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Plano Manejo Florestal

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  • PLANO DE MANEJO FLORESTAL EM UMA PROPRIEDADE DOMATO GROSSO_ A TEORIA NA PRTICA

    IRENE DOMENES ZAPPAROLI; MARCIA REGINA GABARDOCAMARA;

    UEL

    LONDRINA - PR - BRASIL

    [email protected]

    APRESENTAO ORAL

    Agropecuria, Meio-Ambiente, e Desenvolvimento Sustentvel

    Plano de Manejo Florestal em uma propriedade do Mato Grosso: ateoria na prtica

    ResumoManejar uma floresta administrar a obteno de benefcios econmicos, sociais eambientais, respeitando-se os mecanismos de sustentabilidade do ecossistema. Oobjetivo do artigo identificar as etapas que compreendem o manejo florestalsustentvel e propor um plano operacional para execuo do manejo em propriedades.A metodologia compreende a reviso bibliogrfica e o levantamento de procedimentosem uma propriedade agrcola no Mato Grosso a ser realizado em seis etapas. Naprimeira fase definem-se as caractersticas e os dados necessrios que devero serlevantados para alcanar os objetivos do Plano Operacional Anual (POA), no que serefere ao acompanhamento do desenvolvimento e os cuidados com a floresta. Nasegunda fase identificam-se os procedimentos metodolgicos recomendados e quedevero ser executados: a identificao da rea do projeto, dos talhes, marcao dasparcelas permanentes, demarcaes de faixas e picadas nos talhes, as rvores portasementes, de corte, as proibidas de corte e/ou protegidas por lei e as rvoresremanescentes. Na terceira fase tem-se a forma de clculo usada no inventrio florestalem cem por cento, clculo do volume comercial, mtodo de cubagem das unidades deamostra e o fator de converso de volume. Na quarta etapa, os mtodos de segurana______________________________________________________________________

    Rio Branco Acre, 20 a 23 de julho de 2008

    Sociedade Brasileira de Economia, Administrao e Sociologia Rural

  • no trabalho so discutidos e incluem trabalho a cu aberto, proteo coletiva,equipamentos de proteo coletiva (EPI), infra-estrutura do acampamento: recursohdrico (gua); dormitrio; banheiro; refeitrio; esgoto; lixo. Na quinta fase realiza-sea explorao florestal com o abate de rvores: recomendaes para o corte quecompreende a segurana do operador que efetuar a derrubada, os fatoressilviculturais e as tcnicas de derrubada. So destacados: planejamento da explorao,definio do sistema de explorao, estradas secundrias ou internas, as trilhas dearraste, o ptio de estocagem ou estaleiros. O artigo conclui sinalizando que osprocedimentos recomendados pela literatura e a s seis etapas adotadas no presenteartigo so adequadas para a execuo de planos de manejo em propriedades rurais.Palavras-chaves: Manejo florestal; Desenvolvimento sustentvel; Plano operacional

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  • AbstractTo manage a forest is to administrate the acquiring of economical, social andenvironmental benefits, respecting the mechanisms of sustainability of the ecosystem.The goal of this article is to identify the stages that compose the Forest SustainableManagement and the development of an operational plan for execution of themanagement. The methodology is based in the bibliographic revision and the rising ofdata about rural property in the State of the Mato Grosso. The first phase establishes thecharacteristics and data collection required to set the Annual Operational Plan (POA)objectives of the project. In a second phase was defined the methodology to identify thearea of the project, the land demarcation of the permanent part, demarcations of tracksin the forest, the trees seeds, and the area of forbidden cutting and/or protected by lawand the remaining trees. In a third phase there is the calculation form used in the forestinventory (a hundred percent), calculation of the commercial volume, method of cubageof the sample units and the factor of volume conversion. In a fourth phase the worksecurity methods that include work in open sky, collective protection, equipments ofcollective protection (EPI), infrastructure of the camp: water resources, bedroom;bathroom; dining hall; sewer and garbage. In the fifth phase it is discussed the forestexploration with the cutting of trees: recommendations for the cutting of the treeshaving in mind the security of the operator that will do the cutting, the silviculturalfactors and the techniques of cutting. It is still shown the planning of the exploration,definition of the exploration system, secondary or internal tracks, the trails, thestockpiling patio or shipyards. The exploration map shows the dragging and the loadingof the logs, the tracking of the forest exploration, the maintenance of the existent treesin the Permanent Areas of Preservation (APP's), the protection of the forbidden speciesthat are forbidden to be cut and of the door seeds trees. And in the sixth and last phase,the tracking shows the execution of the diagnosed inventory of exploration evaluation,continuous inventory, protection system, protection of the forbidden species of cuttingand door-seed trees and the protection against fires. The article concludes that therecommended methodological procedures and the suggested phases permit tomanagement the forest in a sustainable way. Key words: Forest management; Sustainable development; Operational plan.

    1. INTRODUO

    Manejar uma floresta administrar a obteno de benefcios econmicos, sociaise ambientais, respeitando-se os mecanismos de sustentabilidade do ecossistema O Brasilocupa uma rea de 906.806,9 Km, sendo que 17,6% desta rea esto dentro daAmaznia Legal. Est inserido nos quatro ecossistemas: cerrado, pantanal, florestaamaznica e rea de transio objeto do manejo e considerando-se cumulativa oualternativamente, a utilizao de mltiplos produtos e subprodutos madeireiros e nomadeireiros, bem como a utilizao de outros bens e servios de natureza florestalconsta do Art. 25, pargrafo nico do decreto 8.188/2006. (AMARAL, 2002).

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  • O Plano Operacional Anual (POA) um documento que define o cronograma deatividades, os procedimentos de operao da explorao e manejo florestal a seremaplicados durante o ano da colheita. O primeiro passo para o POA o inventrioflorestal em 100% ou censo florestal, de forma a mensurar todas das rvores de valorcomercial existentes numa rea de explorao anual. As rvores medidas seroplaqueteadas e plotadas em mapas em coordenadas de eixos x e y. (LACERDA, 1986).

    terminantemente proibida a extrao de madeira em matas ciliares porque soreas de preservao permanente (APP) e devese deixar no mnimo 50 metros de cadalado do Rio sem nenhum tipo de interveno (BRASIL, 1965). Somente permitido oabate der rvores com DAP acima de 45 cm (dimetro altura do peito a 1,30 m dosolo). (SEMA, 1994; BRASIL, 1965).

    O POA contempla alm do inventrio florestal, o planejamento de atividades,como o dimensionamento de estradas e ptios de estocagem, corte das rvores, arrastede toras, proteo florestal dentre outras atividades. O POA e vlido por um ano,podendo ser renovado por mais um ano.

    O censo florestal um inventrio de todas as rvores de valor comercialexistentes em uma rea de explorao anual (PIZA, 1995). As atividades de um censoso realizadas um a dois anos antes da explorao, envolvendo a demarcao dostalhes, abertura das trilhas de orientao, a identificao, localizao e avaliao dasrvores de valor comercial. Alm disso, outras informaes teis ao planejamento daexplorao e s prticas silviculturais, como presena de cursos d'gua, reas cipolicase variaes topogrficas tambm so verificadas durante o censo florestal (IPT, 1989).

    Este artigo tem por objetivo identificar as etapas que compreendem o manejoflorestal sustentvel. Especificamente, pretende-se levantar o plano operacional paraexecuo do manejo. A metodologia compreende a reviso bibliogrfica e olevantamento de dados tcnicos em uma propriedade agrcola na regio centro-oeste doBrasil.

