plano de prevenÇÃo de riscos ambientais para empresas de galvanoplastia

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PLANO DE PREVENCO DE RISCOS AMBIENTAIS (PGRA) PARA EMPRESAS DE GALVANOPLASTIA1

Luciana Soares Nogueira 2 Antonio Pasqualetto

Universidade Catlica de Gois Departamento de Engenharia Engenharia Ambiental Av. Universitria, n. 1440 Setor Universitrio Fone (62)3227-1351. CEP: 74605-010 Goinia - GO. RESUMO A Galvanoplastia um ramo da indstria metal-mecnica onde se realiza o tratamento de superfcies metlicas ou plsticas mediante processos qumicos ou eletrolticos, sendo considerada uma das mais txicas entre os mais diversos tipos de indstrias devido presena de metais pesados e seu efeito acumulativo, que pode causar alteraes em rgos do sistema cardiovascular, leses no crtex, na capa granular, perda de coordenao dos movimentos, entre outros. Tratar os poluentes gerados em indstrias galvnicas , portanto, indispensvel, independente do volume de descartes. Assim considerando, essa pesquisa objetiva avaliar o potencial poluidor da WR Galvanoplastia, localizada na cidade de Goinia- GO, atravs da identificao de seus resduos de acordo com seus riscos potenciais, resultando na proposio de um modelo de gerenciamento para a empresa. PALAVRAS-CHAVE: Metais pesados, Galvanoplastia, gerenciamento.

PLANTS OF PREVENTION FOR THE RISKS OF ENVIROMENT IN ENTERPRISE FOR GALVANOPLASTY ABSTRACT The galvanoplasty is a sphere of the industry where the treatment of metalic or plastics surfaces is made by means of chemicals or electrolytic process which it is considered one of the most toxic industry between those various kind because of the heavy metals presence and their accumulative effects which can cause alterations in some organs of the cardiovascular system, cortex injuries, granular layer, damages on the movement coordination, and others. The treatment of the poluents produced in the galvanic industries is, therefore, indispensable and independent of the discard volume. Considering that, this research intends to evaluate the polluter potential of the WR-Galvanoplasty localized in Goiania-Go, characterizing and grading its residues in accordance with its potential risks resulting in the preposition of the a management model to the industry. KEY- WORDS: Heavy metals, Galvanoplasty, Management.

Goinia, dezembro de 2008.1 2

Acadmica do curso de Eng Ambiental da Universidade Catlica de Gois. ([email protected]) Orientador Prof. Dr. da Universidade Catlica de Gois. ([email protected])

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1 INTRODUOO elevado desenvolvimento industrial ocorrido nas ltimas dcadas tem sido um dos principais responsveis pela contaminao de nossas guas e solos, seja pela negligncia no seu tratamento antes de despej-las nos rios ou por acidentes e descuidos cada vez mais freqentes, que propiciam o lanamento de muitos poluentes nos ambientes aquticos. Dentre estes poluentes pode-se citar os metais pesados, outro grave problema para a sade humana. Metais pesados so elementos qumicos de peso atmico relativamente alto, que em concentraes elevadas so muito txicos vida. Eles se diferem de outros agentes txicos porque no so sintetizados nem destrudos pelo organismo humano. As atividades industriais tm introduzido metais pesados nas guas numa quantidade muito maior do que aquela que seria natural, entre os mais perigosos esto o mercrio, o cdmio (encontrado em baterias de celulares), cromo e o chumbo (SANTIAGO, 2008). Os resduos gerados pelas empresas de tratamento de superfcie, denominadas galvanoplastia, podem ser considerados os mais txicos entre os mais diversos tipos de indstrias, devido presena dos metais pesados. O objetivo da galvanoplastia prevenir a corroso, aumentar a dureza e a condutividade das superfcies, alm de tornar os produtos com aparncia mais atrativa atravs da deposio de uma fina camada metlica sobre a superfcie. Os resduos das empresas galvnicas quando no recebem correto gerenciamento poluem o solo, a gua e o ar contaminando os organismos vivos, devido a seu efeito bioacumulativo em toda a cadeia alimentar (trfica). Alteraes em rgos do sistema cardiovascular, leses no crtex e na capa granular do crebro e perda de coordenao dos movimentos so alguns dos problemas que o excesso de metais causa no organismo do homem (KAWAI, 2008). Os efeitos txicos dos metais sempre foram considerados como eventos de curto prazo, agudos e evidentes, como anria e diarria sanguinolenta, decorrentes da ingesto de mercrio. A manifestao dos efeitos txicos est associada dose e pode distribuir-se por todo o organismo, afetando vrios rgos, alterando os processos bioqumicos, organelas e membranas celulares (VIVA TERRA, 2008). Tratar os poluentes gerados em indstrias galvnicas , portanto, indispensvel, independente do volume de descartes.

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O desenvolvimento de trabalhos planejados e apropriados ao gerenciamento dos resduos gerados nas empresas de galvanoplastia tem como finalidade, o correto manuseio e a segregao para destinao final adequada, resultando assim, na contribuio para a reduo dos riscos a sade humana e evitar a contaminao do meio ambiente. Assim considerando, essa pesquisa objetiva avaliar o potencial poluidor que essa tipologia industrial produz em decorrncia de seu processo produtivo. Nesse contexto, o estudo desenvolveu-se nas instalaes da WR Galvanoplastia, onde foram avaliados, caracterizado e classificados seus resduos, de acordo com seus riscos potenciais, resultando na proposio de um modelo de gerenciamento para a empresa.

