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PLANEJAMENTO TERRITORIAL: AÇÃO DO ESTADO NO CONTROLE
TERRITORIAL MATERIALIZADA ATRAVÉS DA CONSTRUÇÕES DE
BARRAGENS E HIDRELÉTRICAS
Gleidson Sena Dias1
Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) - [email protected]
Nacelice Barbosa Freitas²
Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) - [email protected]
GT2: ESTADO, TERRITÓRIO E POLÍTICAS DE DESENVOLVIMENTO
RESUMO
Este texto discute a forma como o Estado utilizou-se, e utiliza-se de variados meios para manter o
controle do território. As ações de construções de grandes obras de engenharias, a exemplo das
construções de Barragens e Hidrelétricas são precedidas de justificativas da melhoria do bem-estar
social, mas visam, sobre tudo, manter o controle territorial e atender os interesses das classes
hegemônicas e do capital. A construção da Barragem e Hidrelétrica de Pedra do Cavalo, entre os
municípios de Cachoeira e Govenador Mangabeira – Ba, é um exemplo de construção que surge com
um discurso de benefício social, mas a intencionalidade converge para benefício do capital.
PALAVRAS CHAVES: Estado. Barragens e Hidrelétricas. Planejamento territorial.
INTRODUÇÃO
Este texto tem por objetivo refletir sobre o planejamento e territorial no Brasil,
problematizando as consequências para organização do território brasileiro, através de uma
abordagem sobre o setor energético e, especificamente, sobre a construção de barragens e
hidrelétricas. Para elaboração do trabalho foi realizado um levantamento bibliográfico sobre
o tema, com o intuito de identificar como este tem sido discutido no âmbito acadêmico, e de
trazer referências fundamentais para a ampliação da discussão sobre a temática.
1 Mestre em Planejamento Territorial – PLANTERR/UEFS;
² Doutoranda em Geografia NPGEO/UFS; Professora do Departamento de Ciências Humanas e Filosofia –
DCHF/UEFS.
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Inicialmente este trabalho trata do planejamento no Brasil, observando a importância
do enfoque regional, em seguida, aborda-se o planejamento do setor energético no país,
verificando sua distribuição no território, assim como o papel do Estado no que concerne a
essas construções. Para especificar, o estudo traz breves analise sobre a Barragem e
Hidrelétrica de Pedra do Cavalo, refletindo sobre os efeitos na organização territorial das
comunidades ribeirinhas de Cachoeira e São Felix.
1. ESTADO, CONSTRUÇÃO DE BARRAGENS E PLANEJAMENTO
TERRITORIAL NO BRASIL
Para empreender uma discussão sobre o Estado capitalista, torna-se necessário
remeter aos escritos de Karl Marx, Friedrich Engels e Lenin, teóricos que imprimiram severas
críticas ao Estado burguês em decorrência da sua função no contexto da luta de classes.
Na visão de Engels (1984), o Estado é um recurso da classe dominante, pois surge da
necessidade de manter a opressão, e não para garantir direitos individuais ou coletivos. Pois,
foi criado no seio da sociedade para garantir o diálogo entre as diferentes classes sem
favorecer a nenhuma delas, mas em se tratando de estado capitalista, este se estabelece como
uma máquina de repressão nas mãos da burguesia detentora do poder econômico (capital) e
consecutivamente político.
Acerca do Estado, Engels (1984, p. 191) afirma que
Não é, pois, de modo algum, um poder que se impôs à sociedade de fora
para dentro (...). É antes um produto da sociedade, quando esta chega a um
determinado grau de desenvolvimento; é a confissão de que essa sociedade
se enredou numa irremediável contradição com ela própria e está dividida
por antagonismos irreconciliáveis que não consegue conjurar. Mas para que
esses antagonismos, essas classes com interesses econômicos colidentes não
se devorem e não consumam a sociedade numa luta estéril, faz-se necessário
um poder colocado aparentemente por cima da sociedade, chamado a
amortecer o choque e a mantê-lo dentro dos limites da „ordem‟. Este poder,
nascido da sociedade, mas posto acima dela se distanciando cada vez mais, é
o Estado.
Partindo das palavras do autor, observa-se que deveria o Estado ser imparcial, mas o
seu caráter capitalista o faz defensor dos interesses hegemônicos, ou seja, da burguesia, mas
como produto da sociedade, não deveria contaminar-se pela classe dominante (CARNOY
1988), todavia a neutralidade esperada não é observada e não existe nas ações do Estado
burguês.