    O artigo foi dividido em seis fases a primeira levanta as caractersticas do planooperacional anual, o acompanhamento do desenvolvimento e os cuidados com afloresta. A segunda fase apresenta a metodologia de trabalho para o desenvolvimento doPOA, especificamente a identificao da rea do projeto, dos talhes, marcao dasparcelas permanentes, demarcaes de faixas e picadas nos talhes, rvores portasementes, rvores de corte, rvores proibidas de corte e/ou protegidas por lei, rvoresremanescentes. A terceira fase compreende o clculo do inventrio florestal e o clculodo volume comercial: pelo mtodo de cubagem das unidades de amostra e o fator deconverso de volume. A quarta fase compreende a segurana no trabalho realizado a cuaberto, a proteo coletiva e os equipamentos de proteo coletiva. Apresenta a parte deinfra-estrutura do acampamento, tais como: recurso hdrico (gua); dormitrio,banheiro, refeitrio, esgoto e o lixo. A quinta parte corresponde ao abate de rvores,recomendaes para o corte, segurana do operador que efetuar a derrubada, fatoressilviculturais, tcnicas de derrubada, planejamento da explorao: definio do sistemade explorao, estradas primrias ou principais, estradas secundrias ou internas, trilhasde arraste, ptio de estocagem ou estaleiros, mapa de explorao, arraste de toras,carregamento das toras, monitoramento da explorao florestal, manuteno das rvoresexistentes nas APPs, proteo das espcies proibidas de corte e das rvores porta______________________________________________________________________

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  • sementes. Por fim apresenta-se o plano operacional anual potencial. O artigo finalizacom as concluses e recomendaes de que tais procedimentos sejam adotados para omanejo sustentvel de florestas em propriedades agrcolas brasileiras.

    2. PLANO OPERACIONAL ANUAL

    O plano operacional anual (POA) tem como objetivo quantificar e qualificar oestoque de matria-prima comercialmente explorvel de corte e o seu estoqueremanescente atravs do plaqueteamento de cem por cento da populao do talho noano, seguindo rigorosamente as recomendaes tcnicas e a legislao vigente, alm deque um instrumento valoroso para ordenamento e reduo de impactos ambientais naexplorao florestal (DUBOIS, 1983). Deve-se considerar que o principal objetivo domanejo florestal sustentado produzir matria-prima indeterminadamente de maneirasustentvel trazendo benefcios econmicos, sociais e ambientais regio.

    Atividade do planejamento operacional avalia o crescimento em termosquantitativos e qualitativos da floresta explorada. feita mediante mensuraesperidicas da floresta explorada, atravs de uma tcnica denominada de inventriocontnuo. Esta atividade permite alm da determinao do crescimento da floresta, quetem relao direta com a intensidade de extrao e o ciclo de corte, avaliar tambmquando o crescimento da floresta explorada fica lento, possibilitando a tomada dedecises para intervir e aument-lo. uma atividade que deve ser desenvolvida emparcelas permanentes, em perodos de trs anos aps a explorao, sucessivamente atse estabelecer o ciclo de corte e o volume de madeira a retirar na segunda, e sucessivasexploraes. (PIZA, 1995; LACERDA, 1986). O volume de corte em cada ciclo, quesucede o corte inicial nunca poder ser superior ao volume de madeira que a florestaproduziu neste perodo. Esta sincronizao permite a manuteno da identidade florestale da produtividade da florestal infinitamente, como preceitua a sustentabilidade. Oacompanhamento do incremento da floresta poder ser feito nas rvores comerciaisremanescentes com classe diamtrica de 30 a 44,9cm j que estas esto devidamentemarcadas e locadas na rea (SEMA, 1995).

    Na realizao de tratamentos silviculturais, a eliminao de cips e eliminaode rvores que competem e prejudicam o crescimento de rvores da segunda colheitaso necessrios por diversas razes. (LACERDA, 1986). Por exemplo, a eliminao deexcessos de cips da floresta, nos local onde este ocorra em grande quantidade, auxiliano crescimento da floresta ps-explorao e tornam a primeira colheita mais segura. Oscips prejudicam o crescimento das rvores da floresta, pois competem e prejudicam asrvores reservadas para colheitas futuras e por outro lado pode tornar a operao dederrubada das rvores da primeira colheita mais perigosa, aumentado o risco deacidentes. (NEGREIROS, 1983; LACERDA, 1986). Por outro lado, a eliminao dervores que concorrero com as rvores da segunda colheita faz com que o crescimentoda floresta ps-explorao seja significativamente maior. No obstante tal fato pode serque muitas espcies hoje no reconhecidas comercialmente e aparentemente semmercado, podem vir a ter mercado no futuro. Quando no houver dvidas quanto aosbenefcios dos tratamentos silviculturais dispensados floresta, a deciso em realiz-losou no passa a ser meramente administrativa. Caso haja dvidas quanto eliminao de______________________________________________________________________

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  • rvores que possam a vir ser comerciais no futuro ou pelo menos do risco que estadeciso poder causar e, se decidir pela no eliminao destas rvores, tem-se que terem mente que o crescimento da floresta explorada ser menor, ou seja, um talhonecessitar de um tempo bem maior para retornar novamente ao corte e, porconseguinte, ser necessria uma rea bem maior para manejar a fim de se obter umamesma produo e manter a sustentabilidade do suprimento de matria prima para amadeireira (LACERDA, 1986).

    De forma resumida o plano de corte para extrao de madeiras da rea comreduo de impactos floresta residual dever obedecer aos seguintes critrios erecomendaes: Realizao do inventrio de prospeco de cada talho: fazer umlevantamento a 100% de todas as rvores acima de 45 cm de DAP a serem extradas e aserem mantidas nas florestas, plaqueteando e locando-as em um mapa de explorao.Esta tarefa, denominada de Inventrio a 100% ajudar a escolher as rvores a seremextradas, ajudara a localizao das explanadas e as trilhas de arraste, de forma aminimizar a abertura de trilhas pelo trator florestal. Esta operao ao mesmo tempo emque permite otimizar o volume extrado por trilha (reduzindo significativamente oscustos de extrao) permite tambm reduzir os danos e os impactos da abertura detrilhas desnecessrias sobre a floresta remanescente. (NEGREIROS, 1983; LACERDA,1986 e PIZA, 1995).

    A excluso das reas de manejo as reas de preservao permanente estprevista no Cdigo Florestal. Este estabelece como reas de preservao permanente(intocveis) aquelas localizadas nas nascentes ou olhos dgua, ao longo de cursosdgua (rios, crregos, igaraps) e aquelas localizadas em locais de declividadessuperiores a 45 graus, entre outras (SILVA, 1996). O corte de rvores proibido nesteslocais, considerados ambientalmente frgeis ou sumamente importantes para amanuteno da fauna silvestre.

    A marcao das rvores que sero abatidas e as que devero ser deixadas para aprxima extrao feita de forma distinta. As destinadas ao abate devero ser marcadas(plaqueteadas) e locadas no mapa de explorao. Entende-se por rvores destinadas aocorte aquelas comercialmente aptas, com DAP superior a 45 cm (ou RODO/CAP.superior a 142 cm) e que no sejam contingenciadas, isto , corte proibido por lei e queno estejam localizadas em reas de preservao permanente e que no sejam destinadas permanncia na floresta a ttulo de porta-semente. Tambm devero ser marcadas,plaqueteadas e locadas no mapa de explorao. (LACERDA, 1986).

