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PLANO DE ESTUDOS 31.º Curso de Formação de Magistrados para os Tribunais Judiciais 3.º Curso de Formação de Magistrados para os Tribunais Administrativos e Fiscais

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PLANO DE ESTUDOS

31.º Curso de Formação de Magistrados para os Tribunais

Judiciais

3.º Curso de Formação de Magistrados para os Tribunais

Administrativos e Fiscais

Título: Plano de Estudos – 31º Curso de Formação (TJ); 3.º Curso de Formação (TAF)

Autor: CEJ

Ano de Publicação: 2014

Edição: Centro de Estudos Judiciários

Largo do Limoeiro

1149-048 Lisboa

[email protected]

Centro de Estudos Judiciários

Plano de Estudos - 31º Curso de Formação (TJ); 3.º Curso de Formação (TAF) 3

Índice

1. LINHAS PROGRAMÁTICAS, METODOLOGIA E OBJETIVOS FORMATIVOS ...................................5

1.1. LINHAS PROGRAMÁTICAS E METODOLÓGICAS GERAIS E ESPECÍFICAS .............................................................6

1.2. ORIENTAÇÕES ESTRATÉGICAS .....................................................................................................................8

1.3. CRITÉRIOS ESTRUTURANTES: 31.º CURSO ................................................................................................ 10

1.4. CRITÉRIOS ESTRUTURANTES: 3.º CURSO TAF........................................................................................... 12

1.4.1. Aspetos gerais ........................................................................................................................ 12

1.4.2. Linhas programáticas ........................................................................................................... 13

1.4.3. Orientações programáticas ................................................................................................. 15

2. CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS: 31.º CURSO ............................................................................... 20

2.1. COMPONENTES FORMATIVAS GERAL E DE ESPECIALIDADE ......................................................................... 20

2.1.1. Direitos Fundamentais e Direito Constitucional ............................................................... 20

2.1.2. Direito Europeu e Internacional .......................................................................................... 20

2.1.3. Inglês Jurídico ......................................................................................................................... 21

2.1.4. Tecnologias de Informação e Comunicação ..................................................................... 21

2.2. COMPONENTE FORMATIVA PROFISSIONAL................................................................................................ 21

2.2.1. Direito Civil e Processual Civil e Comercial ........................................................................ 21

Linhas programáticas e metodológicas gerais .............................................................................. 21

Duração .................................................................................................................................................. 23

Objetivos formativos ........................................................................................................................... 23

Planificação ........................................................................................................................................... 27

2.2.2. Direito Penal e Processual Penal ......................................................................................... 37

2.2.3. Direito da Família e das Crianças........................................................................................ 49

2.2.4. Direito do Trabalho e da Empresa ...................................................................................... 60

3. CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS: 3.º CURSO TAF.......................................................................... 69

3.1. COMPONENTES FORMATIVAS GERAL E DE ESPECIALIDADE ......................................................................... 69

3.1.1. Contabilidade e Gestão e princípios de contabilidade financeira e fiscal .................... 69

3.1.2. Organização administrativa ................................................................................................ 72

3.1.3. Direito do Urbanismo e do Ambiente................................................................................. 74

3.1.4. Direito Contraordenacional, substantivo e processual ................................................... 78

3.1.5. Contratação pública .............................................................................................................. 79

3.1.6. Direito das relações laborais na Administração Pública ................................................. 82

3.1.7. Regimes jurídicos dos impostos e Direito Aduaneiro e Contencioso Aduaneiro ......... 84

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3.1.8. Direitos Fundamentais e Direito Constitucional ............................................................... 91

3.1.9. Inglês Jurídico ......................................................................................................................... 91

3.1.10. Tecnologias de Informação e Comunicação ..................................................................... 91

3.1.11. Direito europeu e Direito administrativo europeu, substantivo e processual, e direito

internacional incluindo cooperação judiciária internacional ....................................................... 92

3.2. COMPONENTE FORMATIVA PROFISSIONAL................................................................................................ 92

3.2.1. Direito administrativo, substantivo e processual ............................................................. 93

3.2.2. Direito tributário , substantivo e processual .................................................................... 103

Sessões de trabalho (workshops) ..................................................................................................... 110

3.2.3. Direito Civil, nos domínios dos contratos e da responsabilidade Civil e Direito

Processual Civil e Responsabilidade Civil Extracontratual do Estado ....................................... 116

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1. Linhas programáticas, metodologia e

objetivos formativos

A formação inicial de Magistrados para os tribunais judiciais compreende um curso de formação

teórico-prática, organizado em dois ciclos sucessivos, e um estágio de ingresso, sendo que o primeiro

ciclo desse curso se realiza na sede do CEJ, com a ressalva dos estágios intercalares de curta duração,

que decorrem nos tribunais – tal como se estabelece nos n.ºs 1 e 2 do artigo 30.º da Lei n.º 2/2008, de

14 de janeiro.

No presente ano de atividades do CEJ (ao qual, por comodidade, nos referiremos como ano

letivo), foram abertos dois concursos para ingresso em dois novos cursos de formação de magistrados,

respetivamente para os Tribunais Judiciais e para os Tribunais Administrativos e Fiscais.

Assim, o primeiro ciclo do 31º Curso de formação teórico-prática de futuros Magistrados para os

Tribunais Judiciais decorrerá entre 1 de outubro de 2014 e 15 de julho de 2015. Trata -se de um curso

destinado a preencher um total de 40 vagas, sendo 20 na magistratura judicial e 20 na magistratura do

Ministério Público.

Do mesmo modo, o primeiro ciclo do 3.º Curso de formação teórico-prática de futuros

Magistrados para os Tribunais Administrativos e Fiscais decorrerá entre 1 de outubro de 2014 e 15 de

julho de 2015. O curso tem um total de 40 vagas.

Apresenta-se, de seguida, as l inhas programáticas que são comuns aos dois cursos e, após, as

opções metodológicas, objetivos formativos e Programas específicos do 31.º Curso de fo rmação para os

Tribunais Judiciais e do 3.º Curso para os Tribunais Administrativos e Fiscais (adiante e abreviadamente

31.º Curso TJ e 3.º Curso TAF).

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1.1. Linhas programáticas e metodológicas

gerais e específicas

Estabelece a Lei n.º 2/2008 um conjunto de objetivos gerais para o curso de formação teórico-

prática e de objetivos específicos para o primeiro ciclo desse curso.

Quanto a objetivos gerais, determina o n.º 1 do artigo 34.º da Lei n.º 2/2008 que o curso de

formação teórico-prática para os tribunais judiciais «tem como objetivos fundamentais proporcionar aos

auditores de justiça o desenvolvimento de qualidades e a aquisição de competências técnicas para o

exercício das funções de juiz (…) e de Magistrado do Ministério Público».

Nesse contexto, enuncia o n.º 2 do citado preceito legal, «no domínio do desenvolvimento de

qualidades para o exercício das funções», os seguintes:

«a) A compreensão do papel dos juízes e dos Magistrados do Ministério Público na

garantia e efetivação dos direitos fundamentais do cidadão;

b) A perceção integrada do sistema de justiça e da sua missão no quadro

constitucional;

c) A compreensão da conflitualidade social e da multiculturalidade, sob uma

perspetiva pluralista, na l inha de aprofundamento dos direitos fundamentais;

d) O apuramento do espírito crítico e reflexivo e a atitude de abertura a outros

saberes na análise das questões e no processo de decisão;

e) A identificação das exigências éticas da função e da deontologia profissional, na

perspetiva da garantia dos direi tos dos cidadãos;

f) Uma cultura de boas práticas em matéria de relações humanas, no quadro das

relações profissionais, institucionais e com o cidadão em geral;

g) Uma cultura e prática de autoformação ao longo da vida.»

E o n.º 3 elenca, «na vertente da aquisição das competências técnicas», estes outros:

«a) A consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos técnico-jurídicos

necessários à aplicação do direito;

b) O domínio do método jurídico e judiciário na abordagem, análise e resolução dos

casos práticos;

c) A aquisição de conhecimentos e técnicas de áreas não jurídicas do saber, úteis para

a compreensão judiciária das realidades da vida;

d) A compreensão e o domínio do processo de decisão mediante o apuramento da

intuição prática e jurídica, o desenvolvimento da capacidade de análise, da técnica

de argumentação e do poder de síntese, bem como o apelo à ponderação de

interesses e às consequências práticas da decisão;

e) O domínio dos modos de gestão e da técnica do processo, numa perspetiva de

agil izar os procedimentos orientada para a decisão final;

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f) A aquisição de conhecimentos e o domínio das técnicas de comunicação com

relevo para a intervenção judiciária, incluindo o recurso às tecnologias da

informação e da comunicação;

g) A util ização das aplicações informáticas disponíveis para gerir o processo de forma

eletrónica e desmaterializada;

h) A aquisição de competências, no âmbito da organização e gestão de métodos de

trabalho, adequadas ao contexto de exercício de cada magistratura.»

Sobre os objetivos específicos do primeiro ciclo, no desenvolvimento daqueles objetivos gerais,

rege o artigo 36.º, também este desdobrado nas componentes pessoal e técnica.

Quanto ao «domínio das qualidades para o exercício das funções», afirma o n.º 1 ter a formação

como escopo:

«a) Promover a formação sobre os temas respeitantes à administração da justiça;

b) Propiciar o conhecimento dos princípios da ética e da deontologia profissional, bem

como dos direitos e deveres estatutários e deontológicos;

c) Proporcionar a diferenciação dos conteúdos funcionais e técnicos de cada

magistratura.»

E no n.º 2, «em matéria de competências técnicas», declara -se que o primeiro ciclo visa

proporcionar:

«a) A formação sobre a importância prática dos direitos fundamentais e o domínio dos

respetivos meios de proteção judiciária;

b) A aquisição e o aprofundamento dos conhecimentos jurídicos, de natureza

substantiva e processual, nos domínios relevantes para o exercício das

magistraturas;

c) O desenvolvimento da capacidade de abordagem, de análise e do poder de síntese,

na resolução de casos práticos, com base no estudo problemático da doutrina e da

jurisprudência, mediante a aprendizagem do método jurídico e judiciário;

d) O exercício na tomada de decisão, fundado numa argumentação racional e na

análise crítica da experiência, por forma a conferir autonomia às posições

assumidas;

e) O domínio da técnica processual, privilegiando as perspetivas de agil ização dos

procedimentos, da valoração da prova e da fundamentação das decisões, com

especial incidência na elaboração das peças processuais, no tratamento da matéria

de facto, nos procedimentos de recolha e produção da prova, e na estruturação das

decisões;

f) A aprendizagem dos modos de gestão judiciária e do processo, numa perspetiva de

racionalização de tarefas por objetivos;

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g) A aprendizagem das técnicas de pesquisa, tratamento, organização e exposição da

informação, útil para a análise dos casos, incluindo o recurso às novas tecnologias;

h) A aquisição de saberes não jurídicos com relevo para a atividade judiciária,

nomeadamente em matéria de medicina legal, psicologia judiciária, sociologia

judiciária e contabilidade e gestão;

i) Possibil idade de aprendizagem de uma língua estrangeira, numa perspetiva de

util ização técnico-jurídica;

j) A aprendizagem de técnicas da comunicação, verbais e não verbais, incluindo o

recurso às tecnologias da comunicação;

l) A aprendizagem da util ização das aplicações informáticas disponíveis para gerir o

processo de forma eletrónica e desmaterializada;

m) A integração das competências que vão s endo adquiridas, através de breves

períodos de estágio nos tribunais.»

Tendo presentes estes parâmetros, devem os mesmos projetar -se nas diversas atividades

formativas a desenvolver, com a necessária adequação destas à especificidade das funções das

magistraturas judicial e do Ministério Público.

1.2. Orientações estratégicas

Sem prejuízo do cumprimento dos objetivos gerais e específicos legalmente assinados ao

primeiro ciclo da formação inicial dos auditores de justiça, deve também ter -se em conta que a atual

Direção, no seu Projeto Estratégico, apresentado ao Conselho Geral de 18 de julho de 2012, identificou

como problema uma formação de primeiro ciclo «demasiado académica e pouco relacionada com os

objetivos de formação dos Magistrados – isto é, com as competências e as qualidades que definem um

bom Magistrado» e assumiu o compromisso de «rever a política de organização curricular de modo a

sublinhar o diálogo entre as disciplinas e os docentes [e] (…) a especificidade profissional da vocação do

CEJ» e de introduzir ajustamentos no sistema de avaliação de modo a «reforçar a independência e

consciência crítica dos auditores».

Com as alterações introduzidas na legislação orgânica que rege o CEJ (Lei n.º 2/2008, de 4 de

janeiro, com as alterações introduzidas pela Lei n.º 45/2013, de 3 de julho), o modelo avaliativo acentua

o papel formativo dos docentes e uma ideia de aprendizagem contínua dos auditores, em que

formadores e formandos estejam mais preocupados com a formação dos futuros Magistrados para o

seu próximo desempenho funcional, e menos com a avaliação destes e a sua classificação ou graduação.

Nessa medida, o processo avaliativo tenderá a centrar-se numa prognose da ocorrência dos

requisitos éticos e técnicos que caracterizam um desempenho profissional exemplar. Como se sublinha

no mencionado Projeto Estratégico, a avaliação deve estar «centrada na realização de objetivos claros,

atinentes ao conjunto de requisitos técnicos e morais que caracterizam os bons Magistrados». Ou, dito

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de outro modo, respigando diferente trecho, «o regime de avaliação deve contribuir para a orientação

identitária dos Magistrados, em especial, pela sua independência e responsabilidade, capacidade de

decisão e de fundamentação».

Consequentemente, e não obstante a necessária indi vidualização dos docentes enquanto

avaliadores responsáveis pela concreta avaliação, nos termos legais estabelecidos em cada momento, o

método de avaliação contínua foi convolado para uma avaliação global, em que todos os fatores de

avaliação que relevem para a aferição daqueles requisitos éticos e técnicos sejam considerados e em

que os juízos formulados por todos os docentes que interajam funcionalmente com cada um dos

auditores sejam ponderados, sempre com salvaguarda da total transparência do processo a valiativo.

Por sua vez, também a própria elaboração do presente Plano de Estudos se inscreve na mesma

linha reformadora. Já se assinalou como no aludido Projeto Estratégico se reconheceu a necessidade de

evitar modelos académicos ou universitários, pretendendo-se acentuar a componente prática da

formação. Nessa medida, e como ali se salienta, os novos planos de estudo devem «privilegiar as

seguintes preocupações: interdisciplinaridade dos saberes; complementaridade com o ensino

universitário; orientação ao estudo do caso concreto».

Trata-se, afinal, de organizar as atividades formativas numa lógica de aquisição de competências

para o saber fazer, numa perspetiva de cumprimento da ética profissional e de respeito pelo cidadão,

enquanto destinatário da atividade dos tribunais, em que têm papel essencial vários aspetos a

desenvolver: formação adequada nos domínios da ética e deontologia profissionais e dos direitos

humanos; estudo e assimilação de boas práticas profissionais; preparação para a especialização;

exercitação das capacidades de compreensão e valoração da prova, e de ponderação e decisão, segundo

o direito e o bom senso; elaboração de materiais de formação comuns dentro de cada área formativa e

dirigidos a todos os auditores; mobilização dos formandos para o seu próprio processo formativo;

valorização da ponderação e análise crítica das matérias e materiais formativos pelos auditores.

E tudo isto terá de ser alcançado sem que se deva sobrecarregar excessivamente a carga horária

dos formandos, por tal prejudicar as capacidades de assimilação de conhecimentos, as necessidades de

realização de trabalhos e de preparação das sessões e o desiderato de maior ponderação e reflexão dos

auditores sobre os conteúdos formativos.

Acresce que, para atingir níveis satisfatórios de desenvolvimento dos aspetos referidos, mostra -

se ainda de particular relevância enquadrar na formação do primeiro ciclo: reforço de uma perspetiva

formativa prática nos contactos com a atividade dos tribunais, aprofundando o modelo de estágio

intercalar já existente (previsto no n.º 1 do artigo 42.º da Lei n.º 2/2008); util ização em sessão das

gravações e outros materiais formativos de formação contínua; estudo integrado (e não estanque) das

matérias das componentes formativas geral e de especialidade, numa lógica de interdisciplinaridade e

complementaridade com as áreas da componente profissional (embora, neste ponto, com a vantagem

de significar a desnecessidade de autonomização de várias daquelas matérias, que serão tratadas no

âmbito das áreas da componente profissional, daí resultando um ganho em termos de gestão da carga

horária).

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1.3. Critérios estruturantes: 31.º Curso

Todas as anteriores considerações implicaram que a organização das atividades formativas fosse

estruturada segundo os critérios que se passam a descrever.

A) Para efeitos da lecionação das áreas da componente formativa profissional, que

constituem o núcleo central da formação, organizou-se o 31.º Curso de formação

teórico-prática em 4 grupos de 10 elementos, com duas composi ções alternativas: ou

como grupos mistos, para os módulos de formação comum (identificados pelas letras A

a D); ou como grupos específicos, para os módulos especificamente dirigidos a

determinada magistratura (identificados pelos n.ºs 1 a 4, sendo os de número ímpar

compostos por auditores destinados à magistratura judicial e os de número par

compostos por auditores destinados à magistratura do Ministério Público).

B) O horário semanal -tipo comporta, genericamente, a seguinte distribuição de carga

horária pelas 4 áreas da componente profissional, em número de unidades letivas (UL’s),

de 90 minutos cada, e no conjunto da formação comum e específica: 3 UL’s para as

Áreas de Direito Civil, Direito Comercial e Direito Processual Civil (doravante, e por

facil idade, Jurisdição Civil) e de Direito Penal e Direito Processual Penal (ou Jurisdição

Penal); e 2 UL’s para as Áreas de Direito da Família e das Crianças (ou Jurisdição de

Família) e de Direito do Trabalho e da Empresa (ou Jurisdição do Trabalho).

C) A planificação de sessões das diferentes jurisdições, que integra o presente Plano de

Estudos, obedece à divisão da programação geral pelo tempo letivo disponível, o que

corresponde a 24 semanas ou módulos letivos, acrescendo-lhes uma semana dedicada

ao estágio intercalar (a ter lugar em momento em que os auditores já adquiriram, pelo

processo formativo, a maturidade adequada a uma melhor perceção prática da

atividade judiciária, e prevista para 13 a 17 de maio) e ainda os períodos dedicados às

atividades próprias de abertura e encerramento do primeiro ciclo.

D) A área do Direito contraordenacional substantivo e processual, integrada na

componente profissional da formação, continua a ser repartida entre a Jurisdição Penal

e a Jurisdição do Trabalho, nos termos já constantes do anterior Plano de Estudos.

E) A ocupação letiva normal com as áreas da componente profissional reporta -se a 4 de 5

dias úteis, ficando livre a 6.ª feira, sendo que esse dia da semana será preenchido com a

assistência dos auditores a ações de formação contínua (ainda que estas sejam

preferencialmente dirigidas a Magistrados já em exercício de funções), que em regra

têm lugar nesse dia, sempre que essas ações tenham interesse pedagógico para os

auditores e complementem com util idade a sua formação curricular, ou com a

participação em atividades enquadradas no âmbito das componentes formativas geral e

de especialidade ou em módulos temáticos pluridisciplinares.

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F) As áreas da componente profissional, quando necessário e com salvaguarda de uma

gestão equilibrada da carga horária de cada concreto grupo de auditores, podem

designar sessões suplementares para períodos disponíveis do normal horário letivo

diário, com vista à realização de trabalhos escritos ou outras exercitações práticas.

G) As matérias integradas nas componentes formativas geral e de especialidade, cuja

ministração não justifique uma lecionação autónoma relativamente às áreas da

componente profissional, por essa autonomia gerar uma duplicação temática face a

estas áreas, serão incorporadas nas correspondentes áreas da aludida componente

profissional – sem prejuízo da participação, quando entendido necessário como

complemento de formação, em ações de formação contínua pertinentes (v.g., em

matéria de Instituições e Organização Judiciárias, Organização e Métodos e Gestão do

Processo ou Investigação Criminal e Gestão do Inquérito) ou em sessões ou conferências

especificamente organizadas (v.g., nos domínios da Ética e Deontologia Profissional e da

Psicologia Forense).

H) As matérias relativas à Medicina Legal e Ciências Forenses serão ministradas no segundo

ciclo, em função dos bons resultados verificados com o 30.º Curso, no qual se tornou

possível ministrar estas matérias de modo descentralizado e em pequenos grupos nos

departamentos do Instituto de Medicina Legal de Lisboa, Porto e Coimbra.

I) No domínio da Ética e Deontologia Profissional, efetivamente integrada em todas as

jurisdições, os auditores acompanharão o desenvolvimento do projeto, considerado

estratégico, de preparação de um Manual de Ética para os Tribunais, participando nas

reuniões dos grupos de trabalho e intervindo de forma ativa na preparação e na redação

dos seus textos.

J) As matérias das componentes formativas geral e de especialidade com lecionação

autónoma serão as quatro seguintes, repartidas por dois domínios de natureza bem

diversa, sendo as duas primeiras de relevante índole jurídica e as duas restantes de

caráter meramente técnico e instrumental:

Direitos Fundamentais e Direito Constitucional (DFDC);

Direito Europeu e Internacional (DEI);

Língua estrangeira (Inglês);

Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC).

K) As matérias integradas nas componentes formativas geral e de especialidade com

lecionação autónoma serão ministradas em módulos formativos próprios e terão

avaliação própria, que ditarão uma apreciação de natureza qualitativa, a integrar de

forma relevante, mas sem peso percentual específico (e sem caráter por si só

excludente), na avaliação global de cada auditor. No caso das disciplinas de Direitos

Fundamentais e Direito Europeu, a avaliação será consistente com novas metodologias

de análise, classificação e interpretação de jurisprudência.

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L) A componente formativa designada por Área de Investigação Aplicada (AIA) será

vocacionada para envolver os auditores na produção de materiais formativos,

designadamente guias e manuais práticos, de util idade para o desempenho funcional

nos tribunais, que contribuam para a reprodução do saber fazer, numa perspetiva crítica

dos procedimentos e dos conteúdos jurisprudenciais.

M) Entende-se como mais adequado do ponto de vista pedagógico que a lecionação das

matérias integradas nas componentes formativas geral e de especialidade seja feita de

modo concentrado no tempo, permitindo conjugar a formação e o debate crítico de

todo o grupo de novos auditores de justiça, em vez de diluir estas matérias em unidades

letivas ministradas ao longo do curso.

1.4. Critérios estruturantes: 3.º Curso TAF

1.4.1. Aspetos gerais

Da análise dos programas dos Planos de Estudos do I e do II Curso de formação teórico-prática de

Magistrados para os Tribunais Administrativos e Fiscais, da observação da dinâmica do processo

formativo seja para os Tribunais Judiciais, seja para os Tribunais Administrativos e Fiscais, do

conhecimento dos resultados formativos ao nível dos seus agentes e destinatários, decorridos mais de

três anos desde o fim do II Curso formação teórico-prática de Magistrados para os Tribunais

Administrativos e Fiscais, identificam-se questões merecedoras de reflexão ao nível da ocupação horária

dos auditores de justiça em atividades formativas no CEJ, da tipologia das componentes letivas de

especialidade e da organização dos conteúdos programáticos.

A atualidade dita, nuns casos, a necessidade de maior ocupação horária, de forma a permitir um

maior aprofundamento da matéria formativa, noutros reclama novas áreas de formação, fruto da

evolução normativa no direito administrativo e tributário e/ou do aumento de litígios e, noutros casos,

identificam-se áreas formativas que, na atualidade, não devem ser mantidas.

Além disso, deteta-se a conveniência de uma nova organização de algumas matérias,

autonomizando áreas do direito que eram ministradas no âmbito do tronco comum da componente

profissional do Direito Administrativo, substantivo e processual e do Direito Tributário, substantivo e

processual.

Quanto à ocupação horária dos auditores de justiça em atividades formativas no CEJ, deve

respeitar-se uma carga horária letiva que assegure a lecionação das matérias formativas e que,

simultaneamente, permita a sedimentação dos conhecimentos ministrados e assegure as necessidades

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decorrentes do trabalho individual e em grupo dos auditores de justiça, assim como a gestão, por estes,

do investimento pessoal, em função das exigências avaliativas de cada momento.

Porém, torna-se necessário, em algumas áreas, aumentar o tempo letivo, como decorrência da

ampliação das matérias formativas, o que será compensado com a menor carga letiva ou mesmo

eliminação, noutros setores da componente formativa da especialidade.

1.4.2. Linhas programáticas

A formação inicial dos Auditores do 3º Curso TAF deverá ser orientada para a prossecução dos

objetivos que presidem à formação judiciária dos Magistrados, traduzidos no aperfeiçoamento das

competências técnicas e funcionais necessárias ao desempenho da função e no desenvolvimento das

suas qualidades pessoais.

Os Tribunais Administrativos e Fiscais enfrentam na realidade grandes desafios.

No que se refere ao Direito Administrativo, assiste-se à reforma e revisão da principal legislação

administrativa, com destaque para o Código de Processo nos Tribunais Administrativos e o Código de

Procedimento Administrativo, à crescente complexidade do Di reito Administrativo, ao alargamento da

competência material dos Tribunais Administrativos e ao questionamento na atualidade de alguns

institutos jus-administrativos, numa fase de alteração das formas tradicionais de atuação dos poderes

públicos; no tocante ao Direito Tributário, além da sucessiva alteração das leis fiscais, numa constante

mutação legislativa, acompanhada da sua fragmentação e crescente complexidade, estão em curso as

reformas do IRC e do IRS, a que acresce a influência igualmente crescente do direito internacional e do

direito europeu.

Não obstante as particularidades dos Tribunais Administrativos e Fiscais, a resposta às

necessidades formativas dos auditores de justiça do 3º Curso TAF não diferem das dos demais auditores

de justiça, exigindo uma ideia conseguida de método.

No que se refere aos conteúdos programáticos e às metodologias pedagógicas, a formação

inicial é gizada em termos que permitam a aquisição de competências como ler, como ouvir, como

dialogar, como interpretar, como raciocinar, como argumentar e como decidir, enquanto conjunto de

variáveis nem sempre constantes do quotidiano do magistrado, com o objetivo da sua adaptação às

diversas realidades.

Constituindo as áreas da componente formativa profissional, o núcleo central da formação inicial,

com expressão na ocupação horária, na aplicação do método de avaliação contínua e na classificações

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finais, com relevância na determinação na graduação final dos auditores de justiça, deverá imprimir -se

uma maior autonomia científica entre as disciplinas que integram a componente formativa da

especialidade e a profissional, desagregando áreas que nos I e II Cursos TAF foram objeto de formação

sob uma única disciplina, de forma a prosseguir -se o aprofundamento no tratamento dos temas.

A par da componente formativa geral, enquanto matriz curricular genérica, comum ao 31º Curso

e ao 3º Curso TAF, com as especificidades para o Curso TAF nele introduzidas, a componente formativa

específica do Direito Administrativo e Tributário perpassa as componentes formativas da especialidade

e profissional.

A formação deverá ter presente a diferenciação entre o Direito Administrativo e o Direito

Tributário, assim como acentuar as diferentes componentes formativas da especialidade.

