plano de ação municipal de combate à desertificação irauçuba 2009

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ambiente PAM / IRAUÇUBA ________________ Plano Plano Plano Plano de de de de Ação Ação Ação Ação Municipal Municipal Municipal Municipal de Combate à de Combate à de Combate à de Combate à Desertificação Desertificação Desertificação Desertificação de Irauçuba de Irauçuba de Irauçuba de Irauçuba IRAUÇUBA/CE 2009

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Plano de Ação Municipal de Combate à Desertificação Irauçuba 2009

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  • ambiente

    PAM / IRAUUBA

    ________________

    PlanoPlanoPlanoPlano de de de de AoAoAoAo Municipal Municipal Municipal Municipal de Combate de Combate de Combate de Combate Desertificao Desertificao Desertificao Desertificao

    de Irauubade Irauubade Irauubade Irauuba

    IRAUUBA/CE

    2009

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    INSTITUTO CACTOS

    ________________________________________________________________________

    Plano de Ao Municipal de Combate a Desertificao de IrauubaPlano de Ao Municipal de Combate a Desertificao de IrauubaPlano de Ao Municipal de Combate a Desertificao de IrauubaPlano de Ao Municipal de Combate a Desertificao de Irauuba MATERIAL PRODUZIDO COM RECURSO DO:

    Brasil

    PAN

    FUNDO DE APOIO A INICIATIVAS LOCAIS DE COMBATE DESERTIFICAO/EDIO 2008 DO PROGRAMA DE AO NACIONAL DE COMBATE DESERTIFICAO E MITIGAO DOS EFEITOS DE SECA - PAN-Brasil do Ministrio do Meio Ambiente do Governo Federal do Brasil COLABORADORES Frum Irauubense de Convivncia Solidria e Sustentvel com o Semi-rido; Grupo Permanente de Combate a Desertificao GPCD/CEAR; Prefeitura Municipal de Irauuba REVISO Elis Roberto Pinheiro Mota FOTO CAPA Francisco Gilvane Mota

    INSTITUTO CACTOS Av Jorge Domingues, 1427 Centro Irauuba CE CEP: 62620-000 CNPJ: 05.705.754/0001-60. Correio Eletrnico: [email protected]

    Instituto Cactos Plano de Ao Municipal de Combate a Desertificao de Irauuba. Irauuba, CE. Verso atualizada: 2009 40 Pg.: Il. 1.Plano Municipal. 2. Desertificao. 3.Instituto Cactos. I. Ttulo

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    Prefcio ____________________________________________________________________

    Este documento, intitulado de Plano Municipal de Combate Desertificao de Irauuba, configura-se como proposio que objetiva problematizar e superar a realidade atual do municpio de Irauuba Ce. O documento favorece um encontro entre os fatores biticos e abiticos, a explorao biolgica e a ao humana que juntos coexistem, intensificando o processo de Desertificao estabelecido, bem como, atravs de vrios olhares, trs uma proposta de poltica municipal de combate desertificao, que foi construda a princpio no ano de 2000, por vrias instituies de renome nacional que tratam do tema com a participao da comunidade local. A princpio o documento foi socializado com a comunidade Irauubense e fomentado a possibilidade de este se tornar poltica pblica do municpio, a proposta foi encaminhada para a Cmara Municipal e l ficou engavetada por quase 9 anos.

    To somente agora em 2009, retorna-se a aprofundar o Plano Municipal de Combate Desertificao de Irauuba, atravs de uma iniciativa do Instituto Cactos, uma ONG local, em parceria com o Frum Irauubense de Convivncia Solidria e Sustentvel com o Semi-rido e o Grupo Permanente de Combate Desertificao do Estado do Cear GPCD/CEAR, a proposta que se apresentava em 5 componentes que so elementos chaves da poltica Municipal foi revalidada novamente pela comunidade local representada no Frum Irauubense de Convivncia Solidria e Sustentvel com o Semi-rido, com a inteno de reavaliar se o conjunto de polticas apontados como prioritrias na poca da construo do documento para o enfrentamento da desertificao permaneciam atuais ou precisariam de nova adequao. Tais componentes distribuem se da seguinte forma: Componente 1: Diagnstico e Alerta do Quadro da Degradao; Componente 2: Poltica de desenvolvimento sustentvel da caatinga e Ecossistemas de transio; Componente 3: Preservao e recuperao de reas afetadas com aes de Curto, mdio e longo prazo; Componente 4: Articulao de rgos Governamentais e no-Governamentais e Componente 5: Educao Ambiental. O documento foi revalidado e

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    atualizado e novamente o municpio de Irauuba conta com a possibilidade de ter uma legislao de trate da temtica da desertificao a luz da participao popular. Cabe, neste momento, agradecer a iniciativa de criao do FUNDO DE APOIO A INICIATIVAS LOCAIS DE COMBATE DESERTIFICAO que na edio de 2008, propiciou a produo deste material; ao PROGRAMA DE AO NACIONAL DE COMBATE DESERTIFICAO E MITIGAO DOS EFEITOS DE SECA - PAN-Brasil; ao Ministrio do Meio-Ambiente do Governo Brasileiro; ao GPCD/CE pela parceria, ao Governo Municipal de Irauuba pela parceria; ao Frum Irauubense de Convivncia Solidria e Sustentvel com o Semi-rido, de forma particular, ao Caetano R. Sousa pela colaborao e de forma especial aos cientistas Francisco de Assis Bezerra Leite e Francisco Roberto Bezerra Leite pois a insistncia para efetivao deste documento fruto de suas determinaes e compromisso com a sociedade. Cad ressaltar que a produo intelectual desta Poltica de Ao Municipal de Combate a Desertificao de Irauuba, no coube ao Instituto Cactos, a ns coube to somente resgatar a produo que foi feita no ano de 2000 e atualizar de forma coletiva o conjunto de polticas adequadas ao enfrentamento da desertificao e seus efeitos, reproduzi-la em escala maior para o conhecimento da comunidade, bem como dispensar todos os esforos necessrio para que o sonho de seus idealizadores se tornasse um instrumento jurdico capaz de contribuir com a reduo da desertificao e seus efeitos em Irauuba.

    Enfim o Plano de Ao Municipal de Combate desertificao de Irauuba uma realidade!

    Francisco Gilvane Mota

    Instituto Cactos

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    Sumrio ____________________________________________________________________

    ApresentaoApresentaoApresentaoApresentao

    Captulo 1Captulo 1Captulo 1Captulo 1 Marco ConceitualMarco ConceitualMarco ConceitualMarco Conceitual 1. Antecedentes 2. Conceito de Desertificao

    Captulo 2Captulo 2Captulo 2Captulo 2 Diagnstico Diagnstico Diagnstico Diagnstico GeoambientalGeoambientalGeoambientalGeoambiental do Municpio de Irauubado Municpio de Irauubado Municpio de Irauubado Municpio de Irauuba 1. Metodologia 2. Caractersticas dos Componentes Ambientais 2.1. Geologia 2.2. Clima e Hidrologia 2.3. Solos e Cobertura Vegetal 3. Uso e Ocupao da Terra 4. Unidades Geoambientais

    Captulo 3Captulo 3Captulo 3Captulo 3 A Poltica Municipal para oA Poltica Municipal para oA Poltica Municipal para oA Poltica Municipal para o combat combat combat combate Desertificaoe Desertificaoe Desertificaoe Desertificao Componente 1: Diagnstico e Alerta do Quadro da Degradao Componente 2: Poltica de desenvolvimento sustentvel da caatinga e Ecossistemas de transio. Componente 3: Preservao e recuperao de reas afetadas com aes de Curto, mdio e longo prazo. Componente 4:

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    Articulao de rgos Governamentais e no-Governamentais Componente 5: Educao Ambiental

    Captulo 4Captulo 4Captulo 4Captulo 4 Instrumentos da estraInstrumentos da estraInstrumentos da estraInstrumentos da estratgia, parcerias e financiatgia, parcerias e financiatgia, parcerias e financiatgia, parcerias e financiamentosmentosmentosmentos

