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PLANO DE MANEJO
PARQUE NATURAL MUNICIPAL DO INTELECTO
Itabira
2009
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Apresentação
O Parque Natural Municipal de Itabira é uma unidade de conservação inserida no
centro da área urbana do Município de Itabira, Minas Gerais. O parque foi criado em 27 de
dezembro de 1991 através da Lei Municipal nº 2.770, com uma área de 21,60 ha (vinte e um
hectares e sessenta ares) e no ano de 2006 passou a ter 35,13 ha (trinta e cinco hectares e treze
ares), após a incorporação da área do Pico do Amor, patrimônio natural, cultural e religioso de
Itabira.
O parque anteriormente denominado de Parque Municipal do Campestre, a partir do
ano de 2006 passou a se denominar Parque Natural Municipal do Intelecto. Seu nome faz
referência a um personagem ilustre da história de Itabira, responsável por zelar pela área do
parque antes de sua criação.
O plano de manejo do Parque Natural Municipal do Intelecto foi elaborado por
profissionais da SMMA - Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Itabira. O plano de
manejo é um documento técnico fundamentado nos objetivos gerais de uma unidade de
conservação e onde se estabelece o zoneamento e as normas que devem presidir o uso da área
e dos recursos naturais nela inseridos, inclusive a implantação das estruturas físicas
necessárias à gestão da unidade.
Este plano de manejo foi elaborado com base no Roteiro Metodológico para
Planejamento de Parque Nacional, Reserva Biológica e Estação ecológica, produzido pelo
IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, em
2002, em complementação à Lei nº 9.985de 18 de julho de 2000, que institui o SNUC -
Sistema Nacional de Unidades de Conservação.
A aprovação deste documento pelo Poder Público Municipal assim como pelo
Estadual, aqui representado pelo IEF - Instituto Estadual de Florestas, representará um marco
histórico das ações em benefício do meio ambiente de Itabira, como o primeiro Plano de
Manejo elaborado neste município.
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SUMÁRIO
1. Contextualização ................................................................................................................. 5
1.1 Contexto Internacional ............................................................................................... 5
1.2 Contexto Nacional ....................................................................................................... 6
1.3 Contexto Estadual – Minas Gerais .......................................................................... 12
1.4 Contexto local – Itabira ............................................................................................ 13
2. Diagnóstico do entorno ..................................................................................................... 20
2.1 Histórico ..................................................................................................................... 19
2.2 Localização, limites e acessos ................................................................................... 21
2.3 Dados Sócio-econômicos ........................................................................................... 23
2.4 Geologia ...................................................................................................................... 25
2.5 Relevo e Geomorfologia ............................................................................................ 25
2.6 Solos ............................................................................................................................ 28
2.7 Hidrografia ................................................................................................................ 28
2.8 Clima .......................................................................................................................... 30
2.9 Vegetação ................................................................................................................... 34
3. Diagnóstico da UC ............................................................................................................. 35
3.1 Histórico ..................................................................................................................... 35
3.2 Limites e acessos ........................................................................................................ 37
3.3 Meio Físico e Biótico ................................................................................................. 39
3.3.1 Flora.................................................................................................................. 40
3.3.2 Fauna................................................................................................................ 43
3.4 Infra-estrutura .......................................................................................................... 53
3.4.1 Pico do Amor .................................................................................................... 55
3.4.2 Mata do Intelecto ............................................................................................. 59
3.5 Administração e recursos ......................................................................................... 60
4. Zoneamento e normatização ............................................................................................ 61
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4.1 Zona Primitiva ........................................................................................................... 62
4.2 Zona de Uso Extensivo .............................................................................................. 62
4.3 Zona de Uso Intensivo ............................................................................................... 63
4.4 Zona de Uso Especial ................................................................................................ 63
4.5 Zona de Recuperação ................................................................................................ 63
5. Projetos específicos ........................................................................................................... 63
6. Monitoria e Avaliação ....................................................................................................... 64
7. Equipe Técnica .................................................................................................................. 65
Referências Bibliográficas ................................................................................................... 66
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PLANO DE MANEJO
PARQUE NATURAL MUNICIPAL DO INTELECTO
1. Contextualização
1.1 Contexto Internacional
As preocupações ambientais tornaram-se significativas a partir da década de 70,
quando as conseqüências da Revolução Industrial passaram a ser evidentes. Por iniciativa das
nações industrializadas, a ONU – Organização das Nações Unidas - convocou a Reunião
Mundial sobre o Meio Ambiente Humano, realizada em Estocolmo no ano de 1972. Desta
reunião resultou uma declaração com 21 princípios voltados, basicamente, para o controle da
poluição hídrica.
Na década de 80, foi convocada uma nova reunião para avaliar os resultados da
aplicação dos 21 princípios estabelecidos em Estocolmo. Esta reunião foi realizada em 1982 e
denominada de Conferência de Nairóbi. Durante a conferência concluiu-se a real
necessidade de avançar nas questões ambientais, estabelecendo duas prioridades: a criação de
unidades de conservação e a recuperação de áreas degradadas.
Dando continuidade a estas conferências, na década de 90 realizou-se a terceira desta
série, conhecida como Rio 92 ou Conferência para o Meio Ambiente e Desenvolvimento.
O foco desta conferência passou a ser o efeito estufa, a biodiversidade, a pobreza e a
necessidade de atingir-se um desenvolvimento sustentado.
A CDB - Convenção sobre Diversidade Biológica é um dos principais resultados da
Rio-92. Nela são propostas regras visando assegurar a conservação da biodiversidade, o seu
uso sustentável e a justa repartição dos benefícios provenientes do uso econômico dos
recursos genéticos, respeitada a soberania de cada nação sobre o patrimônio existente em seu
território. A Convenção sobre Diversidade Biológica foi assinada por 156 países em 1992,
durante a Eco-92 (ou RIO-92), inclusive o Brasil.
A Convenção entrou em vigor internacionalmente em 29 de dezembro de 1993. No
Brasil, o Congresso Nacional aprovou o texto da Convenção sobre Diversidade Biológica por
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meio do Decreto Legislativo no 02 de 3 de fevereiro de 1994 e depositou o instrumento de
ratificação da Convenção em 28 de fevereiro de 1994. Desta forma a convenção passou a
vigorar no Brasil em 29 de maio de 1994 e o Presidente da República em exercício, Fernando
Henrique Cardoso a promulgou com o Decreto no 2519 de 16 de março de 1998.
Atualmente 175 países assinaram a convenção e 168 destes a ratificaram.
Dentre as regras presentes no documento da Convenção sobre Diversidade Biológica,
cabe aqui citar:
• “Desenvolver estratégias, planos ou programas para a conservação e a utilização
sustentável da diversidade biológica...” segundo as medidas gerais para a conservação e a
utilização sustentável dos recursos naturais proposta no artigo 6o;
• “Identificar componentes da diversidade biológica importantes para sua conservação
e sua utilização sustentável...” segundo o artigo 7o que trata da identificação e
monitoramento da biodiversidade;
• “Estabelecer um sistema de áreas protegidas ou áreas onde medidas especiais
precisem ser tomadas para conservar a diversidade biológica” e “Promover a proteção de
ecossistemas, habitats naturais e manutenção de populações viáveis de espécies em seu
meio natural” segundo o artigo 8º que trata da conservação in-situ da diversidade
biológica.
• “Adotar medidas relacionadas à utilização de recursos biológicos para evitar ou
minimizar impactos negativos na diversidade biológica” segundo artigo 10º que trata da
utilização sustentável de componentes da diversidade biológica.
• “Promover e estimular a compreensão da importância da diversidade biológica e das
medidas necessárias a esse fim, sua divulgação pelos meios de comunicação, e a inclusão
desses temas nos programas educacionais” segundo artigo 13º que trata da educação e
conscientização pública.
1.2 Contexto Nacional
Os primeiros instrumentos legais, em âmbito nacional, para proteção do patrimônio
genético e ambiental são anteriores à Constituição e em vigência até hoje. Trata-se do Código
Florestal de 1965 (Lei Federal nº 4771, de 15 de setembro de 1965) e a Lei de Proteção da
Fauna de 1967 (Lei Federal nº 5197, de 03 de janeiro de 1967) as quais buscavam a
normatização do uso racional dos recursos provenientes da biodiversidade nacional, de forma
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a compatibilizá-la com sua preservação.
Dentre os méritos do Código Florestal está a definição das áreas de preservação
permanente (APP) e a reserva legal, assim definidas:
• Área de Preservação Permanente: área protegida, coberta ou não por vegetação
nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a
estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e
assegurar o bem-estar das populações humanas;
• Reserva Legal: área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural,
excetuada a de preservação permanente, necessária ao uso sustentável dos recursos
naturais, à conservação e reabilitação dos processos ecológicos, à conservação da
biodiversidade e ao abrigo e proteção de fauna e flora nativas.
A supressão total ou parcial de florestas de preservação permanente (APP) só será
admitida com prévia autorização do Poder Executivo Federal, quando for necessária à
execução de obras, planos, atividades ou projetos de utilidade pública ou interesse social,
segundo § 1º do artigo 3º do Código Florestal. Em relação à reserva legal, a vegetação
também não pode ser suprimida, podendo apenas ser utilizada sob regime de manejo florestal
sustentável, segundo o § 2º do artigo 16º da mesma lei. Dependendo da região e do bioma, a
reserva legal pode ser de 20 (vinte) a 80% (oitenta por cento) da propriedade. Desta forma,
amostras da vegetação estariam protegidas, garantido a perpetuação da biodiversidade.
A partir da Lei da Fauna (Lei Federal nº 5.197 de 1967), a fauna silvestre passou a ser
definida como os animais de quaisquer espécies, em qualquer fase do seu desenvolvimento e
que vivem naturalmente fora do cativeiro, bem como seus ninhos, abrigos e criadouros
naturais. A fauna silvestre foi atribuída o status de propriedades do Estado, sendo proibida a
sua utilização, perseguição, destruição, caça ou apanha. Entretanto as leis de Proteção da
Fauna e o Código Florestal não foram suficientes para garantir a preservação do patrimônio
biológico nacional. Devido às restrições do uso do solo impostas por estas leis, somada à falta
de uma consciência ambiental da população em geral, a falta de infra-estrutura e de interesse
político do Estado em fiscalizar e punir, tais leis não são cumpridas.
Nota-se também uma preocupação com a integridade da diversidade biológica
nacional na própria Constituição Federal de 1988 no seu Capítulo VI - Do Meio Ambiente,
especialmente no artigo 225º: “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao
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Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras
gerações.” A regulamentação de quatro incisos pertencentes ao § 1º deste artigo tornaram
possível consolidar a estratégia de reservar determinadas áreas para conservação e
preservação da biodiversidade. Estes incisos são exibidos abaixo:
I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico
das espécies e ecossistemas;
II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as
entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético;
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes
a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente
através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que
justifiquem sua proteção;
VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização
pública para a preservação do meio ambiente;
Dentre os instrumentos legais necessários à regulamentação dos incisos acima
listados, destaca-se a Lei Federal nº 9985 de 18 de julho de 2000, que instituiu o SNUC -
Sistema Nacional de Unidades de Conservação. Sua criação foi impulsionada pelo contexto
internacional da Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento
e a promulgação do Decreto Federal nº 2519 em 16 de março de 1998, além do fracasso na
aplicação do Código Florestal e da Lei da Fauna. A lei n. 9985 de 18 de julho de 2000 definiu
unidade de conservação como “espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as
águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituído pelo
Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de
administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção” (art. 2º, inciso I).
O Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza - SNUC é constituído
pelo conjunto das unidades de conservação federais, estaduais e municipais (artigo 3º da Lei
Federal nº 9985 de 18 de julho de 2000). Segundo esta lei os objetivos de uma unidade de
conservação (UC) são:
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• Contribuir para a manutenção da diversidade biológica e dos recursos genéticos no
território nacional e nas águas jurisdicionais;
• Proteger as espécies ameaçadas de extinção no âmbito regional e nacional;
• Contribuir para a preservação e a restauração da diversidade de ecossistemas
naturais;
• Promover o desenvolvimento sustentável a partir dos recursos naturais;
• Promover a utilização dos princípios e práticas de conservação da natureza no
processo de desenvolvimento;
• Proteger paisagens naturais e pouco alteradas de notável beleza cênica;
• Proteger as características relevantes de natureza geológica, geomorfológica,
espeleológica, arqueológica, paleontológica e cultural;
• Proteger e recuperar recursos hídricos e edáficos;
• Recuperar ou restaurar ecossistemas degradados;
• Proporcionar meios e incentivos para atividades de pesquisa científica, estudos e
monitoramento ambiental;
• Valorizar econômica e socialmente a diversidade biológica;
• Favorecer condições e promover a educação e interpretação ambiental, a recreação
em contato com a natureza e o turismo ecológico;
• Proteger os recursos naturais necessários à subsistência de populações tradicionais,
respeitando e valorizando seu conhecimento e sua cultura e promovendo-as social e
economicamente.
A Lei Federal nº 9985 de 2000 estabelece 12 (doze) categorias de unidades de
conservação, dentre elas o Parque, pertencente ao grupo das Unidades de Proteção Integral.
De acordo com o § 1º do art. 7o “O objetivo básico das Unidades de Proteção Integral é
preservar a natureza, sendo admitido apenas o uso indireto dos seus recursos ...”. O uso
indireto é “aquele que não envolve consumo, coleta, dano ou destruição dos recursos naturais”
segundo a mesma lei (art. 2o, inciso IX).
Especificamente a categoria Parques:
[...] tem como objetivo básico a preservação de ecossistemas naturais de grande
relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas
científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação
ambiental, de recreação e em contato com a natureza e de turismo ecológico (art.
11, Lei Federal nº 9985 de 2000).
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Ainda como reflexo da Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o
Desenvolvimento e da Convenção sobre Diversidade Biológica, em 2002 foi instituída a
Política Nacional de Biodiversidade pelo Decreto Federal nº 4339 de 22 de agosto de 2002.
Os princípios desta política são basicamente os mesmos da Convenção sobre Diversidade
Biológica, e dentre eles podemos destacar:
• A diversidade biológica tem valor intrínseco, merecendo respeito independentemente
de seu valor para o homem ou potencial para uso humano;
• As nações são responsáveis pela conservação de sua biodiversidade e por assegurar
que atividades sob sua jurisdição ou controle não causem dano ao meio ambiente e à
biodiversidade de outras nações ou de áreas além dos limites da jurisdição nacional;
• Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum
do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se, ao Poder Público e à
coletividade, o dever de defendê-lo e de preservá-lo para as presentes e as futuras
gerações;
• A manutenção da biodiversidade é essencial para a evolução e para a manutenção dos
sistemas necessários à vida da biosfera e, para tanto, é necessário garantir e promover a
capacidade de reprodução sexuada e cruzada dos organismos;
• As ações nacionais de gestão da biodiversidade devem estabelecer sinergias e ações
integradas com convenções, tratados e acordos internacionais relacionados ao tema da
gestão da biodiversidade;
• As ações de gestão da biodiversidade terão caráter integrado, descentralizado e
participativo, permitindo que todos os setores da sociedade brasileira tenham,
efetivamente, acesso aos benefícios gerados por sua utilização.
