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1 Dados de identificação Título do artigo: Avaliação do consumo alimentar e do estado nutricional de pré-escolares do município de Itatiba (SP). Título em inglês: Assessment of dietary intake and nutritional status of preschool children in Itatiba (SP). Título resumido: Dietary intake and nutritional status of preschool. Autores: Milene Linardi Gomes, Rachel de Souza Lira, Pérola Ribeiro Instituição dos autores: Milene Linardi Gomes: Aluna do curso de graduação em Nutrição da Universidade São Francisco (USF). Av. São Francisco de Assis, 218 – Jardim São José CEP: 12916-900 Bragança Paulista SP. E-mail: [email protected] Rachel de Souza Lira: Aluna do curso de graduação em Nutrição da Universidade São Francisco (USF). Av. São Francisco de Assis, 218 – Jardim São José CEP: 12916-900 Bragança Paulista SP. E-mail: [email protected] Pérola Ribeiro: Professora doutora assistente do curso de Nutrição da Universidade São Francisco (USF) campus Bragança Paulista. Av. São Francisco de Assis, 218 – Jardim São José – CEP: 12916-900 – Bragança Paulista SP. E-mail: [email protected] ou [email protected] Autor responsável pela correspondência: Pérola Ribeiro

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1

Dados de identificação

Título do artigo:

Avaliação do consumo alimentar e do estado nutricional de pré-escolares do

município de Itatiba (SP).

Título em inglês:

Assessment of dietary intake and nutritional status of preschool children in

Itatiba (SP).

Título resumido:

Dietary intake and nutritional status of preschool.

Autores:

Milene Linardi Gomes, Rachel de Souza Lira, Pérola Ribeiro

Instituição dos autores:

Milene Linardi Gomes: Aluna do curso de graduação em Nutrição da

Universidade São Francisco (USF). Av. São Francisco de Assis, 218 – Jardim

São José – CEP: 12916-900 – Bragança Paulista – SP. E-mail:

[email protected]

Rachel de Souza Lira: Aluna do curso de graduação em Nutrição da

Universidade São Francisco (USF). Av. São Francisco de Assis, 218 – Jardim

São José – CEP: 12916-900 – Bragança Paulista – SP. E-mail:

[email protected]

Pérola Ribeiro: Professora doutora assistente do curso de Nutrição da

Universidade São Francisco (USF) campus Bragança Paulista. Av. São

Francisco de Assis, 218 – Jardim São José – CEP: 12916-900 – Bragança

Paulista – SP. E-mail: [email protected] ou

[email protected]

Autor responsável pela correspondência:

Pérola Ribeiro

2

Av. São Francisco de Assis, 218 – Jardim São José

CEP: 12916-900 – Bragança Paulista – SP

Telefone: (11) 2454-8206

E-mail: [email protected] ou [email protected]

Declaração de conflito de interesse

Nada a declarar.

3

RESUMO

Objetivo: avaliar o consumo alimentar e do estado nutricional de crianças

pertencentes a uma Escola Municipal de Ensino Infantil do município de Itatiba.

Métodos: Estudo transversal realizado com amostra de 59 crianças, divididas

em duas faixas etárias. Aplicou-se um questionário para obtenção de

informações referentes à criança, à família e dados sócio-econômicos. Avaliou-

se, também, os indicadores antropométricos. O valor nutritivo do cardápio, a

distribuição de macronutrientes e sua adequação nutricional Resultados: O

consumo de energia, carboidratos e cálcio encontravam-se abaixo dos valores

de referência para ambas as faixas etárias. A distribuição de energia,

proveniente dos macronutrientes encontrava-se adequada. A maioria das

crianças apresentou-se dentro dos limites de normalidade. Entretanto, 8,3%

das crianças menores de 60 meses apresentava, pelo indicador P/E, magreza,

4,2% apresentava, pelo indicador P/I, baixo peso para a idade, 4,2%

apresentava, pelo indicador E/I, baixa estatura para a idade e 4,2%

apresentava, pelo IMC, magreza e 12,5% apresentava sobrepeso. Entre os

maiores de 60 meses, pelo indicador P/I, 2,9% das crianças apresentava baixo

peso para a idade e 11,4% peso elevado para sua idade. Segundo o indicador

E/I, 5,7% das crianças foram classificadas como baixa estatura para a idade.

Com relação ao IMC, 2,9% das crianças apresentavam magreza, 14,3%

sobrepeso, 8,6% obesidade e 8,6% obesidade grave. Conclusões: A não

adequação energética e de nutrientes mostra a necessidade de observação

sistemática quanto à elaboração do cardápio, de seu preparo e da distribuição

dos alimentos oferecidos aos pré-escolares para garantir a adequação da

alimentação escolar em termos qualitativos e quantitativos.

Descritores: pré-escolar, merenda escolar, estado nutricional, hábitos

alimentares

4

ABSTRACT

Objective: To evaluate the dietary intake and nutritional status of children

belonging to a Municipal School of Childhood Education in the city of Itatiba.