    Captulo 5Captulo 5Captulo 5Captulo 5 CCCConsideraes finaisonsideraes finaisonsideraes finaisonsideraes finais

    RefRefRefReferncias Biolgicaserncias Biolgicaserncias Biolgicaserncias Biolgicas Anexo 01 Mapas Anexo 02 Relao de participantes do grupo de trabalho sobre Desertificao em Irauuba-Ce. Primeira verso ano/2000 Anexo 03 Relao de participantes do grupo de trabalho sobre Desertificao em Irauuba-Ce. Verso atualizada ano/2009

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    Apresentao O tema desertificao vem sendo discutido pela comunidade mundial desde 1977, quando da realizao, em Nairobi, da Conferncia Internacional das Naes Unidas para o Combate desertificao. Em nosso Pas trata-se de grave Problema ambiental, atingindo uma rea de 900.000 Km, afetando direto ou indiretamente mais de 15.000.000 de brasileiros, no existindo no territrio nacional outro problema ambiental que atinja tamanha rea e a tantas pessoas (SUDENE, 2000). No Estado do Cear, a preocupao com este fenmeno, agravado pelos perodos de escassez de chuva (seca), sistematizou-se em poca relativamente recente. Estudo realizado por LEITE et al.(1992), apresentado na Conferncia Internacional sobre Variaes Climticas e Desenvolvimento Sustentvel no Semi-rido (ICID), realizada em Fortaleza em Janeiro de 1992, mostra que o Cear apresenta extensas reas com problemas relativos degradao ambiental e desertificao. Em setembro de 1998, o Estado do Cear, atravs da Superintendncia Estadual do Meio Ambiente SEMACE e outras instituies como a Fundao Cearense de Meteorologia e Recursos Hdricos FUNCEME, em consonncia com Plano Nacional de Combate a Desertificao, pioneiramente elaborou o seu Plano Estadual de Combate Desertificao. No ano de 2000, de acordo com Poltica do Ministrio do Meio Ambiente MMA da poca, em parceria com a Superintendncia do Desenvolvimento do Nordeste SUDENE e o Instituto Desert, o Estado do Cear inicia a elaborao de Polticas de combate desertificao a nvel Municipal, a partir do Municpio de Irauuba, de que se trata a presente publicao, ressalta-se que o referido documento s veio a se tornar efetivamente poltica publica no ano de 2009. Referido Municpio insere-se em rea mais afetadas pelos processos de desertificao, tanto em termos quantitativos como qualitativos. Convm salientar que documentos desta natureza ganham respaldo e credibilidade quando redigido em conjunto com a comunidade envolvida, o que o caso das polticas em questo.

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    Captulo 1 Marco conceitual

    1. Antecedentes

    Para a comunidade mundial, a desertificao um problema de dimenses globais que afeta as regies de clima rido, semi-rido e sub-mido seco da Terra.

    O que caracteriza estas regies so as baixas precipitaes anuais, normalmente entre 250 a 800 mm/ano, geralmente, concentradas em 3 a 4 meses ocorrendo nos meses restantes do ano, perodos prolongados de seca. Possui um elevado ndice de evaporao, o que provoca grande perda da gua precipitada, ocasionando, na maioria das vezes, um balano hdrico negativo. O elevado ndice de evaporao ocasionado por razo destas regies apresentarem uma intensa insolao, alm de assoladas por fortes ventanias.

    A vegetao, normalmente, rala e de pequeno porte, o que proporciona uma maior exposio do solo facilitando a eroso dos mesmos, por ao dos ventos e/ou enxurradas quando das precipitaes.

    Estas regies, por diferentes razes histricas apresentam grandes concentraes populacionais vivendo nestas terras, utilizando-as com sistemas produtivos de baixo nvel tecnolgico e totalmente descapitalizados, o que provoca o aparecimento de grandes bolses de pobreza. (Pernambuco, 2000).

    Com a globalizao e a necessidade de um aumento de produo para atender ao crescimento populacional, estas reas, antes marginalizadas, esto sendo incorporadas ao processo produtivo, incentivando ao uso mais intenso, sem a preocupao de melhoria nos padres tecnolgicos e da gesto dos recursos naturais. Como conseqncia, tem-se a ocorrncia de intensos processos de degradao ambiental, com resultados negativos nos recursos de solos,

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    gua e vegetao, bem como na economia regional, implicando na vulnerabilidade das populaes. Preocupados com esses processos, a comunidade internacional, por intermdio das Naes Unidas, vem se reunindo e discutindo o problema e propondo diferentes tipos de solues desde a dcada de 70, quando da realizao da Conferencia Internacional Sobre o Ambiente Humano, realizada em Estocolmo que, por sua vez, convocou a Primeira Conferncia Internacional Sobre Desertificao, realizada em Nairobi, em 1977. Esta Conferncia de Nairobi, politicamente, teve importante papel, mas na parte prtica teve modestos resultados, pois suas recomendaes no geram termos de comprometimento dos pases e, tampouco, a destinao de recursos financeiros para controle do processo em nvel mundial. Apenas, em 1992, quando da realizao da Conferncia das Naes Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Rio 92, a questo da desertificao, teve nova posio no contexto internacional, ressaltando serem necessrias aes para promover um desenvolvimento sustentando no nvel de comunidades locais. Por presses dos Pases em desenvolvimento, as Naes Unidas, decidiram incluir um capitulo especial sobre o tema na agenda 21(cap. 12) e aprovaram a negociao de uma conveno internacional, tornado-se, portanto, um instrumento juridicamente vinculante para os pases que a ratificam. A Conveno de Desertificao j se encontra em vigor, e sendo o Brasil um dos seus signatrios, tem o compromisso de efetuar sua implementao.

    O compromisso est consubstanciado no documento Diretrizes para a Poltica Nacional de Controle da Desertificao j aprovado pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA, o que tornou-se um marco jurdico, a partir do qual se basearam as Aes Governamentais no combate desertificao e para um desenvolvimento sustentvel.

    No nordeste, a existncia dos processos de desertificao comea a ser discutido mais intensamente em 1977, com a obra do Prof. Vasconcelos Sobrinho. Surgiram tambm em diferentes estados, alguns relatrios entre 1978 e 1979 e algumas atividades inexpressivas e isoladas.

    Apenas a partir de 1986 que atravs de um Convnio entre a Secretaria de Meio Ambiente (SEMA) e a Universidade Federal do Piau, foi elaborada uma Proposta de Plano de Ao Para o Estudo da Desertificao no Nordeste. Aps esta proposta seguiram-se seminrios e at um Curso Internacional sobre Desertificao, na cidade de Petrolina-PE.

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    No Estado do Cear, foi realizado pela FUNCEME, em 1993, estudo sobre o Redimensionamento da Regio Semi-rida do Nordeste do Brasil, que constatou que a rea total submetida quele clima de 136.328,0 Km, que equivalem a 92,1% do territrio estadual, existindo 117 municpios totalmente inseridos no semi-rido e 63 parcialmente.

    Posteriormente, quando da realizao da ICIDI (1992), em Fortaleza, LEITE et all; apresentou o trabalho reas Degradadas Susceptveis aos processos de Desertificao no Cear e posteriormente, em 1993, foi elaborada uma 2 aproximao do mesmo trabalho e apresentado no VII Simpsio Brasileiro de Sensoriamento Remoto em Curitiba no ano de 1993.

    Por fim, em 1998, por iniciativa do Ministrio do Meio Ambiente, sob a Coordenao da Superintendncia Estadual do Meio Ambiente do Cear SEMACE foi elaborado o Plano Estadual de Combate Desertificao do Estado do Cear. 1. Conceito de Desertificao

    O conceito de desertificao definido no Artigo 1 da Conveno das Naes Unidas de Combate desertificao nos pases afetados por seca grave e/ou desertificao particularmente na frica (SUDENE, 2000), assinada pelo Brasil nos seguintes termos:

    Por desertificao entende-se a degradao da Terra nas zonas ridas, semi-ridas e sub-midas secas, resultante de fatores diversos, incluindo as variaes climticas e as atividades humanas.

