plano integrado de vigilância em saúde depopulações...
TRANSCRIPT
ESTADO DO MARANHÃO
SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE SECRETARIA ADJUNTA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE SUPERINTENDÊNCIA DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA
DEPARTAMENTO DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE AMBIENTAL
Plano Integrado de Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos
São Luís maio/2014
2
GOVERNADORA DO ESTADO
Roseana Sarney Murad
SECRETÁRIO DE SAÚDE
Ricardo Jorge Murad
SECRETÁRIO ADJUNTO DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE
Alberto Marto da Silva Carneiro
SUPERINTENDENTE DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA
Paulo Jessé Silva Gonçalves
CHEFE DO DEPARTAMENTO DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE AMBIENTAL
Maria do Carmo Diniz Pinheiro
3
SUMÁRIO
Pag.
1 INTRODUÇÃO 8
2 OBJETIVO 10
2.1 Objetivo geral 10
2.2 Objetivo específico 10
3 METODOLOGIA 11
3.1 Documentos utilizados para a definição dos objetivos, operacionalização, diagnóstico situacional e programação
12
4 OPERACIONALIZAÇÃO DO PLANO A NÍVEL ESTADUAL 13
4.1 Municípios prioritários 14
5 DIAGNÓSTICO SITUACIONAL DO USO DE AGROTÓXICOS NO MARANHÃO
14
5.1 Controle de Endemias e Pragas Urbanas 20 5.2 Destinação de Embalagens vazias de Agrotóxicos 21
5.3 Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos - PARA
22
6 ATRIBUIÇÕES DOS SETORES/ ÓRGÃOS ENVOLVIDOS NO PLANO 26 6.1 Vigilância em Saúde Ambiental 26 6.2 Vigilância Epidemiológica e Controle de Doenças 28
6.2.1 Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde - CIEVS
29
6.2.2 Endemias 30 6.3 LACEN 31 6.4 Saúde do Trabalhador 31 6.5 AGED 33 6.6 SEMA 34 7 DETALHAMENTO DE ATIVIDADES 36 8 CRONOGRAMA DAS ATIVIDADES 40 9 GESTÃO DO PLANO 43
10 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO 43 11 MONITORAMENTO DO PLANO 43 12 AVALIAÇÃO 44 13 FINANCIAMENTO 44
BIBLIOGRAFIA 45
4
ÓRGÃOS ENVOLVIDOS
Secretaria de Estado da Saúde - SES/MA
Agência Estadual de Defesa Agropecuária do Maranhão - AGED
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Naturais - SEMA
Agência Estadual de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural do Maranhão -
AGERP
5
ELABORADORES (GRUPO DE TRABALHO)
Maria do Carmo Diniz Pinheiro (Coordenadora) - Vigilância em Saúde
Ambiental (SES/MA)
Celso Henrique Jorge Costa – Saúde do Trabalhador (CEREST/SES/MA)
Raimundo Nonato dos Santos – Vigilância Sanitária (SES/MA)
Jakeline Trinta Rios – Vigilância Epidemiológica (CIEVS/SES/MA)
Carlos Alberto de Souza – Departamento de Endemias (SES/MA)
Anamélia Lopes de Carvalho – LACEN (SES/MA)
Ana Tereza Lyra Lopes – (SEMA/MA)
Edmara Pinto Cardoso Pereira – (AGED/MA)
COLABORADORES
Alessandra Lima Araújo - Agência Estadual de Pesquisa Agropecuária e
Extensão Rural do Maranhão - AGERP
Cláudio Bogéa - Vigilância Sanitária/SES
Maria dos Aflitos Silva - Saúde do Trabalhador (CEREST/SES/MA)
Ana Rosa Alves Ferreira - Vigilância em Saúde Ambiental (SES/MA)
Ivolino de Jesus Beserra Melo - Vigilância em Saúde Ambiental (SES/MA)
Filomena A. de Carvalho - (AGED/MA)
6
LISTA DE SIGLA
AGED Agência Estadual de Defesa Agropecuária do Maranhão
AGERP Agência Estadual de Pesquisa Agropecuária e de Extensão
Rural do Maranhão
AGROFIT Sistema de Agrotóxicos Fitossanitários
ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária
CENSO Recenseamento Demográfico
CEREST Centro de Referência Estadual em Saúde do trabalhador
CIEVS Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em
Saúde
CGVAM Coordenação Geral de Vigilância em Saúde Ambiental
CONAB Companhia Nacional de Abastecimento
DDT Diclorodifeniltricloroetano
DESAST Departamento de Saúde Ambiental e Saúde do
Trabalhador
EPI Equipamento de Proteção Individual
FIEMA Federação das Indústrias do Estado do Maranhão
GT Grupo de Trabalho
IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
INPEV Instituto Nacional de Processamento de Embalagens
Vazias de Agrotóxicos
IMESC Instituto Maranhense de Estudos Socioeconômicos e
Cartográficos
LACEN Laboratório Central de Saúde Pública
LMRs Limite Máximo de Resíduos
MS Ministério da Saúde
7
PARA Programa de Análise de Resíduo de Agrotóxicos em
Alimentos
PIB Produto Interno Bruto
RSI Rede Sistema de Informação
SAGRIMA Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento
SEMA Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos
Naturais
SES Secretaria de Estado da Saúde
SINAN Sistema Nacional de Agravos de Notificação
SINITOX Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas
SUS Sistema Único de Saúde
SVS Secretaria Vigilância em Saúde
SISAGUA Sistema de Informação da Água
SISSOLO Sistema de Informação de Populações Expostas a Solo
Contaminado
VIGIAGUA Vigilância da Qualidade da Água de Consumo Humano
VIGIAR Vigilância de Populações Expostas a Poluição Atmosférica
VIGIDESASTRE Vigilância de Populações Expostas a Desastre
VIQUIM Vigilância em Populações Expostas a Substâncias
Químicas Prioritárias
VIGIPEQ Vigilância em Populações Expostas a Contaminantes
Químicos
VIGISOLO Vigilância em Populações Expostas a Solo Contaminado
8
1. INTRODUÇÃO
Os Agrotóxicos tiveram destaque na década de 50 com o uso do DDT em
lavouras como de café e arroz. O manuseio inadequado desses produtos resultou
em graves problemas de saúde, inclusive registros de óbitos. Só então a
comercialização do uso de DDT foi proibida no país. Porém, outras substâncias
como os carbamatos, organosfosforados, entre outras, também são nocivas ao
homem, principalmente, quando utilizado sem orientações técnicas e uso de
equipamento de proteção individual. Em muitos países como os Estados Unidos e
Comunidade Européia que possuem um sistema integrado de informações sobre
contaminação e perigo de exposição a produtos químicos, como os agrotóxicos, já
tem estabelecido programas de monitoramento dos mesmos com análises
contínuas e programadas.
O Brasil destaca-se como o maior consumidor de agrotóxicos, e estes estão
entre os mais importantes fatores de risco para a população geral, especialmente
para a saúde dos trabalhadores e para o meio ambiente (ANVISA, 2013).
A utilização do agrotóxico se dá em vários segmentos dos setores produtivos
e mais intensamente pelo setor agropecuário, silvicultura, no tratamento de
madeiras em geral, construção, armazenamento de grãos e sementes, produção de
flores, além do combate de vetores transmissores de doenças, entre outras.
Dentre os trabalhadores expostos destacam-se, além dos trabalhadores
rurais os da saúde pública, de empresas dedetizadoras, comércio e indústrias de
síntese. Ressalta-se que a população em geral também está exposta através de
resíduos em alimentos, contaminação ambiental ou acidental.
A falta de conhecimento dos trabalhadores rurais e da população em geral
sobre a utilização dos agrotóxicos e dos equipamentos de proteção individual (EPI)
constitui fator de risco para intoxicações graves com esses produtos, além dos
empregadores não seguirem as normas de biossegurança para este fim.
A magnitude das intoxicações não está bem definida no Brasil, entretanto
vale ressaltar que existem dados registrados no Sistema Nacional de Agravos de
9
Notificação (SINAN) e no Sistema Nacional de Informações Tóxico-farmacológicas
(SINITOX), e esses dados não correspondem a realidade refletindo em
subnotificações de intoxicações exógenas.
No Maranhão foram registrados em 2013 mais de 385 casos de intoxicação
exógena, no SINAN, contudo, apenas 24 destes casos são de intoxicação por
agrotóxicos. Essas notificações, igualmente aos dados nacionais, não expressam o
número real, que provavelmente é bem maior do que o registrado.
Assim como em várias regiões do Brasil, o uso de substâncias químicas
constitui-se grave problema de saúde pública, necessitando urgentemente de
intervenção, visto que o uso inadequado dessas substâncias e a exposição da
população pelo consumo de água e alimentos contaminados têm causado
alterações do equilíbrio ecológico.
