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  • 1

    UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJA CENTRO DE CINCIAS SOCIAIS APLICADAS CURSO DE ADMINISTRAO

    Francieli Ferretti

    TRABALHO DE CONCLUSO DE ESTGIO

    PLANEJAMENTO ESTRATGICO: ELABORAO DO PLANO PARA A

    EMPRESA COMBUSTVEIS RICHARTS LTDA.

    Administrao Geral

    ITAJA (SC) 2010/I

  • 2

    FRANCIELI FERRETTI

    TRABALHO DE CONCLUSO DE

    ESTGIO

    PLANEJAMENTO ESTRATGICO: ELABORAO DO PLANO PARA A

    EMPRESA COMBUSTVEIS RICHARTS LTDA.

    Trabalho de Concluso de Estgio desenvolvido para o Estgio Supervisionado do Curso de Administrao do Centro de Cincias Sociais Aplicadas da Universidade do Vale do Itaja.

    ITAJA SC, 2010/I

  • 3

    Agradecimentos,

    Agradeo a Deus, por ter me dado o dom da vida, a minha me pela educao, minha famlia e meus amigos pelo apoio nas horas difceis, ao meu namorado pela compreenso e incentivo para continuar, a todos os professores pelos ensinamentos e ao meu professor orientador Luiz Carlos da Silva Flores pela dedicao e amizade, o meu muito obrigado.

  • 4

    A mente que se abre a uma nova idia, jamais voltar ao seu tamanho original. Albert Einstein

  • 5

    EQUIPE TCNICA

    a) Nome da estagiria

    Francieli Ferretti

    b) rea de estgio

    Administrao Geral

    c) Supervisor de campo

    Giovani Richarts

    d) Orientador de estgio

    Prof. Luiz Carlos da Silva Flores, Dr. Eng. Produo.

    e) Responsvel pelo Estgio Supervisionado em Administrao

    Prof. Eduardo Krieger da Silva, MSc

  • 6

    DADOS DE IDENTIFICAO DA EMPRESA a) Razo Social

    Combustveis Richarts Ltda.

    b) Endereo

    Rua Geral Brao do Ba, 6014, bairro Brao do Ba, Ilhota, SC.

    c) Setor de desenvolvimento do estgio

    Geral

    d) Durao do estgio

    240 horas

    e) Nome e cargo do orientador de campo

    Giovani Richarts

    Gerente

    f) Carimbo e visto da empresa

  • 7

    AUTORIZAO DA EMPRESA

    Ilhota, 6 de junho de 2010.

    A empresa COMBUSTVEIS RICHARTS LTDA, pelo presente instrumento,

    autoriza a Universidade do vale do Itaja UNIVALI, a publicar em sua biblioteca, o

    Trabalho de Concluso de Estgio executado durante o Estgio Supervisionado,

    pela acadmica FRANCIELI FERRETTI.

    Nelson Richarts

  • 8

    LISTA DE QUADROS

    QUADRO 01 - Produtos e servios............................................................................51

    QUADRO 02 - Relao empresa/stakeholders..........................................................54

    QUADRO 03 Misso...............................................................................................64

    QUADRO 04 Viso...................................................................................................65

    QUADRO 05 Valores e princpios..........................................................................65

    QUADRO 06 Fatores crticos de sucesso...............................................................65

    QUADRO 07 Ambiente interno................................................................................66

    QUADRO 08 Ambiente externo...............................................................................67

    QUADRO 09 Plano de ao- Capacitar os funcionrios.........................................68

    QUADRO 10 Plano de ao- Desenvolvimento profissional e pessoal..................69

    QUADRO 11 Plano de Ao- Demanda de novos servios....................................70

    QUADRO 12 Plano de ao- Maior satisfao dos clientes com o servio

    lavao.......................................................................................................................71

    QUADRO 13 Plano de ao- Manuteno do contrato com a bandeira.................72

    QUADRO 14 Plano de ao- Limpeza do acesso e instalaes das placas... ......73

    QUADRO 15 Plano de ao- Manuteno da coleta seletiva.................................74

    QUADRO 16 Implantar o sistema TRR...................................................................75

    QUADRO 17 - Plano de ao- Norma de revenda de combustveis..........................76

    QUADRO 18 - Plano de ao- Aumentar o espao fsico da convenincia...............77

    QUADRO 19 - Plano de ao- Promoes para vendas a vista................................78

    QUADRO 20 - Plano de ao- Aumentar o controle financeiro.................................79

  • 9

    LISTA DE GRFICOS

    GRFICO 1 Gneros.............................................................................................56

    GRFICO 2 Residncia.........................................................................................56

    GRFICO 3 Forma de pagamento........................................................................57

    GRFICO 4 Propriedade de veculos....................................................................58

    GRFICO 5 Freqncia mensal de abastecimento...............................................58

    GRFICO 6.1 e 6.2 Grfico de abastecimento......................................................59

    GRFICO 7.1 Convenincia/ Caixa.......................................................................60

    GRFICO 7.2 Convenincia/ Caixa.......................................................................61

    GRFICO 8.1 Troca de leo..................................................................................61

    GRFICO 8.2 Troca de leo..................................................................................62

    GRFICO 9.1 Lavao de veculos.......................................................................62

    GRFICO 9.2 Lavao de veculos.......................................................................63

    GRFICO 10 Acesso/ circulao, instalaes e normas ambientais....................63

  • 10

    LISTA DE FIGURAS FIGURA 01 Processo de Planejamento Estratgico..............................................22

    FIGURA 02 Tipos de Planejamento Estratgico....................................................28

    FIGURA 03 Processo de Planejamento Estratgico (OLIVEIRA)..........................38

    FIGURA 04 Processo de Planejamento Estratgico (ALMEIDA)...........................39

    FIGURA 05 As perspectivas de valor.....................................................................48

    FIGURA 06 Cargos e funes................................................................................52

  • 11

    SUMRIO

    1 INTRODUO.....................................................................................15

    1.1 Problema de Pesquisa / Justificativa ........................................................... 16

    1.2 Objetivos do trabalho .................................................................................... 17

    1.3 Aspectos metodolgicos .............................................................................. 18

    1.3.1 Caracterizao do trabalho de estgio ...................................................... 18

    1.3.2. Contexto e participantes da pesquisa ....................................................... 19

    1.3.3 Procedimentos e instrumentos de coleta de dados ................................... 21

    1.3.4 Tratamento e anlise dos dados ................................................................ 22

    2 REVISO BIBLIOGRFICA .............................................................. 24

    2.1 Administrao ................................................................................................ 24

    2.1.1 Empresa Familiar .......................................................................................................... 26

    2.2 Planejamento .................................................................................................. 27

    2.2.1 Deciso ...................................................................................................... 29

    2.2.2 Stakeholders .............................................................................................. 29

    2.3 Processo de formao de estratgia ............................................................ 30

    2.3.1 Conceito de estratgia ............................................................................... 31

    2.3.2 Tipo de formao de estratgia ................................................................. 33

    2.3.3 Tipologia de estratgia ............................................................................... 34

    2.4 Planejamento estratgico .............................................................................. 36

    2.5 Escopo da organizao ................................................................................. 39

    2.6 Diagnstico estratgico ................................................................................ 41

    2.6.1 Ambiente externo ...................................................................................... 41

    2.6.2 Ambiente Interno........................................................................................ 43

    2.7 Elementos Prescritivos/ Quantitativos ......................................................... 44

    2.8 Controle/ Avaliao ........................................................................................ 45

    2.9 Indicadores de Gesto ................................................................................... 46

    3 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA DE CAMPO .......................... 49

    3.1 Caracterizao da empresa ........................................................................... 49

    3.1.2 Caractersticas dos produtos e servios comercializados .......................... 51

    3.1.3 Organograma ............................................................................................. 52

    3.1.4 Relacionamento com a Bandeira ............................................................... 53

  • 12

    3.2 Caractersticas estratgicas e stakeholders................................................ 54

    3.3 Descrio do Plano Estratgico ................................................................... 64

    3.4 Plano de ao ................................................................................................. 67

    4 CONSIDERAES FINAIS ............................................................... 81

    5 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS .................................................. 83

    ANEXOS ............................................................................................... 86

  • 13

    LISTA DE SIGLAS

    Ale Alesat Combustveis S/A ANP Agncia Nacional do Petrleo, Gs Natural e Biocombustveis. CDL- Associao Comercial e Industrial FATMA- Fundao do Meio Ambiente GLP- Gs Liquefeito de Petrleo GNV- Gs Natural Veicular IBAMA- Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis Inmetro Instituto Nacional de Metrologia, Normalizao e Qualidade Industrial. LAO- Licena Ambiental de Operao SINPEB- Sindicato da Classe SPC- Sindicato de Proteo ao Crdito TRR- Transporte Revendedor Retalhista

  • 14

    RESUMO

    O planejamento estratgico uma ferramenta que vem sendo muito utilizada nas organizaes na busca por um diferencial competitivo, pois permite realizar um diagnstico da empresa para identificar fatores internos e externos, os quais podem interferir direta ou indiretamente na gesto e nos resultados. Este trabalho teve como objetivo elaborar um planejamento estratgico para a empresa Combustveis Richarts Ltda. e como problema de pesquisa identificar os fatores internos e externos que mais influenciam no planejamento estratgico da empresa? Como procedimentos metodolgicos adotou-se o mtodo qualitativo e proposio de planos. O referencial terico incluiu temas da administrao, estratgia empresarial e planejamento. Aps realizar o diagnstico da empresa, identificou-se os pontos fortes e fracos, oportunidades e ameaas, elaborou-se os planos de ao para cada um dos fatores. O trabalho se caracterizou como proposio de planos e delineamento qualitativo, com aporte quantitativo. Foi utilizado o questionrio com os clientes e entrevista guiada com o scioadministrador e o gerente geral. Por meio dos resultados foi possvel atingir os objetivos propostos e desenvolver os planos de ao dentro das perspectivas do Balanced Scorecard. PALAVRASCHAVES: Planejamento Estratgico, Diagnstico Estratgico e Estratgia.

  • 15

    1 INTRODUO

    As empresas sofrem constantes mudanas, procurando adaptar-se a um

    mercado cada vez mais competitivo e consumidores exigentes, onde inovaes e

    diversificaes influenciam diretamente no crescimento e desenvolvimento das

    empresas de uma forma geral.