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A essência do Estado capitalista discutido por Engels (1984) é comprovada ao
observarmos as disputas territoriais, e os processos de construções de Barragens e Usinas
Hidrelétricas no Brasil, pois disputas envolvem relações de poder.
É contrapondo tal relação que se observa a necessidade de manutenção da
sobrevivência e dos laços políticos, sociais, simbólicos e econômicos das comunidades
ribeirinhas, que notoriamente não possuem o poder de decisão inerente ao o Estado.
Para Engels (1984), o Estado é um poder que está acima das classes, apesar de ter na
sociedade a sua origem, porém, ao ser instituído se coloca acima delas, estabelecendo a
contradição.
O poder ao qual nos referimos é a força que obriga os cidadãos a cumprirem as leis
estabelecidas, sob a pena de sofrer sanções caso tais regras não sejam seguidas. São as
prerrogativas que a sociedade concede ao Estado, e que este delega às agências para que se
encarreguem de garantir o cumprimento das regras sociais, assim como punir a quem ouse
transgredi-la (PARSONS, 1979).
O Estado capitalista no Brasil, especialmente a partir da década de 1950, tem por
meta imprimir o desenvolvimento econômico baseado na industrialização moderna. É
relevante mencionar que só após a Segunda Guerra Mundial o Brasil inicia a implantação da
industrialização moderna, e que os traços mais marcantes desse processo foram as construções
de diversos centros e distritos industriais. No entanto, o efetivo funcionamento dos mesmos só
foi possível após a adoção de mudanças eficazes no setor energético. Tais mudanças foram
iniciadas nas décadas de 1920 até a de 1950, pois foi nesse período ocorreu o processo de
mudanças econômicas do país, decorrentes da denominada crise do café. Para que estas
transformações na economia nacional pudessem ocorrer de fato, era fundamental contar com
um setor energético eficiente, como afirma Oliveira e Melo (1985, apud, ARAUJO e
OLIVEIRA, 2003, p.628)
Os anos 1920-1950 foram décadas em que se introduziram profundas
mudanças na economia brasileira. A crise da economia cafeeira de
exportação acelerou a divisão do trabalho nacional com a implantação de um
setor manufatureiro no País. A incipiente base técnico-produtiva industrial
persistiria dependente das importações de bens intermediários e de capital.
Mesmo de caráter restrito, o surgimento de novas indústrias havia provocado
uma transformação profunda das estruturas do consumo energético nacional,
sobretudo depois da Segunda Guerra Mundial.
No período descrito, o setor energético brasileiro não explorava o petróleo e havia
grande dependência do uso de fontes não renováveis. Até meados do século XX a
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industrialização brasileira ainda era atrasada sob o ponto de técnico e tanto a produção quanto
a comercialização do petróleo do país eram pouco expressivas. Ainda existia o agravante do
atraso tecnológico para exploração e prospecção das bacias petrolíferas, que até então não
apresentavam perspectivas de grandes produções (ARAÚJO E OLIVEIRA, 2003)
Nesse contexto, era premente a necessidade de uma política de desenvolvimento
energético para servir de subsídio ao crescimento industrial do país. Para Fonseca (2013, p.
10), “A política energética é elemento estratégico do processo de desenvolvimento, já que a
geração de energia é condição sine qua non para que políticas industriais e de
desenvolvimento tecnológico sejam promovidas”.
Um dos primeiros passos nesse sentido foi a criação da Petrobras, em 3 de outubro
de 1953, inaugurando o monopólio estatal do petróleo, fato que gerou benefício para a
indústria e consolidação do transporte rodoviário, pois ambos dependiam das importações do
mesmo.
Com a produção nacional de petróleo, o volume de importações decairia, diminuindo
também os altos custos que envolviam a compra de petróleo no exterior. Nesse contexto, é
inaugurado o monopólio estatal do petróleo brasileiro, com a Criação da Petrobras (ARAÚJO
& OLIVEIRA, 2003).
Durante o século XX, o Brasil acumulou significativa experiência em planejamento
econômico, no entanto, no presente texto, as discussões aqui apresentadas se referem ao Plano
de Metas, ao I Plano Nacional de Desenvolvimento (I PND) e ao II Plano Nacional de
Desenvolvimento (II PND), por considerar que estes são os documentos mais relevantes para
a entendimento do planejamento regional. Isso, no entanto, não significa desconsiderar as
experiências anteriores.