    J as rvores que sero deixadas para a prxima extrao, estas representam ocapital futuro da empresa, ou seja, a floresta, sobre o qual a natureza aplicar seus jurosatravs do crescimento at o final do ciclo de corte e incio da prxima colheita. Devemser mantidas em p na rea, pelo menos 20 rvores/ha. dentre as espcies que nomomento so comercializadas e que certamente tero mercado na prxima extrao.Neste caso, as rvores podero ter DAP menor que 45 cm. rvores com at 60 cm deCircunferncia Altura do Peito (CAP) podem e devem ser mantidas na floresta paraesta finalidade, alm daquela parte (10%) das rvores maduras de 45 a 75 cm de DAPque sero mantidas na floresta a titulo de porta-semente. (LACERDA, 1986). Tambmas rvores com DAP inferior a 45 cm podem lanar sementes na floresta e contriburempara a regenerao natural da mesma, alm de que seus frutos podero servir de______________________________________________________________________

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  • alimento para os animais silvestres. Para tanto, orientar os operadores de motosserraspara evitar a derrubada de rvores sobre as rvores marcadas ou reservadas para aprxima colheita.

    No direcionamento da derrubada para facilitar o arraste e evitar danos s rvoresreservadas, quando as rvores tm copa bem distribuda, possvel direcionar a quedadas rvores abatidas apenas com auxlio de uma boca e corte de derruba adequados.Caso isso no ocorra o uso de uma cunha muito til para dirigir o corte. Com a cunhae com a observao de tcnicas corretas de corte, ou seja, eliminao de cips,observao da direo dos ventos, etc., possvel direcionar a queda das rvoresderrubadas. importante lembrar que, por questes de segurana operacional, como jsalientado acima, e para evitar danos de derruba, os cips ligando as rvores vizinhas,ou vice-versa, devem ser cortados e a utilizao de cunhas no auxlio do direcionamentode queda uma alternativa que praticamente no se usa. (LACERDA, 1986).

    Deve-se evitar a derrubada de rvores ocas. Se houver suspeita de que a rvoreno sadia, melhor deix-la em p. Esta rvore no ter importncia alguma comercial,mas cumprir com seu papel ecolgico na disseminao de sementes e na regeneraoda floresta, na alimentao e abrigo da fauna silvestre, entre outros.

    Evitar que os troncos, por ocasio da derrubada das rvores, atravessem astrilhas de arraste. Isto evitar manobras de mquinas que certamente resultaro emdanos desnecessrios floresta remanescente.

    Usar o mapa de explorao para localizao da melhor trilha para o trator dearraste mostrando os melhores caminhos a ser seguido pelo trator de arraste na floresta aser explorada. (PIZA, 1995).

    O objetivo desta operao minimizar a movimentao do trator na floresta e aomesmo tempo otimizar o volume arrastado. Sempre que possvel o uso do guincho paratrazer as toras at o trator ( sempre prefervel que as toras cheguem ao trator e no queo trator s toras). As pontas das toras devem ser levantadas com o guincho ou com agarra para diminuir a rea de contato com o solo, reduzindo-se assim os danos destaoperao. Guinchos e estropos so importantssimos no arraste. Se necessrio, equiparsuas mquinas com estes equipamentos.

    Evitar ao mximo que as trilhas de arraste cruzem igaraps ou crregos queevitar srios danos drenagem.

    Construir estradas de forma a no prejudicar os cursos de gua tal forma a nocausar problemas para os igaraps. Bueiros e calhas de escoamento de gua a soluopara propiciar a drenagem e evitar a eroso.

    Dimensionar adequadamente equipamentos e equipe significa manejar comsucesso e explorar cuidadosamente. Para tal intento h necessidade de dimensionaradequadamente os equipamentos e formar e treinar equipes permanentes de extrao. muito importante procurar assessoramento tcnico e apoio tcnico de instituies depesquisa governamentais ou no, que trabalham com manejo sustentado e explorao demadeira de baixo impacto.

    Adotar programas de medicina e segurana no trabalho na explorao florestal,pois trata-se de uma operao que envolve riscos de vida. importante treinar osoperrios para evitarem acidentes de trabalho e obrig-los ao uso de equipamentos desegurana, como capacetes, luvas, botas especiais, protetores auriculares e outros, bem______________________________________________________________________

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  • como efetuar treinamentos peridicos em primeiros socorros, com todos os envolvidosno processo de extrao da madeira oriunda do projeto de manejo florestal sustentado. importante tambm a utilizao de profissionais treinados na conduo e administraodo pessoal de campo. (NEGREIROS, 1983; LACERDA, 1986 e PIZA, 1995).

    3 METODOLOGIA DE TRABALHO DO PLANO DE MANEJO FLORESTAL De acordo com as normas da Secretaria do Meio Ambiente (SEMA, 1995), a

    rea do plano de manejo florestal ser devidamente identificada com placas, nos quatrovrtices da mesma e nos acessos principais. Tal procedimento ser feito antes dequaisquer intervenes na rea, conforme recomendao da SEMA. Uma placa comdimenses aproximadas de um metro e meio de comprimento por um metro de alturaser alocada na entrada principal da rea. As placas do talho anual de corte seroconfeccionadas em cor branca e tero dimenses de 30 cm x 40 cm.

    Dentro do projeto so mensuradas e marcadas as parcelas permanentes comestacas no incio zero e fim a 100 metros e nomeadas como parcelas permanentes paraacompanhamento do desenvolvimento da floresta. Achamos que existindo UPAs cominventrio a 100% e plaqueteamento de arvores remanescentes como proibidas de cortee plotadas e locadas em mapa logstico e em campo podemos utilizar estas rvores paraa realizao de Inventrio Florestal Contnuo (IFC) (HOSOKAWA, 1982).

    Para realizar as atividades no inventrio florestal pr-exploratrio e demaisatividades do manejo a rea a ser explorada, ou seja, o talho foi dividido em faixasmenores permitindo e facilitando a localizao das rvores comerciais e aumentando aprodutividade do inventrio a 100%. Outro benefcio oriundo da abertura das picadas a de facilitar o mapeamento dos aspectos fsicos da rea, tais como, bacias hidrogrficase topografia do terreno (NEGREIROS, 1983).

    As picadas de orientao foram abertas eqidistantes entre si, obedecendo aosentido Sudeste-Noroeste para facilitar o caminhamento da equipe de campo e aalocao das estradas secundrias, conforme as possibilidades existentes. Durante aexecuo desta etapa de abertura das picadas, as mesmas foram piqueteadas de vinte ecinco em vinte e cinco metros, suas respectivas metragens foram escritas nos prpriospiquetes e tiveram largura de aproximadamente setenta centmetros. A picada base dedelimitao do talho serviu como orientao inicial para a abertura das picadas.

    Assim, para seleo das reas rvores porta-semente, considerou-se adistribuio uniforme dos mesmos na rea, como o percentual deve ser igual ou superiora 10% por espcie estabeleceu-se que a cada 10 rvores plaqueteadas uma dessas sejamarcada como porta-semente com isso espera-se manter a floresta produtiva noprximo ciclo de corte e com espcies de interesse comercial, alm disso, algumascaractersticas so observadas como: DAP maior de 45 cm e caracterstica fenotpicadentro dos padres tcnicos para rvores porta-semente: 1) boa qualidade de fuste; 2)livres de ataque de pragas e doenas; 3) boa conformao de copa etc. Com essascaractersticas, sero deixados na rea UPA 2/2008 a serem explorados neste projeto,12,63% dos indivduos a ser explorado, o que significa 714 rvores, fora s espciesproibidas de corte.