    Na rea de comercializao de derivados de petrleo e combustveis

    automotivos, muitas mudanas tambm esto ocorrendo, a entrada dos

    biocombustveis no mercado, as preocupaes com a responsabilidade ambiental, a

    alta do barril do petrleo no mercado internacional e a concorrncia acirrada entre os

    postos. Outro item que tem agregado valor e est se destacando no ramo de postos

    de combustveis so as lojas de convenincias. Segundo o site RESAN

    (www.resan.com.br), no ano de 2006 o setor de lojas de convenincias teve um

    aumento de 39% no Brasil, mas ainda apenas 14% dos postos possuem uma loja de

    convenincias frente a 84% nos Estados Unidos, o que nos leva a crer em um

    crescimento deste setor tambm em nosso pas.

    Para no perder sua participao no mercado as empresas esto sendo

    obrigadas a rever suas estratgia e objetivos. Diante disso, a rea a ser abordada

    nesse estudo foi a administrao geral e utilizao de seus recursos. A

    administrao de suma importncia para a sobrevivncia das organizaes, pois

    ela considerada uma cincia que visa fornecer elementos na busca eficaz dos

    resultados de uma empresa. Administrar planejar, organizar, dirigir e controlar as

    atividades para a obteno dos objetivos favorecendo-se de maneira mais adequada

    as situaes.

    O planejamento estratgico uma atividade que consiste no diagnstico dos

    pontos fortes e fracos das empresas, ameaas e oportunidades. Segundo Oliveira

    (2007, p.4), planejamento estratgico tambm pressupe a necessidade de um

    processo decisrio que ocorrer antes, durante e depois de sua elaborao e

    implementao na empresa.

    A participao e a contribuio dos nveis mais operacionais da empresa,

    junto com os nveis superiores, aproxima os objetivos pretendidos pelos vrios nveis

    organizacionais. De maneira concisa o planejamento estratgico est relacionado

  • 16

    com os objetivos a longo prazo juntamente com as aes para ating-los, resultando

    num envolvimento da organizao como um todo.

    O planejamento estratgico tem a finalidade de formar objetivos, estratgia e

    aes para estabelecer o propsito de direo que a empresa dever seguir para

    aumentar sua competitividade empresarial.

    O planejamento estratgico foi desenvolvido na empresa Combustveis

    Richarts Ltda., que atua no ramo do comrcio de petrleo e combustveis, situado no

    Bairro do Brao do Ba, na cidade de Ilhota.

    1.1 Problema de Pesquisa / Justificativa

    Visando aprimorar a tomada de deciso da empresa para alcanar seus

    objetivos, pretendeu-se responder a seguinte pergunta: Quais os fatores internos e

    externos que mais influenciam no planejamento estratgico da empresa

    Combustveis Richarts Ltda.?

    Para responder esta pergunta o estudo teve enfoque no planejamento

    estratgico, formou objetivos, estratgias, aes e propsitos de direo para a

    empresa Combustveis Richarts Ltda..

    Por estar inserida em um ramo de atividade que, se no tomado os devidos

    cuidados pode prejudicar o meio ambiente, a empresa passa por vistorias de rgos

    reguladores como a ANP (Agncia Nacional do Petrleo), INMETRO (Instituto

    Nacional de Metrologia, Normalizao e Qualidade Industrial), IBAMA (Instituto

    Brasileiro do Meio Ambiente) e FATMA (Fundao do Meio Ambiente). No seu

    mercado de atuao a compra restrita a poucos fornecedores por razes

    contratuais, sendo assim, a identificao dos fatores internos e externos que mais

    influenciam no planejamento estratgico, foi de suma importncia para o

    administrador na sua tomada de deciso.

    Este trabalho de estgio mostrou-se original na organizao em que foi

    aplicado, pois a mesma foi exposta apenas a uma pesquisa acadmico-cientfica, e

    esta foi na rea de administrao financeira.

  • 17

    A viabilidade do trabalho, conforme Roesch (2005, p.101) depende do

    tamanho da organizao em que o mesmo ser abordado. Mesmo no tendo

    nenhum vnculo com a empresa, o trabalho foi definido como vivel pela

    pesquisadora, em razo de ter total acesso aos dados de interesse e o tempo

    disponvel para a elaborao do trabalho foi adequado ao programa pr-

    estabelecido.

    Quanto ao custo de implantao, Roesch (2005, p.101) descreve que um

    item determinante na viabilidade de realizao do projeto. A acadmica no teve

    custo de transporte, pois a empresa est situada prxima a sua casa, ou outros

    custos adicionais, sendo assim o oramento previsto se adequou as condies

    disponveis.

    Como a empresa estudada no tem nenhum planejamento estratgico, este

    estudo foi importante para a organizao, pois trouxe benefcios administrao da

    mesma, e ainda auxiliou no processo de tomada de decises mais coerentes. Para a

    acadmica a relevncia deste estudo proporcionou a oportunidade de aplicar na

    prtica, conceitos e mtodos apreendidos na teoria. Para a universidade socializar o

    conhecimento pelo ensino, formando cidads crticos e ticos.

    1.2 Objetivos do trabalho

    Richardson (1999) define objetivo geral o que o pesquisador deseja alcanar

    com a realizao da pesquisa. De acordo com Roesch (2005, p.96) o objetivo geral

    define o propsito do trabalho. Num projeto, no suficiente definir apenas objetivos

    gerais, visto que estes so amplos e dificilmente podem ser avaliados. Para o

    objetivo geral so elaborados objetivos especficos que tem como utilidade segundo

    Richardson (1999, p.63) definir etapas que devem ser cumpridas para alcanar o

    objetivo geral.

    O presente trabalho de estgio teve como objetivo geral elaborar o

    planejamento estratgico para a empresa Combustveis Richarts Ltda.

    Considerando o objetivo geral mencionado acima, definem-se os seguintes

    objetivos especficos:

  • 18

    Caracterizar a empresa.

    Identificar os principais stakeholders.

    Aplicar diagnstico estratgico: pontos fortes e fracos, ameaas e

    oportunidades.

    Rever misso e viso da empresa.

    Definir valores da empresa.

    Elaborar plano de ao.

    1.3 Aspectos metodolgicos

    Para Roesch (2005, p.82) definir a metodologia significa realizar uma

    escolha de como se pretende investigar a realidade, nesta seo apresenta-se os

    procedimentos utilizados no desenvolvimento desse trabalho.

    1.3.1 Caracterizao do trabalho de estgio

    Atendendo o objetivo geral, este trabalho caracteriza-se como tipologia de

    proposio de planos e delineamento qualitativo. Segundo Roesch (2005, p.67), a

    proposio de planos visa apresentar solues para problemas j diagnosticados,

    Podendo ou no incluir a implementao do plano. Para isso, foi necessrio realizar

    um diagnstico empresarial, explorar o ambiente organizacional e de mercado,

    levantar e definir problemas, buscando o mximo de informaes possveis por

    mediao do pesquisador, com a finalidade de solucionar os problemas

    apresentados na organizao e propor um plano de ao. Est tipologia permite

    diagnosticar ou definir problemas e elaborar um planejamento estratgico para a

    empresa em estudo.

    Para o desenvolvimento desse estudo, utilizou-se o mtodo de pesquisa

    predominantemente qualitativa, com aporte quantitativo para dar maior

  • 19

    confiabilidade nos resultados. Como explicita Richardson (1999) a pesquisa

    qualitativa descreve os problemas, analisa as variveis, compreende e classifica os

    aspectos culturais de um grupo, e o aporte quantitativo ao mtodo qualitativo pode

    focar mais o trabalho e torn-lo mais objetivo, uma vez que os mtodos quantitativos

    atravs de suas tcnicas estatsticas contribuem para a verificao das informaes

    permitindo uma reinterpretao das observaes qualitativas.

    O mtodo quantitativo se caracteriza tanto nas diferentes modalidades de

    coletas de informao quanto no tratamento delas, atravs de tcnicas estatsticas,

    como percentual, mdia e desvio padro (RICHARDSON, 1999). O uso do mtodo

    quantitativo se faz necessrio, pois atravs do mesmo pode-se avaliar os resultados

    que foram coletados atravs de questionrios, junto a uma populao que est

    envolvida com a organizao, para isso o mtodo dispe de ferramentas que

    auxiliam a essa tabulao e apresentao dos resultados.

    A natureza da pesquisa utilizada neste estudo foi a exploratrio-descritiva,

    que visa proporcionar a formao de idias, quantificar e analisar os dados

    estatisticamente. Quanto estratgia de pesquisa, classifica-se como estudo de

    caso, que segundo Yin (2001, p.33) um mtodo que abrange tudo - com a lgica

    de planejamento incorporando abordagens especficas coleta de dados e a anlise

    de dados, caracterizando a forma de realizao do trabalho. Tambm foram

    utilizadas pesquisas bibliogrficas sobre o tema.

    1.3.2. Contexto e participantes da pesquisa

    Este trabalho desenvolvido na empresa Combustveis Richarts Ltda., teve

    com objetivo elaborar um planejamento estratgico, aplicar o diagnstico

    estratgico, rever misso e viso e elaborar um plano de ao. E para atingir os

    objetivos propostos foram utilizados relatrios gerenciais emitidos pelo sistema de

    automao comercial da empresa em estudo, tais como, relatrio de vendas,

    relatrio de compras e posio do estoque.

    No contexto da pesquisa foram abordados informante-chave o scio

    administrador da empresa, o gerente geral, funcionrios, e os stakeholders externos

  • 20

    envolvidos que segundo Stoner e Freeman (1995, p75) so indivduos ou grupo que

    so diretamente ou indiretamente afetados pela perseguio aos seus objetivos por

    parte de uma organizao sendo eles: clientes e concorrentes.

    Richardson (1999, p.157) caracteriza populao sendo um conjunto de

    elementos que possuem determinadas caractersticas [...] e em termos estatsticos o

    conjunto de indivduos que trabalham em um mesmo lugar. Considerando uma

    populao de 400 clientes cadastrados, aceitando um erro amostral de 8% utilizando

    a metodologia proposta por Barbetta (1999), a amostra foi composta por 113

    clientes.

    Para Roesch (2005, p.139), o propsito da amostragem construir um

    subconjunto da populao que representativo nas principais reas de interesse da

    pesquisa.