O tratamento de cada uma das temáticas far-se-á sempre com apelo aos direitos fundamentais e

valores constitucionais, apelando-se à compreensão das exigências éticas da função, bem como a uma

cultura de boas práticas no processo administrativo e fiscal.

O domínio do método jurídico e judiciário estará presente nessa abordagem, incidindo, de igual

modo, no tratamento dos temas e das questões problemáticas do direito administrativo e fiscal, no

quadro dos diversos tipos de ações e meios processuais.

Embora as questões substantivas exijam um enquadramento teórico, designadamente, pela sua

relevância, complexidade e/ou menor tratamento doutrinário, serão primordialmente abordadas sob o

prisma do seu tratamento processual, em sede de elaboração dos articulados, de identificação do

objeto do litígio, da tramitação processual, da produção de prova e do julgamento de facto e de direito.

Com especial incidência, privilegiar-se-á o domínio dos modos de gestão judiciária na ótica da

condução finalística do processo, a qual passará pela compreensão e domínio da capacidade de análise

e de síntese e do processo de decisão.

A abordagem casuística orientar-se-á no sentido de proporcionar, com recurso a processos reais

ou simulações práticas, a consolidação sistematizada dos conhecimentos jurídicos, apelando-se ao

direito europeu e ao direito internacional e integrando outros ramos do saber.

O tratamento dos casos será experimentado mediante a elaboração de peças escritas, seja com

vista à iniciação nos modos de execução técnica, seja como forma de aferir o grau de aprendizagem do

auditor.

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Plano de Estudos - 31º Curso de Formação (TJ); 3.º Curso de Formação (TAF) 15

A distribuição dos temas far-se-á tendo em linha de conta a sua pertinência em relação às

funções e competências do Juiz no processo, mas sem prejuízo das abordagens complementares que se

mostrem indispensáveis.

A formação pautar-se-á sempre pela clarificação das regras deontológicas, no sentido da

implementação de práticas adequadas.

A componente formativa designada por Área de Investigação Aplicada (AIA) será vocacionada

para envolver os auditores na produção de materiais formativos, designadamente guias e manuais

práticos, de util idade para o desempenho funcional nos tribunais, que contribuam para a reprodução do

saber fazer, numa perspetiva crítica dos procedimentos e dos conteúdos jurisprudenciais.

1.4.3. Orientações programáticas

No que concerne ao concreto conteúdo programático de cada uma das componentes formativas,

geral, da especialidade e profissional, respeita -se a diferenciação e autonomia das diversas áreas

formativas.

O conteúdo programático da componente formativa geral é comum ao 31º Curso e ao 3º Curso

TAF, sem prejuízo dos aspetos particulares da formação para os auditores do 3º Curso TAF nas unidades

formativas dos Direitos Fundamentais e Direito Constitucional e da Língua estrangeira.

Em ambos os casos identifica-se a necessidade de mais uma unidade letiva , em articulação com

os docentes das áreas formativas em questão.

Tendo, no passado, sido identificados efeitos negativos na excessiva autonomização das matérias

formativas no âmbito da estrutura do 1º ciclo da formação teórico-prática, assente na absoluta

separação das matérias formativas, estruturadas em disciplinas autónomas e, em regra, com avaliação

final de conhecimentos, considera-se, ao contrário do que se verificou nos I e II Curs os TAF, que deve

existir a autonomização de matérias até aqui integradas no programa da componente de formação

profissional de Direito Administrativo, substantivo e processual, l ibertando esta disciplina da sua

excessiva extensão e conferindo o tratamento da especialidade que exigem algumas áreas do Direito

Administrativo.

Assim o justifica a Contratação Pública, cuja extensão, complexidade e relevância no âmbito do

contencioso administrativo, assim como pela existência de um Código próprio, recomendam que exista

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Plano de Estudos - 31º Curso de Formação (TJ); 3.º Curso de Formação (TAF) 16

uma componente formativa de especialidade, acompanhada de uma ampliação do seu conteúdo

formativo e duração horária, congregando no seu âmbito quer o direito procedimental ou pré-

contratual, quer o direito substantivo dos contratos públicos e administrativos, num tratamento unitário

e sistemático de toda a matéria da Contratação Pública.

Do mesmo modo, se optou pela autonomia da componente formativa da especialidade do

Direito Contraordenacional, substantivo e processual, retirando-a do programa do Direito Tributário,

substantivo e processual, em consequência da opção político-legislativa de alargamento da competência

dos Tribunais Administrativos para o julgamento dos l itígios em matéria de contraordenações

administrativas, até aqui dirimidos na jurisdição comum.

O Direito das Expropriações, pela sua novidade no seio dos Tribunais Administrativos, fruto

igualmente de opções de natureza político-legislativa, deverá também ser objeto de formação

específica, quer no âmbito da componente da especialidade, Direito do Urbanismo e Ambiente, quer no

âmbito da componente profissional, Direito Administrativo, substantivo e processual, a propósito dos

procedimentos administrativos especiais e de hipóteses práticas colocadas aos auditores de justiça.

Assim, quando comparado com o II Curso TAF, a componente formativa da especialidade sofrerá

uma ampliação nas suas componentes formativas e, em alguns casos, dos seus próprios conteúdos

formativos, contando, além do (i) Direito Europeu e Direito Internac ional, incluindo cooperação

judiciária e internacional e Direito Administrativo Europeu, substantivo e processual, da (i i)

Contabilidade e Gestão e Princípios de Contabilidade Financeira e Fiscal, do (i i i) Direito do Urbanismo e

Ambiente, do (iv) Direito das Relações Laborais na Administração Pública e dos (v) Regimes jurídicos dos

impostos e Direito aduaneiro e Contencioso Aduaneiro, também e de forma inovatória com a (vi)

Organização Administrativa, o (vii) Direito Contraordenacional, substantivo e proces sual e a (vii i)

Contratação Pública, nos termos em que se encontram previstos na Lei n.º 2/2008, de 14 de janeiro.

Em contraponto, prevê-se a eliminação das matérias formativas que estavam integradas na

componente formativa da especialidade: o (i) Contenc ioso Eleitoral, por não assumir relevância no

âmbito global das diferentes componentes formativas, passando a estar integrado no programa de

formação da componente profissional do Direito Administrativo, substantivo e processual, no âmbito do

estudo dos di ferentes meios processuais e o (i i) Direito da Concorrência e de Regulação Económica,

porque fruto da criação pelo Decreto-Lei nº 67/2012, de 20 de março, do Tribunal da Concorrência,

Regulação e Supervisão, no seio da jurisdição comum, subtraiu grande par te da matéria à jurisdição dos

Tribunais Administrativos, retirando pertinência à manutenção desta componente formativa de

especialidade no âmbito do 3º Curso TAF.

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Plano de Estudos - 31º Curso de Formação (TJ); 3.º Curso de Formação (TAF) 17

O alargamento da componente formativa da especialidade não retira a essencialidade da

componente profissional no âmbito da formação dos auditores de justiça do 3º Curso TAF, mantendo as

componentes formativas profissionais do (i) Direito Administrativo, substantivo e processual, do (i i)

Direito Tributário, substantivo e processual e do (i i i) Dir eito Civil, no domínio dos contratos e

responsabilidade civil, Processual Civil e da Responsabilidade Civil Extracontratual do Estado, a sua

relevância formativa, com reflexos decisivos na avaliação e na graduação final dos auditores de justiça.

Considerando o tronco comum da matéria da responsabilidade civil e não obstante a

especificidade da matéria da Responsabilidade Civil Extracontratual do Estado, prevista e regulada em

diploma próprio, a Lei nº 67/2007, de 31 de dezembro, foi opção aglutinar toda a matéria, de forma a

garantir um estudo integrado da responsabilidade civil, o que será assegurado na componente

profissional do Direito Civil, nos domínios dos contratos e da responsabilidade Civil e Direito Processual

Civil e Responsabilidade Civil Extracontratual do Estado.

Desta forma será assegurada a componente teórico-prática de toda a matéria da

responsabilidade civil, incluindo a extracontratual do Estado, enquanto importante fonte de litígios nos

Tribunais Administrativos, sem prejuízo de na componente profissional de Direito Administrativo,

substantivo e processual, a propósito de matérias como a causa de pedir ou a prova, a responsabilidade

civil extracontratual do Estado ser abordada.

Porém, o estudo integrado e sistemático teórico e prático dos vários regimes da

Responsabilidade Civil desenvolver-se-á na componente profissional do Direito Civil no domínio dos

Contratos e Responsabilidade civil, Processual Civil e da Responsabilidade Civil Extracontratual do

Estado, a ser assegurado pelos docentes da área cível e na parte específica da Responsabilidade Civil

Extracontratual do Estado, nos termos regulados pela Lei nº 67/2007, de 31 de dezembro, pelos

docentes da área administrativa.

Quer no âmbito da componente formativa da especialidade, quer na componente profissional, a

formação em Direito Administrativo deverá compreender uma dupla perspetiva teórico -prática,

seguindo as seguintes orientações programáticas:

Os atuais fundamentos do direito administrativo, a compreensão da dimensão e relevânci a do

Direito Administrativo;

A perceção das fronteiras do Direito Administrativo;

A compreensão de direitos administrativos especiais;

O domínio das principais formas de atuação dos poderes públicos: ato, contrato e

regulamento administrativo;

A análise dos principais traços de reforma do Código de Procedimento Administrativo;

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Plano de Estudos - 31º Curso de Formação (TJ); 3.º Curso de Formação (TAF) 18

A análise global e concatenada dos diversos meios de tutela administrativa e fiscal, como

formas de concretização de pretensões substantivas;

O domínio dos princípios fundamentais do processo administrativo enquanto elementos

integradores do ordenamento jus -processual de base;

A compreensão de procedimentos administrativos especiais;

A determinação das esferas de competência e de atuação dos diversos intervenientes no

processo administrativo e fiscal, numa perspetiva autónoma, integrada e interdisciplinar;

A compreensão das alterações ao processo administrativo à luz do Código de Processo Civil;

A inteleção da dupla responsabilidade na gestão de um processo, no sentido da eficácia e da

eficiência, por um lado e da qualidade da decisão, por outro;

A compreensão do objeto do litígio, no iter processual;

O domínio da tramitação geral e específica das ações, dos procedimentos cautelares, dos

processos executivos e dos processos especiais;

Apreensão e sinalização das temáticas substantivas do Direito Administrativo, apreciadas de

forma integrada com o direito adjetivo.

Do mesmo modo, se deve entender em relação ao Direito Tributário, substantivo e processual,

cuja formação deverá compreender uma dupla perspetiva teórico-prática, comungando de muitas das

orientações programáticas supra identificadas.

O programa temático de cada uma das componentes formativas contém a sua calendarização por

semanas, de forma a permitir coordenar a gestão dos temas prioritários e antever a densidade com que

cada tema deve ser tratado.

Planeamento e Duração

A formação para os Auditores do 3º Curso TAF desenvolve-se ao longo de todo o primeiro ciclo,

sendo a formação comum, da especialidade e profissional ministrada em todos os trimestres.

As unidades letivas de formação comum com o 31º Curso serão de cerca de um terço do total das

unidades letivas, incluindo componentes formativas gerais e da especialidade.

A componente formativa da especialidade do Direito Administrativo e do Direito Tributário e a

componente profissional dividem entre si o maior peso da formação no âmbito do 3º Curso TAF.

No tocante ao Direito Administrativo a componente formativa da especialidade reparte-se entre

(i) o Direito Europeu e Internacional, incluindo o Direito Administrativo Europeu, substantivo e

processual, (i i) a Organização Administrativa, (i i i) o Direito do Urbanismo e Ambiente, (iv) o Direito

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Plano de Estudos - 31º Curso de Formação (TJ); 3.º Curso de Formação (TAF) 19

Contraordenacional substantivo e processual, (v) a Contratação Pública e (vi) o Direito das Relações

Laborais na Administração Pública.

No que respeita ao Direito Tributário, a componente da especialidade divide-se entre a (i) o

Direito Europeu e Internacional, (i i) Contabilidade e Gestão e Princípios de Contabilidade Financeira e

Fiscal e os (i i i) Regimes Jurídicos dos Impostos e o Direito aduaneiro e Contencioso Aduaneiro.

A componente da especialidade percorrerá todo o 1º ciclo, prevendo-se disciplinas em todos os

trimestres: no 1º trimestre, (i) a Organização Administrativa, (i i ) a Contabilidade e Gestão e Princípios de

Contabilidade Financeira e Fiscal e (i i i) os Regimes Jurídicos dos Impostos e o Direito aduaneiro e

contencioso aduaneiro no 1º trimestre; no 2º trimestre, (iv) o Direito Europeu e Internacional, incluindo

o Direito Administrativo Europeu, substantivo e processual, (v) a Contratação Pública e (vi) o Direito das

Relações Laborais na Administração Pública e no 3º trimestre (vi) o Direito do Urbanismo e Ambiente e

(vii) o Direito Contraordenacional substantivo e processual.

Tais componentes formativas serão asseguradas através do recurso a docentes externos, em

formatos que variam entre a periodicidade semanal (1 ou 2 UL por semana) até esgotar as unidades

letivas da respetiva disciplina ou sob um formato de semanas temáticas, mediante um aumento

expressivo do número de unidades letivas dessa disciplina em certo período limitado.

A componente profissional é assegurada pelos docentes do CEJ e desenvolvendo-se ao longo de

todo o primeiro ciclo, num total de 35 semanas, à razão de duas unidades letivas por semana.

Assenta em três pilares formativos: (i) o Direito Administrativo, substantivo e processual, (i i) o

Direito Tributário, substantivo e processual e (i i i) o Direito Civil, no domínio dos contratos e

responsabilidade civil e Processual Civil e Responsabilidade Civil Extracontratual do Estado.

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Plano de Estudos - 31º Curso de Formação (TJ); 3.º Curso de Formação (TAF) 20

2. Conteúdos programáticos: 31.º Curso

2.1. Componentes formativas geral e de

especialidade

2.1.1. Direitos Fundamentais e Direito Constitucional

Na matéria dos Direitos Fundamentais e Direito Constitucional visa-se proporcionar aos auditores

de justiça:

a sensibil ização para a importância e o alcance dos direitos fundamentais;

a compreensão das normas de direitos fundamentais;

o estudo da metodologia da sua interpretação e concretização pelos tribunais;

os meios de tutela judicial dos direitos, l iberdades e garantias pessoais;

uma perspetiva internacional dos direitos fundamentais, designadamente através da análise

da jurisprudência do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem;

o processo constitucional: âmbito, objeto, tipos de recurso, pressupostos gerais e específicos

e trâmites, designadamente mediante a análise da jurisprudência do Tribunal Constitucional.

As sessões serão ministradas por docentes universitários e Magistrados.

2.1.2. Direito Europeu e Internacional

Na matéria de direito europeu e direito internacional, incluindo a cooperação judiciária

internacional, visa-se proporcionar aos auditores de justiça:

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Plano de Estudos - 31º Curso de Formação (TJ); 3.º Curso de Formação (TAF) 21

a familiarização com os institutos de direito europeu e internacional e com os procedimentos

da sua aplicação prática;

o aprofundamento dos conhecimentos nos domínios das instituições e do direito ao nível

internacional e europeu;

o conhecimento dos mecanismos de cooperaçã o judiciária civil e penal europeus e

internacionais, numa perspetiva da sua util ização e aplicação prática.

2.1.3. Inglês Jurídico

A disciplina de Inglês visa:

apetrechar os auditores de justiça com o vocabulário técnico-jurídico necessário à

compreensão de textos jurídicos em língua inglesa e à comunicação com outrem;

desenvolver conhecimentos em áreas temáticas diretamente relacionadas com o Direito

que permitam compreender e debater as diferenças e semelhanças existentes entre os

sistemas jurídicos de Portugal, Reino Unido e Estados Unidos da América.

2.1.4. Tecnologias de Informação e Comunicação

Na matéria de tecnologias de informação e comunicação, dados os conhecimentos q ue a

generalidade dos auditores de justiça tem de um número razoável de aplicações informáticas, na ótica

do util izador, visa-se proporcionar-lhes a familiarização com as novas aplicações informáticas de uso

mais frequente nos tribunais, em especial quanto às aplicações informáticas, quanto a registos

comercial e predial on-line e custas judiciais.

2.2. Componente formativa profissional

2.2.1. Direito Civil e Processual Civil e Comercial

Linhas programáticas e metodológicas gerais

A formação inicial deverá nortear-se pelos objetivos que devem presidir à formação judiciária dos

Magistrados: o desenvolvimento das suas qualidades pessoais e a aquisição e o aperfeiçoamento das

competências técnicas e funcionais necessárias ao desempenho da função.

Duas das grandes dificuldades que se abatem sobre o exercício da magistratura, designadamente

no que concerne ao Direito Civil, Processual Civil e Comercial, são a sua complexidade e a sua

fragmentação.

A resposta exige uma ideia conseguida de método. Por isso, a propedêutica deverá ter um lugar

privilegiado na preparação dos auditores de justiça. Como ler, como ouvir, como dialogar, como

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Plano de Estudos - 31º Curso de Formação (TJ); 3.º Curso de Formação (TAF) 22

interpretar, como argumentar, como decidir, inumeráveis "comos" que podem valorizar o quotidiano do

magistrado e não convertê-lo num somatório de esforços mal aproveitados.

Para além da matriz curricular genérica, a componente formativa específica do Direito Civil,

Processual Civil e Comercial deverá compreender, de forma particular e na dupla perspetiva teórico -

prática, as seguintes orientações programáticas comuns a ambas as Magistraturas (Judicial e do

Ministério Público):

A análise global e concatenada dos diversos meios de tutela cível, como formas de execução

prática de pretensões substantivas;

O domínio dos princípios fundamentais do processo civil enquanto elementos integradores do

ordenamento jus-processual de base;

A determinação das esferas de competência e de atuação dos diversos intervenientes no

processo civil, numa perspetiva autónoma, integrada e interdisciplinar;

A compreensão do novo paradigma do processo civil, recentrando a justiça nas suas funções

primordiais de promoção e de garantia dos direitos;

A inteleção da dupla responsabilidade na gestão de um processo, no sentido da eficácia e da

eficiência e da qualidade da decis ão, por outro;

A compreensão do objeto do litígio, no iter processual;

O domínio da tramitação geral e específica das ações declarativas, dos procedimentos

cautelares, dos processos executivos e dos processos especiais;

Apreensão e sinalização das fundamentais temáticas substantivas do Direito Civil e do Direito

Comercial, apreciadas de forma integrada com o direito adjetivo.

A formação deverá ter presente a diferenciação de funções inerentes a cada Magistratura e o

correlativo grau diverso de conhecimento do Direito Civil, Processual Civil e Comercial.

O tratamento de cada uma das temáticas far-se-á sempre com apelo aos direitos fundamentais e

valores constitucionais, apelando-se à compreensão das exigências éticas da função, bem como a uma

cultura de boas práticas no processo civil.

O domínio do método jurídico e judiciário estará presente naquela abordagem, incidindo, de

igual modo, no tratamento dos temas e das questões problemáticas do direito civil e comercial, no

quadro dos diversos tipos de ações.

As questões substantivas serão abordadas pelo prisma do seu tratamento processual, em sede de

elaboração dos articulados, de identificação do objeto do litígio e de enunciação dos temas da prova, de

produção de prova e do julgamento de facto e de direito.

Com especial incidência, privilegiar-se-á o domínio dos modos de gestão judiciária na ótica da

condução finalística do processo, a qual passará pela compreensão e domínio da capacidade de análise

e de síntese e do processo de decisão.

A abordagem casuística orientar-se-á no sentido de proporcionar – com recurso a processos reais

ou simulações práticas – a consolidação sistematizada dos conhecimentos jurídicos, apelando-se ao

direito europeu e ao direito internacional e integrando outros ramos do saber.

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Plano de Estudos - 31º Curso de Formação (TJ); 3.º Curso de Formação (TAF) 23

O tratamento dos casos será experimentado mediante a elaboração de peças escritas, seja com

vista à iniciação nos modos de execução técnica, seja como forma de aferir o grau de aprendizagem do

auditor.

A distribuição dos temas far-se-á tendo em linha de conta a sua pertinência em relação às

funções e competências do Juiz e do Ministério Público no processo, de modo a evitar sobreposições,

mas sem prejuízo da conjugação das abordagens complementares que se mostrem indispensáveis.

A formação pautar-se-á sempre pela clarificação das regras deontológicas, no sentido da

implementação de práticas adequadas.

O programa temático das sessões contém a sua calendarização, de forma a permitir coordenar a

gestão dos temas prioritários e antever a densidade com que cada tema deve ser tratado.

Duração

A formação em matéria de direito civil, processual civil e direito comercial desenvolve-se ao

longo de todo o primeiro ciclo, sendo a formação comum e específica ministrada em todos os

trimestres.

Prevê-se um total de 106 unidades letivas para os auditores destinados à magistratura judicial e

de 78 unidades letivas para os auditores destinados à magistratura do Ministério Público.

As unidades letivas de formação comum serão de cerca de um terço do total das unidades letivas

dos auditores, mais precisamente 35 unidades letivas, à razão de uma unidade letiva por semana, sendo

71 as unidades letivas de formação específica para os auditores destinados à magistratura judicial e 43

as unidades letivas de formação específica para os auditor es destinados à magistratura do Ministério

Público.

Objetivos formativos

A formação inicial no Direito Civil, Processual Civil e Comercial obedece ao conteúdo temático

calendarizado segundo a ordem adotada no plano de formação comum e específica.

Tal formação terá como objetivos formativos a verificação da aquisição pelos auditores das

seguintes competências:

Quanto a ambas as magistraturas:

a) No fim do primeiro trimestre:

Delimitação do âmbito e enquadramento da justiça cível no ordenamento jurídico;

Assimilação dos princípios estruturantes do processo civil e das suas l inhas sistemáticas;

Domínio dos diversos modos de tutela cível;

Delimitação dos tipos de jurisdição;

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Plano de Estudos - 31º Curso de Formação (TJ); 3.º Curso de Formação (TAF) 24

Análise da tipologia das ações;

Apreensão sistemática da dinâmica do processo civil e dos termos do início, desenvolvimento,

vicissitudes e extinção da instância;

Aquisição e desenvolvimento de competências na matéria das modificações subjetivas e

objetivas da instância;

Identificação dos principais conceitos e problemáticas em torno das custas processuais e do

apoio judiciário e capacidade da sua adequada resolução.

b) No fim do segundo trimestre:

Estudo detalhado do procedimento de injunção e subsequente ação declarativa;

Domínio aprofundado da temática dos acidentes de viação dos prismas adjetivo e

substantivo;

Delimitação dos vários procedimentos cautelares e seus pressupostos e análise da figura

inovatória da inversão do contencioso;

Compreensão do processo especial da tutela da personalidade e desenvolvimento da

temática do direito à personalidade física e moral do ser humano;

Análise dos processos especiais de interdição e de inabilitação;

Aquisição de conhecimentos nas áreas específicas do direito do consumo e da

responsabilidade civil extracontratual.

c) No fim do terceiro trimestre:

Delimitação teórica e aplicação prática dos Direitos Fundamentais;

Identificação das regras, trâmites e vicissitudes do processo de inventário e aprofundamento

de áreas específicas do Direito das Sucessões;

Estudo do processo de insolvência;

Delimitação de conceitos e tramitação em sede de ações de registo civil e predial;

Análise de processos de jurisdição voluntária;

Conhecimento da tramitação do processo de execução e dos termos da reclamação,

verificação e graduação de créditos;

Análise de temáticas do direito societário, com especial enfoque na vinculação das sociedades

comerciais, na desconsideração da personalidade jurídica das sociedades comerciais e na

responsabilidade dos gerentes ou administradores;

Aquisição e desenvolvimento de conhecimentos no âmbito do contencioso dos contratos de

leasing, ALD e compra e venda com reserva de propriedade e crédito ao consumo.

Quanto à Magistratura Judicial:

a) No fim do primeiro trimestre:

Identificação da tramitação das ações cíveis;

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Plano de Estudos - 31º Curso de Formação (TJ); 3.º Curso de Formação (TAF) 25

Compreensão de um modelo de processo civil que deve assentar num postulado da

confiança, construído a partir de uma ética de responsabilidade social, tributando -a a quem

dirige o processo e a quem, em cada momento, no âmago do sistema, dele prestará contas: o

juiz;

Domínio da marcha do processo declarativo, nas suas fases essenciais e atos processuais;

Apreciação da validade e eficácia dos atos processuais;

Análise da função e do conteúdo da petição inicial e da causa de pedir;

Compreensão da intervenção liminar do juiz;

Delimitação dos termos e formas de citação em geral e apreciação dos efeitos da revelia;

Apreciação detalhada da natureza, função, conteúdo e regime processual dos articulados;

Análise das modificações subjetiva e objetivas da instância.

b) No fim do segundo trimestre:

Domínio do papel do juiz como gestor do processo;

Apreensão do conceito de gestão inicial do processo e sua aplicação prática, designadamente

no despacho liminar e no despacho pré-saneador;

Perceção da função primordial da audiência prévia, atos a praticar e termos da concretização

da gestão processual nesta fase;

Conhecimento da técnica de saneamento do processo e de aferição dos pressupostos

processuais e sua exercitação prática;

Análise das exceções dilatórias e das exceções perentórias;

Identificação do objeto do litígio e enunciação dos temas da prova e sua concretização

prática;

Capacidade de apreciação da problemática da prova, analisando os diversos meios

probatórios, nas perspetivas do direito nacional e do direito europeu;

Domínio aprofundado das regras, trâmites e vicissitudes da audiência final, com especial

abordagem das temáticas da psicologia do testemunho e da ética judiciária;

Capacidade de seleção da matéria de fato e de avaliação da prova;

Análise da sentença e concretização dos seus elementos integradores.

c) No fim do terceiro trimestre:

Análise dos vícios da sentença e compreensão da matéria dos recursos;

Domínio aprofundado da tramitação dos procedimentos cautelares e da figura inovatória da

inversão do contencioso;

Análise dos títulos executivos, da tramitação da ação executiva e dos seus incidentes;

Estudo sobre as garantias reais de crédito;

Domínio da oposição à execução e da oposição à penhora;

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Compreensão da matéria substantiva e adjetiva do direito do arrendamento;

Análise da ação especial de prestação de contas e da ação especial de divisão de coisa

comum.