A Política Nacional de Biodiversidade possui sete eixos temáticos chamados de
“componentes”, cada um com objetivos específicos com base na Convenção sobre
Diversidade Biológica. O segundo componente, denominado Conservação da
Biodiversidade possui como segunda diretriz a “Promoção de ações de conservação in situ da
biodiversidade dos ecossistemas nas unidades de conservação, mantendo os processos
ecológicos e evolutivos, a oferta sustentável dos serviços ambientais e a integridade dos
ecossistemas.” Os principais objetivos específicos deste componente são:
• Apoiar e promover a consolidação e a expansão do SNUC - Sistema Nacional de
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Unidades de Conservação da Natureza, com atenção particular para as unidades de
proteção integral, garantindo a representatividade dos ecossistemas e das ecorregiões e a
oferta sustentável dos serviços ambientais e a integridade dos ecossistemas.
• Promover e apoiar o desenvolvimento de mecanismos técnicos e econômicos para a
implementação efetiva de unidades de conservação.
• Apoiar as ações do órgão oficial de controle fitossanitário com vistas a evitar a
introdução de pragas e espécies exóticas invasoras em áreas no entorno e no interior de
unidades de conservação.
• Incentivar o estabelecimento de processos de gestão participativa, propiciando a
tomada de decisões com participação da esfera federal, da estadual e da municipal do
Poder Público e dos setores organizados da sociedade civil, em conformidade com a Lei
do Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza.
• Incentivar a participação do setor privado na conservação in situ, com ênfase na
criação de RPPN’s - Reservas Particulares do Patrimônio Natural, e no patrocínio de
unidade de conservação pública.
• Desenvolver mecanismos adicionais de apoio às unidades de conservação de proteção
integral e de uso sustentável, inclusive pela remuneração dos serviços ambientais
prestados.
• Promover o desenvolvimento e a implantação de um plano de ação para solucionar os
conflitos devidos à sobreposição de unidades de conservação, terras indígenas e de
quilombolas.
Com base na Política Nacional de Biodiversidade e em atendimento à Convenção sobre
Diversidade Biológica foram estabelecidas as Metas Nacionais de Biodiversidade para
2010 pela Resolução CONABIO – Comissão Nacional de Biodiversidade nº 3, de 21 de
dezembro de 2006, totalizando 51 (cinqüenta e uma) metas, 14 (quatorze) delas para o
Componente Conservação da Biodiversidade. Dentre estas podemos destacar as metas:
2.1 Pelo menos 30% (trinta por cento) do Bioma Amazônia e 10% (dez por cento) dos
demais biomas e da Zona Costeira e Marinha efetivamente conservados por Unidades
de Conservação do Sistema Nacional de Unidades de Conservação.
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2.2 Proteção da biodiversidade assegurada em pelo menos 2/3 (dois terços) das Áreas
Prioritárias para Biodiversidade por meio de Unidades do SNUC, Terras Indígenas e
Territórios Quilombolas.
2.5 100% (cem por cento) das espécies ameaçadas efetivamente conservadas em Áreas
Protegidas.
1.3 Contexto Estadual – Minas Gerais
Assim como na Constituição Federal, a Constituição do Estado de Minas Gerais faz
referência aos direitos e deveres com relação ao meio ambiente ecologicamente equilibrado
da seguinte forma:
Art. 214 - Todos têm direito a meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de
uso comum ao povo e essencial à sadia qualidade de vida, e ao Estado e à
coletividade é imposto o dever de defendê-lo e conservá-lo para as gerações
presentes e futuras.
O Governo do Estado de Minas Gerais promoveu a definição das áreas prioritárias
para conservação visando nortear a conservação da biodiversidade em seu território e desta
forma atender ao estabelecido na Constituição, na CDB – Convenção sobre Diversidade
Biológica e na Política Nacional de Biodiversidade. Neste processo estiveram envolvidos a
SEMAD - Secretaria do Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, IEF -
Instituto Estadual de Florestas e a Fundação Biodiversitas e Conservation International do
Brasil, gerando como resultado, em 1998, o documento "Biodiversidade em Minas Gerais:
Um Atlas para sua Conservação". Este documento contém os critérios para a definição das
áreas prioritárias para conservação da biodiversidade em Minas Gerais, bem como as
diretrizes e outras recomendações importantes para garantir a qualidade ambiental no Estado.
O documento passa a cumprir com o acima estabelecido, legalmente, em 2002, a partir da
Deliberação Normativa do COPAM – Conselho de Política Ambiental nº 55, de 13 de junho
de 2002. Em seu artigo dois, as áreas identificadas no documento: “Biodiversidade em Minas
Gerais – Um Atlas para sua Conservação”, serão consideradas prioritárias para a definição e
validação de qualquer nova Unidade de Conservação pelo Estado, incluindo-se aquela
decorrente de processo de licenciamento ambiental, conforme o disposto na Lei nº 9.985 de
18 de julho de 2000 (SNUC).
Uma segunda edição do Atlas foi publicada em 2005. O Atlas foi formulado por meio
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do levantamento e cruzamento de informações sobre temas biológicos e não biológicos.
Foram levantados dados sobre 13 (treze) grupos temáticos, sendo sete grupos biológicos e seis
não biológicos. Os grupos biológicos considerados foram: Mamíferos, Aves, Répteis,
Anfíbios, Peixes, Invertebrados e Flora. Os seis grupos não biológicos foram: Políticas
Públicas, Fatores Abióticos, Unidades de Conservação, Aspectos Socioeconômicos,
Desenvolvimento Sustentável, Indicadores e Monitoramento Ambiental, sendo que os dois
últimos representam uma análise adicional com relação à primeira versão deste documento de
1998. Os dados reunidos, analisados e processados resultam do consenso e a experiência de
121(cento e vinte e um) especialistas em 1998 e 209 (duzentos e nove) em 2005, ligados à
questão ambiental, provenientes de diversas universidades, institutos de pesquisa,
organizações governamentais e não governamentais, e empresas, reunidos em grupos de
trabalho.
Ainda em 2002, foi promulgada a Lei Estadual nº 14.309, de 19 de junho de 2002,
que dispõe sobre a Política Florestal e de Proteção à Biodiversidade no estado. Esta lei
equivale ao Código Florestal e ao SNUC – Sistema Nacional de Unidades de Conservação, no
estado de Minas Gerais, tendo objetivos, princípios e diretrizes semelhantes. As seções II, III
e IV, do capítulo um da Lei Estadual supracitada, dispõe sobre área de preservação
permanente (APP), reserva legal e unidades de conservação, respectivamente. Esta mesma lei
cria o SEUC -Sistema Estadual de Unidades de Conservação. Posteriormente esta lei foi
regulamentada pelos Decretos Estaduais nº 43.710 de 08 de janeiro de 2004 e nº 43.961 de 02
de fevereiro de 2005.
1.4 Contexto local - Itabira
A criação do CODEMA – Conselho Municipal de Meio Ambiente, instituído pela Lei
Municipal nº 2.324 de 03 de setembro de 1985, marcou a preocupação ambiental no
Município. Posteriormente, novas leis com enfoque na questão ambiental foram sendo
criadas, entre elas a Lei Municipal nº 3.725, de 04 de julho de 2002, e a Lei nº 3.761 de 04 de
fevereiro de 2003, que amplia e consolida a legislação ambiental do Município de Itabira.
O Plano Diretor do Município de Itabira (2006), prevê em seu Capítulo II, Seção IV,
o Plano Municipal de Unidades de Conservação da Natureza.
De acordo com o Atlas de Biodiversidade de Minas Gerais, Itabira está inserida na
Região 54 (cinqüenta e quatro) - (Nova Era/Itabira), classificada como de importância
ecológica muito alta no Grupo Biológico Aves. Dentre as justificativas para a inclusão desta
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área entre aquelas prioritárias para conservação está a ocorrência de Biatas nigropectus,
espécie altamente ameaçada de extinção.
O território de Itabira também está inserido na Região 22 (vinte e dois) - (Corredor do
Espinhaço), classificada como corredor no Grupo Biológico Flora. A principal justificativa
para a inclusão desta área dentre aquelas prioritárias para conservação é presença da Cadeia
do Espinhaço, com fauna e flora exclusivas, de história evolutiva intimamente associada a
esta formação, além da enorme riqueza paisagística. Sua formação vegetal é considerada a
maior concentração de endemismos no país. A categoria corredor destina-se as regiões que
conectam unidades de conservação, áreas prioritárias de diferentes categorias de importância
biológica e remanescentes de vegetação natural ainda pouco conhecidos.
No mapa-síntese do Atlas Mineiro, gerado pela sobreposição e análise dos mapas de
cada grupo temático, Itabira está inserido na Região 59 (cinqüenta e nove) - (Alto Rio Santo
Antônio), uma das 112 (cento e doze) áreas mais importantes para a conservação da
biodiversidade no estado de Minas Gerais. Esta região é classificada como “Especial”, ou
seja, área com ocorrência de espécie(s) restrita(s) à área e/ou ambiente(s) único(s) no Estado.
Sua inclusão baseia-se na presença de espécie com distribuição restrita (Henochilus
wheatlandii) e na alta riqueza de espécies endêmicas.
As formações florestais em Itabira são classificadas como Floresta Estacional
Semidecidual, pertencentes ao bioma Mata Atlântica e desta forma protegida por instrumentos
legais das várias esferas de governo. Primeiramente, a Constituição Federal atribui a Mata
Atlântica o status de patrimônio Nacional (art. 225º, § 4º), posteriormente leis e decretos
foram criados para frear a sua destruição, preservar seus remanescentes e propiciar a
regeneração de outros.
A Mata Atlântica está entre os 34 (trinta e quatro) hotspost do mundo, segundo a ONG
Conservation International, ou seja, trata-se de uma área com pelo menos 1.500 (mil e
quinhentas) espécies endêmicas de plantas e que tenha perdido mais de 75% (setenta e cinco
por cento) de sua vegetação original.
O Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA), lançou a Resolução nº 249 em
1º de fevereiro de 1999, estabelecendo as diretrizes para a Política de Conservação e
Desenvolvimento Sustentável da Mata Atlântica. A sua primeira diretriz denominada
“Proteção da Diversidade Biológica Associada aos Ecossistemas da Mata Atlântica”, tem
como linhas programáticas:
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• Consolidar um sistema integrado de UC’s, fortalecendo os mecanismos de gestão,
manejo e monitoramento das UC’s públicas e privadas, em especial as de uso indireto,
consolidando os mosaicos florestais, os corredores ecológicos e o sistema de reserva da
biosfera;
• Estabelecer instrumentos de compensação que valorizem as áreas de manejo, reservas
legais, UC’s privadas e áreas de preservação permanente;
• Promover a inserção das UC’s nos planos de desenvolvimento regional dos estados e
municípios;
• Estabelecer o manejo adequado em áreas de comunidades tradicionais, buscando
valorizar os conhecimentos sobre manejo e conservação dos remanescentes;
• Promover a regularização fundiária das UC’s, através da viabilização dos meios
financeiros necessários a essa ação;
• Estabelecer ações para reduzir a influência da expansão urbana sobre as UC’s e
entorno;
• Ampliar a participação da comunidade na gestão das UC’s;
• Estabelecer instrumentos que regulem a utilização das áreas de entorno de UC’s.
Ainda em nível federal, a Lei nº 11.428 de 22 de dezembro de 2006 dispõe sobre a
utilização e proteção da vegetação nativa do Bioma Mata Atlântica, regulamentada pelo Decreto
Federal nº 6660 de 21 de novembro de 2008. Esta lei determina que o corte, supressão e
exploração da vegetação do Bioma Mata Atlântica far-se-ão de maneira diferenciada,
conforme se trate de vegetação primária ou secundária, nesta última levando-se em conta o
estágio de regeneração (art. 8º, Lei nº 11.428). A supressão de vegetação primária e
secundária no estágio avançado de regeneração somente poderá ser autorizada em caso de
utilidade pública, sendo que a vegetação secundária em estágio médio de regeneração poderá
ser suprimida nos casos de utilidade pública e interesse social, em todos os casos devidamente
caracterizados e motivados em procedimento administrativo próprio, quando inexistir
alternativa técnica e locacional ao empreendimento proposto (art. 14, Lei nº 11.428).
No entanto, mesmo nos casos acima citados, o corte e a supressão de vegetação
primária ou nos estágios avançado e médio de regeneração do Bioma Mata Atlântica ficam
vedados, segundo o artigo 11º (Lei nº 11.428), quando a vegetação:
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• Abrigar espécies da flora e da fauna silvestres ameaçadas de extinção, em território
nacional ou em âmbito estadual, assim declaradas pela União ou pelos Estados, e a
intervenção ou o parcelamento puserem em risco a sobrevivência dessas espécies;
• Exercer a função de proteção de mananciais ou de prevenção e controle de erosão;
• Formar corredores entre remanescentes de vegetação primária ou secundária em
estágio avançado de regeneração;
• Proteger o entorno das unidades de conservação;
• Ou possuir excepcional valor paisagístico, reconhecido pelos órgãos executivos
competentes do Sistema Nacional do Meio Ambiente – SISNAMA.
Na esfera estadual, a Lei nº 14.309 de 19 de junho de 2002, estabelece que os
remanescentes da Mata Atlântica, assim definidos pelo Poder Público, somente poderão ser
utilizados mediante técnicas e condições que assegurem sua conservação e garantam a
estabilidade e perpetuidade desse ecossistema (art. 30º, § 1°, Seção IV Dos Ecossistemas
Especialmente Protegidos). Para regulamentar este artigo o COPAM – Conselho de Política
Ambiental, promulgou em 2004, a Deliberação Normativa nº 73 (08/09/2004), dispondo da
caracterização da Mata Atlântica no Estado de Minas Gerais e as normas de utilização da
vegetação nos seus domínios. Esta deliberação reforça a proibição do corte, exploração e
supressão de vegetação primária ou nos estágios avançado e médio de regeneração da Mata
Atlântica, em áreas rurais e urbanas (art. 4º, DN nº 73).
No entanto, na implantação de empreendimentos, tais como obras, planos, atividades
ou projetos, de utilidade pública ou interesse social, que necessite de supressão de vegetação
característica de Mata Atlântica, esta poderá ser autorizada, caso não haja alternativa técnica e
locacional comprovada por estudos ambientais (art. 4º, §2º - DN nº 73).