O Plano de Metas tem como objetivo principal solucionar problemas relacionados
ao crescimeto industrial e econômico enfrentado pelo país, também denominados como
pontos de estrangulamento na visão de Almeida (2004). Não se configurou como o primeiro
plano brasileiro de programação global da economia, e segundo Palazzo (?, p. 4 apud
ALMEIDA, 2004, p. 9)
Apesar de muitos identificarem o Plano de Metas como o primeiro plano
brasileiro de programação global da economia, em realidade ele apenas
correspondeu a uma seleção de projetos prioritários, mas evidentemente,
desta vez, com visão mais ampla e objetivos mais audaciosos que os do
Plano Salte, buscando inclusive uma cooperação mais estreita entre os
setores público e privado.
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Portanto, pode-se afirmar que o Plano de Metas teve sua importância para o
crescimento industrial e econômico do país, pois, o mesmo tinha como objetivo básico
industrializar o Brasil, além de promover crescimento no Produto Interno Bruto (PIB).
Em seu escopo, o plano de metas apresentava um conjunto de 30 metas organizadas
conforme os setores a seguir
O Plano compreendia um conjunto de 30 metas organizadas nos seguintes
setores: 1) Energia (com 43,4% do investimento total): elétrica; nuclear;
carvão mineral; produção e refinação de petróleo; 2) Transportes (29,6% dos
recursos previstos): reaparelhamento e construção de ferrovias;
pavimentação e construção de rodovias; serviços portuários e de dragagens;
marinha mercante; transportes aeroviários; 3) Alimentação (com apenas
3,2% dos investimentos previstos): trigo; armazéns e silos; armazéns
frigoríficos; matadouros industriais; mecanização da agricultura;
fertilizantes; 4) Indústrias de base (com 20,4% dos investimentos previstos):
siderurgia; alumínio; metais não-ferrosos; cimento; álcalis; celulose e papel;
borracha; exportação de minérios de ferro; indústria automobilística;
construção naval; mecânica e material elétrico pesado; 5) Educação (3,4%
dos recursos): formação de pessoal técnico. (ALMEIDA 2004, P. 10).
Não há como abordá-lo sem considerar que os principais investimentos foram
concentrados nos polos industriais do Centro-Sul do país, mais especificamente em São
Paulo, contribuindo para o desenvolvimento de desigualdade no crescimento econômico entre
as Regiões brasileiras, apesar do discurso do governo de Juscelino Kubitschek afirmando que
a criação da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE) diminuiria a
pobreza e desigualdades no Nordeste.
É válido ressaltar que a SUDENE surge no contexto político que é crescente a
atuação dos movimentos sociais no Nordeste, em especial as Ligas Camponesas que nas
décadas de 1950 e 1960 atuaram de forma enfática no combate aos desmandes das elites
oligárquicas e latifundiária do Nordeste, fato que permite inferir que a superintendência surge,
também, com o objetivo de conter os avanços desses movimentos sociais.
Sobre as desigualdades regionais, é perceptível que cada região apresenta
especificidades naturais, contudo, as diferenças sociais existentes entre elas estão diretamente
associadas ao modelo de exploração, a forma de colonização e às manutenções de privilégios
e interesses das elites latifundiárias que ainda exploram a região (SOUZA, 2012). EM DADO
MOMENTO, esses fatores privilegiaram e privilegiam determinadas regiões do país, como
podemos confirmar nas palavras de Silva, Silva e Silva (2010, p. 6):
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Os desequilíbrios regionais, do ponto de vista econômico e social, existentes
em um determinado momento e quase sempre tomados em um contexto
nacional, decorrem de vantagens econômicas e sociais, produzidas
historicamente, mais favoráveis a determinadas regiões do que a outras
gerando, assim, uma estrutura regional com regiões ricas.
A análise pode ser feita, a princípio, pela ocupação territorial, que mostra a maior
concentração populacional na Região Sudeste, enquanto as Regiões Norte e Centro-Oeste, por
exemplo, apresentam baixas densidades demográficas. As diferenças se tornam ainda mais
evidentes quando a observação é voltada para a questão do desenvolvimento econômico e
social.
As informações contidas na tabela 1 e no gráfico 1, retratam a realidade sobre a
concentração populacional no Brasil no ano de 1960, a partir dos dados do censo demográfico
do Instituto Brasileiro de Geografia e Estátistica (IBGE), que mostram o quão é desigual a
distribuição da população no espaço. A realidade pode ser explicada pelo nível de
desenvolvimento de cada região, e pela concentração de investimentos do setor industrial no
Sudeste, principalmente no Estado de São Paulo
TABELA 1 – POPULAÇÃO DO
BRASIL POR REGIÕES EM 1960
REGIÃO POPULAÇÃO
Norte 2.930.005
Nordeste 22.428.873
Sudeste 31.062.978
Sul 11.892.107
Centro-Oeste 2.678.380
Fonte: Censo Demográfico do Instituto
Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE – 1960).