O uso inadequado dos agrotóxicos, o armazenamento em locais
inapropriados, a falta de receitas agronômicas e aplicação dessas substâncias sem
o devido equipamento de segurança são alguns dos fatores de risco atribuídos ao
aparecimento de doenças crônicas graves e agudas para aqueles que lidam
diretamente com o produto, e até mesmo para as comunidades que vivem
próximas às áreas onde há plantações de variadas culturas e que precisam
constantemente da aplicação dos agrotóxicos.
Nesse sentido, torna-se imprescindível a existência de uma vigilância em
saúde de forma efetiva e integrada, contribuindo para o controle da morbi-
mortalidade decorrente da exposição às substâncias químicas, e também para o
desenvolvimento de um modelo agrícola ecológico e sustentável para o Maranhão.
Estende-se ainda a grande preocupação com os profissionais de saúde (agentes
de endemias) que atuam no controle vetorial nos municípios do estado e que estão
diretamente expostos a essas substâncias.
Diante desse cenário, a Secretaria de Estado de Saúde do Maranhão –
SES/MA, através da Vigilância em Saúde Ambiental em parceria com outros
órgãos elaborou o presente plano que congrega ações a serem executadas no
exercício de 2014 a 2015, com base nas diretrizes fundamentadas na Constituição
10
Federal de 1988 para atender a Lei Orgânica da Saúde - Lei 8.080, de 19 de
setembro de 1990 e a Portaria nº 2.914 de 12 de dezembro de 2011 do Ministério
da Saúde que trata sobre os procedimentos de controle e de vigilância da
qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade.
Espera-se com esse plano atingir os objetivos nele descritos de forma a
contemplar todos os seus segmentos propostos visando à promoção e atenção
integral à saúde das populações expostas às substâncias químicas no estado.
2. OBJETIVO
2.1 Objetivo geral
Constituir ações estratégicas para o monitoramento e controle do risco
proveniente da exposição aos agrotóxicos e outras substâncias químicas buscando
a promoção, prevenção e recuperação da saúde da população exposta no estado
do Maranhão.
2.2 Objetivos específicos
Identificar os municípios prioritários, áreas de risco e tipos de culturas;
Identificar as substâncias químicas mais empregadas e de maior
freqüência;
Elaborar plano de monitoramento da qualidade da água de consumo
humano;
Coletar amostras de água de consumo humano, alimentos e solo para
identificar presença de resíduos agrotóxicos através análises
laboratoriais;
Realizar pesquisa socioeconômica e ambiental;
11
Capacitar profissionais das redes de saúde referente à detecção,
diagnóstico, notificações de intoxicações e tratamento nos casos de
população exposta a agrotóxicos;
Monitorar e avaliar a saúde dos trabalhadores rurais e Agentes de
Endemias através de exames clínicos periodicamente;
Promover ações educativas e de segurança quanto a utilização de
agrotóxicos para os trabalhadores afins;
Criar protocolo de avaliação das intoxicações crônicas por
agrotóxicos;
Alimentar os sistemas de informações do MS com os dados
resultantes do monitoramento;
Apoiar na estruturação dos laboratórios para realização das análises;
Implantar a Vigilância dos Agrotóxicos nos municípios prioritários;
Implementar o plano de ação de acordo com as legislações vigentes.
3. METODOLOGIA
O presente Plano foi elaborado através de um processo coletivo dos vários
seguimentos do Governo do Estado do Maranhão: Secretaria de Estado da
Saúde /SES/MA como coordenação a Secretaria Adjunta de Vigilância em Saúde:
Superintendência de Vigilância Sanitária (Departamento de Vigilância em Saúde
Ambiental), Superintendência de Epidemiologia e Controle de Doenças (Centro
de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde – CIEVS), Saúde do
Trabalhador (CEREST), Departamento de Endemias e LACEN. Contou ainda
com a participação dos órgãos: Agência Estadual de Defesa Agropecuária do
Maranhão (AGED), Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Naturais
(SEMA) e Agência Estadual de Extensão e Pesquisa (AGERP). Para o processo
foram seguidos os seguintes passos:
12
Reunião para apresentação da proposta de elaboração do plano e
definição do grupo de trabalho;
Seminário de nivelamento para conhecimento dos membros do grupo de
trabalho sobre a problematização do uso do agrotóxico;
Videoconferência coordenada pelo Departamento de Vigilância em Saúde
Ambiental e Saúde do Trabalhador do Ministério da Saúde (SVS);
Reuniões sequenciais de trabalho (GT) para coleta de dados e definição de
municípios prioritários;
Oficina de construção do plano.
3.1 Documentos utilizados para a definição dos objetivos,
operacionalização, diagnóstico situacional e programação.
Planilha de casos de intoxicação exógena notificados no Maranhão (2012
e 2013) do SINAN;
Relação de empresas fabricantes, importadoras, exportadoras,
manipuladoras, e comercializadoras de agrotóxicos e afins cadastradas
no Estado (AGED/ MA);
Relação de empresas prestadoras de serviços na aplicação de
agrotóxicos registradas (AGED/MA);
Relação das principais culturas produzidas no estado por regional
(AGED/MA e SEMA);
Relação de Agrotóxicos cadastrados na AGED/MA utilizados na
agricultura no ESTADO;
Planilha de área e produção, safra 2013, no estado (AGROFIT);
Estratégia para implementação da Vigilância em Saúde de populações
expostas a agrotóxicos (M.S/ CGVAM);
Quantitativo agente de endemias no Estado (Departamento de Endemias/
Superintendência de Epidemiologia e Controle de Doenças);
13
Levantamento de estoque por tipo de produto utilizado nas Endemias
(Departamento de Endemias/ Superintendência de Epidemiologia e
Controle de Doenças).
4. OPERACIONALIZAÇÃO DO PLANO A NÍVEL ESTADUAL
O Plano operativo visa apresentar estratégias que servirão de ferramentas
com ênfase a gestão Estadual no processo de enfrentamento das não
conformidades no que diz respeito à saúde da população exposta ao agrotóxico,
sejam aquelas que diretamente e/ou indiretamente são afetadas por essa
substância.
A operacionalização do plano se norteia pela articulação intra e intersetorial
do grupo de trabalho criado pela Portaria nº 182 de 18 de setembro de 2013/SES,
referente a um plano técnico com gestão e execução compartilhadas entre os
órgãos envolvidos. Em cada eixo proposto no Plano são elencadas ações e
atividades voltadas para diversas áreas do setor saúde. A execução dessas
atividades deve seguir as orientações das diretrizes operacionais de acordo com a
Portaria nº 29 de dezembro de 2012/M.S que autoriza o repasse financeiro do
Fundo Nacional de Saúde aos fundos estaduais de saúde e do Distrito Federal para
o fortalecimento da Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos,
destinados aos Estados e o Distrito Federal.
Vale salientar que subgrupos de trabalho poderão ser estruturados para
desenvolver as atividades bem como, favorecer a integração entre as áreas e o
trabalho multiprofissional, nos municípios prioritários visando definição de diretrizes
e estratégicas para a atuação de soluções futuras para as populações expostas aos
agrotóxicos.
14
4.1 Municípios prioritários
De acordo com os critérios previamente estabelecidos foram priorizados os
seguintes municípios para execução do Plano de Populações Expostas a
Agrotóxicos e para implantação da Vigilância em Saúde de populações Exposta a
Agrotóxico, conforme segue: Açailândia, Amarante, Anapurus, Barra do Corda,
Caxias, Centro Novo, Chapadinha, Coelho Neto, Dom Pedro, Fortaleza do
Nogueira, Imperatriz, Lajeado Novo, Paraibano, Pastos Bons, Pedreiras, Presidente
Dutra, Riachão, São Domingos do Maranhão, São Luís, São Raimundo das
Mangabeiras, São Pedro da Água Branca, Porto Franco, Turiaçu e Zé Doca.
5. DIAGNÓSTICO SITUACIONAL DO USO DE AGROTÓXICOS NO
MARANHÃO
O diagnóstico situacional é um instrumento que auxilia no conhecimento da
realidade dos problemas existentes, assim como permite o conhecimento da
dinâmica e riscos que a população está inserida. Por isso, torna-se obrigatório o
desenvolvimento dessa etapa de fundamental importância para o planejamento
estratégico situacional auxiliando nas tomadas de decisões em relação aos
agrotóxicos.
O Maranhão possui uma área territorial de 331.937,45 Km2 e um total de
área plantada de 4.519.305 Km2 (CENSO, 2010). População de 6.574.789
habitantes (IBGE, 2010), distribuídos em 217 municípios e 19 regiões de saúde que
tem com função auxiliar os municípios na descentralização das ações de saúde.
