plano de reabilitação do hipercentro de belo horizonte

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O plano de Reabilitação do Hipercentro, desenvolvido pela prefeitura de Belo Horizonte como recursos do Programa Nacional de Reabilitação de Centros Urbanos do Min. das Ciidades. Foi Coordenado pela Secretaria Municipal de Politicas Urbanas como a colaboração dos diversos órgãos municipais e daqueles que mantêm algum vínculo como a região

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  • PLANO DE REABILITAO DO

    HIPERCENTRO DE BELO HORIZONTE

    PLANO DE REABILITAO DO

    HIPERCENTRO DE BELO HORIZONTE

    2007

  • PLANO DE REABILITAO DO

    HIPERCENTRO DE BELO HORIZONTE

    PLANO DE REABILITAO DO

    HIPERCENTRO DE BELO HORIZONTE

    2007

  • SUMRIO

    Apresentao

    1 - Metodologia 1

    2 - Resumo do Diagnstico 2

    2.1 - Caracterizao do Perfil Socioeconmico da Populao Residende 3

    2.2 - Aspectos Urbansticos e Econmicos 4

    2.3 - Apropriao dos Espaos Pblicos 8

    2.4 - Segurana 1 0

    2.5 - Acessibilidade e Mobilidade 1 1

    2.6 - Condies da Infra-Estrutura 1 3

    2.7 - Legislao 1 3

    2.8 - Percepes sobre o Hipercentro 1 3

    2.9 - Sub-reas do Hipercentro 1 4

    3 - Diretrizes Gerais 1 6

    4 - Diretrizes Setoriais 1 6

    4.1 - Gesto e Legislao Urbanstica 1 6

    4.2 - Habitao 1 7

    4.3 - Apropriao de Espaos Pblicos 1 7

    4.4 - Desenvolvimento Econmico 1 7

    4.5 - Acessibilidade e Mobilidade 1 8

    5 - Propostas 1 9

    5.1 - Gesto 1 9

    5.2 - Legislao 1 9

    5.3 - Acessibilidade e Mobilidade Urbana 2 0

    5.4 - Requalificao de Logradouros Pblicos 2 9

    5.5 - Apropriao Especial dos Espaos Pblicos 3 2

    5.6 - reas Especiais para Requalificao 3 3

    5.7 - Reocupao Estratgica de Imveis Vazios e Subutilizados 3 6

    5.8 - Revitalizao das Galerias Comerciais 4 0

    5.9 - Operaes Urbanas 4 0

    6 - Priorizao de Aes Estratgicas 4 6

    6.1 - Definio de Critrios Utilizados 4 6

    6.2 - Ordenao das Propostas 4 6

    7 - Bibliografia 5 1

    8 - Ficha Tcnica 5 4

    9 - Anexos 5 5

    PLANO DE REABILITAO DO HIPERCENTRO DE BELO HORIZONTE

    PBH / PRXIS - 2007

  • 7.794.500m N

    7.797.500

    7.796.000

    61

    2.5

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    9.5

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    CARLOS PRATES

    GUTIERREZ

    AGOSTINHO

    SANTO

    BATISTA

    COLGIO FAMLIA

    SAGRADA

    ANTNIO

    JARDIM

    PEDRO

    SO LUCAS

    CARMOSO

    CIDADE

    BARRO PRETO

    LOURDES

    SANTA EFIGNIA

    SAVASSI

    SERRA

    FLORESTA

    FUNCIONRIOS

    CRUZEIRO

    BONFIM

    SANTO

    SANTA TEREZA

    HORTO

    CENTRO

    rea de Estudos

    Limite do Hipercentro Legal

    (Lei Municipal 7.166/1996)

    LEGENDA

    Origem das coordenadas UTM: Equador e Meridiano de 45W de

    Greenwich, acrescidas s constantes 10.000.000m e 500.000m,

    respectivamente (Zona 23-SAD69)

    0 250 500m

    ESCALA

    VENDA NOVA

    NORTE

    NORDESTE

    PAMPULHA

    NOROESTELESTE

    CENTRO - SULOESTE

    BARREIRO

    5 km

    MUNICPIO DE

    BELO HORIZONTE

    (Administraes Regionais)

    REA DE ESTUDOS

    Figura 1 - Mapa de localizao da rea de estudosAPRESENTAO

    presenta-se neste documento o Plano de Reabilitao do

    Hipercentro, desenvolvido pela Prefeitura de Belo HorizonteA com recursos do Programa Nacional de Reabilitao de Centros Urbanos do Min. das Cidades. Foi coordenado pela Secretaria Mu-nicipal de Politicas Urbanas com a colaborao dos diversos rgos municipais e daqueles que mantm algum vnculo com a regio.

    A rea contemplada pelo Plano, mostrada na Figura ao lado,

    compreende os quarteires correspondentes ao Hipercentro legal,

    definido como uma macrozona de Belo Horizonte (Lei N

    7.166/96), acrescidos do Parque Municipal, parte dos quarteires

    ao longo do Ribeiro Arrudas, dois quarteires da rea hospitalar e

    quarteires adjacentes Avenida Bias Fortes.

    O objetivo principal do Plano de Reabilitao do Hipercentro

    apontar solues de planejamento, desenho urbano e paisagismo que

    permitam dinamizar usos e ocupao, implementar a melhoria do

    ambiente urbano e a valorizao das reas pblicas, conferindo s

    mesmas condies de vida compatveis com o seu potencial e sua

    importncia na cidade.

    O Plano de Reabilitao do Hipercentro de Belo Horizonte , por

    sua forma de construo coletiva, um pacto entre a administrao

    pblica municipal e a comunidade por um Hipercentro melhor:

    ambientalmente mais qualificado, socialmente mais plural e mais

    dinmico do ponto de vista econmico. Trata-se de um Plano

    compromissado com a realidade do municpio, cuja implementao

    poder em curto e mdio prazo trazer benefcios para todos, j que

    se refere ao principal referencial simblico da cidade.

    Alm das propostas, este documento apresenta a metodologia

    adotada para o desenvolvimento do Plano de Reabilitao, um

    resumo do diagnstico consolidado a partir dos estudos tcnicos e da

    leitura comunitria, as diretrizes gerais e setoriais, construdas

    coletivamente pelos diversos atores que participaram do processo -

    as quais nortearam a elaborao das propostas - e, por fim, a

    priorizao das aes estratgicas para o objetivo maior de

    reabilitao da rea.

    1

    PLANO DE REABILITAO DO HIPERCENTRO DE BELO HORIZONTE

    PBH / PRXIS - 2007

  • 1 - METODOLOGIA

    elaborao do Plano de Reabilitao do Hipercentro iniciou-se Aa partir de uma reflexo sobre os objetivos do trabalho, o que permitiu um detalhamento das aes e redefinio de equipe tcnica

    anteriormente proposta no edital de licitao. Determinou-se, j

    inicialmente, envolver o maior nmero possvel de profissionais das

    reas de planejamento e execuo de polticas pblicas da

    administrao municipal, bem como representantes de vrios

    setores atuantes na rea do Hipercentro, tanto entidades civis como

    instituies pblicas e grupos organizados da sociedade. No mbito

    da administrao municipal foi definido o Grupo Gestor do Plano,

    composto principalmente por tcnicos das diversas secretarias e

    rgos vinculados SMURBE - Secretaria Municipal de Polticas

    Urbanas, com o papel de coordenar as aes e discutir com a equipe

    da Prxis todas as etapas do cronograma de trabalho previamente

    estabelecido.

    Aps a definio da metodologia e da equipe tcnica adequada aos

    objetivos propostos, iniciou-se a elaborao do diagnstico,

    constitudo por uma leitura tcnica dos vrios aspectos

    caractersticos da regio de trabalho que posteriormente seria

    complementada por uma leitura comunitria, com a discusso dos

    resultados tcnicos junto aos representantes dos vrios grupos de

    interesses identificados.

    Quanto participao do pblico externo administrao

    municipal, foram priorizadas duas formas distintas de participao, a

    primeira individual, atravs de um intenso dilogo com lideranas

    em entrevistas estruturadas com roteiro pr-definido; a segunda

    coletiva, em oficinas voltadas para a discusso de temas pr-

    selecionados. As oficinas, em geral, foram divididas em trs etapas:

    na primeira foram apresentados, pelos tcnicos da Prefeitura

    Municipal e da Prxis, os objetivos e procedimentos da oficina, bem

    como os principais resultados de estudos com o objetivo de subsidiar

    a discusso. Na segunda etapa, os participantes foram divididos em

    pequenos grupos formados por representantes da administrao

    municipal, da sociedade civil e do setor pblico para discusso dos

    temas propostos na oficina. Na terceira etapa, um representante de

    cada grupo apresentou os principais resultados obtidos para

    discusso em reunies plenrias.