Methods: Cross-sectional study with a sample of 59 children, divided into two

age groups. It applied a questionnaire to obtain information concerning the

child, family and socio-economic status. It evaluated the anthropometric indexes

too. The meal nutritional composition, the distribution of nutrients and their

nutritional adequacy were calculated. Results: The consumption of energy,

carbohydrates and calcium were below the reference values for both age

groups. Energy distribution from macronutrients was adequate. Most of the

children were within normal limits. However, 8.3% of children under 60 months

showed thinness for WHZ, 4.2% were low weight for age, according WAZ, 4.2%

were low height for age by HAZ, and 4.2% were underweight and 12.5% were

overweight at BMI. Among the over 60 months, 2.9% of children had low weight

for age and 11.4% higher weight for their age according WAZ. According to the

indicator HAZ, 5.7% of children were classified as low height for age. With

respect to BMI, 2.9% of children were underweight, 14.3% overweight, 8.6%

obese and 8.6% severely obese. Conclusions: The inadequacy of energy and

nutrients showed the need for systematic observation on the preparation of the

menu, of preparation and distribution of food offered to preschool children to

ensure the adequacy of school meals in both qualitative and quantitative.

Descriptors: preschool children, school feeding, nutritional status, food habits

5

INTRODUÇÃO

A alimentação escolar tem como objetivo atender as necessidades nutricionais

dos alunos e a formação de hábitos alimentares saudáveis, durante sua

permanência em sala de aula, contribuindo para seu crescimento,

desenvolvimentos, aprendizagem e rendimento escolar4.

O Programa Nacional de Alimentação Escolar do Fundo Nacional de

Desenvolvimento da Educação (PNAE/FNDE) determina que é

responsabilidade dos estados, dos municípios e do Distrito Federal

confeccionar o cardápio da alimentação escolar. O nutricionista deverá assumir

a responsabilidade técnica pelo programa, com o acompanhamento do

Conselho de Alimentação Escolar (CAE). O cardápio deve ser elaborado de

modo a suprir, no mínimo 15% das necessidades nutricionais diárias dos

alunos matriculados em creches, pré-escolas e escolas do ensino fundamental,

durante sua permanência em sala de aula. Em casos de escolas indígenas e

localizadas em áreas remanescentes quilombolas deverá suprir, no mínimo

30% das necessidades nutricionais diárias.4

No caso do município de Itatiba, a contribuição do governo federal é repassada

diretamente à prefeitura municipal, a qual complementa este valor para melhor

atendimento das metas do programa. A merenda escolar em Itatiba foi

terceirizada em 2004. Atualmente mais de 100 merendeiras confeccionam a

merenda sob supervisão de seis nutricionistas. O cardápio é elaborado com

90% de gêneros in natura, respeitando os hábitos alimentares dos alunos.

Estudos epidemiológicos sobre indicadores da obesidade na infância ainda são

muito escassos e, quase sempre, restritos a países desenvolvidos, para que se

tenha idéia da real importância dessa condição em sociedades em

desenvolvimento. Ainda assim, a importância crescente da obesidade em

adultos, demonstrada em todos os países aonde o tema vem sendo

investigado, incluindo o Brasil justifica que indicadores dessa enfermidade

sejam monitorados em outros grupos etários, como crianças e adolescentes14.

Segundo a Organização para Agricultura e Alimentação (FAO)25, as crescentes

mudanças na dieta e no estilo de vida que ocorreram em virtude da

industrialização, urbanização, desenvolvimento econômico e globalização de

mercados intensificaram-se nas últimas décadas, proporcionando um impacto

significativo na saúde e no estado nutricional das populações, tanto nos países

6

desenvolvidos quanto nos em desenvolvimento. Se por um lado, os padrões de

vida melhoraram, a disponibilidade e a diversidade de alimentos expandiram-

se, e os acessos aos diferentes tipos de serviços aumentaram, por outro,

também houve conseqüências negativas, como: a) aumento do tabagismo,

especialmente entre a população de baixa renda; b) modelos dietéticos

inadequados como, por exemplo, o consumo aumentado de dietas com

elevadas concentrações de lipídios, em especial os saturados e baixo consumo

de carboidratos não refinados; c) diminuição da atividade física associada a um

estilo de vida sedentário, com transporte motorizado, automação de

residências e locais de trabalho e atividades de lazer que exigem cada vez

menos esforço físico.

Devido a estas mudanças nos modelos dietéticos e no estilo de vida, as

doenças crônico-degenerativas, incluindo obesidade, diabetes melittus,

doenças cardiovasculares, hipertensão, acidentes vasculares cerebrais e

alguns tipos de câncer estão se tornando as principais causas de incapacitação

e morte prematura tanto em países desenvolvidos quanto em países em

desenvolvimento25.

Portanto, a dieta adequada deve ser balanceada, incorporando as variações

individuais, tais como idade e estágio de desenvolvimento. Além disso, deve

atender as necessidades nutricionais do indivíduo para seu desenvolvimento.

Por isso, pesquisas com o intuito de conhecer o estado nutricional de um

determinado grupo humano e seus hábitos alimentares utilizam-se de

inquéritos nutricionais, como os recordatórios de 24 horas, os registros

dietéticos e os questionários de freqüência alimentar, entre outros6, 10. Além da

quantificação dos dados de consumo alimentar, através de inquéritos

alimentares, a avaliação nutricional é um instrumento diagnóstico que pode ser

obtido através de vários métodos. Excelente indicador de qualidade de vida,

esta mede as condições nutricionais do organismo que são determinadas pelos

processos de ingestão alimentar, absorção, utilização e excreção de nutrientes,

ou seja, é o balanço entre a ingestão e a perda de nutrientes12.

