas para compor a Política Habitacional exige,

portanto, que os diagnósticos que orientam o planejamento partam

de uma visão ampla e integrada de gestão pública, apontando de

forma inequívoca quais são os atores sociais e os diferentes

interesses que compõem a dinâmica desta área.

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Tal ponto de partida essencialmente irá garantir uma concepção

consistente dos problemas da habitação no município, suas causas e

efeitos, permitindo escolhas que definam as prioridades a partir de

critérios apropriados, atendendo ao interesse público e às reais

necessidades dos cidadãos.

A elaboração do PLHIS insere-se no contexto de mudanças no

quadro institucional no país, que aponta para a progressiva

responsabilização dos municípios pela permanente elaboração,

execução e avaliação/adequação de políticas como a urbana e a

habitacional. Marco inicial nesse quadro, a Constituição Federal de

1988, no bojo do processo de redemocratização pelo qual passava o

país, concretiza a descentralização administrativa e fortalece o papel

dos municípios. Fazem parte desse contexto a aprovação do Estatuto

da Cidade, em 2001, a criação do Ministério das Cidades em 2003, e

a criação do Sistema Nacional de Habitação (SNH), que se propõem a

articular as ações e recursos das diversas esferas de governo e dos

agentes comprometidos em enfrentar o problema habitacional. Neste

Sistema, insere-se o Fundo Nacional de Habitação de Interesse

Social, fruto de anos de mobilização dos movimentos por moradia e

reforma urbana.

Esse moderno desenho institucional coloca para os municípios,

a tarefa de criar e aperfeiçoar o seu quadro normativo próprio, a

partir dos instrumentos criados pelo Estatuto das Cidades e das

responsabilidades que passam a assumir, criando mecanismos

administrativos, no âmbito de suas políticas habitacionais, que

permitam atender às exigências dos Planos Diretores e, agora, a

adesão ao SNH.

Valinhos, com o PLHIS, completa as condições necessárias para

ratificar sua adesão ao Sistema Nacional de Habitação, o que coloca o

município, em tese, em posição adequada para obter recursos

federais e estaduais para elaborar e executar seus programas e

projetos. Com o PLHIS, o município passa também a dispor de um

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instrumento que lhe permitirá dar um novo salto de qualidade na

gestão de sua política habitacional.

Neste contexto “Atender à demanda por ações de Política

Habitacional de forma equânime, priorizando o atendimento aos

cidadãos sob situação de vulnerabilidade e ou risco social, bem como,

em situação de pobreza.”, é o objetivo maior do Governo.

Tal prioridade orienta a questão do ordenamento e dos prazos

de atendimento para execução dos programas, projetos e atividades,

porém, sem qualquer reflexo no sentido de eliminar algum cidadão do

conjunto que constitui o “público alvo” da política habitacional.

Dentro deste cenário a Secretaria de Desenvolvimento Social e

Habitação se constitui no gestor desta Política Pública agregando os

parceiros e apoiadores necessários à consecução dos programas,

projetos e atividades desta área.

Ao constituir em uma Secretaria Municipal área específica para

cuidar das questões da Habitação, o Poder Público explicita o grau de

importância e prioridade desta Política Pública, tratando-a como um

dos focos de suas ações estratégicas dentro do Plano Municipal de

Governo.

As diretrizes da Política Pública da Habitação, bem como seu

objetivo geral permitem detalhar objetivos específicos para atuarem

como “regras de decisão” a serem usadas pelos gestores públicos

responsáveis pelo planejamento estratégico das ações.

Assim a expressão pública do Plano Municipal de Governo

poderá ser observada na fala dos gestores públicos e no conteúdo de

suas práticas.

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Sumário 1. O Município de Valinhos ............................................................... 9

1.1 Histórico e Evolução Urbana .................................................. 9

1.2 Aspectos Gerais .................................................................. 19

1.3 Aspectos Socioeconômicos .................................................. 21

1.4 Inserção Regional ................................................................ 25

2. Caracterização da Habitação no Município de Valinhos ............. 31

2.1 Histórico da Política Habitacional de Valinhos .......................... 31

2.2 Demanda Habitacional ......................................................... 33

2.2.1 Dados Municipais e o Cadastro Habitacional ......................... 33

2.3 Déficit Habitacional .............................................................. 36

2.3.1 Caracterização Áreas de Risco ............................................ 49

3. Custo da Habitação no município de Valinhos ............................. 52

4. Instrumentos de Gestão ............................................................. 55

4. 1 Marcos Regulatórios ........................................................... 55

4.2 Estrutura Institucional, Administrativa e Financeira ................. 60

5. Plano Local de Habitação de Interesse Social ............................ 66

5.1 Princípios, Diretrizes ............................................................ 66

5.2 Eixos Orientadores .............................................................. 68

5.3 Definições e Conceitos ......................................................... 69

5.4 Programas, Projetos e Ações ................................................ 74

6. Sistema de Monitoramento e Avaliação ....................................... 91

6.1 Diretrizes e Ações para o Monitoramento e Avaliação ............... 91

6.2 Sistema Municipal de Informações Habitacionais ..................... 91

6.2.1 Ações complementares ............................................. 92

6.3 Objetivos ........................................................................... 93

Referências Bibliográficas ................................................................... 96

Siglas & Glossário .............................................................................. 98

ANEXOS ......................................................................................... 103

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Introdução

Este documento traz em seu corpo a terceira etapa do processo

de elaboração do Plano Local de Habitação de Interesse Social –

PLHIS de Valinhos, etapa esta que tem como finalidade articular a

política habitacional vigente no município, suas diretrizes e

estratégias, com a formatação da política pública habitacional

municipal em torno de programas, metas e ações, de forma que sua

implementação possa ser monitorada e avaliada através de um

sistema pautado por indicadores que possam subsidiar a posterior

revisão do plano num horizonte temporal não inferior a 10 anos.

Ao tratar de um horizonte temporal não inferior a 10 anos, tal

plano configura-se num planejamento de longo prazo, no qual são

definidas as ações, metas e estratégias fundamentais para que os

objetivos de tal política sejam atingidos.

Desde a elaboração do Diagnóstico Habitacional do Município,

incluindo a discussão da proposta metodológica para a elaboração

deste e a formulação do PLHIS de Valinhos, todo o trabalho consistiu

num processo no qual as atividades realizadas foram desenvolvidas

com o envolvimento dos técnicos municipais e a partir de discussões

com membros do Conselho Municipal de Habitação, e com a

população do município. Tal dinâmica contou ainda, durante toda a

sua elaboração, com a consultoria técnica externa, por meio da

D’Accord Assessoria e Treinamento.

Como resultado do processo acima descrito o presente texto

traz consigo as propostas resultantes, consistindo assim o Plano

numa sistematização das discussões e estudos realizados, para que

possam servir de subsídio à tomada de decisão governamental, e

também, para o acompanhamento do desenvolvimento da Política

Habitacional local.

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O texto divide-se em 6 capítulos. Os capítulos de 1 a 4

consistem na apresentação do Diagnóstico Habitacional do município,

incorporada ao plano a fim de contextualizar a problemática

habitacional do município, proporcionando assim o entendimento das

ações apresentadas por este PLHIS.

Os capítulos 5 e 6 tratam do PLHIS, sendo primeiramente

apresentados os Princípios e Diretrizes, Eixos Orientadores e os

Programas Projetos e Ações que compõem o PLHIS.

Na sequencia o texto trata do Sistema de Monitoramento e

Avaliação, apresentando diretrizes, conceitos e as ações necessárias

para a realização do monitoramento e avaliação deste PLHIS.

O documenta apresenta ainda em anexo a memória de todo o

processo de elaboração deste PLHIS, por meio de lista de presenças e

registros fotográficos.

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Diagnóstico Habitacional do

Município de Valinhos

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1. O Município de Valinhos

1.1 Histórico e Evolução Urbana

O processo de urbanização no município de Valinhos tem como

ponto de partida o ano de 1732, quando o conde de Sardezas,

Antonio Luiz de Távora, então governador da província de São Paulo,

concedeu a sesmaria do Ribeirão Pinheiro ao sesmeiro Alexandre

Simões Vieira. Esta concessão foi feita após Alexandre ter descoberto

um novo caminho de Jundiaí a Goiás, que substituía o percurso

utilizado até então por ser mais curto e de melhor acesso, assim

favorecendo a exploração do ouro descoberto nas terras goianas.

Além disso, o sesmeiro teria feito uma “roça” de proporções

razoáveis, casas de moradas e pousos que serviam para dar suporte

aos viajantes bandeirantes e tropeiros. Nomeado como Pouso de

Pinheiros, o local é considerado como o primeiro marco oficial de uma

área dentro do atual município de Valinhos.

O início do povoamento da área data de 1741, quando Francisco

Barreto Leme e sua família se instalaram na região. Pertencente ao

município de Jundiaí, Campinas ainda chamava-se bairro de

Campinas do Mato Grosso quando a sesmaria do Ribeirão Pinheiro foi

outorgada. O bairro de Jundiaí, em 1774, é elevado à categoria de

Distrito, já Campinas torna-se município em 1797.

O desenvolvimento da área começa a partir do surgimento de

grandes fazendas no local. Em 1819, Campinas possuía em torno de

100 engenhos, onde a produção alcançava cerca de duas mil arrobas.

Com a valorização do café, em 1850, fazendas cafeeiras são

implantadas para concorrerem com a produção de açúcar e, em

1860, Campinas já possuía em torno de 18 mil habitantes. Em 1870,

devido às grandes geadas que arrasaram as lavouras da Província de

São Paulo, se fez necessária a busca de terras “livres” para dar

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continuidade a produção, e Campinas foi a solução. Assim, com a

nova demanda para escoar o que era produzido na área, é

inaugurada, em 1872, a via férrea entre Campinas e Jundiaí e

também a pequena estação ferroviária de Valinhos.

A produção de café crescia a cada temporada, e os aspectos

econômicos e sociais mudavam na medida em que a área progredia.

Um grande aumento populacional se deu, nas décadas de 1870 e 80,

com a imigração européia e com abolição dos escravos. Além disso,

outro fator importante que colaborou para chegada de novos

moradores foi a epidemia de febre amarela ocorrida em 1889 em

Campinas, que fez com que pessoas procurassem, entre outras, a vila

de Valinhos como local de fuga. Nesse mesmo ano é convocada a

assembléia Legislativa para que fossem tomadas providências sobre o

saneamento básico da cidade e com isso evitar o aparecimento de

novas epidemias. Assim, é transferida para Valinhos a Sexta Secção

Eleitoral de Campinas e, em 1893, é inaugurado o “Distrito Policial de

Valinhos”.

Em 1896, começa a ser construída a Igreja de São Sebastião

próximo a estação de trem, que na época já apresentava residências

e pequenos comércios em seu entorno. Ainda em 1896, o Congresso

Estadual criou a Lei 383 que elevou a vila de Valinhos à categoria de

Distrito da Paz, da Comarca de Campinas, que utilizou as mesmas

divisas do “Distrito Policial” para definir seus limites. O Cartório de

Registros foi inaugurado em 1897 e, segundo registros nos últimos

anos daquele século, Valinhos possuía, aproximadamente, as

seguintes instalações: 22 fazendas grandes, 70 fazendas pequenas,

uma fábrica de sabão, uma igreja, 7 escolas, 70 prédios, 8 ruas e

uma praça.

Valinhos, a partir de 1910, passa a ter reconhecimento nacional

e internacional pela produção de Figo Roxo em escala comercial.

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Conhecida como a capital do Figo Roxo, Valinhos tem até hoje, como

seu principal evento turístico, a Festa do Figo. Já em 1921, é

inaugurada a Fonte Sônia, propriedade de Orosimbo Maia, que fora

prefeito de Campinas. Tratava-se de uma espécie de “hotel fazenda”

que abriu portas para outros empreendimentos deste tipo no local.

Em 1953, o Governo do Estado promulga a Lei 2456, criando o

município de Valinhos. A primeira eleição aconteceu dia 3 de outubro

de 1954, sendo eleito Jerônymo Alves Corrêa. O município é

oficialmente instalado no dia 1º de Janeiro de 1955, quando tomaram

posse o prefeito e os 13 vereadores.

O processo de urbanização consiste na apropriação do espaço

pelo homem através de diversas ações - habitar, recrear, trabalhar,

circular - ocorrendo fisicamente de muitas formas, ou seja, através

do uso e da ocupação do solo, envolvendo atualmente grandes

concentrações populacionais, distribuídas de forma mais ou menos

densa no território urbano.

Em Valinhos, quanto ao crescimento populacional, decorrente do

processo brasileiro de desenvolvimento, que, como outros, teve a

indústria como mola propulsora, atraindo a população rural para as

cidades e muitas vezes encampando como urbanas, áreas até então

rurais, verifica-se que ocorreu de forma diferente da evolução da

malha urbana.

Este crescimento, ocorrido nas décadas analisadas, pode ser

verificado na tabela a seguir. Ainda que as taxas de crescimento em

estudo tenham decrescido nas décadas de 60 e 70, passando de

1,83% em 1960 para 1,61% em 1970, nas décadas de 80 e 90 elas

crescem para 3,02% e 2,63% respectivamente. Com isso a

população foi multiplicada por 8 neste período.

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Evolução Urbana

Fonte: SOUZA, Rodrigo Souza Busnardo de. A Fazenda Capuava em Valinhos: estudo de caso de evolução urbana. Campinas, 2009.

Estes dados vêem demonstrar o crescimento desenfreado

ocorrido, conseqüência do modelo econômico vigente e sem que

tenha sido acompanhado do planejamento para a ocupação do

espaço.

Pois se é a cidade que dá condições de vida à população, como

espaços de consumo coletivo, através das atividades antrópicas,

estas geram conseqüências ou externalidades. No caso das

metrópoles, as externalidades são, em sua maioria, negativas, pois

que decorrentes do crescimento econômico calcado na acumulação

industrial, propiciando as deseconomias da aglomeração,

característica ainda mais acentuada nas metrópoles

subdesenvolvidas.

Kowarick & Campanário (1994, p. 54), ao apresentarem a

Grande São Paulo como metrópole do subdesenvolvimento

industrializado, afirmam que “a antiga divisão internacional do

trabalho, caracterizada pela concentração de atividades

manufatureiras na Europa e Estados Unidos, cedeu lugar a uma nova

configuração, em que os novos países industrializados ganharam

importância como centros de acumulação e valorização do capital

multinacional”.

A industrialização com a posterior diversificação de atividades de

serviços e de relacionamento entre cidades criou um “surto de

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superurbanização”, expressão cunhada por Cohen (apud Kowarick &

Campanário, idem, p. 66) para o crescimento da RMSP desde 1950. É

a mesma tendência que se verifica na RM Campinas, segundo Mello

(1989, p. 28) a partir da mesma década, pois de 1945 a 1955 a área

urbana de Campinas cresce em mais de 200% e após 1950 a

população urbana praticamente dobra a cada década.

De 1960 a 1980, a população da cidade de Campinas salta de

219,6 para 664,6 mil. Valinhos, inserida na região de Campinas,

também sentiu os efeitos deste processo de desenvolvimento e

crescimento populacional, atingindo nos dias atuais um altíssimo grau

de urbanização, apresentado na Tabela 2.

Atualmente, o grau de urbanização no Sudeste atinge um valor

bem alto de 90,5% enquanto o de Valinhos, 94,6%.

Grau de Urbanização

Fonte: SOUZA, Rodrigo Souza Busnardo de. A Fazenda Capuava em Valinhos: estudo de caso de evolução urbana. Campinas, 2009.

Com a emancipação de Valinhos em 1955, a cidade continuou se

desenvolvendo, crescendo, enfim se urbanizando, sendo possível

verificar nos gráficos 1 e 2 o ritmo de crescimento da malha

urbanizada, por décadas, em número de unidades urbanas, sejam

lotes, unidades autônomas em condomínios horizontais ou

apartamentos em condomínios verticais, como também em metros

quadrados de território.

No gráfico 1, pode-se verificar que nas décadas de 50 e 70 há

um aumento muito grande na geração de unidades urbanas,

relativamente às décadas de 60 e 80, sendo 7.648 e 7.305,

respectivamente.

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O crescimento da década de 50 pode ser explicado pela

industrialização, que, segundo Santos (1993, p. 27), é um “processo

social complexo que inclui tanto a formação de um mercado nacional

quanto esforços de equipamento do território para torná-lo integrado,

como a expansão do consumo em formas diversas, o que impulsiona

a vida de relações (leia-se terceirização)”.

É esta lógica que a partir dos anos 1940-1950 “ativa o próprio

processo de urbanização” e que, culminou, inclusive, na emancipação

da cidade.

O crescimento da década de 70 teve origem no “milagre

econômico” brasileiro, que viabilizou maiores investimentos no país,

inclusive no setor imobiliário, sendo nessa década, conforme Santa

(idem, p. 69), que o processo de urbanização conhece uma

aceleração e ganha novo patamar, consolidado na década seguinte.

Fonte: Extraído do Plano Diretor III

A década de 80 caracteriza-se pelo baixo crescimento tanto do

número de unidades quanto da área urbanizada devido à recessão

econômica que dominou o país (vide gráficos 1 e 2).

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Fonte: Extraído do Plano Diretor III

Já na década de 90 o crescimento é ainda maior que nas

décadas de 50 e 70, atingindo 10.464 unidades aprovadas, sendo que

destas, 8.783 estão disponibilizadas, ou seja, implantadas de fato, e

1145 estão em processo de implantação.

Por outro lado, ao se analisar o gráfico 2, verifica-se que os picos

de crescimento das áreas urbanizadas ocorreram nas décadas de 50,

60 e 70 (8.382.093,38m²; 13.883.903,49m²; e 10.076.141,32m²

respectivamente) e diferentemente do observado no gráfico 2, a

década de 90 apresenta-se com um valor relativamente baixo,

2.906.547,46m².

Esta diferença é explicada pela forma de ocupação do território

da cidade. Nas décadas de 50 a 70, o parcelamento do solo ocorreu

sob a forma de chácaras de recreio, localizadas longe da malha

urbana existente sendo que as áreas dos lotes variaram, em média,

de 1.000m² (Vale Verde, Estância Recreativa San Fernando, Vale do

Itamaracá) a 28.000m² (Chácaras das Nações), implicando em

densidades muito baixas.

A implantação destes loteamentos se efetivou com pouca infra-

estrutura, somente com abertura das vias e rede de energia elétrica.

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O abastecimento de água inicialmente se deu através de poços

individuais, sendo posteriormente construídos poços profundos para

abastecimento local; o esgotamento sanitário é feito por fossas

sépticas.

Na Tabela 3, fica demonstrado que as chácaras de recreio foram

realmente significativas na forma de ocupação da cidade. Elas

responderam por 28,58% do número de unidades urbanas geradas

na década de 50, por 49,67%, na década de 60 e por 28,81% na

década de 70.

Parcelamento do Solo em Valinhos

Fonte: Extraído do Plano Diretor III

Assim, apesar da carência de infra-estrutura, esta forma de

parcelamento é que conduziu a ocupação da cidade para o veraneio

ou lazer, caracterizando a qualidade de vida. Pois este processo

aliado aos fatores de não absorção dos problemas habitacionais da

região metropolitana, fizeram da cidade um ‘oásis’ de vida saudável.

Na década de 90, embasado no consolidado status de qualidade

de vida, o que ocorreu foi diversamente oposto: de forma explosiva o

crescimento das unidades urbanas processou-se com densidades

comparativamente muito altas, pois a apropriação do espaço urbano

se consolida com a ocupação sob a forma de condomínios ou

loteamentos fechados com as áreas de suas unidades variando de

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200m², como, por exemplo, o “Condomínio Tabatinga”, a 500m²

como o loteamento “Reserva Colonial”.

Devido à existência das chácaras de recreio, a cidade tornou-se

atraente sob o aspecto habitacional para a população com perfil de

melhor poder aquisitivo, classes média a alta que emigrou

maciçamente da região em busca da segurança dos núcleos fechados,

da inexistência de favelas, além de um pretenso padrão estético de

beleza.

Esta nova tendência reforçou o padrão superior de qualidade de

vida, contribuindo definitivamente para criar um ciclo que mantém o

status e conseqüentemente o elevado custo da terra.

Além disso, reforçou também a tendência de “cidade dormitório”

como primeira conseqüência.

Até 1950 a ocupação se deu na região hoje central, na Vila

Santana e ao longo da via férrea e do Ribeirão Pinheiros que cruzam

a cidade no sentido leste-oeste.

Nas décadas de 50 a 70, o crescimento foi ocorrendo ao redor da

área central e mais distante da área urbanizada, a SE, sob a forma de

parcelamento das antigas fazendas em chácaras de recreio, que,

como já demonstrado acima, são a marca da cidade enquanto formas

de ocupar e usar o espaço, pois, como afirmam Brunn & Willians

(1993, p. 26), "as funções econômicas são chaves para o crescimento

das cidades".

Por isso, é neste período, de 50 a 70, que começa a se delinear

um perfil de cidade de veraneio ou de fim de semana, já que as

atividades econômicas não têm crescimento semelhante ao número

de unidades urbanas geradas.

Apesar de esta forma de ocupação apresentar-se com densidade

populacional menor que a dos loteamentos efetivamente urbanos, já

que sua finalidade não é estritamente urbana - lazer campestre - e

apresentar-se também sem redes de abastecimento de água,

esgotamento sanitário, sistemas de drenagem e pavimentação das

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vias, sua localização e a efetiva utilização dessas chácaras

imprimiram na cidade um logotipo de "qualidade de vida" que, na

década de 90, atraiu os condomínios e loteamentos de 'luxo'. Estes se

concentraram na região SE, a mesma onde se encontram a maioria

dos loteamentos de chácaras.

