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Plano Bienal SUPERVISÃO BASEADA EM RISCO 2019-2020

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Plano Bienal

SUPERVISÃO BASEADA EM RISCO

2019-2020

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COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS

Supervisão Baseada em Risco

Plano Bienal 2019-2020

Disponível na internet em

http://www.cvm.gov.br

Aprovado pelo Comitê de Gestão de Riscos em 11/12/2018

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ENDEREÇOS CVM:

Sede – Rio de Janeiro

Rua Sete de Setembro, 111

CEP - 20050-901 - Rio de Janeiro - RJ - Brasil

Telefones: 55 (21) 3554-8686

CNPJ: 29.507.878/0001-08

Coordenação Administrativa Regional de São Paulo

Rua Cincinato Braga, 340 - 2º, 3º e 4º Andares

Edifício Delta Plaza - CEP - 01333-010 - São Paulo - SP - Brasil

Telefones: 55 (11) 2146-2000

Fax: 55 (11) 2146-2097

CNPJ: 29.507.878/0002-80

Superintendência Regional de Brasília

SCN Quadra 02 - Bloco A - Ed. Corporate Financial Center

4º Andar - Módulo 404 - CEP - 70712-900 - Brasília - DF - Brasil

Telefones: 55 (61) 3327-2031 | 3327-2030

Fax: 55 (61) 3327-2040 | 3327-2034

CNPJ: 29.507.878/0003-61

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Marcelo Santos Barbosa

Presidente

Diretores

Carlos Alberto Rebello Sobrinho

Gustavo Machado Gonzalez

Henrique Balduino Machado Moreira

Colegiado

Pablo Waldemar Renteria

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Superintendências

SGE - Superintendência Geral

Alexandre Pinheiro dos Santos

SIN - Superintendência de Relação com Investidores Institucionais

Daniel Walter Maeda Bernardo

ASA - Assessoria de Análise Econômica e Gestão de Riscos

Bruno Barbosa de Luna

SMI - Superintendência de Relações com o Mercado e

Intermediários

Francisco José Bastos Santos

ASC - Assessoria de Comunicação Social

Ana Cristina Ribeiro da Costa Freire

SNC - Superintendência de Normas Contábeis e de Auditoria

José Carlos Bezerra da Silva

AUD - Auditoria Interna

Osmar Narciso Souza Costa Junior

SOI - Superintendência de Proteção e Orientação aos Investidores

José Alexandre Cavalcanti Vasco

CGP/OUV - Chefia de Gabinete da Presidência / Ouvidoria

Catarina Campos da Silva Pereira

SPL - Superintendência de Planejamento

Daniel Valadão de Sousa Corgozinho

PFE - Procuradoria Federal Especializada

Celso Luiz Rocha Serra Filho

SPS - Superintendência de Processos Sancionadores

Carlos Guilherme de Paula Aguiar

SAD - Superintendência Administrativo-Financeira

Darcy Carlos de Souza Oliveira

SRL - Superintendência de Relações Institucionais

Thiago Paiva Chaves

SDM - Superintendência de Desenvolvimento de Mercado

Antônio Carlos Berwanger

SRE - Superintendência de Registro de Valores Mobiliários

Dov Rawet

SEP - Superintendência de Relações com Empresas

Fernando Soares Vieira

SRI - Superintendência de Relações Internacionais

Eduardo Manhães Ribeiro Gomes

SFI- Superintendência de Fiscalização Externa

Mario Luiz Lemos

SSI - Superintendência de Informática

Raphael Dias Lima de Albuquerque Lima

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Comitê de Gestão de Riscos

Alexandre Pinheiro dos Santos

Superintendente Geral

Superintendente de Planejamento

Daniel Valadão de Sousa Corgozinho

Bruno Barbosa de Luna

Assessoria de Análise Econômica e Gestão de

Riscos

SBR – Coordenação Técnica

Verochile da Silva Junior

Fabio Pinto Coelho

Presidente

Diretores

Marcelo Santos Barbosa

Gustavo Machado Gonzalez

Pablo Waldemar Renteria

Henrique Balduino Machado Moreira

Carlos Alberto Rebello Sobrinho

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O modelo de Supervisão Baseada em Risco – SBR é adotado pela CVM desde o ano de 2009, com

base na Resolução CMN nº 3.427. Desde então, a CVM vem buscando aprimorar suas atividades

de supervisão a partir deste sistema de gestão, de forma a priorizar sua atuação em um ambiente

regulatório cada vez mais dinâmico e complexo.

Ao mesmo tempo em que a metodologia do SBR permite à CVM direcionar a sua atuação para os

principais riscos relacionados ao desempenho de seus mandatos legais, racionalizando a utilização

de recursos e buscando uma abordagem mais preventiva que reativa, os instrumentos de

formalização do processo – Plano Bienal e Relatórios Semestrais – conferem o grau de

transparência esperado de uma entidade integrante da administração pública.

O Plano Bienal 2017-2018 consolidou a experiência da CVM no SBR, com ênfase no aumento da

efetividade das ações de supervisão em temas como ofertas públicas de valores mobiliários, risco

de liquidez em fundos de investimento, precificação de ativos em carteira, manipulação de preços e

o uso de informação privilegiada em mercados organizados.

A despeito desta consolidação, a CVM vem buscando continuamente aprimorar seu sistema de

supervisão baseado em risco. Neste contexto, o Plano Bienal de 2019-2020 foi o primeiro

desenvolvido sob a égide da Deliberação CVM nº 757/16, onde o Colegiado da Autarquia buscou

definir procedimentos com base em melhores práticas de gestão de risco.

Desta forma este plano representa o início de uma nova fase no SBR, onde o foco é a melhoria

quantitativa e qualitativa dos resultados a serem alcançados pela Autarquia por meio da inovação

em processos, técnicas e ferramentas de gestão de risco.

Como resultado, este plano apresenta novidades, com a priorização de diversos riscos que não

vinham sendo tratados pelo SBR, tais como irregularidades na condução de ofertas públicas de

distribuição via crowdfunding e a captação de poupança popular via Contratos de Investimento

Coletivo sem registro na CVM. Existe ainda uma maior ênfase na promoção do alinhamento entre

planejamento e execução das ações de supervisão priorizadas. Por fim, destaco que cada ação de

supervisão passa a ter metas próprias, de forma a aprimorar o acompanhamento e o reporte dos

resultados alcançados no biênio 2019-2020.

Ainda no âmbito da evolução do sistema de gestão de riscos da CVM, cabe destacar iniciativas

relacionadas à percepção de riscos cibernéticos por Intermediários e Administradores de Recursos

de Terceiros, a fim de gerar subsídios para eventuais alterações normativas, bem como a

especialização de determinadas áreas para atuarem nos riscos associados a tecnologia e suas

inovações, tal como o Fintech Hub.

Apesar dos aprimoramentos no sistema de gestão, é importante ressaltar o crescente risco

operacional associado às atividades de supervisão da CVM decorrentes da insuficiência de recursos

disponibilizados à Autarquia1. O detalhamento destas limitações encontra-se na seção “Fatores

Limitadores ao Plano Bienal 2019-2020”.

1 A progressiva insuficiência de recursos vem sendo reiteradamente reportada e detalhada nos Relatórios

Semestrais do SBR referentes aos Planos Bienais de 2015-2016 e 2017-2018.

Apresentação

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Ao adequar seu sistema de supervisão baseada em risco às intensas mudanças do ambiente

regulatório em que atua a CVM demonstra sua capacidade de adaptação para enfrentamento dos

desafios complexos e dinâmicos com os quais se defrontará no próximo biênio.

A expectativa é que, nesta nova fase, a CVM alcance resultados ainda mais expressivos em suas

atividades de supervisão, contribuindo de forma cada vez mais relevante para o desenvolvimento,

eficiência e integridade do mercado de capitais no Brasil.

Marcelo Santos Barbosa

Presidente

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Sumário 1. Mandados Legais da CVM .............................................................................................................. 14

2. Estrutura e Abrangência dos SBR .................................................................................................. 15

Empresas ............................................................................................................................................... 18

3.1 Ações Gerais e Resultados Esperados .......................................................................................... 19

3.2 Classificação de Riscos dos Supervisionados .............................................................................. 19

3.3 Eventos de Risco e Ações de Supervisão ..................................................................................... 20

Risco n° 1: Irregularidades no processo de divulgação de informações de companhias abertas e

estrangeiras. ........................................................................................................................................ 20

Evento de Risco 1.1: Não prestação ou atraso na entrega das informações periódicas de

companhias à CVM ........................................................................................................................ 20

Evento de Risco 1.2: Não prestação ou atraso na entrega das informações eventuais de

companhias à CVM ........................................................................................................................ 22

Evento de Risco 1.3: Divulgação de documentos e informações periódicas com conteúdo não

aderente às normas ......................................................................................................................... 23

Evento de Risco 1.4: Divulgação de documentos e informações eventuais com conteúdo não

aderente às normas ......................................................................................................................... 26

Evento de Risco 1.5: Divulgação de notícias e informações envolvendo companhias abertas

que não estejam disponíveis nos canais oficiais ............................................................................. 27

Risco nº 2: Ocorrência de irregularidades nas propostas e decisões da administração, nas

deliberações em assembleias gerais e na condução dos negócios por parte dos controladores e

órgãos de administração. .................................................................................................................... 28

Evento de Risco 2.1: Inadequação à legislação e à regulamentação das propostas e decisões da

administração, nas deliberações em assembleias gerais e na condução dos negócios por parte

dos controladores e órgãos de administração. ................................................................................ 28

Fundos de Investimento ....................................................................................................................... 31

4.1. Ações Gerais, Resultados Esperados e Eventos de Risco. .......................................................... 32

4.2 Eventos de Risco e Ações de Supervisão ............................................................................... 34

Risco nº 1: Falhas em processos e controles internos dos administradores fiduciários e

prestadores de serviço na indústria de gestão de recursos de terceiros .............................................. 34

Evento de Risco 1.1: Falhas no processo de enquadramento de carteira dos fundos 555 .............. 34

Evento de Risco 1.2: Requisitos de estrutura operacional de administradores fiduciários e

gestores em desconformidade com a regulamentação ................................................................... 35

Evento de Risco 1.3: Requisitos de estrutura operacional de custodiantes de FIDC em

desconformidade com a regulamentação ....................................................................................... 36

Evento de Risco 1.4: Falhas no processo de elaboração de políticas de PLDFT por parte de

administradores de recursos e prestadores de serviço da indústria de gestão de recursos de

terceiros. ......................................................................................................................................... 37

Evento de Risco 1.5: Falhas nos processos de identificação de beneficiários finais por parte de

prestadores de serviço supervisionados ......................................................................................... 38

Evento de Risco 1.6: Falhas nos processos de monitoramento e comunicação de operações

suspeitas de LDFT por parte de administradores de recursos e prestadores de serviço da

indústria de gestão de recursos de terceiros ................................................................................... 39

Evento de Risco 1.7: Escrituração irregular de cotas de fundos intermediados por conta e

ordem ............................................................................................................................................. 40

Evento de Risco 1.8: Falhas na segurança cibernética dos prestadores de serviço da indústria .... 41

Sumário

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Evento de Risco 1.9: Falhas na terceirização de serviços, em especial de TI, pelas entidades

reguladas ........................................................................................................................................ 42

Risco nº 2: Irregularidades em processos contábeis em fundos de investimento ............................... 43

Evento de Risco 2.1: Falhas na avaliação dos ativos integrantes da carteira dos Fundos 555. ...... 43

Evento de Risco 2.2: Aplicação de normas contábeis referentes a FIDC em desacordo com a

regulamentação específica ............................................................................................................. 44

Evento de Risco 2.3: Aplicação de normas contábeis referentes à FII em desacordo com a

regulamentação específica ............................................................................................................. 45

Evento de Risco 2.4: Aplicação de normas contábeis referentes a FIP em desacordo com a

regulamentação específica ............................................................................................................. 46

Risco nº 3: Falhas na conduta e diligência dos administradores fiduciários e prestadores de

serviço na indústria de gestão de recursos de terceiros ...................................................................... 47

Evento de Risco 3.1: Estratégias de alavancagem irregulares e/ou pouco diligentes em fundos

555 .................................................................................................................................................. 47

Evento de Risco 3.2: Diretores responsáveis pela administração de carteiras, por consultoria,

por risco e compliance exercendo atividades vedadas no mercado, ou em conflito de interesses . 48

Risco nº 4: Irregularidades no processo de divulgação de informações de fundos de investimento

e de prestadores de serviços ............................................................................................................... 49

Evento de Risco 4.1: Falhas no processo de divulgação das operações de alavancagem em

fundos 555 ...................................................................................................................................... 49

Evento de Risco 4.2: Falhas no processo de divulgação de informações eventuais relevantes

conforme previsto em norma. ........................................................................................................ 49

Risco nº 5: Irregularidades nas garantias de produtos securitizados .................................................. 51

Evento de Risco 5.1: Ausência ou deficiência de lastro nas operações de securitização ............... 51

Risco nº 6: Falhas nas atividades de supervisão, fiscalização e enforcement pelos

autorreguladores da indústria de gestão de recursos de terceiros ....................................................... 52

Evento de Risco 6.1: Análise de efetividade da autorregulação da APIMEC da atividade de

analista de valores mobiliários. ...................................................................................................... 52

Evento de Risco 6.2: Análise de efetividade da atuação da ANBIMA nas atividades de

autorregulação compartilhadas com a CVM .................................................................................. 53

Risco nº 7: Captação de poupança popular via ofertas públicas de CIC sem registro na CVM ......... 55

Evento de Risco 7.1: Oferta de pirâmides/ponzis com características de fundos de

investimento ................................................................................................................................... 55

Risco nº 8: Irregularidades em processos contábeis nos patrimônios separados de produtos

securitizados. ...................................................................................................................................... 56

Evento de Risco 8.1: Aplicação de normas contábeis referentes a CRI/CRA em desacordo

com a regulamentação específica ................................................................................................... 56

Risco nº 9: Incerteza regulatória quanto aos parâmetros de atuação de participantes do mercado

de valores mobiliários. ....................................................................................................................... 57

Evento de Risco 9.1: Inovações tecnológicas no mercado de análise, consultoria e gestão de

valores mobiliários. ........................................................................................................................ 57

Risco nº 10: Falhas na fiscalização das operações realizadas nos mercados de bolsa e de balcão

da B3 58

Evento de Risco 10.1: Operações irregulares de analistas, em ponta contrária à recomendada. ... 58

Risco nº 11: Distorções alocativas entre veículos do sistema financeiro ........................................... 59

Evento de Risco 11.1: Alterações regulatórias por parte de outros reguladores do sistema

financeiro nacional e internacional. ............................................................................................... 59

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Auditores Independentes ..................................................................................................................... 61

5.1 Ações Gerais, Resultados Esperados e Eventos de Risco ............................................................ 62

5.2 Classificação de Riscos dos Supervisionados .............................................................................. 62

5.3 Eventos de Risco e Ações de Supervisão ..................................................................................... 64

Risco nº 1: Trabalhos de auditoria realizados em desacordo com as normas profissionais de

auditoria e de contabilidade ................................................................................................................ 64

Evento de Risco 1.1: Irregularidades ou inépcias cometidas na realização de trabalhos de

auditoria ......................................................................................................................................... 64

Evento de Risco 1.2: Emissão de relatórios de auditoria que não reflitam desconformidades

relacionadas à divulgação em notas explicativas, para companhias abertas .................................. 65

Evento de Risco 1.3: Emissão de relatórios de auditoria para companhias abertas em

desconformidade com as normas profissionais de auditoria independente .................................... 65

Evento de Risco 1.4: Emissão de relatórios de auditoria que não reflitam desconformidades

contábeis, relacionadas à existência e precificação de ativos em fundos de investimento ............ 66

Evento de Risco 1.5: Emissão de relatórios de auditoria em desacordo com as normas

profissionais de auditoria independente, para fundos de investimento .......................................... 67

Evento de Risco 1.6: Ineficiência/ineficácia do Programa de Revisão Externa do Controle de

Qualidade dos Auditores Independentes ........................................................................................ 67

Mercados e Intermediários .................................................................................................................. 69

6.1 Ações Gerais, Resultados Esperados e Eventos de Risco ............................................................ 70

6.2 Classificação de Risco dos Supervisionados ................................................................................ 72

6.3 Eventos de Risco e Ações de Supervisão ..................................................................................... 73

Risco n° 1: Falhas nos processos e políticas internas de suitability dos intermediários que operam

na B3 73

Evento de Risco 1.1: Ausência, nas políticas internas de suitability dos intermediários, de

comandos destinados a obter as informações mínimas para a identificação do perfil do cliente... 74

Evento de Risco 1.2: Ausência, nas políticas internas de suitability dos intermediários, de

comandos destinados a vedar recomendações nos casos em que os custos diretos e indiretos

associados aos produtos, serviços ou operações impliquem ônus excessivo e inadequado ao

perfil do cliente .............................................................................................................................. 75

Evento de Risco 1.3: Ausência, nas políticas internas de suitability dos intermediários, de

comandos destinados a classificar os produtos em categorias, tendo em vista a adequação ao

perfil do cliente .............................................................................................................................. 75

Evento de Risco 1.4: Ausência, nas políticas internas de suitability dos intermediários, de

comandos destinados a vedar recomendações quando houver incompatibilidade entre a

categoria de produto e o perfil do investidor .................................................................................. 75

Evento de Risco 1.5: Ausência, nas políticas internas de suitability dos intermediários, de

comandos destinados à recomendação de produtos complexos ..................................................... 75

Risco n° 2: Falhas em processos e controles internos dos intermediários que operam na B3 ........... 76

Evento de Risco 2.1: Não encaminhamento, pelo diretor responsável por suitability aos órgãos

de administração do intermediário, de relatório semestral acerca de controles internos,

compliance e recomendações a respeito de eventuais deficiências, com o estabelecimento de

cronogramas de saneamento .......................................................................................................... 77

Evento de Risco 2.2: Falhas nos processos dos intermediários sobre suitability (perfil,

categorias, recomendações e alertas) em mercado de bolsa ........................................................... 77

Evento de Risco 2.3: Falhas gerais no processo de gestão de risco de PLD pelos

intermediários ................................................................................................................................. 77

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Evento de Risco 2.4: Falhas nos processos dos intermediários sobre segurança da informação

em mercado de bolsa ...................................................................................................................... 77

Evento de Risco 2.5: Falhas nos processos dos intermediários (monitoramento e análise de

operações atípicas) sobre PLD em mercado de bolsa .................................................................... 78

Evento de Risco 2.6: Falhas nos processos dos intermediários sobre gerenciamento de ordens

dos clientes em mercado de bolsa .................................................................................................. 78

Risco n° 3: Atuação, em mercados regulamentados de valores mobiliários, de pessoas não

autorizadas a operar ............................................................................................................................ 79

Evento de Risco 3.1: Distribuição de contratos derivativos Forex sem contratação de

instituição intermediária e sem dispensa regulatória ...................................................................... 79

Evento de Risco 3.2: Intermediação de valores mobiliários por participantes não autorizados

em regulamento e lei. ..................................................................................................................... 80

Risco n° 4: Incerteza regulatória quanto aos parâmetros de atuação de participantes do mercado

de valores mobiliários ........................................................................................................................ 81

Evento de Risco 4.1: Avaliação sobre os robôs de ordens utilizados pela indústria de

intermediação, no escopo de novas tecnologias. ............................................................................ 82

Risco n° 5: Falhas na fiscalização das operações realizadas nos mercados de bolsa e de balcão da

