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PLANO DE DESENVOLVIMENTO DO ARRANJO PRODUTIVO LOCAL GEMAS E ARTEFATOS DE PEDRA DE TEÓFILO OTONI Cata típica da região escavada em aluvião Relatório final Teófilo Otoni, 22 de novembro de 2014

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PLANO DE DESENVOLVIMENTO DO ARRANJO PRODUTIVO LOCAL

GEMAS E ARTEFATOS DE PEDRA DE TEÓFILO OTONI

Cata típica da região escavada em aluvião

Relatório final

Teófilo Otoni, 22 de novembro de 2014

PLANO DE DESENVOLVIMENTO DO APL DE GEMAS E ARTEFATOS DE PEDRA DE TEÓFILO

OTONI

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO .................................................................................................................................. 2

1. CONTEXTUALIZAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO APL DE GEMAS E ARTEFATOS

DE PEDRA DE TEÓFILO OTONI ........................................................................................................ 4

1.1. Introdução .................................................................................................................................. 4

1.2. Histórico do APL ...................................................................................................................... 9

1.3. Setores econômicos do APL ................................................................................................ 13

1.4. Empresas presentes, interação e cooperação dos atores ........................................... 17

1.5. Governança do APL ................................................................................................................ 18

2. PROCESSO DE ELABORAÇÃO DO PLANO DE DESENVOLVIMENTO ......................... 21

3. SITUAÇÃO ATUAL, DESAFIOS E OPORTUNIDADES ........................................................ 24

3.1. Pontos fortes observados ..................................................................................................... 25

3.2. Obstáculos a serem superados e ameaças ..................................................................... 26

3.3. Oportunidades a serem conquistadas .............................................................................. 28

3.4. Desafios a serem alcançados .............................................................................................. 28

4. RESULTADOS ESPERADOS .................................................................................................... 30

5. INDICADORES DE RESULTADO ............................................................................................. 31

6. AÇÕES PREVISTAS .................................................................................................................... 32

6.1 Infraestrutura e Investimentos ................................................................................... 33

6.2 Financiamento ............................................................................................................ 34

6.3 Governança e Cooperação ........................................................................................ 34

6.4 Competitividade e Inovação ....................................................................................... 36

6.5 Formação e Capacitação ............................................................................................ 37

6.6 Divulgação e Comunicação ....................................................................................... 38

6.7 Acesso aos Mercados ................................................................................................ 39

7. GESTÃO DO PLANO DE DESENVOLVIMENTO ................................................................... 40

8. INSTRUMENTOS PARA ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO ....................................... 41

9. REFERÊNCIAS ............................................................................................................................. 43

PLANO DE DESENVOLVIMENTO DO APL DE GEMAS E ARTEFATOS DE PEDRA DE TEÓFILO

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APRESENTAÇÃO

Através de projeto com abrangência nacional, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e o Ministério da Cultura (Minc) unem-se em uma parceria para a valorização de setores da economia criativa por meio de diversas ações integradas nas esferas federal, estadual e regional. Tendo em vista a importância dos arranjos produtivos locais para o desenvolvimento de setores e regiões, foram selecionados 27 APLs de economia criativa distribuídos em quase todos os estados brasileiros. A ação pretende fomentar o desenvolvimento regional, trazendo emprego e renda, de modo que os arranjos sejam permanentes e economicamente sustentáveis, ao mesmo tempo em que os aspectos criativos e culturais de nosso povo sejam preservados.

O Governo Federal define o conceito de economia criativa em seu Plano de Políticas, Diretrizes e Ações 2011-2014 editado pelo Ministério da Cultura. Entende-se como economia criativa aquela composta por setores cujas atividades produtivas têm como processo principal um ato criativo gerador de um produto, bem ou serviço, cuja dimensão simbólica é determinante do seu valor, resultando em produção de riqueza cultural, econômica e social. Sua importância para o país se alicerça em princípios como a manutenção de ativos da diversidade cultural brasileira, inclusão social, inovação e sustentabilidade, além das questões econômicas e de desenvolvimento regional, que se reflete em geração de emprego e renda.

Os arranjos produtivos locais (APLs) caracterizam-se por aglomerações territoriais de agentes econômicos, políticos e sociais com foco em um conjunto específico de atividades econômicas. Geralmente envolvem a participação e a interação de empresas - que podem ser desde produtores de bens e serviços finais até fornecedores de insumos e equipamentos, prestadoras de consultorias e serviços, comercializadoras, clientes, entre outros - e suas várias formas de representação e associação. Incluem também diversas outras instituições públicas e privadas voltadas para formação e capacitação de recursos humanos, como escolas técnicas e universidades; pesquisa, desenvolvimento e engenharia; política, promoção e financiamento. Os atores do APL, embora localizados em um território, não necessariamente estão restritos a uma divisão político-administrativa, pois pode envolver inúmeros municípios e mais de um estado. Além disso, os vínculos podem ter natureza mais relacional, de cooperação e interação. Estes fatores podem permitir e ampliar a troca de conhecimentos, as formas de acesso ao mercado e a geração de inovações.

Por meio de edital de concorrência pública, a Fundação Carlos Alberto Vanzolini foi selecionada como entidade consultiva e catalisadora da elaboração de Planos de Desenvolvimento (PD), com o papel de consolidar o conhecimento, desafios, oportunidades e os anseios das instituições, organizações e diversos atores que representam cada um dos APLs.

A Fundação Vanzolini habilita-se para o projeto sendo uma instituição privada, sem fins lucrativos, criada, mantida e gerida pelos professores do Departamento de Engenharia de Produção da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Tem como objetivo desenvolver e disseminar conhecimentos científicos e tecnológicos

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inerentes à Engenharia de Produção, à Administração Industrial, à Gestão de Operações e às demais atividades correlatas que realiza, com total caráter inovador.

Embora a consultoria tenha exercido papel de mediação das discussões em grupo e transcrição do documento no período de junho a agosto de 2014, o Plano de Desenvolvimento do APL é resultado de um esforço coletivo de construção efetuado pelos agentes locais e demais atores do APL. O PD materializa o planejamento estratégico deste grupo, que só adquire sentido quando há a representatividade e envolvimento coletivo.

O Plano de Desenvolvimento deverá balizar as ações do APL e munir as instituições do Grupo de Trabalho Permanente para Arranjos Produtivos Locais (GTP APL) e dos Núcleos Estaduais (NEs) de informações para a elaboração de políticas públicas. Articular diferentes agentes em torno desses empreendimentos colabora para uma organização do próprio APL e para uma aproximação das empresas locais com as instituições que as apoiam, sejam em âmbito regional, estadual ou federal. A proposta é que, com o Plano de Desenvolvimento em mãos, o APL esteja fortalecido e capaz de elaborar seus projetos coletivos, concorrer a editais e seleções públicas e ser capaz de buscar apoio institucional e acessar linhas específicas de crédito pra APLs.

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1. CONTEXTUALIZAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO APL DE GEMAS E ARTEFATOS DE PEDRA DE TEÓFILO OTONI

1.1. Introdução

O APL de Gemas e Artefatos de Pedra de Teófilo Otoni desenvolve pedras e joias em designs inovadores, agregando um grande diferencial comercial e tornando-se reconhecido mundialmente. A desarticulação do setor, arraigada durante muitos anos, está relacionada com o valor das pedras, a desconfiança dos elos da cadeia e o longo processo de exploração que impediu o avanço econômico da região.

Muitos estudos já foram realizados na região do vale do Mucuri para seu desenvolvimento, mas sempre direcionados a assuntos mais específicos, tais como: Estudo de Lapidações em 2005 pela GEA (Gems Export Association) e IEL (Instituto Euvaldo Lodi) e Formalização da Extração de Gemas e Minerais Industriais pelo GEA e MME Ministério das Minas e Energia – 2007. Estes trabalhos foram realizados por profissionais que colaboraram na elaboração deste plano de desenvolvimento.

A visão global da situação deste arranjo se faz necessária para identificar ações iminentes como a regularização da profissão do garimpeiro e das associações instituídas de lapidários e garimpeiros, o custeio da governança do APL e a grande dificuldade de comunicação entre os elos da cadeia produtiva devido à cultura exploratória das gemas e joias da região.

A partir desses dados equalizados durante as visitas e plenárias na cidade, foram discutidos os principais pontos a serem trabalhados para o APL. O principal interlocutor, Sr. Guilherme Bamberg - geólogo há mais de 25 na região nos relata que:

“A área objeto do trabalho está inserida geograficamente na região nordeste do Estado de Minas Gerais, isto significa dizer que se localiza na maior província gemológica do planeta, a Província Gemológica Oriental do Brasil”. Esta vasta região Gemológica vem sendo explorada há mais de 100 anos, sendo que nos últimos anos o conhecimento geológico sobre esta vasta região aumentou significativamente com diversos trabalhos, estudos e pesquisas, principalmente da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto). A região é grande produtora de gemas e tem na cidade de Teófilo Otoni o seu principal centro de lapidação e comercialização. Existem nas cidades do APL cerca de 200 empresas do setor de gemas e joias, 360 lapidações formais e informais, cerca de 2.000 lapidários, aproximadamente 2.000 corretores - na sua maioria concentrados em Teófilo Otoni - e um número desconhecido de garimpeiros.

Geralmente, as pedras são negociadas em bruto ou lapidadas, com pouco valor agregado contribuindo muito pouco para a melhoria das condições socioeconômicas da região.

