plano de reabilitação do hipercentro de belo horizonte
DESCRIPTION
O plano de Reabilitação do Hipercentro, desenvolvido pela prefeitura de Belo Horizonte como recursos do Programa Nacional de Reabilitação de Centros Urbanos do Min. das Ciidades. Foi Coordenado pela Secretaria Municipal de Politicas Urbanas como a colaboração dos diversos órgãos municipais e daqueles que mantêm algum vínculo como a regiãoTRANSCRIPT
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PLANO DE REABILITAO DO
HIPERCENTRO DE BELO HORIZONTE
PLANO DE REABILITAO DO
HIPERCENTRO DE BELO HORIZONTE
2007
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PLANO DE REABILITAO DO
HIPERCENTRO DE BELO HORIZONTE
PLANO DE REABILITAO DO
HIPERCENTRO DE BELO HORIZONTE
2007
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SUMRIO
Apresentao
1 - Metodologia 1
2 - Resumo do Diagnstico 2
2.1 - Caracterizao do Perfil Socioeconmico da Populao Residende 3
2.2 - Aspectos Urbansticos e Econmicos 4
2.3 - Apropriao dos Espaos Pblicos 8
2.4 - Segurana 1 0
2.5 - Acessibilidade e Mobilidade 1 1
2.6 - Condies da Infra-Estrutura 1 3
2.7 - Legislao 1 3
2.8 - Percepes sobre o Hipercentro 1 3
2.9 - Sub-reas do Hipercentro 1 4
3 - Diretrizes Gerais 1 6
4 - Diretrizes Setoriais 1 6
4.1 - Gesto e Legislao Urbanstica 1 6
4.2 - Habitao 1 7
4.3 - Apropriao de Espaos Pblicos 1 7
4.4 - Desenvolvimento Econmico 1 7
4.5 - Acessibilidade e Mobilidade 1 8
5 - Propostas 1 9
5.1 - Gesto 1 9
5.2 - Legislao 1 9
5.3 - Acessibilidade e Mobilidade Urbana 2 0
5.4 - Requalificao de Logradouros Pblicos 2 9
5.5 - Apropriao Especial dos Espaos Pblicos 3 2
5.6 - reas Especiais para Requalificao 3 3
5.7 - Reocupao Estratgica de Imveis Vazios e Subutilizados 3 6
5.8 - Revitalizao das Galerias Comerciais 4 0
5.9 - Operaes Urbanas 4 0
6 - Priorizao de Aes Estratgicas 4 6
6.1 - Definio de Critrios Utilizados 4 6
6.2 - Ordenao das Propostas 4 6
7 - Bibliografia 5 1
8 - Ficha Tcnica 5 4
9 - Anexos 5 5
PLANO DE REABILITAO DO HIPERCENTRO DE BELO HORIZONTE
PBH / PRXIS - 2007
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SANTA EFIGNIA
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SERRA
FLORESTA
FUNCIONRIOS
CRUZEIRO
BONFIM
SANTO
SANTA TEREZA
HORTO
CENTRO
rea de Estudos
Limite do Hipercentro Legal
(Lei Municipal 7.166/1996)
LEGENDA
Origem das coordenadas UTM: Equador e Meridiano de 45W de
Greenwich, acrescidas s constantes 10.000.000m e 500.000m,
respectivamente (Zona 23-SAD69)
0 250 500m
ESCALA
VENDA NOVA
NORTE
NORDESTE
PAMPULHA
NOROESTELESTE
CENTRO - SULOESTE
BARREIRO
5 km
MUNICPIO DE
BELO HORIZONTE
(Administraes Regionais)
REA DE ESTUDOS
Figura 1 - Mapa de localizao da rea de estudosAPRESENTAO
presenta-se neste documento o Plano de Reabilitao do
Hipercentro, desenvolvido pela Prefeitura de Belo HorizonteA com recursos do Programa Nacional de Reabilitao de Centros Urbanos do Min. das Cidades. Foi coordenado pela Secretaria Mu-nicipal de Politicas Urbanas com a colaborao dos diversos rgos municipais e daqueles que mantm algum vnculo com a regio.
A rea contemplada pelo Plano, mostrada na Figura ao lado,
compreende os quarteires correspondentes ao Hipercentro legal,
definido como uma macrozona de Belo Horizonte (Lei N
7.166/96), acrescidos do Parque Municipal, parte dos quarteires
ao longo do Ribeiro Arrudas, dois quarteires da rea hospitalar e
quarteires adjacentes Avenida Bias Fortes.
O objetivo principal do Plano de Reabilitao do Hipercentro
apontar solues de planejamento, desenho urbano e paisagismo que
permitam dinamizar usos e ocupao, implementar a melhoria do
ambiente urbano e a valorizao das reas pblicas, conferindo s
mesmas condies de vida compatveis com o seu potencial e sua
importncia na cidade.
O Plano de Reabilitao do Hipercentro de Belo Horizonte , por
sua forma de construo coletiva, um pacto entre a administrao
pblica municipal e a comunidade por um Hipercentro melhor:
ambientalmente mais qualificado, socialmente mais plural e mais
dinmico do ponto de vista econmico. Trata-se de um Plano
compromissado com a realidade do municpio, cuja implementao
poder em curto e mdio prazo trazer benefcios para todos, j que
se refere ao principal referencial simblico da cidade.
Alm das propostas, este documento apresenta a metodologia
adotada para o desenvolvimento do Plano de Reabilitao, um
resumo do diagnstico consolidado a partir dos estudos tcnicos e da
leitura comunitria, as diretrizes gerais e setoriais, construdas
coletivamente pelos diversos atores que participaram do processo -
as quais nortearam a elaborao das propostas - e, por fim, a
priorizao das aes estratgicas para o objetivo maior de
reabilitao da rea.
1
PLANO DE REABILITAO DO HIPERCENTRO DE BELO HORIZONTE
PBH / PRXIS - 2007
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1 - METODOLOGIA
elaborao do Plano de Reabilitao do Hipercentro iniciou-se Aa partir de uma reflexo sobre os objetivos do trabalho, o que permitiu um detalhamento das aes e redefinio de equipe tcnica
anteriormente proposta no edital de licitao. Determinou-se, j
inicialmente, envolver o maior nmero possvel de profissionais das
reas de planejamento e execuo de polticas pblicas da
administrao municipal, bem como representantes de vrios
setores atuantes na rea do Hipercentro, tanto entidades civis como
instituies pblicas e grupos organizados da sociedade. No mbito
da administrao municipal foi definido o Grupo Gestor do Plano,
composto principalmente por tcnicos das diversas secretarias e
rgos vinculados SMURBE - Secretaria Municipal de Polticas
Urbanas, com o papel de coordenar as aes e discutir com a equipe
da Prxis todas as etapas do cronograma de trabalho previamente
estabelecido.
Aps a definio da metodologia e da equipe tcnica adequada aos
objetivos propostos, iniciou-se a elaborao do diagnstico,
constitudo por uma leitura tcnica dos vrios aspectos
caractersticos da regio de trabalho que posteriormente seria
complementada por uma leitura comunitria, com a discusso dos
resultados tcnicos junto aos representantes dos vrios grupos de
interesses identificados.
Quanto participao do pblico externo administrao
municipal, foram priorizadas duas formas distintas de participao, a
primeira individual, atravs de um intenso dilogo com lideranas
em entrevistas estruturadas com roteiro pr-definido; a segunda
coletiva, em oficinas voltadas para a discusso de temas pr-
selecionados. As oficinas, em geral, foram divididas em trs etapas:
na primeira foram apresentados, pelos tcnicos da Prefeitura
Municipal e da Prxis, os objetivos e procedimentos da oficina, bem
como os principais resultados de estudos com o objetivo de subsidiar
a discusso. Na segunda etapa, os participantes foram divididos em
pequenos grupos formados por representantes da administrao
municipal, da sociedade civil e do setor pblico para discusso dos
temas propostos na oficina. Na terceira etapa, um representante de
cada grupo apresentou os principais resultados obtidos para
discusso em reunies plenrias.