O “Projeto de Proteção da Mata Atlântica de Minas Gerais”, conhecido como
PROMATA, iniciado em 2003, coordenado pela SEMAD e executado pelo IEF, é resultado
de um acordo de cooperação financeira entre Alemanha e Brasil, através do KfW
Entwicklungsbanck (Banco Alemão de Desenvolvimento). Em sua primeira fase, de 2003 a
2007, o PROMATA recebeu uma doação de 7,7 (sete milhões e setecentos mil) euros do
governo alemão e, como contrapartida, o investimento de outros 7,3 (sete milhões e trezentos
mil) euros por parte do governo de Minas Gerais (SEMAD/IEF, 2008). Os recursos foram
destinados para a proteção e na gestão de 15 (quinze) unidades de conservação, situadas na
região de abrangência do bioma no estado, atendendo atividades de fiscalização, controle,
17
monitoramento, prevenção e combate a incêndios florestais, e a fomento à recomposição da
Mata Atlântica mineira.
O PROMATA criou uma sistemática de fomento para recuperação da Mata Atlântica
através de incentivo financeiro aos produtores rurais que assumem responsabilidades com a
recuperação de fragmentos, denominado Pagamento por Serviços Ambientais (PSA). Além
disto, estabeleceu parcerias entre o IEF – Instituto Estadual de Florestas, Prefeituras
Municipais e OSCIP’s – Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público. No caso das
prefeituras, a intenção é que elas criem seus próprios mecanismos para pagamentos de
serviços ambientais e aumentar o comprometimento do poder municipal com recuperação da
vegetação, como ocorre em Itabira.
Itabira foi o segundo município a firmar parceria como IEF para implementar a
recuperação da Mata Atlântica, no âmbito do PROMATA – Projeto de Proteção da Mata
Atlântica em Minas Gerais, através do Projeto Mosaico de Unidades de Conservação e o
Ecocrédito (Lei Municipal nº 4.069, de 13 de junho de 2007).
O município de Itabira, em parceria com o Ministério do Meio Ambiente,
IEF/PROMATA, o Governo da França e o SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e
Pequenas Empresas, está implantando o Projeto “Construção da Identidade Territorial do
Município de Itabira, a partir da criação de um mosaico entre suas Unidades de Conservação”
- Projeto Mosaico. O objetivo geral do projeto é promover a diversificação das cadeias
econômicas e produtivas, a partir do uso racional direto e indireto de sua biodiversidade. Para
alcançar tal objetivo, o projeto pretende elaborar, divulgar e executar o DTBC - Plano de
Desenvolvimento Territorial com Base Conservacionista.
O DTBC, por sua vez, objetiva promover a gestão integrada e participativa do
território, subsidiando o processo de organização econômica, social e ambiental das
comunidades do entorno das UC’s. O plano utiliza as microbacias hidrográficas do município
como unidades de planejamento, considerada uma escala compatível com a gestão municipal.
Como estratégias, o plano prevê:
• A difusão de técnicas agro-ecológicas para a população residente na zona rural;
• A qualificação e a valorização do artesanato;
• O turismo e ecoturismo da região, com a capacitação em gestão de empreendimentos;
• Programa de capacitação em parceria com a Universidade Federal de Viçosa e IEF
para a produção de mudas de espécies nativas;
• Formação de equipes voluntárias de prevenção e combate a incêndios.
18
Com a total implantação do Projeto Mosaico, o Município de Itabira terá mais de 10%
(dez por cento) de seu território em áreas de unidades de conservação, atendendo às Metas
Nacionais de Biodiversidade para 2010, a Convenção sobre Diversidade Biológica, Política
Nacional de Biodiversidade e o Plano Municipal de Unidades de Conservação da
Natureza.
O Plano Diretor de Desenvolvimento Sustentável do Município de Itabira (Lei
Municipal Complementar nº 4.034 de 16 de novembro de 2006) determina a criação do Plano
Municipal de Unidades de Conservação da Natureza (art. 215º, Seção IV). Neste plano ficará
assegurada a proteção de no mínimo 10% (dez por cento) do território municipal por meio de
criação de Unidades de Conservação de Proteção Integral, conforme o projeto Mosaico de
Unidade de Conservação, que deverá ser implantado até 2010 (art. 216º). O Plano Municipal
de Unidades de Conservação da Natureza, com base no Projeto Mosaico, deverá criar e
ampliar sete unidades de conservação, sendo elas:
• Parque Natural Municipal do Intelecto;
• Reserva Biológica Mata do Bispo;
• Parque Natural Municipal do Ribeirão São José;
• Parque Natural Municipal Alto do Rio do Tanque;
• UC Mata do Limoeiro;
• UC Mata do Tropeiro;
• UC Mata do Morro do Chapéu.
O Parque Natural Municipal do Intelecto foi criado pela Lei Municipal nº 2770 em
27 de dezembro 1991 com 21 hectares e sessenta ares e denominação de Parque Municipal do
Campestre. Em 2006 foi incorporada ao Parque, a área denominada Pico do Amor,
totalizando 35 hectares e treze ares, e alterando sua denominação (Lei Municipal nº 4.015 de
10 de agosto de 2006).
A Unidade de Conservação encontra-se dentro do perímetro urbano, portanto sua área
de amortecimento segue as diretrizes do Plano Diretor (Lei Complementar nº 4.034 de 16 de
novembro de 2006), Seção V – Do Uso do Solo Urbano.
Os recursos para a construção das estruturas e instalações são partes do cumprimento
das condicionantes da Licença de Operação Corretiva (LOC) obtida pela Companhia Vale do
Rio Doce (CVRD) para seu Complexo Minerador em Itabira, aprovada em maio de 2000,
assim como preconiza o artigo nº 36 da Lei Federal nº 9.985, de 18 de julho de 2000 (SNUC).
19
O Município de Itabira e a referida mineradora firmaram dois convênios de
cooperação técnica e financeira, sendo o primeiro em julho de 2003 e o segundo em agosto de
2004, referente às compensações 34 (trinta e quatro), 37 (trinta e sete) e 38 (trinta e oito)
transcritas abaixo:
• 34. Apresentar “Plano Diretor de Áreas Verdes em Itabira”, com cronograma físico –
financeiro referente ao desenvolvimento e execução das ações elencadas no referido
Plano.
• 37. Apresentar novas alternativas de áreas para compensação ambiental, considerando
a previsão de supressão total de 1.482 hectares ainda a serem desmatadas até o ano de
2009. Estas propostas deverão ser subsidiadas por levantamentos florísticos
específicos que definam a relevância ecológica das áreas, bem como estar integradas
ao Plano Diretor de Águas do Distrito de Itabira, no que se refere à aprovação por
unanimidade do parecer do relator relativo a solicitação de revisão de condicionante
em reunião da Câmara de Atividades Minerarias de 25 de setembro de 2003.
• 38. Apresentar a FEAM – Fundação Estadual do Meio Ambiente - cópia de averbação
das áreas de Reserva Legal, bem como das áreas definidas como RPPN – Reserva
Particular de Patrimônio Cultural.
Em setembro de 2008 um novo convênio, referente à condicionante 34, objetivou a
implantação da estrutura física do Parque Natural Municipal do Intelecto. Neste convênio, a
mineradora se compromete a repassar ao Município de Itabira os recursos referentes às obras
do parque, os quais somente podem ser utilizados para este fim.
De forma geral, os parques urbanos têm grande importância para a saúde e educação
da população local além de proporcionar às presentes e futuras gerações as vantagens inatas
às unidades de conservação. Uma unidade de conservação no centro de Itabira, como o
Parque Natural Municipal do Intelecto, objetivará:
• Amenizar impacto visual decorrente da paisagem local, construída em asfalto, cimento
e metal;
• Filtrar parte da poluição atmosférica decorrente das atividades de mineração
adjacentes ao centro urbano e fixar parte do carbono proveniente de outras atividades
envolvendo a queima de derivados de petróleo;
• Filtrar parte da poluição sonora característica de centros urbanos;
20
• Proporcionar conforto térmico, dissipando bolsões de ar quente característicos de
centros urbanos e diminuindo as oscilações térmicas;
• Proporcionar à população espaço e atividades de lazer em contato com a natureza,
acessível a qualquer classe social;
• Aumentar a proporção de área urbana permeável, alimentando o lençol freático e
diminuindo a pressão sobre o sistema de drenagem;
• Abrigar a fauna local, proporcionando abrigo, fonte de alimentos e locais de
nidificação, além de fornecer parada para a avifauna migratória;
• Proteger um remanescente de Mata Atlântica;
• Conservar a biodiversidade local;
• Promover a educação ambiental;
• Promover a produção de conhecimento técnico e científico a respeito dos recursos
ambientais, suas formas de manejo e sua interação com a comunidade itabirana.
2. Diagnóstico do entorno
2.1 Histórico
O Município de Itabira surge da mineração como parte do ciclo do ouro de Minas
Gerais. No final do século XVII, bandeirantes paulistas começaram a divulgar as primeiras
descobertas de ouro de aluvião em Minas Gerais. A abundância e facilidade de exploração
mineral acabavam por provocar o rápido esgotamento em muitas regiões, já que suas técnicas
de extração ainda eram muito rústicas, levando os mineradores a procurarem novas minas e o
enriquecimento em outros lugares.
O ponto de partida da história de Itabira apresenta duas versões. Uma delas, escrita por
Saint-Hilaire (1975), começa em 1720, com a chegada dos irmãos Farias de Albernaz,
Francisco e Salvador. Estes eram aventureiros, bandeirantes paulistas que mineravam em
Itambé e dirigiram-se à serra que chamaram de Cauê, ou seja, irmãos em um dialeto africano.
Os irmãos Farias de Albernaz exploraram o ouro dos córregos por tempo desconhecido,
trazendo apetrechos, escravos e colonos.
Na segunda versão, segundo o Cônego Raimundo Trindade e o Padre Júlio Engrácia,
pároco em Itabira por 40 anos (1884-1924), a fundação de Itabira deu-se a partir da chegada
do Padre Manoel do Rosário e João Teixeira Ramos que exploraram ouro de aluvião nos
21
córregos do município a partir de 1705 e construíram a Capela do Rosário, atraindo
aventureiros para o local.
Pequenos núcleos humanos esparsos começaram então a se formar as margens dos
córregos, expandindo principalmente em direção ao córrego da Penha. Enquanto o ouro era de
exploração aluvial, o povoado pouco progrediu e os moradores levavam uma vida nômade.
Em 1781, foram descobertas grandes jazidas de ouro nas serras de Itabira, atraindo novos
exploradores, que contribuíram com o crescimento do povoado. Estes veios auríferos
encontravam-se agregados ao ferro das serras de Conceição, Itabira e Santana, e cuja
exploração exigia técnicas mais sofisticadas e maior dispêndio de capital e mão de obra. Para
tanto, alguns mineradores organizaram-se em Companhias, utilizando mão de obra escrava e
alcançando significativa produção, trazendo aparente prosperidade ao povoado e conseqüente
atração demográfica. O povoado cresceu tanto que, em 1827 foi elevado a arraial, pertencente
à Vila Nova da Rainha, atual Caeté. Nesta época a Coroa Portuguesa não permitia a
manufatura do ferro e seu uso se manteve por muito tempo restrito a fabricação de pequenos
objetos de uso doméstico.
A partir de 1808, com a vinda da família real para o Brasil, a exploração das jazidas de
ferro foi liberada possibilitando o surgimento de várias forjas em Itabira, as quais passaram a
fornecer instrumentos para mineração, lavoura, uso doméstico e armas de pequeno porte. A
indústria de ouro foi escasseando e os moradores passaram a dedicar-se à fundição de ferro,
muito mais abundante.
O Arraial tornou-se distrito por meio do Alvará de 25 de janeiro de 1827 e foi
desmembrado de Caeté pela Resolução de 30 de junho de 1833, tornando-se vila com
denominação de Itabira do Mato Dentro, já que sua prosperidade exigia medidas
administrativas e fiscais mais eficientes. Finalmente, em 1848, a Vila de Itabira do Mato
Dentro recebe o título de cidade pela Lei Provincial nº 374 de 09 de outubro de 1848.
2.2 Localização, limites e acessos
O Município de Itabira possui território de 1.256,496 Km2, localizados no centro do
estado de Minas Gerais, a 111Km da capital Belo Horizonte (Figuras 1 e 2).
22
Figura 1: Localização de Itabira, em vermelho. Fonte: Modificado do IBGE (2005).
Os Municípios limítrofes são: Itambé do Mato Dentro, Jaboticatubas, Nova União,
Bom Jesus do Amparo, São Gonçalo do Rio Abaixo, João Monlevade, Bela Vista de Minas,
Nova Era e Santa Maria de Itabira.
As rodovias que servem o município são (Figuras 2 e 3):
• BR-120 – a nordeste liga a Santa Maria de Itabira
• MGC-120 – a sudeste liga a Nova Era
• MG-129 – a sudoeste liga a São Gonçalo do Rio Abaixo
• LMG-779 – ao sul liga a João Monlevade (Estrada do Forninho)
• BR-434, MG-434 e BR-381 – liga a Belo Horizonte (sudoeste)
23
Figura 2: Acessos a Itabira. Itabira está demarcada com balão vermelho. Fonte: www.googlemaps.com.
Figura 3: Mapa político-rodoviário de Itabira.
2.3 Dados Sócio-econômicos
A população do Município de Itabira foi estimada em 110.419 (cento e dez mil, quatrocentos e dezenove) habitantes (IBGE, 2009), com IDH - Índice de Desenvolvimento Humano de 0,789 (Setecentos e oitenta e nove milésimos) em 2000, segundo o Atlas de
24
Desenvolvimento Humano do Brasil. Existe uma predominância da população urbana (Figura 4), reflexo do perfil socioeconômico baseada nas atividades industriais, cerca de 91,24% (noventa e um vírgula vinte e quatro por cento) da população itabirana, segundo os resultados do Censo Demográfico de 2000.
Figura 4: Perfil da população de Itabira em 2000. Fonte: http://licht.io.inf.br/mg_mapas/mapa/cgi/iga_comeco1024.htm
O Produto Interno Bruto de Itabira em 2006 foi de R$ 22.504,00 (vinte e dois mil,
quinhentos e quatro reais) per capita, um alto valor em virtude das grandes companhias de
mineração. Seu Produto Interno Bruto deriva principalmente das atividades de indústria e
serviços, R$ 1.549.218,00 (Um milhão, quinhentos e quarenta e nove mil, duzentos e dezoito
reais) e R$ 783.208,00 (Setecentos e oitenta e três mil, duzentos e oito reais),
respectivamente, como pode ser visto no gráfico abaixo.
Figura 5: Origem do Produto Interno Bruto (PIB) de Itabira em 2006. Fonte: IBGE, acesso em http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1
25
Atualmente 85 (oitenta e cinco) bairros compõem o município, além dos distritos
Ipoema e Senhora do Carmo.