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A cidade vem perdendo competitividade no setor de lapidação prioritariamente para a China e a Índia, devido principalmente a baixa tecnologia dos equipamentos utilizados na região, a falta de qualificação da mão de obra e pela informalidade do setor. Grande parte da produção de pedras da região é comercializada para o exterior, principalmente para os Estados Unidos, Europa e Ásia. No município de Teófilo Otoni, praticamente não se encontram mais garimpos. Na região verifica-se uma baixa produtividade e um sistema arcaico de produção, o que tem levado alguns empresários a importar pedras preciosas de outras regiões do Brasil e também de outros países, principalmente da África. A indústria joalheira na região é incipiente, mas já se faz notar, assim como a de bijuteria e o artesanato mineral.

A região conta com três entidades de classe, Cooperativa de Garimpeiros de Coronel Murta, a ACCOMPEDRAS – Associação dos Corretores do Comércio de Joias e Pedras Preciosas de Teófilo Otoni, e a GEA – Associação dos Comerciantes e Exportadores de Joias e Gemas do Brasil, entidade que representa empresas do setor de gemas e joias de Teófilo Otoni e de diversas regiões do Brasil.

A GEA vem realizando, ao longo dos últimos 18 anos, ações estruturantes, de promoção e de desenvolvimento do setor de gemas e joias. Dentre estas ações, destacam-se: a luta pela definição de uma política local, estadual e nacional para o setor de gemas e joias, o mapeamento geológico regional, a Z.P.E. - Zona de Processamento de Exportação - e a FIPP – Feira Internacional de Pedras Preciosas de Teófilo Otoni.

Com relação ao mercado interno, o APL fornece seus produtos (o que inclui matérias-primas) a centros de beneficiamento e produção joalheira, notadamente em São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro, uma vez que boa parte da produção de gemas coradas é extraída e beneficiada na região. O mapeamento do volume e dos rendimentos destes mercados é dificultado novamente pela informalidade do setor, influenciada, por exemplo, pela alta carga tributária. A incidência de altas taxas de ICMS sobre a circulação interna em cada etapa da cadeia produtiva de gemas e joias, por um lado desencoraja a formalização de fluxos internos dentro da cadeia, e por outro, estimula a exportação de gemas em bruto sem agregação de valor.

A produção do APL é diversificada, seus produtos são gemas-minerais em estado bruto e lapidadas, artefatos de pedra, joias e artesanato mineral. A maior parte desta produção destina-se a mercados internacionais – principalmente Estados Unidos, Ásia e Europa – e pela grande informalidade é difícil estimar seu volume e valor adicionado à economia.

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O município de Teófilo Otoni é o principal centro de negócios da região onde é realizada, beneficiada, comercializada e exportada a maior parte da produção, conforme será demonstrado no item sobre mercado.

A exportação na região do APL, em 2012, foi composta pelo setor de gemas e joias (86%) e pela indústria extrativa mineral (14%), sendo o granito o principal produto. Somente nove dos 21 munícipios do APL exportaram em 2012, o que correspondeu a 1,4% do total exportado em Minas Gerais. Por sua vez, quatro destes municípios foram exportadores de produtos de gemas e joias, o que corresponde a quase 26% do total mineiro no setor, confirmando, ao APL, a posição de principal centro regional de negócios do setor. Teófilo Otoni concentrou aproximadamente 99% da exportação do setor no APL – mostrado na Tabela 3 – e 85% de tudo que foi exportado na região.

Percentual de municípios do APL exportadores de gemas e joias

Município Setor

Araçuaí 0,93%

Itinga 0,01%

Teófilo Otoni 98,91%

Virgem da Lapa 0,15% Fonte: MDIC/SECEX

Mais uma vez, Teófilo Otoni destaca-se como o centro de negócios do APL em

relação ao setor de gemas e joias com quase 25 milhões de dólares exportados em

2012, distribuídos em 58 empresas, das quais 56 tinham como principal atividade

econômica atividades ligadas ao setor. A tabela a seguir mostra o número de

empresas exportadoras classificadas por faixa de valores exportados.

Número de empresas exportadoras de gemas e joias no APL

Faixa Total % Entre US$ 10 e 50 milhões 1 2,00

Entre US$ 1 e 10 milhões 1 2,00

Até US$ 1 milhão 56 97,00

Total 58 100,00

Fonte: MDIC/SECEX

Quanto ao mercado externo, devido á informalidade, não é possível fazer uma

análise mais detalhada dos destinos e rendimentos dos produtos do APL a partir

dos dados disponibilizados. Considerando a informalidade identificasse uma

concentração dos países Asiáticos como principais destinos. O setor de gemas e

joias entre os anos de 2003 e 2012 apresentou variação positiva 71%, mesmo com

crescimento negativo entre 2011 e 2012.

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Fonte: MDIC

Delimitação territorial do arranjo e pessoal ocupado

Os municípios que compõem o APL, segundo o IBGE, em sua maioria estão

situados no Vale do Mucuri (13, dos 21 municípios), que somados têm área 21.568

km². Corresponde a cerca de 4% do território mineiro, com população em 2010 de

423.069 habitantes (2% da população de Minas Gerais). Estes municípios são

bastante diversos do ponto de vista cultural, mas com grandes semelhanças

quanto às questões referentes à origem e desenvolvimento histórico. A

desigualdade social, má distribuição de renda e outros problemas são também

comuns a toda porção nordeste do estado. Esta região abrangida pela região de

planejamento Jequitinhonha/Mucuri é conhecida amplamente por sua pobreza

material em contraste com as riquezas mineral e cultural. Todavia, nos últimos 20

anos, há um processo de avanço significativo nos índices socioeconômicos e

consequente melhoria sensível e significativa das condições de vida da sua

população.

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Localização do APL no estado de Minas Gerais

APL DE GEMAS E ARTEFATOS DE PEDRA DE TEÓFILO OTONI DADOS BÁSICOS

Núcleo estadual Núcleo Gestor de Apoio aos Arranjos Produtivos Locais de Minas Gerais

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Instituição Coordenadora Prefeitura Municipal de Teófilo Otoni (PMTO) – Guilherme Bamberg

Setor produtivo Gemas e Joias e Artesanato

Principais produtos Pedras preciosas e semipreciosas em estado bruto e lapidadas; Artesanato Mineral; Joias; Bijuterias

Número de empresas no APL 200

Número de empreendimentos participantes do APL 41

Empregos gerados pelo APL Aproximadamente 25.000 trabalhadores

Municípios integrantes

Araçuaí, Ataléia, Caraí, Catuji, Coronel Murta, Franciscópolis, Frei Gaspar, Itaipé, Itinga, Ladainha, Malacacheta, Novo Cruzeiro, Novo Oriente de Minas, Ouro Verde de Minas, Padre Paraíso, Pavão, Ponto dos Volantes, Poté, Setubinha, Teófilo Otoni, Virgem da Lapa

Cidade Polo Teófilo Otoni

Estado de origem Minas Gerais

Ano de oficialização do APL 2013

População 423.069 habitantes

Área total (km2) 21.881,3 km²

PIB anual da região (R$) R$ 2,98 bilhões da região

PIB anual do APL (R$) R$ 150 milhões (estimativa)

1.2. Histórico do APL

A região do APL ainda carece de estudos e pesquisas voltados ao histórico-cultural, e ao setor de gemas e joias, ainda mais. Por não haver tais levantamentos as ações de garimpeiros na busca de garimpos, ocorre muito mais pela curiosidade por uma determinada região, do que propriamente pela identificação de potencialidade. A origem dos garimpos também é desconhecida, já que os garimpeiros não divulgam esta informação. A forte influência alemã na região das Minas Gerais, especialmente na região do Vale do Mucuri a partir de meados do século XIX se estendia de Diamantina ao sudoeste do estado de Minas Gerais até o sul do estado da Bahia e norte do

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estado de Espírito Santo. As pedras brutas eram levadas para a cidade de Oberstein na Alemanha a fim de serem lapidadas e vendidas na Europa. A ilustração a seguir resume o histórico recente deste APL:

Anteriormente ao ano de 2013 não ocorreram ações conjuntas de relevância que pudessem caracterizar os empreendimentos envolvidos como APL. Foram pontuados acontecimentos relativos ao setor e a região.

1989 - A falta de identidade profissional - a Lei nº 7.805 de 18 de Julho de 1989, que criou o regime de permissão de lavra garimpeira, extinguiu o regime de matrícula, alterando o Decreto Lei nº 227 de 28 de Fevereiro de 1967. Na situação anterior, o garimpeiro recebia um número de matrícula da Receita Federal que lhe dava identidade profissional, direitos e deveres. Permitia ao garimpeiro obter junto á Receita Federal um bloco de guias para pode transportar, comercializar as pedras e recolher os impostos devidos. A Lei nº 7.805/1989 aponta para a permissão de lavra garimpeira e para cooperativa de garimpeiros, o que na prática não ocorre, tirou a identidade profissional do garimpeiro, acabou com o Sindicato de Garimpeiros e com a guia de comercialização. Segundo dados levantados junto ao DNPM, existem, há anos, somente em Minas Gerais, inúmeras solicitações de permissão de lavra para garimpeiros pessoa física, firma individual e para lavra garimpeiras à espera de deferimento.