As etapas do diagnstico podem ser assim resumidas:
+ Reviso bibliogrfica - Levantamento de pesquisas e trabalhos
acadmicos mais recentes que abordam temas afetos ao Plano.
Nesta oportunidade foram tambm pesquisados e analisados os
instrumentos jurdicos de natureza urbanstica e ambiental
incidentes sobre a rea.
Foram levantados os
diversos estudos, planos, projetos e programas j existentes para o
Hipercentro, bem como informaes produzidas no mbito do
poder pblico e do setor privado.
+ Levantamento de informaes secundrias -
+ Desenvolvimento de pesquisas - Nas pesquisas foram levantadas
informaes primrias que subsidiaram no s o diagnstico, mas
as etapas posteriores de formulao de diretrizes e detalhamento
de propostas e aes que compem o Plano. Os procedimentos
adotados nessas pesquisas foram:
! Pesquisa de Uso e Ocupao dos Imveis - Essa pesquisa, de
carter censitrio, teve uma primeira etapa realizada em 2.002,
cobrindo uma rea menor que a do plano atual. Em 2.006,
foram utilizados os mesmos instrumentos e metodologia para
levantamento da regio no pesquisada anteriormente - sul da
Avenida Bias Fortes e regio hospitalar - bem como de uma
amostra aleatria de quarteires que fizeram parte da primeira
pesquisa com o objetivo de avaliar novas tendncias e checar
algumas das principais concluses formuladas poca. Foram
identificados e caracterizados tanto os imveis vazios como
aqueles ocupados por conjuntos residenciais, estabelecimentos
de servio de uso coletivo, estabelecimentos comerciais e de
servios, inclusive estacionamentos, e os conjuntos comerciais,
constitudos de andares corridos, salas ou galerias de lojas. Ao
todo foram pesquisados 49 quarteires, sendo 25
correspondentes nova rea de estudo incorporada ao Plano e
24 quarteires selecionados aleatoriamente entre os 135
pesquisados em 2.002.
! Pesquisa das Condies Atuais dos Imveis Vazios e com Altas
Taxas de Vacncia - Essa pesquisa considerou tanto os imveis
interveno urbanstica recente da Prefeitura de Belo
identificados na pesquisa de 2.002 como aqueles situados nos
quarteires que integram a rea ampliada para o Plano,
levantados em 2.006. Estes imveis foram vistoriados com o
objetivo de informar a situao atual dos mesmos (vazio,
parcialmente vazio, em processo de reocupao ou reocupado),
e de explorar as possibilidades de reocupao, ou melhor, de uso
dessas estruturas.
! Pesquisa de Opinio - Desenvolvida nas reas que sofreram
Horizonte (Praa Sete, Praa da Estao/Rua Aaro Reis, Rua
dos Caets, Rua Carijs), teve como objetivo avaliar os
impactos de tais projetos nas respectivas reas de influncia. A
pesquisa com passantes foi realizada em diferentes horrios
(manh, tarde e noite) em dois dias por local, somando um total
de 273 entrevistados. Com os comerciantes foi feita uma
pesquisa amostral em 93 estabelecimentos selecionados de
forma aleatria.
! Pesquisa de Percepo Ambiental - Essa pesquisa teve como
objetivo conhecer a relao estabelecida dos entrevistados com
a rea em estudo. Foram considerados quatro grupos de
entrevistados: moradores, estabelecimentos comerciais e de
prestao de servio, organizaes civis e entidades de atuao
pblica. Na seleo dos entrevistados trabalhou-se tambm com
cobertura espacial de toda rea em estudo. Posteriormente,
com base nas informaes obtidas nas entrevistas, foi traada
uma subdiviso espacial decorrente da percepo dos
entrevistados. Foram entrevistadas 72 pessoas.
! Pesquisa de Apropriao dos Espaos Pblicos - Baseada na
observao, em dias e horrios diversos, da dinmica construda
pelos usurios da rea de abrangncia do Hipercentro e do
Projeto de Requalificao da rea do Mercado Central e
Adjacncias.
! Pesquisa com Pessoas e Representantes de Organizaes e
Instituies Pblicas e Privadas -Foram entrevistadas 16 pessoas
com experincias em gesto de planos, programas e projetos e
que notoriamente detm conhecimentos sobre gesto de
cidades, com o objetivo de coletar subsdios para a discusso de
alternativas de gesto integrada de aes de reabilitao de reas
centrais aplicveis para o caso de Belo Horizonte.
Os entrevistados nas pesquisas realizadas constituram o pblico alvo
selecionado para as oficinas externas. Na primeira, realizada em dois
dias, tendo como objetivo a apresentao dos resultados do
diagnstico, discusso, alterao ou complementao dos mesmos,
bem como sugesto de diretrizes a serem estudadas, compareceram
62 pessoas no primeiro dia, e 52 no segundo.
Finalizado o diagnstico, a equipe tcnica responsvel pelo trabalho
passou formulao das diretrizes segundo os temas mais
importantes identificados: Habitao; Requalificao de Espaos
Pblicos; Atividades Econmicas; Sistema Virio e Transportes
Pblicos; Legislao Urbana e Gesto. As concluses obtidas foram
2
PLANO DE REABILITAO DO HIPERCENTRO DE BELO HORIZONTE
PBH / PRXIS - 2007
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Fonte: IBGE, Censo Demogrfico, 1991 e 2000
Quadro 1 - Nmero de domiclios, de moradores e taxa anual de crescimento (% ao ano)
Hipercentro (comparvel nos dois anos), Regio Centro-Sul e Belo Horizonte - 1991 e 2000
%
317
290
432
452
619
1.031
1.501
1.273
1.005
1.021
924
856
818
637
490
467
379
415
450
663
1.189
1.892
1.615
1.139
1.245
1.246
1.191
1.134
923
938
933
941
702
917
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5 a 9
10 a 14
15 a 19
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25 a 29
30 a 34
35 a 39
40 a 44
45 a 49
50 a 54
55 a 59
60 a 64
65 a 69
70 a 74
75 a 79
80 ou mais
Homens Mulheres
Hipercentro - Homens Hipercentro - Mulheres Brasil - Homens Brasil - Mulheres
Grfico 1- Distribuio da populao por sexo e idade - 2000
Grfico2 - Perfil scio econmico da populao do Hipercentro
Idade mdia da populao (anos)
0
10
20
30
40
50
Hipercentro Centro-Sul B.Horizonte
Anos de estudo dos responsveis
0
5
10
15
Hipercentro Centro-Sul B.Horizonte
Rendimento dos responsveis (SM)
0
5
10
15
20
25
Hipercentro Centro-Sul B.Horizonte
Fonte: IBGE, Censo Demogrfico, 2000
Moradores por domiclio
0
1
2
3
4
Hipercentro Centro-Sul B.Horizonte
Fonte: IBGE, Censo Demogrfico, 2000
Local
Nmero de
domiclios
Populao
residente
Taxa anual de
crescimento
1.991
2.000
1.991
2.000
Domiclios
Populao
Hipercentro
(comparvel)
15.232
15.747
37.929
36.192
0,37
-0,52
Regio Centro-Sul 72.327 84.178 247.032 264.102 1,70 0,75
Belo Horizonte 510.086 628.447 2.004.323 2.226.135 2,35 1,17
trata-se da regio prxima Rodoviria, seguindo em direo ao
Mercado Novo e Mercado Central atravs da Avenida Olegrio
Maciel.
sistematizadas e consolidadas internamente ao Grupo Gestor e s
diversas secretarias e rgos da administrao pblica municipal e,
aps, novamente discutidas em oficina externa, qual
compareceram 86 pessoas na primeira etapa para os trabalhos em
grupo e 57 na reunio plenria.