B3 83

Evento de Risco 5.1: Não detecção de operações irregulares nos mercados organizados, em

especial casos de uso de informação privilegiada .......................................................................... 83

Evento de Risco 5.2: Não detecção de operações irregulares nos mercados organizados, em

especial casos de manipulação de preços ....................................................................................... 83

Evento de Risco 5.3: Não detecção de operações irregulares nos mercados organizados, em

especial casos de spoofing/layering ............................................................................................... 84

Evento de Risco 5.4: Não detecção de operações irregulares nos mercados organizados, em

especial outros casos de irregularidades......................................................................................... 84

Risco n° 6: Falhas nas atividades de supervisão, fiscalização e enforcement praticadas pela BSM

como autorreguladora dos mercados de bolsa e de balcão da B3 ...................................................... 85

Evento de Risco 6.1: Falhas por parte da BSM no atendimento de reclamações ao MRP ............ 86

Evento de Risco 6.2: Falhas nas auditorias operacionais realizadas pela BSM junto aos

intermediários, incluindo, quando aplicável, agentes autônomos, custodiantes e escrituradores .. 86

Evento de Risco 6.3: Falhas por parte da BSM na instrução e finalização de processos

administrativos disciplinares. ......................................................................................................... 87

6.4 Supervisões Temáticas ................................................................................................................. 88

Supervisão Temática nº 1: Falhas no processo de transferência de custódia de valores

mobiliários, no mercado de bolsa. .................................................................................................. 88

Supervisão Temática nº 2: Supervisão das infraestruturas do mercado financeiro sujeitas à

competência regulamentar da CVM. .............................................................................................. 88

Ofertas Públicas de Valores Mobiliários ............................................................................................ 90

7.1 Ações Gerais, Resultados Esperados e Eventos de Risco ...................................................... 91

7.2 Classificação de Riscos dos Supervisionados, Eventos de Risco e Ações de Supervisão ..... 92

Risco nº 1: Irregularidades e vícios na condução de Ofertas Públicas de Distribuição registradas ... 92

Evento de Risco 1.1: Participação irregular de pessoas vinculadas em ofertas públicas

registradas e distribuídas com excesso de demanda ....................................................................... 93

Risco n° 2: Irregularidades e vícios na condução de Ofertas Públicas de Distribuição com

Esforços Restritos ............................................................................................................................... 93

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Evento de Risco 2.1: Irregularidades no cumprimento do papel de participantes em ofertas

públicas de distribuição com esforços restritos .............................................................................. 94

Evento de Risco 2.2: Irregularidade no lastro de emissão de CRI/CRA/FIDC.............................. 95

Risco nº 3: Irregularidades na divulgação de informações ao mercado, no contexto de ofertas. ....... 96

Evento de Risco 3.1: Divulgação de informações ou manifestação na imprensa em período

vedado ............................................................................................................................................ 97

Risco nº 4: Irregularidades e vícios na condução de ofertas públicas de distribuição via

crowdfunding ...................................................................................................................................... 97

Evento de Risco 4.1: Utilização do veículo por emissor não elegível ........................................... 98

Evento de Risco 4.2: Não observação dos limites por investidor estipulados em norma .............. 98

Evento de Risco 4.3: Transferência de recursos ao emissor antes do fim da oferta ....................... 98

Evento de Risco 4.4: Falha na divulgação de informações conforme contratado, por parte do

emissor ........................................................................................................................................... 98

Risco nº 5: Irregularidades e vícios na condução de Ofertas Públicas de Aquisição de Ações ......... 99

Evento de Risco 5.1: Irregularidade nos termos de editais de OPAs voluntárias sem registro ...... 99

Risco nº 6: Irregularidades e vícios na condução de Ofertas Públicas de Distribuição de CIC

hoteleiro registradas ......................................................................................................................... 100

Evento de Risco 6.1: Utilização de materiais publicitários em oferta de CIC hoteleiro em

desacordo com a regulamentação ................................................................................................. 101

Evento de Risco 6.2: Distribuição se processando com informações desatualizadas (prospecto

e estudo de viabilidade) ................................................................................................................ 101

7.3 Supervisões Temáticas ............................................................................................................... 101

Supervisão Temática nº 1: Formação de preços e alocação de investidores em procedimento

de bookbuilding. ........................................................................................................................... 101

Cronograma de Inspeções de Rotina ................................................................................................ 103

Indicadores de Desempenho .............................................................................................................. 105

Fatores Limitadores ao Plano Bienal 2019-2020 ............................................................................. 107

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1. Mandados Legais da CVM

Desenvolvimento do Mercado

Estimular a formação de poupança e a sua aplicação em valores mobiliários; promover a expansão

e o funcionamento eficiente e regular do mercado de ações; e estimular as aplicações permanentes

em ações do capital social de companhias abertas sob controle de capitais privados nacionais. (Art.

4º, incisos I e II, da Lei n° 6.385/76)

Eficiência e Funcionamento do Mercado

Assegurar o funcionamento eficiente e regular dos mercados da bolsa e de balcão; assegurar a

observância de práticas comerciais equitativas no mercado de valores mobiliários; e assegurar a

observância, no mercado, das condições de utilização de crédito fixadas pelo Conselho Monetário

Nacional. (Art. 4º, incisos III, VII e VIII, da Lei n° 6.385/76)

Proteção dos Investidores

Proteger os titulares de valores mobiliários e os investidores do mercado contra emissões

irregulares de valores mobiliários; atos ilegais de administradores e acionistas controladores das

companhias abertas, ou de administradores de carteira de valores mobiliários; e o uso de

informação relevante não divulgada no mercado de valores mobiliários. Evitar ou coibir

modalidades de fraude ou manipulação destinadas a criar condições artificiais de demanda, oferta

ou preço dos valores mobiliários negociados no mercado. (Art. 4º, incisos IV e V, da Lei n°

6.385/76)

Acesso à Informação Adequada

Assegurar o acesso do público a informações sobre os valores mobiliários negociados e as

companhias que os tenham emitido, regulamentando a Lei e administrando o sistema de registro de

emissores, de distribuição e de agentes regulados. (Art. 4º, inciso VI, e art. 8º, incisos I e II, da Lei

n° 6.385/76)

Fiscalização e Punição

Fiscalizar permanentemente as atividades e os serviços do mercado de valores mobiliários, bem

como a veiculação de informações relativas ao mercado, às pessoas que dele participam e aos

valores nele negociados, e impor penalidades aos infratores das Leis 6.404/76 e 6.385/76, das

normas da própria CVM ou de leis especiais cujo cumprimento lhe incumba fiscalizar. (Art. 8º,

incisos III e V, e art. 11, da Lei n° 6.385/76)

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2. Estrutura e Abrangência dos SBR

A Lei nº 6.385/76 define de maneira ampla os mandatos legais da CVM, que, em suas atividades de

supervisão, deve traduzi-los em ações de regulação e fiscalização, para que sejam cumpridos de

forma efetiva.

Para a implantação do SBR a partir dos mandatos legais da CVM, a Deliberação CVM n° 757/16

define uma estrutura lógica, formada pelas etapas a seguir, que devem constar do Plano Bienal de

Supervisão (Figura 1):

1) Os eventos de risco, análises e justificativas aprovadas pelo Comitê de Gestão de Riscos –

CGR, tendo como base riscos identificados que representem ameaças ao cumprimento dos

mandatos legais da CVM;

2) As ações gerais necessárias para o cumprimento dos mandatos legais e os resultados

esperados para cada uma dessas ações;

3) Os eventos de risco identificados pelo CGR que ameacem a obtenção dos resultados

esperados, classificados em termos de probabilidade de ocorrência e de potencial de dano,

na hipótese de ocorrerem;

4) As prioridades de supervisão e de fiscalização aprovadas pelo CGR a serem adotadas no

biênio para tratamento dos eventos de risco identificados e priorizados, detalhadas em

termos de ações específicas a serem efetivadas.

Figura 1: Etapas do Sistema de Supervisão Baseada em Risco

Para cada evento de risco, a Deliberação CVM nº 757/16 (artigo 22, incisos IV e V) estabelece uma

classificação em termos de probabilidade de ocorrência e potencial dano:

IV - classificação dos eventos de risco identificados, em uma dentre quatro categorias,

quanto à probabilidade de ocorrência: baixa; média baixa; média alta e alta;

V - classificação dos eventos de risco identificados, em uma dentre quatro categorias,

quanto ao potencial de dano na hipótese de ocorrerem: baixo, médio baixo, médio alto e

alto;

A partir dessa classificação, os riscos prioritários são aqueles que apresentam maior probabilidade

de ocorrência e maior potencial de dano, caso venham a ocorrer. Esse modelo conceitual de

classificação é mostrado na Figura 2:

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Figura 2: Modelo conceitual de classificação de riscos

Para implantar o SBR nas atividades de acompanhamento do mercado, foram consideradas, na

maioria dos casos, na classificação e na mensuração dos riscos, as características dos

supervisionados, utilizando parâmetros que identificam a probabilidade de darem causa ao evento

de risco e o potencial de dano ao mercado, conforme a orientação do art. 22, § 1º, da Deliberação

CVM nº 757/16.

Em decorrência desta classificação, as ações de supervisão e fiscalização constantes do Plano

Bienal são diferenciadas para cada grupo de regulados, em função do nível de risco que trazem

para o cumprimento dos mandatos legais da CVM.

Com isso, a atuação do regulador será graduada em função da classificação dos supervisionados

relacionados a cada evento de risco. Essa gradação vai desde um monitoramento básico, para os

supervisionados que apresentam risco baixo, até uma supervisão intensiva, para aqueles

classificados como de maior risco. A Figura 3 ilustra esse modelo.

Figura 3: Modelo conceitual de intensidade das ações de supervisão

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A fim de resguardar a efetividade das ações gerais e o alcance dos resultados esperados, as

classificações de risco dos supervisionados elaboradas para a implantação do SBR são de uso

interno da CVM e não integrarão o Plano Bienal divulgado ao público externo, conforme

estabelece o art. 22, § 2º, da Deliberação CVM nº 757/16. Também são de uso interno as gradações

da intensidade das ações específicas de supervisão, em função das diferentes classificações de

risco.

O Plano Bienal também traz alguns temas que serão submetidos a ações de supervisão temática,

para avaliar riscos comuns a um grupo de supervisionados. Esse modelo de supervisão, muito

empregado em outras jurisdições, permite avaliar a necessidade de recomendações ao mercado,

regulamentações ou ações específicas de fiscalização, com relação a riscos comuns a um grupo ou

segmento de entidades reguladas.

Este sexto Plano Bienal, que direcionará as atividades de supervisão no biênio 2019-2020, abrange

todas as cinco áreas de supervisão da CVM:

a) Empresas;

b) Fundos de Investimento;

c) Auditores Independentes;

d) Mercados e Intermediários;

e) Ofertas Públicas de Valores Mobiliários.

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Empresas

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3.1 Ações Gerais e Resultados Esperados

Para cumprir os mandatos legais de proteger os investidores contra atos irregulares, garantir o

acesso à informação adequada e fiscalizar e punir atos irregulares, a CVM, em sua atividade de

supervisão de companhias registradas na CVM, realiza duas grandes ações gerais, descritas abaixo

juntamente com os resultados esperados:

1) Acompanhamento das informações periódicas e eventuais divulgadas ao mercado pelas

companhias, verificando sua disponibilização tempestiva e sua qualidade, de modo a

possibilitar a tomada de decisão pelo investidor de forma consciente;

2) Acompanhamento da atuação dos administradores e acionistas (notadamente, dos

controladores) das companhias, verificando a observância do respeito às leis e normas

societárias e aos direitos dos acionistas, de modo a fortalecer a confiança dos investidores no

mercado.

Riscos ao Alcance dos Resultados Esperados

O resultado esperado para a primeira ação geral está sujeito ao Risco nº 1 “Irregularidades no

processo de divulgação de informações de companhias abertas e estrangeiras”.

Para a segunda ação geral, ao Risco nº 2 “Ocorrência de irregularidades nas propostas e decisões

da administração, nas deliberações em assembleias gerais e na condução dos negócios por parte

dos controladores e órgãos da administração”.

3.2 Classificação de Riscos dos Supervisionados

A supervisão das companhias registradas na CVM é de responsabilidade da Superintendência de

Relações com Empresas – SEP, que tinha sob sua supervisão, em 05.11.2018, um total de 680

companhias registradas (com registro ativo ou suspenso), sendo 622 companhias abertas, 8

companhias estrangeiras e 50 companhias incentivadas.

Para o biênio 2019-2020, o universo a ser espontaneamente supervisionado é de 630 companhias

com registro ativo, sendo 622 companhias abertas e 8 companhias estrangeiras. Não foram

incluídas nessa supervisão as companhias incentivadas.

Na classificação quanto ao potencial de dano, o universo de companhias continuou segmentado em

7 (sete) Grupos, tendo sido mantidos os mesmos critérios do biênio anterior: participação das ações

em índices de liquidez, valor do patrimônio líquido, número de acionistas e tipo de categoria de

registro.

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A partir do resultado médio dos componentes de cada Grupo, foram estabelecidas as classificações

dos sete Grupos para cada evento de risco, entre os quatro níveis de probabilidade: baixa, médio

baixa, médio alta ou alta.

A classificação e distribuição das companhias por grupo, assim como a gradação da intensidade das

ações específicas de supervisão são de uso interno, conforme estabelece o art. 22, § 2º, da

Deliberação CVM nº 757/16.

3.3 Eventos de Risco e Ações de Supervisão

A partir da classificação das companhias, foi gerada, para cada evento de risco, uma matriz de

Probabilidade e Potencial de Dano, que reflete o nível de risco de cada Grupo de supervisionados

em relação ao evento e permite planejar as ações de supervisão que serão direcionadas a cada

Grupo.

Risco n° 1: Irregularidades no processo de divulgação de informações de

companhias abertas e estrangeiras.

Evento de Risco 1.1: Não prestação ou atraso na entrega das informações

periódicas de companhias à CVM

Matriz de risco das companhias:

Potencial de dano

alto Grupo 2 Grupo 1

médio alto

Grupo 3

médio baixo

Grupo 7 Grupo 4

baixo Grupo 5 Grupo 6

baixa média baixa média alta alta

Probabilidade

companhias de risco não significativo; monitoramento básico

companhias de menor risco; ação de baixa intensidade

companhias de médio risco; ação de média intensidade

companhias de maior risco; ação de alta intensidade

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Este evento de risco é tratado, basicamente, pela manutenção de rotinas de verificação do atraso ou

da não entrega das informações periódicas exigidas pela regulamentação.

Ações específicas:

1.1.1 Verificar o atraso e a não entrega das informações periódicas

Caso a informação periódica não tenha sido entregue até a data de vencimento, será enviada uma

comunicação específica (e-mail de alerta) aos Diretores de Relações com Investidores das

companhias – DRI (ou pessoa equiparada), alertando-o de que a partir daquela data incidirá a multa

cominatória prevista na regulamentação aplicável, devidamente indicada (artigo 3º da Instrução

CVM 452/07).

Meta: Enviar comunicação em 100% (cem por cento) dos casos onde sejam verificados atrasos.

1.1.2 Realizar os procedimentos de enforcement

Em caso de não entrega de informações periódicas ou sua entrega com atraso, serão adotadas as

seguintes ações de enforcement:

a) Aplicação de multa cominatória à companhia pelo inadimplemento na entrega das

informações periódicas (artigo 58 da Instrução CVM n° 480/09), respeitados os procedimentos

previstos na Instrução CVM nº 452/07;

b) Divulgação semestral da lista de companhias que estejam em mora há três meses, ou mais,

no cumprimento de qualquer de suas obrigações periódicas (artigo 59 da Instrução CVM nº

480/09);

c) Suspensão do registro das companhias que descumpram, por período superior a 12 meses,

suas obrigações periódicas (artigo 52 da Instrução CVM nº 480/09);

d) Cancelamento de ofício do registro de companhia na hipótese da suspensão do registro por

período superior a 12 meses (artigo 54, inciso II, da Instrução CVM nº 480/09);

e) Envio de Ofícios de Alerta ou apuração das responsabilidades pela não prestação tempestiva

das informações periódicas, no âmbito de Processos Administrativos Sancionadores, quando a

Superintendência entender que a não prestação tempestiva da informação é parte de uma conduta

mais ampla, que deva ser objeto de sanção administrativa (artigo 5º da Instrução CVM nº 452/07).

Meta: Realizar os procedimentos de enforcement elencados em 100% (cem por cento) dos casos

onde sejam verificados os atrasos apontados nesta ação de supervisão.

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Evento de Risco 1.2: Não prestação ou atraso na entrega das informações

eventuais de companhias à CVM

Matriz de risco das companhias:

Potencial de dano

alto

Grupo 2

Grupo 1

médio alto Grupo 3

médio baixo Grupo 4

Grupo 7

baixo Grupo 6 Grupo 5

baixa média baixa média alta alta

Probabilidade

Companhias de risco não significativo; monitoramento básico.

Companhias de menor risco; ação de baixa intensidade.

Companhias de médio risco; ação de média intensidade.

Companhias de maior risco; ação de alta intensidade.

Ação específica:

1.2.1 Verificação da divulgação tempestiva de informações eventuais

As ações de supervisão serão desenvolvidas de acordo com o Plano de Trabalho firmado no âmbito

do Convênio assinado entre a CVM e a B3, em 13.12.2011, que estabelece mecanismos de

cooperação e de organização das atividades de acompanhamento das informações divulgadas.

Meta: Monitorar continuamente as atividades do Plano de Trabalho firmado com a B3, reportando

semestralmente ao CGR os resultados alcançados no âmbito desta ação.

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Evento de Risco 1.3: Divulgação de documentos e informações periódicas

com conteúdo não aderente às normas

Matriz de risco das companhias para as Ações de supervisão 1.3.1 a 1.3.4:

Potencial de dano

alto

Grupo 2

Grupo 1

médio alto Grupo 3

médio baixo Grupo 4

Grupo 7

baixo Grupo 6 Grupo 5

baixa média baixa média alta alta

Probabilidade

Companhias de risco não significativo; monitoramento básico.

Companhias de menor risco; ação de baixa intensidade.

Companhias de médio risco; ação de média intensidade.

Companhias de maior risco; ação de alta intensidade.

Ações específicas:

1.3.1 Verificação do conteúdo dos boletins de voto a distância

A atuação da SEP se concentrará no exame do conteúdo de boletins de voto à distância referentes a

assembleias gerais ordinárias.

Meta: Anualmente, serão analisados 20 boletins de voto à distância que, preferencialmente, ainda

não tenham sido analisados, selecionados de acordo com critérios estabelecidos pela SEP.

1.3.2 Verificação da coerência e da consistência entre as divulgações feitas nas seções 10

(Comentários dos Diretores sobre as condições financeiras e patrimoniais da companhia) e 13

(Remuneração dos Administradores) do Formulário de Referência

A atuação da SEP se concentrará na verificação da coerência e da consistência entre as divulgações

feitas nas seções 10 (Comentários dos Diretores sobre as condições financeiras e patrimoniais da

companhia) e 13 (Remuneração dos Administradores) do Formulário de Referência.

Meta: Anualmente, serão selecionados 12 (doze) formulários de referência de companhias, de

acordo com critérios estabelecidos pela SEP.

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1.3.3 Verificação da divulgação de informações relacionadas ao Informe sobre o Código

Brasileiro de Governança Corporativa

A atuação da SEP se concentrará no exame do conteúdo do Informe sobre Código Brasileiro de

Governança Corporativa (ICBGC).