Por fim, pode-se afirmar que, apesar do caos urbano em que se

encontram muitas cidades da região, a cidade de Valinhos ainda se

destaca pelo bem-estar oferecido aos habitantes.

MAPA DE EVOLUÇÃO URBANA

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1.2 Aspectos Gerais

Valinhos está situada a 90 km da capital São Paulo, é uma das

19 cidades da Região Metropolitana de Campinas e integra o Circuito

das Frutas, criado para desenvolver o agroturismo na região. O

município de Valinhos possui relevo fortemente acidentado, formado

pelos últimos contrafortes da Serra da Mantiqueira. Possui rios,

ribeirões e córregos, somando 91.920 metros de águas, com

vegetação típica da Mata Atlântica, sua composição hidrográfica

compreende os rios Atibaia e Capivari; os ribeirões Dois Córregos,

Bom Jardim e Pinheiros; e os córregos da Invernada, da Santa

Escolástica e da Fazenda São Paulo.

Ocupa uma área de 148,9 Km² e é o 7º município mais

populoso da Região Metropolitana de Campinas, tendo idêntica

posição na Densidade Demográfica com 696,82 Habitantes/Km²,

possui 105.728 habitantes, e estima-se que 95% seja população

urbana e 5 % rural (FUNDAÇÃO SEADE).

O município de Valinhos está cercado por amplo sistema viário

de alta qualidade, tendo como eixos principais as rodovias

Anhangüera, Bandeirantes, Dom Pedro I, e o anel viário José

Magalhães Teixeira, que liga as rodovias Anhangüera e Dom Pedro I,

além de rodovias secundárias ramificadas pelo município. Localizado

próximo a cidades de grande e médio porte, encontramos como

cidades limítrofes: Campinas ao norte e oeste, Vinhedo ao sul, Itatiba

a leste, Itupeva no sudoeste e ao nordeste o município de

Morungaba.

Valinhos revela oportunidades de negócios em função da base

produtiva, e a situação privilegiada de sua localização permite forte

comércio e serviços. O município vem apresentando um crescimento

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populacional muito acima da média das décadas anteriores. Sendo

que, o crescimento populacional absoluto, entre os anos 70 e 90, a

população aumentou em 52 mil pessoas e de 2001 a 2007 foram

24.500. Ou seja, a cidade cresceu nos últimos 9 anos praticamente a

metade do total dos últimos 30 anos. A taxa de crescimento

geométrica da população entre 2000 a 2010 é de 2,47%.

Isso se deve principalmente a qualidade de vida, a localização

privilegiada e as oportunidades que o município oferece. Ao mesmo

tempo, Valinhos é uma cidade pequena territorialmente e restam

apenas poucos terrenos e glebas em áreas com infraestrutura urbana

necessária para moradia, o que leva o mercado imobiliário a optar

pela verticalização das construções residenciais e não mais a criação

de loteamentos ou condomínios horizontais. Observa-se também que

o intenso crescimento urbano de Valinhos e cidades vizinhas

provocaram o efeito da conurbação.

Fonte: Plano Diretor III

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21

1.3 Aspectos Socioeconômicos

A produção industrial diversificada, com ênfase em setores

dinâmicos e de alta tecnologia, coloca o município de Valinhos no 44°

lugar em Valor Adicionado no Estado e 63º lugar em Valor Adicionado

per capita (dados de 2008). O Produto Interno Bruto (PIB) total é de

aproximadamente R$ 2.655.920,00 (dados de 2007). O PIB per

capita é de R$ 27.152,75, o 5º dentre as 19 cidades da RMC (Região

Metropolitana de Campinas) e 49º do Estado. (Fundação SEADE).

O Setor primário, isto é, a agricultura é bastante valorizada, não

somente no sentido econômico, mas também no sentido cultural.

Valinhos é conhecida como a Capital do Figo Roxo, cultura agrícola

que atraiu também o plantio de outras frutas, como goiaba (a

principal delas), uva, pêssego, caqui, manga, acerola, lichia, siriguela

e carambola, entre outras. O Valor Adicionado deste setor representa

1,25% do Total do Valor Adicionado do município.

O setor secundário, ou seja, a economia industrial é

caracterizada, principalmente pelas indústrias das áreas de

metalurgia, produtos de higiene, alimentícios, de limpeza,

farmacêuticos e de materiais e equipamentos de transporte,

destacando-se cinco grandes indústrias: Unilever, Rigesa, Eaton,

CHR-Hansen e Ativus. A participação deste setor no Valor Total

Adicionado é de 45,98%, o perfil do município é considerado como

industrial pela Fundação SEADE.

Total de Estabelecimentos Industriais 405

Número de Empregos na Indústria 9726

Dados: Plano Diretor III

No setor terciário, ou seja, a prestação de serviços e comércio,

Valinhos não possui grande destaque no cenário nacional, entretanto,

ao considerarmos o âmbito municipal temos neste setor econômico o

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maior gerador de empregos do município, sendo que hoje a cidade

tem à sua disposição uma estrutura adequada de fornecimento de

bens e serviços. Hoje, existem instalados no município os seguintes

segmentos dentro do setor de serviços: transporte, comunicação,

pessoais, diversão, domiciliares, alojamento e alimentação, reparação

e manutenção, médicos e odontológicos, ensino, sociais, serviços

auxiliares e serviços públicos. A participação do setor de Serviços no

Valor Total Adicionado é de 52,77%.

Valor Adicionado Total, por Setores de Atividade Econômica, Produto Interno Bruto Total e per capita a Preços Correntes - 2007

Municípios

Valor Adicionado

PIB (3) (em milhões de

reais)

PIB per Capita (4) (em reais)

Agropecuária (em milhões de

reais)

Indústria (em milhões

de reais)

Serviços (em milhões de reais) Total (em

milhões de reais)

Administração Pública

Total (2)

ESTADO DE SÃO PAULO

14.956,57 225.125,05 67.321,89 519.980,79 760.062,40 902.784,27 22.667,25

Valinhos 28,63 1.050,39 212,97 1.205,37 2.284,39 2.655,92 27.152,75

Fonte: Fundação Seade; Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE.

(1) Dados sujeitos a revisão.

(2) Inclui o VA da Administração Pública.

(3) O PIB do Município é estimado somando os impostos ao VA total.

(4) O PIB per Capita foi calculado utilizando a população estimada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE.

No âmbito da organização social do município, podemos observar

que o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) de

Valinhos é considerado elevado pelo Programa das Nações Unidas

para o Desenvolvimento (PNUD), sendo seu valor de 0,842.

Considerando apenas a educação o valor do índice é de 0,911,

enquanto o do Brasil é 0, 849, o Índice da longevidade é de 0,782 (o

brasileiro é 0, 638) e o de renda é de 0,832 (o do Brasil é 0,723). Ao

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analisarmos os indicadores sociais do município com base nos dados

do PNUD de 2000, observamos que Valinhos possui a maioria dos

indicadores elevados, a taxa de alfabetização é 5,58. O coeficiente de

Gini, usado para avaliar a desigualdade social, é de 0,401. A

incidência da pobreza, medida pelo IBGE, é de 10,18 %. Valinhos tem

melhorado todos os seus indicadores nos últimos anos, mostrando

que a melhoria na qualidade de vida vem aumentando. A título de

informação geral, os dados do último Censo do IBGE também

mostram que a população valinhense é composta de 50,15% de

mulheres.

Uma análise das condições de vida de seus habitantes mostra

que, em 2005, segundo dados da Fundação João Pinheiro, 14,69%

dos domicílios de Valinhos (cerca de 3.267 unidades) tinham seus

responsáveis com renda de até 3 salários mínimos e 17,55% ( cerca

de 3.902 unidades) tinham seus responsáveis com renda de 3 a 5

salários mínimos. Por outro lado, é importante destacar que 37,01%

dos domicílios (cerca de 8.230) tinham seus responsáveis com renda

superior a 10 salários mínimos.

Com base no Índice Paulista de Vulnerabilidade Social, divulgado

periodicamente pela Fundação SEADE, podemos observar a

distribuição dos domicílios acima citados quando avaliados por este

critério.

1 Nota técnica: Se o Índice de Gini fosse igual a 1,00 teríamos o máximo de desigualdade e se fosse igual a 0,00 não haveria qualquer desigualdade.

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24

Fonte: Fundação Seade

“Uma análise das condições de vida de seus habitantes mostra que os

responsáveis pelos domicílios auferiam, em média, R$1.202, sendo que 34,5%

ganhavam no máximo três salários mínimos. Esses responsáveis tinham, em média, 7,1

anos de estudo, 45,5% deles completaram o ensino fundamental, e 5,8% eram

analfabetos. Em relação aos indicadores demográficos, a idade média dos chefes de

domicílios era de 46 anos e aqueles com menos de 30 anos representavam 12,9% do

total. As mulheres responsáveis pelo domicílio correspondiam a 17,4% e a parcela de

crianças com menos de cinco anos equivalia a 7,2% do total da população”

(FUNDAÇÃO SEADE).

Nota-se também que, em comparação ao estado de SP,

Valinhos apresenta menores índices de vulnerabilidade social,

concentrando 81,6% da população entre os níveis de nenhuma,

muito baixa e baixa vulnerabilidade, enquanto o estado concentra

62,4% da população nessas faixas. Cabe destacar que o município

concentra somente 2% da população no nível de muito alta

vulnerabilidade, enquanto 9,8% da população do estado encontram-

se nesse nível.

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25

Fonte: Fundação SEADE

1.4 Inserção Regional

O município de Valinhos integra a Região Metropolitana de

Campinas, formada por 19 municípios, contendo uma área total de

3.673 Km², representando 1,5% do território paulista e uma

população de 2,63 milhões de habitantes. Esta região caracteriza-se

por uma intensa dinâmica econômica marcada por grande

concentração industrial, existência de centros universitários e de

pesquisa de destaque e um amplo sistema viário. Possui também o

aeroporto de Viracopos, localizado na cidade de Campinas, que é o

segundo maior aeroporto do país, destacando-se pelo volume de

cargas transportadas e com grandes empresas de carga expressa.

Um terço das mercadorias exportadas e importadas pelo Brasil passa

por esse aeroporto.

6,9

23,3 22,220,2

17,6

9,8

4,6

33,5 33,5

18,0

8,4

2,0

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

35,0

40,0

1- Nenhuma Vulnerabilidade

2- Muito Baixa 3- Baixa 4- Média 5- Alta 6- Muito Alta

Em %

Estado Valinhos

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26

Região Metropolitana de Campinas

Fonte: PLANO INTEGRADO DE TRANSPORTE URBANO DA REGIÃO METROPOLITANA DE CAMPINAS. Campinas: STM, 2004.

Valinhos é a 7º cidade mais populosa da região e possui taxa de

crescimento de 2,45, sendo menor que a da RMC, porém maior que a

estadual e a nacional. Seu território representa 4,1% do território

total da RMC onde Campinas caracteriza-se por ser a principal

centralidade. O território de Campinas representa 21% do total da

região.

A região tornou-se, a partir da década de 70, um dos principais

pólos de interiorização do desenvolvimento econômico do estado de

São Paulo. Este processo se reflete na taxa de crescimento da região

que, apesar de recentemente apresentar queda, seguindo uma

tendência nacional, ainda é maior que o nacional e o estadual.

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Região Metropolitana de Campinas: Evolução da População Residente,

segundo os Municípios: 1970-1980-1991-2000-2007

Fonte: PLANO INTEGRADO DE TRANSPORTE URBANO DA REGIÃO METROPOLITANA DE CAMPINAS. Campinas: STM, 2004.

Em relação ao crescimento populacional da região, de acordo

com o cenário tendencial apresentado pelo Plano Integrado de

Transportes Urbanos (PITU) para a Região Metropolitana de

Campinas, prevê-se um crescimento populacional de 27,88% no

período entre 2000 e 2015, levando a RMC a abrigar uma população

total de 2,99 milhões de habitantes. A cidade de Valinhos tem uma

tendência importante quanto às projeções de população, uma vez

que é a 3º colocada da RMC no que diz respeito à população idosa,

possuindo 11,83% de pessoas com 60 anos ou mais.

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Estimativas elaboradas em 1991, relacionadas às condições de

vida e vulnerabilidade da população, sobretudo nas famílias da RMC,

apontam que “havia 86,9 mil chefes de domicílios vivendo abaixo da

linha de pobreza extrema na Região Metropolitana de Campinas,

enquanto em 2000, a quantidade de chefes de domicílios pobres

tinha crescido para 105,9 mil.” (POCHMANN, 2002: 143)

No âmbito do setor econômico, no que diz respeito aos vínculos

empregatícios e ao rendimento médio dos trabalhadores, observamos

que o setor terciário predomina no município de Valinhos, tanto na

participação no total de vínculos empregatícios, quanto no

rendimento médio dos trabalhadores. Porém, quando analisamos

separadamente os setores de comércio e serviços notamos que o

setor industrial predomina na cidade. Esse setor (industrial) possui

maior representatividade também em comparação à Região

Metropolitana de Campinas ao estado de São Paulo.

Nota-se que a agropecuária segue o mesmo sentido no

município, na RMC e no estado, sendo o setor de menor

representatividade, seja no total de vínculos empregatícios, seja no

rendimento médio dos trabalhadores, explicitando a predominância

do meio urbano ao rural evidenciada na RMC como um todo.

Page 29: Plano Local de Habitação de Interesse Social · 1.4 Inserção Regional ... próximo a estação de trem, que na época já apresentava residências e pequenos comércios em seu

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Comportamento dos setores econômicos em Valinhos, RMC e Estado de São

Paulo: vínculos empregatícios e rendimento médio dos trabalhadores

Setor

Econômico

Participação do setor no total de vínculos

empregatícios em 2008 (%)

Rendimento Médio dos trabalhadores do

Setor em 2008

Valinhos RMC Est. SP Valinhos RMC Est. SP

Agropecuária 0,96 2,24 3,2 712,24 844,89 876,36

Indústria 39,86 31,83 23,46 2.341,42 2.167,53 1.975,31

Construção

Civil 2,65 3,56 4,39 1.002,55 1.401,61 1.297,33

Comércio 18,07 20,55 19,01 1.090,29 1.123,49 1.211,80

Serviços 38,46 41,82 49,93 1.564,80 1.799,00 1.771,40

Fonte: Fundação SEADE

“A pesquisa origem/destino (OD), realizada em 2003, registrou que ocorriam,

diariamente, 3.602.236 deslocamentos de pessoas entre os municípios da RMC. Deste

total, 28,42% das viagens eram realizadas em transporte coletivo, 35,72% em

transporte individual, e 64,14% em transporte motorizado.

“Cabe destacar que as duas principais motivações para os deslocamentos na

RMC são a educação (com 1.379.126 viagens) e o trabalho no ramo de serviços

(840.182 viagens).” (Plano Metropolitano de Habitação de Interesse Social da RMC)

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Região Metropolitana de Campinas: Produção e Atração de Viagens

Fonte: PLANO INTEGRADO DE TRANSPORTE URBANO DA REGIÃO METROPOLITANA DE CAMPINAS. Campinas: STM, 2004.

Notamos, na análise do mapa de Produção e Atração de Viagens,

que o predomínio de viagens realizadas no município de Valinhos se

concentra no eixo Valinhos – Campinas, possuindo uma faixa de

2.000 a 5.000 viagens/dia. Este dado demonstra que, apesar do

avanço das relações econômicas e comerciais internas, ainda existe

considerável dependência em relação ao município central da Região

Metropolitana. Mesmo com a dependência citada, observa-se que, em

2000 existia uma concentração das receitas correntes e de capital na

RCM, sendo que 71,1% de toda a renda se concentrava em apenas

cinco municípios, de acordo com o Plano Metropolitano de Habitação

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de Interesse Social, de 2009. São eles: Campinas, Americana,

Vinhedo, Valinhos e Paulínia.

Portanto, é neste cenário que Valinhos hoje está inserida, das 19

cidades da RMC, o município é o 5º em número de indústrias e um

dos que possui os melhores índices de qualidade de vida. (Plano

Diretor III)

2. Caracterização da Habitação no Município de Valinhos

2.1 Histórico da Política Habitacional de Valinhos

Antes de nos atentarmos ao histórico da política habitacional,

especificamente, do município de Valinhos, devemos destacar

brevemente a trajetória da política nacional deste setor, com o

intuito de melhor compreender suas conseqüências e ações para a

cidade de Valinhos.

Entre as décadas de 1960 e 1980 o Brasil estruturou a política

de Habitação com a criação do Sistema Financeiro de Habitação –

SFH e do Banco Nacional de Habitação – BNH, extinto em 1986

cujos objetivos eram, segundo MILTON C.S.: a promoção da

melhor distribuição geográfica dos investimentos atenuando os

desníveis regionais e o ímpeto migratório para as metrópoles; a

diminuição do processo de favelização; aumento do investimento

nas indústrias de construção civil, de materiais de construção e

bens de consumo duráveis. Resumindo, o BNH funcionava como o

principal agente da política habitacional no Brasil, exercendo papel

determinante na atividade da construção civil, e por conseqüência,

no nível de atividade e emprego no país.

O SFH possuía enquanto fontes de financiamento: a

arrecadação do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimos

(SBPE) - conjunto da captação das letras imobiliárias e cadernetas

de poupança e o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS,

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gerenciado pelo BNH, Banco Nacional da Habitação). Os recursos

provindos do FGTS eram destinados prioritariamente para

construção de casas de interesse social (conjuntos populares e

cooperativas) e os principais responsáveis pela construção dessas

unidades habitacionais eram as Companhias de Habitação (COHAB,

empresas mistas com controle acionário do governo).

A principal crítica apontada aos financiamentos do BNH é que,

em sua grande maioria, as construções de edifícios e apartamentos

eram destinadas à classe média, enquanto para as menores faixas

de renda foram destinados conjuntos habitacionais de menor

qualidade e afastados das zonas urbanas centrais, contribuindo

para a intensificação de desigualdades sociais e territoriais no país.

Outra crítica se relaciona à insuficiência do sistema, que produziu,

durante trinta anos, apenas 5,6 milhões do total de 31,6 milhões

de novas moradias produzidas no país.

Devemos ressaltar que a política habitacional em toda RCM se

deu com características semelhantes, implementada basicamente

pela COHAB. É neste contexto que o município de Valinhos está

inserido. Em abril de 1969, sob responsabilidade da Secretaria

Promoção Social em parceria com a COHAB Bandeirante foi

construído o primeiro núcleo habitacional contendo 293 unidades.

Desde então, de 1969 a 2008 foram entregues 4.507 unidades

habitacionais, das quais 2.082 foram construídas pelo município em

parceria com a COHAB, 1.730 em parceria com a CDHU, 121

através de mutirões financiados pela prefeitura e 158 financiados

somente pela prefeitura.

Atualmente, está prevista a construção de 1.948 unidades

habitacionais, tipo apartamento, através do Programa “Minha casa

minha vida” em conjunto com o governo federal. Dessas moradias

688 serão para o atendimento de famílias na faixa de 0 a 3 salários

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mínimos, 760 para a faixa de 3 a 6 salários, localizadas próximas

ao bairro Parque das Colinas e aos apartamentos do Residencial

Alvorada; e 500 para a faixa de 6 a 10 salários mínimos, no bairro

Jardim Elisa.

A partir do histórico da política habitacional do município

descrito acima, podemos observar que a prefeitura municipal figura

como o principal agente indutor da política habitacional do

município, mesmo que atuando em parceria com outras esferas de

governo como as esferas estaduais e federais. Ainda assim, cabe

ressaltar importantes atores sociais no contexto da política

habitacional do município, enquanto sociedade civil, com poder de

influenciar a política habitacional do município como as associações

Pró-Moradia do município, destacando a Associação dos Sem Casa,

a Associação dos Sem Teto, a Cooperativa Habitacional e a

Associação Habitacional Pró-Moradia de Valinhos.

2.2 Demanda Habitacional

2.2.1 Dados Municipais e o Cadastro Habitacional

O Cadastro Habitacional do município de Valinhos foi realizado

em 2009 com o intuito de verificar a demanda por habitações na

faixa salarial entre 0 e 3 salários mínimos. Portanto, este dado pode

ser considerado a principal fonte de identificação da demanda nessas

faixas salariais.

O cadastro foi realizado devido ao início do Programa “Minha

Casa, Minha Vida”, do governo federal, o qual possui como um dos

focos, o atendimento de famílias entre 0 e 3. Foram 6048 inscritos,

distribuídos por toda cidade e os dados levantados dizem respeito à

composição familiar e de renda dos inscritos, além dos dados

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habitacionais (habitação própria, alugada, cedida e outros tipos) e

pessoais de cada inscrito.

Atualmente a Instrução Normativa nº 1/2010, determina que os

empreendimentos, para serem considerados de “manifesto interesse

social” devem atender a algumas condições; dentre elas:

“Obrigatoriamente o empreendedor deverá utilizar o cadastro

municipal de interessados na aquisição de unidades habitacionais do

Programa Federal “Minha Casa, Minha Vida”, já realizado pela

Secretaria de Desenvolvimento Social e Habitação. Deste modo, o

cadastro se consolida como a principal ferramenta para averiguação

da demanda habitacional na faixa de 0 a 3 salários mínimos, cabendo

destacar que os índices nacionais nos indicam que o déficit

habitacional se concentra nessa faixa de salários.