2 REVISO BIBLIOGRFICA2.1 PROCESSOS GALVNICOS

De acordo com o Programa Piloto para a Minimizao dos Impactos gerados por resduos perigosos (2007), realizado em Braslia, o processo de tratamento de superfcie, em particular, a galvanoplastia, consiste na deposio de uma fina camada metlica sobre uma superfcie, geralmente metlica, por meios qumicos ou eletrolticos, a partir de uma soluo diluda do sal do metal correspondente, a fim de conferir um efeito de maior proteo superficial e decorativa. Os princpios que regem a galvanoplastia de acordo com (PASQUALINI, 2004, P.5) so: O Princpio da Deposio Metlica: os ons metlicos que se encontram na soluo eletroltica, carregados positivamente, so transportados por tomos metlicos, atravs do recebimento de nmeros de eltrons correspondentes e, sendo tomos metlicos, sob certas condies, formam uma camada metlica sobre um objeto qualquer. Sendo que a deposio metlica pode ocorrer com ou sem fonte de eletricidade externa. O Princpio da Deposio Metlica com Fonte de Energia Eltrica: onde a deposio galvnica dos metais de baseiam em fenmenos eletrolticos atravs de corrente contnua. E o Princpio da Deposio Metlica sem Fonte Eltrica Externa: onde os eltrons necessrios para a deposio metlica so produzidos diretamente na soluo, atravs de uma reao qumica.

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Para o material estar pronto para receber o revestimento eletroltico, deve estar limpo, isento de graxas, gorduras, xidos, restos de tintas e outras impurezas quaisquer, e no dever ter falhas, nem apresentar poros e lacunas, sendo estes ltimos os mais perigosos. Nestas lacunas se acumulam sujeiras de massa politriz, ou de outra espcie qualquer, o qual evitar a deposio da camada de revestimento (PUGAS, 2007, p. 4). O processo de galvanoplastia consiste em uma seqncia de banhos que envolvem trs etapas (AMARAL, 2001): O pr-tratamento etapa responsvel por retirar as imperfeies e materiais aderidos da superfcie das peas. Podendo ser realizada atravs do processo mecnico (jateamento, esmerilhamento, polimento, processo manual) e pelo processo qumico (desengraxamento, decapagem, neutralizao). O revestimento - segunda etapa do processo galvnico e refere-se deposio eletroltica, tambm chamada de deposio metlica. Este processo se d pela aderncia do metal que se desprende do nodo atravessando o banho, a qual se chama eletrlito, pela ao da eletricidade. Neste processo so usados vrios tipos de metais, sendo os mais utilizados o zinco, a prata, o ouro, o cobre e o alumnio. Por ltimo a passivao azul brilhante esta etapa tem por finalidade dar um acabamento pea, tipo espelho. muito utilizado para fabricao de peas com utilizao em fins decorativos. Aps passar por todas essas etapas as peas so encaminhadas para secar. As reaes de limpeza e revestimento das peas ocorrem em tanques, normalmente de ferro, revestido internamente com polipropileno ou cloreto de polivinila providos de duas barras laterias (barra andica) de cobre onde so posicionados os eletrodos positivos (anodos solveis ou insolveis), que se oxidam durante as reaes. As peas (ctodo), onde ocorrem s reaes de reduo, so presas em suportes denominados gancheiras e dispostos em uma terceira barra metlica fixada na poro central do tanque barras catdicas mostradas na Figura 1 (PUGAS, 2007, p. 3).

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Barra Andica (+) Barra Catdica (-)

Soluo eletroltica

Anodos

Figura 1: Tanque Eletroltico Fonte: (Pugas, 2007)

bom lembrar que a lavagem no processo de eletrodeposio a certeza de qualidade. Ela atua na diluio ou diminuio da quantidade de sais arrastados pelas peas de um banho a outro, os quais influenciam negativamente na eletrodeposio. Com a diminuio e controle do arraste possvel diminuir o consumo de gua utilizado no processo de lavagem. (PONTE, 2000, p. 20) De acordo com a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (CETESB) (1984) os mtodos mais recomendados para reduzir o arraste das solues dos tanques de decapagem e desengraxe so: O aumento do tempo de drenagem sobre o tanque; Reduo da viscosidade da soluo; Introduo de um agente tensoativo para diminuir a tenso superficial; Instalao de esguicho de ar em cima dos tanques de soluo par a fazer retornar parte da soluo impregnada na superfcie das peas; Instalao de lavagem em contra corrente. Os resduos e suas respectivas fontes de emisso sero apresentados a seguir.

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2.2 EFLUENTES LQUIDOS

Os efluentes lquidos so provenientes do descarte de banhos qumicos e guas de lavagem. Eles so geralmente coloridos, alguns com temperatura superior ambiente e emitem vapores, seus pHs atingem os extremos cidos ou alcalinos (PUGAS, 2007, p. 11). As fontes de emisso dos efluentes lquidos (CETESB, 1984) so: Efluentes contnuos de lavagem aps o desengraxe alcalino; Efluentes contnuos de lavagem aps a decapagem cida; Efluentes peridicos dos tanques de desengraxe alcalino e decapagem cida. Podemos segregar os efluentes da tipologia galvnica nas seguintes classes (PONTE, 2000, p. 10 -11): Efluentes crmicos banhos de cromo em geral, abrilhantadores e passivadores e suas guas de lavagem; Efluentes ciandricos banhos de cobre, zinco, cdmio, prata, ouro, certas solues desengraxantes e suas guas de lavagem; Efluentes gerais cidos solues decapantes, solues desoxidantes e suas guas de lavagem; Efluentes gerais alcalinos desengraxantes qumicos por imerso e eletrlitos e suas guas de lavagem. De acordo com Pasqualini (2004, p. 33) os resduos lquidos provenientes dos processos industriais devero ser segregados de acordo com sua classificao ou caractersticas qumicas, separadamente dos coletores pluviais, atravs de canaletas e/ou tubulaes para os tanques de acmulo (concentrao). Os tanques devem ser dimensionados para o volume que atenta a vazo diria de descarte de cada efluente, para garantir a execuo de manuteno de equipamentos ou outra eventualidade na operao da Unidade e Tratamento de Efluente. Na elaborao do projeto para segregar e tratar os efluentes, ele tambm ressalta a importncia de se fazer o levantamento de todas as informaes sobre a seqncia ou processo de tratamento superficial envolvido. Devem-se elaborar tabelas e fluxogramas da seqncia, com todos os dados sobre os volumes dos tanques, regime de vazo, freqncia de descargas dos concentrados e informaes qualitativas sobre a formulao bsica do banho. Diferentes tcnicas podem ser aplicadas e permitir maior ou menor eficincia no tratamento dos efluentes lquidos galvnicos, de tal modo a se ter a possibilidade de reuso ou