Quanto à Magistratura do Ministério Público:

a) No fim do primeiro trimestre:

Caracterização do papel do Ministério Público na jurisdição civil e respetivo enquadramento

estatutário e funcional;

Delimitação dos termos e modelo de intervenção pré-judicial do Ministério Público, sua

concretização na organização e instrução do processo administrativo e identificação do

conteúdo da atividade de atendimento ao público;

Conhecimento aprofundado da marcha do processo civil declarativo e dos termos concretos

da intervenção do Ministério Público no mesmo;

Assimilação dos termos da intervenção do Ministério Público e dos meios de atuação ao seu

dispor em sede de defesa do consumidor e proteção dos ausentes;

Aquisição de competências teóricas e práticas na temática dos interesses difusos e da ação

popular.

b) No fim do segundo trimestre:

Identificação do papel do Ministério Público no controlo da legalidade das associações;

Conhecimento do procedimento previsto no Decreto-Lei n.º 272/2001, de 13 de outubro;

Domínio dos termos da representação do Estado e dos incapazes em sede de pedidos de

indemnização civil em processo penal;

Caracterização aprofundada dos termos da tutela dos incapazes, na vertente substantiva e

processual;

Conhecimento dos processos especiais de interdição e inabilitação, e respetiva tramitação;

Domínio da temática da responsabilidade civil extracontratual do Estado;

Assimilação das regras atinentes aos vários modos de impugnação de decisões.

c) No fim do terceiro trimestre:

Identificação dos interesses do Estado-coletividade, e de outros interesses legalmente

previstos, cuja defesa incumbe ao Ministério Público;

Apreensão do papel do Ministério Público no processo de inventário;

Delimitação de conceitos e tramitação em sede de insolvência, na vertente da atuação do

Ministério Público;

Aquisição de conhecimentos sobre ações de registo, em especial o processo para suprimento

e retificação do óbito;

Domínio da tramitação da ação executiva e dos termos da execução por custas e multas;

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Plano de Estudos - 31º Curso de Formação (TJ); 3.º Curso de Formação (TAF) 27

Assimilação aprofundada de competências no âmbito da reclamação, graduação e verificação

de créditos;

Apreensão instrumental e substantiva no âmbito da impugnação pauliana;

Domínio dos processos especiais de liquidação de herança vaga a favor do Estado e aceitação

de herança jacente.

Planificação

PRIMEIRO TRIMESTRE

1.ª Semana – 6 a 10 de outubro de 2014

Formação Específica MJ (2 UL)

- Apresentação

- Metodologia de trabalho

- Métodos de avaliação

- O Estatuto dos Magistrados Judiciais

Formação Específica MP (2 UL)

- Apresentação

- Metodologia de trabalho

- Métodos de avaliação

- O Ministério Público na jurisdição civil

- Enquadramento funcional: representação, assistência e fiscalização

Formação Comum (1 UL) (Docente MJ/MP)

- Apresentação

- Âmbito e enquadramento da justiça cível

- Princípios e l inhas sistemáticas do processo civil (I)

2.ª Semana – 13 a 17 de outubro de 2014

Formação Específica MJ (2 UL)

Atos processuais:

- Visita guiada a um processo civil real

- Regime geral

- Validade e eficácia (I)

Formação Específica MP (2 UL)

Fase pré-judicial:

- O processo administrativo

- A instrução do PA: a obtenção de meios de prova/a prova em processo civil

- O atendimento ao público

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Plano de Estudos - 31º Curso de Formação (TJ); 3.º Curso de Formação (TAF) 28

Formação Comum (1 UL) (Docente MJ/MP)

- Princípios e linhas sistemáticas do processo civil (II)

3.ª Semana – 20 a 24 de outubro de 2014

Formação Específica MJ (2 UL)

- Atos processuais:

▪ Regime geral

▪ Validade e eficácia (II)

Formação Específica MP (1 UL)

- Marcha do processo declarativo (I)

Formação Comum (1 UL) (Docente MJ/MP)

- Modos de tutela cível

- Tipos de jurisdição

- Espécies de ações consoante o fim (I)

4.ª Semana – 27 a 31 de outubro de 2014

Formação Específica MJ (2 UL)

- Marcha do processo declarativo:

▪ Petição inicial – função, conteúdo

▪ Causa de pedir e pedido

▪ Vícios

Formação Específica MP (1 UL)

- Marcha do processo declarativo (II)

Formação Comum (1 UL) (Docente MJ/MP)

- Modos de tutela cível

- Tipos de jurisdição

- Espécies de ações consoante o fim (II)

5.ª Semana – 3 a 7 de novembro de 2014

Formação Específica MJ (2 UL)

- Apresentação, recebimento, recusa da petição inicial

- A intervenção liminar do juiz

Formação Específica MP (2 UL)

- A defesa do consumidor – cláusulas contratuais gerais

Formação Comum (1UL) (Docente MJ/MP)

- A dinâmica processual civil

- A instância: início, suspensão e extinção

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Plano de Estudos - 31º Curso de Formação (TJ); 3.º Curso de Formação (TAF) 29

6.ª Semana – 10 a 14 de novembro de 2014

Formação Específica MJ (2 UL)

- Citação

- Revelia

Formação Específica MP (1 UL)

- A defesa do consumidor – ação inibitória e práticas comerciais desleais

Formação Comum (1 UL) (Docente MJ/MP)

- Modificações subjetivas da instância:

▪ Incidente de habilitação de herdeiros

▪ Incidente de habilitação do adquirente ou cessionário

7.ª Semana – 17 a 21 de novembro de 2014

Formação Específica MJ (2 UL)

- Contestação e reconvenção

Formação Específica MP (2 UL)

- A defesa dos ausentes – a contestação em ações decorrentes de contratos de consumo

Formação Comum (1 UL) (Docente MJ/MP)

- Modificações subjetivas da instância:

▪ Incidentes de intervenção de terceiros

8.ª Semana – 24 a 28 de novembro de 2014

Formação Específica MJ (2 UL)

- Réplica

- Articulados supervenientes

Formação Específica MP (1 UL)

- A defesa do ambiente e da saúde pública – procedimentos cautelares, ação inibitória e

responsabilidade civil

Formação Comum (1 UL) (Docente MJ/MP)

- Modificações objetivas da instância:

▪ Alteração do pedido e da causa de pedir

▪ Critérios de determinação do valor da causa

▪ Verificação do valor da causa

9.ª Semana – 1 a 5 de dezembro de 2014

Formação Específica MJ (2 UL)

- Modificações subjetivas da instância:

▪ Incidentes de intervenção de terceiros

Formação Específica MP (1 UL)

Centro de Estudos Judiciários

Plano de Estudos - 31º Curso de Formação (TJ); 3.º Curso de Formação (TAF) 30

- Interesses difusos – a intervenção na ação popular

Formação Comum (1 UL) (Docente MJ/MP)

- Exercitação escrita avaliativa

10.ª Semana – 81 a 12 de dezembro de 2014

Formação Comum (1 UL) (Docente MJ/MP)

- Custas processuais

11.ª Semana – 15 a 19 de dezembro de 2014

Formação Específica MJ (2 UL)

- Exercitação escrita avaliativa

Formação Específica MP (1 UL)

- Exercitação escrita avaliativa

Formação Comum (1 UL) (Docente MJ/MP)

- Apoio judiciário

SEGUNDO TRIMESTRE

12.ª Semana – 5 a 9 de janeiro de 2015

Formação Específica MJ (2 UL)

- Gestão inicial do processo: despacho liminar e despacho pré-saneador

Formação Específica MP (2 UL)

- Controlo da legalidade das associações

Formação Comum (1 UL) (Docente MJ/MP)

- O procedimento da injunção e a subsequente ação declarativa

13.ª Semana – 12 a 16 de janeiro de 2015

Formação Específica MJ (2 UL)

- Audiência prévia

- Despacho saneador: pressupostos processuais (I)

Formação Específica MP (1 UL)

- O procedimento do Decreto-Lei n.º 272/2001, de 13 de outubro (I)

Formação Comum (1 UL) (Docente MJ/MP)

- Acidentes de viação (I)

1 Dia 8 de dezembro é feriado (não há formação específica nesta semana).

Centro de Estudos Judiciários

Plano de Estudos - 31º Curso de Formação (TJ); 3.º Curso de Formação (TAF) 31

14.ª Semana – 19 a 23 de janeiro de 2015

Formação Específica MJ (2 UL)

- Despacho saneador:

▪ Pressupostos processuais (II)

▪ Exceções dilatórias

Formação Específica MP (1 UL)

- O procedimento do Decreto-Lei n.º 272/2001, de 13 de outubro (II)

Formação Comum (1 UL) (Docente MJ/MP)

- Acidentes de viação (II)

15.ª Semana – 26 a 30 de janeiro de 2015

Formação Específica MJ (2 UL)

- Saneador-sentença

- Exceções perentórias

Formação Específica MP (2 UL)

- Pedido cível de indemnização em processo penal: a representação do Estado e dos incapazes

Formação Comum (1 UL) (Docente MJ/MP)

- Procedimentos cautelares

16.ª Semana – 2 a 6 de fevereiro de 2015

Formação Específica MJ (2 UL)

- Identificação do objeto do litígio e enunciação dos temas da prova (I)

Formação Específica MP (1 UL)

- A tutela jurídica da personalidade dos incapazes

Formação Comum (1 UL) (Docente MJ/MP)

- Processo especial da tutela da personalidade

17.ª Semana – 9 a 13 de fevereiro de 2015

Formação Específica MJ (2 UL)

- Identificação do objeto do litígio e enunciação dos temas da prova (II)

- Simulação de audiência prévia

Formação Específica MP (1 UL)

- Exercitação escrita avaliativa

Formação Comum (1 UL) (Docente MJ/MP)

- Interdição e inabilitação (I):

▪ Enquadramento de direito material

Centro de Estudos Judiciários

Plano de Estudos - 31º Curso de Formação (TJ); 3.º Curso de Formação (TAF) 32

18.ª Semana – 16 a 20 de fevereiro de 2015

Formação Específica MJ (2 UL)

- Exercitação escrita avaliativa

Formação Específica MP (1 UL)

- Interdição – pressupostos da incapacidade

Formação Comum (1 UL) (Docente MJ/MP)

Interdição e inabilitação (II):

▪ Tramitação processual

19.ª Semana – 23 a 27 de fevereiro de 2015

Formação Específica MJ (2 UL)

- Prova (I)

Formação Específica MP (1 UL)

- Interdição – estrutura da petição inicial

Formação Comum (1 UL) (Docente MJ/MP)

- Exercitação escrita avaliativa

20.ª Semana – 2 a 6 de março de 2015

Formação Específica MJ (2 UL)

- Prova (II)

Formação Específica MP (1 UL)

- Responsabilidade civil extracontratual – Ressarcimento de danos do Estado

Formação Comum (1 UL) (Docente MJ/MP)

- Responsabilidade civil extracontratual

21.ª Semana – 9 a 13 de março de 2015

Formação Específica MJ (2 UL)

- Audiência final

Formação Específica MP (1 UL)

- Responsabilidade civil extracontratual do Estado – Lei n.º 67/2007, de 31 de dezembro (I)

Formação Comum (1 UL) (Docente MJ/MP)

- Responsabilidade civil extracontratual

- Assistência a audiência final

22.ª Semana – 16 a 20 de março de 2015

Formação Específica MJ (2 UL)

- Sentença (I)

- Decisão da matéria de facto

Centro de Estudos Judiciários

Plano de Estudos - 31º Curso de Formação (TJ); 3.º Curso de Formação (TAF) 33

Formação Específica MP (1 UL)

- Responsabilidade civil extracontratual do Estado – Lei n.º 67/2007, de 31 de dezembro (II)

Formação Comum (1 UL) (Docente MJ/MP)

- Direito do consumo (I)

23.ª Semana – 23 a 27 de março de 2015

Formação Específica MJ (2 UL)

- Sentença (II)

- Exercitação escrita avaliativa a elaborar em prazo a definir

Formação Específica MP (1 UL)

- Impugnação das decisões: nulidades, reclamações e recursos

- Exercitação escrita avaliativa a elaborar em prazo a definir

Formação Comum (1 UL) (Docente MJ/MP)

- Direito do consumo (II)

TERCEIRO TRIMESTRE

24.ª Semana – 62 a 10 de abril de 2015

Formação Específica MJ (1 UL)

- Discussão sobre o trabalho escrito

Formação Específica MP (1 UL)

- Discussão sobre o trabalho escrito

Formação Comum (1 UL) (Docente MJ/MP)

- Processo de inventário e Direito das Sucessões (I)

25.ª Semana – 13 a 17 de abril de 2015

Formação Específica MJ (2 UL)

- Vícios da sentença

- Recursos

Formação Específica MP (1 UL)

- A intervenção do Ministério Público na defesa dos interesses do Estado-coletividade e de outros

interesses legalmente previstos

Formação Comum (1 UL) (Docente MJ/MP)

- Processo de inventário e Direito das Sucessões (II)

2 O dia 6 de abri l es tá abrangido pelas férias judicia is .

Centro de Estudos Judiciários

Plano de Estudos - 31º Curso de Formação (TJ); 3.º Curso de Formação (TAF) 34

26.ª Semana – 20 a 24 de abril de 2015

Formação Específica MJ (2 UL)

- Procedimentos cautelares (I)

Formação Específica MP (1 UL)

- A intervenção do Ministério Público no processo de inventário

Formação Comum (1 UL) (Docente MJ/MP)

- Processo de insolvência (I)

27.ª Semana – 27 de abril a 1 de maio de 2015

Formação Específica MJ (2 UL)

- Procedimentos cautelares (II)

Formação Específica MP (2 UL)

- Insolvência – requerimento inicial, reclamação de créditos, assembleia de credores e a

qualificação da insolvência

Formação Comum (1 UL) (Docente MJ/MP)

- Processo de insolvência (II)

4 a 8 de maio de 2015

SEMANA INTERCALAR

28.ª Semana – 11 a 15 de maio de 2015

Formação Específica MJ (2 UL)

- Procedimentos cautelares (III)

Formação Específica MP (1 UL)

- Ações de registo: o processo comum de justificação judicial para suprimento e/ou retificação do

óbito

Formação Comum (1 UL) (Docente MJ/MP)

- Ações de registo:

▪ Registo civil

▪ Registo predial

29.ª Semana – 18 a 22 de maio de 2015

Formação Específica MJ (2 UL)

- Arrendamento

Formação Específica MP (1 UL)

- Ação executiva

Formação Comum (1 UL) (Docente MJ/MP)

- Processos de jurisdição voluntária

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Plano de Estudos - 31º Curso de Formação (TJ); 3.º Curso de Formação (TAF) 35

30.ª Semana – 25 a 29 de maio de 2015

Formação Específica MJ (2 UL)

- Ação executiva:

▪ Títulos executivos

▪ Fase inicial

▪ Despacho liminar

Formação Específica MP (1 UL)

- Execução por custas e multas

Formação Comum (1 UL) (Docente MJ/MP)

- Exercitação escrita avaliativa

31.ª Semana – 1 a 5 de junho de 2015

Formação Específica MJ (2 UL)

- Exercitação escrita avaliativa

Formação Específica MP (2 UL)

Exercitação escrita avaliativa

Formação Comum (1 UL) (Docente MJ/MP)

- A penhora:

▪ Requisitos de penhorabilidade

▪ Processamento da penhora

▪ Efeitos da penhora

32.ª Semana – 8 a 12 de junho de 2015

Formação Específica MJ (2 UL)

- Ação executiva:

▪ Garantias reais de crédito

▪ Tramitação subsequente

Formação Específica MP (2 UL)

Reclamação, verificação e graduação de créditos:

▪ Privilégios creditórios e garantias reais de crédito

▪ Requerimento de reclamação

Formação Comum (1 UL) (Docente MJ/MP)

- Reclamação, verificação e graduação de créditos:

▪ Tramitação processual

33.ª Semana – 15 a 19 de junho de 2015

Formação Específica MJ (2 UL)

- Ação executiva:

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Plano de Estudos - 31º Curso de Formação (TJ); 3.º Curso de Formação (TAF) 36

▪ Oposição à execução mediante embargos

▪ Oposição à penhora

Formação Específica MP (1 UL)

- Impugnação pauliana

Formação Comum (1 UL) (Docente MJ/MP)

- Temas de direito societário:

▪ A vinculação das sociedades comerciais

▪ A desconsideração da personalidade jurídica das sociedades comerciais

▪ A responsabilidade dos gerentes ou administradores

34.ª Semana – 22 a 26 de junho de 2015

Formação Específica MJ (2 UL)

- Ação especial de prestação de contas

- Ação especial de divisão de coisa comum

Formação Específica MP (1 UL)

- Processos especiais:

▪ Processo de liquidação da herança vaga a favor do Estado

▪ Processo de aceitação de herança jacente

Formação Comum (1 UL) (Docente MJ/MP)

- Contencioso derivado de contratos de leasing, ALD, compra e venda com reserva de propriedade

e crédito ao consumo

35.ª Semana – 29 de junho a 3 de julho de 2015

Formação Específica MJ e MP (2 UL)

- Visita ao Supremo Tribunal de Justiça (de manhã)

Formação Específica MJ e MP (2 UL)

- Visita à Procuradoria Cível de Lisboa (de tarde)

Formação Comum (1 UL) (Docente MJ/MP)

- Simulação de audiência final

36.ª Semana – 6 a 10 de julho de 2015

- Síntese e balanço final

Centro de Estudos Judiciários

Plano de Estudos - 31º Curso de Formação (TJ); 3.º Curso de Formação (TAF) 37

2.2.2. Direito Penal e Processual Penal

Linhas programáticas e metodologia

A formação nesta área obedece ao princípio da diferenciação na formação inicial, de acordo com

as particularidades das funções inerentes a cada uma das magistraturas, sendo que o grau de

conhecimentos específicos de direito penal e processual penal necessário ao exercício qualificado de

funções por parte dos futuros magistrados do Ministério Público é maior, em particular na fase inicial do

processo. Daí resulta uma maior atenção à formação específica dos auditores de justiça com destino à

magistratura do Ministério Público e uma especial diferenciação das temáticas a abordar.

A todos os auditores de justiça será, porém, proporcionada, de forma sequencial, a abordagem

dos temas de processo penal, na perspetiva:

de uma compreensão dos fins, âmbito e natureza da tutela penal;

dos princípios estruturantes e da sistemática do proces so, bem como das esferas de

competência e de atuação dos diversos intervenientes processuais, com uma diferenciação

clara das funções e competências do Juiz e do Ministério Público;

da função, natureza e estrutura de cada uma das fases do processo;

dos modos de dirigir os atos processuais e de elaborar as peças escritas;

dos meios de prova e da realização dos procedimentos probatórios;

do processo decisório, em sede de inquérito, de instrução e de julgamento, com particular

destaque para os aspetos relativos à motivação da decisão e dos meios de recurso, em

especial quanto aos requisitos de admissibil idade e à motivação do recurso em primeira

instância.

A abordagem será casuística e orientada no sentido de proporcionar a consolidação

sistematizada dos conhecimentos jurídicos, bem como o domínio prático dos métodos jurídico e

judiciário na análise e resolução de casos, aliado a uma boa organização e método, tendo em vista uma

eficiente gestão do processo e um conhecimento das instituições judiciárias, da sua o rganização e

funcionamento, tanto na sua vertente jurídica como sociológica.

Será também numa dimensão casuística que deverão ser abordados temas e problemáticas do

direito penal, com incidência especial nos tipos de crimes mais frequentes ou relevantes na prática

judiciária, como o homicídio, ofensa à integridade física, violência doméstica, ameaça, coação, crimes

sexuais, furto, abuso de confiança, roubo, burla, falsificação de documentos, condução sob a influência

do álcool, condução sem carta, tráfico de estupefacientes e de substâncias psicotrópicas, detenção de

arma proibida e crime praticado com arma, entre outros, em cujo tratamento se incluirão as questões

mais pertinentes relacionadas com os direitos fundamentais e com o direito constitucional, a tratar

preferencialmente em articulação com os desenvolvimentos ao nível processual. Do mesmo modo

serão, a propósito da marcha do processo, i lustradas problemáticas relacionadas com a autoria, os

crimes cometidos por omissão e por negligência, causas de exclusão da il icitude e da culpa, a unidade e

Centro de Estudos Judiciários

Plano de Estudos - 31º Curso de Formação (TJ); 3.º Curso de Formação (TAF) 38

pluralidade de infrações, o crime continuado e o concurso de crimes, a comparticipação, o concurso de

normas ou o caso julgado e os l imites do poder de cognição.

Os temas e as questões problemáticas devem ser abordados, em regra, com apelo a situações

concretas, apoiados em processos reais e no estudo de elementos da doutrina e da jurisprudência

previamente selecionados ou com âmbito de pesquisa definido, privilegiando -se não só o

questionamento técnico-jurídico propriamente dito, mas também a abordagem das implicações sociais

e humanas de cada caso, tendo em conta ademais as vertentes da psicologia e sociologia judiciárias.

O tratamento dos casos, predominantemente por via de discussão oral, deverá ser

experimentado ou complementado mediante elaboração de peças escritas, seja com vista à iniciação

nos modos de execução técnica, seja como forma de aferir o grau de aprendizagem do auditor.

A formação específica e a distribuição dos temas far-se-á tendo em linha de conta a sua ligação

intrínseca com as funções e competências do Juiz e do Ministério Público no processo, mas sem prejuízo

de conjugação das abordagens complementares que se mostrem indispensáveis, adiantando -se como

competências fundamentais inerentes ao exercício de funções de ambas as magistraturas:

A determinação e diagnóstico do problema a resolver, a partir do caso, tendo por objetivo

alcançar a melhor solução do ponto de vista prático e jurídico (justiça do caso concreto), no

âmbito de um procedimento que respeite, no plano substantivo e processual, os direitos de

todas as pessoas envolvidas, sem prejuízo, antes pressupondo, do rastreio pedagógico de

situações pontuais em que tal objetivo não tenha sido plenamente alcançado;

Sustentação das decisões em sólidos conhecimentos de direito substantivo e processual,

tanto nacional como internacional;

Condução do processo com pleno respeito pelas regras éticas e deontológicas;

Conhecimento mínimo, mas efetivo, dos estatutos da vítima, do arguido, das testemunha s e

dos demais sujeitos e intervenientes processuais, como meio de garantia do efetivo respeito

pelos seus direitos e de exigência no cumprimento dos respetivos deveres;

Interiorização da importância da atualização, aprofundamento e partilha dos conhecimen tos

jurídicos;

A síntese e a clareza na abordagem e na decisão a proferir sobre as questões concretamente

colocadas, bem como na sua fundamentação de facto e de direito;

A fundamentação na sua dimensão de legitimação interna e externa e a sua função de

controlo objetivo do próprio ato decisório;

Sensibil ização para a importância da estruturação, conteúdo e dimensão das decisões

processuais – apelo ao direito fundamental a uma decisão em tempo razoável, que seja, além

do mais, compreensível, exequível e bas eada no bom senso;

A assertividade dos comportamentos e a sua adequação às circunstâncias, de acordo com as

concretas necessidades - passividade, atividade, autoridade e humildade;

Desenvolvimento e adequação da capacidade de expressão escrita e falada, bem como a

capacidade de gerir o tempo e os atos em prol dos objetivos a atingir, sempre concretamente

Centro de Estudos Judiciários

Plano de Estudos - 31º Curso de Formação (TJ); 3.º Curso de Formação (TAF) 39

definidos e assumidos, tendo ademais em conta a economia e a eficácia na condução do

processo – com destaque, na fase inicial do processo, para a importânc ia da direção efetiva

do inquérito criminal;

Capacidade de gestão dos conflitos, em especial na condução de dil igências e da audiência de

julgamento, garantindo e respeitando efetivamente os princípios da igualdade, do

contraditório, da imparcialidade, da lealdade e da confiança;

Capacidade de gestão do processo e do próprio serviço, de permanente procura e adoção das

melhores práticas profissionais, com espírito crítico e de abertura à inovação e criatividade e

ao trabalho e à decisão em coletivo;

Capacidade de adaptação, mas também de crítica e de ação relativamente a práticas

judiciárias julgadas inadequadas, quer do ponto de vista legal, ético e deontológico ou tendo

em conta as melhores práticas na gestão do processo ou do serviço;

Exigência de níveis adequados de autoformação, privilegiando-se o preenchimento das

unidades letivas das respetivas sessões de formação inicial com a discussão e abordagem

interativa dos temas a tratar, com base em casos concretos, tendo sempre ou

preferencialmente como ponto de partida peças processuais previamente selecionadas e

distribuídas, pelo menos em suporte digital, juntamente com a menção sumariada das

matérias a tratar e uma referência à jurisprudência fundamental dos tribunais internacionais

e nacionais, bem como à bibliografia essencial a consultar;

Na abordagem casuística, relevo especial ao tratamento dos tipos de crime mais frequentes,

mas também às temáticas jurídico-penais com uma maior atualidade ou dimensão

interdisciplinar, aproveitando-se na medida do possível os materiais das ações de formação

contínua que possam estar disponíveis;

A abordagem interativa poderá permitir, na espontaneidade das intervenções a realizar, a

discussão e tomada de decisões sobre questões não só técnico-jurídicas, mas também

culturais, éticas, deontológicas e de assertividade comportamental na condução do processo;

Numa perspetiva casuística e de aplicação dos métodos jurídico e judiciário, aproveitamento

máximo da realização de simulações, não teatrais ou de encenação, mas de experimentação

oral e escrita de despachos, de atos processuais mais simples ou de mera exercitação da

capacidade de decisão dos auditores;

Aquando da abordagem das fases processuais próprias e sempre que o tratamento dos casos

concretos o permita, dar especial atenção às questões da apreciação e valoração da prova –

tratamento da prova direta e indireta;

Estudar e implementar a participação dos formadores dos tribunais na formação inicial com

eventual deslocação dos auditores a audiências de julgamento.

O acompanhamento da evolução do processo formativo dos auditores implicará a verificação

prática das seguintes competências:

Centro de Estudos Judiciários

Plano de Estudos - 31º Curso de Formação (TJ); 3.º Curso de Formação (TAF) 40

Quanto à Magistratura Judicial

a) No fim do primeiro trimestre:

Ser capaz de diagnosticar um problema jurídico, apontando com poder de síntese as questões

concretas a resolver;

Saber enquadrar a solução jurídica encontrada nas normas constitucionais pertinentes e fazer

uma adequada ponderação dos valores e interesses fundamentais em causa;

Resolver questões relacionadas com a aplicação da lei penal e processual penal no tempo;

Saber conduzir um primeiro interrogatório judicial de arguido detido com domínio de todas as

regras processuais penais e constitucionais implicadas;

Dominar o procedimento processual de aplicação das medidas de coa ção ou de garantia

patrimonial;

Ser capaz de avaliar a prova indiciária e determinar em concreto a existência de indícios

suficientes ou de fortes indícios da prática de um crime;

Ser capaz de decidir em concreto a aplicação de uma medida de coação com pon deração

adequada dos respetivos pressupostos e dos princípios e direitos constitucionais pertinentes;

Ser capaz de elaborar um despacho de aplicação de medida de coação ou garantia

patrimonial, devidamente fundamentado de facto e de direito;

b) No fim do segundo trimestre:

Saber enumerar os factos concretos em função dos elementos objetivos e subjetivos típicos

constitutivos dos crimes tratados;

Ser capaz de proferir uma decisão de autorização de escutas e respetiva destruição, bem

como de autorização de revistas e buscas, de validação de apreensões, de emissão de

mandados de detenção, verificando a existência dos respetivos pressupostos;

Capacidade de prolação de decisão instrutória devidamente motivada de facto e de direito;

c) No fim do ciclo de formação:

Dominar os princípios e os requisitos formais e materiais atinentes à admissibil idade,

validade, produção e apreciação da prova em todas as fases do processo;

Saber conduzir uma audiência de julgamento com conhecimento e respeito pelos estatutos

do arguido, do ofendido e dos demais sujeitos e intervenientes processuais;

Ser capaz de proferir despachos no âmbito dos principais incidentes suscitados em audiência,

com ponderação efetiva dos valores da gestão do processo e do rigor na aplicação das

respetivas normas;

Capacidade de prolação de decisão nos recursos de processo de contraordenações, após

audiência de julgamento ou por simples despacho;

Centro de Estudos Judiciários

Plano de Estudos - 31º Curso de Formação (TJ); 3.º Curso de Formação (TAF) 41

Saber elaborar, perante um caso posto, uma sentença devidamente estruturada, completa e

fundamentada de facto e de direito, com técnica adequada de apreciação crítica da prova,

poder de síntese, clareza, objetividade, economia, tempestividade e bom senso;

Saber elaborar despachos de admissão de recursos e conhecer as normas relativas à sua

tramitação.