GRAFICO 1 – POPULAÇÃO DO BRASIL POR REGIÕES EM 1960
4%
31%
44%
17%4%
POPULAÇÃO %
Norte
Nordeste
Sudeste
Sul
Centro-Oeste
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Fonte: Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE –
1960).
A proposta dos “50 anos de progresso em cinco anos de governo”, lema do Governo
de Juscelino Kubitschek, pode ser sintetizada a partir do planejamento e construção da atual
capital federal - Brasília - no planalto central, situando-a como importante ponto de
centralização do poder, e também de articulação nacional no que se refere às questões
espaciais.
É imperativo ressaltar que a construção de Brasília estava prevista no Plano de
Metas, que também tinha como proposta, criação e expansão das rodovias, com essa
ampliação da malha rodoviária as diversas regiões do país estariam interligadas,
proporcionando a integração Nacional (ALMEIDA, 2004), mas é preciso destacar que os
interesses das ações propostas pelo Plano de Metas, estavam diretamente ligados ao capital
estrangeiro, atrelado ao afã do processo acelerado de industrialização.
Na década de 1970, a crise estrutural do capital, denominada crise do petróleo,
centralizada no setor energético, mais especificamente no petrolífero decorrente do aumento
no valor do barril de petróleo, de $3,00 para $12,00, tem interferência no crescimento
econômico do Brasil, que estava em fase de investimento no setor industrial, herança principal
dos objetivos propostos pelo Plano de Metas. Entre 1964 a 1984, período que corresponde a
ditadura militar, vislumbra-se crescimento econômico para o país, porém, esta foi uma época
de retrocesso no que concerne aos direitos sociais. No ímpeto de alcançar este objetivo, os
militares formularam e implantaram três Planos Nacionais de Desenvolvimento (PNDs), os
quais perdurariam até meados da década de 1980 (SOUZA, 2004). No entanto, a discussão era
desenvolvida tendo como base o I e o II Plano Nacional de Desenvolvimento.
O I Plano Nacional de Desenvolvimento (I PND) deu início a fase conhecida como o
“milagre econômico”, que segundo Souza (2004, p. 19) tinha as seguintes premissas:
a) as reformas econômico-financeiras introduzidas no período 1964-1967
aumentaram a capacidade de investimento do Estado brasileiro; b) o
quadro externo de crescimento econômico, propiciou grande liquidez no
mercado financeiro mundial; e c) a existência de capacidade ociosa, como
resultado da crise econômica de 1962-1966.
Isso levou o Brasil a experimentar aumento no Produto Interno Bruto (PIB),
chegando a 7% a.a de crescimento econômico (SOUZA, 2004). Mesmo com esse índice de
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crescimento, ainda era preciso galgar taxas maiores, já que a meta era elevar o país à categoria
de país desenvolvido. Para tanto foram estabelecidos, de acordo com o I Plano de
Desenvolvimento (I PND), três objetivos:
Primeiro – colocar o Brasil no espaço de uma geração, na categoria das
nações desenvolvidas; Segundo - duplicar até 1980 a renda per capita do
Brasil (em comparação com 1969), devendo verifica-se, para isso,
crescimento anual do Produto Interno Bruto equivalente aos últimos três
anos; Terceiro – elevar a economia, em 1974, às dimensões resultantes de
um crescimento anual do Produto Interno Bruto entre 8 e 10%. (1972-74, p.
14-15).
Convém destacar outras ações advindas do I PND, as quais, segundo o governo e a
classe hegemônica, eram de suma importância para o crescimento econômico e industrial do
país. Nesse período foram desenvolvidos projetos voltados para as grandes obras de
infraestrutura em diversos setores, a exemplo da eletricidade, setor de transportes e
construção. São exemplos desse período a rodovia Transamazônica, as Usinas Hidrelétricas
de Itaipu e Três Maria (ALMEIDA, 2004).
Para além das obras nas áreas de infraestrutura, houve investimentos em outros
segmentos do ramo industrial, como petroquímica, siderúrgico, indústria de exportação,
investimentos no setor de hidrelétrico. O setor de energia nuclear também foi contemplado a
partir da criação da central nuclear localizada em Angras dos Reis, não se podendo esquecer
dos investimentos no setor de comunicação e de mineração (ALMEIDA, 2004).