    Combate desertificao, corresponde s atividades que

    fazem parte do aproveitamento integrado da terra nas zonas ridas, semi-ridas e sub-midas secas com vistas ao seu desenvolvimento sustentvel, e que tem como objetivos:

    1. A preveno e/ou reduo da degradao da terra; 2. A reabilitao de terras parcialmente degradadas, e 3. A recuperao de terras degradadas.

    Entende-se por seca, como sendo, o fenmeno que ocorre

    naturalmente quando a precipitao registrada significativamente inferior aos valores normais, provocando um srio desequilbrio hdrico que afeta negativamente os sistemas de produo, dependendo dos recursos da terra.

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    Por terra entende-se o sistema Bio-produtivo terrestre que compreende o solo, a vegetao e outros componentes da biota e os processos ecolgicos e hdricos que se desenvolvem dentro do sistema.

    Conceitua-se degradao da terra, como a reduo ou perda, nas zonas ridas, semi-ridas e sub-midas secas, da produtividade biolgica ou econmica e da complexidade das terras agrcolas de sequeiro, das terras agrcolas irrigadas, das pastagens naturais, das pastagens semeadas das florestas e das matas nativas devido aos sistemas de utilizao da terra ou a um processo ou combinao de processos incluindo os que resultam da atividade do homem, das formas de ocupao do territrio, tais como:

    1. A eroso do solo causada pelo vento e/ou pela chuva; 2. A deteriorao das propriedades fsicas, qumicas biolgicas

    ou econmicas dos solos, e 3. A destruio da vegetao por perodos prolongados.

    De uma maneira geral podemos afirmar que por degradao

    da terra se entende a degradao dos solos, da fauna e flora e dos recursos hdricos, com a conseqente diminuio da qualidade de vida da populao.

    Ainda de acordo com a SUDENE, 2000, o grau de aridez de uma regio funo da razo ente a quantidade de gua advinda da pluviometria (P) e da perda mxima possvel de gua por evaporao e transpirao ou Evapotranspirao Potencial (ETP). As classes de variao para esse ndice so:

    Hiper rido < 0,05 rido 0,05 - 0,20 Semi-rido 0,2 - 0,50 Sub mido seco 0,51 - 0,65 Sub mido e mido > 0,65

    De acordo com esta definio, para o Brasil, a desertificao

    aplica-se apenas nas regies: semi-arida e sub-mida seca do Nordeste. As causas que provocam a desertificao so as mais diferentes

    possveis. De maneira geral os impactos provocados por esta desertificao podem ser classificados como: ambientais, sociais e econmicos.

    Os impactos ambientais seriam a destruio da biodiversidade (flora e fauna), diminuio da disponibilidade dos recursos hdricos, atravs do assoreamento de rios e reservatrios, das perdas fsicas e

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    qumicas dos solos, dentre outros. Estes fatores reduzem o potencial biolgico da terra, reduzindo a produtividade agrcola e, portanto, impactando as populaes.

    Os impactos sociais so caracterizados pelas migraes, em razo da crescente perda da capacidade produtiva das unidades familiares, causando uma diminuio na qualidade de vida de regies j extremamente pobres. Estas migraes desestruturam as famlias e impactam as zonas urbanas, que, normalmente, no esto em condies de oferecer servios s massas de migrantes que pra l se deslocam. importante lembrar que a populao afetada caracteriza-se por alta vulnerabilidade, j que esto entre as mais pobres da regio, e com ndice de qualidade de vida muito baixo da mdia nacional.

    Os impactos econmicos so tambm de grande importncia; apesar de no dispormos ainda de metodologia de qualificao dos impactos, eles atingem diretamente as economias locais, pois h uma reduo da atividade agrcola e, consequentemente, da circulao de renda, aumentando desse modo, os nveis de pobreza das reas afetadas.

    Para o Brasil, conforme diagnstico realizado pelo Ministrio do Meio Ambiente, dos Recursos Hdricos e da Amaznia Legal as perdas econmicas podem chegar a U$$ 800 Milhes por ano devido desertificao. Os custos de recuperao das reas mais afetadas alcanam U$$ 2 bilhes para um perodo de 20 anos. (MMA, s/d).

    Necessrio se faz salientar que fatores estruturais, tais como: a concentrao de terra e renda, a alta densidade demogrfica e, alm da inadequao de algumas atividades econmicas, s condies ambientais, tornam mais difcil o combate desertificao e maximizam os efeitos das causas apontadas acima.

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    Captulo 2 Diagnstico Geoambiental do Municpio de

    Irauuba

    1. Metodologia

    O diagnstico do Municpio de Irauuba foi realizado adotando uma abordagem sistmica, baseada no princpio da multi-interdisciplinaridade, possibilitando a identificao das alteraes naturais antrpicas e a previso dos impactos causados pelo uso incorreto com a capacidade de suporte deste ambiente.

    Utilizou-se da linha metodolgica da Teoria Geossistmica de BERTRAND (1968), TRICART (1977), que se fundamenta na teoria geral dos sistemas de BERTALANFFY (1975), o qual possibilita a anlise das formas, dos processos e da dinmica evolutiva dos sistemas geoambientais e da diviso da paisagem fsica. No modelo de BERTRAND (1968), ainda que analisada em suas partes, a paisagem entendida como um todo e tem um cunho ecolgico.

    O Municpio de Irauuba apresenta vrias unidades geoambientais, que tem sua funcionalidade gerada atravs das relaes mtuas de seus componentes: condies abiticas, explorao biolgica aos quais se sobrepe a ao antrpica. Conforme SOUZA (1994), cada unidade geoambiental homognea constitui um conjunto geogrfico dotado de uma estrutura e de um funcionamento prprio.

    A compartimentao dos geossistemas teve como base metodolgica a de sensoriamento remoto orbital, atravs da tcnica da interpretao visual de imagens de satlite, que nos permite verificar os padres paisagsticos similares onde se incluem condies hidro-climticas e morfo-pedolgicas recobertas primariamente por fitofisionomias caractersticas.

    As unidades geoambientais homogneas foram delimitadas conforme sua estrutura e a classificao de acordo com a dinmica ambiental em processo. Para esta delimitao, alm de levar em

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    considerao os processos estritamente naturais, considera-se a ao antrpica, a qual tem como conseqncia a substituio de uma dinmica natural em equilbrio, por outra, na maioria das vezes, mais agressiva ao retirar a cobertura vegetal, ao explorar os recursos minerais, ao usar o solo e os recursos hdricos e implantar uma infra-estrutura bsica.

    Foram realizados levantamentos e anlise do material geocartogrfico e bibliogrfico existente, referente rea em estudo.

    Atravs da interpretao visual das imagens de satlite LANDSAT-5, sensor TM em produto fotogrfico, na composio colorida multiespectral, associando s bandas 2B3G4R (banda 4, vermelha; banda 3, verde; banda 2, azul) em escala 1:100.000, permitiu a anlise interpretativa dos alvos de interesse.

    Foi elaborada uma base cartogrfica atravs da compilao das informaes bsicas, tais como: drenagem, altimetria, estradas, centros urbanos, dentre outras, obtidas diretamente sobre a carta planialtimtrica da DSG/SUDENE, na escala 1:100.000.

    Tambm foi confeccionado um mapa de solos do municpio de Irauuba tomando como base o Zoneamento Agrcola do Estado do Cear, em escala de 1:200.000.

    A partir dos critrios de fotointerpretao sobre as imagens orbitais, foram definidas as unidades geoambientais e analisadas luz de suas caractersticas genticas e daquelas relacionadas interao com o meio ambiente, adotando-se a abordagem metodolgica interativa, utilizando-se as tcnicas de sensoriamento remoto orbital e geoprocessamento.