Meta: Anualmente, serão selecionadas 12 (doze) informes enviados por companhias, de acordo

com critérios estabelecidos pela SEP.

1.3.4 Verificação da divulgação de informações relativas à política de gerenciamento de

riscos.

A atuação da SEP se concentrará na comparação do que consta divulgado na seção 5 (Política de

gerenciamento de riscos e controles internos) do Formulário de Referência com a política de

gerenciamento de risco estabelecida pelas companhias.

Meta: Anualmente, serão selecionados 12 (doze) formulários de referência de companhias, de

acordo com critérios estabelecidos pela SEP.

Matriz de risco das companhias para as ações de supervisão 1.3.5 e 1.3.6:

Potencial de dano

alto Grupo 1

Grupo 2

médio alto Grupo 3

médio baixo Grupo 7 Grupo 4

baixo Grupo 6 Grupo 5

baixa média baixa média alta alta

Probabilidade

Companhias de risco não significativo; monitoramento básico.

Companhias de menor risco; ação de baixa intensidade.

Companhias de médio risco; ação de média intensidade.

Companhias de maior risco; ação de alta intensidade.

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Ações específicas:

1.3.5 Verificação das demonstrações financeiras com relatório de auditores com opinião

modificada.

Serão verificadas as demonstrações financeiras de companhias abertas quando apresentarem

relatórios de auditoria e revisão especial com opinião modificada, cuja base não decorra

exclusivamente do cumprimento de normas específicas do setor regulado, de pedido de

recuperação judicial ou de continuidade operacional da Companhia.

Meta: Supervisionar 100% (cem por cento) das companhias abertas que apresentem

demonstrações financeiras nessas condições.

1.3.6 Verificação de temas específicos nas demonstrações financeiras

Serão realizadas análises com foco em temas específicos de um conjunto de companhias abertas,

selecionadas conforme o tema a ser estudado.

Além das análises que venham a ser realizadas em função de riscos eventualmente identificados no

curso do trabalho de supervisão, serão abordados os seguintes temas:

a) Divulgação de informações sobre controles internos adotados para assegurar a elaboração de

demonstrações financeiras confiáveis;

b) Divulgação de informações sobre políticas contábeis críticas referentes a provisões e

passivos contingentes adotadas pelo emissor;

c) Divulgação de informações sobre a natureza e a extensão de riscos decorrentes de

instrumentos financeiros em notas explicativas;

d) Critérios de elaboração de testes de recuperabilidade de ativos (testes de impairment) e seu

impacto nas demonstrações financeiras das companhias abertas;

e) Critérios de contabilização de combinações de negócios e seu impacto nas demonstrações

financeiras das companhias abertas.

As Companhias serão selecionadas com base em fatores relacionados aos temas específicos objeto

da análise efetuada.

Meta: Ao final do biênio ter, em relação a ao menos um dos temas, resultado no acompanhamento

das informações de 30 (trinta) companhias distribuídas de acordo com critérios da SEP.

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Evento de Risco 1.4: Divulgação de documentos e informações eventuais

com conteúdo não aderente às normas

Matriz de risco das companhias:

Potencial de dano

alto

Grupo 2

Grupo 1

médio alto Grupo 3

médio baixo Grupo 4

Grupo 7

baixo Grupo 6 Grupo 5

baixa média baixa média alta alta

Probabilidade

Companhias de risco não significativo; monitoramento básico.

Companhias de menor risco; ação de baixa intensidade.

Companhias de médio risco; ação de média intensidade.

Companhias de maior risco; ação de alta intensidade.

Ação específica:

1.4.1 Verificação da divulgação de informações eventuais

Para os emissores registrados na B3, ações de supervisão serão desenvolvidas de acordo com o

Plano de Trabalho firmado no âmbito do Convênio assinado entre a CVM e a B3, em 13/12/2011,

que estabelece mecanismos de cooperação e de organização das atividades de acompanhamento das

informações divulgadas por esses emissores.

Independentemente do registro na B3, a SEP analisará todos os Fatos Relevantes e Comunicados

ao Mercado (Tipos: “Apresentações a analistas/agentes do mercado”, “Esclarecimentos sobre

questionamentos da CVM/B3” e “Outros Comunicados Não Considerados Fatos Relevantes”).

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Metas:

a) Monitorar as atividades do Plano de Trabalho firmado com a B3, reportando semestralmente

ao CGR os resultados alcançados no âmbito desta ação;

b) Realizar as análises de todos os Fatos Relevantes e Comunicados ao Mercado (Tipos:

“Apresentações a analistas/agentes do mercado”, “Esclarecimentos sobre questionamentos da

CVM/B3” e “Outros Comunicados Não Considerados Fatos Relevantes”).

Evento de Risco 1.5: Divulgação de notícias e informações envolvendo

companhias abertas que não estejam disponíveis nos canais oficiais

Matriz de risco das companhias:

Potencial de dano

alto

Grupo 2

Grupo 1

médio alto Grupo 3

médio baixo Grupo 4

Grupo 7

baixo Grupo 6 Grupo 5

baixa média baixa média alta alta

Probabilidade

Companhias de risco não significativo; monitoramento básico.

Companhias de menor risco; ação de baixa intensidade.

Companhias de médio risco; ação de média intensidade.

Companhias de maior risco; ação de alta intensidade.

Ação específica:

1.5.1 Verificação da divulgação na imprensa de notícias envolvendo companhias

A supervisão da SEP se dará por meio do acompanhamento das notícias, envolvendo os emissores

registrados na B3, considerando inclusive o Plano de Trabalho firmado no âmbito do Convênio

assinado entre a CVM e a B3, em 13/12/2011, que estabelece mecanismos de cooperação e de

organização das atividades de acompanhamento das informações divulgadas por esses emissores.

Meta: Verificar e analisar todas as notícias selecionadas pertinentes às companhias, inclusive

monitorando as atividades do Plano de Trabalho firmado com a B3, reportando semestralmente ao

CGR os resultados alcançados no âmbito desta ação.

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Risco nº 2: Ocorrência de irregularidades nas propostas e decisões da

administração, nas deliberações em assembleias gerais e na condução dos

negócios por parte dos controladores e órgãos de administração.

Para este risco a SEP priorizou ações de supervisão de acordo com a seguinte matriz de risco:

Matriz de risco das companhias:

Potencial de dano

alto Grupo 2 Grupo 1

médio alto

médio baixo Grupo 7 Grupo 4

Grupo 3

baixo Grupo 5

Grupo 6

baixa média baixa média alta Alta

Probabilidade

Companhias de risco não significativo; monitoramento básico.

Companhias de menor risco; ação de baixa intensidade.

Companhias de médio risco; ação de média intensidade.

Companhias de maior risco; ação de alta intensidade.

Evento de Risco 2.1: Inadequação à legislação e à regulamentação das

propostas e decisões da administração, nas deliberações em assembleias

gerais e na condução dos negócios por parte dos controladores e órgãos

de administração.

Ações específicas:

2.1.1 Reorganizações societárias - Operações de incorporação e fusão envolvendo companhias

abertas

As análises efetuadas abrangerão, considerando a relevância e natureza de cada operação, (i) a

verificação da adequação da divulgação ao mercado e da disponibilização aos acionistas das

informações exigidas na Lei nº 6.404/76 e nas normas da CVM; (ii) a verificação junto aos

emissores da adequação, em seus aspectos relevantes, dos critérios e procedimentos efetivamente

adotados pelas Companhias frente às informações divulgadas ao mercado.

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Para as todas as operações, serão abertos processos nos casos que resultarem em cancelamento do

registro de companhia, com o objetivo de acompanhar os procedimentos relativos a esse

cancelamento.

Para as companhias estrangeiras, o foco da análise estará na verificação da aderência da operação

às eventuais disposições do Estatuto Social, bem como na sua divulgação.

Meta: 100% (cem por cento) de operações de reorganização societária que se enquadrem nos

critérios estabelecidos pela SEP.

2.1.2 Reorganizações societárias - Operações de Cisão, Alienação de Ativos2 e Redução de

Capital

As análises efetuadas abrangerão, considerando a relevância e natureza de cada operação, (i) a

verificação da adequação da divulgação ao mercado e da disponibilização aos acionistas das

informações exigidas na Lei n° 6.404/76 e nas normas da CVM; (ii) a verificação junto aos

emissores da adequação, em seus aspectos relevantes, dos critérios e procedimentos efetivamente

adotados pelas Companhias frente às informações divulgadas ao mercado.

Meta: 100% (cem por cento) de operações de reorganização societária que se enquadrem nos

critérios estabelecidos pela SEP.

2.1.3 Transações com partes relacionadas

Inicialmente, as análises efetuadas, considerando a relevância e natureza das operações realizadas,

terão foco na verificação da adequação da divulgação ao mercado e da disponibilização aos

acionistas das informações exigidas na Lei n° 6.404/76 e nas normas da CVM.

Nos casos em que surjam elementos indicativos da realização de diligências adicionais serão

efetuados procedimentos com vistas à verificação junto aos emissores da adequação, em seus

aspectos relevantes, dos critérios e procedimentos efetivamente adotados pela Companhia frente às

informações divulgadas ao mercado.

Meta: 8 (oito) companhias por ano, selecionadas conforme critérios de natureza e relevância das

transações observadas.

2 Operações divulgadas em Fatos Relevantes pelas companhias abertas.

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2.1.4 Emissão de ações ou títulos conversíveis em ações por subscrição privada

As análises efetuadas abrangerão, considerando a relevância e natureza de cada operação, (i) a

verificação da adequação da divulgação ao mercado e da disponibilização aos acionistas das

informações exigidas na Lei n° 6.404/76 e nas normas da CVM; (ii) a verificação junto aos

emissores da adequação, em seus aspectos relevantes, dos critérios e procedimentos efetivamente

adotados pelas Companhias às informações divulgadas ao mercado.

Não serão iniciadas espontaneamente análises de operações de aumento de capital que ocorram no

âmbito e nos termos de plano de recuperação judicial homologado judicialmente.

Meta: 100% das operações que se enquadrem nos critérios estabelecidos pela SEP.

2.1.5 Deliberações sobre conversão de ações

As análises efetuadas abrangerão, considerando a relevância e natureza de cada operação, (i) a

verificação da adequação da divulgação ao mercado e da disponibilização aos acionistas das

informações exigidas na Lei n° 6.404/76 e nas normas da CVM; (ii) a verificação junto aos

emissores da adequação, em seus aspectos relevantes, dos critérios e procedimentos efetivamente

adotados pelas Companhias às informações divulgadas ao mercado.

Meta: 100% das operações que se enquadrem nos critérios estabelecidos pela SEP..

2.1.6 Verificação da destinação do resultado

A atuação da SEP se concentrará na verificação da regularidade da destinação do resultado do

exercício anterior, a fim de conferir sua aderência às disposições estatutárias e legislação societária.

Meta: Anualmente serão selecionadas 16 demonstrações financeiras de companhias, de acordo

com critérios estabelecidos pela SEP.

Atividades que somente serão adotadas mediante apresentação de justificativa:

A identificação de riscos emergentes no decorrer da execução do Plano Bienal de Supervisão pode

ensejar a realização de análises temáticas adicionais ou de análise de operações não selecionadas de

acordo com os critérios previamente estabelecidos no Plano, independentemente do recebimento de

consultas ou reclamações sobre o tema. Essas análises, se realizadas, serão reportadas

acompanhadas das justificativas de sua execução.

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Fundos de

Investimento

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4.1. Ações Gerais, Resultados Esperados e Eventos de Risco.

Ações Gerais e Resultados Esperados

Para cumprir os mandatos legais de proteger os investidores, garantir o acesso à informação

adequada e fiscalizar e punir atos irregulares, a CVM, em sua atividade de supervisão de fundos de

investimento, clubes de investimento, certificados de recebíveis e respectivos prestadores de

serviços, realizará duas grandes ações gerais, descritos abaixo juntamente com seus respectivos

riscos priorizados e resultados esperados:

1) Acompanhamento da divulgação de informações e documentos sobre os fundos de

investimento e certificados de recebíveis por seus administradores, de modo a garantir o

acesso dos investidores a informações adequadas, possibilitando a tomada de decisão de

forma consciente e fortalecendo a confiança neste mercado;

2) Acompanhamento da administração e da gestão dos fundos de investimento e dos certificados

de recebíveis, de modo a garantir o cumprimento da legislação e dos regulamentos, a

aderência às normas de conduta e a elevação da capacitação técnica dos profissionais

envolvidos, assegurando, assim, um ambiente de credibilidade neste mercado.

Riscos Priorizados e Resultados Esperados

O resultado esperado para o Risco nº 1 (“Falhas em processos e controles internos dos

administradores fiduciários e prestadores de serviço na indústria de gestão de recursos de

terceiros”) está vinculado aos seguintes eventos de risco:

1. Falhas no processo de enquadramento de carteira dos fundos 555;

2. Requisitos de estrutura operacional de administradores fiduciários e gestores em

desconformidade com a regulamentação;

3. Falhas no processo de elaboração de políticas de PLDFT por parte de administradores de

recursos e prestadores de serviço da indústria de gestão de recursos de terceiros;

4. Falhas nos processos de identificação de beneficiários finais por parte de administradores de

recursos e prestadores de serviço da indústria de gestão de recursos de terceiros.

Para o Risco nº 2 (“Irregularidades em processos contábeis em fundos de investimento”), o

resultado esperado está sujeito aos seguintes eventos de risco:

1. Falhas na avaliação dos ativos integrantes da carteira dos fundos 555;

2. Aplicação de normas contábeis referentes a FIDC em desacordo com a regulamentação

específica;

3. Aplicação de normas contábeis referentes a FIP em desacordo com a regulamentação específica.

Quanto ao Risco nº 3 (“Falhas na conduta e diligência dos administradores fiduciários e

prestadores de serviço na indústria de gestão de recursos de terceiros”) a SIN aponta os seguintes

eventos de risco associados:

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1. Estratégias de alavancagem irregulares e/ou pouco diligentes em fundos 555;

2. Diretores responsáveis pela administração de carteiras, por consultoria, por risco e compliance

exercendo atividades vedadas no mercado, ou em conflito de interesses.

Em relação ao Risco n° 4 (“Irregularidades no processo de divulgação de informações de fundos

de investimento e de prestadores de serviços”) temos os seguintes eventos de risco:

1. Falhas no processo de divulgação das operações de alavancagem em fundos 555;

2. Falhas no processo de divulgação de informações eventuais relevantes conforme previsto em

norma.

O resultado esperado para tratamento do Risco nº 5 (“Irregularidades nas garantias de produtos

securitizados”) está relacionado ao seguinte evento de risco:

1. Ausência ou deficiência de lastro nas operações de securitização.

Para o Risco nº 6 (“Falhas nas atividades de supervisão, fiscalização e enforcement pelos

autorreguladores da indústria de gestão de recursos de terceiros”), o resultado esperado está

sujeito aos seguintes eventos de risco:

1. Análise de efetividade na autorregulação da APIMEC da atividade de analista de valores

mobiliários;

2. Análise de efetividade na atuação da ANBIMA nas atividades de autorregulação compartilhadas

com a CVM.

Quanto ao Risco nº 7 (“Captação de poupança popular via ofertas públicas de CIC sem registro na

CVM”) a SIN priorizou o seguinte evento de risco:

1. Oferta de pirâmides/ponzis com características de fundos de investimento.

Os resultados esperados quanto ao tratamento planejado para o Risco nº 8 (“Irregularidades em

processos contábeis nos patrimônios separados de produtos securitizados”) está associado ao

seguinte evento de risco:

1. Aplicação de normas contábeis referentes a CRI/CRA em desacordo com a regulamentação

específica.

Os resultados esperados quanto ao tratamento planejado para o Risco nº 9 (“Incerteza regulatória

quanto aos parâmetros de atuação dos participantes do mercado de valores mobiliários”) está

associado ao seguinte evento de risco:

1. Inovações tecnológicas no mercado de análise, consultoria e gestão de valores mobiliários.

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Os resultados esperados quanto ao tratamento planejado para o Risco nº 10 (“Falhas na

fiscalização das operações realizadas nos mercados de bolsa e de balcão da B3”) está associado

ao seguinte evento de risco:

1. Operações irregulares de analistas, em ponta contrária à recomendada.

O resultado esperado para o Risco nº 11 (“Distorções alocativas entre veículos do sistema

financeiro”) está sujeito ao seguinte evento de risco:

1. Alterações regulatórias por parte de outros reguladores do sistema financeiro nacional e

internacional.

4.2 Eventos de Risco e Ações de Supervisão

Risco nº 1: Falhas em processos e controles internos dos administradores

fiduciários e prestadores de serviço na indústria de gestão de recursos de

terceiros

Evento de Risco 1.1: Falhas no processo de enquadramento de carteira

dos fundos 555

Consiste em supervisionar a administração e a gestão dos fundos de investimento, quanto à

adequação dos ativos das carteiras dos fundos aos limites previstos na Instrução CVM nº 555/14 e

nos respectivos regulamentos.

Considerando que a ação é realizada sobre todos os fundos de investimento da categoria registrados

na CVM, a SIN não elaborou matriz de risco buscando classificar grupo de regulados para este

evento.

Ações específicas:

1. Verificar se foram apontados problemas relacionados à composição da carteira de ativos nas

demonstrações financeiras.

Meta: Analisar 100% (cem por cento) das carteiras de fundos 555 que se enquadrem nos

critérios definidos nesta ação em cada semestre do biênio.

2. Apurar os casos passíveis de aplicação das medidas previstas na regulamentação para

desenquadramentos materiais.

Meta: Selecionar e apurar 100% (cem por cento) dos casos que se caracterizem como

desenquadramentos materiais, visando a eventual aplicação de medidas que mitiguem o risco.

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Evento de Risco 1.2: Requisitos de estrutura operacional de

administradores fiduciários e gestores em desconformidade com a

regulamentação

Matriz de risco dos administradores:

Potencial de dano

alto

médio alto

Grupo 3

médio baixo

Grupo 2

baixo

Grupo 1

baixa média baixa média alta alta

Probabilidade

Administradores de menor risco; ação de baixa intensidade:

Administradores de médio risco; ação de média intensidade:

Administradores de maior risco; ação de alta intensidade:

O objetivo é o de fiscalizar o cumprimento, por parte dos administradores de carteiras de valores

mobiliários, dos requisitos dispostos na Instrução CVM nº 558/15.

Ações específicas:

Verificar os documentos societários da administradora de carteiras, conteúdo do formulário de

referência e do conteúdo de seu website, com o objetivo de verificar o atendimento à Instrução

CVM nº 558/15.

Intimação do administrador do fundo gerido pelo administrador de carteiras para esclarecimentos e

providências, quando for o caso.

Meta: 10 (dez) instituições por semestre (envolvendo os três grupos).

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Evento de Risco 1.3: Requisitos de estrutura operacional de custodiantes

de FIDC em desconformidade com a regulamentação

Matriz de risco dos fundos:

Ação específica:

A área desenvolverá atividades de supervisão a partir de indícios considerados relevantes ao longo

de cada semestre do Plano Bienal.

Meta: Analisar 100% (cem por cento) dos indícios considerados relevantes pela área no semestre.

Potencial de dano

alto

Grupo 3

médio alto

Grupo 2

médio baixo

Grupo 1

baixo

baixa média baixa média alta alta

Probabilidade

Fundos de menor risco; ação de baixa intensidade:

Fundos de maior risco; ação de alta intensidade:

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Evento de Risco 1.4: Falhas no processo de elaboração de políticas de

PLDFT por parte de administradores de recursos e prestadores de

serviço da indústria de gestão de recursos de terceiros.