1993 - No DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral), em 1993, foi estimada uma população para todo o país de 300.000 mil garimpeiros ativos,

2013-Indicação pelo Núcleo

Estadual para o

Edital do PD

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podendo esta população chegar a 400.000 garimpeiros se considerados os inativos por situações diversas: viagens, doenças, dedicação temporária etc. Já segundo o Diagnóstico Setorial de Gemas e Joias do Nordeste de Minas – GEA – 1995, a dificuldade de quantificar os garimpeiros se deve à aventura, alto risco, alta rotatividade, utilização de pouca ou nenhuma técnica, responsabilidade quanto a sua participação efetiva, alta taxa de mobilidade e falta de registros trabalhistas. Informa ainda que, segundo o Sindicato Nacional de Garimpeiros (Delegacia de Teófilo Otoni) e da Cooperativa de Garimpeiros, o número seria superior a 20.000 pessoas trabalhando diretamente e sobrevivendo exclusivamente do garimpo.

2001 - O conceito de Província Gemológica Oriental (P.G.O.) é bastante recente e surgiu em 2001, em artigo de Pinto & Pedrosa-Soares, referindo-se a agrupamentos de depósitos de gemas situados na região limitada, aproximadamente, pelo meridiano 43º 30’W e o litoral brasileiro e entre os paralelos 15º e 21º. De fato, não é toda essa ampla região que contém jazidas de gemas, mas sim em locais com características específicas, dispersos nesta área. Teófilo Otoni e Governador Valadares são os principais centros desta província que abrange o leste/norte de Minas Gerais e o Espírito Santo. A P.G.O. se situa e tem sua origem no território conhecido como Faixa Araçuaí. Essa faixa orogênica representa uma antiga cadeia de montanhas que evoluiu entre 625 e 500 M.a. (milhões de anos) Evidentemente, com o passar de centenas de milhões de anos, o relevo desta cadeia de montanhas foi bastante transformado. Neste contexto, a PGO engloba somente os depósitos de gemas que se formaram naquele intervalo de tempo (625-500 M.a.) dentro da Faixa Araçuaí, excluindo assim o diamante do Espinhaço, por exemplo, da abrangência desta província. Apesar de sua extrema riqueza, a Província Gemológica Oriental vem passando por um processo gradativo de falta de investimentos e de abandono de garimpos. Isso, possivelmente, decorre do fato de que há mais de dois séculos a abordagem dos depósitos de gemas é feita de forma rudimentar, sem aplicação de conhecimento geológico ou técnicas mais adequadas. A atividade de garimpagem, completamente desorganizada e injusta do ponto de vista econômico, social e ambiental, vem exaurindo e inviabilizando jazidas de gemas durante todo esse tempo. Hoje, são poucos os depósitos de gemas “fáceis” de explorar. O momento é próprio para o conhecimento técnico-científico entrar em ação, proporcionando atividades organizadas e sustentáveis de extração mineral.

2005 - O Diagnóstico Setorial dos Lapidários - Pesquisa realizada em 2005 pela parceria Ministério da Integração Nacional, GEA (Associação dos Comerciantes e Exportadores do Brasil) e IEL (Instituto Euvaldo Lodi) - apontou a realidade do setor e propôs várias ações em relação a: o informalidade; o capacitação; o inadequação tecnológica e falta de crédito; o falta de organização do setor.

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Das lapidações ativas, 92,42% são informais. Este dado demonstra que o setor lapidário encontra-se à margem do mercado formal, sofrendo o reflexo dos problemas ocasionados por esta situação. Como a impossibilidade da assinatura de contratos de serviços, de emitir nota fiscal ou de contratação com carteira assinada.

A informalidade também impede o acesso ao crédito e a financiamentos e impossibilita a garantia nos negócios, tanto nos serviços prestados quanto nos negócios contratados.

Dos lapidários entrevistados, 87,12% nunca frequentou um curso de capacitação na área de lapidação; o conhecimento das técnicas é passado de um lapidário a outro dentro das lapidações. Não há a busca por um conhecimento formal, mas 87,12% afirmaram que frequentariam um curso de lapidação se houvesse.

Das lapidações visitadas, 79,55% funcionam em uma área menor ou igual a 20m². Este dado demonstra que a grande maioria das lapidações não tem sequer um espaço adequado para o seu funcionamento. 96,21% não possuem mesas de facetamento com catraca, 77,27 % não possuem lupas de mão para exame das pedras.

Dos lapidários entrevistados, 91,76% não participam de nenhuma associação ou entidade de classe, mas 94,70% acham importante se organizarem em uma entidade.

2007 - Segundo Guilherme Bamberg, o trabalho base de Formalização da extração de minerais identificou garimpos, mapeou terras, condições de trabalho, dificuldades da legislação, entre outros.

Abril/2013 - Segundo Bruno Dias Bento - professor da UEMG (Universidade do Estado de Minas Gerais) -, no mês de abril de 2013, foi realizado um encontro com representantes de instituições e empresários atuantes no setor de Gemas e Joias de Teófilo Otoni. Fizeram-se presentes o SEBRAE-MG (Serviço Brasileiro de Apoio às Pequenas e Micro Empresas), representado pelo Diretor Técnico da Unidade Atendimento Coletivo Comércio, Serviços e Artesanato, pela Gestora da Regional Jequitinhonha/Mucuri e pelo Gestor da Microrregião Teófilo Otoni, a Secretaria do Estado da Educação-SEE, por meio da Superintendente Regional de Ensino-SRE, a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico-SEDE, por meio da Superintendência de APL, o SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) e a Universidade do Estado de Minas Gerais-UEMG, além de representantes do setor de gemas e joias, empresários, lapidários e estudantes do curso de joalheria. Desde então, com o apoio do Núcleo Estadual, ocorreram outros encontros e a Prefeitura Municipal vem estreitando articulações com a SEDE.

Novembro/2013 - O APL de Gemas e Artefatos de Pedra de Teófilo Otoni foi indicado, pelo Núcleo da Secretaria de Desenvolvimento do Estado de Minas

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Gerais, para participar do Edital do MDIC e MinC para o Plano de Desenvolvimento.

2014 - Nas reuniões realizadas durante os dias 17 e 18 de julho de 2014 na Expo Minas, na cidade de Teófilo Otoni para a Elaboração do Plano de Desenvolvimento do APL de Gemas e Joias, foi aprovado por maioria absoluta o nome do Sr. Guilherme Bamberg, reconhecido por sua larga experiência profissional em mais de 25 anos dedicados ao setor e com fácil acesso a todas as camadas da cadeia do setor, para ser o Gestor do APL de Gemas e Jóias de Teófilo Otoni. A Governança foi instituída já que representantes dos atores e apoiadores do APL compareceram e se comprometeram com o processo de elaboração e implantação do APL.

1.3. Setores econômicos do APL

Para entendimento do processo produtivo desse APL, define-se o conceito de cadeia produtiva como um conjunto ordenado de ações dependentes entre si que tenham por objetivo produzir, transformar e distribuir determinado produto. A partir daí, pode-se considerar que o setor de gemas e joias possui três cadeias produtivas: mineração, lapidação e joalheria.

Ou seja, a cadeia da lapidação abarca a mineração, e a da joalheria abarca as outras duas. Assim, o produto de uma cadeia torna-se matéria-prima de outra. O produto da mineração pode transformar-se em matéria-prima para a lapidação em uma empresa ou ser comercializado diretamente ao consumidor final (colecionadores, por exemplo). A pedra lapidada pode tornar-se matéria-prima para a joalheria ou também ser destinada diretamente ao consumidor final. Finalmente a joia pode ser comercializada diretamente com o consumidor final ou distribuída de outras formas (como em redes de joalherias, por exemplo). Para representar este funcionamento, foi elaborada a figura a seguir:

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Mineração

O primeiro elo da cadeia se inicia com estudos de solo, mapeamento da região, solicitação de licenças juntos ao DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral) e contratação de mão de obra, mas na prática as terras são negociadas com contrato verbal ou simples documento de posse divididos em 40 % para o dono do garimpo, 40 % para o garimpeiro e 20 % para o dono da terra.

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Lapidação

O processo de lapidação começa no corte da pedra para melhor aproveitamento e de acordo com eventuais encomendas de clientes. Depois, segue para a calibração da pedra e, na sequência, para a lapidação propriamente dita com técnicas para dar a maior incidência possível em ângulos e brilho nas pedras, que podem ser manual ou em catracas, como as figuras abaixo:

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Lapidação tradicional e lapidação de catraca em Teófilo Otoni

Comercialização Na cadeia produtiva do APL, a comercialização é a parte que captura o maior valor econômico e, tradicionalmente, o elo da cadeia que é visto na região como sendo o que mais se apropria do valor perante os demais elos. Concentra-se na cidade de Teófilo Otoni, sendo responsável por mais de 95% dos negócios da região, podendo comercializar pedras brutas, semi lapidadas, lapidadas ou prontas para o comércio. Os números são favoráveis, já que demonstram queda na exportação de pedras brutas e aumento na exportação de pedras lapidadas, conforme a tabela abaixo:

Exportação mineira do setor de gemas e joias (em US$ mil)

Principais Itens 2011 2012 Variação (%) % em relação ao Brasil

Pedras em Bruto 24.422 21.084 -13,7 44,0

Pedras Lapidadas 53.402 65.876 23,4 55,0

Joalheria/Ourivesaria Metais Preciosos

12.416 11.031 -11,2 10,0

Bijuterias de Metais Comuns 868 576 -33,6 5,0

Folheados de Metais Preciosos 16 592 3.600,0 1,0

Total 91.124 99.159 8,8 28,0

Fonte: MDIC/SECEX/DECEX

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1.4. Empresas presentes, interação e cooperação dos atores

O APL possui em torno de 200 empresas, de 90 a 120 garimpos (legais e ilegais), 360 lapidações, em sua maioria não regulamentada, e o comércio de Gemas e Joias conta com mais de 2000 atravessadores e comerciantes concentrados na cidade de Teófilo Otoni.