O Estado tem como principais atividades, a agricultura e a pecuária,
predominando a agricultura familiar, com baixa produção de alimentos e
caracterizada por pequenas propriedades rurais, mas que utiliza diversas classes
de agrotóxicos para a proteção de suas lavouras. O Estado do Maranhão apresenta
uma área com pouco mais de 1 bilhão de hectares explorados predominantemente
15
sob regime de agricultura familiar, possui 361 mil estabelecimentos agrícolas, sendo
80% menores do que 20 hectares, dos quais 62% são menores do que dois
hectares. A população estadual é de, aproximadamente, 6,57 milhões de
habitantes, sendo 3,94 milhões (60%) localizados na zona urbana e 2,62 milhões
(40%) na zona rural. Destes, 1,3 milhões estão ocupados em atividades agrícolas,
sendo 39% na qualidade de proprietários e 37% na condição de ocupantes, 18%
como arrendatários e 6% como parceiros (CENSO/IBGE, 2010).
Quanto à localização dos considerados extremamente pobres, no Maranhão,
21,07% encontra-se na zona rural e 13,75% na zona urbana (CENSO, 2010). Por
outro lado, no Estado do Maranhão vigoram as rendas per capita mais baixas do
Brasil, além de uma considerável carência no acesso a serviços básicos. Desde
2002 até 2008, o PIB per capita do Maranhão permanece no 26º lugar no ranking
por Unidade da Federação, conforme divulgado pelo Instituto Maranhense de
Estudos Socioeconômicos e Cartográficos (IMESC, 2009), configurando-se como
um dos Estados mais pobres da Federação. Quanto ao IDH o Maranhão ocupa
0,639 (numa escala que varia de 0 a 1) ficando no penúltimo lugar na avaliação
geral realizada pelo Atlas de Desenvolvimento, à frente apenas do estado do
Alagoas.
Todos esses dados ressaltam a importância da agricultura familiar no
Maranhão, a qual, no entanto, encontra-se circunscrita a um ambiente agro-sócio-
econômico carente de atividades de geração, validação e transferência de
tecnologias agrícolas e de processamento apropriadas para mudar tal panorama,
principalmente em termos de diversificação de mercado, agregação de valor aos
produtos agrícolas, geração de renda e, em suma, melhoria da qualidade de vida.
Segundo dados SAGRIMA (2013), as principais culturas de lavoura
temporária no Estado são: abacaxi, algodão herbáceo, arroz, cana-de-açúcar, fava,
feijão, mandioca, melancia, melão, milho, soja e tomate e de lavoura permanente:
banana, borracha, castanha de caju, coco-da-baía, laranja, limão, mamão, manga,
maracujá, pimenta do reino e urucum.
16
A cultura de soja é a produção de maior expressão e destaque na safra
maranhense. Nos últimos 10 anos, o aumento da produção de soja dobrou no
Maranhão estando previsto para a safra de 2014 uma produção de 1,8 milhões de
toneladas segundo levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento
(CONAB).
Durante a etapa de levantamento de dados para a elaboração do plano de
populações exposta a agrotóxicos observou-se que os órgãos responsáveis
(estadual e federal), no estado não dispunham de informações suficientes sobre
uso, consumo e exposição da população aos agrotóxicos. Embora exista a carência
de dados oficiais sobre a realidade do uso dos agrotóxicos, alguns estudos
realizados no território apontam a exposição da população a essas substâncias
como um problema de saúde pública. Isto devido principalmente a utilização
inadequada pelos trabalhadores rurais na busca da proteção de suas lavouras.
Diversos fatores corroboram para essa problemática, dentre esses, estão à
carência de apoio técnico especializado, em função da desativação de alguns
órgãos responsáveis pela assistência técnica, fomento e extensão rural nos
municípios. Aliada a falta de conhecimento do risco à exposição aos agrotóxicos por
uma parte significativa dos trabalhadores. Esta prática pode estar contribuindo para
o acréscimo dos problemas ambientais e de saúde pública.
Segundo a Federação das Indústrias do Estado do Maranhão - FIEMA e a
Secretaria de Estado de meio Ambiente e Recursos Naturais - SEMA, o Maranhão
não possui fábrica instalada de produtos agrotóxicos, entretanto, existem 429
estabelecimentos registrados para o comércio de agrotóxicos, 48 estabelecimentos
prestadores de serviços na aplicação de agrotóxicos e 1.338 produtos agrotóxicos
cadastrados na AGED, em 2013. Os quais são utilizados em diferentes culturas
agrícolas.
No Estado não há informação oficial dos municípios que utilizam agrotóxicos,
quantidade consumida e tipos mais utilizados. Esses dados posteriormente serão
levantados pelos órgãos competentes.
17
As informações disponíveis estão no Sistema de Agrotóxico Fitossanitário
(AGROFIT) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA)
conforme quadro:
Ingrediente Grupo químico
acefato organofosforado
atrazina triazina
azoxistrobina estrobilurina
ciproconazol triazol
carbendazim benzimidazol
clorpirifós organofosforado
dibrometo de diquate bipiridílio
dicloreto de paraquate bipiridílio
epoxiconazol triazol
piraclostrobina estrobilurina
fluroxipir-meptílico ácido piridiniloxialcanóico
picloram ácido piridinocarboxílico
glifosato glicina substituída
glifosato-sal de amônio glicina substituída
glifosato-sal de isopropilamina glicina substituída
glifosato-sal de isopropilamina glicina substituída
glifosato-sal de isopropilamina glicina substituída
glifosato-sal de potássio glicina substituída
glifosato-sal de potássio glicina substituída
lufenurom benzoiluréia
profenofós organofosforado
malationa organofosforado
mancozebe alquilenobis (ditiocarbamato
metanol álcool alifático
metomil metilcarbamato de oxima
metarhizium anisopliae biológico
metolacloro cloroacetanilida
metomil metilcarbamato de oxima
metoxifenozida diacilhidrazina
picloram-trietanolamina ácido piridinocarboxílico
picloram-trietanolamina ácido piridinocarboxílico
2,4-D-trietanolamina ácido ariloxialcanóico
protioconazol triazolinthione
trifloxistrobina estrobilurina
sulfluramida sulfonamida fluoroalifática
tiofanato-metílico benzimidazol
2,4-D ácido ariloxialcanóico
2,4-D-dimetilamina ácido ariloxialcanóico
2,4-D-triisopropanolamina ácido ariloxialcanóico
18
Ressalta-se que no Maranhão não é admitido o uso de aeronaves na
aplicação do herbicida, Glifosato no plantio de soja por determinação do Ministério
Público Federal.
No Estado, assim como em todo o País, os registros de notificações de
casos de intoxicação exógena no SINAN não retratam a realidade em relação à
quantidade de pessoas expostas a estas substâncias tóxicas.
A dificuldade de acesso dos agricultores às unidades de saúde, o despreparo
dos profissionais de saúde para relacionar os sintomas apresentados pelos
pacientes com o trabalho em geral e com a exposição aos agrotóxicos de forma
particular, os diagnósticos incorretos, a escassez de laboratórios de monitoramento
biológico e a inexistência de biomarcadores de acordo com (MOREIRA et al, 2003)
são alguns dos fatores que influenciam no diagnóstico e no sub-registro.
Figueiredo GM, et al (2011) aponta em seu estudo que as principais
exposições a estes produtos ocorrem nos setores agropecuários, de saúde pública,
empresas dedetizadoras, de transporte, comercialização e produção de
agrotóxicos. Além da exposição ocupacional, a contaminação alimentar e ambiental
coloca outros grupos em risco de intoxicação, como famílias dos agricultores,
moradores próximos às unidades produtivas e a população em geral, que se
alimenta do que é produzido no campo.
As notificações encontradas no SINAN para as intoxicações exógena no
Estado somam um total de 97 registros e apontam que os produtos domissanitários
estão entre os maiores números de casos de intoxicação, correspondendo a 58,8%
das notificações, seguido dos agrotóxicos agrícolas com 25 % dos registros para o
período de 2012 e 2013 (Gráfico 1). Não há informação sobre o agente tóxico
envolvido.
19
Gráfico 1- Casos notificados de intoxicação exógena para o período de 2012
e 2013.
FONTE: SINAN, 2013
Os municípios de Açailândia, Barra do Corda, Cidelândia, Governador
Eugênio Barros, Imperatriz, Joselândia, Paço do Lumiar, Presidente Dutra, Santa
Inês e São Luis são os responsáveis pelo maior número das notificações de
intoxicação exógena causada por agrotóxico.
As agências internacionais de saúde como a Organização Mundial da Saúde
(OMS) consideram que em Países nos quais existem graves problemas de
estrutura da saúde pública, ocorre um sub-registro de casos de intoxicações por
agentes químicos em geral, inclusive agrotóxicos. Representando somente 2% do
total de casos registrados anualmente.