Considerando que todos os inscritos residem no

município(devido às regras do cadastramento), notamos que os

mesmos representam 5,75% do total de habitantes de Valinhos.

Nota-se que 22,85% dessa demanda concentram-se em cinco

localidades (utilizamos localidades, pois a identificação no cadastro

não é realizada, necessariamente por bairros, contendo 229

localidades, o que não condiz com o número de bairros.), sendo o

São Marcos e o Jardim Pinheiros as localidades que possuem maior

número de famílias inscritas 374 e 330, respectivamente.

Por fim, apresentamos abaixo os gráficos contendo a

distribuição das famílias por localidade, destacando os locais onde se

concentram mais de 50 famílias.

Page 35: Plano Local de Habitação de Interesse Social · 1.4 Inserção Regional ... próximo a estação de trem, que na época já apresentava residências e pequenos comércios em seu

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Fonte: Cadastro Municipal

Fonte: Cadastro Municipal

374330

231 223 222 197 181 158 150 150 126 121 113 109 102 100

Distribuição das famílias de 0 a 3 s.m. (cadastradas) por localidade

96 9381 81 80 80

73 70 69 67 67 66 65 6150 50 50

Distribuição das famílias de 0 a 3 s.m. (cadastradas) por localidade

Page 36: Plano Local de Habitação de Interesse Social · 1.4 Inserção Regional ... próximo a estação de trem, que na época já apresentava residências e pequenos comércios em seu

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2.3 Déficit Habitacional

Para a compreensão e definição do déficit habitacional do

município de Valinhos, devemos analisar os diferentes dados

disponíveis em fontes oficiais, além dos coletados em campo no

momento da construção do diagnóstico habitacional do município.

Para tal definição, consideraremos dados da Fundação João Pinheiro,

da pesquisa realizada pela Fundação CEM/CEBRAP, da prefeitura

municipal, além da construção de cenários utilizando a “Taxa de

Chefia” com base dados da Fundação SEADE.

Os dados oficiais sobre a população do município são

conflitantes. Em 2008 a população era estimada pelo IBGE em

105.282 habitantes, apresentando uma densidade populacional de

557,30 habitantes por km²; já os dados oficiais do Governo do

Estado de São Paulo (SEADE) estimam que o município de Valinhos

possuía naquele ano, aproximadamente, 101.316 habitantes ou

residentes. Hoje a Fundação SEADE estima uma população de

105.728, e destes 52.344 são homens e 53.384 são mulheres.

Nos anos desta última década (2000/2009) a população do

município cresceu a uma taxa de 2,47% a.a., contra taxas médias de

1,78% na Região de Campinas e 1,32% no Estado de São Paulo.

As estatísticas vitais indicam que apenas 51% deste crescimento

populacional podem ser creditados à taxa de natalidade apresentada

pela população da cidade. Os 49% restantes se deve à migração. Ou

seja, do ano 2001 até hoje, dos cerca de 20.600 novos habitantes de

Valinhos, 10.200 vieram de outros municípios e apenas 10.400 são

nascidos no município. Estes dados já refletem a compensação da

taxa de mortalidade.

Como dissemos, na última contagem populacional da população

residente, datada de 2008, os dados do IBGE são conflitantes com os

Page 37: Plano Local de Habitação de Interesse Social · 1.4 Inserção Regional ... próximo a estação de trem, que na época já apresentava residências e pequenos comércios em seu

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da Fundação SEADE e, por questão metodológica, adotaremos os

dados fornecidos por esta última. O levantamento e estimativas

apresentam a seguinte composição etária:

Faixa Etária - Quinquenal Homem Mulher Total

00 a 04 anos 3.316 3.166 6.482

05 a 09 anos 3.327 3.215 6.542

10 a 14 anos 3.490 3.340 6.830

15 a 19 anos 3.962 3.773 7.735

20 a 24 anos 4.434 4.400 8.834

25 a 29 anos 4.711 4.647 9.358

30 a 34 anos 4.520 4.476 8.996

35 a 39 anos 4.222 4.286 8.508

40 a 44 anos 4.031 4.177 8.208

45 a 49 anos 3.594 3.766 7.360

50 a 54 anos 3.032 3.140 6.172

55 a 59 anos 2.426 2.479 4.905

60 a 64 anos 1.769 1.912 3.681

65 a 69 anos 1.280 1.482 2.762

70 a 74 anos 957 1.156 2.113

75 anos e mais 1.147 1.683 2.830

Total Geral da População 50.218 51.098 101.316

Fonte: Fundação SEADE

Uma importante conseqüência das tendências esperadas para os

componentes demográficos é a expressiva modificação do perfil

populacional, nos próximos 20 anos. A pirâmide etária projetada para

2020 revela uma população marcadamente adulta, em pleno

processo de envelhecimento populacional.

No Estado de São Paulo a população idosa, representada pelo

contingente com idade superior a 65 anos, é a parcela que mais

TABELA: composição etária da população de Valinhos – 2008

Page 38: Plano Local de Habitação de Interesse Social · 1.4 Inserção Regional ... próximo a estação de trem, que na época já apresentava residências e pequenos comércios em seu

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aumentará nos próximos anos. Seu ritmo de crescimento nesses 20

anos deverá ser em média 3,7% ao ano. A principal conseqüência

será o aumento em cerca de 67% da participação desse contingente

na população total, passando de 6%, em 2000, para 10%, em 2020.

A população menor de 15 anos, em 2020, representada

principalmente pelos sobreviventes dos nascimentos dos próximos

anos, deverá permanecer praticamente inalterada. Já o contingente

adulto continuará a aumentar, resultando em uma população

residente no Estado de São Paulo mais volumosa em 2020 do que a

atual, embora com taxas anuais de crescimento desacelerando a cada

período de projeção.

Pelo método das taxas de chefia (headship rate), onde para

projeção habitacional se parte do pressuposto de que o número de

domicílios existente em uma população é igual ao número de chefes

de família desta mesma população, podemos estimar a demanda

habitacional para a população de Valinhos como um todo.

No entanto, para se chegar ao Déficit Habitacional, ou seja, ao

número real de habitações que corresponde à soma das

“Necessidades de Incremento e Reposição do Estoque e as

Inadequações dos domicílios”, sempre será necessário o ajuste

feito através da ida a campo para verificação da realidade objetiva.

Vejamos a seguir as estimativas que devem refletir a situação que existia no ano de 2008 e a demanda habitacional para os anos 2010, 2015 e 2020 todas baseadas nas taxas de chefia:

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Demanda Habitacional – ano 2008

Faixa Etária -

Quinquenal

Homens Habitações

demandas Mulheres

Habitações

demandas

15 a 19 anos 3.962 107 3.773 103

20 a 24 anos 4.434 1.073 4.400 423

25 a 29 anos 4.711 2.508 4.647 702

30 a 34 anos 4.520 3.240 4.476 844

35 a 39 anos 4.222 3.317 4.286 987

40 a 44 anos 4.031 3.347 4.177 1.161

45 a 49 anos 3.594 3.086 3.766 1.141

50 a 54 anos 3.032 2.656 3.140 1.063

55 a 59 anos 2.426 2.164 2.479 891

60 a 64 anos 1.769 1.586 1.912 738

65 a 69 anos 1.280 1.135 1.482 621

70 a 74 anos 957 801 1.156 499

TOTAIS 38.938 25.020 39.694 9.173

NÚMERO DE HABITAÇÕES DEMANDADAS = 34193

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Demanda Habitacional – ano 2010

Faixa Etária -

Quinquenal

Homens Habitações

demandas

Mulheres Habitações

demandas

15 a 19 anos 3.920 106 3.631 99

20 a 24 anos 4.431 1.072 4.408 423

25 a 29 anos 4.890 2.603 4.852 732

30 a 34 anos 4.857 3.481 4.777 901

35 a 39 anos 4.356 3.422 4.387 1.011

40 a 44 anos 4.219 3.502 4.372 1.215

45 a 49 anos 3.874 3.326 4.064 1.231

50 a 54 anos 3.261 2.857 3.474 1.176

55 a 59 anos 2.704 2.411 2.763 993

60 a 64 anos 2.004 1.797 2.133 824

65 a 69 anos 1.380 1.223 1.613 676

70 a 74 anos 1.017 852 1.257 543

TOTAIS 40.913 26.653 41.731 9.824

NÚMERO DE HABITAÇÕES DEMANDADAS = 36.477

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Demanda Habitacional – ano 2015

Faixa Etária -

Quinquenal

Homens Habitações

demandas

Mulheres Habitações

demandas

15 a 19 anos 3.619 98 3.551 97

20 a 24 anos 4.172 1.010 3.882 373

25 a 29 anos 4.709 2.507 4.695 709

30 a 34 anos 5.152 3.693 5.136 969

35 a 39 anos 5.065 3.979 5.014 1.155

40 a 44 anos 4.506 3.741 4.575 1.271

45 a 49 anos 4.314 3.704 4.523 1.370

50 a 54 anos 3.915 3.430 4.179 1.415

55 a 59 anos 3.240 2.889 3.541 1.272

60 a 64 anos 2.618 2.347 2.782 1.074

65 a 69 anos 1.878 1.664 2.111 884

70 a 74 anos 1.231 1.031 1.556 672

TOTAIS 44.419 30.093 45.545 11.261

NÚMERO DE HABITAÇÕES DEMANDADAS = 41.354

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Demanda Habitacional – ano 2020

Faixa Etária -

Quinquenal

Homem Habitações

demandas

Mulher Habitações

demandas

15 a 19 anos 3.719 100 3.563 97

20 a 24 anos 3.780 915 3.714 357

25 a 29 anos 4.345 2.313 4.061 613

30 a 34 anos 4.877 3.495 4.879 920

35 a 39 anos 5.293 4.158 5.304 1.222

40 a 44 anos 5.165 4.288 5.150 1.431

45 a 49 anos 4.562 3.917 4.681 1.418

50 a 54 anos 4.322 3.787 4.601 1.558

55 a 59 anos 3.859 3.441 4.219 1.517

60 a 64 anos 3.122 2.799 3.537 1.366

65 a 69 anos 2.444 2.166 2.737 1.146

70 a 74 anos 1.672 1.400 2.028 876

TOTAIS 43.044 29.215 43.709 10.499

NÚMERO DE HABITAÇÕES DEMANDADAS = 39.714

Nota Técnica: A fonte dos dados populacionais é a Fundação SEADE

Portanto, a população atual de Valinhos teoricamente demandará

durante o ano de 2010 aproximadamente 36.477 habitações. Dados

do Cadastro Imobiliário da Prefeitura Municipal apontam que as

estimativas mostram existir hoje no município pelo menos 34.000

imóveis residenciais.

Assim, a primeira vista, se considerarmos a metodologia da

“Taxa de Chefia”, o déficit habitacional geral pode chegar a mais de

2500 moradias. Dentre estas, as Habitações de Interesse Social, ou

seja, aquelas voltadas para o público prioritário da política

Habitacional de Valinhos devem significar um número expressivo. O

cálculo para estimar tal segmento da demanda habitacional

necessariamente demanda levantamentos permanentes de campo

para que estes dados sejam ajustados à composição de renda da

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população especificando a demanda advinda dos segmentos

considerados prioritários pela Política Habitacional do município.

É preciso ajustar também os dados frente ao número de

domicílios alugados e o valor médio dos aluguéis.

Da mesma forma, dados sobre os domicílios do município que

podem ser caracterizados como improvisados, podem levar a mais

um componente de déficit potencial de unidades.

Portanto, dado à dinâmica econômica e populacional do

Município, sempre haverá a necessidade de ajustes levando também

em consideração as diretrizes da política Habitacional, respaldada no

uso de conceitos consistentes como os citados na tabela referida

acima.

Podemos relembrar que dados da Fundação SEADE informam

que em Valinhos, no ano de 2000, moradores de 13% dos domicílios

consideravam que o espaço de moradia era inadequado / insuficiente

frente ao número de residentes. Fato este que resultava à época num

relativo déficit potencial de mais de 2200 unidades.

Outro fator importante que leva a uma pressão de demanda por

habitações é o “Ônus excessivo com aluguel”. Considera-se como

déficit os domicílios com até 3 salários mínimos de renda familiar que

despendem mais do 30% com o aluguel. Se levarmos em

consideração que no ano de 2008, o rendimento médio dos

trabalhadores assalariados em Valinhos foi de R$ 2.341,00 a R$

712,00 dependendo do setor da economia, equivalentes à faixa de

4,6 a 1,4 SM, este fator pode ter seu peso fortemente diminuído.

Portanto, se soubermos exatamente qual o número de domicílios

residenciais no município, e se considerarmos nossas estimativas e os

dados do Centro de Estatísticas e Informações da Fundação João

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Pinheiro, para o cálculo do “Déficit Habitacional no Brasil 2007”2, que

calculou a “Participação percentual do Déficit Habitacional em

proporção ao número de domicílios particulares permanentes” e a

“Distribuição percentual do Déficit Habitacional por faixas de renda

média familiar mensal”, para o Estado de São Paulo, podemos chegar

a um valor bem aproximado do déficit relativo às Habitações de

Interesse Social.

Partindo deste cenário passando para os dados presentes no

Plano Diretor III do município de 2004, temos que desde 1990 a

prefeitura através da Promoção Social vem realizando levantamentos

constantes de dados acerca da problemática habitacional, através de

pesquisas sociais realizadas em locais de sub habitações, como

barracos, cortiços, e outros caracterizados pela ausência de infra-

estrutura e saneamento básico, os denominados “focos de bolsões de

pobreza”.

Através de entrevistas realizadas por técnicos da área social nos

domicílios, foi traçado um perfil das famílias residentes em terrenos

do município nas zonas rural e urbana, totalizando 611 famílias e

2.917 pessoas residentes nos domicílios já citados.

As habitações caracterizam-se por construção em alvenaria

(inacabadas e precárias), e algumas em madeira, em sua maioria

desprovidas de energia elétrica, água tratada e esgoto e baixas

condições de higiene e saúde dos moradores. Esta população é

formada por oleiros, serventes de pedreiro, empregados domésticos,

cortadores de pedra, batedores de tijolos diaristas, etc.

Caracterizados pelo baixo nível de escolaridade, alto índice de evasão

escolar, despreparo profissional e elevado número de trabalhadores

informais e em situação de desemprego. A faixa salarial desta

população varia de 0 a 2 salários mínimos e a renda per capita é

aproximadamente inferior a ½ salário mínimo.

2 Déficit Habitacional no Brasil 2007/ Ministério das Cidades. Secretaria Nacional da Habitação. – Brasília 2009, 129p.

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Identificou-se que, grande parte dessa população é procedente

do Estado de São Paulo e também do Sul e Nordeste, com um tempo

de moradia neste município, variável entre 02 a 30 anos.

Diagnosticamos também uma segunda variável, que é

constituída por famílias que residem em instalações cedidas ou

alugadas, em cômodos nos fundos das casas de parentes e/ou

locadores, caracterizando as moradias de “fundo de quintal”, com

significativa demanda.

MAPA BOLSÕES DE PROBREZA E NÚCLEOS HABITACIONAIS

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Conforme apresentado nas tabelas a seguir, os dados da

Prefeitura Municipal de Valinhos, da Fundação João Pinheiro e do

CEBRAP, levantados recentemente para a elaboração do Plano

Metropolitano de Habitação de Interesse Social da região

metropolitana de Campinas trazem um panorama do déficit

habitacional do município de Valinhos.

Como já descrito acima, existem duas situações que compõe o

Déficit Habitacional, a necessidade de novas unidades e as situações

de inadequação habitacional, sendo estas classificadas como déficit

quantitativo e qualitativo, respectivamente.

Domicílios em assentamentos precários em Valinhos

Fichas municipais

CEM / CEBRAP

% Total de domicílios em áreas de risco* (nº de famílias)

Loteamentos Ilegais

Cortiços Total

95 6 0 101 72 0,56 *Definição da Prefeitura Municipal de Valinhos

Fonte: Fundação João Pinheiro, Déficit Habitacional no Brasil, 2005. Atualizado pela PNAD2005, adaptado pela Consultoria.

A tabela acima traz o número de domicílios situados em

assentamentos precários. Os dados da prefeitura municipal e do

CEM/CEBRAP são conflitantes no que tange ao número total de

domicílios situados em loteamentos precários. Os dados do

CEM/CEBRAP demonstram que o município de Valinhos, possui 72

domicílios situados em assentamentos precários. Já os dados da

prefeitura municipal demonstram que há 101 domicílios em assentos

precários, destes 95 estão em favelas ou ocupações e apenas 6 em

loteamentos ilegais.

A tabela a seguir, traz o número de domicílios considerados

inadequados de acordo com a classificação criada pela Fundação João

Pinheiro.

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Inadequação dos domicílios urbanos – 2000

INADEQUAÇÃO FUNDIÁRIA

ADENSAMENTO EXCESSIVO

DOMICÍLIO S/ BANHEIRO

CARÊNCIA EM INFRAESTRUTURA

Nº % dos

domicílios Nº

% dos domicílios

Nº % dos

domicílios Nº

% dos domicílios

468 2,1 1.160 5,22 133 0,6 2.876 12,93 Fonte: Fundação João Pinheiro, Déficit Habitacional no Brasil, 2005. Atualizado pela PNAD2005

Com base nestes dados, podemos observar a predominância dos

domicílios considerados inadequados por carência em infraestrutura

(2.876) representando 12,93% dos domicílios do município, seguido

pelos considerados inadequados por adensamento excessivo (1.160,

somando 5,22% dos domicílios do município), inadequação fundiária

(468 representando 2,1% dos domicílios) e pelos domicílios sem

banheiro (133 somando 0,6% dos domicílios do município).

Estimativas do déficit básico

Domicílios totais

Déficit básico Domicílios vagos - FJP Déficit

Total Urbana Rural % do total

% urbano

% rural

Total Df/Dv % Urbano Rural Total

23.341 1.676 1.658 18 7,18 7,46 1,63 3.267 1,95 14 2.976 291 6000 (cadastro municipal)

95 (rústico) Fonte: Fundação João Pinheiro, Déficit Habitacional no Brasil, 2005. Atualizado pela PNAD2005.

Prefeitura Municipal de Valinhos Notas: (1) Déficit habitacional básico: soma da coabitação familiar, dos domicílios improvisados e dos rústicos.

(2) Para municípios o déficit habitacional básico não inclui as estimativas de domicílios rústicos inferiores a 50 unidades.

Os dados acima nos mostram que há necessidade de

investigação mais profunda em relação aos domicílios vagos do

município, pois estes totalizam 3.267 domicílios e o déficit básico

representa 1.676, totalizando área rural e urbana. Portanto, o

número de domicílios vagos não necessariamente impacta no déficit

habitacional, mas sim no âmbito dos aluguéis e compras de imóveis.

Cabe destacar que os dados relacionados ao déficit habitacional

e aos domicílios rústicos foram fornecidos pela Prefeitura Municipal,

já os dados relacionados à coabitação e domicílios improvisados

foram os da Fundação João Pinheiro.

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Estimativa dos componentes do déficit habitacional básico – 2000

Déficit total

Componentes do Déficit Básico

Domicílios Improvisados Coabitação Cômodos Domicílios Rústicos

Total % Urbana Rural Total % Urbana Rural Total % Urbana Rural Total % Urbana Rural

1.676 15 0,89 15 0 1.589 94,81 1.571 18 72 4,3 72 0 0 0 0 0

Fonte: Fundação João Pinheiro, Déficit Habitacional no Brasil, 2005. Atualizado pela PNAD2005

A tabela acima nos mostra que o componente predominante no

déficit habitacional básico, é a coabitação totalizando 1.589,

representando 94,81% do total. Porém, é necessário que se enfatize

que nem sempre famílias conviventes podem ser consideradas como

déficit, pois existem situações familiares diversas que não

representam somente a falta de moradia. No entanto, como o dado

necessita de pesquisas mais detalhadas e não há possibilidade de

auferir instantaneamente o número de famílias conviventes,

consideramos, para o déficit, a totalidade das mesmas.

Relacionando a coabitação familiar e os domicílios improvisados

com a faixa de renda mensal das famílias do município, notamos que

791 famílias, representando 47,71% do total de famílias nessas

situações possuem renda entre 0 a 3 salários mínimos, cabe ressaltar

que 372 possuem renda de 3 a 5 salários mínimos, representando

22,44% do total, sendo assim, ao considerarmos famílias com renda

de até 5 salários mínimos, observamos que estas representam

70,15% do total, somando 1163 famílias.

Coabitação familiar e domicílios improvisados urbanos por faixa de renda – 2000

FAIXAS DE RENDA MENSAL FAMILIAR (em s.m.)

Até 3 % De 3 a 5 % De 5 a 10 % Mais de 10 % Total

791 47,71 372 22,44 382 23,04 113 6,82 1.658 Fonte: Fundação João Pinheiro, Déficit Habitacional no Brasil, 2005. Atualizado pela PNAD2005

Considerando os domicílios alugados por famílias com faixa de

renda de até 3 salários mínimos, conforme tabela abaixo, a Fundação

João Pinheiro chega no número de de 435 famílias, dividindo entre

sem rendimentos, famílias até 1 salário mínimo, de 1 a 2 e de 2 a 3

salários mínimos. Porém, é necessário maior detalhamento no estudo

dessa situação, pois a mesma pode se caracterizar como ônus

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excessivo com aluguel, modalidade também considerada no cálculo

do déficit habitacional.