    Muito embora no se pretenda apresentar a totalidade da documentao cartogrfica elaborada, procurou-se destacar o Mapa Planimtrico do municpio, o Mapa de solos e o Mapa das unidades geoambientais, em escala 1:250.000 em anexo 01.

    2. Caracterizao dos componentes ambientais. Geologia e Geomorfologia.

    O municpio de Irauuba possui uma rea aproximada de 1.451 Km2 IPLACE (1989), constitudo pelos terrenos antigos do pr-cambriano, pertencentes ao complexo nordestino, com predominncia de migmatitos e ncleos de granitides, podendo encontrar-se tanto rebaixados superfcies pediplanadas, como realadas pequenos macios residuais.

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    Em termos espaciais, a depresso sertaneja a maior expresso territorial na compartimentao geomorfolgica, ocupando 1.165 Km2. Sua continuidade s chega a ser interrompida pelos nveis elevados dos macios residuais. Posiciona-se em nveis altimtricos inferiores a 200m, apresentando topografias planas e submetidas durante maior parte do ano s deficincias hdricas do clima semi-rido.

    Os macios residuais ocupam 238 km2 e compem as pequenas cristalinas de extenses variadas e altitudes que oscilam de 200 a 600 metros. So serras secas resultantes do trabalho de eroso diferencial. Exibem formas alongadas e estreitas, com relevos dissecados em colinas e cristas de pequenas extenses. Ocorrem vertentes desnudas.

    As Plancies fluviais, constitudas por sedimentos areno-argilosos com datao atribuda ao perodo holocnico (Quaternrio), so depsitos formados pelos rios, cuja topografia baixa e plana ocupa uma rea de 16km2. Clima e Hidrologia

    A rea em estudo localiza-se na zona sertaneja, de clima semi-rido com pluviosidade mdia anual de 541 mm, caracterizado por duas estaes distintas: uma seca (vero) de longa durao, compreendendo os meses de junho a dezembro, e uma outra chuvosa, predominando no perodo de janeiro a maio. Percebe-se que o trimestre mais chuvoso acontece durante os meses de fevereiro a abril, responsvel por um percentual de 65 a 70%, sendo em maro e abril quando ocorrem os picos de maior precipitao. O trimestre menos chuvoso abrange o perodo de setembro a novembro.

    As temperaturas mdias anuais situam-se geralmente em 27C. No perodo de fevereiro a julho ocorrem temperaturas mais amenas, em torno de 26C, sendo no ms de junho que apresenta o menor valor, 26,6C. No perodo de setembro a janeiro. A mdia anual fica em torno de 28C e o Ms de dezembro indica o maior valor 28,4C. Em termos absolutos as temperaturas podem elevar-se a ndices superiores a 38C.

    A umidade relativa do ar, elemento que funo da temperatura e da evaporao, no perodo chuvoso, quase sempre atinge valores superiores a 80% e no perodo de estio, reduz-se para faixa de 50%.

    O clima da rea apresenta-se bastante uniforme. De acordo com a classificao de Gaussen, encontra-se o tipo bioclimtico 4 a TH (Termoxeroquimnico acentuado) do tipo tropical quente de seca acentuada 7 a 8 meses, ndice xerotrmico de 150 a 200.

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    Segundo a classificao climtica de Kppen, esta rea est includa no tipo climtico BSwh (clima quente e semi-rido tipo estepe); a estao chuvosa se atrasa para o outono, com temperatura superior a 18C no ms mais frio.

    As potencialidades hdricas da rea ocorrem em funo das peculiaridades fsicas que inserem o municpio no semi-rido.

    A irregularidade das chuvas contribui para favorecer o escoamento de superfcie, que junto s condies geolgicas, predominantemente cristalinas, favorecem o escoamento rpido das guas pluviais, inviabilizando o acmulo de gua subterrneas em quantidade razoveis.

    A ausncia de barragens de porte representativo faz com que a pequena audagem assuma um papel relevante. Destacam-se dentre essas os Audes So Gabriel, do Moc, do Cair, Jerimum, dentre outros. Solos e Cobertura Vegetal

    A descrio dos solos est fundamentada na classificao de CEAR (1983), que utilizou os critrios contidos no estudo e conceituao das classes de solos de acordo com as normas adotadas pelo Centro Nacional de Pesquisas de Solos CNPS da EMBRAPA.

    Nas plancies fluviais, encontram-se a associao de SOLOS ALUVIAIS EUTRFICOS A moderado textura indiscriminada fase caatinga hiperxerfila de vrzea e floresta ciliar de carnaba relevo plano + PLANOSSOLO SOLDICO ta A fraco textura arenosa/argilosa fase caatinga hiperxerfila relevo plano e suave ondulado (Ae).

    Os solos encontrados na Depresso Sertaneja esto abaixo relacionados, constituindo diversas unidades de mapeamento:

    NC1 BRUNO NO CLCICO A fraco - textura mdia com

    cascalho/argilosa fase pedregosa caatinga hiperxerfila relevo suave ondulado e ondulado;

    NC2 BRUNO NO CLCICO vrtico A fraco - textura mdia

    cascalho/argilosa fase com calhaus caatinga hiperxerfila relevo suave ondulado.

    NC3 Associao de: BRUNO NO CLCICO vrtico A fraco -

    textura mdia cascalho/argilosa fase caatinga hiperxerfila relevo suave ondulado e ondulado + PLANOSSOLO SOLDICO Ta A fraco textura arenosa/mdia fase caatinga hiperxerfila relevo plano e suave

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    ondulado. + SOLONETZ SOLDICO A fraco textura arenosa/mdia fase pedregosa caatinga hiperxerfila relevo plano;

    PLS1 Associao de: PLANOSSOLO SDICO Ta A fraco - textura

    Arenosa/mdia e argilosa fase com calhaus caatinga hiperxerfila relevo plano e suave ondulado. + SOLONETZ SOLDICO A fraco textura arenosa/mdia e argilosa fase com calhaus caatinga hiperxerfila relevo plano e suave ondulado.

    Re1 Associao de: SOLOS LITLICOS EUTRFICOS A

    chernozmico - textura mdia fase floresta subcaduciflia relevo montanhoso substrato gnaisse e granito + AFLORAMENTOS ROCHOSOS;

    Re2 Associao de: SOLOS LITLICOS EUTRFICOS A fraco -

    textura arenosa e mdia fase pedregosa e rochosa caatinga hiperxerfila relevo ondulado e forte ondulado substrato gnaisse e granito + AFLORAMENTOS ROCHOSOS;

    Re3 Associao de: SOLOS LITLICOS EUTRFICOS A fraco -

    textura mdia e argilosa fase pedregosa caatinga hiperxerfila relevo plano e suave ondulado substrato arenito, siltito e filito + PLANOSSOLO SOLDICO Ta A fraco textura arenosa/mdia fase caatinga hiperxerfila relevo plano;

    Re4 Associao de: SOLOS LITLICOS EUTRFICOS A fraco -

    textura arenosa e mdia fase pedregosa e rochosa caatinga hiperxerfila relevo suave ondulado e ondulado substrato gnaisse, granito e filito + BRUNO NO CLCICO A fraco textura mdia/argilosa fase pedregosa caatinga hiperxerfila relevo suave ondulado e ondulado;

    Re5 Associao de: SOLOS LITLICOS EUTRFICOS A fraco -

    textura arenosa e mdia cascalhenta fase pedregosa e rochosa caatinga hiperxerfila relevo forte ondulado e montanhoso substrato gnaisse e granito + AFLORAMENTOS ROCHOSOS;

    AR1 AFLORAMENTOS ROCHOSOS. Nos macios residuais ocorrem as classes de solos abaixo

    descritas, agrupadas nas seguintes unidades de mapeamento: PE1 Associao de: PODZLICO VERMELHO-AMARELO

    EUTRFICO Tb A moderado - textura mdia/argilosa cascalhenta fase floresta caduciflia relevo forte ondulado e montanhoso = PODZLICO VERMELHO-AMARELO EUTRFICO Tb A chernozmico textura

  • 18

    mdia/argilosa cascalhenta fase floresta subcaduciflia relevo forte ondulado e montanhoso;

    PE2 Associao de: PODZLICO VERMELHO-AMARELO

    EUTRPICO Tb A fraco - textura mdia/argilosa cascalhenta fase caatinga hiperxerfila relevo plano e suave ondulado + AFLORAMENTOS ROCHOSOS;

    PE3 Associao de: PODZLICO VERMELHO-AMARELO

    EUITRPICO Tb raso abrptico A fraco - textura arenosa/argilosa cascalhenta fase caatinga hiperxerfila relevo suave ondulado + REGOSSOLO EUTRFICO com fragipan A fase caatinga hiperxerfila relevo plano e suave ondulado;

    Re1 Associao de: SOLOS LITLICOS EUTRFICOS A

    chernozmico - textura media fase floresta subcaduciflia relevo montanhoso substrato gnaisse e granito + AFLORAMENTOS ROCHOSOS.

