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PLANO DE FOGO para Rocha Ornamental (R.O.). Colaboração e sugestão de aplicação Eng. de minas Giovanni William Duarte
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PLANO DE FOGO
Cachoeiro de Itapemirim – ES 2.013
PLANO DE FOGO para Rocha Ornamental (R.O.). Colaboração e sugestão de aplicação Eng. de minas Giovanni William Duarte
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SUMÁRIO
I- DEFINIÇÃO .......................................................................................... 03
II- OBJETIVO .......................................................................................... 04
III- O PLANO DE FOGO ............................................................................ 04
IV- APLICAÇÃO ........................................................................................ 05
V- RAZÃO DE CARREGAMENTO ............................................................ 05
VI- CONCLUSÃO ....................................................................................... 12
PLANO DE FOGO para Rocha Ornamental (R.O.). Colaboração e sugestão de aplicação Eng. de minas Giovanni William Duarte
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I- DEFINIÇÃO
O PLANO DE FOGO é, por definição, o conjunto de normas e procedimentos técnicos
necessários para realizar uma detonação com uso de explosivos. Entende-se por detonação ou
explosão ao mecanismo que, num curto espaço de tempo, libera grande quantidade de energia,
produzindo violenta expansão de gases, culminados com emissão de ondas de altas velocidades.
Por tais características tais materiais são tratados e considerados como Produtos Controlados.
Tais procedimentos, denominados Planos de Fogo, são utilizados para destruir
obstáculos, quebrar ou fragmentar peças, objetos ou rochas com respeito pleno às normas de
segurança admissíveis.
O PLANO DE FOGO pode ser caracterizado como PLANO DE FOGO PRIMÁRIO ou
PLANO DE FOGO SECUNDÁRIO, conforme sua aplicação em pranchas primárias ou secundárias.
Se o Plano for aplicado (no caso de pedreiras, minas ou outras explotações) em
bancadas ou pranchas geométricas definidas com características fixas de utilização,
previamente calculadas por responsável técnico e operacionalizadas com valores rígidos de
ESPAÇAMENTO e AFASTAMENTO entre furos perfurados, RAZÃO DE CARREGAMENTO,
TAMPÃO, CARGA DE FUNDO e CARGA DE COLUNA, dá-se o nome ao procedimento de Plano de
Fogo Primário. Se o plano for aplicado, no caso de pedreiras, minas ou outras explotações, em
fragmentos rochosos soltos ou matacões, originados ou não de bancadas já desmontadas, dá-se
o nome de Plano de Fogo Secundário.
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II- OBJETIVO
O objetivo prático de qualquer Plano de Fogo é de fragmentação do material ou
minério (no caso, o minério são, evidentemente, os blocos) gerado na mina, possibilitando
assim o seu carregamento, transporte e posterior, britagem (quando é o caso).
No caso específico, o objetivo é propor um PLANO DE FOGO baseado na RAZÃO DE
CARREGAMENTO, de fácil utilização, de fácil planejamento, além permitir fácil fiscalização
destes planos e fácil dimensionamento do Blaster.
III- O PLANO DE FOGO
Este PLANO DE FOGO é diferente do Plano de Fogo tradicional utilizado nas
pedreiras destinadas à brita, que desejam a cominuiçào do material, ou seja, sua fragmentação.
O presente Plano é aplicável em desmente de Rochas Ornamentais (R.O.) que por
suas características não possuem necessidade de fragmentação do material, mas, apenas de
fraturá-lo em planos previamente definidos, preservando assim, os BLOCOS (o minério).
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IV- APLICAÇÃO
O material utilizado nesse desmonte de características particulares (R.O.) são os
seguintes:
CORDEL DETONANTE,
ESTOPIM COMUM e
ESPOLETA COMUM n.º 8 / Espoleta Elétrica / Espoleta à Vácuo.
V- RAZÃO DE CARREGAMENTO
A razão de carregamento é a quantidade de explosivo gasta em relação ao
volume de rocha desmontado (por metro cúbico de material). Assim, vejamos:
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RAZÕES DE CARREGAMENTO RECOMENDADAS
Rc (Gramas de explosivo/m³ de rocha)
NATUREZA DA
OPERAÇÃO
RAZÃO DE
CARREGAMENTO MÁXIMA
DESENHO
01
MATACÃO
22 gramas/m³
02
BANCADA para FRAGMENTAÇÃO
(gelatina/nitrato)
500 g/m³
03
BANCADA para recorte com CORDEL
(Fragmentar ao meio)
16 a 30 gramas/m³
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BANCADA para recorte com
PÓLVORA (Cortar e empurrar)
22 gramas/m³
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APLICAÇÃO:
O BLASTER ou agente deve ter em mente o triângulo abaixo, que será o gestor das
fórmulas envolvendo a RAZÃO DE CARREGAMENTO:
CASO 01: PROBLEMA: Necessita-se detonar um matacão de dimensão igual a 10m x 6m x 6m em uma estrada. Qual a quantidade de pólvora necessária para fazer este desmonte de forma segura?
SOLUÇÃO: Se é um MATACÃO, trata-se da Situação 01. Usando o triângulo acima, você procura o “Q” (Quantidade de pólvora). Cobrindo (com o dedo) o “Q”, o triângulo fornece que “RC x V”. Não precisa decorar! O “RC” pode ser obtido na Tab. Anterior e o “V” (Volume) é obtido medindo-se o matacão.
Q = RC x V = 22 g/m³ x 360 m³ = 7.920 gramas = 7,9 quilos de pólvora.