    As etapas do diagnstico podem ser assim resumidas:

    + Reviso bibliogrfica - Levantamento de pesquisas e trabalhos

    acadmicos mais recentes que abordam temas afetos ao Plano.

    Nesta oportunidade foram tambm pesquisados e analisados os

    instrumentos jurdicos de natureza urbanstica e ambiental

    incidentes sobre a rea.

    Foram levantados os

    diversos estudos, planos, projetos e programas j existentes para o

    Hipercentro, bem como informaes produzidas no mbito do

    poder pblico e do setor privado.

    + Levantamento de informaes secundrias -

    + Desenvolvimento de pesquisas - Nas pesquisas foram levantadas

    informaes primrias que subsidiaram no s o diagnstico, mas

    as etapas posteriores de formulao de diretrizes e detalhamento

    de propostas e aes que compem o Plano. Os procedimentos

    adotados nessas pesquisas foram:

    ! Pesquisa de Uso e Ocupao dos Imveis - Essa pesquisa, de

    carter censitrio, teve uma primeira etapa realizada em 2.002,

    cobrindo uma rea menor que a do plano atual. Em 2.006,

    foram utilizados os mesmos instrumentos e metodologia para

    levantamento da regio no pesquisada anteriormente - sul da

    Avenida Bias Fortes e regio hospitalar - bem como de uma

    amostra aleatria de quarteires que fizeram parte da primeira

    pesquisa com o objetivo de avaliar novas tendncias e checar

    algumas das principais concluses formuladas poca. Foram

    identificados e caracterizados tanto os imveis vazios como

    aqueles ocupados por conjuntos residenciais, estabelecimentos

    de servio de uso coletivo, estabelecimentos comerciais e de

    servios, inclusive estacionamentos, e os conjuntos comerciais,

    constitudos de andares corridos, salas ou galerias de lojas. Ao

    todo foram pesquisados 49 quarteires, sendo 25

    correspondentes nova rea de estudo incorporada ao Plano e

    24 quarteires selecionados aleatoriamente entre os 135

    pesquisados em 2.002.

    ! Pesquisa das Condies Atuais dos Imveis Vazios e com Altas

    Taxas de Vacncia - Essa pesquisa considerou tanto os imveis

    interveno urbanstica recente da Prefeitura de Belo

    identificados na pesquisa de 2.002 como aqueles situados nos

    quarteires que integram a rea ampliada para o Plano,

    levantados em 2.006. Estes imveis foram vistoriados com o

    objetivo de informar a situao atual dos mesmos (vazio,

    parcialmente vazio, em processo de reocupao ou reocupado),

    e de explorar as possibilidades de reocupao, ou melhor, de uso

    dessas estruturas.

    ! Pesquisa de Opinio - Desenvolvida nas reas que sofreram

    Horizonte (Praa Sete, Praa da Estao/Rua Aaro Reis, Rua

    dos Caets, Rua Carijs), teve como objetivo avaliar os

    impactos de tais projetos nas respectivas reas de influncia. A

    pesquisa com passantes foi realizada em diferentes horrios

    (manh, tarde e noite) em dois dias por local, somando um total

    de 273 entrevistados. Com os comerciantes foi feita uma

    pesquisa amostral em 93 estabelecimentos selecionados de

    forma aleatria.

    ! Pesquisa de Percepo Ambiental - Essa pesquisa teve como

    objetivo conhecer a relao estabelecida dos entrevistados com

    a rea em estudo. Foram considerados quatro grupos de

    entrevistados: moradores, estabelecimentos comerciais e de

    prestao de servio, organizaes civis e entidades de atuao

    pblica. Na seleo dos entrevistados trabalhou-se tambm com

    cobertura espacial de toda rea em estudo. Posteriormente,

    com base nas informaes obtidas nas entrevistas, foi traada

    uma subdiviso espacial decorrente da percepo dos

    entrevistados. Foram entrevistadas 72 pessoas.

    ! Pesquisa de Apropriao dos Espaos Pblicos - Baseada na

    observao, em dias e horrios diversos, da dinmica construda

    pelos usurios da rea de abrangncia do Hipercentro e do

    Projeto de Requalificao da rea do Mercado Central e

    Adjacncias.

    ! Pesquisa com Pessoas e Representantes de Organizaes e

    Instituies Pblicas e Privadas -Foram entrevistadas 16 pessoas

    com experincias em gesto de planos, programas e projetos e

    que notoriamente detm conhecimentos sobre gesto de

    cidades, com o objetivo de coletar subsdios para a discusso de

    alternativas de gesto integrada de aes de reabilitao de reas

    centrais aplicveis para o caso de Belo Horizonte.

    Os entrevistados nas pesquisas realizadas constituram o pblico alvo

    selecionado para as oficinas externas. Na primeira, realizada em dois

    dias, tendo como objetivo a apresentao dos resultados do

    diagnstico, discusso, alterao ou complementao dos mesmos,

    bem como sugesto de diretrizes a serem estudadas, compareceram

    62 pessoas no primeiro dia, e 52 no segundo.

    Finalizado o diagnstico, a equipe tcnica responsvel pelo trabalho

    passou formulao das diretrizes segundo os temas mais

    importantes identificados: Habitao; Requalificao de Espaos

    Pblicos; Atividades Econmicas; Sistema Virio e Transportes

    Pblicos; Legislao Urbana e Gesto. As concluses obtidas foram

    2

    PLANO DE REABILITAO DO HIPERCENTRO DE BELO HORIZONTE

    PBH / PRXIS - 2007

  • Fonte: IBGE, Censo Demogrfico, 1991 e 2000

    Quadro 1 - Nmero de domiclios, de moradores e taxa anual de crescimento (% ao ano)

    Hipercentro (comparvel nos dois anos), Regio Centro-Sul e Belo Horizonte - 1991 e 2000

    %

    317

    290

    432

    452

    619

    1.031

    1.501

    1.273

    1.005

    1.021

    924

    856

    818

    637

    490

    467

    379

    415

    450

    663

    1.189

    1.892

    1.615

    1.139

    1.245

    1.246

    1.191

    1.134

    923

    938

    933

    941

    702

    917

    -8,0 -6,0 -4,0 -2,0 0,0 2,0 4,0 6,0 8,0

    0 a 4

    5 a 9

    10 a 14

    15 a 19

    20 a 24

    25 a 29

    30 a 34

    35 a 39

    40 a 44

    45 a 49

    50 a 54

    55 a 59

    60 a 64

    65 a 69

    70 a 74

    75 a 79

    80 ou mais

    Homens Mulheres

    Hipercentro - Homens Hipercentro - Mulheres Brasil - Homens Brasil - Mulheres

    Grfico 1- Distribuio da populao por sexo e idade - 2000

    Grfico2 - Perfil scio econmico da populao do Hipercentro

    Idade mdia da populao (anos)

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    Hipercentro Centro-Sul B.Horizonte

    Anos de estudo dos responsveis

    0

    5

    10

    15

    Hipercentro Centro-Sul B.Horizonte

    Rendimento dos responsveis (SM)

    0

    5

    10

    15

    20

    25

    Hipercentro Centro-Sul B.Horizonte

    Fonte: IBGE, Censo Demogrfico, 2000

    Moradores por domiclio

    0

    1

    2

    3

    4

    Hipercentro Centro-Sul B.Horizonte

    Fonte: IBGE, Censo Demogrfico, 2000

    Local

    Nmero de

    domiclios

    Populao

    residente

    Taxa anual de

    crescimento

    1.991

    2.000

    1.991

    2.000

    Domiclios

    Populao

    Hipercentro

    (comparvel)

    15.232

    15.747

    37.929

    36.192

    0,37

    -0,52

    Regio Centro-Sul 72.327 84.178 247.032 264.102 1,70 0,75

    Belo Horizonte 510.086 628.447 2.004.323 2.226.135 2,35 1,17

    trata-se da regio prxima Rodoviria, seguindo em direo ao

    Mercado Novo e Mercado Central atravs da Avenida Olegrio

    Maciel.

    sistematizadas e consolidadas internamente ao Grupo Gestor e s

    diversas secretarias e rgos da administrao pblica municipal e,

    aps, novamente discutidas em oficina externa, qual

    compareceram 86 pessoas na primeira etapa para os trabalhos em

    grupo e 57 na reunio plenria.