Em vista do exposto, o objetivo deste estudo foi avaliar o consumo alimentar e

do estado nutricional de crianças pertencentes a uma Escola Municipal de

Ensino Infantil (EMEI) do município de Itatiba (SP).

7

MÉTODOS

Caracterização do município

O município de Itatiba situa-se na região noroeste da capital do estado de São

Paulo, distando, aproximadamente, 70 quilômetros do centro da capital do

Estado. Por volta de 1805, migrantes procedentes de Atibaia e Jundiaí,

atraídos pela fertilidade do solo, formaram o pequeno povoado que deu origem

a Itatiba. Com uma área de 322Km2, Itatiba é conhecida como a Suíça paulista,

por seu clima temperado, considerado um dos melhores do mundo.

Segundo dados da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (SEADE)

(Fundação SEADE8, 2009) referentes ao ano de 2009, sua população é de

98.746 habitantes, seu Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM),

é classificado como alto (0,828). Entretanto, cerca de 6,6% da população é

analfabeta e o coeficiente de mortalidade infantil é de 14,94/1.000 nascidos

vivos, dados semelhantes aos do estado de São Paulo (12,56/1.000). A

economia do município tem como base indústrias moveleiras e agricultura.

Cerca de 99% dos domicílios são servidos por água tratada e contam com

coleta pública de lixo e 97% dos domicílios possuem rede sanitária de esgoto.8

População de estudo

Durante o período de junho a agosto de 2009, a partir dos registros de

matrículas das crianças atendidas pelas EMEIs do município. Os objetivos do

estudo foram explicados para os pais e/ou responsáveis e o termo de

consentimento livre e esclarecido foi assinado. Entregou-se um questionário

aos pais e/ou responsáveis para obtenção de informações referentes à criança,

à família e dados sócio-econômicos. Em função da dificuldade de se obter

informações precisas sobre a renda familiar, utilizou-se uma medida indireta

baseada no Critério de Classificação Econômica Brasil, desenvolvido pela

Associação Brasileira das Empresas de Pesquisa (ABEP) em parceria com a

Associação Brasileira dos Anunciantes (ABA). Trata-se de um critério renda-

independente, que se baseia em informações sobre as características sócio-

econômicas e culturais do núcleo familiar, os quais classificam a população em

grandes classes econômicas estimando o poder de compra individual. Fazem

parte desse critério de classificação os seguintes tópicos: grau de instrução do

chefe da família, posse e número de automóveis, televisão a cores, rádio, vídeo

8

cassete e/ou DVD, aspirador de pó, máquina de lavar roupas, geladeira,

freezer, banheiro e a presença de empregada doméstica2. Pela somatória dos

pontos referentes a cada um dos tópicos, determina-se sete classes sócio-

econômicas, de acordo com a renda familiar mensal estimada: A1 (R$ 7.793),

A2 (R$ 4.648), B1 (R$ 2.804), B2 (R$ 1.669), C (R$ 927), D (R$424) e E (R$

207).

Selecionou-se 59 crianças com idades entre 45 e 72 meses divididas em duas

faixas etárias: menores de 60 meses (< 60 meses) e maiores de 60 meses (≥

60 meses). Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP)

da Universidade São Francisco (protocolo CAAE: 0064.0.142.000-09).

Avaliação do consumo alimentar

O Quadro 1 mostra o cardápio de uma semana das refeições oferecidas,

durante o mês de junho, às crianças matriculadas nas EMEIs de Itatiba.

QUADRO 1: Cardápio de uma semana das refeições oferecidas, durante o

mês de junho, às crianças matriculadas nas EMEIs de Itatiba.

2ª. feira 3ª. feira 4ª. feira 5ª. feira 6ª. feira

Arroz, feijão,

ovo mexido,

seleta de

legumes,

alface lisa,

banana

Arroz, cação,

purê de batata,

tomate, pudim

Arroz, feijão,

abobrinha,

repolho, maçã

Arroz, feijão,

salsicha, batata,

pepino, laranja

Macarrão com

molho de

carne moída,

chuchu,

alface, pudim

O valor nutritivo do cardápio de uma semana ingerido pelas crianças nas

escolas foi determinado por análise indireta, através da tabela de composição

de alimentos: suporte para decisão nutricional18. Os nutrientes avaliados foram

energia (em Kcal), carboidratos, proteínas e lipídios totais (em gramas) e cálcio

e ferro (em miligramas).

A adequação de nutrientes foi calculada de acordo com as diretrizes da

Resolução n° 38 do Conselho Deliberativo do Fundo Nacional de

Desenvolvimento da Educação (CD/FNDE) de 16.07.20094. Como as crianças

avaliadas nesta pesquisa permaneciam na instituição de ensino em período

parcial (manhã: das 7:30 às 11:20 horas e tarde: das 13:00 às 16:50 horas),

9

segundo o artigo 15, parágrafo I, desta Resolução fica estabelecido que

quando oferecida uma refeição, no mínimo, 20% das necessidades nutricionais

diárias dos alunos matriculados na educação básica, em período parcial devem

ser atendidas, conforme o Quadro 2.