    Re5 Associao de: SOLOS LITLICOS EUTRFICOS A fraco -

    textura arenosa e media cascalhenta fase pedregosa e rochosa caatinga hiperxerfila relevo forte ondulado e montanhoso substrato gnaisse e granito + AFLORAMENTOS ROCHOSOS.

    AR1 AFLORAMENTOS ROCHOSOS. A cobertura vegetal predominante no municpio de Irauuba

    das Caatingas, que uma vegetao tortuosa, espinhenta, de folhas pequenas e caducas, constitudas, por arbustos e rvores de pequeno porte sobre um extrato herbceo. rica em cactceas, bromeliceas e leguminosas. As plantas arbreas e arbustivas da Caatinga apresentam alta resistncia seca.

    As espcies dominantes so: Myracrodrun urundeuva (aroeira),

    Shinopsis brasilienses (barana), Auxemma oncocalyx (pau-branco), Commiphora leptophloeos (imburana), Mimosa tenuiflora (jurema preta), Zizyphus joazeiro (juazeiro), Anadenanthra macrocarpa (angico), Aspidosperma pirifolium (aroeiro), Crton sonderianus (marmeleiro), Cnidoculus urens (cansano), dentre outras.

    2. Uso e ocupao da terra

  • 19

    O conhecimento pormenorizado e atualizado das formas de

    utilizao e ocupao da terra, torna-se de fundamental importncia, na medida em que, os efeitos de mau uso, implicam em deteriorizao ao meio ambiente. A acelerao dos processos de eroso e intensificao de assoreamentos, dentre tantos outros, tem sido exemplos cotidianos desta m utilizao.

    As reas ocupadas com agricultura so de culturas anuais, temporrias e permanentes, ocorrendo tambm, os terrenos em pousio, cultivados no ano anterior. Constitui de aglomerados e de pequenas e muito pequenas parcelas predominando as culturas de subsistncia, com utilizao de pouco capital de investimento, baixo nvel tecnolgico, resultando na baixa produo e produtividade das culturas.

    Os sistemas tradicionais de explorao da terra envolvem, principalmente, o cultivo de milho, feijo e ocorrem num processo itinerante, causando prejuzo ao meio ambiente com a devastao da vegetao natural, dando lugar a reas com vegetao secundria, com espcies de baixo valor econmico.

    Denota-se, tambm a pecuria extensiva, com baixo nvel tecnolgico onde predomina os rebanhos de bovinos e caprinos plenamente adaptados s condies locais. A pastagem natural ocupa grande extenses com predomnio de gramneas, plantas graminides, ervas arbustos e rvores dispersas.

    Percebem-se, nestas reas, vrios nveis de degradao, chegando-se a detectar reas em processos de desertificao. 3. Unidades geoambientais

    O estabelecimento das Unidades Geoambientais, sumarizadas no QUADRO 01, deriva da tcnica de interpretao visual das imagens do satlite TM/LANDSAT-S, de documentos geocartogrficos existentes, adotando-se abordagem metodolgica integrativa que enfoca os pontos mais destacados das condies geoambientais de cada unidade, distinguindo, tambm, suas potencialidades e limitaes, condies ecodinmicas e de vulnerabilidade ambiental, como tambm as perspectivas de sustentabilidade.

  • QUADRO 01: DIAGNSTICO SUMRIO DO POTENCIAL DE USO E DO ZONEAMENTO GEOAMBIENTAL DO MUNICPIO DE IRAUUBA

    UNIDADES GEOAMBIENTAIS

    POTENCIAL GEOAMBIENTAL E LIMITAES DE USO DOS RECURSOS NATURAIS

    CONDIES ECODINMICAS E VULNERABILIDADE

    AMBIENTAL

    USO COMPATVEL E

    SUSTENTABILIDADE P

    L

    A

    N

    C

    I

    E

    F

    L

    U

    V

    I

    A

    L

    R

    E

    A

    :

    1

    6

    K

    m

    2

    rea plana de acumulao fluvial sujeita inundao peridica que bordeja as calhas dos riachos; com solos aluviais profundos, imperfeitamente drenados, associados planossolos medianamente profundos e com problemas de salinizao; revestida por mata ciliar,onde se pratica atividades agroextrativas;

    Ambientes de transio com tendncia estabilidade e com vulnerabilidade moderada.

    rea propcia prtica de lavouras irrigadas quando do predomnio de solos aluviais, em funo das boas condies morfo-pedolgicas; favorvel ao agro-pedolgicas, favorvel ao agro-extrativismo, com limitaes por inundaes peridicas nas reas dos Planossolos Soldicos; sustentabilidade moderada alta.

  • M

    A

    C

    I

    O

    S

    R

    E

    S

    I

    D

    U

    A

    I

    S

    A

    R

    E

    A

    :

    2

    3

    8

    K

    m

    2

    reas serranas dispersas na depresso sertaneja, derivados do trabalho de eroso diferencial em setores de rochas muito resistentes, ocasionando a elaborao de relevos rochosos dissecados, com altitudes entre 400 600m; rede fluvial muito densa intermitente e baixo potencial de guas subterrneas; com solos podzlicos vermelho-amarelo de fertilidade natural mdia e solos litlicos (rasos) e afloramentos rochosos; revestidos de caatinga arbrea e arbustiva com forte limitao ao uso agrcola em razo do relevo fortemente acidentado.

    Ambientes de transio com tendncia

    instabilidade nas vertentes mais ngremes e com vulnerabilidade moderada forte.

    Imprprias ao uso agrcola; favorvel

    a silvicultura; sustentabilidade baixa se mantidas

    as atuais condies de uso

    e de desmatamento indisciplinado.

  • D

    E

    P

    R

    E

    S

    S

    O

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    A

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    J

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    R

    E

    A

    1

    .

    1

    6

    5

    K

    m

    Superfcie de aplainamento em rochas do embasamento cristalino, com altitudes entre 150 a 200m; clima semi-rido quente, com precipitaes mdias anuais entre 600-800 mm, com chuvas entre fevereiro a maio; rede fluvial densa com fluxo hdrico intermitente sazonal e baixo potencial de guas subterrneas; solos brunos no clcicos de fertilidade natural mdia a alta; moderadamente profundos; planossolos e solos litlicos de baixa fertilidade com afloramentos rochosos e chos pedregosos, rasos e susceptveis eroso; caatinga arbustiva.

    Ambientes de transio com tendncia estabilidade e vulnerabilidade moderada; nas reas mais intensamente degradadas, h tendncia instabilidade e a vulnerabilidade de moderada a alta.

    Favorvel utilizao agropastoril com manejo apropriados dos solos e das pastagens; necessidade de aumento da superfcie hdrica para ampliao de audagem, sustentabilidade baixa.