Quanto à Magistratura do Ministério Público

a) No fim do primeiro trimestre:

Com base numa participação criminal o auditor deverá ser capaz de aferir da verificação dos

pressupostos para o exercício da ação penal;

Ponderar a necessidade de submissão dos autos ao regime do segredo de justiça e proferir

despacho em conformidade;

Delinear planos de investigação em função da factualidade denunciada, incluindo a

oportunidade/necessidade de delegação e os moldes concretos desta, em casos de pequena

e média complexidade;

Apreciar a oportunidade/necessidade de recorrer a meios intrusivos de investigação, tais

como buscas, interseções telefónicas e formular o despacho a determinar/promover a sua

realização, em casos de pequena e média complexidade;

Apreciar a legalidade da detenção e formular o despacho de emissão de mandados de

detenção;

Conhecer as normas legais relativas ao interrogatório judicial e não judicial de arguido detido,

distinguir as funções desempenhadas por cada interveniente processual e adquirir as

competências básicas que lhe permitam participar e intervir ou dirigir essa dil igência;

Elaborar o despacho de apresentação de arguido detido a primeiro interrogatório judicial, em

casos de pequena e média complexidade;

Promover a aplicação de medidas de coação.

b) No fim do segundo trimestre:

Determinar e avaliar a legalidade dos meios de prova produzidos em inquérito;

Analisar a prova produzida na perspetiva da (in)existência de indícios suficientes;

Proferir o despacho de encerramento da fase de inquérito;

Participar nas dil igências de instrução;

Conhecer as normas legais relativas ao debate instrutório, distinguir as funções

desempenhadas por cada interveniente processual e adquirir as competências básicas que lhe

permitam participar e intervir nessa dil igência;

Centro de Estudos Judiciários

Plano de Estudos - 31º Curso de Formação (TJ); 3.º Curso de Formação (TAF) 42

c) No fim do ciclo de formação:

Conhecer as normas legais relativas à audiência de julgamento, distinguir as funções

desempenhadas por cada interveniente processual e adquirir as competências básicas que lhe

permitam participar e intervir nessa dil igência;

Ponderar a necessidade de promover a produção de novas provas;

Avaliar a prova produzida;

Interpor e motivar recursos;

Promover a l iquidação de penas.

O programa temático das sessões contém a respetiva calendarização, de forma a permitir

coordenar a gestão dos temas prioritários e definir a densidade com que cada tema deve ser tratado.

Planificação

1ª Semana – 6 a 10 de outubro

Formação comum - sessão conjunta (1 UL – Docente MJ e MP)

- Apresentação, programa, metodologia de trabalho e de avaliação.

Formação específica (1 UL – Docente MJ)

- Visita guiada a um processo. Análise de um processo criminal, a título de introdução, na

perspetiva do juiz.

Formação específica (1 UL – Docente MP)

- Visita guiada a um processo. Análise de um processo criminal, a título de introdução, na

perspetiva do Ministério Público.

2ª Semana – 13 a 17 de outubro

Formação comum (2 UL – Docente MJ)

- Direito Penal Constitucional: princípios gerais, direitos fundamentais e processo penal.

Formação comum (1 UL – Docente MP)

- O Ministério Público na Constituição e na justiça penal.

3ª Semana – 20 a 24 de outubro

Formação comum (1 UL – Docente MJ)

- A aplicação da lei penal e processual penal no tempo. O art.º 371º-A do Código de Processo Penal

Formação comum (2 UL – Docente MP)

- Legitimidade e competência do MP para a realização do inquérito. Notícia do crime. Queixa:

legitimidade, caducidade, desistência e renúncia.

Centro de Estudos Judiciários

Plano de Estudos - 31º Curso de Formação (TJ); 3.º Curso de Formação (TAF) 43

4ª Semana – 27 a 31 de outubro

Formação comum (2 UL – Docente MJ)

- Medidas de coação

Formação comum (1 UL – Docente MP)

- O Ministério Público e os órgãos de polícia criminal. Lei de Organização e Investigação Criminal.

5ª Semana – 3 a 7 de novembro

Formação específica (2 UL – Docente MJ)

- Medidas de coação.

Formação específica (2 UL – Docente MP)

- Delegação de competência nos OPC. Diretiva 1/2002 da PGR. O plano de investigação, em função

do tipo de crime.

6ª Semana – 10 a 14 de novembro

Formação comum (1 UL – Docente MJ)

- A intervenção do Juiz de Instrução Criminal no inquérito. Primeiro interrogatório judicial de

arguido detido.

Formação comum (2 UL – Docente MP)

- Detenção, constituição de arguido, despacho de apresentação de detido a interrogatório judicial

e interrogatório não judicial de arguido detido.

7ª Semana – 17 a 21 de novembro

Formação específica (2 UL – Docente MJ)

- Simulação de primeiro interrogatório judicial de arguido detido com prolação de despacho.

Formação específica (2 UL – Docente MP)

- Simulação de despacho de apresentação a interrogatório judicial de arguido detido e promoção

com vista à aplicação de medidas de coação. Simulação de interrogatório não judicial de arguido

detido com despacho.

8ª Semana – 24 a 28 de novembro

Formação específica (2 UL – Docente MJ)

- Simulação.

Formação específica (2 UL – Docente MP)

- Simulação.

9ª Semana – 1 a 5 de dezembro

Formação comum (1 UL – Docente MJ)

- Prova por declarações de arguido e coarguido.

Centro de Estudos Judiciários

Plano de Estudos - 31º Curso de Formação (TJ); 3.º Curso de Formação (TAF) 44

Formação comum (1 UL – Docente MP)

- Publicidade e segredo de justiça no inquérito. Registo dos atos e a sua valoração

10ª Semana – 8 a 12 de dezembro

Formação comum (2 UL – Docente MJ)

- Prova testemunhal. Depoimento indireto. Prova por acareação. Declarações para memória

futura.

Formação comum (2 UL – Docente MP)

- Princípios gerais da prova essencialmente ligados à sua recolha e produção. Proibições de prova.

11ª Semana – 15 a 19 de dezembro

Formação comum (1 UL – Docente MJ)

- Regime jurídico da proteção de testemunhas.

Formação comum (1 UL – Docente MP)

- Prova documental (incluindo a transmissibilidade de documentos entre procedimentos).

(férias judiciais)

12ª Semana – 5 a 9 de janeiro

Formação comum (1 UL – Docente MJ)

- Exames e perícias. Perícias médico-legais e forenses – organização médico-legal

Formação comum (2 UL – Docente MP)

- Revistas, buscas e apreensões.

13ª Semana – 12 a 16 de janeiro

Formação comum (1 UL – Docente MJ)

- Exames e perícias.

Formação comum (2 UL – Docente MP)

- Prova por reconhecimento e prova por reconstituição do facto. Medidas cautelares e de polícia.

14ª Semana – 19 a 23 de janeiro

Formação comum (2 UL – Docente MJ)

- Escutas telefónicas

Formação comum (2 UL – Docente MP)

- Extensão do regime das escutas telefónicas (art.º 189º do CPP). Registo de voz e imagem (Lei nº

5/2002). Reproduções mecânicas. Regimes de videovigilância.

Centro de Estudos Judiciários

Plano de Estudos - 31º Curso de Formação (TJ); 3.º Curso de Formação (TAF) 45

15ª Semana – 26 a 30 de janeiro

Formação comum (1 UL – Docente MJ)

- Escutas telefónicas

Formação específica (2 UL – Docente MP)

- Meios de prova e meios de obtenção de prova - conclusão e estudo de casos

16ª Semana – 2 a 6 de fevereiro

Módulo: Prova digital e prova em ambiente digital

Sessão conjunta (2 a 4 UL – Docente MJ e MP)

- Prova digital e prova em ambiente digital

17ª Semana – 9 a 13 de fevereiro

Módulo: Cooperação Judiciária Internacional

Sessão conjunta (2 a 4 UL – Docente MJ e MP)

- Cooperação judiciária internacional

18ª Semana – 16 a 20 de fevereiro

Formação comum (1 UL – Docente MJ)

- A fase de instrução

Formação comum (2 UL – Docente MP)

- Encerramento do inquérito: Prazos de inquérito, comunicação dos atos, conceito de indícios

suficientes. A acusação.

19ª Semana – 23 a 27 de fevereiro

Formação comum (1 UL – Docente MJ)

- A fase de instrução

Formação específica (2 UL – Docente MP)

- A acusação

20ª Semana – 2 a 6 de março

Formação comum (1 UL – Docente MJ)

- A fase de instrução

Formação comum (1 UL – Docente MP)

- O arquivamento dos artºs 277º e 280º do CPP. A suspensão provisória do processo.

Formação específica (1 UL – Docente MP)

- O arquivamento dos artºs 277º e 280º do CPP. A suspensão provisória do processo.

Centro de Estudos Judiciários

Plano de Estudos - 31º Curso de Formação (TJ); 3.º Curso de Formação (TAF) 46

21ª Semana – 9 a 13 de março

Formação específica (1 UL – Docente MJ)

- A fase de instrução.

Formação específica (2 UL – Docente MP)

- O despacho de encerramento do inquérito - conclusão e estudo de casos.

22ª Semana – 16 a 20 de março

Formação específica (2 UL – Docente MJ)

- A decisão instrutória. Simulação do respetivo despacho.

Formação específica (2 UL – Docente MP)

- O encerramento do inquérito. Simulação do respetivo despacho

23ª Semana – 23 a 27 de março

Formação comum (2 UL – Docente MJ)

- A fase de julgamento. A audiência de julgamento. Admissibilidade e produção da prova em

audiência

Formação comum (2 UL – Docente MP)

- Processos especiais: sumário, sumaríssimo, abreviado

(férias judiciais)

24ª Semana – 7 a 10 de abril

Formação comum (2 UL – Docente MJ)

- A fase de julgamento. Alteração substancial e não substancial dos factos. Reabertura da

audiência para a determinação da sanção.

Formação comum (1 UL – Docente MP)

- Recursos em processo penal.

25ª Semana – 13 a 17 de abril

Formação comum (1 UL – Docente MJ)

- Penas – escolha e determinação da medida da pena

Formação específica (1 UL – Docente MP)

- Recursos em processo penal - conclusão e estudo de casos.

26ª Semana – 20 a 24 de abril

Sessão conjunta (3 UL – Docente MJ e MP)

- Simulação de julgamento

Centro de Estudos Judiciários

Plano de Estudos - 31º Curso de Formação (TJ); 3.º Curso de Formação (TAF) 47

27ª Semana – 27 a 30 de abril

Formação comum (2 UL – Docente MJ)

- Escolha e determinação da medida da pena.

Formação comum (2 UL – Docente MP)

- O concurso superveniente de crimes e o crime continuado

(Semana de 4 a 8 de maio – Estágio Intercalar)

28ª Semana – 11 a 15 de maio

Formação comum (2 UL – Docente MJ)

- Escolha e determinação da medida da pena. Cúmulo jurídico.

Formação comum (2 UL – Docente MP)

- Perda de bens a favor do Estado - no Código Penal e na Lei nº 5/2002. Ações encobertas e

entregas controladas.

29ª Semana – 18 a 22 de maio

Formação comum (2 UL – Docente MJ)

- A sentença penal. O pedido de indemnização cível.

Formação comum (1 UL – Docente MP)

- Responsabilidade penal das pessoas coletivas: perspetiva substantiva e processual.

30ª Semana – 25 a 29 de maio

Formação específica (2 UL – Docente MJ)

- A sentença penal. Conclusão.

Formação comum (1 UL – Docente MP)

- Prescrição do procedimento criminal.

31ª Semana – 1 a 5 de junho

Formação específica (2 UL – Docente MJ)

- Simulação

Formação específica (2 UL – Docente MP)

- Simulação

32ª Semana – 8 a 12 de junho

Formação específica (Docente MJ)

- Assistência a julgamento (Secções Criminais da Instância Central de Lisboa)

Formação específica (Docente MP)

- Assistência a julgamento (Secções Criminais da Instância Central de Lisboa)

Centro de Estudos Judiciários

Plano de Estudos - 31º Curso de Formação (TJ); 3.º Curso de Formação (TAF) 48

33ª Semana – 15 a 19 de junho

Formação comum (1 UL – Docente MJ)

- Contraordenações: Natureza do il ícito de mera ordenação social e i l ícito penal, princípio da

legalidade (tipicidade), autoria e comparticipação, responsabilidade da pessoa coletiva. A decisão

da autoridade administrativa no processo de contraordenação, estrutura e conteúdo. Critérios de

determinação da medida concreta da sanção. A admoestação e as sanções acessórias

Formação comum (2 UL – Docente MP)

- Processo de contraordenação – fase administrativa. Competência das autoridades

administrativas, competência em caso de concurso de infrações (crime e contraordenação),

segredo de justiça e segredo profissional, legalidade versus oportunidade, pagamento voluntário

e implicações processuais, prescrição do procedimento contraordenacional. Prova e defesa na

fase administrativa do processo de contraordenação – medidas cautelares, métodos de obtenção

de prova admissíveis, medidas de coação, audição e defesa.

34ª Semana – 22 a 26 de junho

Formação comum (2 UL – Docente MJ)

- Concurso de contraordenações e cúmulo jurídico. Concurso de crime e contraordenação. Perda

de objetos e valores. A fase judicial do processo de contraordenação – tribunal competente,

intervenção do MP, decisão por despacho judicial ou marcação da audiência e produção de

prova. A valoração da prova na fase administrativa e na fase judicial. Critérios da determinação

da sanção e proibição da reformatio in pejus.

Formação comum (1 UL – Docente MP)

- Recursos. Custas. Execução das sanções.

35ª Semana – 29 de junho a 3 de julho

Módulo: Violência Doméstica

Sessão conjunta (2 a 4 UL – Docente MJ e MP)

- Violência doméstica

36ª Semana – 6 a 10 de julho

Formação específica (2 UL – Docente MJ)

- Síntese de atividades

Formação específica (2 UL – Docente MP)

- Síntese de atividades

15 de julho - encerramento do curso

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Plano de Estudos - 31º Curso de Formação (TJ); 3.º Curso de Formação (TAF) 49

2.2.3. Direito da Família e das Crianças

Linhas programáticas e metodologia

O programa assenta na previsão de 36 sessões de 3 horas semanais para cada um dos 4 grupos.

No programa, estão incluídas 4 exercitações escritas, a realizar na sessão.

Enunciam-se também os objetivos que os auditores devem atingir após a lecionação das várias

unidades letivas.

Finalmente, prevê-se a realização, em horário das sessões, de visitas a várias instituições, em

consonância com os atinentes conteúdos ministrados em sessão.

Objetivos formativos

Dar a conhecer as novas regras de organização judiciária em matéria de Direito da Família e

das Crianças;

Sensibil izar o auditor de justiça para o universo dos princípios fundamentais e estruturantes

do Direito da Família e das Crianças, habilitando-o a aplicar diretamente normas

convencionais de cariz internacional, mesmo em situações em que a lei escrita nacional não

lhe oferece resposta cabal;

Sensibil izar o auditor de justiça para a realidade chamada «CRIANÇA», lendo -a por lentes

pluridisciplinares, que a abarquem na unidade jurídica e social por ela constituída, enquanto

sujeito autónomo de direitos;

Fazer compreender ao auditor de justiça que o «interesse superior da criança» não é apenas

uma construção cultural que só deva interessar ao jurista;

Sensibil izar o auditor de justiça para a necessidade inelutável de substituição da ficção

chamada «MENOR» (criação originária do Direito), com uma validade estritamente jurídica,

pela figura da «CRIANÇA», realidade antropológica anterior ao Direito (rutura de um tempo

antigo por um novo tempo, sempre renovado em expressões polifórmicas e

interdisciplinares);

Sensibil izar o auditor de justiça para a necessidade de encarar o Direito das Crianças e dos

Jovens como um autónomo ramo do Direito Civil, distanciando-se do regime do Direito Civil, e

que encara o cidadão «CRIANÇA» (sujeito englobado numa autónoma cultura), não como um

adulto em potência, mas como um ser autónomo e completo em direitos;

Habilitar o auditor de justiça a reconhecer o novo paradigma do Divórcio em Portugal, após a

publicação da Lei n.º 61/2008, de 31/10, identificando, com propriedade, as consequências

pessoais e patrimoniais do decretamento do mesmo e o edifício processual da figura, tanto

no âmbito dos Tribunais, como no das Conservatórias do Registo Civil (com especial ênfase na

Centro de Estudos Judiciários

Plano de Estudos - 31º Curso de Formação (TJ); 3.º Curso de Formação (TAF) 50

tramitação do inventário para separação de meações, nos alimentos devidos a ex-cônjuges e

no incidente de atribuição da util ização da casa de morada de família);

Sensibil izar o auditor de justiça, futuro magistrado do MP, para a organização dos serviços do

Ministério Público e para as inúmeras competências criadas, por força do Decreto-Lei n.º

272/2001 de 13/10, para o Ministério Público, e para as melhores práticas no exercício dessa

magistratura, de acordo com as suas estatutárias e legais funções;

Sensibil izar o auditor de justiça para as intervenções corretas, sob os pontos de vista

substantivo e adjetivo, no âmbito das ações de fi l iação, mormente, as seguintes:

Averiguações oficiosas

- para investigação da maternidade ou paternidade;

- para impugnação da paternidade presumida.

Investigação da maternidade

Impugnação da maternidade

Investigação da paternidade

Impugnação da paternidade

Impugnação da perfi lhação;

À luz do regime das responsabilidades parentais, gizado pela Lei n.º 61/2008, de 31/10,

habilitar o auditor de justiça a identificar as questões que urge decidir nas ações e processos

de:

a) Regulação do exercício das responsabilidades parentais, seus incidentes e alteração;

b) Limitação do exercício das responsabilidades parentais;

c) Inibição do exercício das responsabilidades parentais;

d) Tutela e administração de bens;

e) Entrega judicial de menor;

f) Apadrinhamento civil;

Habilitar o auditor de justiça a identificar os vários institutos previstos na lei como

«providências tutelares cíveis», adaptando o caso concreto que é chamado a resolver ao

instituto tido como mais adequado;

Habilitar o auditor de justiça a identificar o campo de aplicação da providência tutelar cível

«apadrinhamento civil», à luz da Lei n.º 103/09, de 11/9, contribuindo para a sua dinamização

e para o seu eficaz implemento no conjunto de respostas legais para as situações de crianças

institucionalizadas sem vocação para a adoção ou de crianças adotáveis cujo projeto adotivo

ruiu;

Sensibil izar o auditor de justiça para a necessidade de implementação da mediação familiar

como forma integrada e alternativa de resolução dos conflitos familiares, não numa ótica de

«vencedor» e «vencido» mas de partes colaborantes entre si, na senda da procura do melhor

bem-estar da criança;

Centro de Estudos Judiciários

Plano de Estudos - 31º Curso de Formação (TJ); 3.º Curso de Formação (TAF) 51

Sensibil izar o auditor de justiça para a necessidade de imprimir rigor científic o à intervenção

judiciária nesta Área que, apesar de navegar, primacialmente, em águas de jurisdição

voluntária, não deve abdicar das mínimas balizas legais;

Sensibil izar o auditor de justiça para a panóplia de instrumentos jurídicos de cariz comunitário

e convencional, agrupantes de um verdadeiro «Direito Internacional da Família e das

Crianças», aplicável sempre que a situação vivencial de uma criança se desenrole em palcos

transfronteiriços, justificada pela atual e fácil l iberdade de circulação de pesso as no espaço

europeu e mundial;

Habilitar o auditor de justiça a saber diagnosticar as situações de perigo que uma criança

possa vivenciar, identificando sinais de alarme capazes de exigir a imediata e urgente

intervenção do sistema de proteção em Portugal , edificado pela Lei n.º 147/99 de 1/9;

Habilitar o auditor de justiça a conhecer, sob os prismas substantivo e adjetivo, o sistema de

proteção em Portugal;

Habilitar o auditor de justiça a identificar as questões que urge decidir nas ações e processos

de:

a) Confiança judicial com vista a adoção;

b) Adoção (nacional e internacional);

Sensibil izar o auditor de justiça para a necessidade de agil izar procedimentos tendentes ao

decretamento da adotabilidade e da adoção de uma criança em tempo útil (respeitando o

específico «tempo da criança») e com vocação de definitividade;

Habilitar o auditor de justiça a identificar as várias formas de estabelecimento da

adotabilidade de uma criança em Portugal;

Habilitar o auditor de justiça a concluir que o encaminhamento de um determinado caso para

a adoção passa pela necessária inter-relação com considerações de ordem psicológica, social

e jurídica, dependendo a solução concreta da compatibil ização possível destes três tipos de

abordagens - quer isto dizer que será preciso deci dir como orientar um determinado caso

social, dentro dos recursos existentes e das normas legais em vigor, tendo em conta as

vantagens e inconvenientes previsíveis para o desenvolvimento global da criança, e a

possibil idade de estabelecimento e consolidaçã o de uma relação afetiva adequada com a

família adotante;

Habilitar o auditor de justiça a melhor l idar com a criança que pratica factos qualificados na lei

como crimes, explorando os seus talentos para a desejável recondução a uma reeducação

para o Direito;

Sensibil izar o auditor de justiça para a especificidade e autonomia do Direito Tutelar

Educativo, criado pela Lei n.º 166/99 de 14/9, face aos Direito Penal e Direito Processual

Penal, reconduzindo-o a uma ideia de ressocialização do ser prevaricante, numa tentativa de

o guiar ao mundo das regras civil izacionais de um Estado de Direito;

Centro de Estudos Judiciários

Plano de Estudos - 31º Curso de Formação (TJ); 3.º Curso de Formação (TAF) 52

Mostrar ao auditor de justiça o funcionamento, ao vivo, de uma Comissão de Proteção de

Crianças e Jovens, de uma Casa Abrigo para vítimas de violência doméstica, de um Centro de

Acolhimento Temporário do Conselho Português para os Refugiados, de um Centro de

Acolhimento Temporário, de um Lar de Infância e Juventude (estes dois últimos sob a égide

da LPCJP) e de um Centro Educativo.

EM SÍNTESE e faseadamente, estabelecem-se como metas as seguintes:

Até ao final da 13.ª semana:

1. Aquisição e consolidação conceptual dos grandes princípios estruturantes em matéria de

Direito da Família e das Crianças e domínio da sua aplicabilidade prática;

2. Conhecimento das novas regras de organização judiciária em matéria de Direito da Família e

das Crianças;

3. Conhecimento do direito substantivo e processual em matéria de divórcio e inventário para

separação de meações, fi l iação, investigação e impugnação de paternidade e maternidade e

exercício das responsabilidades parentais;

4. Conhecimento do âmbito de intervenção do Ministério Público em matéria do Direito da

Família e das Crianças e das competências decorrente do DL nº.272/2001, de 13.10 e

assimilação das melhores práticas no exercício dessa magistratura, de acordo com as suas

estatutárias e legais funções.

Até ao final da 35.ª semana:

1. Aquisição e consolidação do conhecimento dos instrumentos comunitários e internacionais

relevantes em matéria de Direito da Família e das Crianças e do domínio da sua aplicabilidade

prática;

2. Conhecimento dos princípios norteadores e do direito substantivo e processual no âmbito da

intervenção de promoção dos direitos e proteção das crianças e jovens em perigo;

3. Conhecimento do direito substantivo e processual em matéria de procedimentos pré-

adotivos e de adoção;

4. Conhecimento dos princípios norteadores e do direito substantivo e processual no âmbito da

intervenção tutelar educativa;

5. Domínio das boas práticas respeitantes às especificidades processuais próprias dos diversos

tipos de intervenção, no âmbito das matérias assinaladas em 2., 3. e 4.

São, POIS, os seguintes os GRANDES TEMAS a tratar:

A – Organização Judiciária na área do Direito da Família e das Crianças e os princípios gerais

de intervenção nessa área

B – Fi l iação, investigação e impugnação de paternidade e maternidade

C – Divórcio e Inventário para separação de meações

Centro de Estudos Judiciários

Plano de Estudos - 31º Curso de Formação (TJ); 3.º Curso de Formação (TAF) 53

D – Intervenção do Ministério Público em matéria do Direito da Família e das Crianças

E – Responsabilidades Parentais

F – Direito Internacional da Família - instrumentos comunitários e internacionais relevantes

em matéria do Direito da Família e das Crianças

G – Intervenção em situações de Crianças e Jovens em Perigo – o processo de promoção e

proteção

H – Adoção

I – Delinquência Juvenil

Planificação

PRIMEIRO TRIMESTRE

(de 1 de outubro a 19 de dezembro de 2014)

1.ª e 2.ª Sessões – módulo de formação comum:

A – A organização judiciária na área do Direito da Família e das Crianças e os princípios gerais de

intervenção nessa área

A organização judiciária nesta Área (o novo mapa judiciário)

A Constituição da República Portuguesa e o Direito da Família e das Crianças – princípios

constitucionais básicos;

A Convenção sobre os Direitos da Criança e outros instrumentos supranacionais relevantes;

A Organização Tutelar de Menores;

A reforma legislativa do Direito das Crianças e Jovens (Leis n.ºs

147/99, de 1/9, e 166/99, de 14/9).

3.ª Sessão – módulo de formação comum:

B - Filiação, investigação e impugnação de paternidade e maternidade

Introdução ao tema.

4ª Sessão – módulo de formação específica para a magistratura judicial:

B - Filiação, investigação e impugnação de paternidade e maternidade

Matéria a abordar na ótica da atividade da magistratura judicial, onde ganham p articular relevo as

seguintes temáticas:

Intervenção judicial no processo de averiguação oficiosa da paternidade e maternidade.

Seleção da matéria de facto nas ações de fi l iação.

A sentença nas ações de fi l iação.

4ª Sessão – módulo de formação específica para a magistratura do MP:

B - Filiação, investigação e impugnação de paternidade e maternidade

Matéria a abordar na ótica da atividade da magistratura do Ministério Público, onde ganham particular

relevo as seguintes temáticas:

Centro de Estudos Judiciários

Plano de Estudos - 31º Curso de Formação (TJ); 3.º Curso de Formação (TAF) 54

Averiguação oficiosa da paternidade e maternidade.

A preparação da instauração da ação de investigação de paternidade/maternidade; a elaboração da

petição inicial.

A preparação da instauração da ação de impugnação da paternidade presumida; a elaboração da

petição inicial.

5.ª e 6ª Sessões – módulo de formação específica para a magistratura judicial:

C – Divórcio e Inventário para separação de meações

Divórcio sem o consentimento de um dos cônjuges - questões substantivas e processuais;

O despacho saneador, a prova e a sentença;

A tramitação do inventário para separação de meações;

Os alimentos devidos a ex-cônjuges;

A atribuição da util ização da casa de morada de família.

5.ª e 6ª Sessões – módulo de formação específica para a magistratura do MP :

D - Intervenção do Ministério Público em matéria do direito da família e das crianças

organização dos serviços, processos administrativos e atendimento ao público;

competências do Decreto-Lei n.º 272/2001, de 13/10.