QUADRO 2: Valores de referência diários de energia, macro e micronutrientes.

Categoria Idade

(anos)

Energia

(Kcal)

Carboidratos

(g)

Proteínas

(g)

Lipídios

(g)

Cálcio

(mg)

Ferro

(mg)

Pré-escola 4 – 5 270 43,9 8,4 6,8 160 2,0

Ensino

Fundamental

6 – 10 300 48,8 9,4 7,5 210 1,8

Avaliou-se, também, a distribuição das fontes de energia, proveniente de

macronutrientes, utilizando-se como referência os valores do artigo 16, dessa

Resolução, o qual recomenda que, em média, a alimentação na escola tenha,

no máximo: 10% da energia total proveniente de açúcar simples adicionado; 15

a 30% da energia total proveniente de gorduras totais; 10% da energia total

proveniente de gordura saturada; 1% da energia total proveniente de gordura

trans e 1g de sal. As recomendações descritas são voltadas para todas as

modalidades da educação básica. Os parâmetros estabelecidos no caput deste

artigo referem-se à oferta média diária de nutrientes e energia na alimentação

escolar em cada semana.

Avaliou-se, também, a distribuição das fontes de energia, proveniente de

macronutrientes, utilizando-se como referência os valores da distribuição de

macronutrientes aceitáveis (Acceptable Macronutients Distribution Range –

AMDR), na faixa etária de 4 a 8 anos: carboidratos: 45 a 65%; proteínas: 10 a

30% e lipídios: 25 a 35% do valor energético total (VET)9.

Aplicou-se, também, um questionário de freqüência alimentar para se

determinar as preferências alimentares das crianças matriculadas nas EMEIs

de Itatiba.

Avaliação do estado nutricional

Todas as crianças foram avaliadas quanto ao seu estado nutricional. Na

avaliação das condições antropométricas utilizou-se os seguintes parâmetros:

10

a) Peso: obtido em balança pediátrica digital, marca Welmy®, com

capacidade para 150 quilos, com divisão de 100 gramas. A criança era pesada

utilizando roupas leves e sem calçados. Essa aferição foi realizada somente

uma vez.

b) Estatura: obtida com fita métrica com escala milimétrica e um esquadro

de plástico. A leitura das medidas foi realizada atentamente, após a criança

deixar a posição sob o esquadro e/ou infantômetro e registrada imediatamente.

Essa aferição foi realizada duas vezes consecutivas para o cálculo posterior de

uma média aritmética.

Todas as medidas de peso e estatura foram realizadas pelas autoras desse

estudo, devidamente treinadas quanto à padronização das técnicas de aferição

desses parâmetros.

A partir dos dados de sexo, peso e estatura, calculou-se os índices de peso

para estatura (P/E), peso para idade (P/I) e estatura para idade (E/I) expressos

como escore-z em relação aos valores da tabela de referência da Organização

Mundial da Saúde23.

Análise estatística

A análise estatística foi realizada utilizando-se os softwares Sigma Stat for

Windows® versão 3.522. O teste de Mann-Whitney foi utilizado para comparar

os resultados das variáveis sócio econômicas das famílias e das crianças de

acordo com a idade das crianças (< 60 meses e ≥ 60 meses). Também foi

aplicado para a comparação dos índices antropométricos P/E, P/I, E/I e IMC,

de acordo com a idade (< 60 meses e ≥ 60 meses) e sexo das crianças. Em

todos os testes aplicados fixou-se o nível de significância em p≤0,05,

assinalando-se, com asterisco, os valores estatisticamente significantes.

RESULTADOS

Caracterização da amostra

A Tabela 1 apresenta a caracterização sócio econômica das famílias e das

crianças matriculadas nas EMEIs de Itatiba, segundo a faixa etária. Cinquenta

e dois por cento das crianças são do sexo masculino, entretanto, entre as

crianças maiores de 60 meses, observa-se predomínio de meninas (54,3% -

19/35). Com relação ao número de moradores da casa, 84,7% (50/59) das

11

famílias eram compostas por 2 a 3 indivíduos. Segundo o critério de

classificação sócio-econômico, 62,7% (37/59) pertenciam à classe sócio

econômica C, no entanto, 13,6% (8/59) e 18,6% (11/59) pertenciam,

respectivamente, às classes sociais B e D. Noventa e três por cento (55/59)

das crianças não apresentavam restrição alimentar e 89,8% (53/59) não

relataram casos de alergia alimentar. A maioria das crianças (93,2% - 55/59)

não utilizava medicamentos. Oitenta e cinco por cento (50/59) das crianças não

praticavam nenhum tipo de atividade física, entretanto 15,3% (9/59) praticavam

esportes como: natação, caminhada e futebol.

A Tabela 2 mostra o consumo mediano de energia, macro e micronutrientes

das refeições oferecidas às crianças matriculadas nas EMEIs de Itatiba.