No Estado, não existe Centros de Vigilância Toxicológica no Sistema Único
de Saúde - SUS, bem como hospitais de referência para o atendimento
especializado aos pacientes intoxicados por agrotóxicos. Atualmente os pacientes
acessam a rede de urgência e emergência e são encaminhados para a atenção
básica e/ ou hospitais da rede para diagnóstico e tratamento.
20
5.1 Controle de Endemias e Pragas Urbanas
Todo produto enviado pelo Ministério da Saúde para ser utilizado nas
campanhas de saúde pública no estado são inicialmente armazenados em um
depósito localizado no município de Rosário, para em seguida ser distribuído as 19
regiões de saúde e seus respectivos municípios. A tabela 1, detalha o saldo total
dos produtos existentes no estado até dezembro de 2013, de acordo com as
informações do Departamento de Controle de Endemias.
Tabela 1 - Saldo de produtos utilizado na saúde pública em 2013 no Estado.
Produtos Saldo Total
Temefós granulado 1% (Abate) 49.224 kg
Alfacipermetrina 20% 816 L
Lambdacialotrina 5% 20 L
Deltametrina 2% 631L
Diflubenzuron 0
Na região metropolitana de São Luís os municípios de São Luis, São José de
Ribamar, Raposa e Paço Lumiar é a única região do estado a utilizar os inseticidas
do grupo químico dos Piretróides (Novaluron, Deltametrina e Alfacipermetrina),
produtos esses, que não demandam a obrigatoriedade do controle toxicológico. As
demais regiões utilizam para o controle endêmico o produto do grupo químico dos
organofosforados de ingrediente ativo, Temefós (Abate) que será substituído em
2014 em todo Estado, por outro produto do grupo químico dos Piretróides
(Novaluron) que diferentemente do Temefós, não requer a obrigatoriedade do
controle toxicológico.
Observa-se, que há anos os agentes de endemias utilizam de forma
inadequada o Temefós, manuseando o produto sem considerar as normas técnicas
definidas pelo M.S e a utilização de EPI’s. Segundo o Departamento de Endemias
da SES, esses profissionais não realizam os exames médicos periódicos
21
necessários para avaliar a exposição ao Temefós, conforme determina a NR 7 -
Programa de controle médico de saúde ocupacional, da Portaria n.º 3.214, de
08/06/1978 do Ministério do Trabalho. Por ser um produto altamente tóxico requer
acompanhamento e avaliação dos expostos aos inseticidas organofosforados por
meio da realização da análise de acetilcolinesterase eritrocitária e plasmática no
sangue.
5.2 Destinação de Embalagens Vazias de Agrotóxicos
Em 2013, o Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias
(inpEV) informou que o Maranhão, encaminhou para o destino ambientalmente
correto 934 toneladas de embalagens vazias de agrotóxicos.
O Maranhão ocupa atualmente a nona posição entre os estados que mais
utilizam agrotóxicos e o segundo do Nordeste que mais destinam corretamente as
embalagens (inpEV, 2013). O Estado possui duas Centrais de Recebimento de
Embalagens Vazias de Agrotóxicos, localizadas em Balsas e Imperatriz, e um Posto
de Recebimento em Anapurus. Estando previsto para 2014 o inicio da construção
de mais uma Central de Recebimento em Alto Parnaíba, três postos de recebimento
na região de São João dos Patos, Presidente Dutra e Bacabal. Dentre os tipos de
serviços realizados pelo Posto e Central de recebimento estão: inspeção e
separação das embalagens lavadas e não lavadas, separação e compactação das
embalagens por tipo de material e emissão de ordem de coleta para que seja
providenciado o transporte ao destino final (reciclagem ou incineração) nas
indústrias localizadas nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná.
Ressaltamos que os dados acima são referentes a grandes produtores. Os
escassos estudos científicos mostram que a grande maioria dos agricultores,
principalmente da agricultura familiar destinam as embalagens vazias no próprio
local de plantio, nos lixões, queimam ou enterram.
22
No Estado foi implantado por meio das Associações de revendedores de
Agrotóxicos o recebimento itinerante visando atender as demandas criadas pelos
pequenos agricultores.
5.3 Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos -
PARA
O Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos - PARA
pertencente à Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA originou-se do
Projeto de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos iniciado no ano de
2001, objetivando a estruturação de um serviço capaz de avaliar a qualidade dos
alimentos, e implementar ações de controle de resíduos. No ano de 2003 o projeto
se transformou em Programa através da Resolução da Diretoria Colegiada - RDC
119 passando a ser desenvolvido dentro do Sistema Nacional de Vigilância
Sanitária - SNVS. Atualmente o PARA engloba todos os Estados da Federação,
denominados de Unidades de Amostragem tendo como finalidade a execução de
coleta e envio das amostras para os laboratórios de referência.
No Maranhão a adesão ao Programa ocorreu em 2008. No mesmo ano a
ANVISA definiu que o estado iniciasse apenas com a coleta e análise de resíduos
de agrotóxicos da cultura do tomate, seguindo o Plano Operacional Padrão
instituído pela própria Coordenação Geral.
A partir de 2009, o estado foi incluído no calendário nacional sendo coletadas
e analisadas 82 amostras de 12 (doze) culturas diversas: abacaxi, alface, arroz,
banana, batata, beterraba, cebola, cenoura, couve, feijão, laranja e maçã (Gráfico
2). Os resultados das amostras analisadas apresentaram 18,29% de
insatisfatoriedade, conforme Referência de Limites Máximos de Resíduos - LMRs
para as Culturas do PARA.
23
Gráfico 2 – Resultados das culturas coletadas e analisadas em 2009
FONTE: ANVISA/GGTOX
Em 2010 houve um acréscimo no número de culturas coletadas e
analisadas, passando de 12 para 17 culturas: mamão, manga, morango, pepino e
pimentão. Sendo um total de 92 amostras coletadas e analisadas.
O resultado apontou que 27% das amostras analisadas apresentaram
valores insatisfatórios conforme Referência de Limites Máximos de Resíduos -
LMRs para as Culturas do PARA (Gráfico 3).
Gráfico 3 – Resultados das culturas coletadas e analisadas em 2010
FONTE: ANVISA/GGTOX
24
Em 2011 foram coletadas e analisadas um total de 65 amostras das culturas:
abacaxi, arroz, cenoura, feijão, mamão, pepino, pimentão, tomate e uva.
O resultado das amostras analisadas obteve 46% de insatisfatoriedade,
conforme Referência de Limites Máximos de Resíduos - LMRs para as Culturas do
PARA (Gráfico quatro).
Gráfico 4 – Resultados das culturas coletadas e analisadas em 2011
FONTE: ANVISA/GGTOX
Em 2012 foram coletadas e analisadas 52 amostras, sendo que 8 amostras,
(15,38%) apresentaram-se fora dos padrões de acordo com os Limites Máximos de
Resíduos - LMRs estabelecidos para as culturas do PARA. As culturas analisadas
foram: abacaxi, arroz, cenoura, laranja, maça e pepino (Gráfico 5).
25
Gráfico 5 – Resultados das culturas coletadas e analisadas em 2012
FONTE: ANVISA/GGTOX
Em 2013 foram coletadas e analisadas 68 amostras, sendo que 31 amostras
(15,38%) apresentaram-se fora dos padrões de acordo com os Limites Máximos de
Resíduos - LMRs estabelecidos para as culturas do PARA. As culturas analisadas
foram: alface, arroz, cenoura, feijão, mamão, pepino, pimentão, tomate e uva
(Gráfico 6).
Gráfico 6 – Resultados das culturas coletadas e analisadas em 2013
FONTE: ANVISA/GGTOX
26
O PARA tem como objetivo avaliar continuamente os níveis de resíduos de
agrotóxicos nos alimentos de origem vegetal que chegam à mesa do consumidor.
Desta forma, as ações desenvolvidas no Estado atendem ao estabelecido pela
ANVISA, constituindo também indicadores da qualidade dos alimentos adquiridos
no mercado varejista e consumidos pela população. Porém, os resultados obtidos
pelo programa necessitam de fortalecimento em ações educativas e coercitivas,
para que haja melhoria na qualidade dos alimentos ofertados.
6. ATRIBUIÇÕES DOS SETORES/ ÓRGAOS ENVOLVIDOS NO PLANO
6.1 Vigilância em Saúde Ambiental
As ações de Vigilância em Saúde Ambiental (VSA) iniciaram-se em 2002,
com a implantação do Programa de Vigilância da Qualidade de água consumo
humano (VIGIAGUA), Portaria GQV Nº 78, DE 17 DE JULHO DE 2002. Em 2004
por meio do Decreto nº 20.818 de 06 de outubro de 2004 no âmbito estadual foi
incorporada na estrutura organizacional da SES como um serviço da
Superintendência de Vigilância Sanitária, encontrando-se atualmente como um
Departamento da Superintendência.