    Sendo: N tamanho da populao; n tamanho da amostra; no uma primeira

    aproximao para o tamanho da amostra; e Eo erro amostral tolervel.

    no = 1 / Eo no = 1 / 0,08 N = 156,25 n = N x no / (n + no) n=400 x 156,25 /400 + 156,25= 113 questionrios

    Os concorrentes da empresa em estudo foram, o Auto Posto Gaspar

    (bandeira branca), situado na BR 470, prximo cidade de Gaspar; Posto Pioneiro

    no trevo de acesso a Gaspar; e Posto Martendal (bandeira Ipiranga), situado na

    cidade de Lus Alves, que trabalha com o sistema TRR (transportador revendedor

    retalhista).

  • 21

    1.3.3 Procedimentos e instrumentos de coleta de dados

    A pesquisa foi efetuada com dados de fontes primrias e secundrias. Para

    Richardson (1999, p.253) dados primrios so dados coletados pelo prprio

    pesquisador, enquanto que, os secundrios so informaes j existentes que

    serviro de apoio para a pesquisa.

    A coleta de dados primrios foi efetuada por meio da tcnica de

    questionrio. As informaes obtidas por meio do questionrio permitem observar,

    descrever as caractersticas de um grupo social e medir determinadas variveis

    (RICHARDSON 1999). O questionrio foi aplicado com clientes, abordando

    questes em relao anlise ambiental, anlise da competitividade, anlise

    funcional, e satisfao. E com os concorrentes foi realizado pesquisa por

    observao.

    Com os informantes-chaves o scio-administrador, gerente geral e

    funcionrios a coleta de dados foi por meio da entrevista guiada, em que a

    pesquisadora utiliza um guia com os temas a serem explorados, e as perguntas so

    feitas durante o processo (RICHARDSON 1999), permitindo assim a entrevistadora

    aprofundar os temas de maior interesse.

    J os dados de fontes secundrias foram obtidos por meio de relatrios

    gerados pelo sistema de automao comercial da empresa, neste caso, o sistema

    utilizado o Autosystem (Sistema Automao para postos de Combustveis), alm

    da anlise de documentos, que consiste na explorao das fontes documentais,

    podendo ser de primeira mo, ou seja, que no receberam qualquer tratamento

    analtico, e os documentos de segunda mo, que de alguma forma j foram

    analisados (GIL 1999). Os documentos foram fornecidos pela empresa, para agregar

    valor pesquisa.

  • 22

    1.3.4 Tratamento e anlise dos dados

    A anlise de dados foi de forma descritiva. Conforme explica Soriano (2004),

    a anlise descritiva constituda por duas etapas, na primeira so analisados

    individualmente os dados obtidos atravs da pergunta ou do item estudado,

    avaliando tendncias, magnitude e a situao propriamente dita, e posteriormente a

    segunda etapa, que consiste de combinar as diversas respostas colhidas, mas que

    tratam do mesmo fator.

    A anlise descritiva foi realizada com base nos dados coletados atravs dos

    questionrios com escala Likert, entrevistas, e relatrios emitidos pelo sistema

    Autosystem e contratos.

    Aps a obteno dos dados, eles foram compilados, analisados

    estatisticamente e os resultados foram apresentados em grficos no modelo de

    coluna, com textos explicativos. Para a realizao desse trabalho, segue o

    fluxograma abaixo, modelo referencial do Oliveira.

    Figura 1: Processo de Planejamento Estratgico Fonte: Oliveira (2007, p.56).

  • 23

    Para a elaborao e implantao do planejamento estratgico algumas

    etapas foram seguidas, conforme pode se observar na figura 1. As etapas dividem-

    se em: diagnstico estratgico da empresa; descrio dos objetivos; estratgias e o

    plano de ao.

  • 24

    2 REVISO BIBLIOGRFICA

    A reviso bibliogrfica tem como objetivo fundamentar teoricamente este

    estudo, dando embasamento terico pesquisa relacionada elaborao de um

    planejamento estratgico. Como afirma Vergara (2003), o referencial terico o

    captulo do projeto de estgio ou trabalho de concluso de estgio que tem como

    finalidade delinear os estudos sobre o tema, ou especificamente seus problemas,

    uma vez j realizados por outros autores, com base em uma reviso da literatura

    existente que as tomam como referncia.

    2.1 Administrao

    Administrao tem como finalidade trabalhar os recursos humanos,

    financeiros e materiais para atingir os objetivos organizacionais estabelecidos

    (MEGGINSON, 1998). O conceito de administrao proposto por Montana (2003,

    p.2), define administrao como o ato de trabalhar com e por intermdio de outras

    pessoas para realizar os objetivos da organizao, bem como de seus membros,

    logo se entende que, a realizao dos objetivos pessoais dos participantes deve ser

    integrada com a realizao dos objetivos da organizao. Com o mesmo propsito

    Chiavenato (2004, p.5) afirma que administrao o processo de alcanar objetivos

    organizacionais pelo trabalho com e atravs de pessoas e demais recursos

    organizacionais. Pode-se verificar que pessoa um termo comum nessas

    conceituaes de Administrao.

    As funes da administrao segundo Stoner; Freeman (1995, p.4) pode ser

    definida como administrao o processo de planejar, organizar, liderar e controlar

    o trabalho dos membros da organizao, e de usar todos os recursos disponveis

    para alcanar objetivos estabelecidos.

    Chiavenato (2004, p.14), ainda complementa que os recursos

    organizacionais [...] incluem no somente as categorias econmicas como natureza,

  • 25

    capital e trabalho, como tambm informao e tecnologia. O elemento inteligente e

    dinmico que manipula, opera e agiliza esses recursos so as pessoas.

    As quatro funes da administrao, planejamento, organizao, direo e

    controle, so definidas segundo Chiavenato (2004, p.14):

    planejamento: a primeira das quatro funes, o planejamento que

    orienta o aplicar os recursos necessrios para alcanar os objetivos visados, com

    base em algum mtodo, plano ou lgica;

    organizao: a organizao visa estabelecer ordens, distribuir tarefas,

    agrupar equipes ou departamentos, sempre visando alcanar os objetivos comuns;

    direo: coloca em prtica aquilo que foi planejado e organizado,

    envolvendo comunicao, orientao, motivao, e como alguns autores tratam,

    liderana;

    controle: representa o acompanhamento e monitoramento das

    atividades que foram planejadas, organizadas e dirigidas, permitindo assim tomar

    aes corretivas para assegurar os objetivos.

    Na concepo de Daft (2005), existem duas idias importantes: as quatro

    funes (planejar, organizar, liderar e controlar) e o alcance das metas

    organizacionais de maneira eficaz e eficiente. Este autor (2005, p.8) define eficcia

    como o grau em que a organizao alcana uma meta declarada e eficincia como

    o uso de recursos mnimos para produzir um volume desejado de produo. O

    sucesso administrativo consiste em obter simultaneamente eficincia (fazer bem e

    corretamente) e eficcia (relaciona-se com os fins e propsitos) na utilizao dos

    recursos. Pode-se concluir que o planejamento est para a eficincia e a direo

    para a eficcia.

    Para Maximiano (2000, p.28), o bom desempenho dos gerentes depende de

    suas competncias gerenciais que incluem diversas habilidades gerenciais,

    segundo Daft (2005) a funo de um gerente complexa e possui muitas dimenses

    que requer habilidades necessrias para administrar um departamento ou uma

    organizao. E Chiavenato (2004, p.19), ainda complementa que [...] uma

    habilidade a capacidade de transformar conhecimento em ao que resulta em um

    desempenho desejado.

    Para atingir a eficcia no processo administrativo Chiavenato (2004, p.19)

    define trs tipos de habilidades, as tcnicas, humanas e conceituais.

  • 26

    As habilidades tcnicas esto relacionadas com o que fazer, conhecimento e

    facilidade para trabalhar com processos materiais ou objetos fsicos e concretos;

    J a habilidade humana tem a capacidade de trabalhar com outras pessoas,

    e atravs das pessoas, envolve comunicao, motivao, coordenao e liderana;

    E a habilidade conceitual visa organizao como um todo, est relacionado

    com o pensar, o raciocinar, permite perceber oportunidades e planejar o futuro da

    organizao.

    As habilidades administrativas so importantes para qualquer pessoa ou

    empresa, sendo elas, macro empresa, microempresas ou empresas familiar, que

    tome decises sobre a utilizao dos recursos para alcanar os objetivos almejados.

    As habilidades podem ser adquiridas ou aprimoradas por meio de experincia e

    estudo. No prximo item ser abordado o assunto empresa familiar que caracteriza

    a empresa em estudo.

    2.1.1 Empresa Familiar

    De acordo com Lodi (1987, p.6), empresa familiar pode ser conceituada,

    como uma empresa onde os valores institucionais esto ligados com um sobrenome

    de famlia ou com a figura do fundador, e ainda a sucesso da diretoria est ligada

    ao fator hereditrio. E Bernhoeft (1989, p. 35) ainda complementa que, a empresa

    familiar aquela que tem sua origem e histria vinculada a uma famlia; ou ainda,

    aquela que mantm membros da famlia administrando os negcios. E ainda

    Bernhoft (1989, p.34) cerca de 65% das empresas familiares em todo o mundo

    desaparecem por conflitos familiares ou societrio no resolvidos.

    Nas empresas familiares, s decises na grande maioria so tomadas

    atravs da emoo, o que tambm pode ocorrer em empresas no-familiares.

    Moreira Jr (2007) esclarece bem como esta deciso por emoes pode prejudicar a

    empresa. No caso da empresa familiar que envolve a famlia do gestor, o filho do

    proprietrio, sem capacidade gerencial alguma, sem formao, e com pouca

    experincia, est gerenciando a empresa de maneira errada, mas seu pai o mantm

    na empresa, pagando um bom salrio, pois ele no quer criar conflito em sua

  • 27

    famlia, e nem quer que seu filho perca o status. Em uma empresa no-familiar, este

    gerente receberia uma chance de se adequar s necessidades da empresa, e se

    no desse certo seria despedido.

    Outro fator que vem a avaliar a capacidade administrativa da empresa

    familiar, e determinante para seu sucesso, a sucesso. Sendo assim, existe a

    necessidade de preparar a pessoa certa para a sucesso, muitas vezes o fundador

    (pai) quer que seu filho continue a empresa por ter as mesmas caractersticas,

    porm, as caractersticas do fundador foram essenciais para a fundao da empresa

    e seu desenvolvimento, mas agora com uma empresa estruturada, surge a

    necessidade de um administrador mais estrategista e conciliador, ao contrrio do

    perfil enrgico do fundador (MOREIRA JR, 2007).