Contudo, a participação no APL e na elaboração deste Plano de Desenvolvimento é bem menor. Abaixo, lista-se os atores envolvidos na elaboração do plano:

N ATORES ENVOLVIDOS DESCRIÇÃO TIPO

1 SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas

Instituição apoiadora

2 UNIT- UEMG Unidade de Desenvolvimento Tecnológico da Universidade Estadual de Minas Gerais

Instituição apoiadora

3 CETEM Centro de Tecnologia Mineral Instituição apoiadora

4 GEA Associação dos Comerciantes e Exportadores de Gemas do Brasil

Instituição apoiadora

5 ACCOMPEDRAS Associação dos Corretores do Comércio de Joias de Pedras Preciosas de Teófilo Otoni

Instituição apoiadora

6 COOLAP Cooperativa dos Lapidários Instituição apoiadora

7 Sec. Est. Minas Secretaria de Desenvolvimento do Estado de Minas Gerais

Instituição apoiadora

8 PMTO Prefeitura Municipal de Teófilo Otoni

Instituição apoiadora

9 CGCM Cooperativa de Garimpeiros de Coronel Murta

Instituição apoiadora

10 IBGM Instituto Brasileiro de Gemas e Metais

Instituição apoiadora

11 Gemextria Ltda. Empreendimento

12 Duarte Bastos Ltda. Empreendimento

13 Tavares Gems Ltda. Empreendimento

14 Tavares Stone Ltda. Empreendimento

15 H Stones Ltda. Empreendimento

16 RC Gemas Ltda. Empreendimento

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17 Eduardo Gusmão & Cia Empreendimento

18 TC Gemas Ind. Com Exp.

Empreendimento

19 Ronaldo Alves Me Empreendimento

20 Org. Tavares e Filhos Export

Empreendimento

21 E & E Gemas Ltda. Empreendimento

22 Charles Stone Ltda. Empreendimento

Foi definida, após reuniões plenárias, uma representatividade promissora para a governança do APL de Gemas e Artefatos de Pedras de Teófilo Otoni, em que cada elo da cadeia produtiva será representado.

1.5. Governança do APL

O setor de gemas e joias no APL, historicamente, sofre com a ausência de governança formalizada, ou seja, falta de procedimentos instalados definidos e claros que direcionem as ações do setor.

Segundo Guilherme Bamberg – geólogo da região -, nos últimos 20 anos, diversos agentes dos governos municipais, estaduais e federal, da iniciativa privada, instituições de ensino e pesquisa, sindicatos e cooperativas trabalharam na área do APL, e de uma maneira geral, encontraram a mesma dificuldade em suas ações.

O setor conta com lideranças e entidades de representação e apoio, porém ainda não conta com instrumentos que possibilitem o exercício desta governança necessária para a articulação e proposições que viabilizem maior desenvolvimento para o setor na região.

O APL de Teófilo Otoni é sede de três entidades setoriais de classe: GEA, ACCOMPEDRAS e SNG (Sindicato Nacional do Garimpeiros). A região também conta com ações do IBGM, localizado em Brasília, com a Ajomig (Associação dos Joalheiros, Empresários de Pedras Preciosas, Relógios e Bijuterias de Minas Gerais) e o SINDIJÓIAS-GEMAS-MG (Sindicato das Indústrias de Joalherias, Ourivesarias, Lapidações e Obras de Pedras Preciosas, Relojoarias, Folheados de Metais Preciosos e Bijuterias no Estado de Minas Gerais), sediados em Belo Horizonte. Há ainda a COOLAP, que tem como área de atuação a viabilização e organização da produção na cadeia da lapidação. Portanto, há representatividade do setor na região de todas as cadeias produtivas, variando a intensidade e a efetividade de cada uma em sua respectiva área de atuação.

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Em 2004, foi realizada uma pesquisa local para captar a visão do empresariado quanto à atuação destas entidades apoiadoras (Marcelo Gerson Pessoa Matos, 2004). Foi constatado que, segundo os empresários, o maior destaque é a organização de eventos técnicos e comerciais, como a Feira Internacional de Pedras Preciosas de Teófilo Otoni – FIPP, o evento mais importante do setor no APL.

Adaptado a partir de estudo realizado por Matos (2004).

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Assim, evidencia-se que no passado o desempenho destas entidades era insatisfatório quanto a aspectos de desenvolvimento, financiamento, tecnologia e associativismo. O grau de associativismo do setor é baixo; até hoje não existem iniciativas robustas de aquisição coletiva de insumo ou de transferência de tecnologia. Os empresários trabalham ainda de forma bastante individualizada. O associativismo ainda é um desafio geral ao empresariado na região, não unicamente do setor de gemas e joias. Ações e iniciativas de agentes como SEBRAE-MG, UNIT/UEMG, CETEC-MG (Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais), Rede APL Mineral e outros vêm contribuindo para a superação deste paradigma que já apresenta mudanças, tal como a UNIT Gemas e Joias, concebida e instalada a partir da articulação de várias entidades, empresários e instâncias do poder público. Neste sentido, este Plano de Desenvolvimento conseguiu definir uma governança provisória para buscar maior grau de associativismo e cooperação. Definiu-se que cada elo da cadeia produtiva será representado por uma liderança local. Por ora, a composição deste grupo ficou definida:

Sr. Joel, empresário da região, será o representante dos garimpeiros;

COOLAP (Cooperativa dos Lapidários) representante dos lapidários;

ACCOMPEDRAS (Associação dos Corretores do Comércio de Pedras de Teófilo Otoni) representando os comerciários;

SEBRAE como parceiro financiador e provedor de cursos de capacitação e requalificação de pessoal;

UEMG representada pela UNIT (Unidade de Desenvolvimento Tecnológico) fornecendo cursos para o setor e estudos e laudos técnicos;

CETEM – Centro de Tecnologia Mineral como apoiador e órgão consultor;

Secretaria de Desenvolvimento do Estado de Minas Gerais como financiadora e parceira na busca de investidores do APL;

Prefeitura da cidade de Teófilo Otoni como órgão apoiador das ações do APL;

GEA (Associação dos Comerciantes e Exportadores de Gemas do Brasil) integrante da Governança do APL e engajado apoiador do desenvolvimento da região nos últimos 20 anos.

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2. PROCESSO DE ELABORAÇÃO DO PLANO DE DESENVOLVIMENTO

O APL de Gemas e Artefatos de Pedra de Teófilo Otoni não possuía um Plano de Desenvolvimento anterior a este. As ações ocorriam em elos específicos da cadeia produtiva, como por exemplo, estudos realizados sobre os problemas dos lapidários, estudos sobre garimpeiros, problemas de comercialização, entre outros. A visão integrada, voltada a toda cadeia ainda não tinha sido desenvolvida. Foram trabalhos bem desenvolvidos e com profundidade, mas não estavam ligados entre si e seus resultados ficaram aquém das expectativas por não encontrarem respaldo tanto em acompanhamento e/ou engajamento dos outros elos da cadeia devido à falta de comunicação, falta de interesse das partes, falta de governança atuante no APL e principalmente devido à cultura exploratória secular, na qual trabalhar com gemas e joias sempre mexeu com interesses das pessoas e muitos procuram “levar vantagem” de alguma maneira sobre os outros. Os desafios continuam sendo unir os principais interessados em torno de algo maior para benefício de todos. Muito se aprendeu com as lições destes estudos, as ações precisam ser retomadas e colocadas em prática com outra perspectiva.

Depois de identificados os problemas culturais, históricos e político-econômicos do APL, na realização da primeira plenária, conduziu-se entrevistas individuais para captar sentimentos e projetá-los aos principais atores que representariam seus elos da cadeia produtiva.

O sentimento de necessidade de algum grau de associativismo / cooperação se intensificou pelo contexto atual, em que chineses, indianos e pessoas de outras nacionalidades estão comprando terras, comércios e garimpos e mais toda sua produção na região. Além disso, considera-se que estas transações têm ocorrido a preços considerados baixos, levando resultados e produtos para fora do país, muitas vezes sem pagar impostos, segundo relato dos próprios comerciários. Retornam com joias e semi joias para o Brasil, inclusive para a região, vendendo no mercado interno mais barato que os locais, tirando emprego e renda dos nativos. Durante as discussões, projetou-se um cenário em que, se nada for feito em até 20 anos, não haverá mais postos de trabalho ou terras de propriedade de brasileiros na região.