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mesmo reciclagem total das guas residurias, bem como a recuperao de produtos qumicos, podendo reduzir o volume final dos despejos lanados pelas indstrias. A osmose reversa e a eletrodilise so algumas das tcnicas indicadas para o tratamento avanado dos resduos lquidos da galvanoplastia. O custo muitas vezes elevado leva certas indstrias a se valerem de outras formas de tratamento, como, por exemplo, a precipitao qumica. Os efluentes que contm sais de metais pesados podem ser tratados por processos fsico-qumicos de coagulao-floculao e sedimentao, tcnica geralmente aplicada quando h precipitao dos compostos insolveis e a conseqente remoo dos metais pesados complexados (BRESAOLA JUNIOR, 2008). De acordo com a CETESB (1984) o tratamento mais utilizado para este tipo de indstria a neutralizao, precipitao e remoo dos slidos precipitados. Os efluentes cidos e alcalinos so misturados em um tanque com agitao mecnica, onde feito o acerto do pH pela adio de cido ou base, com a formao dos precipitados metlicos na forma de hidrxidos. Os agentes neutralizantes mais utilizados para os efluentes cidos so a soda custica, carbonato de sdio e cal, e para efluentes alcalinos, o cido sulfrico. A cal tem a desvantagem de ser pouco solvel, sendo mais difcil seu manuseio e sua dosagem, e por outro lado um produto mais barato e com a produo de um lodo mais denso e mais fcil de secar. O hidrxido de sdio tem a vantagem de no necessitar de sofisticados sistemas de dosagem e de produzir um lodo de menor volume do que o produzido pelo cal.

2.3 EMISSES GASOSAS

As emisses gasosas podem ser coloridas ou incolores, e so geralmente irritantes para as mucosas. Os gases so provenientes de reaes eletrolticas, reaes de decapagem, reaes de desengraxe e reaes de corroso (PONTE, 2000, p. 11). Segundo Pasqualini (2004, p. 23) as emisses atmosfricas so geradas pela evaporao dos lquidos dos banhos, o que acontece em maior quantidade em banhos quentes e em solventes, e pelas reaes eletrolticas que ocorrem nos eletrodos do processo galvnico. As fontes de emisses gasosas so: Tanque de desengraxe; Tanque de decapagem; Tanque de fluxagem; Estufa de secagem;

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Cuba de zincagem; Acabamento (CETESB, 1984). Mas as fontes significativas so a estufa de secagem, a cuba de zincagem e o acabamento, sendo que os outros itens podem ou no serem expressivas dependendo das concentraes dos banhos, capacidade de produo e caractersticas de operao (CETESB, 1984). As emisses gasosas devem estar de acordo com as regulamentaes do ministrio do trabalho. As quais recomendam as concentraes mximas dos diversos tipos de poluentes no ar. De uma forma geral estas emisses so controladas atravs da utilizao de exautores e lavadores de gases (PONTE, 2000, p. 11).

2.4 RESDUOS SLIDOS

A Associao Brasileira de Normas Tcnicas (ABNT) conceitua da seguinte forma os resduos slidos industriais: so todos os resduos no estado slido ou semi-slido, resultantes das atividades industriais, ficando includos nesta definio os lodos provenientes dos sistemas de tratamento de guas, aqueles gerados em equipamentos e instalaes de controle de poluio (...). Eles so classificados quanto ao risco potencial ao meio ambiente e sade pblica em funo das suas caractersticas. As normas que regem a correta disposio, classificao e caracterizao destes resduos so: NBR 10004, NBR 10005, NBR 10006 e NBR 10007 (PONTE, 2000, p. 13 - 14). Os resduos slidos gerados em indstrias galvnicas so provenientes de sucatas de metais ferrosos e no ferrosos, precipitao de banhos, lodo/ lamas do processo de tratamento de efluentes lquidos, embalagens de produtos, etc (PONTE, 2000, p. 12). As lamas do tratamento de guas residurias e das precipitaes dos tanques de lavagem e de decapagem, se caracterizam por conterem altos teores de ferro, leos e graxas, e em alguns casos baixo pH. Metais como zinco e chumbo podem aparecer nos resduos constitudos pelas barras do banho de zinco e p retidos nos filtros de tecidos ou precipitadores eletrostticos (CETESB, 1984). O lodo da estao de tratamento de efluentes deve ser disposto em lugar apropriado, dependendo da sua classificao pode ser incinerado, co-processado ou ser disposto em um aterro industrial ou sanitrio. Antes da disposio final h a necessidade de se condicionar esse lodo, principalmente com relao ao teor de umidade. A reduo da umidade

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tem um impacto direto no custo de disposio final do resduo, pois geralmente paga-se por quilo de lodo a ser depositado nos aterros. O lodo ainda deve ser acondicionado em sacos plsticos e lacrado em tambor de ao (PASQUALINI, 2004, p. 28). Para poder dar a devida destinao final a qualquer resduo industrial, aconselhase seguir a seguinte seqncia (PONTE, 2000, p. 16 17): 1 Caracterizao e identificao do resduo; 2 Avaliao do resduo em funo de sua viabilidade financeira e disponibilidade tecnolgica; 3 procurar uma destinao adequada ao resduo. Para os resduos classificados como reciclveis identificar a empresa e os procedimentos por ela adotados que gerem o menor volume de resduos produzidos na recuperao de seu resduo industrial. Ter sempre em mente que se deve evitar uma potencializao do seu resduo. Para os no reciclveis existem trs destinaes oficiais: a incinerao convencional, o aterro qumico e a incinerao; 4 Administrao interna do resduo. Definir objetivos, tornar os resduos cada vez mais reciclveis e, procurar despotencializ-los; 5 Obter documentaes. Solicitar para a empresa que administrara seus resduos que elaborem um projeto de destinao final para cada resduo. Solicitar junto ao rgo de fiscalizao, aprovao do projeto elaborado e manter em dia o licenciamento ambiental da destinao de seu resduo; 6 Administrao da destinao final. Para manter os conceitos da destinao conforme documentos, efetuar auditorias ambientais peridicas para constatar os procedimentos que so adotados. Alm de manter atualizados os licenciamentos ambientais.