    Finalmente, as diretrizes estabelecidas foram traduzidas, pela equipe

    tcnica, em um conjunto de aes e propostas de atuao,

    novamente consolidadas internamente e apresentadas em uma

    oficina externa com participao dos representantes da sociedade

    civil j integrados ao processo em eventos anteriores. Como

    resultado destas oficinas, sugestes foram incorporadas e as

    propostas finais foram consolidadas e submetidas a um exerccio

    coletivo de priorizao com participao de tcnicos e membros do

    governo de diversas reas de atuao. Para tanto, foi utilizado um

    sistema de pontuao que considerou como critrios o potencial

    estratgico da proposta, em termos de resoluo de conflitos,

    gerao de efeitos multiplicadores ou de envolvimento e reforo a

    mais de uma poltica setorial; a viabilidade econmica da mesma

    atravs de recursos internos ou externos Prefeitura; o grau de

    independncia em relao a outras aes; a abrangncia espacial dos

    resultados e o potencial de incluso social da proposta ou ao.

    2 - RESUMO DO DIAGNSTICO

    elaborao de um diagnstico detalhado a partir da Ainvestigao tcnica em diversas reas de estudo e da contribuio da populao envolvida atravs de entrevistas e oficinas

    participativas foi fundamental para o desenvolvimento do Plano de

    Reabilitao do Hipercentro. Neste documento, apresentam-se, de

    forma expedita, as questes mais relevantes dos temas de maior

    destaque no Diagnstico vistos sob a tica da integrao e

    abrangncia dos mesmos.

    2.1 - Caracterizao do Perfil Socioeconmico da Populao

    Residente

    O perfil dos moradores do Hipercentro muito caracterstico,

    diferindo bastante do perfil do belohorizontino em geral e mesmo

    do morador da regio centro-sul.

    Caracterizam o tipo de famlia predominante na rea, pessoas em

    faixas etrias mais elevadas, (idade mdia de 40 anos enquanto na

    regio centro-sul de 34 e em Belo Horizonte de 30), muitas vezes

    morando sozinhas ou com companheiros que no so seus cnjuges.

    A proporo de crianas e de jovens at 19 anos pequena (17,5% do

    total) sendo o maior grupo de pessoas o daquelas nas faixas etrias

    entre 20 e 29 anos, provavelmente estudantes ou trabalhadores em

    incio de carreira profissional (20,9% do total). tambm grande o

    percentual de pessoas do sexo feminino em todas as faixas etrias a

    partir de 30 anos. O grfico apresentado a seguir ilustra bem a

    distribuio particular da populao do Hipercentro em termos da

    relao faixa etria e sexo, aqui comparada com a populao do

    Brasil.

    Quanto escolaridade, a proporo de responsveis com 11 anos ou

    mais de estudo superior, inclusive, da regio Centro-Sul (11,9 no

    Hipercentro, 11,7 na Centro Sul, 8,0 no Municpio).

    A mdia de rendimentos relativamente alta na rea, 13,9 salrios

    mnimos, inferior verificada na regio Centro-Sul (20,7

    ), porm bem superior mdia do municpio (8,1

    ).

    Somente um setor censitrio apresenta rendimento mdio dos

    responsveis pelos domiclios inferior a cinco salrios mnimos:

    salrios

    mnimos salrios

    mnimos

    A taxa de crescimento da populao residente na rea de estudo - um

    pouco ampliada para tornar-se comparvel segundo os setores

    censitrios do IBGE no perodo 1.991-2.000 - foi negativa, embora a

    do nmero de domiclios tenha ficado pouco acima de zero,

    conforme mostrado no quadro a seguir. Isto decorreu,

    principalmente, devido diminuio, do nmero mdio de

    moradores por domiclio de 2,49 para 2,30. De fato verificou-se

    uma proporo significativa (31,8%) de domiclios com um s

    morador.

    3

    PLANO DE REABILITAO DO HIPERCENTRO DE BELO HORIZONTE

    PBH / PRXIS - 2007

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    LEGENDA

    Comrcio e servios - conjuntos de salas e lojas (281)

    Comrcio e serviosl - unidades autnomas (873)

    Edificao inteiramente vazia (92)

    Lote vago sem uso algum

    Fonte: Prxis,Pesquisa de Uso e Ocupao dos Imveis, 2002,2006.

    rea pesquisada em 2002

    rea pesquisada em 2006

    (15)

    Misto - Residncia multifamiliar e lojas (232)

    Misto - Residncia unifamiliar e lojas (28)

    Residncia multifamiliar (30)

    Residncia unifamiliar (32)

    Equipamento de uso coletivo (149)

    Figura 2 - Uso dos imveis

    2.2 - Aspectos Urbansticos e Econmicos

    A grande diversidade de usos mantm-se como a caracterstica mais

    marcante da rea, estando sua atratividade relacionada ampla oferta

    de bens e servios e fcil acessibilidade. Destaca-se, contudo, que, a

    despeito da predominncia do uso comercial e de servios -

    presentes em cerca de 84% dos imveis existentes - o uso residencial

    e os servios coletivos tm presena significativa, ocupando,

    respectivamente, cerca de 19% e 8,6% do total das edificaes

    pesquisadas.

    O uso residencial ocorre de forma mais concentrada na poro sul do

    Hipercentro, seguida da parte localizada a Oeste e praticamente

    inexistente na poro norte, delimitada pelas Avenidas Afonso Pena,

    Amazonas e Contorno. As unidades de melhor padro e com maior

    nmero de garagens ocorrem na poro sul da rea, observando-se

    empreendimentos imobilirios mais recentes, especialmente ao sul

    da Avenida Augusto de Lima.

    As taxas de vacncia identificadas nos edifcios residenciais esto em

    patamares compatveis, seno baixos, considerando uma dinmica

    normal do mercado imobilirio - 6,2% em mdia. Neste percentual

    inserem-se as unidades vagas encontradas em edifcios novos, ainda

    em processo de comercializao.

    rea mais dinmica em termos imobilirios e somente

    trs correspondem a tipologias verticais, com mais de quatro

    andares, representando algum potencial relevante em termos de

    reocupao. Entretanto, muitos imveis encontram-se parcialmente

    vazios, principalmente em seus andares superiores, ou subutilizados,

    assim classificados por tratarem-se de imveis tombados ou de

    interesse cultural, ocupados com usos que no contribuem para a sua

    valorizao e conservao.

    Nota-se, ainda, que no h uma relao direta entre taxas de vacncia

    e nmero de vagas de garagem, nem idade da edificao, tampouco

    localizao dos imveis, confirmando a existncia de uma demanda

    especfica para moradia no Centro, mais orientada para as vantagens

    locacionais e de acessibilidade da rea no contexto da cidade.

    Os servios de uso coletivo, que em geral tm uma grande

    capacidade de polarizao, esto distribudos por toda rea. Grande

    Apesar do total de edificaes do tipo residencial que permanecem

    vazias ser significativo 48 num total de 92 imveis inteiramente

    vazios-, verifica-se que, destes, 44 so casas, a maioria concentrada

    na poro sul,

    4

    PLANO DE REABILITAO DO HIPERCENTRO DE BELO HORIZONTE

    PBH / PRXIS - 2007

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    ESCALA

    LEGENDA

    Limite do Plano de Reabilitao do Hipercentro

    Edificaes vazias

    Edificaes parcialmente vazias

    Edificaes subutilizadas

    Edificaes reocupadas

    Edificaes em processo de reocupao

    Lotes vagos sem uso algum

    Fonte: Prxis,2006.

    Figura 3 - Imveis vazios, subutilizados, reocupados e em processo de reocupao

    parte deles localiza-se em edifcios ou nas imediaes dos espaos

    que ao longo da histria tornaram-se referncias simblicas e

    contribuem para o reconhecimento da rea como a principal

    polarizao da Regio Metropolitana. Destaca-se, contudo, uma

    concentrao dos equipamentos de sade na rea hospitalar, que se

    junta ao Parque Municipal e a outras instituies ao longo da Avenida

    Afonso Pena e do Ribeiro Arrudas, conformando uma grande rea

    dedicada ao uso institucional. Destaca-se ainda, em toda a rea,

    grande concentrao de diversos servios da administrao pblica,

    associaes/sindicatos e entidades de ensino.