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Primeira reunião realizada em junho de 2014, com atores e apoiadores do APL

Segunda plenária realizada durante e FIPP (Feira Internacional de Pedras Preciosas), na Expo Minas

As discussões ao longo da elaboração do plano geraram o consenso entre os membros da reunião, principalmente os que compõem a cadeia produtiva do setor de gemas e joias, de que não poderiam deixar que, pela a falta de articulação do setor, não fossem tomadas ações relativas ao fortalecimento arranjo de modo garantir que sejam revertidas as ações de estrangeiros, principalmente chineses, na compra de terras, garimpos e insumos desfavorecendo a competitividade local. Neste dia, conforme já mencionado na seção 1.5, foi instituída a governança formal após discussões e entendimentos de todos com ampla representatividade de toda a cadeia produtiva. O fluxograma a seguir ilustra o processo de elaboração do plano:

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Após definição da governança e apresentação final do plano, com a validação dos presentes, os compromissos iniciais formados foram:

- Curso de criatividade em diferenciação, para lapidários desenvolverem seus

talentos (a ser desenvolvido pela UNIT- UEMG);

- Viabilizar contratação de Geólogo para assistência a garimpeiros;

- Representação dos garimpeiros na governança na cidade polo;

- Regulamentação da profissão de garimpeiros e lapidários;

- Estruturação das cooperativas de garimpeiros e lapidários;

- Custeio da governança;

- Aproveitamento dos dados dos estudos de diagnóstico de lapidários;

- Mapeamento dos garimpos;

- Formalização da extração de minerais no Vale do Mucuri;

- Rota do Turismo;

- Museu Histórico de Gemas a ser instalado no espaço reservado pela Expo Minas

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3. SITUAÇÃO ATUAL, DESAFIOS E OPORTUNIDADES

O APL encontrava-se desarticulado até o momento de elaboração deste Plano de Desenvolvimento. A governança instituída estava enfraquecida, com elos da cadeia desacreditados e sem perspectiva de futuro. Muitos trabalhadores locais pensavam em abandonar a profissão devido aos baixos salários e á falta de reconhecimento profissional. Conforme já mencionado, mais de 90% das empresas trabalham com estruturas precárias, de maneira informal. Infelizmente, muitos garimpeiros têm que deixar suas famílias em condições degradantes. Por exemplo, há muitos casos de esposas e filhas se prostituindo à beira da rodovia estadual enquanto os homens trabalham no garimpo para sobreviver.

O quadro a seguir sintetiza o diagnóstico da situação atual do APL de Gemas e Artefatos de Pedra de Teófilo Otoni. Os elementos são caracterizados pelas dimensões:

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PONTOS FORTES: correspondem às vantagens internas e diferenciais do arranjo produtivo ou dos setores em que os empreendimentos estão inseridos;

OBSTÁCULOS E AMEAÇAS: referem-se aos pontos externos ao arranjo produtivo e aos setores que o compõem desfavoráveis ou que apresentam condições com algum grau de adversidade. Correspondem ao contexto sócio-econômico-político local, premissas do trabalho executado e outros fatores externos que necessitam de alternativas de contorno ou mitigação de riscos para o desenvolvimento do APL;

DESAFIOS: referem-se aos pontos de dificuldades internas do arranjo ou peculiares dos setores que o compõem, os quais devem ser corrigidos, reduzidos ou prevenidos;

OPORTUNIDADES: são as potencialidades que o arranjo e/ou os setores nele inseridos têm e deveriam aproveitar para o seu desenvolvimento futuro, seja em questões socioeconômicas e culturais, competitividade e qualidade, inovação, qualificação da mão-de-obra, adensamento da cadeia produtiva, entre outras.

PONTOS FORTES:

Criatividade local;

Matéria prima disponível.

OBSTÁCULOS E AMEAÇAS:

Facilitação da atividade de lavra/garimpo para microempreendedores;

Desarticulação do setor;

Atuação dos chineses.

OPORTUNIDADES:

Pesquisa científica- CETEM;

Regulamentação e atuação de Governos Federal e Estadual.

DESAFIOS:

Contrabando;

Falta de estrutura aos garimpeiros;

Custo da governança.

3.1. Pontos fortes observados

Criatividade local: A criatividade do brasileiro para desenvolver trabalhos em qualquer área do conhecimento, em especial lapidação pode ser um grande diferencial competitivo, como já identificado pelos professores da UEMG durante cursos já ministrados na cidade de Teófilo Otoni. A UEMG através da sua unidade tecnológica instalada na cidade dispõe de toda infraestrutura para ministrar cursos de lapidação e joias e análise de

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minerais, basta disporem de pessoal, recursos financeiros e um levantamento detalhado sobre qual seria o melhor curso a ser desenvolvido para contribuir com o setor.

Matéria prima disponível: A matéria prima é disponível, mas deve ser tratada com base em estudos científicos planejados para garantir a sustentabilidade. Atualmente, a maioria dos garimpos não tem qualquer infraestrutura ou apoio de geólogos para facilitar seu trabalho e aumentar sua eficiência.

3.2. Obstáculos a serem superados e ameaças

Facilitação da atividade de lavra/garimpo para microempreendedores: a Lei nº 7.805 de 18 de Julho de 1989, que criou o regime de permissão de lavra garimpeira, extinguiu o regime de matrícula, alterando o Decreto Lei nº 227 de 28 de Fevereiro de 1967.

Do ponto de vista dos garimpeiros, a constante fiscalização ambiental e policial da atividade mantém diversas áreas de garimpo fechadas e faz com que a população de garimpeiros tenha um sentimento de ilegalidade, de opressão e de insegurança em relação á esta atividade. Observa-se que cada vez mais, os garimpeiros procuram locais ermos e de difícil acesso para trabalharem. Para ilustração a situação é semelhante à da mineração no Brasil colônia em que os escravos iam trabalhar na “grimpas”, fugindo de seus senhores. Os obstáculos para atuar na legalidade estão no fato da não aceitação por parte dos garimpeiros em se associarem a cooperativa e ao processo burocrático, referente as exigências documentais para operação. Atualmente, para realizar sua atividade legalmente o garimpeiro deve submeter ao DNPM uma lista de documentos relacionados abaixo:

DNPM – Requerimento em formulário padrão, documento de identidade, em caso de pessoa física, contrato social, em caso de firma individual; contrato social, no caso de cooperativa de garimpeiros, planta de situação da área e Licença Ambiental, em BH;

FEAM (Fundação Estadual do Meio Ambiente) – Protocolar o FCE, Formulário de Caracterização de Empreendimento, e cumprir o que for exigido no FOB, Formulário de Orientação Básica, na SUPRAM (Superintendência Regional de Regularização Ambiental), em Governador Valadares;

IGAM (Instituto Mineiro de Gestão das Águas) – Preencher o formulário de cadastro de usuário, para uso insignificante, conforme modelo do IGAM.

IEF (Instituto Estadual de Florestas) – Cópia autenticada ou o documento original do CNPJ ou CPF;

Cópia autenticada ou o documento original do cartão de inscrição estadual ou de inscrição de produtor rural, se for o caso;

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Cópia autenticada ou o documento original de procuração, dando poderes para responder sobre assuntos pertinentes ao Licenciamento Ambiental Outorga e APEF (Autorização para Exploração Florestal);

Cópia autenticada ou o documento original da certidão de registro do imóvel, de inteiro teor, atualizada, ou documentos juridicamente válidos que caracterizem justa posse;

Cópia autenticada ou o documento original de contrato social com a última alteração registrada na junta comercial, quando for o caso de propriedades de pessoa jurídica. Apresentação do roteiro de acesso à propriedade a ser elaborado no verso da DCC (Declaração de Colheita e Comercialização);

Diploma minerário expedido pelo Departamento Nacional de Produção Mineral DNPM, para quaisquer atividades minerárias;

Projeto Técnico de Reconstituição da Flora - PTRF, sempre que a área total de supressão for maior que 0,20 ha, não se isentando das medidas compensatórias e mitigadoras;

Planta topográfica planimétrica ou planialtimétrica, a critério técnico, para propriedade com área total maior que 50,00 ha;

Croqui para área total da propriedade menor que 50,00 ha, podendo, a critério técnico, ser exigida a planta topográfica altimétrica ou planialtimétrica;

Cópia autenticada ou o documento original do termo de compromisso de execução do PTRF, se for o caso, do cumprimento das medidas mitigadoras e compensatórias, quando for o caso;

Inventário florestal do maciço a ser explorado e planta topográfica, com as respectivas ART’s (Anotação de Responsabilidade Técnica) dos elaboradores (quando vinculada legal ou contratualmente a empresas consumidoras); apresentar regularidades de exigências de reserva legal;

Declaração de colheita e comercialização de florestas plantadas - DCC, conforme modelo do IEF;

Recolhimento da taxa florestal DAE ou termo de acordo de substituição tributária da baixa florestal do consumidor firmada com a Secretaria de Estado da Fazenda - SEF (cópia autenticada);

Requerimento de APEF, conforme modelo do IEF;

Certificado de Licença Ambiental. Todas estas solicitações inibem a atividade legalizada de micro, pequenos e até médios empreendedores deste arranjo produtivo.

Desarticulação do setor: a principal ameaça encontrada é a desarticulação do setor. Durante os últimos anos houve muito desgaste, muita exploração, muita desconfiança entre os elos da cadeia, principalmente pelo alto valor agregado das gemas e pedras. A governança deverá possuir estrutura física e condições financeiras para atuar em todas as frentes de trabalho. As

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distâncias entre os municípios também contribuem para a necessidade de um escritório central de atuação permanente daqueles que farão efetivamente a administração do APL.

Atuação dos chineses: atualmente, os lapidadores e comerciários locais vão ao garimpo e compram pequenas quantidades - e apenas os produtos que lhes interessa. Deste modo, pagam mais caro por não poder comprar em grande quantidade, em função da falta de capital de giro para compra e estocagem de maior quantidade de pedras. Por outro lado, chineses têm ido até o garimpo e comprado toda a produção, inclusive com cascalho, a preços muito mais vantajosos para os compradores. A vantagem para os garimpeiros está no produto vendido, pois vende todo o pacote – não há seleção apenas das pedras, são vendidos juntamente os cascalhos. Posteriormente, levam a mercadoria até a China e Hong Kong para ser lapidada e retornar ao mercado interno (ou externo) com preços de venda inferiores aos locais.