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  • As rvores porta-semente do presente plano, neste caso, entende-se por porta-semente todas as rvores com DAP igual ou superior a 45 cm muito embora muitasrvores de DAP inferior tambm sirvam para esta finalidade, sejam elas remanescentesde espcies comercialmente aptas, destinadas serraria ou laminadora, e ou espciescujo abate proibido por Lei, ou ainda espcies no aptas para a comercializao que sedestinam a produzir sementes para manter o processo de regenerao natural da florestamanejada, mantendo sua identidade florestal e sua perpetuao no tempo. Estas rvorespodero ou no, ser exploradas num prximo ciclo de corte estimado em torno de 30anos e representam o banco de germoplasma da floresta.

    Manter a integridade fsica destas rvores e respeitar sua distribuio na rea deforma a permitir que possam efetivamente cumprir com seu papel na floresta manejada funo e obrigao do tcnico responsvel pelas orientaes sobre a forma racional deexplorar a floresta e do executor do Projeto de Manejo Sustentvel, em obedecer sorientaes e racionalizar econmico-social e ambientalmente o processo de explorao.Respeitar, portanto o abate destas rvores, mantendo-as na floresta fator determinantedo sucesso do resultado positivo da sustentabilidade da floresta manejada, constantedeste Plano.

    Em termos comerciais est previsto o corte de 87,37% do total de rvoresplaqueteadas para o corte, ou seja, 4.938 rvores, correspondendo a 24.417,409 m, semcasca, o que representa um volume mdio de 4.9447 m/rvore a serem abatidas, umvolume mdio a ser abatido de 42,535 m/hectares e 8,602 indivduos/ha a seremabatidos por hectare.

    Aproximadamente 350 espcies comerciais so exploradas na Amaznia.Entretanto, nos plos madeireiros mais afastados, o nmero de espcieseconomicamente viveis menor. Na Regio onde est situado a rea manejada emquesto, o nmero de espcies exploradas inferior a 50. Para identificao das rvoresde valor comercial nesta regio, recorreu-se experincia de mateiros acostumados efamiliarizados com as espcies comerciais comumente consumidas nas indstriasmadeireiras da Regio, dando uma ateno especial para a denominao comum dasespcies.

    Cem por cento das rvores imunes de corte existentes no local tais como,pequizeiros, castanheiras, seringueiras e etc., sero preservadas. As rvores imunes aocorte na rea do projeto representam 0 % do total de rvores comerciais do mesmo,representando um nmero de 0 rvores.

    Ao mesmo tempo em que as rvores suspensas de corte sero preservadas, asespcies atualmente sem valor comercial sero tambm mantidas na rea paraexplorao posterior em prximos ciclos de corte se por ocasio desses prximos cortesexistirem interesse pelas mesmas. O sistema de plaqueteamento dessas rvores nocampo ser o mesmo das espcies hoje contingenciadas e tambm daquelascomercialmente aptas, mas que sero mantidas na mata como remanescente porta-semente. Todas as espcies que se encontrarem na rea de preservao permanente comDAP acima de 45 cm, sejam elas comerciais ou no, foram deixadas sem qualquer tipode plaquetas para que permaneam imunes ao corte infinitamente. Todas as rvoressuspensas de explorao foram identificadas em campo com placas vermelhas dealumnio medindo 5 cm x 7cm e deixadas na rea como rvores proibidas de corte.______________________________________________________________________

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  • rvores destinadas permanncia na floresta a ttulo de porta-semente, tambmdevero ser marcadas, isto , plaqueteadas e locadas no mapa de explorao, as rvoresque sero deixadas para a prxima extrao. Tambm as rvores com DAP inferior a 45cm podem lanar sementes na floresta e contriburem para a regenerao natural damesma, alm de que seus frutos podero servir de alimento para os animais silvestres.Para tanto, orientar os operadores de motosserras para evitar a derrubada de rvoressobre as rvores marcadas ou reservadas para a prxima colheita.

    3.1 CLCULO DO INVENTRIO FLORESTAL Para Amaral, Verssimo e Barreto (1998) o mtodo de cubagem das unidades de

    amostra e o fator de converso de volume possuem fator de converso especfico.

    a) Mtodo de cubagem das unidades de amostraPara a cubagem das rvores em p, foi utilizada a frmula

    V = g x h x fcUsando-se o CAP (Circunferncia Altura do Peito), calcula-se a rea

    transversal que multiplicada pela altura (h), e pelo fator de converso (fc), obtendo-se ovolume desejado da rvore que questo.

    Para a cubagem das unidades de amostras, foi calculado o volume de cadarvore, e em seguida somadas atravs de um programa especifico.

    b) Fator de Converso de VolumeAs rvores possuem forma cnica, desta forma, quando se mede o dimetro a

    1,30m do solo (DAP) a rvore geralmente naquele ponto se encontra em formacilndrica, da deve-se usar um fator de converso para corrigir essa diferena de forma,para no ocorrer o problema de superestimarmos o volume.

    Para determinar o fator de converso, usamos a frmula fc = VR/VC, onde VR o volume real, e o VC o volume do cilindro.

    Para os clculos dos volumes das rvores, utilizamos um fator de conversomdio igual a 0,70, amplamente utilizado na regio e tambm pelo Manual Para aProduo de Madeira na Amaznia do IMAZON. (AMARAL, VERSSIMO, eBARRETO, 1998).

    3.2 SEGURANA NO TRABALHONos trabalhos a cu aberto obrigatria a existncia de abrigos, ainda que

    rsticos capazes de proteger os trabalhadores contra intempries. Para os trabalhosrealizados em regies pantanosas ou alagadias, sero imperativas as medidas deprofilaxia de endemias, de acordo com as normas de sade pblica. (AMARAL, 1998;PIZA, 1995).

    Para a proteo coletiva o empregador dever proporcionar meio e mtodos quepossibilitem a preservao da sade e da integridade dos trabalhadores, atravs da______________________________________________________________________

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  • antecipao, reconhecimento, avaliao e conseqente controle da ocorrncia de riscosambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo emconsiderao a proteo do meio ambiente e dos recursos naturais. Consideram-seriscos ambientais os agentes fsicos e biolgicos existentes na rea que, em funo desua natureza, concentrao ou intensidade e tempo de exposio, so capazes de causardanos sade do trabalhador. Os agentes fsicos so as diversas formas de energia a quepossam estar expostos os trabalhadores, tais como: rudo, vibraes, temperaturasexternas e etc. Entre os agentes biolgicos podem ser citados: bactrias, fungos, bacilos,parasitas, protozorios, entre outros. (AMARAL, 1998; PIZA, 1995).

    Devero ser adotadas as medidas necessrias suficientes para a eliminao, aminimizao ou o controle dos riscos ambientais. A implantao de medidas de cartercoletivo dever ser acompanhada de treinamento dos trabalhadores quanto osprocedimentos que assegurem a sua eficincia e de informao sobre as eventuaislimitaes de proteo que ofeream. imprescindvel a permanncia do estojo deprimeiros socorros no local de trabalho. Um veculo motorizado ou meio decomunicao distncia dever estar disposio da equipe de trabalho, em local defcil acesso.

    Quando comprovado a inviabilidade tcnica da adoo de medidas de proteocoletiva quando estas no forem suficientes ou se encontrar em fase de estudo,planejamento ou implantao e ainda em carter complementar ou emergencial deveroser adotados utilizao do Equipamento de Proteo Individual (EPI). (AMARAL,1998).

    Considera-se EPI todo dispositivo de uso individual destinado a preservar eproteger a integridade fsica do trabalhador.