Verifica-se que o consumo de energia, carboidratos e cálcio encontram-se

abaixo dos valores de referência da Resolução n° 38 do Fundo Nacional de

Desenvolvimento da Educação.4

Na Tabela 3 é possível visualizar as distribuições percentuais dos

macronutrientes, em relação ao conteúdo de energia. As porcentagens de

energia provenientes de gorduras totais encontravam-se adequadas, segundo

a Resolução n° 38 do Conselho Deliberativo do Fundo Nacional de

Desenvolvimento da Educação (CD/FNDE) de 16.07.2009.4 Pelos valores

estabelecidos pelo IOM9, verificou-se que a distribuição de energia, proveniente

dos macronutrientes encontrava-se adequada.

A Tabela 4 apresenta a porcentagem de adequação de energia, macro e

micronutrientes das refeições oferecidas às crianças matriculadas nas EMEIs

de Itatiba, segundo a faixa etária, segundo a Resolução n° 38 do Fundo

Nacional de Desenvolvimento da Educação.4 Verifica-se que a adequação de

energia, carboidratos e cálcio encontram-se abaixo dos valores de referência

propostos pela Resolução n° 38, tanto para as crianças menores quanto

maiores de 60 meses. Por outro lado, proteínas, lipídios e ferro superaram os

valores de referências propostos.

O Gráfico 1 mostra a preferência alimentar das crianças menores de 60 meses

matriculadas nas EMEIs de Itatiba, segundo o sexo. Os principais alimentos

consumidos pelas crianças são: carnes/ovos, cereais e verduras e legumes.

12

Entretanto, entre os meninos, há consumo de embutidos e lanches

(hambúrguer e cachorro quente).

O Gráfico 2 apresenta a preferência alimentar das crianças maiores de 60

meses matriculadas nas EMEIs de Itatiba, segundo o sexo. Os principais

alimentos consumidos pelas crianças são: carnes/ovos, cereais, feijão e frutas

Entre as meninas, há maior consumo de verduras/legumes do que entre os

meninos.

O questionário de freqüência alimentar mostrou que tanto entre as crianças

menores de 60 meses quanto entre as maiores de 60 meses, a maioria

consome de 1 a 3 vezes por semana, os seguintes grupos alimentares: frutas;

folhas, legumes e verduras; cereais, pães e tubérculos; carnes e ovos;

embutidos e doces, salgadinhos e guloseimas. Diariamente são consumidos os

alimentos do grupo do leite e derivados, bebidas (água, chás, refrigerantes e

sucos), leguminosas, óleos e gorduras e açúcar (açúcar, adoçantes e mel).

Alimentos do grupo das oleaginosas, e suplementos (vitaminas e minerais)

nunca são consumidos pela maioria das crianças desta faixa etária.

A Tabela 5 mostra a distribuição das crianças menores de 60 meses

matriculadas nas EMEIs, segundo os índices antropométricos P/E, P/I, E/I e

IMC. A maioria das crianças apresentou-se, segundo o escore z, dentro dos

limites de normalidade. Entretanto, 8,3% (2/24) das crianças apresentava, pelo

indicador P/E, magreza, 4,2% (1/24) apresentava, pelo indicador P/I, baixo

peso para a idade, 4,2% (1/24) apresentava, pelo indicador E/I, baixa estatura

para a idade e 4,2% (1/24) apresentava, pelo IMC, magreza e 12,5% (3/24)

apresentava sobrepeso.

A Tabela 6 mostra a distribuição das crianças maiores de 60 meses

matriculadas nas EMEIs, segundo os índices antropométricos P/E, P/I, E/I e

IMC, segundo a faixa etária. Embora a maioria das crianças apresentou-se,

segundo o escore z, dentro dos limites de normalidade, pelo indicador P/I, 2,9%

(1/35) das crianças apresentava baixo peso para a idade e 11,4% (4/35) peso

elevado para sua idade. Segundo o indicador E/I, 5,7% (2/35) das crianças

foram classificadas como baixa estatura para a idade. Com relação ao IMC,

2,9% (1/35) das crianças apresentavam magreza, 14,3% (5/35), sobrepeso,

8,6% (3/35), obesidade e 8,6% (3/35), obesidade grave.

13

DISCUSSÃO

A alimentação adequada da criança garante qualidade na vida adulta. As

crianças além da alimentação domiciliar têm direito de receber a alimentação

escolar oferecida gratuitamente nas escolas públicas em função do repasse

financeiro do PNAE.

O PNAE tem como proposta a suplementação das necessidades diárias dos

alunos matriculados, suprindo no mínimo, 15% delas, com vistas a garantir a

implantação da Política de Segurança Alimentar e Nutricional e contribuir para

a formação de bons hábitos alimentares4.

Avaliar o consumo alimentar não é uma tarefa simples, visto que exige o

emprego de metodologias complexas e dispendiosas, bem como

entrevistadores devidamente treinados para a coleta dos dados19.

Ao se comparar a adequação de nutrientes com as recomendações do FNDE,

encontrou-se que, em relação ao conteúdo energético, as refeições atendem

98,5% (faixa etária menores de 60 meses) e 88,7% (faixa etária maiores de 60

meses) das recomendações. Com relação a adequação protéica os

percentuais encontrados foram de 126,2% e 112,8% para as faixas etárias

menores e maiores de 60 meses, respectivamente. Szarfarc et al.21 (1988),

analisando a adequação alimentar das dietas de crianças menores de 5 anos,

no município de São Paulo, encontraram percentuais de adequação protéica

que variaram de 234,6% a 304,0%.