Finalmente, as diretrizes estabelecidas foram traduzidas, pela equipe
tcnica, em um conjunto de aes e propostas de atuao,
novamente consolidadas internamente e apresentadas em uma
oficina externa com participao dos representantes da sociedade
civil j integrados ao processo em eventos anteriores. Como
resultado destas oficinas, sugestes foram incorporadas e as
propostas finais foram consolidadas e submetidas a um exerccio
coletivo de priorizao com participao de tcnicos e membros do
governo de diversas reas de atuao. Para tanto, foi utilizado um
sistema de pontuao que considerou como critrios o potencial
estratgico da proposta, em termos de resoluo de conflitos,
gerao de efeitos multiplicadores ou de envolvimento e reforo a
mais de uma poltica setorial; a viabilidade econmica da mesma
atravs de recursos internos ou externos Prefeitura; o grau de
independncia em relao a outras aes; a abrangncia espacial dos
resultados e o potencial de incluso social da proposta ou ao.
2 - RESUMO DO DIAGNSTICO
elaborao de um diagnstico detalhado a partir da Ainvestigao tcnica em diversas reas de estudo e da contribuio da populao envolvida atravs de entrevistas e oficinas
participativas foi fundamental para o desenvolvimento do Plano de
Reabilitao do Hipercentro. Neste documento, apresentam-se, de
forma expedita, as questes mais relevantes dos temas de maior
destaque no Diagnstico vistos sob a tica da integrao e
abrangncia dos mesmos.
2.1 - Caracterizao do Perfil Socioeconmico da Populao
Residente
O perfil dos moradores do Hipercentro muito caracterstico,
diferindo bastante do perfil do belohorizontino em geral e mesmo
do morador da regio centro-sul.
Caracterizam o tipo de famlia predominante na rea, pessoas em
faixas etrias mais elevadas, (idade mdia de 40 anos enquanto na
regio centro-sul de 34 e em Belo Horizonte de 30), muitas vezes
morando sozinhas ou com companheiros que no so seus cnjuges.
A proporo de crianas e de jovens at 19 anos pequena (17,5% do
total) sendo o maior grupo de pessoas o daquelas nas faixas etrias
entre 20 e 29 anos, provavelmente estudantes ou trabalhadores em
incio de carreira profissional (20,9% do total). tambm grande o
percentual de pessoas do sexo feminino em todas as faixas etrias a
partir de 30 anos. O grfico apresentado a seguir ilustra bem a
distribuio particular da populao do Hipercentro em termos da
relao faixa etria e sexo, aqui comparada com a populao do
Brasil.
Quanto escolaridade, a proporo de responsveis com 11 anos ou
mais de estudo superior, inclusive, da regio Centro-Sul (11,9 no
Hipercentro, 11,7 na Centro Sul, 8,0 no Municpio).
A mdia de rendimentos relativamente alta na rea, 13,9 salrios
mnimos, inferior verificada na regio Centro-Sul (20,7
), porm bem superior mdia do municpio (8,1
).
Somente um setor censitrio apresenta rendimento mdio dos
responsveis pelos domiclios inferior a cinco salrios mnimos:
salrios
mnimos salrios
mnimos
A taxa de crescimento da populao residente na rea de estudo - um
pouco ampliada para tornar-se comparvel segundo os setores
censitrios do IBGE no perodo 1.991-2.000 - foi negativa, embora a
do nmero de domiclios tenha ficado pouco acima de zero,
conforme mostrado no quadro a seguir. Isto decorreu,
principalmente, devido diminuio, do nmero mdio de
moradores por domiclio de 2,49 para 2,30. De fato verificou-se
uma proporo significativa (31,8%) de domiclios com um s
morador.
3
PLANO DE REABILITAO DO HIPERCENTRO DE BELO HORIZONTE
PBH / PRXIS - 2007
-
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LEGENDA
Comrcio e servios - conjuntos de salas e lojas (281)
Comrcio e serviosl - unidades autnomas (873)
Edificao inteiramente vazia (92)
Lote vago sem uso algum
Fonte: Prxis,Pesquisa de Uso e Ocupao dos Imveis, 2002,2006.
rea pesquisada em 2002
rea pesquisada em 2006
(15)
Misto - Residncia multifamiliar e lojas (232)
Misto - Residncia unifamiliar e lojas (28)
Residncia multifamiliar (30)
Residncia unifamiliar (32)
Equipamento de uso coletivo (149)
Figura 2 - Uso dos imveis
2.2 - Aspectos Urbansticos e Econmicos
A grande diversidade de usos mantm-se como a caracterstica mais
marcante da rea, estando sua atratividade relacionada ampla oferta
de bens e servios e fcil acessibilidade. Destaca-se, contudo, que, a
despeito da predominncia do uso comercial e de servios -
presentes em cerca de 84% dos imveis existentes - o uso residencial
e os servios coletivos tm presena significativa, ocupando,
respectivamente, cerca de 19% e 8,6% do total das edificaes
pesquisadas.
O uso residencial ocorre de forma mais concentrada na poro sul do
Hipercentro, seguida da parte localizada a Oeste e praticamente
inexistente na poro norte, delimitada pelas Avenidas Afonso Pena,
Amazonas e Contorno. As unidades de melhor padro e com maior
nmero de garagens ocorrem na poro sul da rea, observando-se
empreendimentos imobilirios mais recentes, especialmente ao sul
da Avenida Augusto de Lima.
As taxas de vacncia identificadas nos edifcios residenciais esto em
patamares compatveis, seno baixos, considerando uma dinmica
normal do mercado imobilirio - 6,2% em mdia. Neste percentual
inserem-se as unidades vagas encontradas em edifcios novos, ainda
em processo de comercializao.
rea mais dinmica em termos imobilirios e somente
trs correspondem a tipologias verticais, com mais de quatro
andares, representando algum potencial relevante em termos de
reocupao. Entretanto, muitos imveis encontram-se parcialmente
vazios, principalmente em seus andares superiores, ou subutilizados,
assim classificados por tratarem-se de imveis tombados ou de
interesse cultural, ocupados com usos que no contribuem para a sua
valorizao e conservao.
Nota-se, ainda, que no h uma relao direta entre taxas de vacncia
e nmero de vagas de garagem, nem idade da edificao, tampouco
localizao dos imveis, confirmando a existncia de uma demanda
especfica para moradia no Centro, mais orientada para as vantagens
locacionais e de acessibilidade da rea no contexto da cidade.
Os servios de uso coletivo, que em geral tm uma grande
capacidade de polarizao, esto distribudos por toda rea. Grande
Apesar do total de edificaes do tipo residencial que permanecem
vazias ser significativo 48 num total de 92 imveis inteiramente
vazios-, verifica-se que, destes, 44 so casas, a maioria concentrada
na poro sul,
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PLANO DE REABILITAO DO HIPERCENTRO DE BELO HORIZONTE
PBH / PRXIS - 2007
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0 125 250m
ESCALA
LEGENDA
Limite do Plano de Reabilitao do Hipercentro
Edificaes vazias
Edificaes parcialmente vazias
Edificaes subutilizadas
Edificaes reocupadas
Edificaes em processo de reocupao
Lotes vagos sem uso algum
Fonte: Prxis,2006.
Figura 3 - Imveis vazios, subutilizados, reocupados e em processo de reocupao
parte deles localiza-se em edifcios ou nas imediaes dos espaos
que ao longo da histria tornaram-se referncias simblicas e
contribuem para o reconhecimento da rea como a principal
polarizao da Regio Metropolitana. Destaca-se, contudo, uma
concentrao dos equipamentos de sade na rea hospitalar, que se
junta ao Parque Municipal e a outras instituies ao longo da Avenida
Afonso Pena e do Ribeiro Arrudas, conformando uma grande rea
dedicada ao uso institucional. Destaca-se ainda, em toda a rea,
grande concentrao de diversos servios da administrao pblica,
associaes/sindicatos e entidades de ensino.
Alm de atrarem pblicos diversos para o Hipercentro, esses
equipamentos tambm conferem animao para muitas reas em
horrios ociosos do comrcio, como o caso das escolas e dos
equipamentos culturais. O percentual de estabelecimentos que
funcionam aos sbados (48%) e domingos (27,5%) e em horrios
noturnos (cerca de 40%) significativo.