3.3. Oportunidades a serem conquistadas

Pesquisa científica: a gema ou pedra preciosa que hoje aparentemente não possui um valor agregado maior, para outras regiões pode ter valores infinitamente superiores. O que é hoje vendido em grande volume como cascalho, para outro país pode ser considerado joia rara. A pesquisa cientifica é um diferencial, e o CETEM - Centro de Tecnologia Mineral pode contribuir sobremaneira com estudos direcionados para o desenvolvimento do setor na região.

Regulamentação e atuação de Governos Federal e Estadual: atuação das esferas públicas como parceiras para buscar apoio para a estruturação dos membros do APL – garimpeiros, lapidadores e comerciários em ações concretas para o desenvolvimento do APL.

3.4. Desafios a serem alcançados

Combate ao contrabando: segundo informações obtidas na cidade, muitas mercadorias saem do país sem taxação alguma ou controle de fiscalização nos portos; e muitos são exportados como minério de ferro. Ações conjuntas da Polícia Federal e Ambiental devem fazer parte das ações da Governança.

Falta de estrutura aos garimpeiros: viabilizar ações que permitam o reconhecimento da profissão de garimpeiro e lapidário, às condições mínimas de trabalho definidas após a legalização, o apoio às famílias via programas sociais e informações atualizadas sobre valores de pedras e suas alterações para mercados diferentes, são os principais desafios para a governança e a cooperativa de garimpeiros.

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Custo da governança: Levantar recursos para as ações de governança. É necessário que um grupo de atores / instituições assuma o custeio estimado em R$ 300 mil por ano para que a governança do APL defenda os interesses dos empreendimentos e profissionais envolvidos. Neste valor incluem-se salários, infraestrutura física permanente e viagens, por exemplo.

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4. RESULTADOS ESPERADOS

O quadro a seguir resume os resultados esperados dos empreendimentos e instituições apoiadoras envolvidas neste arranjo produtivo:

Elevar a produção no garimpo através de convênio com o CETEM (Centro de Tecnologia Mineral) orientando e supervisionando o geólogo a ser contratado para apoio aos garimpeiros, no que tange regulamentação, estruturação e mapeamento dos garimpos.

Elevar o volume de vendas de gemas, joias e artesanato mineral com cursos desenvolvidos pela UNIT/UEMG para aprimoramento dos lapidários, criação do Museu Histórico de Gemas e promoção da rota do turismo na região do APL.

Fortalecimento da governança para atuar com autoridade e responsabilidade a fim de apoiar o governo estatual no combate ao contrabando de gemas, promover a articulação do setor, propor melhorias na legislação e regulamentação vigente.

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5. INDICADORES DE RESULTADO Resultado Esperado: elevar a produção no garimpo em 25% até 2017. - Indicador: Produção no Garimpo - Método de Cálculo - Pesquisa inicial in loco, por amostragem, estruturada junto aos garimpeiros e medição anual da produção do garimpo (kg/mês/garimpeiro). Elevar o volume de vendas de Gemas e Joias e Artesanato Mineral em 20 % até 2017. - Indicador: Volume de Vendas - Método de Cálculo: Pesquisa inicial in loco, por amostragem, estruturada junto aos comerciantes de gemas e joias e medição anual do volume de vendas (número de peças vendidas).

Governança Reconhecida como Gestão do APL em 100 % até 2016.

- Indicador: Atores/Municípios

Método de Cálculo: Pesquisa inicial in loco, por amostragem, junto aos atores dos

municípios participantes (número de atores e apoiadores que reconhecem a

governança).

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6. AÇÕES PREVISTAS O quadro abaixo sintetiza as ações previstas para o APL de Gemas e Artefatos de Pedra de Teófilo Otoni (MG), divididas por eixos e esferas de atuação. Os eixos de atuação são definidos por:

Infraestrutura e investimentos: ações direcionadas majoritariamente ao poder público e a instituições apoiadoras para desenvolvimento da infraestrutura das regiões onde o APL está inserido. Visam adequar ou revitalizar o espaço econômico-cultural do arranjo, ou ainda promover maior competitividade regional. Incluem-se neste eixo obras e construções civis, arquitetura e urbanismo e serviços públicos que garantam um ambiente propício para os negócios regionais (segurança, iluminação, transporte, saneamento, limpeza, etc).

Financiamento: ações voltadas ao financiamento de recursos para as empresas pertencentes ao APL. Vão ao encontro de iniciativas para renovação ou modernização do parque produtivo, ampliação do espaço físico das empresas e da capacidade produtiva, capital de giro, entre outros.

Governança e Cooperação: ações voltadas para o estabelecimento ou fortalecimento da governança local, bem como iniciativas que promovam a cooperação entre os diversos atores e instituições apoiadoras que compõem o arranjo.

Competitividade e Inovação: ações direcionadas majoritariamente ao poder público e instituições apoiadoras para promoção da competitividade local por meio de inserção de tecnologia e/ou técnicas que promovam a inovação no arranjo. Visam trazer a produção econômico-criativa local para um patamar superior, em que os diferenciais dos produtos e serviços do APL são facilmente percebidos pelos consumidores, agregando valor.

Formação e Capacitação: ações voltadas à formação e capacitação de empresários e da mão de obra dos arranjos em temas técnicos, gerenciais e voltados ao empreendedorismo.

Divulgação e Comunicação: ações com o objetivo de promoção comercial do arranjo em âmbito local, regional e nacional. Incluem-se nesta categoria iniciativas como organização de feiras e rodadas de negócios, missões comerciais, organização de stands e lojas locais, desenvolvimento de websites, elaboração de materiais de divulgação, publicidade e mídia.

Acesso a Mercados: ações voltadas ao Comércio Exterior.

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Esferas de atuação

LOCAL ESTADUAL FEDERAL

Eix

os d

e a

tuaç

ão

Infraestrutura e Investimentos

- - 1, 2

Financiamento - - -

Governança e Cooperação

3, 7, 8 6 4, 5

Competitividade e Inovação

- 10 9

Formação e Capacitação

- 12 11, 13

Divulgação e Comunicação

- - 14, 15, 16

Acesso a Mercados - - -

6.1 Infraestrutura e Investimentos

AÇÃO 01- Mapeamento dos garimpos

DESCRIÇÃO: Mapear áreas da região do APL onde há potencial gemológico, cadastrar terras e garimpos propondo política para a região.

COORDENADOR: Guilherme Bamberg

RESPONSÁVEL PELA EXECUÇÃO: Governança

RESPONSÁVEL PELA VIABILIZAÇÃO FINANCEIRA: BNDES ou MME. Orçamento de R$3.000.000,00

DATA DE INÍCIO: Janeiro de 2015

DATA DE TÉRMINO: Dezembro de 2016

RESULTADO(S) ESPERADOS COM A AÇÃO: elevar a produção nos Garimpos e qualidade de vida aos garimpeiros.

AÇÃO 02– Legislação

DESCRIÇÃO: A governança deverá propor a alteração da Lei nº 7.805 de 18 de Julho de 1989, que criou o regime de permissão de lavra garimpeira, extinguiu o regime de matrícula e alterou o Decreto Lei nº 227 de 28 de Fevereiro de 1967. Na Lei 11.685 de 02/06/2008, com a instituição do Estatuto do Garimpeiro, ficou definido o garimpeiro deve-se filiar a uma cooperativa, o que na prática não ocorre, não uma não aceitação local, não houve aderência a esta pratica, assim o garimpeiro não possui identidade para trabalhar, exercendo ilegalmente sua profissão.

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COORDENADOR: Guilherme Bamberg

RESPONSÁVEL PELA EXECUÇÃO: Governança- Comitê

RESPONSÁVEL PELA VIABILIZAÇÃO FINANCEIRA: -

DATA DE INÍCIO: Janeiro de 2015

DATA DE TÉRMINO: Junho de 2015

RESULTADO(S) ESPERADOS COM A AÇÃO: Fortalecimento e reconhecimento da Governança

6.2 Financiamento Não há ações previstas para esta esse eixo de atuação. 6.3 Governança e Cooperação

AÇÃO 03- Regulamentação da profissão de garimpeiro e lapidário

DESCRIÇÃO: A regulamentação da profissão é uma reivindicação dos garimpeiros desde a promulgação da Lei nº 7.805 de 18 de Julho de 1989, que criou o regime de permissão de lavra garimpeira e extinguiu a matrícula do garimpeiro. Mesmo com Lei 11.685 de 02/06/2008, por não haver aderência local ao nela determinado, sobre a obrigatoriedade de associação a uma cooperativa, hoje os garimpeiros são marginalizados e não têm acesso a crédito e financiamento em geral. Um comitê eleito pela governança deverá elaborar um anteprojeto de lei propondo a regulamentação da profissão de garimpeiro e lapidários bem como a alteração da lei vigente.

COORDENADOR: Governança

RESPONSÁVEL PELA EXECUÇÃO: Prefeitura de Teófilo Otoni

RESPONSÁVEL PELA VIABILIZAÇÃO FINANCEIRA: apoiadores e financiadores do APL.

DATA DE INÍCIO: Janeiro de 2015

DATA DE TÉRMINO: Junho de 2015

RESULTADO(S) ESPERADOS COM A AÇÃO: elevar a produção nos Garimpos e qualidade de vida aos garimpeiros.

AÇÃO 04- Estruturação e manutenção da cooperativa dos garimpeiros

DESCRIÇÃO: O objetivo desta ação é estruturar a cooperativa através da qual todos os garimpeiros possam ser representados, assessorados e ter discutidos os seus direitos e desafios da categoria.

COORDENADOR: Sr. Joel

RESPONSÁVEL PELA EXECUÇÃO: Governança

RESPONSÁVEL PELA VIABILIZAÇÃO FINANCEIRA: MDIC, MME ou Secretaria de Desenvolvimento de MG. Orçamento de R$ 100.000,00 anuais.