Matriz de risco:

Potencial de dano

alto

Grupo 1

médio alto

médio baixo

baixo

baixa média baixa média alta alta

Probabilidade

Administradores de carteiras; ação de alta intensidade

Objetivo é o de verificar a robustez e suficiência das políticas de controle e prevenção à lavagem de

dinheiro no âmbito da atividade de administração de carteiras.

Ação específica:

Verificar a estrutura disponibilizada pelos administradores de carteiras para o combate e prevenção

à lavagem de dinheiro.

Meta: 10 (dez) instituições por semestre.

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Evento de Risco 1.5: Falhas nos processos de identificação de

beneficiários finais por parte de prestadores de serviço supervisionados

Matriz de risco:

Potencial de dano

alto

Grupo 1

médio alto

médio baixo

baixo

baixa média baixa média alta alta

Probabilidade

Representantes de investidores estrangeiros; ação de alta intensidade

Objetivo de verificar a robustez e suficiência dos controles, rotinas e sistemas dedicados à

identificação dos beneficiários finais no âmbito da atividade de administração de carteiras.

Ação específica:

Verificar os casos de supervisão em curso na SIN, em outras áreas da CVM ou mesmo em outros

órgãos reguladores onde a identificação do beneficiário final seja útil à apuração dos fatos e

responsabilidades.

Meta: Analisar 1 (um) caso por semestre.

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Evento de Risco 1.6: Falhas nos processos de monitoramento e

comunicação de operações suspeitas de LDFT por parte de

administradores de recursos e prestadores de serviço da indústria de

gestão de recursos de terceiros

Matriz de risco:

Potencial de dano

alto

Grupo 1

médio alto

médio baixo

baixo

Grupo 2

baixa média baixa média alta alta

Probabilidade

O objetivo deste evento de risco é verificar a robustez e suficiência dos controles, rotinas e sistemas

dedicados à identificação de operações suspeitas de lavagem de dinheiro no âmbito da atividade de

administração de carteiras e de consultoria.

Ação específica:

A área desenvolverá atividades de supervisão a partir de indícios considerados relevantes ao longo

de cada semestre do Plano Bienal.

Meta: Analisar 100% (cem por cento) dos indícios considerados relevantes pela área no semestre.

Administradores de carteiras

Consultores

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Evento de Risco 1.7: Escrituração irregular de cotas de fundos

intermediados por conta e ordem

Matriz de risco dos fundos:

Potencial de dano

alto Grupo 3

médio alto

médio baixo Grupo 2

baixo Grupo 1

baixa média baixa média alta Alta

Probabilidade

Ação específica:

A área desenvolverá atividades de supervisão a partir de indícios considerados relevantes ao longo

de cada semestre do Plano Bienal.

Meta: Analisar 100% (cem por cento) dos indícios considerados relevantes pela área no semestre.

Fundos de risco não significativo; monitoramento básico:

Fundos de médio risco; ação de média intensidade:

Fundos de maior risco; ação de alta intensidade:

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Evento de Risco 1.8: Falhas na segurança cibernética dos prestadores de

serviço da indústria

Matriz de risco:

Potencial de dano

alto

Grupo 1

médio alto

médio baixo

baixo

baixa média baixa média alta alta

Probabilidade

Administradores de carteiras e consultores

Acompanhar e supervisionar de que forma as instituições administradoras de carteiras e

consultoras, principalmente aquelas cujos modelos de negócio sejam intensivos em tecnologia,

monitoram e mitigam os riscos cibernéticos a que estão submetidas.

Ação específica:

A área desenvolverá atividades de supervisão a partir de indícios considerados relevantes ao longo

de cada semestre do Plano Bienal.

Meta: Analisar 100% (cem por cento) dos indícios considerados relevantes pela área no semestre.

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Evento de Risco 1.9: Falhas na terceirização de serviços, em especial de

TI, pelas entidades reguladas

Matriz de risco:

Potencial de dano

alto

Grupo 1

médio alto

médio baixo

baixo

baixa média baixa média alta alta

Probabilidade

Administradores de carteiras

Acompanhar e supervisionar de que forma as instituições administradoras de carteiras monitoram e

mitigam os riscos da terceirização de serviços auxiliares à gestão ou administração.

Ação específica:

A área desenvolverá atividades de supervisão a partir de indícios considerados relevantes ao longo

de cada semestre do Plano Bienal.

Meta: Analisar 100% (cem por cento) dos indícios considerados relevantes pela área no semestre.

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Risco nº 2: Irregularidades em processos contábeis em fundos de

investimento

Evento de Risco 2.1: Falhas na avaliação dos ativos integrantes da

carteira dos Fundos 555.

Consiste em supervisionar a precificação dos ativos da carteira dos fundos de investimento

regulados pela Instrução CVM n° 555/14.

Ação específica:

Conforme será detalhado no EvR 6.2, em junho de 2018 foi assinado convênio para

estabelecimento das bases para aproveitamento pela CVM de atividades de supervisão e sanção

realizadas pela ANBIMA junto à indústria de fundos de investimento, tendo como uma das linhas

de ação na atividade de supervisão e sanção o acompanhamento da marcação a mercado dos ativos

constantes nas carteiras dos fundos de investimento regulados pela Instrução CVM nº 555/14.

Na supervisão efetuada sobre esse tema, a Associação realiza a análise dos manuais a fim de

verificar sua adequação às normas vigentes, bem como a consistência das metodologias adotadas,

além de aplicar filtros estatísticos periódicos que possuem como objetivo acompanhar e monitorar

o comportamento de risco e retorno dos fundos de investimento para avaliar aqueles que serão

supervisionados de forma mais detalhada, inclusive com inspeções in loco.

Assim, o escopo desta ação de supervisão é analisar as atividades de supervisão exercidas pela

ANBIMA, em especial na verificação da suficiência e adequação das ações planejadas na atividade

de supervisão de precificação de ativos.

Meta: Realizar uma reunião por semestre, até os meses de junho e dezembro de cada ano, e

analisar os relatórios recebidos.

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Evento de Risco 2.2: Aplicação de normas contábeis referentes a FIDC

em desacordo com a regulamentação específica

Matriz de risco dos fundos:

Potencial de dano

alto

Grupo 3

médio alto

Grupo 2

médio baixo Grupo 1

baixo

baixa média baixa média alta alta

Probabilidade

Fundos de risco não significativo; monitoramento básico:

Fundos de médio risco; ação de média intensidade:

Fundos de maior risco; ação de alta intensidade:

O objetivo será verificar a aderência da provisão para a realização dos ativos em conformidade com

a Instrução CVM nº 489/11.

Ações específicas:

1) Selecionar amostra e verificar se os relatórios de auditoria contêm ressalva, parágrafo de ênfase

ou abstenção de opinião pelo auditor. Caso positivo, demandar explicações e providências aos

administradores.

Meta: 25 (vinte e cinco) fundos por ano.

2) Selecionar fundos com vista a analisar se existem indícios de incorreção na provisão por perdas

esperadas. Caso positivo, demandar explicações sobre a metodologia aplicada pelo administrador

para calcular as provisões, a fim de verificar sua aderência ao disposto na Instrução CVM nº

489/11.

Meta: 25 (vinte e cinco) fundos por semestre.

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Evento de Risco 2.3: Aplicação de normas contábeis referentes à FII em

desacordo com a regulamentação específica

Matriz de risco:

Potencial de dano

alto

médio alto

Grupo 1

médio baixo

baixo

baixa média baixa média alta alta

Probabilidade

Grupo 1 - FIIs

Prioridades de Supervisão: Supervisionar a aderência dos fundos de investimento imobiliário às

Instruções CVM nº 472/08 e nº 516/11, em termos de correto reconhecimento de receitas e

resultados e avaliação de ativos.

Ação específica:

A área desenvolverá atividades de supervisão a partir de indícios considerados relevantes ao longo

de cada semestre do Plano Bienal.

Meta: Analisar 100% (cem por cento) dos indícios considerados relevantes pela área no semestre.

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Evento de Risco 2.4: Aplicação de normas contábeis referentes a FIP em

desacordo com a regulamentação específica

Matriz de risco:

Potencial de dano

alto

médio alto

Grupo 1

médio baixo

baixo

baixa média baixa média alta alta

Probabilidade

Fundos de investimento em participação; ação de alta intensidade:

A ação consistirá em supervisionar a aderência dos fundos de investimento em participações à

Instrução CVM nº 579/16, em termos de classificação como entidades de investimento. A ação será

realizada anualmente, tendo em vista que a análise quanto a classificação depende, dentre outros,

das demonstrações contábeis anuais do FIP.

Ação específica:

Selecionar fundos de investimento em participação classificados como entidades de investimento e

analisar suas demonstrações financeiras, seus informes trimestrais e seus regulamentos para avaliar

se o administrador classificou corretamente o fundo como entidade de investimento. Caso a

classificação não tenha sido adequada, exigir a correção dos informes trimestrais e das

demonstrações financeiras do fundo.

Meta: Analisar 8 (oito) fundos de investimento em participação no biênio.

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Risco nº 3: Falhas na conduta e diligência dos administradores

fiduciários e prestadores de serviço na indústria de gestão de recursos de

terceiros

Evento de Risco 3.1: Estratégias de alavancagem irregulares e/ou pouco

diligentes em fundos 555

Consiste em acompanhar o nível de alavancagem da indústria de fundos via entidades

administradoras de mercados organizados regulamentados pela CVM, visando à identificação de

oscilações atípicas na alavancagem da indústria que possam impactar a estabilidade financeira ou a

normalidade de funcionamento do mercado.

Matriz de risco dos fundos:

Potencial de dano

alto Grupo 3

médio alto

médio baixo

Grupo 2

baixo

Grupo 1

baixa média baixa média alta Alta

Probabilidade

Fundos de risco não significativo; monitoramento básico:

Fundos de médio risco; ação de média intensidade:

Fundos de maior risco; ação de alta intensidade:

Ações específicas:

1) Análise somente por demanda.

Meta: Analisar 100% (cem por cento) das demandas recebidas pela SIN no biênio.

2) Questionar os administradores envolvidos ou comunicar outros órgãos reguladores sempre que a

área entender que o nível de alavancagem identificado ensejar tais ações.

Meta: Realizar questionamentos em 100% (cem por cento) dos casos quando os níveis de

alavancagem identificados assim justificarem segundo critérios definidos pela SIN.

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Evento de Risco 3.2: Diretores responsáveis pela administração de

carteiras, por consultoria, por risco e compliance exercendo atividades

vedadas no mercado, ou em conflito de interesses

Matriz de risco dos administradores:

Potencial de dano

alto

médio alto

Grupo 3

médio baixo

Grupo 2

baixo

Grupo 1

baixa média baixa média alta alta

Probabilidade

Administradores ou consultores de menor risco; ação de baixa intensidade:

Administradores ou consultores de médio risco; ação de média intensidade:

Administradores de maior risco; ação de alta intensidade:

Objetivo de fiscalizar o cumprimento, por parte dos administradores de carteiras de valores

mobiliários ou dos consultores, das vedações de cumulações indevidas de atividades por seus

diretores responsáveis, conforme dispõem as Instruções CVM nº 558/15 e 592/17.

Ações específicas:

Verificar a situação dos diretores responsáveis nas instituições administradoras de recursos de

terceiros e consultoras, quanto a eventuais impedimentos ou cumulações indevidas que possam

estar exercendo no mercado.

Meta: Analisar amostra consolidada de 10 (dez) diretores por semestre para os três grupos.

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Risco nº 4: Irregularidades no processo de divulgação de informações de

fundos de investimento e de prestadores de serviços

Evento de Risco 4.1: Falhas no processo de divulgação das operações de

alavancagem em fundos 555

Consiste em conferir se os níveis de alavancagem dos fundos supervisionados correspondem ao

que se divulga sobre o tema em seus documentos de divulgação, como os respectivos

regulamentos, por exemplo.

Matriz de risco dos fundos: a mesma do Evento de Risco 3.1

Ação específica:

Analisar fundos de investimento para verificação da aderência de seu nível de alavancagem aos

limites impostos pelo regulamento e o adequado disclosure nos documentos periódicos divulgados

pelo fundo.

Meta: Analisar 1 (um) fundo por semestre.

Evento de Risco 4.2: Falhas no processo de divulgação de informações

eventuais relevantes conforme previsto em norma.

Consiste na verificação do tratamento adequado de fatos relevantes que impactem a indústria, tais

como: (i) a decretação de intervenção ou liquidação extrajudicial de instituição financeira emissora

de ativos ou administradora de fundos; (ii) fatos relevantes que possam levar ao provisionamento

de ativos; e (iii) notícias ou eventos que levem à necessidade de esclarecimentos, orientações ao

mercado ou adoção de medidas preventivas ou corretivas diversas, dentre outros.

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Matriz de risco:

Potencial de dano

alto

Grupo 2

médio alto

Grupo 1

médio baixo

baixo

baixa média baixa média alta alta

Probabilidade

Ação de média intensidade

Ação de alta intensidade.

Ações específicas:

1) Verificar notícias divulgadas na mídia especializada e na internet sobre os participantes do

mercado, de modo a identificar eventuais irregularidades, além de supervisões decorrentes de

informações externas como denúncias, reclamações e relatos, sejam de investidores ou de

participantes do mercado em geral. Regulação aplicável: Instrução CVM nº 558/15 e Lei nº

6.385/76.

Meta: Supervisionar 100% (cem por cento) das notícias e demais informações externas levantadas

pela área técnica no semestre

2) Verificação de todos os fatos relevantes divulgados pelos administradores de fundos por meio do

sistema CVMWeb, em especial, em relação à sua adequação, consistência, tempestividade e clareza.

Meta: Supervisionar 100% (cem por cento) dos fatos relevantes levantados pela área técnica no

semestre.

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Risco nº 5: Irregularidades nas garantias de produtos securitizados

Evento de Risco 5.1: Ausência ou deficiência de lastro nas operações de

securitização

Matriz de risco dos fundos:

Potencial de dano

alto

Grupo 3

médio alto Grupo 2

médio baixo Grupo 1

baixo

baixa média baixa média alta alta

Probabilidade

Produtos de risco não significativo; monitoramento básico:

Produtos de médio risco; ação de média intensidade:

Produtos de maior risco; ação de alta intensidade:

Ações específicas:

Para FIDC: Analisar o resultado da verificação de lastro de FIDC, que deve ser disponibilizado no

Demonstrativo Trimestral de FIDC, nos termos da Instrução CVM nº 356/01.

Foco da ação: verificar se o resultado do trabalho foi disponibilizado, conforme orienta o art. 8º,

§3º, II e III, da Instrução CVM nº 356/01, questionando eventualmente o custodiante, ou o

administrador, quando da existência de alguma desconformidade.

Meta: Analisar o lastro de 10 (dez) FIDCs por semestre, adotando eventuais ações supervenientes

quando da verificação de irregularidades.

Para CRA e CRI: Verificar os procedimentos da securitizadora para a manutenção do pagamento

dos investidores, incluindo a possível cobrança do lastro inadimplido e o exercício das garantias

envolvidas, nos termos previstos no Termo de Securitização.

Meta: Supervisionar amostra de 2 (duas) emissões de CRA ou CRI por semestre.

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Risco nº 6: Falhas nas atividades de supervisão, fiscalização e

enforcement pelos autorreguladores da indústria de gestão de recursos de

terceiros

Evento de Risco 6.1: Análise de efetividade da autorregulação da

APIMEC da atividade de analista de valores mobiliários.

Matriz de risco:

Potencial de dano

alto

médio alto

Grupo 1

médio baixo

baixo

baixa média baixa média alta alta

Probabilidade

Supervisão Analistas; monitoramentos básico e de baixa intensidade:

Analisar as atividades de supervisão exercidas pela APIMEC, na condição de entidade

credenciadora aprovada pela CVM nos termos da Instrução CVM nº 598/18, em especial a

verificação da suficiência e adequação das ações de acompanhamento desse mercado.

Ações específicas:

1) Reunião presencial de prestação de contas entre a APIMEC e a CVM/SIN, com a apresentação e

discussão dos principais resultados de supervisão e de certificação mantidos pela entidade

credenciadora, bem como sobre os projetos e planos de supervisão futuros, com foco inclusive

na análise da programação dos trabalhos que serão realizados pela Associação, e no

cumprimento dessa programação, com o exame dos relatórios concluídos e o acompanhamento

dos trabalhos em andamento.

Adicionalmente, serão obtidos detalhes sobre o andamento dos processos de supervisão mais

relevantes abertos pela APIMEC, discutidas as prioridades e apresentadas as avaliações da

CVM sobre os processos concluídos, com ênfase na avaliação qualitativa das decisões, em

especial dosimetria.

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Meta: Promover o alinhamento, validação, monitoramento e feedback em relação projetos e

planos de supervisão da APIMEC em reunião presencial de prestação de contas a cada semestre,

incluindo um despacho com o respectivo parecer no SEI.

2) Analisar os relatórios semestrais encaminhados pela APIMEC para a CVM/SIN, com

descrição das atividades exercidas no período de referência, tanto em relação às atividades de

supervisão, quanto com relação aos ritos de certificação dos profissionais envolvidos.

Meta: Realizar uma reunião por semestre e analisar os relatórios semestrais recebidos

Evento de Risco 6.2: Análise de efetividade da atuação da ANBIMA nas

atividades de autorregulação compartilhadas com a CVM

Matriz de risco:

Potencial de dano

alto

médio alto

Grupo 1

médio baixo

baixo

baixa média baixa média alta alta

Probabilidade

Distribuição de cotas de FI e precificação; monitoramento básico e de média intensidade:

Em junho de 2018, foi assinado convênio para estabelecimento das bases para aproveitamento pela

CVM de atividades de supervisão e sanção realizadas pela ANBIMA junto à indústria de fundos de

investimento. O convênio prevê inicialmente duas linhas de ação na atividade de supervisão e

sanção: marcação a mercado (supervisão da precificação de ativos financeiros pelos

administradores de fundos de investimento regulados pela Instrução CVM n° 555/14) e distribuição

(supervisão da atividade de distribuição de cotas de fundos de investimento pelos intermediários de

valores mobiliários).

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Atualmente a ANBIMA verifica aderência dos regulados às regras de distribuição aplicáveis

(suitability, PLDFT, cadastro de clientes, dentre outros) via inspeções, especialmente políticas de

suitability das instituições participantes. Também verifica a conformidade de uma série de itens

relacionados aos intermediários contratados pelos administradores/distribuidores, realiza

supervisão de agências bancárias para verificar os materiais de publicidade dos fundos de

investimento ali distribuídos e a conformidade às regras de seus códigos de autorregulação.

Quanto à supervisão efetuada pela ANBIMA sobre marcação a mercado, a Associação realiza a

análise dos manuais a fim de verificar sua adequação às normas vigentes, bem como a consistência

das metodologias adotadas, além de aplicar filtros estatísticos periódicos que possuem como

objetivo acompanhar e monitorar o comportamento de risco e retorno dos fundos de investimento

para avaliar aqueles que serão supervisionados de forma mais detalhada, inclusive com inspeções

in loco.

Assim, o tratamento deste evento de risco será realizado por meio da análise dessas atividades de

supervisão exercidas pela ANBIMA, em especial na verificação da suficiência e adequação das

ações planejadas nas atividades.