3 METODOLOGIA

A presente pesquisa foi estruturada de modo a tornar possvel uma anlise seqencial dos fatores significativos. Primeiramente foi realizado um diagnstico situacional atravs de visitas a WR Galvanoplastia e o preenchimento de um formulrio, apresentado no Quadro 1, por um funcionrio da empresa para auxiliar identificao dos aspectos ambientais juntamente com suas fontes geradoras.

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Quadro 1: Formulrio para a caracterizao da atividade desenvolvida.1- Qual o turno de funcionamento da empresa? 2- Qual o tempo de funcionamento da WR Galvanoplastia? 3- Quantos funcionrios h na empresa? Quais suas respectivas funes? 4- Quais equipamentos so utilizados? Quais so suas finalidades? 5- Quais produtos qumicos so utilizados? Quais suas funes e formas de armazenamento? 6- Quais as fontes de abastecimento de gua e energia? 7 Quais so as etapas do processo produtivo? 8- Quais efluentes lquidos so gerados? Recebe algum tipo de tratamento? Qual sua destinao final? 9- Quais resduos slidos so gerados? Qual sua forma de manejo? 10- Quais so as fontes de rudos, vibraes e calor? Qual o perodo da gerao? 11- A empresa utiliza algum servio terceirizado? Qual? 12- Possuem sistema de drenagem de guas pluviais? 13- Possuem sistema de tratamento de efluentes? 14- realizado a anlise fsico-qumica dos efluentes tratados? 15- Observaes

Aps o levantamento dos dados foi realizado a identificao dos resduos de acordo com o risco potencial que oferecem ao meio ambiente e sade pblica em funo de suas caractersticas. Essa identificao foi realizada conforme a Norma ABNT 10.004 (2004): Resduos de classe I Perigosos: Apresentam periculosidade ou umas das seguintes caractersticas: inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxidade e patogenicidade; Resduos de classe II No perigosos: - Resduos de classe II A - No inertes: Aqueles que no se enquadram nas classificaes de resduos classe I Perigosos ou de resduos de classe II B Inertes, e podem ter as seguintes propriedades: biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em gua. - Resduos de classe II B Inertes: No tem constituinte algum solubilizado em concentrao superior ao padro de potabilidade de guas. Em seguida foi elaborada uma proposta de Gerenciamento para os resduos e efluentes, visando uma correta segregao, acondicionamento, transporte interno,

armazenamento, tratamento e disposio final dos mesmos. No final foi apresentada uma concluso correspondente aos objetivos levantados.

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4 CARACTERIZAO DO EMPREENDIMENTO

4.1 INFORMAES CADASTRAIS Razo Social: WR Galvanizaes LTDA (Figura 2) Nome Fantasia: WR Galvanoplastia Endereo: Rua Travessa Violeta QD. 106, LT. 1 S/N, Setor Parque Oeste Industrial Telefone: (62) 3296 - 3799 Natureza do Estabelecimento: Tratamento de superfcie Galvanoplastia.

Figura 2: Galpo da WR Galvanizaes

4.2 LEGISLAO

Embasamento Legal: NBR 10.004 (2004) Resduos Slidos Classificao; NBR 12.235 (1992) Armazenamento de Resduos Perigosos Procedimento; NBR 11.174 (1990) Armazenamento de Resduos de Classe A e Classe D; NBR 9.800 (1987) Estabelece Critrios para o Lanamento de Efluentes Lquidos Industriais no Sistema de Coletor Pblico de Esgoto Sanitrio.

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4.3 QUADRO DE REAS

A empresa composta por um galpo, um escritrio, uma cobertura externa e a rea aberta. Suas dimenses esto apresentadas no Quadro 2. Quadro 2: reas e suas respectivas dimenses da empresa WR Galvanizaes.REAS Galpo Cobertura Externa Escritrio rea Aberta DIMENSO (m) 386,48 62,47 12,42 325,98

4.4 RECURSOS HUMANOS

A equipe de trabalho envolvida em todos os procedimentos administrativos e operacionais da empresa est descrita no Quadro 3. Quadro 3: Funcionrios da WR Galvanizaes.1 2 3 CARGO Diretor Gerente Auxiliar de Galvanoplastia FUNO Administrao Gerenciamento da Produo Responsvel pelo beneficiamento da matria-prima QUANTIDADE 1 1 7

4.5 TURNO DE FUNCIONAMENTO

O estabelecimento segue uma jornada de trabalho semanal de segunda a sextafeira das 08:00h s 18:00h, com intervalo de almoo de duas horas. Aos sbados o expediente inicia as 08:00h e termina s 12:00h.

4.6 GUA E ENERGIA ELTRICA

O empreendimento possui uma cisterna como fonte de abastecimento de gua, cuja gua captada por uma bomba e armazenada num reservatrio de 500L. Essa gua, proveniente da cisterna utilizada para atender as necessidades bsicas da empresa, como

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higienizao dos funcionrios e para os enxges de produo. O volume consumido diariamente pela empresa em mdia de 3.000 L. A energia eltrica fornecida pela Centrais Eltricas de Gois CELG, e utilizada na alimentao dos equipamentos eltricos e iluminao das instalaes. O consumo mensal da empresa de 3 a 4 KW.