    O empregador rural dever fornecer, gratuitamente, EPI adequados ao risco e emperfeito estado de conservao e funcionamento sempre que as medidas de proteocoletiva forem tecnicamente inviveis ou no oferecerem completa proteo contra osriscos de acidentes do trabalho e/ou doenas profissionais. Compete ao empregadorinstruir e conscientizar seus empregados quanto ao uso e manuteno adequada dosequipamentos de segurana individual, e ainda substitu-los em casos de dano ouextravio.

    As instrues contidas na Norma Regulamentadora Rural n 4 (NRR 4) doMinistrio do Trabalho, (AMARAL, 1998; PIZA, 1995) recomendam a seguinteorientao dos EPIs necessrios dentro dos limites da rea a ser manejada:

    a)Proteo da cabea: Capacete de segurana contra impactos provenientes dequeda ou projeo de objetos; Chapu de palha de abas largas e cor clara para proteocontra o sol, chuva, salpicos, etc.

    b)Proteo dos olhos e da face: Protetores faciais destinadas proteo contraleses ocasionadas por partculas, respingos e radiaes luminosas intensas; culos desegurana para trabalhos que possam causar ferimentos provenientes do impacto departculas, ou de objetos pontiagudos ou cortantes, como por exemplo, operao demotosserra; culos de segurana contra poeira e plen.

    c)Proteo auditiva: Protetores auriculares nas atividades em que o rudo sejaexcessivo.

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  • d)Proteo das vias respiratrias: Respiradores com filtros mecnicos paratrabalhos que impliquem produo de poeira. Exemplo: abertura de estradas e estaleiros.

    e)Proteo dos membros superiores: Luvas e/ou mangas de proteo nasatividades em que haja perigo de leses provocadas por picadas de animaispeonhentos.

    f)Proteo dos membros inferiores: Botas impermeveis e com estrias no soladopara trabalhos em terrenos midos, lamacentos, encharcados ou com dejetos deanimais;e

    g)Botas com cano longo ou botina com perneira, onde exista a presena deanimais peonhentos; Perneiras em atividades onde haja perigo de leses provocadaspor materiais ou objetos cortantes, escoriantes ou perfurantes.

    Um dos pontos fundamentais refere-se infra-estrutura do acampamento. Oalojamento destinado aos trabalhadores em exerccio das atividades ser alocado empontos estratgicos, construdo com madeira de aproveitamento oriunda da reamanejada, visando o menor impacto ambiental, mas que possibilite alm de confortoadequado, a salubridade dos empregados. Sua infra-estrutura ser provida de guapotvel, dormitrio, banheiro, refeitrio e local apropriado para destinao do lixo eesgoto produzido.

    As tarefas que possibilitem a manuteno e conservao das condies sanitriasadequadas sero distribudas entre os trabalhadores que fizerem parte integrante doquadro de pessoal responsvel pelas atividades, excluindo-se apenas as tarefas deorigem culinria que ficar a cargo de um profissional especificamente orientado aproduzir pratos nutritivos indispensveis alimentao humana.

    Os recursos hdricos recebem tratamento adequado. A gua utilizada nahidratao dos trabalhadores ser transportada e acomodada em recipientes adequados,imunes de protozorios, fungos, bactrias e etc. Mesmo sendo gua oriunda demananciais dgua existentes na rea do manejo, esta ser levada ao fogo (fogo) paraser fervida a uma temperatura de 100 C, e s depois de resfriada naturalmente serconsumida.

    Os dormitrios com o objetivo de proteger os trabalhadores contra o calor, o frioe umidade, sero construdos com cobertura impermevel que contaro com camas e/ouredes, e cobertores para repouso e descanso, providos de iluminao noturna, bemarejados e livres do acesso de animais peonhentos e nocivos ao homem.

    Quanto ao banheiro, para satisfazer as necessidades fisiolgicas e sanitrias dostrabalhadores ser construdo um compartimento sanitrio, com cobertura impermevel.Este banheiro ficar, obrigatoriamente, a uma distncia no inferior a 10 m doalojamento e ser provido de gua para banho e asseio dos indivduos humanos. Oslocais destinados s privadas sero arejados, com ventilao abundante, mantidoslimpos, em boas condies sanitrias e devidamente protegidos contra a proliferao deinsetos, ratos, animais e pragas.

    As refeies sero preparadas e/ou cozidas em panelas e/ou recipientesadequadas, em fogo ou fogareiro a gs, por pessoas capacitadas. O refeitrio serprovido de gua potvel, copos, pratos, talheres, caixas trmicas, iluminao noturna,cobertura impermevel, mesas e acentos. Todos os materiais utilizados no refeitriosero higienizados, e os alimentos sero armazenados em recipientes apropriados, livres______________________________________________________________________

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  • de insetos ou animais, evitando assim a contaminao dos mesmos. Alimentosperecveis, como carne, entre outros sero acondicionados em caixas trmicas com gelopara manterem suas caractersticas originais.

    Os dejetos provenientes dos sanitrios e cozinha sero depositados em fossasnegras que ficaro localizadas a uma distncia mnima de 15 m dos cursos dgua maisprximos e a 10 m do alojamento, em lugar livre de enchentes.

    Todo o lixo produzido ou levado para a rea de trabalho dever retornar suaorigem ou destinado ao aterro sanitrio mais prximo. Resduos orgnicos seroaterrados longe do alojamento para evitar odores desagradveis e ao mesmo tempocontribuiro para a fertilizao do solo. (AMARAL, 1998; PIZA, 1995).

    3.3 Explorao florestalPara o abate das rvores, estas devem ser cortadas o mais prximo possvel do

    solo para facilitar o trfego das mquinas florestais no local e evitar o desperdcio dematria-prima. Deve haver uma preocupao grande com a proteo da regeneraonatural nos locais de abate. Caminhos de fuga, corte de lianas ou cips, estudo dopossvel local de tombamento, verificao de entrelaamento da copa, so cuidados quedevem ser tomados como medidas de proteo ao pessoal que trabalha nas operaes deabate e arrastamento das rvores, bem como proteo das rvores remanescentes aserem mantidas em p, vivas e integras na floresta. (LACERDA, 1986).

    Nas recomendaes para o corte o abate orientado a primeira etapa para o bomaproveitamento dos recursos florestais. A maneira de faz-lo de suma importncia,quer seja para garantir a qualidade dos fustes, quer como fator minimizador do custo deexplorao nas atividades exploratrias, bem como na preservao das condiesbioecolgicas e identidade florestal da floresta remanescente.

    A seguir so apresentados alguns cuidados especiais a ser tomado na derrubadaorientada que garante segurana do operador que efetuar a derrubada, ou seja, retiradade toda a vegetao baixa em torno das rvores; Preparo dos caminhos de fuga; Corteem torno das rvores mortas; Ateno especial no corte de rvores com copasentrelaadas; No permanncia de pessoas no pertencentes equipe de abate no raio decada da rvore; No conduzir ferramentas que representem perigo de acidentes;Afastamento do operador de motosserra quando a rvore comear a cair; Evitar o golpeda rvore em queda; Ateno especial aos galhos de outras rvores que podem cair; Usopermanente de capacetes de proteo e equipamentos de segurana no trabalho; Usorigoroso de ferramentas apropriadas e em boas condies de manuteno. (LACERDA,1986).