Ações específicas:

1) Reunião presencial de prestação de contas entre a ANBIMA e a CVM/SIN, com a apresentação

e discussão dos principais resultados de supervisão mantidos pela entidade, assim como sobre

os projetos e planos de supervisão futuros, com foco inclusive na análise da programação dos

trabalhos que serão realizados pela Associação, e no cumprimento dessa programação, com o

exame dos relatórios concluídos e o acompanhamento dos trabalhos em andamento.

Adicionalmente, serão obtidos detalhes sobre o andamento dos processos de supervisão mais

relevantes abertos pela ANBIMA, discutidas as prioridades e apresentadas as avaliações da

CVM sobre os processos concluídos, com ênfase na avaliação qualitativa das decisões, em

especial dosimetria.

Meta: Promover o alinhamento, validação, monitoramento e feedback em relação projetos e

planos de supervisão da ANBIMA em reunião presencial de prestação de contas a cada

semestre, incluindo um despacho com o respectivo parecer no SEI.

2) Análise dos relatórios trimestrais encaminhados pela ANBIMA para a CVM/SIN, com

descrição das atividades exercidas no período de referência para as atividades de supervisão.

Meta: Realizar uma reunião por semestre e analisar os relatórios trimestrais recebidos.

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Risco nº 7: Captação de poupança popular via ofertas públicas de CIC

sem registro na CVM

Evento de Risco 7.1: Oferta de pirâmides/ponzis com características de

fundos de investimento

Matriz de risco:

Potencial de dano

alto

Grupo 1

médio alto

médio baixo

baixo

baixa média baixa média alta alta

Probabilidade

Oferta de pirâmides semelhantes a fundos de investimento; ação de alta intensidade:

Prioridades de Supervisão:

Verificação de notícias ou eventos que levem à necessidade de esclarecimentos, orientações ao

mercado ou adoção de medidas preventivas ou corretivas diversas, dentre outros.

Ação específica

Verificar notícias divulgadas na mídia especializada e na internet sobre os participantes do

mercado, de modo a identificar eventuais irregularidades, além de supervisões decorrentes de

informações externas como denúncias, reclamações e relatos, sejam de investidores ou de

participantes do mercado em geral.

Meta: verificar 100% (cem por cento) das notícias e demais informações captadas de fontes

externas no semestre, de forma a identificar eventuais ofertas de pirâmide/ponzi com

características de fundo de investimento.

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Risco nº 8: Irregularidades em processos contábeis nos patrimônios

separados de produtos securitizados.

Evento de Risco 8.1: Aplicação de normas contábeis referentes a

CRI/CRA em desacordo com a regulamentação específica

Matriz de risco dos fundos:

Potencial de dano

alto

Grupo 3

médio alto Grupo 2

médio baixo Grupo 1

baixo

baixa média baixa média alta alta

Probabilidade

Produtos de risco não significativo; monitoramento básico

Produtos de médio risco; ação de média intensidade

Produtos de maior risco; ação de alta intensidade:

Será realizada a verificação da adequação da provisão para perdas sobre o lastro constituídas pela

securitizadora para uma amostra de CRA e CRI.

A supervisão também englobará uma amostra de demonstrações contábeis individuais de CRA e

CRI e o respectivo relatório dos auditores independentes.

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Ações específicas:

1) Verificar se houve modificação de opinião no relatório dos auditores independentes e demandar

explicações ou ajustes da companhia emissora.

Meta: Analisar amostra de 8 (oito) CRI e CRA por semestre, bem como solicitar eventuais

explicações ou ajustes pelo emissor quando necessário.

2) Analisar a suficiência da provisão constituída sobre os direitos creditórios.

Meta: Analisar por semestre uma amostra de 6 (seis) CRI e CRA que apresentem inadimplência,

de forma a verificar eventual insuficiência na constituição de provisões de direitos creditórios.

Risco nº 9: Incerteza regulatória quanto aos parâmetros de atuação de

participantes do mercado de valores mobiliários.

Evento de Risco 9.1: Inovações tecnológicas no mercado de análise,

consultoria e gestão de valores mobiliários.

Matriz de risco:

Potencial de dano

alto

médio alto

médio baixo

Grupo 1

baixo

baixa média baixa média alta alta

Probabilidade

Analistas, consultores e administradores de carteiras

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Prioridades de Supervisão: Acompanhar as inovações tecnológicas nos mercados de análise, de

consultoria e de gestão de recursos, verificando se estão aderentes às normas de cada uma das

atividades.

Ação específica:

A área desenvolverá atividades de supervisão a partir de indícios considerados relevantes ao longo

de cada semestre do Plano Bienal.

Meta: Analisar 100% (cem por cento) dos indícios considerados relevantes pela área no semestre.

Risco nº 10: Falhas na fiscalização das operações realizadas nos mercados

de bolsa e de balcão da B3

Evento de Risco 10.1: Operações irregulares de analistas, em ponta

contrária à recomendada.

Matriz de risco:

Potencial de dano

alto

Grupo 1

médio alto

médio baixo

baixo

baixa média baixa média alta alta

Probabilidade

Analistas de valores mobiliários

Prioridades de Supervisão: Supervisionar as operações realizadas em mercado por analistas de

valores mobiliários, envolvendo papéis que sejam por eles acompanhados, para identificar

possíveis irregularidades de atuação em ponta contrária à recomendada, ou de operações em

períodos de vedação.

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Ação específica:

A área desenvolverá atividades de supervisão a partir de indícios considerados relevantes ao longo

de cada semestre do Plano Bienal.

Meta: Analisar 100% (cem por cento) dos indícios considerados relevantes pela área no semestre.

Risco nº 11: Distorções alocativas entre veículos do sistema financeiro

Evento de Risco 11.1: Alterações regulatórias por parte de outros

reguladores do sistema financeiro nacional e internacional.

Matriz de risco:

Potencial de dano

alto

Grupo 1

médio alto

Grupo 2

médio baixo

Grupo 3

baixo Grupo 4

baixa média baixa média alta alta

Probabilidade

Grupo 1- FIP

Grupo 2- FIP, FIDC, FII e FI Crédito Privado

Grupo 3- FIDC, FII e FII Crédito Privado

Grupo 4- FI regulados pela Instrução 555

Prioridades de Supervisão: Acompanhar e interagir com outras esferas de governo e reguladores,

em especial PREVIC, SUSEP, SPREV e BACEN, para identificar distorções alocativas de

investidores institucionais e mitigar, conforme apropriado, externalidades negativas sobre a

indústria de fundos.

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Ações específicas:

1) Realizar reuniões e estudos, assim como a troca permanente ou ocasional de informações e

dados sobre a indústria de fundos com as demais esferas de governo;

2) Elaborar planos conjuntos de supervisão, forças tarefa e grupos de trabalho, assim como o

fomento de maior integração que viabilize visão sistêmica por parte de todos os agentes e permita a

adoção de soluções apropriadas aos problemas identificados.

Meta: redução do nível de risco do EvR 11.1 ao final do Plano Bienal 2019-2020.

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Auditores

Independentes

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5.1 Ações Gerais, Resultados Esperados e Eventos de Risco

Para cumprir os mandatos legais de proteger os investidores contra atos irregulares, garantir o

acesso à informação adequada e fiscalizar e punir atos irregulares, a CVM, em sua atividade de

supervisão de auditores independentes, realiza as Ações Gerais, descritas abaixo, juntamente com

os Resultados Esperados:

a) Acompanhamento da atuação dos auditores independentes no âmbito do mercado de valores

mobiliários, de modo que os serviços de auditoria sejam de qualidade e aderentes às normas

técnicas e profissionais emitidas pelo CFC e às normas da CVM.

b) Supervisão e acompanhamento do Programa de Revisão Externa do Controle de Qualidade

dos Auditores Independentes, de modo a que haja efetividade no sistema de revisão pelos

pares e na monitoração desse sistema pelos órgãos profissionais.

Riscos ao alcance dos resultados esperados

O Resultado Esperado para a ação geral “a” está sujeito aos Eventos de Risco 1.1 a 1.5:

1. Irregularidades ou inépcias cometidas na formalização e na realização de trabalhos de

auditoria.

2. Emissão de relatórios de auditoria em desconformidade com as normas profissionais de

auditoria independente e que não reflitam eventuais desconformidades contábeis presentes nas

demonstrações contábeis de companhias abertas e de fundos de investimento.

O Resultado Esperado para a ação geral “b” está sujeito ao Evento de Risco 1.6:

3. Ineficiência/ineficácia do Programa de Revisão Externa do Controle de Qualidade dos

Auditores Independentes.

5.2 Classificação de Riscos dos Supervisionados

A Superintendência de Normas Contábeis e de Auditoria – SNC tinha sob supervisão em outubro

de 2018 um total de 383 auditores independentes ativos, dos quais 171 possuíam clientes do tipo

companhia aberta ou fundo de investimento.

Com base em critérios de classificação dos 171 auditores, em termos de potencial de dano e de

probabilidade de dar causa ao risco, a SNC elaborou a matriz de risco de classificação dos

supervisionados.

Essa matriz de probabilidade e potencial de dano, que reflete o nível de risco dos 171 auditores

independentes e permite planejar as ações de supervisão que serão direcionadas aos diferentes

grupos para os seis Eventos de Risco deste Plano Bienal.

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Matriz de risco dos auditores

Com base nos critérios descritos, a Matriz de Risco de auditores independentes, utilizada para

nortear as ações específicas de supervisão dos seis Eventos de Risco relativos a estes

supervisionados, apresenta a seguinte configuração:

Potencial de dano

alto 1 7

médio alto 5 1 2 1

médio baixo 7 2

baixo 83 11 34 17

baixa média baixa média alta Alta

Probabilidade

83 auditores de risco não significativo; monitoramento básico

18 auditores de menor risco; ação de baixa intensidade

42 auditores de médio risco; ação de média intensidade

28 auditores de maior risco; ação de alta intensidade

Vale destacar que a SNC definiu as “cores” de cada um dos 16 quadrantes da matriz, estabelecendo

qual a extensão dos quadrantes relativos aos auditores de maior risco - cor vermelha -, aos

auditores de médio risco – cor laranja -, e assim, por diante. Essa matriz de risco é aplicável a todos

os Eventos de Risco apresentados neste plano.

Com base na distribuição dos supervisionados pelos 16 quadrantes da matriz e na definição da

classificação dos quadrantes em termos de nível de risco, foram definidos:

28 auditores de maior risco e que serão objeto das ações de alta intensidade;

42 auditores de médio risco e que serão objeto das ações de média intensidade;

18 auditores de baixo risco e que serão objeto das ações de menor intensidade;

83 auditores de risco não significativo, objeto de monitoramento básico.

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5.3 Eventos de Risco e Ações de Supervisão

Risco nº 1: Trabalhos de auditoria realizados em desacordo com as

normas profissionais de auditoria e de contabilidade

Atuação dos auditores independentes no mercado de valores mobiliários sem a necessária

qualidade e aderência às normas técnicas e profissionais emitidas pelo CFC e às normas da CVM.

Evento de Risco 1.1: Irregularidades ou inépcias cometidas na realização

de trabalhos de auditoria

Prioridade de supervisão

Efetuar verificações em papéis de trabalho e relatórios de auditorias realizadas em participantes do

mercado, a partir das informações levantadas em inspeções de rotina, realizadas em auditores

selecionados com base em critérios de priorização.

Ações específicas

Este evento de risco é combatido, basicamente, pela verificação da aplicação dos procedimentos e

normas de auditoria por ocasião dos trabalhos de campo e na estrutura interna de qualidade do

auditor independente.

Esta verificação será realizada com base nas informações levantadas pelo Núcleo de Fiscalização

da SNC3, nas três inspeções de rotina planejadas.

Caso sejam identificados indícios de desvios cometidos na execução dos trabalhos de auditoria,

serão solicitados, por ofício, esclarecimentos aos auditores. Nos casos em que os esclarecimentos

não afastarem os indícios, serão emitidos ofícios de alerta ou instaurados Processos

Administrativos Sancionadores para a apuração das responsabilidades.

3 A execução dessa atividade e o número de inspeções a serem realizadas no biênio foram ajustados ao quantitativo de

inspetores que foram destinados à Superintendência para a criação do Núcleo de Fiscalização SNC. Eventuais ajustes

adicionais poderão ainda ser realizados, a depender das competências e habilitações específicas dos inspetores

designados.

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Evento de Risco 1.2: Emissão de relatórios de auditoria que não reflitam

desconformidades relacionadas à divulgação em notas explicativas, para

companhias abertas

Prioridades de supervisão: Verificar a adequação dos relatórios de auditoria emitidos, em relação

à forma e adequação de divulgação nas Demonstrações Contábeis de companhias abertas, com base

em critérios definidos pela SNC.

Ação específica

Selecionar relatórios de auditoria para análise da atuação dos auditores independentes, referentes a

companhias que, preferencialmente, não estejam no escopo direto de atuação da Supervisão

Baseada em Risco da SEP, com a escolha e verificação de um item específico nas respectivas

demonstrações contábeis, avaliando seus impactos e a consequente atuação dos auditores na

emissão dos relatórios de auditoria.

Procedimentos:

I. Análise da atuação dos auditores em relação aos relatórios e eventuais reflexos nas

demonstrações contábeis da companhia;

II. Solicitação de eventuais esclarecimentos adicionais aos auditores;

III. Emissão de ofícios de alerta ou instauração de Processo Administrativo Sancionador sobre

eventuais descumprimentos às normas profissionais;

IV. Comunicação à SEP sobre evidências encontradas que possam indicar existência de

problemas em relação às demonstrações contábeis das companhias analisadas.

Meta: 15 (quinze) relatórios de auditoria por ano.

Evento de Risco 1.3: Emissão de relatórios de auditoria para companhias

abertas em desconformidade com as normas profissionais de auditoria

independente

Prioridades de supervisão: verificar a adequação dos relatórios de auditoria emitidos, em relação

à forma e adequação de conteúdo em conformidade com as normas profissionais de auditoria

independente, com base em critérios definidos pela SNC.

Ações específicas

Anualmente, com a utilização da amostra indicada no Evento de Risco 1.2, verificar se os relatórios

de auditoria selecionados atendem às disposições das normas que norteiam a sua emissão e se

fazem correta menção à adoção das normas internacionais de contabilidade, nas demonstrações

consolidadas, quando aplicável.

Procedimentos:

I. Análise da atuação dos auditores em relação à emissão dos relatórios;

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II. Solicitação de eventuais esclarecimentos adicionais aos auditores;

III. Emissão de ofícios de alerta ou instauração de Processo Administrativo Sancionador sobre

eventuais descumprimentos às normas profissionais; e

IV. Comunicação à SEP sobre evidências encontradas que possam indicar existência de

problemas em relação às demonstrações contábeis das companhias analisadas.

Meta: 15 (quinze) relatórios de auditoria por ano.

Evento de Risco 1.4: Emissão de relatórios de auditoria que não reflitam

desconformidades contábeis, relacionadas à existência e precificação de

ativos em fundos de investimento

Prioridades de supervisão: verificar a adequação dos relatórios de auditoria emitidos, em relação

à adequação do conteúdo das Demonstrações Contábeis de fundos de investimento selecionados

com base em critérios definidos pela SNC.

Ação específica

Selecionar relatórios de auditoria para análise da atuação dos auditores independentes, referentes a

fundos de investimento que não estejam no escopo direto de atuação da Supervisão Baseada em

Risco da SIN. Serão verificados se os procedimentos de auditoria relacionados à precificação e

existência dos ativos estão em consonância com as normas profissionais de auditoria independente

e com a opinião emitida no respectivo relatório.

Nesta ação serão adotados os seguintes procedimentos:

I. Em relação aos fundos de investimentos a serem utilizados na amostra, serão escolhidos

dez fundos de investimentos para verificação;

II. Emissão de ofício solicitando a apresentação de informações sobre os procedimentos de

auditoria realizados na verificação da precificação e da existência de ativos, e a cópia dos

papéis de trabalhos resultantes que embasaram a emissão de opinião.

III. Após apresentação das informações requeridas, será procedida a análise da atuação dos

auditores e possíveis reflexos nas demonstrações contábeis do fundo;

IV. Solicitação de eventuais esclarecimentos adicionais aos auditores;

V. Emissão de ofícios de alerta ou instauração de Processo Administrativo Sancionador sobre

eventuais descumprimentos às normas profissionais; e

VI. Comunicação à SIN sobre evidências encontradas que possam indicar existência de

problemas em relação às demonstrações contábeis dos fundos analisados.

Meta: 10 (dez) relatórios de auditoria por ano.

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Evento de Risco 1.5: Emissão de relatórios de auditoria em desacordo

com as normas profissionais de auditoria independente, para fundos de

investimento

Prioridades de supervisão: verificar a adequação dos relatórios de auditoria emitidos, em relação

à forma e adequação de conteúdo em conformidade com as normas profissionais de auditoria

independente, com base em critérios definidos pela SNC.

Ação específica

Anualmente, com a utilização da amostra indicada no Evento de Risco 1.4, verificar se os relatórios

de auditoria selecionados atendem às disposições das normas que norteiam a sua emissão e se

fazem correta menção à adoção das normas de contabilidade nas demonstrações contábeis dos

fundos de investimento analisados.

Procedimentos:

I. Análise da atuação dos auditores em relação à emissão dos relatórios de auditoria;

II. Solicitação de eventuais esclarecimentos adicionais aos auditores;

III. Emissão de ofícios de alerta ou instauração de Processo Administrativo Sancionador sobre

eventuais descumprimentos às normas profissionais;

IV. Comunicação à SIN sobre evidências encontradas que possam indicar existência de

problemas em relação às demonstrações contábeis dos fundos de investimento analisados.

Meta: 10 (dez) relatórios de auditoria por ano.

Evento de Risco 1.6: Ineficiência/ineficácia do Programa de Revisão

Externa do Controle de Qualidade dos Auditores Independentes

Prioridades de supervisão:

1. Acompanhar o trabalho desenvolvido pelo Comitê Gestor do Programa de Revisão Externa

do Controle de Qualidade – CRE dos auditores, nos termos da Instrução CVM no 308/99;

2. Acompanhar a aplicação de ações/sanções em processos administrativos, por parte dos

órgãos que administram o Programa de Revisão, e executar as medidas administrativas

complementares aplicáveis;

3. Verificar, nas inspeções de rotina, o atendimento das normas profissionais sobre controle

interno de qualidade e do cumprimento do Programa de Revisão.

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Ações específicas

Ações junto ao CRE/CFC

Este evento de risco é combatido, basicamente, pelo acompanhamento do trabalho desenvolvido

pelo Comitê Gestor do Programa de Revisão Externa do Controle de Qualidade dos auditores.

Nesse sentido, a SNC acompanha cada fase do processo e o cumprimento dos prazos para

indicação, escolha dos revisores pelos revisados, conclusão dos trabalhos de revisão e emissão dos

relatórios, apresentação e revisão dos planos de ação.

Também é feita a verificação da aplicação de ações/sanções em processos administrativos, por

parte das instâncias que administram o Programa de Revisão, no âmbito do CFC.

Para isso, verifica-se a existência de comunicação ao CFC, pelo CRE, de eventuais

descumprimentos do Programa de Revisão, por parte de auditores independentes, bem como a

existência e o desenvolvimento dos respectivos processos disciplinares e das consequentes

aplicações de sanções, pelo CFC.