2.4 Geologia
O Município de Itabira apresenta rochas originadas no Arqueano Superior e no
Paleoproterozóico, do Complexo Acaiaca e do Complexo Mantiqueira, pertencentes à
Província Geotectônica Mantiqueira; do Complexo Gnáissico Migmatítico, do Complexo
Santa Bárbara, da Seqüência Gnáissica-Anfibolítica, do Complexo Guanhães, do Supergrupo
Rio das Velhas e do Supergrupo Minas pertencentes à Província Geotectônica São Francisco
(Figura 6).
Figura 6: Geologia do Município de Itabira. Área urbana destacada pelo círculo amarelo. Fonte: Modificado da CARTA GEOLÓGICA ITABIRA SE.23-Z-D-IV - CPRM – 2000.
Metabasitos caracterizado por rochas Metadiabásio e metagabros originadas no
Proterozóico.
26
Formação Sopa-Brumadinho caracterizada por rochas Quartzitos finos a grossos,
esbranquiçados, imaturos (predominantes); quartzitos maturos subordinados; filitos e
metassilitos, conglomerados e metaconglomerados lenticulares polimíticos, com seixos de
itabirito, quartzo de veio, quartzito e filito, na base. Pertence ao Supergrupo Espinhaço
originado no Proterozóico.
Complexo Granito-Gnáissico-Migmatítico caracterizado por rochas gnaisses
tonalíticos, granodioríticos e granitos diversos; migmatitos. Originadas no arqueano.
Suito Borrachudos caracterizado por rochas Metagranitos e metasienogranitos de
filiação alcalina, tardi-a póscolisionais. Augen gnaisses graníticos grosseiros e Biotita granitos
finos a orientados com pegmatitos associados. Originados no Proterozóico.
Grupo Nova Lima Indivise caracterizado por rochas xistos e filitos paraderivados e
vulcanogênicos; clorita xistos, feldspatobiotita-clorita xistos, anfibólio-clorita xistos, biotita
xistos, anfibólio xistos e anfibolitos, quartzito ferruginoso, formação ferrífera, metacherte,
metaultrabásicos. Pertence ao Supergrupo Rio das Velhas originado no arqueano.
Seqüência Gnáissica Anfibolítios caracterizado por rochas Alternância de faixas de
gnaisses graníticos, anfibolitos e quartzitos originados no arqueano.
Formação Cauê caracterizado por rochas Itabiritos, itabiritos dolomíticos, itabiritos
anfibolíticos, camadas delgadas de filitos e xistos, corpos de hematita, originados no
proterozóico.
Complexo Mantiqueira caracterizado por rochas biotita-gnaisse bandado de
composição granítica, granodiorítica e tonalítica com intercalações de anfibolitos, granitóides
e migmatitos. Áreas com predominância de gnaisses diversos e anfibolitos e do granitóide
Córrego Taioba. Originados no Arqueano.
Complexo Ganhães caracterizado por rochas Metagrauvacas, anfibolitos, quartzitos,
quartzitos ferruginosos (formação ferrífera a hematita e magnetita), quartzo-muscovita-cianita
xistos, anfibolito, xistos metapelíticos, gnaisses bandados, metagrauvacas, xistos máficos e
ultramáficos. Originados no arqueano.
2.5 Relevo e Geomorfologia
O Relevo é, de forma geral, predominantemente montanhoso, com elevadas altitudes,
máxima (1672 m) no Alto da Mutuca e mínima (683 m) na Foz do Córrego do Simão no Rio
Tanque (Figura 7 e 8). As formas de relevo encontradas são representadas pelas formas do
27
Quadrilátero Ferrífero, Serra do Espinhaço e Planaltos Dissecados do Centro Sul e do Leste
de Minas Gerais.
A morfologia do Quadrilátero Ferrífero é composta por cristas elevadas e escarpas
íngremes, seguindo a zona de influência dos itabiritos.
A Serra do Espinhaço é uma unidade morfoestrutural que se caracteriza por um
conjunto de relevos ruiniformes resultantes da atuação de processos de dissecação por ação
fluvial nas rochas. Na divisão do relevo brasileiro proposta por ROSS (1996), a Serra do
Espinhaço está inserida no Cinturão Orogênico dos Planaltos e Serras do Atlântico Leste-
Sudeste. As escarpas dessa região são mais abruptas do que as da região do Quadrilátero
Ferrífero e possuem cristas elevadas, em decorrência da formação geológica de quartzitos que
são rochas menos susceptíveis a erosão.
Os Planaltos Dissecados do Centro Sul e Leste de Minas compõem os Planaltos em
Cinturões Orogênicos, na estrutura dos planaltos e serras do Atlântico Leste-Sudeste. A
morfologia desta área é caracterizada por colinas convexo-côncavas, assemelhando-se a um
relevo de “mares de morros”, com topografia variável. O aspecto de “mares de morros” das
colinas deve-se à composição geológica, formada por granito-gnaisse, que passaram por
vários processos erosivos.
Figura 7: Mapa de declividade de Itabira.
28
Figura 8: Modelo Digital de elevação do terreno de Itabira.
2.6 Solos
O solo predominante é o Latossolo Vermelho-Amarelo Distrófico, em composição
com Latossolo Vermelho-Amarelo Distrófico fase pedregosa. Ainda existem manchas de
Neossolos Litólicos (Litossolos), Neossolos Flúvicos (Aluviais), Gleissolos, Argissolo
Vermelho Amarelo Distrófico (Podzólico) e Cambissolos Distrófico, segundo o Plano Diretor
das Áreas Protegidas de Itabira (2001).
2.7 Hidrografia
O território de Itabira está inserido em três bacias principais: Bacia do Rio Santa
Bárbara, Bacia do Rio Tanque e Bacia do Rio do Peixe. A Bacia do Rio Tanque pertence, em
nível regional, a Bacia do Rio Santo Antônio; e as Bacias do Rio
Santa Bárbara e do Rio do Peixe, por sua vez, pertencem à Bacia do Rio Piracicaba. As
Bacias do Rio Santo Antônio (DO3) e do Rio Piracicaba (DO2) são subunidades da Bacia do
Rio Doce (Figura 9).
29
Figura 9: Mapa das Bacias Hidrográficas que compõem a Bacia Hidrográfica do Rio Doce.
FONTE: PRIH
A Bacia do Rio do Peixe drena 315,6 Km2 do Município de Itabira, incluindo a área
urbana (Figura 10). Seus principais afluentes são: Córrego da Água Santa, Ribeirão do Peixe,
Ribeirão São José, Córrego Santa Cruz, Córrego Goiabeira, Córrego Felício Antunes e
Córrego da Cachoeira.
A Bacia do Rio do Tanque pode ainda ser dividida em Tanque e Jirau, ocupando
porção significativa do município e apresenta como principais afluentes os córregos Jirau,
Areal, da Estiva, Santana, Duas Barras, Julião e Borrachudo (Figura 11).
A Bacia do Rio Santa Bárbara drena 131,9 Km2 do município (Figura 11).
30
Figura 11: Mapa das Bacias Hidrográficas do Município de Itabira.
Fonte: Departamento de Geoprocessamento da Prefeitura Municipal de Itabira.
2.8 Clima
O clima do Município de Itabira é o Cwa, segundo a classificação de Köppen. Este
tipo climático caracteriza-se por apresentar duas estações bem definidas: uma fria e seca no
outono-inverno e outra quente e chuvosa na primavera-verão.
Os principais centros de pressão que atuam sobre a região de Itabira são o Anticiclone
Semifixo do Atlântico Sul e o Anticiclone Polar Móvel.
31
O Anticiclone Semifixo do Atlântico Sul é responsável pelas condições de bom tempo
(insolação, altas temperaturas e ventos alísios do quadrante leste) ocorrentes na região,
enquanto o Anticiclone Polar Móvel é responsável pelas intrusões das frentes frias,
provenientes do extremo sul do continente (nebulosidade, baixas temperaturas e ventos do
quadrante sul).
Em muitas ocasiões, as frentes polares não conseguem progredir até Minas Gerais,
pois estacionam no Sul do Brasil, se dirigindo para o mar. Algumas vezes, o deslocamento da
massa fria para o mar permite a invasão da massa quente, precedida por uma frente quente
que se move para o sul, determinando mal tempo persistente. A formação de frentes quentes,
muito comuns no verão, é responsável pelas maiores precipitações pluviométricas neste
período.
A localização do Município de Itabira, junto aos contrafortes e escarpas orientais da
Serra do Espinhaço, a torna sujeita a altas precipitações pluviométricas, que são
características de encostas de barlavento. Existe uma predominância de ventos dos quadrantes
leste e nordeste, devido à ação do anticiclone semifixo do Atlântico Sul. Contudo, os fatores
geográficos e, em especial, a topografia exercem grande influência sobre a velocidade e
direção do vento. A influência das instabilidades de oeste e das ondas de leste (direção leste-
oeste) ocorre com menor freqüência em Itabira, devido à sua localização a sotavento da Serra
do Espinhaço.
Os dados meteorológicos abaixo (Tabela 1) correspondem ao período de 1931 a 1960
registrados na estação meteorológica de Itabira (código 83.590), localizada a 19º37’ S e
43º13’ O, altitude 826m.
Tabela 1: Normais climatológicas anuais da estação meteorológica de Itabira, no período de 1931 a 1960.
Estação Meteorológica Itabira
Pressão Atmosférica Anual 929,1 mb
Temperatura Média Anual 19,5 ºC
Temperatura Máxima Anual 26,0 ºC
Temperatura Mínima Anual 14,5 ºC
Temperatura Máxima Absoluta 37,4 ºC
Temperatura Mínima Absoluta 0,6 ºC
Precipitação Média Anual 1.494,6 mm
Precipitação Máxima 24 horas 84,4 mm
Umidade Relativa 77,60%
Nebulosidade 6,7
32
A temperatura média mensal se situa entre 15,7 e 22,3 oC, sendo fevereiro o mês mais
quente e julho o mais frio, correspondendo a uma amplitude térmica de 6,6oC. A precipitação
pluviométrica anual média é próxima de 1.494 mm, obtendo o maior valor no mês de
dezembro com 358 mm e o menor no mês de julho, inferior a 8 mm. A evapotranspiração
potencial anual estimada é de aproximadamente 911 mm, sendo em janeiro o valor máximo,
pouco superior a 106 mm e o mês de julho com o menor valor mensal, cerca de 42,8 mm. A
máxima precipitação de 24 horas registrada na Estação Meteorológica de Itabira, ocorreu no
mês de dezembro, com valor de 84,4 mm. A maior média de nebulosidade ocorreu em
dezembro, enquanto que o mês de agosto apresentou a menor média. O mês com maior índice
de umidade relativa é dezembro e os meses com menores índices são agosto e setembro. O
maior período médio de insolação ocorreu no mês de agosto, com 208 horas, enquanto que o
mês de outubro apresentou o menor período médio, com 123 horas (Tabela 2).
Tabela 2: Variáveis climatológicas da estação meteorológica de Itabira, no período de 1931 a 1960.
Meses Variáveis Meterológicas
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Temperatura Média (ºC) 22,2 22,3 21,6 20 18 16,4 15,7 17 18,7 20,3 21,1 21,2
Precipitação Média (mm) 233,1 192,2 174,4 95,6 28,9 16 7,7 10,7 45,4 109,3 223,2 358,1
Precipitação Máxima (mm) 68,6 71,2 70,2 69,8 68,2 41,0 64,2 36,2 59,0 72,6 76,2 84,4
Evapotranspiração (mm) 106,3 96 91,4 72,8 60,5 46,4 42,8 53,5 66 87,5 91,6 96,6
Velocidade Média do Vento (m/s) 0,9 0,7 0,5 0,6 0,5 0,5 0,6 0,9 0,8 1 0,8 0,8
Nebulosidade (0-10) 7,1 7,3 7,1 6,8 6 5,5 5,1 4,8 7,1 7,6 7,9 8,5
Umidade Relativa (%) 78,3 78,6 79,8 80,6 79,1 77,8 76,4 71,9 72,4 75,4 78 82,3
Insolação (horas) 182 160 161 146 171 170 175 208 149 123 124 124
Os resultados do cálculo de balanço hídrico, realizado com base no Método de
Thorntwaite and Mather e em dados registrados na Estação Meteorológica de Itabira,
considerando um armazenamento no solo de 100 mm, constataram a ocorrência de excedentes
hídricos no período de janeiro a abril e nos meses de novembro e dezembro. O maior
excedente hídrico (261,5 mm) ocorre em dezembro. Déficits hídricos ocorrem no período de
maio a setembro, sendo que o maior déficit é registrado em agosto (29,8mm)(Figura 12).
33
0
50
100
150
200
250
300
350
400
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
PRECIPITAÇÃO EVAPOTRANSPIRAÇÃO DEFICIT HÍDRICO EXCEDENTE HÍDRICO
Figura 12: Gráfico de componentes do balanço hídrico para Itabira.
Resultados mais atuais podem ser istos nas Tabelas 3, 4 e 5, obtidos na Estação
Meterológica EM11, localizada no Bairro Campestre (X= 687.007 e Y=7.830.582 em UTM).
Tabela 3: Dados de precipitação nos períodos de 1931 a 1960 e de 2003 a 2008.
Precipitação (mm)
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dec
1931-1960 233,1 192,2 174,4 95,6 28,9 16 7,7 10,7 45,4 109,3 223,2 358,1
2003 510,5 50,0 130,0 34,5 18,0 0,0 3,0 24,0 27,5 84,0 216,0 259,5
2004 402,0 - - 235,0 12,5 2,5 40,5 0,0 0,0 40,0 124,0 369,0
2005 275,0 54,0 240,0 41,0 17,5 15,0 - - - - - -
2006 - 64,0 239,0 63,5 9,0 4,5 7,0 1,0 36,0 212,5 160,5 -
2007 - - 58,0 147,5 21,0 3,5 11,0 0,5 14,0 131,5 137,0 332,5
2008 391,0 - - - - 12,5 3,5 25,5 67,0 71,5 238,3 240,5
Tabela 4: Dados de temperatura nos períodos de 1931 a 1960 e de 2003 a 2008.
Temperatura (ºC)
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dec
1931-1960 22,2 22,3 21,6 20 18 16,4 15,7 17 18,7 20,3 21,1 21,2
2003 22,5 24,2 22,6 21,7 19,4 19,8 18,5 18,7 20,5 21,6 21,9 22,7
2004 21,6 - - 20,7 19,4 17,5 16,4 18,7 21,4 21,5 22,5 21,8
2005 22,6 21,9 22,1 21,7 19,7 18,0 - - - - - -
2006 23,1 24,3 22,0 20,9 18,7 20,5 18,5 19,4 19,3 20,5 20,0 -
2007 - - 23,2 21,6 19,3 18,8 18,7 19,4 20,3 22,6 22,4 22,9
2008 21,6 - - - - - 18,0 20,3 20,0 22,5 21,1 21,7
34
Tabela 5: Dados de umidade relativa nos períodos de 1931 a 1960 e de 2003 a 2008.