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DATA DE INÍCIO: Janeiro de 2015

DATA DE TÉRMINO: Dezembro de 2015

RESULTADO(S) ESPERADOS COM A AÇÃO: elevar a produção nos Garimpos e qualidade de vida aos garimpeiros.

AÇÃO 05–Promover a Articulação do Setor de Gemas e Joias

DESCRIÇÃO: Uma das ações mais desafiadoras da Governança será visitar garimpos, lapidações, comércios e entidades para divulgar o trabalho que será realizado no APL em seus mais de 20 mil km² de um setor que se encontrava desarticulado e desacreditado.

COORDENADOR: Guilherme Bamberg

RESPONSÁVEL PELA EXECUÇÃO: Governança

RESPONSÁVEL PELA VIABILIZAÇÃO FINANCEIRA: Sebrae ou MinC

DATA DE INÍCIO: Janeiro de 2015

DATA DE TÉRMINO: Dezembro de 2017

RESULTADO(S) ESPERADOS COM A AÇÃO: Fortalecimento e reconhecimento da Governança

AÇÃO 06– Custeio da Governança

DESCRIÇÃO: A Governança neste APL é tão importante ou mais que qualquer estudo ou ação que se possa tomar. A desarticulação do setor era tamanha que estava difícil até conseguir reunir todos numa plenária. O Sr. Guilherme Bamberg é reconhecido por todos como um conciliador e profundo conhecedor dos assuntos referente ao APL e região bem como possui trânsito entre todos os elos da cadeia produtiva e se tiver disponibilidade de custeio, pode ter condição de fazer um excelente trabalho para o desenvolvimento do APL. Estruturar a equipe de trabalho e sua manutenção é o objetivo desta ação.

COORDENADOR: Guilherme Bamberg

RESPONSÁVEL PELA EXECUÇÃO: Governança

RESPONSÁVEL PELA VIABILIZAÇÃO FINANCEIRA: Secretaria de Desenvolvimento do Estado de Minas Gerais, Orçamento de R$ 150.000,00 anuais.

DATA DE INÍCIO: Janeiro de 2015

DATA DE TÉRMINO: renováveis a cada ano via convênio.

RESULTADO(S) ESPERADOS COM A AÇÃO: Fortalecimento e reconhecimento da Governança

AÇÃO 07–Atuação junto ao Governo Municipal para apoio

DESCRIÇÃO: A governança atuará junto à prefeitura municipal para buscar apoio a ações estruturantes e a eventos a serem realizados, além de disponibilização de locais para abrigar a cooperativa dos garimpeiros.

COORDENADOR: Guilherme Bamberg

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RESPONSÁVEL PELA EXECUÇÃO: Governança- Governo Municipal

RESPONSÁVEL PELA VIABILIZAÇÃO FINANCEIRA: Governo Municipal

DATA DE INÍCIO: Janeiro de 2015

DATA DE TÉRMINO: ação contínua

RESULTADO(S) ESPERADOS COM A AÇÃO: Fortalecimento e reconhecimento da Governança

AÇÃO 08–Campanha de formalização das empresas

DESCRIÇÃO: A promoção de campanha de sensibilização do setor para a importância da formalização dos negócios irá beneficiar todos os atores que não são devidamente formalizados para ter acesso a linhas de crédito, regularização fiscal e trabalhista.

COORDENADOR: ACOOMPEDRAS

RESPONSÁVEL PELA EXECUÇÃO: ACOOMPEDRAS

RESPONSÁVEL PELA VIABILIZAÇÃO FINANCEIRA: Prefeitura de Teófilo Otoni, orçados em $ 100.000,00 anuais.

DATA DE INÍCIO: Janeiro de 2015

DATA DE TÉRMINO: Dezembro de 2017

RESULTADO(S) ESPERADOS COM A AÇÃO: Fortalecimento e reconhecimento do APL

6.4 Competitividade e Inovação

AÇÃO 09 Convênio CETEM

DESCRIÇÃO: o CETEM é o órgão nacional com a maior tecnologia disponível no país para a pesquisa do solo e o convênio com o APL torna-se estratégico para o desenvolvimento da região. Busca-se trazer informações sobre novas jazidas e elevar a produção local.

COORDENADOR: Jurgen Schnellrath

RESPONSÁVEL PELA EXECUÇÃO: GOVERNANÇA

RESPONSÁVEL PELA VIABILIZAÇÃO FINANCEIRA: MDIC/CETEM

Orçamento de R$ 2.500.000,00.

DATA DE INÍCIO: Janeiro de 2015

DATA DE TÉRMINO: Dezembro de 2017

RESULTADO(S) ESPERADOS COM A AÇÃO: elevar a produção nos Garimpos e a qualidade de vida aos garimpeiros.

AÇÃO 10– Atuação contra o Contrabando

DESCRIÇÃO: a governança deverá intensificar a parceria firmada durante a elaboração do

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Plano de Desenvolvimento junto ao Governo Estadual para propor soluções no combate ao contrabando de gemas e joias que saem do estado, como minério de ferro.

COORDENADOR: Guilherme Bamberg

RESPONSÁVEL PELA EXECUÇÃO: Governo Estadual e Secretaria da Fazenda

RESPONSÁVEL PELA VIABILIZAÇÃO FINANCEIRA: Governo Estadual de MG, orçados em R$ 300.000,00 anuais.

DATA DE INÍCIO: Janeiro de 2015

DATA DE TÉRMINO: Ação contínua

RESULTADO(S) ESPERADOS COM A AÇÃO: Fortalecimento e reconhecimento da Governança

6.5 Formação e Capacitação

AÇÃO 11- Contratação de geólogo para assistência aos garimpeiros

DESCRIÇÃO: Hoje a maioria dos garimpeiros trabalha sem apoio técnico em campo, seguem técnicas antigas e rudimentares. Faz-se necessária a contratação e manutenção de um geólogo, especializado em meio ambiente, para assistência técnica aos garimpeiros.

COORDENADOR: Edmilson Alves Pereira

RESPONSÁVEL PELA EXECUÇÃO: MDIC ou MME

RESPONSÁVEL PELA VIABILIZAÇÃO FINANCEIRA: MDIC ou MME. Orçamento de R$ 500.000,00.

DATA DE INÍCIO: Janeiro de 2015

DATA DE TÉRMINO: Dezembro de 2017

RESULTADO(S) ESPERADOS COM A AÇÃO: elevar a produção nos Garimpos e qualidade de vida aos garimpeiros.

AÇÃO 12 – Curso de aprimoramento para lapidários

DESCRIÇÃO: Um dos diferenciais da indústria local é a presença dos designers de joias, que exercem sua criatividade durante o processo produtivo. A UEMG possui cursos de capacitação e requalificação para formar novos profissionais da área. Basta definir o tipo de curso e escopo a ser abordado e solicitar os professores via convênios estaduais. Ação visa organizar esses cursos para os empreendimentos do arranjo e garantir o quórum mínimo necessário e a participação durante as capacitações.

COORDENADOR: UNIT- UEMG

RESPONSÁVEL PELA EXECUÇÃO: UNIT – Bruno Dias Bento

RESPONSÁVEL PELA VIABILIZAÇÃO FINANCEIRA: Senai-MG, Secretaria Estadual de Cultura, Secretaria Estadual de Desenvolvimento ou MinC. Orçamento de R$ 80.000,00 por ano.

DATA DE INÍCIO: Janeiro de 2015

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DATA DE TÉRMINO: Dezembro de 2017

RESULTADO(S) ESPERADOS COM A AÇÃO: elevar o volume de vendas de gemas, joias e artefatos minerais.

AÇÃO 13 – CONCLUSÃO DA REESTRUTURAÇÃO DA UNIT GEMAS E JOIAS

DESCRIÇÃO: Para finalizar a reestruturação e funcionamento da UNIT Gemas e Joias foi assinado um convênio em 2010 com prazo até final de 2014 – entre a Secretaria do Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior-SECTES e a Secretaria de Estado de Educação-SEE. São pendências do primeiro convênio. Para as ações a partir de 2015, faz-se necessário um novo convênio para as conclusões necessárias tanto de infraestrutura, quanto para remuneração de professores para ministrar as capacitações. Os itens de estrutura física necessários são:

- Adequação física dos laboratórios para atendimento a normas e regulamentos ambientais conforme projeto arquitetônico já elaborado;

- Reforma da Rede Elétrica;

- Renovação dos equipamentos da Oficina de Lapidação – CEP (Controle Estatístico de Processos) e da Oficina de Ourivesaria – CEP;

- Aquisição de mobiliário para laboratórios.

COORDENADOR: UNIT- UEMG

RESPONSÁVEL PELA EXECUÇÃO: UNIT – Bruno Dias Bento

RESPONSÁVEL PELA VIABILIZAÇÃO FINANCEIRA: MinC ou MME. Orçamento estimado de R$ 1.500.000,00.

DATA DE INÍCIO: Janeiro de 2015

DATA DE TÉRMINO: Dezembro de 2017

RESULTADO(S) ESPERADOS COM A AÇÃO: elevar o volume de vendas de gemas, joias e artefatos minerais.

6.6 Divulgação e Comunicação

AÇÃO 14 – Intensificar a rota de turismo na região

DESCRIÇÃO: O circuito turístico na região do APL pode ser estendido de Diamantina até Teófilo Otoni, divulgando a região e gerando renda para as cidades do seu entorno, obtendo convênio com a EMBRATUR para viabilizar estas ações.