O risco de inadequação protéico energética constitui uma condição

desfavorável para o desenvolvimento e crescimento adequados das crianças. A

primeira conseqüência da baixa ingestão energética é a estagnação do

crescimento. A relação entre o consumo de energia e de proteína é muito

estreita. Quando não há um consumo adequado de energia, a utilização de

proteínas é prejudicada, sendo esta desviada de sua função na construção de

novos tecidos, e utilizada, parcialmente, na produção energética. Dessa

maneira, a relação síntese e deposição de proteínas é diretamente influenciada

pelo valor energético da alimentação, principalmente, na criança cujo

crescimento se apresenta de forma mais acelerada24.

Outro fator importante a se considerar, segundo Menezes & Osório13 (2007), é

que o emprego do recordatório de 24 horas tende a subestimar em até 30% o

consumo de energia, em comparação com outros métodos. A subestimação do

14

consumo energético representa o ponto mais conhecido de erro sistemático na

avaliação dietética dos indivíduos.

Segundo Martins11 (2002), além da disponibilidade protéica energética, deve-se

estar atento para a ingestão de micronutrientes, principalmente, cálcio e ferro.

Com relação à ingestão de ferro, verificou-se que seu consumo foi superior às

recomendações estabelecidas pela Resolução n° 38 nas faixas etárias de

menores e maiores de 60 meses, em função do enriquecimento de alguns

alimentos com ferro e ácido fólico. Resultados semelhantes ao presente estudo

foram encontrados por Abranches et al.1 (2009) em creches públicas e privadas

da cidade de Viçosa (MG).

O cálcio disponível para consumo não atingiu os valores estabelecidos pela

Resolução n° 38 do FNDE4. A única fonte de cálcio disponível para o

organismo humano é a proveniente da dieta, entretanto, ressalta-se que a

refeição analisada (almoço) não é, comumente, fonte desse mineral,

esperando-se que as outras refeições realizadas ao longo do dia possam

atingir satisfatoriamente sua recomendação. Resultado semelhante ao

encontrado no presente estudo foi constatado por Pedraza et al.17 (2007) ao

avaliarem a situação do PNAE em Olinda (PE) e Abranches et al.1 (2009) ao

avaliarem as refeições oferecidas a pré-escolares em creches públicas e

privadas em Viçosa (MG). Os autores constataram que os alimentos

consumidos não atingiam os valores nutricionais de cálcio recomendados.

O crescimento e a manutenção do tecido ósseo dependem de uma grande

variedade de fatores genéticos e ambientais. Fatores genéticos contribuem

com, aproximadamente, 60 a 70% da expressão fenotípica da densidade

mineral óssea (DMO) e fatores ambientais como a dieta e o estilo de vida

contribuem com 30 a 40% da DMO7. Portanto, a ingestão adequada de cálcio é

necessária para garantir ganhos ótimos na massa e densidade óssea nos anos

pré-puberais e da adolescência. Além de sua função na construção e

manutenção de ossos e dentes, o cálcio também possui uma série de papéis

metabólicos nas células de todos os outros tecidos.

Uma limitação deste estudo são os vieses de resposta e de memória existentes

na aplicação dos inquéritos dietéticos. Para minimizar o erro do relato materno

sobre o consumo alimentar da criança, foi enfatizado, no início do atendimento

nutricional, a importância da veracidade das informações relatadas por ela,

15

permitindo ao profissional orientá-la em relação ao hábito alimentar do seu

filho.

Na população de nosso estudo, a maioria das crianças apresentou estado

nutricional adequado, utilizando-se os índices antropométricos P/E e P/I.

Entretanto, ao se analisar o índice E/I constatou-se que 4,2% (1/24) e 5,7%

(2/35) das crianças, respectivamente, nas faixas etárias menores e maiores de

60 meses, apresentavam déficit estatural. Strufaldi et al.20 (2003), ao

estudarem a prevalência de desnutrição em crianças menores de 5 anos,

residentes no município de Embu, divididas segundo os estratos sociais, nos

anos de 1996/97, observaram que, na população estudada, 7,1% das crianças

apresentavam desnutrição pelo índice E/I.

Segundo Brown & Bégin5 (1993), o déficit estatural, em países em

desenvolvimento, é devido à disponibilidade insuficiente de alimentos para

garantir que quantidades suficientes de nutrientes sejam fornecidas às

crianças, o que pode ser comprovado pela baixa ingestão de energia pelas

crianças destes países. Além disso, a qualidade total da dieta pode ser um dos

determinantes mais importante do crescimento, até mais do que,

simplesmente, a quantidade de energia consumida, pelo menos, nos domicílios

onde a disponibilidade de alimentos não limita a quantidade de alimentos

fornecidos à criança.

As práticas alimentares, como importantes determinantes das condições de

saúde na infância, estão fortemente condicionadas ao poder aquisitivo das

famílias, do qual dependem a disponibilidade, quantidade e a qualidade dos

alimentos consumidos.