    2.2 Planejamento

    O planejamento considera os objetivos bsicos que a empresa deve

    respeitar, para que todos os processos obtenham sucesso. Nesse contexto de

    suma importncia o engajamento de todas as partes da organizao, a fim de que

    todos os indivduos estejam preparados, e dispostos a batalhar por objetivos

    definidos pela empresa.

    Planejamento significa a formulao sistemtica de objetivos e aes

    alternativas, que ao final, a escolha se dar sobre a melhor ao. Tambm diz a

    respeito implicao futuras de decises presentes, na qual um processo de

    decises interelacionadas que visam alcanar objetivo previamente estabelecido

    (OLIVEIRA 2007).

    Para Chiavenato (2004, p.216), o planejamento constitui a primeira e mais

    importante funo administrativa, pois preciso planejar antes de realizar as outras

    funes como organizar, dirigir, controlar e coordenar. Neste sentido Certo (2003,

    p.103), diz que o planejamento uma atividade necessria para qualquer

    organizao e o conceitua como sendo o processo de determinar como a

    organizao pode chegar, onde deseja e o que far para executar seus objetivos.

    Desta forma, os dois autores concordam que o planejamento de suma

  • 28

    importncia para que a empresa execute as funes administrativas, assim podendo

    organizar, dirigir, controlar e coordenar com a finalidade de alcanar os objetivos

    desejados pela organizao.

    Para Ackoff apud Oliveira (2007, p.14), o planejamento um processo

    contnuo que envolve um conjunto complexo de decises inter-relacionadas que

    podem ser separadas de formas diferentes. Neste sentido, o planejamento pode ser

    classificado em trs tipos:

    Figura 2: Tipos de planejamentos. Fonte: Oliveira (2007)

    O planejamento estratgico de responsabilidade dos nveis mais altos da

    empresa, atuando de forma inovadora e diferenciada, levando em conta as

    condies internas e externas da empresa para a formulao de objetivos, e para

    estabelecer a melhor direo a ser seguida. J o planejamento ttico desenvolvido

    pelos nveis intermedirios e tem por objetivo utilizar de forma eficiente os recursos

    disponveis da empresa para alcanar os objetivos previamente estabelecidos pelo

    processo decisrio da empresa. E o planejamento operacional, elaborado por nveis

    organizacionais inferiores, pode ser considerado como a formalizao, o uso dos

    recursos necessrios para o desenvolvimento e implantao dos procedimentos

    para alcanar os objetivos finais esperados (OLIVEIRA 2007).

    A participao e a contribuio dos nveis mais operacionais da empresa,

    junto com os nveis superiores, aproxima a organizao dos objetivos pretendidos.

  • 29

    2.2.1 Deciso

    No s os administradores, mas todas as pessoas esto tomando decises

    a todo momento, e problemas diferentes requerem tipos diferentes de tomada de

    deciso. Segundo Chiavenato (2004, p.277), deciso a escolha ou opo entre as

    vrias alternativas de cursos de ao. As decises podem ser programadas, ou

    no- programadas, dependendo do seu grau de importancia.

    Para Stoner e Freeman (1995), as decises programadas so [...] solues

    para problemas rotineiros, determinados por regras, procedimentos ou hbitos[...].

    Esses problemas rotineiros podem receber respostas padronizadas, pois as

    decises programadas limitam a liberdade das pessoas decidirem o que fazer,

    envolvendo sempre solues oferecidas pela experincia adquirida. E ainda o

    mesmo autor define que decises no-programadas so [...] solues especficas

    criadas atravs de um processo no-estruturado para resolver problemas no-

    rotineiros [...], e problemas no-rotineiros exigem decises mais complexas, e

    solues mais criativas e inovadoras. As decises no-programadas correspondem

    aos nveis mais altos de hierarquia nas organizaes, e as decises programadas

    aos nveis operacionais.

    2.2.2 Stakeholders

    As pessoas e organizaes que influenciam diretamente outras

    organizaes, ou sofrem a sua influncia direta, ou possuem algum interesse em

    seu funcionamento, so chamados de stakeholders. Segundo Hitt, Ireland,

    Hoskisson (2003, p.28) [...] stakeholders so os indivduos e grupos capazes de

    afetar e de serem afetados pelos resultados estratgicos alcanados [...]. A

    empresa deve voltar sua ateno a esse grupo que formado por funcionrios,

    fornecedores, comunidade, governo, grupos de proteo ambiental, entre outros, em

    funo da sua capacidade de influncia na competitividade e rentabilidade da

  • 30

    empresa, que segundo Sousa e Almeida (2006, p.20) [...] podem ser interpretadas

    como as foras que nem sempre produzem resultados apenas positivos [...].

    Para Stoner e Freeman (1995), os stakeholders pertencem as duas

    categorias: 1) Internos: incluem empregados, acionistas, proprietrios e board ; 2)

    Externos: sindicatos, fornecedores, competidores, consumidores, grupos com

    interesses especiais e rgos governamentais. A funo que os stakeholders

    representam pode mudar medida que os ambientes organizacionais se

    desenvolvem (STONER; FREEMAN, 1995, p.47).

    Os stakeholders possuem grande potencial de influncia no ambiente e na

    estrutura das organizaes, por essa razo, o maior desafio das empresas

    conviver com os diferentes objetivos dos diversos grupos de stakeholders (SOUSA;

    ALMEIDA, 2006), e Hitt, Ireland e Hoskisson (2003, p.29), ainda complementam que

    [...] os diferentes objetivos dos stakeholders s vezes colocam os gerentes em

    situaes tais que se torna imprescindvel fazer algumas permutas.

    Freeman e Reed (1983 apud SABINO; PROCOPIAK FILHO; HOFFMANN;

    EMIL HOFFMAN, 2005) apresentam um conjunto de aes para mostrar como os

    stakeholders podem influenciar a formulao de estratgia de uma organizao. Os

    autores propem uma generalizao da abordagem de marketing, e que as

    organizaes estabeleam processos de negociao com seus stakeholders.

    Os stakeholders envolvidos na organizao em estudo sero identificados e

    priorizados de acordo com os critrios da organizao e seu grau de importncia.

    2.3 Processo de formao de estratgia

    Neste item foi abordado o processo de formao de estratgias, sendo ele

    um dos aspectos mais importantes para a elaborao do planejamento estratgico.

    A formulao da estratgia empresarial complexa, pois depende de inmeros

    fatores e condies que se alternam e se modificam constantemente (OLIVEIRA

    2007).

  • 31

    A finalidade de estratgia estabelecer quais sero os caminhos, os

    programas de ao que devem ser seguidos para serem alcanados os objetivos e

    metas estabelecidas.

    2.3.1 Conceito de estratgia

    De acordo com Oliveira (2007, p.181), estratgia representa um caminho,

    ou maneira, ou ao estabelecida e adequada para alcanar os desafios e objetivos

    da empresa, ou seja, so as perspectivas compartilhadas entre os menbros de uma

    organizao atravs de suas intenes e de suas aes, para facilitar o xito da

    organizao.

    Para Mintzberg (1978 apud MARIOTTO 2003, p.79) [...] estratgia uma

    linha de ao coerente que conduz a resultados importantes e desejveis pela

    organizao [...] sendo essa linha planejada com antecedncia ou no. E para

    Fernandes e Berton (2005, p.15) a estratgia [...] consiste em identificar uma

    posio em um mercado competitivo, em que haja como se defender da competio

    atual e futura [...].

    Estratgia pode ser entendida como um processo que possibilita o alcance

    da situao desejada futuramente pelas organizaes. Um dos principais

    instrumentos utilizados para tal, pode-se dizer que o planejamento estratgico,

    cujo desenvolvimento inclui trs diferentes formas de estratgias: coorporativa;

    unidade de negcio e estratgias funcionais.

    Fernandes e Berton (2005) descrevem os diferentes princpios estratgicos

    de acordo com o alcance da estratgia:

    Estratgia corporativa: Referem-se anlise da atividade do setor

    onde a empresa atua, ou pretende atuar, e os recursos financeiros em cada negcio.

    Essa estratgia atuante em toda a organizao, sendo utilizada como um guarda

    chuva dos negcios.

    Estratgia de princpio de unidade de negcios: Refere-se aos meios

    pelos qual a empresa busca vantagem competitiva em cada um de seus negcios

  • 32

    mais importantes, tendo como preocupao responder as novas necessidades do

    consumidor e as mudanas que ocorrem no mercado e no ambiente como um todo.

    Estratgia funcional: Referem-se s decises desenvolvidas pelas

    diversas reas funcionais da empresa, tais como produo, marketing, finanas, e

    gesto de pessoas. Cada rea funcional, de maneira integrada com as estratgias

    corporativas e de negcios, encarrega-se de desenvolver as aes para atingir as

    metas, colaborando assim para o alcance dos objetivos estratgicos da

    organizao.

    A estratgia pode ser a melhor arma que uma empresa pode dispor, para

    otimizar o uso de seus recursos, se tornar competitiva, e desenvolver aes

    estratgicas apropriadas para a empresa.

    De acordo com Mintzberg (1993 apud HOFFMANN 1997), o processo de

    elaborao de estratgia pode acontecer de forma deliberada, quando primeiro

    planeja depois implementa, ou de forma emergente, nas quais os padres se

    desenvolveram na ausncia de intenes ou a despeito delas. Dentro das

    estratgias emergentes e deliberadas, Mintzberg classifica as os 5 Ps da estratgia:

    Estratgia como plano: algum curso de ao conscientemente

    engendrado, uma diretriz para lidar com uma determinada situao;

    Estratgia pode ser um pretexto: [...] uma manobra especfica com a

    finalidade de enganar o concorrente ou o competidor;

    Estratgia como padro: especificamente um padro em fluxo de aes;

    Estratgia com posio: especificamente, uma maneira de colocar a

    organizao no ambiente;

    Estratgia como perspectiva: seu contedo consistindo no apenas

    de uma posio, mas de uma maneira de enraizada de ver o mundo.

    A primeira definio classificada como estratgia pretendida, e a segunda

    como realizada, as estratgias deliberadas, so as intenes que existiam

    anteriormente, e que foram realizadas, e emergentes, nas quais os padres se

    desenvolveram na lacuna de intenes ou a despeito delas (que no foram

    realizadas).