Grande parte destas instituies est consolidada na regio (muitas
com mais de 30 anos no local), embora um percentual considervel
de servios coletivos diversos tenha se instalado h menos de cinco
anos, denotando um movimento de reocupao empreendido,
principalmente pelo setor pblico, o que pode, ainda, estar
influenciando o surgimento de outras atividades complementares.
No setor cultural destaca-se a presena do Palcio das Artes como
principal plo de atividades culturais da cidade, alm do Centro
Cultural Belo Horizonte na Rua da Bahia, do Instituto Moreira Sales
na Avenida Afonso Pena, dos dois centros culturais da UFMG (um no
antigo Conservatrio Mineiro de Msica, outro na Praa da Estao)
e dos teatros Francisco Nunes, Marlia, Clara Nunes, Casa Nova e da
Cidade. Alm destes, quatro novos empreendimentos de porte,
ocupando imveis antes vazios, apresentam grande potencial para
provocar efeitos positivos na dinamizao de atividades e
reqalificao de imveis no entorno. So eles: o Museu de Artes e
Ofcios na Praa da Estao, o Liceu de Artes, Cultura Esporte e
Sade - LACES, j implantado pelo Servio Social do Comrcio na
esquina da Rua Caets com So Paulo, e os Centros Culturais em
implantao, aproveitando as antigas estruturas do Cine Palladium e
do Cine Brasil.
Igualmente dispersos por toda a rea de estudo, embora ligeiramente
mais freqentes na poro sul, encontram-se os estacionamentos. A
maioria dos 165 identificados funciona em lotes desocupados a partir
de demolies. H somente 15 lotes vagos sem uso em toda a rea de
estudo.
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PLANO DE REABILITAO DO HIPERCENTRO DE BELO HORIZONTE
PBH / PRXIS - 2007
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Fotos 1, 2 e 3 - Comrcio popular.
Fotos 4, 5 e 6 - Recuperao de imveis e estabelecimentos comerciais em reas que sofreram intervenes de requalificao.
Rua dos Caets Rua dos Carijs Rua Aaro Reis
Com relao ao uso comercial e de servios, observou-se que as lojas
autnomas, ou seja, fora de conjuntos ou galerias, que constituem o
maior nmero entre as demais tipologias, esto distribudas por toda
a rea de estudo. J as situadas em conjuntos e galerias encontram-se
mais concentradas no entorno da Praa Sete.
A taxa de vacncia identificada nas lojas autnomas (em torno de
8,3%), como no uso residencial, considerada dentro dos padres
normais de mercado. Neste caso, o fenmeno da rotatividade, tanto
de proprietrios como de ramo dos estabelecimentos, foi
identificado como mais importante do que o suposto esvaziamento.
J as taxas encontradas para os conjuntos comerciais (em torno de
17% para andares corridos, 22% para lojas e 19% para salas)
mostram uma situao que denota problemas e exige aes
especficas.
A fuga de alguns usos do Centro, responsvel por altas taxas de
vacncia de muitos imveis, e a intensificao do processo de
popularizao dos estabelecimentos comerciais, esto em grande
medida relacionadas a transformaes estruturais de alguns setores
da atividade econmica - como o caso das sedes bancrias e dos
cinemas -, criao de outras centralidades (Savassi, Barreiro, Venda
Nova, Buritis, shopping centers), perda de competitividade da rea
em funo da baixa qualidade ambiental (poluio sonora e
atmosfrica), da deteriorao fsica dos espaos pblicos e dos
imveis e das piores condies de circulao e segurana, associadas
ao fato da legislao urbanstica aprovada em 1.996 ter ampliado as
possibilidades de assentamento dos usos no residenciais nos bairros.
Alm disso, a maior complexidade da rede de centros envolvendo
centros de bairros e centros regionais e plos de comrcio e servios
em municpios da Regio Metropolitana (Betim, Contagem, Nova
Lima) juntamente com a atrao exercida por alguns municpios
atravs da adoo de polticas tributrias vantajosas, tambm
contriburam para esse fenmeno de descentralizao e evaso de
atividades mais rentveis do Hipercentro.
Por outro lado, h a proliferao de feiras shoppings e a criao dos
shoppings populares a partir da retirada dos camels das ruas, o que
tem contribudo tanto para a reocupao de imveis vazios e para a
dinamizao de algumas reas deterioradas do Hipercentro, quanto
para reforar a tendncia de popularizao das atividades na rea.
A comparao dos dados sobre o uso e o estado de conservao dos
imveis nos dois momentos pesquisados (2000 e 2006) indicou que
o maior nmero tanto de pequenas alteraes quanto de mudanas
expressivas ocorreu na poro norte do territrio, prximo s reas
que receberam obras de requalificao implantadas pela Prefeitura.
Consideraram-se pequenas alteraes principalmente aquelas
ligadas a ocorrncias na fachada ou em frente ao imvel, e alteraes
expressivas aquelas que envolveram mudanas de uso e ocupao do
prprio imvel.
A atualizao da pesquisa de uso e ocupao dos imveis indicou
tambm uma incipiente recuperao do mercado imobilirio no
perodo (2002/2006), atestada pelo decrscimo do nmero de
imveis totalmente vazios nos quarteires pesquisados (de 92 para
86), pelo decrscimo na taxa de vacncia de imveis residenciais (de
7,7% para 6,2%), decrscimo na taxa de vacncia de galerias e
conjuntos comerciais em geral (de 19,9% para 13,4%) e aumento de
5% do nmero de lojas autnomas (de 279 para 293).
Sob a tica dos que atuam no mercado imobilirio, como de fato
atestam as pesquisas, o maior problema reside na questo das salas,
uma vez que o mercado de imveis residenciais est aquecido.
Entretanto, identificou-se que as reas istimas de cobrana do
Imposto Predial e Territorial Urbano-IPTU e do Imposto sobre
Transferncia de Bens Imveis-ITBI na rea central so as mais
elevadas da cidade, o que pode inflacionar o preo dos alugueis e
prejudicar a dinamizao do mercado de compra e venda de imveis
na rea.
O Hipercentro concentra um grande nmero de imveis tombados,
especialmente nas reas dos conjuntos urbanos protegidos pelo
municpio, que, como mostrado nas figuras 4 e 5, ocupam parte
significativa do Hipercentro. O fato de estarem praticamente
ausentes na poro oeste da rea de estudo no significa, entretanto,
a inexistncia de edificaes de interesse cultural naquela regio. H
estudos da Gerncia de Patrimnio Histrico visando constituio
de um novo conjunto urbano protegido, estendendo-se da regio da
Rodoviria at a Praa Raul Soares.
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PLANO DE REABILITAO DO HIPERCENTRO DE BELO HORIZONTE
PBH / PRXIS - 2007
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Fonte: PBH - Gerncia de Patrimnio Cultural, 2006.
Figura 4 - Conjuntos urbanos tombados
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Limite do Plano deReabilitao do Hipercentro
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Imveis de interesse histrico-cultural
Fonte: PBH - Gerncia de Patrimnio Cultural, 2006.
Figura 5 - Imveis tombados e de interesse cultural
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PLANO DE REABILITAO DO HIPERCENTRO DE BELO HORIZONTE
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Limite da rea de estudos
Via preferencialmente de pedestres. Fluxo intenso de pedestres inclusive na
faixa de rolamento.
reas principais de circulao de catadores de papel. Proximidade de
depsitos de papis, mercados, etc.
reas de concentrao de populao de rua para descanso.
Predominncia do comrcio popular e usurios de baixa renda.
Presena do comrcio sofisticado e dos servios. Presena de usurios de
maior poder aquisitivo.
reas com forte carter de lazer e descanso.
reas de baixo fluxo de pedestres e alto grau de degradao das caladas.
Pores apropriadas por parcelas marginalizadas da populao. Presena de
edificaes abandonadas, galpes, imveis fechados. Idia de no lugar.
Principais edificaes de referncia na rea central.