    Alm de atrarem pblicos diversos para o Hipercentro, esses

    equipamentos tambm conferem animao para muitas reas em

    horrios ociosos do comrcio, como o caso das escolas e dos

    equipamentos culturais. O percentual de estabelecimentos que

    funcionam aos sbados (48%) e domingos (27,5%) e em horrios

    noturnos (cerca de 40%) significativo.

    Grande parte destas instituies est consolidada na regio (muitas

    com mais de 30 anos no local), embora um percentual considervel

    de servios coletivos diversos tenha se instalado h menos de cinco

    anos, denotando um movimento de reocupao empreendido,

    principalmente pelo setor pblico, o que pode, ainda, estar

    influenciando o surgimento de outras atividades complementares.

    No setor cultural destaca-se a presena do Palcio das Artes como

    principal plo de atividades culturais da cidade, alm do Centro

    Cultural Belo Horizonte na Rua da Bahia, do Instituto Moreira Sales

    na Avenida Afonso Pena, dos dois centros culturais da UFMG (um no

    antigo Conservatrio Mineiro de Msica, outro na Praa da Estao)

    e dos teatros Francisco Nunes, Marlia, Clara Nunes, Casa Nova e da

    Cidade. Alm destes, quatro novos empreendimentos de porte,

    ocupando imveis antes vazios, apresentam grande potencial para

    provocar efeitos positivos na dinamizao de atividades e

    reqalificao de imveis no entorno. So eles: o Museu de Artes e

    Ofcios na Praa da Estao, o Liceu de Artes, Cultura Esporte e

    Sade - LACES, j implantado pelo Servio Social do Comrcio na

    esquina da Rua Caets com So Paulo, e os Centros Culturais em

    implantao, aproveitando as antigas estruturas do Cine Palladium e

    do Cine Brasil.

    Igualmente dispersos por toda a rea de estudo, embora ligeiramente

    mais freqentes na poro sul, encontram-se os estacionamentos. A

    maioria dos 165 identificados funciona em lotes desocupados a partir

    de demolies. H somente 15 lotes vagos sem uso em toda a rea de

    estudo.

    5

    PLANO DE REABILITAO DO HIPERCENTRO DE BELO HORIZONTE

    PBH / PRXIS - 2007

  • Fotos 1, 2 e 3 - Comrcio popular.

    Fotos 4, 5 e 6 - Recuperao de imveis e estabelecimentos comerciais em reas que sofreram intervenes de requalificao.

    Rua dos Caets Rua dos Carijs Rua Aaro Reis

    Com relao ao uso comercial e de servios, observou-se que as lojas

    autnomas, ou seja, fora de conjuntos ou galerias, que constituem o

    maior nmero entre as demais tipologias, esto distribudas por toda

    a rea de estudo. J as situadas em conjuntos e galerias encontram-se

    mais concentradas no entorno da Praa Sete.

    A taxa de vacncia identificada nas lojas autnomas (em torno de

    8,3%), como no uso residencial, considerada dentro dos padres

    normais de mercado. Neste caso, o fenmeno da rotatividade, tanto

    de proprietrios como de ramo dos estabelecimentos, foi

    identificado como mais importante do que o suposto esvaziamento.

    J as taxas encontradas para os conjuntos comerciais (em torno de

    17% para andares corridos, 22% para lojas e 19% para salas)

    mostram uma situao que denota problemas e exige aes

    especficas.

    A fuga de alguns usos do Centro, responsvel por altas taxas de

    vacncia de muitos imveis, e a intensificao do processo de

    popularizao dos estabelecimentos comerciais, esto em grande

    medida relacionadas a transformaes estruturais de alguns setores

    da atividade econmica - como o caso das sedes bancrias e dos

    cinemas -, criao de outras centralidades (Savassi, Barreiro, Venda

    Nova, Buritis, shopping centers), perda de competitividade da rea

    em funo da baixa qualidade ambiental (poluio sonora e

    atmosfrica), da deteriorao fsica dos espaos pblicos e dos

    imveis e das piores condies de circulao e segurana, associadas

    ao fato da legislao urbanstica aprovada em 1.996 ter ampliado as

    possibilidades de assentamento dos usos no residenciais nos bairros.

    Alm disso, a maior complexidade da rede de centros envolvendo

    centros de bairros e centros regionais e plos de comrcio e servios

    em municpios da Regio Metropolitana (Betim, Contagem, Nova

    Lima) juntamente com a atrao exercida por alguns municpios

    atravs da adoo de polticas tributrias vantajosas, tambm

    contriburam para esse fenmeno de descentralizao e evaso de

    atividades mais rentveis do Hipercentro.

    Por outro lado, h a proliferao de feiras shoppings e a criao dos

    shoppings populares a partir da retirada dos camels das ruas, o que

    tem contribudo tanto para a reocupao de imveis vazios e para a

    dinamizao de algumas reas deterioradas do Hipercentro, quanto

    para reforar a tendncia de popularizao das atividades na rea.

    A comparao dos dados sobre o uso e o estado de conservao dos

    imveis nos dois momentos pesquisados (2000 e 2006) indicou que

    o maior nmero tanto de pequenas alteraes quanto de mudanas

    expressivas ocorreu na poro norte do territrio, prximo s reas

    que receberam obras de requalificao implantadas pela Prefeitura.

    Consideraram-se pequenas alteraes principalmente aquelas

    ligadas a ocorrncias na fachada ou em frente ao imvel, e alteraes

    expressivas aquelas que envolveram mudanas de uso e ocupao do

    prprio imvel.

    A atualizao da pesquisa de uso e ocupao dos imveis indicou

    tambm uma incipiente recuperao do mercado imobilirio no

    perodo (2002/2006), atestada pelo decrscimo do nmero de

    imveis totalmente vazios nos quarteires pesquisados (de 92 para

    86), pelo decrscimo na taxa de vacncia de imveis residenciais (de

    7,7% para 6,2%), decrscimo na taxa de vacncia de galerias e

    conjuntos comerciais em geral (de 19,9% para 13,4%) e aumento de

    5% do nmero de lojas autnomas (de 279 para 293).

    Sob a tica dos que atuam no mercado imobilirio, como de fato

    atestam as pesquisas, o maior problema reside na questo das salas,

    uma vez que o mercado de imveis residenciais est aquecido.

    Entretanto, identificou-se que as reas istimas de cobrana do

    Imposto Predial e Territorial Urbano-IPTU e do Imposto sobre

    Transferncia de Bens Imveis-ITBI na rea central so as mais

    elevadas da cidade, o que pode inflacionar o preo dos alugueis e

    prejudicar a dinamizao do mercado de compra e venda de imveis

    na rea.

    O Hipercentro concentra um grande nmero de imveis tombados,

    especialmente nas reas dos conjuntos urbanos protegidos pelo

    municpio, que, como mostrado nas figuras 4 e 5, ocupam parte

    significativa do Hipercentro. O fato de estarem praticamente

    ausentes na poro oeste da rea de estudo no significa, entretanto,

    a inexistncia de edificaes de interesse cultural naquela regio. H

    estudos da Gerncia de Patrimnio Histrico visando constituio

    de um novo conjunto urbano protegido, estendendo-se da regio da

    Rodoviria at a Praa Raul Soares.

    6

    PLANO DE REABILITAO DO HIPERCENTRO DE BELO HORIZONTE

    PBH / PRXIS - 2007

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    0 125 250m

    ESCALA

    LEGENDA

    Limite do Plano deReabilitao do Hipercentro

    Rua dos Caets

    Rua da Bahia

    Igreja da Boa Viagem

    Praa da Estao

    Avenida Afonso Pena

    Avenida lvares Cabral

    Praa da Liberdade

    Fonte: PBH - Gerncia de Patrimnio Cultural, 2006.

    Figura 4 - Conjuntos urbanos tombados

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    0 125 250m

    ESCALA

    LEGENDA

    Limite do Plano deReabilitao do Hipercentro

    Bens tombados

    Rua / Viaduto tombados

    Imveis de interesse histrico-cultural

    Fonte: PBH - Gerncia de Patrimnio Cultural, 2006.