  • 33

    2.3.2 Tipo de formao de estratgia

    Neste item foi abordado os trs modos de formao de estratgia, o modo

    empreendedor, o modo adaptativo, e o modo do planejamento.

    A escolha da empresa por um modo de formulao de estratgia, se d por

    diversas caractersticas da organizao, tais como, aspectos do seu ambiente,

    competitividade da empresa, estabilidade, objetivos e metas.

    Para Idenbug (1993, p.134 apud HOFFMANN 1997), [...] o modo do

    planejamento baseado na aceitao de um mundo mais ou menos previsvel [...],

    onde as pessoas agem de maneira estruturada e lgica. O modo de planejamento

    as escolhas so feitas pela gerncia, o ambiente de risco o preferido,

    relacionamento integrado, a viso de direo especfica, deciso de longo prazo e

    os passos dados so de acordo com as estratgias globais (MINTZBERG 1973).

    De acordo com Mintzberg (1973 apud HOFFMANN 1997), o estrategista do

    modo adaptativo [...] procura evitar a incerteza, muitas vezes, resolvendo problemas

    de momento, ao invs de desenvolver estratgias de longo prazo [...]. Suas

    decises so tomadas de maneira incremental, passo a passo, no tem metas

    definidas, as escolhas so feitas atravs da negociao, relacionamento desconexo

    e, seu horizonte de direo de curto prazo.

    O modo empreendedor mais comum em pequenas organizaes, onde o

    poder centralizado nas mos do administrador geral. O empreendedor est ligado

    direto a inovao, ambientes de incerteza e alta concorrncia. A meta da

    organizao de crescimento, as escolhas so feitas pelo empreendedor, ambiente

    preferido de incerteza, e passos dados com decises arrojadas (HOFFMANN 1997).

    Os modos podem ser misturados de acordo com as necessidades da

    empresas para melhor se adaptarem as diferentes situaes.

  • 34

    2.3.3 Tipologia de estratgia

    A estratgia de carteira indica qual o negcio da organizao. A

    diversificao proporciona o crescimento em outras linhas de negcios, por meio da

    aquisio de outras indstrias de ramos semelhantes ao seu negcio principal ou at

    mesmo de ramos totalmente distintos. Para Oliveira (2007) na anlise da

    diversificao, deve-se considerar as caracteristicas abaixo:

    Diversificao horizontal: a empresa concentra seu capital pela compra

    ou associao com empresas similares;

    DiversifIcao vertical: quando a empresa passa a produzir novo produto

    ou servio;

    Diversificao concntrica: trata-se da diversificao da linha de

    produtos, com aproveitamento da mesma tecnologia ou fora de vendas;

    Diversificao conglomerada: consiste na diversificao de negcios

    em que a empresa no aproveitar a mesma tecnologia ou fora de vendas;

    Diversificao interna: quando a diversificao da empresa gerada

    pelos fatores internos, e sofre menos influncia dos fatores externos;

    Diversificao mista: quando a empresa apresenta mais de um tipo

    de diversificao ao mesmo tempo.

    A estratgia de internacionalizao se d, quando a empresa estende suas

    atividades para fora do pas de origem. Apesar de ser um processo arriscado e

    lento, pode ser um grande oportunidade para melhorar a rentabilidade e equilibrar a

    carteira de estratgia da empresa (OLIVEIRA 2007).

    Para que a empresa mantenha-se competitiva, ela precisa est em

    constante mudana, tendo sempre um diferencial a oferecer para seus clientes, para

    isso ela precisa monitorar seu trabalho constantemente.

    Para Costa (2005, p.55) a anlise da competitividade definida como sendo:

    O primeiro ponto de concentrao no direcionamento estratgico uma avaliao competitiva da organizao. Entende-se, classificamente, como competitividade, o resultado de uma disputa da instituio em confronto com seus concorrentes na busca da preferncia do seu pblico- alvo ou do seu mercado.

    Porter (apud WRIGHT; KROLL; PARNELL, 2007) argumenta que o potencial

    de lucro de um setor depende das cinco foras competitivas, sendo elas:

  • 35

    ameaas de novos concorrentes: novas empresas que entram no

    mercado, com o desejo de ganhar parcela de mercado e recursos substanciais,

    podendo assim haver uma reduo de preos e rentabilidade.

    rivalidade entre os concorrentes: a disputa por posio, co uso

    de tticas como concorrencia de preos, batalhas de publicidades, introduo de

    novos produtos e aumento dos servios ou das garantias ao cliente;

    ameaas de produtos substitutos: os produtos substitutos

    reduzem os retornos potenciais de uma indstria, como um teto nos preos que as

    empresas podem fixar com lucro. Quanto mais atrativa a alternativa de preo-

    desempenho oferecida pelos produtos substitutos, mais firme ser a presso sobre

    os lucros da indstria;

    poder de barganha dos compradores: os compradores foram os

    preos para baixo, barganhando por melhor qualidade ou mais servios e jogando

    os concorrentes uns contra os outros.

    poder de barganha dos fornecedores: os fornecedores ameaam

    elevar os preos ou reduzir a qualidade dos bens ou servios fornecidos, sugam a

    rentabilidade de uma indstria incapaz de repassar os aumentos de custos em seus

    preos.

    Para Stoner e Freeman (1995), a anlise das cinco foras pode contribuir

    para a avaliao dos pontos fortes e fracos da organizao, mas preciso criar

    estratgia para que a empresa seja competitiva e esteja na melhor posio no

    campo competitivo.

    Para Porter (1986 apud FERNANDES; BERTON 2005), o objetivo da anlise

    do diagnstico das foras competitivas, criar uma posio defensiva para a

    empresa, sendo elas:

    posicionar a empresa de modo que suas capacidades proporcionem

    a melhor defesa;

    influenciar o equilibrio atravs de movimentos estratgicos;

    antecipar as mudanas nos fatores bsicos das foras e responder a elas

    antes dos rivais.

    Outra ferramenta que pode ser aplicada no diagnstico da organizao a

    anlise das estratgias genricas. Ao enfretar as cinco foras competitivas, existem

    trs abordagens estratgicas genricas potencialmente bem-sucedidas para dar um

  • 36

    suporte maior para superar as outras empresas. Segundo Porter (1991) so elas:

    liderana no custo total, diferenciao e enfoque.

    De acordo com Fernades e Berton (2005, p.111), a liderana no custo total,

    consiste em atingir a liderana por meio de um conjunto de polticas funcionais

    orientadas para a reduo dos custos de operao. A empresa centra seus

    esforos na busca de eficincia produtiva, na ampliao do volume de produo e

    na minimizao de gastos com propaganda, distribuio, pesquisa e

    desenvolvimento (PORTER 1991).

    A segunda estratgia genrica a diferenciao, que consiste em

    diferenciar o produto ou servio oferecido pela empresa, criando algo que seja nico

    no mbito de toda a indstria. Os mtodos para a difereciao pode assumir muitas

    formas: projeto ou imagem da marca, tecnologia, peculiariedades, servios sob

    encomenda, rede de fornecedores, ou outras dimenses (PORTER 1991).

    O enfoque consiste em escolher um determinado grupo comprador, um

    segmento de linha de produtos ou um mercado geogrfico. Na estratgia em

    enfoque existe duas variveis, sendo elas, enfoque no custo e enfoque na

    diferenciao, onde o enfoque em custo a empresa visa a vantagem de custo em

    seu segmento, enquanto o enfoque na diferenciao est relacionado a busca pela

    diferenciao em seu segmento-alvo (PORTER 1991).

    As estratgias genricas so criadas para enfrentar as foras competitivas,

    e requerem estilos diferentes de liderana nas organizaes.

    2.4 Planejamento estratgico

    O planejamento estratgico um processo de nvel gerencial que permite

    estabelecer o rumo a ser seguido pela organizao, com o objetivo de se obter uma

    otimizao na relao entre a empresa e seu ambiente, ou seja, ele responde

    perguntas, ditando regras e metas a respeito da formulao de objetivos para a ao

    e correo de determinada rea empresarial, levando em conta as condies

    internas e externas da organizao (OLIVEIRA, 2007).

  • 37

    Para Ansoff; Declerk; Hayes (1987 apud FORTES, 2000), o planejamento

    estratgico, compreende a anlise das oportunidades pelo meio, dos pontos fortes e

    fracos das empresas e da escolha de ajustar a estratgia entre dois extremos, para

    que possa alcanar os objetivos da empresa, do melhor modo possvel.

    Neste caso ambos os autores citados, descrevem a necessidade e

    importncia de se obter uma consistncia nas atividades da empresa, para isso,

    analisa-se os ambientes internos e externos, pontos fracos e fortes da organizao

    objetivando o cumprimento da misso estabelecida pela empresa. De maneira

    concisa o planejamento estratgico est relacionado com os objetivos a longo prazo

    juntamente com as aes para atingi-los, resultando num envolvimento da

    organizao como um todo.

    Para Almeida (2003, p.13), o planejamento estratgico uma tcnica

    administrativa que procura ordenar as idias das pessoas, de forma que se possa

    criar uma viso do caminho que se deve seguir.

    Chiavenato (2004) complementa ao afirmar que o planejamento estratgico

    um processo organizacional de adaptao, o qual ocorre atravs da aprovao, da

    tomada de deciso e da avaliao, e que procura responder a questes bsicas,

    como: por que a organizao existe, o que ela faz e como faz. O resultado do

    processo um plano que serve para guiar a ao organizacional.