4.7 GUAS PLUVIAIS

A estrutura da empresa no possui calhas, a gua direcionada para o ptio que recoberto por brita para dissipar a energia e prevenir o aparecimento de eroses.

5 PROCESSO PRODUTIVO

5.1 FLUXOGRAMA GERAL DO PROCESSO PRODUTIVO

O fluxograma da linha de produo da WR galvanizaes est apresentado na Figura 3: Matria-prima (cliente) Limpeza desengraxante/ Soda Custica Decapagem cido Muritico Enxgegua

Passivao banho cido Ntrico

Enxgegua

Revestimento banho de Zinco

Neutralizador imerso de soda

Secagem Enxgegua

Centrfuga para secagem de peas pequenasFigura 3: Fluxograma do Processo Produtivo

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5.2 DESCRIO DO PROCESSO PRODUTIVO

O processo de galvanoplastia consiste em uma seqncia de banhos que envolvem trs etapas: o pr-tratamento, o revestimento e a passivao. Durante o pr-tratamento feito um banho para desengraxe, com soda custica, e logo depois a decapagem, mergulhando-se a pea em soluo de cido muritico para remover xidos, tintas, ferrugem e incrustaes da superfcie metlica. Em seguida as peas passam por um enxge em gua para evitar a contaminao nos banhos seguintes. Depois da decapagem as peas passam por uma neutralizao, a ltima etapa do pr-tratamento, cuja funo eliminar restos de lquidos e restos salinos dos poros, ou outras imperfeies. Nesta etapa utilizam-se lquidos com reaes fracamente cidas, ou alcalinas, neste caso especfico se utiliza o banho de Hidrxido de Sdio, conhecido como soda custica. Inicia-se ento a etapa do processo de galvanoplastia, o revestimento, e refere-se deposio eletroltica (Figura 4), tambm chamada de deposio metlica. Neste processo so usados vrios metais, tendo especificidade neste caso do banho de Zinco (Zn), onde as peas ficam alguns minutos. Esta etapa responsvel por aumentar resistncia a corroso, assim como para fins decorativos.

Figura 4: Tanque Eletroltico

A pea passa novamente pelo enxge e segue para a passivao, banho contendo cido ntrico que tem por finalidade fixar o zinco e dar um acabamento tipo espelho pea. Depois de passar por todas as etapas anteriores feita novamente um enxge e em seguida as

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peas so encaminhadas para secagem. As peas maiores secam ao ar livre j as pequenas secam em centrfugas.

5.3 PRODUTOS AUXILIARES UTILIZADOS

No Quadro 4 esto relacionados os produtos utilizados em todas as etapas do processo produtivo, com suas respectivas finalidades, etapa do processo em que so utilizados suas especificaes e armazenamento. Quadro 4: Produtos qumicos utilizados no processo produtivo com suas respectivas funes.PRODUTO Cianeto de Sdio Oxido de Zinco Hidrxido Sdio cido Muritico cido Ntrico de FINALIDADE Facilitar metlica a deposio ETAPA DO PROCESSO Revestimento Revestimento Pr-tratamento: neutralizao Pr-tratamento: decapagem Passivao ARMAZENAMENTO Embalagem original, armazenado em local fechado e trancado como exigido pelo Exrcito. Embalagem original sobre tbuas no cho. Embalagem original sobre tbuas no cho. Embalagem original sobre tbuas no cho. Embalagem original sobre tbuas no cho.

Proteo do metal quando deposto Eliminar restos de lquidos e restos salinos dos poros, ou outras imperfeies Remover xidos, tintas, ferrugem, incrustaes da superfcie metlica Fixador do zinco

O local onde so armazenados os produtos qumicos no adequado, mesmo recebendo a autorizao necessria e obrigatria do exrcito, pois esto no mesmo local onde est o tanque de tratamento dos resduos lquidos. Caso haja um vazamento no h barreiras de conteno, e o tanque de tratamento dos efluentes no possui reservatrio para armazenar uma sobrecarga. O local est apresentado na Figura 5.

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Figura 5: Local de armazenagem dos produtos qumicos e tratamento dos efluentes.

5.4 MQUINAS E EQUIPAMENTOS

Os equipamentos proporcionam uma maior agilidade nas execues das atividades e auxiliam na promoo da qualidade dos servios realizados pela WR Galvanizaes. O Quadro 5 quantifica os equipamentos e determina suas especificaes e aplicaes. Quadro 5: Mquinas e equipamentos utilizados pela WR Galvanizaes.Equipamento Tambores Rotativos Tanque de 4.000 L Tanque de 4.700 L Tanque de 5.300 L Tanque de 2.500 L Tanque de 2.500 L Tanque de 2.500 L Tanque de 2.500 L Retificadores de 3.000 mperes Retificadores de 1.000 mperes Bomba Potncia 1kw Tanque de Banho - Zn Quant. 03 01 01 01 01 02 01 02 03 O2 01 05 Relao do Uso Galvanizar peas pequenas Galvanizar peas em geral Banho de Zinco Galvanizar peas em geral Banho de Zinco Galvanizar peas em geral Banho de Zinco Tanques de decapagem Tanques desengraxantes Tanque passivador Tanques de enxges em gua Produo de corrente eltrica Produo de corrente eltrica Abastecimento do reservatrio de gua para uso geral Banhar o material de zinco

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6 IDENTIFICAO E CARACTERIZAO DOS ASPECTOS AMBIENTAIS

A identificao dos Aspectos Ambientais de relevante importncia na evidenciao das atividades, produtos e servios que apresentam riscos em potencial de provocar perturbaes. Os riscos podem ser caracterizados a partir da natureza de seus agentes qumicos, fsicos e biolgicos; a partir de sua fonte geradora ou mesmo em relao ao sujeito do risco: risco segurana, sade humana e bem estar pblico e ao meio ambiente.