7.ª e 8ª Sessões – módulo de formação comum:

E - Responsabilidades Parentais

Regulação do exercício das responsabilidades parentais – guarda/residência (exercício conjunto,

exercício unilateral), contactos, alimentos e outras questões substantivas e processuais;

Alteração de regime do exercício das responsabilidades parentais;

Incumprimento de regime do exercício das responsabilidades parentais.

9.ª Sessão – módulo de formação específica para a magistratura judicial:

E - Responsabilidades parentais

Matéria a abordar na ótica da atividade da magistratura judicial, onde ganham particular relevo as

seguintes temáticas:

Processo de regulação do exercício das responsabilidades parentais, a conferência de pais, a

audiência de discussão e julgamento e a sentença;

Incidentes de incumprimento de regime do exercício das responsabilidades parentais,

guarda/residência, contactos e alimentos, aqui se incluindo a intervenção do Fundo de Garantia dos

Alimentos devidos a Menores.

9.ª Sessão – módulo de formação específica para a magistratura do MP :

E - Responsabilidades parentais

Matéria a abordar na ótica da atividade do Ministério Público, onde ganham particular relevo as seguintes

temáticas:

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Plano de Estudos - 31º Curso de Formação (TJ); 3.º Curso de Formação (TAF) 55

Intervenção em sede de apreciação do acordo quanto ao exercício das responsabilidades parentais

relativo a fi lhos menores, no âmbito do divórcio por mútuo consentimento;

Instauração oportuna da providência tutelar cível adequada ao caso concreto;

Incidentes de incumprimento de regime do exercício das responsabilidades parentais,

guarda/residência, contactos e alimentos, aqui se incluindo o ac ionamento do Fundo de Garantia

dos Alimentos devidos a Menores.

10.ª Sessão – módulo de formação específica para a magistratura judicial:

E - Responsabilidades Parentais

Elaboração de peça processual simulada.

10.ª Sessão – módulo de formação específica para a magistratura do MP:

E - Responsabilidades Parentais

Elaboração de peça processual simulada.

11.ª Sessão – módulo de formação específica para a magistratura judicial:

E - Responsabilidades Parentais

Limitações ao exercício das responsabilidades parentais;

Inibição do exercício das responsabilidades parentais;

Formas de suprimento das responsabilidades parentais – a tutela;

O apadrinhamento civil;

Mediação familiar.

11.ª Sessão – módulo de formação específica para a magistratura do MP :

E - Responsabilidades Parentais

Limitações ao exercício das responsabilidades parentais;

Inibição do exercício das responsabilidades parentais;

Formas de suprimento das responsabilidades parentais – a tutela;

O apadrinhamento civil;

Mediação familiar.

SEGUNDO TRIMESTRE

(de 5 de janeiro a 27 de março de 2015)

12.ª Sessão – módulo de formação comum:

E - Responsabilidades Parentais

Simulação de conferência de pais no âmbito de processo de regulação do exercício das

responsabilidades parentais.

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Plano de Estudos - 31º Curso de Formação (TJ); 3.º Curso de Formação (TAF) 56

13.ª Sessão – módulo de formação comum:

E - Responsabilidades Parentais

Visita a uma Casa Abrigo para vítimas de violência doméstica

14.ª Sessão – módulo de formação comum:

F – Direito Internacional da Família - Instrumentos comunitários e internacionais relevantes em

matéria do Direito da Família e das Crianças

Cooperação judiciária internacional: regras de competência judiciária internacional, regras de

conflitos de leis, reconhecimento e execução de sentenças estrangeiras;

Aspetos civis do rapto internacional de crianças;

Cobrança de alimentos no estrangeiro.

15.ª Sessão – módulo de formação específica para a magistratura judicial:

F – Direito Internacional da Família - Instrumentos comunitários e internacionais relevantes em

matéria do Direito da Família e das Crianças

Continuação do estudo do tema.

15.ª Sessão – módulo de formação específica para a magistratura do MP :

F – Direito Internacional da Família - Instrumentos comunitários e internacionais relevantes em

matéria do Direito da Família e das Crianças

Continuação do estudo do tema.

16.ª Sessão – módulo de formação comum:

G - Intervenção em situações de Crianças e Jovens em Perigo – o processo de promoção e proteção

Princípios orientadores da intervenção;

Intervenção não judiciária;

As entidades com competência em matéria de infância e juventude;

As Comissões de Proteção de Crianças e Jovens;

O papel do Ministério Público no sistema de proteção de crianças e jovens;

O processo judicial de promoção e proteção;

Medidas de proteção.

17.ª Sessão – módulo de formação específica para a magistratura judicial:

G - Processo de promoção e proteção

Na ótica da intervenção judicial, com particular destaque para:

A apensação de processos e a harmonização de decisões;

As fases de instrução e de decisão do processo judicial de promoção e proteção;

O conteúdo da decisão que aplica medida de proteção;

Aspetos específicos da medida de confiança com vista a futura adoção.

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Plano de Estudos - 31º Curso de Formação (TJ); 3.º Curso de Formação (TAF) 57

17.ª Sessão – módulo de formação específica para a magistratura do MP :

G - Processo de promoção e proteção

Na ótica da intervenção do Ministério Público, com particular destaque para:

A atividade do magistrado interlocutor da comissão de proteção de crianças e jovens;

O papel de dinamizador da articulação entre a segurança social, as instituições de acolhi mento,

outras entidades com competência em matéria de infância e juventude e as comissões de proteção

de crianças de jovens;

Outras atribuições do Ministério Público, no âmbito da promoção e defesa dos direitos das crianças;

A articulação do processo de promoção e proteção com eventuais providências tutelares cíveis

pendentes ou a instaurar;

Aspetos específicos da medida de confiança com vista a futura adoção.

18.ª Sessão – módulo de formação comum:

G - Intervenção em situações de Crianças e Jovens em Perigo

Visita a uma Comissão de Proteção de Crianças e Jovens.

19.ª Sessão – módulo de formação comum:

G - Intervenção em situações de Crianças e Jovens em Perigo

Continuação do estudo do tema.

20.ª Sessão – módulo de formação específica para a magistratura judicial:

G – Intervenção em situações de Crianças e Jovens em Perigo

Continuação do estudo do tema.

20.ª Sessão – módulo de formação específica para a magistratura do MP :

G - Processo de promoção e proteção

Continuação do estudo do tema.

21.ª Sessão – módulo de formação específica para a magistratura judicial:

G - Processo de promoção e proteção

Elaboração de peça processual simulada.

21.ª Sessão – módulo de formação específica para a magistratura do MP :

G - Processo de promoção e proteção

Elaboração de peça processual simulada.

22.ª Sessão – módulo de formação comum:

G - Processo de promoção e proteção

Simulação de ato processual.

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Plano de Estudos - 31º Curso de Formação (TJ); 3.º Curso de Formação (TAF) 58

23.ª Sessão – módulo de formação comum:

G - Processo de promoção e proteção

Visita a Centro de Acolhimento Temporário do Conselho Português para os Refugiados.

TERCEIRO TRIMESTRE

(de 7 de abril a 10 de julho de 2015)

24.ª Sessão – módulo de formação comum:

G - Processo de promoção e proteção

Visita a um Centro de Acolhimento Temporário ou a um Lar de Infância e Juventude (LPCJP).

25.ª Sessão – módulo de formação comum:

H - Adoção

Consentimento prévio para a adoção;

Confiança administrativa com vista à adoção;

Confiança judicial com vista à adoção e medida protetiva prevista no art.35º., nº.1 alínea g) da Lei de

Proteção de Crianças e Jovens e Perigo;

O processo de constituição do vínculo da adoção;

A adoção internacional.

26.ª Sessão – módulo de formação específica para a magistratura judicial:

H - Adoção

Na ótica da intervenção judicial, com especi al incidência para os processos de consentimento prévio

para a adoção, de confiança judicial, da medida protetiva prevista no art.35º., nº.1 al.g) da LPCJP e

de constituição do vínculo da adoção.

26.ª Sessão – módulo de formação específica para a magistratura do MP:

H - Adoção

Na ótica da intervenção do Ministério Público, com especial incidência para a intervenção na

definição do projeto de vida «adoção».

27.ª Sessão – módulo de formação específica para a magistratura judicial:

H - Adoção

Elaboração de peça processual simulada.

27.ª Sessão – módulo de formação específica para a magistratura do MP :

H - Adoção

Elaboração de peça processual simulada.

Centro de Estudos Judiciários

Plano de Estudos - 31º Curso de Formação (TJ); 3.º Curso de Formação (TAF) 59

28.ª Sessão – módulo de formação específica para a magistratura judicial:

H - Adoção

Continuação do estudo do tema.

28.ª Sessão – módulo de formação específica para a magistratura do MP :

H - Adoção

Continuação do estudo do tema.

29.ª e 30ª Sessões – módulo de formação comum:

I - Delinquência Juvenil

Aspetos sociais e jurídicos;

Intervenção judiciária:

- Pressupostos da intervenção;

- O processo tutelar educativo;

- Medidas tutelares educativas.

Articulação entre a intervenção tutelar educativa e a de promoção e proteção.

31.ª Sessão – módulo de formação específica para a magistratura judicial:

I - Processo tutelar educativo

Na ótica da intervenção judicial, com destaque para:

Decisão de aplicação de medida cautelar;

Audiência preliminar;

Audiência;

Execução da medida tutelar.

31.ª Sessão – módulo de formação específica para a magistratura do MP :

I - Processo tutelar educativo

Na ótica da intervenção do Ministério Público, com destaque para:

Fase do inquérito;

Sessão conjunta de prova;

Suspensão do processo;

Encerramento do inquérito;

Papel do Ministério Público na aplicação e execução da medida tutelar.

32.ª Sessão – módulo de formação específica para a magistratura judicial:

I – Processo Tutelar Educativo

Elaboração de peça processual simulada.

32.ª Sessão – módulo de formação específica para a magistratura do MP :

I – Processo Tutelar Educativo

Elaboração de peça processual simulada.

Centro de Estudos Judiciários

Plano de Estudos - 31º Curso de Formação (TJ); 3.º Curso de Formação (TAF) 60

33.ª Sessão – módulo de formação comum:

I - Delinquência Juvenil

Simulação de audiência.

34.ª Sessão – módulo de formação específica para a magistratura judicial:

I – Processo Tutelar Educativo

Continuação do estudo do tema.

34.ª Sessão – módulo de formação específica para a magistratura do MP :

I – Processo Tutelar Educativo

Continuação do estudo do tema.

35.ª Sessão – módulo de formação comum:

I - Delinquência Juvenil

Visita a um Centro Educativo.

36.ª Sessão – módulo de formação comum:

Síntese e balanço final.

2.2.4. Direito do Trabalho e da Empresa

Linhas programáticas e metodologia

Aos auditores de justiça será proporcionada no âmbito da Jurisdição Laboral, de modo

sequencial, a abordagem:

dos temas de processo do trabalho, na perspetiva da compreensão da natureza e dos meios

de tutela cível, nas espécies declarativa e cautelar;

da natureza e dos meios de tutela criminal e contraordenacional;

dos princípios estruturantes e da sistemática de cada uma das tipologias processuais

correspondentes àqueles meios de tutela;

das esferas de competência e modos de atuação dos diversos intervenientes processuais, com

clara diferenciação das funções do Juiz e do Ministério Público;

dos modos de definição e desenvolvimento dos termos e dos l itígios individuais e coletivos,

com especial incidência na técnica de tratamento e seleção dos factos;

da tramitação geral do processo declarativo comum e dos processos especiais emergentes de

acidente de trabalho e doença profissional, dos procedimentos cautelares e das

contraordenações laborais e da segurança social, e de impugnação judicial da regularida de e

l icitude do despedimento;

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Plano de Estudos - 31º Curso de Formação (TJ); 3.º Curso de Formação (TAF) 61

das suas particularidades face aos termos gerais dos processos civil e penal, e enquanto

regimes subsidiários das tipologias processuais laborais, em particular quanto aos princípios

enformadores e orientadores, fases proces suais e elaboração das correspondentes peças,

regras de direito probatório, e ao julgamento da matéria de facto e de direito.

Serão enunciados e tratados os temas e as problemáticas do direito do trabalho e da empresa,

onde se incluem as matérias dos direitos fundamentais dos sujeitos laborais, as tipologias contratuais de

maior incidência prática, como é o caso da contratação a termo resolutivo (certo e incerto), contrato de

trabalho temporário e outros contratos de trabalho com regime especial, os princípios enformadores e

as principais regras sobre saúde e segurança no trabalho, os temas de direito comunitário, seguindo de

perto a jurisprudência dos nossos tribunais superiores e do TJUE, bem como as questões de direito das

sociedades, em particular a insolvência do empregador e ainda a responsabilidade dos sócios gerentes e

dos empregadores perante os trabalhadores enquanto credores, ainda que se não verifique a

insolvência – temática esta a articular com a jurisdição cível.

A formação dirigida a auditores, futuros Magistrados, implica também um particular enfoque na

conduta pró-ativa que deve ser assumida por estes no que se refere aos mecanismos da resolução

amigável dos l itígios, designadamente em sede de conciliação, bem como na busca da verdade mater ial

e uso das demais ferramentas processuais decorrentes dos princípios estruturantes do processo laboral;

isto sem prejuízo da aquisição das noções fundamentais sobre ética e deontologia profissional e da

sensibil ização para a necessidade de permanente reflexão sobre a função judicial, o seu contexto

económico e social, numa perspetiva de comunicabilidade, abertura e transparência da justiça próprias

de uma sociedade democrática.

A abordagem dos temas será casuisticamente orientada, no sentido de proporci onar uma

primeira aproximação e a consolidação sistematizada dos conhecimentos jurídicos, bem como o

domínio prático do método jurídico e judiciário na análise e resolução dos casos, com destaque para as

técnicas de hermenêutica jurídica aqui aplicáveis. As diversas temáticas baseiam-se, como regra, em

situações concretas, sempre que possível em processos reais, assim como em elementos da

jurisprudência e da doutrina, previamente selecionados ou com âmbito de pesquisa definido.

Os diversos temas e o seu tratamento decorrerão, em regra, da discussão oral e do debate, que

poderão ser complementados através de exercitação escrita, previamente calendarizada, seja com vista

à iniciação dos modos de execução técnica, seja como modo de aferir o grau de aprendizagem do

auditor.

A distribuição das diversas matérias será feita indistintamente pelo corpo docente que lhe está

afeto, embora as que respeitem especificamente ao modo de intervenção de cada magistratura devam

ser, em princípio, asseguradas por docentes dela s provenientes.

Os objetivos pedagógicos essenciais para os auditores são:

A aquisição de informação atualizada sobre as condições de funcionamento dos tribunais de

trabalho;

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Plano de Estudos - 31º Curso de Formação (TJ); 3.º Curso de Formação (TAF) 62

Designadamente incidindo sobre as questões de facto e de direito mais comummente aí

tratadas, quer na perspetiva da intervenção do Magistrado Judicial, quer do Magistrado do

Ministério Público;

Questões essas cuja identificação constituiu uma preocupação e um critério essencial

adotado na elaboração do plano de estudos.

Pretende-se portanto que aprofundem o conhecimento de procedimentos práticos

experimentados sobre a forma de abordar funcionalmente tais questões;

Designadamente, e já numa perspetiva eminentemente prática, que aperfeiçoem o

conhecimento das regras e da arte de elaboração das peças processuais principais e mais

comummente usadas na jurisdição – (Despacho saneador e decisões e sentenças no caso dos

Magistrados Judiciais) (articulados no processo comum e de acidente de trabalho, tentativas

de conciliação em acidentes de trabalho, recursos no caso dos Magistrados do MP);

Visando-se ainda a aquisição de técnicas de intervenção e condução de dil igências,

destacando-se nelas as que visam propósitos de conciliação e mediação.

Integrando tais conhecimentos e práticas na compreensão geral do que são os respetivos

desempenhos funcionais, no exercício da função soberana do Estado de administrar justiça,

fazendo cumprir a Constituição e as leis em defesa do interesse comum e da coisa pública.

Complementarmente pretende-se a aquisição de conhecimentos jurídicos em matérias em

que se tenham verificado lacunas na formação universitária (por exemplo: acidentes de

trabalho; contraordenações; processo de trabalho, etc.)

Planificação

1º Trimestre

1.ª Sessão – 8 out – Formação comum

Apresentação, objetivos, programa, metodologia

Ética e deontologia profissionais

Princípios Constitucionais

Direitos Fundamentais e de Personalidade dos sujeitos laborais

2.ª Sessão – 15 out – Formação comum

Direitos Fundamentais e de Personalidade dos sujeitos laborais (cont.): reserva da intimidade da vida

privada, tecnologias da comunicação e informação, proteção da parentalidade, mobbing

3.ª Sessão – 22 out – Formação comum

As fontes internacionais do Direito do Trabalho

- Direito Europeu (tratados, convenções, diretivas, regulamentos)

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Plano de Estudos - 31º Curso de Formação (TJ); 3.º Curso de Formação (TAF) 63

- Convenções OIT

- Jurisprudência do TJUE

4.ª Sessão – 29 out – Formação comum

Boa-fé, deveres de informação e lealdade

Cláusulas contratuais gerais

O Contrato de trabalho e figuras afins

- Presunção de laboralidade e método indiciário

- Falso trabalho autónomo

- Interposição fictícia e “outsourcing”

5.ª Sessão – 5 nov – Formação comum

O Contrato de trabalho e figuras afins (cont.)

6.ª Sessão – 12 nov – Formação comum

Tempo de trabalho (período normal de trabalho, isenção de horário, banco de horas, e trabalho

suplementar)

Férias, feriados e faltas

A retribuição

7.ª Sessão – 19 nov – Formação comum

Contrato de trabalho a termo resolutivo certo e incerto

8.ª Sessão – 26 nov – Formação comum

Contrato de trabalho a termo resolutivo certo e incerto (cont.)

Contrato de trabalho temporário

9.ª Sessão – 3 dez

Exercitação escrita

10.ª Sessão – 10 dez – Formação comum

A prestação de trabalho: categoria profissional, função, polivalência profissional

O local de trabalho e as suas alterações (mobilidade geográfica)

11.ª Sessão – 17 dez – Formação comum

Contratos de trabalho com regime especial

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Plano de Estudos - 31º Curso de Formação (TJ); 3.º Curso de Formação (TAF) 64

2º Trimestre

12.ª Sessão – 7 jan – Formação comum

… O contrato de trabalho no contexto do direito comercial e do direito das Sociedades comerciais:

a. Insolvência

b. Responsabilidade de gerentes e administradores

c. Empresas em relações de grupo

13.ª Sessão – 14 jan – Formação comum

A cessação do contrato de trabalho:

Modalidades

Causas objetivas e subjetivas, em especial a ina daptação e a justa causa de despedimento

14.ª Sessão – 21 jan – Formação comum

O poder disciplinar, o seu exercício, e o procedimento disciplinar com vista à aplicação de sanção

distinta do despedimento

A cessação do contrato de trabalho: Procedimentos, em especial no caso de despedimento com

invocação de justa causa

15.ª Sessão – 28 jan – Formação comum

A cessação do contrato de trabalho (cont.)

16.ª Sessão – 4 fev – Formação comum

O magistrado na jurisdição laboral

Ética e deontologia profissionais

Os princípios estruturantes do processo laboral (em especial os decorrentes dos arts. 27º, 51º-52º,

72º e 74º do CPT)

Especificidades da prova (direito probatório material, ónus da prova e presunções)

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Plano de Estudos - 31º Curso de Formação (TJ); 3.º Curso de Formação (TAF) 65

17.ª Sessão – 11 fev – formação específica

MJ MP Procedimentos cautelares laborais

especificados

Arresto e procedimento cautelar comum

A tutela processual declarativa – A

intervenção do MP

Intervenção principal acessória

O pré-patrocínio

O patrocínio e a sua recusa

Conflitos de representação e de patrocínio

e situações de mera confluência de papéis A organização dos serviços do MP nos juízos

do Trabalho Circulares e Ofícios Circulares no âmbito

laboral

18.ª Sessão – 18 fev - Formação específica

MJ MP

O processo comum laboral A fase liminar

A audiência de partes

A tutela processual declarativa: o papel do

MP Procedimentos cautelares laborais

especificados Arresto e procedimento cautelar comum

19.ª Sessão – 25 fev – Formação específica

MJ MP

A reconvenção e a compensação

A gestão processual, a audiência prévia e a

possibil idade da dispensa desta

O processo comum laboral Tramitação (perspetiva geral)

A introdução do feito em juízo

Petição inicial no processo comum laboral –

requisitos; especificidades, valor da ação, custas

Apoio judiciário

Contestação: defesa por impugnação e por exceção

A reconvenção e a compensação

A resposta à contestação e os articulados

supervenientes

20.ª Sessão – 04 mar – Formação específica

MJ MP

O processo comum laboral (cont.) A audiência de julgamento

A produção de prova

Aspetos específicos da prova (direito

probatório formal)

O processo comum laboral (cont.) Audiência prévia

Audiência de discussão e julgamento:

Aspetos específicos da prova (direito

probatório formal) A sentença

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Plano de Estudos - 31º Curso de Formação (TJ); 3.º Curso de Formação (TAF) 66

21.ª Sessão – 11 mar - Formação específica

MJ MP O processo comum laboral (cont.)

A sentença

O processo comum laboral (cont.)

Recursos

22.ª Sessão – 18 mar

Exercitação escrita

23.ª Sessão – 25 mar – Formação específica

A ação Especial de Impugnação Judicial da Regularidade e Licitude do Despedimento.

3º Trimestre

24.ª Sessão – 08 abr – Formação comum

A ação de reconhecimento da existência de contrato individual de trabalho

25.ª Sessão – 15 abr – Formação comum

Segurança e saúde no trabalho:

princípios gerais

quadro legal

A Responsabilidade emergente de Acidente de Trabalho e de Doença Profissional

Regime legal

Os conceitos de Acidente de Trabalho e Doença Profissional

O nexo de causalidade

A predisposição patológica e a lesão ou doença anterior

Os acidentes in itinere

26.ª Sessão – 22 abr – Formação específica

Descaraterização do Acidente de Trabalho

Casos especiais de reparação: acidente causado pelo empregador, por outro trabalhador ou por

terceiros

27.ª Sessão – 29 abr – Formação específica

Direito à reparação:

- objetivos e conteúdo

- danos reparáveis

- entidades responsáveis e beneficiários

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Plano de Estudos - 31º Curso de Formação (TJ); 3.º Curso de Formação (TAF) 67

Determinação e avaliação da incapacidade

A Tabela Nacional de Incapacidades e a Lista Nacional das Doenças Profissionais

Cálculo das prestações em dinheiro

Outras Prestações

28.ª Sessão – 13 mai – Formação específica

Cálculo das prestações em dinheiro (cont.)

A remição facultativa

Revisão da incapacidade

Atualização das pensões

Garantia do pagamento das pensões

29.ª Sessão – 20 mai – Formação específica

O processo especial emergente de Acidente de Trabalho: Fase conciliatória:

30.ª Sessão – 27 maio – Formação específica

O processo especial emergente de Acidente de Trabalho - Fase contenciosa:

31.ª Sessão – 03 jun

Simulação de audiência de julgamento

32.ª Sessão – 17 jun – Formação comum

Avaliação da simulação de audiência de julgamento

Apreciação da prova produzida

Os crimes com incidência laboral

- crimes previstos no Código do Trabalho

- crimes previstos no Código Penal

- crimes previstos em legislação avulsa

33.ª Sessão –24 jun

Exercitação escrita

34.ª Sessão – 01 jul – Formação comum

Contraordenações Laborais e da Segurança Social:

A) Regime substantivo

sujeitos

responsabilidade solidária

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Plano de Estudos - 31º Curso de Formação (TJ); 3.º Curso de Formação (TAF) 68

pluralidade de contraordenações

determinação da medida concreta da coima

35.ª Sessão – 08 jul – Formação comum

Contraordenações Laborais e da Segurança Social (cont.)

B) Regime processual (em especial a fase contenciosa)

apresentação a juízo

retirada da acusação

decisão por mero despacho

audiência de julgamento

sentença

recurso

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Plano de Estudos - 31º Curso de Formação (TJ); 3.º Curso de Formação (TAF) 69

3. Conteúdos programáticos: 3.º Curso

TAF

3.1. Componentes formativas geral e de

especialidade

A formação inicial no âmbito do 3º Curso TAF obedece ao conteúdo temático calendarizado

segundo a ordem adotada no plano de formação geral, específica e profissional.

Os objetivos de cada uma das componentes formativas gerais são aqueles que se encontram

definidos para o 31º Curso, sem prejuízo do que, em particular, infra se acentua.

No respeitante aos objetivos das componentes formativas da especialidade, pretende-se a

aquisição pelos auditores de justiça das seguintes competências:

3.1.1. Contabilidade e Gestão e princípios de contabilidade financeira e fiscal

Objetivos

A formação sobre contabilidade tem por objetivo proporcionar aos auditores de justiça

conhecimentos teórico-práticos em matéria de contabilidade que lhes permitam apreender o estado

atual da normalização contabilística em Portugal e da harmonização contabi lística internacional, a

estrutura e âmbito de aplicação do SNC, assim como a correta articulação entre os seus elementos

fundamentais [estrutura conceptual, bases para a apresentação de demonstrações financeiras, modelos

de demonstrações financeiras, códi go de contas, normas contabilísticas e de relato financeiro (NCRF),

norma contabilística e de relato financeiro para pequenas entidades (NCRF - PE)].

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Plano de Estudos - 31º Curso de Formação (TJ); 3.º Curso de Formação (TAF) 70

Os auditores deverão igualmente ficar com a noção da estrutura das NCFR, IFRS/IAS (EU) e

IFRS/IAS (IASB).

Pretende-se ainda dotar os auditores de ferramentas para a compreensão do método

contabilístico, dando-lhes as necessárias competências para a correta leitura, análise e interpretação das

demonstrações financeiras, modo de contabilização das operações mai s frequentes, e domínio dos

conceitos e equações fundamentais da contabilidade.

Os auditores ficarão também com a noção de que a contabilização efetuada com base nos

princípios e regras da contabilidade sofre correções várias para efeitos fiscais.

Serão abordadas as normas contabilísticas elencadas a final (“Normas contabilísticas a abordar”),

devendo no entanto os auditores ficar com a noção clara de que existem outras normas da maior

importância, que não são tratadas nesta formação básica, designadamente as que se referem aos

Contratos de Construção (NCRF 19/IAS 11), às Locações (NCRF 9/IAS 17), aos Subsídios e Apoios

Governamentais (NCRF 22/IAS 20), ao Custo dos Empréstimos (NCRF 10/IAS 23), à Agricultura/Ativos

Biológicos (NCRF 17/IAS 40), aos Instrumentos Financeiros (NCRF 27/IAS 39/IFRS 9 e IFRS 7), às

Concentrações de Atividades Empresariais (NCRF 14/IFRS 3), aos Investimentos em Associadas (NCRF

13/IAS 28), à Consolidação de Contas (NCRF 15/IAS 27/IFRS 10), às Joint Ventures (NCRF 13/IAS 31), ao

Relato por Segmentos (IFRS 8), ao Pagamento com Base em Ações (IFRS 2), aos Contratos de Seguros

(IFRS 4), entre muitas outras.