A VSA tem como objetivo realizar ações de promoção e proteção á saúde,
eliminando e/ou reduzindo a exposição humana a fatores ambientais prejudiciais à
saúde. Essas ações são desenvolvidas pelos Programas: Vigilância em Saúde
Ambiental Relacionada á Qualidade da Água para Consumo Humano (VIGIAGUA),
Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Contaminantes Químicos
(VIGIPEQ) constituídos pelos seguintes componentes:
a) exposição humana a áreas contaminadas por contaminantes químicos
(VIGISOLO);
b) exposição humana a poluentes atmosféricos (VIGIAR) e
c) exposição humana a substâncias químicas prioritárias: agrotóxicos,
amianto, benzeno, chumbo e mercúrio (VIGIQUIM). Este último componente visa o
27
conhecimento, a detecção e o controle dos fatores ambientais de risco à saúde,
com foco em contaminantes químicos prioritários, como os agrotóxicos. Embora a
área específica de Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos
esteja inserida no VIGIPEQ, é importante a atuação em conjunto com os programas
VIGIAGUA e VIGIDESASTRES no que se refere à exposição aos agrotóxicos. O
Programa de Vigilância em Populações Exposta a Agrotóxico (VIGIAGRO), que tem
como o principal objetivo identificar, caracterizar e monitorar as populações
expostas a substâncias químicas. Suas principais ações:
Implementar as ações do Plano de Vigilância em Saúde de Populações
Expostas a Agrotóxicos e inserir no Plano Estadual de Saúde;
Desencadear intervenções e estabelecer parcerias intra e intersetoriais no
nível estadual para a implementação das ações;
Coordenar, assessorar, supervisionar, articular e avaliar, a execução do
conjunto de ações intra e intersetoriais para prevenção das doenças e
agravos decorrentes da exposição humana a agrotóxicos;
Orientar os municípios da área de abrangência para a organização da
vigilância em saúde de populações expostas a agrotóxicos;
Realizar análise de situação de saúde da população exposta a agrotóxicos;
Estabelecer instrumentos e indicadores para acompanhamento e avaliação
da implementação;
Apoiar a inserção das ações nos planos municipais de saúde, atendendo às
especificidades locais;
Capacitar os técnicos das esferas estaduais e municipais, para a utilização
dos sistemas de informação em saúde (SINAN, SISSOLO, SISAGUA, etc.);
Executar ações de vigilância em saúde de populações expostas a
agrotóxicos, incluindo vigilância nos ambientes e processos de trabalho, de
forma complementar e suplementar aos municípios;
Apresentar no relatório de gestão as ações implementadas e os resultados
alcançados.
28
6.2 Vigilância Epidemiológica e Controle de Doenças
Lei n.º 8080/90 – Sistema Único de Saúde (SUS) - define “Vigilância
epidemiológica como um conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, a
detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e
condicionantes da saúde individual e coletiva, com a finalidade de recomendar e
adotar medidas de prevenção e controle das doenças e agravos.”
A vigilância epidemiológica no contexto da promoção, prevenção e recuperação da
saúde da população aborda duas linhas, a saber: clínica e epidemiológica.
A portaria nº 104 de 25 de janeiro de 2011 dispõe sobre organização das
ações de Vigilância Epidemiológica, sobre o Programa Nacional de Imunizações,
estabelece normas relativas à notificação compulsória de doenças estabelecendo
fluxo, critérios, responsabilidades e atribuições aos profissionais e serviços de
saúde.
Os setores da Vigilância Epidemiológica envolvidos diretamente no processo
de construção deste plano estão descritos a seguir com suas atribuições.
6.2.1 Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde
(CIEVS)
Criado em 2009, o CIEVS-MA pertence à estrutura da Secretaria Adjunta de
Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado de Saúde - SES e desenvolve suas
atividades de forma integrada com as diferentes coordenações de programas desta
Secretaria. Seu foco de atuação é a detecção, análise, comunicação e subsídio às
ações de resposta rápida frente às Emergências de Saúde Pública, com
resolutividade técnica e operacional.
Atua com alguns recursos tecnológicos e uma equipe multidisciplinar de
profissionais de saúde. As notificações e informações relacionadas a um conjunto
de doenças e agravos que oferecem riscos à saúde da população são
acompanhadas 24 horas por dia, estabelecendo-se comunicação imediata com os
29
setores responsáveis por ações de resposta em Vigilância em Saúde sempre que
ocorre um evento de relevância.
O CIEVS-MA opera como ponto focal juntamente com as 18 Unidades
Regionais de Saúde (URS) para a resposta estadual em situações de emergências
de relevância para a Saúde Pública de acordo com o Regulamento Sanitário
Internacional (RSI). Também são monitorados rumores e notícias de surtos,
doenças e eventos veiculados pela mídia como os principais jornais e portais de
Internet (clipping CIEVS).
6.2.2 Endemias
O Departamento de Endemias encontra-se com suas atividades vinculadas a
Superintendência de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde do Estado.
Foi criado após descentralização das ações de vigilância em Saúde conforme a
Portaria n° 1399/99 do Ministério da Saúde. Tem como finalidade monitorar,
supervisionar e capacitar profissionais que atuam no controle de endemias e
vetores, assim como acompanhar e orientar os núcleos de Vigilância
Epidemiológica e controle de doenças nas 18 regionais de saúde, principalmente
nas ações de controle vetorial e surtos epidêmicos das endemias: malária, doenças
de Chagas, dengue, febre amarela, leishmanioses e esquistossomoses.
30
6.3 Laboratório Central de Saúde Pública de Referência Estadual -
LACEN
O Instituto Oswaldo Cruz, Laboratório Central de Saúde Pública de
referência Estadual (LACEN), faz parte do Sistema Nacional de Laboratório de
Saúde Pública - SISLAB, de acordo com a portaria nº 2.031/GM, de 23 de setembro
de 2004.
Fazem parte deste sistema os laboratórios de referência Nacional, Regional,
Centros Colaboradores, Laboratórios de Referência Estadual que são os LACEN’s
nos estados, Laboratórios Municipais, Laboratórios de Fronteiras e Laboratórios
Locais (públicos e privados) que realizam exames de interesse para Saúde Pública.
O LACEN/MA tem como missão promover a saúde pública, através do
diagnóstico laboratorial de média e alta complexidade e da coordenação da Rede
Estadual de Laboratórios, atendendo com qualidade e resolutividade às
necessidades dos clientes e conquistando a confiança da população do Maranhão,
tendo as seguintes Competências:
Coordenar a rede de laboratórios públicos e privados que realizam análises
de interesse em saúde pública;
Encaminhar ao Laboratório de Referência Regional amostras inconclusivas
para a complementação de diagnóstico e aquelas destinadas ao controle de
qualidade analítica;
Realizar o controle de qualidade analítica da rede estadual;
Realizar procedimentos laboratoriais de maior complexidade para
complementação de diagnóstico;
Habilitar os laboratórios que serão integrados à rede estadual observando a
legislação específica a ser definida pelos gestores nacionais das redes;
Promover a capacitação de recursos humanos da rede de laboratórios;
31
Disponibilizar aos gestores nacionais as informações relativas às atividades
laboratoriais realizadas por intermédio do encaminhamento de relatórios
periódicos, obedecendo ao cronograma definido.
6.4 Saúde do Trabalhador
Entende-se por Saúde do Trabalhador um conjunto de atividades que se
destina, através das ações de vigilância epidemiológica e vigilância sanitária, à
promoção e proteção da saúde dos trabalhadores, assim como visa à recuperação
e reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos
advindos das condições de trabalho. A Saúde do Trabalhador compreende um
campo de práticas e teorias interdisciplinares-técnicas, sociais, humanas e
interinstitucionais, e intersetorial desenvolvidas por diversos atores situados em
lugares sociais distintos e informados por uma perspectiva comum. Essa
perspectiva é resultante de todo um patrimônio acumulado no âmbito da Saúde da
Pública, com raízes no movimento da Medicina Social e Coletiva. Garantida no
disposto na Constituição da República Federativa do Brasil: e, em seu artigo 200 e
na Lei Orgânica da Saúde (Lei Federal 8080/90), em seu artigo 6º, parágrafo 3º,
regulamenta os dispositivos constitucionais sobre Saúde do Trabalhador da
seguinte forma:
Dentro deste contexto nasce os centros de referencias como pólo irradiador
da política e que reúne informações, que realiza estudos e pesquisas na área
de saúde do trabalhador e do meio ambiente do trabalho, constituindo-se em
uma ferramenta estratégica para difundir as práticas em saúde do
trabalhador. Como suporte técnico assistencial interdisciplinar e
multiprofissional, interagindo no processamento e análise de informações da
rede sentinela;
32
Cabe também a coordenação de projeto e pesquisas na área de saúde do
trabalhador; Estruturação da assistência e da vigilância aos agravos à saúde
do trabalhador.