Umidade Relativa (%)
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dec
1931-1960 78,3 78,6 79,8 80,6 79,1 77,8 76,4 71,9 72,4 75,4 78 82,3
2003 81,2 59,3 71,0 66,1 57,3 53,0 51,6 56,4 55,1 49,8 62,5 66,2
2004 72,2 - - 72,0 70,3 68,2 65,7 55,2 46,9 59,5 59,2 73,6
2005 72,0 67,3 73,3 66,6 67,8 69,6 - - - - - -
2006 56,4 56,4 73,2 70,4 64,3 64,8 53,3 57,1 62,2 70,1 77,8 -
2007 - - 68,3 72,8 69,1 67,8 64,3 57,9 60,0 59,0 68,4 68,6
2008 73,9 - - - - - - - - - - 79,1
2.9 Vegetação
O município de Itabira encontra-se inserido na transição entre os Biomas Cerrado e
Mata Atlântica, segundo a classificação e limites do IBGE (1992) (Figura 13). A formação
dominante no município é classificada, segundo Veloso et al. (1991), como Floresta
Estacional Semidecidual, pertencente ao Bioma Mata Atlântica. Esta formação corresponde à
vegetação em que 20 a 50% dos indivíduos arbóreos perdem as folhas na estação mais
desfavorável, neste caso, provocado pelo déficit hídrico da estação seca, dentro do Domínio
Cerrado
No Município de Itabira, de um modo geral, a cobertura vegetal predominante é
composta por campos antrópicos intercalados com florestas estacionais semideciduais
secundárias, em vários estágios de regeneração, e monocultura de eucalipto.
Figura 13: Biomas no território de Itabira. Marrom representa a área do Bioma Cerrado e verde o do Bioma Mata Atlântica.
Fonte: Base de Dados Georeferenciada do Sistema Integrado de Informações Ambientais do estado de Minas Gerais. Acesso em http://www2.siam.mg.gov.br/webgis/semadmg/viewer.htm
35
3. Diagnóstico da UC
3.1 Histórico
Raimundo Cesário da Costa, o Intelecto, nasceu em 10 de janeiro de 1912, na
localidade de Quilombo, no Município de Itabira. Pessoa simples, Sr. Intelecto cultivava
hortaliças e árvores frutíferas, vendendo seus produtos pelas ruas da cidade.
Por volta de 1950, a então Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) comprou a
propriedade do Sr. Fernando Jardim onde estava localizada a futura Mata do Intelecto e o Pico
do Amor, visando atender suas necessidades (infra-estrutura para funcionários: casas,
hospital, etc.) e admitindo o Sr. Raimundo como horticultor. O Sr. Raimundo tornou-se o
responsável pelas hortaliças e frutas destinadas ao Hospital Carlos Chagas e a outras
instituições.
Comunicativo, espontâneo e popular, Raimundo Intelecto gritava os leilões nas festas
religiosas, ficando conhecido, também, como o “Rei dos Leiloeiros”. Repetia diariamente
palavras e expressões em outros idiomas, aprendidos com os funcionários estrangeiros da
CVRD que constantemente visitavam a chácara. Por esta razão foi apelidado de Sr. Intelecto.
Em 1989 houve uma permuta de terrenos de propriedade do Município de Itabira,
próximos às minas, por propriedades da Companhia Vale do Rio Doce localizadas no
perímetro urbano. Desta forma a área do parque passou a ser de posse do Município.
Com uma vida marcada pela defesa do ambiente, Raimundo Intelecto dedicou-se à
conservação da mata da propriedade que ficou conhecida como Mata do Intelecto, e dos
animais que ali habitam. Em 1981, recebeu do Rotary Club de Itabira o título de
Personalidade Ecológica. Foi também homenageado pelo executivo municipal, emprestando
seu nome ao Galpão de Leilões de Gado, no Parque de Exposições Virgílio José Gazire.
Raimundo Intelecto faleceu em 29 de outubro de 1986, permanecendo na memória dos
itabiranos como uma importante personalidade local ligada a conservação da natureza.
O Pico do Amor, incorporado ao parque em 2006, foi assim apelidado segundo relatos
de antigos moradores, porque era o local onde os casais indígenas da Tribo dos Botocudos,
consolidavam a união.
O Pico do Amor também foi motivo de inspiração de um dos poemas de Carlos
Drummond de Andrade, Ausência, transcrito a seguir:
36
Subir ao Pico do Amor
e lá em cima
sentir presença do amor.
No Pico do Amor amor não está.
Reina serenidade de nuvens
sussurrando ao coração: Que importa?
Lá embaixo, talvez, amor está,
em lagoa decerto, em grota funda.
Ou, mais encoberto ainda, onde se refugiam
coisas que não são, e tremem de vir a ser.
O Cruzeiro foi alocado no topo do Pico do Amor no século XIX, onde os antigos
moradores faziam promessas, pedindo por chuva e as mulheres também pediam por
casamentos.
O Cruzeirinho foi construído em 1932 por ordem da irmã Madre Maria de Jesus e se
localiza nas mediações dos terrenos que pertenciam à Congregação das Religiosas
Missionárias Nossa Senhora das Dores, a Rua Santana no bairro Penha.
O acesso ao Cruzeirinho era feito por uma trilha que se localizava atrás da capela do
Colégio Nossa Senhora das Dores. A vegetação no entorno da trilha era constituída de alecrim
do mato, marcela, vassourinha, carqueja, candeias, quaresmeiras e capim meloso. O
cruzeirinho era famoso, visitado com alegria pelas alunas do internato e representava um
prêmio por bom comportamento e aplicação aos estudos, conforme relato da Irmã Ivone
Drummond, diretora do colégio. Outra grande diversão era fazer piquenique no Cruzeirinho,
também como forma de prêmio.
Hoje a trilha não existe mais, porém ficou na memória daqueles que a conheceram
quando o sistema de internato do Colégio Nossa Senhora das Dores funcionava. O terreno
onde se encontra o Cruzeirinho foi vendido para a Companhia Vale do Rio Doce, que
reflorestou o local com plantio de eucalipto. Posteriormente cedido ao Município de Itabira
anexando ao então criado Parque Natural Municipal do Campestre. O Cruzeirinho hoje é
visitado por aqueles que chegam pelo “Pico do Amor” e Memorial Carlos Drummond de
Andrade.
O Parque Natural Municipal do Intelecto foi criado pela Lei Municipal nº 2770 em 27
de dezembro de 1991 com 21,6 (vinte e um hectares e sessenta ares) e denominação de Parque
Municipal do Campestre. Em 2006 foi incorporada ao Parque, a área verde denominada Pico
do Amor, totalizando 35,13 (trinta e cinco hectares e treze ares), e alterando sua denominação
(Lei Municipal nº 4.015 de 10 de agosto de 2006).
37
3.2 Limites e acessos
O entorno totalmente urbanizado faz divisas com praças, ruas, avenidas, escolas e
hospital, pertencentes aos bairros: Campestre, São Pedro, Santo Antônio, Penha e Centro.
A delimitação da área do Parque foi efetuada tendo como referência o levantamento
plani-altimétrico elaborado pela Secretaria Municipal de Obras de Itabira, realizado em
Agosto/2003, e as respectivas Coordenadas Geográficas em Formato UTM, Datum SAD 69,
Fuso 23, Meridiano Central 45º, compreendendo a descrição apresentada a seguir: partindo do
M-O (686.317; 7.829.569,), situado no encontro do terreno em questão com a Avenida Carlos
Drummond de Andrade a 29m da FIDE - Fundação Itabirana Difusora de Ensino, com forte
deflexão à esquerda segue-se por 49,10m até alcançar o M-1 (686.361; 7.829.558), do ponto
M-1, com leve deflexão à esquerda, segue-se por 62,60m, onde encontra-se o M-2 (686.423;
7.829.553), de M-2, com forte deflexão à esquerda segue-se por 67,22m; onde encontra-se o
M-3 (686.472; 7.829.598), de M-3 segue-se por 71,94m , até alcançar a rua nossa Senhora da
Piedade; chega-se ao ponto M-4 (686.531; 7.829.641), de M4 segue-se margeando a Rua
Nossa Senhora da Piedade por 325,73m, até alcançar o M-5 (686.490; 7.829.900); de M-5 dá-
se uma forte deflexão à direita e segue-se por 11,09m, atravessando a Rua Nossa Senhora da
Piedade para o outro bordo, chega-se ao ponto M-6 (686.500; 7.829.898); de M-6 segue-se no
mesmo alinhamento por 78,87m, onde encontramos o M-7 (686.579; 7.829.888), fazendo
divisa com o Hospital Carlos Chagas; de M-7 com forte deflexão à direita, segue-se
acompanhando divisa de fundos do Hospital Carlos Chagas por 103,79m, onde encontra-se o
M-8 (686.561; 7.829.786); de M-8 com deflexão à esquerda, segue-se por 81,80m
acompanhando divisa de fundos do Hospital Carlos Chagas, onde encontramos o M-9
(686.618; 7.829.727); de M-9 com forte deflexão à direita, segue-se por 99,36m
acompanhando divisa lateral do Hospital Carlos Chagas, onde encontra-se o M-10 (686.559;
7.829.648); de M-10 com forte deflexão à esquerda segue-se por 28,08m até o ponto M-11
(686.570; 7.829.624), fazendo divisa com a Rua Gerson Guerra, no bairro Santo Antônio; de
M-11 com uma deflexão à esquerda, segue-se por 120,46m acompanhando divisa de fundos
de lotes do Bairro Santo Antônio, onde encontra-se o M-12 (686.667; 7.829.563); segue-se
por 22,19m até o M-13 (686.689; 7.829.569), fazendo divisa com área pública municipal
(área verde), do Bairro Santo Antônio; de M-13 segue-se acompanhando fundos de lotes do
Bairro Santo Antônio por 423,93m, onde encontra-se o M-14 (687.054; 7.829.765); de M-14
segue-se por 63,72m margeando a Avenida das Rosas, no Bairro São Pedro, onde tem-se o M-
15 (687.105; 7.829.798); de M-15 com uma deflexão á esquerda segue-se por 69,65m, onde
38
encontra-se o M-16 (687.163; 7.829.830), fazendo divisa com a caixa d’água do SAAE –
Serviço Autônomo de Água e Esgoto; de M-16 com forte deflexão à esquerda segue-se por
23,32m até o M-17 (687.158; 7.829.852), fazendo divisa com o Bairro São Pedro; de M-17
segue-se por 685,85m, acompanhando fundos de lotes do Bairro Campestre onde encontra-se
o M-18 (686.699; 7.830.196); de M-18 com forte deflexão à esquerda segue-se por 56,37m,
fazendo divisa com fundos de lotes do Bairro Campestre, onde encontra-se o M-19 (686.647;
7.830.189); de M-19 segue-se por 39,15m, onde encontra-se o M-20 (686.629; 7.830.154),
fazendo divisa com a Praça José Máximo de Resende, no Bairro Campestre; de M-20 com
forte deflexão à direita, segue-se por 11,58m, atravessando a Rua Nossa Senhora da Piedade e
encontra o M-21 (686.618; 7.830.154), de M-21 ,segue-se por 106,00m margeando a Rua
Nossa Senhora da Piedade, no Bairro Campestre, onde tem-se o M-22 (686.580; 7.830.249);
de M-22 com forte deflexão à esquerda segue-se por 56,09m até o M-23 (686.540;
7.830.210), fazendo divisa com terreno da Igreja Nossa Senhora da Piedade, no Bairro
Campestre; de M-23 com deflexão à esquerda segue-se por 91,00m até alcançar o M-24
(686.502; 7.830.130); de M-24 com uma forte deflexão à direita segue-se divisa tortuosa por
339,45m até o M-25 (686.260; 7.830.055), fazendo divisa com fundos de terrenos do Bairro
Penha; de M-25 segue-se com deflexão à esquerda, acompanhando por 134,85m a divisa
lateral do Colégio Nossa Senhora das Dores até o M-26 (686.347; 7.829.968); de M-26 com
forte deflexão à direita, segue-se por 139,55m até o M-27 (686.293; 7.829.042), fazendo
divisa com fundos do Colégio Nossa Senhora das Dores; de M-27 dá-se uma forte deflexão à
esquerda e segue-se por 25,99m, onde tem-se o M-28 (686.318; 7.829.841); de M-28, dá-se
uma forte deflexão à direita e segue-se por 19,00m até o M-29 (686.318; 7.829.822); de M-29
dá-se uma deflexão à direita e segue-se por 47,94m até o M-30 (686.283; 7.829.789); de M-30
com uma deflexão à direita segue-se por 83,40m até o M-31 (686.204; 7.829.765), situado na
Avenida Carlos Drummond de Andrade, fazendo neste trecho, entre os marcos 27 a 31, divisa
com terreno de herdeiros de Paulo Procópio; de M-31 segue-se margeando a Avenida Carlos
Drummond de Andrade, no sentido da FIDE, por 228,23m, até alcançar o M-0, ponto de
partida e fechando a poligonal.
Com o objetivo de integrar o parque aos bairros vizinhos foram propostos cinco portais:
Portal Penha, Portal Campestre, Portal São Pedro, Portal Santo Antônio e Portal Centro
(Figura 14). O Portal São Pedro localiza-se na Avenida das Rosas próximo ao cruzamento
com a Travessa das Rosas. O Portal Campestre localiza-se na Rua Fernando Jardim, ao lado
da Paróquia Nossa Senhora da Piedade. O Portal Penha localiza-se no final da Rua Nossa
Senhora da Penha. O Portal Santo Antônio localiza-se no final da Rua Fernando Jardim, após
39
o Hospital Carlos Chagas. O Portal Centro localiza-se na Avenida Carlos Drummond de
Andrade, ao lado da FIDE (Fundação Itabirana Difusora de Ensino).
Figura 14: Localização dos portais de acesso ao Parque Natural Municipal do Intelecto.
3.3 Meio Físico e Biótico
O Pico do Amor tem forma convexa com nascentes aflorando na base do morro e a
Mata do Intelecto tem forma côncava com nascentes aflorando à meia encosta. As nascentes
que se encontram no interior do parque são constituintes tributários do córrego da Água Santa
afluente do Rio Peixe.
A baixada da Mata do Intelecto possui declividades brandas, com lençol freático a
20 cm de profundidade ou menos, onde ocorrem Gleissolos (14,51% da área protegida). Esta
área encontra-se encoberta por vegetação arbustiva higrófila. Nas encostas, encobertas por
vegetação arbórea, o tipo de solo predominante é o Latossolo Vermelho Amarelo Distrófico
(85,49% da área protegida).