COORDENADOR: Tatiana F. Sulz

RESPONSÁVEL PELA EXECUÇÃO: Circuito Turístico

RESPONSÁVEL PELA VIABILIZAÇÃO FINANCEIRA: EMBRATUR. Orçamento de R$ 250.000,00 anuais.

DATA DE INÍCIO: Janeiro de 2015

DATA DE TÉRMINO: Dezembro de 2017

RESULTADO(S) ESPERADOS COM A AÇÃO: elevar o volume de vendas de gemas, joias e artefatos minerais.

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AÇÃO 15 - Criação do Museu Histórico de Gemas

DESCRIÇÃO: A criação do Museu Histórico de Gemas irá atrair mais turistas e estudiosos de gemas para a região e movimentar o comércio local. A Expo Minas cedeu a área para a implantação do Museu em local de destaque no seu pavilhão.

COORDENADOR: Edmilson Alves Pereira

RESPONSÁVEL PELA EXECUÇÃO: GEA

RESPONSÁVEL PELA VIABILIZAÇÃO FINANCEIRA: BNDES e/ou MinC. Orçamento de R$ 250.000,00.

DATA DE INÍCIO: Janeiro de 2015

DATA DE TÉRMINO: Dezembro de 2015

RESULTADO(S) ESPERADOS COM A AÇÃO: elevar o volume de vendas de gemas, joias e artefatos minerais.

AÇÃO 16 – Realização e promoção da FIPP

DESCRIÇÃO: Buscar recursos e/ou financiamento para realização da FIPP (Feira Internacional de Pedras Preciosas) a partir de 2015. Pretende-se buscar apoio dos órgãos públicos que integram a governança do APL – como prefeitura municipal –, de modo a melhorar a estrutura local para receber os visitantes. Do governo estadual será solicitado apoio na busca de patrocinadores para a realização do evento e apoio para as ações de divulgação da economia da região – por meio da Secretaria de Desenvolvimento do Estado.

COORDENADOR: Edmilson Alves Pereira

RESPONSÁVEL PELA EXECUÇÃO: GEA, ACCOMPEDRAS e prefeitura

RESPONSÁVEL PELA VIABILIZAÇÃO FINANCEIRA: Governo Estadual, MDIC e/ou MinC. Valor estimado em R$ 1.200.000,00.

DATA DE INÍCIO: Janeiro de 2015

DATA DE TÉRMINO: Dezembro de 2017

RESULTADO(S) ESPERADOS COM A AÇÃO: Fortalecimento e reconhecimento do APL

6.7 Acesso aos Mercados

Não há ações previstas para esta esse eixo de atuação.

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7. GESTÃO DO PLANO DE DESENVOLVIMENTO A Gestão do Plano de Desenvolvimento está a cargo da Governança instituída durante as reuniões realizadas. O gestor do APL será o Sr. Guilherme Bamberg que ficará responsável por operacionalizar as ações decididas em assembleia da Governança que serão realizadas mensalmente, a princípio na Câmara de Lojistas da cidade de Teófilo Otoni e posteriormente em sede a ser definida.

A UEMG, através da sua unidade Tecnológica instalada na cidade, a UNIT, ficará responsável pela elaboração de cursos de capacitação e aprimoramento para lapidários e técnicas em joias. A COOLAP, Cooperativa dos Lapidários, e a ACCOMPEDRAS (Associação dos Corretores Comerciantes de Pedras da cidade de Teófilo Otoni) ficarão responsáveis pela disseminação da cultura de APL e da importância da formalização das empresas junto aos empresários. O SEBRAE- MG na qualidade de parceiro apoiador e financiador de projetos como, por exemplo, o mapeamento da situação econômica do setor. A GEA (Associação dos Comerciantes e Exportadores de Joias e Gemas do Brasil) será responsável pela supervisão dos trabalhos do geólogo a ser contratado para apoio aos garimpeiros e a gestão do Museu Histórico de Gemas. O CETEM (Centro de Tecnologia Mineral) participará como apoiador na pesquisa de gemas e solo da região do APL para identificar jazidas em potencial.

O Sr. Joel Pereira dos Santos representa os garimpeiros da região e será gestor da cooperativa de garimpeiros a ser formalizada. A Prefeitura de Teófilo Otoni e a Secretaria de Desenvolvimento do Estado de Minas Gerais participam como financiadoras e apoiadoras das atividades ligadas ao APL.

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8. INSTRUMENTOS PARA ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO

Os instrumentos para acompanhamento e avaliação do Plano de Desenvolvimento são relacionados abaixo:

Instrumento 1: Relação de ações (vide página seguinte);

Instrumento 2: Registro em participação nos cursos;

Instrumento 3: Relatórios de viagem para divulgação do APL;

Instrumento 4: Atas de reuniões registrando a evolução das ações propostas no plano;

Instrumento 5: Documento de pesquisa inicial indicando a produção do Garimpo;

Instrumento 6: Documento de pesquisa inicial indicando volume de peças vendidas;

Instrumento 7: Documento com o levantamento de atores atuantes que reconhecem a governança.

As ações que envolvem a geração de documentos somente poderão ser consideradas concluídas após a apresentação do documento.

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Relação de Ações

IT. DESCRIÇÃO DA AÇÃO COORDENADOR EXECUTOR ENTIDADE FINANCIADORA

INICIO FINAL RESULTADO ESPERADO

INVESTIMENTO TOTAL (R$)

1 Mapeamento dos Garimpos Guilherme Bamberg Governança BNDES / MME 2015 2017 Elevar Produção no Garimpo 3.000.000,00

2 Legislação Guilherme Bamberg Governança Governo Estadual e Governança

2015 2015 Fortalecimento e reconhecimento da Governança do APL

3 Regulamentação de profissão de garimpeiro e lapidário PMTO Governança PMTO 2015 2015 Elevar a produção no garimpo

4 Estruturação e Manutenção da cooperativa de garimpeiros

Sr. Joel Governança MDIC 2015 2015 Elevar a produção no garimpo 100.000,00

5 Promover a articulação do setor de Gemas e Joias

Guilherme Bamberg Governança SEBRAE / MINC 2015 2017 Fortalecimento e reconhecimento da

governança e do APL

6 Custeio da Governança Guilherme Bamberg Governança Governo Estadual 2015 2017 Fortalecimento e reconhecimento da

governança e do APL 450.000,00

7

Atuação junto ao Governo Municipal

Guilherme Bamberg Governança/

Governo Municipal Governo Municipal

2015 2017 Fortalecimento e reconhecimento da

governança e do APL

8 Campanha de formalização das Empresas

ACCOMPEDRAS ACOOMPEDRAS PMTO 2015 2017 Fortalecimento e reconhecimento da

governança e do APL 300.000,00

9 Convênio CETEM Jurgen Schnellrath Jurgen Schnellrath MDIC

2015 2017 Elevar a produção no garimpo 2.500.000,00

10

Atuação contra o contrabando

Guilherme Bamberg Governança/

Governo Estadual Governo Estadual

e Governança 2015 2017

Fortalecimento e reconhecimento da governança e do APL

900.000,00

11 Contratação de geólogo Edmilson Alves

Pereira GEA MDIC / MME 2015 2017 Elevar a produção no garimpo 500.000,00

12 Cursos de capacitação e aprimoramento para lapidários UNIT- UEMG UNIT SENAI-MG 2015 2017 Elevar o volume de vendas 240.000,00

13 Conclusão da Reestruturação da UNIT Bruno Dias Bento UNIT MINC / MME 2015 2017 Elevar o volume de vendas 1.500.000,00

14 Intensificar a rota de turismo na região

Tatiana Sulz Circuito Turístico EMBRATUR 2015 2017 Elevar o volume de vendas 750.000,00

15 Criação do Museu Histórico de Gemas Edmilson Alves

Pereira GEA BNDES / MINC 2015 2017 Elevar o volume de vendas 250.000,00

16 Realização e promoção da FIPP Edmilson Alves

Pereira GEA MDIC / MINC 2015 2017

Fortalecimento e reconhecimento da governança e do APL

1.200.000,00

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9. REFERÊNCIAS Estudo de Formalização da Extração 2007 MME/GEA MATOS, Marcelo Gerson Pessoa de POLÍTICAS PÚBLICAS PARA ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS: O Arranjo de Gemas de Teófilo Otoni – Minas Gerais, Rio de Janeiro: UFRJ, 2004, pp.60. CAMPOS, Vânia Maria Correa de Arranjo Produtivo Local Gemas e Artefatos de Pedra de Teófilo Otoni Perfil e Caracterização. Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais (CETEC-MG), 2008, pp. 25. Estudo de Lapidações em 2005 pela GEA (Gems Export Association) e IEL (Instituto Euvaldo Lodi). BENTO, Bruno Dias; Cientista Social e Especialista em Gestão Cultural; Universidade do Estado de Minas Gerais de O Setor e a Sociedade: uma caracterização do APL de Gemas e Artefatos de Pedra de Teófilo Otoni. COSTA, Victor Gonçalves; Economista; Universidade do Estado de Minas Gerais. PRETA, Vanusa Senna Catta; Bacharel em Direito; Universidade do Estado de Minas Gerais. Dados do MDIC/SECEX entre 2011 e 2012 SEBRAE- MG CETEM- Centro de Tecnologia Mineral GEA- Associação dos Comerciantes e Exportadores de Gemas do Brasil DMPN- Departamento Mineral de Pesquisa Nacional PMTO- Prefeitura de Teófilo Otoni