Passarelas de articulao centro-bairro e transposio da Av. Contorno e linha
frrea. Fluxo intenso de pedestres.
Principais pontos de concentrao de pedestres em funo do transporte
coletivo.
Fonte: Prxis, 2006.
LEGENDA
0 125 250m
ESCALA
Figura 6 - Sntese da dinmica urbana - Perodo diurno
2.3 - Apropriao dos Espaos Pblicos
O Hipercentro de Belo Horizonte apresenta-se abrangente e
diversificado no s no que se refere ocupao e uso dos espaos
privados, mas tambm quanto s formas de uso do espao pblico. A
pesquisa realizada mostra como a rea continua a exercer funo
privilegiada no contexto da cidade como espao democrtico,
propiciando diversas possibilidades de contato com os mais
diferentes pblicos. Os mapas apresentados a seguir sintetizam as
dinmicas diurnas e noturnas de seus espaos pblicos, definindo
territrios de apropriao, muitas vezes fluidos, efmeros e
superpostos, mas que contribuem para a construo de diferentes
escalas de relacionamento humano, do local ao metropolitano.
Segundo Brunet, o territrio contribui, (...), para fortalecer o
sentimento de pertencimento, ajuda na cristalizao de
representaes coletivas, dos smbolos que encarnam em lugares
memorveis (CLAVAL, 1.996, p.11). Est nos centros urbanos a (1)
possibilidade da instaurao de uma zona neutra da cidade, na qual
grupos diversos se interagem, um ponto de contato privilegiado para
trocas, para a festa e para o desenvolvimento de culturas.
Os territrios construdos no centro tradicional aparecem, deste
ponto de vista, como essenciais, oferecendo queles que nele
circulam, habitam ou trabalham condies de intercomunicao e
fortes referncias simblicas. Lugar da densidade, da aproximao e
da mistura, de tudo ao que se traduz pejorativa e
preconceituosamente como catico ou desordenado, as reas
centrais configuram a paisagem do mundo contemporneo, onde a
relao entre corpos e o contato com o outro assume uma forma (2)
especfica de construo do urbano e do espao.
(1) O termo neutra aparece aqui no no sentido de indiferente, mas sim no de imparcial. A
zona neutra seria assim uma zona receptiva aos mais diversos modos de uso do espao, onde a
troca encontra um ponto passvel de efetivao, propiciador da conscincia, interlocuo,
reflexo e construo de novos valores.
(2) Na concepo de Lefebvre (1970, p.160), o urbano rene tudo, inclusive os determinismos, as
matrias e contedos heterogneos, a ordem e a desordem anteriores. A compreendidos os conflitos, as
comunicaes e formas de comunicaes preexistentes. Como forma que trans-forma, o urbano ds-
estrutura e re-estrutura seus elementos, as mensagens e cdigos egressos do industrial e do agrrio.(...) O
urbano poderia, portanto, ser definido como o lugar da expresso dos conflitos, invertendo a separao
dos lugares onde a expresso desaparece, onde reina o silncio, onde se estabelecem os signos da separao.
O urbano poderia tambm ser definido como lugar do desejo, onde o desejo emerge das necessidades, onde
ele se concentra porque se reconhece, onde se reencontram talvez (possivelmente) Eros e Logos. A natureza
(o desejo) e a cultura (as necessidades classificadas e as artificialidades induzidas) a se reencontram, no
curso de uma autocrtica mtua que mantm dilogos apaixonados.
8
PLANO DE REABILITAO DO HIPERCENTRO DE BELO HORIZONTE
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Parque Munici alp
Limite da rea de estudos
reas de concentrao de populao de rua para descanso.
reas de concentrao de catadores de papel, trechos de destaque no seus percursos.
reas de concentrao de pedestres para uso do transporte coletivo.
reas de concentrao de motis populares, prostituio, shows e cinemas erticos.
rea de concentrao de garotos de programa (michs).
reas de maior destaque na concentrao de bares e restaurantes, com o uso das
caladas para disposio de mesas, ocupando grande poro no espao pblico.
Praas com concentrao de casais de namorados.
Shows de msica ao vivo e/ou disposio de caixas de som voltadas para o espao
pblico. Som de alta intensidade e grande abrangncia espacial.
Pontos de lazer noturno, boemia e happyhour (bares e restaurantes)
propiciadores de movimento de usurios.
Ponto de encontro de usurios dos bares da Galeria Center Praa.
Ponto de encontro de usurios da Galeria Praa 7 (roqueiros, punks ,hip
hop, etc, na maioria adolescentes).
Pontos de encontro para excurses e embarque em nibus de viagem.
Pontos de encontro de skatistas para prtica do esporte.
Ponto de encontro de surdos mudos.
Ponto de encontro de religiosos. Show de msica religiosa e pista de dana,
s sextas-feiras.
Ponto de encontro de pessoas, em geral senhores na faixa de 60 anos,
jogando damas e xadrez.
Fonte: Prxis, 2006.
LEGENDA
0 125 250m
ESCALA
Figura 7- Sntese da dinmica urbana - Perodo noturno No Hipercentro de Belo Horizonte os espaos pblicos so
intensamente utilizados, em diferentes dias e horrios, seja como
local de lazer / descanso, como local de trabalho e consumo ou como
local de passagem.
Como local de lazer e descanso, destaca-se a utilizao das praas e
dos quarteires fechados por pessoas sozinhas, lendo jornais,
ouvindo msica, observando o movimento, ou em grupos, jogando
damas/ cartas, namorando ou passeando com animais de estimao;
a utilizao de caladas em geral por usurios dos bares e
lanchonetes, que dispem suas mesas frente dos estabelecimentos,
por consumidores dos produtos alimentcios ofertados em veculos
estacionados na via pblica ou mesmo por moradores de rua.
Observaram-se tambm pessoas danando na rua, configurando
reas de lazer relevantes no contexto da dinmica cultural e social do
Hipercentro, skatistas praticando a modalidade street deste esporte
e pessoas fazendo caminhada no Parque Municipal e na Praa Raul
Soares; e a utilizao de espaos especficos como o entorno do
Mercado Novo e a esquina das Avenidas Ezequiel Dias e Contorno,
por trabalhadores e freqentadores da rea.
Entre os que utilizam os espaos pblicos para trabalho e consumo,
destacam-se os vendedores ambulantes (apesar da regulamentao
proibindo essa forma de comrcio nas caladas), os artistas
performticos de rua (mgicos, atores, danarinos, cantores, etc.),
os Policiais Militares fazendo guarda ou ronda, os flanelinhas,
guardadores e lavadores de carros, pessoas fazendo panfletagem
e/ou anncio de servios, pessoas em filas de bancos, loterias
(pagamento de contas) e rgos pblicos, ocupando a calada,
funcionrios porta dos estabelecimentos, espera de clientes ou a
postos para divulgao de ofertas ou informaes sobre as
mercadorias/servios, s vezes com o uso de microfone,
trabalhadores fazendo a carga e descarga de mercadorias na calada,
pessoas fazendo ou participando de manifestaes polticas,
pregadores religiosos, engraxates, pipoqueiros, jornaleiros,
catadores de papel, crianas vendendo balas nos semforos e
mendigos pedindo esmolas. Muitos destes permanecem ou utilizam
reas especficas identificadas durante o trabalho.
Outra forma de apropriao do espao pblico para o trabalho e
consumo so as feiras. Na rea de estudo so apenas duas: a Feira de
Artesanato da Avenida Afonso Pena, mais conhecida como Feira
Hippie, e uma feira de produtos hortifrutigranjeiros e alimentos
caseiros, realizada no quarteiro fechado da Avenida lvares Cabral,
s sextas-feiras tarde.
9
PLANO DE REABILITAO DO HIPERCENTRO DE BELO HORIZONTE
PBH / PRXIS - 2007
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Fotos 7 e 8 - Espao pblico como local de trabalho e consumo: camel na esquina da
Rua Tupinambs com avenida Amazonas; catadores de papel na Av.do Contorno,
prximo ao Viaduto Castelo Branco.