A urbanização, a concentração dos grandes centros econômicos do país,

principalmente, na região sudeste e a infra-estrutura inexistente nas cidades

para absorver a grande onda migratória, obriga a população migrante a se

instalar em locais desprovidos de condições de vida adequadas. Segundo o

critério de classificação econômica Brasil, 62,7% da população estudada

pertencia à classe social C, cuja renda familiar média foi de R$927,00. Com

relação à escolaridade, 96,7% dos chefes da família eram alfabetizados, 4,0%

não haviam completado o ensino fundamental, ou seja, apresentavam menos

de 8 anos de estudo.

16

Na cidade de São Paulo, escolaridade e renda estão diretamente associados.

Quanto menor a escolaridade do chefe da família menor os rendimentos14.

Entretanto a escolaridade não se relaciona exclusivamente com a renda, mas

também com a capacidade do indivíduo de compreender e interagir com o

meio-ambiente onde vive. Van den Boom et al.3 (1997), sugerem que a

escolaridade dos pais é o fator social que exercerá maior influência na

composição das dietas das crianças, provavelmente porque está relacionada à

percepção de saúde. A renda familiar tem influência na seleção dos alimentos,

mas os alimentos destinados às crianças diferem entre as famílias de maior e

menor renda.

Sabe-se que uma alimentação equilibrada é indispensável ao crescimento e

desenvolvimento adequado. É importante ressaltar que o aumento do consumo

energético a partir de açúcar refinado (sacarose) e lipídios, principalmente, os

saturados não está associado, necessariamente, à melhoria da qualidade da

dieta em relação aos micronutrientes, que podem estar deficitários, mesmo em

uma dieta hiperenergética. Muitas vezes, a ingestão de nutrientes essenciais

como ferro e cálcio está abaixo do recomendado para crianças e adolescentes.

A escola tem um papel fundamental ao modular as atitudes e comportamento

das crianças sobre hábitos alimentares. Uma forma de realizar este trabalho é

integrar o ensino da nutrição à sala de aula, incorporando conceitos de

alimentação saudável as crianças. De acordo com Ochsenhofer et al.16 (2006),

a escola deve permitir a troca de experiências e ensinamentos, entre

profissionais e os alunos e suas famílias, fortalecendo a socialização dos

saberes específicos, construindo novos e, vivendo, a estratégia de educação

permanente em saúde.

CONCLUSÕES

Estudos complementares para a identificação do perfil de consumo alimentar

contemplando todas as demais refeições oferecidas aos pré-escolares, em seu

domicilio tornam-se necessários, isto permitiria análise mais completa acerca

desta abordagem, pois se sabe o quanto a alimentação tende a variar intra e

interindividual. A não adequação energética e de nutrientes mostra a

necessidade de observação sistemática quanto à elaboração do cardápio, de

seu preparo e da distribuição dos alimentos oferecidos aos pré-escolares para

17

garantir a adequação da alimentação escolar em termos qualitativos e

quantitativos.

18

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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20

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2007. [Acessado em 25.10..2009a]. Disponível em URL:

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25. World Health Organization. Food And Agriculture Organization. Diet,

nutrition and the prevention of chronic diseases. Geneva, Switzerland, 2002.

[Report of a Joint WHO/FAO Expert Consultation].

21

Tabela 1: Caracterização sócio econômica das famílias e das crianças,

matriculadas nas EMEIs de Itatiba, segundo a faixa etária.

Variáveis

< 60 anos

(n=24)

≥≥≥≥ 60 meses

(n=35)

Total

(n=59)

Análise Estatística

Teste Mann-Whitney n % n % n %

Sexo

Masculino

Feminino

15

9

62,5

37,5

16

19

45,7

54,3

31

28

52,5

47,5

p=0,805

Moradores da casa

2 – 3 pessoas

4 – 5 pessoas

≥≥≥≥ 6 pessoas

Sem resposta

18

1

0

5

75,0

4,2

0,0

20,8

32

3

0

0

91,4

8,6

0,0

0,0

50

4

0

5

84,7

6,8

0,0

8,5

p=0,061

Classe social

A

B

C

D

E

0

4

12

5

3

0,0

16,7

50,0

20,8

12,5

0

4

25

6

0

0,0

11,4

71,4

17,1

0,0

0

8

37

11

3

0,0

13,6

62,7

18,6

5,1

p=0,366

Escolaridade chefe família

< 4 anos

≥ 4 anos

1

23

4,2

95,8

1

34

2,9

97,1

2

57

3,4

96,6

p=0,796

Restrição alimentar

Sim

Não

2

22

8,3

91,7

2

33

5,7

94,3

4

55

6,8

93,2

p=0,339

Alergia alimentar

Sim

Não

4

20

16,7

83,3

2

33

5,7

94,3

6

53

10,2

89,8

p=0,180

Utilização de medicamento

Sim

Não

2

22

8,3

91,7

2

33

5,7

94,3

4

55

6,8

93,2

p=0,710

Prática atividade física

Sim

Não

2

22

8,3

91,7

7

28

20,0

80,0

9

50

15,3

84,7

p=0,230

22

Tabela 2: Mediana (P25 – P75) de energia, macro e micronutrientes das

refeições oferecidas, durante uma semana, às crianças matriculadas nas

EMEIs de Itatiba.