40
3.3.1 Flora
Grande parte do Parque encontra-se em um terreno ondulado, dotado de vegetação
remanescente de Mata Atlântica secundária, formada por Floresta Estacional Semidecidual,
habitat natural das espécies arbóreas presentes na tabela abaixo.
Tabela 6: Espécies arbóreas identificadas nos fragmentos florestais de Itabira.
Família Nome Científico Nome comum ANACARDIACEAE Tapirira guianensis Aubl. Amescla rosa ANNONACEAE Guatteria schomburgkiana Mart. Araticum duro Rollinia silvatica Mart. Pindaíba folha larga Rollinia laurifolia Schltdl. Pinha da mata Xylopia brasiliensis Spreng. Pindaíba peluda Xylopia sericea A.St.-Hil. Pindaíba branca Xylopia sp.1 Pindaíba Xylopia sp.2 Pindaíba preta Annona sp. APOCYNACEAE Aspidosperma sp.1 Guatambú Aspidosperma sp.2 Peroba rosa Himatanthus phagedaenicus (Mart.)R.E.Woodson Agoniada Himatanthus sp.1 Agoniada branca Himatanthus sp.2 Agoniada vermelha ARALIACEAE Didimopanax morototoni Decne & Planch. Pau corisco amarelo ARECACEAE Euterpe edulis Mart. Palmito doce ASTERACEAE Piptocarpha macropoda Baker Capoeirão Vernonia diffusa Less. Assapeixão Vanillosmopsis erythropappa Sch.Bip. Candeia BIGNONIACEAE Jacaranda macrantha Cham. Caroba Paratecoma peroba (Record & Mell) Kuhlm. Peroba amarela Sparattosperma leucanthum K.Schum. Ipê branco BOMBACACEAE Eriotheca sp. Pau corisco Eriotheca candolleana (K.Schum.) A.Robyns Catuaba Pseudobombax grandiflorum (Cav.) A.Robyns Imbiruçu Pseudobombax sp. Carvalho amarelo BORAGINACEAE Cordia sericicalyx A.DC. Olho de moça BURSERACEAE Protium warmingianum March. Amescla branca Protium sp. Amescla vermelha CAESALPINIACEAE Apuleia leiocarpa (Vogel) J.F.Macbr. Garapa Bauhinia forficata Link Pata de vaca Bauhinia sp. Unha de vaca Copaifera langsdorfii Desf. Copaíba Melanoxylon braunea Schott Braúna preta Melanoxylon sp. Braúna Peltogyne sp. Roxinho
Senna sp. Acácio fedegoso
41
CARICACEAE Jaracatia dodecaphyla A.DC. Mamão jacatiá CECROPIACEAE Cecropia glaziovii Snethl. Embaúba Cecropia hololeuca Miq. Embaúba branca Pourouma guianensis Aubl. Uva de macaco CHRYSOBALANACEAE Licania kunthiana Hook.f. Milho torrado Licania spicata Hook.f. Cachaça CYATHEACEAE Cyathea sp. Samambaiaçu ERYTHROXYLACEAE Erythroxylum pelleterianum A.St.-Hil. EUPHORBIACEAE Alchornea cf. triplinervea Müll.Arg. Alchornea sp. Aparisthmium cordatum Baill. Velome Croton urucurana Baill. Adrago Mabea fistulifera Mart. Canudo de pito Maprounea guianensis Aubl. Carvalho de água Sapium glandulatum Pax. Leiteirinha FABACEAE Andira fraxinifolia Benth. Angelim Dabergia cf. foliolosa Benth. Jacarandá branco Dalbergia nigra Allem ex Benth. Jacarandá caviúna Hymenolobium janeirense Kuhlm. Angelim da água Machaerium sp. Ferrão de mandi Myrocarpus sp. Óleo pardo Platycyamus regnelli Benth. Folha de bolo Pterocarpus rohrii Vahl. Pau de sangue Swartzia flaemingii Raddi Saco de bode Swartzia sp. Sucupira branca Sweetia sp. Sucupira rajada FLACOURTIACEAE Carpotroche brasiliensis Endl. Sapucainha Casearia arborea Urb. Espetinho Casearia ulmifolia Cambess. Pau de espeto Casearia sp. Espeto GUTTIFERAE Rheedia sp. Guanandi Vismia martiana Rchb.f. Ruão LACISTEMATACEAE Lacistema pubescens Mart Tatu LAURACEAE Nectandra rigida Nees Canela amarela Ocotea cf. argentea Mez Canela loura Ocotea dispersa Mez Canela de roca Ocotea cf. organensis Mez Canela preta Ocotea sp. Canela branca LECYTHIDACEAE Cariniana legalis Kuntze Jequitibá branco MALPIGHIACEAE Byrsonima sericea DC. Murici Byrsonima sp. Murici rosa MELASTOMATACEAE Leandra sp.1 Quaresmeira peluda Leandra sp.2 Quaresma miúda Miconia cinnamomifolia Triana Louro Miconia sp.1 Pau de quina Miconia sp.2 Quaresmeira Tibouchina sp. Quaresminha MIMOSACEAE Acacia polyphylla DC. Angico preto
Anadenanthera colubrina Vell. Brenan Angico branco
42
Inga edulis Mart. Ingá comum Inga nuda Salzm. Ingá branco Inga sp.1 Ingá feijão Inga sp.2 Ingá Inga sp.3 Ingá miúdo Piptadenia gonoacantha J.F.Macbr. Jacaré Plathymenia foliolosa Benth. Vinhático Plathymenia sp. Vinhático amarelo Stryphnodendron polyphyllum Mart. Barbatimão MONIMIACEAE Siparuna glossostyla Perkins Siparuna MORACEAE Brosimum guianense (Aubl.) Huber Vaquinha MYRISTICACEAE Virola oleifera (Schott.) A.C.Smith Bicuíba Virola sp. Bicuíba preta MYRSINACEAE Myrsine sp. MYRTACEAE Campomanesia sp.1 Gabiroba Campomanesia sp.2 Gabiroba mirim Eugenia sp.1 Jaboticaba da serra Eugenia sp.2 Goiabeira da serra Myrcia fallax DC. Fruteira vermelha Myrcia sp. Batinga Myrciaria sp.1 Jaboticaba da mata Myrciaria sp.2 Fruteira miúda Psidium sp. Goiabeira branca NYCTAGINACEAE Guapira opposita (Vell.) Reitz Embira branca POACEAE Merostachys sp. Taquaruçu PROTEACEAE Roupala sp. RUBIACEAE Amaioua guianensis Aubl. Araribazinho Bathysa nicholsonii K.Schum. Pau colher Guettarda sp. Gema de ovo RUTACEAE Dyctioloma incanescens DC. Anil do campo Hortia arborea Engl. Paratudo SAPINDACEAE Allophylus cf. edulis Radlk. ex Warm. Cupania vernalis Cambess. Pau magro Cupania sp.1 Camboatá preto Cupania sp.2 Camboatá branco Matayba elaeagnoides Radlk. Pitomba Trichilia sp. Catuá vermelho SAPOTACEAE Chrysophylum sp.1 Bapeba Chrysophylum sp.2 Bapeba amarela Pouteria sp.1 Catuá Pouteria sp.2 Leiteira SOLANACEAE Solanum sp. Folha de prata VERBENACEAE Lippia sp. São José
Fonte: CEPEMAR, 2001.
43
3.3.2 Fauna
Estudos desenvolvidos pela CEPEMAR (2000) apresentam levantamentos sobre a
fauna existente no Município de Itabira, referentes aos mamíferos, anfíbios e aves.
Mamíferos
O Estado de Minas Gerais possui aproximadamente 190 (cento e noventa) espécies de
mamíferos, o que representa 40% (quarenta por cento) das espécies de mamíferos não
aquáticos brasileiros. Essa notável diversidade certamente está associada à ocorrência de três
grandes biomas, com suas zonas de transição, à disponibilidade de recursos e aos gradientes
altitudinais, que variam de florestas de baixada até campos de altitude, apresentando cada uma
dessas formações uma fauna peculiar. Outro importante fator na determinação dessa alta
riqueza é a presença de grandes rios, como o São Francisco, o Doce e o Jequitinhonha, que
podem atuar como limites zoogeográficos para a distribuição de várias espécies, notadamente
primatas (Rylands et al, 1988).
Entretanto, são enormes as lacunas de conhecimento científico sobre a fauna de
mamíferos de Minas Gerais. A grande maioria das espécies até então registradas no Estado
ocorrem na Mata Atlântica, sendo aproximadamente 1/3 (65 espécies) exclusivas desse
bioma. Minas Gerais abriga cerca de 70% (setenta por cento) das espécies de mamíferos que
ocorrem em todo o domínio da Mata Atlântica (Biodiversitas, 1998).
Tabela 07 - Espécies de mamíferos registradas no Município de Itabira. ORDEM/FAMÍLIA/ESPÉCIE NOME COMUM
ORDEM MARSUPIALIA FAMÍLIA DIDELPHIDAE Didelphis albiventris Gambá-de-orelha-bicolor Didelphis aurita Gambá* Philander frenata Cuíca d`água ORDEM RODENTIA FAMÍLIA DASYPROCTIDAE
Dasyprocta cf. leporina Cutia FAMÍLIA AGOUTIDAE Agouti paca Paca FAMÍLIA SCIURIDAE Sciurus aestuans Esquilo; Caxinguelê FAMÍLIA CAVIDAE Cavia sp. Preá* FAMÍLIA ERETHIZONTIDAE Shiggurus cf. insidiosus (=S. villosus) Ouriço-cacheiro Coendou cf. prehensilis Ouriço-cacheiro FAMÍLIA HYDROCHAERIDAE Hydrochaeris hydrochaeris Capivara ORDEM XENARTHRA FAMÍLIA DASYPODIDAE Euphractes sexcinctus Tatu-pelado Dasypus septemcinctus Tatu*
44
Dasypus novemcinctus Tatu-galinha FAMÍLIA MYRMECOPHAGIDAE Tamandua tetradactyla Tamanduá-colete FAMÍLIA BRADYPODIDAE Bradypus variegatus Preguiça ORDEM LAGOMORPHA FAMÍLIA LEPORIDAE Sylvilagus brasiliensis Tapeti; Coelho* ORDEM ARTIODACTYLA FAMÍLIA CERVIDAE Mazama sp. Veado FAMÍLIA TAYASSUIDAE Pecari tajacu Cititu; Porco-do-mato ORDEM CARNIVORA FAMÍLIA MUSTELIDAE Conepatus semistriatus Jaguatirica; Cambeba Eira bárbara Irara; Papa-mel Galictis cf. cuja Furão Lontra longicaudis Lontra FAMÍLIA PROCYONIDAE Procyon cancrivorus Mão-pelada Nasua nasua Quati* FAMÍLIA CANIDAE Cerdocyon thous Raposa-do mato Chrysocyon brachyurus Lobo-guará FAMÍLIA FELIDAE Herpailurus yaguarondi Gato-mourisco Leopardus pardalis Jaguatirica Leopardus tigrinus Gato-do-mato Puma concolor Onça-parda ORDEM PRIMATES FAMÍLIA CEBIDAE Callithrix geoffroyii Sagui-da-cara-branca* Callicebus personatus nigrifrons Sauá; Guigó* Cebus apella nigrittus Macaco-prego Alouatta fusca clamitans Barbado; Bugio
Fonte CEMA, 1996, citado em CEPEMAR, 2000.
* Espécies de mamíferos registradas no Município de Itabira
Anfíbios
O Brasil figura entre os países com a maior biodiversidade de anfíbios do mundo
(Mittermeier & Mittermeier, 1997), atualmente estimada em 600 (seiscentas) espécies
(Biodiversitas, 1998). O Estado de Minas Gerais ocupa posição de destaque quanto à
representatividade desse grupo de vertebrados. Estima-se que cerca de 200 (duzentas)
espécies de anfíbios ocorram nos diversos ecossistemas do Estado, o que representa 1/3 (um
terço) do total do país, sendo que a variedade de biomas e variações altitudinais de Minas
Gerais, aliada à sua posição neotropical, possibilita a ocorrência dessa alta biodiversidade de
anfíbios (Biodiversitas, 1998).
A Cadeia do Espinhaço, da qual a região de Itabira faz parte, tem atraído o interesse de
herpetólogos, dada a complexidade de suas relações com os domínios morfoclimáticos
45
brasileiros (Ab´Saber, 1977) e a riqueza aparente de formas endêmicas (Vanzolini, 1982). Do
ponto de vista herpetológico, a Serra do Cipó é a localidade melhor conhecida dessa cadeia
(Bokermann, 1956-1964; 1967 a b; Cunha, 1966; Lutz, 1968; Bokermenn & Sazima, 1973 a
b; Dixon, 1974; Sazima & Bokermann, 1977, 1978, 1982; Vanzolini & Ramos, 1977;
Caramaschi & Sazima, 1984, 1985; Rodrigues, 1981, 1987; Sazima & Caramaschi, 1988;
Haddad & Martins, 1994; Lobo, 1994; Pombal Jr. & Caramaschi, 1995; Eterovick & Sazima,
1998; Cruz & Caramaschi, 1998; Feio et al, no prelo), sendo, entretanto, raros os estudos
realizados para o Município de Itabira.
Quinze espécies de anfíbios (14 Anura e 1 Gymnophiona), distribuídas em 4 (quatro)
famílias, foram registradas na região de Itabira (Tabela 08). A família melhor representada foi
a Hylidae, com 7 (sete) espécies, seguida pela família Leptodactylidae, com 6.
Tabela 08 – Espécies de anfíbios registradas na região de Itabira: FAMÍLIA/ESPÉCIE NOME COMUM
CAECILIADAE
Siphonops sp. Cobra-cega LEPTODACTYLIDAE
Eleutherodactylus gr. Binotatus Rã-da mata Eleutherodactylus cf. guentheri Rã-da mata Odontophrynus cultripes Rã Leptodactylus labirynticus Rã-gia Leptodactylus gr. Ocellatus Rã-comum Thoropa sp. (~ T. miliaris) Rã-das-cachoeiras BUFONIDAE
Bufo gr. Crucifer Sapo, Cururu HYLIDAE
Hyla faber Sapo-ferreiro Hyla minuta Perereca Hyla polytaenia Perereca-pjama Hyla luizotavioi Perereca Scinax duartei Perereca Scinax gr. Ruber Perereca Scinax gr. Catharinae Perereca
Fonte CEMA, 1996, citado em CEPEMAR, 2000.
Aves
A devastação das florestas tropicais tem sido apontada como uma das principais
causas da perda de espécies animais no mundo (Myers, 1997), pois ao cederem espaço para
outro tipo de ambiente, muitas espécies dali desaparecem pela alteração de seu habitat
natural, devendo o tipo de fauna a explorar a nova condição, ser bem diferente da composição
original (Sick, 1997).