Fotos 9 e 10 - Espao pblico como local de permanncia e de passagem ( Avenida
Paran e Rua dos Carijs )
Fotos 1 1e 12 - Espao pblico como palco de manifestaes artsticas e culturais
(Praa Sete).
Fotos 13 e 14 - Apropriaes do espao pblico para descanso e lazer ( Praa Rio
Branco e quarteiro fechado da Praa Sete).
Fotos 15 e 16 - Diversidade de pblicos e formas variadas de apropriao do espao
pblico - descanso e comrcio (Praa 7).
Fotos 17 e 18 - Apropriao do espao pblico como atividade de comrcio e lazer
(Avenida Amazonas e Rua dos Carijs).
Grfico 3 - Crescimento homicdios BH (1990 - 2001)
Crimes de Homicdio
.1990 274
.1991 312
.1992 286
.1993 293
.1994 295
.1995 321
.1996 323
.1997 326
.1998 433
.1999 505
. 2000 669
. 2001 744
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100
200
300
400
500
600
700
800
Crimes de Homicdio 274 312 286 293 295 321 323 326 433 505 669 744
.1990 .1991 .1992 .1993 .1994 .1995 .1996 .1997 .1998 .1999 . 2000 . 2001
Fonte:CRISP/UFMG (2002)
Como local de passagem pelos pedestres, foram identificados
caminhos preferenciais, destacando-se, alm dos principais
corredores de transporte coletivos (Avenidas Amazonas, Santos
Dumont e Paran), as vias com grande nmero de pontos de
embarque e desembarque de passageiros (Avenidas Afonso Pena,
Andradas, Olegrio Maciel e Alfredo Balena, Ruas Tupis, Tamoios e
dos Guaranis) e reas com grande concentrao de estabelecimentos
comerciais, como as Ruas dos Carijs e Rio de Janeiro.
Pode-se perceber tambm a existncia de conflitos diversos, dentre
os quais mesas de bar e mobilirio urbano mal localizado com
transeuntes, particularmente com os portadores de necessidades
especiais, bares com msica ao vivo e residncias, reas de carga e
descarga, pontos de nibus, fluxo de pedestres e comrcio de rua.
Tanto a pesquisa de percepo como a oficina de diagnstico
apontam para a necessidade de melhorar a ao fiscalizadora da
Prefeitura visando a coibir tais abusos e fazer cumprir a legislao em
vigor, promovendo inclusive a devida regularizao de atividades e
prticas no conformes existentes em vrios locais da rea. A
necessidade de implementar aes educativas, seja para coibir
comportamentos ou valorizar a rea e promover os vnculos afetivos
tambm foi colocada pela comunidade envolvida na discusso da
rea.
De fato, atravs do monitoramento dos dados registrados pela
Polcia Militar, evidenciou-se estreita relao entre qualificao
ambiental dos espaos pblicos e o aumento da segurana nos
mesmos.
A continuidade destas aes, incluindo ampliao do Projeto Olho
Vivo para outras reas, bem como a extenso dos projetos de
requalificao para outros locais esto entre as principais demandas
da populao.
2.4 - Segurana
Em Belo Horizonte o problema da criminalidade apareceu de forma
contundente a partir de meados da dcada de 1990, conforme
mostrado no grfico a seguir.
Um estudo realizado em 2.002 pela Universidade Federal de Minas (3)
Gerais sobre nveis de criminalidade no Hipercentro de Belo
Horizonte mostra que a distribuio do crime em Belo Horizonte
tende, de forma sistemtica, a acontecer de maneira diferenciada no
espao, sendo que no Hipercentro muito grande a prevalncia de
(3) Centro de Estudos de Criminalidade e Segurana Pblica CRISP, UFMG: A Criminalidade
na rea do Hipercentro de Belo Horizonte, 2002.
10
PLANO DE REABILITAO DO HIPERCENTRO DE BELO HORIZONTE
PBH / PRXIS - 2007
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Figura 9 - Principais vias arteriais que acessam o Hipercentro
Fonte: CICOp
ABRIL 2005
ABRIL 2006
ABRIL 2004FLORESTA
FLORESTA
FLORESTA
BARRO PRETO
BARRO PRETO
BARRO PRETO
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SANTO
AGOSTINHO
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AGOSTINHO
LOURDES
LOURDES
LOURDES
CENTRO
CENTRO
CENTRO
SANTA EFIGNIA
SANTA EFIGNIA
SANTA EFIGNIA
FUNCIONRIOS
FUNCIONRIOS
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REGIO DA SAVASSI
REGIO DA SAVASSI
REGIO DA SAVASSI
aSR DA
BOA VIAGEM
aSR DA
BOA VIAGEM
aSR DA
BOA VIAGEM
ndice de Ocorrncias
> 300 (alto) < 3 (baixo)
Figura 8 - Evoluo da ocorrncia de eventos de criminalidade
violenta na rea de monitoramento do Olho Vivo
A situao atual do sistema de transporte urbano na capital faz com
que muitos usurios se desloquem ao Centro somente para fazer
transbordo e completar suas viagens, tornando o local uma grande
rea de articulao. A intensa utilizao do Hipercentro pelo
transporte coletivo no acompanhada pela devida priorizao de
crimes contra o patrimnio e de pouca significao a ocorrncia de
crimes contra a pessoa, sobretudo os homicdios. que nessa rea
concentram-se as atividades econmicas que atraem a populao. Os
dados mostram tambm que se o alto volume de pessoas, sobretudo
durante o dia, dificulta, por um lado, a ocorrncia de determinados
delitos como o roubo a mo armada, cria condies favorveis para a
incidncia de outras categorias delituosas como o furto e o roubo a
transeuntes.
O mesmo estudo mostra ainda que, em termos espaciais, a
distribuio desigual da criminalidade acontece no apenas entre o
centro e a periferia. Tambm no Hipercentro as ocorrncias
repartem-se de modo diferenciado em funo da maior ou menor
concentrao de atividades e pedestres.
Pesquisa realizada pela Prefeitura Municipal de Belo Horizonte em (4)
2.002 ao analisar as condies de segurana na rea de estudo
atravs de dados da Polcia Militar tambm atenta para esse tipo de
distribuio espacial dos crimes, destacando o entorno da
Rodoviria e os quarteires prximos Praa Sete como os locais de
maior incidncia durante os dias de semana e a Avenida Afonso Pena,
no trecho onde se realiza a Feira Hippie, como o local mais inseguro
aos domingos. A pesquisa apresenta ainda duas concluses
importantes: a primeira indica que as reas com maior registro de
delitos coincidem com as regies onde se observa o menor nmero
de imveis residenciais. A segunda refuta a correlao clssica entre
reas degradadas e taxas de criminalidade elevadas, no tendo sido
encontradas correspondncia significativa entre os locais com maior
concentrao de imveis deteriorados e os mais altos nveis de
ocorrncia policial.
Por outro lado, deve-se destacar a progressiva melhoria das
condies de segurana no Hipercentro observada atravs dos dados
de monitoramento do Programa Olho Vivo e reconhecida por
grande parte dos entrevistados pela pesquisa de percepo
ambiental. So apontados como principais motivos para a reduo
dos ndices de criminalidade na rea de estudo a retirada dos camels
das ruas, a requalificao de espaos pblicos com melhoria da
iluminao pblica, ordenamento das caladas, dos pontos de nibus
e do mobilirio urbano, e principalmente as aes integradas da
Polcia Militar, em parceria com setores da Administrao Municipal
como fiscais de posturas, representantes do setor empresarial como
do CDL, e da sociedade civil como da Associao de Condomnios,
atravs do Conselho de Segurana Pblica CONSEP local.
(4) PBH, Prxis Projetos e Consultoria: Pesquisa de Uso e Ocupao dos Imveis do
Hipercentro de Belo Horizonte, 2002.