Além de atuar com instituições de ensino, pesquisa e áreas afins à saúde
do trabalhador, onde as ações devem estar articuladas aos demais serviços da
rede SUS. Assim como a fazer o monitoramento e avaliação da rede de serviços
sentinelas, adotando práticas conjuntas de intervenção intersetorial e na
capacitação de recursos humanos.
Os CEREST nasceram da necessidade de reunir informações, realizar
estudos e pesquisas na área de saúde do trabalhador, e também como uma
ferramenta estratégica para difundir as práticas em saúde do trabalhador.
Disseminar as práticas em Saúde do Trabalhador. Além de servir como suporte
técnico e científico dos serviços da rede do SUS
O CEREST Estadual do Maranhão foi habitado pelo Ministério da Saúde
em 2004 e coordena as atividades de 04 (quatro) CEREST’s regionais os quais
estão situados nas cidades de Caxias, Imperatriz, Mata Roma e São Luís,
seguindo a orientação nacional, dando apoio na formulação e execução de
política em Saúde do trabalhador. Atua também nas ações relativas aos
agrotóxicos que hoje são utilizados em grande escala por vários setores
produtivos e, mais intensamente, pelo setor agropecuário. Isto tem sido objeto de
estudos, tanto pelos danos causados ao meio ambiente e o aparecimento de
resistência em organismos-alvo (pragas e vetores), quanto pelos danos que
provocam à saúde da população geral especialmente dos trabalhadores e suas
famílias.
6.4.1 Atribuições da Saúde do trabalhador
Contribuir para a realização da caracterização da exposição ocupacional aos
agrotóxicos;
33
Capacitar os trabalhadores da saúde no protocolo de Atenção à Saúde dos
Trabalhadores Expostos a Agrotóxicos, para a execução das ações e
utilização dos sistemas de informação em saúde;
Coordenar a realização da caracterização da exposição ocupacional aos
agrotóxicos;
Realizar pesquisas e estudos na identificação dos agravos relacionados ao
uso e consumo dos agrotóxicos;
Desenvolver ações de vigilância e promoção em saúde do trabalhador;
Prestar assessoria técnica às regionais e, quando necessário, aos
municípios;
Executar ações de vigilância em saúde de populações expostas a
agrotóxicos, incluindo vigilância nos ambientes e processos de trabalho.
6.5 Agência Estadual de Pesquisa Agropecuária e de Extensão Rural do
Maranhão - AGED
A AGED é um órgão fiscalizador vinculado a Secretaria da Agricultura e
Pecuária do Estado do Maranhão, foi criada pela Lei nº 7.734 de 19 de abril de
2002, teve sua estruturação pelo Decreto nº 18.596 de 25 de abril de 2002 e a sua
reestruturação do organograma pelo Decreto nº 19.399 de 24 de fevereiro de 2003.
Dentre as competências da agência está a fiscalização do comércio,
armazenamento, uso, transporte interno e destinação final das embalagens vazias
de agrotóxicos, fundamentada pela lei federal nº 7.802 de 11 de julho de 1989, lei n
º 9.974 de 6 de junho de 2000 e o decreto federal n º 4.074 de 4 de janeiro de 2002,
bem como a lei estadual nº 8.521 de 30 de novembro de 2006 e o decreto estadual
nº 23.118 de 29 de maio de 2007.
Tendo como objetivo a saúde do aplicador, preservação do meio ambiente e
a produção de alimentos saudáveis.
34
A Agência conta ainda com uma coordenadoria de Educação Sanitária,
atuando através de folder, cartilhas, projetos, teatros, dentre outros, visando
sensibilizar e capacitar um público diversificado como produtores rurais, esposas de
produtores, crianças e professores da zona rural.
6.6 Secretaria de estado do Meio Ambiente e Recursos Naturais - SEMA
O Sistema Estadual de Meio Ambiente foi criado em 1979, comandado pela
Secretaria de Recursos Naturais, Tecnologia e Meio Ambiente - SERNAT, a partir
da Lei nº 8.153, de 08 de julho de 2004, que dispõe sobre a Reorganização
Administrativa do Estado com a alteração das Leis nº 7.356, de 29 de dezembro de
1998, 7.734, de 19 de abril de 2002 e 7.844, de 31 de janeiro de 2003 e dá outras
providências, passou a denominar-se Secretaria de Estado do Meio Ambiente e
Recursos Naturais - SEMA.
O Licenciamento Ambiental é um procedimento pelo qual o órgão ambiental
competente permite a localização, instalação, ampliação e operação de
empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, e que possam
ser consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob
qualquer forma, possam causar degradação ambiental.
Com este instrumento busca-se garantir que as medidas preventivas e de
controle adotadas nos empreendimentos sejam compatíveis com o
desenvolvimento sustentável.
Assim, o Licenciamento Ambiental é uma ferramenta de fundamental
importância, pois permite ao empreendedor identificar os efeitos ambientais do seu
negócio, e de que forma esses efeitos podem ser gerenciados. A Política Nacional
de Meio Ambiente, que foi instituída por meio da Lei Federal nº 6.938/81
estabeleceu mecanismos de preservação, melhoria e recuperação da qualidade do
meio ambiente visando assegurar em nosso País o desenvolvimento sócio-
econômico e o respeito à dignidade humana. O Licenciamento é um desses
mecanismos; ele promove a interface entre o empreendedor, cuja atividade pode vir
35
a interferir na estrutura do meio ambiente, e o Estado, que garante a conformidade
com os objetivos dispostos na política estabelecida.
Na SEMA, a Superintendência de Recursos Florestais, tem por finalidade
desenvolver ações para a promoção da gestão florestal integrada e do
licenciamento ambiental das atividades correlatas, visando o uso sustentável e
racional do solo e dos recursos florestais como forma de prevenir e controlar o
desmatamento, as queimadas e os demais usos nocivos dos ecossistemas. Dentro
desta Superintendência cabe a Supervisão de Atividades Agrossilvipastoris,
coordenar, controlar, monitorar, orientar e executar ações referentes ao
licenciamento ambiental do desenvolvimento das atividades agrossilvipastoris, bem
como, contribuir com a formulação de diretrizes, normas, padrões, medidas
preventivas de proteção e conservação de recursos do solo, hídricos, da vegetação
e da fauna associada.
36
7. DETALHAMENTO DE ATIVIDADES
DIRETRIZ AÇÕES PRIORITÁRIAS AÇÕES ESTRATÉGICAS
Diagnóstico de Perfil do Uso de Agrotóxicos no Estado
Perfil do agrotóxico no Estado; Análise de situação de
saúde da população
exposta a agrotóxicos;
Análise dos pontos
críticos em relação aos
agrotóxicos no Estado;
Finalidade do uso do
agrotóxico.
Descrever os principais agrotóxicos; quantidade de agrotóxico utilizado no Estado; locais das áreas de produção agrícola (temporária e permanente); principais culturas agrícolas produzidas no Estado; cadastro dos trabalhadores rurais que utilizam agrotóxico; Levantar local de armazenamento, quantidade armazenada e consumo dos agrotóxicos utilizados na agricultura, saúde pública e desinsetização; Mapear as áreas de risco relacionadas a agrotóxico; Identificar e priorizar as áreas com população exposta a agrotóxico; Levantar as características da população: socioeconômicas, culturais, e políticas, e as condições ambientais; Realizar cadastro das empresas que produzem, transportam e comercialização de produtos agrotóxicos; Conhecer o perfil das culturas agrícolas/agrotóxicos; Registro de estabelecimentos comerciais de agrotóxicos no Estado; Registro de empresa prestadora de serviço na aplicação de agrotóxicos na pulverização; Estabelecer parceria entre CREA e AGED para fiscalização do receituário agronômico; Fomentar a construção de central e/ou posto de recebimento de embalagens vazia de agrotóxicos.
Ações Intersetoriais
Envolvimento dos órgãos locais de agricultura, meio ambiente, saúde, universidades, etc.;
Estabelecer parcerias intra e intersetoriais no nível estadual e municipal
37
DIRETRIZ AÇÕES PRIORITARIAS AÇÕES ESTRATÉGICAS
Ações de Promoção
Promoção e coordenação de estudos e pesquisas dentro da temática da exposição humana aos agrotóxicos; Promoção de seminários, palestras, campanhas educativas sobre o risco do uso de agrotóxico; Expansão da rede de laboratórios para análise de agrotóxicos pelo setor saúde.