Já o II segundo Plano Nacional de Desenvolvimento (II PND), apesar de conservar a
proposta desenvolvimentista do (I PND), oferece maior atenção ao setor energético, tendo em
vista que naquele período o mundo passava por crise no setor energético, esse cenário distinto
exigia medidas diferenciadas. Sobre esse contexto, Almeida (2004, p. 22-23) reflete que
Partindo da avaliação de que a crise e os transtornos da economia mundial
eram passageiros e de que as condições de financiamento eram favoráveis
(taxas de juros ex-ante reduzidas e longo prazo para a amortização), o II
PND propunha uma „fuga para a frente‟, assumindo os riscos de aumentar
provisoriamente os déficits comerciais e a dívida externa, mas construindo
uma estrutura industrial avançada que permitiria superar a crise e o
subdesenvolvimento.
Para que essas ações lograssem êxito e para garantir que as metas fossem alcançadas
era necessário planejamento. Para tal finalidade, foi instituída uma equipe econômica que
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teria uma missão deveras complexa diante da atual conjuntura internacional, na visão de
Cavarzan e Racy (2011).
Ainda nesse período, o Brasil apresentava um crescimento econômico concentrado
no Centro-Sul, privilegiando apenas uma porção do território nacional, problema que os
responsáveis pelo II Plano Nacional de Desenvolvimento (1975-1979) trataram de discutir,
levando-os a propor estratégias como o espraiamento dos centros industriais para outras áreas
do país, assim como investimentos para alavancar a produção científica nacional
(CAVARZAN e RACY, 2011).
A proposta de desconcentração industrial demonstra uma tentativa de minimizar as
desigualdades regionais, bem como a integração e maior aproveitamento dos espaços ociosos
existentes no país, indicando sobremaneira, uma política reordenamento territorial.
As diretrizes do II Plano Nacional de Desenvolvimento (1975-1979) demonstram
que os pesquisadores tinham por proposta minimizar a centralização industrial no Centro-sul
com o objetivo de garantir a reprodução ampliada do capital, fato que pode ser comprovado
através da análise de outras propostas traçados, que traziam políticas de desenvolvimento e
valorização do potencial para industrialização, melhorias nos perfis econômico e social, além
de estabelecer intenções para o crescimento da Amazônia, Nordeste e Centro-Oeste. Para isso
era preciso desconcentrar as indústrias (que a princípio concentravam-se nas regiões
metropolitanas do Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Recife e etc.,), construção e instalação
do Programa de Polos Agropecuários e Agrominerais da Amazônia, desenvolvimento do
Programa de Desenvolvimento de Recursos Florestais, e a instalação do Pólo Petroquímico da
Bahia.
Esses são apenas exemplos que evidenciam a tentativa do governo militar em
implementar uma política territorial que atingisse a totalidade do território nacional, tendo em
vista a necessidade de garantir a segurança nacional, a base do projeto geopolítico.
Todavia, é importante lembrar que o fato do planejamento, teoricamente, ter
alcançado todo o país, não significou dizer que promoveu mudanças sociais, tendo em vista
que o II PND atingiu algumas das metas propostas. Ressalta-se que as obras oriundas desse
plano foram realizadas no contexto da ditadura militar, proporcionando avanços nos setores
industriais e tecnológicos. No entanto o mesmo êxito não foi observado em setores
primordiais da sociedade, como saúde e educação (ALMEIDA, 2004).
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Ao analisar os aspectos supracitados foi possível concluir que as políticas públicas e
o planejamento territorial obedecem a lógica do capital, representado pelas grandes empresas
e, por conseguinte, atendem aos interesses da classe dominante.
O quadro 1 indica as experiências do planejamento no Brasil desde a década de 1940
até o contexto atual, observando o período de execução e os principais objetivos de cada um
deles.
QUADRO 1 - PLANEJAMENTO NO BRASIL: PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
ANO PLANEJAMENTO PRINCIPAIS OBJETIVOS
1942-43 Missão Cooke Elevar o nível da qualidade de vida da população brasileira,
incentivar o crescimento do comércio exterior.
1944-45 Relatório Simonsen O Estado controlando a economia através de extenso projeto de
planificação da economia.
1948
Missão Abbink
Equilibrar a economia através de diretrizes, identificar os
obstáculos que impedem esse desenvolvimento, assim como os
avanços para o mesmo.
1948-50 Plano Salte Estimular o desenvolvimento
da saúde, alimentação, transporte e energia.
1951-53 Comissão Mista Brasil-EUA Reestruturação da infraestrutura econômica brasileira.