6.1 RESDUOS SLIDOS

Os resduos slidos na WR Galvanoplastia so provenientes do processo produtivo e da manipulao e transporte de insumos e reagentes necessrios manuteno do processo. O quadro 6 apresenta a identificao dos resduos identificados de acordo com a fonte geradora e classe a qual pertence, conforme a NBR 10.004 da ABNT. Quadro 6: Resduos Slidos Gerados na WR GalvanoplastiaFONTE Estao de Tratamento de guas Residurias (ETAR) Administrao/ Recepo Oficina Refeitrio Sanitrios Banhos galvnicos RESDUOS Lodo Papel, copos plsticos, embalagens plsticas, lmpadas, cartuchos de impressora. Sucata, embalagens e recipientes de insumos, lmpadas. Restos de alimentos, marmitas descartveis, copos plsticos, papis, lmpadas. Papel, sacos plsticos e lmpadas. Embalagens e recipientes dos insumos, lmpadas, nodos usados Classe I I, IIA, IIB I, IIA, IIB I, IIA, IIB I, IIA I, IIA, IIB

As principais fontes de resduos slidos so observadas ao longo da cadeia produtiva e organizacional da empresa, destacando o lodo do processo de tratamento dos efluentes lquidos e as embalagens dos produtos qumicos.

6.2 RESDUOS LQUIDOS

Como visto anteriormente, os metais e reativos qumicos so base dos processos de tratamento de superfcie. Sua utilizao produz efluentes e resduos que quando no

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tratados iro afetar o meio ambiente, bem como causar problemas sade da populao. Estes efluentes perigosos exigem tratamento e adequada disposio. Os efluentes lquidos identificados so oriundos das atividades sanitrias e higienizao do estabelecimento, e advindo de todo o processo produtivo. As primeiras fontes identificadas no exigem formas especficas de tratamento, podendo ser equiparado a esgoto domstico, no havendo, portanto, ressalvas em lan-lo na rede pblica de esgoto da SANEAGO sem ser submetido a tratamento prvio. J os resduos lquidos provenientes das linhas de tratamento de superfcies so agrupados em duas categorias principais: despejos concentrados (que so periodicamente descartados) e despejos diludos (descartados continuamente, constitudos por guas de lavagem das peas, pisos e expurgas de equipamentos). Estes efluentes so tratados em uma estao de tratamento de guas residurias (ETAR) dentro da empresa, aps o qual descartado na rede pblica de esgoto. O Quadro 7 apresenta os efluentes lquidos identificados de acordo com sua fonte geradora, composio, tratamento e destinao final.

Quadro 7: Resduos Lquidos Gerados na WR GalvanoplastiaFONTE Refeitrio COMPOSIO Esgoto lquido com carga de detergentes e desinfetantes Esgoto sanitrio com carga de desinfetantes e saponceos, incluindo tambm carga orgnica. Efluente qumico com caractersticas cidas ou alcalinas, apresentando metais pesados e sais txicos. TRATAMENTO Fsico (caixa de gordura) DESTINAO FINAL Rede de esgoto da SANEAGO

Sanitrios

_

Rede de esgoto da SANEAGO

Sala de Banhos

ETAR

Rede de esgoto da SANEAGO

6.3 EMISSES ATMOSFRICAS

As emisses atmosfricas so geradas pela evaporao dos lquidos dos banhos, o que acontece em maior quantidade em banhos quentes e em solventes, e pelas reaes eletrolticas que ocorrem nos eletrodos do processo galvnico. A tabela a seguir apresenta as emisses atmosfricas identificadas de acordo com a fonte geradora, perodo das emisses e formas de tratamento (Quadro 8).

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Quadro 8: Emisses Atmosfricas Geradas na WR Galvanoplastia.EMISSO FONTE RUDO Movimentao de veculos no estacionamento Operao do maquinrio Sala de banhos X X X VIBRAO X X X GASES X X X MATERIAL PARTICULADO X X _ PERODO DAS EMISSES Dirio intermitente Dirio intermitente Dirio intermitente TRATAMENTO

_ _ _

As emisses atmosfricas esto em concentraes bem baixas no tornando o ar imprprio, nocivo ou ofensivo a sade, fauna ou a flora.

7 GERENCIAMENTO DOS ASPECTOS AMBIENTAIS

O objetivo desta etapa apresentar os procedimentos necessrios para um adequado gerenciamento dos aspectos ambientais.

7.1 GERENCIAMENTO DOS RESDUOS SLIDOS

Os resduos slidos gerados, pertencentes s classes IIA e IIB da Norma Regulamentadora 10.004 (ABNT,2004), no apresentam necessidade de implantao de planos de gerenciamento especiais que exijam manejos especficos, podendo ser manuseados como resduos domsticos, no havendo ressalvas em destin-los ao aterro sanitrio. Desta forma as medidas a serem propostas referentes a estes resduos objetivam evitar a proliferao de vetores, acidentes, facilitarem a realizao da coleta, minimizar os efeitos visuais e olfativos, garantindo condies sanitrias adequadas ao ambiente de trabalho, minimizando efeitos negativos ao meio ambiente. Os resduos slidos pertencentes classe I (perigosos), notadamente o lodo proveniente do tratamento de efluentes lquidos, em funo dos metais presentes em sua composio, necessita de um gerenciamento adequado, bem como uma destinao controlada. A empresa utiliza o sistema natural de secagem para o lodo, a desidratao solar fazendo o

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uso de dois leitos de secagem para que comporte o lodo e haja tempo de secagem. O lodo final pode ser transportado manualmente e o encarregado deve usar equipamento de proteo individual. Cada leito possui paredes com espessura de 20 cm, comprimento de 2 metros e largura interna de um metro. Aps a secagem o lodo dever ser embalado em tambores de plsticos bombonas para posterior destinao final (incinerao). A empresa responsvel por incinerar o lodo a Ecoblending Ambiental LTDA. O leito de secagem no possui cobertura e est localizada fora do estabelecimento, no ptio, podendo entrar em contato com a chuva e contaminar o solo e gua, esse detalhe pode ser observado na figura 6.