Fomentar pesquisas voltadas para a temática junto às universidades; Implantar no Estado Centro de Informação Toxicológica; Elaborar e distribuir material educativo; Estruturar laboratório para análise de resíduos de agrotóxicos em água, alimentos e solo.
Comunicação, educação e pesquisa em saúde e participação social
Participação movimento social; Estratégias de divulgação de informações e comunicação em saúde decorrente de exposição humana a agrotóxico; Promoção do processo permanente de profissionais de saúde; Fortalecer o CEREST na estruturação da rede de atenção integral dos intoxicados por agrotóxicos.
Elaborar e divulgar relatórios e boletins sobre populações exposta a agrotóxicos; Integrar os movimentos sociais na estratégia de implementação do plano de população exposta a agrotóxicos; Divulgar as informações dos agravos decorrentes da exposição humana aos agrotóxicos; Promover a troca de experiências entre os municípios, para disseminar tecnologias e conhecimentos visando à melhoria das ações de vigilância; Promover a participação dos trabalhadores e da comunidade nas ações de Vigilância em Saúde; Capacitar os profissionais de saúde da rede de urgência e emergência para identificação e diagnóstico dos agravos associados à exposição por agrotóxicos; Capacitar os profissionais de saúde na melhoria da detecção, diagnóstico e tratamento dos casos de exposição/ intoxicação; Capacitar os profissionais de saúde na melhoria da notificação dos casos de intoxicados por agrotóxicos captados pelas Unidades de Saúde; Capacitar os profissionais de saúde dos municípios prioritários na utilização dos sistemas de informação;
38
Capacitar os profissionais de saúde no nível municipal nas ações de vigilância em saúde de populações expostas a agrotóxicos; Realizar campanhas de conscientização na utilização segura dos agrotóxicos; Qualificar a rede de serviços de atenção básica para garantir a identificação e o atendimento dos expostos/ intoxicados por agrotóxicos; Orientar os trabalhadores rurais dos municípios prioritários na utilização correta e segurança no uso de agrotóxicos.
Monitoramento das Ações
Programação e acompanhamento das ações
Estabelecer metas e indicadores para acompanhamento e avaliação da implementação do plano de populações exposta a agrotóxicos; Apresentar relatório de gestão com os resultados alcançados; Estabelecer cronograma de implementação; Criar banco de dados informatizados para armazenar informações (produtor e distribuidor).
Ações de Vigilância em Saúde
Notificação e registro nos sistemas das intoxicações por Agrotóxico; Caracterização da Exposição ocupacional; Monitoramento de resíduos de agrotóxico em Alimentos e água para consumo humano; Surto decorrente de agrotóxico; Garantir a assistência laboratorial e farmacêutica especifica para os intoxicados por agrotóxicos; Realizar acompanhamento das
Receber, consolidar e analisar as notificações regionais ou municipais; Notificar os casos suspeitos e confirmados de intoxicação por agrotóxico; Executar ações de coleta de forma complementar nos municípios que não implantaram a vigilância em saúde de populações expostas a agrotóxicos; Realizar o encerramento oportuno dos casos notificados de intoxicação por agrotóxicos; Realizar coleta de água para consumo humano para análise de resíduos de agrotóxicos; Realizar monitoramento de resíduo de agrotóxicos em alimentos; Realizar inspeções nos ambientes e processo de trabalho de forma complementar;
39
ações de controle vetorial das Unidades Regionais de Saúde relacionadas a destinação das embalagens de inseticidas vazias; Encaminhar notas técnicas as URS e Municípios sobre o uso das inseticidas e destino das embalagens vazias; Adequação dos depósitos de inseticidas do nível central, regional e municipais, dentro das normas como preconizado o Ministério da Saúde; Destinação das embalagens vazia e dos inseticidas vencidos do Estado; Definição de protocolo do destino das embalagens e dos inseticidas vencidos do Estado. Elaboração do Plano de Monitoramento de Residuos de Agrotóxicos na Água para Consumo Humano
Apoiar os municípios na investigação dos casos de ocorrência de surtos; Consolidar, qualificar e analisar os dados de surto do estado; Identificar e priorizar as atividades com trabalhadores rurais expostos a agrotóxicos em toda cadeia produtiva; Caracterização da exposição dos trabalhadores: tipo de atividade, tipo de cultura praticada, quais os agrotóxicos, intensidade de exposição, equipamentos de proteção e condições gerais de trabalho; Cadastramento das áreas referentes ao Programa VIGISOLO; Implantar o diagnóstico da Colinesterase sanguínea no LACEN – MA; Realizar exames laboratoriais para investigação de surto por intoxicação de resíduos de agrotóxicos; Disponibilizar antídotos e outras drogas na rede assistencial; Implantar a Vigilância em Saúde de Populações Expostas à Agrotóxicos; Criar fluxo de trabalho das ações do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA); Melhoramento nas estruturas físicas dos locais: Criação de uma norma técnica definindo o destino adequado das embalagens vazias e inseticidas vencidos.
40
8. CRONOGRAMA DAS ATIVIDADES
AÇÃO META PRAZO RESPONSÁVEL
Descrever os principais agrotóxicos; quantidade de agrotóxico utilizado no Estado; locais das áreas de produção agrícola (temporária e permanente); principais culturas agrícolas produzidas no Estado; cadastro dos trabalhadores rurais;
100% municípios prioritários
Janeiro a Junho de 2015
AGED
Levantar local de armazenamento, quantidade armazenada e uso dos agrotóxicos utilizados na agricultura, saúde pública e desinsetização;
100% municípios prioritários
Janeiro a Junho de 2015
AGED SES
Mapear as áreas de risco relacionadas a agrotóxico;
100% municípios prioritários
Janeiro a Junho de 2015
AGED/ SEMA/ SES/ AGERP
Identificar e priorizar as áreas com população exposta a agrotóxico;
100% municípios prioritários
Janeiro a Junho de 2015
VSA
Levantar as características da população: socioeconômicas, culturais, e políticas, e as condições ambientais;
100% municípios prioritários
Janeiro a Junho de 2015
VSA e SEMA
Realizar cadastro das empresas que produzem, transportam e comercializam agrotóxicos;
100% municípios
Janeiro a Junho de
2014 AGED
Conhecer o perfil das culturas agrícolas/ agrotóxicos;
100% municípios
Janeiro a Junho de
2015 AGED e AGERP
Registro de estabelecimentos comerciais de agrotóxicos no Estado;
100% municípios
Janeiro a
Dezembro de 2014 AGED
Registro de empresa prestadora de serviço na aplicação de agrotóxicos na pulverização;
100% municípios
Janeiro a
Dezembro de 2014 AGED
Estabelecer parceria entre CREA e AGED para fiscalização do receituário agronômico;
-
Janeiro a Junho de
2015 AGED
Fomentar a construção de central e/ou posto de recebimento de embalagens vazia de agrotóxicos;
-
Janeiro a Junho de
2015 AGED e INPEV
Fomentar pesquisas voltadas para a temática junto às universidades;
- Dezembro de 2015
SES/AGED/ SEMA/
Implantar no Estado Centro de Informação toxicológica;
CIT implantado
Dezembro 2015 SES
41
Elaborar e distribuir material educativo;
100% municípios prioritários
Junho a dezembro
de 2015 SES/AGED/ SEMA/
AGERP
Estruturar laboratório para análise de resíduos de agrotóxicos em água, alimentos e solo;
1 laboratório estruturado
Dezembro de 2015 SES/ UEMA
Elaborar e divulgar relatórios, boletins de comunicação em saúde decorrente a exposição humana a agrotóxicos;
Divulgar 1 relatório/
boletim
Dezembro de 2015 SES
(VSA/ CEREST/ CIEVS)
Integrar os movimentos sociais na estratégia de implementação do plano de população exposta a agrotóxicos;
-
Junho a dezembro
de 2015 SES/AGED/ SEMA/
AGERP
Promover o intercambio de experiências entre os diversos municípios, para disseminar tecnologias e conhecimentos voltados à melhoria das ações de vigilância;
- Novembro de 2015 SES/AGED/ SEMA/
AGERP
Promover a participação dos trabalhadores e da comunidade nas ações de Vigilância em Saúde;
100% dos municípios prioritários
capacitados
Março a Dezembro
de 2015 SES
(CEREST)
Capacitar os profissionais de saúde da rede de urgência e emergência para identificação, investigação e acompanhamento de agravos associados à exposição por agrotóxicos;
100% dos municípios prioritários