Metodologia

A formação será dada numa perspetiva prática, com recurso a discussão de casos de estudo e

exercícios.

Sempre que possível a exposição das matérias deverá ser i lustrada com exemplos concretos.

Duração

19 unidades letivas (UL) de 90 m (28h30m de formação).

Programa

1.ª Sessão

- A contabilidade e o seu enquadramento nacional e internacional

2.ª Sessão

- As demonstrações financeiras

3.ª Sessão

- Conceito de período contabilístico. Noção de acréscimos e diferimentos

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Plano de Estudos - 31º Curso de Formação (TJ); 3.º Curso de Formação (TAF) 71

4.ª Sessão

- Os documentos de prestação de contas

5.ª Sessão

- Os documentos de prestação de contas (cont.)

6.ª Sessão

- Meios financeiros l íquidos

7.ª Sessão

- Compras e principais operações com fornecedores

8.ª Sessão

- Gastos por naturezas

9.ª Sessão

- Inventários

10.ª Sessão

- Vendas e principais operações com clientes. Outros rendimentos.

11.ª Sessão

- Ativos fixos tangíveis

12.ª Sessão

- Ativos intangíveis e goodwill

13.ª Sessão

- Investimentos em propriedades e financeiros

14.ª Sessão

- Ativos não correntes detidos para venda e financiamentos obtidos

15.ª Sessão

- Contabilização do IVA

16.ª Sessão

- Imparidade de ativos

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Plano de Estudos - 31º Curso de Formação (TJ); 3.º Curso de Formação (TAF) 72

17.ª Sessão

- Provisões e contingências

18.ª Sessão

- Resultado líquido do período. Abordagem breve das implicações do imposto sobre o

rendimento

19.ª Sessão

- Operações sobre o capital próprio

Normas contabilísticas a abordar

Estrutura conceptual do SNC/IASB

NCRF 1 - Estrutura e conteúdo das demonstrações financeiras (IAS 1)

NCRF 2 - Demonstração de fluxos de caixa (IAS 7)

NCRF 3 - Adoção pela primeira vez das normas contabilísticas e de relato financeiro (IFRS 1)

NCRF 4 - Políticas contabilísticas, alterações nas estimativas contabilísticas e erros (IAS 8)

NCRF 5 - Divulgações de Partes Relacionadas (IAS 24)

NCRF 6 - Ativos Intangíveis (IAS 38) (SIC-32)

NCRF 7 - Ativos fixos tangíveis (IAS 16) (IFRIC 1)

NCRF 8 - Ativos não correntes detidos para venda e unidades operacionais descontinuadas

(IFRS 5)

NCRF 11 - Propriedades de investimento (IAS 40)

NCRF 12 - Imparidade de ativos (IAS 36) (IFRIC 10)

NCRF 18 - Inventários (IAS 2)

NCRF 20 - Rédito (IAS 18) (SIC-31)

NCRF 21 - Provisões, passivos contingentes e ativos contingentes (IAS 37) (IFRIC 6)

NCRF 24 - Acontecimentos após a data do balanço (IAS 10)

NCRF 25 - Impostos sobre o rendimento (IAS 12) (SIC-21) (SIC-25)

3.1.2. Organização administrativa

Objetivos

A autonomização desta componente formativa de especialidade visa dotar os auditores de justiça

dos conhecimentos teórico-práticos aprofundados em matéria de organização administrativa,

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Plano de Estudos - 31º Curso de Formação (TJ); 3.º Curso de Formação (TAF) 73

permitindo-lhes a compreensão das formas de organização administrativa tradicionais e dos novos

fenómenos de atuação dos poderes públicos.

Deve habilitar à compreensão das novas formas de organização administrativa, no contexto da

criação de novas entidades administrativas.

Pretende-se o domínio das diversas formas de atuaçã o das entidades administrativas e a

associação das formas de organização administrativa às relações de exercício do poder público.

Programa

1ª Sessão 14.30/16.00

Extensão do conceito de Administração Pública

– Os grupos de sujeitos da Administração Pública

2ª Sessão 16.30/18.00

Administração Pública e Constituição

– Os princípios constitucionais de organização da Administração Pública

3ª Sessão 14.30/16.00

Administração Pública e União Europeia.

– Implicações do direito da União Europeia na organização administrativa.

4ª Sessão 16.30/18.00

Setores da Administração Pública (I)

– Estado-Administração

– Administração indireta do Estado

5ª Sessão 14.30/16.00

Setores da Administração Pública (II)

– Entidades administrativas independentes

– Em especial, entidades independentes com funções de regulação

6ª Sessão 16.30/18.00

Setores da Administração Pública (III)

– Administração autónoma territorial

– Municípios

– Entidades intermunicipais

– Freguesias

7ª Sessão 14.30/16.00

Setores da Administração Pública (III)

– Administração autónoma funcional (associações públicas)

– Entidades particulares com funções administrativas

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Plano de Estudos - 31º Curso de Formação (TJ); 3.º Curso de Formação (TAF) 74

8ª Sessão 16.30/18.00

Relações jurídicas no interior da Administração Pública (I)

– Hierarquia

– Superintendência

– Tutela

9ª Sessão 14.30/16.00

Relações jurídicas no interior da Administração Pública (II)

– Contratos interadministrativos

10ª Sessão 16.30/18.00

- Avaliação final.

3.1.3. Direito do Urbanismo e do Ambiente

Propõe-se, ainda, o domínio dos meios de garantia e de tutela contenciosa da legalidade

específicos do Direito do Urbanismo e do Direito do Ambiente.

Objetivos, métodos pedagógicos e avaliação

A matéria do Direito do Urbanismo e do Direito do Ambiente assume importância fulc ral no

âmbito da atividade dos Tribunais Administrativos já que lhes cabe o controlo jurisdicional da legalidade

e a tutela dos direitos e interesses dos particulares quando estejam em causa atuações administrativas

que interfiram com imperativos de preservação ambiental, ordenamento racional do território e

adequada organização e gestão do espaço e do ambiente urbanos.

A formação em matéria de Direito do Urbanismo e Ambiente mostra -se direcionada para o

aprofundamento dos conhecimentos teórico-práticos da matéria do Direito do Urbanismo e do

Ambiente, no contexto da atividade de planificação territorial, de aplicação dos sistemas e instrumentos

de execução dos planos e do controlo sobre as operações urbanísticas, numa visão integrada com a

problemática ambiental e com os meios específicos de controlo administrativo das atividades com

implicações no ambiente, em especial a temática dos procedimentos de comunicação prévia,

autorizativo e de licenciamento, assim como o procedimento expropriativo, no contexto d o alargamento

da competência material dos Tribunais Administrativos.

Propõe-se, ainda, o domínio dos meios de garantia e de tutela contenciosa da legalidade

específicos do Direito do Urbanismo e do Direito do Ambiente, de molde a apetrechá -los com os

instrumentos técnico-jurídicos indispensáveis à prática judiciária nestas áreas específicas.

A matéria do Direito do Urbanismo e Ambiente será lecionada no formato de grupo procurando

fazer-se uma abordagem prática das questões com recurso, sempre que pos sível, a situações extraídas

de processos em ordem a melhor preparar os auditores de justiça para a decisão do caso concreto.

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Plano de Estudos - 31º Curso de Formação (TJ); 3.º Curso de Formação (TAF) 75

O aproveitamento dos auditores feito através da realização de uma prova escrita final de aferição

de conhecimentos.

Programa

1.ª Sessão

- Conceito, objeto e natureza do Direito do Urbanismo e do Direito do Ordenamento do

Território.

- Regime Jurídico da Urbanização e Edificação.

- Caracterização das operações urbanísticas; em especial, as operações de loteamento.

- Procedimentos de controlo prévio: l icença, comunicação prévia e autorização.

2.ª Sessão

- Isenções de procedimento de controlo prévio.

- Procedimentos especiais.

3.ª Sessão

- Regime legal dos encargos urbanísticos: em especial, as cedências e compensações para o

domínio público municipal.

- Implicações registrais e notariais dos atos de gestão urbanística.

4.ª Sessão

- Validade e eficácia dos atos de gestão urbanística.

5.ª Sessão

- Tutela da legalidade urbanística: fiscalização municipal de obras; sanções administrativas

em matéria urbanística; embargo administrativo, legalização, demolição, reposição da

situação e cessação de util ização.

6.ª Sessão

- Garantias dos particulares: substantivas e processuais.

- O Contencioso dos atos de gestão urbanística: meios processuais e ação pública do

Ministério Público.

7.ª Sessão

- Direito do Urbanismo.

- A Administração Pública do ordenamento do território e do urbanismo: aspetos

constitucionais e organização administrativa.

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8.ª Sessão

- Regras de ocupação, uso e transformação do solo.

- Normas legais sobre util ização do solo.

9.ª Sessão

- Regime jurídico dos instrumentos de gestão territorial.

- Funções e tipologia dos planos.

- Procedimento de elaboração dos planos.

- Relações entre os planos e harmonização entre as respetivas normas.

- Medidas cautelares dos planos especiais e municipais de ordenamento do território.

- Dinâmica dos planos: alteração, retificação revisão e suspensão dos planos.

10.ª Sessão

- Natureza jurídica dos planos.

- Discricionariedade de planeamento e vinculação ao princípio da legalidade.

- Os planos urbanísticos e o princípio da igualdade.

- Perequação compensatória de benefícios e encargos.

- Indemnização por “expropriações do plano”.

11.ª Sessão

- A violação dos planos por outros planos, por atos de gestão urbanística e por atos

materiais de realização de operações urbanísticas.

- O contencioso dos planos.

- Sistemas e instrumentos de execução dos planos.

- O direito de preferência; o reparcelamento do solo urbano; o l icenciamento de obras

particulares; o loteamento e as obras de urbanização; a expropriação por util idade

pública.

12.ª Sessão

- Contratação urbanística.

- Figuras contratuais no domínio urbanístico: contratos para execução dos planos e para

planeamento.

13.ª Sessão

- O procedimento administrativo expropriativo e a fixação do quantum indemnizatório

14.ª Sessão

- Avaliação final.

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15.ª Sessão

PARTE II – Direito do Ambiente.

- Princípios constitucionais em matéria de Ambiente.

- Os princípios da prevenção, do desenvolvimento sustentável, do aproveitamento racional

dos recursos naturais e do poluidor-pagador; o princípio da precaução como princípio de

ação.

- Aproximação ao conceito jurídico-constitucional de Ambiente.

- Formas de atuação administrativa em matéria ambiental.

- Atividade regulamentar, em especial os planos de ordenamento do território; atos

administrativos, em especial as l icenças ambientais; contratos da Administração em

matéria ambiental; atuação informal e operações materi ais da Administração em matéria

ambiental.

16.ª Sessão

- A tutela preventiva do Ambiente.

- Procedimentos administrativos com incidência ambiental: direito de participação e direito

de audiência, em especial, o procedimento de avaliação do impacto ambiental .

- Os procedimentos autorizativos em matéria ambiental e a proteção de terceiros:

caracterização das relações jurídico-administrativas em matéria ambiental.

17.ª Sessão

- Tutela jurisdicional do Ambiente.

- O papel da justiça administrativa na defesa do Ambi ente.

- Meios processuais: ação pública do Ministério Público, direito de ação popular e processos

urgentes.

18.ª Sessão

- Responsabilidade civil e administrativa por danos ao Ambiente.

- O dano ambiental.

19.ª Sessão

- Papel do direito sancionatório do Ambiente.

- Breve referência ao direito europeu e ao direito internacional do ambiente.

20.ª Sessão

- Avaliação final.

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3.1.4. Direito Contraordenacional, substantivo e processual

Objetivos

A matéria do Direito Contraordenacional, substantivo e processual é configurada na componente

formativa da especialidade, integrando matéria comum ao Direito Administrativo e Tributário.

Fruto de opções de natureza político-legislativa, perspetiva-se a ampliação da competência

jurisdicional dos Tribunais Administrativos em matéria de contraordenações, provendo-se formação aos

auditores de justiça do 3º Curso TAF adequada ao julgamento desse tipo de litígios.

A formação autónoma em matéria do Direito contraordenacional tem por objetivo dotar os

auditores de justiça do domínio dos conhecimentos teórico-práticos em matéria do regime geral das

contraordenações, assim como o enquadramento e a compreensão dos diversos regimes jurídicos das

contraordenações tributárias e das contraordenações administrativas.

Em cada caso deverá proceder-se ao enquadramento processual, mediante remissão para alguns

regimes processuais próprios, em aproximação a alguns tipos de contraordenações tributárias e

administrativas.

Programa

1.ª Sessão

- Apresentação.

- Considerações gerais.

- Metodologia de trabalho.

- Métodos de avaliação.

- Enquadramento do direito geral das contraordenações.

2.ª Sessão

- Aspetos essenciais do direito geral das contraordenações.

3.ª Sessão

- Direito Tributário Contraordenacional, substantivo e processual.

- Enquadramento.

- Quadro normativo.

- Tipologias das infrações tributárias (aduaneiras e não aduaneiras; relativas a tributos

cobrados pelas autarquias locais; relativas a tributos cobrados pela Segurança Social).

4.ª Sessão

- Direito Tributário Contraordenacional, substantivo e processual.

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- Noções e princípios fundamentais.

- Noção e elementos da infração tributária.

- Causas de exclusão da il icitude e da culpa.

- Concurso de infrações tributárias.

- Determinação da medida da coima, direito à redução e dispensa e atenuação da coima.

5.ª Sessão

- Direito Tributário Contraordenacional, substantivo e processual.

- Aplicação da lei no tempo.

- Fase administrativa do processo contraordenacional tributário.

6.ª Sessão

- Direito Tributário Contraordenacional, substantivo e processual.

- Fase judicial do processo contraordenacional tributário.

7.ª Sessão

- Direito Administrativo Contraordenacional, substantivo e processual.

- Enquadramento.

- Quadro normativo.

- Tipos de contraordenações administrativas.

- Remissão para aspetos comuns do regime.

8.ª Sessão

- Direito Administrativo Contraordenacional, substantivo e processual.

- Aspetos particulares do regime.

9.ª Sessão

- Avaliação final.

3.1.5. Contratação pública

Objetivos

O enquadramento normativo da estrutura do 1º ciclo de formação teórico-prática dos auditores

de justiça contempla a autonomia da Contratação Pública no âmbito da componente formativa da

especialidade, o que deverá ser uma realidade no plano de estudos do 3º Curso TAF.

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Os seus objetivos consistem em dotar os auditores de justiça dos conhecimentos teórico-práticos

em matéria de contratação pública, apreendendo os princípios e normas europeias que enformam a

matéria, segundo as Diretivas europeias dos setores da contratação pública e dos demais instrumentos

normativos de fonte europeia e internacional aplicáveis, assim como o domínio do direito

procedimental pré-contratual e do direito substantivo, relativo aos contratos públicos e aos contratos

administrativos, nos termos regulados pelo Código dos Contratos Públicos e pela legislação avulsa .

Pretende-se uma formação integrada e consolidada da matéria da Contratação Pública, que

abranja os princípios gerais da contratação pública, os procedimentos pré-contratuais e o direito

substantivo dos contratos administrativos, conforme regulação no seu respetivo Código.

Articulando a formação inicial com a formação contínua, tal componente formativa da

especialidade deve ocorrer no 2º trimestre, através do recurso a formador externo.

Programa

1.ª Sessão

- Apresentação.

- Considerações gerais.

- Metodologia de trabalho.

- Métodos de avaliação.

- Enquadramento do direito geral da contratação pública.

- Introdução às espécies, princípios e procedimentos pré-contratuais.

2.ª Sessão

- As fontes de direito da contratação pública.

- Os princípios gerais da contratação pública.

3.ª Sessão

- Os procedimentos pré-contratuais.

4.ª Sessão

- Âmbito subjetivo do Código dos Contratos Públicos.

5.ª Sessão

- Âmbito objetivo do Código dos Contratos Públicos.

6.ª Sessão

- As peças do procedimento.

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7.ª Sessão

- As peças do procedimento.

8.ª Sessão

- Decisão de contratar e a fase de apresentação da proposta ou candidatura.

9.ª Sessão

- Análise e avaliação das propostas.

10.ª Sessão

- Admissão e exclusão da proposta.

11.ª Sessão

- Decisão de adjudicação e de não adjudicação.

12.ª Sessão

- Fase de outorga do contrato.

13.ª Sessão

- Os contratos administrativos e os contratos públicos à luz do Código dos Contratos

Públicos.

14.ª Sessão

- Âmbito e regime material e procedimental dos contratos administrativos.

15.ª Sessão

- O regime de modificação dos contratos administrativos.

16.ª Sessão

- O regime de invalidade dos contratos administrativos.

17.ª Sessão

- Análise de jurisprudência.

18.ª Sessão

- Avaliação final.

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3.1.6. Direito das relações laborais na Administração Pública

Pretende-se a compreensão do regime instituído pela Lei n.º 12-A/2008, de 27 de fevereiro e da

sua articulação com o regime geral do contrato de trabalho, numa perspetiva teórico -prática, assim

como a compreensão integrada dos vários institutos do direito laboral da Administração Pública.

Objetivos e metodologia

Com a publicação da Lei n.º 12-A/2008, de 27 de fevereiro os Tribunais Administrativos foram

chamados a apreciar e dirimir a conflitualidade decorrente das relações laborais no âmbito da

Administração Pública pelo que se torna necessário habilitar os futuros magistrados judiciais dessa

jurisdição à compreensão do regime instituído por tal diploma e a fazer a sua articulação com o regime

geral do contrato de trabalho.

Será privilegiada uma abordagem virada para a prática judiciária s endo o formato das sessões

dos grupos de auditores destinados à magistratura judicial dos Tribunais Administrativos e Fiscais.

Duração e avaliação

A matéria do Direito das Relações Laborais na Administração Pública será lecionada em dezasseis

unidades letivas, a últimas das quais destinada à avaliação dos conhecimentos.

Programa

1.ª Sessão

- Parte I - Dogmática geral

- I. Introdução

- 1. O emprego público: evolução regulativa e processo de laboralização

- 2. Apresentação geral do regime do emprego em funções públicas

- 2.1. A Lei sobre vínculos, carreiras e remunerações (Lei n.º 12-A/2008, de 27 de fevereiro):

alterações nas bases do regime e âmbito da função pública

2.ª Sessão

- 2.2. O Regime do contrato de trabalho em funções públicas (Lei nº 59/2008, de 11 de

setembro)

- 2.3. O estatuto disciplinar dos trabalhadores públicos (Lei nº 58/2008, de 9 de setembro)

- 2.4. Outros diplomas

3.ª Sessão

- II. As fontes

- 1. Enunciado e classificações das fontes

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- 2. A lei: em especial a relação entre os diplomas reguladores do contrato de trabalho em

funções públicas, e o Código do Trabalho

- 3. Os instrumentos de regulamentação coletiva do trabalho e a autonomia coletiva em

especial

4.ª Sessão

- 3.1. O regime da LCTFP

- 3.2. O regime de negociação coletiva dos trabalhadores nomeados

- 4. Interpretação e aplicação das normas

5.ª Sessão

- III. Os entes laborais

- Os trabalhadores públicos: delimitação e categorias

- O empregador público: o Estado e outras pessoas coletivas públicas como empregadores

- Os entes laborais coletivos: comissões de trabalhadores e associações sindicais

6.ª Sessão

- Parte II - Os vínculos de trabalho em funções públicas

- I - Os regimes de vinculação em funções públicas

- 1. Delimitação geral: o regime de nomeação; o regime do contrato; o regime da comissão

de serviço

- 2. Âmbito de aplicação: situações novas; situações de conversão legal

7.ª Sessão

- II - Modalidades e formação do contrato de trabalho em funções públicas

- 1. Modalidades de contrato de trabalho em funções públicas; em especial o contrato de

trabalho a termo

8.ª Sessão

- 2. Formação do contrato de trabalho em funções públicas

9.ª Sessão

- II. Conteúdo do contrato de trabalho em funções públicas

- 1. Aspetos gerais: direitos e deveres das partes

10.ª Sessão

- 2. A posição jurídica do trabalhador

- 2.1. Atividade contratada e tutela da categoria

- 2.2. Local de trabalho

- 2.3. Duração e organização do tempo de trabalho

- 2.4. Férias, feriados e faltas; proteção da parentalidade

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11.ª Sessão

- 3. A posição jurídica do empregador

- 3.1. Remuneração e deveres acessórios

12.ª Sessão

- 3.2. Poderes de direção e disciplina

13.ª Sessão

- III. Vicissitudes da relação de emprego públ ico

- 1. Mobilidade objetiva funcional e geográfica

- 2. Mobilidade subjetiva

14.ª Sessão

- IV. Cessação dos vínculos de emprego público

- 1. Aspetos gerais

- 2. Causas de cessação do contrato de trabalho em funções públicas

15.ª Sessão

- 2.1. Em especial, a extinção do contrato de trabalho por facto imputável ao trabalhador: o

Estatuto Disciplinar

- 2.2. Em especial as causas objetivas de cessação do contrato de trabalho em funções

públicas

16.ª Sessão

- Regime jurídico dos acidentes em serviço e das doenças profissionais.

17.ª Sessão

- Avaliação final .

3.1.7. Regimes jurídicos dos impostos e Direito Aduaneiro e Contencioso Aduaneiro

No que concerne à componente formativa da especialidade dos Regimes Jurídicos dos Impostos e

do Direito Aduaneiro e Contencioso Aduaneiro, a formação visa dotar os auditores de justiça de

conhecimento atualizado sobre os vários regimes dos Impostos - Imposto sobre o Rendimento das

Pessoas Singulares, Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas, Imposto sobre Val or

Acrescentado, Imposto sobre Valor Acrescentado nas transações intracomunitárias, Imposto Municipal

sobre os Imóveis, Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosa de Imóveis e do Imposto de Selo e

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Impostos Especiais sobre o Consumo - com enfoque nos princípios que o enformam e nos aspetos

teóricos mais candentes e dotar os auditores de justiça de conhecimento atualizado dos princípios que

enformam o direito e contencioso aduaneiro e dos aspetos teóricos mais candentes.

A formação será assegurada por docentes externos, desenvolvendo-se no 1º e 2º trimestres do

1º ciclo de formação teórico-prática, podendo algumas das suas componentes ser relegadas para a fase

do 2º ciclo.

Algumas das áreas temáticas abrangidas no âmbito da componente da especialidade, serão

igualmente objeto de formação no âmbito da componente profissional e ainda sob formato de

Workshop, visando-se aliar a formação teórica à componente prática, numa aproximação entre as duas

componentes formativas.

O Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRS)

Objetivos

Dotar os auditores de conhecimento atualizado do regime do Imposto sobre o Rendimento

das Pessoas Singulares, com enfoque nos princípios que o enformam e nos aspetos teóricos

mais candentes.

Metodologia

Seminário por docente universitário

Duração

4 UL (6 horas)

Programa

Princípios

A incidência pessoal: âmbito da sujeição ao imposto e o conceito de residência

Transparência fiscal

Incidência real: as categorias de rendimentos sujeitos a tributação.

Determinação do rendimento coletável

Taxas

Liquidação

Pagamento

O Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas (IRC)

Objetivos

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Dotar os auditores de conhecimento atualizado do regime do Imposto sobre o Rendimento

das Pessoas Coletivas, com enfoque nos princípios que o enformam e nos aspetos teóricos

mais candentes.

Metodologia

Seminário por docente universitário

Duração

4 UL (6 horas)

Programa

Princípios

Incidência

Transparência fiscal

Isenções

Determinação da matéria coletável

Eliminação da dupla tributação económica

Normas especiais antiabuso: preços de transferência, subcapitalização, pagamentos a

entidades residentes em países com regime fiscal privilegiado; imputação de lucros a

sociedades residentes em países com regime fiscal privilegiado

Regime especial de tributação dos grupos de sociedades

Regime especial de fusões, cisões, entradas de ativos e permuta de partes sociais

Liquidação de sociedades

Taxa

Liquidação e cobrança

Tributação autónoma

O Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA)

Objetivos

Dotar os auditores de conhecimento atualizado do regime do Imposto sobre Valor

Acrescentado, com enfoque nos princípios que o enformam e nos aspetos teóricos mais

candentes.

Metodologia

Seminário por docente universitário

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Duração

4 UL (6 horas)

Programa

Princípios

Incidência

Isenções

Valor tributável

Taxas

Liquidação: direito à dedução; métodos de dedução relativa a bens de util ização mista (pro

rata/afetação real); regularização de deduções

Pagamento do imposto

Regimes especiais

O Imposto sobre o Valor Acrescentado nas transações Intracomunitárias (RITI)

Objetivos

Dotar os auditores de conhecimento atualizado do regime do Imposto sobre Valor

Acrescentado nas transações intracomunitárias, com enfoque nos princípios que o enformam

e nos aspetos teóricos mais candentes.

Metodologia

Seminário por docente universitário

Duração

2 UL (3 horas)

Programa

Princípios

Incidência; conceito de aquisição intracomunitária e operações assimiladas; localização das

operações; vendas à distância; facto gerador e exigibil idade

Isenções

Valor tributável

Taxas

Liquidação: deduções; reembolsos

Pagamento do imposto

Obrigações acessórias dos contribuintes

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O Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI)

Objetivos

Dotar os auditores de conhecimento atualizado do regime do Impos to Municipal sobre os

Imóveis, com enfoque nos princípios que o enformam e nos aspetos teóricos mais candentes.

Metodologia

Seminário por docente universitário

Duração

2 UL (3 horas)

Programa

A reforma da tributação do património.

Incidência real: conceito de prédio, tipologia de prédios, valor patrimonial tributável

Incidência pessoal

Isenções

Matrizes prediais

Objeto e tipos de avaliação na determinação do valor patrimonial tributário

O valor patrimonial tributário dos prédios rústicos

O valor patrimonial tributário dos prédios urbanos

Os organismos de coordenação e de avaliação

Taxas, l iquidação e pagamento

O Imposto Municipal sobre as transmissões onerosas de Imóveis (IMT) e o Imposto de Selo

(IS)

Objetivos

Dotar os auditores de conhecimento atualizado do regime do Imposto Municipal sobre as

Transmissões Onerosa de Imóveis e do Imposto de Selo, com enfoque nos princípios que o

enformam e nos aspetos teóricos mais candentes.

Metodologia

Seminário por docente universitário

Duração

2 UL (3 horas)

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Programa

IMT

- Caracterização

- Incidência real e subjetiva

- Determinação do valor tributável

- Isenções

- Taxas

- Liquidação e cobrança

Imposto de selo

- Natureza

- Incidência objetiva e subjetiva;

- Isenções

- Valor tributável: regras gerais e valor tributável nas transmissões gratuitas

- Taxas

- Liquidação e pagamento

Impostos especiais de consumo

Objetivos

Dotar os auditores de conhecimento atualizado do regime dos Impostos Especiais sobre o

Consumo, com enfoque nos princípios que o enformam e nos aspetos teóricos mais

candentes.