    Figura 5 - Imveis tombados e de interesse cultural

    7

    PLANO DE REABILITAO DO HIPERCENTRO DE BELO HORIZONTE

    PBH / PRXIS - 2007

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    Parque Munici alp

    Limite da rea de estudos

    Via preferencialmente de pedestres. Fluxo intenso de pedestres inclusive na

    faixa de rolamento.

    reas principais de circulao de catadores de papel. Proximidade de

    depsitos de papis, mercados, etc.

    reas de concentrao de populao de rua para descanso.

    Predominncia do comrcio popular e usurios de baixa renda.

    Presena do comrcio sofisticado e dos servios. Presena de usurios de

    maior poder aquisitivo.

    reas com forte carter de lazer e descanso.

    reas de baixo fluxo de pedestres e alto grau de degradao das caladas.

    Pores apropriadas por parcelas marginalizadas da populao. Presena de

    edificaes abandonadas, galpes, imveis fechados. Idia de no lugar.

    Principais edificaes de referncia na rea central.

    Passarelas de articulao centro-bairro e transposio da Av. Contorno e linha

    frrea. Fluxo intenso de pedestres.

    Principais pontos de concentrao de pedestres em funo do transporte

    coletivo.

    Fonte: Prxis, 2006.

    LEGENDA

    0 125 250m

    ESCALA

    Figura 6 - Sntese da dinmica urbana - Perodo diurno

    2.3 - Apropriao dos Espaos Pblicos

    O Hipercentro de Belo Horizonte apresenta-se abrangente e

    diversificado no s no que se refere ocupao e uso dos espaos

    privados, mas tambm quanto s formas de uso do espao pblico. A

    pesquisa realizada mostra como a rea continua a exercer funo

    privilegiada no contexto da cidade como espao democrtico,

    propiciando diversas possibilidades de contato com os mais

    diferentes pblicos. Os mapas apresentados a seguir sintetizam as

    dinmicas diurnas e noturnas de seus espaos pblicos, definindo

    territrios de apropriao, muitas vezes fluidos, efmeros e

    superpostos, mas que contribuem para a construo de diferentes

    escalas de relacionamento humano, do local ao metropolitano.

    Segundo Brunet, o territrio contribui, (...), para fortalecer o

    sentimento de pertencimento, ajuda na cristalizao de

    representaes coletivas, dos smbolos que encarnam em lugares

    memorveis (CLAVAL, 1.996, p.11). Est nos centros urbanos a (1)

    possibilidade da instaurao de uma zona neutra da cidade, na qual

    grupos diversos se interagem, um ponto de contato privilegiado para

    trocas, para a festa e para o desenvolvimento de culturas.

    Os territrios construdos no centro tradicional aparecem, deste

    ponto de vista, como essenciais, oferecendo queles que nele

    circulam, habitam ou trabalham condies de intercomunicao e

    fortes referncias simblicas. Lugar da densidade, da aproximao e

    da mistura, de tudo ao que se traduz pejorativa e

    preconceituosamente como catico ou desordenado, as reas

    centrais configuram a paisagem do mundo contemporneo, onde a

    relao entre corpos e o contato com o outro assume uma forma (2)

    especfica de construo do urbano e do espao.

    (1) O termo neutra aparece aqui no no sentido de indiferente, mas sim no de imparcial. A

    zona neutra seria assim uma zona receptiva aos mais diversos modos de uso do espao, onde a

    troca encontra um ponto passvel de efetivao, propiciador da conscincia, interlocuo,

    reflexo e construo de novos valores.

    (2) Na concepo de Lefebvre (1970, p.160), o urbano rene tudo, inclusive os determinismos, as

    matrias e contedos heterogneos, a ordem e a desordem anteriores. A compreendidos os conflitos, as

    comunicaes e formas de comunicaes preexistentes. Como forma que trans-forma, o urbano ds-

    estrutura e re-estrutura seus elementos, as mensagens e cdigos egressos do industrial e do agrrio.(...) O

    urbano poderia, portanto, ser definido como o lugar da expresso dos conflitos, invertendo a separao

    dos lugares onde a expresso desaparece, onde reina o silncio, onde se estabelecem os signos da separao.

    O urbano poderia tambm ser definido como lugar do desejo, onde o desejo emerge das necessidades, onde

    ele se concentra porque se reconhece, onde se reencontram talvez (possivelmente) Eros e Logos. A natureza

    (o desejo) e a cultura (as necessidades classificadas e as artificialidades induzidas) a se reencontram, no

    curso de uma autocrtica mtua que mantm dilogos apaixonados.

    8

    PLANO DE REABILITAO DO HIPERCENTRO DE BELO HORIZONTE

    PBH / PRXIS - 2007

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    Parque Munici alp

    Limite da rea de estudos

    reas de concentrao de populao de rua para descanso.

    reas de concentrao de catadores de papel, trechos de destaque no seus percursos.

    reas de concentrao de pedestres para uso do transporte coletivo.

    reas de concentrao de motis populares, prostituio, shows e cinemas erticos.

    rea de concentrao de garotos de programa (michs).

    reas de maior destaque na concentrao de bares e restaurantes, com o uso das

    caladas para disposio de mesas, ocupando grande poro no espao pblico.

    Praas com concentrao de casais de namorados.

    Shows de msica ao vivo e/ou disposio de caixas de som voltadas para o espao

    pblico. Som de alta intensidade e grande abrangncia espacial.

    Pontos de lazer noturno, boemia e happyhour (bares e restaurantes)

    propiciadores de movimento de usurios.

    Ponto de encontro de usurios dos bares da Galeria Center Praa.

    Ponto de encontro de usurios da Galeria Praa 7 (roqueiros, punks ,hip

    hop, etc, na maioria adolescentes).

    Pontos de encontro para excurses e embarque em nibus de viagem.

    Pontos de encontro de skatistas para prtica do esporte.

    Ponto de encontro de surdos mudos.

    Ponto de encontro de religiosos. Show de msica religiosa e pista de dana,

    s sextas-feiras.

    Ponto de encontro de pessoas, em geral senhores na faixa de 60 anos,

    jogando damas e xadrez.

    Fonte: Prxis, 2006.

    LEGENDA

    0 125 250m

    ESCALA

    Figura 7- Sntese da dinmica urbana - Perodo noturno No Hipercentro de Belo Horizonte os espaos pblicos so

    intensamente utilizados, em diferentes dias e horrios, seja como

    local de lazer / descanso, como local de trabalho e consumo ou como

    local de passagem.

    Como local de lazer e descanso, destaca-se a utilizao das praas e

    dos quarteires fechados por pessoas sozinhas, lendo jornais,

    ouvindo msica, observando o movimento, ou em grupos, jogando

    damas/ cartas, namorando ou passeando com animais de estimao;

    a utilizao de caladas em geral por usurios dos bares e

    lanchonetes, que dispem suas mesas frente dos estabelecimentos,

    por consumidores dos produtos alimentcios ofertados em veculos

    estacionados na via pblica ou mesmo por moradores de rua.

    Observaram-se tambm pessoas danando na rua, configurando

    reas de lazer relevantes no contexto da dinmica cultural e social do

    Hipercentro, skatistas praticando a modalidade street deste esporte

    e pessoas fazendo caminhada no Parque Municipal e na Praa Raul

    Soares; e a utilizao de espaos especficos como o entorno do

    Mercado Novo e a esquina das Avenidas Ezequiel Dias e Contorno,

    por trabalhadores e freqentadores da rea.

    Entre os que utilizam os espaos pblicos para trabalho e consumo,

    destacam-se os vendedores ambulantes (apesar da regulamentao

    proibindo essa forma de comrcio nas caladas), os artistas

    performticos de rua (mgicos, atores, danarinos, cantores, etc.),

    os Policiais Militares fazendo guarda ou ronda, os flanelinhas,

    guardadores e lavadores de carros, pessoas fazendo panfletagem

    e/ou anncio de servios, pessoas em filas de bancos, loterias

    (pagamento de contas) e rgos pblicos, ocupando a calada,

    funcionrios porta dos estabelecimentos, espera de clientes ou a

    postos para divulgao de ofertas ou informaes sobre as

    mercadorias/servios, s vezes com o uso de microfone,

    trabalhadores fazendo a carga e descarga de mercadorias na calada,

    pessoas fazendo ou participando de manifestaes polticas,

    pregadores religiosos, engraxates, pipoqueiros, jornaleiros,

    catadores de papel, crianas vendendo balas nos semforos e

    mendigos pedindo esmolas. Muitos destes permanecem ou utilizam

    reas especficas identificadas durante o trabalho.