Domicílios alugados por famílias com renda familiar de até 3 salários mínimos

TOTAL FAIXAS DE RENDA

COABITAÇÃO RELAÇÃO

Aluguel/ Coabitação S/ rend. % Até 1 % De 1 a 2 % De 2 a 3 %

435 32 7,36 30 6,9 147 33,79 226 51,95 1.661 0,26 Fonte: Fundação João Pinheiro, Déficit Habitacional no Brasil, 2005. Atualizado pela PNAD2005

As diversas fontes oficiais de informação, aliadas às

metodologias de cálculos de projeções populacionais, retratam a

complexidade da situação habitacional do município de Valinhos.

Porém, devemos ressaltar que o diagnóstico é permanente e deve

manter-se atualizado, pois as informações são dinâmicas e podem

apresentar níveis de desatualização consideráveis, lembrando que as

mesmas devem ser atualizadas no próximo Censo Demográfico

(2010).

Por fim, é indispensável, para o planejamento de uma política

habitacional local, que se conheça e avalie as principais necessidades

habitacionais com o intuito de delinear as ações por parte do poder

público que supram tais necessidades. Para tanto, consideraremos

como déficit, para atendimento prioritário das políticas habitacionais

do município, uma junção de estimativas da Fundação João Pinheiro

com os dados empíricos da prefeitura municipal.

2.3.1 Caracterização Áreas de Risco

A Secretaria de Desenvolvimento Social e Habitação, através da

Divisão de Gerenciamento Habitacional do município de Valinhos,

vem realizando diagnóstico e monitoramento constante das áreas de

risco do município, mediante pesquisas, quantitativas e qualitativas

em locais de sub-habitação com construções precárias e subnormais.

Esses levantamentos permitiram traçar o cenário do déficit

habitacional do município, bem como a configuração do desafio a ser

superado no enfrentamento da problemática habitacional.

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Hoje se sabe que aproximadamente 66,67% dos assentamentos

precários estão localizados em áreas particulares, frente a 33,33%

situados em área pública. Tais assentamentos se caracterizam pela

ausência de infraestrutura e saneamento básico, a população ali

residente caracteriza-se pelo subemprego, baixa renda, baixa grau de

escolaridade, analfabetismo e altos índices de evasão escolar

principalmente entre os adolescentes. Neste ponto, cabe ressaltar

que o adensamento dessa ocupação ocorre de forma desordenada,

estando aquém de qualquer controle por parte do município.

Abaixo apresentamos quadro síntese das áreas de risco do

município, e a seguir, apresentamos breve caracterização de algumas

das principais áreas de risco do mesmo.

Sobre o conceito de área de risco utilizado pelo departamento de

habitação da prefeitura de Valinhos, é importante esclarecer que as

áreas definidas como áreas de risco são aquelas em que a área em si

oferece risco (áreas de encostas de barrancos, por exemplo), e

aquelas em que por estarem fora do processo de urbanização por

completo estão sendo consideradas de risco devido às condições

oferecidas pela localidade, como ausência de infra-estrutura, pois

considera-se que tais condições expõem as famílias a situações de

risco.

Quadro Síntese – Áreas de Risco

Localidades Nº de Famílias Nº Aproximado de Habitantes

Situação

Sítio São João (Biquinha) 55 196 Área Particular Jd. São Luiz 09 36 Área Pública Área Zacarias 05 20 Área Particular Ferrobam 15 60 Área Particular Jurema 01 05 Área Pública Cerâmica Barduchi

10 40 Área Particular

Total 95 348 Fonte: Prefeitura Municipal de Valinhos

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• Sítio São João (Biquinha) De acordo com o levantamento realizado em Janeiro deste ano,

residem no local 55 famílias totalizando 190 moradores, dado este

que altera com certa freqüência perante o crescente número de

novas pessoas que buscam o local como alternativa de moradia. O

tempo estimado de moradia das famílias é de 5 a 35 anos.

A priori podemos diagnosticar algumas manifestações da

questão social a que são expostos esses moradores, quais sejam:

precariedade das moradias e ausência de saneamento básico (ver

documentação no ANEXO.

Localizada em área de preservação ambiental podemos

observar a crescente degradação ambiental decorrente da ocupação

desordenada e irregular, e a comercialização ilegal de imóveis e

terrenos com o conseqüente aumento da população no local,

agravando o quadro de vulnerabilidade e interferindo diretamente na

qualidade de vida desses moradores.

• Jardim São Luiz A área está localizada no bairro Jd.São Luiz, trata-se de uma

área publica cujas famílias moradoras do local possuíam vínculos

empregatícios com a antiga fazenda que englobava esta área.

Atualmente residem no local 10 famílias, e destas apenas uma

não possui relação de consangüinidade entre si, as demais são filhos

e netos que constituíram famílias e permaneceram no local. As

construções são antigas e precárias, utilizam água de poço, e contam

com fossa. Possuem energia elétrica e dispõem de um relógio da

CPFL, utilizado para realizar adaptações nas moradias.

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3. Custo da Habitação no município de Valinhos

I. Custo de Aquisição de Terras

Para a realização do cálculo do custo da aquisição de terras

partimos da classificação das áreas em centrais e periféricas, em

virtude do perfil do município que não dispõe de zonas de interesse

social. Esta classificação tem como objetivo evidenciar diferenças de

custo, e indicar possíveis necessidades de investimentos em

diferentes modalidades habitacionais (prédios, casas, loteamentos).

Tais modalidades podem ser inseridas em diferentes programas, com

conseqüentes diferenças de financiamento e/ou subsídio público.

Para calcular o valor da terra foram utilizados os dados

levantados e fornecidos no mês de agosto de 2010 pela Prefeitura

Municipal de Valinhos. Foi realizado cálculo, para cada um dos 2

(dois) grupos, do valor médio do m² a partir da soma do preço do m²

de cada terreno que compõe a amostra. O m² de cada terreno, por

sua vez, foi calculado de maneira individualizada, dividindo-se o valor

de cada de terreno por sua respectiva área.

Com base na metodologia de cálculo apresentada, o preço médio

do m² localizado na área central é R$ 222,75 e na área periférica é

R$ 146,66. O cálculo detalhado na tabela abaixo, considerando os 2

grupos, evidencia as diferenças de preços segundo a localização.

VALOR DA TERRA

Localização / Bairros Valor médio / m² Valor Médio -

Centro

Áre

a

Cen

tral

São Cristóvão R$ 231,52

Santa Cruz R$ 250,00

Santana R$ 186,74 R$222,75

Áre

a

Per

ifér

ica Santa Elisa R$ 130,00 Valor Médio -

Periferia Espírito Santo R$ 150,00

Santa Escolástica R$ 160 R$ 146,66 Fonte: PMV Valinhos 2010.

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Se comparado os valores médios, nota-se que o m² na área periférica representa 65% do valor observado na área central. Enquanto os valores observados dentro de cada grupo apresentam variação semelhante, cerca de 25%. Cabe ressaltar que estes valores refletem parâmetros para comércio imobiliário, podendo sofrer oscilações de mercado.

II. Custo para Construção de Moradias

A estimativa de custo de construção de moradias foi realizada a partir de duas modalidades habitacionais: vertical 3 e horizontal 4, ambas de perfil popular.

III. Construção Vertical

O custo da unidade foi dividido em três partes: Infra-estrutura, BDI (Bonificação e Despesas Indiretas) e custo de construção da área útil. Para tanto, foi utilizado os valores obtidos na PINIweb - O Portal da Construção, que estima em R$ 809,84/m² do apartamento. O custo para implantação da infra-estrutura foi estimado com a proporção de 15% sobre o total do custo da área útil e o BDI foi calculado com proporção de 22,5% sobre a soma do custo de infra-estrutura com o total da área útil, neste caso R$ 121,48 e R$ 209,55, respectivamente.

CUSTO DA UNIDADE COM INFRAESTRUTURA

Tipo Componentes do custo Valor Total

Geral/m²

Ver

tica

l Custo de construção R$ 809,84

R$ 1.140,87 Infra-estrutura** R$ 121,48

BDI* R$ 209,55

Fonte: PMV Valinhos 2010. *Bonificação e Despesas Indiretas representam 22,5% do custo de construção + infraestrutura

** Representa 15% do Custo de construção *** Ref: Custo Unitário Pini de Edificações em São Paulo - Julho/2010

3 Descritivo segundo PINIweb: edifício residencial com 4 pavimentos, 4 apartamentos por andar, sem elevador, executado com:

alvenaria de blocos de concreto; caixilhos de ferro com pintura esmalte; pintura interna e externa com caiação sobre massa grossa desempenada; cobertura com laje impermeabilizada e proteção térmica. 4 Descritivo segundo PINIweb: residência térrea, executada com alvenaria de blocos de concreto; vidros comuns em caixilhos de

ferro com pintura esmalte; pintura interna e externa com caiação sobre massa grossa desempenada; cobertura com telhas de fibrocimento.

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IV. Construção Horizontal

O cálculo para a construção de cada unidade horizontal divide-se em três partes, tal qual a horizontal e estão baseados na mesma fonte de dado a PINIweb - O Portal da Construção, que estima em R$ 817,90/m² da casa. O custo para implantação da infra-estrutura foi estimado com a proporção de 15% sobre o total do custo da área útil e o BDI foi calculado com proporção de 22,5% sobre a soma do custo de infra-estrutura com o total da área útil, neste caso R$ 122,69 e R$ 121,48, respectivamente.

CUSTO DA UNIDADE COM INFRAESTRUTURA

Tipo Componentes do custo Valor Total Geral/m²

Ho

rizo

nta

l

Custo de construção R$ 817,90

R$ 1.152,22 Infra-estrutura** R$ 122,69

BDI* R$ 211,63

Fonte: PMV Valinhos 2010. *Bonificação e Despesas Indiretas representam 22,5% do custo de construção + infraestrutura

** Representa 15% do Custo de construção *** Ref: Custo Unitário Pini de Edificações em São Paulo - Julho/2010

V. Custo Total de Construção de Moradias

O cálculo do custo total considera o custo da terra e a modalidade habitacional, no entanto não avalia a relação do tipo de modalidade mais adequada a área em que o terreno está localizado. Deste modo, a análise estabelece 4 (quatro) combinações distintas, detalhadas na tabela abaixo:

COMBINAÇÕES PARA A FORMAÇÃO DO CUSTO DA UNIDADE HABITACIONAL

COMBINAÇÃO LOCALIZAÇÃO TIPO CUSTO

MÉDIO DA TERRA

CUSTO DA UN. NOVA

CUSTO DA UN. COM INFRAESTRUTRURA

E BDI

CUSTO TOTAL DA UN. C/ Terreno

A Área Central Horizontal** R$

222,75/m² R$ 44.984,50 R$ 63.371,91 R$ 107.921,91

B Área Central Vertical* R$

222,75/m² R$ 44.541,20 R$ 62.747,42 R$ 71.100,54

E Área Periférica Horizontal** R$

146,66/m² R$ 44.984,50 R$ 63.371,91 R$ 92.703,91

F Área Periférica Vertical* R$

146,66/m² R$ 44.541,20 R$ 62.747,42 R$ 68.247,17

Fonte: PMV Valinhos 2010. *Foi adotado lote mínimo de 600m² com 4 apartamentos por andar, sendo 4 andares. **Foi adotado lote mínimo de 200m²

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As combinações expressas na tabela demonstram baixo

incremento no custo final da modalidade vertical em função da

localização no que se refere à área central. Tal dado indica que

investir em habitações nesta área, havendo disponibilidade de

terrenos, favorece a relação custo-benefício, uma vez que em geral

trata-se de uma área maior infra-estrutura e equipamentos sociais,

diferentemente da área periférica que demanda maior investimento

social concomitante a política habitacional.

Cabe destacar que um dos principais problemas do município de

Valinhos, no que se refere à disponibilidade de terrenos, é

exatamente a escassez de vazios urbanos em áreas centrais,

sobretudo de terrenos públicos nessas áreas. Esta Problemática

dificulta a ação do governo no sentido de manter os custos da

moradia conforme levantamento realizado, pois as poucas áreas

existentes podem ser adquiridas através de compra ou outro tipo de

negociação, o que conduz para um aumento no custo da construção.

4. Instrumentos de Gestão

4. 1 Marcos Regulatórios

Datam de 1972 e 1973 as primeiras iniciativas municipais de

regulamentação do uso do solo no município de Valinhos, sendo estas

a lei nº 1142 de 1973, as Leis de Parcelamento de Solo Urbano, o

Código de Obras e o Plano Diretor. Esta legislação dividia o município

em zonas de ocupação para uso residencial, misto e industrial.

Em 1996 é promulgado o conjunto de leis que compõem o Plano

Diretor do Município II. Este conjunto composto pelas Leis 2976/96 -

Plano Diretor, 2977/96 - Código de obras, 2978/96 - Parcelamento do

solo urbano e 2979/96 - Uso e ocupação do solo

O Plano Diretor II de 1996 consiste num instrumento da política

de desenvolvimento do município, baseado nos aspectos de uso,

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ocupação e parcelamento do solo bem como na execução de obras e

utilização de edificações. Objetivamente, podemos dizer que os

instrumentos para sua efetivação são as leis de uso e ocupação e de

parcelamento do solo.

Por sua vez, a Lei de Uso e Ocupação do Solo do município, (lei

nº 2979/96), foi elaborada com base no padrão de ocupação vigente

no município até 1993, seu limite de atuação se restringe apenas ao

perímetro urbano do município, não delimitando regras específicas

para o uso da zona rural.

No perímetro urbano da cidade, a lei criou zonas de uso

residencial (200 a 5000m² - Z3 A, B, C, D, E) ou misto de baixa a

alta densidade – Z1B, Z2 (A, B, C), Z4 (A, B), incluindo neste termo

desde pequenos comércios a grandes indústrias, distribuídas

conforme lista de atividades permitidas para cada região da cidade.

A lei criou ainda, as Zonas Especiais de Preservação – ZEP – com

a finalidade de proteger e preservar as áreas de interesse

paisagístico, arquitetônico, histórico, cultural ou ambiental, definindo

10 zonas especiais de preservação, onde o intuito é de preservar as

principais bacias hidrográficas com potencial de abastecimento da

cidade, caracterizadas por serem cabeceiras de nascentes, sua

maioria localizada na zona rural. Vale ressaltar que para estas zonas

não há regras definidas para uso e ocupação, exceto aquelas já

previstas no Código Florestal.

Por sua vez, o Plano Diretor III de 2004 que prevê em seu

artigo 8º o uso dos vazios urbanos e a regulamentação da questão

fundiária. Entretanto, o Plano Diretor não especifica a questão do uso

e parcelamento do solo, prevendo apenas a ocorrência de

macrozonas, sendo estas, as macrozonas urbana, composta pelas

zonas residenciais, comerciais, de serviços, industriais, institucionais; as

zonas corredores; áreas especiais de proteção e macrozonas rurais,

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todas essas integradas pelo sistema viário básico municipal. Já nos

artigos 76, 77 e 78, estão previstos o IPTU progressivo, a

desapropriação ressarcida por títulos da dívida pública com base na

delimitação de áreas de incidência, entretanto, a aplicação da norma fica

a cargo de adaptações a serem realizadas na lei municipal. Por sua vez,

a questão da regularização fundiária está presente nos artigos 91 a 94,

relacionando-se às formas de titulação dos beneficiários. Já no artigo 94,

o direito de preempção incluído como uma forma de proceder à

regularização fundiária.

O Plano Diretor III prevê ainda com base na Leitura Ambiental do

município, formas de uso e ocupação do território considerando as

potencialidades/restrições ambientais, equipamentos e infra-estrutura

existentes. Como podemos ver na figura abaixo, o Plano prevê inclusive

áreas passíveis de verticalização, ou não.

LEITURA AMBIENTAL

Fonte: Plano Diretor III

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A- Pode sofrer verticalização, desde que com os cuidados necessários(manutenção de drenagem e impermeabilização do solo

B- Área bastante ocupada; permite a verticalização com os cuidados necessários C- Loteamentos de baixa densidade, zona passível de ocupação com preservação das matas remanescente e

das margens dos cursos d água. D- Existem loteamentos populares e devido às condições de acessibilidade, é possível a expansão da

ocupação urbana considerando a existência de vegetação natural e drenagens. E- Possível a expansão da ocupação urbana considerando a existência de vegetação natural e drenagens. F- Passiva de baixo adensamento, com muito estudo e cuidado devido à vegetação e lagoas de tratamento. G- Ocupação contínua de baixa densidade, passível ocupação do restante, considerando lei preservação. H- Ocupação de caráter industrial, um incremento deve levar em contar fatores ambientais. I- Ocupação rural, desejável manutenção dos usos atuais. Deve ser incentivado reflorestamento também. J- Ocupação rural com baixa densidade. Condições topográficas recomendam esse tipo de uso. K- Área com grandes condicionantes à ocupação, pela presença de manancial, legislação ambiental. L- Ocupação de sítios de recreio e serviços, o Plano indica ser interessante sua inclusão em área de proteção

ambiental.

Por fim, a Lei Municipal de Uso e Ocupação do Solo data de 1996,

entretanto as alterações realizadas posteriormente a esse período não

criam disposições específicas para a criação de Habitação de Interesse

Social, bem como a legislação pertinente ao parcelamento do solo, a Lei

nº 2.978/1996 e suas posteriores modificações não apresentam

qualquer disposição significativa em relação à habitação de interesse

social.

Ainda assim, o Código de Obras do Município (Lei nº

2.977/1996) prevê em seu artigo 7º a criação de normas específicas

pelo Poder Executivo, visando aprovar a criação de empreendimentos

com foco na habitação de interesse social para moradores do

município que ainda não possuam imóvel.

Data de 2008 a promulgação da Lei nº 4.375, que cria o Fundo

Municipal de Habitação de Interesse Social – FUMAHB, e o Conselho

Municipal de Habitação – COMHAB - criados com o objetivo de

estudar e desenvolver as questões inerentes a formulação e

implementação da política habitacional do município.

A legislação mais recente tocante ao assunto consiste no Decreto

nº 7.463, datado de 19 de Janeiro de 2010, e na Instrução Normativa

1/2010 baixada pelo Departamento de Habitação de Interesse Social,

fundamentada no mencionado decreto.

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59

O Decreto nº 7.463 suspende temporariamente a verticalização

no município, suspendendo a construção de condomínios residenciais

verticais, conjuntos residenciais verticais, conjuntos residenciais

sobrepostos e residências multifamiliares verticais que dependam da

rede de distribuição de água e esgoto municipal, excetuando-se

aqueles públicos e/ou privados de interesse social, com envolvimento

direto da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e

Habitação, Secretaria Estadual de Habitação e suas subsidiárias –

CDHU, Governo Federal, suas subsidiárias e a Caixa Econômica

Federal, ficando a cargo da Secretaria de Planejamento e Meio

Ambiente e ao Departamento de Águas e Esgotos de Valinhos a

responsabilidade para com o cumprimento deste decreto.

Por sua vez, a Instrução Normativa 1/2010, estabelece os

critérios aos quais os empreendimentos deverão atender para serem

considerados de “manifesto interesse social”. Conforme o previsto em

tal normativa, para ser considerado como de “manifesto interesse

social” o empreendimento deverá utilizar como base o cadastro

municipal de interessados na compra de unidades do programa

“Minha Casa Minha Vida” realizado pela Secretaria de

Desenvolvimento Social e Habitação, cujo foco é a população de 0 a 3

salários mínimos, a normativa estabelece ainda o número de andares

da edificação, a destinação 2,5% do valor de custo do

empreendimento para a construção de equipamentos públicos.

Dessa forma, embora não tenha delimitado dentro de seu

perímetro urbano as denominadas Zonas Especiais de Interesse

Social – ZEIS, podemos observar que hoje há uma política

direcionada a habitação de interesse social, ainda que esta tenha sido

motivada por problemas na rede de distribuição de água e esgoto,

podemos notar a priorização deste segmento na política habitacional

do município.

Page 60: Plano Local de Habitação de Interesse Social · 1.4 Inserção Regional ... próximo a estação de trem, que na época já apresentava residências e pequenos comércios em seu

60

4.2 Estrutura Institucional, Administrativa e Financeira

• Constituição do Fundo Municipal de Habitação e do Conselho Municipal de

Habitação (Lei nº 4.375/2008.)

• Revisão e aprovação do Plano Diretor III ( Lei n° 3.841/04)

• Aprovação de Lei de Ordenação do uso e ocupação do solo (Lei 4.186/07)

O quadro institucional governamental é elemento determinante

para a política habitacional empreendida no município. Em Valinhos a

questão habitacional é concentrada na secretaria de Desenvolvimento

Social e Habitação, tendo o Conselho Municipal de Habitação e o

Fundo Municipal de Habitação vinculados à mesma.

Conforme o explicitado pelo nome e organograma da SDSH de

Valinhos, o Departamento de Habitação do município está vinculado à

referida secretaria, entretanto, ao analisar sua estrutura de recursos

humanos observa-se que o departamento conta com uma equipe

reduzida, com a ausência de profissionais ligados às áreas jurídica e

de arquitetura, por exemplo, fato este que por vezes influencia a

execução das ações de política habitacional do município, sendo

assim observada a necessidade de estruturação do departamento de

habitação do município, a fim de proporcionar maior eficiência e

eficácia nas políticas habitacionais do município.