    A metodologia proposta por Oliveira (2007) divide a elaborao do

    planejamento estratgico em etapas: o diagnstico estratgico, misso da empresa,

    instrumentos prescritivos e qualitativos, controle e avaliao, as quais so

    demonstradas na figura 3:

  • 38

    VISO E VALORES OPORTUNIDADES AMEAAS CONCORRENTES

    PONTOS FORTES PONTOS FRACOS PONTOS NEUTROS

    PROPSITOS

    CENRIOS

    POSTURA ESTRATGICA

    MACROESTRATGIAS MACROPOLTICAS

    OBJETIVOS GERAIS OBJETIVOS FUNCIONAIS

    DESAFIOS E METAS

    ESTRATGIAS E POLTICAS

    PROJETOS E PLANO DE AO

    ORAMENTO ECONMICO- FINANCEIRO Figura 3: Processo de Planejamento Estratgico Fonte: Oliveira (2007)

    J o modelo proposto por Almeida (2003), para o processo de planejamento

    estratgico utiliza-se planilhas em excel divididas em: orientao, diagnstico,

    direo, viabilidade e operacional. As etapas so demonstradas na figura abaixo:

  • 39

    Orientao Diagnstico Direo Viabilidade Operacional Aspectos

    Diretrizes Internos Demonstrao de

    Superiores Resultados Anlise Estratgias Misso Ambiental Balano Aes Vocao Campo de Objetivos Mutaes Cronograma Atuao Viso ndices Estratgia Vigente

    Figura 4: Processo de Planejamento estratgico Fonte: Almeida (2003) O modelo utilizado o modelo proposto por Oliveira (2007) por ser um

    modelo mais simples, ter uma sequncia lgica mais definida, e foi o modelo que

    melhor se adequou aos critrios da organizao.

    2.5 Escopo da organizao

    Para a realizao do planejamento estratgico faz-se necessrio delimitar o

    escopo da organizao, sua misso, viso, valores, e fatores-chave e crticos de

    sucesso.

    A misso descrita por Oliveira (2007, p.107) como sendo a razo de ser

    da empresa. Procura-se determinar qual o negcio da empresa, por que ela existe, e

    em que tipo de atividade a empresa dever concentrar-se no futuro. E Almeida

    (2003), ainda complementa que a misso serve tambm para sugerir possibilidades

    de desenvolvimento de suas aes. Os valores so o conjunto de princpios e

    crenas de uma empresa, devem ter fortes interaes com as questes ticas e

    morais, e esses valores sendo efetivamente verdadeiros, serve de sustentao para

    a vantagem competitiva da empresa (OLIVEIRA 2007).

  • 40

    Viso pode ser definida como um macroobjetivo de longo prazo. Onde e

    como a organizao espera estar no futuro. Segundo Fernandes e Berton (2005), a

    viso a explicitao do que se idealiza com a organizao, envolvendo os

    objetivos de onde se quer chegar, valores e desejos. De acordo com Almeida (2003,

    p.16) [...] em uma organizao onde as pessoas tem a viso estratgica, no

    necessrio que se determine tudo o que elas devem fazer, pois a viso orienta as

    aes. Em suma a viso representa onde a organizao quer chegar.

    Para atingir os objetivos propostos, torna-se necessrio verificar quais os

    fatores-chave ou crticos de sucesso. Para Almeida (2003) fatores crticos de

    sucesso so os fatores considerados como chave que levam uma organizao ao

    sucesso. Para Herrero Filho (2005) os fatores-chave de sucesso podem ser

    entendidos como as competncias, ativos tangveis e intangveis, e os

    conhecimentos, que a empresa precisa desenvolver para ser competitiva. Os

    fatores-chave de sucesso so os elementos essenciais para o sucesso competitivo

    de um setor, e tambm representa o elo de ligao entre as estratgias e os

    objetivos da organizao.

    Dentro do processo de planejamento estratgico descrito por Oliveira (2007)

    encontra-se a anlise de cenrios que concede possibilidades sobre as quais os

    gestores podem pensar, ela no tem por finalidade prever o futuro. Atravs de sua

    elaborao observam-se diversas verses completas sobre o futuro, os quais podem

    afetar as pretenses da empresa (TIFFANY; PETERSON, 1998). De acordo com

    Oliveira (2007, p.51) [...] os cenrios so composies consistentes entre projees

    variadas de tendncias histricas e as postulaes de eventos especficos [...]. Os

    cenrios representam critrios e medidas para a preparao do futuro da empresa.

    Para que a anlise do cenrio possa ser segura e consistente, necessrio

    considerar o passado, o presente e as possveis variaes que possam ocorrer no

    ambiente externo, e a medida que o ambiente fica mais turbulento, os cenrios

    tornam-se mais importantes para o processo decisrio estratgico.

  • 41

    2.6 Diagnstico estratgico

    Segundo Oliveira (2007), esta fase do diagnstico estratgico realizada

    por meio de pessoas representativas das vrias informaes, que analisam e

    verificam todos os aspectos inerentes a realidade externa e interna da empresa. E

    ainda o mesmo autor acrescenta que na primeira fase do diagnstico estratgico, as

    etapas so: anlise externa e anlise interna.

    Costa (2005, p.51) define diagnstico estratgico sendo um processo

    estruturado que procura avaliar a existncia e adequao das estratgias vigentes

    na organizao em relao ao andamento de trasformaes para a construo do

    seu futuro. Para Tavares (1991), o diagnstico estratgico pode ser conduzido pelo

    prprio pessoal da organizao, ou por, consultores externos.

    Para Almeida (2003), o diagnstico estratgico corresponde ao segundo

    passo no processo do planejamento. O primeiro passo a planilha de orientao,

    onde faz-se um breve histrico da empresa, descreve as classes de produtos, sua

    misso e viso. Na etapa do diagnstico so considerados os aspectos internos,

    anlise ambiental, campo de atuao e estratgias vigentes.

    Neste sentido, o enfoque do diagnstico verificar o momento atual da

    empresa, como tambm nas decises tomadas ou que sero tomadas quanto ao

    futuro da organizao, e o principal cuidado que deve ser observado que ele

    realmente deve ser confivel e seguro para orientar as mudanas necessrias.

    2.6.1 Ambiente externo

    Segundo Oliveira (2007), a anlise externa busca estudar a relao existente

    entre a empresa e seu ambiente, identificando e aproveitando possveis

    oportunidades e minimizando possveis ameaas.

    Para Almeida (2003), a identificao das oportunidades e ameaas, so os

    principais condicionantes da eficcia organizacional. Costa (2005) afirma que o

    ambiente externo pode trazer muitas surpresas, mas seu estudo serve para orientar o

  • 42

    planejamento para a tomada de providncias imediatas para um melhor

    aproveitamento das oportunidades ou para evitar as consequncias negativas das

    ameaas.

    oportunidades: variveis externas e no controlveis pela

    empresa, que podem proporcionar condies favorveis ao bom andamento dos

    processos organizacionais;

    ameaas: variveis externas, as quais a organizao no tem

    nenhum controle sobre elas, e que proporcionam condies desfavorveis ao bom

    desempenho dos processos organizacionais, precisando assim, serem avaliadas.

    Para identicar os oportunidades e ameaas do ambiente externo da

    organizao, Almeida (2003) classifica os seguintes elementos:

    Ambiente de um regio: a anlise do ambiente futuro da regio

    onde a entidade se situa, e do setor de atividades em que atua;

    Ambiente de um setor de atividades: quanto ao setor da atividades,

    o poder dos clientes, fornecedores, concorrentes e interferncia do governo;

    Ambiente de atividade: para entender seus vrios segmentos, que

    tem caractersticas e forma de anlise diferentes.

    Esses segmentos so sub-divididos em:

    Macroambiente clima: est ligado as aes de governo, que podem

    ser municipais, estatuais, federais ou de outros pases;

    Macroambiente solo: est ligado ao estudo de tendncia da

    populao e suas caractersticas, as tendncias podem ser de crescimento ou

    reduo;

    Ambiente operacional: implica entender como dever funcionar a

    entidade, e suas operaes dentro das futuras tecnologias, e com os demais

    componentes, como fornecedores, clientes, prestadores de servios e concorrentes.

    J Oliveira (2007) inclui os seguintes elementos de anlise do ambiente

    externo:

    Governo: poltica econmica e financeira, planos governamentais e

    legislao pertinentes;

    Sindicatos: o poder dos sindicatos, objetivos e estrutura dos sindicatos;

    Comunidade: a populao como mercado de mo-de-obra est

    aumentando ou diminuindo, valores sociais e culturais, e infra-estrutura;

  • 43

    Clientes: localizao, comportamento, renda e padres de qualidade;

    Peculiaridades do mercado: competitividade, nichos de mercado,

    segmentao de mercado;

    Indstria ou setor: tamanho, tipos de produto ou servios, tendncias

    e perspectivas;

    Concorrentes: quantos e quais so, faturamento, participao e nvel

    de fora;

    Fornecedores: quem e quantos so, localizao, preo, qualidade dos

    produtos ou servios, e prazos de venda e entregas.

    Os elementos descritos por Oliveira (2007) podem ser classificados de

    acordo com a relao descrita por Almeida (2003).

    Ambiente operacional: aspectos do processo de integrao e tecnologias.

    Macroambiente clima: governo, sistema financeiro e sindicatos.

    Macroambiente solo: comunidade.

    Ambiente de um setor de atividade: clientes, peculiaridades do

    mercado, concorrentes e fornecedores.

    Ambiente de um regio: anlise da indstria ou setor.

    O conhecimento sobre o ambiente externo fundamental para o processo

    estratgico, pois permite a empresa aproveitar as oportunidades e evitar as

    ameaas.

    2.6.2 Ambiente Interno

    De acordo com Oliveira (2007), a anlise interna tem como finalidade

    estudar e evidnciar as deficincias e qualidades da organizao que est sendo

    estudada, ou seja, pontos fortes e fracos. Para Almeida (2003) a anlise do

    ambiente interno procura conhecer as aspiraes e valores das pessoas que

    compem a organizao, chamados de stakeholders.

  • 44

    A anlise interna da empresa composta por pontos fortes e fracos, que

    representam as variveis controlveis da empresa, podendo ser favorvel ou

    desfevorvel (OLIVEIRA 2007).

    pontos fortes: so variveis internas e controlveis que proporciona

    uma condio favorvel para a empresa em relao a seu ambiente;

    pontos fracos: variveis internas e controlavis que provocam uma

    situao desfavorvel para a empresa, em relao ao seu ambiente, sendo assim

    problemas a serem resolvidos;

    Almeida (2003) descreve o ambiente interno em:

    Fatores crticos de sucesso: fatores considerados como chave;

    Funcionrios: competncias e desempenho;

    Gestor: dar direo para a empresa, viso do todo da empresa,

    saber se comunicar e se relacionar com outras pessoas.

    J Oliveira (2007) para facilitar a anlise interna, considera as grandes

    funes de uma empresa, sendo elas:

    Marketing.

    Finanas.

    Produo.

    Recursos Humanos.

    importante salientar a necessidade de considerar, tanto a anlise externa

    como interna da empresa, sua identificao e utilizao dos recursos.