    Os fatores silviculturais compreendem a minimizao de danos regeneraonatural e s rvores proibidas de corte e porta-semente; proteo da rvore a serderrubada para que no diminua o valor do fuste; facilitar o arraste do fuste; programarantecipadamente a maneira e o local por onde o fuste ser arrastado;

    A direo de cada da rvore inclui as tcnicas de derrubada. Realizadas asverificaes e procedimentos, o operador de moto serra inicia ento o corte. De acordocom a forma da rvore e das condies ao seu redor o operador da motosserra deve

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  • utilizar a tcnica de corte mais apropriada para o momento ou situao. fundamentalpara que se consiga derrubar as rvores de forma perfeita e na direo adequada.

    Se a rvore for considerada normal, a tcnica a ser utilizada ser a simples oubsica e, os passos que devem ser seguidos so: Fazer o entalho direcional (abertura daboca) sempre no lado da direo de queda da rvore, atravs de um corte horizontal notronco da rvore, que deve penetrar at aproximadamente um tero do seu dimetro, omais rente possvel do solo, para aumentar o volume de madeira explorada, serve paradar rvore uma direo fixa de queda e evitar a rachadura quando esta cair, sendo quea abertura da boca ser feita sempre do lado submetido compresso para lograrmenores riscos. Em seguida faz-se o segundo corte, em diagonal, at chegar linha doprimeiro corte (horizontal), formando com este um ngulo de quarenta e cinco graus.Agora, no lado oposto ao entalhe direcional realizado o ltimo corte, o corte de abate.Este deve ficar a uma altura mxima de 30 cm acima do solo ou 10 cm acima do cortehorizontal do entalho direcional, prolongando-se ou aprofundando-se at a metade dotronco. O operador de moto serra deve ter sempre o cuidado em deixar o filete desegurana (dobradia), fique com a espessura equivalente a 10% do dimetro da rvore.A finalidade do filete de segurana de ajudar a rvore a cair na direo em que foifeito o entalhe direcional, dando-lhe apoio durante a sua queda. (LACERDA, 1986).

    Se a rvore apresentar direo da queda natural que no favorea o arraste ou aproteo das rvores remanescentes e porta-semente, sua direo de queda dever serconduzida utilizando-se tcnicas especficas e, os passos que devem ser seguidos so:Fazer o entalhe direcional, sempre muito bem direcionado para o lado que se deseja quea rvore venha a cair. O corte de abate deve ser iniciado pelo lado onde a rvore tem suadireo de queda natural; deve-se introduzir imediatamente uma cunha na fenda queest se abrindo com este corte de abate, isto garante que a rvore no venha tender a cairnesta direo (direo de queda natural); prosseguir com o corte de abate at prximo daoutra extremidade da rvore, tomando o cuidado de no aprofund-lo tanto, pois sernesta extremidade que dever ser deixado o filete de segurana mais largo, para que nomomento da queda esta parte mais larga do filete puxe e direcione a queda da rvoreconforme o planejado. Em seguida, um ajudante do motosserrista deve bater a cunhacom golpes fortes de marreta aprofundando-a, garantindo que a rvore no volte para asua queda natural e possa cair na direo planejada. No mesmo momento em que oajudante est aprofundando a cunha, o operador de motosserra deve estar aprofundandoo corte de abate, deixando sempre a dobradia mais estreita do lado da queda natural darvore. (LACERDA, 1986). Isto feito para que ali no momento da queda as fibras serompam primeiro, causando uma toro para o lado oposto, onde exatamente o filete desegurana foi deixado mais largo, para que as fibras da madeira demorem mais a seromper, puxando e direcionando a queda da rvore na direo planejada.

    Se a rvore pertencer a espcies que durante o corte racham com facilidade, ospassos que devem ser seguidos so: Aps preparao do entalhe direcional, nas bordasjunto s dobradias (matar os cantos), deve-se fazer um corte pouco profundo, que visatirar a tenso das fibras da rvore; Em seguida, procede-se com o corte de abate.

    Se a rvore apresentar oco, devem-se seguir os seguintes passos: Fazer o entalhedirecional para o lado da queda planejada; Em seguida, fazer dois cortes laterais junto dobradia, porm mais profundo que os realizados para tirar a tenso das fibras das______________________________________________________________________

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  • rvores com tendncia a rachar. Estes cortes devem se unir no centro do lado oposto aodo entalhe direcional, formando um tringulo perfeito. No entanto, deve-se tomarbastante cuidado para durante o corte o tringulo no atingir o oco; Feito o tringulo s fazer o corte de abate.

    Se a rvore for muito grossa, os passos a serem seguidos so os seguintes. Paraderrubar este tipo de rvore: a) a motosserra deve estar adaptada com o saibro longo,facilitando ao operador atingir os locais a serem cortados pela motosserra em menostentativas possveis; b)deve-se fazer o corte direcional; c) realizado o corte direcional,deve-se fazer o corte de cerne, penetrando o sabre por dentro do entalhe direcional.Depois, os procedimentos seguintes so idnticos aos realizados para o corte de rvoresocas, iniciam-se os dois cortes laterais profundos junto dobradia, unindo-os no centrodo lado oposto ao do entalhe direcional, formando um tringulo perfeito. No entanto,deve-se tomar bastante cuidado para durante o corte, o tringulo no atingir o ocoformado pelo corte de cerne ou tocar a parte central da rvore. Em seguida executadoo corte de abate, acrescido do uso de cunhas, principalmente quando no se dispe desabre longo.

    Se a rvore apresentar-se muito inclinada, os passos que devem ser seguidos so:Fazer o entalhe direcional normal; Visualizar e deixar dez por cento do dimetro darvore com o filete de segurana dobradia; Introduzir o sabre a partir do final do filetede segurana, perfurando a rvore de um lado para o outro, cortando em seguida dedentro para fora do tronco, deixando no final dez por cento do tronco sem cortar; Fazero corte final de abate de forma inclinada (45), iniciando o corte um pouco acima doprimeiro corte de abate (10 cm acima do corte de dentro para fora), indo de encontro aeste. O uso desta tcnica fundamental na derrubada de rvores de espcies que tendema rachar durante o corte. Nunca tente derrubar uma rvore inclinada destas espcies sema adoo das tcnicas antes descritas, pois isto poder ser fatal.

    Se a rvore apresentar sapopemas (catanas, contrafortes ou razes tabulares), ospassos que devem ser seguidos so: Inicia-se o corte das sapopemas na vertical, de cimapara baixo, depois na horizontal o mais prximo possvel do solo, retirando-secompletamente as mesmas; Aps eliminar as sapopemas, faz-se o entalhe direcional(boca); Faz-se o corte de abate de forma normal.

    Se a rvore apresentar sapopemas e inclinao acentuada, os passos que devemser seguidos so os seguintes: Fazer o entalhe direcional para a direo de quedaplanejada; visualizar e deixar dez por cento do dimetro da rvore como filete desegurana dobradia; Com o sabre, a partir do final do filete de segurana, perfurartotalmente o tronco da rvore, prosseguir com o corte a partir da perfurao, de dentropara fora do tronco, no sentido oposto ao do entalhe direcional parando com este corteao atingir as sapopemas opostas, deixando ao final dez por cento do dimetro sem cortarem cada uma delas; corte de maneira inclinada (45) as sapopemas laterais; Por ltimo,nas sapopemas opostas ao entalhe direcional, iniciar a mais ou menos dez centmetrosacima do corte de dentro para fora e, o corte final de abate at que este encontre o fimdo corte de dentro para fora.