Page 61: Plano Local de Habitação de Interesse Social · 1.4 Inserção Regional ... próximo a estação de trem, que na época já apresentava residências e pequenos comércios em seu

Organograma Secretaria de Desenvolvimento Social e Habitação

Legenda

*Departamento de Apoio Administrativo e de Apoio à Gestão das

Além da Secretaria de Desenvolvimen

estruturação da política habitacional está relacionada diretamente a

outras três Secretarias Municipais: Secretaria de Planejamento e Meio

Ambiente, a Secretaria de Obras Públicas e

Jurídicos e Institucionais

Um dos aspectos fundamentais para a execução do PMHIS é a

adequação do orçamento da Prefeitura à execução dos programas

definidos nas metas estabelecidas neste Plano. O PPA da Prefeitura

incluiu para o período de 2010

aproximadamente R$ 6.500.000,00 para o desenvolvimento e

implantação de programas afetos à função Habitação e gestão da

Política Habitacional.

Normalmente os custos decorrentes da implantação dos

empreendimentos ficam a cargo da Poder Público que pode busc

fontes de recursos nos diversos programas habitacionais do Governo

Dpto. de Gestão da Assistência

Social

Div. de Atenção à Criança e ao Adolescente

Div. de Atenção à Família e às Pessoas com Deficiência

Div. de Atenção ao Idoso

Organograma Secretaria de Desenvolvimento Social e Habitação

*Departamento de Apoio Administrativo e de Apoio à Gestão das Políticas Públicas

Além da Secretaria de Desenvolvimento Social e Habitação, a

estruturação da política habitacional está relacionada diretamente a

outras três Secretarias Municipais: Secretaria de Planejamento e Meio

Ambiente, a Secretaria de Obras Públicas e Secretaria de Assuntos

Jurídicos e Institucionais.

Um dos aspectos fundamentais para a execução do PMHIS é a

adequação do orçamento da Prefeitura à execução dos programas

definidos nas metas estabelecidas neste Plano. O PPA da Prefeitura

incluiu para o período de 2010-2013 planejamento orçamentário de

aproximadamente R$ 6.500.000,00 para o desenvolvimento e

implantação de programas afetos à função Habitação e gestão da

Normalmente os custos decorrentes da implantação dos

empreendimentos ficam a cargo da Poder Público que pode busc

fontes de recursos nos diversos programas habitacionais do Governo

SECRETÁRIO

Div. de Atenção

Div. de Capacitação

Profissional e Geração de

Renda

D.A.A.G.P.P*

Div.de Adm. do Centro de

Lazer e Cidadania

Seção de Atendimento e

Recepção

Seção de Apoio ao

Microcrédito

61

to Social e Habitação, a

estruturação da política habitacional está relacionada diretamente a

outras três Secretarias Municipais: Secretaria de Planejamento e Meio

Secretaria de Assuntos

Um dos aspectos fundamentais para a execução do PMHIS é a

adequação do orçamento da Prefeitura à execução dos programas

definidos nas metas estabelecidas neste Plano. O PPA da Prefeitura

2013 planejamento orçamentário de

aproximadamente R$ 6.500.000,00 para o desenvolvimento e

implantação de programas afetos à função Habitação e gestão da

Normalmente os custos decorrentes da implantação dos

empreendimentos ficam a cargo da Poder Público que pode buscar

fontes de recursos nos diversos programas habitacionais do Governo

D.A.A.G.P.P*

Div.de Adm. do Centro de

Lazer e Cidadania

Seção de Apoio à Casa

dos Conselhos Municipais

Seção de Apoio Adm.

Dpto. Habitação

Div. de Gerenciamento Habitacional

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62

Federal com repasse pela CEF, como também buscar parcerias com o

CDHU na execução de conjuntos habitacionais de prédios, ou mesmo

de casas. O custo da unidade habitacional em valores atuais gira em

torno de R$ 46.000,00 para prédios e R$ 42.000,00 para casas. Os

limites operacionais dos programas do Governo Federal estão abaixo

desses valores, sendo necessário, portanto, a utilização de uma

composição de recursos para o fechamento da Planilha Orçamentária.

Recursos do PAC, MCMV, Pró-Moradia e do FNHIS deverão

compor as planilhas orçamentárias e a cada momento indicar as

fontes disponíveis. De acordo com as diretrizes de elaboração do

Plano, a Prefeitura Municipal já prevê no seu orçamento as verbas

necessárias à contra-partida do município, e pretende desenvolver

ações para utilizar a Parceria Público Privado na aquisição de terras.

A Prefeitura Municipal não tem equacionada esta questão e a

viabilidade orçamentária dos programas, sendo esta é uma das ações

a serem definidas no PLHIS.

Cumprindo o PPA a LDO fixou para o exercício de 2010, em seus

anexos V e VI, planejamento orçamentário que descreve os

Programas Governamentais / Metas / Custos para Exercício, bem

como as Unidades Executoras e as Ações Voltadas ao

Desenvolvimento dos Programas Governamentais para a Habitação;

podemos constatar os dados dos anexos abaixo:

Page 63: Plano Local de Habitação de Interesse Social · 1.4 Inserção Regional ... próximo a estação de trem, que na época já apresentava residências e pequenos comércios em seu

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Já a LDO para 2011 prevê uma receita de R$ 250 milhões e

destina para função Habitação um percentual de 0,6% ,

correspondentes a R$ 1.500.000,00 a serem usados na elaboração do

Orçamento para o ano que vem.

Page 64: Plano Local de Habitação de Interesse Social · 1.4 Inserção Regional ... próximo a estação de trem, que na época já apresentava residências e pequenos comércios em seu

64

Page 65: Plano Local de Habitação de Interesse Social · 1.4 Inserção Regional ... próximo a estação de trem, que na época já apresentava residências e pequenos comércios em seu

65

Page 66: Plano Local de Habitação de Interesse Social · 1.4 Inserção Regional ... próximo a estação de trem, que na época já apresentava residências e pequenos comércios em seu

66

5. Plano Local de Habitação de Interesse Social

5.1 Princípios, Diretrizes

Os princípios, diretrizes deste PLHIS foram definidos pela

Equipe Técnica da Prefeitura em conjunto com a Equipe Técnica da

D’ACCORD, baseados na Constituição Federal, no Estatuto das

Cidades, nas Resoluções da Conferência Nacional e do Conselho das

Cidades, nas diretrizes da Política Nacional de Habitação da

Secretaria Nacional de Habitação do Ministério das Cidades, na

Constituição Estadual, na Lei Orgânica Municipal, no Plano Diretor, no

Conselho Municipal de Habitação e no diagnóstico feito sobre a

situação habitacional de Valinhos. Observou-se ainda os princípios e

diretrizes apontadas pelo Ministério das Cidades no Guia de Adesão

ao Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social.

Tais princípios e diretrizes definidos por este PLHIS consistem

em orientações para as ações que serão desenvolvidas pela política

habitacional do município, são eles:

� Estruturar, elaborar e manter processo diagnóstico da demanda

habitacional no Município, com horizonte temporal não inferior

a dez anos, para orientação das ações de planejamento,

execução, acompanhamento, monitoramento e ajustes dos

diferentes programas, projetos e atividades;

� Assegurar a vinculação da política habitacional com as demais

políticas públicas, com ênfase nas sociais, de geração de renda,

de educação ambiental e de desenvolvimento urbano;

� Assegurar políticas fundiárias que garantam o cumprimento da

função social da terra urbana;

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67

� Elaborar programas, projetos e atividades integrados, que

contemplem de forma equânime cada um dos segmentos que

compõem o universo de cidadãos que demandam ações afetas

à Política Habitacional, com horizonte temporal não inferior a

dez anos;

� Promover o acesso à terra e à moradia digna aos habitantes da

cidade, com a melhoria das condições de habitabilidade, de

preservação ambiental e de qualificação dos espaços urbanos,

avançando na construção da cidadania, priorizando as famílias

de baixa renda e todos os cidadãos sob situação de

vulnerabilidade e ou risco social, eliminando moradias em áreas

de risco;

� Manter disponíveis instrumentos legais (leis, decretos, normas,

portarias, etc.) para suporte às ações dos gestores públicos,

contemplando a dinâmica do planejamento setorial frente às

exigências das relações institucionais entre os órgãos das três

esferas de governo, e ainda, tornando viáveis as ações

parceiras com agentes privados incluídos no Sistema

Habitacional;

� Promover processos democráticos na formulação,

implementação e controle dos recursos da política habitacional,

estabelecendo canais permanentes de participação das

comunidades e da sociedade organizada;

� Estimular a participação da iniciativa privada na promoção e

execução de projetos compatíveis com as diretrizes e objetivos

da Política Municipal de Habitação; e,

Page 68: Plano Local de Habitação de Interesse Social · 1.4 Inserção Regional ... próximo a estação de trem, que na época já apresentava residências e pequenos comércios em seu

68

� Contribuir para o incremento das atividades econômicas da

construção civil, com possíveis impactos na geração de

emprego e renda, bem como, para adoção de processos

tecnológicos que garantam a melhoria da qualidade e a redução

dos custos da produção habitacional e da construção civil em

geral.

5.2 Eixos Orientadores

Os eixos orientadores deste PLHIS consistem nas áreas de

intervenção prioritárias nas quais as ações da política habitacional

municipal devem atuar. Tais eixos foram definidos a partir dos

principais problemas identificados na etapa de Diagnóstico, e estão

em consonância com os princípios e diretrizes deste PLHIS.

São eles:

I. Redução do déficit habitacional, por meio da produção de

lotes urbanizados e de novas habitações, com vistas à redução

progressiva e ao atendimento da demanda gerada pela

constituição de novas famílias; diversificação das formas de

acesso à habitação para possibilitar a inclusão, entre os

beneficiários dos projetos habitacionais, das famílias

impossibilitadas de pagar os custos de mercado dos serviços de

moradia;

II. Urbanização Integral, com a melhoria das condições de

habitabilidade das habitações existentes de modo a corrigir

suas inadequações, inclusive em relação à infra-estrutura e aos

acessos aos serviços urbanos essenciais e aos locais de

trabalho e lazer;

III. Urbanização e regularização de assentamentos precários,

com reassentamento dos moradores de áreas impróprias ao uso

Page 69: Plano Local de Habitação de Interesse Social · 1.4 Inserção Regional ... próximo a estação de trem, que na época já apresentava residências e pequenos comércios em seu

69

habitacional e em situação de risco, recuperando o ambiente

degradado;

IV. Promoção e execução da regularização fundiária e

urbanística atendendo a padrões adequados de preservação

ambiental de qualidade urbana.

V. Consolidação e institucionalização da Intervenção

Pública, com a melhoria da capacidade de gestão dos planos e

programas habitacionais;

5.3 Definições e Conceitos

Para apresentar os Programas, Projetos e Ações propostos por

este PLHIS de forma clara e objetiva, utilizaremos uma ficha de

documentação técnica desenvolvida pela Latus Consultoria, Pesquisa

e Assessoria de Projetos, e adaptada por esta consultoria – D’Accord

Assessoria e Treinamento, cujo modelo apresentamos abaixo.

Para tal é necessário que façamos uma breve definição prévia

dos conceitos utilizados, vejamos a seguir:

� Programa: conjunto articulado de ações estratégicas

para enfrentar um problema identificado. Composto por

ações e metas que devem estar alinhadas ao objetivo

superior do Programa. Os programas apresentam ainda

informações referentes à: sua coordenação; fontes de

financiamento; total do investimento; indicador e

prazo.

� Projeto: conjunto de ações que buscam um resultado

exclusivo, possuem escopo de atuação reduzido em

relação ao dos Programas com início meio e fim bem

determinados. Os projetos apresentam ainda

informações referentes à: sua coordenação; fontes de

Page 70: Plano Local de Habitação de Interesse Social · 1.4 Inserção Regional ... próximo a estação de trem, que na época já apresentava residências e pequenos comércios em seu

70

financiamento; total do investimento; indicador e

prazo.

� Objetivo Superior: descrição clara e precisa dos

resultados que se pretende atingir com a implantação

do Programa ou Projeto. Configuram um desfio

atingível de forma a incentivar os diversos atores

envolvidos.

� Coordenação: órgão, departamento ou secretaria

responsável pela implementação do Programa ou

Projeto.

� Fontes de Financiamento: descrição dos recursos de

financiamento financeiros e/ou físicos e humanos

disponíveis para os Programas ou Projetos, oriundos

dos governos municipal, estadual e federal.

� Total do Investimento: montante financeiro global

despendido na implementação e manutenção do

Programa ou Projeto.

� Indicador: medida quantitativa usada como subsídio

para a formulação, implementação e monitoramento

dos Programas e Projetos desenvolvidos pelo poder

público.

� Ações estratégicas: ações propostas com o intuito de

solucionar problemas identificados, estão articuladas ao

objetivo superior do Programa ou Projeto, possuem

metas bem definidas articuladas ao indicador do

Programa/Projeto, têm como finalidade contribuir para

o alcance do objetivo do Programa/Projeto.

Page 71: Plano Local de Habitação de Interesse Social · 1.4 Inserção Regional ... próximo a estação de trem, que na época já apresentava residências e pequenos comércios em seu

71

� Metas: definem a quantidade de produtos a serem

ofertados por ação, num determinado período de

tempo. Tornando os objetivos um desafio realístico,

orientando a escolha de indicadores que permitam

acompanhar o alcance ou não das ações.

� Prazo: período de tempo determinado para o início e

desenvolvimento das ações e para o cumprimento das

metas. Neste PLHIS considera-se os prazos como:

curto – 2 anos, médio – 3 a 6 anos e longo prazos –

de 7 a 10 anos.

Page 72: Plano Local de Habitação de Interesse Social · 1.4 Inserção Regional ... próximo a estação de trem, que na época já apresentava residências e pequenos comércios em seu

72

MODELO DE DOCUMENTAÇÃO TÉCNICA DO PLHIS

Plano Local de Habitação de Interesse Social

Eixo:

Coordenação:

Programa:

Fontes de Financiamento:

Objetivo Superior:

Total do Investimento:

Indicador:

Ações Estratégicas Prazo

Meta C M L

MODELO DE DOCUMENTAÇÃO TÉCNICA DO PLHIS

Page 73: Plano Local de Habitação de Interesse Social · 1.4 Inserção Regional ... próximo a estação de trem, que na época já apresentava residências e pequenos comércios em seu

73

Plano Local de Habitação de Interesse Social

Eixo:

Coordenação:

Projeto:

Fontes de Financiamento:

Objetivo Superior:

Total do Investimento:

Indicador:

Ações Estratégicas Prazo

Meta C M L

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5.4 Programas, Projetos e Ações

Definidos com base nos apontamentos derivados do Diagnóstico

Habitacional do município, e das discussões realizadas com técnicos da

prefeitura, representantes do CMH e com a população, as ações propostas

por este PLHIS estão sistematizadas em Programas ou Projetos que por

sua vez encontram-se alinhados aos V Eixos definidos por este PLHIS.

A definição dos programas, projetos, é de suma importância para a

consolidação da política habitacional do município, daí a necessidade de

defini-los de forma coerente, observando-se sempre seu alinhamento aos

princípios, diretrizes e eixos da política habitacional local.

Dessa forma, o modelo de documentação técnica utilizado neste

PLHIS, busca organizar de forma lógica todas as informações relacionadas

aos Programas, Projetos e Ações propostas, observando sempre seu

alinhamento aos Eixos prioritários de atuação da política habitacional

local.

A seguir apresentaremos a ficha de documentação técnica composta

pelas propostas deste PLHIS que reúne todas informações pertinentes aos

Programas, Projetos e Ações aqui propostos.

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Plano Local de Habitação de Interesse Social

Eixo I: Redução do Déficit Habitacional

Coordenação: Secretaria de Desenvolvimento Social e Habitação; Gabinete do Prefeito; Secretaria de Obras

Programa:

Programa de Incentivo à Produção Pública e Privada de

Habitação de Interesse Social

Fontes de Financiamento: Recursos técnicos e humanos próprios do município; Orçamento das secretarias envolvidas; FNHIS; Recursos de Financiamento Privados

Objetivo Superior:

Atender a demanda habitacional em especial aquela relativa ao déficit habitacional do município por meio de parcerias com as esferas federal, estadual, municipal e iniciativa

privada.

Total do Investimento: 140.000.000,005

Indicador: Taxa Anual de Redução do Déficit Habitacional6

Ações Estratégicas Prazo

Meta

C M L

Produzir unidades habitacionais de interesse social para atendimento do déficit básico podendo oferecer subsídio parcial e/ou integral;

• Produzir 688 unidades habitacionais voltadas à população na faixa de 0 a 3 s.m.

• Produzir 760 unidades habitacionais voltadas à população na faixa de 3 a 6 s.m.

• Produzir 500 unidades habitacionais voltadas à população na faixa de 6 a 10 s.m.

5 O cálculo foi realizado com base no custo da construção de moradias estimado no diagnóstico 6 A base de cálculo do indicador é a razão entre o número de casas entregues às famílias cadastradas e o número de habitações requeridas pelas famílias cadastradas.

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Produzir unidades habitacionais de interesse social para atender a demanda habitacional futura;

• Produzir 1.200 unidades habitacionais no município até o prazo determinado;

Estabelecer rotinas especiais de análise para a aprovação de projetos habitacionais;

• Mapear rotinas burocráticas envolvidas nos processos de análise e aprovação de projetos habitacionais; • Processo redesenhado e rotina estabelecida; • Atuar por meio de Grupo Técnico de Trabalho, que, a exemplo do GRAPROHAB, centralize e agilize os procedimentos administrativos de aprovação. • Aprovar orçamentos e planos de aplicação de metas anuais e plurianuais dos recursos do FNHIS;

Manter rotina de auxilio a Caixa Econômica Federal e outros parceiros na seleção das famílias a serem beneficiadas nos Programas Habitacionais;

• Mapear rotinas burocráticas envolvidas no processo de seleção de famílias para participação nos Programas Habitacionais; • Estabelecer rotina e responsabilidades;

Manutenção dos dados referentes à demanda; • Atualização do cadastro do déficit habitacional;

Definir estratégias e instrumentos para a realização de parcerias e aquisição pública de áreas (lotes/terrenos/glebas).

• Estruturar estratégias de negociação para aquisição pública de áreas; • Identificar áreas disponíveis para aquisição; • Avaliar instrumentos relacionados a parcerias;

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Plano Local de Habitação de Interesse Social

Eixo I: Redução do Déficit Habitacional

Coordenação: Secretaria de Desenvolvimento Social e Habitação

Programa:

Assistência Técnica Permanente

Fontes de Financiamento: Recursos técnicos e humanos próprios do município; Orçamento das secretarias envolvidas; FNHIS

Objetivo Superior:

Assegurar às famílias de baixa renda assistência técnica pública e gratuita para o projeto de construção e melhoria de

suas moradias, por meio de projetos como o PROSOL e outros.

Total do Investimento: R$ 20.845.000,007∗

Indicador: -Taxa Anual de Cobertura do Programa de Assistência Técnica Permanente8 ;e , -Taxa de Redução da Demanda por Assistência Técnica Permanente9

7 O Valor estimado abrange o financiamento para 100% dos domicílios considerados inadequados segundo dados da FJP. Tal valor deverá ser distribuído nos dez anos de vigência do plano.

∗ O cálculo do custo de implementação do programa deverá ser realizado com base no valor das horas técnicas dos profissionais da prefeitura dedicadas ao programa. 8 A base de cálculo do indicador é a razão entre o número de famílias atendidas pelo programa e o número de famílias que demandam assistência técnica 9 A base de cálculo do indicador é a razão entre o número de demandantes do programa no ano de referência e o número de demandantes do programa no ano anterior. Este indicador consiste na taxa histórica de comportamento da demanda; OBS> espera-se nos primeiros anos do programa uma demanda crescente, seguida de posterior redução nos anos seguintes.

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Ações Estratégicas Prazo

Meta C M L

Realizar levantamento e avaliação sócio-habitacional das famílias potencialmente beneficiárias dos projetos de assistência técnica.

• Identificação e caracterização de 100% das famílias potencialmente beneficiárias dos programas de assistência técnica.

Criar e manter cadastro de famílias potencialmente beneficiárias dos programas de assistência técnica.

• Identificar as necessidades habitacionais da população residente em domicílios precários a fim de dimensionar e alocar recursos para os projetos de assistência técnica. •Estruturar banco de dados da habitação.

Realizar trabalho multidisciplinar envolvendo as equipes técnicas atreladas ao segmento habitacional nas áreas social, arquitetura, urbanismo e engenharia, para apoiar os programas desenvolvidos com foco na população de interesse social.

• Promover ação institucional integrada, visando o apoio e o desenvolvimento dos projetos de assistência técnica;

Implementar o PROSOL 10.

• Efetivação das ações descritas no projeto.

Prover assessoria técnica pública e gratiuita para projetos de construção e melhorias de habitação de interesse social.

• Atender às exigências e especificações da lei 11.888/2008 • Incluir 100% das famílias identificadas como potencialmente beneficiárias nos projetos de assistência técnica.

Criar linha de financiamento público para concessão de crédito facilitado às famílias de 0 a 5 s.m., residentes em moradias consideradas inadequadas, para realização de reformas com vistas à melhoria das condições de habitabilidade, com a consequente redução do déficit habitacional neste quesito.

• Aprovar Lei que institui mecanismo de financiamento público para concessão de crédito facilitado. • Definir na LOA verba específica para esta finalidade.

10 Projeto instituído pela lei de nº 2.617/93, intitulado Projeto Solidariedade cujo objetivo é fomentar, estimular e auxiliar famílias carentes na edificação, ampliação e reforma de moradias.

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Plano Local de Habitação de Interesse Social

Eixo II: Urbanização Integral

Coordenação: Secretaria de Obras; Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente; Secretaria de Desenvolvimento Social e Habitação

Programa:

Programa de inclusão sócio-espacial.