    2.7 Elementos Prescritivos/ Quantitativos

    Para Oliveira (2007), interligando os instrumentos prescritivos e quantitativos

    a empresa consegue atravs de uma anlise bsica, identificar como chegar a

    situao desejada pela organizao.

    Os objetivos, as metas e as estratgias so de suma importncia para a

    organizao, tendo em vista que os mesmos precisam ser claros e bem definidos,

    levando em considerao que estes podem influenciar todos os setores da empresa,

  • 45

    j que, estes identificaram onde a organizao deseja chegar e como ela far isso

    (OLIVEIRA, 2007).

    A estratgia descrita por Almeida (2003, p.29), como o caminho que a

    organizao dever seguir, para alcanar os objetivos. importante a organizao

    estabelecer estratgias alternativas que se relacionam entre si. E ainda o mesmo

    autor define objetivo como sendo o [...] um ponto concreto que se quer atingir,

    devendo ter parametros numricos e datas a serem alcanadas [...]. Determina para

    onde a empresa deve apontar seus esforos. A meta segundo Oliveira (2007)

    corresponde s etapas quantificadas com prazos para alcanar os objetivos.

    Para Costa (2005, p.199), todo plano estratgico precisa ter desafios,

    objetivos e metas a serem atingidos ao longo do tempo de planejamento. A

    formalizao desses elementos, fornecem os alvos a serem alcanados pela

    organizao.

    No projeto e plano de ao so descritos as aes que sero executadas

    para garantir que as metas estabelecidas sejam cumpridas.

    2.8 Controle e Avaliao

    O controle e avaliao num processo de planejamento estratgico tm

    algumas funes como: identificar problemas, falhas e erros a tempo de corrigi-lo

    antes de sua reincidncia; verificar se as estratgias polticas esto proporcionando

    os resultados esperados, informar se os recursos esto sendo utilizados da melhor

    maneira, em suma, controle e avaliao um meio de acompanhar o desempenho

    do sistema, por meio da comparao entre as situaes alcanadas e as previstas

    (OLIVEIRA, 2007).

    Para efetuar de maneira adequada, o controle e a avaliao do

    planejamento estratgico, necessrio que siga algumas fases:

    A) Estabelecimento de padres de medida e avaliao: so padres

    decorrentes dos objetivos, metas, estratgias, polticas e projetos, eles so a base

    para a comparao dos resultados desejados, podendo ser tangveis ou intangveis,

    explcitos ou implcitos.

  • 46

    B) Medida dos desempenhos apresentados: o processo de medir e

    avaliar o desempenho, mediante os critrios de quantidade, qualidade e tempo.

    C) Comparao do realizado com o esperado: nesta fase os resultados

    so comparados com o esperado, se haver algum desvio as aes devero ser

    interrompidas at que o problema seja identificado, analisado e eliminado.

    D) Ao corretiva: corresponde a aes ou providncias que sero

    adotadas para eliminar os desvios.

    Em seu processo Almeida (2003) utiliza um cronograma, para garantir que

    as metas estabelecidas sejam efetivamente realizadas.

    Uma ferramenta empregada para a avaliao e controle de um plano de

    ao o Balanced Scorecard, descrito a seguir.

    2.9 Indicadores de Gesto

    As empresas desenvolvem sistemas para controlar o oramento, os

    resultados financeiros e a participao de mercado, mas raramente desenvolvem

    sistemas para avaliar o desempenho da organizao quanto ao seu posicionamento

    estratgico ou ainda, quanto gerao de ativos intangveis da empresa. O

    processo de controle estratgico est entrelaado ao desenvolvimento claro dos

    padres ou indicadores de controle. De acordo com Tachizawa, Cruz e Rocha

    (2001, p.276) um modelo de gesto de negcios [...] depende da medio,

    informao e anlise. As medies precisam ser decorrncias da estratgia da

    organizao, abrangendo os principais processos, bem como seus resultados [...]. A

    empresa tem que definir com clareza, o que mais importante em termos de

    resultados desejados para montar um sistema de controle de desempenho

    adequado aos objetivos.

    Uma ferramenta utilizada pelas empresas, para importantes processos

    gerenciais, estabelecimentos de metas individuais e de equipe, remunerao,

    alocao de recursos, planejamento, oramento, feedback e aprendizado

    estratgico, o Balanced Scorecard (KAPLAN; NORTON 1997). O Balanced

  • 47

    Scorecard pode ser uma ferramenta adequada para avaliar e controlar a execuo

    dos objetivos traados para a empresa, provocando a mudana e tornando a

    empresa mais flexvel e transparente.

    O Balanced Scorecard busca o alcance equilibrado dos objetivos

    organizacionais por meio de quatro perspectivas (KAPLAN; NORTON 1997):

    Perspectiva financeira: as medidas financeiras de desempenho

    indicam se a estratgia de uma empresa, sua implementao e execuo esto

    contribuindo para a melhoria da lucratividade e rentabilidade;

    Perspectiva do cliente: permite identificar os segmentos de clientes e

    mercado no qual a unidade de negcios competir, incluindo a satisfao do cliente,

    a reteno de clientes, aquisio de novos clientes, e lucratividade dos clientes;

    Perspectivas dos processos internos: satisfazer as expectativas dos

    acionistas, e melhorar os processos existentes, incorporando medidas baseadas no

    tempo e na qualidade;

    Perspectiva do aprendizado e crescimento: identifica a infra-

    estrutura que a empresa deve construir para gerar crescimento e melhoria em longo

    prazo. O aprendizado e crescimento provm de trs fontes principais: pessoas,

    sistemas e procedimentos organizacionais.

    As perspectivas de Valor so melhores representadas na figura abaixo.

  • 48

    Figura 5: As Perspectivas de Valor Fonte: Herrero Filho (2005, p.31)

    O Balanced Scorecard trabalha com estabelecimento de metas, bem como

    com outras variveis que possam ser controladas pela organizao, e com a

    construo de indicadores capazes de proporcionar aos gestores o

    acompanhamento das aes da empresa, e dos resultados obtidos.

  • 49

    3 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA DE CAMPO

    Neste captulo foram apresentados os resultados do trabalho de campo

    incluindo a caracterizao da empresa, o processo de formao de estratgia, a

    pesquisa com os clientes, as etapas da metodologia do planejamento estratgico e o

    plano estratgico resultante.

    3.1 Caracterizao da empresa

    Os dados para a realizao da caracterizao da empresa foram obtidos por

    meio de entrevistas com o scio- administrador e tambm do trabalho de estgio de

    Richarts (2009, p.50), gerente geral do posto de combustvel.

    No ano de 1991, o agricultor e ento proprietrio de uma pequena oficina

    mecnica na localidade do Brao do Ba, percebe a necessidade de abrir um novo

    empreendimento. Considerando que o posto de combustvel mais prximo est a 12

    quilmetros da localidade onde reside, e percebendo a necessidade da comunidade

    que no estava sendo atendida, decide abrir um posto de combustvel. Entrou em

    contato com a prefeitura de Ilhota/SC, e conseguiu o alvar de funcionamento.

    O posto est localizado as margens da Rua Geral Brao do Ba, bairro

    Brao do Ba, Ilhota/SC. A denominao da empresa deu-se atravs do principal

    produto comercializado, os combustveis, e o sobrenome da famlia, Richarts, dando

    assim origem ao nome Combustveis Richarts Ltda. A empresa foi constituda na

    forma de Sociedade Limitada, sendo dois scios, um com 51% das cotas, e outro

    com os 49% restantes.

    Naquele perodo a empresa vendia apenas leo diesel, e para emergncias,

    tinha gasolina armazenada em gales. Aps alguns anos surgiu ento a parceria

    com a distribuidora Petro Bogo de Itaja, que intermediou o negcio com a

    Distribuidora Dalquio para o fornecimento de Combustveis e a ampliao do

    posto que passou a comercializar derivados de petrleo e lcool.

  • 50

    No ano de 2001, a distribuidora Dalquio vendeu sua rede de Postos

    Espanhola RepsolYpf, uma companhia de grande porte com atuao em 30 pases,

    e lder no mercado Espanhol e Argentino. O posto passou a ter um aliado forte,

    porm, uma marca nova no mercado Brasileiro, neste perodo passou por uma

    reforma e mais uma ampliao, para atender s necessidades de crescimento e

    desenvolvimento da localidade, principalmente no setor de beneficiamento de

    madeira, produo de arroz irrigado e banana.

    Em dezembro de 2008, a RepsolYpf do Brasil foi comprada pela Alesat

    Combustveis S/A, detentora da marca Ale.

    Atualmente o quadro funcional da empresa composto por trs

    colaboradores, sendo um frentista e dois operadores de caixa, mais um gerente, e

    mais o Proprietrio. O posto tem uma carteira de mais de 400 clientes ativos e

    comercializa uma mdia mensal de 50 mil litros de combustveis por ms, alm de

    mais de 500 produtos entre derivados de petrleo e loja de convenincias.

    A empresa conta com uma boa estrutura, tendo sistema informatizado de

    acompanhamento de vendas, parceira de uma bandeira forte no mercado brasileiro,

    a Alesat Combustveis S/A, e ainda os proprietrios do posto prevem para o ano de

    2010 a troca dos tanques para a adequao s novas normas ambientais e

    ampliao da loja de convenincias.

    A empresa passa por inspeo de rgos reguladores como: IBAMA, que

    tem como objetivo garantir que os recursos naturais do pas sejam explorados

    racionalmente, visando diminuir a ao predatria do homem sobre a natureza, so

    cobradas taxas trimestrais, e suas visitas ao posto so raras. A FATMA que tem

    como misso garantir a preservao dos recursos naturais do estado, cobra taxa

    para emisso de uma LAO (Licena Ambiental de Operao) que vlida por quatro

    anos. O INMETRO faz visitas regulares a cada seis meses, verifica as bombas,

    medidores e instalaes. Sua misso prover confiana a sociedade brasileira nas

    medies e nos produtos, atravs da metrologia e da avaliao da conformidade,

    promovendo a harmonia das relaes de consumo, a inovao e a competitividade

    do pas. E a ANP que o rgo regulador das atividades que integram a indstria do

    petrleo e gs natural e as do biocombustveis no Brasil, faz visita ao posto,

    somente em caso de denncias.

  • 51

    Os combustveis passam por testes mensais realizados em uma parceria da

    distribuidora Alesat e o laboratrio FalcoBauer, e ainda, por testes peridicos

    realizados pela Furb (Universidade Regional de Blumenau).