  • 23

    Captulo 3 A Poltica Municipal para o Combate

    Desertificao A Desertificao deve ser combatida atravs de meios

    amplamente participativos, onde a sociedade civil organizada e as populaes afetadas venham a ser atores e protagonistas do processo (SUDENE, 2000).

    Adotando este princpio, a Superintendncia do Desenvolvimento do Nordeste SUDENE, o Instituto Desert, a Superintendncia Estadual do Meio Ambiente SEMACE e a Prefeitura Municipal de Irauuba PMI, realizou nos dias 17 e 18 de julho de 2000, debates com rgos governamentais e no governamentais, sindicatos, Associaes de classes, lideranas comunitrias e a sociedade civil (anexo 02) com o intuito de discutir e criar subsdios para definio da poltica de combate a desertificao do Municpio de Irauuba-CE. Aps o documento pronto, o mesmo, foi socializado com a comunidade Irauubense e fomentado a possibilidade de este se tornar poltica pblica do municpio, a proposta foi encaminhada para a Cmara Municipal e l ficou engavetada por quase 9 anos. To somente agora em 2009, atravs de uma iniciativa do Instituto Cactos, uma ONG local, em parceria com o Frum Irauubense de Convivncia Solidria e Sustentvel com o Semi-rido; Grupo Permanente de Combate Desertificao do Estado do Cear GPCD/CEAR (ANEXO 03) e Prefeitura Municipal de Irauuba a proposta foi retomada e reavaliada e ter novamente a chance de se tornar um instrumento legal de poltica pblica do Municpio de Irauuba.

    Esta poltica ter a funo precpua de orientar e desenvolver aes no sentido de controlar e prevenir o avano da desertificao e, quando possvel, recuperar reas degradadas para o uso

  • 24

    produtivo, ou seja, alcanar o desenvolvimento sustentvel nas reas sujeitas seca e a desertificao do Municpio.

    A poltica de combate desertificao do municpio de Irauuba tem tambm como objetivos bsicos:

    * Contribuir para formulao do planejamento de uso sustentvel dos recursos naturais do Municpio; * Contribuir para a melhoria da produtividade e produo agrcola nas reas susceptveis seca e desertificao; *Contribuir para reduo da vulnerabilidade e melhoria da qualidade de vida das populaes residentes nas reas susceptveis seca e a desertificao; * Articular aes setoriais do governo (a nvel federal, estadual e municipal) com vista sinergia dos processos de planejamento; * Contribuir para melhoria da capacidade de enfrentamento dos problemas de desertificao e seca por parte das populaes locais.

    Com a participao da sociedade civil e todas as suas etapas, se est criando um novo paradigma onde o processo adquire grande importncia face ao antigo modus-operandi de planejamento. Aps as discusses dos grupos, e em conformidade com a Conveno das Naes Unidas para o combate desertificao, e as diretrizes da Poltica Nacional de Controle da Desertificao e o Plano Estadual Desertificao, o conjunto de polticas adequadas para o enfrentamento da desertificao e seca fora abrigadas em 5(cinco) componentes, e suas respectivas aes prioritrias. So elas: COMPONENTE 1:

    DIAGNSTICO E PREVENO DO QUADRO DA DEGRADAO. OBJETIVO: Elaborar metodologias e sistema de indicadores para avaliao e monitoramento da desertificao.

  • 25

    AES:

    1. Identificao das reas degradadas antrpicas e naturais;

    2. Levantamento pedolgico e capacidade de uso dos solos do Municpio, em escala compatvel.

    3. Sistema de identificao e caracterizao das micro-bacias hiudrogrficas;

    4. Sistema de Monitoramento fsico ambiental; 5. Diagnostico fsico-ambiental das reas degradadas. COMPONENTE 2: POLTICA DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTVEL DA CAATINGA E ECOSSISTEMAS DE TRANSIO.

    OBJETIVOS: criar mecanismos de gerao e disseminao de informaes tecnolgicas, observando a sustentabilidade, visando a melhoria dos nveis de produtividade da atividade econmicas tradicionais, adotando as estratgias de desenvolvimento aos recursos existentes, bem como criar, as unidades de conservao do municpio no bioma caatinga, dotando-as de estrutura para pesquisa cientfica, e criar uma capacidade de articulao institucional.

    AES: 1. Regulamentao do Conselho Municipal do Meio

    Ambiente; 2. Melhoramento e manejo da pastagem; 3. Criao de bancos de sementes; 4. Ampliao da oferta de recursos hdricos; 5. Implantao de novas tcnicas para o armazenamento

    de gua; 6. Coleta seletiva do lixo; 7. Criao de unidades de conservao e de unidades de

    referncias de prticas agrcolas; 8. Execuo de poltica de gerao de emprego, renda e

    melhoria da qualidade de scio-ambiental;

  • 26

    9. Intensificao da assistncia tcnica sistemtica ao produtor rural;

    10. Tornar pblica e preservar as fontes de gua j existentes na regio;

    11. Premiao, com apoio e incentivo para produtores rurais que utilizam tcnicas conservacionais;

    12. Adoo de crdito especial para combater desertificao;

    13. Fortalecimento da Agricultura Familiar; 14. Criao de cursos tcnicos observando a sustentabilidade

    tais como: apicultura, hidroponia, melhoramento da pastagem, conservao do solo e outros;

    15. Apoio a atividades produtivas empregando tcnicas de preservao ambiental em processos de sertificao.

    COMPONENTE 3: PRESERVAO E RECUPERAO DE REAS AFETADAS COM AES DE CURTO, MDIO E LONGO PRAZO.

    OBJETIVOS: Criar mecanismos apropriados para a recuperao de reas degradadas e conservao dos ecossistemas existentes.

    AES: 1. Repovoamento da fauna; 2. Recuperao dos leitos dos audes e rios (assoreamento); 3. Reflorestamento com plantas nativas e introduo de

    novas espcies em todo o municpio; 4. Recuperao de reas degradadas; 5. Recuperao e manuteno de nascentes e matas

    ciliares; 6. Recuperao e conservao dos solos agrcolas.

    COMPONENTE 4: ARTICULAO DE RGOS GOVERNAMENTAIS E NO GOVERNAMENTAIS.

    OBJETIVOS: Criar uma capacidade de articulao, fortalecimento e interao institucional.

  • 27

    AES: 1. Apoio a organizao de produtores; 2. Promover parcerias com instituies pblicas e privadas; 3. Garantir espaos de ampla discusso para a populao

    em geral sobre o tema desertificao; 4. Criar mecanismo de incentivo a empresas que

    implementem aes de preservao de recuperao ambiental.

    COMPONENTE 5: EDUCAO AMBIENTAL OBJETIVOS: formao e capacitao de pessoal para atuar na pesquisa, controle e recuperao das reas e processo de desertificao, bem como, na conscientizao e sensibilizao da populao sobre os efeitos malficos da desertificao.

    AES:

    1. Criao de uma poltica educacional municipal para preservao do meio ambiente;

    2. Criao de cursos de formao scio-ambiental; 3. Elaborao de material didtico com informaes sobre

    o processo de desertificao de Irauuba; 4. Instalao, em local apropriado da maneira descritiva

    das pesquisas realizadas no municpio; 5. Financiamento para pesquisas cientifica sobre o bioma

    caatinga no territrio de Irauuba; 6. Premiar as produes literrias e de iniciao cientificas

    estudantis e ligadas ao meio-ambiente; 7. Capacitao para professores na rea ambiental.

    Os 5 (cinco) componentes de suas aes prioritrias descritas

    acima, devem servir como uma primeira aproximao para definio de um conjunto de propostas a serem primeiramente viabilizadas pelas autoridades competentes. Est claro que outras iniciativas em andamento, que sejam convergentes com as perspectiva aqui proposta, devero ser apoiadas.

  • 28

    Finalmente, necessrio dizer que o problema ambiental uma questo scio-econmica, em que a soluo depende estritamente de decises polticas. Em razo disto, fundamental para obteno de xitos que a discusso e as propostas sugeridas envolvam todos os nveis de deciso da sociedade, principalmente, o poder pblico municipal.