    Outra forma de apropriao do espao pblico para o trabalho e

    consumo so as feiras. Na rea de estudo so apenas duas: a Feira de

    Artesanato da Avenida Afonso Pena, mais conhecida como Feira

    Hippie, e uma feira de produtos hortifrutigranjeiros e alimentos

    caseiros, realizada no quarteiro fechado da Avenida lvares Cabral,

    s sextas-feiras tarde.

    9

    PLANO DE REABILITAO DO HIPERCENTRO DE BELO HORIZONTE

    PBH / PRXIS - 2007

  • Fotos 7 e 8 - Espao pblico como local de trabalho e consumo: camel na esquina da

    Rua Tupinambs com avenida Amazonas; catadores de papel na Av.do Contorno,

    prximo ao Viaduto Castelo Branco.

    Fotos 9 e 10 - Espao pblico como local de permanncia e de passagem ( Avenida

    Paran e Rua dos Carijs )

    Fotos 1 1e 12 - Espao pblico como palco de manifestaes artsticas e culturais

    (Praa Sete).

    Fotos 13 e 14 - Apropriaes do espao pblico para descanso e lazer ( Praa Rio

    Branco e quarteiro fechado da Praa Sete).

    Fotos 15 e 16 - Diversidade de pblicos e formas variadas de apropriao do espao

    pblico - descanso e comrcio (Praa 7).

    Fotos 17 e 18 - Apropriao do espao pblico como atividade de comrcio e lazer

    (Avenida Amazonas e Rua dos Carijs).

    Grfico 3 - Crescimento homicdios BH (1990 - 2001)

    Crimes de Homicdio

    .1990 274

    .1991 312

    .1992 286

    .1993 293

    .1994 295

    .1995 321

    .1996 323

    .1997 326

    .1998 433

    .1999 505

    . 2000 669

    . 2001 744

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    200

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    400

    500

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    Crimes de Homicdio 274 312 286 293 295 321 323 326 433 505 669 744

    .1990 .1991 .1992 .1993 .1994 .1995 .1996 .1997 .1998 .1999 . 2000 . 2001

    Fonte:CRISP/UFMG (2002)

    Como local de passagem pelos pedestres, foram identificados

    caminhos preferenciais, destacando-se, alm dos principais

    corredores de transporte coletivos (Avenidas Amazonas, Santos

    Dumont e Paran), as vias com grande nmero de pontos de

    embarque e desembarque de passageiros (Avenidas Afonso Pena,

    Andradas, Olegrio Maciel e Alfredo Balena, Ruas Tupis, Tamoios e

    dos Guaranis) e reas com grande concentrao de estabelecimentos

    comerciais, como as Ruas dos Carijs e Rio de Janeiro.

    Pode-se perceber tambm a existncia de conflitos diversos, dentre

    os quais mesas de bar e mobilirio urbano mal localizado com

    transeuntes, particularmente com os portadores de necessidades

    especiais, bares com msica ao vivo e residncias, reas de carga e

    descarga, pontos de nibus, fluxo de pedestres e comrcio de rua.

    Tanto a pesquisa de percepo como a oficina de diagnstico

    apontam para a necessidade de melhorar a ao fiscalizadora da

    Prefeitura visando a coibir tais abusos e fazer cumprir a legislao em

    vigor, promovendo inclusive a devida regularizao de atividades e

    prticas no conformes existentes em vrios locais da rea. A

    necessidade de implementar aes educativas, seja para coibir

    comportamentos ou valorizar a rea e promover os vnculos afetivos

    tambm foi colocada pela comunidade envolvida na discusso da

    rea.

    De fato, atravs do monitoramento dos dados registrados pela

    Polcia Militar, evidenciou-se estreita relao entre qualificao

    ambiental dos espaos pblicos e o aumento da segurana nos

    mesmos.

    A continuidade destas aes, incluindo ampliao do Projeto Olho

    Vivo para outras reas, bem como a extenso dos projetos de

    requalificao para outros locais esto entre as principais demandas

    da populao.

    2.4 - Segurana

    Em Belo Horizonte o problema da criminalidade apareceu de forma

    contundente a partir de meados da dcada de 1990, conforme

    mostrado no grfico a seguir.

    Um estudo realizado em 2.002 pela Universidade Federal de Minas (3)

    Gerais sobre nveis de criminalidade no Hipercentro de Belo

    Horizonte mostra que a distribuio do crime em Belo Horizonte

    tende, de forma sistemtica, a acontecer de maneira diferenciada no

    espao, sendo que no Hipercentro muito grande a prevalncia de

    (3) Centro de Estudos de Criminalidade e Segurana Pblica CRISP, UFMG: A Criminalidade

    na rea do Hipercentro de Belo Horizonte, 2002.

    10

    PLANO DE REABILITAO DO HIPERCENTRO DE BELO HORIZONTE

    PBH / PRXIS - 2007

  • Figura 9 - Principais vias arteriais que acessam o Hipercentro

    Fonte: CICOp

    ABRIL 2005

    ABRIL 2006

    ABRIL 2004FLORESTA

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    ndice de Ocorrncias

    > 300 (alto) < 3 (baixo)

    Figura 8 - Evoluo da ocorrncia de eventos de criminalidade

    violenta na rea de monitoramento do Olho Vivo

    A situao atual do sistema de transporte urbano na capital faz com

    que muitos usurios se desloquem ao Centro somente para fazer

    transbordo e completar suas viagens, tornando o local uma grande

    rea de articulao. A intensa utilizao do Hipercentro pelo

    transporte coletivo no acompanhada pela devida priorizao de

    crimes contra o patrimnio e de pouca significao a ocorrncia de

    crimes contra a pessoa, sobretudo os homicdios. que nessa rea

    concentram-se as atividades econmicas que atraem a populao. Os

    dados mostram tambm que se o alto volume de pessoas, sobretudo

    durante o dia, dificulta, por um lado, a ocorrncia de determinados

    delitos como o roubo a mo armada, cria condies favorveis para a

    incidncia de outras categorias delituosas como o furto e o roubo a

    transeuntes.

    O mesmo estudo mostra ainda que, em termos espaciais, a

    distribuio desigual da criminalidade acontece no apenas entre o

    centro e a periferia. Tambm no Hipercentro as ocorrncias

    repartem-se de modo diferenciado em funo da maior ou menor

    concentrao de atividades e pedestres.

    Pesquisa realizada pela Prefeitura Municipal de Belo Horizonte em (4)

    2.002 ao analisar as condies de segurana na rea de estudo

    atravs de dados da Polcia Militar tambm atenta para esse tipo de

    distribuio espacial dos crimes, destacando o entorno da

    Rodoviria e os quarteires prximos Praa Sete como os locais de

    maior incidncia durante os dias de semana e a Avenida Afonso Pena,

    no trecho onde se realiza a Feira Hippie, como o local mais inseguro

    aos domingos. A pesquisa apresenta ainda duas concluses

    importantes: a primeira indica que as reas com maior registro de

    delitos coincidem com as regies onde se observa o menor nmero

    de imveis residenciais. A segunda refuta a correlao clssica entre

    reas degradadas e taxas de criminalidade elevadas, no tendo sido

    encontradas correspondncia significativa entre os locais com maior

    concentrao de imveis deteriorados e os mais altos nveis de

    ocorrncia policial.

    Por outro lado, deve-se destacar a progressiva melhoria das

    condies de segurana no Hipercentro observada atravs dos dados

    de monitoramento do Programa Olho Vivo e reconhecida por

    grande parte dos entrevistados pela pesquisa de percepo

    ambiental. So apontados como principais motivos para a reduo

    dos ndices de criminalidade na rea de estudo a retirada dos camels

    das ruas, a requalificao de espaos pblicos com melhoria da

    iluminao pblica, ordenamento das caladas, dos pontos de nibus

    e do mobilirio urbano, e principalmente as aes integradas da

    Polcia Militar, em parceria com setores da Administrao Municipal

    como fiscais de posturas, representantes do setor empresarial como

    do CDL, e da sociedade civil como da Associao de Condomnios,

    atravs do Conselho de Segurana Pblica CONSEP local.

    (4) PBH, Prxis Projetos e Consultoria: Pesquisa de Uso e Ocupao dos Imveis do

    Hipercentro de Belo Horizonte, 2002.