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CASO 02: PROBLEMA: Necessita-se detonar (fraturar) uma bancada de R.O. de dimensão igual a 8,0m x 4,0m x 3,0m com cordel NP 5 Qual a quantidade de cordel NP 3 necessária para fazer este desmonte de forma segura?
SOLUÇÃO: Se é uma BANCADA para desmonte com CORDEL, temos a Situação 03.
Usando o triângulo acima, você procura o “Q” (Quantidade de pólvora). Cobrindo (com o dedo) o “Q”, o triângulo fornece que “RC x V”. Não precisa decorar! O “RC” pode ser obtido na Tab. Anterior e o “V” (Volume) é obtido medindo-se o matacão.
Q = RC x V = 16 g/m³ x 96 m³ = 1.536 gramas (1,5 Kg).
Como o cordel NP 5 possui 5 gramas de nitropenta por m³, necessitaremos de utilizar 307 metros
de cordel NP 5, colocados em cada mina de forma mais reta possível e ainda 8 metros de cordel
fazendo a ligação mestra de amarração. O uso de cordel total foi de 307 + 8 = 315 metros de cordel
NP5.
Recomenda-se furações de 20 em 20 cm, onde serão distribuídos esta carga. O tampão pode ser
de água, o que diminui as ondas de reflexão, que promovem a fragmentação.
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CASO 03: PROBLEMA: Necessita-se certificar se uma detonação que será realizada em um matacão de dimensão igual
10m x 6m x 6m em uma estrada foi realizada com segurança, ou seja, se a RAZÃO DE
CARREGAMENTO foi feita dentro dos padrões.
SOLUÇÃO: Se é um MATACÃO, trata-se da Situação 01. Usando o triângulo acima, você procura o “RC” (Razão de Carregamento). Cobrindo (com o dedo) o “RC”, o triângulo fornece que “Q / V”. Não precisa decorar! O “RC” procurado é a divisão entre a QUANTIDADE DE PÓLVORA utilizada dividido pelo VOLUME da rocha. O VOLUME “V” da rocha é obtido por medição direta. A quantidade de PÓLVORA “Q” é fornecido pelo Blaster. Fazendo a divisão, se der um valor MAIOR que 22g/m³, a detonação está em risco de perigo.
RC = Q / V = ..........g/m³. Muito fácil fiscalizar! Fiscalizar ANTES de gerar o problema!
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PLANILHAS PARA PREENCHIMENTO
DETONAÇÃO N.º
PEDREIRA MUNICÍPIO HORÁRIO BLASTER DATA
TIPO DE DETONAÇÃO
MARQUE “X”
1- MATACÃO
2- BANCADA para FRAGMENTAÇÃO
3- BANCADA para recorte com CORDEL
4- BANCADA para recorte com PÓLVORA
ROCHA
COMPRIMENTO
LARGURA
ALTURA
VOLUME DESMONTADO
RAZÃO DE CARREGAMENTO
QUANTIDADE DE EXPLOSIVOS CÓDIGO DE RASTREABILIDADE
NITRATO
DINAMITE
CORDEL
ESTOPIM
ESPOLETA
TAMPÃO TERRA ÁGUA
OBSERVAÇÕES:
Tipo de cordel
Metragem Utilizada
QUANT. EXPLOSIVO (gramas)
Volume da bancada (m³)
QUANT. EXPLOSIVO
(gramas)
Volume da bancada
(m³)
RAZÃO DE CARREGAMENTO
(RC)
BLASTER
N.º DO REGISTRO
AUXILIAR
AUXILIAR
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REGRAS DE SEGURANÇA
1. USAR OBRIGATORIAMENTE OS EPI`s PARA BLASTER E AJUDANTES.
2. SOMENTE LEVAR PARA A FRENTE DE LAVRA O MÍNIMO POSSÍVEL DE MATERIAL DESTINADO À
DETONAÇÃO.
3. SEMPRE QUE POSSÍVEL UTILIZAR UM AUXILIAR NO MOMENTO DA QUEIMA.
4. DISPARAR O AVISO SONORO OU SINALIZAÇÃO ANTES DO ACIONAMENTO OU QUEIMA.
5. CUIDADO TOTAL COM GERAÇÃO DE FAÍSCA NO MOMENTO DO CARREGAMENTO.
6. MONITORAR PERIODICAMENTE O FUNCIONAMENTO DO SISTEMA DE FILMAGEM.
7. COMUNICAR AO ESCRITÓRIO E À POLÍCIA LOCAL QUALQUER FURTO OU VIOLAÇÃO DO PAIOL.
8. PROIBIR ACESSO DE PESSOAS E CURIOSOS NAS FRENTES DE DETONAÇÃO.
9. SEGUIR CRITERIOSAMENTE OS LIMITES DA RAZÃO DE CARREGAMENTO PROPOSTAS.
10. AS EVENTUAIS SOBRAS DE EXPLOSIVOS DEVERÃO SER RETORNADAS AOS PAIÓIS.
11. ATUALIZAR AS PLANILHAS DE ENTRADA E SAÍDA DOS EXPLOSIVOS E ACESSÓRIOS.
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VI- CONCLUSÃO
O presente PLANO DE FOGO é apenas uma sugestão de aplicação de fácil manejo
tanto para quem dimensiona o Plano, quanto para quem o fiscaliza.
Trata-se apenas de uma SUGESTÃO para uso e aplicação, não isentando a certificação
de um profissional habilitado para autorizá-lo no cumprimento da Portaria COLOG 3 e demais
exigências do R-105 na realização de desmontes com segurança.
Engº de Minas GIOVANNI WILLIAM DUARTE