    3.1.2 Caractersticas dos produtos e servios comercializados

    Os produtos e servios comercializados pela empresa esto descritos no

    quadro abaixo:

    REA PRODUTO FORNECEDORES

    Abastecimento Gasolina Comum

    Alesat lcool Comum Diesel Comum

    Troca de leo

    Filtros Lubrificantes Alesat, Starlub, Schrader, Distr.

    Muller, Ingrax, Dyspef, Recopeas, Agricopel, Rubens

    Moreira,Peafiltro, Kurek, Corema

    Filtros de Combustveis Filtros de Cabine Filtros de Ar leos Lubrificantes Aditivos e Fludos Automotivos

    Convenincia

    Salgadinhos

    Bebidas Hees, Distr. Muller, Bebidas Melato, Pepsico,

    Benuti, Aldri Distr., Drink Beer, Brovale, Nino Distr., Dequech,

    Botuver, Stringari

    Doces Balas Biscoitos Bebidas Diversas

    Chocolates Cigarros Sorvetes

    Lavao Lavao Parcial/ Completa LG Com. De Lubrificantes.

    Outros Graxas Automotivas e Industriais Alesat, Starlub, Ingrax, Dyspef.

    Palhetas de Limpadores Corema, Agricopel.

    Aromatizantes e Ceras Automotivas Corema, Zeferino e Zeferino Quadro 01: Produtos e Servios Fonte: Sistema Autosystem

    No Quadro 1 demonstra os produtos e servios do posto de combustveis,

    sendo que o foco do negcio est na venda de combustveis, filtros e leos

    lubrificantes, os demais so servios agregados.

  • 52

    A loja de convenincia conta com um portiflio de produtos pequeno, devido

    ao espao fsico ser pequeno, mas sua ampliao j est sendo providenciada.

    Segundo Guidoni (2009, p.49), o revendedor precisa estar atento ao mix de produtos

    de sua loja de convenincia. Este tipo de comrcio deixou de ser para as compras

    de emergncia e se transformou numa mistura do velho armazm com as novas

    tcnicas de varejo. Sendo assim, o empresrio precisa estar atento ao que o

    mercado quer comprar, e desenvolver estratgias para atender o pblico em

    diferentes momentos, seja do dia ou do ano.

    A lavao terceirizada, mas agrega servios ao posto como lavao

    parcial de veculos, lavao completa com limpeza interna de veculos.

    3.1.3 Organograma

    A diviso dos cargos e a distribuio das funes e responsabilidades da

    empresa em estudo esto descrito no organograma circular a seguir, bem como o

    nmero de pessoas alocadas em cada funo.

    Clientes Fornecedores Figura 06: Cargos e Funes. Fonte: Elaborado pela estagiria.

    De acordo com a Figura 6, pode-se verificar uma estrutura pequena,

    adequada ao porte da empresa. O scio-administrador exerce poder diretamente

  • 53

    sobre o frentista e caixas, contando com o apoio do gerente geral, responsvel pelas

    finanas e compras, e auxilia no processo de tomada de deciso.

    A estrutura familiar est caracterizada na gesto da empresa que

    conduzida pelo pai, o scio-proprietrio, e o filho na funo de gerente geral.

    3.1.4 Relacionamento com a Bandeira

    O relacionamento da empresa com a distribuidora, feito atravs de vrios

    canais, so eles: o portal do cliente atravs do site da distribuidora, o call center

    alesat, o canal de atendimento FALE, atravs de um nmero 0800, o assessor

    comercial que faz visitas peridicas ao posto, o programa ligados na qualidade que

    realiza visitas, com o objetivo de verificar a qualidade dos produtos comercializados,

    as condies dos equipamentos e as instalaes, bem com a parte documental da

    empresa.

    Com a troca da Bandeira o posto passou por uma reforma na sua imagem,

    com toda a despesa paga pela distribuidora. A empresa e a distribuidora assinaram

    um contrato cujo vencimento at 2014. Neste contrato esto clusulas sobre o

    fornecimento exclusivo da Alesat distribuidora na compra e venda de combustveis e

    derivados de petrleo, o layout da empresa, os uniformes dos funcionrios e a forma

    de abordagem ao cliente, tambm so determinados pela distribuidora e repassados

    em forma de manuais a serem seguidos.

    A segunda parte da reforma que ser a troca de tanques da empresa,

    visando atender as normas ambientais, a empresa tem que atingir uma meta

    estipulada pela distribuidora, em vendas de combustveis e lubrificantes. A meta e o

    prazo ainda no foram definidos, pois este sero estipulados de acordo com as

    necessidades dos recursos para esta reforma. Este prazo pode ser prorrogado no

    seu vencimento, caso a empresa no tenha alcanado as metas pr-estabelecidas.

    Tambm disponibilizado pela distribuidora, cursos de gesto e formao

    para proprietrios, gerentes e frentistas.

  • 54

    3.2 Caractersticas estratgicas e stakeholders

    Para identificar o processo de formao de estratgia da empresa

    Combustveis Richarts, foi aplicado uma entrevista com o empreendedor, gerente e

    os funcionrios da empresa, descrita a seguir.

    Primeiramente, foi solicitado que os entrevistados indicassem o principal

    negcio da empresa, sendo que todos indicaram que a venda de gasolina e lcool

    o carro chefe, e as motivaes que levam os clientes a escolher o posto Richarts

    a sua localizao, caracterizando um posto que atende preferencialmente a

    comunidade local.

    Como a empresa revende combustvel, ela tem que seguir as polticas e

    normas da bandeira, caracterizando assim, de acordo com Mintzberg (1973 apud

    HOFFMANN 1997) no modo adaptativo de formao de estratgia, onde as

    mudanas so feitas de acordo com as exigncias da bandeira.

    Considerando a loja de convenincia, segundo os funcionrios, a empresa

    procura vender produtos diferentes que os concorrentes no tenham, por um preo

    acessvel, priorizando a qualidade, e as necessidades de seus clientes, e na lavao

    a empresa busca produtos de qualidade, caracterizando-a no modo empreendedor.

    O Quadro 2 representa a relao da empresa com os stakeholders que

    afetam sua tomada de deciso, segundo as perspectivas dos funcionrios.

    Quadro 2: Relao empresa e stakeholders Fonte: Elaborado pela estagiria

    A empresa Grau de Ambos so Grau de dependente importncia interdependentes importncia Fornecedores 5 Proprietrio 5 ANP 5 ALE 5 Famlia 4 Clientes 4 IBAMA 4 Bancos 3 FATMA 4 SINPEB 3 Funcionrios 4 CDL 2 Governo municipal 3 Governo estadual 3 SPC 2

  • 55

    O Quadro 2 demonstra que, na percepo dos empregados, o grau de

    interdependncia da empresa/grupo e os grupos que influenciam a empresa so os

    fornecedores, ANP, Famlia e funcionrios.

    No caso dos fornecedores, a empresa est vinculada Bandeira ALE e tem

    que seguir as polticas de operao. J a ANP o rgo fiscalizador e regulador da

    atividade no pas.

    A empresa dependente da famlia pois tem a sua rea administrativa

    controlada pelo pai e filho nas funes de scio-administrador e de gerente geral. Os

    funcionrios realizam um papel importante no relacionamento com os clientes, uma

    vez que eles so os primeiros contatos com o cliente.

    Os concorrentes no foram citados pelos entrevistados por estarem

    distantes um do outro. Porm, observa-se que o Posto Martendal, localizado na

    cidade de Lus Alves, adotou o sistema de venda/distribuio de combustvel TRR

    Transporte Revendedor Retalhista, o que provocou uma reduo da venda do Diesel

    do posto em estudo.

    Para medir o grau de satisfao dos clientes em relao aos produtos e

    servios oferecidos pela empresa, e diagnosticar seus pontos fortes e fracos,

    oportunidades e ameaas, foi aplicado um questionrio, junto aos consumidores,

    com abordagem direta pela acadmica, no momento do abastecimento e outros nas

    residncias num total de 113 entrevistados. Os resultados so apresentados a

    seguir:

    Primeiramente, foi caracterizado o perfil dos compradores do Posto

    Combustveis Richarts demonstrado no Grfico 1 a seguir.

  • 56

    Grfico 01: Classificao por Gnero Fonte: Dados primrios

    O Grfico 1, demonstra a classificao por gnero, sendo que a maioria

    (58%) dos clientes respondentes do sexo masculino, e 42% do sexo feminino,

    caracterizando que esta atividade ainda predominantemente do homem.

    A seguir, no Grfico 02, demonstra a classificao dos compradores pela

    residncia.

    Grfico 02: Residncia Fonte: Dados primrios O Grfico 02, confirma que a maioria (70%) dos clientes residem no

    Brao do Ba, bairro onde o posto est localizado, seguidos dos bairros Ba

    1%

    19%

    70%

    8%1% 2%

    0%

    10%

    20%

    30%

    40%

    50%

    60%

    70%

    80%

    Alto Ba Bau Central Brao do Ba

    Laranjeiras Pocinho Vila doSalto

    58%

    42%

    0%

    10%

    20%

    30%

    40%

    50%

    60%

    70%

    Masculino Feminino

  • 57

    Central (19%), e Laranjeiras (8%), que so os bairros vizinhos ao posto,

    demonstrando que as atividades do posto esto concentradas na comunidade

    local e vizinhas.

    O Grfico 03 a seguir representa as formas de preferncia de pagamento

    dos compradores.

    Grfico 03: Forma de pagamento Fonte: Dados primrios Observa-se no Grfico 3, que a forma de pagamento de preferncia dos

    compradores com 41% o credirio, uma forma que a empresa usa para fidelizar e

    manter os clientes atuais. J 35% pagam vista, e 23% utilizam cheque. A empresa

    em parceria com uma cooperativa de crdito aceita apenas os cartes daquela

    cooperativa.

    Os clientes tambm foram questionados quanto propriedade dos veculos,

    representado no Grfico 04 a seguir.

    2%

    23%

    41%

    35%

    0%

    5%

    10%

    15%

    20%

    25%

    30%

    35%

    40%

    45%

    Carto Cheque Credirio Dinheiro

  • 58

    Grfico 04 : Propriedade dos veculos Fonte: Dados primrios O Grfico 4 demonstra que 87% dos compradores tem a propriedade do