    2.5 - Acessibilidade e Mobilidade

    Do ponto de vista das condies de circulao observa-se a

    permanncia de altos volumes de trfego de passagem pela rea de

    estudo - nos principais corredores, o trfego de passagem

    corresponde a 58% do volume total. Para tanto contribui, alm do

    sistema virio radial de Belo Horizonte, no qual a regio central

    funciona como um n articulador, a ausncia de anis que liguem as

    principais artrias da cidade, o fato do complexo da Lagoinha

    permanecer incompleto, promovendo descontinuidade de sentidos

    de circulao e lanando, obrigatoriamente, grande parte dos fluxos

    nas avenidas do Hipercentro.

    No se observa, na concepo do funcionamento do trnsito no

    Hipercentro, a preocupao de se separar fisicamente os fluxos que o

    tm como destino daqueles que apenas utilizam suas vias para

    atravessamento da rea.

    11

    PLANO DE REABILITAO DO HIPERCENTRO DE BELO HORIZONTE

    PBH / PRXIS - 2007

  • Foto 19 - Caladas danificadas e sem padronizao.

    Foto 20 - Grande nmero de linhas nos pontos de embarque e

    desembarque.

    Foto 21 - Concentrao de pontos de nibus em espaos

    requalificados que no incluem abrigos para os usurios (Rua dos

    Caets).

    Foto 22 - Adoo de medidas moderadoras de trfego e adequao

    das caladas s normas para portadores de necessidades

    especiais em logradouros requalificados (Rua dos Carijs).

    Figura 10 - Vias utilizadas pelas linhas de nibus gerenciadas pela BHTRANS

    Fonte: BHTRANS/TECTRAN, 2006.

    Figura 11 - Vias utilizadas pelas linhas de nibus gerenciadas pelo DER/MG

    Fonte: BHTRANS/TECTRAN, 2006.

    Os estacionamentos rotativos com tempos mximos de uma, duas ou

    cinco horas esto distribudos na regio de forma inversamente

    proporcional atratividade da rea, ou seja, as zonas que possuem

    maior concentrao de atividades comerciais e de servios so as que

    possuem maior incidncia de rotativos com 1 hora de durao, e, por

    outro lado, os locais com rotativos de cinco horas so aqueles onde h

    menor demanda. A taxa de ocupao mdia dos trechos com

    rotativos de 1 e de 5 horas da ordem de 75% e nos trechos de 2

    horas da ordem de 60% . (ver figura 13)

    investimentos em infra-estrutura no local - pouqussimos trechos

    tm pistas exclusivas para nibus, praticamente todas as vias so

    utilizadas e toda a rea funciona como um grande terminal aberto

    para o transporte coletivo

    O trem metropolitano subutilizado em funo de no atender os

    centros de demanda, impondo aos usurios longas caminhadas.

    grande a concentrao de pedestres na rea e, de maneira geral, as

    condies so inadequadas: as caladas encontram-se em mau estado

    de conservao, faltam rebaixos e a situao dos mobilirios

    catica, muitos deles obstruindo a passagem de pedestres.

    (ver figuras 10,11 e 12).

    O Cdigo de Posturas aprovado em 2.003 trata em profundidade a

    questo do mobilirio urbano e tambm os rebaixos, mas devido ao

    pouco tempo de aprovao seus reflexos ainda no foram

    efetivamente observados. Deve-se considerar, entretanto, que todos

    os logradouros que receberam intervenes de requalificao

    recentes tiveram esses elementos regularizados e padronizados

    segundo as normas em vigor.

    Os dados mostram que a ocupao dos estacionamentos particulares

    no difere muito do que ocorre nos rotativos. Os particulares

    oferecem cerca de 12.000 vagas e apresentam tambm ndices de

    ocupao prximos de 75%, no caso de mensalistas, enquanto os

    horistas operam com cerca de 66% de ocupao mdia diria. Ainda

    h oferta ociosa de vagas de estacionamento no Hipercentro de Belo

    Horizonte ao longo do dia, embora possa haver horrios e locais em

    que os estacionamentos operem em suas capacidades mximas.

    12

    PLANO DE REABILITAO DO HIPERCENTRO DE BELO HORIZONTE

    PBH / PRXIS - 2007

  • 50

    Metropolitano

    100200

    Municipal

    Viagens Pico Tarde

    Rodoviaria

    Parque

    Municipal

    P. Raul Soares

    Figura 12 - Pontos de Embarque e Desembarque utilizados pelos sistemas

    municipal e metropolitano

    Fonte: BHTRANS/TECTRAN, 2006.

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    Fonte: BHTRANS, 2006.

    Figura 13 - Localizao dos estacionamentos rotativos no Hipercentro

    O grande nmero de linhas que acessam a regio (cerca de 290)

    demanda um nmero significativo de pontos de nibus (mais de

    250).

    2.6 - Condies da Infra-Estrutura

    Com relao infra-estrutura de drenagem, o problema principal

    reside na caracterstica do sistema misto de guas pluviais e

    esgotamento sanitrio, implantado em toda a rea. Alm dos impactos

    na macrodrenagem do muncpio, este sistema provoca mau cheiro em

    bocas de lobo e refluxo de guas pluviais contaminadas nos pontos

    onde ocorrem alagamentos (sete pontos no Hipercentro).

    Como principais dificuldades relativas limpeza urbana foram (5)

    identificadas: a insuficincia do nmero de cestos coletores , o

    comportamento da populao que, alm de atos de vandalismo para

    com os cestos, joga resduos em locais inadequados, provocando

    problemas de poluio visual e obstruo dos dispositivos de

    microdrenagem, o tempo prolongado de exposio do lixo depositado

    pelos estabelecimentos e moradores nas caladas e a ao de catadores

    que separam lixo no local, deixando a rea suja.

    2.7 - Legislao

    O principal aspecto a ser observado no que diz respeito aos impactos

    da legislao urbanstica na rea que, em funo do estado de

    consolidao da ocupao e do pequeno dinamismo imobilirio que

    caracteriza a maior parte do Hipercentro, tanto os incentivos a novas

    construes com parmetros mais permissivos, quanto as restries, (6)

    como o caso da proibio de alguns usos, contida no Plano Diretor

    aprovado em 1.996, e dos limites altimtricos nos conjuntos urbanos

    tombados, tornam-se incuos diante da quase total ausncia de

    renovao, exceo da poro sul da rea de estudo.

    O mesmo no se aplica s iniciativas de adaptao dos imveis para

    novos usos. Alm de entraves do Cdigo de Obras e da prpria Lei de

    Parcelamento, Ocupao e Uso do Solo para a implantao do uso

    residencial, qualquer mudana de uso em imveis vazios de grande

    porte so enquadradas como empreendimentos de impacto,

    implicando, muitas vezes, exigncias, custos e tempo de

    implementao adicionais, imputados como entraves pelos

    empreendedores que deveriam estar sendo incentivados.

    Os empreendimentos submetidos a licenciamento ambiental, apesar

    de numericamente reduzidos, so significativos em termos do impacto

    positivo que provocam no sentido das metas de requalificao

    preconizadas por este Plano. Trata-se de requalificao de espaos

    pblicos (Praa da Estao, Praa Rio Branco, Boulevard Arrudas,

    Estao Integrao BHBUS Central) ou projetos de reocupao de

    imveis vazios com usos estratgicos de interesse coletivo (Liceu de

    Artes Cultura Esporte e Sade-LACES da Caets, Sesc Palladium,

    (5) Est em processo licitatrio a colocao de novos cestos de coleta ampliando em 12 % o

    nmero atual.

    (6) O artigo 11 do Plano Diretor de Belo Horizonte, Lei 7.165/96, proibia na rea central a

    construo e ampliao de diversos usos, dentre eles sedes de rgos federais, estaduais e

    municipais, sedes de concessionrias ou permissionrias de servios pblicos de gua e

    esgoto, energia, telecomunicaes, correios e telgrafos ou transporte ferrovirio, quartis,

    fruns e tribunais, campi universitrios e escolas superiores isoladas e centros de

    convenes ou de exposies. Em 2.007, a Lei n 9.326, popularmente denominada Lei do

    Hipercentro, retrocedeu nesta proibio, revogando, em seu artigo 24, os incisos do art. 11

    do Plano de Diretor que citavam esses usos.

    Museu de Artes e Ofcios, Adaptao de edifcio comercial para uso

    habitacional na Rua So Paulo).