1953-55
Grupo Misto BNDE – CEPAL
Identificar os fatores que dificultam o desenvolvimento da
economia brasileira, em especial os setores de transporte,
energia e alimentação. Elaborar propostas de projetos de
intervenções.
1956-61
Plano de Metas
Impulsionar a economia expandido o setor industrial com
investimentos na produção de aço, alumínio, metais não-
ferrosos, cimento, álcalis, papel e celulose, borracha,
construção naval, maquinaria pesada e equipamento elétrico.
1963-65 Plano Trienal Propor conjunto de metas para o desenvolvimento da economia
brasileira no triênio 1963-65.
1964-66 Programa de Ação Economia
do Governo (PAEG)
Controlar a política inflacionária, possibilitando a retomada do
desenvolvimento.
1967 Plano Decenal de
Desenvolvimento Econômico
Compatibilizar a estabilidade e política externa mediante
elaboração de modelo de crescimento econômico através da
balança de pagamentos.
1972-74
I Plano Nacional de
Desenvolvimento (IPND)
Promover a integração do território nacional através de
transportes, corredores de exportação, telecomunicações; ponte
Rio-Niterói, rodovia Transamazônica, hidrelétrica de Três
Marias, barragem de Itaipu; desenvolvimento das regiões;
1975-79
II Plano Nacional de
Desenvolvimento (II PND)
Investimento em indústrias de base; bens de capital; autonomia
em insumos básicos; energia; Elaboração de dois planos
básicos de desenvolvimento científico e tecnológico, assim
como elaboração do primeiro plano nacional de pós-graduação.
1986 Plano Cruzado Controle inflacionário com congelamento de preços, tarifas e
câmbio.
1987 Plano Bresser Controlar a inflação com congelamento de preços, aluguéis e
salários.
1989 Plano Verão Estabilizar a inflação mediante congelamento de tarifas e
salários, bem como realização de reforma monetária.
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1994 Plano Real Controlar a economia e fornecer condições para o
planejamento governamental.
Fonte: Elaboração do autor.
2. BARRAGENS E HIDRELÉTRICAS NO BRASIL
O histórico de construção de Barragens e Hidrelétricas no Brasil é antigo, remonta ao
final do século XVI, com a construção do açude de Apipucos2 que foi destacado em um mapa
de 1577 de origem holandesa, e localizava-se na atual área urbana do Recife-PE (Mello,
2011).
No entanto, a primeira Barragem construída no Brasil não tinha objetivos
energéticos, muito menos fazia parte de um projeto geopolítico. De acordo com as
informações de Mello (2011, p.20), as primeiras construções com finalidades energéticas
surgiram no final do século XIX, nas regiões Sul e Sudeste.
Nas regiões Sul e Sudeste a implantação de barragens foi principalmente
direcionada para produção de energia elétrica. No final do Século XIX
começaram a ser implantadas pequenas usinas para suprimento de cargas
modestas e localizadas, todas com barragens de dimensões discretas.
Nesse contexto o Brasil não possuía uma política de exploração e produção da
energia elétrica oriunda das usinas hidrelétricas. Esse ramo era explorado por empresas
estrangeiras, ou seja, o capital privado dominava e ditava as ordens nesse segmento, ficando o
país exposto aos interesses externos à realidade nacional. Tal domínio estava concentrado
mais especificamente entre dois grupos de nacionalidades distintas, um era o Light, de origem
estadunidense-canadense, responsável por abastecer a Região Sudeste, e o outro a American
Foreign Power Company (AMFORP), de nacionalidade exclusivamente norte-americana que
dominava o mercado em Salvador, Natal, São Paulo, Curitiba, Vitória e Rio de Janeiro
(ARAÚJO E OLIVEIRA 2003).
Observa-se que o país ainda não possuía um projeto desenvolvimentista efetivamente
estabelecido, já que a política energética era um dos pilares para o crescimento, pleiteado
pelos governantes, em especial o pautado na indústria. Foi no primeiro governo Vargas (1930-
1945) que se que se definiu uma política energética, com a criação da primeira legislação que
regulamentaria o uso das águas - desde aquele período até os dias atuais - e a criação do
2 Apipucos é um termo oriundo da língua tupi e significa onde os caminhos se encontram.
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Conselho Nacional de Águas e Energia Elétrica, como pode ser observado na discussão de
Araújo e Oliveira (1995, p.40-41).