capacitados
Março a Dezembro
de 2015 SES
(CEREST)
Capacitar os técnicos dos municípios prioritários na utilização dos sistemas de informação SINAN;
100% dos municípios prioritários
capacitados
Março a Dezembro
de 2015 SES
(CEREST)
Capacitar os profissionais de saúde no nível municipal nas ações de vigilância em saúde de populações expostas a agrotóxicos;
100% dos municípios prioritários
capacitados
Março a Dezembro
de 2015 SES
(CEREST)
Realizar campanhas de conscientização na utilização segura dos agrotóxicos;
1 campanha por ano
Dezembro de 2015 AGED/ SEMA/ SES/ AGERP
Realizar o encerramento oportuno dos casos notificados de intoxicação por agrotóxicos;
100% dos casos
encerrados
Junho a Dezembro
de 2015 SES
(CEREST)
Qualificar a rede de serviços de atenção básica para garantir a identificação e o atendimento dos expostos/ intoxicados por agrotóxicos;
100% da rede qualificada
Março 2014 a
Dezembro de 2015 SES
(CEREST)
Orientar os trabalhadores rurais na segurança do uso de agrotóxicos dos municípios prioritários;
100% trabalhadores
orientados
Março 2014 a
Dezembro de 2015 SES (CEREST)/ AGED/ AGERP
42
Estabelecer metas e indicadores para acompanhamento e avaliação da implementação do plano de populações exposta a agrotóxicos;
-
Março 2014 a
Dezembro de 2015 SES
(CEREST)
Identificar e priorizar as atividades com trabalhadores rurais expostos a agrotóxicos em toda cadeia produtiva;
-
Março 2014 a
Dezembro de 2015 SES
(CEREST)
Realizar inspeções nos ambientes e processo de trabalho;
-
Março 2014 a
Dezembro de 2015 SES
(CEREST)
Notificar os casos suspeitos e confirmados de intoxicação por agrotóxico;
100% dos casos
notificados
Março 2014 a
Dezembro de 2015 SES
(CEREST)
Buscar, consolidar e analisar as notificações regionais ou municipais;
De acordo com a
demanda
Março 2014 a
Dezembro de 2015
SES (CEREST/ VSA/
EPIDEMIOLOGIA)
Caracterização da exposição dos trabalhadores: tipo de atividade, tipo de cultura praticada, quais os agrotóxicos, intensidade de exposição, equipamentos de proteção e condições gerais de trabalho;
Levantamento das
informações
Março 2014 a
Dezembro de 2015 SES
(CEREST)
Apoiar os municípios na investigação dos casos de ocorrência de surtos;
100% dos municípios prioritários
Março a Dezembro
de 2015 SES
(CEREST)
Executar ações de coleta forma complementar nos municípios que não implantaram a vigilância em saúde de populações expostas a agrotóxicos;
100% dos municípios prioritários
Março 2014 a
Dezembro de 2015 SES
(VSA e LACEN)
Realizar coleta de água para consumo humano para análise de resíduos de agrotóxicos;
100% dos municípios prioritários
Março 2014 a
Dezembro de 2015 SES
(VSA e LACEN)
Identificar e priorizar as atividades com trabalhadores rurais expostos a agrotóxicos em toda cadeia produtiva;
100% dos municípios prioritários
Março 2014 a
Dezembro de 2015 SES (CEREST)/ AGED/ AGERP
Realizar monitoramento de resíduo de agrotóxicos em alimentos;
100% dos municípios prioritários
Março 2014 a
Dezembro de 2015 SES
(VISA)
Consolidar, qualificar e analisar os dados de surto do estado;
100%
Março 2014 a
Dezembro de 2015 SES
(EPIDEMIOLOGIA)
Apresentar relatório de gestão com os resultados alcançados;
1 relatório de gestão/ ano
Dezembro de 2015 GT
Cadastramento das áreas referentes ao Programa VIGISOLO;
100% dos municípios prioritários
Junho de 2015 SES (VSA)
Implantar e implementar o diagnóstico da Colinesterase sanguínea no LACEN - MA;
Diagnóstico implantado
Junho de 2014 SES (VSA e LACEN)
43
Realizar exames laboratoriais para investigação de surto por intoxicação de resíduos de agrotóxicos;
Exames realizados
Março 2014 a
Dezembro de 2015 SES
(LACEN)
Disponibilizar antídotos e outras drogas na rede assistencial;
100% dos municípios
Junho a dezembro
de 2015 SES
(EPIDEMIOLOGIA)
Implantar a Vigilância em Saúde de Populações Expostas à Agrotóxicos;
100% dos municípios prioritários
Junho a dezembro
de 2015 SES
(VSA)
Criar fluxo de trabalho das ações do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA);
Fluxo criado Junho de 2015
SES (VISA)
9. GESTÃO DO PLANO
O acompanhamento da execução do plano será realizado pelo Grupo de
Trabalho definido para este fim, constituído com representantes de todas as áreas
que tenham algum tipo de interface com as ações de controle de População
Exposta a Agrotóxico, sob a coordenação da Secretaria Adjunta de Vigilância em
Saúde. Será convidado pela SES/MA para acompanhamento e avaliação das
atividades desenvolvidas no plano de contingência, assessores técnicos do
Ministério da Saúde/ Secretaria de Vigilância em Saúde (DESAST).
10. CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO
As ações programadas serão executadas de março a dezembro/2014,
conforme planilhas de programação de cada componente.
11. MONITORAMENTO DO PLANO
O monitoramento das ações será realizado através de reuniões bimestrais
com discussão e análise de documentos e relatórios técnicos das atividades
executadas.
44
Na avaliação serão considerados os resultados alcançados, bem como
análise de risco e alcance das metas pactuadas.
Serão considerados ainda os componentes internos e externos que possam
intervir de forma positiva ou negativa no alcance dessas metas.
Nesse processo será avaliado cada componente do programa, em separado
e de forma integrada, buscando compreender a capacidade de cada um de
impactar no processo de mudança.
12. AVALIAÇÃO
A avaliação do Plano de contingência será realizada de forma periódica
(bimestral/ trimestral) em conjunto com todos os membros participantes e
instituições envolvidas desde a sua elaboração até o alcance da meta.
13. FINANCIAMENTO
O custeio das ações previstas neste plano de contingência será realizado
com recursos do Piso Fixo e Variável da Vigilância em Saúde e Recursos Estaduais
(Fontes 120, 320 e 121).
45
BIBLIOGRAFIA
1- OMS Organização Mundial de Saúde, 1991. Manual de vigilância da saúde
de populações expostas a agrotóxicos Brasília, Organização Pan-Americana da
Saúde, 1997.
2- NUNES, G.P. Curso de especialização em agrotóxicos e impactos
ambientais: Apostilas. Maranhão: UFMA-MA, 2002. 142p.
3 - IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Demográfico de
2000. Rio de Janeiro, 2003.
4- OPAS. Organização Panamericana de Saúde, 2000. Atenção primária
ambiental. Washington DC.
5- BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância Sanitária. Manual de
Vigilância da Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos. Brasília,
Organização Panamericana de Saúde/Organização Mundial de Saúde, 1997.
6 - Home Page da ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
Disponível em HTTP://www.anvisa.gov.br Acessado em 9 janeiro de 2006.
7- Home Page Planeta Orgânico. Disponível em
http://www.planetaorganico.com.br Acessado em 03 de março de 2009.
8- Home Page Colégio São Francisco. Disponível em
http://WWW.colegiosãofrancisco.com.br Acessado em 03 de março de 2009.
9- Legislação Federal de Agrotóxicos e Afins - Lei nº 6.894, de 16 de Dezembro
de 1980 – Dispõe sobre a inspeção e fiscalização da produção de fertilizantes,
46
corretivos, inoculantes, estimulantes ou biofertilizantes, destinados à agricultura,
e dá outras providências.
10- Legislação Federal de Agrotóxicos e Afins - Lei nº 7.802, de 11 de Julho de
1989, regulamentada pelo Decreto nº 98.816, de 11 de Janeiro de 1990.
11-Dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e
rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda
comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos
resíduos e embalagens, o registro, a classificação, o controle a inspeção e a
fiscalização dos agrotóxicos, seus componentes e afins, e dá outras
providências.
12- Legislação Federal - Lei nº 9.605, de 12 de Fevereiro de 1998 - Dispõe
sobre Crimes Ambientais.
13- Legislação Estadual de Agrotóxicos - Lei nº 10.692, de 27 de Dezembro de
1991, regulamentada pelo Decreto nº 15.839, de 15 de Junho de 1992.
14- Dispõe sobre inspeção e fiscalização dos agrotóxicos, corretivos,
fertilizantes, inoculantes, estimulantes e biofertilizantes.
15- Portaria MTB nº 3.067 de 12 de Abril de 1988. Previstas no Art. 13, da Lei
nº 5.889, de 05 de Junho de 1.973. Normas Regulamentadoras Rurais –
Relativas à Segurança e Saúde dos Trabalhadores.