A Mata Atlântica, em particular, está entre os ecossistemas mais ameaçados da região
Neotropical, restando atualmente menos de 10% (dez por cento) da sua área original, que se
46
estendia pela porção oriental do Brasil, do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul. Como
resultado, muitas de suas espécies de aves encontram-se ameaçadas de extinção, com
populações já praticamente confinadas aos seus últimos e principais remanescentes,
transformados em unidades de conservação (Sick, 1997).
Um total de 149 (cento e quarenta e nove) espécies, distribuídas em 48 (quarenta e
oito) famílias, foram registradas na região de Itabira. Dessas, 25 (vinte e cinco) espécies
consistem em ocorrências novas para o Município de Itabira, considerando o total de 228
(duzentas e vinte e oito) espécies aí registradas pelos estudos anteriores, os quais, entretanto,
relacionam 105 (cento e cinco) espécies não detectadas. Logo, somam-se 254 (duzentas e
cinqüenta e quatro) espécies até agora conhecidas para Itabira.
Para esse total de 254 (duzentas e cinqüenta e quatro) espécies, Tyrannidae,
Emberezidae, Furnarridae e Thamnophilidae destacaram-se como as famílias mais
diversificadas da ordem Passeriformes, cada uma com 53 (cinqüenta e três), 44 (quarenta e
quatro), 16 (dezesseis) e 15 (quinze) espécies, respectivamente. Trochilidae e Columbidae,
representadas por 10 (dez) espécies e 8 (oito) espécies, respectivamente, seguidas de
Cuculidae e Picidae, ambas com 6 (seis) espécies cada, sobressaíram entre os não-
passeriformes, ordem cujo total de espécies correspondeu a 35% (trinta e cinco por cento) (90
espécies) do total até agora relacionados para Itabira.
Das 254 (duzentas e cinqüenta e quatro) espécies registradas para o Município de
Itabira, 19 (dezenove) correspondem a táxons endêmicos do Brasil e 15 (quinze) constam da
Lista Oficial da Fauna Ameaçada de Extinção de Minas Gerais (Lins et al, 1997), das quais 6
(seis) relacionadas sob o status de ameaçada (Penelope obscura, Biatas nigropectus,
Pyroderus scutatus, Poospiza cinerea, Sicalis flaveola e Curaeus forbesi) e 9 (nove) sob o
status de presumivelmente ameaçada (Columba plumbea, Lophornis magnifica, Formicivora
serrana, Drymophila ferruginea, Chamaeza meruloides, Phacellodomus erythrophthalmus,
Hemitriccus diops, Ramphocaenus melanurus e Carduelis magellanicus).
Tabela 09 – Espécies de aves registradas em Itabira
FAMÍLIA/NOME CIENTÍFICO NOME COMUM NÃO-PASSERIFORMES TINAMIDAE Crypturellus parvirostris Crypturellus obsoletus Inhambú-chororó Crypturellus tataupa Inhambú-xitão PODICIPEDIDAE Tachybaptus dominicus Podilymbus podiceps Mergulhão
47
PHALACROCORACIDAE
Phalacrocorax brasilianus Biguá ARDEIDAE Casmerodius albus Garça-branca-grande Egretta thula Garça-branca-pequena Butorides striatus Socozinho CATHARTIDAE Coragyps atratus Urubu-de-cabeça-preta Cathartes aura Urubu-de-cabeça-vermelha ANATIDAE
Dendrocygna viduata Irerê Amazonetta brasiliensis Marreca-de-pés-vermelhos ACCIPITRIDAE
Elanus leucurus Gavião-peneira Buteo albicaudatus Gavião-de-cabeça-cinza Leptodon cayanensis Gavião-de-cabeça-branca Rupornis magnirostris Gavião-carijó FALCONIDAE
Herpetotheres cachinnans Acauã Polyborus plancus Carrapateiro Falco sparverius Carcará Milvago chimachima Falcão quqri-queri CRACIDAE
Penelope obscura Penelope supercialis Jacuguaçu RALLIDAE
Rallus nigricans Aramides saracura Saracura-do-mato Gallinula chloropus Frango-d’água CARIAMIDAE
Cariama cristata Siriema JACANIDAE
Jacana jaçanã Jaçanã CHARADRIIDAE
Vanellus chilensis Quero-quero SCOLOPACIDAE
Tringa flavipes Maçarico Gallinago paraguaiae Maçarico-de-bico-virado COLUMBIDAE
Columba picazuro Columba cayennensis Pomba-galega Columba plúmbea Caçoroba Columbina talpacoti Rolinha Claravis pretiosa Rolinha-espelho Scardafella squammata Rolinha-fogo-apagou Leptotila verreauxi Juriti-pupu Leptotila rufaxilla Juriti-gemedeira PSITTACIDAE
Aratinga leocophthalmus Apuim Aratinga áurea Ararinha
48
Forpus xanthopterygius Periquito-rei Propyrrhura maracanã Tuim Pionus maximilliani Maitaca-verde CUCULIDAE
Coccyzus americanus Piaya cayana Alma-de-gato Crotophaga ani Anu-preto Crotophaga major Guirra guirra Anu-branco Tapera naevia Saci TYTONIDAE
Tyto alba Suindara STRIGIDAE
Otus choliba Corujinha-do-mato Pulsatrix koeniswaldiana Murucututu-de-barriga-amarela Speotyto cunicularia Caburí Glaucidium brasilianum Buraqueira Rhinoptynx clamator Coruja-orelhuda NYCTIBIIDAE Nyctibius griséus Urutau CAPRIMULGIDAE
Hidropsalis brasiliana Tuju Lurocalis semitorquatus Curiango Nyctidromus albicollis Bacurau-ocelado Nyctiphrynus ocellatus Curiango-tesoura APODIDAE
Streptoprocne zonaris Andorinha-cavaleira-branca Chaetura cinereiventris Andorinhão Chaetura andrei Andorinhão-do-temporal TROCHILIDAE
Campylopterus largipennis Rabo-branco-de-sobre-amarelo Lophornis magnifica(en) Chlorostilbon aureoventris Tesourão Leucochloris albicollis Sopetinho-vermelho Amazilia versicolor Beourinho-de-bico-vermelho Phaetornis pretrei Beija-flor-de-fronte-violeta Eupetomena macroura Papo-branco Thalurania glaucopis Beija-flor-de-banda-branca Amazilia láctea Beija-flor-de-peito-azul Calliphlox amethystina TROGONIDAE
Trogon viridis Trogon surrucura aurantius Surucuã-de-barriga-vermelha ALCEDINIDAE Ceryle torquata Martim-pescador-grande Chloroceryle amazona Martim-pescador-verde Chloroceryle americana Martim-pescador-pequeno GALBULIDAE Galbula ruficauda Beija-flor-grande BUCCONIDAE
49
Nystalus chacuru João-bobo Malacoptila striata João-barbudo RAMPHASTIDAE Pteroglossus aracari Araçari Ramphastos toco Tucano-do-bico-verde PICIDAE
Dryocopus lineatus Pica-pau-anão-barrado Picumnus cirratus Pica-pau-do-campo Colaptes capestris Pica-pau-verde Colaptes melanochlorus Pica-pau-do-topetre-vermelho Melanerpes candidus Pinica-pauzinho Veniliornis maculifrons (en) Pinica-pau PASSERIFORMES RHINOCRYPTIDAE Scytalopus sp. Scytalopus indigoticus Macuquinho THAMNOPHILIDAE
Mackenziaena leachii Mackenziaena severa Thamnophilus caerulescens Biatas nigropectus Thamnophilus ruficapillus Herpsilochmus atricapillus Herpsilochmus pileatus(?) Herpsilochmus longirostris (?) Formicivora serrana(en) Dysithamnus mentalis Herpsilochmus rufimarginatus Drymophila ferruginea (en) Drymophila ochropyga (en) Pyriglena leucoptera Myrmeciza loricata (en) FORMICARIIDAE
Chamaeza campanisoma Tocava-campainha Chamaeza meruloides (en) Tocava-de-cauda-vermelha CONOPOPHAGIDAE
Conopophaga lineata FURNARIIDAE
Furnarius rufus João-de-barro Synallaxis frontalis João-de-teneném Poecilurus scutatus Pichovoré Certhiaxis cinnamomea Curutié Phacellodomus rufifrons Phacellodomus ruber Anumbius anumbi Cochicó Synallaxis spixi Synallaxis ruficapilla Pichovoré Synallaxis cinerascens Phacellodomus e. erythrophthalmus (en) Anabazenops fuscus (en) Trepador-coleira
50
Philydor rufus Limpa-folha-carmuça Automolus leucophthalmus Barranqueiro-de-rabo-branco Xenops rutilans Bicho-virado Lochmias nematura Capitão-da-porcaria DENDROCOLAPTIDAE
Dendrocincla fuliginosa Arapaçu-pardo Sittasomus griseicapillus Arapaçu-verde Lepidocolaptes fuscus Arapaçu-rapado Lepidocolaptes angustirostris Arapaçu-do-cerrado Lepidocolaptes squamatus Arapaçu-escamado Campylorhamphus falcularius Arapaçu-de-bico-torto TYRANNIDAE
Phyllomyias fasciatus Mionectes rufiventris Myiornis atricaudus Miudinho Hemitriccus diops Todirostrum plumbeiceps Tolmomyias sulphurescens Bico-chato-de-orelha-preta Platyrinchus mystaceus Patinho Myiobius sp. Contopus cinereus Bem-ti-vi-da-copa Lathrotriccus euleri Enferrujado Sirystes sibilator Maria-assobiadeira Myiarchus swainsoni Irrê Pitangus sulphuratus Bem-ti-vi Camptostoma obsoletum Risadinha Myiopagis viridicata Elaenia flavogaster Maria-tola Megarynchus pitangua Bem-ti-vi-do-bico-chato Elaenia parvirostris Elaenia (cf.) chiriquensis Chibim Serpophaga subcristata Alegrinho Leptopogon amaurocephalus Cabeçudo Phylloscartes (cf.) ventralis Borboletinha-do-mato Capsiempis flaveola Myiornis auricularis Pachyramphus polychopterus Caneleiro-preto Hemitriccus nidipendulus(en) Myiophobus fasciatus Filipe Pyrocephalus rubinuns Xolmis cinérea Primavera Knipolegus lophotes Maria-preta Fluvicola nengeta Lavadeira-mascarada Arundinicola leucocephla Freirinha Colonia colonus Gubernetes yetapa Tesoura-do-brejo Satrapa icterophrys Siriri-pequeno Hirundinea ferruginea Birro Machetornis rixosus Bem-ti-vi-do-gado Muscipipra vetula
51
Myiarchus ferox Maria-cavaleira Myiarchus tyrannulus Maria-cavaleira Myiozetetes similis Bem-tivizinho-de-penacho-vermelho Myiodynates maculatus Bem-ti-vi-rajado Legatus leucophaius Bentivi-pirata Empidomomus varius Peitica Tyrannus savanna Tesoura Tyrannus melancholicus Siriri Pachyramphus viridis Caneleiro-verde Pachyramphus castaneus Caneleiro-castanho Pachyramphus validius Caneleiro-de-chapéu-negro Tityra cayana Canambe-branco-de-bochecha-parda Tyrannus albogularis PIPRIDAE
Chiroxiphia caudata Tangará Schffornis virescens Dançador-verde Antilophia galeata Canaleirinho Ilicura militaris(en) Tangarazinho Manacus manacus Rendeira COTINGIDAE
Pyroderus scutatus Pavão-do-mato HIRUNDINIDAE
Phaeoprogne tapera Andorinha-do-campo Notiochelidon cyanoleuca Andorinha-azul Stelgidopteryx ruficollis Andorinha-serrador CORVIDAE
Cyanocorax cristatellus TROGLODYTIDAE
Thryothorus genibarbis Troglodytes aedon Corruíra MUSCICAPIDAE
Turdus leucomelas Ramphocaenus melanurus
Turdus albicollis Hylophilus amaurocephalus Turdus rufiventris Sabiá-laranjeira Turdus amaurochalinus Sabiá-poca MIMIDAE
Mimus saturninus Arrebita-rabo VIREONIDAE
Cyclarhis gujanensis Vireo chivi Hylophilus poicilotis EMBERIZIDAE
Parula pitiayumi Geothlypis aequnoctialis Basileuterus flaveolus Basileuterus culicivorus Coereba flaveola Schistochlamys ruficapillus (em)
52
Cissopis leveriana Thlypopsis sórdida Hemithraupis guira Hemithraupis ruficapilla (en) Nemosia pileata Tachyphonus coronatus Trichothraupis melanops Piranga flava Thraupis sayaca Thraupis ornata (en) Pripraeidea melanonota Euphonia chlorotica Euphonia violacea Tangara cyanoventris (en) Tangara cayana Dacnis cayana Conirostrum speciosum Tersina viridis Zonotrichia capensis Ammodramus humeralis Donacospiza albifrons Poospiza cinerea (en) Sicalis flaveola Embernagra longicauda (en) Volatinia jacarina Sporophila lineola Sporophila nigricollis Sporophila caerulescens Tiaris fuliginosa Arremon semitorquatus Arremon flavirostris Coryphospingus pileatus Saltator similis Psarocolius decumanus Agelaius cyanopus Curaeus forbesi (en) Gnorimopsar chopi Molothrus bonariensis FRINGILIIDAE
Carduelis magellanicus PASSERIDAE
Passer domesticus ESTRILDIDAE
Estrilda astrild Total de espécies: 254
Fonte CEMA, 1996, citado em CEPEMAR, 2000.
53
3.4 Infra-estrutura
A área do Parque Natural Municipal do Intelecto pode ser dividida em duas porções: o
Pico do Amor e a Mata do Intelecto, separadas pela Rua Fernando Jardim, porém interligadas
por uma Passarela da Integração (Figura 15 e 16).
Figura 15: Passarela que une a área do Pico do amor (a direita da foto) à Mata do Intelecto. Foto de 2 de setembro de 2009.
54
Figura 16: Croqui de localização das infra-estruturas do Parque Natural Municipal do Intelecto.
55
3.4.1 Pico do Amor
O Pico do Amor é um patrimônio natural de Itabira com altitude elevada de onde se
tem uma visão panorâmica da cidade.
O Pico do Amor abriga:
• Anfiteatro Norberto Honório Martins – O anfiteatro recebeu este nome através da
Lei Municipal nº 4276/2009, em homenagem ao Senhor Norberto Honório Martins,
compositor e violinista, que além de cidadão exemplar, enriqueceu a música brasileira
com sambas, choros e marchas de carnaval gravadas por Nelson Gonçalves, Ciro
Monteiro, Linda Batista, Roberto Silva, Moreira da Silva e Henrique Domingues.