O elevado potencial hidroelétrico, próximo à principal região consumidora,
levou o primeiro governo Vargas a promulgar uma legislação (o Código de
Águas) em 1934, e criar um órgão regulador (Conselho Nacional de Águas e
Energia Elétrica) em 1939 para orientar a exploração desses recursos.
É no contexto da ditadura militar que se desenvolveram as maiores obras de
construção de Barragens no Brasil, a exemplo da Usina Binacional de Itaipú (na fronteira com
o Paraguai), Tucuruí e Balbina (ambas na Amazônia brasileira), (Araújo e Oliveira 2003).
Esses empreendimentos se multiplicaram por todo território, demonstrando o esforço
dispendido em busca de uma política energética que proporcionasse mudanças no perfil
econômico e social no país como um todo.
QUADRO 2 - PRINCIPAIS HIDRELÉTRICAS DO BRASIL: LOCALIZAÇÃO, ANO DE INÍCIO E
TÉRMINO DA CONSTRUÇÃO
Fonte: Elaboração DIAS, Gleidson Sena.
*Ano de programação da licitação.
** Não é considerada uma das mais importantes do Brasil, porém foi incluída no quadro por constituir
o objeto de investigação
O quadro 2 expõe as Barragens e Hidrelétricas, a localização e o rio onde se
encontram, assim como o período das construções. É possível observar que as construções
iniciam-se após 1970, e concentram-se nas regiões Norte e Nordeste, mostrando que as
NOME
RIO
ESTADO
INÍCIO/TERMINO
Usina Hidrelétrica de Três Marias Rio São
Francisco
Minas Gerais 1957-1962
Usina Hidrelétrica de Furnas Rio Grande Minas Gerais 1958- 1965
Usina Hidrelétrica de Ilha Solteira Paraná São Paulo 1965-1978
Usina Hidrelétrica de Xingó S. Francisco Alagoas e
Sergipe
1987-1994
Usina Hidrelétrica de Tucuruí Tocantins Pará 1974-1984
Barragem e Hidrelétrica de Pedra do
Cavalo**
Paraguaçu Bahia 1975-1985
Usina Hidrelétrica de Itaipu Paraná Paraná (Brasil e
Paraguai)
1975 -1982
Usina Hidrelétrica de Paulo Afonso IV S. Francisco Bahia 1975-1982
Usina Hidrelétrica de Jirau Madeira Rondônia 2008-2012
Usina Hidrelétrica Santo Antônio Madeira Rondônia 2008-2016
Usina Hidrelétrica Jatobá Tapajós Pará 2011*
Usina Hidrelétrica de Belo Monte Xingú Pará 2011-2016
Usina Hidrelétrica São Luiz do Tapajós Tapajós Pará 2015*
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estratégias de gestão e controle territoriais estavam voltadas para consolidação e expansão da
industrialização no país.
Na trama desenvolvimentista, a construção de hidrelétricas teve um papel
fundamental, já que o país possui muitos parques industrias, com indústrias de grande porte,
que utilizam significativa quantidade de energia. Assim, uma das funções das hidrelétricas era
prover eletricamente as indústrias, como observa-se no texto do II Plano Nacional de
Desenvolvimento (1975-1979), ou seja,
Emprego intensivo de energia de origem hidroelétrica na produção de bens
que exigem alto consumo de energia elétrica, visando à substituição de
importações, mas, principalmente, à exportação, aproveitando a vantagem do
baixo custo e do nosso imenso potencial de energia hidráulica (p.65).
Nota-se que o território está sendo pensado e planejado, visando uma articulação,
integração, e uma suposta complementaridade entre as diferentes regiões, através das ações
implementadas pelo Estado, buscando atender aos interesses do capital.
2.1. A BARRAGEM DE PEDRA DO CAVALO
Observa-se que a forma como o Estado subjuga as populações afetadas pelas
construções de Barragens e Usinas Hidrelétricas, retirando-as do seu território, imprimindo
rupturas de ordens materiais e imateriais muitas vezes irreconstituíveis, porque elementos
representativos da memória, do cotidiano, das relações sociopolíticas e territoriais são
destruídos, implicando na perda de referenciais historicamente constituídos.
A Barragem de Pedra do Cavalo, inaugurada no ano de 1985, localiza-se na Bacia do
Paraguaçu, no espaço onde se localizam os municípios de Cachoeira e Governador
Mangabeira. Origina-se do projeto que definia como proposta principal o controle das cheias
do rio Paraguaçu, as quais acometiam rotineiramente os municípios de Cachoeira e de São
Felix, gerando inúmeros danos econômicos, sociais, e culturais para as populações das
referidas. (PALMA, 2007). Além de contenção das cheias, a construção da Barragem e
Hidrelétrica de Pedra do Cavalo também tinha como finalidade o abastecimento de água para
Salvador e Região Metropolitana, Cachoeira, Feira de Santana e Cruz das Almas, e a geração
de energia elétrica, para uma central, para posterior distribuição.