Ações junto aos auditores independentes

No caso da existência de informações sobre descumprimento do Programa de Revisão, e em função

da aplicação ou não das respectivas sanções pelo CFC, a SNC realizará as seguintes ações sobre os

auditores independentes indicados pelo CRE como tendo descumprido o programa:

Solicitação de esclarecimentos, por ofício, sobre o descumprimento do Programa de Revisão,

aos auditores indicados pelo CRE naquele ano;

Meta: Enviar ofício solicitando esclarecimentos para 100% (cem por cento) dos auditores

indicados pelo CRE/CFC.

Nos casos em que os esclarecimentos não elidirem ou justificarem o descumprimento do Programa

de Revisão serão emitidos ofícios de alerta ou instaurados Processos Administrativos

Sancionadores para a apuração das responsabilidades;

Havendo recorrência no descumprimento ao Programa de Revisão Externa de Qualidade, a SNC

aplicará o disposto no art. 33, §5º, da Instrução CVM n° 308/99, com a suspensão do registro do

auditor independente, seja pessoa física ou pessoa jurídica.

Verificação da eficácia do Programa de Revisão por parte do CFC/CRE

Inspeção de rotina para a verificação do atendimento das normas profissionais gerais e específicas

sobre controle interno de qualidade, como também nos auditores responsáveis pela revisão,

conforme definido nas normas profissionais de auditoria independente, de modo a complementar o

processo de regulação executado pelo CFC/CRE.

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Mercados e

Intermediários

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6.1 Ações Gerais, Resultados Esperados e Eventos de Risco

Para cumprir os mandatos legais de assegurar o funcionamento eficiente e regular dos mercados de

bolsa e de balcão, proteger os investidores contra atos irregulares, evitar ou coibir modalidades de

fraude ou manipulação, assegurar a observância de práticas comerciais equitativas, garantir o

acesso à informação adequada e fiscalizar e punir atos irregulares, a CVM, em sua atividade de

acompanhamento e supervisão dos mercados, dos integrantes do sistema de distribuição e dos

depositários centrais, mapeou os riscos abaixo descritos, juntamente com os seus respectivos

resultados esperados e eventos de risco:

Risco nº 1: Falhas nos processos e políticas internas de suitability dos intermediários que operam

na B3.

Risco nº 2: Falhas em processos e controles internos dos intermediários que operam na B3.

Risco nº 3: Atuação, em mercados regulamentados de valores mobiliários, de pessoas não

autorizadas a operar.

Risco nº 4: Incerteza regulatória quanto aos parâmetros de atuação de participantes do mercado de

valores mobiliários.

Risco nº 5: Falhas na fiscalização das operações realizadas nos mercados de bolsa e de balcão da

B3.

Risco nº 6: Falhas nas atividades de supervisão, fiscalização e enforcement praticadas pela BSM

como autorreguladora dos mercados de bolsa e de balcão da B3.

Ações Gerais

Na supervisão direta dos intermediários (Riscos 1 e 2), a SMI, além de supervisão remota, poderá

demandar o autorregulador para auditorias específicas em intermediários de maior risco

identificados ao longo do Biênio.

Por sua vez, os Riscos nº 3 e 4 terão como substrato as demandas de investidores.

Já o Risco nº 5 terá acompanhamento direto da SMI, através do Sistema de Acompanhamento de

Mercado da CVM – SAM, sobre as operações cursadas no mercado de valores mobiliários.

Por fim, quanto ao Risco nº 6, a SMI supervisionará a atuação do autorregulador, tomando por base

os resultados (i) dos processos de MRP conduzidos pela BSM, (ii) das auditorias operacionais

comandadas pela BSM nos intermediários e (iii) dos processos administrativos disciplinares

instruídos pela BSM.

Eventos de Risco e Resultados Esperados

O resultado esperado para o Risco nº 1 está sujeito aos eventos de risco 1.1 a 1.5 abaixo

enunciados:

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Evento de Risco 1.1: Ausência, nas políticas internas de suitability dos intermediários, de

comandos destinados a obter as informações mínimas para a identificação do perfil do cliente.

Evento de Risco 1.2: Ausência, nas políticas internas de suitability dos intermediários, de

comandos destinados a vedar recomendações nos casos em que os custos diretos e indiretos

associados aos produtos, serviços ou operações impliquem ônus excessivo e inadequado ao perfil

do cliente.

Evento de Risco 1.3: Ausência, nas políticas internas de suitability dos intermediários, de

comandos destinados a classificar os produtos em categorias, tendo em vista a adequação ao perfil

do cliente.

Evento de Risco 1.4: Ausência, nas políticas internas de suitability dos intermediários, de

comandos destinados a vedar recomendações quando houver incompatibilidade entre a categoria de

produto e o perfil do investidor.

Evento de Risco 1.5: Ausência, nas políticas internas de suitability dos intermediários, de

comandos destinados à recomendação de produtos complexos.

O resultado esperado para o Risco nº 2 está sujeito aos eventos de risco 2.1 a 2.6:

Evento de Risco 2.1: Não encaminhamento, pelo diretor responsável por suitability aos órgãos de

administração do intermediário, de relatório semestral acerca de controles internos, compliance e

recomendações a respeito de eventuais deficiências, com o estabelecimento de cronogramas de

saneamento.

Evento de Risco 2.2: Falhas nos processos dos intermediários sobre suitability (perfil, categorias,

recomendações e alertas), em mercado de bolsa.

Evento de Risco 2.3: Falhas gerais no processo de gestão de risco de PLDFT pelos intermediários.

Evento de Risco 2.4: Falhas nos processos dos intermediários sobre segurança da informação, em

mercado de bolsa.

Evento de Risco 2.5: Falhas nos processos dos intermediários (monitoramento e análise de

operações atípicas) sobre PLDFT, em mercado de bolsa.

Evento de Risco 2.6: Falhas nos processos dos intermediários sobre gerenciamento de ordens dos

clientes, em mercado de bolsa.

O resultado esperado para o Risco nº 3 está sujeito aos eventos de risco 3.1 e 3.2:

Evento de Risco 3.1: Distribuição de contratos derivativos Forex sem contratação de instituição

intermediária e sem dispensa regulatória.

Evento de Risco 3.2: Intermediação de valores mobiliários por participantes não autorizados em

regulamento e lei.

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O resultado esperado para o Risco nº 4 está sujeito ao evento de risco 4.1:

Evento de Risco 4.1: Avaliação sobre os robôs de ordens utilizados pela indústria de

intermediação, no escopo de novas tecnologias.

O resultado esperado para o Risco nº 5 está sujeito aos eventos de risco 5.1 a 5.4:

Evento de Risco 5.1: Não detecção de operações irregulares nos mercados organizados, em

especial casos de uso de informação privilegiada.

Evento de Risco 5.2: Não detecção de operações irregulares nos mercados organizados, em

especial casos de manipulação de preços.

Evento de Risco 5.3: Não detecção de operações irregulares nos mercados organizados, em

especial casos de spoofing/layering.

Evento de Risco 5.4: Não detecção de operações irregulares nos mercados organizados, em

especial outros casos de irregularidades.

O resultado esperado para o Risco nº 6 está sujeito aos eventos de risco 6.1 a 6.3:

Evento de Risco 6.1: Falhas por parte da BSM no atendimento de reclamações ao MRP.

Evento de Risco 6.2: Falhas nas auditorias operacionais realizadas pela BSM junto aos

intermediários, incluindo, quando aplicável, agentes autônomos, custodiantes e escrituradores.

Evento de Risco 6.3: Falhas por parte da BSM na instrução e finalização de processos

administrativos disciplinares.

6.2 Classificação de Risco dos Supervisionados

Especificamente para tratamento dos Riscos nº 1 e 2, os intermediários serão individualmente

classificados em uma matriz que correlacione o potencial de dano e a probabilidade de ocorrência

de falhas.

Devido às constantes e complexas inovações que vêm ocorrendo no mercado de capitais nos

últimos anos (ex: HFTs, blockchain, DLT e fintechs, dentre outras), a SMI entende que o ambiente

de risco adquiriu uma dinâmica na qual seria contraproducente uma prévia classificação de risco de

regulados que fosse estática ao longo do biênio. Deste modo a área trabalhará com um sistema de

classificação dinâmico, que seguirá as diretrizes estabelecidas na Deliberação CVM nº 757/16, mas

que será desenvolvida de acordo com o procedimento descrito a seguir.

Após a ponderação das variáveis indicativas de acordo com os parâmetros de classificação de

potencial de dano e probabilidade de ocorrência do evento de risco, os intermediários serão

divididos em quatro grupos distintos (1 a 4). A classificação será objeto de análise e aprovação em

comitê interno da SMI.

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O detalhamento da classificação e distribuição dos intermediários por grupo, assim como o da

gradação da intensidade das ações específicas de supervisão em função do nível de risco são de uso

interno, conforme estabelece o art. 22, § 2º, da Deliberação CVM nº 757/16.

Potencial de dano

alto

médio alto

médio baixo

baixo

baixa média baixa média alta Alta

Probabilidade

Grupo 1

Grupo 2

Grupo 3

Grupo 4

6.3 Eventos de Risco e Ações de Supervisão

Risco n° 1: Falhas nos processos e políticas internas de suitability dos

intermediários que operam na B3

Para o biênio 2019-2020, a supervisão direta sobre os intermediários trabalhará com os eventos de

riscos referentes aos Riscos nº 1 e 2.

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Classificação dos Eventos de Risco 1.1 a 1.5

Matriz de Risco:

Potencial de dano

alto

médio alto Eventos de

Risco 1.1 a 1.5

médio baixo

baixo

baixa média baixa média alta Alta

Probabilidade

Grupo 1

Grupo 2

Grupo 3

Grupo 4

Evento de Risco 1.1: Ausência, nas políticas internas de suitability dos

intermediários, de comandos destinados a obter as informações mínimas

para a identificação do perfil do cliente

Este evento de risco será supervisionado a partir da avaliação das políticas em suitability.

De acordo com análise amostral no último relatório do plano bienal, 50% dos selecionados

apresentou ao menos algum problema nesse quesito.

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Evento de Risco 1.2: Ausência, nas políticas internas de suitability dos

intermediários, de comandos destinados a vedar recomendações nos

casos em que os custos diretos e indiretos associados aos produtos,

serviços ou operações impliquem ônus excessivo e inadequado ao perfil

do cliente

Este evento de risco será supervisionado a partir da avaliação das políticas em suitability.

De acordo com análise amostral no último relatório do plano bienal, 87% dos selecionados

apresentou algum tipo de problema nesse quesito.

Evento de Risco 1.3: Ausência, nas políticas internas de suitability dos

intermediários, de comandos destinados a classificar os produtos em

categorias, tendo em vista a adequação ao perfil do cliente

Este evento de risco será supervisionado a partir da avaliação das políticas em suitability.

De acordo com análise amostral no último relatório do plano bienal, na média dos três últimos

semestres 25% da seleção teve problemas nesse quesito.

Evento de Risco 1.4: Ausência, nas políticas internas de suitability dos

intermediários, de comandos destinados a vedar recomendações quando

houver incompatibilidade entre a categoria de produto e o perfil do

investidor

Este evento de risco será supervisionado a partir da avaliação das políticas em suitability.

Por ocasião da elaboração deste plano, a CVM não dispunha de estatísticas robustas para a

inferência de desconformidade neste evento de risco.

Evento de Risco 1.5: Ausência, nas políticas internas de suitability dos

intermediários, de comandos destinados à recomendação de produtos

complexos

Este evento de risco será supervisionado a partir da avaliação das políticas em suitability.

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Por ocasião da elaboração deste plano, a CVM não dispunha de estatísticas robustas para a

inferência de desconformidade neste evento de risco.

Ações Específicas de Supervisão para cada um dos Eventos de Risco associados ao Risco n° 1:

Adoção de uma ou mais das seguintes medidas:

1) Verificar a adequação da política interna dos intermediários às normas aplicáveis da CVM,

envolvendo os processos de suitability;

2) Exigir a atuação dos diretores responsáveis pela observância das obrigações constantes das

normas da CVM aplicáveis aos processos de suitability;

3) Solicitar informações diretamente aos intermediários sobre aspectos específicos de sua atuação

que mereçam acompanhamento mais intenso;

4) Realizar diligências em campo, solicitar diligências à BSM, ou implantar medidas de supervisão

intensiva de forma remota, para os intermediários com resultados mais críticos.

Meta: Semestralmente, supervisionar 10% dos intermediários com maiores riscos.

Risco n° 2: Falhas em processos e controles internos dos intermediários

que operam na B3

Classificação dos Eventos de Risco 2.1 a 2.6

Matriz de Risco:

Potencial de dano

Alto

Eventos de

Risco 2.3 e 2.4

Eventos de

Risco 2.2, 2.5 e

2.6

médio alto Eventos de

Risco 2.1

médio baixo

Baixo

baixa média baixa média alta Alta

Probabilidade

Grupo 1

Grupo 2

Grupo 3

Grupo 4

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Evento de Risco 2.1: Não encaminhamento, pelo diretor responsável por

suitability aos órgãos de administração do intermediário, de relatório

semestral acerca de controles internos, compliance e recomendações a

respeito de eventuais deficiências, com o estabelecimento de cronogramas

de saneamento

De acordo com o relatório do 1º semestre de 2018 do Plano Bienal 2017-2018, apenas 65% da

amostra atendia plenamente aos critérios de cronograma de saneamento das deficiências.

Deste modo a área manteve esse evento de risco como prioritário no Plano Bienal 2019-2020.

Evento de Risco 2.2: Falhas nos processos dos intermediários sobre

suitability (perfil, categorias, recomendações e alertas) em mercado de

bolsa

Por ocasião da elaboração deste plano, a SMI não possuía estatísticas robustas sobre este evento de

risco.

Contudo a área entende que este evento é relevante o suficiente para que seja inserido neste plano,

onde ações de supervisão específicas serão adotadas para seu tratamento a partir do biênio 2019-

2020.

Evento de Risco 2.3: Falhas gerais no processo de gestão de risco de PLD

pelos intermediários

Por ocasião da elaboração deste plano, a SMI não possuía estatísticas robustas sobre este evento de

risco.

A partir das inferências realizadas, a SMI considerou este evento de risco como prioritário, para o

qual adotará ações de supervisão visando a mitigação do risco associado, com destaque para o

cadastro simplificado de investidores não residentes, naquelas situações em que as informações

necessárias ao pleno conhecimento do investidor não residente não tiverem sido supridas pelo

intermediário estrangeiro.

Evento de Risco 2.4: Falhas nos processos dos intermediários sobre

segurança da informação em mercado de bolsa

De acordo com o Relatório Semestral do 1º semestre de 2018 do SBR, as frequências amostrais de

intermediários que apresentaram não conformidades relacionadas com Instruções da CVM

relacionadas a este evento de risco variou de 0 a 25%.

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Em função de seu potencial impacto aos mandatos legais da CVM, a SMI manterá a temática deste

evento dentro de seu plano bienal de supervisão.

Evento de Risco 2.5: Falhas nos processos dos intermediários

(monitoramento e análise de operações atípicas) sobre PLD em mercado

de bolsa

De acordo com o último relatório semestral do plano bienal, a BSM identificou que 86% dos 64

participantes de uma auditoria avaliados monitoram parcialmente, ou não monitoram, os incisos II,

III, VI e VII do art. 6° da Instrução CVM n° 301/99. Por outro lado, os incisos VIII, IX, XII, XIII,

XIV, XV e XVI são monitorados por pelo menos 94% dos participantes.

Contudo a área entende que este evento é relevante o suficiente para que seja inserido neste plano,

onde ações de supervisão específicas serão adotadas para seu tratamento a partir do biênio 2019-

2020.

Evento de Risco 2.6: Falhas nos processos dos intermediários sobre

gerenciamento de ordens dos clientes em mercado de bolsa

Por ocasião da elaboração deste plano, a SMI não possuía estatísticas robustas sobre este evento de

risco para a inferência de probabilidade de sua ocorrência no mercado.

No entanto, tendo em vista estudos conduzidos em conjunto com a BSM, a SMI considerou como

referência que a ausência de comprovação de existência prévia de ordens para um nível igual ou

superior a 7% das amostras de operações auditadas pela BSM implica em uma ação sancionadora

imediata por parte deste autorregulador. Isso não significa, no entanto, que dadas às circunstâncias

específicas de cada caso, em especial no que se refere à identificação de dolo e falha grave de

sistema de controle do intermediário, uma ação sancionadora não possa ser feita com níveis ainda

menores de desconformidade.

Nesses termos, a área entende que a partir de fatos apurados no último biênio, que este evento é

relevante o suficiente para que seja inserido neste plano, onde ações de supervisão específicas serão

adotadas para seu tratamento a partir do biênio 2019-2020.

Ações Específicas de Supervisão para cada um dos Eventos de Risco associados ao Risco n° 2:

Adoção de uma ou mais das seguintes medidas:

1) Verificar o conteúdo do relatório de controles internos dos intermediários às normas aplicáveis

da CVM, envolvendo os processos de suitability, Ordens, Governança de TI e PLDFT,

incluindo os processos de Cadastro e de Liquidação de Operações;

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2) Exigir a atuação dos diretores responsáveis pela observância das obrigações constantes das

normas da CVM aplicáveis aos processos de suitability, Ordens, Governança de TI e PLDFT,

incluindo os processos de Cadastro e de Liquidação de Operações;

3) Solicitar informações diretamente aos intermediários sobre aspectos específicos de sua atuação

que mereçam acompanhamento mais intenso;

4) Realizar diligências em campo, solicitar diligências à BSM, ou implantar medidas de supervisão

intensiva de forma remota, para os intermediários com resultados mais críticos.

Meta: Semestralmente, supervisionar 10% dos intermediários com maiores riscos.

Risco n° 3: Atuação, em mercados regulamentados de valores

mobiliários, de pessoas não autorizadas a operar

Para o biênio 2019-2020, a supervisão sobre a intermediação irregular trabalhará com os eventos de

riscos referentes ao Risco nº 3, conforme a seguir apresentados, com suas respectivas ações

específicas de supervisão.

Evento de Risco 3.1: Distribuição de contratos derivativos Forex sem

contratação de instituição intermediária e sem dispensa regulatória

Matriz de risco:

Potencial de dano

alto

médio alto Evento de

Risco 3.1

médio baixo

baixo

baixa média baixa média alta alta

Probabilidade

Grupo 1

Grupo 2

Grupo 3

Grupo 4

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Ações Específicas de Supervisão

1) No âmbito de denúncias, reclamações, consultas e outros tipos de demandas de investidores,

verificar indícios da atuação de pessoas que estejam captando clientes brasileiros para a

realização de investimentos no mercado Forex e assemelhados (como o de opções binárias).

Meta: Analisar 100% (cem por cento) das demandas levadas à área relacionadas a captação

de recursos de investidores no mercado Forex identificando as ações a serem tomadas em cada

caso.

Para os casos em que seja verificada a pertinência de edição de Stop Order, providenciar que

seja emitido o competente Ato Declaratório.

2) Pesquisar, na rede mundial de computadores, ofertas de investimentos no mercado Forex

destinadas especificamente para investidores brasileiros.

Meta: Efetuar a pesquisa, identificando as ofertas que já foram objeto de atuação da CVM e as

que ainda não foram e estipulando, com relação às últimas, medidas visando a adequação da

conduta.

Para os casos em que seja verificada a pertinência de edição de Stop Order, providenciar que

seja emitido o competente Ato Declaratório.

Evento de Risco 3.2: Intermediação de valores mobiliários por

participantes não autorizados em regulamento e lei.