    Feito o entalhe direcional, o operador de motoserra executa o corte de alburnopara evitar possveis rachaduras longitudinais em espcies de fibras longas, as quaisapresentam alto ndice de rachaduras durante o corte ou na prpria queda.______________________________________________________________________

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  • Posteriormente, inicia-se o corte de abate por trs do entalhe direcional e acima destepara garantir a formao do filete de ruptura e da faixa de fratura (1/10 do dimetro darvore). Para evitar que durante o corte de abate a rvore inicie uma mudana de sentidona queda planejada, seja por fora do vento ou presso da queda natural o que trariaproblemas para o arraste e as rvores remanescentes, o operador de moto serra utiliza-sede cunhas para direcionar e precisar a queda da rvore.

    Depois de abatida, a rvore traada em toras com comprimentos proporcionais capacidade de arraste da mquina, e partes inaproveitveis so cortadas parapermanecer na floresta para decomposio natural, evitando assim ocupao de espaonos ptios de estocagem.

    O planejamento da explorao inicia com a definio do sistema de explorao.O sistema de explorao florestal que deve ser adotado o de impacto reduzido onde oplanejamento de atividades primordial para o xito das operaes de explorao,principalmente o planejamento da malha viria, dos ptios de estocagem e os ramais dearraste das toras.

    O planejamento virio tem como objetivo minimizar os impactos negativos ediminuir os custos de extrao. Para a escolha do traado virio, levou-se emconsiderao a topografia do terreno, a densidade das rvores, hidrografia etc.,procurando sempre traar as estradas permanentes e secundrias, por caminhos maisplanos, evitando sempre cortar igaraps e fazendo um traado passando sempre porreas de maior densidade de rvores a abater. Para tanto, aps percorrer a rea, utilizou-se como ponto de referncia o mapa de explorao anexo.

    As estradas primrias ou principais so as espinhas dorsais da rede de estradassecundrias. Delas partem as estradas secundrias, tornando possvel o acesso a todarea florestal. Tem capacidade de suportar transporte durante todo ano. Essas estradassero construdas, mantidas e recuperadas, caso necessrio, de tal forma que permita oescoamento de madeira da rea durante todo o ano, bem como a garantir o acesso aostalhes a serem explorados no mesmo ano. (LACERDA, 1986).

    Sua construo dever preservar e respeitar os cursos de gua, desviando dosmesmos ou construindo potes de madeira sobre eles. Assim sero construdosaproximadamente 1,4712 hectares de estradas principais, obedecendo a uma larguramxima de 6m.

    As estradas secundrias ou internas sero construdos aproximadamente 5,0357hectares de estradas secundrias, de modo a assegurar a viabilidade de arraste das torasat a mesma, desse modo distncia do arraste das toras at as mesmas ser em mdiade 200 m. Tem por objetivo atender o trafego durante o perodo de estio. As estradastero uma largura mxima de quatro metros e 10 a 15 centmetros de profundidade. Suautilizao ser somente no perodo de explorao.

    As trilhas de arraste facilitam a orientao do arraste das toras do interior damata aos ptios de carregamento racionalizando as operaes florestais. Seroconstrudas de acordo com a distribuio das rvores a serem abatidas na florestavisando minimizao dos custos de explorao e dos impactos ambientais sobre omeio fsico/biolgico, em especial aos remanescentes florestais. A distncia uma dasoutras depender da distribuio das rvores a serem abatidas e da localizao doremanescente porta-semente de maior importncia ambiental. Para tanto, um mapa de______________________________________________________________________

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  • explorao detalhado (com localizao de todas as rvores: corte, porta-semente eremanescentes ser elaborado e colocado disposio da equipe de explorao e aosresponsveis pela execuo deste Plano) (SILVA, 1995).

    O ptio de estocagem ou estaleiros destina-se a estocagem, seleo, toragem ecarregamento das toras em caminhes, que as levaro as indstrias. Sero deaproximadamente 500m com dimenses de 20 x 25 metros cada. Nessas condiessero construdos 30 ptios de estocagem na rea do presente Plano, totalizando 1,5 ha.

    No mapa de explorao esto locadas as estradas florestais, os ptios decarregamento, as trilhas de arraste de toras, hidrografia, distribuio espacial das rvoresa serem abatidas e rvores porta-semente e a locao do talho de explorao. Estemapa foi confeccionado na escala apropriada com legendas adequadas. Entretanto omesmo poder sofrer alguns ajustes, na execuo da explorao.

    O arraste de toras, tambm chamado de transporte primrio, destina-se a arrastaras toras do local de abate at os ptios de carregamento. Para esta operao serutilizado o trator. No entanto tratores de pneu e/ou esteira podem realizar tal tarefa. Nosistema manejado, o caminho entre a tora e o ptio de estocagem dever serpreviamente planejado, e identificado atravs de picadas, utilizando para isso o mapa dedistribuio espacial das rvores a abater. H que se considerar algumas recomendaesa serem seguidas pela equipe de extrao, as quais objetivam minimizar os custos deextrao e os danos ambientais: Utilizar o guincho do trator florestal para arrastar astoras e guinch-las at o trator a uma distncia mdia de 10m e no mximo de 30m, poisa menor movimentao do trator, alm de reduzir o nmero de rvores danificadas,reduz os custos de explorao; Utilizar cabos mais finos (1,8cm ou 3/4 de polegadas) emais compridos at 30m para o arraste das toras; Adaptar na ponta do cabo umacastanha pequena, de modo a facilitar a passagem da ponta do cabo entre a tora e asuperfcie do solo, evitando assim que a tora seja levantada; Arrastar a tora do local deabate at o ptio de estocagem, sempre com a ponta suspensa, atravs da torre doguincho, diminuindo assim a superfcie de contato entre o solo e a tora, que alm dereduzir os danos no solo aumenta a velocidade de arraste.

    Para o carregamento das toras, aps estarem nos ptios de carregamento, serselecionadas e traadas em comprimento que atenda os interesses da indstria ou aespecificao do veiculo transportador, as toras sero carregadas e transportadas at optio da empresa. Este carregamento feito com equipamentos especiais, carregadeiras,etc. (mecanicamente) ou simplesmente com o auxlio de cabos conectados na carroceriados caminhes (manualmente).

    Para o monitoramento da explorao florestal, as atividades de campo devem sermonitoradas semestralmente para verificar se os procedimentos adotados esto emconformidade com a legislao vigente e com as tcnicas recomendadas para asoperaes. Deve-se verificar se a localizao dos ptios esta de acordo com o planejadoe as suas dimenses pr-estabelecidas e se as estradas esto demarcado de acordo com oplanejado e dimensionado.

    No caso do corte das arvores para abate verificar se as mesmas esto sendocortadas corretamente, ou seja, o mximo possvel rente ao solo, assim como cuidadosno direcionamento de quedas para dirimir os impactos com as arvores remanescentes.

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  • imprescindvel a verificao de que se as plaquetas de marcao do inventario deprospeco foram transferidas para base da arvore.

    Os trabalhadores devem utilizar os equipamentos e materiais mnimosrecomendados para a explorao florestal. E os cuidados com a questo de projeoflorestal devem ser cumpridos, principalmente no que tange aos cuidados com o quebra-fogo (aceiros).

    Quando do inicio das atividades de explorao florestal deve-se orientar a equipede extrao a realizar cursos e treinamentos para obter maior rendimento com menoresimpactos ambientais assim como reduzir os acidentes de trabalho.

    Os custos recomendveis para a regio devem ser baseados nos moldespreconizados pelo Imazon e pelo Pro-Manejo. (AMARAL, 1998).

    Os custos para orientao de pessoal envolvidos na explorao florestal ficam nafaixa de R$ 3,00 a R$ 5,00/ha sendo variveis de acordo com a distncia do imvel at asede da empresa responsvel pela superviso de orientao tcnica.