Fontes de Financiamento: Recursos técnicos e humanos próprios do município; Orçamento das secretarias envolvidas; FNHIS; Programas da União

Objetivo Superior: Possibilitar o exercício pleno do direito à cidade por meio de

ações que promovam o acesso integral à infra-estrutura urbana permitindo a inclusão sócio-espacial das famílias.

Total do Investimento: Somatória dos recursos destinados às ampliações e construções de novos equipamentos públicos e das redes de esgoto previstas para os próximos 2 anos; recursos previstos no PPA por secretarias

Indicador: Taxa de Cobertura do Programa de Inclusão sócio-espacial11

Ações Estratégicas Prazo

Meta C M L

Viabilizar o acesso a equipamentos públicos básicos (unidades de saúde, escolas, creches, etc.) e ao sistema de transportes, à população residente nas áreas urbanas já regularizadas e em processo de regularização.

• Construção ou ampliação dos equipamentos públicos (lista em anexo) • Garantir recursos em orçamento para integralização no Fundo Municipal de Habitação.

11 A base de cálculo do indicador é a razão entre o número de áreas que foram urbanizadas integralmente e o número de áreas que demandam ações de urbanização integral. Entenda-se por áreas urbanizadas integralmente aquelas cujas inadequações de moradias foram corrigidas inclusive em relação à infra-estrutura e ao acesso aos serviços urbanos essenciais e aos locais de trabalho e lazer.

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Nas áreas em que serão construídos os novos empreendimentos habitacionais, viabilizar o acesso a equipamentos públicos básicos (unidades de saúde, escolas, creches, etc.), garantir o acesso aos espaços de convivência social e a implantação de infra-estrutura mínima necessária: saneamento básico (abastecimento de água potável; escoamento de águas pluviais; coleta e tratamento de esgoto; limpeza urbana; manejo de resíduos sólidos), fornecimento de energia elétrica domiciliar, energia elétrica pública, abertura e pavimentação de vias públicas e sistema de transportes.

• Construção ou ampliação dos equipamentos públicos (lista em anexo) • Incluir 100% das áreas que possuem programas e novos empreendimentos habitacionais nos planos setoriais de urbanização do município (plano de saneamento básico, iluminação de vias públicas, sistema de transportes) e de manutenção e construção de equipamentos públicos. • Garantir recursos em orçamento para integralização no Fundo Municipal de Habitação.

Promover ações de urbanização nas áreas urbanas já regularizadas e em processo de regularização judicial, viabilizando o acesso a equipamentos públicos básicos (unidades de saúde, escolas, creches, etc.), garantir o acesso aos espaços de convivência social e a implantação de infra-estrutura mínima necessária: saneamento básico (abastecimento de água potável; escoamento de águas pluviais; coleta e tratamento de esgoto; limpeza urbana; manejo de resíduos sólidos), fornecimento de energia elétrica domiciliar, energia elétrica pública, abertura e pavimentação de vias públicas e sistema de transportes.

• Construção ou ampliação dos equipamentos públicos (lista em anexo) • Incluir 100% das áreas que possuem programas habitacionais nos planos setoriais de urbanização do município (plano de sanemaneto básico, iluminação de vias públicas, sistema de transportes) e de manutenção e construção de equipamentos públicos. • Garantir recursos em orçamento para integralização no Fundo Municipal de Habitação.

Promover a permanência e sustentabilidade das famílias nas novas moradias, contribuindo com a inclusão sócio-espacial das populações reassentadas, por meio de ações de melhorias sociais focadas em saúde, educação, geração de renda.

• Incluir 100% das famílias reassentadas em programas geração de renda, saúde e educação. • Incluir 100% das áreas que possuem famílias reassentadas nos planos setoriais de urbanização do município, de manutenção e construção de equipamentos públicos.

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Aprimorar os processos de manutenção das áreas e equipamentos públicos em assentamentos urbanizados.

•Revisar processo de manutenção das áreas e equipamentos públicos em assentamentos urbanizados. •Ter rotina de manutenção das áreas e equipamentos públicos em assentamentos urbanizados estabelecida.

Revisão permanente do Plano Diretor, Lei de Uso e Ocupação do Solo e outras legislações correlatas.

• Ter mecanismo permanente de planejamento com horizonte não inferior a 10 anos.

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12 Verba correspondente à construção de moradias novas para reassentamento de todas as famílias nas áreas abrangidas pelo programa 13 A base de cálculo do indicador é a razão entre o número de famílias atendidas pelo programa e o número de famílias residentes em áreas de risco e assentamentos precários.

Plano Local de Habitação de Interesse Social

Eixo III: Urbanização e Regularização de Assentamentos Precários

Coordenação: Secretaria de Desenvolvimento e Habitação; Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente

Programa: Inclusão Habitacional

Fontes de Financiamento: Recursos técnicos e humanos próprios do município/ Orçamento das Secretarias Envolvidas; FNHIS e Programas Específicos de Moradia

Objetivo Superior: Inclusão das famílias residentes em áreas de risco e assentamentos precários em projetos habitacionais,

proporcionando o acesso à moradia digna.

Total do Investimento: RS 700.000,0012

Indicador: Taxa de cobertura do programa de Inclusão Habitacional13

Ações Estratégicas Prazo

Meta

C M L

Monitorar permanentemente as áreas públicas ocupadas, a fim de prevenir ocupações irregulares.

• Estabelecer e implementar rotina de acompanhamento intersetorial.

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Monitorar continuamente as áreas de risco ocupadas e assentamentos precários por meio da atualização cadastral das famílias, entrevista domiciliar, visitas técnicas para atualização dos processos, caracterização de tais áreas e acompanhamento de famílias para inclusão nos programas de reassentamento;

• Caracterização de 100% das áreas consideradas de risco e assentamentos precários.

• Ter monitoramento ativo e efetivo.

Concluir processo de selagem das moradias irregulares em áreas de preservação ambiental e promover ação continua junto ao Conselho Municipal de Habitação para discussão da situação local;

• Garantir a não ampliação do número de moradias em áreas de preservação ambiental.

Viabilizar o reassentamento das famílias residentes em áreas de risco e assentamentos precários, cujas áreas não permitam a permanência das famílias no local por razões físicas, ambientais ou judiciais.

•100% de inclusão das famílias que precisarem ser reassentadas em programas habitacionais.

Viabilizar o reassentamento no interior do próprio núcleo, avaliando-se para isso as condições e possibilidades físicas, ambientais e legais, e a relação custo-benefício;

• Reassentamento de 100% das famílias nestas condições.

Realizar ações sócio-educativas preventivas conjuntas, por meio dos departamentos de habitação, meio ambiente, urbanismo, defesa civil e assistência social, para a conscientização das famílias residentes em ocupações irregulares, a fim de evitar a ampliação das áreas ocupadas.

• Ter programação ativa de reuniões com a população para a discussão da situação habitacional local. • Garantir a não ampliação do número de moradias nas áreas ocupadas. • Garantir a não ampliação do número de áreas ocupadas.

Promover a inclusão social das populações reassentadas, por meio de ações integradas de melhorias sociais focadas em saúde, educação, geração de renda.

• Definição conjunta dos procedimentos para as ações integradas. • Realizar trabalho sócio-educacional pré e pós reassentamento com 100% das famílias em tais situações.

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Desenvolver ações de orientação e informação junto aos proprietários de terras sobre o processo de regularização fundiária, visando prevenir ocupações irregulares.

• Promover campanha junto aos proprietários de terras, fornecendo informações e orientação legal sobre ações promovidas pelo poder público com foco nas ocupações irregulares.

Manter atualizado o cadastro de famílias residentes em assentamentos precários e áreas de preservação ambiental.

• Estruturação do banco de dados. • Cadastro atualizado.

Revisão e ratificação de critérios para a priorização do ingresso de famílias em Programas Habitacionais.

• Aprimoramento e aplicação da lei em vigor.

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Plano Local de Habitação de Interesse Social

Eixo IV: Promoção e Execução da Regularização fundiária e urbanística.

Coordenação: Secretaria de Desenvolvimento Social e Habitação; Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente

Programa: Regularização fundiária e urbanística

Fontes de Financiamento: Recursos técnicos e humanos próprios do município; Orçamento das Secretarias Envolvidas; FNHIS; Programas Específicos de Moradia

Objetivo Superior: Promoção da Regularização Fundiária e Urbanística da

Cidade.

Total do Investimento: R$800.000,0014∗

Indicador: Taxa do Território não Regularizado15

Ações Estratégicas Prazo

Meta C M L

Levantamento e análise da demanda por regularização fundiária;

• Mapear 100% das áreas com necessidade de regularização fundiária; • Traçar o perfil da população moradora;

14 Média de R$ 80.000,00 a serem investidos anualmente. ∗ O cálculo do custo de implementação do programa deverá ser realizado com base no valor das horas técnicas dos profissionais da prefeitura dedicadas ao programa. 15 A base de cálculo do indicador é a razão entre a área dos territórios regularizados e a área total do município.

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Mapear, identificar as áreas prioritárias para indicação ao programa de regularização fundiária de governo estadual “Cidade Legal”; Indicar as áreas passíveis de regularização de propriedade pública ou privada;

• Indicar 100% das áreas prioritárias passíveis de regularização de propriedade pública ou privada;

Realizar a regularização jurídica dos lotes através da titulação e registros dos mesmos com base em análise técnica do poder público municipal e no parecer do programa de regularização do governo “Cidade Legal”, para aquelas áreas indicadas ao programa.

• Estudo aprofundado da legislação pertinente nas três esferas de governo;• Entregar e ou viabilizar a titulação de 100% das áreas

Promover maior integração entre as equipes de habitação, desenvolvimento e controle urbano, capacitando os técnicos desses setores nos temas estratégicos de forma a permitir a agilização dos processos de regularização.

• Ter processo contínuo e efetivo de capacitação ampliando aos demais setores.

Estabelecer um conjunto de padrões e critérios mínimos, que permita a adoção de procedimentos de controle urbano em áreas urbanizadas e em processo de regularização, criando acordo e procedimentos entre os setores de habitação, controle urbano, cadastro fiscal e imobiliário, assuntos jurídicos e procuradoria municipal.

• Integração entre os setores do segmento habitacional. • Estabelecer e aplicar diretrizes para aprovação de novos projetos.

Articular ações com outras esferas de governo e instâncias de poder, legislativo e judiciário, buscando eliminar obstáculos que impedem ou dificultam o processo de regularização fundiária.

• Simplificar o processo de licenciamento no âmbito local, agilizando os registros cartoriais.

Executar a gestão do solo, a partir de uma visão sustentável e integrada da ocupação do território, por meio da cooperação entre agentes públicos e privados e a co-responsabilidade das esferas governamentais no atendimento às demandas habitacionais.

•100% das ações de gestão realizadas de forma integrada e atendendo plenamente a legislação em vigor.

Recuperação ou produção de imóveis em áreas centrais ou periféricas, para fins habitacionais de interesse social.

• Identificar e demarcar vazios urbanos nas áreas centrais e periféricas para criação do banco de dados contendo as áreas e imóveis existentes; • Incluir áreas identificadas nos programas de redução do déficit habitacional.

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Plano Local de Habitação de Interesse Social

Eixo V: Consolidação e Institucionalização da Intervenção Pública.

Coordenação: Secretaria de Desenvolvimento Social e Habitação

Programa: Estruturação da Área Habitacional da Prefeitura do Município

de Valinhos.

Fontes de Financiamento: Recursos técnicos e humanos próprios do município; Orçamento da Secretaria

Objetivo Superior: Consolidar a atuação da Prefeitura de Valinhos na política

habitacional do município.

Total do Investimento: O cálculo do custo de implementação do programa deverá ser realizado com base no valor das horas técnicas dos profissionais da prefeitura dedicadas ao programa.

Indicador: Taxa Anual de Execução da Política Habitacional

Ações Estratégicas Prazo

Meta C M L

Criar comissão técnica para monitoramento e aprimoramento do plano de habitação;

• Definição da comissão técnica no 1º semestre de 2011. • Garantir a revisão e atualização do plano.

Monitorar e avaliar programas, projetos e ações do governo municipal e demais agentes, e seu impacto na diminuição do déficit e da inadequação habitacional.

• Elaborar e implementar Sistema Municipal de Informações Habitacionais (SMIH). * as bases para esse sistema já estão previstas como anexo desse plano • Acompanhar os resultados da política habitacional e das metas estabelecidas no PLHIS.

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Estruturar trabalho em rede nas diferentes áreas para atendimento e acompanhamento das famílias em situação de vulnerabilidade social;

• Socialização das estratégias de ação. • Atuação efetiva e articulada das diferentes secretarias.

Criar comissão técnica composta por profissionais das áreas de habitação, educação, saúde, planejamento e saneamento para avaliação da infra-estrutura disponível e condições de atendimento dos equipamentos públicos nas áreas em que serão construídos os novos empreendimentos habitacionais, atuando dentro dos critérios de controle urbano estabelecidos no cenário pós-instrução normativa SDSH 1/2010;

• Avaliação da infra-estrutura disponível e condições de atendimento dos equipamentos públicos nas áreas em que serão construídos os novos empreendimentos habitacionais concretizada. • Áreas em que serão construídos os novos empreendimentos habitacionais com sua urbanização integral planejada.

Formar grupo de trabalho para monitoramento do processo de verticalização iniciado pós-instrução normativa 1/2010 emitida pela Secretaria de Desenvolvimento Social e Habitação;

• Revisão dos marcos legais da política de habitação de interesse social concluída até o final do 1º semestre.

Realizar a cada 2 anos as Conferências Municipais de Habitação.

• Mobilizar segmentos específicos para discussão da problemática habitacional. • Ratificar parâmetros para revisão permanente da política habitacional.

Proceder à elaboração da legislação que especifica áreas prioritárias para a construção de unidades habitacionais, categorias de uso Habitação de Interesse Social – HIS, bem como da legislação que cria as ZEIS – Zona Especial de Interesse Social, tal como previsto no Plano Diretor;

• Revisão dos marcos legais da política de habitação de interesse social. • Demarcação das ZEIS.

Elaborar estudos urbanísticos, arquitetônicos e financeiros, complementares à aplicação dos instrumentos previstos no Estatuto da Cidade e no Plano Diretor (edificação e urbanização compulsória, IPTU progressivo, outorga onerosa, definição do coeficiente de aproveitamento mínimo e máximo relacionado ao uso e ocupação do solo), para viabilizar empreendimentos de HIS e HMP nas ZEIS;

• Ter estudos urbanísticos, arquitetônicos e financeiros prontos, quando da revisão do Plano Diretor.

Contribuir ativamente para a elaboração e manutenção do Cadastro Único Regional de Habitação no âmbito da região metropolitana de Campinas.

• Participar de 100% das atividades regionais com esta finalidade.

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Plano Local de Habitação de Interesse Social

Eixo V: Consolidação e institucionalização da intervenção pública

Coordenação: Secretaria de Desenvolvimento Social e Habitação

Projeto: Estruturação do departamento de Habitação da Prefeitura do

Município de Valinhos

Fontes de Financiamento: Recursos técnicos e humanos próprios do município; Orçamento da Secretaria

Objetivo Superior: Estruturar o departamento de habitação no âmbito de recursos humanos e físicos para o aprimoramento da

execução das políticas habitacionais locais

Total do Investimento: O cálculo do custo de implementação do programa deverá ser realizado com base no valor das horas técnicas dos profissionais da prefeitura dedicadas ao programa.

Indicador: Taxa Anual de Execução da Política Habitacional16

Ações Estratégicas Prazo

Meta C M L

Investir na diversificação dos recursos humanos do departamento de habitação para o aprimoramento da execução das políticas habitacionais.

• Identificar perfil dos profissionais necessários para o atendimento da demanda do departamento. • Ampliação e diversificação do perfil profissional dos membros da equipe.

16 A base de cálculo do indicador é a razão entre o número de programas e projetos que constam do PLHIS em andamento e o número total de programas e projetos contido no PLHIS. Tal indicador deve ser medido anualmente.

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Realizar estudo aprofundado da estrutura organizacional e administrativa do departamento de habitação para definição a da estrutura apropriada ao atendimento das demandas do departamento.

• Criar áreas especificas para desenvolvimento e execução das políticas habitacionais.

Estruturar banco de dados da habitação, com a caracterização da população e registro da demanda habitacional do município para subsidiar a elaboração e a implementação dos projetos habitacionais do poder público;

• Sistema de informação disponível e atualizado.

Capacitar continuamente os profissionais do departamento.

• Ter 100% dos profissionais do departamento capacitados nas competências exigidas pelo PLHIS. • Proporcionar a participação dos técnicos e gestores do departamento, nos processos de capacitação nas esferas federal, estadual e municipal. • Garantir a participação dos técnicos e gestores do departamento em todas as oficinas regionais de capacitação.

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6. Sistema de Monitoramento e Avaliação

6.1 Diretrizes e Ações para o Monitoramento e Avaliação

A construção do sistema de monitoramento e avaliação da Política

Habitacional requer a definição de diretrizes e ações, que permitam a

utilização dos indicadores de forma sistêmica, para que seja um

instrumento eficiente para o processo de monitoramento e avaliação do

PLHIS e da política habitacional. Para tanto, a principal ação estratégica

contida neste PLHIS é a criação do Sistema Municipal de Informações

Habitacionais (SMIH), além de outras ações e diretrizes complementares.

6.2 Sistema Municipal de Informações Habitacionais

O Sistema Municipal de Informações Habitacionais elaborado como

principal ferramenta de monitoramento e avaliação deste PLHIS, tem como

atribuições o recolhimento, a organização, a atualização e a sistematização

das informações relativas ao diagnóstico habitacional e das ações em

habitação desenvolvidas no município, fornecendo assim os subsídios

necessários ao monitoramento e avaliação.

Deverá monitorar continuamente as variáveis que compõem os cenários,

fornecendo informações para correções de rota necessárias conforme a

conjuntura vivenciada pelo município.

Ao centralizar os produtos dos diversos Bancos de Dados correlatos às

questões habitacionais no município, permitirá a atualização das

informações habitacionais já disponíveis.

Objetivando a plena consecução de seus objetivos desenvolverá as

seguintes ações:

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� Estabelecer um fluxograma que garanta a contínua “alimentação” de

informações ao Sistema, possibilitando o fornecimento de

informações das variáveis do PLHIS atualizáveis pelo município (ex.:

dados dos assentamentos precários, das famílias moradoras, da

provisão de terras, dos custos dos programas e ações, dos

investimentos realizados, das ações desenvolvidas etc.), articulando

tanto os setores responsáveis pelos Bancos de Dados como o

conjunto dos órgãos e setores da municipalidade responsáveis pela

execução das ações em habitação;

� Ter definida sua estrutura institucional e administrativa;

� Articular-se com outros Sistemas de Indicadores, Observatórios e

setores responsáveis pela sistematização de informações existentes

na municipalidade.

� Buscar, junto a organismos externos à municipalidade responsáveis

pelo fornecimento de informações e pela construção de indicadores,

tais como o IBGE, a FJP, a Fundação SEADE, a padronização dos

conceitos e dos indicadores utilizados no PLHIS, possibilitando o

cruzamento de informações e a comparabilidade com a realidade

externa à municipal.

6.2.1 Ações complementares

� Realização de uma avaliação geral do Plano Municipal de Habitação em

2012, e sempre após a publicação dos resultados dos Censos

Demográficos pelo IBGE, em prazo a ser definido, com atualização dos

indicadores e do diagnóstico, através de uma ampla discussão pública,

culminando com a aprovação nos Conselhos Municipais de Habitação e

de Política Urbana, com eventual redefinição dos programas, ações,

estratégias e metas;

� Monitoramento permanente e avaliações expeditas anuais, cujos

resultados devem ser levados à Conferência Municipal de Habitação e

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aos Conselhos Municipais de Habitação e de Política Urbana, além de

subsidiar a realização anual do Planejamento Estratégico Habitacional;

� Desenvolvimento de mecanismos para dar publicidade aos indicadores

aferidos pelo sistema de monitoramento, bem como de avaliações

periódicas, gerais ou específicas, ampliando a transparência e permitindo

o controle social das ações;

� Aperfeiçoamento dos sistemas de apropriação de custos, no âmbito dos

vários programas e frentes de atuação da Prefeitura na área

habitacional, permitindo melhorar as avaliações de eficiência

instrumental;

� Inclusão na programação orçamentária da Secretaria de recursos

(internos ou externos) para a realização de pesquisas de satisfação e de

pós-ocupação;

� Realização de pesquisa sobre a realidade habitacional do município, com

vista a qualificar o diagnóstico já existente, permitindo sua atualização

com variáveis que não puderam ser aferidas no PLHIS ou que

apresentaram alguma inconsistência, tais como: famílias conviventes,

domicílios vagos etc., bem como identificar e qualificar a demanda

habitacional difusa (déficit e inadequação), quantificada no diagnóstico.

6.3 Objetivos

Objetivos Gerais

1) O acompanhamento dos resultados da política habitacional e do

cumprimento das metas estabelecidas no PLHIS, subsidiando sua

aplicação e as tomadas de decisão a partir de mudanças ocorridas na

sociedade e na economia, orientando ações eficazes da política

habitacional.

2) A mensuração de desempenho e resultado a partir do conhecimento

técnico da realidade.

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3) O acompanhamento do impacto da política habitacional, na elevação

do bem estar da sociedade através do planejamento e

acompanhamento das ações.

4) Monitoramento de mudanças conjunturais que possam comprometer

ou recomendar a revisão das práticas, estratégias e metas.

Objetivos específicos:

1) Monitorar o impacto da política habitacional na diminuição do déficit e

da inadequação habitacional.