Figura 6: Leito de secagem do lodo gerado durante o tratamento dos efluentes industriais.

Quando houver necessidade de fazer uma limpeza no sistema de tratamento de efluentes ser gerado lodo, que dever ser acondicionado em saco plstico e lacrado em tambores para serem incinerados posteriormente.

7.1.1

Medidas

Implantar sistema de coleta seletiva dos resduos gerados no estabelecimento (papis, vidros, plsticos, lmpadas, nodos gastos, resduos de varrio e resduos orgnicos) de forma que, atravs desta separao, seja planejada uma destinao (disposio final) mais eficiente e sustentvel (reciclagem) destes detritos;

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Promover a conscientizao dos funcionrios sobre a importncia de evitar desperdcios de materiais como embalagens, papis, copos plsticos, etc., incluindo orientao quanto ao uso racional de energia eltrica; Promover o acondicionamento dos resduos em sacos plsticos adequados segundo as especificaes da NBR 9.190 da ABNT, onde ficaro armazenados at o momento da coleta; O recipiente de acomodao temporria dos resduos dever ser exclusivo para este fim e ter dimenso suficiente para comportar a quantidade de resduos gerados, coberto para evitar a contribuio de guas pluviais, suspenso de gases ftidos e proliferao de vetores como roedores, mosquitos, etc. Sua higienizao deve ser peridica; Os tambores, onde so dispotos os resduos perigosos, devem ser armazenados, preferencialmente, em reas cobertas, bem ventiladas, e os recipientes so colocados sobre base de concreto ou outro material que impea a lixiviao e percolao de substncias para o solo e guas subterrneas. Os tambores devem ser devidamente rotulados de modo a possibilitar uma rpida identificao dos resduos armazenados, conforme especificado na NBR 12235 (ABNT, 1992). O local de armazenamento de resduos perigosos deve possuir: um sistema de isolamento tal que impea o acesso de pessoas estranhas; sinalizao de segurana que identifique a instalao para os riscos de acesso o local; reas definidas, isoladas e sinalizadas para armazenamento de resduos compatveis, conforme especificado na NBR 12235 (ABNT, 1992). Uma instalao de armazenamento de resduos perigosos deve ser suprida de iluminao e fora, de modo a permitir uma ao de emergncia, mesmo noite. De acordo com a NBR 11174 (ABNT, 1990) o armazenamento de resduos classes II e III pode ser realizado em contineres. O local deve ser devidamente sinalizado e impermeabilizado, sendo este separado do local de armazenamento dos resduos de classe I. Os recipientes dos produtos qumicos utilizados s devem ser reaproveitados ou reutilizados mediante a confirmao da empresa fornecedora; A empresa deve providenciar coberturas com telhas translcidas para os leitos de secagem, a fim de se evitar o extravasamento por contribuio de guas pluviais; Quando se fizer necessrio, limpar o tanque de reteno da ETE e tomar as providncias cabveis, como lacrar em tambor ou converter os constituintes agressivos.

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7.2 GERENCIAMENTO DOS EFLUENTES LQUIDOS

Uma parte dos efluentes lquidos gerados pela WR Galvanizaes apresenta caractersticas de esgoto sanitrio domstico, no havendo ressalvas em lan-los diretamente na rede coletora de esgoto da SANEAGO sem tratamento prvio. A exceo fica por conta dos efluentes lquidos gerados pelos banhos e lavagem de gancheiras (contendo carga de soda e cloro) que apresentam produtos qumicos e metais pesados em sua composio, conferindolhes caractersticas cidas e alcalinas extremas. Os efluentes lquidos antes de serem direcionado rede coletora da SANEAGO, passam por um sistema de tratamento preliminar para efluentes industriais constitudo de: uma caixa de inspeo, um tanque de acmulo para posterior encaminhamento para caixa de inspeo, posto de visita da SANEAGO, e por final rede de esgoto da SANEAGO, conforme a Figura 7.

Figura 7: Local de tratamento dos efluentes lquidos.

Os banhos da eletrodeposio no so descartados. Em caso de contaminao ele tratado e reutilizado. Quando no houver como recuper-lo ele deve ser lanado em pequenas quantidades na estao de tratamento de guas residurias para no comprometer o tratamento. O piso da frente de produo est devidamente impermeabilizado para que no ocorram infiltraes no solo. Mas o local no possui canaletas para conter e conduzir os efluentes que respingam, extravasam e vazam dos tanques utilizados para galvanizar. Os tanques de tratamento dos resduos lquidos tambm ficam descobertos, correndo o risco de algum produto entrar em contato com o efluente e afetar o tratamento.

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A ETE da empresa tem capacidade para tratar 6,22 m de efluentes. Assim que o tanque de acmulo alcana sua capacidade medido ento o pH, que varia de 2.5 a 3, para a realizao da equalizao, ou seja, balanceamento/ neutralizao do pH com barrilha e soda custica lquida. Depois jogado um coagulante no tanque para que os metais/ lodo possam decantar. O coagulante utilizado pela WR galvanizaes foi fabricado de acordo com o efluente gerado na empresa, aps os mesmos serem analisados, em Cravinhos no estado de So Paulo, pela empresa Alcolina Indstria e Comrcio de Aditivos. A anlise fsico-qumica da gua, aps tratamento, realizada pela empresa Aqualit localizado na cidade de Goinia. As amostras foram coletadas em recipientes plsticos e encaminhadas para anlise, no dia 17 de outubro de 2008. O efluente analisado atendeu os critrios para lanamento de efluentes lquidos no sistema coletor pblico de esgoto sanitrio conforme a NBR 9800 (ABNT, 1987). Aps tratamento o tanque de acmulo esvaziado, ento o resduo resultante, o lodo, transportado para um leito de secagem para pr-tratamento. O lodo seco e se torna um resduo slido que devidamente lacrado e recolhido pela Ecoblending.