    As posturas introduzidas pelo novo Cdigo, aprovado em 2.003, ainda

    no produziram o resultado esperado, exceo do que diz respeito a

    placas e propagandas em empenas, onde h atuao

    com a

    Gerncia de Patrimnio da Secretaria Municipal de Regulao Urbana.

    Trata-se de tema polmico, com diversos elogios aos resultados, mas

    tambm crticas contundentes. Especificamente quanto s empenas, o

    privilgio dado aos usos no residenciais em detrimento do residencial,

    onde a propaganda no permitida, mostra-se contraditrio com a

    poltica de incentivo moradia no Hipercentro.

    2.8 - Percepes sobre o Hipercentro

    A pesquisa de percepo ambiental foi realizada com o objetivo de se

    conhecer a viso dos diversos grupos sociais presentes ou interessados

    na rea em estudo, quanto s referncias que marcam a histria do

    local, suas caractersticas atuais, as tendncias de evoluo e as

    expectativas e demandas daqueles que tm interesses vinculados a ela.

    Os resultados obtidos apresentam uma riqueza muito grande de

    conhecimentos e reflexes importantes e teis para o detalhamento do

    Plano de Reabilitao. De uma maneira geral entre a comunidade que

    mora, trabalha e usa o Hipercentro h um sentimento de melhoria das

    condies na rea associada retirada dos camels e aos resultados

    positivos das medidas voltadas para a segurana, tanto do programa

    Olho Vivo, quanto das aes integradas na rea de segurana.

    Pode-se constatar que as demandas mais constantes so de instituio

    ou de aprimoramento de atividades cotidianas de competncia do

    municpio. Os pontos mais citados durante as entrevistas referem-se

    manuteno ou ao incremento das melhorias conquistadas, ou seja:

    + Aumentar o sistema de fiscalizao considerando inclusive a

    ampliao do horrio de servio;

    + Continuar investindo na melhoria da segurana e implantar o

    projeto Olho Vivo em outras reas;

    conjunta da

    Secretaria de Administrao Regional Municipal Centro Sul

    13

    PLANO DE REABILITAO DO HIPERCENTRO DE BELO HORIZONTE

    PBH / PRXIS - 2007

  • + Incrementar as formas de divulgao e realizar campanhas educativas

    que melhorem a imagem e o funcionamento do Hipercentro;

    + Adotar soluo mais adequada para o atendimento da populao de

    rua e a conseqente reduo do nmero de mendigos nas reas

    pblicas;

    + Estimular a ocupao de imveis vazios com referncia especial

    Escola de Engenharia da UFMG.

    Com base no discurso dos entrevistados, foi possvel identificar que a

    regio da rodoviria seguindo em direo ao Mercado Novo e Mercado

    Central atravs da Avenida Olegrio Maciel percebida como um

    problema. Foram freqentes as referncias negativas a essa regio e

    recorrentes as demandas pelas intervenes urbansticas, nos moldes

    das recentemente implantadas pela PBH.

    As avaliaes sobre os projetos de requalificao implantados pela PBH

    (Praa Sete, Rua dos Carijs, dos Caets e Aaro Reis) so, em geral,

    muito positivas. Entre pessoas que circulavam por estes locais os

    percentuais de aprovao foram em torno de 90%.

    Entre os comerciantes, contudo, houve uma diferena significativa nas

    avaliaes dos projetos de requalificao conforme o local. Na Rua

    Carijs, seguida da Praa Sete e da Rua Caets, as avaliaes positivas

    predominaram. J na Praa da Estao, especificamente no Edifcio

    Central, as avaliaes foram, em sua maior parte, negativas, resultado

    atribudo reduo do nmero de linhas de nibus na Rua Aaro Reis e

    ao fato de estarem em curso, no momento da pesquisa, as obras do

    Boulevard Arrudas.

    Perceberam-se tambm avaliaes contraditrias para os casos de

    proprietrios de estabelecimentos de maior porte, em geral satisfeitos,

    e de comrcios muito pequenos, insatisfeitos em razo de terem

    perdido o espao da rua para expor suas mercadorias (os pequenos

    espaos internos no as comportam) e tambm clientela, j que muitos

    compradores desses pequenos estabelecimentos eram, s vezes,

    atrados pelos camels.

    De qualquer forma, considerando o conjunto das entrevistas com os

    diversos agentes que atuam no Hipercentro, percebe-se uma

    credibilidade crescente na atual administrao municipal, fruto das

    aes j implementadas e em curso e de uma postura diferente quanto

    ao envolvimento da sociedade civil e atuao em parceria.

    Finalmente, deve-se ressaltar que o diagnstico elaborado evidenciou o

    fato de que toda interveno tem conseqncias diferenciadas para

    grupos especficos. Se o Hipercentro tem sido, em alguma medida ou

    em alguns aspectos, abandonado pelo capital, isto no pode ser

    generalizado nem visto descolado das formas de apropriao pelos

    excludos e populares que tais fenmenos de degradao possibilitam.

    Assim, buscou-se, no encaminhamento do Plano, definir-se com

    clareza a quem destinar os esforos de reabilitao e como evitar

    impactos negativos para certos grupos, especialmente para aqueles

    com menor capacidade de incluso social.

    2.9 - Sub-reas do Hipercentro

    Apesar de possuir diversas caractersticas comuns, possvel perceber

    que o Hipercentro se subdivide em reas com distintas ambincias

    conferidas pela especializao do uso do solo, presena de

    equipamentos polarizadores e formas de apropriao particulares. O

    mapa a seguir ilustra a delimitao aproximada dessas sub-reas,

    consolidadas a partir da percepo de moradores, trabalhadores e

    usurios, bem como de tcnicos e estudiosos da rea de estudo. So as

    seguintes, as principais caractersticas de cada uma delas:

    1.Rodoviria e quarteires adjacentes: rea sob a influncia

    direta do terminal rodovirio com a presena de hotis, servios e

    comrcio popular orientados para o pblico que chega cidade de

    nibus e usurios do sistema de transportes coletivo que circulam pela

    regio. tambm a entrada para o Hipercentro para aqueles que

    desembarcam na estao de metr ou chegam rea a p vindo dos

    bairros Lagoinha, Bonfim e adjacncias. Os quarteires do entorno

    encontram-se entre os mais deteriorados do Hipercentro,

    apresentando imveis em pssimo estado de conservao, usos

    decadentes e presena de populao de rua, principalmente nos baixios

    dos viadutos que tambm se encontram muito degradados.

    2.Guaicurus, Santos Dumont e Caets: rea tradicionalmente

    associada ao comrcio, diverso e bomia de carter popular, goza

    de reputao negativa segundo o senso comum, como rea insegura

    pela presena de atividades marginais e ligadas contraveno (casas de

    prostituio, jogo do bicho e caa nqueis). Do ponto de vista

    econmico, sofreu com a sada do comrcio atacadista da Rua dos

    Guaicurus na dcada de setenta e mais recentemente com a decadncia

    do comrcio de roupas e armarinhos da Caets e Santos Dumont e

    fechamento de hotis por toda a regio. Com a retirada dos camels das

    ruas e criao dos shoppings populares a regio vem mostrando sinais

    de recuperao econmica e ambiental, associada tambm s obras de

    reabilitao de logradouros pblicos como o terminal da Rua

    Oiapoque, a Rua dos Caets, a Praa Rui Barbosa e o Boulevard

    Arrudas. Entretanto, h muitos imveis vazios e sub-utilizados na rea,

    alm de galpes e lotes vagos utilizados como estacionamentos,

    conferindo-lhe alto potencial para reocupao e renovao.

    3.Paran, Olegrio Maciel, Rio Grande do Sul e adjacncias:

    rea tambm caracterizada pela presena do comrcio popular,

    especializado em ferragens, auto peas, artigos eletrnicos e outras

    mercadorias para pblicos especficos alm do uso residencial que

    tambm tradicional na regio. Faz a ligao entre as regies da Praa

    Raul Soares e da Rodoviria, caracterizada por intenso fluxo de

    pedestres usurios de coletivos. Nas Avenidas Paran e Olegrio Maciel

    concentra-se um importante conjunto arquitetnico de estilo proto-

    moderno com elementos de inspirao Art-Dco que merece ser

    protegido.

    4.Praa Sete de Setembro e adjacncias : rea caracterizada pela

    maior concentrao e diversificao de atividades de comrcio e

    s