Cadê Catarina, letra dele e voz de Gilberto Alves, foi cantada em todo Brasil,
segundo jornais da época.. Face às atividades culturais que serão desenvolvidas no
Anfiteatro, nada mais justo que se atribuísse à sua denominação uma referência de
personalidade que, durante a trajetória de vida manteve-se em laço estreito com o
desenvolvimento artístico-cultural do Município. Norberto Honório Martins nasceu no
Serro em 14 de setembro de 1911 e, no início da década de 50, mudou-se para Itabira,
onde formou família e morreu em 02 de abril de 1974. O compositor morou também
em Belo Horizonte e no Rio de Janeiro. Trabalhou em emissora de rádio como
violinista e cantor. Nota publicada pela Rádio Revista de 1938 deu incentivo ao
músico na capital mineira: “Cantor, compositor e violinista são qualidades que, dentro
do rádio, podem colocar o artista em lugar de destaque”. Começou a aparecer como
cantor, apresentando repertório próprio. No Rio, freqüentou redutos musicais, fez
amizades com artistas, teve suas letras gravadas por importantes cantores e imprimiu o
nome do compositor no dicionário da música brasileira, a maioria das composições foi
gravada na década de 40; outras em 50 e 60. Em 1951, o autor trocou o Rio de Janeiro
por Itabira, onde se casou com Marcelina Nunes, em 26 de abril de 1952. “Ele se
apaixonou por mim e veio”, declarava a Dona Marcelina em suas entrevistas (. O
Anfiteatro é composto por arquibancada para 2.500 pessoas, camarim com banheiro,
concha acústica, copa e área de serviço, depósito e o palco (Figura 17).
• Lanchonete – composta por área de serviço, cozinha, depósito, dispensa, salão
coberto e banheiro público (Figura 18);
• Trilhas;
• Mirante – composto por deck panorâmico e elevação do cruzeiro (Figura 19);
56
• Memorial Carlos Drummond de Andrade (Figura 20)
• Cruzeirinho (Figura 21).
Figura 17: Anfiteatro Norberto Honório Martins na área do Pico do Amor pertencente ao Parque
Natural Municipal do Intelecto. Foto de 2 de setembro de 2009.
Figura 18: Lanchonete na área do Pico do Amor pertencente ao Parque Natural Municipal do Intelecto. Foto de 2 de setembro de 2009.
57
Figura 19: Deck e cruzeirinho, marcos do Pico do Amor. Foto de 2 de setembro de 2009.
Figura 20: Memorial Carlos Drummond de Andrade na área do Pico do Amor pertencente ao Parque Natural Municipal do Intelecto. Foto de 2 de setembro de 2009.
58
Figura 21: Cruzeirinho construído em 1932. Foto de 4 de setembro de 2009.
O Memorial Carlos Drummond de Andrade foi projetado pelo arquiteto Oscar
Niemeyer e abriga o acervo da obra de Carlos Drummond de Andrade doado pela Fundação
Cultural do Banco do Brasil, pela biblioteca da Fundação Cultural Carlos Drummond de
Andrade e por parentes do poeta, além de objetos pessoais como a sua velha máquina de
escrever, prêmios literários, quadros e uma coleção de correspondências que enfatizam a
presença do poeta em sua terra natal. O prédio do memorial ocupa uma área de 2.000 m² com
sala de convenções para 50 pessoas, galeria para exposição, banheiros e cantina.
As trilhas do Pico do Amor são constituídas por solo compactado recoberto e meio-fio
em concreto, seguindo as normas de acessibilidade a pessoas portadoras de deficiência ou
com mobilidade reduzida (Lei nº10.098 de 19 de dezembro de 2000). Por elas se tem os
acessos aos Portais Centro, Penha, Campestre; ao Anfiteatro Norberto Honório Martins, ao
Memorial Carlos Drummond de Andrade e à Passarela da Integração.
59
3.4.2 Mata do Intelecto
A Mata do Intelecto abriga:
• Centro Experimental de Educação Ambiental (CEEA) – composto por 6 (seis)
salas de aula para 20 (vinte) pessoas (com biblioteca física, tela para projeção e
computador com multimídia), almoxarifado, auditório para 123 (cento e vinte e três)
pessoas, copa e área de serviços, depósito para ferramentas, espaço para exposições,
gerência, recepção, secretaria, sala de apoio, sala de coordenação, sala do IEF, Sala do
Comitê da Bacia Hidrográfica do Santo Antônio, sala de Reuniões, sala da Polícia
Ambiental, e banheiros;
• Orquidário;
• Viveiro;
• Quiosques;
• Trilhas;
• Playground.
O CEEA (Centro Experimental de Educação Ambiental) consiste em um núcleo
pedagógico/administrativo do parque, concentrando atividades educacionais e gerenciais. Seu
prédio possui forma octogonal, inspirada na cultura chinesa, na qual a orientação em relação
aos pontos cardeais direciona a harmonização do edifício (Figura 22).
Figura 22: Esboço do CEEA - Centro Experimental de Educação Ambiental.
60
As trilhas na Mata do Intelecto ligam o Portal Santo Antônio, o Centro Experimental
de Educação Ambiental e a passarela. Estas trilhas também são constituídas em paviés e meio
fio em concreto e/ou madeira, construídas segundo as normas de acessibilidade a pessoas
portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida (Lei nº10.098 de 19 de dezembro de
2000).
3.5 Administração e Recursos
Toda unidade de conservação do grupo de Proteção Integral deve dispor de um órgão
responsável pela sua administração e um Conselho Consultivo, de acordo com o artigo nº29
da Lei Federal nº 9.985 de 18 de julho de 2000 (SNUC).
O CODEMA - Conselho Municipal de Meio Ambiente foi instituindo pela Lei
Municipal nº 2.324 de 03 de setembro de 1985 e exerce a função de Conselho Consultivo do
Parque Natural Municipal do Intelecto, conforme o § 6º do artigo 17 do Decreto Federal 4.340
de 22 de agosto de 2002 (regulamenta a Lei do SNUC) e estabelecido pelo inciso XIX do
artigo 10 de Lei Municipal nº 3.761 de 04 de fevereiro de 2003. A Secretaria Municipal de
Meio Ambiente exerce função de órgão gestor do parque conforme inciso X do artigo 8º da
citada lei.
A implantação das infra-estruturas do parque é de responsabilidade do Município de
Itabira, VALE S/A e da CEMIG - Companhia Energética de Minas Gerais, conforme esquema
a seguir.
Figura 23: Esquema de responsabilidade pela infra-estrutura do Parque Natural Municipal do Intelecto.
61
A manutenção do parque é realizada com recursos financeiros do FEGA (Fundo
Especial para a Gestão Ambiental) e através de recursos de condicionantes do processo de
licenciamento ambiental das atividades da Vale S/A no Município de Itabira.
4. Zoneamento e normatização
A visitação pública ao parque será permitida através dos 5 (cinco) portais, no período
diurno, de forma gratuita, salvo em ocasiões especiais, durante festividades. Ao entrar e ao
sair do parque, por questões de segurança, poderá ser requisitado aos visitantes, a
apresentação de documento de identidade com foto.
As crianças menores de 12 anos somente poderão ingressar e permanecer no Parque
quando acompanhadas dos pais ou responsáveis devidamente documentados, conforme
parágrafo único do art. 75 do Estatuto da Criança e do Adolescente.
A utilização de veículos com rodas, motorizados ou não, inclusive skates, patins e
similares, será permitida somente até as áreas de estacionamento, exceto cadeirantes e
carrinhos de bebê. O trânsito de veículos em outras áreas ficará restrito às atividades de
manejo do parque ou situações emergenciais.
É proibida a entrada de animais domésticos, exceto cão-guia, de acordo com a Lei
Federal nº 11.126 de 27 de junho de 2005.
Em todo o parque é proibido fazer uso do fogo.
A locação para fins comerciais dos espaços Anfiteatro Norberto Honório Martins e
bar/restaurante, no Pico do Amor, deverão obedecer à Lei no 8.666 de 21 de junho de 1993
(que institui normas para licitações e contratos), assim como resoluções pertinentes emitidas
pelo CODEMA. Na Zona de Uso Intensivo e Especial poderão ser realizadas atividades de
comércio compatíveis com o Parque, devidamente autorizadas pelo Gestor do Parque e
mediante normatização do município.
O uso de salas e do auditório do CEEA será permitido para fins educacionais e
culturais, mediante autorização do órgão gestor, além da cobrança de uma taxa a ser definida
por resolução do CODEMA.
Toda a pesquisa realizada no parque deverá contribuir para a conservação do mesmo,
sendo necessária a aprovação prévia de seu projeto pelo órgão gestor.
O Parque será composto pelas seguintes zonas: Zona Primitiva, Zona de Uso
Extensivo, Zona de Uso Intensivo, Zona de Uso Especial e Zona de Recuperação.
62
4.1 Zona Primitiva (Z1)
A Zona Primitiva é porção do parque que sofreu menor intervenção humana no
passado (Figura 24). Esta zona, no Parque Natural Municipal do Intelecto, corresponde à área
de mata nativa onde não é permitida a visitação pública, permitindo-se somente atividades de
pesquisa científica, mediante autorização da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, órgão
responsável pela sua administração.
4.2. Zona de Uso Extensivo (Z2)
A Zona de Uso Extensivo é a área com características naturais, porém com
intervenções humanas que visam a sua utilização de forma indireta. Corresponde a duas
porções: a primeira delas, na porção sudoeste do parque, na área do Pico do Amor; e a
segunda, localizada na porção nordeste do parque, na área da Mata do Intelecto (Figura 24).
Estas duas áreas são percorridas por trilhas que segue as normas de acessibilidade da Lei
Federal nº 10.098 de 19 de dezembro de 2000. Nesta porção objetiva-se a manutenção de um
ambiente natural com mínimo impacto humano, porém oferecendo acesso ao público para fins
educativos e recreativos, permitindo-se somente caminhadas e realização de trilhas
interpretativas e contemplativas. Estudos científicos também poderão ser realizados na Zona
de Uso Extensivo mediante autorização da Secretaria Municipal de Meio Ambiente.
Figura 24: Zoneamento do Parque Natural Municipal do Intelecto. Z1, Z2, Z3, Z4 e Z5 correspondem a Zona Primitiva, Zona de Uso Extensivo, Zona de Uso Intensivo, Zona de Uso especial e Zona de
Recuperação, respectivamente.
63
4.3 Zona de Uso Intensivo (Z3)
A Zona de Uso Intensivo é aquela constituída por áreas naturais e alteradas, onde são
promovidas atividades recreativas e culturais. No Parque Natural Municipal do Intelecto
corresponde a área do Pico do Amor (Figura 24). Esta zona visa a realização de atividades
recreativas, culturais e esportivas, tais como exposições, feiras, shows, apresentações, teatros,
caminhadas, cooper, alongamentos, ginástica ao ar livre, tai-chi-chuan, yoga, dentre outras
semelhantes.
4.4 Zona de Uso Especial (Z4)
A Zona de Uso Especial é aquela que contém as áreas necessárias à administração,
manutenção e serviços do parque, além de concentrar entidades ligadas ao meio ambiente
como a Polícia Ambiental, Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Instituto Estadual de
Florestas (IEF). Esta zona, no Parque Natural Municipal do Intelecto, corresponde ao CEEA e
o seu entorno (viveiro e orquidário) (Figura 24). As estruturas do CEEA também deverão ser
usadas para práticas de educação ambiental como exibição de filmes, exposições,
apresentações e palestras, além de atividades de capacitação para seus funcionários,
colaboradores e para os visitantes em geral.
4.5 Zona de Recuperação (Z5)
A Zona de Recuperação é aquela que contém áreas consideravelmente alteradas pelo
homem e que, portanto, necessitam ser recuperadas. Nesta área devem-se remover as espécies
exóticas e executar procedimentos de restauração. No Parque Natural Municipal do Intelecto,
a Zona de Recuperação corresponde às porções sul e oeste do pico do amor, atrás do
Anfiteatro Norberto Honório Martins e do cruzeirinho (Figura 24).
5. Projetos específicos
Após aprovação deste Plano de Manejo, está prevista a realização de projetos inseridos
em cinco programas, listados a seguir.
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• Programa Flora do Parque Natural Municipal do Intelecto: contempla o
levantamento florístico (componente adulto, regeneração e banco de sementes) da
Zona Primitiva e da Zona de Uso Extensivo; estruturar um herbário e treinar pessoal
para sua curadoria; monitoramento das áreas recuperadas; e formação de um viveiro
de mudas de espécies nativas.
• Programa Zona de Recuperação: recuperação desta zona por meio de plantio de
espécies nativas em curvas de nível, seguida de enriquecimento.
• Programa Orquídeas de Itabira: reintrodução de orquídeas nativas na Zona de Uso
Primitivo Extensivo e Intensivo em parceria com a SOI - Sociedade Orquidófila
Itabirana.
• Programa Educação no Intelecto: projeto de educação ambiental que visa promover
a conscientização ambiental de seus freqüentadores e o correto aproveitamento do
parque, inclusive elaboração de material gráfico.
• Programa Fauna do Parque Natural Municipal do Intelecto: contempla o
levantamento faunístico (aves, mamíferos, répteis e insetos) da Zona Primitiva e da
Zona de Uso Extensivo.
6. Monitoria e Avaliação
Alguns indicadores devem ser avaliados e monitorados durante a implementação desta
primeira fase do plano de manejo do Parque Natural Municipal do Intelecto, visando avaliar
sua efetividade assim como a de seus programas. Os indicadores devem guardar relação direta
com os objetivos de manejo das unidades de conservação. Foram estabelecidos quatro
indicadores listados a seguir:
• Número de visitantes – visa revelar o potencial de atração do parque, enquanto área de
lazer para a comunidade;
• Número de visitas dirigidas – visa revelar o potencial de atração do parque, enquanto
instrumento de educação ambiental;
• Recuperação das manchas de vegetação – baseada na expansão da cobertura vegetal,
reflete a efetividade das medidas de recuperação;
• Biodiversidade – através de levantamentos da flora e fauna, visa detectar alterações na
biodiversidade do parque.
65
A análise destes indicadores subsidiará a revisão deste Plano de Manejo que se
realizará a cada 5 (cinco) anos.
7. Equipe Técnica
Nome Formação Registro
Arnaldo Edgard Lage Silva Técnico em Agropecuária –
Licenciado em Geografia
Pós-Graduado em Análise
Ambiental e Patrimônio
Cultural
CREA 140374206-5 CREA-MG 22807
Cristina Cunha Garcia Bióloga CRBIO 50551/04-D
Flávia Lage Reis Bióloga CRBIO 44856/04-D
66
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Plano de Manejo
Parque Natural Municipal Mata do Intelecto
Equipe Técnica:
Arnaldo Edgard Lage Silva CREA 37370/D
Cristina Cunha Garcia CRBIO 50551/04-D
Flávia Lage Reis CRBIO 44856/04-D