Matriz de risco:

Potencial de dano

alto

médio alto

médio baixo Evento de

Risco 3.2

baixo

baixa média baixa média alta alta

Probabilidade

Grupo 1

Grupo 2

Grupo 3

Grupo 4

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Ações Específicas de Supervisão

1) Analisar as comunicações recebidas de escrituradores de valores mobiliários sobre operações

com valores mobiliários com indícios de intermediação irregular.

Meta: Verificar 100% (cem por cento) das comunicações recebidas a cada semestre,

identificando as que contenham indícios de intermediação irregular e que estejam sob a

jurisdição da CVM.

2) No âmbito de denúncias, reclamações, consultas e outros tipos de demandas de investidores,

verificar indícios de oferta de serviços de intermediação de valores mobiliários por pessoas não

autorizadas.

Meta: Analisar 100% (cem por cento) das comunicações levadas ao conhecimento da área com

indícios de oferta irregular de serviço de intermediação, identificando as ações a tomar em

cada caso.

Para os casos em que seja verificada a pertinência de edição de Stop Order, providenciar que

seja emitido o competente Ato Declaratório.

Risco n° 4: Incerteza regulatória quanto aos parâmetros de atuação de

participantes do mercado de valores mobiliários

Para o biênio 2019-2020, o tratamento dirigido à incerteza regulatória no mercado de

intermediação trabalhará com o evento de risco referente ao Risco nº 4, conforme a seguir

apresentado:

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Evento de Risco 4.1: Avaliação sobre os robôs de ordens utilizados pela

indústria de intermediação, no escopo de novas tecnologias.

Matriz de risco:

Potencial de dano

alto

Evento de

Risco 4.1

médio alto

médio baixo

baixo

baixa média baixa média alta alta

Probabilidade

Grupo 1

Grupo 2

Grupo 3

Grupo 4

Ações Específicas de Supervisão

1) No âmbito de consultas e outras demandas de investidores, analisar a atuação de robôs de

ordens junto aos intermediários, avaliando a efetiva atuação do robô de ordens, identificando o

limiar entre a ordem transmitida por decisão do cliente e a gestão de carteira;

Meta: Análise de 100% (cem por cento) das consultas e outras demandas de investidores

levadas a conhecimento da SMI ao longo do Biênio.

2) Realizar diligências em campo, solicitar diligências à BSM, ou implantar medidas de supervisão

intensiva de forma remota junto aos intermediários.

Meta: Realizar diligências diretas ou indiretas em 100% (cem por cento) de intermediários

selecionados ao longo do Biênio 2019-2020.

.

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Risco n° 5: Falhas na fiscalização das operações realizadas nos mercados

de bolsa e de balcão da B3

Para o biênio 2019-2020, a supervisão sobre operações irregulares trabalhará com os eventos de

riscos referentes ao Risco nº 5, conforme a seguir apresentados, com suas respectivas ações

específicas de supervisão.

Matriz de risco para todos os Eventos de Risco do Risco nº 5:

Potencial de dano

alto

médio alto Eventos de

Risco 5.1 a 5.4

médio baixo

baixo

baixa média baixa média alta alta

Probabilidade

Grupo 1

Grupo 2

Grupo 3

Grupo 4

Evento de Risco 5.1: Não detecção de operações irregulares nos mercados

organizados, em especial casos de uso de informação privilegiada

As ações de supervisão vinculadas a este evento visam acompanhar e monitorar o mercado, bem

como apurar os indícios de operações irregulares identificados pelos Comitês de Detecção das

Gerências de Acompanhamento de Mercado.

Evento de Risco 5.2: Não detecção de operações irregulares nos mercados

organizados, em especial casos de manipulação de preços

O tratamento deste evento de risco também envolve o acompanhamento e monitoramento do

mercado, visando a apuração de indícios de operações irregulares identificados pelos Comitês de

Detecção das Gerências de Acompanhamento de Mercado.

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Evento de Risco 5.3: Não detecção de operações irregulares nos mercados

organizados, em especial casos de spoofing/layering

Este evento de risco está relacionado a colocação de ordens que gerem benefícios indevidos a partir

de operações irregulares, nos termos previstos no sistema normativo da CVM.

A supervisão será realizada por meio do acompanhamento e monitoramento do mercado visando a

identificação de operações irregulares, que posteriormente serão avaliadas pelos Comitês de

Detecção das Gerências de Acompanhamento de Mercado.

Evento de Risco 5.4: Não detecção de operações irregulares nos mercados

organizados, em especial outros casos de irregularidades

As ações de supervisão vinculadas a este evento visam a mitigação de risco não previamente

nominados nesta seção.

A supervisão também será feita por meio do acompanhamento e monitoramento do mercado, a fim

de apurar indícios de operações irregulares identificados pelos Comitês de Detecção das Gerências

de Acompanhamento de Mercado.

Ações Específicas de Supervisão para os Eventos de Risco 5.1 a 5.4

1) Acompanhar e monitorar o mercado secundário, vis-à-vis as informações divulgadas pelas

companhias, as notícias sobre setores da economia e de empresas, entre outras informações.

Meta: Acompanhar e monitorar 100% (cem por cento) das companhias negociadas no

mercado secundário, de acordo com critérios definidos pela SMI.

2) Examinar, por meio de Comitê Interno, os indícios de irregularidades detectadas, relativas a uso

de informação privilegiada, manipulação de preços, práticas abusivas com o uso de ofertas

artificiais (spoofing / layering), bem como outras irregularidades.

Meta: Examinar 100% (cem por cento) dos indícios de irregularidades identificadas no

semestre.

3) Instaurar processos administrativos para todos os casos em que o Comitê Interno deliberar pelo

aprofundamento das investigações.

Meta: Instaurar processos administrativos em 100% (cem por cento) dos casos que apresentem

indícios suficientes de acordo com a decisão do Comitê Interno de Detecções.

Do funcionamento do Comitê Interno de Detecções

As Gerências de Acompanhamento de Mercado 1 e 2 (GMA-1 e GMA-2) constituirão Comitês

Internos, formados pelo gerente e três analistas e secretariado por um agente executivo.

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O Comitê tem como função a discussão prévia (i) dos casos oriundos dos relatórios de detecções

gerados pelo Sistema de Acompanhamento de Mercado da CVM - SAM, (ii) dos casos levantados

pelos analistas da gerência na sua atividade diária de supervisão do mercado, e (iii) de outras

eventuais detecções ou demandas do TCO, relativas a comportamento atípico de preços/ volumes/

liquidez dos papéis supervisionados.

No curso dos trabalhos do Comitê serão identificadas as características de cada caso detectado e

expostas às percepções individuais de cada membro do Comitê quanto à necessidade de

prosseguimento ou não com as investigações, tendo em vista, notadamente, os princípios da

razoabilidade e proporcionalidade que devem nortear a conduta da administração pública.

Os casos serão discutidos na reunião do Comitê, que deliberará pela maioria dos votos pela

abertura de processo administrativo para aprofundar as investigações ou pelo arquivamento do

caso, quando os indícios de irregularidades se mostrarem frágeis ou insuficientes. Todas as

deliberações constarão de ata, que relacionará os casos analisados e a decisão do Comitê em cada

um deles.

Risco n° 6: Falhas nas atividades de supervisão, fiscalização e

enforcement praticadas pela BSM como autorreguladora dos mercados

de bolsa e de balcão da B3

Para o biênio 2019-2020, a supervisão sobre a atuação do autorregulador trabalhará com os eventos

de risco referentes ao Risco nº 6, conforme a seguir apresentado, com suas respectivas ações

específicas de supervisão.

Matriz de risco:

Potencial de dano

alto

médio alto Eventos de

Risco 6.1 a 6.3

médio baixo

baixo

baixa média baixa média alta alta

Probabilidade

Grupo 1

Grupo 2

Grupo 3

Grupo 4

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Evento de Risco 6.1: Falhas por parte da BSM no atendimento de

reclamações ao MRP

Ações Específicas de Supervisão

1) Receber e analisar a programação de trabalho da BSM, avaliando, também, a estrutura

disponível para o atendimento de reclamações.

Meta: Avaliar a cada ano o planejamento e a execução dos principais pontos e metas da

programação de trabalho da BSM com relação ao MRP, verificando se a programação é

compatível com o estoque e com o volume esperado de reclamações.

2) Avaliar a qualidade das decisões adotadas pela BSM no âmbito do mecanismo de ressarcimento

de prejuízos (MRP) que tenham sido submetidas à CVM em grau de recurso.

Meta: Verificar se 100% (cem por cento) das decisões proferidas pela BSM no semestre estão

aderentes aos precedentes definidos pelo Colegiado da CVM.

3) Verificar se os processos relativos a reclamações implicaram a abertura de processos

sancionadores ou investigações adicionais no âmbito da própria BSM, nos casos em que tiverem

sido identificadas irregularidades.

Meta: Monitorar, com base nos relatórios mensais da BSM, se foram tomadas ações adequadas

pelo autorregulador nos processos de reclamação ao MRP em que foram identificadas

irregularidades.

Evento de Risco 6.2: Falhas nas auditorias operacionais realizadas pela

BSM junto aos intermediários, incluindo, quando aplicável, agentes

autônomos, custodiantes e escrituradores

Ações Específicas de Supervisão

1) Receber a programação de trabalho anual da BSM e avaliar, especificamente, a estrutura

disponível para a realização de auditorias operacionais junto aos participantes, bem como a

adequação da matriz de auditoria operacional.

Meta: Avaliar a estrutura da BSM destinada à realização de auditorias operacionais junto aos

participantes, bem como a adequação da matriz de auditoria operacional.

2) Examinar os relatórios de auditorias operacionais concluídas.

Meta: Examinar mensalmente, todos os relatórios de auditorias operacionais concluídas pela

BSM e encaminhados à SMI no mês imediatamente anterior, ao longo do Biênio, questionando

a BSM, se for o caso, sobre a atuação do autorregulador acerca de determinados apontamentos

de auditoria.

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3) Verificar o cumprimento da programação anual de trabalho de auditoria operacional.

Meta: Verificar bimestralmente, o cumprimento da programação anual de trabalho de

auditoria operacional, ao longo do Biênio, questionando a BSM, se for o caso, sobre razões de

não atendimento à programação.

Evento de Risco 6.3: Falhas por parte da BSM na instrução e finalização

de processos administrativos disciplinares.

Ações Específicas de Supervisão

1) Receber anualmente a programação de trabalho da BSM e avaliar, especificamente, a estrutura

disponível para a instrução de processos administrativos disciplinares.

Meta: Avaliar a adequação da estrutura da BSM destinada à instrução de processos

administrativos disciplinares.

2) Examinar processos administrativos disciplinares instaurados pela BSM, verificando a

necessidade de comunicações obrigatórias a outros órgãos (Ministério Público, Banco Central

do Brasil e outros).

Meta: Examinar, bimestralmente, 100% (cem por cento) dos processos administrativos

disciplinares instaurados pela BSM e encaminhados à SMI no bimestre imediatamente anterior,

ao longo do Biênio, verificando a necessidade de instaurar processos administrativos no âmbito

da CVM para efetuar comunicações obrigatórias a outros órgãos.

3) Avaliar a qualidade, em especial dosimetria, das decisões adotadas pela BSM no âmbito dos

processos administrativos disciplinares, incluindo os processos concluídos por termo de

compromisso, e, quando for o caso, instaurar processos administrativos no âmbito da CVM com

o objetivo de (i) verificar a possível responsabilidade de pessoas fora do alcance do poder do

autorregulador; (ii) efetuar comunicações obrigatórias a outros órgãos; e (iii) alinhar as penas

aplicadas pela BSM com aquelas aplicadas pela CVM em processos precedentes.

Meta: Examinar, bimestralmente, 100% (cem por cento) dos processos administrativos

disciplinares concluídos pela BSM e encaminhados à SMI no bimestre imediatamente anterior,

ao longo do Biênio, verificando a necessidade de instaurar processos administrativos no âmbito

da CVM para (i) verificar a possível responsabilidade de pessoas fora do alcance do poder do

autorregulador; (ii) efetuar comunicações obrigatórias a outros órgãos; e (iii) alinhar as penas

aplicadas pela BSM com aquelas aplicadas pela CVM em processos precedentes.

4) Verificar o cumprimento da programação anual de instrução de processos administrativos

disciplinares.

Meta: Verificar, bimestralmente, o cumprimento da programação anual de instrução de

processos administrativos disciplinares, ao longo do Biênio, questionando a BSM, se for o caso,

sobre razões de não atendimento à programação.

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6.4 Supervisões Temáticas

Supervisão Temática nº 1: Falhas no processo de transferência de

custódia de valores mobiliários, no mercado de bolsa.

Motivação:

A SOI tem reportado no último biênio diversas reclamações de investidores acerca de diversas

situações que têm dificultado a transferência de valores mobiliários entre mesma titularidade.

Objetivo:

Identificar os fatores responsáveis pela dificuldade reportada por investidores na transferência de

valores mobiliários, entre mesma titularidade, considerados os participantes que prestam esse

serviço no mercado de bolsa.

Etapas e Procedimentos:

a) Acompanhar os reportes de reclamações recepcionadas pela SOI, de forma a utilizar a

informação para subsidiar os trabalhos de forma direta ou por solicitação de ações específicas à

BSM;

b) Apresentar os diversos trabalhos de supervisão realizados pela BSM, controlando sua cobertura

do universo supervisionado, escopo e profundidade, acompanhando ainda a conclusão de cada

atividade.

Supervisão Temática nº 2: Supervisão das infraestruturas do mercado

financeiro sujeitas à competência regulamentar da CVM.

Motivação:

Considerando que as infraestruturas do mercado financeiro estão sujeitas à observância dos

Princípios para Infraestruturas do Mercado Financeiro (Principles for Financial Market

Infrastructures - PFMI), publicados pelo Comitê de Pagamentos e Infraestruturas de Mercado

(CPMI) e pela Organização Internacional de Comissões de Valores (IOSCO), é necessária à sua

utilização no monitoramento e avaliação do atendimento aos mencionados princípios pelas

entidades autorizadas.

Objetivo:

Observadas as disposições da Lei nº 6.385/76 e da Lei nº 12.810/13, monitorar e avaliar aspectos

como segurança, eficiência, integridade e confiabilidade das infraestruturas do mercado financeiro

sujeitas à competência regulamentar da CVM.

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Etapas e Procedimentos:

a) Implantar atividades coordenadas de intercâmbio de informações, para fins de supervisão, com

o Departamento de Operações Bancárias e de Sistema de Pagamentos do Banco Central do

Brasil (BCB);

b) Implantar processo organizacional para o monitoramento das atividades a cargo da Diretoria de

Controles Internos, Compliance e Risco Corporativo da B3, de forma a atingir os objetivos

estabelecidos na supervisão temática.

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Ofertas

Públicas de

Valores

Mobiliários

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7.1 Ações Gerais, Resultados Esperados e Eventos de Risco

Para cumprir os mandatos legais da CVM de proteger os investidores contra (i) emissões

irregulares de valores mobiliários, (ii) práticas não equitativas de mercado e (iii) assegurar ao

público o acesso às informações sobre os valores mobiliários ofertados, a Superintendência de

Registro de Valores Mobiliários – SRE, em sua atividade de registrar e supervisionar as ofertas

públicas de distribuição de valores mobiliários e ofertas públicas de aquisição de ações (OPA),

realiza o exame da documentação exigível e o cumprimento das regras atinentes tal como previsto

pelas normas vigentes, através de suas três gerências - GER-1, GER-2 e GER-3.

A ação geral associada ao resultado esperado consiste no acompanhamento das informações

divulgadas nos anúncios e comunicados de ofertas públicas, fatos relevantes, editais de ofertas e

resultados de leilões, de forma a conferir se os atos praticados por emissores e intermediários

corresponderam, de fato, ao que foi anunciado pela documentação da oferta, e às disposições das

normas vigentes, de forma a fortalecer a confiança dos investidores em participar de ofertas

públicas, tanto de distribuição de valores mobiliários, como de aquisição de ações.

Os seguintes riscos estão associados ao resultado esperado descrito anteriormente:

Risco nº 1 – Irregularidades e vícios na condução de Ofertas Públicas de Distribuição registradas.

Risco nº 2 – Irregularidades e vícios na condução em Ofertas Públicas de Distribuição com

Esforços Restritos.

Risco nº 3 – Irregularidades na divulgação de informações ao mercado, no contexto de ofertas.

Risco nº 4 – Irregularidades e vícios na condução de ofertas públicas de distribuição via

crowdfunding.

Risco nº 5 - Irregularidades e vícios na condução de Ofertas Públicas de Aquisição de Ações.

Risco nº 6 – Irregularidades e vícios na condução de Ofertas Públicas de Distribuição de CIC

hoteleiro registradas.

Para cada modalidade de ofertas em análise, uma amostra será analisada para apuração do que

ocorreu durante ou após a oferta. Como consequência, a SRE coletará informações capazes de

nortear sua ação de supervisão na análise de futuros casos.

Serão examinadas as ofertas anunciadas ou encerradas no biênio 2019-2020, de acordo com os

critérios definidos em cada evento de risco.

Ademais, a SRE identificou a conveniência de realizar supervisão temática tendo como escopo os

procedimentos de precificação e alocação de ofertas públicas de distribuição através do modelo de

bookbuilding, considerando as ponderações descritas naquela seção deste Plano Bienal.

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7.2 Classificação de Riscos dos Supervisionados, Eventos de Risco e

Ações de Supervisão

Risco nº 1: Irregularidades e vícios na condução de Ofertas Públicas de

Distribuição registradas

A matriz de risco considerada para fins da supervisão atinente aos eventos de risco associados ao

Risco nº 1, associado às ofertas públicas de distribuição de valores mobiliários registradas na

CVM, é apresentada a seguir:

Potencial de dano

alto

Grupos 1, 2 e

4 Grupo 3

médio alto

médio baixo Grupo 6 Grupo 5

baixo

baixa média baixa média alta Alta

Probabilidade

Ofertas de risco não significativo

Ofertas de menor risco

Ofertas de médio risco

Ofertas de maior risco

A estimativa da probabilidade de ocorrência e do potencial de dano desse risco levou em

consideração a experiência da área técnica em relação à qualidade da estruturação de cada grupo de

ofertas.

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Evento de Risco 1.1: Participação irregular de pessoas vinculadas em

ofertas públicas registradas e distribuídas com excesso de demanda

Prioridades de supervisão: Supervisionar os dados finais de colocação divulgados através do

Anúncio de Encerramento para compará-los com as informações disponibilizadas na documentação

da Oferta, dada uma ênfase no conteúdo do Prospecto.

Será verificada a participação irregular de pessoas vinculadas em ofertas públicas registradas e

distribuídas com excesso de demanda, de acordo com os critérios definidos pela área.

Meta: Selecionar e analisar 100% (cem por cento) das ofertas que se enquadrem nos critérios

definidos para cada um dos níveis de intensidade de ação de supervisão.