2) Monitorar e avaliar os programas, projetos e ações do governo

municipal e dos demais agentes da produção habitacional no

município.

3) Acompanhar e monitorar as variáveis que compõem o diagnóstico

habitacional do município, tais como as necessidades habitacionais

(cálculo do déficit e da inadequação habitacional, crescimento da

demanda demográfica), os custos dos programas e ações e a

disponibilidade de recursos físicos e financeiros.

4) Tornar viáveis as alterações e adequações necessárias na gestão da

política habitacional e urbana, orientando as decisões anuais do

Planejamento Estratégico Habitacional, a partir das alterações

detectadas no diagnóstico que sustenta o PLHIS.

5) Monitorar a evolução, destinação e o uso de terras para habitação.

6) Acompanhar a conjuntura sócio-econômica nos aspectos que

impactam a oferta e o acesso à habitação pela população-alvo da

política habitacional.

7) Acompanhar o comportamento do mercado imobiliário para as faixas

de renda prioritárias para o PLHIS.

8) Apoiar a política habitacional através da melhoria do acesso à

informação.

9) Contribuir para aumentar o conhecimento do poder público sobre a

realidade habitacional e sobre o ambiente urbano em que se constrói.

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10) Construir um sistema de indicadores habitacionais sólido, e que

permita a comparação dos dados e sua interação com outros sistemas

de indicadores, tanto internos à municipalidade, como externos, em

particular com aqueles que estabelecem padrões de referência

reconhecidos (ex.: IBGE, Fundação João Pinheiro, Fundação SEADE

etc.);

11) Fornecer para a sociedade, em particular para os agentes

envolvidos com a questão habitacional, informações e avaliações

permanentes sobre a realidade habitacional do município e sobre a

política habitacional desenvolvida.

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Referências Bibliográficas

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nacional de desenvolvimento urbano. Caderno nº 1. Série de Cadernos Ministério das Cidades. Brasília: Governo Federal, 2004a. __________. Cadernos Ministério das Cidades: habitação. Política nacional de

habitação.Caderno nº 4. Série de Cadernos Ministério das Cidades. Brasília: Governo Federal, 2004b. PLANO INTEGRADO DE TRANSPORTE URBANO DA REGIÃO METROPOLITANA DE CAMPINAS. Campinas: STM, 2004. (disponível em http://www.pitu.stm.sp.gov.br, acessado em setembro 2008). SOUZA, Rodrigo Souza Busnardo de. A Fazenda Capuava em Valinhos: estudo de caso de evolução urbana. Campinas, 2009. MARICATO, Ermínia. Política habitacional no regime militar. Petrópolis: Vozes, 1987. Legislação REPUBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. Lei n° 10.257 de 10/07/2001 – Estatuto da Cidade. Regulamenta os Artigos 182 e 183 da Constituição Federal, estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras providências. GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO. Decreto Estadual nº 12.342 de 27/09/1978. Código Sanitário do Estado de São Paulo. REPUBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. Lei Federal nº 11.124/2005 - dispõe sobre o Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social (SNHIS), cria o Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social (FNHIS) e institui o Conselho Gestor do FNHIS. PREFEITURA MUNICIPAL DE VALINHOS. PLANO DIRETOR III, 2003. PREFEITURA MUNICIPAL DE VALINHOS. INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 01/2010 – SDSH. PREFEITURA MUNICIPAL DE VALINHOS. DECRETO n° 7.463 de 19 /01/2010 - Suspende, temporariamente, atos administrativos de emissão de diretrizes e aprovação de projetos, na forma que especifica.

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PREFEITURA MUNICIPAL DE VALINHOS. Lei Municipal nº 2977/96, que dispõe sobre projetos, execução de obras e utilização de edificações PREFEITURA MUNICIPAL DE VALINHOS. Lei n° 4.186 de 10/10/2007 - Dispõe sobre a ordenação do uso e ocupação do solo no Município e dá outras providências. PREFEITURA MUNICIPAL DE VALINHOS. Lei nº 3.657 de 17/12/2002 - Altera redação do artigo 300 da Lei Municipal nº 2977/96, que dispõe sobre projetos, execução de obras e utilização de edificações. PREFEITURA MUNICIPAL DE VALINHOS. Lei nº 3.736 de 1/12/2003 - Altera dispositivos que especifica da Lei Municipal nº 2977/96, que dispõe sobre projetos, execução de obras e utilização de edificações, e dá outras providências. Sítios Eletrônicos SITE da Companhia de Habitação Popular de Campinas (disponível em http://www.cohabcp.com.br) SITE da Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano (disponível em http://www.emplasa.sp.gov.br) SITE da Prefeitura do Município de Valinhos (disponível em http://www.Valinhos.sp.gov.br) SITE da Secretaria de Planejamento do Estado de São Paulo (disponível em http://www.planejamento.sp.gov.br) SITE do Plano Integrado de Transportes Urbanos do Estado de São Paulo (disponível em http://www.pitu.stm.sp.gov.br/) SITE da Secretaria de Habitação do Estado de São Paulo (disponível em http://www.habitacao.sp.gov.br) SITE da Fundação Sistema Estadual de Análise e Dados - SEADE (disponível em http://www.seade.gov.br) SITE do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE (disponível em http://www.ibge.org.br) SITE do Ministério das Cidades - Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (disponível em http//: www.cidades.gov.br)

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Siglas & Glossário AEIS - Áreas de Especial Interesse Social

BID - Banco Interamericano de Desenvolvimento

BIRD - Banco Mundial para a Reconstrução e o Desenvolvimento

BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

CDH - Companhia de Desenvolvimento Habitacional do Estado de São Paulo

CDHU - Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo

CDRU - Concessão de Direito Real de Uso

CEF - Caixa Econômica Federal

CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente

CREA - Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia

DISE - Departamento de Indicadores Sociais e Econômicos

EIA-RIMA - Estudo de Impacto Ambiental - Relatório de Impacto Ambiental

FAR - Fundo de Arrendamento Residencial

FAT - Fundo de Amparo ao Trabalhador

FDS - Fundo de Desenvolvimento Social

FGTS - Fundo de Garantia por Tempo de Serviço

FJP - Fundação João Pinheiro

FMH - Fundo Municipal de Habitação

FNHIS - Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social

GRAPROHAB - Grupo de Análise e Aprovação de Projetos Habitacionais

HIS - Habitação de Interesse Social

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HMP - Habitação de Mercado Popular

IAB - Instituto de Arquitetos do Brasil

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IPTU - Imposto Predial e Territorial Urbano

LDO – Lei de Diretrizes Orçamentárias

LOA - Lei Orçamentária Anual

LUOPS - Lei de Uso, Ocupação e Parcelamento do Solo

PAR - Programa de Arrendamento Residencial

PAT-PROSANEAR - Programa de Assistência Técnica ao Programa de Saneamento

PD - Plano Diretor

PEA - População Economicamente Ativa

PIB - Produto Interno Bruto

PLHIS - Plano Habitacional de Interesse Social

PMH - Plano Municipal de Habitação

PPA - Plano Plurianual de Investimentos

PSH - Programa de Subsídio à Habitação de Interesse Social

SABESP - Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo

SEADE - Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados

SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

SFH - Sistema Financeiro da Habitação

SFI - Sistema de Financiamento Imobiliário

SISH - Secretaria de Inclusão Social

SMIH - Sistema Municipal de Informações Habitacionais

SNH - Sistema Nacional de Habitação

SNHIS - Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social

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TAC - Termo de Ajustamento de Conduta

ZEIC - Zonas Especiais de Interesse Comercial

ZEIS - Zonas de Especial Interesse

Áreas de Ocupação de Interesse Social: são áreas destinadas à produção de habitação de Interesse Social, com destinação específica, normas próprias de uso e ocupação do solo;

Assentamento subnormal: assentamento habitacional irregular (favela e assemelhados) localizados em terrenos de propriedade alheia, pública ou particular, ocupado de forma desordenada e densa, carente de serviços públicos essenciais, inclusive em área de risco ou legalmente protegidos;

Carência de serviços de infra-estrutura: domicílios urbanos que não contam com um ou mais serviços de infra-estrutura urbana ou domicílios rurais que não contam com três ou mias dos serviços. São serviços de infra-estrutura: energia elétrica, rede de abastecimento de água com canalização interna; rede coletora de esgoto, pluvial ou fossa séptica; lixo coletado direta ou indiretamente.

Coabitação familiar: compreende a soma das famílias conviventes secundárias e famílias que viviam em cômodos cedidos ou alugados

Cômodos alugados e cedidos: A FJP considerou como coabitação disfarçada os pensionistas, que é a pessoa que, sem ser parente, pagava hospedagem ou contribuía para as despesas de moradia e alimentação do domicílio.

Custo de acesso à habitação: os valores relativos à prestação de financiamento habitacional, contrapartida de arrendamento residencial, taxa de ocupação, aluguel ou derivados do direito de superfície, direito de uso, ou quaisquer outras formas de acesso à habitação;

Densidade excessiva dos moradores por dormitórios: domicílios com três pessoas ou mais por Dormitório

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Domicílios improvisados: aquele domicílio localizado em espaços não destinados exclusivamente à moradia, tal como: loja, sala comercial etc. Assim também foi considerado o prédio em construção, embarcação, carroça, vagão, tenda, barraca, gruta etc., que estivesse servindo de moradia.

Domicílios rústicos: pelo IBGE, são aqueles domicílios que não têm paredes ou cobertura em material durável. São consideradas duráveis as paredes construídas em alvenaria e madeira aparelhada; e coberturas em telha, laje de concreto ou madeira aparelhada.

Família de baixa renda: aquela cuja situação sócio econômica, definida segundo seu padrão de consumo, não lhe permita arcar, total ou parcialmente, com os custos de quaisquer formas de acesso a habitação, a preços de mercado;

Famílias conviventes secundárias: As famílias conviventes secundárias são famílias constituídas por, no mínimo, duas pessoas que residem em um mesmo domicílio junto com outra família denominada principal.

Financiamento habitacional: o mútuo destinado à aquisição de lote urbanizado, e/ou da construção, da conclusão, da recuperação, da ampliação ou da melhoria da habitação, bem como as despesas cartorárias e as de legalização do terreno;

Habitação de interesse social: a habitação urbana, nova ou usada, com o respectivo terreno e serviços de infra-estrutura, com destinação à famílias de baixa renda;

Habitação: a moradia inserida no contexto urbano, provida de infra-estrutura básica, os serviços urbanos, os equipamentos comunitários básicos, ser obtida em forma imediata ou progressiva, localizada em área com situação legal regularizada;

Inadequação fundiária urbana: domicílios próprios construídos em terrenos que não são de propriedade do morador, os domicílios sem identificação e situados em setores definidos como subnormais.

Inexistência de unidade sanitária interna ao domicílio: domicílios sem banheiro ou sanitário de uso exclusivo.

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Lote social: lote de terreno, urbano, situado em loteamento ou desmembramento aprovado pelo órgão municipal competente e registrado no Cartório de Registro de Imóveis, cujo preço seja igual ou inferior ao que vier a ser determinado por Conselho Municipal de Habitação, atendendo a parâmetros técnicos de padrão de consumo familiar;

Ônus excessivo com aluguel: Considera-se como déficit os domicílios com até 3 salários mínimos de renda familiar que despendem mais do 30% com o aluguel.

Lote urbanizado: parcela legalmente definida de uma área, conforme as diretrizes de planejamento urbano municipal ou regional, que disponha de acesso por via pública e, no seu interior, no mínimo, de soluções de abastecimento de água e esgotamento sanitário e ainda de instalações que permitam a ligação de energia elétrica;

Padrão de consumo familiar: é o parâmetro para definir os indicadores de implementação, de aferição de programas habitacionais, e de enquadramento para o acesso à política de subsídio. Constituem estrutura de consumo, segundo metodologia a ser estabelecida em regulamento, em função, entre outras variáveis, do nível de renda, tamanho e faixa etária das famílias, grau de escolaridade, número de membros da família que trabalham e hábitos locais ou regionais. O poder aquisitivo deve ser definido pelo padrão de consumo mediano, apurado por meio de metodologia validada (PNAD-IBGE; IPEA e POF-DIEESE) e deve ser usado para estratificar as famílias de forma a permitir definir grupos homogêneos;

Regularização fundiária: é o processo de intervenção pública, sob os aspectos jurídico, físico e social, que objetiva legalizar a permanência de populações moradoras de áreas urbanas, ocupadas em desconformidade com a lei.

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ANEXOS

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ANEXO 1

Fundamentos Teóricos do Diagnóstico Habitacional

A questão habitacional, apesar de estar em ampla discussão na sociedade, tem sido objeto de poucos estudos quantitativos no Brasil. Destaca-se o trabalho da Fundação João Pinheiro – FJP (1996 e 2001) que estimou, para 1995 e 2000, as deficiências habitacionais nos respectivos anos, onde déficit o habitacional foi decomposto em componentes que retratam a situação habitacional no Brasil.

O estudo da FJP entendeu como déficit habitacional a noção mais imediata e intuitiva de necessidade de construção ou adequação de moradias para a resolução de problemas sociais e específicos de habitação, detectados em certo momento. Consiste então na deficiência do estoque de moradias por não dispor de condições de habitabilidade. Entretanto, o conceito amplo de necessidades habitacionais abarca três diferentes segmentos: o incremento necessário ao estoque, a inadequação das moradias e a demanda demográfica.

O incremento necessário corresponde àquelas moradias que não possuem condições de habitabilidade, por sua precariedade construtiva ou desgaste em sua estrutura física, e, ainda, por apresentar coabitação familiar.

Já o conceito de inadequação de moradias reflete problemas na qualidade de vida dos moradores, não relacionados ao dimensionamento do estoque das habitações e sim a especificidades internas de um estoque dado. Por fim, o crescimento e a dinâmica populacional, resultam em uma demanda demográfica por habitações para atender ao surgimento dos novos núcleos familiares.

Desta maneira, a estimativa da FJP refere-se à necessidade de reposição ou adequação imediata do estoque, de maneira a acomodar condignamente a população em um ponto no tempo, no caso as datas censitárias.

A. DEFICIÊNCIAS HABITACIONAIS

O conceito de deficiências habitacionais e as terminologias utilizadas pela Fundação João Pinheiro – FJP (2001) dividem as deficiências habitacionais em uma data em duas dimensões: o das Necessidades de Incremento e Reposição do Estoque e as Inadequações dos domicílios. O Incremento necessário ao estoque considera os domicílios rústicos, domicílios improvisados, e as famílias em coabitação. Desta maneira, o Incremento do Estoque é composto por aqueles domicílios que devem ser incorporados ao estoque de domicílios para não existir famílias em coabitação ou por sua precariedade construtiva (improvisados e rústicos). O conceito de Inadequação das Moradias considera moradias que, apesar de ser desnecessária a construção de uma nova residência, tem a demanda por investimentos, sejam eles de origem pública (serviços públicos) ou privada (reformas e ampliações). Estas questões incluem a Densidade excessiva dos moradores por dormitórios, a Carência de serviços de infra-estrutura pública, a Inadequação fundiária urbana e a Inexistência de unidade sanitária interna ao domicílio.

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A TAB. 1, a seguir, resume as informações utilizadas para compor as deficiências habitacionais.

TABELA 1 - Componentes do déficit habitacional.

I). Incremento do estoque:

A). Reposição do estoque

1). Domicílios rústicos: pelo IBGE, são aqueles domicílios que não têm paredes ou cobertura em

material durável. São consideradas duráveis as paredes construídas em alvenaria e madeira

aparelhada; e coberturas em telha, laje de concreto ou madeira aparelhada.

B). Incremento do estoque:

1). Domicílios improvisados: aquele domicílio localizado em espaços não destinados exclusivamente à

moradia, tal como: loja, sala comercial etc. Assim também foi considerado o prédio em construção,

embarcação, carroça, vagão, tenda, barraca, gruta etc., que estivesse servindo de moradia.

2). Coabitação familiar: compreende a soma das famílias conviventes secundárias e famílias que viviam

em cômodos cedidos ou alugados

a). Famílias conviventes secundárias: As famílias conviventes secundárias são famílias constituídas por,

no mínimo, duas pessoas que residem em um mesmo domicílio junto com outra família denominada

principal.

b). Cômodos alugados e cedidos: A FJP considerou como coabitação disfarçada os pensionistas, que é

a pessoa que, sem ser parente, pagava hospedagem ou contribuía para as despesas de moradia e

alimentação do domicílio.

3). Ônus excessivo com aluguel: Considera-se como déficit os domicílios com até 3 salários mínimos de renda

familiar que despendem mais do 30% com o aluguel.

II). Inadequação do domicílio

A). Densidade excessiva dos moradores por dormitórios: domicílios com três pessoas ou mais por

Dormitório

B). Carência de serviços de infra-estrutura: domicílios urbanos que não contam com um ou mais serviços de

infra-estrutura urbana ou domicílios rurais que não contam com três ou mias dos serviços. São serviços de

infra-estrutura: energia elétrica, rede de abastecimento de água com canalização interna; rede coletora de

esgoto, pluvial ou fossa séptica; lixo coletado direta ou indiretamente.

C). Inadequação fundiária urbana: domicílios próprios construídos em terrenos que não são de propriedade do

morador, os domicílios sem identificação e situados em setores definidos como subnormais.

D). Inexistência de unidade sanitária interna ao domicílio: domicílios sem banheiro ou sanitário de uso

exclusivo.

Fonte: Fundação João Pinheiro (2002) e Notas metodológicas de pesquisas do IBGE.

*Setor subnormal: conjunto (favelas e assemelhados) constituído por unidades habitacionais (barracos, casas etc.), ocupando, ou tendo

ocupado até período recente, terreno de propriedade alheia (pública ou particular), dispostas, em geral, de forma desordenada e densa,

carentes, em sua maioria, de serviços públicos esse.

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B. Projeção da demanda por domicílios

A metodologia mais utilizada em anos recentes para projeção da demanda por domicílios tem sido a que faz uso das taxas de chefia de domicílios. O método das taxas de chefia (headship rate) para projeção habitacional parte do pressuposto de que o número de domicílios existente em uma população é igual ao número de chefes desta mesma população. Se a projeção por idade e sexo estiver adequada, pode-se obter uma razoável projeção do total de domicílios no futuro. Esta metodologia tem uma razoável vantagem sobre outras, pois reflete as mudanças populacionais esperadas da estrutura etária e sexo. Como a construção de uma projeção populacional reflete as tendências passadas e futuras na fecundidade, mortalidade e migração, o método pode refletir indiretamente estes três elementos de mudanças populacionais. Por outro lado, o método não leva em conta a dinâmica da formação, crescimento, contração e dissolução de domicílios e não é capaz de refletir esta dinâmica no estoque total de domicílios no futuro. O número de domicílios no futuro depende ainda de inúmeros fatores inter-relacionados tais como escolhas pessoais, mudanças de comportamento social e individual, como também nos atributos sócio-econômicos dos futuros chefes. A formação de uma nova residência ainda depende de variáveis como renda, emprego e oferta de habitação. A metodologia das taxas de chefia não considera todas estas variáveis uma vez que se trata de um método essencialmente demográfico. No entanto, o método pode responder de forma bastante adequada à necessidade de novas moradias dada à dinâmica demográfica do ciclo familiar.

C. Taxas de chefia

O método das taxas de chefia (headship rate) para projeção habitacional parte do pressuposto de que o número de domicílios existente em uma população é igual ao número de chefes desta mesma população. Os dados necessários para aplicação do método, controlando as taxas por vários atributos sócio-demográficos, podem ser facilmente obtidos por meio dos Censos Demográficos e através de outras pesquisas domiciliares, como por exemplo, a Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílios – PNAD. Desta forma, obtém-se o insumo necessário para estimar as taxas de chefia por várias categorias. A definição do chefe ocorre, na maioria das vezes, segundo uma hierarquia de provedor principal, como também uma hierarquia de idade, mantendo uma tradição de matriarcado ou patriarcado. O estoque inicial de domicílios necessários é calculado segundo a hipótese de que cada chefe represente a necessidade de uma moradia.

A projeção de demanda habitacional mais usual (item 3 da ILUST. 1) baseia-se na aplicação de uma taxa constante sobre uma projeção populacional. Dado que a projeção da estrutura etária e do crescimento populacional faz parte dos pressupostos da projeção demográfica, a única fonte substancial de erro na

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projeção de demanda seria a originada na manutenção da taxa de chefia constante. Em trabalho desenvolvido anteriormente por RIOSNETO, OLIVEIRA E GIVISIEZ (2003) os fluxos de entrada e saída de domicílios foram decompostos em três efeitos: tamanho da população, estrutura etária e taxa. Somente após esta decomposição, ou seja, com a mensuração destes três componentes, poderia se decidir se é prudente manter uma taxa constante para se estimar uma demanda futura por domicílios ou se é recomendável projetar uma taxa seguindo uma tendência temporal.

Para se obter estimativas de demanda mais precisas, seria indicado projetar alguns cenários de taxa de chefia a fim de minimizar os erros provenientes das variações na taxa. Uma das metodologias indicadas para a projeção destas taxas é do uso de modelos Idade-Período-Coorte (IPC). O uso de um método demográfico para estimativas de demanda por domicílios justifica-se pelas demandas diferenciais ao longo das idades e pelo fato das etapas do ciclo de vida pelos quais passam todos os indivíduos de uma população condicionar demandas diferenciais.