  • 29

    Captulo 4 Instrumento da estratgia, parcerias e

    financiamentos.

    A poltica de combate desertificao do Municpio de Irauuba- PCDMI deve contar com diferentes instrumentos que asseguram sua viabilizao. Dentre esses instrumentos podem-se citar o Institucional, o Econmico/ Financeiro e a difuso de informao. Com relao ao institucional, considerando o carter interdisciplinar e multsetorial do tema, a PCDMI deve buscar desenvolver um amplo conjunto de parcerias com rgos federais, regionais e estaduais e internacionais para viabilizar suas polticas.

    No que diz respeito desertificao e aos componentes propostos nesse documento, parece est claro que essas parcerias devero ocorrer com organizaes no-governamentais e rgos e instituies tais como: MMA, IBAMA, SUDENE, rgo Federal de Agricultura, SEMACE, Secretaria de Recursos Hdricos, Secretaria de Educao, Comisso de Conservao de Solo e gua, CREA-CE, Banco do Nordeste e Outros.

    Os aspectos de financiamento do controle da desertificao e outras questes devem ser discutidos com outros setores do governo e dentro do conjunto de programas e projetos governamentais.

  • 30

    Captulo 5 Consideraes finais

    Apenas, recentemente, que a sociedade brasileira vem se preocupando quanto qualidade do ambiente e aos nveis de explorao de seus recursos.

    Com relao aos processos de desertificao, os mesmos ocorrem nas reas que, em geral, foram ocupados pelas populaes mais pobres e fragilizadas politicamente (MMA, s/d). Assim, para conter e prevenir tais processos, necessrio custos que no podem ser absolvidos pela quase totalidade dos agricultores do semi-rido, descapitalizados e sem acesso aos instrumentos de crdito e, na sua grande maioria, marcados por longos perodos de secas.

    Por tanto, a Iniciativa governamental nessa matria, de fundamental importncia para organizar e potencializar as aes necessrias ao controle da desertificao.

    O intuito das propostas aqui apresentadas de contribuir para ordenar um conjunto de objetivos e estratgias fundamentais para o enfrentamento do problema da desertificao, envolvendo setores governamentais e no-governamentais.

    As diretrizes ora propostas no esgotam a discusso sobre o tema, mas constituem o marco inicial do processo de implementao de uma poltica municipal voltada para o controle e o combate desertificao, cuja maior importncia e o desenvolvimento sustentvel do municpio.

  • 31

    Referncias Bibliogrficas BERTLANFFY, L.V. O significado da teoria geral dos sistemas. In: Teoria Gral dos Sistemas. 2. Ed. , Petrpolis, vozes. 1975. P.52 81. BERTRAND, G. Paysage et geographie physique globale.Reue Geographique des Pyrenes et du sud-ouet. Toulouse, v.39, n3 , p.244 272, 1968. CARVALHO, G. M. B. S. Geotecnologias aplicadas na anlise da vulnerabilidade eroso : bacias dos rios Aracatiau e Aracatimirim (ce). Fortaleza, 2000. Tese. Universidade Estadual do Cear. (no prelo). CEAR, Fundao Cearense de Meteorologia e Recursos Hdricos. Redimencionamento da Regio semi-rida do Nordeste do Brasil. Fortaleza, 1998. 231p. CEAR. Secretaria de Agricultura e Abastecimento. Zoneamento Agrcola do Estado do Cear: estudos bsicos. Fortaleza 1983. V.1. CEAR. Superintendncia Estadual do Meio Ambiente.. Departamento Florestal. Plano Estadual de Combate desertificao. Fortaleza, 1998. 231p. il DIAS, RLF. Intervenes pblicas e degradao ambiental no semi-rido cearense. Fortaleza, 1998. Tese. Universidade Federal do Cear. 140p. FERREIRA, D.G. et al. A desertificao no Nordeste do Brasil. Terezina. UFPI; Ncleo Desert, 1994. 57p.

  • 32

    FUNCEME. Redimensionamento da Regio semi-rida do nordeste do brasil. Fortaleza. 1994. IPLANCE. Atlas do Cear. Fortaleza. 1989. LEITE. F A B et al. Susceptibilidade a eroso em solos dos sertos de Inhamuns Salgado: folha SB.24 Y B III 3. Iguatu (CE). Fortaleza Funceme. 1988.29p. LEITE. F.R.B. et al. reas degradadas susceptveis aos processos de desertificao no Estado do Cear. Fortaleza, ICID, 1992. __________. reas degradadas susceptveis aos processos de desertificao no Estado do Cear 2 aproximao. In: Simpsio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, 7, curitiba, maio 1993. Anais..., Curitiba; s. ed. 1993. P. 156-161. MINISTRIO DO MEIO AMBIENTE, RECURSOS HDRICOS E DA AMAZNIA LEGAL. Diretrizes para a poltica Nacional de Controle da Desertificao. Braslia, 1998. 40p. __________Desertificao: Caracterizao e Impactos. S/d. 8p. PERNAMBUCO. Secretaria de Cincia, Tecnologia e Meio Ambiente. Poltica Estadual de Controle da Desertificao. Recife, 2000. 34p. SUPERINTENDNCIA DO DESENVOLVIMENTO DO NORDESTE. Conveno das Naes Unidas de Combate Desertificao nos Pases afetados por seca grave e/ou desertificao, particularmente na frica. 1 edio, Terezina, 2000. 83p. SOUZA, M.J. et al. Meio Ambiente: Diagnstico e Zoneamento ambiental. In: Projeto ridas: grupo de trabalho 1, recursos naturais e meio ambiente. Fortaleza: SELAN, 1994. V.2. TRICART, J. Ecodinmica. Rio de Janeiro. IBGE, 1977 91P. (Recursos Naturais e Meio Ambiente, 1)

  • 33

    Anexos 01

  • 34

  • 35

    LEGENDA: MAPA DE SOLOS

  • 36

  • ANEXO 02: Relao de participantes do grupo de trabalho sobre desertificao de Irauuba CE. Primeira verso ano/2000

    NOME RGO/COMUNIDADE CIDADE ESTADO AFRANIO GOMES FERNANDES UFC FORTALEZA CE AGENOR ALBANO DOS SANTOS AGROTOP ITAPAJ CE ANA CELIA BARROSO CAETANO COIT IRAUUBA CE ANDR MOTA PINTO BUENO IRAUUBA CE ANTONIO BASTOS PEREIRA BARREIRAS IRAUUBA CE ANTONIO CARLOS PINTO RODRIGUES ASS. SACO VERDE IRAUUBA CE ANTONIO CLARINDO GONALV. NETO ESLAR TAU CE ANTONIO COSTA PINTO RODRIGUES ASSOC. SACO VERDE IRAUUBA CE BALBINA MARIA DE JESUS SEMACE FORTALEZA CE BENEDITO VIDAL RAMOS SEC. DE AGRICULTURA IRAUUBA CE DAMIANA DE ARAJO BRAGA JOAQUIM DE PAULA IRAUUBA CE EDNEIDA R. CAVALCANTI FUN. JOAQUIM NABUCO RECIFE PE ENAS PINHEIRO BASTOS JU IRAUUBA CE ERILENE VASCONCELOS CARNEIRO SEC. DE EDUCAO IRAUUBA CE ETELBERTO BASTOS REIS GAB. DO PREFEITO IRAUUBA CE FERNANDO ANTONIO M. ARAUJO EMATERCE ITAPAJE CE FRANCISCA JOSELITA C. BORGES SEC. DE EDUCAO IRAUUBA CE FRANCISCO BERGSON P. FERNANDES SEPLAN FORTALEZA CE FRANCISCO BORGES VIEIRA MOC IRAUUBA CE FRANCISCO DANTAS PINHEIRO DNOCS FORTALEZA CE FRANCISCO DAS CHAGAS ALVES PMI IRAUUBA CE FCO. DAS CHAGAS AVILA SALES ASSOCIAO IRAUUBA CE FCO. DE ASSIS BEZERRA LEITE CREA/CESSOLO FORTALEZA CE FCO. EDVAR VILA RODRIGUES SIND. TRABAL. RURAIS IRAUUBA CE FRANCISCO GILVANE MOTA ASSOCIAO IRAUUBA CE FRANCISCO JUNIOR SOUZA ASSOCIAO IRAUUBA CE