7.2.1 Medidas

Em caso de introduo de novos produtos ou atividades que possam vir a modificar as caractersticas fsicas ou qumicas do efluente ou, gerar um novo tipo de efluente, recomenda-se que isto ocorra com orientao de profissionais qualificados; Fazer manuteno na caixa de gordura, evitando que a mesma sobrecarregue comprometendo o bom funcionamento do sistema de tratamento; Os parmetros para lanamento na rede coletora dever ter como fundamento a NBR 9800 (ABNT, 1987), que define os critrios para lanamento de efluentes lquidos no sistema coletor pblico de esgoto sanitrio; Os pisos alm de serem impermeabilizados, devem conter bacias de conteno para que no haja contaminao de outras reas em caso de vazamentos, tombamentos, rompimentos dos tanques e demais eventualidades. Deve ser construdo canaletas que iro conter e conduzir os efluentes que respingam, extravasam ou vazam dos tanques para as bacias de conteno para receber o tratamento adequado;

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Como o piso no possui declividade deve-se implantar um programa para encaminhar (com auxilio de rodos) o efluente acumulado no piso para as canaletas que iro conduzi-los para as bacias de conteno; Para garantia do sucesso da estao de tratamento de esgoto, deve-se levar em conta fatores que envolvem uma reao. Algumas destas variveis so: a concentrao de reagentes e o pH que devem ser ajustados de acordo com os padres de emisses das redes coletoras. Devendo este ser analisado diariamente. Deve-se treinar o responsvel pela operao da estao de tratamento dos efluentes para que o mesmo esteja apto a realizar tal funo; Verificar regularmente o estado dos equipamentos utilizados na estao de tratamento, o estado das canaletas e tubulaes de transporte de efluentes e do piso podem indicar se h vazamento e contaminao do solo; Contratar um profissional para a funo de coordenao das operaes que envolvam a manipulao de produtos qumicos, a fim de garantir um tratamento eficiente; A realizao da anlise fsico-qumica dos efluentes tratados deve ser realizada periodicamente de seis em seis meses; Os tanques de tratamento de efluentes devem ser tampados para impedir que outros tipos de materiais entrem em contato e prejudique o sistema de tratamento. importante que a empresa tenha um plano de emergncia com procedimentos de conteno em caso de derramamentos para que evite a contaminao do solo e nem sobrecarregue o sistema de tratamento de efluentes. A WR deve providenciar a construo de um tanque reserva para conter esses efluentes.

7.3 GERENCIAMENTO DAS EMISSES ATMOSFRICAS

A principal fonte geradora de emisses atmosfrica do empreendimento constituda por evaporaes dos banhos, que so, geralmente, irritantes para as mucosas. O limite de tolerncia para produtos sob a forma de gases regulada pela NR 15, a qual recomenda as concentraes mximas dos diversos tipos de poluentes no ar. A WR Galvanizaes tem atividade bem pequena. O galpo tem uma altura e aerao excelente para o empreendimento, sendo necessrio a implantao de ventiladores na rea de produo.

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Os rudos existentes, provenientes de alguns equipamentos utilizados nos procedimentos operacionais, no apresentam necessidade de medidas mitigadoras, somente a utilizao de EPI pelos funcionrios. Alm de promover a manuteno peridica dos

equipamentos que gerem ou com propenso a gerar rudos. Em caso de suspeitas de rudos, cuja intensidade esteja provocando perturbaes alm dos limites do local onde esto sendo gerados, ser necessrio proceder a uma avaliao dos nveis de decibis (dB). Se os valores do laudo de emisses sonoras excederem os limites permitidos, ser necessrio implantar um sistema de isolamento acstico.

8 CONSIDERAES FINAIS

A WR Galvanoplastia se enquadra em um ramo potencialmente poluidor, porm suas atividades contam com um Sistema de Tratamento de Efluentes, rea que mais gera resduo em galvanizao. Porm, se observa que medidas paliativas so adotadas no decorrer das atividades, ao contrrio da adoo de normas sistemticas e concisas. Atravs do gerenciamento adequado dos resduos gerados na WR, busca-se cumprir as responsabilidades inerentes, aperfeioando todas as etapas do manejo. Destacando que a segregao correta dos resduos permite que os mesmos sejam manejados de forma segura. Como um ramo que demanda utilizao de gua recomenda-se que seja feito um estudo para a efetivao de programas de minimizao do uso deste bem, que em conseqncia diminuir a gerao de efluentes lquidos, fato que tambm contribuir para diminuir os custos da produo. O estudo de reutilizao dos banhos poderia levar ainda maiores economias para a WR galvanoplastia. Observou-se que h funcionrios que no sabem os problemas que sua atividade pode causar sade e ao meio ambiente. Faz-se necessrio promover a conscientizao de todos os envolvidos, adequando uniformemente s normas institucionais. Sobretudo por se tratar de uma empresa que reconhece o perigo que sua atividade oferece para o meio ambiente, e tambm da importncia do adequado gerenciamento de seus resduos e efluentes. A WR Galvanoplastia tambm no possui lava olhos em nenhum compartimento da empresa, devendo este, juntamente com o chuveiro, ser instalado na rea de manuseio de produtos qumicos para evitar maiores danos em casos de acidentes. O local de armazenamento dos produtos qumicos deve ser utilizado somente para este fim. Seu

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armazenamento deve ser feita em rea coberta, fresca, ventilada e longe de materiais incompatveis. A WR deve providenciar o mais rpido possvel a construo dessa sala. A mesma deve possuir barreiras de conteno para evitar a contaminao de outras reas em caso de vazamentos. As fichas contendo as normas de segurana dos produtos qumicos devem ser anexadas prximo ao armazenamento dos mesmos, em local visvel e de fcil acesso, e os recipientes dos produtos qumicos devem ser fechados e etiquetados adequadamente. importante frisar que a WR Galvanoplastia prontificou-se a realizar todas as medidas pragmticas em funo da sade dos seus funcionrios, assim como preservao do meio ambiente de acordo com suas possibilidades financeiras e mercadolgicas.

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