Apesar de a idade ser a primeira variável lembrada para análise de mudança social, ignorar os efeitos de período e coorte na interpretação dos processos demográficos é ignorar duas fontes de variação importantes que envolvem este processo. A taxa de chefia de domicílios depende da idade, do período e da coorte. Ela depende da idade porque os eventos que levam um indivíduo a se tornar chefe de domicílio estão fortemente correlacionados com a idade. Ela depende do período porque as incertezas e flutuações relacionadas ao ambiente econômico mudam o risco de entrada e saída da chefia de domicílio, fazendo um indivíduo adiar ou antecipar decisões que o levam à chefia de domicílio. Ela depende da coorte porque os padrões culturais prevalentes no passado afetam cada coorte de maneira particular que as torna única em seus padrões de entrada e saída da chefia de domicílios.

Nesta perspectiva, a análise de processos demográficos ou mudança social pode envolver três níveis distintos: (i) análise “cross section” (efeitos de período); (ii) análise longitudinal (efeitos de idade) e (iii) defasagem temporal. Uma das vantagens da estimativa de um modelo empírico aos dados de taxas específicas de chefia é a possibilidade de extrapolar previsões futuras de comportamento dessas taxas a partir dos parâmetros estimados numa equação do modelo IPC. Existem evidências empíricas indicando o uso potencial deste modelo de estimativas em técnicas projetivas RIOS-NETO E OLIVEIRA (1999). Estimados os parâmetros, o problema consiste em estabelecer tendências futuras para as taxas de chefia à luz desses parâmetros. A projeção de taxas de chefia, a partir de cenários estabelecidos por meio dos resultados dos coeficientes estimados pelo modelo IPC, permite um cálculo mais acurado da demanda futura por novos domicílios.

A taxa de chefia de domicílios (

nT

x – EQUAÇÃO 1) é formalmente definida pela

porcentagem de pessoas chefes de domicílios ou principais de cada grupo de idade (Rodriguez, Curbelo e Martine (1991). Note-se que a taxa de chefia de domicílio

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multiplicada pelo contingente populacional correspondente [nN

x(t)] produz o

número de domicílios associado a cada grupo de idade [nH

x(t)]. Este procedimento

possibilita a análise da dinâmica do estoque de domicílios, pois, para cada período se estabelece: (i) o montante de estoque total e dos grupos de domicílios classificados por idade (EQUAÇÃO 1); e (ii) a quantificação dos fluxos de entrada e saída que alimentam o estoque de domicílio (EQUAÇÃO 2). Conforme pode ser visto na EQUAÇÃO 3, a variação do número de domicílios é resultante da aplicação da taxa de chefia correspondente às variações produzidas na população existente em cada grupo de idade, no caso de manter a taxa de chefia constante para projeção de necessidade futura. Assim, a evolução da população e as alterações na estrutura etária constituem variáveis chaves de análise da demanda potencial.

Vale ressaltar que os fluxos brutos de formação e desaparecimento de domicílios (EQUAÇÃO 3), tanto

totais quanto desagregados por idade, têm comportamento distinto no que diz respeito a volume e

sinal, uma vez que refletem mudanças nas taxas de chefia, além das mudanças na estrutura etária e

evolução da população.

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D. A Construção de Cenários

A dinâmica demográfica brasileira será brevemente descrita aqui, focada nos desafios futuros, como subsídio à construção de cenários para o planejamento de longo prazo da política habitacional, contemplando a escolha metodológica que suporta as estimativas da demanda por habitações.

a. Projeção da População do Brasil: 1980-2050

Toda projeção de população por sexo e grupos de idade, realizada por método demográfico, deve ser revista na medida em que novas informações surjam, sejam de Censos Demográficos, Pesquisas Domiciliares por Amostragem ou Estatísticas Vitais. Como este método consiste em trabalhar (projetar) separadamente cada componente demográfica, ou seja, a mortalidade, a fecundidade e os movimentos migratórios, faz-se necessário a revisão periódica das medidas e indicadores destes níveis à luz de novas informações. É um processo contínuo de atualização que faz com que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) possa fornecer estimativas populacionais para o Brasil, Grandes Regiões, Unidades da Federação e Municípios em sintonia com as pesquisas mais recentes.

É neste contexto que, com a divulgação dos resultados do Censo demográfico de 2000, das Estatísticas de Registros Vitais e das Pesquisas Nacionais por Amostra de Domicílios (PNAD), que ocorreram re-avaliações dos parâmetros demográficos implícitos na projeção da população do Brasil. Desta nova avaliação resultou o conjunto de informações ora compilado, bem como a referência aos documentos contendo as metodologias empregadas para projetar a) a população em nível nacional para o período 1980 - 2050 e b) os totais populacionais das Unidades da Federação num horizonte de 40 anos, ou seja, de 1980 até 2020, c) as populações das Unidades da Federação nos dias 1º e 15 de cada mês abrangendo o período 1991-2010 e d) as estimativas das populações dos 5560 municípios brasileiros com data de referência em 1º de julho de 2004.

1. Fecundidade

O componente demográfico mais importante, em termos das implicações futuras imediatas na estrutura etária da população brasileira, é, sem dúvida, a fecundidade, pensada tanto em termos da sua trajetória passada quanto da sua tendência nas próximas décadas. A fecundidade passada causa um impacto nas flutuações da estrutura etária, que se associa à chamada inércia populacional, enquanto a fecundidade futura determina as mudanças mais imediatas na base da pirâmide, ou seja, na participação dos grupos etários mais jovens.

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O Brasil chegou ao final do século XX tendo praticamente completado a chamada transição da fecundidade. A taxa de fecundidade total (TFT), definida como o número total de filhos que uma mulher teria ao final do período reprodutivo, passou de 6,3 filhos por mulher, em 1960, para 2,9 filhos em 1991 culminando com 2,3 filhos em 2000. Os resultados da PNAD de 2003 apontam uma taxa de fecundidade total de 2,1 filhos por mulher, o que representa o chamado nível de reposição. Isto quer dizer que, se esta taxa perdurar por um período de cerca de vinte e cinco anos, o crescimento populacional brasileiro convergirá para zero. O ponto mais relevante é que não há evidências claras de que a taxa de fecundidade total brasileira pararia em 2,1 filhos por mulher, fazendo com que se espere um padrão de fecundidade brasileira abaixo do nível de reposição nas primeiras décadas do século XXI, um resultado que poderá seguir aquele encontrado em países europeus, principalmente Espanha, Portugal, Itália, Grécia.

Dois pontos característicos da fecundidade brasileira corrente merecem destaque e foram discutidos por Berquó e Cavenaghi (2004): o rejuvenescimento da fecundidade brasileira e os segmentos de pobreza com alta fecundidade.

O rejuvenescimento da fecundidade brasileira é mostrado tanto pelo fato das taxas específicas de fecundidade de todos os grupos etários terem caído entre 1980 e 2000, exceto o grupo de mulheres de 15 a 19 anos. Além disso, a queda é mais pronunciada nos grupos de 25 a 44 anos de idade. Já o grupo de 15 a 19 anos representava 9,2% da taxa de fecundidade total em 1980, passando a 13,9% em 1991 e 19,9% em 2000. Isto quer dizer que cerca 20% da fecundidade total de 2000 é gerada por mães adolescentes, unidas ou não.

Os dados apresentados nas Tabelas abaixo, compilados de Berquó e Cavenaghi (2004), são ilustrativos para mostrar a alta fecundidade nos segmentos de extrema carência. As mulheres sem instrução apresentam uma fecundidade total de 4,1 filhos e 3,6 filhos entre 1 e 3 anos de estudo,enquanto as mulheres com 9 anos de estudo ou mais apresentam a TFT abaixo do nível de reposição. As mulheres vivendo em domicílios com rendimento per capita abaixo de um quarto do salário mínimo apresentam uma taxa de fecundidade total de 4,6 filhos, enquanto os domicílios com renda domiciliar per capita acima de 1 salário mínimo já estão com a TFT abaixo do nível de reposição.

TABELA TFT por anos de estudo das mulheres Brasil 2000

Grau de instrução – anos de estudo TFT

Sem Instrução 4,1

1 a 3 anos 3,6

4 a 7 anos 2,9

8 anos 2,4

9 a 11 anos 1,6

12 ou + 1,1

Total 2,4

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TABELA TFT por rendimento domiciliar per capita, Brasil 2000

Rendimento domiciliar per capita TFT

Sem Rendimento até 1/4 4,6

1/4 a 1/2 SM 3,2

1/2 a 1 SM 2,4

1 a 2 SM 1,8

2 a 3 SM 1,4

3 a 5 SM 1,3

5 e + SM 1,1

Total 2,4

Em suma, a despeito da baixa fecundidade total em 2000, os segmentos de extrema pobreza e carência educacional ainda mostram altos níveis de fecundidade.

1. Mortalidade

A população brasileira experimentou uma queda na mortalidade antes da queda na fecundidade, conforme indica o aumento na esperança de vida ao nascer, que passou de 43,6 anos na década de 40 a 53,7 anos na década de 60 -- uma variação de cerca de 10 anos durante o período. A mortalidade continuou sua tendência de declínio na década de 70, com a esperança de vida passando a 59,9 anos nos anos 70 -- um ganho de 6,2 anos em apenas dez anos. Em 1980, a esperança de vida ao nascer chegou a 62,4 anos (Carvalho, 1988). Estimativas do Atlas Racial Brasileiro (2004) apontam para uma esperança de vida equivalente a 64,7 anos em 1990 e 68,6 anos em 2000 (Tabela abaixo).

De acordo com estudo do IBGE (IBGE- Tábua de Vida 2001), o diferencial de esperança de vida por sexo vem aumentando, em parte devido ao peso das mortes por causas externas. A esperança de vida das mulheres, em 1980, era de 66 anos, contra 59,6 anos dos homens, ou seja, 6,4 anos a mais para as mulheres. Em 2001, a esperança de vida feminina já era de 7,8 anos a mais que a dos homens -- 72,9 anos e 65,1 anos, respectivamente. A sobremortalidade masculina nas idades jovens e adultas, principalmente na faixa de 20 a 29 anos, é um dos fatores principais para o aumento da diferença na esperança de vida por sexo. Isto se deve, principalmente, ao impacto das mortes por causas externas (homicídios, acidentes de trânsito, suicídios, quedas acidentais, afogamentos, etc.). O impacto diferenciado das causas externas por sexo indica que a sua retirada acarretaria um aumento de 2,5 anos na esperança de vida masculina e apenas meio ano na feminina. O diferencial de mortalidade masculina é uma questão de gênero pouco enfatizada pela literatura como tal. Não se trata de subestimar os demais diferenciais por gênero, mas sim de destacar este fato na perspectiva de gênero, e não apenas como uma curiosidade dos estudos de

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mortalidade. Várias questões socioeconômicas estariam associadas a este diferencial.

TABELA - Esperança de Vida ao Nascer

Ano da estimativa Anos e(0)

1980

1991

2000

62,35

64,73

68,61

2. A Dinâmica Demográfica e a Estrutura Etária

O crescimento da população e as mudanças em sua estrutura etária são primordialmente afetados pelas tendências da fecundidade e da mortalidade e, em alguma medida, pelo saldo migratório internacional. A queda na mortalidade e os ganhos de esperança de vida pouco afetam a estrutura etária, num país que apresenta altas taxas de crescimento populacional. Sendo assim, durante um longo período, os ganhos de esperança de vida aumentaram a longevidade das gerações de nascimento, mas não envelheceram a população brasileira. Por outro lado, a queda na taxa de fecundidade total afeta bruscamente a estrutura etária da população, levando a uma redução na proporção de dependentes (crianças de 0 a 14 anos) e a um crescente envelhecimento da população (idosos de 60 anos e mais). Um ponto importante para a relação entre estrutura etária e projeção populacional, a ser discutido a seguir, refere-se ao fato de que os ganhos futuros de esperança de vida ainda terão impacto relativamente pequeno sobre a estrutura etária populacional, por outro lado, o impacto da fecundidade futura tenderá a ser mais diluído dado a baixa fecundidade já alcançada. Sendo assim, grande parte da mudança na estrutura etária futura será afetada pela inércia populacional, que possui grande componente caucado na fecundidade passada.

TABELA

Distribiução Percentual da População segundo Grupos Etários Brasil - 1970, 1980, 1991, 2000

Grupo Etário Ano dos Censos

1970 1980 1991 2000

0-14 42,10 38,24 34,73 29,60

15-59 52,83 56,69 57,97 61,84

60 e + 5,07 6,07 7,30 8,56

Total 100,00 100,00 100,00 100,00

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3. A Projeção Populacional do IBGE e a Estrutura Etária

O documento base deste item é uma revisão da projeção populacional do IBGE até 2050, divulgada por meio eletrônico na home-page do IBGE em outubro de 2004. O objetivo é tomar uma fonte oficial para mostrar a tendência futura da estrutura etária.

A tábua de mortalidade utilizada para 2000 pressupõe uma esperança de vida ao nascer de 70,4 anos para ambos os sexos.

A Tabela abaixo mostra a descrição clássica da razão de dependência total (jovens mais idosos), jovens (0-14/15-64) e idosos (65 e mais/15-64) entre 1980 e 2050. A razão de dependência de jovens refere-se, mais apropriadamente, à participação da população infantil na população ativa, que declina durante quase todo o período descrito, mas com maior queda precisamente nos anos noventa. O crescimento mais acentuado da razão de dependência dos idosos se dará a partir de 2010. A razão de dependência total apresenta a maior queda entre 1980 e 2000, apresentando um menor declínio até 2025, ponto a partir do qual esta razão começa a subir, como resultado do peso da razão de dependência dos idosos. Esta descrição clássica da projeção da razão de dependência já foi por demais descrita pela literatura que trata das implicações da dinâmica demográfica sobre a estrutura etária. Um refinamento da participação de segmentos da população em idade ativa sobre a população total pode ser esclarecedor.

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TABELA - Razão de Dependência

Anos Razão de Dependência

Total Jovens Idosos

1980 73,17 66,22 6,95

1985 69,44 62,54 6,90

1990 65,81 58,58 7,23

1995 60,54 52,63 7,91

2000 54,37 45,97 8,41

2005 51,57 42,32 9,25

2010 50,69 40,59 10,10

2015 49,79 38,49 11,30

2020 48,79 35,80 12,99

2025 48,74 33,44 15,30

2030 50,15 31,93 18,22

2035 51,71 30,76 20,95

2040 52,96 29,58 23,39

2045 54,80 28,64 26,16

2050 57,87 28,15 29,72

A Tabela a seguir mostra o aumento no peso da PIA sobre a população total, entre 1980 e 2025. O aumento é substancial entre 1980 e 2000, sendo bem menor até 2025. O chamado segmento jovem da PIA, definido pela população de 15 a 24 anos, apresenta um ligeiro declínio da participação na população total entre 1980 e 2000, declinando mais fortemente até 2015 e mais levemente até 2050. O segmento adulto da PIA, que compreende o grupo etário de 25 a 44 anos, é composto pelas pessoas que auferem os ganhos de experiência nos seus rendimentos, além de passarem pela fase do ciclo de vida associada à constituição da família e criação dos filhos. Este segmento cresce entre 1980 e 2000, aumentando ligeiramente sua participação na população total até 2010 e declinando ligeiramente a partir deste período. O segmento da PIA que mais cresce entre 2000 e 2020 é o da PIA madura, compreendendo aqueles com 45 a 64 anos de idade. Em termos gerais, esta PIA madura já apresenta decréscimo de rendimento médio, se comparado ao grupo etário anterior. O pico da curva de rendimento por idade tende a ser atingido entre os 40 e 50 anos de idade. Há,

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hoje, um amplo debate sobre o potencial de produtividade da PIA madura no mundo desenvolvido de baixa fecundidade e envelhecimento populacional, tema cada vez mais relevante para o país. O decréscimo da participação da PIA jovem e o crescimento da participação da PIA madura são os fatos novos ditados pela dinâmica demográfica na primeira metade do século XXI, com uma relativa constância (sanduíche) do segmento da PIA adulta.

TABELA Estrutura Etária da População em Idade Ativa na População Total

Ano da

estimativa

Estrutura Etária da População

15-24 25-44 45-64 15-64

Percentual Percentual Percentual Percentual

1980 21,11 24,57 12,07 57,75

1985 20,73 25,80 12,49 59,02

1990 19,53 27,89 12,89 60,31

1995 19,20 29,47 13,61 62,29

2000 19,74 30,14 14,90 64,78

2005 19,08 30,40 16,50 65,97

2010 17,09 30,70 18,57 66,36

2015 15,94 30,58 20,24 66,76

2020 15,82 29,99 21,40 67,21

2025 15,63 29,18 22,41 67,23

2030 14,92 28,17 23,51 66,60

2035 14,04 27,66 24,22 65,91

2040 13,43 27,48 24,47 65,38

2045 13,03 27,05 24,52 64,60

2050 12,62 26,34 24,39 63,34

Fonte: Oliveira, Albuquerque e Lins, outubro de 2004.

Projeção da População do Brasil por Sexo e Idade para o Período 1980-2050 – Revisão 2004, IBGE

Um outro ponto relacionado com a estrutura etária refere-se à dinâmica da razão de sexos nos segmentos etários relevantes para o mercado de casamento, que tem o número de homens de 20 a 29 anos de idade no numerador e o de mulheres de 15 a 24 anos no denominador. Esta razão apresenta uma defasagem de cinco anos entre o intervalo masculino e feminino para indicar a demanda média por casamentos/ uniões, na qual, geralmente, o parceiro do sexo masculino é mais velho. Por causa desta defasagem etária, espera-se que as flutuações demográficas de curto prazo, ditadas pela existência de uma grande coorte de jovens nos anos noventa e um declínio da mesma nas duas primeiras décadas do século XXI, imporão uma flutuação no mercado de casamento. A Tabela abaixo indica que esta razão era próxima a 80% em 1980, cresce até 95% em 1990, se estabiliza com um ligeiro declínio entre 1990 e 2000, voltando a subir para 96% em 2005 e para 105% em 2010. Haverá um ligeiro declínio entre 2010 e 2020, mas a razão de sexo voltará a subir acima de 100% entre 2030 e 2050. Este

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maior aquecimento no mercado de casamento não corresponde ao padrão histórico brasileiro, com razão de sexos para casamento abaixo de 100%. A experiência do qüinqüênio 2005-2010 deve ser observada com atenção, pois mostra um grande aquecimento neste mercado.

TABELA Razão de Sexo

Anos Razão Sexo

H20-29/M15-24

1980 81,17

1985 87,76

1990 94,66

1995 93,42

2000 90,06

2005 96,15

2010 104,65

2015 101,94

2020 96,95

2025 98,23

2030 102,60

2035 104,93

2040 104,17

2045 103,54

2050 104,41

Um tópico bastante importante para investigação será relacionar este aquecimento no mercado de casamento com a idade mediana de formação da união, a qual tem se mantido praticamente constante ao longo das gerações de mulheres brasileiras – em torno de 21 anos. Estudo feito para Belo Horizonte, comparando duas coortes de mulheres – 20 a 29 anos e 50 a 59 anos –, sugere que não há diferenças na idade à primeira união das mulheres das duas gerações. Ao longo dos 20 a 30 anos que separam estas coortes, a idade mediana à primeira união naquela capital permaneceu em torno de 23 anos (Simão et al., no prelo). O debate sobre a eventual operação de um efeito tempo positivo na fecundidade brasileira, causando uma queda ainda maior abaixo do nível de reposição, trata da possibilidade de emergência do chamado padrão europeu, marcado pelo aumento da idade de casamento ou de primeira união, além do adiamento do nascimento do primeiro filho. Se a razão de sexo aquecer o mercado de casamento nos próximos anos, então as chances da idade à primeira união aumentar são reduzidas. É possível que até mulheres com mais de 30 anos de idade, ainda solteiras, sejam atraídas para o mercado de casamento com homens mais jovens, em decorrência do “marriage squeeze”

previsto pela razão de sexo. Uma

possibilidade de se observar a operação do efeito tempo decorreria da eventualidade de um adiamento do nascimento do primeiro filho, mesmo que dentro de uma união já formada. Esta possibilidade não é plausível até o presente, uma vez que a concentração da fecundidade se dá nas idades mais jovens, entre 15 e 24 anos de idade, precedida ou não pela primeira união. Um tema da maior

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relevância para o futuro imediato será cotejar a relação entre a tendência ao adiamento do casamento e do primeiro filho como decorrência do prolongamento do período devotado à freqüência escolar, visando o aumento da escolaridade, com a tendência ao casamento imediato como decorrência do aquecimento no mercado de casamentos.

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ANEXO 2 - MAPAS

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ANEXO 3 – Memória das Audiências e Plenárias

Lista de Presença – 1ª Apresentação para o Conselho do Diagnóestico

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Fotos - 1ª Apresentação para o Conselho do Diagnóestico

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Lista de Presença – Plenária de Encerramento Do Diagnóstico

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Fotos - Plenária de Encerramento do Diagnóstico

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Lista de Presença – Audiência Pública - São Bento

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Fotos – Audiência Pública - São Bento

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Lista de Presença – Audiência Pública - Jurema

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Fotos – Audiência Pública - Jurema

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Lista de Presença – Apresentação da Minuta do PLHIS – Conselho Municipal de Habitação

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Fotos – Apresentação da Minuta do PLHIS – Conselho Municipal de Habitação

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Lista de Presença – Audiência Pública de Apresentação da Minuta do PLHIS

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Fotos – Audiência Pública de Apresentação da Minuta do PLHIS

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ANEXO 4 – DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA – ÁREAS VISITADAS

Figura XXXXXX: Sítio São João Biquinha