Metodologia

Seminário por docente universitário

Duração

2 UL (3 horas)

Programa

Princípios e regras gerais

- Objeto, princípio da equivalência, âmbito de aplicação territorial, incidência subjetiva e

objetiva, isenções comuns, facto gerador, exigibil idade, introdução no consumo,

formalização da introdução no consumo

- Liquidação, pagamento e reembolso do imposto

- Produção, transformação e armazenagem em regime de suspensão

- Circulação em regime de suspensão

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- Perdas e Inutil ização

- Garantias

- Circulação e tributação após a introdução no consumo

Imposto sobre o álcool e as bebidas alcoólicas

Imposto sobre os produtos petrolíferos e energéticos

Imposto sobre o tabaco

Direito e Contencioso Aduaneiro

Objetivos

Dotar os auditores de conhecimento atualizado dos princípios que enformam o direito e

contencioso aduaneiro e dos aspetos teóricos mais candentes.

Metodologia

Seminário por docente universitário

Duração

2 UL (3 horas)

Programa

As fontes do direito aduaneiro comunitário

O Código Aduaneiro Comunitário

Procedimentos de desalfandegamento das mercadorias

Formalidades de introdução de mercadorias na Comunidade Europeia

Classificação pautal das mercadorias

Origem das mercadorias

Valor aduaneiro das mercadorias

Taxas dos direitos aduanei ros

Dívida aduaneira.

- Cobrança do montante da dívida aduaneira

- Extinção da dívida aduaneira

- Reembolso e dispensa de pagamento dos direitos aduaneiros

Franquias aduaneiras.

Garantias dos contribuintes, específicas do direito aduaneiro

- O processo técnico de contestação

- A obrigatoriedade do processo técnico de contestação

- A aplicabilidade do processo técnico de contestação aos impostos especiais de consumo

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3.1.8. Direitos Fundamentais e Direito Constitucional

Na matéria dos Direitos Fundamentais e Direito Constituc ional visa-se proporcionar aos auditores

de justiça:

a sensibil ização para a importância e o alcance dos direitos fundamentais;

a compreensão das normas de direitos fundamentais;

o estudo da metodologia da sua interpretação e concretização pelos tribunais;

os meios de tutela judicial dos direitos, l iberdades e garantias pessoais;

uma perspetiva internacional e europeia dos direitos fundamentais, designadamente através

da análise da jurisprudência do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem e do Tribunal de

Justiça da União Europeia (Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia);

o processo constitucional: âmbito, objeto, tipos de recurso, pressupostos gerais e específicos

e trâmites, designadamente mediante a análise da jurisprudência do Tribunal Constitucional.

As sessões serão ministradas por docentes universitários e Magistrados.

3.1.9. Inglês Jurídico

A disciplina de Inglês visa:

apetrechar os auditores de justiça com o vocabulário técnico-jurídico necessário à

compreensão de textos jurídicos em língua inglesa e à comunicação com outrem;

desenvolver conhecimentos em áreas temáticas diretamente relacionadas com o Direito

que permitam compreender e debater as diferenças e semelhanças existentes entre os

sistemas jurídicos de Portugal, Reino Unido e Estados Unidos da América.

3.1.10. Tecnologias de Informação e Comunicação

Em matéria de tecnologias de informação e comunicação, dados os conhecimentos que a

generalidade dos auditores de justiça tem de um número razoável de aplicações informáticas, na ótica

do util izador, visa-se proporcionar-lhes a familiarização com as novas aplicações informáticas de uso

mais frequente nos tribunais.

O programa desta matéria prevê que seja ministrada formação conjunta com o 31º Curso

nalgumas das unidades letivas que o compõem (a util ização de meios informáticos, módulos de registos

on line e custas processuais), sendo a formação específica nas restantes.

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3.1.11. Direito europeu e Direito administrativo europeu, substantivo e processual, e direito internacional incluindo cooperação judiciária internacional

Objetivos

Na matéria de direito europeu e direito internacional, incluindo a cooperação judiciária

internacional visa-se proporcionar aos auditores de justiça:

a familiarização com os institutos de direito europeu e internacional e com os

procedimentos da sua aplicação prática;

o aprofundamento dos conhecimentos nos domínios das instituições e do direito ao nível

internacional e europeu;

o conhecimento dos mecanismos de cooperação judiciária europeus e internacionais, numa

perspetiva da sua util ização e aplicação prática.

Método pedagógico, avaliação e programação

As sessões que compõem esta matéria (13UL) serão ministradas conjuntamente, em parte do

programa, aos auditores de justiça do 3º Curso TAF e do 31º Curso, por docentes universitários e

magistrados.

No entanto, dada a especificidade das matérias a abordar, a formação conjunta abrangerá

apenas as primeiras 5UL do programa.

3.2. Componente formativa profissional

As disciplinas que integram a componente profissional serão ministradas em três grupos de

auditores de justiça no caso do Direito Administrativo, substantivo e processual e do Direito Fiscal,

substantivo e processual e em dois grupos, no caso do Direito Civil, no domínio dos contratos e

responsabilidade civil e do Direito Processual Civil e da Responsabilidade Civil Extracontratual do Estado.

O método de avaliação do aproveitamento dos auditores a util izar em relação às matérias da

componente profissional é o da avaliação contínua, método de que faz parte integrante a realização de

provas escritas de avaliação de conhecimentos, que podem assumir as vestes de exercitações práticas.

Em relação à componente formativa profissional, enunciam-se os seguintes objetivos formativos,

traduzidos na aquisição das seguintes competências pelos auditores de justiça:

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3.2.1. Direito administrativo, substantivo e processual

A componente profissional do Direito Adminis trativo, substantivo e processual visa dotar os

auditores de justiça dos conhecimentos teórico-práticos das formas tradicionais de atuação dos poderes

públicos, do ato, do contrato e do regulamento administrativo, direcionados para a prática judiciária nos

Tribunais Administrativos e do âmbito da jurisdição administrativa, com a análise dos vários tipos de

processos do contencioso administrativo e o domínio da sua tramitação, considerando as várias fases

processuais, os vários atos processuais e as várias vicissitudes da instância, a partir das pretensões

materiais acionáveis em juízo, no contexto da forma processual adequada e dos poderes decisórios do

juiz.

Pretende-se dotar os auditores de justiça das aptidões fundamentais para a correta aplicação do

direito ao caso concreto, treinando-os na elaboração de peças essenciais do processo e para a sua

correta tramitação, no âmbito dos princípios de boa gestão processual.

Igualmente tem por objetivo a apreensão pelos auditores de justiça das novas realidades d o

direito e do contencioso administrativo, atravessados pela transmigração de institutos e de soluções

oriundos do direito administrativo global, do direito administrativo europeu e dos direitos

administrativos especiais e pelas exigências determinadas pel o direito da proteção internacional dos

direitos do homem e pelo direito da proteção constitucional dos direitos fundamentais.

Quanto aos objetivos formativos por trimestre, a formação profissional do Direito Administrativo

assenta na verificação da aquisição das seguintes competências:

a) No fim do primeiro trimestre:

Compreensão do enquadramento do direito administrativo e dos direitos administrativos

especiais;

Assimilação dos princípios estruturantes do direito administrativo e suas concretizações;

Assimilação das formas tradicionais de atuação dos poderes públicos;

Apreensão sistemática dos princípios do procedimento administrativo, dos principais

traços da reforma do Código do Procedimento Administrativo e dos procedimentos

administrativos especiais;

Delimitação do âmbito e enquadramento da justiça administrativa e fiscal no

ordenamento jurídico, substantivo e adjetivo;

Domínio dos diversos modos de tutela administrativa, nos termos regulados pelo CPTA;

Análise da tipologia dos meios processuais;

Apreensão sistemática da dinâmica do processo administrativo e fiscal e dos termos do

início, desenvolvimento, vicissitudes e extinção da instância.

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b) No fim do segundo trimestre:

Estudo detalhado do processo administrativo;

Domínio aprofundado dos meios processuais: ação administrativa, contencioso eleitoral,

ação administrativa de contencioso pré-contratual, intimação para prestação de

informações, consulta de processos ou passagem de certidões, intimação para proteção

de direitos, l iberdades e garantias, processo cautelar, providências cautelares relativas à

formação de contratos;

Domínio dos pressupostos processuais comuns e específicos em relação a cada meio

processual;

Delimitação da ação administrativa e pretensões dedutíveis;

Tramitação dos meios processuais;

Domínio da marcha dos meios processuais, nas suas fases essenciais e atos processuais;

Compreensão do conceito de contrainteressado;

Caracterização do papel do Ministério Público na jurisdição administrativa;

Aquisição de conhecimentos nas áreas específicas do direito da responsabilidade civil

extracontratual do Estado, no domínio da causa de pedir e da prova.

c) No fim do terceiro trimestre:

Delimitação teórica e adjetiva dos diversos tipos de ação administrativa;

Identificação das regras, trâmites e vicissitudes da ação administrativa, em função das

pretensões dedutíveis;

Domínio da ação executiva;

Compreensão das vicissitudes da instância executiva e seus incidentes;

Conhecimento da tramitação da instância executiva no âmbito da indemnização por facto

da inexecução;

Compreensão dos princípios processos especiais não previstos e regulados pelo CPTA;

Compreensão da matéria dos recursos jurisdicionais;

Aquisição de conhecimentos no direito da nacionalidade, dos estrangeiros e do asilo e

meios adjetivos adequados;

Conhecimento alargado da jurisprudência administrativa;

Domínio na elaboração de despachos e de sentenças no âmbito dos vários meios

processuais regulados pelo CPTA.

O curso de formação teórico-prática de formação de magistrados para os tribunai s

administrativos compreende, no seu primeiro ciclo, na componente profissional, a área de Direito

Administrativo, substantivo e processual.

A disciplina tem duas dimensões: a material e adjetiva.

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Plano de Estudos - 31º Curso de Formação (TJ); 3.º Curso de Formação (TAF) 95

É orientada à prática judiciária.

A sua lecionação far-se-á pela análise dos vários tipos de processos do contencioso

administrativo e da sua tramitação a partir das pretensões materiais acionáveis em juízo, tendo em vista

a forma processual adequada e os poderes decisórios que competem ao juiz.

Importa fazer o estudo de casos concretos e de soluções jurisprudenciais, tendo em vista a

correta aplicação do direito ao caso concreto, assim como treinar a elaboração de peças essenciais do

processo.

Procurar-se-á i lustrar as manifestações concretas do princípio pro accione que resultam no

contencioso administrativo na preferência pela decisão de mérito, em detrimento das decisões de

forma.

Procurar-se-á dar conta das novas realidades do direito e do contencioso administrativos,

atravessados pela transmigração de institutos e soluções oriundos do direito administrativo global, do

direito administrativo europeu e dos direitos administrativos especiais e pelas exigências postas pelo

direito da proteção internacional dos direitos do homem e pelo direito da proteção constitu cional dos

direitos fundamentais.

Será dada particular ênfase ao estudo da jurisprudência administrativa e europeia, segundo a

metodologia da análise crítica da jurisprudência.

A propósito de cada item procura-se acentuar as duas componentes, a saber: a di mensão

doutrinária ou jurisprudencial, suscitada a partir de casos da vida e a dimensão prática, de elaboração

de despachos ou de sentenças e de compreensão dos contextos processuais pertinentes.

As atividades formativas irão decorrer entre 06 de outubro de 2014 e 10 de julho de 2015, num

total de 35 semanas, distribuídas por três períodos letivos:

De 06 de outubro a 19 de dezembro de 2014 (11 semanas);

De 05 de janeiro a 27 de março de 2015 (10 semanas);

Entre 02 a 13 de março de 2015 decorrerá o estági o intercalar, a que se refere o artigo 42º da

Lei n.º 2/2008, de 14 de janeiro.

De 06 de abril a 10 de julho de 2015 (14 semanas).

A distribuição das matérias é feita por duas unidades letivas (UL) semanais, com a duração de 1

hora e 30 minutos cada (3 horas por semana).

Tendo presente os objetivos definidos, procede-se à definição do conteúdo e do tempo letivo da

matéria da componente formativa profissional de Direito Administrativo, substantivo e processual.

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Programa

1.ª Semana - 06 a 10 de outubro

- Apresentação. Considerações gerais

- Metodologia de trabalho e de avaliação

- Regras para a elaboração de trabalhos

- O Estatuto dos Tribunais Administrativos e Fiscais e o Estatuto dos Magistrados Judiciais

- Os fundamentos do direito administrativo

2.ª Semana - 13 a 17 de outubro

- Direito administrativo e função administrativa

- Os direitos administrativos especiais

- A europeização e a globalização do direito administrativo

- Princípios fundamentais de direito administrativo

3.ª Semana - 20 a 24 de outubro

- A discricionariedade administrativa e os direitos fundamentais no direito administrativo

- Os novos institutos, modelos e soluções retirados dos direitos administrativos especiais

(exemplos: a indemnização pelo sacrifício; a proteção do existente; o nexo de ca usalidade

na responsabilidade pelo dano ecológico; a garantia do equilíbrio financeiro nos contratos

administrativos; o princípio da precaução; o non refoulement no direito de estrangeiros

- O direito administrativo relacional

- As formas de atuação administrativa: ato administrativo, contrato administrativo e

regulamento administrativo

4.ª Semana - 27 a 31 de outubro

- Os limites procedimentais às formas de atuação administrativa

- As novas formas de atuação administrativa (vg. as atuações informais)

- Operações materiais

- Ato administrativo

- Conceito e categorias

- Força jurídica e execução do ato administrativo

- Revogação e l imites à revogabilidade dos atos administrativos

5.ª Semana - 03 a 07 de novembro

- Regime de invalidade dos atos administrativos

- O dogma da insindicabilidade dos atos interna corporis e as relações jurídicas

administrativas internas

- Regulamento administrativo

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- Conceito e categorias

- Fundamento do poder regulamentar

- Limites à emanação de regulamentos administrativos

6.ª Semana - 10 a 14 de novembro

- Contratos administrativos e os contratos celebrados pela Administração

- Âmbito e espécies

- Principais aspetos do regime dos contratos administrativos

7.ª Semana - 17 a 21 de novembro

- O procedimento administrativo

- Princípios do procedimento administrativo

- Principais traços da reforma do CPA

8.ª Semana - 24 a 28 de novembro

- Os procedimentos administrativos especiais

9.ª Semana - 01 a 05 de dezembro

- Os principais modelos de justiça administrativa

- Âmbito e enquadramento da justiça administrativa: a relação jurídica administrativa

- A justiça administrativa como justiça comum

- O princípio da separação de poderes e a autocontenção judicial

- O direito à tutela jurisdicional efetiva e os pressupostos processuais

- Os princípios do processo equitativo e justo

10.ª Semana - 09 a 12 de dezembro

- As formas de ação administrativa: as ações administrativas de pretensão declarativa; as

ações administrativas de pretensão executiva; as ações administrativas de tramitação

urgente

- A tutela cautelar no contencioso administrativo

- O contencioso administrativo de revisão e o contencioso administrativo de plena

jurisdição

- O conceito de injunção jurisdicional administrativa

- O contencioso administrativo dos direitos administrativos especiais

11.ª Semana - 15 a 19 de dezembro

- Exercícios: análise de jurisprudência e resolução de hipóteses práticas

- Exercício avaliativo n.º 1: resolução de hipótese prática

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12.ª Semana - 05 a 09 de janeiro

- Os processos urgentes

- O contencioso eleitoral

- O contencioso pré-contratual

- Pretensões deduzíveis

- Tramitação da ação de contencioso pré-contratual

- Exercício: Elaboração de sentença no âmbito de um processo de contencioso pré-

contratual

13.ª Semana - 12 a 16 de janeiro

- As intimações

- A intimação para proteção de direitos, l iberdades e garantias

- A intimação para a prestação de informações, consulta de processos e passagem de

certidões

14.ª Semana - 19 a 23 de janeiro

- Exercício: Elaboração de sentença no âmbito de um processo de intimação

- Processos cautelares

- As providências cautelares: caracterização e tipologia

- O processo cautelar como incidente do processo principal

- A tramitação do processo cautelar

- A antecipação do mérito no processo cautelar

15.ª Semana - 26 a 30 de janeiro

- O decretamento provisório da providência e o incidente de declaração de ineficácia de

atos de execução indevida

- Exercício: elaboração de despacho nos termos dos artigos 128.º, n.º 6, e 131.º do CPTA

- As providências cautelares relativas à formação de contratos

- A injunção cautelar

- Exercício: Elaboração de sentença em processo cautelar

16.ª Semana - 02 a 06 de fevereiro

- Exercício escrito avaliativo n.º 2: decisão liminar e/ou final num processo urgente

- A ação administrativa de pretensão declarativa: a ação administrativa comum e a ação

administrativa especial

- A ação administrativa comum

- A ação administrativa especial

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- Espécies de ação administrativa especial

- A injunção administrativa e os poderes do juiz no contencioso de ilegalidade

17.ª Semana - 09 a 13 de fevereiro

- A relação jurídica processual administrativa: - as partes, o objeto imediato (a pretensão

material), o objeto mediato (a atuação administrativa), o pedido (providência judiciária

requerida), a causa de pedir (as razões de facto e as razões de direito que, em concreto,

sustentam a pretensão processual); - os pressupostos processuais; - a cumulação de

pedidos (requisitos e tramitação)

- A tramitação da ação administrativa especial

- Os pressupostos processuais específicos da ação administrativa especial

- O ato administrativo impugnável

- A norma administrativa impugnável

18.ª Semana - 16 a 20 de fevereiro

- A questão prévia da irrecebevilidade da ação

- O despacho pré-saneador: conhecimento de nulidades e suprimento de vícios formais

- O despacho de aperfeiçoamento e o despacho saneador na ação administrativa especial.

- Exercício: elaboração de despacho nos termos do artigo 88.º do CPTA

- A instância da ação administrativa especial

- As vicissitudes da instância

- As modificações subjetivas da instância

- As modificações objetivas da instância

19.ª Semana - 23 a 27 de fevereiro

- Exercício: elaboração de despacho sobre requerimentos apresentados ao abrigo dos

artigos 63.º a 65.º, 70.º e 102.º, n.º 4, do CPTA

- As pretensões dedutíveis no âmbito da ação administrativa especial

- A petição inicial: o pedido e a causa de pedir

- O objeto da ação impugnatória

- A cumulação de pedidos

- A recusa do recebimento da petição inicial (remissão)

- A citação da entidade demandada e dos contrainteressados

- O conceito de contrainteressados

(Semanas de 02 a 13 de março - Estágio intercalar)

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20.ª Semana - 16 a 20 de março

- A intervenção do Ministério Público

- Exercício: despacho sobre requerimento do Ministério Público

- A contestação: noção, prazo e conteúdo; revelia

- Defesa por exceção dilatória

- Defesa por exceção perentória

- Defesa por impugnação

- A apresentação do processo administrativo (o artigo 84.º, n.ºs 4, 5 e 6, do CPTA)

21.ª Semana - 23 a 27 de março

- Delimitação da jurisdição administrativa a partir da causa de pedir das ações

- A causa de pedir nas ações de efetivação de responsabilidade civil extracontratual do

Estado por facto da função administrativa

- A causa de pedir nas ações de efetivação de responsabilidade civil extracontratual do

Estado por facto da função legislativa

- A causa de pedir nas ações de efetivação de responsabilidade civil extracontratual do

Estado por facto da função jurisdicional.

- A causa de pedir nas ações de efetivação de responsabilidade contratual

- Exercício: análise de processos relativos a responsabilidade civil extracontratual e

elaboração de sentenças

22.ª Semana - 07 a 10 de abril

- Os incidentes de intervenção de terceiros na ação administrativa especial

- A instrução do processo: objeto e l imites

- Direito probatório material e direito probatório formal

- Princípios enformadores na dinâmica da prova

- Os poderes do relator e o princípio do inquisitório

- A prova no processo cautelar e no processo principal

- Os meios de prova nas «ações de plena jurisdição»

- Requerimentos. Ónus da prova. Regime jurídico

23.ª Semana - 13 a 17 de abril

- Meios de prova em especial

- O valor probatório do processo administrativo

- Prova por documentos

- Prova por confissão das partes

- Prova pericial

- Inspeção Judicial

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- Prova testemunhal

- A prova nas ações de responsabilidade civil extracontratual do Estado: ações por violação

do direito a decisão judicial em prazo razoável, ações de indemnização por danos

provocados por acidentes de viação, ações de indemnização por erro médico

24.ª Semana - 20 a 24 de abril

- A injunção judicial administrativa

- A ação de condenação à prática do ato administrativo devido

- A ação de impugnação de normas

- A tramitação das ações administrativas especiais de impugnação de normas ou de

condenação à prática do ato devido

- Os poderes de pronúncia do tribunal na ação de condenação à prática do ato devido

- Exercício: elaboração de sentença em ação administrativa especial de impugnação de

normas ou de condenação à prática de ato devido

25.ª Semana - 27 a 30 de abril

- Exercício escrito avaliativo n.º 3: elaboração de decisão sobre uma ação administrativa

especial impugnatória

- Regime jurídico da cumulação de pedidos

- A cumulação de pedido impugnatório com pedido de reconstituição da situação atual

hipotética

- A cumulação de pedido impugnatório com pedido de efetivação de responsabilidade civil

extracontratual

- Sentença: conteúdo, vícios e regime (artigos 94.º e 95.º do CPTA)

26.ª Semana - 04 a 08 de maio

- Exercício: avaliativo n.º 4: elaboração de sentença em ação administrativa especial com

cumulação de pedidos

- Análise global das principais propostas de alteração ao CPTA

27.ª Semana - 11 a 15 de maio

- A tutela do direito à nacionalidade e os processos de oposição à aquisição da

nacionalidade portuguesa

- Exercício: elaboração de sentença em ação de oposição à aquisição da nacionalidade

portuguesa

28.ª Semana - 18 a 22 de maio

- O direito internacional e europeu de asilo

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- A tutela substantiva e processual do direito de asilo e de proteção subsidiária

29.ª Semana - 25 a 29 de maio

- Recursos em processo administrativo

- Exercício: elaboração de despachos de admissão de recurso

30.ª Semana - 01 a 05 de junho

- Ação executiva

- Finalidade da ação executiva

- Espécies de ação executiva

- Pressupostos específicos da ação executiva – artigo 157.º do CPTA

- Exercício: elaboração de despachos simples

- Os processos executivos em especial: a execução para prestação de facto ou de coisa; a

execução para pagamento de quantia certa; execução de sentença de anulação

31.ª Semana - 08 a 12 de junho

- Tramitação da ação executiva

- A indemnização por facto de inexecução

- Análise de jurisprudência sobre a execução de julgado

32.ª Semana - 15 a 19 de junho

- Exercício avaliativo n.º 5: elaboração de decisão final sobre execução

- Processos especiais não previstos no CPTA: perda de mandato, dissolução de órgão

autárquico, mandado urbanístico, injunção urbanística e reconhecimento de acidente em

serviço

33.ª Semana - 22 a 26 de junho

- Exercício: elaboração de sentença num processo especial

- Exercício avaliativo n.º 6: elaboração de sentença

34.ª Semana - 29 de junho a 03 de julho

- Análise sinóptica de jurisprudência administrativa

35.ª Semana - 06 a 10 de julho

- Síntese final

- Balanço global do 1º ciclo formativo

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3.2.2. Direito tributário, substantivo e processual

A formação inicial no Direito Tributário tem como objetivos formativos a aquisição pelos

auditores das seguintes competências:

a) No fim do primeiro trimestre:

• Conhecer os princípios jurídicos -constitucionais da tributação, assim como as regras de

interpretação, integração e eficácia do direito fiscal.

• Conhecer os princípios que regem o procedimento tributário, as garantias não

contenciosas dos contribuintes e os principais procedimentos existentes.

• Dominar a tramitação do processo de execução fiscal, conhecer os respetivos incidentes e

compreender, no seu seio, a divisão de competências entre o órgão de execução fiscal e o

juiz.

• Conhecer a natureza e princípios gerais do contencioso tributário, assim como quais os

poderes do juiz no seu âmbito e saber como exercer esses poderes.

• Conhecer as principais questões que no processo tributário se colocam ao nível do ónus

da prova e a jurisprudência dos tribunais superiores sobre esta matéria.

• Dominar o objeto e âmbito da impugnação judicial.

• Saber tramitar o processo de impugnação judicial, e as peças processuais mais frequentes

(despacho liminar, despacho de convite ao aperfeiçoamento, despacho de convolação,

despachos sobre requerimentos de prova, sentença, despacho de decisão de reclamação

da conta).

b) No fim do segundo trimestre:

• Conhecer e saber tramitar as providências cautelares no processo tributário, dominar o

respetivo objeto e fundamentos.

• Saber tramitar os vários incidentes da execução fiscal, e dominar o respetivo objeto e

fundamentos, em particular no caso da oposição à execução.

• Conhecer e saber aplicar em concreto as regras da prescrição dos vários tributos e a

jurisprudência dos tribunais superiores sobre a matéria.

• Conhecer o objeto e fundamentos e saber tramitar a ação administrativa especial, os

outros meios processuais acessórios, a execução de julgados, o processo especial de

derrogação do dever de sigilo bancário, o recurso da decisão de avaliação da matéria

coletável pelo método indireto e o recurso de contraordenação.

• Conhecer e saber aplicar as regras especiais dos recursos jurisdicionais no contencioso

tributário.

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Plano de Estudos - 31º Curso de Formação (TJ); 3.º Curso de Formação (TAF) 104

• Conhecer as questões que com maior frequência se colocam nos tribunais tributários no

domínio do direito tributário internacional e europeu e a jurisprudência dos tribunais

superiores nestas matérias.

• Saber organizar e conduzir uma diligência de inquirição de testemunhas.

c) No fim do terceiro trimestre:

• Conhecer e saber aplicar em concreto as regras da caducidade do direito à l iquidação dos

vários tributos e a jurisprudência dos tribunais superiores sobre a matéria.

• Conhecer a jurisprudência dos tribunais superiores sobre a distinção entre imposto, taxas

e sobre contribuições especiais.

• Compreender e saber aplicar o regime das taxas locais, conhecer as particularidades do

contencioso tributário nesta matéria, e a jurisprudência dos tribunais superiores

relativamente aos problemas mais frequentes que relativamente à mesma surgem nos

tribunais.

• Compreender e saber aplicar o regime das contribuições para a segurança social, conhecer

as particularidades do contencioso tributário nesta matéria, e a jurisprudência dos

tribunais superiores relativamente aos problemas mais frequentes que relativamente à

mesma surgem nos tribunais.

• Compreender e saber aplicar o regime do IRS, conhecer as particularidades do

contencioso tributário nesta matéria, e a jurisprudência dos tribunais superiores

relativamente aos problemas mais frequentes que relativamente à mesma surgem nos

tribunais.

• Compreender e saber aplicar o regime do IRC, conhecer as particularidades do

contencioso tributário nesta matéria, e a jurisprudência dos tribunais superiores

relativamente aos problemas mais frequentes que relativamente à mesma surgem nos

tribunais.

• Compreender e saber aplicar o regime do IVA, conhecer as particularidades do

contencioso tributário nesta matéria, e a jurisprudência dos tribunais superiores

relativamente aos problemas mais frequentes que relativamente à mesma surgem nos

tribunais.

• Compreender e saber aplicar o regime do IMI, conhecer as particularidades do

contencioso tributário nesta matéria, e a jurisprudência dos tribunais superiores

relativamente aos problemas mais frequentes que relativamente à mesma surgem nos

tribunais.