    Para a manuteno das rvores existentes nas APPs, no ser extrada qualquerrvore que estiver localizada a uma distncia de at 50m as margens dos crregos ouigaraps. Sugere-se observar o termo de compromisso no corpo do projeto e o cdigoflorestal com suas atualizaes, Lei 4.771/64 Cdigo Florestal Brasileiro (BRASIL,1965), Lei complementar n. 38/95 (MATO GROSSO, 1995) Cdigo Ambiental e LeiComplementar n 232/2005 que altera o Cdigo Estadual do Meio Ambiente (MATOGROSSO, 2005).

    essencial garantir a regenerao da floresta aps a explorao. Uma medida,para isso, o plantio nas clareiras onde a regenerao natural for escassa. Podem seraplicados tratamentos para aumentar o crescimento das rvores de acordo com odesenvolvimento da floresta, incluindo a limpeza nas clareiras, corte de cips e odesbaste ao redor das rvores juvenis intermedirias. No entanto, a viabilidadeeconmica dos tratamentos para aumentar o crescimento deve ser avaliada caso a caso.

    Para a proteo das espcies proibidas de corte e das rvores porta sementes,toda ateno do operador de moto serra dever ser dispensada por ocasio do abate nosentido de proteger as rvores proibidas de corte e porta semente, para tanto o mesmodever observar, principalmente, a direo de queda e entrelaamento de copa por cips.Caso o abate de uma rvore marcada para extrao, venha a comprometer e/ou danificaras rvores porta-semente e proibidas de corte, esta dever ser mantida em p na rea.

    3.4 MonitoramentoNo inventrio diagnosticado e de avaliao de explorao, o inventrio contnuo

    ser realizado nas parcelas permanentes, primeiro um ano aps a explorao de cadatalho e depois a cada cinco anos. A realizao desta atividade ser de fundamentalimportncia para avaliaes futuras da floresta em referncia a rea utilizada no manejo,explorao e aos impactos e danos que a floresta tenha vindo a sofrer quando de suaexplorao. A seleo das rvores a serem beneficiadas para o segundo corte, porexemplo, DAP menor que 30 cm ser feita com base nos dados do censo florestal.

    Para o sistema de proteo conta-se com a atividade que envolve basicamenteproteo da rea contra incndios florestais, invaso antropolgica na rea, caa e pesca

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  • ilegal, e explorao madeireira ilegal na unidade de manejo. (DUBOIS, 1973). Estasatividades sero aplicadas de acordo com as necessidades da rea e da regio. Porocasio da explorao ser respeitada a limitao explorao florestal no que sereferem ao limite mnimo de dimetro de corte, as espcies protegidas por lei, as depreservao permanente. As rvores matrizes sero respeitadas sempre, at um novociclo de corte, onde as rvores mais promissoras podero assumir tal funo.

    Para a proteo das espcies proibidas de corte e porta-semente toda ateno dooperador de motosserra dever ser dispensada por ocasio do abate no sentido deproteger as rvores proibidas de corte e porta semente, para tanto o mesmo deverobservar as recomendaes de segurana no trabalho, principalmente a direo de quedae entrelaamento de copa por cips. Caso o abate de uma rvore marcada para extrao,venha a comprometer e/ou danificar as rvores porta-semente e proibidas de corte, estadever ser mantida em p na rea.

    Na proteo contra incndios, nas bordaduras da rea em questo providencia sea abertura de estradas com trator de esteira, a dimenso da largura ser de 10 a 15metros, a qual alm de delimitar o talho, ter tambm a funo de aceiro, evitando oalastramento de possveis focos de incndio, porm recomenda-se, nas proximidades domesmo, manter faixas intocadas de floresta nativa, servindo esta como barreira deeventuais focos. possvel evitar a ocorrncia de incndios na floresta exploradaatravs de trs medidas: a) adoo do manejo florestal, especificamente, medidas parareduzir a abertura do dossel e o volume de madeira danificado; b) quebra-fogo, natural eaceiro; e c) explorao de talhes intercalados. (LACERDA, 1986).

    A implantao de quebra-fogos representa um investimento pequeno comparadoaos prejuzos causados pelo fogo. O custo resume-se ao valor de manter uma faixa defloresta, no caso do quebra-fogo natural, e em algumas horas de uso do trator no caso doaceiro.

    Para implantar um quebra-fogo natural deve-se manter intacta uma faixa defloresta virgem entre as aberturas de pastos e roas, e a floresta explorada. A faixa demata virgem deve ter no mnimo100m de largura. O fogo ateado nas pastagens nochega s reas exploradas, uma vez que a floresta virgem, em virtude do seu dosselquase fechado, mantm-se mida, resistindo entrada do fogo. (AMARAL NETO,2002)

    Caso o fogo ameace invadir a floresta, pode-se retirar o material comburente dosolo, folhas secas, galhos pequenos, usando vassouras de cips para limpar uma faixa decerca de um metro de largura.

    No existindo uma faixa de mata virgem ao redor da mata explorada, pode-seconstruir um aceiro, ou seja, uma faixa sem qualquer vegetao de 3m a 5m de larguramargeando a rea explorada. Deve-se manter limpo o aceiro para que sirva como umaproteo permanente. No caso de capoeiras, eliminar as rvores com altura maior que alargura do aceiro, situadas no limite entre os dois ambientes, para que estas no sirvamcomo condutor de fogo no caso de incndios.

    Assim o cronograma fsico anual de explorao do talho para fins decomercializao da madeira compreende as etapas abertura das estradas, abertura deestaleiros, abate, traamento, carga, transporte e descarga.

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  • CONSIDERAES FINAISOs dados permitiram mostrar como executada a definio dos objetivos do

    Plano Operacional Anual (POA) no que se refere ao acompanhamento dodesenvolvimento sustentvel e os cuidados com a floresta. A responsabilidadeambiental pelo manejo florestal praticado contemplada por este Plano de Manejo.

    As reas manejadas so as propriedades rurais prprias, arrendadas oucontratadas em regime de parceria, com suas diferentes classes de uso do solo. O Planoserve para atender parte da demanda de madeira no futuro.

    A comunidade deve apresentar o plano de manejo atualizado, ou um documentoque descreva o sistema de explorao, considerando os impactos ambientais e sociaisdecorrentes deste sistema de explorao mecanizado ou manual. O planejamento devecontemplar questes referentes : Macro planejamento (seleo e locao de todas asUPAs para os prximos anos e a previso da localizao e extenso das estradas eptios, de forma a otimizar (menor nmero possvel de estradas e ptios que atendem omaior nmero de UPAs) a construo destas infra-estruturas. Detalhamento do sistemade colheita, do arraste e transporte mecanizado. Tcnicas utilizadas para a construo deramais (primrios e secundrios), ptios, pontes e bueiros e formas de acompanhamentovisando minimizar os impactos de eroso. Tratamento e controle dos trabalhadoresmeeiros, parceiros e terceirizados. O Plano apresentado considera os possveis impactosdestas atividades e prope aes para minimizam seus impactos negativos ao meioambiente.

    Em linhas gerais pode-se concluir que a falta de informao sobre o plano demanejo florestal tem levado os segmentos econmicos, sociais, polticos culturais a semanifestarem contra a explorao mercantil da madeira brasileira.

    REFERNCIASAMARAL, P. H. C.; VERSSIMO J. A. de O; BARRETO. P. G. e VIDAL, E. J.Floresta Para Sempre: Um Manual para a Produo de Madeira na Amaznia. Belm-PA: IMAZON, 1998.

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