Risco n° 2: Irregularidades e vícios na condução de Ofertas Públicas de

Distribuição com Esforços Restritos

A matriz de risco considerada para fins da supervisão atinente aos eventos de risco relacionados ao

Risco nº 2, que trata de ofertas públicas de distribuição com esforços restritos, é apresentada a

seguir:

Potencial de dano

Alto

Grupos 2 Grupo 1

médio alto

Grupo 3

médio baixo

Grupos 4

Baixo

baixa média baixa média alta Alta

Probabilidade

Probabilidade Ofertas de risco não significativo

Ofertas de menor risco

Ofertas de médio risco

Ofertas de maior risco

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Evento de Risco 2.1: Irregularidades no cumprimento do papel de

participantes em ofertas públicas de distribuição com esforços restritos

Em geral, nas ofertas públicas distribuídas com esforços restritos, podem ocorrer as seguintes

irregularidades:

a) o ofertante não oferecer informações verdadeiras, consistentes, corretas e suficientes para os

investidores (art. 10 da Instrução CVM n° 476/09);

b) o intermediário líder não tomar todas as cautelas para assegurar que as informações prestadas

pelo ofertante sejam verdadeiras, consistentes, corretas e suficientes, permitindo aos investidores

uma tomada de decisão fundamentada a respeito da oferta (art. 11, I, da Instrução CVM nº 476/09);

c) o agente fiduciário não verificar, no momento de aceitar a função, a veracidade das informações

relativas às garantias e a consistência das demais informações contidas na escritura de emissão, não

diligenciando no sentido de que sejam sanadas as omissões, falhas ou defeitos de que tenha

conhecimento (art. 11, V, da Instrução CVM nº 583/16);

d) a agência de classificação de risco de crédito não adotar providências para evitar a emissão de

classificação de risco de crédito que induza o usuário a erro quanto à situação creditícia do emissor

e do ativo financeiro (art. 10, II, da Instrução CVM nº 521/12);

e) o gestor não exercer suas atividades buscando as melhores condições para o fundo (adquirente

dos valores mobiliários ofertados), não empregando o cuidado e a diligência que todo homem ativo

e probo costuma dispensar à administração de seus próprios negócios, não atuando com lealdade

em relação aos interesses dos cotistas e do fundo, não evitando práticas que possam ferir a relação

fiduciária com eles mantida (art. 92, I, da Instrução CVM nº 555/14);

f) o administrador, não cumprir com seu dever de fiscalizar a atuação do gestor contratado (art. 90,

X, da Instrução CVM n° 555/14).

Prioridades de supervisão:

Com o intuito de aperfeiçoar sua ação de supervisão, a SRE concentrará suas atividades na

verificação das atribuições dos três primeiros regulados mencionados acima (ofertantes,

intermediários líderes e agentes fiduciários). Caso eventualmente sejam encontradas

irregularidades, a SRE entrará em contato com a Superintendência de Relações com Investidores

Institucionais - SIN para que seja realizado um trabalho coordenado em face dos três últimos

regulados (agência de classificação de risco de crédito, administrador e gestor de fundos), cujos

atos são de sua competência regimental.

A condução desta atividade de supervisão será coordenada juntamente com a BSM, departamento

de autorregulação da B3. Serão aproveitados os esforços de inspeção que são conduzidos

rotineiramente conforme previsto pela Instrução CVM nº 461/07 e terão como escopo, para o

próximo plano de ação daquela entidade, os parâmetros de seleção de ofertas alvo, acima

apontados. Deste modo a supervisão deste Evento de Risco terá como insumo os apontamentos

verificados pela equipe da BSM em sua atividade de supervisão.

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Ações específicas

Supervisão a ser realizada em função do surgimento de fatos públicos ou de informação trazida por

regulados ou outros entes públicos.

Meta: Analisar 100% (cem por cento) a partir da demanda originada nos termos da descrição

desta ação.

Instaurar processos de ofertas, as quais serão selecionadas de acordo com a mineração e análise da

base de dados de mercados regulamentados e das informações obtidas a partir de convênio

celebrado com a SPREV e PREVIC.

Meta: Selecionar e inspecionar 8 ofertas no biênio, de acordo com critérios de análise de dados

definidos pela área.

Evento de Risco 2.2: Irregularidade no lastro de emissão de

CRI/CRA/FIDC

Será verificada a aderência normativa/legal do lastro utilizado pelo emissor na securitização do

valor mobiliário.

Ação específica

Ao longo do biênio serão instaurados processos para análise de ofertas, as quais serão selecionadas

a partir de critérios definidos pela SRE. Será verificada a aderência normativa/legal do lastro

utilizado pelo emissor na securitização do valor mobiliário.

Meta: Selecionar e analisar 20 (vinte) ofertas.

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Risco nº 3: Irregularidades na divulgação de informações ao mercado, no

contexto de ofertas.

A matriz de risco considerada para fins da supervisão atinente ao Risco nº 3, associado às ofertas

públicas de distribuição em geral, é apresentada a seguir:

Potencial de dano

Alto

médio alto

Grupo 1

médio baixo

Baixo

baixa média baixa média alta Alta

Probabilidade

Ofertas de risco não significativo

Ofertas de menor risco

Ofertas de médio risco

Ofertas de maior risco

A estimativa da probabilidade de ocorrência desse evento de risco levou em consideração a

experiência da área técnica em relação à ocorrência de irregularidades na divulgação de

informações no contexto de ofertas de ações registradas.

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Evento de Risco 3.1: Divulgação de informações ou manifestação na

imprensa em período vedado

O Evento de Risco 3.1 tem por objetivo supervisionar a ocorrência de divulgação de informações

ou manifestação na imprensa, em período vedado, acerca de ofertas públicas de ações a serem

registradas.

A supervisão das ofertas de ações tem início com o protocolo do pedido de registro da oferta e se

encerra com a divulgação do Anúncio de Encerramento.

Ações específicas

Analisar todas as ofertas de ações objeto de pedido de registro.

Meta: 100 % (cem por cento) das ofertas de ações.

Risco nº 4: Irregularidades e vícios na condução de ofertas públicas de

distribuição via crowdfunding

A matriz de risco considerada para fins da supervisão atinente aos eventos de risco relacionados ao

Risco nº 4, que trata das ofertas públicas de valores mobiliários sob o modelo de crowdfunding é

apresentada a seguir:

Potencial de dano

alto

Grupo 1

médio alto

médio baixo

baixo

baixa média baixa média alta Alta

Probabilidade

Probabilidade

Ofertas de risco não significativo

Ofertas de menor risco

Ofertas de médio risco

Ofertas de maior risco

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Considerando tratar-se do início da supervisão desse tipo de oferta, que por sua vez teve a sua

Instrução recentemente editada, fica comprometido o estabelecimento de probabilidade de

ocorrência de eventos deste risco. Não obstante, considerando haver poucas plataformas eletrônicas

de investimento participativo registradas quando da elaboração deste plano, será possível, a

princípio, supervisionar uma amostra bastante representativa de todo o universo. Para a estimativa

do potencial de dano, levou-se em conta o público-alvo, uma vez que não se aplica a qualificação

de investidores para esta forma de oferta pública.

Evento de Risco 4.1: Utilização do veículo por emissor não elegível

Verificar a adequação do porte do emissor aos parâmetros previstos para captação de recursos sob

o amparo da regra de crowdfunding.

Evento de Risco 4.2: Não observação dos limites por investidor

estipulados em norma

Verificar a existência e efetividade dos controles mantidos pelas plataformas a fim de respeitar os

limites de investimento por subscritores.

Evento de Risco 4.3: Transferência de recursos ao emissor antes do fim

da oferta

Verificar a existência e efetividade dos procedimentos para assegurar a segregação dos recursos

captados ao longo da oferta bem como comprovar a transferência dos mesmos ao emissor apenas

após a confirmação do êxito da oferta.

Evento de Risco 4.4: Falha na divulgação de informações conforme

contratado, por parte do emissor

Verificar a regularidade na prestação das informações por parte do emissor ao longo da vida do

título.

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Ações específicas (para todos os Eventos do Risco nº 4):

Instaurar processos para inspecionar ofertas distribuídas por plataformas eletrônicas de

investimento participativo e que estejam dentro das características do Grupo 1.

Meta: Instaurar processos para inspecionar 12 ofertas.

Risco nº 5: Irregularidades e vícios na condução de Ofertas Públicas de

Aquisição de Ações

A matriz de risco considerada para fins de supervisão atinente aos eventos de risco relacionados ao

Risco nº 5, associado às ofertas públicas de aquisição de ações, é apresentada a seguir:

Potencial de dano

alto Grupo 1

médio alto

médio baixo

baixo

baixa média baixa média alta Alta

Probabilidade

Ofertas de risco não significativo.

Ofertas de menor risco.

Ofertas de médio risco.

Ofertas de maior risco.

Evento de Risco 5.1: Irregularidade nos termos de editais de OPAs

voluntárias sem registro

Verificar a conformidade e a aderência ao que dispõe a Lei das Sociedades por Ações e a Instrução

CVM nº 400/03, no andamento da OPA que não pressupõe registro junto à CVM.

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Ação específica:

Acompanhar todas as publicações de Fatos Relevantes ou Editais de ofertas públicas de aquisição

sem registro, sem distinção quanto a grupos de mercados de negociação, focando a análise na

observância dos respectivos editais aos preceitos da Instrução CVM nº 361/02, bem como

acompanhando a realização dessas ofertas até a sua efetiva liquidação financeira.

Meta: Supervisionar 100% (cem por cento) das publicações de Fatos Relevantes ou Editais de

Ofertas Públicas de Aquisição sem registro, nos termos e escopo descritos nesta ação.

Risco nº 6: Irregularidades e vícios na condução de Ofertas Públicas de

Distribuição de CIC hoteleiro registradas

A matriz de risco considerada para fins da supervisão atinente aos eventos de risco relacionados ao

Risco nº 6, que trata das ofertas públicas de distribuição registradas de CIC hoteleiro, é apresentada

a seguir:

Potencial de dano

Alto

médio alto

médio baixo

Grupo 1

Baixo

baixa média baixa média alta Alta

Probabilidade

Ofertas de risco não significativo

Ofertas de menor risco

Ofertas de médio risco

Ofertas de maior risco

A estimativa da probabilidade de ocorrência dos eventos deste risco bem como do potencial de

dano levou em consideração a experiência da área técnica em relação à qualidade da estruturação

das ofertas de CIC hoteleiro.

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Evento de Risco 6.1: Utilização de materiais publicitários em oferta de

CIC hoteleiro em desacordo com a regulamentação

Tem por objetivo supervisionar a adequação dos materiais publicitários a serem empregados ao

longo do período de ofertas de CIC hoteleiro, os quais não prescindem de aprovação junto à SRE

nos termos da Instrução CVM nº 602/18.

Ações específicas

Selecionar e analisar os materiais publicitários de ofertas de CIC hoteleiro, desde que não tenham

sido submetidos à aprovação da SRE.

Meta: Selecionar e analisar 8 (oito) os materiais publicitários de ofertas no biênio, sendo 4

(quatro) ofertas a cada ano.

Evento de Risco 6.2: Distribuição se processando com informações

desatualizadas (prospecto e estudo de viabilidade)

Tem por objetivo supervisionar a atualização dos documentos a serem empregados ao longo do

período de ofertas de CIC hoteleiro.

Ações específicas

Selecionar e analisar ofertas de CIC hoteleiro, no que se refere à atualização de Prospecto e Estudo

de Viabilidade.

Meta: Selecionar e analisar 8 (oito) ofertas no biênio, sendo 4 (quatro) ofertas a cada ano.

7.3 Supervisões Temáticas

Supervisão Temática nº 1: Formação de preços e alocação de investidores

em procedimento de bookbuilding.

Motivação

Tratando-se de um processo de natureza discricionária, uma vez que não há nas normas pertinentes

que delimitam sua forma de implementação, o procedimento de bookbuilding caracteriza-se por um

potencial grau de assimetria informacional entre intermediários e investidores. Aspectos

relacionados à forma como são tratados conflitos de interesses também podem ser relevantes na

avaliação da condução do processo.

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Cabe destacar que a atenção em relação aos potenciais problemas decorrentes de processos de

alocação de ordens e formação de preços através do modelo de bookbuilding, trata-se de uma

questão relevante a nível global, tendo a IOSCO divulgado em setembro de 2018 um guideline por

meio do qual pretende orientar sobre melhores práticas com vistas a mitigar os riscos em processos

de formação de preços em ofertas de ações (“Conflicts of interest and associated conduct risks

during the equity capital raising process”). Ademais, estudo semelhante encontra-se em

desenvolvimento, com o enfoque nos processos de precificação de títulos de dívida.

Objetivo

Identificar eventuais indícios de procedimentos que possam caracterizar descumprimento dos

deveres relacionados à conduta dos intermediários.

Em complemento, considerando estar em curso processo de revisão do regramento existente para as

ofertas públicas de distribuição, através desta supervisão temática, espera-se que sejam colhidos

subsídios que propiciem melhor abordagem normativa deste procedimento.

Etapas e Procedimentos

Serão analisados os procedimentos de precificação em 12 ofertas de valores mobiliários, quer

sejam ações ou representativos de dívida, conduzidas por 4 intermediários diferentes. Em tais

casos, estes participantes serão inspecionados de modo a avaliar aspectos relativos à adequada

observação dos seus deveres de conduta.

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Cronograma

de Inspeções

de Rotina

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A partir do biênio 2019-2020, o processo de planejamento das inspeções de rotina relativas ao SBR

passa a ser organizado com base em um cronograma pré-definido para os dois anos do Plano, no

qual são estabelecidas datas-chaves para os três principais momentos do procedimento:

(1) Data de abertura do processo SEI relacionado a inspeção, no qual área inicia o processo de

gestão das inspeções de rotina constantes no Plano Bienal;

(2) Término do trabalho de inspeção, com a conclusão e disponibilização no SEI do relatório

de inspeção pela superintendência responsável, considerando, para sua previsão, o tempo

de realização dos trabalhos de campo, no inspecionado, e de elaboração do relatório;

(3) Conclusão da análise do relatório de inspeção pela superintendência responsável,

devidamente disponibilizado no SEI.

O cronograma de execução das inspeções de rotina, que consta da versão interna do Plano, visa

conferir um maior alinhamento das atividades desenvolvidas pelas áreas demandantes e os

trabalhos de inspeção.

Para fins de informação nos Relatórios Semestrais, a análise da área será considerada finalizada

quando houver alguma decisão sobre o destino do processo – arquivado, emissão de oficio de alerta

ou proposta de instrução de processo sancionador.

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Indicadores de

Desempenho

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A CVM dispõe, desde o ano de 2012, de um conjunto de indicadores de desempenho institucional

complementares àqueles estabelecidos no âmbito do Plano Plurianual – PPA. Tais indicadores

estão organizados por macroprocessos e consideram o grau de cumprimento das ações

desenvolvidas no âmbito do Plano Bienal do SBR como a principal métrica para a mensuração do

desempenho do macroprocesso de supervisão.

As ações definidas pelas áreas para 2019-2020, propostas na versão interna do plano, estabelecem

metas quantitativas e qualitativas, a serem alcançadas em determinados períodos temporais –

semestralmente, por ano ou no biênio. Tais metas são utilizadas no cálculo dos indicadores de

desempenho de cada uma das cinco áreas do SBR da CVM - Empresas, Fundos de Investimento,

Auditores Independentes, Mercados e Intermediários e Ofertas Públicas.

Os resultados alcançados pela CVM são apresentados nos Relatórios Semestrais do SBR e no

Relatório de Gestão encaminhado anualmente ao Tribunal de Contas da União – TCU.

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Fatores

Limitadores ao

Plano Bienal

2019-2020

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Com relação aos fatores limitadores à implantação do Plano Bienal 2019-2020, os pontos de

destaque permanecem os mesmos que vêm sendo reportados pela CVM nos últimos relatórios

semestrais do SBR: orçamento, recursos humanos e sistemas informatizados.

A perspectiva de limitação de recursos orçamentários nos próximos anos com correção vinculada

ao IPC-A a partir da promulgação da Proposta de Emenda Constitucional nº 55/2016 (“PEC do

Teto dos Gastos Públicos”) traz um importante desafio para a CVM, tendo em vista que o

crescimento do tamanho e complexidade do perímetro regulatório da entidade demanda

investimentos contínuos em pessoas e infraestrutura tecnológica, recursos estratégicos para a

execução dos processos de supervisão e fiscalização.

Nesta nova ordem orçamentária, a CVM permanecerá buscando soluções que demandem menos

recursos financeiros a partir da melhoria de seus processos de gestão. Na área de riscos, por

exemplo, o desenvolvimento do Sistema Integrado de Gestão de Riscos (Deliberação CVM nº

757/2016) tem por escopo racionalizar processos e estruturas dedicadas ao tema, sem prejuízo do

foco no cumprimento dos objetivos colimados.

Contudo, o aprimoramento dos sistemas de gestão e a maior racionalização no uso de recursos

possuem limites que não podem ser ignorados no desenvolvimento de um Plano Bienal. Nesse

aspecto, conforme descrito no Relatório do SBR referente ao primeiro semestre de 2018, o déficit

de servidores foi de aproximadamente 23%, ampliando o risco operacional da Autarquia, em

especial no que se refere às atividades de supervisão e sanção.

Ainda, considerando o expressivo volume de dados a ser gerenciado a partir de sua complexidade e

diversidade, a CVM necessita de constantes investimentos em tecnologia, de forma a extrair

informações úteis que subsidiem adequadamente às decisões regulatórias em processos de

identificação e investigação de irregularidades no mercado de capitais.

Nesse sentido, uma eventual insuficiência de recursos traria consigo o risco de obsolescência

tecnológica, em especial se for considerado um ambiente regulatório com acelerada aplicação de

soluções tecnológicas no mercado de capitais, tais como operações com high frequency trading,

robot financial advisors, crowdfunding e fintechs.

De toda sorte, deve restar consignado que os fatores ora apresentados são inerentes a todo e

qualquer processo de gestão de riscos, que tem por finalidade precípua direcionar – de forma a

maximizar – os recursos escassos para as ações de maior relevância e impacto, observado, como

escopo final, o cumprimento dos mandatos legais da entidade.

Os efeitos práticos dessa limitação de recursos já se fazem sentir a partir da elaboração deste Plano

Bienal. Dentre as áreas afetadas, destacam-se as de Fundo de Investimento, Auditores

Independentes e Ofertas Públicas, conforme relatado a seguir.

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Fundos de Investimento

A SIN destaca que, tendo em vista a ausência de recursos adequados, tanto humanos quanto

materiais, as amostras contidas no Plano Bienal não se apresentam estatisticamente representativas

sobre a população a ser supervisionada, de acordo com o nível de tolerância a risco aceitável pela

área. Nesse sentido, a SIN informa que as amostras acabam sendo reduzidas e direcionadas para

casos com potencial de apresentar irregularidade.

Do mesmo modo, alguns dos eventos de risco aprovados pelo CGR terão apenas ações de

monitoramento básico de acordo com a necessidade de supervisão identificada pela área.

Auditores Independentes

Tendo em vista que no biênio 2019-2020 haverá uma redução no número de inspetores disponíveis

para o desenvolvimento de trabalhos relacionados ao SBR da SNC, a área reduziu a quantidade

programada de inspeções de rotina em auditores independentes, tendo como referência o que foi

previsto no Plano Bienal 2017-2018.

É importante destacar que as inspeções de rotina constituem um dos pilares do sistema de

supervisão de auditores no âmbito do mercado de valores mobiliários. Tal condição, inclusive,

propiciou que o ambiente de supervisão de auditores no Brasil fosse considerado como equivalente

pela União Europeia e pela Suíça (FAOA). Dessa forma, a área entende que a redução de inspeções

impostas pelo quantitativo de inspetores pode, em futuro próximo, afetar esse reconhecimento por

parte das entidades citadas.

Ofertas Públicas de Valores Mobiliários

A área utilizou como premissa para o desenvolvimento deste plano um quantitativo de inspetores

inferior ao que entende como ideal para o desenvolvimento de suas atividades de supervisão.

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Supervisão Baseada em Risco

Plano Bienal

2019-2020