  • FRANCISCO MAGELA S. ARAJO AGROTOP ITAPAJE CE FRANCISCO MOURA CAVALCANTE ASSOCIAO IRAUUBA CE FCO. ROBERTO BEZERRA LEITE FUNCEME FORTALEZA CE FRANCISCO SOUZA MELO ASSOCIAO SOBRAL CE HEITOR MATTALO IDESERT BRASILIA DF JARINA LUCIA FREITAS COLAO INCRA FORTALEZA CE JOO AMADEU DE SOUSA ASSOCIAO IRAUUBA CE JOO AMBRSIO DE ARAJO FILHO EMBRAPA/CNPC SOBRAL CE JOO BOSCO DE OLIVEIRA SRH FORTALEZA CE JOSE EDMILSON DOS SANTOS SINDICATO IRAUUBA CE JOSE ELISNALDO MOTA PINTO MISSI IRAUUBA CE JOSE GERARDO BEZERR.DE OLIVEIRA UFC FORTALEZA CE JOSE GILVAN FIRMINO SEDUC IRAUUBA CE JOSE MARCELINO FEREIRA PEDROSA ASSOCIAO IRAUUBA CE JOSE MAXIMO VIANA SUDENE RECIFE PE JOSE RAMOS DE PAULO BOQUEIRO IRAUUBA CE JOSE TARCISIO RIBEIRO INCRA FORTALEZA CE KEILA MARIA ALVES LOPES ASSOCIAO IRAUUBA CE LUIS ALFREDO PINHEIRO LEAL NUNES UVA SOBRAL CE LUIS TAVARES DIAS MISSI IRAUUBA CE MANOEL PINTO PACHECO ASSOCIAO IRAUUBA CE MANUEL ARAJO MOTA BUENO IRAUUBA CE MARCOS JOSE NOGUEIRA DE SOUZA UECE FORTALEZA CE MARIA DE LOURDES SILVA VIEIRA ASSOCIAO IRAUUBA CE MARIA VILMA DOS SANTOS COELHO ASSOCIAO IRAUUBA CE MAURICIO LINS AROUCHA COMPLETA PETROLINA PE NEILE GOMES LIMA VERDE SEMACE FORTALEZA CE PAULO AQUIAR NOBRE INCRA FORTALEZA CE PAULO VITOR MACIEL RIBEIRO JR ESPLAR FORTALEZA CE RAIMUNDO LUCIANO DUARTE VEREADOR IRAUUBA CE RAIMUNDO NONATO PINTO LINHARES MISSI IRAUUBA CE RAIMUNDO NONATO SILVA OLIVEIRA MISSI IRAUUBA CE

  • RANIERE GOMES PINTO SEC. DE AGRICULTURA ITAPAJE CE RITA EUGNIA MARTINS SANTIAGO AO SOCIAL IRAUUBA CE ROBERTO CRUZ PARENTE DNPM FORTALEZA CE SEBASTIO SALUSTIANO MOTA ASSOCIAAO IRAUUBA CE SOCORRO LIDUINA DE CARV. COSTA SOHIDRA FORTALEZA CE VALDEMAR RODRIGUES DESERT TEREZINA PI VERA LUCIAS F. ARAUJO AGENTE DE SADE IRAUUBA CE VICENTE FERNANDES DE SOUSA JUA IRAUUBA CE VICENTE ALMEIDA LOPES BNB SOBRAL CE VLDIA PINTO VIDAL DE OLIVEIRA UFC FORTALEZA CE

    ANEXO 03: Relao de participantes do grupo de trabalho sobre desertificao de Irauuba CE. Verso atualizada ano/2009

    NOME RGO/COMUNIDADE CIDADE ESTADO FRANCISCO RONES D. LOPES ASSOC. COMUNITARIA MIRAMAR IRAUUBA CE ANTONIA DE ALMEIDA BASTOS ASSOC. COMUNITARIA JERIMUM IRAUUBA CE JOO BRANDAO MESQUITA ASSOC. COMUN. CACHOEIRA I IRAUUBA CE PAULO HENRIQUE DOS SANTOS RODRIGUES FAI IRAUUBA CE LUIZ GONZAGA RODRIGUES GRUPO APICULTORES/MIRANDA IRAUUBA CE JOSE CARMENES DE SOUSA ASSOC. AUTO E. MANDACARU IRAUUBA CE FLAVIO BARRETO MESNDES DA CRUZ PREFEITURA MUNICIPAL IRAUUBA IRAUUBA CE DANDARA SAMILLE O. BORGUES GRMIO ESTUDANTIL P.PASCOAL IRAUUBA CE RAQUEL M. GOMES GRMIO ESTUDANTIL P.PASCOAL IRAUUBA CE BRIGIDA VILNA BRITO DE SOUSA GRMIO ESTUDANTIL P.PASCOAL IRAUUBA CE RAMON VIANA FRILHO GRMIO ESTUDANTOL D.BASTOS IRAUUBA CE RODOLFO H. ANDRADE LOBATO GRMIO ESTUDANTOL D.BASTOS IRAUUBA CE FCO KELVIN DO S SANTOS GRMIO ESTUDANTOL D.BASTOS IRAUUBA CE LUIZA ALBANIZA BRIYO GOMES ASSOC. BOA VISTA CAXITORE II IRAUUBA CE

  • COSMO PACHECO ASSOC. COMUNITARIA PACHECO IRAUUBA CE JOSE RINALDO V. MOTA ESCOLA MUNICIPAL P.A.BARBOSA IRAUUBA CE BENEDITO VIDAL RAMOS PREF. MUNIC/SEC MEIO AMBIENTE IRAUUBA CE LUIZ GONZAGA A. BARRETO CONSELHO TUTELAR IRAUUBA CE IVAN BRAGA ALBUQUERQUE EMATERCE IRAUUBA CE MANOEL ARAUJO FREITAS ASSOC. MACHO IRAUUBA CE JOSE ANISIO DE A. BRAGA VEREADOR IRAUUBA CE JOSE MARCELINO F. PEDROSA ASSOC. MANDACAR IRAUUBA CE OTAVIO HENRIQUE F. LEITE ESTUDANTE UNIVERSITRIO IRAUUBA CE LEONARDO FERREIRA BANCO DO BRASL IRAUUBA CE MARIA CLAUDIA PINEIRO MOTA INSTITUTO CACTOS IRAUUBA CE CAETANO RODRIGUES DE SOUSA ARTICULADOR DO FRUM IRAUUBENSE DE

    CONVIVNCIA SOLIDRIA DE SUSTENTVEL COM O SEMI-RIDO

    IRAUUBA CE

    FRANCISCO GILVANE MOTA INSTITUTO CACTOS IRAUUBA CE LIDUINA CARVALHO SEC.REC.HIDRICOS /GPCD/CEAR FORTALEZA CE RICARDO BRANDO CPRM/GPCD/CEAR FORTALEZA CE VIVIANNY M. BEZERRA SOHIDRA/GPCD/CEAR FORTALEZA CE FRANCISCO ROBERTO B. LEITE FUNCEME/GPCD/CEAR FORTALEZA CE MARGARETH SILVA D. DE S. CARVALHO FUNCEME/GPCD/CEAR FORTALEZA CE SONIA BARRETO PERDIO DE OLIVEIRA FUNCEME/GPCD/CEAR FORTALEZA CE DIANA O. MOURA NOGUEIRA CONPAM/GPCD/CEAR FORTALEZA CE