• Compreender e saber aplicar o regime do IMT, conhecer as particularidades do

contencioso tributário nesta matéria e a jurisprudência dos tribunais superiores

relativamente aos problemas mais frequentes que relativamente à mesma surgem nos

tribunais.

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Plano de Estudos - 31º Curso de Formação (TJ); 3.º Curso de Formação (TAF) 105

• Conhecer os aspetos relevantes do direito aduaneiro e as particularidades do contencioso

tributário nesta matéria, os problemas mais frequentes que sobre a mesma surgem nos

tribunais e a jurisprudência dos tribunais superiores.

• Conhecer os aspetos relevantes do regime dos impostos especiais e as particularidades do

contencioso tributário nesta matéria, os problemas mais frequentes que sobre a mesma

surgem nos tribunais e a jurisprudência dos tribunais superiores.

Linhas gerais

A abordagem dos conteúdos será feita partindo de uma breve apresentação sob a forma de

exposição enquadradora apoiada por documentos de suporte (síntese da exposição e bibliografia de

referência para aprofundamento do tema), acompanhada pelo estudo da jurisprudência relevante.

Após este enquadramento, todos os temas serão trabalhados com exercícios práticos, na forma

de elaboração de peças processuais e/ou discussão de casos práticos, conforme o caso.

Com efeito, e ainda que tendo presente e subscrevendo integralmente o objetivo estratégico de

evitar “modelos universitários (…) sublinhando a especificidade profissional da vocação do CEJ” que

partiu da identificação da existência de uma “formação no primeiro ciclo demasiado académica e pouco

relacionada com os objetivos de formação dos magistrados – isto é, com as competências e as

qualidades que definem um bom magistrado” (cf. Projeto Estratégico, Orientações para o Plano de

Atividades e Objetivos Estratégicos e Operacionais, Documento preliminar, CEJ, 20 12, págs. 26 e 29,

preocupação que é retomada no Plano de Estudos 30.º Curso de Formação de Magistrados, CEJ, 2012,

págs. 8 e 9, e no Plano Anual de Atividades - 2013 / 2014, CEJ, 2013, págs., todos disponíveis para

consulta em http://www.cej.mj.pt), a estratégia proposta pretende colmatar a diversidade de saberes e

experiências dos auditores na área administrativa e tributária, visto que adquiriram a sua experiência

profissional em áreas distintas, o que nalguns casos pressupõe alguma perda de contacto com as

matérias do direito tributário, que como é sabido se encontram em constante atualização.

Cruzamento com outros saberes

Atendendo a que na área tributária os juízes são frequentemente confrontados com problemas

que apelam à interdisciplinaridade e cruzamento com outras áreas do saber, serão organizadas sessões

de trabalho (workshops) com especialistas nas matérias que, para além da contabilidade financeira,

suscitam maiores dificuldades concretas.

Assim, terão lugar workshops destinados à para a mel hor compreensão do procedimento

concreto de (auto)liquidação do IRC, IRS e IVA, maxime das equações fundamentais subjacentes, e à

familiarização com o modo de preenchimento das respetivas declarações fiscais.

Também para a aquisição de competências que permitam compreender os juízos técnicos

densificadores de conceitos indeterminados como o de “prejuízo irreparável” e de “manifesta falta de

meios económicos” nos casos em que se discute a isenção de prestação de garantias (cf. n.º 4 do art.

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Plano de Estudos - 31º Curso de Formação (TJ); 3.º Curso de Formação (TAF) 106

52.º da LGT), ou da idoneidade da garantia (cf. n.º 2 do art. 52.º da LGT) quando como tal é oferecida a

penhora de quotas de sociedade (sendo que estamos perante situações que geram elevada litigância no

seio da reclamação de atos do órgão de execução, art. 276.º CPPT, pr ocesso de tramitação urgente),

terão lugar workshops sobre análise financeira e avaliação de empresas e partes sociais.

Áreas de elevada complexidade científica são ainda a do direito fiscal internacional e a do direito

fiscal europeu, sendo que cada vez com maior frequência os juízes tributários são chamados a dirimir

conflitos de elevada dificuldade, que pressupõem conhecimentos profundos nestas áreas. Para cada

uma destas áreas, serão igualmente realizadas sessões de trabalho (workshop) com especialistas .

1.º Trimestre

1.ª Semana - 06 a 10 de outubro

- Apresentação dos participantes, programa, objetivos e metodologia.

2.ª Semana - 13 a 17 de outubro

- Princípios jurídicos-constitucionais da tributação. Análise de jurisprudência. Discussão de

um caso prático.

3.ª semana - 20 a 24 de outubro

- Interpretação, integração e eficácia do direito fiscal. Análise de jurisprudência. Discussão

de um caso prático.

4.ª semana - 27 a 31 de outubro

- Procedimento tributário. Garantias (não contenciosas) dos contribuintes. Meios de prova

no procedimento. O princípio da impugnação unitária. Análise de jurisprudência.

Discussão de um caso prático.

5.ª semana - 03 a 07 de novembro

- O processo de execução fiscal. Natureza e consequências. A distribuição de competências

entre o órgão de execução e o do juiz. Incidente de entrega do bem. A tramitação da

execução: as nulidades. A garantia: isenção e garantia “idónea”. A indemnização por

garantia indevida e pela caducidade da garantia. Análise de jurisprudência. Discussão de

um caso prático.

6.ª semana - 10 a 14 de novembro

- A tramitação do processo de execução fiscal (continuação) Os incidentes da execução

fiscal.

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Plano de Estudos - 31º Curso de Formação (TJ); 3.º Curso de Formação (TAF) 107

7.ª semana - 17 a 21 de novembro

- O contencioso tributário: natureza e princípios gerais. Os poderes do juiz. Discussão de

casos práticos.

8.ª semana - 24 a 28 de novembro

- Personalidade, capacidade, legitimidade e competência. Exercício: decisão de incidente de

incompetência; despachos de convite ao aperfeiçoamento.

9.ª semana - 01 a 05 de dezembro

- A impugnação judicial. Fundamentos. Controlo l iminar. Elaboração de um despacho

liminar.

10.ª semana - 09 a 12 de dezembro

- Impugnação judicial. Tramitação. O processo administrativo. A instrução (prova).

Requisitos da apensação. Elaboração de despachos sobre requerimentos de pr ova. Os

incidentes (remissão).

11.ª semana - 15 a 19 de dezembro

- Impugnação judicial. A sentença. Questão da divisibil idade do ato e da sentença de

procedência parcial. Valor da causa. Exercícios: sentença e despacho de decisão de

reclamação da conta.

2.º Trimestre

12.ª semana - 05 a 09 de janeiro

- As providências cautelares no processo tributário.

13.ª semana - 12 a 16 de janeiro

- Os incidentes da execução fiscal em especial: a reclamação de atos, os embargos, a

anulação de venda. Reclamação da graduaçã o de créditos.

14.ª semana - 19 a 23 de janeiro

- A oposição à execução: fundamentos e tramitação.

15.ª semana - 26 a 30 de janeiro

- A oposição à execução (cont.). Elaboração de um despacho de convite à convolação.

16.ª semana - 02 a 06 de fevereiro

- Ineficácia da liquidação e caducidade do direito à l iquidação.

Centro de Estudos Judiciários

Plano de Estudos - 31º Curso de Formação (TJ); 3.º Curso de Formação (TAF) 108

17.ª semana - 09 a 13 de fevereiro

- A prescrição das obrigações tributárias.

18.ª semana - 16 a 20 de fevereiro

- Ação administrativa especial, outros meios processuais acessórios e execução de julgados.

Especificidades e remissão. Intimação para um comportamento e ação para o

reconhecimento de um direito.

19.ª semana - 23 a 27 de fevereiro

- Processo especial de derrogação do dever de sigilo bancário. Recurso da decisão de

avaliação da matéria coletável pelo método indireto.

20.ª semana - 16 a 20 de março

- O recurso de contraordenação.

21.ª semana - 23 a 27 de março

- Recursos jurisdicionais e a execução de sentença no contencioso tributário.

3.º Trimestre

22.ª semana - 07 a 10 de abril

- Direito tributário internacional

23.ª semana - 13 a 17 de abril

- Direito tributário europeu.

24.ª semana - 20 a 24 de abril

- Imposto, taxas e as contribuições especiais. Definição e figuras afins. O regime das taxas

locais. As contribuições para a segurança social.

25.ª semana - 27 a 30 de abril

- O IRS. Princípios, incidência, determinação da matéria coletável e l iquidação. Caducidade

do direito à l iquidação.

26.ª semana - 04 a 08 de maio

- IRS (continuação).

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Plano de Estudos - 31º Curso de Formação (TJ); 3.º Curso de Formação (TAF) 109

27.ª semana - 11 a 15 de maio

- IRC. Princípios, incidência, determinação da matéria coletável e l iquidação. Caducidade do

direito à l iquidação.

28.ª semana - 18 a 22 de maio

- IRC (continuação). Regimes especiais: regime especial de tributação de grupos de

empresas e regime especial das fusões, cisões, entrada de ativos e permuta de partes

sociais. Cláusulas especiais antiabuso.

29.ª semana - 25 a 29 de maio

- IVA Princípios, incidência, determinação da matéria coletável e l iquidação. Isenções.

30.ª semana - 01 a 05 de junho

- IVA (continuação).

31.ª semana - 08 a 12 de junho

- IVA nas transações intracomunitárias. Incidência, determinação da matéria coletável e

l iquidação. Isenções.

32.ª semana - 15 a 19 de junho

- IMI. Princípios, incidência, determinação da matéria coletável e l iquidação. Isenções.

33.ª semana - 22 a 26 de junho

- IMT. Princípios, incidência, determinação da matéria coletável e l iquidação. Isenções.

34.ª semana - 29 de junho a 03 de julho

- Direito aduaneiro

35.ª semana - 06 a 10 de julho

- Impostos especiais

36.ª semana - 13 a 17 de julho

- Síntese e balanço final.

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Sessões de trabalho (workshops)

Enquadramento

Atendendo a que na área tributária a resolução dos problemas com que se confrontam os juízes

apelam frequentemente à interdisciplinaridade e cruzamento com outras áreas do saber, serão

organizadas sessões de trabalho (workshops) conduzidas por especialistas nas áreas de maior

complexidade/tecnicidade.

Estas sessões destinam-se a apoiar e aprofundar as sessões da formação inicial que serão dadas

na área tributária, quer na componente da especialidade, no respeitante aos regimes jurídicos dos

impostos e direito aduaneiro e contencioso aduaneiro, quer na componente profissional.

Estas sessões de trabalho poderão vir a realizar-se no 2º Ciclo, mediante convite a docentes

externos.

Sessão de trabalho (workshop) sobre IRS

Objetivos

Dar a conhecer aos auditores o procedimento concreto de liquidação do imposto e equações

fundamentais subjacentes, e familiarizar os mesmos com o conteúdo, regras e modo de

preenchimento da correspondente declaração fiscal.

Metodologia

Sessão de trabalho, com exposição feita pelo especialista convidado ilustrada por exemplos,

seguida de discussão de casos práticos (situações reais ou hipotéticas) e se possível,

realização de um exercício prático.

Duração

6 horas (3 no período da manhã e 3 no período da tarde de um mesmo dia)

Programa

Rendimentos sujeitos ao imposto (trabalho dependente e pensões)

Deduções à coleta e benefícios fiscais

Despesas de saúde e de educação

Determinação da matéria coletável

Taxas

Liquidação e cobrança

O preenchimento da declaração anual de IRS

Exercício prático

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Sessão de trabalho sobre IRC

Objetivos

Dar a conhecer aos auditores o procedimento concreto de autoliquidação do imposto e

equações fundamentais subjacentes, e familiarizar os mesmos com o conteúdo, regras e

modo de preenchimento das correspondentes declarações fiscais.

Metodologia

Sessão de trabalho, com exposição feita pelo especialista convidado ilustrada por exemplos,

seguida de discussão de casos práticos (situações reais ou hipotéticas) e se possível,

realização de um exercício prático.

Duração

6 horas (3 no período da manhã e 3 no período da tarde de um mesmo dia)

Programa

Do resultado contabilístico ao resultado tributável:

Variações patrimoniais positivas e negativas não refletidas no resultado líquido do exercício

Gastos contabilísticos que não aceites como gastos em termos fiscais

Rendimentos contabilísticos que não aceites como rendimentos em termos fiscais

Determinação do resultado tributável (quadro 07 do Modelo 22)

Do lucro tributável à matéria coletável:

Regimes de taxas

Prejuízos fiscais dedutíveis

Benefícios fiscais

Determinação da matéria coletável

Da matéria coletável ao Imposto a pagar:

Imposto às taxas normal e reduzida

Determinação da coleta

Deduções a efetuar:

Dupla tributação económica

Dupla tributação internacional

Contribuição autárquica

Benefícios fiscais

Pagamento especial por conta

Determinação do IRC liquidado

Retenções na fonte

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Pagamentos por conta

Determinação do IRC a pagar (ou a recuperar)

IRC de exercícios anteriores

Derrama

Tributações autónomas

Juros compensatórios

Juros de mora

Determinação do total a pagar (ou a recuperar)

Preenchimento da declaração modelo 22 de IRC, em particular do respetivo quadro 07

Sessão de trabalho sobre IVA

Objetivos

Dar a conhecer aos auditores o procedimento concreto de liquidação do imposto e equações

fundamentais subjacentes, e familiarizar os mesmos com o conteúdo, regras e modo de

preenchimento das correspondentes declarações fiscais.

Metodologia

Sessão de trabalho, com exposição feita pelo especialista convidado ilustrada por exemplos,

seguida de discussão de casos práticos (situações reais ou hipotéticas) e se possível,

realização de um exercício prático.

Duração

6 horas (3 no período da manhã e 3 no período da tarde de um mesmo dia)

Programa

Determinação da matéria coletável

Taxas

Liquidação e cobrança

O preenchimento das declarações de IVA

Exercício prático

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Plano de Estudos - 31º Curso de Formação (TJ); 3.º Curso de Formação (TAF) 113

Sessão de trabalho sobre análise financeira

Objetivos

Permitir compreender os juízos técnicos densificadores dos conceitos de “prejuízo

irreparável” e de “manifesta falta de meios económicos” nos casos em que se discute a

isenção de prestação de garantias (cf. n.º 4 do art. 52.º da LGT) oferecidas por empresas.

Metodologia

Sessão de trabalho, com exposição feita pelo especialista convidado ilustrada por exemplos,

seguida de discussão de casos práticos (situações reais ou hipotéticas)

Duração

6 horas (3 no período da manhã e 3 no período da tarde de um mesmo dia)

Programa

Enquadramento: o papel da análise financeira

A análise da situação da empresa a partir dos seus demonstrativos financeiros:

Análise ao equilíbrio financeiro

Análise ao desempenho (ou rendibilidade)

Análise aos fluxos monetários

Conclusões

Casos práticos

Sessão de trabalho sobre avaliação de empresas e partes sociais

Objetivos

Permitir compreender os juízos técnicos densificadores do conceito de idoneidade da garantia

(cf. n.º 2 do art. 52.º da LGT) quando como tal é oferecida a penhora de quotas de sociedade.

Metodologia

Sessão de trabalho, com exposição feita pelo especialista convidado ilustrada por exemplos,

seguida de discussão de casos práticos (situações reais ou hipotéticas)

Duração

6 horas (3 no período da manhã e 3 no período da tarde de um mesmo dia)

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Plano de Estudos - 31º Curso de Formação (TJ); 3.º Curso de Formação (TAF) 114

Programa

Contexto(s) em que se revela necessário avaliar uma empresa ou partes sociais (ações ou

quotas)

Definição e tipos de valor atribuíveis a uma empresa (valor dos l ivros, valor de mercado, valor

intrínseco/justo valor, valor de liquidação, valor de uma empresa em continuidade

operacional)

Trabalhos preparatórios de avaliação

Métodos de avaliação:

- Tradicionais

- Com base em fluxos de caixa descontados (“discounted cash flows”). Determinação da

taxa de desconto a util izar.

- Com base no EBITDA mais a Dívida Líquida

- Com base em indicadores do valor da ação no mercado de capitais (“PER – Price Earnings

Ratio”, dividendo por ação/ “dividend yield” e o rácio preço/ “cash -flow”)

Conclusões

Casos práticos

Sessão de trabalho sobre direito fiscal internacional

Objetivos

Permitir aos auditores aprofundar os conhecimentos nesta matéria, de grande complexidade

técnica, através de uma abordagem eminentemente prática.

Metodologia

Sessão de trabalho, com exposição pelo especialista convidado ilustrada por exemplos,

seguida de discussão de casos práticos (situações reais ou hipotéticas)

Duração

6 horas (3 no período da manhã e 3 no período da tarde de um mesmo dia)

Tema a trabalhar

A residência no direito internacional fiscal.

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Sessão de trabalho sobre direito fiscal europeu

Objetivos

Permitir aos auditores aprofundar os conhecimentos nesta matéria, de grande complexidade

técnica, através de uma abordagem eminentemente prática.

Metodologia

Sessão de trabalho, com exposição pelo especialista convidado ilustrada po r exemplos,

seguida de discussão de casos práticos (situações reais ou hipotéticas)

Duração

6 horas (3 no período da manhã e 3 no período da tarde de um mesmo dia)

Tema a trabalhar

A tributação direta na jurisprudência do Tribunal de Justiça do TJCE.

Sessão de trabalho sobre a tramitação pela administração tributária do processo de

execução fiscal

Objetivos

Familiarizar os auditores com a tramitação pela AT do processo de execução fiscal, de modo a

permitir a correta compreensão/interpretação do respetivo processo documental.

Metodologia

Demonstração prática e i lustrada com exemplos dos vários passos seguidos, atos praticados e

documentos produzidos pela AT na tramitação em concreto dos processos de execução fiscal,

compreendendo a apresentação do modo de funcionamento das várias bases de dados (p. ex.

de pesquisa de património dos sujeitos passivos) e sistemas informáticos (p. ex. de penhoras

automáticas) de que a AT se socorre para o efeito.

Duração

3 horas (manhã ou tarde de um dia)

Tema a trabalhar

A tramitação do processo de execução fiscal pela AT.

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3.2.3. Direito Civil, nos domínios dos contratos e da responsabilidade Civil e Direito Processual Civil e Responsabilidade Civil Extracontratual do Estado

Atentar-se-á num modelo de processo civil assente num postulado da confiança, construído a

partir de uma ética de responsabilidade social, tributando-a a quem dirige o processo e a quem, em

cada momento, no âmago do sistema, dele prestará contas: o juiz.

A abordagem e a discussão dos temas e das questões problemáticas do direito civil, com especial

enfoque na matéria dos contratos e na responsabilidade civil, devem ser equacionadas em sintonia com

a sequência da marcha do processo comum, partindo-se de um plano adjetivo para o tratamento de

situações concretas com incursão nos temas do direito substantivo.

Na resolução oral dos casos práticos e na simulação escrita das decisões apelar se á aos institutos

de direito civil substantivo, no domínio dos contratos e da responsabilidade civil, sendo de con siderar,

neste particular, os seguintes conteúdos temáticos :

Quanto ao direito dos contratos

Noção e tipos de contratos

Pressupostos do contrato

Estrutura do contrato (vontade e declaração)

Conteúdo do contrato (formação e elementos do conteúdo)

Eficácia do contrato

Extinção do contrato

Quanto à responsabilidade civil

Responsabilidade delitual, contratual e pré-contratual

Responsabilidade subjetiva e objetiva

Responsabilidade por facto il ícito e por facto lícito

Pressupostos da responsabilidade

Obrigação de indemnizar

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PRIMEIRO TRIMESTRE

Objetivos

Delimitação do âmbito e enquadramento da justiça cível no ordenamento jurídico;

Assimilação dos princípios estruturantes do processo civil e das suas l inhas sistemáticas;

Domínio dos diversos modos de tutela cível;

Delimitação dos tipos de jurisdição;

Análise da tipologia das ações;

Domínio da marcha do processo declarativo, nas suas fases essenciais e atos processuais;

Apreciação da validade e eficácia dos atos processuais;

Análise da função e do conteúdo da petição inicial e da causa de pedir;

Compreensão da intervenção liminar do juiz;

Delimitação dos termos e formas de citação em geral e apreciação dos efeitos da revelia;

Apreciação da natureza, função, conteúdo e regime processual dos articulados;

Apreensão sistemática da dinâmica do processo civil e dos termos do início, desenvolvimento,

vicissitudes e extinção da instância;

Aquisição e desenvolvimento de competências em matéria de modificações objetivas e subjetivas

da instância.

Calendarização

1.ª Semana – 6 a 10 de outubro de 2014 (1 UL)

- Apresentação

- Âmbito e enquadramento da justiça cível

- Princípios e l inhas sistemáticas do processo civil (I)

2.ª Semana – 13 a 17 de outubro de 2014 (1 UL)

- Princípios e l inhas sistemáticas do processo civil (II)

3.ª Semana – 20 a 24 de outubro de 2014 (1 UL)

- Modos de tutela cível

- Tipos de jurisdição

- Espécies de ações consoante o fim

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4.ª Semana – 27 a 31 de outubro de 2014 (1 UL)

- A dinâmica processual civil

- A instância: início, suspensão e extinção

- Atos processuais:

o Regime geral

o Validade e eficácia

5.ª Semana – 3 a 7 de novembro de 2014 (1 UL)

- Petição inicial – função, conteúdo

- O pedido e a causa de pedir

o Ações baseadas em obrigações emergentes de contratos

o Ações de indemnização por responsabilidade civil

6.ª Semana – 10 a 14 de novembro de 2014 (1 UL)

- Apresentação, recebimento, recusa da petição inicial

- Vícios da petição inicial

- A intervenção liminar do juiz

7.ª Semana – 17 a 21 de novembro de 2014 (1 UL)

- Citação

- Revelia

- Contestação

- Reconvenção

- Réplica

- Articulados supervenientes

8.ª Semana – 24 a 28 de novembro de 2014 (1 UL)

- Modificações objetivas e subjetivas da instância (I)

9.ª Semana – 1 a 5 de dezembro de 2014 (2 UL)

- Exercitação escrita

10.ª Semana – 8 a 12 de dezembro de 2014 (1 UL)

- Modificações objetivas e subjetivas da instância (II)

11.ª Semana – 15 a 19 de dezembro de 2014 (1 UL)

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Plano de Estudos - 31º Curso de Formação (TJ); 3.º Curso de Formação (TAF) 119

- Discussão e correção do exercício escrito

SEGUNDO TRIMESTRE

Objetivos

Intuição do papel do juiz como gestor do processo;

Apreensão do conceito de gestão inicial do processo e sua aplicação prática, designadamente no

despacho liminar e no despacho pré-saneador;

Perceção da função primordial da audiência prévia, atos a praticar e termos da concretização da

gestão processual nesta fase;

Conhecimento da técnica de saneamento do processo e de aferição dos pressupostos processuais e

sua exercitação prática;

Análise das exceções dilatórias e das exceções perentórias;

Identificação do objeto do litígio e enunciação dos temas da prova e sua concretização prática;

Capacidade de apreciação da problemática da prova, analisando os diversos meios probatórios, nas

perspetivas do direito nacional e do direito europeu;

Domínio da temática dos acidentes de viação dos prismas adjetivo e substantivo.

Calendarização

12.ª Semana – 5 a 9 de janeiro de 2015 (1 UL)

- Gestão inicial do processo: despacho liminar e despacho pré-saneador

13.ª Semana – 12 a 16 de janeiro de 2015 (1 UL)

- Despacho saneador:

o Pressupostos processuais

o Exceções dilatórias

14.ª Semana – 19 a 23 de janeiro de 2015 (1 UL)

- Saneador-sentença

- Exceções perentórias

15.ª Semana – 26 a 30 de janeiro de 2015 (2 UL)

- Exercitação escrita

16.ª Semana – 2 a 6 de fevereiro de 2015 (1 UL)

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- Audiência prévia

17.ª Semana – 9 a 13 de fevereiro de 2015 (1 UL)

- Discussão e correção do exercício escrito

- Simulação de audiência prévia

18.ª Semana – 16 a 20 de fevereiro de 2015 (1 UL)

- Identificação do objeto do litígio e enunciação dos temas da prova

o Casos relacionados com obrigações emergentes de contratos

19.ª Semana – 23 a 27 de fevereiro de 2015 (1 UL)

- Identificação do objeto do litígio e enunciação dos temas da prova

o Casos de responsabilidade civil

20.ª Semana – 2 a 6 de março de 2015 (2 UL)

- Exercitação escrita

21.ª Semana – 9 a 13 de março de 2015 (1 UL)

- A prova (I)

22.ª Semana – 16 a 20 de março de 2015 (1 UL)

- Discussão sobre o trabalho escrito

- A prova (II)

23.ª Semana – 23 a 27 de março de 2015 (1 UL)

- A responsabilidade civil por acidentes de viação

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Plano de Estudos - 31º Curso de Formação (TJ); 3.º Curso de Formação (TAF) 121

TERCEIRO TRIMESTRE

Objetivos

Domínio das regras, trâmites e vicissitudes da audiência final, com especial abordagem das

temáticas da psicologia do testemunho e da ética judiciária;

Capacidade de seleção da matéria de facto e de avaliação da prova;

Concretização dos elementos integradores da sentença;

Análise dos vícios da sentença e compreensão da matéria dos recursos;

Estudo do procedimento de injunção e subsequente ação declarativa;

Conhecimento da tramitação dos procedimentos cautelares e da figura inovatória da inversão do

contencioso;

Análise dos títulos executivos, da tramitação da ação executiva e dos seus incidentes;

Domínio dos embargos de executado e da oposição à penhora;

Aquisição e desenvolvimento de conhecimentos no âmbito do contencioso dos contratos de

locação financeira, de compra e venda com reserva de propriedade e de factoring.

Calendarização

24.ª Semana – 6 a 10 de abril de 2015 (1 UL)

- Audiência final

25.ª Semana – 13 a 17 de abril de 2015 (1 UL)

- Audiência final – simulação

26.ª Semana – 20 a 24 de abril de 2015 (1 UL)

- Sentença, em particular a decisão sobre a matéria de facto (I)

27.ª Semana – 27 de abril a 1 de maio de 2015 (1 UL)

- Sentença (II)

- Exercitação escrita a elaborar em prazo a definir

4 a 8 de maio de 2015 - Semana Intercalar

28.ª Semana – 11 a 15 de maio de 2015 (1 UL)

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- Vícios da sentença

- Recursos

29.ª Semana – 18 a 22 de maio de 2015 (1 UL)

- O procedimento da injunção e a subsequente ação declarativa

30.ª Semana – 25 a 29 de maio de 2015 (1 UL)

- Procedimentos cautelares

31.ª Semana – 1 a 5 de junho de 2015 (1 UL)

- Ação Executiva (I)

32.ª Semana – 8 a 12 de junho de 2015 (1 UL)

- Ação Executiva (II)

33.ª Semana – 15 a 19 de junho de 2015 (2 UL)

- Exercitação escrita

34.ª Semana – 22 a 26 de junho de 2015 (1 UL)

- Contencioso derivado de contratos de locação financeira, de compra e venda com reserva de

propriedade e de factoring.

35.ª Semana – 29 de junho a 3 de julho de 2015

- Discussão e correção dos exercícios escritos

36.ª Semana – 6 a 10 de julho de 2015 (1 UL)

- Síntese e balanço final