Nutrientes Consumo

Energia (Kcal/100g)

Mediana

P25 – P75

266,0

204,4 – 286,3

Proteína (g/100g)

Mediana

P25 – P75

10,6

9,0 – 16,7

Carboidratos (g/100g)

Mediana

P25 – P75

32,9

24,9 – 38,4

Lipídios (g/100g)

Mediana

P25 – P75

7,6

3,2 – 8,3

Ferro (mg/100g)

Mediana

P25 – P75

2,1

2,1 – 5,8

Cálcio (mg/100g)

Mediana

P25 – P75

52,7

45,4 – 53,1

Sódio (mg/100g)

Mediana

P25 – P75

388,5

308,0 – 690,6

23

Tabela 3: Distribuição percentual média de macronutrientes, em relação ao

valor energético total (VET), das refeições oferecidas, durante uma semana, às

crianças matriculadas nas EMEIs de Itatiba.

Macronutrientes Distribuição (%)

Proteína (%)

(Valor de referência IOM: 10-30%)

15,9

Carboidratos (%)

(Valor de referência IOM: 45-65%)

49,5

Lipídios (%)

(Valor de referência IOM: 25-35%)

25,7

24

Tabela 4: Porcentagem de adequação de energia, macro e micronutrientes das

refeições oferecidas, durante uma semana, às crianças matriculadas nas

EMEIs de Itatiba, segundo a faixa etária pela Resolução n°38.

Nutrientes

Idade

Menores 60 meses Maiores 60 meses

Recomendado Adequação Recomendado Adequação

Energia (Kcal) 270 98,5 300 88,7

Proteínas (g) 8,4 126,2 9,4 112,8

Carboidratos (g) 43,9 74,9 48,8 88,1

Lipídios (g) 6,8 111,8 7,5 101,3

Ferro (mg) 2,0 105,0 1,8 116,7

Cálcio (mg) 160 32,9 210 25,1

25

Gráfico 1: Preferência alimentar das crianças menores de 60 meses

matriculadas nas EMEIs de Itatiba, segundo o sexo.

26

Gráfico 2: Preferência alimentar das crianças maiores de 60 meses

matriculadas nas EMEIs de Itatiba, segundo o sexo.

27

Tabela 5: Distribuição das crianças menores de 60 meses matriculadas nas

EMEIs de Itatiba, segundo os índices antropométricos P/E, P/I, E/I e IMC,

segundo o sexo.

Sexo

Variáveis

Masculino

(n=15)

Feminino

(n=9)

Total

(n=24)

Análise Estatística

Teste Mann-Whitney n % n % n %

Peso/Estatura (escore-z)

< -3z

-3z -2z

-2z +1z

+1z +2z

+2z +3z

> +3z

0

1

11

0

3

0

0,0

6,7

73,3

0,0

20,0

0,0

0

1

6

1

1

0

0,0

11,1

66,7

11,1

11,1

0,0

0

2

17

1

4

0

0,0

8,3

70,8

4,2

16,7

0,0

p=0,882

Peso/Idade (escore-z)

< -3z

-3z -2z

-2z +2z

> +2z

0

0

14

1

0,0

0,0

93,3

6,7

0

1

8

0

0,0

11,1

88,9

0,0

0

1

22

1

0,0

4,2

91,7

4,2

p=0,756

Estatura/Idade (escore-z)

< -3z

-3z -2z

≥≥≥≥ -2z

0

0

15

0,0

0,0

100,0

0

1

8

0,0

11,1

88,9

0

1

23

0,0

4,2

95,8

p=0,228

IMC (escore-z)

< -3z

-3z |-- -2z

-2z +1z

+1z |-- +2z

+2z |-- +3z

> +3

0

0

0

13

2

0

0,0

0,0

0,0

86,7

13,3

0,0

0

1

0

7

1

0

0,0

11,1

0,0

77,8

11,1

0,0

0

1

0

20

3

0

0,0

4,2

0,0

83,3

12,5

0,0

p=0,048*

28

Tabela 6: Distribuição das crianças maiores de 60 meses matriculadas nas

EMEIs de Itatiba, segundo os índices antropométricos P/E, P/I, E/I e IMC,

segundo o sexo.

Sexo

Variáveis

Masculino

(n=16)

Feminino

(n=19)

Total

(n=35)

Análise Estatística

Teste Mann-Whitney n % n % n %

Peso/Idade (escore-z)

< -3z

-3z -2z

-2z +2z

> +2z

0

1

15

0

0,0

6,3

93,8

0,0

0

0

15

4

0,0

0,0

78,9

21,1

0

1

30

4

0,0

2,9

85,7

11,4

p=0,034*

Estatura/Idade (escore-z)

< -3z

-3z -2z

≥≥≥≥ -2z

0

2

14

0,0

12,5

87,5

0

0

19

0,0

0,0

100,0

0

2

33

0,0

5,7

94,3

p=0,128

IMC (escore-z)

< -3z

-3z -2z

-2z +1z

+1z +2z

+2z +3z

> +3z

0

0

11

3

1

1

0,0

0,0

68,8

18,8

6,3

6,3

0

1

12

2

2

2

0,0

5,3

63,2

10,5

10,5

10,5

0

1

23

5

3

3

0,0

2,9

65,7

14,3

8,6

8,6

p=0,984