Na época dos estudos, sondagem e lançamento do projeto houve discussões e
posicionamentos contrários à construção da barragem, tanto pelas comunidades atingidas,
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quanto estudiosos e pesquisadores. Os argumentos contra o empreendimento perpassavam
pelo custo-benefício da obra, pelos danos causados ao meio ambiente e social, à localização
da área em que a barragem seria e foi soerguida, pois o sítio escolhido para a implantação do
barramento situa-se em área de instabilidade geológica, à borda da falha de Maragogipe, que
faz parte da Bacia Sedimentar Recôncavo-Tucano, estendendo-se da Baía de Todos os Santos
à Região de Tucano no norte do Estado da Bahia (PALMA, 2007).
O risco de construir a barragem nas proximidades de uma falha geológica foi tema de
diversos debates no Instituto de Geociências da Universidade Federal da Bahia (UFBA) entre
as décadas de 1970 e 1980, incluindo posições de integrantes do governo do Estado (PALMA,
2007). Os estudos encomendados pelo governo com o intuito de obter informações físicas e
sociais da área, sinalizaram para a impossibilidade de recebimento de uma construção dessa
magnitude naquele sítio, conforme pode ser observado a seguir:
Os estudos realizados indicaram que a rocha é gnaisse cinza, praticamente
inalterado, com uma pequena cobertura de solo principalmente de origem
coluvionar. Não se deve esperar problemas maiores de fundação e
permeabilidade na área de implantação da barragem. Nos limites desta área,
na margem direita, existe uma falha de grande desenvolvimento. Esta zona
deve ser evitada no posicionamento de estruturas de concreto e, de qualquer
forma, há de receber atenção especial durante as sondagens. (Bahia, 1974b,
p. 9 apud PALMA, 2007, p.67).
No entanto, as informações foram desconsideradas por parte do Estado, que estava
decidido em retirar o projeto do papel e efetivá-lo, mostrando assim, força e poder, enquanto
agente modificador do espaço e gerenciador do território.
A Barragem e Hidrelétrica de Pedra do Cavalo figurava como símbolo de
desenvolvimento e materializava o poder do Estado, pois constituíam-se junto com a
Barragem de Sobradinho as maiores da Bahia, além de ser elemento chave e de grande
importância para a implantação e funcionamento do Centro Industrial Subaé (CIS),
(FREITAS, 1998). Após a conclusão das obras em 1985, observa-se uma série de
consequências para as comunidades ribeirinhas, deixando-as em situação de vulnerabilidade
social e ambiental. Sabe-se que vulneráveis são pessoas ou grupos que encontram-se em
exposição à situações que lhes ofereçam riscos e disponham de menor probabilidade de
reconstituir ou recuperar (BARCELLOS E OLIVEIRA, 2008). Partindo dessas afirmações, é
assaz importante debater o processo de construção da Barragem e Hidrelétrica de Pedra do
Cavalo, buscando a explicação do processo de (des)territorialização de comunidades
ribeirinhas na Bahia, especificamente no município de Cachoeira.
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3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Entender a lógica do Estado presente nos diversos momentos do planejamento do
Brasil, é entender como este território encontra-se organizado atualmente. As estratégias de
organização e de reorganização territorial vão muito mais além de meras obras gigantescas (a
exemplo da Ponte Rio-Niterói) e das grandes barragens dispersas no território, demonstrando
a grande hegemonia e poder do Estado.
Assim, observa-se que a construção de barragens e hidrelétricas servem,
principalmente, para preservar os interesses das elites, do capital. Já os grupos contra
hegemônicos, a exemplo das populações atingidas por essas construções, têm seus direitos
subjugados, principalmente com o processo de desligamento territorial, gerando a quebra de
laços identitários historicamente constituídos. Pois essas obras de engenharia afetam
diretamente às comunidades, seja com o alagamento das terras pertencentes às populações
ribeirinhas, ou afetando os meios de produções dessas comunidades.
Neste sentido, nota-se que durante todo o processo de planejamento territorial
brasileiro o Estado tem objetivos explicito que coadunam com os interesses da burguesia,
relegando as necessidades primarias (terra, água, alimentação) dos grupos contra
hegemônicos à segundo plano.
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