2.5 - Acessibilidade e Mobilidade
Do ponto de vista das condies de circulao observa-se a
permanncia de altos volumes de trfego de passagem pela rea de
estudo - nos principais corredores, o trfego de passagem
corresponde a 58% do volume total. Para tanto contribui, alm do
sistema virio radial de Belo Horizonte, no qual a regio central
funciona como um n articulador, a ausncia de anis que liguem as
principais artrias da cidade, o fato do complexo da Lagoinha
permanecer incompleto, promovendo descontinuidade de sentidos
de circulao e lanando, obrigatoriamente, grande parte dos fluxos
nas avenidas do Hipercentro.
No se observa, na concepo do funcionamento do trnsito no
Hipercentro, a preocupao de se separar fisicamente os fluxos que o
tm como destino daqueles que apenas utilizam suas vias para
atravessamento da rea.
11
PLANO DE REABILITAO DO HIPERCENTRO DE BELO HORIZONTE
PBH / PRXIS - 2007
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Foto 19 - Caladas danificadas e sem padronizao.
Foto 20 - Grande nmero de linhas nos pontos de embarque e
desembarque.
Foto 21 - Concentrao de pontos de nibus em espaos
requalificados que no incluem abrigos para os usurios (Rua dos
Caets).
Foto 22 - Adoo de medidas moderadoras de trfego e adequao
das caladas s normas para portadores de necessidades
especiais em logradouros requalificados (Rua dos Carijs).
Figura 10 - Vias utilizadas pelas linhas de nibus gerenciadas pela BHTRANS
Fonte: BHTRANS/TECTRAN, 2006.
Figura 11 - Vias utilizadas pelas linhas de nibus gerenciadas pelo DER/MG
Fonte: BHTRANS/TECTRAN, 2006.
Os estacionamentos rotativos com tempos mximos de uma, duas ou
cinco horas esto distribudos na regio de forma inversamente
proporcional atratividade da rea, ou seja, as zonas que possuem
maior concentrao de atividades comerciais e de servios so as que
possuem maior incidncia de rotativos com 1 hora de durao, e, por
outro lado, os locais com rotativos de cinco horas so aqueles onde h
menor demanda. A taxa de ocupao mdia dos trechos com
rotativos de 1 e de 5 horas da ordem de 75% e nos trechos de 2
horas da ordem de 60% . (ver figura 13)
investimentos em infra-estrutura no local - pouqussimos trechos
tm pistas exclusivas para nibus, praticamente todas as vias so
utilizadas e toda a rea funciona como um grande terminal aberto
para o transporte coletivo
O trem metropolitano subutilizado em funo de no atender os
centros de demanda, impondo aos usurios longas caminhadas.
grande a concentrao de pedestres na rea e, de maneira geral, as
condies so inadequadas: as caladas encontram-se em mau estado
de conservao, faltam rebaixos e a situao dos mobilirios
catica, muitos deles obstruindo a passagem de pedestres.
(ver figuras 10,11 e 12).
O Cdigo de Posturas aprovado em 2.003 trata em profundidade a
questo do mobilirio urbano e tambm os rebaixos, mas devido ao
pouco tempo de aprovao seus reflexos ainda no foram
efetivamente observados. Deve-se considerar, entretanto, que todos
os logradouros que receberam intervenes de requalificao
recentes tiveram esses elementos regularizados e padronizados
segundo as normas em vigor.
Os dados mostram que a ocupao dos estacionamentos particulares
no difere muito do que ocorre nos rotativos. Os particulares
oferecem cerca de 12.000 vagas e apresentam tambm ndices de
ocupao prximos de 75%, no caso de mensalistas, enquanto os
horistas operam com cerca de 66% de ocupao mdia diria. Ainda
h oferta ociosa de vagas de estacionamento no Hipercentro de Belo
Horizonte ao longo do dia, embora possa haver horrios e locais em
que os estacionamentos operem em suas capacidades mximas.
12
PLANO DE REABILITAO DO HIPERCENTRO DE BELO HORIZONTE
PBH / PRXIS - 2007
-
50
Metropolitano
100200
Municipal
Viagens Pico Tarde
Rodoviaria
Parque
Municipal
P. Raul Soares
Figura 12 - Pontos de Embarque e Desembarque utilizados pelos sistemas
municipal e metropolitano
Fonte: BHTRANS/TECTRAN, 2006.
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Estacionamento rotativoSegunda a Sexta feira
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Fonte: BHTRANS, 2006.
Figura 13 - Localizao dos estacionamentos rotativos no Hipercentro
O grande nmero de linhas que acessam a regio (cerca de 290)
demanda um nmero significativo de pontos de nibus (mais de
250).
2.6 - Condies da Infra-Estrutura
Com relao infra-estrutura de drenagem, o problema principal
reside na caracterstica do sistema misto de guas pluviais e
esgotamento sanitrio, implantado em toda a rea. Alm dos impactos
na macrodrenagem do muncpio, este sistema provoca mau cheiro em
bocas de lobo e refluxo de guas pluviais contaminadas nos pontos
onde ocorrem alagamentos (sete pontos no Hipercentro).
Como principais dificuldades relativas limpeza urbana foram (5)
identificadas: a insuficincia do nmero de cestos coletores , o
comportamento da populao que, alm de atos de vandalismo para
com os cestos, joga resduos em locais inadequados, provocando
problemas de poluio visual e obstruo dos dispositivos de
microdrenagem, o tempo prolongado de exposio do lixo depositado
pelos estabelecimentos e moradores nas caladas e a ao de catadores
que separam lixo no local, deixando a rea suja.
2.7 - Legislao
O principal aspecto a ser observado no que diz respeito aos impactos
da legislao urbanstica na rea que, em funo do estado de
consolidao da ocupao e do pequeno dinamismo imobilirio que
caracteriza a maior parte do Hipercentro, tanto os incentivos a novas
construes com parmetros mais permissivos, quanto as restries, (6)
como o caso da proibio de alguns usos, contida no Plano Diretor
aprovado em 1.996, e dos limites altimtricos nos conjuntos urbanos
tombados, tornam-se incuos diante da quase total ausncia de
renovao, exceo da poro sul da rea de estudo.
O mesmo no se aplica s iniciativas de adaptao dos imveis para
novos usos. Alm de entraves do Cdigo de Obras e da prpria Lei de
Parcelamento, Ocupao e Uso do Solo para a implantao do uso
residencial, qualquer mudana de uso em imveis vazios de grande
porte so enquadradas como empreendimentos de impacto,
implicando, muitas vezes, exigncias, custos e tempo de
implementao adicionais, imputados como entraves pelos
empreendedores que deveriam estar sendo incentivados.
Os empreendimentos submetidos a licenciamento ambiental, apesar
de numericamente reduzidos, so significativos em termos do impacto
positivo que provocam no sentido das metas de requalificao
preconizadas por este Plano. Trata-se de requalificao de espaos
pblicos (Praa da Estao, Praa Rio Branco, Boulevard Arrudas,
Estao Integrao BHBUS Central) ou projetos de reocupao de
imveis vazios com usos estratgicos de interesse coletivo (Liceu de
Artes Cultura Esporte e Sade-LACES da Caets, Sesc Palladium,
(5) Est em processo licitatrio a colocao de novos cestos de coleta ampliando em 12 % o
nmero atual.
(6) O artigo 11 do Plano Diretor de Belo Horizonte, Lei 7.165/96, proibia na rea central a
construo e ampliao de diversos usos, dentre eles sedes de rgos federais, estaduais e
municipais, sedes de concessionrias ou permissionrias de servios pblicos de gua e
esgoto, energia, telecomunicaes, correios e telgrafos ou transporte ferrovirio, quartis,
fruns e tribunais, campi universitrios e escolas superiores isoladas e centros de
convenes ou de exposies. Em 2.007, a Lei n 9.326, popularmente denominada Lei do
Hipercentro, retrocedeu nesta proibio, revogando, em seu artigo 24, os incisos do art. 11
do Plano de Diretor que citavam esses usos.
Museu de Artes e Ofcios, Adaptao de edifcio comercial para uso
habitacional na Rua So Paulo).
As posturas introduzidas pelo novo Cdigo, aprovado em 2.003, ainda
no produziram o resultado esperado, exceo do que diz respeito a
placas e propagandas em empenas, onde h atuao
com a
Gerncia de Patrimnio da Secretaria Municipal de Regulao Urbana.
Trata-se de tema polmico, com diversos elogios aos resultados, mas
tambm crticas contundentes. Especificamente quanto s empenas, o
privilgio dado aos usos no residenciais em detrimento do residencial,
onde a propaganda no permitida, mostra-se contraditrio com a
poltica de incentivo moradia no Hipercentro.
2.8 - Percepes sobre o Hipercentro
A pesquisa de percepo ambiental foi realizada com o objetivo de se
conhecer a viso dos diversos grupos sociais presentes ou interessados
na rea em estudo, quanto s referncias que marcam a histria do
local, suas caractersticas atuais, as tendncias de evoluo e as
expectativas e demandas daqueles que tm interesses vinculados a ela.
Os resultados obtidos apresentam uma riqueza muito grande de
conhecimentos e reflexes importantes e teis para o detalhamento do
Plano de Reabilitao. De uma maneira geral entre a comunidade que
mora, trabalha e usa o Hipercentro h um sentimento de melhoria das
condies na rea associada retirada dos camels e aos resultados
positivos das medidas voltadas para a segurana, tanto do programa
Olho Vivo, quanto das aes integradas na rea de segurana.
Pode-se constatar que as demandas mais constantes so de instituio
ou de aprimoramento de atividades cotidianas de competncia do
municpio. Os pontos mais citados durante as entrevistas referem-se
manuteno ou ao incremento das melhorias conquistadas, ou seja:
+ Aumentar o sistema de fiscalizao considerando inclusive a
ampliao do horrio de servio;
+ Continuar investindo na melhoria da segurana e implantar o
projeto Olho Vivo em outras reas;
conjunta da
Secretaria de Administrao Regional Municipal Centro Sul
13
PLANO DE REABILITAO DO HIPERCENTRO DE BELO HORIZONTE
PBH / PRXIS - 2007
-
+ Incrementar as formas de divulgao e realizar campanhas educativas
que melhorem a imagem e o funcionamento do Hipercentro;
+ Adotar soluo mais adequada para o atendimento da populao de
rua e a conseqente reduo do nmero de mendigos nas reas
pblicas;
+ Estimular a ocupao de imveis vazios com referncia especial
Escola de Engenharia da UFMG.
Com base no discurso dos entrevistados, foi possvel identificar que a
regio da rodoviria seguindo em direo ao Mercado Novo e Mercado
Central atravs da Avenida Olegrio Maciel percebida como um
problema. Foram freqentes as referncias negativas a essa regio e
recorrentes as demandas pelas intervenes urbansticas, nos moldes
das recentemente implantadas pela PBH.
As avaliaes sobre os projetos de requalificao implantados pela PBH
(Praa Sete, Rua dos Carijs, dos Caets e Aaro Reis) so, em geral,
muito positivas. Entre pessoas que circulavam por estes locais os
percentuais de aprovao foram em torno de 90%.
Entre os comerciantes, contudo, houve uma diferena significativa nas
avaliaes dos projetos de requalificao conforme o local. Na Rua
Carijs, seguida da Praa Sete e da Rua Caets, as avaliaes positivas
predominaram. J na Praa da Estao, especificamente no Edifcio
Central, as avaliaes foram, em sua maior parte, negativas, resultado
atribudo reduo do nmero de linhas de nibus na Rua Aaro Reis e
ao fato de estarem em curso, no momento da pesquisa, as obras do
Boulevard Arrudas.
Perceberam-se tambm avaliaes contraditrias para os casos de
proprietrios de estabelecimentos de maior porte, em geral satisfeitos,
e de comrcios muito pequenos, insatisfeitos em razo de terem
perdido o espao da rua para expor suas mercadorias (os pequenos
espaos internos no as comportam) e tambm clientela, j que muitos
compradores desses pequenos estabelecimentos eram, s vezes,
atrados pelos camels.
De qualquer forma, considerando o conjunto das entrevistas com os
diversos agentes que atuam no Hipercentro, percebe-se uma
credibilidade crescente na atual administrao municipal, fruto das
aes j implementadas e em curso e de uma postura diferente quanto
ao envolvimento da sociedade civil e atuao em parceria.
Finalmente, deve-se ressaltar que o diagnstico elaborado evidenciou o
fato de que toda interveno tem conseqncias diferenciadas para
grupos especficos. Se o Hipercentro tem sido, em alguma medida ou
em alguns aspectos, abandonado pelo capital, isto no pode ser
generalizado nem visto descolado das formas de apropriao pelos
excludos e populares que tais fenmenos de degradao possibilitam.
Assim, buscou-se, no encaminhamento do Plano, definir-se com
clareza a quem destinar os esforos de reabilitao e como evitar
impactos negativos para certos grupos, especialmente para aqueles
com menor capacidade de incluso social.
2.9 - Sub-reas do Hipercentro
Apesar de possuir diversas caractersticas comuns, possvel perceber
que o Hipercentro se subdivide em reas com distintas ambincias
conferidas pela especializao do uso do solo, presena de
equipamentos polarizadores e formas de apropriao particulares. O
mapa a seguir ilustra a delimitao aproximada dessas sub-reas,
consolidadas a partir da percepo de moradores, trabalhadores e
usurios, bem como de tcnicos e estudiosos da rea de estudo. So as
seguintes, as principais caractersticas de cada uma delas:
1.Rodoviria e quarteires adjacentes: rea sob a influncia
direta do terminal rodovirio com a presena de hotis, servios e
comrcio popular orientados para o pblico que chega cidade de
nibus e usurios do sistema de transportes coletivo que circulam pela
regio. tambm a entrada para o Hipercentro para aqueles que
desembarcam na estao de metr ou chegam rea a p vindo dos
bairros Lagoinha, Bonfim e adjacncias. Os quarteires do entorno
encontram-se entre os mais deteriorados do Hipercentro,
apresentando imveis em pssimo estado de conservao, usos
decadentes e presena de populao de rua, principalmente nos baixios
dos viadutos que tambm se encontram muito degradados.
2.Guaicurus, Santos Dumont e Caets: rea tradicionalmente
associada ao comrcio, diverso e bomia de carter popular, goza
de reputao negativa segundo o senso comum, como rea insegura
pela presena de atividades marginais e ligadas contraveno (casas de
prostituio, jogo do bicho e caa nqueis). Do ponto de vista
econmico, sofreu com a sada do comrcio atacadista da Rua dos
Guaicurus na dcada de setenta e mais recentemente com a decadncia
do comrcio de roupas e armarinhos da Caets e Santos Dumont e
fechamento de hotis por toda a regio. Com a retirada dos camels das
ruas e criao dos shoppings populares a regio vem mostrando sinais
de recuperao econmica e ambiental, associada tambm s obras de
reabilitao de logradouros pblicos como o terminal da Rua
Oiapoque, a Rua dos Caets, a Praa Rui Barbosa e o Boulevard
Arrudas. Entretanto, h muitos imveis vazios e sub-utilizados na rea,
alm de galpes e lotes vagos utilizados como estacionamentos,
conferindo-lhe alto potencial para reocupao e renovao.
3.Paran, Olegrio Maciel, Rio Grande do Sul e adjacncias:
rea tambm caracterizada pela presena do comrcio popular,
especializado em ferragens, auto peas, artigos eletrnicos e outras
mercadorias para pblicos especficos alm do uso residencial que
tambm tradicional na regio. Faz a ligao entre as regies da Praa
Raul Soares e da Rodoviria, caracterizada por intenso fluxo de
pedestres usurios de coletivos. Nas Avenidas Paran e Olegrio Maciel
concentra-se um importante conjunto arquitetnico de estilo proto-
moderno com elementos de inspirao Art-Dco que merece ser
protegido.
4.Praa Sete de Setembro e adjacncias : rea caracterizada pela
maior concentrao e diversificao de atividades de comrcio e
s